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CULTO DAS CRIANÇAS

Reflexões sobre seus princípios e práticas


RECEPÇÃO
QUEM SOU EU?
José Mauricio Passos Nepomuceno

Pastor Efetivo da
Igreja Presbiteriana de Vila Formosa
São Paulo - SP
José Maurício Passos Nepomuceno

Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Rev.


José Manoel da Conceição
Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie – convalidação de créditos
Mestre em Ciências da Religião pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie
Mestrando em Teologia Filosófica pelo Centro de Pós
Graduação Andrew Jumper
E QUEM É VOCÊ?
Quem é você?

Seu nome?
De onde é?
Há quanto tempo atua com crianças?
Qual o seu interesse nesta oficina?
DEVOCIONAL
Devocional

E Jesus, chamando uma criança, colocou-a


no meio deles. E disse: Em verdade vos digo
que, se não vos converterdes e não vos
tornardes como crianças, de modo algum
entrareis no reino dos céus. Portanto,
aquele que se humilhar como esta criança,
esse é o maior no reino dos céus. E quem
receber uma criança, tal como esta, em
meu nome, a mim me recebe.
Mateus 18.2-5
PONTO DE PARTIDA
Restaurar a Teocentricidade da Vida

DEUS Mente

REALIDADE
A tarefa do pregador para crianças é conduzir o
coração humano a viver e compreender a vida a
partir da realidade de DEUS como o centro e o
significado último de toda a realidade. Este é valor
Ação
que norteia toda a atividade do Culto das
Crianças.
PRINCÍPIOS
Princípios

Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu


coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também
as atarás como sinal na tua mão, e te serão por
frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais
de tua casa e nas tuas portas.
Deuteronômio 6.6-9
Princípios

O PRINCÍPIO de ALIANÇA é um dos temas


centrais de toda a ESCRITURA.
A unidade PACTUAL entre adultos e crianças é
um dos elementos que compõem a estrutura
deste princípio. Esta unidade pactual
estabelece um compromisso de ensino e
vivência da fé tanto no contexto da família
nuclear, quanto no contexto da família da fé.
Princípios

O que ouvimos e aprendemos, o que nos


contaram nossos pais, não o encobriremos a
seus filhos; contaremos à vindoura geração os
louvores do Senhor, e o seu poder, e as
maravilhas que fez.
Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e
instituiu uma lei em Israel, e ordenou a nossos
pais que os transmitissem a seus filhos,
Princípios

A fim de que a nova geração os conhecesse, filhos


que ainda hão de nascer se levantassem e por sua
vez os referissem aos seus descendentes; para
que pusessem em Deus a sua confiança e não se
esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe
observassem os mandamentos e que não fossem,
como seus pais, geração de coração inconstante
e cujo espírito não foi fiel a Deus.
Salmo 78.3-8
Princípios

Sobre tudo o que se deve guardar,


guarda o teu coração, porque dele
procedem as fontes da vida.
Provérbios 4.23
Princípios

O PRINCÍPIO de CENTRALIDADE DO CORAÇÃO está


diretamente ligado ao conceito de TOTAL
DEPRAVAÇÃO e aponta para a necessidade de se
lutar contra as inclinações pecaminosas da natureza
caída, por meio de um constante treinamento da
MENTE.
O CORAÇÃO humano, como sede de toda a
formulação da FÉ é o centro de nossa experiência
religiosa e o ponto focal. Alimentar o coração com a
Palavra de Deus, implica em uma atitude cognitiva,
por meio de aprendizagem.
Princípios

Guardo no coração as tuas PALAVRAS, para


não pecar contra ti.
Salmo 119.11
Porque é coisa agradável os guardares no teu
coração e os aplicares todos aos teus lábios.
Para que a tua confiança esteja no Senhor,
quero dar-te hoje a instrução, a ti mesmo.
Provérbios 22.18-19
Princípios

Direi ao Norte: entrega; e ao Sul: não


retenhas; trazei meus filhos de longe e
minhas filhas, das extremidades da terra,
a todos os que são chamados pelo meu
nome, e os que criei para minha glória, e
que formei e fiz.
Isaías 43.6-7
Princípios

