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9 sutras ou ensinamentos budistas para

viver melhor
Sutras são pequenos fragmentos de sabedoria ensinados por Buda ou um de seus
discípulos. São frases que nos ajudarão a despertar da letargia.

Você já ouviu falar dos sutras? Houve um tempo, já muito distante, em que
deixamos de olhar para cima com espanto e admiração e começamos a procurar
outras coisas. Isso aconteceu quando começamos a subestimar, negligenciar e esquecer
o espírito, deixando outras coisas tomarem seu lugar.

Assim, começamos a vagar em uma busca constante por prazer e segurança, em


uma fuga contínua do medo, da dor e do desconforto que não nos permitem a sensação
de paz.

A palavra Buda vem de budh, que significa “acordar”, por isso Buda significa o
“Desperto”. Um Buda é alguém que despertou totalmente, como se saísse do sono mais
profundo, e descobriu que não sofre mais, que o sofrimento tem sido apenas um sonho
ruim. Todos nós podemos sair desse pesadelo, tentando “não fazer nada além do bem,
evitar qualquer dano aos outros e purificar o coração”.

Os Sutras: Os Ensinamentos do Budismo


Como afirma o budismo, o caminho que nos leva a “nos reconectarmos com o nosso
espírito” consiste em três etapas: ouvir ou ler, refletir sobre o que foi lido ou ouvido e
colocá-lo em prática. Conclui-se que a filosofia budista é algo que precisa ser útil. Se
não funcionar, é abandonada; por outro lado, se for benéfico, vale a pena se dedicar.

Assim, para permitir uma abordagem inicial deste assunto, trazemos 9 dos muitos
sutras ou ensinamentos budistas que nos convidam a refletir sobre a nossa vida. Os
sutras não são frases de efeito, mas sim ensinamentos que juntos constituem toda a
doutrina budista, e que podemos adaptar ao nosso comportamento diário.

Sutra 1: Ele observa; tem clareza

“O tolo dorme como se já estivesse morto, mas o mestre está desperto e vive para
sempre. Ele observa. Tem clareza.”

Tudo está em nosso coração, mas precisamos aprender a observar. Ao fazermos isso,
nossa mente clareia e nos tornamos mais delicados e focados. Seja sábio e observe;
não fale, apenas observe e aprenda.

Uma mente silenciosa é uma mente calma e serena. Para isso, a meditação é uma das
principais técnicas. Mesmo assim, a mente nos ajudará a erradicar todo o
condicionamento externo que produz sofrimento e liberará a felicidade genuína.

Sutra 2: Somente o amor dissipa o ódio


“Neste mundo, o ódio nunca dissipou o ódio. Só o amor dissipa o ódio. Esta é a lei,
antiga e inesgotável”.

A luz dissipa as trevas e as trevas são o ódio. Como alcançar a luz? Meditando sobre
o amor e a compaixão. Abandone os resultados que geram ódio e sentimentos negativos.
O silêncio vence, então a luz entrará e o ódio não terá lugar dentro de você.

No budismo, o amor é o desejo e a aspiração de todos os seres para alcançar a


felicidade e suas causas. Compaixão é o desejo e a aspiração de todos os seres se
livrarem do sofrimento e de suas causas. Meditando sobre esses dois conceitos muito
profundos, vamos arrancar o ódio de dentro de nós.

Sutra 3: Como você pode lutar?

“Você também irá morrer. Como pode lutar?”

A vida é curta, lutar é desperdiçá-la inutilmente. É melhor usar o seu tempo e


energia para alcançar a felicidade, pois não se luta pela carne quando o coração é
enaltecido. Nós somos pó e ao pó retornaremos, então para que lutar? O que ganhamos
com o desperdício das nossas energias?

Sutra 4: Além dos julgamentos

“Uma mente que está além do julgamento observa e entende”.

Não entre em considerações sobre o que é bom e o que é ruim, porque ao analisar
você se sentirá dividido. Escolha uma atitude de atenção consciente, apenas olhe para as
duas opções, mas não escolha.

