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Técnica e Equipamento

Fotográfico
A Revolução das Tecnologias Fotográficas

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Mário Gustavo Coelho

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
A Revolução das
Tecnologias Fotográficas

• A Segunda Democratização da Fotografia;


• Dicas e Truques para Fotografia com Celulares;
• A Fotografia por Drones;
• A Fotografia por Action Cameras – Caso GoPro.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Verificar técnicas para fotografar com celulares com qualidade profissional;
• Estudar outros Equipamentos Fotográficos como drones e câmeras de ação, como no caso
da GoPro.
UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

A Segunda Democratização da Fotografia


No início do século XX, a Kodak inventou a Câmera Brownie, oferecida por apenas
US$1,00, possibilitando o acesso de muitas pessoas que até então não possuíam dispo-
nibilidade para adquirir um equipamento fotográfico, por serem muito custosos.

Assim, podemos considerar essa a primeira democratização da Arte da Fotografia.


Já no início deste século, o desenvolvimento tecnológico da Fotografia digital trouxe a
Câmera Fotográfica presente em quase todos os aparelhos de telefonia móvel, o celular,
podendo ser considerada, então, a segunda democratização da Fotografia, e com poten-
cial muito maior do que a primeira.

Em termos de números, uma matéria da revista Super Interessante de abril de


2021 aponta que no mundo existem 8,05 bilhões de linhas móveis ativas no mundo
­(GARATTONI, 2021), maior que a população mundial, estimada em aproximadamente
7,6 bilhões de habitantes, em 2018, o que traz um cenário digno de análise.

Se considerarmos a Tecnologia Digital e a explosão da presença de smartphones


mundialmente, estima-se que existam mais de 7 bilhões de câmeras fotográficas ativas,
haja vista que, desde 2009, com o lançamento do iPhone 3GS, 98% dos aparelhos têm
alguma tecnologia fotográfica presente em seu software e hardware.

Assim, é possível concluir que estamos passando por um processo de maior amplitude­
que o cenário do século XX, com a câmera Brownie da Kodak.

Figura 1
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons

Os iPhones 3G e 3GS são marcos na tecnologia fotográfica mobile, tendo uma câmera
que oferecia qualidade que, para o período, foi surpreendente e alavancou a explora-
ção e muitas melhorias na fotografia por celulares.
Em debates críticos, muitos profissionais, desatualizados sobre esse cenário, ainda
tem suas restrições em aceitar que alguém possa ser um profissional da Fotografia utili-
zando uma câmera de um celular.

De fato, é um debate muito complexo e repleto de pontos de vista, mas o fato é que
existem muitas pessoas que, com um celular na mão, são capazes de gerar conteúdos
complexos, com uma enorme capacidade de comunicação, objetivo principal da Foto-
grafia como Arte.

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Se, por um lado, existe esse diálogo questionável de que um fotógrafo com um celular
não é um fotógrafo, por outro, o fotógrafo profissional também depende dessa tecno-
logia para a comunicação pois o smartphone possibilita esse canal de imediatismo tão
necessário nos dias de hoje.

Uma analogia seria dizer que todos podemos ter uma caneta, mas nem todos somos
escritores, assim como todos tem uma câmera no celular, mas nem todos tem a capaci-
dade de gerar real comunicação.

Vamos analisar alguns pontos sobre essa visão.

O smartphone vai muito além de uma câmera fotográfica. Dotado de alta tecnologia,
ele nos permite nos comunicarmos com o mundo, seja por meio da telefonia móvel seja
por meio da telefonia Voip.

Voip: do inglês, Voice Over Internet Protocol: trata-se de todo Sistema de conversação humana
usando a internet como base de transmissão de dados.

Dotados de um microprocessador potente, os smartphones viabilizam diversos apli-


cativos (chamados de apps) desenvolvidos exclusivamente para as plataformas móveis.

Existem infinitos tipos de apps para as mais diversas funções. Mas cabe aqui enfatizar
que grandes aplicativos destinados para a Fotografia e vídeos em desktops também são
encontrados para essas plataformas. Destacam-se entre eles, o Lightroom Mobile, o
Snapseed e o Adobe Rush, que representam apenas uma pequena amostra da grande
variedade de apps disponíveis para esses fins.

