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Relatório do Projeto Vida de Negro
LISTA DE
SIGLAS
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RELATÓRIO DO
PROJETO
SWIFT:
Responsável jurídico (representante legal da entidade jurídica autorizado a assinar):
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anos.
O acirramento dos conflitos fundiários deve-se a inoperância das políticas
fundiária, econômica e ambiental, o que tem colocado em risco a vida das
lideranças e a própria existência dos territórios quilombolas. No último ano,
vivencia-se um aumento exponencial no número dos assassinatos de lideranças
quilombolas, ameaças de morte, ordens de despejos, invasão aos territórios,
destruição dos ecossistemas e o avanço dos grandes projetos de
“desenvolvimento”, a exemplo: a duplicação da rodovia federal BR135, que
impacta diretamente 100 territórios quilombolas nos municípios de Santa Rita,
Itapecuru Mirim, Miranda do Norte e Anajatuba.
Uma alternativa encontrada para o enfretamento do desmonte na política
fundiária foi o monitoramento a partir da Mesa Quilombola para questões
fundiárias e agrarias do ITERMA, mesmo remotamente, foi um mecanismo
fundamental para pressionar o andamento dos processos administrativos
priorizados, onde constam, várias comunidades acompanhadas pelo Projeto. Por
outro lado, o mesmo Instituto elaborou uma minuta de mudança da Lei de Terras
Públicas do Estado sem nenhuma discussão com sociedade civil, na medida que a
Federação Estadual da Agricultura Familiar do Maranhão- FETAEMA tomou
conhecimento, fez um chamamento para as demais organizações representativas e
de assessoria para elaborar uma contraminuta. Deste modo, o Centro de Cultura
Negra e a CONAQ constituíram um grupo de advogados do Maranhão e outros
estados, com participação ativa do PVN, que elaborou a proposta do capítulo
referente aos quilombolas no texto denominado Minuta Popular que foi
encaminhado ao Governador.
Em relação a política educacional, portanto pertinente ao aspecto social, tem-
se um dos nichos mais impactados de forma negativa para a população quilombola.
Além da constante luta para efetivação das Diretrizes Curriculares Quilombolas,
assegurada na Lei nº 10639/2003, tem-se atualmente, severas investidas dos
municípios com o fechamento das escolas nos territórios, a polarização da
educação, e a implantação de salas multiseriadas, que agrega alunos de diferentes
idades e
etapas de ensino em uma mesma sala, o que afeta o processo de ensino-
aprendizagem.
Deste modo, entre 2021 e 2022, houve nos territórios quilombolas ações do
projeto que contribuíram para articulação com o Conselho Estadual de Educação,
este teve como resultado a criação do Comitê para elaboração das Diretrizes
Estaduais para a Qualidade da Educação Escolar Quilombola, com participação das
lideranças quilombolas, através de escutas virtuais. O PVN contribui ainda na
apresentação da proposta de Curso Licenciatura em Educação Escolar Quilombola
da UEMA, no Campus de São Bento, elaboração do edital de seleção dos alunos
para ingresso na graduação e, na formação da estrutura curricular do curso. Cabe
frisar, que o objetivo do curso é formar, unicamente, pessoas quilombolas para que
estes possam atuar especificamente com com a educação escolar de base, e assim
formar o corpo técnico e mão de obra das próprias comunidades.
Embora estando em um período atípico foi possível avançar com a política da
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3.1 Em que medida - segundo o estado atual - os objetivos acordados no Contrato de projeto serão alcançados?
Indicador 1a): Dos Valor atual (Mês/Ano): Valor atual (Mês/Ano): Valor atual (Mês/Ano): Valor atual (Mês/Ano):
dezoito territórios setembro/2021 Agosto/2022 Agosto/2023 Agosto/2024
Quilombola com -06 territórios com -06 territórios com
processos processos de titulação processos de titulação
administrativos avançados, tendo 01 avançados, tendo 01
avançados, até ao (um) em fase final de (um) em fase final de
final do triênio cinco titulação titulação.
evoluem na titulação
territorial -Ação sistemáticas que -Ação sistemáticas que
Valor-meta acordado envolve 38 audiências, envolve 38 audiências,
que deve ser 12 reuniões, 8 12 reuniões, 8
alcançado até o final orientações sócio orientações sócio
do projeto: jurídica e jurídica e
Eventualmente fortalecimento de fortalecimento de
lideranças lideranças.
