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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária


Embrapa Amazônia Ocidental
Ministério da Agricultura e Pecuária

Glossário de
Fitopatologia
4ª edição
Revista e atualizada

Luadir Gasparotto
José Clério Rezende Pereira
Rogério Eiji Hanada
Juvenil Enrique Cares
José Cristino Abreu de Araújo
Paula Cristina da Silva Angelo

Embrapa
Brasília, DF
2023
Embrapa Amazônia Ocidental
Rodovia AM-010, km 29
Estrada Manaus/Itacoatiara
CEP 69010-970 Manaus, AM
Fone: (92) 3303-7820
www.embrapa.br
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Unidade responsável pelo conteúdo Unidade responsável pela edição


Embrapa Amazônia Ocidental Embrapa, Superintência de Comunicação

Comitê Local de Publicações Coordenação editorial


Carla Alessandra Timm
Presidente
Nilda Maria da Cunha Sette
Kátia Emidio da Silva
Secretária-executiva Supervisão editorial
Gleise Maria Teles de Oliveira Josmária Madalena Lopes

Membros Revisão de texto


Maria Augusta Abtibol de Sousa Francisca Elijani do Nascimento
Maria Perpétua Beleza Pereira
Normalização bibliográfica
José Olenilson Costa Pinheiro
Márcia Maria Pereira de Souza (CRB-1/1441)

Projeto gráfico, diagramação e capa


Carlos Eduardo Felice Barbeiro

1ª edição
1ª impressão (2010): 1.000 exemplares
2ª edição
E-book (2014)
3ª edição
1ª impressão (2016): 1.000 exemplares
4ª edição
Publicação digital (2023): PDF

Todos os direitos reservados


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa, Superintendência de Comunicação

Glossário de fitopatologia / Luadir Gasparotto ... [et al.]. -- 4. ed. rev. e atual. –
Brasília, DF : Embrapa, 2023.
PDF (598 p.) : il. color.

ISBN 978-65-89957-34-8

1. Doença de planta. 2. Nomenclatura. 3. Teminologia. I. Pereira, José Clério


Rezende. II. Hanada, Rogério Eiji. III. Cares, Juvenil Enrique. IV. Araújo, José
Cristino Abreu de. V. Angelo, Paula Cristina da Silva. VI. Título. VII. Embrapa Ama-
zônia Ocidental.

CDD (21. ed.) 632.030

Rejane Maria de Oliveira Cechinel Darós (CRB-1/2913) © Embrapa, 2023


Autores

Luadir Gasparotto
Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa Amazônia
Ocidental, Manaus, AM

José Clério Rezende Pereira (in memoriam)


Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitopatologia, pesquisador da Embrapa Amazônia
Ocidental, Manaus, AM

Rogério Eiji Hanada


Engenheiro-agrônomo, doutor em Biotecnologia, pesquisador do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM

Juvenil Enrique Cares


Engenheiro-agrônomo, Ph.D. em Fitopatologia, professor da Universidade de Brasília,
Brasília, DF

José Cristino Abreu de Araújo


Engenheiro-agrônomo, doutor em Fitopatologia, pesquisador aposentado da Embrapa
Amazônia Ocidental, Manaus, AM

Paula Cristina da Silva Ângelo


Bióloga, doutora em Ciências Biológicas, pesquisadora da Embrapa Café, Brasília, DF
Dedicatória

Não é fácil discorrer sobre a vida profissional e pessoal do grande amigo e par-
ceiro José Clério Rezende Pereira sem correr o risco de omitir alguma de suas inúme-
ras qualidades como pesquisador e amigo. Sempre gentil, paciente, prestativo com as
pessoas e dedicado às atividades que se dispôs a desempenhar profissionalmente. Era,
acima de tudo, um parceiro e agregador.
Nos 41 anos (1978–2019) como fitopatologista, dedicou-se com afinco ao estudo
do mal das folhas, requeima da seringueira, sigatoka-negra, mal do panamá da bananei-
ra, antracnose e superbrotamento do guaranazeiro.
Contribuiu de forma significativa com a publicação de inúmeros trabalhos, entre
eles: artigos científicos, comunicados técnicos, livros e capítulos de livros, com infor-
mações sobre novas tecnologias, os quais foram fontes de consulta para pesquisadores,
professores, estudantes, extensionistas e produtores rurais.
Será sempre lembrado com saudosismo como um pesquisador e amigo dedicado,
sempre disposto a compartilhar seus conhecimentos em fitopatologia, principalmente
com estudantes. Tive o privilégio de tê-lo como amigo desde 1978, quando iniciei o
mestrado na Universidade Federal de Viçosa. Na época ele já atuava como pesquisador
da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. Pessoa íntegra, amiga e sempre
disposta a oferecer seu melhor, com quem pude contar sempre!
Por fim, deixo aqui registrado, em mais uma de nossas publicações, em nome de
todos os pesquisadores e colegas da Embrapa Amazônia Ocidental, nosso reconheci-
mento pelo inestimável legado científico e pela convivência maravilhosa que seus com-
panheiros de trabalho e amigos tiveram o privilégio de desfrutar.
Agradecimentos

Ao Dr. Luiz Antonio Maffia, professor da Universidade Federal de Viçosa, pelas


correções e sugestões.
Ao Dr. André Nepomuceno Dusi, pesquisador da Embrapa Hortaliças, pelas
sugestões e correções da parte referente aos vírus.
Ao Dr. Gilson Soares da Silva, professor da Universidade Estadual do Maranhão,
pelo envio de literatura.
Às colegas Gleise Maria Teles de Oliveira, assistente, Maria Perpétua Beleza
Pereira, analista, e Doralice Campos Castro, assistente aposentada, pelo incentivo, apoio
e dedicação.
Apresentação

A fitopatologia é uma área de extrema importância para o agronegócio brasilei-


ro, pois suas pesquisas visam minimizar os prejuízos diretos e indiretos causados pelas
doenças de plantas.
O Brasil, país de clima tropical e vasta extensão territorial, é castigado por inú-
meros fitopatógenos, o que exige atividades intensas de pesquisas em laboratório e em
condições de campo para monitorar e adotar medidas de controle efetivas. O país é
expoente na produção mundial de alimentos e de produtos florestais, por isso há cente-
nas de profissionais envolvidos no ensino, na pesquisa e em atividades de campo para o
controle de doenças de plantas.
O sucesso de qualquer atividade, principalmente na área biológica, depende da
interação entre as pessoas envolvidas na pesquisa. Na fitopatologia não é diferente.
Nesse sentido, o Glossário de fitopatologia foi concebido com o intuito de uniformizar a
comunicação entre os profissionais que se dedicam a estudar o controle de doenças de
vegetais.
A Embrapa Amazônia Ocidental reconhece essa grande contribuição e agradece
aos seus pesquisadores, aos da Embrapa Café, do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia e da Universidade de Brasília pelo empenho na elaboração da 4ª edição do
Glossário de fitopatologia.
Como nas edições anteriores, a Unidade sente-se orgulhosa em poder oferecer
esse glossário à comunidade científica.
Considera-o um relevante instrumento para a correta utilização dos verbetes,
com o intuito de contribuir para o fortalecimento da fitopatologia no Brasil.

Everton Rabelo Cordeiro


Chefe-Geral da Embrapa Amazônia Ocidental
Prefácio

A ideia de elaborar um glossário de fitopatologia surgiu da experiência dos


pesquisadores da Embrapa e teve o objetivo de agregar diferentes termos vinculados
à fitopatologia que se encontravam dispersos. Verificou-se, já pela 1ª edição, que se
tratava de uma grande lacuna existente na literatura fitopatológica, fato comprovado
pelo rápido esgotamento dessa e das duas edições seguintes.
Nesta 4ª edição, foram incluídos 1.650 verbetes, resgatados de literaturas nacional
e internacional, os quais foram acessados após a publicação da 3ª edição. Todos estão
diretamente relacionados à fitopatologia e também às atividades de campo voltadas ao
controle de doenças de plantas.
O Glossário de fitopatologia, em sua 4ª edição revista e atualizada, é resultado do
esforço e da participação de pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, da
Embrapa Café, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e da Universidade de
Brasília. O objetivo da obra é despertar, em estudantes de graduação e pós-graduação
e profissionais da área agronômica – pesquisadores, professores, auditores fiscais
agropecuários, técnicos da extensão rural, da iniciativa privada, consultores e produtores
rurais –, o interesse pelo conhecimento e uso correto dos termos ligados à fitopatologia
e ao controle de doenças de plantas.
Os verbetes, apresentados de forma didática, servem de guia orientador e
facilitador para comunicação entre estudantes e profissionais envolvidos com a
fitopatologia. Espera-se que a obra seja fonte de conhecimentos acerca do controle de
doenças de plantas, bem como estimule, cada vez mais, interessados em desenvolver
pesquisas nessa área.

Luadir Gasparotto
Pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental
A
Å: sigla de Angstrom. Ver angstrom. de refração diferentes para os distintos
comprimentos de onda da luz. Com isso,
a: em taxonomia de nematoides, corres-
há deformação de imagem, que consiste,
ponde ao quociente do comprimento do
principalmente, no aparecimento de cores
corpo dividido pela maior largura do corpo
em objetos que, na realidade, são incolores.
(geralmente ao nível vulval).
Aberração cromossômica: anormalidade
AACPD: sigla de Área Abaixo da Curva de
no número de cromossomos ou na forma
Progresso da Doença. Ver área abaixo da de um ou mais cromossomos de uma cé-
curva de progresso da doença. lula ou de uma espécie.
ABA: sigla de Ácido Abscísico. Ver ácido Aberração somática: mutação ou anor-
abscísico. malidade em uma célula somática e sua
Abaulado: curvo à maneira de uma tampa progênie.
de baú. Abertura anal: abertura para o exterior ao
Abaxial: (1) basidiósporos laterais e afasta- término do reto do nematoide.
dos do maior eixo do basídio ou da face ex- Abertura anfidial: abertura externa do an-
terna dos esporos em relação ao eixo do fídio do nematoide.
basídio; (2) nas plantas, descreve a face
ventral ou inferior do limbo foliar. Abertura do estilete: abertura anterior do
estilete; localizada dorsalmente no odon-
Abcesso: intumescimento do tecido vege- toestilete em Dorylaimida e, geralmente,
tal. ventralmente no estomatoestilete em Ty-
Abcultura: cultura anormal; cultura dege- lenchomorpha.
nerada de Fusarium, particularmente das es- Abertura estomática: abertura dos estô-
pécies parasíticas facultativas, quando, após matos da epiderme, por meio da qual os
algum tempo de crescimento sapróbico, gases penetram na folha e alcançam os es-
perde características da cultura normal, paços internos. As alterações na abertura
passando a apresentar conídios menores e estomática são controladas pelas células-
septação anormal. -guarda.
Aberração cromática: fenômeno que Abertura natural: orifício, como estôma-
ocorre quando uma lente apresenta índices tos, lenticelas, estigmas, nectários e hidató-

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dios, presente nas plantas; via de penetração que são incorporadas ao inóculo ou esfre-
de fungos e bactérias fitopatogênicas. gadas sobre o limbo foliar, antes da inocu-
Abertura numérica: em microscopia, a lação, para escarificar a superfície, no
medida da capacidade da lente em captar a intuito de facilitar principalmente a trans-
luz. missão mecânica de vírus.
Abertura oral: abertura, no extremo ante- Abreviado: curto; reduzido.
rior do corpo do nematoide, cuja parede é Abrupto: que parece cortado transversal-
recoberta por cutícula. É circundada por mente ou quebrado; que termina brusca-
um disco oral seguido dos setores labiais. mente; truncado.
Nos nematoides fitoparasitas, a abertura
oral dá passagem ao estilete para fora do Abrupto bulboso: diz-se do estipe bul-
corpo. boso que não se apresenta arredondado na
Ab-himenial: do lado oposto ao himênio; parte superior.
que se encontra recuado, afastado ou longe Abscisão: (1) separação de folhas ou fru-
do himênio. tos da planta por ação fisiológica; (2) sepa-
Abiótico: não vivo; causado por um agente ração mais ou menos instantânea de um
não vivo. basidiósporo do seu esterigma, de um coní-
dio do conidióforo, etc.
Aboósporo: oósporo desenvolvido parte-
nogeneticamente. Absoluto: simples; puro; livre de mistura.
Aborto: ação de não vingar, de morrer an- Absorbância: ver absorvância.
tes de se desenvolver.
Absorção: (1) em sorologia, consiste na re-
Abortamento: queda prematura de flores moção dos anticorpos a partir de um soro
ocasionada por falta de polinização ou por imune com antígenos. O soro imune é re-
altas temperaturas e baixa umidade relativa petidamente misturado com o antígeno
do ar, não havendo formação de frutos. compatível, e o precipitado dos complexos
ABPP: sigla de Área de Baixa Prevalência imunes é removido; (2) entrada de um ele-
de Praga. Ver área de baixa prevalência de mento, sob a forma iônica ou molecular,
praga. em uma célula ou em espaços intercelulares
da planta.
Abrasamento: sintoma necrótico, caracte-
rizado pela coloração parda e desidratação Absorção ativa: movimento de íons e
extrema dos tecidos afetados. água para o interior da raiz da planta como
Abrasão: ferimentos leves feitos com resultado de processos metabólicos da raiz,
abrasivo nos órgãos da planta, principal- frequentemente contra um gradiente de
mente no limbo foliar, com a finalidade de potencial eletroquímico.
abrir portas notadamente para infecção de Absorção passiva: movimento de íons e
vírus. água para o interior da raiz da planta, como
Abrasivo: partículas muito finas e duras de resultado de difusão ao longo de um gra-
um material, como carvão e carborundum, diente de atividade.

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Absorvância: quantidade de radiação ab- Ação bactericida: destruição das células
sorvida por uma superfície líquida ou só- bacterianas presentes no hospedeiro, ou
lida, excluída a parte refletida, dividida pela inibição da sua multiplicação.
quantidade de radiação incidente. Ação bioquímica: modificação química
Abstinência: ver jejum. resultante do metabolismo de organismos
vivos.
Abundância: número total de indivíduos
de uma espécie ou quantidade de recursos Ação conjunta: ação de duas ou mais
presentes numa área específica. substâncias exercendo seus efeitos simulta-
neamente.
Acamamento: tombamento de plantas
que ocorre com mais frequência em gramí- Ação corretiva: (1) procedimentos ou
neas, como trigo, arroz e cana-de-açúcar, ações a serem tomados quando se constata
nas quais os colmos por ação do vento ou que um critério se encontra fora dos limites
de outros fatores se dobram, e as plantas se estabelecidos; (2) na defesa fitossanitária,
posicionam paralelas e rentes ao solo, difi- ação para eliminar a causa de uma não con-
cultando a colheita e causando perdas na formidade identificada ou outra situação
produção. indesejável.
Acantáceo: que tem espinhos. Ação curativa: paralisação ou retarda-
mento do desenvolvimento do patógeno
Acantiforme: que tem forma de espinho.
nos tecidos vegetais imediatamente após a
Acantocarpo: corpo de frutificação ou de infecção, antes dos primeiros sintomas.
esporos espinhoso, ou fortemente prote- Esse tipo de atuação permite que o trata-
gido por pelos enrijecidos. mento seja efetuado imediatamente após a
inoculação, geralmente, no máximo, nos
Acantófise: terminação diferenciada de
dois dias seguintes.
hifa estéril clavada ou cilíndrica, coberta
por pequenas protuberâncias e localizada Ação de contato: penetração de uma
no himênio ou na superfície do píleo de substância química através do revestimento
certos Basidiomycota. externo de um organismo.
Acantóforo: que apresenta ou sustenta es- Ação de contingência: na defesa fitossa-
pinhos. nitária, aplicação de um conjunto de medi-
das fitossanitárias que buscam prevenir e
Acantósporo: esporo provido de espi-
reduzir os riscos de entrada no país de uma
nhos; esporo equinulado, como a maioria
praga quarentenária ausente, ou evitar a
dos uredosporos (urediniósporos) dos
disseminação de uma praga quarentenária
Uredinales.
presente sob controle oficial numa área in-
Ação aditiva: efeito sinérgico de genes festada e ao redor dela para prevenir a dis-
complementares. persão para áreas não afetadas.
Ação antrópica: qualquer atividade desen- Ação de erradicação: (1) na defesa fitos-
volvida pelo homem sobre o meio am- sanitária, aplicação de medidas fitossanitá-
biente, independentemente de ser maléfica rias dentro de uma área infestada para
ou benéfica. eliminar uma praga; (2) ação que destroi es-

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truturas do patógeno nas lesões presentes e creção enzimática). Nesse tipo de atuação,
inibe a formação de novas estruturas. os tratamentos devem ser realizados antes
da penetração.
Ação de supressão: na defesa fitossanitá-
ria, aplicação de medidas fitossanitárias Ação residual: ver efeito residual.
dentro de uma área infestada para diminuir
Ação retardada: ação que se exterioriza
populações da praga.
lentamente e se manifesta pronunciada-
Ação emergencial: na defesa fitossanitá- mente alguns dias após o tratamento. Co-
ria, é uma ação fitossanitária tomada de mum no controle biológico, onde há
imediato ante uma nova ou inesperada si- necessidade de um período de tempo para
tuação fitossanitária. se observar o efeito desejado. Inicialmente,
Ação fitossanitária: na defesa fitossanitá- o patógeno sofre paralisação das suas ativi-
ria, é uma operação oficial, como inspe- dades metabólicas logo após o tratamento
ções, testes, vigilância ou tratamentos, e, posteriormente, morre gradualmente.
realizada para implementar regulamentos Ação sistêmica: propriedade que tem
fitossanitários ou procedimentos. uma substância química de ser absorvida
Ação fumigante: penetração de uma por uma planta, através de suas raízes ou da
substância química volátil no organismo epiderme de qualquer órgão, e de se deslo-
pelas vias respiratórias. car em quantidade suficiente para exercer a
sua função tóxica.
Ação fungicida: ação de destruir estrutu-
ras do fungo presentes nas lesões e/ou ini- Acapsulado: que não apresenta cápsula.
bir a formação de novas estruturas fúngicas. Acaricida: agente químico ou físico que
Ação gênica: maneira pela qual o gene (ou mata ácaros ou inibe o seu crescimento.
genes) controla a expressão de uma carac- Ácaro: pequeno artrópode (acarinos, da
terística. classe dos aracnídeos) que pode transmitir
Ação mutagênica: ação capaz de provo- vírus, algumas vezes é microscópico e fre-
car uma alteração cromossômica não de- quentemente parasita plantas. Invertebrado
tectável, conhecida como mutação que apresenta quatro pares de patas na fase
genética, a qual é transmitida às gerações adulta.
sucessivas de células. Acaudato: que não apresenta cauda.
Ação nematicida: ação de destruir os ne- Acéfalo: que não apresenta cabeça.
matoides presentes no hospedeiro ou no
Acêntrico: pedaço de cromossomo sem
solo, ou inibir a sua reprodução.
um centrômero.
Ação preventiva: (1) na defesa fitossanitá-
Acervulado: pequeno aglomerado, amon-
ria, ação para eliminar a causa de uma po-
toado ou acúmulo.
tencial não conformidade ou de situação
potencialmente indesejável; (2) ação que Acérvulo: corpo de frutificação assexual,
impede a penetração do patógeno nos teci- subepidérmico, formado por camadas de
dos do vegetal (inibindo a germinação do pseudoparênquima e himênio, sobre as
esporo, a formação do apressório ou a se- quais se desenvolvem conidióforos e célu-

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las conidiogênicas, que produzem conídios, Acidez do solo: fenômeno causado pelo
enquanto cobertos pelos tecidos do hospe- excesso de hidrogênio e alumínio no solo.
deiro. Acidificação: processo de tornar ácida
Acesso: (1) amostra de germoplasma re- uma substância, baixando seu pH ao acres-
presentativa de um indivíduo ou de vários centar ácido.
indivíduos de uma população; (2) qualquer Acidificante: ácido que adicionado à calda
registro individual constante de uma cole- de defensivo a torna ácida. A acidificação
ção de germoplasma. deve ser feita com um ácido fraco que te-
Acesso de aquisição: período em que é nha efeito tamponante, para manter o pH,
permitido ao vetor se alimentar da planta levemente ácido, dentro de uma faixa es-
infectada por vírus, ainda que não o faça, treita.
visando torná-lo virulífero. Ácido: substância que, ao se dissociar, li-
Acesso de inoculação: período em que se bera H+ (íons hidrogênio) de pH menor
deixa o vetor, sabidamente virulífero, per- que 7.
manecer na planta-teste sadia, para infectá- Ácido abscísico: hormônio vegetal que
-la com o vírus. regula o crescimento e os fatores de trans-
Acessório: apêndice; qualquer coisa que crição associados com senescência de fo-
está junto de outra, sem dela fazer parte. lhas, queda dos frutos, dormência de
sementes e região apical, e inibição da flo-
Acetabuliforme: em forma de taça, espe- ração de plantas de dias longos sob condi-
cialmente para ascocarpo em forma de ções de dias curtos.
taça.
Ácido acético: líquido claro, viscoso, de
Acetona: nome oficial da propanona cheiro picante e solúvel em água; quando
(CH3COCH30); líquido incolor, muito vo- puro, recebe o nome de ácido acético gla-
látil, inflamável, menos denso que a água e cial; denominação oficial do ácido etanoico
solúvel em álcool, usado como solvente. (CH3COOH).
Acianófilo: estruturas fúngicas, principal- Ácido ascórbico: vitamina hidrossolúvel
mente esporos, que não coram com azul de requerida em uma grande variedade de
algodão. funções orgânicas; antioxidante usado em
Aciculado: ver acicular. alguns meios de cultura.

Acicular: estrutura longa, fina e pontia- Ácido cianídrico: gás ou líquido incolor
(HCN) extremamente tóxico, encontrado
guda, em forma de agulha.
nas folhas de algumas euforbiáceas; alguns
Acículo: seta. patógenos conseguem detoxificá-lo, como
Acidez: qualidade ou grau do ácido; termo o Microcyclus ulei em seringueira; cianeto de
técnico usado ao se medir a capacidade de hidrogênio ou ácido prússico.
uma base de neutralizar um ácido; intensi- Ácido clorídrico (HCl): poluente atmos-
dade de uma reação química ácida medida férico que pode causar o embranqueci-
pela concentração de íons de hidrogênio. mento do limbo foliar, com áreas necróticas

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internervais e bordas queimadas (necrose Ácido indolacético: composto orgânico
em “v” invertido). natural ou sintético pertencente à classe
das auxinas (substâncias reguladoras de
Ácido clorogênico: composto fenólico
crescimento das plantas).
(éster dos ácidos cafeico e químico), inter-
mediário da síntese de outros compostos Ácido jasmônico: fito-hormônio, sinteti-
fenólicos de elevado peso molecular, como zado a partir do ácido linoleico, relacio-
a lignina. Quando oxidado por enzimas nado a mecanismos de defesa vegetal.
(polifenoloxidases), produz quinonas, O ácido jasmônico e seus derivados indu-
compostos tóxicos às células do hospe- zem a expressão de genes que codificam
deiro e do patógeno. As quinonas se poli- proteínas específicas, como inibidores de
merizam formando melaninas, pigmentos proteases, enzimas envolvidas com a pro-
dução de flavonoides e diferentes proteínas
de coloração escura.
relacionadas com doenças. Tem efeito so-
Ácido desoxirribonucleico: constituinte bre os eventos fisiológicos da planta, pois
do cromossomo e material genético extra- ativa os mecanismos de defesa vegetal para
nuclear em organismos eucariontes, e tam- produção de antifúngicos e fitoalexinas
bém do cromossomo circular e plasmídeos contra fitopatógenos e insetos.
em procariontes. Cada desoxirribonucleo- Ácido lático: ácido orgânico com dois isô-
sídeo é composto por uma base aminada meros. Rotineiramente é utilizado no pre-
(adenina, citosina, guanina e timina), uma paro de meios de cultura para acidificá-los,
molécula de desoxirribose e um radical tri- desse modo reduz-se ou evita-se o cresci-
fosfato. mento de bactérias quando se pretende iso-
Ácido etilenodiaminotetracético: agente lar fungos.
quelante usado para manter nutrientes, Ácido nucleico: macromolécula consti-
como o Fe++, na forma solúvel disponível tuída por nucleotídeos polimerizados, en-
para a célula cultivada in vitro. Inibidor da contrada em duas formas (DNA e RNA),
atividade da DNAse por quelar íons Mg++, as quais podem ser constituídas por uma
por isso é adicionado ao tampão de extra- única cadeia (fita) ou por duas, de confor-
ção e de armazenamento de ácidos nuclei- mação linear ou circular; substância ácida
cos em longo prazo. que contém pentose, fósforo e as bases pu-
rinas e pirimidinas; determinante das carac-
Ácido fólico: nome comum da vitamina terísticas genéticas do organismo.
B9, hidrossolúvel, envolvido na síntese de
proteínas estruturais. Ácido nucleico infeccioso: ácido nu-
cleico viral purificado, capaz de infectar
Ácido fusárico: ácido piridino-carboxílico uma célula hospedeira e causar a subse-
produzido por Fusarium oxysporum f. sp. lyco- quente produção da progênie viral.
persi e F. oxysporum f. sp. vasinfectum, indutor
de sintomas de murcha em tomateiro e al- Ácido pirolenhoso: produto milenar na
cultura japonesa, conhecido como “extrato
godoeiro, respectivamente.
pirolenhoso”, obtido pela condensação da
Ácido giberélico: fito-hormônio com fumaça proveniente da carbonização da
ação fisiológica similar a giberelina. madeira durante a produção de carvão ve-

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getal. Utilizado na agricultura como condi- Ácido sulfúrico: ácido forte e muito cor-
cionador do solo, bioestimulante vegetal, rosivo, formado pela dissolução de óxido
indutor de enraizamento, repelente de inse- de enxofre (SOx) em água. Nas emissões de
tos e, no controle de doenças, contribui combustíveis contendo enxofre, esse ele-
com a diminuição do uso de agroquímicos mento entra em contato com o vapor de
na agricultura convencional. O Ministério água e produz chuva ácida.
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
no final de 2008, proibiu o seu uso na agri- Acidófilo: organismo que é favorecido em
cultura orgânica; solução aquosa que con- condições de acidez, ou seja, cresce em
tém de 6% a 10% de ácido acético (ácido substrato ácido.
etanoico), de 2% a 3% de álcool metílico Acídoto: que termina em ponta ou espi-
(metanol), de 0,5% a 1% de acetona (pro- nho.
panona), pequena quantidade de acetato de
metila (etanoato de metila), de álcool amí- Acidúrico: tolerante a ácido; capaz de re-
lico e de aminas, e 12% de alcatrão total sistir a ácido.
(solúvel + insolúvel). Acineto: sem movimento; célula de resis-
Ácido ribonucleico: constituinte do RNA tência; estrutura reprodutiva imóvel.
mensageiro, transportador e ribossomal, Aclavado: que tem forma de clava.
em conformação de fita simples, e material
genético de vírus. Cada ribonucleosídeo é Aclimatação: mudanças fisiológicas que
formado por uma base aminada (adenina, conduzem um organismo a se adaptar a
citosina, guanina e uracila), uma molécula um fator do meio ambiente; ajuste de curto
de ribose e um radical trifosfato. prazo que ocorre em indivíduos e dura ge-
ralmente apenas dias ou semanas. Por
Ácido salicílico: ácido orgânico, de fór- exemplo, muitas vezes as mudas de uma se-
mula química C7H6O3, pertencente ao menteira são colocadas ao ar livre por algu-
grupo dos hidroxiácidos; no seu estado mas horas por dia ou numa estrutura
puro é sólido, apresenta forma de cristais quente, antes de serem transplantadas para
brancos ou de pó cristalino, é inodoro, o campo, a fim de aclimatá-las ao ambiente
pouco solúvel em água, mas solúvel em
externo e reduzir o choque do transplante;
solventes polares e éter. Seu principal papel
em cultura de tecidos, é o processo de
fisiológico na planta é funcionar como uma
adaptação do indivíduo às condições am-
molécula sinalizadora, induzindo-a a ex-
bientais antes do transplantio da planta cul-
pressar resistência contra o ataque de pató-
tivada in vitro para a casa de vegetação ou
genos. Essa função foi sugerida por esse
para o campo.
ácido se acumular em plantas submetidas a
condições adversas, quer seja por ataque Aclimatado: organismo já adaptado a um
patogênico, quer seja pelo tratamento da meio diverso daquele em que vive natural-
planta com elicitores químicos, e por sua mente.
propriedade de induzir a expressão de ge-
Aclimatização: ver aclimatação.
nes ligados a várias proteínas relacionadas
com a patogênese (Martinez et al., 2000). Aclorofilado: que não apresenta clorofila.

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Acrescente: conidióforo que continua seu Acrônimo: palavra formada pela inicial ou
desenvolvimento após a formação do coní- por mais de uma letra de cada um dos seg-
dio, de maneira que este passa de apical a mentos sucessivos de uma locução, ou pela
lateral; que apresenta aumento progressivo maioria dessas partes. Como exemplo a
da espessura da base para o ápice; agluti- abreviatura do nome de vírus formada
nado; que cresce junto. com as letras iniciais ou partes do seu
Acridina: substância mutagênica que causa nome. O acrônimo é estabelecido após
adição ou deleção de pares de bases, espe- análise da exclusividade deste, como exem-
cialmente em plasmídeos e DNAs extra- plo BCMV (Bean common mosaic virus).
cromossômicos.
Acropetal: produzido numa sucessão, em
Acridina laranja: corante fluorescente direção ao ápice, constituindo o elemento
usado para determinar a natureza do ácido apical mais jovem.
nucleico em partículas de vírus ou células.
O núcleo das células colore de verde fluo- Acrópeto: com desenvolvimento de baixo
rescente, e o RNA citoplasmático fluoresce para cima; formado em direção ao ápice,
laranja. isto é, quando cada conídio produzido dá
origem a outro mais jovem.
Acrilamida: monômero usado na forma-
ção do gel de poliacrilamida que é empre- Acropleurógeno: conídio que se origina
gado na separação eletroforética de no contorno das células conidiogênicas.
proteínas e ácidos nucleicos. Acrósporo: esporo apical que se forma na
Acrobasídio: basídio com esporos termi- extremidade de um filamento fértil, o espo-
nais. róforo, ou de um basídio; esporo, conídio
Acrógeno: que cresce ou se forma na ex- ou espermácia que nasce no ápice de uma
tremidade de uma hifa ou conidióforo, de- célula-mãe ou esporóforo.
senvolvimento apical. Acrostyle: estrutura existente no estilete
Acroico: colorido especialmente na extre- de afídeos vetores onde ocorre a presença
midade da hifa. de proteínas que podem interagir com par-
tículas virais transmitidas de maneira não
Acromania: ver superbrotamento.
circulativa.
Acromático: sem cor, sem pigmento.
Actinobactéria: ver actinomycetes.
Acromatose: sintoma hipoplástico carac-
terizado pela supressão dos pigmentos dos Actinógrafo: instrumento usado para re-
órgãos ou de áreas do tecido normalmente gistrar a intensidade de radiação solar total,
colorido; perda da cor natural. ou seja, mede a energia. Ver radiação solar
total.
Acromogênico: que não produz pig-
mento. Actinômetro: instrumento usado para
medir a intensidade de radiação solar.
Acronecrose: necrose que se inicia do
ápice para a base; necrose das partes apicais Actinomicina: antibiótico produzido pelo
de um órgão. fungo Actinomyces antibioticus.

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Actinomycetes: classe de organismos Fatores de adaptabilidade atribuídos a fe-
aclorofilados, caracterizados por finos fila- nótipos são válidos somente para condi-
mentos ramificados, geralmente com me- ções prevalecentes no tempo e local de
nos de 1 µm de diâmetro, que produz medida. Similarmente pode ser dito que a
esporos por fragmentação, o que lembra as adaptabilidade de uma população é a sua
células bacterianas. Apresentam morfolo- habilidade para reproduzir em comparação
gia variada e são classificados como bacté- com outra população (Zadoks; Schein,
ria Gram-positiva. São estudados tanto por 1979).
bacteriologista como por micologista.
Adaptabilidade do parasita: medida da
Acuidade visual: capacidade do olho de frequência de um genótipo em uma popu-
visualizar a distância entre dois pontos. Na lação de patógenos em interação com uma
Fitopatologia, para aumentar a visibilidade população de hospedeiros ao longo de um
dos microrganismos a serem estudados, número de gerações dos patógenos.
utilizam-se microscópios, porque ampliam
Adaptabilidade parasítica: habilidade re-
a imagem dos objetos e, assim, aumentam
lativa de um patótipo ou de uma população
a acuidade visual do observador.
de se estabelecer com sucesso por longo
Acuminado: pontiagudo; longamente tempo. Medida da capacidade de reprodu-
pontudo; que termina com a extremidade ção e sobrevivência do patótipo.
alongada e aguda; píleos, cistídios e extre-
Adaptação: mudança não hereditária em
midade das lamelas que se afinam gradati-
um organismo com a finalidade de aumen-
vamente para a extremidade.
tar a sua adaptabilidade. Processo pelo qual
Acurácia: proximidade do valor real em indivíduos, populações ou espécies mudam
relação às estimativas de um dado avalia- de forma ou função para sobreviver em de-
dor. Exatidão de uma operação isenta de terminadas condições de ambiente.
erros sistemáticos. Medida da correlação
Adaptação genética: conjunto de mu-
entre o valor estimado e o valor real, a qual
danças na composição genética dos orga-
informa a proximidade do valor estimado
nismos de uma espécie que permitem que
em relação ao valor real, refletindo a con-
ela se reproduza e ganhe vantagem compe-
fiabilidade daquela estimativa.
titiva em condições ambientais modifica-
Adanal: que está em íntima proximidade das.
com o ânus ou cloaca do nematoide, parti-
Adaptação parasítica: organismo sapró-
cularmente com referência aos acessórios
fita que passa a parasita.
das estruturas copulatórias do macho,
como a bursa. Adaxial: (1) relativo à face interna do basi-
diósporo em relação ao eixo da tétrade de
Adaptabilidade: capacidade de um iso-
esporos; relacionado também aos basidiós-
lado, sob dada condição, de se reproduzir
poros mais próximos do eixo tétrade espó-
melhor do que outro. Comparando-se dois
rica; (2) nas plantas, descreve a face dorsal
isolados, aquele com maior adaptabilidade
ou superior do limbo foliar.
é designado com valor 1. Adaptabilidade
de um fenótipo é a sua habilidade de repro- Adenina: base púrica que forma a estru-
dução em relação àquela de outro fenótipo. tura tanto do DNA como do RNA; ela se

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emparelha com a timina no DNA e com o de líquidos ou sólidos às superfícies sólidas.
uracil no RNA; aminopurina-6 (C5H5N5). Aumenta a tenacidade do defensivo agrí-
Adenosina: nucleosídeo resultante da liga- cola.
ção entre a base adenina e o açúcar D-ri- Adesivo: ver adesionante.
bose.
Adesório: órgão desenvolvido a partir de
Adenosina difosfato (ADP): nucleotídeo um esporo de repouso de Plasmodiophora
composto de adenina e D-ribose com dois para aderir ao hospedeiro ou penetrá-lo.
grupos de fosfato aderidos; participa nas
reações metabólicas (anabólicas e catabóli- Adição gênica: adição de uma cópia fun-
cas). Essas moléculas completam o pro- cional de um gene ao genoma de um orga-
cesso de fosforilação ou desfosforilação e nismo.
fazem o transporte de energia dentro da Aditividade: (1) na fitopatologia, o caráter
célula para direcionar o processo metabó- aditivo é expresso quando a toxicidade
lico. conjunta da mistura de dois ou mais defen-
Adenosina 5’-trifosfato: nucleotídeo sivos agrícolas se mantém igual à somatória
composto de adenina e D-ribose com três da toxicidade de cada defensivo, individual-
moléculas de ácido fosfórico; é a condição mente; (2) somatória dos efeitos dos genes.
fosforilada da adenosina trifosfato (ATP). Aditivo: substância adicionada ao defen-
Fornece energia às reações metabólicas sivo agrícola ou afim, além do ingrediente
quando perde um grupo fosfato e se torna ativo e do solvente, para melhorar a ação,
ADP. Sua função na célula é captar a ener- função, durabilidade, estabilidade e detec-
gia liberada nas reações exergônicas, arma- ção, ou para facilitar o processo de produ-
zená-la e, posteriormente, transferi-la para
ção.
as reações endergônicas.
Adjuvante: (1) material (aderente, emulsi-
Aderência: propriedade que os defensivos
ficante, espalhante, molhante, neutrali-
agrícolas têm de grudar em superfícies de
zante, mas não diluente) sem propriedades
folhas, ramos, frutos e hastes.
de ingrediente ativo, que, quando adicio-
Aderente: que adere; substância que, adi- nado à calda de um defensivo agrícola, me-
cionada ao defensivo agrícola, melhora a lhora algumas das suas propriedades físicas
propriedade dele de aderir à superfície do e/ou químicas; (2) composto adicionado a
órgão tratado. Aumenta a tenacidade do uma preparação de antígenos para aumen-
defensivo agrícola. tar a imunogenicidade.
Adesão: (1) sob o ponto de vista físico, a Adjuvante de Freund: composto con-
capacidade de uma partícula ou molécula tendo emulsificador (lanolina) e óleo mine-
de manifestar a atração por outros corpos; ral que, misturado com um antígeno, é
(2) na Fitopatologia, a atração de propágu- injetado nos músculos de um animal para
los pela superfície da planta-alvo ou tecido produzir antissoro. O adjuvante libera len-
hospedeiro. tamente o antígeno após a injeção e au-
Adesionante: surfactante que possui ele- menta a sua imunogenicidade, ou seja,
vada habilidade para promover a aderência melhora alguma propriedade biológica na

22
produção de anticorpos em resposta ao an- Adubação foliar: prática de adubação efe-
tígeno injetado. tuada mediante pulverização. Fornece pe-
Adnato: que cresce aderente; que faz ou quenas quantidades de nutrientes, que
parece fazer corpo com o órgão vizinho; podem ser associados a produtos fitossani-
diz-se de película, de escamas, etc., firme- tários.
mente presas à superfície do píleo, das la- Adubação orgânica: prática de melhora
melas e dos tubos aderidos ao estipe em
do solo por meio de adubação, com incor-
toda a largura ou comprimento, mas que
poração de material orgânico decomposto,
não se estendem pelo estipe abaixo.
ou não, de origem animal e/ou vegetal.
Adnexo: diz-se das lamelas e tubos que, ao
atingirem o estipe, aderem-se parcialmente Adubação química: prática feita com
a ele; diz-se também de acículas, cutículas, adubos químicos, com incorporação de
fibrilas, escamas, quando aderidas ao estipe sais minerais ao solo.
ou ao píleo, por uma porção mais ou me- Adubação verde: prática utilizada para a
nos extensa. fertilização do solo, que consiste no cultivo
ADP: sigla de Adenosine Diphosphate. Ver de determinada planta, normalmente legu-
adenosina difosfato. minosa, gramínea, crucífera e outras, com a
Adsorção: (1) processo de aderência do finalidade de proteger e melhorar o solo.
bacteriófago ao receptor específico, exis- Depois de determinado período, a planta é
tente na célula do hospedeiro, antes da in- cortada e deixada sobre o solo ou a ele in-
jeção de seus ácidos nucleicos para realizar corporada ainda verde e não decomposta,
a infecção; (2) adesão de um líquido, gás ou promovendo assim o seu enriquecimento
substância sólida dissolvida à superfície de com matéria orgânica e nutriente, princi-
um sólido. palmente o nitrogênio. Os adubos verdes
Adsorvente: (1) na purificação de vírus de são de grande importância para implanta-
plantas, a substância capaz de adsorver em ção ou para conversão de um sistema tradi-
sua superfície proteínas presentes na sus- cional em um sistema de agricultura
pensão; (2) de modo geral, qualquer subs- orgânica, pois auxiliam na desintoxicação
tância usada para adsorver outra. do solo contaminado por agroquímicos.
Adubação: prática de adição, ao solo, de As leguminosas são usadas com mais fre-
substâncias, produtos ou organismos que quência, porque são importantes fontes de
contenham elementos essenciais ao cresci- nitrogênio e facilitam a fixação dele no
mento das plantas. solo. As gramíneas são boas fontes de car-
Adubação de cobertura: fertilização efe- bono e produtoras de biomassa, e as ervas
tuada após o plantio, com o objetivo de nativas auxiliam a reciclagem de nutrientes
fornecer às plantas os nutrientes cujos teo- e a preservação do ecossistema. Elas de-
res no solo estejam abaixo do mínimo ne- vem ser cortadas antes da época de flora-
cessário para a planta expressar todo ção, podendo ser deixadas sobre o solo ou
potencial de crescimento e desenvolvi- enterradas de forma superficial para que
mento. possam se decompor e ser agregadas a ele.

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Adubo: composto orgânico ou inorgânico ou outra, afetam a incidência de doenças
que contém um ou mais nutrientes essen- nas plantas, como a dispersão de propágu-
ciais às plantas. los e o controle químico, atingindo a deriva
Adubo mineral: material inorgânico, ge- das gotas e até a sua deposição nos alvos.
ralmente de origem industrial, adicionado Aecial: ver ecidial.
ao meio em que a planta é cultivada para
fornecer determinados nutrientes. Aecídio: gênero anamórfico para os está-
dios 0 e 1, apenas nos fungos causadores
Adubo orgânico: adubo constituído es- de ferrugem (Uredinales).
sencialmente por elementos naturais (ma-
téria orgânica decomposta, resíduos Aécio: estrutura com ou sem perídio, for-
vegetais e esterco, entre outros), sem o mada por células hifais binucleadas que
acréscimo de produtos químicos de origem produzem cadeias de esporos (aecióspo-
industrial. ros) correspondentes ao estádio I das fer-
rugens (Uredinales – Teliomycetes).
Adubo organomineral: adubo orgânico
enriquecido com elementos minerais es- Aecioide: que tem aparência do gênero
senciais. Aecidium.
Adubo verde: vegetação verde recém-cor- Aeciósporo: esporo binucleado, unicelu-
tada ou ainda em crescimento que é incor- lar, em cadeia e produzido em um aécio,
porada ao solo para aumentar a quantidade não é vegetativamente repetitivo.
de matéria orgânica e de húmus disponível,
Aeração: processo natural ou artificial de
o que visa melhorar a estrutura do solo, a
ventilação de um meio (água, solo e meio
atividade microbiana e o crescimento das
de cultura líquido), visando à oxigenação
plantas.
ou à oxidação aeróbica dos materiais pre-
Adulterado: produto que não possui o sentes.
princípio ativo ou os ingredientes em quan-
tidade e qualidade que constam do rótulo Aerador: aparelho usado para aeração de
da embalagem ou não apresenta eficiência um líquido.
de controle, segundo as especificações e in- Aeroalergênico: alergênico transportado
dicações constantes no rótulo. pelo ar, como os esporos de fungos.
Adulto: fêmea ou macho de nematoides; Aeróbico: (1) microrganismo vivo ou ape-
completamente desenvolvido; sexualmente nas ativo na presença de oxigênio molecu-
maduro e capaz de se reproduzir. lar livre; (2) descreve um ambiente ou uma
Adunado: órgão ou estruturas que se apre- condição na qual o oxigênio é suficiente
sentam parcialmente soldados. para os processos químicos, físicos e meta-
bólicos.
Advecção: em meteorologia, transferência
de calor pelo movimento horizontal de Aeróbico facultativo: organismo que ha-
massas de ar, como os ventos. A advecção bitualmente vive na ausência de oxigênio
de massas de ar modifica muito os fenôme- atmosférico, mas que também é capaz de
nos climáticos diários, que, de uma forma viver na presença dele.

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Aeróbio: organismo que só pode viver e Afídio: pequeno inseto da família Aphidi-
crescer em presença de oxigênio, especial- dae (Ordem Homoptera), sugador de plan-
mente uma bactéria ou microrganismo si- tas, muitos deles vetores de vírus.
milar que requerem oxigênio atmosférico. Afilamento foliar: afilamento do limbo
Aerobiologia do inóculo: estudo da dinâ- foliar, o qual chega a desaparecer total-
mica de distribuição temporal e espacial do mente, restando apenas a nervura central.
inóculo aéreo de um patógeno em determi- Afinidade: atração natural entre compos-
nado plantio ou região. tos ou objetos. Relativa à interação especí-
fica que ocorre entre uma enzima e seu
Aerobiose: condição de vida em presença
substrato ou entre um antígeno e um anti-
de oxigênio livre. corpo, a qual pode ser explorada em técni-
Aerosol: (1) líquido ou sólido disperso cas como imunoensaios e afinidade
num gás. Neblina que consiste de minúscu- cromatográfica.
las gotículas de água no ar é um aerosol; Afinidade cromatográfica: técnica cro-
(2) formulação contida num recipiente, que matográfica que depende de afinidade es-
pode ser dispersa na forma de finas gotícu- pecífica entre moléculas.
las de diâmetro de 0,1 µm a 0,5 µm, geral-
Afins: na defesa fitossanitária, produtos ou
mente sob o efeito de um gás propelente agentes do processo físico e biológico que
liberado por uma válvula. tenham a mesma finalidade dos defensivos
Aerotactismo: processo pelo qual um pa- agrícolas e de outros produtos químicos, fí-
tógeno sofre atração e/ou repulsão por sicos ou biológicos, utilizados na defesa fi-
oxigênio. tossanitária, domissanitária (ambiente
doméstico) e ambiental.
Aestivação: estratégia ou adaptação de um
Aflagelado: que não tem flagelos.
patógeno que consiste na diminuição de
atividade (dormência) para sobreviver du- Aflatoxicose: enfermidade resultante da
rante uma época desfavorável, seca ou ingestão de aflatoxinas em alimentos con-
quente. taminados.

AFDI: na defesa fitossanitária, é a sigla de Aflatoxina: micotoxina com ação carcino-


Autorização Fitossanitária de Importação. gênica produzida, principalmente pelo
fungo Aspegillus flavus, em sementes de ce-
aff.: abreviatura de affinis; deve ser escrita reais e amêndoas, tóxica para os seres hu-
em fonte normal, com ponto de abrevia- manos e animais.
ção. Indica que a espécie mencionada é re- AFLP: sigla de amplified fragment length poly-
lacionada, mas não idêntica, à espécie no morphism, em português, polimorfismos de
binômio que é demonstrado. Significa que comprimento de fragmentos amplificados.
é uma espécie ou gênero afim, próxima à Técnica que utiliza a combinação entre
espécie ou ao gênero indicado, como exem- RFLP e RAPD para gerar marcadores mo-
plo: Armillaria affinis (Singer) (Volk; Burd- leculares dominantes, que segregam de ma-
sall, 1995). neira mendeliana.

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Afogamento do coleto: enterrio de parte para planejar, coordenar e executar a polí-
do caule das mudas no campo (por ocasião tica estadual de defesa agropecuária do es-
do seu plantio) causado por subsequentes tado, com a finalidade de promover a
tratos culturais ou enxurradas. A porção do vigilância, a normatização, a fiscalização, a
caule que passa a funcionar como “novo” inspeção e a execução das atividades liga-
coleto é forçada a modificar-se para funcio- das à defesa animal e vegetal. Promove a
nar como órgão subterrâneo, o que exige defesa agropecuária e a inspeção sanitária
alterações na fisiologia da planta. Além dos produtos de origem animal, a preven-
disso, essa região está sujeita ao estresse de ção, o controle e a erradicação de doenças
temperaturas mais elevadas, que ocorrem dos animais e de pragas dos vegetais de in-
na superfície do solo em dias mais ensola- teresse econômico ou de importância à
rados e quentes (Ferreira, 1989). saúde da população, além de assegurar a se-
gurança, a regularidade e a qualidade dos
Afunilado: que apresenta base afinada
insumos de uso na agricultura e na pecuá-
como um funil; inversamente cônico.
ria.
Agâmico: refere-se à reprodução assexual,
Agenda 21: protocolo contendo uma lista
sem que ocorra a união de gametas.
de compromissos e ações, entre os quais o
Agamósporo: esporo ou conídio formado de reestruturar a economia, assegurando a
assexuadamente. sobrevivência humana digna e preservando
a saúde e os recursos naturais do planeta,
Ágar: polissacarídeo gelatinoso, composto
com o objetivo de alcançar o desenvolvi-
de agarose e agaropectina, obtido a partir
mento sustentável. O protocolo foi assi-
da alga-vermelha (Gelidium corneum) e usado
nado por mais de uma centena de países,
na geleificação de meios de cultura sólidos
incluindo o Brasil, durante a Conferência
para o cultivo de microrganismos ou de te-
de Cúpula da Organização das Nações
cidos vegetais.
Unidas (ONU), ocorrida na cidade do Rio
Ágar inclinado: ver cultura inclinada. de Janeiro, no ano de 1992. Assim, a Fito-
patologia deverá desenvolver medidas de
Ágar nutriente: caldo de nutrientes con-
controle que priorizem a sustentabilidade
tendo ágar.
dos sistemas de produção.
Agaropectina: polímero similar a agarose;
Agente: na defesa fitossanitária, pessoa fí-
contém ácido D-glucorônico e pequenas
sica ou jurídica, pública ou privada, que
quantidades de outros açúcares, incluindo
participa, direta ou indiretamente, nos pro-
ésteres sulfato.
cessos de produção, transporte, beneficia-
Agarose: polissacarídeo extraído de algas mento, comercialização, armazenamento,
marinhas, utilizado como matriz de gel importação, exportação, distribuição, trans-
para separação eletroforética de moléculas, formação, industrialização, ensino, pes-
comumente ácidos nucleicos. quisa e experimentação, prestação de
Agência Estadual de Defesa Agrope- serviços, bem como quaisquer outros pro-
cuária: órgão existente em cada estado da cessos ao longo da cadeia produtiva.
federação diretamente vinculada à Secreta- Agente agroquímico: substância de
ria Estadual da Agricultura responsável usada na agricultura, como fertilizante, cor-

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retivo, hormônio, defensivo agrícola, entre Agente de dispersão: agente que trans-
outras, para aumentar a produtividade e a porta o inóculo de sua fonte para o sítio de
sanidade das culturas. infecção. Entre os exemplos de agentes es-
tão o vento, os respingos, os insetos, os
Agente antibacteriano: composto ou or- ácaros, os seres humanos e os equipamen-
ganismo que inibe o crescimento ou mata tos.
bactérias.
Agente de doença: organismo ou fator
Agente antideriva: produto usado para abiótico que causa doença.
evitar ou reduzir a deriva, causada por vá-
rios fatores físicos, durante a aplicação do Agente de inoculação: qualquer estrutura
defensivo agrícola. ou partícula que será inoculada para causar
doença, como esporo, fragmento de hifa,
Agente antifúngico: substância que inibe célula bacteriana, partícula de vírus e ovo e
o crescimento ou mata fungos. juvenil de nematoide.
Agente antimicrobiano: composto natu- Agente defloculante: substância acres-
ral ou artificial que inibe o crescimento ou cida à calda de defensivo agrícola que tem a
mata microrganismos. capacidade de impedir a agregação ou sedi-
mentação das partículas sólidas por uma
Agente antioxidante: composto orgânico
ação física ou físico-química.
que adsorve radicais livres e, dessa froma,
inibe ou impede a auto-oxidação de outros Agente descontaminante: ver desinfes-
compostos. tante.
Agente antitranspirante: qualquer subs- Agente desinfectante: ver desinfectante.
tância aplicada diretamente na planta para Agente desinfestante: ver desinfestante.
reduzir a sua taxa de transpiração ou perda
Agente dispersante: ver dispersante.
de água.
Agente emulsificante: ver emulsificante.
Agente ativo de superfície: ver surfac-
tante. Agente encapsulador: (1) qualquer estru-
tura que forma um envelope ao redor de
Agente causal: agente de origem biótica uma enzima, bactéria ou vírus; (2) agente
ou abiótica que ocasiona a doença. inerte que permite a difusão de nutrientes e
Agente corante: substância usada para oxigênio, usado para encapsular tecidos e
distinguir defensivos agrícolas de alimentos órgãos vegetais, com o objetivo de preser-
ou bebidas, ou para melhorar a visibilidade vá-los in vitro, como o alginato de sódio.
após a aplicação. Agente espumante: substância química
Agente de biocontrole: ver agente de que induz uma mistura de defensivos a for-
controle biológico. mar uma espuma grossa. É usada para im-
pedir ou reduzir a deriva.
Agente de controle biológico: inimigo
natural, antagonista ou competidor, capaz Agente etiológico: ver agente causal.
de se replicar ou se reproduzir, utilizado Agente fitotóxico: substância capaz de
para o controle de pragas. produzir danos aos vegetais.

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Agente floculante: composto, como um quido, solidifica-o. O ágar é o agente solidi-
polieletrólito de cadeia longa, que estimula ficante mais usado no preparo de meios de
a formação de flocos. cultura.
Agente infeccioso: ver patógeno. Agente solubilizante: ver solubilizante.
Agente molhante: material que reduz o Agente tóxico: qualquer substância capaz
ângulo de contato das gotas de um líquido de produzir efeito nocivo a um organismo,
sobre uma superfície; substância acrescida desde danos funcionais até a morte. Qual-
à calda de pulverização para reduzir a ten- quer substância que seja potencialmente
são superficial das gotículas aplicadas. tóxica.
Agente mutagênico: ver mutágeno.
Agente umectante: ver umectante.
Agente patogênico: ver patógeno.
Agitação: processo de misturar as subs-
Agente penetrante: agente que aumenta a tâncias, por movimentos giratórios ou
capacidade de um líquido penetrar nos po- qualquer tipo de movimento, de modo que
ros de um substrato, ou seja, ultrapassar as as desloque de sua posição original até atin-
barreiras físicas existentes na superfície do gir uma mistura uniforme.
órgão tratado.
Agitador magnético: equipamento usado
Agente quelante: composto orgânico que para promover agitação por meio de um
atrai cátions bivalentes e trivalentes especí- campo magnético formado por um imã
ficos e se liga firmemente a eles. Frequente-
acoplado a um pequeno motor, sob uma
mente é usado para corrigir deficiências
chapa plana, e um bastão magnético
nutricionais, para inibir interações biológi-
cas que requerem íons bivalentes, para faci- imerso na solução ou suspensão contida
litar a purificação de vírus e para outras em um frasco colocado sobre a chapa.
finalidades. Quando o rotor com o imã acoplado é
acionado, o bastão magnético gira no inte-
Agente seletivo: substância que permite a rior da solução ou suspensão, promo-
distinção entre células com determinado vendo a sua agitação e, consequentemente,
fenótipo, como antibióticos ou herbicidas, a homogeneização.
que, adicionada ao meio de cultura, per-
mite selecionar células com genes de resis- Agitador mecânico: equipamento dotado
tência a essas substâncias. de hélice ou pá que, através de movimento
Agente secante: agente químico, como sí- circular, agita fluidos, líquidos semiviscosos
lica-gel, cloreto de cálcio ou sulfato de só- e material em suspensão. Assim mantém o
dio anídrico, usado para remoção de água defensivo agrícola e quaisquer aditivos to-
em processos químicos ou industriais. Na talmente misturados no depósito do pulve-
fitopatologia, sílica-gel é utilizada para re- rizador.   
mover água em compartimentos que guar- Agitador tipo vórtex: equipamento usado
dam equipamentos de precisão, filmes, etc. para promover agitação pela formação de
Agente solidificante: substância que, um vórtice vigoroso da solução ou suspen-
quando adicionada ao meio de cultura lí- são.

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Agitar: manter um defensivo agrícola ou cultivares. Medida da taxa na qual um iso-
um ingrediente em um meio em suspensão lado virulento produz uma quantidade de
sem que se aglomere ou precipite no tan- doença (Zadoks; Schein, 1979). Esse termo
que do pulverizador ou no meio. normalmente significa patogenicidade ho-
Aglutinação: reação in vivo ou in vitro en- rizontal ou habilidade parasítica, mas tam-
tre anticorpos e antígenos, que se caracte- bém tem sido utilizado para expressar
riza por uma aglomeração das células. patogenicidade vertical (Robinson, 1976).
Segundo Nelson (1973), a agressividade
Aglutinação em látex: teste sorológico está relacionada à velocidade com que iso-
no qual o anticorpo ou antígeno é adsor- lados de virulência similar incitam a mesma
vido sobre partículas de poliestireno de lá- quantidade de doença, isto é, o isolado
tex que são incubadas com o outro mais veloz é o mais agressivo. Conforme
reagente. Agregados de partículas de látex Plank (1975), a agressividade pode estar en-
(reação positiva) podem ser facilmente vis- volvida com doses de enzimas e com o
tos com olho desarmado. acionamento ou desligamento da ação en-
Aglutinado: reunido, colado, formando zimática, enquanto a virulência está envol-
grumos, aglomerado. vida com a diversidade genética,
provavelmente por mutação.
Aglutinina: qualquer anticorpo ou com-
posto que causa ao antígeno ou composto Agricultura alternativa: métodos agríco-
específico agregação e precipitação da sus- las que normalmente dispensam uso de in-
pensão. sumos químicos ou mecanização, visando à
conservação do solo, da fauna e da flora.
Aglutinógeno: antígeno que estimula a
produção de aglutininas. Agricultura biológica: surgiu na França,
foi difundida por Claude Aubert. Na agri-
Agonomycetes: classe que abrigava fun- cultura biológica, os produtos são obtidos
gos anamórficos, que possuem formas mi- através da utilização de técnicas como a ro-
celiais estéreis, mas podem produzir tação de culturas, uso de adubos verdes, es-
escleródios, clamidósporos e estruturas ve- tercos, restos de culturas, palhas e outros
getativas relacionadas. Pode ser estádio de resíduos vegetais ou animais e controle na-
Basidiomycota ou Ascomycota ou outro tural de pragas e doenças. Não é permitido
fungo anamórfico, por exemplo, Rhizoctonia o uso de fertilizantes, adubos e defensivos
e Sclerotium. sintéticos para o manejo de lavouras, nem
Agregação: (1) processo de agrupamento de aceleradores artificiais para o cresci-
de organismos; (2) ver distribuição. mento das plantas.
Agregado: aglomerado, reunido, asso- Agricultura de precisão: utilização de
ciado. Ver distribuição agregada. práticas que devem ser mensuradas e apre-
ciadas para o melhor uso possível do solo,
Agressividade: característica fisiológica
insumos e água disponíveis, sob o ponto de
apresentada por isolados de um patógeno
vista econômico, social e ecológico.
que diferem em severidade de seu efeito
patológico, mas não interagem diferencial- Agricultura ecológica: conjunto de técni-
mente com variedades de hospedeiros ou cas agrícolas baseadas em conceitos de

29
conservação de energia e matéria, que re- Essa bactéria tem sido utilizada em trans-
produzem processos ecológicos naturais e formação genética de plantas. Ver plasmí-
aproveitam a economia da natureza, inclu- deo Ri e hairy root.
sive de organismos vivos do ambiente,
Agrobacterium tumefaciens: bactéria de
como decompositores, parasitas e preda-
solo, tipo bacilo, aeróbica, Gram-negativa.
dores. Trata-se de prática agrícola que dis-
pensa o uso de agroquímicos e mecanização. As linhagens virulentas possuem, além do
DNA cromossômico, um plasmídeo deno-
Agricultura orgânica: produção de ali- minado Ti. Quando essa bactéria infecta a
mentos e produtos animais e vegetais que célula vegetal, uma porção desse plasmídeo
não fazem uso de agroquímicos, como de- (T-DNA) é transferida e integrada no ge-
fensivos agrícolas e fertilizantes, ou alimen- noma da planta, causando a doença deno-
tos produzidos por organismos não minada galha da coroa (tumor). Essa
modificados geneticamente. bactéria tem sido utilizada em transforma-
Agricultura sustentável: método de cul- ção genética de plantas. Ver plasmídeo Ti e
tivo que enfatiza a administração (retorno galha da coroa.
de longo prazo em vez de apenas de curto Agrobacterium tumefaciens desar-
prazo), a conservação do solo e o manejo mada: linhagem de A. tumefaciens na qual a
integrado de patógenos e pragas para ga-
região do T-DNA contendo os oncogenes
rantir que não haja degradação da quali-
foi deletada, originando uma linhagem in-
dade ambiental e que o sistema mantenha a
capaz de causar os tumores característicos
capacidade de continuar produzindo de
da doença galha da coroa. Essas linhagens
modo economicamente viável.
são utilizadas para a obtenção de plantas
Agritempo: sistema de monitoramento transgênicas. Para esse fim, uma linhagem
climatológico e meteorológico, com acesso desarmada é transformada com um vetor
via internet, que produz boletins e mapas binário ou vetores de cointegração con-
com informações sobre estiagem agrícola, tendo o T-DNA com os genes que dese-
precipitação acumulada, tratamentos fitos- jam ser transferidos para o genoma vegetal.
sanitários, necessidade de irrigação, condi- Ver transformação e galha da coroa.
ções de manejo do solo e de aplicação de
defensivos agrícolas. Agrobiotecnologia: ramo da biologia di-
recionado para a aplicação de técnicas de
Agrobiodiversidade: biodiversidade dos cultivo de células e DNA recombinante
agroecossistemas. para manipulação genética e melhora-
Agrobacterium rhizogenes: bactéria de mento de plantas.
solo, tipo bacilo, aeróbica, Gram-negativa. Agroclimatologia: ramo da climatologia
As linhagens virulentas possuem, além do que estuda a maneira como o clima afeta as
DNA cromossômico, um plasmídeo deno-
culturas agrícolas.
minado Ri. Quando esse patógeno infecta
a célula vegetal, uma porção desse plasmí- Agrodiversidade: diversidade de seres vi-
deo (T-DNA) é transferida e integrada no vos, em ambiente terrestre ou aquático,
genoma da planta, causando a doença de- cultivados em variados estádios de domes-
nominada hairy root (proliferação de raízes). ticação.

30
Agroecologia: conjunto de conceitos, Agroinfecção: introdução de vírus ou se-
princípios, normas e métodos que possibi- quências virais em células vegetais utili-
litam estudar, avaliar e manejar de forma zando Agrobacterium como vetor. Para o
consciente os sistemas naturais para produ- vírus de RNA fita positiva, o procedimento
ção de alimentos, permitindo compreender padrão para a agroinfecção consiste em fu-
a natureza dos agroecossistemas e desen- sionar o genoma do vírus a um promotor
volvendo sistemas com dependência mí- constitutivo e, posteriormente, fusionar o
nima de agroquímicos externos. DNA resultante dentro do T-DNA de uma
A. tumefaciens desarmada. Essa é, então, uti-
Agroecossistema: sistema ecológico lizada para transformação de uma planta.
adaptado à produção de alimento, utilizado O genoma do vírus é transcrito, e a infec-
na produção agrícola ou pecuária, o qual ção viral prossegue normalmente.
segue diferentes tipos de manejo que mini-
Agroquímico: substância, como defen-
mizam os impactos sobre o equilíbrio bio-
sivo agrícola e fertilizante, usada na agri-
lógico e geoquímico.
cultura, especialmente os compostos
Agrofit: sigla que identifica o Sistema de sintéticos.
Agrotóxicos Fitossanitários, sob a respon-
Agrossabotagem: ver agroterrorismo.
sabilidade do Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento (Mapa). Trata-se de Agroterrorismo: introdução intencional
um banco de dados on-line, de acesso de patógenos e/ou pragas na cadeia produ-
aberto ao público, em que constam todos tiva de uma commodity agrícola de alta im-
os produtos agrotóxicos e afins registrados portância para uma dada região, de forma
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária que cause pânico às pessoas pela possibili-
(Anvisa) e no Instituto Brasileiro do Meio dade de escassez de alimentos no futuro,
Ambiente e dos Recursos Naturais Reno- em virtude da redução de alimentos produ-
zidos. Outra forma de terrorismo que deixa
váveis (Ibama). A consulta ao Agrofit pode
as pessoas em pânico quando compram
ser feita a partir da marca comercial, da cul-
produtos agrícolas, como vegetais, frutas,
tura, do ingrediente ativo, da classificação
leite e carne, é a contaminação destes, nas
toxicológica e da classificação ambiental. O
fazendas ou nos mercados, com patógenos
usuário também pode obter informações humanos.
sobre produtos registrados para controle
de pragas (insetos, doenças e plantas dani- Agrotóxicos: (1) produtos e agentes físi-
nhas), com textos explicativos e fotos. cos, químicos e biológicos, cuja finalidade é
alterar a composição da flora e da fauna, a
Agrofloresta: povoamento permanente, fim de preservá-las da ação danosa de seres
de aspecto florestal, biodiversificado, ma- vivos considerados nocivos. São destina-
nejado pelo homem de forma sustentada e dos ao uso nos setores de produção, no ar-
intensiva, com a finalidade de gerar um mazenamento e no beneficiamento de
conjunto de produtos úteis para fins de produtos agrícolas, nas pastagens, na pro-
subsistência e/ou comercialização. É cons- teção de florestas nativas ou implantadas e
tituído de espécies perenes, como madeirá- nos rebanhos e animais domésticos; tam-
veis, frutíferas, condimentares e medicinais. bém são utilizados em outros ecossistemas,

31
bem como nos ambientes urbanos, hídri- taminação, como a água de lavagem de
cos e industriais; (2) substâncias e produtos equipamentos utilizados para manipular
empregados como desfolhantes, dessecan- defensivos agrícolas.
tes, estimuladores e inibidores de cresci- Água sanitária: solução aquosa à base de
mento. hipoclorito de sódio ou cálcio, com teor de
Água bidestilada: água obtida mediante cloro ativo entre 2,0% e 2,5% p/p, utilizada
duas destilações sucessivas, para melhorar em Fitopatologia nas atividades de higieni-
o grau de pureza; comumente usada em zação e sanitização.
procedimentos analíticos. Água superficial: precipitação que não se
Água deionizada: água pura de baixa con- infiltra no solo ou retorna à atmosfera por
dutividade, da qual cátions e ânions são re- evaporação ou transpiração. O escorri-
movidos usando resinas trocadoras de íons. mento superficial (enxurrada) comumente
atua como agente de disseminação de pató-
Água desmineralizada: ver água deioni-
genos, notadamente os habitantes e tran-
zada. seuntes do solo.
Água destilada: água obtida por destila- Agudo: pontudo; diz-se da extremidade
ção (condensação do vapor de água obtido com menos de 90°.
pela ebulição ou evaporação).
Agulha: instrumento pungente acoplado a
Água dura: água subterrânea que contém um cabo; é empregado no preparo de lâmi-
altos teores de sais minerais, acima de nas com material a ser observado com au-
150 mg/L, geralmente carbonato de cálcio xílio do microscópio.
ou uma combinação de carbonato de cálcio
e carbonato de magnésio. AIA: sigla de Ácido Indolacético. Ver ácido
indolacético.
Água esterilizada: água livre de qualquer
tipo de organismo vivo, cuja eliminação é Alae: expansões ou projeções formadas
obtida por autoclavagem. pelo engrossamento longitudinal da cutí-
cula de nematoides.
Água oxigenada: água que contém peró-
xido de hidrogênio (H2O2). Utilizada Alagamento: saturação do solo com água
como agente descolorante e antisséptico. de irrigação ou precipitação excessiva, de
É comercializada a 10, 20 ou 30 volumes, forma que o lençol freático aumente de vo-
valores estes que indicam os números de lume e aproxime-se da superfície.
volumes de oxigênio produzidos na de- Alantoide: em forma de salsicha; cilín-
composição de um volume da solução, drico, recurvado e com as extremidades ar-
quanto maior o número de volumes, redondadas.
maior a concentração de peróxido de hi-
drogênio. A decomposição da água oxige- Alantósporo: esporo com a forma de sal-
nada produz água e oxigênio. sicha; esporo alantoide.
Albescente: que se torna branco.
Água residuária: denominação aplicada a
qualquer despejo ou resíduo líquido com Albinismo: anomalia hereditária que se ca-
potencialidade de causar poluição ou con- racteriza pela ausência de pigmentos, prin-

32
cipalmente de clorofila nas folhas. A Alcalino: oposto ao ácido, também cha-
colocação de sementes para germinar e a mado de base; que tem pH alto, ou seja,
manutenção das plântulas em ambiente to- baixa concentração de íons hidrogênio e
talmente escuro por período prolongado concentração elevada de íons hidróxido.
também induzem a ausência de clorofila, Alcaloide: composto orgânico heterocí-
semelhante ao albinismo; porém, se colo- clico de origem vegetal que contém nitro-
cadas em ambiente sob luz, poderão voltar gênio em sua estrutura. É frequentemente
à coloração normal. básico e possui intensa atividade biológica.
Albino: indivíduo caracterizado pela au- Álcool: classe de compostos orgânicos ca-
sência de pigmentos. racterizada pela presença do grupo hidro-
Albumina de soro bovino: proteína san- xila (OH-) ligado a um carbono que
guínea usada como padrão na análise de apresenta apenas ligações simples. O meta-
proteínas. nol e o etanol são álcoois comuns.
Alburno: parte externa do lenho, de espes- Álcool 70%: álcool diluído, utilizado como
sura variável e de consistência menos dura. desinfestante no processo de isolamento
Situa-se entre o cerne e a casca. À medida indireto de fungos fitopatogênicos, bem
que as células envelhecem, o alburno trans- como na desinfestação das superfícies de
forma-se em cerne. trabalho e câmara de isolamento. Como o
álcool absoluto é apolar, um pequeno grau
Alça de Drigalsky: haste maciça de vidro, de hidratação (álcool 70%) facilita a sua pe-
com o formato do número sete invertido, netração nas células do organismo conta-
cuja alça tem base completamente lisa, livre minante e lhe confere maior eficácia na
de pontas duras ou imperfeições. É utili- eliminação dos microrganismos contami-
zada para distribuição homogênea e uni- nantes.
forme de amostras líquidas sobre a
superfície de meio de cultura sólido, sem Aleatório: processo dependente de fatores
cortá-la. incertos, sujeitos ao acaso.

Alça de platina: fio de metal, com a ex- Aleatorização: ver casualização.


tremidade recurvada, que, acoplado a um Alelo: em eucarióticos diploides, os dois
bastão de metal (cerca de 20 cm de com- genes equivalentes, mas distintos mutacio-
primento e 3 mm a 4 mm de diâmetro), é nalmente, em cromossomos homólogos
usado para repicagem de fungos e bacté- (Brock, 1970). Uma das duas ou mais for-
rias. mas alternativas de um gene (Watson,
1978). Uma de uma lista de possíveis for-
Alça de repicagem: ver alça de platina.
mas mutacionais de um dado gene. Quando
Alcalinidade: (1) grau em que uma subs- muitas formas de um gene existem, ele é
tância é alcalina ou básica; extensão se- caracterizado como alelismo múltiplo
gundo a qual o pH está acima do valor (King, 1972). Cada um dos diferentes fato-
neutro de 7; (2) capacidade de uma subs- res que, situados em loci correspondentes
tância de neutralizar um ácido. de cromossomos homólogos, estão sujei-

33
tos à herança alternada. Um das formas al- mesmo efeito pode ser observado entre
ternativas de um gene (Vieira, 1964). microrganismos, geralmente pela produ-
ção de substâncias químicas tóxicas que
Alelo dominante: uma das formas de um
são liberadas no meio.
gene, cuja expressão é visualizada em indi-
víduos homozigotos e heterozigotos. Alelopático: relativo à alelopatia, ou pró-
prio dela.
Alelo letal: aquele que causa a morte do
indivíduo que o possui em estado homozi- Aleloquímico: componente químico sem
gótico. valor nutricional, produzido por um indiví-
duo de uma espécie, e que afeta o cresci-
Alelo neutro: aquele que permanece na
mento, a sanidade, o comportamento ou a
população com alta frequência.
biologia populacional de outra espécie.
Alelo nulo: aquele que se caracteriza por
Alelos codominantes: alelos que contri-
codificar uma isoenzima sem atividade de-
buem para o fenótipo, porém sem a domi-
tectável sob as condições de ensaio que re-
nância de um sobre o outro.
velam atividade para os demais alelos do
mesmo locus; presença detectada apenas Alelos múltiplos: mais de duas formas al-
por meio de testes de segregação. ternativas de um gene; chamados também
de série alélica.
Alelo raro: aquele que aparece na popula-
ção em uma frequência inferior a 5%. Alergênico: relacionado a substâncias que
Nesse caso, são requeridas grandes amos- causam reação alérgica em determinados
tras para a permanência desse alelo na nova indivíduos.
população.
Alergia: hipersensibilidade a determinados
Alelo recessivo: uma das formas de um agentes físicos ou químicos.
gene, cuja expressão só é visualizada em in-
Alerta fitossanitário: na defesa fitossani-
divíduos homozigóticos.
tária, ferramenta desenvolvida para auxiliar
Alelomorfo: cada um dos genes que ocu- os produtores para adotar o manejo ade-
pam lugares (loci) idênticos sobre os cro- quado no controle de uma praga ou pató-
mossomos homólogos e determinam geno. O sistema organiza as informações
características opostas. sobre a população da praga ou densidade
de inóculo, transmissor do patógeno, pre-
Alelopatia: efeito de metabólitos liberados
sença de material suscetível e condições de
pelos vegetais sobre o crescimento e o de-
clima favoráveis ou não à incidência da
senvolvimento de outras plantas; esses me-
praga ou patógeno, nas áreas monitoradas.
tabólitos, primários ou secundários, podem
ser liberados pelas folhas e raízes e pela de- Aleuriósporo: conídio solitário ou rara-
composição dos restos vegetais. Alelopatia mente em cadeia, produzidos como uma
é diferente de competição, pois esta con- expansão da célula conidiogênica ou da
siste na disputa por recursos limitados, hifa (como uma bexiga), que se desprende
como luz, água e nutrientes, enquanto com dificuldade; semelhante aos clamidós-
aquela descreve o efeito tóxico de substân- poros. Esse conídio também se denomina
cias produzidas por outras plantas. Esse aleurósporo ou aleuroconídio.

34
Aleuroconídio: ver aleuriósporo. Alimentação de aquisição: alimentação
de um vetor sobre uma fonte de inóculo
Aleurósporo: ver aleuriósporo.
em testes de transmissão.
Alfa-esporo (α-esporo): esporo fértil da
Alinhamento de sequências: procedi-
fase imperfeita de Diaporthaceae, no qual é mento utilizado para comparar duas ou
produzido outro esporo chamado beta-es- mais sequências, procurando por séries de
poro, geralmente filiforme e estéril. caracteres individuais ou por padrões de
Alga: categoria geral de organismos unice- distribuição de caracteres na mesma ordem
lulares e multicelulares. Alguns são proca- nas sequências.
riotas, mas a maioria pertence ao reino Alíquota: pequena amostra de uma solu-
protista – eucariotas que não são plantas, ção de exato volume conhecido.
nem animais, nem fungos. Cephaleuros vires-
Almofariz: recipiente com o formato de
cens é uma alga parasita de plantas, causa-
uma pequena tigela, geralmente de porce-
dora de manchas foliares, principalmente
lana, usado com o auxílio do pistilo para
nas folhas submetidas à alta umidade e par-
triturar e pulverizar pequenas quantidades
cial ou totalmente sombreadas. de substâncias sólidas, por vezes, utilizado
Algicida: substância, como o cloro, que é para misturar vários ingredientes.
tóxica para as algas. Alóctone: quem vem ou veio de fora; que
Algodão cardado: ver algodão hidrófobo. não é indígena da região.
Algodão hidrófilo: algodão confeccio- Alodisseminação: quando a dissemina-
nado em fibras 100% de algodão, prove- ção do inóculo, independe de recursos do
niente do linter (camada de algodão aderida patógeno, é governada por determinados
ao caroço que não é retirada no processo fatores ou agentes denominados veículos
de remoção das fibras). É submetido a su- de disseminação, como vento, respingos e
vetores.
cessivas lavagens, para desengorduramento
e branqueamento, o que o torna macio, ab- Aloenzima: enzima com propriedades li-
sorvente, inodoro, isento de grumos, gor- geiramente alteradas, as quais são produzi-
duras e quaisquer impurezas. das por um alelo em um mesmo locus.
Algodão hidrófobo: algodão bruto, car- Alogamia: (1) fertilização cruzada entre
dado, penteado e com as fibras orientadas indivíduos diferentes da mesma espécie ve-
no mesmo sentido, tem uma quantidade getal ou animal; (2) numa população pan-
elevada de gordura, por isso é hidrófobo; -mítica, consiste no transporte e fusão do
possui reduzida umidade e as fibras são gameta masculino de um indivíduo com o
amareladas. É usado como tampão para feminino de outro; (3) tipo de reprodução
frascos, por exemplo, tubos de ensaio e er- sexual com mais de 40% de polinização
cruzada.
lenmeyers.
Aloinfecção: infecção na qual o hospe-
Alguicida: ver algicida.
deiro doador de inóculo é um indivíduo di-
Aliforme: em forma de asa. ferente do receptor.

35
Alopátricos: populações de uma espécie Alternado: alterno; ora de um lado, ora do
ou gênero que ocorrem em diferentes re- outro lado. Ver simpodial.
giões geográficas. Alternância de gerações: ocorrência de
Alopoliploide: poliploide formado por fases distintas (sexual e assexual) durante o
conjuntos de cromossomos geneticamente ciclo de vida de um organismo.
diferentes, isto é, conjuntos provenientes Alternância de princípios ativos: con-
de duas ou mais espécies diferentes. siste na aplicação alternada de diferentes
Alotetraploide: híbrido tetraploide resul- princípios ativos com diferentes mecanis-
tante do cruzamento entre duas espécies mos de ação no controle de uma doença.
diploides distintas, cuja célula somática Objetiva-se reduzir a pressão de seleção, di-
contém o complemento cromossômico de minuindo a probabilidade do surgimento
ambas espécies parentais. E sinônimo de de uma população do patógeno (biótipo)
anfidiploide, didiploide e diploide duplo. resistente ao principal defensivo agrícola
usado no sistema.
Alótipo: um só espécime tomado como
tipo do sexo oposto ao holótipo. Alternariose: denominação dada às doen-
ças causadas por fungos do gênero Alterna-
ALP: na defesa fitossanitária, é a sigla de ria.
Área Livre de Praga. Ver área livre de praga.
Alucinógeno: substância produzida por
Alporquia: tipo de propagação vegetativa alguns fungos e que provoca alucinações.
que consiste no envolvimento de uma se-
ção de um ramo, após anelamento artificial Alvo: aquilo que foi escolhido para ser tra-
com um pedaço de tecido ou plástico con- tado com a aplicação de defensivo agrícola,
tendo terra vegetal ou outro substrato, para como planta, limbo foliar, ponteiro das
provocar o enraizamento e permitir o apro- plantas, colo das plantas, tronco, orga-
veitamento do ramo como muda. nismo nocivo, planta daninha e solo.

Alqueive: medida de erradicação, aplicada Alvo biológico: patógeno, praga ou erva


principalmente para patógenos habitantes invasora que se deseja controlar.
do solo, que consiste em expor os patóge- Alvo de aplicação: local onde se deve co-
nos à dessecação durante o verão quente e locar o produto químico para que ele exerça
seco e o inverno frio, por meio da remoção adequadamente sua função de controle do
da cobertura vegetal do solo ou de arações patógeno, praga ou planta invasora.
profundas e gradagem do solo, para sofre-
Alvo suscetível: parte da planta ou órgão
rem a ação das intempéries, mantendo o
da planta onde o patógeno infecta e causa
solo sem vegetação. Ver pousio.
danos, como as folhas jovens da serin-
Alta sanidade: característica atribuída a gueira afetadas pelo Microcyclus ulei, o caule
uma planta diagnosticada como isenta das da seringueira afetado pelo Ceratocystis fim-
principais enfermidades que causam pro- briata e as gemas vegetativas, almofadas flo-
blemas à cultura, após ser avaliada por tes- rais e frutos jovens do cacaueiro afetados
tes de alta confiabilidade. pela Moniliophthora perniciosa.

36
Amalgamado: fundido, refere-se aos lá- Ambifenestrado: quando, nos nematoi-
bios de nematoides quando não estão sepa- des de cisto, a semifenestra (meia-janela) se
rados. forma nas laterais da vulva, e não em sua
volta. Ver circunfenestrado.
Amarelecimento: sintoma plesionecró-
tico, caracterizado pela desorganização da Ambíguo: qualquer táxon cuja classifica-
clorofila do vegetal com o clareamento do ção é duvidosa, mal definida ou sem locali-
limbo foliar até adquirir a cor amarela. zação.
Amarelecimento-fatal: doença do dende- Ameaça fitossanitária: termo utilizado
zeiro, de causa desconhecida. para enquadrar as espécies de pragas qua-
rentenárias ausentes com potencial para in-
Amarelecimento-letal: denominação de gressar no país e causar elevadas perdas
doenças causadas por patógenos em algu- econômicas, ou risco de epidemia causada
mas culturas, como fitoplasma em co- por uma praga quarentenária presente sob
queiro e Papaya lethal yellowing virus em controle oficial.
mamoeiro.
Ameboide: que tem formato de ameba.
Amassado: alteração da polpa do fruto
sem ruptura de epiderme, com escureci- Amensalismo: tipo de competição, em
mento enzimático interno e deformação, que indivíduos de uma espécie liberam
visíveis externamente. substâncias que prejudicam ou impedem o
desenvolvimento de outras espécies com-
Amastigota: estádio de desenvolvimento petidoras, por exemplo, fungos que libe-
de protozoário flagelado, em que a célula é ram antibióticos que afetam bactérias que
arredondada, contém o cinetoplasto e poderiam competir com eles.
ainda é desprovida de flagelo.
Amerósporo: esporo unicelular, assep-
Amaurósporo: esporo de cor escura, vio- tado.
leta-pardacento.
Amido: principal carboidrato armazenado
Ambiente: soma total de todas as influên- pelas plantas; oligossacarídeo insolúvel em
cias externas que afetam o crescimento e o água, constituído de polímeros de glicose,
desenvolvimento de um organismo ou amilose e amilopectina.
grupo de organismos.
Amilase: grande classe de enzimas que ca-
Ambiente abiótico: soma total das in- talisam a hidrólise do amido para maltose.
fluências não vivas que afetam o desenvol-
Amiloide: reação de certas estruturas de
vimento da doença.
fungos que coram de azul-acinzentado ou
Ambiente biótico: soma total de espécies violeta-escuro, quando tratados com rea-
biológicas que afetam o desenvolvimento gente de Meltzer, por conterem substân-
da doença. cias amiláceas. Importante para
Ambiente controlado: ambiente no qual caracterização taxonômica de alguns gru-
luz, temperatura e umidade relativa são pos de fungos.
controladas, como em uma câmara de cres- Amilolítico: organismo (alguns fungos,
cimento. por exemplo) que tem a capacidade de de-

37
gradar amido por ação enzimática. Amilolí- em populações ou povoamentos; (2) sub-
tica é a propriedade enzimática de degradar conjunto de uma população ou porção de
amido. qualquer produto para análise ou prova de
suas qualidades, com a finalidade de se esti-
Amilopectina: polissacarídeo altamente
mar as propriedades e características dessa
ramificado em cadeias de resíduos de gli-
população ou produto; (3) série finita de
cose. Porção do amido insolúvel em água.
observações selecionadas de uma popula-
Amilose: polissacarídeo que consiste de ção ou de um universo de dados. Parte re-
cadeias lineares de cem a mil resíduos de presentativa de uma população.
glicose. Porção do amido solúvel em água.
Amostra objetiva: amostra representativa,
Aminoácido: grupo de compostos orgâ- colhida após o emprego de um tratamento
nicos que servem como blocos de constru- específico, por exemplo, um defensivo
ção das proteínas. Contém um grupo agrícola conhecido.
amino (-NH2) mais um grupo carboxila
Amostra oficial: amostra retirada por fis-
(-COOH).
cal, para fins de análise de fiscalização.
Aminoácido essencial: aminoácido que
Amostra subjetiva: amostra representa-
deriva do metabolismo, não sintetizado
tiva, colhida sem conhecimento prévio do
pelo organismo. Produto da degradação de
tratamento a que foi submetida.
proteínas.
Amostra viral: vírus de uma determinada
Aminoglucosídeo: grupo de antibióticos
espécie viral que foi isolado e não caracteri-
que se ligam diretamente à unidade 30S do
zado. Os termos estirpe e isolado também
ribossomo, impedindo a síntese proteica
são utilizados.
em organismos suscetíveis. Esses compos-
tos são bactericidas quando usados em al- Amostragem: (1) ato de coleta de amos-
tas concentrações e bacteriostáticos em tras de plantas, de seus órgãos ou de seus
baixas concentrações. Exemplos de amino- produtos para análise; (2) na defesa fitossa-
glucosídeos são canamicina, gentamicina, nitária, é um procedimento oficial condu-
neomicina e estreptomicina. zido por um período de tempo para
determinar as características de uma popu-
Amônia: composto nitrogenado gasoso,
lação de pragas ou patógenos ou para indi-
alcalino, solúvel em água, potencialmente
car as espécies que ocorrem em uma área.
tóxico, produzido a partir de aminoácidos
ou da ureia. Apresenta sabor e odor extre- Amostragem aleatória: quando a uni-
mamente pungentes, facilmente identificá- dade amostral é sorteada sob um critério
veis. Causa de desordens fisiológicas em probabilístico aleatório. A amostragem
produtos hortícolas expostos a concentra- aleatória divide-se em dois grupos: a) alea-
ções acima dos limites toleráveis. tória irrestrita: nenhuma restrição é im-
posta ao processo de seleção das unidades;
Amorfo: que não tem formato ou forma
b) aleatória restrita: a unidade mínima da
regular definida.
amostragem é dependente de uma prévia
Amostra: (1) planta ou partes dela eleitas restrição imposta à população a ser amos-
ao acaso para os estudos que se processam trada.

38
Amostragem de detecção: na defesa fi- Ampicilina: antibiótico da classe das peni-
tossanitária, é uma amostragem conduzida cilinas que previne o crescimento bacte-
para determinar os limites de uma área riano interferindo na síntese da parede
considerada infestada por praga ou pató- celular. Usado como marcador de seleção
geno ou livre deles. para se obter bactérias transformadas.
Amostragem de monitoramento: na de- Ampliação: (1) processo de tornar maior,
fesa fitossanitária, é uma amostragem con- aumentando a magnitude de uma entidade;
duzida numa área para determinar se (2) produto do poder de ampliação da ob-
pragas ou patógenos estão presentes. jetiva e da ocular, que faz uma imagem pa-
recer maior, quando se visualiza um objeto
Amostragem delimitada: na defesa fitos- por um microscópio.
sanitária, é uma amostragem conduzida
para estabelecer os limites geográficos de Amplificação total: ampliação de um es-
uma área considerada infestada ou livre de pécime microscópico, determinada pela
uma praga ou patógeno. multiplicação da ampliação da lente ocular
pela ampliação da lente objetiva.
Amostragem destrutiva: ver métodos
destrutivos. Amplicom: fragmento de DNA gerado a
partir de amplificação. Amplicom pode ser
Amostragem estratificada: local a ser produzido artificialmente via PCR (Polyme-
amostrado é divido em secções, e cada rase Chain Reaction), LCR (Ligase Chain Reac-
parte se amostra independentemente. tion) ou naturalmente por duplicações
Amostragem não destrutiva: ver méto- gênicas.
dos não destrutivos. Amplificação: (1) produção in vitro de
Amostragem sequencial: sistema de muitas cópias de um segmento de DNA
amostragem que permite tomar decisão pela reação da polimerase em cadeia (PCR);
sem a necessidade de completar toda amos- (2) procedimento indicado para inibir a du-
tragem. plicação do DNA cromossômico por ação
do antibiótico cloranfenicol e, com isso,
Amostragem sistemática: consiste na se- aumentar a proporção de DNA plasmidial,
leção de amostras nas quais o processo que é amplificado por sucessivos ciclos de
probabilístico se caracteriza pela seleção multiplicação bacteriana; (3) in vivo, expan-
aleatória da primeira unidade amostral, e, a são no número de cópias de uma sequência
partir da primeira, todas as demais unida- de DNA repetitivo por um processo evolu-
des da amostra são automaticamente sele- tivo de duplicação repetida.
cionadas e sistematicamente distribuídas na
Amplificação biológica: ver biomagnifi-
população.
cação.
Ampr: resistente à ampicilina. Ver ampici-
Amplificação de DNA: in vitro, obtenção
lina.
de cópias de um fragmento (sequência) de
Amps: sensível à ampicilina. Ver ampici- DNA, usando a PCR e um termociclador;
lina. in vivo, aumento da taxa de síntese de

39
DNA por diferentes mecanismos, como Anabiose: capacidade de algumas espécies
amplificação gênica e redundância gênica. de nematoides se manterem em estado de
dormência, o que envolve grande redução
Amplificação de minissatélite: amplifi-
da atividade metabólica sob condições am-
cação por PCR, usando primers específicos
bientais desfavoráveis.
e complementares às regiões que flan-
queiam um minissatélite, visando à detec- Anabolismo: tipo de metabolismo que usa
ção de marcadores genéticos do tipo DNA energia para criar compostos complexos,
fingerprinting. como as proteínas de compostos mais sim-
ples obtidos do alimento.
Amplificação gênica: processo pelo qual
o número de cópias de um determinado Anaeróbico: (1) referente à vida ou aos
gene, sequência cromossômica ou de um processos que ocorrem na ausência de oxi-
plasmídeo no interior de uma célula é au- gênio livre; (2) ambiente que não contém
mentado. oxigênio atmosférico.

