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Tipos de Oração

SÉRIE ESCOLA DE OR AÇ ÃO

Valnice Milhomens
Tipos de Oração
SÉRIE ESCOLA DE OR AÇ ÃO
Copyright © 2020 - Valnice Milhomens

Todos os direitos reservados. Este livro é protegido sob as leis de direitos


autorais. Ele não pode ser copiado ou reproduzido para fins comerciais ou
lucro. O uso de citações curtas, literais ou ocasional para estudo pessoal ou
em grupo, é permitido e incentivado. Permissão será concedida mediante
pedido. As citações bíblicas são provenientes da Versão Revisada da
Tradução de João Ferreira de Almeida, edição revista e atualizada da
Sociedade Bíblica do Brasil e versão revisada da JUERP (Imprensa Bíblica
Brasileira, exceto quando indicada outra fonte. As citações marcadas
(AMP) são tomadas a partir da Bíblia Amplified ® Bible, Copyright © by
Zondervan Bible Publishers..

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Coelho, Valnice Milhomens. São Paulo: Palavra da Fé Produções, 1993.
Tipos de Oração, Valnice Milhomens Coelho - 212 p. - (Escola de Oração,
v.2).
1. Oração - Tipos. 2. Louvor e Adoração. I. Título CDD - 248.143

7ª Edição

Reimpressão 2020 Revisado por:


Neide Pereira Paes

Diagramação e Capa Eneide B. Santiago


Foto da Autora Thalita Lima

Produzido e impresso por Palavra da Fé Produções Ltda


www.palavradafe.com.br
sac@palavradafe.com.br

Dedico este livro, com muito amor e apreço, à maravilhosa família Palavra
da Fé, reconhecendo o amor e consagração de cada um a Deus e a
fidelidade com que labuta ombro a ombro com a autora, sustentando-a em
perseverante oração em tudo quanto faz no Reino. Sem suas orações e
serviço de amor, seria impossível realizar a obra que Deus nos confiou.
Índice
Prefácio da Primeira Edição 09 Introdução 13

I PARTE Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
A Harmonia com as Leis do Reino 19 Resenha dos Tipos de Oração 31
Oração de Ações de Graça 41 Oração de louvor 57 Oração de Adoração 73
Oração de Petição 103 Oração de Consagração 133 Oração de Entrega 147
Oração de Intercessão 161

II PARTE
Capítulo 10 Formas de Oração 169
Privada 169
Concordância 171
Coletiva 175
III PARTE
Capítulo 11 Recurso da Oração 181 Orando a Palavra 181 Orando no
Espírito 184 Capítulo 12 Armas de Oração 191 Ligar e Desligar 192 O
Nome de Jesus 193 A Palavra de Deus 196 O Sangue de Jesus 199
Apêndice 1201 Apêndice 2205
Prefácio
Um dos primeiros assuntos com os quais um crente entra em contacto é a
oração. Através dela ele se comunica com Deus e começa o caminhar da
vida cristã. Ele aprende que Deus responde as orações e espera que isso
aconteça. Ocorre, porém, que muitas vezes vem a frustração porque sua
experiência não corresponde ao ensino. Onde estará o erro?

Sabemos que não há dificuldades em Deus. Suas promessas são fiéis e


verdadeiras. Acontece que o desconhecimento dos princípios que regem a
vida de oração, pode estar na causa do fracasso e das orações não
respondidas. A solução, portanto, é descobrir esses princípios e orar de
acordo com eles, para que a vitória se transforme na experiência do dia a
dia.

Este é o segundo livro da série Escola de Oração, que estamos


apresentando. Nosso objetivo é treinar um verdadeiro exército na vida de
oração, até que nosso País inteiro se transforme num santuário.

Tipos de Oração
Todos os livros desta série visam, em particular, os Guerreiros de Oração.

Quando Deus nos enviou de volta ao Brasil, a primeira ordem dada no local
de jejum e oração, foi para treinar intercessores. Temos ministrado sobre o
assunto, mas agora escrevemos os manuais de treinamento, crendo numa
resposta de milhares.

Quando a igreja aprender a orar, Satanás terá que sair do caminho. A


solução dos problemas do Brasil será gerada por esse exército de
intercessores, dessa Igreja em armas. Mas cada um precisa aprender como
encontrar vitória pessoal, antes que se torne um intercessor bem sucedido.
Daí porque começamos com Comunhão e Princípios de Fé e agora
lançamos Tipos de Oração, esperando depois oferecer outros títulos
complementares: Orando a Palavra, Intercessão, Batalha Espiritual e Jejum
e Oração.
Enquanto estudamos sobre oração, estamos antevendo algo que há de
acontecer em nosso País, que abalará suas estruturas. Você já pensou o que
será o Brasil transformado num santuário? Um Pais onde o incenso do
louvor e da adoração subirá constantemente a Deus, onde cada lar será um
núcleo de oração? Tudo começará por você e por nós, numa cadeia que irá
crescendo até que a visão se transforme numa realidade.

Nada absolutamente nada, acontece na terra sem que seja resultado de


oração, e não existe maneira de nos aproximarmos de Deus, de entrarmos
no Reino do espírito e trazermos as bênçãos espirituais para a realidade
material, sem ser através da oração. Então convém investir no
desenvolvimento da arte de orar.

Estamos orando para que Deus use estes estudos transmitidos pela
televisão, fita-cassete, vídeo e página impressa.
Prefácio

Nós cremos no mover do Espírito de Deus em toda a terra, e queremos


convidá-lo a responder ao desafio de oração por todo o País e as nações do
planeta. Que tal construirmos paredes de oração em volta de cada vila, cada
aldeia, cada município, cada cidade, cada estado, do País inteiro, cobrindo
esta nação com as nossas orações?

Todavia, antes que isso se faça, antes que alguém se torne um intercessor
efetivo, precisa saber como resolver seus próprios problemas. Antes que
alguém se torne um guerreiro, que entre em tremendas batalhas contra
principados, potestades e domínios do mal, para afetar cidades inteiras,
vilas, estados e nações, é preciso conhecer a Deus e aprender a descobrir o
segredo de viver com Ele, tendo suas próprias orações respondidas.

Oramos para que o presente estudo seja uma bênção na sua vida.
Certamente não podemos ensinar-lhe a orar. Estamos apenas falando sobre
oração. Cremos, porém, que enquanto você se expõe ao que a Bíblia diz
sobre a matéria e se dispõe a orar, o Espírito Santo, que é o Mestre da
oração, virá em seu auxílio e tornará sua vida com Deus cada vez mais real.

Valnice Milhomens
Introdução
Ao iniciarmos a presente série nos programas de televisão, “A Palavra de
Fé”, lançamos um desafio que agora vai para a página impressa: Precisamos
encontrar uma posição em Deus na qual venhamos a ter as nossas orações
respondidas.

Você gostaria de ver todas as suas orações respondidas? Muitas vezes,


ensinando-se sobre oração, costuma-se dizer que existem três respostas que
Deus dá às nossas petições: “sim”, “não” e “espera”. Mas amado, existe
uma possibilidade de aprendermos a orar de tal maneira que a resposta para
todas as nossas orações seja “sim”. Há uma posição em Deus que nos leva a
orar em linha com o que está em Seu coração e, consequentemente, receber
uma resposta positiva.

Quem vai semear sem planejar colheita? Qual o agricultor que lança a
semente na terra e nada espera de volta? Que pescador vai ao mar sem
planos de trazer as redes cheias? Quem vai ao trabalho e não conta com seu
salário?.Quem leva uma petição ou caso ao tribunal ou a alguma repartição,
sem deferimento?
Mas evidentemente existem leis que governam todas essas coisas, desde o
semear ao relacionamento com os homens e suas instituições. O mesmo
ocorre na vida de oração, e se nós aprendermos a fluir com tais leis e
princípios, teremos a alegria de ver as nossas orações respondidas. Jesus
declarou: “Até agora nada tendes pedido em meu nome; pedi, recebereis,
para que a vossa alegria seja completa” (Jo.16:24).

Olhando para os Evangelhos, não encontramos Jesus fazendo previsão para


o fracasso, mas para a vitória. Deus é maravilhoso, Ele é um bom Deus, tem
prazer no bem estar e prosperidade dos Seus filhos (Sl. 35:27) a quem ama
tanto e deu Jesus para atraí-los de volta para Si, em comunhão de amor!
Ora, “Aquele que não poupou a Seu próprio Filho, antes, por todos nós O
entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?”
(Rm.8:32).
A oração é aquele meio de comunicação que Deus mesmo estabeleceu para
que os homens se relacionem com Ele! No primeiro livro desta série, já
falamos bastante sobre essa comunicação e comunhão de amor. Agora
queremos tratar dos diversos tipos de oração. Coloque isso em seu espírito:
Deus é uma pessoa! O que ocorre quando você cumprimenta alguém com
quem se encontra? Ele responde ao seu “bom dia”, seu aperto de mãos, seu
abraço, sua palavra ou ao seu sorriso? É claro que sim. Por quê, Ele é uma
pessoa e tanto se comunica quanto responde à comunicação de outra
pessoa.

Pois bem, você é uma pessoa e Deus é uma pessoa. Quando você se
relaciona com uma pessoa, você espera uma resposta. Ora, Deus também é
uma pessoa. Quando eu digo “bom dia” Senhor”, espero uma resposta.
Quando sorrio para Ele, ou falo com Ele, espero uma resposta. Quando Lhe
faço uma pergunta, ou consulta, espero que Ele me responda, porque Ele é
uma pessoa, apesar de não ter corpo como o meu e meu espírito estar
limitado dentro de um corpo material.

Ora onde existe um relacionamento entre duas pessoas, há uma


comunicação e uma comunhão. E como gostaríamos de lhe poder transmitir
uma convicção: Oração, mais que tudo, é a comunicação íntima entre duas
pessoas que se amam, Deus e você. É um relacionamento que transcende
palavras.

Muitas vezes a Igreja pensa em oração em termos de fórmulas religiosas,


palavras rebuscadas, maneiras afetadas, ritual vazio, destituído de vida e
calor humano. Uma mera formalidade religiosa. No entanto há um nível de
oração que difere de tudo isso e se torna uma gloriosa aventura de fé.

Quando você se relaciona com as pessoas, existe uma espontaneidade. Por


que não agir assim com Deus? Há muitos que quando se voltam para Deus
parecem ter engolido um cabo de vassoura. Ficam estáticos, imóveis. Mas
Ele é uma pessoas amada, muito querida, razão da vida, que vive em nós,
está conosco, é um conosco, se é que temos provado o novo nascimento.
Portanto, falando de oração, não pensamos em fórmulas, mas em
relacionamento.
Como relacionar-se com o Pai, como ouvir Sua voz? Como se comunicar
com Ele de tal maneira que o Céu desça à terra e você comece a viver na
atmosfera celestial? Quando você nasce de novo se torna cidadão do Reino
e, embora seus olhos físicos não possam ver Deus como você vê seu
vizinho e apertar Sua mão como o faz com a do seu amigo, ou dar-Lhe um
abraço como o faz com seu irmão, há um relacionamento espiritual e você
pode chegar a um estágio de comunhão com Ele tão íntimo, que Ele se
tornará a pessoa mais real que você conhece, até mais do que seu marido ou
mulher, ou irmão ou pai.

Não conheço na terra alguém mais real que o meu Senhor. Quando olho
para os homens vejo corpos e, mesmo conversando, não sei quanto de si
mesmos estão passando, mas com Deus é diferente. Ele é real! Posso ter
uma intimidade constante com Ele, um relacionamento transparente,
sincero e verdadeiro, pois ninguém me conhece como Ele e, no Seu amor e
graça, revela-Se ao meu coração e posso andar com Ele como um filho anda
com seu pai.

Encontrei-me com Jesus no dia 20 de junho de 1963, numa tardinha. Ali


entendi, naquele encontro, que esse Deus passou a ser o meu Senhor, a
viver em mim e cuidar de mim. Eu era apenas uma adolescente de quinze
anos, mas durante essas quase três décadas, vivendo com Ele, nunca tive
uma única necessidade que não fosse satisfeita pelo veículo da oração, pelo
que posso me levantar e dizer: Deus é fiel as Suas promessas e sei e tenho
provado que Ele responde as nossas orações.

Não posso ensinar-lhe a orar, mas vamos estudar sobre oração. O Espírito
Santo, o Mestre, está aí com você e vamos entrar em concordância com Ele,
submetendo-nos à Sua direção e luz, para que o presente estudo seja tão
simples que até uma criança possa entender e entrar em um relacionamento
com o Pai, que resulte em uma vida de oração bem sucedida E minha
súplica a Deus é que você, amado leitor, para quem esta matéria foi
preparada com tanto amor e regada de oração, seja levado a uma nova
dimensão no seu relacionamento com o Pai e tenha a alegria desejada por
Jesus de ver suas orações respondidas.
Mergulhemos na gloriosa aventura da oração, como um modo de viver, até
que este País seja tomado de norte a sul, leste a oeste, por grupos de oração
nos lares, nos templos, nas escolas, nos hospitais, nas fábricas, nos
escritórios, nos parlamentares, enfim, em todos os lares, pois é pela
intercessão que Deus se manifestará em nossa Pátria e mudará o rumo da
História.

CAPÍTULO 1
A Harmonia
Com as Leis do Reino
Tudo é simples na vida de oração, contudo exige alguma coisa, pois
estamos lidando com um Reino, que é espiritual. Todo Reino tem uma
constituição que governa suas leis, princípios e instituições. O mesmo
ocorre no Reino de Deus. Aliás os homens têm apenas seguido padrões
Divinos sobre justiça, apesar de todos os desvios e corrupções. Pois bem, a
Bíblia, Palavra de Deus, é a Constituição do Seu Reino, ao qual
pertencemos por direito de nascimento espiritual em Cristo.

Você tem verificado na vida do nosso próprio País, que todas as leis e
atitudes, até mesmo do Presidente, devem estar de acordo com a
Constituição da República e ela é a base para o julgamento de todas as leis e
atitudes. Até a autoridade maior não pode agir contrária a ela. Existem
instituições que velam pela sua observância. “Toda verdade é paralela”.
Aplicando ao Reino espiritual, diríamos que o segredo das orações respon
didas afirmativamente, é orar de acordo com a Constituição do Reino. Isso
quer dizer que se orarmos de acordo com as cláusulas constitucionais do
Reino, não há como não receber o devido deferimento.

Se as coisas são assim, como cremos que de fato são, colocase diante de nós
um grande desafio: Aprender os princípios e leis que governam o Reino de
Deus; conhecer bem a sua Constituição para agir de acordo com ela e ir a
Deus também de acordo com o que nela está escrito, pois Ele não muda e os
anjos não aceitam suborno.

Jesus, diante do túmulo de Lázaro, levantando os olhos para o Céu, disse:


“Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, Eu sabia que sempre me
ouves...” (Jo.11:41,42). Que maravilha! Este estudo visa exatamente isto:
Levar-nos a uma posição em que possamos dizer como Jesus, nosso padrão
em tudo: “Pai graças te dou porque sempre me escutas”. A convicção do
Salmista é a mesma: “Ó, Tu escutas a oração, a Ti virão todos os homens”
(Sl. 65:2).
A maioria das pessoas não sabe o que é oração. Pensa que é ficar repetindo
coisas decoradas, sem nelas colocar o entendimento e o coração. Outros
acham que orar é choramingar diante de Deus, usando expressões de auto-
compaixão: “Pobre de mim! Sou um coitado! Um sofredor!” Há quem
julgue que oração é ir a Deus com sua listinha do supermercado,
apresentando todas as suas necessidades. Outros afirmam que orar é
simplesmente “falar com Deus”. Acontece que você pode falar com uma
pessoa, sem se envolver com ela. Orar é mais do que tudo isso.

Definições de Oração

Oração não se define, nem se ensina. Só há um meio de conhecê-la e


aprendê-la: Orando. Assim como aprendemos a nadar, nadando,
aprendemos a orar, orando. Quando duas pessoas convivem, o
relacionamento se torna natural. O mesmo ocorre em nossa vivência com
Deus. Mas elaboraremos sobre o assunto, dando algumas definições, numa
tentativa de transmitir a importância do assunto em pauta.

Como vimos no primeiro livro desta série, Comunhão e Princípios de Fé,


oração é um modo de viver. A nossa vida deve ser uma oração. Mas aqui
vão alguns pensamentos sobre esta fascinante matéria:

Oração é uma comunicação entre nosso espírito recriado e o Espírito de


Deus que em nós habita. É a expressão que resulta de um relacionamento
íntimo com o Senhor residente em nosso coração, pelo Seu Espírito.

A oração é a chave para o sucesso em cada área da vida. 100% de oração,


100% de sucesso. É possível orar o tempo todo? Sim. Dia e noite. Durante o
dia você pode, conscientemente, conservar a ligação. Nas horas de sono,
também. Nosso espírito não dorme. O corpo é que dorme. Podemos por a
cabeça no travesseiro orando: “Espírito de Deus, ministra ao meu espírito
nas horas do sono”, e Ele o fará.

Oração é comunhão com Deus. Nossa vida inteira deve ser estabelecida
sobre o fundamento de uma comunhão pessoal, profunda e íntima com
Deus. Uma ligação permanente (I Co.6:17). Oração é um encontro do Pai
celeste com Seu filho, numa comunhão de amor.
Oração é comunicação com um Deus pessoal e digno de confiança. Deus é
uma pessoa! Deus é digno de confiança! Ele é um Deus pessoal que Se
relaciona conosco numa base pessoal. Nossos olhos de carne não O veem,
mas Ele é real e se comunica com Seus filhos.

Oração é comunhão com um Deus residente no cristão. No Velho


Testamento, Deus estava no meio do povo, era pelo povo, mas não estava
no povo. No Novo Testamento, Deus não somente está em nosso meio, é
por nós, mas está em nós, pelo Seu Espírito residente em nosso espírito.

Oração é o primeiro passo para o conhecimento de Jesus. “Todo aquele que


invocar o nome do Senhor, será salvo” (Rm.10:13). O homem vai a Jesus
pela oração, e todo o seu andar com Ele é firmado na oração.

Oração é reconhecer a presença de Deus. É o meio de conhecê-lo


inteiramente e lançar mão de Suas promessas. Não O vemos, mas O
reconhecemos. É ter consciência de Deus. É trazer a alma sobre os joelhos,
é o caminho para o homem entender o plano Divino para sua vida.

Oração transcende palavras. Uma atitude para com Deus, pode ser uma
oração. Um pensamento pode ser uma prece. Um descanso em Deus é uma
forma de oração. O estar na Sua presença, em silêncio, um inclinar-se, uma
lágrima, um suspiro, uma exclamação, um sentimento, tudo pode ser uma
forma de oração.

Você pode desenvolver um relacionamento tão íntimo com o Pai, que onde
você vai, a consciência de Sua presença não se aparta de você. Na rua, na
fábrica, na escola, em casa, num transporte, numa loja, na feira, em
qualquer lugar a consciência de que Ele está presente lhe acompanhará e
você, embora vivendo na terra, estará em comunhão com o Céu.

Há diversos Tipos de Oração

Já está claro que oração é um modo de viver; que a vida pode ser uma
oração; o dia pode abrigar uma única oração consciente, que se inicia ao
despertar e termina ao adormecer, mas o relacionamento com Deus, como
um modo de viver, tem várias facetas. Dissemos existirem leis e princípios
que governam a vida de oração. Então voltemo-nos para a Palavra e
examinaremos a matéria.
Paulo declara em Efésios 6:18:

“Com toda a oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito, e para


isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”
(Ef.6:18).

“Com orações e súplicas de toda a sorte, orai em todo o tempo, no Espírito,


e para isso vigiais com toda perseverança e súplica por todos os santos”
(Bíblia de Jerusalém).

“Orai sempre com toda a espécie de orações espirituais, e não esquecendo


em vossas orações todos os irmãos e irmãs”. (J.B. Philips).

“Use cada tipo de oração e súplica” (Goodspeed).


“Pela instrumentalidade de cada oração e súplica” (Wuest)

“Orai em todo o tempo (em cada ocasião, em cada época) no

Espírito, (com toda a maneira de ) oração e súplica” (Amplifi cada).

Lendo o texto acima chegamos a uma conclusão: Apesar de todo o nosso


relacionamento com Deus ser definido numa palavra, oração, há diversos
tipos de oração. E é aqui onde nossa ignorância é grande, o que explica a
falta de resposta para a maioria das orações. Essa é uma arte da qual muito
se fala e pouco se conhece. Todavia, para que a oração seja respondida,
deve ser feita de acordo com os princípios estabelecidos na Palavra de
Deus.

Quando você vai semear, planta sementes. Toda semeadura é feita com
sementes, mas existem vários tipos de semente e cada uma delas produz de
acordo com sua espécie, seu tipo. Se alguém quer arroz, planta sementes de
arroz. Se quer milhos, planta sementes de milho. Se alguém quer laranjas e
plantar sementes de abacate, nunca chegará lá.

Olhemos para outra ilustração: Você entra em uma farmácia. O que


encontra? Medicamentos. Para que servem? Para curar enfermidades. Mas
há diferentes tipos de medicamentos, para diferentes tipos de enfermidades.
Só se alcança resultado positivo, quando se usa o medicamento específico
para a doença específica, pois cada um tem certos tipos de propriedades
destinadas a debelarem um certo tipo de mal. Cada tipo de remédio foi
preparado para sarar um tipo específico de enfermidade. Seria uma loucura
alguém dizer: “Qualquer remédio serve para qualquer doença”. Se alguém
está com hepatite e toma iodo, é fatal.

O Brasil é conhecido pelo seu futebol. É um País que gosta de esporte. Há


muitas modalidades de esporte, mas cada uma segue regras estabelecidas.
Suponhamos que em uma das copas mundiais, os jogadores brasileiros
decidissem usar as regras de voleibol no jogo de futebol. O que
aconteceria? Uma terrível bagunça! Uma verdadeira confusão!

Pois bem, há muita desordem na vida de oração, porque as pessoas ainda


não entenderam que existem diversos tipos de oração com princípios
distintos e resultados específicos. Se, por exemplo, você precisa de
alimento, fará uma oração que obedece a princípios que diferem daquela
que faria por um filho que está perdido, ou daquela que busca conhecer a
direção de Deus para uma decisão na vida. Se você quer expressar gratidão
a Deus por uma bênção, será diferente do modo de agir em se tratando da
expulsão de um demônio. Você ora por uma necessidade pessoal seguindo
princípios diferentes daqueles que obedecem a intercessão por uma outras
pessoas, e assim por diante.

O Desafio do Aprendizado da Oração

Como oração é comunicação com Deus, nunca saberemos tudo e cada dia
seremos chamados a crescer no conhecimento dessa arte. Desde que me
encontrei com Cristo, no dia 20 de junho de 1963, dediquei-me à oração.
Umas das preocupações, logo no início da vida cristã, era manter a vida
devocional. Durante os seis anos de seminário esforcei-me para sempre ter
a vida de oração como prioridade. No trabalho da Igreja e, mais tarde, em
África, no campo missionário, mantinha a ênfase na importância de uma
vida aos pés do Mestre. Mas a fome de Deus tem sido algo crescente e
insaciável em meu coração. Isso me lança numa busca constante de Deus e
da Palavra para aprender os segredos da vida com Ele.
Em 1980, em Moçambique, adoeci mortalmente. Fui curada enquanto
voava da cidade da Beira para Maputo, a caminho da África do Sul, em
busca de socorro médico. No ano seguinte, no dia do meu aniversário,
olhando para trás fiz um balanço da minha vida. Estava em crise. Era a
única missionária evangélica num País comunista e em guerra, fome e
miséria. Cada pessoa que levava para o hospital morria na mesma semana.
Não posso esquecer o dia em que estava novamente no necrotério, dando
banho no cadáver enregelado de uma criança que, de tão raquítica, cabia na
palma da minha mão. Um mês atrás estivera ali dando banho no cadáver de
sua mãe, preparando-o para a sepultura. Meu coração gemeu: “Ó Deus,
onde está o teu poder? Sinto-me tão impotente nesta África assolada por
tantos males!”.

Naquele dia de aniversário chorei muito diante de Deus. Clamei: “Quero


conhecer-Te como não Te conheço agora. Revoluciona a minha vida e o
meu ministério”.

Voltei-me para a Bíblia e para a oração, mais do que nunca, Fizera um voto:
“Gastarei mais tempo contigo”. O Novo Ano chegara e, com ele, desafios
de conhecer a Deus. Resolvera ler o Velho Testamento durante aquele ano
duas vezes e o Novo doze, o que fiz, tudo regado com muita oração,
especialmente nas madrugadas.

Passei por toda a Bíblia marcando e colorindo assuntos. Todos os princípios


numa cor, as promessas em outra, os mandamentos em outra, as orações em
outra, as expressões de louvor e adoração em outra e assim por diante.
Marquei no Livro dos Salmos e em toda a Bíblia as expressões que falam
dos atributos de Deus, minha resposta a Ele e tudo o que Ele faz. Usava,
então, os versículos coloridos como fonte de orações de louvor e adoração.
Ao mesmo tempo comecei a treinar os alunos do Instituto Teológico, do
qual era Diretora, em orações de louvor e adoração. Mas quantas vezes o
vocabulário se esgotava e meu coração queria ir além! Que fome de Deus!

Foi um ano das mais revolucionárias mudanças em minha vida. O Senhor


estava me ensinando os princípios que governam os diversos tipos de
oração. Certo Sábado estivera visitando os membros da Igreja e examinei os
olhos de uma senhora com conjuntivite. No Sábado acordei de madrugada
sem poder abrir os meus. Estava com conjuntivite. Os olhos pareciam duas
bolas. Como a situação médica do País era difícil, havia estudado como
aplicar tratamentos naturais. Portanto, fui à cozinha e preparei o tratamento
indicado: cataplasma de cenoura ralada com argila. Deitei-me com a tal
venda nos olhos e liguei o gravador no Evangelho de Mateus.

Às 6:00hs, removi o cataplasma, mas não havia alteração, pois o processo


natural é lento. Continuei a leitura. O versículo 21 do capítulo 21 entrou
como flecha em meu pensamento. “Se tiverdes fé...” Pulei da cama e disse:
“Senhor Jesus, impõe tuas mãos sobre os meus olhos agora mesmo. Eu
creio!” Comecei a louvá-lO. Sabia, que sabia, que estava curada. E estava.

Fui para a Igreja naquela manhã, bastante eufórica! Um jovem logo me


abordou: “Irmã, um colega, discutindo comigo sobre a existência de Deus,
disse-me: “Dê-me uma prova de que Jesus está vivo”. Respondi: “Tenho
uma fresquinha. Às 6:00 da manhã de hoje pedi-lhe que impusesse as mãos
sobre meus olhos com conjuntivite e me curasse. Olhe para eles.
Completamente limpos!” Aprendia a apropriar-me das promessas.

Cerca de dois meses mais tarde, minha empregada adoeceu. No terceiro dia
da sua ausência, estava orando em meu escritório, com o rosto em terra:
“Senhor, preciso da minha empregada”. A voz suave do Espírito veio ao
meu coração e me assustou: “Levanta-te, vai lá e unge-a com óleo em nome
do Senhor”. Levantei a cabeça rápido como uma bala, abri os olhos, ainda
sobre os joelhos, de braços cruzados, e bradei: “O quê?” A palavra veio a
segunda vez. Repliquei: “Mas eu nunca fiz isso! Nem sei como se faz!”

Mas obedeci. Tomei um vidrinho e coloquei óleo nele e entrei no carro,


tremendo. Isso não fazia parte dos hábitos da Igreja a que pertencia, nem
seria por ela aprovado.

Encontrei a empregada com febre, dores na coluna, deitada numa esteira.


Pela primeira vez em minha vida, impus as mãos sobre um enfermo, após
ungi-lo, e gritei: “Coluna, sê sarada, em nome de Jesus!” Cura instantânea!
Fiquei abismada! Mas a fé se levantou. Era um novo passo na vida de
oração.

Fazia três anos que orávamos por um lugar para a construção de uma casa
para uma das congregações. Construção bem simples. Ela se reunia numa
escola, mas o governo comunista havia proibido e agora os cultos eram
feitos no fundo de um quintal. Estávamos reunidos e abri a boca para orar
mais uma vez. No meio da oração fui subitamente interrompida por uma
forte impressão de que Deus não era o problema e mudei a forma de orar,
dizendo: “Satanás, Deus quer que tenhamos um terreno; não é Ele quem o
está segurando; és tu. Eu te ordeno: tira tua mão do lugar e solta nosso
terreno, em nome de Jesus! Solta-o agora!” Era um Domingo à tarde. Na
quinta-feira voltei àquela vila e fui informada de que haviam surgido dois
terrenos. E o mais curioso é que um deles pertencia a uma irmã que estava
orando conosco todo aquele tempo. Aprendi mais um princípio na vida de
oração.

Não demorou muito e eu estava em meu escritório estudando sobre orar em


línguas. Era o segundo dia consecutivo. Não tinha ouvido ninguém orar
assim, mas meu coração ansiava fazê-lo. De repente, enquanto estudava e
analisava textos em várias traduções da Bíblia, bem longe de uma
experiência emocional, meu espírito explodiu, para minha surpresa, em
orações e cânticos em outras línguas não aprendidas com minha mente.
Começava ali um fluxo ininterrupto de orações no Espírito. Um tremendo
recurso para a vida de oração e adoração a Deus. Era mais um passo.

Em meio a experiências como essas, alguém me enviou uma série de fitas


cassete de Kenneth Hagin, contendo um Seminário sobre Oração. Ali ele
falava sobre diversos tipos de oração. Comi as fitas e ouvia-as várias vezes.
Como ministraram ao meu espírito! Confirmavam o que vinha descobrindo
sobre princípios que governam diferentes tipos de oração., acelerando
outras conclusões. Até hoje não deixei de estudar e ensinar sobre o assunto.
Não há limite no conhecimento das coisas de Deus. Considero
indispensável o discernimento das diversas necessidades e dos princípios
que governam os diferentes tipos de oração, para que haja uma resposta
adequada. Sempre que assimilamos os princípios do Reino de Deus, tão
claramente expressos na Bíblia, iluminados pelo Espírito, teremos
condições de tudo fazer em perfeita harmonia com ele e, consequentemente
usufruir de todas as bênçãos que Ele nos reserva.

CAPÍTULO 2
Resenha dos
Tipos de Oração
Oração é algo sério, específico, objetivo, e segue as regras e princípios da
Palavra de Deus. É a tentativa de orar em desarmonia com eles que resulta
em uma experiência frustrante de não ver as orações e súplicas respondidas.

O assunto sobre oração é bastante vasto na Bíblia, pois implica em toda a


vivência cristã. Contudo buscaremos encontrar uma visão panorâmica da
matéria, com o fim de conhecer as principais diretrizes.

Vamos aqui apresentar, em forma de esboço, antes de descermos às


particularidades, um resumo dos diversos tipos, formas, recursos e armas de
oração, a fim de facilitar o aprendizado.
Assimile-os bem e isso facilitará a análise de cada necessidade de oração
surgida, a fim de que você possa ir a Deus de acordo com os princípios que
Ele estabeleceu.

I – Tipos e Níveis de Oração “Ó Tu que escutas a oração, a Ti virão todos


os homens, pois a oração dos retos é o Seu contentamento!” (Sl. 65:2;Pv.
15:8b).

Poderíamos classificar as orações em três níveis: Deus, Nós e os Outros.