Outra questão é o armazenamento de informações por meio da nuvem. A grande maio-


ria dos apps possibilita o salvamento de arquivos nesse espaço virtual e o acesso a essas
informações de qualquer dispositivo conectado à Internet, em qualquer lugar do mundo.

Com a revolução das Tecnologias da Comunicação por meio das Mídias Sociais, estas
também se encontram disponíveis nos smartphones, tendo inclusive algumas exclusividades
para o suporte para as plataformas móveis.

Um exemplo disso foi o Instagram que, em suas primeiras versões, permitia somente
que imagens registradas pelas câmeras do smartphone fossem postadas. Daí o nome
“Insta”gram de instantaneous, ou seja, postar instantaneamente sua imagem captada
de um celular ou tablet.

Somente depois de muitos anos o app permitiu o carregamento de imagens que fos-
sem captadas de fontes externas ao celular.

Quanto ao questionamento sobre ser ou não ser um fotógrafo utilizando a câmera de


um celular, vamos a alguns pontos importantes.

Desde a invenção da Fotografia até atingir o status de Arte, a câmera sempre foi
considerada somente um instrumento de execução, e por mais esse motivo é que tanto
se questionou se era Arte ou não. Portanto, é importante lembrar que imagens são um

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UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

potente meio de comunicação que, como qualquer outro canal, depende totalmente da
mensagem que será transmitida e do receptor dessa informação.

Isso constitui uma ideia fundamental: mais importante que a ferramenta que executa
a foto, a linguagem ainda prevalece como fator expressivo de Comunicação. Portanto,
não podemos considerar que uma foto feita por uma câmera profissional transmite
informação mais efetiva que uma câmera de celular, afinal, o conteúdo ali expresso é
fundamental no processo da linguagem das imagens.

É fato que equipamentos fotográficos profissionais permitem maior assertividade nos


controles manuais e efeitos estéticos proporcionados pelo obturador – congelamento ou
movimento, abertura – profundidade de campo e ISO – ruído ou definição, que nem
sempre são possíveis de serem controlados em alguns modelos de smartphones e, prin-
cipalmente, pela Engenharia Óptica muito mais ampla em objetivas intercambiáveis,
inexistentes nos celulares que possuem uma ou mais objetivas fixas e compactas.

Mesmo assim, muitos fotógrafos de diversas áreas, com vasto conhecimento dos
Processos da Comunicação e Linguagem, podem utilizar um celular para obter uma
imagem altamente significativa no Processo da Comunicação.

Um caso interessante é a fotógrafa Sorelle Amore. Nascida na Austrália, de pais polo-


neses, era modelo profissional e, posteriormente, utilizando as Mídias Sociais, começou
a desenvolver conteúdos ensinando usuários comuns a como registrar selfies.

Hoje, ela tem mais de meio milhão de seguidores no Instagram e quase 1 milhão de
seguidores no YouTube.

Dotada de um carisma imenso, criou um Curso no Youtube, no qual ensina Técni-


cas de Produção de Fotografia de Autorretratos – selfies – utilizando apenas a câmera
do celular.

Num primeiro momento, pode parecer algo sem sentido ensinar a fazer selfies, mas
entendendo as oportunidades do mundo digital e desenvolvendo conteúdos com extre-
mo conhecimento de modelagem, composição, cores, edição em apps mobile e com
muitas referências em grandes artistas da Escultura e da Pintura, sua produção de autor-
retratos é algo que ultrapassa os limites de uma simples selfie para mídias sociais, como
estamos habituados a imaginar.

Sua Fotografia é plena de comunicação e conhecimento, que muitos fotógrafos com


câmeras profissionais estão muito distantes de atingir.