Lama Rinchen Gyaltsen, um professor budista, nos ensina que os seres humanos
tendem a classificar o exterior em três categorias: “gosto” (apego), “me é indiferente”
(ignorância) e “não gosto” (ódio). Quando caímos nesses “três venenos”, tendemos a
prejulgar tudo ao nosso redor. Portanto, se não nos apegarmos a um julgamento externo,
seremos mais livres e muito mais felizes.

Sutra 5: Viver arduamente

“É doce viver duro e possuir a si mesmo”.

Você subiria o Everest de helicóptero? Pode ser mais fácil, mas não será mais
agradável. Este é um dos sutras que nos lembra que o que é verdadeiramente
enriquecedor é aquilo em que colocamos os nossos corações e esforços. A vida deve
ser vivida, não olhada. Isso só é feito se você vive sua própria vida e não a dos outros.

Sutra 6: Superação

“Com bondade, supere a raiva. Com generosidade, supere a mesquinhez. Com a


verdade, supere a decepção.”
Transforme o negativo em positivo. O mundo te prepara para o negativo e te empurra
para os caminhos da repressão. Uma pessoa inteligente não tem serventia para a
sociedade, pois o que ela deseja são pessoas obedientes, não inteligentes. Viva a sua
vida com inteligência.

Aprender com o negativo é uma premissa budista. Tudo o que nos acontece, por
mais negativo que seja, deve nos dar energia para continuar. Cada vez que acontece algo
que classificamos como negativo, devemos tentar analisar o fato e aprender. Desta
forma iremos evoluir e nos superar.

Sutra 7: Desperto para sempre

“Tudo surge e desaparece. Mas quem acorda, faz isso para sempre”.

Você tem duas maneiras de viver: caindo ou crescendo. Cair é fácil porque a
gravidade, a sociedade e a multidão te ajudam. Para cair, basta se deixar levar e ser
obediente.

Mas crescer é difícil. Para crescer você tem que desobedecer, superar o ego, derrotar
a si mesmo e evoluir. Todos nós somos capazes de alcançar a consciência, mas poucos a
procuram e encontram. Se você pegar a estrada, se conhecer e viver sua própria vida,
viverá para sempre.

Sutra 8: Palavras

“Controle as suas palavras”.

A mente está cheia de palavras, muitas vezes desnecessárias. Acostume-se a pensar o


que é necessário e a falar o mínimo. Seja concreto e telegráfico. Avalie com
antecedência se o que você vai dizer faz sentido. Lembre-se sempre de que as palavras
têm poder e que o poder pode se voltar contra você.

No budismo, é defendido que só devemos falar quando temos algo interessante para
dizer, algo enriquecedor. Se não, é melhor se calar.

Sutra 9: Pensamentos

“Controle os seus pensamentos” .

Os pensamentos estão na sua mente, eles são o caos e é importante desamarrá-los. Eles
vêm e vão sem nenhum significado. Você inventa coisas ou as interpreta, e seus
pensamentos voam por si mesmos. Seus pensamentos são os seus algozes, pense
apenas quando quiser. Aprenda a conectar e desconectar.

Já existiram milhares de Budas na história, pessoas que acordaram e nos mostraram o


mapa que percorreram para alcançar o caminho da gratidão e da sabedoria. Portanto, se
formos guiados por esses preceitos, todos podemos alcançar a plenitude. Basta banir
o nosso ego, parar de ser obediente e viver a nossa própria vida, trilhando o caminho do
amor e da bondade.
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A verdadeira história da chapeuzinho


vermelho
A maioria dos contos que nos foram deixados pelos irmãos Grimm e Charles Perrault
foram escritos a partir dessas lendas e tradições locais que percorreram os povos de toda
a Europa durante a Idade Média. Entre eles está o da Chapeuzinho Vermelho.

Muitos destes contos refletem a psicologia da época, suas crenças, mitos… todos eles
por vezes enraizados em testemunhos que, inevitavelmente, estavam saturados de um
certo “realismo mágico”. Um dos mais antigos e talvez mais impressionantes é
encontrado na história da “Chapeuzinho Vermelho”.

De acordo com os especialistas essa história é uma das que mais se transformou em
relação ao conto original; essas mudanças foram feitas com o intuito de “adoçar”
algumas imagens para que o público infantil as absorvesse com facilidade.