Dentro dos três níveis, temos sete tipos de oração: Três no nível de Deus,
três no nível pessoal e um no nível do outro. Vamos esboçá-los:

A. Deus como centro das nossas orações.

Há certas orações que são dirigidas a Deus, por causa de Deus mesmo, o
que Ele é, o que Ele faz e o que tem feito por nós. Outra coisa não busco,
senão apresentar-Lhe minha gratidão, louvor e adoração. O motivo do meu
relacionamento, da minha oração, não sou eu, nem uma necessidade minha,
não é o outro ou sua necessidade, mas é Deus. Quero me concentrar nEle.
Dentro desse nível, temos três tipos de oração: ações de graça, louvor e
adoração.

1. Ações de graça

É a expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que Ele nos


tem feito. Estamos encantados com suas dádivas que nos beneficiam.
Basicamente é a oração que expressa gratidão a Deus pelas bênçãos que Ele
tem derramado sobre nós.

2. Louvor

A oração de louvor é um passo além das ações de graça. São expressões de


louvor e exaltação a Deus, não necessariamente pelo que Ele me faz, mas
pelo que Ele faz como um todo pelos outros ou no universo, Sua criação,
Seus poderosos feitos. O louvor, portanto, se concentra nas obras de Deus.
Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa
atitude de exaltação e glorificação ao Seu Nome, que é digno de ser
louvado.

3. Adoração

O tipo que exalta a Deus pelo que Ele é. Concentra-se no caráter de Deus,
nos Seus atributos, na Sua Pessoa. É a entrada no Santo dos Santos, para
responder ao amor de Deus. Ali nada fala do homem, mas de Deus. É o
reconhecimento do que Deus é. É a resposta do nosso amor ao amor Divino.

O Salmo 100 apresenta os três tipos de oração no nível de Deus: “Celebrei


com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria,
apresentai-vos diante dEle com cântico. Sabei que o Senhor é Deus... Entrai
por suas portas com ações de graça, (ações de graça) e nos seus átrios com
hinos de louvor; (louvor) rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome”. Porque
o Senhor é bom, a Sua misericórdia dura para sempre” (adoração) (Sl.
100:1,2,4).

O Salmo 95 também apresenta essa progressão. “Vinde, cantemos ao


Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação. Saiamos ao
seu encontro, com ações de graça (ações de graça), vitoriemo-lo com
Salmos (Louvor). Porque o Senhor é o Deus supremo, e o grande rei acima
de todos os deuses...”(Sl.95:1-3). Lendo o restante do Salmo, vemos que
prossegue na adoração, ressaltando os atributos de Deus.

Começo agradecendo, passo para o louvor e termino amando a Deus,


adorando a Deus. E adoração é a forma mais elevada de oração. No Velho
Testamento só o Sumo Sacerdote podia chegar ao lugar da adoração, o
Santo dos Santos. Mas glória a Deus que hoje não é assim. Todos nós temos
acesso àquele lugar onde só Deus e nós nos encontramos, o lugar de
plenitude.

Esse nível de Deus é o que deve dominar a nossa vida. Quando falamos de
orar como um mode de viver, referimo-nos a esse nóvel o tempo todo com
uma atitude de gratidão, de louvor e adoração. É um relacionamento. Logo
ao despertar, você vai agradecendo a Deus o sono, a cama, a casa, a água, o
alimento, tudo. Nada de reclamação, de murmuração, mas de exaltação. Já
se levanta dizendo: “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e
alegremo-nos nele. (Sl. 118:24)”.

Esses três tipos de oração pode fazer o tempo todo.


B. Nós mesmos como o centro das nossas orações

Aqui vou a Deus por causa de uma necessidade pessoal. Existe alguma
circunstância em minha vida precisando ser alterada, alguma decisão a
tomar ou algum fardo sobre meus ombros. Embora falando com Deus, o
foco da atenção é a satisfação de necessidades pessoais. Busco uma
resposta para a alteração de alguma circunstância em minha vida que está
fora dos padrões de Deus para mim. Nesse nível temos também três tipos de
oração: Petição, Entrega e Consagração.

1. Petição ou Súplica

É “um pedido formal a um poder maior”. É a apresentação a Deus de um


pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma
promessa de Deus. Nesse tipo de oração, já tenho o conhecimento de qual é
a vontade de Deus, pelo que o pedido será feito em fé, com certeza da
resposta, antes mesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11:24:
“Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que
recebestes, e será assim convosco”.

2. Consagração ou Dedicação

É uma atitude de submissão à vontade de Deus. Essa oração é para as


ocasiões em que a vontade de Deus é desconhecida. Há uma circunstância
em que preciso de direção; não sei o plano de Deus para aquele assunto, em
particular. Aqui exige espera, consagração e inteira disposição de conhecer
e seguir a vontade do Pai. É mais uma atitude de rendição, busca e
submissão, com o propósito de obediência quando a direção vier.

3. Entrega

É a transferência de um cuidado ou inquietação da minha alma, para Deus.


Há uma circunstância em que os cuidados, problemas e inquietações da
vida me batem à porta, então assumo uma atitude de transferência destes
para Quem tem condições de carregá-los: meu Deus. Esta é a oração em
que lanço os fardos sobre o Senhor, com um conseqüente descanso.

C. Os outros como centro das nossas orações Intercessão

Aqui vou à Deus como sacerdote, como intercessor, levando a necessidade


de outra pessoa. Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua
causa como se fosse própria. O motivo primeiro deste tipo de oração é ver
circunstâncias alteradas na vida de outrem. Exige bem mais do que os
outros tipos e merecerá um estudo à parte.

II – Formas de Oração Há três formas pelas quais você pode apresentar


todos os tipos de oração: Privada, concordância e coletiva.
A. Oração privada (a sós)

“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a
teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará”
(Mt. 6:6). Aqui fala do relacionamento pessoal. Não indica necessariamente
que sempre que se ora deva-se estar só, fisicamente, pois alguém pode se
isolar com o Pai no meio da multidão, tendo o coração totalmente voltado
para Deus, e pode estar no meio da multidão, mesmo estando sozinho.
B. Oração de concordância (dois ou três)

“Em verdade vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a
respeito de qualquer cousa que porventura pedirem, ser-lhes-á concedida
por meu Pai que está nos Céus. Porque onde estiverem dois os três reunidos
em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt. 18:19,20).

A oração de concordância é aquela quando duas pessoas, de comum acordo,


na mesma fé e no mesmo pensamento, apresentam uma questão a Deus,
dentro da Sua vontade.

C. Oração coletiva (o grupo)


“Ouvindo isto, unânimes levantaram a voz a Deus e disseram...” (At. 4:24)

A oração coletiva é a de concordância multiplicada. É quando um grupo se


une, no mesmo parecer, e apresentam juntos a sua petição. Há um poder
tremendo neste tipo de oração. Qualquer dos sete tipos de oração pode ser
apresentado usando uma dessas formas.

III – Recursos da Oração

Há dois tremendos recursos na oração: O Espírito Santo e a Palavra de


Deus. Os dois sempre caminham juntos. A Palavra é a semente e o Espírito
libera a vida que nela está.

A. Orando a Palavra (respaldando a oração com o que está escrito).


Toda oração, para que alcance seu efeito, tem que ser respaldada pela
Palavra. Quem ora a palavra, já começa com a resposta. Quando uma
petição é apresentada invocando as cláusulas da Constituição, não há outra
alternativa, senão a resposta. O advogado de acusação não tem chance de
condenar, se você estiver dentro da Lei. Igualmente o Diabo não tem
condições de roubar as suas bênçãos, se você apresenta suas orações de
acordo com a Palavra. Logo, a Palavra é uma tremenda arma de oração e
um recurso efetivo.

B. Orando no Espírito (oração em línguas).


O Espírito conhece a vontade de Deus, e é Ele quem nos dá consciência da
Sua presença. Nem sempre sabemos orar como convém, todavia o Espírito
conhece todas as coisas, portanto, se oramos movidos pelo Espírito, oramos
bem.

Existem aqui dois aspectos: Um é aquela dependência do Espírito, quando


Ele se move em nós. Outro é quando oramos em línguas. E em todos os
tipos de oração, podemos orar a Palavra e orar em línguas.

IV – Armas de Combate na Oração A. A autoridade de Ligar e Desligar

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no
Céu, e tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no Céu” (Mt.
18:18).
A oração tem duas facetas: o encontro com Deus e a oposição satânica. O
adversário sempre tenta roubar nossas bênçãos e se interpor no caminho
entre nós e o Pai. Ligar e desligar fala da autoridade que temos em Cristo
para resistir as forças que se nos opõem na vida de oração.

B. O Nome de Jesus Cristo

Ao nome de Jesus todo joelho tem que se dobrar. Ele tanto nos ordenou ir a
Deus levando nossas orações em Seu nome (Jo. 14:13,14), como nos deu
autoridade de enfrentar Satanás também em Seu nome (Mc. 16:17). Jesus é
a porta que nos abre os tesouros da graça e tranca os poderes do inferno.

C. A Espada do Espírito – A Palavra

A Palavra de Deus é tanto fonte das nossas orações, como arma de combate
contra as forças das trevas. Ela é a espada do Espírito. Como tal, é arma
para combater as interferências e maquinações inimigas.

D. O Sangue de Jesus

Apocalipse nos informa que os santos vencem, tanto pela Palavra, quanto
pelo sangue do Cordeiro (Ap. 12:11). O sangue bendito garante nossa
cobertura e atesta que Satanás não tem reivindicações sobre a nossa vida e
pertencemos a Jesus.
Colocada esta breve introdução aos diversos tipos, formas, recursos e armas
de oração, vamos agora estudar cada um deles, buscando a luz do Espírito
de Deus para que revolucione nossa vida de oração e nos lance numa nova
dimensão na vida com Ele.

CAPÍTULO 3
Oração de
Ações de Graças
Destacaremos primeiro as ações de graça. Há tanto a agradecer!
Comecemos com o Salmo 95. Ele apresenta a progressão nas orações que se
enquadram no nível de Deus.

“Vinde, cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa


salvação. Saiamos ao seu encontro, com ações de graça (ações de graça),
vitoriemo-lo com Salmos. (Louvor) Porque o Senhor é o Deus supremo, e o
grande rei acima de todos os deuses...” (adoração) (Sl.95:1-3).

O culto no templo, em Jerusalém, obedecia à progressão apresentada no


Salmo lido, tendo o Santo dos Santos como o clímax da adoração. O povo
se dirigia à Cidade Santa, de todas as partes do mundo, trazendo nos lábios
os cânticos dos degraus, ou romagem (Salmos 120 e 134).
O templo era o centro do culto a Deus, pelo que quanto mais próximos dele,
mais concentrados em Deus. Era uma festa solene. Em chegando a
Jerusalém, a alegria já tomava conta do coração: “Alegrei-me quando me
disseram: Vamos à casa do Senhor. Pararam os nossos pés junto às tuas
portas, ó Jerusalém!” (Sl. 122:1,2).

A chegada no templo obedecia a um ritual apresentado claramente no


Salmo 100.

“Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com


alegria, apresentai-vos diante dEle com cântico. Sabei que o Senhor é
Deus...

Entrai por suas portas com ações de graça, (ações de graça) e nos seus átrios
com hinos de louvor; (louvor) rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.
Porque o Senhor é bom, a Sua misericórdia dura para sempre” (adoração)
(Sl. 100:1,2,4).
Podemos dizer que nos átrios ocorrem as ações de graça, no lugar santo,
dentro das portas, acontece o louvor e no Santo dos Santos a adoração
encontra seu lugar. Nos átrios estamos conscientes das bênçãos, no lugar
santo, dos feitos de Deus e no Santíssimo a consciência é da pessoa, da
presença de Deus. Mas vamos nos deter primeiro nos átrios, o lugar das
ações de graça, do reconhecimento e gratidão a Deus.

Definição

Ações de graça são basicamente o ato de expressar reconhecimento e


gratidão a Deus por bênçãos que Ele tem derramado sobre nós. Estamos
sensibilizados, com o que Ele nos faz e nos dá, como a salvação, o
alimento, a provisão material, a família, enfim, as coisas que fazem nossa
vida e, reconhecidos, expressamos isso. Pode ser uma expressão mental ou
vocal, apresentada em palavras, cânticos ou atitudes. As ações de graça
diferem do louvor, porque neste é focalizado o que Deus faz, Suas obras e
realizações, enquanto aquelas focalizam o que Deus nos dá ou faz por nós,
pessoalmente. Ações de graça, pois, é um tipo de oração em que eu chego
diante de Deus confessando as bênçãos.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu


santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueces de nem
um só de seus benefícios”(Sl. 103:1-2).

É como diz o velho hino:


Conta as bênçãos, conta quantas são,
Recebidas da Divina mão,
Uma a uma, dize-as de uma vez,
E hás de ver surpreso o quanto Deus já fez.

A gratidão é uma das virtudes que embelezam o caráter e expressam um


coração caloroso, cheio de amor e das palavras do seu Deus. É triste ver um
coração sem gratidão. Tudo quanto temos provém de Deus e o
reconhecimento desse fato, com a adequada manifestação de gratidão,
enobrece nosso ser.

Paulo declara enfaticamente: “Sede agradecidos” (Cl. 3:15).


Este é um imperativo a ser abraçado com alegria, pois a gratidão tanto
agrada o coração do Pai, como enriquece a nossa vida. Um coração
agradecido não conhece a amargura, mas a ingratidão envenena a alma e
insensibiliza o coração. A gratidão gera alegria, paz e vida. Tudo quanto
temos e somos provém de Deus e volta para Deus e a Ele, a glória.

O Apóstolo ainda recomenda:

“Habite ricamente em vós a Palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos


mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e
cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações” (Cl. 3:16).

A gratidão é mais que palavras; é uma atitude do nosso coração; ela move a
nossa vida. Quantas coisas fazemos para Deus, por gratidão! Ela nos
constrange a servi-lO, intensifica nosso amor a Ele, desenvolve a nossa fé.

Jesus Tinha um Coração Agradecido

Essa atitude de gratidão estava presente na vida de Jesus. Vemo-lO diante


do túmulo de Lázaro expressando gratidão pela resposta às suas súplicas. E
Jesus, levantando os olhos para o Céu, disse: Pai, graças te dou porque me
ouviste” (Jo. 11:41).

Eis aqui um motivo de constante gratidão a Deus: “Graças te dou, ó Pai,


porque Tu ouves as minhas orações; porque posso entrar no Santo dos
Santos; graças te dou porque me aceitaste como filho, porque posso falar
contigo, porque me escutas.”

Jesus tinha o hábito de dar graças antes de partir o pão (Mc. 8:6). Curioso é
notar que Ele tinha uma maneira peculiar de orar e dar graças. Lucas relata
um incidente em que Ele estava orando em certo lugar, e logo a seguir os
discípulos pediram: “Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou
aos seus discípulos” (Lc. 11:1).

Havia algo que lhes despertava o coração no modo como Ele se dirigia ao
Pai. Nas ações de graça também havia um fervor, uma vida, que era bem
diferente das orações formais que os judeus faziam antes de partir o pão.
Lucas registra o fato de que após a Sua ressurreição os discípulos não O
reconheceram quando lhes falava a caminho de Emaús. Mas quando
entraram em casa, sentaram-se à mesa e Jesus deu graças, seus olhos foram
abertos (Lc. 24:30,31). Aprendemos com Ele a dar graças Àquele que é a
fonte de todas as bênçãos.

Exemplos de Orações de Ações de Graça 1. Um tipo de oferta oferecida


no templo era “ações de graça” (Lv.7:12).
Dentre os muitos sacrifícios que faziam o sistema levítico, um era o de
ações de graça, uma oferta de gratidão.
Esse tipo de sacrifício foi oferecido por Ezequias em dias de avivamento
espiritual em Israel:

Disse ainda Ezequias: Agora vos consagrastes a vós mesmos ao Senhor;


chegai-vos e trazei sacrifícios e ofertas de ações de graça à Casa do Senhor.
A congregação trouxe sacrifícios e ofertas de ações de graça, e todos os que
estavam de coração disposto trouxeram holocaustos” (2 Cr. 29:31).

Naturalmente esse sacrifício era um símbolo do que haveria de acontecer.


Somos convidados a oferecer no altar de Deus nossa oferta de gratidão
pelas bênçãos derramadas sobre nós:

“Bendito o Deus e Pai do nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em
Cristo” (Ef. 1:3).

2. Uma das funções dos cantores no templo era profetizar com harpas,
em ações de graça e louvores ao Senhor (I Cr.25:3).

Havia turnos, de tal modo que todo o incenso da gratidão e do louvor subia
diante de Deus no templo. Hoje nosso coração foi transformado em um
santuário, pelo que não deve faltar, em tempo algum, o incenso da gratidão
ao Pai.

3. Deus anuncia um dia quando se compadecerá de Sião e a restaurará


e, então, “regozijo e alegria se acharão nela, ações de graça e som de
música” (Is. 51:3). “Sairão deles ações de graça e o júbilo dos que se
alegram. Multiplicá-los-ei, e não serão apoucados; glorificá-los-ei, e não
serão apoucados” (Jr. 30:19).
Somos Sião espiritual e temos sido restaurados. Deus espera ouvir o som
das nossas alegres ações de graça. Essas promessas referem-se,
primariamente ao Israel físico e sua restauração na terra de Israel. Mas
podemos fazer uma aplicação espiritual a nós, como Igreja. Temos
experimentado hoje as bênçãos do Israel espiritual de Deus e devemos sair
com muita alegria e ações de graça. Israel estava assolado, mas um dia viria
a restauração.

O mesmo aconteceu conosco. Um dia estávamos na lama, nas trevas,


nascemos em pecado, nossa alma estava desestruturada, mas o Senhor nos
encontrou e isso desperta em nosso coração ações de graça.

Lemos ainda em Jeremias 33:10,11:

Assim diz o Senhor: Neste lugar, que vós dizeis que está deserto, sem
homens nem animais, nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém, que
estão assolados, sem homens, sem moradores e sem animais, ainda se
ouvirá a voz de júbilo e de alegria, a voz de noivo e a de noiva, e a voz dos
que cantam:

Rendei graças ao Senhor dos Exércitos, porque Ele é bom, porque a Sua
misericórdia dura para sempre; e dos que trazem ofertas de ações de graça à
casa do Senhor; porque restaurei a sorte da terra como no princípio, diz o
Senhor”.

Que glória! Aplicando essas verdades a nós hoje, é de explodir o coração e


rebentar em vozes de júbilo e gratidão ao Senhor que nos redimiu de todo o
cativeiro. Nossa alma fora assolada por demônios e muitas dores, mas o
Senhor se lembrou de nós e nos restaurou e hoje temos um hino de louvor e
gratidão em nosso coração.

4. Um coração agradecido pelos benefícios. No Salmo 103 o Salmista nos


convida a bendizer ao Senhor por todos os benefícios e começa a enumerá-
los:

(1) “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades (meus pecados foram
perdoados e Ele garante perdão para o passado, presente e futuro);
(2) Quem sara todas as tuas enfermidades (minhas enfermidades foram
saradas. Ele me livra das doenças. Meu espírito está sarado, minha alma
está sarada, meu corpo está sarado. Posso levantar os olhos para o Pai e
declarar: Estou livre, Senhor. Tenho muito para Te agradecer);

(3) Quem da cova redime a tua vida (sou redimido, livre da cova, da queda
e da destruição; o Senhor me protege. Não sei o que o futuro me reserva,
mas uma coisa sei: Deus está comigo e me conduz; não me deixará na
cova);

(4) E te coroa de graça e misericórdia (O que é a graça? É a disposição de


Deus de colocar a meu favor todas as Suas riquezas, todas as Suas bênçãos;
não me falta a graça, não me falta a misericórdia, estou cercado do Seu
favor);

(5) Quem farta de bens a tua velhice (tenho toda provisão; o Deus que
cuidou de mim na minha juventude, é o mesmo que o fará na velhice. Aliás,
o crente não fica velho. “Mesmo que o nosso homem exterior se corrompa,
o nosso homem interior se renova de dia em dia” (2 Co. 4:16). Lá no Céu
não há velhice. Não temo a entrada em dias, pois à medida que os anos se
passam, caminho mais depressa para o encontro glorioso, quando verei o
Rei na Sua formosura. Quem anda com Deus na terra não teme a morte,
pois nunca morrerá. Será apenas transferido de um mundo adverso para seu
verdadeiro destino: a morada de Deus).

(6) De sorte que a tua mocidade se renova como a da águia (sou fortalecido)
“Sl. 103:3-5). Aleluia! Por tudo isso vou dar graças ao Deus da minha vida.
Ó minha alma, não esqueças dos benefícios do Senhor para contigo. Exulta,
dá gritos de gratidão, celebra o teu Deus! Tens muitos motivos para dar
graças ao Senhor!

5. Ações de graça são um caminho para o louvor.

É interessante verificar que quando a expressão “ações de graça” aparece na


Bíblia, o “louvor” a acompanha. Você está se concentrando no que Deus lhe
faz e, de repente, sai dessa dimensão e passa para uma maior, olhando para
tudo quanto Deus está fazendo na vida dos filhos dos homens, e começa a
exaltá-lO pelos Seus poderosos feitos.
“Cantai ao Senhor com ações de graça; entoai louvores, ao som da harpa ao
nosso Deus” (Sl. 147:7). “Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores
ao teu nome, ó Altíssimo” (Sl. 92:1). “Saiamos ao Seu encontro, com ações
de graça, vitoriemo-lo com salmos” (Sl. 95:2).

Primeiro, ações de graça; depois, louvor. Isso está igualmente demonstrado


nos Salmos 100 e 95, que já vimos.
6. Ações de graça são um sacrifício espiritual a Deus

“Oferece a Deus sacrifício de ações de graça, e cumpre os teus votos para


com o Altíssimo. O que me oferece sacrifício de ações de graça, esse me
glorificará; e ao que prepara o seu caminho, dar-lhe-ei que veja a salvação
de Deus”(Sl.50:14,23). “Oferecer-Te-ei sacrifícios de ações de graça, e
invocarei o nome do Senhor” (Sl. 116:17).

No altar do sacrifício o animal era queimado e o fumo subia diante de Deus,


como expressão de culto ao Senhor. Era uma oferta para Deus. O Salmista
diz: “Suba a Tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de
minhas mãos como oferenda vespertina” (Sl. 141:2).

Olhando para o Apocalipse, somos informados de que os anjos estão diante


do Trono e oferecem incenso que é aspirado por Deus. E esse incenso são
as orações dos santos (Ap.5:8). São os sacrifícios de ações de graça e de
louvor que os santos na terra oferecem a Deus. Não precisamos buscar um
cordeiro para queimar sobre o altar, porque a nossa oferta perfeita já foi
oferecida uma vez por todas, mas podemos oferecer o incenso. Nossas
orações são o material usado pelos anjos, que eles oferecem diante de Deus.

Não quero que falte para os anjos oferecerem ao que está no Trono e ao
Cordeiro. Sempre que abrimos os lábios em ações de graça e louvor, e
adoração, estamos enviando incenso para o Céu. Uma das imagens mais
belas na terra é um povo de mãos erguidas para Deus em profunda
manifestação de gratidão, louvor e adoração, e tal atitude encontra eco na
Sala do Trono.

7. Todas as orações devem ser acompanhadas de ações de graça.


“Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas
diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graça” (Fp. 4:6).

Até a resposta às orações deve ser esperada com ações de graça:


“Perseverai na oração, vigiando com ações de graça” (Cl. 4:2). A gratidão é
uma expressão de fé. Não temos que ver a resposta materializada para dar
graças, mas o fazemos enquanto oramos, pois reconhecemos a fidelidade de
Deus às Suas promessas.

8. É a vontade de Deus que seu filho dê graças. “Em tudo dai graças,
porque esta é a vontade de Deus em Cristo para convosco” (I Ts. 5:18).

Que imperativo tremendo e desafiador! Devemos dar graças quando


estamos doentes? Sim. Não porque estamos doentes, mas porque temos
recursos em Deus para ficar curados. Devemos dar graças quando vem a
crise? Sim. Porque no meio da crise Deus está conosco e nos conduzirá em
triunfo. “Em tudo dai graças!” Isso quer dizer que não importam as
circunstâncias, nossa alma estará cheia de gratidão.

A gratidão é o oposto da murmuração. Um coração agradecido está sempre


satisfeito. Se você aprende a fazer a oração de ações de graça, não importa
o que acontece, se chove ou faz sol, calor ou frio, se o governo entra ou sai,
se a inflação sobe ou desce, você sempre tem uma expressão de
reconhecimento a Deus, vive agradecido, feliz e cheio de paz, pois é dito
que após as ações de graça “A paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo
Jesus” (Fp. 4:7).

9. As ações de graça devem ser abundantes

“Porque todas as coisas existem por amor de vós, para que a graça,
multiplicando-se, torne abundantes as ações de graça, por meio de muitos,
para glória de Deus” (2 Co. 4:15).

Se dar graças a Deus faz tanto bem à nossa alma e contagia o ambiente em
que vivemos, então vale a pena encher o coração, os lábios e a atmosfera
que nos cerca com elas.
Até nossa conversação deve ser permeada por elas. Paulo exorta que não se
nomeie entre nós “conversação torpe, nem palavras vãs, ou chocarrices,
cousas essas inconvenientes, antes, pelo contrário, ações de graça” (Ef. 5:4).
Em nossos encontros o toque da gratidão deve estar sempre presente.

Sonho com uma Igreja que encherá a atmosfera dos mercados, das ruas, dos
escritórios, das fábricas, dos templos e dos lares com expressões de
gratidão, louvor e adoração a Deus. Este País está destinado ao avivamento,
está destinado a ver a glória do Deus vivo. Já está vendo algo, mas verá
mais. E esse mover de oração gerará a visitação de Deus. Ele tem levantado
muitos ministérios no Brasil. Nenhum é mais importante do que o outro,
mas todos juntos se completam e serão usados para desencadear o que Deus
planejou para a Pátria.

Tão certo o sol se levanta cada manhã, esta nação provará o grande mover
do Espírito de Deus e se tornará testemunha para as nações da terra. Você
quer isto? Ofereça-se então como canal. Diga: “Pai, eu sou brasileiro e
quero dizer-te que te constituo Senhor do Brasil. Usarei os meus lábios para
saturar a própria atmosfera com as expressões do meu reconhecimento de
que És soberano sobre minha vida e minha nação”.

10. Devemos crescer em ações de graça

“Ora, como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nEle, nEle
radicados, e edificados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em
ações de graça” (Cl. 2:6,7).

Todas as virtudes do caráter são desenvolvidas pela prática. Quanto mais


nos damos a elas, tanto maior o crescimento. Devemos cultivar o hábito de
estar sempre dando graças a Deus pelas pequenas e grandes coisas, desde ao
acordar até ao adormecer e estaremos crescendo e usufruindo as bênçãos de
tal desenvolvimento.

11. As ações de graça estão presentes no Céu

Elas não apenas nascem em nosso coração e se espalham pela terra, mas
estão presentes no Céu. Lemos em Apocalipse da atividade que ocorre em
volta do Trono:
“Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graça ao que
se encontra sentado no Trono, ao que vive pelos séculos dos séculos...
Todos os anjos estavam de pé rodeando o Trono, os anciãos e os quatro
seres viventes, e, ante o Trono se prostraram sobre os seus rostos e
adoraram a Deus, dizendo; Amém. O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as
ações de graça, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus pelos
séculos dos séculos. Amém” (Ap.4:9; 7:11,12).

Oração de Ações de Graça

Graças Te dou, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, pelo glorioso privilégio de


ser Teu filho e poder chegar diante de Ti e chamar-Te Senhor. Graças por
tão grande salvação! Graças pelo dom inefável!

Graças por Jesus, meu Rei, razão da minha vida, meu bendito Salvador e
Senhor, que veio arrancar-me da lama do pecado, da escravidão e das
trevas, para transportar-me para o Teu Reino e elevar-me à posição de filho
Teu. Graças pelo Seu perdão e recriação do meu espírito. Ó graça inaudita,
que me deixa em eterna e impagável dívida de gratidão!

Graças Te rendo pelo Teu Espírito que vive em mim, pelo Seu poder que
em mim opera, Suas manifestações sobrenaturais e Sua doce voz que me
guia. Quem pode compreender essa misericórdia infinita que manifestas
para comigo, dando-me o Teu próprio Espírito para viver em mim e me
assistir no caminhar contigo aqui na Terra, para que eu vença o Diabo, o
pecado, o mundo e a carne? Vou sempre Te agradecer por tão preciosa
dádiva, que me enche o coração de um indizível gozo. Graças porque me
batizaste nEle e me deste uma linguagem espiritual para comungar contigo.
A Ti, meu Pai, pela dádiva do Espírito Santo, minha imorredoura gratidão.
Graças pelo ministério dos Teus anjos que me assistem, ainda que eu nem
perceba. Sei que trabalham ao meu favor e tenho experimentado sua
proteção. Graças porque me conduzes sempre em triunfo e desbaratas os
meus inimigos.

Graças, meu Deus, pela Tua Palavra, pois posso lê-la, entendê-la e por ela
falas ao meu coração e me fazes ouvir Tua voz. Graças pelo privilégio de
ser Teu canal para proclamá-la aos homens, pela vida que dela emana, Sua
luz que me dirige os passos para que não tropecem os meus pés.
Graças Te dou pelos meus irmãos que alegram minha alma e dão sentido à
vida, pelo serviço que lhes posso prestar e o que deles posso receber. Graças
pela doce comunhão de amor que podemos manter. Graças pela Igreja que
me abriga, pelo pastor que vela por minha alma e ministra ao meu coração.
Graças por todos os Teus filhos, essa maravilhosa família da qual faço
parte.

Ó Pai, quem pode enumerar as bênçãos? Na simplicidade do meu coração e


na beleza da Tua Palavra só posso dizer: Eu Te rendo graças por tudo,
Senhor, porque Tu és bom e a Tua benignidade dura para sempre. Graças
por Te conhecer como Soberano e Senhor Supremo da minha vida e pela
certeza de que vives em mim, e quando os meus dias chegarem ao fim aqui
na Terra, serei depressa transportado para a Tua glória e contemplarei para
sempre Tua face em Sua formosura e resplendor! Aleluia!

CAPÍTULO 4
Oração de
Louvor
Bendirei o Senhor em todo o tempo; o Seu louvor estará sempre nos meus
lábios” (Sl. 34:1)

Louvor é o segundo tipo de oração que queremos considerar, dentro do


nível de Deus. Louvar é reunir todos os feitos que conhecemos de Deus e
expressá-los em palavras e cânticos, numa atitude de exaltação e
glorificação ao Seu Nome, que é digno de ser louvado. E isso deve ser feito
como um modo de vida.

Por que é importante louvar a Deus com nossa boca? Porque as palavras são
vivas. Palavras são sementes. Dentro delas há um poder de vida que
desabrocha quando plantadas, isto é, proferidas pelos nossos lábios, com
intensidade de coração. Nossas palavras estão em memória, tanto de Deus,
como do inimigo. Por isso a Bíblia declara que os homens darão conta das
suas palavras (Mt.12:36).
Quando expressamos nossos louvores, estamos atraindo a presença dos
anjos de Deus e pondo os demônios a correr; estamos criando em volta de
nós uma atmosfera propícia às manifestações da presença de Deus e
liberação do poder do Espírito Santo. Portanto, abra a boca e proclame:

“Exaltar-te-ei, ó Deus meu, e Rei; bendirei o teu nome para todo o sempre.
Todos os dias te bendirei, e louvarei o teu nome para todo o sempre. Grande
é o Senhor e mui digno de ser louvado; a Sua grandeza é insondável.

Uma geração louvará a outra geração as Tuas obras, e anunciará os teus


poderosos feitos.

