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Domingos Tommasi
Engano, logração, contrabando, burla, dolo. O mundo das fraudes data da história do homem,
de uma relação entre o golpista e sua vítima. Na Idade Média era comum a fraude com pesos e
medidas, alimentos e bebidas.
Em consultoria não será diferente. A fraude pode estar na ação deletéria do esconder, omitir,
compactuar, postergar. Também pode ser natural, despojada da veste do crime propriamente
dito.
Um indivíduo pode ser uma fraude, no sentido de que ele inexiste na forma que pensamos que
o conhecemos. Representa algo que vai alem do que vemos. Está onde e quando precisamos
mas não podemos contar com ele.
Conhece algum consultor que relatou sem auditar? Que auditou mais de uma empresa
simultaneamente? Que aplicou não-conformidades com base em critérios próprios não
divulgados? Que apareceu para auditar sob o efeito do álcool? Que tentou manchar a imagem
de colega para tirá-lo da “jogada”? Que encaminhou amostras para análise em seu laboratório
residencial?
Determinadas atitudes rotineiras podem ter caráter fraudulento, algumas delas menos graves
que outras, mas todas de mesma índole. Inventar uma história ou evento, prestar falso
testemunho, dar como suas publicação ou produção alheias, marcar e não ir, cobrar e não
fazer, negar-se à elucidação, frustrar uma solução por erro de orçamento, projeto ou tempo.
Bem, há consultores e consultores. Uns caminham para o crescimento de seus clientes. Outros
vêm na contramão do minimamente sensato e lógico. Uns estudam e se aprimoram, outros
apenas consomem, chegam a ser lobbistas.