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2016 dezembro Ed. 43 3
Editorial
Luciano Lannes
Editor
Caro leitor,
o conceito da resiliência foi sendo modificado e modernizado ao longo dos anos. Inicialmente
utilizou-se o conceito da física e refere-se à capacidade que um corpo tem de, sofrendo uma
deformação, voltar ao seu estado original. Esta ideia foi evoluindo para ser flexível frente às
adversidades. Atualmente, existe um paralelo entre a resiliência e teoria do estresse, e ser
resiliente significa ter a capacidade de flexibilizar pontos de vista, dar novos significados a
fatos, e ter a capacidade de compreender que nem mesmo nossas crenças são absolutas e
precisam ser questionadas e revisadas. Enfim, estar aberto ao novo, com profunda consciência
de que a impermanência rege nossas vidas.
Ter a capacidade de compreender surpresas, traumas e decepções como eventos que fazem
parte da vida, é o que nos confere maior capacidade de encará-las como eventos transitórios,
que, com o passar do tempo, perdem senão sua importância, pelo menos o impacto que nos
causaram.
Delicie-se com esta edição que trata sobre este importante tema, cujo dossiê foi coordenado
por George Barbosa, da Sociedade Brasileira de Resiliência. Leia também, como complemento
a este dossiê, o artigo do amigo Eduardo Carmello publicado em nossa edição 10 com o título
“Resiliência Estratégica diante das Mudanças”.
Luciano Lannes
Editor
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tudo a ver !
Sugestão de Leitura:
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Caros(as) leitores(as),
Recentemente li uma das frases de Goethe em que ele dizia:
- Pensar é fácil, agir é difícil, e pôr os pensamentos em ação é a coisa mais difícil do mundo.
Foi assim, que me inspirei em trazer para a nossa coluna, o fato que recorrentemente
testemunhamos no papel de Coaches. O fato de que muitos executivos lutam com o
problema de execução. Eles sabem que precisam colocar todos de sua equipe a bordo,
para fazer com que a organização funcione, mas realmente não sabem como.
Sem a presença de uma cultura de trabalho em equipe eles tendem a fazer as coisas à
sua maneira, de forma solitária, sem compartilhamento, sem pesquisar, sem testar, e
sem desafiar o que estão pensando, muitas vezes resultando em decisões e ações não
coordenadas, como verdadeiras embarcações sem rumo, comprometendo assim, as
grandes visões estratégicas.
Para estes casos, uma das intervenções recomendadas, é o Group Coaching, tendo
como objetivo possibilitar que a equipe reflita sobre suas relações interpessoais, sobre
as práticas de trabalho, sobre os estilos de liderança e possam discutir sobre a cultura
organizacional predominante.
Leia em 13 min
O cuidado a pessoas implica uma corresponsabilização, um compromisso ético, estético, social e de vínculo que re-
quer dos profissionais que se dedicam a essa atividade, uma carga emocional e física que, muitas vezes, transcende
à atividade em si1. Seguem trechos de narrativas extraídas da prática profissional, que evidenciam as adversidades
nesse cotidiano.
Pessimismo
Adequação Agressividade
(Tristeza)
(Raiva)
Vulnerabilidade
Inter- Segurança (Fortalezas) Segurança Inter- Vulnerabilidade
mediária mediária
Legenda: Padrão Comportamental Condição de Resiliência Esquema Emocional Posição no MCD
Constitui-se assim uma nova dimensão do cuidado, que não é aquele oferecido aos pacientes, mas compartilhado entre
os próprios membros da equipe de saúde.
Ousamos finalizar com alguns indicadores para se trabalhar no Coaching a favor do equilíbrio e sucesso: o profissional
de saúde demonstra perspectiva positiva de si e do ambiente; expressa desejo de melhorar a própria responsabilidade
e ser mais realista; deseja melhorar as habilidades de comunicação; se envolver nas atividades e ter foco; progredir na
direção de metas; reconhecer sistemas de apoio; utilizar a cooperação para enfrentar os desafios, manter valores, me-
tas e sonhos5. Neste sentido, a resiliência pode e deve ser desenvolvida em coaching junto aos profissionais de saúde,
que cuidam de pessoas, para um fluir em direção ao futuro de atenção plena, estímulo e equilíbrio.