Meditarei no glorioso esplendor da Tua majestade, e nas Tuas maravilhas.


Falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos e contarei a Tua grandeza.
Divulgarão a memória de Tua muita bondade, e com júbilo celebrarão a Tua
justiça” (Sl. 145:1-7).

Estamos no segundo tipo de oração em que vamos a Deus por causa dEle
mesmo. Não é a necessidade que nos move a buscar a Sua face, mas o
reconhecimento do que Ele faz. Olhamos para a grandeza das obras das
Suas mãos e o ser inteiro, voltado para Ele, responde extasiado em
expressões de louvor. Nosso coração está cheio de Deus, nossa alma está
inundada de Sua presença e então abrimos os lábios para extravasar o que
brota da alma, por causa do Espírito que em nós habita e nos enche de
louvor. “A boca fala do que o coração está cheio”. “De boas palavras
transborda o meu coração” (Sl. 45:1)
Se você enche o coração das palavras de Deus, se você se enche da
presença do Senhor, dos seus lábios brotarão expressões, palavras, melodias
e cânticos de louvor. Isso é oração.

A Bíblia inteira nos convida a louvar a Deus. “Todo ser que respira louve ao
Senhor. Aleluia!” (Sl. 150:6). Este é o imperativo com que o Livro dos
Salmos, manual de louvor, termina.

O louvor é o sacrifício espiritual ordenado aos cristãos. “Por meio de Jesus,


pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de
lábios que confessam o Seu nome” (Hb. 13:15).

Hoje estamos habilitados a deixar que a vida inteira seja um sacrifício de


aroma suave diante do Senhor nosso Deus, através das expressões de
exaltação ao Seu Nome, porque estamos em Jesus.

Sacrifício implica em que há algum custo. Significa que não vou depender
das disposições da minha carne ou sentimentos, nem das circunstâncias,
para louvar a Deus. Ainda que esteja atravessando crises, dores, sofrimento
ou cansaço, haverá em meus lábios uma expressão de louvor. Até mesmo
por entre as lágrimas louvarei ao meu Deus. Quando parecer custoso e
difícil, ainda assim deixarei subir do Trono o incenso do meu louvor, como
sacrifício de um coração que ama a Deus.

Essa conotação de sacrifício está patente nas palavras de Habacuque,


revelando que meu sacrifício de louvor independe do que me cerca: “Ainda
que a figueira não floresce, nem há fruto na vide; o produto da oliveira
mente, e os campos não produzem mantimento; as ovelhas foram
arrebatadas do aprisco e nos currais não há gado, todavia eu me alegro no
Senhor, exulto no Deus da minha salvação. O Senhor Deus é a minha força
e a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente” (Hc. 3:19).

A Igreja primitiva estava sempre louvando: “E estavam sempre no templo,


louvando a Deus” (Lc. 24:53), pois sabiam que Deus habita nos louvores do
Seu povo, conforme diz o Salmista: “Contudo Tu és santo, entronizado
entre os louvores de Israel” (Sl.22:3). Onde há louvor, Deus está presente.
Há um corinho muito cantado em nossas Igrejas, que diz:

Jesus, Te entronizamos. Declaramos que és Rei


Tu estás no meio de nós. Te exaltamos com louvores! Enquanto adoramos,
constrói Teu Trono
Oh! Vem Jesus, e toma o Teu lugar.

O que é entronizar? Reconhecer a supremacia, a soberania, a grandeza e a


exaltação de Deus. Então vamos encher nossos lares e lugares de trabalho,
nosso País, com os altos louvores de Deus e Ele estará construindo uma
abóbada de Sua proteção e presença sobre nós. Quando enchemos o coração
de louvor, Deus nos envolve. Quando saturamos nosso lar de louvor, Deus
se faz presente. Quando cobrirmos o nosso País de louvor, Deus estará
envolvendo a nação.

O Louvor é a Porta de Entrada para a Adoração

Assim como as ações de graça levam ao louvor, este nos introduz na


adoração. É impossível louvar-se realmente sem que o coração seja movido
pelo impulso de entrar no Santo dos Santos e se prostrar diante do Trono em
profunda adoração a Deus. Vemos isso ilustrado na dedicação do templo
construído por Salomão:

“E quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para


se fazerem ouvir, para louvar ao Senhor e render-Lhe graças; e quando
levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos
músicos para louvar ao Senhor, porque Ele é bom, porque a Sua
misericórdia dura para sempre, então sucedeu que a casa, a saber, a casa do
Senhor, se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam
estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor
encheu a casa de Deus” (2 Cr. 5:13,14).

Quando um povo verdadeiramente começa a expressar seu louvor a Deus,


algo acontece. O Espírito Santo quer nos levar a esse nível de louvor e
adoração, em que no culto nós estamos ministrando ao Senhor de um modo
tão profundo que, ato contínuo, Sua unção é liberada sobre a congregação e,
de repente, os perdidos são redimidos, os enfermos são curados, os opressos
são libertos e todo o povo de Deus é edificado. Um espírito de
quebrantamento e sobriedade toma conta da congregação, Deus é exaltado e
as vidas são transformadas.

O que de fato ocorre? O louvor conduz ao Trono e este libera Seu poder,
Sua glória, Sua presença transformadora, então, milagres instantâneos
acontecem. É o Espírito de Deus agindo no meio do povo. Quando Deus é
exaltado, a glória do Trono desce à terra. Como precisamos tirar os olhos do
homem e colocá-los em Deus! Ele é digno de honra, de glória, de louvor e
de exaltação. Tudo provém dEle e volta para Ele.

Há muitos que não conseguem passar do louvor para a adoração, mas este é
nosso alvo maior, nosso destino. Devemos, pois, louvar com tanta
intensidade que sejamos transportados para a real presença de Deus, no
lugar Santíssimo onde só a consciência de Deus nos domina.

A adoração de louvor, mais que palavras, é uma atitude do coração daquele


que considera a Deus supremo. O que é louvar? É exaltar a Deus no meu
pensamento, nos meus sentimentos, na minha atenção, nas minhas palavras,
nas minhas atitudes, na minha vida.

Deixemos as formalidades frias e vazias e construamos um relacionamento


caloroso com Deus. Nosso destino é o Trono, é a glória, mas hoje Deus
pode ter Seu Trono na terra, através dos nossos louvores.

O louvor é a atitude adequada de quem vai a uma reunião da Igreja. O


Salmista lança o seu convite:
“Entrai por suas portas com ações de graça, e nos seus átrios com hinos de
louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome” (Sl. 100:4).

Há um mover de louvor e adoração que Deus derrama sobre a Igreja.


Convém que os adoradores que se dirigem aos templos tenham
desenvolvido o hábito de cultuar ao Senhor sozinhos, em seus lares, em
seus quartos, em seu lugar de adoração. Algo acontecerá quando os
adoradores já vão para a cama louvando a Deus, acordam louvando a Deus,
andam pelas ruas com expressões de louvor, entram nos transportes em
atitude de louvor, vivem para o louvor da glória do seu Deus. Sim, quando
esses santuários ambulantes se encontram para uma reunião e unem o
incenso dos seus sacrifícios de louvor, é vida dentre os mortos.

Quando estamos nas reuniões da Igreja e começamos a louvar ao Senhor, as


comportas de nossas almas se abrem para Ele e Sua palavra é recebida com
liberdade em nosso coração. É como se a terra do nosso ser fosse regada,
acelerando a germinação das sementes espirituais nele plantadas, com a
conseqüente produção dos seus frutos.

Quando a congregação não sabe louvar a Deus, é como se a semeadura se


fizesse em solo rochoso. A semente não consegue penetrar. As almas estão
como que amarradas e precisam ser libertas. E nesta hora cabe bem a
oração de Davi quando estava na caverna, fugindo de Saul: “Tira a minha
alma do cárcere para que eu dê graças ao teu nome” (Sl. 142:7). E Deus
ouviu sua oração, pois ele escreveu: “Bendirei ao Senhor em todo o tempo,
o seu louvor estará sempre nos meus lábios” (Sl. 34:1).

O Louvor é a Arma Contra os Inimigos

O Segundo livro das Crônicas relata uma história curiosa. Josafá estava
sendo ameaçado por tropas inimigas e ora ao Senhor. A direção vem e ele
prepara um batalhão de elite que vai à frente do exército, trajado de vestes e
ornamentos sagrados, “para louvarem ao Senhor Deus de Israel, em voz alta
sobremaneira” (2Cr. 20:19).

E é assim que marcham à frente do exército, “louvando a Deus, dizendo:


Rendei graças ao Senhor, porque a Sua misericórdia dura para sempre” (v.
21).
O versículo 22 dá conta do que aconteceu: “Tendo eles começado a cantar e
a dar louvores, pôs o Senhor emboscadas contra os filhos de Amom e de
Moabe, e os do monte Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados”.
Que grande princípio! Enquanto louvamos a Deus, Ele desbarata os nossos
inimigos.

Quando o inimigo se levantar contra você; quando a crise bater à sua porta;
quando parecer que um vendaval vem para destruir sua vida, não entre em
pânico. Erga a voz em altos louvores ao Senhor de toda a terra. Dele é a
guerra e Ele está do seu lado. Sua função é louvá-lO; a dEle é dar-lhe a
vitória. Há uma força, um poder invencível no louvor, que é qual bomba
atômica sobre o inimigo. Ele tenta todas as maneiras de lançar-nos no
desespero, na angústia, na dúvida, no medo, mas se cada vez que investe
contra nós nos encontra louvando a Deus, não terá outra alternativa senão
reconhecer sua derrota e afastar-se envergonhado.

O louvor é arma que nos liberta de todo tipo de prisão e desbarata os


inimigos que nos cercam. Experimente louvar a Deus em toda e qualquer
circunstância, e você conhecerá o caminho da vitória.

O Louvor é a Fonte da Alegria

“Louvar-Te-ei, Senhor, de todo o meu coração; cantarei todas as tuas


maravilhas. Alegrar-me ei e exultarei em Ti; ao teu nome, ó Altíssimo, eu
cantarei louvores” (Sl. 9:1,2)

“Exultai, ó justos, no Senhor! Aos retos fica bem louvá-lO (Sl. 33:1).

“Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão; e


digam sempre: Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade
do seu servo” (Sl. 35:27).

O homem foi feito por Deus e só encontrará sua razão de ser e plenitude em
Deus mesmo. Há no seu coração uma fome de alegria, de felicidade, que os
prazeres do mundo e da carne jamais conseguirão satisfazer.

Há muitas formas de prazer na vida, mas toda alegria por elas produzidas
dura pouco e é supérflua. O segredo da felicidade, do prazer e da verdadeira
alegria está em Deus. Quando o homem encontra o caminho de volta para
Ele e se abre em louvor e exaltação, muitas vezes tem até a impressão de
que vai rebentar, de tanto gozo e felicidade. E é algo permanente que nada
tem a ver com as circunstâncias.

A alegria do louvor brota de dentro e nada tem a ver com estímulos


externos. O mundo pode estar desabando, mas nada consegue roubar-lhe a
alegria, pois “a alegria do Senhor é a nossa força”. Quem prova o gozo
desencadeado pela comunhão e louvor ao Altíssimo, encontra a plenitude
da vida e poderá dizer ao Pai: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na Tua
presença há plenitude de alegria, na Tua destra delícias perpetuamente” (Sl.
16:11).

O louvor está muitas vezes associado aos cânticos. São muitos os Salmos
que nos convidam a cantar louvores ao Senhor.

“E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus;


muitos verão essas cousas, temerão, e confiarão no Senhor” (Sl. 40:3). Bom
é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo,
anunciar de manhã a Tua misericórdia, e, durante as noites, a Tua
fidelidade, com instrumentos de dez cordas, com saltério, e com a
solenidade da harpa. Pois me alegraste, Senhor, com os teus feitos; exultarei
nas obras das Tuas mãos”(Sl.92:1-4).

O cântico muitas vezes está associado ao louvor e pode ser um tremendo


veículo de exaltação a Deus. Mas quando falamos de louvor, não nos
referimos a um mero formalismo religioso vazio, ou cânticos ritmados com
acompanhamento ensurdecedor.

Tocar ou cantar não é necessariamente louvar. Alguém pode cantar como


um papagaio. A música pode ser um veículo de louvor e adoração, mas em
si mesma não é louvor nem adoração. As palavras dos lábios podem ser um
veículo de louvor ou adoração, mas não são necessariamente louvor, nem
adoração. Por isso o Senhor reclamou: “Este povo... com os seus lábios me
honra, mas o seu coração está longe de mim...” (Is. 29:13).

Muitas vezes aquilo que se chama nas Igrejas “período de louvor e


adoração”, não passa de uma cantoria inconseqüente ou um batuque que
não ministra ao coração, nem leva ao Trono. O verdadeiro louvor, porém,
brotado do coração daquele cuja vida testifica o que os lábios proclamam,
sempre abrirá o caminho para a adoração e afetará o caráter, pois
convivência com Deus sempre transmite santidade. Quando alguém convive
muito com Ele, termina refletindo Sua semelhança.

Mas é bom cantar ao Senhor, como veículo das nossas expressões de


louvor. Um coração cheio do Espírito está também cheio de melodia e
cânticos espirituais. Paulo exorta:

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos


do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração
ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a
nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef. 5:18-20).

O Salmista fala de um cântico novo. Podemos fazer nossas próprias


melodias, espontaneamente, para expressar nosso louvor. Outro hábito
salutar é passar pelos salmos de louvor e cantá-los, fazendo nossas próprias
melodias. Cantar em Espírito, em línguas, é outra tremenda forma de louvar
a Deus através da música.

Há muita música no Céu. Infelizmente Satanás, que era líder da adoração,


tem corrompido a música e muitas vezes nosso povo não sabe distinguir
entre o santo e o profano, o que apela aos sentimentos da carne e o que
induz o espírito para Deus. O Senhor busca um povo que saberá usar a
música certa para expressar os mais profundos sentimentos de louvor e
impulsos do coração. Músicas nascidas num espírito que conhece a
intimidade de Deus, e não nos estímulos de seus próprios sentidos.
Experimente colocar música em suas expressões de louvor; faça seus
próprios cânticos. Não precisa decorá-los. Use-os só para o momento. É
bom cantar os hinos preferidos, mas quando você começa a melodiar o
amor do seu coração a Deus, experimentará uma forte liberação da Sua
presença.

O Louvor está Associado à Manifestação Física

O homem é um ser composto por espírito, alma e corpo. Separamos esses


elementos só para uma questão de estudo, mas estão todos interligados.
Logo, no louvor, ação de graças e adoração, as expressões físicas estão
presentes do mesmo modo como o estão em nosso relacionamento com as
pessoas. O fato de Deus ser espírito, não torna nossa aproximação com Ele
inexpressiva, nem nosso culto monótono.

A Bíblia deixa mais do que claro que a manifestação física faz parte do
louvor. Para além do cântico, são mencionadas as danças e o levantar das
mãos. O Salmista declara: “Louvai-O com adufes e danças...” (Sl. 150:4).
Danças de alegria, danças de louvor e adoração, mas nada de danças e
rebolados sensuais, que apelam apenas para a carne. Quem vai à Festa dos
Tabernáculos em Jerusalém, tem uma experiência fascinante, vendo como
as expressões físicas podem ser belamente usadas para as mais nobres
manifestações de louvor e adoração a Deus. As danças, o movimento do
corpo todo, as expressões corporais e faciais despertam a alma para se
deixar arrebatar nas mais profundas manifestações de louvor a Deus.
Evidentemente nada disso é louvor em si, mas pode ser um poderoso
veículo para expressar o que está em seu coração.

Sempre que você cumprimenta alguém, existe uma expressão corporal e o


seu calor depende do que a pessoa representa para você, do amor que lhe
tem. Amado, Deus é uma pessoa! É perfeitamente bíblico valer-se de gestos
e expressões corporais como canais de comunicação a Deus do que vai no
coração e na alma.

Jamais deveríamos louvá-lO com um coração frio e gestos mecânicos.


Aquela mesma espontaneidade que usamos em nosso relacionamento com
as pessoas íntimas e queridas, deveríamos usar com Deus, livres de
formalidades religiosas, porém cheios de calor e fervor para com Quem é
nosso tudo, razão e supremo bem da nossa vida, Jeová, nosso Deus.

O erguer das mãos é outra expressão muito comum na Bíblia. O Salmista


declara:

“Porque a Tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.


Assim cumpre-me bendizer-Te enquanto eu viver” (Sl. 63:3,4).

“Bendizei ao Senhor, vós todos, servos do Senhor, que assistis na casa do


Senhor, nas horas da noite; erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao
Senhor” (Sl.134:1-2).

Uma das cenas mais lindas é a congregação de mãos erguidas em louvor e


adoração a Deus. Que encanto! Que beleza! Que solenidade! Que enlevo
traz à alma!

O Apóstolo Paulo nos convida a “levantar mãos santas” (I Tm 2:8). É uma


tristeza que as formalidades frias da religião tenham deixado tantos
bloqueios em muitas mentes. Precisa mos romper com eles e conhecer a
liberdade de um louvor autêntico a Alguém a Quem amamos de todo o
coração.

Quando somos libertos das prisões religiosas e conseguimos nos expressar


espontaneamente na presença e Deus, provamos uma tremenda liberdade
em nossa alma. Há uma liberação tremenda dentro do nosso espírito!

Louvar é um convite a toda a carne


“Profira a minha boca louvores ao Senhor, e toda carne louve o Seu santo
nome para todo o sempre” (Sl. 145:21).

“Saiu uma voz do Trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos
os seus servos, os que O temeis, os pequenos e os grandes. Então ouvi uma
como voz de numerosa multidão, como de muitas águas, e como de fortes
trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor nosso Deus, o Todo-
Poderoso” (Ap. 19:6).

O Céu está cheio de louvor que permanecerá eternamente. A Bíblia declara


que os seres viventes no Céu não têm descanso nem de dia nem de noite,
proclamando: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso,
aquele que era, que é e que há de vir” (Ap. 4:8).

O louvor deve ser uma experiência contínua. Façamos da nossa vida uma
expressão de louvor a Deus.

O Salmista retrata a atitude daquele que começa a louvar ao Senhor e vai


louvando-O cada vez mais. Primeiro ele diz: “Eu, porém, cantarei a Tua
força; pela manhã louvarei com alegria a Tua misericórdia; pois Tu me tens
sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. A Ti, Força minha,
cantarei louvores, porque Deus é meu alto refúgio, é o Deus da minha
misericórdia” (Sl. 59:16,17).

Mais tarde ele não se contenta com a manhã e declara: “Levanto-me à meia
noite para te dar graças, por causa dos teus retos juízos” (Sl. 119:62).
Agora ele passa a louvar mais vezes: “Sete vezes no dia eu te louvo pela
justiça dos teus juízos” (Sl. 119:164).

Finalmente ele descobre que deve louvar como um modo de viver e declara:
“Bendirei ao Senhor em todo o tempo, o Seu louvor estará sempre nos meus
lábios” (Sl. 34:1).

CAPÍTULO 5
Oração de
Adoração
Há escondida dentro do coração de cada homem uma fome e necessidade
que ele nem sempre sabe discernir de quê. Ele busca a sua satisfação em
muitas fontes, mas ela permanece. Ocorre que Deus colocou em seu
coração um vazio que tem a forma de Deus e só há uma maneira de
preenchê-lo: é na presença de Deus. Portanto, a fome, a necessidade e o
vazio só serão satisfeitos com a adoração ao Criador.

O Homem é Adorador por Natureza

O desejo e necessidade de adorar a Deus, são inerentes ao homem. Ele é um


ser religioso, por natureza, e busca um veículo e objeto de sua adoração.
Não existem ateus. Se o homem não adora o verdadeiro Deus, ele
encontrará um falso deus, mas não deixará de expressar a alguém ou a
alguma coisa sua devoção maior, como ao deus do eu, do sexo, do dinheiro,
do prazer e mil e uma outras coisas.

O grito do coração é adorar, mas a habilidade de fazê-lo foi perdida na


queda de Adão. “Deus é luz e não há nEle treva alguma”, mas o pecado
lançou a raça humana em trevas e como a adoração envolve
relacionamento, é impossível uma comunhão de amor, sem que exista uma
afinidade.

Trevas e luz não caminham juntas. Por isso, para que o homem possa de
fato se tornar um adorador de Deus, tem que passar pela experiência do
novo nascimento; tem que renunciar o pecado, a carne, o mundo, o diabo e
se entregar a Jesus como seu único e todo suficiente Senhor e Salvador e,
então, o Espírito Santo entrará em seu coração, transformará sua natureza e
fará com que dentro dele nasça um filho para Deus e ali se estabelecerá um
elo de ligação, que lhe permitirá ser transformado em adorador. Glória,
pois, a Deus pelo Seu Espírito que nos capacita a entrar no Santo dos
Santos, habitação de Deus, onde finalmente encontramos nossa razão de
viver: Adorar a Deus.

O nosso espírito busca ser liberto do cativeiro e alçar vôo rumo à presença
de Deus, assim como pássaros parecem compelidos a responder um
chamado para migrarem. É Deus nos atraindo para Si. Você já percebeu que
quando entra em profunda adoração, tem sensação de plenitude? Deus é
nossa plenitude e a adoração é a forma mais elevada de relacionamento com
Ele.

O Que é Adoração

Adorar é amar a Deus; é a resposta do meu amor ao amor Divino. Nós O


amamos porque Ele nos amou primeiro. O amor com que O amamos não é
nosso. Ele mesmo, pelo Espírito Santo, derramou o Seu amor em nossos
corações e é com esse amor, que dEle procede, que O amamos (Rm. 5:5).

A adoração é uma resposta do meu espírito a um mover de amor do Espírito


Santo dentro de mim, e que me leva para o Pai. Não há adoração verdadeira
sem o auxílio do Espírito Santo.

A Bíblia não define adoração, porque o amor não se define. A definição


mais próxima nela encontrada é: “Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo
o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua
força”(Mc. 12:30). Em outras palavras, ama a Deus com o fervor do teu
espírito, com a intensidade da tua alma e com a expressão do teu corpo. Na
adoração está envolvido o fervor do meu espírito, a exuberância da minha
alma e a energia do meu corpo.

Adoração é o reconhecimento do que Deus é. Enquanto o louvor se


concentra no que Deus faz, a adoração se concentra no que Ele é: Deus é
sábio, é santo, onipresente, onipotente, onisciente, soberano, infinito,
eterno, sublime, justo, amor, o que era, que é e que há de vir, o alfa, o
ômega, o princípio, o fim, o Senhor único. Falamos de atributos; é
concentrarmonos na natureza de Deus, na pessoa de Deus, nas qualidades
do Seu ser. É isso que acontece na descrição de Apocalipse.

A Adoração a Deus Acontece Diante do Trono


É só quando nos encontramos na Sala do Trono, que adoramos
verdadeiramente. O que isso quer dizer? Colocar-se, em espírito, pelo
auxílio do Espírito Santo, na real presença de Deus, onde a consciência de
Sua pessoa domina o nosso ser. O capítulo 4 de Apocalipse dá-nos um
vislumbre do Trono de Deus e da adoração que ali acontece.

“E os quatro seres viventes, tinham, cada um, seis asas, e ao redor e por
dentro estavam cheios de olhos; e não têm descanso nem de dia nem de
noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso,
aquele que era, e que é e que há de vir.

E, sempre que os seres viventes davam glória e honra e ações de graças ao


que estava sentado sobre o Trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os
vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava sentado sobre o
Trono, e adoravam ao que vive pelos séculos dos séculos; e lançavam as
suas coroas diante do Trono, dizendo: Digno és, Senhor nosso e Deus
nosso, de receber a glória e a honra e o poder; porque Tu criaste todas as
coisas, e por Tua vontade existiram e foram criadas” (Ap. 4:8-11-IBB).
Os vinte e quatro anciãos são santos, representando os santos do Velho e do
Novo Testamento, que se encontram diante do Trono. Ali há contínua
adoração e nós na terra participamos dela. Não há dúvida de que quando
aqui nos unimos em adoração e o seu incenso se eleva a Deus, há um eco na
glória. Anjos de unem a nós. Santos de Deus se unem a nós. No Céu e na
terra o incenso da adoração sobe na presença do Senhor.

Quantas vezes há visões de anjos durante as reuniões de adoração! Se tão


somente nossos olhos espirituais fossem abertos, veríamos como é grande a
assembléia dos que se unem no Céu e na terra nos momentos de adoração
ao Senhor Supremo, nosso Deus.

Hebreus 12:22-24 revela que nos tornamos parte da grande assembléia:

“Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém


celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e Igreja
dos primogênitos arrolados nos Céus, e a Deus, o Juiz de todos, e os
espíritos dos justos aperfeiçoados, e a Jesus, o Mediador de nova Aliança..”

A Consciência da Presença de Deus


Como é importante desenvolvermos a consciência da presença de Deus,
pois ninguém adora sem primeiro se encontrar nessa real presença, diante
do Trono. Naturalmente essa é uma experiência em nosso espírito, pois a
adoração é um exercício espiritual. A adoração é o clímax do nosso
relacionamento com Deus; é o ponto mais alto; é o contacto do nosso
espírito com Deus, por intermédio do Seu espírito que em nós habita.
Quando isso ocorre, a consciência de Deus nos domina. Tudo desaparece e
perde seu sentido. A consciência da Sua santidade e da Sua presença nos
envolve de modo singular.

Adoração é uma devoção profunda, mais que palavras, é uma atitude do


coração. E Deus quer adoradores, não alguém que se envolva uma vez ou
outra no ato de adoração, mas adorador, um amante de Deus. E amante de
Deus é o que vive para adorá-lO.

Significado da Palavra

A adoração é um dos principais temas da Bíblia. Há 270 referências à


adoração. A adoração fala do nosso amor respondendo ao amor de Deus.
Não é um imperativo, pois o amor não se pode impor, mas é uma resposta
voluntária a um estímulo espiritual. E Jesus nos garante que esse amor que
sentimos, e o fluir do Espírito que experimentamos encontrarão sua
expressão e satisfação quando os liberamos de volta para Deus, em
adoração.

A palavra mais comum no hebraico é “shachah” (172 vezes), traduzida por


“adoração”. James Strong, em sua Concordância Exaustiva, define como :
“Prostrar-se (em homenagem à realeza ou Deus); curvar-se, abaixar-se,
humilhar-se, prostrar-se sobre o rosto, fazer mesura, reverência, dobrar-se”.
No grego, a mais comum é “proskeneo” (59 vezes). É a composição de duas
palavras: “Pros”, que significa “para”, “em direção a”, e “keneo”, que
significa “beijar”. Alguns eruditos dão o significado de “beijar a mão com
admiração”, e outros “beijar os pés em homenagem”. Strong define como
“beijar, como um cachorro lambendo as mãos do seu dono; dobrar-se;
prostrar-se em homenagem (reverenciar a) adorar”. Joseph Thayer, em seu
Léxico do Grego do Novo Testamento, destaca alguns significados: “beijar
a mão (em direção a), em sinal de reverência; cair sobre os joelhos e tocar o
chão com a testa como expressão de profunda reverência”.
Etimologicamente, portanto, adoração é curvar-se, reverenciar, inclinar-se.
Humilhar-se, dobrar-se, prostrar-se com o rosto em terra, beijar as mãos,
pés ou lábios, com um sentimento de temor e devoção, enquanto serve ao
Senhor com todo o coração. É uma atitude expressa em ação. Infere
profundidade de sentimento, proximidade de parceiros e um relacionamento
de aliança. Envolve moção e emoção, mas a verdadeira adoração é mais
profunda que tudo isso e usa simplesmente esses canais para liberar o amor
profundo e devoção que impele o crente para a presença de um Deus de
amor.

A Adoração no Novo Testamento

Jesus usa a palavra proskeneo em João 4: “Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me,


que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o
Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos;
porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou quando os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai, em espírito e em verdade; porque
são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito, e importa
que os seus adoradores O adorem em espírito e em verdade” (Jo. 4:21-24).

Maior intimidade e Profundidade

A experiência do Novo Testamento aponta para um novo nível de adoração,


que implica em intimidade, contacto, relacionamento e pode ocorrer em
qualquer lugar porque não mais depende do ambiente exterior, mas da
condição do interior. O homem ligado a Deus, através do novo nascimento,
entra numa comunhão estreita com Ele, que além de ser profunda, pode ser
permanente.

A adoração na dispensação do Espírito não pode ser comparada ao tempo


da Lei. Lá, não podia ir muito além dos sentimentos de devoção e
expressões cerimoniais. Agora, porém, o espírito do homem é recriado, ele
se torna um com o Senhor e adora em espírito, em íntima ligação com
Deus. Por melhor que seja uma experiência no Velho Testamento, a do
Novo é melhor. O Espírito de Deus está em nosso espírito e Ele assiste em
nossa adoração e ela não será mais uma fórmula religiosa, ou rito, ou mera
cerimônia, mas uma íntima comunhão, uma comunicação com o Pai quando
entramos na Sua presença e estamos face a face, embora nossos olhos
humanos não O possam contemplar, mas nosso espírito percebe Sua
realidade e a nossa alma sofre o impacto da Sua santidade.

Não esqueça: Seu destino é o Santo dos Santos e não há plenitude sem
adoração. Adoração é um modo de viver.
Como Expressar a Adoração

Podemos entender melhor a adoração na Bíblia, pela observação de como


os adoradores se comportavam diante de Deus. Temos um exemplo que
queremos considerar, em I Crônicas 29:20-22:

“Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao Senhor vosso


Deus. Então toda a congregação louvou ao Senhor Deus de seus pais; todos
inclinaram a cabeça, adoraram o Senhor, e se prostraram perante o rei. Ao
outro dia trouxeram sacrifícios ao Senhor, e Lhe ofereceram holocaustos de
mil bezerros, mil carneiros, mil cordeiros, com as suas libações; sacrifícios
em abundância por todo o Israel. Comeram e beberam naquele dia perante o
Senhor, com grande regozijo”.
O texto mostra as múltiplas expressões do culto a Deus:

- Louvaram ao Senhor - Ofereceram holocausto.


- Inclinaram as cabeças - Comeram e beberam diante
- Adoraram (shachah) do Senhor.
- Sacrificaram ao Senhor - Fizeram isso com regozijo.

Nenhuma dessas atitudes é, em si, adoração, mas todas elas aqui se


tornaram canal de expressão do culto a Deus, quando movidas por um amor
intenso que busca liberar de alguma forma o que as próprias palavras não
podem traduzir. Temos a impressão que todas as posturas e formas são
insuficientes para canalizar a adoração.

Ao olharmos para uma congregação adorando, vemos a multiforme


expressão na postura e semblante dos adoradores e todas juntas parecem
não ser suficientes. Um está chorando, outro rindo, outro de mãos erguidas;
um lê a Bíblia, outro de joelhos, um está prostrado, outro tem o rosto
levantado para o alto; um balbucia expressões de amor, outro se posta em
reverente silêncio.
Logo mais, cada um dos adoradores muda de postura, como que buscando
uma melhor forma de expressão. O que estava de pé, está agora de joelhos,
o que cantava, agora chora, o que estava em silêncio fala, e a variedade
continua. Deus olha de cima e recebe cada uma dessas múltiplas expressões
de adoração que, juntas, fazem o culto da Igreja ao seu Senhor. E este é um
quadro belo de se contemplar!
Quantas vezes o adorador não consegue encontrar um meio apropriado de
amar a Deus, então, tudo quanto consegue é chorar. Aquelas lágrimas
expressam a frustração da carne que não encontra expressão adequada para
manifestar seu amor a Deus e, por outro lado, revelam a intensidade da
devoção que brota de um coração que está sendo movido pelo Espírito de
Deus, verdadeiro agente da adoração.

