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231. Qual a missão dos anjos da guarda?


A Igreja sempre acreditou na existência dos santos anjos da guarda, a partir do testemunho das próprias Sagradas Escrituras. Nosso
Senhor, por exemplo, ao pedir que não se escandalizassem os pequeninos, disse que "os seus anjos, no céu, contemplam sem cessar a
face do meu Pai que está nos céus" [1]. Em um episódio relatado nos Atos dos Apóstolos, a comunidade cristã, que rezava por São Pedro
enquanto ele era mantido na prisão, confundiu a sua presença com a de seu anjo [2]. Por �m, o Catecismo da Igreja Católica ensina que
"cada �el é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida [zoé]" [3].

A partir desta citação de São Basílio Magno, �ca bem evidente que a missão dos anjos da guarda é "conduzir à vida", ao Céu, os seres
humanos. Mesmo já contemplando a Deus face a face, eles receberam na Terra a missão de levar os homens à Pátria Celeste. O seu
ofício não é, pois, uma simples "proteção física", como se os anjos existissem tão somente para ajudar criancinhas a atravessarem a rua.
Trata-se de uma missão eminentemente espiritual, cujo foco é a salvação eterna das almas – mesmo que, para isso, se passe por
sofrimentos, doenças ou tragédias.

Santo Tomás de Aquino, ao questionar se "os anjos sofrem pelos males dos que guardam", responde:

"Os anjos não sofrem nem pelos pecados, nem pelas penas dos homens. No dizer de Agostinho, tristeza e dor resultam
do que contraria a vontade. Ora, nada acontece no mundo que contrarie a vontade dos anjos e dos demais
bem-aventurados, porque suas vontades aderem perfeitamente à ordem da divina justiça. Com efeito, nada acontece no
mundo que não seja feito ou permitido pela justiça divina. Portanto, absolutamente falando, nada acontece no mundo
que contrarie a vontade dos bem-aventurados. Todavia, o Filósofo diz no livro III da Ética, que se diz voluntário de modo
absoluto aquilo que alguém quer em particular quando age, isto é, consideradas todas as circunstâncias, embora
considerado em geral fosse voluntário. Por exemplo, o navegante que não quer de modo absoluto e em geral atirar as
mercadorias ao mar, mas que, na iminência de um perigo de vida, o quer. Um gesto assim é mais voluntário que
involuntário como aí mesmo se diz. Assim os anjos, falando de modo geral e absoluto, não querem que os homens
pequem e sofram. Mas querem que a respeito disso seja guardada a ordem da justiça divina segundo a qual alguns são
sujeitos a penas, sendo-lhes permitido pecar" [4]

Então, os anjos da guarda querem e lutam pela salvação dos homens – inspirando-os, iluminando-os e, às vezes, até realizando milagres
e lutando contra os próprios demônios. Como são instrumentos santos que possuem inteligência e são livres, eles são chamados de
"ministros", pois foram colocados por Deus ao nosso serviço.

São João Bosco, ao recomendar a invocação ao anjo da guarda na hora das tentações, dizia que "ele deseja ajudar você mais do que você
deseja ser ajudado por ele". Por isso, não deve haver di�culdade alguma em pedir o auxílio dos nossos santos anjos: não precisamos
convencê-los, mas apenas abrir-nos à sua ação.

Referências

1. Mt 18, 10

2. Cf. At 12, 6-15

3. Catecismo da Igreja Católica, 336

4. Suma Teológica, I, q. 113, a. 7

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