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CAPA

1
2
INTRODUÇÃO

Você já deve ter se questionado como


o mercado jurídico sobreviverá com
mais de um milhão de advogados ou,
ainda, se existirá trabalho para todos os
profissionais, já que os robôs estão ocu-
pando importante espaço no meio ju-
rídico.

Diante desse cenário, cabe a reflexão:


o advogado existirá daqui há alguns
anos? O que podemos esperar das car-
reiras jurídicas?

Essas são questões inquietantes e que,


inevitavelmente, fazem parte do coti-
diano do meio jurídico, pois escritó-

3
rios de advocacia, empresas jurídicas e
profissionais do Direito já percebem os
impactos da tecnologia na prestação do
serviço.

Um exemplo que retrata essa situação


é que, com bons softwares jurídicos não
é necessária a presença de um advoga-
do ou advogada para realizar pesquisa
jurisprudencial ou elaborar documen-
tos, como um contrato de honorários.
Se esse cenário é bom por um lado, não
deixa de ser preocupante por outro, pois
qual trabalho restará ao advogado ago-
ra?

Essas não são reflexões apenas da área


jurídica, pois de acordo com o relató-
rio “The Next Era of Human-Machine
Partnerships - A Nova Era de Parcerias
Homem-Máquina” (acesse aqui) feito

4
pela Dell Technologies, em parceria
com o Institute for the Future (IFTF),
85% dos trabalhos que existirão em
2030 ainda não foram inventados.

Isso significa que, sim, as profissões no


Direito estão mudando de forma mui-
to rápida e o profissional jurídico deve
buscar alternativas para sobreviver no
mercado.

Então, se você está buscando respostas


em meio a tantas mudanças e se tem o
desejo de se encontrar nesse novo mo-
mento do Direito, este e-book é para
você. Apresentamos as novas profissões
que surgiram para operadores do Di-
reito, diferentes de tudo o que já vi-
venciamos até agora.

Esperamos que, ao final da leitura,

5
você identifique oportunidades de de-
senvolvimento, estudo e crescimento
na sua carreira e, mais, que você tenha
o desejo de fazer parte desse novo mo-
mento na área jurídica.

6
CAPA

7
As carreiras listadas neste e-book não
são carreiras do futuro do Direito, ao
contrário, tratam-se de profissões que
já são realidade no cenário jurídico.

Também é importante lembrar que


muitas delas são para profissionais da
área jurídica e não só para advogados,
assim podem ser exercidas por qual-
quer pessoa desde que tenha o conhe-
cimento e perfil necessários para as ati-
vidades determinadas.

Para facilitar a sua compreensão, di-


vidimos as profissões por temas: dados,
inovação, advocacia, compliance e ges-
tão.

Fique à vontade para descobrir onde


você se encaixa e se pode usar de al-
guma delas para aprimorar ainda mais

8
sua carreira.

9
CAPA
DADOS

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Imagine a seguinte situação, você
acaba de pesquisar passagens aéreas no
Google e, minutos depois, começa a
aparecer no seu feed do Instagram vá-
rias promoções de passagens justamente
para o destino de seu interesse ou, en-
tão, o aplicativo de entrega de comida
que você usa te envia um SMS dizendo
que sente sua falta e que o seu restau-
rante preferido está em promoção.

A pergunta é: como o Instagram e um


aplicativo de entrega de comida con-
seguem essas informações sobre você?
Por meio dos dados que você produz!
Nada passa despercebido na internet e
essas plataformas já perceberam que os
seus dados pessoais podem trazer mui-
tas informações úteis, a fim de que você
use mais os seus serviços.

11
Existe um jargão que diz: “O recur-
so mais valioso do mundo não é mais
o petróleo, mas sim os dados”. A frase,
originalmente em inglês, foi retirada de
uma matéria publicada pela revista The
Economist, ainda em 2017.

Essa frase retrata bem o valor que os


dados têm recebido de todas as organi-
zações, pois por meio deles as empresas
podem perceber o comportamento do
seu cliente, entender as dores e dificul-
dades, para assim apresentar a você as
melhores soluções personalizadas.