A história da Chapeuzinho Vermelho sofreu várias modificações ao longo do tempo,


deixando para trás o que, na realidade, se pretendia transmitir para nós.

Mas o fato é que a cada mudança a intenção original ia se perdendo, porque cada conto
continha uma doutrina, um ensinamento que todos nós tínhamos que seguir. E o que a
Chapeuzinho Vermelho ensinava vale a pena levar em consideração…

Charles Perrault e os irmãos Grimm


Charles Perrault foi o primeiro a coletar a história da Chapeuzinho Vermelho em
1697. Ele a incluiu em sua coleção de contos populares, ciente de que esse conto era um
dos mais desconhecidos para a população europeia.

Essa história teve origem no norte dos Alpes e também apresentava algumas imagens
grosseiras demais, que foram alteradas devido à necessidade de fazer o enredo chegar de
forma segura às crianças. Foi a primeira vez que a história desta jovem de capuz
vermelho chegou à Europa.

Em 1812 os Irmãos Grimm também decidiram incluí-la em suas coleções. Para isso
eles se basearam na obra do alemão Ludwig Tieck intitulada “Vida e morte da pequena
Chapeuzinho Vermelho” (Leben und Tod des kleinen Rotkäppchen), nela estava
incluído o personagem do caçador – ao contrário do conto de Perrault.

A história da Chapeuzinho Vermelho não chegou até nós na sua forma original, pois
muitos elementos foram suprimidos por serem inadequados para o público infantil.

Todos os vestígios de elementos eróticos e sangrentos foram removidos, e a história


recebeu um final feliz. Porque, o que seria de uma história infantil sem o final feliz
clássico? Como você já pode imaginar, a história original é muito diferente da que as
crianças leem nos livros; vamos conhecê-la agora.

A história da verdadeira Chapeuzinho Vermelho


Como já dissemos antes, essa história tem origem em uma região isolada dos Alpes.
O objetivo da história é nos alertar, apontar que existem coisas proibidas para nós como
raça humana, como uma comunidade e como um grupo. Na lenda temos como
protagonista uma adolescente, uma jovem que acaba de entrar no mundo adulto; por
isso a capa vermelha, símbolo da menstruação.

Esta jovem recebe uma ordem de sua família: ela deve atravessar uma floresta para
levar pão e leite para sua avó. Como você pode ver, até agora as variações em relação à
história original não são muitas, mas devemos interpretar cada gesto e cada imagem.

A floresta é o perigo, uma zona de risco para os jovens e que funciona como uma
provação, como o rito de passagem de uma comunidade para demonstrar que seus
filhos já passaram para o mundo dos adultos.

O principal risco dessa floresta é a figura do lobo. Este animal simboliza a


selvageria e o irracional. Algo que a nossa Chapeuzinho Vermelho já conhece e que
precisa enfrentar. A jovem consegue atravessar a floresta e entra feliz na casa da avó,
que a recebe na cama porque está doente. Tudo muito parecido com o conto clássico,
sem dúvida. Mas aí vem as mudanças…

A avó manda a jovem guardar o leite e o pão e comer a carne que está na cozinha
preparada para ela. Chapeuzinho Vermelho concorda e a devora faminta, ficando
saciada para em seguida obedecer à ordem seguinte da velhinha: ela deve tirar a roupa
peça por peça e queimá-la no fogo, para logo se deitar ao lado dela na cama.

A história da Chapeuzinho Vermelho é extremamente rica em simbolismo

A jovem, solícita, concorda sem hesitar, sem pensar na estranheza da situação. Mas
justo no momento em que ela está prestes a se deitar, descobre que é o lobo quem a
recebe a gargalhadas, dizendo que a carne que ela comeu é da avó. Ele cometeu um
grande pecado, o canibalismo. Em seguida o lobo devora a jovem Chapeuzinho
Vermelho.

O simbolismo está implícito em cada personagem, o lobo é o mundo sexual e


violento. A velha é comida por uma jovem, renovando assim o velho pelo novo, ao
mesmo tempo em que o novo é apresentado como inocente e ingênuo ao cometer um
dos maiores sacrilégios da humanidade: o canibalismo. Como você pode ver, uma das
histórias mais clássicas e queridas da nossa infância na verdade contém um lado muito
sombrio.