Acesse os links a seguir e descubra mais sobre o fantástico trabalho de autorretratos desen-
volvido por Sorelle Amore:
• YouTube, disponível em: https://bit.ly/3t02a49
• Instagram, disponível em: https://bit.ly/2R73epQ

A fotógrafa brasileira Luisa Dörr, nasceu em Lajeado/RS, em 1988 e, devido à sua


conta no Instagram com retratos feitos por celular, foi escolhida para produzir 12 capas
para a revista Time para o Projeto Firsts: uma lista de 46 das mulheres mais influentes

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do mundo eleitas pela revista americana. Seu trabalho é algo que ultrapassa os conceitos
do equipamento utilizado, em prol da capacidade de comunicação que sua produção
cultural traz consigo.

Em uma entrevista para o site UOL, Luisa Dörr comenta:

Com o smartphone, todo o mundo tem uma câmera no bolso, mas não
significa que todo mundo seja fotógrafo. Do mesmo jeito que carregando
uma caneta e papel no bolso não significa que você seja escritor. Se você
permanece em um debate em torno dos aspectos técnicos, você estará
sempre longe da experiência real. As ferramentas são apenas um meio.
Elas ajudam no processo, mas não criam. Acredito que, com esse projeto,
conseguimos inspirar fotógrafos aficionados que só dispõem de um tele-
fone no momento. (ARAÚJO, 2017, para o site UOL)

Muitas críticas foram feitas sobre se o resultado seria profissional ou não, causando
bastante controvérsia, e a escolha dela como fotógrafa para o trabalho.

Em um post no Facebook, Dörr escreveu:

Foi sorte? Sim, muita. Mas só com sorte não teria conseguido fazer 12
capas. Ela tem amigas lá dentro? Antes, não. Agora tenho um monte de
amigas fantásticas lá dentro. Prostituindo a Fotografia? A única prostitui-
ção é a do fotógrafo que tem que fotografar imagens que não o emocio-
nam, dia após dia. (ARAÚJO, 2017, para o site UOL)

Entrevista completa da fotógrafa Luisa Dörr para a revista FHOX no link https://bit.ly/3aQ8pBn

Como é possível ver nesses dois casos, a diferença não foi o equipamento utilizado
pelas profissionais, mas a comunicação estabelecida por sua Arte.

Outro ponto que podemos debater aqui é que no competitivo Mercado da Fotografia
no mundo contemporâneo, é necessário que o fotógrafo esteja constantemente alimen-
tando suas Mídias Sociais, gerando um gatilho mental de prova social.

Esse gatilho tem como fundamento demonstrar para seus seguidores – eventuais
clientes que o seguem e futuros – que você está em constante produção de conteúdo.

Nesse critério, o smartphone pode ser uma ferramenta de grande potencial de gera-
ção de conteúdo, na qual é possível estar registrando making of, comunicando-se com
seus espectadores e constituindo mais autoridade perante a eles.

Independente de qual equipamento escolherá para registrar seus trabalhos, o fato é


que o celular pode ser uma câmera extremamente útil para o dia a dia do profissional
que ingressa no Mercado fotográfico e entender suas características bem como usufruir
ao máximo suas potencialidades é fundamental nos dias de hoje.

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Dicas e Truques para


Fotografia com Celulares
As câmeras de celulares nunca sofreram tanto aperfeiçoamentos como nos últimos
10 anos de sua existência. Apesar de diversos aperfeiçoamentos em desempenho,
processamento, armazenamento e monitores, todas as publicidades de fabricantes de
smartphones­apostam de forma agressiva na qualidade de suas câmeras.

Assista o comercial da Apple chamado Faça filmes como nos filmes.


Disponível em: https://youtu.be/yL2xVs6uI0s

Explorar todos os recursos possíveis das câmeras de celulares seria algo impossível,
já que a cada lançamento novas ferramentas são criadas e elas variam muito entre
os fabricantes.