O PRINCÍPIO DOXOLÓGICO é aquele que aponta


para a grandiosa afirmação: FOMOS CRAIADOS
PARA GLORIFICAR.
Toda a Criação adora a Deus, mas o ser humano o
faz de uma maneira ainda mais gloriosa: ADORAMOS
A DEUS COM ENTENDIMENTO. Este princípio
DOXOLÓGICO deve nos comprometer com a
premissa de que também AS CRIANÇAS ADORAM A
DEUS e podem fazê-lo com entendimento cada vez
maior.
Princípios

Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes


Jesus: sim, nunca lestes: da boca de pequeninos e
crianças de peito tiraste perfeito louvor?
Mateus 21.16
Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os
embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino
dos céus.
Mateus 19.14
BREVE HISTÓRICO
Uma pesquisa provisória

Em 1780, na Inglaterra, Robert Raikes observa grande


número de crianças empobrecidas, brincando na rua, e
é informado que aos domingos este número é ainda
maior, porque também as crianças precisavam
trabalhar muito, durante a semana, sem oportunidades
para aprender a ler e escrever.
No ano de 1790, a Escola Dominical começa a ser
conhecida em Hamburgo, sofre um processo de
adaptação à realidade alemã, e por algum tempo é
considerada como complementação da educação
elementar. Porém, somente em 1825 é iniciada a
primeira Escola Dominical alemã.
Uma pesquisa provisória

Porém, a prática alemã não conseguiu assimilar a


concepção inglesa de ensino. A intenção era
transformá-la em “Gottesdienst für Kinder”, Culto para
crianças.
Em 1838, Johann Hartwig Bauer usa o termo
“Kinderkirche”, Igreja Infante; e em 1847, Eduard Gleib
e colaboradores usam o termo “Kindergottesdienst”,
Culto das crianças/Culto Infantil.
Uma pesquisa provisória

Em 1869, o nome Escola Dominical como Culto Infantil,


é usado para distinguir as duas dimensões do trabalho
feito com crianças: uma dimensão catequética,
centrada no ensino da tradição cristã através de
histórias bíblicas, e outra litúrgica, centrada na
convivência comunitária e expressão da fé através de
cantos, orações e narrativas bíblicas.

Em 1882, em Bremen, o Congresso de Escolas


Dominicais determina como definitivo o termo
“Kindergottesdienst”, firmando o Culto Infantil como
trabalho comunitário, mais voltado para a dimensão
litúrgica.
Uma pesquisa provisória

Não temos uma historiografia do Culto Infantil no Brasil. Os


registros mais antigos que temos desta prática está no
círculo luterano.

No Brasil, a Escola Dominical se estabeleceu firmemente,


desde o início do protestantismo na terra de D.Pedro II.

O Culto Infantil não foi enfatizado, senão pelos Luteranos que


se tornaram os pioneiros a trazerem a prática para a terra
brasileira.

Temos registros de que o Departamento de Catequese da


IECLB se reorganizou em 1963 e entre suas iniciativas estava
a organização da Escola Dominical e do Culto Infantil.
Uma pesquisa provisória

No relatório do VII Concílio Geral (referente às atividades de


1968 a 1970) desta denominação está registrado o empenho
da Comissão de Catequese em reunir os orientadores da
Escola Dominical e do Culto Infantil, enfatizando os cursos
preparatório para estes orientadores, bem como a confecção
de materiais e outros subsídios para esta tarefa.

Em 1972, substituíram as revistas de Escola Dominical


usadas para a instrução das crianças no culto, por um livreto
chamado: Manual para Orientadores do Culto Infantil.
Uma pesquisa provisória

A pesquisa aqui é provisória e a historiografia do Culto


Infantil ainda precisa de estudiosos que se dediquem a este
tema.

No final dos anos 80 temos o crescimento do interesse do


ensino da criança na Igreja e o surgimento da iniciativa de
uma classe para crianças no horário dos cultos.

Nos anos 90, a prática começou a se espalhar e atualmente já


está presente na maior parte das denominações, mais
fortemente nas denominações históricas.
Uma pesquisa provisória

Fontes:
 JUNGE, Letícia Benke - CÂNTICOS NO CULTO INFANTIL E NA ESCOLA DOMINICAL -
EXPERIÊNCIAS NAS COMUNIDADES DA IECLB DE CIANORTE E JOINVILLE (1968-
1981) – São Leopoldo, RS – Escola Superior de Teologia – EST – BANCO DE TESES E
DISSERTAÇÕES – Mestrado.

