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“Deepfake” como ferramenta de manipulação e disseminação

de “fakenews” em formato de vídeo nas redes sociais


Cristiane Pantoja De Moraes
Universidade Federal do Pará, Brasil

R E V IE W

Resumo
Objetivo. A pesquisa a seguir tem como objetivo analisar os novos conteúdos de disseminação de informações falsas, assim
buscando conceituar o que seriam as “deepfake” e as “fakenews” e as consequências dessas manipulações de imagem e vei-
culação de noticias.
Metodo. Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória com levantamento bibliográfico de materiais previamente publicados, como
artigos de periódicos científicos, em que foi realiza uma revisão de literatura apropriada de maneira a esclarecer e apresentar o
assunto sobre as “deepfakes” ainda pouco conhecida, além disso, apresentar de que maneira ela é criada, manipulada a ponto
de se dissemina de mananeira desenfreada frente às redes sociais.
Resultados. Sabe-se que hoje os softwares e aplicativos para smatphones proporcionam, de modo muito hábil, que usuários
manipulem imagem com extrema facilidade, os chamados fakeApp,que são ferramentas que permitem alteração e manipulação
de imagens de maneira que não deixem pistas visuais de sua alteração, podendo ser indistinguíveis aos autênticos. Exemplo do
resultado destas manipulações é a “deepfake”, é a técnica que substitui o rosto de uma pessoa por outra em um vídeo, no pano-
rama atual é comum visualizar vídeos falsos, o que geram as “fakenews”, ou notícias falsas, muito veiculadas nas redes sociais
e que cabem por ganhar certa credibilidade devido à dificuldade de distinguir a veracidade na imagem ali mostrada, tão quão são
imperceptíveis as marcas de adulteração. O que facilita a produção das “fakenews”, é que qualquer usuário com conhecimento
limitado de programação e pouca aprendizagem tecnológica pode criar “deepfakes” e esse tipo de produção tem desencadeado
desafios aos profissionais forenses, que ainda encontram significativa diferença entre as “deepfakes” e os vídeos autênticos.

Palavras-chave:
Deepfake; Fakenews; Manipulação de imagem.

“Deepfake” as a tool for manipulating and disseminating “fakenews” in video format


on social networks

Abstract
Objective. The research to proceed has as objective analyzes the new contents of spread of false information, like this looking
for to consider what would be the “deepfake” and the “fakenews” and the consequences of those image manipulations and
veiculação of you announce.
Method. To develop an exploratory research with bibliographic survey of published materials, such as articles from scientific
journals, in which a literature review was carried out in an easy way to clarify and present the subject of deepfakes still little
known, and also presented that The way it is created, it manipulates a point of unbridled maneuver in front of social networks.
Results. It is known that today the software and applications for smatphones provide, very skillfully, that users manipulate
images with extreme ease, the so-called fakeApp, which are tools that allow alteration and manipulation of images in a way
that do not leave visual clues of their alteration, and may be indistinguishable from authentic ones. An example of the result
of these manipulations is the “deepfake”, is the technique that replaces the face of one person by another in a video, in the
current panorama it is common to visualize fake videos, which generate fakenews, or fake news, widely disseminated on social
networks and that fit for gaining some credibility due to the difficulty of distinguishing the veracity in the image shown there, as
much as the adulteration marks are imperceptible. What facilitates the production of “fakenews” is that any user with limited
programming knowledge and little technological learning can create “deepfakes,” and this type of production has triggered
challenges for legal professionals, who still find a significant difference between “deepfakes” and authentic videos.

Keywords:
Deepfake; Fakenews; Image manipulation.

No 79 (2020) • http://biblios.pitt.edu/ • DOI 10.5195/biblios.2020.864


“Deepfake” as a tool for manipulating and disseminating “fakenews” in video format
on social networks

1 Introdução
Os vídeos conhecidos como “Deepfake” oferecem a capacidade de trocar o rosto de uma pessoa por outra em um
videoclipe ou imagem, essa tecnologia criada para vídeos foi projetada para melhorar continuamente seu desem-
penho, principalmente para aprimora os vídeos e cria os vídeos falsos que imitar as expressões faciais, gestos,
voz e variações do indivíduo, tornando-os cada vez mais realistas (Maras & Alexandrou, 2019, Ngiam et al. 2011).

Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise dos novos conteúdos digitais no âmbito da disseminação
de falsas informações ou como são comumente conhecidas, as “fakenews”, em formato de vídeo as chamadas
“deepfake” nas redes sociais, uma vez que elas ganham rapidamente grande repercussão ao serem compartil-
hadas pelos usuários, viralizando na Internet. Com base nisso, através da literatura disponível sobre este tema,
procurou-se discutir o que é “deepfake” e “fake news”, no contexto da produção e disseminação, bem como seu
papel como ferramenta de manipulação das notícias no ciberespaço.

[...] as notícias falsas ficaram em evidência. Sintetizando e simplificando a percepção geral: a epidemia de
notícias falsas fez com que os eleitores e a opinião pública tomassem decisões equivocadas, baseadas na
emoção e em crenças pessoais, ao invés de em fatos objetivos (Genesini, 2018, p.47).

De acordo com Bunk et al. (2017), o número de imagens digitais tem crescido exponencialmente com o advento
de novas câmeras, smartphones e tablets. As mídias sociais, como Facebook, Instagram e Twitter contribuíram
ainda mais para a sua distribuição. Dessa forma, as ferramentas para manipular digitalmente imagens evoluíram
gradativamente e os softwares e aplicativos para smartphones tornam-se muito trivial para os usuários que ma-
nejam facilmente imagens.

As mudanças que ocorrem no mundo tecnológico, principalmente na manipulação de imagem e vídeos, geraram
um campo para a criação de ferramentas modernas e livres, muitas vezes de acessos facilmente disponível,
impulsionando o mercado e o paradigma quando se tratam de estruturas modernas de adulteração de imagem e
vídeos que antes eram de domínio restrito para indivíduos treinados e hoje pode ser amplamente acessível a qual-
quer pessoa que tenha um computador, desktop e até um smartphone que contenham aplicativos como FakeAppii.

O reconhecimento facial é uma tecnologia biométrica largamente utilizada porque é mais conveniente de usar do
que outras abordagens biométricas, essa tecnologia de reconhecimento facial, tem se desenvolvido rapidamente
nos últimos anos sendo uma das mais convenientes em comparação com outros métodos. No entanto, sistemas
de biometriaii para reconhecimento facial são ingênuos e não suportam qualquer tipo de detecção podendo ser
facilmente falsificado usando apenas uma fotografia. Essa detecção de rosto é uma questão-chave no campo dos
sistemas de segurança que utilizam câmeras, pois, infelizmente, existem falhas de impressão e borrão geral da
imagem. Mas com o desenvolvimento de dispositivos de exibição e tecnologia de captura de imagens, é possível
reproduzir imagens de rostos semelhantes a rostos reais, o que gera número significativo de ataques usando uma
fotografia ou vídeo exibido em uma tela (Miyoung & Youngsook, 2017).

A crescente sofisticação da tecnologia de câmera móvel e o alcance veloz das mídias sociais e mídia fizeram a
criação e propagação de vídeos manipulados mais convincentes do que nunca. No que diz respeito aos números
de vídeos falsos e seus graus de e sofisticação, o tempo de fabricação e manipulação destes tem diminuído signi-
ficativamente nos últimos anos, graças à acessibilidade e ao grande volume e poder de computação e aplicativos
fakeapp, e isso inclui também o crescimento do aprendizado em relação às máquinas e a visão mais detalhista
de qualquer pessoa, que elimina a necessidade de um profissional (Li & Lyu, 2018; Maras & Alexandrou, 2018).

Hoje, as imagens digitais podem ser facilmente manipuladas e alteradas, as falsificações digitais, muitas vezes
não deixam pistas visuais de alteração, podendo ser indistinguíveis aos autênticos (Popescu & Farid, 2005).
Nas últimas décadas, a popularização dos smartphones e o crescimento das redes sociais fizeram as imagens
e vídeos digitais objetos tão comuns, de acordo com vários relatórios, quase dois bilhões de fotos são enviadas
todos os dias na internet, entretanto surgiu um aumento de técnicas para alterar o conteúdo da imagem, usando
software de edição, o que gerou um campo de investigação forense digital dedicado à detecção de falsificações
de imagem, a fim de regular a circulação tais conteúdos (Afchar, Nozick & Yamagishi, 2018).

