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CURSO DE PREGADORES

(IGREJA CASA DE ORAÇÃO CEHAB)


Itaperuna/ RJ

Pastor Waldyr Silva do Carmo


1

CURSO DE PREGADORES

Introdução:

Amados irmãos,

O meu desejo neste curso simples e objetivo é trazer uma visão prática de como estar
ministrando a Palavra do Senhor com o objetivo de atingir o ouvinte e despertar nele o
interesse pela mensagem da Palavra de Deus. O material tem como base um excelente livro
de James Braga intitulado “Como preparar Mensagens Bíblicas” Ed. Vida. Meu anseio é que
esta simples apostila venha despertá-lo para o envolvimento com a pregação da Palavra do
Senhor. Caso o amado tenha condições, não deixe de ler o livro citado acima.

Estaremos abordando neste curso:

 Principais tipos de sermão.


 A estrutura da mensagem.
 O Título da mensagem.
 Introdução.
 A Proposição.
 Uma lista de palavras-chave que comumente são usadas em orações de transição,
extraídas do livro de James Braga.
 As Divisões.
 As Subdivisões.
 A Discussão.
 A Aplicação.
 A Conclusão do Sermão.

Bom Estudo!
2
PRINCIPAIS TIPOS DE SERMÕES BÍBLICOS

De forma geral, os sermões são classificados como: Temático, Textual e Expositivo.

Definições:

Sermão Temático: “Sermão temático é aquele cujas divisões principais derivam do tema,
independentemente do texto.” ¹

Bem, o que entendemos dessa definição é que o sermão temático gira em torno de um
tema, e não requer um texto base para a mensagem. As divisões principais sairão a partir da
escolha do tema da mensagem. Apesar de não ter um texto base, suas divisões deverão ter o
apoio da Palavra de Deus. Cada divisão estará embasada em um ou mais versículos da Bíblia.

EXEMPLO DE SERMÃO TEMÁTICO

Título: QUANDO CRISTO MARCA NOSSA VIDA

I – Nos tornamos adoradores verdadeiros - João 4.23

II – Vivemos uma vida de Fidelidade ao Senhor – Gl. 5.22,23

III – Influenciamos as vidas que estão ao nosso redor – Rm. 13.13,14

IV – Passamos a ter uma vida de aventuras com Deus - At. 1.8

Título: VOCÊ É IMPORTANTE PARA DEUS

Porque...

I – Deus te fez de forma especial – Gn. 1.26

 Somos únicos
 Somos semelhantes a Deus

II – Deus te amou de forma especial - Jo 3.16

 Deus agiu na história - Gl. 4.4


 Deus se tornou homem e veio habitar entre nós
 Jesus morreu na Cruz para nos salvar

III – Deus não quer que você se perca - Rm. 10.9

Note bem que em ambos os casos todas as verdades que foram apresentadas giraram em
torno do tema, e a partir desse tema as verdades foram sendo construídas e tendo como amparo
os textos bíblicos concernentes.
3
Sermão Textual: “Sermão textual é aquele em que as divisões principais são derivadas de um
texto constituído de uma breve porção da Bíblia. Cada uma dessas divisões é usada como uma
linha de sugestão e o texto fornece o tema do sermão.”²

No sermão textual temos o texto como base para as divisões principais da mensagem.
Todo o esboço principal está baseado estritamente no texto.

Não há um padrão homilético para a quantidade de versículos, contudo, normalmente, no


sermão textual o número de versículos é bem pequeno. Caso o texto seja muito maior, fatalmente
esse sermão estará sendo enquadrado num outro tipo de sermão que estaremos abordando
posteriormente chamado de “Sermão Expositivo”.

As divisões principais são derivadas do texto, que também fornece o tema.