Amplitude térmica: oscilação ou dife- Anaeróbico aerotolerante: organismo


rença entre as temperaturas máximas e mí- que não usa o oxigênio molecular (O2), mas
nimas, ou entre temperaturas médias, a não é afetado por sua presença.
mais elevada e a mais baixa, no decorrer de Anaeróbio: organismo que cresce na au-
um intervalo de tempo. sência de oxigênio atmosférico.
Ampola: (1) porção expandida do ducto Anaeróbio facultativo: organismo que
da glândula esofagiana dorsal de nematoi- normalmente vive na presença de oxigênio
des, próxima ao canal terminal (orifício do atmosférico, embora, na ausência deste,
canal), que serve como um reservatório também seja capaz de viver.
para a acumulação de secreções salivares; Anaeróbio obrigatório: organismo que
(2) porção inflada de uma hifa, à maneira só pode viver em ambientes que não con-
de uma garrafa, em micélio de Hyme- têm oxigênio.
nomycetes; (3) tubo de vidro, geralmente
selado com calor ou fechado com um tam- Anaerobiose: condições de vida na ausên-
pão de borracha, usado para armazenar cia de oxigênio.
materiais biológicos. Anáfase: terceiro estádio na divisão celular
Ampola copulativa: gametângio de Mu- (mitose ou meiose) durante o qual os cro-
coraceae; cada um dos terminais férteis da mossomos se movem para as extremidades
hifa de Zygomycetes que, quando compatí- opostas da célula que está se dividindo.
A anáfase ocorre após a metáfase e antes
veis, se unem e formam o zigoto.
da telófase.
Ampuliforme: semelhante a uma ampola
Análise: (1) na defesa fitossanitária, é uma
ou frasco.
operação técnica que consiste em determi-
Amputação: (1) estrangulamento de um nar, com detalhe, a presença, ausência e/ou
órgão até a sua quebra; (2) corte do fuste; frequência de pragas em determinado ve-
(3) corte do ramo. getal ou em seus produtos; (2) avaliação es-

40
tatística dos dados coletados em um riana ou nas células. Também é usado para
experimento. diferenciar estirpes ou vírus distintos pelas
Análise de agrupamento: técnica de aná- características das placas.
lise que envolve a classificação de dados em Análise de regressão: técnica estatística
grupos ou hierarquias de variáveis intima- que busca caracterizar a relação entre variá-
mente ligadas e que exclui valores que não veis, tomando uma dada variável que se
estão intimamente ligados. Medidas de dis- quer prever (variável dependente) e obser-
tância e similaridade, baseadas em análises vando a sua variação em função de uma ou
multivariadas, normalmente são utilizadas mais variáveis (variáveis independentes).
como base para essa análise. O processo é efetuado identificando-se a
Análise de covariância: método estatís- curva matemática que melhor se ajusta aos
tico que combina os conceitos da análise de dados disponíveis, o que equivale a indicar
variância e da regressão, de maneira a for- o traçado que melhor se encaixa nos pon-
necer uma análise mais discriminatória do tos do diagrama de dispersão. Em seguida
que qualquer um desses métodos isolada- são calculados o grau do ajuste e a probabi-
mente. Ela envolve duas variáveis concor- lidade de ele ter ocorrido ao acaso. A aná-
rentes e correlacionadas, por exemplo o lise pode ser linear simples (relaciona duas
rendimento e o número de plantas por par- variáveis por meio de uma reta), linear múl-
cela. tipla (relaciona três ou mais variáveis por
meio de uma reta) ou não linear (relaciona
Análise de diagnóstico fitossanitário:
duas ou mais variáveis por meio de uma
na defesa fitossanitária, operação técnica
que consiste em determinar, com detalhe, a curva matemática que não a reta).
presença, ausência e/ou frequência de um Análise de risco: procedimento realizado
determinado organismo em um produto para verificar a natureza e os efeitos adver-
de origem vegetal. sos de uma substância à saúde humana e
Análise de dispersão: análise estatística animal ou ao ambiente. Consiste de três fa-
que visa plotar indivíduos ou acessos em ses: avaliação do risco, administração do
um gráfico de duas ou três dimensões. risco e comunicação do risco.
Normalmente, quanto maior a distância Análise de risco de pragas: processo de
gráfica, maior a distância genética entre os avaliação biológica ou levantamento de ou-
indivíduos ou acessos plotados. tra evidência científica e econômica para
Análise de perigo: identificação e avalia- determinar se um organismo é uma praga e
ção dos perigos potenciais (físicos, quími- se deve ser regulamentado como tal e para
cos e biológicos) que podem ocorrer nos estabelecer a intensidade das medidas fitos-
produtos vegetais e que representam risco sanitárias a serem adotadas contra ele.
à saúde do homem ou dos animais. Análise de risco do defensivo agrícola:
Análise de placas: ensaio no qual a con- análise do risco de utilização do defensivo,
centração de partículas infectivas em uma isto é, análise da probabilidade de incidên-
suspensão de vírus é registrada como o nú- cia de efeitos adversos graves na população
mero de placas induzidas na colônia bacte- humana ou num compartimento ambien-

41
tal. Abrange a avaliação do risco, a gestão tes ou mudas, época de plantio, cultivar,
do risco e a comunicação do risco. dados climáticos (temperatura e precipita-
ção pluvial) e edáficos (pH, textura e tipo
Análise de solo: exame realizado em con-
de solo); ainda, sistema de irrigação, tratos
dições de laboratório, com a finalidade de
culturais efetuados durante o período e ti-
determinar o teor dos elementos disponí-
pos de agroquímicos utilizados (produtos,
veis no solo onde será estabelecida uma de-
dose e número e forma de aplicação), entre
terminada cultura.
outras características consideradas impor-
Análise de semente ou de muda: con- tantes. As informações serão úteis para o
junto de métodos e técnicas de laboratório diagnóstico do problema e para a recomen-
aplicados em amostras de sementes ou mu- dação de medidas de controle a serem ado-
das com o objetivo de avaliar o vigor, a sa- tadas.
nidade, etc. Anamórfico: estádio imperfeito ou asse-
Análise de variância: método de análise xual de um fungo.
estatística, apropriado a variáveis que te- Anamorfo: diz-se do fungo que apresenta
nham distribuição normal, em que se ob- apenas o estádio assexual, ou seja, estádio
têm diversos quadrados médios, sendo um assexual mitótico em fungos pleomórficos.
deles relativo apenas a resíduos e os outros
relativos a resíduos debaixo da hipótese de Anasarca: sintoma necrótico caracteri-
nulidade. zado pela passagem de água para os espa-
ços intercelulares, conferindo aos tecidos
Análise filogenética: investigação das re- afetados a aparência translúcida e enchar-
lações de similaridade entre um grupo de cada.
sequências relacionadas, para produzir um
gráfico que representa essas relações. Anastomose: processo pelo qual segmen-
tos de hifas se fundem, com consequente
Análise fitossanitária: na defesa fitossani- mistura dos citoplasmas onde os núcleos
tária, exame laboratorial oficial para detec- ficam dispersos.
ção ou identificação de patógenos e pragas.
Anatomia: ramo da biologia que estuda a
Análise foliar: quantificação do teor de estrutura interna dos organismos e suas
elementos essenciais presentes nas folhas partes.
de um vegetal.
Anatomia vegetal: área do conhecimento
Análogo: que se assemelha na forma, es- que estuda a estrutura das diferentes célu-
trutura ou função, mas não apresenta a las vegetais, o arranjo destas nos diversos
mesma origem. tecidos e a organização dos tecidos nos ór-
Anamnese: palavra originada do grego gãos das plantas (raiz, caule, folha, flor,
(ana, trazer de novo, e mnesis, memória). fruto e semente). Com o auxílio do micros-
Na Fitopatologia, é aplicada ao se receber cópio, é muito útil na histopatologia vege-
uma amostra de vegetal doente, em que se tal, para observação e análise de tecidos de
procede ao histórico da área de cultivo, plantas doentes.
compilando dados sobre plantios anterio- Ancestral: em evolução, é a espécie nativa
res, rotação de cultura, origem das semen- que deu origem ao estoque a partir do qual

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se domesticou a cultura hoje integrante da constritivos ou não, ligando-se às hifas
agricultura. principais por meio dos pedúnculos.
Andef: sigla de Associação Nacional de Anéis labiais: anéis cuticulares dos lábios
Defesa Vegetal; constituída por 13 empre- de nematoides.
sas atuantes no País em pesquisa, desenvol- Anéis não constritivos: anéis hifais, quase
vimento, produção e comercialização de sempre constituídos por três células, de
defensivos agrícolas. diâmetros variados segundo as espécies de
Andróforo: ramo que forma anterídio. fungos consideradas, que prendem passiva-
mente nematoides em movimentos migra-
Androgênese: desenvolvimento haploide tórios no meio. Ao tentar atravessá-los, o
de um óvulo fecundado, sem que o núcleo nematoide fica retido e geralmente acaba
feminino se desenvolva. O zigoto perma- imobilizado. Suas células formam hifas de
nece haploide e de constituição hereditária, assimilação, que causam a morte do nema-
com o núcleo masculino. toide.
Andrógino: diz-se do anterídio e seu oo- Anel: vestígio do véu parcial que, depois da
gônio originado sobre a mesma hifa. ruptura, persiste aderindo e circundando o
estipe do basidiocarpo de algumas espécies
Andrótipo: tipo macho. Alótipo mascu-
de fungos.
lino.
Anel basal: porção posterior da margem
Anéis concêntricos: sintoma típico de al- externa do esqueleto cefálico que se es-
gumas doenças causadas por fungos, como tende dentro da cavidade do corpo dos ne-
alternaria, e por vírus (vírus do vira cabeça matoides.
do tomateiro). São vários círculos sobre-
postos com um centro em comum. Anel cuticular: estrutura convexa entre
duas estrias na superfície da cutícula que
Anéis constritivos: anéis hifais semelhan- circunda o corpo do nematoide.
tes aos não constritivos, mas capazes de
capturar ativamente os nematoides que Anel guia do estilete: estrutura membra-
tentam atravessá-los. Em contato com o nosa em forma de bainha, formada pelo
vestíbulo e sua extensão, que envolve e guia
corpo do nematoide, a estrutura da parede
o estilete; também denominada “aparelho
interna das células das hifas rapidamente se
guia do estilete”. Presente em nematoides
modifica, ocorre aumento da permeabili-
das ordens Dorylaimida e Triplonchida.
dade, as células se expandem e, como con-
sequência, passam a exercer forte Anel ínfero: que se forma na base do es-
constrição sobre o espécime capturado, tipe.
imobilizando-o. Suas células dão origem a Anel nervoso: estrutura formada por cor-
hifas de assimilação, que causam, então, a pos de neurônios que circundam o istmo
morte do nematoide. do esôfago, sendo um dos centros do sis-
Anéis hifais: estruturas de captura de ne- tema nervoso de nematoides.
matoides, produzidas pelo micélio de di- Anel súpero: que se forma na parte supe-
versos fungos predadores. Podem ser rior do estipe.

43
Anel vermelho: sintoma em forma de anel Anemósporo: ver anemócoro.
necrótico avermelhado da doença vascular
Aneuploide: que possui cromossomos a
de mesma denominação, causada pelo ne-
menos ou a mais, ou partes de cromosso-
matoide Bursaphelenchus cocophilus em diver-
mos; que tem um número de cromosso-
sas espécies de palmeiras, entre as quais o
mos diferente do número padrão nas
coqueiro e o dendezeiro.
espécies, mas não múltiplo perfeito do nú-
Anelado: em forma de anel ou provido de mero haploide, como num tetraploide.
anéis.
Aneuploidia: número de cromossomos
Anelamento: (1) sintoma necrótico que que não é um múltiplo exato do número
consiste na morte do câmbio em torno da haploide (Watson, 1978). Condição resul-
circunferência do caule, restringido o fluxo tante da não disjunção dos cromossomos
de seiva pelo floema; (2) renaturação de fi- homólogos na meiose, assim um ou mais
tas complementares de DNA, após dena- cromossomos são perdidos ou adicionados
turação. ao número de cromossomos somáticos
Anelídica: (1) tipo de célula conidiogênica, normais. A nulissomia resulta da perda de
na qual a proliferação é percorrente du- ambos os pares de cromossomos homólo-
rante a produção de uma sucessão de coní- gos. A monossomia ou a trissomia são con-
dios, formando anéis; portanto o seu dições nas quais um ou três homólogos
tamanho varia; (2) ver percorrente. ocorrem, respectivamente, em vez de dois
normais. Polissomia é a condição na qual
Aneloconídios: ver anelósporos. um ou mais cromossomos são representa-
Anelóforo: célula conidiogênica com uma dos mais que duas vezes na célula
série de cicatrizes, semelhantes a anéis, dei- (Daintith; Tootill, 1983).
xadas pela sucessão de conídios blásticos. Anfidélfica: referente à fêmea de nema-
Anelósporo: (1) conídio solitário, ou em toide que tem dois ovários opostos, dispos-
cadeia, produzido em sucessão basípeta, o tos na parte anterior e posterior do corpo.
qual deixa uma cicatriz circular na célula Anfídio: estrutura inervada sensorial, qui-
conidiogênica, ocasionada pela prolifera- mioreceptora e em par, localizada nos dois
ção percorrente desta; (2) ver percorrente. lados da região anterior do corpo dos ne-
Anemocoria: dispersão de organismo ou matoides.
esporo através do vento. Anfidiploide: poliploide cujo comple-
Anemócoro: esporo disseminado pelo mento cromossômico é constituído pelos
vento. dois complementos somáticos completos
de duas espécies.
Anemófilo: diz-se dos propágulos que se
disseminam pelo vento. Anfígino: (1) que se localiza em ambos os
lados do órgão feminino; em Phytophthora,
Anemógrafo: equipamento usado para diz-se do anterídio que, no estado primor-
medir e registrar a velocidade do vento. dial, é atravessado pelo oogônio e, assim,
Anemômetro: instrumento usado para passa a envolver o pedúnculo e a base
medir a velocidade do vento. deste; (2) posição de estruturas vegetativas

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ou corpos de frutificação de fungos que se intermoleculares, mas foi substituída pelo
formam em ambas as faces de uma folha. nanômetro (1 Å = 0,1 nanômetro). A uni-
Anfimixia: (1) fertilização; (2) fusão de ga- dade deve o nome ao pioneiro sueco da es-
metas de dois organismos na reprodução pectroscopia, A. J. Angstrom.
sexual; (3) tipo de reprodução de nema- Anguloso: com ângulo; diz-se não só dos
toide em que indivíduos de sexos opostos esporos facetados e angulosos como tam-
acasalam para a formação do embrião di- bém das escamas do píleo, resultante da
ploide. ruptura da cutícula.
Anfísporo: uredósporo de envoltório es- Anidrobiose: dormência do nematoide
pesso capaz de passar, sob estado de vida
por causa da escassez de água no ambiente.
latente, resistindo às condições adversas do
meio por um período mais ou menos pro- Animal-teste: animal criado em laborató-
longado. rio, geralmente rato, peixe, ave, camun-
Anfitríquia: célula bacteriana com um fla- dongo ou coelho, usado para determinar a
gelo em cada uma das extremidades. toxicidade e perigo de diferentes defensi-
vos agrícolas.
Angiocárpico: diz-se do esporocarpo que
se mantém fechado até os esporos atingi- Animalia: ver reino.
rem a maturação. Anisogametangiogamia: união sexual de
Angiocarpo: cavidade que protege os es- gametângios dissemelhantes, como ocorre
poros; que permanece fechado até a matu- em Peronosporales.
ridade dos esporos, protegidos pelo véu Anisogametas: gametas morfologica-
universal de origem primária e cujo himê-
mente similares, mas diferentes em tama-
nio se forma por diferenciação interna do
nho.
basidioma; por ocasião da maturidade, o
véu universal pode romper-se ou não. Anisogamético: fungo que produz aniso-
Angiosperma: divisão do reino Plantae, gametas.
com flores e sementes contidas em frutos. Anisogamia: união de planogametas,
Constitui a maior parte da vegetação atual morfologicamente similares, mas diferen-
e, entre seus componentes, há desde árvo- tes em tamanho.
res de grande porte até pequenos capins
com poucos milímetros de altura. Atual- Anisógamo: que se reproduz por anisoga-
mente o filo das angiospermas é denomi- mia, ou seja, pela formação de anisogame-
nado Magnoliophyta. A tendência atual da tas.
cladística é dividir as angiospermas em três Aniso-hologamia: copulação entre game-
grupos: monocotiledôneas, eudicotiledô- tas de tamanhos ligeiramente diferentes,
neas e dicotiledôneas basais. mas indicativos de alguma diferença sexual.
Angstrom: unidade de medida de compri-
Anisométrico: descreve partículas de ví-
mento, equivalente a 10-10 m. É simboli-
rus que não são isométricas.
zada por Å. Inicialmente era usada para
medir comprimentos de onda e distâncias Anisomorfo: que tem forma irregular.

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Anisospório: que tem esporos de mais de Antagonismo recíproco: relação entre di-
um tipo. ferentes organismos na qual ambos afetam
Anisósporo: esporo que é anormal, den- parcial ou totalmente o crescimento um do
tro do táxon. outro.

Anomalia: aberração; diz-se de qualquer Antagonista: organismo que causa dano


fato fora do padrão ou do normal. significativo para outro organismo.

Anotação genômica: processo que utiliza Antenarioide: com micélio escuro, coto-
programas de computador para gerar e noso e compacto.
agregar informações sobre a provável fun- Anterídio: órgão masculino (gametângio)
ção biológica de uma sequência gênica. dos fungos; estrutura que produz o núcleo
Anoxia: supressão do oxigênio por perío- masculino e pode gerar gametas masculi-
dos prolongados. A falta de oxigênio nas nos, tipicamente móveis (anterozoides).
raízes das plantas (usualmente consequên- Está sempre presente na reprodução se-
cia de excesso de água no solo) pode redu- xuada por contato gametangial dos
zir a respiração, a produção e a ação do Oomycetes e Ascomycetes.
etileno e causar a incidência de alguns dis- Anterídio andrógino: que se forma no
túrbios fisiológicos. Como efeito indesejá- mesmo talo que o oogônio, é característico
vel, pode promover a fermentação das espécies homotálicas.
(respiração anaeróbica) e a morte celular.
Anterídio anfígeno: diz-se do anterídio
Anoxibionte: diz-se da bactéria incapaz de quando a base ou a haste do oogônio é en-
usar oxigênio atmosférico para cresci- volvida pelo gametângio masculino.
mento.
Anterídio parágino: estágio sexual no
Anoxibiose: dormência do nematoide por qual o gametângio masculino (anterídio)
causa da escassez de oxigênio no ambiente. está fixado lateralmente no oogônio, po-
Anóxico: diz-se do ambiente sem oxigê- rém, próximo à base deste, ocasionalmente
nio. entre a base e a região equatorial e, rara-
mente, em outro lugar.
Ansa: ver grampo de conexão.
Antibacteriano: ver agente antibacteriano.
Antagônicos: (1) diz-se de micélios mor-
fologicamente idênticos, mas sexualmente Antibiograma: teste in vitro para avaliar a
opostos, sendo um negativo e outro posi- sensibilidade de uma linhagem de fitobac-
tivo; (2) contrários, opostos. téria a diferentes antibióticos.
Antagonismo: (1) característica própria Antibiose: tipo de antagonismo fisioló-
de micélios antagônicos; (2) relação entre gico entre dois organismos ou espécies, em
diferentes organismos, na qual um inibe que as substâncias produzidas por um mi-
parcialmente ou totalmente o crescimento crorganismo, como bactericidas, fungicidas
do outro; (3) decréscimo da atividade de e nematicidas, causam efeito deletério no
um produto por estar em presença de ou- crescimento ou desenvolvimento de outro
tro ou por realçar o efeito fitotóxico deste. microrganismo.

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Antibiótico: substância química antimi- exclusivos de um antígeno, ou policlonal,
crobiana, de baixo peso molecular, sinteti- quando reativo a mais de um epitopo ou
zada e secretada por um microrganismo antígeno.
que age com toxicidade seletiva em baixas
Anticorpo fluorescente: anticorpo mo-
concentrações para outros microrganis-
noclonal ou policlonal conjugado com um
mos, inibindo o crescimento deles ou ma-
fluorocromo, como isotiocianato de fluo-
tando-os.
resceína, para facilitar a observação micros-
Antibiótico de amplo espectro: antibió- cópica da distribuição dos antígenos nas
tico que controla várias espécies de bacté- células.
rias.
Anticorpo heterófilo: anticorpo que reage
Antíclino: perpendicular a uma superfície. com espécies de células totalmente não re-
lacionadas, ou microrganismos oriundos
Anticoagulante: qualquer substância que
de espécies de animais não relacionados.
retarda ou impede a coagulação normal do
sangue. Anticorpo IgG: tipo mais comum de anti-
corpo no soro, por exemplo y-globulinas,
Anticódon: sequência de três nucleotídeos
que são globulinas com a mais baixa carga
da molécula de ácido ribonucleico de trans-
elétrica, o que leva a menos mobilidade ele-
ferência que é complementar a uma especí-
troforética. Elas têm peso molecular em
fica sequência de nucleotídeos de ácido
torno de 1,5 x 105 daltons, coeficiente de
ribonucleico mensageiro (códon), os quais
sedimentação de 6,5 S e formato alongado.
se ligam por meio de pareamento de bases.
Anticorpo IgM: um dos tipos de anti-
Anticomensalismo: relação em que um
corpo no soro, por exemplo macroglobuli-
indivíduo afeta ou inibe outro sem ser, por
nas, que têm peso molecular de cerca de
sua vez, afetado ou inibido.
8 x 105 daltons, coeficiente de sedimenta-
Anticompactante: substância que impede ção de 19 S e formato aracnoide com cinco
que o produto perca sua fluidez quando pernas.
submetido a altas pressões, mesmo após
Anticorpo incompleto: anticorpo que se
um longo período de armazenamento.
liga ao antígeno, mas não o precipita ou
Normalmente é utilizado em formulações
aglutina.
sólidas, como granulado dispersível e pó
molhável. Anticorpo neutralizante: anticorpo que
inibe a infectividade do vírus.
Anticongelante: substância que impede a
cristalização do produto quando ele é sub- Anticorpo primário: anticorpo que se liga
metido a baixas temperaturas. Muito utili- diretamente à molécula-alvo em um ensaio
zado em concentrados solúveis. de Elisa, Western blotting ou qualquer ensaio
imunológico.
Anticorpo: imunoglobulina produzida por
sensibilização de animais (coelhos, ratos, Anticorpo secundário: anticorpo que se
camundongos, galinhas, por exemplo) com liga ao anticorpo primário em um ensaio de
um antígeno (fitopatógeno). Pode ser mo- Elisa, Western blotting ou qualquer ensaio
noclonal, quando específico para epitopos imunológico. O anticorpo secundário é,

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frequentemente, conjugado a um radioisó- Antifúngico: ver agente antifúngico.
topo ou a uma enzima, como a fosfatase Antigenicidade: capacidade de um agente
ácida, que produz uma substância colorida imunizante (antígeno) para estimular o ani-
e assim permite a detecção da molécula- mal a produzir anticorpos.
-alvo.
Antígeno: substância, geralmente uma
Anticorpos monoclonais: anticorpos proteína ou um polissacarídeo, derivada de
idênticos produzidos por um único clone qualquer organismo, incluindo vírus e bac-
de linfócitos que reagem apenas com um térias, que, injetada em um animal de san-
dos determinantes antigênicos de um pató- gue quente, induz a formação de anticorpos
geno ou proteína. com os quais o antígeno reage especifica-
Anticorpos policlonais: mistura normal mente. A reação pode ser observada in vi-
de anticorpos presentes no soro do sangue tro por precipitação ou aglutinação.
de um animal que foi injetado com um pa- Antígeno heterófilo: determinante anti-
tógeno ou proteína, os quais geralmente gênico amplamente distribuído e encon-
têm muitos determinantes antigênicos. trado na natureza (por exemplo, em
Antideriva: ver agente antideriva. bactérias, plantas e várias espécies de ani-
mais).
Antídoto: substância ou medicamento que
neutraliza o efeito de uma substância tó- Antígeno heterólogo: antígeno que con-
xica, como defensivo agrícola. tém um epitopo que não foi o responsável
pela estimulação da produção de anticor-
Antiesporulante: material que impede ou pos. Sua presença provoca reação cruzada.
reduz a produção de esporos sem impedir Ver reação cruzada.
o crescimento vegetativo de um fungo.
Antígeno homólogo: antígeno que con-
Antiespumante: substância que contém tém o epitopo que estimulou a produção
uma combinação de partículas sólidas hi- de anticorpos.
drófobas (sílica, cera, etc.) e óleo de sili- Antígeno tipo-específico: antígeno espe-
cone, que inibe a formação de espuma, cífico para um determinado vírus.
quando a calda sofre uma agitação vigo-
rosa. A eficácia dos compostos antiespu- Antimetabólito: substância que inibe ou
mantes se deve ao fato de a sua tensão bloqueia um ponto específico em uma rota
superficial ser sempre menor que a da pa- metabólica.
rede das bolhas de espuma. Antimicrobiano: qualquer substância que
Antievaporante: produto que, adicionado impede o crescimento ou mata microrga-
à calda de defensivo agrícola, permite uma nismos.
vida mais longa das gotas pulverizadas, Antimitótico: agente que interfere na
principalmente quando a umidade atmos- ocorrência de divisões celulares, produ-
férica está muito baixa ou quando se usam zindo diminuição do número de células
gotículas muito pequenas na pulverização. que entram em mitose (efeito mitodepres-
Óleos vegetais ou minerais e etileno glicol sivo), pelo distúrbio do aparelho mitótico
têm efeito antievaporante. (efeito mitoclástico), pela cessação da pro-

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liferação celular (efeito mitotático) ou por Antracnose: nome comum dado às doen-
ocasionar a morte imediata das células. ças de planta caracterizadas por lesões es-
curas e deprimidas em folhas, frutos ou
Antimutagênicos: agentes que podem re-
ramos, provocadas, de modo geral, por
duzir a taxa de mutação induzida ou espon-
fungos do gênero Colletotrichum.
tânea.
Antrópico: relativo à humanidade, à socie-
Antioxidante: ver agente antioxidante. dade humana e à ação do homem. Termo
Antissepsia: conjunto de atividades desti- de criação recente, empregado por alguns
nadas a reduzir ou eliminar microrganis- autores para qualificar um dos setores do
mos patogênicos ou contaminantes. meio ambiente, o meio antrópico, que
compreende os fatores políticos, éticos e
Antisséptico: substância que destrói mi- sociais (econômicos e culturais); um dos
crorganismos ou impede a sua prolifera- subsistemas do sistema ambiental, o sub-
ção. sistema antrópico.
Antissoro: soro do sangue de um animal Antropocoria: dispersão do organismo ou
que contém anticorpos específicos a um esporo feita pela atividade humana.
determinado antígeno.
Antropócoro: esporo cuja disseminação
Antissoro homólogo: soro que contém depende da atividade humana.
anticorpos produzidos contra um antígeno
específico e que reagirá com aquele antí- Antropogênico: em sentido restrito, diz-
-se dos impactos no meio ambiente gera-
geno.
dos por ações do homem.
Antítipo: (1) espécime coletado pela
Anucleado: acariótico; sem núcleo.
mesma pessoa, na mesma época e no
mesmo lugar de coleta do tipo e que apre- Anulações: linhas transversais na cutícula
senta o mesmo número de herbário, caso o que envolvem o exterior do corpo do ne-
tenha; (2) fragmentos tirados do tipo. matoide e propiciam a sua flexibilidade du-
rante a locomoção. Elas podem ser muito
Antitóxico: ver antídoto. sutis, aparecendo apenas marcas, ou muito
Antitoxina: qualquer substância que reage profundas, dando a aparência de segmen-
com uma toxina e a neutraliza. tos ou anéis distintos.
Antitranspirante: ver agente antitranspi- Anulado: que tem anel ou ânulo.
rante. Ânulo: anel encontrado no estipe do basi-
Antocianescência: desenvolvimento de diocarpo de algumas espécies de fungos.
cores avermelhadas ou arroxeadas nas Ânus: abertura ventral terminal do intes-
plantas em razão da presença de antocia- tino, precedida pelo reto, presente no corpo
nina. das fêmeas e juvenis de nematoides.
Antocianina: grande grupo de pigmentos Anvisa: sigla de Agência Nacional de Vigi-
solúveis em água, responsável pelas cores lância Sanitária. Órgão vinculado ao Minis-
arroxeadas ou avermelhadas em plantas. tério da Saúde que coordena o Sistema

49
Nacional de Vigilância Toxicológica e faz a Apêndice: órgão ou elemento que se
regulamentação, análise, controle e fiscali- prende ao corpo; órgão acessório, anexo
zação de produtos e serviços que envolvam ou simples prolongamento.
riscos à saúde (agrotóxicos, componentes e Apêndice hilar: protuberância do esporo
afins e outras substâncias químicas de inte- onde se localiza a cicatriz ou hilo.
resse toxicológico). A Anvisa também rea-
liza a avaliação da toxicidade dos Apendiculado: esporo com um ou mais
agrotóxicos para fins de registro, a reavalia- apêndices.
ção de produtos já registrados e a normali- Apendículo: órgão ventral e pré-anal, que
zação e elaboração de regulamentos é extensível em nematoides.
técnicos dos ingredientes ativos dos agro- Apical: relativo a ápice, que ocupa o ápice,
tóxicos. extremidade.
Aparafisado: que não apresenta paráfises. Ápice: extremidade ou final.
Aparelho copulatório: nos nematoides, Apícula: pequena proeminência, geral-
são os órgãos sexuais masculinos emprega- mente presente nos basidiósporos, pela
dos na copulação. Ver espículos, guberná- qual se fixam ao esterigma.
culo, papila suplementar e bursa.
Apiculado: terminado em pequena ponta
Aparelho glutoide: metaestoma de nema- aguda.
toides rabditoides e diplogasteroides, que
Apileado: que não tem píleo.
consiste de um metarabdio dorsal e dois
subventrais. Aplanado: dorsoventralmente achatado;
horizontalmente expandido.
Aparelho guia do estilete: ver anel guia
do estilete. Aplanético: imóvel.

Aparelho valvular ou valvar: parte mais Aplanetismo: condição de um esporo não


dilatada do canal do esôfago de nematoi- móvel, diferente do zoósporo.
des, localizada no centro do metacorpo. Aplanogameta: gameta não móvel.
Apresenta formato triangular em seção
Aplanósporo: esporo não móvel, sem fla-
transversal e espessamento de parede, onde gelo, produzido individualmente ou em
se ancora a musculatura radial do meta- grupos no interior de um esporângio e libe-
corpo. rado com o rompimento da parede do es-
Aparência: conjunto de atributos físicos porângio.
que compõe o visual de um produto vege- Aplerótico: diz-se do oósporo maduro
tal, como brilho superficial, cor, tamanho, que não preenche totalmente o oogônio;
peso, forma, presença ou ausência de defei- periplasma ausente.
tos (mecânicos, fisiológicos, entomológi-
Aplicação: processo físico de transporte
cos ou fitopatológicos) e grau de frescor.
de um defensivo agrícola que estava no
Apedicelado: que não tem pedúnculo ou pulverizador, que foi subdividido em gotas,
pedicelo. para um local onde ele terá um efeito bio-

50
lógico (por exemplo, controle de patóge- Aplicação em faixa: aplicação de defen-
nos, pragas e ervas daninhas). sivo apenas em uma área (normalmente so-
bre a linha de semeadura) e não em todo o
Aplicação aérea: aplicação de líquidos so-
terreno.
bre a planta, sob a forma de gotas, efetuada
com aviões e helicópteros. Aplicação em sulco: aplicação do defen-
sivo sob ou no sulco onde a planta está es-
Aplicação área total: aplicação de defen- tabelecida.
sivo efetuada na área total do plantio.
Aplicação erradicante: aplicação de um
Aplicação ampla: ver aplicação área total. defensivo de amplo espectro para eliminar
Aplicação basal: aplicação de defensivo patógenos e seus propágulos a partir de seu
efetuada em torno do caule da planta, hospedeiro ou ambiente. Prática comu-
acima do solo, com mínimo de contato mente adotada, após a colheita e a poda fi-
com a folhagem. tossanitária das fruteiras de inverno, que se
encontram, comumente, dormentes.
Aplicação de pré-emergência: aplicação
Aplicação foliar: aplicação de defensivo
de defensivo efetuada após o plantio, mas
efetuada na folhagem da planta.
antes que a cultura tenha emergido do solo.
Aplicação localizada: aplicação de defen-
Aplicação dirigida: aplicação de defen- sivo em locais delimitados do terreno ou
sivo direcionada para determinada área do em reboleiras de plantas ou em uma deter-
terreno ou órgão da planta, a fim de reduzir minada planta.
o contato com partes sensíveis da planta.
Aplicação no solo: ato de aplicar o defen-
Aplicação drench: tipo de aplicação de sivo diretamente na superfície ou incorpo-
defensivo agrícola, cujo jato é direcionado rá-lo ao solo.
para o tronco da planta, próximo ao solo,
Aplicação pós-emergência: aplicação de
encharcando-o, visando atingir principal-
defensivo sobre as plantas já emergidas.
mente as radicelas próximas à superfície do
solo. Por elas e pela casca do tronco, dá-se Aplicação pós-plantio: aplicação de de-
o início da circulação do ingrediente ativo fensivo após a semeadura da cultura.
pelos vasos lenhosos, translocando pela Aplicação pós-transplante: aplicação de
planta até os extremos da copa, impreg- defensivo, dirigida ou não, depois de a
nando as folhas novas e descendo como planta ser transplantada.
guarda-chuva até as partes mais baixas
Aplicação pré-plantio: aplicação de de-
(Gravena, 2018). Na Fitopatologia, esse
fensivo na superfície do solo antes da se-
método de aplicação é utilizado para o con- meadura ou plantio das mudas.
trole de vetores de patógenos, especial-
mente os sugadores, como no controle do Aplicação saturante: aplicação de defen-
psilídeo Diaphorina citri, vetor da bactéria sivo realizada além do ponto de saturação
Candidatus Liberibacter spp., agente causal do (ocorre escorrimento).
grenning (Huanglongbing/HLB) dos ci- Aplicação sequencial: aplicação interca-
tros. lada de dois ou mais defensivos na mesma

51
cultura de acordo com intervalos determi- Apodrecimento: decomposição de teci-
nados. dos vegetais por microrganismos.
Aplicação sob deriva: pulverização na Apofisado: com apófise; com célula su-
qual a gota, deliberadamente submetida à porte.
deriva, se destina para o alvo.
Apófise: célula suporte, como a porção di-
Aplicação terrestre: aplicação de líquidos latada do esporangióforo, na base da colu-
sobre a planta, sob a forma de gotas, efe- mela de alguns fungos da ordem Mucorales.
tuada com pulverizadores acoplados a tra-
tores ou conduzidos por animais ou Apogamia: apomixia; desenvolvimento
humanos. sem intervenção de elementos sexuais; que
se reproduz assexuadamente; desenvolvi-
Aplicação tópica: aplicação diretamente
mento de células sexuais sem copulação.
sobre uma superfície, por exemplo sobre a
lâmina foliar da planta. Apoplástico: descreve o movimento de
Aplicação ultrabaixo volume: aplicação substâncias entre as paredes celulares; não
de um defensivo agrícola na base de penetra na célula viva.
5 L ha-1 ou menos, com gotas variando de Apoplasto: área exterior à membrana plas-
80 µm a 120 µm de diâmetro. mática das células que contém a fase aquosa
Aplicador: pessoa ou parte de um equipa- e os solutos intercelulares. Consiste em pa-
mento que aplica o defensivo agrícola para redes celulares e células condutoras do
controlar patógenos ou pragas ou para mi- xilema.
nimizar os danos causados por elas.
Apoptose: morte celular programada, que
Aplicador certificado: indivíduo que está acontece naturalmente, como uma etapa
habilitado a usar ou supervisionar o em- do desenvolvimento, da manutenção ou da
prego de qualquer defensivo agrícola de renovação dos tecidos. Difere da necrose,
uso restrito, após se submeter a um treina- em que a morte da célula é causada por fa-
mento de certificação. tores externos.
Apnêustico: recurso de organismos, como
Aposporia: desenvolvimento de sacos em-
nematoides, para respirar através da cutí-
brionários, sem divisão redutiva prévia da
cula.
célula arqueospórica, a partir de células so-
Apobasídio: basídio com esporos termi- máticas, geralmente células do núcleo.
nais e simétricos, situado no prolonga-
mento axial dos esterigmas; usado para Apostroma: diz-se do estroma que con-
basídios degenerados, cujos basidiósporos tém apotécios.
não são apiculados, nem nascem obliqua- Apotécio: corpo de frutificação, em forma
mente sobre esterigmas, nem são descarre- de taça ou pires e ascocarpo aberto, estipi-
gados com violência. tado ou não, dos Ascomycota. Na parte su-
Apodial: séssil; que não tem um estipe ou perior do receptáculo, há presença do
caule. himênio formado de ascos e paráfises.

52
Apótipo: espécime, de tipo diverso, no para indicar que a espécie foi descrita por
qual é baseada uma descrição ou figura um autor em publicações de outro. Nas re-
subsequente adicional ou emendada. gras internacionais em vigor, foi substi-
AP-PCR: sigla de arbitraly primed polymerase tuído por in.
chain reaction. É uma variante da técnica de Apuramento de um lote: na defesa fitos-
RAPD que usa primers arbitrários maiores sanitária, diz-se da verificação do cumpri-
que os de RAPDs. mento da regulamentação fitossanitária.
Apresso: que nasce preso; diz-se das esca- Aquecimento global: aquecimento da at-
mas, fibrilas, pelos, etc., intimamente pre- mosfera da Terra em virtude do aumento
sos à superfície. nas concentrações de um ou mais gases de
Apressório: órgão adesivo de fungos fito- efeito estufa, como resultado de atividade
patógenos e biotróficos, representado por humana. Ver efeito estufa.
protuberância ou intumescência formada Aquisição: ato de um vetor adquirir o pa-
na extremidade dilatada de uma hifa; tubo tógeno, mais especificamente um vírus, por
germinativo de um esporo fúngico que se
meio de uma planta infectada.
fixa à parede celular do hospedeiro durante
a fase de infecção. Ar saturado: ar que, a uma determinada
temperatura e pressão, contém todo o va-
Aprovação de pré-embarque: na defesa
por d’água possível, ou seja, 100% de umi-
fitossanitária, consiste na certificação fitos-
dade relativa.
sanitária e/ou aprovação no país de ori-
gem, realizada sob a supervisão regular da Ar seco: ar que não contém condensação
Organização Nacional de Proteção Fitos- do vapor d’água visível, ou seja, ar de baixa
sanitária do país de destino. umidade relativa.
Aprovação de um embarque: na defesa Ar úmido: ar de alta umidade relativa em
fitossanitária, é a verificação do cumpri- que há condensação de vapor d’água visí-
mento dos regulamentos fitossanitários. vel.
Aptidão: estado de estar adaptado; em Aracnoide: como teia de aranha; diz-se do
ecologia e genecologia, é a capacidade do véu do píleo, que é formado por um retí-
indivíduo de prosperar e se reproduzir in- culo de delicados filamentos.
definidamente num tipo particular de am-
biente. Arboricida: produto que destrói ou mata
árvores.
Aptidão genética: contribuição de um ge-
nótipo para a próxima geração de uma po- Arbuscular: arborescente.
pulação em relação às contribuições de Arbúsculo: estrutura produzida por fun-
outros genótipos. O processo de seleção gos endomicorrízicos e análoga aos haus-
natural tende a favorecer os genótipos com tórios produzidos pelos fungos causadores
maior aptidão genética. de míldios e ferrugens. O arbúsculo difere
Apud: termo latino encontrado com fre- do haustório, porque, além de absorver nu-
quência nas publicações antigas, usado trientes das células das plantas, também li-

53
bera elementos minerais, estabelecendo os Área de análise de risco de praga: na de-
processos de simbiose e mutualismo. fesa fitossanitária, área na qual se realiza
uma análise de risco de pragas.
Arcada: faixa de tecido que normalmente
fica em volta do esôfago de nematoides. Área de baixa prevalência de praga: na
defesa fitossanitária, área, país ou parte
Arco dorsal: configuração cuticular poste- dele, ou todos os países ou partes de mui-
rior e dorsal, acima do ânus e dos campos tos países, conforme identificado pelas au-
laterais; é caracterizada por estrias cuticula- toridades competentes, na qual a presença
res no períneo de fêmeas adultas de nema- de uma praga está abaixo dos níveis econô-
toides do gênero Meloidogyne. micos e está submetida a vigilância efetiva
e/ou medidas de controle.
Área: na defesa fitossanitária, refere-se a
um país ou parte dele e a países completos Área de distribuição: área natural de
ou partes de diversos países que têm seus ocorrência de determinada espécie ou po-
limites definidos oficialmente. pulação.

Área abaixo da curva de progresso da Área de escape: área em que as condições


de ambiente são desfavoráveis ao pató-
doença: em um sistema cartesiano, corres-
geno, e a planta pode se desenvolver e pro-
ponde à área abaixo da linha gerada pelos
duzir economicamente.
pares de pontos X e Y, em que os valores
de Y referem-se à doença avaliada e os de Área de exclusão: área na qual as condi-
X à unidade de tempo. ções são desfavoráveis à sobrevivência de
uma determinada espécie.
Área ameaçada: na defesa fitossanitária,
área onde todos os fatores ecológicos favo- Área de ocorrência: região geográfica ou
país onde a doença ocorre.
recem o estabelecimento de uma praga,
cuja presença pode derivar em perdas eco- Área de proteção ambiental: área per-
nômicas importantes. tencente ao grupo das unidades de conser-
vação de uso direto e sustentável, regida
Área clorótica: área delimitada por tecidos por dispositivos legais. Constitui-se de área
afetados da planta que se revela pela colo- em geral extensa, com certo grau de ocupa-
ração amarela de partes normalmente ver- ção humana, dotada de atributos abióticos,
des. bióticos, estéticos ou culturais, especial-
mente importantes para a qualidade de vida
Área confinada: área com ventilação limi-
e bem-estar da população residente e do
tada e inadequada, como armazéns, salas e
entorno. Tem o objetivo de disciplinar o
casa de vegetação. uso sustentável dos recursos naturais e pro-
Área controlada: na defesa fitossanitária, mover, quando necessário, a recuperação
área regulada, a qual a Organização Nacio- dos ecossistemas degradados.
nal de Proteção Fitossanitária determinou Área de proteção fitossanitária: na de-
ser a mínima área requerida para prevenir a fesa fitossanitária, área delimitada pela
dispersão de uma praga de uma área em ONPF onde estão implantadas culturas de
quarentena. importância econômica para determinada

54
região do País, livres de uma ou mais pra- Área infestada: na defesa fitossanitária,
gas regulamentadas. área urbana ou rural, com a delimitação
dos seus limites, onde foi detectada a praga.
Área de provável expansão: na defesa fi-
tossanitária, área delimitada em torno de Área lesionada: área de um limbo foliar,
uma área infestada, na qual existe a maior fruto, caule ou semente visualmente colo-
probabilidade de surgimento de novos fo- nizada pelo patógeno.
cos da praga, portanto deve ser alvo de le- Área livre de praga: na defesa fitossanitá-
vantamentos mais constantes e apurados. ria, área onde uma praga específica não
ocorre, sendo esse fato demonstrado por
Área ecológica: na defesa fitossanitária,
evidência científica, e na qual, de forma
área com fauna, flora e condições climáti- apropriada, essa condição está sendo man-
cas semelhantes, assim deve haver preocu- tida oficialmente.
pação quanto à introdução de inimigos
naturais. Área necrótica: área delimitada por teci-
dos afetados da planta, que se revela pela
Área em perigo: ver área ameaçada. morte e escurecimento das partes sadias da
Área em quarentena: na defesa fitossani- planta.
tária, área na qual uma praga quarentenária Área perifocal: na defesa fitossanitária, es-
está presente e está sob controle oficial. paço delimitado em torno do foco.
Área endêmica: área geográfica de reco- Área protegida: na defesa fitossanitária,
nhecida ocorrência e transmissão de deter- área regulamentada pela Organização Na-
minada doença. cional de Proteção Fitossanitária, a qual se
apresenta como a extensão mínima exigida
Área erradicada: na defesa fitossanitária, para proteger efetivamente uma área colo-
área sob vigilância contínua, caracterizada cada em perigo.
pela ausência da praga, quando os registros
Área regulamentada: na defesa fitossani-
indicarem sua ocorrência no passado e sua tária, área cujas plantas, produtos vegetais e
erradicação após a realização de programa outros produtos regulamentados estão su-
documentado com essa finalidade. jeitos a regulamentos fitossanitários ou
Área foco: área de ocorrência e produção procedimentos, para prevenir a introdução
de inóculo de um determinado patógeno, e e/ou dispersão de pragas quarentenárias
de localização bem definida, limitada a uma ou para limitar o impacto econômico de
localidade ou pequeno número dessa em pragas não quarentenárias regulamentadas.
um município. Área sem ocorrência: na defesa fitossani-
tária, área cuja vigilância geral indica que a
Área indene: na defesa fitossanitária, área
praga está ausente e nunca foi registrada.
onde não foi relatada a ocorrência da praga
específica; porém esse relato não foi de- Área sob quarentena: ver área em qua-
monstrado por evidência científica ou não rentena.
há efetivo controle oficial para essa ocor- Área tampão: na defesa fitossanitária, área
rência. que mantém distância de segurança da área

55
infestada, na qual a praga específica não tempo de coleta (com ajuste de até 24 ho-
está presente e está oficialmente contro- ras).
lada. Está adjacente a uma área ou local de
Armazenamento: (1) conservação de
produção livre de pragas, e nela são adota-
acessos na forma de sementes, pólen e iso-
das medidas fitossanitárias para impedir a
lados de patógenos; (2) o ato de armazenar,
entrada ou disseminação da praga.
estocar ou guardar agrotóxicos, seus com-
Área tratada: campo, pomar, jardim, horta ponentes e afins.
ou outros lugares onde foi aplicado um de-
Armilariose: podridão de raízes causada
fensivo agrícola.
por fungos do gênero Armillaria.
Área útil: área central da parcela experi-
ARP: sigla de Análise de Risco de Praga.
mental, contornada pela bordadura, onde
Ver análise de risco de praga.
serão coletados os dados a serem utilizados
para análise estatística. Arqueado: (1) indica a curvatura ventral
do corpo de nematoides; (2) encurvado;
Aréola: (1) halo de cor mais clara em torno
curvo à maneira de arco.
de lesões causadas por patógenos; (2) halo
em meio de cultura livre de microrganis- Arqueado decurrente: diz-se dos tubos
mos, formado pela ação antagônica entre ou lamelas, curvados ou estendidos estipe
colônias de fungos ou bactérias; (3) em ne- abaixo.
matoides, área pequena da cutícula, delimi-
Arqueamento: curvatura que ocorre no
tada por estrias cuticulares longitudinais e
caule, principalmente de árvores, por causa
transversais.
da ação constante do vento numa única di-
Areolado: (1) provido de aréola; (2) em ne- reção ou da busca de radiação solar pelas
matoides, situação em que as estrias trans- plantas quando se encontram parcialmente
versais entram nos campos laterais. sombreadas.
Arista: apêndice semelhante ao pelo. Arquêntero: ver gástrula.
Armadilha: dispositivo usado para a cap- Arquibasídio: basídios supostamente pri-
tura de pragas e para o controle de vetores mitivos, como os de Uredinales, Ustilagina-
de patógenos, como pulgões, cigarrinhas, les e Septobasidiales.
etc.
Arquicarpo: célula, hifa ou novelo que
Armadilha caça-esporos: equipamento posteriormente se torna o ascoma ou parte
instalado em condições de campo para dele.
captura de esporos e/ou partículas (a se-
Arroxeamento: sintoma hiperplástico, ca-
rem estudadas detalhadamente com auxílio
racterizado pelo desenvolvimento generali-
de um microscópio) e para medição da
zado do pigmento roxo antocianina em
quantidade de esporos presentes na atmos-
áreas da folha ou caule.
fera. A armadilha possui um sistema eletrô-
nico para girá-la por um período de 7 dias Articulado: conectado; segmentado; sep-
(com movimento contínuo ao longo das tado; filamento com septos transversais;
24 horas do dia) e chave para seleção do basídios septados transversalmente.
Artigo regulamentado: na defesa fitossa- talmente, ao longo do corpo dos
nitária, qualquer planta, produto vegetal, nematoides.
local de armazenamento, meio de trans-
Ascal: relativo a asco.
porte, contêiner, solo ou outro organismo,
objeto ou material capaz de abrigar ou dis- Asciculígero: hifa especializada, ascógena,
seminar pragas. É objeto de atenção espe- que produz ou sustenta ascos.
cialmente quando envolve o transporte Ascígero: que tem ascos; estádio sexual do
internacional. desenvolvimento de um Ascomycota.
Artrica: na conidiogênese, diz-se da hifa Asco: estrutura em forma de saco, na qual
conidiogênica caracterizada por transfor- ocorre meiose e opera a fusão de núcleos
mar um determinado elemento hifal pré- sexuais e, a seguir, redução cromática e for-
-existente num conídio. mação dos ascósporos. Os ascos podem
Artrocatenado: artroconídios formados ser simples, como em leveduras dos gêne-
em cadeias pela fragmentação de uma hifa. ros Saccharomyces e Hansenula, ou se distri-
buir em lóculos ou cavidades do micélio,
Artroconídio: ver artrósporo.
dentro de um estroma, o ascostroma, ou
Artrospórico: relativo a artrósporo. ainda ser contidos em corpos de frutifica-
ção, os ascocarpos.
Artrósporo: conídio que se apresenta ge-
ralmente em cadeia, com aspecto articu- Asco anelado: asco com anel apical. Há
lado, formado por fragmentação da célula reação do ápice do asco com o iodo.
hifal ou do conidióforo e suas ramifica-
Asco aparato: porção do asco que com-
ções. O conídio denomina-se artrósporo
preende os ascos e as células ascógenas.
ou artroconídio. Representantes mais co-
muns: Coremiella, Geotrichum, Oidioden- Asco bitunicado: asco que possui duas
dron e Sympodiella. camadas funcionalmente distintas for-
mando a sua parede, as quais podem ou
Artrósporo meristemático: artrósporo
não se romper ou se estender na ocasião da
de uma cadeia de conídios que amadurece
liberação dos ascósporos.
em sucessão basípeta, originado do cresci-
mento meristemático na região apical das Asco evanescente: asco cuja parede desa-
células conidiogênicas. parece com a maturação dos ascósporos.
Ascos de fungos do gênero Chaetomium e
Árvore filogenética: ver análise filogené-
da espécie Acaulospora koskei são evanes-
tica.
centes porque possuem paredes gelatino-
ASA: sigla de amplified specific amplicon. Mar- sas e grossas, que desaparecem com a
cadores moleculares revelados pela ampli- maturação dos ascósporos.
ficação do DNA, também denominados
Asco fissitunicado: tipo de deiscência das
minissatélites.
ascas com ruptura de extrusão. Ocorre em
Asa caudal: ver bursa. alguns ascos bitunicados.
Asas laterais: expansões cuticulares late- Asco hipodermatáceo: asco essencial-
rais, que podem se estender, parcial ou to- mente unitunicado, sem qualquer engros-

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samento apical; libera os ascósporos através Ascogênese: processo de formação de hi-
de um poro estreito. fas ascógenas.
Asco inoperculado: asco que, em vez de Ascógeno: ver ascígero.
opérculo, apresenta uma abertura (poro)
Ascogônio: gametângio feminino ou ór-
dotada de um anel elástico, a qual funciona
gão sexual dos Ascomycota.
como válvula ou esfíncter. Essa válvula
abre-se para permitir a passagem dos as- Ascoma: ver ascocarpo.
cósporos durante a sua liberação forçada. Ascomiceto ascolocular: ascomiceto que
Asco lecanoraleano: asco bitunicado, ge- possui ascos e paráfises desenvolvidas nas
ralmente de parede grossa e com ápice for- cavidades do interior de um estroma pré-
temente engrossado, nos quais a liberação -formado.
dos ascósporos ocorre por uma eversão Ascomycetes: anteriormente agrupava to-
rostrada do endoasco. dos os fungos do grupo Ascomycota,
Asco livre: asco produzido fora de um as- atualmente é uma das classes do filo As-
cocarpo. comycota. Ver Ascomycota.
Asco operculado: asco unitunicado, que Ascomycota: filo pertencente ao reino
apresenta na sua extremidade uma tampa Fungi, que abriga os fungos, os quais se ca-
que se abre, quando o asco amadurece, racterizam por produzir esporos sexuados
para a liberação forçada dos ascósporos. (ascósporos) no interior de ascos e esporos
Asco protunicado: asco basicamente uni- assexuados (conídios). As morfologias do
tunicado, de camada fina, que libera seus asco e do ascoma são fundamentais para a
esporos por evanescência. classificação do organismo neste filo. Há
extraordinária diversidade de sistemas ve-
Asco pseudo-operculado: asco unituni- getativos, pois existem desde espécies mi-
cado em estrutura e com uma capa apical croscópicas até espécies visíveis a olho nu.
engrossada, a qual se separa completa- No geral, os fungos apresentam hifas bem
mente na maturidade. desenvolvidas e septadas, ocupam diversos
Asco unitunicado: asco que possui ape- habitats e apresentam modo de vida bas-
nas uma camada na parede. tante variado, como parasitismo, saprofi-
tismo e simbiose mutualística ou
Asco verrucoide: asco com duas camadas comensalística. Muitas espécies de As-
não separáveis. comycota são de suma importância para a
Ascocarpo: corpo frutífero dos As- fitopatologia, pois provocam doenças na
comycota, que sustenta ou contém ascos. maioria das plantas cultivadas; alguns pató-
genos apresentam raças fisiológicas de fun-
Ascoconídio: conídio formado direta- gos que atacam os mais variados genótipos
mente sobre um ascósporo, especialmente de plantas. São conhecidos aproximada-
quando está no interior do asco. mente 15 classes, 68 ordens, 327 famílias,
Ascoconidióforo: fiálide que sustenta um 6.355 gêneros e 64.163 espécies deste filo.
ascoconídio.
Ascomycotina: extinta subdivisão do
Ascóforo: hifa que produz ascos. reino Fungi. Ver Ascomycota.

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Ascoparáfise: hifa hiploide, de reserva e sob a forma de chuva fina, na folhagem das
multicelular, originada da base do asco em plantas.
fungos causadores de míldio pulverulento Asperulado: ligeiramente áspero.
(Erysiphaceae).
Asporogênico: que não forma esporos.
Ascoporógeno: que produz ascósporos.
Assamento: tipo de escaldadura (comum
Ascoquitose: denominação dada às doen- em espécies florestais) que ocorre na região
ças causadas por espécies do gênero Asco- do coleto das mudas, quando a superfície
chyta. do solo (principalmente o arenoso no pe-
Ascósporo: esporo produzido sexuada- ríodo seco e em dias ensolarados) com a
mente no interior de um asco. qual está em contato atinge temperaturas
elevadas.
Ascósporos dísticos: ascósporos dispos-
tos, no asco, em duas séries. Assepsia: ato de eliminar microrganismos
contaminantes, alcançado, por exemplo,
Ascostroma: ascocarpo ou estrutura re- por esterilização do meio de cultura e equi-
produtiva de certos Ascomycota que sus- pamento utilizado.
tenta ascos diretamente em lóculos no
interior do estroma. Asseptado: que não tem septo; sem pare-
des transversais; contínuo, ou seja, sem di-
Asfixia: escurecimento de tecidos e morte visões internas. Ver hifa cenocítica.
de seres vivos por efeito do baixo teor de
oxigênio. Asséptico: estéril; livre de contaminantes;
qualificativo aplicado quando há ausência
Aspecto encharcado: aparência do sin- de microrganismos vivos.
toma de doença em que uma porção do ór-
gão afetado fica mais escura e aquosa; Assexuado: que não tem gênero; que não
anasarca. possui órgãos sexuais em funcionamento;
diz-se da reprodução em que não há dife-
Aspergígrafo: equipamento que contém renciação sexual.
um dispositivo para registrar continua-
mente o orvalho e sua duração pela mu- Assexual: forma de reprodução que não
dança de comprimento do elemento sensor envolve células germinativas ou fusão de
devido ao molhamento. Esse equipamento núcleos, e não produz esporos sexuados.
Caracteriza-se por produzir descendentes
utiliza os fios de cânhamo.
geneticamente idênticos ao progenitor.
Aspergiliforme: em forma semelhante
Assimbiótico: que não apresenta relação
aos conidióforos de Aspergillus.
simbiótica com outro organismo.
Aspergilina: pigmento dos esporos de
Assimetria: dois lados desiguais ou des-
Aspergillus niger.
proporcionais pela ausência de simetria em
Aspermia: falta de produção de semente. relação a um ponto, linha ou plano de si-
Aspersão: ato de aplicar um produto fitos- metria.
sanitário ou nutrientes na forma líquida, ou Assimilação: absorção de nutrientes por
uma suspensão de esporos para inoculação, um indivíduo.

59
Assintomática: que não mostra sintomas uma reação; (4) substância essencial para a
de doença. atividade de uma enzima específica, mas
Associação micorrízica: simbiose entre que não age como um substrato ou contri-
fungos e raízes de plantas. bui para o produto final.

Associação simbiótica: ver simbiose. Ativador de resistência: substância quí-


mica sintética que, quando aplicada na
Associado: aglutinado; aglomerado; planta por meio de pulverização, injeção e
unido; reunido; agregado. tratamento de raiz, induz a resistência sistê-
Asteriforme: em forma de estrela. mica adquirida no hospedeiro contra diver-
sas espécies de patógenos.
Asterigmado: referente a basidiósporos
que não se formam sobre esterigmas. Ativador gênico: proteína que, isolada ou
combinada com outra proteína, aumenta a
Ástomo: ausência de ostíolo ou de qual-
quer outra abertura que permita a saída dos expressão gênica.
esporos. Atmosfera: (1) camada de gases que en-
Atacina: proteína antimicrobiana que volve a Terra e se estende, no espaço, até
inibe a síntese de proteínas externas da vários milhares de quilômetros; (2) unidade
membrana de bactérias Gram-negativas. de pressão ou sucção, equivalente ao peso
de uma coluna de mercúrio de 76 cm ou
Ataque: incidência de doença. Ação preju- 760 mm de altura sobre a superfície de
dicial de um patógeno a uma planta ou ór- 1 cm2, a 20 °C; unidade chamada atmosfera
gão dela, ou mesmo a todo o plantio. (atm).
Atenuação: processo de produzir uma es- Atmosfera modificada: método de em-
tirpe de vírus atenuado (enfraquecido); re- balagem utilizado para aumentar a vida útil
dução da virulência de um patógeno.
de produtos perecíveis como frutas, espe-
Atenuado: (1) enfraquecido ou decrescido cialmente com a suplementação da refrige-
na virulência ou patogenicidade; (2) afilado, ração. O ar atmosférico normal contém
diz-se da estrutura cujo ápice ou cuja base 21% de O2, 0,03% de CO2, 78% de N e pe-
se afinam gradativamente. quenas concentrações de outros gases. Os
Atípico: cujas características se distanciam sistemas de embalagem com atmosfera
das do tipo; anômalo; anormal. modificada diminuem a concentração de
O2 e elevam a concentração de CO2, redu-
Ativação: estágio de germinação dos oós- zindo a intensidade de respiração do pro-
poros durante o qual a parede endosporial duto e aumentando o seu tempo de vida
erode e o ooplasto se expande. útil, sem perda de qualidade.
Ativador: (1) material que adicionado ao
Atomização: aplicação de um líquido com
defensivo agrícola aumenta sua atividade
auxílio do atomizador.
ou eficiência; (2) proteína que se liga a um
sítio do DNA, permitindo ou estimulando Atomizador: aparelho utilizado para redu-
a transcrição gênica; (3) substância que au- zir ou fracionar um líquido a gotas peque-
menta a atividade de um organismo ou de nas de diâmetro inferior a 50 µm.

60
Atomizar: reduzir um líquido a finas gotí- um tufo de folhas pequenas e mal forma-
culas, passando-o sob pressão pelo bico do das.
atomizador ou submetendo as gotas a um Atropina: ver sulfato de atropina.
disco giratório.
ATV: sigla de autorização de trânsito de
Atóxico: não tóxico; não venenoso. vegetais. Ver autorização de trânsito de ve-
ATP: sigla de Adenosine 5’-Triphosphate. Ver getais.
adenosina 5’-trifosfato. ATVC: sigla de autorização de trânsito de
ATPase: enzima que converte ATP em vegetais consolidado. Ver autorização de
ADP. trânsito de vegetais consolidado.
Atracação do anterídio: ato de o anterí- Auditor fiscal agropecuário: técnico que
dio atracar-se à parte apical, basal ou lateral trabalha com o governo federal ou estadual
do oogônio. que fiscaliza e exige o cumprimento das
normas e leis vigentes para a produção das
Atraente: substância natural ou sintética commodities agropecuárias.
que provoca respostas de migração posi-
tiva. Por exemplo, folhas de polietileno de Auditoria: na defesa fitossanitária, exame
cor amarela, quando impregnadas com cola sistemático e funcionalmente indepen-
e depositadas na vertical ao redor de cultu- dente que tem por objetivo determinar se
ras suscetíveis, atraem um número conside- as atividades e seus consequentes resulta-
rável de pulgões, que ficam presos à cola. dos se ajustam aos objetivos previstos.
Inicialmente, essa prática é feita para moni- AUDPC: sigla de Area Under the Disease
torar a entrada de insetos na área; mas, em Progress Curve. Ver área abaixo da curva
alguma extensão, reduz a quantidade de de progresso da doença.
inóculo virótico que atinge a cultura.
Auriculado: que tem formato de orelha
Atrativo: ver atraente. (aurícola).
Atríquia: bactéria sem flagelo, não flage- Ausência de dominância: ação gênica na
lada. qual não há dominância, pois o fenótipo do
Atrócito: célula do celoma de nematoides, heterozigoto é intermediário entre os fenó-
capaz de fagocitar material estranho do lí- tipos dos genitores puros.
quido corporal e depositá-lo sob forma Autobasídio: basídio contínuo, furcado
cristalina. Ver celomócitos. ou não; usado em oposição a apobasídio
Atrofia: retardamento no desenvolvi- para distinguir os basídios cujos esporos
mento de uma planta ou de um órgão, re- nascem lateral e assimetricamente sobre es-
sultante de deficiência nutricional ou deficit terigmas e obliquamente em relação a seus
hídrico ou ataque de patógenos, como a eixos.
atrofia do cafeeiro causada por Xylella fasti- Autoclavagem: tratamento térmico utili-
diosa, em que as plantas apresentam entre- zado para esterilização de meios de culturas
nós curtos, característicos de deficiência de e vidraria de laboratório. Consiste em man-
zinco, e ramos cujas extremidades exibem ter o material a uma temperatura elevada

61
(121 °C), através do contato com vapor de Autofecundação: união dos gametas mas-
água sob alta pressão (1,5 x 105 kPa), du- culino e feminino do mesmo indivíduo.
rante um período de tempo, suficiente para
Autofértil: indivíduo que pode produzir
destruir todos os agentes contaminantes.
zigotos pela junção de seus gametas.
Autoclavar: esterilizar em autoclave.
Autofertilização: ver autofecundação.
Autoclave: aparelho, geralmente um forte
Autogamia: (1) autofertilização; (2) numa
contêiner de aço, utilizado para esteriliza-
ção de materiais diversos, incluindo vidra- população pan-mítica, a fusão do gameta
rias e meios de cultura. O aparelho aquece masculino com o feminino no mesmo indi-
e, no seu interior, há formação de vapor de víduo.
água sob alta pressão (1,5 x 105 kPa) e alta Autoimune: situação na qual um orga-
temperatura (121 °C) por determinado pe- nismo produz uma resposta imune em seus
ríodo de tempo. próprios tecidos.
Autocompatível: autofértil; referente ao Autoincompatível: autoestéril; referente
talo que possui capacidade de se reproduzir ao talo que não possui capacidade de se
sexuadamente. reproduzir sexuadamente. Adaptação fi-
Autocoria: dispersão do esporo feita pelo siológica que impede a ocorrência de au-
próprio patógeno, isto é, o corpo frutífero tofertilização.
se rompe por pressão e lança os esporos à Autoinfecção: infecção na qual o hospe-
distância. deiro recebe inóculo de si próprio.
Autócoro: esporo cuja disseminação de- Autólise: processo pelo qual um orga-
pende apenas do próprio patógeno.
nismo se decompõe por suas próprias enzi-
Autóctone: ver espécie autóctone. mas sem a intervenção de outros
Autodisseminação: quando a dissemina- organismos.
ção do patógeno opera-se pelos seus pró- Autônimo: um nome automaticamente
prios recursos, como os zoósporos que são estabelecido no qual um nome genérico ou
móveis e alguns ascomicetos cujos esporos epíteto específico é repetido, como o epí-
são lançados à distância pelo indivíduo, teto final no nome de uma subdivisão de
mediante mecanismos de ejeção dos espo- um gênero ou de um táxon infraespecífico,
ros. que inclui o tipo do nome legítimo adotado
Autoécio: capacidade de um fungo para- do gênero ou espécie, respectivamente; o
sita de completar o seu ciclo de vida sobre epíteto final de um autônimo não é seguido
um único hospedeiro; termo usado especi- pela citação de um autor, como exemplo
ficamente para se referir a algumas ferru- Phoma medicaginis Malbr. & Roum var. medi-
gens. caginis (Turland et al., 2018).
Autoestéril: condição em que não pode Autopoliploide: poliploide resultante da
ocorrer união dos gametas masculino e fe- multiplicação do genoma completo de uma
minino do mesmo indivíduo. única espécie.

62
Autor: pessoa responsável por um traba- toamputação de determinados órgãos ou
lho científico ou de divulgação científica, partes doentes, a fim de eliminar uma in-
ou pessoa à qual é atribuída a descrição de fecção (autodefesa).
um nome zoológico ou botânico publi-
Autotoxicidade: designação dada quando
cado.
alguns metabólitos envolvidos na resistên-
Autoridade fitossanitária: na defesa fi- cia da planta podem ser tóxicos para ela, e
tossanitária, a ONPF, o seu fiscal federal a expressão constitutiva dos metabólitos
agropecuário, a OEPF ou o fiscal por ela pode impor uma significativa carga meta-
autorizado, contratado por concurso pú- bólica.
blico, dentro de suas respectivas áreas de
competências, para fazer cumprir uma lei e Autotoxina: qualquer substância produ-
suas regulamentações. zida por um organismo que o intoxica.

Autorização de trânsito de vegetais: na Autotrófico: capaz de sintetizar seu ali-


defesa fitossanitária, documento fitossani- mento a partir de compostos inorgânicos,
tário utilizado no trânsito intraestadual de mediante fotossíntese ou quimiossíntese.
vegetais. Os autótrofos abrangem plantas verdes, al-
gas, alguns protistas e algumas bactérias.
Autorização de trânsito de vegetais
consolidado: na defesa fitossanitária, do- Autótrofo: organismo autotrófico. Ver au-
cumento fitossanitário utilizado no trânsito totrófico.
intraestadual de vegetais, com a finalidade Auxina: grupo de hormônios vegetais
de consolidar ou agrupar vários documen- que regula o crescimento e o desenvolvi-
tos fitossanitários. mento de plantas. São capazes de induzir
Autorização para a certificação fitos- o aumento da célula em testes, in vitro, so-
sanitária: na defesa fitossanitária, o ato bre fragmentos de tecidos de plantas su-
administrativo mediante o qual uma orga- periores. Deve ser feita a distinção entre
nização nacional de proteção fitossanitá- os compostos sintéticos reguladores de
ria autoriza um de seus funcionários a crescimento com essas propriedades,
emitir certificados fitossanitários. como ácido α-naftaleno­acético, ácido
Autósporo: aplanósporo que se assemelha 2,4-naftalenoacético e ácido 2,4-diclorofe-
a uma célula vegetativa. noxiacético, e as auxinas endógenas. Auxi-
nas endógenas são todos os compostos
Autossomo: qualquer cromossomo que indol ou substâncias relacionadas típicas,
não seja um cromossomo sexual. entre elas, a auxina padrão é o ácido indol-
Autótipo: espécime identificado pelo au- -3-il-acético (IAA).
tor como um exemplo de sua espécie e Auxótrofo: forma mutante de um orga-
comparado com o tipo ou sintipo. nismo que perdeu sua capacidade de sinte-
Autotomia: capacidade de alguns nema- tizar uma ou mais substâncias para sua
toides de eliminar a parte posterior do nutrição. As bactérias ou fungos auxótro-
corpo após a penetração no hospedeiro. fos podem crescer apenas em um meio nu-
Em outros animais, é a capacidade de au- tritivo que contenha essa substância.

63
Avaliação: registro, aferição e quantifica- de conhecer sua atuação em animais de
ção de características de um organismo que prova e inferir os riscos para a saúde hu-
são influenciadas por fatores bióticos e mana.
abióticos, as quais dependem das condi-
Avaliação visual: impressão individual
ções de determinado ambiente.
subjetiva da condição do produto hortí-
Avaliação de risco: combinação de proce- cola, comparativamente a um padrão
dimentos ou métodos para avaliar, caso a preestabelecido, porém, sujeita a erros por
caso, os potenciais efeitos da liberação pla- preferências ou prospensões do indivíduo.
nejada do organismo geneticamente modi- As variações na apreciação são reduzidas
ficado e de seus derivados sobre o ambiente pelo uso de escalas numéricas e descritivas
e a saúde humana e animal. com valores estabelecidos para cada atri-
Avaliação de risco de praga: na defesa fi- buto como cor, tamanho e defeitos.
tossanitária, a avaliação da probabilidade de Aveludado: com muitos pelos juntos e
entrada, estabelecimento ou dispersão de macios.
uma praga dentro de um território de um
membro importador, conforme as medi- Aviação agrícola: técnica que utiliza
das sanitárias ou fitossanitárias que podem aviões e helicópteros para aplicação de de-
ser aplicadas, o potencial biológico e as fensivos agrícolas e fertilizantes, ou para
consequências econômicas associadas. semeio, ou seja, na dispersão de sementes,
Também, a avaliação dos efeitos adversos principalmente, para a formação de pasta-
potenciais, para a saúde humana ou de ani- gens.
mais, provenientes da presença de aditivos,
Avirulência: estado do patógeno que não
contaminantes, toxinas ou organismos cau-
sadores de doenças em alimentos, bebidas tem ou que perdeu a virulência.
ou rações. Processo cientificamente funda- Avirulento: não patogênico; patógeno in-
mentado, que consiste nos seguintes pas- capaz de infectar e causar doença no hos-
sos: a) identificação dos efeitos adversos; b) pedeiro.
probabilidade de ocorrência; c) avaliação
da exposição; d) consequências do efeito; Aviso fitossanitário: alerta de natureza
e) possíveis medidas mitigatórias; f) avalia- biológica, fenológica, climática e/ou fitiá-
ção geral do risco. trica dado aos agricultores pelas estações
de avisos para permitir que avaliem os ris-
Avaliação sensorial: modo subjetivo de cos de incidência de pragas em suas cultu-
avaliação do produto hortícola, com uso de ras e decidam sobre a necessidade,
painel de analistas treinados para julgar os oportunidade e natureza das intervenções
atributos de qualidade e/ou defeitos, atri- fitiátricas, privilegiando, sempre que possí-
buindo-se notas dentro de valores mínimos vel, a proteção integrada.
e máximos em escala previamente estabele-
cida. Avr: fator de avirulência
Avaliação toxicológica: estudo acurado Axênica: condição de crescimento e re-
de dados biológicos, bioquímicos e toxico- produção de uma única espécie em um
lógicos de uma substância, com o objetivo meio asséptico.

64
Axenizar: eliminar os microrganismos preparações microscópicas temporárias de
presentes na superfície dos nematoides, ge- fungos.
ralmente realizado com a utilização de pro- Azul de Amann: corante líquido, consti-
dutos químicos. tuído de uma mistura de lactofenol de
Axial: relativo ao eixo (axis) central do Amann (ácido lático + água destilada + fe-
corpo cilíndrico ou de um órgão, como o nol cristalizado) com azul de algodão, utili-
estomatostílio e o lúmen do esôfago de ne- zado em montagens de preparações
matoides. microscópicas de fungos cujos esporos e
micélios são hialinos.
Axonema: porção central do flagelo dos
Azul de bromofenol: corante utilizado,
Oomycota, formada por dois túbulos cir-
entre outras coisas, como marcador de
cundados por nove microtúbulos duplos.
fragmentos de DNA na migração eletrofo-
Azida de sódio (NaN3): sólido cristalino rética. Atua também como indicador de
branco ou incolor, solúvel em água, obtido pH que varia entre o pH 3,0 e 4,6, de ama-
por ação de óxido de nitrogênio (N2O) em relo-azul para violeta.
sodamida quente (NaNH2). É usado na Azul de bromotimol: indicador de pH,
concentração de 0,2%, como agente anti- que em solução ácida fica amarelo, em so-
microbiano, em colunas de cromatografia e lução básica, azul, e em solução neutra,
em suspensões de gel para impedir a conta- verde.
minação.
Azul de metileno: cloreto de tetrametil-
Azigósporo: esporo muito semelhante ao tionina, pó cristalino azul escuro com refle-
zigósporo, formado sem ter ocorrido união xos de cor cobre ou cristais verdes com
de gametângios, ou seja, partenogenetica- reflexos bronze, inodoro e solúvel em água.
mente. Corante fotorreativo usado para corar célu-
las e para detectar o ácido nucleico em gel
Azonado: uniforme em cor; sem zonas de eletroforese.
distintas, sulcos ou zonas concêntricas.
Azul de toluidina: corante azul básico ca-
Azul brilhante de Coomassie: corante de tiônico, cuja fórmula é C15H16N3S+, usado
proteínas usado para revelação das bandas em histologia. Também denominado azul
em géis de poliacrilamida utilizados na cor- de toluidina O ou mais corretamente clo-
rida eletroforética. reto de tolônio.
Azul de algodão: líquido de montagem, Azulado da madeira: manchas de colora-
constituído de lactofenol, corante azul de ção azul produzido por um grupo de fun-
algodão e ácido acético glacial, usado em gos que invadem as células do alburno.

65
B
b: em taxonomia de nematoides, corres- plasma. As bactérias são classificadas fre-
ponde ao comprimento do corpo dividido quentemente pela forma, podendo ser
pelo comprimento do esôfago, da extremi- esféricas, espiraladas, discoides ou seme-
dade anterior até a válvula esôfago-intesti- lhantes a vírgula.
nal.
Bactéria aeróbica: bactéria que cresce so-
b’: em taxonomia de nematoides, corres- mente na presença de oxigênio livre.
ponde ao comprimento do corpo dividido
pelo comprimento do esôfago. Também Bactéria anaeróbica: bactéria que cresce
corresponde ao comprimento do lábio até somente na ausência de oxigênio livre.
o final do lobo mais longo das glândulas Bactéria anaeróbica facultativa: bactéria
esofagianas, em caso de sobreposição das que cresce tanto na presença como na au-
glândulas sobre o intestino.
sência de oxigênio livre.
BAC: sigla de Bacteria Artificial Chromosome.
Bactéria anfitríquia: bactéria que possui
Cromossomo artificial bacteriano usado
para clonar fragmentos de DNA de até um flagelo em cada uma das extremidades.
400 kb. Bactéria atríquia: bactéria que não possui
Baciliforme: curto, com o formato cilín- flagelo.
drico e extremidades arredondadas; for- Bactéria criófila: bactéria que é mais ativa
mato de bacilo. em uma temperatura igual ou inferior a
Bacilar: em forma de bastonete. 10 °C.
Bacilo: ver bastonete. Bactéria de nódulo: bactéria capaz de
Back-cross: ver retrocruzamento. formar nódulo, ou seja, estrutura organi-
zada que pode ocorrer em raízes ou caules
Bactéria: microrganismo procariótico ca- com a fixação biológica de N2.
racterizado por se multiplicar por fissão bi-
nária ou transversa e por cissiparidade, ou Bactéria diazotrópica: bactéria que in-
por formar esporos, geralmente destituídos corpora nitrogênio, por fixação biológica, e
de clorofila; não apresenta um núcleo dis- produz e libera substâncias que regulam o
tinto envolto por uma membrana, isto é, o crescimento das plantas, tais como auxinas,
seu material genético está disperso no cito- giberelinas e citocininas.

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Bactéria endofítica: bactéria que vive no Bactéria microaerófila: bactéria que
interior dos tecidos de plantas sem causar cresce na presença de pequena quantidade
danos aparentes. de oxigênio livre (10%–15%).
Bactéria epifítica: bactéria encontrada, Bactéria monotríquia: bactéria que apre-
principalmente, na superfície de órgãos das senta apenas um flagelo na região polar da
plantas, como rizomas, folhas, frutos e se- célula bacteriana.
mentes. Bactéria não fastidiosa: bactéria tipica-
Bactéria fastidiosa: bactéria habitante do mente quimioeterotrófica, ou seja, a fonte
sistema vascular, que não cresce em meio de energia é exógena e sempre é obtida
de cultura; são causadoras de doenças em pela metabolização de compostos orgâni-
várias espécies de plantas. São células de cos de carbono.
formato arredondado-ondulado, com 0,2 μ Bactéria pectinolítica: bactéria que atua
a 0,5 μ de diâmetro e 1 μ a 4 μ de compri- no hospedeiro causando hidrólise dos polí-
mento, envolvidas por uma membrana ce- meros pécticos das paredes celulares; dessa
lular e uma parede celular, não possuem forma, desintegram a estrutura dos tecidos.
flagelos e a maioria é Gram-negativa. Bac- Bactéria peritriquias: bactéria que apre-
térias difíceis de isolar ou de serem cultiva- senta flagelos distribuídos ao redor de toda
das em meio de cultura simples. a célula bacteriana.
Bactéria fitopatogênica: bactéria causa- Bactéria psicrófila: bactéria que apre-
dora de doença em plantas. senta ótimo crescimento em temperaturas
Bactéria Gram-negativa: ver coloração inferiores a 15 °C.
de Gram. Bactéria quimiorganotrófica: bactéria
Bactéria Gram-positiva: ver coloração de que obtém energia a partir da oxidação de
compostos químicos e carbono da matéria
Gram.
orgânica.
Bactéria lisogênica: bactéria infectada
Bactéria residente: bactéria patogênica
por fagos cujo material genético está inte-
ou não que persiste e se multiplica sobre as
grado ao material genético da bactéria. superfícies das folhas, frutos e ramos de
Toda a progênie da bactéria está da mesma plantas, sem causar doença. Ver epífita.
forma infectada e tem capacidade para pro-
duzir fagos. Bactérias lisogênicas não são Bactéria termófila: bactéria que apresenta
sensíveis ao fago que carregam. o máximo de crescimento em temperaturas
acima de 45 °C.
Bactéria lofotríquia: bactéria que apre-
senta um tufo de flagelos em uma das ex- Bactéria vascular: bactéria que causa
tremidades da célula bacteriana ou em doença em plantas, através do sistema vas-
ambas as extremidades. cular, normalmente induz murcha e morte
do hospedeiro, como a murcha bacteriana,
Bactéria mesófila: bactéria que apresenta causada pela Ralstonia solanacearum, na bana-
ótimo crescimento em temperatura de neira e em várias espécies da família Sola-
aproximadamente 15 °C a 35 °C. nacea.

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Bactericida: qualquer substância ou fator Bacterioteca: local onde é armazenado a
capaz de causar a morte de bactérias. coleção de espécimes de bactérias, de
Bactericida biológico: ver biobactericida. forma ordenada, para estudos.

Bactericida genérico: bactericida que Bacterização: tratamento de sementes,


contém os mesmos princípio ativo, dose e raízes ou tubérculos com agentes bacteria-
fórmula química que o bactericida de refe- nos envolvidos na promoção do cresci-
rência fabricado no país. A aplicação, a in- mento das plantas ou na sua bioproteção.
dicação terapêutica e a segurança também Bacteroide: forma alterada de células de
são as mesmas, por isso pode ser intercam- certas bactérias, particularmente as células
biável com o bactericida de referência. intumescidas e vacuoladas irregulares de ri-
Bacteriocina: proteína antibacteriana alta- zóbio em nódulos de leguminosas.
mente específica, produzida por algumas Bactrósporo: esporo com o formato de
estirpes de bactéria, que é ativa principal- bastonete.
mente contra outras estirpes da mesma
Bagueta: ver bastão de vidro.
bactéria ou espécies estreitamente correla-
cionadas. Bainha: (1) cutícula de estádio anterior
que permanece na superfície de um nema-
Bacteriocinogenia: capacidade de um or-
toide; (2) parte basal e achatada da folha,
ganismo produzir bacteriocina.
que a prende ao caule, envolvendo-o total
Bacteriófago: ver fago. ou parcialmente.
Bacteriogênico: que tem a capacidade de Bainha-guia: estrutura presente no esti-
produzir uma bacteriocina. lete de nematoides que mantém o estilete
Bacteriólise: destruição de bactérias por em posição ideal para perfurar o tecido de
qualquer meio. hospedeiras e formar o sítio de alimenta-
ção.
Bacteriolisina: agente de superfície que
causa desintegração de bactérias. Balança analítica: instrumento de me-
dida de massa usado em laboratório que
Bacteriologia: ciência que estuda as bacté- pode cobrir faixas de πg a 0,1 mg.
rias.
Balanço hídrico: método de quantifica-
Bacteriologia vegetal: ramo da fitopato- ção dos fluxos de água no ambiente funda-
logia que se dedica ao estudo das doenças mentado na constatação empírica do
das plantas causadas por bactérias. funcionamento do ciclo hidrológico. A pre-
Bacteriologista: especialista que estuda as cipitação atmosférica é a fonte original da
bactérias. água que penetra e escoa sobre a superfície
terrestre. Uma parte dessa água é utilizada
Bacteriose: doença ou infecção causada pelas plantas, a outra infiltra no solo para,
por bactéria. em seguida, evaporar-se, ser armazenada
Bacteriostático: agente químico ou físico pelo sistema do solo (lençol freático) ou ser
que impede a multiplicação de bactérias absorvida pelas plantas. A água que penetra
sem, contudo, causar-lhes a morte. no solo (infiltração) é armazenada em aquí-

69
feros subterrâneos ou drenada pelos rios possuir o mesmo índice de refração do vi-
para lagos, mares e oceanos, de onde eva- dro, é usado no preparo de lâminas perma-
pora, reiniciando o ciclo. A forma de apli- nentes de tecidos de plantas e de outros
cação mais simples do balanço hídrico espécimes para o exame em microscópio.
consiste em comparar a quantidade de água Banco ativo de germoplasma: local
recebida pelo ambiente, por meio das chu- onde se conserva uma coleção ativa de
vas, com a quantidade perdida pela evapo- acessos, que é rotineiramente usada para
transpiração. propósitos de pesquisa, caracterização, ava-
Balantoide: que tem a forma de bolota. liação e utilização de recursos genéticos.
Balão de destilação: recipiente seme- Banco de dados: registro, documentação
lhante ao balão de fundo redondo que pos- e armazenamento computadorizado de in-
sui uma saída lateral que, acoplada a um formações relativas a acessos de uma cole-
condensador, é usada para destilações. ção de isolados, sementes, cepas e clones.
Balão de fundo chato: recipiente de vidro Banco de genes: coleção de culturas de
utilizado para armazenar produtos líqui- células, organismos, sementes, espermas
dos, ou mesmo, realizar reações com des- ou ovos congelados, etc. mantida para pre-
prendimento de gases. Pode ser aquecido servar os genomas representativos de qual-
sobre o tripé com tela de amianto. quer tipo de organismo. Este termo
também se refere à coleção de arquivos que
Balão de fundo redondo: recipiente de contêm sequências de DNA, cDNA, ESTs,
vidro de uso semelhante ao do balão de etc. e suas respectivas informações, que po-
fundo chato, mas utilizado principalmente dem ficar ou não disponíveis para consulta
em sistema de refluxo a vácuo, acoplado a pública. Ver GenBank.
rotaevaporador.
Banco de germoplasma: local onde são
Balão volumétrico: recipiente de vidro, mantidas coleções de indivíduos visando
com formato de balão, gargalo retilíneo, preservar a variabilidade genética de uma
comprido e estreito, e tampa, usado no pre- ou mais espécies.
paro e diluição de soluções com volumes
precisos e prefixados. Possui um traço de Banco genético: conjunto de recursos ge-
aferição no gargalo e apresenta volumes néticos em uma determinada instituição ou
definidos, em geral de 50 mL a 2.000 mL. área geográfica especialmente protegida.

Balistósporo: designação dada ao esporo Banco genômico: coleção de fragmentos


de DNA clonados, que, idealmente, repre-
que apresenta um mecanismo singular de
sentam todas as sequências de um genoma.
ejeção forçada com a excreção de uma gota
em sua base. Banda: faixa estreita formada nos géis de
amido ou de poliacrilamida ou na solução
Balósporo: ascósporo que é projetado
de sacarose, quando uma mistura de pro-
para fora do asco.
teínas ou enzimas é submetida à eletrofo-
Bálsamo do canadá: substância extraída rese. No zimograma, a posição de cada
de pinheiros do Canadá, solúvel em ben- banda é em função da velocidade da molé-
zina, xileno e clorofórmio. Pelo fato de cula, que é proporcional ao campo elétrico

70
e à carga da molécula e inversamente pro- Barra magnética: ver bastão magnético.
porcional ao seu raio, à distância entre os Barreira: qualquer obstáculo de ordem fí-
dois eletrodos e à viscosidade do meio. sica, química ou biológica, que impeça a
Bandeamento: técnica para identificação dispersão dos seres vivos.
cromossômica baseada na capacidade de Barreira anatômica: estrutura presente
coloração diferencial em padrões de zonas nas plantas, antes da chegada dos fitopató-
claras e escuras. genos, que pode contribuir para a sua resis-
Banho-maria: (1) processo para aquecer tência, como a cutícula, os tricomas, os
lenta e uniformemente qualquer substância estômatos (tamanho e formato), as fibras e
líquida ou sólida num recipiente, o qual é os vasos condutores.
colocado dentro de outro onde existe água Barreira de biossegurança: termo gené-
fervendo ou quase. Neste processo, as rico usado para identificar o mecanismo
substâncias nunca são submetidas a uma legal utilizado por autoridades governa-
temperatura superior a 100 °C, já que, a mentais de um país ou região que impede
partir dessa temperatura, todo o calor ou restringe a circulação de organismos
transferido para a água é convertido em vivos (animais e vegetais), parte deles ou
energia cinética nas moléculas de água, for- seus derivados. Esse mecanismo tem por
mando vapor de água; (2) equipamento uti- objetivo evitar ou prevenir riscos de con-
lizado para aquecimento de água, com taminação e disseminação de pragas e pa-
termostato para controlar a temperatura. tógenos ou a introdução de espécies que
Alguns banhos-maria já vêm com agitado- possam ameaçar a saúde de seres huma-
res. nos e de outros seres que vivam nestes lo-
cais ou comprometer o equilíbrio ecoló-
Banido: na defesa fitossanitária, refere à gico da região.
proibição de venda ou uso de um defensivo
agrícola por ação regulatória do governo Barreira estrutural pós-formada: ver
ou quando os requisitos para todos os re- barreira histológica.
gistros não têm sido permitidos por razões Barreira estrutural pré-formada: ver
de saúde ou meio ambiente. barreira anatômica.
Baricoria: disseminação dos propágulos Barreira física: algo que protege estrutu-
pela força da gravidade. ralmente uma planta contra os patógenos,
Barócoro: esporo disseminado pela força como a camada espessa de cera no limbo
da gravidade. foliar.

