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ESCOLA DE ENGENHARIA
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
NITERÓI, RJ
2022
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Orientador:
Alessandra da Rocha Duailibe Monteiro
Niterói, RJ
2022.
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Dedicamos este trabalho aos nossos pais Patricia, Marcílio, Bertiane e José Claudemir,
por todo suporte, por todo tempo e dedicação que empenharam na nossa formação de
caráter, e os profissionais que estamos nos tornando devemos a vocês.
Eu, Gabriel, dedico particularmente este trabalho a minha avó Lindinalva Gomes
Marinho, por me ensinar a sempre lutar pelos meus direitos e persistir pelos meus
objetivos apesar de todas as diversidades.
Eu, Eduardo, dedico particularmente este trabalho a minha irmã Carolina Haddad
Leite Pereira e minha namorada Nathalia Reis Lima, por estarem sempre ao meu lado
me motivando e me dando forças, independente dos desafios que encontramos no
caminho e ser sempre resiliente.
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AGRADECIMENTOS
A todos que contribuíram indireta ou diretamente, para a construção deste trabalho o nosso
eterno agradecimento.
A nossa orientadora, Profa. Dsc. Alessandra da Rocha Duailibe Monteiro, pelos suporte e
conselhos dados durante toda a jornada.
A nossos pais, Bertiane Gomes Marinho da Silva, José Claudemir Moraes da Silva, Patrícia
Haddad Leite Pereira e Marcílio Leita Pereira, por serem durante toda a jornada da graduação
e, principalmente, durante o período de elaboração deste trabalho nossos maiores
incentivadores.
Agradecemos também, a Universidade Federal Fluminense por ter se tornado nossa segunda
casa durante todos os anos de estudo, e por ter nos dado a oportunidade de trilhar o caminho da
ciência.
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Epígrafe
“Não basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que
Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse
trabalho.”
Paulo Freire
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RESUMO
Ao observar o desenvolvimento urbano ocorrido na cidade do Rio de Janeiro, no período entre
o final dos anos 1960 e início dos anos de 1970, é perceptível o grande avanço ocorrido no
setor da construção civil. Concomitantemente com este avanço, os tipos de construção
tornaram-se cada vez mais complexos e novas tecnologias foram implementadas. No que se
refere aos sistemas de refrigeração instalados, é importante ter conhecimento de como
transcorreu a execução desses projetos, tendo em vista equipamentos, componentes e
tubulações utilizadas, neste caso, tubulações de ligas metálicas. Considerando a motivação
descrita, este trabalho tem como objetivo caracterizar os efeitos da corrosão em tubulações
presentes em um Sistema de Refrigeração Predial, com foco em tubulações metálicas, sendo
estes, efeitos que podem causar problemas de grande magnitude no que se refere ao
funcionamento do sistema de refrigeração, quando não trabalhando de modo correto, podem
ocorrer acidentes de grandes escalas que podem até mesmo levar a mortes em grande escala.
Ao final, foi realizado um estudo de caso de um sistema de refrigeração predial em um edifício
comercial na cidade do Rio de Janeiro datado do ano de 1975, utilizando uma amostra de tubo
metálico, condutor de água quente ou fria. Esses materiais foram caracterizados pelas técnicas
de Espectroscopia de Raios-X por Dispersão de Energia (EDX) e Difração de Raios-X (DRX);
determinar a composição da amostra e caracterizar os produtos da corrosão decorrente do fluxo
hídrico do sistema ao longo dos anos. Pôde-se observar a presença majoritária de ferro para a
amostra retirada do corpo de prova que estava visualmente mais deteriorado, com 98,123 %, e
Zinco para o corpo de prova que estava visualmente menos deteriorado, com 98,438%. Outro
fator importante para fins comparativos, do ensaio realizado nas 2 amostras, é observar que a
amostra retirada do corpo de prova menos deteriorado apresentou uma quantidade de elementos
químicos presentes maior do que a amostra retirada do corpo de prova mais deteriorado. Para o
ensaio DRX, para a amostra retirada da extremidade do corpo de prova mais deteriorado, foram
registradas as presenças de ZnO (óxido de zinco, Zincita), e também o Fe. Para a amostra
retirada da parte central do corpo de prova mais deteriorado foram registrados picos de
intensidade que representam o Fe. Ambas as amostras mostraram um resultado com picos mais
elevados no Fe. Para a amostra retirada da parte extrema do corpo de prova menos deteriorado
foram registrados picos de intensidade que representam o ZnO (Zincita) e picos de intensidade
que representam o Fe e, por último, picos nos quais estão representados o Zn (Zinco) presentes
na amostra. Para a amostra retirada da parte central do corpo de prova menos deteriorado foram
registrados picos de intensidades que representam o ZnO (Zincita), Fe (Ferro),Zn (Zinco) e
também um pico que representa o Zn(OH)2 (Hidrozincita) presentes nesta amostra. Ou seja,
todos os resultados que foram obtidos, corroboram o fato que ambos os corpos de provas
passaram por um processo corrosivo intenso, durante os anos de vida útil que tiveram como
componentes do sistema de refrigeração predial deste edifício comercial presente na cidade do
Rio de Janeiro.
ABSTRACT
When observing the urban development that occurred in the city of Rio de Janeiro in the period
between the late 1960s and early 1970s, it is noticeable the great advance that occurred in the
civil construction sector. Concomitantly with this advance, the types of construction became
more and more complex and new technologies were implemented. Regarding the installed
refrigeration systems, it is important to have knowledge of how the execution of these projects
took place, in view of equipment, components and pipes used, in this case, metal alloy pipes.