Aqui, exploraremos algumas dicas e truques utilizados para que você obtenha o melhor
desempenho possível, independente da marca de seu celular:
• Proteja e limpe a câmera do celular: utilizar capas de proteção em seu celular
cria um distanciamento entre o vidro de proteção da lente e as superfícies que
podem danificá-la ou riscá-la. Não sendo possível trocar só o vidro de proteção da
lente, provavelmente será necessário trocar todo o conjunto da câmera em caso de
eventual dano, o que não é barato. Crie o hábito de sempre limpar a câmera antes
de fotografar. Como o smartphone é feito para diversas funções, estamos constan-
temente com ele em mão, fazendo com que muita sujeira fique retida sobre a lente,
o que causa perda de definição e qualidade na Fotografia;

Figura 2
Fonte: Adaptada de Getty Images

A capa do celular ajuda a prevenir arranhões na tela de vidro. Para limpar utilize um
pano macio e líquidos não abrasivos, evitando sabão ou detergente.
• Utilize a câmera nativa: a câmera nativa do celular apresenta resultados muito
superiores aos das câmeras de aplicativos, como do Instagram, do Facebook e do
WhatsApp. Isso porque, apesar de utilizarem o mesmo sensor, cada aplicativo pro-
cessa a luz obtida pelo seu software e, na maioria das vezes, não gera imagens tão
boas quanto as dos aplicativos originais. Existem algumas exceções, como o app

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Lightroom, que obtém um arquivo de imagem de melhor qualidade, comparado à
câmera nativa. Mas são aplicativos pagos em sua maioria;
• Pense na proporção da Mídia Social: na maioria das vezes, fotografamos com
o celular no intuito de publicar em Mídias Sociais. Como cada uma delas exige um
formato diferente e, na hora de fotografar, lembre-se sempre de qual será o uso da
imagem – se é Stories, feed do Insta, feed do Face – e utilize a proporção adequada
para fotografar. Caso contrário, pode acontecer de a imagem não caber inteira,
devido aos diferentes formatos. Também é recomendado fotografar um assunto em
suas diversas proporções para obter um Banco de Imagem de um assunto completo,
evitando o problema descrito;

Figura 3 – Exemplos de diferentes proporções para as Mídias Sociais mais utilizadas


Fonte: Acervo do Conteudista

• Fotografe na máxima qualidade e evite o zoom digital: use sempre a qualidade


máxima de arquivo que sua câmera oferece. Ter a foto na maior qualidade possível
evita que ela seja compactada. Fotos em baixa qualidade sofrem tanta compactação
que, na hora da edição, fatores que poderiam ser corrigidos acabam não podendo
ser recuperados;

Figura 4
Fonte: Reprodução

À esquerda: a melhor qualidade será sempre a com maior quantidade de pixels.


No caso, 12Mpx oferece uma resolução maior que 6,2Mpx. À direita: alguns celulares
apresentam diferentes resoluções para cada proporção. Verifique se todos estão em
sua maior resolução.

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UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

• Cont.: outro erro é utilizar o zoom digital. Quando é utilizado o zoom digital, significa­
que, na verdade, a foto é captada com toda a qualidade aplicada e o software do
celular recorta esse trecho da imagem e o apresenta como zoom, o que não é verda-
de. Isso causa uma perda de grande de resolução. O mais eficiente é realizar a foto
sem o zoom e utilizar algum aplicativo para recortar o trecho de que deseja o zoom
posteriormente. Apesar de também haver queda de resolução, o processamento da
imagem é superior. Somente utilize o zoom caso seu celular possua câmera específica
de zoom, como existe na maioria dos novos celulares. Nessas condições, o zoom
não é digital, mas sim óptico. Se para você, tirar fotos na melhor qualidade remete
ao problema de espaço na memória no celular, a próxima dica resolverá isso!
• Armazene suas fotos na nuvem: se o seu problema é falta de espaço no celular, é
porque você ainda não utiliza nenhum armazenamento em “nuvem”. Apps como o
Google Fotos, armazenam, de forma automática, todas as fotos e vídeos que você
faz no celular em “qualidade boa” que é o suficiente para as Mídias Sociais. Após
ser transferido para a nuvem, o app permite que você apague tudo da memória do
celular, mas mantenha na nuvem, além de torná-las acessíveis de qualquer disposi-
tivo (tablet, PC ou celular) conectado à Internet, usando a sua conta Google. Caso
tenha disponibilidade financeira, vale investir na comprar de mais espaço na nuvem
para guardar em qualidade “original”, pois na opção gratuita o armazenamento é
limitado a 15GB;

Figura 5
Fonte: Reprodução

Google fotos é um dos apps para dispositivos móveis que permite que o backup na
nuvem seja feito automaticamente. Além disso, a inteligência computacional organiza
as fotos por data, localidade e rostos.

