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06/03/2017 :: SEI / TJPR ­ 1478775 ­ Decisão ::

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ


R Pref Rosaldo Gomes M Leitão, S/N ­ Bairro CENTRO CÍVICO ­ CEP 80530­210 ­ Curitiba ­ PR ­ www.tjpr.jus.br

DECISÃO

1. O doutor Élberti Mattos Bernardineli, Juiz de Direito, consultou acerca da interpretação da


Instrução Normativa 04/2016 da CGJ, que regulamentou a cobrança de custas processuais para expedição
ofícios eletrônicos por meio do BacenJud, RenaJud, InfoJud e análogos.
Segundo o consulente, “as diligências via Sistema RENAJUD e INFOJUD, na Comarca,
são realizadas pelo Juiz Responsável, seja titular ou substituto, sem qualquer participação da Secretaria,
que leva a efeito tão­somente as pesquisas e comandos via Sistema BACENJUD”.
Diante disso, consultou a forma de aplicação da supracitada norma ante a prática no juízo de
sua titularidade.
É o relatório.
2. Preliminarmente, cumpre destacar:
a) a Instrução Normativa 04/2016 da Corregedoria­Geral da Justiça regulamentou o inciso III
da Tabela IX do Regimento de Custas para as hipóteses em que os Ofícios forem expedidos por meios
eletrônicos. O seu artigo 5° definiu a titularidade das custas processuais regulamentadas na norma[1].
b) por serem custas processuais (tributo da espécie taxa), não é dado ao administrador
público, por razões de oportunidade e conveniência, deixar de cobrar tal exação, notadamente em face do
princípio da indisponibilidade do interesse público. Em razão disso, o comando do art. 5° da Instrução Normativa
04/2016 deve ser interpretado de forma que as custas devidas sejam vertidas ao real destinatário;
c) não há viabilidade técnica de, no âmbito do Sistema Uniformizado de Recolhimento de
Custas e Despesas Processuais, escolher livremente o destinatário da receita: Funjus ou Escrivão privado, razão
pela qual o repasse deve ser posterior ao ato;
d) no Estado do Paraná, o Juiz é o gestor das custas processuais. Com base nos artigos 48 e
49 do Decreto Judiciário 744/2009, o juiz do processo tem o dever de fiscalizar o recolhimento das custas
processuais[2].

3. Com base nessas premissas, nos casos de juízos privatizados em que os ofícios eletrônicos
sejam preparados/expedidos no âmbito do gabinete do juiz, a exemplo das diligências via RenaJud e InfoJud no
juízo do magistrado consulente, as custas devem ser recolhidas em favor do Escrivão, o qual, por meio da receita
"Ofícios por Meio Eletrônico (BacenJud, RenaJud, InfoJud, etc.)", disponível na intranet do Sistema
Uniformizado, deverá repassar o numerário integralmente ao Fundo da Justiça.
Tal repasse deve ser fiscalizado pelo juiz do processo da forma mais conveniente para o juízo,
com a recomendação que seja feito em peridiocidade não superior à mensal.
4. Ciência ao consulente e ao Diretor do Centro de Apoio ao Funjus.

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Após, encerre o SEI.

Curitiba, data gerada pelo sistema.

Marco Antonio Massaneiro


Juiz Auxiliar ­ CGJ

[1] Art. 5°. Nos juízos privatizados, as custas referidas no art. 1° desta norma serão de titularidade do Escrivão.
Nos juízos estatizados, a receita será do Fundo da Justiça.

[2] Art. 48. Os magistrados fiscalizarão, antes de qualquer despacho ou decisão, a correção do valor atribuído à
causa, bem como o recolhimento das custas, das despesas processuais e da taxa judiciária.

Art. 49. Em todos os casos de dúvida relacionados à exatidão dos valores referentes ao pagamento de custas e
despesas processuais, caberá ao Magistrado da respectiva causa dirimi­las, podendo, de forma motivada e quando
se tratar de questões relevantes e de repercussão geral, encaminhá­las à apreciação do Corregedor­Geral da
Justiça.

Documento assinado eletronicamente por Marco Antonio Massane iro, Juiz Auxiliar da
Corre ge doria­Ge ral da Justiça, em 07/11/2016, às 15:32, conforme art. 1º, III, "b", da Lei
11.419/2006.

A autenticidade do documento pode ser conferida no site https://sei.tjpr.jus.br/validar informando o


código verificador 1478775 e o código CRC D370705F.

0082208­09.2016.8.16.6000 1478775v5

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