Considering the motivation described above, this paper aims to characterize the effects of
corrosion in pipes present in a Building Refrigeration System, focusing on metal pipes, which
are effects that can cause problems of great magnitude with regard to the operation of the
refrigeration system when not working properly, large-scale accidents can occur that can even
lead to large-scale fatalities.At last, a case study of a building refrigeration system in a
commercial building in the city of Rio de Janeiro dated from the year 1975 was performed,
using a sample of metallic tube, conductor of hot or cold water. These materials were
characterized by Energy Dispersive X-ray Spectroscopy (EDX) and X-ray Diffraction (XRD)
techniques; to determine the sample composition and to characterize the corrosion products
resulting from the water flow of the system over the years. A majority of iron was present in
the sample taken from the most visually deteriorated specimen at 98.123%, and Zinc was
present in the least visually deteriorated specimen at 98.438%. Another important factor for
comparative purposes, of the test performed on the two samples, is to observe that the sample
taken from the less deteriorated specimen presented a greater amount of chemical elements
present than the sample taken from the more deteriorated specimen. For the XRD test, for the
sample taken from the edge of the more deteriorated specimen, the presence of ZnO (zinc
oxide, Zincite), and also Fe were recorded. For the sample taken from the center of the most
deteriorated specimen, peaks representing Fe were recorded.Both samples showed a result with
higher peaks in Fe. For the sample taken from the extreme part of the less deteriorated
specimen, intensity peaks representing ZnO (Zincite) and intensity peaks representing Fe were
recorded, and finally peaks representing Zn (Zinc) present in the sample. For the sample taken
from the central part of the least deteriorated specimen, peaks of intensities representing ZnO
(Zincite), Fe (Iron), Zn (Zinc) and also a peak representing Zn(OH)2 (Hydrozincite) present in
this sample were recorded.Thus, all the results that were obtained corroborate the fact that both
specimens went through an intense corrosive process during the years of their useful life as
components of the building cooling system of this commercial building in the city of Rio de
Janeiro.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Funcionamento de uma Torre de Arrefecimento ………………….……..…..……..25
Figura 17 - Boeing 737 após voo 243 da Aloha Airlines em 28 de abril de 1988………….….56
LISTA DE TABELAS
Tabela 7 - Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra A1…..87
Tabela 8 - Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra A2…..87
Tabela 9 - Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra B1…..89
Tabela 10 - Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra B2…89
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - “Curva universal” para o livre caminho médio em função da energia cinética dos
elétrons………………………………………………………………..………………………..72
TR – Toneladas de Refrigeração
A – área, m²
d – diâmetro, m
Γ – Gama
δ – Delta
ζ – Zeta
η – Eta
°C – Graus Centígrados
2θ – ângulo, Graus
t– Tempo
uA – Corrente
Kev – Energia
uA – Unidade de Área
cps/uA – Intensidade
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SUMÁRIO
1 Introdução...............................................................................................................17
1.1 Objetivos...............................................................................................................18
2 Revisão Bibliográfica...............................................................................................19
2.5 Corrosão……………..............................................................................................42
2.5.2 Oxidação-Redução...............................................................................................44
2.5.5.1. Atmosfera.........................................................................................................50
2.5.5.3 Solos..................................................................................................................50
3 METODOLOGIA...............................................................................................73
3.1.1 Amostra……………………………………………………….….……………..73
3.1.2 Método……………………………………………………….…………………74
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.........................................................................80
4.4 Discussões………………………………………………………………………...88
5 CONCLUSÕES.......................................................................................................90
6 BIBLIOGRAFIA.....................................................................................................92
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1. INTRODUÇÃO
Entre as décadas de 1960 até o final da década de 1970, ao discorrer sobre a cidade do
Rio de Janeiro, fica evidente o efeito do capitalismo nas construções públicas e privadas que
ocorreram na cidade. Grandes investimentos na implementação de multinacionais, acarretou
no desenvolvimento do setor de construções urbanas, ocasionando a verticalização do
município (CAMPOS, 2010).
gravíssimos e fatais que ocorrem por conta da corrosão, são responsáveis por ceifar centenas
de vidas de trabalhadores e pessoas inocentes apenas por questões banais de economias que
são feitas ao se cortarem gastos, principalmente com manutenção e a falta de estudos sobre o
monitoramento de problemas que podem ocorrer nesses sistemas. Todavia, se os mesmos
fossem realizados de forma contínua e deliberada, poderia ser reduzido, em grande número, a
probabilidade de acidentes. Essa falta de investimento acaba custando muito mais caro do que
os responsáveis poderiam imaginar. A credibilidade e seriedade das empresas e dos
profissionais responsáveis são colocadas em cheque, sem contar o fator primordial, que é a
perda das vidas que não voltam (CAMPOS, 2010).
1.1 OBJETIVOS
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Tendo em vista este projeto, a grande maioria das construções datadas dos anos de
1960, seguiram características estruturais e arquitetônicas que utilizaram os padrões
estabelecidos pela escola estadunidense. Dentre as características mais importantes citam-se:
o maior aproveitamento possível da área do terreno, em que se utilizava uma fragmentação
volumétrica para que a estrutura no que se referia a geometria fosse feita a partir da figura de
prismas trapezoidais, permitindo desta forma, o estabelecimento de um limite de altura, que
recuperaria a volumetria da lâmina para a escala da cidade. A partir daí passou-se a utilizar a
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lâmina com um outro embasamento, com uma forma mais leve, que garantiria, para as
construções, maior permeabilidade. A característica mais inovadora destas lâminas que
passaram a fazer parte das construções desta década foi a assimetria apresentada por elas, uma
planta hexagonal sem paralelismo, que tem como objetivo minimizar as irregularidades da
volumetria dos edifícios (DERBLI, 2006).
que cada sala do escritório fosse delimitada de forma clara e que possuísse um banheiro.
Outra estética era a utilização de salas com formas trapezoidais o que garante uma maior
utilização espacial e panoramicamente proporciona vistas que privilegiam cada vez mais o
espaço territorial em sua volta (DERBLI, 2006).
O que ficou evidente com esta grande mudança estética e estrutural que os anos de
1960 trouxeram para os novos edifícios da cidade do Rio de Janeiro, foi a transição que
ocorria em substituir a cultura do “observar” trazida pelos grandes cafés e centros de lazer que
estava implementada na cidade, imprimindo um tempo da cultura francesa do
"flâneur''(observador), das livrarias e dos chás da tarde por um novo projeto que substitui a
temporalidade verbal do “estar”, pelo “passar”, exemplificado pelos novos projetos de
construção que beneficiaram as facilidades e praticidades importantes para o dia a dia de uma
sociedade que vive em uma metrópole que a partir daquele momento estava mais interessada
em fazer negócios do que tomar um chá ao fim da tarde (DERBLI, 2006).