Percebendo essa ferramenta, o mun-


do jurídico começou a se atentar para
a importância de usar dados para tor-
nar mais eficiente o trabalho daqueles
que estão envolvidos, de alguma for-
ma, com a justiça.

12
Surge, então, carreiras jurídicas rela-
tivas aos dados, seja para coleta e análise
de dados por meio do trabalho realiza-
do pelo cientista de dados, mas também
para segurança e proteção destes, tare-
fa realizada pelo Data Protection Officer
(DPO) ou Encarregado(a), denomina-
ção utilizada pela Lei Geral de Proteção
de Dados (LGPD) - Lei nº 13.709/2018.

1- Cientista de dados

O que faz?

Compreende, identifica ou constrói


objetos de interesse a partir de dados,
isto é, analisa as informações coletadas
para dar a elas uma aplicação útil, a fim
de melhorar o serviço jurídico.

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Em quais áreas pode atuar?

O trabalho feito por cientista de dados


pode ser aplicado na gestão das empre-
sas jurídicas, especificamente em ativi-
dades gerenciais e operacionais, bem
como para aperfeiçoar o trabalho téc-
nico de advogados e advogadas (peti-
ções, contratos, etc.) e, por fim, atuar
nos órgãos judiciais, a fim de verificar,
por exemplo, o quanto o serviço públi-
co judiciário atende às necessidades da
população, quantos problemas conse-
guem ser resolvidos pela justiça, dentre
outras questões pertinentes.

Para exemplificar melhor, destacamos


três áreas de atuação para o cientista de
dados:

14
Jurimetria

A pergunta que profissionais


de Direito mais costumam ouvir
de seus clientes é: “Qual chance
tenho de ganhar esse processo?”
e a resposta, de forma clássica, é:
“Depende”, uma vez que exis-
tem vários fatores externos ao seu
trabalho, que poderão influen-
ciar no sucesso da causa, como,
por exemplo, o juiz ou juíza que
irá julgar o caso.

Esse cenário muda com a juri-


metria, pois com essa técnica é
possível cruzar dados a respeito
de magistrados, sentenças e de-
mais decisões sobre um deter-
minado assunto e, a partir disso,

15
advogados e advogadas conse-
guem medir a chance real de êxi-
to, informando dados matemá-
ticos sobre o assunto a clientes.
Dessa forma, no mesmo exemplo
acima, profissionais que usam a
jurimetria poderiam responder:
“Nas ações com pedido X, julga-
das por magistrados Y, a chance
de êxito é de 80%”.

A jurimetria nada mais é que


uma ferramenta que possibili-
ta ter métricas, a partir de cru-
zamento de dados diversos. Ao
utilizar a jurimetria, passa-se do
campo das ideias e do subjetivis-
mo, que são típicos do Direito,
para um cenário em que a toma-
da de decisões é feita com base
em informações precisas e ma-

16
temáticas.
Essa é uma das funções que pode
ser feita por um cientista de dados,
pois irá coletar, organizar e siste-
matizar esse grande banco de da-
dos, a fim de fornecer informações
precisas e orientadas para a tomada
de decisão do cliente.

17

Automação de documentos

A automação de documentos
funciona como uma ferramenta
para gerar documentos: contra-
tos, procuração, acordos, dentre
outros, de forma automatizada,
ou seja, com a menor interven-
ção humana possível.

Esse serviço é muito útil para


advocacia em grandes escritó-
rios, em que há uma produção
em massa de documentos, sen-
do todos padronizados. Assim,
com a automação, é possível ge-
rar documentos de forma rápida,
por um sistema jurídico e com
chances pequenas de erro, pou-
pando tempo de profissionais.

18
Nesse sentido, o trabalho do
cientista de dados é analisar
os documentos automatizados
como um contrato, a fim de ve-
rificar quais cláusulas serão uti-
lizadas em cada tipo de contra-
to, se existe alguma cláusula que
poderá gerar discussão judicial e
que precisa ser revista ou aprimo-
rada, quais os êxitos obtidos com
um determinado contrato, den-
tre outras atividades referentes
à coleta e análise de dados, bus-
cando sempre o aprimoramento
e eficiência dos documentos.