Moral de Perrault em Chapeuzinho Vermelho


Como já dissemos, a versão do Chapeuzinho Vermelho de Charles Perrault não é a
primeira. As origens são mais antigas. Existe até um poema belga que conta a história
de uma garota com uma capa vermelha que encontra um lobo.

No entanto, este autor decidiu remover os elementos mais cruéis das versões originais
(como o canibalismo), com o objetivo de dar uma lição de moral às jovens. Nesse
caso, Perrault quis punir Chapeuzinho Vermelho por falar com estranhos, sendo o Lobo
da floresta a representação deles.

Em quase todas as suas histórias ele deixa uma moral muito explícita e, para a de
Chapeuzinho Vermelho, escreveu o seguinte:

“Vemos aqui que as adolescentes e jovenzinhas mais elegantes, bem feitas e bonitas
erram em ouvir certas pessoas, e que não devemos nos surpreender com o fato de que
tantas são devoradas pelo lobo. Eu digo o lobo, porque estes animais não são todos
iguais: existem aqueles com um excelente carácter e humor afável, doce e complacente,
que sem barulho, sem fel ou irritação perseguem as donzelas, vindo atrás delas para a
casa e até o quarto. Quem discorda que lobos tão melosos são os mais perigosos?”

Com essa passagem, fica evidente a lição moral que ele queria deixar para as jovens que
se relacionam com estranhos, enfatizando o caráter sexual desses encontros. É
pertinente mencionar que Perrault é também autor de outras histórias famosas como “O
pequeno polegar”, “Cinderela” ou “A bela adormecida”.

https://amenteemaravilhosa.com.br/a-verdadeira-historia-da-chapeuzinho-vermelho/

Meu parceiro não "me ajuda" em casa:


ambos colaboramos
“Meu parceiro me ajuda nas tarefas domésticas”. Todos nós continuamos ouvindo,
para nosso desespero, essa frase, essa expressão enferrujada onde está implícita uma
categorização de gênero que precisa ser reformulada. Em uma casa ninguém deve
ajudar ninguém, porque o que existe é uma responsabilidade comum, o trabalho em
equipe.

Em nossa sociedade, apesar do progresso, da mudança de mentalidade e de cada


pequena conquista em termos de igualdade de gênero , as raízes do modelo patriarcal
continuam sendo percebidas. É aquela sombra escondida ainda em muitas mentes ou
na inércia de uma linguagem, onde ainda está presente a ideia de que o homem fornece
recursos, e a mulher, administra um lar e filhos.

“Homens e mulheres devem se sentir livres para serem fortes. É hora de vermos os
gêneros como um todo, não como um conjunto de polares opostos. Devemos parar de
desafiar uns aos outros”

-Discurso de Emma Watson na ONU-


Hoje, pensar que a responsabilidade dos afazeres domésticos e da criação dos filhos é
responsabilidade exclusiva das mulheres, é algo do passado, vestígio de um passado que
já não é – ou pelo menos não deveria existir -. No entanto, não é necessário defender a
todo custo uma distribuição equitativa de 50/50.

Devemos ter em mente que cada casal é diferente, cada casa tem sua própria
dinâmica e são seus próprios membros que estabelecem a distribuição e
responsabilidades com base na disponibilidade. Fatores como o trabalho, sem dúvida,
determinam esses acordos, que devem ser administrados de forma equânime,
colaborativa e respeitosa.

Sugerimos que reflita sobre isso conosco.

Os tempos mudaram (um pouco, pelo menos)


Os tempos mudaram, agora somos outros, novos, mais corajosos e com muitos mais
desafios do que os nossos avôs e avós. Pelo menos é assim que queremos acreditar e é
por isso que lutamos. No entanto, existem grandes pontes suspensas para atravessar.
Questões como a diferença salarial ou a igualdade de oportunidades são fatores
que ainda carregam o estigma de gênero. Lutas complexas que as mulheres
continuam enfrentando.

No entanto, quando se trata da responsabilidade da casa, do trabalho doméstico e


dos cuidados com os filhos, o progresso em termos de igualdade é significativo. É
claro que cada pessoa terá a sua experiência pessoal, e que em cada país, cada cidade e
em cada casa existem realidades particulares que condicionam a nossa visão sobre o
assunto.

