Você está na página 1de 84

Ca rt i l h a

Servos
d os
J ov e n s S a r a d o s
QUARTA EDIÇÃO
- 2019 -
INTRODUÇÃO
Queridos Filhos, o Jovens Sarados nasceu da minha experiência
com o carisma Canção Nova e com a forma de evangelização dos
jovens da Canção Nova, que se expressa também no Jovens Sarados.
Uma vez que Dom Antônio disse para Monsenhor Jonas Abib:
“comece com os jovens, que é mais fácil”, Mons. Jonas também disse
a mim: “faça por eles o que hoje (devido a sua idade) não consigo
mais fazer”. O que é o carisma Canção Nova? É uma forma renovada
e priorizante de favorecer a experiência pessoal do encontro com
Jesus Cristo na eficácia do Espírito Santo.

Assim, é com alegria que fazemos chegar às vossas mãos essa


cartilha que contém um conteúdo simples, mas eficaz, para nos
edificar e direcionar nesse novo tempo de crescimento dos nossos
grupos.

Queremos por meio dela, a partir de agora tentar falar uma


mesma linguagem mas, acima de tudo, testemunhar pela vivência
daquilo que para nós é o estilo de vida jovens sarados, cuja base é
o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Saiba que ela (a cartilha)
não quer ser um instrumento opressor em vossas vidas, mas ao
contrário, um auxílio, um meio para nos ajudar a viver esse novo
estilo de vida que Nosso Senhor tem nos proposto.

Creia: o maior beneficiado será você mesmo! Pois a sua resposta


positiva ao conteúdo que ela nos propõe levantará uma juventude
sarada. Uma juventude que quer ser santa! Não por vaidade, mas
por vocação batismal, pois esse é o chamado maior para todo cristão.

Estamos juntos: hoje Deus criou um corpo integrado que tem


como única meta o céu.

Que essa cartilha, suscite em você um ânimo novo para mais um


ano de serviço a Deus na missão Jovens Sarados.

PADRE EDIMILSON
Fundador do Jovens Sarados
NOSSOS PATRONOS
SÃO JOÃO PAULO II

São João Paulo II nasceu no dia 18 de Maio de 1920,


em Wadowice, na Polônia. Foi batizado com o nome de
Karol Wojtyła.

Em Outubro de 1942, entrou no seminário de Cracóvia


clandestinamente, por causa da invasão comunista em
seu país, e a 1º de Novembro de 1946, foi ordenado
sacerdote. Em 4 de Julho de 1958, o Papa Pio XII
nomeou-o Bispo auxiliar de Cracóvia. Tendo em vista sua
espiritualidade marcadamente mariana, Karol escolheu
como lema episcopal a conhecida expressão “Totus tuus”.
A ordenação episcopal de Wojtyla foi em 28 de Setembro
do mesmo ano. No dia 13 de Janeiro de 1964, foi eleito
Arcebispo de Cracóvia. Em 26 de Junho de 1967, foi criado
Cardeal por Paulo VI. Na tarde de 16 de Outubro de 1978,
depois de oito escrutínios, foi eleito Papa.

Em sua vida, São João Paulo II enfrentou grandes


momentos de tribulação apoiado na fé, como a ocupação
nazista da Polônia e depois a ocupação soviética, em
que a Igreja viveu sob a perseguição férrea do regime
comunista desde sua entrada no seminário e por toda sua
vida como sacerdote e bispo. Em todo esse tempo, São
João Paulo II foi uma ardorosa testemunha da fé cristã e
do amor a Jesus e à Igreja Católica.

Seu pontificado, o mais longo da história da Igreja,


foi marcado por seu forte impulso missionário: 104
viagens apostólicas fora da Itália e e 146 no interior do
país. Seu zelo missionário era composto por um grande
amor à juventude: em 1985, deu início às Jornadas
Mundiais da Juventude. Seu
pontificado foi marcado ainda
por um fecundo Magistério e
impulso vivo à Igreja para o
desenvolvimento de uma nova
evangelização. Nós, Jovens
Sarados, somos resposta ao
apelo de São João Paulo II de
uma nova evangelização para
o III milênio e de seu amor pela
Juventude.

O Papa João Paulo II faleceu


no dia 2 de abril de 2005, aos
85 anos de idade e quase 27 de
pontificado, dando testemunho
de uma luta intrasigente pela
fé e pela verdade e de zelo
missionário pela promoção da
nova evangelização.

São João Paulo II,


Rogai pelos Sarados !
NOSSA SENHORA DA ALEGRIA

Nossa Senhora da Alegria e a


devoção francesa de Liésse.

A história nos diz que durante


o reinado de Fulco de Anjou (1131-
1143), quarto rei de Jerusalém, três
fidalgos de Laon, partidos para a
Cruzada, foram feitos prisioneiros
e conduzidos ao Cairo. O sultão
El-Afdhal tentava, por ameaças e
seduções, fazê-los abjurar a sua
fé. Não conseguiu abalar a piedosa
fidelidade de seus prisioneiros;
pelo contrário, estes converteram
a filha do príncipe, que decidiu não
só deixá-los fugir, como também
os acompanhou.

A evasão produziu-se sem embaraço, levando os


fugitivos consigo uma imagem da Santíssima Virgem.
Mas a sua situação era muito perigosa e uma noite,
abatidos pela fadiga e incertos do futuro, adormeceram
desanimados.

Ao despertar, qual não foi a surpresa! Reconheceram


sua terra natal. Estavam em França. Em uma noite foram
transportados milagrosamente do Egito para a sua pátria.
No outro dia, acharam no mesmo lugar a estátua de
Nossa Senhora, que trouxeram na fuga.

Como explicar a sua alegria e sua gratidão pelo


milagroso livramento? Fizeram erigir à Maria um
santuário onde aprouve à Virgem Santíssima multiplicar
os benefícios e as graças.
Na diocese de Laon se acha o célebre santuário de
Nossa Senhora de Lièsse. Este nome significa Nossa
Senhora da Alegria, e foi dado em memória dum
acontecimento feliz que o santuário de Lièsse recorda.
A Basílica de Nossa Senhora de Liesse em estilo gótico
flamejante, foi construída em 1134 pelos Cavaleiros de
Eppes e em seguida, reconstruída em 1384 e ampliada em
1480, e em 1923, a igreja foi transformada em Basílica.

Peçamos à Mãe de Deus que nos seja refúgio nas


nossas tribulações, e confiemos todas as nossas alegrias
àquela que a Igreja chama de Mãe da Esperança e de
Santa Alegria.

Nossa Senhora da Alegria,

Alegrai-nos !
- SUMÁRIO -

01
1) Como tudo começou
BLOCO
2) Quem somos?
3) O que é compromisso JS?
4) Qual é a missão JS?
5) O que é ser servo no JS?
CHAMADOS A 6) Qual o critério para ser um servo JS?

UM ESTILO
7) Como servir no JS?
8) O que diferencia um servo de um
DE VIDA participante do Grupo?
9) Servo JS: Um chamado missionário
10) Um servo JS bebe bebidas alcoólicas,
vai a shows e baladas?
11) O estilo de vida JS e a música

02
BLOCO

12) vida de oração, fundamento do nosso


estilo de vida

VIDA DE 13) Como é a vida de oração de um JS?

ORAÇÃO

03
BLOCO

14) Por que nossa marca é a acolhida?


15) Como um servo JS vive a afetividade e
a sexualidade?
SADIA 16) Como buscar viver reconciliado?

CONVIVÊNCIA
BLOCO 04 17) Como é o tempo de solteiro JS?
18) Como é o caminho de namoro JS?
19) Como é o namoro JS?
SOLTEIRO, 20) Como é o noivado JS?
21) A beleza do sacramento do
NAMORANDO matrimônio

OU CASADO

05
22) Um só corpo a serviço da salvação
BLOCO

das almas
23) Como estabelecer comunhão com as
missões e manter a unidade na obra JS?
24) Um presente de Deus para os Jovens
MUITOS Sarados: as Servas de Nossa Senhora da
Alegria
MEMBROS, 25) Como as missões e servos estão
UM SÓ CORPO estabelecidos em termos de autoridade?
26) Quais os ministérios JS de uma
missão?

06
27) Por que usamos o TAU?
BLOCO

28) O que entendemos por pobreza


dentro do carisma JS?
29) O que entendemos por obediência
dentro do carisma JS?
TAU 30) O que entendemos por castidade
dentro do carisma JS?
BLOCO CHAMADOS A UM
01 ESTILO DE VIDA
1. COMO TUDO COMEÇOU

Tudo começou pela inspiração de Deus ao coração do Padre


Edimilson, sacerdote missionário da Comunidade Canção Nova
que na ocasião exercia seu ministério na missão de São Paulo.
Movido por um forte desejo de levar o Evangelho aos jovens
dessa grande cidade, convidou três jovens: Cíntia, Léo e Du
para iniciarem um pequeno grupo de partilha e oração.

No dia 04 de abril de 2008, reuniram-se pela primeira vez


para partilhar a Palavra e levaram outros dois jovens para
orar, louvar e adorar ao Senhor. O encontro aconteceu na
capela da Rádio América, localizada na Vila Mariana e que
havia sido adquirida recentemente pela comunidade Canção
Nova. Sem violão, muitas vezes desafinados, louvavam a Deus
na simplicidade, apenas com o desejo de estar na presença
do Senhor e pedir a Deus pelos jovens dos quatro cantos da
cidade.

Na semana seguinte, o Padre Edimilson propôs um desafio:


que cada um trouxesse ao menos mais um jovem para participar
do pequeno grupo. Foram chegando mais pessoas até que a
capela ficou pequena e os encontros passaram a acontecer na
recepção da rádio.

Em maio de 2008, a recepção também ficou pequena e


os encontros semanais passaram a acontecer no Centro de
Evangelização Padre Léo Pereira, também administrado pela
Canção Nova. Ali, o grupo foi batizado de Jovens Sarados e
14
passou a reunir jovens de algumas regiões de São Paulo aos
domingos à noite.

zNo início de 2009, o Centro de Evangelização Padre Léo teve


que ser fechado, por providência e intermédio de um jovem,
fomos acolhidos na paróquia Nossa Senhora das Angústias
pelo Padre Ademário, situada na Barra Funda onde estamos
até hoje.

Ao longo de 2009 surgiram as primeiras missões: jovens


que, ao se identificar com nosso estilo de vida, levaram essa
proposta para outros bairros e até outras cidades. E hoje
estamos presentes em vários estados do Brasil. Dessa forma
buscamos mostrar aos jovens que é possível ser jovem sem
deixar de ser de Deus.

2. QUEM SOMOS?

Somos jovens buscando viver a radicalidade do evangelho


e uma conversão diária. Queremos ser sinal da alegria e da
liberdade verdadeira de ser de Deus.

{
Com a certeza de que Jesus é o médico e o remédio, somos
chamados a curar (sarar) jovens doentes pelo mundo: sarar a
alma, a mente e o coração.

“Nós existiremos enquanto permanecer em nós {


essa ‘loucura’ por salvar almas jovens. Se um
dia esse objetivo for perdido, certamente não
existiremos mais. É para isso que Deus nos
criou: para salvar almas.”
Padre Edimilson Lopes

15
3. O QUE É O COMPROMISSO JS?

É um compromisso com Jesus Cristo através da missão


Jovens Sarados na busca pela santidade de vida e pelo resgate
de almas jovens. Pelo compromisso, nós fazemos uma aliança
com Deus de assumir a luta pela vivência obediente do estilo
de vida Jovens Sarados, servi-lO através do engajamento numa
missão ou realidade vinculada à obra JS e buscar a salvação das
almas jovens através desse engajamento concreto e de todas
as oportunidades que a Providência Divina nos colocar.

O servo JS entende e leva a sério esta aliança feita com


Deus no ato de seu compromisso. Numa aliança, Deus obriga-
se conosco a sustentar-nos dentro do compromisso e nós nos
comprometemos com Deus a lutar pela fidelidade e obediência
aos termos da aliança que Ele nos propôs, que para nós é a
vivência do estilo de vida JS em sua integralidade.

A pessoa que assume este compromisso engaja-se como


servo numa missão Jovens Sarados durante um (01) ano e pode
renová-lo nos próximos.

4. QUAL É A MISSÃO DOS JOVENS SARADOS?

Nossa missão por excelência é resgatar a juventude que


se afastou de Deus e da Igreja Católica . A Igreja Católica,
fundada e querida por Jesus (cf. Mt 16,18), é o prolongamento
de Sua ação salvífica no meio dos homens. Ela é o sinal visível
e meio de salvação que Cristo deixou e possui 4 característica
fundamentais: Una (vem de um só Deus, é um só povo, tem uma
só alma, o Espírito Santo), Santa (porque Sua cabeça, Cristo, a
santifica e a torna santificante), Católica (universal, chamada
a evangelizar todos os povos, e a guardar todo o depósito da
fé transmitida a Jesus pelos apóstolos), e Apostólica (fundada
sobre os apóstolos).