 RODRIGUES, Marilze Wischral - HISTÓRIA DO CULTO INFANTIL E SEU PROPÓSITO NA


ATUALIDADE - Vox Scripturae – Revista Teológica Brasileira – São Bento do Sul/SC – vol.
XX – n. 1 – dez. 2012 – p. 76-97
O QUE É O CULTO
DAS CRIANÇAS?
Culto Infantil? É um bom nome?

Terminologia é uma importante decisão, porque é


decisiva para conferir significado.
“Culto Infantil”, apesar de ter o uso tão generalizado,
acredito que não defina adequadamente o propósito do
ato de conduzir crianças para ouvir a Palavra em
espaço distinto dos adultos.
Alguns líderes, identificando problemas, estão
denominando “Mensagem para as Crianças”, “Pregação
para as Crianças”.
Culto Infantil? É um bom nome?

Nosso cuidado com o nome “culto infantil” é a sugestão


de “menor importância” que se pode colher e o efeito
que esperamos do processo pode ficar comprometido.
Temos de encarar a realidade de que há uma distorção
generalizada sobre os objetivos do chamado “culto
infantil” e isto pode ser muito mais prejudicial do que se
imagina.
Portanto, temos um desafio: ENCONTRAR UMA
TERMINOLOGIA QUE DEFINA EXATAMENTE O QUE
QUEREMOS.
Culto Infantil? É um bom nome?

A Prof. Marcia Barbuti prefere denominar: O


CULTO COM AS CRIANÇAS, valorizando a
ideia de continuidade do princípio de
unidade.
Organizadores do material publicado pela
Editora Cultura Cristã, propõem: “O Culto
das Crianças”.
Culto Infantil? É um bom nome?

Não há uma restrição ao nome “Culto


Infantil”, mas é preciso que todos
compreendam bem os objetivos e
metodologia deste evento doxológico.
Acredito que os concílios ainda se
manifestarão quanto a isto. Cabendo,
inicialmente à liderança da igreja local
(Conselho) sua definição.
Culto Infantil, o que não é?

Culto infantil não é um recurso para impedir


que as crianças atrapalhem os pais. Ou um
espaço lúdico para oferecer às crianças
mais lazer, evitando que fiquem entediadas
durante o ato litúrgico da igreja.
Culto infantil não é um prolongamento da
Escola Dominical.
Culto infantil não é sala de jogos, cinema,
brincadeiras, gincanas etc..
Você consegue definir?

O culto infantil é o nome dado ao esforço de permitir às


crianças que, em um dado momento do culto público,
sejam conduzidas a um ambiente preparado para lhes
oferecer prática cúltica e ensino da Palavra.
Trata-se de um momento para a “pregação da Palavra”
visando o fim específico de desenvolver
doxologicamente a mente infantil, por meio de
exposições bíblicas em linguagem mais ajustada às
suas possibilidades cognitivas.
A finalidade é que aprendam com o exercício
devocional de ler e ouvir as Escrituras.
QUAL O OBJETIVO
DO CULTO DAS
CRIANÇAS?
Qual o Objetivo do Culto das Crianças?

Objetivo Doxológico
O Culto das Crianças é um instrumento de preparação e
tem o intuito de ensiná-las como manter um bom hábito
litúrgico.
O objetivo é que a criança se torne um adolescente,
jovem e adulto, que saiba acompanhar um ato cúltico,
retirando dele o melhor para o seu crescimento
pessoal.
Portanto, O Culto das Crianças É um ato de
ADORAÇÃO, com a finalidade de amadurecer na
criança uma mentalidade adoradora (doxológica).
Qual o Objetivo do Culto das Crianças?

Objetivo Cognológico (natureza cognitiva)


O Culto das Crianças deve trabalhar o CONHECIMENTO
BÍBLICO nos termos da narrativa da REDENÇÃO. O
objetivo deste trabalho é fortalecer a mentalidade
redencional, conduzindo a criança em um conteúdo que
aponta primordialmente para a OBRA SALVÍFICA DE
CRISTO.
Não se trata, portanto, de apenas contar as histórias
bíblicas isoladamente, como se fossem núcleos isolados
de conhecimento. O Culto das Crianças deve cumprir,
primordialmente, o papel de fazer a ligação das
histórias com a o todo da Revelação Progressiva.
Qual o Objetivo do Culto das Crianças?

