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01
CURSO DE PREGADORES

Introdução:

Amados irmãos,

O meu desejo neste curso simples e objetivo é trazer uma visão prática de
como estar ministrando a Palavra do Senhor com o objetivo de atingir o ouvinte e
despertar nele o interesse pela mensagem da Palavra de Deus.

O material tem como base um excelente livro James Braga intitulado:


“Como Preparar Mensagens Bíblicas” – Editora Vida.

O meu desejo é que esta simples apostila venha desperta-lo para o


envolvimento com a pregação da Palavra do Senhor. Caso o amado tenha
condições, não deixe de ler o livro citado acima.

Estaremos abordando neste curso:

• Principais Tipos de Sermões


• A Estrutura da mensagem
• O Título da mensagem
• Introdução
• A Proposição
• Uma lista de palavras-chave que comumente são usadas em orações de
transição, extraídas do livro de James Braga.
• As Divisões
• As Subdivisões
• A Discussão
• A Aplicação
• A Conclusão do Sermão

Bom Estudo!
02

PRINCIPAIS TIPOS DE SERMÕES BÍBLICOS

De forma geral, os sermões são classificados como: Temático, Textual e


Expositivo.

Definições:

Sermão Temático: “Sermão temático é aquele cujas divisões principais derivam do


tema, independentemente do texto.”¹

Bem, o que entendemos desta definição, é que o sermão temático gira em


torno de um tema, e não requer um texto base para a mensagem. As divisões
principais sairão a partir da escolha do tema da mensagem. Apesar de não ter um
texto base, suas divisões deverão ter o apoio da Palavra de Deus. Cada divisão
estará embasada em um ou mais versículos da Bíblia.

EXEMPLO DE SERMÃO TEMÁTICO

Título: QUANDO CRISTO MARCA A NOSSA VIDA.

I – Nos tornamos adoradores verdadeiros. (João 4.23)

II – Vivemos uma vida de Fidelidade ao Senhor. (Gálatas 5.22,23)

III – Influenciamos as vidas que estão ao nosso redor. (Romanos 13.13,14)

IV – Passamos a ter uma vida de aventuras com Deus. (Atos 1.8)

Título: VOCÊ É IMPORTANTE PARA DEUS!

Porque...

I – Deus te fez de forma especial. (Gênesis 1.26)

• Somos únicos.
• Somos semelhantes à Deus.

II – Deus te amou de forma especial. (João 3.16)

• Deus agiu na história. (Gálatas 4.4)


• Deus se tornou homem e veio habitar entre nós.
• Jesus Morreu na Cruz para nos Salvar.

III – Deus não quer que você se perca. (Romanos 10.9)

Note bem que em ambos os casos todas as verdades que foram


apresentadas giraram em torno do Tema, e a partir desse tema as verdades foram
sendo construídas e tendo como amparo os textos bíblicos concernentes.
03

Importante:

É imprescindível que ao elaborar um sermão temático, o pregador esteja


trabalhando minuciosamente o contexto de cada versículo a ser usados nas
verdades apresentadas. Isto, para não acontecer de se usar versículo fora de
contexto e assim forçar a aplicação dos versículos nas verdades que estarão sendo
apresentadas. O pregador ao elaborar a mensagem deverá estar envolvido com a
oração e atento para não errar ao usar os versículos que estarão dando amparo à
sua argumentação.

Sermão Textual: “Sermão Textual é aquele em que as divisões principais são


derivadas de um texto constituído de uma breve porção da Bíblia. Cada uma dessas
divisões é usada como uma linha de sugestão e o texto fornece o tema do sermão.”²
No sermão textual, temos o texto como base para as divisões principais da
mensagem. Todo o esboço principal está baseado estritamente no texto.
Não há um padrão homilético para a quantidade de versículos, contudo,
normalmente no sermão textual o número de versículos é bem pequeno. Caso seja
muito maior o texto, fatalmente esse sermão estará sendo enquadrado num outro
tipo de sermão que estaremos abordando posteriormente chamado de “Sermão
Expositivo”.