Barógrafo: instrumento usado para medir Barreira fitossanitária: (1) procedimento


e registrar continuamente a pressão atmos- estabelecido legalmente com o objetivo de
garantir a qualidade fitossanitária dos pro-
férica local.
dutos vegetais, para evitar a entrada de pra-
Barômetro: instrumento utilizado para gas exóticas no país, manter as áreas livres
medir a pressão atmosférica local por meio de pragas e garantir o comércio internacio-
do equilíbrio entre pressão e uma coluna de nal de produtos vegetais. A Organização
mercúrio. Mundial do Comércio (OMC), instituída

71
em 1994, adota as barreiras sanitárias, que Basal: relacionado à base de uma estru-
são de grande importância para o comércio tura, ou localizado ou formado próximo a
mundial de vegetais e seus produtos; ela.
(2) posto de fiscalização móvel ou fixo es- Base: (1) substância que forma íons de hi-
tabelecido pelas autoridades, mediante leis droxila (OH-) depois de dissolvida em
ou decretos, que inspeciona a passagem de água, tem pH na faixa de 7 a 14 e pode neu-
partes ou do todo de determinada espécie tralizar ácidos para formar um sal mais
de planta ou animal, no intuito de impedir água; (2) hidróxido resultante da combina-
a disseminação de patógenos e pragas. ção de óxido com água; (3) composto orgâ-
Barreira histológica: estrutura de defesa nico nitrogenado, como as purinas e
da planta, formadas além do ponto de in- pirimidinas dos ácidos nucleicos de células
fecção, que inibe a invasão do patógeno e de vírus.
além do ponto de infecção e bloqueia o es- Base análoga: base que difere ligeira-
palhamento de qualquer substância tóxica mente da estrutura das purinas e pirimidi-
produzida pelo patógeno, como a forma- nas constituintes dos ácidos nucleicos, mas
ção de camadas corticosas e camadas de que pode ser incorporada à molécula, pro-
abscissão, de tilose, e a deposição de goma. vocando mutações. A 5-bromouracila e a
2-aminopurina são bases análogas.
Barreira primária: na defesa fitossanitá-
ria, o ponto de controle do trânsito de pes- Base de dados: coleção de informações
soas, mercadorias e veículos, localizado na sobre acessos, isolados, que inclui os des-
fronteira do país. critores e os estados dos descritores asso-
ciados.
Barreira natural: acidentes geográficos,
oceanos e florestas que dificultam a disse- Base genética: total da variação genética
minação de propágulos a longas distâncias; presente em um material genético. Em
princípio, quanto maior a amplitude de va-
faixa de árvores de porte alto, não hospe-
riação genética, maior será a capacidade de
deiras, estabelecida em torno de uma plan-
a população fazer frente às flutuações am-
tação, com o objetivo de dificultar a
bientais, em benefício de sua perpetuação.
transposição de patógenos e/ou pragas
para aquele plantio. Base nitrogenada: base componente dos
nucleosídeos, nucleotídeos e ácidos nuclei-
Barreira secundária: na defesa fitossani- cos. As purinas adenina e guanina e as piri-
tária, o ponto de controle do trânsito de midinas citosina e timina são as bases do
pessoas, mercadorias e veículos, localizado DNA e, quando a timina é substituída pela
dentro do território nacional. uracila, passam a ser as bases do RNA.
Barreira química: substância antimicro- Base pirimidínica: componente estrutu-
biana presente nos tecidos do hospedeiro, ral de ácidos nucleicos (RNA e DNA) e
como compostos fenólicos, ácidos orgâni- coenzimas. As bases pirimidínicas são deri-
cos e saponinas, que, atuando no sítio de vadas de uma pirimidina de base orgânica
infecção, inibem a colonização dos tecidos (C4H4N2), que se caracteriza por conter o
e/ou a multiplicação do patógeno. anel pirimidínico (anel de seis carbonos,

72
em que dois átomos de nitrogênio substi- Basídio favoide: basídio clavado ou oval,
tuem dois dos átomos de carbono). A cito- curto, firmemente cimentado lateralmente
sina, a timina e o uracil são bases em paliçada, persistindo as partes basais
pirimidínicas. após o colapso do basídio e apresentando
um aspecto favoide.
Base purínica: componente estrutural de
ácidos nucleicos (RNA e DNA) e coenzi- Basídio fusoide: ver basídio clavado.
mas. As bases purínicas são derivadas da Basídio interno: basídio desenvolvido
purina de base orgânica (C5H4N4) e carac- pela septação do protoplasto de um teliós-
terizam-se por conter o anel duplo fundido poro.
de purina (anel de cinco carbonos, com
dois átomos de nitrogênio que substituem Basídio meruloide: basídio hialino, cilín-
drico, persistente incluso em uma camada
dois dos átomos de carbono em cada anel).
firme e gelatinosa que, com o subimênio,
A adenina e a guanina são bases purínicas.
pode, usualmente, separar-se do contexto.
Baseline: denominação dada ao monitora-
Basidiocárpico: relativo a basidiocarpo.
mento da sensibilidade de populações fún-
gicas, por testes de avaliação da resistência Basidiocarpo: corpo de frutificação dos
destas, antes da introdução de um novo Basidiomycota que contêm basídios.
fungicida no mercado. Por meio do moni- Basidióforo: estrutura que suporta ou car-
toramento, obtêm-se dados da variabili- rega basídio.
dade inicial do patógeno quanto à
sensibilidade ao novo fungicida nas princi- Basidiógeno: que gera basídios; diz-se das
hifas produtoras de basídios.
pais áreas de plantio. Essas informações
servem de referência para uma futura ava- Basidíolo: tipo de elemento estéril no
liação do surgimento de resistência do pa- himênio de alguns Basidiomycota; lembra
tógeno ao fungicida aplicado na região. um basídio sem basidiósporos.
Básico: alcalino; que demonstra qualida- Basidioma: equivale a carpóforo, basidio-
des de uma base. carpo, corpo frutífero, frutificação.
Basidial: relativo a basídio. Basidiomorfo: que apresenta forma de
um basídio.
Basídio: estrutura dos Basidiomycota,
com formato de clava, onde ocorre a cario- Basidiomycetes: anteriormente agrupava
gamia e meiose, resultando na formação os fungos do grupo Basidiomycota. Ver
dos basidiósporos que ficam inseridos dire- Basidiomycota. Atualmente é uma das clas-
tamente sobre a parede do basídio ou, o ses do grupo; alguns autores utilizam como
que é mais comum, sobre as extensões sinonímia de Hymenomycetes ou vice-
dele, denominadas esterigmas. -versa.
Basidiomycota: filo pertencente ao reino
Basídio clavado: basídio que é dilatado
Fungi, que abriga os fungos que produzem
em uma extremidade e afilado na outra.
esporos sexuados (basidiósporos) em uma
Basídio externo: basídio que amadurece estrutura especializada denominada basí-
fora de um teliósporo. dio. Seus espécimes são popularmente cha-

73
mados de cogumelo ou orelha-de-pau. Bastão de vidro: haste maciça de vidro
Este filo acolhe ainda outros grupos me- usada para agitar misturas, facilitando as
nos conhecidos e sem nome popular, que reações. É utilizado, principalmente, para
são os fungos gelatinosos, as ferrugens e os ajudar na dissolução de substâncias sólidas
carvões. Esses fungos tipicamente contêm em líquidas. Pode ser empregado para auxi-
micélios (se bem que alguns são em forma liar na filtração e transferência de líquidos.
de leveduras) e também são caracterizados Bastão magnético: dispositivo cilíndrico,
por possuírem grampo de conexão e sep- de tamanho variado, imantado e revestido
tos doliporos. São conhecidos aproximada- de material antiaderente, usado associado
mente 16 classes, 52 ordens, 177 famílias, ao agitador magnético para homogeneizar
15.893 gêneros e 31.515 espécies deste filo. soluções.
Basidiomycotina: extinta subdivisão do Bastonete: denominação dada às células
reino Fungi. Ver Basidiomycota. bacterianas com formato cilíndrico.
Basidiosoros: soros que contêm basídios. Bastonete vegetal: formulação sólida, pe-
queno bastão, uniforme, com alguns centí-
Basidiósporo: esporo produzido sexuada-
metros de comprimento e alguns
mente sobre um basídio.
milímetros de diâmetro, impregnado com
Basilar: que cresce na base de um órgão. ingredientes ativos, para aplicação direta.
Basimênio: himênio formado por basí- BDA: sigla de Batata-Dextrose-Ágar. Meio
dios para diferenciar do himênio formado de cultura preparado para o crescimento de
por ascos. microrganismo, que tem em sua composi-
ção extrato de batata, dextrose e ágar.
Basiônimo: nome legítimo previamente
publicado, a partir do qual uma combina- Beneficiamento de sementes: conjunto
ção nova ou um nome em um novo nível é de operações destinadas a eliminar, de um
baseado. O basiônimo provê o epíteto fi- lote, os componentes indesejáveis (semen-
nal, nome ou raiz da combinação nova ou tes quebradas e/ou manchadas e limpeza
o nome de um novo nível. O basiônimo de em geral) e, paralelamente, separá-las em
Centaurea benedicta é Cnicus benedictus, o nome frações fisicamente uniformes.
que provê o epíteto (Turland et al., 2018). Bentonita: argila coloidal (silicato de alu-
Basipetal: que se desenvolve em direção à mínio hidratado) que tem a propriedade de
base; assim, a parte apical é a mais velha. formar suspensões viscosas (géis) com a
Cadeia de esporos com os mais jovens na água, é usada como um diluente em pós e
base. granulados. Tem boas qualidades de ade-
rência.
Basípeto: com desenvolvimento em dire-
Benzimidazol: grupo de fungicidas sistê-
ção à base; oposto de acrópeto.
micos, abrangendo tiofanato metílico, car-
Basocatenado: conídios formados em ca- bendazin e thiabendazole, que inibe a
deia, com o conídio mais jovem na base ou síntese de beta-tubulina, reduz a formação
próximo do final da cadeia. de microtúbulos e afeta as divisões celular e

74
nuclear, essenciais ao crescimento micelial convertido em fita dupla. Em seguida, o
e à produção de esporos. cDNA é clonado em vetores apropriados,
Béquer: recipiente de vidro ou plástico, resultando em uma população de clones
com forma cilíndrica, de fundo plano, que constituem a biblioteca de cDNA.
aberto na parte superior, contendo um Biblioteca de DNA: conjunto dos frag-
bico para saída mais controlada do líquido. mentos de restrição de DNA clonados de
Contém gravadas linhas horizontais, que um organismo.
são uma escala graduada para indicar o vo-
Biblioteca de expressão: biblioteca de
lume aproximado do líquido. As elevadas
cDNA inserida em células bacterianas ou
mudanças de temperatura a que é sujeito e
a grande área da superfície livre do líquido de levedura, construída para fins de se-
diminuem a qualidade da escala; dessa quenciamento e estudos de expressão.
forma, o copo não pode ser utilizado para Biblioteca enriquecida: coleção de se-
a medição rigorosa de volumes. Apresenta quências específicas, por exemplo, de mi-
grande variedade de tamanhos (volumes) e crossatélites, cuja construção requer o
formas (estreitos ou alargados) dada a sua reconhecimento prévio dos fragmentos
multiplicidade de utilizações no laborató- que se quer clonar por uma sonda ligada a
rio. Utilizado no laboratório para a realiza- contas magnéticas, as quais serão arrasta-
ção de reações químicas em solução, das por um ímã.
aquecimento de soluções aquosas, preparo
de soluções e pesagem de reagentes. Biblioteca gênica: ver banco genômico.

Beta-esporo (β-esporo): esporo filiforme Biblioteca genômica: coleção de frag-


e estéril da fase imperfeita de Diaportha- mentos de DNA genômico clonados em
ceae, produzido pelo alfa-esporo. vetores apropriados, representando o ge-
noma total de um organismo.
Bialélico: que tem dois alelos por locus.
Biblioteca subtrativa: envolve a prepara-
Biblioteca: coleção de fagos, células bac- ção de amostras de cDNA a partir de RNA
terianas ou leveduras que foram transfor- mensageiro obtido de tecidos diferentes ou
mados com vetores recombinantes com de um mesmo tecido submetido a condi-
um objetivo específico, por exemplo, re- ções experimentais diferentes (por exem-
presentar o genoma de um organismo ou plo, folhas de planta inoculada e de planta
um conjunto de sequências de cDNA. Ver não inoculada com patógeno). As duas
biblioteca enriquecida. amostras são marcadas de maneira que
Biblioteca de cDNA: conjunto de frag- possam ser distinguidas (por exemplo, com
mentos de DNA que representam os genes moléculas que emitem fluorescência em
da classe II, ou seja, aqueles expressos em comprimentos de onda diferentes) e são
um definido tipo de tecido ou em definidos hibridizadas. Essa hibridização é chamada
períodos de desenvolvimento do orga- hibridização subtrativa. Após a hibridiza-
nismo. A biblioteca de cDNA é construída ção, as moléculas de cDNA que não for-
a partir do mRNA extraído do organismo. mam híbridos contendo as duas marcas
O cDNA (fita simples) é sintetizado pela são consideradas exclusivas do tecido ou da
transcriptase reversa e, posteriormente, condição que lhes deu origem, ou seja, elas

75
são as indicadoras da ocorrência de expres- Bífido: que tem o aspecto de uma haste
são gênica específica de cada uma das com uma ou ambas as extremidades bifur-
amostras; portanto, são clonadas para cadas. As extremidades podem ser curtas e
construir bibliotecas subtrativas. clavadas ou curtas e arredondadas, e ter o
diâmetro maior que o da haste.
Bicampanulado: como dois sinos arran-
jados boca a boca. Biflagelado: que tem dois flagelos.
Bicelular: formado por duas células. Bifurcado: fendido; descreve uma estru-
tura com dois ramos.
Biciliado: que tem dois cílios.
Bifusiforme: alongado com um istmo
Bico: pescoço alongado de conidioma ou central estreito.
ascoma por onde ocorre a descarga dos es-
poros. Bilabiado: com dois lábios.

Bico de Bunsen: bico com um tubo de Bilamelar: constituído por duas placas ou
lamelas.
metal vertical para o qual o gás é conduzido;
o tubo possui um orifício do lado da base Bilateral: que tem dois lados opostos e si-
para entrar ar. É a fonte de aquecimento métricos.
mais empregada em laboratórios. Nele, Bilobado: com dois lobos.
queima-se o gás, num fluxo contínuo, sem
haver o risco de a chama se propagar pelo Bilocular: com duas cavidades, lóculos ou
tubo até o depósito de gás que o alimenta. células.
É usado para o aquecimento de materiais Binocular: ver microscópio estereoscó-
não inflamáveis, como instrumentos de vi- pico.
dro e metal em laboratórios de Fitopatolo-
Binômio latino: nome científico de um
gia, Microbiologia e Biologia Molecular.
organismo. A combinação de um nome ge-
Bico de pulverização: parte terminal de nérico e um epíteto científico que juntos
um conjunto de peças para a geração de constituem o nome científico de uma espé-
gota, onde está inserida a ponta, responsá- cie.
vel pela vazão, pelo tamanho de gota e pelo Binucleado: que contém dois núcleos.
formato do jato gerado. Ver ponta.
Bioacumulação: absorção e concentração
Bicôncavo: que apresenta superfícies côn- de elementos químicos tóxicos nos orga-
cavas nos dois lados opostos. nismos vivos. Metais pesados e defensivos
Biconvexo: que apresenta superfícies con- agrícolas são armazenados nos tecidos gor-
vexas nos dois lados opostos. durosos dos animais e transmitidos aos
seus descendentes. Os resultados são con-
Bifenestrado: que se assemelha a duas “ja- centrações cada vez maiores de defensivos
nelas” no cone vulvar de nematoide forma- no tecido gorduroso, que se elevam a níveis
dor de cisto, como em fêmeas de algumas prejudiciais nos predadores, pois estão no
espécies de Heterodera, nas quais a ponte alto da cadeia alimentar. A remoção desses
vulvar do cisto é muito larga, separando a metais tóxicos de locais contaminados se
fenestra em dois orifícios. faz por biorremediação.

76
Bioagente: animal, planta e patógeno que Biodefensivo: ver biopesticida.
potencialmente podem causar doenças ou Biodegradação: processo em que os
lesões, em graus variados, aos seres huma- constituintes químicos do material são de-
nos, animais e vegetais. gradados pela ação do organismo vivo;
Biobactericida: substância orgânica ou termo frequentemente restrito à decompo-
organismo que tem ação contra bactérias. sição de resíduos liberados no meio am-
biente.
Biobalística: técnica conhecida por bio-
lística (balística biológica), aceleração de Biodegradável: substância que pode ser
partículas ou bombardeamento de partí- decomposta em substâncias naturais (como
culas. Consiste na aceleração de micropar- dióxido de carbono e água) por processos
tículas, que atravessam a parede celular e biológicos, especialmente pela ação bacte-
membrana plasmática, de forma não letal, riana.
carreando substâncias adsorvidas, como Biodesinfecção: refere-se à incorpora-
DNA, RNA ou proteínas, para o interior ção de altas quantidades de matéria orgâ-
da célula. nica no solo para propiciar a formação de
condições anaeróbicas para destruir pató-
Biocenose: conjunto inter-relacionado da
genos habitantes e/ou transeuntes do
fauna e flora, vivendo num determinado
solo. Como exemplo, plantas da família
biótopo, num determinado tempo.
Alliaceae contêm moléculas que apresen-
Biochip: ver chip de DNA. tam efeito direto e indireto sobre patóge-
nos. A degradação da matéria orgânica
Biocida: qualquer composto tóxico de
dessa planta libera enxofres voláteis como
largo espectro, isto é, tóxico para a maioria
tiossulfatos, que, convertidos em dissulfi-
das formas de vida de maneira não especí- tos, possuem atividade biocida contra
fica. fungos e nematoides. Em adição, aos efei-
Bioclimatologia: ciência que estuda os tos desses compostos, a incorporação de
efeitos do clima sobre os seres vivos. altas quantidades de matéria orgânica fa-
vorece a formação de condições anaeróbi-
Bioconcentração: acúmulo de uma deter- cas que são deletérias a muitos patógenos
minada substância nos organismos (princi- e pragas que necessitam de condições ae-
palmente aquáticos) preferencialmente nos róbicas (Alabouvette et al., 2006).
tecidos adiposos, graças à sua lipossolubili-
dade. Biodeterioração: mudanças indesejáveis
das propriedades de material orgânico pela
Biocontaminação: contaminação cau- ação de organismo vivo (apodrecimento),
sada por organismos vivos, como ocorre resultando na redução do valor do material
com o amendoim e a castanha-do-brasil para o homem.
contaminados por Aspergillus flavus L., que
Biodisponibilidade: fração de um agente
produz aflatoxinas.
físico/químico ou composto total no am-
Biocontrole: controle de patógenos e pra- biente que pode ser adsorvido/absorvido
gas com substâncias orgânicas e/ou com diretamente pelo organismo, sendo este
organismos vivos. prontamente distribuído no sistema circu-

77
latório e alocado nos sítios receptores da solo ou diretamente sobre a planta. Feito a
ação tóxica. partir de matéria orgânica fermentada (es-
tercos e/ou partes de plantas), que pode ou
Biodiversidade: somatório de formas de
não ser enriquecido com alguns minerais
vida que habitam o planeta. Atualmente, há
como calcário, fosfato natural e cinzas.
dois pontos de vista sobre essa definição:
O biofertilizante, na fase líquida, contém
(1) conceito amplo afirma que é o total de
uma complexa composição de nutrientes
organismos vivos existentes, sua variação
essenciais às plantas (principalmente nitro-
genética e os complexos ecológicos por
gênio e fósforo), atuando como fertilizante
eles habitados; a diversidade considerada e também como defensivo agrícola, erradi-
abrange aquela dentro da espécie, entre es- cando pragas e patógenos.
pécies e entre ecossistemas; (2) conceito
restrito considera que é a multitude de bio- Biofilme: estrutura altamente organizada,
formas, em todas as suas categorias taxo- formada por bactérias que têm capacidade
nômicas e ecológicas, que habitam a de aderir às superfícies e estabelecer, em
biosfera; a inclusão de fatores abióticos não consequência, uma comunidade micro-
é essencial para a formulação do conceito, biana.
pois o que importa é descrever um fenô- Biofumigação: consiste na incorporação
meno natural que não seja dependente, ao solo de matéria orgânica de espécies de
para sua visualização, da inclusão de fatores plantas que, ao serem decompostas, libe-
físicos e químicos do ambiente. ram moléculas tóxicas a patógenos habi-
Bioensaio: uso de um organismo-teste tantes e/ou transeuntes do solo. Muitas
para avaliar a infectividade relativa de um espécies da família das Crucíferas contêm
patógeno ou a toxicidade de uma substân- glucosinolatos, uma classe de moléculas
cia. que podem ser hidrolisados para outros
compostos, como isotiocianetos, que são
Bioestimulante: produto ou fito-hormô- análogos a alguns fumigantes químicos e
nio de origem vegetal que atua no âmbito agem como biocidas contra patógenos
da célula ativando as reações enzimáticas (Laurence; Matthiessen, 2004).
da planta e, consequentemente, aumen-
tando as funções do metabolismo vegetal. Biofungicida: substância orgânica ou or-
ganismo que tem ação contra fungos.
Bioética: área da ética ligada às ciências da
vida que se preocupa com a má conduta Bioglobalização: relação entre a globali-
zação de mercados e a disseminação de or-
científica, as práticas científicas questioná-
ganismos vivos, microrganismos ou
veis e outros erros de conduta, objetivando
plantas, que podem causar prejuízos à agri-
garantir a sobrevivência humana e a quali-
cultura, à pecuária ou às florestas.
dade da vida.
Bioindicador: organismo que é capaz de
Biófago: organismo que vive sobre outro
expressar sintomas ou sinais em particular,
organismo vivo; parasita.
ou respostas, para indicar alterações causa-
Biofertilizante: fertilizante orgânico re- das por alguma modificação no meio am-
pleto de microrganismos (por isso é consi- biente, como fungos sensíveis a chuvas
derado um fertilizante “vivo”) usado no ácidas e poluentes.

78
Bioinformática: campo interdisciplinar, Biomagnificação: aumento da concen-
envolvendo biologia, ciência da computa- tração de uma substância ou elemento qui-
ção, matemática e estatística, que possibi- micamente estável (defensivo agrícola,
lita a análise de dados de sequências materiais radioativos ou metais pesados)
biológicas, conteúdo e organização de ge- conforme se avança em uma cadeia ali-
nomas, e a predição da função e estrutura mentar.
das macromoléculas. Biomarcador: entidade que pode ser me-
Bioinvasão: ato ou efeito de um ou mais dida experimentalmente e indica a ocorrên-
cia de uma determinada função normal ou
organismos invadirem e se estabelecerem
patológica de um organismo ou uma res-
em ambientes onde não havia registros an-
posta a um agente químico.
teriores para a espécie.
Biomassa: quantidade total de todo mate-
Biólise: degradação ou destruição da ma- rial biológico; a massa combinada de todos
téria viva. os animais e plantas que habitam uma área
Biolística: ver biobalística. específica ou de uma determinada popula-
ção. Geralmente expressa em peso seco
Biologia: ciência que estuda os organis- por área (gramas por metro quadrado e
mos vivos e os processos de vida, em que quilogramas por hectare).
se incluem origem, classificação, estrutura,
atividade e distribuição. Biomassa microbiana: quantidade total
de microrganismos vivos em determinado
Biologia celular: ciência que estuda a cé- território em dado momento.
lula, seus componentes estruturais e pro-
Biometeorologia: ver bioclimatologia.
cessos, usando uma série de abordagens e
técnicas, inclusive moleculares. Biometria: aplicação de métodos estatísti-
cos aos dados biológicos para que estes
Biologia computacional: campo de es- possam ser interpretados.
tudo interdisciplinar que aplica técnicas da
ciência da computação, matemática apli- Bionematicida: substância orgânica ou or-
cada e estatística para problemas da biolo- ganismo que tem ação contra nematoides.
gia. Bionte: ser vivo; indivíduo.
Biologia molecular: estudo da química Biopesticida: pesticida cujo ingrediente
dos ácidos nucleicos e proteínas, especial- ativo é constituído por microrganismos,
mente em relação ao mecanismo da mani- como vírus, fungos e bactérias, ou por pro-
pulação e expressão do gene. duto natural oriundo ou derivado de uma
planta ou animal.
Biológico: relativo à vida.
Biopirataria: atividade ilegal de prospec-
Bioma: extenso biossistema regional re- ção, coleta e posterior apropriação, de qual-
presentado por uma vegetação caracterís- quer natureza, de recursos biológicos de
tica e fisionomia típica, em que predomina plantas, animais e microrganismos. Regis-
certo tipo de clima, como a floresta tropi- tro ou uso da patente de recursos genéticos
cal, o cerrado ou o deserto. sem a autorização da fonte. Insinua falta de

79
consentimento; contrabando da biodiversi- tes, poluentes ou substâncias não desejadas
dade. do solo, da água ou do ambiente.
Biopolímero: polímero produzido por or- Biosfera: âmbito da Terra onde se encon-
ganismos vivos, como proteínas, ácidos tram os seres vivos. Camada sob a ação do
nucleicos, amido, celulose e lipídios. complexo biológico que contém organis-
mos vivos e seus produtos e se localiza na
Bioprimerização: combinação da micro-
parte mais superficial da litosfera; seu limite
biolização das sementes seguida da hidrata-
vai dos picos das mais altas montanhas até
ção destas antes do semeio. As sementes
as profundezas das fossas abissais mari-
são cobertas com o microrganismo em
nhas.
metil celulose a 1,5% e deixadas a secar da
noite para o dia, quando são hidratadas e Biossegurança: termo genérico que en-
incubadas sob temperatura controlada volve estudos e normas voltados para o
(Luz, 1993). controle e a minimização de riscos advin-
dos da prática de diferentes tecnologias de-
Bioprospecção: método ou forma de lo-
senvolvidas em laboratório ou aplicadas ao
calizar, avaliar e explorar legalmente a bio-
meio ambiente; a biossegurança avalia os
diversidade de determinado local. Tem
perigos dos organismos geneticamente
como principal finalidade a busca de recur-
modificados para a saúde humana e animal
sos genéticos e bioquímicos para fins co-
e para o meio ambiente. Conjunto de estu-
merciais; assim, no âmbito de programa de
dos e procedimentos que visam evitar ou
melhoramento genético vegetal, inclui a
controlar os riscos à biodiversidade, in-
fase de seleção propriamente dita e a reali-
cluindo os seres humanos, provocados
zação de testes de progênies, screening.
pelo uso de agentes químicos, físicos e bio-
Bioprotetor: substância orgânica ou orga- lógicos.
nismo que impede o contato do patógeno
Biossegurança/Níveis (NB): ver níveis
ou praga com o hospedeiro.
de biossegurança.
Biorreator: tanque ou recipiente no qual
Biossensor: equipamento analítico que
células de espécies vegetais ou microrganis-
converte ações biológicas em sinais elétri-
mos são mantidos em suspensão. No bior-
cos para quantificá-las; sensor que utiliza
reator: (1) células ou enzimas realizam uma
enzimas, antibióticos, organelas ou células
reação biológica; (2) processa-se a fermen-
para medir ou detectar a presença de uma
tação praticada por células ou microrganis-
substância química.
mos; (3) cultivam-se células, com agitação,
para exploração comercial de seus metabó- Biossíntese: produção de um compo-
litos secundários; (4) ocorre a propagação nente químico, como os aminoácidos, por
de plântulas em larga escala. um sistema vivo.
Biorregulador: substância sintética ou Biostato: substância que causa paralisia no
produzida pela planta que age como hor- crescimento de organismos vivos.
mônio vegetal.
Biostático: ação de um agente químico
Biorremediação: processo que utiliza or- que causa inibição no desenvolvimento de
ganismos vivos para remover contaminan- microrganismos fitoparasitas.

80
Biosurfactantes: produtos metabólicos sua alta afinidade com avidina e estreptavi-
de origem microbiana, com diferentes es- dina.
truturas químicas, que atuam como surfac- Biótipo: grupo de indivíduos resultantes
tantes. da propagação assexuada de um mutante
Biota: conjunto de organismos vivos, surgido dentro de uma raça que apresenta
composto por plantas, animais e microrga- um espectro de virulência alterado, po-
nismos de determinada área ou ecossis- dendo atacar cultivares antes resistentes;
tema. são geneticamente idênticos. Os biótipos
podem ser homozigotos ou heterozigotos,
Biotaxonomia: sistema de classificação de
e todos são uniformes em suas característi-
espécies biológicas, utilizando parâmetros
cas morfológicas. Tanto os clones unicelu-
morfológicos, anatômicos, citológicos, ci-
lares de microrganismos como as linhagens
togenéticos, genéticos, fisiológicos e ecoló-
puras de plantas são denominados bióti-
gicos. A espécie biológica nem sempre
pos. Na prática, os melhoristas, assim como
coincide com aquela da taxonomia clássica.
os fitopatologistas, trabalham poucas vezes
Biotecnologia: (1) desenvolvimento de com biótipos de plantas e raramente com
produtos por processos biológicos, como a biótipos de patógenos oriundos de culturas
utilização da tecnologia do DNA recombi- unicelulares. Grupo de microrganismos
nante, a cultura de tecidos, etc.; (2) uso de que têm as mesmas características biológi-
organismos geneticamente modificados cas; subdivisão de raças (Zadoks; Schein,
e/ou de técnicas e processos com sistemas 1979). Uma raça ou forma fisiológica den-
biológicos para a produção industrial. tro de uma espécie que é morfologica-
mente idêntica a esta, mas difere em
Biotecnologia agrícola: ver agrobiotec-
características genéticas, fisiológicas, bio-
nologia.
químicas e patogênicas (Daintith; Tootill,
Bioterrorismo: ver agroterrorismo. 1983). Organismo oriundo de culturas mo-
nospóricas, principalmente de esporo uni-
Bioteste: teste dos efeitos de uma substân-
celular e uninuclear, considerado clone da
cia biologicamente ativa pela variação de
espécie e denominado biótipo. Os biótipos
seus efeitos, sob condições padronizadas,
de uma dada espécie apresentam morfolo-
nos organismos vivos ou efeito de um or-
gia uniforme, diferem fisiologicamente en-
ganismo sobre outro.
tre si, mas apresentam uniformidade
Biótico: vivo, associado com ou causado genética (Kiraly et al., 1974). Em nematoi-
por um organismo vivo. Relativo ou per- des, grupo de indivíduos que apresentam
tencente aos organismos vivos e compos- características biológicas em comum, por
tos orgânicos formadores da biosfera. exemplo, a capacidade diferenciada de pa-
Biotina: vitamina do complexo B que age rasitismo em genótipos de batata (Solanum
como coenzima para várias enzimas que tuberosum) por biótipos de Globodera
catalisam a incorporação de gás carbônico rostochiensis ou de G. pallida.
em diversos compostos. Usada como rea- Biótopo: área ocupada por uma bioce-
gente em biologia molecular, em virtude da nose.

81
Biotoxina: substância natural que é tóxica Bispórico: diz-se dos basídios que apre-
a alguns organismos, como aflatoxinas e sentam apenas dois esporos.
ocratoxinas produzidas por Aspergillus flavus Bisporo: esporo bicelular.
e A. ochreus, respectivamente, fungos con-
taminantes de sementes de várias culturas, Bissáceo: composto de pelos longos e
como amendoim, café e castanha-do-bra- macios.
sil, tóxicas ao homem. Bisseptado: esporo com dois septos.
Biotransformação: processo em que a es- Bisseriado: disposto em duas fileiras ou
trutura química de um composto é modifi- séries.
cada em consequência de atividades
Bissexual: espécie que apresenta os dois
enzimáticas de um organismo vivo. Esse sexos num mesmo indivíduo; hermafro-
processo aumenta a solubilidade do xeno- dita; andrógino, com estruturas sexuais
biótico e facilita a eliminação do orga- masculinas e femininas.
nismo.
Bissoide: com aspecto de algodão; coto-
Biotrófico: organismo que, independente- noso ou filamentoso; micélio aracnoide
mente de haver mais ou menos facilidade com as ramificações das hifas longas, diver-
de cultivo em meio artificial, se nutre, na gentes e muito afastadas.
natureza, do tecido vivo de seu hospedeiro.
Bissosi: projeções polares de ramificações
Biotron: ver fitotron. de membranas proteinosas, produzidas em
Biovar: subdivisão de uma estirpe ou ovos de alguns nematoides.
grupo de estirpes, dentro de uma mesma Bissulcado: que apresenta dois sulcos.
espécie, que se diferencia conforme suas
Bisterigmado: diz-se dos basídios bispó-
reações fisiológicas e bioquímicas em meio ricos que apresentam dois esterigmas.
axênico, por exemplo Ralstonia solanacearum
race 3 biovar 2. Bisturi: instrumento semelhante a uma
pequena faca, com cabo longo, usado em
Bipapilado: esporângio com duas papilas. laboratório para incisões em tecidos vege-
Bipartido: subdividido em dois segmen- tais.
tos. Bitunicado: composto de duas túnicas;
Bipolar: diz-se daquele que apresenta bi- um asco com duas paredes funcionais, a
polaridade; com flagelos em cada uma das parede mais interna é elástica e expande
extremidades ou polos. além da parede mais externa no momento
da liberação do esporo.
Bipunctado: com dois vacúolos.
Biverticilado: que tem ramificações em
Biruta: instrumento utilizado para indicar dois planos, como as extremidades dos
a direção dos ventos. conidióforos de algumas espécies de
Bisacrilamida: agente de união empre- Penicillium.
gado na formação dos géis de poliacrila- Bivulvalidade: ocorrência de duas vulvas
mida, que são usados na eletroforese. na mesma fêmea de nematoide.

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Blástico: tipo de conidiogênese que se ca- Boas práticas agrícolas no uso de de-
racteriza por um alargamento marcante no fensivos: emprego correto e eficaz de um
início da formação do conídio (antes de ser defensivo agrícola, considerando os riscos
delimitado por um septo), que é diferen- toxicológicos envolvidos em sua aplicação,
ciado antes de se separar da célula conidio- de modo que haja o mínimo possível de re-
gênica. síduos ou que eles sejam toxicologicamente
aceitáveis.
Blastocatenado: blastoconídio formado
em cadeia com o mais jovem na extremi- Boas práticas agropecuárias: programas
dade apical ou distal da cadeia. que enfocam todos os aspectos ambientais
e de higiene, com a finalidade de proteger a
Blastocele: cavidade da blástula. qualidade e segurança dos alimentos.
Blastoconídio: esporo comum nas leve- Boas práticas de laboratório: sistema de
duras e em alguns fungos que deriva por qualidade que diz respeito à organização
brotamento de célula-mãe; gêmula. Às ve- dos estudos em laboratório e campo e às
zes, os blastoconídios permanecem ligados condições sob as quais eles são planejados,
à célula-mãe, formando cadeias (pseudo- realizados, monitorados, registrados, relata-
-hifas), cujo conjunto é o pseudomicélio. dos e arquivados. Constituem um conjunto
de princípios que asseguram a confiabili-
Blastoderme: camada de células formada dade dos laudos emitidos por um dado la-
pela segmentação repetida do blastômero. boratório, e são aplicadas em estudos
Blastômero: célula produzida pelas pri- relativos ao uso seguro de produtos rela-
meiras divisões celulares do ovo. cionados à saúde humana, vegetal e animal
e ao meio ambiente.
Blastomicina: antibiótico antifúngico
produzido por Streptomyces sp., usado no BOD: sigla inglesa para Demanda Bioquí-
controle da brusone do arroz. mica de Oxigênio. Ver demanda bioquí-
mica de oxigênio.
Blastósporo: ver blastoconídio.
Boletim meteorológico: boletim que
Blastósporo meristemático: conídio ori- contém unicamente resultados de observa-
ginado apical ou lateralmente a partir de cé- ção, valores, análises e/ou previsões me-
lulas conidiógenas que exibem elongação teorológicas.
basal. Bolhas (bullae): corpos vesiculares digiti-
Blástula: embrião recém-formado, com- formes de coloração escura, presentes nas
posto de uma esfera cheia de fluido, o qual proximidades da fenestra de cistos de algu-
é envolvido em uma camada única de célu- mas espécies da subfamília Heteroderinae.
las. Bolhas de “de Bary”: bolhas de ar encon-
Blotting: processo de transferência de tradas em ascósporos, descritas por
DNA, RNA, proteínas de um gel de polia- Henrich Anton de Bary.
crilamida ou agarose para uma membrana Bolhosidade: sinal caracterizado pelo apa-
suporte (náilon ou nitrocelulose) com o recimento, no limbo foliar, de saliências de
objetivo de ser analisada posteriormente. aparência bolhosa.

83
Bolor: ver mofo. Botrioaleuriósporo: um dos cachos de
Bolsa-de-cópula: ver bursa. aleuriósporos formado de maneira basipe-
tal a partir da célula conidiogênica.
Bolsa de espículos: compartimento que
contém os espículos de nematoides ma- Botrioblastósporo: grupo de conídios
chos. formado, sincrônica ou assincronicamente,
de maneira simples ou em cadeias, sobre
Bombardeio de micropartículas: ver um ápice inflado de uma célula conidió-
biobalística. gena.
Bootstrap: método estatístico baseado em Botrioide: que tem ou lembra a forma de
reamostragens e frequentemente utilizado um cacho de uvas.
para testar a confiabilidade de dendrogra-
mas e árvores filogenéticas. Botriomorfo: em forma de rácimo; race-
miforme; botrítico.
Borbulhia: forma de enxertia na qual uma
única borbulha ou gema é transferida de Botrioplodiose: denominação dada às
uma planta para outra, de forma que os te- doenças causadas por Botryodiplodia
cidos se desenvolvem juntos. theobromae.
Bordadura: na experimentação agrícola, é Botuliforme: cilíndrico com as extremida-
uma faixa externa de uma parcela experi- des arredondadas; alantoide; formato de
mental, em cujo interior estão localizadas salsicha.
as plantas efetivamente utilizadas na pes-
Botulina: toxina produzida pela bactéria
quisa. Essas plantas recebem os mesmos
tratos culturais e tratamentos dispensados Clostridium botulinum; extremamente tóxica
a todos os componentes da parcela, mas ao homem.
não são utilizadas para coleta de dados por- Botulismo: envenenamento pela exoto-
que são afetadas por fatores externos à par- xina botulina, algumas vezes presente em
cela. De modo geral, consiste na cercadura alimentos que não foram enlatados ou con-
vegetal, nas divisões de parcelas, canteiros servados adequadamente (especialmente
ou glebas de um jardim ou unidade de pro- carnes e hortaliças não ácidas). É frequen-
dução. temente fatal.
Bordas direita e esquerda: sequências de BPA: sigla de Boas Práticas Agropecuárias.
25 pb repetidas, que delimitam a região T Ver boas práticas agropecuárias.
do plasmídeo Ti, presentes nas estirpes vi-
rulentas de Agrobacterium tumefaciens. BPL: sigla de Boas Práticas de Laborató-
rio. Ver boas práticas de laboratório.
Bordo: limite de qualquer superfície; con-
torno de apotécios. Braço: no microscópio, também chamado
de coluna, é fixo na base do microscópio e
Botânica: ramo da biologia dedicado às
serve de suporte para as demais partes.
plantas, estuda a estrutura, crescimento,
classificação, evolução, ecologia e bioquí- Branqueamento: perda da tonalidade ori-
mica delas. ginal, tornando-se branca.

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Braquibasidial: que apresenta basídios no tratamento quarentenário e fitossanitá-
largos, característicos, de formas mais alta- rio de embalagens de madeira usadas para
mente desenvolvidas. fins de exportação e importação. Em 2006,
Braquispórico: com esporos curtos. foi proibido o seu uso para o tratamento de
solo e, em 2015, para o tratamento de em-
Breakdown: (1) ocorrência severa de uma balagens de madeira.
doença em uma cultivar do hospedeiro an-
teriormente resistente. Aparecimento de Bronzeamento: sintoma hiperplástico
uma raça do patógeno que tem um gene de que se caracteriza pela cor parda, bron-
virulência correspondente a um gene mais zeada, da epiderme dos tecidos do limbo
específico para resistência no hospedeiro, foliar, como ocorre no caso de deficiência
isto é, a mudança ocorre no patógeno, e de potássio em algodoeiro.
não no hospedeiro. Também pode ser Brotamento: ver gemulação.
usado quando a resistência do hospedeiro
se torna ineficiente por ação de um fator Brúneo: marrom; castanho-escuro; som-
externo, por exemplo, condições ambien- brio.
tais adversas, nesse caso, não há mudança Brusone: doença causada por Magnaporthe
na virulência do patógeno; (2) fracasso no grisea (Pyricularia grisea) em trigo e arroz.
controle de uma doença com o uso de um
defensivo agrícola na dosagem ou concen- BSA: sigla de bovine serum albumin (albumina
tração que previamente fora eficiente, re- de soro bovino) e de batata-sacarose-ágar.
sultante da ocorrência de raças do patógeno Ver albumina de soro bovino e meio bata-
resistentes ao defensivo; (3) desintegração ta-sacarose-ágar.
rápida dos tecidos. Bula: folheto que acompanha a embala-
Brometo de etídio: corante vermelho-es- gem do defensivo agrícola e contém infor-
curo fluorescente utilizado na coloração de mações sobre composição do produto,
géis de eletroforese; identifica fragmentos recomendações para uso, cuidados na ma-
de ácidos nucleicos através da formação de nipulação, primeiros socorros, antídoto,
complexos fluorescentes de intercalação etc.
com o DNA. Por essa característica, é con- Bulbilado: com pequeno, ou não nitida-
siderado um agente mutagênico, tóxico,
mente marcado, bulbo na base.
possivelmente carcinogênico e teratogê-
nico. O brometo de etídio é amplamente Bulbilho himenial: intumescência que se
empregado em biologia molecular, biologia produz no himenóforo de alguns fungos
celular e citologia. quando o himênio se atrofia.
Brometo de metila: composto químico, Bulbo: intumescimento da base do estipe.
halogenado com a fórmula química CH3Br.
Bulbo basal do esôfago: porção poste-
Gás incolor que age como fumigante. O
rior final do esôfago de nematoides, expan-
brometo de metila foi muito utilizado para
dida, que contém as glândulas salivares.
o tratamento de canteiros para eliminar pa-
tógenos habitantes e/ou transeuntes do Bulbo do estilete: protuberância basal do
solo, no controle de formigas cortadeiras e estilete de nematoides fitoparasitas, deri-

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vada do telorabdio, geralmente em número É usada para realizar análises volumétricas,
de três, na forma trirradial. adicionando volumes conhecidos de um lí-
Bulbo esofagiano: qualquer uma das dila- quido, e para medir pequenos volumes,
tações na parede esofagiana de nematoides, com absoluto rigor e precisão. Adiciona, de
seja muscular, seja glandular. forma regular e precisa, pequenos volumes
da solução titulante à solução titulada con-
Bulbo faringal: dilatação muscular da pa- tida em um béquer ou erlenmeyer.
rede esofagiana na proximidade da aber-
tura bucal de nematoides. Bursa: estrutura membranosa de natureza
cuticular, bilateral, que se localiza ao lado
Bulbo mediano: ver metacorpo. da cloaca, com a função de auxiliar na ma-
Bulboso: com aspecto de bulbo; diz-se do nutenção do corpo do macho do nema-
estipe ou cistídio que presenta intumesci- toide junto do corpo da fêmea, em posição
mento basal. adequada à cópula.
Buliforme: em forma de bolha; inchado. Bursa adanal: bursa estreita, restrita às
proximidades da cloaca de nematoides.
Buraco de bala: perfuração de folhas
como resultado da abscisão de pequenas Bursa leptodera: bursa estreita que não
partes do tecido infectado. atinge o final da cauda do nematoide, po-
dendo ser adanal ou subterminal.
Buraco de ozônio: falha na camada de
ozônio causada por substâncias do tipo Bursa pelodera: bursa que atinge o final
clorofluorcarbonos, que acarreta mais inci- da cauda de nematoides.
dência de radiação ultravioleta na superfície
Bursa rabditoide: bursa de nematoide,
da Terra, com possíveis danos aos seres vi-
em que as asas se unem anterior e poste-
vos.
riormente, resultando numa forma com-
Bureta: instrumento de medida, todo de pletamente oval.
vidro, cilíndrico, aberto na parte superior e
Butiroso: com o aspecto ou consistência
ajustado por uma pequena torneira no
de manteiga.
fundo. Contém uma escala graduada, colo-
cada na vertical com auxílio de um suporte. bv: abreviatura de biovar. Ver biovar.

86
C
c: em taxonomia de nematoides, corres- Cadeia de infecção: superposição de vá-
ponde ao comprimento do corpo dividido rios ciclos de infecção que ocorrem em
pelo comprimento da cauda. uma epidemia.
c’: em taxonomia de nematoides, corres- Cadeia de infecção aninhada: cadeia tí-
ponde ao comprimento da cauda dividido pica de patógenos que apresentam ciclos
pela largura da cauda na altura do ânus. de infecção sexuais e assexuais, cuja dispo-
sição consiste em um ciclo sexual por ano,
Cachexia: ver xiloporose.
seguido por uma série de ciclos assexuais,
Cadastramento de produto: na defesa fi- por exemplo, Venturia inaequalis, agente
tossanitária, consiste no ato privativo do causal da sarna da macieira.
órgão estadual competente, destinado a
Cadeia de infecção mista: cadeia carac-
atribuir o direito de comercializar, manipu-
terizada por patógenos que produzem,
lar ou utilizar um defensivo agrícola, com-
durante o ano todo, tanto esporos asse-
ponente ou afim, observando as condições
xuados quanto esporos sexuados, sem que
da autorização estabelecidas pelos órgãos
haja uma alternância típica. Por exemplo:
competentes.
o fungo Mycosphaerella fijiensis, agente cau-
Cadastrante de produtos: pessoa física sal da sigatoka-negra da bananeira, que
ou jurídica, legalmente habilitada, que soli- produz simultaneamente conídios
cita o cadastro de um defensivo agrícola, (Paracercospora fijiensis) e ascósporos.
componente ou afim. Cadeia de infecção paralela: cadeia ca-
Cadastro do produto: na defesa fitossa- racterizada por patógeno que pode pro-
nitária, ato privativo da União, indispensá- duzir inóculo em hospedeiro alterno,
vel para a produção, manipulação, como o fungo Puccinia graminis f. sp. tritici,
armazenamento, embalagem, comerciali- em Berberis sp. Em regiões do mundo
zação e utilização de defensivos agrícolas, onde as temperaturas são amenas e o Ber-
seus componentes e afins. beris é nativo, ele pode sobreviver ao in-
verno, tanto na fase uredial (assexual)
Cadeia: quatro ou mais células unidas pe-
quanto na telial (sexual).
las extremidades.
Cadeia de infecção seriada assexual: ca-
Cadeia acropetal: ver acropetal.
deia de infecção em que o patógeno exibe
Cadeia basipetal: ver basipetal. apenas ciclos de infecção assexuais, que

87
podem ser arranjados em série. Puccinia Millardet, para o controle do míldio de vi-
striiformis, agente causal da ferrugem ama- deira, causado por Plasmopora viticola. Tem
rela do trigo, é um exemplo. efeito fungicida e bactericida.
Cadeia de infecção seriada sexual: ca- Calda borgonhesa: calda preparada com
deia de infecção em que o patógeno exibe carbonato de sódio e sulfato de cobre, se-
apenas ciclos de infecção sexuais, que po- gundo a fórmula: 240 g de CuSO4, 30 g de
dem ser arranjados em série. Taphrina NaSO4 em 10 L de água (Romero, 2006).
deformans, agente causal da crespeira em Calda de defensivo agrícola: líquido com
pessegueiro, é um exemplo. defensivo agrícola em suspensão ou solu-
Cadeia de transmissão: caracterização ção, na concentração para que seja apli-
dos mecanismos de transmissão de um pa- cado, resultante da diluição de uma
tógeno, envolvendo os hospedeiros, os pa- formulação.
tógenos e as fontes de inóculo. Calda sulfocálcica: calda preparada com
Cadeia do processo infeccioso: etapas cal hidratada e enxofre; quando em solução
que ocorrem sequencialmente e continua- aquosa, forma uma mistura de polissulfito
mente na história natural dos agentes infec- de cálcio e tiossulfato de cálcio. É mais
ciosos na natureza. usada no inverno, quando as plantas frutí-
feras estão desfolhadas, para erradicação de
Caduco: não persistente; que se destaca
fontes de inóculo.
cedo; que cai espontaneamente; decíduo.
Calda viçosa: calda constituída por uma
Cal: óxido de cálcio (CaO), produto da cal-
suspensão aquosa, floculenta e gelatinosa,
cita (CaCO3), conhecido como cal viva.
de coloração azul, formada pela mistura de
A forma hidratada é usada como neutrali-
sulfato de cobre, sulfato de zinco e ácido
zante no preparo da calda bordalesa.
bórico, neutralizados pela adição de cal hi-
Calagem: prática de correção do solo que dratada. É recomendada para o controle da
neutraliza a acidez pela incorporação de ferrugem do cafeeiro com a vantagem de
substâncias calcárias. O solo pode ser su- corrigir deficiências de cobre, zinco e boro
prido com Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg), nessa cultura (Cruz Filho; Chaves, 1979).
elementos essenciais às plantas.
Caldo: líquido preparado por cocção de
Calcário: corretivo do solo, constituído carnes e outras substâncias, empregado no
principalmente de carbonato de cálcio, preparo de meios de cultura ou na extração
composto também de carbonato de mag- de princípios ativos.
nésio. É usado para neutralizar a acidez do
Caldo nutriente: meio líquido resultante
solo, suprindo-o com cálcio e magnésio.
da retirada do ágar do meio de cultura nu-
Calcário dolomítico: tipo de calcário que triente-ágar.
contém carbonato duplo de cálcio e teor de
Calibrar: (1) no campo, determinar o vo-
magnésio acima de 12%.
lume de calda do defensivo agrícola que o
Calda bordalesa: mistura de sulfato de equipamento deve aplicar por unidade de
cobre, cal hidratada e água, desenvolvida área ou por planta e, com base nesse cál-
em 1885 pelo botânico francês Pierre léxis culo, ajustá-lo para a melhor condição ope-

88
racional; (2) no laboratório, aferir as Camada basidial: ver himênio.
indicações de um instrumento, comparan-
Camada cortical: camada externa da cutí-
do-o com um instrumento padrão, a fim de
cula de nematoides.
corrigir-lhe os erros de medições ou de pe-
sagens, por meio de ajustes. Camada de abscisão: camada distinta de
células, localizada na zona de abscisão e
Calibrar o pulverizador: consiste em veri-
com paredes celulares enfraquecidas, que
ficar a vazão das pontas, determinar o vo-
permite a queda geralmente de uma folha
lume de aplicação e a quantidade de
ou de um fruto.
produto a ser colocada no tanque.
Camada de cortiça: mecanismo de defesa
Cálice-gigante: doença do tomateiro cau-
dos tecidos vegetais aos danos mecânicos
sada por fitoplasma.
ou à invasão por microrganismos. Caracte-
Calo: (1) tipo de sintoma caracterizado riza-se pela deposição de suberina em con-
pela hiperplasia das células da planta em junto com o protoplasma das células
torno de uma lesão; (2) reação da planta na mortas. Tem aparência de cortiça e impede
tentativa de cicatrizar uma abertura exposta o fluxo de água e de nutrientes das células
por ação de um patógeno ou injúria física íntegras para a área do tecido afetado, iso-
ou mecânica, formando um calo cicatricial lando-a e impedindo, assim, a invasão dos
que é mais expressivo e evidente no caule tecidos sadios por patógenos.
de árvores e arbustos; (3) massa de células
indiferenciadas, que se proliferam de forma Camada de ozônio: camada da atmosfera
desorganizada em meio nutritivo; (4) o calo terrestre na qual se concentra a maior parte
pode ser também formado in vitro por do ozônio atmosférico; ozonosfera. Nesta
meio de cultura artificial a partir de tecido camada, a maior parte da radiação ultravio-
de planta. leta solar é absorvida pelas moléculas de
ozônio, localizadas na estratosfera (aproxi-
Calor de campo: calor procedente do madamente, entre 10 km a 50 km da super-
meio ambiente, que é retido pelo produto fície do planeta).
hortícola recém-colhido. Deve ser remo-
vido rapidamente por resfriamento antes Camada de sílica: camada constituída de
de o produto ser armazenado, processado ácido salicílico acumulado em plantas em
ou transportado por longas distâncias, com altas concentrações nas proximidades do
o objetivo de reduzir a atividade metabólica local de infecção. Mecanismo de resistência
dos tecidos e consequente deterioração. comum em plantas das famílias Poaceae,
Equisetaceae e Cyperaceae, e como exem-
Calose: polissacarídeo aparentemente plos de plantas cultivadas que acumulam
amorfo, constituinte da parede celular, par- esse elemento tem-se: trigo, aveia, centeio,
ticularmente em áreas crivadas de elemen- sorgo, milho e cana-de-açúcar. Quando es-
tos condutores do floema. Também pode sas plantas são cultivadas em ambientes
ser componente de fatores de resistência com altos teores de silício solúvel, o ele-
estrutural pós-formados, como halos, papi-
mento é absorvido e depositado no espaço
las e bainhas (tubos ligníferos).
intercelular da epiderme, formando uma
Calosidade: área endurecida ou áspera. camada de sílica-gel que atua como uma

89
barreira à penetração especialmente por hi- Câmara de Neubauer: lâmina de vidro
fas de fungos (Stangarlin et al., 2011). com as dimensões de uma lâmina de mi-
croscopia comum, utilizada, com o auxílio
Camada protetora: camada de células su-
de um microscópio, para estimar a concen-
berizadas, formada abaixo da camada de
tração de inóculo em uma suspensão de
abscisão.
propágulos (esporos de fungos e células
Câmara clara: aparelho projetor que se bacterianas). Consiste em uma lâmina re-
acopla ao microscópio, servindo para auxi- tangular, tendo no centro dois comparti-
liar no desenho detalhado de bactérias, fun- mentos delimitados, um ao lado do outro,
gos, nematoides e estruturas vegetais. cada um com superfície de 9 mm2 e pro-
fundidade de 0,1 mm, circundados por
Câmara de crescimento: espaço ou equi-
uma pequena canaleta. Cada um dos com-
pamento no qual luz, temperatura e umi-
partimentos descritos é, por sua vez, divi-
dade podem ser controladas. É usada para
dido em nove subcompartimentos de
testes de avaliação, como o estudo do cres-
1 mm2 de área. Esses nove subcomparti-
cimento e da esporulação de microrganis- mentos são de três tipos: A – localizados
mos em diferentes meios de cultura. nos quatro cantos e subdivididos em 16
Câmara de fluxo laminar: equipamento quadrados a de 0,0625 mm2 cada um; B –
utilizado para o manuseio de culturas de localizados entre os compartimentos A e
microrganismos e tecidos que requerem subdivididos em 20 quadrados b, de
um ambiente estéril. Possui um sistema 0,05 mm2 cada um; C – localizados no cen-
para a manutenção da qualidade do ar no tro e subdivididos em 25 quadrados c, de
seu interior, por um fluxo contínuo e não 0,04 mm2. O volume de qualquer um dos
turbulento (fluxo laminar) de ar, que passa compartimentos e subcompartimentos
por meio de filtros que têm a capacidade de descritos corresponde à respectiva área
reter contaminantes do ar exaurido. multiplicada pela profundidade de 0,1 mm.
Exemplo: A = 1 mm2 x 0,1 mm = 0,1 mm3
Câmara de isolamento: ver câmara de ou 0,0001 cm3 ou 10-4 mL.
fluxo laminar.
Câmara de repicagem: ver câmara de
Câmara de nevoeiro: local totalmente fluxo laminar.
fechado onde água é atomizada, for-
mando uma câmara úmida com 100% de Câmara úmida: local fechado, com o am-
umidade relativa. Neste local, que apre- biente saturado com água, usado para colo-
senta condições favoráveis ao desenvolvi- car plantas inoculadas, no intuito de
mento de patógenos, são colocadas propiciar condições favoráveis à germina-
plantas recém-inoculadas para germina- ção dos propágulos e infecção do pató-
ção dos esporos e penetração do pató- geno, ou para pôr amostras de tecido
geno nos tecidos do hospedeiro. Serve doente com o objetivo de proporcionar a
também para expor fungos ou bactérias esporulação do patógeno.
que podem estar no interior dos tecidos Câmbio vascular: camadas de células me-
do hospedeiro, quando os sintomas da ristemáticas entre o xilema e o floema que
doença não sejam evidentes no momento produzem células desses tecidos, resultando
da primeira observação. no crescimento lateral do caule ou raiz.

90
Caminhamento de cromossomo: téc- perfície e esponjoso nas camadas inferio-
nica utilizada para isolar um locus de inte- res, que afeta, principalmente, galhos e
resse para o qual nenhuma sonda é ramos, mas que também pode ocorrer em
disponível, mas é sabido que está ligada a pecíolos de folhas e pedúnculos de frutos,
um gene ou sequência que tenha sido iden- sendo mais frequente em locais muito úmi-
tificado e clonado (marcador). O método dos e com altas infestações de cochonilhas.
consiste no isolamento sequencial de clo- O revestimento pode ser de várias cores,
nes por meio de screenings sucessivos, dependendo da espécie de fungo envol-
usando, como sondas, fragmentos de DNA vido.
correspondentes às extremidades de clones
isolados. Canal: espaço central no corpo de nema-
toides, delimitado pelas paredes do vaso;
Campanulado: que tem forma de sino ou lúmen.
de campânula.
Canal alimentar: canal pelo qual passam
Campo: (1) na defesa fitossanitária, diz-se os alimentos, que se estende da boca ao
de um pedaço de área com delimitações ânus e que, nos nematoides, se compõe de
geográficas, dentro de um lugar de produ- abertura oral, estoma ou estilete, esôfago,
ção, na qual uma commodity é plantada; intestino, reto e ânus.
(2) na microscopia, refere-se ao diâmetro
da área de visão. Quando se aumenta a am- Canal anfidial: canal de passagem entre a
pliação, reduz-se o campo de visão. abertura oral e a bolsa anfidial do nema-
toide.
Campo de infecção: local no hospedeiro
suscetível onde ocorrem as atividades de Canal cervical: canal excretor ou tubo ex-
incubação do patógeno; as proximidades cretor de nematoides.
de um possível ponto de infecção. Canal ejaculador: porção terminal do
Campo de visão: em microscopia, a área vaso deferente do nematoide que possui
do espécime que pode ser vista ao micros- musculatura e por onde passam os esper-
cópio com uma determinada objetiva. matozoides no ato da cópula.
Campo escuro: técnica usada em micros- Canal esofagiano: canal que permite a
copia óptica. Obtida usando-se um con- passagem de alimentos do estilete ou es-
densador especial que impede a penetração toma até o intestino do nematoide; vaso
direta de raios de luz sobre o material a ser esofagiano.
examinado. No caso de bactérias, estas são Canal excretor: tubo cuticularizado do
iluminadas lateralmente, contrastando com sistema excretor, localizado na parte poste-
o fundo escuro. rior do corpo do nematoide, que se abre
Campo lateral: elevação cuticular longitu- ventralmente, pelo qual passam os produ-
dinal que se sobrepõe às cordas laterais e se tos do sistema excretor.
estende da extremidade anterior do corpo Canamicina: antibiótico da classe dos
do nematoide até a extremidade posterior. aminoglicosídeos, produzido por isolados
Camurça: revestimento fúngico, espesso, de Streptomyces kanamycetius. É uma substân-
compacto, de consistência felpuda na su- cia polibásica, termoestável e hidrossolú-

91
vel, constituída de dois aminoaçúcares. geiros virais por meio do processo
Apresenta atividade antibacteriana contra denominado Cap snatching (ou captura da
muitas espécies aeróbicas Gram-positivas e Cap, em tradução livre). Essa estrutura
Gram-negativas, ligando-se à subunidade também protege os ácidos nucleicos da
30S do ribossomo, sintetizando peptídeos ação de exonucleases (enzimas que degra-
incorretos na cadeia proteica e causando a dam a partir das extremidades).
morte das células bacterianas.
Capa: diz-se de qualquer estrutura envol-
Canhão: denominação aplicada ao tubo tória ou protetora.
que suporta a lente ocular na extremidade
superior do microscópio óptico. Capa proteica: ver capsídeo.

Cancerígeno: qualquer substância que Capacidade de campo: quantidade de


produz ou que promove o câncer. água retida no solo após ter sido drenado o
excesso de água gravitacional e diminuído
Cancro: sintoma necrótico caracterizado muito a velocidade do movimento descen-
por lesões bem delimitadas, deprimidas, dente da água.
mais frequentes nos tecidos corticais do
caule, raízes e tubérculos. Algumas vezes Capacidade de competição saprofítica:
pode ter sua extensão limitada pelas rea- habilidade ou capacidade de sobreviver e
ções do hospedeiro, com o supercresci- competir por substrato ou sítio na ausência
mento mais ou menos compacto dos do hospedeiro.
tecidos circundantes. A formação de zonas Capacidade de ligação do antígeno:
concêntricas pode indicar respostas suces-
medida da capacidade de um anticorpo de
sivas do hospedeiro ao avanço da infecção.
se ligar ao antígeno, baseado nos efeitos de
Canela-preta: denominação de doenças diluição do anticorpo.
causadas por alguns patógenos em diversas
Capela de exaustão: equipamento de
culturas, como Leptosphaeria maculans em ca-
nola, Cylindrocladium cadelabrum e C. ilicicola proteção coletiva, onde se realizam reações
em eucalipto. que liberam gases tóxicos em um laborató-
rio coletiva, desenvolvido com a finalidade
Canelura: depressão profunda no lenho, de dissipar gases nocivos. Na Fitopatolo-
caracterizada por reentrâncias longitudi- gia, é obrigatório em laboratórios que reali-
nais, que correspondem ao local onde a zam o manuseio de partículas perigosas às
casca penetra no lenho do tronco, prejudi- pessoas, aos animais e ao meio ambiente.
cando a formação dos vasos condutores de
seiva, por exemplo, a xiloporose dos citros. Capitado: que tem a extremidade intu-
mescida ou globosa; em forma de cabeça.
Canibalismo: condição em que se ob-
serva predação ou parasitismo entre indiví- Capítulo: estrutura esclerotizada do gu-
duos de uma mesma espécie, comum em bernáculo que guia os espículos, localizada
nematoides. ventralmente na cloaca de alguns nematoi-
des da família Hoplolaimidae.
Cap: estrutura localizada na região 5’ de
RNAs mensageiros, reconhecida pelos ri- Capnoide: fumoso; semelhante ao fumo
bossomos e adquirida pelos RNAs mensa- quanto à cor.

92
Capsídeo: capa proteica nas partículas de luminosidade, composição e pH do meio
vírus, com o formato de cápsula ou tubo de cultura, temperatura e antibióticos.
fechado, que contém o ácido nucleico. Característica fisiológica: atributo de um
Capsômero: cada polipeptídeo individual indivíduo ou acesso relacionado a sua fisio-
que compõe o capsídeo de um vírus. logia, como transpiração, metabolismo do
carbono, metabolismo do nitrogênio, etc.
Cápsula: (1) camada relativamente fina de
mucopolissacarídeos que envolve alguns ti- Característica herdada: aspecto físico ou
pos de bactérias; (2) peritécio ou receptá- doença transmitidos dos pais para os des-
culo de certos fungos. cendentes por um gene particular.
Cápsula de porcelana: recipiente com o Característica homóloga: característica
formato de uma tigela rasa, usado para derivada de ancestral comum.
concentração e secagem de soluções. Característica homoplásica: caracterís-
Capsulado: envolvido por uma cápsula. tica não derivada de ancestral comum.
Homoplasias derivadas de evolução con-
Característica: atributo estrutural ou fun- vergente são chamadas de analogia.
cional de um indivíduo, ou acesso que re-
sulta da interação do(s) gene(s) com o Característica molecular: atributo de um
indivíduo ou acesso obtido com base em
ambiente.
análises moleculares, como os marcadores
Característica adquirida: em genética, isoenzimáticos e os diferentes tipos de
característica que não é herdada, mas sim marcadores moleculares do DNA.
resultante de efeitos ambientais.
Característica morfológica: atributo de
Característica agronômica: atributo es- um indivíduo ou acesso relacionado a sua
trutural ou funcional de um indivíduo, ou morfologia, como cor do esporo, cor do
acesso relacionado ao desempenho produ- micélio e forma da colônia.
tivo quantitativo e/ou qualitativo, como re- Característica qualitativa: característica
sistência a doenças e produtividade. em que a variação mostrada é descontínua.
Característica bioquímica: característica Geralmente, a expressão desta caracterís-
que auxilia na identificação de bactérias e tica é controlada por oligogenes.
geralmente é baseada na absorção de co- Característica quantitativa: característica
rantes, na produção de determinados me- em que a variação mostrada é contínua. Na
tabólitos e proteínas e nos lipossacarídios variação contínua é comum a existência de
da parede celular, entre outros. um gradiente, isto é, a característica apre-
Característica cultural: característica senta-se sob vários estados, desde fraca até
morfológica de organismos crescidos em fortemente presente. Geralmente, a ex-
meios de cultura naturais ou sintéticos que pressão desta característica é controlada
pode auxiliar na identificação desses orga- por poligenes.
nismos. Nessa caracterização, alguns fato- Característica quimiotaxonômica: ca-
res podem influenciar diretamente o racterística relativa à nutrição, como a me-
aspecto morfológico do organismo, como tabolização ou utilização de determinado

93
nutriente. Constitue-se de um marcador ta- Caráter poligênico: caráter determinado
xonômico, principalmente em bactérias. por muitos pares de genes, muito influen-
ciado pelo meio ambiente.
Caracterização: descrição e registro das
características morfológicas, citogenéticas, Caráter qualitativo: ver característica qua-
bioquímicas e/ou moleculares de um orga- litativa.
nismo ou isolado, cuja expressão é pouco Caráter quantitativo: ver característica
influenciada pelo meio ambiente. Aplica-se quantitativa.
aos descritores de acessos componentes de
Caráter único: princípio genético estabe-
uma coleção de germoplasma ou àqueles
lecido por Mendel, no qual os vários carac-
de um banco de genes. A caracterização e teres que expressam um indivíduo são
os dados de passaporte são partes vitais do controlados na herança por fatores deter-
germoplasma, com perspectiva de utiliza- minantes e independentes.
ção em programas nacionais de pesquisa e
de requisição internacional. Carbenicilina dissódica: penicilina se-
missintética, ativa contra várias bactérias
Caráter: atributo de um organismo que re- Gram-positivas e Gram-negativas.
sulta da interação de gene ou genes com o
Carboidrato: classe de moléculas orgâni-
ambiente.
cas com a fórmula geral CX(H2O)Y. As plan-
Caráter adquirido: modificação ocasio- tas produzem carboidratos (açúcares e
nada, durante a vida de um organismo, por amido) mediante a fotossíntese. São exem-
influências ambientais ou funcionais. plos de carboidratos a glucose, a sacarose,
o amido e a celulose.
Caráter antigênico: combinação química
dos componentes antigênicos de um Carbonáceo: escuro; quase preto.
agente infeccioso. A combinação e os com- Carborundum: abrasivo, constituído de
ponentes são únicos para cada espécie ou um pó preto, finíssimo, comumente utili-
cepa do agente, sendo responsáveis pela es- zado para causar ferimentos microscópicos
pecificidade da imunidade resultante da in- nos órgãos das plantas, principalmente fo-
fecção. lhas, antes da inoculação de certos vírus e
bactérias.
Caráter herdável: atributo do genótipo
que passa de uma geração para a próxima. Carboxamida: grupo de fungicidas sistê-
micos usados no tratamento de sementes,
Caráter mendeliano: caráter cuja herança como carboxin e vitavax, para o controle
segue as Leis de Mendel. do carvão do trigo e centeio.
Caráter monogênico: caráter determi- Carcinogenicidade: propriedade de um
nado por um par de genes, pouco influen- agente químico ou físico de produzir ou es-
ciado pelo meio ambiente. timular o desenvolvimento de qualquer
Caráter oligogênico: caráter determinado tipo de câncer.
por poucos pares de genes, geralmente até Carcinogênico: diz-se do potencial que
seis pares. um agente químico ou físico tem para pro-

94
duzir ou para estimular o desenvolvimento Carpóforo: pedicelo de um esporocarpo;
de qualquer tipo de câncer. corpo semelhante a um esporocarpo de
função desconhecida.
Carcinógeno: agente químico ou físico
que induz câncer, como alguns defensivos Carpógeno: fungo que se desenvolve so-
agrícolas, hormônios vegetais e químicos bre frutos.
usados em laboratório. Carpogônio: órgão sexual feminino das
Cárdia: válvula em forma de coração que Erysiphaceae; parte de um pró-carpo que,
conecta o esôfago ao intestino de nematoi- após a fertilização, resulta na formação do
des. esporocarpo; ascogônio e arquicarpo em
Ascomycota.
Carenado: que tem quilha ou carena.
Carpossomo: aparelho reprodutor dos
Carência: ausência ou insuficiência, no or- fungos; corpo frutífero; aparato esporífero;
ganismo, de um ou mais elementos indis- corpo frutífero carnoso dos fungos supe-
pensáveis para seu equilíbrio ou riores; porção não fértil do esporóforo ou
desenvolvimento. esporóforo jovem e estéril.
Cárie: necrose de grãos de trigo causada Carreador: (1) material inerte que serve
por carvões, sem aumento exagerado de como diluente ou veículo para o ingre-
seu tamanho. diente ativo, como água, bentonita, talco e
óleo; (2) organismo que abriga um pató-
Cariocinese: processo de divisão nuclear.
geno e o transmite a outros.
Cariogamia: fusão de dois núcleos reuni-
Cartilaginoso: estrutura com a natureza
dos em uma mesma célula por plasmoga-
ou a consistência de cartilagem. Caracterís-
mia. tica de alguns carpóforos de fungos.
Cariogâmico: relativo à cariogamia; rela- Carvão: (1) nome atribuído às doenças ca-
tivo à reprodução em que a fusão nuclear racterizadas pela produção de uma massa
não é imediatamente precedida ou seguida pulverulenta de esporos de coloração es-
por redução nuclear. cura a negra que recobre o órgão afetado,
Cariograma: ver ideograma. por exemplo, o carvão da espiga do trigo,
doença típica da ordem Ustilaginales, cau-
Cariótipo: conjunto cromossômico que sada por Ustilago tritici; (2) remanescente só-
caracteriza um indivíduo ou espécie parti- lido depois que a substância carbonífera foi
cular; arranjo, número, tamanho e formato queimada, como o carvão de lenha.
(bandas) dos cromossomos que formam a
série encontrada em cada célula do orga- Carvão ativado: forma de carvão obtida
nismo. O cariótipo humano consiste em 22 por carbonização de matérias vegetais, em
pares de cromossomos comuns a homens ambiente anaeróbico, para maximizar a
área de superfície do carvão e, assim, au-
e mulheres, mais um par designado como
mentar a sua capacidade de remover impu-
XX nas mulheres e um par designado
rezas dos sólidos, líquidos e gases pela
como XY nos homens.
adsorção. Usado em cultura de tecidos para
Carnoso: tenro, espesso e suculento. adsorver substâncias inibitórias, fitorregu-

95
ladores em excesso, fenóis, e, com isso, evi- duzindo soluções opalescentes. Na Fitopa-
tar a oxidação dos explantes. tologia, é usada como componente de
Carvão protegido: tipo de carvão meio de cultura, principalmente, para cul-
(doença) cuja massa de esporos (teliospo- tivo de bactérias.
ros) permanece durante um tempo no inte- Casmotécio: corpo de frutificação fe-
rior do soro, comumente após o soro chado. Nova designação para cleistotécio
tornar-se livre do hospedeiro. Os teliospo- dos fungos da ordem Erysiphales. Sem
ros podem ficar retidos porque o pericarpo abertura predefinida, o corpo de frutifica-
não se rompeu. ção tem ascos organizados em um único
Casa de vegetação: estrutura coberta e fascículo, que se abrem através da ruptura
abrigada artificialmente com materiais de suas paredes.
transparentes para proteger plantas de fa- Cassetes de expressão: partes das cons-
tores meteorológicos exteriores e de algu- truções utilizadas para clonagem e trans-
mas pragas e patógenos, sendo cultivados formação, em que são inseridos os cDNAs
no seu interior os mais diversos tipos de ou genes inteiros que serão expressos no
plantas. Pode ser de vidro, climatizada ou organismo-alvo.
semiclimatizada, ou de plástico semiclima-
tizada ou de plástico tipo guarda-chuva, Castração: qualquer processo que previna
que não é climatizada. Nas estufas de vidro o desenvolvimento de ova maturada ou es-
ou de plástico semiclimatizadas, há reten- perma nas gônadas dos nematoides.
ção da irradiação ou dos raios infraverme- Casualização: sorteio feito ao acaso.
lhos, propiciando o aquecimento e a Constitui-se na distribuição aleatória das
manutenção da temperatura alta no seu in- unidades experimentais na área ou no am-
terior. biente do experimento.
Casca: termo coletivo para todos os teci- Catáfise: pseudoparáfise. Ver hematécio.
dos externos ao câmbio de caules ou raízes
lenhosas; composta de floema e periderme. Catalase: enzima intracelular que catalisa a
decomposição do peróxido de hidrogênio
Casca-preta: doença do inhame, causada em oxigênio e água.
pelos nematoides Scutellonema bradys ou
Pratylenchus coffeae, que afeta as túberas cau- Catalisador: substância que altera a veloci-
sando rachaduras e, internamente, provo- dade de uma reação química, sem sofrer ela
cando secamento e enegrecimento dos mesma mudança química permanente. Nas
tecidos. reações que ocorrem nas células, as enzi-
mas atuam como catalisadores biológicos.
Caseína: proteína fosforada e sulfurada,
presente no leite e em numerosas semen- Catátrofo: himênio dos fungos superiores
tes, com peso molecular de aproximada- que se acha voltado para baixo.
mente 375.000 daltons; pó granuloso,
Catauredínea: uredínea sem espermagô-
branco ou amarelo-claro, inodoro e insí-
nio, isto é, que apresenta as fases I, II e III.
pido, insolúvel na água e em outros solven-
tes neutros, e facilmente solúvel na amônia Categoria: divisão taxonômica dentro de
e nas soluções de hidróxidos alcalinos, pro- um sistema hierárquico. A espécie ou o gê-

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nero é uma categoria enquanto o táxon é partículas com genoma que apresenta
um grupo taxonômico. Cauda poli (A).
Categoria da qualidade fitossanitária: Caudalídio: estrutura semelhante ao he-
na defesa fitossanitária, consiste na classifi- mizonídio que aparece como uma pequena
cação de determinado material de propaga- área clara abaixo da cutícula, localizada
ção tendo como base o nível máximo de ventralmente, ligeiramente anterior ao ânus
pragas específicas, certificado pela Organi- de nematoides.
zação Nacional de Proteção Fitossanitária
Caudato: flagelado; com apendículo se-
do país exportador.
melhante à cauda.
Categoria de risco fitossanitário: na de-
fesa fitossanitária, consiste na classificação Caulícola: que ocorre sobre o caule da
dos vegetais e seus produtos em relação ao planta, que parasita o caule.
risco fitossanitário, que depende do nível Causa de estresse mecânico: fricção, im-
de processamento e uso proposto. pacto e compressão. Quando o tecido ve-
Categoria taxonômica: cada um dos gru- getal é submetido ao estresse por uma
pos que constituem o sistema de classifica- dessas causas, sofre falha mecânica, a qual
ção dos seres vivos. São eles, do mais amplo pode ocorrer por meios diferentes; rompi-
para o mais restrito: reino, filo, classe, or- mento, deslizamento, contusão ou machu-
dem, família, gênero e espécie. cadura e torcedura, sendo a machucadura
mais comum. Ocorre quando as células se
Categorização de praga: na defesa fitos- rompem, expondo o seu conteúdo ao ar, o
sanitária, é o processo que determina se que provoca oxidação enzimática e conse-
uma praga tem as características de uma quente escurecimento dos tecidos.
praga quarentenária ou as de uma praga
não quarentenária regulamentada. Caústico: produto que causa queimaduras
se entrar em contato com a pele.
Catênula: pequena cadeia de esporos.
Cavernoso: com cavidades irregulares.
Catenulado: esporos ou células bacteria-
nas dispostos em forma de cadeia ou em Cavidade do corpo: espaço interior que
séries lineares. abriga os órgãos internos de nematoides e
corresponde ao celoma ou ao pseudoce-
Catopsiuredínea: diz-se das uredíneas loma.
que não apresentam as fases 0 e II.
Cavidade oral: estoma, cavidade bucal de
Catotécio: ver tirotécio.
nematoides.
Cauda: porção do corpo de juvenis e adul-
cDNA: sigla de DNA complementar. Ver
tos vermiformes de nematoides, posterior
DNA complementar.
ao ânus.
CE50: sigla de concentração média efetiva.
Cauda poli (A): sequência composta por
Ver concentração média efetiva.
adenina localizada na extremidade 3’ de
ácidos nucleicos. No caso de vírus de Cecídia: galha que pode ser formada nas
plantas, os Potyvirus são um exemplo de plantas, normalmente induzida por insetos,

97
mas que muitas vezes pode ser ocasionada Celomócitos: células localizadas no pseu-
por fungos. doceloma de nematoides, aparentemente
Cecropinas: proteínas líticas antimicro- de origem mesenquimatosa, são exemplos
bianas que fazem perfurações e causam lise antrócitos, fagócitos, células esteladas e
da membrana de células bacterianas. pseudocelomócitos.

Cefalídio: (1) conidióforo constituído por Célula: unidade estrutural básica dos seres
uma célula apical globosa, da qual partem vivos. A menor unidade da matéria viva
cadeias radiais de conídios, como no gê- que pode existir de maneira independente e
nero Aspergillus; (2) estrutura biconvexa em ser capaz de reproduzir-se. Em eucarion-
seção longitudinal, que circunscreve o tes, é uma estrutura que consiste em um
corpo do nematoide na região cefálica e núcleo que contém o DNA rodeado pelo
apresenta alta refringência em microscópio citoplasma e uma membrana nuclear (as
de luz. plantas têm uma parede celular ao redor da
membrana da célula). Alguns organismos,
Cefalídio anterior: cefalídio do qual se
como as bactérias, são formados por célu-
originam as duas cordas laterais do corpo
las isoladas sem núcleos distintos; outros
de nematoides.
são compostos de colônias de células ou de
Cefalóforo: qualquer pedículo que sus- arranjos complexos de tecidos celulares.
tenta receptáculo globoso; pedículo de fru-
Célula apical: célula situada na parte su-
tificação conidial cujos esporos estão
contidos em massa esférica mucilaginosa, perior do pedicelo à qual os esporos são
como em Cephalosporium. aderidos; encontrada especialmente em
fungos causadores da ferrugem.
Cefaloide: em forma de cabeça.
Célula auxiliar: célula presente nos gêne-
Cefalosporina: classe de antibióticos que ros Gigaspora e Scutellospora, sobre a qual
tem ação bactericida ou bacteriostática, de- crescem os esporos extramatriciais.
pendendo da suscetibilidade do microrga-
nismo. É mais eficiente em microrganismos Célula B: célula produtora de anticorpos,
em divisão celular ativa do que em células encontrada principalmente no sangue, nos
em repouso. Atua como inibidor da bios- nódulos linfáticos e no baço.
síntese da parede celular. Célula basal: célula localizada na base de
Cefalospório: massa esférica de esporos uma hifa ou de outra estrutura.
contidos em mucilagem. Célula basidial: ver basidíolo.
Celoma: cavidade do corpo de organis- Célula conidiogênica: célula que dá ori-
mos que é delimitada interna e externa- gem aos conídios. As células conidiogêni-
mente pelo mesoderma. cas podem ser terminais ou intercalares e
Celomiário: tipo de célula muscular em exibem crescimentos peculiares que são
nematoides, na qual a porção contrátil importantes para a identificação taxonô-
ocupa também as bordas laterais da célula. mica.

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Célula conidiogênica acropetal: célula Célula conidiogênica evidente: ver cé-
que produz conídios em cadeias por brota- lula conidiogênica discreta.
ção apical.
Célula conidiogênica fialídica: célula
Célula conidiogênica anelídica: célula conidiogênica em forma de garrafa, mo-
que produz conídios que deixam cicatrizes ringa ou clava, muitas vezes afilada, com
anelares e causam a movimentação do lo- uma porção apical mais estreita (denomi-
cus conidiogênico. nada colarete) e uma abertura, geralmente
terminal, por onde os conídios são libera-
Célula conidiogênica determinada: cé-
dos.
lula que cessa o crescimento durante a pro-
dução de conídios, ou seja, promove apenas Célula conidiogênica holoblástica: cé-
um evento de conidiogênese. lula que produz duas camadas, sendo que
ambas as paredes participam da formação
Célula conidiogênica discreta: célula
conidial. Essa célula se caracteriza por um
que produz conídios numa estrutura dis-
alargamento marcante no início da forma-
tinta do conidióforo (que resulta em coní-
ção do conídio (antes de ser delimitado por
dio ampulifome, legeniforme, esférico,
um septo), que é diferenciado antes de se
entre outras formas), ou seja, produz coní-
separar da célula conidiogênica.
dio distinto do eixo principal ou das ramifi-
cações. Célula conidiogênica hologênica: célula
que produz duas camadas, sendo que am-
Célula conidiogênica enteroblástica:
bas as paredes participam da formação co-
célula que produz duas camadas e que tem
nidial (ou seja, são contínuas com as do
somente a parede interna contínua com a
conídio). Pode ser holoblástica ou holotá-
do conídio. Caracteriza-se por um alarga-
lica.
mento marcante no início da formação do
conídio (antes de ser delimitado por um Célula conidiogênica holotálica: célula
septo), que é diferenciado antes de se sepa- que produz duas camadas, sendo que am-
rar da célula conidiogênica. bas as paredes participam da formação co-
nidial. Caracteriza-se pela formação do
Célula conidiogênica enterogênica: cé-
septo no conídio inicial, em uma hifa
lula que produz duas camadas, sendo que
pré-existente, antes do seu crescimento ou
apenas a camada interna participa da for-
desenvolvimento; o conídio jovem não é
mação dos conídios, ou seja, somente a pa-
reconhecido antes da septação.
rede interna é contínua com a do conídio.
Pode ser enteroblástica ou enterotálica. Célula conidiogênica indeterminada:
célula que continua crescendo e produ-
Célula conidiogênica enterotálica: cé-
zindo novos conídios e que pode gerar vá-
lula que produz duas camadas, sendo que
rios eventos de conidiogênese. Ver célula
somente a parede interna é contínua com a
conidiogênica percorrente.
do conídio. Caracteriza-se pela formação
do septo no conídio inicial, em uma hifa Célula conidiogênica integrada: célula
pré-existente, antes do seu crescimento ou que está incorporada no áxis principal ou
desenvolvimento; o conídio jovem não é ramo do conidióforo (célula conidiogê-
reconhecido antes da septação. nica), onde são produzidos os conídios.

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Célula conidiogênica monoblástica: cé- solitário ou em cadeia acropetal) foi produ-
lula com apenas um locus conidiogênico. zido e liberado. Ver acropetal.
Célula conidiogênica percorrente: cé- Célula de resistência: célula que, sob
lula que forma anelações na sua extremi- condições ecológicas adversas, se reveste
dade; quando a célula forma um conídio, de envoltório espesso e se apresenta em es-
esse se destaca e, por dentro, se desenvolve tado de vida latente.
outra célula, que dará origem a outro coní- Célula distal: célula localizada na extremi-
dio. É oposta à célula conidiogênica deter- dade de uma hifa ou de outra estrutura.
minada.
Célula eucariótica: célula que contém um
Célula conidiogênica poliblástica: cé- núcleo distinto envolvido por uma mem-
lula com vários loci conidiogênicos. brana; uma das células de um organismo
Célula conidiogênica retrogressiva: cé- eucariótico.
lula na qual os conídios desenvolvem-se Célula gigante: célula volumosa, formada
em direção à base; assim, a parte apical é a em tecido vegetal, que serve de sítio de ali-
mais velha. Ver basipetal. mentação de nematoides.
Célula conidiogênica simpodial: célula Célula gigante mononucleada: célula
conidiogênica que se prolifera, com cresci- volumosa com um único núcleo, formada
mento contínuo e alternado após a produ- no parênquima vascular de raízes, que
ção do conídio terminal e o desenvolvimento serve de sítio de alimentação de nematoi-
sucessivo de conídios (cada um dos quais des sedentários, como espécies dos gêne-
se origina abaixo do ápice anterior e na la- ros Meloidogyne, Cryphodera e Rhizonema.
teral do conídio terminal). Resulta num co-
nidióforo em zigue-zague ou em “cotovelos Célula gigante multinucleada: célula
geniculados” alternados. O conidióforo volumosa, formada no interior da galha
pode ser simples ou ramificado. radicular por indução das espécies do ne-
matoide das galhas do gênero Meloidogyne,
Célula conidiogênica sincrônica: célula que se torna multinucleada após endomi-
cujos conídios desenvolvem-se sincronica- toses sucessivas e é utilizada como fonte
mente em cadeias. de alimentação para a fêmea.
Célula conidiogênica tálica ártrica: cé- Célula híbrida: célula resultante da fusão
lula cuja hifa cessa o crescimento e divide- de protoplastos, que contém os núcleos
-se em artrósporos. (cromossomos) e o citoplasma de ambos
Célula conidiogênica tálica solitária: cé- os protoplastos.
lula cuja hifa cessa o crescimento, e seu ter- Célula hospedeira: célula cujo metabo-
minal torna-se um conídio. lismo é usado para o crescimento e multi-
Célula conidiogênica trética: célula na plicação de um vírus.
qual cada conídio é delimitado por uma pa- Célula indicadora: célula que reage de um
rede interna; é provida de poro(s) no local modo característico a uma infecção por um
onde o conídio (que pode ser produzido vírus específico.

100
Célula-mãe do asco: célula binucleada e Células-filha: células novas, resultantes da
curvada, encontrada em Ascomycota. De- divisão de uma célula progenitora.
senvolve-se no interior dos ascos, e nela
Células-guarda: células epidérmicas pa-
ocorre a cariogamia. readas e anatomicamente diferenciadas das
Célula-mãe do esporo: célula que, por di- demais, as quais são especializadas. Con-
visão celular, produz tipicamente quatro têm cloroplastos e compõem os estômatos,
esporos, mediante meiose. delimitando as suas aberturas.
Célula monilioide: filamento em forma Células subsidiárias: duas ou mais células
de colar de contos, moniliforme. que diferem morfologicamente das epider-
mais típicas e circundam as células-guarda,
Células não permissiva: célula na qual
às quais parecem conectadas funcional-
um vírus específico não pode infectar e re-
mente. Podem ou não estar presentes; se
plicar.
presentes, fazem parte do complexo esto-
Célula não produtora: célula que trans- matal.
porta todo um genoma viral ou parte dele,
Celulase: enzima ou complexo enzimático
mas não produz partículas de vírus. Geral-
que cliva as cadeias de celulose e libera açú-
mente é transformada pelo vírus.
cares.
Célula nutridora: (1) hifa que libera nu-
Celulolítico: microrganismo capaz de uti-
trientes para o esporo após separação dos
lizar materiais compostos de celulose.
basídios; (2) célula volumosa mononu-
cleada de citoplasma denso, induzida, em Celulose: polissacarídeo de peso molecu-
número variável, no parênquima cortical lar alto, composto de centenas de molécu-
de raízes pelo nematoide causador da las de glicose ligadas em cadeia através de
doença declínio lento do citros (Tylenchulus β-1,4-glicosídico. Forma um polímero li-
semipenetrans). near não ramificado, que apresenta forte
tendência à autoassociação, sendo um dos
Célula-pé: célula basal que suporta o coni-
maiores constituintes da parede celular ve-
dióforo de alguns gêneros de fungos mi-
getal.
tospóricos.
Cenângio: num sentido geral, diz-se de
Célula permissiva: célula que apresenta as
um esporângio cenocítico.
condições intracelulares necessárias para a
replicação viral. Cenocítica: ver hifa cenocítica.
Célula suscetível: ver célula permissiva. Cenócito: massa citoplasmática plurinu-
cleada pela união de numerosas células em
Célula somática: qualquer célula que não
consequência do desaparecimento de seus
seja uma célula sexual ou germinativa.
envoltórios ou pelo fato de as divisões mi-
Célula terminal: célula localizada na ex- tóticas nucleares não serem acompanha-
tremidade anterior da gônada masculina ou das pela formação de membranas ou
feminina de nematoide, que se divide para paredes divisórias, conforme se pode ob-
iniciar a formação dos gametas masculino servar nas hifas de fungos zoospóricos e
ou feminino. nos Zygomycota.

101
Cenogameta: gametângio multinucleado em rpm (rotações por minuto) ou mais
de Mucorales que, após a fusão dos nú- propriamente em g (força equivalente à da
cleos dois a dois, dá origem ao cenozigoto. gravidade).
Cenogametângio: gametângio cenocítico Centrífuga analítica: centrífuga com sis-
dos Zygomycota. tema óptico acoplado que, durante a centri-
fugação, quantifica a sedimentação dos
Cenogamia: processo de união de ceno-
componentes da suspensão colocada nos
gametângios.
tubos.
Cenosporângio: esporângio cenocítico Centrífuga de alta velocidade: equipa-
que produz cenósporos, como ocorre nos mento cujo rotor gira em uma câmara vazia
Zygomycota. refrigerada numa velocidade igual ou supe-
Centimorgan: unidade de medida de fre- rior a 75.000 rpm e produz um campo cen-
quência de recombinação. Um centimor- trífugo igual ou superior a 500.000 g.
gan indica expectativa de frequência de 1 Centrífuga de baixa velocidade: equipa-
em 100 indivíduos para recombinação que mento cujo rotor gira em uma velocidade
produza separação (segregação) entre dois igual ou superior a 10.000 rpm e produz
locus ou entre loco e um marcador identifi- um campo centrífugo igual ou superior a
cados no genoma de qualquer organismo. 15.000 g.
Central: que ocupa a posição do meio, Centrifugação: (1) processo usado para
como um esporo no centro de um espo- separar moléculas com massa ou densidade
rângio. diferentes e para purificar partículas de ví-
Central de embalagem: local, galpão ou rus, utilizando a força centrífuga que é ge-
qualquer instalação apropriada e devida- rada por movimentos circulares de um
mente equipada para receber frutas e/ou rotor. As partículas no campo gravitacional
produtos hortícolas, para realizar as opera- ou centrífugo movem-se e difundem-se a
ções de limpeza, descarte de produtos com uma velocidade que depende de sua massa,
defeitos, classificação, embalagem e outros forma e volume e do meio no qual estão
beneficiamentos (resfriamento, aplicação suspensas. Por meio da purificação, frações
de ceras, etc.), antes do armazenamento e das preparações de vírus podem ser regis-
comercialização dos produtos. tradas, assim como densidades, constantes
de difusão e coeficientes de difusão dos
Central de recolhimento: ver posto de componentes do vírus; (2) centrifugação
recebimento. também é utilizada como parte integrante
Centrífuga: equipamento usado para se- do método de extração de nematoides do
parar substâncias de densidades diferentes solo. Ver flutuação centrífuga em solução
por meio de movimento rotativo. A má- de sacarose.
quina faz girar a mistura em torno de um Centrifugação de fluxo contínuo: pro-
ponto central, enquanto uma força centrí- cesso utilizado para separação rápida e se-
fuga submete as substâncias a uma força cagem de pequenas quantidades de sólidos
excessivamente maior que a força da gravi- em suspensões. A alimentação do fluxo a
dade. Unidades de centrifugação são dadas ser centrifugado é feita por uma mangueira

102
acoplada à conexão de entrada na parte su- concêntricos. A centrifugação zonal é utili-
perior do equipamento. O material é então zada para separação de grandes quantida-
distribuído dentro do rotor tipo tambor, des de macromoléculas.
que possui um formato cônico na parte
Centrifugar: processar uma amostra
central para garantir uma distribuição equi-
usando uma centrífuga.
librada do material sólido e da fase líquida.
O filtro de papel colocado na parede in- Centrífugo: que se desenvolve do centro
terna do rotor impede a saída de partículas, para a periferia; que se afasta de um ponto
enquanto a fase líquida passa pelos orifícios central.
no rotor e é retirada pela saída lateral do Centrípeto: que se aproxima do centro;
equipamento. que se desenvolve da periferia para o cen-
Centrifugação diferencial: método tro.
usado para separar organelas, moléculas e Centro: a parte central de um estroma
partículas subcelulares de acordo com o onde se formam os ascos, num lóculo.
coeficiente de sedimentação, que é, aproxi- Conjunto de ascos e paráfises de um peri-
madamente, proporcional à massa. Os ex- técio. Todas as estruturas encerradas pela
tratos celulares são submetidos a uma
parede do ascocarpo. São descritos os se-
sequência de centrifugações, a velocidades
guintes tipos de centro em Ascomycota pe-
progressivamente mais rápidas. São preci-
ritecioides: 1) Diaporthe: centro, de início,
pitadas partículas grandes, como núcleos e
solidamente pseudoparenquimatoso, mas
cloroplastos, a velocidades relativamente
que, posteriormente, quando os ascos se
lentas; e, para partículas pequenas, como ri-
desenvolvem, se desintegra; 2) Nectria:
bossomos e vírus, são requeridas velocida-
como o centro Pleospora, mas que se
des mais altas.
forma junto à parede peritecial; 3) Pleos-
Centrifugação em gradiente de densi- pora: no corpo estromático, as hifas cres-
dade: centrifugação em que as moléculas cem para baixo em densa formação,
são separadas com base em sua densidade, criando uma cavidade na base da qual cres-
usando um gradiente de concentração de cem os ascos; 4) Xylaria: ascos misturados
uma solução saturada com cloreto de césio com paráfises, que nascem nas mesmas
ou sacarose. O gradiente de densidade áreas dos ascos.
pode ser formado antes da centrifugação,
Centro ascígero: tecido especializado em
misturando duas soluções de densidades
que se elevam ascos, paráfises ou outros te-
diferentes, ou durante o processo de centri-
cidos entre os ascos.
fugação.
Centro de assistência toxicológica:
Centrifugação zonal: tipo de centrifuga-
agência, geralmente um hospital, que pos-
ção em um rotor com formato de taça ou
sui informações atualizadas sobre as técni-
cilíndrico. A solução é colocada em uma
cas de primeiro socorro e antídotos para
cavidade central grande do rotor, em vez
intoxicações, inclusive com defensivos
de em cubetas ou tubos. O rotor zonal ge-
agrícolas.
ralmente é utilizado para centrifugação em
gradiente. No gradiente, as macromolécu- Centro de dispersão: local a partir do
las, como vírus, são separadas em anéis qual uma espécie se dispersou.

