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2024

As Obras de Misericórdia Corporais:


Dar de comer a quem tem fome
Dar de beber a quem tem sede
Acolher o peregrino
Vestir o nu
Assistir os enfermos
Visitar os presos
Enterrar os mortos

Cada uma das obras de misericórdia corporais é remédio para uma


lacuna do próximo. Com efeito, no corpo, o ser humano pode
experimentar a falta de recursos que são constantemente necessários.
1ª – Dar de comer a quem tem fome
Nós rezamos na oração do Pai Nosso: “ o pão nosso de cada dia nos dai
hoje” ( Mt 6,11). O pão tem diversos significados simbólicos: o maná,
que é definido como trigo do céu (Sl78,24); é visto como símbolo da
Palavra de Deus (Dt8,3; Is55,2.6.11).
Por outro lado a fome é característica dos pobres, dos que Jesus proclama
bem aventurados, já que anseiam por justiça. Além disso, ressoa aqui a
resposta de Jesus á primeira tentação de que “nem só de pão vive o
homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”(Mt4,4: Lc4,4).
São Tiago nos diz: “ meus irmãos, se alguém diz que tem fé, mas não tem
obras, que adianta isso? Será que a fé o poderá salvar? Por exemplo: um
irmão ou uma irmã não têm o que vestir e falta-lhes o pão de cada dia.
Então se alguém de vós lhe disser:” Ide em paz, aquecei-vos e comei
bastante” e, no entanto, não lhe der o necessário para o corpo, que adianta
isso? Assim também é a fé: sem as obras, está completamente
morta”(Tg2,14-17).
No evangelho de São João, entendemos que Jesus é o verdadeiro pão
descido do céu, que ele é o pão da vida.
2ª – Dar de beber a quem tem sede
A água contém na Bíblia um significado simbólico. Assim, a água que
brotou da rocha do deserto significa o dom que Deus deu ao povo
escolhido (Ex17,1-7; Nm20,1-13). Simboliza o próprio Deus na oração
do Sl42,2: “Como a corsa suspira pelas águas correntes, assim minha
alma anseia por ti, ó meu Deus”.
É importante o simbolismo da água que encontra o seu pleno significado
no batismo cristão. Com efeito, assim como a água purifica, o batismo
espiritualmente purifica a consciência diante de Deus, mediante a
ressurreição de Jesus Cristo (1Pd 3,21).
Através do encontro de Jesus com a Samaritana (Jo 4,5-42), façamos uma
breve reflexão: Hoje são muitos os poços que se oferecem á sede do
homem, porém convém fazer discernimento para evitar águas
contaminadas. È urgente orientar bem a busca, para não se cair em
desilusões que possam ser ruinosas. Como Jesus no poço de Sicar,
também nós devemos nos sentar junto aos homens e mulheres do nosso
tempo, para tornar presente o Senhor nas suas vidas, de modo que possam
encontra-lo, porque só o seu Espírito é a água que dá vida verdadeira e
eterna.
As pessoas passarão do acolhimento do testemunho para a experiência
pessoal do encontro com Jesus Cristo: “ Já não acreditamos porque tu no-
lo disseste, mas porque ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o
salvador do mundo”(Jo4,42).
3ª – Acolher o peregrino
“ O imigrante será para vós um concidadão: amá-lo-ás como a ti mesmo
porque fostes imigrantes na terra do Egito” (19,34; At7,6). O peregrino
tem necessidade de ser acolhido e tratado com amor, em nome de Deus
que ama a todos sem distinção. Deverá ser defendido nas grandes
dificuldades e não deveremos hesitar em incomodar os amigos se
faltarem os meios para ajudar um peregrino que aparece sem esperarmos
( cf. Lc11,5s).
4ª – Vestir o nu
São Martinho de Tours (316- 397) ,nos deu um grande exemplo de
cuidado com o próximo, quando no inverno de 337 encontrou perto da
porta da cidade um homem que tremia de frio e lhe deu metade da sua
capa, porque a outra metade pertencia ao exército romano ao qual ele
servia. Na noite seguinte, Cristo apareceu-lhe vestido com a metade da
capa dada para lhe agradecer o seu gesto.
Na Bíblia a nudez é negativa, tanto como fruto do pecado(Gn3,7) como
condição própria de um escravo que é vendido(Gn37,23). Ela propõe
uma atitude de compaixão para com a nudez: em Tobias 4,16 “reparte as
tuas roupas com quem está nu” e louva quem veste quem está sem roupa
(Ez 18,16).

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Bibliografia:
As Obras de Misericórdia Espirituais e Corporais – Paulus e Paulinas-
Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização

Santo Antônio de Pádua 17 de Fevereiro de 2024.

Pe. Gilmar dos Prazeres Silva


Pároco

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