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MARCELLO DAL BIANCO

MABEL CRISTINA ANTUNES DE OLIVEIRA DAL BIANCO

DA GENÉTICA ALTERADA AO REINO


E Suas Revelações Inovadoras

EDITORA AUTOGRAFIA
RIO DE JANEIRO, 2017
PARA PALESTRAS E CONFERÊNCIAS
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DA GENÉTICA ALTERADA AO REINO - E Suas Revelações Inovadoras
BIANCO, Marcello Dal
BIANCO, Mabel Cristina Dal
ISBN: 978-85-518-0742-2
1ª edição, novembro de 2017.
Editora Autografia Edição e Comunicação Ltda.
Rua Buenos Aires, 168 – 4º andar, Centro
RIO DE JANEIRO, RJ – CEP: 20070-022
www.autografia.com.br
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução deste livro com fins
comerciais sem prévia autorização do autor e da
Editora Autografia.
AGRADECIMENTO

Quer(emos) agradecer primeiramente e sempre Àquele que nos


proporciona tudo o que somos e podemos usufruir, o nosso Deus e Pai; ao
pastor Nilson do Amaral Fanini, nosso pastor por 24 anos, que contribuiu
para nossa formação cristã e bíblica. Ao Centro Universitário de Maringá,
Paraná, pela formação teológica. Aos vasos de Deus que entraram no
nosso caminho como instrumentos que formaram o entendimento que
temos hoje.
A vidas como as do missionário Daniel Mastral, da
pastora Neuza Ytioka, do pastor Glaucio Coraiola, do
pastor Luiz Hermínio, do saudoso Myles Munroe, do
pastor Davi Rebollo, do missionário Carlos Colect, do
Rav. Marcos Abrão, do rabino Avraham
Chachamovits e a outros que contribuíram, em níveis
mais ou menos profundos, para o entendimento que
temos hoje.
DEDICATÓRIA

Dedicamos esta obra primeiramente àquele que providenciou o Justo,


Yeshua, que deu força e mérito a estes pobres pródigos que, caindo em si,
tiveram forças para voltarem pelo novo e vivo caminho e entrarem pela
porta na casa paterna, sentando-se à mesa como filhos e recebendo
herança. Ao nosso Pai, Criador e Sustentador, o Único digno de receber
toda honra, toda glória e louvor, hoje e sempre.
Aos nossos pais Guerrino Dal Bianco, Edísia Palmares Machado, Abel
Custódio de Oliveira e Maria Cristina Antunes de Oliveira a quem
honramos por serem usados pelo Criador para trazer as nossas almas ao
mundo existente. À memória de minha primeira esposa Iêda Conceição
Silva Dal Bianco, in memoriam, que foi um ministério em minha vida. À
minha esposa, companheira e aliada de ministério Mabel Cristina
Antunes de Oliveira Dal Bianco, que acompanhou a construção deste
trabalho. Aos nossos filhos Bruno de Oliveira Corrêa, Bruna Cristina de
Oliveira Corrêa, Brenda Cristina de Oliveira Corrêa e Marcelle Silva
Dal Bianco.
SÚMARIO

RECONHECIMENTO
INTRODUÇÃO
DA GENÉTICA ALTERADA AO REINO
CAPÍTULO 1
A GENÉTICA ALTERADA, NOSSA QUEDA E RESTAURAÇÃO
1.1 – Introdução
1.2 – O princípio genético
1.3 – A alteração genética e suas consequências
1.4 – A restauração genética e seu elemento
1.5 – A aspersão do sangue
CAPÍTULO 2
ACOMUNIDADE DO ETERNO
2.1 – Introdução
2.2 – A comunidade do Eterno: sua origem
2.3 – A comunidade do Eterno: seus fundamentos
2.4 – A comunidade do Eterno: seus princípios
CAPÍTULO 3
A VIDA DO TZADIK (JUSTO) YESHUA, NOSSO ALVO
3.1 – Introdução
3.2 – Yeshua: sua identidade e missão
3.3 – Yeshua e sua relação com a igreja
CAPÍTULO 4
O ESPÍRITO (RUAH): UMA DAS MANIFESTAÇÕES DO ETERNO
4.1 – Introdução
4.2 – O Espírito do Santo e seu processo de revelação
4.3 – Yeshua:, seu ministério no Espírito e sua missão
4.4 – A comunidade do Espírito e sua autenticidade
4.5 – O dom do Espírito e os dons espirituais
4.6 – A relação do Espírito com os filhos do Eterno
4.7 – O homem, habitação do Eterno no Espírito
CAPÍTULO 5
A REALIDADE DA BATALHA ESPIRITUAL
5.1 – Introdução
5.2 – Governantes espirituais
5.3 – A força dos deuses e a terra
5.4 – A batalha espiritual na Nova Aliança
5.5 – As armas espirituais
CAPÍTULO 6
LIBERTAÇÃO E CURA INTERIOR: CAMINHOS DE
SANTIDADE
6.1 – Introdução
6.2 – A libertação
6.3 – A cura interior
CAPÍTULO 7
PATERNIDADE RESTAURADA
7.1 – Introdução
7.2 – O filho e o escravo
7.3 – A orfandade presente desde o ventre
7.4 – As funções psicológicas
7.5 – A distorção refletida
CAPÍTULO 8
RECUPERANDO O REINO
8.1 – Introdução
8.2 – A queda
8.3 – O princípio do homem e da Terra
8.4 – Recuperar a condição original
8.5 – Criados para reger como filhos
8.6 – A mensagem do Reino determina o fim dos tempos
8.7 – O Reino: lugar visível ou jurisdicional
8.8 – O Jardim do Éden e a Nova Jerusalém
O ENGANO
CAPÍTULO 9
EVIDÊNCIAS DO ENGANO
9.1 – Introdução
9.2 – O sincretismo religioso
9.3 – Símbolos e incorporações pagãs
9.4 – A adoração ao sol e seu dia
9.5 – A Deusa Mãe, a rainha dos céus
9.6 – O engano da tríade
CAPÍTULO 10
SANTIFICAREI MEU SANTO NOME
10.1 – Introdução
10.2 – Um título do panteão romano
10.3 – A verdadeira identidade do Eterno e seu Messias
CAPÍTULO 11
SAI DELA, POVO MEU: BABILÔNIA, A GRANDE MERETRIZ
11.1 – Introdução
11.2 – O sistema babilônico nas Escrituras
11.3 – A origem da Babilônia
11.4 – O sistema babilônico e suas estratégias
11.5 – A Babilônia e o sangue do santos
11.6 – A queda da Babilônia
CAPÍTULO 12
O JUÍZO DE EDOM (ESAÚ)
12.1 – Introdução
12.2 – Origens históricas de Edom
12.3 – A cor vermelha
12.4 – Profecias sobre julgamento e queda de Edom
RESTAURANDO ISRAEL E SUAS FESTAS
CAPÍTULO XIII
A RESTAURAÇÃO DAS DUAS CASAS (JUDÁ E ISRAEL) E O
REINO DO ETERNO
13.1 – Introdução
13.2 – O cenário do Éden
13.3 – Outro homem, outra terra
13.4 – A origem do povo de Israel
13.5 – As doze tribos de Israel e as duas bençãos
13.6 – Processos históricos
13.7 – Salomão e a divisão do Reino
13.8 – A casa de Judá e Israel (Efraim)
13.9 – Profecias da união das casas de Judá e Israel (Efraim)
13.10 – A redenção de Yeshua e as duas casas
13.11 – Os estrangeiros e a restauração
13.12 – A restauração e o Reino do Mashiah
CAPÍTULO 14
A RESTAURAÇÃO DAS FESTAS E SEU CONTEXTO
ESCATOLÓGICO
14.1 – Introdução
14.2 – As festas fixas (moedim): sinais e tempos determinados
14.3 – O calendário judaico
14.4 – As festas judaicas e as dimensões espirituais
14.5 – O cumprimento profético das festas fixas
HUMANOS, MAS SOBRENATURAIS
CAPÍTULO 15
NÍVEIS DO SOBRENATURAL: FÉ, UNÇÃO E GLÓRIA
15.1 – Introdução
15.2 – Alcançando o nível da fé
15.3 – Alcançando o nível da unção
15.4 – Alcançando o nível de glória
CAPÍTULO 16
O MINISTÉRIO PROFÉTICO DOS ÚLTIMOS DIAS: O VINHO
NOVO
16.1 – Introdução
16.2 – Os moveres de Deus
16.3 – A restauração do dom de profecia
16.4 – A iniciação do profético
16.5 – A ministração
16.6 – Recebendo e respondendo à profecia
16.7 – Impedimentos para o cumprimento da profecia
16.8 – O ministério profético e a justiça
16.9 – Ministério, intercessão e desenvolvimento profético
16.10 – As transições proféticas
CAPÍTULO 17
DOMÍNIOS ESPIRITUAIS
17.1 – Introdução
17.2 – As sete dimensões do Espírito
17.3 – O profeta dimensional e a unção
17.4 – Transferência de poder
17.5 – Portais dimensionais e seus princípios
17.6 – Os projetos dimensionais
17.7 – Esfera multidimensional: a dimensão viajante
17.8 – Os poços dimensionais
17.9 – Palavras viajantes
17.10 – A dimensão do espírito e as Escrituras
CAPÍTULO 18
TRANSMISSÃO ESPIRITUAL
18.1 – Introdução
18.2 – Diferentes níveis de glória
18.3 – Códigos proféticos do corpo
18.4 – Corpos captadores dos códigos proféticos
18.5 – A interpretação dos códigos genéticos
18.6 – Corpos terrenos e corpos celestiais
TOCANDO AS REALIDADES ANGELICAIS
CAPÍTULO 19
HIERARQUIA E JURISDIÇÃO DAS TREVAS
19.1 – Introdução
19.2 – A hierarquia das trevas
19.3 – A jurisdição das trevas
CAPÍTULO 20
VIGILANTES E CORPOS ANGELICAIS
20.2 – Corpos angelicais
CAPÍTULO 21
OS CARROS ESPIRITUAIS
21.1 – Introdução
21.2 – Os carros caídos
A ENGENHARIA OCULTA
CAPÍTULO 22
A ACELERAÇÃO ESPIRITUAL
22.1 – Introdução
22.2 – As leis do princípio da roda
22.3 – O princípio da roda e as Escrituras
CAPÍTULO 23
TRONOS REVELADOS
23.1 – Introdução
23.2 – A raiz do mal
23.3 – Os doze tronos da maldade
CAPÍTULO 24
REVELANDO LÍLITH (O ESPÍRITO DA LUA)
24.1 – Introdução
24.2 – A origem e o poder de Lílith
24.3 – Lílith e a genética
24.4 – Lílith: alerta total
24.5 – Lílith e as enfermidades genéticas
24.6 – Lílith e as doenças mentais
24.7 – Lílith: alerta sanguíneo
24.8 – Lílith: a libertação
CAPÍTULO 25
POÇOS DIMENSIONAIS
25.1 – Introdução
25.2 – As aberturas de poderes espirituais
25.3 – O perigo das aberturas dimensionais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RECONHECIMENTO

Cabe esclarecer que a partir do capítulo XVII ao capítulo XXV estaremos


usando como base os pensamentos e experiências do escritor e profeta
David Rebollo (2011a, 2011b, 2013, 2014), do ministério Llamas de Fuego
a Las Naciones, expressos nos seus livros Dimensões do Espírito, Trono
sobre trono, Corpos transmissores de glória e O pavilhão do ocultismo,
que fizeram parte da construção dos estudos daqueles capítulos. Cabe
salientar que os materiais revelados por Deus a esse profeta contribuíram
para o crescimento espiritual destes escritores. Fica aqui a nossa gratidão
a Deus por vidas como a do profeta David Rebollo, sua família e seu
ministério.
INTRODUÇÃO

Opresente trabalho foi resultado de uma longa jornada. Jornada que


esteve acompanhada de lutas, desafios e vitórias. Foi, até o momento,
uma jornada de 34 anos desde que o Bispo de nossas almas aprouve
chamar-me para seu aprisco. “Porque éreis como ovelhas desgarradas;
mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.” (I Pedro 2:
25).
Desde então, tenho procurado entrar pela Porta e achar pastos
verdejantes, alimentos que verdadeiramente alimentem a minha alma.
Pela misericórdia do Criador, ele tem me sustentado. Em meio a toda a
religiosidade em que as pessoas, em sua maioria, vivem, mesmo tendo
corações sinceros na busca de Pão, de trigo e não de joio para se
alimentarem.
Como tantos, nesta realidade e, como mencionei, fui sustentado pelo
Eterno em meio às ilusões e encantamentos de uma sociedade que sempre
buscou um caminho alternativo de acesso aos céus, através do apelo
natural de corações religiosos, mas sedentos pela Fonte de Água Viva.
“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso
trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei
o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.” (Isaías 55: 2).
Tudo ia religiosamente correto, até o dia que aprouve a Deus tirar-me
dos atalhos, da zona de conforto e da adaptação religiosa. Percebo hoje
que, na realidade, muitos de nós, desprovidos de uma vida de santidade
pelos bloqueios do secularismo que nos envolve desde o ventre, não
sabemos o que é viver no Espírito. Vivemos experiências sensoriais
religiosas que muitos manipulam e que nossa mente sabe muito bem
reproduzir. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina;
mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
as suas próprias concupiscências” (II Timóteo 4: 3).
Este livro é o resultado de cada pasto verdejante que encontrei em
conhecimentos, que, com certeza, não são frutos da mente, mas da Luz
que só quem recebe conhece. Uma jornada longa e difícil, porque
ocorreram muitas resistências, noites mal dormidas, tremores, lutas,
orações e declarações de guerra com minha inseparável esposa Mabel,
sobre quem agradeço o Pai pela companheira e aliada de guerra que ela é.
“Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve
repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates,
temores por dentro.” (II Coríntios 7: 5).
Os conhecimentos vão desde nosso estado original do que representou a
perda da capacidade de interação com o espiritual e consequente
alteração genética até a restauração do Éden e a revelação final do que
chamamos de “Nova Jerusalém”, ou Éden restaurado, como queiram.
Este processo de restauração foi longo. Aprouve o Eterno estabelecer
outro homem (Abraão) e de sua linhagem introduzir em outra terra
(Canaã) o canal que abençoará todo o mundo criado com a proposta do
Éden restaurado.

E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as


palavras que falarás aos filhos de Israel. (Êxodo 19: 6).
E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te
nasceu. (Isaías 60: 3).

Foram tirados de todos nós, os dispersos da casa de Israel, a nossa terra,


nossa casa paterna, cujo irmão mais velho está ali nos esperando com
ciúmes. Temos que voltar à verdadeira comunidade do Eterno.

Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz


Moisés: “Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo,
com gente insensata vos provocarei à ira”. (Romanos 10: 19).
Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei
pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me
conhecesses. (Isaías 45: 4).

Precisamos da verdadeira identidade de Yeshua: judeu. Por herança


religiosa, por muitos anos, recebemos uma influência helenista e pagã do
verdadeiro e único Messias. Meditem por que Jacó teve que utilizar a
veste de Esaú para receber a bênção. Não viveremos a vida abundante
prometida por ele sem sua verdadeira identidade e do Espírito que
invocou ao Pai para que estivesse com sua comunidade.
Procuramos abordar algumas evidências do engano que resultou em
queima de monitor... Só um adendo. Queremos trazer luz para o assunto
que está em toda a Escritura e na voz dos profetas: as duas casas, de Judá
e Israel, dos judeus e dos dispersos, das dez tribos de Israel espalhadas
pelas nações. Devemos ir e anunciar esta boa notícia, que o Reino chegou
e já podemos ouvir o grande shofar reunindo os dispersos para que se
constitua uma só cabeça.

E disse-lhes: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda


criatura.” (Marcos 16: 15).
E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e
constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; porque
grande será o dia de Jizreel. (Oseias 1: 11).

Procuramos despertar a igreja para o fato de que, apesar de sermos


humanos, podemos e devemos ser sobrenaturais. Abordar um pouco,
mesmo que seja para ativar a curiosidade, assuntos que foram roubados
da “Grande Assembleia” e entregues a hereges e feiticeiros que utilizam
princípios espirituais para terem conhecimentos e manipularem a
sociedade para a multiplicação da iniquidade, alimentando assim toda
uma cadeia hierárquica de tronos da maldade e representados, de forma
popular, pelo Zodíaco.
Enfim, espero que todos tenham não só uma boa leitura, mas o
entendimento renovado para que experimentem qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus. “E não sede conformados com este
mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de
Deus.” (Romanos 12: 2)
INTRODUÇÃO

Opresente trabalho foi resultado de uma longa jornada. Jornada que


esteve acompanhada de lutas, desafios e vitórias. Foi, até o momento,
uma jornada de 34 anos desde que o Bispo de nossas almas aprouve
chamar-me para seu aprisco. “Porque éreis como ovelhas desgarradas;
mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.” (I Pedro 2:
25).
Desde então, tenho procurado entrar pela Porta e achar pastos
verdejantes, alimentos que verdadeiramente alimentem a minha alma.
Pela misericórdia do Criador, ele tem me sustentado. Em meio a toda a
religiosidade em que as pessoas, em sua maioria, vivem, mesmo tendo
corações sinceros na busca de Pão, de trigo e não de joio para se
alimentarem.
Como tantos, nesta realidade e, como mencionei, fui sustentado pelo
Eterno em meio às ilusões e encantamentos de uma sociedade que sempre
buscou um caminho alternativo de acesso aos céus, através do apelo
natural de corações religiosos, mas sedentos pela Fonte de Água Viva.
“Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso
trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei
o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura.” (Isaías 55: 2).
Tudo ia religiosamente correto, até o dia que aprouve a Deus tirar-me
dos atalhos, da zona de conforto e da adaptação religiosa. Percebo hoje
que, na realidade, muitos de nós, desprovidos de uma vida de santidade
pelos bloqueios do secularismo que nos envolve desde o ventre, não
sabemos o que é viver no Espírito. Vivemos experiências sensoriais
religiosas que muitos manipulam e que nossa mente sabe muito bem
reproduzir. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina;
mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
as suas próprias concupiscências” (II Timóteo 4: 3).
Este livro é o resultado de cada pasto verdejante que encontrei em
conhecimentos, que, com certeza, não são frutos da mente, mas da Luz
que só quem recebe conhece. Uma jornada longa e difícil, porque
ocorreram muitas resistências, noites mal dormidas, tremores, lutas,
orações e declarações de guerra com minha inseparável esposa Mabel,
sobre quem agradeço o Pai pela companheira e aliada de guerra que ela é.
“Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve
repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates,
temores por dentro.” (II Coríntios 7: 5).
Os conhecimentos vão desde nosso estado original do que representou a
perda da capacidade de interação com o espiritual e consequente
alteração genética até a restauração do Éden e a revelação final do que
chamamos de “Nova Jerusalém”, ou Éden restaurado, como queiram.
Este processo de restauração foi longo. Aprouve o Eterno estabelecer
outro homem (Abraão) e de sua linhagem introduzir em outra terra
(Canaã) o canal que abençoará todo o mundo criado com a proposta do
Éden restaurado.

E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as


palavras que falarás aos filhos de Israel. (Êxodo 19: 6).
E os gentios caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor que te
nasceu. (Isaías 60: 3).

Foram tirados de todos nós, os dispersos da casa de Israel, a nossa terra,


nossa casa paterna, cujo irmão mais velho está ali nos esperando com
ciúmes. Temos que voltar à verdadeira comunidade do Eterno.

Mas digo: Porventura Israel não o soube? Primeiramente diz


Moisés: “Eu vos porei em ciúmes com aqueles que não são povo,
com gente insensata vos provocarei à ira”. (Romanos 10: 19).
Por amor de meu servo Jacó, e de Israel, meu eleito, eu te chamei
pelo teu nome, pus o teu sobrenome, ainda que não me
conhecesses. (Isaías 45: 4).

Precisamos da verdadeira identidade de Yeshua: judeu. Por herança


religiosa, por muitos anos, recebemos uma influência helenista e pagã do
verdadeiro e único Messias. Meditem por que Jacó teve que utilizar a
veste de Esaú para receber a bênção. Não viveremos a vida abundante
prometida por ele sem sua verdadeira identidade e do Espírito que
invocou ao Pai para que estivesse com sua comunidade.
Procuramos abordar algumas evidências do engano que resultou em
queima de monitor... Só um adendo. Queremos trazer luz para o assunto
que está em toda a Escritura e na voz dos profetas: as duas casas, de Judá
e Israel, dos judeus e dos dispersos, das dez tribos de Israel espalhadas
pelas nações. Devemos ir e anunciar esta boa notícia, que o Reino chegou
e já podemos ouvir o grande shofar reunindo os dispersos para que se
constitua uma só cabeça.

E disse-lhes: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda


criatura.” (Marcos 16: 15).
E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e
constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; porque
grande será o dia de Jizreel. (Oseias 1: 11).

Procuramos despertar a igreja para o fato de que, apesar de sermos


humanos, podemos e devemos ser sobrenaturais. Abordar um pouco,
mesmo que seja para ativar a curiosidade, assuntos que foram roubados
da “Grande Assembleia” e entregues a hereges e feiticeiros que utilizam
princípios espirituais para terem conhecimentos e manipularem a
sociedade para a multiplicação da iniquidade, alimentando assim toda
uma cadeia hierárquica de tronos da maldade e representados, de forma
popular, pelo Zodíaco.
Enfim, espero que todos tenham não só uma boa leitura, mas o
entendimento renovado para que experimentem qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus. “E não sede conformados com este
mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de
Deus.” (Romanos 12: 2)
TÍTULO I

DA GENÉTICA ALTERADA AO REINO

CAPÍTULO 1
A GENÉTICA ALTERADA, NOSSA QUEDA E RESTAURAÇÃO
1.1 – Introdução
O presente estudo tem como objetivo procurar entender a origem do
homem, sua natureza terrena e espiritual e compreender o objetivo pelo
qual foi criado.
Primeiramente temos que entender que na criação o Eterno fez, através
do firmamento, separação entre as águas de cima (realidades espirituais)
e as águas de baixo (realidades físicas) e depois criou o homem “tzelem
Helokim”, a imagem de Helokim, a manifestação do Eterno que sublima
tanto o mundo de cima como o debaixo. Assim como a alma
transcendente do homem se manifesta em um corpo, assim a
transcendência de Deus se manifesta na “roupagem” da natureza através
de seu nome Helokim.

E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança. (Gênesis 1: 26).
E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja
separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão, e fez
separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as
águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. (Gênesis 1: 6, 7).

O homem representa, portanto, um microcosmo (do hebraico olam


katan). Nós temos, em nós, uma representação do que existe no universo,
espelhamos realidades espirituais no físico. Vejamos alguns delas.
Sabemos que possuímos um diafragma, do grego διάφραγμα, que
significa “divisória”: um músculo estriado esquelético, que divide,
distingue órgãos sublimes, como o cérebro, o coração, os pulmões,
representando o elevado, o celestial, com órgãos como os aparelhos
digestivo e de excremento, de eliminação, representando o grosseiro, o
físico e terreno. Podemos depreender que a própria constituição dos
órgãos humanos reflete esta divisão entre o sublime e o grosseiro, entre o
espiritual e o material.
Outra representação que podemos inferir está em Gênesis 5: 2. O termo
no hebraico, adam, cujo significado não é nome próprio, mas genérico,
como ser humano. A palavra hebraica ‫םדא‬, adam, carrega a junção do alef
(‫ )א‬com dam (‫)םך‬. O alef na guemátria hebraica possui o valor um,
portanto representa o divino, o Eterno que é uno e indivisível; a palavra
dam significa sangue.
A palavra que representa o homem e a mulher nos traz uma mensagem:
ambos carregam em seu sangue, em seu DNA, a genética do seu Criador.
Temos os olhos, com a pupila (do latim, pupilla – “menininha” –
representando Jerusalém, “a menina dos olhos de Deus”), a iris –
representando as terras de Israel e a esclerótica – representando as
nações, com suas delimitações, revelando o plano divino para que sua
glória seja vista em toda a terra.
“Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Depois da glória ele me
enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós
toca na menina do seu olho.” (Zacarias 2 : 8)
O homem, portanto, foi criado para trazer ao mundo existente a Luz
Divina. E, como tal, era detentor de luz, éramos seres luzentes. Alguns
homens refletiram e refletirão esta luz em íntima comunhão com
o Eterno.

Quando Moisés desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as duas


tábuas do testemunho, sim, quando desceu do monte, Moisés não
sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por haver Deus falado
com ele. (Êxodo 34: 29).
[...] e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu
como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
(Mateus 17: 2).
Todos os que estavam sentados no sinédrio, fitando os olhos nele,
viram o seu rosto como o rosto de um anjo. (Atos 6: 15).
Então os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. Quem
tem ouvidos, ouça. (Mateus 13: 43).
O que vencer será assim vestido de vestes brancas, e de maneira
nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; antes confessarei o
seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. (Apocalipse
3: 5).

Já era do conhecimento dos antigos sábios esta verdade. Alguns escritos


possuem esta descrição:

Ele me transportou ao paraíso, e despiu-me das trevas e vestiu-me


de luz... E a minha alma adquiriu um corpo isento de tristeza, ou
aflição e dores... E fui vestido com a cobertura do teu Espírito, e
removeste de mim minhas vestes de pele. (Odes de Salomão 11:
10; 21: 2; 25: 8, grifo nosso).
E eu trarei, em luz rebrilhante, àqueles que tiverem amado ao
meu santo nome. (I Enoque 108: 12, grifo nosso).
E o Senhor disse a Miguel: Vai, e tira Enoque de suas vestes
terrenas... E o põe nas vestes de minha glória. (II Enoque 22: 8,
grifo nosso).
E lá apareceram-me dois homens, superiores e grandes, que eu
nunca vi tal na terra; seus rostos brilhavam como o sol, seus olhos
também como uma queima de luz... (II Enoque 1: 5).
Mas os santos glorificados também serão transformados dessa
maneira, e, eventualmente, ultrapassarão aos próprios anjos
quanto à glória, já que são filhos de Deus que estão sendo
conduzidos à glória, algo que nunca foi dito com referência aos
anjos. (Champlin, 2002).

1.2 – O princípio genético


No princípio, o homem comia e comeria a cada tempo do fruto das
árvores agradáveis, da árvore da vida e da árvore do conhecimento do
bem e do mal. “Estes frutos indicam pontos extremos de conhecimentos,
de conhecimento total, podendo o homem tornar-se divino, dando-lhe
essência ao longo dos tempos e vida espiritual” (Champlin, 2002).
E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores
agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida
no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
(Gênesis 2: 9).
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e
agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento;
tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele
comeu com ela. (Gênesis 3: 6).
Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire
entendimento; É árvore da vida para os que dela lançam mão, e
bem-aventurado é todo aquele que a retém. (Provérbios 3: 13, 18).
O fruto do íntegro é a árvore da vida, e o homem sábio resgata
almas. (Provérbios 11: 30).
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao
vencedor darei a comer da árvore da vida, que está no Paraíso de
Deus. (Apocalipse 2: 7).
No meio da sua praça, e de ambos os lados do rio, estava a árvore
da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e
as folhas da árvore são para a cura das nações. (Apocalipse 22: 2).
Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestes no sangue do
Cordeiro para que tenham direito à arvore da vida, e possam
entrar na cidade pelas portas. (Apocalipse 22: 14).

Quando o homem comeu do fruto da árvore do conhecimento, da


ciência do bem e do mal, sem a autorização de seu Criador, seus códigos
genéticos foram alterados. Onde só havia luz, pois era ser luzente, houve
pela primeira vez ausência de luz, a queda de consciência.
Onde havia uma consciência elevada, do hebraico morrim de gadlut,
transformou-se numa mente atrofiada, pequena, do hebraico morrim de
katnut. A partir de então, os seres humanos, fora do seu domínio de
governo, o Éden, passaram a nascer como bebês, no estado de consciência
baixo, adquirindo gradualmente uma consciência mais elevada, até serem
homens completos. Esta realidade reflete o processo que estamos tendo
desde a saída do Éden, o processo de elevação da consciência até
alcançarmos o estado original.

O espírito do homem se atrofiou e os seus olhos foram abertos e ele


começou a ver somente com os olhos naturais, se dando conta de que
estava sem luz, estava nu. Diante desta situação, o Senhor fez para eles
vestimentas de pele, do hebraico ’or, ‫רוע‬, cujo significado literal é pele
humana (CPAD, 2009). Desconectado com o mundo espiritual, ele é
expulso do jardim.

E nossos sábios ensinam: Depois que Adão e Eva pecaram, o


Senhor fez kotnót ór (túnicas de pele), ór escrito com a letra áyin,
não mais com álef, que significaria luz para eles. Ou seja, Adam
perdeu a sua “Vestimenta de Luz”, sua cobertura santa, [de] que,
aliás, a serpente tinha grande ciúme. E esta nova cobertura de pele
(com a letra áyin) é a pele da serpente, que deverá ser purificada
na duração do mundo. (Chachamovits, 2015).

Outra consideração é a consequência, sobretudo para as mulheres, da


perda da vestimenta de luz. O “estavam nus”, trouxe grande severidade.
Por esta razão, teve que fazer a retificação com vestimentas de pele.
O estado degenerado desta perda de luz foi a exibição de partes
proibidas do corpo feminino. Neste estado a mulher ou o homem se ligam
aos anjos destruidores da ira.
“Os anjos destruidores da ira se ligam literalmente aos cabelos e
unhas das mulheres, pois estes são elementos estranhos/não vitais
do corpo, assim como as klipót (cascas de imuperzas) são forças
estranhas.” (Shnei Luchot HaBrit, Masechet Pesachim, Moshe
Chaim Luzzatto)
1.3 – A alteração genética e suas consequências
O homem está com seus códigos espirituais genéticos, agora, alterados,
desconectados. Toda a essência original, o DNA dos céus do Eterno no
homem está alterado, precisa ser restaurado, alinhado, conectado
novamente. A luta passou a ser genética, de duas sementes, da mulher e
da serpente.

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente [do


hebraico zera, ‫ערז‬, sêmen, sementeira, posteridade, filho, descendência,
prole] e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
(Gênesis 3: 15). Estamos diante de duas sementes em inimizade. Dentro
do homem passou a existir a influência de duas sementes. Os filhos de
Adão e Eva, Caim e Abel, são exemplos dessa verdade. Abel praticou o
bem, o Senhor atentou para sua oferta; mas Caim não fez o bem e o
pecado repousou em seu coração e foi dominado, não aceitando o Senhor
a sua oferta. Alguns textos bíblicos nos mostram esta distinção:

E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu
semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não
fizeres bem, o pecado jaz [do hebraico rabhats, ‫רבַ ץ‬,ָ repousar] à
porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.
(Gênesis 4: 6, 7).
Ainda que se trate o ímpio com compaixão, ele, todavia, não
aprenderá a retidão. Na terra da retidão, ele agirá de forma errada
e não perceberá a majestade de Adonai. (Isaías 26: 10).
Vós sois filhos do Diabo, e tendes vontade de cumprir os desejos
de vosso pai. Ele era homicida desde o princípio e não
permaneceu na verdade, porque não há nele verdade. Quando ele
diz uma mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e o
pai da mentira. (João 8: 44).
Mas Saulo, também chamado Paulo, cheio do Espírito de Deus,
fixando nele [Elimas, o encantador] os olhos, disse: “Ó filho do
Diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda
a justiça, não cessarás tu de perverter os caminhos retos do
Senhor? Agora eis a mão do Senhor sobre ti, e ficarás cego, não
vendo o sol por algum tempo”. No mesmo instante caiu sobre ele
uma névoa e trevas e, andando à roda, procurava quem o guiasse
pela mão. (Atos 13: 9-11).
Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos do Diabo: quem
não pratica a justiça não é de Deus, nem o que não ama a seu
irmão. (I João 3: 10).
Porque não há boa árvore que dê mau fruto, nem má árvore que
dê bom fruto. Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio
fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam
uvas dos abrolhos. (Lucas 6: 43, 44).
[...] o campo é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o
joio são os filhos do maligno. (Mateus 13: 38).
[...] tendo renascido, não de semente corruptível, mas de
incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece. (I
Pedro 1: 23).
Ele, porém, respondendo, disse: “Toda a planta, que meu Pai
celestial não plantou, será arrancada” (Mateus 15: 13).
Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que
nasceram, falando mentiras. O seu veneno é semelhante ao
veneno da serpente [...]. (Salmos 58: 3, 4a).

A semente da mulher, referida em Gênesis, aponta essencialmente para


Cristo, nascido de mulher, mas também para a sua descendência, sua
posteridade espiritual que pisará a cabeça da serpente. É impressionante
observar como as Escrituras enfatizam uma descendência que possui esta
autoridade, em seus pés, para pisar toda a força das trevas.
Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a
sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar. (Gênesis3: 15).
Todavia foi do agrado do Senhor esmagá-lo; deu-lhe
enfermidades. Quando a sua alma fizer uma oferta pelo pecado,
ele verá a sua semente, prolongará os seus dias, e na sua mão será
próspera a boa vontade de Jeová. (Isaías 53: 10).
Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo
daquele que prossegue em suas culpas. (Salmos 68: 21).
Pisarás o leão e a cobra, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente.
(Salmos 91: 13).
Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a
força do inimigo, e nada vos fará dano algum. (Lucas 10: 19).
E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos
pés. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco. Amém.
(Romanos 16: 20).

A missão de Satanás era somente fazer alteração biológica no sangue,


onde está a vitalidade do ser humano e a alma mais baixa (do
hebraico, nefesh), pois a alma está no sangue. Criando, assim, um vínculo
geracional de maldições, pois herdamos tanto os traços positivos quanto
os traços negativos de nossos antepassados, pois estes traços estão no
sangue, o nível mais baixo de nossas almas. Esta alteração é que gerou
todo processo de restauração e a morte, última retificação, último
pagamento do pecado.
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a
vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6: 23)
Gênesis 2: 17 – “Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela
não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
(Gênesis 2: 17).
Esta investida é vista já desde os relatos de Gênesis 6, quando os filhos
de Deus se relacionaram com as filhas dos homens e desta relação
nasceram seres híbridos chamados Nefilins, Gigantes:
“E houve ainda outra guerra em Gate; onde havia um homem de grande
estatura, e tinha vinte e quatro dedos, seis em cada mão, e seis em cada
pé, e que também era filho do gigante.” (I Crônicas 20: 6)
É por esta razão que as Escrituras trazem advertências e preceitos tão
sérios, quanto ao sangue:

Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vô-lo tenho dado
sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é
o sangue que faz expiação, em virtude da vida. Portanto tenho dito
aos filhos de Israel: “Nenhum de vós comerá sangue; nem o
estrangeiro que peregrina entre vós comerá sangue”. (Levítico
17: 11, 12).
[...] tão somente não comerás do sangue; sobre a terra o
derramarás como água. Tão somente guarda-te de comeres o
sangue; pois o sangue é a vida; pelo que não comerás a vida com a
carne. (Deuteronômio 12: 16, 23).
[...] que vos abstenhais de coisas sacrificadas aos ídolos, de
sangue, de animais sufocados e de fornicação; destas coisas fareis
bem de vos guardar. Saúde. (Atos 15: 29).

Todo ser humano está alterado em sua genética espiritual, destituído da


glória de Deus e agora precisa ser redimido, pois o sangue e a carne, como
estão, não podem herdar o Reino vindouro. Assim torna-se necessária
uma semente incorruptível.
Ora digo isto, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o
reino dos céus, nem a corrupção herdar a incorrupção. (I
Coríntios 15: 50).
Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.
(Romanos 3: 23).
[...] sendo regenerados, não de semente corruptível, mas de
incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece. (I
Pedro 1: 23).

Todo homem, desde então, precisa fazer um esforço espiritual para


recuperar sua genética. O que outrora lhe era gratuito, quando a luz
divina fluía livremente na estrutura físico-espiritual do homem, com a
queda ele passou a pagar um preço, o da dor.

E à mulher disse: “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua


conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o
teu marido, e ele te dominará”. E a Adão disse: “Porquanto deste
ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te
ordenei, dizendo: ‘Não comerás dela, maldita é a terra por causa
de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida’”. (Gênesis
3: 16, 17).

A queda do homem formou obstáculos, cascas, do


hebraico kelipoth, ‫תופילק‬, em sua alma, impedindo assim o fluxo da luz
divina em seu ser. É necessário rompermos estes obstáculos, guardando
com diligência e força nossos sentidos, que na cultura hebraica são as
velas que iluminam o candelabro do nosso corpo: os olhos, os ouvidos, as
narinas e a língua. O Mestre declarou esta verdade ao afirmar que o corpo
terá luz se nossos olhos forem bons, entre outros textos.

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos


forem bons, todo o teu corpo terá luz. (Mateus 6: 22).
A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua
está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e
inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. (Tiago 3:
6).
O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será
abominável. (Provérbios 28: 9).
Jesus esvaziou-se de sua glória para mostrar-nos o que é ser luz neste
mundo e o quanto deveríamos ser luz: “Vós sois a luz do mundo; não se
pode esconder uma cidade edificada sobre um monte” (Mateus 5: 14).
Esse esvaziamento representa os requisitos para quem quiser ser um
discípulo dele. É preciso renunciar, tomar a cruz, ser crucificado, estar
morto para os desejos e inclinações do mal. É necessário padecermos com
ele para que com ele sejamos glorificados. Isso é ser corpo de Cristo.

E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros


de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos,
para que também com ele sejamos glorificados. (Romanos 8: 17).
Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?
Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma
meretriz? Não, por certo. (I Coríntios 6: 15).
Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a
comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é
porventura a comunhão do corpo de Cristo? (I Coríntios 10: 16).
Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular. (I
Coríntios 12: 27).

[...] confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a


perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é
necessário entrar no reino de Deus. (Atos 14: 22).
E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao
reino dos céus, e os violentos1 tentam apoderar-se dele.
(Mateus 11: 12).

1.4 – A restauração genética e seu elemento


Jesus veio para recriar, para possibilitar esta restauração genética.
Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a
sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da
renovação do Espírito Santo. (Tito 3.5).

Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas


velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (II Coríntios 5: 17).
Pois nem a circuncisão nem a incircuncisão é coisa alguma, mas
sim o ser uma nova criatura. (Gálatas 6: 15).

O termo “criatura” vem do grego ktisis, ‘κτίσις, cujo significado original


é formação, criação, ordenamento, fundar.
Jesus demonstra sua verdade na cura de um cego de nascença e de um
surdo-mudo usando a saliva e tocando não só no homem físico, mas no
seu DNA espiritual. A saliva, como sabemos, é uma das partes do ser
humano que possui seu DNA. Podemos dizer que Jesus estava
demonstrando espiritualmente que ele estava, por códigos, tocando, com
seu DNA, a genética humana distorcida, a cegueira espiritual do homem.

Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou
com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: “Vai, lava-te no tanque
de Siloé [que significa ‘o Enviado’]. Foi, pois, e lavou-se, e voltou
vendo. (João 9: 6, 7).
Jesus, pois, tirou-o de entre a multidão, à parte, meteu-lhe os
dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua (Marcos 7: 33).
E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e,
cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se
via alguma coisa. (Marcos 8: 23).

Jesus, quando morreu e deu seu sangue, como sacrifício de expiação,


possibilitou uma transformação, uma “transfusão” espiritual, uma
renovação do homem interior, uma nova participação da natureza divina,
uma mudança genética.

Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho


a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na
mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (II Coríntios 3:
18).
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
(II Coríntios 4: 16).
“[...] visto como o seu divino poder nos tem dado tudo o que diz
respeito à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que
nos chamou por sua própria glória e virtude; pelas quais ele nos
tem dado as suas preciosas e grandíssimas promessas, para que
por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo
escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. (II
Pedro 1: 3, 4).
Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e
morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele
comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém
comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha
carne, que eu darei pela vida do mundo. (João 6: 48-51).
Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são
todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar
irmãos, dizendo: “Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-
te-ei louvores no meio da congregação”. E outra vez: “Porei nele a
minha confiança”. E outra vez: “Eis-me aqui a mim, e aos filhos
que Deus me deu”. E, visto como os filhos participam da carne e
do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que
pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o
Diabo. (Hebreus 2: 11-14).
Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a
comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é
porventura a comunhão do corpo de Cristo? (I Coríntios 10: 16).
Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo:
Graça e paz vos sejam multiplicadas. (I Pedro 1: 2).

1.5 – A aspersão do sangue


A aspersão do sangue de Cristo faz alusão à aspersão ritualística de
sangue na antiga aliança feita por Moisés diante do povo, no Monte Sinai.
Quando o sangue salpicava suas vestes, representava espiritualmente que
o homem estava sendo tocado e regenerado pelo sangue do animal que
fora imolado em seu lugar, uma representação do que o Messias
realizaria por nós.

E Moisés tomou a metade do sangue, e a pôs em bacias; e a outra


metade do sangue espargiu sobre o altar. Então tomou Moisés
aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e disse: “Eis aqui o
sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco no tocante a
todas estas coisas”. (Êxodo 24: 6, 8).
Porque, havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os
mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos
bodes, com água, lã purpúrea e hissope, e aspergiu tanto o mesmo
livro como todo o povo, dizendo: “Este é o sangue do testamento
que Deus vos tem mandado”. (Hebreus 9: 19, 20)2.
O ritual da asperção levou o povo de Israel a compartilhar das divinas
bênçãos e da reconciliação com o Eterno, mediante o perdão dos seus
pecados e a santificação das suas almas.
A aspersão também incorpora a ideia da purificação diária do pecado, o
que é necessário para o andar na obediência e para a santificação
progressiva.
No caso da expiação de Cristo, ela é simbólica, representando a
operação mística do Espírito Santo no perdão, na purificação e na
transformação do homem interior na sua imagem.

Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho


a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na
mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor. (II Coríntios 3:
18).
Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior
se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
(II Coríntios 4: 16).

Há um princípio, desde a antiguidade, entre os povos, de que, em tudo


que é oferecido no altar a uma divindade, no sacrifício consagrado a esse
deus, a essência da divindade faria parte do sacrifício. Trata-se de uma lei
espiritual utilizada também pelas trevas. As pessoas passam a internalizar
a divindade, aquilo que creio estar entrando em mim através do alimento.
No contexto das trevas basta ver as oferendas e sacrifícios dedicados aos
seus deuses, pelas diversas religiões. A oferta pela culpa era um exemplo
de que, além de ser queimada no altar, ela era comida pelo ofertante:

[...] e o sacerdote os queimará sobre o altar em oferta queimada ao


Senhor; é uma oferta pela culpa. Todo varão entre os sacerdotes
comerá dela; num lugar santo se comerá; coisa santíssima é. Ora,
a carne do sacrifício de ofertas pacíficas por ação de graças se
comerá no dia do seu oferecimento; nada se deixará dela até pela
manhã. Se, porém, o sacrifício da sua oferta for voto, ou oferta
voluntária, no dia em que for oferecido se comerá, e no dia
seguinte se comerá o que dele ficar; mas o que ainda ficar da carne
do sacrifício até o terceiro dia será queimado no fogo. Se alguma
parte da carne do sacrifício da sua oferta pacífica se comer ao
terceiro dia, aquele sacrifício não será aceito, nem será imputado
àquele que o tiver oferecido; coisa abominável será, e quem dela
comer levará a sua iniquidade. (Levítico 7: 5, 6, 15-18).
É possível entender porque o Mestre nos diz que devemos comer de sua
carne e beber de seu sangue. Esta verdade está representada no ato
litúrgico e memorial da ceia, conhecido como kidush, prece de
santificação realizada na noite de sexta-feira do shabat, em um cerimonial
observado desde os tempos de Abraão, sobretudo no episódio com
Melquisedeque.

Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era


sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo:
“bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da
terra!”. (Gênesis 14: 18, 19).
Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: ‘Se não
comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu
sangue, não tendes a vida em vós. Quem come a minha carne e
bebe o meu sangue, tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu
sangue verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue, permanece em mim e eu nele’”. (João 6: 53-56).

Que possamos honrar com nossas vidas e obediência tudo o que o


Eterno, nosso Pai, nos proporcionou através de seu filho, o Machiah.
Amém.

1. “[...] os violentos são pessoas radicais por abandonarem e derrubarem


velhos costumes religiosos ou revoltando-se contra a situação na qual se
encontravam.” (Champlin, 2002).
2. Os povos antigos e os hebreus criam que o sangue das vítimas tinha
poderes mágicos, transmissores da vida. Ao ser derramado sobre o altar
de alguma divindade, adquiria parte das virtudes daquela divindade.
Quando esse sangue tocava qualquer coisa, esses poderes seriam
transferidos para o altar ou para os indivíduos que tocassem no sangue,
ou sobre quem o sangue fosse aspergido (Champlim, 2002).

CAPÍTULO 2
ACOMUNIDADE DO ETERNO
2.1 – Introdução
Depois de entendermos a nossa restauração genética, é preciso saber
que o Eterno, para realinhar a humanidade ao projeto inicial e trazer uma
porta de retorno a Ele e alcançar o mundo com a sua luz, formou um povo
representativo, sacerdotal, do qual todos devem se aproximar e fazer
parte. Este povo recebeu um nome dado pelo próprio Eterno: Israel
(de ִ‫לֵאָ ְרׂשי‬, Yisrael, que significa “Deusluta”).
Uma comunidade cujo nome, no hebraico, é qahal, o que mais tarde, na
língua grega, sobretudo na Nova Aliança, ficou conhecido
como eklésia, igreja, os “chamados para fora”. O sentido no grego pode
ser aplicado no contexto do deserto como o povo de Israel. Os membros
desta comunidade seriam chamados, convocados para fora das suas
tendas para se reunir, congregarem, inicialmente no deserto, para
deliberarem, discutirem e resolverem problemas concernentes aos
assuntos espirituais, ao próprio povo e ao Reino do Eterno.
O presente estudo tem sua importância, pois a nossa identidade
espiritual, nossas raízes são fundamentais para nossa legítima
representação e autoridade neste Reino. O Representante Maior deste
Reino, Yeshua, no início de seu ministério, foi tentado justamente nesta
área. As palavras tentadoras foram: “Se tu és o Filho de Deus [...]”.
Perguntas que colocaram em jogo sua identidade, sua legitimação
representativa e de autoridade. Faz-se mister uma verdadeira
compreensão da verdadeira comunidade do Eterno.
Podemos dizer que tudo começou com a palavra de Deus a Adão: “E
Deus os abençoou, dizendo: ‘Frutificai e multiplicai-vos [sejam uma
multidão], e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na
terra’”. (Gênesis 1: 22).

2.2 – A comunidade do Eterno: sua origem


Com a queda do homem e a perda da terra, do Jardim do Éden, Deus
levanta outro homem (Abrão) para multiplicação e prepara outra terra
(Canaã, Israel, Jerusalém, Sião), para dar início à restauração do Éden, e
para que as nações andem à sua luz e lhe levem honra e glória. No
Apocalipse esta restauração é chamada de “Novo Céu” e “Nova Terra”: a
“Nova Jerusalém”.

Ora, o Senhor disse a Abrão: “Sai-te da tua terra, da tua parentela,


e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”. (Gênesis 12:
1).
E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu
nome; porque por pai de muitas nações te tenho posto.
(Gênesis 17: 5).
Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para a sua habitação,
dizendo: “Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois
o desejei”. (Salmos 132: 13, 14).
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a
primeira terra passaram, e o mar já não existe. (Apocalipse 21: 1).
E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a
grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu. E as
nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para
ela a sua glória e honra. (Apocalipse 21: 10, 24).

É importante identificarmos similaridades do Jardim do Éden com a


Nova Jerusalém. Podemos encontrar pelo menos três elementos comuns
em ambos: o rio que procedia do trono de Deus, a árvore da vida e o ouro.
Vejamos os textos:

E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores


agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da
vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do
mal. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e
se tornava em quatro braços. O nome do primeiro é Pisom: este é
o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro; e o ouro dessa
terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo. O nome do
segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuche. O
nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da
Assíria. E o quarto rio é o Eufrates. Tomou, pois, o Senhor Deus o
homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar.
(Gênesis 2: 9-15, grifos nossos).
“E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal,
que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua
praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da
árvore são para a saúde das nações. As doze portas eram doze
pérolas: cada uma das portas era de uma só pérola; e a praça da
cidade era de ouro puro, transparente como vidro. (Apocalipse 22:
1, 2, 21, grifos nossos).

A promessa de multiplicação foi repetida a Isaque:

E apareceu-lhe o Senhor naquela mesma noite, e disse: “Eu sou o


Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e
abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua descendência por amor de
Abraão meu servo”. (Gênesis 26: 24).
E confirmada a Jacó: “E Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça
frutificar, e te multiplique, para que sejas uma multidão de povos”
(Gênesis 28: 3).
Centenas de anos mais tarde, Moisés liberta da escravidão do Egito um
povo que daria início ao projeto do Eterno, prometido aos seus pais, de
ser aquela a comunidade da qual afluiriam todas as nações, uma
assembleia universal.

E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e


puseram-se ao pé do monte. (Êxodo 19: 17, grifo nosso).
E toda a congregação dos filhos de Israel se reuniu em Siló, e ali
armaram a tenda da congregação, depois que a terra lhes foi
sujeita. (Josué 18: 1, grifo nosso).
Então todos os filhos de Israel saíram, e a congregação se ajuntou,
perante o Senhor, em Mizpá, como se fora um só homem, desde
Dã até Berseba, como também a terra de Gileade. E os principais
de todo o povo, de todas as tribos de Israel, se apresentaram na
assembleia do povo de Deus; quatrocentos mil homens de pé que
tiravam a espada. (Juízes 20: 1, 2, grifo nosso).
Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à
Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos; à universal
assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus,
e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; e
a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão,
que fala melhor do que o de Abel. (Hebreus 12: 22-24).

Agora na Nova Aliança, o diácono Estevão, homem cheio do Espírito


Santo, temente ao Eterno, antes de sua morte, em sua defesa, fez
referência àquela congregação no deserto, cujo termo no original grego
está eklésia: “Este [Moisés] é o que esteve entre a congregação [eklesia,
no original] no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com
nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.” (Atos 7:
38).
O termo usado por Estevão como congregação pode ser traduzido
por eklésia,multidão de nações, comunidade, assembleia. É a referência
ao ajuntamento do povo de Israel no deserto.
É preciso entender que a aliança no Monte Sinai não foi feita somente
com os filhos de Israel, mas com os estrangeiros que estavam no meio
deles (“mistura de gente”) e com todos os que não estavam presentes
no deserto.
Guardai, pois, as palavras desta aliança, e cumpri-as, para que
prospereis em tudo quanto fizerdes. Vós todos estais hoje perante
o Senhor vosso Deus; os capitães de vossas tribos, vossos anciãos,
e os vossos oficiais, todos os homens de Israel; os vossos meninos,
as vossas mulheres, e o estrangeiro que está no meio do vosso
arraial; desde o rachador da vossa lenha até ao tirador da vossa
água; para entrardes na aliança do Senhor teu Deus, e no seu
juramento que o Senhor teu Deus hoje faz convosco; para que hoje
te confirme por seu povo, e ele te seja por Deus, como te tem dito,
e como jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó. E não somente
convosco faço esta aliança e este juramento; mas com aquele que
hoje está aqui em pé conosco perante o Senhor nosso Deus, e com
aquele que hoje não está aqui conosco. (Deuteronômio 29: 9-
15, grifos nossos)
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja [eklésia, congregação, assembleia], e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela (Mateus 16: 18).

2.3 – A comunidade do Eterno: seus fundamentos


Identificada a origem da congregação, é preciso identificar seus
fundamentos. A edificação da comunidade está firmada sobre os
apóstolos e profetas, sendo Jesus a principal pedra de esquina. É
importante entendermos que Jesus veio edificar uma comunidade a partir
de fundamentos já colocados. Veio aproximar aqueles que estavam
separados, dispersos; unir as duas casas (Reino do Norte (Efraim) e Reino
do Sul (Judá) para que se cumpram as palavras dos profetas e assim
sejam restauradas todas as coisas para a volta do Redentor e Rei.

Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas


concidadãos dos santos, e da família de Deus; edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a
principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado,
cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós
juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.
(Efésios 2: 19-22, grifo nosso).
Por isso diz também a sabedoria de Deus: “Profetas e apóstolos
lhes mandarei; e eles matarão uns, e perseguirão outros.” (Lucas
11: 49, grifonosso).
E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual
convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de
tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos
profetas, desde o princípio. (Atos3: 21).
Diz-lhes Jesus: “Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra, que os
edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo (pedra
angular); pelo Senhor foi feito isto, e é maravilhoso aos nossos
olhos?’”. (Mateus 21: 42).

A função da pedra de esquina é unir o fundamento e sustentar as


paredes. Era natural para um hebreu entender que o fundamento da
comunidade do Eterno estava firmado nos patriarcas, nos enviados (do
grego, ἀπόστολος, apóstolos) e profetas.
É preciso entender que a salvação vem dos judeus; a Palavra revelada
pertence a Jacó; existe uma mesa em que muitos, do oriente e do
ocidente, virão se assentar: a mesa de Abraão, Isaque e Jacó.

Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que


conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. (João 4: 22).
Revela sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a
Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus
juízos, não os conhecem. Louvai ao Senhor. (Salmos 147: 19, 20).
Ele lhe disse: “Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não
é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”.
(Marcos 7: 27).
E ele, respondendo, disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel”. (Mateus 15: 24).
Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente, e hão de
sentar-se com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus. (Mateus 8:
11).
E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa. (Gálatas 3: 29).
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade
de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós,
que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e,
derrubando a parede de separação que estava no meio, assim que
já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos
santos, e da família de Deus; edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da
esquina. (Efésios 2: 12-14, 19-20).

Jesus veio firmar o novo pacto no seu sangue, dito pelos santos profetas.
Esta verdade estava sendo declarada desde os dias de Moisés, pelos
profetas, e é oficializada pelo Mestre no ato da ceia.

Então tomou Moisés aquele sangue, e espargiu-o sobre o povo e


disse: “Eis aqui o sangue do pacto que o Senhor tem feito convosco
no tocante a todas estas coisas”. (Êxodo 24: 8).
“Eis que os dias vêm”, diz o Senhor, “em que farei um pacto novo
com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto
que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os
tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram,
apesar de eu os haver desposado”, diz o Senhor. “Mas este é o
pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias”, diz o
Senhor: “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu
coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não
ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão,
dizendo: ‘Conhecei ao Senhor’; porque todos me conhecerão,
desde o menor deles até o maior”, diz o Senhor; “pois lhes
perdoarei a sua iniquidade, e não me lembrarei mais dos seus
pecados”. (Jeremias 31: 31-34).
E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lhes, dizendo: “Bebei
dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é
derramado por muitos para remissão dos pecados”. (Mateus
26: 27, 28).
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,
dizendo: “Este cálice é o novo pacto no meu sangue; fazei isto,
todas as vezes que o beberdes, em memória de mim” (I
Coríntios 11: 25).

Na eleição de Abraão, um foi chamado para alcançar a muitos; hoje em


Cristo fazemos parte de uma herança. Somos herdeiros da mesma
promessa feita aAbraão.

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por


nós; porque está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado
no madeiro”; para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios
por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do
Espírito. E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa. (Gálatas 3: 13, 14, 29).
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade
de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança, e sem Deus no mundo. (Efésios 2: 12).
Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e
assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos
céus. (Mateus 8: 11).

Jesus traz uma aliança que alcança toda a criação, não somente o
mundo terreno e humano, mas os céus, as regiões celestiais onde estão as
hostes da maldade. É o que conhecemos como sacerdócio celestial de
Cristo, que fará parte da restauração e reorganização de todas as coisas.
Portanto, a missão de Cristo tem alcance cósmico, atingindo todos
os mundos.

[...] e por ele reconciliar todas as coisas a si mesmo, tendo feito


paz pelo sangue da sua cruz; por ele, digo, quer as coisas sobre a
terra, quer as nos céus. (Colossenses 1: 20).
Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu
beneplácito, que propusera em si mesmo, de tornar a congregar
em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos
tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra
(Efésios 1: 9, 10).
E muito mais manifesto é ainda, se à semelhança de
Melquisedeque se levantar outro sacerdote, que não foi feito
segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da
vida incorruptível [celestial] (Hebreus 7: 15, 16).
Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no
céu [realidade terrena] fossem purificadas com tais sacrifícios,
mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que
estes. (Hebreus 9: 23).

2.4 – A comunidade do Eterno: seus princípios


Princípio da personalidade corporativa: a comunidade possui
personalidade corporativa, um organismo místico de terceira ordem.
Sabemos que os seres unicelulares e as células são de primeira ordem; os
seres vivos formados destas células, onde está o homem, são de segunda
ordem; e um grupo formado destes seres, de terceira ordem. Um grupo de
pessoas forma um organismo corporativo com personalidade (como as
pessoas de personalidade jurídica). A igreja, portanto, é um grupo de
pessoas com personalidade corporativa de Cristo: “Assim nós, que somos
muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos
membros uns dos outros” (Romanos 11: 5).
Pelo pecado herdamos a personalidade corporativa de Adão que gera a
morte, tornando-nos incapazes de herdar o Reino. Mas, tendo a
personalidade corporativa de Cristo, somos vivificados e com mérito para
herdar o Reino.

Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos


serão vivificados em Cristo. (I Coríntios 15: 22).
E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem
herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. (I
Coríntios 15; 50).

Princípio da comunidade do espírito: a igreja é identificada pela vida


comunitária no Espírito Santo. A igreja é muito mais que um agregado
social ou instituição religiosa. É um lugar onde é estabelecida a comunhão
mística entre os irmãos e a união vital com Cristo Jesus. Infelizmente
somos, muitas vezes, uma comunidade só dos santos amigos e não do
Espírito.

Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação


de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis
afetos e compaixões, completai o meu gozo, para que sintais o
mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma
mesma coisa. (Filipenses 2: 1, 2).
A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão
do Espírito Santo seja com todos vós. Amém. (II Coríntios 13: 13).
Princípio de servir: o que leva vida à comunidade são alguns princípios
que devem regê-la. Um dos princípios mais importantes desta
Comunidade é o do serviço (de servir, ser o menor, ser servo). E, para
entendermos este princípio, é necessário, a exemplo do ministério de
Cristo, compreendermos o que move alguém a servir. Para servir é preciso
estar cheio, estar pleno. Eis o mistério do ministério do Mestre, que não
veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de muitos.
Isso porque, Nele, habitava toda a Plenitude do Pai. Devemos, também,
rogar ao Pai, através do Espírito, que nos encha desta plenitude, para que
possamos servir à sua igreja e a todos que nos cercam.

Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse.


(Colossenses 1: 19).
E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;
bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para
servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos. (Mateus
20: 27-28).

Princípio da compaixão: outro grande princípio e virtude desta


Comunidade é o da compaixão. A igreja fará as obras do Mestre, e
maiores que elas, quando entender o que é compaixão, compadecer. A
própria palavra compadecer já traz o sentido de “padecer com”. Os
resultados espirituais que incidem sobre uma pessoa, através de minha
vida, estão intimamente ligados à proporção de estar sentindo o que ela
está sentindo. É unir a fala com o coração. E quem pode proporcionar isto
é o Espírito do Eterno em mim, que sonda profundamente os corações das
pessoas. Este era o diferencial do Mestre, ele tinha grande compaixão
pelas almas. Somente o Espírito de Deus e nossa intimidade com ele
proporcionarão isto.

Então Jesus, movido de íntima compaixão, tocou-lhes nos olhos, e


logo viram; e eles o seguiram. (Mateus 20: 34).
E Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima
compaixão para com ela, curou os seus enfermos. (Mateus 14: 14).
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda
a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra. (Atos 1: 8).
E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e
disse-lhe: “Não chores”. (Lucas 7: 13).

Princípio do pacto de sangue: a igreja está firmada em um pacto, em


uma nova aliança de sangue. A verdade é que não conseguimos entender a
profundidade deste mistério. Temos que compreender que um pacto de
sangue tem reflexo profundo no mundo espiritual. Esta verdade é muito
fácil de observar no mundo das trevas. Pactos são realizados com sangue.
E por que eles o são? Obviamente, porque possuem resultados no mundo
espiritual. Existem implicações quando, nestes pactos, é ingerido sangue,
como que internalizando os compromissos estabelecidos. O sangue
transportaria a energia vital. Esta energia seria a moeda de troca universal
no mundo dos espíritos.
Um pacto de sangue pode ser considerado um contrato, associação ou
acordo entre duas ou mais pessoas com poderes de criar laços e
dependência entre os participantes. Uma associação que permanecerá
mesmo após a morte.

Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só


pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior
castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o
Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi
santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? (Hebreus 10: 28-
29).
Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não
podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos
demônios. (I Coríntios 10: 21).

Que possamos definitivamente compreender a importância desse


entendimento. Não existe outra porta, outra casa, outra mesa, outra
família da qual devemos participar como filhos de Deus. Vivemos em um
tempo de restauração, não de reforma. Restauração à origem, já!!!

CAPÍTULO 3
A VIDA DO TZADIK (JUSTO) YESHUA, NOSSO ALVO
3.1 – Introdução
A vida cristã é muito mais que ser chamado de cristão, de unir-se a uma
igreja ou ter uma religião. Viver é muito mais que falar. Vida piedosa e de
acordo com o que o Eterno deseja é viver como o tzadik Yeshua viveu; é
entender a sua humanidade, a sua verdadeira identidade no Pai e como
padeceu, pois para sermos coerdeiros com ele temos que viver como ele
viveu e padecermos dos mesmos sofrimentos.
Muitos não compreendem o que é ser o corpo de Cristo. Aquele que se
diz participante do corpo do Messias inevitavelmente participará dos
sofrimentos, da rejeição, das aflições e em certo grau da morte de Cristo.

Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.
(I João 2: 6).
E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros
de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos,
para que também com ele sejamos glorificados. (Rom. 8: 17).
[...] para conhecê-lo e o poder da sua ressurreição e a participação
dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte.
(Filipenses 3: 10).
Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne
cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a
igreja. (Colossenses 1: 24).

Precisamos entender o significado da unigenitura e da primogenitura do


Filho de Elohim. Segundo a Brit Hadasha (Nova Aliança, Novo
Testamento), ele é ounigênito (do grego μονογενης, monogenes – único
do tipo; o único que conhece e revela a essência do Pai); e
o primogênito (do grego prototokos, de protos, primeiro; e tikto,
produzir, gerar; o primeiro gerado).
O que percebemos, ao longo da história, são pensamentos dogmáticos e
filosóficos em torno da figura de Jesus, que, de certa forma, têm nos
distanciado de sua verdadeira identidade e missão. Quando não
entendemos quem Ele é e sua missão, estará comprometido todo o
propósito de Deus para nossas existências, pois fomos chamados para
sermos conforme a imagem do Seu Filho, o primogênito dentre
muitos irmãos.

Nisto se manifesta o amor de Deus para conosco: que Deus enviou


seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. (I João
4: 9).
Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele
que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. (Hebreus 11:
17).
E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito
dentre [do grego εξ, ex, preposição que denota origem, o lugar de
onde a ação procede] os mortos, para que em tudo tenha a
preeminência. (Colossenses1: 18).
Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas
maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos
dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez
também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a
expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação
dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas
alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou
mais excelente nome do que eles. Pois, a qual dos anjos Deus já
disse: “Tu és meu Filho, hoje te gerei”? E, outra vez: “Eu lhe serei
por Pai, e ele me será por Filho”? E, outra vez, quando introduz no
mundo o primogênito, diz: “E todos os anjos de Deus o adorem”.
E, quanto aos anjos, diz: “Faz dos seus anjos espíritos, e de seus
ministros labareda de fogo”. Mas, do Filho, diz: “Ó Deus, o teu
trono subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de equidade é o
cetro do teu reino” (Hebreus 1: 1-8, grifonosso).
Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: “Tu és meu Filho, eu
hoje te gerei”. (Salmos 2: 7, grifo nosso).
Da mesma forma, Cristo não tomou para si a glória de se tornar
sumo sacerdote, mas Deus lhe disse: “Tu és meu Filho; hoje te
gerei”. (Hebreus 5: 5, grifo nosso).
Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e
todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é
nascido. (I João 5: 1, grifo nosso).
Que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à
aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual a seu tempo
mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos
reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a
imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos
homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno.
Amém. (I Timóteo 6: 14-16, grifo nosso).
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primeiro entre muitos irmãos. [de adelphois: partícula conectiva,
“do mesmo ventre”]. (Romanos 8: 29).

3.2 – Yeshua: sua identidade e missão


Vamos destacar alguns pensamentos sobre o Filho, para que venhamos
a desmistificar toda uma estrutura filosófico-religiosa herdada por tantos
séculos. Obviamente, as considerações não se esgotarão aqui. Foram
destacadas para fomentar algumas reflexões e possibilidades para o
Espírito trazer revelações maiores; basta-nos pedir, buscar e bater para
que possamos receber, achar e ter portas abertas:
a) O Filho tem um Deus e Pai.
Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos
dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação.
(Efésios 1: 17).
Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo. (Romanos 15: 6).

b) A encarnação de Yeshua se deu de forma natural, sanguínea, pois


para está incluído em uma genealogia para ser participante da tribo de
Judá, da raiz de Davi, do tronco de Jessé, como dizem as Escrituras, só é
possível, pelos princípios estabelecidos pelo Eterno, mediante a
contribuição da semente paterna (Yossef, José).
O assunto da virgindade de Miriam (Maria) é somente registrado nos
evangelhos de Mateus e Lucas. O assunto é alvo de muita controvérsia
(temos sempre que considerar as adulterações, enxertos e manipulações
dos evangelhos, por razões históricas e evidências de registros dos
próprios copistas).
Culturas bem anteriores à cristã já acreditavam em teofanias (aparições
ou revelações da divindade), por exemplo: no Egito o faraó era tido como
encarnação de Hórus, nascido da virgem Osíris; na Roma antiga, Rômulo
e Remo foram seus fundadores, nascidos de Réia Sílvia, virgem vestal
(sacerdotisa de Vesta), filha de Numitor, que recebera a visita do deus
Marte, com quem teve relações sexuais.
“Existe, de fato, bastante variação nos manuscritos antigos do chamado
‘Novo Testamento’. Hoje, essas variantes estão na casa das centenas de
milhares, nas contas dos especialistas” (Lopes, 2015).
Podemos destacar os deuses que foram concebidos de forma virginal:
Mitra/Soli Invictos (persa, Roma), 1200 a.C.; Attis (Frigia, Roma), 1200
a.C.; Krishna (hindu, Índia), 900 a.C; Dionísio (grego), 500 a.C.,
entre outros.

Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes


um renovo frutificará. (Isaías 11: 1).
Visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e
concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
(Hebreus 7: 14).
E disse-me um dos anciãos: “Não chores; eis aqui o leão da tribo
de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os
seus sete selos. (Apocalipse 5: 5).
E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também
ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse
o que tinha o império da morte, isto é, o Diabo. (Hebreus 2: 14).

c) Jesus Cristo para ser nosso salvador e remidor ele precisa ser nosso
parente próximo. Pela lei, somente o parente mais próximo teria o direito
de resgate – do hebraico, ‫לאג‬, go’el.

E se o estrangeiro ou peregrino que está contigo alcançar riqueza,


e teu irmão, que está com ele, empobrecer, e vender-se ao
estrangeiro ou peregrino que está contigo, ou a alguém da família
do estrangeiro, depois que se houver vendido, haverá resgate para
ele; um de seus irmãos o poderá resgatar. (Leíticos 25: 47, 48,
grifo nosso).
Então Noemi disse à sua nora: “Bendito seja ele do Senhor, que
ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos
nem para com os mortos”. Disse-lhe mais Noemi: “Este homem é
nosso parente chegado, e um dentre os nossos remidores”.
(Rute 2: 20).
O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a
iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de
boas obras. (Tito 2: 14, grifo nosso).
Pois tanto Yeshua, que separa seu povo para Deus, quanto os que
têm sido separados possuem a mesma origem – esta é a razão pela
qual Yeshua não se envergonha de chamá-los irmãos, ao dizer:
“Proclamarei teu nome a meus irmãos; na congregação, cantarei
teu louvor”. (Hebreus 2: 11-13 ref. a Sal. 22: 22).
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primeiro entre muitos irmãos [de adelphos, partícula conectiva,
“do mesmo ventre”] (Romanos 8: 29).

d) Jesus recebeu uma obra do Pai. E só foi possível cumpri-la porque o


Pai estava nele. Esta mesma dependência deve ser real em nossas vidas,
pois, como o Messias, temos uma missão, um propósito a cumprir. O
Filho está ligado no Pai e nós, como igreja, devemos estar ligados no
Filho, àquele que nos patrocinou e deu mérito para sermos salvos, a
videira verdadeira.
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As
palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai,
que está em mim, é quem faz as obras. (João 14: 10).
Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse
dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. (João 15: 5).
E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela
glória que tinha contigo antes que o mundo existisse. (João 17: 5).
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti;
que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu
me enviaste. (João 17: 21).
Ele nos escolheu em amor, no Messias, antes da criação do
Universo para sermos santos e sem defeito em sua presença.
(Efésios 1: 4).

e) Yeshua, como alma elevada, canalizou potencialmente o atributo


divino da sabedoria do Eterno.
Segundo Paulo, nós somos de Deus, em Jesus Cristo, que foi feito por
Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção. Depreendemos deste
texto que Jesus é a Sabedoria de Deus, o Pai.
No livro de Provérbios, o rei Salomão, inspirado pelo Espírito do
Eterno, fala sobre a sabedoria (do hebraico, Chochmá, um dos “canais”
em que flui a energia divina).

Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por
Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção. (I Coríntios 1:
30).
Não clama porventura a sabedoria, e a inteligência não faz ouvir a
sua voz? O Senhor me criou como a primeira das suas obras, o
princípio dos seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui
constituída, desde o princípio, antes de existir a terra. Antes de
haver abismos, fui gerada, e antes ainda de haver fontes cheias
d’água. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros
eu nasci, quando ele ainda não tinha feito a terra com seus
campos, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando ele
preparava os céus, aí estava eu; quando traçava um círculo sobre a
face do abismo, quando estabelecia o firmamento em cima,
quando se firmavam as fontes do abismo, quando ele fixava ao
mar o seu termo, para que as águas não traspassassem o seu
mando, quando traçava os fundamentos da terra, então eu estava
ao seu lado como arquiteto; e era cada dia as suas delícias,
alegrando-me perante ele em todo o tempo; folgando no seu
mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos
homens. (Provérbios 8: 1, 22-31, grifos nossos).

f) O Messias é o representante (princípio da representatividade) maior


do Pai. Por esta razão ele pode ser considerado um Elohim, como Moisés,
os juízes os reis, profetas e todos aqueles que são enviados pelo Pai como
seus representantes, pois possuem procuração, atributos concedidos pelo
Eterno para representá-lo e que por isso são chamados de Elohim.

Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez em


pedras para apedrejá-lo. Respondeu-lhes Jesus: “Tenho-vos
mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual
destas obras me apedrejais?”. Os judeus responderam, dizendo-
lhe: “Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela
blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo”.
Respondeu-lhes Jesus: “Não está escrito na vossa lei: Eu disse:
Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a
palavra de Deus foi dirigida [e a Escritura não pode ser anulada],
àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis:
‘Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus’”? (João 10: 30-36,
grifos nossos).
E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e
tu lhe serás por Deus. (Êxodo 4: 16).
Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos
deuses. Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas
dos ímpios? Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o
necessitado. Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos
ímpios. Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas;
todos os fundamentos da terra vacilam. Eu disse: “Vós sois deuses,
e todos vós filhos do Altíssimo. Todavia morrereis como homens, e
caireis como qualquer dos príncipes. Levanta-te, ó Deus, julga a
terra, pois tu possuis todas as nações”. ( Salmos 82: 1-8).

g) O propósito da vinda do Filho foi buscar os perdidos da casa de


Israel, que estão sendo mortos na prostituição com outros deuses,
assimilados, destruídos; e, com eles, os gentios, das nações que estão sem
esperança e longe da comunidade de Israel, das promessas e das alianças.
A sua vinda foi tornar possível o retorno, a restauração, a volta à origem.

Vinde, e tornemos ao Senhor, porque ele despedaçou, e nos


sarará; feriu, e nos atará a ferida. (Oseias 6: 1).
E os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti,
dizendo: “Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem
para a direita nem para a esquerda”. (Isaías 30: 21, grifo nosso).
Disse-lhe Jesus: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém
vem ao Pai, senão por mim”. (João 14: 6).
E perguntaram-lhe, dizendo: “Mestre, nós sabemos que falas e
ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da
pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus”. (Lucas 20:
21).
E ele, respondendo, disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel”. (Mateus 15: 24).
Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel. (Mateus 10:
6).
Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade
de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós,
que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto.
(Efésios 2: 12, 13).

3.3 – Yeshua e sua relação com a igreja


A igreja só será corpo se estiver ligada à cabeça do Ungido, do Messias.
Esta cabeça foi ungida (capacitada para uma missão) e o seu corpo
circuncidado ao oitavo dia, no Templo. Portanto, a Igreja, esta santa
assembleia, esta comunidade, para estar ligada à Cabeça, tem que ter a
verdadeira identidade do Mashiah judeu, ser ungida, ter o mesmo envio
do Messias e ser circuncidada como ele, ter retirado o prepúcio e bloqueio
do coração para os judeus e o bloqueio do coração para os gentios. O
corpo, portanto, representa a reunião dos filhos de Judá com os filhos de
Israel (os dispersos e as nações) profetizada pelos profetas.

Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: “Paz seja convosco; assim como
o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. (João 20: 21).
Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração,
no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas
de Deus. (Romanos 2: 29).
E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e
constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; porque
grande será o dia de Jizreel. (Oseias 1: 11. grifo nosso).
E outra vez veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: “Tu, pois, ó
filho do homem, toma um pedaço de madeira, e escreve nele: ‘Por
Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros’. E toma outro
pedaço de madeira, e escreve nele: ‘Por José, vara de Efraim, e por
toda a casa de Israel, seus companheiros’. E ajunta um ao outro,
para que se unam, e se tornem uma só vara na tua mão. E quando
te falarem os filhos do teu povo, dizendo: ‘Porventura não nos
declararás o que significam estas coisas?’, tu lhes dirás: ‘Assim diz
o Senhor Deus: Eis que eu tomarei a vara de Joséque esteve na
mão de Efraim, e a das tribos de Israel, suas companheiras, e as
ajuntarei à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão
uma só na minha mão’. E as varas, sobre que houveres escrito,
estarão na tua mão, perante os olhos deles. Dize-lhes, pois: ‘Assim
diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os
gentios, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes,
e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos
montes de Israel, e um rei será rei de todos eles, e nunca mais
serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois
reinos. E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem
com as suas abominações, nem com as suas transgressões, e os
livrarei de todas as suas habitações, em que pecaram, e os
purificarei. Assim eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E
meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor;
e andarão nos meus juízos e guardarão os meus estatutos, e os
observarão. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, em que
habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os
filhos de seus filhos, para sempre, e Davi, meu servo, será seu
príncipe eternamente. E farei com eles uma aliança de paz; e será
uma aliança perpétua. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e
porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu
tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo. E os gentios saberão que eu sou o Senhor que santifico
a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para
sempre’”. (Ezequiel 37: 15-28, grifos nossos).
E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito
dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
(Colossenses 1: 18).
Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas
individualmente somos membros uns dos outros. (Romanos 12:
5).
Por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do
mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi manifestado aos
filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos
seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios [os
dispersos da casa de Israel e os gentios] são coerdeiros, e de um
mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo
evangelho. (Efésios 3: 4-6).

Só viveremos tudo aquilo que ele prometeu a nós se permanecermos


Nele e formos cheios do mesmo Espírito que o conduziu.

E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se


manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por
ele na sua vinda. (João 2: 28).
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim
também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas,
porque eu vou para meu Pai. (João 14: 12).
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que
fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo
não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o
conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Mas aquele
consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo
quanto vos tenho dito. Mas, quando vier o Consolador, que eu da
parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que
procede do Pai, ele testificará de mim. (João 14: 16, 17, 26; 15: 26).
Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo o que Jesus
começou, não só a fazer, mas a ensinar, até ao dia em que foi
recebido em cima, depois de ter dado mandamentos, pelo Espírito
Santo, aos apóstolos que escolhera; aos quais também, depois de
ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas,
sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das
coisas concernentes ao reino de Deus. E, estando com eles,
determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que
esperassem a promessa do Pai, que [disse ele] de mim ouvistes.
Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.
Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo:
“Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?”. E disse-
lhes: “Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai
estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do
Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas,
tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos
confins da terra. Estes homens não estão embriagados, como vós
pensais, sendo a terceira hora do dia”. Mas isto é o que foi dito
pelo profeta Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do
meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as
vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os
vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei
sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e
profetizarão; e farei aparecer prodígios em cima, no céu; e sinais
em baixo, na terra, sangue, fogo e vapor de fumo. O sol se
converterá em trevas, e a lua em sangue, antes de chegar o grande
e glorioso dia do Senhor” (Atos 1: 1-8; 2: 15-20).

O que significa permanecer nele? Permanecer nele é sentar-se à mesa


em aliança de morte. A igreja precisa entender o que é assentar-se à mesa
em aliança. Nossa aliança está firmada no sangue do cordeiro. Portanto,
trata-se de um pacto de sangue. Significa ser sepultado em sua morte. É
ser sepultado com ele, pois só assim passaremos a viver uma nova vida.
No sangue está a própria vida. Uma pessoa, ao perder seu sangue, ela
estará morrendo. Na história dos povos pagãos, os pactos foram e são
feitos utilizando o mesmo elemento: o sangue. Isso demonstra que existe
um princípio, no mundo espiritual. No oriente existiam os pactos da
sandália, do sal e do sangue. Dentre os pactos, o mais profundo e
significativo era o pacto de sangue, pois nele as partes em aliança
envolviam suas próprias vidas. O pacto de sangue requer um sacrifício,
significando a doação da vida; um mediador e um altar.
Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice,
dizendo: “Este cálice é o novo testamento [pacto] no meu sangue;
fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.. (I
Coríntios 11: 25).
Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo
fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados
com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos
nós também em novidade de vida. (Romanos 6: 3, 4).

Permanecer nele implica entendermos o que é segui-lo. Existem indícios


para sabermos quem realmente está seguindo os seus passos. Quantos
levam sua cruz, quantos renunciam a seu eu, quantos aborrecem a si
mesmos? A sua resposta mostrará se você está seguindo-o ou não. Segui-
lo implica participar dos mesmos sofrimentos dele. Muitos não discernem
o corpo de Cristo. Não compreendem o que é ser o corpo de Cristo. Por
esta razão estão dormindo, fracos e doentes.

Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe:


“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher,
e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não
pode ser meu discípulo. E qualquer que não levar a sua cruz, e não
vier após mim, não pode ser meu discípulo. Pois qual de vós,
querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as
contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não
aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo
acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo:
‘Este homem começou a edificar e não pôde acabar’. Ou qual é o
rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta
primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao
encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira,
estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede
condições de paz. Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a
tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Bom é o sal; mas, se
o sal degenerar, com que se há de salgar? Nem presta para a terra,
nem para o monturo; lançam-no fora. Quem tem ouvidos para
ouvir, ouça.” (Lucas 14: 25-35).
[...] mas regozijai-vos por serdes participantes das aflições de
Cristo; para que também na revelação da sua glória vos regozijeis
e exulteis. (I Pedro4: 13).
[...] e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros
de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também
com ele sejamos glorificados. (Romanos 8: 17).
Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua
própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por
causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que
dormem. (I Coríntios 11: 29, 30).

Permanecer Nele significa compreender nosso chamado, nossa


designação. Um chamado que implica remover um reino que jaz, está
morto no maligno. E remover envolve eliminar as consequências deste
domínio de prisões, como as enfermidades e opressões demoníacas. Por
esta razão, o Mestre designou os discípulos para expulsarem os demônios
e curarem os enfermos e dizer-lhes que era chegado o Reino de Deus. A
igreja precisa resgatar sua função no mundo.

E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-


os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e
lugares a onde ele havia de ir. E curai os enfermos que nela
houver, e dizei-lhes: “É chegado a vós o reino de Deus”. E
voltaram os setenta com alegria, dizendo: “Senhor, pelo teu nome,
até os demônios se nos sujeitam”. (Lucas 10: 1, 9, 17).
Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é
chegado a vós o reino de Deus. (Mateus 12: 28).
Permanecer nele compreende entender a comunhão mística entre Deus
Pai, o Filho e a Igreja. Este é o propósito final do Eterno, tornar-nos um
com Ele como Cristo é um com o Pai. Somente assim cumpriremos
plenamente o maior dos mandamentos: amar a Deus de todo o coração,
com toda a nossa força, alma e entendimento, e ao próximo como a
nós mesmos.

No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no


Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para
morada de Deus em Espírito. (Efésios 2: 21, 22).
Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus
e edifício de Deus. (I Coríntios 3: 9).
Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo
se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por
mãos, eterna, nos céus. (II Coríntios 5: 1).
E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela
sua palavra hão de crer em mim; para que todos sejam um, como
tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (João 17: 20, 21).
E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o
mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou,
para que Deus seja tudo em todos. (I Coríntios 15: 28).

Permanecer nele é viver uma vida não tomando a forma deste mundo,
sendo sal e luz, cumprindo e vivendo um reino sacerdotal. Trata-se de um
sacerdócio pertencente a uma família real. Nas Escrituras, Cristo como
Sumo Sacerdote é entronizado como Rei. Assim como Melquisedeque era
sacerdote, mas, igualmente, era rei de Salém, de quem Cristo é
semelhante. Nesta linhagem somos constituídos reis e sacerdotes.

E não sede conformados com este mundo, mas sede


transformados pela renovação do vosso entendimento, para que
experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de
Deus. (Romanos 12: 2).
Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor;
andai como filhos da luz. E não comuniqueis com as obras
infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Mas todas estas
coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz
tudo manifesta. (Efésios 5: 8, 11, 13).
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes
a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um
reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás
aos filhos de Israel. (Êxodo 19: 5, 6).
Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e
sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a
Deus por Jesus Cristo. Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio
real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz (I Pedro 2: 5-9).
Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente
sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. (Hebreus 6:
20).
Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do
Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele
regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem também
Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por
interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é
rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio
de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de
Deus, permanece sacerdote para sempre. (Hebreus 7: 1-3).
E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder
para todo o sempre. Amém. (Apocalipse 1: 6).
E cantavam um novo cântico, dizendo: “Digno és de tomar o livro,
e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue
compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e
nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles
reinarão sobre a terra”. (Apocalipse 5: 9-10).

Que possamos, como igreja, entender definitivamente o significado de


estar nele como ele está no Pai, e assim proporcionar uma moradia
permanente do Eterno neste mundo, como é realidade em outros
mundos. Temos uma missão a cumprir.
CAPÍTULO 4
O ESPÍRITO (RUAH): UMA DAS MANIFESTAÇÕES DO
ETERNO
4.1 – Introdução
O Eterno é Espírito e, para se manifestar nos mundos existentes, utiliza-
se de recipientes, canais ou vasos (ִ‫םיל ֵכ‬, kelim). Podemos mencionar como
recipientes os seus nomes, os mundos criados, seus atributos (os
chamados “sete Espíritos de Deus”), os seres criados,
sua shehinah (Glória), Ruah(sopro, vento) e outros. A manifestação de
que estaremos tratando é o Seu sopro, Seu Ruah. Este Espírito é o que dá
alento de vida, é aquele que capacita, ensina, consola, intercede, aquele
que estará com seu povo até o aparecimento do Rei Mashiah.
E para vivermos a vida cristã é preciso entendermos que isto só será
possível com a presença e atuação do Espírito Santo de Deus. É preciso,
portanto, começarmos a crescer em entendimento sobre o Espírito do
Eterno. O próprio Filho de Deus nada fez sem a presença e direção do
Espírito Santo. Nada fazia ou falava sem a direção do Pai. Era conduzido
pelo Seu Espírito.

Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as


obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu
faço, testificam de mim que o Pai me enviou. (João 5: 36).
Porque eu não tenho falado de mim mesmo; mas o Pai, que me
enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o
que hei de falar. (João 12: 49).
Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser
tentado pelo Diabo. (Mateus 4: 1).

Dada a importância do assunto, antes de estudarmos alguns pontos


sobre o Espírito do Eterno, sua presença e atuação, é preciso entender,
primeiramente, que:
• Deus é Espírito, Pai dos espíritos, Pai das luzes, imortal e habita na
luz inacessível.

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em


espírito e em verdade. (João 4: 24).
Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos
corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos
muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? (Hebreus 12:
9).
Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vêm do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem
sombra de variação. (Tiago1: 17).
Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz
inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao
qual seja honra e poder sempiterno. Amém. (I Timóteo 6: 16).

• Deus criou seres vivos que são espíritos.


• Poderíamos classificar basicamente: Deus, Espírito Perfeitíssimo, a
origem de todas as realidades; os anjos, termo genérico para espíritos
puros, com natureza própria e estáticos, em suas missões, que não se
elevam; o homem, espírito com natureza própria e dinâmico, com
possibilidade de ascensão ou queda, possuidor de alma e corpo físico.
• Deus criou os céus e os céus dos céus. Veremos em alguns textos que
não estamos sós neste universo. Existem outros mundos, outras
dimensões, assunto que para a Física não é novo, face teorias como as
das supercordas, por Edward Witten, a teoria dos pontos X ou das
regiões de difusão do elétron, segundo o físico de plasma Jack
Scudder, da Universidade de Iowa, entre outros. Nos escritos judaicos
dá-se o nome de olamot, mundos.

Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a
terra e tudo o que nela há. (Deuteronômio 10: 14).
Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis
que os céus, e o céu dos céus, não te podem conter, quanto
menos esta casa que tenho edificado? (II Crônicas 6: 18).
Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu
exército, a terra e tudo quanto nela há, os mares e tudo quanto
neles há, e tu os guardas com vida a todos; e o exército dos
céus te adora. (Neemias 9: 6).
Àquele que vai montado sobre os céus dos céus, que existiam
desde a antiguidade; eis que envia a sua voz, dá um brado
veemente. (Salmos 68: 33).
Na casa de meu Pai há muitas moradas [do grego moné,
lugares de permanência]; se não fosse assim, eu vô-lo teria
dito. Vou preparar-vos lugar. (João 14: 2).
Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no
corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi
arrebatado ao terceiro céu. (II Coríntios 12: 2).
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos
abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares
celestiais em Cristo (Efésios 1: 3).
Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus
foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito
do que é aparente. (Hebreus 11: 3).
4.2 – O Espírito do Santo e seu processo de revelação
Temos que entender que o Eterno já havia profetizado sobre o derramar
do seu Espírito sobre os homens. Vejamos alguns textos que nos revelam
esta verdade.

Porém, Moisés lhe disse: “Tens tu ciúmes por mim? Quem dera
que todo o povo do Senhor fosse profeta, e que o Senhor pusesse o
seu espírito sobre ele!”. (Números 11: 29).
Até que se derrame sobre nós o espírito lá do alto; então o deserto
se tornará em campo fértil, e o campo fértil será reputado por um
bosque. (Isaías 32: 15).
Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca;
derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha
bênção sobre os teus descendentes. (Isaías 44: 3).
E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito
novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um
coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que
andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os
observeis. (Ezequiel 36: 26-27).
Nem lhes esconderei mais a minha face, pois derramarei o meu
Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus. (Ezequiel 39:
29).
E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a
carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos
terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os
servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.
(Joel 2: 28-29).

Nas Escrituras a revelação do Espirito do Eterno foi progressiva. Temos


inicialmente a referência ao Ruah (espírito) como sopro, alento, no livro
de Gênesis; depois como Ruah Elohim (Espírito do Senhor)
e Ruah YWHW (Espírito do Senhor Deus) e finalmente
como Ruah Hakodesh (Espírito do Santo). O Ruah Hakodesh passou a ter
uma relação mais íntima e pessoal com os santos. Vejamos esta evolução
nas passagens abaixo.

E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em


suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
(Gênesis 2: 7).
O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me
deu vida. (Jó 33: 4).
Então o Senhor desceu na nuvem, e lhe falou; e, tirando do
espírito, que estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos;
e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles,
profetizaram; mas depois nunca mais. (Números 11: 25).
Então o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ouvindo estas
palavras; e acendeu-se em grande maneira a sua ira. (I Samuel 11:
6).
E veio sobre ele o Espírito do Senhor, e julgou a Israel, e saiu à
peleja; e o Senhor entregou na sua mão a Cusã-Risataim, rei da
Síria; contra o qual prevaleceu a sua mão. (Juízes 3: 10).
Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a
buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele. (Juízes 6: 34).
Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu
Espírito Santo. (Salmos 51: 11).
Mas eles foram rebeldes, e contristaram o seu Espírito Santo; por
isso se lhes tornou em inimigo, e ele mesmo pelejou contra eles.
(Isaías 63: 10).
E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o
Espírito Santo”. (João 20: 22).
Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a
Deus, que nos deu também o seu Espírito Santo. (I
Tessalonicenses 4: 8).
E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis. (Romanos 8: 26).
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados
para o dia da redenção. (Efésios 4: 30).
Portanto, como diz o Espírito Santo: “Se ouvirdes hoje a sua voz,
não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da
tentação no deserto”. (Hebreus 3: 7, 8).

Vejamos como o Espírito do Eterno atuou da criação a João Batista,


segundo as Escrituras. Na Antiga Aliança, o Espírito não era outorgado de
forma permanente, como pode ser observado nos termos da Nova Aliança
“habitará” e “estará convosco” (João 14.17). No período da Antiga Aliança
ele capacitava, trazia inspiração e revelação.
a) O Espírito do Santo atuou na criação:

E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do


abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
(Gênesis 1: 2).

b) nos peritos e artífices:

E o enchi do Espírito de Deus, de sabedoria, e de entendimento, e


de ciência, em todo o lavor, para elaborar projetos, e trabalhar em
ouro, em prata, e em cobre, e em lapidar pedras para engastar, e
em entalhes de madeira, para trabalhar em todo o lavor. (Êxodo
31: 3-5).

c) na escolha de líderes:

E disse Faraó a seus servos: “Acharíamos um homem como este


em quem haja o espírito de Deus?”. (Gênesis 41: 38).
d) na escolha de juízes:

Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté, e atravessou ele por


Gileade e Manassés, passando por Mizpá de Gileade, e de Mizpá
de Gileade passou até aos filhos de Amom. (Juízes 11: 29).

e) na revelação aos profetas:

Sim, fizeram os seus corações como pedra de diamante, para que


não ouvissem a lei, nem as palavras que o Senhor dos Exércitos
enviara pelo seu Espírito por intermédio dos primeiros profetas;
daí veio a grande ira do Senhor dos Exércitos. (Zacarias 7: 12).

f) com o povo em geral:

Segundo a palavra da aliança que fiz convosco, quando saístes do


Egito, o meu Espírito permanece no meio de vós; não temais.
(Ageu 2: 5).

g) na escolha de reis:

Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus


irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se
apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá. (I
Samuel 16: 13).

Na Antiga Aliança, houve a primeira dispensação do Espírito, como


visto anteriormente. João, o Batista, vem nesta linha profética e torna-se
o maior nascido de mulher, como testemunhou Jesus (Lucas 7.28).
Apesar de não ter produzido nenhum sinal (João 10.41), ele preparou o
caminho do Senhor, como profetizado, e fez a transição para a nova
dispensação do Espírito. Considerado, assim, o último dos profetas da
dispensação que estava terminando.