EXEMPLO DE SERMÃO TEXTUAL:

Título: JESUS O NOSSO SUMO SACERDOTE

Texto: Hebreus 4. 14-16

I – Temos um Sumo Sacerdote (V.14)

II – Temos um Sumo Sacerdote que se compadece das nossas fraquezas (V.15)

III – Temos um Sumo Sacerdote que intercede por nós junto a Deus (V.16)

Observe que todas as divisões foram extraídas do próprio texto, por isso esse tipo de sermão
recebe o nome de textual.

Sermão expositivo: “O sermão expositivo é aquele em que uma porção mais ou menos extensa
da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. A maior parte do material desse
tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o esboço consiste em uma série de ideias
progressivas que gira em torno de uma ideia principal.” ³

O sermão está baseado em uma porção que, de acordo com James Braga, terá um mínimo
de quatro versículos, contudo sem limites para o número máximo de versículos.

1- No sermão expositivo o tema é tirado de vários versículos, o que o difere dos sermões
textual e temático nos quais a avaliação está restrita a poucos versículos.
2- No sermão expositivo tanto as divisões como as subdivisões estão todas estritamente
ligadas à passagem bíblica. Deve haver uma explanação minuciosa, observando-se os
detalhes e, de forma progressiva e ligada ao tema, trazer luz ao significado do texto
bíblico, aplicando a mensagem aos dias de hoje.
4
EXEMPLOS DE SERMÃO EXPOSITIVO (James Braga)

Efésios 6.10-18

Título: “A BOA LUTA DA FÉ”

Assunto: ASPECTOS RELACIONADOS COM A GUERRA ESPIRITUAL DO CRENTE

I – A Moral do crente - Vv 10-14ª

1- Deve ser elevada - V.10


2- Deve ser firme - Vv 11-14ª

II – A Armadura do crente - Vv 14-17

1- Deve ter caráter defensivo - Vv 14-17a


2- Deve ter caráter ofensivo - V.17b

III – A Vida de oração do crente - V.18

1- Deve ser persistente – V 18


2- Deve ser intercessora - V 18b

Título: “BECO SEM SAÍDA”

I – “Beco sem saída”. É o lugar a que, às vezes, Deus nos leva - Vv 1 – 4a

1- Mediante ordem específica - Vv 1, 2


2- Para seus próprios propósito -. Vv 3,4a

II “Beco sem saída”. É o lugar em que Deus nos prova - Vv 4b-9

1- No caminho da obediência - V.4b


2- Permitindo que nos venham circunstâncias difíceis – Vv 5-9

III – “Beco sem saída”. É o lugar em que, às vezes, falhamos com o Senhor - Vv 10-12

1- Por nossa falta de fé - v.10


2- Por nossas reclamações - vv11-12

IV- “Beco sem saída”. É o lugar em que Deus nos ajuda - Vv 13,14

1- No momento certo - V.13


2- Tomando o controle - V.14
5
A ESTRUTURA DA MENSAGEM

Estaremos, a partir de agora, abordando alguns pontos concernentes à estrutura da


mensagem. É importante que o sermão tenha uma estrutura, a fim de que o pregador não se
perca em sua mensagem e alcance os seus objetivos propostos. É importante que o sermão seja
elaborado de forma clara e progressiva facilitando assim a compreensão dos ouvintes. Eles
precisam entender a mensagem principal que está sendo abordada e os aspectos concernentes a
esta mensagem.

Segue um formato de esboço, na visão do Reverendo James Braga, extraído do Livro


“Como preparar mensagens bíblicas.”

Título ______________________________________________________________
Texto ______________________________________________________________
Introdução: _________________________________________________________
1. ________________________________________________________
2. ________________________________________________________
Proposição _________________________________________________________
Sentença Interrogativa ________________________________________________

Sentença de transição ________________________________________________


I – Primeira divisão principal ____________________________________________

1. Primeira subdivisão ____________________________________________


Discussão

2 – Segunda subdivisão ______________________________________________


Discussão
Transição ____________________________________________________

II – Segunda divisão principal _________________________________________


1. Primeira subdivisão _____________________________________________
Discussão

2. Segunda subdivisão ___________________________________________


Discussão
Transição ___________________________________________________
Conclusão
1. ________________________________________________________
2. ________________________________________________________
3. ________________________________________________________
6
O TÍTULO DA MENSAGEM

No preparo do sermão, normalmente se prepara o título no final. Isso, porque antes


procura-se preparar primeiro a PROPOSIÇÃO e o ESBOÇO PRINCIPAL.