As divisões principais são derivadas do texto, que também fornece o tema.

EXEMPLO DE SERMÃO TEXTUAL:

Título: JESUS O NOSSO SUMO SACERDOTE

Texto: Hebreus 4.14-16

I – Temos um Sumo Sacerdote. (v.14)


II – Temos um Sumo Sacerdote, que se compadece das nossas fraquezas. (v.15)
III – Temos um Sumo Sacerdote, que intercede por nós junto a Deus. (v.16)

Observe que todas as divisões foram extraídas do próprio texto. Por isso esse tipo
de sermão recebe o nome de textual.

Sermão Expositivo: “O sermão expositivo é aquele em que uma porção mais ou


menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um Tema ou assunto. A
maior parte do material desse tipo de sermão provém diretamente da passagem, e o
esboço consiste em uma série de idéias progressivas que gira em torno de uma
idéia principal.” ³

O sermão está baseado em uma porção que de acordo com James Braga
terá um mínimo de quatro versículos, contudo, sem limites para o número máximo
de versículos.

1- No sermão expositivo, o tema é tirado de vários versículos, o que o difere dos


sermões textual e temático no qual a avaliação está restrita a poucos versículos.
04

2- No sermão expositivo, tanto as divisões, como as subdivisões, estão todas


estritamente ligadas a passagem bíblica. Deve haver uma explanação minuciosa
observando os detalhes e de forma progressiva e ligada ao tema, trazer luz ao
significado do texto bíblico, aplicando a mensagem aos dias de hoje.

EXEMPLOS DE SERMÃO EXPOSITIVO. (James Braga)

Efésios 6.10-18

Título: “A BOA LUTA DA FÉ”

Assunto: ASPECTOS RELACIONADOS COM A GUERRA ESPIRITUAL DO


CRENTE.

I – A Moral do crente. Vv 10-14 a


1- Deve ser elevada. V.10
2- Deve ser firme. Vv 11-14 a

II – A Armadura do crente. Vv 14-17


1- Deve ter caráter defensivo. Vv 14-17 a
2- Deve ter caráter ofensivo. V 17b

III – A Vida de Oração do crente. V.18


1- Deve ser persistente. V.18
2- Deve ser intercessora. V.18b

Título: BECO SEM SAÍDA

Êxodo 14.1-14

I – “Beco sem saída”. É o lugar a que às vezes Deus nos leva. Vv 1-4 a
1- Mediante ordem específica. Vv 1,2
2- Para seus próprios propósitos. Vv 3,4 a

II – “Beco sem saída”. É o lugar em que Deus nos prova. Vv 4b-9


1- No caminho da obediência. V.4b
2- Permitindo que nos venham circunstâncias difíceis. Vv 5-9

III – “Beco sem saída”. É o lugar em que às vezes falhamos com o Senhor. Vv.10-12
1- Por nossa falta de fé. V.10
2- Por nossas reclamações. Vv 11-12

IV – “Beco sem saída”. É o lugar em que Deus nos ajuda. Vv 13,14


1- No momento certo. V.13
2- Tomando o controle. V.14
05
A ESTRUTURA DA MENSAGEM

Estaremos à partir de agora abordando alguns pontos concernentes à


estrutura da mensagem. É importante que o sermão tenha uma estrutura, afim de
que o pregador não se perca em sua mensagem e alcance os seus objetivos
propostos. É importante que o sermão seja elaborado de forma clara e progressiva
facilitando assim a compreensão dos ouvintes. Eles precisam entender a mensagem
principal que está sendo abordada e os aspectos concernentes a esta mensagem.
Segue um formato de esboço, na visão do Reverendo James Braga extraído
do Livro “Como preparar mensagens bíblicas”.