A propagação de desinformação através de imagens e vídeos se tornou mais realistas, o que gerou um grande
problema na atualidade, exigindo métodos de detecção de manipulação potentes, que apesar do esforço predo-
minante na área, e a detecção da manipulação rosto adulterados em vídeos. A utilização da aprendizagem pro-
funda que têm se mostrado eficazes em explorar a informação temporal a partir de fluxos de imagem em vários
domínios. Através de técnicas de pré-processamento de rostos através de extensiva experimentação para obter

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um desempenho satisfatoris nos parâmetros que se referema manipulação faciais de disponíveis publicamente,
mas espeficifamente na em detectar Deepfake adulterado em vídeos (Sabir et al, 2019).

2 Metodologia
Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória com levantamento bibliográfico de materiais publicados, como artigos
de periódicos científicos, em que foi realiza uma revisão de literatura apropriada de maneira a esclarecer e apre-
sentar o assunto sobre os “deepfakes” ainda pouco conhecida, além disso, esclarecer de que maneira esta nova
fakenews foi criada, manipulando notícias falsas a ponto de se dissemina de uma maneira desenfreada frente às
redes sociais.

3 O que é “Deepfake”
“Deepfake” é uma técnica que visa substituir o rosto de uma pessoa por outra em um vídeo. Em questão de datas,
o primeiro ocorreu em Outono de 2017 utilizado para gerar conteúdos adultos. Posteriormente, essa técnica foi
melhorada por uma pequena comunidade para criar nomeadamente uma aplicação chamada FakeApp. O proces-
so para gerar deepfake consiste em imagens que reúnem rostos alinhados de duas pessoas diferentes, nas quais
há a reconstrução do rosto de uma em conjunto de dados de imagens faciais da outras e se auto-codifica para
então reconstruir rostos com as imagens faciais. Na prática, os resultados são impressionantes, o que explica a
popularidade da técnica. O último passo é levar o vídeo ao alvo, extrair e alinhar a face do alvo a partir de cada
quadro, utilizando software ou aplicativos FaceAppiii para gerar outra face com a mesma iluminação e expressão,
e então fundir de volta no vídeo (Afchar et al., 2018).

Atualmente, de acordo com Korshunov e Marcel (2018); Güera e Delp (2018), o FaceApp uma forma de FakeApp
trata-se de uma ferramenta para smartfones que pode gerar automaticamente rostos em fotografias o que torna a
imagem altamente realista, permitindo a mudança de rosto, cabelo, sexo, idade e muitos outros detalhes usando
apenas o telefone móvel.

Os chamados deepfakes são a mais nova forma de manipulação de mídia digital, atualmente existem diversas
ferramentas de softwares livres aperfeiçoados em aprendizagem de máquinas que criam facilmente rostos em
vídeos deixando poucos resquícios de manipulação.

Exemplo de uma imagem (esquerda) ao ser manipulado (à direita), utilizando a técnica deepfake. Note-se que a
face trocada não apresenta a expressividade do original.

Figura 1: Exemplo de manipulação com a técnica deepfake

Fonte: De (Afchar, Nozick & Yamagishi, 2018).

3.1 Como o “Deepfake” pode manipular e disseminar as “Fake news” nas redes sociais
No panorama atual, é comum visualizar vídeos falsos e, por sinal, são totalmente realistas, o que os tornam
perigosos pessoalmente como politicamente, às vezes são utilizados para falsas promoções, chantagens e até
desmoralização pessoal.

Maras & Alexandrou (2019) comentam que em uma sociedade em que as informações são consumidas e repro-
duzidas rapidamente, seja por meio das mídias sociais e outros meios de informação, os Deepfakes pode gerar

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efeitos prejudiciais sobre aqueles que são direcionados nos vídeos, posi estes geralmente permanecem on-line
por longos períodos e podem ser transferidos por diferentes fontes de informação, mesmo quando removidos
podem vezes até reaparecem e ser ser usados e pornografia, intimidação, evidência em vídeo, sabotagem po-
lítica, propaganda, em notícias falsas ou fakenews, que consiste na desinformação e propaganda que distorcem
notícias e fatos reais, substituindo o conhecimento por imagens e informações falsas.
O novo é que estamos em uma nova era turbinada pela internet e pelas redes sociais, em que o crescimento
é viral e o efeito, exponencialmente explosivo. O novo é o Facebook, o Google e o Twitter, não a tentativa de
contar mentiras ou falsificar informações, o que sempre existiu na história do mundo (Genesini, 2018, p.46).