Grande > 5000 ≤ 10000 > 2.000.000 ≤ 15.000.000 > 101 ≤ 500
Essas grandes construções, que se iniciaram neste período de 1960, perpetuam-se até
os dias atuais. Os questionamentos que ficam dizem respeito a como que estruturalmente
essas construções antigas resistiram aos anos que se passaram. É coerente afirmar que em
aspectos estruturais é de crucial importância os estudos sobre como mitigar, evitar, reduzir ou
até mesmo acabar com os problemas de corrosão. É evidente que ao longo dos anos, métodos
mais modernos de construção e materiais mais tecnologicamente viáveis, que melhor atendem
às condições em cidades litorâneas, passaram a ser incorporados ao processo de engenharia da
construção.
prédio não é considerada uma tarefa trivial, assim ao pensarmos em um ambiente, leva-se em
conta que deve ser feito um estudo dos equipamentos para saber os que melhor se adequam a
cada situação, porque é imprescindível ter em consideração o número de andares que possui o
local, a área em metros quadrado de cada andar, o tipo de material que são componentes da
parte interna da construção, a contingência humana que circula no determinado local, entre
outros fatores (PEDREIRA, 2008).
● Torre de Arrefecimento:
Uma torre de arrefecimento ou torre de resfriamento é um dispositivo de remoção de
calor utilizado para transferir o calor residual do processo para a atmosfera. As torres podem
usar a evaporação da água para remoção de calor no processo de resfriamento do fluido de
trabalho para perto da temperatura do bulbo úmido, ou utilizar o ar somente para resfriar o
fluido de trabalho para perto da temperatura de bulbo seco. Há variação nos tamanhos das
torres, desde pequenas unidades no topo de telhados até estruturas hiperbolóides que podem
chegar até 200 metros de altura e 100 metros de diâmetro, ou também estruturas retangulares
que podem medir mais de 40 metros de altura e 80 metros de comprimento (TERMOPARTS,
2021).
Em sua fabricação são utilizados diversos componentes como: enchimento filme
(também conhecido como “miolo” ou “recheio”), enchimento grade, eliminador de gotas,
árvore de distribuição, ventilador, motor, redutor, chave de vibração, bicos aspersores e outros
componentes. As aplicações mais comuns incluem o resfriamento da água que circula nas
refinarias de petróleo, indústrias químicas, estações de energia e refrigeração de edifícios
(TERMOPARTS, 2021). A figura 1 exemplifica o processo esquemático de funcionamento
da Torre de Resfriamento.
● Chiller (Refrigerador)
Chillers são equipamentos de grande porte, alta tecnologia atribuída e com alto grau de
eficiência atrelado ao seu funcionamento. Eles são basicamente resfriadores de água que
trabalham produzindo água gelada que é utilizada com o objetivo de arrefecer o ar, produtos,
equipamentos e o que varia segundo a necessidade. A potência deste equipamento é medida
em Toneladas de Refrigeração (TR), possuem a capacidade de trabalhar em zonas de alta
variedade de temperatura podendo até mesmo trabalhar de forma considerável em
temperaturas negativas (TECNOGERA, 2020).
● Compressor
A função do compressor é aumentar a pressão do refrigerante, elevar a sua temperatura
e alterar seu ponto de condensação. No caso que está sendo descrito, a condensação se dá em
elevados números de temperatura e pressão. O compressor succiona o refrigerante na forma
de vapor a baixa pressão e temperatura, e o comprime aumentando sua pressão e temperatura.
Essa pressão se torna importante para a circulação deste refrigerante por todo o circuito de
refrigeração apresentado. A energia mecânica utilizada pelo compressor para aumentar a
pressão é convertida em energia calorífica (TECNOGERA, 2020).
● Condensador
O vapor quente do refrigerante a alta pressão e temperatura é descarregado no
condensador. Este consiste em um trocador de calor, cujo fluido refrigerante pode ser o ar ou a
água. Como a propagação do calor é tradicionalmente feita de uma substância com maior
temperatura para uma com menor temperatura, o calor latente que é absorvido pelo vapor no
processo de evaporação mais o calor sensível que é absorvido pelo vapor no processo de
compressão, é transferido para o ar ou para a água. Uma vez que a remoção do calor do
refrigerante é concluída, ele se condensa e retorna ao estado líquido, então o condensador
esfria o líquido antes de sair do mesmo e ir para a válvula de expansão (TECNOGERA,
2020).
● Dispositivo de Expansão
Na saída do líquido do condensador, passando através do dispositivo de expansão, a
pressão é reduzida e se iguala a pressão do evaporador. Nesta baixa pressão, uma porção de
líquido se evapora, esfriando a temperatura do líquido restante à temperatura de evaporação.
Sendo esta temperatura considerada abaixo da temperatura do ar ou da água requerida para o
resfriamento, o calor retirado pelo processo de evaporação do líquido refrigerante no
evaporador resfria o componente (TECNOGERA, 2020).
● Evaporador
O evaporador tem a função de resfriar o ar ambiente ou a água do chiller. O
refrigerante, no estado líquido, absorve o calor do ar ou da água, fazendo com que este se
evapore. O refrigerante no estado de vapor completa o circuito de refrigeração sendo
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succionado novamente pelo compressor. No que se refere aos tipos de Chillers existentes, os
dois considerados principais, são os de condensação a água e os de condensação a ar. Ambos
oferecem vantagens como o baixo consumo de energia e uma capacidade considerável de
trabalhar em variáveis taxas de temperatura, além de possuir alta eficiência e vida útil
(TECNOGERA, 2020).
● Chiller de Condensação a ar
São equipamentos de grande robustez e durabilidade, utilizados em sistemas de
refrigeração industrial. A manutenção destes equipamentos é feita de forma mais simplificada
e centralizada. Os compressores normalmente utilizados são os de parafuso e Scroll. Os
compressores Scroll são encontrados em equipamentos variando de 12TR à 150TR em média,
e os compressores parafusos 100 TR à 350 TR em média. A diferença entre eles, está em sua
robustez e o custo do equipamento. Os compressores parafusos são mais robustos e possuem
menos partes que se desprendem, o que gera uma confiabilidade maior para o sistema. Em
contrapartida, possuem um custo maior de investimento inicial (TECNOGERA, 2020). A
figura 4 representa o funcionamento dos 2 tipos distintos de Chiller..