Título _____________________________________________________

Texto _____________________________________________________

Introdução _________________________________________________

1. ___________________________________________________
2. ___________________________________________________

Proposição _________________________________________________

Sentença interrogativa ________________________________________

Sentença de transição ________________________________________

I – Primeira divisão principal ____________________________________

1. Primeira subdivisão ____________________________________


Discussão

2. Segunda subdivisão ____________________________________


Discussão
Transição ______________________________________________

II – Segunda divisão principal ____________________________________

1. Primeira subdivisão _____________________________________


Discussão

2. Segunda subdivisão ____________________________________


Discussão
Transição ______________________________________________

Conclusão:
1. _____________________________________________________
2. _____________________________________________________
3. _____________________________________________________
06
O TÍTULO DA MENSAGEM

No preparo do sermão, normalmente se prepara o título no final. Isto, porque


antes procura-se preparar primeiro a PROPOSIÇÃO e o ESBOÇO PRINCIPAL.

“Assunto, tema e título, como defini-los? Bem, o assunto ou o tema é aquilo


que forma a base para a nossa discussão ou estudo.”4 Ele pode ter uma
abrangência grande ou estar estritamente ligado ou limitado a uma área de estudo.
Você pode estar tratando do tema “graça”, contudo especificamente falando de um
de seus aspectos como por exemplo: o significado da graça, os efeitos da graça, a
manifestação da graça ou outros.

“Assim, o título é um embelezamento do assunto. Por exemplo: se o tema for


“Condições para o crescimento na graça”, o Título do sermão a ser anunciado no
boletim ou informativo da igreja, pode ser: “Como crescer na Graça” ou
“Amadurecendo na estatura Espiritual”. 5

Princípios para a preparação de títulos. (James Braga)

1- O título deve ser pertinente ao texto ou à mensagem.


2- O título deve ser interessante.
3- O título deve estar de acordo com a dignidade do público.
4- O título, em geral deve ser breve.
5- o título pode vir em forma de afirmação, interrogação ou exclamação.
6- O título pode consistir em uma frase seguida de uma pergunta.
7- O título pode, às vezes, aparecer na forma de um sujeito composto.
8- O título pode consistir em uma citação breve de um texto bíblico.

INTRODUÇÃO

Da mesma forma que o título, a introdução também é preparada no final da


mensagem, isto, porque após concluir o esboço do sermão, é que o ministro estará
pensando em uma boa introdução para a sua mensagem.

“Assim, introdução é o processo pelo qual o pregador procurar preparar a


mente dos ouvintes e prender-lhes o interesse na mensagem que vai proclamar.” 6

Ele também afirma que a introdução tem como objetivo dois pontos
fundamentais:

1- Conquistar a boa vontade dos ouvintes.


2- Despertar interesse pelo tema.

Alguns princípios para a preparação da introdução: (James Braga)

1- Em geral, deve ser breve.


2- Deve ser interessante.
3- Deve levar à idéia dominante ou ponto principal da mensagem.
07

4- Deve consistir em poucas e breves sentenças ou frases, e cada idéia deve ocupar
uma linha diferente.

A PROPOSIÇÃO

Definição:

“Proposição é uma declaração simples do assunto que o pregador se propõe


apresentar, desenvolver, provar ou explicar. Em outras palavras, é uma afirmativa da
principal lição espiritual ou da verdade eterna do sermão, reduzida a uma sentença
declarativa.”7

É classificada também de tese, grande idéia, idéia homilética ou sentença do


assunto ou tema.

“Consiste numa afirmativa clara da verdade fundamental, eterna e de aplicação


universal.”8

Algumas verdades eternas:

• A palavra de Deus é o alimento do crente.


• O pecado gera morte.
• Jesus é a verdade que liberta o homem do pecado.

Segundo James Braga, a proposição é importante, pois é o aspecto mais


essencial na preparação do sermão. Isto é evidenciado por dois motivos
principais:

1- A proposição é o fundamento de toda a estrutura do sermão.


2- A proposição indica claramente o rumo que o sermão deve tomar.

Para se desenvolver a proposição, alguns pontos importantes devem ser


observados:

1- Uma avaliação completa da passagem, pelo crivo exegético. É imprescindível que


se avalie exegeticamente a passagem para que a exposição da mesma seja correta
e fiel.