16
Essa missão nasce do sentimento profundo que o Senhor
coloca em nosso coração de dor pelas almas que se afastam
dEle. Nós fomos criados por Deus para ser uma resposta a
essa dor do coração de Deus, que se expressou no coração de
tantos santos da Igreja, como Santa Teresa d’Àvila que dizia:
“Não deixa de partir-me o coração ao ver como se perdem
tantas almas”.

A partir dos encontros em nossas missões, retiros de


conversão, os Maranathas, da convivência com cada um
de nós que buscamos viver a santidade e de toda iniciativa
evangelizadora que a criatividade do Espírito nos inspire, essa
juventude vai natural e intencionalmente sendo conduzida
a adotar um novo estilo de vida, através de um processo de
conversão diário, constante e perseverante.

Abraçamos como proposta de vida e missão salvar almas


jovens para Deus.

Na busca de um relacionamento íntimo e apaixonado com


Deus através da vivência do estilo de vida, deixamos que o
Espírito gere em nós os mesmos sentimentos de Cristo Jesus
(cf. Fl 2,5). Com Santa Teresa d’Ávila, afirmamos: “Parecia-me
que mil vidas daria eu, para a salvação de uma só alma, das
muitas que se perdem”. Esse é sentimento de um coração
verdadeiramente sarado.

A MISSÃO DE UM JOVEM SARADO:

Evangelizar almas jovens, sendo


instrumento para que aconteça o batismo
no Espírito Santo;

“Eu vos batizei com água; ele, porém,


vos batizará no Espírito Santo” (Mc 1,8).

17
Formar os jovens para que assumam, como
cristãos, um novo modo de viver o dia a dia.

“Portanto, vão e façam discípulos de todos os


povos” (Mt 28,19).

Todo servo JS é chamado a ser um instrumento de


propagação do Batismo no Espírito Santo. A difusão dessa
graça é o primeiro grande eixo de nossa missão, individual
e coletivamente! Mas o que é a graça do Batismo no Espírito
Santo? É nada mais que uma atualização de Pentecostes.

O que chamamos de Batismo no Espírito Santo - pois assim


Jesus o chamou: “sereis batizados no Espírito Santo” (At 1,5) -
podemos chamar, também, de “derramamento” ou “efusão”
do Espírito Santo. O Batismo no Espírito Santo é uma graça
atual (dada para aquele momento presente) poderosa, em que
Deus predispõe e leva o homem a uma experiência profunda
de Seu amor e a uma convicção espiritual e arrependimento
verdadeiro de seus pecados.

Ele nos dá a força e coragem que os Apóstolos tinham,


transforma vidas, gerando conversão que nos leva a assumir
um novo estilo de vida e impulsiona os que o recebem na sede
pela salvação de outras almas.

Mas a salvação das almas não se resume ao momento do


encontro pessoal com Jesus e ao batismo no Espírito Santo. A
salvação é um processo guiado e sustentado pelo Espírito que dura
toda a nossa vida. Por isso, o segundo grande eixo da nossa missão
é fazer com que o jovem que recebeu a experiência do batismo
entre num caminho de discipulado, de seguimento de Jesus Cristo.

18
Formar o jovem para que ele assuma um novo modo de
viver é cuidar dele, acompanhá-lo, transmitir a ele o tesouro da
fé através dos ensinamentos de Jesus permitindo-lhe curar as
feridas, marcas e tendências que o pecado deixou.

Todo servo JS é chamado a ser canal do batismo no Espírito


Santo e um fazedor de discípulos de Jesus.

5. O QUE É SER SERVO NA MISSÃO JOVENS SARADOS?

É se decidir a empenhar as suas capacidades pessoais, suas


habilidades e dons em favor das pessoas que estão ao nosso
redor (no trabalho, na escola, na faculdade, na rua, na família,
etc), todas as pessoas que a providência de Deus colocar em seu
caminho, para que elas tenham uma experiência verdadeira e
pessoal com Jesus Cristo.

Para que esta ação de Deus possa acontecer através de


sua vida, é essencial que o servo JS tenha diariamente uma
experiência pessoal com Jesus através da prática perseverante
do “Estilo de Vida JS”, que acontece a partir de “7 tesouros”, os
nossos valores:

• Vida de Oração
• Acolhida
• Sadia Convivência
• Viver Reconciliado
• Radicalidade do Evangelho
• Servir
• Tau

19
“Sem Mim nada podeis fazer” (Jo 15,5).

“Pois onde estiver o seu tesouro, ai estará também o seu


Coração” (Mt 6,21).

6. QUAL O CRITÉRIO PARA SER UM SERVO JS?

• É necessária a sua disposição em conhecer, aprender e


colocar em prática o estilo de vida JS, através da vivência
dos “7 Tesouros”;
• Estar engajado em uma Missão JS ou outra realidade de
serviço da Obra JS (núcleo regional, ministério geral, etc.),
fazendo dela uma dimensão prioritária de sua vida;
• Dispor-se a fazer uma experiência permanente de
formação, discipulado e de serviço.

“Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em


prática é semelhante a um homem prudente, que edificou a sua
casa sobre a rocha.” (Mt. 7,24)

7. COMO SERVIR NO JS?

Para servir a Jesus Cristo através da obra JS, é preciso:

• Dedicar-se à busca de santidade de vida, nossa vocação


batismal, através dos tesouros do estilo de vida JS;
• Colocar-se à disposição da Missão JS em que você está
inserido;
• Empenhar-se em salvar almas (evangelizar) através dos
ministérios ou daquilo que for necessário no momento;
• Lembrar que não realiza apenas tarefas na missão,
mas usa desses meios para evangelizar os irmãos mais
antigos e os mais novos: desde lavar um simples prato
ou pegar uma cadeira até a realização de um grande
20
evento, uma evangelização de rua ou uma convivência.
• Ter a consciência de que sempre há um irmão ou uma
irmã ao lado, que precisa ser evangelizado pelo modo
como nos comportamos: nas atitudes, nos gestos, nas

{
palavras.

“Lave um prato não para que fique limpo,


mas porque você ama a pessoa que vai
comer nele. ”
{
Santa Madre Teresa de Calcutá

JESUS CONTA COM CADA SERVO

Cada membro desse corpo é fundamental no processo de


resgate das almas que o Senhor sonhou para os Jovens Sarados.
O Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium,
nos ensina que o nosso papel de discípulos missionários não
depende de currículos:

“Em virtude do batismo recebido, cada membro do povo de


Deus tornou-se discípulo missionário. Independentemente da
sua função na Igreja ou do seu grau de instrução de sua fé, cada
batizado é um sujeito ativo de evangelização.(...) Se uma pessoa
experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não
precisa de muito tempo de preparação para sair e anunciá-lo.
Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o
Amor de Deus em Cristo Jesus.

Certamente todos somos chamados a crescer como


evangelizadores. Devemos procurar simultaneamente uma melhor
formação, um aprofundamento do nosso amor e um testemunho
mais claro do Evangelho. Neste sentido, todos devemos deixar

21
que os outros nos evangelizem constantemente; isto não significa
que devemos renunciar à missão evangelizadora, mas encontrar
o modo de comunicar Jesus que corresponda à situação em que
vivemos (...).

O teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele.
Pois bem, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá
esperança, isso é o que deves comunicar aos outros. A nossa
imperfeição não deve ser desculpa. Pelo contrário, a missão é um
estímulo constante para não nos acomodarmos na mediocridade,
mas continuarmos a crescer.”

(Evangelii Gaudium, 121 e 122)

8. O QUE DIFERENCIA O SERVO DE UM PARTICIPANTE


DA MISSÃO

O servo está comprometido com a missão de salvar almas


jovens. Ele compreende que o seu compromisso com Deus
deve levá-lo à luta pela obediência em tudo ao estilo de vida
que Deus lhe propôs e ao qual ele livremente aderiu.

Não é apenas alguém que visita o grupo ou participa dos


retiros. Um participante não tem o compromisso de assumir o
estilo de vida JS. O servo, por sua vez, tem a missão de salvar
almas como prioridade.

O servo é alguém que vai além:

• Engaja-se em uma missão JS.


• Compromete-se com o desafio de viver diariamente o
“Estilo de Vida JS” que se baseia nos Tesouros JS.
• Acredita que a vivência dos “Tesouros JS” é um
caminho de santidade. A partir dessa convicção interior
compromete-se a adotar tais tesouros como estilo
22
de vida e se dispõe a ser lapidado (na mente, alma e
coração) através dele.

Alguns servos JS vivem certas realidades que não


lhes permitem ir à missão frequentemente. Quando as
circunstâncias da vida, governadas pela Divina Providência,
nos impõem essas realidades, faz-se necessário que o servo
procure o coordenador de sua missão para comunicar a ele
essa realidade que o impede de estar na missão como seu
compromisso exige. Assim, o coordenador poderá proporcionar
o cuidado, amparo e acompanhamento necessário para este
momento, ajudando-o na persistência de sua dedicação em
manter o estilo de vida naquilo que lhe é possível (sobretudo
na vivência cotidiano dos tesouros JS) até que, juntos, possam
restabelecer novamente o engajamento do servo na missão.

Esse servo, entretanto, precisa manter acesa a chama e


não usar dessas circunstâncias como uma desculpa para, aos
poucos, esmorecer e relativizar o compromisso feito com Deus.

9. SERVO JS: UM CHAMADO MISSIONÁRIO

Existe uma coisa importante que o servo JS precisa


compreender: o nosso chamado é profundamente missionário.
Não é à toa que o Pe. Edimilson, nosso fundador, nos propôs
que utilizássemos o nome missão. A opção pelo termo “missão”
ao invés de “grupo” define a identidade e o chamado que Deus
nos deu.

Esse ser missionário não é só da missão a que pertencemos


em abstrato, é principalmente de cada servo em particular. O
estilo de vida JS só corresponde completamente ao que Deus
sonhou quando é marcado por um coração que pulsa e sonha
de maneira missionária – loucura pelas almas.

23
Para ser missionário no JS, você não precisa mudar de
endereço. Ser missionário é mais do que viajar para outro
estado, país ou continente para evangelizar. Ser um missionário
JS é compreender que toda a realidade em que Deus lhe colocou
é um campo missionário: seu trabalho, família, universidade ou
escola, círculo de amizades, tudo isso é um campo missionário
que Deus lhe deu para salvar almas.

Assim, o servo JS compreende que seus relacionamentos


devem ser transformados para levar Deus às pessoas ao seu
redor, e assim trazê-las de volta para Deus. O encontro da
missão não é apenas uma ocasião de louvarmos e de sermos
abastecidos espiritualmente. O seu servir, o seu estar no
encontro da missão, as pessoas de quem nos aproximamos
e acompanhamos, tudo deve ser orientado por esse sentido:
como posso me predispor a ser um instrumento de Deus para
a salvação dessa alma?

10. UM SERVO JS BEBE BEBIDAS ALCOÓLICAS, VAI A


SHOWS E BALADAS?

“Como filhos obedientes, não moldeis a vossa vida de acordo


com as paixões de antigamente, do tempo de vossa ignorância”
(I Pd 1,14).

“Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém, tudo me é


permitido, mas eu não me deixarei escravizar por coisa alguma”
(I Cor 6,12).

“Basta o tempo que passastes praticando os caprichos dos


pagãos, entregues a dissolução, paixões, embriaguez, bebedeira e
idolatrias abomináveis”
(I Pd 4,3).

24
Nascemos para salvar almas, para sermos canal das graças
de Deus, um meio de cura e salvação, não pedra de tropeço.
Sabemos, por experiência própria ou por modelos próximos a
nós, quanto as bebidas alcoólicas, cigarro, drogas, pornografia
e a vida sexual fora dos planos de Deus têm destruído os jovens,
suas famílias e seus sonhos.

Por isso, fechamos as brechas, inclusive para as chamada


drogas lícitas, com são as bebidas alcoólicas e o cigarro.
Acreditamos que a fonte de nossa alegria é o Espírito Santo
e temos experimentado e testemunhando a alegria de
nos divertirmos como jovens sarados sem precisar desses
“recursos”.

Quem era dado a esses “costumes e vícios”, faz deles hoje


uma pequena oferta ao Senhor em favor da salvação e da
evangelização das almas jovens, que ainda padecem por causa
dos vícios e de suas consequências. Rompendo com toda e
qualquer possível raiz para a ação do mal, não mais bebendo,
fumando, se drogando, se masturbando ou se prostituindo,
mas, no lugar de tudo isso, preenchendo-se do Espírito Santo.

“Agora eles estranham que não mais vos entregueis a mesma


torrente de perdição e vos cobrem de insulto” (I Pd 4,4).

25
Assim também, temos nos divertido contando com a
simplicidade e a criatividade do Espírito Santo, através das
convivências saradas, nas casas dos amigos JS, ouvindo músicas
cristãs, indo a lanchonetes, pizzarias, ao cinema e a tantos
lugares que não nos tiram da graça de Deus.