E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior


profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é
maior do que ele. (Lucas 7: 28).
E muitos iam ter com ele, e diziam: “Na verdade João não fez sinal
algum, mas tudo quanto João disse deste era verdade”. (João 10:
41).
Mas o anjo lhe disse: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi
ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o
nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no
seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não
beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já
desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de
Israel ao Senhor seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude
de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os
rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor
um povo bem disposto”. (Lucas 1: 13-17).
Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. (Mateus 11:
13).
A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o
reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele.
(Lucas 16: 16).

4.3 – Yeshua:, seu ministério no Espírito e sua missão


Como sabemos, o Jesus ungido possui três ofícios: Profeta, Sacerdote e
Rei. E, para exercê-los, ele precisou ser ungido. A unção, como disse o
salmista, é primeiramente sobre a cabeça, depois desce sobre a barba e
depois pela orla das vestes, até tocar na terra.
“É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a
barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.” (Salmos 133 : 2)
Os magos, depois de uma longa jornada, encontram o menino infante e
ofertam ouro, incenso e mirra. O ouro está associado ao ofício de Rei.
Significa que Jesus é Rei. Somente um Rei superior poderia receber ouro
de outros reis (os três reismagos).

Dizendo: “Bendito o Rei que vem em nome do Senhor; paz no céu,


e glória nas alturas”. (Lucas 19: 38).

O incenso está associado ao ofício de Sacerdote. O incenso era utilizado


pelos sacerdotes, no templo. Cristo é o supremo sacerdote da linhagem de
Melquisedeque.

Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do


Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele
regressava da matança dos reis, e o abençoou; porque dele (Cristo)
assim se testifica: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem
de Melquisedeque”. (Hebreus 7: 1, 17).

A mirra está associada ao ofício de Profeta. A mirra é um óleo cheiroso


utilizado pelos profetas para ungir as pessoas que fossem consagradas ou
para ministrar cura.

O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus


irmãos, como eu; a ele ouvireis. (Deuteronômio 18: 15).

Um simbolismo precioso nos revela que a unção veio primeiramente


sobre a cabeça da congregação do Eterno (Jesus); sendo derramada sobre
a barba, seus apóstolos e sobre seu corpo, a assembleia dos santos, sua
igreja, para assim tocar em toda a Terra no tempo do fim e a sua glória ser
conhecida como as águas cobrem os mares.
“Porque a terra se encherá do conhecimento da glória do
SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Habacuque 2 : 14)

É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a


barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. (Salmos 133: 2).
E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro,
achou o lugar em que estava escrito: “O Espírito do Senhor é sobre
mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a
curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos,
e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos,
a anunciar o ano aceitável do Senhor”. E, cerrando o livro, e
tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na
sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: “Hoje se
cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”. (Lucas 4: 17-21,
grifo nosso).
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: “Paz seja convosco; assim como
o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. (João 20: 21).
Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é
Deus, o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em
nossos corações. (I Coríntios 1: 21, 22).

Jesus rogou ao Pai para que enviasse o seu Espírito: “E eu rogarei ao


Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre” (João 14: 16).
A palavra-chave é “outro”, do grego allos – outro da mesma qualidade –
, e não “heteros”, de qualidade diferente. Até então ele outorgava poder
aos seus discípulos pelo Espírito do Eterno. A promessa feita então
remete ao mesmo Espírito e Consolador que Jesus possuía: “E eis que
sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de
Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lucas 24: 49).
Ao ressuscitar, Jesus sopra sobre os discípulos o ruach, como na
criação, e concede-lhes no cenáculo o sopro, trazendo uma nova criação.
Um sopro que foi uma preliminar do que ocorreria em Pentecostes, como
cumprimento profético.

E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o


Espírito Santo”. (João 20: 22).
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criação é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (II Coríntios 5: 17).
E chegara o grande dia – o dia de Pentecostes. Mas por que naquele dia?
Pentecostes, em hebraico, chama-se Shavuoth (“festa das semanas”).
Logo após a Páscoa, deveriam ser contadas sete semanas até o
quinquagésimo dia (do grego, πεντηκοστή, pentekosté). Expressava-se a
gratidão ao Senhor pelo fim da colheita de cevada. Era, portanto, uma
espécie de reconhecimento, autenticação do derramamento da benção da
colheita.
Depois do exílio babilônico, tornou-se também a festa da doação da lei,
pois existe uma relação entre os dois eventos (Sinai e Pentecostes).
Conforme a tradição judaica, passaram-se cinquenta anos entre a saída do
Egito e a promulgação da lei no Sinai; ambos os eventos autenticaram a
doação da lei, uma em pedras e a outra no coração.

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles
dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei
no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.
(Jeremias 31: 33).
Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada
por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo,
não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração. (II
Coríntios 3: 3).
E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos
concordemente no mesmo lugar; e, quando aquele som ocorreu,
ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os
ouvia falar na sua própria língua. E todos foram cheios do Espírito
Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito
Santo lhes concedia que falassem. Mas isto é o que foi dito pelo
profeta Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu
Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as
vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os
vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei
sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e
profetizarão”. ( Atos 2: 1, 4; 16-18).

Trata-se de uma promessa a todos quanto Deus chamar. “Porque a


promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão
longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (Atos 2: 39).
Foi um evento histórico, irrepetível (envio da promessa), mas de alcance
universal (enchimento do Espírito e Poder). Três outros eventos foram
registrados para mostrar que as barreiras da separação haviam sido
retiradas.

Os samaritanos
Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que
Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e
João. Os quais, tendo descido, oraram por eles para que
recebessem o Espírito Santo, porque sobre nenhum deles tinha
ainda descido; mas somente eram batizados em nome do Senhor
Jesus. Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito
Santo. (Atos 8: 14-17).
O centurião Cornélio (estrangeiro)
E havia em Cesaréia um homem por nome Cornélio, centurião da
corte chamada italiana, e aconteceu que, entrando Pedro, saiu
Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas
Pedro o levantou, dizendo: “Levanta-te, que eu também sou
homem”. E, falando com ele, entrou, e achou muitos que ali se
haviam ajuntado. E disse-lhes: “Vós bem sabeis que não é lícito a
um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas
Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou
imundo”. E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito
Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da
circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse
também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e
magnificar a Deus. (Atos 10: 1, 25-28,44-46).
Os discípulos de Éfeso
E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo
passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e
achando ali alguns discípulos, disse-lhes: “Recebestes vós já o
Espírito Santo quando crestes?”. E eles disseram-lhe: “Nós nem
ainda ouvimos que haja Espírito Santo”. Perguntou-lhes, então:
“Em que sois batizados então?”. E eles disseram: “No batismo de
João”. Mas Paulo disse: “Certamente João batizou com o batismo
do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele
havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. E os que ouviram foram
batizados em nome do Senhor Jesus”. E, impondo-lhes Paulo as
mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas, e
profetizavam. (Atos 19: 1-7).

4.4 – A comunidade do Espírito e sua autenticidade


Após o evento do Pentecostes, que marcou o início de uma nova
dispensação que chamamos de “últimos tempos” (Acharit Hayamim) ou,
para alguns apologistas e dogmáticos, “era cristã”: identificada pela
fraternidade, perseverança na doutrina, solidariedade, alegria, fé,
influenciando todo o povo.

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no


partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e
muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os
que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam
suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada
um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no
templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e
singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o
povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que
se haviam de salvar. (Atos 2: 42-47).

A grande pergunta é: por que não foi vivido no decorrer da “era cristã” e
não vivemos hoje de forma mais evidente o que aquela comunidade
viveu? A resposta inicialmente está no distanciamento de nossas raízes e
identidade judaica. Jesus já advertira que viria a noite e não se poderia
trabalhar, sobre o surgimento de outro “príncipe” que ele não tinha
nenhuma identificação e a advertência dos apóstolos.

Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é


dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. (João 9: 4).
Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe
deste mundo, e nada tem em mim. (João 14: 30).
“Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos
pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro
evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.” (II
Coríntios 11 : 4)
Outra possível resposta é porque não temos vivido a mesma plenitude e
o mover que o Espírito trouxe para a igreja em todos os tempos. Para
vivermos essa plenitude e essemoverprecisamos de:
a) purificação: “Ora, amados, pois que temos tais promessas,
purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito,
aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (II Coríntios 7: 1);
b) busca: “Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a
minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra
seca e cansada, onde não há água” (Salmos 63: 1);
c) submissão: “Digo, porém: ‘Andai em Espírito, e não cumprireis a
concupiscência da carne’” (Gálatas 5: 16).
Deus tem um propósito para nos dar esta plenitude:
a) Ter intrepidez e autoridade para comunicar as verdades do Reino.

E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se


admirou da sua doutrina; porquanto os ensinava como tendo
autoridade; e não como os escribas. (Mateus 7: 28, 29).
Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.
(I Coríntios 4: 20).

b) Ter intrepidez e autoridade para resistir ao dia mau e ter uma arma
deataque.

Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais


resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. (Efésios 6:
13).
Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que
é a palavra de Deus (Efésios 6: 17).

c) Ter intrepidez e autoridade para refletir a Glória do Senhor.

Por isso, todos nós com a face descoberta vemos a glória do


Senhor como em um espelho; e estamos sendo transformados à
imagem dele, de um grau de glória ao seguinte, por Adonai, o
Espírito. (II Coríntios 3: 18).

Esta plenitude é que permite a sobrevivência da igreja, que está ligada à


dependência ao Espírito do Santo e ao Mediador de uma nova aliança cujo
sangue fala muito alto; à videira verdadeira; ao Espírito de Cristo.
Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à
escuridão, e às trevas, e à tempestade, e ao sonido da trombeta, e à
voz das palavras, a qual os que a ouviram pediram que se lhes não
falasse mais; porque não podiam suportar o que se lhes mandava:
Se até um animal tocar o monte será apedrejado ou passado com
um dardo. E tão terrível era a visão, que Moisés disse: “Estou todo
assombrado, e tremendo”. Mas chegastes ao monte Sião, e à
cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares
de anjos; à universal assembleia e igreja dos primogênitos, que
estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos
dos justos aperfeiçoados; e a Jesus, o Mediador de uma nova
aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de
Abel. (Hebreus 12: 18-24).
Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o lavrador. Todos os
ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim.
Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e
deem mais uvas ainda. Vocês já estão limpos por meio dos
ensinamentos que eu lhes tenho dado. Continuem unidos comigo,
e eu continuarei unido com vocês. Pois, assim como o ramo só dá
uvas quando está unido com a planta, assim também vocês só
podem dar fruto se ficarem unidos comigo. (João 15: 1-3).
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o
Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito
de Cristo, esse tal não é dele. (Romanos 8: 9).

Estamos em uma grande arena e trava-se um grande conflito dentro do


nosso corpo e comunidade do Espírito: o domínio do Espírito do Eterno
ou o domínio do espírito deste presente século.

E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, em que


noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o
príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos
filhos da desobediência. Entre os quais todos nós também antes
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira,
como os outros também. (Efésios 2: 1-3).
Esta comunidade não sofreu adulterações e nem é fruto híbrido de um
sistema apóstata. Do contrário, ela será apenas uma organização e não um
organismo possuidor de uma vida comunitária (koinonia) unida pelo
Espírito, compartilhando experiências no Espírito.
Estamos formando apenas comunidades dos “santos amigos de Deus”
ou uma comunidade do Espírito? “Para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Efésios 5: 27).
A igreja que Jesus edificou é uma só. Muito se perdeu pela infiltração de
enganos, sabedorias de homens, doutrinas de demônios, sincretismo
religioso (greco-romano). Isso mostra a dependência que a igreja tem com
o Espírito, para não se contaminar.

Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos
pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro
evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis. Mas temo
que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim
também sejam de alguma forma corrompida a vossa mente, e se
apartem da simplicidade que há em Cristo. (II Coríntios 11: 3, 4).
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a
igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para santificá-la,
purificando-a com a lavagem da água, pela palavra3, para
apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga,
nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. (Efésios 5: 25-
27).

O Espírito do Santo é quem nos revela as profundezas de Deus. Há algo


a ser visto muito além do que vemos.
Mas, como está escrito: “As realidades que o olho não viu, e o
ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que
Deus preparou para os que o amam”. Mas Deus no-las revelou
pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda
as profundezas de Deus. (I Coríntios 2: 9-10).

4.5 – O dom do Espírito e os dons espirituais


É o Espírito do Eterno que nos possibilita receber os dons espirituais.
Não podemos confundir: o dom do Espírito (promessa enviada no
Pentecostes e garantida a todos que se arrependem e são remidos de seus
pecados, sendo batizados em nome de Jesus Cristo):

Pedro então lhes respondeu: “Arrependei-vos, e cada um de vós


seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos
pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa
vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a
quantos o Senhor nosso Deus chamar”. (Atos 2: 38,39);

com os dons espirituais (capacidades que o Espírito Santo outorga, aos


crentes, para o exercício do ministério cristão): “Assim também vós, como
desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da
igreja” (I Coríntios 14: 12).
O recebimento dos dons pode ser desmembrado sob três aspectos:
a) charismata (recebimento de dons sem mérito);
b) diaconai (recebimento de dons para servir);
c) energêmata (recebimento de dons para manifestações de poder,
operações e realizações de maravilhas na obra de Deus).
É o que caracteriza a diversidade dentro da unidade: os dons espirituais
no ministério cristão.

Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Mas um


só e o mesmo Espírito operam todas estas coisas, distribuindo
particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o
corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo,
embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo. (I
Coríntios 12: 4, 12, 13).

O termo original do grego para dons é charismatá, que vem do


substantivo charis, que quer dizer graça, dádiva gratuita. O que capacita
uma pessoa ao ministério do Reino, para edificação e crescimento do
corpo de Cristo, não são suas habilidades ou o que ela ou outros pensam
de si, mas as dádivas imerecidas e sem preço do Espírito Santo.

Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas


individualmente somos membros uns dos outros. De modo que,
tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é
profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em
ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta,
use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o
que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com
alegria. (Romanos 12: 5-8).
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em
todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o
que for útil. (I Coríntios 12: 4-11, 28).

Paulo prossegue em sua carta dizendo que o objetivo dos dons é a


edificação do corpo de Cristo, a unidade da fé, o pleno conhecimento do
Filho de Deus, a maturidade e plenitude de Cristo.

E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros


como evangelistas, e outros como pastores e mestres tendo em
vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério,
para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à
unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao
estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de
Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados
ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos
homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro. (Efésios
4: 11-14).

Se os dons são capacitações para o aperfeiçoamento e edificação da


igreja de Cristo, os frutos do Espírito têm a ver com a formação do caráter
e crescimento espiritual do crente.

Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. (Mateus 3: 8).


Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o
seu fruto mal; porque pelo fruto se conhece a árvore. (Mateus 12:
33).
Para que haja um bom fruto, não basta uma boa semente (o Espírito
Santo), é necessário um bom terreno (o coração), bem preparado e
adubado (santificação) – o único caminho para se chegar à imagem
de Cristo.
Existem dois tipos de sementeiras: a da carne e a do Espírito.

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o


homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua
carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito,
do Espírito ceifará a vida eterna. (Gálatas 6: 7, 8).

Existem então duas forças antagônicas (opostas): a carne e o Espírito.

Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a


carne; e estes se opõem um ao outro, para que não façais o que
quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da
lei. (Gálatas 5: 17, 18).

Tudo depende de quem você privilegia

Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má


produz frutos maus. (Mateus 7: 17).
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara
em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto,
para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos
tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma
não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós,
se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem
está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer. (João 15: 1-5).

O Espírito dá dons aos homens. Acerca, ainda, dos dons espirituais, se


faz oportuno considerarmos uma verdade pouco entendida pela igreja.
Cristo, ao se entregar na cruz, as Escrituras dizem que ele levou cativo o
cativeiro e deu dons aos homens, cumprindo assim a profecia do livro de
Salmos. A igreja tem que entender que hoje podemos ter uma unidade no
Espírito e usufruir da graça, porque fomos livres das autoridades
espirituais, que foram humilhadas publicamente e levadas prisioneiras no
desfile de vitória. Aleluia!!!
Por isso diz: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons
aos homens”. (Efésios 4: 8).
Depois que subistes as alturas, levaste cativos muitos prisioneiros,
recebestes homens como dádiva, sim, mesmo dentre os rebeldes,
para que Deus pudesse ali habitar. (Salmos 68: 18).
E foi na cruz que Cristo se livrou dos governos e das autoridades
espirituais. Ele humilhou esses poderes publicamente, levando-os
prisioneiros no seu desfile de vitória. (Colossenses 2: 15)4.

4.6 – A relação do Espírito com os filhos do Eterno


Esta relação é muito profunda. Os filhos do Eterno são nascidos do
Espírito.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
do homem, mas de Deus. (João 1: 12, 13).
Jesus respondeu, e disse-lhe: “Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. O
que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito”. (João 3: 3-6).

Ao nascerem do Espírito do Eterno, os filhos de Deus passam a ser


habitação do Espírito e serão vivificados por Ele.

Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que


habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos? (I Coríntios6: 19).
Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o
Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito
de Cristo, esse tal não é dele. E, se Cristo está em vós, o corpo, na
verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por
causa da justiça. E, se o Espírito daquele que dentre os mortos
ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos
ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais,
pelo seu Espírito que em vós habita. De maneira que, irmãos,
somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque,
se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito
mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são
guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque
não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em
temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual
clamamos: “Aba, Pai”. (Romanos 8: 9-15).

A experiência de sua presença, a vida que ele concede e seu poder


dependem da obediência e entrega pessoal de cada crente, de sua
experiência espiritual, de sua receptividade e de sua busca pelas
realidades espirituais.

Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos


teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra; enquanto
estendes a tua mão para curar, e para que se façam sinais e
prodígios pelo nome de teu santo Filho Jesus. E, tendo orado,
moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios
do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus.
(Atos 4: 29-31).

Esta experiência e entrega ao Espírito levará o filho de Deus a restaurar


os serviços do Templo dentro dele. Quando o Eterno entregou a Moisés as
chamadas leis dos sacrifícios estava revelando este princípio. Inicialmente
os altares estiveram presentes, antes mesmo da Torah.

Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e


toda a ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar. (Gênesis 8:
20).
Então mudou Abraão as suas tendas, e foi habitar junto dos
carvalhos de Manre, em Hebrom; e ali edificou um altar ao
Senhor. (Gênesis 13: 18).
Isaque, pois, edificou ali um altar e invocou o nome do Senhor;
então armou ali a sua tenda, e os seus servos cavaram um poço.
(Gênesis 26: 25).
Edificou ali um altar, e chamou ao lugar El-Betel; porque ali Deus
se lhe tinha manifestado quando fugia da face de seu irmão.
(Gênesis 35: 7).

Na Torah os sacrifícios estiveram presentes no Tabernáculo e


futuramente nos Templos construídos e reconstruídos. Mas os sacrifícios
eram apenas uma parte dos serviços do Templo. Eram representações,
figuras e sombras de uma realidade maior.
Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por
causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são
sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo. (Colossenses
2: 16, 17).
Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do
verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós
perante a face de Deus. (Hebreus 9: 24).
Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem
exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que
continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a
eles se chegam. (Hebreus 10: 1).

O propósito do Eterno sempre foi restaurar os serviços do Templo


dentro de cada filho Seu.

Jesus respondeu, e disse-lhe: “Se alguém me ama, guardará a


minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos
nele morada”. (João 14: 23).
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de
que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No
qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus
em Espírito. (Efésios 2:20-22).
Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e
sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a
Deus por Jesus Cristo. (I Pedro 2: 5).

O seu Filho foi o exemplo maior:


E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória,
como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
(João 1: 14).
Jesus respondeu, e disse-lhes: “Derribai este templo, e em três
dias o levantarei”. Disseram, pois, os judeus: “Em quarenta e seis
anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?” Mas
ele falava do templo do seu corpo. (João 2: 19-21).
E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
“Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que
está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo.
Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os
gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que
faz todas estas coisas”. (Atos 15: 15-17).

Vejamos como tais serviços são realizados hoje. O propósito do Eterno é


nos purificar, nos consagrar, nos santificar no corpo, na alma e no espírito
para que não haja censura e sejamos preservados até o dia do Senhor. “E
o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e
alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda
de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Tessalonicenses 5: 23).
Trata-se de uma restauração do serviço religioso do Templo dentro de
nós. Um templo vivo, o santuário do Eterno.

Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o
destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo. (I
Coríntios 3: 16, 17).
Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos? (I Coríntios 6: 19).

Esse processo permitirá que a presença divina, sua glória se manifeste


em e através de nós. Não é difícil de entender isso, pois o propósito maior
do Templo era ter um lugar onde o Eterno pudesse se manifestar, o Santo
dos Santos. Desde a Antiga Aliança, o Eterno necessitava do Templo para
que se manifestasse neste mundo existente. Na Nova Aliança, Ele
necessita dos “templos” para que possa se manifestar, até que Sua
presença volte para Jerusalém, como profetizado. Absorver e transmitir a
presença divina, esse é o nosso maior serviço.
Esse processo depende de cada um de nós. Cada serviço no templo
aponta para o serviço que cada um de nós precisamos fazer no corpo, na
alma e no espírito. Nossas vidas estão intimamente ligadas aos serviços
do Templo.
No Templo existia o atrio (a carne), o altar dos sacrifícios e nós
precisaremos fazer sacrifícios diários como no Templo; algumas áreas de
nossas vidas terão que morrer; existe o lavatório, onde eram lavadas as
mãos e os pés dos sacerdotes, e nós seremos levados a nos purificar, a nos
consagrar e santificar..
No templo existia também o santo lugar (a alma), onde estava o
candelabro que ficava aceso todos os dias, a Luz que ilumina, e nós
devemos ter essa luz acesa dentro de nós a cada dia, os pães da
proposição, o pão que alimenta, e o incenso que são nossas orações.
“O espírito do homem é a lâmpada do SENHOR, que esquadrinha todo
o interior até o mais íntimo do ventre.” (Provérbios 20 : 27)
No Templo existia também o santo dos santos, o santíssimo lugar (o
espírito), onde estava a arca com a tampa do propiciatório onde o Eterno
se manifestava, com sua shehinah.
A razão da restauração destes serviços em nós é nos levar a resistir às
inclinações da nossa natureza má, é observar e guardar o nosso ego, é
manter a nossa alma sintonizada com o que estamos recebendo do
Eterno, é o nosso alimento. Para o Eterno este é o maior serviço. Fazer
grandes realizações e construir grandes feitos não representa o serviço ao
Eterno. Tudo isso é somente para alimentarmos o nosso ego, o nosso eu.
A razão do nosso serviço é apresentar um sacrifício vivo, permitindo que o
Eterno purifique nosso corpo, alma e espírito.

Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis


os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que
é o vosso culto racional. (Romanos 12: 1).
Ora, amados, visto que temos tais promessas, purifiquemo-nos de
tudo que possa contaminar a carne e o espírito, aperfeiçoando a
santidade no temor de Deus. (II Coríntios 7: 1).

4.7 – O homem, habitação do Eterno no Espírito


O Senhor estabeleceu uma habitação na Terra.

Tu os introduzirás, e os plantarás no monte da tua herança, no


lugar que tu, ó Senhor, aparelhaste para a tua habitação, no
santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram. (Êxodo 15:
17).
Senhor, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde
permanece a tua glória. (Salmos 26: 8).
O Verbo se fez carne e levantou outra habitação.

Respondeu-lhes Jesus: “Deitai por terra este santuário, e em três


dias o levantarei”. Replicaram-lhe, pois, os judeus: “Em quarenta
e seis anos foi edificado este santuário, e tu o levantarás em três
dias?”. Mas ele se referia ao santuário de seu corpo. (João 2: 19-
21).

A igreja passou a ser morada de Deus no Espírito.

A minha morada estará sobre eles, e Eu serei o seu Deus e eles


serão o meu povo. (Ezequiel 37: 27).
Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos? (I Coríntios6: 19).
E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós
sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: “Neles habitarei,
e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu
povo”. (II Coríntios 6: 16).

Mas este tabernáculo um dia se desfará.

Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo


se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por
mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando
ser revestidos da nossa habitação, que é do céu. (II Coríntios 5: 1,
2).

E teremos uma morada feita por Deus: “No qual todo o edifício, bem
ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós
juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito” (Efésios
2: 21, 22).
Jesus nos prometeu esta verdade: “Não se turbe o vosso coração; credes
em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas;
se não fosse assim, eu vô-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar” (João 14:
1, 2).
Haverá um tempo em que o Santuário de Deus estará para sempre com
oshomens.
Dize-lhes: Assim diz o Senhor Jeová: “Eis que vou tomar dentre as
nações os filhos de Israel, para onde eles tiverem ido, e os
congregarei de todos os lados, e os introduzirei na sua terra. Deles
farei uma só nação na terra, sobre os mortos de Israel; e um só rei
reinará sobre eles todos. Nunca mais serão duas nações, nem de
maneira alguma se dividirão para o futuro em dois reinos; o meu
servo Davi será rei sobre eles; e todos eles terão um só pastor.
Também andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos,
e os praticarão. Demais, farei com eles uma aliança de paz; será
com eles uma aliança perpétua. Estabelecê-los-ei, e os
multiplicarei, e porei para sempre o meu santuário no meio deles.
Também o meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e
eles serão o meu povo. As nações saberão que eu sou Jeová que
santifico a Israel, quando o meu santuário estiver para sempre no
meio deles”. (Ezequiel 37: 21-22, 24, 26-28).
A Jeová dos exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja
ele o vosso pavor. Ele servirá de santuário; porém será pedra de
tropeço e rocha de escândalo para as duas casas de Israel,
armadilha e laço para os habitantes de Jerusalém. (Isaías 8: 13,
14).
Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, descendo do céu da
parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para seu
noivo. Ouvi uma grande voz, vinda do trono, dizendo: “Eis o
tabernáculo de Deus, está com os homens e ele habitará com eles;
eles serão o seu povo e Deus mesmo estará com eles”. Veio um dos
sete anjos que tinham as sete taças, cheias das sete últimas pragas
e falou comigo: “Vem cá, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do
Cordeiro”. Levou-me pelo Espírito a um grande e alto monte, e
mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, descendo do céu da
parte de Deus. As suas portas não se fecharão de dia, porque noite
não haverá ali. A ela trarão a glória e a honra das nações. Não
haverá mais noite; nem precisam mais da luz da candeia, nem da
luz do sol, porque o Senhor Deus os iluminará, e eles reinarão
pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 21: 2, 3, 9, 10, 25,
26; 22: 5).
3. Obs.: “purificando-a com a lavagem da água” significa que somos
santificados não pelas obras, mas pela regeneração e renovação do
Espírito Santo. Paulo faz aqui alusão, de forma figurativa, ao banho
nupcial das noivas; “pela palavra” significa a mesma referência de João
15: 1-3.
4. Obs.: a figura tem origem militar. Os cativos são forças em oposição a
Deus. As forças ímpias foram tatalmente derrotadas por ocasião da morte,
ressurreição e ascensão de Cristo. Isso lhe deu completa vitória, e assim
ele foi capaz de distribuir dons (despojos) aos justos.

CAPÍTULO 5
A REALIDADE DA BATALHA ESPIRITUAL

5.1 – Introdução
Este capítulo mostrará que o assunto de batalha espiritual é uma
realidade nas páginas das Escrituras e ignorado por muitos que se tornam
vítimas do engano, da manipulação, da morte promovida por Satanás
(entenda-se não a morte física, mas aquela que ele anseia para todos os
filhos do Eterno, a morte dos propósitos, dos planos de Deus para os seus
filhos). “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim
para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10: 10).
Quando falamos de batalha espiritual nas páginas das Escrituras, temos
que começar na criação, em Gênesis. Com o advento do pecado, o Eterno
sentencia o homem, a mulher e a serpente a uma realidade – a dor, a
inimizade, o conflito, aguerra.

Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porquanto fizeste isto,


maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do
campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da
tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua
semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o
calcanhar”. (Gênesis 3: 14, 15).

À serpente são ditas palavras que nos dão uma base inicial da realidade
da batalha espiritual. No cenário negro da desobediência surgem duas
sementes que estariam em inimizade constante: a semente da serpente e a
semente da mulher.
A palavra semente, do hebraico ‫ער ֶז‬,
ָ Zera, significa descendência, prole,
filhos, posteridade. De Satanás, bem como da mulher, haveria uma
descendência, uma prole. As Escrituras se referem a ambas as sementes.
Os filhos do Diabo: “Nisto são manifestos os filhos de Deus, e os filhos
do Diabo. Qualquer que não pratica a justiça, e não ama a seu irmão, não
é de Deus” (I João 3: 10).
Os filhos da desobediência: “Em que noutro tempo andastes segundo o
curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito
que agora opera nos filhos da desobediência” (Efésios 2: 2).
Os filhos do maligno: “O campo é o mundo; e a boa semente são os
filhos do reino; e o joio são os filhos do maligno” (Mateus 13: 38).
A semente corruptível: “Sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que
permanece para sempre” (I Pedro 1: 23).
Sobre os filhos da mulher (essencialmente, de Jesus Cristo) e sua
descendência, sua posteridade (a igreja), que estaria em constante
inimizade, em constante batalha espiritual com a semente da serpente:

Porque derramarei água sobre o sedento, e rios sobre a terra seca;


derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha
bênção sobre os teus descendentes. (Isaías 44: 3, grifo nosso).
Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando
a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a
sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do
Senhor prosperará na sua mão. (Isaías 53: 10, grifo nosso).
E a sua posteridade será conhecida entre os gentios, e os
seus descendentes no meio dos povos; todos quantos os virem os
conhecerão, como descendência bendita do Senhor. (Isaías 61: 9
grifo nosso).
Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer,
estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de
estar a vossa posteridade e o vosso nome. (Isaías 66: 22,
grifo nosso).
Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a
promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da
lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de
todos nós, (Romanos 4: 16, grifo nosso).
Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os
filhos da promessa são contados como descendência. (Romanos 9:
8).
Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a
descendência de Abraão. (Hebreus 2: 16).

5.2 – Governantes espirituais


Para avançarmos no entendimento de batalha espiritual é preciso
compreendermos que desde os tempos remotos verificamos a presença da
religião nas diversas culturas e povos. Na verdade, as religiões refletem o
esforço humano de recuperar o que perdeu, o Reino. A origem das
religiões provavelmente teve sua origem em Bavel, Babel, Babilônia.
Cada povo possuía seus deuses. Não se tratava apenas de uma
representação religiosa ou um preenchimento do vácuo espiritual
existente em cada ser humano na sua cultura. Por trás destes deuses
existiam e existem forças influências demoníacas. Vejamos alguns textos
bíblicos, acerca desta verdade:
E nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, após os
quais eles se prostituem; isto lhes será por estatuto perpétuo nas
suas gerações. (Levítico 17: 7).
Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; aos deuses que
não conheceram, novos deuses que veio a pouco, aos quais não
temeram vossos pais. (Deuteronômio 32: 17).
E ele constituiu para si sacerdotes, para os altos, para os
demônios, e para os bezerros, que fizera. (II Crônicas 11: 15).
E serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço. Demais
disto, sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios, e
derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas
filhas que sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada
com sangue. (Salmos 106: 36-38).
Pelo contrário afirmo que as coisas que eles sacrificam, as
sacrificam a demônios, e não a Deus; e não quero que vós tenhais
comunhão com os demônios. (I Coríntios 10: 20).

O episódio do livro de Daniel levanta variados posicionamentos sobre


governantes espirituais. Obviamente, estamos tratando, neste texto, de
representantes espirituais. O primeiro, um “homem vestido de linho”,
reluzente, que é enviado devido às orações do Profeta; o outro, chamado
de “príncipe do reino da Pérsia”, no original hebraico ‫רש‬, sar, que
significa também governante. No texto a seguir fica claro que o homem
vestido de linho entrou em confronto com o governante da Pérsia. Este
confronto, logicamente, não foi no plano físico, mas espiritual.
Então me disse: “Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia
em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te
perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por
causa das tuas palavras”. Mas o príncipe do reino da Pérsia me
resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros
príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da
Pérsia. E ele disse: “Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois,
tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis
que virá o príncipe da Grécia. Mas eu te anunciarei o que está
expresso na escritura da verdade, e ninguém há que esteja ao meu
lado contra estes, senão Miguel, vosso príncipe”. (Daniel 10: 12,
13, 20, 21).
5.3 – A força dos deuses e a terra
Muito se tem falado sobre espíritos territoriais. Um grupo defende este
entendimento, enquanto outros rejeitam. A verdade é que povos e nações,
desde os tempos antigos, eram influenciados por seus deuses e seus
territórios eram representados por essas forças. Nos anais da História
temos muitos registros importantes. Vejamos apenas os do Egito.
No Antigo Egito, Amon era o senhor das Duas Terras (Alto e Baixo
Egito), mas primeiramente foi governante de Tebas; Osíris, senhor do
Nilo, mais tarde passou a ter maior atuação no país; Wadjet e Nekhbet,
senhoras de um território maior, uma do Baixo e a outra do Alto Egito,
não de todo o Egito. Somente Amon-Rá e Osíris chegaram a tal patamar
de poder.

Tais considerações são importantes para chegarmos a algumas


conclusões: as Escrituras declaram que os deuses dos povos são demônios
e os registros históricos declaram que tais deuses possuem atuação em
territórios, logo estamos diante da existência de espíritos territoriais.
As Escrituras possuem um registro muito importante, sobre esse
contexto: o episódio da cura do general assírio Naamã e de sua ida à terra
de Israel para falar com o profeta Eliseu. Sabemos que, pela sua
obediência ao profeta, ao mergulhar sete vezes no rio Jordão sobreveio-
lhe instantânea cura e reconhecimento do verdadeiro Deus, o Deus de
Israel. Mas um detalhe pode passar despercebido. Vejamos:

Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e


chegando, pôs-se diante dele, e disse: “Eis que agora sei que em
toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te que
aceites uma bênção do teu servo”. Porém ele disse: “Vive o Senhor,
em cuja presença estou, que não a aceitarei”. E instou com ele
para que a aceitasse, mas ele recusou. E disse Naamã: “Se não
queres, dê-se a este teu servo uma carga de terra que baste para
carregar duas mulas; porque nunca mais oferecerá este teu servo
holocausto nem sacrifícios a outros deuses, senão ao Senhor”. (II
Reis 5: 15-17, grifo nosso).

Por que razão o general assírio lhe pediu que levasse uma carga de terra
em duas mulas? Trata-se de um antigo costume dos antigos: a ideia é que
cada terra tinha seu próprio deus, que só podia ser adorado ali. Deixar um
território e viajar para outro era ficar sob a jurisdição de outro deus, o
proprietário espiritual daquela terra.
Para Naamã, que passou a reconhecer o único e verdadeiro Deus, para
adorar a Yahweh-Elohim na Síria, ele precisaria levar uma porção da terra
com ele, sobre a qual Yahweh exercia jurisdição.
O episódio do domínio babilônico no livro de II Reis relata o ocorrido
com pessoas da Babilônia que foram para as terras de Samaria. Diz o
texto que eles não temeram ao Senhor da Terra. O Senhor mandou leões
e mataram alguns deles. Chegando ao conhecimento do rei da Assíria que
aquelas pessoas da Babilônia não conheciam “o costume do deus da
terra”, ele mandou sacerdotes para que ensinassem o costume do Deus da
Terra.

Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava,


de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria
em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Samaria em herança,
e habitaram nas suas cidades. E sucedeu que, no princípio da sua
habitação ali, não temeram ao Senhor; e o Senhor mandou entre
eles leões, que mataram alguns deles. Por isso falaram ao rei da
Assíria, dizendo: “A gente que transportaste e fizeste habitar nas
cidades de Samaria não sabe o costume do Deus da terra; assim
mandou leões entre ela, e eis que a matam, porquanto não sabe o
culto do Deus da terra. Então o rei da Assíria mandou dizer:
“Levai ali um dos sacerdotes que transportastes de lá; e vá e habite
lá, e ele lhes ensine o costume do Deus da terra. (II Reis 17: 24-27,
grifos nossos).

Há o caso da mensagem de Fefté (juiz de Israel) ao rei de Amon sobre as


terras que o seu deus K’mosh lhes deu: “Você deveria apenas manter as
terras que o seu deus, K’mosh, deu a você, enquanto nós, de nossa parte,
tomaremos posse daquilo que Adonai, nosso Deus, nos deu das terras que
permaneceram a outros antes de nós” (Juízes 11: 24).

5.4 – A batalha espiritual na Nova Aliança


As Escrituras possuem muitos episódios sobre batalha espiritual. Vamos
destacar alguns, do livro de Atos dos Apóstolos, envolvendo o apóstolo
Paulo, em Éfeso e Macedônia, e os filhos do sacerdote Ceva, em Éfeso.

E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias. De


sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos
enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos
saíam. (Atos 19: 11, 12).
Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus
livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu
preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.
Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.
(Atos 19: 19, 20).

Na Macedônia, Paulo escreve aos coríntios que não teve repouso; antes,
foi atribulado, por fora, com combates e, por dentro, com temores.
“Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve
repouso algum; antes em tudo fomos atribulados: por fora combates,
temores por dentro” (II Coríntios 7: 5).
Outro episódio foi o desejo de Paulo de estar com os irmãos em
Tessalônica, no que foi impedido por Satanás.

Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por algum tempo, de


vista, mas não de coração, tanto mais procuramos com grande
desejo ver o vosso rosto; pelo que quisemos ir ter convosco, pelo
menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas duas, e Satanás nos
impediu. (I Tessalônicense 2: 17, 18).

Outro episódio também nos alerta sobre o preparo que devemos ter,
nesta área da batalha espiritual. Sete filhos de Ceva, principal dos
sacerdotes de Éfeso, não entenderam isso.

E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o


nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos,
dizendo: “Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega”. E os que
faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos
sacerdotes. Respondendo, porém, o espírito maligno, disse:
“Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo; mas vós quem sois?”.
E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno, e
assenhoreando-se de todos, pôde mais do que eles; de tal maneira
que, nus e feridos, fugiram daquela casa. E foi isto notório a todos
os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu
temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era
engrandecido. (Atos 19: 13-17).

5.5 – As armas espirituais


Toda batalha espiritual requer armas espirituais, armas da luz,
poderosas em Deus, para destruição de fortalezas, contra principados e
potestades, contra hostes espirituais da maldade.

A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das


trevas, e vistamo-nos das armas da luz. (Romanos 13: 12).
Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim
poderosas em Deus para destruição das fortalezas. (II Coríntios
10: 3, 4).
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim,
contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes
das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais. (Efésios 6: 12).

Muito se tem falado sobre as armas de batalha espiritual, mas eu


gostaria de me ater ao significado de profunda representação da
armadura apresentada por Paulo aos efésios, na sua carta no capítulo 6:
13-17.
No grego clássico, o termo usado para armadura é de um soldado
pesadamente armado. A orientação de Paulo era se revestir da armadura
para “estar firme” (era uma linguagem dos soldados: “Não recuar!”, ao
invés de fugir derrotado). Era estar firme contra “as ciladas do Diabo”
(cilada no grego é methodeia, astúcia, planos, esquemas, estratagemas, na
linguagem militar). A armadura é necessária para “resistir ao dia mau” e,
depois de ter vencido, permanecer inabalável.
Esta linguagem de armadura já era familiar no Antigo Testamento,
quando Isaías, referindo-se ao Messias, o descreve com a mesma
armadura, pois encarnado precisaria dela.

Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com equidade


aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com
o sopro dos seus lábios matará ao ímpio, e a justiça será o cinto
dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins. (Isaías 11: 4,
5).
Pois se vestiu de justiça, como de uma couraça, e pôs o capacete da
salvação na sua cabeça, e por vestidura pôs sobre si vestes de
vingança, e cobriu-se de zelo, como de um manto. (Isaías 59: 17).
Ó Senhor Jeová, força da minha salvação, Tu cobriste a minha
cabeça no dia da batalha. (Salmos 140: 7).

As armas de defesa:
Primeira arma (o cinturão da verdade) – a verdade de Deus, que é o
seu Filho Jesus, que nos conduziria, através do Espírito, a toda a
revelação divina e a lealdade a ela, em vista dos desvios doutrinários.
Segunda arma (a couraça, o peitoral) – a da justiça, da retidão. O
peitoral protegia os órgãos vitais do tórax e da parte superior do
abdômen. Está em foco a própria retidão de Cristo, operada em nosso
interior pelo Espírito. O Espírito nos leva a vivermos sem legalidades e
aberturas para o domínio das trevas.
Terceira arma (as sandálias) – do evangelho da paz. O texto diz “com a
preparação” do evangelho da paz. O sentido é estarmos preparados para
anunciar o evangelho do Reino. As sandálias representam esse
equipamento com o qual avançamos a cada batalha, obtendo vitórias e
com a grande notícia da chegada do Reino de Deus.
Quarta arma (o capacete) – é a salvação. O capacete protegia a parte
mais vital do corpo, a cabeça. É a certeza de crescermos progressivamente
segundo a imagem moral de Cristo, que nos vai protegendo dos ataques
destrutivos do maligno.
As armas de ataque:
Primeira arma (o escudo da fé) – a fé que governa a vida do filho de
Deus, pois ele vive de fé em fé. A fé que consiste na entrega total nos
braços de Cristo. A fé que tem seu alicerce na fidelidade ao Senhor. Esse
escudo apaga os dardos inflamados do Diabo. Os dardos são inflamados
porque podem atingir os pontos de nossas vidas propícios a tais dardos. E
somente com a fé, a confiança em Deus é que apagaremos tais
dardos. “Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar
todos os dardos inflamados do maligno” (Efésios 6: 16).
Segunda arma (a espada do Espírito) – é a Palavra de Deus. O escritor,
aos hebreus, declara que ela é mais afiada que uma espada de dois gumes,
pois penetra até a junção da alma e do espírito, das juntas e medulas, apta
para discernir os pensamentos e intenções do coração. Somente através
do Espírito Santo é que a Palavra de Deus se tornará uma arma poderosa,
pois são decretos do mundo espiritual.

Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que


é a palavra de Deus. (Efésios 6: 17).
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.
(Apocalipse 12: 11).

Podemos, ainda, relacionar algumas armas importantes:


a) o amor – bem maior, pois Deus é amor. O amor nos eleva a posições
que que nos possibilita dominar todas as adversidades e batalhas.
O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.
(Romanos 12: 9, 21).
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não
trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não
suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca
falha. (I Coríntios 13: 4-8a).

b) sentidos para discernir o bem e o mal – é a arma que nos dará


possibilidade de combatermos as verdadeiras guerras, e não sermos
desviados ou distraídos do verdadeiro foco e alvo. Serão revelados a nós a
oração correta e o posicionamento correto frente a uma guerra. “Mas o
mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume,
têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.”
(Hebreus 5: 14).
c) o sangue de Jesus – esta verdade nos assegura a vitória sobre nossas
inclinações malignas, restaurando nossa genética alterada para a imagem
do corpo da sua glória.

Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu


corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si
todas as coisas. (Filipenses 3: 21).
E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu
testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte.
(Apocalipse 12: 11).

d) o nome de Jesus – perante este nome todo joelho se dobra e confessa


quem é o Senhor, a quem Deus exaltou soberanamente.

E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu nome expulsarão


os demônios; falarão novas línguas. (Marcos 16: 17).
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um
nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se
dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo
da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai. (Filipenses 2: 9-11).

e) a adoração – enquanto a adoração é a expressão do que sou e faço,


o louvor é apenas uma declaração musical. A adoração é gerada dentro do
homem, onde só Deus pode ver; o louvor se exterioriza para ser visto por
Deus e pelo homem. Não é possível adorar sem louvar, mas é possível
louvar sem adorar. Vamos destacar textos que mostram a diferença entre
adoração e música:

Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os


seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.
(Mateus 15: 8, 9).
E aconselhou-se com o povo, e ordenou cantores para o Senhor,
que louvassem à Majestade santa, saindo diante dos armados, e
dizendo: “Louvai ao Senhor porque a sua benignidade dura para
sempre”. E, quando começaram a cantar e a dar louvores, o
Senhor pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os
das montanhas de Seir, que vieram contra Judá, e foram
desbaratados. Porque os filhos de Amom e de Moabe se
levantaram contra os moradores das montanhas de Seir, para os
destruir e exterminar; e, acabando eles com os moradores de Seir,
ajudaram uns aos outros a destruir-se. (II Crônicas 20: 21-23).
E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a
Deus, e os outros presos os escutavam. E de repente sobreveio um
tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e
logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
(Atos 16: 25, 26).

f) anjos guerreiros – seres que são enviados, da parte de Deus, para


ministrarem e guerrearem a favor dos que hão de herdar a salvação. “Não
são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a
favor daqueles que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1: 14).
g) o jejum – o jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos, por
um período definido. Penso que Deus queira despertar-nos para a
compreensão e prática deste princípio que, sem dúvida, é uma arma
poderosa para o cristão. O propósito primário do jejum é mortificar a
carne, o que nos fará mais sensíveis ao Espírito Santo. A alma brilhará
mais quanto menor for a atenção dada ao corpo. Ao jejuar, estamos
removendo o entulho da carne e liberando nossa fé para se
expressar. “Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração
e pelo jejum” (Mateus 17: 21).
h) a unção com óleo – a prática da unção é muito antiga, até mesmo
antes do povo hebreu, nas práticas nomádicas de sacrifício, como parte de
refeições comunitárias, para fins medicinais, quando se esperava a cura.
Segundo o Antigo Testamento, reis e sacerdotes eram ungidos para
exercerem suas funções. Os profetas eram ungidos pelo próprio Senhor.
Os juízes, os artífices, para julgarem, e para a obra do tabernáculo e seus
utensílios.
No Novo Testamento, temos referência à unção com vários significados,
mas as únicas possíveis menções à unção literal, para fins de cura, é a de
Mar. 6; 13 e Tiago 5: 14, 15. Em ambos os textos a palavra, no grego,
é αλειφω, aleipho, untar, esfregar com uso sagrado.
As igrejas do Oriente continuam ungindo os enfermos até o dia de hoje,
como um rito formal. Era comum os cristãos primitivos crerem no óleo
apenas como um ato visível de reconhecimento de sua fé na cura de uma
enfermidade através do nome do Senhor Jesus (Champlin, 2002).

E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com


óleo, e os curavam. (Marcos 6: 13).
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e
orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor.
(Tiago 5: 14).

Que possamos nos conscientizar desta realidade e despertarmos


enquanto é dia. Despertemos do sono e nos forjemos das armas
espirituais e poderosas em Deus. Que haja entendimento do lugar em que
o Senhor nos colocou. Entendermos o que se trata de assento, domínio,
governo; enfim, voltarmos à origem, ao Éden. Que ouçamos sua
convocação e marchemos sem vacilar, combatendo o bom combate. “E
nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares
celestiais, em Cristo Jesus” (Efésios 2: 6).
CAPÍTULO 6
LIBERTAÇÃO E CURA INTERIOR: CAMINHOS DE SANTIDADE

6.1 – Introdução
Infelizmente, o inimigo tem encontrado muitos “pontos de contato”, no
corpo de Cristo, através de ministérios, líderes, ovelhas que não têm
entendimento de verdades espirituais e nem posto em prática os
mandamentos e preceitos de Deus em suas vidas. São religiosos,
adúlteros, sexopatas convulsivo, os que distorcem o costume natural da
sexualidade, roubadores, mentirosos e outros. Todos dando ao inimigo
legalidade para serem “tocados” e “conectados”, levando-os ao cativeiro e
a doenças espirituais.
Sem a verdadeira santificação, não há autoridade e nem se poderá ver e
sentir a plenitude da vida cristã. E, neste caminho da santificação, nos
deparamos com a necessidade de libertação e cura interior.
É no princípio da libertação e cura interior que encontraremos a
genuína prática do arrependimento e da confissão. Sem estes elementos
não há libertação, cura e santidade. “Confessai as vossas culpas uns aos
outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um
justo pode muito em seus efeitos”. (Tiago 5: 16).
A santidade é o estado em que Deus nos quer ver, pois só assim veremos
sua manifestação. A santificação ocorre nas três áreas de nossa vida:
a) no corpo: parte do nosso ser que interage com o mundo físico;
b) na alma: parte do nosso ser que é composta de emoção; trata-se do
lugar da mente – da memória e do raciocínio –, da consciência, do livre-
arbítrio e da vontade;
c) no espírito: parte do nosso ser que envolve a consciência, a adoração
e a intuição, e que interage com o mundo espiritual e com toda influência,
em nós, de origem espiritual – com o Espírito do Eterno ou com
demônios.

E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso


espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. (I
Tessalonicense 5: 23).
Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de
toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a
santificação no temor de Deus. (II Coríntios 7: 1).
A figura anterior mostra um exemplo prático da interação entre corpo,
alma e espírito, quando há falta de perdão. A falta de perdão afeta todas
as áreas de nosso ser: o espírito (nos separa de Deus, dando direito a
espíritos torturadores); a alma (cria feridas de amargura) e o corpo (causa
doenças físicas).
Aquilo que herdamos, desde o ventre materno, no meio em que
vivemos, por maldição, por oferendas, por pactos feitos ou consagração à
Satanás, terá que ser trabalhado por meio de ministrações, tampando as
aberturas e trabalhando uma entrega constante ao Senhor. Essa
restauração, transformação e aperfeiçoamento fazem parte do processo de
santificação, e isso leva tempo.
O Espírito do Eterno irá penetrar em todas as áreas de nossa vida,
trazendo implicações espirituais à lembrança e preparando o bálsamo
para curar todas as feridas. “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que
em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo”
(Filipenses 1: 6).

O grande problema é que nem todos conseguem se render ao Espírito


do Eterno para que ele possa operar. São barreiras, elos com o passado,
traumas, pactos.

6.2 – A libertação
À purificação do nosso espírito chamamos libertação. À purificação (ou
cura) da nossa alma chamamos cura interior. E à purificação (ou cura) do
nosso corpo chamamos cura física. “Quem pode entender os seus erros?
Expurga-me tu dos que me são ocultos” (Salmos 19: 12).
Todo homem, ao nascer, possui inclinações que o distanciam do
Criador. Até que ele volte ao Eterno e passe a ser transformado no corpo
de Seu Filho, está em processo de submissão de suas inclinações à
vontade divina, sendo possível, neste processo, ceder ao clamor de sua
“inclinação má”, do hebraico ‫ערהרצי‬, yetser hara, e ter contatos e
influências com espíritos malignos. “O qual nos tirou da potestade, e nos
transportou para o reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1: 13).
Potestade ou poder das trevas, do grego εξουσίας, exousias, significa
poder de escolha, liberdade de fazer como se quer, poder de autoridade,
de governar. Esses demônios atuam na vida dos seres humanos em três
níveis de atuação:
a) tentação – os demônios nos tentam a pecar. Vozes que não são
audíveis normalmente, mas estão nos pensamentos. Cedendo, caímos,
dando-lhes direitos de posse de uma área em nossa alma que fica
manchada. Temos que resistir e eles fugirão. “Sujeitai-vos, pois, a Deus,
resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a
vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os
corações”. (Tiago 4: 7, 8).
b) opressão – é quando os demônios conseguem atuar nas emoções, na
mente ou na vontade. Eles passam a controlar essas áreas de nossas vidas,
pois concordamos, em algum momento, com a sua vontade e acabamos
fazendo um pacto.
c) endemoninhamento – neste nível existe um grau de implicação
profundo: os demônios vão habitar na pessoa. Na opressão existem
impurezas espirituais atuando na alma; no endomoninhamento, o espírito
é que fica contaminado com a presença de demônios. Ocorre quando
damos brechas a espíritos malignos. São pecados que passam de uma
simples opressão para um endomoninhamento.
6.3 – A cura interior
Temos que entender que a libertação e a cura interior não são um fim e
sim um processo. A cura interior começa quando reconhecemos as raízes
de nossos traumas, feridas, rancores, amarguras, falta de perdão,
deformidades de nossa personalidade...
Esse processo a que nos referimos deve ser algo contínuo, pois novos
episódios ocorrem e podem nos traumatizar. A santificação é que mantém
a cura interior. Uma vida de oração, ligada com Deus, nos alerta para que
não acumulemos as raízes, lançando sobre Jesus toda a nossa ansiedade.
A ministração de cura interior pode ser feita coletiva ou
individualmente. Ela só ocorre pela operação do Espírito do Eterno.

Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem


cuidado de vós. (I Pedro 5: 7).
Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor. (Hebreus 12: 14).

Jesus está buscando uma igreja curada, uma virgem sem mácula, sem
rugas, sendo aperfeiçoada por ele, ajudando-nos uns aos outros a
chegarmos à perfeição.
CAPÍTULO 7
PATERNIDADE RESTAURADA

7.1 – Introdução
No contexto de libertação e cura espiritual, temos que falar sobre a
restauração de paternidade. Muito se tem falado sobre o Deus Criador, o
Eterno, o Senhor de nossas vidas, mas pouco se fala sobre a sua
paternidade; Aquele que supre as necessidades, do Deus provedor,
sustentador; aquele que possui filhos e herdeiros; aquele que, desde o
princípio, se mostra o Cuidador, o Pai de uma família.

[...] como também no deserto, onde vistes como o Senhor vosso


Deus vos levou, como um homem leva seu filho, por todo o
caminho que andastes, até chegardes a este lugar.
(Deuteronômio 1: 31).
Saberás, pois, no teu coração que, como um homem corrige a seu
filho, assim te corrige o Senhor teu Deus. (Deuteronômio 8: 5).
Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo
Deus? Por que agimos aleivosamente cada um contra seu irmão,
profanando a aliança de nossos pais? (Malaquias 2: 10).

Desde os primórdios, os deuses dos povos se apresentaram e se


apresentam como protetores e com imagem paterna, muitas vezes se
apresentando, também, em forma feminina para passar aquele aspecto
acalentador, protetor, maternal e amável. Podemos citar, desde os
primórdios, os deuses gregos Zeus, Apolo, Hermes e outros; os deuses
romanos Júpiter, Marte, Mercúrio e outros; e as deusas egípcias Nekhbet
(deusa tutelar de Nekhen, do Alto Egito), Uadjet (padroeira do Baixo
Egito), Bast (deusa lunar, com cara de gato) e Sekhmet (“a Poderosa”,
cultuada em Menfis); as deusas celtas Andrasta (guerreira), Arduina
(deusa de Ardenes) e Armid (deusa da cura); as deusas romanas Diana
(da lua e da caça), Aurora (do amanhecer) e Minerva (da sabedoria, das
artes e da guerra); as deusas hindus Adit (mãe de Mitra), Ambika (mãe
geradora), entre outros, em todas as civilizações, até os nossos dias.
O propósito de Deus, ao criar a família, era espelhar o seu aspecto
paternal e maternal nas relações. No caso do estudo vigente, trataremos
da paternidade existente entre Ele e seus filhos. Não é difícil perceber que
os princípios da paternidade têm sido distorcidos, em nosso meio. E
somente o Espírito de Deus poderá testificar, com o nosso espírito, esta
paternidade e que somos seus filhos. “O mesmo Espírito testifica com o
nosso espírito que somos filhos de Deus” (Romanos 8: 16).

7.2 – O filho e o escravo


A queda trouxe ao homem a mentalidade de escravo e não de filho. Nas
Escrituras, podemos observar esta verdade quando o Eterno teve que
trabalhar esta realidade na mente de seu povo, ao sair do Egito. O deserto
foi o processo de libertação de uma mente escrava para uma mente de
filho. As “cebolas” e “carnes” que o povo ainda trazia do Egito em suas
mentes foram elementos muito difíceis de sair de dentro do povo.
Da mesma forma, ao sairmos do Egito, da escravidão em que vivíamos,
será preciso um processo de libertação de uma mente escrava para uma
mente de filho. Muitas vezes o Eterno irá nos levar a desertos para tirar o
Egito, a mentalidade de escravo de dentro de nós. Levará todos nós a uma
mentalidade de dependência Dele, como filhos e herdeiros que somos,
como fez com o povo de Israel, ao sair do Egito.

Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra dos egípcios,
para que não fossem seus escravos; e quebrei os timões do vosso
jugo, e vos fiz andar eretos. (Levíticos 26: 3).
Como também no deserto, onde vistes que o Senhor vosso Deus
nele vos levou, como um homem leva seu filho, por todo o
caminho que andastes, até chegardes a este lugar.
(Deuteronômio 1: 31).
E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te
guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te
provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os
seus mandamentos, ou não. (Deuteronômio 8: 2).

O primogênito do Eterno veio resgatar este direito do homem de viver


como filho novamente.

E ele lhes disse: “Quando orardes, dizei: ‘Pai nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a
tua vontade, assim na terra, como no céu’”. (Lucas 11: 2).
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para
serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos. (Romanos 8: 29).

O propósito do Eterno sempre foi ser Pai de muitos filhos semelhantes


ao seu Unigênito, pois o Reino será administrado por filhos amadurecidos
e não escravos.

Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para
sempre. (João8: 35).
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez
estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos,
pelo qual declaramos: “Abba Pai”. (Romanos 8: 15).
[...] porque sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o Espírito
de seu Filho, que clama: “Aba, Pai”. Assim que já não és mais
servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por
Cristo. (Gálatas 4: 6, 7).
A liberdade que o Filho nos outorgou nos desliga da escravidão, dos
serviços forçados de um império. Significa receber o direito de estarmos
dentro de Sua Casa, de Sua Família, da comunidade dos Santos, da
comunidade de Israel.

[...] estáveis naquele tempo sem Cristo, separados da comunidade


de Israel, e estranhos aos pactos da promessa, não tendo
esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus,
vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes
perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um;
e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua
carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos contidos
em ordenanças, para criar, em si mesmo, dos dois um novo
homem, assim fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com
Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade; e, vindo,
ele evangelizou paz a vós que estáveis longe, e paz aos que estavam
perto; porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo
Espírito. Assim, pois, não sois mais estrangeiros, nem forasteiros,
antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus.
(Efésios 2: 12-19).

Um filho serve ao seu Pai, e um escravo serve ao seu Senhor; um recebe


a herança e o outro salário. O escravo obedece, mas o que é do seu Senhor
não lhe pertence e por obrigação ele serve, porém o Filho obedece
cuidando daquilo que lhe pertence por direito. O filho e o escravo são
servos, porque estão debaixo de alguém superior, mas não estão debaixo
na mesma condição. A obediência cabe ao Filho e ao Escravo, porém um é
livre e herdeiro, o outro não. Precisamos resgatar, restaurar a liberdade e
a herança que temos no Pai pelo seu Filho. “E, porque sois filhos, Deus
enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: ‘Aba, Pai’.
Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também
herdeiro de Deus por Cristo. (Gálatas 4: 6, 7).
Mas o grande paradoxo é que, para sermos filhos, teremos que nos
colocar na posição de escravos; para sermos grandes, teremos que ser
pequenos; para sermos maiores, teremos que ser os menores. Jesus é filho
e se colocou na posição de servo, e aprendeu a obedecer no sofrimento.
Em razão de nossa queda e inclinação para o mal, este paradoxo é real.

Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser
ser grande, será vosso serviçal. (Marcos 10: 43).
Ainda que fosse Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que
padeceu. (Hebreus 5: 8).
Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-
se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de
cruz. (Filipenses 2: 7, 8).

No Reino do Eterno não há escravos, há filhos que servem e cuidam dos


assuntos do Pai, porque também são seus. A mentalidade de escravo não
pode existir no Reino do Eterno, pois o escravo não compreende e não
está inserido no propósito de seu Senhor.
O filho serve para dar continuidade ao Reino; já o escravo jamais se
assentará no trono, por mais que sirva, com toda a obediência possível. O
Filho compreende que tudo o que é do pai é dele, mas o Escravo nada tem
do seu Senhor.
A parábola do filho pródigo revela um homem com mentalidade de
escravo, sendo filho (Lucas 15: 11-32). O filho mais moço toma a sua
herança, o Reino, e perde as riquezas deste reino e se prostitui com as
meretrizes, figura de outros deuses, e, caindo em si, retorna para o Pai,
mas com mentalidade de escravo. O Pai prontamente o restabelece na
posição que ele tem, de filho, dando-lhe sandálias, vestes e anel.

7.3 – A orfandade presente desde o ventre


A função paterna está presente em nossas vidas desde o ventre e do dia
em que nascemos, seja de uma forma ausente ou participativa. Esta
paternidade é extremamente importante na definição de nossos caminhos
como pessoas.
O papel materno, com certeza, participa da mesma importância da
função paterna. O foco do nosso estudo é dar atenção para a posição do
pai em nossas vidas e para a nossa posição de filhos.
Vivemos em uma sociedade que, de forma crescente, está perdendo o
referencial paterno. Filhos nascem sem conhecer o pai, mães engravidam
sem saberem de quem, casamentos que mal começam e já terminam;
filhos perdidos em meio ao tiroteio de palavras e agressões, abusos em
todas as suas dimensões, rejeições, negligências, troca de papéis nos lares
e muitas outras circunstâncias negativas.
A orfandade, dia após dia, penetra nos corações. Sutilmente a religião
mostra uma Maria sem José e um Jesus sem pai, e a imagem de um deus
que julga e condena todos que pecam.
Com certeza existem famílias que sabem e conseguem transmitir um
relacionamento paterno saudável, assim como também há filhos que
cresceram em meio às turbulências e atravessaram densas nuvens sem
muitos danos em sua personalidade. Mas o fato é que todos nós, de uma
forma ou de outra, somos atingidos por esse bombardeio de informações
distorcidas sobre uma paternidade saudável.
Toda esta condição psicossocial afeta a nossa visão do Eterno de Israel
como Pai. E muitas vezes nos sentimos e vivemos como órfãos, tendo um
Pai.

7.4 – As funções psicológicas


Para entendermos esse processo temos que considerar as relações dos
indivíduos com o meio em que vivem. Existem as funções psicológicas
superiores. São os processos de aprendizagem construídos ao longo da
história social do homem em sua relação com o mundo. Essas relações são
diretas ou mediadas (quando dependem de intermediários).
Elas possuem dois elementos: os instrumentos e os signos, como
declara o psicólogo e educador Vigostsky, 1997. Os instrumentos seriam
as ações concretas e os signos, informações que recebemos por meio de
ações psicológicas do indivíduo ou de outra pessoa e que vão atuar no
campo psicológico. O indivíduo irá internalizar marcas, símbolos,
representações externas que irão beneficiá-lo ou prejudicá-lo.
Desde o nascimento, através das relações interpessoais, o sujeito é
exposto a várias formas de influência que vão determinar o
desenvolvimento de sua personalidade. Estas influências vêm
primeiramente de “fora para dentro”, através das ações externas ao
ambiente que o cerca e após este primeiro processo é que o indivíduo vai
desenvolver processos psicológicos internos.
O que tudo isto tem a ver com a paternidade?
Vejamos, a palavra pai é um signo, isto é, ela nos diz, segundo a nossa
cultura, que pai é um homem que tem um filho. Para todos, a
palavra pai tem este sentido único.
De acordo com a interação do indivíduo com o meio, as representações
da palavra pai se dão de forma diferente, para cada pessoa. Se uma pessoa
teve um pai agressivo, por exemplo, ao ouvir a palavra pai ela pode até
mesmo, de uma forma inconsciente, associar a palavra à agressão. Se o
pai foi negligente, a palavra é associada à negligência, pois esta foi a forma
com que ela internalizou a concepção de pai.
Resumindo, temos o signo (a palavra pai), a mediação (a lembrança de
agressão ou da negligência paterna) e a sua internalização (a
palavra pai passa a ser associada à agressão e à negligência recebidas).
Os comportamentos interpessoais, principalmente no contexto familiar,
são importantes para a formação dos nossos sentimentos e caráter. O
carinho, a expressão de afeto são sentimentos positivos que irão
influenciar a ocorrência de comportamentos desejáveis. É o que os
psicólogos chamam de “reforço positivo”.
Um comportamento pode ser “modelado” a partir da observação. No
caso de um pai que agride uma mãe na presença do filho, a tendência é
este filho imitar a agressão do pai. É o que os psicólogos chamam de
“modelação”.
No campo psicológico humano, aqueles que de alguma forma sofreram
algum tipo de rejeição, principalmente paterna, tenderão a terem ações
semelhantes, e isso para chamarem a atenção da figura que representa
autoridade em suas vidas, tais como professores, líderes religiosos,
marido, esposa, os próprios pais, e inevitavelmente isso também se
refletirá em um comportamento semelhante diante da autoridade
de “Deus”.

Trazendo toda essa informação da área psicológica para o campo de


relacionamento com o Eterno, presenciaremos que, na maioria dos casos,
todos aqueles que no campo humano sofreram alguma agressão ou
rejeição tenderão a serem muito desobedientes ao Eterno, pois o Eterno
está na figura do pai.
Tudo o que estamos falando aqui estamos falando no campo da
inconsciência, ou seja, a pessoa, na maioria dos casos, não manifesta essas
ações de forma consciente, entendendo o porquê de fazer aquilo.

7.5 – A distorção refletida


O Eterno criou a família com o intuito de ser um meio onde pudéssemos
conhecer o seu caráter paterno, ou seja, como uma sombra de uma
realidade espiritual. Quando esta estrutura é quebrada, acabamos vendo
Deus Pai da maneira com que foi transmitido a nós.
Exemplo: se o meu pai foi um pai ausente e não realizou a sua função
determinada, não demonstrou carinho ou afeto, pode haver uma grande
possibilidade de que eu veja o Eterno como um Pai ausente e distante, em
que não conseguirei compreender o seu amor por mim. Posso até me
relacionar com Ele tendo Ele como Senhor, mas haverá uma dificuldade
no relacionamento Pai e filho. O meio em que estamos inseridos influi na
visão que teremos do mundo ou sobre como veremos o Eterno de Israel.
Em nossa vida adquirimos visões distorcidas destas interações com o
meio social em que estamos inseridos.
Um exemplo básico desses reflexos é nossa espiritualidade, que fica
travada dentro de um sistema de escravidão, em que o que importa é fazer
e não ser, e o que fazemos tem mais um sentido de obrigação do que
essencialmente amor; há também uma dificuldade na aceitação do amor,
perdão, liberdade e provisão de Elohim. Citamos novamente o exemplo da
parábola do filho pródigo.
O jovem recebeu a herança antes do tempo e saiu para gastar a sua
parte. Enquanto isto, o irmão mais velho ficou em casa trabalhando para
seu pai. Quando o filho mais novo retorna arrependido, o pai se alegra e
manda fazer uma festa. O filho mais velho não gosta e diz: “Há quanto
tempo que eu te sirvo e nunca fizeste uma festa para mim?”. O pai então
lhe diz: “Filho, você sempre está comigo, tudo o que é meu é teu”. Em
outras palavras, a questão é que o filho mais velho se via apenas como um
servo e não compreendia que era filho.
A distorção da nossa identidade como filhos e a relação que temos com
o Eterno como Pai pode ser percebida, no cotidiano, em ocasiões nas
quais agimos com ansiedade, insegurança, medo de errar, falsa
humildade, medo de nos expor, medo de tomar decisões.
Algo que precisamos entender é que Elohim é o Pai dos espíritos e que
está acima de qualquer realidade terrena. Ele é perfeito em seu caráter e
isto inclui a sua paternidade.
Nós tivemos os nossos pais segundo a carne como educadores, e
os espeitávamos. Não haveremos de ser muito mais submissos ao
Pai dos espíritos, a fim de vivermos? (Hebreus 12: 9).
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez
estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo
qual clamamos: “Aba, Pai”! (Romanos 8: 15).

O Filho primogênito do Eterno, enquanto esteve aqui na Terra, reforçou


este entendimento paterno.

Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos
céus. (Mateus 5: 48).
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua
porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará publicamente. Não vos assemelheis,
pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de
vós lho pedirdes. (Mateus 6: 6, 8).
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos,
quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe
pedirem? (Mateus 7: 11).
Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (Mateus 13: 43).
Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-
vos o reino. (Lucas 12: 32).

A convicção de identidade de filhos é essencial para o avanço do Reino


de Elohim na Terra. O profeta Malaquias já profetizou sobre este tempo
de restauração paterna.

Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e
terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e
fira a terra com maldição. (Malaquias 4: 5, 6).

Temos que entender que a criação anseia pela manifestação dos filhos
de Elohim. E não dos teólogos, dos ministros, pregadores, políticos,
militares, etc. Satanás sempre procurou colocar em dúvida esta verdade
até mesmo no Filho do Eterno, principalmente na tentação do deserto
(“Se tu és o filho de Deus [...]”, em Mateus 4: 3) e na crucificação, quando
falaram para ele: “Se tu és o Filho de Elohim, desce [...]” (Mateus 27:
40). “Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos
filhos de Deus” (Romanos 8: 19).
Se o Diabo conseguisse fazer com que Yeshua duvidasse que Ele fosse o
Filho de Elohim, jamais Ele teria cumprido o propósito do Pai, jamais Ele
teria chegado à cruz como Filho obediente.
Temos que crescer na testificação do nosso espírito com o Espírito do
Eterno, que somos seus filhos, só assim será possível administrar os
negócios do nosso Pai, ou seja, teremos um compromisso com o avanço
do Seu Reino. Precisamos amadurecer como filhos, pois a herança é dada
para filhos amadurecidos e não filhos imaturos. “Digo, pois, que todo o
tempo que o herdeiro é menino em nada difere do servo, ainda que seja
senhor de tudo; assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és
também herdeiro de Deus por Cristo” (Gálatas 4: 1, 7).
Devemos passar por um processo de crescimento e amadurecimento,
como Cristo passou para que possamos ser herdeiros e andarmos em
herança, como ele andou.

Ainda que fosse Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que


padeceu. (Hebreus 5: 8).
E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros
de Deus, e coerdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos,
para que também com ele sejamos glorificados. (Romanos 8: 17).

Vamos nos arrepender e entregar a Ele tudo aquilo que absorvemos


quanto a uma paternidade terrena e enferma. Vamos entender que os
nossos pais naturais podem ter sido vítimas de um ciclo de feridas, e que
nós, que obtivemos um maior entendimento de Elohim, precisamos dar
passos rumo ao perdão e ao amor, a fim de liberarmos nossos ombros de
todo jugo de servidão e caminharmos rumo a uma paternidade saudável.
Estamos cercados por uma sociedade com um sentimento de orfandade
e que necessita saber que tem um Pai.
Uma das maneiras de identificarmos se estamos vivendo como filhos de
Elohim é analisarmos se estamos sendo guiados pelo Seu Espírito, ou se o
nosso andar é segundo a carne. Pois os filhos de Elohim são guiados pelo
Espírito de Elohim e este Espírito testifica em nós que somos Seus filhos.

Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são
filhos de Deus. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito
que somos filhos de Deus. (Romanos 8: 14, 16).
O convite de Elohim para nós é para que conheçamos o seu caráter
paterno, vivendo uma vida plena de adoração, oração, intercessão, e assim
ajudaremos os filhos que estão longe da casa a retornarem, por meio
de Yeshua.
Que sejamos livres de toda a escravidão e orfandade, pois temos um Pai
que cuida de nós, que zela por nós e que nos aceita. Temos um Pai
provedor, protetor, presente, amoroso e que corrige os filhos que ama.
Não precisamos mais temer o olhar da rejeição. Precisamos nos ver como
Ele nos vê. Somos mais preciosos do que os pássaros e os lírios do campo,
dos quais o Pai cuida. E cuidará muito mais de seus filhos (Mateus 6: 26-
30).
Vamos deixar o Pai nos revelar esta verdade e, através de nós, revelá-la
ao mundo.

CAPÍTULO 8
RECUPERANDO O REINO

8.1 – Introdução
Durante os primórdios, o homem sempre buscou respostas para
questões sobre a sua origem, a razão de sua existência e seu destino após a
morte. Na verdade segue o pensamento de que, se o homem foi criado,
houve um Criador. Obviamente, as suas indagações, fruto de sua restrição
mental e intuitiva, só serão respondidas na sua origem, no seu Criador, no
Mestre do Universo, no Ribono shel Olam. O único que existe imortal,
invisível, que habita em luz inacessível. Nele começou o processo criativo
que trouxe o primeiro entendimento de “reino” e “rei”. Inicialmente
podemos considerar o processo desencadeador da criação – o amor de
Deus. Todos nós refletimos este amor, por possuirmos uma alma
originária do Pai dos espíritos refletida no ato de doação e do
compartilhar, que são características de quem ama. Da mesma forma, o
desejo de Deus é compartilhar sua presença, seu reino e governo, sua
glória. Esse é o plano original de Deus para a criação nos mundos invisível
e visível.

Ao Rei Eterno imortal, invisível, Deus Único, honra e glória pelos


séculos dos séculos. Amém. (I Timóteo 1: 17).
Aquele que só possui a imortalidade, e que habita em luz
inacessível, a quem nenhum dos homens tem visto, nem pode ver;
ao qual seja dada honra e poder eterno. Amém. (I Timóteo 6: 16).
Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o
mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. (Salmos
90: 2, grifonosso).
Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e
qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que
não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. (I João 4: 7, 8,
grifonosso).
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna. (João 3: 16, grifo nosso).
Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos
vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou.
(Romanos 9: 23, grifonosso).

A criação do homem teve como finalidade o domínio, o governo e a


liderança. O propósito estabelecido pelo Eterno antes que a Terra fosse
criada foi o Reino. Jesus reforça esta verdade no sermão profético.

E disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a


nossa semelhança; e domine [do hebraico radah, governar,
subjugar] sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move
sobre a terra”. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criaram. E Deus os abençoou, e
Deus lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e
sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos
céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”. (Gênesis 1:
26-28, grifos nossos)
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos
de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundação do mundo”. (Mateus 25: 34).

O conceito de “colonização” é importante para compreendermos o


propósito de Deus e seu plano para o homem e a criação. O homem possui
em sua natureza a concepção de reinado e colonização, como podemos
observar na sua própria História. Concepção que se mostrou, obviamente,
corrompida, deturpada, com sinais de opressão, tirania, guerras e
escravidão. Gênesis relata a intenção de Deus ao criar duas realidades
distintas mas unidas no propósito divino: “No princípio criou Deus os
céus e a terra” (Gênesis 1: 1).
O homem, criado à Sua imagem e semelhança, seria seu representante
para liberar, estabelecer e implantar seu Reino invisível no mundo
visível, natural.

8.2 – A queda
Diante deste propósito ocorreu a desobediência, a opção pelo natural,
pelo racional; divorciamo-nos do sobrenatural, do intuitivo e do domínio
do subconsciente. Apropriamo-nos do “fruto”, leia-se, do privilégio do que
é visível e material, rompendo com a separação que existia entre o bem e
o mal. Este ato gerou a morte, a separação, uma independência em
relação à regência do Eterno e ao seu Reino, uma desconexão do invisível,
do espiritual e do Reino. “Mas da árvore do conhecimento do bem e do
mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.” (Gênesis 2: 17, grifos nossos).
Esta desconexão levou o homem a buscar desesperadamente, em sua
alma, as religiões, que representam nada mais que a perseguição
frustrante da humanidade para recuperar o que perdeu. A religião foi a
busca não da origem, do Criador, mas dos “intermediários”, dos deuses
inferiores, que se tornaram objetos de idolatria, ocupando e distraindo a
frustração do homem pela perda do Reino. Houve a quebra de
uma aliança.

Com a queda, Satanás estabeleceu outro domínio. Um domínio onde um


governante governa pela ignorância, mantendo os homens distantes da
sua verdadeira origem, posição e da existência do Reino de Deus. Isso são
trevas (do grego σκοτos, skotos, escuridão da visão, ignorância a respeito
dos assuntos divinos e da realidade que governa (Strong, 2003).

Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos


incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da
glória de Cristo, que é a imagem de Deus. (II Coríntios 4: 4).
Coberto de trevas no entendimento, separados da vida de Deus
pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração.
(Efésios 4: 18).
Portanto, estejam preparados para agir no vosso entendimento,
sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu
na revelação de Jesus Cristo; como filhos obedientes, não vos
conformando com as concupiscências que antes havia em vossa
ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está
escrito: “Sede santos, porque eu sou santo”. (I Pedro 1: 13-16).
As trevas conseguem seu poder naquilo que nós desconhecemos.
Nascemos em um meio desassociado da luz e na ignorância. Ela
permanece até que seja removida pela luz de Cristo, que é a sua Palavra
cortante como espada de dois gumes. Este fato ocorre quando saímos do
nível da alma (do hebraico nefesh, vitalidade, que está associado ao
sangue) e entramos no nível do Espírito (do hebraico ruah).

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que


espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e intenções do coração. (Hebreus 4: 12).
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. (João 1: 4).

O antídoto da ignorância é o conhecimento. Ele vem através da verdade,


e a verdade traz libertação. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”
(João 8: 32, 36).
A grande necessidade da humanidade é identificada pelo que perdeu:
não uma religião, ou o céu, mas um reino, seu domínio. O principal
propósito e atribuição do Messias prometido foi recuperar e restabelecer o
homem em sua posição original. Essa foi a sua mensagem: “É chegado o
reino de Deus” (Mateus 3: 12).

Qual teria sido o objetivo maior do adversário, no Éden? Tirar o homem


do Jardim, do relacionamento com Deus e com o Céu, a perda do Reino
do Céu na Terra e, sobretudo, a perda do acesso (pelo caminho) à
árvore da vida.
E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do
Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por
todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.
(Gênesis 3: 24).

Quem veio recuperar esse acesso por ser o novo caminho? Yeshua.

Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar,


pelo sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou,
caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne.
(Hebreus 10: 19, 20).

8.3 – O princípio do homem e da Terra


Como no Éden, após a queda do homem, leia-se queda como uma
consequência de mudança de uma posição elevada para outra, rebaixada,
o Eterno teve que recomeçar seus propósitos chamando outro homem
(Abrão) e o estabelecendo em outra Terra e formando um povo sacerdotal
com o propósito de alcançar toda a Terra. Este princípio é observado,
inicialmente, quando Deus formou um homem e o colocou em um jardim
para que toda a influência de Seu reino alcançasse todo o mundo criado.

Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes


a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um
reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás
aos filhos de Israel. (Êxodo 19: 5, 6).

Estas palavras são dirigidas também aos seus enviados.

Eu o Senhor te chamei em justiça; tomei-te pela mão, e te guardei;


e te dei por pacto ao povo, e para luz das nações. (Isaías 42: 6).
Sim, diz ele: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as
tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel;
também te porei para luz das nações, para seres a minha salvação
até a extremidade da terra. (Isaías 49: 6).

Este princípio permanecerá até a eternidade.

E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete
últimas pragas, e falou comigo, dizendo: “Vem, mostrar-te-ei a
noiva, a esposa do Cordeiro”. E levou-me em espírito a um grande
e alto monte, e mostrou-me a santa cidade de Jerusalém, que
descia do céu da parte de Deus, tendo a glória de Deus; e o seu
brilho era semelhante a uma pedra preciosíssima, como se fosse
jaspe cristalino; nela não vi santuário, porque o seu santuário é o
Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. A cidade não necessita
nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a
glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. As
nações andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua
glória. As suas portas não se fecharão de dia, e noite ali não
haverá; e a ela trarão a glória e a honra das nações. E não entrará
nela coisa alguma impura, nem o que pratica abominação ou
mentira; mas somente os que estão inscritos no livro da vida do
Cordeiro”. (Apocalipse 21: 9-11; 22-27).

8.4 – Recuperar a condição original


É preciso entender a nossa restauração por um aspecto mais profundo.
Nas Escrituras Jesus sempre foi visto como Rei, possuidor de um
principado e de um trono. Sua missão foi revelar este Reino e introduzi-lo
inicialmente com um acordo de paz (segundo a Torah, antes do domínio
sempre era proposta a paz – Deuteronômio 20: 10) e mediante o
arrependimento, isto é, do grego μετάνοια,metanoia, cujo significado é
mudança de mente, da forma de pensar.

Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o


principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome:
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe
da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim,
sobre o trono de Davi e no seu reino, para firmá-lo e o fortificar
com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do
Senhor dos Exércitos fará isto. (Isaías 9: 6, 7).
Mas, do Filho, diz: “Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos
séculos; cetro de equidade é o cetro do teu reino”. (Hebreus 1: 8).
Quando estiveres para combater uma cidade, primeiro propõe-lhe
a paz. (Deuteronômio 20: 10).
Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: “Paz a esta
casa!”. E se lá houver um filho de paz, a vossa paz irá repousar
sobre ele; senão, voltará a vós. (Lucas 10: 5, 6).
Depois que João foi preso, veio Jesus para a Galileia proclamando
o Evangelho de Deus: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus
está próximo. Arrependei-vos e credes no Evangelho”. (Marcos
1: 14, 15).

É lamentável que o ensino que é recebido em muitas igrejas trata de


uma mensagem em que Deus está garantindo a um povo um paraíso, um
céu. O lugar de descanso nos pertence, certamente, mas isso não é a
restauração completa. Temos que compreender que somos seres viventes
pertencentes a um mundo peculiar de nossa raça, caída, é bem verdade,
mas que passará por uma regeneração, o que as Escrituras chamam de
“novo céu e nova terra”.

Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova


terra, em que habita a justiça. (II Pedro 3: 13).
[...] venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra
como no céu. (Mateus 6: 10).

Restauração significa restituir ao poder, restabelecer, recuperar; é


colocar algo no lugar ou condição original.

E dizendo: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”.


(Mateus 3: 2).
E eu vos destino o reino, como meu Pai me destinou, para que
comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre
tronos, julgando as doze tribos de Israel. (Lucas 22: 29, 30).
Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-
vos o reino. (Lucas 12: 32).

O paralelo de um homem e de um lugar para o estabelecimento do


Reino: Adão/Jardim do Éden e Abraão/Canaã.
8.5 – Criados para reger como filhos
Deus nos criou do pó da terra, soprou sua vida em nós e nos constituiu
como regentes sobre o reino físico. Desde a queda, Deus estabeleceu seu
plano para nos restaurar do lugar de onde nós caímos. Como nós não
caímos do céu, este não é o objetivo inicial de Deus para nós. Nós temos
uma herança.

Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos
de meu Pai, possuí como herança o reino que vos está destinado
desde a fundação do mundo”. (Mateus 25: 34).
Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo
perante os injustos, e não perante os santos? Não sabeis vós que
os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser
julgado por vós, sois porventura indignos de julgar as coisas
mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto
mais as coisas pertencentes a esta vida? (Coríntios 6: 1-3).
Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso;
seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a
morte, seja o presente, seja o futuro; tudo é vosso, e vós de Cristo,
e Cristo de Deus. (I Coríntios 3: 21-23).

Segundo a parábola do filho pródigo (a revelação do retorno do filho ao


Reino), ele recebe sua herança, sai da mesa em comunhão do pai; gasta
tudo o que tem e, arrependido, volta como servo; mas o pai o recebe como
filho. Ele recebe a melhor roupa (no original grego fala de um traje muito
fino e principesco), um anel (um escravo não usava anel de ouro e sim o
filho e herdeiro, em sinal de favor e afeto do pai) e sandálias (um escravo
não usava sandálias e sim um homem livre, um filho). De acordo com a
parábola, encontramos o tríplice símbolo de liberdade e honra – as vestes,
o anel e as sandálias.
Muitos de nós estamos como o filho pródigo, cuja mentalidade foi
danificada em seu tempo de prodigalidade, em um ambiente que faz com
que seja difícil acreditar que possa se transformar em filho ou filha outra
vez.

“E eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas”, diz
o Senhor Todo-Poderoso. (II Coríntios 6: 18).
Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o
que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos. (I
João 3: 2).
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Responderam-
lhe: “Somos descendência de Abraão, e nunca servimos a
ninguém; como dizes tu: ‘Sereis livres?’”. Respondeu-lhes Jesus:
“Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete
pecado é escravo do pecado. O escravo não tem lugar permanente
na família, mas o filho pertence a ela para sempre. Portanto, se o
Filho vos libertar, vocês serão livres”. (João 8:32-36).

Deus é espírito e, quando ele fala, suas palavras se transformam em lei,


são decretos. Este princípio está presente em nossas vidas. Nossas
palavras possuem o poder de gerar vida ou morte. No passado os reis
deveriam ter muito cuidado com as palavras que proferiam, pois elas
podiam se tornar decretos. Nas Escrituras podemos destacar os exemplos
nos episódios de Daniel, do rei Dario dos Medos e dos Persas e na
condenação impetuosa de João Batista.

Agora, pois, ó rei, confirma a proibição, e assina o edito, para que


não seja mudado, conforme a lei dos medos e dos persas, que não
se pode revogar. (Daniel 6: 8).
E, entrando logo, apressadamente, pediu ao rei, dizendo: “Quero
que imediatamente me dês num prato a cabeça de João o Batista”.
E o rei entristeceu-se muito; todavia, por causa do juramento e
dos que estavam com ele à mesa, não lha quis negar. (Marcos
6: 25, 26).
Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus
e edifício de Deus. (I Coríntios 3: 9).

8.6 – A mensagem do Reino determina o fim dos tempos


Quando Jesus veio ao mundo, a primeira mensagem foi: “Arrependam-
se”, mudem a forma de pensar (de pródigos para herdeiros, de servos para
filhos, de escravos para livres, de independência para reino). “Arrependei-
vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mateus 3: 2).
A maior expectativa da igreja deveria ser sobre a questão do tempo do
fim e a restauração do Reino a Israel.

Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo:


“Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel?” (Atos 1: 6).
Dize-nos, quando acontecerão estas coisas e que sinal haverá da
tua vinda e do fim dos tempos? (Mateus 24: 3).

Jesus deu muitos sinais, mas acrescentou: “[...] é necessário que estas
coisas aconteçam, mas ainda não é o fim” (Mateus 24: 6).
A chave para compreendermos o retorno de Cristo e o fim dos tempos
está relacionada com o anúncio do Reino a todos os dispersos espalhados
pelo mundo. O mundo já está maduro para este Reino, mas estamos
falhando nesta grande colheita.

E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em


testemunho a todas as nações, e então virá o fim. (Mateus 24: 14).
E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados
cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos
dos gentios se completem. (Lucas 21: 24).
Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não
presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte
sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim
todo o Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o
Libertador, e desviará de Jacó as impiedades”. (Romanos 11: 25,
26).
Não dizeis vós que ainda há quatro meses até a ceifa? Eu, porém,
vos digo: “Erguei os vossos olhos e contemplai esses campos, que
estão brancos para a ceifa”. (João 4: 35).
8.7 – O Reino: lugar visível ou jurisdicional
O Reino não se refere a um território físico até que o Messias retorne. O
Reino é uma jurisdição onde Deus tem plena autoridade e domínio, um
romper de fronteiras. Avançar o Reino de Deus não envolve uma invasão
de territórios físicos. Envolve uma invasão no interior da alma humana e
de ambientes. O Reino de Deus diz respeito a corações humanos e mentes
humanas que são renovados para que possam afetar a Terra.

Tendo os fariseus perguntado a Jesus quando viria o reino de


Deus, ele respondeu: “O reino de Deus não vem visivelmente, nem
dirão: ‘Ei-lo aqui!’ ou: ‘Ei-lo acolá!’ porque o reino de Deus está
dentro de vós”. (Lucas 17: 20, 21).
E, em qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei
do que vos for oferecido. E curai os enfermos que nela houver, e
dizei-lhes: “É chegado a vós o reino de Deus. Mas em qualquer
cidade, em que entrardes e vos não receberem, saindo por suas
ruas, dizei: “Até o pó, que da vossa cidade se nos pegou,
sacudimos sobre vós. Sabei, contudo, isto, que já o reino de Deus é
chegado a vós”. (Lucas 10: 8-11).

O propósito principal de Jesus não era curar os doentes, levantar os


mortos, expulsar demônios... Tudo isso eram apenas sinais de que o
Reino de Deus tinha chegado à Terra. A atribuição de Jesus era avançar
com a vinda do Reino. Os sinais apenas acompanhariam os que cressem
neste Reino.

E disse-lhes: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda


criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer
será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu
nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas
serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará
dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”.
Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e
assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por
todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a
palavra com os sinais que se seguiram. Amém. (Marcos 16:15-20).
Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é
chegado a vós o reino de Deus. (Mateus 12: 28).

8.8 – O Jardim do Éden e a Nova Jerusalém


É curioso notarmos o quanto o Jardim do Éden possui semelhanças
com a Nova Jerusalém do Apocalipse. Em ambos podemos notar a
presença de três elementos: a árvore da vida, o rio que lhes rega os jardins
e o ouro na terra de Havilá. Vejamos os textos:

E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores


agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da
vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do
mal. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e
se tornava em quatro braços. O nome do primeiro é Pisom: este é
o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro; e o ouro dessa
terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo. O nome do
segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuche. O
nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da
Assíria. E o quarto rio é o Eufrates. Tomou, pois, o Senhor Deus o
homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e guardar.
(Gênesis 2: 9-15, grifos nossos).
E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que
procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e
de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz
doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore
são para a saúde das nações. As doze portas eram doze pérolas:
cada uma das portas era de uma só pérola; e a praça da cidade era
de ouro puro, transparente como vidro. (Apocalipse 22: 1, 2, 21,
grifos nossos).
Finalmente o Reino será estabelecido. A glória do Eterno estará
novamente entre os homens e a terra não necessitará da luz do sol, pois a
glória do Eterno a iluminará.

Nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com o seu
resplendor a lua te iluminará; mas o Senhor será a tua luz
perpétua, e o teu Deus a tua glória. Nunca mais se porá o teu sol,
nem a tua lua minguará; porque o Senhor será a tua luz perpétua,
e os dias do teu luto findarão. E todos os do teu povo serão justos,
para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados,
obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado. O menor virá
a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o Senhor, ao seu tempo
o farei prontamente. (Isaías 60: 19).
E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela
resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o
Cordeiro é a sua lâmpada. (Apocalipse 21: 23).
E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de
luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo
o sempre. (Apocalipse 22: 5).

CAPÍTULO 9

EVIDÊNCIAS DO ENGANO

9.1 – Introdução

Damos início ao Título II, que tratará de alguns assuntos sobre o engano,
estudos que visam mostrar o quanto a comunidade que o Messias veio
ampliar e possibilitar o retorno dos perdidos da casa de Israel se
distanciou de suas raízes, sendo conduzida, como fica evidente pelos anais
da história, pelas influências pagãs, desde o primeiro século, ao
rompimento com a “oliveira” (Romanos 11: 16-18) onde deve estar
enxertada, Israel, e abraçando o apelo apologético e religioso greco-
romano. É bom lembrar que os apóstolos já advertiam para tais enganos e
alertaram a igreja para tal fato.

Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que,


pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e
descaiais da vossa firmeza. (II Pedro 3: 17, grifo nosso).
Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e
se apartem da simplicidade que há em Cristo. (II Coríntios 11: 3, 7, 8).

Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela
nossa reunião com ele, que não vos movais facilmente do vosso
entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra,
quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto.
Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que
antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da
perdição, Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que
agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a
quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo
esplendor da sua vinda. (II Tessalonicense 2: 1-3, 7, 8).

E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de
Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir,
e eis que já está no mundo. (I João 4: 3).

9.2 – O sincretismo religioso

O primeiro passo para entrar o engano dentro da comunidade do Eterno


foi a separação desta comunidade de suas raízes, sobretudo a partir da
destruição do templo de Jerusalém, no ano 70 d.C., por Tito, acontecendo
assim a diáspora. Os judeus messiânicos interpretaram nesse ocorrido o
cumprimento da profecia deDaniel.

A contar do momento em que tiver sido abolido o sacrifício perpétuo e for


instalada a abominação da desolação, haverá mil duzentos e noventa dias.
(Daniel 12: 11).

Quando, pois, virdes a abominação de desolação, predita pelo profeta


Daniel, estabelecida no lugar santo (quem lê, entenda). (Mateus 24: 15).

