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DOI: http://dx.doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.2020.v30.n61.p329-343
RESUMO
O estudo analisa a atual política pública de avaliação da educação superior
como meio de resistência ao conservadorismo. Apresenta o cenário da educação
superior no país e explora aspectos da concepção, implementação e efeitos do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Elaborado como
articulador entre avaliação como regulação e avaliação educativa, o Sistema
sustenta-se como política de resistência, se consideradas as características
formativas e indutoras de qualidade presentes em alguns de seus instrumentos
avaliativos. De caráter teórico-analítico, o trabalho vale-se do diálogo entre a
literatura e os documentos sobre a temática como recurso hermenêutico. Conclui
que o SINAES, como outras políticas públicas, passa por processo dinâmico de
mudanças, porém permanece relevante como modo de repensar práticas no
âmbito da educação superior.
Palavras-chave: Educação superior. Política pública. Política educacional.
Avaliação educacional. SINAES.
ABSTRACT
THE EDUCATIONAL ASSESSMENT AS PUBLIC POLICY OF RESISTANCE:
THE CASE OF SINAES
The study analyzes the current assessment public policy of brazilian higher
education as an instrument of resistance to conservatism. It presents the
environment of higher education in the country and explores aspects of the
formulation, implementation and effects of Assessment National System of the
Higher Education (SINAES). Elaborated as a connection between regulation
and formative assessment, the System sustains itself as a resistance policy, if
considering the formative and quality inducing characteristics present in some
of its evaluation instruments. With theoretical-analytical character, the paper
uses the dialogue between the literature and the documents about the thematic
as hermeneutical resource. It concludes that SINAES, like other public policies,
undergoes trough a dynamic process of changes, but remains relevant as a way
of rethinking practices in higher education.
∗
Doutorando em Educação pela Universidade Católica de Santos (UCS). Santos, São Paulo, Brasil. Membro do Grupo de Pesquisa
Pedagogia Crítica: Práticas e Formação (UCS). E-mail: roberto.araujodasilva@yahoo.com.br
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A Avaliação Educacional como Política Pública de Resistência: o caso do SINAES
resumen
LA EVALUACIÓN EDUCATIVA COMO POLÍTICA PÚBLICA DE
RESISTENCIA: EL CASO DEL SINAES
Analiza la actual política pública de evaluación de la educación superior como
medio de resistencia al conservadurismo. Presenta el escenario de la educación
superior en Brasil y explora aspectos de la concepción, implementación y
efectos del Sistema Nacional de Evaluación de la Educación Superior (SINAES).
Elaborado como articulador entre la evaluación como regulación y la evaluación
educativa-formativa, el Sistema se sostiene como política de resistencia, si
considerar las características formativas y inductoras de calidad presentes en
algunos de sus instrumentos evaluativos. De carácter teórico-analítico, el trabajo
se fundamenta en el diálogo entre la literatura y los documentos como recurso
hermenéutico. Concluye que el SINAES, como otras políticas públicas, pasa por
un proceso dinámico de cambios, pero sigue pertinente como modo de repensar
prácticas en el ámbito de la educación superior.
Palabras clave: Educación Superior. Política Pública. Política Educativa.
Evaluación Educativa. SINAES.
Introdução
O presente trabalho teórico-analítico ex- destacada participação do setor privado como
plora e investiga as possibilidades da atual agente relevante (SAMPAIO, 2000). Com ele-
política pública de avaliação da educação su- vada quantidade de estudantes e instituições,
perior brasileira, materializada por meio do torna-se imprescindível a atuação do Estado
Sistema Nacional de Avaliação da Educação na avaliação desse segmento educacional. O
Superior (SINAES), como meio de resistência poder público tende a observar criticamente a
ao conservadorismo. Com intenção de abranger educação ofertada e, nesse sentido, as políticas
a totalidade do sistema educacional de nível públicas de avaliação têm importante signifi-
superior no país, o SINAES articula três mo- cado. Mais que atribuir juízo de valor, políticas
dalidades de avaliação: avaliação institucional, de avaliação educacional devem ser indutoras
avaliação de cursos e avaliação de estudantes. de qualidade, pois por meio delas é possível
Instituído pela Lei nº 10.861 (BRASIL, 2004), refletir e modificar práticas.