Elementos da Adoração

A adoração pode se expressar de muitas maneiras, mas adoração é mais que


expressão. Existem muitos elementos que podem estar presentes na
adoração ou serem veículos desta.

Quando falamos de veículos, queremos significar canais de expressão do


que está em seu espírito e em sua alma. Por exemplo: você ama a alguém e
lhe dá uma flor. Ela não é o amor, mas pode ser o veículo da sua expressão.
Você escreve uma carta para alguém a quem muito ama. Ela não é o amor,
mas pode expressá-lo. Uma palavra, um sorriso, um abraço, um favor feito,
são canais através dos quais expressamos sentimentos.

A adoração também tem canais de expressão. Tais expressões, em si,


repetimos, não são adoração, mas podem ser poderosos veículos desta. Por
isso um canta sem adorar e outro usa o mesmo cântico em adoração.

1. A Oração

Precisamos nos comunicar com Deus para entrar em comunhão, e oração é


essencialmente comunicação. Logo, aqui está o elemento mais comum da
nossa adoração a Deus.

“Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!”


(Sl. 8:1). Esta é uma oração de adoração. Posso chegar diante do Pai e
dizer: “Pai, eu Te adoro, Tu és Soberano, mais elevado que os Céus. Sê
exaltado, ó Deus, acima dos Céus e em toda a terra esplenda a Tua glória!
Tu és santo, o sublime, não há Deus além de Ti!”

O que estou fazendo? Lançando mão da oração para adorar a Deus. E isto
deve ser uma constante em nossa vida.
2. O Louvor

Como já vimos amplamente, o louvor pode ser a porta de entrada para a


adoração. Quando me detenho louvando a Deus pelos Seus feitos, sou
envolvido pela consciência de Sua grandeza e onipotência, de tal modo que
meu espírito se enleva tanto que sou introduzido ao lugar da adoração e
extravaso a minha admiração à pessoa de Deus.

3. A Confissão

A confissão dos meus pecados, da fé, das bênçãos ou da Palavra, é outro


poderoso elemento da adoração. Confessar é “concordar com Deus”.
Quando me detenho concordando com Deus quanto ao pecado, sua solução,
as promessas, princípios e mandamentos da Palavra, meu coração responde
em adoração, extasiado diante da sabedoria, soberania, graça, misericórdia,
amor e fidelidade de Deus. Isso desperta meu amor e meu espírito se
envolve em adoração, que é o meu amor respondendo ao amor do meu
Deus.

4. A leitura das Escrituras

Deus está em Sua Palavra. Quando nos aproximamos dela com a devida
reverência, encontramo-nos, atrás da letra, com o Senhor de Quem ela
procede e, de repente, estamos diante de Sua face em profunda devoção e
expressão de amor, movidos pela sublimidade de um Deus tão infinito que
atenta para um ser pequenino como você e eu. Adoração se torna a resposta
mais adequada para o momento.

5. A Pregação

A proclamação da Palavra de Deus pelos lábios ungidos de um servo Seu é


um dos tremendos elementos de adoração. As verdades proferidas, a unção
liberada pelas palavras e gestos arrancam do coração do ouvinte, e mesmo
do pregador, os mais profundos sentimentos de amor, alegria, devoção,
gratidão e louvor , e logo o ser inteiro se lança em adoração.

6. A Ceia do Senhor e o Batismo

Temos poucos cerimoniais no Novo Testamento, mas eles também são


elementos de adoração. Durante a realização de batismos, quando os novos
conversos testemunham sua fé em Cristo, as lembranças do primeiro
encontro com o Salvador, das transformações experimentadas e de tudo
quanto a vida cristã nos traz, arrancam lágrimas e sorrisos, cânticos e
expressões de louvor e adoração a Deus.

A celebração da Ceia, com todo o seu simbolismo de comunhão e anúncio


de regresso de Cristo, é, igualmente, um elemento eficaz de adoração.
Aquele momento solene transporta o coração para perto do pai. E que
atitude mais adequada do que a da adoração? Às vezes, no reverente
silêncio, enquanto o pão e o vinho são ingeridos, as comportas do coração
se rompem na mais calorosa expressão de amor a Quem nos deu a vida e
nos tornou participantes do Seu Reino.

7. A Oferta

Até mesmo o gesto de colocar numa salva ou no gazofilácio uma oferta


para a obra de Deus, pode se transformar num elemento de adoração. O
tomar de uma caneta e escrever um cheque, ou tirar o dinheiro da carteira,
podem despertar no coração profundos sentimentos de amor a Deus,
gratidão pelas bênçãos e reconhecimento de que Ele é o Senhor provedor, o
que provoca uma resposta de amor, ou seja, adoração.

Esses elementos podem ser parte da adoração, mas não são, em si mesmos,
adoração, nem a substituem. São simples guias, elementos que despertam o
coração a entrar na presença de Deus e responder ao seu amor.

Poderíamos dizer que todos os elementos que fazem nosso culto cristão são
veículos de adoração. Verdade é que alguém pode participar de tudo isso
com um coração alheio, vazio e distante. Tais elementos muitas vezes não
passam de ritos vazios, Mas o problema não está neles e sim, na atitude de
quem deles participa. Quando tudo é feito com o espírito certo, voltado para
Deus, o Espírito do Senhor se move e conduz o adorador no ato da
adoração.

Atitudes de Adoração

Vimos uma expressão de adoração no Velho Testamento, agora veremos a


atitude de uma adoradora no Novo. Em Lucas 7:36-50 encontramos as
atitudes de uma adoradora, de um espectador e a de Jesus. O texto relata:

“Convidou-O um dos fariseus para que fosse jantar com Ele. Jesus,
entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da
cidade, pecadora, sabendo que Ele estava à mesa na casa do fariseu, levou
um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos Seus pés,
chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios
cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento” (Lc. 7:36-38).

Nos versículos a seguir, Jesus relata a Simão uma parábola de dois


devedores que foram perdoados. A dívida do primeiro era imensa e do
segundo pequena. Jesus deixa claro que aquele a quem muito é perdoado,
muito ama. Referindo-se à mulher, Ele disse: “Perdoados lhe são os seus
muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se
perdoa, pouco ama” (V.47).

As atitudes demonstradas pela mulher são puras expressões do seu amor


que devem governar nossa própria adoração:

(1) Quebrantamento – A mulher está chorando. O contraste entre a


presença santa e perfeita de Deus e a nossa pequenez, quebranta o coração.
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado (“shabor”);
coração compungido e contrito (“dakah”) não desprezarás, ó Deus” (Sl.
51:17).

“Shabor” significa “temer”, quebrar em pedaços ou reduzir”. “Dakah” quer


dizer “esmagar, quebrar, machucar, ferir, humilhar”.
“Contrito” é usado para descrever o processo de fazer pó (talco).
A adoração requer quebrantamento. Muitos constroem em volta de si
paredes de proteção e não deixam que seja liberado o amor, a ternura e a
adoração. Todavia, quando nos deixamos quebrantar diante de Deus, nosso
ser inteiro encontra mil e uma formas de se derramar diante do Pai e
experimenta um nível bem mais profundo de comunhão com Ele. Há algo
num coração que se abre diante do seu Deus, que o banha da graça e do
amor que Ele derrama sobre o verdadeiro adorador.

(2) Humildade – Ela soltou os cabelos em lugar indevido, segundo os


costumes do seu povo (I Co. 11:15). Deixou sua reputação de lado para
adorar do modo que ela sentia que Jesus devia Ser adorado. Sabia que
estava sendo mal entendida, criticada e rejeitada por todos, mas expôs-se ao
vitupério da sociedade. Mas o que importa? Ela só queria extravasar seu
amor diante de Quem somente era a única esperança para seu sofrido e
cansado coração.

Uma mulher digna , em Israel, não mostrava seus cabelos em público. Eles
eram símbolo de sensualidade e só o marido poderia vê-los. Mas ela não se
importa de ser rebaixada e soltar os cabelos para enxugar os pés do Mestre,
não em um gesto de sensualidade, mas de humildade e amor, pois ela não
dispunha de uma toalha e, na sua espontânea simplicidade achou ser uma
atitude adequada.

Paulo diz ser o cabelo da mulher sua “glória”. Ela, portanto, tomou sua
glória para lavar a lama dos pés de Jesus. E Deus sempre atentará para um
coração que é capaz de se humilhar.

“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o
nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o
contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e
vivificar o coração dos contritos” (Is. 57:15). E Pedro nos adverte: “Cingi-
vos de toda humildade, porque Deus reside aos soberbos, contudo aos
humildes concede a Sua graça” (I Pe. 5:5b).

Adoração sem humildade é como o amor sem compromisso.

(3) Amor – Sua atitude estava repassada de amor. Jesus mesmo, que
conhece os corações, disse: “Ela muito amou”. Ora, esta mulher está
envolvida num ato de adoração. Está expressando seu amor. Amor é
resposta. Não se ensina adoração, porque adorar é amar, e o amor sempre há
de encontrar uma atitude adequada para ser extravasado diante de quem é
seu alvo, ainda que pareça estranho aos circunstantes. No presente caso, a
mulher provoca reação negativa dos que estão à mesa, mas Jesus recebe
com agrado o amor da pecadora perdoada, como uma atitude de verdadeira
adoração.

(4) Dádiva – Ela não se limitou à expressão de suas emoções; ela também
deu uma evidência tangível do seu amor, devoção e adoração.

Uma forma das pessoas pobres, viúvas e sozinhas economizarem o que


tinham, era guardando perfumes caros em vasos de alabastro. Era uma
forma de poupança. É por isso que Judas disse que o vaso que certa mulher
quebrou para ungir Jesus, antes da sua traição, podia ser vendido por
trezentos denários, isto é, o salário de trezentos dias de trabalho.

Aqui vemos a mulher ungindo os pés de Jesus. Alguém dirá: Que


desperdício! Tanto dinheiro nos pés! Era uma forma de adoração a Quem
ela devia a própria vida eterna. Estava dando o melhor porque quem ama,
dá, e a maior dádiva é a dádiva de si mesmo:

“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em
favor dos seus amigos” (Jo. 15:13). “Mas Deus prova o Seu próprio amor
para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores” (Rm 5:8).

A dádiva está associada à adoração. O Senhor declara: “Ninguém apareça


de mãos vazias diante de mim” (Ex. 23:15; 34:20; Dt. 16:16).

A atitude de Jesus em resposta a essa adoração, é: “A tua fé te salvou; vai-te


em paz” (Lc.7:50).

Ninguém ultrapassa a Deus no dar. Ela deu algo perecível, passageiro:


perfume; Jesus lhe deu o perdão, a vida eterna. Ela perfumou os pés de
Jesus e saiu com a cabeça perfumada. Quando você vai ministrar ao Senhor
e derramar sobre Ele sua devoção, você sairá banhado pelo Seu amor
indizível e graça. O perfume do seu louvor retornará sobre sua própria
cabeça. Você vai ministrar ao Senhor, e sairá ministrado. O amor é
recíproco.

O Alvo da Adoração – Deus

Quem é o alvo da nossa adoração? Deus mesmo. Há muitos que adoram


outras coisas. O que determina minha adoração? O meu amor. Sempre
terminamos adorando aquele ou aquilo que amamos. Aquele ou aquilo que
ocupa o nosso coração, termina se transformando no objeto da nossa
adoração. Se amamos a Deus, adoramos a Deus. E o imperativo da Palavra
é claro: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto”. (Mt. 4:10).
Ele é o único Deus e só é digno de ser adorado.

Para alguém certificar-se de quem é o alvo de sua adoração, basta


perguntar-se quem ocupa a maior parte dos seus pensamentos, a maior
intensidade dos seus sentimentos, e a maior devoção do seu coração.

“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, que a hora vem quando nem neste monte,
nem em Jerusalém adorareis o Pai” (Jo. 4:20,21). A adoração é dirigida ao
Pai. É Ele Quem procura adoradores. Ele somente deve ser o objeto e o alvo
da nossa devoção maior e suprema adoração. Não há outro Deus, senão o
Senhor, logo, não há outro que possa disputar Seu lugar em nossa vida. Ele
não admite rival.

O Lugar da Adoração – Nosso Espírito

Onde adorar a Deus ? A mulher samaritana apresenta uma questão


teológica: “Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que
em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (Jo. 4:20). Mas Jesus anuncia
um novo lugar. Não mais em Jerusalém, nem no monte. Deus não está mais
preso no santuário em Jerusalém.

No momento em que Jesus estava suspenso entre os Céus e a terra, pagando


o preço da nossa redenção, bradou: “Está consumado!”. Terminava a fase
dos sacrifícios. Naquela hora exata a presença de Deus deixava o Santo dos
Santos no templo em Jerusalém. Aquele foi o momento em que o véu se
abriu de alto a baixo. Por quê? Todos agora teriam acesso ao lugar
Santíssimo. Todos poderiam adorar sem véu! Não teríamos mais de ficar
nos átrios, nem mesmo no lugar santo, destinado aos sacerdotes, mas
poderíamos prosseguir, como o Sumo Sacerdote, com a diferença de que
não seria uma vez por ano, porque Deus agora construiria em nós o Seu
templo. Nosso espírito recriado é o santuário de Deus na terra e ele se
tornou o lugar da nossa adoração.

Somos santuário! Eis aí nossa vocação maior. A coisa mais importante é


que somos santuários e onde estamos andando, estamos adorando a Deus,
porque santuário é lugar de oração, lugar de adoração. Quando Paulo diz:
“Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em
vós?” (I Co. 3:16), Ele está dizendo: Fostes transformados num santuário e
ele só existe para que o incenso do louvor e da adoração subam
continuamente na presença do Pai. Assim sendo, só vou cumprir minha
vocação, quando deixar a chama do altar sempre acesa.

É do santuário que Deus fala. É no santuário que a glória de Deus assiste e


se manifesta e, amado, há uma experiência em Deus pela qual nosso
coração é transformado e Deus nos transfigura num lugar de adoração. Isso
ocorre porque Deus é Espírito e nós também possuímos um espírito e é aí
que há de acontecer a adoração.

A adoração não acontece na mente ou no corpo. Eles podem ser canais de


sua expressão, mas a verdadeira adoração ocorre em nosso espírito recriado,
porque só quem nasceu de novo pode realmente adorar a Deus.

O Espírito Santo é o Veículo da Adoração

É o Espírito Santo Quem se move em mim e me capacita a adorar. É


importantíssimo o Seu lugar, porque sem Ele eu não sou recriado, não
chego na sala do Trono, a minha natureza carnal não é regenerada e sem Ele
nem sequer entendo a Palavra de Deus. O Espírito de Deus move-se em
meu espírito, e quando respondo a esse mover, a adoração acontece. É Ele
Quem me toma pela mão e me introduz na presença do Pai, na sala do
Trono; é Ele Quem me rasga o véu, Quem me descortina as glórias eternas,
tira o véu dos meus olhos para que eu possa ter uma revelação da glória, do
Trono e de Jesus Cristo.
Esse doce Espírito Consolador habita no coração daquele que se encontrou
com o Senhor Jesus. O doce Companheiro, Guia, Mestre, Conselheiro,
Advogado e Confortador, passa a fazer residência dentro de nós, e porque
Ele está em nosso espírito, podemos ser transformados em adoradores e
adorar em qualquer lugar. Aí está o segredo: onde eu vou o Espírito de Deus
vai, porque habita comigo. “Mas vem a hora, e já chegou, quando os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai, em espírito e em verdade” (Jo.
4:23).

Já chegou um novo dia! E o que Jesus fez há dois mil anos atrás tem um
efeito presente para você hoje. Basta abrir o coração para o Espírito de
Deus. O resto Ele fará. Nunca mais você se aproximará dEle com um
coração vazio ou meramente religioso. Você conhecerá Sua intimidade.
Você nunca mais precisará de um objeto, nunca mais se ajoelhará diante de
uma estátua. Dentro do seu coração está o Espírito de Deus, que se moverá
em você, e o seu espírito se elevará e será introduzido na presença de Deus
e encontrar-se-á na sala do Trono, com a consciência da Sua presença
augusta e Suas hostes celestiais.

A Verdadeira Adoração

“Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão


o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para
Seus adoradores. Deus é Espírito; e importa que os Seus adoradores O
adorem em espírito e em verdade” (Jo. 4:23-24).

A verdadeira adoração deve fluir de um relacionamento genuíno com Deus.


Um bom relacionamento com uma Igreja pode produzir um bom
trabalhador, mas somente um relacionamento caloroso com Deus produz o
verdadeiro adorador. Espíritos calorosos produzem corações adoradores.

As motivações também devem ser corretas na adoração verdadeira. O


objetivo é dar ao Senhor e não, adquirir dEle. A motivação pura para a
adoração é o amor que transborda do espírito do homem como correntes de
água viva.

Diferenças Entre Louvor e Adoração


O Dr. Judson Cornwall, no seu magnífico livro Let Us Worship (Vamos
Adorar), tem um capítulo sobre “Louvor e Adoração” (pg. 143-151), no
qual aborda as diferenças entre louvor e adoração. Inspiramo-nos nele para
as notas que se seguem, esboçando e ampliando os principais pensamentos.

O louvor nos prepara para a adoração. É o prelúdio, a porta da entrada para


a adoração. O Salmo 95 é um bom exemplo deste princípio: “Vinde,
cantemos ao Senhor, com júbilo, celebremos o Rochedo da nossa salvação.
Saiamos ao Seu encontro, com ações de graça, vitoriemo-lO com Salmos”
(v.1,2).

Isto é louvor, não resta dúvida. Mas depois de ser plenamente expresso a
Deus, o Salmista convida: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos
diante do Senhor que nos criou” (v. 6).

O mesmo padrão pode ser visto no Salmo 96:4,7,8,9. Mas ainda que a
adoração possa depender do louvor, o louvor não é seu substituto, mas um
precioso suplemento.

O louvor difere da adoração em pelo menos seis áreas. Velamo-las:

1. Na Motivação – Geralmente louvamos com a motivação de sermos


abençoados por Deus. Há um desejo de despertar as agradáveis emoções
que o louvor produz. No louvor, aproximamo-nos de Deus com um coração
entusiasta e feliz, para gozar do prazer de Sua presença. Mas na adoração
apresentamo-nos a Deus, como um reconhecimento de amor e expressão da
nossa profunda apreciação do que Deus é.

A chave da adoração é dar e não receber. A adoração dá glória a Deus e não


busca conseguir a glória de Deus. Um adorador vai a Ele não para ser
abençoado, mas para abençoar; não como um pedinte, mas como um
admirador.

Os que louvam e querem ser adoradores, devem aplicar o teste: estou indo a
Deus para dar, ou para receber? Estou ministrando ao Senhor, ou buscando
ser ministrado por Ele?
2. No Impulso – O impulso primeiro do louvor é a resposta positiva voltada
para Deus, baseado muito mais nos seus feitos do que em sua Pessoa. O
Salmista convida a louvar a Deus pelos seus feitos. Moisés louva pela
libertação (Ex. 15); Ana louva por Samuel (I Sm. 2:1-10; Sl. 107:8,21,31).

Esse impulso de louvor é proveitoso e é um passo além das ações de graça.


Todavia o louvor se concentra mais no presente (dádiva) de Deus do que na
Sua presença.

O estímulo ou impulso da adoração é seu amor; o estímulo do louvor são os


efeitos de Deus e o estímulo da gratidão, são as bênçãos que você recebeu.
Há lugar para tudo, mas tudo deve conduzir ao clímax.

Como o louvor é centrado em atos, freqüentemente se transforma em


petição numa forma positiva, ou mesmo numa tentativa de conseguir que
Deus satisfaça os presentes desejos, louvando-O grandemente por Suas
dádivas passadas. É possível ir-se à presença de Deus e apresentar um
louvor próprio, buscando mais receber do que dar, nunca passando do
louvor para a adoração. Muitas vezes voltamos do louvor para a petição, em
vez de prosseguirmos do louvor para a adoração.

No louvor a ordem é “louvar por”. A adoração se volta para a Pessoa:


“Adora a Deus”. O louvor começa aplaudindo o poder de Deus, mas
freqüentemente nos aproxima tanto de Deus que a adoração pode responder
a essa presença.

Enquanto a energia do louvor é voltada para o que Deus faz, a energia da


adoração é voltada para o que Deus é. O louvor se concentra na realização;
a adoração na Pessoa. O impulso da adoração, portanto, é mais elevado do
que o louvor.

3. Sua Fonte de Inspiração – Fundamentalmente o louvor é uma


exuberância da alma ou do espírito do homem, que é expressa a Deus. A
adoração flui do Espírito de Deus que é residente no espírito do homem. O
louvor é o homem redimido invocando a Deus, enquanto a adoração é
Deus, na pessoa do Espírito Santo, invocando a Deus de dentro do homem
redimido. O louvor tem freqüentemente sua origem na alma, mas a
verdadeira adoração sempre se originará no espírito . (Jo. 4:24).
O louvor é mais um ato de emoção, enquanto a adoração é um ato de
devoção. O louvor brota da fonte dos sentimentos, enquanto a adoração flui
da torrente do nosso espírito. O louvor diz: “Eu sinto”, a adoração diz: “Eu
amo”. O louvor olha para a mão de Deus; a adoração olha para o coração.
Embora o louvor e a adoração sejam manifestos pelo mesmo corpo, eles
brotam de diferentes fontes em nosso ser. Mas a manifestação nem sempre
revela a fonte, pois podem ser expressos pelas mesmas posturas físicas ou
ações.

4. Na Profundidade da Dedicação – Enquanto o louvor é uma expressão


de nossa vida, a adoração é um estilo de vida. O louvor é muitas vezes um
ato da nossa vontade, e pode ser despertado pelo estímulo das emoções. A
adoração, porém, envolve a vida inteira. Um verdadeiro adorador o é o
tempo todo, mesmo que no momento não esteja envolvido no ato da
adoração. Adoração é um modo de vida que afeta o comportamento do
adorador fora da presença de Deus, como o faz em Sua presença.

No louvor nós expressamos uma profunda apreciação a Deus pelo que Ele
nos tem feito, mas na adoração nós “vivemos para o Senhor”.

5. Na Proximidade de Deus – O louvor nem sempre é a respeito das obras


de Deus; algumas vezes olha para além do que é feito e louva Aquele que
fez as obras. Mas normalmente é uma resposta à uma certa distância. O
louvor pode ser apresentado de uma grande distância, mas a adoração, antes
que possa fluir, requer que a pessoa esteja na presença real de Deus. A
adoração no templo acontecia no lugar Santo. O louvor ficava nos átrios.
Há uma intimidade na adoração, que não é exigida para o louvor.
6. No Método da Expressão – O louvor e adoração devem ser expressos
pelo corpo e há muita semelhança entre eles, mas também há diferenças. O
louvor é mais vocal, enquanto a adoração é freqüentemente destituída de
muitas palavras. Dois amantes numa caminhada têm muito do que falar,
mas quando se envolvem em um abraço as palavras se tornam supérfluas.
Assim é normalmente com a adoração.

O louvor é usualmente demonstrativo, com muita ação física, enquanto a


profunda adoração tende mais a manifestar uma submissão física, em vez
de uma atividade física. Como o louvor tende mais a ser emocional, é mais
barulhento e exuberante; a adoração é devocional e mais quieta e
contemplativa.

Poderíamos dizer que o louvor põe o amor em palavras e ação, enquanto a


adoração põe-no em toque e relacionamento. Ambos são importantes, mas a
adoração é mais íntima.

Os três tipos de oração que acabamos de considerar: ações de graça, louvor


e adoração, determinarão os resultados que você terá nos demais tipos que
veremos. Quando chegar a hora de mudar as circunstâncias, será esse
exercício diário, constante, dia e noite , que vai lhe tornar bem sucedido ao
chegar diante de Deus com um pedido. Você vive na presença do Senhor de
toda a terra, logo na hora em que você ministrar, Ele se moverá em você e
através de você. Porque está na Sua presença, você mesmo se tornará o
canal da liberação da bênção, da salvação, da cura, da libertação, do
quebrantamento, da edificação, do louvor e da adoração.

Porque estamos permanecendo nEle, Ele nos ouvirá: “Se permanecerdes em


mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e
vos será feito” (Jo. 15:7).

Porque estaremos nos deleitando nEle, temos o que pedimos: “Agrada-te do


Senhor, e Ele satisfará aos desejos do teu coração” (Sl. 37:4).

É por isso que começamos nosso estudo sobre oração pelo nível mais
elevado. Se você quer estudar mais sobre o assunto de adoração, temos uma
série de cds intitulada Verdadeiros Adoradores.

CAPÍTULO 6
Oração de
Petição
Entraremos agora nos tipos de oração que visam mudar uma circunstância
em nossa própria vida. Como já vimos, são três: petição, consagração e
entrega.

A oração de petição é sobretudo aquela que fazemos por nós, quando


estamos diante de uma necessidade para a qual temos uma promessa do Pai.
Visa alterar uma circunstância em nossa vida, contrária ao plano revelado
de Deus. É uma oração de fé, acompanhada, portanto, da certeza de que o
que será motivo de petição, encontrará uma resposta positiva de Deus.

Petição é um requerimento formal a uma autoridade, baseado na lei ou na


promessa. Oração de petição, pois, é um tipo de oração na qual vamos a
Deus, de acordo com a Constituição do Reino, a Bíblia, para apresentar
nosso requerimento, ou pedido.

A Bíblia nos encoraja a pedir, quando estamos em necessidade:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos


-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca, encontra; e a quem bate, abrir-
se-lhe-á” (Mt. 7:7,8).

“Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que
recebestes, e será assim convosco” (Mc. 11:24; Mt. 21:22).

“Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas


diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graça” (Fp. 4:6).

Deus é a fonte de toda a bênção e Ele tem a solução para todos os nossos
problemas. Ele tem recursos inesgotáveis para satisfazer cada uma das
nossas necessidades. “O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de
suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Fp. 4:19).

A Palavra de Deus nos encoraja a apresentar nossas petições ao Senhor,


sabendo que Ele está pronto a nos atender. Mas há princípios que governam
este tipo de oração, que vamos agora considerar, para que alcancemos uma
resposta favorável. Queremos deixar claro que todo tipo de oração que
alcança seu objetivo terá que ser feito obedecendo aos princípios revelados
na Bíblia. Deixemos, pois, que o Espírito de Deus, que a inspirou, ilumine
nosso entendimento, enquanto buscamos assimilá-los.

1. Identifique a Necessidade Real

Nada de pensamentos vagos ou vacilações. Tenha em sua mente uma


imagem nítida do seu desejo e expresse-o em palavras objetivas. Defina sua
necessidade e o que você quer de Deus, em termos claros. Orações vagas
nada resultam.

A Bíblia ensina que a oração deve ser específica, bem objetiva. Em Lucas
11, por exemplo, Jesus, falando sobre petição, conta uma parábola de um
homem que à meia noite procura um amigo e diz: “Amigo, empresta-me
três pães, pois um meu amigo chegando de viagem, procurou-me, e eu nada
tenho que lhe oferecer” (Lc. 11:5). Este é um pedido bem objetivo e,
consequentemente a resposta será de igual modo objetiva: exatamente o que
foi pedido.

Tiago, falando sobre o mesmo assunto, assevera: “Se, porém, algum de vós
necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e nada
lhes impropera; e ser-lhe-á concedida””(Tg. 1:5). Há uma necessidade
específica? Transforme-a em objeto da sua petição e ela será o objeto da
resposta de Deus.

Certa vez Jesus passava por Jericó e um cego, chamado Bartimeu, gritava:
“Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” (Lc. 18:38). Aquela,
porém, era uma oração muito vaga. Jesus já estava movido de compaixão
por todos os homens. Por isso mesmo Ele desceu da glória. Diante, pois, do
clamor do cego, Jesus replicou: “Que queres que Eu te faça?” Ao que ele
respondeu: “Senhor, que eu torne a ver”. Então Jesus disse: “Recupera a tua
vista”. E qual o resultado? “Imediatamente tornou a ver” (Lc.18:41-43). E
aqui está um princípio: petições específicas recebem respostas específicas.

Exemplos de orações objetivas:

A Bíblia está cheia de exemplos de petições bem definidas. Vejamos


alguns: Eliezer, servo de Abraão, recebeu a incumbência de ir buscar uma
noiva para Isaque, na casa da parentela do seu Senhor. Então ora:

“Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me acudas hoje e uses
de bondade para com o meu senhor Abraão! Eis que estou ao pé da fonte de
água, e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água; dá-me, pois,
que a moça a quem eu disser: Inclina o cântaro para que eu beba; e ela me
responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos, seja a que
designaste para o teu servo Isaque; e nisso verei seja a que designaste para o
teu servo Isaque; e nisso verei 14).

Ora, o que aconteceu foi exatamente o que ele pediu. Rebeca, sobrinha de
Abraão, agiu do modo como Eliezer orou e veio a tornar-se esposa de
Isaque.

Outra petição que queremos considerar é de Eliseu. Ele seguia o profeta


Elias, servindo-o com dedicação. Depois de acompanhá-lo passo a passo e
atravessar o Jordão, “Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te
faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu:

“Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu

Espírito” (2 Rs. 2:9).


Olhando para o ministério de Eliseu, concluímos que sua petição foi
garantida.

Olhemos para Ana. Seu clamor é:

“Senhor dos exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua


serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres
um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a
sua cabeça não passará navalha” (I Sm. 1:11).
O sacerdote declara:

“Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que Lhe fizeste” (I


Sm 11:17). E o relato acrescenta: “Lembrandose dela o Senhor, ela
concebeu e, passado o devido tempo, teve um filho, a quem chamou
Samuel, pois dizia: Do Senhor o pedi” (I Sm 1:19b-20).

E Ana não se esqueceu de sua promessa. Quando ele é desmamado, leva-o


ao templo e o entrega ao sacerdote, dizendo:

“Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a petição, que eu lhe
fizera. Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os
dias que viver; pois do Senhor o pedi. E eles adoraram ali ao Senhor” (I Sm.
1:27,28).

Glória a Deus para todo o sempre! Há algo nEle que encanta e enternece a
alma. Sendo tão infinito, o Senhor do Universo inteiro, atenta para a petição
sincera, específica de um filho Seu que clama, e Se apressa em satisfazer
aos desejos do seu coração. Esse é o nosso Deus, e Ele será o nosso guia
para sempre!
Como ser definido:

(1) Analise sua orações. Coloque de lado aquelas que são insinceras ou
feitas por mera obrigação. Separe as coisas que você realmente deseja e
pelas quais tem um peso de oração; aquilo que está verdadeiramente em seu
coração e para o que espera resposta específica.

(2) Espere na presença de Deus , analisando a Palavra, até ter na mente,


de modo claro, aquilo porque deve orar. Deixe que o Espírito lhe fale e
coloque o desejo em seu coração. Peça que Ele desperte seu desejo para as
coisas que estão no plano de Deus para você. Quando você ora por algo que
o Espírito Santo colocou em seu coração, você poderá ser ousado no pedir.

Oração específica não é uma tentativa de você fazer Deus concordar com
seu desejo, mas é antes descobrir o desejo de Deus para você e orar de
acordo com o que o Espírito coloca em seu coração.
(3) Escreva seu desejo. Isso lhe ajudará a ser específico e prepare-se
convenientemente para apresentar sua petição, assistido pelo Espírito Santo,
de tal modo que alcance a resposta específica.

Isso poderá também ser feito em concordância com outras pessoas.

O registro das petições específicas a Deus e das suas respostas, ajuda a


desenvolver a fé e crescer na vida de oração bem sucedida.