Está registrado nos documentos de Hegésipo (escritor cristão do século II,


cronista durante o cristianismo primitivo e provavelmente
um judeu convertido que escreveu
contra heresias, gnosticismo e marcionismo) o martírio de Simão, filho
de Clopas: “[...] Mas, quando o grupo sagrado dos apóstolos [...] terminou
suas vidas [...] a confederação do erro da iniquidade se levantou através
da infidelidade dos falsos mestres [...]”. Trimm, James S., 2013

No ano 100 d.C. morre o último dos apóstolos de Cristo, João. Começam a
surgir os pais da igreja com influências greco-romanas. Entre os anos 132
a 135 d.C. ocorre outro fato importante, a Revolta de Barcoba, um levante
de judeus contra o Império Romano, em razão do imperador Adriano ter
proibido a reconstrução do Templo em Jerusalém, ao que inicialmente ele
se mostrara favorável.

Os judeus são massacrados, sendo construído em Jerusalém o Templo de


Júpiter e mudado seu nome para Aélia Captolina, e a Judeia para Síria
Palestina. O imperador Adriano proibiu os judeus de praticarem sua
religião.

Os cristãos se posicionaram de forma mais intensa contra os judeus


declarando-se uma religião separada e universal. A igreja cristã se afasta
de suas raízes com uma característica antissemita.

Sabemos que a cultura da Grécia Antiga é considerada a base da cultura


da civilização ocidental. Portanto, a igreja também acabou sendo
influenciada pelas filosofias e pensamentos gregos. Durante os anos
adquirimos muitos sofismas. Os apóstolos Paulo e João falaram sobre os
sofismas na igreja de sua época.

E digo isto, para que ninguém vos engane com palavras persuasivas.
(Colossenses 2: 4).

Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não


confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o
anticristo. (II João 1: 7).

Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de
filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os
rudimentos do mundo, e não segundo Cristo. (Colossenses 2: 8).

Naquele tempo havia muitas correntes filosóficas, de Platão e outros. Essa


palavra sofisma é o nome dado aos ensinamentos dos filósofos chamados
sofistas (“aqueles que com argumentos facciosos tentam enfraquecer o
verdadeiro em favor do falso, o qual dá uma aparência de verdadeiro”).
Carlos colect, 2012

O paganismo (do latim paganus, que significa “camponês”, “rústico”, é


um termo geral, normalmente usado para se referir a tradições
religiosas politeístas. É usado principalmente em um contexto histórico,
referindo-se à mitologia greco-romana, bem como às tradições
politeístas da Europa e do Norte da Áfricaantes da cristianização). Lord
Narfrost, 2016. Na verdade, é bem possível que este século possa
representar o auge do paganismo em toda a história. Quem está por trás
do paganismo de todos os tipos e em todas as épocas é Satanás, de modo
que não devemos ficar surpresos ao descobrir que muitas práticas do
paganismo estão presentes até mesmo dentro de nossas igrejas. Vamos
abordar somente algumas evidências destes enganos.

Entre 138 e 161 d.C., o imperador Antônio Pio ergueu um templo a Mitra,
em uma cidade próxima a Roma. Mitra recebeu o título de Sol Dominus
Imperil Romani (O Sol, Senhor do Império Romano). O seu dia, o
domingo (sunday, o dia do sol, em inglês), foi declarado o Dia do Senhor.
Um edito de Constantino estabeleceu o domingo de Mitra como dia oficial
de adoração dos cristãos.
Ao observarmos as imagens de Mitra, não custa lembrar que qualquer
semelhança não é mera consciência...

O cristianismo cresceu no Império Romano e Roma percebeu que podia


usar a nova religião para obter vantagens políticas. Entre 220 a 230 d.C.,
o imperador Alexandre Severo constrói um “santuário para Jesus”, junto
aos dos deuses pagãos romanos. Os cristãos passam a ser peça-chave para
uma nova religião unificada. No século IV, o imperador Constantino I,
adorador do deus Sol, cria uma religião híbrida unindo pagãos e cristãos.
Nasce o catolicismo romano. Templos pagãos são transformados em
igrejas em Roma contendo elementos pagãos e cristãos.

No auge de Roma, no Concílio de Niceia, em 325 d.C., houve um bispo


chamado Jerônimo que concluiu a tradução da Septuaginta (tradução do
Velho Testamento para o grego, no séc. IV a.C.) para o latim. Neste tempo
houve muitas controvérsias e esforços para que se solidificasse uma
religião unificada, gerando um controle maior do povo.

Há relatos de estudiosos e um livro, “Jerônimo, o tradutor da Bíblia”, em


que houve muitas adulterações, mantendo o politeísmo romano e grego
para que os pagãos pudessem adentrar e serem atraídos para a nova
religião.
Este sincretismo (absorção de um sistema de crenças por outro) é fácil de
entender, a exemplo da nossa própria cultura, no período do Brasil
colonial, onde imagens de adoração do catolicismo eram fundidas,
absorvidas nas imagens e entidades das religiões africanas como o
candomblé (Maria se torna Iemanjá, no candomblé; Santa Bárbara se
torna Iansã; São Jerônimo e São João, Xangô; Santo Antônio e São Jorge,
Ogum; e Jesus, Oxalá).

Estas adulterações e influências podem ser vistas nos escritos gregos do


Novo Testamento, onde aparecem registros de deuses gregos. A questão
não está na palavra, mas no pensamento, na influência grega, como se
sabe, herdada pela cultura religiosa, sobretudo a ocidental. São conceitos
implantados em razão de traduções. Os gregos, quando liam aquelas
palavras, já tinham a mentalidade do que significava cada conceito e a
influência de seu pensamento veio a se manifestar até mesmo dentro da
igreja. Vejamos alguns exemplos:

a) Cronos (Κρόνος) – Este deus era pai de Zeus, que engoliu seus filhos,
que ficaram vivos em seu ventre, por receio de ver usurpado seu trono. Na
nossa cultura este pensamento é presente, quando Cronos nos fala de
tempo humano. Daí a palavra “cronológico”, de tempo. O pensamento
pelo qual somos influenciados é de que o tempo engole seus filhos presos
no ativismo, o que é totalmente contrário ao pensamento das Escrituras,
em que o tempo é para servir o homem e não o homem servir o tempo: “O
qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação
do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” (I
Pedro 1: 20, grifo nosso).

b) Hades (Άδη) – Era um deus grego que dominava um lugar também


chamado de hades, subterrâneo, relacionado com a vida após a morte,
onde se tinha o paraíso para as pessoas mais gloriosas que honravam os
deuses (Elísio) e o nível mais baixo do mundo inferior destinado àqueles
que eram ruins e que desonravam os deuses (Tártaro). Biblicamente, este
lugar dos mortos, no hebraico, é sheol, significa apenas sepultura ou o pó
da terra.

Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os
lançado no inferno (Tártaro), os entregou às cadeias da escuridão, ficando
reservados para o juízo. (II Pedro 2: 4, grifo nosso).

E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre.
Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno [hades]. (Apocalipse 1:
18, grifo nosso).

Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a


minha igreja, e as portas do inferno [sheol] não prevalecerão contra ela
(Mateus 16: 18, grifo nosso).

É mencionado por Jesus um lugar chamado de “lago de fogo”, que no


hebraico é gehena e no grego é geenna, lugar em que se queimavam
crianças em culto a Moloque e mais tarde passou a ser um local onde se
queimava lixo. “E, se o teu olho te escandalizar, arranca-o, e atira-o para
longe de ti; melhor te é entrar na vida com um só olho, do que, tendo dois
olhos, seres lançado no fogo do inferno [gehinom ou geenna]”
(Mateus 18: 9).

Temos que entender que a imagem que hoje temos do Diabo, dos
demônios e do inferno é fruto de uma evolução histórico-religiosa,
sobretudo na Idade Média.

A sociedade de então era dividida entre os vassalos, os senhores feudais e


o clero. O primeiro grupo era dominado pela ignorância; no segundo,
alguns sabiam ler e somente os clérigos tinham acesso à cultura e
possuíam um discurso que tinha uma mistura de cristianismo, filosofia e
conceitos pagãos.

Era fácil a igreja impor a devoção religiosa através da propaganda visual


do Diabo e da forma algoz e medonha do inferno.
As imagens medievais do inferno eram aterrorizantes. O lugar receberia
aqueles que não se sujeitassem à vontade da igreja. Era uma manipulação
pelo medo, entre outras formas de domínio.

Quando Jesus morreu, ele desceu ao hades, ao abismo, à sepultura


(sheol). O hades sentiu em seu ventre a força da vida. Ao invés de
corromper os códigos de Jesus, o hades foi afetado pela sua vida.

Os códigos da morte foram alterados passando a não ter mais poder sobre
aqueles que foram regenerados e tocados pela genética, pelo sangue
de Cristo.

Esta é a razão pela qual nenhum filho de Deus jamais será afetado pelo
poder da morte, pois os códigos corrompidos da morte não podem afetar
os que têm a genética, o DNA de Cristo, em Deus.

Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos
injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas
vivificado pelo Espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em
prisão (I Pedro 3: 18, 19, grifo nosso).

Por isso diz: “Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos
homens. Ora, isto ele subiu que é, senão que também antes tinha descido
às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo
que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas”. (Efésios
4: 8-10, grifo nosso).
E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto
que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que
está escrita: “Tragada foi a morte na vitória”. (I Coríntios 15: 54).

Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as


lágrimas de todos os rostos, e tirará o opróbrio do seu povo de toda a
terra; porque o Senhor o disse. (Isaías 25: 8).

c) Ouranos (Οὐρανός) – Transliteração de Urano, divindade da mitologia


grega que personificava o céu, o firmamento. Seu equivalente na
mitologia romana é Caelus ou Coelus – do qual provém caelum (coelum),
a palavra latina para “céu”. No hebraico é shamaym que significa céu,
firmamento, estrelas.

E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a


cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou.
(Apocalipse20: 9).
d) Psique (ψυχή) – Originalmente tem o sentido de sopro, respiração e,
modernamente, o sentido de alma, ego, mente, de onde vem psicologia,
psiquiatria.

Na vossa paciência possuí as vossas almas [psique]. (Lucas 21: 19).

Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: “Não


vos perturbeis que a sua alma [psique] nele está. (Atos 20: 10).

Houve uma história, criada no século II, a respeito de Psique e Eros, que
pode ter influenciado nosso entendimento sobre a alma, os sentimentos,
vontades e desejos.

O resumo da história é a alma depositando sua busca de imortalidade no


desejo. Psique era uma bela mortal e era chamada de Vênus, mas não
conseguia se casar. Os pais consultam Apolo, que orienta para que Psique
vá a uma montanha, pois lá estaria seu amado. Chegando lá ela encontra
Eros ou Cupido e este se apaixona por ela. Ambos vão até Apolo, que
torna Psique imortal e, casados, têm um filho chamado Prazer (Bulfinch,
p. 99-111).

Este pensamento gera o seguinte conceito: a alma busca satisfação e


imortalidade no desejo, gerando assim o prazer. Pensamento com que a
maioria da sociedade ocidental vive. Homens que querem saciar a alma
buscando no desejo (por pessoas, bens, fama, glória, dinheiro, entre
outros) encontrar o prazer e a felicidade.

As Escrituras possuem outro pensamento. O homem nunca se satisfaz. É


preciso entender que somente Deus satisfaz os desejos mais íntimos do
ser humano, como Pai amoroso. A questão é a busca da satisfação,
da nefesh (do hebraico, alma, atividade da mente, a vontade, o caráter).
As Escrituras não enfatizam os bens, desejos, prazeres, mas o Reino do
Eterno e sua justiça. No sentido bíblico, a nefesh deve sujeitar-se ao
Senhor e buscar no Eterno a imortalidade.

Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo nunca se satisfaz


o seu espírito. (Eclesiastes 6: 7).
Como o inferno e a perdição nunca se fartam, assim os olhos do homem
nunca se satisfazem. (Provérbio 27: 20).

Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso
trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei
o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. (Isaías 55: 2).

Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas (Mateus 6: 33).

Deleita-te também no Senhor, e te concederá os desejos do teu coração.


(Salmos 37: 4).

Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é


oculto. (Salmos 38: 9).

Que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como
a da águia. (Salmos 103: 5).

9.3 – Símbolos e incorporações pagãs

a) o símbolo de Shamash – Shamash (em acadiano: Šamaš, “sol”) era


uma deidade mesopotâmica nativa e o deus Sol no panteão acádico,
assírio e babilônico. Shamash foi o deus da justiça na Babilônia e na
Assíria, correspondendo ao deus Utu sumeriano.

É relevante destacar que o Vaticano hoje possui muitos símbolos pagãos.


A imagem da Praça Central do Vaticano, em Roma, é a reprodução do
símbolo de Shamash.
b) a cruz – Entre os deuses greco-romanos, existia Baco, deus romano (ou
Dionísio, do grego Διώνυσος), deus do vinho e da transgressão, nascido da
virgem Sémele (fecundada por Zeus). Quando criança, quiseram matá-lo;
fez milagres, transformando a água em vinho e multiplicou os pães; após
a morte, ressuscitou; era chamado o “filho pródigo de Zeus”.

Estamos destacando Dionísio ou Baco, mas outros personagens


mitológicos como Horus, Átis, Krishna, Mitra têm como elemento vital a
sua crença na ressurreição no terceiro dia após as suas mortes. Também
tiveram discípulos que os acompanharam, faziam milagres e nasceram de
uma virgem imaculada em 25 de dezembro. Algumas destas lendas
podem ter sofrido influência direta da história de Jesus, já que os cultos
coexistiram com o cristianismo primitivo, mas certamente a imensa
maioria surgiu milhares de anos antes do nascimento de Jesus. A imagem
de Baco, a seguir, nos lembra alguém conhecido.
Um amuleto do século III d.C. tem por exemplo as inscrições de Orfeu e
Baco, nomes atribuídos ao deus-sol Osíris. É bom lembrar que as
primeiras representações de Jesus crucificado são do século V d.C.
As palavras usadas para “cruz”, no Novo Testamento, são stauros (no
grego) ou sliybah (no aramaico). Ambas significam estaca ou poste.

A crux simplex romana era uma estaca que um só homem poderia


carregar. A palavra latina empregada para o instrumento em que Cristo
morreu era crux, a qual, de acordo com Livy, famoso historiador romano
do primeiro século, significa uma simples estaca. A “Cyclopedia of
Biblical, Theological, and Ecclesiastical Literature, McClintock, 1892”
afirma que “a crux simplex era uma simples estaca de única peça, sem a
travessa horizontal [barra transversal]”.

Em confirmação disto, o apêndice número 162 de The Companion Bible


(Bullinger, 1922), declara que stauros “indica um poste ereto ou estaca,
em que se pregavam criminosos para serem executados, nunca dois
pedaços de pau cruzados em qualquer ângulo, mas sempre apenas um
pau”. Conclui o apêndice: “A evidência está assim completa de que o
Senhor foi morto numa estaca ereta e não em dois pedaços de pau
cruzados em qualquer ângulo”.

A cruz tem suas raízes no antigo paganismo. Os cristãos primitivos nunca


empregaram tal símbolo. É significativo o seguinte comentário no livro
“The cross in ritual, architecture, and art” (“A cruz no ritual, na
arquitetura e na arte”):
É estranho, porém, inquestionavelmente um fato, que em eras muito
anteriores ao nascimento de Cristo, e desde então em terras não tocadas
pelo ensino da Igreja, a Cruz tenha sido usada como símbolo sagrado. [...]
O grego Baco, o tírio Tamuz, o caldeu Baal e o nórdico Odin, para seus
devotos eram simbolizados por uma figura cruciforme. (Tyack, 1908).

b) os obeliscos – O obelisco é uma antiga invenção egípcia. Os egípcios


acreditavam que o espírito do deus do sol, Rá, habitava no obelisco.
Portanto, três vezes ao dia, se possível, adoravam e faziam preces ao
obelisco, sempre voltados para o oriente. A adoração ao deus-sol sempre
foi um artifício usado por Lúcifer para levar a humanidade a não adorar o
verdadeiro Deus, afetando até mesmo o povo de Israel, que construiu
obeliscos (descritos na Bíblia como colunas) para adoração a Baal, o deus-
sol.

Sucedeu que, acabado o oferecimento do holocausto, ordenou Jeú aos da


sua guarda e aos capitães: “Entrai, feri-os, que nenhum escape”; e os da
guarda e os capitães os lançaram fora e penetraram no mais interior da
casa de Baal, e tiraram as colunas que estavam na casa de Baal, e as
queimaram. Também quebraram a própria coluna de Baal, e derrubaram
a casa de Baal, e a transformaram em latrinas até ao dia de hoje. Assim
Jeú exterminou de Israel a Baal. (II Reis 10: 25-27).

c) O Natal, o pinheiro e a pinha.


O Natal. A festa do Natal foi instituída oficialmente pelo Papa romano
Libério no ano 354. Na verdade, a data de 25 de dezembro não se deve a
um estrito aniversário cronológico, mas sim à substituição, com motivos
cristãos, das antigas festas pagãs – em que os pagãos tributavam
homenagem às falsas divindades do oriente –, e expressam o sincretismo
da festividade, de acordo com as medidas de assimilação religiosa
adotadas por Constantino.

A razão provável da adoção do dia 25 de dezembro é que os primeiros


cristãos desejaram que a data coincidisse com a festa pagã dos romanos
dedicada “ao nascimento do sol inconquistado”, que comemorava o
solstício do inverno (nota: a palavra solstício vem do latim sol e sistere, o
que não se move). O solstício de inverno ocorre quando o sol atinge a
maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do
equador (Schallock, 2016). No mundo romano, a Saturnália, comemorada
em 17 de dezemb era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25
de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus
iraniano Mitra, o sol da virtude. (Enciclopédia Britânica, 1768).

Na verdade, a sua instituição no ano 354, pelo Papa Libério, talvez se


tenha devido à necessidade de cristianizar as festas que vários povos
pagãos celebravam, por altura do solstício de inverno. Assim, em vez de
proibir as festas pagãs, forneceu-lhes um pretexto cristão.

O pinheiro. Permeado por valores e símbolos que remetem ao


cristianismo, a celebração do Natal é associada a ritos pagãos iniciados no
Egito, de acordo com a Enciclopédia Católica (1905), e que teve o seu
sentido reformulado pela IgrejaRomana.
Somente no século V foi oficialmente ordenado que o Natal fosse
observado para sempre como festa cristã, no mesmo dia da secular
festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol (25 de
dezembro), já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo
[...],Gross, 2005

Vemos que os povos, desde a antiguidade, possuíam o costume de utilizar


a madeira, bem como as árvores, com fins de idolatria. Muitas dessas
árvores ou pedaços de madeira serviam para adoração e culto doméstico.
O pinheiro, símbolo natalino, possui a mesma conotação. Deus nos
ordena não imitar esse caminho, nem segui-lo.

Não plantarás nenhuma árvore junto ao altar do Senhor teu Deus, que
fizeres para ti. (Deuteronômio 16: 21).

De quem fazeis o vosso passatempo? Contra quem escancarais a boca, e


deitais para fora a língua? Porventura não sois filhos da transgressão,
descendência da falsidade, que vos inflamais com os deuses debaixo de
toda a árvore verde, e sacrificais os filhos nos ribeiros, nas fendas dos
penhascos? (Salmos 57: 4, 5).

Quando Ninrode foi morto prematuramente, Semíramis propagou a


doutrina maligna de que Ninrode tinha subido ao céu e que sobreviveria
como um ente espiritual (criou o mito da sua sobrevivência pós-morte),
alegando que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de
um pedaço de árvore morta, e que simbolizava o desabrochar da morte de
Ninrode para uma nova vida (doutrina de reencarnação ou de outras
vidas). Esse pinheiro era o símbolo vivo da passagem de Ninrode para
outra forma de vida.

Todo ano, no dia do aniversário de nascimento de Ninrode, Semíramis,


sob a alegação de que Ninrode visitava a árvore “sempre viva”, deixava
nessa árvore presentes (oferendas) para Ninrode. O dia de aniversário de
Ninrode era 25 de dezembro. Esta é a verdadeira origem da árvore de
Natal e da prática de se dar presentes nessa data.
Assim surgiu a antiga fábula babilônica de um pinheirinho que nasceu de
um tronco morto. O velho tronco simbolizava Ninrode morto e o novo
pinheirinho, que Ninrode tinha vindo viver novamente em Tamuz.

Portanto, a árvore “sempre viva” era um elemento simbólico


predominante no culto prestado àquela divindade e o seu uso com
madeiro para queimar em cerimônias anuais tinha como intenção
estimular o deus-sol em declínio, quando ele atinge o solstício de inverno.

Na Roma Antiga, os romanos penduravam máscaras de Baco em


pinheiros, para comemorar uma festa chamada de Saturnália – festival
romano em honra ao deus Saturno. Ocorria também no mês de dezembro,
no solstício de inverno, e era celebrada no dia 17 de dezembro. Ao longo
dos tempos a celebração teve sua duração alargada a uma semana
completa, terminando em 23 de dezembro, o que coincidia com o nosso
Natal.

Na figura está representada uma escultura do séc. 9 a.C., com a imagem


do palácio de Ashur-Nasir-pal II, em Nimrud, Assíria (atual Iraque).
Podemos ver Ashur-Nasir-pal II e um espírito protetor tomar parte em
rito do pinheiro.

A pinha. Um dos pontos comuns da adoração pagã é o símbolo usado


para representar a vida eterna, o pinheiro, tanto pequeno como árvore
crescida. Além disso, a pinha é reverenciada porque é o fruto produzido
pelo pinheiro. Como todas as pessoas de todas as épocas desejam viver
para sempre, o pinheiro e a pinha têm sido poderosos e antigos símbolos
da vida eterna.
As gravuras anteriores representam um deus asteca segurando uma pinha
e um pinheirinho, símbolos do renascimento e do sol. A próxima figura é
de um bastão com uma pinha na ponta, um símbolo do deus-sol Osíris, da
coleção do Museu Egípcio de Turim, Itália.

Das duas gravuras anteriores, a primeira representa Baco, o deus da


bebida, segurando um bastão com uma pinha na ponta. A segunda mostra
o mesmo Baco ou Dionísio, para os gregos, carregando um bastão com a
pinha na ponta, como símbolo da fertilidade.

A gravura anterior é a da maior pinha do mundo, localizada na Basílica de


São Pedro, no Vaticano, , num espaço conhecido como o Pátio da Pinha. O
cajado do Papa possui a pinha do paganismo.

O triquetra. É uma palavra derivada do latim triquetra (triângulo). É um


símbolo tripartido composto por três intertravados pisces vesica (nome
de uma bolsa de ar que os peixes têm internamente e que auxilia na
flutuação), marcando a intersecção de três círculos.

É provavelmente um símbolo celta, pois era muito comum nessa


civilização, devido ao seu enorme poder de proteção. Foi encontrado
inscrito em vários locais (pedras, capacetes...) e era interpretado como a
conexão e penetração entre círculos. Ao longo dos tempos têm-lhe sido
atribuídos vários significados, entre eles: mãe, filha e avó; passado,
presente e futuro; Pai, Filho, Espírito Santo; espírito, mente, corpo; mãe,
pai, criança; poder, intelecto, amor; mãe, donzela, anciã; material, astral,
mental, entre outros.

O hierophant é uma das cartas do jogo de cartões do tarô. A cruz cristã


possui o símbolo do triquetra.

O crucifixo vergado. É mais conhecido como cruz vergada. Mas o que isso
significa? Para responder a essa pergunta, surpreendentemente, vejamos
o que diz o autor católico Piers Compton, em seu livro “The broken cross:
hidden hand in the Vatican” (“A cruz quebrada: Hidden Hand no
Vaticano”):

[...] um símbolo sinistro, usado pelos satanistas no século VI, que foi
novamente colocado em uso ao tempo do Concílio Vaticano II. Nesse
crucifixo vergado, era exibida uma figura repulsiva e distorcida de Cristo,
que todos os praticantes de magia negra e feiticeiros da Idade Média
usavam para representar o termo bíblico “Marca da Besta”. Entretanto,
não somente o papa Paulo VI, mas seus sucessores, os dois João Paulo,
carregavam esse objeto e o exibiam para ser reverenciado pelas multidões,
que não tinham a menor ideia do que representava. (Compton, 1981, p.
72).

A mitra de dagom. Procede de dagom (peixinho; diminutivo de dag,


peixe) significa um símbolo do o deus-peixe, o deus nacional dos filisteus
(Juízes 16: 23). Esse ídolo tinha o corpo de um peixe, a cabeça e os braços
de um homem. Era uma deidade assírio-babilônica (Nelson, 1897).
Dagom teve origem na Babilônia. Verdadeiramente, Apocalipse 17 está
correto quando chama a igreja do falso profeta de “Mistério Babilônia”.

As figuras mostram várias representações do modo como a mitra de


Dagom era usada.

As figuras mostram representações dos sacerdotes babilônicos. Deusa


Cibele, com sua mitra de Dagom, espargindo água benta. Cibele era
adorada em Roma e era chamada de “a grande deusa rainha-mãe”.

A concha de Afrodite/Vênus. Relacionadas a mitos e lendas da


antiguidade, as conchas há muito despertam a atenção e o fascínio do
homem. Conta a mitologia grega que Afrodite (Vênus), a mais bela entre
as deusas do Olimpo, surgiu do mar amparada numa grande concha de
madrepérola, provavelmente da família Pectinidae.
Uma infinidade de conchas foi achada por arqueólogos nos túmulos dos
faraós do Egito. Dizia-se, naquela época, que os deuses não descontavam
da vida dos mortais os dias em que passavam coletando conchas.

Uma das conchas mais importantes para os egípcios era a Cypraea. O


nome científico Cypraea vem de Cyprus, a ilha onde nasceu Afrodite.
Naquela época, as múmias tinham os olhos substituídos por Cypraeas,
para que elas pudessem enxergar no “outro mundo”. Também na China,
quando morria o imperador, sua boca era preenchida com
nove Cypraeas; assim, ele teria dinheiro para as despesas em sua nova
vida. Em Pompeia, na Itália, a Cypraea, conhecida como a concha de
Vênus, era usada pelas mulheres como amuleto contra a esterilidade. Nas
Ilhas Ryukyu, no Pacífico, próximo ao Japão, a mulher, ao dar a luz,
segura em cada mão uma Cypraea tigris para ter um bom parto. Esta
concha simboliza, ainda hoje, o sexo entre as populações ribeirinhas do
Oceano Índico e do Mar Vermelho. Cristina Koprick Sodré, 2010

Outra concha, a Turbinella pyrum, é considerada sagrada pelos hindus.


Na liturgia diária, Brahamana, os religiosos seguram esta concha na mão
esquerda ao recitar suas preces.
Vemos nas figuras anteriores a presença de conchas na Igreja Católica. Na
capela lateral Chapelle des Saints Anges (Capela dos Santos Anjos), em
Paris, no lado direito, quando entramos na igreja, vemos este afresco de
Eugène Delacroix, em forma de concha.

Poderíamos citar muitas outras assimilações pagãs no cristianismo, mas


vamos destacar algumas como a adoração ao sol, à deusa-mãe e à tríade,
que influenciaram povos e gerações, o que, segundo o curso natural do
sincretismo presente no cristianismo, não poderia ser diferente.

9.4 – A adoração ao sol e seu dia

Já na Antiguidade, muitas civilizações faziam reverências ao Sol como o


grande deus, e a mais notável destas civilizações foi a Egípcia. Esta
adoração, por algum motivo, tornou-se a mais abominável para o Eterno.
O profeta Ezequiel recebeu esta revelação.
E disse-me: “Vês isto, filho do homem? Ainda tornarás a ver abominações
maiores do que estas”. E levou-me para o átrio interior da casa do Senhor,
e eis que estavam à entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar,
cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com
os rostos para o oriente; e eles, virados para o oriente adoravam o sol.
Então me disse: “Vês isto, filho do homem? Há porventura coisa mais
leviana para a casa de Judá, do que tais abominações, que fazem aqui?
Por isso também eu os tratarei com furor; o meu olho não poupará, nem
terei piedade; ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, contudo
não os ouvirei”. (Ezequiel 8: 15-18).

O Eterno manda destruir todas as imagens do sol. O rei Josias tomou


tal atitude.

E, tendo derrubado os altares, e os bosques, e as imagens de escultura, até


reduzi-los a pó, e tendo despedaçado todas as imagens do sol em toda a
terra de Israel, então voltou para Jerusalém. (II Crônicas 34: 7).

E serão assolados os vossos altares, e quebradas as vossas imagens do sol


e derrubarei os vossos mortos, diante dos vossos ídolos. (Ezequiel 6: 4).
Vamos notar que o cristianismo buscou do paganismo a adoração ao sol.
Muitos vão negar (recomendo assistir o vídeo do padre Dr. Joaquim
Carreira das Neves, “católicos cristianizamo as festas pagãs”), mas a
Babilônia, a grande meretriz registrada no livro do Apocalipse, confunde,
engana, enfeitiça, forjando misturas.

Nas figuras anteriores, o púlpito dos beneditinos, chamado Melk


Monastery; uma mulher no túmulo do Papa Alexander VII; a abóbada da
Basílica de São Pedro e imagens papais.

O Dia do Sol

O domingo foi instituído pelo imperador romano Constantino, em 7 de


março de 321 d.C, como o Dia do Sol, dia pagão que já era observado a
longo tempo no primeiro dia da semana. A Igreja Católica aderiu ao
domingo em 364 d.C, através do Concílio de Laodiceia, com o domingo já
como Dia do Senhor, abolindo dessa condição o sábado, que eles
alegaram ser somente dos judeus.

Na Enciclopédia Britânica (1768) podemos ler claramente:

O mais antigo reconhecimento da observância do domingo como uma


obrigação legal é uma constituição de Constantino, de 321 d.C.,
decretando que todas as cortes de justiça, habitantes de cidades e oficinas
repousassem no venerabili die Solis, exceção feita apenas àqueles que
estivessem ocupados em trabalho de agricultura” (Enciclopédia Britânica,
1768).

Constantino o Grande fez uma lei para todo o império (321 d.C.),
instituindo que o Domingo fosse observado como dia de repouso em todas
as cidades e vilas; mas permitindo que os camponeses prosseguissem em
seus trabalhos. (Carey & Carey, 1829).

A ideia de transpor a solenidade do Sábado para o Domingo, é uma ideia


estranha ao cristianismo primitivo. O Domingo foi justaposto ao Sábado.
Foi um ecletismo político de Constantino que queria agradar tanto a
cristãos como a pagãos adoradores do sol. (Correia et al., 1933, p. 232).

No Concílio de Laodiceia, de forma oficial e sem nenhuma intervenção


divina, o Poder Papal mudou o dia de guarda, do sábado para o domingo:

Os cristãos não devem judaizar, ou estar ociosos no Sábado, mas


trabalharão nesse dia; o Dia do Senhor (Domingo), entretanto, o honrarão
especialmente; e como Cristãos não devem, se possível, fazer qualquer
trabalho nele. Se, porém, forem achados judaizando, serão separados de
Cristo. (Cânon 29, do Concílio de Laodiceia, em 364 d.C.). Bertoldo, 2009

Karl Keating, um dos mais famosos autores católicos, escreveu sobre


fundamentalismo e protestantismo no livro “Catolicismo e
fundamentalismo”:

[...] os fundamentalistas se reúnem para adorar no Domingo. No entanto


ainda não existem evidências na Bíblia que a adoração conjunta deveria
ser aos Domingos. O Sábado judeu, dia de descanso, era naturalmente no
Sábado. Foi a Igreja Católica que decidiu que o Domingo deveria ser o dia
de adoração para os cristãos. (Keating, 1988, p. 38).
Recomendo o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=q0_1NGpnooc:
Cardeal fala toda a verdade sobre a guarda do domingo.

9.5 – A Deusa Mãe, a rainha dos céus

O presente assunto vai tratar da figura mitológica e emblemática de


Semíramis, mulher que influenciou a mitologia, a cultura e o culto de
vários povos como os persas, os egípcios, a Assíria, a Armênia, a Arábia,
toda a Ásia e, infelizmente, até mesmo o povo de Israel, como veremos
a seguir.

É importante ressaltar que não só Semíramis possui esta influência, mas


poderíamos destacar figuras como: Isis, do Egito; Sémele, greco-romana;
Alcmena, da Grécia, dentre outras.

Cabe a observação de que, quando tratamos de mitologia, esta não


necessariamente se refere a uma história falsa. No uso acadêmico denota
geralmente um julgamento quanto à verdade ou falsidade. Muitos
estudiosos usam o termo “mito” em um sentido mais amplo. A palavra
pode se referir a qualquer história tradicional de um povo.

É preciso também destacar a figura de Ninrode, personagem presente nas


Escrituras. Tudo tem início após o evento conhecido como Dilúvio.
Quando as águas baixaram, Noé e sua família desceram da arca. Noé
plantou uma vinha e se embriagou, ficando despido em sua tenda.
Vejamos o que as Escrituras registram logo a seguir.

E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez de seu pai, e fê- lo saber a ambos seus
irmãos fora. Então tomaram Sem e Jafé uma capa e puseram-na sobre
ambos os ombros, e indo virados pra trás, cobriram a nudez do seu pai, e
os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do pai.
(Gênesis 9: 22, 23).

Recobrando a sobriedade, Noé toma conhecimento do ocorrido


abençoando, com isso, a descendência de Sem e Jafé, mas a descendência
de Cão é amaldiçoada. Nossa atenção volta-se especificamente para os
versos 6, 8, 9 e 10 do décimo capítulo, que é sobre a descendência de Cão.

E os filhos de Cão são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã. Cuxe gerou a


Ninrode, o qual começou a ser poderoso na terra. Foi valente caçador
diante do Senhor; daí dizer-se: Como Ninrode, poderoso caçador diante
do Senhor. O Princípio do seu reino foi Babel, na terra de Sinar. (Gênesis
10: 6, 7, 8, 9, 10).

Ninrode foi o rei de Babel, a cidade que desafiou o próprio Deus. A terra
de Sinar é a Mesopotâmia, onde mais tarde foi construída a cidade de
Babilônia, a outra cidade que desafiou Deus.

Historiadores associam Semíramis a esposa de Ninrode, além de também


sacerdotisa de Babel. Semíramis achou-se grávida. Porém, antes que o
filho nascesse, Ninrode morreu.

Quando o menino nasceu, Semíramis disse que o filho nascido era a


reencarnação de Ninrode. É então reconhecida como a virgem que
concebeu pelos poderes dos deuses. A criança, diz ela, era a reencarnação
de Ninrode. É adorada como Rhea, a Grande Mãe dos deuses, e Vênus, a
mãe de toda a impureza.

Semíramis assim se torna governadora da cidade onde a prostituição e a


idolatria são consideradas sagradas. A influência desta nova concepção
espiritualista faz com que se desenvolva uma estrutura tão poderosa
quanto maligna.

A sua religião alimentou o pecado e moldou o coração humano a tal


ponto, que, mesmo hoje, cerca de seis mil anos depois, vemos em nossa
volta os frutos e até rituais semelhantes aos praticados por aquela nação
ancestral. A mãe e o filho passaram a ser adorados no decorrer dos
séculos, através de vários nomes diferentes.

Confira os títulos de Semíramis em outros povos: Éfeso: Diana, a mãe dos


deuses; Escandinávia: Disa, a mãe com a criança; Grécia: Afrodite, a
Mediatriz; Roma: Vênus (a deusa), Júpiter (a criança); Israel: Astarot (a
deusa), Baal (a criança).

Semíramis ficou conhecida, também, como a rainha dos céus, pois diz a
história que, quando ela morreu, subiu ao céu transformada em pomba
após entregar a coroa ao seu filho Tamuz. Uma das representações da
trindade cristã é uma pomba. Apenas para reflexões.

O profeta Jeremias teve que enfrentar esta influência pagã no seio do


povo de Israel. Os líderes foram repreendidos.

Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres


preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem
libações a outros deuses, para me provocarem à ira. (Jeremias 7: 18).

Por que razão, hoje, temos uma ênfase de adoração muito forte em torno
de uma simbologia que remonta há séculos? Vemos as mesmas figuras
representadas (a mãe e o filho) com designação de rainha dos céus e seu
filho. Vejamos algumas figuras que influenciaram povos.
Podemos perceber as semelhanças entre Maria do cristianismo e
Semíramis da antiga Babilônia. Semíramis, a deusa que usava uma coroa
e foi chamada de rainha dos céus.

A figura anterior mostra-nos Semíramis representada como o sol e uma


cruz.
Curiosimente, podemos observar uma ênfase de adoração muito forte em
torno de uma simbologia que romenta há séculos. Vemos as mesmas
figuras representadas (mãe e filho) com designação de rainha dos céus.

Vejamos algumas matérias:

Entre todas as mulheres que já viveram, a mãe de Jesus Cristo é a mais


celebrada, a mais venerada... Entre os católicos romanos, a Madona, ou
Nossa Senhora, é reconhecida não somente como a Mãe de Deus, mas
também, de acordo com muitos papas, a Rainha do Universo, rainha dos
céus, trono de sabedoria e até esposa do Espírito Santo. (Serva, 1991).

Com meu coração cheio de louvor para com a rainha dos céus, o sinal da
esperança e a fonte de consolo de nossa peregrinação de fé à Jerusalém
celestial, saúdo a todos vós que estais presentes nesta solene liturgia [...].
Esta liturgia apresenta-vos, a Maria como a mulher vestida de sol [...]. Em
Maria, a vitória final da vida sobre a morte é uma realidade [...] (João
Paulo II). Vierra, 1997

Deus vos salve, virgem, senhora do mundo, rainha dos céus e das virgens,
virgem. Estrela da manhã, Deus vos salve, cheia de graça divina, formosa
e gentil. Dê pressa, senhora, em favor do mundo, que vos [...]. Santa
Maria, rainha dos céus, mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, senhora do
mundo, que a nenhum pecador desamparais nem desprezais, ponde,
senhora, em mim os olhos de vossa piedade e alcançai- me de vosso
amado Filho o perdão de todos os meus pecados [...] [hino e oração
católicos muito conhecidos] (SLAID 88-100/107-110). Devocionário da
Diocese de Campo Maior (http://diocesedecampomaior.org.br/wp-
content/plugins/download-
attachments/includes/download.php?id=1871)

9.6 – O engano da tríade

Outra incorporação pagã importante para destacar é a tríade, engano


presente em muitos segmentos religiosos, o que não poderia ser diferente
no seio do cristianismo, já que é evidente a influência que teve no
sincretismo pagão desde o primeiro século.
É preciso entender que, por muitos anos, havia muita oposição, por
motivos bíblicos, contra a emergente ideia de que Jesus era deus. O
imperador Constantino entra nesta disputa em razão do contexto religioso
e militar que vivia e convoca todos os bispos, na cidade de Niceia. Cerca
de trezentos bispos foram convocados, e uma parte deles realmente
compareceram.

Mas quem era Constantino? Segundo Henry Chadwick, no seu livro “The
early church” (“A igreja primitiva”):

Constantino, como seu pai, adorava o Sol Invicto. Sua suposta conversão
ao cristianismo teve fortes questões militares, pois suas batalhas
dependiam da dádiva do Deus dos cristãos e que uma divisão religiosa
representava uma ameaça ao seu império. (Chadwick, 1993).

Já a Enciclopédia Cristã declara o papel que teve Constantino no Concílio


deNiceia:

O próprio Constantino presidiu ativamente orientando as discussões, e


pessoalmente propôs o preceito crucial, que expressa a relação de Cristo
para com Deus no credo instituído pelo concílio, “de uma só substância
com o Pai”. Intimidados diante do Imperador, os bispos, com apenas duas
exceções, assinaram o credo, muitos dos quais muito contra à sua
inclinação pessoal. (Tenney, 2008).

É bom ressaltar que nenhum dos bispos, em Niceia, promoveu uma


doutrina da Trindade. Eles decidiram somente a natureza de Jesus,
excluindo a figura do Espírito Santo.

Esses debates perduraram por décadas. Muitos criam que Jesus não era
igual a Deus. Em 381 d.C., o imperador Teodósio tomou uma decisão:
acolheu os dogmas estabelecidos pelo Concílio de Niceia como norma
para o seu império e convocou o Concílio de Constantinopla para realizar
mais esclarecimentos e preceitos. Esse concílio concordou em colocar o
Espírito Santo no mesmo nível que Deus e Cristo. Nesse momento
podemos considerar um esboço da Trindade cristã como oficial.
Mesmo assim, após o Concílio de Constantinopla, a Trindade não se
tornou um credo amplamente aceito. Muitos se opuseram e foram
perseguidos. Foi somente em séculos posteriores que a Trindade foi
formulada em credos específicos.

Aparece um personagem que contribuiu para solidificar tal credo. Seu


nome é Atanásio, um clérigo que apoiou Constantino, em Niceia. O credo
que recebeu seu nome declara: “Adoramos um só Deus em Trindade. O
Pai, o Filho e o Espírito Santo é Deus; e no entanto, não são três deuses,
mas um só Deus”. Breves, 2010

No entanto, peritos e estudiosos concordam que não foi Atanásio que


elaborou esse credo. A Nova Enciclopédia Britânica comenta:

O Credo era desconhecido à Igreja Oriental até o século 12. Desde o século
17, os estudiosos em geral têm concordado que o Credo Atanasiano não
foi escrito pelo mesmo (falecido em 373 d.C.), mas no sul da França
durante o quinto século e na Espanha no sexto e sétimo séculos. Foi usado
na liturgia da igreja na Alemanha no nono século e mais tarde em Roma.
Enciclopédia Britânica, 1768

Portanto, levou séculos depois que Cristo foi assunto aos céus para que a
Trindade viesse a ser plenamente aceita no meio cristão. E. W. Hopkins
(1923), no seu livro “Origem e evolução da religião”, comenta: “A
definição ortodoxa final da trindade era em grande parte uma questão de
política eclesial”.

Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo


comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas
próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às
fábulas. (II Timóteo 4: 3, 4).

Vejamos alguns comentários:


Não existe na Bíblia uma declaração expressa que o Pai, o Filho e o
Espírito Santo sejam de igual essência. (Barth).

Jesus e Paulo aparentemente desconheciam a doutrina da trindade. Nada


diziam a seu respeito. (Hopkins, 1923).

Jesus Cristo nunca mencionou tal fenômeno, e, em parte alguma do Novo


Testamento aparece a palavra trindade. A ideia foi adotada pela Igreja
somente trezentos anos depois da morte de nosso Senhor. (Weigall).

[...] o cristianismo primitivo não tinha uma doutrina da trindade, de


forma como foi depois elaborada nos credos.

Os primeiros cristãos, porém não seguiam o conceito da Trindade. Foi


somente a partir do século 4 que a realidade trinitária de Deus passou a
ser discutida na Igreja Católica. O Islamismo e o Judaísmo chegaram a
acusar o Cristianismo de ter pervertido o monoteísmo por causa da
trindade (Curiosidade, 2004).

No livro “Depois de Jesus, o triunfo do Cristianismo”, da Reader’s Digest,


historiadores resgataram a verdadeira história do cristianismo dos
primeiros séculos:

Era o ano 177. Atenágoras fez notar que, se tantas doutrinas religiosas
diferentes eram toleradas no seio do Império, seria justo que o
cristianismo o fosse também. Servindo-se dos seus vastos conhecimentos
de filosofia grega, explicou como a fé cristã num Deus único era
semelhante ao conceito clássico da unidade de Deus. Foi possivelmente o
primeiro a defender filosoficamente a Trindade, ao tentar demonstrar que
o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Ser. O objetivo dos apologistas
foi demonstrar que o cristianismo incorporava os ideais gregos de virtude
e razão. Mas alguns cristãos discordavam: achavam que a filosofia estava
demasiadamente imersa na cultura pagã e recusavam-se a ver a sua fé em
Jesus, recentemente revelada, apoiada por argumentos filosóficos. O mais
famoso dos primeiros apologistas foi Justino, o Mártir. Pagão, nascido por
volta de 100 em Flávia Neápolis, aprendeu filosofia grega, especialmente a
doutrina de Platão, convertendo-se ao cristianismo ainda jovem. (Digest,
1999, 140-141).
Poderíamos citar muitos outros escritos e depoimentos, mas gostaria de
terminar com uma declaração que expressa a realidade histórica que
confirma as influencias pagãs no cristianismo como uma verdade, fruto
do fluxo natural que houve na Igreja.

Mas talvez alguém pergunte: por que este termo (trindade) não aparece
na Bíblia? Para responder a esta questão é preciso compreender que, a
partir do século segundo, o centro missiológico da Igreja transferiu-se em
definitivo do ambiente judeu-palestino para o mundo greco-romano. O
trabalho iniciado por Paulo entre os gentios vê-se finalmente estabilizado
no ambiente gentílico e começa a gravitar em torno de questões que não
haviam sido levantadas no ambiente judaico. A Igreja viu-se, então,
obrigada a expressar sua fé de um modo compreensível para aqueles que
não vinham de uma cultura vétero-testamentária, mas tinham seu
pensamento regido pelos conceitos da filosofia grega. Camargo, 2015

A Trindade nos povos e civilizações

Abordamos rapidamente a evolução da Trindade no contexto cristão. Mas


a verdade é que o conceito de Trindade consiste num arquétipo muito
antigo: todos os povos e civilizações antigas eram politeístas e possuíam
como base de suas teogonias (mitos de criação) um sistema trinitário, que
geralmente era formado por uma divindade masculina, uma feminina e
uma terceira representando a filiação. O cristianismo estabeleceu
contatos com diversas dessas culturas; entre elas, as que mais lhe
influenciaram foram as culturas greco-romanas do mundo helenizado, a
persa, a babilônica e a egípcia.

O escritor Hislop, na obra “The two Babylons”, declara:

Na unidade desse um só Deus dos babilônios, havia três pessoas, e para


simbolizar essa doutrina da Trindade, eles empregaram, como as
descobertas de Layard provam, o triângulo equilátero, assim como é bem
conhecido que Igreja Romana faz até hoje.

No Japão, os budistas adoravam sua grande divindade, Buda, com três


cabeças, na mesma forma seguindo o nome de “San Pao Fuh.” Todos estes
têm existido desde os tempos antigos. Enquanto revestido com a idolatria,
o reconhecimento de uma Trindade era universal em todas as antigas
nações do mundo, provando quão profundamente enraizada na raça
humana estava a doutrina primitiva sobre este assunto [...]. (Hislop,
1858).

O escritor Geraldo Magela Machado, após consulta a obra de Bulfinch


(2000),resume:

A mitologia hindu está fundada nos Vedas, que são os livros sagrados dos
hindus. Segundo a crença, o próprio Brahma os escreveu. Brahma é o
Deus supremo da tríade hindu. Seus atributos são representados pelos
três poderes: criação, conservação e destruição, que formam a Trimuri ou
trindade dos principais deuses: Brahma, Vishnu e Shiva, respectivamente,
da criação, da conservação e as destruição. Bulfinch, 1796)

Vejamos algumas das trindades mais conhecidas e adoradas pela


humanidade, através dos tempos:

Índia – Brahma, Vishnu, Shiva.

Egito – Osíris, Ísis e Hóros.

China – Brahma, Shiva, Buda.

Pérsia – Ozmud, Arihman, Mitra.

Ermânia – Votam, Friga, Dinar.

Grécia – Zeus, Deméter, Dionísio.

Canaam – Baal, Astartè, Adonis.

Babilônia – Ea, Istar, Tamuz.

Celtas – Voltan, Friga E Dinas.


Que possamos compreender o quanto nos afastamos de nossa
originalidade e fomos envolvidos pelo engano. Vivemos em um tempo de
advertência e instrução, e quem tem ouvidos ouvirá. “Mas bem-
aventurados os vossos olhos, porque veem, e os vossos ouvidos, porque
ouvem.” (Mateus 13: 16).

*Nota do pirateador: Após ler esse texto não aceite negar a Santíssima
Trindade, como muitos judeus messiânicos têm feito. Deus é um só, que
subsiste em três pessoas, mas essas pessoas são diferentes em
manifestação, porém idênticas em essência (Poder, autoridade, glória,
atributos incomunicáveis e etc.).

Veja as três pessoas sendo exaltadas como Deus, porém em dado


episódio, os três aparecem simultaneamente, mostrando não serem uma
única pessoa em três manifestações, e sim três pessoas.

Isaías 6:1-3;9-10 (NVI-PT) O Chamado de Isaías


6 No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono
alto e exaltado, e a aba de sua veste enchia o templo. ²Acima dele estavam
serafins; cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com
duas cobriam os pés e com duas voavam. ³E proclamavam uns aos outros:
“Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da
sua glória”. ⁹Ele disse: “Vá, e diga a este povo:

“Estejam sempre ouvindo, mas nunca entendam; estejam sempre vendo,


e jamais percebam. ¹⁰Torne insensível o coração deste povo; torne surdos
os seus ouvidos e feche os seus olhos.Que eles não vejam com os olhos,
não ouçam com os ouvidos, e não entendam com o coração, para que não
se convertam e sejam curados”.

Quem Isaías viu? O Senhor Jeová (Pai)

João 12:36-42 (NVI-PT)

³⁶Creiam na luz enquanto vocês a têm, para que se tornem filhos da luz”.
Terminando de falar, Jesus saiu e ocultou-se deles.

A Incredulidade dos Judeus

³⁷Mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não
creram nele. ³⁸Isso aconteceu para se cumprir a palavra do profeta Isaías,
que disse:

“Senhor, quem creu em nossa mensagem, e a quem foi revelado o braço


do Senhor?” [(Isaías 53, outra citação)]

³⁹Por esta razão eles não podiam crer, porque, como disse Isaías noutro
lugar:

⁴⁰“Cegou os seus olhos e endureceu-lhes o coração, para que não vejam


com os olhos nem entendam com o coração, nem se convertam, e eu os
cure”. [(Agora sim Isaías 6)]

⁴¹Isaías disse isso porque viu a glória de Jesus e falou sobre ele.⁴²Ainda
assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus,
não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga;

Quem Isaías viu? O Senhor Jesus Cristo


Atos 28:24-27 (NVI-PT)

²⁴Alguns foram convencidos pelo que ele dizia, mas outros não creram.
²⁵Discordaram entre si mesmos e começaram a ir embora, depois de
Paulo ter feito esta declaração final: “Bem que o Espírito Santo falou aos
seus antepassados, por meio do profeta Isaías: ²⁶“‘Vá a este povo e diga:

Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que
estejam sempre vendo, jamais perceberão. ²⁷Pois o coração deste povo se
tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e
fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos,
ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os
curaria’.

Quem Isaías viu? O Senhor Espírito Santo

E talvez você se pergunte, então o Pai, o Filho e o Espírito são uma única
pessoa? Não, o batismo de Jesus revela que não, pois vemos claramente
os três ao mesmo tempo.

Mateus 3:14-17 (NVI-PT)

¹⁴João, porém, tentou impedi-lo, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti,
e tu vens a mim?” ¹⁵Respondeu Jesus: “Deixe assim por enquanto;
convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça”. E João
concordou. ¹⁶Assim que Jesus [(DEUS FILHO)] foi batizado, saiu da
água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus
[(DEUS ESP. SANTO)] descendo como pomba e pousando sobre ele.
¹⁷Então uma voz dos céus disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me
agrado”. [(DEUS PAI)]

Essa ideia de três cabeças, pessoas, não é nova nem mesmo no judaísmo
antigo. Leia esse texto do misticismo judaico:

"O mistério no Nome de Deus. Aqui há três graus, cada um existindo por
Si mesmo; e mesmo assim Eles são Um, e são tão unidos que Um não
pode ser sem o Outro. O mesmo Santo e Antigo Um, aparece como Três
Formas em Uma, e Ele é o Cabeça que se eleva sobre os graus. O Antigo
Santo Um, é descrito como Três e também como a Outra Luz, que foi
emanada de Sua Fonte e foi inclusa em Três."

O Zohar - Karakh 3 - "Herez DeSheloshá"

Fim da nota do pirateador

em, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” (Mateus 13: 16).


CAPÍTULO 10
SANTIFICAREI MEU SANTO NOME

10.1 – Introdução
Sabemos que o Eterno está restaurando todas as coisas acerca do seu
Reino e de sua efetiva moradia nos mundos inferiores, e isto inclui a
santificação do seu Nome, o qual foi profanado entre as nações. A palavra
“profanar”, no hebraico, é ‫לאלח‬, chalal, cujo significado é poluir,
contaminar, adulterar. Ou seja, o nome do Eterno foi adulterado,
contaminado, profanado.
O plano do Eterno de santificação do Seu Nome vai além de
simplesmente falar este ou aquele Nome. Trata-se do que representa o
Seu Nome nos mundos criados, pois são eles que sustentam toda a
realidade. Precisamos entender que o Senhor restaurará todas as coisas
que foram ditas pela boca de seus santos profetas.

Vindicarei, [demonstrarei] a santidade do meu grande nome, que


foi profanado entre as nações, o qual profanastes no meio delas; as
nações saberão que eu sou o Senhor, diz o Senhor Elohim, quando
eu vindicar, [demonstrar] a minha santidade perante elas.
(Ezequiel 36: 23).
[...] ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da
restauração de todas as coisas, de que Adonai falou por boca dos
seus santos profetas desde a antiguidade. (Atos 3: 21).
E naquele dia, diz Yhwh, ela me chamará meu marido; e não me
chamará mais meu Baal. Pois da sua boca tirarei os nomes dos
baalins [isto é, divindades pagãs], e não mais se fará menção
desses nomes. (Oseias 2:16-17).

Precisamos entender que o nome está associado com a identidade


daquele que o possui. Portanto, quando o Senhor fala que seu nome foi
profanado, isto também está indicando a adulteração da sua identidade.
Perdeu-se o verdadeiro sentido de quem Ele é e o seu desejo. Está em foco
a restauração do que Ele representa, a separação da sua identidade dentre
os deuses, das profanações dasnações.
Nome (de όνομα onoma, do grego; ‫שם‬, shem, no hebraico) é um termo
que pode estar associado ao sinônimo do indivíduo, da pessoa. Aquilo que
a pessoa representa. Exemplo: Yeshua significa “o Senhor é a salvação”, o
seu nome representa aquilo que Ele realizaria e sua própria identidade.
O nome do Senhor revelado nas Escrituras é o tetragrama ‫הוהי‬, Yhvh.
Este é o nome impronunciável do Eterno. Perdeu-se a pronúncia correta
em razão do exílio para a Assíria e a Babilônia. Era somente pronunciado
na festa do Yom Kippur (Dia do Perdão). Com os anos, perdeu-se a
pronúncia correta.
Começou a se falar “Adonai”, “Elohim”, “Eterno”, “Hashem”, para a
substituição do tetragrama. E, no decorrer da história, geraram-se alguns
nomes como Javé, Yovah, Jeová, entre outros, nomes estes devido à
colocação das vogais no tetragrama ‫הוהי‬, Yhvh, formando assim
“Yehovah”, que, transliterado, temos Jeová.
O nome do Eterno de Israel não é “Deus”, pois nas Escrituras hebraicas
não há este título. Nos escritos gregos, foi acrescentada a palavra “Theos”,
que é “deus”, e que era também o nome de “Zeus”, o grande deus
da Grécia.
Quando pronunciamos a palavra “deus” a nossa mente a associa à
imagem de um ser assentado em um trono e com um raio nas mãos,
pronto para lançá-lo sobre a Terra, pois o raio é o maior símbolo do poder
de Zeus. Nossa mente está ainda muito mais ligada à Grécia/Roma do que
a Israel.
É este tipo de pensamento que dificulta a nossa visão da verdadeira
identidade do Eterno e consequentemente interfere no
relacionamento com Ele.

10.2 – Um título do panteão romano


Nas Escrituras não há o título “deus”. Yeshua, os apóstolos, e nenhum
dos profetas chamaram o Eterno de “deus”. Por quê? Porque “deus” é um
título pagão.
Em Roma, havia o panteão romano (templo de todos os deuses), de
onde surgiram as principais religiões pagãs europeias e orientais. Neste
panteão havia um ser supremo chamado de “Dyeus”, conhecido como a
divindade do céu iluminado. Portanto, este panteão conhecido também
como Panteão Protoindo-europeu era governado pela divindade “Dyeus”,
seu patriarca. A figura de Júpiter é equivalente ao deus grego Zeus.
Zeus, do grego antigo Ζεύς; no grego moderno, Δίας, Días, é o deus dos
raios, na mitologia grega. Seu equivalente romano é Júpiter, enquanto seu
equivalente etrusco é Tínia; alguns autores estabeleceram seu
equivalente hindu como sendo Índra; em sânscrito, era conhecido como
Dyaus; nos balcãs era conhecido como Dievas; na região da atual
Alemanha, como Tiwaz.
É o deus do céu luminoso e de todos os fenômenos atmosféricos
(nuvens, chuvas, ventos e tempestades). Ele vê tudo, conhece tudo, tanto
o presente como o futuro. É bom, justo e sábio (Hacquard, 1996, p. 307).

Dyeus-Pater (Júpiter), em razão da herança pagã, torna-se o deus do


cristianismo.
Imagem de Dyeus, do Século IV AC, encontrada na Ucrânia

É preciso destacar o termo “El”, presente na palavra Elohim; em


diversos nomes, como Daniel, Joel, Ezequiel, Samuel, Natanael; nos
nomes dos anjos, como Gabriel, Rafael – nomes atribuídos à sua função
em relação ao Eterno (“El”). O problema é que este nome misturou-se
com os ídolos pagãos. Os cananeus pegaram este nome e o associaram aos
seus deuses. “El”, segundo a mitologia cananeia, é o pai de Baal
(semelhante à mitologia grega de Chronos e Zeus).
Os cananeus são descendentes de Cã, filho de Noé, que vivia às margens
do rio Jordão. Os hiteus migraram para as terras de Canaã levando
misturas culturais e religiosas. Passaram a pronunciar “El”, mas
associando aos seus deuses. A referência ao Eterno Criador acabou se
fundindo com os outros ídolos e seres espirituais para simbolizar uma
divindade.

10.3 – A verdadeira identidade do Eterno e seu Messias


O nome está totalmente ligado com a identidade de alguém, com aquilo
que a pessoa, em si, representa, como visto acima. Portanto, a santificação
e restauração do Nome do Senhor não é apenas a restauração do Nome
em si; precisamos entender a articulação do maligno com distorcer a
identidade doEterno.
Pois se eu não sei quem Ele realmente é, automaticamente eu também
não sei quem eu sou, pois minha origem está Nele e, se a visão da minha
origem está distorcida, a visão sobre quem eu sou também é distorcida, e
nisto, consequentemente, a visão do Reino do Eterno é distorcida, entre
os homens.
Vemos nas Escrituras que Ele mesmo se declara como “Deus dos
hebreus e Deus de Israel” (“Elohei l’ivrim/Elohei Israel”) e também como
o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Este é o seu Nome eternamente.
Portanto, a identidade Daquele a quem adoramos é o Eterno dos hebreus
e não do panteão romano ou de outro povo.

Disse Elohim ainda mais a Moisés: “Assim dirás aos filhos de


Israel: ‘O Senhor, o Elohim de vossos pais, o Elohim de Abraão, o
Elohim de Isaque e o Elohim de Jacó, me enviou a vós outros; este
é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em
geração.’”. (Êxodo 3: 15, grifo nosso).
E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do
Egito e lhe dirás: “O Senhor, o Elohim dos hebreus, nos
encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o
deserto, a fim de que sacrifiquemos ao Senhor, nosso Elohim”.
(Êxodo 3: 18).
Os aflitos e necessitados buscam águas, e não as há, e a sua língua
se seca de sede; mas eu, o Senhor, os ouvirei, eu, o Elohim de
Israel, não os desampararei. (Isaías 41: 17).

O Nome do Senhor diz respeito a Sua identidade como Deus de Abraão,


Isaque e Jacó, ou seja, dos hebreus e de Israel; não há como fazer
separação entre o verdadeiro Deus e os hebreus.
O Eterno, Aquele que não tem começo e nem fim, Aquele a que não cabe
nenhum título, ou identidade, Ele se denomina “Elohei l’ivrim” (Deus dos
hebreus). Então, o Eterno quer santificar, isto é, restaurar esta identidade
entre as nações, pois nisto o conheceremos; não há conhecimento do
Eterno fora deIsrael.
Existiram homens que andaram com o Senhor, como Noé e Enoque, e
logo depois Ele levanta Abraão formando o povo de Israel, o meio para
que as nações da Terra o conhecessem e ao Messias Yeshua. “Abençoarei
os que te abençoarem, amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. Por ti serão
benditos todos os clãs da terra.” (Gênesis 12: 3).
Não há o conhecimento de Yeshua, do verdadeiro e único Messias, de
quem Ele realmente é, se não houver o conhecimento do seu contexto
hebraico e sua origem como promessa, em Abraão.

A identidade do Messias
Da mesma forma que o nome do Eterno, o Pai, foi profanado, o nome do
Filho, Yeshua, também foi profanado. O Senhor também santificará o
nome do Filho.
Esta santificação é necessária, pois no seu Reino o Seu nome será
pronunciado no contexto santificado, sem manchas ou alterações.
Se falarmos de Cristo e Messias/Jesus e Yeshua, será que estamos
falando da mesma pessoa? Para muitos parece que são pessoas diferentes,
porque são palavras ligadas a culturas diferentes. Cristo (de cristos) e
Jesus (de Iesous) nos remetem a Roma e a Grécia; enquanto Mashiah e
Yeshua nos conectam com Israel, o contexto original do que significa
Messias, o Ungido.
O nome Jesus, comum em várias línguas modernas, deriva do
latim Iesus, uma transliteração do grego Ἰησοῦς (Iesous). A forma grega,
por sua vez, é uma transliteração do aramaico ‫( ישוע‬Yeshua), o qual deriva
do hebraico ‫(יהושע‬Yehoshua). Aparentemente, o nome Yeshua foi usado
na Judeia na época do nascimento de Jesus.
Segundo estudiosos da língua grega, Jesus não é a transliteração de
Yeshua; a transliteração seria Iesua, pois a letra “J”, segundo relatos, só
apareceu mais ou menos no séc. XIV d.C.
Nos escritos gregos do Novo Testamento, Yeshua está como “Iesous”,
enquanto a transliteração correta, segundo lingüísticos, seria “Iesua”. Esta
mudança facilita a entrada dos pagãos, pois liam algo como: “Iesus, filho
de Zeus (deus)”.
Existem passagens bíblicas que citam o nome “Yeshua”, ‫ישוע‬, na sua
forma original, sem alteração. Na Bíblia grega está transliterado “Iesua”.
Somente a partir do séc. XIV d.C. passou a ser escrito “Jesua”, com o
aparecimento do “J”.

Também os levitas Jesua [Yeshua hebraico/Iesua grego], Binui,


Cadmiel, Serebias, Judá e Matanias; este e seus irmãos dirigiam os
louvores. (Neemias 12: 8).
[...] e em Jesua [Yeshua hebraico/Iesua grego), em Moladá, em
Bete-Palete (Neemias 11: 26).

Nos versos anteriores, temos no original o nome Yeshua, ‫ ;ישוע‬porém, na


Bíblia grega, está transliterado da forma correta, ou seja, “Iesua”,
transliteração esta que em português temos “Iesua”. Portanto, nestas
passagens, está correta a transliteração, a não ser pelo acréscimo do “J”,
mas a questão é que “Iesua” e “Yeshua” são as mesmas pessoas.
Por que neste texto não está Jesus, mas nos escritos do Novo
Testamento está, sendo que o mesmo Yeshua que está aqui é o mesmo
que está lá? Fica esta reflexão.
Temos que considerar a articulação do nosso adversário, para nos
afastar da verdadeira identidade do Messias, criando em nossa mente a
figura de uma outra pessoa. Porém estou certo de que, se não for pelo
Espírito do Eterno e por uma mente profética, não conseguiremos
alcançar o que toda esta artimanha maligna acarreta a nosso caminhar
como Igreja do Santo de Israel.
Há algumas evidências, na História, desta outra figura que o adversário
criou em nossa mente. Basta observarmos um pouco os retratos de figuras
como “Jesus na santa ceia”: vemos ali um homem com roupas romanas e
gregas, em um ambiente nada hebraico/judaico.
Muitas vezes, ele aparece com uma auréola ao redor da cabeça, e esta
auréola foi acrescentada por influência de um deus grego chamado
Hélios, deus solar, e este mesmo deus teve seu nascimento em 25 de
dezembro e o seu dia é o domingo (no inglês é sunday, “dia do sol”).
Sabemos que todas as histórias dos deuses vêm de muito antes da Grécia:
remontam, de acordo com historiadores, da época de Ninrode, o criador
da Babilônia, segundo as Escrituras.
Hélios, segundo a crença grega, voava em uma carruagem com quatro
cavalos e, para vermos como houve toda esta mistura, há ainda nos dias
atuais uma figura de Cristo relacionada a este deus Hélios, na Basílica de
São Pedro, em Roma.
A seguir está a representação de uma arte do século IV d.C. Nela
percebemos como era a imagem de Cristo grego/romano, e como Jesus se
tornou uma pessoa bem diferente de Yeshua. Na figura temos Cristo com
a auréola e a carruagem de Hélios. (Documentário Discovery Channel. As
Sete Maravilhas do Mundo).

Percebemos que os nomes do Eterno e de seu Filho foram profanados


entre as nações, adquirindo misturas e impurezas. Mas há uma promessa
de santificação deste Nome e de tudo o que o Eterno representa, ou seja,
da sua identidade, da sua imagem. De uma forma automática, quem vê o
Filho vê o Pai, assim Yeshua disse, e se o nome e a identidade do Filho
estão misturados com o paganismo das nações, então o Pai também é
visto de uma forma distorcida. Esta santificação faz parte da restauração
de todas as coisas.
Precisamos ter em mente aquilo que Ele mesmo falou a respeito do seu
Nome. Este é o nome Dele para sempre, e assim Ele será lembrado.
Recordemos de um mandamento do Eterno:

Em tudo o que vos tenho dito, andai apercebidos; do nome de


outros deuses nem vos lembreis, nem se ouça de vossa boca.
(Êxodo 23: 13).
O Senhor, o Elohim de vossos pais, o Elohim de Abraão, o Elohim
de Isaque e o Elohim de Jacó, me enviou a vós outros; este é o
meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em
geração. (Êxodo 3: 15).

Esta restauração ou santificação do Nome do Senhor ou do Messias não


é simplesmente algo teológico, em que se estuda a exegética, a
hermenêutica, as versões, a Septuaginta, a Vulgata. Mas, sim, algo prático
e concreto como toda a restauração que o Eterno está fazendo.
O Nome significa a identidade da pessoa, e é essa identidade que o
Eterno está santificando, ou seja, a identidade de Yeshua como Messias
verdadeiro, a sua pessoa, quem Ele é, por que veio, pra quem veio e a sua
missão. Tudo isso faz parte da santificação do Seu Nome. E o
falar Yeshua faz parte disso, pois nos conecta muito mais com a
verdadeira pessoa do Mashiach de Israel.
Seu nome foi profanado entre as nações por meio das atitudes de Israel.
As atitudes que Israel teve no meio das nações profanou o Nome do
Eterno. Pois o Senhor colocou o seu Nome, sua identidade em Israel. E se
pelas atitudes seu nome profanado, pelas atitudes também será
santificado. Automaticamente, o seu Nome será santificado a partir das
atitudes daqueles que vivem a sua identidade, o seu caráter, através
de Yeshua.
CAPÍTULO 11
SAI DELA, POVO MEU: BABILÔNIA, A GRANDE MERETRIZ

11.1 – Introdução
Vamos falar sobre o sistema chamado babilônico, um sistema de engano
que tem influenciado culturas e povos, desde os primórdios. Falaremos,
no aspecto espiritual, o que no Apocalipse se refere à Mãe das Meretrizes,
das prostituições e abominações: esta é sua identidade, pois carrega este
nome em sua fronte, em sua mentalidade.
Portanto não é a Babilônia histórica, geográfica, nem pessoas, mas um
sistema prostituído que engana as pessoas, que carrega uma identidade,
que tem, por gerações, influenciado e gerado filhas, contaminando os
homens com suas prostituições. O Senhor ordena seu povo a sair dela por
todos os tempos, um apelo que chega a seu momento maior no livro do
Apocalipse. Portanto, tem muita relevância a revelação, o entendimento e
o discernimento deste mistério – a Babilônia.
E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia,
a mãe das prostituições e abominações da terra. (Apocalipse 17: 5).
E ouvi outra voz do céu, que dizia: “Sai dela, povo meu, para que
não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras
nas suas pragas”. (Apocalipse 18: 4).

11.2 – O sistema babilônico nas Escrituras


O sistema babilônico esteve presente em todos os tempos, influenciando
a mentalidade política, financeira e religiosa dos povos. O que João viu e
descreveu no Apocalipse não era nada novo. Os profetas já haviam
profetizado sobre a Babilônia. Os ouvintes já conheciam bem os intentos
da Babilônia, pois já haviam sido cativos de seu povo e de seus encantos e
feitiços, no passado. Preferimos que as Escrituras falem por si só. Vamos
ver os paralelos dos escritos de João com os textos dos profetas.
A queda da Babilônia:
E clamou fortemente com grande voz, dizendo: “Caiu, caiu a
grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de
todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e odiável”.
(Apocalipse 18: 2, grifo nosso).
E outro anjo seguiu, dizendo: “Caiu, caiu Babilônia, aquela
grande cidade, que a todas as nações deu a beber do vinho da ira
da sua prostituição”. (Apocalipse 14: 8, grifo nosso).
E eis agora vem um carro com homens, e um par de cavaleiros.
Então respondeu e disse: “Caída é Babilônia, caída é!” E todas as
imagens de escultura dos seus deuses quebraram-se no chão.
(Isaías 21: 9, grifonosso).
Ah! filha de Babilônia, que vais ser assolada; feliz aquele que te
retribuir o pago que tu nos pagaste a nós. (Salmos 137: 8,
grifo nosso).

A destruição de Babilônia em um dia:

Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a


fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que
a julga. Estando de longe pelo temor do seu tormento, dizendo:
“Ai! ai daquela grande Babilônia, aquela forte cidade! pois numa
hora veio o seu juízo”. E dizendo: “Ai, ai daquela grande cidade!
que estava vestida de linho fino, de púrpura, de escarlata; e
adornada com ouro e pedras preciosas e pérolas! porque numa
hora foram assoladas tantas riquezas”. E lançaram pó sobre as
suas cabeças, e clamaram, chorando, e lamentando, e dizendo:
“Ai, ai daquela grande cidade! na qual todos os que tinham naus
no mar se enriqueceram em razão da sua opulência; porque numa
hora foi assolada”. (Apocalipse 18: 8, 10, 16, 19, grifos nossos).
Porém ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no
mesmo dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão
sobre ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, e da grande
abundância dos teus muitos encantamentos. (Isaías 47: 9,
grifo nosso).

As feitiçarias da Babilônia:

E luz de candeia não mais luzirá em ti, e voz de esposo e de esposa


não mais em ti se ouvirá; porque os teus mercadores eram os
grandes da terra; porque todas as nações foram enganadas pelas
tuas feitiçarias. (Apocalipse 18: 23, grifo nosso).
Porém ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo
dia, perda de filhos e viuvez; em toda a sua plenitude virão sobre
ti, por causa da multidão das tuas feitiçarias, e da grande
abundância dos teus muitos encantamentos. (Isaías 47: 9,
grifo nosso).

A ordem de sair da Babilônia:

E ouvi outra voz do céu, que dizia: “Sai dela, povo meu, para que
não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras
nas suas pragas”. (Apocalipse 18: 4, grifo nosso).
Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de
júbilo, fazei ouvir isso, e levai-o até ao fim da terra; dizei: “O
Senhor remiu a seu servo Jacó”. (Isaías 48: 20, grifo nosso).

A Babilônia coberta de sangue:


E nela se achou o sangue dos profetas, e dos santos, e de todos os
que foram mortos na terra. (Apocalipse 18: 24, grifo nosso).
Como Babilônia fez cair mortos os de Israel, assim em Babilônia
cairão os mortos de toda a terra. (Jeremias 51: 49, grifo nosso).

A praga sobre a Babilônia:

Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a


fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que
a julga. (Apocalipse 18: 8, grifo nosso).
Porque o destruidor vem sobre ela, sobre Babilônia, e os seus
poderosos serão presos, já estão quebrados os seus arcos; porque
o Senhor, Deus das recompensas, certamente lhe retribuirá.
(Jeremias 51: 56, grifo nosso).

A Babilônia, morada de animais:

E clamou fortemente com grande voz, dizendo: “Caiu, caiu a


grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, e covil de
todo espírito imundo, e esconderijo de toda ave imunda e
odiável”. (Apocalipse 18: 2, grifo nosso).
E Babilônia se tornará em montões, morada de chacais, espanto e
assobio, sem que haja quem nela habite. (Jeremias 51: 37,
grifo nosso).
Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se
encherão de horríveis animais; e ali habitarão os avestruzes, e os
sátiros pularão ali. E os animais selvagens das ilhas uivarão em
suas casas vazias, como também os chacais nos seus palácios de
prazer; pois bem perto já vem chegando o seu tempo, e os seus
dias não se prolongarão. (Isaías 13: 21, 22, grifo nosso).
11.3 – A origem da Babilônia
O termo em acadiano é Babili(m); em hebraico, ‫לבב‬, Bavel; em
grego, Βαβυλών, Babylōn. Sua origem provavelmente remonta ao
episódio da Torre de Babel. Uma história parecida à da Torre de Babel dos
registros bíblicos foi encontrada na mitologia suméria chamada Enmerkar
e o Senhor de Aratta, na qual Enmerkar de Uruk constrói um massivo
zigurate em Eridu e os dois deuses rivais, Enki e Enlil, acabam por
confundir as línguas de toda a humanidade como efeito colateral da sua
discussão.
Na etimologia acádia (famosa cidade da Mesopotâmia, núcleo do
reinado de Nimrode na terra de Sinar), temos Bab + El, o que seria a
“Porta de El”. Mas “El” não seria referência ao Eterno, mas ao supremo
deus dos cananeus e provavelmente uma porta de entrada para a Grande
Prostituta.

Nas figuras estão representadas a Torre de Babel e suas “filhas”, em


nossos dias.
Alguns dados bíblicos são importantes. Canaã é descendente de Cão,
filho de Noé que viveu às margens do Rio Jordão, onde se misturou com
os amorreus e heteus. Cão carregava o nome do Eterno, pois recebera a
influência de seu pai Noé, homem temente ao Eterno, mas seus
descendentes se misturaram a outros povos pagãos, associando, assim, o
nome “El” a deuses pagãos. Ocorreu então um grande fenômeno, que se
seguiria por séculos, até os nossos dias: o nome do Eterno acabou se
misturando ao dos deuses pagãos. O próprio Elohim declara pela boca de
seu profeta que santificaria seu Nome, que fora profanado entre asnações.

E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre os


gentios, o qual profanastes no meio deles; e os gentios saberão que
eu sou o Senhor, diz o Senhor Deus, quando eu for santificado aos
seus olhos. (Ezequiel 36: 23).
Então fizeram os filhos de Israel o que era mau aos olhos do
Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram ao Senhor Deus de
seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros
deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor deles, e
adoraram a eles; e provocaram o Senhor à ira. Porquanto
deixaram ao Senhor, e serviram a Baal e a Astarote. (Juízes 2: 11-
13).

Quem dominava Babel, a Bavel (Babilônia), era Nimrode (‫)דרמנ‬, cujo


significado seria “rebelião”. Esta cidade, portanto, foi erguida sob domínio
da rebelião.

E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. E


este foi poderoso caçador diante da face do Senhor; por isso se diz:
Como Nimrode, poderoso caçador diante do Senhor. E o princípio
do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.
(Gênesis 10: 8-10).

Temos, neste contexto, a construção da Torre de Babel, cujo propósito


era fazer seus nomes célebres e tocar os céus.

“E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala. E


aconteceu que, partindo eles do oriente, acharam um vale na terra
de Sinar; e habitaram ali. E disseram uns aos outros: “Eia,
façamos tijolos e queimemo-los bem”. E foi-lhes o tijolo por pedra,
e o betume por cal. E disseram: “Eia, edifiquemos nós uma cidade
e uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um nome,
para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”.
Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos
homens edificavam; e o Senhor disse: “Eis que o povo é um, e
todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e
agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não
entenda um a língua do outro”. Assim o Senhor os espalhou dali
sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por
isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o
Senhor a língua de toda a terra, e dali os espalharam o Senhor
sobre a face de toda a terra. (Gênesis 11: 1-9).
Na figura, a representação de Ninrode.
A edificação da cidade não foi feita em nome do Eterno, pois só há um
nome que habita nos céus e não é Babel este nome.

O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos


céus; os seus olhos estão atentos, e as suas pálpebras provam os
filhos dos homens. (Salmos 11: 4).
Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
(Salmos 2: 4).
O Senhor olha desde os céus e está vendo a todos os filhos dos
homens. Do lugar da sua habitação contempla todos os moradores
da terra. (Salmos 33: 13, 14).
Os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu aos filhos dos
homens. (Salmos 115: 16).

11.4 – O sistema babilônico e suas estratégias


A Babilônia procura se elevar e ser semelhante ao Altíssimo, pois desde
o princípio já queria se colocar no lugar do Eterno. Esta mentalidade, este
sistema, este espírito percorrem a história, os tempos, e não terminaram
em Babel. A Babilônia culminou com a manifestação da grande apostasia
que gerou o “filho da perdição”, um príncipe que Jesus havia declarado
que nada tinha nele.

Não vos deixeis enganar de modo algum por pessoa alguma;


porque deve vir primeiro a apostasia, e aparecer o homem
ímpio, o filho da perdição, o adversário, que se levanta contra
tudo que se chama Deus, ou recebe um culto, chegando a sentar-
se pessoalmente no templo de Deus, e querendo passar por Deus.
(II Tessalonicenses 3: 3, grifos nossos).
Peso de Babilônia, que viu Isaías, filho de Amós. E tu dizias no teu
coração: “Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o
meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do
norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao
Altíssimo”. E, contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo
do abismo. (Isaías 13: 1; 14: 13-15).
Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe
deste mundo, e nada tem em mim. (João 14: 30).

Com atenção notaremos que o “homem ímpio, o filho da perdição”, do


texto possui o espírito de Babel, ao desejar ser semelhante ao Altíssimo,
querendo se assentar no lugar do Altíssimo. Faz sinais e prodígios
enganando os que não receberam a verdade e tiveram prazer na
iniquidade, não observando as leis doEterno.
Este iníquo está debaixo de um mesmo pensamento e influência da
Babilônia, pois deseja ser semelhante a Deus, se assentando no lugar que
é do Eterno, parecendo-se com Ele. Portanto, temos alguém que engana
as pessoas por um espírito de iniquidade, por esta influência babilônica.
As pessoas olham para o falso achando que é o verdadeiro, mas são
levadas a viver uma vida de iniquidade. O engano é uma feitiçaria, algo
que entorpece, algo que seduz e que tem aparência de verdadeiro, mas
que conduz para o falso. Os que buscam o engano para satisfazer seus
desejos egoístas tornam-se idólatras.

Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim


sem que antes venha à apostasia, e se manifeste o homem da
iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra
tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará,
como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus. Porque já
o mistério da iniquidade opera; somente há um que agora resiste
até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo, a quem
o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo
esplendor da sua vinda; a esse cuja vinda é segundo a eficácia de
Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com
todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não
receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus
lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para
que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes
tiveram prazer na iniquidade. (II Tessalonicenses 2: 3, 4, 7-12).

Babilônia quer ser como Jerusalém. Babilônia tem por intuito se


assemelhar à cidade do Eterno. E qual é a cidade que o Senhor diz que é o
seu Trono? Sião, Jerusalém!
Nisto, um Anjo poderoso levantou uma pedra, como uma grande
mó, e atirou ao mar dizendo: “Com tal ímpeto será lançada
Babilônia, a grande cidade, e nunca mais será encontrada”.
(Apocalipse 18: 21).
Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de Trono do Senhor; nela
se reunirão todas as nações em nome do Senhor e já não andarão
segundo a dureza do seu coração maligno. (Jeremias 3: 17).

Este espírito babilônico, segundo a eficácia de Satanás, deseja se


assemelhar em tudo ao Altíssimo; até tem uma cidade, como o Eterno, e
também engana as nações com um antimessias (mais conhecido como
anticristo). E o que é um “antimessias”? É um messias falso, oposto ao
verdadeiro Messias. Aquele que se opõe à unção.
Babilônia enfeitiça e engana. Em apocalipse e em Isaías, temos relatos
de que a Babilônia é cheia de feitiçarias e, como sabemos, isto quer dizer
enganos. Ela engana as nações. Os reis se prostituíram com ela.
De acordo com estes textos de Isaías e Apocalipse, notamos que não
foram poucos os que foram enganados, mas muitos. E isto nos mostra que
muitos, ainda hoje, estão envolvidos neste engano, nesta mistura,
confusão e prostituição. E observemos que o que João escreve se
assemelha com o que Isaías escreve.

Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo


ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram
os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela
tua feitiçaria. (Apocalipse 18: 23).
Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo
dia, perda de filhos e viuvez; virão em cheio sobre ti, apesar da
multidão das tuas feitiçarias e da abundância dos teus muitos
encantamentos. (Isaías47: 9).

A prostituta se assenta sobre muitos. E “estar assentada” fala de


domínio, ou seja, esta prostituta tem domínio sobre muitos. “Falou-me
ainda: ‘As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos,
multidões, nações e línguas’” (Apocalipse 17: 15).
Outras características deste sistema de prostituição são as ofertas
agradáveis.

E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque


já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de ouro, de
prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de
púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira
odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de
móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de
mármore; e canela de cheiro, especiarias, incenso, unguento,
bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de
cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas. (Apocalipse
18: 11-13).

Portanto, aqueles que compravam da Babilônia, compravam


mercadorias de excelente estado.
A pergunta que devemos fazer é: quem estaria agindo sob a influência
da Babilônia, hoje?
As Escrituras nos respondem. Ela dá algumas evidências de quem seria
essa Babilônia. E, se entendermos o contexto em que João está, ficará
mais fácil esta percepção. João estava preso pelo Império Romano, o
Império vigente na época era Roma. Ele estava escrevendo para pessoas
que tiveram a sua cidade destruída no ano 70 d.C., por Roma. Sabemos
que Roma está sobre sete colinas, e foi fundada em 753 a. C.
(Campidoglio, Quirinale, Viminale, Esquilino, Celio, Aventino e Palatino).

Nas figuras anteriores, representação de moeda da coleção do museu


britânico, cunhada em 71 a.C., durante o reinado de Vespasiano (69-79
a.C.). A moeda o declara pontífice máximo (título que depois foi adotado
pelo Papa) e descreve a cidade de Roma como uma deusa sentada em sete
montes e como uma loba alimentando Rômulo e Remo (logo acima do “R”
da palavra “Roma”).
Também podemos ver que há sete reis descritos.

Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete
montes, nos quais a mulher está sentada. (Apocalipse 17: 9).
Dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e,
quando chegar, tem de durar pouco. (Apocalipse 17: 10).
No grego a palavra “durar”, no verso 10, está no
tempo aoristo (aoristo é um tempo verbal, em grego, que significa sem
limite. Numa tradução mais livre, significa indefinido ou indeterminado).
Os reis referidos podem ser aqueles dos impérios que perseguiram e
mataram Israel. Seriam: Egito, Assíria, Babilônia, Medopersa, Grécia
(período helenístico); o que existe (quando João escreveu, o Império
Romano); e o que viria, aquele que saiu de Roma em 325 d.C., ou seja, um
império papal, uma religião unificada e universal. Todos estes impérios
agiram sobre uma influência, a mentalidade de Babel, o princípio de
Babilônia.
É interessante percebermos o formato da Praça de São Pedro, no
Vaticano, a qual tem o formato de uma fechadura; e, se é como uma
fechadura, é porque possui uma porta. E que porta seria esta? Uma porta
para as suas prostituições. As suas portas serão destruídas.

Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Os largos muros de Babilônia


totalmente serão derribados, e as suas altas portas serão
abrasadas pelo fogo; assim, trabalharam os povos em vão, e para o
fogo se afadigaram as nações”. (Jeremias 51: 58).

Roma sempre esteve sob a influência do sistema babilônico. As


Escrituras nos relatam que a Babilônia domina sobre os reis da Terra. “A
mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra”.
(Apocalipse 17: 18).
Em 29 de outubro de 2004, foi assinada por Tony Blair a constituição
da União Europeia, em Roma, numa sala chamada “Appartamento dei
Conservatori, Sala degli Orazi e Curiazi” (Monte Capitolino, Roma), sob a
estátua do Papa Inocêncio X.
Tratados de Roma são portanto o marco inicial da União Europeia.

Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher


montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de
blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres. (Apocalipse 17: 3).

A Europa e o touro
A Europa é a figura de uma mulher em cima de um touro. Esta imagem
vem da mitologia grega, em que Zeus se disfarça de touro para enganar
Europa (filha de Agenor, rei da Fenícia), então Zeus a captura e tem
relações sexuais com ela. Ela tem um filho. Europa morre e Zeus a
transforma em constelação. Portanto, temos a história de Europa, e
vemos que Zeus carrega Europa. Mas o que pode simbolizar Zeus, neste
contexto? Um sistema religioso enganoso, de um messias falso. E a
Europa, o que pode nos indicar? A mulher prostituta, que tem a
identidade da Babilônia, representada por Roma, que domina as nações
da Terra. Assim:
Zeus – Sistema religioso de engano, que apresenta a imagem do
falso messias;
Europa – Mulher prostituta, que tem a identidade da Babilônia,
representada por Roma, que domina as nações da Terra espiritualmente e
que, ao morrer, é transformada em constelação.

Aquela que se encontra em Babilônia, também eleita, vos saúda,


como igualmente meu filho Marcos. (I Pedro 5: 13).
Nas figuras, Europa, sentada no touro; tábua de argila do período
sumério, datada de aproximadamente 2600 a.C. A besta de sete cabeças é
um símboloantigo.

Babilônia muda o nome e a identidade


A Babilônia tem por intenção ser semelhante ao Altíssimo, e para isso
engana as nações e tem providenciado um personagem que se coloca em
um trono como sendo o próprio Eterno.
É preciso destacar que nas Escrituras observamos o costume que a
Babilônia possuía de mudar os nomes dos seus cativos. Neste contexto, os
nomes relacionados ao Eterno de Israel foram totalmente alterados.
Podemos ver isto no livro de Daniel, quando ele e seus amigos são levados
para a Babilônia e lá têm seus nomes trocados.

Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias,


Misael e Azarias. O chefe dos eunucos lhes pôs outros nomes, a
saber: a Daniel, o de Beltessazar; a Hananias, o de Sadraque; a
Misael, o de Mesaque; e a Azarias, o de Abede-Nego. (Daniel 1: 6 –
7).

Vejamos o que os nomes originais significam:

Daniel: de ‫( לאינ‬Dani’el) – “O Senhor é meu Juiz”.


Hananias: de ‫( חיננה‬Chananyah) – “O Senhor tem me favorecido”.
Misael: de ‫( לאשימ‬Miysha’el) – “Quem é como o Senhor?”.
Azarias: de ‫( הירזע‬Araryah) – “O Senhor ajudou”.

Estes nomes foram mudados, na Babilônia. Nomes que nada tinham a


ver com o Eterno foram colocados:

Beltessazar (Daniel) é “o senhor do tesouro confinado”.


Sadraque (Hananias) é “o grande escriba”.
Mesaque (Misael) é “o convidado de um rei”.
Abede-nego (Azarias) é “o servo de nebo”.

O anticristo, o antimessias seria aquele messias que resistiria à


verdadeira unção e que seria contrário ao verdadeiro, ou seja, é um
messias falso, com outra identidade. Segundo Paulo e João, o espírito
deste falso messias, o iníquo, já estava na terra em sua época; sendo
assim, está neste momento, também.

Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora


resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo,
a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará
pelo esplendor da sua vinda. (II Tessalonicenses 2: 7, 8).
E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne
não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já
ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo. (I João 4: 3).

Notemos as palavras do apóstolo Paulo à comunidade de Corinto. Ele


fala que temia que eles fossem enganados aceitando um Jesus falso, um
evangelho falso, um espírito falso. É algo lógico: se Paulo fala isso, é
porque havia um Jesus sendo pregado que não era o Yeshua verdadeiro, e
da mesma forma havia um evangelho e um espírito falsos.

Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua
astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte
da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo
alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais
espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente
que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais. (II
Coríntios 11: 3, 4).

A marca da Babilônia
Desmembrando mais este engano, vamos notar que o iníquo, a besta, o
antimessias possui também uma marca, um sinal. “E faz que a todos,
pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um
sinal na sua mão direita, ou nas suas testas” (Apocalipse 13: 16).
Temos que entender que o adversário sempre utilizou princípios
espirituais que foram corrompidos. Neste aspecto, não poderia ser
diferente, pois o Etermo estabeleceu inicialmente a sua marca para que
estivesse na mente do povo de Israel e nas suas ações: são os chamados
tefilins.

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as


inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as
atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos
[testa]. (Deuteronômio 6: 6-8).
Essas “palavras” que o Senhor fala é a sua Torah, sua Lei, pois, nos
versos anteriores, o Senhor repete as “dez palavras” dadas no Sinai.

Os tefilins são caixinhas com textos da Torah, que se colocam na testa,


entre os olhos, e no braço esquerdo, enrolando a faixa nas mãos. Portanto,
essa marca é a sua Lei atada nas mãos e na fronte, ou seja, fronte nos fala
de mente e mãos nos falam de obras. Desta forma, a Lei do Eterno está na
mente e nas obras.
Sendo assim, a marca da besta ou do falso messias seria a ausência da
Lei do Eterno na mente e nas obras, até porque, como vimos, o falso
messias se move sob iniquidade, por isso é chamado de iníquo, por Paulo.
“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da
sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (II Tessalonicenses 2:
8).
Dentro deste tema vamos tratar ainda do número 666 declarado no
Apocalipse e ampliar a visão e o entendimento do assunto.
É preciso entender que o número descrito por João vai além de um
número literal, mas está relacionado a um sistema de engano do falso
messias que já operava em seus dias e opera em nosso meio.

Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os


espíritos se procedem do Eterno de Israel, porque muitos falsos
profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito
do Eterno de Israel: todo espírito que confessa que Yeshua o
Messias veio em carne é do Eterno de Israel; e todo espírito que
não confessa a Yeshua não procede do Eterno de Israel; pelo
contrário, este é o espírito do Falso Messias, a respeito do qual
tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (I
João 4: 1-3).
O livro do Apocalipse ou da Revelação fala da vitória dos santos
juntamente com o Messias Yeshua e seu Pai e, neste processo, ocorrem
julgamentos ou juízos sobre a terra, mas isso não significa o “fim do
mundo”, mas o fim de um sistema corrompido e de engano que age
sobre a terra.
O número que João relata não é um número literalmente colocado nas
pessoas como uma marca visível (na pele), como alguns querem enfatizar
e acabam distraindo do seu verdadeiro sentido. É simplesmente uma
identificação, um controle da mente e das obras pelo falso messias, ou
seja, algo que identifica o falso messias.
Devemos entender este assunto à luz de todas as Escrituras, pois as
visões de João se tornam mais claras e lógicas quando estão alinhadas
com as profecias, discernindo os tempos.
É preciso observar as duas figuras chamadas de bestas:

• a primeira besta, que foi ferida de morte, mas reviveu, esta seria o
anticristo, ou o falso Messias (se assemelha com alguém? Um falso
messias que ressuscitou?);
• a segunda besta seria o falso profeta que promove adoração ao falso
messias, criando uma imagem deste falso messias, e todos os que não
adorarem este falso messias serão mortos, e também aquele que não
tem a sua marca nas mãos e na fronte ( se assemelha com algum
sistema que dominou com a conhecida frase: “A cruz ou a espada”,
sobre tudo na Idade Média, com a Inquisição e as Cruzadas?).

Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença.


Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira
besta [falso messias], cuja ferida mortal fora curada.
(Apocalipse 13: 12).
Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que
lhe foi dado executarem diante da besta, dizendo aos que
habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta [falso
messias], àquela que, ferida à espada, sobreviveu.
(Apocalipse 13: 14).
E lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta [falso
messias], para que não só a imagem falasse, como ainda
fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta
[falso messias]. (Apocalipse 13: 15).
A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os
livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a
mão direita ou sobre a fronte. (Apocalipse 13: 16).
[...] para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele
que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome.
(Apocalipse 13: 17).
Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o
número da besta [falso messias], pois é número de homem.
Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.
(Apocalipse 13: 18).

A figura do falso profeta seria este sistema ligado a Roma, sob influência
da Babilônia. Este sistema cria a imagem do falso messias, um Jesus que
não éYeshua.
Lembremos da história das inquisições. Quantos morreram por não
adorarem aquela imagem, por não se converterem ao cristianismo?
Quantos morreram por não receberem a sua marca nas mãos (nas obras)
e na fronte (na mente)?
Está escrito que aqueles que não recebem a marca da besta (falso
messias), não podem comprar ou vender, e isto indica um sistema de
comercialização. Um sistema que domina o capitalismo mundial. Enfim,
esta é a marca: o nome da besta ou o número do nome. Então, temos
pessoas seladas com a identidade ou algo que identifica o falso messias.
O que pode significar o selo ou a marca? O Eterno de Israel sela ou
marca os seus. O adversário usa o mesmo princípio, utilizando o seu selo
ou marca. O selo do Eterno sobre os seus é o seu Espírito de acordo com o
que Paulo fala aos Efésios: “E não entristeçais o Espírito do Eterno de
Israel, no qual fostes selados para o dia da redenção” (Efésios 4: 30).
E o que o Espírito do Eterno tem como uma de suas principais funções?

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo;


tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne.
(Ezequiel 36: 26).
Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus
estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. (Ezequiel 36:
27).

Portanto, o Eterno dá o seu Espírito para que se possam observar os


seus estatutos e juízos, ou seja, para guardar os seus mandamentos, a sua
Torah. Esse é o verdadeiro selo do Eterno. E onde deve estar a Torah ou a
Lei do Senhor?

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as


inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as
atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos
[testa]. (Deuteronômio 6: 6 - 8).

A Lei do Senhor deve fazer parte de um caminhar diário, e isso inclui


estar nas mãos e como frontal entre os olhos. E tudo indica que o Senhor
não está falando de algo literal, mas sim de ações, ou seja, de uma forma
resumida, “mãos” falam de ações e “frontal entre os olhos” fala de
entendimento, pensamento, mentalidade, ou ainda a maneira com que se
vê o mundo.
Temos o selo do Senhor como sendo seu Espírito, o qual capacita a viver
Sua Lei concretamente nas ações, na mentalidade, no pensamento.

O selo do iníquo (falso messias)


O adversário age buscando os mesmos princípios do Altíssimo. E este
agir do adversário não é diferente no que diz respeito a sua marca, ou seu
selo. Ele sela também com um espírito, porém este espírito leva a não
viver a Lei do Eterno, influenciando as obras (mãos) e a mente (fronte)
dos homens. “A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os
livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita
ou sobre a fronte” (Apocalipse 13: 16).
Relembremos do que Paulo fala a respeito do homem da iniquidade, isto
é, o homem que se opõe à Lei do Eterno ou o transgressor da Torah.

Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não


acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o
homem da iniquidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se
levanta contra tudo que se chama Eterno de Israel ou é objeto de
culto, a ponto de assentar-se no santuário do Eterno de Israel,
ostentando-se como se fosse o próprio Eterno de Israel. Não vos
recordais de que, ainda convosco, eu costumava dizer-vos estas
coisas? E, agora, sabeis o que o detém, para que ele seja revelado
somente em ocasião própria. Com efeito, o mistério da iniquidade
já opera e aguarda somente que seja afastado aquele que agora o
detém; então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor
Yeshua matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela
manifestação de sua vinda. Ora, o aparecimento do iníquo é
segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que
perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem
salvos. (2 Tessalonicense 2: 3-10).
Agora veremos as palavras de João, o qual fala do espírito do
falso messias.

Amados, não dê crédito a qualquer espírito; antes, provai os


espíritos se procedem do Eterno de Israel, porque muitos falsos
profetas têm saído pelo mundo fora. Nisto reconheceis o Espírito
do Eterno de Israel: todo espírito que confessa que Yeshua o
Messias veio em carne é do Eterno de Israel; e todo espírito que
não confessa a Yeshua não procede do Eterno de Israel; pelo
contrário, este é o espírito do Falso Messias [anticristo, que age de
forma contrária ao verdadeiro messias], a respeito do qual tendes
ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (1 João 4: 1-
3).
Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Yeshua é o
Messias? Este é o anticristo [falso messias], o que nega o Pai e o
Filho. (I João 2: 22).

Anticristo é aquele que age de forma contrária ao verdadeiro Messias,


portanto, um falso messias. Nesses textos, podemos observar o espírito do
falso messias, o qual está operando no mundo, e este espírito não confessa
Yeshua, ou seja, nega a encarnação natural de Yeshua, pois não cofessa
que ele veio “em carne”, do grego σαρξ, sarx, nascido por geração natural,
negando, portanto, a identidade de Yeshua como o Mashiach da tribo de
Judá, da raiz de Davi, filho do Eterno deIsrael.
Este espírito também conduz à iniquidade, enquanto o Espírito do
Eterno conduz à vida na Torah (Lei do Eterno de Israel); o espírito do
iníquo (falso messias) conduz a uma vida sem Torah. E ele usa de
artimanhas bem convincentes, pois, como lemos, ele faz sinais, prodígios
e maravilhas.
O adversário já está marcando pessoas com a marca da desobediência
aos mandamentos do Eterno. O adversário não é tolo ou ingênuo a ponto
de chamar alguém e falar: “Agora vou te marcar com meu selo, e este é o
666”. Isto é subestimar o inimigo. É ser coadjuvante dos filmes de
Hollywood,. Vejamos a verdade sobre esse número.

O número 666
João apresenta o número do nome do falso messias e onde ele estaria,
pois é número de homem e o resultado deste cálculo é seiscentos e
sessenta e seis (666).“Aqui está a sabedoria. Aquele que tem
entendimento calcule o número da besta [falso messias], pois é número
de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis”
(Apocalipse 13: 18).
João estava no contexto do Império Romano, e quem agiu e estava
agindo em sua época era o espírito e influência babilônica neste Império.
Hoje, sabemos que há várias doutrinas em cima daquele número. Há
muito misticismo e satanismo criado em torno dessa numeração, mas
veremos que é algo revelador o que João quis transmitir.
João estava falando do falso messias, um sistema de engano
influenciado pela Babilônia. João estava preso na Ilha de Patmos pelo
Império Romano. O Império Romano havia destruído Jerusalém, o
templo e levado o povo de Israel à diáspora. E, naquela época, se usava
letras do alfabeto associadas como números (guematria, em hebraico,
“ordem do alfabeto” – é o método hermenêutico de análise das palavras
bíblicas em hebraico, atribuindo um valor numérico definido a
cada letra).
João, por ser um judeu, relaciona Roma (romano) com o contexto
hebraico. Usando a guematria hebraica (letra do alfabeto com números),
já conhecida na época, ele pede aos leitores que calcule o número da besta
(falso messias).
Este cálculo está ligado de alguma forma a Roma. Segundo a astrologia
praticada nas religiões de mistério, a adoração do sol (Lúcifer) ocupava
um lugar de destaque. Figuras e números eram usados para representar
essa adoração. E o sol era representado pelos números 6, 36, 111 e 666
(Westcott, 1993, p. 64). As religiões de mistério da Babilônia também
adotavam essa simbologia, conforme pode ser visto neste amuleto usado
pelos sacerdotes:

No amuleto das religiões de mistério da Babilônia, o diagrama de


números místicos era usado na adoração do sol. Nele: total de colunas ou
linhas => 6; espaços com números => 36; soma dos números de cada
coluna ou linha => 111; soma de todos os números => 666.
Conclui-se, que desta forma, este número está associado a adoração ao
personagem de Roma, como estudado acima, o deus Sol, o Soli Invictos,
que está intimamente ligado ao Jesus Romano.

11.5 – A Babilônia e o sangue do santos


O sistema de engano babilônico foi responsável pelo derramamento de
sangue de muitos profetas e santos. Este rastro de sangue pode ser visto
nos anais da história em todos os impérios, culminando em Roma, em
seus domínios, concílios, cruzadas, inquisições e apoiando, como é sabido,
através do então Papa Pio XII, a morte de milhares, no holocausto.

E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos os que


foram mortos sobre a terra. (Apocalipse 18: 24).
Como Babilônia fez cair traspassados os de Israel, assim, em
Babilônia, cairão traspassados os de toda a terra. (Jeremias 51:
49).

Babilônia é um sistema que teve sua origem em Gênesis, com Ninrode, e


que percorre a história, não necessariamente com o nome de Babilônia,
mas por meio de uma influência espiritual. “Como Babilônia fez cair
mortos os de Israel, assim em Babilônia cairão os mortos de toda a terra”
(Jeremias 51: 49).
Desde o chamado de nosso pai Abraão, vemos o Senhor dando uma
ordem para sair de debaixo do império babilônico. A família de Abraão
(Avraham) saiu de Ur dos Caldeus, em direção a Canaã, e parou em Harã.
Abraão foi chamado para continuar a viagem que seu pai Terá havia
parado, então eles pararam em território babilônico.
Então o Senhor disse: “‫”ךל ךל‬, “lech – lechá”, que no hebraico é “sai por
ti”, ou seja, “sai por ti, Abraão”. Como se o Senhor estivesse falando
assim: “Abraão, sai por você. Se sua família não quer sair, saia você!”.

Tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu
filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com
eles de Ur dos Caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã,
onde ficaram. (Gênesis 11: 31).
Ora, disse o Senhor a Abrão: Sai por ti [lech – lecha] da tua terra,
da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te
mostrarei. (Gênesis12: 1).

O Senhor está orientando seu povo, ou seja, todo aquele que o ouve e
obedece, para sair do meio do engano da Babilônia. E assim como foi com
Abraão, precisamos sair por nós mesmos, e não olhar para os outros. O
Senhor diz para sair e não para tentar mudar as suas vestes. Ele diz:
“Saia!”. O Eterno já decretou o fim da Prostituta, não precisamos perder
tempo tentando mudá-la.

11.6 – A queda da Babilônia


Esta queda foi profetizada pelo profeta Isaías e confirmada pelo
apóstolo João no Apocalipse. Os excertos “Caiu, caiu Babilônia; e todas as
imagens [...]” e “morada de demônios, covil de toda espécie de espírito
imundo” se equivalem:

Eis agora vem uma tropa de homens, cavaleiros de dois a dois.


Então, ergueu ele a voz e disse: “Caiu, caiu Babilônia; e todas as
imagens de escultura dos seus deuses jazem despedaçadas por
terra”. (Isaías 21: 9).
Então, exclamou com potente voz, dizendo: “Caiu! Caiu a grande
Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie
de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e
detestável”. (Apocalipse 18: 2).
Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: “Caiu, caiu a grande
Babilônia que tem dado a beber a todas as nações do vinho da
fúria da sua prostituição”. (Apocalipse 14: 8).

O cordeiro e os seus remanescentes vencem a Babilônia


Está escrito que Ele (Yeshua) volta com o nome de Palavra de Elohim, e,
com a espada da sua boca, Ele apascenta as nações com vara de ferro, ou
seja, as nações nesta época são forçadas a viverem a Sua Lei, sua Torah. É
com vara de ferro que ele apascenta e fere as nações com a espada. E
sabemos que a espada é a sua Palavra. Com a Palavra de sua boca as
nações são apascentadas, o engano da Babilônia é destruído.

Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se


chama o Palavra de Elohim. (Apocalipse 19: 13).
Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e
ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o
lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
(Apocalipse 19: 15).
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir
alma e espírito juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração. (Hebreus 4: 12).
Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele
que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das
suas carnes. (Apocalipse 19: 21).

O Senhor vence a Babilônia. Babilônia se tornará desolada, um deserto.


Não venderá mais suas mercadorias às nações. O engano cessará. A
prostituição acabará. E, em um só dia, ela será destruída, no dia em que
Yeshua voltar ao monte Sião, em Jerusalém. O Cordeiro vence a Babilônia
junto com aqueles que estão com Ele.

E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque


já ninguém compra a sua mercadoria. (Apocalipse 18: 11).
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o
Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os
chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele. (Apocalipse 17:
14).

Mas quem são os que estão com o Cordeiro?

Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e


quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o
nome de seu Pai. (Apocalipse 14: 1).
São estes os que não se macularam com mulheres, porque são
castos. São eles os seguidores do Cordeiro por onde quer que vá.
São os que foram redimidos dentre os homens, primícias para
Deus e para o Cordeiro. (Apocalipse 14: 4).
E não se achou mentira na sua boca; não tem mácula.
(Apocalipse 14: 5).

Notemos, nos versos seguintes, as semelhanças com o texto de


Apocalipse. Podemos dizer que aqueles que estão com o Cordeiro são os
remanescentes de Israel em Sião, os quais não se contaminaram com
mulheres, ou seja, não se prostituíram, não foram influenciados pela
idolatria, e não há engano neles.

Mas deixarei, no meio de ti, um povo modesto e humilde, que


confia em o nome do Senhor. (Sofonias 3: 12).
Os restantes de Israel não cometerão iniquidade, nem proferirão
mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa, porque
serão apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.
(Sofonias 3: 13).
Naqueles dias e naquele tempo, diz o Senhor, buscar-se-á a
iniquidade de Israel, e já não haverá; os pecados de Judá, mas não
se acharão; porque perdoarei aos remanescentes que eu deixar.
(Jeremias 50: 20).
Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: “Ainda que o
número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o
remanescente é que será salvo”. (Romanos 9: 27).
[...] dizendo: “Não danifiqueis nem a terra, nem o mar, nem as
árvores, até selarmos na fronte os servos do nosso Adonai”.
(Apocalipse 7: 3).
Então, ouvi o número dos que foram selados, que era cento e
quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel.
(Apocalipse 7: 4).
Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque
são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer
que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como
primícias para Deus e para o Cordeiro. (Apocalipse 14: 4).

Babilônia é um sistema de prostituição, e não de pessoas. As pessoas são


enganadas por ela. Oremos ao Senhor, ao Eterno de Israel, para que Ele
nos mostre a Verdade em Yeshua, pelo seu Ruah (Espírito).
Sair deste sistema implica sair de uma mentalidade, de uma maneira de
pensar. O foco é mudar a mente, sair de um engano. O despertar é do
Senhor, porém o levantar é nosso.
Que saiamos e não fiquemos simplesmente assentados, nos lamentando
junto aos rios da Babilônia (do exílio da mente), e somente lembrando de
Sião. Infelizmente, ficamos acomodados lembrando de Sião, estando
ainda na Babilônia, mas devemos nos levantar e nos movermos para
estarmos em Sião.

CAPÍTULO 12
O JUÍZO DE EDOM (ESAÚ)
12.1 – Introdução
Neste capítulo vamos abordar um assunto pouco comentado e estudado,
das Escrituras. Trata-se do marco, do divisor de águas entre um povo
destinado à promessa e outro que sempre evocou seu suposto direito à
primogenitura, e, portanto, à herança, à promessa.
O assunto aqui é sobre Jacó e Esaú. Vamos descobrir que as palavras do
Senhor a Rebeca não ficaram restritas ao seu tempo, mas tiveram alcance
futuro. A profecia deixa claro que dois povos estarão juntos até o fim dos
dias, mas o mais velho acabará servindo o mais moço.

Ora, as crianças lutavam dentro dela e ela disse: “Se é assim, para
que viver?” Foi então consultar a Iahweh, e Iahweh lhe disse: “Há
duas nações em teu seio, dois povos saídos de ti, se separarão, um
povo dominará um povo, o mais velho servirá ao mais novo”.
(Gênesis 25: 22, 23).
Pela fé Isaque abençoou Jacó e a Esaú, no tocante às coisas
futuras. (Hebreus 11: 20).

Abrão, um homem justo, é chamado em sua geração para formar um


povo. Promessas foram feitas a ele pelo Eterno. Sua descendência seria
numerosa como a areia da praia (promessa ligada à terra, uma semente,
uma nação – Israel) e como as estrelas no céu (promessa ligada aos céus,
às realidades espirituais que alcançariam todas as famílias da Terra).
Promessa que teria início com uma semente, um filho. Aos olhos
humanos, improvável, pois Abrão era velho e Sara deixara o costume das
mulheres. Lançaram mão de uma escrava, Agar, para resolver
humanamente o impasse.
Mas a promessa do Eterno aguardava seu momento para se cumprir.
Sara, centenária, volta ao costume das mulheres e traz à existência a
promessa do Eterno. Nasce Isaque, o filho da promessa. Aquele que
continuaria o processo do cumprimento das promessas dadas pelo Eterno
a Abraão.
Isaque casa com Rebeca, sendo esta estéril. Orando pela esterilidade de
sua esposa, Deus ouve o clamor de Isaque e abençoa Rebeca com a
gravidez de gêmeos. Já no ventre, lutavam, o que assustou Rebeca, que,
consultando o Senhor, deu início a um processo profético que perduraria
até o fim dos tempos.

Que Deus te dê do orvalho do céu, e dos lugares férteis da terra, e


abundância de trigo e de mosto; sirvam-te povos, e nações se
encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se
encurvem a ti; sejam malditos os que te amaldiçoarem, e benditos
sejam os que te abençoarem. (Gênesis 27: 28, 29).
Respondeu-lhe Isaque, seu pai: “Longe dos lugares férteis da terra
será a tua habitação, longe do orvalho do alto céu; pela tua espada
viverás, e a teu irmão, servirás; mas quando te tornares
impaciente, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço. (Gênesis
27: 39, 40).

Ambos serão plantados no mesmo campo, mas um é o joio e outro é o


trigo. Um parece que alimenta, o joio, e o outro é quem alimenta, pois é
trigo. Jesus declarou esta verdade por meio de uma parábola.
Propôs-lhes outra parábola, dizendo: “O reino dos céus é
semelhante ao homem que semeou boa semente no seu campo;
mas, enquanto os homens dormiam [símbolo de apostasia], veio o
inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. Quando,
porém, a erva cresceu e começou a espigar, então apareceu
também o joio. Chegaram, pois, os servos do proprietário, e
disseram-lhe: ‘Senhor, não semeaste no teu campo boa semente?
Donde, pois, vem o joio?’. Respondeu-lhes: ‘Algum inimigo é
quem fez isso’. E os servos lhe disseram: ‘Queres, pois, que vamos
arrancá-lo?’. Ele, porém, disse: ‘Não; para que, ao colher o joio,
não arranqueis com ele também o trigo. Deixai crescer ambos
juntos até a ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros:
Ajuntai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; o
trigo, porém, recolhei-o no meu celeiro’”. Ao se cumprir os dias de
dar a luz, saiu primeiro Esaú, depois saiu o seu irmão, agarrado
em seu calcanhar, Jacó. Cresceram os meninos, Esaú tornou-se
perito caçador, homem do campo; e Jacó, homem sossegado,
habitava em tendas. Então Jesus, deixando as multidões, entrou
em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo:
“Explica-nos a parábola do joio do campo”. E ele, respondendo,
disse: “O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo
é o mundo; a boa semente são os filhos do reino; o joio são os
filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o Diabo; a ceifa é o
fim do mundo, e os celeiros são os anjos. Pois assim como o joio é
colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo.
Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu
reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a
iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e
ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no
reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.” (Mateus 13: 24-
30; 36-43).

Jacó amava Esaú, porque comia de sua caça; mas Rebeca amava a Jacó,
pois era pastor de ovelhas. Quando falamos em caçador na Bíblia,
sobretudo neste contexto e no caso de Ninrode (Gênesis 10: 9), temos que
entender que o sentido é muito amplo. Estamos falando de pessoas que
são também caçadoras de palavras, de argumentos, que caçam suas
presas com argumentações, favores e enganos.

12.2 – Origens históricas de Edom


Antes de prosseguirmos, é importante destacar que estamos falando de
um espírito e não de pessoas. Espírito que tem sua origem na vida de um
homem que deu início a todas as religiões e paganismo que hoje existem.
Seu nome foi Ninrode, nome que, em hebraico, deriva de Marad, que
significa “ele se rebelou, rebelde”, homem que sabia onde obter fama e
glória humana, na caça não só do campo, mas de palavras. Caçava e
distribuía alimentos ao povo. Organizava comunidades e obras públicas.
Os homens tornavam-se dependentes, suas presas, e por isso ele
era temido.

Cuche também gerou a Ninrode, o qual foi o primeiro a ser


poderoso na terra. Ele era poderoso caçador diante do Senhor;
pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do
Senhor. (Gênesis 10: 8, 9).
O apóstolo Pedro adverte a igreja para os falsos profetas que teriam o
mesmo espírito, como caçadores que, com palavras fingidas, farão dos
homens um negócio.

Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós
haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente
heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão
as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho
da verdade; também, movidos pela ganância, e com palavras
fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de
largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita. (II Pedro 2:
1-2, grifo nosso).

Podemos entender por que Esaú era amado por seu pai e por todos que
o cercavam. Como Ninrode, era exímio caçador e possuía os mesmos
atributos dominantes: era argumentativo e enganador. Mas a promessa
estava sobre a vida de Jacó, não de Esaú. E o próprio Eterno cumprirá
esta verdade.

Então a casa de Jacó será um fogo, e a casa de José uma labareda,


mas a casa de Esaú será uma palha! Eles a incendiarão e a
devorarão, e não haverá sobreviventes da casa de Esaú, porque o
Senhor o disse! (Obadias1: 18).
“E odiei a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei a sua
herança aos chacais do deserto.” (Malaquias 1 : 3)
“Eu vos tenho amado, diz o SENHOR. Mas vós dizeis: Em que nos
tem amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o SENHOR;
todavia amei a Jacó,” (Malaquias 1 : 2)
Como está escrito: “Amei a Jacó, mas rejeitei a Esaú”.
(Romanos 9: 13).

Esaú, ao chegar do campo, muito cansado, vê seu irmão Jacó fazendo


um guisado vermelho. Cansado e com fome, pede para comer do guisado.
Jacó pede primeiro que ele venda seu direito de primogenitura. E, a ponto
de morrer, o irmão despreza a condição, não dando valor às realidades
espirituais, e vende a sua primogenitura.

Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu;


e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú o seu
direito de primogenitura. (Gênesis 25: 34).

Neste episódio, Esaú passou a ser chamado também de Edom, do


hebraico edome ou há-adom, vermelho por ter nascido ruivo; o território
onde ele se estabeleceu mais tarde, o monte Seir (atual Petra, Jordânia), é
caracterizado até o dia de hoje por sua coloração avermelhada, em razão
das suas rochas superficiais.
Pelo relato bíblico, Isaque, antes de morrer, abençoa Jacó no lugar de
Esaú. Este, ao descobrir, promete matar Jacó logo depois da morte de seu
pai. Segue a benção que tem preservado um povo até os fins dos tempos e,
por mais que Esaú/Edom tente mudar isso, não poderá.

Esaú disse a Jacó: “Deixa-me comer dessa coisa ruiva, pois estou
esgotado”. – É por isso que ele foi chamado de Edom. (Gênesis 25:
30).
Que Deus te dê do orvalho do céu, e dos lugares férteis da terra, e
abundância de trigo e de mosto; sirvam-te povos, e nações se
encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se
encurvem a ti; sejam malditos os que te amaldiçoarem, e benditos
sejam os que te abençoarem. (Gênesis 27: 28, 29, grifo nosso).

Eu vos amei, disse o Senhor. – Mas vós dizeis: “Em que nos
amaste? – Não era, por acaso, Esaú irmão de Jacó? – oráculo de
Iahweh. Contudo, eu amei Jacó e odiei a Esaú. Eu fiz de suas
montanhas um deserto, e de sua herança, pastagens da estepe.
(Malaquias 1: 2, 3).

12.3 – A cor vermelha


Temos que entender que, desde os primórdios das religiões pagãs, a cor
vermelha sempre esteve em destaque e foi cultuada.
A enciclopédia mundial faz a seguinte citação:

A arqueologia pré-histórica, como por exemplo, no sítio de


Çatalhüyük, e a mitologia pagã registram esta origem do culto à
Deusa Mãe e do ocre (argila) vermelho. As mais recentes
descobertas de uma religião humana remontam, inicialmente, ao
culto aos mortos (300.000 a.C.) e ao intenso culto da cor
vermelha ou ocre associado ao sangue menstrual e ao poder de
dar a vida.
O vermelho foi a cor de Dionísio para os pagãos. Na maioria das
lendas europeias e asiáticas, o espírito do fogo é sempre
representado com roupas vermelhas. É a cor de Marte, dos
guerreiros e dos conquistadores. Era a cor distinta dos generais
romanos e da nobreza patrícia, tornando-se a cor dos
imperadores.

A título de exemplo, Ninive, a cidade rebelde e cruel, não deixou de ter a


cor vermelha nos seus emblemas. O profeta Naum foi usado pelo Eterno
para levar palavras de juízo àquele povo. No fim dos tempos, o dragão
vermelho, a antiga serpente e a grande meretriz, a mulher vestida de
púrpura e escarlata (cor vermelha), reunirão todos esses sistemas e
espíritos e será julgada e destruída.

Os escudos dos seus fortes serão vermelhos, os homens valorosos


estarão vestidos de escarlate, os carros como tochas flamejantes
no dia da sua preparação, e os ciprestes serão terrivelmente
abalados. (Naum 2: 3).
Viu-se também outro sinal no céu: eis um grande dragão vermelho
que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre as suas cabeças sete
diademas. (Apocalipse 12: 3).
A mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada de
ouro, pedras preciosas e pérolas; e tinha na mão um cálice de
ouro, cheio das abominações, e da imundícia da prostituição.
(Apocalipse 17: 4).
O mesmo espírito que esteve presente na vida de Ninrode, Esaú, dos
povos que perseguiram o povo de Deus, está presente em nossos tempos.
Todos os impérios de que a história tem registro, desde os primitivos
assírios e babilônios até o adormecido Império Romano, aos de hoje,
representados por forças não só político-financeiras, mas religiosas,
foram conduzidos por um sistema que persegue os verdadeiros ungidos.
Esta é a razão das Escrituras chamarem esse espírito de anticristo, contra
o ungido, contra a unção.
Marcos Anghinoni (2006), escrevendo sobre a cultura e a influência das
cores, assim declara: “Culturas distintas podem ter diferentes significados
para determinadas cores. A cor vermelha foi utilizada no Império
Romano, pelos nazistas e comunistas.”
Para dar seguimento ao presente estudo, devemos deixar muito clara a
seguinte reflexão: será que quando falamos de Esaú (Edom) em nossos
dias, estamos falando do Império Romano adormecido, mas muito bem
representado pelo Estado do Vaticano (político-financeiro) e o catolicismo
romano (religioso), cuja cor predominante não poderia ser outra – o
vermelho?
Na cultura judaica, o Império Romano passou a ser identificado como
Esaú e Edom devido à cor vermelha de seus estandartes. O Cristo
apresentado por Roma possui um manto vermelho.
No contexto religioso, observaremos muita semelhança entre Esaú
(Edom, no catolicismo romano) e Jacó (os perdidos da casa de Israel e
Judá). O espírito de Esaú sempre propagou que ele é o primogênito, o
herdeiro do verdadeiro Deus, o “verdadeiro Israel”; Jacó foi rejeitado.
O espírito de morte que esteve presente em Esaú para matar Jacó se
perpetuou em todos os povos que tentaram matar e exterminar o povo de
Israel (Jacó). A Babilônia e Roma foram as responsáveis pela diáspora do
povo judeu em dois momentos, e só não concretizaram sua vingança
porque o Eterno não permitiu.
Lembremos-nos de algumas declarações dos pais da igreja e da
Inquisição, quando Roma decretou que todo judeu era proibido de ser
judeu, era odiado por Deus e adorador de Satanás.

Qualquer Cristão que utilizasse um símbolo judaico, um nome


judaico, ou realizasse qualquer celebração judaica, seria
considerado cúmplice da morte de Cristo juntamente com os
Judeus. (Marcion: 110-160).
As sinagogas são zonas de meretrício e teatro, cheias de ladrões e
bestas selvagens. Os Judeus são culpados da morte de Cristo. Não
há expiação para o povo Judeu. Elohim sempre os odiou. Os
Cristãos devem odiá-los porque eles foram assassinos de Cristo e
são adoradores de satanás. (Crisóstomo5: 347-407).

Os Judeus e a nação de Israel são apenas testemunhas da verdade


do cristianismo, serviram apenas para deixar o legado da fé e da
verdade cristã. Agora deveriam estar em constante humilhação
quanto ao triunfo da Igreja sobre a sinagoga. Não há salvação para
os Judeus. Eles já estão perdidos de qualquer forma. (Agostinho).
Os Cristãos devem queimar as sinagogas e os Judeus. Devem tirar
os livros e os Talmudes deles, pois esses contêm só mentiras e
blasfêmias. Devem ameaçar de morte os rabinos que ensinem.
Devem proibir os Judeus de viajar. Devem obrigar os Judeus a
trabalhar em serviço manual e não adquirirem profissão. Os
Judeus são arrogantes, teimosos e de coração de ferro como
demônios. (Lutero).
A Inquisição espanhola ou Tribunal do Santo Ofício da Inquisição
foi uma instituição fundada em 1478 por Fernando II de Aragão e
Isabel de Castela para manter a ortodoxia Católica em seus reinos
que atuou de 1478 até 1834. Esta Inquisição foi o resultado da
Reconquista da Espanha das mãos dos árabes muçulmanos, e da
política de conversão de judeus e muçulmanos espanhóis ao
catolicismo. A Inquisição foi um importante instrumento na
política chamada “limpeza de sangue” contra os descendentes de
judeus e de muçulmanos convertidos. (Enciclopédia Universal).

12.4 – Profecias sobre julgamento e queda de Edom


É preciso entender que Israel, mas especificamente Sião, a cidade do Rei
da Glória, é descrita como Monte de Sião, de onde o Eterno manifestará
sua Glória.“Então a lua se confundirá, e o sol se envergonhará, pois o
Senhor dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém; e perante os
seus anciãos manifestará a sua glória” (Isaías 24: 23).
Vejamos uma clara profecia sobre os dois montes de onde saem duas
mensagens, mas somente de um sairá o Salvador e quem julgará e o Reino
será doEterno.

Os dois montes: de Sião e de Esaú

Porquanto o dia do Senhor está perto, sobre todas as nações, como


tu fizeste, assim se fará contigo; o teu feito tornará sobre a tua
cabeça. Pois como vós bebestes no meu santo monte, assim
beberão de contínuo todas as nações; sim, beberão e sorverão, e
serão como se nunca tivessem sido. Mas no monte de Sião haverá
livramento, e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas
herdades. E a casa de Jacó será um fogo, e a casa de José uma
chama, e a casa de Esaú restolho; aqueles se acenderão contra
estes, e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú;
porque o Senhor o disse. Subirão salvadores ao monte de Sião
para julgarem o monte de Esaú; e o reino será do Senhor.
(Obadias 1: 15-18; 21).
Acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do
Senhor, será estabelecido como o mais alto dos montes e se
elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.
Irão muitos povos, e dirão: “Vinde, e subamos ao monte do
Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus
caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém a palavra do Senhor”. (Isaías 2: 2, 3).

Notemos que a profecia é clara ao dizer que é de Sião e de Jerusalém


que sairá a palavra do Senhor e sua Lei, não de Roma ou de qualquer
outro lugar estabelecido pelo homem ou por Edom. A casa de Israel se
unirá à casa de Judá. E um será rei de todos e as nações saberão que o
Senhor é quem santifica Israel.

A palavra do Senhor veio a mim, dizendo: “Tu, pois, ó filho do


homem, toma um pau, e escreve nele: ‘Por Judá e pelos filhos de
Israel, seus companheiros’. Depois toma outro pau, e escreve nele:
‘Por José, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus
companheiros’; e ajunta um ao outro, para que se unam, e se
tornem um só na tua mão. E quando te falarem os filhos do teu
povo, dizendo: ‘Porventura não nos declararás o que queres dizer
com estas coisas?’. Tu lhes dirás: ‘Assim diz o Senhor Deus: Eis
que eu tomarei a vara de José, que esteve na mão de Efraim, e as
das tribos de Israel, suas companheiras, e lhes ajuntarei a vara de
Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha
mão’. E os paus, sobre que houveres escrito, estarão na tua mão,
perante os olhos deles. Dize-lhes pois: ‘Assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre as nações para onde
eles foram, e os congregarei de todos os lados, e os introduzirei na
sua terra; e deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e
um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão duas nações, nem
de maneira alguma se dividirão para o futuro em dois reinos; nem
se contaminarão mais com os seus ídolos, nem com as suas
abominações, nem com qualquer uma das suas transgressões; mas
eu os livrarei de todas as suas apostasias com que pecaram, e os
purificarei. Assim eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
Também meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um
pastor só; andarão nos meus juízos, e guardarão os meus
estatutos, e os observarão. Ainda habitarão na terra que dei a meu
servo Jacó, na qual habitaram vossos pais; nela habitarão, eles e
seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu
servo, será seu príncipe eternamente. Farei com eles um pacto de
paz, que será um pacto perpétuo. E os estabelecerei, e os
multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre.
Meu tabernáculo permanecerá com eles; e eu serei o seu Deus e
eles serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou o Senhor
que santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio
deles para sempre’”. (Ezequiel 37: 15-28).

Aquele que vem de Edom


Existe um que foi tirado de seu lugar original (Israel) e levado para
Edom (Roma); foi criado outro personagem, um mito, para resgatar
aqueles que estavam enfermos, mas que nos últimos dias virá de Edom
com vestes salpicadas de vermelho, pois pisará os seus inimigos no lagar
de sua ira e os esmagará no seu furor.

Quem é este, que vem de Edom, de Bozra, com vestiduras tintas


de escarlate? este que é glorioso no seu traje, que marcha na
plenitude da sua força? Sou eu, que falo em justiça, poderoso para
salvar. Por que está vermelha a tua vestidura, e as tuas vestes
como as daquele que pisa no lagar? Eu sozinho pisei no lagar, e
dos povos ninguém houve comigo; eu os pisei na minha ira, e os
esmaguei no meu furor, e o seu sangue salpicou as minhas vestes,
e manchei toda a minha vestidura. (Isaías 63: 1-3.

E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado


nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça. Os
seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia
muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia
senão ele mesmo. Estava vestido de um manto salpicado de
sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus. Seguiam-
no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de
linho fino, branco e puro. Da sua boca saía uma espada afiada,
para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele
mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-
Poderoso. (Apocalipse 19: 11 – 15, grifo nosso).

O fim de Edom
Haverá um momento, no final dos dias, que Edom será extinto, servirá
de espanto, de opróbrio, de ruína e desolação perpétua. As mesmas
palavras encontradas no livro do profeta Jeremias, nós encontramos no
livro de Obadias e de Apocalipse.
“Pois por mim mesmo jurei”, diz o Senhor, “que Bozra servirá de
objeto de espanto, de opróbrio, de ruína, e de maldição; e todas as
suas cidades se tornarão em desolações perpétuas”. Eu ouvi novas
da parte do Senhor, que um embaixador é enviado por entre as
nações para lhes dizer: “Ajuntai-vos, e vinde contra ela, e levantai-
vos para a guerra. Pois eis que te farei pequeno entre as nações,
desprezado entre os homens. Quanto à tua terribilidade, enganou-
te a arrogância do teu coração, ó tu que habitas nas cavernas dos
penhascos, que ocupas as alturas dos outeiros; ainda que ponhas o
teu ninho no alto como a águia, de lá te derrubarei”, diz o Senhor.
E Edom se tornará em objeto de espanto; todo aquele que passar
por ela se espantará, e assobiará por causa de todas as suas
pragas. (Jeremias 49: 13 – 17).
Visão de Obadias. Assim diz o Senhor Deus a respeito de Edom:
“Embora subas ao alto como águia, e embora se ponha o teu ninho
entre as estrelas, dali te derrubarei”, diz o Senhor. (Obadias 1: 1-
4).
E os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em
delícias, sobre ela chorarão e prantearão, quando virem a fumaça
do seu incêndio; e, estando de longe por medo do tormento dela,
dirão: “Ai! ai da grande cidade, Babilônia, a cidade forte! pois
numa só hora veio o teu julgamento. E sobre ela choram e
lamentam os mercadores da terra; porque ninguém compra mais
as suas mercadorias”. (Apocalipse 18: 9-11).

Precisamos despertar e sair de Edom, da Babilônia, para que não


soframos dos mesmos flagelos que ela sofrerá. “Ouvi outra voz do céu
dizer: ‘Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos sete
pecados, e para que não incorras nas suas pragas’”. (Apocalipse 18: 4).
Não podemos sair da Babilônia se a Babilônia não sair de dentro de nós,
primeiro. Que o Eterno nos revele estas verdades e que possamos sair das
amarras mentais deste sistema. “Desperta tu que dormes” (Efésios 5:
14)...
5. Bispo de Antioquia, escreveu oito sermões contra o povo judeu.
TÍTULO III

RESTAURANDO ISRAEL E SUAS FESTAS

CAPÍTULO XIII
A RESTAURAÇÃO DAS DUAS CASAS (JUDÁ E ISRAEL) E O
REINO DO ETERNO

13.1 – Introdução
Neste capítulo, vamos abordar um assunto de que toda a igreja deveria
ter conhecimento. Uma boa parte dos profetas que profetizaram sobre o
fim dos tempos falaram inspirados pelo Espírito, que Deus tem um
propósito muito definido: unir novamente as duas casas de Israel. Uma
casa é Judá, chamada Reino do Sul; a outra, a casa de Israel, de José ou
Efraim, as dez tribos de Israel, chamadas de Reino do Norte, que estão
dispersas, tornaram-se estrangeiras, assimiladas. “O qual convém que o
céu contenha (Jesus) até aos tempos da restauração de tudo, dos quais
Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio”.
(Atos 3: 21, grifo nosso).
Para entendermos esta restauração temos que partir do início, em que
Deus estabeleceu um homem (Adão) em um local (Jardim do Éden) para
que dominasse e trouxesse o seu Reino para o mundo criado. Seu desejo
era permitir, aqui em nosso mundo existente, uma morada para a Sua
Glória, Sua Shehiná.

13.2 – O cenário do Éden


Para entendermos todo esse processo, temos que voltar ao cenário do
Éden. O cenário que possibilitaria esta conexão e abertura para a glória, a
luz, a presença do Eterno em nosso mundo.
Primeiramente, Ele colocou na alma do ser que estava criando a
essência de si mesmo, seus atributos, o fôlego da vida. O homem foi
criado à imagem do Criador (do hebraico, “tzelem Elohim”)

E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em


suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. E
plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e pôs
ali o homem que tinha formado. E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E
Deus os abençoou, e Deus lhes disse: “Frutificai e multiplicai-vos,
e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e
sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a
terra.” (Gênesis 2: 7, 8; 1: 27, 28, grifos nossos).

A palavra dominar, no hebraico radhah, significa pisar, subjugar,


reinar, governar.
O homem, para que permanecesse naquele Jardim, naquele domínio,
era preciso obedecer às leis que regiam aquele Reino. A desobediência
quebrou o fluxo do Reino. O homem passou a ser servo de quem ele
privilegiou, o conhecimento do bem e do mal, pois, não obedecendo à voz
do seu Criador, obedeceu ao seu próprio ego, gerando o pecado, para a
morte. O apóstolo Paulo faz menção a este princípio na carta aos
romanos: “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para
lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a
morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6:16).
O propósito do estabelecimento do Reino precisou ser restaurado. O
homem quebrou o princípio da obediência. A aliança foi quebrada.

Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não


comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente
morrerás. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer,
e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento;
tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele
comeu com ela. (Gênesis 2: 17; 3: 6).
13.3 – Outro homem, outra terra
Com a quebra das leis que regiam o Reino no Jardim do Éden, o Eterno
tira o homem do Jardim até a plena restauração do Seu propósito.
Inicialmente ele contou com a humanidade até o dilúvio. Com a crescente
corrupção humana, Deus envia o dilúvio. Muitos anos se passam até o
chamado de outro homem, Abraão, para formar um povo em outra terra,
Canaã, Israel, Jerusalém, Sião.
Para reger este Reino, como no princípio, foi necessário revelar a sua lei,
através da Torah, seus mandamentos, estatutos e ordenanças no Sinai.
Normas, preceitos e mandamentos que são mecanismos, tecnologias
espirituais de contribuição para a restauração do Reino e proporcionar
um meio de poder, ajudar o homem a separar o bem do mal, agora
misturados em seu ser.
O Eterno escolhe, assim, o seu povo, o lugar de seu trono e estabelece
seus representantes na Terra.

Assim diz o Senhor: “O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos


meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do
meu descanso?”. (Isaías 66: 1).
E disse-me: “Filho do homem, este é o lugar do meu trono, e o
lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos
de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão
mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com suas
prostituições e com os cadáveres dos seus reis, nos seus altos”.
(Ezequiel 43: 7).
Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para a sua habitação,
dizendo: “Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois
o desejei”. (Salmos 132: 13, 14, grifo nosso).
Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a
antiguidade; da vara da tua herança, que remiste; deste monte
Sião, em que habitaste. (Salmos 74: 2).

Temos que entender definitivamente que o povo de Israel foi separado


para ser o povo sacerdotal do Eterno para as nações, pois dele procede o
Rei, o Salvador, as leis, as promessas e os oráculos.

E irão muitos povos, e dirão: “Vinde, subamos ao monte do


Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus
caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei,
e de Jerusalém a palavra do Senhor. (Isaías 2: 3).
E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as
palavras que falarás aos filhos de Israel. (Êxodo 19: 6).
Que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as
alianças, e a lei, e o culto, e as promessas. (Romanos 9: 4).
Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros da
diáspora dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia;
mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (I Pedro 1: 1; 2: 9).

13.4 – A origem do povo de Israel


Os planos do Eterno são desde a eternidade. A restauração tem início
com Abraão e suas promessas. O Eterno viu em Abraão um coração
propício, um solo fértil, um gerador de benção para que se tornasse o pai
de uma multidão de nações e de sua descendência abençoasse todas as
famílias da terra.

Ora, o Senhor disse a Abrão: “Sai-te da tua terra, da tua parentela


e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei
uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e
tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas
as famílias da terra”. (Gênesis 12: 2, 3).
E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se
alguém puder contar o pó da terra, também a tua descendência
será contada. (Gênesis 13: 16).
Então o levou fora, e disse: “Olha agora para os céus, e conta as
estrelas, se as podes contar”. E disse-lhe: “Assim será a tua
descendência”. (Gênesis 15: 5).
Quanto a mim, eis a minha aliança contigo: serás o pai de muitas
nações. (Gênesis 17: 4).

Toda a Terra seria alcançada através da semente, do DNA de Abraão. As


promessas são reforçadas e confirmadas a Isaque e Jacó. Estas promessas
se referem a uma nação, uma congregação de goim, de gentios, pois
“multidão” no texto vem do hebraico ‫קהל‬, qahal, congregação, e “nação” se
refere aos estrangeiros, aos gentios que as Escrituras, desde os profetas,
atestam ser os “perdidos da casa de Israel”.
Peregrina nesta terra, e serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e
à tua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o
juramento que tenho jurado a Abraão teu pai. (Gênesis 26: 3).
E te dê a bênção de Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para
que em herança possuas a terra de tuas peregrinações, que Deus
deu a Abraão. (Gênesis 28: 4).
Disse-lhe mais Deus: “Eu sou o Deus Todo-Poderoso; frutifica e
multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti,
e reis procederão dos teus lombos”. (Gênesis 35: 11).
E ele, respondendo, disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel”. (Mateus 15: 24).

Outro momento fundamental para que a promessa feita a Jacó


permanecesse preservada foi o episódio em que ele luta com um anjo e
não lança mão de ser abençoado. Este episódio estabeleceu a mudança do
nome de Jacó para Israel, um nome que teria abrangência espiritual; isso
aconteceu momentos antes de seu encontro com seu irmão Esaú. Em
Esaú estava personificado outro reino, outros princípios, outro sistema de
serviço ao Eterno que o Senhor reprovou (vide o estudo sobre “O juízo de
Edom/Esaú”).

Então disse: “Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como
príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste.
(Gênesis 32: 28).
“Eu vos amei”, disse Iahweh. – Mas vós dizeis: Em que nos
amaste? – Não era, por acaso, Esaú irmão de Jacó? – oráculo de
Iahweh. Contudo, eu amei Jacó e odiei a Esaú. Eu fiz de suas
montanhas um deserto, e de sua herança, pastagens da estepe.
(Malaquias 1: 2, 3).
Dependendo não das obras, mas daquele que chama – foi-lhe dito:
“O maior servirá ao menor, conforme está escrito: ‘Amei a Jacó e
aborreci a Esaú’”. (Romanos 9: 12, 13, grifos nossos).

13.5 – As doze tribos de Israel e as duas bençãos


De Israel vieram as doze tribos (Judá, Issacar, Zebulom, Rubem,
Simeão, Gade, Efraim, Manassés, Benjamim, Dã, Azer e Nefitali). No
capítulo 49 de Gênesis, Jacó reúne seus filhos e declara o que aconteceria
nos tempos vindouros e as bênçãos sobre cada tribo. Nessas promessas,
Jacó determinou destinos profundos. Mas, de uma forma destacada, ele
estabelece duas bênçãos às tribos de Efraim e Judá, o que nos interessa no
presente estudo. Vejamos:

Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o


pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão.
Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e
deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará?
O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés,
até que venha Silo; e a ele se congregarão os povos. (Gênesis 49:
8).
Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a
cabeça de Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu
pai, para transpô-la de sobre a cabeça de Efraim à cabeça de
Manassés. E José disse a seu pai: “Não assim, meu pai, porque
este é o primogênito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça”.
Mas seu pai recusou, e disse: “Eu o sei, meu filho, eu o sei;
também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o
seu irmão menor será maior que ele, e a sua descendência será
uma multidão de nações”. (Gênesis 48: 17-19).

13.6 – Processos históricos


Mas o povo ainda não possuía a terra. Havia um homem e uma
promessa. O povo é levado cativo para o Egito; Deus o liberta através de
Moisés; recebe as leis que passariam a reger a nação emergente; e, com
Josué, finalmente toma posse da terra prometida, Canaã.
Entra o período dos juízes. Era um tempo de impiedade, cada um fazia o
que estava em seu coração, quando uma mulher, Ana, estéril, volta-se não
para a esperança humana, mas celestial e ora ao Senhor por um filho. Em
resultado a esta busca Deus lhe dá um sacerdote, juiz e profeta, Samuel.
Um homem iniciado desde tenra idade em ambiente espiritual, ao ser
dedicado ao Templo, como voto de sua mãe. Como juiz ele julga o povo
em Siló. O grande desafio de Samuel foi não ter preparado seus filhos
para sucedê-lo.

E continuou o Senhor a aparecer em Siló; porquanto o Senhor se


manifestava a Samuel em Siló pela palavra do Senhor. (I
Samuel 3: 21).
E sucedeu que, tendo Samuel envelhecido, constituiu a seus filhos
por juízes sobre Israel. E o nome do seu filho primogênito era
Joel, e o nome do seu segundo, Abia; e foram juízes em Berseba.
Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se
inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o
direito. Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram
a Samuel, a Ramá, e disseram-lhe: “Eis que já estás velho, e teus
filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora
um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as
nações”. (I Samuel 8: 1-5).

Israel pede um rei como sinal não de rejeição à Samuel, mas ao próprio
Deus. O povo escolhe um homem que sobressaía, em estatura, da tribo de
Benjamim, Saul. O Eterno o rejeita por sua desobediência e escolhe um
jovem pastor de ovelhas chamado Davi, da tribo de Judá.

E, fazendo chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, tomou-


se a família de Matri; e dela se tomou Saul, filho de Quis; e o
buscaram, porém não se achou. (I Samuel 10: 21).
Então disse o Senhor a Samuel: “Até quando terás dó de Saul,
havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche
um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque
dentre os seus filhos me tenho provido de um rei”. (I Samuel 16:
1).
Então vieram os homens de Judá, e ungiram ali a Davi rei sobre a
casa de Judá. E deram avisos a Davi, dizendo: “Os homens de
Jabes-Gileade foram os que sepultaram a Saul”. (II Samuel 2: 4).
13.7 – Salomão e a divisão do Reino
Depois da morte do rei Davi reinou o seu filho, Salomão. Um grande e
sábio rei. Muitos vinham para ouvir sua sabedoria, que o Senhor lhe havia
dado. Construiu o Templo de Salomão, um grande desejo que nasceu no
coração do seu pai, o rei Davi. No fim do seu reinado, desdobrou graves
situações. Salomão possuía muitas mulheres e concubinas. Dentre suas
mulheres havia filhas de muitos reis pagãos e idólatras. Estas mulheres
perverteram o coração do rei e o levou a se prostituir com os seus ídolos.
A consequência foi a divisão do reino.

Assim Salomão se assentou no trono do Senhor, como rei, em


lugar de Davi seu pai, e prosperou; e todo o Israel lhe obedecia. (I
Crônicas 29: 23).
Porque Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e Milcom,
a abominação dos amonitas. Assim fez Salomão o que parecia mal
aos olhos do Senhor; e não perseverou em seguir ao Senhor, como
Davi, seu pai. (I Reis 11: 5, 6).
Assim disse o Senhor a Salomão: “Pois que houve isto em ti, que
não guardaste a minha aliança e os meus estatutos que te mandei,
certamente rasgarei de ti este reino, e o darei a teu servo”. (I
Reis 11: 11).

A desobediência sempre interrompeu o fluxo do Reino, desde o Éden.


Com Salomão não foi diferente: o reino e as bênçãos foram divididos
entre o Reino do Norte, tendo como rei Jeroboão, um efraimita, com dez
tribos e capital em Samaria, conhecida como a casa de Israel, de Efraim,
de José; e o Reino do Sul, tendo como rei Roboão, filho de Salomão, da
tribo de Judá, com duas tribos, Benjamim e Judá, tendo como capital
Jerusalém.

E Aías pegou na roupa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze
pedaços. E disse a Jeroboão: “Toma para ti os dez pedaços, porque
assim diz o Senhor Deus de Israel: ‘Eis que rasgarei o reino da
mão de Salomão, e a ti darei as dez tribos’”. (I Reis 11: 30, 31).

O Reino do Norte, a casa de Efraim, se contamina e peca contra o


Eterno. Não é diferente com o Reino do Sul. O Reino do Norte é
espalhado pelas nações (a partir do exílio da Síria) e o Reino do Sul é
exilado na Babilônia. Somente Judá retorna para sua terra e permanece
fiel. Este retorno se deu entre os anos 538 a 433 a.C. com Zorobabel,
Esdras e Neemias.

Assim o rei tomou conselho, e fez dois bezerros de ouro; e lhes


disse: “Muito trabalho vos será o subir a Jerusalém; vês aqui teus
deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito”. (I Reis 12:
28).
Também o Senhor ferirá a Israel como se agita a cana nas águas; e
arrancará a Israel desta boa terra que tinha dado a seus pais, e o
espalhará para além do rio; porquanto fizeram os seus ídolos,
provocando o Senhor à ira. (I Reis 14: 15).
Porém não se apartou Jeú de seguir os pecados de Jeroboão, filho
de Nebate, com que fez pecar a Israel, a saber: dos bezerros de
ouro, que estavam em Betel e em Dã. (II Reis 10: 29).
Efraim cercou-me de mentira, e a casa de Israel, de engano; mas
Judá ainda domina com Deus e é fiel ao Santo. (Oseias 11: 12).
Além disto, recusou o tabernáculo de José, e não elegeu a tribo de
Efraim. Antes elegeu a tribo de Judá; o monte Sião, que ele amava.
(Salmos 78: 67, 68).

As figuras anteriores mostram Salomão e as divisões das tribos.

13.8 – A casa de Judá e Israel (Efraim)


O rei Abias, sucessor de Roboão, filho de Salomão, faz um discurso no
monte Zeramaim que retrata muito bem o estado em que estava o Reino
do Norte.

E agora julgais que podeis resistir ao reino do Senhor, que está na


mão dos filhos de Davi, visto que sois uma grande multidão, e
tendes convosco os bezerros de ouro que Jeroboão vos fez para
deuses. Não lançastes vós fora os sacerdotes do Senhor, os filhos
de Arão, e os levitas, e não fizestes para vós sacerdotes, como os
povos das outras terras? Qualquer que vem a consagrar-se com
um novilho e sete carneiros logo se faz sacerdote daqueles que não
são deuses. Porém, quanto a nós, o Senhor é nosso Deus, e nunca
o deixamos; e os sacerdotes que ministram ao Senhor são filhos de
Arão, e os levitas se ocupam na sua obra. E queimam ao Senhor
cada manhã e cada tarde holocaustos, incenso aromático, com os
pães da proposição sobre a mesa pura, e o candelabro de ouro, e as
suas lâmpadas para se acenderem cada tarde, porque nós temos
cuidado do serviço do Senhor nosso Deus; porém vós o deixastes.
E eis que Deus está conosco, à nossa frente, como também os seus
sacerdotes, tocando com as trombetas, para dar alarme contra vós.
Ó filhos de Israel, não pelejeis contra o Senhor Deus de vossos
pais; porque não prosperareis. (II Crônicas 13: 8-12,
grifos nossos).

Judá passa a vê-los como gentios das nações, por terem se misturado
aos costumes dos povos e deixado o Eterno.

E tornou ela a conceber, e deu à luz uma filha. E Deus disse: “Põe-
lhe o nome de Lo-Ruama; porque eu não tornarei mais a
compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei”. E Deus
disse: “Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois meu povo,
nem eu serei vosso Deus”. (Oseias 1: 6, 9).

Como já visto, a casa de Efraim recebeu a benção da multidão


das nações.

Mas seu pai recusou, e disse: “Eu o sei, meu filho, eu o sei;
também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o
seu irmão menor será maior que ele, e a sua descendência será
uma multidão de nações.” (Gênesis 48: 19).
Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar,
que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar
onde se lhes dizia: “Vós não sois meu povo”, se lhes dirá: “Vós sois
filhos do Deus vivo”. (Oseias 1: 10).

Paulo faz a mesma referência. “Porque não quero, irmãos, que ignoreis
este segredo (para que não presumais de vós mesmos: que o
endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios
haja entrado)”. (Romanos 11: 25).
A expressão “plenitude dos gentios” é a mesma que “multidão de
nações” no hebraico (melohagoim). Paulo tinha em mente a promessa
dada a Efraim por Jacó. E o termo “haja entrado” se refere à conversão
ou teshuvá.
Paulo sempre se referiu a gentio, como em Romanos 9: 22-26, aos
dispersos da casa de Israel que o profeta Oseias, pela palavra do Senhor,
fez menção no capítulo 1, versos 10, 11.

[...] a fim de que fosse conhecida a riqueza da sua glória para com
os vasos de misericórdia, preparados para a glória, isto é, para
conosco, que ele chamou não só dentre os judeus, mas também
dentre os gentios? [...] Infidelidade e apelo previstos pelo Antigo
Testamento – Como também diz em Oseias: Chamarei meu povo
àquele que não é meu povo e amada àquela que não é amada. E
acontecerá que no lugar onde lhes foi dito: “vós não sois meu
povo, lá serão chamados filhos do Deus vivo”. (Romanos 9: 22-
26, grifo nosso).
O número dos filhos de Israel será como a areia do mar que não se
pode medir nem contar; no mesmo lugar onde se lhes dizia: “Não
sois meu povo”, se lhes dirá: “Filhos do Deus vivo”. Os filhos de
Judá e os filhos de Israel se reunirão, constituirão para si um
único chefe – e se levantarão da terra, porque será grande o dia de
Jezrael. (Oseias 1: 10, 11, grifo nosso).

O evangelista Mateus, no capítulo 2, versos 14 e 15, registra o retorno de


Jesus do Egito, sendo ele o resgatador e a cabeça da casa de Israel, como
cumprimento de profecia de Oseias, capítulo 11, versos 1 a 12 referentes ao
Reino de Israel que está disperso e os homens, envolvidos em ídolos e
apostasia, mas que retornar ão e habitarão em suas casas.
Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e
partiu para o Egito. Ali ficou até a morte de Herodes, para que se
cumprisse o que dissera o Senhor por meio do profeta: “Do Egito
chamei o meu filho”. (Mateus 2: 14, 15).
Quando Israel era um menino, eu o amei e do Egito chamei meu
filho. Mas quanto mais eu os chamava, tanto mais eles se
afastavam de mim. Eles sacrificavam aos baals e queimavam
incenso aos ídolos. Fui eu, contudo, quem ensinou Efraim a
caminhar, eu os tomei em meus braços, mas não reconheceram
que eu cuidava deles! Com vínculos humanos eu os atraía, com
laços de amor eu era para eles como os que levantam uma
criancinha contra o seu rosto, eu me inclinava para ele e o
alimentava. Ele não voltará à terra do Egito, mas da Assíria será o
seu rei. Uma vez que recusaram converter-se, a espada devastará
em suas cidades, aniquilará os seus ferrolhos e devorará por causa
de seus planos. Meu povo está obstinado em sua apostasia.
Chamam-no do alto, mas ninguém se levanta! Como poderia eu
abandonar-te, ó Efraim, entregar-te, ó Israel? Como poderia eu
abandonar-te como a Adama, tratar-te como a Seboim? Meu
coração se contorce dentro de mim, minhas entranhas comovem-
se. Não executarei o ardor de minha ira, não tornarei a destruir
Efraim, porque eu sou um Deus e não um homem, eu sou santo no
meio de ti, não retornarei com furor. Eles caminharão atrás de
Iahweh. Ele rugirá como um leão, e quando ele rugir, os filhos
virão tremendo do ocidente. Eles virão tremendo do Egito, como
pássaros e como pombas da terra da Assíria. E eu os farei habitar
em suas casas. (Oseias 11: 1-12).

A morte dos meninos por Herodes, registrada em Mateus, capítulo 2,


versos 16 a 18, foi cumprimento da profecia de Jeremias, capítulo 31,
verso 15, cujo assunto da mensagem é a restauração da casa de Israel e a
sua união com a casa de Judá, pois Ramá foi o local onde fora sepultada
Raquel, mãe de José, pai de Efraim, o Reino do Norte.
Segundo o Rebe Shimon Bar Yochai, “Raquel é o símbolo da mãe, a
Shechiná, que levanta-se todas as noites para chorar por seus filhos
amados, que perambulam de exílio em exílio, de perseguição em
perseguição, fugindo dos tigres do mundo”. Bension, 1932

Então Herodes, percebendo que fora enganado pelos magos, ficou


muito irritado e mandou matar, em Belém e em todo seu
território, todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o
tempo de que havia se certificado com os magos. Então se
cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: Ouviu-se uma voz
em Ramá, choro e grande lamentação: Raquel chora seus filhos e
não quer consolação, porque eles já não existem. (Mateus 2: 16-
18).
Assim disse Iahweh: “Em Ramá se ouve uma voz, uma
lamentação, um choro amargo; Raquel chora seus filhos, ela não
quer ser consolada por seus filhos, porque eles já não existem”.
Assim disse Iahweh: “Reprime o teu pranto e as lágrimas de teus
olhos! Porque existe uma recompensa para a tua dor: oráculo de
Iahweh – eles voltarão da terra inimiga. Há uma esperança para o
teu futuro: oráculo de Iahweh – teus filhos voltarão para o seu
território”. Escutei os gemidos de Efraim: “Tu me corrigiste, eu fui
corrigido, como um novilho indômito. Faze-me voltar e voltarei,
porque tu és Iahweh, meu Deus! Porque, depois de me afastar, eu
me arrependi, depois que compreendi, bati no peito. Estava cheio
de vergonha e enrubescia; sim, eu trazia sobre mim o opróbrio de
minha juventude!” – Será Efraim para mim um filho tão querido,
uma criança de tal forma preferida, que cada vez que falo nele
quero ainda lembrar-me dele? E por isso que minhas entranhas se
comovem por ele, que por ele transborda minha ternura, oráculo
de Iahweh. Levanta marcos para ti, coloca indicadores de
caminho, presta atenção ao percurso, no caminho por onde
caminhaste. Volta, Virgem de Israel! Volta para estas tuas cidades!
(Jeremias 31: 15-21).

Diferentemente do exílio na Assíria, onde os hebreus deportados se


assimilaram totalmente, os exilados na Babilônia se articularam em
comunidades (o que deu origem às sinagogas), não deixando o
judaísmo morrer.
O imperador persa Ciro, em 537 a.C., invadiu e dominou todo o império
babilônico, liberando os judeus para voltarem para a terra natal. Isso se
deu pela política de Ciro para regiões conquistadas, que permitiam
governos locais, mantendo suas religiões e costumes.

13.9 – Profecias da união das casas de Judá e Israel (Efraim)


Este ponto do estudo é central, pois tratará das profecias que revelam o
tema central das profecias, por convergirem no advento da vinda do único
e verdadeiro Mashiah. Inicialmente temos que entender que o prometido
Libertador de Israel virá quando as duas casas estiverem reunidas. Trata-
se da restauração de todas ascoisas.

E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o
Libertador, e desviará de Jacó as impiedades”. (Romanos 11: 26).
E Deus disse: “Põe-lhe o nome de Lo-Ami; porque vós não sois
meu povo, nem eu serei vosso Deus. Todavia o número dos filhos
de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem
contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: ‘Vós não
sois meu povo’, se lhes dirá: ‘Vós sois filhos do Deus vivo’. E os
filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e
constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; porque
grande será o dia de Jizreel”. (Oseias 1: 9-11).

Percebemos que a verdadeira comunidade de Yeshua é a união das casas


de Efraim e Judá, que estão espalhadas entres os gentios, não outra
instituição. Paulo faz referência a esta profecia. Paulo fala da igreja tirada
dos judeus e dos gentios (casa de Efraim), pois cita a profecia de Oseias e
declara que somente o remanescente será salvo.

E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer


o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira,
preparados para a perdição; Para que também desse a conhecer as
riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já
dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou,
não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios? Como
também diz em Oseias: “Chamarei meu povo ao que não era meu
povo; e amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em
que lhes foi dito: ‘Vós não sois meu povo’; aí serão chamados
‘filhos do Deus vivo’”. Também Isaías clama acerca de Israel:
“Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do
mar, o remanescente é que será salvo”. (Romanos 9: 22-27,
grifo nosso).

O apóstolo Pedro também esclarece esta verdade. É importante destacar


que suas palavras foram endereçadas aos israelitas dispersos e aos que
estão longe – estrangeiros. O termo “eleito disperso” é o mesmo que
“estrangeiros da diáspora”. O profeta Oseias reforça esta verdade.

Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos dispersos no Ponto,


Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia; eleitos segundo a presciência de
Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e
aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam
multiplicadas. (I Pedro 1: 1, 2).
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, que em outro
tempo não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; que não
tínheis alcançado misericórdia, mas agora alcançastes
misericórdia. (I Pedro 2: 9, 10).
Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar,
que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar
onde se lhes dizia: “Vós não sois meu povo”, se lhes dirá: “Vós sois
filhos do Deus vivo”. (Oseias 1: 10).

As palavras do próprio Yeshua reforçam esta verdade: resgatar os filhos


da casa de Israel (Efraim) unindo-a à casa de Judá.

Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel. (Mateus 10:


6).
E ele, respondendo, disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel”. (Mateus 15: 24).
Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas
sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu
conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas. Ainda tenho
outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém
agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e
um Pastor. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-
as, e elas me seguem. (João 10: 14-16, 27, grifonosso).
Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote
naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação. E não
somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os
filhos de Deus que andavam dispersos. (João 11: 51, 52).

Existem dois apriscos: a casa de Judá e a casa de Efraim (gentios). As


referências que Jesus usa, das “ovelhas perdidas” e do “aprisco”, estão nas
profecias de Ezequiel.

Porque assim diz o Senhor Deus: “Eis que eu, eu mesmo,


procurarei pelas minhas ovelhas, e as buscarei. E tirá-las-ei dos
povos, e as congregarei dos países, e as trarei à sua própria terra, e
as apascentarei nos montes de Israel, junto aos rios, e em todas as
habitações da terra. Em bons pastos as apascentarei, e nos altos
montes de Israel será o seu aprisco; ali se deitarão num bom redil,
e pastarão em pastos gordos nos montes de Israel. Eu mesmo
apascentarei as minhas ovelhas, e eu as farei repousar”, diz o
Senhor Deus. “A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a
trazer, e a quebrada ligarei, e a enferma fortalecerei; mas a gorda e
a forte destruirei; apascentá-las-ei com juízo”. (Ezequiel 34: 11-
16).
Quem busca as ovelhas é o Senhor e elas ouvirão sua voz. E quando
ouvirem retornarão para o Eterno (Teshuvá). É feito menção ao “servo
Davi”, que apascentaria o rebanho, em Ezequiel.

Portanto livrarei as minhas ovelhas, para que não sirvam mais de


rapina, e julgarei entre ovelhas e ovelhas. E suscitarei sobre elas
um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as
apascentará; ele lhes servirá de pastor. E eu, o Senhor, lhes serei
por Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio delas; eu, o
Senhor, o disse”. (Ezequiel 34: 22-23).
Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e
lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus
limpará de seus olhos toda a lágrima. (Apocalipse 7: 17).
Certamente te ajuntarei todo, ó Jacó; certamente congregarei o
restante de Israel; pô-los-ei todos juntos, como ovelhas de Bozra;
como o rebanho no meio do seu pasto, farão estrondo por causa da
multidão dos homens. (Miqueias 2: 12).
Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se
desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a
iniquidade de nós todos. (Isaías 53: 6).
“E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as
terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus
apriscos; e frutificarão, e se multiplicarão. E levantarei sobre elas
pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se
assombrarão, e nem uma delas faltará”, diz o Senhor. (Jeremias
23: 3, 4).
Assim diz o Senhor Deus: “Quando eu congregar a casa de Israel
dentre os povos entre os quais estão espalhados, e eu me santificar
entre eles, perante os olhos dos gentios, então habitarão na sua
terra que dei a meu servo, a Jacó.” (Ezequiel 28: 25).
E agora diz o Senhor, que me formou desde o ventre para ser seu
servo, para que torne a trazer Jacó; porém Israel não se deixará
ajuntar; contudo aos olhos do Senhor serei glorificado, e o meu
Deus será a minha força. Disse mais: “Pouco é que sejas o meu
servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os
preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para
seres a minha salvação até à extremidade da terra.” (Isaías 49: 5,
6).
E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José, e fá-los-ei
voltar, porque me compadeci deles; e serão como se eu não os
tivera rejeitado, porque eu sou o Senhor seu Deus, e os ouvirei. E
os de Efraim serão como um poderoso, e o seu coração se alegrará
como pelo vinho; e seus filhos o verão, e se alegrarão; o seu
coração se regozijará no Senhor. Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei,
porque eu os tenho remido; e multiplicar-se-ão como antes se
tinham multiplicado. Ainda que os espalhei por entre os povos,
eles se lembrarão de mim em lugares remotos; e viverão com seus
filhos, e voltarão. Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os
congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano,
e não se achará lugar bastante para eles. (Zacarias 10: 6-10).
Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os tenho
lançado na minha ira, e no meu furor, e na minha grande
indignação; e os tornarei a trazer a este lugar, e farei que habitem
nele seguramente. E eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu
Deus; e lhes darei um mesmo coração, e um só caminho, para que
me temam todos os dias, para seu bem, e o bem de seus filhos,
depois deles. E farei com eles uma aliança eterna de não me
desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor nos seus
corações, para que nunca se apartem de mim. E alegrar-me-ei
deles, fazendo-lhes bem; e plantá-los-ei nesta terra firmemente,
com todo o meu coração e com toda a minha alma. (Jeremias
32: 37-41).
Porque no meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor
Deus, ali me servirá toda a casa de Israel, toda ela naquela terra;
ali me deleitarei neles, e ali requererei as vossas ofertas alçadas, e
as primícias das vossas oblações, com todas as vossas coisas
santas; com cheiro suave me deleitarei em vós, quando eu vos tirar
dentre os povos e vos congregar das terras em que andais
espalhados; e serei santificado em vós perante os olhos dos
gentios. E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu vos introduzir
na terra de Israel, terra pela qual levantei a minha mão para dá-la
a vossos pais. (Ezequiel 20: 40-42).
E vos tomarei dentre os gentios, e vos congregarei de todas as
terras, e vos trarei para a vossa terra. (Ezequiel 36: 24).
O Senhor edifica a Jerusalém, congrega os dispersos de Israel.
(Salmos 147: 2).
Dize-lhes pois: “Assim diz o Senhor Deus: ‘Eis que eu tomarei os
filhos de Israel dentre os gentios, para onde eles foram, e os
congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles
farei uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de
todos eles, e nunca mais serão duas nações; nunca mais para o
futuro se dividirão em dois reinos. E nunca mais se contaminarão
com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as
suas transgressões, e os livrarei de todas as suas habitações, em
que pecaram, e os purificarei. Assim eles serão o meu povo, e eu
serei o seu Deus. E meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles
terão um só pastor; e andarão nos meus juízos e guardarão os
meus estatutos, e os observarão. E habitarão na terra que dei a
meu servo Jacó, em que habitaram vossos pais; e habitarão nela,
eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre, e Davi,
meu servo, será seu príncipe eternamente. E farei com eles uma
aliança de paz; e será uma aliança perpétua. E os estabelecerei, e
os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para
sempre. E os gentios saberão que eu sou o Senhor que santifico a
Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para
sempre.’” (Ezequiel 37: 21-26).
E há de suceder, ó casa de Judá, e casa de Israel, que, assim como
fostes uma maldição entre os gentios, assim vos salvarei, e sereis
uma bênção; não temais, esforcem-se as vossas mãos. Porque
assim diz o Senhor dos Exércitos: “Como pensei fazer-vos mal,
quando vossos pais me provocaram à ira”, diz o Senhor dos
Exércitos, “e não me arrependi, assim tornei a pensar nestes dias
fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não temais”. Assim diz o
Senhor dos Exércitos: “Ainda sucederá que virão os povos e os
habitantes de muitas cidades. E os habitantes de uma cidade irão
à outra, dizendo: ‘Vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e
buscar o Senhor dos Exércitos; eu também irei’. Assim virão
muitos povos e poderosas nações, a buscar em Jerusalém ao
Senhor dos Exércitos, e a suplicar o favor do Senhor”. Assim diz o
Senhor dos Exércitos: “Naquele dia sucederá que pegarão dez
homens6, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das
vestes de um judeu, dizendo: ‘Iremos convosco, porque temos
ouvido que Deus está convosco.’” (Zacarias 8: 13-15, 20-23).
“Porque eis que darei ordem, e sacudirei a casa de Israel entre
todas as nações, assim como se sacode grão no crivo, sem que caia
na terra um só grão. Todos os pecadores do meu povo morrerão à
espada, os que dizem: ‘Não nos alcançará nem nos encontrará o
mal’. Naquele dia tornarei a levantar o tabernáculo caído de Davi,
e repararei as suas brechas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e
o edificarei como nos dias da antiguidade; para que possuam o
restante de Edom, e todos os gentios que são chamados pelo meu
nome”, diz o Senhor, que faz essas coisas. “Eis que vêm dias”, diz o
Senhor, “em que o que lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as
uvas ao que lança a semente; e os montes destilarão mosto, e
todos os outeiros se derreterão. E trarei do cativeiro meu povo
Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e
plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes
comerão o fruto. E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais
arrancados da sua terra que lhes dei”, diz o Senhor teu Deus.
(Amós 9: 9-15).
E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
“Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que
está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo.
Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os
gentios, sobre os quais o meu nome é invocado”, diz o Senhor, que
faz todas estas coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do
mundo, todas as suas obras. (Atos 15: 15-18).

Abordaremos as profecias sobre as casas de Efraim e Judá juntas.


Deixemos que a própria Escritura profética fale por si mesma.

E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão, e


constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da terra; porque
grande será o dia de Jizreel. (Oseias 1: 11).
Naquele tempo chamarão a Jerusalém o trono do Senhor, e todas
as nações se ajuntarão a ela, em nome do Senhor, em Jerusalém; e
nunca mais andarão segundo o propósito do seu coração maligno.
Naqueles dias andará a casa de Judá com a casa de Israel; e virão
juntas da terra do norte, para a terra que dei em herança a vossos
pais. (Jeremias 3: 17, 18).
E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os
desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os
quatro confins da terra. E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os
adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a
Judá, e Judá não oprimirá a Efraim. (Isaías 11: 12, 13).
E outra vez veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: “Tu, pois, ó
filho do homem, toma um pedaço de madeira, e escreve nele: ‘Por
Judá e pelos filhos de Israel, seus companheiros’. E toma outro
pedaço de madeira, e escreve nele: ‘Por José, vara de Efraim, e por
toda a casa de Israel, seus companheiros’. E ajunta um ao outro,
para que se unam, e se tornem uma só vara na tua mão. E quando
te falarem os filhos do teu povo, dizendo: ‘Porventura não nos
declararás o que significam estas coisas?’. Tu lhes dirás: ‘Assim diz
o Senhor Deus: Eis que eu tomarei a vara de José que esteve na
mão de Efraim, e a das tribos de Israel, suas companheiras, e as
ajuntarei à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão
uma só na minha mão’. E as varas, sobre que houveres escrito,
estarão na tua mão, perante os olhos deles. Dize-lhes pois: ‘Assim
diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos de Israel dentre os
gentios, para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes,
e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos
montes de Israel, e um rei será rei de todos eles, e nunca mais
serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois
reinos. E nunca mais se contaminarão com os seus ídolos, nem
com as suas abominações, nem com as suas transgressões, e os
livrarei de todas as suas habitações, em que pecaram, e os
purificarei. Assim eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. E
meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor;
e andarão nos meus juízos e guardarão os meus estatutos, e os
observarão. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, em que
habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os
filhos de seus filhos, para sempre, e Davi, meu servo, será seu
príncipe eternamente. E farei com eles uma aliança de paz; e será
uma aliança perpétua. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e
porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu
tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o
meu povo. E os gentios saberão que eu sou o Senhor que santifico
a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para
sempre.’” (Ezequiel 37: 15-28).

13.10 – A redenção de Yeshua e as duas casas


A restauração da aliança entre a casa de Israel, Efraim, e a casa de Judá
se dá por meio do sangue de Yeshua, que colocará, internalizará a Lei do
Eterno nos corações de todos.

“Eis que dias vêm”, diz o Senhor, “em que farei uma aliança nova
com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança
que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para tirá-
los da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança
apesar de eu os haver desposado”, diz o Senhor. “Mas esta é a
aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias”, diz o
Senhor: “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu
coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não
ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão,
dizendo: ‘Conhecei ao Senhor’; porque todos me conhecerão,
desde o menor até ao maior deles”, diz o Senhor; “porque lhes
perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus
pecados.” (Jeremias 31:31-34).
Porque, repreendendo-os, lhes diz: “Eis que virão dias”, diz o
Senhor, “em que com a casa de Israel e com a casa de Judá
estabelecerei uma nova aliança, não segundo a aliança que fiz com
seus pais no dia em que os tomei pela mão, para tirá-los da terra
do Egito; como não permaneceram naquela minha aliança, eu
para eles não atentei”, diz o Senhor. “Porque esta é a aliança que
depois daqueles dias farei com a casa de Israel”, diz o Senhor;
“porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as
escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo; e
não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão,
dizendo: ‘Conhece o Senhor’; porque todos me conhecerão, desde
o menor deles até ao maior.” (Hebreus 8: 8-11).
Quando Efraim viu a sua enfermidade, e Judá a sua chaga, subiu
Efraim à Assíria e enviou ao rei Jarebe; mas ele não poderá sarar-
vos, nem curar a vossa chaga. Porque para Efraim serei como um
leão, e como um leãozinho à casa de Judá: eu, eu o despedaçarei, e
ir-me-ei embora; arrebatarei, e não haverá quem livre. Irei e
voltarei ao meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem
a minha face; estando eles angustiados, de madrugada me
buscarão. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos
ressuscitará, e viveremos diante dele. (Oseias 5: 13-15; 6: 2).

O Senhor está dizendo que só retornará quando buscarem a sua face e


se arrependerem da culpa. Ocorrerá de madrugada, quando todos
estiverem dormindo, sinal de apostasia. O retorno se dará após serem
angustiados (destruição de Jerusalém em 70 d.C.).
É dito que Ele irá e voltará e após os “dois dias” será dada a vida e ao
terceiro dia ocorrerá a ressurreição e arrebatamento e estarão diante Dele
no Monte Sião. Se um dia para o Senhor é como mil anos e mil anos como
um dia, estamos nos dois dias (dois mil anos) após o despedaçar
(destruição de Jerusalém em 70 d.C.), entrando no início do período
da teshuvá, do retorno de Efraim (temos também os maranos, judeus que
perderam sua identidade após a Inquisição) e Judá aoEterno.
Os discípulos do primeiro século guardavam o testemunho de Yeshua,
as leis do Eterno e os profetas. Vejamos o testemunho do apóstolo Paulo:

Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam


seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está
escrito na lei e nos profetas. (Atos 24: 14).
E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à
pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de
Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de
Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde. (Atos 28:
23).

Hoje estão sendo chamados os da mesma linhagem de discípulos que


guardam o verdadeiro testemunho de Yeshua e as leis do Eterno e dos
profetas. Notemos que a casa de Judá possui as leis e profetas, mas não
tem o testemunho de Yeshua; a casa de Efraim, os dispersos, dentre as
igrejas cristãs, possuem o testemunho de Yeshua, mas não guardam as
leis e os profetas.
Os despertos, os remanescentes que estão voltando à Lei do Eterno e
possuem o testemunho de Yeshua são fundamentais para a união das
duas casas.
Yeshua, quando esteve entre nós, contou algumas parábolas, baseadas
nas palavras do profeta Isaías.

E levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os


desterrados de Israel, e os dispersos de Judá congregará desde os
quatro confins da terra. E afastar-se-á a inveja de Efraim, e os
adversários de Judá serão desarraigados; Efraim não invejará a
Judá, e Judá não oprimirá a Efraim. (Isaías 11: 12, 13).

Estas palavras enfatizam o cuidado que devemos ter sobre este retorno,
esta união das duas casas, pondo fim, assim, à inimizade.

A parábola do filho pródigo

E disse: “Um certo homem tinha dois filhos; e o mais moço deles
disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence’. E ele
repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais
novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali
desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. E, havendo ele
gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a
padecer necessidades. E foi, e chegou-se a um dos cidadãos
daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar
porcos. E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os
porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. E, tornando em si,
disse: ‘Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e
eu aqui pereço de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e
dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno
de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros’.
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe,
viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo,
lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: ‘Pai, pequei
contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu
filho’. Mas o pai disse aos seus servos: ‘Trazei depressa a melhor
roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos
pés; e trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-
nos; porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se
perdido, e foi achado’. E começaram a alegrar-se. E o seu filho
mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de
casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos,
perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: ‘Veio teu irmão; e
teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo’.
Mas ele se indignou, e não queria entrar. E saindo o pai, instava
com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: ‘Eis que te sirvo há
tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca
me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos; vindo,
porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as
meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado’. E ele lhe disse: ‘Filho,
tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas; mas era
justo alegrarmo-nos e folgarmos, porque este teu irmão estava
morto, e reviveu; e tinha-se perdido, e achou-se.’”. (Lucas 15:11-
32).

Esta parábola nos mostra a analogia entre Efraim (o filho mais moço) e
Judá (o filho mais velho). O primeiro sai de casa, enquanto o outro fica na
casa do Pai, obediente aos mandamentos. O primeiro volta para casa, mas
encontra o mais velho inconformado. O Pai lhe diz que deve se alegrar,
pois o seu irmão estava perdido e foi achado; estava morto e reviveu.
A parábola do bom samaritano

E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e


dizendo: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. E ele lhe
disse: “Que está escrito na lei? Como lês?” E, respondendo ele,
disse: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de
toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu
entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo”. E disse-lhe:
“Respondeste bem; faze isso, e viverás”. Ele, porém, querendo
justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: “E quem é o meu
próximo?” E, respondendo Jesus, disse: “Descia um homem de
Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o
despojaram, e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio
morto. E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo
sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também
um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo. Mas
um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o,
moveu-se de íntima compaixão; e, aproximando-se, atou-lhe as
feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua
cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele; e,
partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao
hospedeiro, e disse-lhe: ‘Cuida dele; e tudo o que de mais gastares
eu to pagarei quando voltar’. Qual, pois, destes três te parece que
foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” E ele
disse: “O que usou de misericórdia para com ele”. Disse, pois,
Jesus: “Vai, e faze da mesma maneira.” (Lucas 10: 25-37).

Yeshua mostra claramente aos doutores da lei que o próximo que


deveria amar era os da casa de Efraim, de Samaria, pois foi o único que
socorreu o certo homem, um judeu que descia de Jerusalém.
13.11 – Os estrangeiros e a restauração
Desde a libertação do Egito, é evidente o cuidado do Eterno para com os
não naturais, pois muitos estrangeiros saíram e passaram a fazer parte do
povo de Israel. Muitos fizeram parte da própria genealogia do Messias,
como Raabe, a prostituta, e Noemi, a moabita. Quando a casa de Israel,
que foi espalhada, retornar, ela alcançará os estrangeiros e, quando se
unir à casa de Judá, trará uma porção das nações consigo.

“E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do


SENHOR no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros;
e concorrerão a ele todas as nações.” (Isaías 2 : 2)

A mulher sírio-fenícia
Uma mulher reconhece a identidade correta de Yeshua como filho de
Davi, de Israel, da casa de Judá. Yeshua lhe diz que ele veio primeiro para
a casa de Israel, de Efraim, mostrando que deve ocorrer primeiro o
retorno desta casa para que as demais nações sejam beneficiadas. A
mulher foi abençoada por ter reconhecidoa verdadeira identidade
de Yeshua.

E eis que uma mulher cananeia, que saíra daquelas cercanias,


clamou, dizendo: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de
mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada”. Mas
ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao
pé dele, rogaram-lhe, dizendo: “Despede-a, que vem gritando
atrás de nós”. E ele, respondendo, disse: “Eu não fui enviado
senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Então chegou ela, e
adorou-o, dizendo: “Senhor, socorre-me!” Ele, porém,
respondendo, disse: “Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo
aos cachorrinhos”. E ela disse: “Sim, Senhor, mas também os
cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus
senhores”. Então respondeu Jesus, e disse-lhe: “Ó mulher, grande
é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas”. E desde
aquela hora a sua filha ficou sã. (Mateus 15: 22-28).
O centurião romano
Outro episódio que mostra o favorecimento de um estrangeiro dentro da
casa de Israel é o do centurião.

E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião,


rogando-lhe, e dizendo: “Senhor, o meu criado jaz em casa,
paralítico, e violentamente atormentado”. E Jesus lhe disse: “Eu
irei, e lhe darei saúde”. E o centurião, respondendo, disse:
“Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado,
mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar. Pois
também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às
minhas ordens; e digo a este: ‘Vai’, e ele vai; e a outro: ‘Vem’, e ele
vem; e ao meu criado: ‘Faze isto’, e ele o faz”. E maravilhou-se
Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: “Em verdade vos
digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Mas eu vos digo
que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa
com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; e os filhos do
reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e
ranger de dentes”. Então disse Jesus ao centurião: “Vai, e como
creste te seja feito”. E naquela mesma hora o seu criado sarou.
(Mateus 8: 5-13).

O centurião da história, segundo Lucas, no capítulo 7, versos 4 e 5,


amava Israel e havia construído uma sinagoga, se sentia parte do povo.
Yeshua se refere, no episódio, a muitos que virão de longe e se assentarão
à mesa de Abraão, Isaque e Jacó e a outros que serão rejeitados. Não será
possível se assentar no Reino sem estar em aliança com os pais de Israel e
Yeshua. Para chegarmos ao Messias temos que passar pelos pais de Israel
e pelo Tanah, pelas Escrituras, pois testificaram do Messias.

Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida


eterna, e são elas que de mim testificam. (João 5: 39).
A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele
creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome. (Atos 10:
43).

O centurião Cornélio
Cornélio guardava os preceitos da Lei, não importando a sua
nacionalidade, desde que entrou pela casa de Israel. Pedro confirma que a
Palavra veio de Israel e não de outro lugar.

E havia em Cesareia um homem por nome Cornélio, centurião da


corte chamada italiana, piedoso e temente a Deus, com toda a sua
casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a
Deus. E eles disseram: “Cornélio, o centurião, homem justo e
temente a Deus, e que tem bom testemunho de toda a nação dos
judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua
casa, e ouvisse as tuas palavras”. E disse-lhes: “Vós bem sabeis que
não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a
estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame
comum ou imundo”. E, abrindo Pedro a boca, disse: “Reconheço
por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é
agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é
justo. A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a
paz por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos)”. (Atos 10: 1, 2, 22,
28, 34-36).
Temos que entender que Efraim e Judá estarão sob uma única Cabeça,
Yeshua, e a eles se achegarão os não naturais e passarão a ser
israelitas também.

Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a


incircuncisão não será reputada como circuncisão? (Romanos 2:
26).
Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que
são de Israel são israelitas; nem por serem descendência de
Abraão são todos filhos; mas: em Isaque será chamada a tua
descendência. Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de
Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.
Porque a palavra da promessa é esta: “Por este tempo virei, e Sara
terá um filho”. Como também diz em Oseias: “Chamarei meu povo
ao que não era meu povo; e amada à que não era amada. E
sucederá que no lugar em que lhes foi dito: ‘Vós não sois meu
povo’; aí serão chamados ‘filhos do Deus vivo’”. Também Isaías
clama acerca de Israel: “Ainda que o número dos filhos de Israel
seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.”
(Romanos 9: 6-9, 25-27).
Assim diz o Senhor: “Guardai o juízo, e fazei justiça, porque a
minha salvação está prestes a vir, e a minha justiça, para se
manifestar. Bem-aventurado o homem que fizer isto, e o filho do
homem que lançar mão disto; que se guarda de profanar o sábado,
e guarda a sua mão de fazer algum mal. E não fale o filho do
estrangeiro, que se houver unido ao Senhor, dizendo: ‘Certamente
o Senhor me separará do seu povo’; nem tampouco diga o eunuco:
‘Eis que sou uma árvore seca. Porque assim diz o Senhor a
respeito dos eunucos, que guardam os meus sábados, e escolhem
aquilo em que eu me agrado, e abraçam a minha aliança’: também
lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um
nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a
cada um deles, que nunca se apagará. E aos filhos dos
estrangeiros, que se unirem ao Senhor, para o servirem, e para
amarem o nome do Senhor, e para serem seus servos, todos os que
guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a
minha aliança, também os levarei ao meu santo monte, e os
alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus
sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será
chamada casa de oração para todos os povos.” (Isaías 56: 1-7).
13.12 – A restauração e o Reino do Mashiah

A restauração de Israel culminará com o estabelecimento do Reino do


Messias, que estará na Jerusalém restaurada, no monte Sião, o lugar onde
estarão os dispersos da casa de Efraim, de Judá, os não naturais e
prosélitos. As nações virão para Jerusalém e andarão em sua luz, pois de
Sião sairão as leis do Eterno e de Jerusalém a palavra do Eterno.

Palavra que viu Isaías, filho de Amós, a respeito de Judá e de


Jerusalém. E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte
da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos
outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E irão muitos povos,
e dirão: “Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de
Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas
veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do
Senhor.” (Isaías 2: 1-3).
Levanta-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do
Senhor vai nascendo sobre ti; porque eis que as trevas cobriram a
terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor virá surgindo,
e a sua glória se verá sobre ti. E os gentios caminharão à tua luz, e
os reis ao resplendor que te nasceu. Levanta em redor os teus
olhos, e vê; todos estes já se ajuntaram, e vêm a ti; teus filhos virão
de longe, e tuas filhas serão criadas ao teu lado. Então o verás, e
serás iluminado, e o teu coração estremecerá e se alargará; porque
a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas dos gentios
virão a ti. A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de
Midiã e Efá; todos virão de Sabá; ouro e incenso trarão, e
publicarão os louvores do Senhor. Todas as ovelhas de Quedar se
congregarão a ti; os carneiros de Nebaiote te servirão; com agrado
subirão ao meu altar, e eu glorificarei a casa da minha glória.
Quem são estes que vêm voando como nuvens, e como pombas às
suas janelas? Certamente as ilhas me aguardarão, e primeiro os
navios de Társis, para trazer teus filhos de longe, e com eles a sua
prata e o seu ouro, para o nome do Senhor teu Deus, e para o
Santo de Israel, porquanto ele te glorificou. E os filhos dos
estrangeiros edificarão os teus muros, e os seus reis te servirão;
porque no meu furor te feri, mas na minha benignidade tive
misericórdia de ti. E as tuas portas estarão abertas de contínuo,
nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as
riquezas dos gentios, e, conduzidos com elas, os seus reis. Porque
a nação e o reino que não te servirem perecerão; sim, essas nações
serão de todo assoladas. A glória do Líbano virá a ti; a faia, o
pinheiro, e o álamo conjuntamente, para ornarem o lugar do meu
santuário, e glorificarei o lugar dos meus pés. Também virão a ti,
inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; e prostrar-se-ão às
plantas dos teus pés todos os que te desprezaram; e chamar-te-ão
a cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel. Em lugar de seres
deixada, e odiada, de modo que ninguém passava por ti, far-te-ei
uma excelência perpétua, um gozo de geração em geração. E
mamarás o leite dos gentios, e alimentar-te-ás ao peito dos reis; e
saberás que eu sou o Senhor, o teu Salvador, e o teu Redentor, o
Poderoso de Jacó. Por cobre trarei ouro, e por ferro trarei prata, e
por madeira, bronze, e por pedras, ferro; e farei pacíficos os teus
oficiais e justos os teus exatores. Nunca mais se ouvirá de
violência na tua terra, desolação nem destruição nos teus termos;
mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas Louvor.
Nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com o seu
resplendor a lua te iluminará; mas o Senhor será a tua luz
perpétua, e o teu Deus a tua glória. Nunca mais se porá o teu sol,
nem a tua lua minguará; porque o Senhor será a tua luz perpétua,
e os dias do teu luto findarão. E todos os do teu povo serão justos,
para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados,
obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado. O menor virá
a ser mil, e o mínimo uma nação forte; eu, o Senhor, ao seu tempo
o farei prontamente. (Isaías 60).
Os teus filhos pressurosamente virão, mas os teus destruidores e
os teus assoladores sairão do meio de ti. Levanta os teus olhos ao
redor, e olha; todos estes que se ajuntam vêm a ti; vivo eu, diz o
Senhor, que de todos estes te vestirás, como de um ornamento, e
te cingirás deles como noiva. Porque nos teus desertos, e nos teus
lugares solitários, e na tua terra destruída, agora te verás apertada
de moradores, e os que te devoravam se afastarão para longe de ti.
E até mesmo os filhos da tua orfandade dirão aos teus ouvidos:
“Muito estreito é para mim este lugar; aparta-te de mim, para que
possa habitar nele”. E dirás no teu coração: “Quem me gerou
estes? Pois eu estava desfilhada e solitária; entrara em cativeiro, e
me retirara; quem, pois, me criou estes? Eis que eu fui deixada
sozinha; e estes onde estavam?” Assim diz o Senhor Deus: “Eis
que levantarei a minha mão para os gentios, e ante os povos
arvorarei a minha bandeira; então trarão os teus filhos nos braços,
e as tuas filhas serão levadas sobre os ombros. E os reis serão os
teus aios, e as suas rainhas as tuas amas; diante de ti se inclinarão
com o rosto em terra, e lamberão o pó dos teus pés; e saberás que
eu sou o Senhor, que os que confiam em mim não serão
confundidos”. (Isaías 49: 16-23).