Objetivo Cognológico (natureza cognitiva)


Por causa deste caráter cognológico do Culto das
Crianças, ele deve enfatizar a PALAVRA DE DEUS como
o seu conteúdo.
A criança deve ser treinada no ideal de entendimento
do valor e a centralidade da PALAVRA para a adoração
e como fonte de conhecimento a respeito da VIDA E DE
DEUS.
COMO
ORGANIZAR?
Como Organizar o Culto das Crianças?

A Realidade da Igreja
Cada igreja local tem uma realidade distinta. Portanto,
cada igreja terá suas particularidades.
Transportar qualquer estrutura de um lugar para o outro
sem adaptar à realidade local é um erro e causará
distorções destrutivas ao trabalho.
O primeiro passo para a organização do Culto das
Crianças é a consideração honesta sobre a realidade e
as possibilidades locais.
Elementos como “número de crianças”, “espaço físico”,
“disponibilidade de material humano”, “treinamento”
etc., precisam ser considerados.
Como Organizar o Culto das Crianças?

A Participação da Liderança
No contexto presbiteriano e da maior parte das igrejas,
o pastor é figura central do ensino. Portanto, o Culto das
Crianças deve ser organizado com a sua participação e
aprovação.
Além da participação da liderança na organização do
Culto das Crianças, é necessário que também se
envolva com a sua realização e manutenção.
Dentro da disponibilidade, a exemplo de algumas
igrejas, pastores, presbíteros e diáconos, se envolvendo
diretamente com o ensino e acompanhamento do Culto
das Crianças.
Como Organizar o Culto das Crianças?

A Participação dos Pais


Os pais são os principais colaboradores do Culto das
Crianças. Primeiro, porque o Culto das Crianças não é
um substituto dos pais no ensino doxológico, nem no
inculcar da mentalidade redencional.
Produzir material explicativo para a orientação dos pais
e reunir-se com eles com alguma frequência, além de
dar-lhes feedback a respeito do desenvolvimento dos
filhos no contexto do Culto das Crianças.
Os pais devem estar conscientes dos propósitos e do
conteúdo do Culto das Crianças, sendo
responsabilizados por preparar seus filhos para melhor
aproveitar deste instrumento.
Como Organizar o Culto das Crianças?

Preparação e Participação dos Mestres (dirigentes)


Devido a todas as especificidades do Culto das
Crianças, os Mestres (dirigentes) devem ser preparados
para desempenhar o seu papel.
Também se deve evitar que alguém permaneça
continuamente como Mestre da Palavra para as
crianças. Afinal, o Mestre também precisa ser
alimentado.
Sugerimos uma escala que seja trocada, depois de
algum tempo. Por exemplo, um Mestre fica à frente por
dois ou três meses no máximo (no decorrer do ano).
Como Organizar o Culto das Crianças?

Preparação e Participação dos Mestres (dirigentes)


O incentivo para a participação em congressos, aulas
com o pastor, cursos específicos, aquisição de
literatura, são algumas das formas de estimular o
Mestre do Culto das Crianças.
Algumas matérias são fundamentais para a preparação
e um Mestre da Palavra no Culto das Crianças:
princípios de liturgia; símbolos de fé; história da
redenção etc..
Como Organizar o Culto das Crianças?

O Conteúdo da Pregação do Culto das Crianças


O conteúdo bíblico a ser ministrado no Culto das
Crianças deve seguir a orientação pastoral. Fazemos
algumas sugestões:
1) Seguir o planejamento pastoral para as pregações –
ou seja, procurar manter uma sintonia de conteúdo
com a mensagem ouvida pelos adultos;
2) Valer-se de materiais, como o “Crianças Adoram a
Deus” (Ed. Cultura Cristã), que programam um
roteiro seguro que cubra as principais histórias da
obra redencional.
Como Organizar o Culto das Crianças?