Empenhamo-nos para criar ambientes sarados, sendo


uma alternativa aos jovens que ainda vão a ambientes como
baladas, barzinhos, noitadas, shows com músicas contrárias ao
nosso novo estilo de viver, que mais proporcionam e induzem
ao pecado do que ao Amor de Deus.

“Sede, portanto, prudentes e vigiai na oração” (I Pd 4,7).

Para saber se o lugar que você está indo é adequado ou


não, se vai te tirar da graça de Deus ou não, basta perguntar-se:
isso que eu vou ver ou escutar, como vou agir ou com o que vou
compactuar, podem roubar ou danificar os meus “tesouros JS”
e o meu novo estilo de vida?!

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque odiará a um e


amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro” (Mt
6,24).

“Se, porém, alguém sofrer por ser cristão, não se envergonhe.


Antes, glorifique a Deus por este nome” (I Pd 4,16).

11. O ESTILO DE VIDA JS E A MÚSICA

Sabemos que a música tem um efeito poderoso sobre


a realidade humana, mexendo diretamente com nossas
emoções, sentimentos, pensamentos, desejos, etc. Conscientes
de quanto a música influencia a nossa vida, como sarados
não nos cabe, de maneira alguma, qualquer ritmo ou letra
que despertem e incitem a nossa afetividade e sexualidade

26
para propostas fora da vontade de Deus
de amor, pureza e castidade. Da mesma
forma, canções que nos levam a tristeza,
sentimentos de vingança, ódio e a locais dos
quais Deus não se agrada não podem fazer
parte da vida de um cristão autêntico.

Firmados nessa convicção, é importante


que ela se refira não só a si mesmo, mas
também ao irmão ao lado. Há canções e
estilos que em determinada pessoa podem
simplesmente não causar nenhum efeito, mas despertam em
outra a recordação da vida velha! Portanto, sigamos o pedido
que são Paulo faz aos romanos:

“Deixemos, pois, de nos julgar uns aos outros; antes, cuidai em


não pôr um tropeço diante do vosso irmão ou dar-lhe ocasião de
queda. Estou convencido no Senhor Jesus de que nenhuma coisa é
impura em si mesma; somente o é para quem a considera impura.
Ora, se por uma questão de comida entristeces o teu irmão, já
não vives segundo a caridade. Pela comida não causes a perdição
daquele por quem Cristo morreu!” (Rm 14,13-15).

Em contrapartida, busquemos músicas e canções que


alimentem a nossa alma e produzam frutos do Espírito (cf. Gl
5), sobretudo as que nos elevem a um desejo cada vez maior de
união de amor com Jesus e salvação das almas. O ensinamento
de Paulo sobre os frutos da carne e do Espírito é um bom
termômetro sobre o que um cristão deve ou não ouvir. Cuidado
com o falso moralismo no nosso meio pois “cada um de nós
dará conta de si mesmo a Deus” (Rm 14,12).

27
BLOCO

02 VIDA DE ORAÇÃO

{
Santa Terezinha dizia:
“Para mim, a oração é um impulso do
coração, é um simples olhar lançado
{
para o céu, é um grito de gratidão e
de amor, tanto no meio da tribulação
como no meio da alegria”.

Por isso, é incompreensível um


servo que não busca ter uma vida de intimidade com Deus no
corre-corre do seu dia. É preciso que aprendamos a rezar no
ritmo da vida. Santa Teresa d’Àvila dizia que “quem deixa de
rezar coloca-se no inferno sem ajuda dos demônios”.

12. VIDA DE ORAÇÃO, FUNDAMENTO DO NOSSO


ESTILO DE VIDA

Para ser servo é preciso ser um discípulo missionário. Não


podemos transmitir aquilo que não está em nós. “A boca fala
do que o coração está cheio” (Mt 12,34).

Assim, é de suma importância que cultivemos uma vida de


intimidade e diálogo com Deus pela oração.

A Igreja, mãe e mestra, nos alerta que para rezar é preciso


querer (se posicionar em oração). Lembra-nos mais: todas as
vezes que entramos em oração, entramos em combate. Por

28
isso é importante insistir em rezar, ser violento consigo mesmo,
se posicionar! “O Reino dos céus é arrebatado à força e são
os violentos que o conquistam” (Mt 11,12). Essa violência é o
combate diário entre a carne e o espírito. “Porque os desejos da
carne se opõem aos do Espírito, e estes aos da carne; pois são
contrários uns aos outros” (Gl 5,17).

Somos, por natureza, carismáticos, não por mérito, mas


por graça. Somos frutos da Renovação Carismática Católica,
essa corrente de graça que ressurgiu na Igreja na cidade de
Duquesne (EUA) em 1967, quando jovens católicos receberam
a efusão do Espírito Santo, após buscar a experiência espiritual
descrita em Atos dos Apóstolos. A sua rápida difusão na Igreja
chegou ao Brasil no início dos anos 70, deu origem à Canção
Nova e através desta comunidade, chegou a nós, Jovens
Sarados.

Por isso, vivenciamos com toda alegria e naturalidade os


dons do Espírito sem omitir em nada as manifestações da Sua
presença. Nosso jeito de orar é carismático, fluindo nos dons
do Espírito com toda docilidade.

Como servos, temos um Senhor: Jesus Cristo. Desejamos


ser seus amigos, servos e discípulos através da Missão JS, que é
o meio pelo qual O servimos.

Por isso, temos o desejo de falar com Ele. Principalmente,


queremos escutá-lo, queremos estar na sua presença, conviver
com Ele, para ter certeza que estamos servindo e seguindo o
Senhor em Sua vontade e agradando Seu coração. “Oração
é tratar de amizade, estando, muitas vezes, a sós com Quem
sabemos que nos ama” (Santa Terá d’Ávila).

Também somos marianos. A Igreja diz, no Catecismo, como


deve ser nossa intimidade com Maria:

29
“O Evangelho revela-nos como é que Maria ora e intercede na
fé: em Caná, a mãe de Jesus roga a seu filho pelas necessidades
dum banquete de bodas, sinal de um outro banquete, o das bodas
do Cordeiro que dá seu corpo e seu sangue a pedido da Igreja, sua
esposa. E é na hora da Nova Aliança, ao pé da cruz, que Maria é
atendida como a Mulher, a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos”.
(CIC 2618)

Por isso, buscamos intimidade com a Santíssima Virgem. Ela


é o caminho mais seguro para chegar a Jesus.

Ela é Mãe, Mestra de Santidade e modelo de cristão, a


discípula perfeita de Jesus Cristo, seu filho amado.

TIBIEZA, INIMIGO MORTAL DO ESTILO DE VIDA JS

“Conheço as tuas obras: não és nem frio nem quente. Oxalá


fosses frio ou quente! Mas, como és morno, nem frio nem quente,
vou vomitar-te” (Ap 3,15-16).

O Jovens Sarados nasceu como sonho de Deus de uma


geração apaixonada por Ele, e, contagiada por esse amor,
apaixonada pelas almas. Para nos destruir, uma das principais
armas que Satanás utiliza é a tibieza. A tibieza não se direciona
aos que estão no mundo nem aos cristãos frios, católicos de
IBGE. Seu alvo são os fervorosos, para lhes roubar o amor fiel a
Deus e o zelo pela salvação das almas.

Mas o que é a tibieza? O dicionário define como estado


de fraqueza, de debilidade e abatimento, falta de ardor, de
entusiasmo. A tibieza, na vida espiritual, é contentar-se com um
amor medíocre, com a oferta do mínimo necessário a Deus, e
não com o amor a Ele sobre todas as coisas. Ao acometer uma
alma, a tibieza se torna um verdadeiro câncer espiritual.

30
Essa doença espiritual vai nos conduzindo a sermos meros
administradores e funcionários do sagrado ao invés de amantes
apaixonados pelo Senhor. Começa pelo desleixo, falta de
prontidão no amor, uma pequena preguiça, a carregar a cruz
sem gosto, a abandonar uma luta em que estava empenhado
em melhorar.

A regra agora é a inconstância. A pessoa crê que poder servir


a dois senhores. Com isso, contenta-se com um nível medíocre
de amor a Deus. Anda a procura de um caminho mais fácil e
sempre quer o que é mais cômodo. Não só comete os pecados
veniais de maneira voluntária, como está acostumada e em
paz com eles. O problema não é que tenha imperfeições, mas
não tem gana de lutar contra elas. Na oração e na vida prática,
busca distrações voluntárias, ao invés de combatê-las. Assim,
cai na rotina, no tédio, no aborrecimento. Perde a esperança, e
sua imaginação descontrolada leva à preguiça mental para as
coisas sobrenaturais.

Cada vez mais afastado da graça de Deus, a consequência


é a fraqueza moral, covardia. O tíbio torna-se um crítico contra
quem luta para ser santo, e se converte num autêntico maldoso.

Qual o antídoto da tibieza para um jovem sarado? É a


luta cotidiana para fazer bem e com fidelidade o que ele se
comprometeu a fazer com Deus, sobretudo na vida de oração.
Geralmente, a primeira e principal causa da tibieza é a omissão
e relaxamento na vida de oração. Portanto, para nós, servos
JS, o antídoto (ou remédio) por excelência é a luta diária pela
fidelidade às 5 (cinco) pedrinhas. O exercício da fidelidade
absoluta a essas práticas mortifica nossa carne, que ama a
tibieza, e fortalece nosso espírito. Portanto, o caminho das
5 pedrinhas, praticado com fidelidade e bem feito, será o
poderoso combustível espiritual a acender o fogo do amor de
Deus e da paixão pelas almas em nosso coração.

31
13. COMO É A VIDA DE ORAÇÃO DE UM JS?

“O fogo deverá ser alimentado no altar, sem jamais se apagar.


O sacerdote nele acende¬rá lenha todas as manhãs” (Lv 6,5).

“Como são amáveis as vossas moradas, Senhor dos exércitos!


Minha alma desfalecida se consome suspirando pelos átrios do
Senhor. Meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo.” (Sl
83,2-3)

“Ò Deus, vós sois meu Deus, com ardor vos procuro. Minha
alma está sedenta de vós, e minha carne por vós anseia como terra
árida e sequiosa, sem água. Quero vos contemplar no santuário,
para ver vosso poder e vossa glória. Porque vossa graça me é mais
preciosa do que a vida, meus lábios entoarão vossos louvores.” (Sl
62,2-4)

A vida de oração de um servo JS baseia-se nas cinco


pedrinhas.

EUCARISTIA – PALAVRA – TERÇO – JEJUM – CONFISSÃO


Elas são, para nós, uma regra de vida no que toca vida
espiritual de um servo JS. A prática obediente dessas cinco
pedrinhas não é um peso, mas um caminho de exercício de
amor e relacionamento com Deus. É o caminho que Deus
nos colocou para nos apaixonar por Ele e pelas almas. Como
exercício, requer esforço e sacrifício.

São Paulo testemunha o valor da vida de oração (que ele


denomina “piedade”) quando exorta Timóteo: “Exercita-te na
piedade. Se o exercício corporal traz algum pequeno proveito,
a piedade, esta sim, é útil para tudo, porque tem a promessa da
vida presente e da futura” (1 Tm 4,8).

32
EUCARISTIA – “A Igreja vive da Eucaristia” (São
João Paulo II). Ela é a fonte de vida e o ápice do
culto espiritual que podemos prestar a Deus.
Por isso, devemos nos programar para ir à Santa
Missa e comungar do corpo de Cristo todos os
dias.

É uma prioridade para nós e para nossa missão como Jovens


Sarados.

Assim como alimentamos o corpo físico diariamente,


precisamos também alimentar a alma para que ela seja dia a
dia sarada pela força da Eucaristia.

Também entendemos que somos membros de um corpo


que é a missão Jovens Sarados. Dessa forma, ao receber a
Santa Eucaristia, comungamos por nós mesmos e por todo o
corpo, alimentando-o. Ou seja, toda a missão é beneficiada e
vai se tornando mais sarada.

Ao contrário, quanto menos comungo por mim e pela obra,


o corpo sentirá falta deste alimento e se tornará anêmico,
fraco, doente.

Além de comungar com frequência, é importante comungar


bem. Santa Maria Madalena de Pazzi dizia que “os minutos que
vem depois da comunhão são os mais preciosos que temos em
nossa vida; os mais apropriados de nossa parte para entreter-
nos com Deus e da parte de Deus, para comunicar-nos Seu
amor”. Santa Teresa d’Àvila dizia que “devemos tomar muito
cuidado para não perdermos tão bela ocasião para entreter-
nos com Ele e apresentar-lhes nossas necessidades, (...) pois
sabemos que Jesus fica em nós enquanto não se consumir a
hóstia consagrada”.