Não podemos separar Sião do Reino do Eterno, pois em Sião está a


pedra angular e principal de esquina e fora dela não se pode edificar
nenhuma outra casa espiritual.

Dele sairá a pedra de esquina, dele a estaca, dele o arco de guerra,


dele juntamente sairá todo o opressor. (Zacarias 10: 4).
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de
que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina. (Efésios 2: 20).
Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a
pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não
será confundido. (I Pedro 2: 6).
Portanto assim diz o Senhor Deus: “Eis que eu assentei em Sião
uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que
está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse.”
(Isaías 28: 16).
Como está escrito: “Eis que eu ponho em Sião uma pedra de
tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela
não será confundido.” (Romanos 9: 33).

No contexto do Apocalipse, João não teve uma visão geral, mas várias
visões que não estão em ordem cronológica. Temos que entender o
Apocalipse com uma visão hebraica da Torah, pois ele possui 406 versos,
dos quais 278 são repetições da Torah.
A palavra “nova”, para a Nova Jerusalém, tem o sentido de restaurada e
não de uma outra Jerusalém.A nova Jerusalém é vista por João como a
noiva do Cordeiro, em um contexto em que a Jerusalém terrena havia
sido destruída em 70 d.C. Israel tem que voltar seus olhos para uma
Jerusalém restaurada, celestial e não terrena: “Mas não é primeiro o
espiritual, senão o natural; depois o espiritual. O primeiro homem, da
Terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno,
tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os
celestiais.” (I Coríntios 15: 46-48).
O local desta Jerusalém restaurada é em Sião. As nações andarão à sua
luz, os reis trarão sua glória e honra e não entrará coisa alguma impura na
cidade. Notamos que João não viu nada novo, pois antes dele os profetas
já haviam recebido tais palavras.

E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a


grande cidade, a santa Jerusalém, que de Deus descia do céu.
(Apocalipse 21: 10).
Em visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um
monte muito alto7, sobre o qual havia como que um edifício de
cidade para o lado sul.” (Ezequiel 40: 2).
E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão
para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de
dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das
nações. E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa
abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da
vida do Cordeiro. (Apocalipse 21: 24-27).
E as tuas portas estarão abertas de contínuo, nem de dia nem de
noite se fecharão; para que tragam a ti as riquezas dos gentios, e,
conduzidos com elas, os seus reis. (Isaías 60: 11).
Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das
tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca
mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. O Senhor
desnudou o seu santo braço perante os olhos de todas as nações; e
todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus. (Isaías
52: 1, 10).

A restauração de Jerusalém é na verdade a restauração do Éden. Trata-


se de uma transferência. A árvore da vida é vista dentro da cidade. Ala
mesma é vista pela primeira vez no Jardim do Éden. Muitos se assentarão
em tronos em Jerusalém.
No pensamento hebraico, trono não é somente um lugar de estabelecer
julgamentos e sentenças, mas de instrução, ensino das leis do Eterno (os
chamados beithdim). Os que estão em tronos não só julgarão, mas
instruirão na lei do Eterno, pois não adoraram e nem receberam o sinal
na testa (pensamento) e nas mãos (ações).
E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à
vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a
árvore do conhecimento do bem e do mal. (Gênesis 2: 9).
No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a
árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em
mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações.
(Apocalipse 22: 2).
E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de
luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo
o sempre. (Apocalipse 22: 5).
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de
julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo
testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram
a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas
nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos. (Apocalipse 20: 4).
E disse o Senhor a Moisés: “Ajunta-me setenta homens dos
anciãos de Israel, que sabes serem anciãos do povo e seus oficiais;
e os trarás perante a tenda da congregação, e ali estejam contigo.”
(Números 11: 16).
Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino,
então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do
original que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e
nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao
Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes
estatutos, para cumpri-los. (Deuteronômio 17: 18, 19).
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de
julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo
testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram
a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas
nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos. (Apocalipse 20: 4).
O retorno do grande Rei será marcado pelo recolhimento dos fiéis em
todo o mundo. Estamos falando sobre o arrebatamento. A palavra
arrebatar (harpazo, no grego, ou rapere, no latim) significa ser apanhado
ou tirado, de repente.

Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos


com ele, então se assentará no trono da sua glória. E serão
reunidas em sua presença todas as nações e ele separará os
homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos
cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua
esquerda. (Mateus 25: 31-33).
Depois nós, os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o
Senhor. (I Tessalonicenses 4: 17, grifos nossos).

As palavras grifadas na última citação precisam ser analisadas mais


profundamente. Vejamos: arrebatados (do grego harpakzo, capturar,
tomar a força); nuvem (do grego νεφος, nephos multidão ou aglomeração
de pessoas; Paulo faz referência a esta mesma palavra em
Hebreus); ares (lugar alto). O texto, em uma tradução mais próxima do
original, ficaria assim: “Depois nós os vivos, os que ficarmos, seremos
levados para junto daqueles que ressuscitaram em uma multidão de
pessoas para se encontrar com o Senhor no lugar alto [monte alto do
senhor, Sião]. E assim estaremos com ele para sempre.”

Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de uma tão


grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o
pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a
carreira que nos está proposta. (Hebreus 12: 1).

A grande questão aqui é onde as pessoas estarão. Não ocorrerá uma


transferência para outra dimensão, mas seremos reunidos no monte Sião,
na Jerusalém restaurada, em conformidade com Apocalipse 20 e 21.
De Judá se firmará o trono, onde Yeshua se assentará no trono de Davi
e, por fim, se sujeitará ao Pai para que Ele seja tudo em todos. “E, quando
todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se
sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo
em todos.” (I Coríntios 15: 28). Amém.

6. Os dez homens representam as dez tribos da casa de Efraim.


7. O monte alto é Sião.
CAPÍTULO 14
A RESTAURAÇÃO DAS FESTAS E SEU CONTEXTO
ESCATOLÓGICO

14.1 – Introdução
Neste estudo vamos tecer alguns esclarecimentos sobre o cumprimento
do plano do Eterno na Terra envolvendo as suas festas. Este
entendimento não é algo novo, mas sim um retorno à direção que Ele já
deu desde o princípio.
As festas bíblicas que o Senhor estabeleceu são fixas, pois possuem o
propósito de gerar em nós uma mentalidade, uma consciência, uma
capacidade de observar Seus tempos e estações. “Deus disse: ‘Que haja
luzeiros no firmamento do céu para separar o dia e a noite; que eles
sirvam de sinais, tanto para as festas quanto para os dias e os anos’”
(Gênesis 1: 14).
As festas estão ligadas a Jerusalém, que é o centro espiritual do povo de
Israel e do Tempo do Eterno, de onde Ele comunica o tempo de seu agir
na Terra. Jerusalém é o grande portal geográfico dimensional, local onde
foi estabelecida uma escada que liga o mundo físico com o mundo
espiritual. “Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo
topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela”
(Gênesis 28: 12).
A observância das festas está também ligada ao tempo da vinda do
Messias, pois elas lhe dizem respeito. As festas também possuem
princípios para as nossas vidas e expressam as fases de nossa caminhada
com o Senhor: a Peshah fala do Cordeiro; os Pães Ázimos, de uma vida
sem fermento, sem pecado; as Primícias falam dos primeiros frutos, do
primeiro amor; Shavuot remete à plenitude do Espírito; Hosh Shanah
trata do início do Novo Tempo, do Milênio; o Yom Kippur, do pleno
perdão, da salvação e da ressurreição; e Sukot fala das bodas do Cordeiro.
Portanto, as festas bíblicas têm tudo a ver com tempos determinados pelo
Senhor para o mundo e para nossas vidas.
O profeta Daniel declarou que nos últimos tempos surgiria um domínio
que proferiria palavras contra o Altíssimo e cuidaria de mudar os tempos
e a lei. “Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do
Altíssimo; cuidará em mudar os tempos e a lei; os santos lhe serão
entregues na mão por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.”
(Daniel 7: 25).
Um domínio que enganará muitos, mas que não poderá mudar,
substituir o que o Eterno determinou. Afinal, Ele tem o poder e o controle
de mudar os tempos e as leis, como o mesmo Daniel declarou. “É Ele
quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá
sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes”. (Daniel 2: 21).
Sempre foi propósito da antiga serpente distorcer a verdade do Eterno,
corromper a mente, a mentalidade, causar confusão, misturar a visão.
Este propósito se desenvolveu em um sistema babilônico que, como uma
mãe, gerou muitos filhos, passando pelos reinos até chegar a nossos dias.
Ela sempre trabalhará para nos afastar do tempo determinado do
Senhor. Pois esse tempo são estatutos a serem cumpridos, apontando
para um fim específico e profético, que confronta as festas pagãs, como
veremos mais adiante (as festas e dias solentes tem o propósito de
canalizar energia que vitaliza o que e a quem está sendo celebrado) festas
que transcende as épocas (“por vossas gerações”). Isto fala de um hoje e
de um futuro.

[...] e na sua fronte estava escrito um nome simbólico: A grande


Babilônia, a mãe das prostitutas e das abominações da terra.
(Apocalipse17: 5).
E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao
Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto
perpétuo. (Êxodo 12: 14).

14.2 – As festas fixas (moedim): sinais e tempos determinados


Shabat (sábado/descanso) – celebração: sétimo dia semanal. “Tu, pois,
falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: ‘Certamente, guardareis os meus
sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que
saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica.’” (Êxodo 31: 13).
Rosh Chodesh (princípio do mês) – celebração: dia 1º de cada mês.

Da mesma sorte, no dia da vossa alegria, e nas vossas solenidades,


e nos princípios dos vossos meses, também tocareis as vossas
trombetas sobre os vossos holocaustos e sobre os vossos sacrifícios
pacíficos, e vos serão por lembrança perante vosso Elohim. Eu sou
o Senhor, vosso Elohim. (Números 10: 10).
Os filhos de Arão, sacerdotes, tocarão as trombetas; e a vós outros
será isto por estatuto perpétuo nas vossas gerações. (Números 10:
8).
Chag Hamatzot (Pães Ázimos)/Pessach (dia 14)/Primícias (1º dia
imediato ao sábado do último dia da festa) – celebração: no mês da
primavera, o primeiro mês do ano, do dia 14 ao dia 21. “Guardai, pois, a
Festa dos Pães Asmos, porque, nesse mesmo dia, tirei vossas hostes da
terra do Egito; portanto, guardareis este dia nas vossas gerações por
estatuto perpétuo” (Êxodo 12: 17).

Shavuot (semanas, Pentecostes) – celebração: 50º dia após dia das


Primícias.

Então o sacerdote os oferecerá juntamente com o pão das


primícias por uma oferta movida diante de Jeová, com dois
cordeiros; santos serão a Jeová para o uso do sacerdote. Fareis
proclamação no mesmo dia. Haverá para vós uma santa
convocação; não fareis obra alguma servil: é um estatuto perpétuo
em todas as vossas moradas pelas vossas gerações. (Levítico
23: 20, 21).

Yom Teruá (Dia das Trombetas) – celebração: dia 1º do mês 7. “Os


filhos de Arão, sacerdotes, tocarão as trombetas; e a vós outros será isto
por estatuto perpétuo nas vossas gerações.” (Números 10: 8).
Yom Kippur (Dia da Expiação) – celebração: 10º dia do mês 7.

Pois toda a alma que se não afligir nesse mesmo dia será cortada
do seu povo. Toda a alma que fizer alguma obra nesse mesmo dia,
essa alma destruirei dentre o seu povo. Não fareis obra alguma: é
estatuto perpétuo pelas vossas gerações em todas as vossas
moradas. (Levítico 23: 29-30).

Succoth (Tabernáculos) – celebração: do dia 15 ao dia 21 do mês 7,


sendo o dia 15 um descanso e no dia 22 outro descanso.
Celebrareis esta como uma festa a Jeová por sete dias no ano: é
um estatuto perpétuo nas vossas gerações; celebrá-lo-eis no
sétimo mês. Habitareis em tendas de ramos sete dias, todos os
naturais em Israel habitarão em tendas de ramos, para que as
vossas gerações saibam que eu fiz habitar os filhos de Israel em
tendas de ramos, quando os tirei da terra do Egito: eu sou Jeová
vosso Deus. (Levítico 23: 41-43).

Dessas, três festas são consideradas de peregrinação: Pessach (Páscoa),


Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Tabernáculos). Elas não podem ser
celebradas oficialmente fora de Jerusalém. Isto não impede a guarda e
lembrança das festas, seus significados e princípios em outros lugares.
É importante entendermos também que o calendário bíblico não é
calculado, e sim observado. “E disse Deus: ‘haja luminares no firmamento
do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para
sinais e para tempos determinados [moedim], e para dias e anos’”
(Gênesis 1: 14).
É interessante que do radical moed, de moedim, procede a
palavra ‫ידע‬, yad’, de cujo um dos significados é “prometer em casamento”.
Podemos dizer que quando o Eterno estabelece um moedim, um tempo
determinado, uma festa, está estabelecendo uma data para se unir ao Seu
Povo, em um dia festivo para o casamento. “Assim, declarou Moisés as
festas fixas [moedim – tempos determinados] do Senhor aos filhos de
Israel.” (Levíticos 23: 44).

14.3 – O calendário judaico


Mesmo o povo judeu teve influências babilônicas quando esteve no
exílio, com respeito ao calendário. Cada ramificação do judaísmo no
primeiro século possuía seu calendário. E mesmo o judaísmo atual não
segue o calendário bíblico. Ele se baseia em modelo matemático que é
dividido no período talmúdico e com o sábio Hillel 2, segundo a
Enciclopédia Judaica, 1901.
Muitos pensam que Aviv é um nome próprio de um mês, mas Aviv não é
nome próprio e não é o nome de um mês. Não vemos nas Escrituras o
Senhor determinando o nome de algum mês, Ele simplesmente numera
os meses, como por exemplo: primeiro mês, segundo mês, sétimo mês etc.

Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do
ano. (Êxodo 12: 2).
Isso vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez dias
do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o
natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós. (Levítico 16:
29).

Como exemplo da influência babilônica no calendário judaico, veja o


quadro aseguir:

Se a observação dos astros varia de acordo com o lugar onde estamos no


planeta, como precisar a observação correta? A única resposta é
Jerusalém (Yerushalayim). As Escrituras dizem que é nela que se
celebrariam as principais festas (“das Peregrinações”), pois nela está o
trono do Eterno e todas as nações se dirigirão a ela. “Naquele tempo
chamarão a Jerusalém o trono do Senhor; e todas as nações se ajuntarão a
ela, em nome do Senhor, a Jerusalém; e não mais andarão
obstinadamente segundo o propósito do seu coração maligno.”
(Jeremias3: 17).
As festas de peregrinações (Páscoa, - Pentecostes e dos Tabernáculos),
são festejadas no lugar onde o Eterno escolheu, Jerusalém, e para lá todas
as nações subirão de ano em ano para adorar o Rei e celebrarem a festa
das Cabanas (Tabernáculos).

Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão perante o


Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos pães
ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não
aparecerão vazios perante o Senhor. (Deuteronômio 16: 16).
Então todos os que restarem de todas as nações que vieram contra
Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor
dos exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos.
(Zacarias 14: 16).

O Rosh Chodesh (Princípio do Mês)


Compreender e guardar este dia é muito importante no contexto
escatológico, pois segundo o profeta Isaías, nos dias vindouros virá toda a
carne a adorar perante o Senhor de um Rosh Chodesh (Princípio do Mês)
ao outro e de um Shabat ao outro.

Pois como diante de mim durarão os céus novos, e a terra nova,


que hei de fazer, assim durará a vossa posteridade e o vosso nome.
Desde uma lua nova até outra [renovar do mês – ‫ושדחב‬
‫שדח‬, chodesh b’chadesho] e desde um sábado até outro, virá toda a
carne a adorar perante mim, diz o Senhor. (Isaías 66: 22, 23).

Mas, como saber o início do mês bíblico nos dias de hoje? Basta olhar
quando é a lua nova astronômica em Jerusalém8. “Disse Davi a Jônatas:
Amanhã é a Festa da Lua Nova [Chodesh], em que sem falta deveria
assentar-me com o rei para comer; mas deixa-me ir, e esconder-me-ei no
campo, até à terceira tarde.” (I Samuel 20: 5).
O judaísmo atual baseia-se na crescente visível, de difícil previsão, pois
é o primeiro feixe de luz da lua. A influência da crescente visível da lua
pode ser facilmente observada nas civilizações pagãs, nos seus cultos e
rituais. Será que eles tiveram acesso a algum princípio espiritual?
Nas figuras, vemos o quanto a lua crescente sempre esteve ligada a
movimentos de magias e bruxarias, tais como Wicca. Vemos Maria e
Jesus, do sistema romano, em uma lua crescente. Por que será?

O mês de ‫( אביב‬Aviv ou Abibe): o princípio do mês bíblico


A palavra Aviv vem de uma raiz hebraica que significa “fresco”, “ser
novo”. É preciso entender que o Ano Novo é celebrado em alguns países
em diferentes datas do calendário gregoriano iniciado em 1º de janeiro.
Tal calendário foi promulgado pelo Papa Gregório XIII no século
XVI (1582).
Antes havia o calendário juliano, adaptado pelo imperador romano
Júlio Cesar. Este homenageou seu pai colocando no calendário o mês de
julho. Acrescentou o mês januário (janeiro, em homenagem ao ídolo
Janus), que passou a ser o primeiro mês do ano. Janus é o ídolo romano
com duas faces. Janeiro é o mês que olha para os dois anos, o que passou
e o novo ano.
O calendário bíblico não corresponde nem ao calendário gregoriano e
nem ao judaico. O Ano Novo correto começaria no primeiro mês de um
ciclo, estabelecido pelo Eterno, que foi o mês da saída do Egito. E não é
ordenado ao seu povo nenhuma celebração de Ano Novo como os povos
pagãos celebravam e celebram.

Disse o Senhor a Moisés e a Arão na terra do Egito: “Este mês vos


será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano”. (Êxodo
12: 1, 2).
Disse Moisés ao povo: “Lembrai-vos deste mesmo dia, em que
saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor
vos tirou de lá; portanto, não comereis pão levedado. Hoje, mês de
abibe [‫]אביב‬, estais saindo.” (Êxodo 13: 3, 4).

Precisamos entender a importância que o Eterno dá ao cumprimento de


seus tempos, gerando em nós uma mentalidade que sabe discernir o Seu
agir e os Seus tempos na Terra. Precisamos sair dos tempos estabelecidos
pela Babilônia, que não se limitam a um calendário, mas são tempos
estabelecidos no pensamento, no modo de caminhar fora dos tempos
propostos pelo Eterno.
Guardar os tempos estabelecidos pelo Eterno é não estarmos sujeitos à
força dos astros dos povos e a rudimentos fracos e pobres aos quais
podemos servir inconscientemente.
Outrora, quando não conhecíeis a Deus, servíeis aos que por natureza
não são deuses; agora, porém, que já conheceis a Deus, ou, melhor, sendo
conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e
pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e
tempos, e anos. (Gálatas 4: 8-10).

14.4 – As festas judaicas e as dimensões espirituais


Para começarmos a entender este assunto, é preciso compreender que
antes que o Eterno estabelecesse suas festas, foi preciso tirar não só o
povo do Egito, mas tirar o Egito do povo. Antes de libertá-los, o Eterno
determina a contagem do tempo segundo seus preceitos. “Este mês será
para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do
ano” (Êxodo 12: 2).
Era preciso um novo calendário, para que o Eterno pudesse estabelecer
suas festas, que iriam unir o mundo presente com o mundo vindouro,
acarretando um sincronismo da Terra com os céus; do material com o
espiritual.
É interessante destacar o quanto podemos concentrar energias,
positivas ou negativas, em certas datas. Quando uma festividade de
comemoração nacional concentra energia negativa, pois as nossas ações
desprendem energia, para o bem ou para o mal, como o carnaval, por
exemplo, nestes dias haverá mais opressão que em outros dias do ano. É o
que podemos chamar de “poços dimensionais” (lugar físico-geográfico
que abre dimensões da maldade).
Podemos dizer que as festas que o Eterno estabeleceu e entregou a seu
povo, entre outros objetivos, tem como propósito confrontar as festas e
dedicações que trazem consigo configurações para o fortalecimento,
domínio e controle dos deuses (demônios) nas pessoas, sociedades e
povos.
Para servir de exemplo, quando Ele estabelece a Páscoa, Pessach, deixa
claro que naquela noite passaria pelo Egito, feriria os primogênitos dos
homens e dos animais e executaria juízos sobre todos os deuses
(demônios) do Egito. Concluímos que a Pessah é uma festa que trouxe
juízo sobre os demônios não só naquele tempo, mas pela observância da
festa, em todas as épocas. “Porque naquela noite passarei pela terra do
Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens
como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu
sou o Senhor” (Êxodo 12: 12).
Quando falamos de Pessah, estamos falando também do juízo e da
vitória do Mashiah, que removeu de dentro de nós o escrito de dívida
cravando-o no madeiro e despojou (arrancou o adorno ou cobertura que
servia de revestimento) os principados e potestades, os exibiu
publicamente e deles triunfou no madeiro.
Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim
como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa [Pessah], já
foi sacrificado. (I Coríntios 5: 7).
[...] e havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas
suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de
nós, cravando-o na cruz; e, tendo despojado os principados e
potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou na mesma
cruz. (Colossenses 2: 14-15).

14.5 – O cumprimento profético das festas fixas


Em Levíticos 23, o Eterno ordenou que o seu povo celebrasse sete festas,
chamadas festas solenes do Senhor. Tais festas são memoriais dos
grandes feitos do Senhor entre seu povo. São festas que se relacionam,
também, com a agricultura, são ações de graças pela colheita ou possuem
relação com o serviço de sacrifícios e com o Templo. Possuem também um
aspecto folclórico.
São festas consideradas do Eterno Deus e por esse motivo devem
também ter um significado eterno. Mas, de todos os significados, o mais
importante é o seu significado profético.
As primeiras quatro festas caem na primavera: Páscoa, Pães Ázimos,
Primícias e Pentecostes. Todas se cumpriram na primeira vinda
do Mashiah.
Vejamos cada festa e seu cumprimento:

Pessah (Páscoa) – O Cordeiro Pascal (14º dia): esta festa se cumpriu na


crucificação.

No mês primeiro, aos catorze do mês, à tardinha, é a páscoa do


Senhor. (Levíticos 23: 5).

No dia 14, do primeiro mês, ao entardecer, começava a Páscoa, quando


era morto o cordeiro, macho de um ano, sem defeito.
Jesus declarou por diversas vezes aos seus discípulos que importava ir a
Jerusalém, morrer e, ao terceiro dia, ressuscitar. Ao entrar em Jerusalém
na “entrada triunfal”, já era o décimo dia do primeiro mês, quando o
cordeiro era separado para o sacrifício no décimo-quarto dia. “Falai a toda
a congregação de Israel, dizendo: ‘Ao décimo dia deste mês tomará cada
um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada
família’”. (Êxodo 12: 3).
O cordeiro deveria ser sem defeito: “O cordeiro, ou cabrito, será sem
defeito, macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras”
(Êxodo 12: 5).
Esta exigência aponta para a vida imaculada do Mestre. “Qual de vós me
convence de pecado? Se digo a verdade, por que não me credes”? (João 8:
46).
Jesus foi crucificado da hora terceira (nove da manhã) à hora nona (três
da tarde). Pela tradição judaica, os animais deveriam ser sacrificados a
partir das três da tarde.

E era a hora terceira quando o crucificaram. (Marcos 15: 25).


E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora
nona. Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. (Marcos
15: 33, 37).
Não poderás sacrificar a páscoa em qualquer uma das tuas cidades
que o Senhor teu Deus te dá, mas no lugar que o Senhor teu Deus
escolher para ali fazer habitar o seu nome; ali sacrificarás a páscoa
à tarde, ao pôr do sol, ao tempo determinado da tua saída do
Egito. (Deuteronômio 16: 5, 6).

Diz a Torah que nenhum osso do cordeiro devia ser quebrado.

Numa só casa se comerá o cordeiro; não levareis daquela carne


fora da casa nem lhe quebrareis osso algum. (Êxodo 12: 46).
[...] mas vindo a Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe
quebraram as pernas. (João 19: 33).
Expurgai o fermento velho, para que sejais massa nova, assim
como sois sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, já foi
sacrificado. (I Coríntios 5: 7).

Matzot – Os Pães Ázimos (do 15º ao 21º dia): esta festa se cumpriu na
vida de submissão e obediência de Jesus.
Por sete dias comereis pães ázimos; logo ao primeiro dia tirareis o
fermento das vossas casas, porque qualquer que comer pão
levedado, entre o primeiro e o sétimo dia, esse será cortado de
Israel. (Êxodo 12: 15).

Esta festa era para o povo fazer memória de sua saída do Egito
apressadamente, pois não houvera tempo para fermentar o pão. Mas, nas
Escrituras, tem a ilustração do mundo idólatra e pecaminoso (Egito) e da
maldade e malícia (massa fermentada).

Pelo que celebremos a festa (páscoa), não com o fermento velho,


nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os
ázimos da sinceridade e da verdade. (I Coríntios 5: 8).
Jesus deu-lhes este preceito: “Olhai, guardai-vos do fermento dos
fariseus e do fermento de Herodes”. (Marcos 8: 15).

Há Bikurim – As Primícias (22º dia): esta festa se cumpriu na


ressurreição de Jesus.

Disse mais o Senhor a Moisés: “Fala aos filhos de Israel, e dize-


lhes: ‘Quando houverdes entrado na terra que eu vos dou, e
segardes a sua sega, então trareis ao sacerdote um molho das
primícias da vossa sega; e ele moverá o molho perante o Senhor,
para que sejais aceitos. No dia seguinte ao sábado o sacerdote o
moverá’”. (Levíticos 23: 9-11).
Mas na realidade Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, sendo
ele as primícias dos que dormem. (I Coríntios 15: 20).
A Festa das Primícias cai na semana da Páscoa e é uma festa de gratidão
pela colheita. Nada da nova safra podia ser comido até o dia em que o
primeiro molho das primícias da sega (colheita) fosse levado ao santuário
e movido ou agitado perante o Senhor, como agradecimento pela bênção
recebida da terra.
A festa caía no dia posterior ao sábado. O sentido mais correto é no fim
do sábado. Para isso temos que entender que todo Shabath tinha ritos
iniciais e finais. A cerimônia que finalizava o Shabath era a Havdalah
(separação), que marcava a diferença entre o sábado, que estava por
terminar, e os dias comuns, que iriam se iniciar. A cerimônia era e ainda é
feita sábado à noite. Provavelmente Jesus ressuscitou num momento
como este.
É improvável que a ressurreição tenha ocorrido num domingo, por ser
no paganismo da época o dia de adoração ao Deus Sol Invicto.

O imperador Aureliano introduziu um culto oficial do Sol Invicto


em 270 d.C., fazendo do Deus Sol a primeira divindade do
império. O culto do Sol Invicto continuou a ser base do paganismo
oficial até a adesão do império ao cristianismo. O jovem
imperador Constantino tinha o Sol Invicto como a sua cunhagem
oficial. E depois introduziu, com o Conselho de Niceia, as
doutrinas pagãs no cristianismo. (Enciclopédia Universal, 1908,
No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da
semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
(Mateus 28: 1).
Ora, passado o sábado [no fim do sábado], Maria Madalena,
Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para irem
ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro muito
cedo, ao levantar do sol. Ele, porém, lhes disse: “Não vos
atemorizeis; buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele
ressurgiu; não está aqui; eis o lugar onde o puseram”. (Marcos 16:
1, 2, 6).

Nas figuras anteriores, representação do Deus Sol Invicto e disco de


prata romano do século III d.C., encontrado em Pessino, atual Turquia e
exposto em museu britânico.
Shavuot – Pentecostes (50 dias após a festa das primícias): esta festa se
cumpriu na primeira semeadura da mensagem de salvação, produzindo os
primeiros de muitos frutos maduros.

Contareis para vós, desde o dia depois do sábado, isto é, desde o


dia em que houverdes trazido o molho da oferta de movimento,
sete semanas inteiras; até o dia seguinte ao sétimo sábado,
contareis cinquenta dias; então oferecereis nova oferta de cereais
ao Senhor. (Levíticos 23: 15, 16).
Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo caindo na
terra não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.
(João 12: 24).
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia
acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos. (Atos 2: 47).
Estes são os que não se contaminaram com mulheres; porque são
virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que
vá. Estes foram comprados dentre os homens para serem as
primícias para Deus e para o Cordeiro. (Apocalipse 14: 4).

Para se realizar a Festa de Pentecostes (Shavuoth, Festa das Semanas)


contava-se cinquenta dias do dia seguinte à Festa das Primícias. Tratava-
se de uma celebração da colheita. Como agradecimento pela nova safra,
movia-se no templo dois pães perante o Senhor, como sinal de
agradecimento pela benção da nova safra.
Na tradição judaica comemora-se a outorga da Torah, a ketubáh, o
cantrato de casamento, entre o Eterno e o povo de Israel, sua verdadeira
esposa, apesar de invalidarem a aliança. Mas o Senhor mesmo renovará a
sua aliança “depois daqueles dias”.

“Eis que os dias vêm”, diz o Senhor, “em que farei um pacto novo
com a casa de Israel e com a casa de Judá, não conforme o pacto
que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os
tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram,
apesar de eu os haver desposado”, diz o Senhor. “Mas este é o
pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias”, diz o
Senhor: “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu
coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. (Jeremias
31: 31-33).

As demais festas caem no outono: Trombetas, Dia da Expiação e


Tabernáculos, e se cumprirão na 2ª vinda do Mashiah.
Yom Teru’ah – Festa das Trombetas (1º dia do sétimo mês): esta festa
se cumprirá quando o Senhor dará sua palavra de ordem, for ouvida a voz
de um arcanjo e ressoada a trombeta de Deus, ocorrendo a ressurreição e
o arrebatamento.

Fala aos filhos de Israel: “No sétimo mês, no primeiro dia do mês,
haverá para vós descanso solene, em memorial, com sonido de
trombetas, uma santa convocação.” (Levítico 23: 24).
[...] porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado,
com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro. (I Tessalonicenses 4: 16).
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento,
num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados. (I Coríntios 15: 51-52).

Misteriosamente esse dia não é dia de festa, mas de memorial. Não é


mencionado nenhum motivo de alegria ou de gratidão para festejar nesse
dia. É a única festa comemorada no primeiro dia do mês, na lua nova,
quando a noite é escura. Este dia não é luminoso, mas escuro. A data foi
ordenada com poucas palavras e sem comentários nas Escrituras. Uma
celebração da lua nova. Para a tradição judaica, este dia é referido como o
“tempo de angústia par Jacó” e o “Dia da Ira do Senhor”.
O grande dia do Senhor está perto, sim, está perto, e se apressa
muito; amarga é a voz do dia do Senhor; clamará ali o poderoso.
Aquele dia será um dia de indignação, dia de tribulação e de
angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de
escuridão, dia de nuvens e de densas trevas, Dia de trombeta e de
alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.
(Sofonias 1: 14-16).

As trombetas eram tocadas a fim de reunir o povo de Israel para alertá-


lo sobre a proximidade do Dia da Expiação. É o primeiro dos dez de
arrependimento até Yom Kipur. Tempo de arrependimento e aliança
perante o Senhor.
Podemos entender que o intervalo entre Pentecostes e a festa das
Trombetas (três meses) representa o tempo dos gentios e do
arrependimento (“teshuvá”). Esta festa marcará o início do tempo que
levará os “perdidos da Casa de Israel” e aqueles que estão “doentes” ao
arrependimento e à preparação para o Dia da Expiação. “[...] e olharão
para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem
pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se
chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 12: 10).
Os casamentos judaicos eram celebrados no período da lua nova. O
noivo ficava aguardando até ser liberado pelo pai, com um toque de
shofar, para ir buscar a noiva na casa de seu pai, erguendo-a (nissuin) no
ar e tomando-a (laqach) para si para levá-la à casa que ele preparara para
eles junto à casa do pai dele. “Na casa de Meu Pai há muitas moradas; se
não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu
for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo,
para que onde Eu estiver estejais vós também”. (João 14: 2, 3).
Temos que entender, definitivamente, que o cumprimento profético
desse toque de shofar será a última trombeta tocada quando os eleitos do
céu e da Terra se reunirão após a tribulação daqueles dias, referida por
Yeshua, Paulo e mencionada no Apocalipse, com o Noivo para as
chamadas “Bodas do Cordeiro”.

Imediatamente depois da tribulação daqueles dias o sol


escurecerá, a lua não dará a sua luz. As estrelas cairão do céu, e os
corpos celestes serão abalados. Naquela época, o sinal do Filho do
Homem aparecerá no céu, e todas as nações da terra se
lamentarão. Eles verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens
do céu, com poder e grande glória. Ele enviará os seus anjos com
rijo clamor de trombeta, e eles reunirão os seus escolhidos, dos
quatro ventos, de uma extremidade dos céus para o outro.
(Mateus 24: 29-31).
Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos
dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento,
num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a
trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados. (I Coríntios 15: 51-52).
Mas nos dias da voz do sétimo anjo, quando tocar a sua trombeta,
se cumprirá o segredo [mistério] de Deus, como anunciou aos
profetas, seus servos. (Apocalipse 10: 7).
E o sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes
vozes, que diziam: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso
Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre”.
(Apocalipse 11: 15).
Quando foi aí pela meia-noite, ouviu-se um grito: “O noivo vem aí!
Saí ao seu encontro!”. Todas as virgens levantaram-se, então, e
trataram de aprontar as lâmpadas. (Mateus 25: 6, 7).

O Dia da Expiação – Yom Kippur (10º dia do mês sétimo): esta festa se
cumprirá quando o Sumo Sacerdote retornar do santuário celestial com
grande poder e glória e então todo joelho se dobrará diante Dele, como
faziam os israelitas quando o Sumo Sacerdote voltava do Santo dos
Santos, inclinando-se com seus rostos em terra em reverência ao Eterno.

Mas aos dez dias deste sétimo mês é o dia da expiação: será para
vós uma santa convocação, e afligireis as vossas almas; oferecereis
uma oferta queimada a Jeová. (Levíticos 23: 27).
Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do
verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós
perante a face de Deus; assim também Cristo, oferecendo-se uma
só vez para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez,
sem pecado, aos que o esperam para salvação. (Hebreus 9: 24,
28).
Podemos considerar essa festa como a mais importante das sete festas
do Senhor. É chamada também de Grande Shabath. É o único dia em que
o Sumo Sacerdote tinha a permissão, após várias exigências e rituais, para
entrar no Santo dos Santos. A cerimônia inteira somente o Sumo
Sacerdote podia realizá-la.
Todo o povo permanecia em temor silencioso, fora do santuário, até que
o Sumo Sacerdote concluísse sua função, para então anunciar a realização
da expiação, pelo povo, diante do Senhor. Ele pronunciava o nome
sagrado do Eterno dez vezes. E a cada vez, o povo inclinava-se, com os
rostos em terra, em santa reverência diante do Senhor.
Cristo, como Sumo Sacerdote, entrou no santuário celestial e, como
sacrifício expiatório perfeito, nos reconciliou com Deus. Ele rotornará do
santuário celestial e todos se prostrarão e confessarão que ele é o Senhor.

Por mim mesmo jurei; já saiu da minha boca a palavra de justiça,


e não tornará atrás. Diante de mim se dobrará todo joelho, e
jurará toda língua. (Isaías 45: 23).
Porque está escrito: “Por minha vida”, diz o Senhor, “diante de
mim se dobrará todo joelho, e toda língua louvará a Deus.”
(Romanos 14: 11).
[...] para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2: 10,
11).

A ênfase dessa festa era o arrependimento pelo pecado. Aquele que não
se afligisse e não se arrependesse seria eliminado.

Pois toda alma que não se afligir nesse dia, será extirpada do seu
povo. (Levítico 23: 29).
Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento. (Mateus 3: 8).
Depois que João foi preso, veio Jesus para a Galileia proclamando
o Evangelho de Deus: “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus
está próximo. Arrependei-vos e credes no Evangelho”. (Marcos
1: 14, 15).

A Festa dos Tabernáculos – Succoth (15º dia do mês sétimo): esta festa
se cumprirá no futuro Reino de Deus sobre a Terra, quando haverá alegria
plena e ilimitada e a reunião de todas as nações diante do Rei.
Fala aos filhos de Israel, dizendo: “Desde o dia quinze desse
sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete
dias.” (Levíticos 23: 34).
Então todos os que restarem de todas as nações que vieram contra
Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor
dos exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos.
(Zacarias 14: 16).
E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: “Eis que o
tabernáculo de Deus está com os homens, pois com eles habitará,
e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles.”
(Apocalipse 21: 3).

Essa festa acontecia cinco dias após a festa do Yom Kippur (Dia da
Expiação) e era a última do ciclo de sete festas anuais ordenadas pelo
Senhor. Essa festa acontecia no período de lua cheia.
Primeiramente ela é celebrada como ação de graças pela colheita dos
últimos frutos do outono, antes das grandes chuvas de inverno. É
celebrada como lembrança do livramento de Israel do Egito e da
escravidão sob Faraó e seu povo ter habitado em tendas ou cabanas por
quarenta anos, no deserto. A cada ano cada um deveria, durante sete dias,
habitar em tendas para que as gerações futuras não se esquecessem dos
grandes feitos de Deus no Egito e no deserto.
Finalmente, ela é uma festa de alegria. É a única festa em que o Senhor
ordena expressamente a Seu povo de Israel que se alegre diante Dele. “No
primeiro dia tomareis para vós o fruto de árvores formosas, folhas de
palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e vos
alegrareis perante o Senhor vosso Deus por sete dias.” (Levíticos 23: 40).
Concluímos atestando a importância de observarmos com atenção as
festas que foram entregues ao nosso povo de Israel, pois o Mashiah abriu
esta porta às nações para que retornássemos ao Eterno, fôssemos
enxertados em sua oliveira. As festas têm um significado que vai além do
instrutivo e de ordenanças; trata-se de festas que prefiguram realidades
proféticas desde a morte, a ressurreição, o envio do Espírito Santo, a
convocação dos santos ao encontro do Senhor nos ares, o grande dia de
arrependimento e confissão e o estabelecimento do Reino Eterno.“E o
Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um
será o seu nome” (Zacarias 14: 9).

8. Essa consulta pode ser realizada no site:


<http://www.timeanddate.com/worldclock/astronomy>.
TÍTULO IV

HUMANOS, MAS SOBRENATURAIS

CAPÍTULO 15
NÍVEIS DO SOBRENATURAL: FÉ, UNÇÃO E GLÓRIA

15.1 – Introdução
A partir do título IV e até o final do livro estaremos tratando de assuntos
que foram baseados nas revelações e na experiência do grande servo de
Deus, o irmão Davi Rebollo, líder do Ministério Llamas de Fuego, no
Chile, que treina milhares de pessoas, em todo o mundo, capacitando-as
em diversas áreas, desde finanças até segredos estratégicos sobre a guerra
espiritual. Viveu experiências sobrenaturais na Ibero-América e na
Europa e recebeu revelações que merecem atenção para os exercitados no
profético. Certamente o referido irmão fez parte do nosso processo de
renovação de entendimento.
O presente capítulo irá tratar de um assunto muito importante para
cada um de nós e para a igreja como corpo de Cristo. Precisamos
experimentar mais profundamente a fé, a unção e a glória do Senhor
como dimensões que nos possibilitam a realização plenamente aquilo que
Deus tem reservado para nós. Muitos não têm usufruído destas
dimensões aonde o Eterno quer nos levar. Vidas e igrejas que estão
alheias ao sobrenatural. Andam na religiosidade, na carne, na
superficialidade das suas almas e não no Espírito.
Devemos andar por fé e realizar a obra que o Senhor entregou a cada
um de nós no envio e poder da unção, mas poucos conseguem gerar um
ambiente de glória. Um ambiente onde o Eterno manifeste Seu poder
fazendo-se presente e envolvendo todo o ambiente com a atmosfera do
céu.

Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a


prova das coisas que se não veem. (Hebreus 11: 1).
E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo. (I João 2: 20).
Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e
mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória,
consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles.
(Hebreus 2: 10).
Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com
virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os
oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele. (Atos 10: 38).
Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é
Deus (II Coríntios 1: 21, grifo nosso).
Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus, que vos
chama para o seu reino e glória. (I Tessalonicenses 2: 12).

15.2 – Alcançando o nível da fé

Esse primeiro nível, o da fé, é muito importante, pois sem o qual não
podemos avançar e nos mover nos outros.
A palavra fé vem do latim fides, dando origem à palavra fidelidade; no
grego, πίστη (pisté) fé, fidelidade e lealdade; e, no
hebraico, ‫( אמונה‬emunah). Possui vários significados, como: veracidade,
sinceridade, honradez, retidão, fidelidade, lealdade, seguridade, crédito,
firmeza e verdade. Diante desta profundidade de significados podemos
compreender por que o Senhor nos diz que sem emunah, sem fé, é
impossível agradá-lo. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é
necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que
é galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11: 6).
O primeiro homem nas Escrituras a que se faz referência em relação ao
exercício da fé foi Abel, como registrado na carta aos Hebreus. “Pela fé
Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou
testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e
por ela, depois de morto, ainda fala.” (Hebreus 11: 4).
A maior definição sobre a fé ainda está em Hebreus 11: 1, grifos nossos:
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a convicção
de fatos que se não veem.”
Sobre a primeira parte da definição anterior não há muito a refletirmos.
Tudo o que esperamos tem que ter seu fundamento, sua sustentação na
fé. Mas a segunda parte levanta uma indagação: por que algo que não se
vê está ligado à convicção de fatos, se os fatos são algo experimental,
existente e concreto?
Primeiramente, temos que entender o que realmente é um fato e de
onde ele teve origem. O bom leitor das Escrituras sabe que o Verbo, o
Logos, a Palavra estava no princípio com Deus e sem ele nada do que foi
feito se faria (é o que encontramos em Gênesis, na criação, quando é dito:
“E disse Deus”). “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus (o
Elohim), e o Verbo era Deus [um Elohim]. Ele estava no princípio com
Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez.” (João 1: 1-3).
Algo que não existia se tornou um fato somente pela Palavra, na criação.
Consequentemente, é impossível haver convicção de fatos, de algo que
existe, sem a fé, sem o que não existia. A fé é um ato de submissão
espiritual à Palavra que tudo trouxe à existência; é também uma entrega
irrestrita, em confiança na realidade que nos é apresentada. Fé é
submissão, é confiança, é certeza, é convicção de fatos.
A fé entra em nossos corações pelos ouvidos, e não pelos olhos (a não
ser os surdos, pela linguagem dos sinais). Não é vendo que cremos, e sim
ouvindo. Palavra não se vê, se ouve. Não precisamos ver os fatos para crer
neles, mas apenas tomando conhecimento, sem ver, para então termos fé.
Concluímos, então, que somente a revelação da verdadeira Palavra, do
Logos, quando anunciados, é que gera a fé, a convicção de fatos que se
não veem.

De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.


(Romanos 10: 17).
Pela fé entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram
criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é
aparente. (Hebreus11: 3).
Há três tipos de fé: a fé natural, a fé salvífica e a fé sobrenatural.
A fé natural é o tipo de fé que todas as pessoas possuem e não se dão
conta. É uma fé que se apoia nos cinco sentidos de todo ser humano. Toda
vez que se confia e se põe esperança e certeza em algo que ainda não
aconteceu ou se viu, se está permeando o campo da fé.
A fé salvífica é o tipo de fé que é exercitada quando ouvimos a Palavra
de Salvação pela graça e dom de Deus e passamos a ter certeza de que
somos salvos e filhos de Deus.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós é dom de Deus. (Efésios 2: 8).
O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos
de Deus. (Romanos 8: 16).

A fé sobrenatural é o tipo de fé que nos leva ao sobrenatural de Deus,


para além das realidades naturais. É quando permitimos que o Espírito do
Eterno nos use no mundo espiritual. A fé sobrenatural nos desafia a
sairmos do natural para andarmos no sobrenatural.
Concluímos esta primeira parte afirmando que a nossa salvação
depende da fé em nosso viver em Cristo. É a porta para outros níveis das
realidades espirituais.

Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus. (Efésios 2: 8).
E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus,
porque o justo viverá da fé. (Gálatas 3: 11).

A fé nos possibilita vermos os outros níveis sem que eles tenham


ocorrido. É a chave para entrar em outros aposentos, outros níveis (unção
e glória).

15.3 – Alcançando o nível da unção


Etimologicamente, a palavra unção tem sua origem do latim ungere,
com o significado de untar, passar ou cobrir de óleo; no grego
é χρίσμα, chrisma e, no hebraico, ִָ‫ חַ ישמ‬, mashiah, cujo significado
é ungido.
Dentre as várias formas de aplicação da unção, queremos nos ater à
unção para o serviço espiritual com a delegação de poder.
Nas Escrituras a unção natural era resultado da composição do óleo da
unção feito por um artista, um perfumista, e a unção espiritual era feita
pelo Espírito Santo, através dos seus enviados. Esta obra de perfumista
era considerada uma obra sagrada e especial. Portanto, as pessoas que
andavam na unção andavam na obra-prima, no precioso de Deus.
Toda unção era produto da oliva que era espremida, pressionada até
escorrer o seu óleo precioso. Hoje as pessoas querem unção, mas sem a
identificação com a oliva, sem pagar um preço de renúncia, de entrega e
abnegação. Não se deixam escorrer, como o óleo precioso.
Segundo as Escrituras, a unção tem um propósito.

O Espírito de Adonai Elohim está sobre mim; porque Adonai me


ungiu, para anunciar boas novas aos mansos; enviou-me
para curar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos
cativos, para dar luz aos presosnas trevas; para proclamar o ano
do favor de Adonai e o dia da vingança do nosso Deus;
para consolar todos os pranteadores e o dia da vingança do nosso
Deus; para confortar todos os que choram, sim para servir aos
pranteadores de Tziyon, dando-lhes grinaldas no lugar de cinzas,
óleo de alegria no lugar de pranto, um manto de louvor no lugar
de um espírito pesado, para que sejam chamados carvalho de
retidão, plantados por Adonai, dos quais se orgulhará. (Isaías 61:1-
3, grifos nossos).

Como é sabido, o texto anterior refere-se ao Mashiah.

E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro,


achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre
mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a
curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos,
e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos,
a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e
tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na
sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: “Hoje se
cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos.” (Lucas 4:17-21).
Podemos afirmar que a mesma profecia se refere aos que são enviados
pelo Mashiah. Ele declarou que da mesma forma que o Pai o havia
enviado, ele estaria enviando seus discípulos. Todo enviado só pode ser
enviado debaixo de uma unção. “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: ‘Paz
seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.’”
(João 20: 21).
A pergunta é: qual o propósito de buscar o segundo nível do
sobrenatural, a unção?
O texto de Isaías é muito claro. O ungido pelo Senhor está capacitado
para anunciar o reino; curar os contritos; anunciar libertação; trazer
luz, entendimento aos que estão no engano; consolar; confortar e trazer
ânimo e alegria aos que choram e possuem espírito pesado, atribulado.
Este serviço é para que todos sejam chamados carvalhos de retidão
plantados para orgulhar a Deus.
Para andar na unção, eu preciso entender os princípios da unção:
a) o primeiro princípio é o sacerdotal. Este princípio é
a santificação das pessoas que desejam ser separadas, consagradas para o
serviço do Senhor: “E vestirás a Arão as vestes santas, e o ungirás, e o
santificarás, para que me administre o sacerdócio.” (Êxodo 40: 13).
b) o segundo princípio é o profético. É levar a unção de profeta às
pessoas que serão usadas pelo Senhor: “Também a Jeú, filho de Ninsi,
ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá,
ungirás profeta em teu lugar.” (I Reis 19: 16).
c) o terceiro princípio é o real. É a unção do Rei. Pessoas que precisam
de autoridade para reinar e estabelecer um reino, um domínio. É cumprir
legitimamente o “ide” de Yeshua, é anunciar a boa notícia de um reino, de
um domínio. “Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio
de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do Senhor se
apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá.” (I
Samuel 16: 13).
15.4 – Alcançando o nível de glória

O nível de glória é o nível dos experimentados, dos aprovados . A glória


de Deus é a revelação de seu próprio ser, dentro dos limites da criação, de
sua natureza e da sua presença para a humanidade, algumas vezes
acompanhada de fenômenos físicos nos elementos da natureza, como
relâmpagos e trovões e, no homem, enchendo-o de Sua Luz
transformadora, restauradora, libertadora e curadora.
Neste nível, as manifestações não são frutos da unção que está sobre o
ungido. Estas manifestações são resultado de uma vida de adoração, de
entrega, de santidade, que preparam não somente um recipiente, mas
ambientes para tal manifestação. Nós deveríamos ser estes elementos que
conectam a manifestação do Criador, de sua Glória, no mundo existente.
Para que essa glória se manifeste é preciso um ambiente onde exista
uma adoração em espírito e em verdade e haja a revelação do Eterno. O
Eterno se manifesta somente onde Ele é revelado. Onde há revelação do
Yhvh (‫ )הוהי‬que cura, haverá cura; onde há revelação do Yhvh (‫ )הוהי‬que
salva, haverá salvação; do Yhvh (‫ )הוהי‬da shalom, haverá genuína paz; do
Yhvh (‫ )הוהי‬da provisão, haverá verdadeira prosperidade.
Da Antiga Aliança, podemos citar dois episódios muito conhecidos que
mostram a manifestação dessa glória.
O primeiro episódio foi de Moisés pedindo ao Senhor que a mostrasse,
apesar de já conhecê-Lo e o seu poder. Moisés já havia contemplado o agir
sobrenatural de Deus na sua vida, por meio das dez pragas que recaíram
sobre o Egito e na jornada no deserto, testificando o poder do Senhor
revelando o seu cuidado com Israel. “Moisés disse ainda: ‘Rogo-te que me
mostres a tua glória’” (Êxodo 33: 18).
Deus então lhe responde: “Farei passar toda a minha bondade diante de
ti, e te proclamarei o nome do Senhor; terei misericórdia de quem eu tiver
misericórdia e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êxodo 33:
19).
O segundo episódio que podemos destacar foi do profeta Isaías, que
contemplou a glória, a presença do Senhor no templo de Jerusalém.

No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre


um alto e sublime trono, e as orlas do seu manto enchiam o
templo. Então disse eu: “Ai de mim! Pois estou perdido; porque
sou homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de
impuros lábios; e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos
Exércitos”! (Isaías 6: 1, 5).

Na Nova Aliança, Jesus ativa a realidade do Reino de Deus entre os


homens e suas manifestações. O tempo chegou onde se faz necessário
anunciar que o tempo do fim teve início, o machado foi posto na raiz; um
reino chegou e é aguardado seu estabelecimento até que todos os
dispersos sejam recolhidos e estabelecido um só Cabeça sobre eles.

Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas


maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos
dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez
também o mundo. (Hebreus 1: 1, 2, grifo nosso).
E também agora está posto o machado à raiz das árvores; toda a
árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no
fogo. (Mateus 3: 10).
Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar,
que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar
onde se lhes dizia: “Vós não sois meu povo”, se lhes dirá: “Vós sois
filhos do Deus vivo”. E os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos
se congregarão, e constituirão sobre si uma só cabeça, e subirão da
terra; porque grande será o dia de Jizreel. (Oseias 1: 10-11).
Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não
presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte
sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim
todo o Israel será salvo, como está escrito: “De Sião virá o
Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E esta será a minha
aliança com eles, Quando eu tirar os seus pecados”. (Romanos
11: 25-27).

Para que isso ocorra o Eterno enviará pescadores e caçadores (Jeremias


16: 15-16; Marcos 1: 17). Vivemos em um tempo de luta não contra carne
ou sangue, mas contra principados e potestades (Efésios 6: 11-13). A razão
é a existência de outros domínios que jazem no maligno. Domínios que
são controlados pela opressão, escravidão, enfermidades, prisões
espirituais, possessões... Por esta razão, com vidas retificadas e
santificadas, temos que manifestar a glória do Eterno entre os homens.
Sem santificação ninguém verá o Senhor e o seu Filho somente se
manifestará àqueles que guardam os seus mandamentos.

Mas: Vive o Senhor, que fez subir os filhos de Israel da terra do


norte, e de todas as terras para onde os tinha lançado; porque eu
os farei voltar à sua terra, a qual dei a seus pais. Eis que mandarei
muitos pescadores, diz o Senhor, os quais os pescarão; e depois
enviarei muitos caçadores, os quais os caçarão de sobre todo o
monte, e de sobre todo o outeiro, e até das fendas das rochas.
(Jeremias 16: 15-16).
E Jesus lhes disse: “Vinde após mim, e eu farei que sejais
pescadores de homens”. (Marcos 1: 17).
Dirigindo-vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está
próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os
leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai.
(Mateus 10: 7-8).
Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demônios, então
o Reino de Deus já chegou a vós. (Mateus 12: 28).
Nós sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro está sob o
poder do Maligno. (I João 5: 19).

Faz parte dessa ativação estabelecer a vontade de Deus aqui na Terra,


como é feita no céu. O Seu desejo é que sua Luz, Sua Glória, se manifeste e
seja conhecida em toda a Terra.

[...] venha o teu Reino, seja feita a tua Vontade na terra, como no
céu. (Mateus 6: 10).
Ninguém fará o mal nem destruição nenhuma em todo o meu
santo monte, porque a terra ficará cheia do conhecimento de
Iahweh, como as águas enchem o mar. (Isaías 11: 9).
E clamavam uns para os outros, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o
Senhor dos Exércitos; a terra está cheia da sua glória”. (Isaías 6:
3).
Porque a terra será repleta do conhecimento da glória de Iahweh,
como as águas cobrem o fundo do mar! (Habacuque 2: 14).
Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor. (Hebreus 12: 14).
Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama; e
quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e me
manifestarei a ele. (João 14: 21).

Vivemos em um mundo preenchido pela glória do Eterno (Isaías 6: 3),


mas que em razão dos atos dos homens contrários à santidade esta glória
está oculta. Verdades ocultas que agora nos últimos tempos estão sendo
reveladas. Toda a criação geme e clama pela manifestação dos verdadeiros
filhos da glória.

E clamavam uns aos outros, dizendo: “Santo, Santo, Santo é o


Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. (Isaías
6: 3).
De fato, a criação foi submetida à vaidade – não por seu querer,
mas por vontade daquele que a submeteu – na esperança de ela
também ser libertada da escravidão da corrupção para entrar na
liberdade da glória dos filhos de Deus. Pois sabemos que a criação
inteira geme e sofre as dores de parto até o presente. E não
somente ela. Mas também nós, que temos as primícias do Espírito,
gememos interiormente, suspirando pela redenção do nosso
corpo. (Romanos 8: 20-23).

Que possamos como igreja, transitar livremente nas três realidades do


sobrenatural.
CAPÍTULO 16
O MINISTÉRIO PROFÉTICO DOS ÚLTIMOS DIAS: O VINHO
NOVO

16.1 – Introdução
Temos que entender que o nosso Deus é um Deus geracional, ele
cumpre seus propósitos de geração em geração. “Uma semente o servirá;
será declarada ao Senhor a cada geração.” (Salmos 22: 30). Para tanto o
Eterno trabalha com cada geração de modo peculiar.
As gerações experimentaram, no tempo determinado por Ele mesmo, as
estações e renovos proféticos. “E ele muda os tempos e as estações; ele
remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e
conhecimento aos entendidos” (Daniel 2: 21).
É preciso despertar e orientar o povo de Deus para as estações em que o
Senhor tem levado sua igreja a ativar os dons proféticos para realizar os
Seus propósitos. Uma geração que recebe o que foi entregue pelas
gerações precedentes, mas prossegue para uma nova liberação de poder.
Temos que ser libertos dos rudimentos da fé, da maneira de pensar que
nos tem limitado e renovar o entendimento. É preciso avançar na
identidade, no espírito profético do testemunho de Yeshua. “E eu lancei-
me a seus pés para o adorar; mas ele disse-me: ‘Olha, não faças tal; sou
teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a
Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia’”
(Apocalipse 19: 10).
Para entendermos um pouco sobre essas estações que a igreja viveu,
vive e viverá, temos que partir do momento em que o Filho é enviado, da
parte do Pai, para trazer um novo testemunho, que é a continuidade de
todos os testemunhos dos profetas enviados pelo Eterno. Este momento
marcou o início do tempo do fim, ou seja, do fim dos dias, do
hebraico ‫( אַ חֲרית הַ יָמים‬acharit-hayamim).

Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais


pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos [acharit-
hayamim], falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu
herdeiro de todas as coisas, e pelo qual fez os séculos. (Hebreus 1:
1, 2).
O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da
fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos
[acharit-hayamim] por amor de vós (I Pedro 1: 20).

Deste ponto vamos citar alguns importantes acontecimentos, mesmo


porque muitos ocorreram no anonimato e não serão listados”, que
marcaram o mover de Deus nas gerações que nos precederam até
chegarmos a esse momento que vivemos e que outras gerações viverão,
preparando a vinda do único e verdadeiro Mashiah.
Com a queda de Jerusalém no ano 70 de nossa era, a comunidade lá
reunida perde seu referencial para as demais comunidades dos salvos.
Temos um início em que a igreja começa a se distanciar de suas origens
judaicas e assimilar os costumes culturais e cultuais pagãos de Roma,
onde mais tarde seria reconhecida como a igreja imperial oficial.
Surgem os chamados pais da igreja, os apologistas, líderes que estariam
envolvidos em grandes polêmicas, em defesa da fé cristã (polemistas).
Esta defesa acarretou a assimilação de sofismas e filosofias greco-
romanas e pagãs, afastando a igreja de Israel e suas festas e incorporando
festas pagãs, sobretudo a celebração Mitraícas, religião de mistérios
nascida na época helenística (provavelmente no século II a.C.) no
Mediterrâneo Oriental, tendo se difundido nos séculos seguintes pelo
Império Romano, cuja figura central foi Mitra – divindade indo-iraniana
cuja referência mais antiga remonta ao segundo milénio a.C.; e o culto ao
sol Natalis Invicti Solis (título religioso que foi aplicado a três divindades
distintas durante o Império Romano).
Paralelo a tudo isso, segue um povo longe de sua terra, espalhado pelo
mundo, andarilho, procurando manter sua identidade (os judeus na
diáspora). Em todos os séculos estava presente um remanescente não só
do povo de Israel, mas das nações que, com coração sincero, buscavam o
Eterno através do testemunho de Jesus. Tem início o chamado “período
de trevas”, a Idade Média.

16.2 – Os moveres de Deus


Após a Reforma Protestante (movimento reformista cristão culminado
no início do século XVI por Martinho Lutero, quando, através da
publicação de suas 95 teses, em 31 de outubro de 1517, na porta da Igreja
do Castelo de Wittenberg, protestou contra alguns pontos da doutrina da
Igreja Católica Romana, propondo uma reforma no catolicismo romano,
ainda que pontual e circunstancial para sua época ), o Eterno começa a
trazer um renovo, um vinho novo, um refrigério, com novas revelações e
um anseio por mais de Deus.
Em alguns segmentos surgiram os primeiros avivalistas, entre outros,
como Jonathan Edwards (1703-1758), como missionário entre os índios;
John Wesley (1703-1791), grande proclamador até seus 86 anos, quando
pregava na Irlanda seis vezes ao dia; Charles G. Finney (1792-1875),
grande avivalista, realizou grandes milagres; Charles H. Spurgeon (1834-
1892), considerado o “Príncipe dos Pregadores”; Dwight L. Moody (1837-
1899), grande avivalista na Inglaterra e na Escócia; Willian J. Seymour
(1870-1922), caolho, analfabeto e negro, deu início ao grande avivamento
da Rua Azusa, nos EUA, que se espalhou pelo mundo, dando início ao
movimento pentecostal e chegando até mesmo aos arraiais da Igreja
Católica com os chamados “católicos carismáticos”. Sua igreja enviou
missionários para 25 países.
Temos que entender que todos os moveres foram acompanhados por
sinais significativos nos povos e na nação de Israel, concomitantemente,
em alguns casos. Vejamos:
Em 1897 ocorreu o primeiro Congresso Sionista. Nesta ocasião, houve
uma grande fome de Deus e santificação. Em 1917 acontece a famosa
Declaração Balfour e ocorre o primeiro Congresso Pentecostal. Em 1948
foi fundado o Estado de Israel e, paralelo a este fato, há a chamada
“Chuva Serôdia”, que teve início no Canadá, em 1948, com os pastores
George Hawtin, Ern Hawtin, P. G. Hunt, Herrick Holt e Milford
Kirkpatrick e logo se espalhou pelos EUA, e que pregava, entre muitas
coisas, a restauração dos ministérios de apóstolo e profeta. Nos anos
1960, um acontecimento histórico ocorre em Israel: a tomada de
Jerusalém como capital indivisível de Israel. Paralelamente, na Igreja,
surge o Movimento Carismático. O Movimento Carismático, no entanto,
exprime a chegada dos dons espirituais às principais denominações
históricas. Os cristãos carismáticos estão em quase todas as
denominações eclesiásticas, ainda que alguns tenham formado as suas
próprias denominações. Eles são conhecidos como cristãos de fogo, por
causa de seu principal aspecto de vida. Este movimento influenciou as
mais antigas denominações tradicionais e depois, de modo espetacular, a
própria Igreja Católica, em 1967, com os católicos carismáticos.
Poderíamos citar muitos outros, além dos anônimos que Deus usou e
usa para estabelecer seus tempos e estações. É preciso saber discernir os
tempos e estações e não incorrer no mesmo erro dos doutores da lei, no
tempo de Jesus. “E, pela manhã: Hoje haverá tempestade, porque o céu
está de um vermelho sombrio. Hipócritas, sabeis discernir a face do céu, e
não conheceis os sinais dos tempos?” (Mateus 16: 3).

16.3 – A restauração do dom de profecia


Não podemos falar do mover profético sem falar no dom de profecia. É
preciso fazer distinção entre o dom de profecia, o ministério profético e o
ofício de profeta. O dom de profecia é um dom para todos se moverem.
São experiências que podem envolver a palavra de Deus e nossos
pensamentos e mente, uma das expressões e vestimenta da alma. O dom
de profecia fala de edificação, exortação e consolação. Já o ministério
profético é o reconhecimento que a pessoa teve da igreja que se move no
dom de profecia. Nesta fase a palavra de Deus tem consistência e foi
julgada. A pessoa com tal ministério liberará os dons de outras, se moverá
com intensidade na esfera da predição e terá o entendimento aumentado
acerca dos tempos. E o ofício de profeta é dado aos experientes e maduros
no ministério profético. Eles terão um nível maior de fundação e
fundamentos para liberar direções para igrejas, comunidades e até
nações. Terão grande entendimento de tempos e estações proféticas.
Existem também as ferramentas proféticas. Vejamos:
a) Palavras de conhecimento. Trata-se de fragmentos do conhecimento
de Deus. Uma revelação de fatos que não poderiam ser conhecidos sem
revelação. São assuntos futuros que não podem ser confirmados
imediatamente.
b) Palavras de sabedoria. São fragmentos da sabedoria infinita de
Deus. São conselhos que envolvem uma situação ou gera efeitos
transformadores de vida. É uma habilidade para ver e entender a verdade
sobre pessoas e situações, um insight.
c) Discernimento de espíritos. São habilidades para discernir qual
espírito está motivando palavras ou comportamento. A fonte que pode
alimentar palavras e situações pode ser de origem humana, de espíritos
demoníacos ou de fontedivina.
É preciso entender que os dons são manifestações, ferramentas que o
Espírito Santo utiliza para alcançar um propósito. Eles não são estáticos,
mas móveis. A qualquer momento podem se manifestar para o que for
necessário. O que é preciso são fé e dependência do Espírito para que ele
nos use a qualquer momento e circunstância.
A pergunta que faríamos é como podemos trazer a palavra profética da
esfera celestial para a terra. Existem três componentes para que isso
ocorra. A revelação, a interpretação e a aplicação. Isso porque é possível
ter uma revelação, mas se for interpretada erradamente será mal aplicada.
Devemos amadurecer para recebermos uma palavra de profecia,
interpretá-la bem e aplicá-la da mesma forma, pois pessoas estão
envolvidas.
O apóstolo Paulo deu orientações importantes à igreja de Corinto, que
nos ajudam a entender o dom de profecia. Dois aspectos podemos
destacar:

a) O apóstolo não quer que sejamos ignorantes acerca dos dons


espirituais: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais
ignorantes.” (I Coríntios 12: 1). Paulo estava tentando tirar o mistério
acerca dos dons a fim de ser acessível a toda a igreja. Trata-se de uma
manifestação sobrenatural do Espírito, porém não é para ser um mistério
acima de nossa experiência.
b) O apóstolo provocou o desejo de profetizar: “Segui o amor, e
procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de
profetizar.” (I Coríntios 14: 1). Trata-se de um desejo santo procurar
mover-se no dom de profecia. Apesar de ser sobrenatural, não é para ser
um mistério, algo inacessível.
Apenas a título de ampliarmos o entendimento, vamos considerar o
termo profetizar no original hebraico e grego. O termo hebraico
é ‫( נָבָ א‬nava’ – proclamar sob a influência do Espírito divino); no grego
é προφητεύω (profeteúo – proclamar por inspiração divina, predizer algo
que só pode ser conhecido por revelação divina).
Fica claro que o termo pode significar uma mera proclamação, como
alguns atestam, mas é com certeza uma proclamação sob influência de
revelação divina, uma predição, algo de maneira antecipada que servirá
para convencer os infiéis, revelando os segredos dos corações, levando-os
a adorar a Deus.

Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de


todos é convencido, de todos é julgado. Portanto, os segredos do
seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu
rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente
entre vós. (I Coríntios 14: 24-25).
Em contrapartida, o dom profético pode ser mal usado e causar
confusão. Isso ocorre quando:
a) Uma palavra dada é falsa, inexata. Temos que entender que uma
palavra falsa não é o mesmo que ser um falso profeta. Toda profecia
precisa ser julgada – “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.”
(I Coríntios 14: 29). Portanto, é vital aprendermos a discernir o que
recebemos e, quando profetizarmos, devemos aprender a ouvir com
exatidão o que o Espírito diz à igreja que somos nós.
b) As palavras dadas são “fracas”. As palavras proféticas contêm uma
mistura do humano e do divino. Tais palavras ou comunicações
encontrarão uma ponte humana. São pensamentos divinos vestidos em
palavras humanas. Quando há uma intensidade de interpretação humana
no que o Senhor está dizendo, a comunicação ou a palavra profética pode
ser fraca. Devemos ser apenas interlocutores das mensagens espirituais.
c) A Palavra recebe uma falsa interpretação. Quando recebemos uma
Palavra podemos nos precipitar na interpretação. Essa atitude pode
causar confusão. Temos que evitar forçar uma interpretação. É vital
permitir que o Senhor renove nossa mente para que ela possa estar apta e
sensível ao Espírito.
d) A Palavra é envolvida por práticas manipuladoras e
perigosas. Estão envolvidas neste caso motivações erradas, transferências
de emoções de quem possui a Palavra ou relacionamentos dependentes
entre as pessoas envolvidas na Palavra Profética.
As advertências anteriores são para termos cautela. A prática do
profético está intimamente ligada com a intimidade com o Eterno e com
discernir a Sua voz provando-a e interpretando-a corretamente.

O profético nas Escrituras


Vamos observar alguns casos de dom profético nas Escrituras, apesar de
não esgotarmos tudo o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto. O
propósito é trazer luz e entendimento sobre o desejo, já presente na
Antiga Aliança, pela distribuição abrangente do dom profético, o que foi
cumprido a partir do que já mencionamos como os “últimos dias”
(acharit-hayamim), na primeira vinda do Mashiah, mas precisamente no
Pentecostes. O apóstolo Pedro declarou o cumprimento dessa profecia
(Atos 2: 16-18).
O primeiro caso registrado de profeta foi Abel, conforme as palavras do
próprio Jesus.

Eis por que a Sabedoria de Deus disse: “Eu lhes enviarei profetas e
apóstolos; eles matarão e perseguirão a alguns deles, a fim de que
se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas que
foi derramado desde a criação do mundo, do sangue de Abel até o
sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o Santuário. Sim,
digo-vos, serão pedidas contas a esta geração!” (Lucas 11: 49-51).

O segundo caso que podemos destacar foi o de Moisés e os setenta


anciãos. Moisés tinha uma íntima comunhão com Deus.

Disse Iahweh: “Ouvi, pois, as minhas palavras: Se há entre vós um


profeta, é em visão que me revelo a ele, é em sonho que lhe falo.
Assim não se dá com o meu servo Moisés, a quem toda a minha
casa está confiada. Falo-lhe face a face, claramente e não em
enigmas, e ele vê a forma de Iahweh. Por que ousastes falar contra
meu servo Moisés?”. (Números 12: 6-8).

Porém, o Senhor tomou do Espírito que estava sobre ele e colocou nos
setenta anciãos.
Iahweh disse a Moisés: “Reúne setenta anciãos de Israel, que tu sabes
serem anciãos e escribas do povo. Tu os levarás à Tenda da Reunião, onde
permanecerão contigo. Eu descerei para falar contigo; tomarei do Espírito
que está em ti e o porei neles. Assim levarão contigo a carga deste povo e
tu não a levarás mais sozinho”. (Números 11: 16-18).
O desejo do Senhor é que todos sejam profetas. Moisés declara esta
verdade:“Respondeu-lhe Moisés: ‘Estás ciumento por minha causa? Oxalá
todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!’”
(Números 11: 29).
O terceiro caso são os testemunhos dos profetas, mas vamos destacar a
profecia do profeta Joel, que teve seu cumprimento em Pentecostes. O
Espírito é derramado e o povo de Deus passa a ser testemunha e a
essência do caráter de Deus é incorporada à comunidade, que passa a
declarar o que está no coração do Senhor, e se tornará a comunidade
profética.

E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a


carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos
terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os
servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.
(Joel 2: 28-29).

Na Nova Aliança não cabe falarmos apenas do sacerdócio de todos os


santos, mas do profético para todos os santos. Na Nova Aliança existem
profetas, mas a profecia não está limitada ao profeta. Todos podem
profetizar. Profecia é uma manifestação para todos; no entanto, o ofício
de profeta é um chamado que não está ao alcance de todos.

Considerações importantes
Quando o assunto é dons do Espírito, enfrentamos fortalezas que estão
dentro de nossas mentes e temos que confrontá-las. Se quisermos ver
frutos desenvolvendo-se em nossas vidas, teremos que desejar
ardentemente os dons espirituais.
Temos que entender que os dons do Espírito manifestam a Presença do
Doador da vida. Se desejamos que as pessoas descubram o Doador de
suas vidas, precisamos também manifestar o Doador por meio dos dons.
Uma das maneiras da sua presença vir é quando os dons são manifestos.
Pensamos que profecia é para poucos. É verdade que nem todos são
profetas, nem todos profetizarão no mesmo nível, mas todos podem
profetizar. Todos podem dar a oportunidade às pessoas de
experimentarem o coração do Pai, por meio de nós.
Uma das primeiras revelações de Deus é que ele fala. A questão é
desenvolver ouvidos que se tornem ajustados à voz de Deus. Temos que
aprender a ouvi-lo, ou perceber que nós o ouvimos, mas não nos
conectamos com a realidade de que o temos ouvido. Precisamos nos
sintonizar com a frequência do céu, do Senhor.
A maneira de pensar muito analítica retardará o fluir do Espírito.
Profetizar não é ilógico, mas não pode ser julgado pelo intelecto apenas.
Não devemos submeter a Palavra profética ao nosso intelecto, mas
submeter nosso intelecto à Palavra doSenhor.
Jesus falou das tradições religiosas que anulam a Palavra de Deus e o
poder de Deus. Precisamos viver com uma abertura às coisas novas,
sempre nos aproximando de algo novo com humildade, percebendo que
nosso conhecimento e experiência atuais são limitados.

[...] E assim invalidastes a Palavra de Deus por causa da vossa


tradição. (Mateus 15: 6).
Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: “Errais, não conhecendo
as Escrituras, nem o poder de Deus”. (Mateus 22: 29).
Então lhes disse: “Por isso, todo escriba que se tornou discípulo do
Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que do seu
tesouro tira coisas, novas e velhas”. (Mateus 13: 52).

Devemos ter cuidado com os ambientes que construímos. A disciplina


de gerarmos atmosferas espirituais com nossas atitudes e falas atrai o
mover de Deus àquele lugar e o céu se aproxima de nós, criando um
ambiente onde fica muito mais fácil ouvir a voz do Senhor.
De tudo que foi falado, podemos começar a olhar de forma prática como
iniciar no profético, isso porque o profético não é para ser teórico, mas
uma realidade viva na qual nos movemos.

16.4 – A iniciação do profético


Inicialmente temos que entender que o desenvolvimento do profético se
dará somente na prática, ao discernirmos a voz de Deus. É uma
exploração contínua. É preciso exercitá-lo para que haja amadurecimento
e alcancemos novos níveis de discernimento. É preciso estar junto com
pessoas que profetizam, “ferro afiando ferro”. É o que denominamos
“Escola de Profetas”. Podemos destacar alguns passos que nos darão
direção para o mover profético:
a) Deseje profetizar. Temos que entender que se trata de um
mandamento (I Coríntios 14: 1). Devemos nos dedicar a servir as pessoas,
e profetizar é uma maneira-chave pela qual podemos servi-las.
b) Espere o Senhor falar. Ele fala continuamente (Hebreus 1: 1). As suas
ovelhas ouvem a sua voz (João 10: 4). Ouvi-lo quer dizer que haverá um
sentimento, um insight (habilidade para ver e entender a verdade sobre
pessoas ou situações), uma sensação que virá a nós.
c) Toque as pessoas. É importante impor as mãos sobre as pessoas.
Quando nos identificarmos com as pessoas, iremos tocá-las em algum
nível de sua identidade no Senhor. É canalizar nosso espírito com o
Espírito do Senhor e com o espírito das pessoas. É a conexão inicial para
que a Palavra do Senhor seja liberada.
d) Aprenda a orar profeticamente. Trata-se de uma prática em que
estaremos como espectadores do fluir do Espírito sobre pessoas ou
situações. Começaremos com o que sabemos sobre os fatos, mas em breve
estaremos orando por aspectos que não conhecemos. Ouviremos a batida
do coração de Deus e descobriremos o que é fluir no Espírito sendo
movidos por dentro (II Pedro 1: 20-21).
e) Se você fala em línguas use esse dom. A Palavra diz que quem fala em
línguas edifica-se a si mesmo (I Coríntios 14: 4). Por este princípio os que
falam em línguas estarão construindo um reservatório a partir do qual
serão capazes de ministrar. A pessoa estará mais forte quando for
ministrar em outras pessoas. Trata-se de um instrumento que nos
conectará de forma eficaz com o Senhor e com a pessoa que receberá
a Palavra.

Como Deus fala (aprendendo a ouvi-lo)


As Escrituras afirmam que o Pastor falaria e suas ovelhas ouviriam sua
voz. A nossa tarefa é crescer a ponto de discernir a sua voz e ouvi-lo
constantemente.“Mas o que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este
o porteiro abre: as ovelhas ouvem a sua voz e ele chama as suas ovelhas
uma por uma e as conduz para fora.” (João 10: 2-3).
Nossos ouvidos estão sintonizados em tantos sons que é preciso
discipliná-los. Os sons são do nosso interior, da família e da sociedade.
Estamos em tempos de revelação. Aqueles que são mais maduros ouvirão
mais. O Senhor está falando muito mais do que ouvimos.
O fundamental para saber como Deus fala é entender que Ele fala de
maneira muito pessoal e particular a cada um. Existe uma diversidade de
maneiras pelas quais Deus se comunica. Decerto o Senhor usará nossa
personalidade.
Um dos desafios é saber quando a impressão que tivemos é de Deus e
não apenas um pensamento aleatório ou imaginação. Não há uma
definição para esta avalição, mas existe um princípio muito eficaz: se não
houve nenhuma razão natural e nada vindo do contexto imediato que
teria provocado tal pensamento, então, eu percebo que não é algo
premeditado. Se não houve razão imediata para ter visto algo (ouvido
ou sentido) é quase certo que é de Deus. No entanto, aquilo que foi
premeditado poderia também ter sido de Deus. Normalmente carregará
um peso de convicção nele.
A orientação é nos dedicarmos profundamente a crer que o que temos
recebido é do Senhor. Devemos duvidar de nossas dúvidas ao invés de nos
submetermos a elas. Quando colocamos isto em prática, o Senhor pode
nos corrigir e aperfeiçoar. Ao permanecermos calados e passivos, não
haverá crescimento. Afinal, somos discípulos, aqueles que aprendemos.
Podemos destacar três maneiras básicas pelas quais as pessoas ouvirão
a Deus: visual, auditiva e sinestésica (sensorial, pessoas que sentem e
têm impressões de algo).
Os exemplos podem ser pessoas que dizem ter visto algo acontecer;
pessoas a quem algo soa bem ou mal para elas ou pessoas que têm alguma
sensação acerca de algo. Vejamos algumas formas básicas com que as
pessoas podem receber uma Palavra do Senhor:
a) Vendo. Uma visão pode ser algo real, mas pode ser algo que é visto na
própria mente da pessoa. As manifestações podem ser desde uma imagem
interior, uma visão aberta ou, em casos incomuns, como um êxtase. Um
exercício prático seria alguém fixar seus olhos em algum objeto e depois,
ao fechar os olhos, veria a mesma imagem, agora na sua mente. A
diferença é que a visão dada por Deus é estimulada por Ele.
Os sonhos podem ser considerados na categoria de visões. Eles tendem
a ser um pouco diferentes das visões por serem simbólicos e, portanto,
precisam de um nível maior de interpretação. Existem sonhos inspirados
pelo Espírito; sonhos da alma; e sonhos inspirados por demônios.
Um sonho de Deus normalmente é acompanhado com uma sensação de
sua presença e pode haver uma medida de interpretação ou entendimento
do que está ocorrendo dentro do sonho.
b) Ouvindo. O ouvir pode variar de um pensamento a uma voz externa
audível. Ambos podem ser a voz do Senhor dirigida a nós. A nossa jornada
exploratória será descobrir o que é um pensamento meu e o que vem
do Senhor.
c) Sentindo, percebendo ou tendo uma impressão. Sentir pode variar de
uma sensação passageira, num momento, a um pequeno impulso ou a
uma sensação forte e muito presente do Senhor, que tenha se
desenvolvido por meses. É preciso descobrir como ouvimos o Senhor e
depois, também, como discernimos a sua voz.
d) Através de eventos naturais. O Senhor pode falar a todos nós através
da criação, da natureza, de eventos incomuns. É o que chamamos
de sinais. Podem ser até mesmo eventos naturais que tenham acontecido
inúmeras vezes antes, mas quando os observarmos o Senhor estará
falando. Um exemplo claro registrado nas Escrituras foi de Samuel e de
Saul em I Samuel 15: 26-29. Depois que Samuel adverte Saul, ele retira-
se. Ao se retirar, Saul agarra suas vestes e estas se rasgam. Samuel,
debaixo da inspiração do Espírito, sabia que era um sinal de que o reino
estava sendo rasgado de Saul naquele dia. É importante nos tornarmos
sensíveis ao que está ao redor de nós porque o Senhor, muitas vezes,
falará através de eventos naturais.
e) Através dos recursos das Escrituras. Esses recursos certamente são
oriundos do conhecimento que temos da Palavra e das verdades reveladas
a nós. O Senhor pode levar à memoria muitas verdades que se tornam,
naquele momento, a viva, relevante e profética Palavra de Deus. Não
podemos julgar cada profecia encontrando um verso bíblico para ela,
entretanto todas as declarações proféticas devem alinhar-se com a
autoridade das Escrituras.

16.5 – A ministração
Sabemos que a revelação vem do coração de Deus e que nós somos os
veículos através dos quais a profecia será entregue. Não podemos
simplesmente dar a palavra sem pensar como ela será entregue. A entrega
e o recebimento da Palavra determinarão o grau de luz recebida. Trata-se
de uma grande responsabilidade quando damos uma Palavra profética. “A
descoberta das tuas palavras ilumina, e traz discernimento aos simples”
(Salmos 119: 130).
Vamos procurar entender como estabelecer uma estrutura apropriada
para a liberação do profético.
Primeiramente, sejamos responsáveis pela Palavra que será dada.
Sabemos que quanto maior o nível de dom, maior será a
responsabilidade. Partindo dessa premissa, quanto mais significativa é a
Palavra dada, maior o nível de responsabilidade requerido de nós por
aquela Palavra.
No ministério profético observamos algumas orientações importantes:
a) Registre o que é dito. A pessoa que recebe uma Palavra deveria
escrever ou gravar tal Palavra, isso porque muitas vezes algumas Palavras
não serão aplicadas imediatamente, mas em datas posteriores;
2b) Dê Palavras pessoais e evite as particulares, ou seja, devemos ser
cautelosos com aqueles que nos procuram desejando uma Palavra
particular. Devemos dar Palavras pessoais em lugares onde existam
pessoas a fim das Palavras serem ouvidas e julgadas;
c) Se uma profecia for dada em moldes manipuladores resultará em
espírito de feitiçaria nos relacionamentos, o que normalmente se
desdobrará no surgimento de problemas sexuais;
d) Precisamos profetizar dentro da medida de nossa fé. Somos limitados
àquela medida que recebemos. Isso pode levar-nos a desconfortos;
e) Não devemos acrescentar e nem diminuir nada da Palavra. Muitas
vezes, também, não poderemos dizer tudo que foi revelado. Parte da
Palavra será para nos levar à intercessão;
f) Não é nossa função ou ministério o que nos confirma no profético e
sim nosso relacionamento com o Pai. Quando a identidade é ganhada a
partir da função ou ministério, revela que tal profeta está inseguro sobre
sua identidade;
g) Quando uma Palavra é dada a um não crente, devemos sempre lhe
dar a opção de receber ou não a Palavra. O nosso desejo é que eles não se
fechem por motivo da exposição, pois uma correta Palavra falada que não
é recebida não será efetiva.

16.6 – Recebendo e respondendo à profecia


Recebendo a profecia
Aquele que entrega uma palavra de profecia tem grande
responsabilidade. Mas aquele que recebe é que determinará a realização e
os frutos dela. A maioria das Palavras pessoais é condicional. Elas não
acontecerão automaticamente, mas precisarão ser cultivadas e
respondidas com fé, para se cumprirem.
O povo de Israel é um exemplo de quem ouviu a Palavra de posse e
conquista da parte do Eterno, mas não a combinou com a fé, tornando-a
infrutífera. Uma geração inteira morreu no deserto e não entrou na
promessa da Palavra. “Pois as boas novas foram pregadas também a nós,
tanto quanto a eles; entretanto, a mensagem que eles ouviram de nada
lhes valeu, pois nã foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram”
(Hebreus 4: 2).
É fundamental, no entanto, julgar toda palavra profética. Não podemos
descartar e nem acatar prontamente as profecias, mas devemos responder
corretamente ao profético.
Como responder corretamente ao profético?

a) Julgue no espírito. Julgar aqui é discernir a fonte de uma palavra,


descobrindo se ela vem de Deus, de demônios ou de espírito humano. Em
algumas Palavras proféticas pode haver uma mistura de Deus e de
elementos humanos. É importante saber que a presença do Senhor
precisa acompanhar qualquer Palavra de profecia verdadeira. Outro teste
é se estamos sendo edificados em nossa fé e se os nossos corações estão
sendo atraídos ao Senhor.
b) Procure saber o histórico espiritual de quem entregou a Palavra
profética. O senhor pode falar através de qualquer um. Contudo, uma
trajetória de santidade, maturidade, firmeza e solidez dará mais peso e
credibilidade à Palavra de um profeta.
c) Toda Palavra é parcial. A profecia nunca revelará e responderá a
todas as perguntas que temos. Não falará de todas as áreas de nossa vida.
Temos que entender que o Senhor falará em parte, para que andemos na
sua dependência dia a dia.
d) A Palavra possui categorias diversas. Ela pode ser dada para agora,
no tempo atual; ou para o futuro. Ou seja, suponhamos que estejamos
vivendo no capítulo 3 de nossas vidas e a profecia fala sobre o capítulo 8.
Será necessário registrar a Palavra e gerá-la a cada dia, através de
confirmação para atestar quem nós somos e demonstrar o cuidado do
Senhor; e através de uma Palavra nova, que deverá ser confirmada tanto
em nosso interior, pelo testemunho claro do Espírito dentro de nós, e no
exterior, através de outras Palavras e circunstâncias que se alinharão.
e) Medite e ore sobre a Palavra. Quando recebermos uma Palavra,
devemos meditar sobre ela, usá-la em oração para a gerarmos no espírito.
Ao fazermos isto, a fé começará a crescer e nossas circunstâncias
começarão a moldar-se e alinhar-se com o que o Senhor deseja. Com
muitas Palavras teremos que lutar por algum tempo, até que haja
evidência de mudança. E não esqueçamos, a imaginação profética tem
que anteceder a efetivação profética.
f) Evite interpretação particular. Um grande erro é quando não
estamos preparados para interpretar a Palavra dada. Se uma Palavra, por
exemplo, for futura, mas tentarmos conectá-la à nossa situação e ao
contexto atual, cometeremos um erro.
g) Não se esqueça, toda Palavra tem um tempo. Muitas vezes é para o
futuro, o que pode gerar o problema de projetarmos o lugar em que
estamos hoje no futuro e não conseguiremos visualizar como se cumprirá
tal Palavra. Temos que depender Daquele que tem o futuro em suas mãos.
Ele traz o futuro a nós. Muitos podem viver muitos anos, mas não viver o
futuro que Deus tinha para eles (“Aquele que é, que era e que virá”,
Apocalipse 1: 4).
h) Palavra deve ser gerada com paciência. O cumprimento de uma
Palavra vem do Eterno e no tempo Dele, isto é, temos que esperar para
isto acontecer. Ele estará trabalhando em nós para que a Palavra se
cumpra. As mudanças que ocorrem em nossas vidas não são para vermos
nossas circunstâncias transformadas, mas sim nossos corações, atitudes e
maneiras de pensar. O exemplo conhecido é o de Abraão, que recebeu
uma promessa, mas teve uma longa jornada até seu cumprimento. Ele fez
a jornada passo a passo. Temos que fazer o mesmo. Às vezes teremos que
deixar o passado para trás, a fim de avançarmos em direção ao futuro.
Cada mover de Deus é determinado entre dois momentos: deixar o
passado para abraçar o desconhecido futuro e permitir perdas daquilo que
o Senhor deu, daquilo que temos recebido e que guardamos como
precioso. A autoridade e a herança a nós e a nossa descendência confiadas
estarão condicionadas a esses passos.

Respondendo à profecia
Uma correta resposta à Palavra profética pode acarretar uma liberação
poderosa do futuro. Nem sempre entenderemos a linguagem profética. É
preciso, então, termos uma identificação maior com o profético.
Muitas pessoas perdem o que o Senhor está falando porque não
entendem o tempo Dele. A questão do tempo ser o de Deus e não o nosso
é muito importante. Deus é sempre pontual. As Escrituras falam de um
Deus operando na “plenitude do tempo”.
Frequentemente o tempo de Deus não está alinhado com o nosso. Por
esta razão, podemos forçar um cumprimento prematuro. Isto pode até
mesmo abortar o que o Senhor prometeu.
O cumprimento de uma Palavra profética sempre será acompanhado
por um processo. Devemos cultivar tal Palavra dentro de nós e permitir
que Ele nos transforme a fim de que estejamos prontos para o seu
cumprimento. O Senhor deseja desenvolver-nos em nossas vidas
particulares para que possamos cumprir o Seu propósito. Ele deseja
fechar a brecha entre o que somos em público e o que somos em
particular. E, por fim, Ele permitirá que o que é particular seja conhecido
publicamente.
O Senhor nos levará muitas vezes a situações humilhantes para
trabalhar em nós a humildade que caracterizava Seu Filho. Essa
humildade se tornará nossa proteção contra uma queda espiritual. As
humilhações, fracassos, rejeições, isolamentos não são tão importantes
quanto a maneira pela qual respondemos a eles. Essa resposta
determinará nosso futuro.

16.7 – Impedimentos para o cumprimento da profecia


a) Incredulidade – a incredulidade pode impedir o cumprimento de
uma profecia. Precisamos dar uma resposta inicial ao Senhor. Enviar um
sinal de que estamos abertos para Ele: “Eu a recebo, Senhor”.
b) Ideias preconcebidas e hábitos de pensamentos – todas eles nós
possuímos e podem nos prender e provavelmente perderemos o que o
Senhor tem para nós.
c) Autoimagem baixa – a identidade de quem somos em Cristo
determinará o recebimento e o cumprimento da Palavra profética. Tudo
teve um passado que precisou ser tratado para que viéssemos a nos tornar
as pessoas que Deus planejou.
d) Impaciência – não esperar por Deus e por Seu tempo é levantar um
grande impedimento para o cumprimento da profecia.
e) Má interpretação e aplicação da profecia – quando interpretamos
ou aplicamos mal a profecia estamos indo em direção ao não
cumprimento dela.
f) Orgulho – Deus precisa trabalhar em nosso orgulho para que
possamos caminhar no que Ele tem para nós.
g) Decepção e desilusão – fracassos do passado podem deixar um
bloqueio em nós. Se deixarmos que a decepção nos domine, ela nos
impedirá de encontrar o futuro em Deus.
h) Transferência de culpa e autoengano – ofensas virão, mas não
devemos ficar ofendidos e depois culpar outros por nossa situação. Deus
usará todas as circunstâncias ao nosso redor, mesmo as desagradáveis,
para trabalhar em nós. Temos que assumir essa responsabilidade para
que o Senhor cumpra Sua Palavraem nós.
i) Desobediência – se nos rendermos ao Senhor fluiremos debaixo de
sua misericórdia; se resistirmos e insistirmos em nossos próprios
caminhos, descobriremos a frustração de segui-los.
Precisamos dar uma resposta certa à Palavra profética. Quando
ouvirmos uma profecia seremos levados a um tempo em que teremos que
nos firmar com o que o Senhor disse, sem a ajuda de fontes externas.
Teremos que lutar pela Palavra para que realmente ela se torne real em
nós. Teremos que tomar algumas atitudes fundamentais para o seu
cumprimento.
Nas Escrituras existem várias maneiras pelas quais os profetas se
comunicavam. Podemos citar as ações proféticas (atos proféticos),
canções, poesias, salmos, entre outros. As declarações proféticas eram
mais que declarações verbais. As ações proféticas se tornam a conexão
entre a esfera invisível da realidade espiritual e a visível da realidade
material.
A profecia é destinada a comunicar o coração do Senhor dentro de uma
situação. Por sermos criados à imagem do Criador, temos um chamado
para nos envolvermos em sua criatividade. Devemos sempre perguntar
como podemos mais bem comunicar o que temos para oferecer
profeticamente.
As artes criativas como canção, dança, pintura, escultura, teatro e
atividades afins estão dentro dessas criatividades que o Senhor quer usar
para trazer sua Palavra profética. O inimigo tem tomado posse delas a fim
de que não produzam tudo que poderiam para Deus, mas que sejam
usadas para disseminar o mal.