Organizando o Espaço
O espaço para o Culto das Crianças deve ser
organizado segundo duas preocupações centrais:
1) É necessário considerar a idade que irá ocupar o
espaço, cuidando para que as crianças possam
participar de forma confortável e manter a atenção.
Não se reúna em salas muito grandes, nem muito
pequenas;
2) Outra necessidade é tratar o local adequando-o à
finalidade do Culto das Crianças, lembrando das
necessárias distinções quanto à Escola Dominical.
ASPECTOS
PRÁTICOS
Aspectos Práticos

O Tempo do Culto das Crianças


O tempo dedicado ao culto das crianças depende de
cada igreja local. Mas, recomenda-se que as crianças
permaneçam na adoração coletiva em todas as partes,
sendo conduzidas para o Culto das Crianças apenas no
momento da pregação.
O tempo que será dedicado ao processo do Culto das
Crianças será equivalente ao da pregação da Palavra no
Culto dos Adultos e dos elementos de termino após a
pregação.
Cada igreja tem uma realidade, portanto, cada dirigente
deverá considerar esta realidade para organizar o
tempo a ser utilizado.
Aspectos Práticos

Como conduzir as crianças?


Já dissemos a partir de qual momento. Algumas igrejas
optam por um momento as crianças com o pastor da
igreja ou para uma palavra direta à elas, ou apenas uma
oração.
De preferência que sejam conduzidas à vista de toda a
igreja e que a oração por iluminação para ouvir o
sermão seja comum para crianças e adultos.
Em alguns locais os pais conduzem as crianças até à
frente para a oração, em outros apenas as crianças. O
importante é que fique claro que elas continuarão no
processo de adoração, para receber a Palavra.
Aspectos Práticos

A idade sugerida
Cada igreja tomará a decisão de qual a idade que irá
participar do Culto das Crianças. A publicação da
Editora Cultura Cristã (Crianças Adoram a Deus), indica
de 04 a 10 anos.
Acredito que as crianças a partir de 03 anos já possam
participar e também acredito que a partir dos 11 anos
elas já têm condições de participar com qualidade da
pregação com os adultos.
O critério é local e deve se levar em conta os fatores de
aproveitamento do aprendizado para a criança.
Aspectos Práticos

Liturgia das Crianças – Música, leituras, orações...


Dependendo do tempo que se possa destinar para o
Culto das Crianças, o dirigente poderá conduzir um
espaço para continuidade da liturgia, com um ou dois
cânticos, até hinos que eles conheçam (estimulem os
músicos da igreja a lhes ajudar) e escolham músicas
que estejam ligadas ao tema a ser ministrado na
Palavra.
Poderá o dirigente incluir orações, ensinando as
crianças a orar em público e até ter orações
específicas, por missionários, pela igreja, pela
pregação que irão ouvir etc..
Aspectos Práticos

Liturgia das Crianças – Música, leituras, orações...


O dirigente também poderá fazer alguma leitura
conjunta. Um versículo bíblico ou um trecho curto
(lembre que alguns não sabem ler).
O mais importante é o tempo que poderá ser dedicado à
Ministração da Palavra, então não se exceda neste
momento para evitar que o tempo do Culto das Crianças
provoque o desencontro com o término a pregação para
os adultos.
O dirigente poderá ser um presbítero, diácono, dando
preferência a que seja alguém distinto do Mestre que
ministrará a Palavra (considerando a possibilidade
local).
Aspectos Práticos

Ministração da Palavra
Este é o grande objetivo do Culto das Crianças e o
entendimento delas é a base da realização deste culto.
Portanto, a Palavra deve ser ministrada levando em
consideração o entendimento das crianças.
Sugerimos que se separe as crianças para ouvir a
Palavra em ao menos dois grupos: os que não sabem ler
e os que já sabem.
Use linguagem próxima para a criança. Aproxime-se
dela, use a linguagem corporal, modulação da voz.
Busque intensamente que ela ouça a Palavra.
Aspectos Práticos

Ministração da Palavra
Para as crianças que não sabem ler, utilize mais as narrações
das histórias. Use ilustrações, mídia, cartazes, desenhos etc.
Cuidado com as imagens projetadas via power point ou
outros recursos eletrônicos. As crianças, até os 10 anos
(apesar da revolução tecnológica), tem um universo de
imaginação muito mais amplo e às vezes é melhor ilustrações
pintadas, mais físicas que projeções – evite filmes que
contem a história por você, eles precisam aprender a ouvir
uma pessoa contando a história da Bíblia.
Caso haja atividades de pintura, procure encerrar o culto com
eles, com uma oração pela vida deles e deixe-os pintar ou
desenhar, de preferência usando material que esteja com
ligação à mensagem.
Aspectos Práticos

