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ESCRITÓRIO
Aula 01
Nesse módulo, aprofundaremos todas as análises de dados já
observadas de forma superficial em algumas aulas anteriores.
O dado é um registro, atributo, trazendo significado a algo/alguma
coisa. Ele significa aquele ente, tudo que nos cerca é um dado. Tendo esse
conceito claro, passa-se a entender como os algoritmos se transacionam e
como é importante ter esses dados bem estabelecidos.
Os algoritmos são uma sequência finita de instruções bem definidas e
ordenadas, que sem mantém até a realização de uma tarefa. É uma
sequência de passos lógicos, com início, meio e fim. Os algoritmos estão
estreitamente ligados aos dados.
O algoritmo é um passo a passo, uma receita de bolo que encontra
várias fases até chegar no lugar desejado. Alguns doutrinadores trazem a
ideia de que o algoritmo possuí, inclusive, direitos. Os algoritmos podem ser
simples ou complexos, dependendo da forma que eles serão usados.
Se usamos um dado para atribuir um fato a algo ou a alguém, começa
a construir uma cadeia classificatória que apresentará algoritmo, trazendo
diversos impactos.
O algoritmo não é algo novo, o algoritmo é algo antigo, vindo desde a
Primeira Revolução Industrial, percebendo o algoritmo dentro da
mecanização.
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Existem operações que orbitam em torno da cadeia de gestão que tem
sua relação com análise de dados e algoritmos. Já vimos que é uma
construção lógica, um passo a passo que vai trazer um resultado final.
Agora, veremos como os dados e algoritmos se cruzam na prática:
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A inteligência artificial é um tema que vem sendo muito discutido em
diversos meios. Estamos entrando em um tema de análise de dados mais
profundo do que já foi visto no módulo anterior, fazendo sentido trazer essas
ciências orbitais para que se tenha mais um pensamento crítico e possa
levantar questionamentos com segurança.
O algoritmo diz respeito mais a gente do que a gente dele. Essa
relação faz com que a gente precise entender os caminhos para poder traçar
resultados no futuro.
A inteligência artificial é algo que vai, talvez, substituir uma ação
humana, produzir algo que o humano varia e, as vezes, fazer até melhor. É
um campo da ciência da computação, se concentrando no desenvolvimento
dos algoritmos.
Enquanto o algoritmo é a receita de bolo, o passo a passo para
realizar, tem-se um plus uma inteligência artificial porque ela vai, na
sequência dos resultados, produzir uma ação. É toda uma cadeia, tem-se a
questão dos dados (atributos, classificações), os algoritmos (construídos para
melhorar ou produzir resultados a partir dos dados) e a inteligência artificial
(ação produzida através desse resultado).
A inteligência artificial é um sistema, um programa que vai fazer aquilo
que uma pessoa faria, utilizado esse sistema por questões de eficiência.
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Na aula passada foi visto que a internet das coisas está relacionada
com objetos, ferramentas, softwares que estão nos entregando algum tipo de
conectividade/tarefa. Isso está sendo ampliado cada dia mais, trazendo a
dependência dessa conectividade e criando a hiperconectividade.
Quando pensamos nessa questão da internet das coisas, ela não está
apenas nessas questões físicas (um aparelho celular) mas, também, com
programas e sistemas. Há todo tempo temos uma novidade, as coisas vão
sendo substituídas de forma rápida devida a essa hiperconectividade.
A discussão sobre os efeitos da hiperconectividade vem lá do sistema
de informação, como uma questão de acessibilidade – as pessoas precisam
estar conectadas.
Os desafios também passam por questões jurídicas que vão trazendo um
maior desafio/sensibilidade para essas questões de conectividade. É preciso
pensar no propósito daquela tecnologia, levantando questionamentos.
Há uma gama de serviços que envolvem a inteligência artificial,
inclusive dentro do próprio poder judiciário. No nosso ambiente jurídico
demoramos muito para evoluir em questões tecnológicas, mas hoje já
observamos um judiciário mais acessível nessas questões. Não é possível
romantizar a tecnologia e achar que os algoritmos e a inteligência artificial
estarão sempre certos, é preciso analisar. Ferramentas com IA:
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Nossa área jurídica foi uma área que mais atrasou nos usos de
tecnologias, mas hoje vem se tornando cada vez mais moderna. A jurimetria
é um ponto de destaque que ganha notoriedade, até porque o Brasil é o país
mais litigante do mundo.
O problema hoje não é só o judiciário, mas sim todos os litigantes que
compõe os processos. Todas as partes são responsáveis e o estudo da
jurimetria traz essa visão.
A jurimetria fazia parte de um estudo mais isolado e, recentemente,
tem se tornado mais profundo, precisando entender seu conceito e quando
aplicá-la.
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Sobre a jurimetria:
Estima-se que 85% dos empregos em 2030 ainda não foram inventados. O
ritmo da mudança será tão rápido que as pessoas aprenderão ‘no
momento’, usando novas tecnologias, como realidade aumentada e
realidade virtual. A capacidade de adquirir novos conhecimentos será mais
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valiosa do que o próprio conhecimento (INSTITUTE FOR THE FUTURE,
2017, p. 1, tradução nossa).
Ele ainda revela que a identificação é feita por sistemas criados pela
empresa francesa Idemia’s, que disponibiliza seus softwares à polícia dos Estados
Unidos, Austrália e França. Por meio deste, e através da base de dados, é possível
identificar passageiros que estejam de passagem pelos países. Entretanto, o
sistema não reconhece pessoas pretas com a mesma facilidade com que reconhece
pessoas brancas. O mesmo acontece com sistema LA County da empresa alemã
Cognitec, que também se observou que as identificações “podem ser menos
precisos para mulheres e pessoas de cor” (SIMONIT, 2019, p. 1, tradução nossa).