Com o advento das redes sociais, aproliferação de tal conteúdo pode ser imcomparável e pode potencialmente
agravar os problemas relacionados com as teorias de desinformação e de conspiração (Hasan & Salah, 2019).

É comum nos divertimos usando o recurso faceswapiv em aplicativos de celulares, uma opção que literalmente faz
a trocar rostos, mesmo que consista em mudar de rostos com nossos amigos ou parecer como uma celebridade,
essa tecnologia é frequentemente usada de maneira desagradável. No entanto, o reconhecimento facial tornou-se
um pesadelo para alguns famosos com o surgimento dos deepfake, permitindo que os usuários criem vídeos com
pessoas usando a aparência destes.

Frequentemente essa tecnologia tem sido usada para criar vídeos pornográficos falsos de celebridades causando
imagens assustadoras, uma vez que é muito além de uma simples “troca de rostos”, como as utilizadas nos apli-
cativos de celulares, isso acontece com deepfake, pois é um conjunto de técnicas utilizadas para sintetizar novos
produtos visuais, por exemplo, substituindo rostos nos originais (Floridi, Korshunov & Marcel, 2018).

De acordo com Korshunov e Marcel (2018) são de grande preocupação pública a respeito dos deepfakes, existem
atualmente software de código aberto acessível e aplicativos utilizados para a troca de rosto, o que gera uma
grandes quantidade de vídeos sinteticamente manipulados e distribuídos na mídias sociais e notícias, o que re-
presenta um significante desafio técnico para detecção e filtragem de tal conteúdo.

Já não é de hoje as várias tentativas para a troca de rosto. Conforme Güera e Delp, (2018), explicam que, por volta
de 1865, foram encontrados na litografia os traços do presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln de acordo
com a figura a seguir, assim como utilização de fakeapp para a produção de deefakes.

Abaixo o exemplo de troca da cabeça do Presidente Lincoln com o corpo do político John Calhoun, criadas no
século XIX (esquerda) e ferramentas modernas como, por exemplo, fakeapp viraram mais fácil para qualquer se

Figura 2: exemplo de troca de rostos por meio da deepfake

Fonte: De (Afchar, Nozick & Yamagishi, 2018).

O que distingue deepfakes de outras técnicas de manipulação de vídeo é, primeiramente, o seu potencial de
resultados fotorrealista, com imagens em que os vídeos resultantes podem ser extremamente convincentes. Em
segundo lugar, a disponibilidade da técnica para leigos em um aplicativo chamado fakeapp, que se trata uma in-

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terface lançada e desenvolvida em torno do algoritmo deepfake, que permite que os usuários com conhecimento
limitado de programação e pouca aprendizagem em tecnologia possam criar deepfakes.

Segundo Koopman, Macarulla Rodriguez e Geradts (2018) essa combinação de resultados fotorrealista é facil-
mente utilizada gera um aumento na necessidade de criar métodos autenticação para detecção de manipulação
em deepfake, o que tem gerado um problema na atualidade das “notícias falsas”, as chamadas “fake news”, que
vão se tornando mais relevante também para os jornalistas em vídeo, hospedagem de sites e usuários de mídia
social”.

O que faz deepfakes ser facimelte manipulda poies é possível é encontrando uma maneira em que ambas as faces
a serem codificados nos mesmos recursos. Isto é, existem duas faces que compartilham o mesmo codificador, são
descodificadas fazendo assim fazer um novo rosto através da junção de faces demostrada (em baixo).
Figura 3: Como ocorre formação e geração durante a criação de um vídeo deepfake

Fonte: (Guera, D.& Delp, E. J., 2018).

Hoje, o perigo de notícias falsas é amplamente reconhecido num contexto em que milhões de horas de conteúdo
de vídeo são vistos diariamente em redes sociais, a propagação de vídeos falsificados aumentou o nível de preo-
cupação. Por mais que melhorias sejam feitas para detecção de imagem falsificada, vídeo digital manipulados, o
desvendamento continua a seu uma tarefa difícil.