16.8 – O ministério profético e a justiça


Os profetas eram caracterizados pela postura contrária à injustiça,
opressão, idolatria, corrupção, imoralidade e outras. Eram pessoas que
geravam ambientes desconfortáveis. Não se apresentavam às situações de
forma delicada, mas veementemente. A justiça era o critério que
eles usavam.
O ofício de profeta não era popular. Ao contrário, eles estavam
conscientes de que viveriam temores e compulsões interiores para
confrontar erros para que pudessem gerar um novo futuro.
Atender ao chamado do Senhor e atender ao chamado por justiça talvez
não nos façam seguidores do Senhor populares. No entanto, é muito
provável que nos façam profetas.
O Profeta dos profetas, quando esteve entre nós, demonstrou justiça em
suas atitudes: interagiu com os pobres, marginalizados, pessoas
rejeitadas; confrontou e expôs a hipocrisia, curou doentes; fez
advertências aos ricos, privilegiados e populares. Se um profeta não se
especializa em questões de justiça estará nu e exposto.

16.9 – Ministério, intercessão e desenvolvimento profético


O ministério profético
Precisamos entender que a profecia, como já falado, é um dom para
todos. Todos aqueles que receberam o Espírito que Jesus rogou ao Pai que
enviaria, receberam o Espírito que estava sobre ele também. E esse
Espírito, de fato, é o Espírito de profecia. “Porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pedro 1: 21).
O ofício de um profeta, no entanto, tem como tarefa a entrega de
Palavras de edificação, exortação e consolação. A tarefa de um profeta não
será apenas oferecer palavras de edificação pessoal, mas, sobretudo,
ajudar a moldar igrejas, cidades e até nações. Ele será usado para
entender os tempos e alinhar corretamente pessoas e situações com
relação ao “tempo”, como a tribo de Issacar.

Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e


consolação. (I Coríntios 14: 3).
E dos filhos de Issacar, duzentos de seus chefes, destros na ciência
dos tempos, para saberem o que Israel devia fazer, e todos os seus
irmãos seguiam suas ordens. (I Crônicas 12: 32).

O chamado de um profeta possui uma profundidade maior, que vai além


da manifestação normal do dom de profecia. Eles são usados para
fornecer direção, correção, pronunciar decretos divinos de julgamento e
bênção, ofertar níveis maiores de conhecimento, fornecer fundamentos de
ministérios, ungir ministérios e ativar dons.
A ferramenta principal de um profeta é a revelação que
progressivamente se moverá nas esferas dos sonhos, visões noturnas e
palavras de conhecimento.
Faz-se necessário esclarecermos sobre o que são inspiração e o que é
revelação. Inspiração é o mover do Espírito e frequentemente acontece
quando estamos em ambiente e juntos a outros profetas ou quando somos
inspirados pela presença de Deus. O exemplo típico nas Escrituras é o de
Saul em contato com os profetas. Como resultado, ele começou a
profetizar (I Samuel 10: 9-11; 19: 23).
A revelação é mais profunda que a inspiração. A revelação não depende
de ambientes. O fundamento da revelação é o que se vê, normalmente
através de sonhos ou visões. Terão que esperar diante do Senhor até que
vejam. O processo é mais lento do que o dos profetas que falam no fluir
dos seus espíritos. A revelação normalmente será encarnada na vida e nas
circunstâncias dos profetas. Eles vivem o que profetizam. “Antigamente
em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia assim: “Vinde, e vamos
ao vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente se chamava vidente” (I
Samuel 9: 9).
Uma vez tendo profetizado, o profeta terá que pagar um preço pessoal.
Eles precisam abraçar suas circunstâncias, discernindo onde necessitam
resistir ao Diabo para fazer valer o que o Senhor está trabalhando neles e
por meio deles, nas circunstâncias.

Intercessão profética
Quando falamos em intercessão profética existem três fases básicas:
a) oração por revelação – haverá o momento em que juntamente com a
oração e a meditação se formará a revelação. Isso ocorre num momento e
cresce com o tempo. Sem a revelação não há objetividade, o foco no que o
Senhor está requerendo. “Quando não há visão, o povo não tem freio; feliz
aquele que observa a lei”! (Provérbios 29: 18).
b) oração por liberação – uma vez que vimos algo por meio da
revelação, ela precisa ser mantida, pois abrirá possibilidade de mais
revelações e começaremos a orar e ver a liberação da revelação do céu à
Terra.
c) oração por realização – começos (revelação) são importantes,
embarcar na jornada é vital (liberação), mas completar a tarefa colocada
diante de nós (realização) é o que temos que fazer.
Os profetas possuem tempos e áreas de atuação. É importante que eles
permaneçam dentro das esferas de sua unção. Estas esferas podem estar
relacionadas a territórios (temos que discernir sobre onde nos foi dado
autoridade) e períodos diferentes (muitos operam em curto ou
longo prazo).
Muitos serão chamados para serem profetas para a igreja, outros dentro
dela. Aqueles que exercerão a função na comunidade local receberão
talvez resistências e sua Palavra não terá tanto peso como deveria. Eles
precisam viver profeticamente e levar o fardo para abrirem caminho para
outros que virão e profetizarão dentro daquela comunidade. Os profetas
para a igreja vêm com autoridade dada pelo Senhor. No entanto, existem
protocolos a respeitar, de acordo com a liderança da comunidade.
Ninguém pode impor nada de fora para dentro da igreja. Um profeta não
é uma exceção.
O que deve motivar um profeta não é posição, bajulação ou dinheiro,
mas o prazer e a motivação de que Deus o usou para ajudar pessoas a
descobrirem seu propósito divino. É saber que foi aprovado pelo Senhor
pelo que disse e por como falou. Esse é o tempo de profetas que não serão
comprados e prepararão a próxima geração para ir mais longe.
No ministério profético os profetas não devem operar sozinhos. As
escolas, o presbitério ou a companhia de profetas ativam os dons e o nível
de revelação aumenta consideravelmente. “Não descuides do dom da
graça que há em ti, que te foi conferido mediante profecia, junto com a
imposição das mãos do presbitério” (I Timóteo 4: 14). Será necessária
uma mesa-redonda para compartilharem suas revelações e chegarem a
um consenso, a fim de que uma Palavra corporativa seja liberada.
Deverão andar com mestres e apóstolos.
A identidade do profeta é muito importante. Todas as funções fluirão
com segurança e cumprirão seu chamado quando sabemos quem somos.
Os profetas não provam quem são. Se pessoas não reconhecem um
profeta, ele deve continuar com um coração humilde abençoando a todos
e sendo fiel ao chamado do Senhor. Haverá sempre um chamado a ser
cumprido e não um título a ser reconhecido.
No ministério profético existem muitos moveres. Basicamente são três
os meios principais de receber insights e revelações do
Senhor: ver, ouvir e sentir. Eles estarão relacionados com a personalidade
da pessoa. Além desses, existem moveres chamados de nabi,
profetizar. Nabi é uma palavra hebraica que possui, em sua raiz, o sentido
que tem a ver com algo que aparece de repente ou borbulha; trata-se de
uma profecia que vem de dentro de nós, nasce de dentro e flui da boca de
quem fala. Outro mover é a fala profética em extâse. O profeta Ezequiel
ficava frequentemente em êxtase, fora de si. Podem ocorrer
comportamento e movimento corporais fora da experiência normal e um
forte fluir de profecia. Além desses, existem outros moveres. Precisamos
estar abertos para novas experiências.

E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e


disse-lhe o Senhor em visão: “Ananias!”. E ele respondeu: “Eis-me
aqui, Senhor”. (Atos 9: 10).
E tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, ele caiu
em êxtase. (Atos 10: 10).

Desenvolvimento profético
Primeiramente, é preciso dizer que as pessoas não são profetas porque
dizem que são. As pessoas reconhecerão os verdadeiros profetas. Os
profetas são indivíduos chamados por Deus para proporcionarem
mudanças e tornarem-se catalisadores importantes para o
estabelecimento dos propósitos do Eterno.
Quando alguém abraça o ofício de profeta, descobre que seu progresso
no dom está intimamente ligado à sua postura de humildade. Jesus foi um
exemplo a ser seguido: a imagem maior do Pai, completa e
verdadeiramente humano, como profeta viveu intensamente uma profecia
viva; se submeteu à disciplina do Pai e foi treinado para seu chamado
único, que nunca será repetido. Esperou com paciência a liberação
pública do seu ministério.
Este é o fundamento de um ministério genuinamente divino, um caráter
sólido que é moldado pela submissão à vontade de Deus. O
desenvolvimento do caráter é a única base segura na qual o dom pode ser
desenvolvido.
O desenvolvimento profético ocorrerá nos moldes do ministério de
Jesus, que enfrentou e superou rejeições; suportou ofensas; suas
mensagens muitas vezes não foram bem recebidas.
O apóstolo Paulo sempre destacou que o caráter precede o dom. A
mensagem de um profeta lapidado em seu caráter se tornará mais
importante que o seu currículo.

Exorto-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, a andardes de modo


digno da vocação a que fostes chamados: com toda humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros
com amor, procurando conservar a unidade do Espírito pelo
vínculo da paz. (Efésios 4: 1-3).

Para desenvolvermos no dom de profecia é preciso exercitarmos mais fé


e maior unção do Espírito de Deus. No entanto, em certas ocasiões
deveremos evitar a tentação de fabricar pseudoprofecias. Precisamos
andar com profetas mais maduros; ser profético significa mais que falar,
significa aprender, meditar sobre o que vemos ou estamos sentindo.
O desenvolvimento do profético está ligado à linguagem verdadeira.
Falar a verdade é mais que não dizer mentira. Está relacionado a deixar
uma percepção honesta e precisa no ouvinte.
Vamos apender humildemente, mas não nos tornarmos clones de
outros, pois haverá maneiras únicas pelas quais Deus vai querer nos
desenvolver.
Algumas brechas deverão ser fechadas. Fechar a brecha entre a nossa
vida púbica e a particular é importante; a brecha da fala: não devemos
abençoar e depois amaldiçoar com a mesma boca; a brecha da visão: o
que vemos é uma questão profética que precisa ser colocada junto com o
que estamos assistindo e o foco da nossa visão. A brecha da audição é
igualmente importante. Temos que escolher a quem e o que ouvimos. A fé
vem pelo ouvir a Palavra do Senhor, não de ouvir qualquer voz que chama
nossa atenção.
Quando estivermos dispostos a dar o que temos, abriremos a
possiblidade de recebermos mais do Senhor. Devemos dar o que os outros
vasos têm semeado em nossas vidas e honrá-los.
Haverá época em que teremos que viver com algo que estamos
convencidos de que é Deus que está falando; enquanto outros, com
integridade, escolherão outro caminho.
Seremos respeitados em um lugar e não em outros. Precisamos
aprender a viver com a tensão e não criticar nem comparar. Haverá
ocasião quando não seremos entendidos ou não receberemos créditos.
Devemos ter cuidado com o ativismo. Se não podemos dizer “não” em
nível humano, será muito difícil dizer “sim” para o Senhor. É preciso
entender que nosso primeiro chamado é para um relacionamento com o
Senhor e não com a nossa função.

16.10 – As transições proféticas


Transição sempre será uma palavra comum para profetas. Saber
caminhar em meio à transição é fazer parte da geração que se levanta e
responde ao Senhor. Cada fase precisa dar lugar à seguinte. Discernir o
tempo de transição é um dos papéis que o ministério profético deve
exercer e sempre será um tempo-chave e difícil. Algumas certezas serão
sacudidas e papéis serão desafiados, nesse tempo.
Todo início profético é marcado pela escolha e unção de Deus. No
entanto, podemos começar bem, com humildade e profunda gratidão ao
Senhor, mas terminarmos não tendo evidência significativa do Espírito de
Deus em nós e até resistirmos ao próximo mover de Deus. Neste quadro,
podemos citar Saul, por ter abandonado rapidamente qualquer prática de
esperar no Senhor e buscar sua face por direção. Tornou-se uma liderança
destituída da contínua unção do Espírito.
Davi, por sua vez, teve duas oportunidades para matar Saul (I Samuel
24: 1-22; 26: 5-25). Em ambas, ele se recusa a decidir seu destino pelas
suas próprias mãos. Em tempos de transição, teremos oportunidades de
mover situações na direção que julgamos serem corretas, mas devemos
resistir a manipular qualquer situação.
Saul continuou como rei apesar de Samuel ter proclamado que o reino
tinha sido removido dele e apesar de Davi já ter recebido a unção do
Espírito para ser rei. Podemos notar que em tempos de transição existem
muitas realidades que continuam, e são permitidas pelo Senhor, embora
seu “prazo de validade” tenha expirado há muito tempo. O foco do Senhor
sempre apontará para o que está se levantando e não para o que passou.
A história do profeta jovem registrada em I Reis 13 é um desafio a todos
os que aspiram mover-se profeticamente. Ela contém padrões que aqueles
que são proféticos, dentro de algo que o Senhor esteja fazendo, têm que
observar: os de obediência e prática.
Na história, vemos que o profeta jovem enfrentou consequências
dolorosas por não ter ouvido a voz do Senhor, dando ouvidos ao profeta
idoso. Ele enfrentou duras consequências porque ele tinha as chaves do
futuro. O profeta idoso não tinha. Este representava o que fora e o peso de
responsabilidade para o futuro estava sobre os ombros do profeta jovem.
Em ambos os casos o princípio é o mesmo: a questão não é se preocupar
em mover o que é antigo, isso não é relevante. A questão é certificar-se de
que o novo esteja pronto para estabelecer-se, com responsabilidade. Uma
vez que o novo esteja pronto, o antigo sairá.
Portanto, a transição é uma realidade. O que serviu em seu tempo tem
que dar lugar à próxima manifestação. Deus declarará o tempo terminado
bem antes que seja removido. O antigo muitas vezes permanece porque o
peso de responsabilidade está em preparar o que está se levantando, pois
o antigo não tem mais as chaves para o futuro.
As transferências geracionais sempre serão acompanhadas por tensões e
expectativas. O novo não pode levantar sua mão contra o que está
atuando, mas submeter-se a ele, assim será preparado para o que virá. No
entanto, é vital que gerações anteriores abençoem a geração que se
levanta. Quando isso não ocorre fica um espaço vazio que pode atrair
maldição.
O povo de Deus deve ter uma visão do futuro. O foco não deve ser o
passado. Devemos ser aqueles que são orientados pelo futuro. Profetas
precisam ser aqueles que atuam hoje por causa do amanhã.
Jesus sempre nos chamará para avançarmos e muitas vezes nos
acomodaremos a uma vida tranquila. Ao avançarmos existirão transições
pessoais, e pessoas proféticas têm que fazer muitas transições pessoais. A
maioria das transições pessoais será marcada por uma estação de dor, de
crise e mudanças radicais. Tudo isso será necessário para levar-nos a um
novo nível e evitarmos as prisões de autocompaixão. Essas mudanças
podem envolver geografia ou conexões relacionais. Quanto maior a
transição, maior mudança de circunstâncias experimentaremos.
No fim de uma estação ficarão sementes que precisam ser enterradas e
morrer para a próxima colheita, que ocorre pelo que é plantado como o
cumprimento de uma visão. Se tentarmos resistir para que o
cumprimento seja exatamente como pensamos podemos correr o risco de
ver a visão parar naquele ponto.
Enfim, transições pessoais são um desafio porque parecem como se as
coisas estivessem terminando prematuramente. O Senhor pedirá para
colocar sobre o altar justamente aquilo que cremos que o Senhor nos deu.
É preciso ter disposição para efetuar transições nas áreas públicas e
particulares.
Concluímos dizendo que nossa jornada não para em alguma fase de
nossas vidas. As mudanças constantes estarão sempre presentes. Que o
Senhor nos leve sempre ao nosso lugar, o profético.
CAPÍTULO 17
DOMÍNIOS ESPIRITUAIS

17.1 – Introdução
Dando continuidade ao assunto do sobrenatural, o presente estudo
tratará do tema de profetas da terceira geração, profetas dimensionais.
Estes profetas pisam em lugares onde as realidades espirituais são
muito reais, com o objetivo único de cumprir ordens entregues pelo Pai, a
fim de levar luz e verdade, destituindo as trevas que levam ignorância e
cegueira espiritual aos povos. Ministérios que Deus está levantando para
profetas tomarem seus lugares para conhecer e caminhar em níveis
celestiais, abrindo dimensões sobre cidades e regiões, estabelecendo
verdadeiros portais celestiais.
O Senhor tem pressa, mas espera pacientemente o tempo até que tudo
esteja pronto. O Senhor, pela sua sabedoria, está alinhando todas as áreas
nos continentes, como política, saúde, religião, entre outras.
A arma para essa guerra é a revelação, o conhecimento do Senhor e sua
vontade sobre os planos e estratégias revelados às nações. Estamos
falando da revelação das dimensões espirituais. Um mundo de armas
espirituais poderosas para estabelecer o Reino entre as nações.
Os profetas das nações precisam despertar, pois chegou a hora da
revelação e o tempo do Espírito. É preciso levar esta verdade às igrejas e
preparar o espírito dos profetas para a grande batalha final.
Por isso, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de
orar por vós e de pedir que sejais levados ao pleno conhecimento da
vontade de Deus, com toda a sabedoria e discernimento espiritual. Assim
andareis de maneira digna do Senhor, fazendo tudo o que é do seu
agrado, dando frutos em boas obras e crescendo no conhecimento de
Deus, animados de eficaz energia segundo o poder da sua glória, para
toda constância e longanimidade, com alegria dando graças ao Pai, que
vos fez capazes de participar da herança dos santos na luz. (Colossenses 1:
9-12).

17.2 – As sete dimensões do Espírito


Todo aquele que é nascido do Espírito foi alistado para a guerra
espiritual. Portanto, não se trata de algo exclusivo para poucos, Deus quer
se revelar dimensionalmente ao seu povo.
As dimensões do Espírito são fontes de recursos para entrarmos e
recebermos unção necessária para a guerra espiritual, riquezas espirituais
e dons em diversas áreas.

Assume a tua parte de sofrimento como um bom soldado de Cristo


Jesus. Ninguém, engajando-se no exército, se deixa envolver pelas
questões da vida civil, se quer dar satisfação àquele que o
arregimentou. (II Timóteo 2: 3-4).
Os adultos, porém, que pelo hábito possuem o senso moral
exercitado para discernir o bem e o mal, recebem o alimento
sólido. (Hebreus 5: 14).

1ª Dimensão do Espírito: o mundo natural – é a que vive todo ser


humano em relação à natureza. Nela manifestamos o poder recebido nas
outras dimensões. Apesar de sermos abençoados com todas as bênçãos
espirituais nas regiões celestes em Cristo, temos limitações e necessidades
no mundo natural. Essa realidade é porque não sabemos trazer as
realidades do mundo espiritual para o natural. “Bendito seja o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda a sorte de
bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo” (Efésios 1: 3).
Nesta dimensão o Senhor quer que o seu povo possua a unção contínua,
a unção corporal de Cristo, uma virtude suficiente no corpo para vivermos
longe de doenças, do pecado e da maldade.
Neste corpo, apesar das limitações, possuímos a capacidade de absorver
a energia espiritual, a eletricidade do alto e diversas operações. Portanto,
nosso corpo não é um problema, é uma bênção, um lugar que está em
processo de habitação do poder de Deus. “Que transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso” (Filipenses 3: 21).
2ª Dimensão do Espírito: audição espritual ouvir a sua voz – nesta
dimensão, o Espírito opera na nossa mente, na alma, nas emoções, nesta
área que não é visível, tangível, mas real. É a presença do Espírito nos
consolando, nos animando, nos movendo e desenvolvendo os seus frutos.
É preciso romper a barreira do natural para que Deus possa se revelar. O
Espírito do Senhor sempre será um aliado e guia. Esta revelação não é
para o secular ou menino na fé, é para o experimentado na fé, para
mostrar as realidades que estão ocultas no natural. Um exemplo deste
mover é visto no ministério de Cristo. Ele não tinha necessidade de que
alguém dissesse a ele algo sobre os homens , pois ele conhecia os corações
deles.. “E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque
ele bem sabia o que havia no homem” (João 2: 25).
3ª Dimensão do Espírito: sonhos e revelação fotográfica – nesta
dimensão operam os sonhos. Uma metodologia muito usada por Deus,
que nos alertam sobre o futuro, sobre como lidar com determinadas
circunstâncias, diretrizes para intercessão, enfim nos conectam com o
mundo espiritual. Este método é utilizado por Deus, em função de nossa
limitação para nos conectarmos com o mundo espiritual. O outro nível
desta dimensão é a revelação fotográfica, que tem a ver com mensagens
do Espírito, como se fossem fotografias. Nesta dimensão as visões do
mundo espiritual ainda não são as mais fortes, mas a igreja produz em
maior escala. Aqui a fé é desenvolvida.

Derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e


vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos
mancebos terão visões. (Joel 2: 28).
E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não
voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por
outro caminho. (Mateus 2: 12).

4ª Dimensão do Espírito: êxtase (visão profética) – esta dimensão é a


maior de todas, já que nela a pessoa não só tem uma visão do mundo
espiritual como também é protagonista da mesma. Pode sentir tanto a
glória de Deus como a opressão demoníaca. Aqui é desenvolvido o sentido
espiritual da audição. Podemos ouvir Deus falar claramente, por meio de
seus anjos ou do espírito de profecia. “Sentindo fome, quis comer.
Enquanto lhe preparavam alimento, sobreveio-lhe um êxtase. Viu o céu
aberto e um objeto que descia, semelhante a um grande lençol, baixado a
terra pelas quatro pontas” (Atos 10: 10-11).
Nesta dimensão os decretos do mundo do Espírito descem à Terra e se
estabelecem até que se cumpram. Aqui se intervém em confrontos diretos
com a hierarquia do inferno e pode-se repreendê-lo. Somente os que têm
ministérios específicos podem chegar a conhecer ou a experimentar a
quarta dimensão. Pessoas são tratadas pelo Senhor por anos, preparando-
as na Palavra e santificação para que sejam levadas a níveis em que o
inimigo não os atingirá.
Nesta dimensão a pessoa identifica principados e governadores das
trevas deste século. Pela visão profética, Deus mostra as estratégias de
Satanás para as nações e o que a igreja deve fazer. Aqui podemos ver e
participar ou alterar o mundo espiritual. Podemos decretar sobre
demônios ou principados que são revelados, deter ataques e fechar a boca
de leões.
5ª Dimensão do Espírito: interações espirituais (a glória) – uma
situação é ter visões e ouvir realidades espirituais e outra é poder entrar
na dimensão espiritual atuando e mudando realidades neste mundo. Aqui
temos a maior percepção da glória de Deus. Podemos ver e tocar a
presença de Deus, isso porque um lugar pode se encher do Espírito de
Deus e ser derramado sobre as pessoas. Podemos tocar a presença de
Deus. Sua glória é muito forte e tangível. Não somente a vemos como
também podemos tocar a glória de Deus. Quando ela vem, as pessoas não
aguentam ficar em pé, pois a presença de Deus é tangível, a unção é
tocável. Aqui você pode tocar o que é intangível. “[...] e os sacerdotes não
puderam ter-se em pé e continuar o seu serviço, por causa da Nuvem: a
glória do Senhor enchia o Templo” (I Reis 8: 11).
6ª Dimensão do Espírito: arrebatamento e transporte espiritual –
trata-se de um chamado profético dos últimos tempos. Nas dimensões
anteriores, as pessoas não perdem o contato com o corpo. Nesta dimensão
a pessoa se desconecta com a realidade física e seu corpo, o espírito viaja
para outro lugar. Deus cuida do corpo físico através da alma que a vitaliza,
mas o corpo espiritual é transportado para outras realidades paralelas.
Deus envia, normalmente, um anjo ou Jesus para que sejamos
arrebatados.

“Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de


mim uma grande voz, como de trombeta,” (Apocalipse 1 : 10)
“E logo fui arrebatado no Espírito, e eis que um trono estava posto
no céu, e um assentado sobre o trono.” (Apocalipse 4 : 2)

Nesta dimensão, o espírito do homem pode ouvir, ver e receber


revelações de Deus em uma magnitude que não receberia no plano
terreno. É rompida a barreira do tempo, sendo possível sermos levados ao
passado ou ao futuro num piscar de olhos. A profecia tem essa
característica, pois procede do Eterno, que é atemporal.
O profeta Ezequiel fez parte dessa categoria de profeta. Jó, os profetas
Isaías, Jeremias, Zacarias e os apóstolos Paulo e João foram profetas
desta dimensão.
7ª Dimensão do Espírito: transporte espiritual – trata-se de
arrebatamentos corporais intensivos. Aqui o corpo é mudado e
transportado a outra dimensão ou espaço geográfico em corpo, alma e
espírito. Esta realidade quebrará todas as leis da genética, da física e de
outras áreas.
Nas Escrituras podemos destacar o caso de Enoque, Elias, Felipe e
outros anônimos não só nos tempos bíblicos, mas em todos os tempos e
em nosso tempo, culminando com o nosso encontro com o Senhor nos
ares, na sua segunda vinda.

Enoque andou com Deus, depois desapareceu, pois Deus o


arrebatou. (Gênesis 5: 24).
Quando subiram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe, e
o eunuco não mais o viu. (Atos 8: 39).
Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao som da
trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro; em seguida nós, os vivos que estivermos
lá, seremos arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com
o Senhor, nos ares. E assim, estaremos para sempre com o Senhor.
(I Tessalonicense 4: 16-17).

Pessoas são arrebatadas hoje. O anjo do Senhor designado para esse


evento sobrenatural leva pessoas a vários lugares para serem ministradas
e receberem ensinamentos e princípios espirituais. Podemos “viajar” a
uma velocidade espantosa. Ir a vários lugares e subir aos céus; vestir
vestes apropriadas. Devemos procurar com zelo experiências
sobrenaturais, e Ele, se for a sua vontade, nos dará experiências
profundas, com seu Espírito.
Provavelmente, a última dimensão que um ser humano vivo pode
alcançar é ser levado à presença do Eterno, nos céus, em corpo físico. Um
corpo pode desintegrar e desmaterializar por completo para ir de lugar a
outro de forma simples, pois tudo é transdimensional. Nesses lugares o
anjo do Senhor ensina muitas coisas. Podemos ir ao Paraíso, aos céus e
finalmente à Eternidade, onde não há mais nada somente a Sua Glória
com Sabedoria, Poder, Inteligência, Criação, Majestade, Verdade... Lugar
onde Ele é Um em todos. Lugar onde Ele está dentro de todos e todos
estão dentro Dele.

17.3 – O profeta dimensional e a unção


A unção de um profeta dimensional é muito forte. É preciso preparar o
corpo para suportar tal unção e canalizá-la para o povo. O corpo que toca
esferas celestiais, quando não está habituado a isso, pode sentir-se
debilitado e até ficardoente.
Esta unção acompanha a presença do Senhor ou de um anjo. Quando
somos ministrados por essa unção superior, o nosso corpo normalmente
não está acostumado com ela, então pode ficar debilitado e enfraquecido.
Então eu, Daniel, desfaleci e fiquei doente por vários dias. Depois
levantei-me, para ocupar-me dos negócios do rei. E guardava
silêncio sobre a visão, ficando sem compreendê-la. (Daniel 8: 27).
Fiquei, pois, sozinho a contemplar esta grande visão: não restou
força alguma em mim, a bela cor do meu rosto mudou-se em
lividez, perdi todo o vigor. (Daniel 10: 8).

Somente o toque do Senhor poderá recuperar as forças de quem está


sendo ministrado nestas circunstâncias.

Mas eis que uma mão me tocou e me fez levantar, tremendo, sobre
os joelhos e as palmas de minhas mãos. E ele disse-me: “Daniel,
homem das predileções, compreende as palavras que vou dizer-te.
Põe-te de pé no teu lugar, porque é para ti que fui enviado”. Ao
dizer-me ele essas palavras, levantei-me, todo trêmulto. (Daniel
10: 10-11).

A origem da unção e do poder está no Criador. Ao fazer o homem à sua


imagem e semelhança, o fez portador da presença, poder, domínio e
atributos Seus. Essa energia vital é a “matéria-prima” de que o lado da
impureza se alimenta. O poder que habita no homem, quando ele peca, é
transferido para as impurezas, o Diabo e suas criaturas.
Deus está levantando uma geração que entende o que é ser ungida pelo
Pai e ser portadora da glória de Jesus. Deus criou o homem com a
capacidade de receber Seu poder por meio da unção. Ser ungido não é
uma sensação, é ser vestido de poder criativo pelo próprio Deus. “Aquele
que nos fortalece convosco em Cristo e nos dá a unção é Deus, o qual nos
marcou com um selo e colocou em nossos corações o penhor do Espírito”
(II Coríntios 1: 21-22).

17.4 – Transferência de poder


O poder seria uma energia que sai de uma fonte doadora para uma
receptora. Temos que entender que todos os elementos criados têm algum
tipo de energia em si, alguma vitalidade que os faz existir. Na natureza
esta energia é recebida e transformada, a exemplo da fotossíntese
das plantas.
Diante desta realidade, de onde viria a energia humana ou o poder do
homem? A resposta é óbvia: do mesmo Criador. O diferencial é que o
homem é um ser superior, diferente de tudo que foi criado. Deus o criou
para reinar e governar não só sobre o reino vegetal, animal ou mineral;
estamos nos referindo inclusive ao reino espiritual.
O poder natural, do mundo criado, é um poder inferior ao poder
espiritual. Para que o homem tivesse o poder de governar, de gerar
milagres, ter autoridade sobre o mundo espiritual e sobre a vida só Deus
poderia dar e nenhum outro ser no universo o possui. Deus, através do
seu Filho, promete aos seus servos o poder e a energia sobrenatural
capazes de gerar vida sobrenatural. “Convocando os Doze, deu-lhes poder
e autoridade sobre todos os demônios, bem como para curar doenças, e
enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar” (Lucas 9: 1).
O homem, ao cair do seu estado originário no Edén, esse poder original
saiu dele. Como, então, esse poder pode retornar a ele? Somente pelo ato
profético de alguém superior e que recebeu o mesmo poder. O exemplo
típico na Antiga Aliança foi o de Elias e Eliseu. Quando Elias lançou o seu
manto no chamado de Eliseu e quando foi levado, ele transferiu seu poder
a Eliseu por meio de um ato profético, quando deixou cair o manto.

Partindo dali, Elias encontrou Eliseu filho de Safat trabalhando


com doze juntas de bois diante dele; ele próprio conduzia a
duodécima junta. Elias passou perto dele e lançou sobre ele seu
manto. (I Reis 19: 19).
Apanhou o manto de Elias, que havia caído, e voltou para a beira
do Jordão, onde ficou. (II Reis 2: 13).

Da mesma forma somos herdeiros da transferência de poder de Jesus,


aquele que é maior, pois ele deve crescer e eu diminuir, como declarou
João, o Batista. Esta transferência de poder veio primeiramente aos
apóstolos, ao soprar sobre eles (ato profético); mais tarde, no Pentecostes,
em obediência ao Mestre e a seus filhos, depois daqueles dias e a todos
que estiverem longe. O poder que atuava no ministério de Cristo desceu e
ativou a todos.

Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: “Recebei o Espírito


Santo”. (João 20: 22).
E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem. (Atos 2: 4).
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos
os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
(Atos 2: 39).
Infelizmente, o homem pode perder esse poder. Mais grave ainda, ele
pode usar mal esse poder, por ser natural e não espiritual e em razão de
seus pecados. O Diabo, por meio do Pecado, pode roubar esse poder para
construir prisões espirituais através de desastres, enfermidades, crises,
violências, vícios, dores, misérias e todo tipo de sofrimentos para o
homem. Outra estratégia são as ideologias, pensamentos, modismos,
sistemas econômicos, educação, cultura e outros que governam o mundo
para que o homem esteja preso ao natural e se distancie do espiritual.

17.5 – Portais dimensionais e seus princípios


É preciso entender que tudo o que foi criado no universo possui energia,
brilho, algum poder. Com este entendimento podemos compreender
porque o inimigo tem usado objetos, lugares e pessoas para corromper
esse poder. “Há corpos celestes e há corpos terrestres. São, porém,
diversos o brilho dos celestes e o brilho dos terrestres. Um é o brilho do
sol, outro o brilho da lua, e outro o brilho das estrelas. E até de estrela
para estrela há diferença de brilho” (I Coríntios 15:40-41).
O ato de oferecer sacrifícios e pecados, durante gerações, aos povos, tem
contaminado a atmosfera espiritual desses lugares. Cada símbolo,
monumentos com aparência piedosa, esculturas ocultistas, esculturas de
adorações pagãs estao linkados, magnetizados com energias negativas
que são utilizadas pelas trevas nas cidades e nações. A união de feitiçaria
com derramamento de sangue sacrificial tem levantado centros de
poderes. Tudo isso é uma carga de energia negativa muito grande.
Esses objetos e marcos possuem uma energia magnética que abre
passagens ou portais para o mundo espiritual, uma direção de chegada.
São marcas legíveis que podem ser vistas por anjos, demônios, profetas,
bruxos e qualquer um que veja o mundo espiritual. Moisés marcou os
umbrais das portas para ser um sinal para o anjo da morte, e o apóstolo
Paulo falou de uma marca, de um selo espiritual. “E tomarão do sangue, e
pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o
comerem.” (Êxodo 12 : 7)
“Nele também vós, tendo ouvido a Palavra da verdade – o evangelho da
vossa salvação – e nela tendo crido, fostes selados pelo Espírito da
promessa, o Espírito Santo” (Efésios 1: 13).
O elemento sangue é muito poderoso no mundo espiritual. Muito mais
do que imaginamos. O sangue possui um fator genético. Há um aspecto
inferior de nossas almas que está no sangue, como diz as Escrituras. Desta
forma, ele possui energia espiritual muito preciosa. Para o Eterno, o
sangue do Cordeiro tem um valor de redenção muito grande. É o que
conhecemos como “asperção do sangue” e seu profundo entendimento, o
que é abordado no item 1.3 – A alteração genética e suas consequências.
Para o adversário, o derramamento de sangue desata poder, sinaliza seu
campo. São paradas obrigatórias, marcos espirituais que sinalizam um
território. Podem funcionar como passagens a outras dimensões, portais
dimensionais.
Existem muitas portas de passagens de corpos espirituais. Não podemos
começar falando sobre portais dimensionais sem falar primeiramente na
Grande Porta, Jesus Cristo, a Porta aberta pelo Eterno para os seus filhos
chegarem a Ele. Na Antiga Aliança, temos a referência à escada que Jacó
viu em visão de anjos subindo e descendo. Eles entravam e saíam das
portas. Jesus declarou que os seus discípulos viriam anjos subindo e
descendo sobre o Filho do Homem (João 1: 51); João viu uma porta aberta
no céu e ouviu a Voz para que subisse (Apocalipse 4: 1). Essas passagens
só podem ser feitas no espírito, não no poder da mente, pois a letra mata,
mas o espírito vivifica.
“O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo
testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o
espírito vivifica.” (II Coríntios 3 : 6)

Qual seria a diferença entre projeção astral e arrebatamento?


A projeção astral é alcançada mediante a prática de exercícios, jejuns,
meditação ou invocação de demônios para provocar a alma a se
desprender do corpo e se deslocar para vários lugares. Nesses casos, a
alma perde contato com o corpo, que, por sua vez, pode sofrer danos e ser
possuído por demônios.
No arrebatamento, o corpo mantém contato com a alma, que o vitaliza.
O Senhor ou os Seus anjos chamam o seu espírito para ensinar-lhe
assuntos específicos que trarão glória a Deus ou testemunho Dele. João,
no Apocalipse, Felipe, muitos profetas experimentaram essa realidade. As
portas dimensionais são as aberturas para esse processo.
O reino dos céus possui portas, lugares de acesso, bem como o reino das
trevas . Em lugares em que há demasiados sacrifícios e rituais das trevas,
se abrem portas dimensionais. Isso explica porque alguns lugares estão
propensos às manifestações demoníacas. Os espíritos caídos sabem como
manipular a energia para abrir esses portais. Essas são as portas que
temos que fechar para resgatarmos as almas dos perdidos, libertar os
cativos e o domínio de territórios.

“E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na


terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será
desligado nos céus.” (Mateus 16 : 19)
Objetos podem ter carga de energia negativa roubando energia de uma
pessoa, como ídolos, objetos de culto, objetos familiares, heranças, livros,
entre outros, que podem provocar nos filhos de Deus um choque de
poderes com a Luz que habita neles. Os sintomas podem ser opressão,
fadiga, mal-estar, enjoos e outros. A permanência desses objetos com a
pessoa pode fazê-la deixar de sentir a presença da Luz divina e ter sua
energia sugada; nesses casos, será necessária libertação por ministração e
quebra de vínculos.
Esses objetos podem ser usados como portal dimensional para
atormentar pessoas ou lugares. Somente a unção profética pode anular
tais efeitos e decretos do inimigo. Esta unção está fluindo nesses tempos.
Devemos abrir, em nossas casas, como profetas, adoradores e
intercessores, as portas dimensionais. Faltam-nos maturidade e
experiência espiritual, enquanto muitos falam com demônios há anos,
como nas práticas de yoga, meditação, espiritismo, bruxaria, projeção
astral e outras. Muitos de nós não passamos de religiosos que não
vivenciam o sobrenatural.
Não teria sentido que o Senhor nos dissesse para orarmos para o Reino
vir e não nos deixasse entrar lá. Ele está interessado que cheguemos às
regiões celestiais, pois uma vez assentados, tomemos seus projetos do
mundo espiritual e os executemos na Terra. Jesus é a porta de entrada no
sobrenatural. A igreja deveria ser um lugar onde o sobrenatural é natural.
Uma porta dimensional para o contato com o céu, como a escada vista por
Jacó no sonho.

“E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que estás nos
céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a
tua vontade, assim na terra, como no céu.” (Lucas 11 : 2)

O princípio da porta dimensional


Nós só podemos abrir a porta dimensional no espírito por meio de
adoração, intercessão ou profecia. É necessária uma relação estreita e
firme com o Espírito do Eterno. Temos que treinar o fluir do Espírito para
exercitar os sentidos espirituais. O conhecimento prepara, mas a relação
com o Espírito é que nos vincula ao reino espiritual.
Possuímos duas realidades paralelas que coexistem: o mundo físico-
natural e a realidade espiritual-sobrenatural. Uma ação é exercida pelo
físico, mas com repercussão no espiritual. Temos que ter cuidado para
não abrir portas, links para os demônios. Se isso acontecer, pode levar
tempo e esforço para que haja libertação.
O homem, por natureza, é uma porta dimensional, uma porta viva, em
razão do Espírito do Eterno habitar nele. Jesus, sendo a maior porta, é o
único meio de acesso ao céu. Por sermos esses portais, Jesus disse que
veríamos o céu aberto para que os benefícios do céu venham à Terra.
Temos que deixar de ministrar como pessoas e fluir como portais. Não
importa se está em uma pessoa ou em uma multidão, o fluir pode ser um
instante, um toque, uma palavra.
“E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante
vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o
Filho do homem.” (João 1 : 51)
São muitos os caminhos dimensionais. Vejamos alguns:
Porta do Paraíso – cada vez que um cristão morre, este é transladado
ao Paraíso através de uma porta dimensional. Os anjos tomam a alma
redimida e a translada ao Paraíso. Este Paraíso anteriormente estava na
terra. Os mestres da Torah explicam que há o Paraíso inferior e o
superior. “Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio
de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado” (Lucas 16: 22).
Porta do Céu – esse lugar não está habitado ainda pelos remidos, mas
somente pelos anjos que aguardam os redimidos de todos os tempos.
Nessa dimensão está a Nova Jerusalém. O apóstolo João entrou por esta
porta. “Depois disso, tive uma visão: Havia uma porta aberta no céu, e a
primeira voz, que ouvira falar-me como trombeta, disse: ‘Sobe até aqui,
para que eu te mostre as coisas que devem acontecer depois destas’”
(Apocalipse 4: 1).
Porta do Hades – essa porta leva ao centro da terra, às salas da morte
onde estão os pecadores de todos os tempos. Esse centro é dominado pela
morte. Jesus declarou que essa porta não prevaleceria contra a Igreja.
Trata-se de uma cópia do céu (o Paraíso, a Nova Jerusalém e a Morada de
Deus) com três moradas (o Hades, o Inferno e o Abismo). “Também eu te
digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as
portas do Inferno [sheol ou hades) nunca prevalecerão contra ela”.
(Mateus 16: 18).
Porta do Paraíso Terreno – ela conduz ao antigo lugar onde esteve
localizado o paraíso no centro da Terra. Parece que há uma porta
dimensional do Hades pela qual se pode ver o Paraíso, como no caso
registrado do Rico e do Lázaro. Trata-se de um testemunho de que Deus
permite que os pecadores vejam o lugar para os justos, como forma de
punição. “Na mansão dos mortos, em meio a tormentos, levantou os olhos
e viu ao longe Abraão e Lázaro em seu seio” (Lucas 16: 23).
Porta do Inferno – esta porta é usada pelos demônios para ter acesso à
Terra para cumprir sua agenda. Por ela transitam espíritos que Satanás
envia para atacar a Igreja e manter o sistema de aprisionamento das
almas e realizar conexões com seus servidores. Vivemos em tempos em
que cresce o número de homens que acessam essas portas, como os
bruxos, satanistas, magos e sacerdotes afins, que manipulam a ordem
cósmica e as leis da natureza e descem ao Inferno para receberem
projetos ou maquinações para enganar o mundo. Realidades que não
estão restritas aos filmes de terror e suspense.
Portas Geográficas – são portas que se encontram em vários
continentes. São as chamadas “avenidas” que se comunicam entre si,
conectando os demônios para atacarem, estrategicamente, as cidades e
defendendo suas posições territoriais. Desde a Antiguidade são lugares de
cultos e sacrifícios como monumentos da antiguidade, igrejas antigas,
ruínas, castelos e outros.
Porta do Tempo – por esta porta entramos nas visões proféticas. Ver o
futuro é um dos dons que Deus entregou somente à Igreja. Muitos
profetas se moveram em diferentes dimensões, mas o apóstolo João
avançou e entrou na dimensão do tempo, eleito por Jesus Cristo para
abrir a revelação dos tempos.
Falamos dos sete tipos de portas dimensionais, mas a maior de todas as
portas está registrada no Apocalipse. Será a porta da grande tribulação
quando do inferno sairão demônios para invadir a terra e atormentar a
humanidade. O Apocalipse faz referência ao Abismo de onde sairá um
exército de milhões de demônios (Apocalipse 9).
Todas as dimensões terminarão quando for alcançada a maior de todas
as dimensões, a Eternidade. Todas as dimensões serão julgadas e
fechadas perfazendo um Novo Céu e uma Nova Terra.
Temos que entender que o Diabo usa pessoas que estão escravizadas no
ocultismo e maldade para que chamem e peçam que venha o reino das
trevas e seus espíritos do abismo através das portas, provocando todo tipo
de pecado e maldades.

17.6 – Os projetos dimensionais


O primeiro projeto dimensional. Em algum momento o Eterno deu
início aos seus projetos dimensionais. Primeiramente, Ele projetou o
seu Filho e os seres angelicais. A seu Filho, delegou autoridade e foi quem
criou todos os outros projetos. “[...] porque nele foram criadas todas as
coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Soberanias,
Principados, Autoridades, tudo foi criado por ele e para ele”
(Colossenses 1: 16).
“Antes que as nuvens fossem espalhadas, antes que os torrões se
aderissem à terra, sete coisas foram reunidas perante Ti: a Tohah, o Trono
de Glória, a cura dos filhos teimosos (o arrependimento, a teshuvá), o
esplendor do Éden, o sangue suga do confuso (o lugar de tormento e
purificação), o local da expiação através daqueles que trazem sacrifícios (
o Templo), o brilho do nome Ynon (o Salvador, o Mashiah de Israel, que
foram profanados por pecados). (Eglantine, 2011)
O segundo projeto dimensional que Deus criou chamamos de criação,
como o sol, as estrelas, o planeta e tudo que neles há.
O terceiro projeto dimensional foi o homem, feito à imagem e
semelhança do Criador e que traz em si o projeto do Templo ( o corpo é o
Atrio; a alma é o Santo Lugar e o espírito é o Santo dos Santos) e
posteriormente da Igreja.
Para cumprir este projeto, Deus estabeleceu os projetos secundários. O
primeiro deles foi o tabernáculo. Um modelo preciso, com propósitos
definidos nos seus elementos para que a Glória de Deus residisse
permanentemente nele.
O segundo projeto secundário foram os templos, que substituíram o
projeto anterior do tabernáculo.
O terceiro projeto secundário foi o estabelecimento de sua Igreja, o Seu
edifício, sua morada. Ela é o maior projeto de todos, pois cumpriu todos
os projetos secundários. Um organismo que contém a mesma Glória, a
mesma Unção que esteve em Jesus Cristo.

“E, respondendo Jesus, disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não


ficará pedra sobre pedra que não seja derrubada.” (Marcos 13 : 2)
“No qual também vós juntamente sois edificados para morada de
Deus em Espírito.” (Efésios 2 : 22)

A Igreja não nasceu em Pentecostes. Pentecostes foi a consequência de


uma igreja bem projetada com os ministérios ativos. Quando o modelo
ficou pronto, então Deus enviou seu Espírito, como em todos os outros
projetos anteriores, e houve a manifestação do sobrenatural. Deus estava
certificando que os projetos anteriores não eram o definitivo, e sim a
Igreja, um novo templo, não feito por mãos de homens, mas por Deus,
onde ele se manifestaria visível e continuamente. Trata-se de um projeto
que reveste o mortal de imortalidade; o natural, de divindade; por isso
esse projeto consiste em que sua Igreja chegue a ter deuses.
No que chamamos de “últimos dias” (do hebraico, acharit haiamim)
está o último projeto de Deus. Os cinco ministérios (apóstolos, profetas,
pastores, evangelista e mestres) são o último projeto de Deus para este
tempo. Este é o tipo de projeto que não é alcançado pela vontade humana.
Nisto as denominações e ministérios têm fracassado. Muitos ministérios
nasceram de um bom sentimento, de um bom desejo, mas não do céu.
Nas Escrituras, sempre que se obedeceu ao projeto de Deus, houve
abundante manifestação de Sua Presença. Foi assim com a arca de Noé,
no tabernáculo, no Templo de Salomão. A voz se ouviu, a presença se
sentiu e a Glória se fez presente. Compreender isso é vital. Encontraremos
congregações ou denominações que fazem tudo correto e bem planejado,
mas sem o sobrenatural.
Nas Escrituras, sempre o último projeto de Deus é maior. O primeiro
Adão era excelente; mas o segundo Adão (Cristo) foi melhor. O primeiro
tabernáculo de reunião e o Templo foram excelentes, mas o segundo,
todos nós, a Igreja, é melhor. O primeiro vinho era excelente, mas o
segundo vinho era o melhor. A primeira glória era grande e foi ouvida e
sentida, mas com o surgimento da Igreja, o Espírito foi derramado sobre
toda a carne e tornou-se maior.

“A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o


SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR
dos Exércitos.” (Ageu 2 : 9)“Nós somos cooperadores de Deus, e
vós sois a seara de Deus, o edifício de Deus. Não sabeis que sois
um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I
Coríntios 3: 9, 16).

17.7 – Esfera multidimensional: a dimensão viajante


Adão podia ver de um canto ao outro do mundo, ou seja, possuía as
visões física e espiritual interagindo em harmonia. O Éden era um lugar
sobrenatural com uma porta dimensional onde era possível falar com
o Criador.
O ato da tentação da serpente se deu não com palavras, pois um ser
angelical em forma de serpente, como neste episódio, não se comunica
com palavras, mas telepaticamente. A frequência própria dessas entidades
é a frequência baixa da mente. São as inclinações do ego, privilegiando os
interesses egoístas. Esta é a razão do fruto ser desejável e agradável aos
olhos. A frequência alta da mente, que são os pensamentos retificados e
santificados, não é captada por essas entidades.
Privilegiar o fruto proibido foi privilegiar e adquirir o conhecimento da
natureza física em detrimento da espiritual; o racional, em desfavor do
intuitivo; a consciência, em detrimento da subconsciência. Frágil, o
homem foge de Deus. Os olhos naturais são abertos e passa a ter fome,
sede, sentir calor, cansaço, entre outros efeitos. Desligado do Criador, não
estranha a ausência do espiritual. Foi habituado, desde que nasceu, a lidar
somente com o natural. Por esta razão chama as realidades espirituais de
sobrenaturais. Não está acostumados com as dimensões do espírito.
O Éden, o Paraíso, foi a primeira esfera multidimensional onde Deus
conectou, ancorou sobre o planeta Terra. Adão podia entrar e sair por essa
porta. Uma esfera dimensional que ligava o Éden terreno com o Éden
dimensional onde estava a árvore da vida. A obra de Cristo foi trazer
restauração, pelo seu sangue, trazer restituição da entrada ao Paraíso, ao
acesso multidimensional novamente. As Escrituras dizem que ele comia
tanto das árvores agradáveis como da árvore da vida e futuramente da do
conhecimento do bem e do mal. “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda
a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio
do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2: 9).
O Éden dimensional estava no Oriente, suspenso sobre ele. A Nova
Jerusalém, a árvore da vida e o rio que cruza a cidade são a mesma esfera
dimensional que foi colocada no início sobre a terra. A história começa
com uma esfera dimensional chamada Éden e termina com a esfera
dimensional chamada Nova Jerusalém.

E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, do lado oriental; e


pôs ali o homem que tinha formado. E o SENHOR Deus fez brotar
da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a
árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do
bem e do mal. E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se
dividia e se tornava em quatro braços. (Gênesis 2: 8-10)
E MOSTROU-ME o rio puro da água da vida, claro como cristal,
que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua
praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da
árvore são para a saúde das nações.(Apocalipse 22: 1,2)

Essa esfera dimensional chamada Éden ou Paraíso, após o pecado, foi


levada ao centro da Terra, onde permaneceu até os dias de Cristo. O
episódio de Abel demonstra isso. É dito que seu sangue (alma) clamou
desde a terra por justiça. “E disse Deus: ‘Que fizeste? A voz do sangue do
teu irmão clama a mim desde a terra’” (Gênesis 4: 10).
Há também um lugar preparado para os ímpios. As Escrituras chamam
de Guerinon ou Hades, o grande abismo, lugar de tormento. Os que estão
neste lugar podem ver o Paraíso (Lucas 16: 22-23).
Quando Cristo cumpre todas as profecias, o Paraíso terreno, esta esfera
dimensional que estava no centro da Terra, é levado para o terceiro céu e
passa a se chamar Paraíso Celestial. Essa transferência dimensional foi
tão forte que em Jerusalém, após a ressurreição de Cristo, foram vistos
muitos mortos ressurretos andando pela cidade. “E abriram-se os
sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; e,
saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade
santa, e apareceram a muitos” (Mateus 27: 52-53).
A esfera dimensional que era o Éden possuía doze portas, como é visto
no Apocalipse, na Nova Jerusalém. Abrangia uma vasta região. Em toda
essa região ficou a glória residual. Por essa razão podemos entender por
que muitas dimensões eram abertas, nos tempos dos profetas. Moisés
abriu dimensões espirituais no Egito; o profeta Ezequiel teve visões na
Babilônia; Daniel, idem, entre outros.
O Éden estava no chamado Oriente, uma dimensão superior. Foi dali
que se abriu a dimensão que Deus usou para recolher o pó da terra e
formar o homem. É sabido pelos antigos que o céu está ao lado norte, o
ponto de partida da criação, o lugar original de onde surgiu a existência, a
energia estabilizadora do universo, lugar onde está o Monte Santo. No
norte da África foi aberta uma dimensão das trevas. Esse foi o lugar onde
o Diabo se introduz na terra, de onde predomina desde a Antiguidade
com monumentos que estão carregados de “energia dimensional das
trevas”. Estes lugares estão sendo restaurados também.

17.8 – Os poços dimensionais


Existe um lugar, o Centro do Universo, o ponto de partida de toda a
criação, onde tudo é sustentado. Ali se encontra o trono de governo de
Cristo. Deste lugar sai o fogo eterno de Deus, que formou os anjos e onde
eles vão adorar e receber sua presença e santidade. Este fogo é puro e
tudo o que é tocado por ele arde eternamente. Ele deve arder em nós,
acender as nações e consumir todos os inimigos. Este lugar chama-se o
santo monte do testemunho. Este lugar foi feito do fogo que está nos
olhos de Jesus. “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca,
como a neve, e os seus olhos como chama de fogo” (Apocalipse 1: 14).
Este fogo foi o desejo de muitos anjos. O fogo de um querubim em
particular se extinguiu e foi retirado dele, em razão desse desejo. Hoje ele
usa um fogo estranho, contaminado, roubado, que não lhe pertence. Este
querubim, Satanás, é lançado para a Terra através de uma porta
dimensional envergonhado como cinza, conforme o profeta descreve. Sua
chegada provocou caos imediato na estrutura do lugar, em razão da
grande carga negativa de poder que trazia consigo e seus seguidores. A
região dimensional por que Satanás chegou à Terra foi a terra do Egito.
Neste lugar inicial ele reúne seu exército e estabelece sua estratégia. “Pela
multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste
os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te
consumiu e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te
veem” (Ezequiel 28: 18).
O Espírito do Criador esteve presente neste contexto, conforme Gênesis
1: 2, e Satanás foi julgado e sentenciado (João 16: 8). Temos que entender
que a cruz foi para julgar os principados e o homem e não Satanás, que
fora julgado antes da criação do homem. Deus toma então do pó da terra,
algo insignificante tendo em vista a criação dos anjos em espírito e
energia, e forma o homem. Satanás, não podendo destruí-lo, o seduz; o
homem peca e dá-se início a uma guerra genética, de sementes, de
descendência, como está registrado em Gênesis 3: 15. Neste embate,
Cristo toma a forma de homem e despoja os principados, expondo-os à
vergonha, e restabelece o domínio perdido através de sua descendência
(Colossenses 2: 15; Isaías 53: 10).
Satanás interveio na genética do homem quando os anjos caídos tiveram
relações sexuais com as filhas dos homens, como descrito em Gênesis 6,
gerando os chamados gigantes, que multiplicaram a maldade na Terra e
provocaram o dilúvio, como punição. Esses anjos foram sentenciados em
prisões dentro da Terra. Essa esfera dimensional é chamada de Abismo,
no centro da Terra. Dessa dimensão sairão espíritos poderosos para trazer
destruição na Terra, conforme Apocalipse 9.
Existem os chamados Principados que dominam os céus, os astros. Por
esta razão podemos entender por que as nações são influenciadas pelos
astros. Estes Principados recebem poder de Satanás através de diferentes
portas dimensionais. Acessos que são abertos e alimentados por
sacrifícios, pecados diversos, guerras e outras formas de geração de
energia demoníaca. As guerras espirituais e a adoração profética têm
resistido a estas forças, aguardando o dia profetizado pelo Senhor, como a
porta dimensional do rio Eufrates, que se abrirá nos últimos dias. Outras
portas têm permanecido fechadas por milênios e se abrirão nos últimos
dias. “A qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: “Solta os quatro
anjos, que estão presos junto ao grande rio Eufrates” (Apocalipse 9: 14).
Existem determinados lugares chamados Poços Dimensionais. A Terra
gira ao redor do Sol e esse movimento é dividido em quatro lugares, que
chamamos de equinócios e que determinam as estações do ano. Cada vez
que acontece um equinócio, o planeta está sob determinadas influências
climáticas. Da mesma forma, cada vez que fazemos algo, liberamos
energia. Quando nos movimentamos para produzir o bem geramos
energia positiva, geramos a glória de Deus na Terra; o contrário é
verdadeiro: quando nos movemos para o mal, geramos energia negativa e
consequentemente maldição e trevas. Fechamos o céu sobre nós e os
convertemos em “céus de bronze”. “O céu sobre a tua cabeça ficará como
bronze, e a terra debaixo de ti como ferro” (Daniel 28: 23).
Nossas atitudes e atos provocam o fechamento de umas portas e a
abertura de outras. Quando se comete pecados coletivos em determinadas
datas abrem-se portas dimensionais, naquelas datas. Por isso que, em
algumas datas, há mais opressão que em outros dias do ano.
Verificaremos com facilidade datas específicas que estão cheias de morte e
desgraças, por gerações.
Portanto, no mesmo dia do próximo ano, naquele equinócio, outra vez a
Terra estará no mesmo lugar e poderemos sentir a opressão se movendo
no espaço físico-geográfico em razão do acúmulo de energia dedicada às
trevas. Imaginemos uma data, como exemplo, aquela em que se cometeu
o primeiro assassinato, e no próximo ano se cometerão outros
assassinatos e maldades. O que ocorre é que teremos o acúmulo de
energia de vários anos. Essa carga negativa sobre um mesmo lugar
geográfico e data é que abre dimensões de maldade ou poço dimensional.
É fácil concluir por que damos tanta importância às festas religiosas.
Elas servem para abrir poços dimensionais para o bem ou para o mal
sobre a Terra. Alguns lugares têm um alinhamento mais estreito com os
portais. Um exemplo seria o Éden celestial, com o Oriente Médio e o
Hades, Sheol com o Egito. Alguns principados governam os astros do
nosso sistema e que exercem uma grande influencia sobre a Terra. Eles
têm causado morte e destruição por milênios.
Deus sabe como esses calendários fortalecem as trevas por muito
tempo. Ele precisou intervir, pois corríamos risco em nossa existência. Ele
providenciou o seu calendário e suas festas. São momentos específicos
que lançam profecias, decretos sobre as nações e o mundo espiritual das
trevas. Datas que proporcionam um verdadeiro alinhamento das
dimensões celestiais com a Terra. Datas que geram energia positiva da
glória de Deus. Trata-se das festas bíblicas, judaicas, entregues por Deus
ao seu povo desde a saída do Egito.

17.9 – Palavras viajantes


Este conceito está relacionado ao fato de um profeta, alinhado com o
projeto de Deus, mediante uma profecia ou ato profético, abrir um portal
dimensional e afetar todas as realidades do tempo. Este ato é chamado
de explosão dimensional de energia. Trata-se de uma carga energética de
poder que rompe o tempo cronológico e os limites dimensionais, fazendo
com que esse poder viaje por todas as gerações e que em qualquer geração
possamos usar a mesma Palavra. Mesmo os grandes profetas do passado
não experimentaram esta realidade, pois não eram da espécie de profetas
dimensionais.
Uma Palavra profética que tem sua origem no Criador possui uma carga
energética de poder dimensional muito poderosa, comparável com a
Palavra que gerou o Cosmo e o Universo. O problema é nossa situação
empobrecida, humana, em que nos encontramos. Possuímos limitações
naturais. Nossos corpos naturais filtram e reduzem o poder enviado a nós
para fazer a vontade de Deus. Contaminados, nos vemos limitados ao
operar de Deus.
A solução é operar de outra dimensão. Quando somos desprendidos do
corpo natural, podemos absorver mais o poder puro de Deus. Nestes
lugares poderemos gerar uma explosão dimensional de poder, uma
quantidade grande da Palavra de Deus que poderá cruzar todas as
gerações até encontrar cumprimento. Hoje estamos trazendo à tona, nesta
geração, profecias dimensionais lançadas no espaço em outros tempos.
Nações inteiras poderão ser transformadas e principados derrubados
quando os profetas alinharem, unificarem ao mesmo tempo, em uma só
geração, as profecias.
O Reino está chegando a todas as dimensões rebeldes. Nossa guerra é
conquistarmos todas as dimensões paralelas. Esse foi o projeto original de
Deus, confirmado por Jesus. O problema é que levamos dois mil anos
para entendermos isso. Deveríamos ter o conhecimento dimensional das
Escrituras para podermos entrar nessas dimensões.
O exemplo típico foi o de Cristo, que, em cada vez que declarava uma
profecia, naquele momento ele conectava seu ministério com a profecia
dimensional. Cristo, o maior dos profetas, quando foi testemunha de uma
palavra profética do passado, pôde trazer seu cumprimento desse poder
dimensional. Cristo usou várias Palavras dimensionais da Antiga Aliança
para trazer o poder de cura e libertação à Terra.
Trata-se de um poder de algo que não vai ser, mas que já foi feito e que
se desloca no tempo, do passado ao presente, alinhando a realidade
cronológica natural com a realidade dimensional do passado. Nesta
geração um novo tipo de guerra tem começado, e as batalhas se darão em
outras dimensões.

17.10 – A dimensão do espírito e as Escrituras


Existe uma grande diferença entre uma visão e uma viagem
dimensional. Na visão, você é testemunha de algo que está acontecendo;
na viagem dimensional, você é transferido de um ponto ao outro. Você
não é testemunha de algo somente, mas está dentro da visão. Há uma
interação, parte daquele momento pode até mesmo afetar a pessoa.
O profeta Ezequiel, em duas viagens dimensionais, recebeu a ordem de
cavar na parede e profetizou a morte de Feltias, um dos principais
sacerdotes. Uma interação dentro da visão e no curso normal dela.

Trouxe-me então à porta do átrio. Olhando, vi um buraco na


parede. Ele me disse: “Filho do homem, abre uma fenda na
parede”. Abri uma fenda e vi ali uma porta. (Ezequiel 8: 7-8).
O espírito ergueu-me e trouxe-me para junto do pórtico oriental
do Templo do Senhor – aquele que dá para o oriente. Ora, ali
junto da entrada do pórtico se encontravam vinte e cinco homens.
Entre eles vi Jezonias, filho de Azur, e Feltias, filho de Banaías,
príncipes do povo. Ora, enquanto eu estava profetizando, Feltias
filho de Banaías morreu. A isto caí com o rosto em terra e clamei
em alta voz, dizendo: “Ah! Senhor Iahweh, vais extinguir todo o
resto de Israel?”. (Ezequiel 11: 1, 13).

As dimensões espirituais são mais fortes ou mais poderosas que as


dimensões naturais. Devemos entender que nossa luta é no ambiente
espiritual, não no natural, pois uma vitória ou derrota no ambiente
espiritual provoca consequências de triunfo ou fracasso no
ambiente natural.
Muitos fatos ocorridos e que ocorrem no presente e ocorrerão no futuro
tiveram e terão a participação não só dos que viveram e viverão em suas
épocas, mas do espírito dos profetas de outras gerações que foram em
outras dimensões para levar à existência fatos que estão em dimensões
não sujeitas ao tempo. Podemos chamá-los de guardiões, espíritos de
profetas designados para gerar o destino do povo de Deus na Terra, em
diversas épocas.
Profetas como Daniel e o apóstolo João foram testemunhas de fatos
ocorridos em várias épocas, sobretudo na nossa. A pergunta que alguns
fazem é: será possível, no espírito, vê-los passando em nossa geração e
interagir com eles, a exemplo de Jesus no monte da transfiguração, com
Moisés e Elias? O que dizer de João quando estava no céu e vê a alma de
muitos e escuta suas palavras e aparenta falar com eles, ocorrendo assim
uma interação entre eles, no futuro?
Quando um espírito de um profeta passa por uma geração é como se na
dimensão espiritual se emitisse um sinal anunciando a presença de um
profeta da mesma unção nessa geração. Malaquias declarou centenas de
anos depois de Elias e centenas de anos antes de João Batista que Elias
voltaria. “Eis que vos enviarei Elias, o profeta, antes que chegue o Dia do
Senhor, grande e terrível”. (Malaquias 4: 5).
Elias cruzou os tempos de sua geração deixando que sua unção pousasse
sobre Eliseu, João Batista e ainda não terminou seu ministério.
O apóstolo João, no livro do Apocalipse, faz menção a duas
testemunhas, estando em pé. “Às minhas duas testemunhas, porém,
permitirei que profetizem, vestidas de saco, durante mil duzentos e
sessenta dias. Estas são as duas oliveiras e os dois candelabros que estão
diante do Senhor da terra”. (Apocalipse 11: 3-4).
A palavra “testemunha” se refere a seres humanos, não a anjos; e a
expressão “em pé” indica atividade contínua. Como Elias, existem
profetas que vigiam a Terra e cujo ministério não terminou. Dão
testemunho do que acontece na raça humana ao longo dos séculos e sua
interação com a história não terminou.
Trata-se de transferência de espírito para espírito. Deus está nos dando
a ordem para que obedeçamos, nesta geração, a profetas que estiveram
em outras épocas. Ele é o Deus dos espíritos, não só do homem profeta,
mas dos espíritos dos profetas, que são extracorpóreos, imortais e não
atingidos pelas leis do tempo.“Disse-me então: ‘Estas palavras são fiéis e
verdadeiras, pois o Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas enviou o seu
Anjo para mostrar aos seus servos o que deve acontecer muito em breve’”.
(Apocalipse 22: 6).
Existem aqueles que andam com Deus, andam onde Deus costuma
andar. Os mortais não podem ir até lá. O exemplo nas Escrituras foi
Enoque, o maior viajante da história profética da humanidade. Ele
caminhou em dimensões, com Deus, como nenhum outro. Como ele,
muitos outros cruzaram nossas gerações em direção ao fim dos tempos.
Estes virão nos apoiar e dar gritos de guerra dimensionais, nesta geração,
para desestabilizar as forças da escuridão.

A respeito deles profetizou Enoque, o sétimo dos patriarcas a


contar de Adão, quando disse: “Eis que o Senhor veio com as suas
santas milícias exercer o julgamento sobre todos os homens e
arguir todos os ímpios de todas as obras de impiedade que
praticaram e de todas as palavras duras que proferiram contra ele
os pecadores ímpios”. (Judas 1: 14-15).
Portanto, também nós, com tal nuvem de testemunhas ao nosso
redor [...]. (Hebreus 12: 1).

Os profetas dimensionais podem interagir entre eles. Esse assunto é


muito conhecido no meio mais profundo do judaísmo, onde líderes foram
visitados por profetas e receberam revelações elevadas das Escrituras.
Códigos proféticos que não são entendidos por uma mente comum, mas
por uma mente profética. Tudo isso porque nossa luta não é nas
dimensões naturais, mas dimensionais, e os que tiverem maior
conhecimento prevalecerão, pois nestas dimensões um conhecimento
pode fazer toda a diferença.
As armas dimensionais serão muito importantes. Só existem duas
flechas e um arco. Com o conhecimento da ciência e das forças naturais
você pode disparar somente uma flecha, mas com o conhecimento da fé
você pode disparar inúmeras flechas. Cada vez que pegar uma flecha de
sua aljava, surgirá outra. São armas geradas no corpo espiritual pela fé,
nas dimensões espirituais. Acreditando, pela fé, que você pode voar,
poderá fazê-lo. Acreditando que pode atravessar um muro, já estará do
outro lado.
Nesses lugares o natural, a lógica, o racional não funcionam. Ali os céus
se enrolam e os profetas viram um céu sobre o qual se abriu uma porta
dimensional. Os céus não resistem à energia dimensional. “[...] todo o
exército dos céus se desfaz; os céus se enrolam como um livro, todo o seu
exército fenece, como fenecem as folhas da videira, como fenecem as
folhas da figueira” (Isaías 34: 4).
O profeta Zacarias vê um anjo com um cordel de medir e pergunta
aonde ele iria. O importante não era a utilidade do cordel e sim aonde o
anjo iria com ele.“Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um
homem que tinha na mão um cordel de medir. Então perguntei: ‘Para
onde vais tu?’ Respondeu-me ele: ‘Para medir Jerusalém, a fim de ver
qual é a sua largura e qual o seu comprimento’” (Zacarias 2: 1-2).
O anjo iria medir e Zacarias compreendeu, como Daniel, Ezequiel e
João, que os anjos não iriam medir objetos ou lugares, mas que essa
medição está relacionada com os sinais proféticos do que Deus fará.
Zacarias entendeu que uma fita de medir, nas regiões dimensionais, é
uma arma profética que gera conhecimento da medida das realidades,
para liberar o destino profético. É ajustar a realidade natural às medidas
do projeto de Deus. A linguagem de Deus, muitas vezes, é transmitida por
medidas e um profeta com revelação entende as coordenadas com
precisão.
Nas dimensões, as unções são conhecimentos que passam a ser parte de
você. Quando o profeta vê a vara de medir, entende que Deus está dizendo
que é necessário medir e dar cumprimento das realidades espirituais.
Essa unção permite que você olhe para qualquer coisa e tenha o
conhecimento completo daquilo. Zacarias podia simplesmente olhar e
saber com precisão a medida de tudo.
O exemplo de Estevão mostra que uma pessoa pode ter sua mente e
espírito impregnados, consumidos e cheios do Espírito de Deus. O texto
diz que, antes de sua morte, seus algozes, fixando os olhos nele, viram seu
rosto como o de um anjo, transfigurado. “Então, todos os que estavam
sentados no concílio e ao fixar os olhos nele viram seu rosto como o rosto
de um anjo” (Atos 6: 15).
A cada vez que Estevão falava, as dimensões espirituais se abriam e se
uniam com a realidade natural. A abertura foi tal que apenas o corpo e a
voz de Estevão estavam em nossa realidade. O seu espírito estava em
outra.
Estêvão, porém, repleto do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e
viu a glória de Deus, e Jesus, de pé, à direita de Deus. E disse: “Eu
vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, de pé, à direita de
Deus”. Eles, porém, dando grandes gritos, taparam os ouvidos e
precipitaram-se à uma sobre ele. (Atos 7: 55-57).

Terminamos este estudo dizendo que todos nós possuímos dons


implantados pelo Senhor dentro de nós. Dons que foram preparados e nos
destinados antes da fundação do mundo. Temos que conhecer esses dons
e unções e assegurar o cumprimento dos nossos propósitos. Dependerá
também da influência e do enchimento do Espírito Santo. A não ativação
desses dons e unções pode levar uma pessoa a viver toda a sua vida e
morrer sem saber que os tinha.
A geração final é a geração em que foram restauradas as lâmpadas do
conhecimento. Profetas que possuem uma jurisdição que vai além da
Terra: são juízes nas dimensões espirituais. Deus restaurará o espírito dos
profetas desta geração para que tragam luz suficiente para iluminar toda a
Terra. Profetas, despertem! Saiam de seus limites! É tempo de conquistar!
E o espírito diz: “Suba aqui, venha e te mostrarei as coisas que
acontecerão”.
CAPÍTULO 18
TRANSMISSÃO ESPIRITUAL

18.1 – Introdução
O presente estudo tem como objetivo esclarecer a Igreja do Senhor que
é possível viver o sobrenatural apesar de sermos naturais. Fazemos parte
de uma geração que receberá revelações, chaves do mundo espiritual e
códigos proféticos para que haja o entendimento das Escrituras, como
nunca antes.
É preciso restaurar nosso corpo natural para torná-lo um corpo
transmissor de glória e para ter o entendimento do mundo espiritual, dos
anjos e espíritos ministradores, para manifestar a glória de Deus. Há uma
restauração a ser feita a partir da mente e do corpo, o que nos
possibilitará o título de protetores dos códigos sagrados.
O assunto a ser abordado e seus reflexos são muito profundos. Um
aspecto é você ser separado, em certa medida, para o serviço do Senhor e
para honrá-lo; outro aspecto é alcançar níveis elevados de experiências
sobrenaturais. Uma santidade que só é recebida no Lugar Santo pela
ministração de Deus; a santidade na sua expressão máxima no espírito,
um manto que só pode vir de Deus

Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que seu
senhor faz; mas eu vos chamo amigos, porque tudo o que ouvi de
meu Pai eu vos dei a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes,
mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes
fruto e para que o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo o que
pedirdes ao Pai em meu nome ele vos dê. (João 15: 15-16).

18.2 – Diferentes níveis de glória


Tudo o que Deus criou possui medidas de glória e poder diferentes.
Existem unções que recebemos pela busca constante de Deus e outras que
recebemos pela transferência de seus ministros, mas as maiores unções
que se manifestam em nosso chamado são entregues antes de nascermos.
Está em questão aqui a origem de nossas almas. É fundamental
buscarmos em Deus o propósito delas aqui neste mundo. Como cada
corpo recebe uma glória específica e única em toda a criação, da mesma
forma, Deus determinou diferentes medidas de unção e da sua presença
para cada ministro.

Nenhuma carne é igual às outras, mas uma é a carne dos homens,


outra a carne dos quadrúpedes, outra a dos pássaros, outra a dos
peixes. Há corpos celestes e há corpos terrestres. São, porém,
diversos o brilho dos celestes e o brilho dos terrestres. Um é o
brilho do sol, outro o brilho da lua, e outro o brilho das estrelas. E
até de estrela para estrela há diferença de brilho. (I Coríntios
15: 39-41).

É certo que o Espírito é quem ministra o espírito do homem e a cada um


lhe entrega uma magnitude de presença diferente, segundo o beneplácito
da sua vontade. Mas o corpo é, igualmente, tão importante quanto a alma
ou o espírito, os três devem e serão redimidos, mas mesmo aqui são
receptores e acumuladores da glória de Deus. Deus sempre vai precisar de
um corpo, de um recipiente para se manifestar e transmitir sua glória e
vontade. Jesus, quando se fez carne, participou desta realidade, pois nele
habitava corporalmente toda a plenitude da divindade. “Pois nele habita
corporalmente toda a plenitude da divindade e nele fostes levados à
plenitude. Ele é a Cabeça de todo Principado e de toda Autoridade”
(Colossenses 2: 9).
Tudo tem uma função e um propósito na natureza. O cobre e o ouro são
os melhores condutores de eletricidade; o urânio enriquecido é um dos
elementos mais radioativos que existe, qualquer objeto que se aproxime
ou tenha contato fica carregado da sua ação radioativa. Deus criou o corpo
com a função de ser um transmissor da sua glória e do seu poder. O poder
de Cristo é como uma irradiação que impregna tudo que se aproxima dele.
A unção e a glória de Deus são fortemente contagiosas. Não só o corpo
mas as próprias vestes de Jesus e Paulo podiam gerar milagres, tal é a
realidade de seu poder de transmissão.“Entretanto, pelas mãos de Paulo,
Deus operava milagres não comuns. Bastava, por exemplo, que sobre os
enfermos se aplicassem lenços e aventais que houvessem tocado seu
corpo: afastavam- se deles as doenças, e os espíritos maus saíam” (Atos
19: 11-12).
Os exemplos de Enoque, Moisés e Elias são importantes para se
destacar. Enoque andou com Deus e seu corpo desapareceu; Moisés
permaneceu quarenta dias em uma dimensão espiritual e seu corpo ficou
impregnado pela presença de Deus; Elias, ao comer alimentos dos anjos,
teve sua massa corporal alterada geneticamente pelos alimentos
celestiais.
Todos, ao chegarem ao momento de suas mortes, Deus se encarregou de
guardar os seus corpos. Um foi arrebatado; outro o próprio Deus o
sepultou e outro, ainda, foi levado por uma carruagem de fogo. Em todos,
até mesmo os ossos possuíam resíduos de poder. Esta foi a razão de
Satanás tanto querer o corpo de Moisés. Sabemos que Eliseu recebeu a
transferência desse poder através da capa de Elias. Houve um episódio
que mostra a magnitude dessa realidade, mesmo com Eliseu morto.

Aconteceu que, enquanto alguns homens estavam sepultando um


morto, avistaram um desses bandos; jogaram o corpo dentro do
túmulo de Eliseu e partiram. O corpo tocou nos ossos de Eliseu,
recobrou vida e pôs-se de pé. (II Reis 13: 21).
E, no entanto, o arcanjo Miguel, quando disputava com o Diabo,
discutindo a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a
pronunciar uma sentença injuriosa contra ele, mas limitou-se a
dizer: “O Senhor te repreenda!”. (Judas 1: 9).

Nas Escrituras, podemos notar homens que tiveram porção de glória


corporal que repousava sobre seus corpos. No aspecto de ressuscitação,
Elias foi o primeiro, seguido por Jesus e o apóstolo Paulo. Pessoas que a
morte não suportava a vida que estava nelas. Pessoas que carregavam
tanta glória em seus corpos físicos que, quando alguém tocava nos seus
corpos, tudo ficava impregnado da sua essência. Vivemos nesse tempo de
glória, pois as Escrituras dizem que os que estão em Cristo devem viver
como ele viveu e fazer sinais maiores.

Depois subiu à cama, deitou-se sobre o menino, pondo a boca


sobre a dele, os olhos sobre os dele, as mãos sobre as dele,
estendeu-se sobre ele e a carne do menino se aqueceu. (II Reis 4:
34).
Tomando a mão da criança, disse-lhe: “Talitha Kum” – o que
significa: “Menina, Eu te digo, levanta-te”. (Marcos 5: 41).
Um adolescente, chamado Eutico, que estava sentado no peitoril
da janela, adormeceu profundamente enquanto Paulo alongava a
sua exposição. Vencido pelo sono caiu do terceiro andar abaixo.
Quando foi levantá-lo, estava morto. Paulo desceu, debruçou-se
sobre ele, tomou-o nos braços e disse: “Não vos perturbeis: a sua
alma está nele!”. (Atos 20: 9-10).
Eu lhes dei a glória que me deste para que sejam um, como nós
somos um. (João 17: 22).

Quando a glória está em um corpo, ela não necessita de emoção para


funcionar, nem sequer da transmissão do espírito do ministro. Há unções
que são tão poderosas que se transmitem de corpo para corpo. Este era o
propósito de Deus quando criou o corpo do homem: fazer um corpo
transmissor da sua glória. Fomos ensinados que o nosso corpo é
instrumento do pecado e da maldade. O que pecou foi a alma do homem
fazendo cair de nível o seu corpo antes luzente.
Quando Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, manifestou
sua glória não somente na sua alma, mas no seu corpo. Por esta razão, ao
pecar, a consequência foi a morte do corpo. O propósito de Deus para o
nosso corpo era que fosse transmissor de glória eterna.
Jesus ensinou os seus discípulos a orar e ensinar a outros a impor as
mãos sobre as pessoas e esta foi uma doutrina solidificada. Se tudo é
recebido pela fé, por que impor as mãos, se Deus é espírito? Porque com o
corpo se transmite a glória de Deus corporalmente, a qual ativa a saúde,
virtudes e poder nos corpos.

Por isso, deixando de lado o ensinamento elementar a respeito de


Cristo, elevemo-nos a uma perfeição adulta, sem ter que voltar aos
artigos fundamentais: o arrependimento das obras mortas e a fé
em Deus, a doutrina sobre os batismos e a imposição das mãos, a
ressurreição dos mortos e o julgamento eterno. (Hebreus 6: 1-2,
grifo nosso).

O adversário é nutrido pela alma geneticamente alterada. Essa verdade


pode ser vista na queda do homem, ao surgir duas sementes na terra: a
semente (leia, descendência) da mulher e a semente da serpente. Ao
procurar os códigos alterados na pessoa, ele pode encontrar uma alma
restaurada pela genética de glória de Jesus. É o que conhecemos como
“aspersão do sangue”. As Escrituras dizem que fomos chamados para a
obediência e para a aspersão do sangue, isto é, a transformação genética
do Seu Filho. “[...] eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na
santificação do Espírito, para obedecer a Jesus Cristo e participar da
bênção da aspersão do seu sangue. Graça e paz vos sejam concedidas
abundantemente!” (I Pedro 1: 2).
Outro nível de glória que o homem pode obter é os três níveis de
glória física.
O primeiro nível se dá quando nascemos do Espírito. É o processo
inicial da transformação, de glória em glória, na imagem daquele que nos
chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Esse processo leva o corpo
físico a buscar santificação. O jejum é uma ferramenta que demonstra
esse desejo de santificação. Os anjos não podem jejuar, pela sua condição
espiritual. Quando jejuamos, eles se admiram do modo como negamos
nossa natureza física para ouvirmos o Eterno.
O segundo nível de glória física recebemos quando atendemos e
entendemos o chamado para o serviço do Eterno. Trata-se de um
chamado sacerdotal, quando Ele testificará de nós e dará testemunho de
quem Ele é, em nosso corpo físico.
O terceiro nível de glória é alcançado quando você se permite ser
totalmente governado pelo Espírito, alcançando dimensões espirituais e
negando completamente sua vida e interesses. Algumas vidas viveram em
grande renúncia. No corpo físico perderam sua honra, privilégios, sonhos,
para demonstrar amor ao Pai e receberam, no corpo físico, testemunho
Dele do quanto o agradou.
Temos que entender que a glória de Deus em um corpo físico é
tremendamente poderosa e Satanás sabe disso, por isso a sua luta para
profanar o templo de Deus. A primeira glória transforma a sua vida
espiritual e a santifica para o Senhor; a segunda glória transforma sua
mentalidade e altera seus planos, recebendo um chamado e uma unção
para cumprir o propósito do Eterno; a terceira glória muda sua estrutura
espiritual, toda a sua genética, que está em seu corpo. Nesse momento
você não precisa fazer esforço para ter a presença de Deus; nem orar ou
jejuar para sentir a glória, ela estará correndo por todo o seu corpo da
mesma maneira que o seu sangue, pois a glória estará no seu DNA.
Jesus, por ser a Vida, quando chega a hora de sua morte ele desce ao
profundo da terra e ao Hades. O abismo engoliu literalmente Jesus. Isso
ocorreu para cumprimento de profecias.

Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o


teu Santo veja corrupção. (Salmos 16: 10).
Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também antes tinha
descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é
também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir
todas as coisas. (Efésios 4: 9-10).

O Hades sentiu a força da Vida e não pôde retê-lo e o expulsou como o


grande peixe a Jonas. Quando ele sai, ele absorve o poder da morte e
agora a morte não poderia tocar a todos que têm a virtude do sangue, da
genética de Cristo.

Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha


palavra, nunca verá a morte. (João 8: 51).
E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade,
e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á
a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. (I
Coríntios 15: 54-55).

18.3 – Códigos proféticos do corpo


Podemos perguntar a qualquer pessoa o que representa a carne na
Bíblia e certamente a maioria nos dirá: o pecado, a tentação, a debilidade,
entre outras definições negativas. Poucos nos diriam: “a embalagem do
poder de Deus”; “o lugar da manifestação da glória”; “uma bênção onde o
Senhor se glorifica”. Esta realidade, na verdade, obedece a um plano do
adversário. Esta é a razão por que somos em média 15% do espiritual que
deveríamos ser. Precisamos da restauração da carne. “Acontecerá depois
que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas
filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os vossos mancebos
terão visões” (Joel 2: 28).
O requisito dessa profecia é ter um corpo de carne. Por esse elemento
ser honroso, Deus falou dele. O próprio Jesus participou de um corpo de
carne e este não foi um obstáculo para que a Sua glória fosse
manifesta. “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e
de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai”
(João 1: 14).
É preciso dar a devida importância ao corpo, pois nele pode incidir a
glória do Eterno. Quando falamos do corpo é preciso falar do alimento
que o sustenta. Existem códigos ocultos que envolvem os alimentos nas
Escrituras e sua relação hoje com a igreja.
Quando falamos de corpo e a manifestação do Espírito sobre ele,
podemos falar com propriedade sobre Sansão. Antes de nascer, foram
dadas orientações do Eterno para que não só ele, mas sua mãe se
submetesse ao voto do nazireado. Houve restrições alimentares para
ambos.

A mulher entrou e disse ao seu marido: “Um homem de Deus me


falou, um homem que tinha a aparência do Anjo de Deus, tal era a
sua majestade. Não lhe perguntei donde vinha, e nem ele me disse
o seu nome. Mas ele me disse: ‘Conceberás e darás à luz um filho.
De hoje em diante não bebas vinho nem qualquer bebida
fermentada, e não comas nenhuma coisa impura, porque o
menino será nazireu de Deus desde o ventre de sua mãe até à
morte!’” (Juízes 13: 6-7).

A unção corporal de Sansão foi a sombra do que viria sobre o corpo de


Cristo, a igreja. Sansão representa Israel e a unção corporal que
inicialmente receberam. Israel igualmente se prostituiu com outros
deuses e Deus lhes tirou a unção. Foram levados cativos e agora, nos
últimos dias, lhes restituirá a honra e a força, como Sansão nos últimos
dias de sua vida.
Agora a unção que a comunidade do Eterno recebe na Nova Aliança é
uma unção mais poderosa, pois produz vida. O mesmo poder corporal que
esteve em Jesus está na igreja. Unção para pôr em fuga exércitos
poderosos e dar vida às multidões.
Outro elemento que esteve associado a Sansão e à unção corporal foi o
mel. Como o azeite está ligado à unção, o mel está associado à sabedoria e
à revelação.“Come o mel, meu filho, porque é bom, o favo de mel é doce
ao paladar. Assim é a sabedoria para ti, saiba-o! Se a encontras, haverá
um futuro, e tua esperança não vai ser aniquilada” (Provérbio 24: 13-14).
Jônata é a figura bíblica que associa o mel com uma nova revelação. Ele
representa as virtudes de uma nova geração que come o mel espiritual que
revela e oferece discernimento.

O povo chegava ao lugar em que estava o favo de mel, o mel


escorrendo, mas ninguém o tocava com a mão e o levava à boca,
porque o povo temia o juramento que fora feito. Entretanto,
Jônatas não tinha tido conhecimento do juramento a que seu pai
havia obrigado todo o povo. Levantou a vara que tinha consigo,
espetou-a no favo e, com a mão, saboreou o mel, e logo a sua visão
melhorou. (I Samuel 14: 26-27).

O profeta Ezequiel faz menção ao mel na profecia contra o sistema de


Tiro, que, através da cidade de Minit (destruição) levou o mel da nação.
Uma representação de ser levada a sabedoria de uma nação ou geração a
várias outras. “Judá e a terra de Israel exerciam comércio contigo,
trazendo o trigo de Minit, panag, mel, azeite e bálsamo em troca das tuas
mercadorias” (Ezequiel 27: 17).
João Batista, o maior nascido de mulher, o último dos profetas da
Antiga Aliança, levava não só a profecia em sua boca, mas a sabedoria.
Isso porque sua mensagem estava associada às suas vestes e dieta. Todos
nós sabemos que ele comia mel e gafanhoto e se vestia de pele de
camelo. “Ora, João usava uma veste de pelos de camelo, e um cinto de
couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e mel
silvestre” (Mateus 3: 4).
Para vivermos a realidade da glória de Deus vitalizando nossa carne
precisamos entender o voto do nazareado, pois ele proporcionou uma
santificação do corpo e o acesso a códigos proféticos. Alcançarmos
determinados níveis de santidade, nos quais a unção corporal seja
totalmente operativa, exigirá um nível maior de entrega.
O nazireu não podia beber vinho, cortar o cabelo e se aproximar de
morto. Esses elementos representam verdades profundas.
O vinho representa, como sabemos, o sangue. Isso nos fala de genética
(sangue). A vide que devemos beber é a genética de Cristo, pois ele disse
que era a videira verdadeira. Outra vide nos levará ao poder de embaçar a
visão profética e perdermos atributos proféticos em razão da perda do
discernimento.

Eu sou a videira verdadeira, e o meu Pai é o viticultor. (João 15: 1).


Também estes se puseram a cambalear por efeito do vinho, andam
a divagar sob a influência da bebida forte. Sacerdote e profeta
ficaram confusos pela bebida, ficaram tomados pelo vinho,
divagaram sob o efeito da bebida, ficaram confusos nas suas
visões, divagaram nas suas sentenças. (Isaías 28: 7).

A navalha nos fala de instrumento de remoção de cobertura, da mente


elevada. O cabelo, bem como a barba, possuem uma relação muito
profunda com a cabeça (a mente espiritual). Profanados, podem impedir
o recebimento do or makif (do hebraico, luz circundante), da Luz divina,
pois os cabelos são verdadeiros tubos condutores desta Luz. Existem
mandamentos específicos para o judeu sobre o cabelo e a barba. Existem
mistérios profundos que podem ser explorados, sobre esse assunto. “Não
cortareis a extremidade da vossa cabeleira em redondo e não danificarás a
extremidade da tua barba” (Levítico 19: 27).
O morto representa resquício dimensional das trevas, pois a morte foi a
consequência do pecado. Tratava-se de uma proteção do espírito da morte
que é oposta ao espírito de vida que pairava sobre o nazireu. “[...] porque
a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz”
(Romanos 8: 6).
A mensagem é que existem toxinas espirituais que podem alterar a
nossa genética espiritual. Devemos discernir, de acordo com o nosso
chamado, o que pode representar contaminação para que as nossas vidas
não cumpram o propósito divino.
As Escrituras nos revelam que Jesus participou da carne para nos
libertar da escravidão da carne; levou sua carne à morte para nos livrar
dela, mas todo esse poder de libertar estava no seu corpo. Ele não veio em
espírito, mas em carne. Todo o poder de libertar estava em seu corpo. O
poder de salvação estava no seu sangue, na sua genética, nas suas células,
no seu corpo.
Restaurados pelo sangue do Cordeiro, temos a responsabilidade de
sermos os libertadores, em corpo, da criação. Após o pecado, a criação foi
submetida à escravidão, na esperança dos filhos de Deus, em corpo, se
manifestarem para libertá-la. Nosso corpo, através da genética de Cristo,
tem o poder para dominar sobre ventos, tempestades, o clima e a
atmosfera. Uma genética espiritual suficientemente poderosa para
exercer autoridade libertando a genética da Terra.

Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de


Deus. De fato, a criação foi submetida à vaidade – não por seu
querer, mas por vontade daquele que a submeteu – na esperança
de ela também ser libertada da escravidão da corrupção para
entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus. (Romanos 8: 19-
21).

18.4 – Corpos captadores dos códigos proféticos


As vidas que entram na dimensão dos códigos proféticos entraram em
recursos inesgotáveis no mundo espiritual. Estamos falando da fonte
suprema de conhecimento e tesouros insondáveis.
Existem três níveis de que Deus fala: O nível da lei está revelado nas
Escrituras, onde estão as verdades e instruções de que necessitamos e o
que é o mais básico da revelação; o nível dos princípios, que são
encontrados nas Escrituras e também desatam leis espirituais. Mas os
níveis dos códigos não anulam nenhum dos outros níveis, mas os
potencializam.
Jesus separou homens, entre a multidão. Homens que foram levados ao
limite de seus ensinamentos, tanto quanto puderam suportar. Receberam
códigos do céu e sua responsabilidade. Uma chave muito poderosa, no
mundo espiritual. Esses códigos fizeram e fazem alguns pagarem um alto
preço.
Os códigos espirituais estarão sempre ocultos, é difícil explicá-los e
decifrá-los. São muito desejados, mais que o ouro puro.
Os códigos são usados para ocultar informações que não são públicas e
somente os que possuem sua chave poderão interpretá-las. É tentar levar
a informação que está oculta ao seu estado revelado e original.
Jesus usou códigos nas suas mensagens e parábolas e, quando estava
sozinho com os seus discípulos mais próximos, lhes dava o significado
oculto delas. O assunto central é entender a associação dos códigos
secretos na intimidade.“Aproximando-se os discípulos, perguntaram-lhe:
‘Por que lhes falas em parábolas?’. Jesus respondeu: ‘Porque a vós foi
dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não’” (Mateus
13: 10-11).
Existem alguns tipos de códigos importantes:
Código de comunicação – Muitas palavras de Jesus não foram
entendidas pelos seus discípulos até o momento propício. Hoje
entendemos que elas estavam de certa forma reveladas.

Respondeu-lhes Jesus: “Destruí este templo, e em três dias eu o


levantarei”. Disseram-lhe, então, os judeus: “Quarenta e seis anos
foram precisos para se construir este Templo, e tu o levantarás em
três dias?”. Ele, porém, falava do templo do seu corpo. Assim,
quando ele ressuscitou dos mortos seus discípulos lembraram-se
de que dissera isso, e creram na Escritura e na palavra dita por
Jesus. (João 2: 19-22).

Código visual – é a linguagem universal de Deus e ultrapassa a barreira


do tempo. As formas mais típicas deste código são as visões e sonhos. Os
profetas viveram esta realidade. O apóstolo João, quando recebe a
revelação do Apocalipse, e muitos outros, mesmo em nosso tempo, estão
recebendo códigos espirituais através de visões e sonhos. Esta é a
promessa que o profeta Joel proferiu.

Vi então um céu novo e uma nova terra – pois o primeiro céu e a


primeira terra se foram, e o mar já não existe. Vi também descer
do céu, de junto de Deus, a Cidade santa, uma Jerusalém nova,
pronta como uma esposa que se enfeitou para seu marido.
(Apocalipse 21: 1-2).