“Assunto, tema e título, como defini-los? Bem, o assunto ou o tema é aquilo que forma a
base para a nossa discussão ou estudo.”4 Ele pode ter uma abrangência grande ou estar
estritamente ligado ou limitado a uma área de estudo. Você pode estar tratando do tema “graça”,
contudo especificamente falando de um de seus aspectos como, por exemplo: o significado da
graça, os efeitos da graça, a manifestação da graça ou outros.

“Assim, o título é um embelezamento do assunto. Por exemplo: se o tema for


“Condições para o crescimento na graça”, o Título do sermão a ser anunciado no boletim ou
informativo da igreja pode ser: “Como crescer na Graça” ou “Amadurecendo na estatura
Espiritual” 5

Princípios para a preparação de títulos (James Braga)

1- O título deve ser pertinente ao texto ou à mensagem.


2- O título deve ser interessante.
3- O título de estar de acordo com a dignidade do público.
4- O título, em geral, deve ser breve.
5- O título pode vir em forma de afirmação, interrogação ou exclamação.
6- O título pode consistir em uma frase seguida de uma pergunta.
7- O título pode, às vezes, aparecer na forma de um sujeito composto.
8- O título pode consistir em uma citação breve de um texto bíblico.

INTRODUÇÃO

Da mesma forma que o título, a introdução também é preparada no final da mensagem.


Isso, porque, após concluir o esboço do sermão, é que o ministro estará pensando em uma boa
introdução para a sua mensagem.

“Assim, introdução é o processo pelo qual o pregador procura preparar a mente dos
ouvintes e prender-lhes o interesse na mensagem que vai proclamar.” 6
Ele também afirma que a introdução tem como objetivo dois pontos fundamentais:

1- Conquistar a boa vontade dos ouvintes.


2- Despertar interesse pelo tema.

Alguns princípios para a preparação da introdução (James Braga)

1- Em geral, deve ser breve.


2- Deve ser interessante.
3- Deve levar à ideia dominante ou ponto principal da mensagem.
4- Deve consistir em poucas e breves sentenças ou frases, e cada ideia deve ocupar uma
linha diferente.
7
A PROPOSIÇÃO

Definição:

“Proposição é uma declaração simples do assunto que o pregador se propõe apresentar,


desenvolver, provar ou explicar. Em outras palavras, é uma afirmativa da principal lição espiritual
ou da verdade eterna do sermão, reduzida a uma sentença declarativa.” 7

É classificada também como tese, grande ideia, ideia homilética ou sentença do assunto
ou tema.

“Consiste numa afirmativa clara da verdade fundamental, eterna e de aplicação universal” 8

Algumas verdades eternas:

 A Palavra de Deus é o alimento do crente.


 O pecado gera morte.
 Jesus é a verdade que liberta o homem do pecado.

Segundo James Braga, a proposição é importante, pois é o aspecto mais essencial na


preparação do sermão. Isso é evidenciado por dois motivos principais:

1- A proposição é o fundamento de toda a estrutura do sermão.


2- A proposição indica claramente o rumo que o sermão deve tomar.

Para se desenvolver a proposição, alguns pontos importantes devem ser observados:

1- Uma avaliação completa da passagem, pelo crivo exegético. É imprescindível que se avalie
exegeticamente a passagem para que a exposição da mesma seja correta e fiel.

2- Apresentação da “ideia exegética”. Esse termo foi desenvolvido por Haddon W.


Robinson,9 que expande a ideia do que normalmente é chamado de tema ou assunto.

