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Relatório do Projeto Vida de Negro
LISTA DE SIGLAS
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Relatório do Projeto Vida de Negro
RELATÓRIO DO PROJETO
SWIFT:
Responsável jurídico (representante legal da entidade jurídica autorizado a assinar):
Se for diferente: Nome da pessoa de contato responsável pelo relatório Nome: Skype:
Telefone e
E-mail: Telemóvel:
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Relatório do Projeto Vida de Negro
1. Por favor, descreva primeiro como o relatório foi elaborado: Quem participou na sua
elaboração? Em que fontes baseiam as informações contidas no relatório? (1/2 página)
A equipe do Projeto composta por Célia Cristina da Silva Pinto , Ivo Fonseca Silva,
Nonnato Masson e Ana Amélia Bandeira. Os outros técnicos do projeto forneceram as
informações obtidas nos atendimentos de viagens, reuniões audiências com órgãos
governamentais e reuniões nas comunidades com lideranças quilombolas.
- Em que fontes baseiam as informações contidas no relatório? As informações são
oriundas das lideranças das comunidades quilombolas apoiadas pelo Projeto, instituições
parceiras da sociedade civil organizada que desenvolvem trabalhos conjuntos, órgãos públicos
da administração federal, estadual e municipal, órgãos de controle e defesa de direitos como
Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública da União,
Defensoria Pública do Estado do Maranhão bem como das atividades de campo desenvolvidas
pelos técnicos do projeto.
2.1 Como mudaram as condições de base, no contexto concreto do seu projeto, desde o
momento de apresentação do pedido de financiamento?
Este triênio foi marcado por grandes mudanças na estrutura política, social e econômica
deste país, como se não bastasse as crises políticas, econômicas e sociais, temos a
pandemia de COVID 19 que reafirma a inexistência do Estado entre as populações mais
vulnerabilizadas. As comunidades quilombolas, que cotidianamente já vivenciam a
decomposição da Política de Titulação e ausência do Estado, com a orientação da
Presidência da República pelo não reconhecimento da necessidade da efetivação dos
direitos fundamentais, têm recorrido às suas tradições culturais, religiosidade, auto-
organização e solidariedade mútua para suportar agora também a pandemia da Covid-19.
últimos três anos tiveram poucos avanços e do pouco que tivemos foi muito pela força
política do movimento quilombola.
Das 18 Comunidades (Territórios) atendidos pelo projeto nos últimos 12 meses somente
tês (03) tiveram avanço nos seus processos de regularização fundiária, Quilombo Peixes
em Colinas, São José dos Pretos em Guimarães e Rio de Peixes em Serrano do Maranhão,
os demais ficaram estagnados nos órgãos fundiários.
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Relatório do Projeto Vida de Negro
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Relatório do Projeto Vida de Negro
Mediante a atual conjuntura política do país e momento pandêmico tivemos que refazer a
leitura dos objetivos do projeto e sua conjuntura no Estado readequando as ações planejadas e
as metodologias de execução.
Devido as dificuldades existentes e os conflitos no campo, o Projeto tem sido procurado cada
vez mais para o apoio jurídico, político e social por lideranças quilombolas que em sua grande
maioria tinham esses apoios por parte dos STTR’s, que também tiveram suas ações reduzidas
durante período de pandemia.
De certa forma um dos objetivos do projeto ficou em parte comprometido quando se fala em
titulação (matéria de responsabilidade do executivo Estadual e Federal), porém destacamos o
fortalecimento da POSSE que os quilombolas detenham, e ainda, os acompanhamentos aos
processos administrativos e judiciais.
Ainda nos levou a identificar novos potenciais parceiros para o enfrentamento ao avanço dos
grandes projetos e a conquistas dos direitos territoriais, ampliando as parcerias a nível regional e
Nacional, como no caso a ONG Terras de Direitos, Fórum Carajás, Sociedade Maranhense de
Direitos Humanos-SMDH, Cartografia Social da Amazonia e a Frente Parlamentar,
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas-CONAQ.
Percebe-se a convergência de lideranças para a defesa e luta pelos seus direitos, buscando
alternativas de proteção coletiva tanto para as lideranças quanto para os territórios. Maior
interesse de lideranças nos espaços de participação política popular e a inclusão de lideranças
nos espaços legislativos.
