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Historicamente a importância das ervas tanto no oriente quando no ocidente pode ser
medida pela corrida das nações do velho continente para encontrar o “caminho para
as Índias” com o principal objetivo de estabelecer uma rota de abastecimento das
especiarias nas cortes da Europa.
No Brasil a utilização de ervas ganhou força por ter uma vasta vegetação nativa, pelas
contribuições dos portugueses, dos nativos e dos negros escravizados que
contribuíram com seus saberes, proporcionando um mix de conhecimentos sobre
ervas (tanto as trazidas quanto às nativas) que nos faz referência até os dias atuais.
Cada uma das raças deixou como legado seu conhecimento ancestral incorporando
suas praticas ritualísticas na utilização das ervas pra cura de males físicos e espirituais.
Uma infinidade de curandeiros, benzedeiros e benzedoras, raizeiros, rezadores
indicavam chás, emplastos, ungüentos, garrafadas, pós, pomadas, feitas com ervas,
raízes, folhas, flores, troncos e sementes, muitas sendo aplicadas para promover cura
de todos os males juntamente com passes, orações e rituais.
Nossas praticas religiosas atuais tem raízes nas contribuições dos pajés que primeiro
aqui habitavam, do feiticeiro africano e do bruxo europeu, assim como na religião
Umbanda onde essas vertentes se confundem e não se tem uma exatidão do tamanho
da participação do índio , do negro e do branco nas nossas utilizações de ervas.
Depois de transcorrer sobre ervas na história e a forma como várias civilizações as
utilizaram vamos falar da nossa relação com as ervas no nosso meio religioso, a
Umbanda, que tem liturgia, ritualística própria oriunda das 4 etnias que a compõem.
Cada terreiro tem sua liturgia e sua ritualística, mas em todos há a força dos elementos
pertencentes à religião sendo eles: a pemba , a vela, os pontos (riscados e cantados), o
tambor , a defumação, o amaci, o bate folhas, os banhos. Fica clara a participação
fundamental das ervas , tanto na liturgia quanto na ritualística, e sendo assim vamos
passear por espécies e qualidades da flora que são propiciadoras de evolução,
crescimento, imantação de magnetismos, ampliação do campo mediúnico entre outras
valências.
Vamos falar mais especificamente de ervas para banhos, defumações, amacis, das
qualidades das ervas, das ligações com as qualidades humanas e em como equilibrar
aqueles em desequilíbrio, estreitar as ligações com guias mentores e protetores,
oferendar aos Sagrados Orixás.
Das matas vem a nossa ligação com as Divindades do reino vegetal e constitui um dos
pontos de força, da matriz vegetal nutrimos nossos corpos físico e espiritual, são fonte
de aprendizado, de cura, de evolução e de caminho para a espiritualidade responsável.
Também pelo fato de nossa composição atômica ser mais aquática as ervas são
potencializadas em suas ações em nossos campos e corpos espirituais como num
processo de “osmose etérica” agindo com seus magnetismos e nos propiciando
aproveitar melhor suas propriedades e ao que se propõe o uso de cada uma em um
banho específico.
Um dos pontos para essa realidade ser alterada é poder, minimamente, identificar nas
informações do rótulo se tais ervas apresentadas nas embalagens vão atuar da forma
desejada por você. É interessante que possamos ter mais informações ao decidirmos a
compra de um pacote de ervas numa casa de artigos religiosos ou comprando ervas
em uma feira livre.
Talvez você em algum momento tenha ouvido, ou lido, que ervas secas estão mortas e
que não servem para banhos ritualísticos, e que só se deva utilizar ervas frescas para
este fim. Esta pode ser uma discussão sem fim se não entendermos a possível origem
desta restrição ao uso de ervas secas. Para os praticantes dos cultos de matriz africana
a erva seca está “morta”, sendo assim não tem a capacidade de transmissão do axé
pretendido para o banho ritualístico.
No caminho da umbanda hora se utilizam ervas secas, hora se utilizam ervas frescas,
num amaci a utilização de erva fresca tem uma significação ritualista, para a
defumação dos filhos, conga e assistência usamos ervas secas, e esta dinâmica pode e
deve fazer parte das preparações dos banhos.
Ervas frescas contém em si o elemento água e por este motivo não deve ser utilizada
nas defumações, as ervas secas (desidratadas) tem seus fatores concentrados e num
estado de dormência e assim sendo devem ser despertados para que atinja os
objetivos do banho proposto.
Sem querer fechar questão a respeito deste ponto o que se deve estar atento é que a
coroa (chakra coronal) é nossa ligação com o astral e o centro energético do mental e
por ele nos conectamos com as energias espirituais, então se ele é responsável por
sediar nosso espírito devemos cuidar de forma adequada dele.