Com os aparecimentos dos deepfake como cita Korshunov e Marcel (2018); Güera e Delp (2018), ferramentas
que geram os deepfakes de vídeos têm sido amplamente utilizadas para criar falsas notícias de celebridades
associados às pornografias ou até mesmo vídeos de vingança. Alguns sites como o Twitter já proibiram esse tipo
de vídeos, embora a natureza desses vídeos quase que realista, torna-se alvo para gerar matérias de conteúdos
ilícitos, falsos, pornográficos e maliciosos, utilizados até para criar tensão política e estão sendo alvos da atenção
das entidades governamentais.

3.2 Como detectar os “Deepfake”


De acordo com Tan, Li, Liu e Jiang (2010) é comum que os dados faciais sejam roubados ou duplicados em um
sistema de reconhecimento de face. Isto porque na internet, uma ou mais fotografias de um usuário pode ser facil-
mente obtida, sem contato físico o usuário através de download via internet ou simplesmente capturá-los usando
uma câmera. Este sistema de reconhecimento facial baseado em imagens 2D pode ser facilmente manipulado
por truques considerados bem simples, e que na verdade, é uma tarefa muito desafiadora para em que os esforço
maior vem na pesquisa de reconhecimento facial que no momento atual estaá focada mais na imagem correspon-
dente do sistema sem se importar se o rosto combinado é de um ser humano.

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Recentemente, o reconhecimento de rosto tornou-se cada vez mais importante devido aos rápidos avanços em
dispositivos de captura de imagem (por exemplo, câmeras de vigilância e câmera em celulares), onde a dispo-
nibilidade de um número muito grande de imagens de rosto na internet, e as crescentes demandas por maior
segurança (Li & Jain, 2011 como citado em Miyoung & Youngsook, 2017).

Os autores Korshunov e Marcel (2018) comentam que se considerarmos os vários sistemas de detecção Deep-
fake, incluindo o sistema que utiliza dados de áudio-visual para detecção de inconsistências entre movimentos
labiais e discurso de áudio,assim como, diversas variações nos sistemas baseados em imagem têm como objec-
tivo distinguir os vídeos genuínos, onde o movimento da fala é sincronizado, no vídeo que foi modificado, e esses
movimentos dos lábios e áudio, pode não ser necessariamente o discurso original.

A tecnologia faceswap é um programa deepfake em que se usa pesquisa de imagens na internet, explorando sites
de mídia social, e depois, por conta própria, insere dados para substituir os rostos em vídeos quase que perfeita-
mente. O programa não precisa de nenhuma supervisão humana, seu processo de aprendizagem é independente
e continua a melhorar o processo de forma autônoma. Qualquer pessoa pode criar vídeos pornográficos estre-
lados por celebridades, políticos, amigos ou inimigos (Cuthbertson, 2018 como citado em Maras & Alexandrou,
2018).

Alegações de “notícias falsas” já são tão comuns, tanto que a vítima de um vídeo falsificado pode não ser capaz
de estabelecer a credibilidade ao afirmar que tenham sido falsificados, pois existe uma abundância de ferramen-
tas sofisticadas para a detecção de falsificação de imagem. São susceptíveis de ser desenvolvidos, já que a
demanda por eles tem aumentando (Floridi, 2018).

Conforme Koopman et al. (2018), o algoritmo responsável por gerar o deepfake permite que um usuário possa
mudar o rosto de um ator em um vídeo com o de um ator diferente de uma forma fotorrealista, isso desencadeia
desafios aos profissionais forenses com relação à confiabilidade das provas de vídeo. Os testes realizados quanto
à sua eficácia na detecção de manipulação de vídeo deepfake ainda mostram diferença significativa entre vídeos
autênticos e “Deepfakes”. Ultimamente, as provas fotográficas e de vídeo são comumente usados nas investi-
gações tribunal e da polícia, que eram vistas como confiáveis de provas, no entanto, essas amostras de vídeo
estão tornando-se potencialmente pouco viáveis e provavelmente serão necessários resquícios nesses vídeos,
pois ao serem examinados cautelosamente, sempre deixam vestígios de adulteração antes de serem considera-
dos admissíveis para qualquer tribunal.