De certo que a titulação é superimportante, ao qual estamos trabalhando para que esse direito
seja reconhecido para assim garantir a reprodução física, cultural, econômica e política dos
quilombos do Maranhão.
Outra mudança significativa foi a readequação da equipe e das atividades planejadas,
ocasionada pelo falecimento do membro da equipe e coordenador do projeto.
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Relatório do Projeto Vida de Negro
3. Alcance dos objetivos e execução do projeto (4 - 5 páginas)
3.1 Em que medida - segundo o estado atual - os objetivos acordados no Contrato de projeto serão alcançados?
Indicador 1a): Dos Valor de partida no Eventualmente, valor Eventualmente, valor Valor atual (Mês/Ano):
dezoito territórios início do projeto intermediário (Mês/Ano): intermediário março/2020 agosto/2021
Quilombola com (Mês/Ano): junho/2018 junho/2019 06 territórios com processos de
processos Acompanhamento 18 territórios Ação sistemática que envolve titulação avançados, tendo 01
administrativos audiências, reuniões, (um) em fase final de titulação
socio jurídico a 18 acompanhados em seus orientação sócio jurídica e
avançados, até ao territórios processos
final do triênio cinco administrativos e fortalecimento de Ação sistemáticas que envolve
quilombolas. lideranças, processos
evoluem na titulação judiciais com segurança 38 audiências, 12 reuniões, 8
jurídica e autonomia formativos acerca dos orientações sócio jurídica e
territorial processos administrativos e
Valor-meta acordado territorial. fortalecimento de
judiciais lideranças
que deve ser
alcançado até o final
do projeto:
Eventualmente
Objetivo Especifico 2 - Comunidades quilombolas fortalecidas, incidindo na efetivação da política de educação escolar quilombola
Indicador 2a): Valor de partida Eventualmente, valor Eventualmente, valor Valor atual (Mês/Ano):
Valor-meta acordado intermediário agosto/2021
no início do intermediário
que deve ser projeto (Mês/Ano): Março/2020
alcançado até o final 01 Organização Municipal de
do projeto: (Mês/Ano): Junho/2019 Quilombo atuando no
Junho/2018 Conselho Municipal de
Orientação às Realização do I Encontro Educação
1-Até o final do triênio Estadual da
seis comissões 6 comissões municipais comissões municipais
intervindo junto aos de quilombos sobre a Educação Quilombola no 4 Organizações Municipais de
municipais quilombolas Maranhão.
intervindo junto aos conselhos municipais e. educação escolar Quilombos com formação sobre
conselhos municipais e Estadual para quilombola; as diretrizes curriculares para
Estadual de educação e implementação das Realização de educação quilombola
no Fórum de Educação pesquisas junto as
das Relações Étni- co Secretarias municipais de Conclusão do Diagnostico
Racial, com foco na educação sobre a sobre Educação Escolar em 22
implementação das implementação das municípios
Diretrizes Curriculares diretrizes e ações sobre a
para Educação Escolar implementação da Diálogo com a UEMA sobre a
Quilombola. Educação Escolar implantação do curso de
Quilombola; Licenciatura em Educação
Levantamentos realizado Escolar Quilombola
pelas lideranças e
professores das escolas Incidência de uma Comunidade
quilombolas através de quilombola na implementação
um instrumental que das diretrizes curriculares da
permitia perceber que educação escolar quilombola
ações e estruturas as
escolas e as secretarias de
educação possuíam para
a educação quilombola.