de 2004, sua concepção está ligada historica- Enquanto elemento de reflexão e mudança,
mente às diversas tentativas de elaboração de políticas de avaliação educacional tornam-se
uma política de avaliação educacional capaz campo de lutas entre concepções conservado-
de compreender a complexidade da educação ras e progressistas de educação. Compreende-
superior do país. No SINAES concentram-se se o conservadorismo na área educativa como
atributos das perspectivas de avaliação como ideologia que defende conceito orgânico de
regulação, controle e supervisão e da avaliação sociedade, fundamentada em valores tradi-
como meio formativo-pedagógico. cionais e na permanência de hierarquias, bem
A educação superior brasileira é multiface- como a continuidade do status quo social (BOB-
tada, porque caracteriza-se heterogênea e com BIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 1998; CORREIA,
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2013). Assim, em concordância com Bertolin abordagem teórica do ciclo de políticas (BALL,
(2018), no contexto da educação superior bra- 1994; BOWE; BALL; GOLD, 1992) como recurso
sileira apontam-se disputas entre a educação investigativo.
enquanto mercadoria, que reduz dimensões O texto inicia-se com breve panorama sobre
coletivistas, tecniciza processos formativos a educação superior no Brasil. Em seguida
-pedagógicos e mantem estruturas sociais, e o apresenta o histórico da concepção do SINAES,
entendimento de educação como bem público discutindo sua implementação e modificações
e social. durante o processo. Por fim, explora e analisa
Devido à magnitude do setor privado com possíveis efeitos da atual política de avaliação
fins lucrativos na educação superior brasileira ao público envolvido (alunos, professores,
(SAMPAIO, 2000), políticas educacionais de gestores, entre outros), demonstrando suas
avaliação têm se configurado como instrumen- possibilidades enquanto meio de resistência
tos reprodutores de processos tecnicistas em ao conservadorismo.
educação, constituindo-se meros elementos
de controle. Contudo, assim como em Silva Educação superior no Brasil:
e Franco (2019), defende-se a pedagogia da
avaliação, ou seja, que esta promova aspectos situando o SINAES
de (trans)formação social, mediante questio- A educação superior no Brasil tem caracte-
namento de tradições e hierarquias sociais, rísticas singulares. Além de diversos tipos de
que muitas vezes carregam preconceitos e organização acadêmica (Institutos, Faculdades,
opressões dentro de si; é com esse sentido Centros Universitários e Universidades), o
que a avaliação educacional torna-se política sistema concentra relevante presença do setor
pública de resistência. Compreende-se esse ato privado como principal provedor educacional.
de resistir como práxis que envolve a esperan- Embora existam Instituições de Educação Su-
ça de defender a educação para a equidade, a perior (IES) públicas, a dimensão e relevância
justiça social e o desenvolvimento coletivo, em do setor privado se dá não somente pelo fator
detrimento de posições hegemônicas as quais quantitativo, mas pelo caráter histórico de
têm coisificado a existência humana (FREIRE, constituição da educação superior no país. Se-
2007; TEODORO, 2003). gundo Cunha (1980) e Sampaio (2000), as pri-
A partir do exposto, analisa-se a construção meiras instituições de nível superior surgiram
do SINAES, com foco em seus limites e possi- no Brasil a partir do século XIX, com a chegada
bilidades enquanto política educacional. De da família real portuguesa, e estavam direta-
modo a sustentar a análise, o estudo vale-se mente ligadas à profissionalização das cama-
de revisão bibliográfica e análise documental das mais abastadas da população. Ademais, as
como procedimentos metodológicos. A biblio- primeiras instituições, mesmo mantidas pelo
grafia consultada e discutida relaciona-se às Estado, cobravam taxas de seus estudantes.
temáticas da educação superior, das políticas A construção do sistema de educação supe-
educacionais e da avaliação educacional. A rior brasileiro pautou-se pela forte presença
análise documental foi realizada em documen- do setor privado. Em diferentes momentos e
tos oficiais (Leis, Portarias, Decretos, entre por contextos variados, a iniciativa privada
outros) e institucionais. O diálogo entre as re- foi consolidando-se como majoritária nesse
ferências teóricas presentes na literatura e os nível educacional (SAMPAIO, 2000). Dados do
documentos permitiu conduzir hermenêutica Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Edu-
focada na dialeticidade entre contexto social cacionais (INEP) evidenciam essa magnitude.
