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FONSECA
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS APLICADAS DO ENSINO
SUPERIOR
BELIT CAROLINE ROCHA LESSA
RIO DE JANEIRO
2023
BELIT CAROLINE ROCHA LESSA
RIO DE JANEIRO
2023
Espaço destinado a elaboração da ficha catalografica sob responsabilidade exclusiva da
Biblioteca Central do CEFET/RJ.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, pelo apoio a essa jornada mesmo de tão longe,
ao meu companheiro Leonardo Cármine pela companhia e cuidado e sou muito
grata as minhas amizades feitas nessa cidade, como Pedro Pinheiro, Ana Júlia,
Mariangela, Caio Guarino, especialmente Maria Clara David, Ana Luísa e Júlia Zupi
que foram meu apoio durante toda a graduação e especificamente de perto durante
o período de execução desse trabalho em nossos encontros no café.
Além desses já citados há muitas outras pessoas que me apoiaram e que
contribuíram direta e indiretamente na minha trajetória. Além disso sou grata
Enactus CEFET/RJ e toda sua equipe de alunos e professores por me apresentar ao
mundo do marketing e ao meu orientador por me acompanhar e auxiliar neste último
desafio. Enfim, a todos os que contribuíram para a conclusão dessa graduação e
realização desta pesquisa.
RESUMO
LESSA, Belit Caroline Rocha. Marca como sinônimo de produto: metonímia como
indicador de brand awareness. 2023. 42 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso –
Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca. Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 2023.
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................7
1.1 OBJETIVOS ......................................................................................................8
1.1.1 Objetivos gerais ..............................................................................................8
1.1.2 Objetivos específicos ......................................................................................8
1.2 METOLOGIA.....................................................................................................8
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................10
2.1 MARKETING .....................................................................................................10
2.2 BRANDING .......................................................................................................11
2.3 PUBLICIDADE ..................................................................................................13
2.4 PERCEPÇÃO DE MARCA ................................................................................13
2.5 SEMIÓTICA DA LINGUAGEM ..........................................................................14
2.5.1 Os signos ........................................................................................................15
2.5.2 Signos naturais ou arbitrários .........................................................................16
2.5.3 O Símbolo .......................................................................................................17
2.5.4 Os códigos ......................................................................................................18
2.5.5 Metonímia .......................................................................................................18
3 O FENÔMENO "MARCA COMO SINÔNIMO DE PRODUTO"............................19
3.1 A DUPLA DIMENSÃO DA MARCA ...................................................................19
3.2 IDENTIFICAÇÃO PLANEJADA E ESPONTÂNEA ............................................19
4 ESTUDOS DE CASO ...........................................................................................22
4.1 BOMBRIL/ESPONJA DE AÇO .........................................................................22
4.2 ÁGUA SANITÁRIA ............................................................................................25
5 PESQUISA DE PERCEPÇÕES DAS MARCAS PELO PÚBLICO ......................29
5.1 RESULTADOS DA ESPONJA DE AÇO ...........................................................30
5.2 RESULTADOS DA ÁGUA SANITÁRIA .............................................................34
6 CONCLUSÃO .......................................................................................................38
7
1 INTRODUÇÃO
É seguindo esse eixo temático que será feita uma análise de dois casos de
marcas que passaram por esse fenômeno no contexto de inserção no mercado
brasileiro. A primeira marca analisada será a Bombril com uma abrangência nacional
já reconhecida pelo mercado e a outra será a marca Q-boa, bem menos conhecida
no mercado carioca, mas que usufrui do mesmo fenômeno em regiões menores do
país.
Dessa forma, analisando as relações dialógicas entre publicidade da marca
e as relações sociais é possível chegar a se de fato o uso da metonímia na fala
representa o sucesso de discurso persuasivo midiático a fim divulgar a imagem da
marca. Por fim, além dessa análise é preciso ir além refletir quais os passos
adotados pela construção do marketing e branding construído pelas marcas que
resultou no sucesso ou fracasso desse fenômeno em abrangência nacional, ou
regional.
1.1 OBJETIVOS
1.2 METOLOGIA
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 MARKETING
exigente, assim desenvolvendo um olhar mais sensível aos valores da marca além
do produto.
Marketing 4.0 – o consumidor conectado:
A última etapa do marketing pensada pelo autor nessa obra já aborda as
mudanças do marketing frente ao desenvolvimento das tecnologias e redes sociais.
Nessa fase os consumidores sentem a necessidade de estarem conectados a todo
momento, consumindo cada vez mais conteúdo. Como consequência, cada vez
mais é necessário investir na personalização de produtos e serviços.