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Figura 6
Fonte: Reprodução

Depois de realizar o backup na nuvem, é possível liberar espaço da memória interna no


seu celular, como na imagem em que há 39,09GB de espaço a ser liberado.
• Utilize a compensação da exposição: mesmo que seu celular tenha a câmera
unicamente em modo automático, todos permitem que o fotógrafo realize a com-
pensação da exposição, ou seja, ajustar a exposição para mais ou para menos luz
em relação à exposição sugerida pelo exposímetro. Como visto nas Unidades ante-
riores, o exposímetro se baseia no cinza médio e nem sempre a cenas que vamos
fotografar tem média de tons, provocando o erro a mais ou a menos em relação
à referência. Além da correção, também é possível bloquear a exposição para que
ela não fique se alterando continuamente. Para isso, basta que, ao tocar na tela
no ponto no qual deseja realizar o foco, mantenha por alguns segundos a pressão
sobre a tela, e a informação “BLOQ AF/AE” surgirá, indicando que a exposição não
sofrerá alterações. Assim, é possível realizar a compensação para mais ou menos
de acordo com o seu desejo de ajuste, e a exposição ficará mantida. Na maioria dos
smartphones com o Sistema Operacional Android, ao clicar no foco, surgirá uma
barra com os símbolos -/+ nas pontas e uma esfera para que você possa realizar
a correção da exposição. Já nos aparelhos com iOS, ao tocar na tela para o foco,
um sol aparece a direita do quadrado de foco. Basta carregar o sol para cima para
acrescentar luz ou para baixo para reduzir.

Importante!
Ao realizar o bloqueio da exposição, é apresentada a sigla “Bloq AE/AF”, lembrando-o
de que significa bloqueio da Auto Exposição – AE – e bloqueio do Auto Focus – AF, ou
seja, o foco também não ocorrerá mais. Conforme visto na Unidade sobre foco, ele é um
cálculo de uma distância física entre a câmera e o ponto de foco, portanto, ao realizar
o bloqueio, é importante que você não altere a sua distância entre o smartphone e o
assunto que será fotografado, pois o Sistema não corrigirá, podendo acontecer um erro
de focagem.

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UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

• Ative a grade de composição da regra dos terços: a grande maioria dos celu-
lares permite que seja ativada uma grade que representa a composição da regra
dos terços, já visitada em nossa Disciplina em Unidades anteriores. Posicionar os
elementos sobre os cruzamentos da grade ou no percurso da linha trará mais ênfase­
ao assunto em questão. Mas lembre-se de que regras ajudam a educar sua mente
e composição, porém quebrá-las com objetividade pode ser um diferencial de sua
imagem. Na grande maioria dos aparelhos Android, a ativação da grade se ­encontra
nas configurações da câmera, acessadas no ícone “engrenagem” presente dentro do
aplicativo da câmera nativa. Já no iOS, a ativação se encontra no menu principal de
Ajustes > Câmera > Ativar grade.

Existem muitas funções interessantes a serem exploradas nos modos de câmera dis-
poníveis na maioria dos aparelhos celulares. Muitas técnicas complexas que podem ser
executadas em câmeras profissionais podem ser ativadas e executadas com muita sim-
plicidade, com resultados significativos.