2. Aliste as Promessas que se Ajustam à sua Necessidade

Busque na Bíblia os textos que se referem ao que você precisa, quer em


promessas ou em princípios. Uma vez identificada a necessidade, pesquise
a Palavra e selecione textos que se referem ao assunto.

Toda a oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus revelada. A
fé começa onde a vontade de Deus é conhecida. Sua vontade é revelada na
Palavra escrita. Deus está preso à Sua Palavra. A Palavra expressa o que
Deus é. Ele é absolutamente fiel ao que prometeu.

Você não tem interesse em desejar o que Deus não quer para sua vida.
Pesquisando a Palavra, sob a direção do Espírito Santo, você descobrirá se
seu desejo deve ser abandonado ou se é digno de ser transformado em
objeto de oração.

A petição é feita em fé, e sem fundamento da Palavra de Deus, é impossível


fazer uma oração de fé. Enquanto você alista as promessas, deixe que elas
aqueçam seu coração e ativem sua fé. Considere que:

Primeiro, Deus tem habilidade de cumprir aquilo que prometeu. Paulo diz
de Abraão que estava “plenamente convicto de que Ele (Deus) era poderoso
para cumprir o que prometera” (Rm. 4:21). O próprio Senhor declara por
boca do profeta: “Eu velo sobre a minha Palavra para a cumprir” (Jr. 1:12).
Segundo, O conhecimento da vontade de Deus revelada em Sua Palavra
dar-lhe-á a certeza de que sua petição será atendida, como está escrito: “E
esta é a confiança que temos para com Ele, que, se pedirmos alguma cousa
segundo a Sua vontade, Ele nos ouve” (I Jo. 5:14).
Terceiro, o conhecimento das promessas de Deus relativas ao seu desejo,
despertará e alimentará sua fé. “Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que
nEle crê não será confundido” (Rm. 10:11).

Quarto, as promessas serão para você arma segura contra os ataques de


Satanás, enquanto espera a manifestação da resposta de Deus ao seu pedido
(Lc. 4:3-12).

Orações Baseadas na Palavra de Deus


A Bíblia está cheia de pedidos firmados nas promessas. Vejamos alguns
exemplos:

(1) Davi ora por sua casa, de acordo com a Palavra do Senhor, de que lhe
edificaria casa estável. Deus enviara uma palavra por Natã, o profeta. O
capítulo dezessete de I Crônicas narra o incidente. “... há de ser quando os
teus dias se cumprirem, e tiveres de ir para junto de teus pais, então farei
levantar depois de ti o teu descendente, que será dos teus filhos, e
estabelecerei o seu Reino. Esse me edificará casa; e Eu estabelecerei o seu
Trono para sempre. Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; a minha
misericórdia não apartarei dele, como a retirei daquele, que foi antes de ti.
Mas o confirmarei na minha casa e no meu Reino para sempre, e o seu
Trono será estabelecido para sempre” (I Cr. 17:11-14).

Quando Davi recebeu tais promessas, elevou ao Pai sua petição, de acordo
com elas:

“Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a Palavra que falaste acerca
do Teu servo, e acerca da sua casa, e faze como falaste... Agora, pois, ó
Senhor, Tu és Deus e falaste este bem acerca de teu servo. E agora foste
servido, abençoar a casa de teu servo, para que permaneça para semre
diante de Ti: porque Tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para
sempre” ” (I Cr. 17:23,26,27).

(2) Na dedicação do templo, Salomão, que era o cumprimento das


promessas de Deus a Davi, como vimos na oração que acabamos de ver,
também apresenta suas petições, invocando a Palavra de Deus.
“Ó Senhor Deus de Israel, não há Deus como Tu, nos Céus e na terra, como
Tu que guardas a aliança e a misericórdia a teus servos que de todo o
coração andam diante de Ti; que cumpriste para com teu servo Davi, meu
pai, o que lhe prometeste; pessoalmente o disseste e pelo teu poder o
cumpriste, como hoje se vê. Agora, pois, ó Senhor Deus de Israel, faze a teu
servo Davi, meu pai, o que lhe declaraste, dizendo: Não te faltará sucessor
diante de mim, que se assente no Trono de Israel; contanto que teus filhos
guardem o seu caminho, para andarem na lei diante de mim como tu
andaste. Agora também, ó Senhor Deus de Israel, cumpra-se a Tua Palavra
que disseste a teu servo Davi” (2 Cr. 6:14-17).

(3) Josafá se vê ameaçado por tropas inimigas e vai à casa do Senhor e


clama, de acordo com a promessa:

“Ah! Senhor, Deus de nossos pais, porventura não és Tu Deus nos Céus?
Não és Tu que dominas sobre todos os Reinos dos povos? Na Tua mão está
a força e o poder, e não há quem te possa resistir. Porventura, ó nosso Deus,
não lançaste fora os moradores desta terra e de diante do teu povo Israel, e
não a deste para sempre à posteridade de Abraão, teu amigo? Habitaram
nela e nela edificaram um santuário ao teu nome, dizendo: Se algum mal
nos sobrevier, espada por castigo, peste ou fome, nós nos apresentaremos
diante desta casa e diante de Ti, pois o teu nome está nesta casa; e
clamaremos a Ti na nossa angústia, e Tu nos ouvirás e livrarás. Agora, pois,
eis que os filhos de Amom e de Moabe, e os do monte Seir, cujas terras não
permitiste Israel invadir, quando vinham da terra do Egito, mas deles se
desviaram e não os destruíram, eis que nos dão o pago, vindo para lançar-
nos fora da Tua possessão, que nos deste por herança. Ah! Nosso Deus,
acaso não executarás Tu o teu julgamento contra eles? Porque em nós não
há força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não
sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti” (2 Cr.
20:6-12).

Para cada pedido que fazemos a Deus devemos ter uma passagem na Bíblia
a sustentá-lo. Por exemplo:

Necessidade de emprego (Fp. 4:19)


Prosperidade (Dt. 28)
Saúde (Is. 53:4; I Pe. 2:24).
Ninguém apresenta uma petição ou caso em algum tribunal, sem invocar o
respaldo da Lei. Do mesmo modo, nossas petições diante do Trono devem
ter o respaldo da Palavra de Deus escrita, que é a Constituição do Reino.

3. Apresente sua Petição a Deus

Faça seu pedido a Deus de modo simples e claro, invocando o que Ele
prometeu na Sua Palavra. Se você já sabe o que quer do Pai e se certificou
de que Ele lhe fez uma promessa em Sua Palavra, agora é só apresentar o
caso diante dEle, por meio de um pedido. Nada mais simples do que isto.
Siga os exemplos apresentados.

A Palavra nos encoraja: “Não andeis ansiosos por cousa alguma; em tudo,
porém, sejam conhecidas diante de Deus sa vossas petições...” (Fp. 4:6).

A petição é um meio dado por Deus para a satisfação das necessidades de


Seus filhos:

“Pedi, e dar-se-vos-á” (Mt.7:7).


“Pois todo o que pede, recebe” (Mt.7:8).
“Pedi e recebereis” (Jo. 16:24).
“Nada tendes, porque não pedes” (Tg. 4:2).

“Quanto mais vosso Pai celestial, dará boas coisas aos que Lhe pedirem”
(Mt. 7:11).

“E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis” (Mt. 21:22).

“Quanto mais vosso Pai celestial, dará o Espírito Santo àqueles que Lho
pedirem” (Lc. 11:13).
“Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, Eu o farei” (Jo. 14:14).
“Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis, para que o
vosso gozo seja completo” (Jo. 16:24).
Pedidos na Oração Sacerdotal de Jesus

A oração feita por Jesus em João 17 está permeada de pedidos ao Pai. Na


realidade são quase todos pedidos a favor de outros, intercessão, portanto,
mas vamos considerá-los:
Por Si mesmo: “Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu
tive junto a Ti, antes que houvesse mundo”(v. 5). Pela unidade dos
discípulos: “Rogo por aqueles que me deste, para que sejam um, assim
como nós” (v. 9,11).
Pelo gozo dos discípulos: “Que eles tenham o meu gozo completo em si
mesmos” (v. 13).

Pela proteção dos discípulos: “Não peço que os tires do mundo, mas que os
livres do mal” (v. 15)
Pela santificação dos discípulos: “Santificai-os na verdade” (v. 17).

Pelos resultados do trabalho dos discípulos: “Rogo por aqueles que vierem
a crer em Mim, por intermédio da Sua Palavra” (v. 20).

Pela unidade espiritual dos discípulos em Cristo e no Pai: “Que todos sejam
um; e como Tu és, ó Pai, em Mim, e Eu em Ti, também sejam eles em nós”
(v. 21).

Pela participação dos discípulos na Sua glória: “Que onde Eu estou, estejam
também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me
conferiste” (v. 24).

Você verificou que Jesus intercedeu por você e por mim naquela oração?
Ele nos incluiu em Suas petições, antes mesmo da Sua crucificação. Depois,
no Getsêmane, quando Ele agonizava pelos pecados do mundo, nós
estávamos em Suas orações. Por isso também nós estávamos naquela cruz,
quando Ele subiu ao Calvário; estávamos no Hades quando Ele desceu à
sepultura e, glória a Deus, estávamos também nEle quando ressurgiu dos
mortos, e estamos nEle assentados nas regiões celestes. É essa consciência
da ligação em Cristo, que nos dá uma força tremenda para orar. Sabemos
que Deus se alegra em nos ouvir!

4. Creia na Resposta de Deus

Tenha a firme convicção, com base na promessa Divina, que Deus atendeu
sua petição. A manifestação da resposta já está a caminho. Em outras
palavras, creia que você recebeu o que pediu.
E se você crê, só pedirá uma vez. Quando pedimos a mesma coisa muitas
vezes, é porque ou não entendemos o que estamos fazendo, ou não cremos
que Deus respondeu.

Mas deixe-nos lembrar que aqui estamos tratando apenas da petição, isto é,
uma oração que você faz por si mesmo, conhecendo a promessa de Deus,
consciente, portanto, de que faz uma oração de acordo com a vontade de
Deus, pelo que Ele certamente atenderá. Existem tipos de oração que não
obedecem a este princípio e que estudaremos depois.

George Muller é um nome que se tornou mundialmente conhecido pelo seu


exemplo de fé. Sustentou milhares de órfãos, dependendo apenas de Deus.
Diz-se que leu a Bíblia toda cem vezes, cinqüenta das quais de joelhos.
Conta-se que certo dia pela manhã nada havia para a refeição matinal dos
órfãos. Mas ele deixou que as mesas fossem postas e todos se colocassem
diante delas para as ações de graça. Deram graças a Deus pelo pão, mas
nada havia para comer.

No fim da oração ouviram alguém batendo à porta. Era um carregamento da


melhor comida. O que acontecera? Na noite anterior havia sido preparado
um banquete, mas a chuva impedira os convidados de comparecerem e o
alimento não foi consumido. Para que não se estragasse e fosse lançado
fora, alguém teve a idéia de levá-lo para “os órfãos de George Muller”.
Comeram todos e se fartaram e a despensa ficou cheia. A fé sempre terá o
seu galardão.

Coloquem em seu coração alguns princípios:

Primeiro, a fé tem como fundamento a fidelidade de Deus e da Sua


Palavra: “Deus não é homem para que minta; nem filho do homem, para
que se arrependa. Porventura, tendo Ele prometido, não o fará? Ou tendo
falado, não o cumprirá? (Nm. 23:19).

Segundo, a fé a precursora de toda oração respondida; uma confiança


ousada em Deus; uma certeza antecipada do milagre que virá. Jesus
declara enfaticamente: “Porque em verdade vos afirmo que se alguém
disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu
coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso vos
digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será
assim convosco” (Mc. 11:23-24).

Em terceiro lugar, a verdadeira fé é aquela que se apropria da


promessa no Reino do espírito, antes que ela se materialize diante dos
olhos. Todo o capítulo onze de Hebreus está cheio de exemplos que
ilustram este princípio. A única oração que Deus ouve é aquela feita em fé.
“De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que
aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna
galardoador dos que O buscam” (Hb. 11:6).

O quarto princípio a lembrar, é que o limite do que se consegue pela


oração, está na própria fé de cada pessoa. A vida de oração será tão forte
quanto a fé que a pessoa tem em Deus. Os Evangelhos relatam a história de
um pai que recorreu aos discípulos de Jesus a favor de um filho
endemoninhado, mas sem resultados. Jesus estava orando no monte, onde
fora transfigurado. Ao descer, o pai do menino dirigiuse a Ele, dizendo:

“...se Tu podes alguma cousa, tem compaixão de nós, e ajudanos. Ao que


lhe respondeu Jesus: Se podes! Tudo é possível ao que crê” (Mc. 9:22b-23).

O pai do menino, percebendo que sua própria fé seria o limite da resposta


que alcançaria à sua petição, clamou com lágrimas: “Eu creio, ajuda-me na
minha falta de fé” (Mc. 9:24).

Após testemunharem a libertação do menino, os discípulos interrogaram a


Jesus sobre o porquê de não o terem conseguido. A resposta é clara: “Por
causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé
como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e
ele passará. Nada vos será impossível” (Mt. 17:20).

E talvez você se pergunte: Como crescer numa fé mais forte, capaz de se


apropriar das promessas de Deus? Poderíamos aventurar uma resposta:

(1) Lembre-se que cada um tem uma medida de fé (Rm. 12:3).

Todos os filhos de Deus têm fé. Você já tem fé. Comece com a medida do
que Deus lhe deu.
(2) Aprenda a Palavra de Deus, porque a fé é baseada nas promessas de
Deus e “Todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo” (Rm.
10:13). À medida que nos tornamos familiares com a natureza de Deus
revelada na Bíblia, a fé é desenvolvida (Jo. 15:7).

(3) Submeta-se completamente à liderança do Espírito Santo e à vontade de


Deus. É o Espírito quem interpreta a Palavra em nosso coração.

(4) Aja de acordo com a medida da fé que você tem.

Como em todos os níveis de experiência, a fé se desenvolve e Deus só


espera de cada um que aja dentro do nível alcançado. Não começamos a
vida cristã crendo para grandes coisas, mas, passo a passo vamos nos
desenvolvendo e respondendo a desafios de fé cada vez maiores.

Alguns “nãos” a Considerar

(1) Não tente crer; simplesmente aja de acordo com a Palavra. A fé não
é uma tentativa. É uma resposta à fidelidade dAquele que prometeu.

(2) Não use uma confissão dupla, de modo que num momento você
confessa: “Sim, Ele ouviu minha oração. Estou curado.” OU, “minha
necessidade será satisfeita.” Depois, porém, começa a questionar: “Como
isso vai acontecer? Como vou consegui-lo?”
Sua última confissão cancela a primeira. Uma confissão errada, em
incredulidade e dúvida, destrói a oração da fé.

(3) Não confie na fé de outras pessoas – tenha sua própria fé. Assim como
você tem sua própria roupa, tenha sua própria fé. Aja de acordo com a
Palavra, por si mesmo.

(4) Não converse incredulidade. Nunca admita que você é um “Tomé


duvidoso”, pois isso é um insulto ao Pai. (5) Não fale sobre doenças e
problemas. Encha o coração das promessas e elas serão o motivo da sua
conversa.

(6) Nunca fale sobre fracasso. Fale sobre a Palavra, sua absoluta
integridade e sobre sua confiança nela. Fale de sua disposição de agir de
acordo com ela e ater-se à sua confissão de que ela é fiel.

A prática da Palavra é a Base da Fé Aqui estão algumas verdades, em


poucas palavras, sobre a importância da Palavra no desenvolvimento da fé:
- Você não pode edificar a fé sem a prática da Palavra.

- Você não pode desenvolver uma vida de oração que nada é senão palavras,
a menos que a Palavra de Deus tenha uma parte real em sua vida.

- Se você vive a Palavra, você pratica a Palavra.

- Alguém pode ser professor da Bíblia; pode saber a Bíblia de Gênesis a


Apocalipse, mas isso não significa que ele ande em fé. Ele pode viver no
Reino dos sentidos. Eu vivo a Palavra, na medida da minha fé.

- Minha vida de oração só tem valor na medida em que a Palavra em meus


lábios é algo vivo. E ela só vive se eu a pratico.

- “Se alguém é ouvinte da Palavra e não praticamente assemelha-se ao


homem que contempla num espelho o rosto natural, pois a si mesmo se
contempla e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência.”
(Tg. 1:23,24).

- Um novo homem em Cristo.


- Uma nova criação.
- Membro do Corpo de Cristo.

- Filho de Deus, com uma posição legal e a habilidade de Deus para vencer,
embora ainda viva como homem.
- Tem um caminho aberto para comparecer diante do Trono de Deus quando
o desejar.
- Tem a justiça de Deus, que o capacita a colocar-se na presença do Pai com
a mesma liberdade que Jesus possuía.

Apesar de tudo quanto foi dito, o homem descrito por Tiago vive como uma
pessoa comum e, quando a crise vem, ele procura alguém para crer por ele.
É claro que ele pode orar, mas suas orações não passam de palavras vazias,
quando poderiam estar cheias de fé, nascidas de uma real comunhão com o
Pai.

Ele é um ouvinte que “esquece”; um crente que não é “prati cante”. Ele
conhece o caminho, mas não é capaz de segui-lo. Guarde bem esta verdade:
Ser praticante das Palavras de Jesus é o segredo real de uma vida de fé e
oração bem sucedida.

5. Fale e Aja de Acordo com a Fé

Tome cuidado para que sua conversa e atitudes sobre o que você pediu a
Deus, estejam em linha com sua fé de que Ele ouviu sua petição, quando ela
Lhe foi apresentada. Sempre manifestamos fé ou incredulidade pela nossa
confissão. Poucos percebem o efeito da palavra falada sobre seu próprio
coração, sentimos o mesmo sobre o adversário, mas porque elas expressam
uma realidade do coração, terminam produzindo seu fruto negativo ou
positivo, de acordo com o que foi dito.

O inimigo ouve nossas conversas e, aparentemente, não as esquece,


enquanto nós descemos ao nível da nossa confissão, e terminamos tendo o
que é objeto das nossas palavras. Por exemplo: Você está sem emprego e
faz uma oração, firmado na promessa de Filipenses 4:19, de que Deus há de
suprir todas as suas necessidades. Daí a pouco você se encontra com um
amigo e diz: “Não sei o que vai der feito de minha vida. Você sabe como
anda essa recessão e é difícil encontrar um emprego”. Essa confissão
contraria sua oração e é mortífera para a sua fé. Qual seria uma confissão
apropriada? “Deus é meu Pai e cuida de mim. Estou aguardando nEle e
estou absolutamente certo de que meu emprego já está a caminho. Sua
Palavra diz: “Fui moço, e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo
desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl. 37:25), e eu
não serei o primeiro”.

A Palavra só se torna real quando confessamos sua realidade. Hebreus 4:14


deve ser uma divisa para a vida: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus,
como grande Sumo Sacerdote que penetrou os Céus, conservemos firmes a
nossa confissão”. Jesus é o Sumo Sacerdote da nossa confissão. Sem
confissão, portanto, não há Sumo Sacerdote.
A fé é expressa pela confissão dos lábios. Paulo deixa essa verdade clara ao
afirmar: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu
coração creres que Deus O ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque
com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa a respeito da
salvação” (Rm. 10:9-10).

A fé nasce no coração, mas é expressa com a confissão dos lábios. Quando


a fé do espírito e a confissão da boca se casam, a materialização daquilo que
se creu e se confessou, acontece. A ordem é: Creio, confesso, tenho. O que
os lábios dizem, deve concordar com a fé do coração.

Marcos 11:23, ressalta também a importância da harmonia entre a fé e a


confissão.

“Porque em verdade vos afirmo que se alguém disser a este monte: Ergue-te
e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que
diz, assim será com ele”.

Primeiro, creio, segundo, digo, falo, confesso. Encontramos aí três vezes o


verbo dizer e uma vez o crer. É aqui que se encontra um princípio: Você tem
o que confessa, porque a confissão expressa ,o que vai dentro de você. É
mister, pois, que a confissão dos lábios caminhe em harmonia com a fé do
coração.

Palavras contrárias à promessa destroem e neutralizam a oração. Palavras


são sementes e palavras confessadas são sementes plantadas. Confissão
repetida é semente regada. Sementes plantadas e devidamente regadas
terminam germinando. Regue as sementes da fé com a confissão da
promessa e certamente hão de germinar, porque estarão obedecendo a um
princípio de fé.

Sua confiança não é nas orações dos outros, mas na imutável e indestrutível
Palavra de Deus. Por isso você se recusa a permitir que seus lábios
destruam a eficácia da Palavra no seu caso. Você se conservará firme à sua
confissão, ainda que pareça aos olhos humanos que sua oração não foi
respondida.
6. Rejeite a Dúvida
Rejeite toda a dúvida que assaltar sua mente quanto ao fato de que Deus já
respondeu sua oração.

Entre cada promessa e a sua concretização há um deserto, um tempo, um


caminho, no meio do qual temos a chance de duvidar e perder a promessa.
O tempo no deserto depende da nossa atitude para com a promessa. Isso é
bem ilustrado na vida de Israel. Estava no limiar da terra, depois de dois
anos, mas a dúvida, que é mãe da incredulidade, o impediu de entrar na
plena posse da promessa. Foram necessários quarenta anos para que um
povo aprendesse a rejeitar a dúvida e andar no terreno firme da fé.

Deixe que cada pensamento, cada imagem e desejo afirme que você tem o
que pediu. Não olhe para as circunstâncias, para os sintomas, mas firme-se
na Palavra e isso manterá a dúvida fora do seu território.

Entre sua petição e a efetiva manifestação da resposta, existe um tempo que


pode ser mais ou menos prolongado. Durante esse período Satanás tentará
lançar dúvidas na sua mente e roubar-lhe a bênção. Torna-se necessário
manter uma atitude segura contra tais pensamentos de dúvida, invocando a
promessa e resistindo o inimigo, para poder conservar a fé.

A dúvida é uma ladra, que rouba a bênção de Deus. É o inimigo número um


da fé. Mateus 14:24-31 narra o incidente de como Pedro naufragou diante
do olhar de Jesus, após ter andado sobre as águas, só porque duvidou.

Quando duvidamos da Palavra de Deus é porque estamos crendo em algo


contrário a ela. E duvidar dela, é duvidar do próprio Deus. Isso impede a
resposta à oração, pois a dúvida é mãe da derrota (Tg. 1:6-8).

Qualquer substituto para a fé em Deus e Suas promessas, destrói a vida de


fé; destrói as orações e traz de volta o jugo. A dúvida e a fé não
permanecem juntas. Se uma entra pela porta, a outra sai pela janela.

Como vencer a dúvida:

- Mantenha controle sobre sua mente. A dúvida opera no reino da mente; a


Palavra de Deus opera no reino do espírito. A fé também opera no Reino do
espírito. Há, pois, que lançar mão das armas disponíveis para vencer os
pensamentos de dúvida (2 Co. 10:3-5.

- Esteja pronto a recusar qualquer pensamento ou imagens contrários à sua


oração. Controle seus pensamentos de acordo com Filipenses 4:6-9.

- Use as promessas de Deus como arma contra os ataques da dúvida. A


palavra de Deus confessada com autoridade e fé mantém o inimigo distante
(Mt. 4:1-11).

- Concentre-se na fidelidade de Deus e da Sua Palavra. Isso fortalece a fé e


põe a dúvida fora do caminho. Nossa fé é firmada naquilo que Deus é (Rm.
4:19-21). É a segurança da Palavra de Deus que garantirá a vitória contra os
ataques das dúvidas.

7. Guarde a Promessa
Conserve uma visão clara das promessas que serviram de base para sua
petição. Provérbios nos adverte:

“Filho meu, atenta para as minhas palavras; aos meus ensinamentos inclina
o teu ouvido. Não os deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-os no mais
íntimo do teu coração. Porque são vida para quem os acha e saúde para o
seu corpo” (Pv. 4:20-21).

“Não se apartem elas de diante dos teus olhos...” Quando a promessa é


guardada diante dos nossos olhos, trocamos a imagem do problema pela
imagem da promessa. Isso é fundamental. Nossas vitórias ou derrotas são
alcançadas primeiro na mente. As circunstâncias que nos cercam tentarão
impor suas imagens. Mas se a Palavra de Deus estiver diante dos nossos
olhos, serão as imagens das promessas que prevalecerão. Essas imagens
serão alimentadas pela meditação nas promessas que serviram de base para
a nossa oração, bem como de alimento da fé nos dias de espera.

A Meditação Firma as Promessas

Meditar é ruminar; é trazer de volta à mente a Palavra e absorver dela todos


os seus nutrientes espirituais; é ter a promessa sempre presente e viva na
memória; é considerá-la atentamente, contemplá-la. Vejamos alguns
benefícios que ela traz para nossa oração:

1 – Pela meditação a promessa é interiorizada e a certeza da sua


manifestação é alimentada. O Senhor disse a Josué:

“Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para
que tenhas cuidado de fazer segundo a tudo quanto nele está escrito; então
farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido” (Js. 1:8).
E o sucesso no caso em pauta, é a resposta à petição.

2 – A meditação favorece a permanência na Palavra. Isso fica patente


no que Jesus diz em João 15:7: “Se permanecerdes em mim e as minhas
palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito”.
E isso é condição para a resposta à oração.

3 – O amor à Palavra é demonstrado no ato de meditar nela. “Quanto


amo a Tua Lei! É a minha meditação todo o dia”(Sl. 119:97). De fato, a
contínua meditação na Palavra gera em nós as imagens das abundantes
promessas de Deus e do que somos em Cristo. Isso faz com que na hora de
uma determinada necessidade a oração seja prontamente feita dentro dos
princípios Divinos.

4 – Pela meditação o coração é aquecido e a fé é alimentada:


“Esbraseou-se no peito o coração; enquanto eu meditava ateou-se o fogo”
(Sl. 39:3).

5 – O meditar na Palavra nos leva a um maior conhecimento e


intimidade com Deus, pois a base da fidelidade no cumprimento da
promessa reside em Sua própria pessoa. “Em Ti medito, durante a vigília da
noite”(Sl. 63:6). Se conheço a Deus, sei que Suas promessas são fiéis e
verdadeiras.

6 – Meditar na Palavra requer uma decisão firme. É uma questão de


escolha e disciplina. “Meditarei nos teus preceitos, e às Tuas veredas terei
respeito” (Sl. 119:15). “Para os Teus mandamentos, que amo, levantarei as
minhas mãos, e meditarei nos Teus decretos” (Sl. 119:48). “Meditarei no
glorioso esplendor da Tua majestade, e nas Tuas maravilhas” (Sl. 145:5).
7. O hábito da meditação na Palavra nos torna sábios e nos dará o
conhecimento dos caminhos de Deus. “Compreendo mais do que todos os
meus mestres, porque medito nos teus testemunhos” (Sl. 119:99).

8. Louve a Deus
Conserve-se numa atitude de louvor e gratidão a Deus até à plena
materialização da resposta ao pedido.

Você não deve esperar a manifestação para poder agradecer. Agradeça logo,
pois a sua convicção é que Deus é fiel à Sua Palavra e a materialização da
resposta é apenas uma questão de tempo.

O louvor é uma expressão de fé em Deus, e se baseia na promessa de Deus.


Ele é fiel e essa certeza do coração o sustenta no tempo da espera e o leva a
conservar-se em ações de graças, louvor e adoração.
Paulo nos diz que as súplicas devem ser feitas a Deus com ações de graça
(Fp. 4:6,7). E não devemos parar aí. Em vez de ficarmos repetindo o
pedido, vez após vez, quando falarmos com o Pai sobre o assunto, será em
termos de gratidão e de louvor. Há algo nessa atitude de louvor que libera
um tremendo poder espiritual e uma grande paz. Não há atitude mais
adequada para se esperar a materialização da resposta a uma petição feita,
do que a do louvor.

O louvor fortalece a fé. Paulo, falando da experiência de Abraão,


ressaltando sua fé, declara: “Não duvidou da promessa de Deus, por
incredulidade; mas, pela fé, se fortaleceu, dando glória a Deus, estando
plenamente convicto de que Ele era poderoso para cumprir o que
prometera. Pelo que isso lhe foi também imputado para justiça” (Rm. 4:20-
22).

O louvor pela resposta à oração, antes de ver sua manifestação, libera os


milagres de Deus. Jesus, diante do túmulo aberto de Lázaro, “Levantando
os olhos para o Céu, disse: Pai, graças Te dou porque me ouviste” (Jo.
11:41). E logo Lázaro estava fora do túmulo, vivo.

O coração agradecido que aguarda a manifestação física da resposta de


Deus com louvor e ações de graça, entra no descanso da fé.
Aí estão esses oito passos recheados de princípios de fé, que devem
governar nossas orações de petição. Eles são aplicáveis, na sua quase
totalidade, a qualquer tipo de oração que se segue e que visa, sobretudo,
alterar uma circunstância. Portanto, iremos agora apenas diferenciar a
petição dos outros dois tipos que se aplicam às nossas próprias
necessidades. Experimente aplicar, passo a passo, o que foi dito, em relação
a uma questão pessoal. Fazendo isso você irá crescendo no exercício da
adoração vitoriosa.

CAPÍTULO 7
Oração de
Consagração
Surgem ocasiões em nossa vida quando teremos que tomar decisões, seguir
por um determinado caminho e a vontade de Deus naquela área não está
claramente revelada em Sua Palavra. Não há uma palavra específica
dizendo “faça isso ou aquilo”, “vá aqui ou acolá”.

Por exemplo, não há um texto na Bíblia dizendo onde você deve morar,
qual será sua profissão, com quem vai se casar, quantos filhos deve ter, em
que Igreja se congregar... Cada dia pode surgir uma nova situação para a
qual você tem uma direção clara na Bíblia, ou você não está consciente
dela. O que fazer? Como orar? Uma petição? Não. É aí quando, em vez de
começar a pedir, você deve buscar a face do Pai e esperar em Sua presença
a fim de conhecer os propósitos Divinos para aquela situação específica.

Esse tipo de oração é mais uma atitude de submissão, dedicação, entrega e


obediência a Deus, do que petição. Exige mais tempo e às vezes pode ser
bastante demorado. Exige calma, espera, antes de poder agir. Uma vez
conhecida a vontade de Deus, não há o que pedir, é só segui-la em submissa
obediência.

Nesse tipo de oração há uma disposição de fazer ou aceitar qualquer que


seja a vontade de Deus naquela circunstância. Você vai a Deus disposto a
abrir mão da vontade própria, caso haja conflito entre a sua e a dEle.

“Se For da Tua Vontade”

Este é o tipo de oração onde se emprega o “se for da Tua vontade”. Na


petição você não o faz, porque já sabe o que Deus prometeu ou disse para
aquela situação. Aqui, porém, você não sabe, e o “se” é chave: indica
rendição ao plano do Pai. Você está buscando o conhecimento da vontade
de Deus ainda não revelada. Isso é feito com a mais profunda atitude de
submissão e obediência a Deus.
A oração de consagração é harmonizar nossa vontade com a vontade de
Deus a fim de trazer sucesso numa determinada situação. A vontade de
Deus é sempre a melhor e visa nosso próprio bem, ainda que não saibamos
discerni-la no momento. Esse tipo de oração nos coloca juntamente com
Deus, direcionados para o mesmo alvo.

Jesus fez esta oração no Getsêmane: “Pai, se queres afasta de mim este
cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua”. Mais que um
pedido, ou palavras, é uma rendição, uma atitude de submissão e
obediência. Para o Mestre não importava o querer do Pai, seria bem vindo,
ainda que fosse a cruz, o sofrimento e a morte. E era. Contudo, não há
hesitação. Isaías testifica: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de Sua alma,
e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o Seu conhecimento,
justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre Si” (Is. 53:11).