Anos depois, já em 2021 Kotler lançou uma obra complementando essas
etapas de marketing, com o Marketing 5.0, sendo caracterizado como uma
mesclagem entre o foco nas pessoas do marketing 3.0 e o empoderamento
tecnológico presente no marketing 4.0. Assim caracterizado uma fase de estratégias
ágeis e cada vez mais focadas em dados.
No Brasil o marketing foi adotado por empresa pioneiras como Kibon e
Johnsons & Johnsons ainda da década de 50, de acordo com Marcos Cobra em seu
livro Administração de Marketing no Brasil. Mas foi a partir dos anos 70, com
esforços de faculdades e seus professores que o conceito de fato se estabilizou no
país. O autor ressalta que a propaganda teve um papel fundamental na
consolidação do marketing brasileiro e hoje é referência mundial no campo de
disseminação de cultura e conhecimento de mercado.
2.2 BRANDING
2.3 PUBLICIDADE
onde ele consiga gerar uma identificação e até mesmo manifestar sua
personalidade.
Sendo assim, o brand awareness pode ser considerado uma estratégia que
requer a participação tanto do público com sua percepção da marca, quanto da
empresa ao criar esse plano de contato com consumidor. Como há essa
comunicação entre os interlocutores, a maneira com que a marca utiliza o canal, e
passa a mensagem para o público e como esse recebe a mensagem fazem parte da
construção desses sentidos mercadológicos.
Como consequência dessa relação dialógica, essa comunicação com o
público se torna um grande desafio para as marcas do mercado. Pois como o
público também transfere influência sobre a construção da marca através de sua
cultura e cada cultura tem uma percepção e utiliza símbolos de maneira diferentes,
as marcas precisam levar muitos pontos em consideração para não passar a
mensagem errada ou ser interpretada de uma maneira diferente da qual pretendiam.
Afinal, as marcas também são definidas pelas associações que são feitas.
Daniel Raposo em seu livro Design de identidade e imagem corporativa
(2008) coloca a marca como um complexo de significados, podendo ser dividida
entre propósito, significado descodificado e significado aberrante descodificado. O
propósito surge da raiz administrativa do marketing e é o que a empresa pretende
alcançar com a marca, já o significado descodificado é categorizado como a marca
se identifica, como passa seus objetivos e qualidades e o significado aberrante
descodificado são os outros significados aos quais vão para além do controle da
empresa e pode ser entendido como a forma a qual o público externo significa essa
marca.
2.5.1 Os signos
(2008) exemplifica o significante como a parte visível do signo, como uma bandeira,
por exemplo, já o significado se constitui da parte não palpável do signo, utilizando o
mesmo exemplo, ele seria o país ao qual pertence à bandeira.
Os signos, segundo Raposo podem ser naturais ou arbitrários, os naturais
possuem semelhanças naturalmente intuitiva e relacionada com os objetos aos
quais se referem, já os arbitrários não. O autor mostra como Pierce (2003) divide o
signo em ícones (naturais), índices (naturais) e símbolos (arbitrários), dependendo
do seu tipo de relação com o objeto.
Um índice é uma parte que tem a representação do todo, como quando
o topo de um bolo de casamento é guardado para o primeiro aniversário do
relacionamento a fim de reapresentar toda a primeira cerimônia. Um ícone seria uma
reapresentação de algo que já foi presente e está ausente, como a foto de um
pássaro. E um símbolo é mais arbitrário, como o vestido de noiva branco, que
tradicionalmente simboliza a virgindade. Raposo reforça que uma marca pode ser
um índice, um ícone, um símbolo e/ou todos eles em simultâneo
2.5.3 O Símbolo
2.5.4 Os códigos
2.5.5 Metonímia
4 ESTUDOS DE CASO
Além disso, a marca entrou para o Guinness Book com a campanha que
mais tempo ficou no ar com a campanha Garoto da Bombril durante 34 anos.
Atualmente a companhia está com 71 anos de atividade e atuação no segmento da
indústria de higiene e limpeza, reunindo mais de 16 marcas e cerca de 264 itens de
limpeza em diversas categorias, incluindo esponjas de aço, detergentes, esponja
sintética e outros itens essenciais da limpeza doméstica.
Qboa e Super Candida. Atualmente, a companhia possui mais de 150 mil pontos de
venda espalhados por todo o país de sua extensa linha de produtos.