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Plataformas de acordo

Por último, cientistas de dados


poderão atuar em plataformas de
acordo.

No mercado jurídico existem


várias empresas que prestam ser-
viços para possibilitar a realiza-
ção de acordo entre os interes-
sados. Se uma empresa compõe
um dos polos da negociação, é
importante que ela saiba qual o
padrão dos acordos, isto é, quan-
to tempo demora para realizar
um acordo, quais as cláusulas que
possuem maior questionamento,
quais os valores são combinados
a depender do tipo de reclama-
ção, dentre outros.

20
O trabalho de profissionais de
dados é fazer essas análises para
gerar às empresas uma análise
quantitativa, possibilitando uma
tomada de decisão mais asserti-
vas e acordos mais vantajosos.

Quem pode ser cientista de da-


dos?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento da área jurídica. Não é uma
atividade exclusiva de advogados e ad-
vogadas.

Quais conhecimentos deve ter?

Devem ser profissionais multidiscipli-


nares, pois a atividade demanda co-
nhecimento em áreas como: estatística,
programação e raciocínio lógico.

21
Onde pode trabalhar?

Escritórios de advocacia, departamen-


tos jurídicos de empresas, legaltechs e
lawtechs (startups do Direito).

Ainda sobre dados, outra carreira in-


teressante para o profissional do Direi-
to é o Data Protection Officer ou En-
carregado(a), conforme nomenclatura
definida pela Lei Geral de Proteção de
Dados (LGPD) - Lei nº 13.709/18.

A LGPD tem como objetivo proteger


todo e qualquer tipo de dado pessoal,
seja em meio físico ou digital. A prote-
ção dos dados é um dever que se aplica
a pessoas físicas e pessoas jurídicas, sob
pena de multas milionárias em caso de
violação à lei.

22
Para que essa lei seja efetiva, ela ins-
tituiu o Data Protection Officer (DPO)
ou Encarregado(a), conforme referên-
cia da própria LGPD.

Atualmente, o mercado está se prepa-


rando para a adequação à LGPD, que
entrará em vigor em agosto de 2020.
Segundo a empresa de recrutamento
Michael Page, estima-se que após a vi-
gência da lei a busca por profissionais
dessa área deverá aumentar para 80%.

2- Data Protection Officer


(DPO)

O que faz?

Profissionais de DPO são responsá-


veis por instituir a proteção de dados
na empresa, com o objetivo de dissemi-

23
nar essa cultura, assim como adequar e
supervisionar os procedimentos inter-
nos para que a organização funcione
de acordo com a nova legislação.

Segundo o artigo 41, parágrafo se-


gundo da LGPD, compete ao DPO:

I - aceitar reclamações e comunicações


dos titulares, prestar esclarecimentos e
adotar providências;
II - receber comunicações da autori-
dade nacional e adotar providências;
III - orientar os funcionários e os con-
tratados da entidade a respeito das prá-
ticas a serem tomadas em relação à pro-
teção de dados pessoais;
IV - executar as demais atribuições de-
terminadas pelo controlador ou estabe-
lecidas em normas complementares.

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Profissionais com a função de DPO
atuarão para que a organização esteja
em acordo com as diretrizes da LGPD,
por isso, deverão agir com muita auto-
nomia e imparcialidade internamente
para determinar as diretrizes que me-
lhor irão se adequarão aos novos pro-
cedimentos.

Em quais áreas podem


atuar?

Atuação com foco na proteção e se-


gurança dos dados, conforme delimi-
tado pela LGPD.

Quem pode ser DPO?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento sobre a LGPD, sem ne-
cessidade de ser da área jurídica. A

25
LGPD estende a possibilidade do
DPO serem pessoas físicas ou jurídicas.

Quais conhecimentos devem


ter?

Devem ser profissionais multidisci-


plinares, pois a atividade demanda co-
nhecimento em segurança de dados,
sistemas de informação, tecnologia e
legislação (LGPD).

Onde poderá trabalhar?

Qualquer empresa privada ou órgãos


públicos. Destaca-se uma demanda
maior em instituições que lidam com
grande volume de dados como bancos,
operadoras de telefonia, dentre outros.