Código binário ou numérico – esta realidade é facilmente vista na


informática, em seu sistema de dígitos 0 e 1 combinados. Esta é a leitura
que o computador faz para decifrar qualquer mensagem. Nas Escrituras,
sobretudo no contexto judaico da Torah, existe o conhecimento
da guimátria (método hermenêutico de análise das palavras bíblicas
somente em hebraico, atribuindo um valor numérico definido a cada
letra. É conhecido como “numerologia judaica”). A guimátria revela
muitos códigos ocultos nas Escrituras. “Aqui é preciso discernimento!
Quem é inteligente calcule o número da Besta, pois é um número de
homem: seu número é 666!” (Apocalipse 13: 18).
Códigos genéticos – Jesus é o grande transformador de códigos
genéticos. Nas Escrituras, podemos ver de forma decifrada esta verdade.
Jesus chama dois de seus discípulos e muda seus nomes. Estamos falando
de Tiago e João, seu irmão. O texto diz “aos quais pôs o nome de
Boanerges, filhos do trovão”. “A Tiago, o filho de Zebedeu, e a João, o
irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão”
(Marcos 3: 17).
Uma leitura simples e literal levará talvez ao entendimento de que este
nome estaria associado ao temperamento de ambos. Mas, analisando de
forma mais profunda, encontraremos um código. É preciso decifrar os
códigos que estão nas Escrituras.
Jesus lhes dá uma identidade: filhos do trovão. Inicialmente, nas
Escrituras, a voz de Deus é associada à voz de trovão. Jó sabia que tinha
uma mensagem nos trovões, mas morreu sem ver o dia da interpretação
desses códigos. Moisés a ouviu quando recebeu a Torah, no monte.
O som da trombeta ia aumentando pouco a pouco; Moisés falava e
Deus lhe respondia no trovão. (Êxodo 19: 19).
Mas o trovão do seu poder, quem o pode compreender? (Jó 26:
14).
A voz do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos
alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu. (Salmos 77: 18).
À tua repreensão fugiram; à voz do teu trovão puseram-se em
fuga. (Salmos 104: 7).

Jesus faz uma oração em público, o Pai o escuta e lhe responde com um
ruído, como o de um trovão. Alguns entenderam que fora um som
angelical, mas nesta ocasião foi permitido a uma multidão entender
aquele som. “E a multidão que estava ali, e tinha ouvido a voz, dizia que
tinha sido um trovão. Outros diziam: ‘Um anjo lhe falou’” (João 12: 29).
João passou a ser conhecido como um grande intérprete dos sons de
trovão. Nas visões do Apocalipse, ele escuta sete trovões que falavam e
quer registrar o que dizem, mas Deus o impede e esconde o mistério. Os
trovões de Deus são uma mensagem específica, por isso necessitamos dos
códigos de interpretação. Os “filhos de Boanerges” são aqueles que podem
entender os trovões e interpretar a figura dos relâmpagos.

E emitiu um forte grito, como um leão quando ruge. Ao gritar, os


sete trovões ribombaram suas vozes. Quando os sete trovões
ribombaram, eu estava para escrever, mas ouvi do céu uma voz
que me dizia: “Guarda em segredo o que os sete trovões falaram, e
não o escrevas”. (Apocalipse 10: 3-4).

Ser filho do trovão acarreta uma implicação profética imediata. Eles são
filhos da profecia e podem interpretar o sonido dos trovões ou a voz de
Deus, que não é compreendida pelas trevas.
Somos filhos dos códigos sagrados criativos de Deus; somos a imagem
visível dos códigos criativos de Deus. Quando Jesus falou aos discípulos
designando-os como filhos do trovão (Boanerges), lhes estava dando um
título especial. Houve uma revelação e assombro no mundo espiritual.
Agora eles podiam acessar os códigos sagrados.
Jesus disse que o Espírito nos ensinaria todas as coisas, ou seja, toda a
essência das realidades criadas, os códigos criativos.
Houve um episódio da cura de um cego de nascença em que Jesus o
olha profundamente. Naquele momento, o Espírito revelou a realidade
daquele cego, seus códigos distorcidos.
Temos que olhar além do natural. Temos que olhar, com olhos de
discernimento, os códigos distorcidos, a cadeia genética das pessoas,
retificando-as. E isto é mais que um milagre, é corrigir a genealogia e a
herança dessas pessoas para que as próximas gerações não sofram e
padeçam do mesmo mal. “E passando Jesus, viu um homem cego de
nascença” (João 9: 1).
O Eterno espera que sejamos reparadores de códigos genéticos, de
códigos criativos. As Escrituras dizem que a criação geme esperando a
manifestação dos filhos de Deus para restaurar os códigos criativos
originais na criação.
Cristo é o habilitador universal, ele abriu a porta. Uma igreja que vive
em pecado ou limitando o Espírito tem como juízo a falta desta revelação.
Jesus disse aos discípulos que fossem e em seu nome curassem os
enfermos e libertassem os oprimidos. Estas palavras em som foram
gravadas em seus cérebros em forma de frequência, dentro de seus
espíritos em vibração. Quando eles estavam diante dos oprimidos e
oravam por eles, no nome de Jesus, era liberada a frequência sonora
criativa que estava dentro deles e curava e libertava os oprimidos.
Esses códigos possuem selos que os protegem. Estes selos são
personalidades, seres viventes de alta hierarquia. Eles são feitos por
querubins. Os querubins são protetores dos códigos eternos. Entre suas
funções está a proteção dos carros dos códigos sagrados, até o dia e a hora
em que se abrem suas portas e é liberado o conhecimento sobre a criação.
Os querubins, por milênios, têm guardado os códigos de Deus e têm
sido os selos viventes do Eterno. Daniel contemplou este mistério,
juntamente com Ezequiel, Zacarias e o apóstolo João. Homens que se
tornaram verdadeiros selos viventes.

Tu, porém, Daniel, cerra as palavras e sela o livro, até o fim do


tempo... (Daniel 12: 4).
Disse-me mais: “Não seles as palavras da profecia deste livro;
porque próximo está o tempo”. (Apocalipse 22: 10).

18.5 – A interpretação dos códigos genéticos


Os códigos são ativados em nossa mente pela linguagem do Espírito.
Talvez encontraremos bases bíblicas para interpretá-los, mas para passar
a um nível maior de revelação é necessária a ativação do sobrenatural e
ministração angelical. Uma experiência profunda com o Criador.
O profeta Daniel foi um profundo estudioso das profecias, mas quando
o rei Nabucodonosor o chama para dar a interpretação do seu sonho,
Daniel mostra dependência absoluta no Espírito de Deus ao utilizar a
técnica de interpretação: “[...] o qual foi logo ter com o rei para pedir-lhe
um prazo: ele mesmo daria ao rei a interpretação. Então foi revelado a
Daniel, numa visão noturna, o mistério. E Daniel bendisse o Deus do céu”
(Daniel 2: 16, 19).
Não podemos receber códigos das Escrituras se ainda não conhecemos
pelo menos o texto básico delas. Os mistérios devem ser buscados, pois
estão profundamente guardados para os decifradores dos códigos
secretos.
Os filhos do trovão são os raios de Deus enviados à Terra. Mudam
atmosferas de cidades e nações. Não dependem de emoção, motivação
carismática ou estruturas. Tudo pode estar aparentemente calmo, mas
quando escutamos os trovões, então há relâmpagos. Esta é a mudança
genética, a habilitação sobrenatural para confundir e desestabilizar os
poderes espirituais das trevas.
O livro de Salmos anuncia que Deus fez de seus ministros chamas de
fogo, conectando-os com o trovão e fazendo deles raios viventes. “[...] que
fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os teus ministros”
(Salmos 104: 4).
Jesus disse que, se pelo dedo de Deus se lançava fora os demônios,
então tinha chegado o Reino de Deus. Esse dedo é o cumprimento do
profeta Habacuque, sobre a mão do Eterno, de onde saem os “raios
brilhantes”. O Filho trouxe esses raios e os entregou à sua igreja. Os dedos
se tornariam raios vivos!

Contudo, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios,


então o Reino de Deus já chegou a vós. (Lucas 11: 20).
E o seu resplendor é como a luz, da sua mão saem raios brilhantes,
e ali está o esconderijo da sua força. (Habacuque 3: 4).

Deus entregou a Abraão uma promessa que foi tão poderosa que afetou
a sua genética e a de sua mulher, Sara. Seria o pai de uma grande nação
que se tornaria a encarregada de administrar a Glória de Deus física sobre
a Terra. No seu sêmen estava o poder concentrado para formar esse povo.
O problema é que Abraão não entendeu a profundidade dessa verdade e
com sua criada Agar teve um filho chamado Ismael. Desse filho foi gerada
uma nação poderosa um livro e um profeta Uma religião que tornou-se
um problema, uma força contrária a Israel e perdurará até o fim
dos tempos.
Porém, os planos de Deus não podem ser frustrados. Abraão teve o filho
da promessa com Sara, Isaque; formam a nação escolhida, Israel; o único
código de lei, a Torah; levanta, segundo a carne, o único Messias, Yeshua.
Sua força se manifestou poderosamente até hoje através do judaísmo, e
tornou-se uma benção para todas as famílias da terra..
Esta é a relevância de compreendermos a importância das nossas vidas
na carne com os códigos corretos, com as sementes corretas. Abraão, com
sua semente, gerou dois livros totalmente opostos, que mudaram a
história da humanidade, e com isso afetou o destino de milhões de
pessoas. Que possamos entender a responsabilidade que há em
nossos corpos.

18.6 – Corpos terrenos e corpos celestiais


Podemos classificar dois tipos de corpos: os terrenos e os celestiais. Os
primeiros são os que nascem, crescem, se desenvolvem na Terra e
morrem. Sua genética teve origem entre os reinos da Terra, limitada à sua
dimensão; o segundo são os que se originaram no céu, são imortais e seus
corpos não se deterioram.
Apesar do homem não ter um corpo celestial, ele possui elementos
celestiais, seu espírito. Sabemos que o Eterno virá, através do Messias,
transformar nossos corpos em corpos glorificados à sua imagem,
retornando, assim, ao estado do Éden. Portanto, é importante
compreendermos o funcionamento de um corpo celestial.
Os seres angelicais são diferentes em glória, possuem formas diferentes,
funções diferentes.

A seguir, Deus lhe dá corpo como quer; a cada uma das sementes
ele dá o corpo que lhe é próprio. Nenhuma carne é igual às outras,
mas uma é a carne dos homens, outra a carne dos quadrúpedes,
outra a dos pássaros, outra a dos peixes. Há corpos celestes e há
corpos terrestres. São, porém, diversos o brilho dos celestes e o
brilho dos terrestres. Um é o brilho do sol, outro o brilho da lua, e
outro o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há
diferença de brilho. (I Coríntios 15: 38-41).

As diferenças são traçadas pelo Eterno, antes do nosso nascimento, para


cumprirmos seus propósitos. Precisamos buscar a plenitude do nosso
recipiente. Nosso espírito foi entregue sem medida, ele é divino, é a
essência que precisa ser extraída da casca, da impureza de nossa alma
animal, o homem exterior, carnal.
Precisamos entender que só venceremos as batalhas nas regiões
celestiais se lutarmos aliados com o céu. Essa é a razão porque nossos
corpos precisam ser corpos transmissores de glória. Trata-se de uma real
descarga elétrica em nosso corpo. Os níveis plenos de desenvolvimento do
Espírito não foram alcançados. A unção precisa ser integral, não basta ter
a presença de Deus no nosso espírito, necessitamos urgentemente de um
revestimento da glória de Deus.
Tudo o que temos falado só será possível em santidade. Tudo pode ser
perdido nas pequenas atitudes e reações frente ao assédio espiritual das
trevas, em nossas vidas. Devemos buscar a geração de Davi, que deseja
santidade e segue o Senhor e, mesmo com erros, se humilha e volta ao
combate. O inimigo só teme uma arma que para ele é destrutiva, a
santidade.
O Senhor está nos chamando para um novo nível de santidade. Uma
santidade que glorificará a igreja. É impossível conhecer o Senhor na sua
santidade e não viver em santidade.
TÍTULO V

TOCANDO AS REALIDADES ANGELICAIS

CAPÍTULO 19
HIERARQUIA E JURISDIÇÃO DAS TREVAS

19.1 – Introdução
Neste capítulo vamos trazer alguns entendimentos sobre a hierarquia e
a jurisdição dos poderes das trevas. Para alguns pode se tornar
desnecessário; para outros, por não estarem preparados, não é
recomendável o conhecimento destes assuntos. No entanto, eu gostaria de
salientar que o povo de Deus perece e se torna presa fácil por falta de
conhecimento e por ser envolvido pelas astutas ciladas do maligno, por
desconsiderar seus ardis, suas estratégias, sua hierarquia, sua jurisdição e
como funcionam. Toda esta realidade é em razão do estado atual de queda
e do propósito de retificação da criação.
A fim de que não sejamos iludidos por Satanás. Pois não
ignoramos os seus ardis. (II Coríntios 2: 11).
Revesti-vos da armadura de Deus, para poderdes resistir às
astutas ciladas do Diabo. (Efésios 6: 11).

O apóstolo Paulo conhecia esta realidade ao usar termos como


“armadura”, “ardis”, “ciladas” e, na carta aos efésios, descreveu, mesmo
que genericamente, um desenho hierárquico das trevas ao mencionar
“Principados”, “Potestades”, “dominadores”, “hostes espirituais da
maldade” e outros termos. As Escrituras, sobretudo nos evangelhos,
descrevem os chamados “espíritos imundos” também.

Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim
contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes
das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade,
nos lugares celestiais. (Efésios 6: 12).
E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito
imundo, dizendo-lhe: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai
dele, e não entres mais nele”. (Marcos 9: 25).

Devemos destacar que a linguagem militar que Paulo usa para o


confronto com as trevas não é só uma expressão de linguagem. Todos
sabem que em uma batalha os seus personagens não devem estar somente
preparados física e belicamente, mas, sobretudo, devem conhecer o
inimigo, pois “quem conhece a si mesmo e ao inimigo está com a vitória
praticamente assegurada” e “A suprema arte da guerra é derrotar o
inimigo sem lutar”, já dizia o célebre estrategista de guerra (Sun
Tzu,2000).
Para dar um gosto e despertar o interesse pelo presente tema, vamos
abordar, nos capítulos seguintes, assuntos sobre os vigilantes angelicais e
como operam os carros espirituais. No presente capítulo, vamos tocar
nos assuntos da hierarquia das trevas e da sua jurisdição.

19.2 – A hierarquia das trevas


Existe uma rede de distribuição de forças da maldade, por todas as
nações, que patrocina, provoca, gera o pecado e a iniquidade em todos os
lugares, alimentando e multiplicando a escuridão sobre a Terra em razão
das ações negativas dos homens. Toda esta estratégia visa a alimentar
essas entidades. Este assunto é muito abrangente nos escritos judaicos
antigos, mas fiquemos apenas com esse entendimento básico.
Na sua hierarquia, além dos anjos caídos, o Diabo conta também com
servidores aqui na Terra. Pessoas que, conscientes e voluntariamente,
rejeitaram a Deus e servem ao príncipe da maldade. Entre eles
encontramos líderes e membros dos altos escalões de governos,
instituições, multinacionais, seitas e religiões, entre outros. Estão
patrocinando o engano na humanidade, o distanciamento da verdade, o
fortalecimento do sistema mundano em detrimento do conhecimento
espiritual da Luz. Todos influenciados e sustentados por demônios. Eles
desvirtuam, provocam e tentam os homens para que pequem; os
inspiram, ensinam métodos e doutrinas de demônios, gerando opressão e
escravidão, principalmente no meio religioso. “O Espírito diz
expressamente que nos últimos tempos alguns renegarão a fé, dando
atenção a espíritos sedutores e a doutrinas demoníacas” (I Timóteo 4: 1).
Na hierarquia das trevas temos a seguinte sequência:
Satan. No topo da hierarquia está o Satan ou do aramaico Sámech-
Mém. É ele quem distribui e organiza o trabalho de todos os demais
espíritos das trevas, é o principal governante dos doze tronos da
maldade que veremos mais adiante. Somente um está acima dele, Yeshua,
o Mashiah. Os méritos estão no seu sangue, na sua obediência enquanto
esteve entre nós. Esta obediência, participação nos sofrimentos e triunfo
foi transferido para a sua posteridade, para a igreja.

Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando


der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade
e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas
suas mãos. (Isaías 53: 10).
“E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros
de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele
padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.”
(Romanos 8 : 17)
“[...] que ele fez operar em Cristo, ressuscitando-o de entre os
mortos e fazendo-o assentar à sua direita nos céus, muito acima de
qualquer Principado e Autoridade e Poder e Soberania e de todo
nome que se pode nomear não só neste século, mas também no
vindouro. (Efésios 1: 20-21).
Eles, porém, o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra
do seu testemunho, pois desprezaram a própria vida até à morte.
(Apocalipse 12: 11).

Os doze tronos da maldade. São querubins caídos que possuem


habilidades e se dividem em funções e subgovernos específicos para
dominar o cosmos. Esses tronos são regidos por Satan, que os governa e
monitora toda a atividade na Terra. Eles se assentam sobre principados,
como é descrito nas Escrituras. Governam vastas dimensões, recebendo
adoração contínua e distribuindo ordens para manter o progresso dos
planos das trevas por gerações. Organizam e controlam o governo
mundial e se encarregam das leis. Estão presentes na educação, na
política, na cultura, no entretenimento, na religião. A globalização é um
espelho que reflete o poder que possuem para a reunião e distribuição de
conhecimentos e planos satânicos no mundo para que pessoas
permaneçam escravas desse sistema.
Segundo estudiosos que militam na área de batalha espiritual, o governo
da maldade está assim distribuído. Possui nomes que podem mudar de
acordo com a civilização ou cultura. Obviamente o assunto é vasto, vamos
apenas resumi-lo:
a) Satan (conhecido como Zeus): possui a habilidade de armar todas as
estratégias;
b) Leviatã (conhecido como Netuno): governa todo o ecossistema
mundial, inclusive o clima;
c) Hades (conhecido como Morte): governa todos os mundos inferiores,
o inframundo;
d) Marte (conhecido como Áries): governa o espírito de violência e
destruição;
e) Astarte (conhecida como Afrodite): governa todo espírito de sedução
e perversão sexual;
f) Atenea (conhecida como Rainha do Céu): espírito que domina cidades
e civilizações;
g) Lílith (conhecida como Ísis): espírito de magia e ocultismo;
h) Apolo (conhecido como Apolon ou Destruidor): espírito dominador
das pragas e enfermidades;
i) Mercúrio (conhecido como Hórus ou Hermes): espírito encarregado
da medicina, das drogas e do comércio pagão;
j) Temis (conhecida como Justiça): espírito encarregado das leis e da
monitoração dos governos mundiais;
k) Saturno (conhecido como Chronos): espírito que se manifesta no
tempo, controlando-o;
l) Urânio (conhecido como Aquário): espírito encarregado de dar
cobertura aos demais tronos.
Governadores, domínios ou senhorio, do
grego Kosmokratoros, traduzido por “poderes universais das trevas”. São
domínios nas esferas cósmicas. Seu poder é de efetividade extramundo,
exercem domínio sobre os planetas e sistemas inteiros. No hebraico é
conhecido como mazalot (astros) e no meio secular e pagão como
astrologia e os assuntos de horóscopos e afins. São manipulações dos
astros nas esferas espirituais. Os países são controlados pelos astros.
Esses governos transcendem culturas, tempo e regiões.
Principados, do grego Archai, significam “príncipe ditador sobre uma
região ou sistema”. A diferença entre um principado e um governador é
que o principado opera principalmente no nível da Terra, ao contrário
dos governadores, que fazem a ligação entre os tronos e os principados
nas regiões celestes. Sua base de trabalho é nos céus. Eles armam
estratégias sobre nações e regiões extensas. Eles vão além de correntes
ideológicas ou sistemas. Um exemplo: hoje o Principado da Grécia,
referido no livro do profeta Daniel, não está na Grécia, está sobre toda a
Terra, mantendo o sistema grego e filosófico em todas as nações.
“E ele disse: ‘Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar
contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da
Grécia’” (Daniel 10: 20).
Os principados dirigem ataques e a influência de demônios em cidades;
se opõem a anjos, impedindo que as igrejas obtenham vitória ou que os
ministérios se desenvolvam. Através da idolatria ou adoração fanática,
eles levam nações inteiras à adoração a esses espíritos, com culturas,
crenças, eventos, pois se fortalecem com a adoração dos homens.
Eles modificam culturas de países e estão dentro de governos. Eles não
são vencidos somente pela oração, unção, milagres ou sinais, é necessário
preparar sistemas de ensino que tragam a cultura do Reino dos Céus à
Terra. Muitos filósofos e pensadores trabalharam e trabalham a serviço
dos Principados, consciente ou inconscientemente, desde a Antiguidade,
escrevendo e deixando registros para formar o pensamento da sociedade,
formando os moldes sociais. É preciso que Deus levante aqueles que serão
os formadores da cultura do Reino, levando instrução à igreja para que ela
mude a maneira de pensar do natural para o sobrenatural, do terreno
para o celestial.
Potestades. As Potestades ou Autoridades, do grego exousias, significam
domínio e se assemelham aos Principados, com a diferença de que eles se
ocupam com a manifestação da energia de maldade, ao invés de com as
ideologias. Levam opressão a regiões inteiras, cobrem de maldade uma
cidade, fecham os céus, as dimensões e administram na Terra a energia
espiritual caída e contaminada para pôr opressão na igreja e neutralização
em ministérios. Proporcionam poderes espirituais aos homens. Armam
redes de contaminação e práticas de maldade em toda uma região, como
em zonas que predominam uma espécie de pecado sobre outros.
Poderes. Os Poderes ou Senhorios recebem dos homens poder para
atuarem em uma área ou espécie de pecado. São peritos no engano e
manipulação de áreas determinadas, como ocultismo, as perversões
sexuais, cobiça, adultério e outras. São promotores das religiões e
executores de todas as doutrinas diabólicas e falsas religiões, exercendo
domínio, senhorio, sobre fiéis ou seguidores de uma religião.
Potências. Pouco se fala destes seres espirituais, mas são inimigos
terríveis. Transitam por diferentes níveis da guerra espiritual de
confronto à Igreja. Potencializam os pecados, vinculando e multiplicando
as forças demoníacas. Uma verdadeira tropa de elite de apoio à guerra.

Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e


quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e
força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os
inimigos debaixo de seus pés. Ora, o último inimigo que há de ser
aniquilado é a morte. (I Coríntios 15: 24-25).

Nomes. São espíritos que se encarregam de realinhar e organizar um


nome que concentre atributos espirituais de uma região. Trabalham no
comportamento, na fé, na cultura, na religião, canalizando-os a um nome
para levá-lo a ter adoração, atributo e honra dos homens. Pode ser um
partido político, religião, clube, natureza, movimento social ou qualquer
foco que tire os olhos do Criador.
Espíritos imundos. Os evangelhos registram que Jesus deu autoridade a
seus discípulos para combater e expulsar das pessoas os espíritos
imundos. Estes seres possuem uma forma de ação diferente da dos
demônios. Enquanto os demônios são guerreiros e procuram a destruição
em massa, os espíritos imundos atuam para destruir a vida espiritual da
pessoa, oprimindo-a e escravizando-a, mudando o seu caráter, sua moral
e hábitos. Tem a ver também com pecados morais, sexuais, hábitos
distorcidos e outros. Os demônios são classes mais altas, pois são anjos
caídos; os espíritos imundos aparecem com nomes de “espíritos surdos”;
“mudos”, “impuros”, “malignos”.

E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os


espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a
enfermidade e todo o mal. (Mateus 10: 1).
E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito
imundo, dizendo-lhe: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai
dele, e não entre mais nele”. (Marcos 9: 25).

Podemos encontrar a origem dos espíritos imundos no período pré-


diluviano. Sabemos que os chamados “filhos de Deus” registrados em
Gênesis 6 são na verdade governadores e autoridades caídas, anjos caídos
que procuraram entre as mulheres humanas da Terra multiplicar sua
espécie. A participação dos demônios neste processo foi para manipular e
acelerar a energia da maldade, provocando uma grande descarga de
radiação escura na semente que estava no ventre das mulheres (Gênesis
3: 15). Na verdade, tiveram a intenção de corromper a “descendência da
mulher” que pisaria a cabeça da serpente.
O resultado dessa inseminação espiritual foi o aparecimento de seres
diferentes da espécie humana, chamadas de “gigantes”, do
hebraico nefphilim, cujo significado profundo seria “caídos”, nascidos na
Terra. Surgiu uma nova raça com natureza genética alterada e deformada,
com dedos múltiplos, grande força, apetite sem medida por tudo que é
perverso, sem raciocínio, que provocou o aumento da maldade sobre a
Terra. A sentença para a raça nephilim e o aumento da iniquidade na
Terra foi o dilúvio, preservando uma semente pura na família de
Noé. “Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem
de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos e em cada pé outros
seis, vinte quatro por todos, e também este nascera dos gigantes” (II
Samuel 21: 20).
Agora vamos entender a origem dos espíritos imundos. Muitos, ao
morrerem no dilúvio, por serem sementes distorcidas e geneticamente
alteradas, não puderam descer ao hades, pois não eram totalmente
humanos; também não puderam ir para as prisões eternas dos demônios
ou anjos caídos, pois não eram anjos. A condenação foi vagarem em
espírito (pneuma) na Terra, no sistema das trevas. Vagam sem repouso e
em lugares áridos, sentindo apetites sem poderem se saciar; usam os
corpos humanos para aliviarem essa fome. Não podem morrer, sofrendo
nas trevas, por gerações. “E, quando o espírito imundo tem saído do
homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra”
(Mateus 12: 43).
São conhecidos também como “espíritos familiares”, pois procuram
alojamento dentro de um corpo humano para se aliviar de seu tormento,
contaminando, pervertendo a pessoa, fazendo-a escrava de seus desejos,
para satisfazer sua fome de pecado. A libertação foi o poder dado por
Jesus à sua igreja para ajudar as pessoas, sarando, curando e libertando
do poder desses espíritos, formando um caráter para que não sejam
escravas do pecado.
Esta é a diferença da guerra espiritual para a libertação, que a igreja
precisa entender. A guerra espiritual trata de confrontar espíritos
territoriais de alta hierarquia conhecendo suas estratégias e armas,
tirando seu poder. Enquanto a libertação é tratada no âmbito individual
tirando os efeitos desses “espíritos imundos” na vida das pessoas.
Espíritos encarcerados. Estes demônios, após o dilúvio, foram
encarcerados em prisões de escuridão, temporariamente, pois recebem
ainda energia que passa desde a Terra e que os libertarão para que saiam
à Terra nos últimos dias, para trazer o juízo que está determinado sobre
os homens.

[...] no qual foi também pregar aos espíritos em prisão, a saber,


aos que foram incrédulos outrora, nos dias de Noé, quando Deus,
em sua longanimidade, contemporizava com eles, enquanto Noé
construía a arca, na qual poucas pessoas, isto é, oito, foram salvas
por meio da água. (I Pedro 3: 19-20).
E, quanto aos anjos que não conservaram o seu principado, mas
abandonaram a sua morada, guardou-os presos em cadeias
eternas, sob as trevas, para o julgamento do grande dia. (Judas 1:
6).

A prática do pecado do homem fornece energia vital para eles. Este é o


motivo de vermos até mesmo a legislação das nações aprovando condutas
que aceleram essa realidade. O profeta Daniel já profetizou sobre
mudança de leis e costumes nos últimos dias. “[...] depois deles se
levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis.
Proferirá palavras contra o Altíssimo, e consumirá os santos do Altíssimo;
cuidará em mudar os tempos e a lei [...]” (Daniel 7: 24-25).

19.3 – A jurisdição das trevas


O grande propósito da criação, e sobretudo dos homens, é tornar este
mundo uma morada visível da Luz do Eterno. E para que ocorra uma
verdadeira mudança na Terra, devemos mudar os céus, as dimensões
espirituais que envolvem a Terra. É preciso mudar os ares sobre uma
região, para transformá-la. Temos concentrado muito trabalho e esforço
no natural, abandonando nossa essência espiritual.
Para este empreendimento temos grandes aliados, os anjos. São eles que
trazem a vontade de Deus e a entregam à Igreja. O trabalho dos
principados e governadores é justamente impedir esses canais. Os anjos
utilizam o que podemos chamar de portais dimensionais9, assunto que é
tratado no título VI, capítulo 25. O primeiro registro deles está no livro de
Gênesis. “Ele baniu o homem e colocou, diante do jardim de Éden, os
querubins e a chama da espada fulgurante para guardar o caminho da
árvore da vida” (Gênesis 3: 24).
Quando o adversário domina uma cidade por falta de intercessores de
guerra jurídica espiritual, os céus da cidade se tornam como “bronze” e os
ares da maldade aumentam, pela prática do pecado. Os anjos passam a
ser impedidos de agirem pelo fato da igreja e ministérios estarem
envolvidos com religiosidade, imperialismo, pecados e outros. São
necessárias intercessão e adoração contínua para que Deus levante
profetas, evangelistas e apóstolos, pois são os ministérios de guerra
jurídica espiritual que provocam o rompimento dos céus de bronze.

Habitavam em sombras e trevas, prisioneiros de ferros e miséria,


por se revoltarem contra as ordens de Deus, desprezando o
desígnio do Altíssimo. Ele humilhou seu coração com fadigas:
estavam sucumbindo e ninguém os socorria. E gritaram ao Senhor
na sua aflição: ele os livrou de suas angústias, tirou-os das
sombras e trevas e rebentou seus grilhões. Celebrem ao Senhor,
por seu amor, por suas maravilhas pelos filhos de Adão: ele
quebrou as portas de bronze, despedaçou as trancas de ferro.
(Salmos 107: 10-16).

Trava-se uma verdadeira guerra entre anjos e demônios, no nível


jurídico espiritual. Esse confronto está baseado no cumprimento ou na
quebra das leis espirituais do Criador e codificado nas Escrituras. Quando
algo está determinado a se cumprir na Terra, através de profecia, os
principados se mobilizam. O local de comunicação entre a Terra e os
níveis superiores de onde emanam as bênçãos e vontade do Eterno são os
portais dimensionais. O profeta Daniel recebeu esta informação angelical.

E prosseguiu: “Não temas Daniel, pois desde o primeiro dia em


que aplicaste o teu coração a compreender, mortificando-te diante
do teu Deus, tuas palavras foram ouvidas. E é por causa de tuas
palavras que eu vim. O Príncipe do reino da Pérsia me resistiu
durante vinte e um dias, mas Miguel, um dos primeiros Príncipes,
veio em meu auxílio. Eu o deixei afrontando os reis da Pérsia.
(Daniel 10: 12-13).

Daniel apresenta uma carta jurídica, diante de Deus, pela oração,


questionando a demora na chegada da salvação à nação de Israel. Uma
oração que foi uma verdadeira cena jurídica. Daniel era varão justo e
aprovado por Deus, e tinha uma carta jurídica de Deus. O céu nunca pôde
dizer não a Daniel. Precisamos de intercessores nesse mesmo nível, que
saibam reconhecer os tempos e as profecias, derrubando qualquer
argumento jurídico do adversário. Imaginem o nível de guerra que
teríamos!
O mundo espiritual da luz ou das trevas pode ver nossa autoridade no
mundo espiritual. Eles veem as marcas do sofrimento e da negação
vinculados à nossa fé. Marcas que ficam em nosso corpo espiritual e
validam a nossa autoridade como as marcas que ficaram no corpo de
Cristo. A dor se transforma em poder e o sofrimento, em autoridade.
Jesus, na cruz, sabia que era o tempo de oferecer liberdade jurídica aos
homens e assim o fez. “[...] E é por causa de tuas palavras que eu vim”
(Daniel 10: 12).
Outro aspecto jurisdicional são os registros. O reino das trevas possui
registros, atas das maldades de homens, das cidades e nações para acusá-
los diante de Deus. Transgressões que perpetuam por gerações, sem
arrependimento. Existem verdadeiras cortes celestiais, do hebraic ,: ‫בית‬
‫דין‬o beit din, “casa do julgamento”, na Terra como nos céus. Anjos
acusadores (do hebraico kateigorim) e defensores (saneigorim)
continuamente acusam e defendem as causas da Terra e ao final é
decretada uma sentença. São os chamados “decretos divinos”,
normalmente aplicados pelas forças da natureza.
É notório o desconhecimento de autoridade que a igreja possui. Sem
falar no que impossibilita esta autoridade, que são os pecados
encontrados inicialmente entre seus próprios líderes. No entanto, a igreja
está crescendo no entendimento e se aperfeiçoando para compreender
esse nível de autoridade, fazendo frente ao exército inimigo.
O apóstolo Paulo nos revela a autoridade que Cristo possui sobre os
espíritos angelicais. O que a igreja não entende é que essa mesma
autoridade foi dada a ela por estar assentada nos lugares celestiais. Cristo
submeteu o trabalho dos anjos do Reino à autoridade local da igreja. Isso
é uma grande responsabilidade.

[...] que operou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e


fazendo-o sentar-se à sua direita nos céus, muito acima de todo
principado, autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se
nomeia, não só neste século, mas também no vindouro e sujeitou
todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre todas
as coisas o deu à igreja. (Efésios 1:20-22).

Quando a liderança não assume sua posição na batalha espiritual os


anjos ficam impossibilitados de guerrear. O Senhor entregou a autoridade
das cidades à igreja e se nós não liberamos os anjos para operar no mundo
espiritual, então eles ficarão limitados em sua ação. Se a cobertura
espiritual de uma cidade, que é a igreja, não entende a sua
responsabilidade e não aceita a manifestação de Deus, então Ele não pode
se manifestar. A nação de Israel viu as maravilhas de Deus no deserto,
mas não pôde entrar na Terra Prometida porque no seu coração não quis
entrar e morreu no deserto. Devemos discernir o que desejamos para nós
e nosso ministério, pois o que desejarmos ocorrerá.
A autoridade é o poder com legalidade que se limita a uma jurisdição
(do latim iuris, dizer ou declarar o direito) geográfica para atuar. Jesus
transferiu aos seus discípulos, conforme eles eram fiéis e maduros, essa
autoridade no mundo espiritual. Deu autoridade aos 12 discípulos e
também aos 72, em Lucas. Os 12 enviou para curar os enfermos, expulsar
os demônios e ressuscitar os mortos, mas aos setenta e dois lhes deu a
mesma unção geográfica, mas não a mesma intensidade.
O próprio Jesus viveu sujeito ao princípio de autoridade jurisdicional
determinado pelo Pai. Primeiro trabalhou em Israel operando em uma
determinada jurisdição, expulsando demônios, curando os enfermos,
ressuscitando os mortos e realizando outros milagres. Neste nível operou
até a sua morte e ressurreição. Logo depois é que veio a receber toda a
autoridade no céu e na Terra.

Disse-lhe Jesus: “Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é


chegada a minha hora”. (João 2: 4).
E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: “Foi-me dada toda
a autoridade no céu e na Terra”. (Mateus 28: 18).

Há dois crescimentos que necessitamos obter para a utilização da


autoridade: o primeiro está relacionado à fé e o segundo ao crescimento
da expansão geográfica, jurisdicional para utilizar esta autoridade. A
autoridade é, portanto, a quantidade de poder que recebemos para
exercê-lo, através da fé, em nome do Senhor, e a jurisdição é o alcance
geográfico, na Terra, para usar essa autoridade.
Jesus operava aqui na Terra em dois níveis que podemos chamar de
bidimensionais. A autoridade recebida era no físico e visível e no
espiritual, invisível. Não só ressuscitava os mortos e fazia milagres, mas
expulsava os demônios das pessoas. Imagine a intensidade de poder e
jurisdição que a igreja possui hoje!
O assunto é vasto e o objetivo foi apenas fomentar o interesse, a
familiarização e a atuação para a obtenção do referido conhecimento. Que
possamos como igreja entender que a ‫הניכש‬, shekiná, a habitação, a glória
do Eterno está na ‫תולג‬, galut , exílio, dispensando poder e autoridade à
única e verdadeira comunidade do Eterno. Nós os remanescentes estamos
sendo recolhidos para que juntos, no centro da Terra, Yerushalayim, pois
em Tsion foi escolhida para a Sua habitação, com o único e verdadeiro
Mashiah, possamos reinar e definitivamente expurgar toda a iniquidade
da terra.

“E da que coxeava farei um remanescente, e da que tinha sido


arrojada para longe, uma nação poderosa; e o SENHOR reinará
sobre eles no monte Sião, desde agora e para sempre.” (Miquéias 4
: 7)
Pois o Senhor escolheu a Sião, preferiu-a por sua morada: “Este é
para sempre o lugar do meu repouso; aqui habitarei, pois o
preferi”. (Salmos 132: 13-14).
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a
tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos
pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a
visão e a profecia, e ungir o Santo dos Santos. (Daniel 9: 24).

9. Obs.: filmes como Thor 2: o mundo sombrio mostram verdades que


passam despercebidas. No caso do filme, como o grande guardião
Heimdall, que porta uma grande espada que guarda a entrada
dimensional de Asgard (Thor, 2013).
CAPÍTULO 20
VIGILANTES E CORPOS ANGELICAIS

20.1 – Vigilantes angelicais


Existe uma estrutura complexa de espíritos ministradores a serviço de
Deus, nos céus e na Terra. Nos céus, nenhum anjo questiona a sua posição
ou exerce domínio sobre o outro, mas em coordenação e harmonia cada
um exerce sua função para a qual foi criado.
Existem seres angelicais, chamados de vigilantes, que guardam
continentes e nações desde os primórdios, aguardando o tempo propício
para atuarem e convocarem os profetas das gerações específicas para
derrubarem altares levantados por séculos, dimensões que devem ser
abertos e proclamarem liberdade oferecendo o manto do óleo de gozo
e alegria.
O que difere esses seres dos anjos que cuidam de pessoas é que eles
podem permanecer por várias gerações em uma região, sem intervirem. A
intervenção ocorre somente por decreto divino. Satanás estremece e se
retira. Um desses seres é que estará encarregado de prender a antiga
serpente durante os mil anos descritos no Apocalipse. “Vi então um Anjo
descer do céu, trazendo na mão a chave do Abismo e uma grande
corrente. Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente – que é o Diabo,
Satanás – acorrentou-o por mil anos” (Apocalipse 20: 1-2).
Os vigilantes intervêm poucas vezes, mas, quando atuam, o seu poder é
insuperável. Eles estiveram com Moisés na libertação do povo do Egito;
proclamaram o decreto divino nos céus da Mesopotâmia e
Nabucodonosor sonhou e escutou e decreto. O profeta Daniel necessitava
legalizar na Terra o decreto enviado por esses anjos. O decreto veio por
intermédio do vigilante e a sentença, pela boca do profeta. O céu e a Terra
precisam estar em alinhamento para o cumprimento de um decreto. “A
sentença é por decreto dos vigilantes, e por dito dos santos a resolução”
(Daniel 4: 7).
Outro episódio foi também na Babilônia, com Belsazar, filho de
Nabucodonosor que utilizou os utensílios sagrados do Templo de Salomão
como ato de desprezo. Enquanto celebrava, apareceu uma mão visível na
sala e escreveu na parede “Mene, Mene, Tekel, Parsim”. Daniel só viu três
palavras que eram, na verdade, um código profético para abrir a
dimensão de juízo sobre o reino da Babilônia.

Este, pois, é o escrito [código] que escreveu: Mene, Mene, Tekel,


Parsim. Esta é a interpretação daquilo: Mene – contou Deus o teu
reino, e o acabou. Tekel – pesado foste na balança, e foste achado
em falta. Parsim – dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos
persas. (Daniel 5: 25-28).

No livro do Apocalipse, João viu o céu, em diversas dimensões, e anjos


diferentes em seus tamanhos e funções. João viu também um vigilante
que poria fim a uma época e mudaria os tempos, realinhando o propósito
da humanidade ao plano de Deus. O tamanho desses vigilantes é superior
aos outros e, quando falam, sua voz é replicada por sete trovões que são
outros sete anjos. Não temos ideia da cadeia de comando de Deus. Ele
criou seres muito poderosos para pôr fim à maldade. Seres cheios de
glória suficiente para iluminar toda a Terra, pois se contam por milhares.

Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor


está no meio deles, como em Sinai, no lugar santo. (Salmos 68:
17).
E vi outro anjo forte que descia do céu, vestido de uma nuvem; por
cima da sua cabeça estava o arco-íris; o se rosto era como o sol, e
os seus pés como coluna de fogo e tinha na mão um livrinho
aberto. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a
terra. (Apocalipse 10: 1-2).

Necessitamos da igreja para a abertura do entendimento, para o


conhecimento dos códigos proféticos e para não somente ouvir trovões,
mas saber interpretá-los. Um vigilante sabe tudo o que deve ser feito para
derrubar as forças das trevas. Só não sabe quando, pois que aguarda as
ordens do Mestre do Universo, o Ribono Shel Olam.
Segundo os registros das Escrituras, o único meio de receber e entender
um código profético é por transmissão e ativação sobrenatural. Não
estamos falando de filosofia e dogmas, estamos falando de transmissão de
espírito para espírito.
Há um mistério de Deus que está reservado para este tempo. A obra que
fizeram nossos pais na fé não se compara à obra que a nova geração fará,
nasnações.
Existem seres que sua aparência destila unção feita de puro poder. Seus
olhos podem arrebatar uma pessoa para dentro do fogo líquido incolor
que não queima, suave como a água, luminoso, o fogo da presença de
Deus. Este ser recebe o nome, para os que tiveram esta experiência, de
“Glória Majestosa”. Sua essência é fogo vivo, e tem revelações, conhece
mistérios e autoridade para entregar revelações que anulam as trevas de
muitas gerações.
Existem anjos guerreiros que batalham contra as hostes do inimigo, por
uma cidade. Mas existem seres que podem ter aparência de pedra, que
mudam de cor, são grandes, fortes. Podem mudar de aparência para aço e
ir mudando continuamente.
O episódio da visão da grande estátua por Nabucodonosor revela
ensinamentos que vão além do escatológico, pois descrevem nessa estátua
elementos minerais e metálicos: ouro, prata, bronze, ferro e barro cozido.
Estes elementos são representações de figuras celestiais. Na verdade,
representam as hierarquias espirituais.

Tu, ó rei, na visão olhaste e eis uma grande estátua. Esta estátua,
imensa e de excelente esplendor, estava em pé diante de ti; e a sua
aparência era terrível. A cabeça dessa estátua era de ouro fino; o
peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de bronze; as penas
de ferro; e os pés em parte de ferro e em parte de barro. Estava
vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a
qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.
(Daniel 2: 31-34).

20.2 – Corpos angelicais


Estes seres são a expressão máxima da glória de Deus. Sua existência,
anatomia e funções glorificam a Deus. Já na criação eles aparecem como
guardiões da entrada dimensional do Jardim do Éden. Foi determinado a
Moisés que no tabernáculo deveria haver imagens de querubins e que no
local máximo da manifestação da Shehinah, da presença divina na nossa
dimensão, do Santo dos Santos, estivessem esses seres na tampa da arca.
O livro do profeta Ezequiel é o livro que com mais detalhes descreve
sobre suas características e como operam. Seres viventes que possuem
anatomia e se apresentaram com diversos rostos. Eles são a máxima
expressão da engenharia divina. “No centro, algo com forma semelhante a
quatro animais, mas cuja aparência fazia lembrar uma forma humana”
(Ezequiel 1: 5).

“E, quanto à semelhança dos seres viventes, o seu aspecto era


como ardentes brasas de fogo, com uma aparência de lâmpadas; o
fogo subia e descia por entre os seres viventes, e o fogo
resplandecia, e do fogo saíam relâmpagos; E os seres viventes
corriam, e voltavam, à semelhança de um clarão de relâmpago”.
(Ezequiel 1: 13,14)

O apóstolo João nos dá algumas informações sobre esses seres, bem de


como são formados individualmente. Eles são cheios de olhos; se
apresentam no fogo e como metais e pedras preciosas e estão em contínuo
movimento. A realidade de um querubim é mudar continuamente o seu
rosto e assumir diversas formas. “À frente do trono, havia como que um
mar vítreo, semelhante ao cristal. No meio do trono e ao seu redor
estavam quatro Seres vivos, cheios de olhos pela frente e por trás”
(Apocalipse 4: 6).
A estrutura biogenética de um querubim é diferenciada. Mesmo estando
ausentes da materialidade eles possuem elementos minerais, vegetais e
metais pesados, além de tecido animal. Seus corpos podem adaptar-se a
diversas formas e mudar de um estado material a outro, de células vivas a
matéria atômica e combinar ambas em um só ser.

Eu olhei: havia um vento tempestuoso que soprava do norte, uma


grande nuvem e um fogo chamejante; em torno, de uma grande
claridade e no centro algo que parecia electro, no meio do fogo.
(Ezequiel 1: 4).
Então levantei os meus olhos e olhei, e eis que vinham avançando
duas mulheres com o vento nas suas asas, pois tinham asas como
as da cegonha; e levantaram a efa entre a terra e o céu. (Zacarias 5:
9).

A formação do querubim do verso 4, que parecia elétrico, no meio do


fogo, era algo parecido ao bronze, mas na realidade era âmbar (derivado
vegetal, uma resina de árvore fossilizada há milhões de anos). O âmbar
tem a propriedade de flutuar sobre a água. Ao esfregá-lo com algum
metal, produz-se uma descarga elétrica. A raiz etimológica da palavra
eletricidade significa âmbar.
O profeta Ezequiel continua descrevendo esses seres nos versos 7
(bronze); 13 (carvões); 16 (rodas de crisólito, berilo, turquesa ou topázio);
22 (cristal) e 26 (zafira). Um querubim não é um anjo regular, mas criado
com os melhores elementos da natureza na morfologia biológica,
geológica, de desenho e quântica, pois combina matéria e energia de
maneira que pode cruzar dimensões.
Um querubim pode variar a sua aparência total, podendo assumir a
forma humana. Temos registro de que Satanás se disfarça de anjo de luz.
Existem diversos registros desses seres visitando os homens em forma de
homens. “E não é maravilha, porque ele mesmo, Satanás se disfarça como
anjo de luz” (II Coríntios 11: 14).
Serafim. Do hebraico ‫ףָ ׂ ָרש‬, seraph, significa arder, ardente,
incandescente. Este ser tem como função primordial adorar
continuamente a Deus e trazer os ventos do Espírito à Terra. A sua voz
pode soar desde o trono de Deus, cruzando todas as dimensões, e ressoar
na Terra. Leva às gerações o sopro fresco para reformar a adoração, o
cântico novo. Monitora a adoração na Terra e trabalha para que o som do
céu seja escutado na igreja e os ministérios levem o povo a adorar em
sintonia com o céu.
Os serafins estão muito próximos do trono de Deus e são dotados de seis
asas. Duas cobrem os seus rostos; duas, seus pés; e outras duas voam e
cobrem seus corpos. Estas asas na verdade possuem poder do Senhor
para provocar uma brisa que cruza as dimensões espirituais, chegando à
Terra como uma corrente do Espírito até que venha outra brisa,
outro renovo.

Acima dele, em pé, estavam serafins, cada um com seis asas: com
duas cobriam a face, com duas cobriam os pés e com duas voavam.
Eles clamavam uns para os outros e diziam: “Santo, santo, santo é
Iahweh dos Exércitos, a sua glória enche toda a terra”. À voz dos
seus clamores os gonzos das portas oscilavam enquanto o Templo
se enchia de fumaça. (Isaías 6: 2-4).

Os serafins, portanto, podem mudar a atmosfera de um lugar e encher


não só a igreja, mas uma cidade da glória de Deus. Os limiares moveram-
se, do texto anterior, em razão da adoração dos serafins. Sua criação
antecede à dos querubins, segundo o texto do profeta Ezequiel. “Fiz de ti o
querubim protetor de asas abertas; estavas no monte santo de Deus e
movias-te por entre pedras de fogo [serafim]” (Ezequiel 28: 14).
Estes seres, além de oferecerem adoração, são encarregados de vestir os
servos de Deus proporcionando-lhes chama, fogo ao ministério, dando-
lhes uma investidura especial, que transforma o profeta de pessoa comum
em portador da glória de Deus. Os serafins entregam o fogo que o Eterno
derrama e santifica os corpos espirituais. O Eterno é fogo consumidor e
capacita nosso espírito para que esteja cheio de fogo vivo e inteligente de
sua presença.

Voz do Senhor que derrama chamas de fogo. (Salmos 29: 7).


Certamente dos anjos diz: “O que faz a seus anjos Espíritos, e a
seus ministros chama de fogo”. (Hebreus 1: 7).

Enfim, todos os seres criados têm uma função, inclusive o homem. Os


anjos são estáticos, só cumprem o que lhes foi determinado.
Diferentemente do homem, que é dinâmico, tendo a possibilidade de
ascender a níveis mais elevados e descer a níveis menos elevados.
Deus, quando criou o homem, lhe mostrou os céus e a Terra e
determinou que governasse sobre toda a criação. Surge a autoridade, com
que o homem dominaria sobre os reinos da Terra.
A batalha nos céus e na Terra por autoridade não está baseada na força
da espada, mas se transformou em uma guerra jurídica, em que a maior
arma é o conhecimento dos princípios espirituais e naturais. Quem aplicar
de forma mais eficaz esses códigos, certamente vencerá. Por esta razão é
que os anjos não nos oferecem uma espada, mas nos ensinam e nos
revelam a vontade de Deus, os códigos secretos. Uma vez habilitados,
damos legalidade para que os anjos sujeitem os demônios e as forças
rebeldes. Temos procurado mover o inimigo e nos descuidamos da
jurisdição territorial, então saímos e o inimigo retorna novamente ao
seu domínio.
Nossa maior arma está no exemplo que Jesus deixou. Tudo o que fazia
era o que o Pai fazia; tudo o que falava era o que o Pai falava. Esta é a
maior arma, a obediência. Não se desviar do que Deus planejou, assim
funciona o mundo espiritual.

Retomando a palavra, Jesus lhes disse: “Em verdade, em verdade,


vos digo: o Filho, por si mesmo, nada pode fazer mas só aquilo que
vê o Pai fazer; tudo o que este faz o Filho o faz igualmente. Porque
o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que faz; e lhe mostrará obras
maiores do que essas para que vos admireis”. (João 5: 19-20).
CAPÍTULO 21
OS CARROS ESPIRITUAIS

21.1 – Introdução
É necessário para a igreja estar familiarizada com os assuntos
angelicais. Estes seres nos assistem muito mais do que imaginamos. São
seres que intervêm muito em nosso mundo, tanto em relação à luz como
em relação às trevas. Os querubins, ao serem criados, receberam tarefas e
funções específicas como protetores dos carros de Deus. Vamos falar um
pouco sobre este assunto a que as Escrituras fazem referência. Alguns
personagens, como os profetas, viram esses carros e os relatam nas
Escrituras.

Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor


está entre eles, como em Sinai, no lugar santo. (Salmos 68: 17).
Porque, eis que o Senhor virá com fogo; e os seus carros como um
torvelinho; para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em
chamas de fogo. (Isaías 66: 15).

Esses carros foram criados inicialmente para glorificar o seu Criador e


cumprir um propósito muito particular. Eles possuem um espírito de vida
e servem ao Criador. Além de transporte, eles contem elementos sagrados
disponíveis pelo Eterno. Esses carros podem se materializar e se
apresentar visíveis aos olhos humanos. Podemos dizer que eles possuem
uma espécie de matéria dinâmica. O caso mais conhecido foi o do profeta
Elias. “E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo,
com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num
redemoinho” (II Reis 2: 11).
Um carro de fogo surgiu do céu e interagiu com um homem. As
Escrituras, quando falam de “rolos que voava”, ‫עוף מגלה‬, meguilah yuf, nos
escritos proféticos, estão se referindo a esses carros voadores. “Levantei
novamente os olhos e vi: Eis um rolo que voava. E o anjo que falava
comigo disse-me: “Que vês?”. Eu disse: “Vejo um rolo que voa; seu
comprimento é de vinte côvados, sua largura de dez” (Zacarias 5: 1-2).
Um carro voador possui gravado nele, nas partes de fora e de dentro,
códigos diferentes da linguagem humana, como telas digitais. Esses
carros são rolos com registros dos códigos de Deus. Dento desses carros
estão múltiplos registros daquilo que sucederá, como também do que
já sucedeu.
Temos que saber que um testemunho é um registro. Jesus declarou que
seríamos suas testemunhas, isto é, deveríamos guardar os seus códigos,
seus registros ou registrar o que vemos dele. Jesus era testemunha, via os
registros do que o Pai falava e fazia. “Porque o Pai ama o Filho, e mostra-
lhe tudo o que faz; e ele lhe mostrará maiores obras do que estas, para que
vos maravilheis” (João 5: 20).
Jesus acessou o conhecimento intimo de Deus e a sua sabedoria
superou a de outras pessoas de seu tempo. Aos doze anos questionava os
mestres no templo. Jesus recebeu os códigos diretamente do Pai.
O profeta Daniel foi visitado por um anjo com códigos que continham as
profecias e conhecimentos dos dias vindouros. O profeta Ezequiel
igualmente recebeu esse algum conhecimento e literalmente comeu dele
como o apóstolo João.

Estando eu, digo, ainda falando na oração, o homem Gabriel, que


eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio, voando
rapidamente, e tocou-me, à hora do sacrifício da tarde. Ele me
instruiu, e falou comigo, dizendo: “Daniel, agora saí para fazer-te
entender o sentido”. (Daniel 9: 21-22).
E disse-me: “Filho do homem dá de comer ao teu ventre, e enche
as tuas entranhas deste rolo que eu te dou”. Então o comi, e era na
minha boca doce como o mel. (Ezequiel 3: 3).
E foi ao anjo, dizendo-lhe: “Dá-me o livrinho”. E ele disse-me:
“Toma-o, e come-o, e ele fará amargo o teu ventre, mas na tua
boca será doce como o mel”. (Apocalipse 10: 9).
Esses livros possuem registros que saem dos carros de Deus e contêm
códigos espirituais. Eles não são revelados antes que o Senhor determine
o tempo. Neles estão guardados os testemunhos de Deus, o nascimento de
cada mundo, estrelas, planetas, anjo, ser humano e, no final dos tempos,
no grande Trono Branco, será aberto o Livro da Vida e outros livros que
possuem registros verdadeiros e secretos de cada ser humano, e todos
serão julgados de acordo com o que está escrito nesses livros. “Vi então os
mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se livros.
Também foi aberto outro livro, o da vida. Os mortos foram então julgados
conforme sua conduta, a partir do que estava escrito nos livros”
(Apocalipse 20: 12).
Esses carros são o testemunho de cada etapa da criação, um tesouro que
deveria ser guardado. Ao redor de cada carro há pelo menos quatro seres
viventes operando como guardiões. A união dos quatro seres viventes
como um carro de Deus é o que chamamos de querubim, protetor dos
códigos sagrados ou querubim protetor. Um querubim tem a atribuição
de proteger, como é descrito logo no início das Escrituras, quando o
homem é expulso. É colocado um querubim na entrada do Jardim do
Éden.
Nessa classe encontramos a origem de Lúcifer, em outro tempo um
guardião de um desses carros, criado para proteger os códigos e guardá-
los. Por não guardar o coração, entra no carro e lê os códigos, conhecendo
o que aconteceria através dos tempos e o agir de acordo a eles. Com isso,
adquiriu sabedorias pervertidas, corrompidas, que levaram a humanidade
a ter acesso às revelações, mistérios e conhecimentos presentes nas
religiões, nas manipulações genéticas, no ocultismo, na magia, pelos
séculos. Ele possui também suas estações, tempos próprios em que libera
princípios espirituais pervertidos e alterados. “Fiz de ti o querubim
protetor de asas abertas; estavas no monte santo de Deus e movias-te por
entre pedras de fogo. Desde o dia da tua criação foste íntegro em todos os
teus caminhos até o dia em que se achou maldade em ti” (Ezequiel 28: 14-
15).
Esses carros, os querubins e serafins foram criados no início da
formação do mundo espiritual. O Monte Santo é a fonte de poder de todos
os mundos, o centro da transferência de todos os códigos sagrados. Esses
carros recebem seus “dados” ou conhecimentos do Monte Santo e os
guardam pelos séculos. No tempo da revelação de algum código, os
querubins abrem o acesso aos anjos, que entram e tomam esses códigos,
os interpretam e os levam à Terra para revelá-los ao homem. “Porque não
fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os
profetas” (Amós 3: 7).
Os profetas são os proclamadores de códigos sagrados. Trata-se de uma
operação tríplice entre o Eterno, os anjos e os homens.

Disse ele então ao homem vestido de linho: “Põe-te no meio das


rodas, sob o querubim, enche a mão de brasas apanhadas dentre
os querubins e espalha-as por sobre a cidade”. Ele assim fez sob a
minha vista. (Ezequiel10: 2).
O querubim estendeu a mão dentre os querubins para o que ficava
entre eles, tomou-o e o colocou nas mãos do homem vestido de
linho. Este o tomou e saiu. (Ezequiel 10: 7).

Um anjo entra no meio dos querubins e sai com fogo e luz (revelação) e
os distribui na Terra. Eles são encarregados de mover a glória de Deus e
os focos de avivamento por toda a Terra.
No episódio de João no Apocalipse está presente um carro especial, um
rolo vivente, um rolo selado. Nele estão os códigos que descrevem os
acontecimentos do fim dos tempos. Tratava-se de um rolo muito especial,
pois ninguém se achou que pudesse abri-lo. “E ninguém no céu, nem na
terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele”
(Apocalipse 5: 3).
O apóstolo manifesta uma grande tristeza, mas o anjo possui uma boa
notícia: Jesus, o Cordeiro, havia conseguido abrir o livro e desatar seus
códigos. Podemos dizer que Satanás quis tomar a revelação por força,
Jesus a conquistou, por mérito, pelo sacrifício. A autoridade é
conquistada mediante sofrimento e entrega. O Cordeiro, que havia sido
morto, mas reviveu, com suas feridas abriu os códigos proféticos.
“E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro,
e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue
compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e
nação”; (Apocalipse 5: 9)
Os anjos só aguardam os códigos de ativação do que deve ser feito para
o cumprimento das profecias. Estão vigiando a terra e aguardando. Um
desses selos é representado pelo cavalo vermelho. Este carro tem o
conhecimento e a revelação sobre todas as batalhas e guerras que
ocorreram na história da humanidade e as que ocorrerão. Todas as
guerras são lideradas por Marte, que é sustentado por um cavalo
vermelho que opera por trás da força centrífuga do Hades.
Esses carros, que são chamados também de rolos, são registros divinos
que contêm os códigos da criação e também o registro dos eventos
futuros. Possuem códigos de acesso que lhes possibilitam entrar através
dos portais dimensionais. A mecânica desses carros não é convencional.
Eles são criados de energia pura, o que chamamos de espírito (matéria
dinâmica) e podem adquirir aparências diversas.

21.2 – Os carros caídos


Antes de considerarmos os carros caídos, que possuem configuração
similar aos carros de Deus, vamos falar sobre as linhas de poder e
as redes da maldade, que são poderes das trevas para dominar e
multiplicar o pecado sobre uma região.
Para entendermos essa dinâmica do oculto, é preciso considerarmos que
uma cidade tem diferentes poderes distribuídos, que são as organizações
que se localizam em lugares históricos de influência e relevância da
cidade. São templos religiosos, ídolos públicos, casas de governo, lugares
históricos, entre outros.
Esses poderes, juntamente com entidades demoníacas, mapeiam os
lugares e se espalham por todo um território, criando passagens de
comunicação entre eles. São verdadeiras avenidas, túneis espirituais que
multiplicam os lugares de contaminação territorial através de uma aliança
com outros poderes de negócio, edifícios públicos, seitas e outros.
Portanto, podemos chamar de linha de poder a união de dois ou mais
poderes das trevas, como tentáculos que se unem criando esterilidade
espiritual e multiplicação do pecado. As trevas sempre deixarão rastros
das suas obras em lugares e se tornarão altares de adoração ou lugares
onde se pratica o pecado.
As áreas são identificadas por gênero, como por exemplo o poder de
religiosidade e feitiçaria. A sinalização é a grande variedade de lugares
agnósticos, templos ecumênicos, academias de meditações, vendas de
incenso ou lugares de adivinhações.
Um intercessor experiente determinará as áreas pela opressão que
discerne no território. É preciso então intercessão específica para que seja
rompida e imediatamente ordenar que as potestades sejam repreendidas
e atadas até que esses lugares de contaminação fechem e fiquem
abandonados.
Duas ou mais linhas de poder podem se relacionar entre si nas cidades e
nas nações, formando uma espécie de “avenida vermelha”. As plataformas
continentais marcadas por monólitos, como Machu Pichu, Ilha da Páscoa,
Stonehenge, a Torre de Paris, entre outros.
Essas linhas de poder podem formar um emaranhado de linhas,
formando o que é chamado de redes da maldade. Os poderes das trevas
escolhem os lugares criando uma triangulação preenchida com uma
malha de maldade. Contaminam a terra, tornando-a estéril, por isso há
lugares difíceis de evangelizar. Muitas igrejas estão estabelecidas entre
linhas de poder, e, por essa razão, terão dificuldades para crescer. Para
assumir seu território terão que desenvolver ministérios de intercessão
profética. “Os pescadores também lamentarão, todos os que lançam
anzóis no Nilo prantearão, os que estendem redes sobre as águas
desfalecerão” (Isaías 19: 8, grifo nosso).
Vamos tratar de um assunto que de novo não tem nada. Os objetos
voadores não identificados que hoje são observados, será que as
Escrituras possuem alguma informação? Alguns textos nas Escrituras
devem ser compreendidos com maior profundidade. Para alguns profetas,
como Isaías, os carros de Deus são tão reais como os carros caídos das
trevas, pois possuem configurações similares. O profeta profetizou que o
juízo do Senhor virá em carros como redemoinhos.

Porque, eis que o Senhor virá com fogo; e os seus carros como um
torvelinho; para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão em
chamas de fogo. (Isaías 66: 15).
As suas flechas serão agudas, e todos os seus arcos retesados; os
cascos dos seus cavalos são reputados como pederneiras, e as
rodas dos seus carros como redemoinho. O seu rugido será como o
do leão; rugirão como filhos de leão; sim, rugirão e arrebatarão a
presa, e a levarão, e não haverá quem a livre. E bramarão contra
eles naquele dia, como o bramido do mar; então olharão para a
terra, e eis que só verão trevas e ânsia, e a luz se escurecerá nos
céus. (Isaías 5: 28-30).

Esses redemoinhos podem ser comparados às “turbinas” ou rodas


dimensionais que estão debaixo deles. O seu rugido é como de um leão,
isto é, dos motores que provocam um grande estrondo. Podem
“arrebatar”, sair violentamente em um só arranque, ou, na linguagem de
hoje, “teletransportar”, pois ninguém pode trazer de volta alguém que foi
tragado à outra dimensão fisicamente. Isso pode ocorrer no lado da luz,
como ocorreu com Elias, ou no lado do juízo, como ocorreu com Coré, sua
família e bens, que desceram vivos ao Sheol.

Já um leão subiu da sua ramada, e um destruidor dos gentios; ele


já partiu, e saiu do seu lugar para fazer da tua terra uma
desolação, a fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e
ninguém habite nelas. Eis que virá subindo como nuvens e os seus
carros como a tormenta; os seus cavalos serão mais ligeiros do que
as águias; ai de nós, que somos assolados. (Jeremias 4: 7, 13).
E a terra abriu a sua boca, e os tragou com as suas casas, como
também a todos os homens que pertenciam a Coré, e a todos os
seus bens. E eles e tudo o que era seu desceram vivos ao abismo, e
a terra os cobriu, e pereceram do meio da congregação. (Números
16: 32-33).

Os chamados “buracos negros”, que podem ser poços dimensionais,


passagens para outras dimensões, não são mais estranhos para a ciência.
O renomado físico britânico Stephen Hawking apresentou um série de
palestras na Suécia e em 24 de agosto de 2015 declarou que os buracos
negros são uma passagem para outros Universos (Baima, 2015).
O profeta Isaías declarou que nos céus dos carros espirituais, além de
nossa atmosfera, a luz se escurece. Forma-se um lugar onde a luz mais
forte não pode passar, uma zona de antimatéria muito forte. Sabemos que
os fenômenos ufológicos são envolvidos em luz ou alteração da luz ou
energia ao redor. Os carros das trevas têm um poder muito forte de
atração que altera a massa atômica próxima a eles; esses carros são
energia pura. “As suas flechas estão aguçadas e todos os seus arcos
retesados, os cascos dos seus cavalos parecem sílex, as rodas dos seus
carros lembram um furacão” (Isaías 5: 28).
Os profetas, e sobretudo Isaías, tiveram visões que foram muito além de
seu tempo, de coisas que aconteceriam no futuro. Isaías faz menção aos
cascos de cavalos reputados como de “pederneira” (SiO2 – sílex
pirômaco), um metal capaz de produzir faíscas. Um mineral muito forte,
da família do quartzo, de cor negra.
Existem os carros espirituais de matéria escura, diferentes dos carros
espirituais de matéria luminosa. Eles possuem autonomia e vontade para
voar por si mesmos. As Escrituras citam algumas de suas formas (rolo ou
disco, talento de chumbo na medida de um efa). Vamos comentar sobre
alguns carros da maldade:
a) carros de registro das trevas (carros espirituais de matéria escura,
em forma de rolos) – estes carros eram em forma de rolos, prismas
retangulares de nove por quatro e meio metros de lado, e continham
escritos por dentro e por fora parecidos com os símbolos hieroglíficos.
Dentro deles o inimigo registra todas as atas e ações que nos eram
contrárias. Estes registros são usados para nos acusar e a nossa
genealogia, diante de Deus. Eles podem observar dez gerações anteriores
contra nossos pais. Eles conhecem a cadeia de iniquidade e pressionam as
áreas debilitadas que contêm os códigos distorcidos. Eles não se baseiam
em nosso estado de ânimo, fé ou emoções, mas trabalham com o
“registro” de nossas maldades para atuar e enviar seus emissários para
nos acusar. Esses registros não são apenas pessoais, mas de cidades e
nações, provocando ciclos de destruição e maldição sobre elas. Esta é a
razão de muitos desses objetos voadores não identificados serem vistos
em diversas cidades e países.

E outra vez levantei os meus olhos, e vi, e eis um rolo volante. E


disse-me o anjo: “Que vês?”. E eu disse: “Vejo um rolo volante,
que tem vinte côvados de comprido e dez côvados de largo”. Então
me disse: “Esta é a maldição que sairá pela face de toda a terra;
porque qualquer que furtar, será desarraigado, conforme está
estabelecido de um lado do rolo; como também qualquer que jurar
falsamente, será desarraigado, conforme está estabelecido do
outro lado do rolo”. E saiu o anjo, que falava comigo, e disse-me:
“Levanta agora os teus olhos, e vê que é isto que sai”. E eu disse:
“Que é isto?”. E ele disse: “Isto é um efa que sai”. Disse ainda:
“Este é o aspecto deles em toda a terra”. E eis que foi levantado
um disco (talento) de chumbo, e uma mulher estava assentada no
meio do efa. (Zacarias 5: 1-3, 5-7).

b) carros recolhedores de padrões da maldade (carros espirituais de


matéria escura, em forma de discos ou talentos) – estes carros possuem a
forma de um efa, medida comum na época, o que equivale a uns trinta e
sete litros de capacidade, também um instrumento de medir em forma de
canastro (barril plano). Por isso eram de forma circular, aplainada, de
aparência escura e sombria. O profeta Zacarias recebe do anjo a visão
desses carros. Ele vê a iniquidade na Terra, a manifestação da maldade, os
registros genéticos, livros que demonstram a culpa e o pecado repetido
das gerações de seu tempo. “E saiu um anjo, que falava comigo e disse-
me: Levanta agora os teus olhos, e vê que é isto que sai. E eu disse: ‘Isto é
um efa que sai’. Disse ainda: ‘este é o aspecto deles em toda a terra’”
(Zacarias 5: 5-6).
A expressão “efa que sai” está falando de algo que está andando ou
sobrevoando o lugar por conta própria. O material desse carro era de um
metal pesado, de chumbo, representando fundição de alta tecnologia (a
cobertura dos carros de Deus é âmbar, dourada, e a cobertura dos carros
das trevas, de chumbo escuro, matéria escura).
Uma mulher é vista no meio do efa, isto é, um ser angelical com forma
de mulher. O chumbo é uma figura profética da maldade dos homens e o
sal que foi pisado são recolhidos da terra para alimentar os tronos da
maldade. Cada vez que o homem peca é transferido poder, energia para as
trevas. As trevas recolhem através desses carros e levam para outra
dimensão uma massa espiritual comparada com o chumbo, que é lançada
dentro do carro, como descrito pelo profeta. “E ele disse: ‘Esta é a
impiedade’. E a lançou dentro do efa; e lançou sobre a boca deste o peso
de chumbo” (Zacarias 5: 8).
Na visão, dois seres angelicais saem do carro com asas que carregam o
vento ou redemoinhos debaixo delas, verdadeiros propulsores, turbinas
debaixo de suas asas que são utilizadas para se acoplarem junto ao carro,
dando-lhe maior poderde voo.
Esses três espíritos com forma de mulher é o que conhecemos como
rainha do céu, os tronos malditos e caídos de Atenea, Afrodite e
Ísis. “Então levantei os meus olhos e olhei, e eis que vinham avançando
duas mulheres com o vento nas suas asas, pois tinham asas como as asas
da cegonha; e levantaram a efa entre a terra e o céu” (Zacarias 5: 9).
Esses carros são levados para lugares propícios, onde magos abrem
dimensões que lhes permitem chegar até as regiões celestes. Por milênios,
o portal cósmico foi conhecido como a porta de Ishtar, próximo ao rio
Eufrates, provavelmente o mesmo lugar em que o apóstolo João vê. O
relevante não é o aspecto geográfico, mas o princípio que necessita de
uma porta dimensional, um buraco, um poço cósmico para ser
transportado. Aqui está todo o poder da Babilônia, os carros da maldade
que contêm os registros das iniquidades dos povos. “Perguntei ao anjo
que falava comigo: ‘para onde elas levam a efa?’. Respondeu-me ele: ‘Para
lhe edificarem uma casa na terra de Sinar; e, quando a casa for preparada,
a efa será colocada ali no seu lugar’” (Zacarias 5: 10-11).
O profeta Zacarias viu também quatro carros que saíam de entre dois
montes de bronze, que são conhecidos como os quatro cavalos ou os
quatro ventos. Esses carros são carros espirituais. Os cavalos são
associados a instrumentos de combate e de guerras e os ventos a
redemoinhos, mas não deixam de ser espíritos com a origem da palavra
do hebraico para vento, ruah. Os querubins podem assumir a forma de
diversos materiais, mas não deixam de ser espíritos.

Levantei novamente os olhos e vi: Eis quatro carros que saíam


dentre duas montanhas; e as montanhas eram montanhas de
bronze. E o anjo respondeu-me: “Estes são os quatro ventos do
céu, que saem, depois de terem estado diante do Senhor de toda a
terra”. (Zacarias 6: 1, 5).

Esses quatro ventos são os quatro seres espirituais que saem diante de
Deus quando se abrem os selos, como registrado também no livro do
Apocalipse, causando destruição e juízo sobre a Terra até que são detidos
por decreto dos vigilantes, como registrado também no livro do
Apocalipse.
Vi quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos, e ouvi o
primeiro dos quatro Seres vivos dizer como o estrondo dum
trovão: “Vem!” (Apocalipse 6: 1).
Depois disso, vi quatro Anjos, postados nos quatro cantos da terra,
segurando os quatro ventos da terra, para que o vento não
soprasse sobre a terra, sobre o mar ou sobre alguma árvore. Vi
também outro Anjo que subia do Oriente com o selo do Deus vivo.
Esse gritou em alta voz aos quatro Anjos que haviam sido
encarregados de fazer mal a terra e ao mar: “Não danifiqueis a
terra, o mar e as árvores, até que tenhamos marcado a fronte dos
servos do nosso Deus” (Apocalipse 7: 1-3).

Esses carros ou seres viventes foram representados no livro de Daniel e


no Apocalipse em forma de animais caídos. Sabemos que no livro de
Daniel representam governos como as figuras de leão, urso, leopardo e
uma besta. Existe uma interpretação de governo e domínio, mas isso não
anula que esses governantes não sejam seres viventes com essas formas e
manifestações. Esta ideia também está associada ao que chamamos de
“signos do Zodíaco”, que são figuras que representam seus governadores
nas regiões celestiais da maldade.

Tomou a palavra Daniel, dizendo: “Eu estava contemplando a


minha visão noturna, quando vi os quatro ventos do céu que
agitavam o grande mar. E quatro animais monstruosos subiam do
mar, um diferente do outro”. (Daniel 7: 2-3).
A Besta que eu vi parecia um leopardo: seus pés, contudo, eram
como os de um urso e sua boca como a mandíbula de um leão. E o
Dragão lhe entregou seu poder, seu trono, e uma grande
autoridade. (Apocalipse 13: 2).

Concluímos dizendo que esses carros da maldade precisam ser


repreendidos com entendimento. Tratam-se de um só espírito, chamado
nas Escrituras de Babilônia. Precisamos minar a fonte de onde eles se
alimentam para destruição de vidas, cidades e nações.
Os carros espirituais da maldade de matéria escura registram as
iniquidades de uma pessoa e de uma cidade e as apresentam como direito
legal para amaldiçoá-las. A estratégia para neutralizar esses carros é
através da confissão e arrependimento de pecados praticados, aplicando o
sangue do Cordeiro, que anulou no madeiro a ata, o documento, o
registro, o livro de nossas acusações.
Vós estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão da
vossa carne e ele vos vivificou juntamente com Cristo. Ele nos
perdoou todas as nossas faltas: apagou, em detrimento das ordens
legais, o título de dívida que existia contra nós; e o suprimiu,
pregando-o na cruz, na qual ele despojou os Principados e as
Autoridades, expondo-os em espetáculo em face do mundo,
levando-os em cortejo triunfal. (Colossenses 2: 13-14).

Vimos, também, os carros recolhedores de padrões da iniquidade que


colhem maldades e pecados praticados nas nações, que são também
apresentados como direito legal para exercer maldição sobre uma nação.
A estratégia é a santidade dos altares, das congregações levantando
altares de adoração que trarão a glória de Deus sobre uma região, cidade e
consequentemente, à nação, reduzindo grandemente o poder operativo
dos carros espirituais.
TÍTULO VI

A ENGENHARIA OCULTA

CAPÍTULO 22
A ACELERAÇÃO ESPIRITUAL

22.1 – Introdução
Vamos tratar, neste capítulo, do princípio da roda e das três leis que
proporcionam a aceleração da Glória de Deus na Terra. As Escrituras
registram consequências deste princípio no período pré-diluviano, em
Gênesis 6: 5-7.
O Senhor viu que a maldade do homem era grande sobre a terra, e
que era continuamente mau todo desígnio de seu coração. O
Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e afligiu-
se o seu coração. E disse o Senhor: “Farei desaparecer da
superfície do solo os homens que criei – e com os homens os
animais, os répteis e as aves do céu –, porque me arrependo de tê-
los feito”. (Gênesis 6: 5-7- grifo nosso).

Esse princípio foi criado por Deus antes da formação do homem. O


homem estava pronto para receber essa revelação no Éden, mas ele foi
interrompido pela serpente. A semente da serpente acabou recebendo do
adversário esse princípio, porém de forma corrompida. Os homens
aprenderam o uso da roda e as leis que a governam. Esta foi a causa da
maldade do homem crescer e acelerar sobre a Terra, como descrito nos
versos citados.
As Escrituras revelam a presença desse princípio na própria formação
dos querubins. Antes da fundação do mundo, Deus criou os querubins e
eles possuem rodas. Portanto, a roda não é uma invenção humana, é algo
que já estava presente antes da existência do homem e encontra-se
disfarçada em muitas realidades da criação.

Olhei para os animais e eis que junto aos animais de quatro faces
havia, no chão, uma roda. O aspecto das rodas e a sua estrutura
tinham o brilho do Crisólito. Todas as quatro eram semelhantes
entre si. Quanto ao seu aspecto e à sua estrutura, davam a
impressão de que uma roda estava no meio da outra. Moviam-se
nas quatro direções e ao se moverem, nunca se voltavam para os
lados. A sua circunferência era alta e formidável, e sua
circunferência estava cheia de reflexos em torno, isso em todas as
quatro rodas. Quando os animais se moviam, as rodas se moviam
junto com eles; quando os animais se levantavam do chão, as
rodas se levantavam com eles. As rodas se moviam na direção em
que o espírito as conduzia e se levantavam com ele, porque o
espírito do animal estava nas rodas. Ao se moverem eles, elas se
moviam; ao pararem, elas paravam; ao se levantarem do chão,
também as rodas se levantavam com eles, pois o espírito do
animal estava nas rodas. (Ezequiel 1: 15-21).
Ao dar ordem ao homem vestido de linho, dizendo: “Toma fogo de
entre as rodas, de entre os querubins”, este foi e se postou junto às
rodas. O seu corpo todo, o dorso, as mãos, as asas, bem como as
rodas, estavam cheias de olhos em torno [as quatro rodas].
(Ezequiel 10: 6, 12).

22.2 – As leis do princípio da roda


A forma visíveis da roda é na verdade as três leis que a governam: o
eixo, o arcoe o raio. Inicialmente, é preciso deixar claro o princípio físico
de uma roda, que é de proporcionar velocidade, aceleração a um processo.
No mundo espiritual, esta é a função dos querubins: eles têm o cuidado
para que a Glória do Eterno seja aumentada, acelerada continuamente.
São encarregados de entregar ou recolher essa Glória da Terra. Esta
aceleração proporciona, também, a abertura de dimensões entre as
realidades no mundo espiritual e no mundo físico.
A função das rodas dos querubins é agregar velocidade ao propósito de
trazer a Glória de Deus às regiões da Terra e conectar o ser humano com a
fonte original que é Deus. Segundo os escritos antigos judaicos, antes de
Deus decretar o dilúvio, os tronos da maldade ensinaram esse princípio
aos homens e eles se conectaram rapidamente com as trevas e aceleraram
(“a maldade do homem era grande” Gênesis 6: 5a) o desenvolvimento da
maldade na humanidade.
Essas três leis têm uma influência direta sobre o destino do homem,
pois sua manifestação tem levado à alteração de três reinos: o animal, o
minera, o vegetal e o domínio do ar. Elas, quando trabalham juntas,
aceleram os tempos físicos com a fonte, que é Deus. Vejamos as três leis
que regem o princípio das rodas:
a) o eixo – podemos chamar também de lei genética. Representa o
centro, a fonte, o genuíno, a genética humana. Quando há a alteração da
sua matéria ou da sua genética, ocorre a perda do propósito ou do sentido
real da existência, uma alteração molecular e consequentemente do plano
divino. Esta foi a razão do inimigo atacar justamente a genética do
homem, no Jardim do Éden (Ver capítulo I). O homem tinha o propósito
de manifestar a Glória do Eterno no mundo existente. O propósito da
serpente não era fazer o homem desobedecer somente, mas dar origem à
mutação genética e consequentemente da criação.
Desde os primórdios, uma das intenções do mal foi levar as mulheres a
conceberem sob uma grande influência de “energia” da maldade dos
espíritos demoníacos (Gênesis 6). Nesse tempo se desenvolveram os
gigantes, que eram a fusão entre os homens e os demônios. A lei do eixo
ou da genética estava sendo manipulada pela maldade para conectar o
homem com a fonte do mal, acelerando assim a maldade na Terra até os
dias de hoje.
Quando os homens começaram a ser numerosos sobre a face da
terra, e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas
dos homens eram belas e tomaram como mulheres todas as que
lhes agradaram. Ora, naquele tempo, quando os filhos de Deus se
uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos, os Nefilim
habitavam sobre a terra; estes homens famosos foram os heróis
dos tempos antigos. (Gênesis 6: 1-2, 4).

b) o aro ou os elementos da natureza da criação – representa o


propósito da existência do homem, de sua genética; o governo e a
manifestação da força do eixo para acelerar a manifestação do Glória do
Criador, neste mundo. Esta lei foi quebrada e corrompida também com o
pecado. Podemos utilizar como exemplo o reino mineral, com suas pedras
preciosas e metais. No mundo espiritual, os querubins se vestem desses
materiais para revelar a magnificência e formosura do poder e da beleza
do Criador. As vestes do Sumo Sacerdote também possuíam doze pedras
preciosas no peitoral, representando as doze tribos de Israel.

Estavas no Éden, jardim de Deus. Adornavas-te com toda sorte de


pedras preciosas: rubi, topázio, diamante, Crisólito, cornalina,
jaspe, lazulita, turquesa, berilo; de ouro eram feitos os teus
pingentes e as tuas lantejoulas. Todas essas coisas foram
preparadas nos dias em que foste criado. (Ezequiel 28: 13).

O inimigo também distorceu essa lei ao instruir os homens no


desenvolvimento do uso dos metais como instrumentos de guerra, , e a
arte da maquiagem, dos braceletes e pingentes, para as mulheres os
seduzirem, na perversão da adoração pagã com as construções dos
zingurates, pirâmides e templos pagãos que intrigam a ciência, devido à
época em que foram construídas e os recursos tecnológicos utilizados.
Sabemos que tudo isso obedece a inspirações demoníacas. Os monólitos
estão presentes ainda em nossos tempos com forte poder de atração de
energias negativas e invocações de demônios, estabelecendo portais e
linhas ocultas que dominam cidades inteiras.
Os elementos da natureza foram submetidos como tributo e adoração ao
mal e hoje ela geme pela manifestação dos filhos de Deus, daqueles que
vão recuperar o propósito da criação.

Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas
por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a
mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a
liberdade da glória dos filhos de Deus. (Romanos 8: 20,21)
Naquele dia, o homem atirará aos ratos e aos morcegos os ídolos
de prata e os ídolos de ouro que lhe fizeram para a sua adoração.
(Isaías 2: 20).
Os teus ídolos revestidos de prata, tu os terás por impuros, e as
tuas imagens cobertas de ouro, lançá-las-ás fora como coisa
imunda e lhes dirás: “Fora daqui!”. (Isaías 30: 22).

c) o raio ou as redes – representam as vestimentas da alma (mente, voz


e ações) que expressam, através do corpo, o propósito do espírito. São os
raios que estabelece a relação do aro com o eixo. Portanto, o que
pensamos, falamos e realizamos com o nosso corpo, através das ações,
estabelecerá a relação da genética divina do Criador, que está em nós,
com a criação e seus elementos, realizando, assim, o propósito, desde o
Éden, de manifestar a Glória do Criador neste mundo. Esta é a razão do
mundo estar com expectativa e gemendo por essa revelação. Quando as
minhas ações estão conectadas com a genética divina na Terra, a Glória de
Deus é acelerada na Terra.
Os egípcios foram exemplos da realidade de se ter o conhecimento
desses princípios. Uma civilização que conquistou um vasto
conhecimento no plano físico nas ciências com a astronomia, medicina,
engenharia com o suso das rodas para mover grandes blocos de pedras
que intrigam a ciência ainda hoje, e no plano espiritual com o oculto e a
feitiçaria
Podemos explicar o princípio da roda, na prática, da seguinte forma:
quando o homem usa sua natureza e propósito eterno (eixo/genética),
através da suas faculdades da alma – mente, fala e ações - (raio/redes)
para revelar a majestade e o poder de Deus ao mundo, então a natureza
será favorável e lhe servirá (aro/recursos). Mas, quando o homem se
rebela contra Deus, então sua natureza e propósito se corrompem
(eixo/genética), sua alma (raio/redes) lutará pelo domínio das riquezas
naturais, destruindo-as, como hoje vemos com os desmatamentos,
camadas de ozônio e alterações climáticas, gerando reações da própria
natureza com doenças e epidemias, lhe sendo tropeço e juízo
(aro/recursos).

22.3 – O princípio da roda e as Escrituras


De Jacó vieram os doze patriarcas e consequentemente uma nação.
Jacó, um homem que esteve rodeado de dificuldades e eventos
sobrenaturais. Embora não fosse o primogênito, as palavras proféticas
que sua mãe recebeu do Eterno ressoaram em sua vida e o maior passou
servirá o menor. “[...] e o Senhor lhe disse: ‘Há duas nações em teu seio,
dois povos saídos de ti, se separarão, um povo dominará um povo, o mais
velho servirá ao mais novo’” (Gênesis 25: 23).
Estamos falando de um homem que lutou com um anjo, cresceu em
sabedoria, teve uma vida de oração e jejum. O que devemos destacar,
sobretudo, é o fato de Jacó ter sido um controlador de genética. Jacó
recebeu uma chave espiritual. Um acelerador (princípio da roda) que o fez
prosperar. Códigos que foram revelados por um anjo, de como seria
alterada a genética das ovelhas, para gerarem malhadas. A chave
espiritual só pôde abrir porque ele creu na visão e utilizou as leis do eixo
(sua genética espiritual) e do raio (as suas ações) quando realizou o ato
profético de marcar as varas, gerando, assim, as ovelhas malhadas e
consequente prosperidade.

Jacó tomou varas verdes de álamo, de amendoeira e de plátano,


descascou-as em tiras brancas, deixando aparecer a brancura das
varas. Colocou as varas que descascara diante dos animais nos
tanques e bebedouros onde os animais vinham beber, e os animais
se acasalavam quando vinham beber. Eles se acasalavam,
portanto, diante das varas e pariam crias listradas, salpicadas e
malhadas. O homem se enriqueceu enormemente e teve rebanhos
em quantidade, servas e servos, camelos e jumentos. (Gênesis
30: 37-43).

Outro episódio que podemos destacar sobre este assunto foi a saída do
povo de Israel do cativeiro do Egito. Um evento que teve grande
significado no mundo espiritual. Na perseguição do faraó, seus feiticeiros
e exército, logo após a saída do povo do Egito, o texto diz que as rodas dos
carros foram embaraçadas, tiradas, quebradas, fazendo-os andar
dificultosamente.
Os egípcios tinham visto as pragas no Egito, a coluna de fogo
protegendo Israel e agora o Eterno estava “quebrando”, destruindo todo o
poder, conhecimento e revelação que eles recebiam dos querubins caídos,
o que é simbolizado com a ruptura das rodas dos carros: estava se
quebrando o princípio da roda que eles conheciam e que tinha
proporcionado o desenvolvimento de sua civilização.
Desde aquele dia até o presente, as rodas do Egito nunca mais foram
restauradas e a nação que foi um império em seus dias se deteve no tempo
e nunca mais se desenvolveu.
Ele emperrou as rodas dos seus carros, e fê-los andar com
dificuldade. Então, os egípcios disseram: “Fujamos da presença de
Israel, porque o Senhor combate a favor deles contra os egípcios”.
(Êxodo 14: 25).
E a terra do Egito se tornará em assolação e deserto; e saberão que
eu sou o Senhor. Porque disseste: O rio é meu, e eu o fiz.
(Ezequiel 29: 9).

Este episódio nos revela que chega o momento em que Deus decide,
numa geração, pôr fim a uma etapa para o início de outra. Hoje a igreja
vive um momento de imperialismo. Nunca na história a igreja esteve tão
próspera como hoje. Cristãos sendo donos de bancos, canais de televisão,
empresas, entre outros. A verdade é que temos visto o Egito dentro de
nossas igrejas. O princípio da roda ainda hoje tem sido instrumento para
acelerar a obtenção de riquezas em troca da disseminação do engano dos
pseudocristãos.
Paralela a esta realidade, encontramos a verdadeira igreja, que está
recebendo esse mesmo princípio, que foi ignorado por muito tempo. A
igreja precisa acelerar os tempos e prosperar mais que o mercado
financeiro. Mas para isso é preciso ser ousado e acreditar nas ferramentas
que o Senhor está colocando em suas mãos. É preciso deixar os céus
ajudarem a igreja para que ela possa realizar grandes feitos. A igreja
precisa estar madura no entendimento para a verdadeira prosperidade do
Reino, para a destruição de fortalezas. Os anjos estão habilitados para
usar a roda do Espírito e dar velocidade para a manifestação da Glória de
Deus na Terra.
Existe um princípio espiritual para calcular as medidas de Deus. O
problema é que queremos aplicar as leis da matemática, princípios
teológico-filosóficos gregos e romanos, e isto é um impedimento para
aplicar as leis do Espírito. O Eterno está restaurando suas medidas para
que se complete o estabelecimento de seu Reino na Terra, então se fará
aqui como é feito nos céus.
O princípio corrompido da roda, que foi roubado e entregue aos homens
pelos anjos caídos, tem sido a habilidade para a prosperidade, o governo e
o domínio do príncipe deste mundo e de seu sistema. Deus está
entregando o plano original revelado aos patriarcas no passado para que a
verdadeira igreja do Eterno estabeleça o Seu Reino e seus princípios.
O símbolo da roda está em muitos lugares e representações, nas nações.
Nas instituições civis, nos cassinos e rodas da fortuna, símbolos religiosos
e outros. Fica evidente, agora, como os homens usam esses três princípios
da roda para alcançar grandes riquezas e o domínio sobre a Terra. Esses
princípios nos pertencem e estão disponíveis para a igreja do Senhor
agora mesmo!
CAPÍTULO 23
TRONOS REVELADOS

23.1 – Introdução
Existem estruturas da maldade sobre a Terra. As adorações das nações,
através dos intermediários (deuses) e as diversas transgressões praticadas
de forma tão velada e natural em nossos dias têm fortalecido os tronos da
maldade. A manifestação do Messias veio proporcionar ao seu corpo, a
igreja, os meios para derrubar os poderes espirituais que subjugam os
homens pelo engano.
O Eterno, em toda a Escritura, através dos profetas, juízes, apóstolos,
deixou um mapa, uma cartografia cósmica, um manual de como derrubar
esses poderes, tirando das trevas as nações que são enganadas pelo mal.
O Eterno está levantando um povo que receberá tesouros ocultos desde
a fundação do mundo, mas separados para os eleitos. Armas poderosas
para repreender e desestruturar as trevas.
Vamos abordar a raiz de todos esses tronos, os doze tronos da maldade,
de sua abertura dimensional e de como derrubá-los.