2- Apresentação da “idéia exegética”. Esse termo foi desenvolvido por Haddon W.


Robinson,9 que expande a idéia do que normalmente é chamado de tema ou
assunto.

“O conceito exegético consiste em duas partes: um sujeito e um ou mais


complementos.” 10

O sujeito é o assunto que o pregador vai falar; o complemento é o que ele vai
dizer do sujeito. Para se ter a “idéia exegética”, o pregador terá de combinar o
sujeito com o complemento ou complementos numa sentença geral.
08

Em todo texto bíblico encontra-se um sujeito e pelo menos um complemento.


O que o pregador precisa fazer é descobrir o sujeito e o que o texto fala sobre ele.
Uma boa ajuda para encontrar a “idéia exegética” é o pregador usar as palavras
interrogativas: quem, o que, porque, como, quando e onde, ao conteúdo do texto. O
pregador poderá também fazer uma paráfrase do texto, que em muitos casos lhe
dará a “idéia exegética” completa. Ou uma análise mecânica da passagem
“destacando o relacionamento de orações independentes e subordinadas”11, sem
dúvida nos dará a compreensão do texto.

Exemplo extraído do Livro “Como Preparar Mensagens Bíblicas”

Marcos 16. 1-4

“Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé


compraram aromas para irem embalsamá-lo”. E muito cedo, no primeiro dia da
semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo. Diziam umas às outras: Quem nos
removerá a pedra da entrada do túmulo?
E, olhando, viram que a pedra já estava revolvida; pois era muito grande.”

Na procura do sujeito, fazemos a pergunta: “De que, ou de quem, trata a


passagem? Concentra-se ela nos aromas, ou na pedra, ou tem algo a ver com o
problema que as mulheres discutiam? Um exame da passagem logo indica que a
idéia principal refere-se às mulheres, e perguntamos: “Que mulheres?”, ou, “Quem
eram essas mulheres?” Um pouco mais de reflexão indicará o elemento essencial
das narrativas: “as mulheres que foram ao sepulcro a fim de ungir o corpo de Jesus”.
Encontramos, assim, o sujeito do texto.

Agora vamos procurar o complemento, isto é, o que a passagem diz acerca


dessas mulheres. A seguir, reunimos vários fatos, como os seus nomes, o dia, os
aromas que levavam, a hora, sua conversa, o problema que discutiam e o modo
como foi inesperadamente resolvido. Há fatos demais aqui para uma única
sentença; portanto, resumimos todos eles em dois complementos: primeiro,
“estavam preocupadas com a pedra, grande demais para removerem da porta do
túmulo”; e, segundo, “Descobriram mais tarde que a pedra já havia sido removida
antes de chegarem ao túmulo.”
Nossa próxima tarefa é afirmar a idéia básica da passagem, isto é, o sujeito e
o complemento, numa sentença única e completa. Assim, expressaremos a idéia
exegética na seguinte sentença: “As mulheres, a caminho do túmulo a fim de ungir o
corpo de Jesus, preocupavam-se com um problema grande demais para elas,
porém, já resolvido antes de elas terem de enfrentá-lo.”

Em alguns textos, como certas seções dos profetas e das epístolas, estarão
requerendo um exame especial por parte do pregador que deverá lançar mão de
princípios exegéticos, para a descoberta do sujeito e o complemento ou
complementos.
Quero destacar que os meios que estamos apresentando para se descobrir a
“idéia exegética” do texto não são os únicos existentes. Pois como já foi mencionado
há outros princípios exegéticos de se descobrir a “idéia exegética” do texto que se
09
está lendo. Como bom estudante da Palavra do Senhor é importante que você
esteja pesquisando novas formas de compreensão da Palavra de Deus. Contudo,
acredito que os meios aqui apresentados lhe darão condição de inicia um projeto de
elaboração de mensagens onde as mesmas contenham uma proposição bem
definida e que leve o ouvinte a uma melhor compreensão da Palavra de Deus.

3- A descoberta da verdade principal que a passagem parece transmitir.