De fato, a agência Reuters publicou um estudo interessante há alguns anos que dizia:
para as mulheres, ter um parceiro significa que as elas trabalham 7 horas a mais
por semana. Com essa frase, registrou-se que a desigualdade nas tarefas domésticas
ainda é evidente. No entanto, está longe dos dados obtidos a partir de 1976, onde a
diferença era de 26 horas semanais.

Enquanto algumas décadas atrás as mulheres assumiam plenamente seu papel de donas
de casa, hoje sua figura cruzou a linha da esfera privada para aquelas esferas
públicas antes habitadas exclusivamente por homens. No entanto, compartilhar os
mesmos espaços nem sempre implica igualdade de oportunidades ou igualdade de
direitos.

 Às vezes, muitas mulheres assumem a responsabilidade por ambas as esferas.


Ao seu trabalho profissional soma-se toda a responsabilidade de um lar e da
educação dos filhos.

 Embora seja verdade que em termos de tarefas domésticas o papel dos homens
em muitos casos seja pleno e igualitário, o mesmo não acontece quando se trata
de cuidar de pessoas dependentes. Hoje, cuidar de idosos ou crianças com
deficiência recai quase exclusivamente sobre as mulheres.
Trabalho doméstico e acordos diários
As tarefas domésticas não são herança de ninguém, na verdade são totalmente
intercambiáveis. Nem passar roupa é trabalho da mãe nem consertar a pia é trabalho do
pai. A manutenção de uma casa, seja na parte econômica ou na parte doméstica de
cuidado e manutenção, é assunto para quem mora sob aquele teto, independentemente
do sexo.

O curioso de tudo isso é que neste momento ainda estamos ouvindo a popular frase
“meu marido me ajuda em casa” ou “eu ajudo minha namorada a lavar a louça”.
Talvez, como dizemos, seja simples inércia e esse esquema patriarcal inflexível
integrado em nossas mentes onde toda tarefa tem um gênero em rosa e azul não exista
realmente.

Os acordos diários e o reparto equilibrado é o que traz harmonia àquela rotina


doméstica onde é tão fácil cair na reprovação. Como “é que você não faz nada” ou
“é que quando eu chego estou cansado”. Os acordos não devem ser alcançados por
simples equidade ou papel de gênero, mas por lógica e bom senso.

Se meu parceiro trabalha o dia todo e eu estou desempregado ou optei livremente por
ficar em casa para criar meus filhos, não posso exigir que ele ou ela cozinhe meu jantar
e lave as roupas. Da mesma forma, cuidar de uma criança não é apenas uma tarefa de
uma pessoa. A mãe não deve ser obrigada a ser uma “supermãe”. Um filho é
responsabilidade de quem escolheu tê-lo e, mais ainda, devemos servir de modelo,
mostrando-lhe, por exemplo, que a cozinha não é feudo de ninguém.

Assim, arrumar a cama, cuidar do nosso cachorro e cuidar de uma casa, não é
ajudar a mamãe ou o papai, é responsabilidade de todos.

Algumas ideias
Cada casa é diferente. Um casal sem bebês terá menos tarefas domésticas do que um
com bebês. Um casal que não trabalha terá mais tempo do que outro que o faça. Assim,
em cada casa a distribuição do tempo deve ser aplicada de acordo com o que for
conveniente para ambos.

Em primeiro lugar, seria bom fazer uma lista das coisas que gostamos de fazer e
outra das que não gostamos. Se um dos dois gosta de cozinhar e o outro prefere
limpar, não há mais discussão. Muitos casais dividem as tarefas domésticas de acordo
com seus gostos, “eu faço isso e você faz aquilo” e ambos ficam muito felizes. O ruim é
quando um dos dois (ou ambos) não gostam de fazer nada ou não querem fazer nada.
Nesse caso será necessário encontrar a energia e organizar uma agenda semanal de
tarefas em que as tarefas sejam trocadas.