3. Barbosa G. A aplicação e interpretação do conceito de resiliência em nossa teoria. Anais do 11º Congresso de Stress da ISMA-BR.
Porto Alegre (RGS): 2011.
4. Barbosa, GS. Resiliência: Desenvolvendo e ampliando o tema no Brasil. São Paulo: SOBRARE. 2014.
5. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações 2015-2017. Porto Alegre: Artemed, 2015.
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Barbosa (2006) destaca outros autores que também definem o conceito de resiliência. Dentre eles, Boris Cyrulnik
(2000), para o qual resiliência é o próprio ato de “tricotar recursos profundos” para superar adversidades. Este trico-
tar, vai para além da capacidade de organizar estratégias de enfrentamento racional (coping) - a vida é um contínuo
“tricotar” de possibilidades. São, fundamentalmente, a função de sucessivas e contínuas reintegrações resilientes. Ou
como Flach (1991) defendeu na lei da ruptura e da reintegração, em que para sobreviver a mudanças significativas
provenientes do enfrentamento de adversidades, é preciso ter resiliência, ou seja, uma espécie de sabedoria e flexibi-
Mônica Barbosa
Psicóloga e Coach em Resiliência
monica@miradh.com.br
Soraya Oliveira
Empresária e Coach em Resiliência
soraya@i3gp.com.br
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Desenvolvimento da Resiliência
nas Organizações
INTRODUÇÃO
Vendo o mundo com um olhar mais apurado e procurando enten-
der os movimentos sociais, políticos ou econômicos, o primeiro
sentimento é de inquietude e incerteza. Corre-se o risco de se ob-
ter conclusões rasas, que pouco contribuem para a compreensão
do contexto atual, o que pode impedir uma tomada de decisão
equilibrada dentro desse contexto. Isso se reflete de modo pro-
fundo nas organizações: fusões, aquisições, novas estruturas que
avançam cada dia mais, com mudanças rápidas de cenários e
de atores nesse mundo globalizado.
• PRODUTIVIDADE
• LIDERANÇA
• NEGOCIAÇÃO E CONFLITOS
Paula Assis
Graduação em Marketing pela Trevisan Escola Superior de
Negócios, especialização em MASTER EM INTELIGÊNCIA
COMPETITIVA pela Universidade Anhembi Morumbi e formação
em Coaching em Resiliência pela SOBRARE. Coordenadora de
Comunicação e Marketing da Sociedade Brasileira de Resiliência.
Fazendo Coaching com confiança.
paula@sobrare.com.br
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Cada vez mais fala-se dos benefícios advindos de uma cultura de coaching nas organizações.
Além do coaching em si, que contribui grandemente para o desenvolvimento organizacional,
o estabelecimento de uma cultura que possua elementos e referências do coaching, traz em
si alta probabilidade de ser bem-sucedida.
Segundo Hawkins, (2012) “uma cultura de Coaching existe numa organização quando uma
abordagem de coaching é um aspecto chave do modo como líderes, gerentes e funcionários
envolvem e desenvolvem seus colaboradores e envolvem seus stakeholders de tal modo a
criar um desempenho elevado, tanto individual, quanto da equipe e da organização, bem
como valor compartilhado para todos os envolvidos”.
Para Dembkowski e Eldridge (2014), existem alguns fatores que podem contribuir positiva-
mente para o estabelecimento de uma cultura de coaching, e tais fatores serão expostos
abaixo.