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Objetivo específico 3: Lideranças das comissões municipais quilombolas empoderadas, com participação nos espaços de deliberação política
e controle social
Indicador 3a): Valor de partida Eventualmente, Eventualmente, valor Valor atual (Mês/Ano):
até o segundo ano do no início do valor intermediário intermediário (Mês/Ano): agosto/2021
projeto, 30 lideranças projeto (Mês/Ano):
representativas de 10 Junho/2018 (Mês/Ano): março/2020
comissões municipais Junho/2019 17 lideranças de 7 organizações
quilombolas, 30 lideranças de 10 Estabelecidos com cada municipais quilombolas
dialogando pró- comissões comissão municipal os dialogando pró- ativamente na
ativamente na gestão Diálogo estabelecido
dialogando com a com o poder públicos objetivos das ações e foi gestão pÚblica, municipal e
pÚblica, municipal, gestão pÚblica realizado um plano de ação estadual
municipal e estadual municipais com definições de papéis e
(PREFEITURAS, responsabilidades. As
SEMAS, comissões municipais de
SEMED, SEMUS, Itapecuru-Mirim, Anajatuba,
Matinha, Icatu, Serrano,
estadual (SEDIHPOP, Alcântara e Mirinzal tem
SEIR, SAF, ITERMA, estabelecido diálogos
SSP, SEDES) e
federal (INCRA, SEPPIR,
Ministério da
Agricultura).
Seguiremos pertinentes ao alcance dos objetivos do projeto para a titulação dos territórios
quilombolas, mesmo sabedores que se trata de uma matéria governamental em que não termos
governabilidade. Nesse caso as titulações dos territórios sobre responsabilidade do governo
federal (INCRA), estão comprometidas devido a divergências do entendimento governo federal
em relação aos povos e comunidades tradicionais do Brasil. A declaração do Presidente tem
sido enfática desde sua campanha em não titular nenhuma terra quilombola no Brasil, segundo
ele “são muitas terras” que deveriam ser “exploradas melhor.
Mesmo com esse cenário adverso por parte do governo federal, estamos utilizando meios
jurídicos, mobilizações e fortalecimento das lideranças. Avaliamos em grupos e com
representantes de comunidades quilombolas que o andamento, mesmo que lento, na tramitação
dos processos tem possibilitado uma aproximação e mobilização maior entre as comunidades, e
entre elas o CCN. Mesmo estando em situação de insegurança jurídica em seus territórios, as
lideranças tem reafirmado o sentimento de pertencimento assim como a certeza do direito a
posse.
De certo modo a regularização fundiária é uma matéria exclusiva dos governos, cabe ao Projeto
assegurar a assessoria e defesa dos territórios quilombolas que se propôs junto a MISEREOR.
Assim, elaborando e buscando estratégia de luta que possa resultar na permanência dos
quilombolas em seus territórios com a devida assistência do Estado com as políticas públicas.
Acordamos com as lideranças quilombolas em fazermos ações conjuntas para que o Estado
possa titular os territórios quilombolas, levando alguns processos que estão no INCRA para o
ITERMA.
Vale destacar que nas audiências realizadas junto ao INCRA foram inclusas todas as
comunidades acompanhadas pelo PVN para a construção do RTID.
Outra importante ação se diz respeito aos espaços de participação popular e a criação de
instâncias representativas de diálogos pelos quilombolas, que de certa maneira tem ajudado e
ampliado o diálogo com as instâncias governamentais que ainda tem um importante papel
político na defesa dos territórios quilombolas.
Em colaboração com as instituições parceiras realizamos diálogos e estratégia conjunta com os
órgãos governamentais e instituições de defesa de direitos como MPE, MPF, DPE e DPU,
COECV, CEDH para implementação das políticas públicas.
Nos dois ultimos anos tivemos uma grande redução das atividades presenciais o que de certa
forma prejudicou o alcance dos objetivos do projeto na sua totalidade, com a paralização das
ações dos orgãos publicos, principalmente com relação as titulações que não foi possivel ter
nenhuma concretizada, apenas avanços nos processos.
Quanto a politica da educação escolar quilombola, foi prejudicada devido a paralização das
atividades escolares, as aulas remotas ou a distancia não alcançaram a maioria dos quilombos.
Outra situação que se intesificou foi o fechamento das escolas quilombolas. Contudo, com
algumas provocações foi possível participar da escuta realizada pelo Conselho Estadual de
Educação para elaboração das diretrizes estaduais de educação escolar quilombola e em alguns
municípios manter lideranças nos Conselhos Municipais de Educação.
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MPE, MPF, DPE, DPU, INCRA e ITERMA, visado à defesa constitucional dos
territórios quilombolas;
Proposição e participação em 17 audiências nos Fóruns da capital e do interior para defesa
dos direitos constitucionais de lideranças quilombolas arroladas em processos judiciais;
Constante defesa sócio jurídica dos processos administrativos e judiciais tem
proporcionado à permanência dos 18 territórios15 quilombolas.
