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2013 Novembro Ed.

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Editorial

Chegamos com alegria a nossa sexta edição.


Tem sido gratificante encontrar pessoas em cursos e eventos e
e ouvir delas, com um sorriso no rosto, que assinam a revista e
que tem sido útil em suas vidas e em seus trabahos. Estamos no Luciano Lannes
caminho certo. Editor
Desta vez trazemos uma reflexão muito especial para comparti-
lhar com nossos leitores. Em um tempo em que se preza tanto a
técnica, os formulários, as pesquisas, as avaliações que quando
chamadas de “assessment” parecem ganhar mais credibilidade,
fica o convite para refletirmos sobre os fundamentos do Coa-
ching.
Jung disse uma vez: - Conheça todas as teorias, domine todas as
técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma
humana.

Nesta edição convidamos você a refletir sobre “A arte de conec-


tar e fazer perguntas”. Escrito por Marcos Wunderlich, este artigo
traz a sensibilidade filosófica de quem sabe que o Coaching vai
muito além de técnicas e papéis. A relação empática que precisa
haver entre coach e coachee, está além das simplificações que
muitos procuram fazer. Ser apenas uma alma humana frente a
outra alma, é um desafio que passa pela maturidade do sentir, do
pensar, do estar presente e saber-se tão humano quanto o outro.

Uma pessoa que revolucionou a forma de ver e tratar o ser hu-


mano no campo da Psicologia foi Carl Rogers. Quería muito falar
sobre ele e suas idéias. Lembrei de um texto onde Vikki Brock,
experiente coach norte-americana, trazia a relevância de Rogers
para o Coaching. Não tive dúvida. Entrei em contato, e ela escre-
veu um artigo exclusivo para esta edição. Com certeza ampliará
a visão daqueles que não conheciam a relação entre Rogers e o
Coaching.

Outro presente que nossos leitores recebem nesta edição, ainda


falando sobre conectar-se, é um artigo de Carlos Alecrim com o
título “O trágico e o mágico”. Havia encomendado outro artigo ao
Carlos, e enquanto pensava no proposto, me enviou um que havia
escrito há tempos, com uma observação: - espero que ele pos-
sa também tocá-lo como filho, como homem, como ser humano.
Após a leitura, ainda em lágrimas e emocionado, disse ao Carlos
que este era o artigo que seria publicado nesta edição.

Boa leitura
Luciano Lannes
Editor

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6 Um outro olhar - Lucila Ferraz Marques
8 A arte de conectar e perguntar - Marcos Wunderlich
14 Dossiê: Carl Rogers - um coach à frete de seu tempo - Vikki Brock
18 Dossiê: O trágico e o mágico - Carlos Alecrim
24 Da teoria à prática: Contrato de 3 e 4 pontas- Cleila Elvira Lyra
26 Ponto de venda: Vender ou não vender- Mônica Vitória
32 Para refletir: Como tornar-se mais estratégico - Gustavo Boog
36 Eu cada vez melhor: Não deixe a vida passar em branco - Gisele Fessore
40 Como comecei - Daniele Kallas
42 Eventos e Congressos
43 Quem contratar
46 Onde estudar

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Cleila Elvira Lyra
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Da teoria à prática

Como fazer um contrato


de 3 ou 4 pontas
Coaching é um processo em critico e autoanulador (pode re- éticas – podem acontecer quan-
parceria, depende fortemen- presentar mecanismo de fuga) do não ficam claros os parâme-
te de uma aliança entre alguns e o Eu2, profundo e sábio. tros, papéis e responsabilidades.
stakeholders para que os melho- A seguir, exemplo de três ti-
res resultados sejam alcançados. Esse terceiro, contraponto no pos de contratos com alguns
Se percebermos pelas lentes da processo, pode ser um e, nesse destaques.
arte, veremos que em muitos caso, geralmente será o gestor. 1- Contrato Administrativo –
processos de transformação Mas podem ser dois, e nesse com o RH/empresa como pa-
existem terceiros fundamen- caso, além do gestor, inclui-se trocinador. Deve ser tratado
tais. Por exemplo, no filme “O o RH, onde o coachee, além com rigor ético e por escrito. As
Discurso do Rei”, a função da de escuta ativa, feedback e in- principais clausulas incluem:
esposa que incentiva e oferece centivo, encontra uma fonte a) Abrangência do processo
feedback. No filme Lendas da de recursos complementares Local, número, duração e frequ-
Vida, o garoto Hardy marcava ao desenvolvimento das suas ência das sessões, projeção de
esse lugar na relação entre ca- Competências (CHA). tempo e honorários.
ddy e golfista, com espantosa Dentre diferentes modelos de • Tipos e número de reuni-
singeleza e profundidade. contrato de coaching, os mais ões complementares com
utilizados nas organizações são terceiros (por ex.: feedba-
Mais por evidencias que por dois. O que chamamos contrato ck de equipe) e acompa-
fundamentações teóricas, em 3 pontas, envolvendo coa- nhamento com superior e
constata-se a enorme impor- ch, coachee e seu gestor, e o RH.
tância desse terceiro elemento que chamamos contrato em 4 b) Papéis e responsabilida-
na relação, que muitas vezes pontas, envolvendo coach, co- des
funciona como uma consciência achee, seu gestor e o RH (ou • Coach: facilitar o processo,
externa, um alter-ego ou o “gri- outro stakeholder, geralmente escutando, encorajando,
lo falante” do Pinóquio. Essa o superior do superior). avaliando e suportando o
presença colabora para que o coachee na criação do seu
coachee reflita, se conscienti- O contrato representa um guia projeto de coaching;
ze e entenda ainda mais o seu para situações confusas, sendo • Coachee: responsabilizar-
jogo interior, aquele citado por um suporte importante na con- -se pelo seu sucesso, bem
Timothy Galwey que se passa dução do processo. Riscos e gra- como pela presença em
entre o Eu1 – excessivamente ves consequências – geralmente horário agendado;