Nos últimos anos, por exemplo, têm vindo a público notícias de sistemas
inteligentes que cometem muito mais erros sistemáticos contra certos
grupos da população ou, por outras palavras, IA que discrimina através do
gênero, etnia, nacionalidade, educação, idade ou religião. Sabemos,
também, que ao automatizar estes processos, estamos a aumentar a escala
e a potencialmente amplificar discriminação que já existe na sociedade.
foi vetada nesse quesito sob a alegação de que poderia trazer insegurança
jurídica ao processo, uma vez que, estando em vigor a MP n.° 2.200,
definindo uma estrutura unificada e padronizada de certificação digital,
abria-se uma brecha para que cada tribunal pudesse desenvolver seu
próprio sistema de certificação eletrônica. (SOARES, 2012, p. 1)
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Contudo, em 2006 a Lei n. 11.280/06 incluiu o art. 154 no Código de
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Processo Civil, que novamente autorizou que os atos judiciais fossem praticados
eletronicamente em todas as instancias (SOARES, 2012, p. 1).
Para que toda essa inovação fosse colocada em prática, era necessário o
desenvolvimento de sistemas on-lines que serviriam para acolher os processos em
suas bases de dados. Assim, os tribunais de todo o país adquiriram diversos tipos de
sistema. Como exemplo, pode-se citar: o PJE, bastante utilizado na Justiça do
Trabalho; O ESAJ, utilizado no Tribunais de Justiça de São Paulo, Ceará, Santa
Catarina entre outros; O Projudi, bastante comum na Bahia, Paraná e Goiás, e
ainda, o EPROC, que inicialmente foi utilizado na Justiça Federal, entretanto
atualmente vários outros tribunais já utilizam (CONHEÇA..., 2017, p. 1).
Ainda, Nunes (2020, p. 22) também descreveu como a I.A pode ser
influente ao estruturar os processos e organiza-los de forma a melhor identificar as
demandas repetitivas que costumeiramente sobrecarregam o judiciário. Como
exemplo, o autor elenca o famoso caso do processo de recuperação judicial da
empresa OI S/A, em que por meio da utilização
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de tecnologias avançadas e sistemas de I.A, apenas uma decisão possibilitou a
resolução antecipada de vários outros processos promovidos por credores da
empresa.
Sobre esse caso à cima mencionado, Cury C. (2020, p. 95) também
observou que, devido a quantidade exorbitante de credores domiciliados em
diversos lugares do país, a tramitação da demanda pelas práticas comum seria
inviável, pois haveria grande dificuldade para determinar a competência do juízo.
Assim, somente por meio de um sistema inteligente adaptado a situação, seria
possível resolver o problema. Para isso, um programa de algoritmos sustentados em
I.A foi desenvolvido. O autor ainda menciona que, embora a Lei de Falências, nº
11.101/05, apenas autorize soluções negociais nas demandas extrajudiciais, o
procedimento precisou ser flexibilizado, tendo a ação de recuperação judicial da O.I
S/A uma etapa consensual antecipada. Segundo o autor, o sistema utilizado operou
da seguinte forma:
Dito isso, como explana Rosa e Guasque (2020, p. 67) “a revolução digital
é um caminho sem volta e que, inexoravelmente, terá que ser percorrido por todas
as ciências e sociedades. Logo, ao invés de resistir à mudança inevitável, deve-se
descobrir a melhor maneira de trilhar essa senda, tirando-lhe o melhor em benefício
da justiça (...)”.
Logo, para que direitos constitucionais não sejam afetados e, para que
não haja um retrocesso na história do judiciário, é necessário que muitos fatores
sejam primeiramente analisados, antes de se buscar introduzir a I.A na tomada de
decisões, sem a interferência humana. Diante disso, busca-se desenvolver um I.A
confiável, pautada na ética e nos valores
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sociais estabelecidos. Assim, alguns autores demonstram a necessidade de
assegurar aos jurisdicionado o Direito a “Explicabilidade”, isto é, fornecer
informações que demonstrem claramente os motivos que levaram àquela decisão
(BECKER; FERRARI, p. 212).
Esse instituto já é previsto em alguns países. A União Europeia, por
exemplo, elaborou um estudo para estabelecer limites éticos ao uso de IA. Através
deste, elencou 5 princípios que devem ser observados pelos sistemas judiciais. São
eles: “Princípio do respeito pelos direitos fundamentais, Princípio da não-
discriminação, Princípio da qualidade e segurança, Princípio da transparência
[explicabilidade] e Princípio ‘sob controle do usuário’ (PETERSON, 2018, p. 1).
No Poder Judiciário, por sua vez, a I.A demonstra ser grande aliada na
busca por torna-lo mais efetivo, visto que, ultimamente o órgão tem enfrentado
grandes problemas que o afasta do seu papel social de garantidor da ordem pública
e dos direitos civis.
Dessa forma, verificou-se que diversos tribunais do país estão investindo
nesse tipo de tecnologia avançada, como alternativa viável para auxiliar o judiciário e
agilizar a resolução das demandas judiciais de forma mais célere.
Observa-se, contudo que, embora essa nova realidade seja promissora
para o desenvolvimento social, existem demasiadas questões relativas ao uso da I.A
que precisam ser analisadas antes de tentar virtualizar todas as atividades
desenvolvidas no judiciário.
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