Algumas dessas funções que valem serem exploradas são:


• Timelapse: Em português, lapso do tempo, consiste em gravar um vídeo de longa
duração e ter como resultado um vídeo acelerado daquela gravação com menor
tempo de duração. Por exemplo, um vídeo gravado de 2 minutos resulta em um
vídeo final de 30 segundos. Nesse caso, o lapso do tempo seria de 4x;

O fotógrafo Felipe Garchet é a maior referência de produção de timelapse com câmeras pro-
fissionais no Brasil. Confira mais de seu trabalho em: https://bit.ly/2QK3jzH

• Foco dinâmico/efeito retrato: No intuito de tentar criar os mesmos efeitos da pro-


fundidade de campo, os smartphones podem ter funções que simulam o efeito de
desfoque de fundo. Basicamente, ele utiliza as duas câmeras para poder comparar a
captação de ambas e saber o que é o assunto em foco e o fundo, provendo, então,­
um efeito digital de desfoque no fundo, captado por uma câmera e recortando o
assunto, captado para outra câmera, que terá a nitidez. Uma boa dica para que esse
efeito tenha boa efetividade é que o assunto e o fundo tenham contraste ou cores
diferentes para que o software possa verificar com exatidão a diferença entre as
camadas e recortar de forma correta;
• Slowmotion: Diversos celulares possuem câmeras que permitem a criação de vídeos
em câmera lenta. Os vídeos desse gênero causam bastante impacto nas Mídias S
­ ociais.
Aposte nessa linguagem em assuntos que tem movimentos rápidos;
• Panorâmica: A fotografia panorâmica realizada com câmeras profissionais exige
domínio técnico em muitos aspectos, como encontrar o eixo nodal da objetiva para
evitar erros de paralaxe e uma cabeça de tripé especial para esses fins, além de
­softwares especializados para realizar a “costura” entre as imagens e a geração
final do panorama. Já nos celulares, de modo simples e prático, o simples ato de
clicar e deslocar o celular para o lado, permite a criação de panoramas incríveis.
É fato que, muitas vezes, na costura entre as imagens acaba por haver algumas
falhas. Porém, se levarmos em consideração toda a técnica necessária para criar o

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panorama com câmeras profissionais, o resultado obtido em smartphones é exce-
lente, dentro de suas limitações.

Figura 7
Fonte: Acervo do Conteudista

Foto panorâmica realizada por um celular Samsung S9+ na Chapada dos Guimarães.
A execução e a entrega da imagem final não levam mais de 10 segundos.

A Fotografia por Drones


As Tecnologias do século XXI trouxeram um imenso avanço no uso de Drones.
O que antes parecia ser inalcançável ao usuário comum, hoje está bastante acessível e
com diversas opções para os mais diferentes tipos de equipamentos.

É fato que, devido aos impostos em Tecnologia, no Brasil, e à flutuação cambial, ainda
temos certa limitação nas aquisições de instrumentos do gênero, mas o importante é que
Tecnologias pouco acessíveis agora estão disponíveis ao usuário final.

Quando pensamos em drones, automaticamente nos vem à mente imagens feita por
drones aéreos, o que não deixa de estar correto. Porém, a indústria de Tecnologia do
gênero, criou diversos tipos de drones para os mais diversos fins, com o objetivo não só
de captar imagens, mas também de ajudar em movimentos de câmeras e estabilização
de imagens em vídeo.

A marca DJI é uma das Empresas que mais prosperou no Mercado de acessórios ou câmeras
do gênero nas duas primeiras décadas do século XXI. Acesse o site da Empresa e explore a
imensa gama de Tecnologias Robóticas que auxiliam fotógrafos e cinegrafistas nos dias de
hoje. Disponível em: https://bit.ly/2PxqD35

Drones aéreos
Os drones aéreos trouxeram nova perspectiva para a produção de imagens de um
ponto de vista muito pouco explorado até então.

Existem diversos modelos e preços para que até mesmo um usuário comum tenha
a possibilidade de captar imagens significativas do ponto de vista aéreo na produção
audiovisual e fotográfica.

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UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

Antes era necessário um voo de helicóptero ou de pequenos monomotores para bai-


xa altitude, mas hoje há uma infinidade de Tecnologias que permitem uma exploração
nunca vista.

Figura 8 – Vista aérea da Av. Paulista em São Paulo


Fonte: Getty Images

Assista à visão aérea da Av. Paulista captada por um drone. Acesse: https://bit.ly/3t24B6p

Ao drones aéreos, em sua maioria, são dotados de câmeras embutidas que filmam
em qualidade acima de 4K e fotografam em qualidade RAW.