A temperatura do banho
Aqui também tempos que ponderar sobre o equilíbrio entre o campo mágico e
espiritual e o que vivemos no cotidiano. Pensando no legado vindo da África e dos
povos nativos do Brasil os banhos de higiene e ritualísticos eram feitos em rios, lagos e
lagoas e ao usar água dessas fontes e de cachoeira não se aquecia. Na atualidade não
se tem a possibilidade de acesso fácil as fontes naturais de água, em locais de
temperatura elevada e calor o ano todo banho frio é uma pratica cotidiana, mas se
formos pensar no inverno no sul e sudeste banho frio no inverno pode ocasionar
desconforto e prejuízo à saúde.
Classificação das Ervas
Estudos recentes apontam para uma organização das ervas em categorias que tem
relação com suas características energéticas, magnéticas e vibracionais, com isto
conseguimos compreender o campo de atuação de cada uma no nosso físico e nos
nossos corpos espirituais.
Esta classificação não tem relação com a temperatura em graus Celsius, mas apenas
como parâmetro do magnetismo e a sua qualidade de atuação na limpeza e
purificação dos campos e corpos espirituais.
Banhos de Ervas
Tendo uma maior compreensão sobre esta classificação teremos uma ferramenta a
mais para podemos usar de uma forma assertiva as ervas sabendo quais são e como
combinar da melhor maneira para que o resultado alcançado seja o mais próximo do
pretendido.
Para que fique mais clara e compreensível a classificação aqui vou descrever a forma
de atuação de cada uma assim como as ações e verbos correspondentes:
Ervas quentes são (a título de comparação) como ácidos potentes, a classificação como
quentes ou agressivas refere-se exatamente a potencia com que age nos campos e
corpos espirituais em suas ações de paralisar, diluir, dissolver,desintegrar,purificar,
abrasar, esgotar, eliminar miasmas , larvas astrais, padrões de pensamento negativos,
emoções negativadas.
Ervas mornas ou equilibradoras são, em termos de potencia mais brandas, e tem uma
dupla função que é uma limpeza menos abrasiva e o restauro dos campos e corpos
astrais e espirituais, outra informação sobre a atuação das ervas mornas é saber que
suas ações complementam as ações abrasivas das ervas quentes, restaurando os
campos vibratórios, regenerar os corpos espirituais, cicatrizar as aberturas que por
ventura tenham sido criadas nestes campos e corpos.
Da mesma forma que os banhos servem para limpeza e equilíbrio dos nossos campos e
corpos a defumação desempenha esta função nos ambientes tanto de trabalho
espiritual, quanto residências, conga e filhos de fé, a erva utilizada é a seca por não
conter o elemento aquático que conflita com o fogo.
Devemos atentar à preparação das defumações com o mesmo cuidado com o qual
preparamos os banhos, o direcionamento das energias e magnetismos propiciando o
banimento de energias desnecessárias ao ambiente e o equilíbrio a regeneração e o
bem estar daqueles que freqüentem ou morem no local defumado.
Preparo do Banho
O feitio do banho pode ser com ervas frescas ou secas, vai depender do recurso que se
tem no momento da preparação dele e também do recurso que se tem, como por
exemplo, morar em área rural ou urbana. Em caso de utilização de ervas frescas
devemos ter em mente que elas já possuem o elemento água e não carecem de
fervura,já ervas secas (ou desidratadas) passaram por uma transformação que exauriu
o elemento água e concentrou os demais elementos.
Na preparação do banho com ervas frescas pode-se utilizar de dois processos para
transferir o magnetismo para a água: a maceração que consiste num “molho” onde as
ervas ficam mergulhadas em um meio liquido por um determinado período; o outro
processo é o de quinar (amassar as ervas com as mãos) se utilizando de uma bacia com
água para que o resultado do processo de amassamentos das ervas vá sendo
depositado na bacia.
Na preparação do banho com ervas secas também temos dois processos para
conseguirmos nos beneficiar das suas propriedades, são eles: a maceração repetindo o
procedimento de deixar as ervas em “molho” em um meio líquido por determinado
tempo, o outro processo é o de ferver em água (como um chá) as ervas e assim
propiciando a passagem do magnetismo das ervas para a água.
Aqui listados temos elementos que podem ter o mesmo magnetismo das águas dos
pontos de força, lembrando que não substituem um banho no ponto de força ou
quando coletamos água nestes pontos.
Água Mineral (ou de Fonte): Por não conter cloro é muito indicada para banhos.
Água da Rede Pública: Quando não há possibilidade de usar água mineral pode ser
utilizada e o ideal é que seja fervida mesmo que tenha sido filtrada.
Água do Mar: Na natureza tem alto poder curador e rejuvenescedor e por conter em si
fauna e flora marinha não e agressiva, tem seu poder “diminuído” quando retirado da
natureza, sendo uma catalizadora de cura espiritual
Água de Chuva: Quem nunca tomou um banho de chuva com o intuito de se purificar e
energizar? E esta atitude é respaldada pelo alto poder de limpeza astral que atua em
sua essência, é um verdadeiro desinfetante do astral.