“A idéia exegética, em geral, difere da proposição, ou idéia homilética. A


primeira é uma afirmativa de uma única sentença do que o texto diz, enquanto a
última consiste numa verdade ou princípio eterno, transmitido pela passagem.”12

Em alguns casos a idéia exegética e a verdade eterna podem ser a mesma.


Em Gálatas 6.7 encontramos: “Aquilo que o homem semeia, isso também ceifará.”
Neste caso, o texto em si já expressa a verdade eterna. Temos aqui um princípio
universal aplicado a todos os homens, e em qualquer parte do mundo.

Casos como esses, não são comuns na Palavra de Deus, contudo, podem
acontecer. Normalmente, após ter descoberto a idéia exegética, o pregador deverá
desenvolver a verdade fundamental perguntando: “Que diz o texto relação a mim?”
ou: “Que verdade vital e eterna a passagem pretende ensinar?” 13

Para esta análise o pregador deverá depender plenamente do Espírito Santo


para iluminá-lo, a fim de que a vontade de Deus se cumpra na mensagem que vai
ser transmitida ao povo.

A idéia exegética estará nesta altura fornecendo apoio para o


desenvolvimento da proposição.

Segue o exemplo do Reverendo James Braga, de Marcos 16.1-4

“A idéia exegética foi: “As mulheres, a caminho do túmulo a fim de ungir o corpo de
Jesus, preocupavam-se com um problema demais para elas, porém já resolvido
antes de elas terem de enfrentá-lo”“.

Desta idéia exegética somos levados à seguinte tese ou princípio: “os filhos
do Senhor às vezes enfrentam problemas grandes demais para eles”. “Podemos é
claro, derivar muitas outras verdades eternas de nossa idéia exegética”. Eis duas:
“Às vezes nos preocupamos sem necessidade por problemas que nem mesmo
existem”, e: “Deus é maior do que qualquer problema que tenhamos de enfrentar”.

Alguns princípios para a formulação da proposição de acordo com o


Reverendo James Braga:
10

1- A proposição deve expressar, numa sentença completa, a idéia principal ou


essencial do sermão. Para se ter uma sentença completa, é importante que a
mesma tenha dois elementos essenciais: um sujeito e um predicado. O sujeito é a
coisa da qual estaremos falando, o predicado é o que vamos dizer do sujeito. Ex.: “A
segunda vinda de Cristo é a esperança dos crentes que sofrem.”14
2- A proposição deve se uma sentença declarativa. “Isto significa que a tese, ou
sentença do assunto, deve ser uma afirmativa explícita e positiva, não negativa.”15
3- Proposição deve ser uma verdade eterna, em geral formulada no tempo presente.
4- A proposição deve ser formulada com simplicidade e clareza.
5- A proposição deve ser a afirmação de uma verdade vital.
6- A proposição deve ser específica.
7- A proposição deve ser apresentada tão concisamente quanto possível, sem a
perda da clareza.

Relacionando a proposição às divisões principais.

Normalmente a proposição aparece ligada ao sermão por uma pergunta,


seguida de uma frase de transição.

Para se ligar a proposição aos pontos principais do sermão, pode se usar


qualquer um dos cinco advérbios interrogativos: porque, como, o que, quando e
onde.

Eis a seqüência do esboço:

Proposição:
Oração Interrogativa:
Oração de Transição:

Normalmente na oração de transição o pregador estará usando também de


um importante recurso homilético que é a palavra-chave, que estará presente nas
divisões principais do sermão.

Exemplo extraído do livro “Como Preparar Mensagens Bíblicas”.

Título:”A VIDA DE DEPENDÊNCIA”

Proposição: A vida cristã é uma vida de constante dependência.

Oração Interrogativa: Por que a vida cristã é de constante dependência?

Oração de Transição: Vários são os motivos pelos quais podemos dizer que a vida
Cristã é de constante dependência.