33
Porém, se não há possibilidade de ir à missa diária, o servo
JS deverá ir à celebração eucarística com a maior frequência
possível. A missa dominical e as missas de solenidades da Igreja
são, para nós, indispensáveis, uma vez que a Igreja exige de nós,
cristãos, a memória da páscoa semanal em obediência ao 3º
mandamento da Lei de Deus e a participação nas solenidades.
A omissão por livre escolha em participar da missa nesses dias
é pecado mortal.

ESTUDO ORANTE DA PALAVRA – Separamos


diariamente 30 minutos, pelo menos, para
investir, “gastar”, meditando a Palavra de Deus
e orando com ela, em resposta ao que Deus nos
fala.
Por isso chamamos de estudo orante: aplicamos
nosso raciocínio sobre a Palavra de Deus, não para encher
o intelecto, mas para amar mais o Senhor através de um
conhecimento mais intimo dele. Gastamos o nosso tempo
meditando a Palavra do Senhor e nos fixamos naquilo que
nos toca, que nos leva a amá-lO mais, não somente pelos
sentimentos, mas sobretudo pela decisão de mudança de vida
para fazer a vontade dEle.

Todos os dias, nos dedicamos a fazer isso por pelo menos


30 minutos. D. Jean Baptiste Chautard, autor de “A alma de
todo apostolado”, diz que o discípulo missionário “que não se
obrigue a meia hora, pelo menos, de meditação metódica, cai
fatalmente, na tibieza da vontade”. Esse tempo não é opcional
para nós, mas um dos momentos mais preciosos. Ele é o
alimento diário para fazer crescer nosso amor e o antídoto para
frieza espiritual e o abandono de Deus.

No estudo orante da Palavra, é importante ter sempre


consigo um caderno e uma caneta para grifar o que mais lhe
chamou atenção, escrever os versículos ou expressões mais

34
importantes, e anotar tudo que Deus falou ao seu coração. O
que Deus me diz hoje? Como colocar isso em prática? Ao anotar
isso, você reforça em sua memória o que Deus falou à sua alma.

Através da palavra de Deus, vamos sendo sarados. Através


dela que o Senhor vai mudando nosso modo de agir, de pensar,
de nos comportar, de como nos vemos e como enxergamos os
outros, de nos relacionar!

É através dela que são formados os futuros pregadores,


homens e mulheres da Palavra, que sempre trazem consigo uma
palavra de salvação para os que ainda não experimentaram a
Ressurreição.

TERÇO - Rezamos o terço todos os dias,


contemplando a vida de Jesus através dos
mistérios.
Isso acontece no ritmo da vida: na correria
do “busão”, do metrô, no carro, durante as
atividades físicas ou em um momento de
intervalo entre as atividades do dia-a-dia, quando acordamos
ou antes de dormir, ou dividido durante o dia.

Mas rezamos o terço confiando nessa conexão entre nós


e Nosso Senhor Jesus com a ajuda preciosa da Santíssima
Virgem Maria. É importante, sempre, rezar meditando os
mistérios da vida de Cristo, pois São João Paulo II nos ensina
que o terço atinge seu pleno valor quando se torna uma oração
cristocêntrica.

Aproveitamos para interceder pela obra Jovens Sarados,


pelo resgate das almas que o Senhor nos confiou, pelas pessoas
que se recomendaram às nossas orações e principalmente
pelos jovens e pelas famílias.

35
JEJUM - O jejum pode ser feito de várias formas.
O dia que a Igreja nos propõe é a sexta-feira.
Quando neste dia a Igreja está celebrando uma
solenidade ou quando cai nas oitavas de Páscoa
e de Natal, recomenda-se não fazer jejum.

Vemos na Bíblia que o jejum está associado a uma unção


especial do poder de Deus na vida de quem jejua. Algumas
pessoas não podem jejuar por motivos médicos, mas quem
pode, deve reservar um tempo de jejum para buscar a face de
Deus.

Jesus certa vez ensinou que algumas espécies de espíritos


malignos somente eram vencidos ou expulsos através do Jejum
e da oração! Ao longo da história, homens e mulheres de Deus
se utilizam dessa prática para diversas situações, desde um
discernimento correto para alguma situação, uma preparação
espiritual, um pequeno sacrifício em favor de alguma pessoa e/
ou situação, ou para um combate espiritual!

Em todas as formas de jejum se toma o café da manhã,


sem nenhuma restrição, iniciando o jejum logo em seguida e
terminando às 16 horas.

l Jejum total: durante todo o dia bebe-se somente água.


l Jejum a pão e água: come-se pão e bebe-se água.
l Jejum de líquidos: bebe-se somente líquidos como caldos,
vitaminas, sucos.
l Jejum da Igreja: realizam-se uma das refeições principais, e
as demais, juntas, não podem exceder uma refeição completa.

“Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de


oração e de jejum” (Mt 17, 20b).

36
CONFISSÃO – A confissão é o sacramento
instituído por Jesus Cristo (cf Jo 20,23) em que o
fiel declara seus pecados diante do sacerdote, e
este, em nome de Deus, proclama a absolvição,
onde Deus concede o perdão e a paz. Para isso,
é necessário que o fiel declare de maneira clara
seus pecados mortais e esteja arrependido, decidido a lutar
firmemente para não mais cometê-los.

O que é o pecado mortal? Todo pecado é uma ação contrária


ao amor de Deus. Como o homem tem livre-arbítrio para
praticar a caridade, também tem para desobedecer. O pecado
mortal atenta gravemente contra o amor de Deus, desviando
o homem de sua finalidade última e da bem-aventurança que
é o céu. Para que o pecado seja mortal, ele precisa de três
condições: matéria grave (algo grave aos olhos de Deus, coisas
sérias relativas aos dez mandamentos), pleno conhecimento
(saber que aquilo é pecado mortal) e pleno consentimento
(apesar das advertências da consciência, estar firmemente
decidido a fazer). Numa linguagem simplificada: eu sei que
é pecado grave, eu quero fazê-lo e eu faço. Observe-se que,
quanto ao sexto mandamento (não pecar contra a castidade), a
matéria sempre é grave. O que pode tornar o pecado leve nessa
matéria é uma inadvertência ou um consentimento imperfeito
(sentir é diferente de consentir!).

Qual a consequência se eu vier a morrer em pecado mortal?


A exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, pois
a nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre,
sem regresso (CIC 1861). Ao optarmos pelo pecado mortal,
estamos fazendo uma opção contra Deus.

Embora seja necessário, na confissão, somente declarar


os pecados mortais, é muito bom e fonte de inúmeras graças
confessar também os pecados leves, chamados de veniais. São
aqueles em que falta uma das três condições: ou a matéria

37
é leve, ou não havia pleno conhecimento ou não havia pleno
consentimento. Santo Agostinho dizia sobre eles: “Se os
considera insignificantes ao pesá-los, treme ao contá-los”. O
pecado venial, embora não rompa nossa relação com Deus,
a enfraquece e nos predispõe à ruptura ao nos colocar mais
próximos de cometer o pecado mortal.

A confissão, portanto, é tábua de salvação quando o cristão


naufragou no pecado mortal após o batismo. É um sacramento
de cura e libertação, pois nos impulsiona a viver sempre
reconciliados com Deus.

Sempre que estivermos em pecado grave ou nossa


consciência pedir, recorremos a este tão valioso sacramento.

ALÉM DAS 5 PEDRINHAS

• Conhecimento da doutrina da Igreja: o servo JS deve


nutrir um profundo amor pela Igreja: ela é o instrumento
de salvação que o Senhor nos deixou, e se nossa meta é
salvar almas, isso significa que somos cooperadores da
missão de Jesus que se realiza de maneira permanente
na Igreja e é inseparável dela. Também reconhecemos
em sua doutrina, sobretudo nas declarações do
Magistério e na vida e ensinamento dos santos, o
alimento sólido para que nós cresçamos em amor ao
Senhor e em eficácia na salvação das almas. Portanto,
buscamos esse alimento e o proporcionamos às almas
que Deus nos confia.

• Busca da cura interior: Porque o JS busca cura interior?


Porque é um processo onde permitimos que Deus
ressignifique nossa história, transformando o caráter,
curando as feridas que nos afastam do plano original
de Deus. É o momento de olhar para dentro de si e
reconhecer-se necessitado da cura. Nasce de uma

38
decisão, um ato concreto onde nos abrimos para que
Deus faça nova todas as coisas.

Como trilhar esse processo de cura interior? Primeiro,


reconhecer que necessita ser curado: todos trazemos feridas.
Depois, diagnosticar onde estão essas feridas através da
oração, acompanhamento e vivência dos sacramentos. Por fim,
ser constante no processo dando novo sentido ao sofrimento.
Isso nos levará a sermos autênticos discípulos de Jesus.

“Penso que os sofrimentos do tempo presente não têm


proporção com a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8,18).

É “tudo ordenar para o amor” (Santo Agostinho).

• Adoração ao Santíssimo Sacramento:


É como a imagem do sol: se você se expõe
ao sol, ele vai te atingir. Assim é Jesus: não
tem como sair da Sua presença sem ser
alcança-do por Ele.

• Leituras espirituais: Dom Bosco disse


certa vez: “Muitas almas foram salvas por
bons livros; muitas foram preservadas
do erro; encorajadas para o bem!”. As
leituras espirituais alimentam nossos
pensamentos e ajudam na renovação da
nossa mentalidade.

A Bíblia, o Catecismo, os escritos dos


santos, a literatura espiritual são importantes orientações
em nossas vidas. Eles inspiram nossas orações e ações e nos
ensinam sobre Deus e o homem. Um bom livro espiritual
revigora a alma e nos torna capazes de entrar em diálogo com
qualquer pessoa que nos peça a razão de nossa esperança
(cf. 1Pd 3,15).

39
• Escuta de pregações
• Escuta de louvores: nós também nos alimentamos do
que ouvimos. Por isso, damos absoluta preferência à
boa música cristã. Não nos cabe mais a musicalidade
mundana, que promove o pecado e tudo que fere o
coração de Deus.

“Como consequência, a fé vem pelo ouvir as boas novas, e as


boas novas vêm pela Palavra de Cristo” (Rm 10,17).

{
{
“SE QUERES MUITAS GRAÇAS, VISITE
MUITAS VEZES O SACRÁRIO”
São João Bosco

40
BLOCO
SADIA
03 CONVIVÊNCIA
14. POR QUE NOSSA MARCA É A ACOLHIDA?

Em obediência ao nosso amado Papa Francisco, queremos


dar aos jovens que estão fora da Igreja um tratamento VIP.

A acolhida é um poderoso meio usado por Deus para


curar, sarar o irmão que chega ou que já frequenta o grupo, e
estabelecer com ele um relacionamento de amizade.

O abraço, o sorriso, a escuta, a atenção dedicada ao irmão


traduz uma verdade: ele é especial para mim (e muito mais
para Deus), que tenho a missão de levar essa pessoa a ter uma
experiência pessoal com Jesus.

Um jovem sarado traz o “acolher” sempre consigo. Ele


precisa ser sempre intencional em acolher a todos. Deve estar
atento aos que chegam, aos que já frequentam a missão e agir
41
constantemente de forma acolhedora. A acolhida transborda
do Amor de Deus experimentado. Acolher é se interessar pelo
outro e fazer com que a pessoa se sinta única: e de fato ela é!

Para acolher é preciso livrar-se de todos os preconceitos,


se aproximar de forma verdadeira, sem interesses e segundas
intenções.

Acolher não se resume a estar na porta da missão ou agir de


forma mecânica como quem realiza um trabalho. A acolhida é
meio de inclusão; ela não para num abraço, num gesto isolado.
Na parábola do bom samaritano (cf. Lc 10,25-37), Jesus nos
ensina como deve ser a acolhida sarada: não só debruçar-se
sobre as feridas e cuidar no momento que entra em contato
com o que está caído, mas levá-lo para hospedaria estar junto
até que se possa caminhar com as próprias pernas. Nossas
missões devem ser essas hospedarias e nós devemos ser o
samaritano e também o hospedeiro.

Acolher é o primeiro passo para iniciar uma amizade sarada,


uma sadia convivência que levará o irmão(a) a conhecer esse
novo estilo de vida. Se há algo que precisa caracterizar o ser
sarado é a acolhida. A acolhida é a marca dos sarados!

“Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo nos acolheu
para a glória de Deus” (Rm 15,7).

15. COMO O SERVO VIVE A AFETIVIDADE E


SEXUALIDADE?

O ser humano precisa ser visto como uma totalidade. Os


diversos aspectos que compõem a nossa existência não podem
ser separados: razão, emoções, sentimentos, corpo, funções
biológicas – cada um desses aspectos faz parte do todo e está
completamente vinculado a todos os outros.
42
Quando falamos de afetividade e sexualidade, estamos
falando de coisas distintas, mas inseparáveis. Afetividade é a
maneira pela qual cada pessoa se relaciona com as demais
pessoas, consigo mesma e com Deus. Ela envolve a forma
como construímos os nossos relacionamentos, os sentimentos
que expressamos (ou ocultamos os laços emocionais
(positivos e negativos) que surgem da relação com os outros.
A sexualidade, por sua vez, diz respeito à dimensão biológica
de nossa identidade, ser homem e ser mulher, e às pulsões
sexuais inerentes a ela.