Processos formativos para lideranças quilombolas sobre direitos étnicos, unidades
associativas, estas realizadas até o novembro de 2019.
Oficina sobre as leis de direito adquirido as lideranças quilombolas do Maranhão;
Cursos sobre gestão para as organizações quilombolas;
II Encontro das Entidades de Articulação Municipais de Quilombos do
Maranhão
Processo formativo para lideranças quilombolas sobre legislação quilombola e
mecanismos internacionais;
Fortalecimento dos mecanismos Estaduais através de proposta de Decreto de lei
que amplie os direitos dos povos e comunidades tradicionais nos Estados;
Realização do Encontro Internacional de Afro Rurais, na cidade de Bom Jesus da
Lapa, estado da Bahia no Brasil com a presença de 16 países, 80 pessoas, com diálogo em
torno da territorialidade nas Américas e Caribe dialogando e propondo ações concretas
para que o representante de cada país possa dialogar sobre tratados e convenções
internacionais e principalmente a Convecção 169 da OIT;
Monitoramento e acompanhamento dos 63 processos judiciais que envolvem lideranças
quilombolas sobre seus territórios. A defesa jurídica consiste na manutenção e posse das
terras, assim como a não criminalização das lideranças quilombolas;
Realização de reuniões de monitoramento dos conflitos fundiários junto às lideranças
quilombolas e órgãos fundiários através da Mesa Quilombola para questões fundiárias e
agrarias do ITERMA;
Acompanhamento das Comissões Municipais de Quilombos sobre ações territoriais,
fortalecimento organizativo e desenvolvimento;
Processo de elaboração de 03 Planos de Gestão Territorial e Ambiental Quilombola,
com o objetivo de traçar estratégia de desenvolvimento local e segurança territorial em
andamento;
Monitoramento do Cadastro Ambiental Rural para áreas de quilombos que visa a
defesa das áreas de preservação e conservação da biodiversidade nos quilombos;
Mediante as dificuldades na titulação por parte do INCRA, intensificamos o monitoramento
dos processos administrativos no ITERMA, como estratégia de defesa territorial das
comunidades quilombolas;
Realizado processo de fortalecimento dos territórios quilombolas com a construção de
planos de ação em 08 territórios quilombolas e 9 Comissões16 municipais de quilombos;
Fortalecimento através da elaboração e aprovação de projeto de Fortalecimento
Institucional de 4 Comissões/Uniões17 municipais de quilombos de 4 municípios de
atuação do projeto;
Representantes de 08 Uniões/Comissões/ Organizações18 municipais de quilombos na
Mesa de Regularização Agrária e Fundiária do ITERMA;
Construção da Plataforma Política Quilombola no Maranhão com representantes de 27
municípios para intervenção de lideranças quilombolas na legislação municipal e intervirem
diretamente na política pública.
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Ações não planejadas mais que deram impactos positivos no resultado do projeto
Construção de pauta reivindicatoria (Carta Quilombola) apresentando
demandas para o enfrentamento a pandemia do COVID 19, com a participação de
lideranças de 22 municípios entregue ao Governo do Estado e municípios, culminando
com a criação do Grupo de Demandas Quilombolas atuando de forma virtual.
Proposição e participação na minuta de criação do Grupo de Trabalho da
Agricultura Familiar Quilombola juntamente com a SAF, SEIR e CONAQ, uma
ação não planejada que surgiu em decorrencias dos diálogos com o GT de Demandas
Quilombolas em resposta a Carta Quilombola.
Diálogo com a UEMA sobre a implantação do curso de Licenciatura em Educação
Escolar Quilombola
Criação do Grupo de Imunização (WhatsApp) para monitoramento da aplicação
das vacinas à população quilombola no Estado com representação da CONAQ, o
Centro de Cultura Negra, Secretaria de Estado da Saúde (SES), Secretaria de Estado de
Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), Secretaria de Estado
Extraordinária de Igualdade Racial (SEIR).