e contradições envolvidas. Como forma de No Brasil, das 2.448 instituições, mais de 88%
expor possíveis efeitos do SINAES, utiliza-se a (2.152) pertencem ao setor privado (INSTI-
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TUTO NACIONAL DE PESQUISAS E ESTUDOS lizada por Chauí (1999) sugere que vivemos
EDUCACIONAIS, 2018). Como no quantitativo o período no qual as IES deixam de ser insti-
de instituições, o segmento também é o que tuições sociais, orientadas pelo caráter ético
concentra o maior número de matrículas, educacional, para tornarem-se organizações
pois das 8.286.663 matrículas, cerca de 75% prestadoras de serviço, com o objetivo de
(6.058.623) estão na iniciativa privada (INS- alcançar lucros, resultados, boa performan-
TITUTO NACIONAL DE PESQUISAS E ESTUDOS ce, sendo estes medidos pela quantidade de
EDUCACIONAIS, 2018). Outrossim, o setor egressos e sua iniciação no mercado trabalho.
privado recebe o maior número de ingressan- Assim, nesse contexto, o Estado necessita agir
tes: dos 3.226.249 alunos que ingressaram como órgão mediador, a fim de impedir a pro-
na Educação Superior em 2017, mais de 81% dução, reprodução ou ampliação de possíveis
(2.636.663) iniciaram estudos em instituições desigualdades e problemas.
privadas (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUI- O panorama atual indica a dimensão do
SAS E ESTUDOS EDUCACIONAIS, 2018). setor privado para a educação superior brasi-
Em 1997, o Decreto nº 2.306 regulamentou leira. Ainda que haja IES públicas, é evidente o
de forma clara, em seu artigo 4º, “as instituições contexto privatista, portanto, a avaliação edu-
de ensino superior, com finalidade lucrativa” cacional surge com o intuito de atribuir valor e
(BRASIL, 1997) e com isso o cenário da edu- de garantir a qualidade da educação ofertada.
cação superior brasileira sofreu alterações. O No atual quase mercado, uma política pública
setor privado passou a conceber lógica rentista, de avaliação educacional torna-se mais que
fundamentada na prestação de serviços educa- relevante, imprescindível. Com o contingente
cionais com o objetivo lucrativo. Ao considerar tão grande de estudantes e instituições, o Esta-
a perspectiva do capital financeiro e a quanti- do busca avaliar o funcionamento do sistema,
dade de instituições, o setor passou a funcionar mas afinal, como ele está fazendo isso? E sobre
pela lógica da concorrência (MONFREDINI, quais fundamentos? Para compreender essas
2013). Essas mudanças têm trazido implica-
questões é necessário observar o processo his-
ções diretas e indiretas na formação oferecida,
tórico de construção das políticas de avaliação
no trabalho docente, entre outros. Para grande
anteriores ao atual SINAES, pois assim será
parte das IES privadas, como forma de garantir
possível apreender princípios que nortearam
sua existência nesse cenário, a quantidade de
a criação do Sistema e suas possibilidades en-
alunos tornou-se tão ou mais importante que a
quanto política pública.
qualidade e as condições de ensino ofertadas.
A busca pela sobrevivência institucional me-
diante a concorrência ocorre, segundo Oliveira SINAES: entre antecedentes,
(2009, p. 740), em razão da “transformação
da educação em objeto de interesse do grande
elaboração e conceitos
capital, ocasionando uma crescente comerciali- O SINAES, assim como qualquer política
zação do setor”. Composta por um setor privado pública, é uma construção histórico-social, isto
preponderante e um setor público minoritário, é, permeado por relações contraditórias, dialé-
a educação superior no Brasil pode ser classifi- ticas, entre diversos interesses de variados
cada como “quase mercado”, pois, não se trata segmentos da sociedade (AFONSO, 2009). De
de uma gestão “estatal-centralizada-burocráti- forma a percebê-lo desta maneira, cabe explo-
ca” e nem de um “mercado-concorrencial-per- rar aspectos fundamentais para sua concepção
feito” (SOUZA; OLIVEIRA, 2003, p. 876). que foram construídos ao longo da trajetória
O ambiente de quase mercado consolida-se das políticas de avaliação da educação superior
como cenário contraditório. A reflexão rea- no Brasil.