26
CAPA
INOVAÇÃO

27
Inovar significa melhorar o que já
existe, fazer de forma diferente para
produzir resultados diferentes. Por
exemplo, o Airbnb não foi o primeiro
serviço que existiu para que as pessoas
pudessem alugar imóveis para tempo-
rada mas, com certeza, ele inovou em
seu segmento, pois trouxe novidades
na forma de oferecer esse serviço, des-
complicando e tornando-o acessível.

Essa é uma tendência em todos os se-


tores empresariais, inclusive, o Direito
é uma área sedenta por inovação. Sof-
twares jurídicos, legaltechs e lawtechs são
excelentes exemplos do que é inovar na
área, pois a cada dia buscam solucionar
as dores da área jurídica de forma dife-
rente do que já está sendo feito.

A seguir, seguem algumas carreiras

28
inovadoras na área jurídica, que sur-
gem para resolver de forma diferente
dores já conhecidas no meio.

3- Head de inovação

O que faz?

Em bom português quer dizer “ca-


beça” da inovação dentro da empresa,
ou seja, é responsável por introduzir as
inovações dentro do ambiente jurídi-
co. Sabemos que há uma grande resis-
tência de profissionais em lidar com o
novo, sendo assim, a figura de head de
inovação é fundamental para incorpo-
rar as novidades nas empresas jurídicas,
pois estabelece a relação entre os dois
mundos “tradicional e tecnológico”.

29
Em quais áreas pode atuar?

Em qualquer área jurídica que de-


manda inovação. Pode ser na Gestão,
Marketing, prospecção de novos clien-
tes, bem como nas atividades exclusi-
vas de advogados e advogadas como:
elaboração de contratos e redação de
peças jurídicas, por exemplo.

Quem pode ser head de inova-


ção?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento da área jurídica. Não é uma
atividade exclusiva de advogados e ad-
vogadas.

Quais conhecimentos deve ter?

A curiosidade e interesse em apren-

30
der coisas novas e multidisciplinares
devem fazer parte de quem deseja se
inserir nessa atividade.

Onde pode trabalhar?

Escritórios de advocacia, departamen-


tos jurídicos internos, legaltechs e law-
techs (startups do Direito).

4- Legal design

O que faz?

Sabe aqueles contratos de adesão que


você “Concorda com os termos de uso”,
sem ao menos ler porque tem uma lin-
guagem difícil, letras pequenas, pos-
suem muitas folhas e são cansativos?
Pois é, o legal design existe para dar uma
nova roupagem para esses contratos, fa-

31
zendo com que se tornem mais simples
e acessíveis para quem estiver lendo.

O legal design parte do pressuposto


que o Direito é centrado no ser huma-
no, afinal, é uma ciência humana. Por
isso, todo o serviço jurídico deve ter a
finalidade de ser claro e compreensível
para indivíduos que são da área ou não.

Acontece que, pessoas que não pas-


sou por uma faculdade de Direito, não
consegue ler e entender termos em la-
tim, linguagens rebuscadas, textos com
muitas palavras e poucos exemplos.

Pensando nisso, com o objetivo de


facilitar processos e o acesso à justiça é
que se origina o legal design. Esta é uma
metodologia que usa o design para apri-
morar o Direito, dando aos documen-

32
tos jurídicos uma linguagem acessível,
de fácil compreensão, com melhor in-
terface dos produtos e serviços.

Então, voltando ao exemplo do con-


trato, profissionais de legal design irão
tornar o contrato mais acessível, com
a utilização de infográficos, imagens e
outros recursos digitais nesse processo
para facilitar o entendimento de clien-
tes.

Em quais áreas pode atuar?

Em qualquer área jurídica. Pode ser na


Gestão, Marketing, prospecção de no-
vos clientes ou em elaboração de con-
tratos e redação de peças jurídicas, por
exemplo.

33
Quem pode ser profissional de
legal design?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento da área jurídica. Não é uma
atividade exclusiva de advogados e ad-
vogadas.

Quais conhecimentos precisa


ter?