23.2 – A raiz do mal


Assim como existe a árvore da vida, que produz fruto de mês em mês e
cujas folhas servem para a cura das nações, como nos diz o Apocalipse 22:
2, existe uma árvore do mal, conhecida como “árvore invertida”, que diz
respeito aos tronos da maldade. Sua raiz se conecta aos planetas, ao Sol, à
Lua, aos asteroides. Tudo é alcançado por essa raiz. O tronco dessa árvore
é cheia de buracos, como que produzidos por pragas. Dentro desse tronco
saem vários demônios, de todos os tipos, em forma de vermes, vespas e
outros insetos, e ficam em volta da árvore. A copa da árvore, grande em
demasia, rodeia e envolve por completo, com suas folhas, toda a Terra. As
folhas dessa árvore atraem para a morte, para a maldade, para a opressão,
enfim, para todas as emoções e práticas negativas.
Essa árvore da maldade dá de comer às nações, aos fortes e fracos, aos
grandes e pequenos, reis e súditos comem dela. Por gerações ela leva
morte física e espiritual para os homens. Seus ramos ficam suspensos nos
céus do planeta. Na extremidade de alguns ramos estão principados das
trevas com roupas típicas das nações, auxiliados por demônios que
cuidam dos frutos daquela árvore. Frutos que de longe são muito bonitos
e grandes, mas, quando próximos, são uma aberração, putrefatos,
expelem cheiros nauseantes e se mostram cheios de vermes e insetos.
Os demônios, pelos ramos da árvore do mal, descem à Terra e convocam
multidões, por todas as cidades, através de espetáculos, caravanas,
marchas, cultos religiosos e todo tipo de evento e lugares onde podem
congregar multidões. Esses seres, de alguma forma, entram nos homens e
compartilham da árvore e de seu fruto “maravilhoso”. As pessoas
conectadas pelos seus atos de iniquidades aplaudem, gritam e pedem para
comer de seu fruto.
Os demônios se regozijam com a multidão e os principados tomam do
fruto e dão o suco, o néctar para as pessoas. Por um momento as pessoas
ficam extasiadas pelo fruto, mas logo depois ficam doentes, vomitam, se
contorcem de dor e se matam umas as outras. É nesse momento que os
principados enviam os demônios sobre a Terra e recolhem o sangue, o
vômito, açoitando os homens e levando tudo de volta à árvore. Os vômitos
eles colocam dentro do fruto; enquanto o sangue é bebido pelos
principados. E assim a árvore é fortalecida e dá novos frutos.
Em contrapartida, são vistos na Terra homens piedosos e ministros que
levantam mãos santas em oração e marcham contra o mal. Os seres das
trevas temem muito esses homens e mulheres. Homens que no mundo
espiritual levantam escadas que são sustentadas por intercessores para
que alcancem os ramos dessas árvores malignas e cortem seus frutos. Os
demônios obviamente não ficam assistindo a tudo, eles se colocam entre
as escadas e os frutos, mas muitos são derrubados. Uma vez sem frutos,
esses ramos se encolhem e começam a secar.
Desta maneira os frutos não chegam à Terra e não alimentam os desejos
e instintos do mal, nos homens. Os demônios, então, se reagrupam,
abandonando as extremidades secas, e procuram outros gomos mais
verdes, fazendo com que os ramos secos voltem, pouco a pouco, a
reverdecer. Os principados saem com novos frutos pequenos e,
apressadamente, colocam-nos nas pontas dos ramos e assim começa um
novo ciclo de adoração na Terra. Alguns soldados se cansam e deixam
suas espadas, desanimados e confundidos, pois provocaram uma situação
e logo depois veem tudo reiniciar.
O que foi então revelado é que nas raízes dessa grande árvore, cada raiz
formava um trono de madeira entronizado nos planetas com entidades
demoníacas sobre eles, em forma de seres mitológicos da Grécia, para
retirar desses planetas o que necessitavam para que a árvore crescesse.
Esta entronização faz com que os planetas sofram, de certa forma.
Em suas raízes, via-se, como em uma tela, milhões de pessoas, em todo
o mundo, envolvidas com o pecado e práticas abomináveis. As marcas
daqueles demônios e principados são vistas nessas pessoas.
Naquelas raízes são vistos sais e águas impuras que são usados por esses
seres. Suas mãos entram na água saindo cheias de sais, que são jogados
nas raízes da árvore. Os demônios se alimentam dos sais, que passam em
si para se recuperarem dos ferimentos, depois voltando para os ramos
mais distantes. Os sais são a essência dos homens pecadores, pois suas
ações dão direito legal aos demônios de serem alimentados. Gostaria de
salientar, como adendo, que o sêmen expelido em vão (sangue branco) é
um dos principais alimentos desses seres.
O Mestre comparou o Reino dos Céus a uma semente de mostarda que
se transforma em uma grande árvore, e até mesmo os anjos se abrigam
nela.

Propôs-lhes outra parábola, dizendo: “O Reino dos Céus é


semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e
semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes,
quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se árvore, a tal
ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos”. (Mateus
13: 31, 23).

Da mesma forma, o reino das trevas possui uma árvore que abriga
vários demônios. É chamada de árvore cósmica do mal. Esta árvore está
ligada a correntes filosóficas e espirituais das trevas, formando um
conjunto de ideias, filosofias, religiões com uma estrutura diabólica para
enganar e confundir o homem. Trata-se de um sistema, um desenho como
de um arquiteto colocando em ordem elementos naturais para dominar o
mundo, um sistema de leis físicas, morais e espirituais que governa tudo o
que vemos. “Já não falei muito convosco, porque se aproxima o príncipe
deste mundo, e nada tem em mim” (João 14: 30).
Em breve um grande sopro de vento, uma tormenta arrancarão os frutos
da árvore e seus ramos e raízes ficarão secas e seus tronos cairão na Terra,
sobre as cidades, os campos e os mares, como nos relata o livro do
Apocalipse.
E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira
lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte.
(Apocalipse 6: 13).
O sol e a lua enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor.
(Joel 3: 15).

23.3 – Os doze tronos da maldade


Existem muitos tronos da maldade, mas vamos analisar doze tronos
mais importantes, pois governam sobre os principados. São conhecidos e
se autointitulam “deuses”, “signos do Zodíaco” ou “heróis da
Antiguidade”.
Nos primórdios, surgiram as lendas mitológicas sobre as quais se
estabeleceram as histórias dos deuses gregos. Nos registros bíblicos
encontramos referências familiares a elas. Antes do dilúvio, havia os
chamados “gigantes”, que fizeram história por suas proezas, por serem
considerados como ”heróis dos tempos antigos”. Eram resultado da união
sexual da raça humana com os chamados “filhos de Deus” (anjos
caídos). “Ora, naquele tempo [e também depois], quando os filhos de
Deus se uniam às filhas dos homens e estas lhes davam filhos, os Nefilim
habitavam sobre a terra; estes homens famosos foram os heróis dos
tempos antigos” (Gênesis 6: 4).
Essas raças deixaram registros e muitas lendas encontradas nas
civilizações antigas, sobretudo acerca dos lendários “heróis mitológicos”
dos gregos. Obviamente, essas lendas se encontram sobre realidades
paralelas de intervenções de demônios na história. No lastro da história,
depois de haverem entrado na cultura grega, tiveram seus nomes
atribuídos às constelações e, em nossos dias, aos signos do Zodíaco.
A palavra zodíaco vem do grego zoé-diakos ou roda da vida, uma parte
imaginária onde se moveriam o Sol e os planetas em 12 partes iguais,
conhecidas por constelações. Há vários tipos de Zodíacos, nas civilizações.
Outra raiz da palavra zodíaco vem do grego zoon que significa animal, daí
a relação entre os signos e os animais, a exemplo da China.
Particularmente, vamos tratar dos demônios ou tronos que estão por
trás dos signos, para influenciar o mundo. Existem espíritos que estão nos
astros e enganam os homens. No meio judaico é conhecido que os astros
(olamot) governam profundamente as nações. Somente o povo de Israel é
governado, influenciado pelo Eterno, diretamente. Mas, infelizmente, até
mesmo o povo de Israel buscou o contato com essas influências. As
Escrituras deixam claro as advertências do Senhor sobre essas influências,
sobre seu povo.
[...] não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida
em forma de ídolo: uma figura de homem ou de mulher, figura de
algum animal terrestre, de algum pássaro que voa no céu, de
algum réptil que rasteja sobre o solo, ou figura de algum peixe que
há nas águas que estão sob a terra. Levantando teus olhos ao céu e
vendo o sol, a lua, as estrelas e todo o exército do céu, não te
deixes seduzir para adorá-los e servi-los! São coisas que o Senhor
teu Deus repartiu entre todos os povos que vivem sob o céu.
(Deuterônomio 4: 16-19).
Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se, pois
agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os
prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de vir
sobre ti. (Isaías 47: 13).
Eles os espalharão diante do sol, da lua e de todo o exército
celeste, que eles amaram, serviram, seguiram e interrogaram e
diante dos quais eles se prostraram. Eles não serão mais reunidos
e sepultados; eles serão esterco sobre a terra. (Jeremias 8: 2).
E igualmente aos que queimavam incenso a Baal, ao Sol e a Lua, e
aos signos do zodíaco, e a todo o exército dos céus. (II Reis 23: 5).

Vamos usar como referências dois grupos de signos mais conhecidos,


que são os do Zodíaco ocidental e do chinês, e associá-los
correspondentemente ao trono da maldade:
Signos ocidentais – Áries (Marte); Touro (Afrodite); Gêmeos (Atena);
Câncer (Lílith); Leão (Apolo); Virgem (Mercúrio); Libra (Têmis);
Escorpião (Hades); Sagitário (Zeus); Capricórnio (Saturno); Aquário
(Urano) e Peixe (Leviatã).
Signos chineses – Dragão (Marte); Serpente (Afrodite); Cavalo (Atena);
Cabra (Lílith); Macaco (Apolo); Galo (Mercúrio); Cachorro (Têmis); Porco
(Hades); Rato (Zeus); Boi (Saturno); Tigre (Urano) e Coelho (Leviatã).
Trataremos, resumidamente, sobre os 12 tronos da maldade tomando
como base os signos ocidentais:
a) Áries: trono de Marte (romano) ou Ares (grego) – governa de 21 de
março a 20 de abril; planeta: Marte; é simbolizado por um carneiro de
ouro; Marte é o deus da guerra, filho de Júpiter; influencia a força bruta,
causa tumulto, confusão, provoca os horrores das batalhas, o treinamento
de guerra e os esportes olímpicos.
Seus generais, Deimos e Fobos, representam o pânico, medo e o pavor;
juntamente com Alalá, filha de Ênio, deusa do derramamento de sangue,
trabalham juntos, antecedendo-se, no campo de batalha, para debilitar o
adversário até Ares lhe dar o golpe final.
Episódio registrado no livro do profeta Isaías 36 exemplifica essa
estratégia, por meio da qual o rei Senaqueribe era a figura de Marte e seu
embaixador Rabsaqué representava os generais e príncipes que levaram
pavor, pânico e disputa contra o povo de Israel. Somente um decreto
profético poderia deter a estratégia desse trono (Isaías 37: 6-38).
O domínio do poder de Ares será neutralizado quando não houver
temor e sim a confiança no Eterno.

Não temerás o terror da noite nem a flecha que voa de dia, nem a
peste que caminha na treva, nem a epidemia que devasta ao meio-
dia. (Salmos 91: 5, 7).
Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: “Não temas; crê
somente, e será salva”. (Lucas 8: 50).

b) Touro: trono de Astarte ou Afrodite – governa de 21 de abril a 21 de


maio; planeta: Vênus; é simbolizado por um touro; associado a Zeus, que
foi transformado em touro ao raptar Europa; influencia a luxúria, a deusa
do amor, a beleza, a prostituição, a atração física e sexual, a atração visual,
hoje muito presentes nos cinemas, na televisão, na imprensa, na internet
e em outros meio que divulgam a beleza e seus encantos.
Afrodite era casada com Hefesto, mas tinha dois amantes chamados de
Ares, deus da guerra, associando, assim, a guerra com a sexualidade e
Adonis, o promotor das práticas sexuais distorcidas..
Nas Escrituras é conhecida com o nome de Astarote ou rainha dos céus.

Porquanto deixaram ao Senhor, e serviram a Baal e a Astarote.


(Juízes 3: 7).
Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as
mulheres preparam a massa, para fazerem bolos à rainha dos
céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à
ira. (Jeremias 7: 18).

A massa oferecida à rainha dos céus nos fala do fermento, da


contaminação, do falso e da sedução de Astarte. O Cristo é o Pão que veio
dos Céus, sem fermento, para desfazer os ensinamentos e a obra de
Astarte e nos livrar de toda a contaminação corporal e proteger das
tentações afrodisíacas.
c) Gêmeos: trono de Atena/Diana/Minerva/Artemisa – governa de 22
de maio a 20 de junho; constelação: a nordeste de Órion, com o mesmo
nome; é simbolizado pelos gêmeos Castor e Pólux; deusa da sabedoria
terrena, da justiça, do poder, do pensamento, da razão e da inteligência
humanas e da estratégia deguerra.
Atena é conhecida como a virgem e é relacionada, na atualidade, com a
Virgem Maria e seus múltiplos nomes, dependendo da região. Padroeira
dos jogos olímpicos, os cinco anéis das olimpíadas representam, além dos
cinco continentes da Terra, os cinco tronos de maldade que governam os
outros sete.
Diana, um dos nomes que governa esse trono, teve um filho chamado
Proclo, que era filósofo e consolidou as ideias do humanismo, da religião e
fundou a teologia trocando o sobrenatural e a experiência com Deus pelo
conhecimento apologético.
Castor e Pólux, símbolos de Gêmeos, estão registrados no livro de Atos
pelo nome do barco que transportou Paulo até a Itália. “Passados três
meses, partimos em um navio de Alexandria que invernara na ilha, o qual
tinha por insígnia Castor e Pólux” (Atos 28: 11).
Esse poder será neutralizado pela chave da ciência profética, da
sabedoria de Deus em mistério, oculta. “Mas falamos sabedoria de Deus
em mistério, a sabedoria oculta, a qual Deus predestinou antes dos
séculos para nossa glória”. (I Coríntios 2: 7).
d) Câncer: o trono de câncer corresponde à Lua e a deusas como Lílith,
Ísis, Selene e outras – governa de 21 de junho a 22 de julho; sua
constelação é no Trópico de Câncer; é simbolizado por um caranguejo
cujo braço representa um compasso (instrumento sagrado maçom); a
deusa Lílith é a grande promotora das misturas e alterações genéticas,
desde os primórdios, com Adão, nos tempos de Noé, nas relações dos
demônios com as filhas dos homens; dedica-se ao infanticídio; procria
filhos (espíritos imundos) do sêmen expelido em vão dos homens,
transformando-se em súcubo (espírito em forma de mulher).
Lílith é o símbolo da liberdade sexual, do feminismo, do anarquismo,
contra a autoridade masculina; é mãe dos cultos góticos; na mitologia
egípcia, é cultuada na figura de Ísis, senhora das pirâmides, o olho de Rá,
senhora do ano-novo; em Roma, adquire o título de rainha dos céus,
transformando-se em mãe de Deus, esposa do rei. Egiptólogos, e eruditos
comprovam que a adoração à Virgem Maria é uma transformação do culto
a Ísis, pelo cristianismo. Ela está ligada também à cultura do
vampirismo. “As feras do deserto se encontrarão com as feras da ilha, e o
sátiro clamará ao seu companheiro; e os animais noturnos [no
hebraico ‫תיליל‬, Lílith] ali pousarão, e acharão lugar de repouso para si”
(Isaías 34: 14).
A rainha do céu na verdade é a união de três tronos: Astarte, Atenea e
Lílith. Esta união recebe o nome de Babilônia, a grande meretriz. A lenda
desta meretriz nas culturas dos povos é a mesma: uma mulher que perde
seu marido (Ísis e Samíramis, por exemplo) e o recebe de volta, sendo
levada ao status de rainha dos céus junto a ele, não sendo mais uma viúva
indefesa, mas uma rainha forte.

Quanto ela se glorificou, e em delícias esteve, foi-lhe outro tanto


de tormento e pranto; porque diz em seu coração: “Estou
assentada como rainha, e não sou viúva, e não verei o pranto.
Portanto, num dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a
fome; e será queimada no fogo; porque é forte o Senhor Deus que
a julga”. (Apocalipse 18: 7-8).

Ela engana muitos povos, desde o sangue de Abel, as crianças hebreias,


o genocídio dos dias de Jesus, os martírios, a inquisição, o holocausto e
outras situações ao longo da história.

[...] e a luz da lâmpada nunca mais em ti brilhará; e a voz do


esposo e da esposa em ti não mais se ouvirá, porque os teus
mercadores eram os magnatas da terra, e com tua magia as nações
todas foram seduzidas: e nela foi encontrado sangue de profetas e
santos, e de todos os que foram imolados sobre a terra.
(Apocalipse 18: 23-24).

Que seja decretada a quebra de todo o encantamento do trono de


Câncer e de toda a magia de Lílith e Ísis. Que seja declarado um povo,
uma geração inserida na videira verdadeira.
e) Leão: este trono corresponde a Hórus, Osíris no Egito ou Amom e
Apolo na Roma ou na Grécia – governa de 23 de julho a 22 de agosto; o
astro relacionado a esse trono é o Sol; é simbolizado por um leão; Hórus,
como um deus solar, na mitologia, cuidava do transporte de Rá (Sol) e o
conduzia pela noite para trazê-lo no dia seguinte; juntamente com Apolo,
esse poder se encarrega de levar os “desenhos”, conhecimentos do mundo
inferior à Terra e revelá-los, “iluminando” os homens. Não é coincidência
que o símbolo dos Iluminatis é o olho que tudo vê de Hórus, presente, por
exemplo, na nota do dólar americano.
Outra figura na história que representou a imagem do Sol e influenciou
inclusive o cristianismo foi Hélios, o deus Sol. Este personagem foi
adorado em tempos posteriores a Salomão, na acrópole da cidade de
Coríntio e, provavelmente, , também presente na figura de Jesus do
cristianismo (tema do capítulo IX - Evidências do Engano).
O trono de Apolo é encarregado de todas as enfermidades e epidemias
sobre a Terra. Uma das figuras de Apolo ou Hélios é representada com
uma auréola na cabeça. Essa imagem esteve e está presente nas aparições
de Jesus e santos na igreja católica.
Apolo possui a representação do deus da profecia, dos oráculos, da luz,
da verdade, da música, da poesia, das artes, das pragas, da medicina e da
cura. Possui relação com o homossexualismo, os hippies, boêmios, com a
libertinagem, os desejos, os rituais de magia e sacrifícios de pessoas.
Apolo é o deus dos adivinhos, das bruxas e médiuns. Uma de suas
pitonisas chamava-se Endor.“Então disse Saul aos seus criados: ‘Buscai-
me uma mulher que tenha o espírito de feitiçaria, para que vá a ela, e
consulte por ela’. E os seus criados lhe disseram: ‘Eis que em En-Dor há
uma mulher que tem o espírito de adivinhar’ [...]” (I Samuel 28: 7).
Esse trono só poderá ser confrontado nos nomes do Eterno e de seu
Filho. Josué demonstra esse poder ao ordenar a esses principados que se
detivessem em Gibeom, o Sol (Amom), e em Ajalom, a Lua (Ísis) e Cronos
(o tempo).

Foi então que Josué falou a Iahweh, no dia em que Iahweh


entregou os amorreus aos filhos de Israel. Disse Josué na presença
de Israel: “Sol, detém-te em Gabaon, e tu, lua, no vale de Aialon!”.
E o sol se deteve e a lua ficou imóvel até que o povo se vingou dos
seus inimigos. Não está isso escrito no livro do Justo? O sol ficou
imóvel no meio do céu e atrasou o seu ocaso de quase um dia
inteiro. (Josué 10: 12-13).

O principado representado por Hórus é simbolizado por um obelisco.


Os profetas hoje precisam, como no passado, entender que o maior poder
desse principado que teve suas raízes no Egito não se encontra no aspecto
humano, mas no religioso. Isso é evidente pelas múltiplas religões que
têm seus fundamentos nos ritos templários do Egito. “E lançarei fogo às
casas dos deuses do Egito, e queimá-lo-á, e levá-los-á cativos; e vestir-se-á
da terra do Egito, como veste o pastor a sua roupa, e sairá dali em paz”
(Jeremias 43: 12).
Os carros e cavalos dos egípcios eram consagrados ao deus Sol. Esta era
a razão da condenação do Eterno às alianças realizadas por Israel com o
Egito. É preciso confrontar alianças que demonstram a falta de fé no
Eterno e destruir tais influências, como fez o rei Josias. “Tirou os cavalos
que os reis de Judá tinham consagrado ao Sol, à entrada da casa do
Senhor, perto da câmara do camareiro Natã-Meleque, a qual estava no
recinto; e os carros do sol queimaram a fogo” (II Reis 23: 11).
As Escrituras registram o fim que terão os principados representados
pelo Sol, Lua e estrelas. Será retirado seu resplendor, serão feridos
e cairão.

Diante deles a Terra se abala; tremem os céus; o Sol e a Lua


escurecem, e as estrelas retiram o seu resplendor. (Joel 2: 10).
Vi quando ele abriu o sexto selo: houve um grande terremoto; o
sol tornou-se negro como um saco de crina, e a lua inteira como
sangue; as estrelas do céu se precipitaram sobre a terra, como a
figueira que deixa cair seus frutos ainda verdes ao ser agitada por
um forte vento. (Apocalipse 6: 12-13).
E o quarto Anjo tocou [...]. Um terço do sol, um terço da lua e um
terço das estrelas foram atingidos, de modo que uma terça parte
deles se ofuscou: o dia perdeu um terço de sua luz, bem como a
noite. (Apocalipse8: 12).

f) Virgem: trono de Mercúrio (romano) e Hermes (grego) – governa de


23 de agosto a 22 de setembro; sua estrela é chamada Spica (spica
virginis); é simbolizada por uma virgem, que, segundo a mitologia,
ascendeu ao céu para se transformar em constelação.
Mercúrio representa o comércio, a agricultura; Hermes representa os
oradores, poetas, escritores, músicos e é o padroeiro dos atletas.
O trono de Hermes domina a alquimia, pois mistura filosofia com
metalurgia, química, física, medicina, astrologia, espiritualismo,
misticismo e hermética, encontrados na Pérsia, Índia, China, Egito,
Grécia e Roma e em nossos dias, como a maçonaria. Buscam o
conhecimento do oculto.
Mercúrio representa, como visto antes, o comércio, a fortuna, a
prosperidade e o êxito nos negócios. Mercúrio tinha um filho chamado Pã,
que cuida da fertilidade e da sexualidade sem controle. A palavra “pânico”
vem de sua ação de provocar medo nos que entravam em seu território.
As festas de Pã se misturaram às do deus Baco, às orgias de suas
sacerdotisas e de seus rituais para a fertilidade (Festa de Bacanais). Os
atuais carnavais se originam de três festas: as Saturnálias, as Lupercais e
os Bacanais.
Hermes dá origem a palavra hermenêutica. Tomás de Aquino introduziu
a hermenêutica na igreja oficial. Aquino foi fundador da escola tomista
(tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo), filósofo,
metafísico. Ordenou e escreveu a maioria das doutrinas católicas, as quais
estão presentes nos meios evangélicos.
Podemos dizer que as maiores características do trono de Mercúrio e
Hermes são a habilidade e controle comercial com o sistema financeiro e
a gestão da economia mundial; o manejo da medicina e das drogas como
instrumentos de cura e alucinógenos. São sistemas de negócios ilícitos
que envolvem fortunas.
É preciso confrontar esses tronos, revelando os feiticeiros que
transformam a matéria pela alquimia ou pelo uso de elementos químicos
e drogas. Estes elementos envolvem promoção de autodependência
e vícios.
São tronos que exercem domínio nas bolsas de valores e financiam
operações que sustentam a influência dos demais tronos. Um exemplo é o
de Mamom, que trabalha para o trono de Mercúrio. Esse principado se
encarrega de reter as riquezas entre os religiosos, usando a cobiça e a
avareza. Para ficar claro, Mercúrio trata das finanças das nações,
enquanto Mamom trata das finanças dos religiosos. Uma vez que um
servo de Deus alcance prosperidade e saia do domínio de Mamom, terá
que encontrar os planos do Reino para superar as habilidades de
Mercúrio.
O único meio de confrontar as influências do manejo da medicina e das
drogas como instrumentos de cura e alucinógenos que causam
autodependência e vícios é se apropriar do mistério da ingestão da ceia,
do único Pão Vivo que desceu do céu, Jesus, e pelo seu sangue. Somente
assim nossa geração viverá na saúde do Reino conquistada por Jesus.
g) Libra: trono de Têmis – governa de 24 de setembro a 23 de outubro;
é simbolizada por uma balança e transitou pelas culturas como símbolo
de justiça. Têmis representa a encarnação da ordem, das leis e das
tradições dos homens. Têmis era conhecida na Roma antiga
como Iustitia, representando a justiça, as leis e o direito.
Para entender a influência desse trono na sociedade temos que dar
atenção à mitologia grega sobre Têmis. Ela teria tido três filhas com Zeus:
Cloto (fiar), aquela que costurava o destino dos homens, representada
pelo Poder Legislativo; Láquesis (sortear), aquela que mediava o tamanho
de vida de cada homem, representada pelo Poder Executivo; e Átropos
(a inevitável), aquela que determinava como cada pessoa iria morrer,
representada pelo Poder Judiciário.
Têmis se apresenta hoje como uma mulher de olhos vendados, com uma
balança em uma mão e a espada em outra. Esse trono dá suporte e
legalidade, em todas as nações, às operações das instituições,
regulamentações dos governos, à religião, ao comércio, à propriedade
privada, à política, ao ensino e outros. Ou seja, a sistemas de impiedade
que levam cativeiro aos homens e fortalecem as cadeias de iniquidade,
corrupção e idolatria das nações.
No Egito, Têmis era conhecida como Maat, considerada a pedra angular
do sistema jurídico. Sobre esta pedra, Satanás tem sido o acusador, um
jurísta que está sempre acusando a humanidade. Temos exemplos típicos
nas nações socialistas e islâmicas, onde a legislação confronta
diretamente o Reino de Deus. Foi por esta razão que Cristo se tornou a
pedra angular que os edificadores rejeitaram, para que todos os poderes
dos que estão no céu ou na Terra sejam julgados por ele.

Isto é, para vós que credes ela será um tesouro precioso, mas para
os que não crêem, a pedra que os edificadores rejeitaram, essa
tornou-se a pedra angular, uma pedra de tropeço e uma rocha que
faz cair. Eles tropeçam porque não creem na Palavra, para o que
também foram destinados. (I Pedro 2: 7-8).
Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão
nos céus, e na terra, e debaixo da terra. (Filipenses 2: 10).
E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo.
(João 5: 22).

O profeta Daniel teve uma visão sobre os fins dos tempos em que um
trono de poder cuidaria de mudar os tempos e a lei. Portanto, a guerra
espiritual que será revelada neste século será jurídica, em que os poderes
da maldade tentarão mudar os tempos e as leis.

E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino se levantarão dez


reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos
primeiros, e abaterá a três reis. E proferirá palavras contra o
Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar
os tempos e as leis. (Daniel 7:24-25).

O confronto não é mais pela legislação de hoje. Temos que interceder


para que Deus coloque homens com mente de Reino nas esferas de
governo, confrontando o trono de Têmis. Devemos abrir as portas da
justiça do Reino para que o Eterno seja exaltado.

O Senhor desfaz o desígnio das nações e frustra os projetos dos


povos. O desígnio do Senhor permanece para sempre, os projetos
de seu coração, de geração em geração. Feliz a nação cujo Deus é
Senhor, o povo que escolheu para si como herança. (Salmos
33: 10-12).
Abri-me as portas da justiça, vou entrar celebrando ao Senhor!
Esta é a porta do Senhor: os justos por ela entrarão. Eu te celebro
porque me ouviste e foste a minha salvação! A pedra que os
construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto vem de
Iahweh, e é maravilha aos nossos olhos. (Salmos 118: 19-23).

h) Escorpião: trono de Hades (do grego, morada dos mortos) ou Plutão


(do latim, mundo inferior) – governa de 23 de outubro a 22 de novembro;
planeta: Plutão; é simbolizado por um escorpião. O sentido de Hades para
os hebreus era a palavra sh’ol (tumba ou poço de lama). Posteriormente,
se denominou o Vale de Hinnom (no grego Geena ou Gehena) como
localde sacrifícios de crianças a Molque e onde se lançava e queimava lixo
e cadáveres de criminosos.
O domínio do trono de Hades se divide em três grandes áreas: o Hades,
lugar físico no centro da Terra; a morte, o poder de destruição da vida;
e os cultos e rituais, a adoração, as festas que veneram a morte em muitas
civilizações no passado e em países, no presente, como no México (Santa
Muerte), na América Central, nos Estados Unidos (com o Halloween), nos
países islâmicos e emoutros.
Essas festas e cultos abrem o portal entre o mundo inferior e a Terra,
facilitando contatos e possessões demoníacas. Dos tronos o de maior
influência e mais terrível é o trono de Hades, por ser o último a
ser vencido.

O mar devolveu os mortos que nele jaziam, a Morte e o Hades


entregaram os mortos que neles estavam, e cada um foi julgado
conforme sua conduta. A Morte e o Hades foram então lançados
no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo.
(Apocalipse 20: 13-14).
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte. (I
Coríntios 15: 26).

Nosso adversário tem o império da morte, mas o Cordeiro que estava


morto e reviveu venceu a morte. Nele está o poder da ressurreição.
Quando aqui esteve ressuscitou, enviou seus discípulos com a mesma
autoridade e como primícias dos que dormem garantiu nossa
ressurreição, no fim dos tempos.

Uma vez que os filhos têm em comum carne e sangue, por isso
também ele participou da mesma condição, a fim de destruir pela
morte o dominador da morte, isto é, o diabo. (Hebreus 2: 14).
Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. Dirigindo-
vos a elas, proclamai que o Reino dos Céus está próximo. Curai os
doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os
demônios. De graça recebestes, de graça dai. (Mateus 10: 7-8).
Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as
primícias dos que dormem. (I Coríntios 15: 20).

O apóstolo Paulo teve a revelação da obra de Cristo e sua ressurreição


sobre a morte, trono de Hades; do aguilhão, poder das trevas sobre a
carne; e do sepulcro, o lugar físico de destruição. “Quando, pois, este ser
corruptível tiver revestido a incorruptibilidade e este ser mortal tiver
revestido e imortalidade, então cumprir-se-á a palavra da Escritura: A
morte foi absorvida na vitória. Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde
está o teu aguilhão?” (I Coríntios 15:54-55).
i) Sagitário: trono de Júpiter (para os romanos) ou Zeus (para os
gregos) – governa de 21 de novembro a 21 de dezembro; constelação de
Sagitário; é representado por um centauro (metade cavalo e com o tronco
de homem). Zeus significa “rei divino” ou “deus pai”, deus máximo e
supremo dos demais deuses do Olimpo. Foi renomeado pelos romanos
como Iuppiter, que significa “brilhar” ou “deus do céu”. O cristianismo
possui em seu arquétipo religioso de deidade a representação mitológica
pagã de Zeus.
Zeus era considerado também como o deus do céu e do trovão. É
representado geralmente sentado em seu trono, com um raio na mão,
figura que não é estranha no imaginário de divindade do cristianismo.
Esse trono tem influenciado a juventude no pensamento filosófico, com
iniciações místicas. Na Arcádia, o monte mais alto, Liceu, recebeu o nome
de Zeus. Liceu era um centro de estudo juvenil. Uma dessas academias de
Aristóteles deu origem à licantropia (maldição caída sobre um homem,
que se transforma em um lobo) e a mutações genéticas de homens pela
adoração aos demônios.

Logo que Jesus desceu do barco, caminhou ao seu encontro, vindo


dos túmulos, um homem possuído por um espírito impuro:
habitava no meio das tumbas e ninguém podia dominá-lo, nem
mesmo com correntes. Muitas vezes já o haviam prendido com
grilhões e algemas, mas ele arrebentava os grilhões e estraçalhava
as correntes, e ninguém conseguia subjugá-lo. E, sem descanso,
noite e dia, perambulava pelas tumbas e pelas montanhas, dando
gritos e ferindo-se com pedra. (Marcos 5: 2-5).

Esse trono está associado ao raio de Zeus ou Satanás. O evangelho de


Lucas nos deixou um registro, um código de identificação da forma com
que Jesus vê a queda de Satanás do céu. Entendemos nesse texto que, a
partir dessa queda, ele delegou à sua igreja a autoridade para pisar
serpentes e escorpiões e toda a força do inimigo. Esses códigos estão em
três dimensões: a derrota de Zeus (raio), poder para pisar a cabeça da
serpente (Poseidon) e do escorpião (Hades). “Ele lhes disse: ‘Eu via
Satanás cair do céu como um raio! Eis que eu vos dei o poder de pisar
serpentes, escorpiões e todo o poder do Inimigo, e nada poderá vos causar
dano’” (Lucas 10: 18-19).
O decreto sobre esse trono está nos Boanerges, filhos do trovão, homens
que carregam em sua genética o poder de decifrar os sons do céu e
produzir a explosão da luz de Cristo para mudar as realidades espirituais
das regiões da Terra. “A Tiago, o filho de Zebedeu, e a João, o irmão de
Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão” (Marcos 3:
17).
Zeus, na mitologia germânica, é chamado de Thor e seu martelo voador.
A palavra do Senhor, a Palavra de Profecia, no entanto, é mais poderosa
que o fogo e como o martelo que esmiúça a pedra. “‘Porventura a minha
palavra não é como o fogo’, diz o Senhor, ‘e como um martelo que esmiúça
a pedra?’” (Jeremias 23: 29).
j) Capricórnio: trono de Saturno (para os romanos) ou Cronos (para os
gregos) – governa de 21 de dezembro a 20 de janeiro; é representado por
uma cabra com rabo de peixe (identificada no satanismo como o bode).
Esse trono recebe o nome de Cronos, aquele que tem o instrumento que
dirige ou governa o tempo.
É sabido que Cronos devorava seus filhos e, associado a esse
pensamento, temos a influência do deus fenício Moloque ou Baal, um
sistema de adoração que envolvia o sacrifício de crianças (devemos tomar
cuidado e evitar expressões como “moleque”, dirigidas à criança). Hoje
temos os esforços para a legalização do aborto.
O principal culto e celebração a Saturno era a Saturnália, em 17 de
dezembro, que durava uma semana. Esta festividade se assemelha muito
aos atuais Natal e Carnaval.
A característica forte desse trono é a destruição das gerações, para que
seja interrompido o fluxo de unção para as gerações seguintes. Saturno é
o poder que castra as gerações, o trono que manipula os tempos sobre os
homens e determina as estações. Precisamos preparar a próxima geração
não baseada em emoções ou sinais, mas em heranças espirituais,
estabelecendo o princípio da paternidade, destruindo toda a orfandade.
Ministérios que não produzem filhos herdeiros cairão ante a força
de Saturno.
Com a queda do homem foi perdida a essência da eternidade, no
homem. Agora, ele está sujeito ao tempo, ou seja, ao domínio de Saturno.
Reduzir o tempo de vida do homem era aumentar o poder de Saturno.

E foram todos os dias que viveu Adão, novecentos e trinta anos; e


morreu. (Gênesis 5: 5).
Então disse o Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para
sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus
dias serão cento e vinte anos”. (Gênesis 6: 3).

Somente no fim dos tempos Cristo retornará para instalar seu reinado,
removendo a iniquidade da Terra e restituindo a eternidade e vencendo a
morte definitivamente.

A Morte e o Hades foram então lançados no lago de fogo. Esta é a


segunda morte: o lago de fogo. (Apocalipse 20: 14).
Já não haverá noite: ninguém mais precisará da luz da lâmpada,
nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e eles
reinarão pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 22: 5).

k) Aquário: trono de Urano – governa de 20 de janeiro a 19 de


fevereiro; é representado por um copeiro com a jarra de água; seu planeta
é o Urano. Urano é o deus por excelência, do céu. Esse trono se infiltra
nas vidas e nos lares pelos horóscopos, Zodíacos, tarôs, fabricantes das
cartas astrais e outros. Ele alimenta os demais tronos, dá origem a todas
as correntes de adoração, é gerador e incentivador de novas crenças e
promotor das relações entre homens do mesmo sexo.
Os profetas viram que o dia do Senhor era acompanhado por
acontecimentos no firmamento. Todos esses tronos serão removidos de
seus lugares e cairão antes do final dos tempos. Jesus declara no
evangelho de Mateus que Apolo (Sol), Lílith (Lua), Astarte e Atenea
(estrelas) serão removidos, cairão de Ouranus (céu).

Com efeito, as estrelas do céu e Órion não darão a sua luz. O sol se
escurecerá ao nascer, e a lua não dará a sua claridade. (Isaías 13:
10).
Colocarei sinais nos céus e na terra, sangue, fogo e colunas de
fumaça. O sol se transformará em trevas, a lua em sangue, antes
que chegue o dia de Iahweh, grande e terrível! (Joel 3: 3-4).
E, logo depois da aflição daqueles dias, o Sol escurecerá, e a Lua
não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos
céus serão abaladas. (Mateus 24: 29).

O livro do Apocalipse registra a queda desses tronos também.

Vi quando ele abriu o sexto selo: houve um grande terremoto; o


sol tornou-se negro como um saco de crina, e a lua inteira como
sangue; as estrelas do céu se precipitaram sobre a terra, como a
figueira que deixa cair seus frutos ainda verdes ao ser agitada por
um forte vento. (Apocalipse 6: 12-13).
Vi então um céu novo e uma nova terra – pois o primeiro céu e a
primeira terra se foram, e o mar já não existe. (Apocalipse 21: 1).

l) Peixes: trono de Leviatã, Netuno, Posseidon ou Dagon – governa de


20 de fevereiro a 20 de março; é representando por dois peixes (Vênus e
Cupido); seu planeta é Netuno. Netuno, juntamente com seus irmãos
Júpiter e Plutão, formam a tríade máxima de deuses. É o deus da água. O
seu filho mais velho é Atlas, redentor que luta para impedir a
manifestação dos céus na Terra. Ele representa a estratégia de resistência
do inimigo para combater contra os céus e se opor a sua manifestação.
Dagon, “peixe pequeno”, é reconhecido como deus supremo do céu e da
Terra, que governa as batalhas e entrega os troféus. Tifon, “fumaça”, era
reconhecido como deus dos ventos, furações e colaborava nos terremotos.
Posseidon ou Leviatã, “o senhor que sacode a Terra”, tem a atribuição de
distribuir a energia cósmica negativa dos outros tronos sobre a Terra e
abre portais cósmicos nas cidades, as quais estão legalizadas desde a sua
fundação.
Trata-se de um trono muito associado ao mar. As festas aos santos do
mar, como as de São Pedro, nas cidades costeiras, e na América do Sul
como as de Iemanjá, que acabou assimilando as características de Maria,
da Igreja Católica(Ísis).
Os juízos de Deus são decretos divinos apresentados pelos desastres
naturais. Esses seres espirituais são os portadores destes juízos. Leviatã
manipula a natureza o suficiente para conseguir suas conquistas e encher
o ventre de seu irmão Hades. Nos evangelhos vemos esse ser sendo
repreendido por Jesus. Outro episódio é o de Jesus andando sobre as
águas e o temor de Pedro, a opressão do vento (Tifon). Logo depois de
Jesus subir no barco com Pedro, o vento de imediato se acalmou.
E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para vir ter
com Jesus. Mas, sentido o vento forte, teve medo... (Mateus
14: 29-30).
E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: “Cala-te,
aquieta-te”. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.
(Marcos 4: 39).

O decreto contra Leviatã já foi anunciado pela boca do profeta Isaías


(27: 1): “Naquele dia o Senhor castigará com a sua dura espada, grande e
forte, o Leviatã, serpente voadora [Tifon], e o Leviatã, a serpente tortuosa
[Netuno], e matará o dragão [Trifon] que está no mar”.
Resumindo, existem quatro tronos que governam os céus, Terra, ar e
Hades. Eles têm tomado, desde tempos antigos, a adoração do Eterno nas
nações e tem se fortalecido pelos pecados da humanidade. Eles são
Afrodite, Apolo, Atenea e Zeus.
Temos que entender que a grande ameaça a esses tronos é a palavra
profética, a revelação de Deus. Tais palavras, quando vêm de Deus, são
carregadas de poder criativo e explosivo e destroem as estruturas das
trevas, libertando os cativos e gerando cura.
Esses quatro tronos estão revelados no decreto que o Eterno proferiu
pela boca do profeta Jeremias. Havia uma cidade chamada Anatote, filho
de Anat (Asera/Nergal/Artemisa/Thor) nos dias de Jeremias, que possuía
homens que queriam matar a voz do profeta. “Portanto, assim diz o
Senhor acerca dos homens de Anatote, buscam a tua vida, dizendo: Não
profetizes no nome do Senhor, para que não morras às nossas mãos”
(Jeremias 11: 21).
No entanto, o Senhor sai em sua defesa, pois o profeta estava
enfrentando poderes ou tronos de grande envergadura, que controlam o
céu, a Terra, o ar e o Hades. Esses homens seriam consumidos pela
espada e seus filhos morreriam de fome, o que espiritualmente significa
que sua boca seria fechada, um ferrolho seria colocado por Deus e
fecharia a dimensão deles, para que não se alimentassem mais do sangue
dos profetas, naqueles dias. “‘Portanto’, assim diz o Senhor dos Exércitos:
‘Eis que eu os castigarei; os jovens morrerão à espada, os seus filhos e
suas filhas morrerão de fome’” (Jeremias 11: 22).
Que o Eterno levante profetas com a mesma envergadura de Jeremias e
decrete pela sua boca a destruição desses tronos. Amém.
CAPÍTULO 24
REVELANDO LÍLITH (O ESPÍRITO DA LUA)
24.1 – Introdução
O assunto deste capítulo é por demais profundo, revelador e desafiador.
Poucos são os que podem percorrer esse campo de revelação. Aconselho
uma atitude de arrependimento, confissões de pecados e alinhamento
com Deus, para começar a leitura. Estaremos tratando de conhecimentos
que requerem santidade, perseverança e resistência.
Conhecimentos que irão expor algumas estratégias e atuações de um
espírito, que, na verdade, como visto nos capítulos anteriores, é um trono
da maldade: Lílith, no hebraico ‫תיליל‬. Com certeza esse espírito não ficará
satisfeito com tais revelações. Isso porque suas estratégias e atuações
estão presentes na vida de todo ser humano. São verdadeiras cadeias de
influências genéticas que perpassaram gerações até os nossos dias.
São inclinações e comportamentos que estão em nosso DNA, que foram
e são facilmente mapeados por esse espírito, tornando-nos mais
vulneráveis em determinadas áreas da vida. Tornamo-nos presas fáceis e
não nos damos conta do envolvimento espiritual que está nos bastidores.
A igreja precisa despertar para realidades que estão além do mero
campo sensitivo dimensional de nosso mundo. Realidades que só podem
ser acessadas pela dimensão espiritual. Enquanto as trevas lidam com
assuntos transcendentais e multidimensionais, com seus magos, gurus,
feiticeiros, ocultistas e outros, estamos discutindo se cremos ou não em
espíritos territoriais, batalha espiritual, libertação e cura interior.
Mais uma vez eu quero agradecer a Deus pela vida do missionário David
Rebollo (2014), do Ministério Chama de Fogo às Nações, do Chile, pelas
revelações registradas em seu livro O pavilhão do ocultismo, que foi a
fonte de informações dos capítulos que seguirão.

24.2 – A origem e o poder de Lílith


Os primeiros registros dessa entidade foram encontrados na mitologia
suméria, civilização que teve sua existência entre 6.500 a.C. a 1.940 d. C.
Ela foi vista inicialmente como a ajudante da rainha do céu Inanna; na
mitologia mesopotâmia, ela é associada a um demônio portador de mal-
estar, doenças e morte; na mitologia grega, associada com a deusa grega
Hécate, “a mulher escarlate”; atualmente, ela é associada à imagem
demoníaca, noturna, devoradora de crianças, causadora de luxúria e
vampirismo.
Na mesopotâmia, Lílith deriva da palavra Lil, vento, ar ou espírito ou,
para os hebreus, significa “noite” (de laila). A origem de seu nome vem de
ldlu Lilu/Artad Lili, demônio sumério ou arcádico, mãe e rainha da noite.
Na Antiguidade era chamada de Lilha, identificada hoje com o
lesbianismo.
Nos escritos antigos judaicos, consideram que Lílith foi criado do barro
como Adão e foi marido do demônio Asmodeus, Aeshma-dev, “espírito de
concupiscência”, ou então, Asma Daeva, representado por Belzebu, o
senhor das moscas ou demônio da sensualidade. “Mas os fariseus,
ouvindo isso, disseram: “Ele não expulsa demônios, senão por Beelzebu,
príncipe dos demônios” (Mateus 12: 24).
Identificavam sua localização em uma estrela da constelação de Perseu,
chamada de Algol, uma estrela má que penetra no mundo dos sonhos. A
palavra Algol é de origem árabe, Ra’s al-ghûl, “a cabeça do demônio”, que
mais tarde deu origem ao que conhecemos como o “olho de Rá”.
Lílith está presente na psique humana inserida nos folclores e nas
culturas das sociedades. Esse espírito possui registros de pecados de
pessoas e até nações, que abrem portas para causar feridas em nossa
mente e destruição. Entrar nesses lugares onde ela está inserida é
descobrir um pouco sobre ela e estar preparado para seus ataques.
Ela teve forte influência no desfecho do episódio do dilúvio. Na geração
de Noé não se achou nenhum homem reto; somente ele, sua família e
noras. Seria óbvio alguém perguntar por quê. A razão considerada é que
Noé era de uma linhagem sem contaminação. O termo “geração” no
hebraico é ‫בקו‬, tem o sentido de linhagem. O Eterno estava procurando
alguém que não estivesse contaminado geneticamente como foram, de
forma mais explícita, os descendentes dos nefilins (gigantes), os anakim,
refaim, gibborim, zamzummim e emim.
Sabemos que os gigantes foram resultado da relação entre os chamados
“filhos de Deus” (do hebraico helohim) com as filhas dos homens. Esta
relação desencadeou distorções genéticas que são vistas, com outras
manipulações, em nossos dias. Lílith teve forte influência nessa relação
distorcida. Estamos falando aqui não só do pecado e da maldade, mas de
ações que levaram os corpos dos homens ao limite, criando uma nova raça
entre os homens.
O profeta Isaías faz menção à existência dessa entidade. Em outros
textos ela aparece como Lamia, criatura sobrenatural ou ave de rapina
noturna.
Criaturas do deserto se esconderão com hienas, e bodes selvagens
balirão uns para os outros; ali também descansarão as criaturas
noturnas [no original, Lílith] e acharão para si locais de descanso.
(Isaías 34: 14).

Esse texto nos indica que ela procura repouso nos desertos,
acompanhada de animais imundos e multidões de ninhadas, isto é,
espíritos menores na hierarquia de autoridade. Alguns traduzem esse
texto por “fúria vingadora ou fantasma que espanta na noite”. Lílith,
portanto, habita, com seus serviçais, em lugares desertos e desolados
onde reinam o caos, o juízo e a destruição.

Jesus, com efeito, ordenava ao espírito impuro que saísse do


homem, pois se apossava dele com frequência. Para guardá-lo,
prendiam-no com grilhões e algemas, mas ele arrebentava as
correntes e era impelido pelo demônio para os lugares desertos.
(Lucas 8: 29).
Quando o espírito impuro sai do homem, perambula por lugares
áridos, procurando repouso, mas não o encontra. (Mateus 12: 43).

Lílith é profunda conhecedora das energias que dominam os desejos do


corpo. Na Grécia, Lílith era apresentada como Pandora, a “todos os
dons”, de beleza incomparável, que enganava e abria uma caixa que tinha
todas as enfermidades e males. No hinduísmo, se apresentou como Deví-
Shivá, onde Deví é a foma feminina e Shivá, a masculina. Aqui está a
origem de toda a religião mágica e sexual hindu, como o kama-sutra ou
“curto prazer sexual”.
Lílith permite que espíritos imundos habitem nas pessoas se
enroscando em suas colunas vertebrais; sua cabeça aloja-se no cérebro e
sua cauda, entre as genitais dos homens. Ela pode, espiritualmente,
habitar em qualquer parte do corpo ou órgão do ser humano. Primeiro ela
afeta a coluna, onde estão os registros genéticos do homem; depois,
controla sua mente e, por fim, os seusórgãos.

24.3 – Lílith e a genética


Lílith, na cultura suméria, foi Ninmah, “dama poderosa”, “dama de
vida” ou “grande mami” (Nin.ti), que possuía seu próprio laboratório,
chamado de Bit Shimti ou Shi.im.ti, “lugar onde o vento sopra” ou “lugar
onde sopra o alento de vida”, onde fazia seus experimentos genéticos para
“modelar” a raça humana.
Lílith, juntamente com outros tronos da maldade, como Mercúrio,
Apolo e Afrodite, faz uso da química e opera na inclusão e mudança da
sexualidade de ambos os sexos, transformando os corpos pela inversão de
sexo. Uma mudança celular ou de DNA nos descendentes pode gerar
distorções nas condutas das pessoas. Esta é a razão da multiplicação das
perversões sexuais na prática e condutas em homens e mulheres que são
afetados por esses tronos da maldade. Homens e mulheres que deixam
seu uso natural como nos dizem as Escrituras.“[...] igualmente os homens,
deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns para
com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em
si mesmos a paga da sua aberração” (Romanos 1: 27).
Estamos falando em alcançar níveis mais avançados de libertação.
Ultrapassar o nível da saúde da alma somente, que tem sua importância,
para a correção e a cura da genética. Esse mal entrou também nas igrejas
e não basta apenas curar as emoções, mas atuar na correção da genética.
Sabemos que as maiores enfermidades da humanidade têm a ver com a
genética, de onde sai todas as demais complicações. As enfermidades do
nascimento, as congênitas, as que são ativadas após os quarenta anos; o
câncer, a Aids, o H1N1 e outras tantas doenças são sinais de algo muito
maior que as igrejas devem estar preparadas para lidar, em uma guerra
que exigirá sair do evangelho superficial e enfrentá-la com entendimento
renovado.
A sentença dada à serpente, de que a semente da mulher esmagaria sua
cabeça, levou-a a impedir tal sentença atuando na natureza humana, pela
perversão genética. Os registros antigos judaicos revelam que desde Caim
começaram a haver misturas com bestas, hominídeos e similares. Esta
realidade proporcionou a multiplicação da maldade na Terra, provocando
o dilúvio e afetando a genética humana (ver capítulo I, Alteração
Genética, nossa queda).
Mesmo com Noé sendo de uma linhagem pura, a corrupção genética
perdurou e dividiu a humanidade em duas sementes que estariam sempre
em inimizades, como registra Gênesis 3: 15: “Porei hostilidade entre ti e a
mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela”.
Por esta razão o Senhor ordenou aos filhos de Israel que não se
juntassem e casassem com mulheres cananeias para guardar a herança do
povo sem contaminação. Essas mulheres adoravam a deusa Astarte e
Baal, cuja adoração consistia em prostituição e oferendas de bebês e
crianças menores de sete dias. Abraão era conhecedor dessas práticas.
Ló habitou em Sodoma com suas filhas e permitiu que a cultura pagã
daquele povo entrasse na mente delas. O fato de embriagarem seu pai
demonstra tal influência. Elas podiam ter pedido ajuda a Abraão. Sem
saberem, praticaram um ritual mágico sob influência de Lílith e
comprometeram a descendência de Ló. Seus filhos foram Moabe e Amom,
povos que se tornaram espinhos na vida do povo de Israel com suas
práticas perversas e idólatras.
Para entendermos o quanto o ato sexual possui poder para impurificar
uma pessoa, é necessário falar um pouco sobre a menstruação e o sêmen
do homem. O assunto de menstruação é para a proteção da família.
Durante o tempo da menstruação, ácidos são produzidos na vagina para
prevenir a mulher de enfermidades. Durante os dias da menstruação o
sangue expulsa o que não tem vida. De certa forma, ocorre um aspecto da
morte. Por esta razão o Senhor proibia relações sexuais nesse período,
para proteção da saúde da mulher e para guardar o homem da impureza
do contato com a morte. Já é provado que as mulheres que observam esse
cuidado possuem baixos índices de câncer uterino.
O homem, por sua vez, emite sêmen, chamado de sangue branco. Para
evitar a profanação deste sangue, o Senhor estabeleceu leis próprias. A
razão é que Deus considera tanto o sangue da mulher como o sêmen do
homem santos, pois carregam carga genética e a essência da vida, o poder
de criar e gerar almas à imagem e semelhança do Criador ao mundo. São
os verdadeiros códigos de santidade.
No caso da mulher, ela abriga o poder para gerar a vida e dar forma ao
ser. A mulher abriga em seu ser a essência do varão. Não apenas o sêmen,
mas o seu DNA passa pelos seus tecidos e sangue, levando a genética do
homem até os ossos.
O assunto é muito sério. Quando um homem possui implicações
espirituais, ao se relacionar sexualmente com uma mulher é transferido
este espírito e ele irá reclamar seu direito no corpo da mulher.
Existe uma estreita relação entre as práticas de pecado e as preferências
sexuais com enfermidades de que as mulheres são acometidas em seu
corpo, e que certamente irão passar para seus descendentes, pela
contaminação genética. É fácil constatar as enfermidades mais comuns
nas mulheres: cânceres de útero, ovário, trompas e mamas, artrites,
reumatismos, e outras.
Ainda sobre sexualidade, não poderíamos deixar de falar de um dos
atributos de Lílith muito poderoso, a magia sexual e a sedução. Neste
campo Lílith usa o ritual mágico para transferir poder, e o portal mais
usado na sedução é o do sonho.
Ela tomará a forma de mulher ou de homem, conforme o caso, para
entrar nessa dimensão da alma, deixando códigos que levarão espíritos
imundos a dominar a mente e o corpo da pessoa.
Juntamente com Lílith está Asmodeu. Juntos eles comandam espíritos
imundos que invadirão a mente das pessoas, através dos sonhos. Como
mulheres se apresentarão súcubos; e, como homens, íncubos. Eles
roubarão ou sugarão a vitalidade sexual do homem e da mulher,
obrigando-os a manterem relações sexuais durante o sono.
Esses espíritos abrem os portais eróticos e sensuais nos sonhos,
realizando fantasias nas mentes das pessoas. É bom esclarecer que os
demônios não possuem o poder de reprodução, mas existe a possibilidade
de atuarem na participação do ato sexual e da concepção. Existem
também os casos de relatos de mulheres que ficaram “grávidas” de Lílith.
Fisicamente, o ventre incha, a mulher para de menstruar, como se
estivesse grávida, mas sem vida no ventre. Será preciso um processo de
libertação.

Entre pensamentos vindos de visões da noite, quando cai sobre os


homens o sono profundo, sobrevieram-me o espanto e o tremor, e
todos os meus ossos estremeceram. (Jó 4: 13-14).
Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me
fazes habitar em segurança. (Salmos 4: 8).

Que possamos preparar a igreja para adquirir essa consciência e libertar


o povo da ignorância do expelir do sêmen em vão e das relações ilícitas,
que clamarão, como certeza, por juízo.

Quando uma mulher tiver um fluxo de sangue e que seja fluxo de


sangue do seu corpo, permanecerá durante sete dias na impureza
das suas regras. Quem a tocar ficará impuro até à tarde.
(Levíticos 15: 19).
Falai aos filhos de Israel e lhes direis: “Quando um homem tem
um fluxo que sai do seu corpo, tal fluxo é impuro. Enquanto tiver a
fluxo, a sua impureza consistirá no seguinte: Quer a sua carne
deixe sair o fluxo, quer o retenha, ele é impuro”. (Levíticos 15: 2-
3).

24.4 – Lílith: alerta total


Vamos comentar algumas estratégias utilizadas por Lílith. O assunto
obviamente não se esgota, serve apenas para despertar e preparar a igreja
para outro nível de confronto com as trevas. Precisamos perceber quem
esteve sempre por trás dos males que nos assaltam e à sociedade.
Vamos começar com registros antigos do Egito. Nos livros antigos de
magia e história egípcia eram conhecidos os chamados quatorze Ka de
Ra. No desenrolar dos tempos foram conhecidos como as armas letais de
Hórus ou Apolo (deus do sol), tendo como sua escuderia Ísis (Lílith), que
abre os caminhos através dos males.
O primeiro Ká ou arma de Rá (Hórus ou Apolo) utilizada por Lílith é
o desgaste– são aberturas de feridas antigas. Um processo que pode levar
anos e pacientemente ela espera. Geralmente ocorre nas áreas de
relacionamento.
A segunda é ataques inesperados – são ataques a áreas de nossa vida.
Tirando nossa concentração para sua solução, ela lança seu ataque.
A terceira é a finança – atua na perda da estabilidade financeira. Sem
esse equilíbrio, ela sabe que será difícil enfrentá-la.
O quarto ataque é a sabotagem – é a infiltração de planos, estratégias e
ideias junto ao indivíduo, para, depois de algum tempo, sabotá-lo
levando-o à queda.
A quinta arma é a manipulação opositora – são técnicas que
manipulam pessoas ou circunstâncias.
A sexta arma é o cerco – trata-se de um cerco de vários pequenos
inimigos até que tirem nossas forças. Muitos inimigos pequenos podem
ser mais terríveis do que um inimigo poderoso.
A sétima arma é errar o alvo, fazendo você lutar por causas perdidas,
levando-o ao desgaste em batalhas equivocadas.
A oitava é a divisão, que nos leva à debilitação e à fraqueza.
A nona é derrubar os muros, quando nossas defesas são derrubadas
para que seja possível nos golpear.
A décima arma é a simulação de guerra – que levará a pessoa a um
conflito sem propósito, apenas para estudá-lo nas suas debilidades e
fraquezas.
A décima-primeira é forjar cativeiros – estabelecendo áreas nas quais
possa nos prender e nos oprimir, pelas iniquidades dos nossos
antepassados ou pelas nossas próprias.
A décima-segunda arma são os códigos matemáticos – são controles
que Lílith contabiliza, de nossos códigos genéticos, de experiências
traumáticas que dominam nossas almas, para controlar nosso caráter sem
muito esforço.
A décima-terceira é a ignorância – é conhecido nas Escrituras que a
falta de entendimento leva a pessoa e um povo a perecerem. Aqui se trata
de ignorar os ardis e estratégias do inimigo.
A décima-quarta é a destruição de identidade – a pessoa será derrotada
na batalha porque perdeu sua identidade em Deus, passando a ter
compaixão de si mesma, fadiga e desânimo.
Vamos falar agora sobre um assunto muito importante, que são
os cárceres espirituais. Sobre uma cidade, podem se levantar inúmeros
cárceres, que sobem aos céus e formam grandes prisões devido a
constantes práticas de pecado, o que permite atração das trevas. Vamos
falar de sete pavilhões que possuem em suas portas os respectivos nomes
e que estão com inúmeras pessoas gemendo para sair e outras vencidas,
dentro deles.
Os pavilhões são os
de: pobreza, enfermidade, maldições, ocultismo, idolatria, corrupção.
Estas prisões são destinadas aos ímpios, e se abrem, em alguns casos, aos
justos pela falta de vigilância.
Alguém há de observar que falta a sétima. É que este cárcere
surpreenderá a muitos: trata-se do cárceres cristão. Neste cárcere todos
são chamados de crentes, os que exercitaram a fé. Pessoas que se
desviaram do caminho, se tornaram religiosos, falsos profetas, que se
envolveram em prisões, mesmo estando em suas igrejas e nos
púlpitos. “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que
te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a
galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!”
(Mateus 23: 37).
Lílith também atua em áreas na vida dos homens que se transformam
em síndromes. Vamos listar apenas algumas, para identificá-las:
a) depressão, que pode ser leve, moderada ou grave;
b) ansiedade, caracterizada por fobia, transtorno obsessivo-compulsivo,
angústia, estresse pós-traumático, ansiedade generalizada;
c) hipocondria, caracterizada por dor somatoforme e somatização;
d) dissociativa, caracterizada por amnésia psicogênica, despolarização,
fuga, transe e possessão;
e) sexual, caracterizada por exibicionismo, fetichismo, frotteurismo,
pederastia, masoquismo, travestismo, voyeurismo, disfunções sexuais,
desejo inibido, aversão ao sexo, anorgasmia, impotência, ejaculação
precoce, dispareunia, vaginismo;
f) sonhos, caracterizada por insônia, hipersonia, parassonia, terrores
noturnos, sonambulismo, dissonia;
g) factícios, caracterizada pelo que não é natural gerar simulações,
condutas extravagantes e perda de memória;
h) impulsiva, caracterizada por comportamento impulsivo, ludopatia
(impulso descontrolado para jogar), piromania (desejo incontrolado de
provocar fogo) e tricotilomania (impulso forte para puxar cabelo);
i) inadaptatibilidade, caracterizada por transtornos de adaptação;
l) transtorno de personalidade, caracterizado por manifestação de
múltiplas personalidades;
m) simulação, caracterizada pela simulação de comportamentos e
sintomas, como a simulação de enfermidades.
As características de personalidade são influenciadas por esse espírito
fortemente. O desejo contínuo e desmedido pelo intelectualismo, de se
sobrepor, de atribuir culpa aos outros, por ser reivindicador, vingativo é o
primeiro grupo que gostaria de destacar.
O segundo grupo seria a manipulação mediante o sexo e a sedução.
Destaca-se o domínio sexual, o sadismo ou a negação de atividade sexual
com o cônjuge, infidelidade, destruição da família, que certamente são
fatores determinantes para destruição das famílias em todos os tempos.
O terceiro grupo seria a forte atração e fascínio pelo ocultismo, a magia
e a bruxaria; um desejo forte de amaldiçoar, inclinações para desejar o
mal para outras pessoas, desejo de vingança e sentimento de rancor.
O quarto grupo caracteriza-se pelo delírio mental, personalidade
dividida, estado emocional variável, tristeza profunda e cólera implacável,
perda de concentração e fadiga mental, entre outros sintomas.
O quinto grupo apresenta características de sonhos sexuais distorcidos,
sonhos persistentes e violados, chegando a apresentar violência física
sexual; medo de escuridão, da noite e de ficar só.

24.5 – Lílith e as enfermidades genéticas


É preciso entender que existe a relação entre as práticas de pecado e as
enfermidades, na maioria dos casos. Estamos falando das enfermidades
provocadas pelo espírito de Lílith. Vamos considerar apenas algumas para
despertar o leitor a respeito desse assunto de vital importância.
Aquele espírito é especializado em dois grupos de enfermidades: a
patologia genética por deformação e a patologia mental por opressão.
O primeiro grupo é caracterizado pela deformação, pela alteração de
genes das pessoas. São informações e tendências de antepassados que
gerarão enfermidades que, por herança, serão mais fáceis de contrair.
Nascemos pré-programados para ativar certas enfermidades.
A tendência é que, no fim dos tempos, haja um aumento do pecado e do
abuso de drogas, alimentos, meio ambiente, no corpo e estaremos mais
propensos a sofrer enfermidades genéticas em função de a que nossos
antepassados ficaram sujeitos em vida. “[...] porquanto se levantará nação
contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos,
em vários lugares” (Mateus 24: 7).
O trabalho milenar de Lílith é manipular a genética da humanidade.
Esses sintomas nós vemos até mesmo nas igrejas. Pessoas cheias de fé e
esperança, que foram livres de opressão dos demônios, que, em pouco
tempo, estão envoltas com as mesmas opressões e enfermidades. O
problema é que as pessoas trabalham diversas áreas de sua vida, mas os
códigos genéticos ficam escondidos, como enfermidades biológicas
hereditárias escondidas secretamente na genética, no DNA.
As enfermidades genéticas mais comuns são os cânceres (as células se
multiplicam sem controle; são mudanças da genética); as alterações de
cromossomos, cujo exemplo é a síndrome de Down (nesse caso o
cromossomo 21 se duplica, alterando e limitando o crescimento
cognitivo); e as enfermidades hereditárias (as mais comuns são anemia,
fibroses, hemofilia, diabetes, asma, enfermidades mentais, convulsões,
nanismo, gigantismo, entre outras).
Temos que tomar posse da obra total do Messias, em sua expiação. Ele
se manifestou em carne para que sua genética, através de seus méritos,
destruísse todo o poder das enfermidades. Estamos falando de
concepções que envolvem a carga genética do espermatozoide e do óvulo
que será transmitida ao feto, de códigos distorcidos que inevitavelmente
passarão para outras gerações.
Mas, uma vez que a pessoa seja curada nesta área tão escondida, ainda
que a pessoa adoeça durante sua vida, provavelmente essa enfermidade
jamais passará para seus descendentes. “Verdadeiramente ele tomou
sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o
reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido” (Isaías 53: 4).

24.6 – Lílith e as doenças mentais


O segundo grupo das patologias genéticas de Lílith são as doenças
mentais por opressão, que são classificadas pelos transtornos neuróticos e
psicóticos. Obviamente o assunto é vasto. Vamos pincelar algumas
patologias apenas para despertar o interesse do leitor para maiores
aprofundamentos.
A primeira patologia que queremos abordar é a epilepsia, do
grego ἐπιλαμβάνειν, tomar, capturar, possuir, ter. É também associada ao
termo “lunático”.
Há transtornos que estão relacionados à lua. As Escrituras relatam o
episódio de um pai que rogou pelo seu filho lunático e os discípulos de
Jesus não conseguiram libertá-lo. Desde os primórdios Lílith está
associada à lua. Não é difícil de saber o espírito que atormentava o jovem.
Ele estava sob a influência do trono e do encantamento de Lílith.
Jesus esclarece que aquela “casta” ou “gênero” de demônios não era um
espírito qualquer. Era preciso uma santificação não só da alma, mas do
corpo. Eram necessários oração e jejum.

Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre


muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água.
(Mateus 17: 15).
E disse-lhes: “Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser
com oração e jejum”. (Marcos 9: 29).
É preciso destacar a palavra “lunático”. O termo tem origem no
latim lunáticus(luna + aticus), ou seja, ações ou transtornos relacionados
à lua. Os ciclos lunares alteram as marés e a agricultura e de alguma
forma alterariam os temperamentos e comportamento dos homens,
principalmente daqueles que estão predispostos ou influenciados por esse
mal. A expressão “lunático”, no original grego, é σεληνιαζομαι,
seleniazomai, cuja raiz é relacionada a Selene, deusa da lua na cultura
grega.
Fica claro no texto que se tratava de um demônio, pois Jesus o
repreendeu. Foi necessária a libertação e correção das implicações
genéticas para que não houvesse a reincidência da enfermidade.
As Escrituras, nos salmos, deixaram registrados que a influência do sol
(trono de Apolo ou Apolion) e a escuridão da noite, da lua (trono de
Lílith) poderiam nos causar danos. “O sol não te molestará de dia nem a
lua de noite” (Salmos 121: 6).
Outro aspecto muito importante é o significado da palavra Lílith na
cultura suméria. Seu significado é vento ou alento da escuridão noturna. É
princípio espiritual que tudo que está vazio é passível de ser preenchido
por um vento, alento, ruah, espírito.
Um exemplo simples é o ato de ejacular, que faz referência a disparo e,
ao fazê-lo, um espaço torna-se vazio, e é ali onde entra esse ar, esse
espírito, que passa a ter legalidade na vida da pessoa. Obviamente, no
matrimônio o espírito de vida e a legalidade estão presentes, não havendo
implicações espirituais para a práticado ato.
A legalidade enquadra-se obviamente nos atos de prostituição,
masturbação, fornicação e outros. Esse espírito se encarregará de abrir
portas a outros espíritos piores que ele, como os da sedução, perversão,
pornografia, pedofilia, homossexualismo, bestialismo e outros. A pessoa
torna-se então um hospedeiro sifonado alimentando e fortalecendo o
domínio daqueles espíritos.
O jejum seria uma ferramenta na libertação, pois submeteria o corpo à
abstinência do pecado, debilitando desta forma o espírito maligno,
possibilitando uma libertação eficaz.
A segunda patologia que gostaria de apresentar é a esquizofrenia. Um
termo que tem sua origem na cultura grega, schizein, dividir, rachar,
quebrar e phren, entendimento, razão, mente. O transtorno pode ser leve
ou crônico. Altera o funcionamento psíquico, causando uma disfunção no
relacionamento social. Estudos comprovam uma relação genética e
hereditária com sua manifestação.
Trata-se, portanto, de uma divisão da mente, uma brecha em alguma
área da mente ou da alma que não permite a unificação de um ser
integral. As Escrituras chamam tais pessoas de pessoas com “duplo
ânimo”. “O homem de mente dividida [do grego διψυχος, dipsuchos] é
inconstante em todos os seus caminhos” (Tiago 1: 8). São pessoas que
estão sempre envolvidas em questões como: continuo ou não? Santifico-
me ou não? Caso ou continuo solteiro? Sirvo a Deus ou não? Continuo na
igreja ou não? Produzirão uma lista de argumentos e razões pelas quais
deveriam abandonar o que estavam fazendo, o que certamente lhes fará
produzir remorsos. Trata-se de uma guerra interna na mente. Essa
insatisfação levará à depressão, a ressentimentos contra um irmão e/ou a
igreja e, no fim, contra o próprio Deus.
Consiste em uma porta aberta para a prisão de amargura, desânimo e
frustração, que o impedirá de ser ministrado pelo Espírito do Eterno, que
foi entristecido continuamente.
O que temos aqui é um padrão mental de Lílith. Em razão do pecado das
pessoas ou de padrões de comportamentos que passam geneticamente
para os descendentes, legaliza-se a tarefa dos espíritos de Lílith para
atuarem em vidas. Trata-se de um espírito que age segundo os gêneros de
maldição e juízo.

Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus,
para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os
seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas
maldições, e te alcançarão: o Senhor te ferirá com loucura, e com
cegueira, e com pasmo de coração; e enlouquecerás com o que
vires com os teus olhos. (Deuteronômio 28: 15, 28, 34,
grifos nossos).

Não é difícil encontrar pessoas com esse espírito em nossas igrejas.


Pessoas que se esforçam em serem consagradas, mas estão
constantemente regredindo. Um espírito as impede de avançar. Pessoas
que se deitam num estado e acordam em outro. Espíritos implantaram as
mesmas desculpas, os mesmos argumentos.
Quando o assunto é físico, o indivíduo procura um médico e tratamento;
mas quando é na mente, a tarefa é muito difícil. Será preciso amor e
perseverança na aplicação dos padrões de pensamento, através das
Escrituras, uma postura de disciplina na conclusão de assuntos e nunca
mudar de direção antes de terminar algo. Não deixar nada pela metade.
Não fazer muitas tarefas ao mesmo tempo, mas terminar uma antes de
começar a outra. Estamos falando de educar a mente para unificar os
sentimentos e a alma. “E vos renoveis no espírito da vossa mente”
(Efésios 4: 23).
Outro personagem bíblico que sofreu grande influência do trono da
maldade (Lílith) foi o rei Saul. O quadro de transtorno mental de Saul era
o de esquizofrenia. O texto diz que ele procedeu como néscio, como tolo,
como um louco, do hebraico ‫לכס‬, sakal. “Então disse Samuel a Saul:
‘Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o Senhor
teu Deus te ordenou; porque agora o Senhor teria confirmado o teu reino
sobre Israel para sempre’” (I Samuel 13: 13).
O Espírito de Deus abandonou Saul. No palácio sua mente foi tomada
por espíritos que o atormentavam. Em pouco tempo não sabia distinguir
entre o bem e o mal.

E aconteceu no outro dia, que o mau espírito da parte de Deus se


apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa; e Davi tocava a
harpa com a sua mão, como nos outros dias; Saul, porém, tinha na
mão uma lança. E Saul atirou com a lança, dizendo: “Encravarei a
Davi na parede”. Porém Davi se desviou dele por duas vezes. (I
Samuel 18: 10-11).

24.7 – Lílith: alerta sanguíneo


Desde os primórdios os sacrifícios têm sido o meio para obtenção de
poder. O sangue é o elemento mais eficaz para essa obtenção. Existem
princípios que estão no sangue, são muito profundos. Três tipos de
sangue são oferecidos em sacrifícios e possuem representações muito
profundas.
O sangue possui a energia vital do ser humano. Deus colocou no sangue
a carga genética que caracteriza a espécie humana. O homem, para se
tornar à sua imagem e semelhança, teve que receber do Criador a sua
essência no sangue. Aquele aspecto mais inferior da alma, o que os judeus
chamam de nefesh habahamit (alma animal), a alma, que vitaliza todo o
ser humano. “Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho
dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é o
sangue que fará expiação pela alma” (Levítico 17: 11).
Toda a vida tem uma forma de vitalidade no sangue. As plantas
possuem a seiva, que carrega sua genética. De todas as formas de sangue e
vitalidade dos seres, nenhuma é mais poderosa que os três tipos de
sangue do homem. Todos eles, como veremos, são manipulados e
corrompidos pelo mal.
O exemplo que podemos destacar, de vários, nas Escrituras foi o
episódio de Caim e Abel. Registrado nós temos o primeiro caso de
assassinato promovido pelo mal. Caim, ao matar o seu irmão Abel,
promoveu um clamor da terra quando o sangue de Abel a toca. Este
sangue continuou falando, dando testemunho, clamando e pedindo
vingança desde a terra. Era um decreto, pelo poder do sangue, contra a
humanidade. Desde então o adversário tem sacrificado vidas, pois
aprendeu a manipular a energia da vida e utilizar os sacrifícios dos vários
tipos de sangue para amaldiçoar várias gerações.
Vamos apenas despertar para um assunto que é muito conhecido no
ocultismo de forma corrompida, e infelizmente pouco conhecido em
nosso meio. Os três meios de sacrifícios são: o sangue vermelho, o sangue
branco e o incenso desangue.

O sangue vermelho
Trata-se do poder da própria vida. É o nível mais elementar da alma de
um indivíduo. Um assunto que fala de sua genética. As Escrituras falam
desse elemento com muita ênfase, tanto na Antiga Aliança como na Nova
Aliança. “[...] que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem
como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais
ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde” (Atos 15: 29).
O sangue é o elemento mais espiritual do aspecto biológico do ser
humano. Não devemos jamais usá-lo para fazer pactos no mundo
espiritual. No campo da libertação é muito difícil tirar alguém do cativeiro
quando está envolvido seu próprio sangue.

O sangue branco
Esse sangue é o que chamados de esperma ou sêmen. Ele possui
também uma forte carga genética. É usado para a reprodução e
multiplicação da espécie humana, sua descendência e herdeiros.
Ouvimos muitos relatos sobe pactos feitos com o primeiro elemento, o
sangue vermelho. Destacaremos um texto das Escrituras que descreve um
típico pacto cuja representação foi o sangue branco. Trata-se da
incumbência dada por Abraão ao seu servo Eleazar. “Então pôs o servo a
sua mão debaixo da coxa de Abraão seu Senhor, e jurou-lhe sobre este
negócio” (Gênesis 24: 8).
Estamos tratando aqui de um costume judaico de juramento e pacto, em
que a falha implicaria a cobrança através, neste caso, do sangue branco
que transcende o tempo e gerações.
Na verdade o colocar a mão debaixo da coxa é colocar a mão nos
testículos, onde está a representação do sangue branco, o sêmen.
Quantos pactos são realizados por esse elemento e as pessoas nem se
dão conta. Pactos feitos em prostituição, adultério, masturbação e outros.
As Escrituras nos advertem sobre esse perigo.
Porque os lábios da mulher pervertida gotejam mel; e sua boca é
mais suave que o azeite. Mantenha teu caminho longe dela; e não
te aproximes da porta da casa dela. Para que não dês tua honra a
outros, nem teus anos [de vida] aos cruéis. Para
que estranhos não se fartem de teu poder, e teus trabalhos [não
sejam] aproveitados em casa alheia; bebe água de tua [própria]
cisterna, e das correntes de teu [próprio] poço. Derramar-se-iam
por fora tuas fontes, [e] pelas ruas os ribeiros de águas? Sejam
somente para ti, e não para os estranhos contigo. Seja bendito o
teu manancial, e alegra-te com a mulher de tua juventude.
(Provérbios 5: 3, 8-10, 15-18, grifos nossos).
Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo
com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. (I Coríntios 6:
16).

O incenso de sangue
Esse meio de sacrifício é o mais elevado. Seu poder está na oferta. Uma
alma que oferece tudo o que tem como sacrifício e oferta para honrar seu
Criador. As Escrituras afirmam que o culto racional é aquele oferecido em
sacrifício puro, santo e agradável a Deus, através do corpo. O exemplo
maior foi do Senhor Jesus, oferecendo-se como sacrifício vivo diante de
Deus.
E uma de suas expressões, certamente, é a oração. O livro do Apocalipse
revela esta verdade ao descrever que as orações dos santos são misturadas
com incenso.“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um
incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as
orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono”
(Apocalipse 8: 3).
A única diferença entre uma oração respondida ou não é o testemunho
do altar. A igreja precisa entender que a maior oferta ou sacrifício é que
vai originar maior poder. Quando você vincula uma vida de adoração a
uma vida de santificação, você está sacrificando a Deus o incenso de
sangue, de sua energia, de sua vitalidade..

24.8 – Lílith: a libertação


Muito se falou sobre as estratégias desse espírito. É preciso não só
conscientizar a igreja desta realidade, mas muni-la com armas para poder
resistir a esses espíritos e ficar firme. “Portanto, tomai toda a armadura
de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar
firmes” (Efésios 6: 13).
A primeira orientação a se fazer é semelhante ao episódio do leproso,
que teve que ser afastado por sete dias e depois voltar ao sacerdote para
ser declarado limpo (Marcos 1: 44).
Espiritualmente, os espíritos de Lílith são cíclicos: manifestam-se
através dos sonhos, tentações e ataques diretos. O único sinal de que uma
pessoa está sob esta influência é se uma opressão, mesmo depois de um
processo de santificação, orações e jejuns durante sete dias, não
desaparecer.
É bom salientar que a libertação pode ter sido realizada, mas a pessoa
estará sob influência direta dos espíritos cíclicos que atuam na mente e no
ânimo. A primeira libertação trata-se de aspectos mais genéricos, mas
quando é detectada uma “infecção” demoníaca serão necessárias
ministrações em áreas fechadas e escondidas das emoções, como o
coração e a mente.
Normalmente as pessoas acham que não precisam dessa intervenção,
mas precisam saber que são áreas potenciais para a entrada de
espíritos imundos.
Como no caso do leproso, uma purificação completa só se daria, no
mínimo, em um período de quatorze dias. Mas a libertação total
demorava, pelo menos, vinte e um dias. Este é o tempo considerado para
libertação dos espíritos cíclicos deLílith.
A purificação do leproso se dava fora do acampamento, representando
um afastamento para a santificação.
A libertação desses espíritos é das mais difíceis, pois eles atuam nas
áreas mentais que estão aprisionadas na dimensão da lua. Estamos
falando de mentes alienadas, distantes, ausentes. Por mais que se declare
libertação a esses espíritos, a mente da pessoa estará surda e muda. Esta é
a razão por que Jesus chamava esses espíritos de mudos e surdos. “E
Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo,
dizendo-lhe: ‘Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres
mais nele’” (Marcos 9: 25).
São pessoas que estão cativas nessas dimensões. Suas mentes se
desconectam momentaneamente da realidade, como o dito popular: “Essa
pessoa está no mundo da lua.” Terão dificuldade em compreender as
Escrituras, de se concentrar, com terrores noturnos tormentos.
Mas, em meio a todo este quadro tão terrível, bendito seja o Eterno pela
sua Palavra, que nos dá esperança contra essas influências. “O sol não te
molestará de dia nem a lua de noite. O Senhor te guardará de todo o mal;
guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde
agora e para sempre” (Salmos 121: 6-8).

A libertação na mente
Quando falamos de mente estamos falando de alma. Desde que
nascemos absorvemos diversos traumas produzidos intencionalmente ou
não. É a rejeição dos pais, a humilhação, violências físicas, perdas
prematuras, assassinatos e outros episódios que fragmentam a alma. O
resultado são os traumas relacionados às emoções e à mente. A defesa da
mente é produzir outra personalidade normalmente oposta a que a pessoa
possui realmente. Essa fragmentação leva à esquizofrenia.
O tratamento é a unificação da personalidade. O grande desafio de
identificar o temperamento e a personalidade genuína da pessoa e
restaurá-los.
Vamos abordar uma ministração muito importante, reconhecida por
grandes ministradores nessa área. Primeiramente, será preciso quebrar
algumas ataduras, renunciando à falta de perdão, à altivez, à
incredulidade, ao humanismo, à autojustificação e ao temor. Como
restaurar a mente? Devemos:
a) ungir a cabeça. Deve ser reforçada a testa, que é o símbolo da lua;
b) a nuca, onde se manifestam os espíritos que controlam a percepção,
os padrões de pensamentos, sentimentos e emoções;
c) e por fim a coluna vertebral. Esta região é responsável pelo estado
biológico e pelas ataduras por herança genética, nas pessoas. As lendas
contam que Lílith se enroscava nas árvores (as imagens que remetem às
serpentes rodeando as árvores). São referências ligadas à coluna
vertebral, lugar onde se alojam os códigos genéticos distorcidos.
O primeiro passo para o processo de libertação é a ministração da
influência espiritual que chamamos de opressão.
O segundo passo é ministrar a própria possessão que luta contra a
pessoa, criando sistemas opressivos que o sufocarão até que perca e
renuncie a sua fé.
O terceiro passo é a ministração dos códigos catalogados por esses
espíritos imundos que estão na mente da pessoa. Uma pessoa que fornica
enfrentará a sedução ciclicamente. Esses códigos corrompidos estão em
alguma parte da alma da pessoa, escondidos, esperando o momento para
se revelarem. Essa ministração é feita com jejum, orações e recitações
de salmos.
Sobre o jejum é preciso esclarecer que no nosso vernáculo o segundo dia
da semana recebe o nome de segunda-feira, mas em outros, a exemplo
dos EUA, esse dia recebe o nome de monday, ou seja, dia da lua. Desde a
Antiguidade cada dia da semana era governado por uma força espiritual,
mantendo uma relação com essas entidades.
Para quebrar as forças específicas de Lílith e seus encantamentos,
aquela que governa a lua, precisamos entender que na segunda-
feira, monday, é o dia principal de jejum, que deverá ser de 24 horas, do
pôr do sol de domingo até o pôr do sol da segunda-feira. Este jejum deve
durar pelo menos sete meses, até que o organismo esteja profeticamente
descontaminado de toda a influência espiritual de Lílith. Desta maneira,
serão soltos os jugos de impiedade e opressão, proporcionando à pessoa
uma libertação total. Temos que entender que esses espíritos são cíclicos e
aguardam, pelo menos, 168 horas para voltar. Devemos persistir em
jejum, oração e recitações de salmos.
Eu gostaria de terminar com uma palavra que foi a tônica de todo o
capítulo – alerta. Apenas esclarecer que todos esses sintomas e cativeiro
são provenientes de tronos da maldade, pelo menos 12, e sues diversos
gêneros e agrupamentos para dominar a pessoa. É preciso discernimento
no Espírito para entrar nesse campo de batalha. Uma vez identificado o
ataque central de Lílith, o próximo passo é identificar seus gêneros.
A lista é grande. Os exemplos relacionados aqui são apenas para
despertar o interesse pelo assunto, que é para poucos, infelizmente.
Recomendo a aquisição do livro O pavilhão do ocultismo, David
Rebollo (2014).
Que o Eterno levante o seu exército com vestes limpas para depois ouvir
a mesma voz dita aos seus santos profetas: “Vê filho do homem”
(Jeremias 24:3), e ser um arauto e libertador. Deixo o alerta das
Escrituras: “Quem tem ouvidos para ouvir ouça” (Mateus 11: 15). Amém.
CAPÍTULO 25
POÇOS DIMENSIONAIS

25.1 – Introdução
Considerando, ainda, a temática da engenharia oculta, vimos sobre os
tronos da maldade e suas influências. Neste capítulo vamos procurar
esclarecer essa influência de uma forma mais direta, considerando a
órbita terrestre. Em outro momento falamos sobre as constelações e
signos do Zodíaco e como estes signos estavam ligados com a cultura pagã
dos povos antigos e em nossos dias. Esses tronos, na verdade, são
alimentados e governam pela adoração, práticas e hábitos corrompidos da
sociedade.
O assunto das constelações é muito importante, pois são elas que regem,
a cada trinta dias, aproximadamente, o planeta, sob a intervenção dos
tronos, que estão representados pelos signos correspondentes. A ligação
dos povos pagãos com esses símbolos não foi meramente mitológica ou
folclórica de uma cultura, mas reais adorações e contatos com essas
entidades, com os deuses do passado que regem o mundo, ainda hoje,
com muito mais força.

Pode conduzir as constelações do zodíaco em suas estações o guiar


a Grande Ursa com suas crias? (Jó 38: 32).
[...] provocaram seu ciúme com estranhos e com abominações o
deixaram enfurecido; sacrificaram a demônios, falsos deuses, a
deuses que não haviam conhecido, deuses novos, recentemente
chegados, e que vossos pais nunca haviam temido. (Deuteronômio
32: 16-17).
[...] espalhá-los-ão ao sol, e à lua, e a todo o exército do céu, a
quem tinham amado, e a quem serviram, e após quem tinham ido,
e a quem procuraram, e diante de quem se tinham prostrado; não
serão recolhidos, nem sepultados; serão como esterco sobre a
terra. (Jeremias 8: 2).

25.2 – As aberturas de poderes espirituais


A translação da Terra é o movimento que a Terra realiza ao redor do Sol
a uma distância aproximada de uma unidade astronômica, ou
149.597.870.700 metros. Uma translação completa ao redor do Sol leva
um ano sideral ou 365,256363 dias solares a uma velocidade orbital
média de 29,78 km/s.
Baseado nos dados apresentados e considerando o assunto espiritual
vertente, a cada trinta dias a Terra atravessa um portal e permanece sob a
influência de determinados “poderes” espirituais que estão assentados no
espaço do Sistema Solar, aguardando a passagem da Terra. Podemos
dizer que o pedágio desta travessia que é cobrado é muito caro: são
milhares de vidas, milhões de cifras em gastos ocasionados pela maldade
e pela influência desses espíritos na Terra. Uma rota que não pode ser
alterada, tornando o planeta uma presa fácil.
Temos que entender que a queda de Satanás e seus anjos possibilitou
que eles chegassem ao mundo ou, do hebraico, olam, dimensão mais
rebaixada dos mundos; ou olamot, dimensões, mais especificamente o
Sistema Solar, onde se estabeleceram montando sua base e refúgio.
Satanás estabeleceu seu perímetro e colocou seus “generais” em portais
próximos aos planetas e satélites.

Ele é a Imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda criatura,


porque nele foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as
visíveis e as invisíveis: Tronos, Soberanias, Principados,
Autoridades, tudo foi criado por ele e para ele. Ele é antes de tudo
e tudo nele subsiste. (Colossensses 1: 15-17).

Satanás e seus comandados estão posicionados não só para receberem


adoração e se nutrirem das práticas pecaminosas e abominações dos
homens na Terra, mas para a última batalha cósmica que acontecerá no
fim dos tempos. Diz as Escrituras que não se achará mais lugar para eles
nos céus.

Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus Anjos guerrearam


contra o Dragão. O Dragão batalhou, juntamente com seus Anjos,
mas foi derrotado, e não se encontrou mais um lugar para eles no
céu. (Apocalipse 12: 7-8).
Depois olhei, e eis que no firmamento que estava por cima da
cabeça dos querubins, apareceu sobre eles uma como pedra de
safira, semelhante em forma a um trono. (Ezequiel 10: 1).

É importante notar que os querubins são tronos viventes sobre os quais


Deus se assenta, pois carregam o Nome do Eterno sobre eles. “O Senhor
reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins,
estremeça a Terra” (Salmos 99: 1).
Entre os seres que caíram na nossa dimensão ou Sistema Solar estão
querubins, posicionados em 12 portais pelos quais a Terra passa, ano após
ano. Esta verdade está registrada desde a Antiguidade, pelas civilizações e
suas diversas mitologias, como por exemplo o conhecido Olímpo, do
grego Όλυμπος (morada dos 12 deuses do Olimpo, os principais deuses do
panteão grego) ou conselho de deuses.
No livro de Jó, um desses portais se abre para esses anjos estarem
perante o Senhor. O livro de Salmos também registra que o Eterno está na
assembleia divina e julga, no meio dos deuses.

E um dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o


Senhor, veio também Satanás entre eles. (Jó 1: 6).
Deus está na assembleia divina; julga no meio dos deuses.
(Salmos 82: 1).
Os 12 tronos são forças terríveis das trevas e estão estrategicamente
guardados e estabelecidos. São eles que alimentam e entregam poderes
aos principados que estão sobre as nações.
Como seres espirituais, eles não se cansam e, por mais que sofram
resistências de uma geração, esta geração irá morrer. É preciso preparar a
próxima geração, com novas estratégias.
Temos que entender que as realidades que estão nos céus se refletem na
Terra. Como existem tronos nas regiões celestiais, exitem portais
dimensionais na Terra. O conhecimento dos portais dimensionais é
milenar. Desde a Antiguidade os magos, bruxos e outros têm utilizado os
portais para deslocar suas almas através da Terra.
Nas Escrituras, temos personagens que experimentaram esses portais
no espírito ou no corpo, se deslocando de um lugar ao outro, como, por
exemplo, Enoque, Elias, Ezequiel, Estevão, o “homem em Cristo” a que o
apóstolo Paulo se referiu em II Coríntios 12:2, e outros tantos anônimos.

“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo,


não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe) foi arrebatado ao
terceiro céu.” (II Coríntios 12 : 2)

As tribos antigas usaram os portais também. Buda foi um mestre no


deslocamento da alma e na utilização dos portais do corpo. O mago
Merlin aperfeiçoou a arte de usar portais e ter contato com as trevas. Os
incas, nos Andes, em Cuzco. Em nossos tempos isso chega como filosofia
oriental, esoterismo, Nova Era, magos ilusionistas, mentalistas, gurus e
outros continuando a usar os portais e desenvolvendo suas habilidades
para entrar no mundo espiritual com a ajuda das trevas.

25.3 – O perigo das aberturas dimensionais


Esses portais ou poços dimensionais são verdadeiras brechas, aberturas
no espaço, e estão em vários lugares na Terra. Pessoas iniciadas e
preparadas estabelecem um código ou ritual que abrem e conectam estas
aberturas dimensionais.
Pessoas usam meditações e energias escuras, frequências baixas da
mente que dão legalidade aos espíritos para dominá-los. Muitos se
perdem, enloquecem, ficam como vegetais e outros ficam atados pelo
resto da vida com o conhecimento das forças das trevas, tornando-se
verdadeiros escravos viventes que só poderão ser libertados pelo poder de
Deus.
Muitos poços dimensionais são abertos o tempo todo, em diversos
lugares da Terra. O que possibilita essas aberturas é o derramamento de
sangue celebrado por sacerdotes e pessoas conhecedoras de rituais.
Podemos exemplificar um poço dimensional: o castelo de Wewelsburg.
Construído de 1603 a 1609, por ordem do príncipe de Paderborn, o
castelo ficou conhecido por ter sido utilizado pela SS do Partido Nazista
de Hadolf Hitler, em 1934, sob o comando de Heinrich Himmler.
Esse castelo possui várias histórias de sangue e assassinato. No século
XVII várias mulheres envolvidas por suposta bruxaria foram mortas em
seus porões. Na época do nazismo, nesse castelo, existia a
conhecida Obergruppenführersaal(sala dos generais), que possuía um
mosaico chamado “sol negro”, que é uma roda zodiacal esotérica. Alí se
reuniam as 12 maiores autoridades da SS alemã. Existia outro cômodo,
chamado “a cúpula”, onde era rendido culto aos mortos. No centro havia
uma “chama eterna”, a gás, com 12 pedestais. Ainda hoje a torre norte
desse castelo possui um portal aberto e continua sendo de interesse para
esotéricos de vários países.

Existe outro tipo de portas dimensionais chamadas de redemoinhos,


que estão continuamente abertas e guardadas por seres angelicais. São
posicionadas geralmente sobre a atmosfera terrestre, a poucos metros de
altura. Um exemplo clássico nas Escrituras é o caso do profeta Elias, que
foi alçado em um redemoinho ao céu, mas não saiu de nosso planeta.
Uma dimensão que conhecemos como o “seio de Abraão”, da parábola do
rico e de Lázaro.

E, indo eles caminhando e conversando, eis que um carro de fogo,


com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu
num redemoinho. (II Reis 2: 11).
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do
Homem. (João 3: 13).
O apóstolo João viu em suas visões, no Apocalipse, um desses poços que
estarão abertos. “[...] e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. E abriu o
poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como fumaça de uma grande
fornalha; e com a fumaça do poço escureceram-se o Sol e o ar”
(Apocalipse 9: 1-2).
É tempo de preparar um exército para uma guerra de alto nível com
entendimento, maturidade e responsabilidade. Amém.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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