Nenhuma das tarefas domésticas corresponde por natureza a nenhum dos dois
sexos, nesse sentido, a discussão está encerrada. Não devemos esquecer que às vezes
um dos dois trabalha e o outro fica em casa. Nesse caso, a distribuição não precisa ser
equitativa. Se o que trabalha estiver fora por 8 horas, o outro terá mais tempo para fazer
mais algumas coisas.
O importante na distribuição de tarefas, por um lado, é saber que ambos os sexos são
perfeitamente capazes de realizar qualquer tarefa. E, por outro, que seja feito com bom
senso, dependendo do tempo e disponibilidade de cada um.

https://amenteemaravilhosa.com.br/meu-parceiro-nao-me-ajuda-em-casa-ambos-
colaboramos/

Você sabe como funciona o hormônio do


abraço?
Certamente você já ouviu falar da oxitocina, um hormônio associado a muitos de
nossos gestos afetuosos, como os abraços. Sua fama é bem merecida. Esta é uma
descoberta científica muito valiosa, que corrobora algo que todos sabemos desde
sempre: abraços confortam, curam e tornam a vida mais feliz.

Algumas décadas atrás, descobriu-se que, quando as mulheres dão à luz, elas secretam
grandes quantidades de ocitocina. Esse hormônio atenua a dor do parto e, em vez
disso, facilita o aparecimento de um intenso sentimento de afeto pelo recém-
nascido. Traduz-se em desejos de abraçar, beijar, acariciar.

O melhor veio depois. Com diferentes experimentos que foram realizados ao redor do
mundo, descobriu-se que havia muito mais situações que ativavam a produção desse
hormônio. Descobriu-se, por exemplo, que um abraço de 5 segundos a estimula;
mas um de 20 segundos o ativa e equivale a um mês de terapia. Maravilhoso né?
Mas as coisas não param por aí. Beijos que são percebidos como uma manifestação de
amor também liberam ocitocina.

“Eu te abraço e as tangerinas correm. Eu te beijo e todas as uvas liberam na minha


boca o vinho escondido de seu coração”

-Gioconda Belli-

O bem-estar emocional não é a única consequência positiva da secreção desse


hormônio. Também afeta decisivamente o bem-estar físico. Isso ajuda você a
adoecer menos e a se curar mais rápido, caso algo o afete. Fortalece o sistema
imunológico e melhora o funcionamento do coração. É uma pequena maravilha química
que enriquece sua vida.

Como ativar o hormônio do abraço?


A ocitocina é um hormônio que é ativado principalmente através do contato físico.
É facilmente liberado por meio de abraços e beijos, mas também responde a outros
estímulos como uma palavra carinhosa ou até mesmo um simples tapinha no ombro.

Todos nós temos receptores em nossa pele chamados corpúsculos de Meissner.


Esses componentes nos permitem perceber a temperatura, a textura das coisas, carícias,
beliscões, etc. Assim que recebem o estímulo, enviam um sinal ao córtex cerebral que
interpreta que tipo de estímulo é. Bem, temos mais desses corpúsculos em nossas mãos
e lábios.

Em um experimento realizado na Universidade da Califórnia, o funcionamento do


cérebro de um grupo de voluntários foi monitorado por meio de ressonância magnética
funcional. Assim, verificou-se que um abraço estimulou significativamente a produção
de ocitocina. No grupo estudado, o referido abraço tinha que vir de uma pessoa por
quem não sentia atração ou paixão sexual. Este estudo também provou que quanto mais
oxitocina, menos cortisol, que é o hormônio do estresse.

Fatos que você pode não saber sobre o hormônio do


abraço
Para que você entenda melhor como funciona o hormônio do abraço, aqui estão alguns
fatos que você pode não saber e que lhe permitirão entender por que a ocitocina se
tornou o foco de muitos estudos.