Precisa ter curiosidade e empatia para


se colocar no lugar de clientes, pois só
assim entenderá suas reais necessidades.
Além disso, deve ser multidisciplinar,
com noções sobre design.

Onde pode trabalhar?

Escritórios de advocacia, departamen-


tos jurídicos internos, legaltechs e law-

34
techs (startups do Direito).

5- Legal growth hacker

O que faz?

Profissionais de legal growth hacking


promovem o crescimento da empresa,
ao utilizar estratégias de marketing e
processos internos, que impactam di-
retamente na expansão do negócio.

Essa atividade está muito relacionada


com o marketing, mas não apenas, pois
o objetivo é verificar todo o sistema de
vendas, a fim de impulsionar ainda mais
o crescimento da organização.

Para exemplificar, podemos citar um


escritório de advocacia, que tem como
objetivo prospectar novos clientes por

35
meio das redes sociais. Para tanto, Ins-
tagram e Facebook são atualizados dia-
riamente. Acontece que, existem mui-
tos acessos aos conteúdos publicados
nessas redes, contudo, o escritório não
consegue fazer com que seus seguido-
res se tornem clientes.

Nesse caso, é preciso que profissionais


de legal growth hacking analisem os mo-
tivos pelos quais não há conversão de
usuários em clientes. Essa análise deve-
rá entender se o conteúdo postado está
sendo direcionado para o público cor-
reto, bem como se existe alguma falha
na linguagem ou se essas redes sociais
são mesmo adequadas para esse objeti-
vo.

36
Em quais áreas pode atuar?

Marketing, vendas e processos inter-


nos relacionados.

Quem pode ser legal growth


hacker?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento da atividade jurídica. Não
é uma atividade exclusiva de advoga-
dos e advogadas.

Quais conhecimentos deve ter?

Deve ter conhecimento em marke-


ting e negócios, além de entender o
funcionamento da área jurídica.

37
Onde pode trabalhar?

Escritórios de advocacia, departamen-


tos jurídicos internos, legaltechs e law-
techs (startups do Direito).

38
CAPA
MKT DIGITAL

39
Dentre tantas mudanças que estão
ocorrendo no Direito, pode-se obser-
var como mudou a forma de prospectar
clientes. Se antes advogados e advoga-
das tinham apenas a opção de distribuir
cartões de visita em eventos, ir em pa-
lestras e fazer visitas a potenciais clien-
tes, hoje têm a opção de usar a internet
para fazer a sua publicidade.

Instagram, Facebook, Google Ads,


blog, site, Linkedin e YouTube são al-
guns exemplos de canais em que pro-
fissionais podem se expor, falando so-
bre sua área de atuação, como funciona
a prestação do seu serviço, mostrando
seu cotidiano e, principalmente, resol-
vendo a dor de seus clientes.

Acontece que, para que a exposição


nas redes gere o resultado esperado, ou

40
seja, prospectar clientes, é preciso uma
estratégia adequada de marketing, sem-
pre levando em consideração as normas
da Ordem dos Advogados do Brasil, já
que existem algumas restrições institu-
ídas para a publicidade na advocacia.

Surge então uma nova carreira que é


a de criadores de conteúdo digital para
o mundo jurídico.

6- Criadores de conteúdo
digital

O que fazem?

Criam conteúdos para empresas ou


profissionais do Direito, como, por
exemplo: redigindo textos em blog,
artigos em site, e-books, notícias infor-
mativas, dentre outras.

41
Em quais áreas podem atuar?

Qualquer área dentro do Direito, des-


de que produzam conteúdo sobre sua
área de conhecimento.

Quem pode ser profissional de


conteúdos digitais?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento da atividade jurídica. Não
é uma atividade exclusiva de advoga-
dos e advogadas.

Quais conhecimentos devem


ter?

Ter noções de Direito, marketing


digital, tecnologia e bom português.
Além disso, devem ter domínio sobre
sua área de atuação, bem como inte-

42
resse por novidades em seu ramo.

Onde podem trabalhar?

Escritórios de advocacia, departamen-


tos jurídicos internos, legaltechs e law-
techs (startups do Direito).

