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Você tem boca de luar, disse o rapaz para a namorada, e a namorada riu,
perguntou ao rapaz que espécie de boca é essa, o rapaz respondeu que é
uma boca toda enluarada, de dentes muito alvos e leitosos, entende? Ela não
entendeu bem e tornou a perguntar, desta vez que lua correspondia à sua
boca, se era crescente, minguante, cheia ou nova. Ao que o rapaz disse que
minguante não podia ser, nem crescente, nem nova só podia ser lua cheia,
uai. Aí a moça disse que mineiro tem cada uma, onde é que se viu boca de
lua cheia, até parece boca cheia de lua, uma bobice. O rapaz não gostou de
ser chamada de bobice a sua invenção, exclamou meio espinhado que boca
de luar, mesmo sendo de luar de lua cheia, é completamente diferente –
insistiu: com-ple-ta-men-te – de boca cheia de lua; é uma imagem poética[...]
O Homem Nu (Fragmento)
Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o
sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe
dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica
quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.
Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um
banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu
fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o
pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e
para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado
pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não
poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta
atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
A nuvem
3. É correto afirmar que, a partir da crítica que o amigo lhe dirige, o narrador
cronista
a) reflete sobre a obrigação de escrever sobre assuntos exigidos pelo público.
b) reflete sobre a oposição entre literatura e realidade.
c) reflete sobre diversos aspectos da realidade e sua representação na
literatura.
d) defende a posição de que a literatura não deve ocupar-se com problemas
sociais.
4. Em "E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho
Braga", o narrador
a) chama a atenção dos leitores para a beleza do estilo que empregou.
b) revela ter consciência de que cometeu excessos com a linguagem
metafórica.
c) exalta o estilo por ele conquistado e convida-se a reverenciá-lo.
d) percebe que, por estar velho, seu estilo também envelheceu.
Leia a CRÔNICA:
Segundo ele, se o prefeito não cedesse um espaço, ele teria que parar com a safra e
demitir duzentos trabalhadores rurais.
Algumas pessoas estão revoltadas com a atitude do prefeito, mas outras consideram que
ele está certo.
Os que são contra dizem que o prefeito agiu com intenções políticas, porque é candidato à
reeleição; dizem ainda que a medida atrapalhou o trânsito; que a população não foi avisada
com antecedência e que essa atitude abre precedentes para outros produtores solicitarem o
mesmo benefício, caso fiquem em dificuldades.
Os que são favoráveis dizem que a medida impediu a demissão dos trabalhadores, que a
avenida é larga o sufi ciente para ser usada em mão dupla e que será utilizada por pouco
tempo, aproximadamente trinta dias.
Eu penso que com a pista interditada havia possibilidade de acontecer acidentes, visto que
a interdição da avenida não foi mesmo comunicada com antecedência à população. Esta
avenida é uma das mais movimentadas de minha cidade, pois dá acesso ao distrito
industrial, à usina de açúcar e álcool e à rodovia estadual próxima, portanto não deveria
estar sendo usada dessa forma.
Penso ainda que o fazendeiro deveria ter construído outros terreiros para secar café ou
tentar encontrar outra solução sem incomodar os cidadãos, pois acredito que dinheiro não é
problema para ele, já que como foi publicado no jornal da cidade o cafeicultor é o maior
produtor da região.
Apesar de algumas pessoas garantirem que o decreto do prefeito é legal, porque está
previsto na lei orgânica do município em seu artigo 94, o promotor de justiça afirmou que “a
medida é juridicamente discutível”.
Portanto, sou contra a colocação do café na avenida porque privilegia alguns em detrimento
de outros, abre precedentes e atrapalha o trânsito da cidade.
Disponível em: .Acesso em: 12 nov. 2020.
Angélica Larissa Ferreira, aluna da professora Maria Ângela Tidei,
da E. E. Professora Laura Rebouças de Abreu,
9. Quais são os argumentos das pessoas que são contra a atitude do prefeito?
As pessoas contra a atitude do prefeito argumentaram que ele agiu por interesses políticos
devido à reeleição, que a medida atrapalhou o trânsito, que a população não foi avisada
antecipadamente e que isso poderia abrir precedentes para outros produtores.
10. Qual é o argumento utilizado por algumas pessoas para afirmar que o decreto do
prefeito é legal?
Algumas pessoas alegam que o decreto do prefeito é legal porque está previsto na lei
orgânica do município, mais especificamente no artigo 94.
O autor é contra a colocação do café na avenida, argumentando que isso favorece alguns
em detrimento de outros, abre precedente e causa transtornos ao trânsito na cidade.