“O conceito exegético consiste em duas partes: um sujeito e um ou mais complementos”. 10

O sujeito é o assunto que o pregador vai falar; o complemento é o que ele vai dizer do
sujeito. Para se ter a “ideia exegética”, o pregador terá de combinar o sujeito com o
complemento ou complementos numa sentença geral.

Em todo texto bíblico encontra-se um sujeito e pelo menos um complemento. O que o


pregador precisa fazer é descobrir o sujeito e o que o texto fala sobre ele. Uma boa ajuda para
encontrar a “ideia exegética” é o pregador usar as palavras interrogativas: quem, o que,
porque, como, quando e onde, ao conteúdo do texto. O pregador poderá também fazer uma
paráfrase do texto, que em muitos casos lhe dará a “ideia exegética” completa. Ou uma
análise mecânica da passagem “destacando o relacionamento de orações independentes e
subordinadas”11, sem dúvida nos dará a compreensão do texto.
8
Exemplo extraído do Livro “Como Preparar Mensagens Bíblicas”

Marcos 16. 1- 4

“Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para
irem embalsamá-lo”. E muito cedo, no primeiro dia da Semana, ao despontar do sol, foram
ao túmulo. Diziam umas às outras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?

“E, olhando, viram que a pedra já estava revolvida; pois era muito grande.”

“Na procura do sujeito, fazemos a pergunta: “De que, ou de quem, trata a passagem?
Concentra-se ela nos aromas, ou na pedra, ou tem algo a ver com o problema que as
mulheres discutiam? Um exame da passagem logo indica que a ideia principal refere-se às
mulheres, e perguntamos: “Que mulheres?”, ou, “Quem eram essas mulheres?” Um pouco
mais de reflexão indicará o elemento essencial das narrativas: “as mulheres que foram ao
sepulcro a fim de ungir o corpo de Jesus”. Encontramos, assim, o sujeito do texto.

Agora vamos procurar o complemento, isto é, o que a passagem diz acerca dessas
mulheres. A seguir, reunimos vários fatos, como os seus nomes, o dia, os aromas que
levavam, a hora, sua conversa, o problema que discutiam e o modo como foi
inesperadamente resolvido. Há fatos demais aqui para uma única sentença; portanto,
resumimos todos eles em dois complementos: primeiro, “estavam preocupadas com a pedra
grande demais para removerem da porta do túmulo”; e, segundo, “Descobriram, mais tarde,
que a pedra já havia sido removida, antes de chegarem ao túmulo”.
Nossa próxima tarefa é afirmar a ideia básica da passagem, isto é, o sujeito e o
complemento, numa sentença única e completa. Assim, expressaremos a ideia exegética na
seguinte sentença: “As mulheres, a caminho do túmulo a fim de ungir o corpo de Jesus,
preocupavam-se com um problema grande demais para elas, porém, já resolvido, antes de
elas terem de enfrentá-lo”.

Em alguns textos, como certas seções dos profetas e das epístolas, estarão requerendo um
exame especial por parte do pregador que deverá lançar mão de princípios exegéticos, para a
descoberta do sujeito e o complemento ou complementos.
Quero destacar que os meios que estamos apresentando para se descobrir a “ideia
exegética” do texto não são os únicos existentes. Pois como já foi mencionado, há outros
princípios exegéticos de se descobrir a “ideia exegética” do texto que se está lendo. Como
bom estudante da palavra do Senhor, é importante que você esteja pesquisando novas formas
de compreensão da Palavra de Deus. Contudo acredito que os meios aqui apresentados lhe
darão condição de iniciar um projeto de elaboração de mensagens onde as mesmas
contenham uma proposição bem definida e que leve o ouvinte a uma melhor compreensão
da Palavra de Deus.

3- A descoberta da verdade principal que a passagem parece transmitir.