Ministração da Palavra
Com as crianças maiores, que já sabem ler, utilize mais
o texto bíblico. Ensine-os a fazer anotações do que
estão ouvindo, isto irá prepará-los para ouvir e anotar
sermões do pregador nas fases posteriores da vida de
adoração.
Procure os pontos centrais das narrativas bíblicas,
fazendo as ligações necessárias com a obra de
salvação (procure literaturas sobre a pregação de
Cristo na Bíblia).
Aspectos Práticos

Ministração da Palavra
Não se preocupe em fazer muitas divisões. Mas se fizer,
deixe-as bem claro, para que aprendam a identificar as
divisões de um sermão.
Faça aplicações, afinal, a Bíblia precisa fazer sentido
para a vida deles. Estas aplicações devem ter uma
ligação direta com o ponto principal da passagem que
foi pregada. Evite fazer aplicações que nada tenham a
ver com o texto.
Aspectos Práticos

Finalizando
É muito importante ficar claro para a criança que o
culto terminou. Encerre com uma oração, pedindo pela
vida das crianças e pela sua semana na família, na
escola etc.
Caso o ministração da Palavra já tenha acabado, mas o
culto no âmbito dos adultos ainda não, procure finalizar
com uma oração, ou um cântico. Se for dar alguma
atividade para pintar, procure deixar claro o término do
culto, pois eles precisam saber que a pintura é uma
atividade que não fez parte do culto.
Aspectos Práticos

Finalizando
Conduza as crianças com cuidado para o encontro com
os pais. Algumas igrejas, preferem que os pais venham
buscar as crianças. De qualquer forma, procure não
deixa-las desorientadas, entrando e saindo da igreja.
Cuidado com as crianças visitantes, os pais nem
sempre sabem como funciona o Culto das Crianças e as
próprias crianças também não sabem.
CONSIDERAÇÕES
ESPECIAIS
Considerações Especiais

Domingo de Santa Ceia


Temos recomendado que no dia de Santa Ceia, ou ao
menos um domingo por mês, que as crianças passem o
tempo todo com os pais.
Principalmente no dia da Santa Ceia, por causa da
prescrição bíblica de que os pais digam aos filhos o que
significa a Páscoa, e por analogia, a morte e
ressurreição de Cristo. Pela cena instrutiva da
distribuição dos elementos e toda a importante
significação conferida pelo momento.
Considerações Especiais

Domingo de Santa Ceia


Uma ferramenta que pode ser utilizada é um “Boletim
das Crianças” para que neste dia, eles possam ser
conduzidos ao longo da mensagem e retenham mais
efetivamente o que está sendo pregado.
Obs* Acreditamos que eles aprendem, mesmo sem
recursos. Afinal, a obra do Espírito Santo é quem efetiva
a pregação no coração de todos.
Considerações Especiais

Idade Limite
Uma sugestão que tem surtido um efeito positivo tem a
ver com a idade limite. Esta idade é aquela que foi
determinada como sendo o último ano que a criança
acompanhará o Culto das Crianças.
Nossa sugestão é que, no último semestre deste ano, as
crianças permaneçam, uma vez por mês (além da Santa
Ceia) acompanhada com um Mestre do Culto das
Crianças com a finalidade de aprender a ouvir o sermão
do pregador e anotar.
Isto produz o hábito e ajuda muito na adaptação que
deverá acontecer no próximo ano, quando ela não mais
participará com as crianças.
Considerações Especiais

Précatecumenato liturgico

Acredito que o Culto Infantil pode sim exercer um papel


preparatório, como um précatecumenato litúrgico e também
um instrumento modelador do discípulo de Cristo criança.

Espero que muitos de vocês consigam desenvolver pesquisa


bíblica e teológica sobre este tema e nos ajudar a
desenvolver biblicamente este conceito.

Devemos estar prontos para educar os nossos filhos e


prontos para fazê-lo de acordo com a Palavra de Deus.
NOVOS
DESAFIOS
Novos Desafios

Produção acadêmica na área


Desenvolvimento de treinamentos
específicos para expositores
bíblicos para crianças
Produção teológica no tema
Expansão do conceito
PERGUNTAS
FIM

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