I – Dependemos de Cristo para a Salvação. (Tito 3.5)


II – Dependemos constantemente da Palavra de Deus para o Crecimento espiritual.
(I Pedro 2.2)
III –Dependemos constantemente da Oração para o poder espiritual. (Tiago 5.16)
11
IV – Dependemos constantemente de comunhão para o estímulo mútuo. (I João 1.3)

Observe que na oração de transição foi usada uma palavra-chave:


“dependência” que ficou fortemente marcada em todas as divisões principais do
sermão com a expressão “dependemos...” Esse recurso ajuda o ouvinte a
compreender e fixar melhor a mensagem que está sendo ministrada.

Segue uma lista de palavras-chave que são comumente usadas em orações


de transição. (extraídas do livro “Como Preparar Mensagens Bíblicas.”)

Abordagens Elementos Instrumentos


Acontecimentos Empecilhos Itens
Ações Empreendimentos Juízos
Advertências Ensinos Leis
Afirmações Erros Lições
Alegrias Esperanças Limites
Alvos Evidências Listas
Aplicações Exemplos Manifestações
Argumentos Exigências Reivindicações
Artigos Expressões Respostas
Aspectos Fardos Rotas
Atitudes Fatores Salvaguardas
Atributos Fatos Segredos
Bênçãos Partes Sugestões
Benefícios Passos Tendências
Causas Pecados Tipos
Chaves Pensamentos Tópicos
Crenças Perdas Usos
Critérios Perigos Valores
Marcas Períodos Vantagens
Medidas Pontos Verdades
Meios Práticas Virtudes.
Métodos Problemas
Motivos Proposições
Necessidades Provas
Nomes Razões
Objeções Reações
Observações Regras
Obstáculos Fontes
Ocasiões Funções
Ordens Ganhos
Palavras Garantias
Paradoxos Grupos
Deficiências Hábitos
Desejos Ideais
Diferenças Idéias
Distinções Ilustrações
Doutrinas Impedimentos
Efeitos Inferências
12

AS DIVISÕES

As divisões são as verdades que se quer apresentar no sermão, e que são


organizadas de forma progressiva e distinta, contribuindo para se chegar à idéia
dominante da mensagem.

Um sermão bem elaborado, bem dividido, sem dúvida contribuirá:

• Para com a exposição do pregador.


• Ajudará para que o ouvinte tenha uma boa compreensão da mensagem.

Pontos importantes acerca das divisões:

• Devem estar em consonância com o tema e proposição.


• Devem ser distintas.
• Devem ser organizadas de forma progressiva.
• Não precisam seguir a ordem do texto.

Palavra-chave ou frase.

A palavra ou frase chave, é a expressão que será usada pelo pregador em


cada uma das divisões. Como já foi mencionado anteriormente sem dúvida estará
ajudando na compreensão dos ouvintes.

Transições

Ao apresentar a discussão de uma divisão, subdivisão, introdução e


conclusão, o pregador precisará sempre ao sair de uma parte para a outra, fazer
uma transição, que chamamos de oração de transição. É nesse momento que o
ouvinte percebe claramente que o pregador estará passando de uma parte para a
outra do sermão. Essa transição deve ser suave, objetiva e levar o ouvinte à
expectativa do novo ponto que será abordado a seguir.

AS SUBDVISÕES

As subdivisões quando necessárias aparecem para ajudar o pregador a expor


de forma mais clara o sermão e o ouvinte compreendê-lo melhor.

Elas são derivadas das divisões principais e obedecem a proposta das


mesmas.

Apesar das subdivisões aparecerem no esboço, o pregador não deve


enunciá-las no decorrer do sermão. Isto traria aos ouvintes a possibilidade de
confundi-las com as divisões. Elas servem de guia para o pregador no decorrer do
discurso. Deve mencioná-las somente em extremas necessidades, em casos que
seriam raríssimos.
13

Como acontece nas divisões principais, as subdivisões não precisam seguir a


ordem do texto.

A DISCUSSÃO

A discussão é a explanação de cada divisão do sermão. É na verdade, o que


se vai dizer acerca de cada divisão.