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Analisando os dois equipamentos descritos, a questão que pode ter surgido está na
diferença que possa existir entre ambos. O Chiller e o Fan Coil são duas partes do mesmo
sistema de refrigeração. O Chiller é o equipamento responsável pela produção de água gelada,
já o Fan Coil é o equipamento responsável pela recepção desta água gelada proveniente do
Chiller, que circula em sua serpentina interna e através de um sistema de ventilação interno,
força a passagem de ar pela serpentina, reduzindo a temperatura do ar e climatizando o
ambiente (TECNOGERA, 2020).
● Direto
São sistemas diretos, aqueles em que não se utilizam reservatórios e o abastecimento
de água é realizado diretamente da rede pública para os pontos de utilização. A vantagem
deste sistema está no seu baixo valor de custo, porém qualquer interrupção na rede levará a
falta de água na edificação (PEREIRA, 2017).
● Indireto
Neste sistema, utiliza-se o reservatório de água, garantindo o seu abastecimento
mesmo com a interrupção do fornecimento pela rede pública. O dimensionamento das caixas
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d’água é feito por meio de cálculo de uso diário de acordo com o tipo de edificação e a
quantidade de pessoas que irão fazer uso deste abastecimento hídrico (PEREIRA, 2017).
● Misto
O abastecimento neste caso é realizado por ambos os sistemas, direto e indireto. O
sistema direto fica responsável por abastecer as torneiras externas, tanques e pontos de
utilização no térreo. Já o sistema indireto, fica encarregado por abastecer os demais pontos de
utilização, que não contam com pressão suficiente para o abastecimento direto de dispositivos
de higiene, como chuveiros e torneiras internas (PEREIRA, 2017).
● Reservatório Superior
Este reservatório é tradicionalmente utilizado para garantir pressão na rede. Como ele
está localizado no local mais alto da edificação, normalmente na cobertura, a água chega com
a devida pressão nos pontos de utilização. Diferentemente do que é dito muitas vezes, a
pressão da água depende da altura do reservatório e não da vazão, como é confundido. Estes
reservatórios devem estar localizados próximos aos pontos de consumo, para diminuir o
número de conexões necessárias e a perda de carga, para garantir maior qualidade e menor
custo nas instalações. Podem ser moldados in loco, quando feitos de concreto ou alvenaria, ou
industrializados, produzidos por polietileno, fibrocimento ou metal (PEREIRA,2017).
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● Reservatório Inferior
Este reservatório é utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente para
abastecer o reservatório superior. Isto ocorre geralmente nas edificações nas quais a altura
ultrapassa os 9 metros. Deve ser previsto um local para a instalação da casa de bombas que
conterá as bombas que serão utilizadas para o sistema elevatório de água (PEREIRA, 2017).
Figura 8: Formação da pilha galvânica no contato entre as tubulações de cobre e aço galvanizado.
Os tubos metálicos são especialmente indicados para uso em funções onde ficarão
submetidos a elevadas pressões, como é o caso das tubulações da rede de hidrantes de
incêndio e da tubulação de recalque, que conduz água potável desde as bombas hidráulicas da
cisterna até o reservatório elevado do edifício. Também são empregadas em edifícios altos
para levar água potável do reservatório elevado até as válvulas redutoras de pressão.
Tubulações de cobre são especialmente indicadas para a condução de água quente em razão
de sua estabilidade química e dimensional. Tubos e conexões galvanizadas são muito
suscetíveis à corrosão quando a temperatura da água em seu interior ultrapassa os 50°C. Já os
tubos de PVC marrom apresentam acentuada queda na resistência à pressão e enorme
dilatação térmica ao conduzirem água quente, sendo, em consequência, contra indicados
nesses casos (GNIPPER, 2020).
alavancado na indústria da construção civil. Relatos que figuram da data de 1772 a.C.,
mostram que o código de Hamurabi, baseado nas leis de Talião, já demonstravam a nítida
preocupação com possíveis colapsos que podiam ocorrer em edificações, cabendo ao
construtor a total responsabilidade pela construção e também por possíveis acidentes que
viessem a ocorrer, devendo este em muitos casos, pagar com a própria vida pelos
acontecimentos (LICHTENSTEIN,1985).
Sendo o oposto do que ocorre com um sistema estrutural, que não sofre de forma
incisiva os efeitos de problemas com a falta de manutenção, discrepâncias presentes no
projeto, execução e outras falhas construtivas, um sistema hidráulico de uma edificação
exemplifica rapidamente os danos pelos quais estão sendo vitimizados, como, por exemplo,
na forma de vazamentos, mofos, mal cheiro e aumento na conta de fornecimento de água.
Desta forma é imprescindível que os sistemas hidráulicos sejam tema de grande preocupação
no que se refere à implementação e posterior manutenção. De acordo com alguns estudos
realizados, estima-se que 75% das patologias das construções, são decorrentes de problemas
relacionados às instalações hidráulicas prediais. O que apenas ratifica que o controle desse
subsistema é fundamental (CARVALHO, 2013).
As tubulações de aço galvanizado foram as que predominaram por grande parte do
tempo nas edificações de alto porte nos sistemas de água fria, possuem como características
boa resistência mecânica, resistência ao fogo e longo tempo de vida útil de trabalho.
Conquanto, por ter como prerrogativa uma série de cuidados adicionais, principalmente no
que diz respeito ao trabalho de manutenção, visando evitar e combater patologias presentes
nas tubulações, principalmente causados pela corrosão, comparando com outros tipos de
materiais que surgiram no mercado, esses tipos de tubulações começaram a cair em desuso
perdendo espaço para tubulações como o PVC (CARVALHO, 2013).
Entretanto, mesmo com a queda exponencial da utilização de tubulações de aço
galvânico, as tubulações antigas permaneceram nas edificações já consolidadas, portanto
problemas com tais materiais ainda são comuns. O inconveniente primordial encontrado é de
natureza corrosiva, que causa vazamentos que danificam a estrutura, instalações elétricas e
móveis em geral. Há também a possibilidade de entupimentos, que causam um obstáculo na
vazão hídrica, consequentemente causando queda na pressão. Ainda pode ocorrer a
proliferação de substâncias nocivas à saúde na água (TAJCHMAN, 1985).