A oração de consagração exige um tempo maior de busca, repetidas vezes,


até a convicção do plano Divino naquela circunstância a ser alcançada. No
caso de Jesus, vemos que por três vezes Ele se debruçou sobre a mesma
questão. Provavelmente cerca de uma hora em cada vez. O mesmo ocorrerá
conosco. Poderemos ter que voltar ao assunto repetidamente, conversando
com o Pai sobre a questão, até que a convicção se forme dentro de nós e
possamos agir, com a certeza de que estamos seguindo Sua direção.

Este tipo de oração requer, acima de tudo, a renúncia da vontade própria.


Não é a ausência da vontade, mas a renúncia da que contraria a do Pai. As
preferências pessoais precisarão ser colocadas em segundo plano durante a
busca, para que as do Pai se tornem mais claras e possamos aceitá-las, não
importa quais sejam.

Uma vez conhecido o plano de Deus, não se trata de receber dEle alguma
coisa, mas fazer alguma coisa de acordo com a direção recebida.

Talvez este seja um dos mais difíceis tipos de oração, porque nossa vontade
é tão forte que se torna difícil discernir a de Deus. Não é agradável à carne
abrir mão das suas preferências e direitos e o coração também é enganoso.
Jeremias já declarou: “Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e
desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr. 17:9). Quantas vezes
julgamos ter um coração submisso e quando Deus aponta determinado
caminho encontramos dificuldade em entender, ou não queremos entender,
porque estamos presos a preconceitos, e vontade própria?

Experiência em África

Isso me faz lembrar uma experiência no início da revolução comunista em


Moçambique, onde servia como missionária. Veio a Revolução Portuguesa
em 1974 e, com ela a Independência de suas colônias em África.
Moçambique, como Angola, seguiu o caminho do marxismo-leninismo. A
revolução era violenta e a ofensiva contra a Igreja não tinha tréguas. Todos
os missionários evangélicos deixaram o País, voluntariamente, ou expulsos.
Vi todos os colegas de denominação partirem e julguei que o mesmo
aconteceria comigo, pois não tinha residência permanente. Apenas visto
renovado a cada seis meses.

Aproveitando o surgimento do novo País, dei entrada no pedido de


residência e fiz a seguinte oração: “Senhor, se a residência sair até o dia 24
de abril (1975, data em que expiraria o visto), entenderei que é Tua vontade
que eu fique. Se não, entenderei que devo também ir embora”.

Os dias passavam. Olhava para aquelas tenras ovelhinhas sem pastor e o


coração gemia. Veio o conflito: “Se vou embora, tenho que me mover e
iniciar o processo de mudança, que é demorado”. Mas não conseguia senão
esperar. Cansada dessa situação, tranquei-me com o Pai e disse-Lhe:
“Preciso de definição. O que vou fazer?”.

Que surpresa amarga me aguardava! Ele revelou-me o motivo escondido de


minha oração: não queria ficar sozinha ali, naquelas circunstâncias, e atirara
para Ele a responsabilidade da escolha. Num relance, meu espírito
entendeu: Ele me havia enviado, sem me dizer em que circunstâncias O
serviria. Não existia a questão de ficar ou não ficar, só porque os demais
haviam ido embora. Chorei muito em Sua presença, pedindo perdão e disse-
Lhe: “Pai, com residência, ou sem residência, eu fico”.

Não mais pensei em visto de residência. No dia 24 de abril nada apareceu.


Nos próximos seis meses, nem residência, nem visto algum. Em outubro
surgiu um problema. Um comandante do exército, com seu batalhão,
encontrou-me numa aldeia pregando numa escola, o que não era permitido.
Denúncia. Mas como ele não sabia meu nome, informou ao Administrador
do Distrito que havia “uma padre ensinando que não se devia matar,
desmobilizando, assim, o povo”.

Julguei que daquela vez seria expulsa. Fui a Maputo tentar solucionar o
problema de visto. Ao entrar na repartição do governo, alguém me saudou
com espanto e alegre entusiasmo: “Irmã Valnice! Ficou em Moçambique?!
Que alegria revê
-la aqui!”.

Aquela era uma jovem senhora que conhecera no primeiro ano de


ministério , a quem falava de Jesus, sentada numa esteira em sua miserável
palhota. Agora era uma importante funcionária nos Serviços de Imigração.
Disse-lhe que não existia resposta para a renovação do meu visto, já por
seis meses. Ela foi ao chefe, que declarou: “O quê? Ainda está no País?!
Então temos a obrigação moral de renovar-lhe o visto”. E permaneci no
País até 1984, quando Deus me enviou para a África do Sul.

Estava longe de imaginar que o Pai me havia reservado tão gloriosas


experiências com Ele, em meio a circunstâncias tão caóticas de um País em
destruição, guerra e marxismo! Um ano mais tarde Ele me informou que me
deixara só ali, para treinar-me e enviar-me de volta ao Brasil. A vontade de
Deus é sempre perfeita, mesmo que custe muitas lágrimas e sucessivas
renúncias.

Ali aprendi a não fazer orações condicionais, mas a quebrantar o coração


diante do Pai, esperar em Sua presença, até que Sua vontade seja
plenamente revelada, para poder agir. Estava me exercitando nos
aparentemente incompreensíveis princípios da oração de consagração.

Agora você vai entender porque dissemos que as orações no nível de Deus
determinarão o sucesso nos demais tipos. É que elas desenvolverão um
relacionamento mais profundo com Ele e um maior quebrantamento do
coração, que sempre resulta em submissão e obediência.

A Dificuldade na Rendição à Vontade Divina


Talvez um dos problemas mais sérios neste tipo de oração não seja a
resposta de Deus, que tantas vezes parece demorada, mas a nossa
dificuldade em decodificá-la, porque nossa própria alma se agarra às coisas
que terão de ir para um outro plano ou totalmente renunciadas, diante da
revelação de Deus do que Ele quer para aquela situação que é alvo de
oração. Quando, porém, isso acontecer com você, não hesite. Busque a
direção de Deus a qualquer preço e não ouse seguir seu próprio caminho,
pois o preço da desobediência é bem mais caro que o da obediência. A
renúncia de alguma coisa que significa tanto para nós, pode parecer
dolorosa, mas o fim da renúncia será a alegria de encontrar o melhor
caminho: a vontade de um Pai que nos ama tanto e nos reservou os tesouros
da Sua graça.

Voltando a um testemunho pessoal, não foi fácil entender e aceitar o


presente ministério que Deus nos confiou. As experiências com Ele em
Moçambique, em meio a crises de todo o tipo e toda sorte de miséria,
colocaram sobre mim um irresistível impulso para orar e estudar Sua
Palavra, em busca de luz e direção para cada passo. Uma fome insaciável
do Seu poder e da manifestação do seu espírito! Toda essa busca culminou
com uma tremenda experiência com o maravilhoso Consolador, resultando
numa tremenda revolução espiritual em minha vida e ministério. Mas ela
era apenas o começo de uma nova dimensão.

Em maio de 1984, Ele falou-me claramente: “Vou usar-te de um modo


diferente e poderoso, mas terás que renunciar muitas coisas”. Eu vinha
buscando Sua direção sobre três questões cruciantes: permaneceria servindo
a Junta missionária a que pertencia? Era Moçambique o lugar onde deveria
desenvolver um ministério dentro da nova luz do mover do Espírito? Qual o
novo ministério que Ele tinha para mim? A busca durava seis meses,
quando a doce voz do Espírito me veio ao coração: “Deixa a Junta, a
Convenção e o País”. Repliquei: “Uma coisa de cada VEZ, Senhor. Preciso
de confirmação. És Tu mesmo falando?” É claro que era Ele, mas a luta,
busca e convicção de tudo isso levou um ano. Foi quando parti para a
África do Sul, apenas com duas malas, tendo deixado tudo para trás, sem
fazer a mínima idéia do que Deus tinha em mente para minha vida, além
dos próximos seis meses dos quais falara ser um tempo de preparo, de volta
ao deserto, como ocorrera com Paulo, depois da experiência a caminho de
Damasco.

Amava África como a própria vida. Estava ali em obediência a um chamado


claro e julgava que lá permaneceria até a morte ou o regresso de Cristo.
Buscava saber qual seria o País onde serviria em África. Estava agora
desligada da Junta missionária do Brasil. Esperava conhecer o plano do Pai.
E Ele tentava falar-me, porém eu não conseguia entender.

Durante aqueles primeiros seis meses, muitas vezes, em diferentes lugares e


ocasiões, via-me no Brasil ministrando ao povo. Era uma visão espiritual.
Cada vez que isso ocorria, rejeitava a idéia, julgando-a louca.

Passado os seis meses, retirei-me por catorze dias, em jejum e oração. Certa
ocasião, após ter estado orando por cinco horas seguidas em línguas e, ao
mesmo tempo, ouvindo a leitura da Bíblia em cassete, o Espírito falou-me:
“Quero falar contigo em Ezequiel 3.”

Abri a Palavra. Enquanto a lia, o Senhor ministrava ao meu coração, através


de cada palavra, comunicando algumas coisas ao meu espírito. Quando
cheguei ao ponto: “Eu te envio a um povo de língua familiar”, lá no fundo
havia uma impressão de que era o Brasil, mas não dava para a mente captar.
Disse: “Que povo? Português me é familiar e há muitos países em África
que falam português. Inglês me é familiar...” Teria que ser África.

Mais tarde, naquele retiro, Ele falou-me que eu não voltaria a Moçambique
e que tinha um novo ministério para mim. Recebi direção para os próximos
seis meses, com a informação de que, então, saberia o próximo passo.

Em fevereiro de 1985, participei de uma Escola de Ministério com Morris


Cerrulo e sua equipe de mestres, em Pretória. Como era uma semana com
estudos pela manhã, tarde e noite, fiquei num trailer ali perto. Todo meu ser
desejava uma nova liberdade em meu coração e fluir no Espírito. Na quinta
-feira, Dr. Avanzini ministrou sobre o dar e lançou um desafio. Zerei a conta
na oferta . O próximo mestre, Dr. Trulin, falou sobre um livro que deixara
nos Estados Unidos e custava catorze rands (a moeda da África do Sul).
Pensei que deveria ter algum dinheiro no trailer, para a gasolina de volta. E
tinha: catorze rands. Peguei o dinheiro, coloquei-o num envelope e
entreguei-o, segundo a orientação.

Fomos informados de que a sexta-feira seria de jejum e o dia do nosso


funeral, significando rendição total. Eu já não sabia o que render a Deus,
tamanho havia sido, até então, o quebrantamento de minha alma. Pelo
menos julgava ser assim.

Era tarde da noite daquela quinta-feira, 7 de fevereiro de 1985. Conversei


com o Pai: “Engraçado, há tanto tempo que não me vejo sem nenhum
dinheiro na mão, mas sinto tanta paz!...”
A certa altura dessa conversa com Ele, em que me falou, pela primeira vez
sobre Israel, levantei-me, olhei para o espelho do trailer e disse em voz alta:
“Valnice, esta é a sua última noite. Amanhã é o seu funeral. Vamos
(levantando as mãos e gesticulando), vire a página. Esqueça seu passado de
sucessos e falhas. Amanhã é o dia de um novo começo”.

Olhei para o passado e revi as últimas renúncias: a Igreja que nascera


comigo no fogo comunista; o Instituto teológico cujos alunos vira entrar no
Reino, treinara, alimentara, calçara e a quem me dera inteiramente; o País
que adotara como meu; a Junta, de quem me sentia propriedade; o próprio
ministério... estava no deserto, em silêncio, sem escrever cartas ou
compartilhar... Apenas na prensa do deserto, estudando a Bíblia e buscando
direção para o próximo passo, bem longe de descortinar o que Deus me
reservara.

Ajoelhei-me ao pé da cama, e disse ao Pai: “Vazia vou para meu funeral.


Não sei mais o que Te dar. Tu sabes que tens tudo que queres de mim”.
Depois , adormeci.

Levantei-me com o coração contrito. Ajoelhei-me novamente e fiz a mesma


oração, antes de dirigir-me ao local da reunião. Sentei-me, como de
costume, na terceira fila. Morris Cerullo ministrou com aquela reconhecida
unção, que nos transporta para as alturas.

Veio, então, Dr. Ness, falando sobre a consagração dos sacerdotes e a unção
com óleo. Depois disto começou a unção dos participantes do Seminário,
que eram cerca de 1800. A liberação da presença e do poder de Deus
enchiam o auditório. A partir das últimas filas, solenemente, os
participantes iam à frente e recebiam a unção. Tive que esperar muito e o
fazia numa atitude de quebrantamento e profunda submissão, em meio a
muitas lágrimas. Chegou a vez da fila em que me encontrava. Não posso
precisar, mas creio que havia umas cinco pessoas em minha frente quando o
Espírito do Senhor veio sobre mim. Fui envolvida como que por um manto
e caí com o rosto em terra diante da augusta e temível presença de Deus.
Ali Sua voz se fez ouvir em meu espírito:

-“Estás pronta agora?”


- “O quê?” Repliquei surpresa.
- “Estás pronta agora?” Repetiu Ele.
- “Para quê?” Indaguei.
- “Para ires para o Brasil?” Respondeu sem tardar.

Só não caí porque estava no chão. Senti-me apavorada. Brasil? Qualquer


lugar do mundo, menos Brasil, é o que estava em minha mente. Pedira
demissão da Junta missionária e não mais escrevera uma carta para
qualquer amigo no Brasil. Dissera: “Saio do caminho e esqueçam Valnice”.
Sabia de onde vinha, o que Deus fizera em minha vida e como isso poderia
embaraçar tantos a quem muito amava, pois as novas experiências com o
Espírito Santo e convicções não seriam vistas com bons olhos pela
denominação a quem servira como missionária por treze anos. Por outro
lado, tendo uma natureza tímida, preferia estar longe de qualquer situação
constrangedora.

Tinha vontade de fugir. Mas o que dizer, depois da oração de consagração


que fizera com tanta seriedade e do gesto de virar a página? O passado não
poderia se interpor entre mim e o plano de Deus.

Mais uma vez era apanhada de surpresa, descobrindo que ainda não era
fácil abrir mão de preferência ou tendência de fuga. Fiquei em silêncio ali
com o rosto em terra, esmagada pela presença do Altíssimo, diante de uma
revelação que parecia maior que minha capacidade humana de suportar.
Brasil tinha sabor de navalhas. Eu tinha uma tremenda porta aberta diante
de mim para servir em África, mas teria que devolver a África para Deus.
Após um tempo de silêncio, que me parecia uma eternidade, o Senhor
voltou a falar:
- “Tenho um ministério para ti no Brasil. Treina-me um exército”.
- “Eu???!!!” Repliquei.

Minha carne gemeu. Senti que tinha um Getsêmane diante de mim. Mas o
que dizer a Deus? Poderia negar-Lhe alguma coisa? Quantas vezes dissera:
“Servo não faz perguntas; não questiona. Obedece ao seu Senhor!”Poderia
esquecer a aliança que fizera com Ele, quando tinha dezessete anos, antes
de entrar no Seminário: “Eu Te obedecerei sempre, sem nunca
questionar?!”. Finalmente aventurei uma única pergunta:

- “Quando?”

- “No próximo ano. Teu tempo na África do Sul é de treinamento e ainda


não terminei o que quero fazer em ti”, respondeu prontamente o Senhor.

Depois de mais um tempo, levantei-me. Não sei o que foi dito depois
daquele incidente. Estava dominada pelo impacto de tão grande visitação.

Ao voltar para o trailer naquela noite, o Senhor falou outra vez:


- “Que peso estava em teu coração, quando estavas no Seminário?”
- “Avivamento, Senhor”, respondi. Ao que Ele disse:
- “É verdade. Tirei-te do Brasil, deixei-te sozinha em Moçambique, para
treinar-te e enviar-te de volta”.

Mais uma surpresa. Julgava estar fazendo alguma coisa. Seis anos de
seminário e quinze de África, apenas para ser treinada para o presente
ministério que Deus fazia arder em meu coração desde o momento em que
me chamou para ministrar aos homens a Sua Palavra. Estava pasmada, mas
sabia que Deus respondera minha oração de consagração que, naquela fase,
já durava mais de dois anos. Agora era só obedecer.

Convém, no entanto lembrar, que no caminho da obediência ao que é


revelado na oração de consagração, deverá continuar sempre presente o
mesmo espírito de busca e submissão, pois os detalhes dos planos
continuarão a ser revelados e requerem submissão.
A oração de consagração é um modo de viver e um constante desafio de
obediência. Mas por meio dela você conseguirá descobrir cada passo a
palmilhar no plano que Deus preparou para a sua vida inteira. Deus nunca
mostra todo o caminho de pronto. É apenas um passo de cada vez. Mas,
passo a passo, todo o plano será descortinado. Enquanto você olha para Ele,
cada nova direção virá. Ele promete: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho
que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Sl. 32:8).

O caminho pode parecer difícil de ser palmilhado, mas cedo se descobrirá


que o lugar mais seguro do mundo é no centro da vontade de Deus. É o
lugar da alegria, da paz, da realização, mesmo que seja um caminho de
cruz. Por outro lado, o lugar mais perigoso do mundo é fora da vontade de
Deus. É um lugar de tristeza, insatisfação, angústia, inconstância e
decepção. O que não se fará, portanto, para descobrir e seguir o plano e
propósito do Pai de amor para nossa vida? Vale a pena!

Concluindo a palavra sobre a Oração de Consagração, diríamos: esta oração


é um modo de viver em completa dependência, submissão e espírito de
obediência ao Pai, seguindo o exemplo de Jesus: “A minha comida consiste
em fazer a vontade dAquele que me enviou, e realizar a Sua obra” (Jo.
4:34).

CAPÍTULO 8
Oração de
Entrega
Todos sabem o que significa ter um peso de ansiedade e preocupação. O
tipo de oração que agora consideraremos trata desse assunto. É o terceiro
tipo do nosso nível, em que vamos a Deus para mudar uma circunstância.

A oração de entrega é feita quando os cuidados, as inquietações, angústias,


incertezas e pesos da vida nos batem à porta. Em outras palavras, quando há
algum tipo de cuidado. Consiste em transferi-los para o Senhor, que tem
condições de levá-los, e entrar no descanso da fé. A oração de entrega,
portanto, é a transferência dos fardos, problemas, inquietações e
preocupações ao Senhor; é o soltar das cargas nas mãos dAquele que tem
poder de as carregar.

Pedro aconselha: “Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele
tem cuidado de vós” (I Pe. 5:7). A figura aqui é de alguém que tem um peso
e o atira para outro, ficando livre do mesmo. Imagine-se agora com um
grande fardo sobre os ombros, e você diz:

- “Que peso horrível! Não aguento carregá-lo!” O Senhor olha para você,
sorrindo, e diz:
- “Deixa comigo, que Eu o carrego”.

Você o lança em Suas mãos e fica livre. O fardo já não é seu. É do Senhor!
Isto é o que significa “lançar sobre Ele toda a vossa ansiedade”.

É possível que você saiba de cor o versículo citado. Você crê nele? “Claro!”
é a sua resposta. E você está entregando tudo e entrando no descanso da fé?
Talvez sua resposta seja: “Na hora da oração, sim, mas depois tomo tudo de
volta e continuo me preocupando”. Por quê?

Nosso desejo é que através do estudo da oração de “entrega”, Deus faça


algo profundo em sua alma e isto resulte na Sua mão dominando seu ser;
que Ele realize um milagre no seu coração e lhe ensine, pelo seu Espírito, a
entregar todos os fardos em Suas mãos. Só Ele pode transferir o
conhecimento da sua mente para a experiência do seu coração.

Conhecimento da Mente & Experiência do Coração

A tudo quanto dizemos “Eu creio”, mas não vivemos, não passa de um
mero assentimento intelectual. Concordamos que a promessa de Deus é
verdadeira, mas ela ainda não se materializou em nossa circunstância. Há
uma longa distância entre o assentimento intelectual e a fé. O assentimento
é a concordância de que o que Deus disse é verdade, pois não posso
contrariar o que Ele diz. A fé é quando esse fato é transferido da minha
mente para o meu coração, e ele não se torna mais um mero conhecimento
intelectual, porém um conhecimento experimental. A palavra que entrou na
mente, se torna “rhema” no coração, isto é, viva, pessoal.

O que isso quer dizer? Vamos ilustrar

Em 1982 estava ensinando aos meus alunos do Instituto Teológico em


Moçambique a fazer um diário de oração, onde incluía o registro de uma
promessa, uma ordem e um princípio cada dia, extraídos da leitura diária da
Bíblia. Depois, então, escrever a mensagem que recebia em oração.
Comecei a fazer o diário para ensiná-los. Como naquele ano decidira ler o
Novo Testamento por doze vezes, de vez em quando voltava aos mesmos
textos. No meu registro das promessas, o que me tocava cada dia era na
área da fé.

Certa vez apanhei malária cerebral. Na altura estava ensinado seis horas por
dia. Agora estava fora de combate. Não conseguia falar nem por meia hora.
Num Sábado pela manhã, lendo Mateus, as palavras do versículo 21 do
vigésimo primeiro capítulo, brilharam em meu coração: “Jesus, porém, lhes
respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não
somente fareis o que foi feito à figueira, mas até mesmo se a este monte
disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, tal sucederá; e tudo quanto pedirdes
em oração, crendo, recebereis” (Mt. 21:21,22).

A palavra ganhou vida em meu coração. É como se fossem dirigidas a mim,


em particular, para aquela ocasião. Foi algo semelhante ao incidente da
conjuntivite, já compartilhado. Por sinal, o mesmo texto. No mesmo
instante levantei a voz a Deus: “Pai, não posso Te servir deste modo. Impõe
Tuas mãos sobre minha cabeça e cura-me agora mesmo; eu creio”. E fui
instantaneamente curada.

Aquele era um versículo que eu sabia de cor, como tantos outros . Mas
sofria há três dias. Naquele momento, porém, apropriei-me da promessa e
recebi sua manifestação. Isto é “rhema”, isto é, a transferência de um
conhecimento da mente para o espírito. Quando isto ocorre, a fé nasce.
Quando ela nasce? Quando a palavra se torna viva, eu tomo posse dela e ela
se materializa.

Todos os Cuidados Devem Ser Entregues

Podemos entregar nossos cuidados, preocupações e a nós mesmos a Deus, e


gozar Sua paz Divina. É disso que Davi fala: “Entrega o teu caminho ao
Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará” (Sl. 37:5)

Aqui temos mais um tipo de oração que é melhor expresso em atitudes do


que em palavras. A petição é feita em palavras; a consagração é uma atitude
de espera, em submissão à vontade de Deus; entrega é uma atitude de
descanso em Deus.

Quem entrega, já não possui o que entregou. No entanto existe um hábito


generalizado em nosso meio de chegar-se diante de Deus com uma
preocupação e dizer: “Senhor, toma conta desse problema”. Só que se
agarra a ele e prossegue seu caminho carregando-o. Em outras ocasiões
entrega-o, mas vem de mansinho e toma de volta aquele cuidado com o
mesmo peso. Isso é o que chamamos “roubar o problema”.

É conhecida a história de um homem que pediu carona e levava um grande


fardo na cabeça. O motorista parou e disse ao senhor que entrasse no carro.
Ele o fez, sentou-se, mas continuou com o fardo na cabeça, ao que o
motorista perguntou surpreso:

- “Por que o senhor não coloca esse fardo aí embaixo?”


- “Oh! Já é tanta bondade do senhor dar-me carona, que nem me passou
pela cabeça que pudesse levar também meu fardo”, foi sua resposta.

É assim que muitos filhos de Deus fazem. Entregam-lhe a vida, mas querem
continuar a carregar seus fardos. Mas veja o que Jesus declara no Sermão
do Monte, exortando-nos:

“Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou
beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida
mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?

Observai as aves do Céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em


celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta. Porventura não valeis vós
muito mais do que as aves?

Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso
da sua vida? E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai
como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu,
contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como
qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e
amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena
fé?

Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os
seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal” (Mt. 6:25-30,34).

O relato de Lucas assim se expressa: “Não andeis, pois, a indagar o que


haveis de correr ou beber, e não vos entregueis a inquietações. Não temais,
ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o Seu Reino
(Lc. 12:29,32).

Se aprendermos a oração de entrega, a maioria do tempo que supomos


gastar em oração, conversando sobre nossas preocupações, sem nada
resultar, será remido, pois já não precisaremos dele. Todas elas terão sido
transferidas para o Senhor.

Deus é contra a Preocupação


A inquietação da alma nada produz, senão estresse, esgotamento e morte.
Jesus pregou contra ela. Paulo pregou contra ela. A Bíblia é contra a
preocupação, porque ela foi gerada por Satanás.

O mundo de hoje provoca toda sorte de preocupação. É uma vida agitada, é


a inflação, a recessão, os salários baixos, a violência, a insegurança,
problemas familiares de todo tipo... Para além de todos os fardos, é o
barulho, a agitação da vida moderna que cansa, irrita, debilita e estressa. É
em meio a tudo isso que Jesus chega e nos diz: “Não vos preocupeis; por
que estais inquietos? Não temais!”.

A base bíblica para a oração de entrega é algo que demonstra a grandeza do


amor de Deus para conosco. Ele é Todo
-Poderoso e cuida de nós; é Deus provedor. Portanto, não se pré-ocupe com
seus problemas; pré-ocupe-se com Deus. Preocupação é ocupar-se
previamente, por isso dizemos preocupe-se em agradar a Deus e descansar
nEle.

“Não tenhas sobre ti, um só cuidado, qualquer que seja,

Pois um, somente um, seria muito para ti.


É meu, somente meu, todo o trabalho; O teu trabalho é descansar em Mim!”

Basta-te Cada Passo para Veres a Glória de Deus

Uma frase foi escrita em meu coração em 1965, antes de entrar no


Seminário, através da leitura de um livro de meditações diárias, intitulado:
A Sós com Deus: “Basta-te cada passo, para veres a glória de Deus”. Não
há algo mais gostoso do que entrar no descanso da fé. Quando surgir algo
na sua vida que é uma “bomba”, e poderá ser um incidente que trará
inquietação e estremecimento de alma, aquiete-se em silêncio diante do Pai.
Procure naquele momento descansar. Não corra para a primeira pessoa e
comece a falar sobre o assunto; não entre em pânico, nem se detenha com o
problema. Agasalhe-se na presença de Deus e deixe que a lembrança de
Suas promessas de cuidado e proteção dominem seus pensamentos e
sentimentos. Ele lhe diz:
“Não temas; Eu sou contigo; não te deixarei, nem te desampararei. Entrega-
me o teu caminho, o teu cuidado. Eu tenho recursos inesgotáveis para
cuidar de ti. Descansa no teu Deus e espera nEle. Eu te tomo pela mão
direita e te sustento com a destra da minha mão. Não temas filho (a) meu
(minha)”.

E você pode responder em confiança:

“Pai, eu descanso nas tuas mãos; transfiro para Ti o meu cuidado. Sei que
me amas e posso confiar em Ti”.
Permaneça aí diante dEle até que Sua paz, que excede todo o entendimento,
encha sua mente e seus sentimentos.

“Tu, Senhor, conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti;
porque confia em Ti” (Is. 26:3-IBB).

Se ocorrer que depois da paz inundar seu coração, vier ou voltar o


estremecimento de alma, volte-se para Ele novamente. Talvez no início
você precisará se exercitar muitas vezes até que aprenda a transferir os
cuidados para o Pai e descansar. Mas não desista. Você foi treinado, talvez
desde criança, a se preocupar e pode ter desenvolvido um hábito de se
inquietar com as coisas desta vida. Agora vale a pena o exercício da fé para
formar o hábito do descanso em Deus.

Insistimos: Oração de Entrega é um modo de viver. Não será da noite para o


dia que você aprenderá este tipo de oração, mas passo a passo aprenderá a
exercer controle sobre as crises e circunstâncias, para não se deixar afogar
por elas. Pelo contrário, em surgindo elas, você correrá depressa para Deus
e deixará aos Seus pés todo e qualquer fardo que lhe bater à porta da alma,
pois está absolutamente certo de que basta cada passo para você ver a graça
de Deus em seu socorro. E saiba que o Espírito Santo sempre virá em seu
auxílio (Rm. 8:26).

Um Imperativo

Todo e qualquer cuidado deve ser erradicado de nossas vidas. Paulo nos
apresenta um imperativo e deixa claro que a paz é sinônimo de ausência de
preocupação. “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam
conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica,
com ações de graça. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus” (Fp.
4:6,7).

De onde vêm as úlceras, pressão alta, insônias, gastrites, enxaquecas e


tantos males? Na maioria das vezes, das tensões e inquietações da alma.
Quantos desastres no trânsito e morte por acidente, só porque as pessoas
estão dirigindo preocupadas! Esses tipos de acontecimentos são o resultado
da transgressão ao mandamento que acabamos de ler. A cura, portanto,
passa pela oração de entrega. O poder de Deus só começa de fato a operar,
quando lançamos nossos cuidados sobre Ele.

A Entrega dos Fardos a Deus Traz o Descanso


O Salmo 37 deixa claro que a entrega dos cuidados e inquietações a Deus,
lança a alma no descanso da fé.
“Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará aos desejos do teu coração. Entrega o
teu caminho ao Senhor, confia nEle, e o mais Ele fará”.

Quando o Senhor fará tudo? Quando eu entregar. O que é entregar? É


transferir. Sabe porque muitas vezes não vemos Deus agir em nossa
circunstância? Porque Ele só começa a agir quando a causa está em Suas
mãos. Nossa preocupação como que amarra a mão de Deus.

E aqui está o segredo da oração de entrega: O descanso em Deus.


“Descansa no Senhor, e espera nEle” (Sl. 37:7), é o imperativo do Salmista.
O segredo de se alcançar todas as bênçãos que Deus tem reservado para
seus filhos não é a nossa luta, mas o nosso descanso. E é essa atitude que
atrai o poder de Deus para a nossa vida. Existe alguma coisa nesse descanso
da fé que faz com que, de repente, as bênçãos da glória desçam e nos
encontrem aqui na terra.

Não estamos querendo dizer que não haverá vales, tempestades, crises e
problemas na vida do filho de Deus. Nós estamos no mundo e Jesus disse:
“No mundo passais aflições”. Todavia acrescentou: “Mas tende bom ânimo,
Eu venci o mundo” (Jo.16:33). O Salmista também diz: “Muitas são as
aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra” (Sl. 34:19).
Queremos dizer que temos recursos na oração para entrar no descanso da fé
e vencer todas essas coisas e não ser destruídos pela crise, pelo vale, pela
circunstância ou cuidado. Há alguém que nos conhece, que é Poderoso, nos
ama e nos protege. E ao fim e ao cabo, nenhum cuidado resolve os
problemas, apenas agrava-os. O melhor é entregá-lo ao Senhor. Portanto,
liberte-se dos fardos, das noites indormidas, de barbitúricos e ansiedade, de
psiquiatras e psicólogos. Tudo isso é paliativo. Para você, porém, há um
descanso em Deus, através da oração de entrega.

Oração

Pai, tenho carregado fardos, problemas, inquietações, preocupações e


cuidados, mas entendo que és um Pai de amor e tens cuidado de mim Lanço
tudo ao Teus pés e entro no descanso da fé.

Estive cansado e oprimido, mas venho a Ti, Senhor Jesus, e de Ti recebo


descanso. Tomei sobre mim o Teu jugo e tenho aprendido de Ti, que és
manso e humilde de coração; tenho encontrado descanso para a minha
alma, porque o Teu jugo é suave e o Teu fardo é leve (Mt. 11:28-30). Meus
pesados fardos que os cuidados da vida têm atirado sobre mim, transfiro
para Ti, e recebo o Teu jugo de paz e descanso.