Afetividade e sexualidade, portanto, são inseparáveis,


porque todas as relações que construímos têm como base
aquilo que somos, mesmo que essas relações deformem ou
firam a identidade que Deus nos deu.

O servo JS vive a afetividade com base na sadia convivência,


segundo um caminho de cura interior de suas feridas adquiridas
ao longo da história de seus relacionamentos com familiares,
amigos, namoros, trabalho, etc.

Sadia convivência é basear o nosso relacionamento na


dignidade do outro enquanto ser humano e filho de Deus.
Não fazendo dele um objeto (seja de uso em sentido sexual,
emocional, oportunista ou qualquer outro), mas vendo nele
um sujeito que deve ser respeitado, acolhido e promovido em
todas as dimensões de sua vida. É ver o outro como pessoa
inteira, e não em função de partes para uso egoísta.

A partir da experiência pessoal de encontro com Jesus,


começamos a conhecer o verdadeiro amor que vai sarando
e curando as nossas dificuldades afetivas. Todos nós, sem
exceção, precisamos de cura e é imprescindível que a
busquemos em Jesus, nosso médico e remédio. Buscamos
retiros, acompanhamento pessoal, direção espiritual, às vezes
até a terapias psicológicas com profissionais autenticamente

43
cristãos, instrumentos que nos levem ao autoconhecimento.
Somente assim, identificando e reconhecendo as nossas
fraquezas e limitações e colocando-as à luz de Cristo,
poderemos dar passos concretos em direção à cura de nossas
feridas interiores.

Por isso, é tão importante nos envolver, nos “enamorarmos”


de Jesus Cristo e de mais ninguém durante o período inicial de
nossa experiência com o Amor de Deus.

É um tempo precioso (e na maioria das vezes necessário)


de reaprender como nos relacionar com as pessoas de acordo
com a verdadeira vontade de Deus. É restabelecer com os que
estão ao redor um novo relacionamento, segundo o coração
de Deus.

Nossa sexualidade, por sua vez, tem um papel fundamental


em tudo que somos, pensamos e fazemos. É como homem
e como mulher que nos relacionamos com a criação, com os
outros, conosco e com Deus.

Nós, servos JS, vivemos a sexualidade e a afetividade de


forma plena através da sadia convivência, lutando por uma
vida casta de acordo com o nosso estado de vida. A castidade
é a virtude que nos ensina a canalizar nossa sexualidade para
o amor, através do exercício do autodomínio e da pureza em
nossos atos e pensamentos.

Castidade vai muito além de abstinência sexual. Ser casto é


viver com sobriedade e equilíbrio os nossos relacionamentos,
na atenção com o que vemos, ouvimos, lemos, falamos e
interagimos.

Castidade é um dom que precisa ser pedido. É luta constante,


uma combinação da cooperação pessoal com a graça de Deus.

44
Ser atento ao modo de vestir-se sem ser vulgar porque o
exterior precisa refletir o interior. Lembrar que, a depender
da vestimenta, posso ser ocasião de queda para o outro. Nós
nascemos para salvar almas e não para ser pedra de tropeço.
Por isso evitamos a moda indecente que o mundo valoriza.

Homem deve vestir-se como homem e mulher como mulher,


pois acreditamos que a vontade de Deus se revela em tudo,
inclusive nos nossos corpos, que foram criados para manifestar
o Seu amor criador.

A ideologia de gênero não cabe a um cristão, logo também


não cabe a um Jovem Sarado, porque ela desfigura o plano de
Deus e se revolta contra ele, ao afirmar que o sexo biológico não
diz de nossa identidade. A ideologia de gênero é parte do plano
demoníaco que visa destruir a imagem de Deus no mundo, que
só se configura por completo na complementaridade entre
homem e mulher.

Não cabem entre nós brincadeiras com duplo sentido ou


maliciosas. Nossos relacionamentos devem sempre ter reta
intenção.

Ser casto não é ser castrado, reprimindo nossa afetividade.


A castidade é vivida não como obrigação, mas como resposta
de amor em relação a Deus e ao próximo. É viver, nos
relacionamentos e nas atitudes, a pureza que vem de Deus.

45
16. COMO BUSCAR VIVER RECONCILIADO?

“Sede unânimes, compassivos, fraternos, misericordiosos e


humildes” (I Pd 3,8).

“Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que


todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões.
Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento”
(I Cor 1,10).

Viver reconciliado é sempre tomar a iniciativa para restaurar


a amizade ou a harmonia quebradas por um desentendimento.
Quando quebramos a unidade, precisamos entender nosso
primeiro rompimento foi com Deus (cf. Rm 5,10). Assim,
o exercício da reconciliação é restaurar o relacionamento
através de um acordo entre as partes numa comum unidade
e entendimento.

Ao vivermos reconciliados, fazemos a passagem de um


estado para outro: do estado de divisão para o estado de
harmonia e união. Por isso, a reconciliação com Deus é sempre
necessária e urgente: sair do estado de separação para o
estado de graça. Reconciliar com o Senhor é deixar-se fazer
amigo D’Ele, experimentar a sua misericórdia e deixar que Ele
a exercite em nós.

Porém, a reconciliação com os irmãos é fundamental. Como


pode alguém dizer que ama a Deus, que não vê, se não ama seu
irmão, a quem vê (cf. I Jo 4,20)? Não há verdadeira reconciliação
com Deus se não houver perdão sincero para com o nosso
próximo.

Perdoar e reconciliar é experimentar um pouco de Deus, é


sentir o gosto bom da sua presença em nós. É a sensação de
vitória, de bem estar por ter vencido um obstáculo.

46
Ao comprometer-se com o estilo de vida JS através de uma
conversão diária, reconhecemos que somos fracos e que, até
sem querer, falhamos conosco, com os outros e com Deus.
Ao invés de desgastar-se na busca de quem está com a razão,
devemos sempre dar o primeiro passo em direção ao perdão.

A reconciliação não é um sentimento, mas uma atitude de


coragem e amor, de desprendimento de si e de humildade.
Acima de tudo é uma graça divina.

Por que devemos nos reconciliar conosco? Porque muitas


vezes esquecemos que o Senhor já nos perdoou e ficamos
presos ao passado.

Quem ama dá o primeiro passo. Por mais difícil que seja,


faça a experiência da humildade, de recomeçar.

Sempre sou eu quem deve procurar o outro? Sim, pois mais


rapidamente tudo será, em Deus, resolvido. Essa seria a atitude
de Cristo e é nossa missão fazer com que todos tenham uma
experiência nova com o Senhor.

Todo irmão tem direito a boa fama. Se não for para edificar
a outra pessoa, então é melhor não falar. É preciso zelar por
isso evitando fofocas e intrigas, tendo consciência que estamos
em constante processo de cura e conversão. Como diz o Mons.
Jonas Abib: “pensar bem de todos, falar bem de todos e querer
bem a todos”.

“Não pagueis o mal com o mal e ofensa com ofensa” (I Pd 3,9).

47
BLOCO
SOLTEIRO, NAMORANDO
04 OU CASADO
17. COMO É O TEMPO DE SOLTEIRO JS?

O tempo de espera para o Jovem Sarado é viver mais do que


uma preparação para um relacionamento. É o momento em
que Deus nos leva a um autoconhecimento e formação pessoal.

É fundamental que aprendamos a viver o tempo de espera


para não antecipar os planos de Deus para nossas vidas, o que
adiaria os sonhos que Ele desejou primeiro para cada um de
nós.

Ser um JS solteiro não é vergonha ou abandono de Deus.


Pelo contrário, é crescer em intimidade com Deus, se deixar
ser sarado para que Ele nos ajude a viver a reconciliação com
a nossa história e descobrir nossa vocação. Esse tempo deve
ser vivido com a intencionalidade de firmar raízes em Deus.
Por isso, é muito importante que o servo não se precipite em
adentrar num relacionamento para preencher vazios.

O servo JS no tempo de espera desfruta da sadia convivência


e vive amizades segundo o coração de Deus. Quando assumido
com alegria, colhemos o mais belo fruto de um amor sem igual.

18. COMO É O CAMINHO DE NAMORO JS?

Essa é uma proposta do Jovens Sarados para que Deus


abençoe nossas escolhas, com intuito de dar uma resposta
diferente do que o mundo prega.
48
Trata-se de um tempo de discernimento para iniciar
um relacionamento e deve ser levado a sério. Estamos nos
relacionando com filhos de Deus e não temos direito de usar,
experimentar e jogar fora.

Somos chamados à santidade, ao amor a Deus, ao amor


ao próximo e o caminho de namoro possibilita isso, pois é um
tempo de se conhecerem, de enraizarem a amizade e de juntos
ouvirem a Deus.

Um dos objetivos é que ambos


descubram se foram unidos por
Deus ou foram confundidos por
carência, interesse, medo de ficar
só ou até mesmo cobrança da
família.

Como jovens de Deus,


precisamos colocar tudo à luz da
verdade e em oração.

Portanto, é necessário partilhar com o formador ou


coordenador da missão, para que ele os acompanhe ou
indique um casal para acompanhá-los e dessa forma, juntos,
discernirem qual a vontade de Deus.

Esse não é tempo para pegar na mão, ficar abraçando,


beijando, trocando carinho e muito menos para sexo.

É tempo de amizade construída na castidade, pureza,


respeito.

É importante que nesse tempo haja partilhas sobre as


histórias de ambos, sobre as famílias, sonhos, defeitos,
qualidades e valores.

49
Parece que não, mas é muito importante partilhar os
sonhos e objetivos, pois se forem muito diferentes podem
causar problemas no relacionamento.

Sejam amigos, grandes amigos, melhores amigos! Com


certeza fará toda diferença na sua vida.

Existe um ditado assim: “Das melhores amizades saem os


melhores namoros”!

Com o tempo, o sentimento vai ficando mais claro e então


você descobrirá se é apenas amizade, e aí está o lindo de Deus,
pois nesse caso você ganhou um grande amigo(a). Caso seja
confirmado esse sentimento especial, o próximo passo é o
namoro.

Você deve estar se perguntando “quanto tempo dura o


caminho de namoro”?

Esse tempo deve ser definido pelo casal em concordância


com o formador ou coordenador do seu grupo, ou casal
indicado por ele, ou seja, aquele que acompanhou vocês
durante esse período.

Não deve ser muito curto (menos de um mês) nem muito


longo (mais de seis meses).

19. COMO É O NAMORO JS?

Um tempo maravilhoso, de muita alegria. Por isso nesse


tempo pedimos a benção a um Sacerdote e nos comprometemos
a buscar a vontade de Deus para este novo.

Nós sabemos que a benção dos pais (ou responsável) é de


suma importância. Portanto, é muito lindo quando o namorado

50
pede aos pais da namorada a permissão para namorá-la.

O namoro não é tempo de sexo, mas sim de aprofundar o


que se experimentou no caminho de namoro.

Alguns jovens devem estar perguntando: Pode beijar? Sim,


agora já pode beijar, pegar na mão, abraçar, mas lembre-se que
o namoro precisa ser agradável a Deus. Também no namoro
devemos viver a virtude da castidade, e as carícias não podem
ultrapassar esse limite. É importante evitar ocasiões que nos
levem a pecar, ou que possam gerar escândalo, mesmo que
tenhamos reta intenção.

O foco do namoro precisa ser Jesus e seu objetivo final, o


casamento.

É um tempo de amadurecimento. Não tenha medo de expor


as fraquezas, as misérias e mostrar quem realmente você é.

Não adianta esconder, pois o tempo traz tudo à tona.

Diante das nossas feridas, é necessário buscar a cura, através


de retiros, acompanhamento por outros casais (somente os
casais indicados pelo coordenador ou formador), enfim, que o
casal busque a santidade.

{
O casal tem a responsabilidade de levar um ao outro a Deus.

{
“Façam tudo para que o namoro seja santo,
abençoado, curado por Deus… pois só assim
vocês estarão prontos para o próximo passo
que é o noivado. Casamento é o namoro que
deu certo!”
Monsenhor Jonas Abib

51
Isso se dá através da oração, partilha, vivência dos
sacramentos, sadia convivência, do servir ao próximo, visitar
um doente, ajudar o necessitado.

É natural que nesse tempo aconteçam desentendimentos,


justamente porque é tempo de aprofundar no conhecimento
do outro, de sua história e de sua cultura familiar. Por isso é
importante que o casal continue sendo acompanhado como
era no caminho de namoro.

O casal unido no namoro através do estilo de vida JS deve


também servir junto na missão. É fundamental que o casal
não se isole, não se afaste do seu ministério, da sua missão.
Priorizem dias de missão, ajudem um ao outro no ministério e
vivam a missão juntos! O namoro deve potencializar os dons,
serviço e entrega de cada um. Seria muita ingratidão a Deus
esquecê-lo depois que ele nos dá o presente do namoro

Organizem as agendas para que não se afastem do sagrado,


mas também não deixem de namorar! O namoro exige de nós
tempo, dedicação, perdão e transparência.