Outros Elementos Que Podemos Usar, Simulando Energias A partir Dos Líquidos
Álcool ou Cachaça Branca: Excelente catalizador dos fatores “quentes” das ervas, seu
aspecto positivo e curador é religiosamente manipulado pela corrente dos marinheiros
no seu aspecto agressivo e quebrador de negatividades, sendo também manipulado
pelos Exús e as Pomba giras, trabalha com os fatores “fechados” das ervas.
Azeite de Oliva: Talvez seja o de maior concentração da energia das ervas e de outros
elementos. Mantém por um longo tempo o fator vivo da erva. Por si só é um excelente
limpador dos chacras.
Sal: um poderoso ácido astral, sua energia tem atuação prolongada sobre os campos
energéticos.
Champanhe rose: Extremamente atrator (manipulado por Pomba gira) ativador dos
fatores estimulantes das ervas.
Água de Coco: Alto poder de cura e rejuvenescimento auxilia e acelera a função das
ervas regeneradoras, abre a consciência e facilita os mecanismos da mediunidade.
Outros líquidos podem ser utilizados com enfoque religioso: guaraná (renovação –
crianças), café feito (sabedoria- pretos velhos, cerveja branca (A força de Ogum),
cerveja preta (a justiça de Xangô), etc...
Bate folhas
Neste rito utilizamos ervas frescas em ramos ou galhos (ex. guiné, arruda) e com muito
respeito, com muita concentração executamos o bate folhas literalmente batendo as
folhas nos cantos, pareces, janelas, rodapés, em caso de ambientes, e no caso de
pessoas a ação é passar as ervas no corpo da pessoa atendida.
Arruda
Utilização: alto poder de limpeza em banhos, defumações e com galhos podem ser
utilizados para benzimento e bate folhas, com uma aura vermelha ela carrega em si o
poder consumidor e purificador.
Utilização: Limpeza pesada; mostra uma aura “metálica” o que confere um caráter
cortante muito temido pelo baixo astral.
Erva de Bicho
Utilização: Tem alto poder limpador e de dissolver acúmulos energéticos negativos que
podem provocar doenças físicas.
Casca de Alho
Casca de Cebola
Fumo (tabaco)
Utilização: Alto poder de cauterizar feridas dos corpos astrais, podendo curar também
espíritos doentes que são usados para transferir sintomas de doença para as vitimas
Quebra Demanda
Mamona
Eucalipto
Folhas de chorão
Angico
Aroeira
Utilizações: Limpeza energética profunda, principalmente para médium, onde deve ser
usada no chacra coronário (coroa Ori)
Espinheira Santa
Utilização: Limpador de uso geral, tanto para banhos e defumações como “bate-folhas
e sacudimentos”
Dandá da Costa
Utilização: Poderoso ácido astral, tanto para limpeza como para proteção. Não deve
ser usado fresco em banhos, pois tem ação tóxica e pode provocar irritações
São ervas que carregam em sua estrutura vibracional energias vivas que atuam no
sentido de restaurar a ação agressiva das ervas quentes, harmonizar seus chacras
(centros de forças), equilibrar as energias vitais importantíssimas para o bom
funcionamento do organismo espiritual humano e, por conseguinte o nosso corpo
físico.
Sálvia
Alfazema (lavanda)
Alecrins
Calêndula
Boldo
Manjericão
Alfavaca
Poejo
Manjerona
Graviola
Abacateiro
Utilização: Equilibrador muito potente e de limpeza leve, indicado também para “bate-
folhas”
Pitangueira
Abre Caminho
Samambaia
Assa Peixe
Cipó Caboclo
Ipê Roxo
Utilização: Erva muito usada dentro dos cultos brasileiros, para abrir os caminhos,
como preparadora dos médiuns para a iniciação e para a purificação do “chão” da casa
Rosa Branca
Camomila
Folhas de cenoura
Esta é uma categoria onde se colocam ervas que tem uma atuação especifica para um
determinado fim, seja no uso fitoterápico no uso medicinal, não levando em
consideração o uso religioso. Em outra medida essas mesmas ervas tem seus usos
muito bem definido, em se tratando do uso religioso/espiritual, não mostrando tanta
generalidade como em outras categorização.
Ervas Femininas
Assim são classificadas pelo poder Potencializador do fator feminino, sendo muito
ligadas ao fator espiritual humano e à sensibilidade do espírito, como exemplo temos:
malva, rosa vermelha, artemísia
Ervas Masculinas
Calmantes
São ervas que tem sua atuação exclusivamente nos campos e corpos espirituais e nos
seus sistemas nervosos atuando como tranqüilizadores do espírito ou de um ambiente
turbulento, como exemplos temos: capim cidreira, melissa, camomila.
https://www.beefpoint.com.br/breve-historia-dos-enchidos-e-fumados-24515/
http://users.matrix.com.br/mariabene/breve_historia_das_ervas.htm
http://ervasfinasnet.com.br/pt/historia-das-ervas/historia-das-ervas-28
Paulo Silva