103
Centro de diversidade: região geográfica Ceoma: aécio de Basidiomycota Uredinales,
que contém uma concentração da diversi- desprovido de perídio; às vezes, apresenta-
dade genética de uma ou mais espécies. -se rodeado de escassas paráfises laterais
que aparecem diretamente sobre o subs-
Centro de domesticação: região geográ-
trato. Seus aeciósporos formam-se em ca-
fica onde se domesticou determinada espé- deia.
cie.
Ceomoide: semelhante a um ceoma; sem
Centro de máxima diversidade gené- perídio.
tica: local onde as espécies filogenetica-
mente relacionadas se originaram e que, Ceomósporo: aeciósporo de uredínea, na
portanto, retém a maior diversidade inter e etapa de ceoma (Melampsora).
infraespecífica. Cepa: termo inadequado usado no lugar
Centro de origem: centro geográfico de de linhagem ou estirpe. Ver estirpe.
origem ou de formação de uma planta cul- Cera: mistura complexa e solúvel de com-
tivada, onde existem as maiores diversida- postos alifáticos de cadeias longas, consti-
des de formas e genes da espécie. Local tuintes da cutícula presente na parede
separado por deserto ou por cadeia de celular dos vegetais.
montanhas, localizado em área que com- Ceráceo: diz-se do que tem aspecto e/ou
preende pequeno número de países, no consistência de cera.
qual a espécie cultivada foi originalmente
encontrada. Nesse local ocorre a maior di- Cerca viva: fileira de arbustos ou de árvo-
versidade da espécie cultivada. res estabelecida ao redor de uma área de
produção, no intuito de proteger as plantas
Centro de recursos genéticos: institui- do efeito do vento ou de minimizar a en-
ção incumbida de conservar o germo- trada de patógenos, pragas e/ou vetores.
plasma de espécies domesticadas ou com
Cercosporiose: denominação dada às
potencial econômico e promover a utiliza-
doenças causadas por espécies do gênero
ção dele. Cercospora.
Centrômero: constrição primária dos cro- Cerda: filamento rijo, septado ou não, na
mossomos. Região onde ocorre o cinetó- maioria das vezes colorido e pontudo, en-
coro, no qual se prendem as fibras do fuso contrado em esporos, órgãos vegetativos
durante as divisões celulares. Está asso- ou de frutificação de fungos.
ciado à movimentação dos cromossomos
durante a divisão celular. Cerne: parte central mais dura da madeira,
que contém células mortas e sofreu na dife-
Centrossomo: organoide citossomático renciação das células uma impregnação
que se cora intensamente durante a divisão mais forte de lignina.
mitótica e que, na intérfase, se acha redu-
Certidão: na defesa fitossanitária, docu-
zido apenas ao centríolo.
mento oficial que atesta o status fitossani-
Centrum: a parte central, branca e mole de tário de um lote sob os regulamentos
um peritécio. fitossanitários.

104
Certificação: procedimento que corres- Certificado: na defesa fitossanitária, é um
ponde ao conjunto de atividades desenvol- documento oficial que certifica a condição
vidas por um órgão, independentemente fitossanitária de qualquer embarque sujeito
da relação comercial, objetivando atestar à regulamentação fitossanitária.
publicamente, por escrito, que determi- Certificado de análise: na defesa fitossa-
nado produto, processo ou serviço se en- nitária, consiste em um documento de ca-
contra em conformidade com os requisitos ráter técnico que expressa o resultado de
do País ou do exterior. uma análise, é emitido por um laboratório
Certificação de origem: são informações habilitado e firmado por um representante
sobre a qualidade fitossanitária de um pro- formal.
duto vegetal, incluindo frutas e hortaliças, Certificado de qualidade de biossegu-
constantes em certificados institucionaliza- rança: certificado fornecido pela CTNBio,
dos pelo Sistema Governamental de De- para as instituições que trabalham com
fesa Sanitária Vegetal (Instrução Normativa OGMs, atestando que elas estão qualifica-
nº 6 de 13 de março de 2000). O Certifi- das para trabalhar com transgênicos, sem
cado Fitossanitário de Origem é emitido oferecer riscos para os seres humanos e o
no campo, no local da colheita, e o Certifi- meio ambiente.
cado Fitossanitário de Origem Consoli-
Certificado de sementes ou mudas: do-
dado, nos galpões ou centrais de
cumento emitido pelo certificador, com-
embalagem. Dessa forma, os produtos
provando que o lote de sementes ou mudas
destinados à exportação, além dos exames
foi produzido de acordo com as normas e
usuais, têm informações adequadas de sua os padrões de certificações estabelecidos.
qualidade fitossanitária para a emissão do
Certificado Fitossanitário Internacional. Certificado fitossanitário: na defesa fi-
Os produtos certificados devem estar livres tossanitária, documento oficial emitido
de pragas que possam ser potencialmente pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e
perigosas para os países de destino. Abastecimento, segundo modelo de certifi-
cado da Convenção Internacional para a Proteção
Certificação de sementes ou mudas: dos Vegetais da Organização das Nações
processo que envolve a inspeção periódica Unidas para Agricultura e Alimentação
do campo de produção de sementes ou (FAO). É feito a pedido do interessado
mudas por técnico treinado e credenciado, para atestar a condição fitossanitária da
e a aplicação de testes de sanidade em lotes partida, em atendimento aos requisitos es-
de sementes ou de mudas em laboratório e tabelecidos pelo Órgão Nacional de Prote-
casa de vegetação, para descobrir a pre- ção Fitossanitária do país importador.
sença de fitopatógenos que possam estar
Certificado fitossanitário de origem: na
associados ao lote sem serem detectados
defesa fitossanitária, documento emitido
nas inspeções feitas no campo.
na origem, pelo responsável técnico cre-
Certificação fitossanitária: na defesa fi- denciado por órgão de defesa fitossanitária
tossanitária, é o uso de procedimentos fi- do estado, para atestar a condição fitossani-
tossanitários conducentes à emissão de um tária da partida de plantas, partes vegetais
certificado fitossanitário. ou produtos de origem vegetal, declarando

105
o atendimento às exigências dos requisitos CFC: sigla de Clorofluorcarbono. Ver clo-
fitossanitários. rofluorcarbono.
Certificado fitossanitário de origem CFO: sigla de Certificado Fitossanitário de
consolidado: na defesa fitossanitária, cer- Origem. Ver certificado fitossanitário de
tificado de origem emitido, por um técnico origem.
responsável credenciado por órgão de de- CFOC: sigla de Certificado Fitossanitário
fesa fitossanitária do estado, na unidade de Origem Consolidado. Ver certificado fi-
centralizadora e/ou processadora de pro- tossanitário de origem consolidado.
dutos vegetais, a partir da qual saem cargas
CFR: sigla de Certificado Fitossanitário de
destinadas a outras Unidades da Federação
Reexportação. Ver certificado fitossanitário
ou a pontos de saída para o mercado inter- de reexportação.
nacional.
CGEN: sigla de Conselho de Gestão do
Certificado fitossanitário de reexporta- Patrimônio Genético.
ção: na defesa fitossanitária, documento
emitido pelo fiscal federal agropecuário Chapa elétrica: equipamento utilizado
que acompanha o certificado fitossanitário para o aquecimento de substâncias, princi-
palmente as substâncias inflamáveis.
original do país exportador, quando do in-
gresso de produto no Brasil. No certificado Chapéu: disco horizontal esporífero en-
fitossanitário de reexportação, devem estar contrado em cogumelos.
contempladas as exigências fitossanitárias Charriot: no microscópio óptico, disposi-
do Brasil e deve ser anexada cópia autenti- tivo associado à platina cuja função é mo-
cada do certificado fitossanitário original. vimentar a lâmina no plano horizontal.
Certificável: passível de ser certificado; O charriot possui dois controladores dis-
diz-se das doenças e pragas cujas ocorrên- postos um sobre o outro, lateralmente à
cias devem ser comunicadas às autorida- platina promovendo a movimentação da
des fitossanitárias. peça.
Chave de campo: ver escala diagramática.
Cespitoso: diz-se de vários estipes que se
originam de um mesmo local ou ponto. Chave de identificação: ver chave dicotô-
mica.
Cesto para tubos de ensaio: ver estante
para tubos de ensaio. Chave descritiva: escala arbitrária com
certo número de graus ou notas para quan-
cf.: abreviatura de conferatum, deve ser es- tificar doenças, por exemplo: 0 = ausência
crita em fonte normal, com ponto de de doença; 1 = sintomas apenas em folhas;
abreviação. Significa que a espécie deve 2 = sintomas em folhas, ramos ou botões
ser a indicada, mas que é preciso conferir, florais; 3 = sintomas em frutos, sem defor-
confirmar, como exemplo: Amanita cf. mação; 4 = sintomas em frutos, com de-
crebresulcata (Sulzbacher, 2010). formação.
CF: sigla de Certificado Fitossanitário. Ver Chave diagramática: ver escala diagra-
certificado fitossanitário. mática.

106
Chave dicotômica: guia com dois, às ve- des celulares, na síntese de etileno e na ati-
zes com mais, passos de escolha, empre- vidade respiratória, com desequilíbrio
gado para facilitar a determinação de energético do sistema) caracterizam-se
diversas entidades de um sistema animal ou pelo enfraquecimento dos tecidos, que per-
vegetal, família, gêneros, espécies, com uso dem a capacidade de desenvolver os pro-
de proposições contraditórias geralmente cessos metabólicos e fisiológicos normais.
acopladas, correspondente a dois ou mais Os sintomas de estresse e de desordem fi-
caracteres opostos, entre os quais se esco- siológica variam de acordo com o tipo de
lhe um e, assim, chegar ao nome do táxon. produto vegetal considerado e com a tem-
Ao se considerar uma chave, é preciso ter peratura e o tempo de exposição, podendo
em mente que ela não é perfeita dessa ma- ocorrer no campo ou em qualquer etapa da
neira (família, gênero ou espécie), é neces- cadeia de processamento. Os principais
sário comprovar essa identificação com sintomas são: modificação da coloração
uma descrição da categoria considerada. (interna e externa), que usualmente varia de
Chave sinóptica: guia artificial em que a marrom a preto; ocorrência de manchas
cada táxon é dado um número; todas as ca- aprofundadas na casca; amadurecimento
racterísticas dos táxons são listadas, com irregular, com coloração anormal ou desu-
números de gêneros colocados para aque- niforme, caracterizado pela perda do sabor
las que são positivas; eliminando-se os ca- e aroma da fruta; diminuição da resistência
racteres sucessivos, ao acaso se desejado, normal, o que contribui para a penetração
eventualmente o número isolado mantido de microrganismos e, consequentemente,
indica o nome do táxon. para a perda do produto. A banana é um
exemplo de fruta tropical muito afetada
Chave taxonômica: guia para identificar por baixas temperaturas.
organismos por um arranjo sistemático das
características definidoras, de modo que Chip de DNA: tecnologia que utiliza uma
um táxon desconhecido pode ser isolado microlâmina (microchip) contendo milha-
por eliminação gradual de outras famílias, res de sequências de DNA ordenadas e
gêneros e espécies. As características defi- permite análises simultâneas de milhares de
nidoras são em geral dispostas em pares de marcadores genético-moleculares ou de se-
questões chamadas de parelhas. quências de cDNA baseadas na hibridiza-
ção com sondas específicas.
Cheeks: refere-se aos dois lados da vulva,
que apresentam cutículas perineais estria- Chocho: fruto que teve o desenvolvi-
das e sobrepostas, observados em fêmeas mento paralisado por causa da falta de adu-
de nematoides da espécie Meloidogyne bação ou de água; fruto leve, oco, sem
kikuyuensis. suco; seco.
Chilling: desordem fisiológica que ocorre Choque térmico: processo no qual os
em alguns produtos vegetais de origem tro- produtos agrícolas são submetidos à varia-
pical ou subtropical expostos a temperatu- ção abrupta na temperatura, com o obje-
ras inferiores a 13 °C; porém, acima do seu tivo de inativar microrganismos. É usado,
ponto de congelamento. As alterações principalmente, para o controle de doenças
(modificações nas membranas e nas pare- pós-colheita em frutas e hortaliças.

107
Chorume: na área agronômica, designa o sidade, podem causar altos prejuízos à
líquido resultante da lavagem de estábulos, agricultura e pecuária.
cocheiras, salas de ordenha e pocilgas. Chytridiomycetes: classe do filo Chytri-
É composto de estrume e urina de animal diomycota, que produz zoósporos unifla-
e da própria água usada na lavagem das ins- gelados e apresenta como principais fungos
talações, e pode ser utilizado como adubo fitopatogênicos: Synchytrium endobioticum,
e, em algumas situações, no controle bioló- Physoderma maydis e Olpidium brassicae.
gico de pragas e/ou patógenos.
Chytridiomycota: filo pertencente ao
Chromista: reino de domínio Eukaryota, reino Fungi, possui apenas uma classe.
proposto por Thomas Cavalier-Smith É considerado o mais primitivo dentro do
para situar os seres vivos autotróficos que reino Fungi, caracterizado por apresentar
não se incluem nos Reinos Monera, Plan- corpo unicelular, cenocítico, holocárpico
tae, Animalia nem Fungi. Como os seres ou eurocárpico, monocêntrico ou poli-
vivos que o compõem apresentam pig- cêntrico, e micelial, a parede celular con-
mentos fotossintéticos variados, o termo tém quitina e glucano, pelo menos na fase
passa a ideia de colorido. No reino hifálicos e zoósporos monoflagelados.
Chromista, estão as algas castanhas, as São fungos predominantemente sapró-
diatomáceas e as criptômonas, entre ou- bios e muitos são parasitas endo ou epi-
tras. Eles possuem cloroplastos encerra- bióticos de algas, vegetais, animais e
dos no retículo endoplasmático rugoso, fungos. Os patógenos podem causar sé-
característica que os distingue de todos os rios prejuízos econômicos em culturas co-
outros eucariotas. Ver reino. merciais. São conhecidas cerca de 800
Chuva ácida: emissão antropogênica de espécies, distribuídas em 5 ordens, 18 fa-
sulfeto de hidrogênio e óxidos de nitrogê- mílias e 112 gêneros. Desses gêneros, qua-
nio a partir da queima de combustíveis, que tro são fitopatogênicos: Olpidium,
interage com o vapor de água, produzindo Physoderma, Syncrytrium e Urophlyctis. Existe
ácidos nítricos e sulfúricos diluídos, cau- a possibilidade da utilização dos fungos
sando a acidificação da nuvem e água de Chytridiomycota em controle biológico
chuva de ampla extensão. Quando atinge o (de animais, vegetais ou outros fungos
solo na forma de chuva, neve ou neblina, que são danosos para a economia) e tam-
em contato com as plantas causa pintas, bém no controle da poluição de águas
manchas e enrolamento das folhas e, algu- continentais.
mas vezes, redução no crescimento e até Cianófilo: designa estruturas fúngicas
desponteiramento e sintomas de declínio cujas paredes absorvem azul de algodão se-
em árvores. letivamente. O teste de cianofilia é usado
Chuva de granizo: precipitação pluvio- na caracterização de determinados esporos
métrica na qual as gotas de água se conge- de Basidiomycota.
lam ao atravessar uma camada de ar frio, CIBio: sigla de Comissão Interna de Bios-
caindo sob a forma sólida. É constituída de segurança. Comissão responsável pela ela-
partículas de gelo dos mais variados tama- boração das normas de biossegurança
nhos e formas, que, dependendo da inten- relacionadas com os organismos transgêni-

108
cos, específica de cada instituição que tra- Ciclo biológico: ver ciclo de vida.
balha com organismos geneticamente
Ciclo celular: evento que compreende os
modificados. A existência de uma CIBio é
períodos de replicação e organização do
pré-requisito para a instituição receber da
DNA e organelas para divisão ou especiali-
Comissão Técnica Nacional de Biossegu-
zação. Dá origem às células-filhas.
rança um certificado de qualidade em bios-
segurança. Ciclo da doença: compreende todas as fa-
ses envolvidas no desenvolvimento da
Cíbrido: célula híbrida com o núcleo de
um indivíduo e organelas de outro. É ob- doença, incluindo os estádios de desenvol-
tido da fusão de dois protoplastos, sendo vimento do patógeno e os efeitos da
um deles submetido à radiação, a fim de eli- doença sobre o hospedeiro.
minar os genes nucleares. Ciclo de infecção: todos os eventos que
Cicatriz: área de abscisão de um esporo ou ocorrem desde o primeiro contato entre o
de um órgão da planta, como uma cicatriz patógeno e o hospedeiro até a necrose da
foliar no momento da queda ou abscisão lesão, ou seja, da deposição do inóculo,
das folhas. germinação, infecção, colonização e espo-
rulação, à morte dos tecidos do hospe-
Cicatrização: modificação nas paredes ce- deiro.
lulares de tecidos vegetais que sofreram da-
nos por ferimentos mecânicos ou causados Ciclo de vida: série progressiva de mudan-
por pragas ou patógenos. Envolve uma se- ças ou desenvolvimento que ocorrem nos
quência complexa de eventos na qual ocor- organismos vivos, ou seja, compreende to-
rem mecanismos de síntese que incluem das as fases da vida de um organismo,
proteínas estruturais, enzimas, compostos desde o nascimento, crescimento, reprodu-
fenólicos, etc., produzindo um efeito tó- ção, até a morte.
xico no local do ferimento. Também pode Ciclo direto: nos nematoides, refere-se
ocorrer a formação de periderme (lignifica- aos ovos de parasitas paternos que eclo-
ção e suberização), que atua como uma dem larvas de vida livre, as quais se desen-
barreira física adjacente ao local danificado, volvem diretamente em formas parasíticas.
isolando-o do tecido normal. Quanto mais
espessa, mais restringe a colonização pelos Ciclo epidêmico: crescimento positivo de
patógenos. uma população de um patógeno a partir do
mínimo até o máximo, seguido do seu cres-
Cicatrizado: refere-se às células conidio- cimento negativo para o mínimo. A maio-
gênicas e aos conídios que apresentam ci- ria dos ciclos epidêmicos é sazonal.
catrizes engrossadas.
Ciclo lisogênico: ciclo de sucessivas divi-
Ciclo assexuado: micélio composto por
sões da bactéria lisogênica, em que o pro-
hifas cenocíticas que formam estolões.
fago integrado ao cromossomo é
Onde os estolões tocam o substrato, for-
transmitido às células-filha.
mam rizoides. Nestes pontos, forma-se o
esporangióforo, que produzirá um espo- Ciclo lítico: ciclo reprodutivo de um vírus,
rângio, que vai liberar vários esporos ha- em que a bactéria hospedeira se rompe, li-
ploides. berando novas partículas virais.

109
Ciclo parasitário: conjunto de etapas por de polipeptídeos ligando-se à grande subu-
que passam um patógeno durante seu de- nidade dos ribossomos; a cicloheximida in-
senvolvimento; pode ser monoxênico (um terfere na progressão do ciclo mitótico.
só tipo de hospedeiro) ou heteroxênico
Ciências ômicas: termo ômica é derivado
(necessita de dois ou mais hospedeiros,
do sufixo “oma”, que significa “conjunto
sendo um final e os demais intermediá-
de”; assim, refere-se ao conjunto das disci-
rios).
plinas genômica, metabolômica, proteô-
Ciclo parassexual: em alguns fungos fila- mica e transcriptômica.
mentosos, processo que se inicia pela anas-
tomose de hifas e fusão de núcleos e Cigarrinha: inseto ativo (ordem Homop-
crossing-over mitótico, dando origem a uma tera, família Cicadellidae), sugador, fre-
fase diploide (2n), seguida de recombina- quentemente vetor de patógenos,
ção cromossômica, e gerando novos indi- especialmente micoplasma e vírus.
víduos haploides (n). Ocorre em fungos Ciliado: provido de cílios.
quando o ciclo normal é suprimido ou apa-
Cilíndrico: com as extremidades arredon-
rentemente está ausente.
dadas e com o mesmo diâmetro em todo
Ciclo primário: em doenças de plantas, seu comprimento.
primeiro ciclo iniciado em determinado
ano ou estação. Cilindrosporo: esporo com formato cilín-
drico.
Ciclo replicativo: etapas que compõem a
multiplicação/reprodução dos vírus em cé- Cílio: projeção fina, estruturalmente idên-
lulas suscetíveis. tica ao flagelo, encontrada em algumas cé-
lulas. Geralmente se usa o termo cílios nos
Ciclo secundário: em doenças de plantas, casos em que eles são numerosos e curtos.
qualquer ciclo iniciado por inóculo produ- Além da função de locomoção, também,
zido na mesma estação. pode fazer parte dos mecanismos de de-
Ciclo sexual: processo que se caracteriza fesa.
pela reprodução sexual, a qual envolve a Cinetoplasto: organela que possui confi-
união de dois núcleos compatíveis. Tipica- gurações típicas de membranas mitocon-
mente consiste em três fases distintas: plas- driais, presente em alguns protozoários,
mogamia, cariogamia e meiose. como os das espécies do gênero Phytomonas,
Ciclo vegetativo: compreende todas as fa- causadores de doenças em plantas. Prova-
ses da vida de uma planta, inicia com a ger- velmente é uma mitocôndria especializada,
minação da semente ou o plantio de partes muito rica em DNA. O cinetoplasto pre-
(rizomas e estacas) de uma planta capaz de sente no gênero Phytomonas tem DNA sufi-
gerar uma nova planta e termina com a co- ciente para visualização em microscópio
lheita. óptico, com o auxílio de métodos citoquí-
micos.
Cicloheximida: antibiótico antifúngico
produzido por Streptomyces griseus. Inibe a Cinturão verde: faixa de terra, usualmente
síntese de proteínas em eucariontes, mas de alguns quilômetros, no entorno de áreas
não em procariontes. Bloqueia a formação urbanas, preservada como espaço aberto.

110
Seu objetivo é prevenir a expansão exces- Circunfenestra: abertura circular nos cis-
siva das cidades e os processos de conurba- tos, resultante de fenestração que ocorre
ção, trazendo ar fresco e espaço rural não pela dissolução da cutícula ao redor da
degradado para o mais perto possível dos vulva, observada em alguns nematoides da
moradores das cidades. Usualmente é uma subfamília Heteroderinae.
área de pequenas propriedades agrícolas Circunscrito: delimitado por todos os la-
dedicadas à produção de hortaliças. dos.
CIPF: na defesa fitossanitária, é a sigla Cirro: massa de esporos semelhante a um
para Convenção Internacional de Proteção filete, que sai do ostíolo do peritécio ou
Fitossanitária. Ver convenção internacional picnídio de algumas espécies de fungos.
de proteção fitossanitária.
Cirroso: com cirro; anelado; ondulado; en-
Cipó: nome comum de diversas espécies crespado.
de plantas que se fixam no solo, sem sus-
tentação própria, e que se apoiam em ou- Cirrus: ver cirro.
tros vegetais para alcançar grande altura Cirurgia: método de erradicação que con-
através de contorções e enrolamentos em siste na remoção, com auxílio de uma ferra-
busca de luz. O cipó é como planta nociva, menta cortante, de partes lesionadas de um
pois infesta florestas até seu extermínio. tecido ou órgão doente de uma planta,
Pode causar o estrangulamento do caule da acompanhada da aplicação, por pincela-
planta que o sustenta e/ou cobrir toda a mento, de uma pasta preparada com um
copa da planta, impedindo-a de realizar fo- fungicida protetor sobre a área exposta, co-
tossíntese, culminando com a sua morte. mumente fungicidas cúpricos.
Cipó-chumbo: nome popular de uma Cissiparidade: ver fissão binária.
planta (Cuscuta spp.) da família das convol-
Cistídio: elemento estéril muito seme-
vuláceas, considerada uma planta parasita.
lhante a basídio, incrustado ou não, proje-
Não possui folhas nem clorofila e, por isso,
tado muito além do plano himenial, em
não faz fotossíntese, vivendo dos nutrien-
Basidiomycota.
tes da planta hospedeira.
Cisto: (1) em nematoides, estrutura de re-
Circinado: anelado; ondulado.
sistência constituída pelo corpo dilatado da
Circularização: processo em que um frag- fêmea morta, cuja parede se torna espessa,
mento de DNA é produzido por digestão, endurecida e de coloração escura, e capaz
com uma endonuclease de restrição para de preservar os ovos dormentes viáveis por
gerar extremidades 5’ e 3’ complementares, vários anos, principalmente em condições
permitindo anelamento. de baixa temperatura e umidade, como
ocorre com fêmeas de nematoides dos gê-
Círculo de hospedeiros: ver gama de
neros Heterodera e Globodera; (2) estrutura
hospedeiros.
formada por zoósporo, que, sob condições
Circumiário: célula muscular cujas fibras desfavoráveis, envolve-se por uma parede
musculares circundam completamente o espessa, permanecendo em estado latente,
sarcoplasma. até que condições mais favoráveis ocor-

111
ram, para então germinar ou produzir ou- Citoplasma: espaço celular compreendido
tro zoósporo nos Oomycotas diplanéticos. entre a membrana plasmática e o núcleo,
constituído de uma matriz complexa de
Cisto branco: fêmeas novas e maduras de
macromoléculas e organelas, onde se reali-
algumas espécies de nematoides da família
zam processos e reações diversas.
Heteroderidae.
Citosina: uma das bases pirimidínicas que
Cistossoro: agrupamento de cistos ou es- formam a estrutura tanto do DNA como
poros quiescentes ou de resistência, com do RNA; ela emparelha com a guanina em
envoltório escuro. ambos os ácidos nucleicos.
Cis-trans: teste para comparar dois mu- Citósporo: zoósporo encistado, formado
tantes com vistas a saber se eles se comple- na saída do zoosporângio, que germina
tam ou não. Eles podem ser colocados em para produzir um novo zoósporo ou pla-
posição CIS (m1m2/++) ou TRANS nósporo.
(+m2+m1) e, se houver diferença entre as
duas posições, pode-se dizer que eles estão Citossol: parte do citoplasma desprovida
no mesmo cistron ou não, isto é, se são ale- de membranas e estruturas.
los ou não. Citossomo: citoplasma.
Cístron: sequência de DNA que funciona Citotaxonomia: consiste no uso de carac-
com uma unidade para produzir um RNA terísticas citológicas e citogenéticas como
ou um produto proteico. elemento auxiliar na taxonomia e estabele-
cimento dos táxons nos seres vivos. Os da-
Citocinese: processo de divisão do cito-
dos citogenéticos mais utilizados são
plasma que ocorre após o término da teló-
número e morfologia dos cromossomos, o
fase da mitose ou da meiose. padrão de bandas cromossômicas, a quan-
Citocinina: grupo de substâncias solúveis, tidade de DNA, os cariótipos, a análise ge-
sintéticas ou naturais, que agem como re- nômica e o parâmetro meiótico (Romero,
guladores de crescimento em concentra- 2006).
ções extremamente baixas (µM). Modula as Citotoxicidade: capacidade de um pro-
atividades funcionais de células e tecidos e duto de causar toxidez à célula.
induz a divisão celular.
Citotóxico: qualquer substância que seja
Citófago: que se alimenta de células. nociva para a estrutura e função celular, po-
Citogenética: estudo da estrutura e da he- dendo causar a morte da célula.
rança dos cromossomos. Citotoxina: anticorpo ou toxina que ataca
Citólise: dissolução ou destruição das cé- ou destrói as células em alguns órgãos ou
lulas. tecidos.

Citologia: estudo da estrutura e da organi- cl.: abreviatura de clone. Ver clone.


zação funcional da célula. CL50: ver concentração média letal.
Citopatologia: estudo das mudanças in- CL50 inalatória: ver concentração letal
duzidas pela doença a nível celular. 50% inalatória.

112
Cladística: método de classificação ba- croscópio óptico. Colocam-se os frag-
seado na análise de caracteres, que investiga mentos em benzol, xilol ou toluol,
as relações filogenéticas, ou seja, evolutivas, solventes do álcool e da parafina. Os frag-
entre grupos de seres vivos, a fim de se ob- mentos ficarão embebidos em substância
ter a sua genealogia; sistematização que miscível com a parafina. Após esse pro-
procura reunir em um grupo taxonômico cesso, os fragmentos serão submetidos à
apenas organismos descendentes de um impregnação.
mesmo ancestral.
Clarificação: (1) método de microtécnica
Clado: grupo de organismos que compar- vegetal que consiste em promover a diafa-
tilham um determinado ancestral comum; nização de órgãos ou tecidos vegetais, par-
ramo de um cladograma. ticularmente folhas e flores, pela passagem
Cladódio: caule achatado, verde e com o dessas estruturas em substâncias capazes
formato de uma folha. É rico em água e ca- de remover o conteúdo citoplasmático e as
racteriza plantas de clima árido. organelas celulares vivas ou mortas. Além
Cladograma: representação gráfica em de estudos em anatomia vegetal, o método
forma de árvore, na qual são apresentadas tem utilidade em Fitopatologia, como uma
as prováveis relações filogenéticas entre os técnica de histopatologia, no estudo da in-
grupos de seres vivos considerados. teração planta-patógeno, particularmente
no início da infecção. Solventes orgânicos
Cladosporiose: denominação dada às
são usados para clarificar os extratos de te-
doenças causadas por fungos do gênero
cido pela precipitação e desnaturação das
Cladosporium.
proteínas da planta e das estruturas que
Cladósporo: esporo formado em ramos, contêm lipídios; (2) processo empregado
como no gênero Cladosporium. para obtenção, no sedimento de uma cen-
Clamidoconídio: ver clamidósporo. trifugação de alta velocidade, do máximo
de vírus com a menor quantidade possível
Clamidospórico: relativo a clamidósporo. de outros materiais.
Clamidósporo: esporo assexual de re-
Classe: na classificação taxonômica dos
pouso, rico em nutrientes e substâncias de
fungos, é o nome dado a um grupo de or-
reserva, de paredes espessas, resistente e
dens estreitamente relacionadas. Os nomes
formado pela modificação de um seg-
mento de hifa, intercalar ou terminal, ou das classes podem ser reconhecidos pelo
de esporos clonais (conídios) de certos sufixo mycetes, como Oomycetes e Plas-
fungos. Destinado a garantir a sobrevi- modiophoromycetes.
vência da espécie em condições ambien- Classe de periculosidade ambiental:
tais adversas. categoria em que são classificados os de-
Clareamento: processo empregado no fensivos agrícolas de acordo com sua peri-
preparo de amostras fixadas para inspe- culosidade ao meio ambiente: a) classe I:
ção, realizado após a desidratação de frag- altamente perigoso; b) classe II: muito pe-
mentos de tecidos de órgãos doentes para rigoso; c) classe III: perigoso; e d) classe
o estudo histológico, com auxílio do mi- IV: pouco perigoso.

113
Classe de produto: grupo de produtos sos organismos, potencial mutagênico, te-
que podem ser considerados em forma si- ratogênico, carcinogênico, obedecendo as
milar pela regulamentação fitossanitária. seguintes categorias: classe I: altamente pe-
rigoso ao meio ambiente (faixa vermelha);
Classe toxicológica: ver classificação to-
b) classe II: muito perigoso ao meio am-
xicológica.
biente (faixa amarela); c) classe III: peri-
Classe de imunoglobulinas: subfamília goso ao meio ambiente (faixa azul);
de imunoglobulinas baseadas nas diferen- d) classe IV: pouco perigoso ao meio am-
ças de tamanho da sequência de cadeias-H biente (faixa verde).
de aminoácidos. Isotipos IgA, IgD, IgE, Classificação dos defensivos agrícolas
IgG e IgM. com relação à persistência no am-
Clássico: em nomenclatura, diz-se do biente: a classificação dos defensivos,
nome escrito em latim ou grego antigo. quanto à persistência (meia vida = T1/2), é
dada pela porcentagem de desprendimento
Classificação: arranjo sistemático de no- de 14CO2 em 28 dias: a) até 1% = persistên-
mes de organismos em categorias, com cia alta (T1/2 acima de 180 dias); b) de 1%
base em suas características. Os grupos a 10% = persistência média (T1/2 entre 90
amplos (divisão, subdivisão, classe, sub- e 180 dias); c) de 10% a 25% = persistência
classe, ordem e subordem) reúnem-se pelas reduzida (T1/2 entre 30 e 90 dias); d) acima
características mais gerais, e os menores de 25% = não persistente (T1/2 abaixo de
(família, subfamília, gênero e subgênero) 30 dias).
são baseados em diferenças mais particula-
res e propriedades específicas. A ordem Classificação dos defensivos agrícolas
dos grupos é governada pelo Código Inter- quanto à forma toxicológica: classifica-
nacional de Nomenclatura Botânica. ção de acordo com o DL50: extremamente
tóxico = <5 ppm; altamente tóxico =
Classificação biológica: ver taxonomia. 5 ppm a 50 ppm; regularmente tóxico =
Classificação das aplicações de acordo 50 ppm a 500 ppm; pouco tóxico =
com o diâmetro das gotas: aerosol 500 ppm a 5.000 ppm; praticamente
<50 μm; neblina 51 μm a 100 μm; pulveri- atóxico = >5.000 ppm.
zação fina 101 μm a 200 μm; pulverização Classificação dos volumes de aplicação
média 201 μm a 400 μm; pulverização terrestre: classificação de acordo com o
grossa 401 μm a 600 μm e pulverização volume de aplicação que a cultura recebe.
muito grossa >600 μm. Divide-se em A e B. Para A (culturas rastei-
Classificação de praga: na defesa fitossa- ras), alto volume é > 600 L ha-1, médio vo-
nitária, processo para determinar se um or- lume varia de 200 L ha-1 a 600 L ha-1, baixo
volume varia de 50 L ha-1 a 200 L ha-1,
ganismo tem ou não as características de
muito baixo volume varia de 5 L ha-1 a
uma praga de expressão econômica.
50 L ha-1 e ultrabaixo volume é < 5 L ha-1.
Classificação do potencial de risco dos Para B (arbustos e árvores), alto volume é
defensivos agrícolas ao meio ambiente: > 1.000 L ha-1, médio volume varia de
baseia-se nos parâmetros bioacumulação, 500 L ha-1 a 1.000 L ha-1, baixo volume va-
persistência, transporte, toxicidade a diver- ria de 200 L ha-1 a 500 L ha-1, muito baixo

114
volume varia de 50 L ha-1 a 200 L ha-1 e Clávula: pequena clava; diz-se do esporó-
ultrabaixo volume é < 50 L ha-1. foro claviforme de alguns fungos.
Classificação dos volumes aplicados Cleistocarpo: ascocarpo fechado, ástomo;
na aviação agrícola: UBV = ultrabaixo destituído de deiscência especial, só libera
volume (quando o volume for inferior a os esporos mediante a ruptura do perídio,
5 L ha-1); BV = baixo volume (quando o como em Erysiphales.
volume estiver entre 5 L ha-1 e 30 L ha-1); Cleistotécio: tipo de frutificação, peritécio
MV = médio volume (quando o volume ascocárpico completamente fechado, com
estiver entre 30 L ha-1 e 50 L ha-1); ausência de ostíolo, próprio de Erysiphales.
AV = alto volume (quando o volume for
superior a 50 L ha-1). Clenducidade: tipo especial de escape a
uma doença, no qual o hospedeiro suscetí-
Classificação toxicológica dos defensi- vel resiste à doença por causa de uma pro-
vos agrícolas: categoria em que são classi- priedade intrínseca própria, que reduz
ficados os defensivos agrícolas de acordo grandemente as chances de ser inoculado,
com a toxidez: a) classe I: extremamente mesmo quando o inóculo é abundante na
tóxico (faixa vermelha); b) classe II: alta- área; tipo de escape, caracterizado pela im-
mente tóxico (faixa amarela); c) classe III: possibilidade de um vetor inocular o pató-
moderadamente tóxico (faixa azul); e d) geno. A planta é suscetível ao patógeno,
classe IV: pouco tóxico (faixa verde). mas é resistente ao vetor.
Classificação toxicológica dos defensi- Cleptotipo: fragmento retirado do holó-
vos agrícolas para efeito de rotulagem: tipo.
ver classificação do potencial de risco dos
Cliente: pessoa física ou jurídica que envia
defensivos agrícolas ao meio ambiente.
amostras ou se dirige ao laboratório de fi-
Clastótipo: fragmento de um espécime- topatologia ou ao fitopatologista para soli-
-tipo. citar um diagnóstico ou qualquer tipo de
Clatriforme: em forma de rede. orientação técnica.

Clatroide: em forma de esfera oca e perfu- Clima: conjunto de fenômenos do tempo


rada; retículo esférico. que ocorrem num lugar ou numa região
por um número extenso de anos. Inclui
Cláusula sanitária: cláusula que aparece condições médias e extremas de tempera-
em contratos de vendas de madeira, nela é tura, umidade, precipitação, ventos e ne-
requerida a eliminação de árvores doentes bulosidade. O clima também leva em
ou de resíduos infectados ou apodrecidos. consideração a topografia e a proximidade
Clavado: ver claviforme. dos oceanos ou das correntes oceânicas.

Claviforme: diz-se de corpos frutíferos, Climadiagrama: gráfico no qual um fator


estipes, cistídios, ascos, basídios, etc., que climático importante é lançado contra ou-
apresentam a forma de clava, isto é, dila- tro.
tado em uma extremidade e afilado na ou- Climatologia: ciência que estuda o clima
tra. de dada área, em determinado período, in-

115
cluindo relações estatísticas, valores mé- Clivagem: (1) corte do ácido nucleico ou
dios, valores normais, frequências, de uma proteína, usualmente por enzimas
variações, distribuição, etc. dos elementos em um sítio específico; (2) processo esqui-
meteorológicos e suas causas. zolítico (quando as metades dos septos se
separam para liberação do esporo, por rup-
Climatologia aplicada: ciência que enfa-
tura da lamela média existente entre ambas)
tiza a aplicação dos conhecimentos e prin-
decorrente da formação de um septo.
cípios climatológicos nas soluções dos
problemas práticos que afetam a humani- Cloaca: em machos de nematoides, o ca-
dade, como a climatologia agrícola e a bio- nal de natureza cuticular, resultante da jun-
climatologia. ção dos terminais dos aparelhos digestivo e
reprodutivo, que se abre para o exterior por
Clínica de fitopatologia: local para onde um poro ventral.
os produtores, os agentes de extensão e ou-
tros podem enviar plantas doentes ou par- Clonagem: (1) processo assexual de pro-
tes delas e amostras de solo com plantas dução de um grupo de células ou de indiví-
doentes ou partes delas para análise e emis- duos (clone), todos geneticamente
são de um diagnóstico. idênticos, a partir de um único indivíduo;
(2) na tecnologia do DNA recombinante, é
Clínica fitossanitária: laboratório para o uso da manipulação do DNA para pro-
onde os produtores, os agentes de extensão duzir múltiplas cópias idênticas de um
e outros podem enviar plantas ou partes único gene ou fragmento de DNA.
delas doentes ou atacadas por pragas ou
plantas daninhas e amostras de solo com Clonagem de ácido nucleico: processo
plantas doentes ou partes delas para análise in vitro, utilizado para se obter cópias de
e emissão de um diagnóstico. um fragmento de ácido nucleico por re-
combinação com um vetor apropriado e
Clinídio: (1) filamento esporogênico de inserção em um hospedeiro compatível
um picnídio; (2) célula que faz parte de um que possibilita a replicação do fragmento
clinódio e produz uma série de esporos por inserido.
geração sucessiva; (3) esporocarpo caracte-
rizado por uma placenta, em forma de tabi- Clonagem de cDNA: clonagem de uma
que, e que possui filamentos esporíferos sequência codificadora de um gene, a partir
monospóricos de um lado. da transcrição reversa de seu RNAm.

Clinidiósporo: esporo formado em um Clonagem de gene: isolamento e inser-


ção de gene no interior de uma bactéria
clinídio.
onde ele pode se multiplicar.
Cliniósporo: ver clinidiósporo.
Clonagem molecular: amplificação de
Clipeado: provido de clípeo; em forma de uma sequência de DNA pela divisão mitó-
escudo; peltado. tica de uma célula hospedeira que foi trans-
Clípeo: estroma de coloração escura e de formada.
textura firme e rígida, que circunda o pes- Clonagem posicional: metodologia ge-
coço dos peritécios de membros da família nômica que visa à clonagem de um gene
Clypeosphaeriaceae. cuja base molecular é desenvolvida tendo

116
como ponto de partida o mapeamento de Clorador: dispositivo para adicionar cloro.
um QTL pela análise de cossegregação de
Cloramina: composto orgânico que con-
marcadores com a variação genotípica.
tém cloro e que é utilizado como desinfes-
Essa metodologia envolve, em geral, o ma-
tante.
peamento genético de alta resolução se-
guido pelo isolamento de clones de DNA Cloranfenicol: antibiótico de amplo es-
parcialmente sobrepostos, na tentativa de pectro, eficaz contra bactérias Gram-
progredir ao longo do cromossomo em di- -negativas e Gram-positivas. Inibe a sín-
reção ao gene-alvo. tese de proteínas por causa do bloqueio
específico dos ribossomos bacterianos
Clonar: reproduzir organismos individuais
nas subunidades 50 S.
assexuadamente. O organismo ou grupo
de organismos (grupo de células) assim re- Clorescência: esverdeamento anormal de
produzido é chamado clone. partes da planta.
Clone: progênie geneticamente uniforme Cloreto de trifenil tetrazólio: os sais de
oriunda de um único indivíduo ou de um tetrazólio são indicadores da reação de oxi-
conjunto de células geneticamente idênti- dação. Redução ocorre nos tecidos vegetais
cas, produzida pela propagação vegetativa vivos, sendo já bem conhecido o desenvol-
ou assexuada. População de indivíduos ob- vimento de uma coloração vermelha, não
tidos por propagação vegetativa a partir de difusível, como resultado da redução dos
um único indivíduo (Gardner; Snustad, referidos sais pela ação enzimática.
1986). Cloro: elemento que se constitui de gás es-
Clone celular: população de células deri- verdeado tóxico, irritante e venenoso,
vadas de sucessivas divisões de uma única usado como desinfetante e clareador.
célula. Existe como molécula diatômica Cl2.
Clone de cDNA: sequência dúplex de Cloro ativo: elemento do grupo halogê-
DNA representando um RNA, inserida nico, utilizado para a cloração de água e
em um vetor de clonagem. como saneante. Emprega-se, comumente,
o hipoclorito de sódio (NaOCl) como
Clone infeccioso: cópia do genoma viral
fonte de cloro.
em um DNA fita dupla que é inserido em
um vetor de expressão (plasmídeo). Esse Cloro residual: ao se aplicar cloro à água,
DNA expresso e cópias infecciosas do ví- parte do cloro é consumido na oxidação e
rus surgem em células transformadas ou formação de compostos com materiais
transfectadas. pré-existentes na água; o resto que perma-
nece na solução constitui o cloro residual.
Clone transgênico: ver planta transgê-
Esse é o cloro ativo, que destrói patógenos
nica.
quando um produto é tratado com água
Cloração: uso do cloro como desinfetante. clorada.
Clorado: tratado com cloro ou combinado Clorofila: pigmento verde presente nas fo-
quimicamente com cloro ou um composto lhas e nas partes verdes dos vegetais. As
de cloro. moléculas de clorofila absorvem a luz para

117
realizar a fotossíntese, são, portanto, essen- plantas no escuro. A clorose também pode
ciais às plantas fotossintéticas na produção ser causada por doenças.
de carboidratos a partir do dióxido de car- Clorose seccional: clorose apresentada
bono e água. em setores na folha.
Clorofluorcarbono: classe de compostos Clorose-variegada: doença de citros, cau-
orgânicos que contêm carbono, cloro e sada por Xylella fastidiosa e caracterizada
flúor. Fréon é o nome comercial de um clo- pelo amarelecimento das folhas de forma
rofluorcarbono (CFC). Esses compostos variegada, semelhante aos sintomas de de-
são usados na refrigeração (tanto em refri- ficiência de zinco e/ou manganês.
geradores como em condicionadores de
ar), como propelentes em latas de aerosol e Clorótico: que exibe clorose, indicando
limpadores de placas de circuito de compu- perda parcial de clorofila; verde-amarelo
tadores, e na manufatura de espuma de es- pálido.
tireno. Os CFCs não são tóxicos, mas vêm Closterósporo: fragmósporo multinu-
sendo abolidos porque se acumulam na at- cleado de Trichophyton, similar a um ascogô-
mosfera superior, onde a luz solar os trans- nio ou a um anterídio degenerado.
forma em agentes químicos que destroem
Cluster análise: tratamento matemático
a camada de ozônio protetora da Terra.
de comparações de caráter, usado para
Clorofórmio: triclorometano; líquido in- identificação de grupos taxonômicos a par-
color e volátil. Usado como solvente e ma- tir de valores de similaridade.
téria-prima para a produção de outros
Coabitante: que vive junto.
compostos.
Coadjuvante: substância inerte ou inócua
Cloroplasto: plastídeo que contém cloro-
ao patógeno que, adicionada à formulação
fila, encontrado em grande número nas cé-
do defensivo agrícola, auxilia o princípio
lulas das plantas verdes. Organela ativo a cumprir sua finalidade e, assim, me-
responsável pela captação da energia solar; lhora sua ação.
local onde, pela fotossíntese, ocorrem rea-
ções importantes para a síntese de açúcar e Coadunado: unido; ligado; associado em
amido e para a geração de oxigênio. um.
Clorose: sintoma hiperplástico caracteri- Coagulação: transformação de um fluido
zado pela ausência completa ou parcial de para uma massa sólida. Em sistemas bioló-
clorofila em um órgão da planta normal- gicos, frequentemente é o resultado da des-
mente verde, de modo que o órgão se torna naturação de proteínas em solução.
verde-amarelado, amarelo ou branco. Con- Coagulante: agente que causa coagulação.
dição que pode ser resultante da diminui-
ção no tamanho ou número de cloroplastos, Coágulo: massa mole, semissólida, que re-
da destruição da clorofila ou da deficiência sulta da coagulação de um líquido.
na síntese de clorofila, como em plantas Coalescência: (1) fusão de um conjunto
deficientes em ferro. A ausência de produ- de lesões próximas formando uma área
ção de clorofila pode advir de fatores gené- única de tecido lesionado; (2) fusão de duas
ticos (albinismo) ou crescimento das gotas de água em uma única gota maior.

118
Coalescente: aderente, aglutinado, unido. Cocos: células pequenas com formato es-
férico ou ovoide.
Coalescer: fundir ou unir um com outro.
Cocultura: cultivo simultâneo de dois or-
Coanomastigota: estádio de desenvolvi-
ganismos ou de um organismo e um ex-
mento de protozoário flagelado, em que o
plante em um meio de cultura; por exemplo,
cinetoplasto e o ponto de origem do fla-
uma das etapas do processo de transforma-
gelo são anteriores ao núcleo. ção via Agrobacterium envolve a cocultura da
Cobertura: proporção da área alvo das Agrobacterium e do explante vegetal.
plantas ou partes da planta sobre a qual o Código Bayer: na defesa fitossanitária, o
produto aplicado é retido após a pulveriza- sistema de código Bayer é um banco de da-
ção ou polvilhamento. dos com nomes de pragas e patógenos,
Cobertura morta: cobertura natural ou plantas hospedeiras e outros organismos
sintética que, colocada em volta da base das relevantes para a proteção fitossanitária,
plantas, serve para conservar a umidade, usado principalmente por companhias in-
para reduzir a incidência de ervas daninhas ternacionais que requerem um sistema em
ou para moderar as mudanças de tempera- código para uso nas suas operações inter-
tura. Muitas vezes a cobertura morta é útil nas em diferentes países.
na redução dos salpicos das gotas de água Código de acesso: sistema de cadastra-
das chuvas ou das irrigações, pois minimiza mento de uma amostra de germoplasma,
a dispersão de propágulos de patógenos atribuindo-lhe uma numeração, que é ex-
habitantes do solo. clusiva.
Cobertura reflexiva: camada de plástico, Código de produto: na defesa fitossanitá-
alumínio ou palha colocada sobre a super- ria, conjunto alfanumérico de 13 dígitos
fície do solo e ao redor das plantas, para que representa a união dos códigos de gê-
controlar insetos vetores. nero, espécies, uso proposto, parte vegetal,
apresentação, classe e categoria de risco fi-
Cobertura total: aplicação de um material tossanitário.
em toda a área de uma cultura ou em toda
a área foliar, ou em qualquer outra parte de Código genético: combinação tripla de
uma planta, até iniciar o escorrimento. bases orgânicas contidas no DNA, que
possui as informações necessárias para sín-
Cochonilhas: insetos pequenos, ovais tese de aminoácidos e proteínas.
(família Pseudococcidae, superfamília
Coccoidea) e sugadores, que recobrem as Código internacional de nomenclatura
partes atacadas com escamas cotonosas. botânica: sistema de regras e recomenda-
ções formulado sob a autoridade dos Con-
Estão envolvidos na transmissão de vírus
gressos Internacionais de Botânica.
fitopatogênicos.
Coding: processo pelo qual a sequência de
Cocobacilo: bactéria em formato de ba-
nucleotídeos dentro de uma área do RNA
cilo ovalado.
determina a sequência de aminoácidos na
Cocoide: que tem a forma de esfera. síntese de uma proteína específica.

119
Codominância: expressão de ambos os um indivíduo sejam idênticos por ascen-
alelos no indivíduo heterozigoto. dência.
Codominante: alelos que não estão rela- Coeficiente de parentesco: medida da
cionados mutuamente em termos de domi- distância genética entre dois indivíduos ou
nância e recessividade, sendo que seus variedades.
produtos gênicos ocorrem independente-
Coeficiente de regressão: ver coeficiente
mente e ambos manisfestam-se genotipica-
de determinação.
mente.
Coeficiente de sedimentação: número
Códon: subunidade de um filamento de
que indica o tamanho de uma partícula me-
DNA ou RNA, que consiste na sequência
dido pela sua velocidade de sedimentação
de três nucleotídeos, que codificam para
em um solvente. A velocidade de sedimen-
um aminoácido específico ou representam
tação de macromoléculas, como vírus, por
o sinal de início ou término da tradução.
unidade de campo centrífugo é medida em
Coeficiente de correlação: mensuração unidades Svedberg (S). Uma unidade S é
do grau de relação linear entre duas variá- 10-13 s.
veis quantitativas. É simbolizado por r.
Coeficiente de solubilidade: quantidade
Este coeficiente varia entre os valores -1 e
máxima de uma substância sólida, soluto,
1. O valor 0 (zero) significa que não há re-
que se dissolve numa quantidade padrão,
lação linear, o valor 1 (um) indica uma rela-
geralmente 100 g ou 1.000 g de um sol-
ção linear perfeita e o valor -1 (menos um)
vente; ponto de saturação. No caso de dis-
também indica uma relação linear perfeita
solução de gases em líquido, o coeficiente
mas inversa, ou seja, quando uma das variá-
de solubilidade expressa o volume máximo
veis aumenta a outra diminui. Quanto mais
em litros, nas CNTP, do gás que se dissolve
próximo estiver de 1 ou -1, mais forte é a
em um litro do solvente.
associação linear entre as duas variáveis.
Coeleomycetes: classe que abrigava fun-
Coeficiente de determinação: coefi-
gos anamórficos produtores de conídios
ciente igual ao quadrado do coeficiente de
sobre conidióforos desenvolvidos em co-
correlação. É simbolizado por r2 e sempre
nidiomata acervular, picnidial, copulado ou
positivo. O r2 indica o percentual de variân-
estromático. Em desuso, porém ainda útil
cia total da variável dependente, que é ex-
para a sistemática de fungos anamórficos.
plicado pela equação de regressão,
enquanto o coeficiente de relação (r) mede Coenzimas: moléculas orgânicas, meno-
a força da relação entre as variáveis. res que as proteínas, que estão frouxamente
associadas às enzimas. As coenzimas aju-
Coeficiente de diluição: razão entre o
dam a regular a atividade de uma reação ca-
volume total de uma amostra diluída e o
talisada, ligando-se a proteínas inativas para
volume da amostra concentrada que foi di-
formar sistemas de enzimas ativos. Muitas
luída.
vitaminas são coenzimas de processos vi-
Coeficiente de endogamia: medida tais, por isso são de grande importância.
quantitativa da intensidade de endogamia. A coenzima A, por exemplo, é importante
Probabilidade mínima de que dois alelos de na respiração celular.

120
Coesão: força de atração entre moléculas Coinoculação: inoculação simultânea de
semelhantes. A coesão é responsável pela dois ou mais patógenos em uma mesma
capacidade de um líquido de formar gotas. hospedeira.
Coespecífico: que pertence ou que se rela- Colapso: (1) qualidade da hifa e do esporo
ciona à mesma espécie. quando perdem a turgidez vital e passam a
se apresentar deprimidos e enrugados;
Coevolução: condição em que modifica-
(2) desordem fisiológica muito comum na
ções genéticas na população de um dos
polpa de frutas que se manifesta pelo escu-
componentes (patógeno ou hospedeiro)
recimento dos tecidos, embora permane-
são acompanhadas por modificações gené-
çam firmes. É típico de frutas desenvolvidas
ticas na população do outro. Patógeno e em estações muito frias e com elevada umi-
hospedeiro estão em guerra evolutiva con- dade relativa. Também ocorre pelo arma-
tínua, cujos elementos característicos são o zenamento sob baixas temperaturas, em
aparecimento de um mecanismo inédito de virtude da oxidação de fenólicos e do acú-
defesa, em uma determinada linhagem do mulo de substâncias tóxicas. Aumenta com
hospedeiro, e a subsequente evolução de o prolongamento do período de armazena-
um mecanismo complementar de ataque mento, e os sintomas tornam-se evidentes
em uma linhagem do patógeno, ou vice- após a remoção do produto da câmara de
-versa. armazenamento.
Coexistência: existência simultânea de Colar: tipo de sulco anelar que circunda o
duas ou mais espécies num mesmo habitat. ápice do estipe que resulta da reunião de la-
Cofamíla: pertencente a mesma família. melas, ao qual se prendem de tal maneira
que, entre o colar e o estipe, fica um espaço
Cofator: composto não proteico, vital ao denominado vécula.
funcionamento normal de certas enzimas.
O cofator pode ajudar na função catalítica Colar hifal: anel hifal que permanece cir-
de uma enzima, como fazem os cofatores cundando o corpo do nematoide, embora
metálicos (ferro, cobre ou magnésio) e as destacado do pedúnculo que o ligava ao
moléculas orgânicas (coenzimas), ou tomar micélio. Forma-se, geralmente, quando a
parte da reação enzimática, como fazem as tentativa do nematoide de se libertar do mi-
coenzimas solúveis. célio é bem sucedida.

Cognato: que possui a mesma origem. Colarete: estrutura em forma de funil ou


disco localizada no ápice de uma célula co-
Cogumelo: designação dada a um tipo de nidiogênica.
frutificação dos Basidiomycota que possui
uma estrutura semelhante a um pé curto Colateral: diz-se dos órgãos ou pletên-
ou longo e sustenta na sua parte superior quima situados lado a lado.
uma estrutura semelhante a um chapéu, Coleção: conjunto de espécimes de fun-
onde se formam os basidiósporos. gos, bactérias e plantas.
Coinfecção: infecção simultânea de dois Coleção ativa: coleção de acessos que é
ou mais patógenos em uma mesma hospe- rotineiramente usada para propósitos de
deira. pesquisa, caracterização, avaliação e utiliza-

121
ção de materiais. É multiplicada, de acordo ção de um ou mais espécime feita, pelo
com a demanda, e regenerada periodica- mesmo ou mais coletores, no mesmo local
mente. O caráter dinâmico da coleção ativa e na mesma data (Turland et al., 2018).
é indicado pelo fato de que acessos entram
Coleta de dados: fase da pesquisa em que
e saem de seu inventário, conforme deci-
se reúnem dados por meio de técnicas es-
sões gerenciais.
pecíficas.
Coleção base: coleção abrangente de
Coletar: na fitopatologia, fazer a coleta de
acessos conservada em longo prazo. A co-
órgãos de plantas em cultivos agrícolas, em
leção de base ideal deve conter amostras
bancos de germoplasma, em depósitos de
representativas de todo o germoplasma da
sementes ou de madeira, para identificação
espécie.
de patógenos, diagnóstico de doenças e ati-
Coleção de campo: coleção de plantas vidades de pesquisa.
mantida para propósitos de conservação
e/ou pesquisa. Plantas com as quais se pre- Coleto: região de transição, na superfície
tende promover cruzamentos controlados do solo, entre o sistema radicular e o caule
ou multiplicação de sementes. da planta.

Coleção de culturas: equivalente micro- Coletor de esporos: equipamento utili-


biológico de herbário botânico ou micoló- zado para a coleta de esporos, especial-
gico; o repositório de culturas de fungos, mente de patógenos biotróficos (como os
bactérias e outros organismos. fungos causadores das ferrugens e oídios),
diretamente das lesões esporuladas. Con-
Coleção de germoplasma: coleção de siste de um coletor acoplado a uma bomba
acessos de uma espécie com origens geo- de sucção que contém, na sua parte infe-
gráficas diversas e ambientalmente varia- rior, um tubo, onde os esporos são armaze-
das, mantida com a finalidade de preservar nados.
sua variabilidade genética e de constituir
matéria-prima para programas de pesquisa Coletor solar: dispositivo constituído, ba-
e melhoramento genético. sicamente, de uma caixa de madeira que
contém tubos de ferro galvanizado e uma
Coleção de trabalho: coleção de germo- cobertura de plástico transparente, que
plasma com acessos avaliados e mantidos permite a entrada de raios solares, usado
para propósitos específicos do melhorista. para desinfestação do solo (Ghini, 1997).
A coleção é limitada e, geralmente, com- O coletor é colocado inclinado e a terra é
posta de germoplasma elite. inserida nos canos pela parte superior. Ao
Coleção gênica: ver pool gênico. longo de um dia de radiação plena, a ação
do calor elimina os fungos e bactérias.
Coleta: (1) em fitopatologia, produto re-
O substrato livre de patógenos é retirado
sultando do ato de colher ramos, folhas,
pelo lado inferior por meio da ação da gra-
flores, frutos e sementes em cultivos agrí-
vidade.
colas, em bancos de germoplasma, em de-
pósitos de sementes ou de madeira, para Colinesterase: enzima do corpo, necessá-
identificação de patógenos, diagnóstico de ria para o funcionamento do nervo, que é
doenças e atividades de pesquisa; (2) cole- inibida ou danificada por alguns defensivos

122
agrícolas, que penetram no corpo por qual- Colonização localizada: tipo de coloni-
quer rota. zação na qual o patógeno apresenta distri-
Colo: ver coleto. buição restrita às células ou aos tecidos
adjacentes ao ponto de penetração.
Coloidal: relativo aos coloides.
Colonização não seletiva: tipo de coloni-
Coloide: sistema estável, formado de uma zação na qual o patógeno não mostra pre-
fase dispersa, constituída de micelas ou ferência por órgãos da planta. Rhizoctonia
agregados de moléculas, e de uma fase dis- solani é um exemplo de patógeno que rea-
persante. Suspensão permanente de partí- liza colonização não seletiva.
culas finas. Os coloides incluem os geis,
como gelatina, e as emulsões líquidas. Colonização necrotrófica: ver patógeno
necrotrófico.
Colônia: coleção ou conjunto de indiví-
duos da mesma espécie (bactérias, levedu- Colonização passiva: tipo de colonização
ras e nematoides) que cresce em estreita na qual as estruturas do patógeno são
associação, e/ou crescimento de hifas fún- transportadas de uma parte para outra da
gicas, frequentemente com esporos, os planta; é o que acontece, por exemplo, nas
quais são originados de um único esporo viroses.
ou célula que pode ser um clone. Massa de Colonização seletiva: tipo de colonização
micélio de fungos ou de células bacterianas na qual o patógeno tem preferência por de-
desenvolvidas em meio de cultura ou subs- terminados órgãos da planta, Fusarium
trato. oxysporum e outros causadores de doenças
Colonização: expressão da fase parasítica vasculares são exemplos de patógenos que
do agente patogênico, representada pela re- realizam colonização seletiva.
tirada de nutrientes dos tecidos do hospe- Colonização sistêmica: tipo de coloniza-
deiro, os quais são necessários para o ção que ocorre por causa da distribuição
crescimento e reprodução do patógeno. uniforme do patógeno nos tecidos do hos-
É a “ocupação” dos tecidos do hospedeiro pedeiro. Essa distribuição deve-se ao trans-
pelo patógeno. porte do patógeno pelos vasos condutores
Colonização ativa: tipo de colonização na de seiva.
qual o patógeno coloniza o hospedeiro in- Colonizar: estabelecer uma infecção den-
vadindo os seus tecidos por crescimento tro do hospedeiro ou em parte dele.
ativo do seu micélio. Pythium ultimum é um
exemplo de patógeno que realiza coloniza- Coloração: ato de colorir células bacteria-
ção ativa. nas, estruturas fúngicas e tecidos de plantas
para pôr em evidência caracteres estrutu-
Colonização biotrófica: ver patógeno rais não muito claros no material não colo-
biotrófico. rido; procedimento usado para o preparo
Colonização generalizada: ver coloniza- de amostras a serem examinadas com auxí-
ção sistêmica. lio de microscópio.
Colonização hemibiotrófica: ver pató- Coloração de Feulgen: método histoquí-
geno hemibiotrófico. mico de coloração que utiliza o reativo de

123
Schiff, à base de fucsina, que tem afinidade Coloração simples: utiliza apenas uma
com a cromatina do núcleo e os cromosso- solução corante com o objetivo de tornar a
mos durante a divisão celular. forma e estrutura básica das células mais
visíveis.
Coloração de Gram: coloração, desco-
berta empiricamente por Christian Gram Columela: hifa com a extremidade intu-
em 1884, usada para dividir as bactérias em mescida que sustenta os esporângios; pro-
dois grupos. As bactérias adquirem a cor longamento do pedicelo que pode ser
violeta quando tratadas com violeta de convexo, cônico, clavado ou cilíndrico.
genciana (ou cristal de violeta) e solução de Columela axilar: quando a columela cor-
iodo de Gram. As bactérias Gram-positi- responde ao eixo do esporângio.
vas retêm a cor violeta e as Gram-negativas Columela dendroide: columela com ra-
perdem a cor quando descoloridas com mificações laterais.
acetona ou álcool sob condições específi-
cas; método usado nos testes de identifica- Columela percurrente: quando na colu-
mela há união do perídio com o ápice da
ção de bactérias.
gleba, ou melhor, quando atravessa a gleba
Coloração diferencial: utilizada para evi- e atinge o perídio.
denciar diferenças entre as células ou par- Columela simples: quando a columela
tes de uma célula bacteriana. Dependendo não ramifica.
da espécie de bactéria, pode haver resposta
diferente ao mesmo tipo de corante, como Columelado: provido de columela.
a coloração de Gram. Coluna de cromatografia: cilindro que
Coloração especial: utilizada para corar e contém material poroso, utilizado para a
separação de compostos orgânicos pela
identificar partes específicas dos microrga-
percolação do líquido que contém os com-
nismos, como esporos, flagelos, ou ainda
postos por meio do material poroso. O ma-
revelar a presença de cápsulas. terial poroso pode ser uma resina trocadora
Coloração fluorescente do anticorpo: de íons.
anticorpos são quimicamente conjugados Colunar: cilíndrico; em forma de coluna.
com corante fluorescente, e o conjugado é
usado no processo de coloração dos anti- Combate: aplicação direta de qualquer
corpos para marcar a posição de antígenos técnica para exterminar praga ou patógeno
do agroecossistema.
nos tecidos da planta e do vetor.
Combinação binária: nome genérico
Coloração negativa: método de trata-
combinado com epíteto específico para
mento de espécimes para exame usando formar o nome de uma espécie (Turland et
microscopia de luz ou eletrônica, em que al., 2018).
apenas o fundo da lâmina é colorido de
modo que o espécime permanece descolo- Combinação binomial: ver combinação
rido quando mostrado contra um fundo binária.
escuro. As cápsulas de bactérias podem ser Combinação nova: um nome novo em
reveladas por essa técnica. um nível hierárquico inferior a gênero, ba-

124
seado em um nome legítimo previamente danificada. Ricas em suberinas, estas célu-
publicado, o qual é o seu basiônimo e provê las se protegem eficientemente contra o
o epíteto final da combinação nova avanço dos fungos, desenvolvendo-se in-
(Turland et al., 2018). clusive sobre células contaminadas. O fe-
Comensal: diz-se de um ser que vive em chamento da lesão, embora se processe em
comensalismo. todos os lados, é mais ativo nas laterais da
lesão, sendo menos intenso na parte supe-
Comensalismo: relação ecológica em que rior e inferior (Seitz, 2018).
há uma associação harmônica unilateral,
em que uma espécie se alimenta de restos Compatibilidade: (1) atributo de uma in-
orgânicos de outra espécie, como as asso- teração hospedeiro-patógeno que resulta
ciações que envolvem microrganismos que no desenvolvimento de doença; (2) pro-
vivem na rizosfera e filosfera das plantas. priedade de duas ou mais substâncias de
serem misturadas sem sofrerem alterações
Comercialização: na defesa fitossanitária,
em suas características físico-químicas
ato de anunciar, expor à venda, ofertar,
e/ou sem perda da eficiência; (3) termo
vender, consignar, reembalar, transportar e
importar ou exportar defensivos agrícolas, geral usado na definição dos processos de
seus componentes e afins. reprodução sexuada: a) autocompatibili-
dade: propriedade de intracruzamento en-
Comissão Interna de Biossegurança: tre elementos provenientes de um mesmo
ver CIBio. micélio (usualmente aplicável a fungos
Comissura: conjunto de fibras de nervos homotálicos) ou gametas femininos e
que conectam os gânglios dos nematoides. masculinos provenientes das flores de
Nervos de menor calibre que estabelecem uma mesma planta individual; b) hemi-
ligações entre os nervos principais. compatibilidade: propriedade de intercru-
zamento entre elementos de micélios
Commodity: na defesa fitossanitária, tipo
parcialmente distintos quanto à constitui-
de vegetal, produto vegetal ou outro artigo
ção genética para sexualidade; usado na
que é transportado para comércio ou outra
finalidade. definição de processos sexuais de cruza-
mento entre micélios monocarióticos e
Compartimentalização: processo que micélio dicariótico de espécies heterotáli-
ocorre no caule das árvores, resultando no cas tetrapolares, quando o micélio dicarió-
isolamento de uma área injuriada por moti- tico transporta núcleo (ou núcleos)
vos mecânicos (poda, roedores, insetos e geneticamente semelhantes, isto é, com o
ferimentos acidentais) ou biológicos (fun- mesmo tipo de alelo, ao núcleo (ou nú-
gos, bactérias), através de uma barreira for- cleos) do micélio dicariótico.
mada por tecido anatomicamente
especializado e, concomitantemente, com a Compatibilidade básica: habilidade ad-
síntese de substâncias antibióticas, como quirida pelo patógeno de parasitar uma
flavonoides, que impedem o crescimento nova espécie vegetal mediante a superação
de patógenos. As células do câmbio e pa- dos fatores de defesa que a tornavam, até
rênquima floemático se multiplicam em ve- então, uma planta não hospedeira (Heath,
locidade maior, para recobrir a área 1981).

125
Compatibilidade vegetativa: refere-se às lhas, as camadas foliares superiores
hifas vegetativas capazes de se fundir e interceptam a maior parte da radiação so-
manter o estado heterocariótico. lar, fazendo com que as camadas inferiores
assimilem abaixo de seu ótimo. A destrui-
Compatível: na defesa fitossanitária, dois
ção de parte da camada superior pelo pató-
compostos são compatíveis quando po-
geno fará com que mais luz atinja as
dem ser misturados sem afetar mutua-
camadas inferiores, com consequente au-
mente suas propriedades.
mento de atividade nesse nível, aumento
Compensação: (1) compensação na epi- este, muitas vezes, de ordem tal que a planta
demiologia foi discutida por Rotem (1978) não terá sua produção diminuída; b) com-
sob três hipóteses. Primeira hipótese: um pensação interplanta – plantas sadias e vi-
fator altamente favorável pode compensar gorosas que crescem ao lado de plantas
as condições subótimas de outros fatores doentes e subdesenvolvidas podem apro-
em alguma fase da epidemia. Na germina- veitar da maior disponibilidade de espaço,
ção dos esporos e na infecção de luz, água e nutrientes para contrabalançar a
Stemphylium botryosum f.sp. lycopersici, o mo- menor produção de suas vizinhas.
lhamento foliar prolongado compensa as
temperaturas subótimas e a baixa concen- Competência: (1) estado fisiológico de
tração de inóculo. Segunda hipótese: uma bactérias que pode ser natural ou induzido
vulnerabilidade específica durante o ciclo artificialmente, resultando em um aumento
de vida do patógeno pode ser compensada da capacidade das células de receberem
por uma adaptabilidade específica. Espo- DNA exógeno (serem transformadas);
rângios de Phytophthora infestans germinam e (2) em cultura de tecidos vegetais, refere-se
penetram diretamente no tecido hospe- à capacidade das células reagirem a sinais
deiro quando o período de molhamento específicos (substâncias reguladoras de
foliar é curto, para compensar a vulnerabi- crescimento, luz, temperatura etc.) para dar
lidade à dissecação do esporângio. Terceira origem a uma nova planta (competência de
hipótese: uma alta frequência em uma fase regeneração) ou iniciarem um processo
no ciclo de vida de um patógeno pode morfogenético ou receberem um DNA
compensar uma baixa frequência em outra exógeno (competência de transformação).
fase. A esporulação abundante com espo- Competência epidemiológica: capaci-
ros viáveis propicia períodos de infecção, dade de um patógeno de sobreviver e, as-
mesmo sob temperaturas e períodos de sim, causar uma epidemia em um ambiente
molhamento não favoráveis. A alta densi- particular.
dade de inóculo produzida por patógenos
Competente: (1) célula bacteriana capaz
habitantes do solo, como Plasmodiophora
de incorporar moléculas de DNA exóge-
brassicae, Fusarium culmorum e Phoma chrysan-
nas e, desse modo, tornar-se geneticamente
themicol, compensa as condições subótimas
transformada; (2) célula que se desenvolve
de temperatura e umidade do solo; (2) de
em um embrião funcional.
acordo com Bergamin Filho (1995), a com-
pensação também pode ocorrer na relação Competição: interação entre dois ou mais
injúria-dano: a) compensação intraplanta – organismos empenhados na mesma ação
numa plantação com alta densidade de fo- ou substrato; relação negativa entre as po-

126
pulações em que todos são adversamente Complexo antígeno-anticorpo: com-
afetados com respeito à sobrevivência e ao plexo molecular formado pela ligação do
crescimento desses organismos. anticorpo ao antígeno específico.
Competição interespecífica: competição Complexo de doenças: duas ou mais
entre indivíduos de diferentes espécies. doenças que ocorrem simultaneamente no
Competição intraespecífica: competição mesmo órgão do hospedeiro, comum em
entre indivíduos de mesma espécie. culturas anuais em final de ciclo. Em soja,
por exemplo, sucedem a mancha-parda ou
Complanado: dorsoventralmente acha- septoriose, causada por Septoria glycines, e o
tado; nivelado; aplanado; plenamente es- crestamento-foliar e a mancha-púrpura de
tendido. sementes, por Cercospora kikuchii, as quais,
Complementação: (1) processo em que nos estádios finais da cultura, provocam a
um vírus é assistido por um outro (ou es- queda prematura das folhas ocasionada
tirpe do mesmo vírus) para replicar; pelo amarelecimento e necrose.
(2) reparo de um gene defeituoso pela Complexo de Golgi: componente do sis-
presença de um outro, cópia funcional tema endomembranar da célula, interme-
in trans; (3) processo pelo qual um genoma diário entre o retículo endoplasmático e a
fornece funções para outro deficiente. membrana plasmática.
Há dois tipos de complementação entre
vírus: a) intergênica, na qual mutantes de- Complexo estomático: conjunto consti-
fectivos, em genes diferentes, assistem um tuído pelas células-guarda, células subsidiá-
ao outro; b) intragênica, na qual mutantes rias e poro estomático, que juntos regulam
defectivos, no mesmo gene, produzem a transpiração foliar.
um produto gênico funcional. Complexo orgânico: composto quimica-
Complementação genética: utilização mente indefinido, acrescentado ao meio
do subproduto de um gene, ou do próprio nutritivo para estimular o crescimento,
gene via recombinação, por um indivíduo como água de coco, extrato de malte, ex-
diferente daquele que originou tal gene. trato de fermento ou caseína hidrolisada.
Complementar: nucleotídeo ou sequência Componentes: na defesa fitossanitária, re-
de ácido nucleico capaz de formar par com fere-se aos princípios ativos, produtos téc-
outro nucleotídeo ou sequência, respecti- nicos e suas matérias-primas, ingredientes
vamente. Por exemplo, adenosina é com- inertes e aditivos usados na fabricação de
plementar a timidina. defensivos agrícolas, seus componentes e
afins.
Complemento: (1) proteína termoinstá-
vel, constituinte normal do soro do sangue, Compostagem: consiste na mineralização
a qual reage não especificamente com com- de compostos orgânicos sob condições
plexo antígeno-anticorpo; (2) sistema de controladas de umidade e temperatura.
pelo menos 13 proteínas do soro que são É um processo biológico em que os mi-
ativadas pela clivagem enzimática e agrega- crorganismos transformam a matéria orgâ-
ção para produzir componentes com ativi- nica, como estrume, folhas, papel e restos
dade biológica. de alimentos, num material semelhante ao

127
solo, a que se chama composto, comu- Compresso-ungulado: compresso em
mente usado na agricultura orgânica. forma de unha, porém ligeiramente acha-
tado.
Composto: (1) mistura de linhagens feno-
tipicamente idênticas, mas que não leva em Comprimido: achatado; complanado;
consideração a resistência vertical, sendo, apertado; diz-se do estipe de seção trans-
portanto, diferente de multilinhas; (2) no versal mais ou menos elíptica e não circu-
Código Internacional de Nomenclatura de lar.
Algas, Fungos e Plantas, um nome ou epí- Comunicação de risco: na defesa fitos-
teto que combina elementos derivados de sanitária, diz-se da troca interativa de in-
duas ou mais palavras gregas ou latinas, um formações e opiniões ao longo do
nome composto usual é aquele em que um processo de análise de risco, as quais estão
substantivo ou adjetivo, em uma posição relacionadas a perigos, riscos e percep-
não final, aparece como um radical modifi- ções de risco, entre analisadores e geren-
cado (Turland et al., 2018). tes de risco, consumidores, funcionários
da indústria, comunidade acadêmica e ou-
Composto marcado: composto que tem tros interessados.
um marcador radioativo. O composto ou
os seus produtos desintegrados podem ser Comunidade: todos os grupos de orga-
monitorados por uma série de reações bio- nismos que vivem juntos numa mesma
área e geralmente interagem entre si ou de-
lógicas detectadas pela radioatividade deles.
pendem um do outro para existir.
Composto orgânico: insumo produzido a
Conado: congenitalmente ou firmemente
partir de restos de plantas, alimentos e es- unido.
terco de animais que se transformam em
adubo orgânico, o qual melhora a estrutura Concatenado: disposto em cadeias; cate-
do solo e aumenta o teor de nutrientes. To- nulado.
dos os materiais orgânicos têm uma mis- Concentração: (1) quantidade relativa de
tura de carbono (C) e nitrogênio (N), uma substância dissolvida ou misturada em
conhecida como relação C/N, que deve ser outra, por exemplo, cinco partes de ace-
equilibrada. Essa relação indica o tempo tona por milhão de partes de ar (5 ppm);
que o material vegetal poderá permanecer (2) quantidade de defensivo agrícola, ingre-
no campo, até sua decomposição. diente ativo ou inóculo por unidade de
peso ou volume.
Compressão: força que, aplicada sobre
um produto vegetal, pode deformá-lo cau- Concentração de efeito não observado
sando amassamentos e até rachaduras. (CENO): maior concentração nominal do
agente químico que não causa efeito deleté-
Compresso: diz-se de um estipe transver- rio estatisticamente significante nos orga-
salmente achatado. nismos, durante determinado tempo de
Compresso-globoso: compresso aproxi- exposição, nas condições do teste.
madamente globoso ou esférico, mas ligei- Concentração de efeito observado
ramente achatado. (CEO): menor concentração nominal do

128
agente tóxico que causa efeito deletério es- Concentração não detectável: nível de
tatisticamente significante nos organismos, defensivos agrícolas extremamente baixo
durante determinado tempo de exposição, que não pode ser quantificado pelos méto-
nas condições do teste. dos disponíveis.
Concentração de inibição (CI50): con- Concentrado: oposto a diluído. Formula-
centração do agente tóxico que causa inibi- ção líquida ou sólida que contém alta con-
ção na reprodução ou no crescimento a centração de um ingrediente ativo que se
50% dos organismos-testes em relação ao mantém inalterado durante o transporte e
controle, durante determinado tempo de armazenamento e ainda mantém a eficácia
exposição, na condição do teste. e composição para diluição.

Concentração de inóculo: número de Concentrado dispersível: formulação lí-


propágulos infectivos por mililitro de sus- quida homogênea para aplicação após di-
luição em água, na forma dispersa.
pensão.
Concentrado emulsionável: formulação
Concentração de inóculo infectante:
líquida homogênea para aplicação após di-
concentração mínima de propágulos por
luição em água, na forma de emulsão.
mililitro de suspensão ou por grama de
solo de determinado patógeno necessária Concentrado para nebulização a frio:
para causar doença no hospedeiro. formulação sólida, específica para aplica-
ção direta por meio de um nebulizador a
Concentração efetiva ou letal inicial frio.
mediana (CE50 ou CL50): concentração
nominal do agente tóxico, no início do Concentrado para termonebulização:
teste, que causa efeito agudo (letalidade ou formulação específica para aplicação direta
imobilidade) a 50% dos organismos-teste, com um termonebulizador.
em determinado período de tempo de ex- Concentrado solúvel em água: formula-
posição. ção líquida homogênea, para aplicação
após diluição em água, em forma de uma
Concentração hidrogeniônica: ver pH.
solução verdadeira do ingrediente ativo.
Concentração letal 50% inalatória: con- Concêntrico: com um mesmo centro; diz-
centração de uma substância química na at- -se de anéis ou zonas que ficam um dentro
mosfera, capaz de provocar a morte de do outro, com um centro comum.
50% dos animais testados após a exposição
mínima de 1 hora. O animal de eleição uni- Condenação: na saúde pública, remoção
versal para esse teste é o rato albino, utili- de uma cultura ou produto que não se en-
zado em número não inferior a 12 para contra nos padrões exigidos para alimenta-
cada concentração testada. ção e, portanto, não pode ser comercializado,
como produtos deteriorados ou com teor
Concentração média efetiva: ver dose de resíduos de defensivos, acima do limite
média efetiva. permitido pelos órgãos governamentais.
Concentração média letal: ver dose mé- Condensador: (1) em microscópio de luz,
dia letal. é um dispositivo formado por várias lentes

129
que tem a finalidade de concentrar e focali- vos, em particular nos organismos do reino
zar os raios de luz da lâmpada numa área vegetal, incluindo o uso da terra pelo ho-
minúscula sobre o espécime, área esta que mem, a fim de estimular o crescimento das
está sendo examinada, de tal modo que a plantas (Sugayama et al., 2015).
objetiva receba um cone cheio de luz. A en-
trada de luz é regulada pelo diafragma de Condições ex situ: condições diferentes
abertura; (2) dispositivo usado para liquefa- do local de origem de determinada espécie.
zer vapores, como na destilação da água e Condições favoráveis para infecção: si-
de soluções. tuação que um patógeno deve encontrar
Condição de produção: na defesa fitossa- para infectar o hospedeiro e causar doença,
nitária, consistem nas medidas fitossanitá- injúria ou destruição. Temperatura, umi-
rias estabelecidas, as quais devem ser dade e intensidade de luz são alguns dos fa-
cumpridas nos locais de produção de mate- tores que podem ser importantes.
rial de propagação, com o objetivo de al-
cançar e/ou manter uma condição sanitária. Condições in situ: condições iguais ou se-
melhantes ao local de origem de determi-
Condição de uma praga: na defesa fitos- nada espécie.
sanitária, presença ou ausência de uma
praga em uma área, incluindo sua distribui- Cone genital: projeção posterior da região
ção, segundo determinado oficialmente a cloacal de machos de nematoides.
juízo de especialistas, baseando-se nos re- Cone vulvar: projeção em forma de cone,
gistros de pragas prévias e atuais ou em ou-
na região posterior de fêmeas, onde se en-
tra informação pertinente.
contram a vulva e o ânus, comum em es-
Condicionamento de meio nutritivo: pécies de nematoides da subfamília
ato de enriquecer meios nutritivos acres- Heteroderinae; protuberância posterior.
centando um volume de meio anterior-
mente usado no crescimento de células, Configuração perineal: conjunto de es-
órgãos ou tecidos, para utilizá-lo no cultivo triações terminais ao redor da vulva e do
de novos explantes. ânus (região do períneo), característico de
espécies de nematoides do gênero
Condições atmosféricas: variações, a
Meloidogyne; padrão perineal. O padrão pe-
curto prazo, do clima numa certa locali-
rineal pode ser utilizado na identificação
dade. As condições atmosféricas são deter-
minadas pela temperatura, pela precipitação de espécies.
pluvial, pela velocidade do vento e pela co- Confluente: dirigido para um mesmo
bertura de nuvens. ponto; que se une a outro por uma das ex-
Condições edafoclimáticas: característi- tremidades; diz-se do pletênquima do es-
cas definidas através de fatores do meio, tipe cuja trama se continua pelo píleo;
tais como o clima, o relevo, a litologia, a unido ou fusionado.
temperatura, a umidade do ar, a radiação, o Conformidade: na defesa fitossanitária,
tipo de solo, o vento, a composição atmos-
atendimento a um requisito.
férica, e a precipitação pluviométrica. São
relativas à influência do solo nos seres vi- Congelamento a seco: ver liofilização.

130
Congênere: organismo que pertence ao tindo de células conidiogênicas que
mesmo gênero de outro. sustentam os conídios.
Congenérico: ver congênere. Conidióforo acervular: conidióforo em
Conglobado: que se une ou aperta; to- acérvulo, estrutura aberta cuja parede tem
mando a forma de uma bola; amontoado; origem no hospedeiro.
enovelado; unido; associado; conglome- Conidióforo acroáuxico: conidióforo
rado; diz-se da base do estipe que se unem, cujo crescimento ocorre no ápice.
formando uma massa compacta.
Conidióforo basáuxico: conidióforo cujo
Conglomerado: unido; associado; conglo- crescimento ocorre na base.
bado.
Conidióforo mononematoso: conidió-
Congruência: similaridade entre organis- foro solitário ou cespitoso.
mos. Em filogenia, congruência é um teste
de homologia, no qual a distribuição das Conidióforo picnidial: conidióforo em
supostas holologias são comparadas picnídio, estrutura fechada ou quase fe-
quanto a sua consistência. chada cuja parede tem origem fúngica.

Cônico: diz-se do píleo em forma de cone. Conidióforo simples: conidióforo iso-


lado, que pode ou não ser ramificado.
Conidiado: fertilizado ou estimulado para
formar peritécios por intermédio de coní- Conidióforo solitário: conidióforo pro-
dios compatíveis. duzido em ponto distinto e não em grupo.

Conidial: relativo a conídio; da natureza Conidióforos cespitosos: arranjo em que


dos conídios ou caracterizado pela forma- dois ou mais conidióforos são produzidos
ção de conídios. no mesmo local.

Conídio acessório: formação conidial ob- Conidióforos complexos: conidióforos


servada além dos conídios típicos. muito ramificados ou penicilados (forma
de vassoura).
Conídio: esporo assexual, imóvel, produ-
zido a partir das células conidiogênicas e Conidióforos esporodoquiais: tipos de
esterigmas. arranjo dos conidióforos, que se originam
do estroma e que, geralmente, são curtos e
Conídio blástico: conídio originado de agrupados em forma de feixe ou esporo-
uma única porção de uma célula conidiogê- dóquio.
nica pré-existente.
Conidióforos estromáticos: arranjo dos
Conídio inicial: célula ou parte de uma conidióforos que geralmente ficam curtos
célula a partir da qual um conídio se desen- e agrupados em forma de feixe; o estroma
volve. dá origem às células.
Conidiocarpo: corpo frutífero que pro- Conidióforos macronemáticos: conidió-
duz conídios ou esporos conidioides. foros que morfologicamente são distintos
Conidióforo: hifa fértil, simples ou ramifi- ou bem diferentes em relação, principal-
cada, mais ou menos diferenciada, consis- mente, ao diâmetro da hifa comum.

131
Conidióforos micronemáticos: conidió- quimatoso, que fica por baixo de um tegu-
foros que morfologicamente são similares mento do tecido do hospedeiro, o qual se
ou quase não se distinguem da hifa co- rompe com o amadurecimento dos coní-
mum. dios.
Conidióforos sinemiais: conidióforos Conidioma esporodoquial: conidioma
em sinemata ou em feixes agrupados e lon- com vários conidióforos longos, unidos
gos. pelas laterais.
Conidiogênese: processo de formação de Conidioma hifal: conidioma com vários
conídios a partir de diferentes métodos e conidióforos separados.
pelo qual se desenvolvem as células coni-
diogênicas; é utilizado na sistematização Conidioma picnidial: conidioma com
dos fungos conidiais. envoltório próprio formando conídios.
Conidiogênese enteroblástica: ver célula Conidioma sinematal: conidioma com
conidiogênica enteroblástica. vários conidióforos curtos, unidos pela
base.
Conidiogênese enterotálica: ver célula
conidiogênica enterotálica. Conidiomata: ver conidioma.
Conidiogênese holoblástica: ver célula Conidiosporângio: zoosporângio decí-
conidiogênica holoblástica. duo de alguns Peronosporales, semelhante
Conidiogênese holotálica: ver célula co- a um conídio.
nidiogênica holotálica. Conidiósporo: ver conídio.
Conidiógeno: célula que, por prévia divi- Conjugação: processo de reprodução se-
são de seu conteúdo, forma numerosos co- xual envolvendo a fusão de gametas mor-
nídios, estrutura que produz endoconídios; fologicamente similares. União de células
elementos hifálicos de actinomycetes. sexuais (gametas) ou organismos unicelula-
Conidioide: semelhante aos conídios na res durante a fertilização. Em Escherichia
forma e função. coli, a transferência unilateral de material
genético de um doador para um receptor
Conidiola: pequeno conídio, especial-
mente um sobre outro; conídio secundário. (Gardner; Snustad, 1986); contato entre
duas bactérias compatíveis e transferência
Conidioma: qualquer estrutura de hifas de pequena porção de cromossomo ou
que sustenta conídios, como conidióforos plasmídeo de uma bactéria para outra por
separados, sinêmio, acérvulo, picnídio e es- uma ponte de conjugação ou pilus (Ro-
porodóquio. meiro, 1995).
Conidioma acervular: conidioma em Conjugação gametangial: ver copulação
forma de prato (embebido nos tecidos do
gametangial.
hospedeiro), sobre o qual o himênio de cé-
lulas conidiogênicas se desenvolve, no Conjugação ilegítima: conjugação que
fundo da cavidade. Esse desenvolvimento ocorre entre hifas de mesmo sinal em fun-
dá-se a partir de um estroma pseudoparen- gos heterotálicos.

