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na família
O
primeiro mandamento que Deus deu a Adão e Eva foi:
“Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra” (Gn.
1:28). Nos últimos anos, a ciência está colocando ao al-
cance dos casais recursos que possibilitam a limitação de
filhos, e até, em muitos casos, a ausência total deles. Todo pai e mãe em
perspectiva deve meditar nas palavras do salmista: “Herança do Senhor
são os filhos; o fruto do ventre o seu galardão... Feliz o homem que enche
deles a sua aljava” (Sl. 127:3,5).
Os pais são os responsáveis pelo lar. Este é o padrão da sociedade
humana. A atmosfera do lar depende muito das atitudes pessoais e da ma-
neira de pensar dos pais. Os pais crentes que têm uma base segura dentro
da crença num Pai Celestial que os ama e cuida deles, se refletirá nas rela-
ções familiares. Os pais cristãos, seguros na liderança de sua família, se-
guindo diariamente os ensinos de Jesus, assumem suas responsabilidades
como guias do lar e exemplos vivos nas relações com todos os membros
de sua família.
Vivemos uma época em que a família enfrenta forças destruidoras.
As influências da civilização moderna dificultam, em muitos sentidos, a ta-
refa dos pais na criação dos filhos. Ainda que a responsabilidade dos pais
seja algo indiscutível, é bom lembrar que eles contam com o auxílio do Se-
nhor Jesus na consecução dos seus planos, envolvendo, naturalmente, o
bem-estar de seus filhos. Deus tem posto os pais por mordomos seus
quando lhes confia filhos.
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nutri-los com a Palavra de Deus, é uma tarefa difícil, requer dos pais
constante comunhão com o Senhor.
Uma vez compreendido o alto valor de nutrir espiritualmente os fi-
lhos, vale a pena considerar as seguintes questões:
- Porquê instruir os filhos. Deus deu a cada criança a capacidade de
saber e fazer, e elas são inseparáveis. Portanto, cabe aos pais contribuir
para o desenvolvimentos dos filhos. O treinamento controla o saber, en-
quanto que a educação, providencia o conhecimento de como fazer o que
se sabe. Criar os filhos na “admoestação do Senhor” significa criá-los de
tal forma que possam agir como pessoas preparadas para o serviço do Se-
nhor, e, com as faculdades da alma, do corpo e do espírito para cumprir
a Sua vontade. O desenvolvimento dos valores e das virtudes são parte
importante na nutrição moral, intelectual e espiritual dos filhos.
- Como instruir os filhos. Instrução é comunicação do conhecimen-
to secular ou religioso, enquanto que, treinar, visa o desenvolvimento das
faculdades humanas. Deste modo o treinamento ajuda a criança a fazer
aquilo para o que foi instruído. Quanto à instrução religiosa, sábios são
pais que conseguem conduzir os filhos pelos retos caminhos do Senhor
sem força e violência; que conseguem que eles os olhem com respeito co-
mo seus guias espirituais, e lhes sigam os conselhos para se tornarem
crentes fiéis. Enquanto o barro está mole, o oleiro faz dele o vaso que de-
sejar. Assim é com a criança, nunca é demasiadamente cedo para ensinar-
lhe o bem, em admoestá-la nas verdades do Senhor. “E vós, pais, não
provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação
do Senhor” (Ef. 6:4).
6:6,7). A expressão “estarão no teu coração” diz que estarão bem guarda-
das, afim de não perdê-las. A vida dos pais deverá agir em torno das se-
guintes palavras: “que hoje te ordeno” e, conseqüentemente, de serem
sempre lembradas, ensinando-as aos filhos a todo tempo, em todo lugar.
Os pais que têm autoridade e liberdade para ensinar aos filhos, e que estes,
lhes tem respeito e a disposição de seguirem os seus conselhos são chama-
dos bem-aventurados. Vivendo um relacionamento nestes moldes, pais e
filhos estarão concorrendo para a unidade do lar e no sentido de que o no-
me de Deus seja glorificado. Provérbios 20:7 nos diz: “O justo anda na
sua integridade; felizes lhe são os filhos depois dele”.
A criança tem a capacidade inata de estar sempre aprendendo. A ca-
da momento ela recebe impressões que afetam as suas atitudes, seu com-
portamento, sua fé, sua personalidade e seus hábitos. Muito do que ela
aprende vem através da observação das ações dos adultos, principalmente
dos pais. Pelo fato de nascer com a natureza pecaminosa, ela copia e imita
o mal com mais facilidade do que o bem. Por isto, os pais devem dar o
melhor exemplo diante dos filhos. Se o exemplo dos pais não se coadunar
com a conduta cristã, eles serão responsáveis diretos pelo afastamento dos
filhos dos caminhos de Deus. Que se cumpra a profecia de Isaías 54:13:
“E todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e a paz de teus filhos
será abundante”.
D) Disciplinar os filhos:
Disciplinar significa literalmente tornar discípulos. Deste modo, toda
autêntica autoridade para disciplinar procede de Deus, pois Ele próprio dis-
ciplina a seus filhos. “E já vos esquecestes da exortação que vos admoesta
como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te de-
sanimes quando por ele és repreendido” (Hb. 12:5). Assim, métodos de
disciplina iguais aos que o Pai celestial usa, devem ser usados pelos pais
cristãos no trato com seus filhos. A disciplina possui dois aspectos:
- A Instrução. Ensino que tem o alvo de instruir, moldar, fortalecer e
aperfeiçoar o caráter.
- A Correção. Castigar com amor e com propósito. A disciplina, em
sentido pleno, emana de Deus, acerca do que diz a Bíblia: “O Senhor cor-
rige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina
que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai
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não corrija?” (Hb. 12:6,7). Deus corrige por amor e com amor. Então
vem o resultado: “Na verdade, nenhuma correção parece no momento
ser motivo de gozo, porém de tristeza; mas depois produz um fruto pacífi-
co de justiça nos que por ele têm sido exercitados” (Hb. 12:11).
Disciplinar os filhos não é puni-los impiedosamente; é corrigi-los, e
isso implica amor. Ao praticar a correção, os pais deverão usar o bom
senso, serem moderados, disciplinando por amor e com amor, e não com
ira. A vara usada com ira terá efeitos desastrosos.
Os propósitos da disciplina são: desenvolver o senso de respeito à
autoridade; estabelecer a prática da obediência; formar bons hábitos e
corrigir maus hábitos. O adulto de amanhã não saberá como respeitar
leis, regras e autoridades, se hoje, enquanto criança, for criado fazendo o
que bem quer. Por isso a disciplina começo desde o berço. A correção
deve ser aplicada no exato momento da falta cometida; não deve ser
guardada para outra hora. O filho não merece punição cruel, mas apenas
a correção. Através da disciplina no lar, o filho aprende a estabelecer os
limites da sua liberdade. Isto é indispensável como base da boa disciplina
pela influência que ela pode exercer sobre a sua vida espiritual e social.