Com isso, vamos nos formando e construindo quem está


ao nosso lado. É muito saudável que tenham momentos a sós,
como por exemplo ir ao cinema, teatro, parques. Busquem o
romantismo em Deus, peçam sugestões ao Espírito Santo: com
Ele é garantido que os momentos serão especiais!

20. COMO É O NOIVADO JS?

“É lindo este sentimento de amor, mas deve ser purificado, deve


andar num caminho de discernimento, isto é, devem entrar bem
a razão e a vontade; devem unir-se razão, sentimento e vontade”.
(Papa Emérito Bento XVI)

52
Para iniciar bem esse tempo, procure um sacerdote para
receber a benção e celebrem com os amigos e família.

O Papa Francisco diz:


“Querido noivos, vocês estão se preparando para crescer
juntos, construir esta casa, para viver juntos para sempre. Não
queiram fundá-la sobre a areia dos sentimentos que vão e vêm,
mas na rocha do amor verdadeiro, do amor que vem de Deus (...)
Não devemos nos deixar vencer pela ‘cultura do provisório’”.

É um tempo lindo, de sonhos e benção de Deus! Tempo de


muita alegria, partilha com família e amigos. Tempo de planejar
e se preparar para algo que será sempre: o matrimônio.

O diálogo e a oração são essenciais, pois através dessa


prática é revelado o que está no coração de Deus e dos noivos.
Nesse tempo surgem muitas dúvidas referentes ao dinheiro,
onde morar, como se manter, projetos profissionais, filhos,
deixar a família. Nesse tempo, os noivos devem planejar bem
como pensam os aspectos práticos da vida de casados.

“O noivado é um belo tempo que


antecede o casamento, é quando o
casal já decidiu que vai se casar, e
estão na preparação imediata para
o matrimônio”.
Prof. Felipe Aquino

53
Diante da realidade que vivemos, observamos uma
sociedade que tem dificuldade com o que é definitivo, portanto,
é de responsabilidade dos noivos saber os planos de Deus,
como a Igreja vê o matrimônio, dificuldades e desafios que a
família passa no mundo atual.

“Estar junto e saber amar-se para sempre é o desafio dos casais


cristãos. Vem-me à mente o milagre da multiplicação dos pães:
também para vós o Senhor pode multiplicar o vosso amor e doá-lo
fresco e bom a cada dia” (Papa Francisco)

No noivado continua a vivência da castidade como ensina


o catecismo:

“2530 – Os noivos são convidados a viver a castidade na


continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito
mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da perseverança de se
receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo
do casamento as manifestações de ternura específicas do amor
conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na caridade”.

Continência é a moderação nos gestos, palavras e atos,


autodomínio, o casal se abstém do prazer carnal.

Outro ponto importante é entender que é tempo de se


preparar para “cortar o cordão umbilical”, romper os laços com
os pais. “Por isso, um homem deixará o seu pai e a sua mãe, e
se une à sua mulher; e eles dois se tornam uma só carne” (Gn
2,24).

O Papa Francisco deu um conselho aos noivos de como


celebrar bem o matrimônio:

“É preciso fazer com que o casamento seja uma grande festa,


mas uma festa cristã, não mundana”. O que tornará o casamento
pleno e verdadeiro é a presença do Senhor que se revela e doa a

54
Sua graça.

“Alguns se preocupam com os sinais exteriores, com o banquete,


as fotografias, as roupas, as flores… São coisas importantes em
uma festa, mas somente são capazes de indicar o verdadeiro
motivo da vossa alegria: a bênção do Senhor sobre o vosso amor.

Abram o coração para a graça de Deus, conheçam o que a


igreja ensina e sejam felizes!” (Papa Francisco)

21. A BELEZA DO SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

O mesmo Deus que criou o homem e a mulher uniu-os em


matrimônio. E Deus percebeu que “não é bom que o homem
esteja só” (Gn 2,18a).

O amor só pode ser eterno à medida que


vivemos a conquista do outro todos os dias.
E isso só acontece a partir do momento em
que o amor de Deus incendiar a nossa vida.
O amor é essa capacidade de ver o outro de
forma diferente.

No meio de tanta gente, alguém se torna


especial para você! O matrimônio não é uma
aventura, é um projeto sério de vida a dois, na
qual cada um está comprometido em fazer o
outro feliz todos os dias.

Juntar duas pessoas numa união


completa descreve vividamente a beleza do
matrimônio que Deus planejou. Quando um
homem e uma mulher se
casam, tornam-se uma
só carne.

55
Eles dividem uma relação sexual especial que jamais deve
ser compartilhada com outros.

O esposo e a esposa participam juntos de sonhos,


sofrimentos, de conquistas e calamidades, do vigor da
juventude e da fragilidade da velhice.

Para este par privilegiado, a vida não se define com a palavra


eu, e sim com a palavra nós.

O sentido mais profundo do matrimônio está em “Frutificai-


vos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28).

“Por isso deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher;


os dois serão senão uma só carne. Assim já não são dois, mas uma
só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Mc 10, 7-9).

Deus pede a vocês, esposo e esposa, que sejam o oposto do


que o mundo apresenta. Quando nos submetemos ao senhorio
de Deus, somos abençoados em tudo o que fazemos.

O Senhor simplesmente nos propõe segui-Lo, mas essa


proposta passa por nossa aceitação ou não.

Cristo jamais irá nos obrigar a nada.

CELEBRAÇÃO E RECEPÇÃO “SARADA”

A celebração do matrimônio precisa ter


a essência do ser sarado. Não podemos
abrir mão do nosso ser carismático, da
nossa experiência com o Espírito Santo, da
radicalidade do evangelho, da busca pela
santidade: ou santos ou nada.

56
Isso pode ser exigente, mas a Palavra nos diz que o Céu é
para os que desejam a santidade. Por isso, é preciso tomar
cuidado também com a recepção que você irá fazer após a
cerimônia do seu matrimônio na Igreja. Seja um Jovem Sarado
autêntico!

Não convêm alguns tipos de música que incitam a


sensualidade feminina e masculina. Sejam seletivos na escolha
do que irá “animar” a sua festa de casamento.

Não convém bebida alcóolica em nossas festas de


casamento. Por muitas vezes os nossos irmãos de caminhada,
nossos familiares e amigos têm dificuldade com bebida, e
precisamos evangelizar também neste momento lindo do
casamento, a festa. Porém, se houver por parte dos familiares
a insistência absoluta para aquisição da bebida para seu
consumo próprio, e eles estiverem financiando a festa, não
podemos impedi-los de adquiri-la e proporcioná-la, mas nós
como sarados nos abstemos, testemunhando com nossa
conduta a nossa decisão pelo estilo de vida JS. Não queremos
gerar tumulto no seio de nossas famílias, mas também não
abrimos mão, em nosso comportamento, da fidelidade em
nosso compromisso com Jesus através do estilo de vida JS.

Somos chamados a
evangelizar sempre: oportuna e
inoportunamente. Somos chamados
a levar o testemunho do evangelho
com a vida, com jeito de ser
Sarado em todas as circunstâncias,
especialmente num dos maiores
acontecimentos da nossa vida: o
sacramento do matrimônio.

“PRECISAMOS OPTAR POR DEUS DIA APÓS DIA”


Padre Edimilson

57
FAMÍLIA OU MISSÃO? FAMÍLIA EM MISSÃO

Conscientes que o matrimônio


é unitivo e procriativo,
naturalmente a missão do
casal sarado muda. Desde a
celebração do matrimônio, a
missão primeira do casal é a
família. Com a chegada dos filhos,
isso se intensifica. De acordo com
a realidade de cada família, eles
vivem uma nova adaptação na
entrega pela salvação das almas.

No entanto, nem o casamento nem a chegada dos filhos


mudam o chamado do servo JS. Continuamos ainda chamados
a salvar almas. O testemunho em casa deve impulsionar a nossa
evangelização: vivenciar o amor e os valores do evangelho no
dia a dia do relacionamento com nosso cônjuge e filhos, para
poder transbordar em todas as realidades em que estamos
inseridos. Nossa pregação em missões terá pouca eficácia se
estivermos sendo contratestemunho dentro de nossa casa com
nossa familia.

Claro que a nova realidade familiar vai exigir uma nova


forma de conduzir a vida. Por isso, oração, diálogo entre o
casal para determinar o ritmo adequado da família na missão,
renúncias que o casal precisará fazer para se entregar na obra
de salvação das almas sem afetar a estabilidade do matrimônio,
farão parte do novo cotidiano da família. Um cônjuge deve ser
suporte para o outro na missão, mas também recordação do
outro de seus deveres familiares. A Igreja nos dá uma bela lição
com a dinâmica dos diáconos permanentes: nada pode ser
feito sem a concordância do cônjuge. Um deve ajudar o outro a
alcançar o equilíbrio.

58
Os servos JS casados precisam estar inseridos em uma
realidade concreta da obra JS, seja num ministério ou numa
célula específica para casais de uma missão JS. Só a presença
de um casal com seus filhos no seio de uma missão é por si só
evangelizadora, pois é um referencial de família que luta para
servir a Deus em meio a um mundo completamente paganizado,
em que as famílias estão se destruindo. Essa presença é um
dos definidores do ser sarado de um casal casado.
Deus, obviamente, não exige de uma família mais do que
ela pode dar, mas o nosso ser família também não pode
constituir uma desculpa para que sucumbamos à preguiça,
ao relaxamento e à frieza espiritual. A família é chamada a
dar aquilo que pode e a fazer as renúncias que a lancem na
missão sem quebrar sua estabilidade. Um ato pequeno com
intensidade de amor pode valer muito mais que muitos atos
que custem pouco.

Para isso, todos os servos JS devem ser suporte para as


novas famílias, ajudando-as e zelando por elas nesse momento
de adaptação para que possam manter nesta nova realidade
sua dedicação e engajamento com o estilo de vida JS. Isso exige
de todos nós a compreensão de não fazer exigências incabíveis,
mas, ao contrário, tornar prazeroso para a família estar em
missão. Que a família não se sinta exigida a dar mais nem
menos, mas o que é proporcional à sua realidade, sempre em
diálogo com a coordenação da missão em que está inserida.

ABERTOS À VIDA

Fiéis ao magistério da Igreja, todos os casais Jovens


Sarados precisam ser abertos à vida, afinal, esta é a principal
finalidade do matrimônio cristão. A Igreja ensina que as duas
dimensões da união conjugal (unitiva e procriativa) não podem
ser separadas articifialmente sem ofender a verdade íntima do
próprio ato conjugal.

59
Por isso, não cabe entre nós o recurso a métodos
contraceptivos artificiais, como camisinha, anticoncepcional,
DIU ou qualquer outro, porque, além de atentarem contra
a dignidade do matrimônio, muitos deles são ainda
potencialmente abortivos.

Com a Igreja, o casal sarado é convidado a exercitar o


discernimento para uma paternidade responsável, utilizando-
se de métodos naturais para espaçamento da gravidez, quando
necessário. Os esposos devem exercitar o seu juízo através da
oração e das virtudes, em busca sempre da fidelidade à vontade
de Deus e sempre que possível com acompanhamento de
alguém com uma sólida formação católica e vivência autêntica
cristã.

A Igreja nos ensina que “os esposos sabem que no dever de


transmitir e educar a vida humana - dever que deve ser considerado
como a sua missão específica - eles são os cooperadores do amor
de Deus criador e como que os seus intérpretes. Desempenhar-se-
ão, portanto, desta missão com a sua responsabilidade humana
e cristã; com um respeito cheio de docilidade para com Deus, de
comum acordo e com esforço comum, formarão retamente a
própria consciência, tendo em conta o seu bem próprio e o dos
filhos já nascidos ou que prevêem virão a nascer, sabendo ver
as condições de tempo e da
própria situação e tendo,
finalmente, em consideração o
bem da comunidade familiar,
da sociedade temporal e da
própria Igreja. São os próprios
esposos que, em última
instância, devem diante de
Deus tomar esta decisão”
(Gaudium et Spes, 50).

60
BLOCO

05
MUITOS MEMBROS,
UM SÓ CORPO
22. UM SÓ CORPO A SERVIÇO DA SALVAÇÃO DAS
ALMAS

Sabendo que todas as missões JS são irmãs e que fazemos


parte da mesma família, nós também compreendemos que o
JS funciona como uma grande companhia de pesca, como diz o
mons. Jonas Abib sobre a Canção Nova.

Da mesma forma como os ministérios dentro de uma


missão não podem atuar de maneira isolada, mas devem agir
de maneira harmônica e ser suporte na fragilidade de cada um,
as nossas missões precisam ser suporte de evangelização e
crescimento espiritual umas para as outras.