Resta ainda um repouso sabático para o Teu povo. Eu sou parte dele Aquele
que entrou no Teu descanso, também descansou de suas obras, assim como
tu, das Tuas. Ora, à vista disso, procuro diligentemente entrar naquele
descanso, para que eu não venha a cair no mesmo exemplo de
desobediência (Hb.4:9-11).

Tu me conservarás em perfeita paz, porque minha mente está firme em Ti e


confia em Ti (Is. 26:3).

Tenho muita paz, porque amo a tua lei, e nada me fará tropeçar (Sl.
119:165).
As armas da minha batalha espiritual são poderosas em Ti, ó Pai. Com elas
derrubo as fortalezas que Satanás construiu na minha mente. Sujeito todos
os meus pensamentos à obediência de Cristo.
Não ando ansioso por coisa alguma; antes em tudo meus pedidos são
conhecidos diante de Ti, ó Deus, pela oração e súplica, com ações de graça;
e a Tua paz, que excede todo o entendimento, guarda o meu coração e os
meus pensamentos em Cristo Jesus.

Finalmente, vejo tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que
é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,
se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso penso (Fp.4:6-8).

CAPÍTULO 9
Oração de
Intercessão
Até aqui todos os tipos de oração tem um envolvimento direto conosco,
desde a ação de graças até a entrega. Mas há um nível de oração, que tem os
outros como centro. Esta é a intercessão. Interceder é colocar-se no lugar de
outro e pleitear sua causa como se fora própria. Há muita coisa envolvida
na intercessão. Nela eu esqueço de mim mesmo e me identifico com o
ministério intercessório de Jesus, para ser canal de Deus a fim de abençoar
outras pessoas.

Deus procura verdadeiros intercessores que se coloquem na brecha, entre


Ele e os homens e nações. (Ez. 22:30-31).

Jesus ocupa há quase dois mil anos o ofício de intercessor dos homens à
direita do Pai (Hb. 7:25). Há um intercessor no Céu. Quem responde ao
chamado da intercessão alia-se a Ele nesse ministério.

O Espírito Santo também é intercessor (Rm. 8:26). Ele intercede na terra, de


dentro de santuários humanos, redimidos pelo sangue do Cordeiro. Quem
responde ao chamado de intercessão, torna-se o canal da intercessão do
próprio Espírito que, por Sua vez, intercede de acordo com o que ocorre no
Trono, dentre o Pai e Jesus.

É tão vasto o assunto sobre intercessão, que merece dois seminários e será
alvo de dois livros: Intercessão propriamente dita e Batalha Espiritual.
Aqui, portanto, falaremos apenas um pouco a fim de mostrar a existência de
mais um tipo de oração. Este visa mudar as circunstâncias na vida de
outros, e de nações inteiras.

Esse assunto é vital para os Guerreiros de Oração, pois Deus os tem


chamado para o exército de tal ministério por todos os homens. Paulo
recomenda:
“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações,
intercessões, ações de graça, em favor de todos os homens, em favor dos
reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos
vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável
diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam
salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (I Tm. 2:1-4).

Um Exército de Intercessores

Deus está para trazer um grande derramamento do Seu Espírito nestes


últimos dias, com grande demonstração de poder. A oração intercessória é o
instrumento que o Espírito de Deus usará para trazer esse mover.

Somos chamados a interceder porque Deus nada faz na terra sem a


cooperação do homem. Deus revela Seus propósitos e seus servos falam na
terra em linha com eles e se tornam instrumento para gerar e dar à luz, pela
intercessão, a cada um deles.

Deus tem convocado no meio da Igreja os Guerreiros de Oração, os quais


são exércitos de homens e mulheres chamados para serem canais de Deus, a
fim de levantarem suas vozes ao Trono e rogarem ao Todo-Poderoso que se
cumpra na terra aquilo que é o propósito Divino. No livro da profecia de
Isaías lemos:

“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a
noite jamais se calarão; vós os que fareis lembrado o Senhor, não
descanseis, nem deis a Ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha
por objeto de louvor na terra” (Is. 62:6,7).

A versão Amplificada assim traduz:

“... vós que (sois seus servos e pelas vossas orações) fazeis lembrado o
Senhor (das Suas promessas), não guardeis silêncio, nem deis a Ele
descanso até que Ele estabeleça Jerusalém...” Em outras palavras, até que
aquilo que Ele prometeu se materialize diante dos vossos olhos.

Deus tem um propósito para esse mundo. Ele estabeleceu um plano de


redenção para a humanidade. Sua Palavra tem profecias que estão se
cumprindo na presente geração.

O Salmo 115: 16 declara: “Os Céus são os Céus do Senhor, mas a terra deu-
a Ele aos filhos dos homens”. Se as coisas, portanto, vão mal no planeta,
não se deve culpar a Deus, mas aos filhos dos homens. No entanto, chegou
a hora dos homens assumirem a sua posição, voltando-se para a Palavra de
Deus, para seu Criador, harmonizando sua vida com os princípios eternos
da Bíblia, e assim estarão em linha com o Todo-Poderoso, e não somente
serão transformados, mas transformarão o mundo.

Deus tem um plano em seu coração para a humanidade, mas para que Ele
aja na terra, torna-se necessário que os filhos dos homens entrem em
concordância com Ele, através da Sua Palavra, e digam no planeta o que Ele
está dizendo no Céu.

As profecias se cumprem como resultado de intercessão. Você pode


perguntar: “Mas se Deus prometeu, Ele não vai cumprir?”. Sim, mas Ele
nada fará na terra a não ser através de homens e mulheres que estão em
aliança com Ele. É através e destes que Deus cumpre seus propósitos.

Notemos, por exemplo, quando Israel foi levado cativo para a Babilônia.
Por boca do profeta Jeremias foi declarado que o cativeiro duraria setenta
anos. Daniel, anos mais tarde, vivendo na Babilônia, como um dos exilados,
fez as contas e verificou que o tempo prometido se aproximava. Que fez
ele? Não se sentou de braços cruzados, regozijando-se, a espera do
cumprimento da profecia. Entrou em jejum de oração na presença de Deus e
em verdadeira batalha espiritual. Ele se humilhou na presença do Pai e
começou a interceder pela restauração do povo. Pôs-se a orar pelo
cumprimento da profecia.

A vinda de Jesus é uma das mais tremendas profecias. Do seu cumprimento


dependia a redenção dos homens. No entanto, quando o tempo se aproxima,
encontramos Ana e Simeão intercedendo por ela e tem a alegria de a verem
materializada.

Nós somos uma geração profética, pois profecias antigas estão se


cumprindo em nossa geração, diante dos nossos olhos. Por isso Deus
levanta um exército, em todas as nações do mundo, que há de clamar aos
Céus, tomando a Palavra de Deus e colocando-a diante dEle, dizendo: “Pai,
Tu falaste e eu concordo com esta palavra. Creio nela e rogo-te que assim
aconteça em nossos dias! Cumpra-se esta promessa e em nossa geração.
Materializa a Tua palavra em nossos dias”.

O Chamado para Interceder

Como estudaremos largamente sobre intercessão num próximo livro,


deixaremos aqui apenas alguns pensamentos sobre as leis da intercessão e a
responsabilidade de cada crente orar pelos outros e pelas causas que o
Espírito de Deus colocar em seu coração.
Deus tem um propósito para cada homem, que é revelado em Cristo.

Jesus intercede pelo homem junto ao Pai, de acordo com esse propósito.
Como é seu representante no Céu, fala por ele.

O Espírito Santo ouve o que Jesus fala e revela Seus desejos e propósitos ao
coração do crente que se dedica à oração. É ali, no espírito do filho de
Deus, que o elo com Ele é estabelecido.

O crente fala e ora em linha com a revelação recebida pelo Espírito Santo.
Quando ele age assim, uma perfeita harmonia se estabelece entre o
propósito de Deus no Céu e a vontade do homem na terra. Esse tipo de
intercessão desencadeia o poder de Deus para alterar circunstâncias e
ajustá-las à Sua vontade.

O cristão é chamado a exercer o sacerdócio. Sacerdote é aquele que se


coloca entre Deus e o homem, levando-Lhe suas necessidades (I Pe. 2:9).

A intercessão deve ser uma prioridade na vida do crente (I Tm. 2:1-2).


O cristão é um com Cristo no ministério de intercessão (2 Co. 5:20).
“Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo” (Tg. 5:16-18).

Interceder, na sua definição mais simples, é “orar um pelos outros” (Tg.


5:16). Não fazer isso, é pecar contra Deus, como declara o profeta Samuel:
“Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de
orar por vós; antes vos ensinarei o caminho bom e direito” (I Sm. 12:23).
Textos sobre Intercessão:

“Porque Ele não é homem, como eu, a quem eu responda, vindo juntamente
a juízo. Não há entre nós arbitro que ponha a mão sobre nós ambos” (Jó.
9:32,33).

“Viu que não havia ajudador algum, e maravilhou-se de que não houvesse
um intercessor; pelo que o Seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a Sua
própria justiça o susteve” (Is. 59:16).

“Já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenha;


porque escondes de nós o teu rosto, e nos consomes por causa das nossas
iniquidades” (Is. 64:7).

“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha


perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a
ninguém achei” (Ez. 22:30,31).

“Pôs-se em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga” (Nm. 16:48).

“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem


ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm.
8:34). “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa
fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm.8:26).
“Por isto pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles” (Hb. 7:25).

“Orai uns pelos outros” (Tg. 5:16). CAPÍTULO 10


Formas
de Oração
Todos os sete tipos de oração que acabamos de estudar, podem ser feitos de
três formas: a sós, em concordância com outra pessoa ou coletivamente,
com o Corpo.

1. Oração Privada

“Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a
teu Pai que está em secreto; e teu Pai que vê em secreto, te recompensará”
(Mt. 6:6).

Aqui apresento a minha oração a sós, de “porta fechada”. Será que isto
significa literalmente entrar num quartinho e fechar a porta? Não. Significa
que o seu coração está totalmente voltado para Ele, pois, como já vimos,
você pode sentir-se sozinho no meio da multidão, e estar no meio da
multidão, embora trancado no quarto. Jesus está falando de atitude. Tudo
em relação a Deus não é determinado pela forma, mas pela profundidade, e
devoção do coração a Deus. Porém, se você pode ter um quarto em sua casa
só para oração, que bom! O importante, entretanto, é a intensidade de
comunhão com Deus.

A oração privada acontece entre você e Deus. Pode ser em voz audível ou
não. Muitas vezes é apenas um levantar do coração para o Pai. Mas pode
também ser um longo período de conversa, no qual todos os tipos de oração
estejam envolvidos.

Cada filho tem direito de entrar na presença de Deus com confiança e


apresentar suas orações. “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto
ao Trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para
socorro em ocasião oportuna” (Hb. 4:16).

Plano de Uma Hora de Oração Diária


Um modo de desenvolvermos todos os tipos de oração, é o exercício regular
de uma hora de oração. Apresentamos aqui um plano, que já tem sido usado
por milhares de Guerreiros. É a Roda de Oração (encontra-se na última
página do livro). Ele não se destina a ser seguido como uma fórmula, mas
para disciplinar o cultivo de um tempo regular de oração.

Depois de usar a roda que apresentamos, você poderá até encontrar seu
próprio plano. Dependa do Espírito Santo e Ele dar-lhe-á toda a assistência.

Cada ponto do plano tem a duração de cinco minutos. Há quatro áreas


centrais, cada uma levando quinze minutos: Deus, nós, outros e a Palavra.
Cada área é subdividida em três, de cinco minutos cada, o que perfaz um
número de doze, gastando uma hora.

Alistemos os doze assuntos da Roda de Oração:

Começamos e terminamos com os olhos em Deus, inteiramente


concentrados nEle (itens 1,2,12). A ordem da roda pode ser alterada, mas
convém sempre começar com orações no nível de Deus e terminar com
elas.

Usando a Roda, como exercício de oração, esta dar-lhe-á uma grande


liberdade na aplicação dos ensinos deste livro. Na sua vida de oração
privada, porém, às vezes você vai gastar uma hora só em uma das doze
áreas. Que tal um dia experimentar passar uma hora em cada um dos doze
pontos? E lembre-se; em cada um dos tipos de oração, você usa a Palavra e
ora no Espírito. Cedo você descobrirá que poderá orar por dias seguidos,
sem dificuldade, pois crescerá no relacionamento e comunhão com Deus. E
quando duas pessoas se amam, nunca esgotam os assuntos.

2. Oração de Concordância

A oração de concordância obedece princípios diferentes da oração privada e


vamos começar ouvindo Jesus em Mateus 18:18-20, na Versão Amplificada
da Bíblia:

“Verdadeiramente eu vos digo: o que quer que seja que vós proibirdes e
declarardes ser impróprio e ilegal na terra, deve ser o que já é proibido no
Céu, e tudo o que quer que seja que vós permitirdes e declarardes próprio e
legal na terra, deve ser o que já é permitido no Céu. Outra vez Eu vos digo:
Se dois de vós na terra concordarem (harmonizarem juntos ou fizerem uma
sinfonia juntos) sobre o que quer que seja (qualquer coisa e tudo) que
pedirem, acontecerá e lhes será feito por meu Pai que está nos Céus. Porque
onde quer que dois ou três estiverem reunidos (atraídos juntos como meus
seguidores) em Meu nome, ali EU SOU no meio deles” (Ex. 3:14).

O que é concordar? Fazer juntos uma sinfonia. Sinfonia é quando todos os


instrumentos tocam em harmonia. É disso que Jesus está falando.
Concordar é muito mais do que duas pessoas orarem juntas, ou alguém
dizer para outro: “Irmão, concorde comigo sobre isto”. Temos que eliminar
todas as dissonâncias antes que possamos fazer de fato este tipo de oração.
Ela só acontece quando todos os pontos de atrito, e discordância são
afastados. Mas com quem temos de concordar?

(1) Concordar com Deus e a Sua Palavra. A oração de concordância


envolve a resposta à pergunta: A petição está de acordo com a vontade do
Pai? Existe alguma promessa na Bíblia que respalde a oração a ser feita? E
aqui valem todos os princípios apresentados na oração de petição.

Não apenas o assunto tem que estar de acordo com Deus e Sua Palavra,
como também as pessoas envolvidas na oração. Nada é automático. A
Palavra é enfática: “Aquilo que pedimos, dEle recebemos, porque
guardamos os Seus mandamentos, e fazemos diante dEle o que Lhe é
agradável” (I Jo. 3:22).

A obediência indica concordância. O sucesso da oração está intimamente


ligado à vida de obediência, que é o maior sinal de concordância em Deus.

(2) Concordância envolve também a mente. Torna-se necessário que haja


um mesmo pensar por parte das pessoas que vão orar juntas. Devem ter em
mente a mesma coisa, pensar sobre a questão de comum acordo. Na mente
se travam um campo de batalha e os pensamentos deverão ser controlados
para que estejam em harmonia com Deus e a Palavra.

Algo que ajuda a ter uma mente firme sobre o assunto, é escrever o objeto
da concordância. Aqueles que são casados ou trabalham juntos, encontrarão
um grande auxílio no registro de suas orações de concordância. Caso a
resposta demore e o inimigo traga dúvidas à mente, o que foi escrito ajudará
a enfrentá-las.

Quando a mente se inclinar para outra direção, controle-a, levando-a a


concordar com a Palavra de Deus.

(3) Concordar com o outro crente com quem se ora. Essa concordância é
mais que palavras. É preciso haver harmonia, não apenas com quem se vai
orar, mas com o próprio Corpo. Se alguém está ferido, magoado, com um
espírito não perdoador, certamente não será bem sucedido na oração. Jesus
declara: “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra
alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas”
(Mc.11:25).

Há um poder extraordinário na concordância. Lemos no Cân tico de


Moisés: “Como poderia um só perseguir mil, e dois fazer fugir dez mil, se a
sua Rocha lhos não vendera e o Senhor lhos não entregara?” (Dt. 32:30).

Note que a proporção aqui é geométrica. Não é um para mil e dois para dois
mil, mas dez mil. Que força a unidade tem! Imaginemos essa concordância
multiplicada: quatro, oito, dez, doze, cem, mil. Seus efeitos serão
devastadores para o reino das trevas, mas o desencadear de grandes
manifestações de Deus no seio da Igreja.

Sintetizando, diríamos: Na oração de concordância duas pessoas entram em


acordo sobre um determinado assunto. Este concorda com a Palavra escrita,
os dois estão em harmonia com o Corpo e, consequentemente, um com o
outro. Trazem a mente também em harmonia, tomando cada pensamento
cativo à obediência do Senhor Jesus ( II Co. 10:5).

Base Para a Unidade na Família

Aqui está um poderoso instrumento de união da família. Marido e mulher,


pais e filhos, podem apresentar juntos muitas de suas orações, seguindo as
leis de concordância, e isso solidificará grandemente a sua mútua união e
comunhão, bem como o desenvolver da fé de cada membro.
Este é um dos segredos de uma família unida e ajustada. Se o marido e a
mulher derem graças juntos, louvarem juntos e adorarem juntos, Deus vai
trabalhar com os dois e haverá uma unidade muito grande entre eles e
ouvirão as mesmas coisas de Deus. Depois vem a abrangência: pais e filhos
juntos. Deus se torna o centro. E se todos os corações dos membros da
família se dirigem para Deus, o mesmo fluxo da vida virá para todos, o que
significa que o que está em um, está no outro, o relacionamento horizontal
estará em perfeita harmonia. Todos recebem direção da mesma fonte, logo
todos estão de acordo. Todos são conduzidos pelo Pai à mesma Palavra e
todos recebem a mesma instrução. Que maravilhoso o plano de Deus.

A Concordância com a Trindade

Um outro aspecto da concordância, é espiritual. Quando faço uma oração,


ainda que a sós, mas em perfeita harmonia com o Espírito Santo em mim e
a Palavra viva, que é Jesus, através da Palavra escrita, estarei chegando
diante do Pai juntamente com o Espírito e Jesus. Em outras palavras, nós
três estaremos dizendo a mesma coisa diante do Trono e esse é um tipo de
oração que certamente será respondida, pois será em absoluta linha com o
que está no coração do Pai para mim ou para aquela situação.

3. Oração Coletiva

A oração coletiva é a de concordância multiplicada. Se esta tem um grande


poder, aquela tem um poder explosivo. Vemos isso bem ilustrado na Igreja
primitiva. Os apóstolos estavam sendo perseguidos. Foram açoitados pelas
autoridades religiosas e proibidos de falarem em nome de Jesus. Qual a sua
reação?

Deixemos a Bíblia responder:

“Uma vez soltos, procuraram aos irmãos e lhes contaram quantas coisas
lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos.

Ouvindo isto, unânimes levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano


Senhor, que fizeste o Céu, a terra, o mar e tudo que nelas há; que disseste
por intermédio do Espírito Santo, por boca de nosso pai Davi, teu servo: Por
que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?
Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o
Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta
cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio
Pilatos, com gentios e povos de Israel, para fazerem tudo o que a Tua mão e
o teu propósito predeterminaram; agora, Senhor, olha para as suas ameaças,
e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a Tua
Palavra, enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios, por
intermédio do nome do teu Santo Servo Jesus.

Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram
cheios do Espírito Santo, e, com intrepidez, anunciavam a Palavra de Deus”
(At. 4:23-31).

Aí está um modelo de oração coletiva. Começa invocando a Deus como


Soberano, exalta Seus atributos, invoca Sua Palavra, apresenta a situação,
entrega o problema em Suas mãos e deixa diante dEle a mais adequada
petição: intrepidez para proclamar a Palavra e a confirmação da mesma com
sinais e prodígios. E tudo isso, coletivamente. Qual o resultado? Obtiveram
o que pediram. O texto lido indica que foram novamente cheios do Espírito
e evidenciaram a consequente intrepidez.

Mais adiante lemos: “Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo,
pelas mãos dos apóstolos” (At. 5:12), exatamente como foi pedido.

Aqui temos o Corpo orando, em perfeita concordância uns com os outros,


com o Espírito Santo e a Palavra de Deus, e alcançando a resposta positiva
à sua petição.

A Uma Só Voz

Há dois aspectos na oração de concordância a serem considerados:


Primeiro, o fato de que todos levantam a voz em uníssono. Isto é bíblico.
Não somente lemos de toda a Igreja levantando a voz, mas Atos 16 dá conta
de que Paulo e Silas conseguiram conservar os presos acordados à meia-
noite, por causa da sua reunião de oração de concordância. Apesar de terem
sido chicoteados, suas vozes se uniram em oração e louvor a Deus.
Resultado: O cárcere também tremeu, as prisões de todos foram soltas, o
carcereiro se converteu e toda a sua casa foi batizada naquela noite.
Se olhamos para os relatos de Apocalipse, encontramos a mesma prática da
Igreja primitiva de levantarem unânimes a voz a Deus. Quando um grupo se
reúne para orar, seja qual for o seu número, é um corpo. Ora, em qualquer
atividade humana, todos os membros do corpo participam. O mesmo deve
ocorrer em nossas orações. Se um grupo se reúne, deve agradecer, louvar,
pedir, consagrar-se, entregar e interceder coletivamente, a uma só voz. Essa
é uma prática neo-testamentária.

E lá no Céu o hábito continua. Leia os capítulos quatro e cinco de


Apocalipse e você verá como cada grupo abre a boca ao mesmo tempo,
diante do seu Deus. Ninguém quer ser espectador e ficar de fora.

1. Os quatro seres viventes se apresentam em sua adoração a uma só voz


(Ap. 4:8).
2. Os vinte e quatro anciãos levantam unânimes a voz diante do Trono (Ap.
4:10,11).

3. 3. Os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos 3. Os quatro seres


viventes e os vinte e quatro anciãos
10).

4. Os anjos, seres viventes e anciãos se unem numa só grande voz,


exaltando o Cordeiro (Ap. 5:11,12).

5. Finalmente, João testifica: “Ouvi que toda criatura que há no Céu e sobre
a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava
dizendo: Àquele que está sentado no Trono, e ao Cordeiro, seja o louvor e a
honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos” (Ap. 5:13).

Nada mais natural do que nos cultos coletivos usar a prática da oração
coletiva. O som das orações dos santos e dos seus louvores que sobem com
fervor a Deus, é algo maravilhoso de se ouvir. Atrai a presença de Deus e
dos Seus anjos. Mas há um segundo aspecto importante:

Um Só Pensamento

A oração coletiva envolve mais do que todos falando ao mesmo tempo. Ela
fala da unidade de espírito e da concordância sobre o que se ora. Não é cada
um falando uma coisa e com a mente em outro assunto, como tantas vezes
acontece: Um está pedindo pela família; outro, por si mesmo; um outro está
em louvor; outro em ações de graça por alguma bênção recebida e um outro
está se edificando, alheio ao que se passa, enquanto o objeto central da
oração fica de lado.

O espírito da oração coletiva é a mais perfeita sintonia em sentimentos,


pensamentos e também em assunto. Como vimos em Atos e Apocalipse,
todos estão dizendo a mesma coisa. Isso nem sempre significa que todos
usam as mesmas palavras, mas que todos estão em sintonia, com o mesmo
pensamento, em volta do mesmo objeto da oração, invocando as mesmas
promessas, crendo a mesma coisa. Quando isso acontece, os resultados são
gloriosos.

CAPÍTULO 11
Recursos
de Oração
No exercício de todos os tipos de oração, dispomos de auxílio vital e
inestimável. Deus não nos deixou a lutar sozinhos, desprovidos dos meios
necessários de vitória. Dentre os recursos que Ele nos deu para nos
assistirem na oração, temos a Palavra escrita e o Espírito Santo, mais
especificamente, a oração em línguas, conforme Ele nos concede que
falemos.

Orando a Palavra

Assim como a Constituição de um País é o manual para todas as Leis e o


Código Penal para todas as acusações ou absolvições, A Bíblia, que é a
Palavra de Deus, é o nosso manual e fonte de oração. O Senhor mesmo
declara, por boca do profeta Isaías:

“Porque, assim como descem a chuva e a neve dos Céus, e para lá não
tornam, sem que primeiro reguem a terra e a fecundem e a façam brotar,
para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que
sair da minha boca; não voltará para Mim vazia, mas fará o que me apraz, e
prosperará naquilo para que a designei” (Is. 55:10,11).

Em outras palavras: “A Palavra que sai da Minha boca, antes de retornar


para Mim, produzirá o que ela disse”. A Palavra de Deus produz
exatamente o que ela diz. Coloque em seu espírito este princípio, que
repetimos: A Palavra de Deus produz exatamente o que ela diz. Logo,
quando oramos a Palavra, já começamos com a resposta.

Analise todas as orações registradas na Bíblia e verá que a Palavra é


invocada, a promessa é lembrada. Quem ora assim está dizendo: “Está
escrito... é isso mesmo, Senhor, concordo, creio, reivindico, suplico,
aproprio-me...”
Retornamos a Palavra para Deus

O que Deus quer dizer com “a palavra não voltará para Mim vazia?”
Suponhamos que você está numa situação em que é perseguido. Ora, a
promessa declara:

“Não prosperará nenhuma arma forjada contra ti...” (Is. 54:17). A Palavra
vem do Trono para o seu coração, na terra. Você devolve a palavra para
Deus, em oração dizendo:

“Pai, eu Te louvo porque nenhuma arma forjada contra mim prosperará. Tu


farás que sejam derrotados na minha presença são os inimigos que se
levantam contra mim; por um caminho saíram contra mim, mas por sete
caminhos fugirão da minha presença (Dt.28:7). Tu és meu escudo e
proteção e em todas essas perseguições que vierem contra mim, em Cristo
sou mais do que vencedor. Aleluia!”

A palavra produziu seu efeito em você, antes que você mesmo a devolvesse
ao Pai, em forma de oração de fé. Temos que estar de acordo com ela.

Se você analisar as orações da Bíblia, verificará que elas começam firmadas


na promessa, exaltando os atributos de Deus revelados, Seus feitos, Sua
Palavra. Invocam-na e tudo quanto falam é em harmonia com ela; nada
dizem fora dela, reconhecendo ser ela a fonte das orações.

Muitos fazem as mais absurdas orações, totalmente fora do que está escrito
ou da realidade da nossa vida em Cristo. Mas as orações firmadas na
Palavra são diretas, objetivas e carregadas de vida e fé. Vejamos alguns
exemplos:

A Palavra diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp. 4:13).


Você diz: “Pai, eu sou todo suficiente na suficiência de Cristo que me
fortalece”.
A Palavra diz: “Em todas as coisas somos mais do que vencedores” (Rm.
8:37).

Você está no meio da batalha, mas sabe que a palavra produz exatamente o
que ela diz, pelo que olha para a circunstância, ri na cara dela e diz: “Eu
triunfo em todas as circunstâncias. Pai, Tu me conduzirás em triunfo,
porque em todas as coisas, com Cristo, eu sou mais do que vencedor”.
Agindo assim, você está orando a Palavra e devolvendo
-a para Deus carregada de fé, pois “sem fé é impossível agradar a Deus,
porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele
existe e que se torna galardoador dos que O buscam” (Hb. 11:6).

(Mais sobre este assunto, você encontrará no livro Orando a Palavra que é o
terceiro da série Escola de Oração).
Oração no Espírito

O Espírito e a Palavra sempre caminham de mãos dadas. Toda oração deve


ser firmada na Palavra, mas é o Espírito Quem ilumina, revela e dá vida a
essa Palavra. Ele está em nós e intercede por nós. Paulo declara:

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;


porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis, e aquele que sonda os
corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de
Deus é que Ele intercede pelos santos” (Rm. 8:26,27).

Quem Ora em Línguas, Ora no Espírito

Uma das formas pelas quais O Espírito nos assiste na vida de oração, é
através de línguas não aprendidas. É uma linguagem espiritual, quando
falamos palavras desconhecidas à mente humana, mas geradas pelo Espírito
Santo em nosso próprio espírito regenerado, sempre em linha com o
propósito de Deus. Essa linguagem de oração é recebida por ocasião do
batismo no Espírito Santo, embora haja muitos que não fluam regularmente
nela, por bloqueios mentais ou mesmo falta de exercício espiritual e de fé.

Esse orar em línguas nada tem a ver com a manifestação do Espírito


referida em I Coríntios doze, como “variedade de línguas”, seguida de
interpretação. Naquele caso trata-se de uma mensagem em uma outra
língua, destinada à congregação. Nem todos quantos oram em línguas,
privadamente, são usados em tal manifestação. Falamos daquilo a que
Paulo se refere em I Coríntios 14:2:
“Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois
ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios”.

“Porque se eu orar em línguas, o meu espírito ora, sim, mas o meu


entendimento fica infrutífero” (I Co. 13:13-IBB).

Os textos deixam claro que orar em línguas é o meu espírito orando,


falando com Deus coisas que nem eu mesmo entendo, a menos que me
sejam reveladas pela interpretação, que é uma outra manifestação do
Espírito, que tanto opera na congregação, quanto na vida privada de oração.

A oração em línguas nos habilita a orar por coisas desconhecidas da mente.


Em áreas conhecidas pelo entendimento, podemos aplicar a Palavra escrita,
orando com nossa mente, isto é, em nossa língua. Todavia há situações que
fogem ao nosso conhecimento ou não temos convicção de qual seja a
vontade de Deus. Ainda assim podemos orar efetivamente. Podemos dizer:
“Pai, não entendo este assunto, mas submeto-me inteiramente ao teu
Espírito, para orar Tua perfeita vontade”. E então começamos a orar em
línguas.

O Espírito Santo vem em nosso auxílio e nos assiste dando as palavras


certas. E embora não entendamos as palavras, muitas vezes percebemos do
que se trata e recebemos direção e convicção em nosso espírito. Haverá
também um momento em que teremos o testemunho espiritual em nosso
coração de que a questão já foi estabelecida.

Ilustração de Oração no Espírito

Certa vez estava no Reino da Suazilândia, um pequenino País em África, de


férias. Reservava a maior parte do tempo à oração e à Palavra, pois buscava
direção para decisões a serem tomadas. Fazia apenas seis meses que eu
orava diariamente em línguas e estava experimentando uma nova dimensão
na adoração e na intercessão. Muitas vezes, sentada na relva, em profunda
comunhão com o Pai, chorava abundantemente, em profunda gratidão a
Deus por, em Sua infinita graça, me ter levado àquela experiência.

Era uma noite de quinta ou sexta-feira e conversava com minha hospedeira,


animadamente, quando fui tomada de um forte desejo de orar. Havia uma
urgência em meu espírito. Interrompi a conversa, pedi licença e retirei-me
para meu quarto. Tinha um peso de oração, sem saber o motivo. Comecei a
orar em línguas, com a Palavra na mão. Por três vezes fui levada a textos
que falavam de prisão.

Eu deveria voltar dentro de poucos dias para Moçambique, onde a situação


não era tão confortável para a Igreja. Perguntei: “Serei presa? Está alguém
preso?”Não obtive resposta, mas continuei a orar com fervor, em línguas,
até que o peso se levantasse. Demorou muito tempo. Finalmente fui dormir,
mas o peso continuava, embora bem mais leve. Pensei que fosse melhor
anteceder o regresso, todavia separei a segunda-feira para jejuar e orar.
Naquele dia recebi apenas uma palavra de que não precisaria regressar logo
e que tudo estava bem.