132
Conjugação legítima: conjugação que Conspecífico: duas ou mais espécies
ocorre entre hifas de sinal contrário em quando consideradas como sendo uma
fungos heterotálicos. única.
Conjugação triparental: método utili- Conspícuo: proeminente; marcante; fácil
zado para transferência de um vetor biná- de observar.
rio (construção) de Escherichia coli para Constância celular: condição do nema-
Agrobacterium tumefaciens. Nesse método, toide em que as divisões celulares, exceto as
duas linhagens de E. coli (helper e doadora) e do sistema reprodutivo, se paralisam após
uma linhagem de Agrobacterium (receptora) completar o desenvolvimento embrioná-
são cocultivadas. A linhagem doadora con- rio.
tém a construção que deseja ser transfe- Constitutivo: substância, geralmente uma
rida, enquanto a helper possui um plasmídeo enzima, cuja concentração permanece
que fornece as funções de transferência e constante, não sendo afetada pela presença
mobilização. Durante a conjugação, o plas- do substrato.
mídeo helper é transferido para a bactéria
doadora e, a seguir, promove a transferên- Constrição: sulco circular que acarreta a
diminuição do diâmetro de um esporo,
cia do vetor binário para Agrobacterium. Ver
hifa, asco, etc.
cocultura.
Construção: plasmídeo utilizado em
Conjugado: ligado; em dois. transformação de plantas, contendo um
Conjunto gênico: informação genética de gene quimérico. Ver gene quimérico.
uma população; conjunto de diferentes Construção de DNA: ver construção gê-
subpopulações de uma dada espécie. nica.
Conservação: (1) armazenamento e Construção gênica: plasmídeo contendo
guarda de germoplasma de plantas, animais promotor, sequência codificadora e termi-
e microrganismos em condições ideais, nação, que é inserido no hospedeiro, via
permitindo a manutenção de sua integri- biobalística ou Agrobacterium, para promo-
dade; (2) uso sensato e cuidadoso dos re- ver a transformação gênica.
cursos naturais pelos seres humanos. Consumidor: organismo que ingere ou-
Conservação ex situ: conservação da va- tros organismos, vivos ou mortos. Todos
riação genética das espécies fora de suas os animais e a maior parte dos microrganis-
comunidades naturais. mos (herbívoros, carnívoros, parasitas e de-
tritívoros). Os patógenos causadores de
Conservação in situ: conservação de doenças das plantas são consumidores.
plantas, animais e microrganismos em suas
comunidades naturais. Contador automático de esporos: equi-
pamento utilizado para contar e classificar
Conservante: substância capaz de retardar automaticamente, por tamanho as células,
ou impedir o processo de fermentação, aci- os esporos e as partículas. É utilizado
dificação ou decomposição de um produto quando se exige rapidez e precisão na
orgânico. quantificação do inóculo em suspensão,

133
principalmente quando se trabalha com do microrganismo na amostra original é
um número elevado de amostras. igual ao número médio de colônias forma-
das por placa multiplicado pelo número in-
Contador de colônias: equipamento utili-
vertido da diluição. No caso de alíquota de
zado para visualização da morfologia e
0,1 mL, o resultado deverá ser multiplicado
contagem de colônias de bactérias ou fun-
por 10. A contagem será expressa em
gos em placa de Petri. A base para coloca-
ufc/mL ou ufc/g. Ver diluição em série.
ção da placa de Petri é estampada em
acrílico ou vidro transparente e quadricu- Contagem de placa: método de determi-
lada, o que facilita a contagem das colônias nação do número de células bacterianas em
do meio de cultura. A parte superior, para uma amostra pela contagem do número de
melhorar a visualização, é dotada de uma unidades formadoras de colônia em um
lente. meio de cultura sólido.
Contagem de células viáveis em placas: Contagem microscópica direta: enume-
técnica utilizada para quantificar a concen- ração de células pela observação em um
tração de microrganismos viáveis, normal- microscópio.
mente bactérias, em amostras. O método Contágio: disseminação de agentes pato-
baseia-se no fato de que, quando uma cé- gênicos, principalmente vírus e bactérias,
lula isolada cresce em meio sólido, dá ori- por contado direto ou indireto das plantas
gem a uma colônia. Pressupõe-se que a sadias com plantas ou órgãos doentes ou
suspensão bacteriana seja homogênea e com ferramentas contaminadas.
que não existam agregados ou arranjos.
Efetua-se a diluição em série da amostra Contagioso: referente a doenças que po-
em solução salina fisiológica ou solução dem ser transmitidas tanto por contato di-
tampão fosfato. Geralmente a alíquota de reto como por indireto.
cada diluição a ser inoculada não deve ser Conta-gotas: dispositivo de vidro ou plás-
superior a 1 mL para evitar a confluência tico utilizado para retirar pequenas quanti-
das colônias. Para minimizar erros, há ne- dades de volume de líquido de uma solução.
cessidade de triplicatas para cada diluição.
A inoculação deverá ser feita em meio sele- Contaminação: (1) introdução de outro
tivo, cuja superfície do meio deve estar seca organismo ou substância indesejável em
para que seja embebida pelo líquido inocu- uma cultura pura; (2) na defesa fitossanitá-
lado. A adição da alíquota de cada diluição ria, presença de pragas detectada em um
deverá ser em sua respectiva placa con- produto básico, local de armazenamento,
tendo o meio. Espalha-se o inóculo sobre a meio de transporte ou contêiner, não cons-
superfície da placa com auxílio de uma alça tituindo uma infestação.
Drisgalsky. Inverterm-se as placas e, a se- Contaminação ambiental: aumento da
guir, incubam-nas a 35 °C durante 48 ho- concentração de qualquer substância que
ras. Após esse período, registrar a contagem seja prejudicial ao ambiente e que contribui
das colônias formadas para cada diluição. para a destruição da fauna e da flora de um
A contagem deve ser feita nas placas com ecossistema, através da contaminação des-
número de colônias entre 30 e 300. A con- tes pela substância (defensivo agrícolas,
centração de propágulos ou células viáveis metais pesados e outras substâncias tóxi-

134
cas) ou pelo fato de a substância alterar o Contato gametangial: tipo de reprodu-
ambiente, como o esgoto, que aumenta a ção sexual em que o gametângio masculino
quantidade de matéria orgânica disponível e o feminino entram em contato, mas não
nos ambientes aquáticos e que acaba por se fundem; o núcleo masculino migra por
aumentar a população de algas, que mor- um poro ou tubo de fertilização para o in-
rem e são consumidas por microrganismos terior do gametângio feminino.
que utilizam oxigênio nesse processo.
Contenção: (1) em biossegurança, con-
E com isso o ambiente é alterado pelo au-
junto de medidas e protocolos aplicados
mento da população de alga e a diminuição
para limitar o contato de organismos gene-
dos níveis de oxigênio, que acarreta numa
ticamente modificados ou patogênicos
grande mortandade de peixes e espécies de
com o ambiente; (2) na defesa fitossanitá-
plantas aquáticas que não se beneficiam
ria, aplicação de medidas fitossanitárias ao
nesse processo.
redor de uma área infestada para evitar a
Contaminação cruzada: quando um de- propagação de pragas e/ou patógenos.
fensivo é misturado acidentalmente com
Contenção biológica: restrição à movi-
outro. Geralmente ocorre no depósito ou
mentação de organismos em laboratório.
quando o pulverizador não é limpo ade-
Dá-se de duas formas, tornando o orga-
quadamente.
nismo incapaz de sobreviver no ambiente
Contaminação genética: é resultante da externo ou o ambiente externo inóspito
troca de grãos de pólen entre diferentes para o organismo.
cultivares.
Contexto: trama de hifas que constitui o
Contaminação varietal: refere-se ao que basidioma dos Hymenomycetes, excluin-
acontece quando sementes de diferentes do-se as camadas superficial e himenial;
variedades se misturam. trama miceliana; textura; encadeamento.
Contaminado: cultura, substrato ou meio Contíguo: diz-se quando um órgão é con-
contendo substâncias ou microrganismos, tinuado por outro sem qualquer interrup-
introduzidos acidentalmente. ção.
Contaminador: ver contaminante. Contráctil: que se contrai; diz-se dos va-
cúolos pulsáteis.
Contaminante: (1) substância ou micror-
ganismo introduzido acidentalmente den- Contraveneno: ver antídoto.
tro de uma cultura, substrato ou meio;
Controle: (1) ação de prevenir, retardar
geralmente qualquer material indesejável
ou erradicar a população de um patógeno
em um sistema experimental; (2) produto
ou de reduzir o seu efeito a um nível eco-
químico indesejado presente em um com-
nomicamente aceitável; (2) um padrão de
posto ou em mistura de compostos.
comparação; um tratamento inserido em
Contaminar: introduzir acidentalmente um experimento, como testemunha, exe-
substâncias ou microrganismos dentro de cutado e mantido sob condições idênticas
uma cultura, substrato ou meio. O termo aos demais tratamentos, exceto para o fa-
não deve ser usado no mesmo senso de tor de variação que se deseja avaliar; (3) na
inocular ou infectar. defesa fitossanitária, a repressão, conten-

135
ção ou erradicação de uma população de Controle cultural: uso de práticas cultu-
pragas; (4) na defesa agropecuária, verifi- rais, como remoção de restos de plantas e
cação do cumprimento dos dispositivos de partes de plantas doentes, e emprego de
legais e requisitos técnicos relativos a de- sementes sadias, rotação de cultura, pousio,
fensivos agrícolas, seus componentes e irrigação e fertilização adequada, no intuito
afins. de reduzir a entrada de patógenos e vetores
na área e a severidade das doenças.
Controle alternativo: prática que substitui
os defensivos agrícolas no controle das Controle curativo: ver quimioterapia.
doenças por outros métodos, como o uso Controle de doenças: ver controle fitos-
de extratos de plantas e de algas marinhas, sanitário.
urina de vaca, leite cru, agentes de controle
biológico, óleos, casca de camarão/caran- Controle de qualidade: conjunto de ativi-
guejo, manipueira, biofertilizantes, silício, dades as quais asseguram que o produto fi-
fosfitos, bicarbonato de sódio, solarização nal atinja as especificações requeridas.
do solo e tratamento térmico. Ações específicas para obter informações
sobre qualidade no que concerne ao mé-
Controle ambiental: conjunto de ações todo de análise, padronização e calibração
tomadas visando manter em níveis satisfa- do equipamento e organismos. No caso
tórios as condições do ambiente. Pode das hortaliças, possibilita a manutenção da
também se referir à atuação do poder pú- qualidade do produto hortícola em níveis
blico na orientação, correção, fiscalização e que satisfaçam as exigências do consumi-
monitoração ambiental, de acordo com as dor, por meio de avaliação, seleção e manu-
diretrizes administrativas e as leis em vigor. seio adequados, com uso de tecnologias
Controle biológico: controle de doenças entre a colheita e a comercialização do pro-
pela redução da densidade e/ou potencial duto hortícola.
de inóculo de um patógeno em estado Controle de uma praga: na defesa fitos-
ativo ou dormente, ou diminuição da taxa sanitária, ações de supressão, contenção ou
de progresso da doença. É feito natural- erradicação de uma população de praga.
mente por organismos ou artificialmente
Controle de vetores: ação de prevenir,
pela manipulação do ambiente, do hospe-
retardar ou eliminar a população de orga-
deiro ou dos antagonistas, ou pela introdu-
nismos (insetos, nematoides, etc.) trans-
ção massal de um ou mais antagonistas.
missores de patógenos.
Controle biológico clássico: na defesa fi-
Controle físico: aplicação de métodos de
tossanitária, introdução intencional e esta-
origem física (tais como fogo) para destrui-
belecimento permanente de um agente
ção de restos culturais, métodos de drena-
exótico de controle biológico para o con-
gem para reduzir a umidade do solo,
trole de pragas em longo prazo.
métodos de inundação para destruir pató-
Controle biológico natural: controle de genos e/ou propágulos por anóxia ou hi-
um microrganismo por outro microrga- póxia ou métodos para manipulação da
nismo, nas condições da natureza. temperatura do ambiente, tornando-a letal

136
ao patógeno (como o uso de câmaras refri- Controle microbiano: uso de microrga-
geradas para proteger sementes). nismos ou vírus como agentes de controle
biológico de doenças e pragas.
Controle fisiológico: corresponde à utili-
zação de produtos que afetam a fisiologia Controle natural: ação coletiva de fatores
do órgão vegetal perecível, visando a pro- ambientais, físicos e bióticos do meio am-
longar a vida de armazenamento. biente, para manter, durante um período de
tempo, a população de um patógeno ou
Controle fitossanitário: método que uti- praga abaixo do limiar de dano econômico.
liza defensivos agrícolas ou tratamentos al-
ternativos para controlar o desenvolvimento Controle oficial: na defesa fitossanitária,
mandato de um regulamento fitossanitário
de doenças e/ou ataque de pragas em ve-
ativo a ser executado na forma da lei e apli-
getais e/ou em seus produtos.
cação do mandato do procedimento fitos-
Controle genético: uso de cultivar resis- sanitário, com o objetivo de erradicar ou
tente e produtiva para o controle de doen- conter uma praga quarentenária e de mane-
ças. jar uma praga não quarentenária regula-
mentada.
Controle integrado: sistema de manejo
de organismos nocivos que utiliza todas as Controle preventivo: consiste no uso de
técnicas e métodos apropriados, da ma- práticas que visam prevenir a introdução, o
neira mais compatível possível, para man- estabelecimento e/ou a disseminação de
ter as populações desses organismos em determinada espécies de patógenos em
níveis abaixo daqueles que causam injúria áreas ainda por elas não afetadas.
econômica. Controle químico: controle de organis-
mos nocivos com o uso de defensivo agrí-
Controle legislativo: forma de controle
cola.
estabelecido por leis que determina: (1) a
possibilidade de exploração ou não de uma Controle químico natural: uso de subs-
cultura numa região, quando há ocorrência tâncias químicas naturais, especialmente fe-
de praga ou patógeno de valor econômico; romônios e hormônios, para controlar
(2) o período do ano em que a cultura pode vetores que transmitem patógenos.
ou não ser explorada, como a exigência do Controle supervisionado: controle con-
vazio sanitário da soja para a ferrugem-a- duzido sob a orientação de um especialista,
siática (Phakopsora pachyrhizi); (3) a proibi- que tem como objetivo principal a raciona-
ção do transporte de material vegetal de lização do uso de fungicidas, de acordo
uma região com determinada doença para com sistemas baseados na monitorização
outro local livre da referida doença. da doença e no limiar de dano econômico.
Controle mecânico: aplicação, aos veto- Controle térmico: ver termoterapia.
res de patógenos, de métodos de destrui- Contusão: tipo de dano mecânico consi-
ção ou de captura, tais como destruição derado defeito nos produtos hortícolas,
manual, esmagamento de insetos, uso de corresponde à lesão causada por choque,
barreiras e de armadilhas. pancada ou compressão.

137
Convenção em Diversidade Biológica: são, respectivamente, as latitudes e as lon-
tratado internacional que governa a con- gitudes. Na fitopatologia, servem para des-
servação e o uso de recursos biológicos do crever a localização de qualquer ponto da
mundo; também prevê o estabelecimento superfície terrestre, onde foi realizado uma
de normas que regulamentem a troca inter- atividade fitopatológica, como o local onde
nacional de organismos vivos e de organis- foi realizado um ensaio, coletado um espé-
mos geneticamente modificados. cime e a ocorrência de uma doença.
Convenção Internacional de Proteção Coorte: população de indivíduos da mesma
Fitossanitária: na defesa fitossanitária, classe de idade e localidade. No caso dos
acordo internacional para a proteção fitos- fitopatógenos, possuem mesma agressivi-
sanitária depositado em 1951 na Organiza-
dade e virulência.
ção das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO). Copa: conjunto de folhas e ramos acima
do tronco de árvores e arbustos.
Convexo: que apresenta saliência curva
para fora; arredondado exteriormente; ar- Coparasitismo: consorciação parasítica;
queado. parasitismo em que o parasita primário
Convexo-expandido: diz-se do píleo abre caminho, seguido sempre por um
cujos bordos se inclinam para cima. mesmo grupo de parasitas secundários, de
modo que reproduz sempre o mesmo qua-
Convexo-plano: convexo de um lado e dro sintomatológico.
plano do outro; convexo quando jovem e
chato quando maduro. Copioso: abundante.
Convoluto: enrolado. Copo graduado: ver béquer.
Coomassie brilliant blue: ver azul bri- Copulação: união de duas células repro-
lhante de Coomassie. dutoras, diferenciadas, especialmente adap-
tadas à propagação da espécie, denominadas
Cooperação fitossanitária: na defesa fi-
tossanitária, cooperação que os países, por gametas.
suas organizações nacionais de proteção fi- Copulação anisogâmica: ver copulação
tossanitária, deverão efetuar com a finali- heterogâmica.
dade de prevenir a disseminação e
introdução de pragas quarentenárias e de Copulação gametangial: tipo de repro-
promover medidas para o controle oficial dução sexual em que as hifas de micélios
delas. geneticamente compatíveis, em geral hete-
rotálicos, não apenas entram em contato,
Coordenadas geográficas: pontos imagi- mas fundem completamente suas paredes
nários na superfície do globo terrestre, de- de forma que ocorra plasmogamia, for-
finidos pela intersecção de linhas também mando o zigoto.
imaginárias, longitudinais e transversais em
relação ao eixo de rotação da Terra. Essas Copulação heterogâmica: copulação em
linhas imaginárias são chamadas de parale- que há fusão de gametas móveis de tama-
los e meridianos, e suas medidas em graus nhos ou formas diferentes.

138
Copulação isogâmica: copulação em que trypan blue, usado em preparações micros-
há fusão de gametas morfologicamente cópicas temporárias de fungos.
idênticos.
Corante fluorescente: molécula que ab-
Copulação oogâmica: copulação em que sorve luz em determinado comprimento
o gameta feminino se mantém fixo. de onda e responde emitindo luz em outro
Copulação planogâmica: copulação em comprimento de onda. A luz emitida tem
que há fusão de gametas móveis, dando comprimento de onda maior e menos
origem a um zigoto móvel. energia do que a luz absorvida.
Coque: denominação dada às galhas pro- Corante safranina O: corante constituído
duzidas por espécies de Anguina, especial- de glicerina, safranina O (0,5% p/v em
mente A. tritici, em sementes de trigo. água destilada), KOH (3% p/v em água
destilada) e água destilada utilizado para
Coquetel: mistura de vários produtos dis-
evidenciar o número e a posição dos nú-
solvidos em um solvente líquido.
cleos em cada célula micelial.
Cor do reverso: coloração da parte infe-
Corbícula: estrutura semelhante à pará-
rior de uma cultura, seja em placa de Petri,
fise, presente na télia das Uredinales, e que
seja em tubo de ensaio inclinado.
auxilia na disseminação dos teliósporos.
Coralino: com a cor de coral.
Corbiculado: télia provida de corbículas.
Coraloide: com ramificações semelhantes
às dos corais. Cordado: com forma de coração; arredon-
dado e dentado de um lado e pontudo do
Corante: (1) substância empregada para outro.
colorir células bacterianas, estruturas de
fungos ou tecidos de plantas, com o obje- Cordão micelial: agregado de hifas, de es-
tivo de pôr em evidência caracteres estru- trutura mais simples que o rizomorfo, for-
turais não muito claros no material não mando filamentos visíveis a olho nu que se
colorido; (2) usado para dar cor às formu- estendem no solo a partir das raízes infec-
lações de defensivos agrícolas, tanto pelo tadas (micorrizas).
aspecto visual como pela segurança, por Cordas nervosas: prolongamento longi-
exemplo, são necessários corantes em pro- tudinal do sistema nervoso do nematoide,
dutos destinados ao tratamento de semen- imerso nos setores laterais, dorsal e ventral,
tes para conferir cor às sementes tratadas, dilatado da hipoderme.
indicando que estas estão impróprias para
o consumo. Cordiforme: ver cordado.
Corante de Feulgen: corante histoquí- Cordões corticais: em plantas parasitas,
mico composto de fucsina básica e de como erva-de-passarinho, o cordão sai do
ácido sulfúrico. Cora cromatina que con- tecido da planta parasita e cresce pelo cór-
tém timidina. tex e floema secundário dos ramos da ár-
vore parasitada.
Corante de trypan blue: líquido de mon-
tagem constituído de ácido acético (45%) e Coremial: relativo a corêmio.

139
Corêmio: acérvulo cujos conidióforos são poros miceliais de certos Ascomycota e
iguais em tamanho, mais ou menos longos pode obstruir completamente os poros,
e unidos uns aos outros. particularmente associada com septo das
Coriáceo: duro, consistente e mais ou me- hifas.
nos flexível; de textura e aspecto seme- Corpo hifálico: diz-se do fragmento do
lhante ao couro. Característica de alguns micélio de Entomophthoracea constituído
carpóforos de fungos. de hifas curtas e espessas que produzem
Corimbo: frutificação de certos fungos conidióforos.
que lembra a forma de inflorescência do Corpo lateral: sistema de membranas du-
mesmo nome, ou seja, quando os conidió- plas localizado próximo ao flagelo, asso-
foros, partindo de níveis diferentes, frutifi- ciado a microcorpos e corpos lipídicos, de
cam aproximadamente no mesmo plano. função desconhecida.
Coriniforme: que tem forma de clava. Corpo receptivo: porção do estroma, ra-
Coroa cefálica anterior: conjunto das seis mificada ou não, que está apta a ser esper-
papilas ou setas localizadas atrás da coroa matizada pelo microconídio.
labial do nematoide. Corpo vesicular: estrutura de parede del-
Corpo: parte anterior do esôfago de nema- gada no sub-himênio, semelhante a uma
toides, geralmente de forma cilíndrica, de vesícula, de certos tipos de micorriza vesi-
largura moderada. Quando ocorre a dilata- cular-arbuscular.
ção para formar o bulbo, o corpo pode ser Corpos X: (1) células arredondadas, binu-
dividido em procorpo e metacorpo. cleadas, não ramificadas, pertencentes ao
Corpo central: em Ascomycota, corres- pseudoceloma de nematoides; (2) corpos
ponde a uma estrutura de célula da qual os de inclusão encontrados em células de
raios astrais emanam e iniciam a clivagem plantas infectadas com o vírus do mosaico
do citoplasma. do fumo (TMV).
Corpo de frutificação: formação de dife- Corpúsculos de Woronin: elementos mi-
rentes tipos de tecido para constituição das núsculos, ovais e refringentes, localizados
estruturas reprodutivas macroscópicas dos nas hifas apicais de certos Discomycetes,
Basidiomycota (cogumelos e orelha-de- próximos aos septos ou às paredes dos va-
-pau), dos Ascomycota (apotécios e perité- cúolos.
cios) e das frutificações microscópicas em Correção do solo: alteração nas proprie-
geral (ascomas e conidiomas). dades do solo pela adição de substâncias,
Corpo de inclusão: estrutura amorfa, como fertilizantes, calcário, etc., com o
cristalina e estranha, que pode ocorrer no propósito de melhorar suas propriedades
citoplasma de células de plantas infectadas e/ou características, visando corrigir uma
por vírus, visível sob um microscópio com- ou mais de suas deficiências.
posto. Corredor fitossanitário: na defesa fitossa-
Corpo de Woronin: estrutura proteica ele- nitária, rota previamente estabelecida pela
trodensa, geralmente ocorre próxima aos autoridade fitossanitária, por onde devem

140
passar obrigatoriamente determinados ve- Corrugado: enrugado.
getais, seus produtos ou outros artigos re-
Corte à mão livre: operação realizada,
gulamentados, com a finalidade de
com auxílio de navalha ou lâmina de bar-
direcionar o trânsito, considerando os ris-
bear, diretamente sobre o tecido do hospe-
cos à sanidade vegetal do país.
deiro onde estão as estruturas do patógeno,
Correlação: comparação sistemática que visualizadas na lupa. O tecido pode ser fa-
revela o grau de relacionamento entre tiado contando apenas com o apoio do
duas ou mais quantidades variáveis. É me- próprio substrato onde estão inseridas as
dida pelo coeficiente de correlação, que estruturas do patógeno ou pode ser
varia de um valor zero (não correlacio- apoiado em um suporte (normalmente
nado) a -1 ou +1 (correlação perfeita ne- feito de medula de embaúba) e, em seguida,
gativa ou positiva). seccionado da forma mais delgada possí-
Corrida eletroforética: segmento da ele- vel. Posteriormente, os cortes são coloca-
troforese envolvida na separação das ban- dos em lâminas, corados e visualizados em
das. Consiste na migração das proteínas ou um microscópio.
fragmentos de ácido nucleico ou enzimas Corte histológico: secção delgada de te-
em um determinado gel durante a aplica- cido doente, preparada para exame micros-
ção de uma diferença de potencial. A mi- cópico.
gração se dá em direção ao polo positivo,
cuja mobilidade das moléculas é função do Corte longitudinal radial: corte realizado
pH do meio, ponto isoelétrico e peso mo- em órgãos cilíndricos. O corte é paralelo ao
lecular. Quanto menos eletronegativa for a maior eixo passando pelo centro do órgão.
molécula e quanto maior o seu peso mole- Corte longitudinal tangencial: corte rea-
cular, menor será a sua mobilidade no gel. lizado em órgãos cilíndricos. O corte é pa-
A posição de cada banda é em função da ralelo ao maior eixo e não passa pelo centro
velocidade da molécula, que é proporcional do órgão.
ao campo elétrico e à carga da molécula e
inversamente proporcional ao seu raio, à Corte paradérmico: corte paralelo à su-
distância entre os dois eletrodos e viscosi- perfície de uma estrutura achatada, como
dade do meio. Ver gel concentrador e gel uma folha.
separador. Corte transversal: corte realizado em es-
Corrosão: decomposição química; oxida- truturas ou órgãos cilíndricos e nos que
ção de metais (enferrujamento) quando ex- apresentam formato laminar, achatado.
postos a ar úmido ou ácidos ou defensivos O corte é perpendicular ao maior eixo da
corrosivos, como a calda sulfocálcica. estrutura ou órgão.
Corrosivo: ação de destruir lentamente. Córtex: (1) casca; (2) nas plantas, o córtex
Alguns defensivos, como a calda sulfocál- está situado imediatamente abaixo da epi-
cica, desgastam lentamente as mangueiras, derme da raiz e do caule, é constituído de
bicos e outras partes dos equipamentos de tecido meristemático; (3) parte superficial
pulverização, principalmente as partes con- de basidiomas de Hymenomycetes, resul-
feccionadas com metal. tante do adensamento gradativo das hifas

141
contextuais; envoltório externo corticento e Cosmopolita: organismo que se desen-
mais ou menos espesso; perídio de fungos. volve espontaneamente em qualquer lugar,
por apresentar grande amplitude de tole-
Cortiça: conjunto de células mortas, su-
rância aos fatores ambientais, ou seja, prati-
berificadas, resultante da atividade do fe-
camente existe em todos os continentes.
logênio. Um tecido secundário, externo e
impermeável à água e aos gases. É for- Cossupressão: inativação coordenada de
mada frequentemente em resposta a feri- dois (trans) genes na mesma célula.
mentos e infecções.
Costelas da bursa: papilas genitais embu-
Cortical: relativo à casca, ao córtice. tidas na bursa de alguns nematoides.
Corticícola: organismo que vive sobre a Cot: produto da concentração de DNA
cortiça ou casca das plantas e pode atuar pelo tempo que fica incubado em uma rea-
como patógeno, por exemplo, Marasmius ção de reassociação.
spp.
Cotilédone: primeira folha seminal ou um
Corticina: antibiótico produzido por es- dos primeiros pares de folhas numa muda
pécies do gênero Corticium. que se desenvolve a partir de uma semente;
Cortina: estrutura constituída pelo véu o cotilédone contém nutrientes para a
marginal ou parcial que envolve o píleo e o planta em crescimento e é mais grosso do
estipe de Agaricales, na fase jovem e que, que as folhas verdadeiras posteriores.
na fase adulta, se fragmenta em consequên- Cótipo: nome anteriormente empregado
cia da expansão do píleo, assumindo um as- no sentido de síntipo ou parátipo.
pecto araneoso ou franjado.
Cotonosa: aspecto da cultura que apre-
Cortinado: diz-se do píleo provido de véu senta o micélio aéreo bem denso, seme-
ou cortina. lhante a algodão.
Corticioide: diz-se do himênio liso, sem Cotransformação: técnica em que uma
detalhes, do gênero Corticium. célula receptora é incubada com dois plas-
Cosave: na defesa fitossanitária, é a sigla de mídeos, um contém um marcador de fácil
Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul, seleção, e o outro um gene que não pode
cujo objetivo é harmonizar atividades e re- ser identificado por seleção direta.
gulamentações, na área de fitossanidade, Covariância: média do produto dos des-
entre os países do Cone Sul. vios de duas variáveis em relação às médias
Cosmídeo: plasmídeo que possui uma có- individuais. É uma medida estatística que
pia de sequência cos de fagos λ e pode ser mensura a inter-relação entre variáveis.
encapsulado em partículas virais. O seu pe- CQB: sigla de Certificado de Qualidade de
queno tamanho (5.000 pb a 7.000 pb), as- Biossegurança. Ver certificado de quali-
sociado a sua capacidade de empacotamento dade de biossegurança.
mediada por λ, permite a clonagem de
Crasso: espesso; cerrado; denso.
grandes fragmentos de DNA genômico
(35 Kb a 45 Kb). Na engenharia genética, Cratera: receptáculo que se abre para o ex-
são usados como veículo de clonagem. terior.

142
Crateriforme: em forma de cratera, taça Crescimento exponencial: crescimento
ou vaso. no qual certa quantidade (como uma popu-
lação) aumenta numa porcentagem fixa
Cravo-de-defunto: planta herbácea, anual,
(mais do que numa quantidade fixa, que é
ereta, denominada cientificamente como
um crescimento linear), num dado período
Tagetes erecta L., que atinge até 0,8 m de al-
de tempo. O crescimento exponencial am-
tura; pode ser utilizada como repelente na-
plia muito sua taxa com o tempo, diferente-
tural próximo a hortas e em rotação de
mente do crescimento linear, que continua
cultura para o controle de nematoides.
numa mesma proporção ao longo do
Credenciamento: na defesa fitossanitária, tempo; crescimento logarítmico; índice ex-
reconhecimento oficial, pela respectiva or- ponencial de crescimento.
ganização nacional de proteção fitossanitá-
Crescimento linear: crescimento ou ín-
ria, da competência para executar tarefas
dice de aumento no qual uma quantidade
específicas ou prover serviços específicos,
cresce em algum valor fixo durante cada
em apoio total ou parcial ao cumprimento
unidade de tempo.
das obrigações oficiais, resultantes de sua
aprovação e autorização. Crescimento logarítmico: ver cresci-
mento exponencial.
Crenado: diz-se da margem entalhada do
píleo que passa a apresentar dentes não Crescimento logístico: padrão em que o
agudos; diz-se também da aresta das lame- crescimento da população é exponencial
las, de aberturas de tubos, etc. quando a população é pequena, e o cresci-
mento diminui imediatamente conforme a
Creosoto: líquido composto, em grande
população se aproxima da capacidade de
parte, por hidrocarbonetos aromáticos.
suporte; produz uma curva sigmoide (em
Derivado do alcatrão; usado na conserva-
forma de S).
ção de madeira e como desinfetante.
Crescimento pulverulento: apareci-
Crescimento: mudança irreversível em
mento de uma cobertura semelhante a pó
um organismo, acréscimos no volume e no
sobre a epiderme das plantas. Ver míldio e
peso, causados por divisão celular; au-
oídio.
mento da célula ou diferenciação celular e
utilização de nutrientes. O crescimento Crescimento sigmoide: aumento da po-
também pode se referir ao aumento do ta- pulação que começa em ritmo lento, cresce
manho (população) de uma colônia de mi- gradualmente, até que começa a crescer ex-
crorganismos, especialmente numa cultura. ponencialmente. Quando a população al-
cança sua capacidade de sustentação, o
Crescimento apical: crescimento que
crescimento estabiliza-se. O crescimento
ocorre no topo ou ápice de um órgão.
sigmoide é assim denominado em virtude
Crescimento aritmético: crescimento pa- da forma de S, característica da curva que
drão cujos incrementos ocorrem num resulta quando é representado grafica-
ritmo constante no tempo. mente.
Crescimento basilar: crescimento basí- Crespado: enrugado; anelado; contraído;
peto. encrespado; com a superfície áspera.

143
Crespeira: denominação dada às doenças res são agentes com alta solubilidade em
causadas por espécies de fungo do gênero água e baixa toxicidade.
Taphrina. Críptico: inconspícuo, imperceptível.
Crestamento: tipo de queima pouco pro- Criptobiologia: estudo da vida de organis-
nunciada em brotos novos, folhas, flores, mos a baixas temperaturas.
frutos imaturos e extremidades de ramos,
na maioria dos casos, os tecidos tornam-se Criptobiose: estado extremo de anabiose,
pardacentos. no qual todos os sinais externos de ativi-
dade metabólica estão ausentes.
Criação genética: cultivar/variedade
Criptograma: texto cifrado que obedece a
(qualquer que seja sua identidade genética)
um código e uma lógica pré-determinada
obtida por criação, descobrimento e aplica-
para decifrar a mensagem. Para os vírus, há
ção do conhecimento científico do melho-
um código descritivo que sumariza algumas
ramento genético.
das suas principais propriedades. O cripto-
Criconemoide: tipo de esôfago de nema- grama consiste de 4 pares de símbolos, com
toide, que também pode ter evoluído a os seguintes significados: 1º par) tipo de
partir do esôfago tilencoide, na fusão do ácido nucleico: R = RNA e D = DNA/nú-
procorpo com o metacorpo em uma peça mero de filamentos: 1 = simples e 2 = du-
única, dilatada. plo; 2º par) peso molecular do ácido nucleico
(em milhões)/ % de ácido nucleico nas par-
Crinado: piloso. tículas infectivas; 3º par) forma do vírion/
Criobiologia: estudo dos efeitos de baixas forma do nucleocapsídeo: S = esférico,
temperaturas nos seres vivos, tendo em E = alongado com lados paralelos, final
vista a sua preservação. não arredondado, U = alongado com lados
paralelos, final arredondado, X = com-
Criobiose: tipo de quiescência de nema- plexo ou nenhum dos acima; 4º par) sím-
toide quando submetido a frio intenso. bolo do tipo do hospedeiro: A = actino-
Criodessecação: ver liofilização. mices, B = bactéria, F = fungo, T = inver-
tebrado, S = semente de planta, V = verte-
Criogênico: relativo a temperaturas muito brado/tipo de vetor: Ac = ácaro (Acarina,
baixas. Arachnida), Al = mosca-branca (Aleyrodi-
Criopreservação: congelamento contro- daee, Hemiptera, Insecta), Ap = pulgão
lado e armazenamento de materiais, espe- (Aphididade, Hemiptera, Insecta), Au = es-
cialmente de microrganismos e gametas perança (Auchenorrhyncha, Hemiptera),
em temperaturas ultrabaixas, normalmente Cc = cochonilha (Coccidae, Hemiptera),
próximas à temperatura do nitrogênio lí- CL = coleóptero (Coleoptera, Insecta),
quido (-196 °C), capaz de interromper Di = mosca (Diptera, Insecta), Fu = fungo
(Chytridiales e Plasmodiophorales, Fungi),
todo o metabolismo celular.
Gy = percevejo (Gymnocerata, Hemip-
Crioprotetor: composto que previne o tera), Ne = nematoide (Nematoda),
dano à célula durante o processo de conge- Os = cigarrinha (Psyllidae, Hemiptera),
lamento e descongelamento. Crioproteto- Si = pulga (Siphonoptera, Insecta),

144
Th = tripes (Thysanoptera, Insecta), Ve = mada de cromatografia gasosa-líquida ou
vetor desconhecido, mas nenhum dos cromatografia de íon (CI), ou cromatogra-
acima, O = disseminado sem vetor, mas in- fia líquida de alta pressão (HPLC), ou cro-
fectado no ambiente. Outros símbolos matografia sobre papel.
para todos os pares: * = propriedade do ví-
Cromatografia de afinidade: técnica
rus é desconhecida, ( ) = informação duvi-
usada para separar componentes de uma
dosa, necessita confirmação. Exemplos:
substância, explorando sua ligação especí-
criptograma do grupo Closterovirus
fica a moléculas conhecidas. A solução é
[R/1: 2.3-4.3/5-6: E/E: S/Ve/Ap] e do ví-
passada por uma coluna que contém um
rus Prune dwarf vírus R/*: */14: S/S: S/*
coloide ao qual a molécula se liga por for-
(Németh, 1986).
ças covalentes.
Cristal violeta: corante usado na colora-
Cromatografia de camada fina: técnica
ção de Gram para auxiliar na identificação
simples e muito importante para separação
de bactérias.
rápida e análise quantitativa de pequenas
Critério de aceitação de erro: risco que quantidades de substância. É usada para
se assume sobre a possibilidade de chegar a determinar a pureza do composto, identifi-
uma conclusão incorreta. car componentes em uma mistura, compa-
rando-os com padrões, acompanhar o
cRNA: ver RNA complementar.
curso de uma reação pelo aparecimento
Cromatídio: metade de um cromossomo dos produtos e desaparecimento dos rea-
durante os primeiros estádios de divisão gentes e ainda isolar componentes puros
celular. Os cromossomos pais dividem-se de uma mistura. Nesta técnica, a fase lí-
longitudinalmente para produzir dois cro- quida ascende por uma camada fina do ad-
matídios filiformes, dividindo-se depois sorvente estendida sobre um suporte, o
completamente em duas células-filhas. mais típico é uma placa de vidro.
Cromatina: parte da substância nuclear Cromatografia de imunoafinidade: téc-
que forma a parte mais proeminente da nica de purificação na qual um anticorpo é
massa nuclear e dos cromossomos. É cha- fixado a uma matriz e é usado para isolar
mada cromatina por causa da rapidez com uma proteína de uma mistura complexa.
que fica corada com o uso de certos coran-
Cromatografia de papel: técnica na qual
tes.
uma amostra líquida flui por uma tira de
Cromatografia: técnica usada para sepa- papel adsorvente vertical, onde os compo-
rar, purificar ou analisar uma mistura de ga- nentes se depositam em locais específicos.
ses, líquidos ou substâncias dissolvidas,
Cromatografia de troca iônica: procedi-
baseada no princípio da adsorção. A mis-
mento cromatográfico no qual a fase esta-
tura é dirigida por um meio adsorvente em
cionária consiste em uma resina trocadora
que os diferentes componentes se ligam
de íons, que pode ser ácida ou básica.
por diversos períodos de tempo, depen-
dendo da sua estrutura química. Esse pro- Cromatografia em gel: procedimento de
cesso toma muitas formas, incluindo a separação molecular pelo qual vírus ou
cromatografia gasosa (CG), também cha- proteínas são separados, a partir de molé-

145
culas de diferentes tamanhos, quando pas- Cromonema: fio único de material cro-
sam através dos poros de um gel de agarose. mático dentro do cromossomo, distin-
Usada para purificação de vírus, proteínas, guido opticamente.
ácidos nucleicos, etc.
Cromoplasto: corpo citoplasmático ver-
Cromatografia gasosa: processo croma- melho ou amarelo que contém caroteno e
tográfico no qual uma mistura de compo- xantofila.
nentes voláteis é passada por uma coluna
de adsorventes (chamada de fase estacioná- Cromossomo: estrutura nucleoproteica,
ria), usando um gás carregador para varrer presente no núcleo das células, microscopi-
as moléculas através da coluna. O gás é co- camente observável quando corada por co-
nhecido como fase móvel. O instrumento rantes básicos na metáfase durante a
é construído para que a coluna seja colo- divisão celular. Carrega os genes que estão
cada num forno aquecido com tempera- dispostos em ordem linear. Cada espécie
tura ajustável. As moléculas que têm tem um número cromossômico caracterís-
diferentes propriedades físicas (estrutura, tico (Gardner; Snustad, 1986). Esta estru-
polaridade ou ponto de ebulição) se gru- tura é portadora das informações genéticas
dam à coluna por diferentes períodos de transmitidas de uma geração para a se-
tempo, resultando na separação dos com- guinte.
ponentes.
Cromossomo artificial de bactéria: ve-
Cromatografia gasosa líquida: processo tor plasmidial com capacidade de clona-
de cromatografia em que os componentes gem de fragmentos de DNA de grandes
voláteis são separados ao passar por um lí- dimensões, geralmente de 100 kpb a
quido não volátil. 300 kpb em um hospedeiro bacteriano (em
Cromatografia líquida de alta pressão: geral, Escherichia coli); bacterial artificial
técnica cromatográfica utilizada na análise chromosome (BAC).
de defensivos agrícolas e resíduos destes. Cromossomo artificial de levedura: ve-
Um solvente é usado para eluir uma mis-
tor usado para clonagem, em leveduras, de
tura de compostos através de uma coluna,
grandes fragmentos de DNA genômico
pela qual o líquido é forçado a passar, com
(200 Kbp a 500 Kbp). É construído a par-
ajuda de uma bomba de alta pressão. A se-
paração dos compostos na mistura ocorre tir de sequências teloméricas ou centromé-
na coluna, e a quantidade de cada compo- ricas e um centro de replicação.
nente é quantificada por meio de um de- Cromossomos homoeólogos: cromos-
tector. somos parcialmente homólogos.
Cromatografia líquida de alto desem- Cromossomos homólogos: par de cro-
penho: ver cromatografia líquida de alta mossomos semelhantes, que carregam genes
pressão. dos mesmos traços. Os cromossomos ho-
Cromômero: menor partícula identificável mólogos juntam-se aos pares durante a pri-
do cromossomo, pelas suas características, meira fase da meiose e separam-se no final
tamanho e posição nos fios cromossômi- dela, de modo que cada célula germinativa
cos. carrega um membro do par. Os organismos

146
diploides contêm pares de cromossomos na proximidade do útero do nematoide.
análogos, um derivado do pai e outro da mãe. A essas células atribui-se a função de secre-
tar a casca do ovo dos nematoides. Ver tri-
Crônico: (1) sintoma que se desenvolve
columela e quadricolumela.
lentamente, persistente ou recorrente, e
aparece durante um longo período de Crustiforme: com aspecto de crosta.
tempo; (2) infecção lenta, frequentemente Cruzamento: (1) combinação de dois ta-
sem sintomas; (3) pertencente a uma con- los diferentes da mesma espécie ou de es-
dição que é de longa duração. pécies distintas para observar a formação
Croniósporo: esporo dormente. de esporos sexuais e determinar o tipo de
compatibilidade dos isolados cruzados;
Cronisporângio: esporângio formador de (2) a combinação dos gametas de dois indi-
cronisporos. víduos ou o resultado desse processo.
Crosier: (1) dobra da extremidade da hifa Cruzamento ao acaso: ver pan-mixia.
ascógena, formando um gancho. Da pe-
núltima célula binucleada da hifa deriva o Cruzamento interespecífico: cruza-
asco; (2) dobra da ponta de um ramo em mento natural ou intencional entre indiví-
direção à superfície do solo. duos de duas espécies.
Crossing-over: ver recombinação genética. Cruzamento intraespecífico: cruza-
mento natural ou intencional entre indiví-
Crosta: (1) sinal necrótico caracterizado duos da mesma espécie.
pela deposição excessiva de camadas de
suberina, formando extensa placa áspera Cruzamento intergenérico: hibridação
sobre a superfície do órgão afetado; entre indivíduos (genitores) pertencentes a
(2) camada exterior firme de uma rizo- dois gêneros distintos.
morfa, de um escleródio ou de outra es- Cruzamento intragenérico: hibridação
trutura. entre indivíduos (genitores) pertencentes
Crosta-negra: doença da seringueira cau- ao mesmo gênero.
sada por Phyllachora huberi, caracterizada Cteinotrófico: fungo parasita que, para
pela formação, na superfície abaxial dos fo- nutrir-se, destrói total ou parcialmente o
líolos, de placas circulares negras, em círcu- hospedeiro.
los concêntricos, constituídas por estromas
CTNBio: sigla de Comissão Técnica Na-
do fungo.
cional de Biossegurança. Instância cole-
Crotalária: leguminosa rasteira, perene, giada multidisciplinar, criada pelo Poder
notadamente a Crotalaria spectabilis e a C. Executivo, em cumprimento à Lei Nacio-
breviflora, que são plantas antagonistas utili- nal de Biossegurança nº 8.974, publicada
zadas com sucesso, em rotação de cultura, no Diário Oficial da União, em 5 de janeiro
no controle dos nematoides das galhas. de 1995. A finalidade da CTNBio é prestar
apoio técnico consultivo e assessoramento
Cruciforme: em forma de cruz.
ao Governo Federal na formulação, atuali-
Crustaforméria: arranjo, em múltiplas fi- zação e implementação da Política Nacio-
leiras, das células que circundam o oviduto nal de Biossegurança relativa aos

147
organismos geneticamente modificados vra de gênero feminino (deve-se dizer “a
(OGMs), bem como no estabelecimento cultivar”).
de normas técnicas de segurança e parece-
Cultivar multigênico: cultivar que apre-
res técnicos referentes à proteção da saúde
senta um grande número de genes, os
humana, dos organismos vivos e do meio
quais, em conjunto, conferem resistência a
ambiente, para atividades que envolvam a
determinadas doenças. O termo multigê-
construção, experimentação, cultivo, mani-
nico pode ser substituído por poligênica
pulação, transporte, comercialização, con-
(Plank, 1982).
sumo, armazenamento, liberação e descarte
de OGMs e derivados (Brasil, 2010). Cultivar poligênico: ver cultivar multigê-
nico.
Cuba: recipiente de vidro, louça ou aço
usado em laboratório para diversas finali- Cultivar sintética: cultivar resultante de
dades (como contenção de misturas refri- gerações avançadas, por polinização aberta,
gerantes, imersão dos instrumentais com do conjunto de todas as combinações pos-
detergente enzimático, colorização de lâmi- síveis entre genótipos, selecionada com
nas e suporte para eletroforese). base na boa capacidade combinatória que
os genótipos apresentam entre si.
Cubeta: pequeno recipiente de quartzo ou
de vidro usado para colocar substâncias lí- Cultivo: manutenção de um microrga-
quidas a serem quantificadas em um espec- nismo (fungo ou bactéria) crescendo em
trofotômetro. meio artificial, em laboratório.
Cuculado: diz-se do píleo ou dos esporos Cultivo associado: cultivo em que duas
com a forma de chapéu; esporos em forma ou mais culturas temporárias estão presen-
de capuz, com os bordos ligeiramente le- tes simultaneamente em uma mesma área.
vantados. Cultivo biodinâmico: forma de cultivo
Cucumovirus: gênero de vírus da família orgânico desenvolvido no início do século
Bromoviridae, cujo genoma consiste de 20 pelo doutor Rudolph Steiner. Baseia-se
três moléculas de fita simples de RNA com numa filosofia de interdependência de to-
polaridade positiva. A espécie-tipo do gê- dos os organismos vivos. Essa prática evita
nero é o Cucumer mosaic virus (CMV = mo- agroquímicos sintéticos e utiliza compos-
saico do pepino). É transmitido por tos preparados com receitas específicas.
pulgões. Cultivo consorciado: plantio de duas ou
Cultivado: qualidade do organismo que se mais espécies em uma mesma área e no
desenvolve em cultura. mesmo período.
Cultivar: designação dada a um conjunto Cultivo de embriões de plantas: cultivo
de plantas da mesma espécie, cultivadas, in vitro de embriões com propósito de ob-
que se distinguem por alguma(s) caracterís- servar a morfogênese, resgatar embriões de
tica(s) significante(s) para a agricultura, e cruzamentos cujas sementes têm baixa via-
que, quando reproduzidas, mantêm essas bilidade e propiciar condições ótimas para
características. A palavra “cultivar” signi- a germinação normal de embriões. Em-
fica “variedade cultivada”; portanto, é pala- briões somáticos (desenvolvidos direta-

148
mente de células somáticas) podem ser Cultura de células: cultivo em meio nutri-
desenvolvidos in vitro, e embriões cultiva- tivo de células isoladas ou de pequenos
dos in vitro podem ser utilizados como grupos de células similares, em condições
alvo para a biobalística. assépticas e com luminosidade e tempera-
turas controladas.
Cultivo de sequeiro: lavoura cultivada em
regiões com deficiência de chuva ou em Cultura de meristemas: cultura in vitro
terrenos altos, bem drenados, sem utiliza- da estrutura meristemática dos ápices cauli-
ção de irrigação. nares ou das brotações.
Cultivo intercalado: cultivo em que uma Cultura de suporte fitossanitário insufi-
cultura temporária ocupa o intervalo de ciente: cultura com baixo suporte fitossa-
uma cultura permanente. nitário, aquela para a qual falta ou há
número reduzido de agroquímicos regis-
Cultivo mínimo: plantio ou semeadura de trados. Essa ausência muitas vezes oca-
cultura com o mínimo de perturbação do siona o uso irregular e dificulta o exercício
solo. do profissional, que não tem como pres-
Cultura: crescimento de microrganismos, crever legalmente um produto não regis-
células ou tecidos vegetais sobre um meio trado.
de cultura, em condições assépticas e con- Cultura de tecidos vegetais: manutenção
troladas. e propagação in vitro de explantes vegetais
Cultura armadilha: cultivo de uma espé- assépticos, em meio nutritivo, sob fotope-
cie altamente suscetível a um dado pató- ríodo e temperaturas controladas.
geno, principalmente nematoides, em que Cultura dixênica: ver cultura gnobiótica.
as plantas são removidas ou incorporadas
ao solo antes de o patógeno completar o Cultura em calo: diz-se do cultivo de ne-
seu ciclo, com o objetivo de reduzir a po- matoide em calo, sendo este oriundo de
pulação do patógeno na área. proliferação celular de segmentos de ór-
gãos de plantas.
Cultura asséptica de planta: cultivo de
Cultura em faixas: procedimento em que
plantas em ambiente asséptico.
é efetuada a disposição da cultura em faixas
Cultura axênica: ver cultura gnobiótica. de largura variável, de modo que a cada ano
Cultura consorciada: ver cultivo consor- se alternam plantas que oferecem pouca
ciado. proteção ao solo com outras que apresen-
tam crescimento denso. Entre os diversos
Cultura contaminada: cultura in vitro de sistemas de controle de erosão, tanto hí-
uma espécie desejada que está invadida por drica como eólica, a cultura em faixas é
uma ou mais espécies indesejadas. uma das mais eficientes e práticas para cul-
Cultura contínua: cultura em suspensão, turas anuais.
propagada por longos períodos de tempo Cultura em suspensão: cultura de células
sem subcultivo, com constante adição de ou tecidos ou de agregados de células, fun-
um novo meio e uma colheita balanceada gos ou bactérias que são crescidos em um
da suspensão. meio líquido sob agitação.

149
Cultura estoque: espécie conhecida de sob vácuo em ampolas de vidro e armaze-
microrganismo, mantida em laboratório nadas a 4 °C. A ampola posteriormente
para vários testes e estudos. pode ser aberta e o organismo recultivado.
Cultura gnobiótica: tipo de cultura que Cultura monoascospórica: cultura pro-
envolve o cultivo in vitro de apenas uma veniente do crescimento de um único as-
espécie de organismo ou de uma espécie cósporo.
associada a uma ou mais espécies conheci-
das, recebendo as seguintes denominações: Cultura monobasidiospórica: cultura
a) cultura axênica: cultivo in vitro de uma proveniente do crescimento de um único
única espécie de organismo; b) cultura mo- basidiósporo.
noxênica: cultivo in vitro de uma espécie Cultura monoconidial: cultura prove-
associada a outra espécie conhecida; c) cul- niente do crescimento de um único coní-
tura dixênica: cultivo in vitro de uma espé- dio.
cie associada a outras duas espécies
conhecidas; d) cultura sinxênica: cultivo in Cultura monospórica: cultura prove-
vitro de uma espécie na presença de três ou niente do crescimento de um único esporo.
mais espécies conhecidas. Cultura monoxênica: ver cultura gnobió-
Cultura hidropônica: cultivo realizado na tica.
ausência de solo, em substratos isentos de Cultura monozoospórica: cultura prove-
patógenos e em solução nutritiva, onde a niente do crescimento de um único zoós-
ocorrência de doenças é minimizada, mas poro.
não eliminada.
Cultura permanente: cultura mantida por
Cultura impura: ver cultura contaminada. meio de sucessivas subculturas.
Cultura inclinada: método usado para Cultura primária: cultura estabelecida de
manter culturas estoque de microrganis- patógeno isolado diretamente dos tecidos
mos. As células são plaqueadas sobre ágar do hospedeiro.
inclinado em tubos de ensaios vedados
com tampão ou tampa rosqueada. Quando Cultura pura: cultivo in vitro de uma
se adiciona o meio fundido aos tubos, estes única espécie de organismo, ou seja, isento
são mantidos inclinados até o meio solidifi- de contaminantes.
car. Cultura sincronizada: cultura manipu-
Cultura in vitro: cultura em condições ar- lada de forma que a divisão de todos os
tificiais, ou seja, fora do hospedeiro, como componentes ocorre simultaneamente.
manutenção e propagação de explantes ve- Cultura sinxênica: ver cultura gnobiótica.
getais e de patógenos, em meio nutritivo,
em condições assépticas e com luminosi- Cultura solteira: sistema de produção em
dade e temperaturas controladas. que somente uma cultura é explorada em
determinada área.
Cultura liofilizada: preparação de micror-
ganismos produzida pelo congelamento a Cultura tipo: cultura derivada de um holó-
seco. As culturas dessecadas são lacradas tipo.

150
Cuneado: que tem ápice abruptamente avaliação, documentação, informação e uti-
pontudo. lização do germoplasma.
Cuneiforme: em forma de cunha; que se Curadoria: conjunto de atividades correla-
alarga da base para o ápice. Aplicado a al- cionadas com a preservação, armazena-
guns esporos e a elementos himeniais de mento, catalogação e administração de
Marasmius. espécimes e outros materiais biológicos de-
Cuniculado: com uma abertura profunda positados em coleção.
e comprida em uma das extremidades. Curativo: capacidade de induzir cicatriza-
Cúprico: fungicida derivado de produto à ção ou cura.
base de cobre, com largo espectro de ação Curva concentração-resposta: curva que
antifúngica e antibacteriana e baixa toxidez descreve a relação entre diferentes concen-
aos animais e ao homem. De modo geral, trações de um agente tóxico ante a porcen-
possue alta tenacidade, garantindo alto po-
tagem de resposta da população exposta.
der residual. Inativa enzimas e proteínas
que contenham grupo SH, Amino, COOH Curva de calibração: representação grá-
e OH. Inibe também a ação das enzimas fica dos dados tomados durante a calibra-
sacarase, catalase, arginase e betaglicosi- ção de um instrumento.
dase.
Curva de crescimento: representação
Cúpula: pequena concavidade; receptá- gráfica do aumento em peso, tamanho e
culo com a forma côncava. número de células ou características simila-
Cupulado: com aspecto de cúpula. res de um organismo, ou culturas de células
com relação ao tempo. Na maioria das cé-
Cupuliforme: ver cupulado. lulas ou organismos, o crescimento segue
Cura: método que consiste na exposição uma curva sigmoide mostrando uma fase
de alguns produtos hortícolas, como raízes, lag, seguida por períodos de crescimento
tubérculos e bulbos, a condições de umi- exponencial, senescência e morte.
dade relativa e de temperatura elevadas,
Curva de crescimento bacteriano: ver
para a cicatrização e a suberização das ca-
madas externas do tecido (epiderme). fases de crescimento de bactérias.
A epiderme funciona como barreira física Curva de crescimento em forma de J:
efetiva contra infecções e reduz o nível de curva resultante da representação gráfica
perda de água, visando aumentar a resistên- do padrão de crescimento populacional em
cia dos tecidos e o período de conservação. forma de J, que ocorre quando a densidade
Cura de ferimento: ver cicatrização. da população aumenta de forma exponen-
cial.
Curador: pessoa responsável, em bancos
de germoplasma ou em centros de pes- Curva de crescimento sigmoide: repre-
quisa, pela promoção das atividades de sentação gráfica do padrão de crescimento
prospecção, coleta, introdução, intercâm- de população em forma de S, com o tama-
bio, multiplicação, inspeção, quarentena, nho da população estabilizado na capaci-
conservação, regeneração, caracterização, dade de suporte de um habitat particular.

151
Curva de infectividade: representação Cutícula: (1) camada externa, pele ou pelí-
gráfica dos dados que mostra a relação en- cula, que recobre a superfície externa do pí-
tre uma série de concentrações diluídas do leo; difere da cutícula presente nas plantas,
inóculo do patógeno com o número de in- pois a cutícula dos fungos é formada por
fecções causadas pelas diluições, notada- um ou mais extratos de hifas; (2) fina ca-
mente em vírus. mada cerosa localizada na parte externa das
Curva de progresso da doença: repre- células epidérmicas dos vegetais, consti-
sentação gráfica da quantidade de doença tuída primariamente de cutina e cera;
em diversos ou diferentes intervalos de (3) cobertura externa dos nematoides, que
tempo durante o ciclo da cultura. É ex- consiste de camadas não celulares, transpa-
pressa pela plotagem da intensidade de rentes e de natureza proteica, sobrepostas à
doença versus o tempo em uma população hipoderme. A cutícula pode recobrir as
de hospedeiros ou área de plantio. As cur- aberturas naturais, como a cavidade oral,
vas de progresso das doenças induzidas canal do esôfago, abertura anal, vulva, va-
pelo mesmo patógeno variam com o local, gina, reto e poro excretor.
com o tempo e com a suscetibilidade do
hospedeiro, uma vez que cada epidemia Cutina: substância insolúvel que forma
tem suas próprias características. uma superfície externa e que impregna as
paredes celulares de células maduras da
Curva de resposta à dose: representação
gráfica de dados que mostra a relação entre epiderme das plantas. É composta por uma
algumas respostas biológicas e a dose ad- mistura de compostos ceráceos e está li-
ministrada de radiação ou de defensivo gada à suberina.
agrícola a um grupo de organismos teste. Cutinases: esterases, com um resíduo de
Curvicaule: diz-se do fungo com estipe serina no sítio catalítico, que rompem as li-
inclinado. gações ésteres entre as moléculas presentes
na cutina.
Cuscuta: planta da família Convolvulaceae
que parasita a copa de plantas lenhosas. cv.: abreviatura de cultivar. Ver cultivar.

152
D
Dacrioide: com o formato de lágrima. Ar- veis são as condições do habitat e da ecolo-
redondada numa das extremidades e pon- gia local, bem como anotações sobre a
tuda na outra. planta em si. Esses dados são registrados à
Dactiloide: com o formato de dedos; que parte pelo coletor ou em cadernetas do co-
se distribui como os dedos da mão. letor, especiais para esse fim, com formulá-
rio padronizado que traz impressos os
Dados: conjunto de qualquer tipo de in- principais dados relativos à identificação de
formação detalhada e quantificada, resul- uma coleta.
tado de medições ou experiências realizadas
com objetivos específicos, e usado como Dados toxicológicos: informações sobre
referência para determinações, estudos e as características tóxicas de uma substância
trabalhos científicos. Toda a informação ou composto químico obtidas através de
factível deve ser resumida em um código, experimentos em animais de laboratório
uma cifra, um esquema, um plano ou uma ou de registro de casos de uso indevido e
foto; isso quer dizer que a informação não consequente intoxicação em seres huma-
requer um texto ou um comentário para nos.
ser inteligível ou utilizável. Dados toxicológicos agudos: informa-
Dados científicos: dados obtidos ao se fa- ções a respeito da toxicidade de uma subs-
zer observações e medições, em pesquisas tância ou composto químico obtidas
científicas. através de experimentos em animais de la-
boratório expostos a uma única dose e por
Dados climáticos: dados pertinentes ao uma única via de administração.
estudo do clima, inclusive relações estatísti-
cas, valores médios, valores normais, fre- Dados toxicológicos crônicos: informa-
quências de variações e distribuição dos ções a respeito da toxicidade cumulativa de
elementos meteorológicos. uma substância ou composto químico.
Dados de passaporte: conjunto de dados DAF: sigla de DNA Amplification
relativos à origem de um acesso. De funda- Fingerprinting. É uma estratégia para detec-
mental importância é o nome da espécie, ção de diferenças genéticas entre organis-
local e data de coleta (ou procedência), es- mos por meio da amplificação do DNA
tado do material (silvestre ou cultivado) e o genômico, utilizando um único primer de
número pessoal do coletor. Dados desejá- sequência arbitrária.

153
DAMD: sigla de Directed Amplification of Dano mecânico: deformação plástica,
Minisatelite-Region DNA. É uma técnica de ruptura superficial e, em casos mais extre-
obtenção de marcadores genético-molecu- mos, destruição dos tecidos vegetais pro-
lares amplificados via PCR, usando um vocada por forças externas, resultando em
único primer construído a partir de sequên- modificações físicas e alterações fisiológi-
cias de minissatélites. cas, químicas ou bioquímicas dos atributos
Damping-off: sintoma necrótico caracte- sensoriais.
rizado pelo colapso, tombamento e morte Dano por compressão: aquele que ocorre
repentina da plântula, resultante do desen- por aplicação de uma força aos tecidos ve-
volvimento de lesões próximas ao solo, getais, causando deformação ou rompi-
culminando com a podridão dos tecidos mento desses tecidos. O dano por
tenros da base do caule. Os patógenos ha- compressão é muito comum durante a em-
bitantes do solo são os principais agentes
balagem e pode deformar o produto ou até
causais.
causar rachaduras, dependendo da força
Dano: qualquer redução na qualidade aplicada sobre ele.
e/ou quantidade da produção.
Dano por congelamento: dano que
Dano direto: dano que incide na quanti- ocorre quando plantas ou órgãos vegetais
dade ou qualidade do produto ou, ainda, na são resfriados abaixo do ponto de congela-
capacidade futura de produção. mento da água.
Dano econômico: qualquer perda econô- Dano por fricção: dano físico aos tecidos
mica decorrente de uma injúria. vegetais, resultante de atrito ou de movi-
Dano físico: ferimento causado aos teci- mento de unidades de produtos vegetais
dos vegetais por meios mecânicos ou ata- entre si contra objetos ou superfícies adja-
que de patógenos, com rompimento de sua centes, causando abrasão na superfície.
estrutura e modificação da atividade fisio-
Dano por impacto: dano decorrente da
lógica, promovendo respostas localizadas
queda do produto de uma altura suficiente
como divisão celular, aumento na respira-
para causar dano aos tecidos, o qual varia
ção e na produção de etileno.
de acordo com o grau de maciez do pro-
Dano genético: efeito deletério causado duto vegetal. Em frutas muito macias, o
pela disrupção dos cromossomos, que oca- dano aparece como uma área encharcada,
siona mutações negativas. O dano genético perceptível após o descascamento, mas es-
pode ser causado por exposição a radiação curece com o tempo pela ação de enzimas
ou agentes químicos perigosos, ou por mu- oxidativas. O impacto também pode causar
tações espontâneas. ferimento, com rachaduras dos tecidos,
Dano indireto: compreende os efeitos sendo comum em melancias e tomates.
econômicos e sociais das doenças de plan-
Dano potencial: dano que pode ocorrer
tas que estão além do impacto agronômico
na ausência de medidas de controle.
imediato, podendo ocasionar danos ao ní-
vel do produtor, da comunidade rural, do Dano real: dano que ocorreu ou que ainda
consumidor, do estado e do ambiente. está ocorrendo.

154
Dano secundário: dano na futura produ- Decíduo: estrutura que permanece por
ção causado por patógenos ou pragas; co- pouco tempo e cai na maturidade.
mum quando o patógeno é veiculado pelo Decisão vinculante: recomendação feita
solo ou disseminado por órgãos de propa- pelo Comitê Geral e ratificada por um
gação vegetativa de seu hospedeiro. Congresso Internacional de Botânica sobre
Data: em nomenclatura zoológica ou bo- se um nome é ou não validamente publi-
tânica, a data de publicação de um trabalho cado ou se os nomes são ou não tratados
é o primeiro dia, no calendário gregoriano, como homônimos (Turland et al., 2018).
em que exemplares podem ser obtidos por Declaração adicional: na defesa fitossa-
compra ou distribuição gratuita. nitária, declaração apresentada na forma de
Data de um nome: a data de publicação certificado fitossanitário, exigida pelo país
importador, na qual devem ser escritas in-
válida de um nome (Turland et al., 2018).
formações adicionais específicas pertinen-
Data válida: no Código Internacional de tes à condição fitossanitária de um lote.
Nomenclatura para Algas, Fungos e Bacté-
Declaração de aceite: na defesa fitossani-
rias, refere-se à data de publicação de um tária, documento emitido pelo represen-
nome (Turland et al., 2018). tante legal da unidade ou posto de
Dauerlarva: terceiro estádio juvenil de ne- recebimento de embalagens vazias de de-
matoide, que retém a cutícula do estádio fensivos agrícolas, seus componentes e
anterior, o que a torna resistente à desseca- afins, com firma reconhecida, declarando
ção e às condições ambientais desfavorá- aceitar o recebimento das embalagens va-
veis (incluindo a falta de alimentos). Forma zias dos produtos comercializados por uma
aportuguesada do termo alemão dauerlarven referida revenda.
(dauer = durar; larven = larva). Declaração de higienização de embala-
DBO: sigla de Demanda Bioquímica de gens: na defesa fitossanitária, documento
emitido por empresa credenciada pela
Oxigênio. Ver demanda bioquímica de oxi-
Agência Estadual de Defesa Agropecuária
gênio.
e serve para assegurar a higienização na
DE50: ver dose média efetiva. reutilização de caixas de plástico.
Decantação: processo de separação dos Declinado: dobrado do ápice para baixo
componentes de um sistema heterogêneo ou para diante.
sólido-líquido, sólido-gasoso ou líquido- Declínio: denominação dada ao estado de
-líquido, em que o componente mais denso, uma planta que apresenta perda progres-
sob a ação da gravidade, se deposita natu- siva de vigor, crescimento lento, folhas pe-
ralmente. A velocidade de decantação de- quenas, quebradiças, amareladas ou
pende da concentração e da dimensão das avermelhadas, com desfolhamento e morte
partículas ou dos aglomerados obtidos por descendente dos galhos.
coagulação ou floculação.
Decocção: cozimento; fervura de material
Decapsidação: liberação do DNA/RNA orgânico em um líquido para extrair os
viral na célula hospedeira. princípios solúveis que o material contém.

155
Decompor: desagregar; apodrecer ou de- Defeito: diz-se de qualquer irregularidade
teriorar-se, especialmente por ação micro- ou imperfeição, como estrago, injúria e de-
biana. terioração, ou qualquer outro fator que
prejudique a aparência externa ou interna
Decomposição: (1) degradação metabó-
do produto vegetal.
lica de matéria orgânica, em compostos
simples orgânicos e inorgânicos com con- Defeito entomológico: defeito decor-
sequente liberação de energia; (2) deterio- rente da infestação do produto vegetal por
ração; (3) degradação. pragas, com invasão interna ou externa dos
tecidos por indivíduos que se desenvolvem
Decomposição aeróbica: desintegração
a partir de ovos postos sobre o produto.
de material orgânico por organismos que
consomem oxigênio; essa decomposição Defeito fisiológico: defeito advindo de
pode ocorrer somente na presença de oxi- causas internas de deterioração do pro-
gênio atmosférico. duto, tanto da taxa de respiração e de pro-
dução e ação do etileno, quanto da taxa de
Decomposição anaeróbica: decomposi-
mudança na composição, decorrente de
ção microbiana da matéria orgânica que
danos mecânicos, como estresse hídrico,
ocorre na ausência de oxigênio. Algumas
brotação, desordens fisiológicas e colapso
vezes, o metano é produzido como um
dos tecidos por ataque de patógenos.
subproduto da decomposição anaeróbica.
Defeito fitopatológico: defeito no pro-
Decompositor: organismo que, ao digerir
duto vegetal, decorrente do ataque de pató-
partes de organismos mortos e fragmentos
genos, que resulta em lesões superficiais ou
de refugo e resíduos de organismos vivos,
em destruição interna dos tecidos.
transforma as complexas moléculas orgâ-
nicas dessas matérias em compostos inor- Defeito grave: defeito que pode aumentar
gânicos mais simples, absorvendo, então, a sua intensidade com o tempo e/ou causar
os nutrientes solúveis. Os decompositores grande desvalorização na comercialização
devolvem a maioria dessas substâncias quí- do produto vegetal, por exemplo, deforma-
micas ao solo e à água para serem recicla- ções, lesões internas ou profundas, produ-
dos. tos supermaduros ou imaturos e podridões.
Decoto: infusão que contém princípios Defeito leve: defeito que não evolui com o
ativos resultantes de decocção de produtos tempo e não causa mudança da aparência
vegetais. do produto vegetal desde a sua origem até
o destino final, como danos superficiais ci-
Decumbente: caído; inclinado; deitado;
catrizados, deformação leve e presença de
que apresenta a parte inferior horizontal ao
materiais estranhos ou outros inerentes a
substrato e a parte superior voltada para
cada tipo de produto.
cima, descrevendo uma curva.
Defensinas: grupo de peptídeos antimi-
Decurrente: que se estende para baixo.
crobianos, ricos em cisteína e relacionados
Decurvado: diz-se do píleo encurvado até à defesa, presente na membrana plasmática
a parte inferior. da maioria das espécies de plantas, que pro-

156
porciona resistência a diferentes patóge- controle biológico e análogos químicos de
nos. ocorrência natural, como feromônios e re-
guladores de crescimento de insetos.
Defensivo acumulativo: defensivo que
tende a se acumular nos tecidos do corpo Defensivo botânico: defensivo no qual o
de homens e/ou animais ou no meio am- ingrediente ativo é obtido de planta, como
biente (solo e água). piretroide.
Defensivo agrícola: substância, de natu- Defensivo curativo: defensivo que pode
reza química ou biológica, ou organismo inibir ou erradicar um organismo causador
vivo destinado a prevenir, destruir, atrair de doença após seu estabelecimento na
ou repelir, direta ou indiretamente, qual- planta.
quer forma de agente patogênico ou de
Defensivo de amplo espectro: defensivo
vida animal ou vegetal que seja nociva a
não seletivo que tem praticamente a mesma
plantas úteis e/ou seus produtos.
toxicidade para a maioria dos organismos
Defensivo agrícola adulterado: defen- (insetos, fungos, nematoides, etc.).
sivo que não contém o padrão ou a quali-
Defensivo de contato: substância que
dade declarada e documentada na sua bula
mata pragas (insetos e fungos) quando elas
ou etiqueta.
entram em contato.
Defensivo agrícola registrado: defensivo
Defensivo de uso restrito: defensivo que
cuja fabricação, comercialização e uso são
deverá ser aplicado apenas por aplicadores
autorizados pelos órgãos governamentais.
certificados, devido a sua toxicidade ine-
Defensivo alternativo: todo produto quí- rente ao risco potencial para o meio am-
mico, biológico, orgânico ou natural que é biente.
praticamente não tóxico (grupo toxicoló-
Defensivo natural: substância de origem
gico IV), com baixa a nula agressividade ao
vegetal ou animal, simples ou composta,
homem e à natureza. É eficiente no con-
que tem a finalidade de proteger uma cul-
trole de pragas e microrganismos nocivos;
tura contra o ataque de pragas e/ou pató-
não favorece a ocorrência de formas de re-
genos.
sistência de pragas e microrganismos; apre-
senta simplicidade quanto ao manejo e Defensivo persistente: grupo de com-
aplicação, por exemplo, calda Viçosa, calda postos químicos usados no controle de
bordalesa, calda de fumo, cal virgem, su- pragas (insetos, fungos, etc.) que não po-
permagro, biofertilizante, extrato de alho, dem ser prontamente dissolvidos depois de
calda sulfocálcica, cal hidratada e óleos. liberados no ambiente.
Defensivo biológico: defensivo no qual o Defensivo seletivo: defensivo que atua so-
ingrediente ativo é constituído por um or- bre determinadas espécies, não afetando a
ganismo vivo, como fungo, bactérias e ví- maioria das outras espécies de flora ou
rus. fauna, inclusive espécies benéficas.
Defensivo biorracional: defensivo de na- Defesa: conjunto de meios pelos quais o
tureza biológica, como bactérias, vírus, hospedeiro resiste à ação deletéria de agen-
fungos, protozoários, e também agentes de tes bióticos e/ou abióticos.

157
Defesa ativa: defesa induzida na planta Definhado: (1) enfraquecido, debilitado;
após ser atacada por um patógeno. (2) característica decorrente de patogenia
causada por nematoides ou outros fatores
Defesa fitossanitária: conjunto de servi- bióticos ou abióticos, afetando as raízes.
ços públicos que visam zelar pelo bom es-
tado sanitário das plantas numa área, estado Definição: em nomenclatura zoológica ou
ou país. São práticas destinadas a prevenir, botânica, enunciação dos caracteres taxo-
controlar e/ou erradicar pragas, especial- nômicos que distinguem um grupo taxo-
nômico.
mente exóticas, em biomas, plantações ou
áreas em que estas não existem e onde os Definido: claro; preciso; fixo; constante;
organismos não possuem defesas ou meca- individualizado; diz-se do estipe quando ni-
nismos naturais de controle biológico. Es- tidamente separado do píleo.
sas práticas visam as pragas capazes de Defloculante: ver agente defloculante.
provocar danos econômicos às lavouras e a
Deflocular: fazer as partículas da fase dis-
seus produtos, especialmente nas culturas
persa de um sistema coloidal ficarem em
que detêm importância econômica e social suspensão no meio de dispersão.
para o estado.
Deformação: variação na forma de um
Defesa mecânica: estrutura anatômica corpo quando tracionado ou comprimido
nas plantas que dificulta ou impede a ação por ação de uma força.
de patógenos.
Deformado: defeituoso; anormal.
Defesa passiva: ver resistência passiva.
Degeneração: fenômeno de declínio,
Defesa sanitária vegetal: ver defesa fitos- adulteração ou deterioração progressiva.
sanitária. Degenerescência: perda de qualidade
Defesa vegetal: conjunto dos trabalhos própria ou ancestral ao longo do tempo.
relacionados com o controle de pragas, pa- Degradação: processo no qual o com-
tógenos, incêndios, etc. posto é convertido em um ou em vários
Deficiência genética: ausência ou dele- compostos mais simples por etapas, em
ção de um segmento cromossômico. virtude de ação biológica, química ou física.

Deficiência nutricional: carência de al- Degradação ambiental: alterações adver-


sas, resultantes da atividade humana no
gum nutriente fundamental ao desenvolvi-
ambiente, que podem causar desequilíbrio
mento de um organismo.
e destruição, parcial ou total, dos ecossiste-
Deficiente: incompleto; ausente; em que mas.
falta algo ou que carece de algo. Degradação biológica: definhamento
Deficit hídrico: indisponibilidade perió- e/ou morte de um ser biológico por um
dica de água no solo, que induz a murcha e processo biológico.
redução no crescimento e desenvolvi- Degradável: substância que pode ser de-
mento das plantas, geralmente com redu- composta em moléculas menores, menos
ção da produtividade. complexas.

158
Deionização: remoção de íons de uma so- Delineamento experimental: plano utili-
lução, geralmente feita com uma resina tro- zado para realizar o experimento. Implica
cadora de íons ou uma mistura de tais na maneira como os diferentes tratamentos
resinas. deverão ser distribuídos nas parcelas expe-
rimentais, e como serão analisados os da-
Deionizador: aparelho constituído por
dos a serem obtidos, como exemplos, o
colunas de resina de troca iônica à base de
delineamento inteiramente casualizado, o
polímeros orgânicos, geralmente sulfona-
delineamento em blocos casualizados e o
dos e derivados de estireno e divinilben-
delineamento em quadrado latino.
zeno, sob a forma de pequenas partículas
esféricas com diâmetro inferior a 0,5 mm. Deltoide: em forma de delta ou que pa-
rece um triângulo.
Deirídios: papilas cervicais sensoriais, pa-
readas, localizadas lateral e ligeiramente an- Demácio: negro e lanuginoso.
teriores ao anel nervoso dos nematoides. Demacioide: obscuramente aranoso; con-
Deiscência: denominação dada ao pro- junto de hifas entrelaçadas e de cor negra.
cesso em que ascos ou corpos frutíferos se Demanda biológica de oxigênio: ver de-
abrem na maturidade, por meio de poros manda bioquímica de oxigênio.
ou outras formas, para liberação de espo-
ros. Demanda bioquímica de oxigênio: me-
dida que calcula a quantidade de oxigênio
Deiscência esquizolítica: processo em dissolvido num corpo de água consumida
que a liberação do conídio ocorre quando pela atividade bacteriana, ou seja, a quanti-
as duas camadas da parede do septo que dade de oxigênio requerida para a respira-
une o conídio à célula conidiogênica se se- ção de uma população de organismos
param. aeróbios presente na água. É expressa em
Deiscência rexolítica: processo em que a termos de oxigênio consumido na água à
desintegração do conídio e da célula coni- temperatura de 20 °C, por unidade de
diogênica ocorre abaixo dos septos que os tempo, em miligrama por litro de água, e
delimitam. usada como uma indicação do grau de po-
luição da água. Assim, quando se diz que
Deiscente: que sofre deiscência; diz-se de
uma água servida tem DBO5 = 20, significa
ascos ou de corpos frutíferos que se rom-
que são necessários 20 mg L-1 de O2 para
pem na maturidade, por meio da abertura
degradar, em 5 dias, a matéria orgânica pre-
de poros ou não.
sente.
Deleção: tipo de mutação em que um
Dematiáceo: grupo de fungos que apre-
único nucleotídeo ou uma sequência de nu-
sentam esporos e micélio fortemente pig-
cleotídeos é removido do DNA.
mentados.
Deletério: que produz dano; que afeta a
Demicíclico: designação dada a um fungo
sanidade; tóxico.
causador de ferrugem, que não tem em seu
Delignificante: aplicado sobre o lenho; ciclo de vida o estádio uredial (II), mas pos-
que destrói a estrutura do lenho. sui os demais estádios: 0, I, III e IV.

159
Dendriforme: muito ramificado. Seme- Densidade de pústulas: números de pús-
lhante à forma de uma árvore. tulas por unidade de área da superfície-alvo
Dendrograma: representação diagramá- afetada.
tica ramificada de uma série de indivíduos Densidade de urédias: números de uré-
ou linhagens, construída a partir de todas dias por unidade de área da superfície-alvo
as similaridades de um grupo de caracterís- afetada.
ticas entre organismos.
Densidade óptica: parâmetro utilizado
Dendroide: ramificações semelhantes a de anteriormente nas medições espectrofoto-
uma árvore. métricas, que foi substituída por absorvân-
Dendroparasita: parasita que ataca árvo- cia. Ainda é utilizado para avaliar o
res. crescimento de culturas de bactérias. De-
Densidade: (1) massa por unidade de vo- terminado com base na expressão D.O =
lume de uma substância, geralmente ex- log (I0/I)), em que Io é a intensidade da luz
pressa em gramas por centímetro cúbico. incidente e I é a intensidade da luz transmi-
A densidade dá uma indicação do grau de tida, através da suspensão de células.
agrupamento das moléculas de uma subs- Densidade populacional: número de in-
tância, por exemplo, em estado líquido a divíduos de uma população de nematoides
água tem uma densidade de 1 g por centí- ou das estruturas de resistência ou dos es-
metro cúbico, enquanto o mercúrio de poros de outro tipo de patógeno, por uni-
13,59 g por centímetro cúbico; (2) tama- dade de substrato.
nho de uma população de uma dada área;
(3) quantidade de propágulos de um pató- Denso: agrupado; cerrado; fechado; com-
geno habitante do solo por volume de solo. pacto; espesso.
Densidade bacteriana: número de colô- Denteado: que tem formações que lem-
nias de bactérias em ágar padrão. bram dentes.
Densidade de espécies: número de espé- Denteado-ciliado: com margem den-
cies de uma determinada categoria taxonô- teada e pilosa.
mica existente numa dada área, volume ou
região geográfica. Denteado-crenado: com margem, mas
provida de dentes ligeiramente arredonda-
Densidade de gotas: número de gotas do dos.
produto fitossanitário depositado por uni-
dade de área sobre a superfície-alvo apli- Denticulado: provido de dentículos, isto
cada. É expressa em número de gotas cm-2. é, de pequenos dentes, como no himenó-
foro de alguns Basidiomycota.
Densidade de inóculo: medida do nú-
mero de propágulos por unidade de peso Dentículo: saliência que lembra pequenos
ou volume de solo. dentes.
Densidade de lesões: números de lesões Depauperado: que não atingiu o tamanho
por unidade de área da superfície-alvo afe- normal ou não completou o desenvolvi-
tada. mento normal.

160
Dependência: relação entre variáveis, turbulento podem ser depositados tanto na
quando a variação de uma delas é influen- face superior como na inferior das folhas.
ciada pela das outras, ou seja, quando a cor-
Deposição seca: fluxo de gases ou partí-
relação é diferente de zero.
culas sólidas ou substâncias químicas da at-
Deperecimento: enfraquecimento geral mosfera para a superfície da terra que
que conduz à morte; falta de vigor da ocorre entre os períodos de precipitação.
planta, normalmente associado à deficiên-
Deposição úmida: fluxo de partículas só-
cia nutricional que se inicia na parte apical
lidas ou substâncias químicas da atmosfera
em direção à base.
para a superfície da terra que ocorre du-
Deposição: (1) processo no qual o propá- rante uma precipitação.
gulo termina sua dispersão quando atinge a
Depósito: (1) compartimento no pulveri-
superfície do solo ou o alvo do hospedeiro;
zador onde se coloca a calda de defensivo
(2) procedimento de aplicação do defen-
com a qual se fará a pulverização; (2) local
sivo agrícola quando este atinge a superfí-
de armazenamento dos defensivos;
cie-alvo da planta.
(3) quantidade ou padrão de gotas ou partí-
Deposição ácida: forma de poluição do culas pulverizadas ou polvilhadas que se
ar causada por dióxido de enxofre e dió- encontram depositadas por unidade de
xido de nitrogênio que, combinados com área da superfície de uma planta; (4) quan-
vapor de água na atmosfera, formam os tidade seca de defensivo agrícola deposi-
ácidos sulfúrico e nítrico. Este termo en- tada na unidade de área da planta, parte da
globa a precipitação ácida (deposição planta ou outra superfície qualquer em um
úmida) e a ocorrência de partículas secas determinado tempo.
que contêm sais de nitrogênio e enxofre.
Depósito fitossanitário: na defesa fitos-
Deposição por chuva: ocorre quando os sanitária, guarda provisória de vegetais,
esporos são capturados por gotas de chuva seus produtos ou outros artigos regula-
e, posteriormente, depositados na superfí- mentados, determinada pela autoridade fi-
cie do solo ou sobre o hospedeiro, direta- tossanitária competente, em depósito do
mente pelas gotas que caem ou interessado, até que sejam cumpridas as
indiretamente pelos respingos que redistri- medidas fitossanitárias estabelecidas.
buem os esporos inicialmente depositados.
Depósito quarentenário: na defesa fitos-
Deposição por impacto: ocorre quando sanitária, o recinto fiscal declarado pelo im-
o esporo transportado pelo ar em movi- portador e aprovado pela Organização
mento encontra um obstáculo sobre o qual Nacional de Proteção Fitossanitária onde
fica depositado. se confinará, sob intervenção, o embarque.
Deposição por sedimentação: ocorre Depressão do endocruzamento: efeito
quando as condições do ar estão calmas e o prejudicial do endocruzamento, que resulta
esporo é depositado sob a influência da em um conjunto inadequado de pares de
gravidade. genes.
Deposição por turbulência: ocorre Depressão por endogamia: redução no
quando os esporos transportados pelo ar vigor de um indivíduo ou de uma popula-

161
ção (avaliada pela média para um ou mais ou que não contenha forma viável de
caracteres) após gerações de cruzamentos OGM.
entre aparentados que leva ao acúmulo de
Derma: no sentido geral, expressa qual-
loci em homozigose.
quer camada superficial de um corpo, ór-
Depressão superficial: sintoma de desor- gão ou parte; superfície formada por
dem fisiológica que pode ser causada ou elementos anticlinais, ou seja, mais ou me-
não pela exposição do produto hortícola à nos perpendiculares à superfície. Existem
temperatura danosa pelo frio. Ocorrência as seguintes variantes: 1) Himeniderme:
de manchas aprofundadas na casca ou for- quando os componentes se apresentam ar-
mação de pequenas depressões na casca rumados à maneira de um himênio; 2) Tri-
dos produtos hortícolas, normalmente afe- coderme: quando as hifas, isoladas ou em
tas pelo deficit de pressão de vapor na at- feixes, apresentam-se como pelos na com-
mosfera. A severidade dos sintomas posição de superfícies velutinosas, vilosas,
depende do grau de desordem e da umi- feltrosas, setosas, etc.; 3) Paliçaderme: tipo
dade relativa (UR) na atmosfera. As de- intermediário entre himeniderme e trico-
pressões na superfície do produto ocorrem, derme, representado por elementos delga-
mais rapidamente, sob baixos valores de dos, frouxos e que não terminam a uma
UR, devido à perda mais rápida de umi- altura bem delimitada.
dade pelas células danificadas. A desseca-
ção resulta no colapso das células, com Dermacioide: com a função ou aparência
formação de depressões. de uma película.
Deprimido: afundado; diz-se do píleo que Derrama: ver desrama.
apresenta um pequeno afundamento pro- Desafiar: submeter plantas à infecção por
gressivo no centro. patógenos com posterior avaliação do pro-
Deriva: desvio da trajetória das gotas libe- gresso da doença nos tecidos e órgãos do
radas pelo processo de aplicação do pro- hospedeiro.
duto fitossanitário e que não atingem o Desarme: desativação ou remoção de ge-
alvo, o que ocasiona, portanto, perdas do nes patogênicos em plasmídeos, bactérias e
produto. vírus.
Deriva de vapor: movimento de vapores Desbaste: (1) em um plantio, a eliminação
de químicos dos defensivos agrícolas, ferti- das plantas doentes. (2) eliminação de mu-
lizantes ou corretivos da área de aplicação das em excesso, que se encontram agrupa-
para as circunvizinhas.
das, ou mudas malformadas nas linhas,
Deriva genética: oscilação ao acaso de covas ou canteiros de plantas.
frequências gênicas em uma população,
Desbrota: supressão de brotos inúteis,
por causa da ação de fatores casuais, e não
quando em excesso ou afetados por pragas
da seleção natural.
ou patógenos.
Derivado de OGM de origem vegetal:
Descamado: não escamoso; liso.
produto obtido de OGM de origem vege-
tal e que não possua capacidade autônoma Descarga: ver ejeção.

162
Descartável: ver material descartável. Descritor: característica mensurável ou
subjetiva de um acesso. Descritores são
Descarte de embalagem: na defesa fitos-
aplicados na caracterização e avaliação de
sanitária, destino final que deve ser dado a
coleções de germoplasma para tornar suas
todo tipo de embalagem de defensivos
propriedades agronômicas conhecidas.
agrícolas após seu esvaziamento.
Desenvolvimento: crescimento integrado
Descascamento: perda da casca ou cór-
de um organismo pluricelular ou parte
tex, como ocorre em ramos de citros afeta-
dele, associado a mudanças na forma e na
dos pela sorose.
complexidade por padrões sucessivos de
Descendente: que se orienta de cima para diferenciação e morfogênese.
baixo. Desenvolvimento embrionário: nos ne-
Descoloração: alteração ou perda da colo- matoides, crescimento e maturação do
ração normal. óvulo.
Descontaminação: processo de remoção Desfloculação: ato de compelir as partí-
de material perigoso, como radioisótopo, culas da fase dispersa de um sistema coloi-
defensivo agrícola ou organismo patogê- dal a permanecerem em suspensão no
nico, de uma área ou de um objeto a ser meio de dispersão.
reutilizado, sem a necessidade de usar equi- Desfolha: queda prematura das folhas de
pamentos de proteção ou de tomar qual- uma planta pela ação de um patógeno ou
quer precaução quando ele for reutilizado. aplicação de um produto químico ou prá-
Descorado: desprovido de clorofila, com tica agrícola.
a cor alterada pela idade. Desfolha sanitária: remoção de folhas
Descorticamento: operação de limpeza mortas ou afetadas por pragas e patógenos.
das mudas, como a remoção de bainhas fo- Desfolhante: composto químico que pro-
liares, raízes, ferimentos e galerias nos rizo- voca a queda das folhas das plantas cultiva-
mas causadas por insetos. das para atender diversas finalidades.
Descrição: no Código Internacional de Desidratação: processo realizado após a
Nomenclatura para Algas, Fungos e Plan- fixação de fragmentos de órgãos doentes
tas, uma afirmação publicada sobre uma para o estudo histológico, com auxílio do
característica ou características de um tá- microscópio. Colocam-se os fragmentos
xon; uma descrição (ou uma diagnose) é re- em álcool etílico de concentrações crescen-
querida para a publicação válida de um tes começando com álcool a 70% e termi-
nome (Turland et al., 2018). nando com álcool absoluto. O álcool
Descrição genérico-específica: no Có- remove a água dos tecidos. Após esse pro-
digo Internacional de Nomenclatura para cesso, os fragmentos serão submetidos ao
Algas, Fungos e Plantas, refere-se a uma clareamento.
única descrição validando simultaneamente Desidratado: perda de água nos tecidos,
os nomes de um gênero e de sua única es- visível pela murcha do órgão e enruga-
pécie (Turland et al., 2018). mento da epiderme.