Assim como o servo, no seu chamado missionário, é agente


da multiplicação que Deus realiza em nosso meio, cada missão
deve ser suporte para outra na nossa vocação de salvar almas
e de multiplicar missões.

São João nos diz em sua carta “Filhinhos, não amemos com
palavras, nem com a língua, mas por atos e em verdade” (I Jo
3,18). Assim deve ser o amor entre as missões. Isso deve nos
levar a compreender que uma missão deve se preocupar com
os seus, mas também deve ser auxílio para uma missão que
passa dificuldades e tribulações. Uma missão mais experiente
pode e deve ser suporte para uma missão mais nova. Uma
missão com mais servos pode e deve ser suporte para uma
missão menor.

61
Mandar membros de um ministério de música, ministrar
formações, acompanhar de maneira regular uma missão mais
nova, ajudar a organizar um Kairós ou aplicar um Maranatha
em outra missão, são gestos concretos de amor pela salvação
das almas que nossa missão, isolada em si mesma, jamais
alcançaria.

Para isso, é necessário o equilíbrio de saber o que podemos


dar sem descuidar das almas que Deus nos confiou. Mas esse
equilíbrio não pode ser desculpa para não sairmos da nossa
zona de conforto. Sejamos suporte uns para os outros na
missão de salvar almas!

23. COMO ESTABELECER COMUNHÃO COM AS


MISSÕES E MANTER A UNIDADE NA OBRA JS?

A primeira forma de estar


em unidade para com os Jovens
Sarados é conhecer e buscar viver
os 7 Tesouros, que foram inspirados
por Deus e observados a partir da
maneira de viver dos primeiros
participantes. O que nos une, por
excelência, é a vivência do nosso
carisma.

Para estar em unidade também é importante participar dos


dois eventos gerais do JS.

Ali você terá a oportunidade de conhecer jovens de outras


missões JS que tem o mesmo anseio que você em salvar almas.

Atualmente temos 2 grandes eventos: Acampamento Jovens


Sarados (que acontece no 1º semestre) e o Aprofundamento
Jovens Sarados (no 2º semestre). Ambos acontecem na sede da
62
Comunidade Canção Nova. Temos ainda os Acampamentos e
eventos regionais.

Além deles, você pode participar dos retiros gerais


de ministérios JS (coordenadores/formadores; músicos,
intercessores, etc), dos “Kairós” que acontecem ao longo
do ano, da Festa Junina Sarada e de outros eventos e retiros
proporcionados pelo Jovens Sarados como meios de formação,
de cura interior, de evangelização e de sadia convivência.
Os eventos nos ajudam a manter a comunhão e união entre
os irmãos, além de serem instrumentos de evangelização para
familiares, amigos e demais pessoas que venham a participar.

• Tenha consciência de que as missões JS são irmãs de


uma mesma família.
• Seu compromisso assumido com Jesus através de uma
missão JS não impede que o servo mantenha comunhão
com outras missões JS, desde que não comprometa
as atividades que ele se prontificou a ajudar na sua
missão de origem e que seja conversado com seus
coordenadores.
• Que você possa crescer na maturidade e na
responsabilidade dos seus atos e compromissos,
buscando uma autonomia saudável e uma humildade
crescente em recorrer a ajuda sempre que necessário.

63
24. UM PRESENTE DE DEUS PARA O JOVENS
SARADOS: AS SERVAS DE NOSSA SENHORA DA ALEGRIA

No dia 01 de abril de 2019, nasceu a primeira Comunidade


de Vida das “Servas de Nossa Senhora da Alegria” que tem
como Carisma “Um amor apaixonado e incondicional por
Deus, pela Igreja e pela salvação das almas”. Tendo o desejo de
futuramente serem acolhidas e reconhecidas pela Igreja como
um Instituto Religioso de Vida Consagrada. Acolhidas pelo Bispo
Dom Sérgio de Deus Borges, Bispo auxiliar da Arquidiocese de
São Paulo, Vigário Episcopal para Região Santana a pedido do
Fundador Padre Edimilson Lopes da Cunha.

A ideia surgiu da necessidade do anúncio do Evangelho e da


presença de Consagradas que pudessem se dedicar em tempo
integral na evangelização em prol da salvação das almas e em
meio à juventude de modo especial, às Missões Jovens Sarados
espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.

As Servas de Nossa Senhora da Alegria optaram por viver


a vida comunitária na própria imolação diária por meio da
ascese, oração, adoração e intercessão, buscando encontrar
Jesus na pessoa dos Jovens que ainda não descobriram a beleza
de ser verdadeiramente Cristãos, sendo presença e sustento
espiritual para a Missão Jovens Sarados lá onde ela se encontrar
exercendo o seu serviço de resgate das almas.

Para a realização dessa Missão, a alegria deve ser a


sua marca. Serão Servas que viverão com naturalidade e
simplicidade de coração a Vida de Oração e a Vida Fraterna
sendo verdadeiras Irmãs entre si, que se amam e porque vivem
esse Amor Evangélico serão capazes de transbordá-lo em favor
da Juventude, à Luz do Evangelho segundo São Marcos 12, 28-
33.

64
25. COMO AS MISSÕES E SERVOS ESTÃO
ESTABELECIDOS EM TERMOS DE AUTORIDADE E QUAIS
OS PAPÉIS DE CADA UM?

“Subordinai-vos a toda autoridade humana por amor ao


Senhor” (I Pd 2,13)

Sabemos que o Jovens Sarados foi criado por Deus e tem


crescido por Sua graça e vontade. À medida que cresce, é
necessário definir alguns papéis, núcleos e ministérios, para
que seja preservada a essência e missão de salvar e sarar almas
jovens. Isso era mais fácil de realizar quando o JS tinha duas
ou três missões. Hoje, se faz necessário definir essa estrutura
mínima.

A Igreja nos ensina através da experiência dos apóstolos (cf.


At 6, 1-7), que, ao verem a quantidade de discípulos crescendo,
precisaram definir quem serviria em cada ministério.

PADRE EDIMILSON, FUNDADOR,


MEMBRO DA COMUNIDADE CANÇÃO
NOVA

É o fundador dos Jovens Sarados,


JS, que iniciou com mais três jovens,
cofundadores da obra JS: Cintia Veiga,
Leonardo Coronel (Léo) e Luis Eduardo
(Du).

É também responsável pela direção


espiritual da missão.

65
COORDENAÇÃO GERAL

A Coordenação Geral é composta por:


• coordenador geral e vice coordenador geral;
• coordenador geral de formação;
• coordenador geral de missões;
• coordenadora geral de vida consagrada;
• coordenador geral de núcleos gerais de ministérios;
• coordenador geral de captação de recursos;
• coordenador geral de comunicação;
• secretário geral;
• tesoureiro;
Em unidade com o Padre Edimilson, coordena e transmite
os Tesouros e direcionamentos para:
• Ministérios Gerais: Eventos, Comunicação, Música,
Intercessão, etc.
• Núcleos regionais
• Coordenadores de Missão JS

COORDENADOR GERAL

Representar, em conjunto com o fundador padre Edimilson,


toda obra JS, nas relações com a hierarquia eclesiástica.

Coordenar de maneira global, sintonizado com a visão


e direção do fundador da Obra JS e em harmonia com os
membros da coordenação geral, a estratégia da obra JS, zelando
pela fidelidade ao carisma e estilo de vida JS.

VICE-COORDENADOR GERAL

Auxilia o coordenador geral em todas as suas atividades,


partilhando responsabilidades, atuando como seu braço direito
e substituindo-o na sua ausência.

66
COORDENAÇÃO GERAL DE FORMAÇÃO

Responsável pela formação geral, dos tesouros, do Estilo de


Vida JS, discipulado e espiritualidade.

Acompanha e orienta, em conjunto com o coordenador


geral de missões, os Núcleos Regionais.

COORDENAÇÃO GERAL DE MISSÕES

Responsável por acompanhar as missões estabelecidas


para que atuem cada vez mais sintonizadas com a obra como
um todo, os tesouros e o estilo de vida JS e o processo de
discernimento e abertura de novas missões, zelando para que
o carisma JS seja bem esculpido.

Acompanha e orienta, em conjunto com o coordenador


geral de formação, os Núcleos Regionais.

COORDENAÇÃO GERAL DE VIDA CONSAGRADA

A responsável geral das Servas de Nossa Senhora da Alegria


tem a tarefa de dirigir e coordenar a vida e a atividade das
Servas de Nossa Senhora da Alegria, com a missão de zelar
pela unidade de todos os seus membros, promover a fidelidade
pelo Carisma próprio e as Constituições, bem como as Normas
Complementares.

COORDENAÇÃO GERAL DE NÚCLEOS GERAIS E


MINISTÉRIOS

Responsável pela articulação, formação, impulso e estratégia


de atuação dos núcleos gerais de ministérios da obra JS com o
objetivo de alcançar as missões.

67
COORDENAÇÃO GERAL DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Responsável pela captação de recursos para manutenção e


promoção das atividades de evangelização, formação, eventos,
suporte às missões e de cuidado da comunidade das Servas de
Nossa Senhora da Alegria.

COORDENAÇÃO GERAL DE COMUNICAÇÃO

Responsável pela estratégia de comunicação e utilização


de redes sociais e plataformas digitais da obra JS para fins de
evangelização, formação, alinhamento e captação de recursos.

NÚCLEO REGIONAL

Dar o suporte estratégico e formativo para as missões JS


de uma determinada região, sobretudo, mas não só, através
da formação das lideranças. Age intencionalmente para que
as missões encarnem o carisma JS, através da vivência dos
tesouros JS, da missionariedade permanente (loucura por
almas) e da busca da dupla missão de propagar a experiência
do Batismo no Espírito Santo e discipular as almas que vêm até
nós.

BISPO

É o sucessor dos apóstolos e aquele que


governa a Igreja local. Como filhos obedientes da
Igreja, a missão JS e seus servos devem caminhar
em unidade e obediência ao seu bispo diocesano.

PÁROCO

Acompanha a missão em suas atividades,


dando suporte espiritual ao integrantes através
dos sacramentos. É a autoridade local sobre os
68
coordenadores da missão e seus membros: a missão precisa
estar submetido a ele e às suas orientações, quando não
contradizem frontalmente o estilo de vida JS e o magistério da
Igreja.

Os membros das missões JS devem se integrar na paróquia


de forma a apoiá-la em suas atividades na medida do possível,
sem deixar de exercer a missão JS (encontros de missão
semanais ou quinzenais, células, retiros e eventos gerais, etc).

Se a missão está estabelecida fora de uma paróquia, como


as que estão em casas de missão da Canção Nova ou outras
comunidades, reconhecemos as autoridades dessas missões
como nossos responsáveis.

COORDENADORES DE MISSÃO

São os responsáveis pela missão. O ideal é que toda missão


tenha uma equipe de pelo menos 3 coordenadores de missão.
Nas condições em que isso não é possível, o(s) coordenador(es)
devem trabalhar com o regional para conseguir compor a
coordenação de missão dessa forma.

Coordena as atividades da missão (eventos, retiros,


convivências, encontros da missão, ministérios), agindo
intencionalmente para que todas as esferas da missão estejam
imbuídas do carisma JS.

FORMADOR DA MISSÃO

Responsável pela formação geral, dos tesouros JS, humana


e de espiritualidade dos membros da missão. É também quem
encabeça o ministério de formação/discipulado, coordenando e
formando os discipuladores da missão. Através do discipulado
e outros meios, realiza em diálogo com o coordenador da
missão o pastoreio dos servos.

69
NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DA MISSÃO

Auxiliar coordenação em suas atividades e decisões.

COORDENADOR DE MINISTÉRIOS DA MISSÃO

Responsável pelos trabalhos específicos de seu ministério.


Deve zelar para que o ministério expresse o carisma JS, não só
gerindo atividades, mas sobretudo formando e cuidando dos
servos e ajudando a desenvolver o talento específico de cada
um.

SERVOS

Todos nós, sem exceção, independentemente do ministério


precisamos zelar pela missão.

Acolher a todos em todas as circunstâncias, dispondo dos


dons que o Senhor nos deu para que a obra siga fielmente a
missão que Deus nos confiou: salvar almas jovens.

“Pois a vontade de Deus é precisamente essa: que fazendo o


bem, caleis a ignorância dos insensatos” (I Pd 2,15).

26. QUAIS OS MINISTÉRIOS JS DE UMA MISSÃO?

Em uma missão Jovens Sarados podem existir diferentes


ministérios, de acordo com:

• Momento da missão: por exemplo, uma missão recém-


iniciada pode ter apenas o ministério de música e
intercessão, que são os ministérios “bases” da missão.
Com o tempo, crescimento e necessidade, novos
ministérios podem ser criados.

70
• Realidades locais: por exemplo, uma missão que está
em uma região que há um grande problema com jovens
dependentes químicos, pode ser criado um ministério
específico para alcançar e direcionar esses jovens a
serem restaurados.