43
CAPA
ADVOCACIA
EM DIREITO
GERAL

44
A área digital contempla uma gama
de novas oportunidades para advoga-
dos e advogadas, isso porque, à medida
que o tempo passa novos conflitos em
meio digital surgem, exigindo regula-
mentações sobre o assunto.

A advocacia em Direito Digital existe


para tratar sobre regras, conflitos e re-
gulação no meio digital, a fim de trazer
harmonia para esse ambiente.

Essa área está sendo construída a partir


das novas tecnologias que surgem, mas
já existem algumas normas importan-
tes sobre o tema como o Marco Civil
da Internet - Lei nº 12.965/2014, Lei
Carolina Dieckman - nº 12.737/2012
e a Lei Geral de Proteção de Dados
(LGPD) - Lei nº 13.709/18, citada an-
teriormente.

45
Assim, diante da necessidade de re-
gulação no ambiente digital e de ade-
quação às leis citadas, surge a advocacia
em Direito Digital.

7- Especialista em Direito
digital

O que faz?

Atua no meio consultivo ou conten-


cioso para prevenção de conflitos ou
para atuação judicial, com o objeti-
vo de solucionar questões relativas ao
meio digital.

Em quais áreas pode atuar?

Advogados e advogadas podem atu-


ar em várias áreas do Direito, uma vez

46
que neste ambiente surgem questões
trabalhistas, criminais, cíveis, complian-
ce, dentre outras.

Além disso, podem atuar de forma


consultiva, como por exemplo, atuando
para startups ou empresas de e-commer-
ce em estruturação societária, contratos,
regras para comercialização de produ-
tos e serviços pela internet, na contra-
tação de empregados, dentre outros.

No âmbito contencioso, podem atu-


ar em causas de Direito do Consumi-
dor, direitos autorais, ações trabalhis-
tas, ações cíveis ou causa de qualquer
natureza que opere na justiça.

47
Quem pode ser especialista di-
gital?

Apenas advogados e advogadas, dcom
inscrição na Ordem dos Advogados do
Brasil.

Quais conhecimentos deve ter?

O que diferencia profissionais des-


sa área é, sem dúvida, a capacidade de
propor soluções criativas e inovadoras,
uma vez que os seus clientes prestam um
serviço diferenciado e que muda mui-
to rápido, assim, o advogado e advoga-
da deve ter conhecimento do negócio,
além do Direito, e uma visão multidis-
ciplinar, já que irá lidar com questões
jurídicas de diversas áreas.

48
Onde pode trabalhar?

Qualquer empresa do setor privado


que tenha relação com o Direito Di-
gital. Podem ser empresas que só fun-
cionam no meio digital mas, também,
empresas que funcionam de forma fí-
sica e que, indiretamente, estão na in-
ternet.

49
CAPA
COMPLIANCE

50
Compliance significa, em sentido li-
teral, “estar de acordo com”, assim, se
uma empresa está em compliance quer
dizer que ela age de acordo com todas
as regras internas ou externas, leis e re-
gulamentos que incidem sobre sua ati-
vidade jurídica.

O compliance não é novidade no Bra-


sil, contudo, desde os escândalos de
corrupção com a operação Lava-Jato e
a promulgação da Lei Anticorrupção
- Lei nº 12.846/2013, intensificou-se
o discurso de ética nas organizações e
uma necessidade intensa para que as
empresas estejam em conformidade,
sob pena de perda de reputação, inves-
tidores e valor de mercado, bem como
a aplicação de penalidades conforme as
diretrizes da Lei Anticorrupção.

51
Por esse motivo, a cultura do complian-
ce está se expandindo consideravelmen-
te no Brasil, demandando a atuação de
profissionais especialistas na área, com
a denominação de Compliance Officer.

8- Compliance Officer

O que faz?

Profissionais de Compliance orientam


a atividade empresarial para que ela es-
teja em conformidade com as regras
que incidem sobre o negócio. Têm a
função de informar, influenciar e fisca-
lizar sobre conformidade, desde a alta
direção da empresa até funcionários.