3.3 Aprendizagem profunda na detecção de Deepfakes

A aprendizagem profunda ou Deep Learning são redes neurais artificiais se tornarm um campo de pesquisa incri-
velmente atraente no ramo de reconhecimento de objetos que ulrapassaram a capacidade humana que vai desde
reconhecimento de fala, geração algorítmica de rostos e paisagens, até mesmo a reconstrução de estímulos
visuais a partir de gravações. O sucesso dessas disso se dá utilizando a aprendizagem profunda para análise de
dados modelandos aspectos do processamento (Sullivan, 2019).

A Representação de aprendizagem é um conjunto de métodos que permite que uma máquina a ser alimente de
dados em bruto para a detecção automática, e essas representações são necessárias para a detecção ou classi-
ficação dos aprendizagem profunda com vários níveis de representação (LeCun, Bengio & Hinton, 2015).

Vídeos Deepfake utilizam a técnicas de aprendizagem profundas para conseguir rosto troca mostras de imagens
de vídeo. Quanto maior o número de amostras, a mais realista são os seus resultados (Hasan & SALAH,2019).

Antes do surgimento da aprendizagem profunda, invasores maliciosos criavam manualmente mídia falsificada
usando utilizando softwares como Adobe Photoshop ou GIMP2, tornando o processo tedioso, mas hoje, o cenário
se transformou drasticamente, anteriormente o aprendizado de máquina swe modificou e as ferramentas passa-
ram a ajudara o usuário na criação de conteúdo inovadores, o que atualmente fazem com que as aquinas usem
ferramentas que criam conteúdo sem intervenção manual. O realismo alcançado pelos componentes da aprendi-
zagem automática são tão elevados, que mesmo aos olhos dos seres humanos exitem dificaldades em distinguir
se uma face é capiturada naturalmente com uma câmara ou se é artificialmente produzida. (Sabir et al, 2019).

No mundo dos falsos deepfakes e a aprendizage profunda usam o aprendizado de máquina e inteligência arti-
ficial e processamento de imagem para criar vídeos retratando pessoas dizendo ou fazendo coisas que jamais

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disseram ou fizeram (Joseph, 2019; Hasan & Salah, 2019). Os vídeos do Deepfake são criados usando tecnologia
baseada na inteligência artificial (IA), em que modelos computacionais de comportamento humano apresentam
processos de pensamento projetados para atuar de maneira lógica e inteligente como a simulação de um compor-
tamento humano (Maras, 2017).

De acordo com LeCun, Bengio & Hinton (2015) a aprendizagem profunda aceita que os modelos computacionais
que são compostas de camadas múltiplas de processamento que aprende a representa dados com vários níveis
de abstração, métodos estes que melhoraram dramaticamente o estado da arte em se tratando do reconhecimen-
to de voz, reconhecimento e detecção de objetos visuais. Essa aprendizagem profunda trouxe muitos avanços
no processamento de imagens, vídeo. Em pesquisas na web para filtragem de conteúdo,que esta cada vez mais
presente, produtos de consumo como câmeras e smartphones, em que os sistemas de aprendizado dessas má-
quinas são usados para identificar objetos em imagens, produtos com diversos interesses para os usuários, e a
seleção de busca de produtos para determinado público é selecionado através de resultados relevantes de pes-
quisa e isso esta cada vez mais frequente,e essas aplicações fazem uso de uma classe de técnicas chamadas
aprendizagem profunda.

Durante os últimos anos, métodos de aprendizagem profunda foi um sucesso empregado nas perícias de imagens
digitais. Usar a aprendizagem profunda para detectar imagens, propõe uma rede para detectar o alvo da falsifi-
cação distinguindo gráficos de computador, executa muito bem pelos profissionais forenses digitais (Miyoung &
Youngsook, 2017).

Com a ascensão da Inteligência Artificial (AI) e técnicas de aprendizagem profunda, abriram o caminho para a
produção de deepfake vídeos, os conteúdos digitais falsos têm proliferado nos últimos anos. Filmagens falsas,
imagens, áudios e vídeos (conhecida como deepfakes) pode ser um fenômeno assustador e perigoso e pode ter
o potencial de alterar a verdade e gerando desconfiança e gerando uma falsa realidade (Hasan & Salah, 2019).