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Os tubos galvanizados são tubos compostos de um aço no qual passa por um processo
denominado de galvanização. Esse processo, conhecido como Galvanização por imersão a
quente, resume-se ao mergulho do aço em zinco fundido dentro de uma cuba, onde a
temperatura se encontra aproximadamente entre 445°C e 465°C e com tempo de imersão
podendo variar entre 10 a 300 segundos. O contato do tubo com o zinco fundido desencadeia
uma reação entre o aço e o zinco, formando assim uma camada intermetálica, originando o
revestimento protetor (DA CUNHA, 2021)
que não ocorra a volatização excessiva do fluxo. Em termos gerais, a secagem é feita em uma
estufa para evitar choques térmicos e possíveis respingos. No processo úmido, o material é
imerso lentamente num banho de sais fundidos. À proporção que o material é imerso no
banho, as impurezas sobre este, vão se esvaindo e sendo dissolvidos. (DA CUNHA, 2021). A
figura 9 representa, esquematicamente, cada uma das etapas necessárias para a preparação da
superfície do aço.
A camada de zinco que surge nos revestimentos de aço galvanizado por imersão à
quente é composta por fases intermetálicas intermediárias com teores distintos de ferro e
zinco diferente em cada uma delas, sendo respectivamente: fase Gama (Γ) 75% Zn- 25%Fe,
fase Delta (δ) 90% Zn - 10% Fe, Zeta (ζ) 90% Zn - 10% Fe e Eta (η) 100% Zn, a figura 10 a
seguir mostra o diagrama de fases Fe-Zn para elucidar as composições e temperaturas
referentes a cada uma das fases citadas acima. A qualidade do revestimento, composição das
fases e espessura dependerão do controle das reações entre o zinco e o ferro do aço, por meio
41
2.5 CORROSÃO
A figura 12 exemplifica a equação 1, uma vez que é possível perceber o ciclo reverso
que há entre a metalurgia e a corrosão. Basicamente, a metalurgia, com o auxílio do ganho de
energia, é responsável pela transformação do minério de ferro no metal, ao passo que,
inversamente, o processo corrosivo, aliada à perda de energia, transforma este metal
novamente em sua matéria prima, o minério de ferro.
(4)
Além da energia que é requisitada para a transformação que conduz ao metal, uma
parcela considerável de energia é perdida, tanto pelo processo de irradiação como pelo
processo de convecção. Como resultado da própria obtenção, sabe-se que os metais em sua
forma de maior refino, estão em um nível energético superior ao do composto do qual é
originário. Exceto os metais nobres que são encontrados na natureza na forma metálica. Daí
então, temos a razão termodinâmica da espontaneidade das reações de corrosão que
transformam os metais novamente em compostos, num processo inverso ao metalúrgico. A
energia liberada desta transformação é perdida para o meio ambiente (GENTIL, 1996).
2.5.2 OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
Neste exemplo, o sódio é chamado de agente redutor, pois foi ele quem forneceu o
elétron para o cloro, provocando a sua redução; já o cloro é o agente oxidante, pois ele é o
responsável pela oxidação do sódio, recebendo o elétron dele.
O meio corrosivo: Atmosférica, pelo solo, induzida pelos microrganismos, pela água
do mar, por sais fundidos, etc.
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elevação de temperatura, sofrem reversão para fosfatos, podendo ser depositados nos tubos,
fosfato de cálcio. Outro fato que evidencia a importância do meio na imediata proximidade da
superfície metálica, é o caso do crescimento do pite por ação auto catalítica. É evidente
também, que no caso do material reagir com o meio corrosivo e formar uma película
passivadora, essa irá influenciar na posterior ação corrosiva do meio (GENTIL, 1996).
2.5.5.1 A TMOSFERA
2.5.5.3 SOLOS
Tendo em consideração dois materiais metálicos, com diferentes potenciais, que estão
em contato em presença de um eletrólito, ocorre uma diferença de potencial e a consequente
transferência de elétrons. Desta forma tem-se a corrosão galvânica, que resulta do
acoplamento de materiais metálicos dissimilares imersos em um eletrólito, causando uma
transferência de carga elétrica de um para outro, por terem potenciais elétricos diferentes. Esta
se caracteriza por ser um tipo de corrosão localizada, próxima à região de acoplamento,
ocasionando profundas perfurações no material metálico que funciona como anodo. Quando
diversos materiais metálicos de potenciais elétricos diferentes estão em contato, a corrosão do
material metálico que funciona como anodo é muito mais proeminente que a corrosão isolada
desse material sob a ação do mesmo meio corrosivo. A corrosão do material que funciona
como catodo é muito mais baixa e acentuadamente menor do que a que ocorre quando o
material sofre corrosão isolada (GENTIL, 1996).
baixa frequência, estima-se que uma corrente alternada de aproximadamente 60 ciclos, case
cerca de 1% do dano produzido por uma corrente contínua equivalente. As principais fontes
são sistemas de tração elétrica, instalações de soldas elétricas ou de eletrodeposição e
sistemas de proteção catódica. Estas correntes são devidas à deficiência de isolamento de
alguma parte de um circuito que se encontra com um potencial diferente do meio. Como a
resistência dos metais é muito menor do que a resistência do solo e da água, as estruturas
metálicas enterradas ou imersas, constituem um novo circuito por onde passam as correntes
de fuga.
Também foi uma descoberta desse estudo que 60% deste custo era inevitável, por
outro lado, US $33 bilhões (40%) foram incorridos pelo não uso das melhores práticas
conhecidas. Estes são custos que poderiam ser evitados, ou seja, foi um custo proveniente de
uma má prática de proteção contra a corrosão. Nas últimas duas décadas, o crescimento
econômico e a inflação de preços aumentaram, aumentando o PIB mais de quatro vezes nos
Estados Unidos. Se nada mais tivesse mudado, os custos de corrosão teriam aumentado para
quase US $350 bilhões anualmente, dos quais US $139 bilhões seriam evitáveis. (RUY, 2020)
● Substituição de equipamentos
● Perda de produto
● Manutenção e reparação
● Excesso de capacidade
● Equipamento redundante
● Controle de corrosão
55
● Suporte técnico
● Desenho
● Seguros
● Inventário de peças e equipamentos
1 – Em 15 de Dezembro de 1967, a ponte Silver Bridge, sobre o rio Ohio, nos Estados
Unidos, colapsou durante seu horário de maior movimento, causando a morte de 46 pessoas.