De acordo com as autoras acima, o uso de coaching dentro das organizações aumentou sig-
nificativamente na Europa. A recente Pesquisa de Treinamento e Desenvolvimento CIPD1
indicou que 78% dos que responderam à pesquisa no Reino Unido relataram usar coaching
como parte de suas atividades de aprendizagem e desenvolvimento. No entanto, os números
podem não ser tão elevados em outros países europeus.
b) Identificar um patrocinador
Qualquer iniciativa que está ligada à estratégia de negócios e tem im-
plicações fundamentais para a cultura de uma organização, precisa de
um patrocinador dentro da organização. No cenário ideal, o patroci-
nador é um membro do conselho e/ou um alto executivo altamente
respeitado. Esta pode ser uma questão delicada. Em algumas orga-
nizações ainda é comum para os altos executivos usar coaches, mas
mantê-los escondidos - vendo o coaching como algo para o seu bene-
fício individual e uma “arma secreta” em seu arsenal para alcançar o
sucesso dentro da organização e além.
É claro, é importante para coaches individuais e organizações de co-
aching respeitarem a confidencialidade. No entanto, a introdução de
uma cultura de coaching vai exigir que aqueles que experimentaram
os seus benefícios que se tornem advogados voluntários para os bene-
fícios da organização.
Um bom patrocinador será alguém que tenha experiência de primeira
mão com coaching e pode ver seus benefícios para a organização em
geral.
Sem dúvida, uma cultura de coaching bem implementada, alinhada aos objetivos
estratégicos da organização e devidamente assimilada pelos executivos, tem alta
probabilidade de ser efetiva. Vale a pena conhecer a fundo cada organização, e no
momento de iniciar a implementação, considerar suas especificidades, facilitadores
e possíveis dificultadores também.
Bibliografia
Dembkowski, Sabine e Eldridge, Fiona. Creating a coaching culture: success factors for bringing it to life.
In: http://www.coachingnetwork.org.uk. Acesso em Novembro de 2016.
Hawkins, P. (2012). Creating a Coaching Culture. Nova York: Open University Press, p27
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No primeiro artigo desta série publicado nesta coluna, explorei vários aspectos do Dimensionamento, um conjunto
de competências que podemos aplicar na que resulta em maior preparo, coerência (isomorfismo) e assertividade.
O segundo artigo versou sobre a ativação das competências de Regulação – que tem como principais eixos a nossa
capacidade de condução, centramento e de ajuste situacional.
A partir das bases Dimensionadora e Reguladora, que ocorrem primordialmente na nossa faixa interna, precisamos
entrar em contato com o mundo externo através de interações e relacionamentos.
Neste terceiro artigo vou explicitar diferentes aspectos que compõem o mundo relacional isomórfico. Estou ciente
que apenas darei um “pontapé” inicial a este tema tão vasto e complexo.
Infelicidade
Comunicação de guerra
Vencer a qualquer custo
Fala inútil e fofocas
Posturas impositivas ou de submissão
Justificação
Prisão ao passado ou futuro
Possessividade e manipulação de pessoas
Carência afetiva
Envolvimentos emocionais
Frustrações relacionais
Jogos de poder
Autoritarismo
Paternalismo
Manipulação de pessoas
Jogo de culpas
Omissões e barganhas
Geração de conflitos relacionais
Rispidez
Aversão
Comparar-se com outros
Achar-se superior ou inferior
Mentalidade punitiva
Postura problematizadora
Viver o personagem (papeis)
Auto canonização.
Minha sugestão é que este quadro descritor de critérios seja contemplado. Isto é, olhá-lo como um Todo e
refletir sobre cada um deles, como pode ser utilizado ou aplicado nas diferentes situações da Vida. Quais
seriam as mudanças que podem proporcionar, o que mudaria nas minhas interações, e assim por diante.
Nesta contemplação você certamente descobrirá que estes critérios não são isolados uns dos outros, mas sim
que se trata de um conjunto único de ações interconectadas que formarão um vasto campo de competências
superiores que podem qualificar profundamente as interações humanas.
Embora a proposta desta coluna seja o cultivo de aspectos pessoais, não posso me furtar de explicitar
resultante da Interação Isomórfica no aspecto profissional ou organizacional.
Estes três aspectos, A+B+C resultarão na Sinergia e Fluidez Organizacional, o que por sua vez facilitará a
gestão, a realização operacional de lucro e qualidade de vida, investimento na aprendizagem e formação de
capital intelectual como base para a reinvenção e reformulação da organização para seus futuros ciclos.
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