Voltando a Moçambique, mais tarde ouvi de uma missionária amiga, Sônia


Prado, que fora presa na porta da Igreja, por estar sem documentos.
Conferindo tudo, verificamos que fora exatamente a hora em que o peso de
oração viera sobre mim. Ela foi liberta na mesma noite e meu espírito se
sentiu mais aliviado. Mas o choque fora grande que sua alma ainda ficou
abalada nos primeiros dias, porém depois descansou. O que acontecera? O
Espírito Santo me levara a orar por ela, embora eu não tivesse qualquer
conhecimento da situação e nem sequer soubesse porque orava. Todavia as
mensagens na Palavra me haviam feito orar contra aprisionamento. Você
pode perguntar: “Porque Deus leva alguém a orar assim?” Bem simples:
Tudo na terra é gerado pela intercessão e o Espírito Santo está na Igreja e
usa-a como canal da Sua própria intercessão. Falaremos mais sobre este
assunto no Livro que abordará a Oração de Intercessão, em particular.

Uma Língua para uso Permanente

Talvez você faça uma outra pergunta: “A pessoa que fala em línguas pode
orar assim na hora em que ela quiser?” É claro que sim. A falta de
conhecimento é que leva muitos a encararem esse assunto com tanto
preconceito.

Uma das razões porque o adversário procura trazer tanta confusão sobre
uma doutrina bíblica tão simples, é porque ele bem sabe o tremendo efeito
devastador que ela tem sobre seu reino de trevas.
Quando falamos em português? Quando queremos. É nosso idioma. Está
em nossa mente. Quando falamos em línguas? Quando queremos, pois a
linguagem foi dada ao nosso espírito e o Espírito Santo é residente nele. Por
isso Paulo diz:

“Que farei, pois? Orarei com o Espírito, mas também orarei com a mente;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente” (I Co. 14:15).

Paulo deixa claro que tem controle sobre sua vontade e decisão.
“Com toda a oração e súplica orando em todo o tempo no Espírito e, para o
mesmo fim, vigiando com toda perseverança e súplica, por todos os santos”
(Ef. 6:18).

“Vou orar com meu espírito”. Tomo uma decisão. Assim como decido orar
em português, decido orar em línguas, porque tal linguagem já me foi dada
e está em mim. Posso usá-la à vontade, como uso qualquer coisa que Deus
me tenha outorgado.

Não há limites para a oração em línguas

Quando oramos com nosso espírito, pelo Espírito de Deus em nós, parece
não haver limites. E podemos fazê-lo em qualquer lugar e em todo o tempo.
Paulo se refere a esse recurso, quando diz: “Orando em todo o tempo no
Espírito...” (Ef. 6:18).

Não queremos dizer que alguém só ora em espírito quando está orando em
línguas. Há orações verdadeiramente nascidas em nosso espírito e movidas
pelo Espírito de Deus, que são feitas em nossa língua ou expressas apenas
em lágrimas ou gemidos. Mas sempre que oramos em línguas, estamos
orando em espírito, “pelo Espírito Santo dentro de mim”, conforme destaca
a Versão Amplificada da Bíblia.

Quando Deus nos deu uma linguagem de oração, fê-lo para que fosse usada.
Orar em línguas é um tremendo auxílio para a vida de adoração e para as
nossas intercessões. É uma fonte de edificação na fé, como destaca Judas:
“Mas vós, amados, edificando-vos na vossa santíssima fé, orando no
Espírito Santo” (Jd. 20).
Você talvez pergunte: Como o orar em línguas edifica a fé? Paulo não
declara que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus? Sim, é claro. Acontece
que quando lemos ou decoramos textos da Bíblia, primeiro alcançam nossa
mente. No entanto, a Palavra só opera quando desce ao nosso espírito. É aí
que a oração em línguas vem em nosso auxílio. Quanto mais nos edificamos
usando esse recurso de oração, tanto mais a palavra em nós é vivificada,
temos entendimento dela e, consequentemente nossa fé se desenvolve

Poderíamos comparar o efeito que o orar em espírito causa em nós, com o


carregar de uma bateria.

Mesmo em se tratando de questões para as quais temos uma palavra clara,


há que depender do Espírito de Deus. Toda oração que alcança resultados é
movida por Ele. Vale a pena gastar muito tempo orando em línguas, pois
quanto mais o fazemos, tanto mais sensível se torna o nosso espírito ao
Espírito de Deus.

A oração no Espírito, para além de ser um grande auxílio em todos os tipos


de oração, é arma poderosa contra as forças das trevas. É impossível
enfatizar-se demais a importância da oração em línguas em nossa vida
privada. É uma tremenda fonte de edificação e recurso de intercessão,
colocada à disposição daquele que crê, conforme disse Jesus: “Estes sinais
hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome... falarão novas
línguas” (Mc. 16:17).

CAPÍTULO 12
Armas
da Oração
O combate espiritual é uma das áreas da vida de oração. Satanás tentará
impedir-nos de orar, lançará dúvidas, trará opressão e provocará
circunstâncias contrárias, visando minar nossa fé, comunhão com Deus e
vitória. No entanto temos uma poderosa arma contra as interferências das
trevas: é a resistência a Satanás, mediante o uso da autoridade que nos é
conferida por Jesus. Iremos nos debruçar mais sobre esta questão ao
tratarmos de Intercessão e Batalha Espiritual, mas queremos destacar alguns
ensinos sobre a matéria.

Quando Israel atravessou o Jordão e entrou na terra, deparou-se com a


impenetrável Jericó. Suas armas e recursos não eram suficientes para tomar
a cidade. Mas o príncipe do Exército do Senhor apresentou-se a Josué e lhe
deu armas espirituais para a conquista. O mesmo acontece conosco. Esta é a
Palavra do Senhor:

“Embora andando na carne, não lutamos segundo a carne, porque as armas


da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir
fortalezas...” (2 Co.10:3,4).

Ligar e Desligar
Temos autoridade para ligar e desligar. Jesus declara:

“Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus: o que ligares na terra, terá, sido
ligado nos Céus; e o que desligardes na terra, terá sido desligados nos
Céus” (Mt. 16:19). Na Versão Amplificada, lemos:

“...Tudo o que proibirdes e declarardes impróprio e ilegal na terra, deve ser


o que já é proibido no Céu, e tudo que permitirdes e declarardes próprio e
legal na terra, deve ser o que já é permitido no Céu”.
Temos todas as chaves do Reino. Se entrássemos num hotel e o gerente nos
desse um molho de chaves dizendo: “Todas as chaves do hotel são suas”,
isso queria dizer que teríamos acesso a todos os seus compartimentos. Pois,
bem, temos acesso a todos os compartimentos do Reino. E isso quer dizer
que tanto temos acesso às bênçãos do Reino, como autoridade de usar os
dispositivos de segurança contra os intrusos.

Que quer dizer “ligar” e “desligar” neste texto e repetido em Mateus 18:18?
Proibir e permitir. Somos como que oficiais de justiça do Reino de Deus,
com autoridade para dizer no reino do espírito, diante das hostes das trevas,
o que é permitido e o que é proibido pela Palavra de Deus. Vamos exigir
que se cumpra em nossa vida o que a Constituição nos garante como
direito, não permitindo que o ladrão nos roube o que é nosso por direito de
redenção em Cristo. “Ligado” ou “amarrado” em nome de Jesus, quer dizer
proibido, ilegal. “Desligado” ou “liberado” em nome de Jesus, quer dizer
permitido, legal, tem liberdade.

Nos dias de Jesus esse significado havia sido introduzido na língua


hebraica, conforme a Literatura Rabínica atesta. Frequentemente os rabinos
eram procurados pelo povo para dirimir dúvidas quanto a algum ponto da
lei, especialmente sobre a guarda do Sábado. Todos sabiam que não
deveriam trabalhar, mas nem sempre sabiam o que era definido como
“trabalho”. Então os rabinos diziam: “ligado”, significando proibição, ou
“desligado”, significando permissão.

Deus nos deu Sua Palavra, que é a Constituição do Reino. Ela já estabelece
o que é legal e ilegal, permitido e proibido, o que está dentro ou fora do
plano de Deus. Portanto, temos autoridade na terra de declarar o que é legal,
de acordo com o que está estabelecido na Palavra. É claro que antes de eu
dizer “amarrado” ou ligado, ou proibido, preciso ter a certeza de que minha
declaração está em linha com a Bíblia, pois temos autoridade de emitir
decretos, mas exigir o cumprimento do que já foi decretado pelo Senhor do
Reino.

Temos a autoridade de dizer a cada situação contrária à Palavra de Deus:


“Amarrado em nome de Jesus”. E temos autoridade de dizer a tudo quanto é
revelado como vontade de Deus: “Liberado em nome de Jesus”. Vamos,
portanto, amarrar o valente, isto é, resistir às suas obras, proibi-las em nosso
território, neutralizar sua ação, pelo exercício da autoridade que nos é
conferida por Jesus.

O Nome de Jesus Cristo

O Nome de Jesus representa a maior autoridade do Universo, e diante dEle


tudo se dobra. Na vida de oração Ele é tanto o meio de aproximação do Pai,
quanto de resistência ao inimigo que tenta bloquear nossa comunhão com
Deus e segurar as bênçãos que são nossas. Aqui queremos falar dEle como
arma. Paulo assim se expressa sobre Ele:

“Pelo que também Deus O exaltou soberanamente, e lhe deu o Nome que é
sobre todo Nome; para que ao Nome de Jesus se dobre todo joelho dos que
estão nos Céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp. 2:8-11).

Esse Nome é nosso e podemos usá-lo naquilo que Jesus mesmo nos
comissionou. Lutando contra Satanás, lançamos mão do Seu Nome, como
se Ele mesmo estivesse aqui. Jesus nos delegou essa autoridade: “Em meu
Nome expulsarão demônios...” (Mc. 16:17). “... deu-lhes poder e autoridade
sobre todos os demônios, e para curarem doenças” (Lc. 9:1). “Eis que vos
dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, sobre todo o poder do
inimigo; e nada vos fará dano algum” (Lc. 10:19).

O Nome de Jesus é a chave que nos abre os tesouros dos Céus e tranca os
poderes do inferno. Quando vamos ao Pai, em oração, sabemos que as
petições nos são garantidas por causa dEle e quando vamos contra Satanás e
suas hostes, sabemos que recuarão por causa do Nome de Jesus, que é uma
arma poderosa contra todas as forças do inferno.
O poder está na arma. Precisamos saber usá-la. O Nome de Jesus é arma
sem igual e ela nos pertence. Temos o poder de procuração, outorgado por
Cristo mesmo, para agir na terra e Seu Nome. Isso quer dizer que Ele nos
autoriza a usar Seu Nome no cumprimento da missão que por Ele nos foi
confiada.

Jesus se volta para Sua Igreja e diz: “dou-te as chaves do Reino dos Céus...”
(Mt. 16:19). E essas chaves são o Seu poderoso Nome, em Quem estão
escondidos todo o poder, autoridade e força. Estamos destinados à vitória.
Aleluia!

É em Nome de Jesus que expulsamos demônios, pegamos em serpentes,


somos libertos dos ataques inimigos, falamos em novas línguas e impomos
mãos sobre os enfermos para que sejam curados (Mc. 16:17,18). NEle
temos nossas orações respondidas e satisfeitas nossas necessidades (Jo.
14:13,14;15:16). Por causa disso, nossa alegria é completa (Jo.
16:23,24,26,27).

A autoridade de Cristo, como Conquistador de todas as hostes do mal e de


Satanás, não é inerente ao cristão, mas este lança mão dela através do poder
do Espírito Santo, pela fé. Crescemos no uso dessa autoridade que nos foi
delegada. O Espírito mesmo, à medida que a Ele nos submetemos, capacita-
nos a usá-la de modo efetivo na vida de oração.

O grau de autoridade demonstrado em nossa vida, será determinado pelo


grau de vitória pessoal. Quanto mais usamos o Nome de Jesus e vemos os
efeitos que isso produz, tanto mais se desenvolve a nossa fé para fazê-lo. À
medida que fazemos uso desse recurso insubstituível em nossa batalha
espiritual, e alcançamos a vitória, tanto mais nos desenvolvemos em nossa
ousadia e autoridade. Como em todas as áreas da vida cristã, há um
crescimento na consciência do que o Nome de Jesus representa.

A Palavra de Deus

Lutamos sempre a partir de uma posição. A nossa posição se firma na


imutável e infalível Palavra de Deus. Ela se constitui a base da nossa
conquista e é nossa arma de combate, a “Espada do Espírito”. Ela nos deixa
claro que temos autoridade sobre Satanás, delegada por Jesus, e que
estamos destinados à vitória:

“Eis que vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre
todo o poder do inimigo; e nada vos fará dano algum” (Lc. 10:19).

“Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg.
4:7).
“Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor,
rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes
na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão se cumprindo entre os
vossos irmãos no mundo” (I Pe. 5:8,9).

“Para isto o Filho de Deus Se manifestou: Para destruir as obras do Diabo”


(I Jo. 3:8b).
“Filhinhos, vós sois de Deus e já o tendes vencido; porque maior é aquele
que está em vós do que aquele que está no mundo” (I Jo.4:4).

“E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu


testemunho; e não amaram as suas vidas até a morte” (Ap. 12:11).

Vimos que a Palavra é a base para todas as nossas orações. Mas ela é
também arma contra todas as investidas de Satanás nos diversos tipos de
oração. Firmado na Palavra, pois, resista Satanás pela mesma Palavra. Ela é
a Espada do Espírito (Ef. 6:17), e não há combinação mais poderosa do que
o Espírito e a Palavra. Quando misturados nas devidas proporções, o
inimigo fica certo de que é exposto e derrubado.

Os relatos da tentação de Jesus nos Evangelhos de Mateus e Lucas dão-nos


conta de que nosso Senhor enfrentou Satanás com a Palavra de Deus. Ele
estava num jejum prolongado, em oração. É aí que surge o tentador. Porém,
diante de cada forma de tentação, Ele declarou: “Está escrito”. Ele soube
aplicar uma porção específica da Palavra escrita à situação adequada.
Identificou também o erro quando o inimigo usou a Palavra fora do seu
contexto. Como precisamos saber manusear essa arma espiritual!

Apocalipse, no capítulo doze, descreve um conflito nas regiões celestes. No


versículo sete, lemos: “Então houve guerra no Céu: Miguel e os seus anjos
batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam”.

O relato parece tratar-se de uma batalha dos anjos. Quando, porém,


continuamos a leitura, deparamo-nos com uma verdade preciosíssima: os
anjos de Deus travam nossas próprias batalhas e sua vitória contra Satanás,
é a vitória da Igreja. Mas tudo depende do comportamento dos santos. Os
versículos dez e onze explicam isso:
“Então ouvi uma grande voz no Céu, que dizia: Agora é chegada a
salvação, e o poder, e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do Seu Cristo;
porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante de
Deus os acusava dia e noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e
pela Palavra do seu testamento...”

Enquanto Miguel e os seus anjos lutavam, os filhos de Deus se firmavam na


Palavra, pelo que a vitória dos anjos, é a vitória dos que foram lavados no
sangue do Cordeiro e se firmam na Sua Palavra. Ela é a posição na qual nos
firmamos e tem um fundamento sólido, porque é eterna.

O modo de nos firmarmos na Palavra e usá-la como arma de combate, é


pela confissão. Confessamo-la, tanto diante de Deus como de Satanás e suas
hostes. A Palavra é usada na boca, como nosso testemunho. É claro que,
para que isto aconteça, precisamos, primeiro, estudá-la e guardá-la no
coração, para que no momento do ataque ela esteja na ponta da língua,
carregada da fé que enche o nosso coração, e seja liberada na unção do
Espírito Santo, que habita em nós.

O Sangue de Jesus

O sangue fala de uma nova aliança que quebra o poder do pecado (Hb.
9:11,12,24,26,28). Quando se diz que “venceram pelo sangue”, significa
que vencemos, firmados no que o sangue de Jesus representa.

O sangue de Jesus é o sangue da nova aliança, pela qual nos unimos a Deus.
Nele há vida eterna, união com o Pai, ressurreição, alimento (Jo. 6:53-57).
Por ele somos justificados (Rm. 5:9); por ele temos a redenção e remissão
dos pecados (Ef. 1:7;Cl. 1:14); por meio dele nos aproximamos de Deus
(Ef. 2:13); ele é o preço pago para que sejamos totalmente do Senhor (At.
20:28; I Pe. 1:18,19); é instrumento da nossa santificação (Hb. 13:12), e
também da libertação do pecado (Ap. 1:5,6). E nós estamos sob a cobertura
do sangue.

O capítulo 9 de Hebreus descreve o efeito que o sangue de Jesus,


derramado pelo Seu sacrifício na cruz, tem sobre nós, quando nos
arrependemos dos nossos pecados e nos voltamos para Deus, recebendo a
Jesus como nosso único Senhor e Salvador. Por ele Jesus nos obteve a
eterna redenção (v. 12), garante a posse das promessas no tempo presente
(v. 15), põe em vigor atual o testamento (v. 17), Jesus está diante da face de
Deus, por nós (v.24), aniquila o pecado de uma vez por todas, santifica,
purifica nossa consciência de obras mortas, enfim, garante-nos uma
completa redenção. O sangue de Jesus, portanto, não apenas nos purifica de
todo o pecado (I Jo. 1:7), mas é a base da nossa vitória diária e será motivo
do nosso cântico de vitória no Céu (Ap. 7:9-14).
O modo de usarmos o sangue de Jesus como arma espiritual, é
testemunhando com nossa boca o que ele representa. Em assim fazendo,
deixamos que Satanás saiba que sabemos o que somos e temos em Cristo
Jesus e que sabemos aplicar os benefícios do sangue do Cordeiro de Deus
às nossas necessidades. Isso faz com que ele fuja de nós. Satanás tem medo,
horror do sangue de Jesus, pois Seu sangue derramado não somente é a base
da nossa vitória, como também a base da derrota de Satanás.

O sangue de Jesus é o fundamento, a base, de toda autoridade humana sobre


o inimigo. Portanto, devemos ser agressivos e ousados no uso do
conhecimento dessa verdade. Devemos resistir Satanás com a verdade da
Palavra de Deus. Devemos testificar a ele o que o sangue representa para
nós. “Adestra as minhas mãos para a peleja” (Sl. 18:34 a), ensinando-me a
manejar a verdade Divina em combate. “O povo que conhece o seu Deus se
tornará forte e fará proezas” (Dn. 11:32).

A vida de oração é uma batalha (Ef. 6:10:18). Lançando mão dessas armas
de oração: a autoridade de ligar e desligar; o Nome de Jesus diante de quem
todo joelho se dobra; a Palavra de Deus, que é a Espada do Espírito e o
Sangue do Cordeiro, nossa cobertura e base de vitória, nosso coração estará
pronto para qualquer nível de batalha, com a garantia do mais completo
triunfo em Cristo Jesus, e nisto será Deus glorificado.

CAPÍTULO 13
Apêndice 1
Obstáculos à Oração Respondida

Existem muitas áreas que tratam da oração. Seria impossível esgotar o


assunto. Procuramos neste livro ater-nos à diferenciação dos diversos tipos
de orações e princípios que os governam. Mas você pode ampliar o assunto,
lançando mão do Manual, a Bíblia, na dependência do Mestre, o Espírito
Santo.

As promessas de Deus são condicionais. Para que alcancemos respostas


positivas às nossas orações, há todo um caminho de obediência.
Deixaremos aqui alguns tópicos para seu estudo pessoal, sobre os inimigos
da oração. Estude-os e certamente lhe trarão muita luz.

“Para que não se interrompam as vossas orações” (I Pe. 3:7b).

“...Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e


os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós para que vos não ouça” (Is.
59:2).

“Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os Seus ouvidos


estão abertos às Suas súplicas; mas o rosto do Senhor está contra aqueles
que praticam males” (I Pe. 3:12). “Se eu no coração contemplava a vaidade,
o Senhor não me teria ouvido” (Sl. 66:18).

O propósito de Deus é ouvir todas as orações. Jesus disse: “graça Te dou


porque sempre me ouves” (Jo. 11:42). Mas há obstáculos, problemas,
inimigos que se infiltram na vida de oração e impedem a manifestação do
poder de Deus. Veremos alguns deles:

1. Relacionamentos errados na família (I Pe. 3:1,7). O não cumprimento


dos deveres dos cônjuges um para com o outro, impede o fluir das orações.
A vida conjugal deve ser posta diante de Deus. Quando as orações não
estão sendo respondidas, pode haver falha no relacionamento.
2. Espírito não perdoador (Mc.11:25). Nossas orações são ouvidas na
base de que nossos pecados estão perdoados; mas Deus não pode tratar
conosco sobre tal base de perdão, enquanto nós guardamos o mal, o espírito
de animosidade ou de vingança contra aqueles que nos ofenderam.
Qualquer que guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguém, fecha os
ouvidos de Deus para sua própria petição.

3. Contenda (Tg. 3:16). A contenda é simplesmente agir movido pela falta


de perdão. Paulo declara que por causa de contendas Satanás pode tornar
cristãos prisioneiros de sua vontade.

A ausência de contenda é a chave para afastar a confusão e o mal. Dê a


Deus a oportunidade de criar um sistema de harmonia em volta de você e
sua vida de oração começará a funcionar.

4. Motivação errada (Tg. 4:3). Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus


coisas que realmente não necessitamos, com o propósito de satisfazer
desejos egoístas. “Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de
Deus” (I Co. 10:31).

Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivo
for errado, não haverá resposta. O propósito primeiro da oração deve ser a
glória de Deus.

5. Toda a forma de desobediência a Deus (Is. 59:1,2). Uma atitude de


rebeldia ou desobediência à Palavra de Deus fecha os Céus para nós.
Qualquer pecado inconfessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de
obediência, porém, abre o caminho à resposta de Deus “e aquilo que
pedimos, dEle recebemos, porque guardamos os Seus mandamentos, e
fazemos diante dEle o que Lhe é agradável” (I Jo. 3:22).

6. Ídolos no coração (Ez. 14:3). Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa


que tomar o lugar de Deus na vida de alguém. É aquilo que se torna o
objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa o nosso pensamento,
Deus deve ser supremo em nossa vida.

7. Falta de generosidade para com os pobres e o trabalho de Deus (Pv.


21:13). A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade, quando
podemos fazê-lo, impede a resposta às nossas orações.

8. Dúvida e incredulidade (Tg. 1:5-7). A dúvida é ladra da bênção de


Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus. A incredulidade é
quando alguém sabe que há um Deus que responde as orações, e ainda
assim não crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidar do
caráter de Deus.

9. Uma disposição de ler sobre oração e sobre a Bíblia, em vez de estudar a


Palavra e entrar na arena da oração. A oração é a maior e mais santa das
vocações. Saber sobre oração não garante a resposta, mas o pôr a Palavra
em operação para receber de Deus aquilo que Ele prometeu.

10. Falta de entendimento da nossa posição em Cristo. Talvez esse seja o


maior inimigo. Ignorância quanto aos privilégios e direitos de redenção, isto
é, daquilo que Cristo é em nós e do que somos nEle. Um desconhecimento
da extensão do que Ele fez por nós e direitos, outorgados em Graça, diante
do Trono.

11. Uma confissão errada (Rm. 10:9). O Cristianismo é uma grande


confissão. Confissão é o reconhecimento verbal do que Deus fez por nós em
Cristo (Hb. 3:1;4:14). Toda confissão dos nossos lábios deve refletir a
Palavra de Deus. As confissões em desarmonia com ela estão na origem de
muitas orações não respondidas.

12. Depender da fé do outro. A cada crente Deus deu uma medida de fé. Ela
veio quando nos tornamos uma nova criação em Cristo e recebemos a
natureza de Deus. Assim como desenvolvemos nossa fé pelo alimento da
Palavra de Deus (Jo. 15:7).

CAPÍTULO 14
Apêndice 2
Uma Palavra aos Guerreiros de Oração

“Por esta causa (vendo a grandeza deste plano no qual sois edificados em
Cristo), dobro os meus joelhos diante do Pai do nosso Senhor Jesus Cristo...
para que Ele vos conceda, de acordo com o rico tesouro da Sua glória, que
sejais fortalecidos e reforçados com grande poder no homem interior pelo
Espírito (Santo) habitando em vosso mais profundo ser e personalidade...

Para que vós possais realmente vir a conhecer praticamente, através de


experiência por vós mesmos, o amor de Cristo, o qual ultrapassa em muito
o mero conhecimento (sem experiência); para que sejais cheios (em todo o
vosso ser) de toda a plenitude de Deus (isto é) possais ter a mais rica
medida da presença Divina e vos torneis um corpo completamente cheio e
inundado com o próprio Deus (Ef. 3:14,16-18 – V. Amp.).
Bem vindo ao Exército de Intercessores que batalham em oração a favor do
“derramamento do Espírito de Deus” sobre a Igreja e toda a carne.
Guerreiro de Oração é o cristão que aceita o desafio de dedicar-se à
intercessão.

Por que “Guerreiro?” É que na oração intercessória existe um elemento de


combate espiritual contra as forças das trevas. Estamos envolvidos numa
batalha. Paulo fala dela em Efésios 6:10-18. É uma batalha de oração. E
nessa batalha “O Senhor está conosco como um poderoso guerreiro” (Jr.
20:11).

O objetivo principal do Guerreiro de Oração é orar por um poderoso e


verdadeiro Avivamento Espiritual na Pátria e no mundo. Qualquer filho de
Deus, de qualquer denominação, pode e deve ser um Guerreiro. Seu
compromisso é com o Espírito de Deus, para responder aos Seus impulsos
de intercessão a qualquer hora do dia ou da noite. O Ministério Palavra da
Fé oferece apenas o ensino da Palavra de Deus na área, apelando à Igreja de
Cristo que entre nessa grande batalha da oração, como a força que porá em
operação o poder de Deus no meio do Seu povo.
Ser Guerreiro de Oração é aceitar o desafio de se colocar na brecha diante
do Senhor, a favor da Igreja, da Nação e do Mundo (Ez. 22:30,31).

Ser Guerreiro de Oração é dispor-se a gastar tempo com Deus e Sua Palavra
e entrar no combate a favor de outros, totalmente revestido da armadura de
Deus, e empunhantotalmente revestido da armadura de Deus, e empunhan
1\8).
Ser Guerreiro de Oração é lançar mão das “armas poderosas em Deus”, que
são espirituais, para o combate ofensivo contra o reino das trevas e seu
domínio na vida dos homens. O Guerreiro não é um crítico dos homens,
mas um combatente contra as forças do mal (2 Co. 10:3-5).

Ser Guerreiro de Oração é ser um lutador, que combate em harmonia com o


Senhor, nosso Comandante-em-Chefe, guiado pelo Espírito Santo, trazendo
nos lábios um hino de louvor a Deus e no coração a certeza de que a vitória
já foi conquistada em Cristo, o Senhor.

O Guerreiro de Oração recebe a ordem expressa do Senhor em Isaías


62:6,7:

“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, eu pus guardas que não descansarão de


dia ou de noite; vós que (sois seus servos e pelas vossas orações) fazeis
lembrado o Senhor (das Suas promessas), não guardeis descanso, e não
deem a Ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a torne um louvor na
terra” (Versão Amp.).

O Guerreiro de Oração não se limitará a um encontro semanal de oração.


Seu compromisso é de vinte quatro horas por dia, “até que...”.Quando Deus
tiver na terra um verdadeiro exército unido em oração, um poder maior do
que no Dia de Pentecostes se manifestará em nosso meio.

Recomendamos que grupos de oração sejam formados em todos os lugares:


nos templos, nos lares, nas escolas, nos quartéis, nas fábricas, nos
escritórios, todos com o objetivo de interceder pelo grande Avivamento,
firmado na Palavra de Deus, e que resulte em cristãos que refletem a glória
de Deus e pecadores perdidos que passem pela experiência genuína do
Novo Nascimento. Façamos do nosso País um grande templo onde o
incenso das nossas orações sobe de contínuo, de todos os lugares, ao Trono
da Graça.

Toda oração que produz resultado está em perfeita harmonia com a Palavra
de Deus. Por essa razão grande ênfase é dada à Palavra. É da união entre o
Espírito Santo e a Palavra de Deus que o poder de vida que há em Cristo
Jesus se manifesta. Ore, portanto, de acordo com a Palavra escrita.

A oração movida pelo Espírito Santo, firmada na Palavra de Deus e na


autoridade do Nome de Jesus, mudará a vida da Igreja e afetará as nações
da terra.
Roda de Oração
E
N
T
A
N
D

NE CES
O N OSS AS SIDADES -
F
Purificando o
santuário pelaRendição confissão de faltas.
silenciosa Salmo 139:23de todo o ser. I João 1:9Salmo
62:1, 2, 5, 7
Salmo 40:1.
Espera em Deus.4
3
LI.4

:6 Apresentando- necessidades7

pessoais na área carente no momento. Mateus 7:7-8


João 16:24

Uma expressão Tomando o de amor a Deus e lugar dos mais reconhecimento dechegados diante de

Sua natureza.
Ap. 7:11-12
Salmo 95:6
Deus

6
Lucas 11:5-8 2 Atos 16:31
“Então PETIÇÃOCONSAGRAÇÃOPELOS FAMILIARES
Exaltando a
Deus pelos Seus1Salmo 145:1-7
Salmo 34:1
nenhuma hora AMIGOSpudeste vigiar PELO CORPO

feitos poderosos. LOUVOR comigo?DE CRISTO 7 Vigiai e orai.” Mateus 26:40-41 Exercendo o
sacerdócio a favor da Igreja.
Efésios 3:14-19 Gálatas 4:19
Atitude de
gratidão e louvor 12AÇÕESDE GRAÇA pela resposta
às orações.
Salmo 92:1-5

I Ts. 5-18
11 ORAÇÃO
10 da Palavra de Deus,
Apropriando-seAPROPRIANDO-SE
confessando-a e Assimilando aorando-a. Palavra de Deus
Salmo 119:33 pela meditaçãoIsaías 62:2 e
estudo.
Salmo 119:97 I Timóteo 4:15
9
Conhecendo a Palavra de Deus por uma leitura

acurada.
Apocalipse 1:3 I Timóteo 4:13

8
Colocando-se na brecha a favor do mundo, pela sua

salvação.
Ezequiel 22:30, 31
Salmo 2:8

PLANO DE UMA HORA DE ORAÇÃO


“ENTÃO, NENHUMA HORA PUDESTE VÓS VIGIAR COMIGO?
VIGIAI E ORAI” (MT 26.40,41)

Apresentamos a sugestão de uma hora diária com Deus. O plano não se


destina a ser seguido como uma fórmula, mas para disciplinar o cultivo de
um tempo regular de oração. Você poderá depois encontrar seu próprio
plano. Dependa do Espírito Santo e Ele dará toda a assistência necessária,
pois Ele está interessado em que você se devote à vida de oração. Cada
ponto do plano tem a duração de cinco minutos. Há quatro assuntos centrais
a serem focalizados na hora com Deus, dedicando-se quinze minutos a cada
um. Cada um dos quatro será dividido em três períodos de cinco minutos.

COMO USAR A RODA DE ORAÇÃO


1. Estude o material impresso sobre
2. Tome a roda e vá lendo e meditando nos textos indicados, começando no
ítem 1 e seguindo até o ítem 12;

3. Continue uma disciplina de se concentrar num só item de cada vez, por


cinco minutos. No primeiro, talvez seja necessário uma semana de estudo
para familiarizar-se com o plano.

4.; A ordem da roda pode ser alterada, mas é importante que sempre
comece e termine ministrando ao Senhor;

5. À medida que você flui na oraçao, vá seguindo a direção do Espírito para


o encontro diário com Deus. Ele trará sempre a direção necessária.

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