-01(um) Termo em
construção da Gestão
Consorciado para que o
título definitivo em nome
das duas
Associações( comunidad
es quilombola Aliança /
Santa Joana).
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Objetivo Especifico 2 - Comunidades quilombolas fortalecidas, incidindo na efetivação da política de educação escolar quilombola
Valor atual - 2022
Indicador 2a): (Mês/Ano):
Valor-meta acordado agosto/2021 -05 Organizações
que deve ser municipais atuando no
alcançado até o final -01 Organização
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Objetivo específico 3: Lideranças das comissões municipais quilombolas empoderadas, com participação nos espaços de deliberação política
e controle social
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- 8 Conselhos
Municipais de Igualdade
Racial;
- 6 Conselhos
Municipais de Saúde;
- 2 Conselho do
FUNDEB;
- 2 Conselho Nacional
de Segurança Alimentar
e Nutricional
(CONSEA);
- 2 Conselho Municipal
de Cultura ;
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Segue-se firme em busca dos objetivos do projeto para a titulação dos territórios
quilombolas, mesmo sabedores que se trata de uma matéria governamental em que não
termos governabilidade. Nesse caso as titulações dos territórios sobre responsabilidade do
governo federal (INCRA), estão comprometidas devido a divergências do entendimento
governo federal em relação aos povos e comunidades tradicionais do Brasil. A declaração
do Presidente tem sido enfática desde sua campanha em não titular nenhuma terra
quilombola no Brasil, segundo ele “são muitas terras” que deveriam ser “exploradas
melhor.
Mesmo com esse cenário adverso por parte do governo federal, estamos utilizando
meios jurídicos, mobilizações e fortalecimento das lideranças. Avaliamos em grupos e com
representantes de comunidades quilombolas que o andamento, mesmo que lento, na
tramitação dos processos tem possibilitado uma aproximação e mobilização maior entre as
comunidades, e entre elas o CCN. Mesmo estando em situação de insegurança jurídica em
seus territórios, as lideranças tem reafirmado o sentimento de pertencimento assim como a
certeza do direito a posse.
De certo modo a regularização fundiária é uma matéria exclusiva dos governos, cabe
ao Projeto assegurar a assessoria e defesa dos territórios quilombolas que se propôs junto a
MISEREOR. Assim, elaborando e buscando estratégia de luta que possa resultar na
permanência dos quilombolas em seus territórios com a devida assistência do Estado com
as políticas públicas. Acordamos com as lideranças quilombolas em fazermos ações
conjuntas para que o Estado possa titular os territórios quilombolas, levando alguns
processos que estão no INCRA para o ITERMA.
Vale destacar que nas audiências realizadas junto ao INCRA foram inclusas todas as
comunidades acompanhadas pelo PVN para a construção do RTID.Outra importante ação
se diz respeito aos espaços de participação popular e a criação de instâncias representativas
de diálogos pelos quilombolas, que de certa maneira tem ajudado e ampliado o diálogo
com as instâncias governamentais que ainda tem um importante papel político na defesa
dos territórios quilombolas.
Em colaboração com as instituições parceiras realizamos diálogos e estratégia
conjunta com os órgãos governamentais e instituições de defesa de direitos como MPE,
MPF, DPE e DPU, COECV, CEDH para implementação das políticas públicas.No ultimo
ano tivemos uma grande redução das atividades presenciais o que de certa forma
prejudicou o alcance dos objetivos do projeto na sua totalidade, com a paralização das
ações dos orgãos publicos, principalmente com relação as titulações que não foi possivel
ter nenhuma concretizada, apenas avanços nos processos.