Criação da Mesa Municipal de Articulação de Políticas Públicas para os
Quilombos de Anajatuba em parceria coma União das Associações das Comunidades
Quilombolas do Município de Anajatuba-UNIQUITUBA
Elaboração da Minuta Popular da nova lei de terras do Maranhão pelas
organizações de agricultores, extrativistas, quilombolas, indígenas, pescadores e
entidades de assessoria em contrário a minuta apresentada pelo órgão de terra do estado
ITERMA encaminhada ao Governador.
Elaboração de 04 projetos de protocolo comunitario de consulta e consentimento
prévio, livre e informado dos quilombos dos municípios de Santa Rita, Itapecuru-
mirim, Anajatuba e Miranda do Norte impactados pelo projeto de duplicação da BR 135
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Os momentos formativos para as lideranças quilombolas têm ajudado para que os mesmos
possam assumir gradativamente seu papel político nas intervenções junto ao Estado, ainda
compreendemos que as sensibilizações feitas junto às lideranças para sua inserção nos
conselhos, fóruns e instancias de participação popular, tenha favorecido uma compreensão
melhor sobre as políticas públicas.
Nesse sentido o projeto tem realizado constantes reflexões sobre a conjuntura local,
Estadual e nacional, com foco nas políticas públicas, além de possibilitar a inserção dos
técnicos em diversos espaços de controle e monitoramento das políticas
públicas.
Por ser um projeto de natureza social e apoio a titulação das terras de quilombos no
Maranhão e Brasil, temos produzido efeitos importantes sobre a política, pois além de
sermos referência a nível nacional sobre sua metodologia e acompanhamento dos
processos administrativos e judiciais nos órgãos, tem sido fonte de pesquisas acadêmicas
para futuros profissionais tanto das áreas jurídica e social, o que tem ajudado na mudança
de comportamento da sociedade em geral. É importante ressaltar que temos monitorado
todos os processos administrativos que envolvem as áreas acompanhadas pelo projeto
no INCRA e ITERMA, assim como também os processos judiciais envolvendo as
lideranças quilombolas.
Mesmo com a positivação dos direitos quilombolas, na prática, muito pouco tem sido feito
pelo Executivo Federal. Neste momento, o projeto continua sendo muito importante para
muitas dessas comunidades que, em muitos casos começam a luta desarticulada, sem
nenhuma informação sobre seus direitos e sem estarem organizadas coletivamente (como
em associações). Além de realizar esse acompanhamento, o projeto também contribui para
o fortalecimento organizativo das comunidades.
Com as declarações do Presidente Jair Bolsonaro e o enfraquecimento da política Agrária
no Brasil, as comunidades estão em atenção com os passos com as declarações e ações do
governo federal, seja para a implementação de políticas que vão da certificação a titulação
como para a implantação de outros programas sociais. Para evitar o desanimo das
lideranças, estamos investindo na abertura dos processos no órgão Estadual, como
estratégia jurídica para permanência das comunidades em seus territórios memso as áreas
teoricamente de competência do governo federal. As comunidades que dependem
diretamente de ações do órgão ficaram mais desmobilizadas. Ademais, as ações de
incidência política e jurídica do Projeto Vida de Negro que dependem diretamente dessas
ações ficaram impossibilitadas de ocorrer com mais fluidez, isso pode significar menas
terras tituladas.
Por outro lado, o andamento, mesmo que lento, na execução de alguns estudos
antropológicos tem possibilitado uma aproximação e mobilização maior entre as
comunidades, e entre elas e o CCN. Estas comunidades também tem experimentado um
estado de segurança jurídica de suas terras maior. Vale destacar que através de sua história
na luta e do constante diálogo com o INCRA, das 34 comunidades quilombolas
contempladas com a contratação dos laudos antropológicos, o CCN conseguiu incluir todas
as comunidades que enfrentavam graves conflitos.
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Relatório do Projeto Vida de Negro
3.4 Que riscos e/ou oportunidades inesperadas existem atualmente para a implementação
do projeto?