A causa do acidente foi determinada como a seguinte: a falha foi atribuída como um defeito
em um único elo, na barra ocular 330, no norte da cadeia subsidiária de Ohio, no primeiro elo
abaixo do topo da torre de Ohio (MENDONÇA, 2021). Uma pequena rachadura se formou
devido ao desgaste por fricção no rolamento e este cresceu devido à corrosão interna presente,
num problema que ficou conhecido como rachadura por corrosão sob tensão (BENNET,
1967). Pode ser observado através da Figura 16, a seguir, o estado que ficou a ponte após o
colapso ocorrido.
Figura 16: Ponte Silver Bridge após o colapso que causou o acidente
A figura 17 abaixo, exemplifica o exato momento do acidente e dos danos que foram
causados pela falta de planejamento e de manutenção preventivas para a corrosão.
Figura 17: Boeing 737 após voo 243 da Aloha Airlines em 28 de abril de 1988
Esses inibidores são conhecidos por exprimirem as reações anódicas, ou seja, atuam
fazendo o papel de retardante dessas reações. Possuem como base de seu funcionamento a
reação com os produtos formados inicialmente pela corrosão, formando assim um filme
insolúvel e aderente na superfície do metal, esse processo ocasiona a polarização anódica.
Alguns exemplos de inibidores anódicos temos os hidróxidos, carbonatos, silicatos, boratos e
os fosfatos terciários de metais alcalinos, pois essas substâncias acarretam na reação com os
íons metálicos produzidos no anodo, obtendo assim um produto que é insolúvel que funciona
como camada protetora. Deve-se sempre ficar atento na quantidade de inibidores anódicos
58
que está sendo utilizado, pois cada inibidor possui sua concentração crítica de solução. É de
suma importância prestar atenção nesse aspecto, devido que, quando a solução possui uma
concentração de inibidores abaixo da concentração crítica, o produto insolúvel e protetor,
mencionado anteriormente, não estará presente em toda a superfície do material metálico.
Indica-se então, a utilização de uma concentração acima do valor crítico, garantindo que toda
a superfície seja coberta e protegida de maneira eficiente. Outra estratégia para aumentar a
eficiência do inibidor é a utilização de dois ou mais inibidores, pois a ação conjunta destes é
maior do que se somar suas ações individuais, chama-se esse método dianódico (GENTIL,
1996).
Semelhante aos efeitos dos Inibidores anódicos, os inibidores catódicos, por sua vez,
atuam reprimindo as reações catódicas. Algumas das substâncias utilizadas como inibidor são
os sulfato de zinco, sulfato de magnésio e sulfato de níquel, que por sua vez os íons de zinco,
magnésio e níquel, juntamente das hidroxilas, formam os respectivos hidróxidos: hidróxido de
zinco, hidróxido de magnésio e hidróxido de níquel. Os inibidores catódicos tem a função de
fornecer íons metálicos que são capazes de reagir com a alcalinidade catódica, com isso, essa
reação gera um composto insolúvel, que por sua vez, impede que ocorra a difusão do oxigênio
e a condução de elétrons. Diferentemente do que acontece com os inibidores anódicos, os
inibidores catódicos independem da concentração na solução, pois devido a polarização
catódica, no qual o metal no catodo, não entra em solução e independente se estejam
totalmente cobertos ou não com os inibidores, não irá acontecer a corrosão localizada nessas
áreas. É possível também fazer a união dos inibidores anódicos juntamente com os inibidores
catódicos. Um exemplo deste caso são os sistemas de refrigeração, no qual combinam sais de
zinco e polifosfatos em água (GENTIL, 1996).
Esse método de proteção é utilizado como um método preventivo que irá proteger o
material temporariamente formando uma película superficial, na qual tem a função de
proteção contra umidade e substâncias nocivas que agrida a integridade do produto. Muitos
materiais como o ferro, peças de aço, peças zincadas ou galvanizadas, alumínio e cobre e suas
ligas são comumente mais sujeitos a problemas de corrosão devido a estocagem, transporte ou
até mesmo à proteção durante a fabricação. Mesmo se considerar as corrosões pequenas, não
59
pode ser ignorada. Muitos produtos possuem tolerância dimensionais críticas e, com isso,
qualquer tipo de mudança na superfície pode acarretar em problemas na sua utilização
(GENTIL, 1996).
realizados nos seguintes meios: névoa salina, dióxido de enxofre e umidade. Também devem
ser citados os ensaios não eletroquímicos (FREITAS, 2014).
Dentro do estudo deste projeto final, detalha-se a seguir três métodos de caracterização
do material, são eles: Difração de Raios-X (DRX), Espectroscopia de Raios-X por Dispersão
em Energia (EDX) e o ensaio de Espectroscopia Fotoeletrônica de Raios-X (XPS). Entretanto,
é válido destacar, antes da aplicação de qualquer método, a inspeção visual do material, como
apresentado no item 2.9.1.
Figura 19: Esquema simplificado do funcionamento da varredura da amostra, através do tubo de raios.
Esses picos são proporcionais às intensidades dos efeitos da difração e são produzidos
quando a Lei de Bragg é satisfeita dado um determinado ângulo θ e uma distância d. Na
figura 20 está apresentado um modelo de difratograma, que representa a incidência de raios
DRX em uma estrutura cristalina formada por átomos de Ferro, no qual relaciona a
intensidade atingida pelos raios e a angulação presente em cada um dos períodos de tempo
analisados (SANTANA, 2018).
Por último, a figura 25 mostra que em alguma ocasiões, quando o átomo retorna a sua
condição de estabilidade, ao invés de ocorrer a emissão de raios-X característico, há uma
68
transferência de energia excitada diretamente para um dos elétrons externos, isso acaba a saída
deste (AMPTEK, 2015).
A figura 26 retrata esquematicamente, como essas nomenclaturas são atribuídas aos seus
devidos Raios-X característicos.