 O hormônio do abraço é produzido na glândula pituitária. É regulado pelas


células do hipotálamo, que por sua vez afeta todas as glândulas do corpo. Como
dizem: tem a ver com todo o corpo.
 Quando a oxitocina é produzida, ela aparece no sangue. Se isso acontecer, a
amígdala desencadeia uma série de reações que se traduzem em um
comportamento mais generoso e calmo.
 Em 1998, descobriu-se que crianças autistas têm níveis mais baixos de
ocitocina. Em 2003, foi realizado um experimento no qual esse hormônio foi
administrado por via intravenosa e observou-se uma diminuição nos
comportamentos automatizados dessas crianças.
 A ocitocina é um excelente antídoto para medos e fobias sociais. Em outras
palavras, se você estiver em uma situação social assustadora, um abraço de
alguém próximo a você no momento provavelmente o confortará.
 Abraços ajudam a diminuir a tristeza e melhorar o funcionamento da
pressão arterial. Por outro lado, os beijos têm um efeito semelhante ao de um
analgésico, mas também ajudam a queimar calorias e reduzir as rugas.
 O hormônio do abraço também contribui para a produção de mais
serotonina e dopamina. Em palavras mais comuns, reduz o estresse e ajuda
você a ter uma atitude mais positiva em relação à vida.

A indústria farmacêutica nos permite aumentar nossos níveis de ocitocina por


meio de medicamentos. Mas por que se privar de abraços e beijos? Você não
precisa procurá-los em nenhuma farmácia, eles são gratuitos e também ajudam a
quebrar essas barreiras da solidão. Barreiras que muitas vezes são as potencializadoras
de sua angústia.

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Síndrome do estresse político: quando a


política nos esgota
A síndrome do estresse político, ainda que não apareça nos manuais diagnósticos
clínicos, é um termo que faz referência a uma realidade social evidente: uma
desconfiança e cansaço em relação ao que acontece na sociedade, assim como às
emoções que essas situações despertam.

São muitas as pessoas que estão começando a experimentar a síndrome do estresse


político. A incerteza, a apatia em relação aos políticos e suas mensagens, o cansaço em
relação às disputas internas e, principalmente, o peso da corrupção, estão minando cada
vez mais a confiança de todas as pessoas na classe política. São situações que, além de
tudo, geram muitas emoções negativas como o asco, a decepção, a raiva, a tristeza…

Com a genialidade que o caracterizava, Jorge Luis Borges dizia que os políticos não
deveriam ser personagens públicos. Essa frase guarda uma realidade que muitos
questionam.

Há políticos que, por seu comportamento, personalidade ou decisões desajustadas, não


deveriam ser figuras públicas. Não dão o exemplo, não são fonte de inspiração e, além
de tudo isso, não estão capacitados para estar em posições de poder.

Hoje em dia, o tabuleiro de xadrez que é a política mundial é palco dos mais
complexos movimentos. Estamos no auge de soberanias extremistas, movimentos de
independência, a dramática questão da imigração, muitos casos de corrupção, políticas
cada vez menos voltadas para o social…

Dessa forma, estudos como o publicado na Cambridge University Press descrevem essa
situação como uma espiral de desconfiança.

Somada a essa desconfiança ainda podemos adicionar outro fator: a “infoxicação”.


Ou seja, a intoxicação por informação contaminada. Todas essas dinâmicas,
informações, opiniões e notícias nos bombardeiam todos os dias, sejam elas verdadeiras
ou não, através de todos os meios de comunicação.

Televisão, rádio, redes sociais, jornais… Nada escapa e tudo isso nos leva a atingir
dois estados diferentes: indignação ou apatia.

A primeira pode nos levar a participar de mobilizações, assumir um papel ativo, a


desejar a mudança. A segunda traz o descontentamento e, muito frequentemente, a
absoluta perda de confiança em qualquer partido ou opção política.

Não obstante, todas essas experiências partem de uma realidade específica: a


síndrome do estresse político.

“Um bom político é aquele que, após ter sido eleito, segue sendo acessível”.
-Winston Churchill-

O que é a síndrome do estresse político?


A síndrome do estresse político não aparece em nenhum manual diagnóstico
clínico. É um termo popular que tem sido usado nos últimos meses. Um exemplo é este
artigo do site Psychology Today, no qual o autor analisa o impacto que esse fato pode
ter na mente da criança.

Não sabemos se, em breve, esta condição aparecerá descrita no próximo DSM – o
Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, mas o que já temos claro é
que essa realidade já é fonte de análise para psicólogos sociais e aqueles que estudam a
política.