RISCOS
Conjuntura política do governo federal
A não titulação dos territórios quilombolas pelo governo federal;
Avanço dos grandes projetos sobre os territórios quilombolas no Maranhão:
Duplicação da BR 135 que impactará diretamente 120 quilombos de 13 municípios,
cerca de 9600 famílias;
Acordo de salvaguarda entre o Brasil e os EUA para exploração do Centro de
Lançamento de Alcântara que levará ao deslocamento de 30 comunidades quilombolas,
mais de 800 famílias;
Implantação do Porto São Luís da empresa TUP que poderá expulsar a comunidade de
Andi- robal, que fica na grande Ilha de São Luís;
Destruição do patrimônio imaterial das comunidades quilombolas;
Forte ameaça das igrejas evangélicas nos territórios quilombolas que tem agido de forma
racis- ta e intolerante a religião de matriz africana;
A construção do Porto da Ilha do Cajual em Alcântara que impactará, além da população
da Ilha, toda acidade de Alcântara;
O avanço do projeto do MATOPIBA no bioma cerrado atingindo as regiões do Baixo
Parnaíba ao Vale do Itapecuru impactando centenas de territorios quilombolas;
Implantação de linhas de transmissão de alta tensão na região da Baixada Ocidental
Maranhense;
Impantação de projetos de piscicultura nos campos naturais também na Baixada
Marenhense;
REAÇÕES
maranhenses;
Assessoria ao Comitê Quilombola que dialoga com o impacto da duplicação da BR 135
no Mar aranhão que deverá impactar 120 comunidades quilombolas de 13 municípios da
região de Itapicuru - Mirim
Fortalecer a manutenção da Comissão de Territórios Tradicionais que tem como
atribuições - Instruir os processos administrativos de regularização fundiária com base na
Lei nº 9.169/2010, no Decreto Estadual nº 32.433/2016 e na Instrução Normativa Nº
001/2018, do Estado do Maranhão, criada em agosto de 2018;
Fortalecer a continuidade da construção do Cadastro Ambiental Rural em comunidades
qui lombolas do Maranhão, através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos
Reno- váveis;
Denunciar e monitorar as ações da COECV nos casos de violencias que vem sofrendo as
lideranças quilombolas;
Mobilizar as lideranças dos territorios quilombolas para o processo de eleaboração dos
protocolos de consultas comunitarios para a Consulta Livre, Previa,Informada conforme
preconiza a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho – OIT.
Nos primeiros dois anos do triênio realizamos a avaliação e monitoramento das ações do projeto
com a participação das lideranças quilombolas semestralmente, onde realizamos o levantamento
situacional dos territórios e o plano institucional, mensalmente com a equipe e a Coordenação
do CCN.
No último ano só foi feita com os membros da equipe do PVN e a Coordenação do CCN, está
sendo pensado realizar com as lideranças presencialmente logo que seja possível. Mesmo com
as incertezas existentes, considerando o ineditismo da situação pandêmica, avaliamos
coletivamente (público-alvo, técnicos do projeto e direção do CCN) a necessidade de
intensificar nossa presença no quilombo. Porém com advento da pandemia não foi possível
concretizar a ida até os quilombos, buscamos a estratégia das atividades remotas mais
encontramos dificuldades da participação de algumas lideranças por conta do acesso à internet e
uso das plataformas digitais. Para que se tenha acesso é necessário pagar um preço muito alto a
empresas privada de telecomunicações, muitas vezes não são acessíveis às comunidades.
4. Conclusões (1 - 2 páginas)
Qual é a sua conclusão intermédia quanto ao progresso do projeto e ao alcance dos
objetivos?
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A partir das avaliações realizadas constatamos que devemos intensificar mais nossa
presença nos quilombos, porém o fator limitador está relacionado a recursos.
As formações realizadas pelo Projeto têm possibilitado que lideranças e agentes políticos
das comunidades quilombolas se insiram nos conselhos, fóruns e instâncias de
participação popular, tendo compreensão de seu papel político nessas instancias.
Os técnicos do Projeto tem tido papel importante no diálogo com o Estado na defesa dos
territórios quilombolas, pautas importantes como sustentabilidade, segurança alimentar,
desenvolvimento, territorialidade, etnicidade, fortalecimento cultura e identidade, tem
sido dialogada constantemente de forma que Estado assuma as pautas sobre políticas
públicas com recorte étnico.