Quanto a politica da educação escolar quilombola, foi prejudicada devido a
paralização das atividades escolares, as aulas remotas ou a distancia não alcançaram a
maioria dos quilombos. Outra situação que se intesificou foi o fechamento das escolas
quilombolas. Contudo, com algumas provocações foi possível participar da escuta
realizada pelo Conselho Estadual de Educação para elaboração das diretrizes estaduais de
educação escolar quilombola e em alguns municípios manter lideranças nos Conselhos
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Municipais de Educação.
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se estabelece mútuos deveres para (comunidade e PVN). Deste modo, desde de janeiro
de 2021 tem-se adotado como prática uma Reunião de Monitoramento com todas as
comunidades, territórios e UNIQs assessoradas pelo Projeto com o propósito de
nivelamento das ações e coleta de impressões dos trabalhos até aqui desenvolvidos, esta
vem sendo realizada semestralmente.
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Por outro lado, o andamento, mesmo que lento, na execução de alguns estudos
antropológicos tem possibilitado uma aproximação e mobilização maior entre as
comunidades, e entre elas e o CCN. Em relação ao recorte de genero é perceptivel que a
maioria das comunidades tem na mulheres as grandes lideres de luta, nesse sentido, o PVN
vem, constantemente, fortalecendo o protagonismo das organizações de mulheres
existentes nos territórios quilombolas de atuação, incentivando da participação em atos e
ocupação de espaços de decisão política das comunidades quilombolas.
3.4 Que riscos e/ou oportunidades inesperadas existem atualmente para a implementação
do projeto?
RISCOS
Conjuntura política do governo federal
A não titulação dos territórios quilombolas pelo governo federal;
Avanço dos grandes projetos sobre os territórios quilombolas no Maranhão:
Duplicação da BR 135 que impactará diretamente 120 quilombos de 13 municípios,
cerca de 9600 famílias;
Acordo de salvaguarda entre o Brasil e os EUA para exploração do Centro de
Lançamento de Alcântara que levará ao deslocamento de 30 comunidades quilombolas
mais de 800 famílias;
Implantação do Porto São Luís da empresa TUP que poderá expulsar a comunidade de
Andirobal, que fica na grande Ilha de São Luís;
Destruição do patrimônio imaterial das comunidades quilombolas;
Forte ameaça das igrejas evangélicas nos territórios quilombolas que tem agido de forma
racista e intolerante as religiões de matriz africana;
A construção do Porto da Ilha do Cajual em Alcântara que impactará, além da população
da Ilha, toda a cidade de Alcântara;
O avanço do projeto do MATOPIBA no bioma cerrado atingindo as regiões do Baixo
Parnaíba ao Vale do Itapecuru impactando centenas de territorios quilombolas;
Implantação de linhas de transmissão de alta tensão na região da Baixada Ocidental
Maranhense;
Impantação de projetos de piscicultura nos campos naturais e Baixada Maranhense;
REAÇÕES
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Nesse primeiro ano do triênio realizamos duas avaliações e monitoramento das ações
do projeto com a participação das lideranças quilombolas, consistindo em avaliações
externas, uma em 2021 de forma remota e a outra em janeiro de 2022, nestas realizamos o
levantamento situacional dos territórios, das principais demanda apresentadas e a
especificação das estratégias indivudalizadas por comunidades e territórios.
Tem-se ainda como prática a feitura do planejamento semestral pela equipe do PVN,
assim como mensalmente, se pensa a agenda de campo, ambos momentos de analise e
deliberações quanto a atuação da equipe, com intuito de subsidiar uma restruturação da
nossa jornada enquanto projeto e, sendo necessário, repensar abordagens e ou estratégias.
Mesmo com as incertezas existentes, considerando o ineditismo da situação
pandêmica, avaliamos coletivamente (público-alvo, técnicos do projeto e direção do CCN) a
necessidade de intensificar nossa presença no quilombo. Buscamos atuar de forma remota,
mas não obteve-se bons resultados em decorrencia da dificuldade de acesso a internet.
Apesar disso avalia-se com positivo os resultados uma vez que houve uma incidencia
politica em temas centrais como: garantia direitos basicos (vacina ao público, cestas básicas
e de higienie).
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4. Conclusões
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ANEXO
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%C3%87%C3%83O-189-2020.pdf
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