E mais, de algum modo, já podemos inclusive descrever quais sintomas a síndrome


do estresse político traz. Vejamos em mais detalhes a seguir.

O que desencadeia a síndrome do estresse político

A anatomia da síndrome do estresse político é mediada por muitos fatores


diferentes. Por sua vez, esses terão um maior impacto dependendo da personalidade e
das necessidades de cada um.

No entanto, não estaremos errados ao assinalar que alguns pilares são quase constantes
na condição e que são muito comuns ao nosso dia a dia atualmente:

 Sensação de que a classe política se preocupa cada vez menos com os seus
eleitores e mais com os seus interesses pessoais.
 Políticas que favorecem as classes mais ricas.
 Falta de civilidade nos discursos políticos. Não há uma conexão real com as
pessoas.
 Falta de entendimento entre a própria classe política para chegar a acordos,
para alcançar um entendimento que favoreça a população e o próprio planeta.

A incerteza política

Nos dias de hoje todos nós vamos deitar sem saber o que vai acontecer amanhã.
Acordamos cada dia com uma notícia diferente sobre corrupção, escutas e grampos,
ameaças, delações, e a nível mundial, ataques terroristas e imigrantes que perdem a
vida…

A esses fatos são adicionadas ainda outras questões que são fonte de preocupação para
cidadão com muita frequência. Elas têm relação com as políticas sociais, como é o caso
do aumento dos impostos ou das mudanças na previdência. A política hoje joga a
pessoa em um contexto de imprevisibilidade quase absoluta.

Da indignação ao desamparo

Esse fator é muito interessante de um ponto de vista psicológico. Com cada escândalo,
corrupção descoberta, decisão legislativa que traz danos à população, é comum que, em
um primeiro momento, todos nos sintamos indignados.

No entanto, pouco a pouco chega o dia no qual nada mais nos surpreende, nenhum
novo fato descoberto, nenhum novo escândalo ou dano aos cofres públicos.
Quase sem saber como, uma parte da população cai em desamparo. É o pensamento
de “não tem o que fazer, as coisas são assim”. Nossa reação atualmente diante de muitas
declarações é simplesmente rir e lembrar de todos os absurdos que já foram falados em
tom de piada.

Toleramos situações inconcebíveis de personagens públicos porque parece,


simplesmente, que não há solução, que é impossível sermos representados com
dignidade.

Como lidar com a síndrome do estresse político?


Esse não é um tema novo. Entendemos que esse tipo de fenômeno é comum em
certos momentos da vida política. Eles aconteceram várias vezes ao longo da história
e é provável que continuem se repetindo.

No entanto, hoje contamos com um elemento a mais que até então não era tão presente,
e que torna o impacto mais forte. Por isso acabamos atingindo o extremo da síndrome
do estresse político.

Estamos falando dos meios de comunicação e da quantidade infinita de informação,


das notícias virais, das fake news, de ligar a televisão e ver sempre exatamente os
mesmos temas repetidos milhões de vezes. O que podemos fazer diante desse fenômeno
que nos afeta tão cotidianamente?

 O mais importante é justamente nunca cair em desamparo.


 Assim como acontece com o estresse, de nada vale ficar quieto e assumir uma
atitude passiva diante dos elementos estressores.
 Desse jeito, intensificaremos ainda mais o mal-estar. A chave é controlar a
exposição. Limitar a si próprio para ver ou ler apenas o suficiente. Preocupar-se
em receber informação verídica e não perder nunca o senso crítico.

Sentir-se infeliz com a atual situação política é algo justo, respeitável e compreensível.
No entanto, se cairmos no desamparo e na passividade, permitiremos que a
situação se torne crônica.

O ativismo, a participação na questões públicas, é talvez um dos direitos mais


valiosos do cidadão, mesmo que esse valor seja por tudo o que custou a tantas pessoas
para tê-lo garantido. Os políticos são nossos representantes apenas na medida em que os
elegemos.

O problema aparece quando o político quer aproveitar o seu cargo para enganar a
sociedade que o colocou nesse lugar de privilégio. Por outro lado, o problema pode
desaparecer quando a sociedade aprender a agir para banir aqueles que a traíram.

https://amenteemaravilhosa.com.br/sindrome-do-estresse-politico/

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