O projeto tem nos proporcionado a realizar constantes reflexões sobre a conjuntura local,
Estadual e nacional, com foco nas políticas públicas, além de possibilitar a inserção dos
técnicos em diversos espaços de controle e monitoramento. Estamos tendo a
oportunidade de dialogar com os centros universitários sobre populações quilombolas.
Temos ampliado nosso conhecimento sobre o tema da territorialidade, valorização das
manifestações culturais, identidade, autorreconhecimento e sentimento de pertença
envolvendo a temática étnica racial. No Estado do Maranhão o Centro de Cultura Negra
tem sido referência na temática quilombola, objeto de pesquisa de centros acadêmico
proporcionando um diálogo sobre a atuação do Projeto Vida de Negro na afirmação de
direitos dos territórios quilombolas.
O CCN tem incentivado na qualificação profissional de seus técnicos, possibilitando a
inserção dos mesmos em cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado.
O projeto tem produzido importantes resultado na política territorial no país, além de ser
fonte de pesquisas acadêmicas para futuros profissionais tanto das áreas jurídica e social,
ainda, tem ajudado na mudança de comportamento da sociedade em geral. As Mesas de
Diálogo sobre titulação e reconhecimento do INCRA e da Mesa de Políticas Públicas do
ITERMA, são espaços de ampliação na negociação sobre a política fundiária no
Maranhão e no Brasil.
Embora com as dificuldades encontradas neste momento pandemico conseguimos
alcançar os objetivos propostos uns mais outros menos mais durante este período crítico
aconteceram as intervenções nos espaços públicos nas políticas de saúde, educação
segurança alimentar, gestão territorial e incidência política das lideranças e organizações
municipais.
Refletimos sobre como no projeto analisar algumas ações que se encontram nos
territórios como projetos de infraestrutura, projetos produtivos e possíveis potenciais
existentes nos territórios quilombolas que poderão servir de subsídios para o
fortalecimento de sua autonomia. Outro aspecto importante é a construção de um banco
de dados dos territórios trabalhados pelo projeto.
Precisamos nos adequar às novas mudanças da era tecnológicas e midiática, construir
novas abordagens metodológicas para uso das ferramentas digitais e redes sociais que
possam atender as necessidades do público-alvo do projeto, uso de plataformas virtuais
para reuniões e formação. Dinamizar o setor de comunicação do Centro de Cultura Negra
para o suporte necessário.
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Anexos
ANEXO/LINK N°01 – Carta Dos Quilombos do Maranhão (Governo Federal, Estadual e Municipais)
https://1drv.ms/b/s!Agq79PwBW2V5wCqZJvvSIoZ35Zsn
ANEXO/LINK N°03 – Nota de Repúdio à ação violenta da polícia militar e oficiais de justiça da
comarca de Guimarães-ma, que destruíram a residência de liderança do quilombo Brejo .
https://1drv.ms/b/s!Agq79PwBW2V5wC08POrpfv5Sae9
ANEXO/LINK N°04 - Decreto - Mesa Municipal de Articulação de Políticas Públicas para as Comunidades
Quilombolas do Município de Anajatuba – MA
https://1drv.ms/b/s!Agq79PwBW2V5wE6tNVi-h3bCKlKU
ANEXO/LINK N°05 - Diretrizes Curriculares Estaduais para a Qualidade da Educação Escolar Quilombola
no Sistema Estadual de Ensino do Maranhão - Resolução Nº 189/2020 – CEE/MA e dos fundamentos
estabelecidos pelo Parecer nº 212/2020
http://conselhodeeducacao.ma.gov.br/files/2019/10/RESOLU%C3%87%C3%83O-189-2020.pdf
ANEXO/LINK N°07 - Decreto n° 36.889, de 27 de julho de 2021, as diretrizes para a emissão de licenças e
autorizações ambientais e para a inscrição de imóveis no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
https://www.sema.ma.gov.br/files/2021/07/Decreto-n%C2%B0-36.889.pdf
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Redes Sociais
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Relatório do Projeto Vida de Negro
Reunião equipe PVN – plataforma Zoom - 28 de agosto de 2020 reunião do GT CAR PCTs
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CARD do PROCAF
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