Existem, também, modelos de drones que podem transportar câmeras cinematográ-


ficas de alto desempenho.

Apesar de ter se tornado uma febre de vendas, há muitas regras importantes que os
drones aéreos devem respeitar, tendo sido criada, inclusive, uma Legislação que obriga
os pilotos desses RPAs (sigla dada a esses aparelhos que, em Português, significa Aero-
nave Remotamente Pilotada) tenham licença de voo e habilitação, já que sua distância de
voo do controlador pode ultrapassar facilmente os 2 quilômetros de distância, atingido
altitudes de risco para o tráfego aéreo comercial.

A Legislação diferencia os voos para fins de lazer e recreação dos voos para fins co-
merciais (captura de imagens e vídeos para algum serviço ou cliente) de modo que, para
estes, é necessário o cadastro do Plano de Voo junto ao Departamento de Controle do
Espaço Aéreo, antes de realizá-los.

Além disso, é importante que, ao comprar um drone, você verifique se ele está homo­
logado pela Anatel, vez que é utilizada radiofrequência para se comunicar com o contro-
lador e, obrigatoriamente, você tem de possuir Certificação para evitar o uso de radiofre-
quências não destinadas a esse tipo de equipamento, interferindo em transmissões para
outros fins.

Algumas das regras mais importantes de voo são:


• Não sobrevoe Áreas de Segurança como quartéis, presídios, delegacias e infraes-
truturas críticas;

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• A utilização para recreação deverá ser realizada em locais destinados
ao aeromodelismo;
• Mantenha em dia a manutenção de sua Aeronave não Tripulada;
• Voe a uma distância mínima de 30m das edificações;
• Conheça as limitações operacionais da sua aeronave;
• Planeje os voos a serem realizados até 131 pés de altura (cerca de 40 metros);
• Faça voos durante o dia;
• Mantenha a distância de instalações como linhas de energia, pontes e passarelas;
• Não sobrevoe pessoas sem autorização;
• É proibido voar próximo a aeroportos e heliportos;
• Mantenha a RPA em seu campo de visão.

Para conhecer a Legislação completa do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, bem


como realizar seu cadastro junto aos órgãos responsáveis e registrar a sua RPA.
Disponível em: https://bit.ly/3e0rOla

Estabilizadores de câmeras e sliders


Os estabilizadores de câmeras e os sliders também são considerados drones, afinal
efetuam movimentos robóticos que seriam impossíveis de serem realizados com uma
câmera em mão.

Os estabilizadores de câmeras, também conhecidos como gimbal ou steadicam, pos-


sibilitam que vídeos e fotos sejam captados evitando totalmente qualquer tremulação
da imagem.

Muito utilizados na produção cinematográfica mundial, hoje possuem versões acessí-


veis para usuários de qualquer tipo de câmera, inclusive celulares.

A DJI possui um steadicam para celulares que possibilita realizar filmagens com altíssima
qualidade evitando qualquer tremulação ao correr com o celular em mãos.
Assista em: https://youtu.be/HX2fIy898mY

Já sliders nada mais são que trilhos que possibilitam que a câmera escorregue neles,
dando o efeito de um movimento de câmera muito suave e que podem ou não ter em
seu conjunto um robô, ou seja, um drone, que possibilita, além de deslizar, movimentar
a câmera milimetricamente.

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UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

Figura 9 – Câmera profissional de vídeo em um slider robótico


Fonte: Getty Images

Ambos os aparelhos são muito mais utilizados na Indústria Cinematográfica do que


na Fotografia, mas cabe lembrar-se de que hoje, com equipamentos cada vez mais mul-
tiuso para ambas as linguagens, conhecer a utilidade desses equipamentos é fundamen-
tal para o fotógrafo contemporâneo.

A Fotografia por Action


Cameras – Caso GoPro
Mais uma vez o desenvolvimento das tecnologias fotográficas nos traz uma nova pers-
pectiva de pontos de vista pouco explorados devido aos tamanhos de equipamentos,
bem como sua resistência para diversos fins.