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pela repercussão que o ensino de graduação década de 1980. Todos esses movimentos polí-
tem na sociedade e pelo fato de que a pós- ticos tiveram relevância para a constituição do
graduação já vinha sendo avaliada por uma SINAES. O processo de elaboração do atual Sis-
agência governamental, a CAPES. Essa opção
iria ter uma influência não desejada pelos seus
tema de Avaliação teve início em 2003, quando
autores, a saber, na política de avaliação como o MEC definiu, por intermédio da Secretaria de
regulação, implantada no governo Fernando Educação Superior (SESu), a Comissão Especial
Henrique Cardoso: a avaliação seria dos cursos de Avaliação (CEA) (BRASIL, 2003). A Comissão
de graduação e não da instituição. (BARREYRO; entregou no mesmo ano o relatório “Sistema
ROTHEN, 2008, p. 147-148). Nacional de Avaliação da Educação Superior
Ainda que observasse as instituições, o SINAES: bases para uma nova proposta da
PAIUB não apresentava avaliação abrangente Educação Superior” (COMISSÃO ESPECIAL DE
de estudantes. De modo a garantir essa prática, AVALIAÇÃO, 2003).
em 1995, pela Lei nº 9.131 (BRASIL, 1995), foi Em sua formulação, o SINAES fundamen-
instituído o Exame Nacional de Cursos (ENC), tava-se na articulação entre duas concepções
que ficou popularmente conhecido como sociológicas e epistemológicas de avaliação:
“Provão”. O Censo da Educação Superior e a a regulação e a avaliação educativa. Em seu
Avaliação das Condições de Ensino (ACE) tam- documento de proposição, também está es-
bém eram instrumentos de avaliação na época, tabelecida a educação como “direito social e
embora de “menor importância e com escassa dever do Estado” (COMISSÃO ESPECIAL DE
relação entre si”, de acordo com Dias Sobrinho AVALIAÇÃO, 2003, p. 63). A proposta da Co-
(2010, p. 203). Conforme esse autor, os resul- missão entendia que “o Estado supervisiona
tados desses instrumentos, especialmente do e regula a educação superior para efeitos de
Provão, “serviam de base para os atos regula- planejamento e garantia de qualidade do sis-
tórios de credenciamento e recredenciamento tema” (COMISSÃO ESPECIAL DE AVALIAÇÃO,
de instituições e reconhecimento de cursos” 2003, p. 64). Entretanto, no caso do SINAES,
(DIAS SOBRINHO, 2010, p. 204). essa prática estaria integrada em movimento
A implantação do Provão se fez em con- dialógico com a avaliação educativa, esta que
tradições. Por ser um modelo imposto pelo promove consciência institucional ao incluir
MEC, sem consulta e sem discussão pública, o compromisso com a qualidade da atividade
recebeu críticas de boa parte da comunida- pedagógica e que questiona “os significados da
de, sobretudo de especialistas em avaliação formação e dos conhecimentos produzidos em
(DIAS SOBRINHO, 2010). Mesmo garantindo relação ao desenvolvimento do país, ao avanço
sua existência por alguns anos, o Provão da ciência e a participação dos indivíduos na
tinha deficiências. O Exame foi apresentado vida social” (COMISSÃO ESPECIAL DE AVA-
como modelo objetivo e seus resultados po- LIAÇÃO, 2003, p. 64). Assim, a atual política
diam ser divulgados de maneira quase que de avaliação surgiu como forma de superar
inquestionável, entretanto, estava longe de a concepção e a prática da “regulação como
se consolidar como sistema de avaliação que mera função burocrática e legalista” (COMIS-
contemplasse a complexidade educacional do SÃO ESPECIAL DE AVALIAÇÃO, 2003, p. 64).
nível superior do país. Neste sentido, a regulação não se esgota em si,
Comparado com outras nações, o processo pois articulada à avaliação educativa torna-se
histórico da avaliação no âmbito da educação também uma prática “formativa e construtiva”
superior no Brasil é recente (ZAINKO, 2008) (COMISSÃO ESPECIAL DE AVALIAÇÃO, 2003,
e, como mencionado, as primeiras tentativas p. 64).
de elaborar um sistema de avaliação desse Nota-se que o SINAES passou por um longo
segmento surgiram nos primeiros anos da processo político de diálogo até sua constitui-
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