O pregador deverá primar por:

• Unidade na discussão
• Levar o sermão a uma progressão natural
• Ser conciso, objetivo e claro.
• Explanar com vitalidade.

Materiais para a discussão:

• A Bíblia.
• Literatura: (Comentários, revistas de EBD, livros evangélicos...)
• Outros (Literatura comum e outros...)
• Experiência pessoal do pregador.
• Observação do mundo que nos cerca.
• Usar a própria mente.

Alguns pontos básicos devem ser observados na discussão:

1- Explanação.

O pregador deve ter a capacidade de fazer uma boa explanação do texto.


Para que isto aconteça, o pregador deverá saber o tipo de literatura que está
tratando. Isto, porque na Bíblia há diversos tipos de literatura tais como: história,
poesia, profecia, espístolas, literatura apocalíptica e parábolas.

Pontos importantes acerca da explanação:

• O contexto.
• Avaliação do texto, com outras partes da Bíblia.
• Aplicação das leis da linguagem.
• Original
• Etimologia de certa palavra.
• Disposição gramatical.
• Avaliação histórica e cultural.

2- Argumentação.
14
A argumentação é muito importante, pois através dela o pregador apresenta
provas em razão do que está falando. Através dela os crentes receberão uma
palavra clara e segura quanto à razão da fé cristã.

Métodos para a argumentação:

• O uso da Bíblia
• Raciocínio lógico
• Testemunho

Obs.: os dados devem ser fidedignos. É importante a citação das fontes.

Cuidado quanto à argumentação.

É muito importante que o pregador tenha o cuidado de argumentar sem


causar hostilidade nos ouvintes. Há pregadores que diante da argumentação se
perdem e acabam sendo duros com a congregação, diante das provas e argumentos
que está apresentando. O pregador deve contender pela fé, mas não deve ser
contencioso.

3- O Recurso das Citações.

Textos bíblicos, ditos breves, afirmativas de fontes confiáveis.

A APLICAÇÃO

Na aplicação, as verdades contidas na mensagem são aplicadas na vida do


pregador e ouvintes. A aplicação traz a verdade direta ao indivíduo, persuadindo-o a
reagir de modo favorável.

Normalmente a aplicação acontece a cada vez que a verdade bíblica é


apresentada.

Requisitos indispensáveis para o pregador que quer fazer uso da aplicação eficaz:

• Deve viver em comunhão com Deus.


• Deve possuir boa educação formal.
• Deve ter compreensão da natureza humana.
• Deve conhecer as condições e interesses dos membros da congregação.
• Deve falar com naturalidade.
• Deve depender inteiramente da operação do Espírito Santo.
15

A CONCLUSÃO

Existem várias formas de se concluir um sermão. Pela praticidade, adotamos


a forma da RECAPITULAÇÃO. Nela o pregador faz uma breve recapitulação das
verdades que foram apresentadas. Nesta apresentação o pregador estará
preparando os ouvintes para o impulso final. Normalmente o pregador não usa as
mesmas palavras das divisões principais, mas usa afirmações concisas e incisivas
para expressá-lo.

Por fim encerra com ênfase na idéia principal do sermão.

_____________________________________________________

BIBLIOGRAFIA
1
BRAGA, James.Como Preparar Mensagens Bíblicas. Ed. Vida. São Paulo – SP.
1997. 11. Impressão. Pg. 17
²BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 30
³BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 47
4
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 83
5
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 83,84
6
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 91
7
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 99
8
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 99
9
BRAGA, James. Op.Cit.(J. Braga faz citação de Haddon W. Robinson em seu livro)
10
BRAGA, James.Op.Cit. Pg. 101
11
BRAGA, James.Op.Cit. Pg. 102
12
BRAGA, James. Op.Cit Pg. 104
13
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 104
14
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 106
15
BRAGA, James. Op.Cit. Pg. 106,107

Apostila Elaborada pelo Pastor Waldyr Silva do Carmo.


Contato: Email: prwaldyrcarmo@hotmail.com

Esse material não pode ser vendido, nem alterado o seu conteúdo. Contudo,
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