69
A energia transportada por um fóton de raios-X (hν) é absorvida pelo átomo alvo,
levando a origem do estado excitado, que é relaxado pela emissão de um fotoelétron
(ionização de átomo) proveniente das camadas eletrônicas mais internas (cerne) do átomo. A
energia cinética Ec do fotoelétron que deixa o átomo alvo depende da energia do fóton
incidente, hν, e é expressa pela lei fotoelétrica de Einstein,
71
Ec = hν - E1 - ϕ (7)
do cobre, as características dos picos shake up dos níveis 2p3/2 e 2p1/2 são o diagnóstico de
uma camada 3d não ocupada no Cu+2 .
A fonte de fótons em um equipamento de XPS gera raios-X moles (de baixa energia)
produzidos a partir de um ânodo de alumínio ou de magnésio. Para o caso do alumínio, o
intervalo do espectro de raios-X utilizado é 0 até 1200 EV e para o magnésio 0 até 1400 EV.
O gráfico 1, mostra a dependência do livre caminho médio de diferentes materiais para o
espalhamento inelástico em função de sua energia cinética, chamada de “curva universal”,
que exibe uma região de mínimo na faixa de 10-500 eV, correspondendo a um livre caminho
médio entre 0,4 e 2 nm. O livre caminho médio em combinação com a orientação da emissão
fotoelétrica dá origem à chamada “profundidade de escape” na ordem de 2 até 10
monocamadas atômicas de material analisado (RIBEIRO ET AL, 2003).
Gráfico 1: - “Curva universal” para o livre caminho médio em função da energia cinética dos elétrons. Os
pontos indicam medidas individuais.
3. METODOLOGIA
3.1 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1.1 A MOSTRA
Este estudo foi desenvolvido com amostras de tubos de aço galvanizados, utilizados na
tubulação de um sistema de refrigeração predial responsável pela condução de água em um
74
edifício comercial na cidade do Rio de Janeiro, datado de meados da década de 1970, mais
especificamente, do ano de 1975. Foram coletados dois tubos dessa mesma edificação, que
possuem idades de implementação iguais. Essas amostras apresentam aspectos de
conservação distintos. Uma amostra apresenta-se em um estado de deterioração maior
comparando-se com o estado da outra. Adotou-se para a amostra mais deteriorada a
designação A, sendo dividida em amostra A1, retirada da extremidade do tubo e amostra A2
retirada da parte mais centralizada do tubo. Para a amostra menos deteriorada adota-se a
designação B, sendo dividida em B1, amostra retirada da extremidade do tubo e amostra B2.
Uma descrição das amostras utilizadas, assim como as identificações utilizadas ao longo deste
trabalho, estão exemplificadas na tabela 3:
3.1.2 MÉTODO
Fluminense (UFF), utilizando-se uma serra para retirada de medidas mais bruscas e depois
limando as amostras para atingir as dimensões desejadas. Com as amostras já preparadas, as
análises de DRX foram realizadas no Laboratório de Reatores, Cinética e Catálise (RECAT)
do Departamento de Engenharia Química e Petróleo (TEQ) da Escola de Engenharia da UFF.
Antes de iniciar o ensaio propriamente dito, foi-se necessário fazer alguns ajustes na
configuração dos parâmetros do DRX. Certos passo a passos foram realizados, inicialmente,
no programa de computador, nomeando o arquivo em que o resultado do ensaio seria
registrado (A1, A2, B1 e B2), em seguida verificou-se a voltagem e corrente para confirmar
se estava com a medição correta de 30 kV e 15 mA. Também foi selecionado o ângulo de
início de 5° e final de 90°, com a velocidade angular de 1 grau/minuto, essas especificações
foram retiradas do documento de utilização do DRX. Optou-se por iniciar a análise com o
ângulo de 5°, pois após as primeiras tentativas de análise realizadas no laboratório,
constatou-se que no intervalo entre 0° a 5° houve alterações bruscas na captação da
intensidade. A seguir, as figuras 30, 31 , 32 e 33 representam as amostras após preparo
realizado. Já a figura 34 representa o equipamento utilizado para a análise de DRX.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 INSPEÇÃO VISUAL
original do aço. A presença deles podem ser explicada por fatores relacionados a vida útil de
trabalho que esta tubulação teve, como por exemplo resíduos sólidos que podem ser
encontrados no fluido na parte interna da tubulação, a variação de temperatura que este
mesmo fluido sofreu durante sua vida útil e também podem ser citados o modo com o qual os
corpos de provas foram armazenados após sua retirada do sistema de refrigeração. Outro
ponto fundamental para a documentação refere-se a presença do Cr na análise qualitativa e a
sua ausência na análise quantitativa. Pode-se citar como possibilidades de justificativa para
este acontecimento, o fato de que quantitativamente a porcentagem de Cr que
qualitativamente foi detectada, seja desprezível para o equipamento de EDX detectá-lo. Outra
característica que deve ser considerada dos resultados obtidos desta análise é o baixo
percentual mássico de zinco encontrado nos resultados, provavelmente este fato ocorre devido
ao preparo da amostra antes da análise. Talvez a forma mais interessante de submeter a
amostra a análise seria utilizar o pó superficial em ambos os casos, eliminando assim
parâmetros que possam influenciar nas análise, como por exemplo a espessura.
Para a amostra B3, é possível perceber que o elemento que se encontra em maior
percentual quantitativo é o Zn, seguido do Fe. O Zn está presente em quantidade significativa
85
Tabela 7: Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra A1.
Tabela 8: Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra A2.
Para a amostra A1, foram registrados picos de intensidade nos ângulos de 36,95° e
61,4° que representam o ZnO (Zincita), e também picos de intensidade nos ângulos de 44,95°,
65,45° e 82,6° que representam a Ferrita, ou seja todos pertencentes à mesma fase, como
demonstrado na tabela 7. Para a amostra A2, foram registrados picos de intensidade nos
ângulos de 45,35°, 65,8° e 82,95° que representam a Ferrita, como demonstrado na tabela 8.
Ambas as amostras mostraram um resultado com picos mais elevados no Fe, o que está de
acordo com o resultado sobre a porcentagem de Fe na amostra A3 obtido no EDX, Tabela 5
(MANHABOSCO, 2017).
Tabela 9: Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra B1.
Tabela 10: Resultado da intensidade e do ângulo dos picos do ensaio DRX da amostra B2.