Quem atua como Compliance Officer


não pode ser apenas cumprir regras,
mas deve ter poder de influenciar co-

52
laboradores e gestores para seguirem
de acordo com a conformidade, bem
como deve intermediar conflitos entre
pessoas quando houver violação de leis
ou conflito de interesses, além de fun-
cionar como um verdadeiro parceiro
do negócio, atuando como peça fun-
damental para que a organização esteja
em conformidade.

Em quais áreas pode atuar?

O Compliance pode ser aplicado em


qualquer área do Direito que tenha leis
próprias, como, por exemplo, Com-
pliance Criminal, Trabalhista e Digital.

Quem pode ser Compliance Of-


ficer?

Qualquer profissional que tenha co-

53
nhecimento sobre leis e regulamentos
que incidem sobre o negócio. Não é
uma atividade exclusiva de advogados
e advogadas.

Quais conhecimentos deve ter?

Interpretar e aplicar a legislação que


incide sobre a atividade, conhecimen-
to em gestão de pessoas e projetos e soft
skills bem desenvolvidas como: empa-
tia, negociação e argumentação.

Onde pode trabalhar?

Qualquer empresa privada ou órgãos


públicos.

54
CAPA
GESTÃO JURÍDICA

55
Um escritório de advocacia ou depar-
tamento jurídico de empresa deman-
da atuação em vários setores além da
advocacia. Financeiro, fluxo de prazos,
contratação de correspondentes, ges-
tão de pessoas e várias outras atividades
importantes para o negócio.

Essas atividades são essenciais para o


funcionamento da empresa, pois, sem
ela a organização não consegue fun-
cionar. Cabe ao advogado e advogada
lidar com todas as tarefas relacionadas
à gestão e, ainda, atuar na prestação de
serviço jurídico: contato com cliente,
realização de audiências, produção de
peças jurídicas, etc.

Para que advogados e advogadas do


Direito tenham tempo destinado a cui-
dar de atividades exclusivas da advoca-

56
cia, é preciso que o restante da empre-
sa seja cuidada por profissionais como
legal operator.

O que difere essa carreira dos outros


cargos de gestão, já conhecidos em em-
presas jurídicas, é que o legal operator
surgiu para que a gestão seja feita com
a maior automação e tecnologia possí-
veis.

9- Legal operator

O que faz?

Cuida de todas as questões operacio-


nais e gerenciais envolvendo a empre-
sa, possibilitando apenas o exercício de
tarefas jurídicas de advogados e advo-
gadas.

57
Em quais áreas pode atuar?

Financeiro, administração, marke-


ting, operacional, controladoria, gestão
de equipes ou qualquer área das em-
presas jurídicas que não dependam de
advogado ou advogada.

Quem pode ser legal operator?

Qualquer profissional que tenha co-


nhecimento da atividade jurídica. Não
é uma atividade exclusiva de advoga-
dos e advogadas.

Quais conhecimentos deve ter?

Deve ser multidisciplinar e ter conhe-


cimentos sobre gestão de projetos, pes-
soas, administração e tecnologia.

58
Onde pode trabalhar?

Escritórios de advocacia e departa-


mentos jurídicos internos.

59
CONCLUSÃO

Se você chegou até aqui, é sinal de


que tem interesse em fazer algo dife-
rente na área do Direito.

O Direito, mais do que nunca, preci-


sa desse “algo diferente”, seja por meio
de carreiras novas, mudança de men-
talidade, linguagem, gestão, enfim, é
necessário repensar o sistema jurídico
mas, não apenas repensar, e sim atuar
para ser um agente de mudança.

Apresentamos opções para que você


se engaje nesse movimento e aventu-
re em novas carreiras ou, se preferir,
combine o trabalho tradicional com as
novas áreas de atuação aqui apresenta-

60
das.

Esperamos que você se motive a ir em


busca de novos desafios. O Juris é par-
ceiro desse movimento e, por isso, dis-
ponibiliza vários conteúdos que podem
lhe auxiliar nessa jornada.

Para ajudar sua jornada como profissio-


nal, confira o curso exclusivo do Juris
sobre Direito 4.0 com diversos temas
relacionados à nova era da Advocacia.

Vamos juntos!

61
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62

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