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Bahia, a qual só teve uma resposta do estado, no Mato Grosso, no Rio Grande do
Sul, em Santa Catarina e algumas respostas em Minas Gerais. Já a marca Cândida
aparece de forma expressiva em São Paulo e de forma tímida em minas gerais e Rio
de Janeiro.
A quinta pergunta aborda novamente à razão pela qual o respondente utiliza
o nome citado na pergunta anterior e foram apresentadas as mesmas 4 opções da
pergunta 3. A partir do gráfico 4 pode-se observar os resultados das respostas
dessa questão.
6 CONCLUSÃO
nome do produto, nas respostas 2 o nome mais utilizado foi o Bombril. Assim,
passando a ser usado marca pelo produto, ou seja, apresentado o fenômeno da
metonímia, mostrando a potência da marca em todo o território brasileiro.
Apesar de historicamente ter seguido um início empresarial similar da
Bombril, a marca abordada no segundo case, a “Qboa”, obteve resultados
divergentes no quesito de uso de seu nome como sinônimo do produto. Fundada um
ano antes da Bombril, a marca Qboa também bem antiga no mercado brasileiro,
soube surfar as ondas 1.0 e 2.0 do marketing de Kotler levando em conta a análise
das publicidades encontradas nos seus primeiros anos de mercado.
Entretanto a partir da década de 60 já não foi possível encontrar muitas
publicidades da marca, tampouco prêmios na área de marketing recebidos pela
empresa. A estratégia de marketing das duas marcas se difere a partir desse ponto,
mas as consequências de seu sucesso ou não tem como base substancial a
administração da empresa.
Em sua execução de expansão de mercado a empresa ao anexar outras
concorrentes de mercado como a Super Cândida optou por manter a marca com seu
nome original se diferencia da estratégia da Bombril, assim mantendo duas marcas
sobre a mesma empresa. Além disso até os anos 90 sua zona de influência se
manteve na região paulista e somente após essa década conseguiu chegar em
todas as regiões do país, não cobrindo o espaço de mercado deixado vazio, o qual
foi preenchido pela marca apenas onde sua distribuição recente e estratégica se fez
notada pela população. Assim criando uma relação dialógica com o seu público de
forma regional, apresentando o fenômeno da metonímia de forma bem reduzida no
território brasileiro.
Além disso esse vácuo no mercado brasileiro deixou brechas para
desenvolvimento artesanal de água sanitária diretamente pela população, por ser
um produto que não demanda de maquinários ou um grande trabalho com a matéria
prima. Em uma breve pesquisa foi possível encontrar diversas maneiras de se
fabricar esse produto de forma simples, algo que não é possível com o a esponja de
aço.
O intuito final desse trabalho era o de concluir de o fenômeno da metonímia
pode ser de fato usado como métrica de sucesso de branding no mercado brasileiro
e carioca. A partir da análise dos cases das marcas e os resultados dessa pesquisa
de opinião do público de caráter exploratório nos mostra que a metonímia aplicada
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em abrangência nacional pode ser usada não somente como indicador de brand
awareness mas também como sucesso administrativo da empresa gerente dessa
marca. Não excluindo o poder de influência regional na construção de significado no
léxico de um público menor, mas sim metrificando o alcance dessa marca e a sua
conexão com seu público a nível emocional, a ponto de construir um símbolo do dia
a dia que é tecido através das interações entres os atores sociais.
Podem ser observadas algumas limitações dentro do projeto, como o acesso
a peças publicitárias antigas das marcas que se perderam no tempo, limitando o
acesso a algumas disponibilizadas no próprio site da marca ou em divulgações de
público civil colecionador de poster e outros banners. Além disso a própria
abrangência da pesquisa de opinião do público não alcançou uma amostra confiável
de representação de alguns estados brasileiros e outros nem se quer foram
representados em suas respostas.
Como recomendação para futuros trabalhos dentro da área, pode-se
considerar um estudo mais amplo sobre os dois pontos de limitações desse trabalho.
Buscando um contado direto com as empresas escolhidas para o case e focando em
divulgação mais abrangente nacionalmente no modelo de pesquisa de opinião.
Contudo, mesmo diante das questões abordadas, o projeto foi considerado
inovador dentro do LEANI ao abordar de forma complementar as áreas de
administração e de linguagens do curso. Dessa forma abrindo oportunidades de
futuras explorações mais profundas sobre o tema, assim colocando em prática o
verdadeiro objetivo de criar um profissional LEANI cada vez mais completo e
multidisciplinar.
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REFERÊNCIAS