163
Desidratar: remover a água de uma subs- nar e destruir fungos, células bacterianas,
tância até torná-la seca. nematoides, etc.
Designação: no Código Internacional de Desinfestação do solo: aplicação de de-
Nomenclatura para Algas, Fungos e Plan- fensivo agrícola, como fungicidas e nemati-
tas, termo usado para o que parece ser um cidas, no solo sob a forma de fumigação,
nome, mas que não foi validamente publi- solução ou de grânulos para eliminar ou re-
cado e, portanto, não é um nome no senso duzir a população de organismos nocivos
do Código ou não é para ser considerado presentes no solo.
como um nome (Turland et al., 2018).
Desinfestação ultravioleta: destruição de
Designação binária: no Código Interna- microrganismos com luz ultravioleta pró-
cional de Nomenclatura para Algas, Fun- xima a 253 nm. Técnica usada para a desin-
gos e Plantas, aparentemente é uma festação de câmaras de isolamento.
combinação binária, mas que não foi vali-
Desinfestante: agente químico ou físico
damente publicada (Turland et al., 2018).
que mata ou inativa os organismos presen-
Designação do tipo: afirmação explícita tes na superfície da planta ou em partes
que estabelece o tipo de um nome; quando desta ou no ambiente próximo imediato,
um holótipo ou um sintipo é designado no antes de ocorrer infecção. Por exemplo,
protólogo ou quando um lectótipo, neó- agente que elimina inóculo dos fragmentos
tipo ou epítipo é subsequentemente desig- de tecidos, dos ambientes de isolamento,
nado (Turland et al., 2018). da superfície de frutos e sementes, das se-
menteiras e do solo.
Desinfecção: tratamento de tecido vivo
com alguma substância tóxica, visando eli- Desinfestar: matar patógenos ou outros
minar patógenos estabelecidos no tecido organismos sobre a superfície de uma
vivo do hospedeiro. planta ou no interior de substâncias não vi-
vas.
Desinfectante: agente químico ou físico
que livra de infecção uma planta, órgão ou Desintegração: (1) decomposição da ma-
tecido pela destruição dos patógenos esta- téria orgânica morta, geralmente por ativi-
belecidos no hospedeiro. Esse termo deve dade bacteriana ou fúngica; (2) processo
ser evitado na área de Fitopatologia para físico de separação ou decomposição de
impedir a confusão com o popular uso, que fragmentos, como a decomposição radia-
está relacionado à erradicação de propágu- tiva.
los de microrganismos sobre objetos, ani-
Desintoxicação: processo metabólico
mais ou veículos móveis, não
que leva à modificação, neutralização ou
necessariamente em situações que ocorre
destruição de um tóxico ou de um veneno
infecção.
dentro de um organismo.
Desinfectar: matar um patógeno dentro
Desmineralizador: equipamento usado
de tecidos ou de partes de plantas.
para remover os sais minerais dissolvidos,
Desinfestação: tratamento de sementes, em forma de íons, na água bruta, mediante
bulbos, estacas, solo, explantes e ferramen- a passagem da água através de colunas de
tas com desinfestante, no intuito de elimi- troca iônica, contendo resinas catiônica e

164
aniônica. Desse modo, eliminam-se os sais uma planta, em razão de desequilíbrio nu-
minerais, permitindo a desmineralização, tricional, toxicidade, anormalidade gené-
deionização e purificação da água em trata- tica, injúria, condições climáticas
mento. desfavoráveis, etc.
Desmineralizar: remover os sais e íons de Desordem fisiológica causada pelo frio:
uma substância, especialmente água. ver chilling.
Os métodos de remoção incluem destila-
Desoxirribonuclease: enzima que de-
ção, eletrodiálise e troca iônica.
grada DNA.
Desnaturação: clivagem das estruturas se-
Desoxirribose: açúcar (pentose) compo-
cundárias e terciárias das proteínas, ácidos
nente da molécula de DNA em que a ri-
nucleicos ou vírus por meio físico ou quí-
bose é desprovida do átomo de oxigênio na
mico.
posição 2’.
Desnaturar: mudar um composto, espe-
Despejo: todo produto residual descar-
cialmente alterando sua fórmula ou estru-
tado da agropecuária, da indústria, do co-
tura química, de forma que modifique a sua
mércio ou de origem doméstica, podendo
função e propriedade. As moléculas bioló-
ser poluidor ou reciclável.
gicas, como as enzimas e o DNA, podem
ser desnaturadas por calor, ácidos ou bases Desperdício: subutilização deliberada de
fortes e produtos químicos, como íons de produtos vegetais por desvio ou disposi-
metais pesados, destruindo sua capacidade ção, devido a considerações de ordem eco-
para desempenhar as funções normais. nômica, ou de conhecimento inadequado
A desnaturação do DNA refere-se à des- do valor alimentício potencial e das técni-
truição das ligações de hidrogênio que cas potenciais de processamento. O des-
criam a estrutura de hélice dupla. perdício pode englobar restos de alimentos,
sobras de comercialização e produtos que
Desnudado: descoberto; sem envoltório;
permanecem na zona de produção, por
sem pelos; exposto; não imerso.
não apresentarem características de apa-
Desnudamento: separação do ácido nu- rência adequadas à comercialização, como
cleico viral de seu invólucro proteico. defeitos mecânicos e fisiológicos.
Desnutrição: inanição; crescimento e de- Despigmentação: desaparecimento ou
senvolvimento retardado com diferentes diminuição do pigmento natural ou artifi-
sintomas de deficiência nutricional em vir- cial.
tude de falta ou deficiência no forneci-
Desrama: poda que consiste em suprimir
mento de nutrientes.
os rebentos ou brotos, tanto ao longo do
Desoperculado: ver inoperculado. tronco quanto das raízes.
Desordem: má-formação não infecciosa Dessalinização: processo utilizado para a
por causa de um ou mais fatores adversos remoção de sal da água ou do solo.
do ambiente, e não de um patógeno.
Dessecador: recipiente usado para arma-
Desordem fisiológica: alteração no fun- zenar e manter substâncias sólidas em am-
cionamento de processos fisiológicos de biente com pouca umidade. A secagem

165
desses sólidos dá-se pela ação de uma subs- Desvio: (1) alteração da forma, da função
tância higroscópica, colocada na parte infe- ou do comportamento; (2) em estatística,
rior da vasilha. Sílica-gel e cloreto de cálcio, diz-se da divergência ou diferença entre
chamados dessecantes ou agentes de seca- qualquer observação e o valor dado ou es-
gem, são comumente usados. perado; (3) não atendimento dos limites
críticos estabelecidos para os critérios sele-
Dessecamento: processo de secagem. cionados.
Dessecante: substância química que, pela Desvio gênico: ocorrência de mudanças
absorção da umidade do ar, induz rápida ao acaso, como mutação, em indivíduos de
dessecação de uma folha ou de toda a uma população, as quais podem afetar a
planta ou de qualquer outro material. manutenção de várias características gené-
Dessecar: secar. ticas em gerações subsequentes.

Dessorção: processo por meio do qual a Desvio normal: em estatística, diz-se de


substância adsorvida é liberada do adsor- qualquer observação de um conjunto de
apontamentos que segue uma distribuição
vente.
normal.
Destilação: processo de separação de mis-
Desvio-padrão: medida estatística de va-
turas homogêneas. Essa técnica baseia-se
riação de uma determinada série de dados.
na diferença de pontos de ebulição entre as Numa população, o desvio padrão é a me-
substâncias que compõem a mistura. dida de como os valores dos dados estão
Destilador: equipamento constituído de dispersos em relação à média. Calcula-se
um conjunto de aparelhos acoplados para como o valor da raiz quadrada média dos
destilação. É utilizado um condensador desvios do valor médio, que é igual à raiz
reto, um balão volumétrico, um adaptador quadrada da variância.
para destilação e uma manta aquecedora. Desvitalização: na defesa fitossanitária,
Desumidificador: equipamento utilizado procedimento que elimina a capacidade de
para remover fisicamente o excesso de germinação, crescimento ou futura repro-
água no ar, mantendo a umidade relativa no dução de plantas ou produtos vegetais.
ambiente em porcentagens ideais (40% a Detecção: ato ou processo de detectar,
50%) e evitando problemas com mofo, descobrir. No caso da clínica fitossanitária,
fungos, odores, oxidação, ácaros, etc., prin- processo pelo qual a presença de um fito-
cipalmente em ambientes de manutenção patógeno é verificada e constatada.
de equipamentos de precisão, em herbá- Detenção: na defesa fitossanitária, reten-
rios, em micotecas, etc. ção de um embarque sob custódia oficial
Desverdecimento: perda da clorofila de ou confinamento por razões fitossanitárias.
alguns produtos hortícolas decorrente da Detentor: na defesa fitossanitária, pessoa
exposição ao etileno, o qual acelera a hidró- física ou jurídica que, durante uma ação fis-
lise da clorofila pela ação da clorofilase, calizatória, tiver posse de defensivos agrí-
promovendo o aparecimento de carotenoi- colas ou afins, ou os tenha sob sua
des pré-existentes. responsabilidade.

166
Detergente: agente sintético líquido seme- Determinante de risco: ver fator de risco.
lhante a sabão, usado como substância de
Detoxicação: (1) como mecanismo de re-
lavagem porque facilita a formação de uma
sistência, é a capacidade da planta de meta-
emulsão óleo em água. Alguns desses pro-
dutos podem também ser usados como bolizar mais rápido uma toxina ou
agente umectante devido sua capacidade combiná-la com outras substâncias, for-
de reduzir a tensão superficial da água. mando compostos menos tóxicos ou ató-
xicos; (2) como mecanismo de
Deterioração: ver decomposição. patogenicidade, é a capacidade de um pató-
Deterioração ambiental: processo de de- geno de promover a metabolização ou a
sorganização lenta ou rápida dos elemen- degradação de compostos produzidos pelo
tos de um ecossistema, causando seu hospedeiro, como fitoalexinas; (3) ver de-
desiquilíbrio e destruição. sintoxicação.
Deterioração de sementes: processo Detoxicar: reverter à ação de um produto
progressivo, inevitável e irreversível, que tóxico, tornando-o inofensivo.
afeta as sementes de vegetais, sendo culti-
vados ou não. Deuterogamia: processo secundário de
fertilização.
Deteriorado: qualquer produto que tenha
perdido sua atividade em parte ou total- Deuteromycetes: classe que agrupava os
mente, por causa de má-formulação, emba- fungos assexuados; em desuso. Ver fungos
lagens inadequadas, períodos longos de anamórficos.
armazenamento, etc.
Deuteromycotina: extinta subdivisão dos
Determinação: identificar; achar o nome fungos assexuados. Atualmente classifi-
correto de um organismo, como fungo e cada como fungos anamórficos.
bactéria, e, consequentemente, a posição
dele no sistema natural. Dextrinoide: refere-se a esporos e outras
estruturas que são coradas de marrom-a-
Determinado: definido; com contorno vermelhado pelo reagente de Melzer.
nítido; que é limitado espacialmente; que
termina de maneira bem definida. Dextrose: nome comum da glucose.
Determinador: que determina; diz-se do DGGE: sigla de Denaturing Gradient Gel
gene que, em fungos heterotálicos cujos Electrophoresis. Técnica de separação de
micélios são portadores potenciais de am- marcadores genético-moleculares do DNA
bos os sexos, determina o sexo como mas- amplificados via PCR, por meio de eletro-
culino ou feminino. forese, em géis desnaturantes com concen-
Determinante: em virologia, o sítio anti- trações de formamida/ureia.
gênico ou epítope. Diacinese: conjunto de acontecimentos
Determinante antigênico: porção estru- que caracterizam o final da prófase I da
tural de um antígeno à qual um anticorpo meiose, em que os cromossomos se encon-
se liga. Determina a especificidade da inte- tram completamente condensados e os
ração antígeno-anticorpo. quiasmas terminalizados.

167
Diáfano: termo empregado no sentido de Diagnóstico: emissão de uma diagnose,
transparente e translúcido. ou seja, descrição e identificação de um
Diafragma: (1) parede que envolve uma problema numa determinada situação.
frutificação; (2) tabique divisório de espo- Diagrama: esboço; representação gráfica
ros; (3) em microscopia, dispositivo colo- de qualquer coisa ou fenômeno, como a re-
cado no trajeto da luz para alterar a presentação do corte transversal de um as-
quantidade de luz que atinge o condensa- cocarpo, de forma que todas as suas partes
dor (para aumentar o contraste da ima- estejam no mesmo nível.
gem).
Diagrama climático: representação grá-
Diagnose: (1) processo de determinação fica dos dados de clima (usualmente tem-
da causa de uma doença mediante exame peratura do ar e precipitação pluvial), quase
dos sintomas, sinais e estruturas do pató- sempre limitada à variação simultânea de
geno; (2) em taxonomia, enunciação su- dois elementos de clima, geralmente, por
cinta e crítica dos caracteres que distinguem um ciclo anual.
cada espécie ou demais grupos taxonômi-
cos de outros mais próximos, ou seja, uma Diagrama de barra: representação grá-
afirmação de que, na opinião de seu autor, fica consistindo de colunas espaçadas cujas
o táxon se distingue de outros táxons; uma alturas medem frequências (relativas ou ab-
diagnose (ou uma descrição) é necessária solutas) de observações registradas para os
para a publicação válida de um nome diferentes parâmetros.
(Turland et al., 2018). Diagrama de dispersão: apresentação de
Diagnose direta: diagnose realizada em duas ou mais variáveis por meio de gráficos
condições de laboratório a partir de análise cartesianos, em que cada eixo corresponde
da planta infectada, isolamento do pató- a uma das variáveis. Assim, os registros são
geno e identificação do patógeno. tomados como as coordenadas de um
ponto num espaço bidimensional (dois ei-
Diagnose foliar: diagnose baseada no es- xos cartesianos) ou tridimensional (três ei-
tado nutricional de uma planta pela análise xos cartesianos). O objetivo básico dessa
química da folha quanto aos teores de ma- forma de apresentação de dados é identifi-
cro e micronutrientes. car, no conjunto de pontos que constituem
Diagnose indireta: diagnose realizada no os dados de um experimento ou observa-
ambiente de cultivo, por meio da observa- ção, padrões que sugiram a natureza da re-
ção dos sinais e sintomas causados pelo pa- lação entre as variáveis consideradas.
tógeno. Diagrama de doença: representação es-
Diagnose molecular: diagnose baseada quemática da extensão de uma doença so-
em técnicas da biologia molecular, como a bre uma folha ou planta.
PCR e suas variações, visando à investiga- Diagrama floral: representação esquemá-
ção de alvos de interesse a partir da análise tica dos verticilos florais: cálice (conjunto
do material genético, o DNA e o RNA. de sépalas), corola (conjunto de pétalas),
Diagnose sorológica: diagnose baseada androceu (conjunto de estames) e gineceu
na detecção de anticorpos específicos. (conjunto de pistilos), corresponde a cortes

168
transversais ainda em botão e mostra a dis- trato enquanto os peritécios estão agrupa-
persão dos diversos verticilos. dos em áreas limitadas e efusas, com o colo
peritecial erumpente, separado, sobre uma
Dialisador: aparelho no qual se realiza a
superfície inteiramente estromática. O es-
diálise. O modelo mais simples consiste
troma é geralmente mais desenvolvido e
numa série de tubos de celofane, imersos
erumpente do que o valsoide, cuja porção
em cuba de água corrente; dentro dos tu-
bos correm as misturas que serão separa- mais externa do estroma torna-se dura,
das pela diálise. constituindo o disco; com um estroma di-
ferente do pletênquima da matriz.
Diálise: processo em que se usa uma
membrana para separar coloides ou gran- Diazotrófico: organismo ou associação de
des moléculas, a partir de pequenas molé- organismos que pode utilizar N2 para su-
culas dissolvidas num líquido. Técnica pela prir sua demanda de nitrogênio.
qual pequenas moléculas são removidas ou Dicário: condição binucleada do diplonte
acrescidas a uma preparação de vírus, por que ocorre antes da cariogamia.
meio de uma membrana semipermeável,
Dicariósporo: esporo dicariótico produ-
por difusão e osmose.
zido na dicariófase; eciósporo.
Diâmetro de gotas: representa o tama-
Dicariótico: diz-se de hifas ou micélios
nho das gotas do produto fitossanitário
que contêm dois núcleos haploides sexual-
aplicado ou da suspensão de esporos ou da
mente compatíveis de constituição gené-
suspensão de células bacterianas inocula-
tica diferente em cada célula ou segmento;
das, expresso em µm.
é comum em Basidiomycota. É uma condi-
Diapausa: período de dormência (ativi- ção para ocorrer a cariogamia. Ver plasmo-
dade fisiológica reduzida) no qual ingres- gamia.
sam alguns nematoides e outros organismos
Dicariotização: conversão de um homo-
para sobreviver às condições ambientais
cário em dicário, geralmente pela fusão de
adversas; tipo de dormência de nematoide;
dois homocários compatíveis.
difere da quiescência por necessitar de si-
nais endógenos para ser revertida. Tem Dicélico: com duas cavidades.
sido evidenciada no estádio de ovo em Diclinos: oomicetos em que o oogônio e o
Meloidogyne e Heterodera. anterídio derivam de hifas diferentes, mas
Diaploide: fase de Ascomycota e do mesmo micélio.
Basidiomycota, em que as células apresen- Dicotômico: (1) descreve uma chave taxo-
tam núcleos conjugados haploides, porém nômica organizada segundo dísticos de
de sinais diferentes; células dicarióticas questões relacionadas às características de
com núcleos haploides.
um organismo; (2) estrutura de plantas,
Diásporo: denominação dada a qualquer como ramos e caules, ou hifas de fungos
unidade de disseminação, como esporo, es- que se ramificam para criar duas partes
cleródio, fragmento micelial, etc. quase iguais.
Diatrioide: diz-se do estroma que se eleva Dictioclamidósporo: clamidósporo mul-
ligeiramente sobre a superfície do subs- ticelular, não caduco, composto por uma

169
parede externa separada das paredes dos Dídimo: com duas partes simétricas; bice-
componentes da célula, que são facilmente lular; bilocular.
separadas umas das outras, como em algu- Didimospórico: com didimósporos.
mas espécies do gênero Phoma.
Didimósporo: esporo bicelular dividido
Dictioide: reticulado. por um septo mediano.
Dictiosporângio: esporângio septado, Dieback: (1) morte descendente progres-
cujos esporos se encistam e emitem, poste- siva de ponteiros e ramos jovens, normal-
rior e separadamente, seu conteúdo, dei- mente em árvores e arbustos, começando
xando uma rede de paredes que delimitam no ápice e progredindo basalmente. Pode
espaços vazios; esporângio com esporos ser um sintoma causado por doença fún-
que germinam no seu interior. gica, mas também por condições desfavo-
ráveis, como deficiência nutricional, calor,
Dictiospórico: com esporos septados,
deficit hídrico ou frio; (2) morte gradual e
transversal e longitudinalmente.
progressiva de árvores que ocorre numa
Dictiósporo: esporo com septo longitudi- vasta área, progredindo muitas vezes do
nal e transversal. alto e da periferia da copa para a base da
planta. Acredita-se que seja causada por
Dictiosporósporo: porósporo multicelu- poluição atmosférica, chuva ácida ou outra
lar, caduco, de células que são firmemente causa que não seja patogênica.
unidas e não protegidas por uma parede
externa. Apresentam septos longitudinais e Diferenciabilidade: condição pela qual
transversais. uma cultivar/variedade pode ser distin-
guida claramente, por meio de uma ou
Dictiosseptado: que possui septos trans- mais características, de qualquer outra, o
versais e longitudinais; muriforme. que torna possível sua descrição e seu reco-
Dictiossomo: vesículas mais ou menos es- nhecimento com precisão.
féricas associadas com cisternas, as quais Diferenciação: mudanças nas células, teci-
constituem o aparelho de Golgi em dos e órgãos, durante o desenvolvimento
Oomycota e em outros fungos. de um organismo, que resultam em modifi-
cações e especializações nos tecidos madu-
Didélfica: nematoide fêmea que tem duas
ros. Em cultura de tecidos, desenvolvimento
gônadas funcionais. Quando a vulva se lo- de células com funções específicas.
caliza na extremidade posterior do corpo
de fêmeas dilatadas, os dois ovários são Diferenciação genética: distribuição da
projetados para a parte anterior do corpo. variabilidade entre e dentro de populações
e subpopulações naturais, procedências ou
Didélfica anfidélfica: diz-se do nema- outros tipos de agrupamentos, em que os
toide fêmea, em que as gônadas são opos- alelos e os genótipos ocorrem de maneira
tas, uma projetada anteriormente e a outra heterogênea no espaço e no tempo, isto é,
posteriormente à vulva que se localiza em como resultado da ação de forças evoluti-
posição subequatorial, próximo ao meio vas que atuam dentro do contexto de cada
do corpo. espécie.

170
Diferenciação sexual: diferenciação de por ouchterlony test, em placa de Petri con-
sexo determinada geneticamente entre os tendo ágar previamente solidificado (1%
nematoides fitoparasitas. Entretanto, fato- ágar, 0,85% de cloreto de sódio e 0,02% de
res do ambiente, como a fonte de alimento, azida de sódio), são feitos seis orifícios em
temperatura e umidade do substrato, po- torno de um orifício central onde é colo-
dem influenciar a taxa de diferenciação se- cado o antissoro. Nos outros orifícios, são
xual. Por exemplo, no caso do nematoide colocados, alternadamente, o extrato do
endoparasita sedentário Meloidodera floriden- material (antígeno) em três diluições e o ex-
sis, a quase totalidade dos juvenis que pene- trato do material sadio (testemunha). Após
tram em raízes de Pinus spp. se transforma a incubação, em temperatura ambiente por
em fêmeas; por sua vez, aqueles que per- um ou mais dias, é feita a avaliação. A rea-
manecem no solo ou são mantidos em ção positiva caracteriza-se pela formação
água com oxigenação adequada se tornam de uma zona de precipitação, arco branco-
machos. -opaco.
Diferenciação Z: estrutura muscular, lo- Difusão em gel: ver imunodifusão.
calizada entre a espermateca e o útero de
nematoides, como em espécies de Difusão radicular: processo que consiste
Xiphinema, com função desconhecida; ór- na secreção de substâncias do sistema radi-
gão Z. cular da planta hospedeira que podem afe-
tar ou estimular a atividade de fitopatógenos
Differential display: técnica utilizada na habitantes ou transeuntes do solo.
clonagem de genes que são diferencial-
mente expressos em tecidos distintos, ou Difusão simples em ágar: teste soroló-
genes que são expressos no mesmo tecido gico em que o antígeno é misturado ao ágar
em duas situações diferentes. A técnica ba- e o anticorpo é adicionado, em tubos (difu-
seia-se na comparação visual, em gel de po- são vertical) ou em seis orifícios, na placa
liacrilamida, de cDNAs gerados por de Petri (difusão horizontal) contendo ágar
RT-PCR a partir de duas populações dis- e antissoro. No caso da difusão horizontal,
tintas de mRNAs. Por exemplo, genes de a vantagem está em poder colocar diferen-
defesa, que são induzidos durante a infec- tes diluições do antissoro em três orifícios
ção por um patógeno, podem ser identifi- e mais a testemunha (antígeno). A reação
cados e, posteriormente, clonados pela positiva é caracterizada pela formação de
comparação de cDNAs de uma planta in- bandas branco-opacas, horizontais, no
fectada com outra não infectada. tubo de ensaio e em forma de arco na placa
de Petri.
Difractor: diz-se da superfície do píleo que
se apresenta fragmentada em pequenas Difusato: substância (especialmente esti-
áreas; areolado; rachado. mulante) que se difunde num substrato,
partindo de um ponto de origem.
Difusão dupla em ágar: teste sorológico
em que, no método vertical (tubo de en- Difuso: (1) não concentrado; processo de
saio), o antígeno é separado do anticorpo dispersão; processo que permite a mistura
por uma camada de ágar solidificado. No por difusão; (2) amplamente ou vagamente
método horizontal, também conhecido espalhado sem uma margem definida.

171
Digametia: produção de dois tipos de ga- tar a sua distribuição no local a ser aplicado,
metas. não influi na toxidez.
Digamético: com dois tipos de gameta; Diluição: oposto da concentração; a ação
heterogamético. ou o efeito de reduzir a concentração de
defensivo agrícola ou de um outro tipo de
Digestão: (1) em biologia molecular, trata-
produto em uma solução, ou a concentra-
mento de ácidos nucleicos com uma ou
ção de esporos fúngicos ou de células bac-
mais endonucleases de restrição; (2) pro- terianas ou de partículas de vírus em uma
cesso no qual o alimento é dividido em suspensão, mediante a adição de água ou
compostos, de maneira que as células po- outro líquido qualquer.
dem absorver e armazenar, ou oxidar e
usar na nutrição; (3) uso de microrganis- Diluição em série: técnica utilizada para
mos anaeróbicos para produzir gás a partir determinar o número de propágulos em
de resíduos, como adubo orgânico. suspensões que contém altas concentra-
ções e, ou ajustar a concentração de uma
Digestão anaeróbica: ver decomposição suspensão de inóculo (esporos, células bac-
anaeróbica. terianas e ovos e juvenis de nematoides)
Digestão completa: tratamento do DNA para inoculação. Consiste na diluição su-
com enzimas de restrição por um período cessiva da suspensão de inóculo que se en-
suficiente para que todos os sítios de restri- contra em alta concentração. A série de
ção sejam clivados. diluição comumente adotada consiste em
usar o fator 10 para diluições sucessivas.
Digestão de DNA: tratamento enzimá- Uma diluição 1:10 é igual a 1 mL da amos-
tico de uma amostra de DNA com uma en- tra original associado com 9 mL de di-
zima de restrição, resultando na clivagem luente (como água estéril); uma diluição
do DNA no sítio de restrição específico. 1:100 é igual a 1 mL da diluição 1:10 asso-
Digitiforme: que tem a forma de dedos. ciado com 9 mL de diluente; uma diluição
1:1.000 é igual a 1 mL da diluição 1:100 as-
Di-haploide: indivíduo completamente sociado com 9 mL de diluente; uma dilui-
homozigoto, obtido pela duplicação do nú- ção 1:10.000 é igual a 1 mL da diluição
mero cromossômico a partir de um ha- 1:1.000 associado com 9 mL de diluente; e
ploide. assim por diante. Concentração de propá-
Dilacerado: rompido; partido. gulos da amostra original = número médio
da concentração de propágulos na maior di-
Dilatado: expandido; aumentado em al- luição multiplicado pelo número invertido
gum ponto do comprimento. da diluição. No caso de alíquota de 0,1 mL,
Diluente: (1) substância usada para diluir o resultado deverá ser multiplicado por 10.
ou dissolver; (2) material inerte, líquido, só- A concentração será expressa em número
lido ou gasoso, acrescido a um defensivo de propágulos mL-1.
agrícola (fungicida e bactericida) para redu- Diluído: não concentrado; enfraquecido
zir a concentração do ingrediente ativo de pela adição de uma substância que reduz a
uma formulação, com a finalidade de facili- concentração. Solução que tem uma con-

172
centração relativamente baixa de soluto; Dióxido de carbono: gás incolor produ-
por exemplo, o vinagre é um ácido diluído. zido pela respiração, pela fermentação e
Diluir: acrescentar uma substância, como pela queima de hidrocarbonetos. É absor-
a água, a uma solução ou suspensão para vido pelas plantas durante a fotossíntese e
reduzir a sua concentração. eliminado por elas durante a respiração.
O dióxido de carbono (CO2) está presente
Dímero: basídio constituído do probasí- em quantidade muito pequena (0,035%) na
dio e do metabasídio, os quais são ligados atmosfera da Terra, em grande quantidade,
por uma constrição. pode causar o efeito estufa.
Dimítico: sistema de hifas de dois tipos, Dióxido de enxofre (SO2): poluente at-
generativa e esquelética. mosférico que causa clorose foliar e até
Dimórfico: (1) que ocorre em duas formas branqueamento internerval. Combinado
distintas; (2) que apresenta dimorfismo; com a umidade atmosférica, dá origem às
(3) táxon de uma população, que apresenta chuvas ácidas. Ver chuva ácida.
dois tipos morfológicos descontínuos e de- Dióxido de nitrogênio (NO2): poluente
terminados geneticamente. atmosférico que causa branqueamento e
Dimorfismo: (1) ocorrência de dois tipos bronzeamento de limbos foliares, de modo
morfológicos, distintos, numa população semelhante à injúria causada por dióxido
única; (2) fenômeno no qual um fungo se de enxofre (SO2).
apresenta sob duas formas diferentes. Diplanético: espécie que apresenta zoós-
Dimorfismo sexual: diferenciação na poros dimórficos que produzem dois está-
morfologia das fêmeas em relação aos ma- dios móveis, com um estádio de repouso
chos de nematoides; como espécies de (encistamento) entre os dois.
Meloidogyne, Rotylenchulus e Heterodera, em Diplobacilo: bastonete que se divide e
que os machos são de corpo vermiforme,
permanece ligado, formando par.
com hábito migratório, e as fêmeas, de
corpo dilatado. Diplobiôntico: organismo que tem gera-
ções de vida livre haploide e diploide.
Dimorfosforia: fenômeno próprio de fun-
gos que apresentam dois tipos de esporos. Diplocário: com número duplo de nú-
cleos, de 2n cromossomos cada.
Dioécio: referente a organismos cujos ór-
gãos dos diferentes sexos estão localizados Diplococos: denominação dos agrupa-
em indivíduos diferentes. mentos pares de células bacterianas tipo
cocos.
Dioico: fungo que apresenta micélios unis-
sexuados ou talos sexualmente distintos. Diploconídio: conídio binucleado.
Diórquico: nematoide macho com dois Diploestromático: fungo com ecto e en-
testículos. doestroma.
Diorquidioide: relativo a esporo bicelular Diplófase: período vital de um ser em que
com septo longitudinal. as células se apresentam diploides.

173
Diplo-haplonte: diz-se do organismo que dos, que tenha por fim a disciplina do
passa um período em haplófase e outro em comportamento relacionado ao meio am-
diplófase. biente.
Diploide: indivíduo cujo núcleo das célu- Direito de propriedade intelectual: pro-
las contém 2n cromossomos. Número du- teção de uma invenção mediante o uso de
plo de cromossomos de uma espécie (2n). instrumentos legais, como patentes, direito
Diploidização: processo de transforma- do autor, do melhorista e do agricultor,
ção de um indivíduo poliploide em di- marcas e segredos comerciais, e proteção
ploide por meio de alterações cromos- de cultivares.
sômicas, que, gradualmente, reduzem o Direito do melhorista: poder legal garan-
número de cromossomos homeólogos tido ao criador de uma variedade de planta
mantidos em um mesmo genoma. ou direito exclusivo de comercialização
Diplomicélio: micélio diploide. dela durante um tempo determinado. As
variedades protegidas por esse tipo de le-
Diplopartenogenético: diz-se de certos gislação podem ser usadas por outros me-
Basidiomycota cujo ciclo se passa na fase lhoristas para o desenvolvimento de outras
dicariótica, sem cariogamia no basídio e, variedades.
consequentemente, sem divisão reducio-
nal. Disciforme: ver discoide.
Diplonte: fungo cuja diplófase é mais de- Disco: himênio plano de um apotécio ou
senvolvida e a fase haploide é limitada aos discocarpo; diz-se da parte central da su-
gametas. perfície do píleo dos Agaricales, que re-
pousa sobre o estipe.
Diplosporia: incorporação de um núcleo
em um citoplasma influenciado pela meiose Disco frontal: disco labial de nematoides.
adjacente no gametângio cenocítico, subse- Disco labial: placa cuticular em círculo, lo-
quentemente, dando origem ao oósporo. calizada próximo à abertura oral do nema-
Diplosporia homocariótica: incorpora- toide, delimitada posteriormente pela
ção de um ou de mais núcleos homogené- primeira estria transversal.
ticos diploides em um oósporo formado Disco perioral: ver disco labial.
em resposta à meiose abortiva no oogônio.
Discocarpo: apotécio; tipo de ascocarpo
Diplósporo: ver teliósporo. que apresenta o himênio exposto após a
Diplóstico: disposto em duas séries. maturação dos ascos e ascósporos; corpo
de frutificação que tem a forma de um
Diplóteno: na prófase da meiose, estádio
disco.
que segue o paquiteno, porém precede a
diacinese. Neste estádio, os cromossomos Discoide: em forma de disco.
estão visivelmente duplicados. Discolor: com duas cores; fungo que apre-
Direito ambiental: conjunto de técnicas, senta uma face do píleo ou lamela diferente
regras e instrumentos jurídicos sistematiza- da outra; diz-se do apotécio que não apre-
dos e informados por princípios apropria- senta a mesma cor do talo.

174
Discomycetes: classe de Ascomycota, longa distância incluem os esporos, que são
com ascos produzidos em apotécio. muito leves e, por isso, podem ser trans-
Discotécio: ascostroma que lembra um portados por longas distâncias pelo vento.
apotécio, mas que suporta ascos cilíndricos Também, sementes, mudas e equipamen-
bitunicados, e difere de um histerotécio por tos agrícolas participam dessa dispersão,
perder a camada superficial. pois contêm estruturas de patógenos e são
transportados pelo próprio homem.
Disjunção: separação de cromossomos
homólogos durante a anáfase I da meiose, Dispersão ao acaso: quando a distribui-
ou de cromátides irmãs durante a anáfase ção dos organismos ocorre de maneira in-
II da meiose ou a anáfase mitótica. teiramente casual.
Disjunto: que apresenta regiões do corpo Dispersão ativa: dispersão mediante des-
separadas por constrições. locamento efetuado pelo próprio orga-
Dispersante: substância que, por ação fí- nismo.
sica ou físico-química, é utilizada para evi- Dispersão atmosférica: convecção e di-
tar a aglomeração de esporos ou células fusão naturais que ocorrem no ar, nas quais
bacterianas de uma suspensão para inocu- esporos, partículas de defensivos agrícolas,
lação; floculação das partículas sólidas de
poluentes e outras substâncias são distri-
uma suspensão de defensivo agrícola, man-
buídos por toda a massa de ar.
tendo-as separadas e suspensas em meio lí-
quido e retardando a sua sedimentação, Dispersão endozoica: dispersão de um
dessa maneira as suspensões conservam-se fungo por animais micófagos.
estabilizadas.
Dispersão epizoica: dispersão passiva de
Dispersão: (1) movimento ou transporte um patógeno por animais, normalmente
do patógeno ou propágulo do local onde insetos.
foi formado até a deposição em um sítio de
infecção; (2) na defesa fitossanitária, a ex- Dispersão incidental: dispersão do pató-
pansão da distribuição geográfica de uma geno para local onde ele nunca foi consta-
praga ou patógeno dentro de uma área. tado; assim, ele é introduzido na área.
Dispersão acidental: dispersão que Dispersão passiva: dispersão mediante
ocorre quando o patógeno não segue seu deslocamento efetuado por um agente fí-
hospedeiro. Nesta categoria, estão os casos sico ou biológico, ou organismo disper-
de patógenos disseminados aderidos em sante.
vestuários, veículos, implementos, embala-
Dispersão pelo homem: dispersão de es-
gens e outros objetos.
truturas de fungos, células bacterianas, fito-
Dispersão agregada: distribuição dos in- plasmas, nematoides e partículas de vírus e
divíduos em um padrão agrupado. viroides pelo homem através de mudas, se-
Dispersão a longa distância: quando a mentes e equipamentos agrícolas e de tra-
dispersão do patógeno atinge grande dis- tos culturais, como enxertia, poda, desbrota
tância. Os mecanismos de dispersão a e colheita.

175
Dispersão pelo pólen: dispersão de estru- embalagens vazias. As embalagens são en-
turas de fungos e partículas de vírus e viroi- viadas para os postos de recebimento, res-
des através dos grãos de pólen das plantas. ponsáveis para receber, armazenar e definir
Dispersão populacional: padrão geral de o seu destino final.
acordo com o qual os membros de uma Dissacarídeo: grupo de carboidratos ca-
população estão dispersos em um habitat. racterizados por conter dois açúcares sim-
Dispersão por água: dispersão de estru- ples (monossacarídeos), ligados por forças
turas de fungos, células bacterianas e ne- covalentes. A sacarose é um dissacarídeo;
matoides através de enxurrada, respingos cada molécula contém uma unidade de glu-
de gotas de chuva ou de irrigação. cose ligada a uma unidade de frutose.

Dispersão por insetos: dispersão de es- Dissecação: retalhação anatômica; separa-


truturas de fungos, células bacterianas, fito- ção, por instrumentos cirúrgicos, das par-
plasmas e partículas de vírus e viroides tes de um corpo ou de um órgão.
através de diversas espécies de insetos. Disseminação: (1) ato ou maneira de es-
Dispersão recorrente: dispersão do pató- palhar o inóculo do patógeno a partir de
geno para local onde ele já havia sido cons- uma fonte, envolve a liberação, a dispersão
tatado anteriormente. e a deposição do inóculo no sítio de infec-
ção; (2) na defesa fitossanitária, a expansão
Dispersão regular: distribuição uniforme da distribuição geográfica de uma praga
dos organismos em uma população. dentro de uma área.
Dispersão sinzoica: dispersão de um pa- Disseminação ativa: aquela realizada
tógeno fúngico por insetos que acumulam com os próprios recursos do patógeno,
seus esporos no tubo digestivo e os inocu- zoósporos dos fungos, células de bactérias
lam com suas picadas. com flagelos e larvas de nematoides.
Dispersar: (1) tornar grumos, como agre- Disseminação passiva direta: aquela rea-
gados de esporos ou células bacterianas, lizada conjuntamente com os órgãos de
em partículas individuais; (2) distribuir ou propagação do hospedeiro, como semen-
suspender partículas finas, tal como argila, tes infestadas ou infectadas, borbulhas, ri-
em um meio de dispersão. zomas, tubérculos e mudas infectadas.
Disperso: espalhado; separado um do ou- Disseminação passiva indireta: aquela
tro. realizada por diferentes agentes de dissemi-
Dispersor: qualquer veículo responsável nação, como o vento, água, insetos, ho-
pela dispersão ou disseminação de um pa- mem, animais e implementos agrícolas.
tógeno. Disseminação primária: disseminação
Disporo: esporo de um basídio bicelular. em que o patógeno é oriundo de fora da
plantação, ou seja, vem de fontes de inó-
Disposição: na defesa fitossanitária, con-
culo externas.
siste em descartar ou utilizar de outra
forma os materiais utilizados na aplicação Disseminação secundária: disseminação
de defensivos, como sobras de defensivos e em que o patógeno se espalha de plantas

176
doentes para plantas sadias dentro da nas nervuras, ambas causando lesões en-
mesma plantação. torno dos tecidos expandidos.
Disseminado: espalhado; difundido. Distosseptado: diz-se daquilo que sofreu
septação. Nesse caso, os septos dos coní-
Disseminar: espalhar para várias partes;
dios são formados apenas pela camada
propagar.
mais interna da parede, como nas espécies
Dissolver: colocar um produto sólido em de fungos do gênero Dreschslera.
suspensão e/ou solução, necessário para a Distribuição: (1) ato de transportar um
aplicação no estado líquido de um defen- patógeno para outros locais; (2) forma de
sivo. ocupação de um táxon ou de plantas doen-
Distal: distante; o mais afastado; diz-se das tes ou de propágulos numa área delimitada;
lamelas que não estão muito juntas, espe- (3) translocação do defensivo sistêmico no
cialmente próximo à margem do píleo e interior dos tecidos da planta.
que deixam entre si um espaço bem mar- Distribuição agregada: distribuição em
cado. Ver proximal. que as observações ou os indivíduos (plan-
Distância de mapa: medida de distância tas doentes e propágulos do patógeno) es-
genética entre loci, expressa em centiMor- tão mais próximos ou agrupados do que na
gans (cM) ou unidades de mapa; distância distribuição ao acaso. Não há igual proba-
calculada pela frequência de recombinação bilidade de cada ponto da área de distribui-
ção estar ocupado por um indivíduo.
entre loci segregantes em uma população.
Distribuição agrupada: ver distribuição
Distância focal: em microscopia, distân-
agregada.
cia para a lente focalizar a luz (geralmente
medida em micra). Distribuição aleatória: distribuição que
não exibe agregação ou superdispersão, de
Distância genética: medida da separação
modo que as observações ou eventos são
ou da disparidade genética entre dois indi- independentes entre si. Distribuição esta-
víduos ou populações, em termos de pro- tística que não segue um padrão aparente e
babilidade de compartilhar um gene ou é resultado mais do acaso do que de rela-
caráter. cionamentos observáveis. Há igual e baixa
Dístico: orientado ou apontado em duas probabilidade de cada ponto da área de dis-
direções. tribuição estar ocupado por um indivíduo.
Distinguibilidade: ver diferenciabilidade. Distribuição ao acaso: ver distribuição
aleatória.
Distorção: (1) diz-se da característica dos
esporângios de algumas espécies de Distribuição conglomerada: ver distri-
Phytophthora, cuja forma foge dos pa- buição agregada.
drões normais do gênero; (2) malformação Distribuição contínua: distribuição de tá-
que pode ser devida a redução do cresci- xons ou de plantas doentes ou de propágu-
mento local em folhas, especialmente em los em todos os ambientes favoráveis,
nervuras, ou necrose local no mesófilo ou dentro de uma área delimitada. Há a mesma

177
probabilidade de cada ponto da área estar vasos condutores de seiva, para as diferen-
ocupado por um indivíduo. tes partes da planta.
Distribuição descontínua: distribuição Distribuição temporal: distribuição cujo
de um táxon ou de plantas doentes em parâmetro de definição é o tempo. De
duas ou mais áreas separadas, mas não nas acordo com a escala, pode ser: horária, diá-
regiões ou plantações entre elas. ria, quinzenal, mensal, anual e até histórica.
Distribuição de Poisson: em estatística, Distribuição uniforme: padrão de distri-
método matemático usado para testar (ou buição de espécies ou propágulos no qual
para descrever) o grau de aleatoriedade na os indivíduos se distribuem de forma uni-
distribuição de uma variável cujos valores forme pelo terreno.
não são contínuos.
Distribuidor: na defesa fitossanitária, esta-
Distribuição espacial: forma de ocupa- belecimento registrado no OEDSV com
ção de um táxon ou de plantas doentes ou finalidade de comercializar defensivos agrí-
de propágulos numa área delimitada. Pode colas tanto para revenda como para usuá-
ser agregada, aleatória ou contínua. rio.
Distribuição geográfica: área geográfica Distúrbio: alteração fisiológica da planta;
de ocorrência de uma doença ou de um tá- desequilíbrio nutricional.
xon.
Distúrbio fisiológico: ver desordem fisio-
Distribuição mensal de chuvas: quanti- lógica.
dade de chuva que ocorre mês a mês, den-
Distúrbio hormonal: perturbação ou
tro do período de 1 ano, medido
anomalia causada pela variação indesejável
diariamente.
das quantidades de hormônio na planta.
Distribuição normal: designação estatís-
Ditálico: micélio secundário resultante da
tica de uma distribuição na qual a maioria
união de micélios sexualmente distintos.
dos valores incide próximo de um ponto
médio ou sobre ele, no centro. A diminui- Ditiocarbamato: grupo de fungicidas de-
ção em outros valores é maior com o au- rivados do ácido ditiocarbâmico, como
mento da distância de seu ponto central, e mancozeb, maneb e zineb. Forma o isotio-
os outros valores incidem mais ou menos cianato, que se liga a proteínas (ditiocar-
simetricamente sobre cada lado do ponto bamato-S-Proteína), afetando processos
médio. A curva resultante (uma curva nor- metabólicos. Apresenta mais fungitoxici-
mal) tem a forma semelhante a um sino. dade do que os cúpricos.
Distribuição randômica: ver distribuição Diurno: (1) que ocorre durante o dia; que
aleatória. tem um ritmo cicardiano; (2) ativo à luz do
dia; referente a plantas cujas folhas ou flo-
Distribuição regular: ver distribuição
res se abrem durante o dia e se fecham no
contínua.
crepúsculo; (3) diz-se da parte do ciclo de
Distribuição sistêmica: distribuição do vida que depende da luz para desenvolvi-
patógeno ou do defensivo agrícola, pelos mento ou descarga dos esporos.
Divaricado: bífido; bifurcado; inteira- forma ancestral comum. As divisões são
mente divergente. indicadas pelo sufixo fitos para plantas e
Divergente: que diverge ou se afasta pro- mycetes para fungos, como em espermatófi-
gressivamente em direções diferentes. tos e mixomycetes; (2) de um modo geral,
diz-se de qualquer processo pelo qual uma
Diversidade: variabilidade; existência de célula pode dar origem a duas ou mais.
diferentes formas em qualquer nível ou ca-
tegoria. Número de espécies diferentes e Divisão binária: ver fissão binária.
sua relativa abundância numa área. A diver- Divisão celular: fracionamento de uma
sidade é uma medida da complexidade de célula em duas (ou mais) células-filhas.
um ecossistema e, muitas vezes, uma indi- O processo requer a replicação e organiza-
cação de sua idade relativa. Comunidades ção do DNA nuclear, reconstituição dos
recém-estabelecidas têm pouca diversi- núcleos-filhos e partição do citoplasma.
dade, ao contrário das comunidades mais As organelas, como mitocôndrias e plastí-
antigas, e, assim, mais estáveis. deos, também são particionadas.
Diversidade biológica: ver biodiversi- Divisões conjugadas: divisões que se
dade. processam ao mesmo tempo.
Diversidade ecológica: grau de heteroge- Dizimar: destruir ou desfalcar, dimi-
neidade da composição de espécies, poten- nuindo parte ou todo do vegetal.
cial genético, estrutura espacial vertical e
DL50: ver dose média letal.
horizontal, estruturas de alimentação, fun-
cionamento ecológico e mudança no DL50 dérmica: ver dose letal 50% dér-
tempo, de um ecossistema ou agroecossis- mica.
tema.
DL50 inalatória: ver dose letal 50% inala-
Diversidade genética: ver variabilidade tória.
genética.
DL50 oral: ver dose letal 50% oral.
Diversisporo: heterósporo; esporo mor-
DNA: sigla de Ácido Desoxirribonucleico.
fologicamente diferente dos usuais.
Ver ácido desoxirribonucleico.
Diverticulado: diz-se de hifas que apre-
DNA circular: cadeia de DNA fechada
sentam ramificações curtas, verticais, for-
covalentemente. São conhecidas ambas:
mando ângulos retos com o eixo principal,
fita simples e DNA dupla, fita fechada.
muitas vezes encontradas no revestimento
do píleo ou do estipe de certos fungos; DNA cloroplastidial: ácido desoxirribo-
diz-se dos basidiósporos que apresentam nucleico localizado nos cloroplastos.
uma curta projeção em sua parte basal pela O DNA do cloroplasto é circular.
qual se ligam ao esterigma. DNA complementar: DNA que é sinteti-
Divisão: (1) agrupamento taxonômico zado a partir de um molde de RNA mensa-
mais elevado no reino vegetal, equivalente geiro (mRNA) pela transcriptase reversa;
a um filo do reino animal. Acredita-se que usa-se frequentemente a fita simples que é
plantas da mesma divisão tenham uma sintetizada como sonda em mapeamento.

179
DNA de cópia única: sequência de nu- DNA ribossomal: locus complexo, com-
cleotídeos que não inclui uma proporção posto de um número de unidades repetidas
significativa de nucleotídeos repetidos. que sintetizam RNA transportador e RNA
ribossomal.
DNA de fita dupla: nas partículas de al-
guns vírus de plantas, o DNA não apre- DNA satélite: DNA altamente repetitivo
senta fita simples, mas fitas duplas; as bases (muitos nucleotídeos iguais) que se con-
são pareadas; as duas fitas enrolam uma a centra na heterocromatina constitutiva
uma. (não confundir com satélite de cromos-
somo).
DNA desnaturado: DNA cujas fitas fo-
ram dissociadas, em razão da quebra das DNAse: sigla de desoxirribonuclease, en-
pontes de hidrogênio entre pares de nu- zima que catalisa a clivagem do DNA.
cleotídeos complementares. Dnastar: software composto de diversos
DNA exógeno: DNA derivado de um or- módulos para análises de DNA e proteínas.
ganismo, que é introduzido em outro. Tam- Dodecil sulfato de sódio: detergente
bém denominado DNA exótico ou aniônico utilizado na extração de DNA e
heterólogo. na confecção de géis SDS-PAGE. Pro-
DNA genômico: DNA representativo do move a lise da maior parte das células, solu-
genoma do organismo. biliza lipídios, desnatura proteínas e inibe a
atividade enzimática. Na eletroforese, cada
DNA helicase: enzima que catalisa a sepa- molécula de proteína se liga a um grande
ração das fitas duplas complementares de número de moléculas do detergente dode-
uma hélice de DNA. cil sulfato de sódio carregado negativa-
DNA mitocondrial: DNA circular de du- mente, que supera a carga intrínseca da
pla fita, presente na matriz da mitocôndria. proteína e faz com que ela migre em dire-
Em mamíferos, o DNA mitocondrial ção ao eletrodo positivo, quando uma ten-
(mtDNA) representa menos de 1% do são é aplicada.
DNA total, mas em plantas o conteúdo é Doença: distúrbio da função normal em
variável. uma planta. Série de processos fisiológicos
DNA quimérico: DNA recombinante nocivos causados por uma contínua irrita-
contendo informação provinda de duas es- ção da planta em virtude de um agente pri-
pécies diferentes. mário. É revelada pela atividade celular
mórbida e manifestada nos tecidos e ór-
DNA recombinante: aquele constituído gãos por resposta patológica característica
pela agregação de segmentos naturais ou chamada sintoma (Roberts; Boothroyd,
sintéticos de DNA a outras moléculas de 1984). Processo caracterizado por um des-
DNA, é capaz de se replicar em células vi- vio do funcionamento normal, acentuado,
vas. irreversível e contínuo. Independe dos fa-
DNA repetitivo: grande número de có- tores que a determinam (Grogan, 1981).
pias de uma sequência de DNA, isto é, se- Doença abiótica: doença de causa não
quências iguais de nucleotídeos no genoma. parasitária, oriunda de distúrbios fisiológi-

180
cos, fatores desfavoráveis do solo, condi- Doença de seedling: doença em plântu-
ções adversas do meio ambiente e práticas las, que ocorre após a emergência e causa
de manejo inadequadas. redução do estande.
Doença aguda: doença cujos sintomas Doença de sementes: doença que afeta as
são severos e se desenvolvem subitamente; sementes, notadamente aquelas que cau-
doença que tem início súbito e agrava-se sam deteriorização, ou seja, apodrecimento.
num curto período de tempo.
Doença do caule: doença que afeta o
Doença bacteriana: ver bacteriose. caule da planta.
Doença biótica: doença de causa parasitá- Doença do colo: doença que afeta a re-
ria, proveniente de ataque de patógenos. gião do coleto da planta.
Doença complexa: doença causada pela Doença emergente: doença que vem sur-
interação de dois ou mais patógenos; fre- gindo nos últimos anos ou que já existia e
quentemente manifestada por uma varie- que ultimamente vem aumentando sua in-
dade de sintomas, maior do que o normal. cidência. Ver patógeno emergente.
Doença da parte aérea: doença que afeta Doença endêmica: doença estabelecida
toda parte aérea da planta. permanentemente, de forma moderada ou
Doença de ciclo múltiplo: ver doença de severa, em determinada área.
juros compostos. Doença epidêmica: doença que apre-
Doença de ciclo simples: ver doença de senta grande aumento de intensidade em
juros simples. população de plantas no tempo e espaço,
ou seja, amplo e súbito aumento na inci-
Doença de juros compostos: plantas in- dência da doença em curto espaço de
fectadas no início do seu ciclo servirão de tempo.
fonte de inóculo do patógeno para poste-
riores infecções neste mesmo ciclo. Doença esporádica: doença que ocorre
ocasionalmente em uma população.
Doença de juros simples: plantas infec-
tadas no início do seu ciclo não servirão de Doença fisiológica: ver doença abiótica.
fonte de inóculo do patógeno para poste- Doença foliar: doença que afeta as folhas
riores infecções neste mesmo ciclo. da planta.
Doença de pós-colheita: doença que Doença fúngica: doença causada por
ocorre nos produtos vegetais após a co- fungo.
lheita, geralmente oriunda de infecções por
Doença genética: doença causada por um
fungos e bactérias, favorecida por danos fí-
gene mutante deletério.
sicos e/ou fisiológicos que predispõem o
produto à invasão de patógenos. Doença hereditária: ver doença genética.
Doença de pré-colheita: doença que Doença iatrogênica: doença que surge na
ocorre nos produtos vegetais antes da co- cultura em consequência da ação ou inter-
lheita, geralmente provinda de infecções ferência do homem, como anoxia (restri-
por fungos e bactérias. ção ou ausência de oxigênio), estiolamento

181
(baixa luminosidade), deficiência ou ex- Doença nutricional: doença causada por
cesso de nutrientes (desbalanço nutricio- falta ou excesso de um nutriente essencial
nal) e fitotoxidez (efeito deletério de no solo.
defensivos agrícolas e salinização). Doença pandêmica: doença que abrange
Doença infecciosa: doença causada por grande extensão geográfica, como um con-
um patógeno que pode se multiplicar e se tinente.
disseminar de uma planta doente para uma Doença parasitária: ver doença biótica.
sadia.
Doença policíclica: ver doença de juros
Doença latente: doença caracterizada por compostos.
um período de ausência de sintomas e pa-
Doença poliética: doença que apresenta,
tógeno inativo.
a cada ano ou a cada ciclo de cultivo, um
Doença metagênica: doença infecciosa inóculo inicial mais elevado; foi original-
cujo agente é transmitido mediante ação de mente definida por Zadoks (1974).
vetor biológico. Doença radicular: doença que afeta o sis-
Doença monocíclica: ver doença de juros tema radicular da planta.
simples. Doença reemergente: doença conhecida
Doença não infecciosa: ver doença abió- que foi controlada, mas que volta a apre-
tica. sentar ameaça à cultura suscetível. Ver pa-
tógeno reemergente.
Doença não parasitária: ver doença abió-
tica. Doença transmissível: doença causada
por um patógeno passível de ser transmi-
Doença não transmissível: doença que tido de uma planta para outra.
não é causada por um patógeno passível de
ser transmitido de uma planta para outra, Doença vascular: doença que afeta o sis-
por exemplo, as doenças de causa abiótica. tema vascular da planta (normalmente o
xilema).
Doença notificável: doença que, por re-
Doença virótica: ver virose.
gulamentação, deve ser notificada às auto-
ridades, ou seja, aos órgãos de defesa Doente: hospedeiro que apresenta o fun-
fitossanitária dos estados, às superinten- cionamento dos processos fisiológicos al-
dências de agricultura dos estados, às secre- terados. Podem ser resultantes da infecção
tarias de agricultura e ao Ministério da de patógeno, desequilíbrio nutricional, to-
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As xicidade, anormalidade genética, condições
doenças notificáveis variam de país para climáticas desfavoráveis, etc.
país, mas geralmente incluem as mais sé- Dogma central de biologia: conceito bá-
rias, como sigatoka-negra, cancro-cítrico e sico de que a informação genética flui do
moko da bananeira, que são causadas por DNA para o RNA e desse para a proteína.
praga quarentenária ausente e por praga O DNA, assim como o RNA viral, é capaz
quarentenária presente sob controle oficial. de se autoduplicar. As moléculas de RNA

182
também podem sofrer transcritase reversa, barreira à penetração de nutrientes ou um
originando moléculas de DNA. bloqueio metabólico, ou a produção de um
Doliforme: em forma de barril, tonel e autoinibidor. Este estádio é imposto logo
vaso. após a formação do esporo.

Doliporo: ultraestrutura complexa for- Dormência exógena: tipo de dormência


mada pelo espessamento da parede trans- induzida por fatores químicos presentes no
versal da hifa ao redor do poro (que forma meio ambiente, por exemplo, fungistase no
o septo), dando origem a um barril. Este solo, CO2, umidade relativa, temperatura e
bloqueia a passagem do núcleo pela forma- pH.
ção do parentessoma nas duas extremida- Dormente: condição de atividade metabó-
des do doliporo. Estrutura característica lica suspensa, como um escleródio de um
das hifas dos Basidiomycota. fungo.
Domesticação: conjunto de atividades Dorsal: localizado no dorso ou face adaxial
que visa à incorporação de uma planta sil- do limbo foliar.
vestre ao acervo de plantas disponíveis
para uso e consumo pelo homem. Dorso: parte posterior ou superior; costas.
Dominância: interação intra-alélica que Dosador: dispositivo usado em equipa-
faz com que um alelo se expresse quando mentos agrícolas, destinado a dosar a quan-
em heterozigose, excluindo a manifestação tidade de insumos, como defensivos e
do seu alelo alternativo. adubos.
Dominância incompleta: (1) condição Dosagem: ato de dosar; determinação da
que ocorre quando um gene dominante é quantidade do produto distribuído por uni-
expresso parcialmente no fenótipo do he- dade de área ou volume.
terozigoto; (2) condição de herança na qual
Dose: quantidade de produto comercial a
nenhum membro de um par de caracteres
contrastantes mascara o outro. aplicar por unidade de superfície. Habitual-
mente exprime-se em kg ou L por hectare
Dominante: alelo que se expressa quando (kg ou L ha-1).
o outro membro do par (alelo recessivo)
está no cromossomo homólogo. Dose de referência aguda: concentração
máxima que pode ser ingerida durante um
Dormência: (1) forma de sobrevivência perído de até 24 horas.
de nematoides, quando submetidos a con-
dições desfavoráveis quanto a umidade, Dose de inóculo efetiva: quantidade de
temperatura ou disponibilidade de ali- inóculo necessária para o patógeno infectar
mento no ambiente; (2) estado de entorpe- o hospedeiro e causar doença.
cimento ou de repouso de um organismo. Dose diária aceitável: quantidade má-
Dormência constitutiva: condição na xima de determinado defensivo agrícola
qual o desenvolvimento do organismo é re- que, ingerido diariamente durante toda a
tardado por causa de uma característica vida, parece não oferecer risco apreciável à
própria do estádio dormente, como uma saúde, à luz dos conhecimentos atuais.

183
É expressa em miligrama do defensivo por Dose letal 50% oral: dose única expressa
quilo de peso corpóreo (mg kg-1 p.c.). em miligrama da substância por quilo de
peso vivo, que provoca a morte de 50%
Dose diária aceitável condicional: dose
dos animais testados em até 14 dias após a
estabelecida para um defensivo agrícola, a
sua administração por via oral. O animal de
fim de limitar seu uso enquanto não se dis-
eleição universal para esse teste é o rato al-
puser de um substituto adequado.
bino macho, utilizado em número não infe-
Dose diária aceitável provisória: dose rior a 12 para cada dose testada.
estabelecida por um período de tempo li-
Dose limite: dose mínima de um defen-
mitado, cuja fixação tem o objetivo de per-
sivo agrícola necessária para produzir o
mitir a obtenção de mais dados bioquímicos,
controle desejado. Algumas vezes o termo
toxicológicos e outros que possibilitem es-
é também usado em relação à dose máxima
tabelecer a “ingestão diária aceitável”.
do defensivo que não produz efeitos dele-
Dose estimuladora: em imunologia, diz- térios observáveis.
-se da dose de antígeno ministrada poste-
Dose máxima: maior quantidade de um
riormente (pode ser dias, semanas, meses
defensivo agrícola que poderá ser usado
ou até anos) à aplicação da dose inicial de
sem resultar em efeito deletério ao indiví-
imunização, para estimular a produção
duo.
contínua de anticorpos.
Dose média efetiva: no campo dos fungi-
Dose letal 50% dérmica: dose única ex-
cidas, quantidade de princípio ativo em mi-
pressa em miligrama da substância por
ligramas que inibe a germinação de 50%
quilo de peso vivo, que, após contato por
dos esporos ou o crescimento do micélio
24 horas com a pele tanto intacta como es-
em relação à testemunha, tomada como
coriada dos animais tratados, provoca a
100%.
morte de 50% deles em até 14 dias após a
sua administração. O animal de eleição uni- Dose média letal: dose ou quantidade de
versal para esse teste é o rato albino macho, um pesticida que, administrado de uma só
utilizado em número não inferior a 12 para vez, causa a morte de 50% de uma popula-
cada dose testada. ção de animais testes. É expressa em mili-
grama do princípio ativo por quilo de peso
Dose letal 50% inalatória: expressa a to-
vivo e usada para expressar a toxidez rela-
xicidade de uma substância presente no ar,
tiva dos defensivos agrícolas para mamífe-
como pó, névoa, gás ou vapor. Geralmente
ros. Uma dose média letal (DL50) pequena
é expresso em mg L-1, quando pó ou névoa,
indica alta toxicidade do defensivo agrícola
ou ppm, quando gás ou vapor. O DL50 ina-
para animais. Há também toxicidade der-
latório é uma estimativa da dose necessária
mal, quando especifica injúria à pele dos
para matar 50% de uma grande população
animais.
de espécies testes; através de toxicidade por
inalação sob condições padronizadas ou Dose real: quantidade de ingrediente ativo
por lei, a concentração na qual é esperado (não formulação) aplicado em uma dada
matar 50% dos animais teste tratados. área.

184
Dose resposta: relação entre a dose admi- caracteriza pela presença de um segmento
nistrada e a magnitude do seu efeito ao in- cromossômico adicional próximo ao ori-
divíduo. ginal (em tandem) ou não; (2) em genética
Dossel: camada superior de uma floresta molecular, presença de nucleotídeos, ge-
ou de um ecossistema florestal ou de um nes ou sequências duplicadas próximo à
plantio de árvores frutíferas, que consiste original ou não; ocorrência dupla de um
na sobreposição de folhas e de ramos das segmento de cromossomo no conjunto
árvores. haploide.
Dotideáceo: loculado; que apresenta os Duplicase: ver replicase.
ascos em lóculos, no estroma, como em
Dothidea; sem verdadeiros peritécios. Duplicata: parte de uma única coleta de
uma única espécie ou táxon infraespecífico
Dotideoide: como Dothidea, ou seja, com feita pelo mesmo coletor na mesma data
os peritécios reduzidos a lóculos num es- (Turland et al., 2018).
troma.
Duplicon: unidade de duplicação do
Dotitécio: estroma ascígero, peritecioide e DNA. Plasmídios, vírus e cromossomo
uniperculado de fungos dotideáceos.
bacteriano constituem um único duplicon.
Drepaniforme: em forma de foice; falci-
Durabilidade: (1) refere-se ao tempo em
forme.
que uma cultivar permanece resistente a
Droga: nome genérico usado em toxicolo- um dado patógeno, em um local definido;
gia para substâncias ou compostos, natu- (2) relaciona-se ao tempo de conservação
rais ou sintéticos, que alteram da madeira, sua resistência à podridão ou
transitoriamente o comportamento físico e ao ataque de fungos xilófagos.
emocional daqueles que as consomem.
Dureza da água: concentração de cálcio e
ds: sigla de double-stranded (fita dupla).
magnésio na água doce, expressa em ter-
dsDNA: sigla de ácido desoxirribonu- mos de CaCO3 e MgCO3. As águas podem
cleico de fita dupla. Ver DNA de fita dupla. ser duras ou moles em função da concen-
dsRNA: sigla de ácido ribonucleico de fita tração maior ou menor de carbonatos.
dupla. Ver RNA de fita dupla. Duto: canal, conduto ou vaso estreito para
Duplicação: (1) em citogenética, um dos carregar líquido, ar ou gametas de uma
tipos de aberração cromossômica que se parte de um organismo para outra.

185
E
Ecdise: muda; troca da camada de cutícula Ecologia: ramo da biologia que estuda as
do corpo dos nematoides ou do exoesque- relações entre os seres vivos, e entre eles e
leto dos insetos, que acontece durante o ci- seu ambiente.
clo de vida. Ecologista: biólogo que estuda as relações
Ecidial: pertinente ou relativo a ecídio; entre os organismos vivos e seu ambiente.
diz-se da fase do ciclo das Uredinales que Ecoparasita: parasita cujo nicho ecoló-
produz ecidiósporo. gico é um hospedeiro específico.
Ecídio: ver aécio. Ecosfera: ver biosfera.
Ecidiósporo: ver aeciósporo. Ecossistema: unidade de natureza ativa
Écio: ver aécio. que combina comunidades bióticas e am-
bientes abióticos com os quais interagem;
Eciósporo: ver aeciósporo. um sistema ecológico. Os limites geográ-
Eciossoro: ver aécio. fico e conceitual do ecossistema podem ser
definidos de acordo com a conveniência.
Eclodibilidade: (1) capacidade de produ-
zir seres vivos a partir de ovos; (2) capaci- Ecotipo: biótipo local que tem seus carac-
dade de eclosão. teres mais ajustados aos efeitos de um de-
terminado ambiente, mais específico;
Eclosão: ato ou processo de saída do ovo população adaptada a um habitat particu-
pela larva do nematoide. lar.
Eclosão em massa: situação em que um Ecotoxicologia: ciência que estuda o
grande número de larvas de nematoides efeito dos defensivos agrícolas e de outras
eclode praticamente ao mesmo tempo, em substâncias sobre os ecossistemas.
resposta aos estimulantes.
Ectal: externo, o mais externo.
Ecofisiologia: ramo da ecologia que es-
tuda as respostas dos organismos indivi- Ectoasco: parede externa de um asco fissi-
duais aos fatores abióticos, como tunicado.
temperatura, umidade, gases atmosféricos Ectoestroma: estroma localizado na peri-
e outros fatores do ambiente. derme da planta hospedeira.

187
Ectomicorriza: associação micorrízica em celular ou de um filamento, ou que se
que as hifas do fungo geralmente formam forma no ápice dos esterigmas; basidiós-
um manto fúngico em torno das raízes ad- poro.
ventícias, a espessura do manto varia de 1 a Ectotrófico: que descreve o desenvolvi-
40 vezes o diâmetro da hifa. O fungo tam- mento fúngico de micorrizas, primaria-
bém penetra nas raízes, mas cresce apenas mente sobre a superfície da raiz.
ao redor das células corticais, repondo
parte da lamela média entre as células e for- Ectotúnica: parede externa em um asco
mando a chamada rede de Hartig. bitunicado.
Ectoparasita: parasita que vive na superfí- Edáfico: relativo à influência ecológica e
cie externa do hospedeiro e extrai seus ali- biológica do solo.
mentos por meio dos haustórios. Edafoclimático: relativo à influência eco-
Ectoparasitismo: forma de interação ne- lógica e biológica do solo e clima.
matoide-planta hospedeira, em que o ne- Edafosfera: camada de solo, além da ri-
matoide fitoparasita, ao se alimentar, zosfera, sob a influência das raízes da
introduz apenas o estilete nos tecidos da planta.
hospedeira, permanecendo com o corpo
fora da planta. Edema: extrudamento de células em con-
sequência do excesso de umidade e da defi-
Ectoparasitismo migratório: forma de ciência de aeração. Apresenta-se como
parasitismo em que o nematoide ectopara- protuberâncias, constituídas por pequenas
sita mantém-se vermiforme e com a capa- massas de células que se dividem, crescem
cidade de se alimentar em vários pontos da e surgem na superfície de folhas ou de ra-
hospedeira durante todo o seu ciclo vital. mos. Inicialmente, possui coloração esver-
Pode ser exercido por juvenis, fêmeas e deada clara que, em seguida, evolui para
machos adultos, como nas espécies dos gê- uma coloração ferrugínea e textura de cor-
neros Xiphinema, Trichodorus, Belonolaimus e tiça.
Dolichodorus.
EDTA: sigla do Ácido Etilenodiaminote-
Ectoparasitismo sedentário: forma de tracético. Ver ácido etilenodiaminotetracé-
parasitismo em que o nematoide, ao se ali- tico.
mentar, induz a formação de um sítio fixo
Educação sanitária: na defesa fitossanitá-
de alimentação, tornando dilatado o corpo;
ria, prática educativa que induz o público a
a fêmea perde a capacidade de locomoção,
adquirir hábitos que estimulem o uso se-
como em espécies dos gêneros Cacopaurus,
guro e eficaz dos defensivos agrícolas, seus
Meloidoderita e outras da família Criconema-
componentes e afins, com o objetivo de re-
tidae.
duzir os efeitos prejudiciais aos seres hu-
Ectosimbiose: simbiose na qual um orga- manos e ao meio ambiente e de prevenir
nismo se desenvolve sobre a superfície do acidentes decorrentes da sua utilização im-
outro organismo. própria (Bressan, 2015).
Ectósporo: exósporo; esporo exógeno; Efeito aditivo: (1) ação gênica em que o
esporo que se forma fora de uma cavidade fenótipo para uma determinada caracterís-

188
tica do indivíduo sofre alteração a cada seja, localizadas aos lados e extremidades
alelo aditivo que é introduzido no genoma; de uma parcela, e as plantas situadas na
(2) diz-se quando a ação da mistura de pro- parte mais interna das parcelas.
dutos é a soma das qualidades individuais
Efeito carcinogênico: informação toxi-
de cada formulação.
cológica relativa à carcinogênese, obtida a
Efeito agudo: efeito deletério causado partir da administração de doses diárias de
pelo agente tóxico a organismos vivos, em uma substância na dieta dos animais ou por
curto período de exposição. outros meios, por um período equivalente
Efeito aleloquímico: refere-se à ação de à metade da vida normal do animal em
substâncias produzidas pelas plantas que teste.
afeta o comportamento de outros organis- Efeito crônico: efeito deletério causado
mos. pelo agente tóxico aos organismos-testes,
Efeito amarrio: aumento do ciclo de pro- em período de exposição que pode abran-
dução de uma planta por causa da redução ger a totalidade de seu ciclo de vida ou
de seu desenvolvimento, ocasionada pela parte dele.
aplicação de alguns defensivos agrícolas. Efeito cumulativo: acúmulo de defensi-
Nesses casos, porém, a planta não apre- vos agrícolas e compostos radioativos nos
senta sintomas aparentes de fitotoxidez organismos terminais da cadeia alimentar,
nem redução de produção. Exemplo: as ba- como o homem.
naneiras que recebem na axila aplicação de
flutriafol ou azoxistrobina para o controle Efeito curativo: ver quimioterapia.
do fungo Mycosphaerella fijiensis têm o ciclo Efeito de amostragem: limitação da
de produção aumentado em cerca de 40 a amostragem em incluir toda a variação que
60 dias. realmente existe. Por exemplo, o patógeno
Efeito ambiental: ver impacto ambiental. pode ocorrer na área estudada e não ter
sido encontrado apenas por causa do efeito
Efeito antagônico: diz-se quando a ação da amostragem.
da mistura de produtos é inferior à soma
das qualidades individuais de cada formula- Efeito de dosagem: fenômeno que
ção. ocorre durante a poliploidização ou piri-
madação de genes, caracterizado pela adi-
Efeito antibacteriano: ver antibacteriano. ção de alelos que intensificam a expressão
Efeito antifúgico: ver antifúngico. do caráter.
Efeito autoinibitório: ocorre quando o Efeito dominante: ação gênica que ocorre
crescimento e/ou multiplicação de um mi- em razão dos desvios do efeito aditivo,
crorganismo em cultura pura é reduzido ou como na situação em que o heterozigoto é
inibido devido ao acúmulo de metabólitos mais semelhante a um dos genitores.
tóxicos liberados pelo próprio microrga- Efeito estufa: mecanismo natural do pla-
nismo. neta Terra para possibilitar a manutenção
Efeito bordadura: diferença de compor- da temperatura numa média de 15 ºC, ideal
tamento entre as plantas mais externas, ou para o equilíbrio de grande parte das for-

189
mas de vida em nosso planeta. A radiação rene, plantada nas falhas de um plantio es-
do Sol entra facilmente na atmosfera como tabelecido com a mesma espécie.
ondas de calor. Ela aquece a superfície da Efeito residual: (1) tempo em que o de-
Terra, fazendo com que esta – como qual- fensivo agrícola permanece na planta con-
quer superfície quente – emita radiação in- trolando uma doença; (2) tempo em que o
fravermelha. Gases como CO2 absorvem a defensivo agrícola permanece nos produ-
radiação infravermelha impedindo que sua tos das plantas, alimentos, solo, ar e água,
energia deixe a Terra; se a concentração podendo trazer complicações de ordem to-
desses gases aumentar, a radiação térmica xicológica.
da Terra para a atmosfera diminuirá, aque-
cendo a superfície da Terra. O aumento da Efeito subletal: efeito capaz de causar
concentração dos gases de efeito estufa na dano ao organismo, porém, abaixo do nível
atmosfera causará aumento significativo na que causa a morte do mesmo.
temperatura da superfície da Terra, inviabi- Efeito secundário de um defensivo
lizando o desenvolvimento de grande parte agrícola: qualquer ação bem caracterizada,
das espécies animais e vegetais. Ver gases diferente daquela para a qual o defensivo
de efeito estufa. foi usado, quer seja benéfica ou não, ime-
Efeito iatrogênico: ver doença iatrogê- diata ou mediata e que resulte da utilização
nica. autorizada pelos serviços oficiais.

Efeito multilinha: aparente manifestação Efeito sinérgico: ver sinergismo.


de resistência horizontal por causa da redu- Efeito teratogênico: informação toxico-
ção das aloinfecções dentro de uma multi- lógica relativa à teratogênese, obtida a par-
linha. tir da administração de doses diárias de
Efeito mutagênico: informação toxicoló- uma substância, na dieta ou por outros
gica relativa à mutagênese, obtida mediante meios, em fêmeas grávidas durante o pe-
administração de doses diárias de uma ríodo de organogênese. As fêmeas são ob-
substância, por via intravenosa, em animais servadas por 14 dias, em que são
machos no período de 5 dias pré-acasala- pesquisadas as alterações de comporta-
mento. mento e de controle motor.
Efeito tóxico: resultado ou consequência
Efeito neurotóxico: alteração de compor-
induzido por um produto tóxico em um
tamento e de controle motor a partir da ad-
organismo vivo.
ministração de dose única (próxima à letal)
de uma substância em aves por via oral ou Efeito vertifolia: erosão da resistência ho-
por outros meios, seguida de observação rizontal poligênica, que ocorre durante o
dos animais por 14 dias. programa de melhoramento direcionado
para seleção de resistência vertical, em vir-
Efeito preventivo: ver controle preven-
tude do estreitamento de base genética do
tivo.
material vegetal durante o processo. O me-
Efeito replantio: redução severa no cres- lhorista não consegue determinar como
cimento das raízes e da parte aérea de uma será a suscetibilidade da cultivar quando
segunda planta de uma dada espécie pe- aparece um isolado compatível. Não há

190
meios de detectar resistência horizontal Eficiência de infecção: corresponde à ra-
sem isolados compatíveis do patógeno. Se zão entre o número de infecções e o nú-
o nível de resistência horizontal for baixo, a mero de propágulos inoculados.
cultivar será muito suscetível quando infec- Eficiência de plaqueamento: porcenta-
tada pela raça compatível do patógeno, gem de células plaqueadas que dão origem
exemplo típico é Phytophthora infestans em a colônias.
batata. Durante o desenvolvimento da cul-
tivar Vertifolia (com 2 genes para resistên- Eficiência de transformação: (1) por-
cia R3 e R4), não houve seleção para centagem de células transformadas em
resistência horizontal porque não havia ra- uma população bacteriana em função do
conteúdo de DNA utilizado no ensaio (em
ças de P. infestans compatíveis com a culti-
µg); (2) número obtido de brotos transgê-
var Vertifolia. Quando se confrontou com
nicos em função do total de explantes sub-
isolados compatíveis, ‘Vertifolia’ foi alta-
metidos à transformação seja por métodos
mente suscetível (Neergaard, 1977).
indireto (Agrobacterium) ou direto (eletropo-
Efêmero: que dura pouco. ração de células, bombardeamento).
Efetividade: refere-se ao grau em que a Eficiência do defensivo: performance de
unidade dispersa ou a população de unida- um defensivo agrícola no controle de um
des dispersas leva ao estabelecimento de patógeno ou praga.
novas infecções. Eficiência do inóculo: medida do su-
Eficácia: capacidade para produzir o cesso do propágulo em incitar uma infec-
efeito desejado, ou seja, um efeito definido, ção.
mensurável e reproduzível de um trata- Eficiência do vetor: valor, geralmente ex-
mento prescrito. presso em porcentagem, indicando a pro-
Eficácia direta: medida da toxicidade de porção de vetores eficientes para transmitir
um defensivo agrícola em relação ao agente um patógeno em relação a um número de
vetores testados.
biológico a ser controlado.
Efluente: lixo descarregado no ambiente
Eficácia global: medida de toxicidade de
por um processo industrial ou outro pro-
um defensivo agrícola em relação ao agente
cesso humano. Na lavagem dos equipa-
biológico a ser controlado e avaliação dos
mentos de pulverização dos defensivos
efeitos secundários negativos, exceto os agrícolas, a água contendo os resíduos do
efeitos em relação ao homem. produto aplicado é um exemplo de efluente.
Eficiência de disseminação: capacidade Efusado: que apresenta efuso; achatado e
de um patógeno de se disseminar por uma irregularmente estendido.
ampla área em curto período de tempo.
A eficiência de disseminação é um compo- Efuso: estendido sobre a matriz; expan-
nente da flexibilidade das dinâmicas da po- dido; difuso; espalhado sobre o substrato;
pulação de um patógeno e, assim, um fator sem forma regular.
determinante do valor da resistência verti- Efuso-diatripoide: com estroma erum-
cal na agricultura. pente.

191
Efuso-reflexo: em micologia, tipo de fru- Elemento móvel: nome genérico que se
tificação intimamente aderida ao substrato, dá a sequências de DNA capazes de se mo-
exceto na margem, a qual se volta para fora, ver de um local a outro do genoma de or-
formando o píleo. ganismos procarióticos e eucarióticos.
Ejeção: descarga dos esporos de um corpo Elemento tóxico: mineral que não exerce
de frutificação provido de poro apical em função específica na planta, mas que a par-
particular. tir de uma determinada concentração passa
a prejudicá-la.
El Niño: fenômeno natural e cíclico que
reaparece em intervalos irregulares de 3 a 5 Elemento traço: elemento considerado
anos e consiste no aquecimento anômalo crucial para o funcionamento apropriado
das águas superficiais do Oceano Pacífico de um organismo, mas requerido apenas
Equatorial no setor centro-oriental. Resul- em microquantidades, e algumas vezes tó-
tado da interação entre o oceano e a atmos- xico em altas concentrações. Os elementos
fera, o fenômeno provoca modificação no traços mais importantes são ferro, manga-
fluxo de calor, o que acarreta fortes altera- nês, zinco, cobre, iodo, cobalto, selênio,
ções nas condições do tempo em várias molibdênio, cromo e silício.
partes do mundo. Elementos transponíveis: segmentos de
Elemento climático: refere-se aos fatores DNA que apresentam mobilidade nos ge-
que constituem a área de estudo da meteo- nomas que os hospedam; eles podem inte-
rologia, como pressão atmosférica, tempe- grar-se em um ponto do genoma,
ratura do ar, nebulosidade, umidade do ar, excisarem-se e integrarem-se a um outro
vento, precipitação pluvial e energia ra- ponto, o que pode ter como consequência
diante, utilizados na quantificação das con- o silenciamento e/ou a ativação de genes
dições atmosféricas em um dado instante no hospedeiro.
(tempo) ou ao longo de anos (clima). Eletroforese: processo de separação de
Elemento controlador: em eucariontes, substâncias eletricamente carregadas me-
transpóson que interfere na expressão gê- diante a migração diferenciada delas
nica, resultado de sua integração dentro ou quando são dissolvidas em um eletrólito,
próximo ao gene, inibindo sua atividade, através do qual é aplicada uma corrente elé-
como descrito em milho. trica. Técnica usada para separar proteínas
ou fragmentos de DNA ou enzimas que,
Elemento de inserção: termo genérico
baseadas em sua carga elétrica, se movem
atribuído a sequências de DNA capazes de
por uma solução que apresenta um gra-
se transpor no genoma bacteriano; sequên-
diente de campo elétrico em direção ao ele-
cia de inserção; um dos tipos de elemento
trodo com carga elétrica oposta (moléculas
móvel.
carregadas positivamente movem-se em di-
Elemento essencial: elementos químicos, reção ao cátodo, e partículas carregadas ne-
como o oxigênio, o nitrogênio, o fósforo e gativamente movem-se em direção ao
o carbono, que são essenciais ao cresci- ânodo). Para que a eletroforese ocorra, as
mento, desenvolvimento e funcionamento partículas devem ser suficientemente gran-
normal de um organismo. des para serem associadas com uma ca-

192
mada dupla; essas partículas podem ser detergente aniônico sulfato dodecil de só-
moléculas grandes ou coloides. dio (SDS). As proteínas tratadas com SDS
geralmente apresentam a mesma carga por
Eletroforese bidimensional: método de
unidade de peso molecular; assim, elas são
separação de proteínas em gel de poliacrila-
separadas de acordo com o peso molecu-
mida baseado nas características de carga e
lar.
peso das moléculas.
Eletroforese em gradiente desnatura-
Eletroforese em 2D: técnica utilizada
dor: técnica usada para separar fragmentos
para separar proteínas em duas dimensões
de DNA ou isoenzimas, aplicando um gra-
em um gel de eletroforese de poliacrila-
diente por aumento da concentração de
mida.
uma substância química desnaturadora,
Eletroforese capilar: técnica amplamente como a formamida ou ureia. Os géis de
usada para fins de sequenciamento de AFLP são submetidos a este tipo de eletro-
DNA, na qual a amostra passa por um forese.
longo e estreito tubo capilar que contém
Eletrofusão: método que é utilizado para
uma matriz reutilizável.
facilitar a fusão de protoplastos através de
Eletroforese de disco em gel de polia- pequenos pulsos elétricos.
crilamida: processo que separa fisica-
Eletroporação: metodologia para trans-
mente proteínas, baseado na carga ou
formação de células animais, vegetais, fún-
tamanho das macromoléculas.
gicas ou bacterianas. Também pode ser
Eletroforese em gel de agarose: técnica empregada na transformação de alguns ti-
de separação que usa gel de agarose como pos de tecidos intactos. Essa técnica é utili-
a fase estacionária. A eletroforese em gel de zada na obtenção de plantas transgênicas.
agarose é importante na manipulação e se- Para isso, uma mistura de protoplastos e de
quenciamento de genes, visto que permite DNA a ser introduzido é submetida a uma
a separação de moléculas de DNA com corrente de alta tensão por um curto pe-
base em seu peso molecular. As bandas no ríodo, fazendo com que sejam criados po-
gel são detectadas usando brometo de etí- ros transitórios na membrana citoplasmática
dio, de forma que níveis tão baixos como por onde o DNA exógeno penetra na cé-
0,5 ng de DNA podem ser detectados por lula. Após a transformação, uma planta
exame em luz ultravioleta. transgênica pode ser regenerada a partir do
Eletroforese em gel de poliacrilamida: protoplasto transformado.
técnica usada para separar ácidos nucleicos Eletrotactismo: movimento dos zoóspo-
e proteínas com base na migração por uma ros em direção aos campos elétricos fracos
matriz inerte, a poliacrilamida, que permite das raízes das plantas.
distinguir fragmentos de peso molecular
Eletromicrografia: imagem obtida pela
muito próximo, como os alelos de um lo-
fotografia da imagem da tela de um mi-
cus de microssatélite.
croscópio eletrônico de varredura ou pela
Eletroforese em gel de SDS-poliacrila- incidência de elétrons em um filme foto-
mida: eletroforese em géis de poliacrila- gráfico no microscópio eletrônico de trans-
mida de proteínas desnaturadas com o missão.

193
Eliciador: substância que induze reações Elíptico-lanceolado: diz-se do esporo
de defesa nas plantas, incluindo a produção que apresenta contorno de elipse e termi-
de fitoalexinas e de várias proteínas-PR. As nando na base e no ápice em forma de
respostas de defesa das plantas vão de mu- lança.
danças celulares, como reação de hipersen- Elisa: sigla de enzyme-linked immunosorbent
sibilidade, até mudanças moleculares, como assay. Ensaio imunológico baseado no uso
a ativação transcricional de genes de de- de anticorpos para diagnosticar a presença
fesa. e a quantidade de moléculas específicas em
Eliciador abiótico: composto químico, uma amostra. Primeiro, o anticorpo primá-
como metal pesado, ou ferimento, ou con- rio específico da proteína de teste é absor-
dição ambiental desfavorável, como radia- vido por um substrato sólido, e uma
quantia conhecida da amostra é adicionada.
ção ultravioleta e temperatura elevada, que
Assim, todo o antígeno da amostra é ade-
causa estresse aos tecidos vegetais, os quais
rido ao anticorpo. Depois, um segundo an-
sintetizam substâncias do tipo das fitoalexi-
ticorpo (anticorpo secundário), conjugado
nas como resposta de defesa. com uma enzima e específico para o pri-
Eliciador biótico: macromolécula isolada meiro anticorpo (anticorpo primário), é
de patógeno e/ou de seus hospedeiros, a adicionado, e a enzima gera uma mudança
qual é hábel na indução de respostas de de- de cor na presença de um reagente.
fesa do hospedeiro (estruturais ou metabó- Elongado: alongado; que é mais com-
licas) associada com a expressão de prido e estreito do que o normal.
resistência do vegetal às infecções.
Eluato: efluente de uma coluna cromato-
Eliciador específico: eliciados codifica- gráfica.
dos por gene de avirulência de patógenos
Eluente: em cromatografia líquida, fase
(Avr) ou resultante da ação ou degradação
móvel, que faz os componentes se separa-
do produto desse gene.
rem pela coluna de separação.
Eliciador inespecífico: eliciador que in- Eluição: (1) separação de substâncias com
duz uma reação de defesa inespecífica em uso de solvente; (2) em cromatografia, uso
diferentes espécies ou variedades de plan- de um líquido para remover os íons indese-
tas. jados das resinas sólidas para recuperação.
Elicitor: ver eliciador. A eluição também limpa as resinas para
que possam ser usadas novamente em ou-
Elipsoide: de forma aproximadamente tro processo de cromatografia.
elíptica.
Eluir: retirar um ácido nucleico de uma
Elíptico: diz-se do esporo que apresenta matriz, transferindo-o para uma solução.
contorno de elipse, largo na porção me-
diana e com as extremidades mais estreitas; Elutriato: mistura de água não contami-
nada com certa quantidade de sedimentos,
o mesmo que oval.
sob agitação, por determinado período de
Elíptico-fusiforme: diz-se dos esporos tempo. Após esse tempo, a mistura é de-
que são mais fusiformes do que elípticos. cantada ou centrifugada, para uso em teste

194
de toxicidade. O elutriato contém a fração Embalagem rígida: na defesa fitossanitá-
solúvel dos contaminantes, caso estejam ria, incluem-se as embalagens de produtos
presentes no sedimento. com formulação de pronto uso e ultra-
baixo volume, para tratamento de semen-
Emarginado: sem margens; com pequeno
tes.
entalhe apical; com bordo recortado; diz-se
das lamelas entalhadas ou escavadas antes Embalagem secundária: na defesa fitos-
da junção com o estipe, como se forrassem sanitária, incluem-se as caixas de papelão e
um dente. cartuchos de cartolina, fibrolatas e embala-
gens termomoldáveis que acondicionam as
Embalagem: invólucro; recipiente de
embalagens primárias e não entram em
plástico, papel, madeira, alumínio ou vidro,
contato direto com as formulações de de-
ou qualquer forma de acondicionamento,
fensivos agrícolas.
removível ou não, destinado a conter, co-
brir, empacotar, envasar, proteger ou man- Embargo: na defesa fitossanitária, ordem
ter defensivos agrícolas ou produtos governamental proibindo o transporte de
vegetais. plantas ou partes de plantas dentro de um
país ou região, para impedir a disseminação
Embalagem flexível: na defesa fitossani-
de patógenos, pragas ou vetores.
tária, incluem-se os sacos ou saquinhos
plásticos, de papel, metalizados, mistos ou Embarque: na defesa fitossanitária, quan-
de outro material flexível. tidade de vegetais, produtos vegetais e/ou
outros objetos de normalização, mobiliza-
Embalagem lavável: na defesa fitossani-
dos de um país para outro e amparados por
tária, embalagem rígida (plástica ou metá-
apenas um certificado fitossanitário.
lica) que acondiciona formulação de
defensivo agrícola para ser diluída em água. Embebição: absorção de água por ação
Após esvaziar a embalagem no tanque do coloidal e capilar (mais do que por pressão
pulverizador, deve-se realizar a tríplice lava- osmótica) nos vegetais, que resulta no intu-
gem ou lavagem sob pressão. mescimento do tecido. A embebição é o
primeiro estádio da germinação dos espo-
Embalagem não lavável: na defesa fitos-
ros de patógenos e das sementes.
sanitária, embalagem flexível ou rígida ou
secundária que não utiliza água como veí- Embolorado: ver mofo.
culo de pulverização.
Embonecamento: sinônimo de malfor-
Embalagem original: na defesa fitossani- mação floral ou vegetativa.
tária, embalagem na qual o fabricante co-
Embrião: planta ou animal nos primeiros
mercializa o defensivo agrícola. Embalagem
estádios de desenvolvimento, após a fertili-
com rótulo informando o seu conteúdo e
zação. Nas plantas, o embrião é a estrutura
como usá-lo segura e corretamente.
no interior da semente antes que esta ger-
Embalagem primária: na defesa fitossa- mine. Em animais inferiores, como nema-
nitária, incluem-se todas as embalagens que toides, relaciona-se aos primeiros estádios
acondicionam diretamente as formulações de desenvolvimento nos órgãos reproduto-
de defensivos agrícolas. res da mãe até a incubação ou nascimento.