Para a amostra B1, foram registrados picos de intensidade, como mostra a Tabela 9,
nos ângulos de 36,35° e 77,25° que representam o ZnO (Zincita), picos de intensidade nos
ângulos de 43,1°, 82,4° que representam o Fe e, por último, picos nos ângulos de 38,05°,
54,5° e 70,25° no qual representam o Zn (Zinco) presentes na amostra B1. Para a amostra B2,
foram registrados, indicado pela Tabela 10, picos de intensidade nos ângulos de 36,55° e
77,4° que representam o Zn (Zincita), 43,8° e 82,7° que representam o Fe (Ferro), 39,4, 55,1 e
70,95 no qual representam o Zn (Zinco) e pico no ângulo de 25,4° que representa o Zn(OH)2
(Hidrozincita) presentes na amostra B2 (MANHABOSCO, 2017).
Ambas as amostras mostraram um resultado com picos mais elevados no ZnO, o que
está de acordo com o resultado sobre a porcentagem de Zn na amostra B3 obtido no EDX,
Tabela 4.
4.4 DISCUSSÕES
Tendo em vistas as análises de caracterização que foram realizadas no item 4.3, assim
com os resultados, tanto de cunho quantitativo como qualitativo que foram encontrados,
chega-se a um estágio do trabalho, que deve ser observado se as perguntas iniciais, as quais
foram motivadoras para iniciar os estudos deste projeto final, foram respondidas de forma
aceitável e se algum outro questionamento que porventura tenha surgido durante ou após a
elaboração das análises surgiu e se é possível chegar a conclusões pertinentes nestes casos.
Primeiramente, no que se refere aos questionamentos iniciais é possível afirmar que os
90
resultados obtidos com as análises realizadas desempenharam seu papel de forma conclusiva
para caracterizar cada um dos produtos da corrosão encontradas nas suas respectivas
amostras, assim como foi possível definir de forma meticulosa, a porcentagem numérica de
cada um dos elementos que foram identificados como produto da corrosão ali existente.
Um dos motivos que podem ser citados tem a ver com a composição do fluido que
passou por essas tubulações, assim como o grau de impureza que ali estiveram misturados
com este fluido, ou seja, os sedimentos sólidos que juntamente com a água passaram pela
tubulação. Entretanto, é impossível determinar com números exatos, a porcentagem de
sedimentos que ficaram retidos internamente em cada uma delas. Outra questão relacionada
ao fluido está ligada a temperatura com a qual este trabalhava durante sua vida útil, ou até
mesmo a variação da temperatura da água que ali existia. Supõe-se que esta variação não era
controlada, portanto, seus efeitos corrosivos para as paredes internas da tubulação podem ter
passado por variações significativas (SIMEÃO et al., 2011). Outra característica da água que
pode fundamentar uma explicação plausível para as dúvidas relacionadas está ligada a uma
característica advinda do estudo de mecânica dos fluídos, que é a turbulência característica da
água, que consiste no fluxo irregular das moléculas da água, que está diretamente ligado às
propriedades de pressão e a velocidade através de um fluxo de corrente. Ou seja, ao se
analisar a velocidade do fluxo da água dentro das tubulações estudadas, pode-se afirmar que
quanto maior era esta, maior era a turbulência interna na tubulação, portanto este efeito da
91
turbulência interna nas paredes do tubo pode causar resultados diferentes na caracterização da
corrosão interna das tubulações (GUEDES, 2018).
5. CONCLUSÕES
Diante dos resultados dos ensaios de caracterização do produto interno da corrosão, foi
possível concluir no que se refere uma análise qualitativa e quantitativa, a obtenção de
resultados a partir das análises elaboradas, chega-se às seguintes conclusões: em relação a
análise EDX, para a amostra A3, dos elementos presentes, o Fe é aquele que está em maior
percentual de concentração, sendo os outros elementos somados representando menos do que
2% de concentração mássica. Já para a amostra B3, é possível perceber que o elemento que se
encontra em maior percentual quantitativo é o Zn, seguido do Fe. Outro fator importante para
fins comparativos, do ensaio realizado nas 2 amostras, é observar que a amostra B3
apresentou uma quantidade de elementos químicos presentes maior do que a amostra A3.
Embora seja a amostra B3 aquela considerada menos deteriorada visualmente. Para o ensaio
DRX, para a amostra A1, foram registrados picos de intensidade nos ângulos de 36,95° e
61,4° que representam o ZnO (Zincita), e também picos de intensidade nos ângulos de 44,95°,
65,45° e 82,6° que representam a Ferrita. Para a amostra A2, foram registrados picos de
intensidade nos ângulos de 45,35°, 65,8° e 82,95° que representam a Ferrita. Ambas as
amostras mostraram um resultado com picos mais elevados para Ferrita.
92
Para a amostra B1, foram registrados picos de intensidade, nos ângulos de 36,35° e
77,25° que representam o ZnO (Zincita), picos de intensidade nos ângulos de 43,1°, 82,4° que
representam a Ferrita e, por último, picos nos ângulos de 38,05°, 54,5° e 70,25° no qual
representam o Zn (Zinco) presentes na amostra B1. Para a amostra B2, foram registrados
picos de intensidade nos ângulos de 36,55° e 77,4° que representam o ZnO (Zincita), 43,8° e
82,7° que representam a Ferrita, 39,4°, 55,1° e 70,95° no qual representam o Zn (Zinco) e
pico no ângulo de 25,4° que representa o Zn(OH)2 (Hidrozincita) presentes na amostra B2. É
possível dizer, que de um modo geral, as análises realizadas foram conclusivas para
corroborar com os seus resultados, os aspectos identificados na amostra, ao se realizar em
primeiro plano a inspeção visual das amostras.
Como uma sugestão para futuros trabalhos, seria interessante realizar a análise por
microscopia da superfície do material, utilizando a técnica conhecida como Microscopia
Eletrônica por Varredura (MEV), que torna possível obter imagens microscópicas que são
capazes de caracterizar cada material, obtendo-se representações visuais que são capazes, por
exemplo, de mostrar visualmente os produtos da caracterização da corrosão que foram obtidos
nas análises anteriormente realizadas pelas técnicas de EDX e DRX. Outra sugestão para
possíveis trabalhos, seria um estudo mais aprofundado nos resultados qualitativos obtidos
pelo EDX, visto que neste trabalho o foco deu-se mais especificamente nos resultados
quantitativos obtidos por esta análise.
93
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