Feito esse esclarecimento, listamos aqui alguns ministérios


que podem existir em uma missão JS, e seu papel de forma
resumida:

ACOLHIDA

A acolhida é a marca dos sarados. Muitos jovens fazem


a experiência de Deus não na pregação, na oração, mas na
acolhida que transborda o amor misericordioso de Deus.

• Recepcionar pessoas, focando os novos (“tratamento


VIP”), ficar atento às necessidades das pessoas que
estão começando, definir lembranças para quem veio
pela primeira vez (ex.: marcador de livro, cartão da
missão etc.). Interagir com equipe de marketing.
• Explicar espiritualidade na acolhida: renovação
carismática, oração em línguas, repouso, etc.
• Nos eventos cuidar da acolhida, lembrancinhas e
decoração.
• Cuidar da lembrança dos aniversariantes do mês.
• Responsável pelo mural: proposta de conteúdo,
atualização, etc.

IMPORTANTE:
A missão de ACOLHER é de todos os servos, o ministério de
acolhida existe para direcionar algumas atividades específicas
da missão.

71
INTERCESSÃO PROFÉTICA

Diz Santa Teresa: o mundo está pegando fogo e havemos


de gastar tempo em pedidos que, fossem ouvidos por Deus,
teríamos talvez uma alma a menos no céu? Não é tempo de
tratar com Deus assuntos de pouca importância!
A intercessão no Jovens Sarados é chamada a dar um passo
além do tradicional: é chamada a ser profética. Intercessão
profética é aquela que está fundamentada, sintonizada com
o coração de Deus. Mais que se basear em necessidades
humanas, a intercessão profética nasce da escuta de Deus e
se rege segundo seus propósitos, pede aquilo que está em Seu
coração.

• Interceder pela missão e também pelos retiros.


• Ouvir o que o Senhor está direcionando para a missão,
para o dia da missão.
• Manter-se em constante combate em favor dos jovens
que o Senhor atraiu e ainda irá atrair para a missão.

COMUNICAÇÃO

Nessa era em que os jovens estão todos interconectados,


a comunicação deve ser um meio de evangelização, atração,
anúncio e formação convidativo e criativo, que expresse nosso
jeito de ser.

• Montar estratégia de divulgação da missão: site,


cartões, folders, camiseta, etc.
• Apoio às equipes de eventos e acolhida.
• Comunicação interna e externa.

72
EVENTOS

Mais que organizar eventos, proporcionar aos jovens a


possibilidade de vivenciarem a sadia convivência e alternativas
ao que o mundo oferece.

• Festas e convivências: definição do espaço, da


programação, das atrações e tudo que for necessário
para que o evento aconteça.
• Retiros: definição do espaço e análise da estrutura (por
exemplo se comporta o número de retirantes)
• Solicitar apoio das equipes de Comunicação para
divulgação e Acolhida para ornamentação.
• Busca de doações para eventos.

ORDEM

Servir para que o ambiente agradável propicie uma


experiência de Deus aberta e sem distrações.

• Limpeza da igreja.
• Manter organizada a igreja antes, durante e depois da
missão.
• Auxiliar equipe de eventos nos retiros e, quando
necessário, recrutar pessoas para auxiliar.

COZINHA

• Lanchonete sarada no final do grupo. Promover a


convivência, conhecer os irmãos e deixar-se conhecer
por eles.
• Definição de cardápio, quantidade e compra dos
alimentos para retiros e eventos.

73
FORMAÇÃO/DISCIPULADO

O discipulado é uma marca essencial de uma missão que


almeje salvar almas e fazer o Reino avançar. A formação/
discipulado ajuda os servos da missão a crescerem para o
Reino de Deus.

• Dar formação aos jovens da missão.


• Conduzir as células do discipulado.
• Formar os discipuladores.
• Identificar dentre os novos quem vai ser pastoreado.
• Pastorear, acompanhando os jovens da missão.

CONVIVÊNCIA

Mais que organizar eventos, proporcionar aos jovens a


possibilidade de vivenciarem a sadia convivência e alternativas
ao que o mundo oferece.

• Definir momentos/eventos de lazer do grupo para


todos (periódicos e pontuais).
• Pode ser junto com o ministério de eventos, dependendo
da realidade da missão.

MÚSICA

A música, além de quebra-gelo em nossas missões, deve


ser a expressão de uma espritualidade apaixonada por Deus
e centrada nEle.

• Condução do louvor e oração.


• Alinhamento com liturgia e tempos litúrgicos.
• Responsável por todos os equipamentos de som.

74
SOCIAL

Promover a ajuda material àqueles que sofrem sendo rosto


de Cristo para eles.

• Identificar as necessidades sociais dos integrantes da


missão.
• Reinserção de jovens ao mercado de trabalho.
• Montar cestas básicas mensais.
• Visitar asilos, orfanatos.
• Realizar visitas nas casas que a equipe identificou
necessidade, além de, por exemplo, orfanatos e clínicas
de reabilitação de dependentes químicos.

LITURGIA

Zelar pela liturgia é sinal de amor aos dons que Deus nos
confere através da Igreja, os sacramentos.

• Cuidar e zelar pela liturgia.


• Informar datas comemorativas do ano litúrgico para
coordenadores.
• Definir calendário de missa junto ao padre e comunicar
os coordenadores.
• Providenciar tudo que for necessário para a celebração
da Santa Missa.
• Recrutar, com antecedência, leitores e pessoas da
coleta.

75
TEATRO/DANÇA

Usar a arte como meio de alcançar o jovem através da


totalidade do seu ser.

• Dinamizar os eventos, festas ou mesmo a missão


através de encenações que tragam assuntos atuais ou
que serão tratados pelos palestrantes. Evangelizar pela
arte.

SECRETARIA

• Agenda da obra JS, da missão e conhecer agenda da


Paróquia.
• Controle de atas das reuniões realizadas pelos
ministérios.
• Documentação necessária para as missões: ofícios,
cartas etc.
• Fazer cadastro de todos os jovens e manter atualizado.

ESPORTES

Alcançar os jovens através dos esportes.

• Evangelizar através de esportes, como o futebol,


corrida, ciclismo, atraindo jovens que têm resistência
a ambientes como igreja, mas que gostam de práticas
físicas.
• Planejar as partidas e convivências esportivas, de
preferência que mantenham certa frequência, se
possível semanais.

76
BLOCO

06
TAU

27. POR QUE USAMOS O TAU?

“...e lhe disse: percorre a


cidade, o centro de Jerusalém,
e marca com um TAU a fronte os que
gemem e suspiram devido a tantas
abominações que na cidade se cometem”
(Ez 9,4).

O TAU é um sinal externo do nosso compromisso com


Deus, que nos propõe a viver como Jesus: castos, pobres e
obedientes.

Muitas vezes pensamos que os conselhos evangélicos


da castidade, pobreza e obediência são votos exclusivos dos
religiosos. Embora, de fato, esses votos sejam típicos da vida
religiosa, todos os cristãos são chamados a viver o que em tais
conselhos é essencial.

Não menos do que aqueles “mortos para o mundo”, os


cristãos que “vivem no mundo” também devem ser pobres em
espírito, puros de coração e obedientes à palavra de Deus e da
Igreja. De modo mais específico, devem lutar pelo desapego
nos bens terrenos, pela prontidão em viver a a pureza e a
castidade e pela obediência à vontade de Deusno seio da
estrutura familiar ou onde estiverem inseridos.

77
Em outras palavras, os conselhos evangélicos hão de ser
vividos, tanto em espírito quanto na carne, por todos os cristãos,
independentemente do estado de vida e das necessidades e
exigências que dele decorrem.

Jesus casto: meu único amor. Jesus pobre: minha única


riqueza. Jesus obediente: meu único querer.

O Tau nos identifica como servos da obra Jovens Sarados


que, assumindo esse estilo de vida, almeja viver como Jesus,
segui-lo de perto e imitá-lo.

28. O QUE ENTENDEMOS POR POBREZA DENTRO


DO CARISMA JS?

Mais que uma condição relacionada a bens materiais, ser


pobre para nós, Jovens Sarados, é nos reconhecer necessitados
de Deus, a nossa total dependência Dele.

Diante disso, a pobreza é, muitas vezes, nos despojar do nosso


tempo em favor da missão de Salvar Almas Jovens. É aprender
a viver com os recursos que temos: se há poucos servos, se os
ministérios estão incompletos, se faltam instrumentos.

É confiar na providência e depender exclusivamente de


Deus. É despojar-se de nossos apegos terrenos que nos
impedem de alçar um vôo livre para Deus.

É viver na simplicidade em todos os sentidos, na preparação


de eventos, do grupo, na maneira de evangelizar.

É ser humilde como meio para evitar cair no erro da auto-


suficiência, do orgulho.

É, acima de tudo, colocar Deus no centro.


78
29. O QUE ENTENDEMOS POR OBEDIÊNCIA DENTRO
DO CARISMA JS?

Detalhamos este tema quando abordamos sobre autoridade


no item 23 desta cartilha.

Aqui reforçamos que ser obediente é ser fiel a Deus e a


Santa Igreja (o Papa, a Palavra de Deus, o magistério da Igreja e
a santa tradição). “Aquele que tem os meus mandamentos e os
guarda, esse é que me ama. E aquele que me ama será amado
por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Aquele que
não me ama não guarda as minhas palavras” (Jo 14,21.23a).

A obediência nos recorda que nosso estilo de vida não é


baseado em sentimentos, mas na luta pela adesão à vontade
de Deus sustentada pela fé.

Através dessa fé que reconhecemos que “não há autoridade


que não venha de Deus; as que existem foram instituída por
ele” (Rm 13,1). A partir dessa ótica exercitamos a obediência.

Tanto o exercício da autoridade quanto da obediência


devem se dar no diálogo fraterno e respeitoso. O servo deve
sempre conversar com seus coordenadores de missão e de
ministério (aqui não cabe uma obediência cega, mas sim
um discernimento e uma compreensão do que está sendo
proposto por eles). A obediência não deve se dar somente
quando eu concordo: ela torna-se virtude quando, apesar de
não concordar ou entender, eu a pratico para gerar unidade e
harmonia na missão.

Quando o servo JS ocupa uma posição de liderança, o seu


exercício da autoridade deve ser visto como um serviço e
não como uma imposição tirânica: ser leve ao máximo com
os servos, dar sempre a razão das decisões, ouvi-los e ter a
humildade de acatar as sugestões válidas e reconhecer as

79
decisões erradas, quando é necessário também desculpar-se.

Obedecer é, portanto, saber escutar, discernir e acolher


uma decisão. É ser fiel no pouco.

É uma via eficaz de amadurecimento humano e espiritual.


Sinal da presença de Deus.

30. O QUE ENTENDEMOS POR CASTIDADE DENTRO


DO CARISMA JS?

Quando falamos sobre sexualidade e afetividade,


abordamos de forma mais profunda este assunto.

Reforçamos aqui que ser casto é ter o devido cuidado com o


templo do Espírito Santo que somos nós.

É viver com sobriedade e equilíbrio os nossos


relacionamentos, no cuidado com o que vemos, ouvimos e
lemos. Numa geração hipersexualizada, queremos ser sinal de
contradição como uma geração que luta pela pureza, acredita
no casamento e no celibato, que vai na contramão do mundo
afirmando que pessoas são pessoas e não coisas!

Ser atento ao modo de vestir-se, sem ser vulgar. Cultivar as


virtudes que nos protegem da inclinação do nosso interior em
fazer dos outros objetos de prazer.

Olhar o irmão e a irmã como filhos amados de Deus.

80
MARANATHÁ

“Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Sim, eu venho em


breve” (Ap 22,20a).

É importante que cada servo tenha clareza que existimos para


conquistar o maior número de almas para Cristo. Não podemos
perder de vista o foco de que Jesus virá, “por isso trato duramente
meu corpo e o subjugo, para não acontecer que, depois de ter
proclamado a mensagem aos outros, eu mesmo seja reprovado”
(I Cor 9,27).

Isso exige de cada servo uma constante vigilância, um


desejo pelo céu e um posicionamento pela santidade.
“É a hora da graça! É o tempo da salvação. A salvação está
ao nosso alcance.

O que nos aguarda é um novo céu e uma terra nova.

É para lá que estamos caminhando. É por isso que não


desanimamos. Para lá estamos indo e para lá levamos uma
multidão de irmãos”.
(Monsenhor Jonas Abib)

“O Espírito e a Esposa dizem: ‘Vem!’. Possa aquele que ouve


dizer também: ‘Vem!. Aquele que atesta estas coisas diz: ‘Sim! Eu
venho depressa!’ Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,17a.20).

“Por que a vinda do Senhor é iminente, ai de mim se não


evangelizar!” (I Cor 9,16).

“Não olhemos para trás, para o mundo, crendo que renunciamos


a grandes coisas, pois o mundo é muito trivial comparado com o
céu” (Santo Antão).

81

Você também pode gostar