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• Superior: gerenciar o de- Na pratica um contrato em tico, apenas sem a pre-
sempenho, guiando o pro- 4 pontas, envolvendo os já sença do RH (ou de outro
jeto de coaching, oferecen- citados, acontece assim: stakeholder), sendo geral-
do feedback e apontando • Primeira reunião facilita- mente o coach o facilitador
os progressos; da pelo RH. Ele introduz a das reuniões.
• Recursos Humanos: acom- situação, abre o diálogo,
panhar o processo, esti- escuta os envolvidos, ofe- 3 - Contrato de Coaching – é
mular a comunicação, ofe- rece as informações dis- o principal, com o coachee.
recer recursos adicionais poníveis, garante o enten- Geralmente verbal, confir-
para desenvolvimento das dimento claro da situação ma os outros contratos em
competências (CHA), asse- por todos e ao final encer- uma base mais pessoal e
gurando que as metas se- ra a reunião. O gestor reve- inclui aspectos essenciais:
jam alcançadas. Raramente la sua percepção das forças • Diálogo aberto e de ver-
esse papel é desempenha- e dos aspectos a melhorar dade, Reflexões, Projeto
do por outro stakeholder, no perfil do coachee, ge- de coaching, Experimenta-
mas pode ocorrer, por ralmente a partir de alguns ções, Feedback.
exemplo, o gestor acima instrumentos utilizados e
do gestor do coachee. O exemplos práticos. O co- Para encerar com reticências
procedimento é idêntico. achee (geralmente já co- um tema muito amplo e com-
nhece), escuta e revela sua plexo, lembro que a função do
c) Compromissos éticos percepção. O coach escuta, terceiro no contrato, quando
• Esclarecer que o coach indaga, explica e combina bem desempenhada, colabora
não pode garantir a per- como serão os próximos para a criação de uma relação
manência do coachee na passos, ressaltando os de- saudável entre coach e coa-
organização, uma vez que mais aspectos do contrato; chee, em pelo menos quatro
se trata de um processo • Outras reuniões – com frentes:
de desenvolvimento do po- igual formato. O ideal e 1) o não espelhamento pela
tencial. Porém, caso ocorra ético é sempre dialogar idealização do coach,
a motivação de se desligar, na presença do coachee, 2) um olhar “vigilante” que evi-
o coachee será orientado a nunca revelando conteú- ta a “fuga” do campo (receio
dialogar com seu superior, dos íntimos. Sempre o ní- do enfrentamento de alguns
provavelmente encerran- vel do diálogo será acerca fantasmas), 3) a confirmação
do o processo de coaching do processo e nunca dos do verdadeiro endereçamen-
patrocinado pela empresa; conteúdos abordados, a to do processo de mudança: o
• O RH/superior precisa se não ser em casos de expo- coachee em seu protagonismo
comprometer a não des- sição pelo próprio coachee. (para o coachee) e
ligar o coachee durante o Além disso, o coach somen- 4) a direção do foco (para o coach).
processo, oferecendo um te pode falar nessas reuni-
tempo para as mudanças. ões o que foi previamente
Excetuando-se a ocorrên- combinado e autorizado Nota:
Sugestão de consulta ao portal do
cia de falta grave. pelo coachee. ICF sobre Código de ética acessível
(http://www.coachfederation.org/
2- Contrato de Acompa- O contrato em 3 pontas about/landing.cfm?ItemNumber=8
nhamento acontece de modo idên- 54&navItemNumber=634 }

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