“A ideia exegética, em geral, difere da proposição, ou ideia homilética. A primeira é uma


afirmativa de uma única sentença do que o texto diz, enquanto a última consiste numa
verdade ou princípio eterno, transmitido pela passagem.” 12
9

Em alguns casos a ideia exegética e a verdade eterna podem ser a mesma. Em Gálatas 6.7
encontramos: “aquilo que o homem semeia, isso também ceifará.” Nesse caso, o texto em si
já expressa a verdade eterna. Temos aqui um princípio universal aplicado a todos os homens,
e em qualquer parte do mundo.

Casos como esses não são comuns na Palavra de Deus, contudo podem acontecer.
Normalmente, após ter descoberto a ideia exegética, o pregador deverá desenvolver a verdade
fundamental perguntando: “Que diz o texto em relação a mim?” ou: “Que verdade vital e
eterna a passagem pretende ensinar?”13

Para essa análise o pregador deverá depender plenamente do Espírito Santo para iluminá-
lo, a fim de que a vontade de Deus se cumpra na mensagem que vai ser transmitida ao povo.

A ideia exegética estará nesta altura fornecendo apoio para o desenvolvimento da


proposição.

Segue o exemplo do Reverendo James Braga, de Marcos 16. 1- 4

“A ideia exegética foi: “As mulheres a caminho do túmulo a fim de ungir o corpo de
Jesus, preocupavam-se com um problema grande demais para elas, porém já resolvido, antes
de elas terem de enfrentá-lo”“.

Dessa ideia exegética somos levados à seguinte tese ou princípio: “os filhos do Senhor, às
vezes, enfrentam problemas grandes demais para eles”. “Podemos, é claro, derivar muitas
outras verdades eternas de nossa ideia exegética”. Eis duas: “Às vezes, nos preocupamos, sem
necessidade, com problemas que nem mesmo existem”, e “Deus é maior do que qualquer
problema que tenhamos de enfrentar”.

Alguns princípios para a formulação da proposição de acordo com o Reverendo James


Braga:

1- A proposição deve expressar, numa sentença completa, a ideia principal ou essencial do


sermão. Para se ter uma sentença completa, é importante que a mesma tenha dois
elementos essenciais: um sujeito e um predicado. O sujeito é a coisa da qual estaremos
falando, o predicado é o que vamos dizer do sujeito. Ex.: “A segunda vinda de Cristo é a
esperança dos crentes que sofrem.” 14
2- A proposição deve ser uma sentença declarativa. “Isso significa que a tese, ou sentença do
assunto, deve ser uma afirmativa explícita e positiva, não negativa.” 15
3- A proposição deve ser uma verdade eterna, em geral formulada no tempo presente.
4- A proposição deve ser formulada com simplicidade e clareza.
5- A proposição deve ser a afirmação de uma verdade vital.
6- A proposição deve ser específica.
7- A proposição deve ser apresentada tão concisamente quanto possível, sem a perda da
clareza.

Relacionando a proposição às divisões principais.

Normalmente a proposição aparece ligada ao sermão por uma pergunta, seguida de uma
frase de transição.
10

Para se ligar a proposição aos pontos principais do sermão, pode se usar qualquer um dos
cinco advérbios interrogativos: por que, como, o que, quando e onde.

Eis a sequência do esboço:

Proposição:
Oração Interrogativa:
Oração de transição:

Normalmente na oração de transição o pregador estará usando também de um


importante recurso homilético que é a palavra-chave, que estará presente nas divisões principais
do sermão.

Exemplo extraído do livro “Como Preparar Mensagens Bíblicas”

Título: “A Vida de Dependência”

Proposição: A vida cristã é uma vida de constante dependência.

Oração Interrogativa: Por que a vida cristã é de constante dependência?

Oração de transição: Vários são os motivos pelos quais podemos dizer que a vida cristã é de
constante dependência.