195
Embriogênese: processo de formação e tivo de um patógeno por muito tempo so-
desenvolvimento do embrião a partir de bre o mesmo substrato pode provocar o
células não embrionárias. empobrecimento do meio de cultura.
Embriogênese somática em plantas: Emulsão: mistura coloidal de dois ou mais
desenvolvimento de embriões bastante se- líquidos imiscíveis (que não se misturam
melhantes a embriões zigóticos, direta- facilmente); mistura na qual um ou mais lí-
mente de células somáticas, in vitro, sem quidos estão em suspensão em outro lí-
singamia. quido, sem se dissolver. Uma emulsão
como a de óleo e água geralmente se separa
Embrionado: nos nematoides, ovo que
em seus componentes, a menos que um
contém um embrião ou larva.
emulsificador lhe seja acrescido para esta-
Emenda: (1) em nomenclatura, toda alte- bilizar a mistura.
ração manisfestadamente intencional na
Emulsão concentrada: ver concentrado
grafia original de um nome científico;
emulsionável.
(2) um nome cuja grafia original foi alte-
rada. Emulsão de água em óleo: formulação
fluida, heterogênea, constituída por uma
Emenda justificada: em nomenclatura,
dispersão de finos glóbulos de uma solução
correção de uma grafia original incorreta.
aquosa em uma fase orgânica contínua,
O nome então emendado toma a data e o
para aplicação após diluição em água, na
autor da grafia original.
forma de emulsão.
Emergência fitossanitária: na defesa fitos-
Emulsão de óleo em água: formulação
sanitária, situação epidemiológica que indica
fluida, heterogênea, constituída por uma
risco iminente de introdução de patógeno
dispersão de finos glóbulos de uma solução
exótico ou praga quarentenária ausente no
orgânica em uma fase aquosa contínua,
país, ou risco de surto ou epidemia de doença
para aplicação após diluição em água, na
ou praga agropecuária já existente.
forma de emulsão.
Emético: designação dada à substância
Emulsão invertida: ver emulsão de água
usada para provocar vômito, quando um
em óleo.
produto é ingerido acidental ou deliberada-
mente. Emulsificação: propriedade do emulsifi-
cante de atuar sobre uma mistura de líqui-
Emigração: movimento unidirecional de
dos imiscíveis (que não se misturam
indivíduos para fora de uma população.
facilmente), transformando-os em peque-
Empacotamento: ver encapsulação. nas gotículas que permanecem em suspen-
Empedrado: característica de frutos que são coloidal.
apresentam grumos duros no seu interior, Emulsificador: ver emulsificante.
como os grânulos na polpa de bananas da
Emulsificante: substância que faz uma
cultivar Maçã.
mistura de líquidos imiscíveis se emulsificar
Empobrecimento: exaustão por causa da ou estabiliza essa mistura para evitar que
exploração excessiva; por exemplo, o cul- ela se separe. Os emulsificantes são funda-

196
mentais nas formulações de concentrados ção da cera natural removida, melhora da
emulsionáveis dos defensivos agrícolas. aparência pelo aumento do brilho e eleva-
ção do período de conservação por redu-
Emulsificar: fazer com que uma substân-
ção da atividade respiratória. As
cia líquida forme uma suspensão coloidal
formulações das ceras podem ou não ser
em outra (emulsão).
incorporadas com fungicidas para retardar
Enação: desenvolvimento de protuberân- deteriorações, com fito-hormônios para
cias (crescimento anormal), similares a fo- inibir o brotamento ou com preservativos
lhas rudimentares, sobre as nervuras das químicos.
folhas e sobre ramos.
Encharcamento: (1) ver anasarca; (2) apli-
Encapsidação: ver encapsulação. cação da calda fungicida, sem a formação
Encapsulação: (1) qualquer método de de gotas. É utilizada principalmente para o
empacotamento de uma enzima, vírus ou tratamento do solo. A imersão de sementes
bactéria, mantendo as funções destes; em calda fungicida pode ser considerada
(2) processo pelo qual o ácido nucleico de como encharcamento; (3) acúmulo de água
um vírus é incluído em um capsídeo ou en- sob a superfície do solo quando a quanti-
velope proteico. dade excede a capacidade de campo. O ex-
cesso de água provoca a falta de oxigênio
Encapsulamento: processo de aprisiona- nas raízes das plantas, podendo reduzir a
mento de uma substância dentro de outra, respiração, aumentar a produção e ação do
que produz partículas com diâmetros va- etileno e provocar a incidência de alguns
riando de poucos nanômetros a poucos distúrbios fisiológicos. Como efeito indese-
milímetros. jável, pode promover a fermentação (respi-
Encapsulamento de sementes: opera- ração anaeróbica) e a morte celular.
ção de revestir as sementes de um lote Enchimento: diluente em forma de pó
destinado ao plantio com uma ou diversas usado para aumentar o volume da formula-
camadas de um ou vários produtos, com o ção do defensivo agrícola.
objetivo tanto de melhorar a sua distribui-
Encistado: diz-se da forma de resistência
ção no solo como de praticar a adubação
de fungos e bactérias às condições adversas
e a proteção da cultura contra pragas e pa-
do meio ambiente, caracterizada pela redu-
tógenos.
ção extrema de metabolismo e construção
Encarquilhamento: sintoma hiperplás- de envoltório protetor espesso.
tico caracterizado pelo enrugamento, re-
Encistamento: ato de recobrir-se de pa-
torcimento e engorovinhamento do órgão
rede celular, ficando como dentro de um
afetado, notadamente, folhas que ficam
cisto; formação de envoltório protetor es-
enroladas, deformadas e com nervuras sa-
pesso, o que ocorre com os zoósporos
lientes.
após um período de mobilidade que dura
Enceramento: técnica de cobertura da su- cerca de 20 a 40 minutos, encistam-se para
perfície do produto hortícola com material protegerem-se do ambiente desfavorável.
protetor de natureza cerosa ou lipídica, vi- Quando, seguindo o tactismo natural, os
sando à redução da perda de água, reposi- zoósporos em movimento encontram o

197
hospedeiro, ocorre o encistamento e a Endobionte: organismo que vive dentro
perda dos flagelos antes do início da germi- do substrato, no interior das células de um
nação. organismo hospedeiro numa relação que
Encontrado livre: na defesa fitossanitária, não provoca dano aparente.
resultado da inspeção de um embarque, Endobiótico: ver endobionte.
campo, prédio, estabelecimento, armazém
ou lugar de produção, que são considera- Endocíclico: descreve o ciclo de vida mi-
dos livres de uma praga específica. crocíclico de um fungo causador de ferru-
gem, no qual células semelhantes a
Encrestamento: ver encarquilhamento.
aeciósporos produzem basídios.
Encrustado: diz-se do cistídio que se
apresenta uma crosta cristalizada. Endoconídio: conídio formado no inte-
rior de uma hifa.
Encurvado: curvo para dentro. Diz-se da
margem do píleo que apresenta essa carac- Endoconidióforo: conidióforo que pro-
terística. duz conídio em seu interior.
Endemia: doença sempre presente numa Endocruzamento: (1) ocorrência de nú-
determinada área e caracterizada por não mero maior de cruzamento entre indiví-
estar em expansão. A endemia implica a duos aparentados do que o esperado se os
apresentação de um balanço próximo de cruzamentos na população fossem ao
neutro entre os processos de infecção e re- acaso; (2) cruzamento de indivíduos mais
moção, quando se considera um período relacionados geneticamente do que o rela-
de tempo relativamente longo. cionamento médio da população, particu-
Endêmico: nativo de uma determinada larmente entre indivíduos descendentes
área e restrito a ela. com um ou mais pais em comum.
Endemismo: condição sob a qual se en- Endodemia: fase da epidemia correspon-
contra um ser cuja dispersão geográfica se dente à propagação da população do pató-
restringe a determinada região. geno sobre um mesmo indivíduo por
Endoascal: relativo à endoasco. autoinfecção.
Endoasco: asco interno; envoltório mais Endoderiva: material que, durante o pro-
interno dos quais revestem os ascos bituni- cesso de aplicação do produto fitossanitá-
cados de alguns Pyrenomycetes e que se rio em área a ser intencionalmente atingida,
projeta para fora quando rompe o ec- não é depositado sobre o alvo a ser prote-
toasco. gido e cai no solo.
Endoascósporo: célula semelhante a es- Endoenzima: enzima que atua somente
poro, produzida no interior do ascósporo. no interior da célula, participando de um
Endobasidial: com basídios fechados ou grande número de sínteses, desintegrações
enclausurados; contínuo com o basídio. e outras reações do protoplasma.
Endobasídio: basídio formado no interior Endoescleródio: escleródio formado no
do basidiocarpo. interior dos tecidos da planta.

198
Endófago: que se alimenta na parte in- Endonuclease: enzima que reconhece e
terna da planta, como os nematoides endo- corta DNA de fita dupla em sequências es-
parasitas. pecíficas. Cliva internamente uma cadeia
Endófita: ver endofítico. polipeptídica.

Endofítico: microrganismo que vive no Endonuclease de restrição: enzima que


interior dos tecidos das plantas, sem causar corta a molécula de DNA em locais
danos, porém possue grande importância específicos, identificados por uma sequên-
ecológica, em virtude da evolução conjunta cia de nucleotídeos, que é reconhecida pela
com as plantas. enzima que contém; enzima de restrição.
Endofítico bioprotetor: organismo que Endoparasita: ver patógeno endófito.
coloniza o interior dos tecidos das plantas e
Endoparasitismo: forma de parasitismo
promove bioproteção contra fitopatóge-
exercido pelo nematoide que penetra o
nos, sem causar danos ao hospedeiro.
corpo inteiro no interior do tecido da
Endogamia: perda de vigor quando são planta hospedeira.
cruzados indivíduos relacionados por as-
cendência. O máximo de endogamia Endoparasitismo migratório: forma de
ocorre com a autofecundação. parasitismo em que o nematoide se man-
tém vermiforme e com capacidade de mi-
Endogâmico: população ou indivíduo grar nos tecidos da hospedeira durante
que descende de um ou mais indivíduos
todo o ciclo vital dele. Pode ser exercido
aparentados.
por juvenis ou por adultos machos ou fê-
Endógeno: contido em algum lugar ou meas, como em espécies dos gêneros
que se origina interiormente; esporos en- Pratylenchus, Radopholus, Ditylenchus e
dógenos, por exemplo, são os que se for- Aphelenchoides.
mam no interior de corpos de frutificação,
como os ascósporos. Endoparasitismo sedentário: forma de
parasitismo em que o nematoide inicia o
Endo-hifa: elemento fértil ou vegetativo, processo em estádio vermiforme (juvenil
iniciado pela diferenciação dentro de uma ou fêmea jovem), mas, ao induzir um sítio
hifa, a partir da camada da parede mais in-
fixo de alimentação, o corpo torna-se dila-
terna.
tado, perdendo a capacidade migratória,
Endomicorriza: associação micorrízica como ocorre com fêmeas das espécies dos
em que as hifas do fungo crescem no inte- gêneros Meloidogyne, Heterodera, Globodera e
rior das células corticais das raízes adventí- Naccobus.
cias, formando arbúsculos ou um grande
emaranhado de hifas que armazenam ali- Endoperídio: camada interna do perídio.
mentos. Endopoliploide: célula, tecido ou indiví-
Endomitose: duplicação cromossômica duo que contêm um múltiplo do número
sem haver disjunção cromatídica ou divi- básico de cromossomos, resultante da sín-
são nuclear sem que ocorra a repartição do tese de DNA, sem que ocorra divisão celu-
citoplasma (endor-reduplicação). lar.

199
Endoprotease: enzima que cliva interna- lula se desintegra, oposta às exotoxinas di-
mente um polipeptídeo, sendo o sítio de fusíveis produzidas por organismos vivos.
clivagem normalmente específico a certos Endotrófico: organismo que recebe nu-
resíduos de aminoácidos. trientes no interior de outro organismo,
Endosporângio: esporângio com esporos como no caso dos fungos micorrízicos as-
endógenos. sociados às plantas.
Endospório: camada delgada que reveste Endotúnica: ver endoascos.
o esporo por dentro do exospório. Endozoócoro: esporo cuja dispersão se dá
Endósporo: estrutura dormente e muito com a ingestão e posterior excreção por
resistente que difere da célula-mãe em es- um animal, depois de ser transportado para
trutura química, conteúdo enzimático e outro local.
função biológica, é formada no interior da Endurecimento: (1) processo de aclima-
célula vegetativa da bactéria. Ele carrega tação das plantas ao frio; (2) doença dos
toda a potencialidade necessária para for- frutos do maracujazeiro causada por
mar outra célula bacteriana, quando as con- Passion fruit woodiness virus.
dições são adequadas, como a célula de
repouso, altamente resistente, formada Enfermidade: ver doença.
pela bactéria Pasteuria penetrans. Enfezamento: sintoma hipoplástico de
Endossimbionte: organismo que realiza doenças bióticas ou abióticas, caracterizado
endossimbiose, ou seja, endofítico que pelo porte baixo do hospedeiro, que apre-
processa simbiose no interior dos tecidos senta crescimento reduzido e definha-
do hospedeiro. Ver endossimbiose. mento em relação ao crescimento normal
de uma planta da mesma espécie.
Endossimbiose: do grego endo, que sig-
nifica interior, e biosis, que significa que Engenharia genética: atividade de pro-
vive, tipo de simbiose na qual um orga- dução e manipulação de moléculas de
nismo se desenvolve no interior do outro DNA/RNA recombinantes. A manipula-
organismo. ção é realizada fora da célula, preservando
a capacidade das moléculas recombinantes
Endoterapia: método alternativo de trata- de multiplicar-se na célula viva. Alteração
mento fitossanitário que consiste em inje- da composição genética de uma célula ou
tar defensivo agrícola no tronco de plantas de um organismo por meio de vários pro-
arbóreas. O produto é translocado através cedimentos, como transformação, fusão de
do xilema da planta no sentido acrópeto. protoplastos, etc.
Endotoquia matricida: eclosão e desen- Engorovinhamento: ver encarquilha-
volvimento da larva no interior do corpo mento.
materno de um nematoide, que normal-
Enovelamento: processo que ocorre no
mente é ovíparo, acarretando a morte da
sistema radicular de plantas (principal-
fêmea-mãe.
mente arbóreas) colocadas em locais que
Endotoxina: toxina produzida dentro de restringem o alongamento no sentido ver-
uma célula e liberada apenas quando a cé- tical, obedecendo ao princípio do geotro-

200
pismo, tanto da raiz pivotante como das Entomócoro: organismo ou esporo que é
raízes secundárias. Há um emaranhado das disperso por insetos.
raízes que pode comprometer a absorção Entoparasita: ver patógeno endófito.
de água e nutrientes, a sustentação da
planta adulta e, consequentemente, o seu Entósporo: ver endósporo.
crescimento e desenvolvimento. Entrada de mercadoria: na defesa fitos-
Enquistado: que forma um quisto ou sanitária, movimento a partir do ponto de
entrada até o interior da área definitiva.
aglomerado denso e duro; que se reveste de
espesso envoltório. Entrada de praga: na defesa fitossanitá-
ria, movimento de uma praga ou patógeno
Enquistamento: ver encistamento. em uma área onde não está presente ou, se
Enrolamento: deformação de folhas por está presente, não está amplamente distri-
causa do desenvolvimento excessivo dos buída, porque está sob controle oficial.
tecidos de uma das faces do órgão afetado. Entumescência: ver intumescência.
Enrolamento foliar: (1) sintoma de Envassouramento: sintoma hipoplástico
doença biótica em que o limbo das folhas caracterizado pelo desenvolvimento agru-
se enrola para dentro, em geral para cima, pado de raízes ou ramos de uma planta.
comumente formando um cartucho;
Envelhecimento: (1) tempo decorrido da
(2) distúrbio fisiológico causado por seca
obtenção do suco de planta com vírus até
ou temperatura excessiva, o limbo foliar as diferentes datas de inoculação; (2) dege-
enrola-se como nas gramíneas. neração dos tubérculos da batatinha em
Ensaio: experimento, prova, teste. virtude do aumento da concentração de ví-
rus.
Ensoamento: sintoma que se caracteriza
pelo cozimento do fruto ou partes verdes Envelope: camada lipoproteica que en-
pelo sol. volve o nucleocapsídeo de alguns vírus.

Enteroártrica: diz-se da conidiogênese tá- Envenenamento: ver intoxicação.


lica ártrica na qual somente a camada in- Envio: na defesa fitossanitária, quantidade
terna da parede celular da hifa participa na de plantas, produtos vegetais e/ou outros
formação dos conídios. Difere da conidio- artigos movimentados de um país para ou-
gênese holoártrica, em que as duas cama- tro e acompanhados, quando requerido,
das da parede celular da hifa participam na por um único certificado fitossanitário (um
formação dos conídios. envio pode ser composto de um ou mais
produtos básicos ou lotes).
Enteroblástica: ver célula conidiogênica
enteroblástica. Envio em trânsito: na defesa fitossanitá-
ria, envio que passa através de um país sem
Enterotálica: ver célula conidiogênica en- ser importado e que pode estar sujeito a
terotálica. medidas fitossanitárias.
Entomocoria: dispersão de organismo ou Envio reexportado: na defesa fitossanitá-
esporo por insetos. ria, envio importado por um país e, então,

201
por ele exportado. O envio pode ser arma- (por exemplo, fosfatase alcalina) e quinases
zenado, fracionado, combinado com ou- (por exemplo, polinucleotídeo quinase T4).
tros envios ou ter sua embalagem
Enzima extracelular: proteína (enzima)
modificada.
produzida dentro do citoplasma do fungo
Enxertia: método de propagação pela e bactéria que é transportada através do
transferência de uma gema ou de um broto plasmalema para atuar sobre um substrato
de uma planta para outra; junção das super- no meio ambiente, como celulase que pode
fícies cortadas dos ramos presos de duas estar envolvida na patogênese e nutrição.
plantas de modo que a união permanece
viva. Enzima induzida: enzima que só é sinte-
tizada na presença do substrato, que age
Enxerto: gema ou ramo de uma planta in-
como um indutor.
seridos em outra planta para aumentar a
produtividade e a resistência a doenças e Enzima lítica: enzima capaz de causar lise
favorecer a multiplicação. de uma célula.
Enxoframento: proteção de plantas com a Enzimas de restrição: grupo de enzimas
aplicação de enxofre em pó. oriundas de bactérias, as quais clivam os
Enxofre: elemento não metálico, inflamá- elos internos do DNA em pontos alta-
vel, de massa atômica 32,06 e número atô- mente específicos.
mico 16. É um nutriente essencial à síntese EPI: sigla de Equipamento de Proteção
de proteínas nos animais e plantas. O en- Individual. Ver equipamento de proteção
xofre tem muitos usos nas indústrias, como individual.
na fabricação de fungicidas e inseticidas.
É utilizado como fungicida principalmente Epibasídio: filamento oriundo do proba-
para o controle de oídios. sídio de Phragmobasidiomycota, sobre o
qual nascem os basidiósporos esterigma-
Enzima: catalisador biológico; proteínas
dos. No basídio, porção compreendida en-
complexas que catalisam reações orgânicas
específicas entre outros produtos químicos tre sua parte inferior, o hipobasídio, e o
sem sofrer mudança estrutural perma- esterigma ou basidiósporo, quando não
nente; por exemplo, a enzima celulase ajuda existe esterigma. Hifa terminalmente intu-
a digerir a celulose. Muitas enzimas podem mescida no momento que precede a sua
ser reconhecidas pelo sufixo -ase, como transformação em basídio.
maltase, ribonuclease e lactase. Epibionte: organismo que vive no exte-
Enzima de modificação: enzima utili- rior de outro, mas não se alimenta parasiti-
zada em biologia molecular para modificar camente de seu hospedeiro. Os epibiontes
moléculas de DNA, excluindo as enzimas vegetais são chamados de epífitas.
de restrição. As principais enzimas de mo-
Epibiótico: que vive sobre outro orga-
dificação são DNAs ligases (por exemplo,
nismo sem causar dano.
ligase T4), DNAs polimerases (por exem-
plo, klenow), enzimas de defosforilação Epiblasto: ver gástrula.

202
Epidemia: aumento na intensidade de Epidemiologia comparativa: estudo das
doença em uma população de plantas no diferentes variáveis que afetam diferentes
tempo e no espaço. epidemias (doenças causadas por diferen-
tes patógenos), com o objetivo de quantifi-
Epidemia cíclica: refere-se a doença en-
cá-las e qualificá-las, de modo que se
dêmica, constantemente presente em uma
definam as variáveis que mais explicam as
região e em equilíbrio com seu hospedeiro,
doenças, ou seja, as que são mais bem cor-
que pode, por fatores diversos, como uma
relacionadas com a severidade das doenças.
modificação momentânea do microclima,
Pode se estudar todo o ciclo (progresso da
se tornar epidêmica e vir a afetar muitos in-
doença) ou partes, como esporulação, per-
divíduos, com grande intensidade, numa
mitindo comparar, por exemplo, epidemias
determinada área e num determinado
de cultivo anual com epidemias de cultivo
tempo. Esse fenômeno é referido como
perene, epidemias da parte aérea com epi-
surto epidêmico de uma doença normal-
demias do sistema radicular e epidemias
mente endêmica, e, caso ocorra periodica-
em diferentes estádios fenológicos.
mente, é chamado de epidemia cíclica
(Gäumann, 1950; Bergamin Filho; Amo- Epidemiologia de paisagem: na defesa
rim, 1996). fitossanitária, objetiva identificar os fatores
que influenciam a propagação espacial de
Epidemia explosiva: epidemia em que o doenças entre as populações de patógenos
aumento de intensidade da doença é rá- ou hospedeiros. Os estudos epidemiológi-
pido. cos da paisagem podem ajudar a identificar
Epidemia monocíclica: ver doença de ju- as características da paisagem, como área
ros simples. plantada, espaçamento, idade, distância e
manejo do plantio que impactam risco para
Epidemia policíclica: ver doença de ju-
determinada praga, com o propósito de de-
ros compostos.
senhar estratégias de gestão e de proteção
Epidemia poliética: epidemia que neces- das culturas. Esses dados submetidos a
sita de anos para mostrar significativo au- múltiplas combinações de níveis de inci-
mento na intensidade de doença (Zadoks, dência e tempo de detecção da praga têm
1974). gerado diversos cenários artificiais capazes
de indicar ao serviço oficial onde esforços
Epidemia progressiva: epidemia que se
de vigilância fitossanitária e contingencia-
caracteriza por um aumento da doença
mento deverão ser intensificados.
com extensão da área afetada.
Epidemiologia descritiva: estudo, geral-
Epidemia tardívaga: epidemia em que o
mente de natureza não quantitativa, da-
aumento de intensidade da doença é lento.
quilo que retrata o comportamento da
Epidêmico: referente a epidemia. doença nas populações.
Epidemiologia: estudo de populações de Epidemiologia molecular: estudo, no
patógenos em populações de hospedeiros âmbito molecular, do papel dos fatores ge-
e da doença resultante dessa interação, sob néticos e suas interações com fatores am-
a influência do ambiente e a interferência bientais na ocorrência e distribuição de
humana. doenças em populações.

203
Epidemiologia quantitativa: estudo do Epi-iluminação: refere-se à luz projetada
comportamento da doença nas popula- sobre o espécime a ser visualizada; usada
ções, no qual são medidos ou quantificados principalmente para amostras opacas.
os estados e as velocidades dos processos Epimastigota: estádio de desenvolvi-
da doença. mento de protozoário flagelado, em que o
Epidemiologista: especialista que estuda cinetoplasto e o ponto de origem do fla-
as epidemias. gelo são anteriores ao núcleo, e o flagelo
emerge lateralmente, mas aderido a uma
Epiderme: (1) termo às vezes usado para membrana externa ondulante até a extre-
designar o envoltório do basidioma; (2) ca- midade anterior da célula; após isso o fla-
mada superficial de células que recobre to- gelo se separa da célula.
das as partes da planta.
Epinastia: sintoma hipoplástico caracteri-
Epífilo: que vive sobre folhas ou outros zado pela curvatura para baixo da folha, em
órgãos foliáceos, geralmente na superfície parte dela ou do ramo, por causa da rápida
superior. expansão da superfície superior desses ór-
gãos.
Epífita: (1) planta que cresce sobre outra;
(2) microrganismo que vive na superfície Epinescente: coberto de espinhos; trans-
de plantas. Em ambos os casos, não há re- formado em espinhos; ponteagudo; espiní-
lação parasítica, a nutrição é extraída do ar fero.
ou da chuva ou de matéria orgânica morta Epiparasita: organismo que parasita um
que encontra no hospedeiro, e não do hos- outro que parasita um terceiro.
pedeiro, que fornece sustentação estrutu-
Epiplasma: diz-se do citoplasma de um
ral.
asco que não é usado para a formação dos
Epifitia: ver epidemia. ascósporos.
Epifitiologia: ver epidemiologia. Epispório: denominação dada à mem-
brana mais externa de qualquer esporo.
Epifleódico: fungo que vive ou cresce na
superfície da casca. Episporo: esporo exógeno, que se forma
no ápice de um esterigma.
Epigenética: refere-se a todas as mudan-
ças funcionais, reversíveis e herdáveis, no Epissomo: plasmídeo ou bacteriófago que
genoma sem alterar a sequência dos nu- normalmente se comporta como um ele-
cleotídeos do DNA. mento genético que se replica independen-
temente, mas que, eventualmente, pode se
Epígeno: que cresce acima da superfície integrar ao cromossomo bacteriano.
do solo.
Epistasia: interação não alélica em que a
Epigenômica: ver genômica. expressão de um gene é inibida por outro.
Epi-himênio: camada fina de hifas entre- Epistroma: estroma, geralmente conidial,
laçadas sobre a superfície de um himênio; formado na periderme, e que comumente
epitécio. se rompe pela casca.

204
Epitécio: camada de tecido sobre a super- Epitigma: expansão externa do lábio vul-
fície do himênio de um apotécio, formada var da fêmea de nematoide.
pela união das extremidades das paráfises Epítopo: sítio antigênico de uma molécula
sobre o asco. em uma substância antigênica (imunó-
Epitélio: (1) tecido celular em nematoides, gena), que pode apresentar um ou mais
na forma de membrana, que recobre uma epítopos. Em uma molécula proteica, o
superfície livre ou reveste uma cavidade; epítopo “mínimo” é constituído por cerca
(2) camada cuticular do píleo e do estipe de 5 a 7 resíduos de aminoácidos.
formada por hifas isodiamétricas. Epítopo contíguo ou contínuo: sítio an-
Epiteósporo: esporo formado em epíteas; tigênico composto de dois ou mais grupos
esporo cercado de paráfises proeminentes, de peptídios ligados um ao outro.
encurvadas para o interior; uredósporo pri- Epitúnica: ver exospório.
mário; uredósporo formado em um hospe-
deiro diretamente infectado por um Equilíbrio biológico: mecanismo dinâ-
basidiósporo. mico que ocorre em um ecossistema, no
qual os organismos (espécies) interagem e
Epíteto: segunda parte do binômio latino se adaptam uns aos outros.
que designa uma espécie; nome específico.
Equilíbrio gênico: situação em que gera-
Epíteto específico: segunda palavra do ções sucessivas de uma população pos-
nome de uma espécie; o epípeto especí- suem os mesmos genótipos nas mesmas
fico combinado com o nome genérico proporções, com respeito a genes específi-
identifica o indivíduo, como em Hemileia cos ou combinações gênicas.
vastatrix, onde Hemileia é o nome genérico
e vastatrix é o epíteto específico. Equinulado: recoberto por pequenos es-
pinhos.
Epíteto final: o último epíteto em sequên-
cia em qualquer combinação particular, se Equinado: armado de saliências aciculi-
no nível de uma subdivisão de um gênero formes ou espiniformes.
ou de uma espécie, ou de um táxon infraes- Equinoide: diz-se do himênio denteado
pecífico (Turland et al., 2018). ou hidnoide de alguns Hymenomycetes.
Epíteto infraespecífico: terceira palavra Equipamento de proteção coletiva
do nome infraespecífico de um táxon, (EPC): na defesa fitossanitária, todo dis-
como em Fusarium oxysporum f. sp. cubense, positivo ou produto de uso coletivo, desti-
cubense é o epíteto infraespecífico. Ver nome nados à proteção de riscos suscetíveis de
infraespecífico. ameaçar a segurança e a saúde em ambiente
Epíteto subespecífico: terceira palavra de trabalho.
do nome científico de um táxon, consti- Equipamento de proteção individual:
tuído por um trinome, como em Erwinia designação dada ao conjunto de peças pro-
carotovora subsp. Carotovora. Carotovora é o tetoras, como chapéu, botas, luvas, óculos,
epíteto subespecífico máscara e macacões, usadas pelos operá-

205
rios durante a manipulação e aplicação de Erlenmeyer: recipiente de vidro ou plás-
defensivos agrícolas. tico, tipo frasco cônico com gargalo es-
treito, usado no preparo de soluções,
Equivalência: (1) na defesa fitossanitária,
filtragens e titulações, e no cultivo de célu-
medida fitossanitária que não é idêntica a
las e microrganismos.
outra, mas produz o mesmo efeito, baseada
na Organização Mundial de Comércio e na Erosão genética: perda da resistência
aplicação de medidas sanitárias e fitossani- horizontal em população hospedeira que
tárias. Isso significa que os membros têm o muda geneticamente. Erosão é diferente
dever de aceitar medidas de proteção dife- de quebra. Na erosão é a população hos-
rentes das próprias, se tiverem o mesmo pedeira que varia, e na quebra é o pató-
efeito e se o membro exportador demons- geno que muda. Além disso, a erosão é
trar objetivamente ao importador que suas geralmente um processo ameno, enquanto
medidas alcançam o nível adequado de a quebra tende a ser repentina. Contudo,
proteção; (2) em sorologia, a razão de anti- erosão e quebra são palavras comuns que
corpo e antígeno que dá a máxima precipi- podem ter diferentes conotações
tação em uma reação de precipitação (Robinson, 1969).
quantitativa. Erradicação: ver princípios de Whetzel.
Ergometrina: alcaloide presente no escle- Erradicante: agente químico ou físico que
ródio de Claviceps purpurea. elimina um patógeno ou seus propágulos a
Ergot: designação de doença conhecida partir de seu hospedeiro ou ambiente.
também como esporão do centeio, causada Erradicar: eliminar o patógeno do local
pelo fungo Claviceps purpurea, que afeta as onde se encontra estabelecido.
inflorescências e os grãos do centeio. O pa-
tógeno produz escleródios que contêm um Erro: (1) termo estatístico que indica o
alcaloide muito tóxico ao homem e aos ani- desvio do valor esperado em uma observa-
mais. Ver ergotismo. ção; (2) diferença algébrica entre o valor in-
dicado e o valor verdadeiro de uma medida.
Ergotismo: doença, em animais ou seres
humanos, causada pela ingestão de grãos e Erro aleatório: erro que varia aleatoria-
fenos misturados com escleródios produzi- mente a cada medida, às vezes dando um
dos por Claviceps spp. Esses escleródios valor mais alto, às vezes um valor mais
contêm alcaloides e outros compostos bio- baixo.
logicamente ativos que afetam o cérebro e Erro amostral: desvio do valor de uma
o sistema circulatório. O alcaloide mais co- amostra do verdadeiro valor, em virtude do
nhecido é o ácido dietilamida lisérgico seu limitado tamanho.
(LSD).
Erro padrão: desvio-padrão dos valores
Ergotoxina: tripeptídeo cíclico derivado médios calculados para cada uma das
do ácido lisérgico a partir de Claviceps amostras tomadas de uma dada população.
purpurea, uma mistura de ergocornina, er-
Erro sistemático: erro que persiste em
gocristina e ergocriptina.
uma série de medidas e não se percebe na
Erináceo: cheio de espinhos. média.

206
Erumpente: que se abre; que brota ou quando tem intervalos variáveis, espaçados
nasce rompendo; diz-se do aparato esporí- logaritmicamente, com as classes 0, 1, 2, 3,
fero que se abre, passando pelo substrato, e 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11, a qual corresponde
aflora à superfície. a 0%, >0% a 3%, >3% a 6%, >6% a 12%,
Eruptivo: padrão de crescimento popula- >12% a 25%, >25% a 50%, >50% a 75%,
cional, marcado por um súbito aumento >75% a 87%, >87% a 94%, >94% a 97%,
em números, como um aumento rápido de >97% a <100% e 100% de severidade de
nematoides ou insetos numa área. doença, respectivamente.

Erva daninha: ver planta daninha. Escala de pH: escala usada para medir a
acidez de uma solução ou meio de cultura.
Erva-de-passarinho: denominação dada Na sigla, “p” refere-se à potência de 10 e
a várias espécies de Loranthaceae. Muitas “H” ao hidrogênio. O pH é definido como
dessas plantas parasitam a copa de árvores. logaritmo negativo de concentração do íon
Escabiose: ver sarna. hidrogênio em moles por litro (M). Então,
uma solução ácida com pH 3 conterá 10-3
Escala comercial: ver larga escala. M de íons hidrogênio.
Escala de doença: ver escala de nota. Escala descritiva: ver chave descritiva.
Escala de laboratório: descrição de um Escala diagramática: representação ilus-
processo desenvolvido com o uso de pe-
trada de uma série de plantas ou partes de
quenas quantidades de componentes, por
plantas, como folhas, frutos e flores, com
exemplo, a utilização de pequenas quanti-
sintomas em diferentes níveis de severi-
dades de reagentes com a finalidade de va-
dade.
lidar a natureza dos produtos e as
características da reação ou o uso de um Escaldadura: (1) sintoma de doença que
meio de cultura para validar a produção de se caracteriza por manchas foliares de di-
inóculo de um antagonista que será produ- ferentes cores e formatos que contrastam
zido, posteriormente, em escala comercial. com o verde das áreas sadias. A doença é
causada por fungos, como Monographella
Escala de nota: escala que expressa nota
albescens em arroz e Rhynchosporium secalis
equivalente a classe de severidade de
em cevada, e por bactérias, como Xantho-
doença, como uma escala com notas 0, 1,
monas albilineans em cana-de-açúcar e
2, 3 e 4, a qual corresponde a 0%, >0% a
33%, >33% a 66%, >66% a <99% e 100% Xylella fastidiosa em ameixeira; (2) denomi-
de severidade de doença, respectivamente. nação dada à queimadura de folhas, frutos
Pode ser aritmética quando a classe de se- e caule, resultante da exposição a altas
veridade segue uma progressão aritmética, temperaturas e/ou excesso de luz.
como a classe 1, 2, 3, 4, 5 e 6, a qual corres- Escalpelo: ver bisturi.
ponde a 0%, >0% a 25%, >25% a 50%,
Escama: pequenos fragmentos que se en-
>50% a 75%, >75% a <100% e 100% de
contram sobre o píleo, resultantes da rup-
severidade de doença, respectivamente; e
tura do véu universal, ou sobre o estipe.
logarítmica, que se baseia na escala de
Horsfall e Barrat (Maffia et al., 2007), Escamoso: que porta escamas.

207
Escape: quando o hospedeiro suscetível paz de sobreviver sob condições de clima
consegue se manter sadio em virtude da se- desfavorável.
paração, no espaço ou tempo, de seus teci-
Escleródio-pedicelado: diz-se do
dos suscetíveis dos propágulos infectivos
escleródio provido de pé, como em
do patógeno; por exemplo, um patógeno
Helicosporium.
que se dissemina pelo ar não entra em con-
tacto com o hospedeiro antes de passar o Esclerogênico: que produz escleródio.
seu período de suscetibilidade; a condição Esclerótico: duro e semelhante a um es-
climática não permite a germinação dos es- cleródio.
poros do patógeno em contato com o hos-
pedeiro no período em que este apresenta Esclerotizado: característica de estruturas
baixa resistência. fortemente densas, que podem ser susten-
tadoras, como o esqueleto da cabeça de ne-
Escape gênico: ver fluxo gênico.
matoides, ou móveis, como o estilete, a
Escarificação: prática que consiste em válvula metacorporal e os espículos.
aplicar ou polvilhar um abrasivo na super-
Escolecósporo: esporo filiforme, alon-
fície das folhas ou de outros órgãos para
gado e delgado, septado ou não, seme-
provocar pequenos ferimentos no intuito
lhante a uma agulha ou verme.
de facilitar a penetração de vírus, bactérias,
etc. Escorrimento: (1) diz-se do processo em
que a calda de defensivo agrícola escorre da
Esclerênquima: tecido constituído por
unidade de área da planta, de parte da
células espessas e rijas, sendo, pois, um te-
cido de sustentação que confere rigidez a planta ou de outra superfície durante ou
alguns órgãos vegetais. logo após a aplicação; (2) diz-se do pro-
cesso em que, durante ou imediatamente
Esclerobasídio: teliósporo de Uredinales após a inoculação, parte da suspensão con-
e Ustilaginales quando espesso, encistado e tendo propágulos escorre sobre a superfí-
em estado latente, capaz de resistir às con- cie do órgão inoculado.
dições adversas do meio.
Escutelo: fasmídeo com abertura relati-
Esclerocarpo: ascomata modificado, se- vamente expandida, como nas espécies de
melhante a um escleródio, que não possui nematoides dos gêneros Scutellonema,
capacidade sexual e atua como escleródio. Aorolaimus e Hoplolaimus.
Esclerócio: ver escleródio. Esferas de látex sensibilizadas com ga-
Esclerocórtex: córtex formado por células ma-globulina: teste sorológico em que
isodiamétricas, encontrado em Armillariella minúsculas esferas de látex são sensibiliza-
mellea. das com globulina do antissoro, para facili-
tar a visualização do precipitado (floculado).
Escleródio: estrutura de resistência for-
mada por uma massa compacta de hifas Esférico: forma globular semelhante a
com ou sem tecidos do hospedeiro, geral- uma bola, todas as secções a partir do cen-
mente escuros, duros e arredondados, ca- tro são círculos.

208
Esfíncter: anel muscular constritor, em Esôfago bulboide: tipo de esôfago de ne-
nematoides, que mantém fechada a vagina matoide cuja parte anterior assume forma
e o reto. cilíndrica, mas termina, posteriormente,
num bulbo. Também conhecido como esô-
Esfregaço: técnica de preparação de mate-
fago oxiuroide.
rial a ser observado com auxílio do micros-
cópio. Consiste em espalhar, sobre uma Esôfago diplogasteroide: tipo de esô-
lâmina de vidro, células bacterianas ou es- fago de nematoide em que a parte anterior
truturas fúngicas isoladas ou fracamente apresenta forma cilíndrica musculosa, se-
unidas entre si, de modo que forme uma guida pelo bulbo mediano, e termina num
camada fina, antes de coradas para serem bulbo basal glandular.
analisadas ao microscópio. Esôfago dorilaimoide: tipo de esôfago
Esmagamento: (1) técnica usada para o de nematoide que se assemelha a uma gar-
exame microscópico de corpos frutíferos rafa, consistindo em duas partes: a anterior,
de fungos, como apotécio, peritécios e pic- alongada e estreita; e a posterior, dilatada,
nídios. Primeiro, coloca-se o material, pre- muscular glandular, cilíndrica (para os ne-
viamente fixado e corado, entre uma lâmina matoides da ordem Dorylaimida) ou piri-
e uma lamínula; depois, com batidas suaves forme (ordem Triplonchida), onde se
e rápidas, executadas com o cabo do esti- localiza uma glândula esofagiana dorsal e
lete, ou com a pressão suave com o dedo duas ou quatro glândulas subventrais.
polegar, promove-se a liberação de esporos Esôfago neotilencoide: tipo de esôfago
dos corpos de frutificação; (2) desordem fi- de nematoide que possivelmente teve sua
siológica usual em frutos causada por dano origem no esôfago tilencoide, pela perda
mecânico. do aparelho valvular e, em alguns casos,
Esodemia: ver endodemia. pela perda total do metacorpo, resultando
em um tubo simples e alongado, contendo
Esôfago: órgão em forma de tubo, muscu- os demais elementos constituintes do esô-
loso e glandular, responsável pela sucção fago tilencoide.
de alimentos e pela produção de secreções
digestivas nos nematoides, que é conectado Esôfago oxiuroide: ver esôfago bulboide.
ao estilete ou estoma, anteriormente, e ao Esôfago rabditoide: tipo de esôfago de
intestino, posteriormente. nematoide que apresenta a parte anterior
Esôfago afelencoide: tipo de esôfago de cilíndrica, frequentemente com pseudo-
nematoide que se caracteriza por apresen- bulbo, seguido pelo istmo, e termina num
tar metacorpo dilatado, ocupando quase bulbo basal com aparelho valvular.
toda a largura da cavidade corporal, istmo Esôfago tilencoide: tipo de esôfago que
curto ou ausente, glândulas em lobos que está presente na maioria dos nematoides da
sobrepõem o intestino dorsalmente, e superfamília Tylenchoidea, de estrutura
abertura da glândula esofagiana dorsal na complexa, constituído de corpo (procorpo
porção anterior do metacorpo. É o esô- e metacorpo, conspícuos), istmo e glându-
fago típico dos membros da subordem las esofagianas. A abertura da glândula eso-
Aphelenchina. fagiana dorsal ocorre no procorpo.

209
Espaçado: diz-se dos elementos que se Especiação simpátrica: especiação de-
encontram distantes uns dos outros. Termo vido à divergência genética entre várias po-
aplicado às lamelas, verrugas de esporos, pulações (de uma espécie parental única)
etc. que coabitam a mesma região geográfica,
de modo a que essas populações se tornam
Espaço intercelular: espaço entre células
espécies diferentes.
de um tecido animal ou vegetal.
Especialização: limitado a uma espécie;
Espalhante: substância que aumenta a
diz-se dos patógenos adaptados ao parasi-
área que um dado volume de líquido de- tismo de uma só espécie.
verá cobrir, sobre um sólido ou sobre ou-
tro líquido. A cerosidade da superfície das Especialização fisiológica: (1) ocorrên-
folhas é hidrófoba e repele a água como cia de raças fisiológicas em uma espécie de
veículo para os defensivos agrícolas, for- patógeno; (2) capacidade específica de de-
çando as gotas a manterem a forma esfé- terminados patótipos de atacar um ou al-
rica. O espalhante promove o achatamento guns genótipos em especial.
dessas gotas. Sua função principal é rom- Espécie: (1) em taxonomia, categoria si-
per a tensão superficial da água nas gotícu- tuada abaixo do grupo-gênero; unidade
las pulverizadas, diminuindo drasticamente fundamental da classificação zoológica ou
o ângulo de contato da calda com as super- botânica; (2) táxon (grupo taxonômico)
fícies pulverizadas. particular da categoria “espécie”, denomi-
Espalhar: na defesa fitossanitária, expan- nado por um binome que consiste no
dir a distribuição geográfica de uma praga nome do gênero, seguido por um substan-
ou patógeno numa área. tivo ou adjetivo latino ou latinizado (epí-
teto específico), por exemplo, Hemileia
Esparso: espalhado; disposto aparente- vastatrix; (3) na conceituação biológica,
mente sem ordem. grupo de indivíduos que guardam grande
Espátula: instrumento plano, de aço ou semelhança entre si e com seus ancestrais, e
porcelana, sem ponta, semelhante a uma estão aptos a produzir descendência fértil.
colher, usado para transferência de subs- É a unidade biológica fundamental; (4) o
tâncias sólidas. Deve ser lavada e enxugada que identifica o patógeno causador da
após cada transferência. doença na planta; (5) entidade populacio-
nal dinâmica que ocupa uma posição no
Espatulado: que tem a forma de espátula; tempo e no espaço. Grupo de indivíduos
formação plana alargada na parte terminal que apresentam troca de genes limitada ou
e estreitada na base; oblongo; petaliforme. nenhuma troca com outras espécies ou en-
Especiação: (1) formação de espécies dis- tidades populacionais.
tintas durante a evolução; (2) processo de Espécie alienígena: ver espécie alóctone.
identificação da espécie de um organismo
Espécie alóctone: planta ou patógeno in-
desconhecido.
troduzidos em uma área onde não existiam
Especiação alopátrica: especiação que originalmente. Várias espécies de patóge-
ocorre, pelo menos em parte, em razão do nos enquadram-se nessa categoria, como
isolamento geográfico. Hemileia vastatrix e Mycosphaerella fijiensis.

210
Espécie autóctone: planta ou patógeno Espécie indicadora: espécie que reage a
nativo que ocorre como componente natu- certas infecções viróticas ou fatores am-
ral de um país. bientais com produção de sintomas especí-
ficos. Utilizada na detecção e identificação
Espécie-alvo: organismo que é o objeto
desses fatores.
que se deseja controlar.
Espécie inquirida: espécie de status duvi-
Espécie biológica: expressão empregada
doso por causa de descrição inadequada e
para designar as espécies reconhecidas pe-
falta de material preservado.
los biólogos e não consideradas pelos siste-
matas. Espécie invasora: ver espécie alóctone.
Espécie-chave: organismo que mostra Espécie morfológica: definição especial-
uma forte influência no caráter ou estru- mente aplicada a plantas, que nivela a espé-
tura de um ecossistema. Pode ser dividido cie com o táxon. Assim, no conceito
em três categorias: a) predadores, parasitoi- morfológico da espécie, o comportamento
des, herbívoros e patógenos, que contri- citogenético é subordinado à morfologia
buem na manutenção da biodiversidade ao externa.
reduzir a abundância de competidores do-
Espécie não alvo: organismo que não é
minantes; b) mutualistas, sem os quais as
objeto de controle, mas é morto durante a
espécies associadas correm o risco de ex-
aplicação de um defensivo agrícola.
tinção; c) espécies que proveem recursos
que são essenciais à manutenção das espé- Espécie não nativa: ver espécie alóctone.
cies dependentes. Espécie nativa: ver espécie autóctone.
Espécie correlata: em Uredinales, diz-se Espécie naturalizada: espécie que, vinda
de uma espécie derivada por redução (do de fora ou exótica, se encontra completa-
ciclo de vida ou da morfologia) de uma es- mente adaptada às condições locais e se de-
pécie parental macrocíclica heteroécia ou senvolve espontaneamente bem na região.
da própria espécie parental.
Espécie nominal: em sistemática, espécie
Espécie endêmica: espécie com distri- nomeada, objetivamente definida pelo seu
buição geográfica restrita a determinada espécime-tipo.
área.
Espécie nova: táxon descrito pela pri-
Espécie específica: espécie que afeta uma meira vez, ou seja, espécie não conhecida
determinada espécie de organismo. ainda pela ciência. Ao descrever e publicar
Espécie exótica: ver espécie alóctone. o nome científico de um táxon previa-
mente não descrito, ou previamente des-
Espécie extinta: espécie animal ou vege-
crito incorretamente, ou seja, espécie
tal de cuja existência não se tem mais co-
descrita pela primeira vez, o nome cientí-
nhecimento por um período superior a 50
fico deverá ser acompanhado pela sigla sp.
anos.
nov., como exemplo Phakopsora tomentosae
Espécie imigrante: ver espécie alóctone. sp. nov., agente causal da ferrugem do oiti.

211
Espécie oportunista: espécie adaptada ameaça continuem a operar. Incluem-se
para explorar habitats ou condições tem- aqui as populações que sofrem grande
porárias. Ela tem um nicho de grande am- pressão de exploração.
plitude, o que a capacita a colonizar Especiente: organismo de uma determi-
rapidamente aberturas numa comunidade nada espécie.
estabelecida. As populações dessa espécie
estão sujeitas a grandes variações. Espécies irmãs: espécies de nematoides
fenotipicamente idênticas, mas não inter-
Espécie pioneira: espécie que consegue cruzáveis.
se instalar em lugar inóspito, suportando
condições severas e abrindo caminho para Espécies crípticas: espécies que, apesar
a chegada de outras espécies. de as características morfológicas serem si-
milares ou mesmo idênticas, são considera-
Espécie ponte: espécie usada como inter- das espécies diferentes por métodos
mediária para facilitar a transferência de moleculares e desigualdades fisiológicas.
material genético entre duas espécies (ge-
ralmente de ploidia diferente), onde é difí- Espécies parentais: espécies evoluciona-
cil a hibridização direta. riamente relacionadas que se cruzam e pro-
duzem indivíduos, os quais constituem
Espécie rara: espécie vegetal ou animal uma nova espécie. Os indivíduos resultan-
que não está ameaçada nem é vulnerável, tes de cruzamentos de duas espécies são hí-
porém corre risco, pelo fato de apresentar bridos, e a fertilidade depende da
distribuição geográfica restrita. proximidade das espécies parentais. Os hí-
Espécie resistente: espécie difícil de ser bridos podem se tornar novas espécies.
destruída por um defensivo agrícola espe- Espécies reativas de oxigênio: formas
cífico; pode ser fungo resistente a um fun- tóxicas de oxigênio, incluindo o ânion su-
gicida, bactéria a um antibiótico ou planta peróxido (-O2), peróxido de hidrogênio
daninha a um herbicida. (H2O2) e o radical hidroxila (-OH) gerados
Espécie silvestre: espécie em estado sel- por células na vizinhança de infecção e
vagem na natureza, a qual não passou pelo procedendo a resposta de hipersensibili-
processo de domesticação. Uma espécie dade.
silvestre pode apresentar grande distribui- Especificidade: (1) em sorologia, é a rea-
ção geográfica e ocorrer em vários países tividade seletiva entre substâncias (por
simultaneamente. exemplo, reatividade seletiva de um antí-
geno em relação a seu anticorpo corres-
Espécie suscetível: espécie sensível a
pondente); (2) condição de um fungicida
doenças ou passível de ser modificada.
ser tóxico a uma espécie em particular ou a
Espécie-tipo: espécie designada como um grupo restrito de fungos; (3) ver espe-
tipo do gênero a qual pertence. Não neces- cialização.
sita ser a espécie mais típica do gênero.
Especificidade ao hospedeiro: gama de
Espécie vulnerável: espécie vegetal ou espécies hospedeiras diferentes que podem
animal que poderá ser considerada em pe- ser colonizadas por um determinado pató-
rigo de extinção, caso fatores causais da geno. Um patógeno com especificidade ao

212
hospedeiro coloniza ou causa danos ape- que interfere na síntese proteica de células
nas numa ou num número reduzido de es- bacterianas, ligando-se à subunidade 30S
pécies hospedeiras. do ribossomo. Causa erro na leitura do có-
digo genético, formando sequências de
Especificidade biológica: diz-se dos pa-
peptídeos incorretas na cadeia proteica e
tógenos adaptados ao ataque a um deter-
causa a morte das células bacterianas.
minado hospedeiro ou a vários hospedeiros
de um mesmo grupo sistemático. Espectro de ação: designação dada à am-
plitude de ação de um defensivo agrícola;
Específico: (1) relativo à espécie; próprio
dependendo do número de patógenos que
de determinada espécie; (2) dentro do sis-
controla e/ou de culturas em que pode ser
tema de nomenclatura binomial, segundo
aplicado, o espectro pode ser classificado
nome que identifica a espécie; (3) diz-se do
em amplo ou restrito.
defensivo agrícola que atua sobre determi-
nado patógeno. Espectro de gotas: define a homogenei-
dade ou heterogeneidade do tamanho das
Espécime: produto de uma coleta ou
gotas, umas com relação às outras. Um es-
parte de uma coleta de uma única espécie
pectro de gotas é homogêneo quando as
ou táxon infraespecífico feita em uma única
gotas são aproximadamente do mesmo ta-
data, desconsiderando as misturas. Ela
manho; do contrário é heterogêneo.
pode consistir, de um único organismo, de
partes de um ou vários organismos ou de Espectro de hospedeiros: ver gama de
múltiplos pequenos organismos. Um espé- hospedeiros.
cime normalmente é montado como uma
Espectrofotometria: procedimento para
única exsicata de herbário ou como mais de
medir fotometricamente a faixa de compri-
uma preparação com as partes claramente
mento de onda de energia radiante absor-
rotuladas como sendo parte do mesmo es-
vida por uma amostra sob análise; pode ser
pécime (Turland et al., 2018).
luz visível, luz ultravioleta ou raios-X.
Espécime de referência: na defesa fitos-
Espectrofotômetro: aparelho analítico
sanitária, espécime de uma população de
dotado de uma fonte de luz, grade de difra-
um organismo específico conservado e
ção, portador de amostra e sistema de de-
acessível para fins de identificação, verifica-
tecção, usado para medir o espectro de
ção ou comparação.
absorção ou as mudanças na absorbância
Espécime herborizado: planta ou parte de um comprimento de onda fixo.
mantida seca destinada a estudos ou man-
Espectrofotômetro de massa: aparelho
tida como comprovante da classificação da
usado para determinar a estrutura e a iden-
espécie.
tidade de moléculas orgânicas complexas.
Espécime-tipo: único espécime (holó-
Espectrometria de massa: ferramenta
tipo, lectótipo ou neótipo) designado como
amplamente utilizada para identificação de
tipo individual de um táxon do grupo-es-
proteínas, podendo caracterizar ainda mo-
pécie (espécie e subespécie).
dificações pós-traducionais, assim como
Espectinomicina: antibiótico derivado da interações proteína-proteína e formação de
classe dos aminoglicosídeos. Antibiótico complexos.

213
Espermácia: estrutura masculina seme- Espermoplano: área sobre a superfície
lhante a esporo, uninucleada e imóvel, que das sementes; micro-habitat sobre a super-
descarrega seu conteúdo no interior de fície das sementes.
uma estrutura receptiva feminina durante a
plasmogamia; frequentemente é conside- Espermosfera: área sob influência das se-
rada gameta ou gametângio. mentes; micro-habitat em torno das se-
mentes.
Espermacióforo: hifa especializada que
produz espermácia. Espermósporo: célula esporoide encon-
trada em certos Ascomycota, formada den-
Espermateca: estrutura do trato reprodu-
tro de um espermagônio, e que funciona
tivo da fêmea de nematoides, em forma de
como o elemento masculino.
saco, que serve como um receptáculo para
os espermatozoides. Espessante: substância que aumenta a
Espermátides: células armazenadas na viscosidade de uma formulação, geral-
zona de crescimento dos testículos dos ne- mente de suspensões concentradas, dimi-
matoides, que, por processo de maturação, nuindo a velocidade de sedimentação de
se transformam em espermatozoides. partículas do ingrediente ativo no fundo da
embalagem durante a estocagem.
Espermatização: tipo de reprodução se-
xual dos fungos, em que o gameta mascu- Espiculado: que tem uma ponta pequena
lino, denominado espermácia, entra em e ereta.
contato com o gametângio feminino (o ór-
Espículos: par de órgãos copulatórios dos
gão feminino pode ser uma hifa receptiva
nematoides machos, de tamanho variável e
especial ou mesmo uma hifa somática),
aderindo à hifa. Nesta se desenvolve um com um nervo central; tem forma arqueada
poro através do qual o conteúdo da esper- e consistência esclerotizada.
mácia passa para o interior da hifa. Espinerete: poro terminal das glândulas
Espermatócitos: células formadas a partir caudais de nematoide.
das espermatogônias que ficam armazena- Espiral de tratamentos: aumento pro-
das na zona de crescimento dos testículos gressivo das doses e/ou do número de
de nematoides, as quais, por divisões meió- aplicações de defensivos agrícolas em vir-
ticas, originam as espermátides.
tude da ocorrência do fenômeno da resis-
Espermatogônias: células diploides pre- tência ou em consequência de os patógenos
cursoras dos espermatócitos, armazenadas passarem de potenciais ou ocasionais a
na zona de germinação dos testículos de permanentes.
nematoides, onde se multiplicam por mito-
ses sucessivas. Espiralado: disposto em espiral; diz-se
das hifas cujas extremidades estão enrola-
Espermogônio: estrutura semelhante a das em espiral.
um picnídio, que contém diminutos corpos
similares a esporos ovais ou arredondados Espirilo: célula bacteriana que se apre-
e, em muitos casos, tem sido provado fun- senta na forma espiralada, também conhe-
cionar como espermácia. cida como espiroqueta.

214
Espiroplasma: microrganismo procarió- Esporão: doença de gramínea, caracteri-
tico, sem parede celular, fastidioso e pleio- zada pela transformação dos ovários da
mórfico, que se distingue dos micoplasmas planta em estroma de fungos.
por apresentar morfologia celular helicoi-
dal, presente no floema de plantas doentes. Esporidesmo: esporo multicelular for-
mado por merisporos, no qual cada célula
Espiroqueta: ver espirilo. se liberta do conjunto, germina e se com-
Esponjoso: macio, tende a ser encharcado. porta como um esporo independente.
Esporádico: (1) patógeno ou praga que Esporídio: esporo do promicélio de
ataca uma planta ou outra dentro de uma Uredinales e Ustilaginales; pequeno es-
população; (2) diz-se das doenças não en- poro formado pelo brotamento dos basi-
dêmicas ou não epidêmicas que atacam aci- diósporos de certas espécies de Uredinales.
dentalmente um ou outro indivíduo.
Esporidíolo: esporo pequeno; esporo
Esporangídio: ver esporângio. promicelial das uredíneas.
Esporangiforme: que lembra um espo- Esporo: unidade reprodutiva de fungos
rângio quanto à forma. unicelulares ou pluricelulares, de origem
Esporângio: estrutura semelhante a uma sexuada ou não, altamente especializada,
vesícula, no interior da qual o conteúdo capaz de resistir às condições adversas e de
protoplasmático pode ser transformado germinar em meio favorável, garantindo,
em esporos assexuados. Em algumas situa- assim, a propagação dos fungos por pro-
ções, atua como um único esporo. cesso assexuado ou sexuado. Forma dor-
Esporângio de repetição: esporângio mente apresentada por algumas bactérias
que se forma dentro de outro esporângio para se protegerem contra calor, luz solar e
que já liberou seus zoósporos. Vários espo- perda de água.
rângios podem ser formados sucessiva- Esporo asperulado: esporo ligeiramente
mente. verruculoso.
Esporângio germinativo: esporângio Esporo assexual: esporo não formado
que se forma sobre o tubo germinativo de
em uma estrutura sexual.
um zigósporo nas Mucorales.
Esporo de descanso: ver esporo de resis-
Esporangiocarpo: diz-se das frutificações
especiais nas quais se formam esporângios tência.
em Zygomycetes endogonáceos. Esporo de duração: esporo que germina
Esporangióforo: hifa especializada que após um período de quiescência.
sustenta um ou mais esporângios. Esporo de inverno: esporo dormente que
Esporangíolo: esporângio secundário; um não germina imediatamente, mas é capaz
pequeno esporângio que contém poucos de atravessar períodos desfavoráveis.
esporos. Esporo de repetição: basidiósporo que
Esporangiósporo: esporo assexual pro- germina formando um tipo de estrutura
duzido em esporângio. (esterigma) que dá origem a outro esporo.

215
Esporo de repouso: ver esporo de resis- Esporodóquio: estroma em forma de tra-
tência. vesseiro, recoberto por conidióforos sobre
uma massa de hifas.
Esporo de resistência: esporo de parede
grossa de um fungo, que é resistente à tem- Esporófito: geração representada pela fase
peratura e umidade extrema e frequente- do ciclo vital dos fungos em que as células
mente germina somente após um período se apresentam diploides.
de tempo da sua formação. Esporóforo: hifa ou estrutura de frutifica-
Esporo de verão: esporo que germina ção que sustenta esporos.
sem passar por um período de dormência. Esporogênese: todas as fases do processo
Esporo endógeno: esporo formado no de desenvolvimento de um esporo; a pro-
interior de um corpo de frutificação. dução de esporos.
Esporo exógeno: esporo formado no ex- Esporogônio: zigoto que germina imedia-
terior de um corpo de frutificação. tamente e forma um esporângio (um asco,
por exemplo) ou uma aglomeração de es-
Esporo móvel: ver zoósporo.
poros, como em Synascus.
Esporo repetitivo: esporo produzido di-
Esporopicnídio: picnídio que se origina
versas vezes, em sucessão, durante uma es-
de um único esporo e, em condições ade-
tação de crescimento, na ausência da
quadas, germina e forma um micélio redu-
reprodução sexual; frequentemente o res-
zido, o qual cresce por divisões e amadurece
ponsável pela epidemia.
do modo normal.
Esporo secundário: esporo suplementar;
Esporotalo: talo que produz esporos.
nos grupos que formam esporos de ori-
gem sexual, diz-se dos esporos produzidos Esporotécio: extremidade de um basídio
assexuadamente. que sustenta basidiósporos quando são
sésseis.
Esporo sexual: esporo formado em uma
estrutura sexual. Esporulação: processo de produção de
esporos.
Esporo terminal: fialósporo de uma fiá-
lide unispórica; esporo situado na extremi- Espórulo: pequeno esporo; esporo de
dade da fiálide. Deuteromycota; esporo formado em peri-
técio, mas não no interior de asco. Ver esti-
Esporocarpo: designação dada a qualquer
lósporo.
corpo frutífero que produza esporos.
Espuma: gás disperso em um líquido.
Esporocídio: substância que mata espo-
Quando se prepara uma calda de defensivo
ros.
agrícola, com a agitação para homogenei-
Esporocisto: cisto que produz esporos as- zar a mistura, há formação de grande quan-
sexuais. tidade de bolhas de ar, comumente
denominadas de espuma.
Esporocládio: tipo especial de uma seção
fértil de um esporangióforo que sustenta Esqueleto cefálico: estrutura cefálica
meroesporângio. subcuticular esclerotizada de nematoides,

216
que se apresenta refringente ao microscó- Estabelecimento: na defesa fitossanitária,
pio óptico. Confere rigidez à cabeça e fun- perpetuação, em um futuro previsível, de
ciona como guia para o estilete. uma praga, patógeno ou agente de controle
biológico dentro de uma área após a en-
Esqueleto hidrostático: tipo de esque-
trada.
leto que ocorre em nematoide, que não
apresenta endo ou exoesqueleto, o qual é Estabilidade: (1) condição de uma culti-
constituído pela pressão do fluido do var/variedade de manter estáveis seus ca-
pseudoceloma e pela parede do corpo racteres essenciais hereditários mais
(cutícula mais musculatura somática), e relevantes após reproduções ou multiplica-
que possibilita a força necessária ao seu ções sucessivas; (2) capacidade de uma for-
deslocamento no substrato e tecido do mulação de defensivo agrícola permanecer
hospedeiro, bem como ao rompimento de ativa por longo período, mantendo sua
barreiras físicas para a obtenção de ali- ação tóxica.
mento. Estabilidade genética: (1) manutenção de
Esquema de categorização fitossanitá- determinado índice de equilíbrio genético
ria: na defesa fitossanitária, sistema de cer- no indivíduo ou na população; (2) capaci-
tificação fitossanitária aplicado com o fim dade dos organismos de se reproduzirem ou
de garantir as categorias de qualidade fitos- se modificarem sem grandes alterações.
sanitárias dos materiais de propagação ve- Estabilizante: surfactante ou mistura de
getal. produtos que, por suas ações interfaciais,
Esquema de categorização fitossanitá- mantém um equilíbrio estável entre as par-
ria específico: ver esquema de certifica- tículas dispersas nas caldas, emulsões e sus-
ção. pensões a pulverizar.

Esquema de certificação: na defesa fi- Estação agrometeorológica: estação


tossanitária, sistema de certificação apli- para fornecer informações meteorobioló-
cado a produtos, processos ou serviços gicas e outros dados que contribuem para o
específicos, dos quais se exigem os mes- estabelecimento das relações entre o tempo
mos padrões, regras e procedimentos. e a vida das plantas e animais. Podem in-
cluir itens como: temperatura, umidade do
Esquizolítico: tipo de sucessão de coní- solo, evapotranspiração potencial e deta-
dios que envolve a ruptura do septo delimi- lhes perfeitos de baixa camada atmosférica;
tante, de modo que uma metade da parede as informações biológicas podem incluir:
transversal se torne a base do conídio for- fenologia, ataque de doenças, disseminação
mado e a outra metade cubra o ápice da cé- de patógenos e pragas, entre outros.
lula conidiogênica.
Estação climatológica: estação que for-
EST: sigla de Expressed Sequence Tags. Eti- nece informações para fins climatológicos.
quetas de sequências expressas são frag- Os elementos observados incluem vento,
mentos de sequências derivadas do nebulosidade, temperatura e umidade rela-
sequenciamento em uma única passada de tiva do ar, pressão atmosférica, precipita-
clones aleatórios de um banco de cDNA. ção e isolação.

217
Estação de aviso fitossanitário: local cas, agrícolas, climatológicas e pluviométri-
onde se reúnem informações meteorológi- cas. Para a previsão de doenças, o número
cas, como temperatura do ar e do solo, de horas de molhamento foliar, a tempera-
umidade do ar e do solo, pluviosidade, mo- tura, a umidade relativa do ar e a precipita-
lhamento foliar e direção e velocidade do ção pluvial são as informações mais
vento, dentre outras. Essas informações importantes. As faixas limitantes de cada
são processadas e confrontadas para fazer um desses elementos que favorecem o sur-
previsões de doenças potenciais e mapas gimento e/ou o progresso das doenças va-
de zonas de riscos de doenças, como tam- riam para cada patossistema.
bém para monitorar irrigação, incidência
de doenças, ocorrência de geadas, chuva de Estação quarentenária (EQ): estabeleci-
granizo, etc. Essas informações são divul- mento credenciado para a realização de
gadas para os produtores por meio de in- quarentena pós-entrada de vegetais, orga-
ternet, rádio, telefone ou pessoalmente nismos para controle biológico ou outros
pelos próprios técnicos e constituem-se em artigos regulamentados internalizados no
fonte segura que dá subsídios para a to- país. As EQs são classificadas, pela atual le-
mada de decisão (Scaloppi; Barreto, 2012). gislação, em três níveis (N) de exigência:
a) N 1: EQ com infraestrutura completa,
Estação meteorológica: instalação que autorizada para executar quarentenas com
tem a finalidade de monitorar as condições todas as espécies vegetais e solo, e que pos-
meteorológicas locais da superfície terres- sui uma Comissão Interna de Quarentena
tre, em condições padronizadas (área plana (CIQ) com pesquisadores comprovada-
ou gramada, distante de obstáculos e repre- mente capacitados, em todas as especialida-
sentativa da região), visando à obtenção de des da fitossanidade; b) N 2: EQ com
informações qualitativas e quantitativas dos infraestrutura completa, autorizada para
elementos climáticos, utilizadas para as to- executar quarentenas apenas com determi-
madas de decisão e para a caracterização do nadas espécies de vegetais, e que possui
estado da atmosfera. As estações meteoro- uma CIQ com pesquisadores comprovada-
lógicas automatizadas são instaladas em mente capacitados, em todas as especialida-
uma área gramada e cercada, com dimen- des da fitossanidade; c) N 3: EQ com
sões de 10 m x 10 m. Essas estações são infraestrutura parcial própria, no país, e
equipadas com instrumentos eletrônicos quarentenário principal associado, no exte-
capazes de monitorar os elementos meteo- rior, autorizada para executar quarentenas
rológicos durante 24 horas por dia. Entre apenas com determinadas espécies de ve-
os elementos, destacam-se: temperatura, getais, e possuem uma CIQ com pesquisa-
umidade relativa do ar, velocidade e direção
dores comprovadamente capacitados, em
do vento, saldo de radiação, radiação solar
todas as especialidades da fitossanidade.
global, fluxo de calor no solo, índice de
molhamento foliar e precipitação pluvial. Estádio: (1) no sentido figurado, corres-
Existem quatro tipos de estações, que po- ponde a uma fase, época ou período de
dem ser reconhecidas em função do nú- um processo; (2) fase do ciclo de vida;
mero de elementos medidos, da frequência (3) condição de um organismo que difere
das medições e da condição do observador na morfologia ou na atividade fisiológica
meteorológico; são elas as estações sinópti- ou em ambas, em períodos diferentes da

218
sua existência. Não deve ser confundido geno, como exemplo, as folhas da
com estágio, período de estudo exigido seringueira e da bananeira, na fase jovem,
dos candidatos ao exercício de certas pro- são suscetíveis ao Microcyclus ulei e ao
fissões liberais. Mycosphaerella fijiensis, respectivamente, en-
Estádio anamórfico: parte do ciclo de quanto os patógenos causadores de
vida de um fungo na qual são produzidos damping-off afetam as plântulas.
apenas esporos assexuados. Estádio teleomórfico: parte do ciclo de
Estádio anamorfo-conidial: parte do ci- vida de um fungo em que são produzidos
clo de vida de um fungo na qual são produ- esporos sexuados (tais como, ascósporos e
zidos conídios. basidiósporos) após fusão nuclear.
Estádio anamorfo-picnidial: parte do ci- Estado de origem: na defesa fitossanitá-
clo de vida de um fungo na qual são produ- ria, unidade da Federação onde o defensivo
zidos picnidiósporos. agrícola, componente ou afim, é produ-
zido.
Estádio ascógeno: parte do ciclo de vida
de um fungo na qual são produzidos ascós- Estado de procedência: na defesa fitos-
poros. sanitária, unidade da Federação exporta-
dora do defensivo agrícola, componente
Estádio assexual: ver estádio anamórfico.
ou afim, para outra unidade.
Estádio basidial: fase do ciclo de vida de
Estafilobacilos: denominação dada aos
um fungo na qual são produzidos basidiós-
agrupamentos das células bacterianas tipo
poros.
bacilo ou bastonete, cujas células são uni-
Estádio imperfeito: ver estádio anamór- das pela extremidade ou lateralmente.
fico.
Estafilococos: denominação dada aos
Estádio infectante: estádio do ciclo vital agrupamentos em forma de cachos das cé-
em que o nematoide estabelece o parasi- lulas bacterianas tipo cocos.
tismo sobre a hospedeira. Entre os nema-
toides fitoparasitas, o juvenil de segundo Estalagmoide: em forma de gota ou lá-
estádio (J2) é o principal estádio infectante grima.
ou infectivo. Estalagmósporo: esporo com o formato
Estádio juvenil: compreende a fase se- de gota ou lágrima.
xualmente imatura do desenvolvimento de Estande: número de plantas por unidade
nematoides, que vai do estádio um (J1), de área.
posterior à fase embrionária no ovo, ao es-
tádio quatro ou pré-adulto (J4). Estante para tubos de ensaio: suporte
para apoiar tubos de ensaio confeccionada
Estádio perfeito: ver estádio teleomór- com madeira, plástico, aço ou arame reves-
fico. tido em PVC, zinco ou aço inoxidável.
Estádio sexual: ver estádio teleomórfico. Estaquia: método de propagação vegeta-
Estádio suscetível: fase de desenvolvi- tiva que consiste na colocação de pedaços
mento da planta que é afetado pelo pató- de caules, ramos ou raízes em meio ade-

219
quado ao enraizamento e brotação, para a Esteliósporo: picnidiósporo alongado ou
obtenção de novas plantas. com formato de um cano, de função des-
conhecida.
Estaqueamento: sustentação da planta
por meio de estacas para evitar o seu tom- Estemonitoide: que se assemelha às espé-
bamento. cies do gênero Stemonitis.
Estatimósporo: esporo que não é descar- Estereomicroscópio: ver microscópio es-
regado forçosamente. tereoscópico.

Estatística: conjunto de técnicas e méto- Esterigma: filamento delgado que produz


dos de pesquisa que, entre outros tópicos, esporos. Estrutura hifal que sustenta um
envolve o planejamento do experimento a esporângio, um conídio ou um basidiós-
ser realizado, a coleta qualificada dos da- poro.
dos, a inferência, o processamento, a aná- Esterigmado: diz-se dos basídios provi-
lise e a disseminação das informações. dos de esterigmas ou dos basidiósporos
O desenvolvimento e o aperfeiçoamento que nascem sobre eles.
de técnicas estatísticas de obtenção e aná- Esterigmado-decíduo: diz-se dos espo-
lise de informações permitem o controle e ros que caem dos esterigmas, mas não são
o estudo adequado de fenômenos, fatos, projetados por eles.
eventos e ocorrências em diversas áreas do
conhecimento. A estatística tem o objetivo Estéril: (1) sem esporos, que não se repro-
duz; (2) isento de qualquer organismo;
de fornecer métodos e técnicas para lidar-
(3) solo, recipientes e produtos totalmente
mos, racionalmente, com situações sujeitas
livres de organismos vivos.
às incertezas.
Esterilização: consiste em um tipo de tra-
Estatísticas não paramétricas: testes es-
tamento térmico aplicado a produtos, vi-
tatísticos que não requerem um padrão sando à eliminação de populações de
normal ou aleatório de distribuição, mas microrganismos quase em sua totalidade.
que podem ser feitos baseados em infor- Normalmente, são empregadas temperatu-
mações qualitativas ou ordenadas. ras superiores às utilizadas na pasteuriza-
Estatísticas paramétricas: testes estatís- ção, e o produto tratado deve ser ou estar
ticos que requerem dados quantitativos ou acondicionado em embalagens que evitem
observações baseadas em um padrão de novas contaminações. Na fitopatologia, é
distribuição normal ou aleatório. usada para eliminar patógenos e outros or-
ganismos de utensílios, vidrarias, meios de
Estativa: diz-se do chassi do microscópio, cultura, etc., utilizando agentes físicos ou
onde são conectados o tubo de observa- químicos.
ção, a platina, as objetivas oculares, o con-
Esterilização do solo: tratamento do solo
densador e o sistema de iluminação.
com calor, geralmente vapor a 100 ºC, ou
Estaurósporo: conídio estrelado, lobado com produtos químicos ou pela fumigação,
ou ramificado, septado ou não. para matar todos os organismos presentes.

220
Esterilização por ar quente: esterilização Estílbeo: como Stilbum, gênero de fungos
pelo uso de um forno com aquecimento a caracterizados pela presença de conidiófo-
170 ºC por cerca de 2 horas. ros agrupados sob a forma de corêmio.
Esterilização por filtragem: esterilização Estilboide: semelhante a Stilbum; fungo
de um líquido pela sua filtragem em mem- com elementos propagadores peduncula-
branas porosas (aproximadamente 0,22 µm dos; com cabeça pediculada.
de diâmetro) que não permitem a passa- Estilete: (1) tubo axial esclerotizado, de
gem de micróbios e esporos. origem cuticular, existente na cavidade bu-
Esterilizado: livre de células vivas. cal dos nematoides fitoparasitas e de outros
grupos tróficos. Nos fitoparasitas, é usado
Esterilizador: autoclave ou contêiner si-
para penetrar e migrar nos tecidos do hos-
milar, usado para esterilizar meios de cul-
pedeiro, para introduzir enzimas digestivas
tura, pequenos aparelhos, instrumentos,
no interior das células e para fazer sucção
reagentes e soluções.
dos alimentos; (2) bastão de metal, de 5 mm
Esterilizante: qualquer químico ou agente de diâmetro, que pode ser aquecido no
físico que destrói todos os organismos vi- fogo, tendo em uma das extremidades um
vos em uma substância, em determinado dispositivo para fixar agulha e na outra um
ambiente, no solo, etc. material isolante de calor. Utilizado para re-
Esterilizante do solo: defensivo agrícola picagens de fungos; (3) parte do pistilo que
com ampla faixa de atividade, isto é, capaz fica entre o estigma e o ovário.
de eliminar ou reduzir drasticamente a po- Estilete axial: estilete que se alinha com o
pulação de nematoides, plantas daninhas, eixo anterior-posterior do nematoide.
insetos, fungos e bactérias do solo.
Estiliforme: com a forma de uma cerda;
Esterilizar: eliminar microrganismos do delgado e pontiagudo.
ambiente e da vidraria de laboratório,
Estilósporo: esporo de Sphaeropsidales;
usando altas temperaturas, radiação, filtra-
esporo assexuado que se forma na extremi-
ção ou substâncias químicas.
dade de um filamento; conídio; macroconí-
Esterol: substância presente na membrana dio ou qualquer esporo que se une ao
celular dos fungos (esterol); as espécies do esporóforo por um esterigma; picnidiós-
gênero Phytophthora são incapazes de sinte- poro alongado de função desconhecida.
tizar esteróis e necessitam de suplemento
Estimativa do impacto ambiental: con-
externo desses compostos para a esporula-
siste na realização de estudos preditivos so-
ção. As espécies desse gênero respondem
bre a implantação, ou mesmo a ampliação,
aos esteróis de forma diferenciada daquela
de uma atividade e suas consequências so-
apresentada pela maioria dos fungos.
bre o meio ambiente e a comunidade que
Esticobasídio: basídio estreito e alon- nele vivem.
gado, cujo fuso acromático é longitudinal
Estimativa do risco: avaliação quantita-
ao eixo basal.
tiva dos patógenos de uma cultura e análise
Estigmas: aberturas florais que servem de da influência de certos fatores nos prejuí-
porta de entrada para fungos e bactérias. zos que possam causar.

221
Estímulo: agente interno ou externo que tirpe, que primeiro permite que seja distin-
faz um organismo reagir. Luz e calor são guida, é quase sempre biológica, usualmente
exemplos de estímulos que induzem rea- uma diferença no sintoma da doença em
ções em um ser vivo. alguns hospedeiros particulares, por exem-
plo, o aparecimento de manchas amarelas
Estiolamento: sintoma hipoplástico cau-
em plantas de fumo com o vírus do mo-
sado por insuficiência de luz, caracterizado
saico do fumo (TMV), o qual induz um
por caules fracos e inusitadamente longos,
mosaico verde. Na transferência do vírus
folhas pequenas e amarelo-claras ou bran- dessas manchas amarelas, as plantas de
cas; ocorre pela falta de produção de cloro- fumo sadias apresentaram um mosaico di-
fila. ferente do comumente observado com o
Estiolar: perder a cor verde e, ao mesmo TMV. Esse vírus causador do mosaico foi
tempo, tornar esguio por permanecer sugerido ser uma nova estirpe de TMV.
muito tempo à sombra excessiva. Estivação: ver aestivação.
Estipe: suporte de um basidiocarpo ou as- Estolão: (1) hifa superficial que se expande
cocarpo pedicelado. formando novos grupos de rizoides e es-
Estipe contínuo: estipe formado pelo porângios. Facilmente observado em
mesmo pletênquima do píleo. Rhizopus stolonifer; (2) tipo de caule, for-
mado a partir de brotação lateral, em geral
Estipiforme: em forma de estipe. longo, e apoiado no solo ou abaixo dele,
Estipitado: sustentado por um pedúnculo que, de espaço em espaço, forma gemas
ou pé; pedicelado; com estipe. com raízes e folhas rosuladas, assegu-
rando a propagação vegetativa, por exem-
Estipite: ver estipe. plo, morangueiro.
Estirpe: denominação adotada para va- Estoma: câmara alongada que se comu-
riantes de bactérias e vírus. Um subgrupo nica com a abertura oral e com o esôfago
dentro de uma espécie, cuja diferenciação de nematoides, a qual se subdivide, a partir
está na virulência, na produção de sinto- da abertura bucal, em queiloestoma, pro-
mas e/ou no círculo de hospedeiros dos toestoma e teloestoma; cavidade bucal.
demais subgrupos da mesma espécie. Os
sintomas induzidos e as propriedades físi- Estômato: estrutura da superfície das fo-
cas e químicas de um vírus são característi- lhas e ramos verdes, composta de abertura,
cas que geralmente permanecem imutáveis, células-guarda e, eventualmente, células
por muitas transmissões do vírus sob as subsidiárias, por meio da qual se dão as tro-
mesmas condições da planta hospedeira, cas gasosas entre os tecidos e o meio exte-
temperatura, luz, etc. Entretanto, durante a rior. A densidade de estômatos em uma
replicação viral, eventuais mudanças po- folha varia de 100 a 6.000/mm-2.
dem ocorrer em seu material genético me- Estomatoestilete: estilete com um canal
diante o processo de mutação, originando axial, possivelmente originado da fusão de
novos tipos de vírus. Esses novos vírus são segmentos da parede estomatal de nema-
referidos como mutantes ou variantes ou toides bacteriófagos; estomatostílio. Carac-
estirpes. A propriedade de uma nova es- teriza-se por apresentar uma parte anterior

222
(ponta ou cone) em forma de chifre, uma Estreptococos: agrupamento em cadeia
parte mediana (haste) e três bulbos basais. das células bacterianas tipo cocos.
Estomatostílio: ver estomatoestilete. Estreptomicina: antibiótico produzido
Estrago: ver dano. por Streptomyces griseus, que interfere na tra-
dução genética de células procarióticas e
Estrangulado: fortemente constrito. controla doenças bacterianas de diversas
Estrangulamento: diz-se da porção afun- plantas.
dada dos tecidos corticais em torno de um Estresse: esforço excessivo e potencial-
ramo ou tronco. mente danoso a um ser vivo, como res-
Estrangulante: que estrangula; diz-se de posta a fatores ambientais negativos ou
raízes de epífitas que crescem ao redor do forças coercitivas que provocam respostas
caule da planta hospedeira, envolvendo-a fisiológicas num organismo ou que alteram
como se estivesse estrangulando, como al- o equilíbrio de um ecossistema. A polui-
guns cipós em árvores e arbustos. ção, as doenças, a falta de água e a falta de
Estratégia: ciência ou arte de empregar nutrientes são exemplos de fatores que po-
várias técnicas disponíveis para confundir dem causar estresse. O termo é usado tanto
ou eliminar um patógeno; em comparação em relação ao agente como ao estado de
à tática, estratégia é uma atividade a longo tensão resultante.
prazo. Estresse ambiental: qualquer fator am-
Estratificado: disposto ou dividido em ca- biental físico que tem um impacto negativo
madas; diz-se dos corpos frutíferos de es- sobre uma comunidade ou indivíduo,
pécies pereniais cujas camadas de tubos se como a temperatura, a salinidade ou a po-
dispõem umas sobre as outras. luição.
Estratosfera: segunda camada da atmos- Estresse hídrico: conjunto de reações da
fera, que se estende de 17 km a 48 km planta à falta de água, que pode lhe pertur-
acima da superfície da Terra, sem ventos bar a homeostase.
ou grandes mudanças de temperatura.
Estresse mecânico: decorrente de condi-
Contém pequena quantidade de ozônio ga-
ções de agressão aos tecidos vegetais, po-
soso (O3), que filtra 95% da radiação ultra-
violeta nociva, emitida pelo sol. dendo resultar em duas classes de danos:
perturbação mecânica e/ou ferimento dos
Estreito-elíptico: diz-se do esporo que é tecidos. Pode ocorrer tanto no campo de-
cerca de duas vezes mais longo do que vido ao efeito de ventos, chuvas, compacta-
largo. ção do solo, herbívoros, entre outros, como
Estrelada: colônia cujo crescimento em na pós-colheita, pelo manuseio, embala-
meio de cultura lembra a forma de uma es- gem, transporte e armazenamento inade-
trela. quados.
Estreptobacilo: agrupamento de bastone- Estresse nutricional: reação do orga-
tes que permanecem conectados em cadeia nismo à escassez ou ao excesso de nutrien-
após sua divisão. tes.

223
Estresse por radiação: decorrente da ex- Estria cuticular: em nematoides, marca
posição dos produtos perecíveis a condi- superficial na cutícula que aparece como
ções adversas de luminosidade ou ao sulcos ou canaletas e pode circular os lá-
excesso de radiação ultravioleta no campo. bios ou o corpo ou se estender longitudi-
Doses excessivas de radiação podem cau- nalmente.
sar modificações na textura, mudanças in- Estria intermediária: linha menos proe-
desejáveis no “flavor”, formação de lesão minente que fica nos espaços entre as es-
ou descoloração dos tecidos. Na fase de trias principais da configuração perineal de
pós-colheita, a utilização de doses de radia- alguns nematoides.
ções superiores às toleradas pelos produtos
hortícolas (10 KGy) provoca desordens fi- Estriado: marcado com linhas ou sulcos
siológicas, como amolecimento acentuado finos, geralmente longitudinais.
da polpa e escurecimento da casca. Estrigoso: longa ou grosseiramente pi-
Estresse químico: decorrente de altera- loso; coberto com pelos rijos e pontudos;
ções no equilíbrio da célula provocadas por híspido; com fascículos de pelos.
condições desfavoráveis no ambiente (po- Estringência: em reações de hibridização
luição) e pelo uso de íons e/ou produtos de DNA, refere-se ao grau no qual DNAs
químicos na agricultura. As desordens fi- de diferentes sequências formarão duplex.
siológicas são perceptíveis nas lenticelas ou Condições de baixa estringência (por exem-
nos estômatos por serem aberturas natu- plo, baixas temperaturas) permitem a for-
rais na epiderme, onde os resíduos quími- mação de duplex entre DNAs relacionados,
cos gasosos ou em solução penetram ou se mas não idênticos, enquanto condições de
acumulam. Os poluentes ambientais mais alta estringência (por exemplo, altas tempe-
comuns são a amônia e o dióxido de enxo- raturas) permitem a formação de duplex
fre. Os íons como prata, cobre, manganês, somente entre DNAs idênticos.
níquel, zinco e cádmio também podem Estrobilurina: grupo de fungicidas deriva-
atuar como contaminantes através das raí- dos de produtos produzidos naturalmente
zes das plantas sadias, a partir de água de por fungos basidiomicetos, como o azo-
irrigação, ou como tratamentos pós-co- xystrobin e o trifloxystrobin. Inibe a respi-
lheita. Os sintomas podem não ser percep- ração mitocondrial e impede a transferência
tíveis no campo, porém, nas condições de de elétrons entre os citocromos
pós-colheita, outros estresses que ocorrem a e c; consequentemente impossibilita a li-
com o osmótico podem aumentar a susce- beração de energia e a produção de ATP.
tibilidade do produto.
Estroma: tecido compacto pseudoparen-
Estressor: fator que induz a manifestação quimatoso, de consistência variável, for-
de sintomas da doença a partir de uma con- mado de hifas estéreis soldadas entre si, em
dição latente. cujo interior ou superfície geralmente são
Estria: sintoma de doença caracterizado encontrados corpos de frutificação de mui-
tos fungos.
por lesões alongadas, estreitas e paralelas às
nervuras. Estrutura cefálica: ver esqueleto cefálico.

224
Estrutura do anticorpo: arquitetura mo- não são verdes, como em tubérculos de ba-
lecular de um anticorpo, a qual consiste em tata expostos à luz solar. A intensidade de
cadeias idênticas, duas leves e duas pesadas, coloração é proporcional à intensidade,
que têm dois sítios onde os antígenos se li- qualidade e duração da exposição à luz.
gam. Cada cadeia constitui-se de uma re- O tecido verde formado tem elevado teor
gião conservada entre anticorpos da mesma de solanina.
classe e de classes substitutas, bem como
Etileno: (1) substância caracterizada como
de uma região variável que é específica do
um hormônio vegetal gasoso, um hidrocar-
anticorpo.
boneto insaturado e sintetizado a partir do
Estrutura genética: refere-se à quanti- aminoácido metionina na presença de luz.
dade e distribuição da variação genética Pode ser produzido por vegetais superiores
dentro e entre populações e dentro dela e à e microrganismos fitopatogênicos, como
forma de associação dos genes para ex- Ceratocystis fimbriata, Fusarium oxysporum f.
pressão de um dado caráter. sp. tulipae, Verticillium albo-atrum, Erwinia
carotovora e Ralstonia solanacearum. É efetivo
Estrutura sexual acessória: refere-se aos
nos tecidos vegetais sob baixas concentra-
espículos e ao gubernáculo dos machos de
ções. Induz a germinação das sementes, o
nematoides.
amadurecimento de frutos, a abscisão de
ESTs: sigla de Expressed Sequence Tags. São folhas e a floração das plantas; (2) poluente
sequências obtidas de clones de cDNA. atmosférico liberado pela queima de gás,
Estufa: (1) equipamento guarnecido de óleo combustível ou carvão de pedra. Em
termostatos (medidores de temperatura) concentrações superiores a 0,05 ppm, pode
que mantém em seu interior temperatura causar atrofia nas plantas e formatos e de-
constante, e utilizado para a dessecação ou senvolvimentos anormais dos limbos folia-
secagem de substâncias sólidas ou para es- res, que senescem prematuramente com
terilização a seco de vidrarias, equipamen- redução na produção de flores e frutos.
tos e materiais que não podem ser Etimologia: derivação e significado de um
esterilizados por calor úmido; (2) designa- nome ou epíteto.
ção comum de casa de vegetação.
Etiologia: parte da fitopatologia que es-
Estufim: canteiro especial protegido por tuda o agente causal da doença, sua natu-
paredes de tijolos, telhas, concreto ou reza e relação com o hospedeiro.
mesmo madeira, dotado de cobertura mó-
Etiqueta: pequena marca ou pedaço de
vel, que pode ser de vidro, esteira, aniagem,
metal ou papel colocado em plantas, fras-
grade de ripa ou plástico transparente.
cos ou sacos, com identificação mais com-
Pode ser adaptado, criando condições de
pleta possível do conteúdo desses.
umidade e temperatura favoráveis para que
patógenos causem infecção em plantas re- Eubasídio: basídio de Uredinales.
cém-inoculadas.
Eucariontes: organismos que apresentam
Esverdeamento: desordem fisiológica células com núcleo delimitado pela mem-
que acarreta a formação de clorofila nos brana nuclear, bem como organelas distin-
leucoplastos, em partes que normalmente tas dentro do citoplasma. Os cromossomos

225
ficam localizados no interior do núcleo. Os Eutrófico: que se apresenta num estado
Oomycotas são organismos eucariontes. bem nutrido.
Eucárpico: que forma estruturas reprodu- Evanescente: fugaz; de curta existência;
tivas sobre certas porções do talo, porém o que se destrói rapidamente. Termo usado
próprio talo continua a executar suas fun- para o anel e o véu, visíveis logo após a
ções somáticas. formação do corpo frutífero de alguns
Ascomycota, mas que imediatamente de-
Euforma: diz-se das Uredinales que, du-
saparecem. Ver asco evanescente.
rante seu ciclo, produzem quatro tipos de
esporos: picniósporos (0), eciósporos (I), Evaporação: (1) escape das moléculas
uredósporos (II) e teliósporos (III), além desde a superfície de um líquido pelo au-
dos basidiósporos (IV), que ocorrem em mento de sua energia cinética; (2) processo
todos os casos. que ocorre durante a aplicação de defensi-
vos agrícolas, cujas gotas pequenas se per-
Eumycota: divisão que abrigava os fun-
dem sob condições climáticas desfavoráveis,
gos Mastigomycotina, Zygomycotina,
como baixa umidade e alta temperatura.
Ascomycotina, Basidiomycotina e
Deuteromycotina, a qual atualmente não é Evaporímetro de Piché:  instrumento
aceita como uma categoria taxonômica. usado para medir a quantidade de água que
Em desuso. evapora para atmosfera durante um inter-
valo de tempo. A unidade de medida é mi-
Euploide: organismo cujo número de cro-
límetro de água evaporada.
mossomos somáticos é um múltiplo exato
do número haploide. Evapotranspiração: perda de água líquida
(em forma de vapor) combinada de uma
Euritérmico: organismo que pode tolerar
área para a atmosfera, causada pela evapo-
grandes variações de temperatura.
ração da água do solo e transpiração das
Eusseptado: diz-se daquilo que sofreu plantas.
septação conidial. Nesse caso, os septos
Evapotranspiração potencial: quanti-
dos conídios são formados por todas as ca-
dade máxima de água capaz de ser evapo-
madas da parede existente, como em espé-
rada de uma cobertura vegetal contínua e
cies do gênero Pyricularia.
suprida de água em um dado clima. Com-
Eustroma: estroma formado exclusiva- preende, assim, a evaporação do solo e a
mente por pletênquima fúngico. transpiração das plantas expressas em al-
Eutécio: ascoma (apotécio, cleistotécio e tura de água, durante um determinado
peritécio) de um Euascomiceto. tempo.

Eutipoide: diz-se dos fungos que apre- Evapotranspiração real: soma das quan-
tidades de vapor de água evaporado do
sentam estroma efuso, semelhante ao ple-
solo e das plantas quando o solo está com
tênquima da matriz e cujos peritécios
seu conteúdo real de umidade.
apresentam o colo perpendicular à super-
fície. Evasão: ver princípios de Whetzel.