Esse é o caso da câmera GoPro, criada por uma empresa fundada em 2002, nos
Estados Unidos, por Nicholas Woodman, que era praticante de esportes radicais e que
desejava poder se filmar, especialmente no surf.

Como até então poucos equipamentos eram específicos e, principalmente, de grande


porte, para utilizar dentro da água, ele desenvolveu uma câmera portátil à prova d’água
para poder fixar em sua prancha.

Sua Empresa deslanchou em 2004, com a venda de 100 câmeras para uma Feira de
Esportes no Japão e, em 2005, já alcançava a marca de mais de 35 mil equipamentos
vendidos mundialmente.

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Figura 10 – Primeira câmera GoPro, que utilizava filmes de 35mm
Fonte: Divulgação

Sua primeira versão ainda utilizava filmes de 35mm e só realizava Fotografias. So-
mente em 2006 ela teve usa primeira versão digital e não possuía display para que se
pudesse ver o que estava sendo filmado (e continuou sem o display por muito tempo!).

Para isso, Woodman apostou em uma única objetiva fisheye, que permitia um gran-
de ângulo de visão. Então, bastava apontar a câmera para uma direção e era garantido
que tudo estaria sendo registrado. Porém, esse primeiro modelo digital gravava vídeos
de no máximo 10 segundos em qualidade standard.

No vídeo a seguir, é possível assistir uma edição dos melhores vídeos de 2018 em 4k filma-
dos pela GoPro. Disponível em: https://youtu.be/KGlv9Lw4QSM

Diversas mudanças ocorreram ao longo dos anos e a cada versão uma nova funciona-
lidade era acrescentada. A câmera rapidamente caiu no gosto de todos que praticavam
esportes radicais de qualquer gênero devido a uma engenhosa construção de uma caixa
estanque e anti-impacto.

Diversos canais como a National Geographic e a Discovery Chanel perceberam


as possibilidades e passaram a utilizá-las para captar imagens até então impossíveis de
serem realizadas por outros tipos de câmeras.

Devido ao seu tamanho compacto, resistência às mais diversas condições climáticas,


aprimoramento da qualidade de gravação contínuo, além dos diversos acessórios cria-
dos para fixá-la nos mais diversos contextos, ela revolucionou pontos de vistas até então
pouco ou nunca explorados.

Hoje, existem diversas marcas que seguiram o modelo da GoPro, mas ainda assim
ela detém a maior fatia do Mercado mundial de action câmeras, investindo, também, na
criação de drones e numa gama maior de acessórios para sua utilização.

A GoPro desenvolveu até acessórios para colocar a câmera em cães!


Disponível em: https://youtu.be/8wqNX7_4vAE
Neste outro vídeo, uma gaivota leva a GoPro embora em um voo não planejado pelo dono
da máquina. Assista em: https://youtu.be/UYHjyNNy_4Y

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UNIDADE A Revolução das Tecnologias Fotográficas

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Como Editar Fotos no Celular | Tutorial de Snapseed para Iniciantes
https://youtu.be/cRw603yVzOM
As melhores dicas para usar um drone
https://youtu.be/d4xP7w8FWLY

Leitura
Depois de 6 anos, homem recupera GoPro que perdeu no mar
https://bit.ly/3eyIAXq
Evolução e revolução do suporte fotográfico
https://bit.ly/2QJ1kf9

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Referências
ARAÚJO, M. Conheça Luisa Dörr, a brasileira que clicou 12 capas de revista com celu-
lar. UOL, São Paulo, 21/09/2017. Disponível em: <https://www.uol.com.br/universa/
noticias/redacao/2017/09/21/conheca-luisa-dorr-a-fotografa-brasileira-por-tras-das-46-
-capas-da-time.htm>. Acesso em: 21/03/2021.

GARATTONI, B. Mundo tem 8,05 bilhões de linhas de celular. Super Interessante,


2021. Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/mundo-tem-805-bilhoes-
-de-linhas-de-celular/>. Acesso em: 22/04/2021.

HEDGECOE, J. O novo manual de Fotografia. 4.ed. São Paulo: SENAC, 2005.

KELBY, S. Fotografia digital na prática. São Paulo: Pearson Education do Brasil,


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