I – Dependemos de Cristo para a Salvação - Tito 3.5


II – Dependemos constantemente da Palavra de Deus para o Crescimento espiritual - I Pedro 2.2
III – Dependemos constantemente da oração para o poder espiritual - Tiago 5.16
IV – Dependemos constantemente de comunhão para o estímulo mútuo - I João 1.3

Observe que na oração de transição foi usada uma palavra-chave: “dependência” que
ficou fortemente marcada em todas as divisões principais do sermão com a expressão
“dependemos...” Esse recurso ajuda o ouvinte a compreender e fixar melhor a mensagem que
está sendo ministrada.

Segue uma lista de palavras-chave que são comumente usadas em orações de transição
(extraídas do livro “Como Preparar Mensagens Bíblicas.”)

Abordagens Atributos Necessidades


Acontecimentos Bênçãos Nomes
Ações Benefícios Objeções
Advertências Causas Objetivos
Afirmações Chaves Observações
Alegrias Crenças Obstáculos
Alvos Critérios Ocasiões
Aplicações Marcas Ordens
Argumentos Medidas Palavras
Artigos Meios Paradoxos
Aspectos Métodos Deficiências
Atitudes Motivos Desejos
Perigos 11
Diferenças Períodos Juízos
Distinções Pontos Leis
Doutrinas Práticas Lições
Efeitos Problemas Limites
Elementos Proposições Listas
Empecilhos Provas Manifestações
Empreendimentos Razões Reivindicações
Ensinos Reações Respostas
Erros Regras Rotas
Esperanças Fontes Salvaguardas
Evidências Funções Segredos
Exemplos Ganhos Sugestões
Exigências Garantias Tendências
Expressões Grupos Tipos
Fardos Hábitos Tópicos
Fatores Ideais Usos
Fatos Ideias Valores
Partes Ilustrações Vantagens
Passos Impedimentos Verdades
Pecados Inferências Virtudes
Pensamentos Instrumentos
Perdas
Itens

AS DIVISÕES

As divisões são as verdades que se quer apresentar no sermão, e que são organizadas de
forma progressiva e distinta, contribuindo para se chegar à ideia dominante da mensagem.

Um sermão bem elaborado, bem dividido, sem dúvida contribuirá:

 Para com a exposição do pregador.


 Ajudará para que o ouvinte tenha uma boa compreensão da mensagem.

Pontos importantes acerca das divisões:

 Devem estar em consonância com o tema e proposição.


 Devem ser distintas.
 Devem ser organizadas de forma progressiva.
 Não precisam seguir a ordem do texto.

Palavra-chave ou frase

A palavra ou frase chave é a expressão que será usada pelo pregador em cada uma das
divisões. Como já foi mencionado anteriormente, sem dúvida, estará ajudando na compreensão
dos ouvintes.

Transições
12

Ao apresentar a discussão de uma divisão, subdivisão, introdução e conclusão, o pregador


precisará sempre, ao sair de uma para a outra, fazer uma transição, que chamamos de oração de
transição. É nesse momento que o ouvinte percebe claramente que o pregador está passando de
uma parte para a outra do sermão. Essa transição deve ser suave, objetiva e levar o ouvinte à
expectativa do novo ponto que será abordado a seguir.

AS SUBDIVISÕES

As subdivisões, quando necessárias, aparecem para ajudar o pregador a expor de forma


mais clara o sermão e o ouvinte compreendê-lo melhor.

Elas são derivadas das divisões principais e obedecem à proposta das mesmas.
Apesar das subdivisões aparecerem no esboço, o pregador não deve enunciá-las no
decorrer do sermão. Isso traria aos ouvintes a possibilidade de confundi-las com as divisões. Elas
servem de guia para o pregador no decorrer do discurso. Deve mencioná-las somente em
extremas necessidades, em casos que seriam raríssimos.

Como acontece nas divisões principais, as subdivisões não precisam seguir a ordem do
texto.
A DISCUSSÃO

A discussão é a explanação de cada divisão do sermão. É, na verdade, o que se vai dizer


acerca de cada divisão.