Em falsificação de vídeo é outra grande ameaça, que os sistemas de reconhecimento enfrentam, pois são muito
semelhantes a um rosto ao vivo. Devido a isso, as fotografias e vídeos são os mais comuns utilizados na manipu-
lação de imagem, pois estão facilmente disponíves na internet.

4 Resultados
Os “Deepfakes”, quando comparadas a informações não rotuladas como “notícias falsas” ou Fakenews, causam
impactos quando são descobertas e um dos desafios da atualidade é rastrear “notícias falsas” na batalha contínua
contra a desinformação.

Em seguida, se analisamos a relação entre a manipulação e disseminação de notícias falsas, as duas são recon-
hecidas como desinformação, haja vista que os usuários estão sujeitos a todo e qualquer tipo de imagem e vídeos
compartilhados todos os dias nas redes sociais, fatos que mostram aumento nos resultados da polarização de
“fakenews” em que usuários associam a palavras-chave e hashtagsv em notícias falsas, sem ao menos buscar a
verdadeira fonte ou fonte confiável ao compartilhar a informação. O impacto dessa nova descoberta dos deepfake
veio como desafio para rastrear “notícias falsas” no intuito de diminuir a propagação destas de acordo com peritos
digitais.

As notícias apontaram a necessidade de manter um firme controle incidente sobre as notícias falsas, pois elas
podem colocar em risco a liberdade de expressão, a honra das pessoas e o próprio processo democrático de
um país. Foi possível notar, ainda, que para se combate as fakenews, é obrigatório o respeito à liberdade de ex-
pressão, e contar com a cooperação e a ética dos usuários em compartilhar a notícia publicada.

5 Conclusões
Hodiernamente, o perigo da adulteração facial, ocasionado pela mudança no vídeo ainda não são amplamente
reconhecidos pela população. Apesar de existirem produtos para detectar tais falsificações de forma eficiente e
com um baixo custo computacional, muitas pessoas ainda desenformadas disseminam todo e qualquer tipo de
vídeo sem se importar com sua veracidade ou fonte o que ocasiona uma disseminação desencadeada de falsas
notícias que são rapidamente espalhadas em questão de segundos na internet.

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“Deepfake” como ferramenta de manipulação e disseminação de “fakenews” em
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Notas al final
i Aplicativo que tem como principal função a possibilidade de modificar as suas fotos, mais precisamente os sel-
fies, transformando seu rosto em uma versão completamente inusitada.
ii Tecnologia que estabelecer a identidade de um indivíduo com base em um ou mais características fisiológicas
ou comportamentais, tais como rostos, impressões digitais, íris e até vozes.
iii Aplicativo desenvolvido para smartphones utiliza inteligência artificial para transformar a foto do usuário, com
filtros que permitem simular alterações em sua aparência física.
iv Ferramenta que utiliza aprendizado profundo para reconhecer e trocar faces em fotos e vídeos com base no
código original do deepfakes.
v É uma expressão bastante comum entre os usuários das redes sociais, na internet. Consiste de uma pala-
vra-chave antecedida pelo símbolo #.

No 79 (2020) • http://biblios.pitt.edu/ • DOI 10.5195/biblios.2020.864 71


“Deepfake” as a tool for manipulating and disseminating “fakenews” in video format
on social networks

Dados dos autores


Cristiane Pantoja De Moraes
Possui graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura Plena) pela Universidade Vale do Acaraú (2008); Possui
experiência na área de zoologia e educação ambiental com ênfase em moluscos Achatina fulica Caracol Gigante
Africano aplicados a projetos de políticas públicas em escola na área metropolitana de Belém, PA. Fui estagiária
no laboratório de Ornitologia e Bioacústica da Universidade Federal do Pará. Tem experiência em morfofisiologia
do sistema visual em (Dasyprocta aguti) pelo laboratório de neurobiologia da Universidade Federal do Pará. Atual-
mente é discente do curso de Bacharelado em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Pará(UFPA). Dis-
cente cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) a distância em Gestão de Documentos e Informação
pela Faculdade Unyleya.
crikapj@gmail.com

Received: 2020-01-16
Accepted: 2020-11-29

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