O pregador deverá primar por:

 Unidade na discussão.
 Levar o sermão a uma progressão natural.
 Ser conciso, objetivo e claro.
 Explanar com vitalidade.

Materiais para a discussão:

 A Bíblia.
 Literatura (comentários, revistas de EBD, livros evangélicos....)
 Outros (literatura comum e outros...)
 Experiência pessoal do pregador.
 Observação do mundo que nos cerca.
 Usar a própria mente.

Alguns pontos básicos dever ser observados na discussão:

1 – Explanação

O pregador deve ter a capacidade de fazer uma boa explanação do texto. Para que isso
aconteça, o pregador deverá saber o tipo de literatura que está tratando. Isso, porque na Bíblia há
diversos tipos de literatura tais como: história, poesia, profecia, epístolas, literatura apocalíptica e
parábolas.
13
Pontos importantes acerca da explanação:

 O contexto.
 Avaliação do texto, com outras partes da Bíblia.
 Aplicação das leis da linguagem.
 Original.
 Etimologia de certa palavra.
 Disposição gramatical.
 Avaliação histórica e cultural.

2 – Argumentação

A argumentação é muito importante, pois através dela o pregador apresenta provas em


razão do que está falando. Através dela os crentes receberão uma palavra clara e segura quanto à
razão da fé cristã.

Métodos para a argumentação:

 O uso da Bíblia.
 Raciocínio lógico.
 Testemunho.

Obs.: Os dados devem ser fidedignos. É importante a citação das fontes.

Cuidado quanto à argumentação

É muito importante que o pregador tenha o cuidado de argumentar sem causar


hostilidade nos ouvintes. Há pregadores que diante da argumentação se perdem e acabam sendo
duros com a congregação, diante das provas e argumentos que está apresentando. O pregador
deve contender pela fé, mas não deve ser contencioso.

3 – O recurso das citações.

Textos bíblicos, ditos breves, afirmativas de fontes confiáveis.

A APLICAÇÃO

Na aplicação, as verdades contidas na mensagem são aplicadas na vida do pregador e


ouvintes. A aplicação traz a verdade direta ao indivíduo, persuadindo-o a reagir de modo
favorável.

Normalmente a aplicação acontece a cada vez que a verdade bíblica é apresentada.


14

Requisitos indispensáveis para o pregador que quer fazer uso da aplicação eficaz:

 Deve viver em comunhão com Deus.


 Deve possuir boa educação formal.
 Deve ter compreensão da natureza humana.
 Deve conhecer as condições e interesses dos membros da congregação.
 Deve falar com naturalidade.
 Deve depender inteiramente da operação do Espírito Santo.

A CONCLUSÃO

Existem várias formas de se concluir um sermão. Pela praticidade, adotamos a forma da


RECAPITULAÇÃO. Nela o pregador faz uma breve recapitulação das verdades que foram
apresentadas. Nessa apresentação o pregador estará preparando os ouvintes para o impulso final.
Normalmente o pregador não usa as mesmas palavras das divisões principais, mas usa afirmações
concisas e incisivas para expressá-lo.

Por fim encerra com ênfase na ideia principal do sermão.

___________________________________________________________________

BIBLIOGRAFIA:

1BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas. Ed. Vida. São Paulo – SP.
1997. 11. Impressão. Pg. 17
2 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 30
3 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 47
4 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 83
5 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 83,84
6 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 91
7 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 99
8 BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 99
9 BRAGA, James. Op. Cit. (James Braga faz citação de Haddon W. Robinson em seu livro)
10BRAGA, James. Op. Cit. Pg. 101
11BRAGA, James. Op. Cit. 102
12BRAGA, James. Op. Cit. 104
13BRAGA, James. Op. Cit. 104
14BRAGA, James. Op. Cit. 106
15BRAGA, James. Op. Cit. 106,107

Apostila Elaborada pelo Pastor Waldyr Silva do Carmo


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(22) 9267-5636

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