226
Evento de transformação: refere-se a semelhantes para adaptarem-se às condi-
cada célula que foi transformada de forma ções ambientais similares em que vivem.
independente. Por exemplo, uma planta
Evolução reticulada: processo pelo qual
transgênica pode ter sido originada de uma
duas espécies produzem um híbrido e, a
única célula transformada (um evento de
partir dele, são combinadas.
transformação), ou de mais de uma célula
transformada (vários eventos de transfor- Ex situ: fora do lugar original.
mação). Outro caso muito comum ocorre Ex vitro: literalmente “fora do vidro”; uti-
quando duas ou mais plantas transgênicas lizado para contrastar com processos efe-
são originadas de uma única célula trans- tuados in vitro.
formada (um evento de transformação),
neste caso, gerando clones. Exame: observação cuidadosa e investiga-
tiva dos sintomas e sinais (presentes em
Evitação: termo que deve ser evitado
plantas, produtos vegetais ou outros arti-
quando se trata de doença de planta, já que
gos regulamentados) a olho nu ou usando
as plantas não se movimentam e, portanto,
lentes, estereoscópio ou microscópio para
não têm capacidade de fugir ou desviar do
detectar patógenos ou contaminantes, sem
ataque de um patógeno. Evitação é uma
análise ou processamento.
das estratégias evolucionárias utilizadas por
animais para sobrevivência em clima ad- Exame a fresco: procedimento para ob-
verso, através da entrada em dormência ou servação, ao microscópio óptico, de mate-
da migração para regiões menos inóspitas rial biológico vivo.
(por exemplo, alguns animais africanos mi-
Exantema: desordem fisiológica de frutas
gram de áreas submetidas à seca para re-
cítricas, em cuja casca há formação de pon-
giões onde a água é disponível). As plantas
tos brilhantes marrom-escuros, que poste-
de deserto geralmente florescem e repro-
riormente se juntam, e a casca endurece e
duzem-se durante breves períodos ou esta-
frequentemente rompe-se. É atribuída à
ções de chuva; quando a estação seca
deficiência de cobre durante a fase de pro-
chega, muitas perdem as folhas, entram em
dução das frutas.
dormência ou definham depois de produ-
zir sementes, para não ter de sustentar ní- Exanulado: sem anel.
veis metabólicos normais durante a seca.
Exatidão: capacidade de um instrumento
Evolução biológica: mudança na consti- de registrar um valor o mais próximo pos-
tuição genética de uma população de uma sível do real de uma variável medida. Uma
espécie ao longo de gerações sucessivas. Se balança pode ser muito precisa, mas não
contínua, por tempo suficiente, pode levar ser exata.
à formação de uma nova espécie. Observe
Exaurido: esgotado, depauperado.
que as populações, e não os indivíduos,
evoluem. Excêntrico: fora do centro; lateral; diz-se
do estipe quando não se insere no centro
Evolução convergente: processo pelo
do píleo.
qual organismos não relacionados filoge-
neticamente desenvolvem características Excipulado: provido de excípulo.

227
Excípulo: tecido sob o himênio de um Exocorte: doença de citros causada por ví-
apotécio ou tecido que forma a parede de rus, cujos sintomas são lesões no tronco,
um peritécio. inicialmente na casca e depois no lenho,
Excípulo ectal: de ascoma; correspon- ocorrendo fendilhamento e subdesenvolvi-
dendo às camadas mais externas, incluindo mento da planta.
o sub-himênio em um apotécio não lique- Exocruzamento: cruzamento entre indi-
nizado, às vezes multicamadas. víduos geneticamente diversos.
Excisão: remoção de órgão ou parte dele Exodemia: fase da epidemia correspon-
por meio de um corte ou cisão. dente à propagação da população do pató-
Exclusão: ver princípios de Whetzel. geno por aloinfecção.
Exemplar: (1) material seco de herbário; Exoderiva: movimento de partículas dis-
(2) espécime botânico; (3) material micoló- tribuídas para fora da área a ser intencional-
gico; (4) espécime de fungo. mente atingida.
Exigência: qualquer fator do ambiente in- Exoenzima: enzima que atua só no exte-
dispensável ao desenvolvimento de um or- rior da célula, participando nas reações de
ganismo vivo. desintegração da parede celular.
Exigência nutricional: quantidade mí- Exógeno: que se forma exteriormente
nima de nutrientes (macro e micronutrien- como os conidiósporos.
tes, como elementos traços, vitaminas e
Exógeno-esterigmado: diz-se dos espo-
aminoácidos essenciais) necessária para o
crescimento desejável e a manutenção de ros de alguns Gasteromycetes que se en-
um organismo ou cultura. contram sobre esterigmas não propulsivos.

Exigências fitossanitárias: são normas e Exógeno-expulsivo: diz-se dos esporos


medidas imprescindíveis para a proteção de Gasteromycetes que se libertam dos es-
da vida vegetal estabelecidas pelo Ministé- terigmas explosivamente.
rio da Agricultura, Pecuária e Abasteci- Exógeno-séssil: diz-se dos esporos de
mento, e regulamentações internacionais Gasteromycetes que não se prendem a es-
que protegem a cadeia produtiva e evitam a terigmas, mas, sim, diretamente ao basídio.
contaminação e disseminação de pragas no
território nacional. Éxons: regiões do DNA dentro de um
gene transcrito para o RNA mensageiro
Exoasco: capa mais externa dos ascos, que codifica uma parte da proteína com-
funcionalmente distinta do endoasco, ge- pleta. Os éxons não são excluídos do RNA
ralmente rodeada por uma camada gelati- transcrito através do processo de splicing.
nosa que pode tornar-se mais intensamente O termo “éxons” não deve ser utilizado
azul com lugol.
para definir apenas regiões codificantes,
Exobasidial: que tem basídio descoberto; uma vez que já foram relatados, no genoma
separado pela parede a partir do basídio. humano, regiões transcritas que não codifi-
cam proteínas.
Exocelular: produzido fora da célula, mo-
vido para fora dela ou ativo fora dela. Exoparasita: ver patógeno epífito.

228
Exopatógeno: organismo não parasita sendo transportada de um país para outro e
cujos metabólitos extracelulares causam está coberta por um único certificado fitos-
doença em plantas. sanitário (uma remessa pode ser consti-
tuída por um ou mais lotes).
Exoperídio: camada mais externa do perí-
dio. Experiência: qualquer processo adotado
para testar uma previsão ou hipótese. O re-
Exopolissacarídeo: polissacarídeo secre-
sultado é uma evidência que pode confir-
tado por um microrganismo em um am-
mar ou negar a ideia. Uma experiência deve
biente circunvizinho.
possuir uma testemunha para que seus re-
Exospório: camada externa e fina da pa- sultados sejam válidos, por exemplo, em
rede tripla dos oósporos, derivada do peri- um teste para avaliar a ação de fungicidas
plasma e composta de substâncias péticas. no controle de uma doença, há necessidade
É comumente responsável pela ornamen- de uma testemunha. Esta recebe todos os
tação do esporo; túnica. cuidados dispensados aos demais trata-
Exósporo: esporo assexual que se forma mentos, porém não é aplicado nenhum
por um processo exogênico, pois a mem- fungicida. Se algum fungicida fornecer re-
brana do esporo é uma porção da mem- sultados superiores mais significativos do
que os da testemunha, ele é eficiente.
brana da célula-mãe. Nos fungos do gênero
Penicillium, os esporos originam-se na ex- Experimento: pesquisa planejada para ob-
tremidade das hifas especializadas. À me- ter novos fatos, negar ou confirmar hipóte-
dida que os esporos das extremidades se ses ou resultados obtidos anteriormente.
formam, outros vão se originando com o Em outras palavras, pesquisa planejada que
aproveitamento da membrana da própria segue determinados princípios básicos,
hifa. com o objetivo de fazer comparações dos
efeitos dos tratamentos. Alguns são realiza-
Exótico: na defesa fitossanitária, praga
dos em laboratórios e outros na natureza.
não nativa de um país, ecossistema ou área
Os fatos ou dados científicos resultantes
ecológica (termo aplicado para organismos
devem ser verificados ou confirmados por
intencionalmente ou acidentalmente intro-
observações e medições repetidas.
duzidos como resultado das atividades hu-
manas). Explante: segmento de tecido ou órgão
retirado da planta, submetido a um pro-
Exotoxina: substância tóxica produzida e
cesso de assepsia e utilizado para iniciar
excretada por um microrganismo dentro
cultura in vitro.
do meio envolvente.
Explosão populacional: (1) na defesa fi-
Exotúnica: membrana externa presente
tossanitária, população de patógenos ou
nos ascos, que protege os ascósporos.
pragas isoladas, recentemente detectadas,
Expandido: diz-se do píleo que, de con- com expectativa de sobrevivência em um
vexo, passa a plano na maturidade. futuro imediato; (2) crescimento exponen-
cial de uma população de organismos.
Expedição: na defesa fitossanitária, quan-
tidade de plantas, produtos vegetais e/ou Exposição: (1) refere-se ao contato do
outros artigos regulamentados que está aplicador com o defensivo agrícola através

229
da pele (dérmica), boca (oral), via respirató- Expurgo: ato de desinfestar o solo ou um
ria (inalação) ou olhos; (2) colocação de recinto ou um lote de produtos com uma
uma planta em local onde se espera que re- substância fumigante, eliminando, se não
ceba inóculo natural oriundo de uma fonte todos, pelo menos a maioria dos patógenos
natural de produção de inóculo. e pragas.
Exposição prolongada: refere-se ao con- Exsicata: planta seca para herbário ou co-
tato com um defensivo agrícola ou com leções botânicas, ou espécime de fungo
seus resíduos por longo período. seco mantido em uma micoteca. Também
Expressão: manifestação fenotípica de pode definir o exemplar conservado seco
uma característica codificada por um gene. em um herbário.
Expressão diferencial: identificação de Exsudação: (1) liberação de produtos, na
RNA mensageiros, que são expressos em forma líquida, da planta pelos ferimentos
diferentes tecidos, ou são resposta a algum mecânicos ou causados por organismos, e
tipo de estresse ou tratamento específico. por aberturas naturais, como estômatos,
Os RNAms são transcritos em cDNAs, e lenticelas e hidatódios; (2) liberação de cé-
uma proporção deles é amplificada via lulas bacterianas dos tecidos doentes
PCR e separada por eletroforese. quando colocados em meio líquido.
Expressão estável: expressão de um Exsudação de látex: saída de látex dos te-
transgene durante várias gerações de divi- cidos, por exemplo, na sangria da serin-
são celular. gueira.
Expressão gênica: em genética, manifes- Exsudar: liberar material pelo processo de
tação de uma característica especificada passagem por difusão, do interior de uma
por um gene, como a síntese de um poli- estrutura da planta para sua superfície exte-
peptídio normal, completo e funcional, ou rior ou para o meio circundante.
de uma proteína a partir de um gene apro-
priado. Exsudato: (1) substância, frequentemente
um líquido gelatinoso, expelida do interior
Expressão transiente ou transitória: ex- do tecido de uma planta doente, injuriada
pressão temporária de um transgene. Entre ou sadia, ou secretada nele; (2) produto
outras causas, a expressão transiente ocorre metabólico expelido pelas raízes. A pre-
quando o T-DNA ou o plasmídeo não se sença de um exsudato frequentemente
integra ao genoma vegetal. O DNA exó- ajuda na diagnose de uma doença, como
geno fica dissolvido no nucleoplasma, e no caso da gomose do citros, causada por
seus genes podem ser expressos por um Phytophtora spp.
curto período. Expressão transiente é
muito utilizada na identificação de elemen- Extensão do estilete: estrutura escleroti-
tos regulatórios de promotores fusionados zada localizada entre o esôfago e a lança do
a genes repórteres. estilete do tipo dorilaimoide.
Expressividade: grau de manifestação de Extensão geográfica: limite da distribui-
determinado caráter genético. ção geográfica de uma espécie.

230
Extinção: (1) inverso da reprodução. No que se acham dissolvidos os princípios ati-
âmbito do sistema de organismos ou célu- vos de alguma planta fresca ou seca, asso-
las, extinção normalmente envolve dois ciados às outras substâncias provenientes
processos: o primeiro é a perda de com- do vegetal que se empregou.
portamento, chamada de morte; o segundo
Extrato cru: preparação feita a partir de
é a perda de estrutura, denominada apo-
material biológico, na qual as células foram
drecimento ou decomposição; (2) no con-
dilaceradas, ou seja, esmagadas para libera-
trole de doenças de plantas, desaparecimento
ção do seu conteúdo, e os restos celulares
de uma espécie de patógeno ou condição
foram removidos por centrifugação ou
de não haver mais membros vivos rema-
precipitação, mas pouca ou nenhuma ativi-
nescentes; o processo de causar essa condi-
dade foi feita para purificar a amostra.
ção.
Extrato de batata: extrato preparado a
Ex tipo: quando o tipo de um nome é uma
partir da cocção de batata descascada fer-
cultura permanentemente preservada em
vida em água por no mínimo 30 minutos e,
estado metabólico inativo; quaisquer isola-
em seguida, filtrado o caldo em gaze. Utili-
mentos vivos obtidos dessa cultura deve-
zado no preparo dos meios de cultura bata-
riam ser referidos como ex tipo, ex holótipo,
ta-dextrose-ágar e batata-sacarose-ágar.
ex isótipo, etc., de modo a tornar claro que
eles derivam do tipo, mas que não são o Extrato de carne: extrato concentrado de
tipo nomenclatural (Turland et al., 2018). carne, aquoso, semelhante a uma pasta,
usado no preparo de meio de cultura.
Extração: remoção de um ou vários com-
postos químicos de uma substância sólida Extrato de levedura: mistura de compos-
ou líquida, como um solvente, ou evapora- tos orgânicos preparados a partir de leve-
ção do solvente, deixando para trás os dura e utilizada em meio de cultura.
compostos desejados. Extrato de malte: mistura de compostos
Extracelular: que está fora da célula, ocor- orgânicos preparados a partir de malte e
rendo no espaço intercelular ou nas cavida- usada em meio de cultura.
des circundadas pelas células. Extrato de peptona: conjunto de proteí-
Extracromossômico: em procariontes, nas parcialmente degradadas, como o ex-
DNA plasmidial; em eucariontes, DNA trato hidrolisado de caseína de leite e o
não nuclear, localizado nas organelas, como extrato hidrolisado de proteínas de soja,
na mitocôndria ou nos cloroplastos. usado no preparo de meio de cultura.
Extrato: produto oriundo da evaporação Exúvia: pele deixada pelos nematoides de-
de um suco vegetal ou de um líquido, em pois da ecdise.

231
F
F1: primeira geração filial proveniente do Fago temperado: fago que se replica, pas-
acasalamento de dois progenitores. sando pelo estado de profago na célula
F2: segunda geração filial proveniente do bacteriana lisogênica. Fago que pode cres-
intercruzamento ou da autofecundação de cer em seu hospedeiro procariota de duas
indivíduos da geração F1. formas: a) um ciclo lítico, no qual o vírus
replica e a célula hospedeira é morta; b) um
F3: terceira geração filial proveniente do in- estado lisogênico, no qual o genoma do ví-
tercruzamento ou da autofecundação de rus é integrado dentro do hospedeiro so-
indivíduos da geração F2. bre o plastídio.
Face abaxial: ver abaxial. Fago virulento: fago que produz infecção
Face adaxial: ver adaxial. lítica em seu hospedeiro e não pode
induzir um estado lisogênico. Multiplica-se
Face-view: ver vista facial.
na célula suscetível, a qual sofre lise e libera
Facultativo: capaz de existir sob diferentes novos fagos.
condições ou de usar diferentes modos de
Fagomídeo: plasmídeo que possui uma
nutrição. Os patógenos facultativos podem
atuar como parasitas e como saprófitas. origem de replicação derivada de um fago
filamentoso e é muito útil para a síntese de
Fago: vírus que infecta bactéria para a sua cópias de DNA de fita simples a partir do
multiplicação, ocasionando lise e destrui- DNA exógeno.
ção da célula bacteriana.
Fagoterapia: uso de bacteriófagos no
Fago λ: fago que infecta Escherichia coli, co- controle de bactérias fitopatogênicas.
mumente usado como vetor de clonagem.
Fagotipagem: método para caracterizar
Fago defectivo: partícula de fago ou partí- diferenças entre espécies de bactérias ou de
cula subviral incapaz de se multiplicar nas tipos dentro de uma espécie, testando as
células do hospedeiro. reações destas a um número de fagos sele-
Fago lítico: ver fago virulento. cionados.
Fago pleomórfico: fago que contém Fagotipo: subdivisão de uma espécie de
DNA de filamento duplo, com capa pro- bactéria, caracterizada pela sensibilidade a
teica, mas sem aparente estrutura capsídica. um bacteriófago específico ou por um pa-

233
drão de sensibilidade a um grupo de bacte- preparação para a liberação dos zoósporos
riófagos específicos. e isso não ocorre; também se diz da protu-
Fagovar: ver phagovar. berância em forma de bico ou mamilo re-
sultante de uma tentativa abortada de
Faixa de aplicação: área de aplicação do germinação direta do esporângio. Isso
defensivo agrícola, cuja largura da faixa é pode ocorrer quando o meio de cultura só-
delimitada pelo comprimento da barra do lido ou aquoso onde o patógeno se encon-
equipamento utilizado. tra começa a exaurir-se.
Faixa de deposição: quantidade de prin- Falsificação: alteração intencional de de-
cípio ativo ou de gotas aplicadas por uni- fensivo agrícola ou de qualquer outro pro-
dade de área ao longo de uma faixa tratada duto pela mistura de outras, geralmente de
longitudinal e transversalmente. Quando a menor valor.
quantidade é uniforme, a faixa de deposi-
ção é contínua, e descontínua em caso Falso-negativo: ensaio em que o resultado
oposto. do teste é negativo, mas a amostra, na reali-
dade, é positiva para o teste em questão.
Faixa de deposição efetiva: faixa em que, Por exemplo, um teste de PCR para detec-
de qualquer ponto considerado, a quanti- ção da presença de um gene em uma planta
dade depositada do produto se enquadra
resulta negativo, mas a planta possui o refe-
dentro dos limites estabelecidos.
rido gene.
Faixa de tolerância: faixa de condições
Falso parasita: nome atribuído aos fun-
químicas e físicas que devem ser mantidas
gos saprófitas epi ou endobióticos.
para que populações de uma determinada
espécie permaneçam vivas, cresçam, de- Falso picnídio: estrutura estromática com
senvolvam-se e funcionem normalmente. células clamidosporoides em seu interior.
Faixa total de aplicação: largura de área Falso-positivo: ensaio em que o resultado
tratada que é atingida pelas partículas apli- do teste é positivo, mas a amostra, na reali-
cadas. dade, é negativa para o teste em questão.
Falcado: ver falciforme. Por exemplo, um teste de PCR para detec-
ção da presença de um gene em uma planta
Falciforme: em forma de foice. resulta positivo, mas a planta não possui o
Falha de controle: situação na qual o pro- referido gene.
dutor observa que, quando comparada a Falso tecido: pletênquima; agrupamento
safras anteriores, a eficiência do defensivo de hifas que constituem um conjunto de
agrícola foi alterada. Por exemplo, ele diz células mais ou menos individualizadas e
que houve “falha de controle” e passa a re- independentes, e podem, ou não, se apre-
clamar e buscar explicações para o fato. sentar diferenciadas morfologicamente,
Falsa membrana: pletênquima estéril de lembrando um tecido.
células que delimitam o soro. Falso tricógino: hifas que funcionam
Falsa papila: poder ser visualizada quando, como tricógino, mas formam união pseu-
no esporângio, há dilatação do ápice em dogâmica com uma hifa vegetativa.

234
Família: grupo de indivíduos diretamente Fase assexuada: ver estádio anamórfico.
relacionados por ascender de um anteces-
Fase basidial: ver estádio basidial.
sor comum. Grupo taxonômico abaixo de
uma ordem e acima de um gênero. Os no- Fase de declínio logarítmico: ver fase de
mes de famílias podem ser reconhecidos crescimento exponencial.
por seus sufixos: os nomes de famílias de Fase de dispersão: período durante o
animais terminam em -idae, e os nomes de qual ocorre a dispersão do inóculo para os
famílias de plantas geralmente terminam hospedeiros sadios que ficam ao redor da
em -aceae. Na classificação taxonômica dos planta atacada.
fungos, é o nome dado a um grupo de gê-
neros estreitamente relacionados. Os no- Fase de liberação: ver fase de dispersão.
mes das famílias podem ser reconhecidos Fase de ligação: posição relativa dos ale-
pelo sufixo aceae, como Pythiaceae e Pero- los em locos diferentes e ligados no mesmo
nosporaceae. cromossomo. Quando os alelos dominan-
FAO: sigla de Food and Agriculture Orga- tes estão no mesmo cromossomo, diz-se
nization. Agência das Nações Unidas para que os locos estão em fase de acoplamento
a Agricultura e Alimentos, que objetiva au- (cis); quando um alelo dominante está li-
xiliar países em desenvolvimento na pro- gado a um alelo recessivo do outro loco, os
dução de alimentos em quantidade e locos estão em fase de repulsão (trans).
qualidade. Fase de morte ou declínio: ver fases de
Farináceo: com aparência de farinha; com crescimento de bactérias.
a superfície coberta por uma fina poeira. Fase de penetração: período durante o
Fasciação: sintoma hiperplástico comu- qual ocorre a penetração do patógeno nos
mente caracterizado pela má-formação de tecidos do hospedeiro.
ramos, que se mostram alargados e achata- Fase de pós-invasão: período durante o
dos, lembrando várias ramificações fundi- qual ocorre o estabelecimento do patógeno
das. no interior dos tecidos do hospedeiro, se-
Fasciculado: hifas agrupadas em feixes. guido do seu desenvolvimento e reprodu-
ção.
Fascículo: feixe de hifas que se agrupam.
Fase de pré-penetração: período durante
Fase: (1) estado de uma doença em um o qual ocorre a deposição do inóculo, ger-
dado momento; (2) período; (3) ver está- minação até o início de penetração do pa-
dio. tógeno nos tecidos do hospedeiro.
Fase anamórfica: ver estádio anamórfico. Fase estacionária de crescimento: ver
Fase anamorfo-conidial: ver estádio ana- fases de crescimento de bactérias.
morfo-conidial. Fase explosiva da doença: período em
Fase anamorfo-picnidial: ver estádio que a doença causa expressiva perda na
anamorfo-picnidial. produção da cultura afetada.
Fase ascógena: ver estádio ascógeno. Fase imperfeita: ver estádio anamórfico.

235
Fase log: ver fase de crescimento expo- ciósporos, também dicarióticos; c) fase II
nencial. (fase uredinal) – após a infecção pelos ae-
Fase logarítmica ou fase exponencial ciósporos, são formados os uredínios, pro-
de crescimento: ver fases de crescimento dutores dos urediniósporos (ou
de bactérias. uredósporos), esporos dicarióticos e unice-
lulares; d) fase III (fase telial) – fase carac-
Fase micelial: ver fase vegetativa. terizada pela produção de télias e
Fase móvel: em cromatografia, é o carrea- teliósporos, ocorre geralmente quando as
dor líquido que move por meio do suporte condições se tornam desfavoráveis para o
para fazer a separação. fungo; e) fase IV (fase basidial) – conclusão
do ciclo do fungo com a produção de basi-
Fase perfeita: ver estádio teleomórfico.
diósporos, após a germinação dos telióspo-
Fase reprodutiva: etapa do ciclo de vida ros.
de um fungo caracterizada pela presença
Fases de crescimento de bactérias: o
de corpos frutíferos, com estruturas repro-
dutivas e dispersão de esporos. crescimento de bactérias em meio de cul-
tura segue uma curva que pode ser dividida
Fase residente: colonização epifitótica de em quatro fases: a) fase lag ou fase de latên-
plantas por fitopatógenos sem aparente cia ou de adaptação – o crescimento,
produção de doença. Entre os procariotas quando ocorre, não é balanceado, e esse é o
fitopatogênicos que não produzem espo- período em que a pequena população bac-
ros de resistência, a fase residente é impor- teriana procura adaptar-se ao novo meio,
tante para a sobrevivência do patógeno até produzir enzimas, etc.; b) fase logarítmica
surgirem condições favoráveis para a pato- ou fase exponencial de crescimento – a
gênese. multiplicação ocorre com velocidade má-
Fase sexual: ver estádio teleomórfico. xima e, teoricamente, a população dobra a
cada período de geração; c) fase estacioná-
Fase teleomórfica: ver estádio teleomór-
ria – período em que o número de células
fico.
viáveis permanece mais ou menos cons-
Fase vegetativa: etapa do ciclo de vida de tante. A multiplicação na qualidade não
um fungo caracterizada pela formação de cessa, mas o número de células novas con-
hifas que se agrupam e formam o micélio, trabalanceia o número de células que mor-
que se expande sobre o substrato. rem. A fase estacionária coincide com o
Fases das ferrugens macrocíclicas: são início de exaustão do meio em nutrientes e
cinco fases, nomeadas a seguir: a) fase 0 também de acúmulo de secreções tóxicas
(fase espermagonial) – formação de esper- no meio; d) fase de morte ou declínio – o
magônios na superfície do hospedeiro, os número de células viáveis decresce rapida-
quais produzem hifas receptivas e esper- mente, pois o número de células que mor-
mácias; b) fase I (fase aecial) – o micélio di- rem é bem maior que o de células que se
cariótico produzido a partir da fase 0, após dividem. Além da exaustão do meio em nu-
a colonização do hospedeiro, dá origem trientes, o acúmulo de substâncias tóxicas
aos aécios, nos quais são produzidos os ae- torna a multiplicação cada vez mais lenta.

236
Fases do ciclo de vida das fitobactérias: facultativos. Essas bactérias podem crescer
bactérias fitopatogênicas apresentam várias e se multiplicar na ausência do hospedeiro,
fases durante seu ciclo de vida, algumas de- têm capacidade de vida saprofítica e po-
las associadas à sobrevivência: a) fase resi- dem se multiplicar em matéria orgânica.
dente – bactérias nesta fase são No entanto, a fase saprofítica, em que o pa-
denominadas populações residentes, sendo tógeno se multiplica em material vegetal
capazes de se multiplicar na superfície de morto e em decomposição, apresenta pe-
plantas sadias (planta hospedeira ou não quena importância na sobrevivência
hospedeira) sem infectá-las, sendo fonte de (Michereff, 2017).
inóculo na ausência de doença. Nutrientes
disponíveis, nesse caso, seriam exsudatos Fasmídeos: estruturas inervadas, quimior-
do filoplano ou rizoplano; b) fase latente – receptoras e caudais, que se abrem em cada
as bactérias fitopatogênicas encontram-se um dos campos laterais, usualmente locali-
internamente posicionadas no tecido sus- zadas na parte posterior do corpo de vários
cetível, em baixas populações, tendo sua nematoides fitoparasitas.
multiplicação paralisada, e os sintomas não Fastidioso: que tem requerimentos nutri-
se evidenciam. Infecção latente constitui
cionais complexos; não facilmente culti-
um sério problema em relação à adoção de
vado.
medidas de controle, principalmente
quando consideradas a quarentena e a cer- Fastigiado: disposto em feixes paralelos,
tificação; c) fase patogênica – a fitobactéria, eretos e da mesma altura.
em estreita e ativa associação com o hospe-
Fatal: mortal; capaz de causar morte.
deiro, infectando e colonizando seus teci-
dos, está incitando os sintomas típicos da Fator abiótico: fator físico ou químico do
enfermidade; d) fase hipobiótica – embora ambiente que afeta a vida dos organismos,
não esporogênicas, algumas fitobactérias como temperatura, luz, pH, radiação solar
parecem possuir seus próprios mecanis- e solo.
mos que permitem sobreviver por longos
períodos em hipobiose. Células bacterianas Fator biótico: elemento vivo que afeta di-
nesse estado diferem estrutural e metaboli- reta ou indiretamente outros seres vivos,
camente de células normais, multiplicam-se como patógenos, pragas e plantas daninhas
ativamente. Em condições de hipobiose, a que influenciam o meio ambiente e outras
célula bacteriana parece ser formada gra- formas de vida.
dualmente com o envelhecimento de le- Fator de crescimento: elemento ou com-
sões, sendo provavelmente envolta e posto que é essencial para a nutrição saudá-
protegida por certos tipos de substâncias vel e o crescimento de um organismo ou
produzidas por ela, pela planta ou como cultura de células. Fatores de crescimento
consequência da interação bactéria-planta. incluem vitaminas, minerais, aminoácidos,
Nesse estado, a sobrevivência do patógeno
etc.
para a próxima estação de plantio é bas-
tante eficiente; e) fase saprofítica – a maio- Fator de eclosão: estímulo externo que
ria das bactérias fitopatogênicas não é atua sobre o ovo de nematoide para pro-
fastidiosa, comportando-se como parasitas mover a sua eclosão.

237
Fator de nocividade: fator de natureza Fator ecológico: fator que age direta-
abiótica, biótica, cultural ou econômica que mente sobre os seres vivos, limitando seu
pode influenciar (favorável ou desfavora- território, modificando suas taxas de repro-
velmente) o desenvolvimento, a multiplica- dução e, por vezes, fazendo aparecer, no
ção e a ação prejudicial de um patógeno seio de uma espécie, variedades que apre-
sobre uma cultura, ou a ação benéfica dos sentam exigências ecológicas diferenciadas.
inimigos naturais. Os fatores ecológicos podem ser climáti-
Fator de patogenicidade: fator produ- cos, edáficos, bióticos, hídricos, etc.
zido pelo gene de patogenicidade que é es- Fator extrínseco: fator (como a tempera-
sencial e está envolvido em todos os passos tura e a chuva) que não faz parte das intera-
cruciais para a indução e desenvolvimento ções da população de patógenos em estudo.
da doença.
Fator físico: condição ambiental que não
Fator de predisposição: qualquer fator envolve espécies vivas, por exemplo, preci-
que torne o organismo mais suscetível a pitação, tipo de solo, temperatura e luz.
uma doença ou altere o seu curso.
Fator intrínseco: fator interno à popula-
Fator de reconhecimento: molécula ou ção (genético, endocrinológico, patológico,
estrutura específica presente no hospe- entre outros) que, agindo como meca-
deiro (ou patógeno) que pode ser reconhe- nismo regulatório, leva a flutuações da po-
cida pelo patógeno (ou hospedeiro). pulação de patógenos em estudo.
Fator de reprodução: resultado da divisão Fator limitante: variável ou combinação
da população final do nematoide pela sua de variáveis ambientais ou desbalanço nu-
população inicial. tricional que inibe a taxa de crescimento de
Fator de resistência a fungicidas: razão um organismo, cultura ou população in-
entre a dose média letal (DL50) da linhagem teira.
resistente e a DL50 da linhagem sensível ou Fator mínimo: ver fator limitante.
razão entre a mínima concentração inibitó-
ria (MCI) da linhagem resistente e a MCI Fatores citoplasmáticos: interferências
da linhagem sensível. Ver dose média letal e que componentes do citoplasma, como or-
mínima concentração inibitória. ganelas, promovem na herança das caracte-
rísticas genéticas de seus descendentes.
Fator de risco: qualquer situação que au- Os estudos de fatores citoplasmáticos em
mente a probabilidade de ocorrência de fungos são escassos. Em Ustilago maydis, há
uma doença. trabalhos mostrando a ocorrência de fato-
Fator de transcrição: proteína que regula res citoplasmáticos controlando a compati-
a ativação da transcrição no núcleo das cé- bilidade entre esporídias desse fungo.
lulas eucarióticas. Fatores climáticos: condições físicas ou
Fator de virulência: fator codificado por geográficas que condicionam o clima, inte-
gene de virulência que é útil, mas não es- ragindo nas condições atmosféricas, tais
sencial para indução e desenvolvimento de como a pressão atmosférica, a latitude, a al-
doença. titude, as massas de ar, as correntes maríti-

238
mas, a distribuição das terras e mares, a dores de cisto, que se abre para liberar os
topografia e a cobertura vegetal. juvenis que eclodem do interior dela.
Fatores de aumento: fórmulas para cal- Fenestra anal: abertura resultante da dis-
cular o aumento de uma população de ne- solução da cutícula fina e transparente da
matoides que formam cistos. São elas: região circular do ânus. Refere-se a nema-
a) fator de aumento x1: total de cistos de toides formadores de cistos do gênero
nematoides obtido no final da estação di- Punctodera.
vidido pelo número original de cistos;
Fenestrado: com pequenas perfurações,
b) fator de aumento x2: número de cistos
de nematoides novos produzido no final janelas ou abertura; diz-se dos esporos mu-
da estação e dividido pelo número original riformes.
de ovos; c) fator de aumento x3: número Fenético: relativo à aparência, ao fenótipo.
de ovos novos de nematoides produzido Classificação fenética é aquela que se baseia
no final da estação e dividido pelo número apenas em características morfológicas,
original de cistos. agrupando indivíduos pela sua semelhança,
Fecundação: (1) união de dois gametas ou sem atentar muito para a ancestralidade.
núcleos gaméticos com formação de um Fenilalanina amônia liase: enzima-chave
zigoto; (2) fertilização de óvulos pelos es- para o metabolismo fenilpropanoide res-
permatozoides. ponsável pela biossíntese de compostos fe-
Fecundação cruzada: fecundação pela nólicos. Catalisa a desaminação da
união de gametas oriundos de indivíduos L-fenilalanina com produção de ácidos
que não se autofecundam. transcinâmicos, os quais são precursores
para uma grande variedade de compostos
Fecundidade: número de propágulos
fenólicos, como ácidos cumárico, cafeico,
produzidos por um organismo.
ferrúlico e clorogênico, pigmentos antocia-
Felose: desenvolvimento excessivo de cor- ninas, lignina, etc. É uma etapa reguladora
tiça ou súber. importante entre os metabolismos primá-
Feltro: ver camurça. rio e secundário, e o aumento da sua ativi-
dade é um indicativo de condições de
Feltroso: diz-se do crescimento micelial estresse nos tecidos vegetais pela ação de
aéreo de fungos que têm aspecto morfo- agentes bióticos ou abióticos. É mais ele-
lógico semelhante a feltro. Um exemplo é vada em cultivares resistentes ao ataque de
o crescimento de micélio espesso de patógenos, bem como naquelas com maior
coloração marrom a negra dos fungos grau de escurecimento dos tecidos.
Septobasidium spp. na superfície de folhas,
ramos e frutos de citros. Fenograma: representação gráfica de rela-
ções de similaridade global, na qual os es-
Fendilhamento: separação no sentido do pécimes testados são agrupados em função
comprimento. do número de características que eles
Fenestra: fina área membranosa em torno, têm em comum. Não representa a filogenia
ou ao lado, da vulva de nematoides forma- verdadeira das espécies.

239
Fenóis: grupo de hidrocarbonetos alcoóli- tipo; (3) grupo de indivíduos com
cos aromáticos que são derivados do ben- aparências semelhantes, porém não neces-
zeno e têm um grupo de hidroxila (OH-) sariamente com idênticos genótipos.
ligado diretamente ao anel benzeno. Os fe- Fentograma: unidade de peso, correspon-
nóis podem ser usados como desinfetantes. dente a 10-15 gramas.
Fenolftaleína: corante usado como um in- Feodicto: esporo muriforme, de coloração
dicador ácido-base. É incolor em pH infe- escura; esporo com septos transversais e
rior a 8 e vermelho acima de 9,6. É usado longitudinais, de coloração escura.
em titulações envolvendo ácidos fracos e
bases fortes. Feodídimo: esporo bicelular, de coloração
escura; didimósporo de coloração escura.
Fenólico: composto que contém um ou
mais anéis fenólicos. Feósporo: esporo escuro.
Fenologia: parte da botânica que estuda Ferimento: dano físico ao tecido vegetal
os estádios de desenvolvimento das plan- com ruptura das células, em razão de cor-
tas. O conhecimento dos estádios fenológi- tes, rachaduras ou abrasões, ataque de inse-
cos do hospedeiro permite a obtenção de tos, pássaros ou microrganismos, chuva de
diversos dados de interesse epidemioló- granizo e ferramentas. Causa elevação
gico, como o número aproximado de fo- acentuada na respiração e na produção de
lhas por planta, a época de troca e renovação etileno, é porta de penetração de patóge-
de folhas, a época de florescimento, o nos. Reduz a qualidade dos produtos,
tempo de desenvolvimento e a maturação sendo uma das principais causas de perda
dos frutos, etc. A escolha do estádio feno- pós-colheita.
lógico da planta ou a idade do órgão a ser Fermentação: (1) oxidação de substâncias
inoculado pode determinar o sucesso da orgânicas na ausência de oxigênio molecu-
inoculação. lar; (2) processo em que células ou outros
Fenômica: ciência que pretende integrar microrganismos são cultivados em um
as informações provenientes de todas as contêiner (biorreator ou fermentador), em
ciências ômicas numa visão holística do or- meio líquido ou sólido, por um processo
ganismo. Ver ciências ômicas. comercial ou experimental. O termo ini-
cialmente era aplicado somente para cultu-
Fenotipagem: determinação do fenótipo ras anaeróbicas, mas, agora, frequentemente
de um indivíduo para uma ou mais caracte- é usado para todas as culturas e células pro-
rísticas. Pode ser realizada submetendo o duzidas em recipientes.
organismo a condições experimentais es-
Feromônio: substância, geralmente volá-
pecificamente criadas para a avaliação do
til, mediadora de uma interação entre orga-
fenótipo.
nismos da mesma espécie (ação
Fenótipo: (1) aparência visual de um indi- intraespecífica), produzindo uma resposta
víduo, resultante da interação entre os ca- comportamental ou fisiológica adaptativa-
racteres genotípicos e o meio ambiente; mente favorável ao receptor, ao emissor ou
(2) aparência de um indivíduo sem referên- a ambos os organismos da interação.
cia à sua composição genética ou ao genó- Os principais feromônios são: feromônio

240
de agregação, feromônio de alarme, fero- Fertiprotetor: produto que, além de for-
mônio marcador de trilha e feromônio se- necer nutrientes às plantas, contribui para o
xual. controle de fitoparasitas (pragas e patóge-
nos), como as caldas bordalesa, sulfocálcica
Ferrugem: nome comum de um grupo de
e viçosa.
doenças caracterizadas por pústulas de as-
pecto ferruginoso sobre o limbo foliar, Fétido: de odor repulsivo; que exala cheiro
casca de frutos e ramos tenros, causada por desagradável.
fungos da ordem Uredinales. Fiálide: ver célula conidiogênica fialídica.
Ferrugem autoécia: ferrugem cujo ciclo Fialoconídio: conídio formado em suces-
vital ocorre em apenas um hospedeiro. são em uma estrutura especial denominada
Ferrugem-branca: doença causada por fiálide. Os conídios frequentemente ade-
Albugo candida em crucíferas, cujos sinto- rem-se formando longas cadeias, ou po-
mas iniciais são manchas amareladas nas dem permanecer isolados ou aderir em
folhas e caule; na face inferior das folhas, a grupos irregulares.
epiderme é rompida, expondo pústulas Fialósporo: ver fialoconídio.
brancas de aspecto pulverulento.
Fibras musculares marginais: fibras
Ferrugem de ciclo curto: ver ferrugem musculares que se estendem do esôfago
microcíclica. aos ápices do lúmen trirradiado e possuem
função suspensória e esquelética em nema-
Ferrugem de ciclo longo: ver ferrugem
toides.
macrocíclica.
Fíbula: ver ansa.
Ferrugem heteroécia: ferrugem cujo ci-
clo vital ocorre em dois hospedeiros. Ficologia: parte da botânica que estuda as
algas; também algologia.
Ferrugem macrocíclica: ferrugem na
qual o fungo produz, além de teliósporos e Fidelidade genética: geneticamente idên-
basidiósporos, espermácia (também co- ticos.
nhecida como picniósporos), aeciósporos, Filacorioide: que tem o estroma fundido
e uredósporos. com a epiderme, como Phyllachora.
Ferrugem microcíclica: ferrugem na Filamento: apêndice fino, extenso e uni-
qual o fungo produz apenas teliósporos e formemente espesso em toda extensão.
basidiósporos.
Filamento complementar: molécula de
Ferruginoso: descrição de uma aparência ácido nucleico de filamento duplo comple-
de superfície enferrujada. mentar, numa sequência de bases de um fi-
lamento simples a partir do qual foi
Fértil: capaz de reproduzir-se; que produz
transcrito.
esporos.
Filamentoso: semelhante à linha, for-
Fertilização: ver fecundação.
mado por fios. O termo “fungo filamen-
Fertilizante: ver adubo. toso” descreve fungos que apresentam

241
hifas tubulares, estreitas e alongadas, geral- a origem das pragas; essa questão muito re-
mente muito ramificadas. corrente quando uma espécie quarentená-
Filiforme: com formato de fio longo e ria é introduzida.
delgado. Filoplano: área sobre a superfície das fo-
Filo: uma das mais elevadas categorias da lhas; micro-habitat sobre a superfície das
classificação dos seres terrestres, estando folhas.
compreendido entre reino e classe; nema- Filosfera: área sob influência da superfície
toides, por exemplo, pertencem ao filo das folhas; micro-habitat em torno da su-
Nematoda. perfície das folhas.
Filódio: transformação das pétalas das flo- Fitogeografia: ramo da ecologia que se
res em estruturas semelhantes a folhas, ocupa do estudo da distribuição e das rela-
causada por alguns patógenos, como mico- ções entre os vegetais e o ambiente.
plasmas.
Filotipo: táxon infraespecífico, equivalente
Filogenético: classificação de organismos à subespécie, proposto por Fegan e Prior
de acordo com sua sequência evolucioná- (2005), para organizar a diversidade obser-
ria, refletindo relações genéticas. vada em isolados de Ralstonia solanacearum.
Filogenia: estrutura básica necessária para Os dados utilizados para definir diferentes
pensar claramente sobre diferenças entre filotipos dessa espécie baseiam-se na ocor-
espécies e analisar estatisticamente as dife- rência de variações na sequência da região
renças (Felsenstein, 2003). espaçadora (ITS) entre os DNAs ribosso-
Filogenia molecular: uso da estrutura das mais 16S e 23S, que são evidenciadas pela
moléculas para determinar as relações evo- utilização de primers específicos. Cada filo-
lucionárias entre os organismos; sistemá- tipo é caracterizado por um padrão de am-
tica molecular ou taxonomia molecular. plificação (padrão de bandas) composto
A filogenia molecular utiliza as diferenças por amplicons com números diferentes de
na composição das sequências de DNA e nucleotídeos, combinados ou não. Os filo-
nas taxas de mudança nessas sequências, e tipos estão fortemente relacionados à ori-
também as proteínas para reconstruir a his- gem geográfica dos diferentes isolados.
tória evolutiva de genes e organismos. Filtração: em geral, é a separação de partí-
Os resultados de uma análise de filogenia culas sólidas insolúveis ou em excesso de
molecular são apresentados em uma árvore um líquido, fazendo passar a mistura por
filogenética. As diferenças entre sequências uma superfície porosa que retenha as partí-
de DNA e proteínas também são utilizadas culas sólidas.
para avaliar a divergência entre espécies e
populações sem interferir sobre as relações Filtração em gel: método de purificação,
evolutivas entre eles. baseado em diferenças de tamanho, em
que moléculas de DNA ou proteína pas-
Filogeografia: estuda os sinais genéticos
sam por uma coluna de cromatografia.
geograficamente estruturados dentre e en-
tre espécies baseados em sequenciamento Filtrado: termo que se aplica em geral à
de DNA para tentar compreender melhor substância obtida do processo de filtração.

242
Filtrados tóxicos: filtrados obtidos de Fimbriado: que tem bordos recortados,
certas culturas de microrganismos, que em forma de pequenas franjas.
contêm substâncias que inativam ou ma- Fímbrias: estruturas presentes em bacté-
tam outros microrganismos. rias, semelhantes aos flagelos; porém, sem
Filtragem: processo de fazer um líquido função motora.
fluir através de um filtro. Separa fisica- Fingerprinting: padrões de polimorfis-
mente microrganismos, células e fragmen- mos de fragmentos do DNA ou proteínas
tos orgânicos, porém não o faz com os que podem ser utilizados para distinguir in-
vírus e produtos metabólicos. divíduos que são portadores de padrões es-
Filtro: utensílio de várias naturezas, como pecíficos ou espécies diferentes de
papelão, cartão, porcelana, amianto, carvão moléculas. A comprovação da herança des-
e areia, através do qual se passa água ou ses padrões é útil para a certificação da par-
qualquer líquido para sua clarificação ou ticipação de progenitores na geração de
esterilização. descendentes.
Filtro bacteriano: tipo especial de filtro Fingerprinting genético: conjunto de
no qual não passam bactérias. métodos para distinguir indivíduos da
mesma espécie com base na análise de seu
Filtro de ar particulado de alta eficiên- DNA. Os métodos de fingerprinting são:
cia: ver filtro Hepa. RAPD, AFLP, SSR, entre outros.
Filtro de membrana: filtro feito com ma- Firmeza: característica da textura, corres-
teriais poliméricos, como celulose, polieti- ponde ao grau de resistência dos tecidos
leno e tetrafluoroetileno. vegetais à compressão. É relacionada com
Filtro Hepa (high efficiency particulate a composição e o grau de solubilização das
air): filtro de microfibra de papel, utilizado, pectinas das paredes celulares e da lamela
em geral, em capelas de fluxo laminar e em média. O teor de cálcio ligado às pectinas
cabines de segurança, que apresenta tem papel importante na manutenção de
99,99% de eficiência para partículas maio- firmeza da polpa das frutas, a qual decresce
res que 0,3 µ. As fibras do filtro Hepa for- com o avanço da maturação. A firmeza da
mam uma trama tridimensional que remove polpa é considerada como um dos princi-
partículas do ar; essas partículas atravessam pais atributos de qualidade e, em conjunto
a trama por meio de inércia, interceptação com outros parâmetros, é utilizada para a
e difusão. avaliação da vida útil dos produtos hortíco-
las e pode estar relacionada com a maior ou
Filtro milipore: filtro sintético com o for- menor velocidade de decomposição.
mato de um disco que possui orifícios de
diâmetro específico em toda superfície. Fiscal: ver inspetor.
O tamanho dos poros disponíveis varia en- Fiscal federal agropecuário: funcionário
tre 0,005 µ e 8 µ. Os discos são usados para de uma organização nacional de proteção
remover microrganismos de meio de cul- fitossanitária que foi devidamente autori-
tura líquido, que não pode ser esterilizado zado por ela para emitir certificados fitos-
por autoclavagem. sanitários e que possui capacitação,

243
experiência e treinamento requeridos para zida pela planta como resposta a estimu-
essas funções. lante abiótico. As fitoalexinas são
constituídas por um grupo heterogêneo de
Fiscalização: ação direta dos órgãos do
substâncias derivadas de compostos fenóli-
poder público federal, estadual ou munici-
cos, terpenoides, isoflavonoides, etc.
pal, com poder de polícia na verificação do
(Plank, 1975; Romeiro, 1982).
cumprimento da legislação específica.
Fisiopatologia vegetal: estudo da fisiolo- Fitoantecipina: termo proposto por Va-
gia e da bioquímica das interações entre pa- nEtten et al. (1994) para os compostos an-
tógeno e sua planta hospedeira, no intuito timicrobianos presentes nas células da
de esclarecer de que forma o patógeno planta antes da infecção, com a finalidade
ataca a planta e causa sintomas, durante as de distinguir esses compostos antimicro-
etapas de infecção e colonização, e como a bianos pré-formados das fitoalexinas, as
planta se defende. quais são sintetizadas de precursores remo-
tos em resposta ao ataque de patógenos ou
Fisiótipo: população de um patógeno outros estresses.
cujos indivíduos têm uma característica fi-
siológica específica (mas não patogenici- Fitoativador: produto que atua no fortale-
dade) em comum. cimento e no desenvolvimento para ativar
a fisiologia e tornar a planta mais resistente.
Fissão: divisão; multiplicação das células
por divisão simples. Fitobactéria: bactéria que causa doença
em plantas.
Fissão binária: forma de reprodução as-
sexuada das bactérias e de alguns fungos, Fitobacteriologia: ver bacteriologia vege-
como os fermentos e as leveduras, em que tal.
uma célula somática sofre estrangulamento Fitobacteriologista: bacteriologista que
originando duas células-filha. estuda doenças de plantas causadas por
Fissitunicado: ver asco fissitunicado. bactérias.

Fissuras: fendas longitudinais e estreitas Fitobacteriose: referente a doença de


que se formam na casca do caule de algu- planta causada por bactéria.
mas plantas arbóreas. Fitobionte: parceiro da planta em uma
Fitness: na fitopatologia, refere-se à capa- simbiose mutualística, por exemplo, um
cidade de um organismo sobreviver e se re- fungo micorrízico.
produzir. Fitocida: qualquer agente letal para plan-
Fitoalexina: composto químico produ- tas.
zido em planta superior em resposta a estí- Fitodegradação: uso de plantas para ab-
mulos químico, físico ou biológico que sorver e converter os xenobióticos ou
inibe o crescimento de certos microrganis- compostos orgânicos nos tecidos.
mos. Potente fungicida ou antibiótico com
Fitodoença: ver doença.
atividade antimicrobiana e, no caso de as-
sociação incompatível, é produzida em Fitoestabilização: uso de plantas para re-
maior quantidade. Pode, ainda, ser produ- duzir a biodisponibilidade de xenobióticos,

244
por sequestro, lignificação ou humificação Fitopatometria: quantificação de doenças
no solo. de plantas.
Fitoextração: uso de plantas para remover Fitoplasma: organismo procarionte, cujas
xenobióticos ou outros compostos orgâni- propriedades morfológicas e ultraestrutu-
cos do solo, acumulando-os nos diferentes rais compreendem formas arredondadas,
tecidos. filamentosas e pleomórficas; apresenta ta-
manho reduzido (de 100 nm a 1.000 nm),
Fitófago: que se alimenta de plantas. pertence à secção Eubacteria e é membro
Fito-hormônio: substância reguladora do da classe Mollicutes. É desprovido de pa-
crescimento das plantas; auxinas. rede celular (característica que determina
sensibilidade à tetraciclina), contribui ao
Fitomicologia: ver micologia vegetal. polimorfismo e permite que esses organis-
Fitomicologista: micologista que estuda mos habitantes do floema se deformem
doenças de plantas causadas por fungos. para transpor os poros das placas crivadas
do floema, colonizando-o. Foi denomi-
Fitomoléstia: ver doença de plantas. nado anteriormente como organismo do
Fitonematoide: nematoide que causa tipo micoplasma, MLO. Ver MLO.
doença em plantas. Fitoprotetor: agente de natureza química
Fitonematologia: ver nematologia vege- ou biológica que reduz a fitotoxicidade de
tal. outro produto.
Fitonematologista: nematologista que es- Fitorremediação: capacidade das plantas
tuda doenças de plantas causadas por ne- de absorver, acumular e metabolizar, direta
matoides. ou indiretamente, xenobióticos presentes
em solos contaminados, com o objetivo de
Fitonose: infecção transmissível ao ho- reduzir as concentrações de contaminan-
mem, cujo agente tem vegetais como reser- tes, estabilizar metais pesados e diminuir a
vatório. volatilização de chumbo e outros metais na
Fitoparasita: ver fitopatógeno. atmosfera.

Fitopatogênico: capaz de causar doença Fitossanidade: refere-se ao estado de


em plantas. saúde das espécies vegetais, ou seja, se a
planta se encontra em pleno desenvolvi-
Fitopatógeno: patógeno causador de mento ou se apresenta desvios no seu as-
doença em plantas. pecto, ocasionados por patógeno, pragas,
Fitopatologia: ciência que estuda as doen- competição com plantas daninhas ou por
ças das plantas em todos os seus aspectos, fatores abióticos, como deficiência nutri-
desde a diagnose e sintomatologia, pas- cional e ação de intempéries (vento forte,
excesso ou baixa umidade no solo, tempo-
sando pela etiologia e epidemiologia, até o
ral, temperaturas extremas etc.). A fitossa-
controle.
nidade engloba conhecimentos e técnicas
Fitopatologista: especialista em doenças de várias ciências, entre as quais se desta-
de plantas. cam a fitopatologia e a entomologia, pas-

245
sando a se constituir numa especialidade Fitotoxina: substância de baixo peso mo-
própria, muitas vezes interligada à fitopato- lecular, frequentemente peptídios, produ-
logia, mas com o qual não pode e não deve zida por fitopatógenos durante o processo
ser confundida. de patogênese, com ação deletéria para a
Fitossanitário: produto e método usados planta.
para controlar patógenos e pragas de plan- Fitotoxina não seletiva: fitotoxina tóxica
tas e para melhorar a produtividade e a a várias espécies de plantas, independente-
qualidade da agricultura sustentável. mente de elas serem ou não hospedeiras do
Fitossanitarista: profissional que inspe- microrganismo toxicogênico.
ciona plantas com relação a patógenos e Fitotoxina seletiva: fitotoxina tóxica em
pragas prejudiciais à produção agrícola e ao concentrações fisiológicas somente às es-
meio ambiente. pécies de plantas ou cultivares que servem
Fitoterapia: tratamento efetuado com como hospedeiras do microrganismo pro-
plantas ou substâncias vegetais. dutor da toxina.
Fitoterápico: substância obtida a partir de Fitotron: câmara com dispositivos para
derivados vegetais que apresenta ação tó- controle do ambiente interno, usada para
xica contra microrganismos patogênicos. estudar as respostas de um organismo a
Fitotoxemia: ação toxicogênica de subs- uma condição ambiental específica.
tâncias da saliva do inseto, quando injeta- Fitovirologia: ver virologia vegetal.
das nos tecidos da planta. O inseto, ao
introduzir seu aparato bucal nos tecidos, Fitovirologista: virologista que estuda
pode injetar substâncias, como aminoáci- doenças de plantas causadas por vírus.
dos, enzimas, hormônios, etc., que podem Fitovirose: doença de planta causada por
produzir efeito deletério sobre a planta, vírus.
tornando-as então substâncias tóxicas,
translocáveis ou não, a curta ou longa dis- Fitovírus: vírus que causa doença em
tância. plantas.

Fitotoxicidade: fenômeno associado a al- Fixação: processo inicial efetuado com


terações observadas no desenvolvimento fragmentos de órgãos doentes para o es-
das plantas em decorrência de efeitos tóxi- tudo histológico, com auxílio do microscó-
cos produzidos por defensivos agrícolas e pio. Colocam-se os fragmentos em etanol e
outros produtos químicos. Uma vez insta- ácido acético para preservar a morfologia e
lada, a fitotoxicidade pode resultar em a composição dos tecidos. Após esse pro-
perda de produtividade e até mesmo na cesso, os fragmentos serão submetidos à
morte das plantas. desidratação.
Fitotóxico: relativo à propriedade de ma- Fixação complementar: teste sensitivo
tar ou injuriar as plantas, promovendo clo- para reações antígeno-anticorpo, que de-
rose, necrose, distorção, queima, pende da ligação do complemento pelo
retardamento de crescimento e até a morte. complexo antígeno-anticorpo.

246
Fixação de nitrogênio: conversão do ni- sultando no murchamento e enrugamento
trogênio atmosférico em formas aproveitá- dos tecidos.
veis pelos vegetais, por meio de relâmpagos,
Flácido: de consistência macia e flexível;
bactérias e cianobactérias; parte do ciclo do
mole.
nitrogênio. O processo de assimilação do
nitrogênio atmosférico por espécies de Flagelado: provido de um ou mais flage-
bactérias pertencentes ao gênero Rhizobium los.
ocorre mediante associações mutualísticas
Flagelisporo: esporo flagelado.
destas com o sistema radicular das legumi-
nosas. Vale ressaltar que as associações Flagelo: estrutura fibrilar, em forma de
bactéria-leguminosa são específicas. pelo, móvel e alongada, que funciona como
um órgão de locomoção. Em geral, há um
Fixador: substância usada para fixação de
ou dois por célula, semelhante a um chi-
espécimes, como formol, ácido acético,
cote ou escova, presente em bactérias,
etanol e glutaraldeído, a qual tem a proprie-
zoósporos e protozoários.
dade de coagular as proteínas do material,
preservando o aspecto geral da célula e das Flagelo polar: flagelo presente em uma ou
estruturas celulares. ambas as extremidades celulares.
Fixador Golden 1X: solução fixadora das Flambado: submetido a uma chama para
estruturas de nematoides, preparada com a desinfestar.
mistura de formalina (40% de formal-
Flambagem: ato de esterilizar utensílios
deído), em 8 partes, glicerina, em 2 partes,
metálicos, como agulhas, estiletes e alça de
e água, em 90 partes.
platina, ou de vidro, mergulhando-os pri-
Fixador Golden 2X: solução fixadora das meiramente em álcool e depois expondo à
estruturas de nematoides, preparada com a chama, durante o isolamento e repicagem
mistura de formalina (40% de formal- de microrganismos.
deído), em 16 partes, glicerina, em 4 partes,
e água, em 80 partes. Flambar: esterilizar por queima para re-
mover micróbios. Prática comum no isola-
Fixar: preservar um espécime, como os mento de fitopatógenos e em cultura de
nematoides e tecidos de plantas, montado tecidos, em que os instrumentos são imer-
permanentemente sos em álcool e levados à chama, esterili-
Flabela: pelos marginais que se dispõem à zando a superfície.
maneira de leque. Flange: bulbo ou engrossamento na base
Flabelado: ver flabeliforme. da extensão do odontoestilete, em nema-
toides dos gêneros Xiphinema e Xiphidorus.
Flabeliforme: em forma de leque.
Flavescente: que se torna amarelado, cor
Flacidez: consequência da perda da tur-
de ouro, flavo, louro, amarelo.
gescência celular dos tecidos vegetais, cau-
sada pela perda de água do vacúolo, de Flecks: lesões diminutas, de até 3 mm de
modo que o citoplasma não sofra mais a diâmetro, com halo amarelo, características
pressão exercida pelas paredes celulares, re- de reação de resistência do hospedeiro e tí-

247
picas de resistência vertical ou de reações malmente usada para bactérias, fungos, li-
de hipersensibilidade. quens e outros organismos.
Fleódico: com aspecto de cortiça. Floração: desabrochamento dos botões
florais.
Flexi-hifa: hifa haploide, ramificada ou
não, que surge do pícnio de Uredinales e Flotação centrífuga em solução de sa-
que se une a um picniósporo compatível; carose: ver flutuação centrífuga em solu-
hifa receptora. ção de sacarose.
Flexuoso: diz-se da estrutura fúngica que Floxina B: substância, cuja fórmula empí-
apresenta aspecto tortuoso ou sinuoso. rica é C20H2Br4Cl4Na2, de coloração verme-
lha, usada como corante de massa de ovos
Flocoso: semelhante a tufos de algodão. de nematoides.
Floculação: união, em flocos, de partícu- Flowable: formulação de defensivo agrí-
las sólidas coloidais suspensas num líquido cola, constituída de um pó molhável com
em partículas maiores, fazendo precipitar partículas muito finas, comercializada na
de modo que os sólidos possam ser remo- forma líquida como uma suspensão grossa.
vidos do líquido.
Fluido pseudocelômico: líquido que
Floculante: agente químico que causa preenche o pseudoceloma dos nematoides.
agregação de partículas pequenas. O sul-
fato de alumínio é um floculante muito Fluoresceína: corante fluorescente que
usado. emite fluorescência verde quando ilumi-
nado com luz azul ou ultravioleta, utilizada
Floculento: cultura líquida que tem mas- para marcar anticorpos pela técnica de
sas pequenas de microrganismos ou de ou- fluorescência.
tros materiais completamente unidos.
Fluorescência: produção de luz por de-
Floculoso: ver flocoso. terminadas substâncias quando expostas a
Floema: tecido condutor da seiva elabo- irradiação. Ácido nucleico absorve a matiz
rada nas plantas vasculares, constituído, ba- fluorescente, acridina laranja (acridine
sicamente, de tubos crivados, células orange), cuja matiz é usada e um microscó-
parenquimáticas, fibras e esclereídeos. pio de luz adaptado para técnicas fluores-
centes para determinar a posição e o tipo
Flor: conjunto das estruturas reprodutivas de ácido nucleico nos tecidos, preparações
(androceu e gineceu) das plantas superio- de vírus e precipitados específicos. Ácidos
res, que se encontra envolvido por estrutu- nucleicos de filamento duplo, tratados com
ras protetoras, ditas perianto, formadas por acridina laranja, fluorescem cor verde-ama-
cálice e corola. Quando estes não são dis- relo-palha, e ácidos nucleicos de filamento
tinguíveis, são designados perigônio. simples fluorescem vermelho-vivo.
Flora: (1) plantas de uma dada área geo- Fluoreto de hidrogênio (HF): poluente
gráfica, habitat ou região; (2) descrição, ca- atmosférico que afeta as margens de lim-
tálogo ou lista de todos ou alguns grupos bos foliares de dicotiledôneas e ápices de
de plantas em uma região particular; for- limbos de monocotiledôneas. Essas mar-

248
gens e ápices se tornam de pardacentas a Fluxo laminar: fluxo de uma massa contí-
marrom-escuras, morrem e podem cair, nua de ar ultrafiltrado (através de um filtro
destacando-se do restante do limbo. Hepa), livre de partículas e contaminantes,
que se move com velocidade baixa e cons-
Fluorocromo: composto químico que ab-
tante no sentido unidirecional e aerodinâ-
sorve luz e a reemite com fluorescência.
mico, ao longo de linhas paralelas, sem
Flutuação centrífuga em solução de sa- criar turbulência. Esse fluxo de ar toma a
carose: técnica de extração de nematoides forma dos objetos ou pessoas que encon-
de solo, em que a suspensão aquosa resul- tra no trajeto, envolvendo-as em uma at-
tante do peneiramento (ver Peneiramento) mosfera estéril e carregando, ao mesmo
é submetida à centrifugação em solução de tempo, as contaminações geradas dentro
sacarose. O material peneirado, contendo da área de trabalho. O fluxo pode ser hori-
impurezas, é centrifugado a 3.000 rpm por zontal ou vertical.
4 a 5 minutos, recolhendo-se o precipitado. Fn: enésima geração proveniente da autofe-
Este é ressuspendido em solução de saca- cundação de indivíduos da geração Fn-1.
rose (600 g em 1.000 mL de água) e centri-
fugado a 1.500 rpm por 1 minuto. Focalização isoelétrica: método de sepa-
O sobrenadante é vertido e lavado em pe- ração de proteínas baseado no ponto
neira de 400 mesh ou 500 mesh, de onde são isoelétrico.
recuperados os nematoides. Na centrifuga- Foco: (1) local de concentração de plantas
ção, se forma um gradiente de sacarose, no doentes ou de lesões da doença; (2) local
qual são distribuídos os nematoides de onde são encontrados esporos ou qualquer
acordo com o seu peso específico. propágulo de patógenos capaz de produzir
Fluxo bacteriano: ver pus bacteriano. doença; (3) na defesa fitossanitária, popula-
ção de praga recentemente detectada, in-
Fluxo gênico: refere-se aos mecanismos cluindo uma incursão ou um súbito
que resultam no movimento de genes den- aumento significativo de uma população
tro de uma população e de uma população de praga estabelecida em uma área; (4) em
para outra, incluindo a migração, o movi- ótica, ponto de convergência de raios lumi-
mento de gametas, a extinção de popula- nosos refletidos ou refratados.
ções inteiras seguida de recolonização e o
movimento de segmentos extranucleares Foco de infecção: ver fonte de infecção.
de DNA, como DNA mitocondrial, plas- Foco de inóculo: ver fonte de inóculo.
mídeos e vírus.
Foco erradicado: na defesa fitossanitária,
Fluxo gênico horizontal: troca de infor- situação caracterizada quando, depois da
mação genética que ocorre entre indiví- detecção da praga e da aplicação das medi-
duos diferentes, distantes geneticamente. das de controle, nenhuma detecção adicio-
Fluxo gênico vertical: troca de informa- nal ocorrer por três ciclos de vida da praga.
ção genética que ocorre entre indivíduos da Fogo-selvagem: doença da ornamental
mesma espécie, produzindo descendentes poinsétia e do feijoeiro, causada por
férteis e viáveis. Pseudomonas syringae pv. tabaci.

249
Folha: expansão lateral e laminar do caule, estado típico; aplica-se, também, a uma de-
de simetria bilateral e crescimento limitado, terminada fase do ciclo vital representativo
constituindo-se num órgão vegetativo com de uma espécie.
importantes funções metabólicas, como
Forma anamórfica: ver estádio anamór-
fotossíntese, respiração, transpiração, con-
fico.
dução e distribuição de seiva.
Forma anamorfo-conidial: ver estádio
Foliáceo: com aspecto ou com textura de anamorfo-conidial.
uma folha; chato e delgado.
Forma anamorfo-picnidial: ver estádio
Fonte de infecção: local de origem de anamorfo-picnidial.
inóculo causador de infecções primárias ou
secundárias nas plantas. Forma ascógena: ver estádio ascógeno.
Fonte de inóculo: local onde são produzi- Forma assexuada: ver estádio anamór-
das as unidades reprodutivas ou propágu- fico.
los de fitopatógenos. Forma assimétrica: que não se acha dis-
Fonte de resistência: acesso dentro do tribuída em volta de um centro ou eixo.
germoplasma de uma espécie, em que o Forma basidial: ver estádio basidial.
melhorista encontrará os genes de resistên-
cia para o seu programa de melhoramento. Forma conidial: diz-se de fungos que se
Tradicionalmente os melhoristas assumem multiplicam por conídios e não apresentam
que é impossível melhorar a resistência a reprodução sexuada.
um patógeno ou praga sem antes descobrir Forma ecídica: refere-se aos Uredinales
uma boa fonte de resistência. que produzem ecídios não relacionados
Fonte primária: local onde o agente infec- com qualquer estádio teleomórfico.
cioso vive, se multiplica e de onde é disse- Forma imperfeita: ver estádio anamór-
minado. fico.
Fonte secundária: local onde o agente in- Forma morfológica: ver morfotipo.
feccioso apenas se abriga e de onde é disse-
minado. Forma perfeita: ver estádio teleomórfico.

Footprinting: técnica usada na identifica- Forma sexual: ver estádio teleomórfico.


ção de sítios, na molécula de DNA, aos Forma specialis (f. sp.): biótipo ou um
quais se liga uma proteína; essa técnica é grupo de biótipos de uma espécie de pa-
baseada na proteção desses sítios contra tógeno que difere dos demais por infectar
nucleases. especificamente determinados gêneros ou
espécies de plantas hospedeiras, como
Forma: diz-se do conjunto de indivíduos
Fusarium oxysporum f. sp. cubense, que afeta
de uma espécie que, por causa de condi-
a bananeira, e o F. oxyporum f. sp. lycopersi,
ções ambientais diferentes, se apresentam
que afeta o tomateiro.
bem diferenciados dos demais indivíduos
da mesma espécie, mas que, em cultura ou Forma teleomórfica: ver estádio teleo-
em condições normais, podem passar ao mórfico.

250
Formaldeído: gás incolor frequentemente locidade de liberação do ingrediente ativo e
usado a 37% (m/v) em solução aquosa, estender o período de atividade.
chamada formalina ou formol; CH2O. Forno de micro-ondas: equipamento
Nessa forma, é usado como desinfetante e usado para o aquecimento de sólidos ou lí-
é também um preservativo que endurece o quidos por micro-ondas, que se inicia pelo
tecido. centro. A temperatura do forno aumenta à
Formalina: solução de formaldeído em medida que o calor se perde pela superfície
água, na proporção de 37%. Pode ser usada da amostra. Na fitopatologia, tem sido
a frio ou a quente, sendo empregada na usado, comumente, para aquecer algo e
proporção de 2% para desinfestar solo. para fundir meios de cultura.
Formol: solução aquosa (40%) de aldeído Fosfolipídio: lipídio que contém um ou
fórmico (metanol-HCOH). mais grupos fosfatos.
Fórmula: (1) relação das substâncias que Fótico: concernente ou ligado à luz, espe-
devem ser associadas para produzir deter- cialmente como um estímulo para os orga-
minados efeitos; (2) expressão sucinta ou nismos.
simbólica de uma estrutura; fórmula quí- Fotobiologia: ramo da biologia que estuda
mica de uma substância; conjunto de ele- a ação da luz sobre os organismos e pro-
mentos e número de átomos que compõe a cessos biológicos.
molécula, por exemplo, a fórmula da água
Fotodecomposição: degradação de um
(H2O).
produto pela ação da luz.
Fórmula de Beeli: designação numérica Fotoesporogênese: que requer luz para
para codificar características dos ascóspo- esporogênese.
ros, peritécios, setas e hifopódios de Meliola
spp. Fotoestável: que não mostra reação ad-
versa quando exposto à luz ou outras for-
Formulação: produto resultante da mis- mas de radiação, como os raios
tura do ingrediente ativo com o ingrediente infravermelhos. Propriedade de um defen-
inerte. Os ingredientes inertes são usados sivo que não se decompõe quando exposto
como solventes, estabilizantes, dispersan- à luz solar.
tes, etc. Formulações mais comuns: con-
centrado emulsionável, pó molhável, pó Fotomicrografia: técnica que consiste na
solúvel, solução aquosa, solução oleosa, obtenção de fotografias ampliadas de obje-
suspensão concentrada e granulada. tos microscópios ou de estruturas micros-
cópicas de microrganismos, tais como
Formulação de liberação lenta: formu- bactérias e esporos de fungos, pelo uso de
lação na qual o ingrediente ativo se dissipa microscópios compostos.
lentamente, e, portanto, permanece efetivo
Fotoperiodismo: em fitopatologia, refere-
durante longo período de tempo.
-se às respostas de crescimento e desenvol-
Formulação encapsulada: defensivo vimento de patógenos, como intensidade
agrícola contido em cápsula de polivinil ou de esporulação, para o comprimento diário
outro material delgado, para controlar a ve- de luz e para diferentes fotoperíodos.

251
Fotoperíodo: duração relativa de noite e nem como mecanismos de resistência pré-
dia a que uma planta é exposta, ou seja, a -formados em plantas.
extensão de tempo de iluminação diária
Fototrófico: organismo capaz de utilizar a
para o crescimento normal e reprodução
de algumas plantas. Em fitopatologia, é co- luz como fonte de energia.
mum submeter culturas de fungos fitopa- Fototropismo: crescimento orientado por
togênicos a diferentes fotoperíodos, para estímulo luminoso.
avaliar o tempo necessário de exposição à
luz para crescimento e esporulação desses. FRAC: sigla de Fungicide Resistance Action
Committee. O FRAC e seus respectivos gru-
Fotossensibilização: sensibilidade de um pos de trabalho originaram-se de um curso
organismo ou substância à influência da sobre resistência a fungicidas, realizado em
luz. Wageningen, Holanda, em 1980, e de um
Fotossensível: que mostra uma resposta à seminário promovido pela indústria em
luz ou a outras formas de radiação, como Bruxelas, em 1981. É uma organização em
os raios infravermelhos. Reação adversa à que se discutem os problemas da resistên-
luz solar, como queimadura das folhas, é cia a fungicidas e a formulação do planeja-
exemplo de fotossensibilidade. mento de esforços cooperativos para
Fotossíntese: série de reações químicas evitá-la ou manejá-la da melhor forma
que ocorrem pela transformação da ener- (Azevedo, 2001).
gia luminosa em energia química a partir Frágil: diz-se do contexto ou do píleo que,
do dióxido de carbono na presença da quando secos, se quebram facilmente.
clorofila, ou seja, assimilação do carbono
pelas plantas e outros organismos clorofi- Fragmentação: (1) tipo de reprodução as-
lados mediante a produção de açúcares sexual que ocorre pela segmentação de um
simples (ou outros compostos energéti- organismo multicelular em fragmentos; de
cos) e de oxigênio, a partir do dióxido de cada um desses fragmentos, é capaz de
carbono e da água. A fotossíntese é me- crescer um novo indivíduo; (2) ver esmiga-
dida com uma variedade de unidades, in- lhamento.
cluindo mg CO2 g-1 de tecido foliar h-1, mg
Fragmentação de esporos: conídios pro-
CO2 mg-1 de clorofila h-1 e mg CO2 dm-2 de
duzidos por hifas segmentadas em células
superfície de folha h-1.
individuais.
Fototactismo: deslocamento de organis-
mos, células ou partes delas, orientado por Fragmentação de hifas: forma de repro-
um estímulo luminoso. dução assexuada de certos fungos, em que
as hifas se quebram em suas células com-
Fototoxinas: moléculas isoladas dos teci- ponentes, que se comportam como espo-
dos de plantas superiores que, na presença ros e se desenvolvem como novos
de luz, são altamente tóxicas. Esses com- indivíduos.
postos possuem ação biocida inespecífica.
A presença deles nos tecidos sadios, em Fragmobasídio: basídio tipicamente divi-
concentrações letais para a maior parte de dido em quatro células, por septos trans-
bactérias e fungos, sugere que eles funcio- versais ou longitudinais.

252
Fragmósporo: esporo multicelular, com Frequência: probabilidade de encontrar
septos transversais, capaz de germinar em indivíduos de uma espécie particular ou
mais de um segmento. plantas doentes numa dada área, expressa
em geral como número ou porcentagem de
Franjado: ver fimbriado.
ocorrência. Se a ocorrência percentual é
Fratura: quebra de ramo ou tronco de usada, chama-se frequência relativa.
uma árvore.
Frequência alélica: proporção de deter-
Frente: zona de transição ou superfície de minado alelo numa certa população.
contato entre duas massas de ar de densi-
Frequência de amostragem: intervalo
dades diferentes, o que normalmente im-
entre uma amostragem e outra.
plica temperaturas distintas. Por exemplo, a
área de convergência entre ar quente e Frequência de aplicação: intervalo entre
úmido e ar frio e seco. as aplicações de determinado defensivo
agrícola durante o ciclo da cultura.
Frente fria: extremidade dianteira de uma
massa de ar frio que avança sob uma massa Frequência de infecção: proporção de
de ar quente, deslocando-a de seu caminho. esporos inoculados que resultam em lesões
Geralmente, com a passagem de uma esporulantes.
frente fria, a temperatura e a umidade redu- Frequência de mutação: corresponde à
zem-se, a pressão eleva-se e o vento muda taxa de mutação, estimada em 1 par de ba-
de direção. A precipitação normalmente ses a cada 109 pares de bases por geração
antecede ou sucede a frente fria e, de forma celular.
muito rápida, uma linha de tormenta pode
antecipar a frente. Frequência gênica: proporção em que
aparecem, em uma população, os alelos al-
Frente quente: extremidade dianteira de ternativos de um gene.
uma massa de ar quente que, ao avançar,
substitui uma massa de ar mais frio. Geral- Frequência genotípica: proporção de de-
mente, com a passagem de uma frente terminado genótipo entre os indivíduos de
quente, a temperatura, a umidade e a pres- certa população.
são atmosférica elevam-se e, embora os Fronteiras direita e esquerda: ver bordas
ventos mudem de direção, a passagem de direita e esquerda.
uma frente quente não é tão pronunciada
quanto a de uma frente fria. A precipitação, Frutificação: conjunto de estruturas de
em forma de chuva, neve ou chuvisco, fre- um fungo, destinado à produção de estru-
quentemente antecede a frente, assim turas de reprodução – formação de espo-
como chuvas convectivas e temporais. An- rocarpo ou o próprio esporocarpo; órgão
tecedendo a frente quente, é comum a que contém esporos, formado quer seja
ocorrência de nevoeiro em áreas de ar frio. após a fecundação, quer seja por desenvol-
vimento vegetativo. Ver corpo de frutifica-
Embora a atmosfera fique geralmente clara
ção.
depois da passagem da frente quente, algu-
mas condições associadas à presença de ar f. sp.: abreviação de forma specialis. Ver forma
quente podem resultar em nevoeiro. specialis.

253
Fucsina ácida: corante ácido magenta organismos nocivos às plantas, como fun-
com fórmula química C20H17N3Na2O9S3, gos, bactérias, nematoides e insetos, vi-
utilizado no processo de coloração de sando a sua eliminação.
Gram em bactérias.
Fumigador: aparelho empregado para
Fugaz: evanescente; que dura pouco aplicar defensivos agrícolas que atuam
tempo; que logo cai do organismo forma- como fumigantes.
dor.
Fumigante: substância química ou mis-
Fugilíneo: que apresenta o aspecto de tura de substâncias que apresenta proprie-
uma ferrugem. dade de volatilização e capacidade de
Fuligem: revestimento fúngico tênue, exterminar pragas e patógenos, devendo
acinzentado, fortemente aderido às reen- ser utilizada em ambientes que possam ser
trâncias dos órgãos afetados. Pode provo- fechados, de maneira que retenham o pro-
car ruptura na cutícula da casca da área duto resultante da fumigação. O formal-
afetada, embora o fungo não penetre na deído é um fumigante usado em casa de
epiderme do órgão afetado. vegetação ou outros locais para trata-
Fuliginoso: diz-se de estrutura com cor de mento do solo e para controle de patóge-
fumaça, pardo-negra ou semelhante à fuli- nos e pragas habitantes do solo.
gem ou estrutura coberta de fuligem. Ver Fundo-preto: doença abiótica, expressa
fumagina. na parte inferior do fruto do tomateiro e
Fulminante: diz-se da doença que aparece causada pela deficiência de cálcio, o que
subitamente e com severidade intensa, por torna a casca do fruto menos resistente na
exemplo Phytophthora infestans em tomateiro parte inferior, a zona de crescimento, e
e batateira. mais suscetível a doença.
Fumagina: revestimento fuliginoso, for- Fungi: ver reino.
mado por hifas escuras, sobre a superfície
Fungicida: agente de origem física ou quí-
de folhas, ramos e frutos, que dificulta suas
funções normais. A manta miceliana, relati- mica que mata ou inibe a germinação de es-
vamente espessa, é constituída de hifas es- poros e/ou o desenvolvimento do micélio
curas de fungos que surgem em plantas e/ou a esporulação de fungos. No sentido
infestadas por insetos que produzem ex- prático, fungicidas são compostos quími-
creções açucaradas, como pulgões, cocho- cos empregados na proteção de plantas, vi-
nilhas e moscas-brancas. Os revestimentos sando ao controle de doenças causadas por
de fumagina são de fácil remoção, ao con- fungos.
trário dos revestimentos de fuligem. Fun- Fungicida antiesporulante: fungicida
gos do gênero Canopodium são os mais que inibe a formação de esporos, parali-
comuns. sando o processo de esporulação.
Fumigação: ação de aplicar, no solo ou
Fungicida biológico: ver biofungicida.
em bulbos e sementes ou em ambiente fe-
chado, compostos voláteis, cujos gases des- Fungicida com ação fungistática: fungi-
prendidos exercem ação tóxica sobre cida que pode inibir o crescimento micelial

254
e a germinação dos esporos ou estruturas Os fungicidas à base de mercúrio, inorgâni-
fúngicas de sobrevivência. cos ou orgânicos, utilizados em larga escala
nas primeiras décadas do século X, e hoje
Fungicida com ação ginestática: fungi-
proibidos, fazem parte dessa geração.
cida antiesporulante.
Fungicida de profundidade: ver fungi-
Fungicida cúprico: produto à base de
cida locossistêmico.
compostos que contenham cobre, usado
para controlar doenças provocadas por Fungicida de segunda geração: consti-
fungos em vegetais. O fungicida cúprico tuído de fungicidas protetores orgânicos
mais antigo é a calda bordalesa. introduzidos no controle de doenças de
plantas. Na década de 1930, Tisdale e
Fungicida curativo: fungicida que inibe o
Willians, nos Estados Unidos, relataram a
desenvolvimento da síndrome da doença
fungitoxicidade dos ditiocarbamatos. São
na planta quando aplicado subsequente-
os fungicidas mais utilizados no controle
mente à infecção; portanto, fungicida ca-
de doenças de plantas, possuindo amplo
paz de paralisar a ação do patógeno uma
espectro de ação. Os principais grupos de
vez iniciada a colonização do hospedeiro.
fungicidas dessa geração são: ditiocarbama-
Fungicida de amplo espectro: fungicida tos, nitrogenados heterocíclicos, dinitrofe-
que controla várias espécies de fungos. nóis, fenóis halogenados, nitrobenzeno
Fungicida de contato: fungicida protetor halogenados, compostos diazo, nitrilas,
efetivo somente se aplicado antes da ocor- guanidinas, orgânicos a base de enxofre,
rência da penetração do patógeno nos teci- derivados de antraquinona e acetamida.
dos do hospedeiro. Forma uma barreira Fungicida de quarta geração: consti-
tóxica protetora pela formação de depósi- tuída de fungicidas, introduzidos a partir da
tos na superfície foliar. Quando o esporo década de 1990, de origem orgânica (estro-
germina, o ingrediente ativo entra em con- bilurinas A, oudemasinas A e fenilpirróis),
tato com o tubo germinativo e causa a produtos de fermentação (mildiomicina,
morte do protoplasma. validamicina, polyoxina e prumicina), pro-
Fungicida de largo espectro: fungicida dutos indutores ou ativadores de resistên-
que controla um número grande de espé- cia das plantas (Acibenzolar-S-Methyl e
cies ou de gêneros, como a calda bordalesa compostos derivados da proteína harpin) e
e o mancozebe. produtos com propriedades e característi-
cas mesostêmicas, de alta afinidade com as
Fungicida de primeira geração: consti- camadas cerosas das plantas.
tuído de fungicidas inorgânicos protetores
Fungicida de superfície: ver fungicida
e alguns com ação erradicante. Surgiram na
erradicante.
década de 1880, com a descoberta da calda
bordalesa, pelo botânico francês Pierre Fungicida de terceira geração: consti-
Aléxis Millardet, para o controle do míldio tuído de fungicidas sistêmicos, sendo ini-
da videira, causado por Plasmopora viticola. ciada em 1964 com a publicação das
Quanto à natureza química, destacam-se os propriedades sistêmicas do thiabendazole e
fungicidas à base de enxofre e de cobre, de alguns antibióticos. Entretanto, o grande
amplamente utilizados na agricultura. impulso no uso de fungicidas sistêmicos

255
iniciou-se com a descoberta do carboxin e Fungicida mesostêmico: fungicida que
do benomyl, no fim da década de 1960. Os possui alta afinidade com a superfície fo-
fungicidas sistêmicos pertencem a uma liar e é absorvido pela camada de cera da
classe de produtos diferentes dos existentes cutícula; tem atividade translaminar, quer
nas gerações anteriores, pois são muito es- dizer, transloca nos espaços inter e intra-
pecíficos no modo de ação e tóxicos a bai- celular, mas não transloca dentro do sis-
xas concentrações. Os principais grupos de tema vascular.
fungicidas dessa geração são: carboxamidas, Fungicida microbiológico: formulação
benzimidazóis, dicarboximidas, inibidores constituída por microrganismos que têm
da biossíntese de esteróis, inibidores de oo- ação contra fungos, como exemplo o fungo
micetos, inibidores da biossíntese de mela- Trichoderma harzianum, que se caracteriza
nina, fosforados orgânicos e antibióticos. pelo controle de diversos fungos fitopato-
Fungicida erradicante: fungicida que, gênicos e de suas estruturas de resistência,
para atuar, não requer a germinação dos es- diminuindo a densidade de inóculo no
poros, penetra diretamente na célula do solo.
fungo. O agente é aplicado na planta ou Fungicida móvel: ver fungicida sistêmico.
nas suas partes, ou no ambiente, para des-
truir fungos estabelecidos na planta ou no Fungicida multissítio: fungicida que
solo. atua, simultaneamente, em dois ou mais sí-
tios bioquímicos da célula do patógeno,
Fungicida específico: fungicida que age como mancozebe e clorotalonil. Uma vez
sobre um número restrito de espécies, em contato com a célula, o fungicida age
como o cimoxanil e o metalaxil, que são es- sobre processos, como a atividade enzimá-
pecíficos para os gêneros Peronospora, tica que desorganiza numerosas funções
Plasmopara, Pseudoperonospora, Phytophthora e celulares. Apresenta baixo risco de resistên-
Pythium. cia, tendo papel importante no manejo an-
Fungicida genérico: denominação dada tirresistência para os fungicidas
ao produto comercial cujo princípio ativo, sítios-específicos. Quando submetido a um
dose e fórmula química são os mesmos que fungicida multissítio, o fungo, para desen-
o fungicida de referência fabricado no país. volver resistência ao produto, precisa so-
A aplicação, a indicação terapêutica e a se- frer numerosas mutações, afetando muitos
gurança também são as mesmas, por isso sítios para que a resistência se desenvolva.
pode ser intercambiável com o fungicida Fungicida não específico: ver fungicida
de referência. de largo espectro.
Fungicida imóvel: ver fungicida de con- Fungicida não seletivo: fungicida com
tato. um amplo espectro de ação, capaz de afetar
muitas espécies de patógenos, principal-
Fungicida locossistêmico: fungicida que
mente fungos, por exemplo, os cúpricos,
apresenta translocação sistêmica restrita ao
que afetam uma série de fungos, bactérias e
local em que foi aplicado (por exemplo,
outras espécies de organismos.
fungicida que, quando aplicado numa das
superfícies da folha, é translocado para a Fungicida não sistêmico: ver fungicida
outra superfície). de contato.

256
Fungicida penetrante: fungicida que pe- célula do patógeno ou contra uma única
netra no tecido foliar e pode atuar como enzima ou proteína necessária para o
curativo e erradicante. fungo. Servem de exemplos, os fungicidas
Fungicida persistente: fungicida usado dos grupos dos triazois, estrobilurinas e
no controle de doenças, o qual não é pron- carboximidas que podem atuar em um dos
tamente dissolvido depois de liberado no sítios envolvidos nos mecanismos de respi-
ambiente. Torna-se mais ou menos perma- ração e reprodução e nas sínteses de proteí-
nente do ecossistema, abrindo caminho nas, gorduras e de membranas. Uma vez
para ser incorporado na cadeia alimentar, que o fungicida sítio-específico é extrema-
atingindo altas concentrações nos tecidos mente específico em sua toxicidade, tendo
dos predadores superiores. pouco efeito para a maioria dos organis-
mos, ele pode ser absorvido de forma se-
Fungicida preventivo: ver fungicida pro- gura pelas plantas e, portanto, tende a ter
tetor. propriedades sistêmicas. Como resultado
Fungicida protetor: fungicida que pro- dessa ação específica, os fungos são mais
tege a planta ou partes dela da infecção, propensos a se tornarem resistentes a tais
matando ou inibindo o esporo ou o micélio fungicidas porque uma única mutação no
do fungo, que se depositam no sítio de in- patógeno normalmente permite superar a
fecção. Requer a germinação dos esporos ação do fungicida.
para ser absorvido. O fungicida aplicado Fungicida terapêutico: ver fungicida
nas partes suscetíveis do hospedeiro forma curativo.
uma camada superficial protetora antes da
deposição do inóculo fúngico, impedindo a Fungicida tópico: fungicida que, aplicado
sua infecção. nos órgãos aéreos, não é absorvido nem
translocado dentro da planta (como os fun-
Fungicida residual: ver fungicida prote-
gicidas protetores e os de contato).
tor.
Fungicida translaminar: ver fungicida
Fungicida seletivo: fungicida específico
locossistêmico.
para determinado grupo de fungos e doen-
ças. A toxicidade seletiva é condição reque- Fungicida translocável: ver fungicida sis-
rida aos fungicidas sistêmicos, pois esses têmico.
devem coexistir em íntimo contato com as Fungícola: fungo que cresce sobre outro
organelas e os sistemas bioquímicos da
fungo, como parasita ou saprófita.
planta.
Fungigação: aplicação de fungicidas na
Fungicida sistêmico: fungicida que, apli-
folhagem ou no sistema radicular por meio
cado na planta, penetra e transloca pelo sis-
de um sistema de irrigação.
tema vascular para o interior dos tecidos do
hospedeiro, e apresenta efeito curativo Fungistase: inibição do crescimento do
contra alguns fungos e fungistático contra fungo. O efeito é reversível; se o inibidor é
outros. removido ou diluído, o fungo volta a crescer.
Fungicida sítio-específico: fungicida Fungistase do solo: conjunto de proprie-
ativo contra um único sítio bioquímico na dades (de natureza biótica e/ou abiótica)

257
de solos naturais que inibe a germinação de Fungo anamórfico: fungo disseminado
propágulos viáveis dentro ou em contato por propágulos, não são células formadas a
com o solo. partir de meiose. Na maioria das vezes,
Fungistático: agente químico ou físico pode ser conídio, mas também pode ser
que tem a capacidade de inibir a germina- derivado a partir de estruturas vegetativas
ção de esporos e/ou o crescimento micelial não especializadas, por exemplo, escleró-
de fungos, quando em contato perma- dios, clamidósporos e a própria estrutura
nente, sem, entretanto, causar-lhes a morte. vegetativa relacionada. Três grupos morfo-
lógicos foram considerados classes no pas-
Fungitoxicante: composto que exibe pro-
sado: Hyphomycetes, Agonomycetes e
priedade fungistática ou fungicida.
Coelomycetes.
Fungitoxicidade: refere-se à dose média
efetiva (DE50), isto é, a concentração do Fungo apodrecedor: na área florestal, re-
fungicida capaz de inibir, em 50%, o cres- fere-se aos fungos que utilizam os consti-
cimento micelial ou a germinação de 50% tuintes da madeira (celulose, hemicelulose
dos esporos potencialmente viáveis, in vi- e lignina) como fonte de alimento; causam
tro, de um determinado patógeno. De profundas alterações nas propriedades físi-
acordo com Edgington et al. (1971), para cas e mecânicas da madeira.
uma substância ser considerada fungicida, Fungo autoico: fungo que pode comple-
é preciso atender os seguintes critérios: tar o seu ciclo de vida sobre o mesmo hos-
a) DE50 igual a 1 ppm é considerada alta- pedeiro.
mente fungitóxica; b) DE50 entre 1 ppm
e 50 ppm, moderadamente fungitóxica; Fungo captador de nematoide: fungo
c) DE50 igual ou superior a 50 ppm, não predador, cujo micélio produz órgãos ade-
tóxica. sivos ou estruturas em forma de anéis, des-
Fungívoro: organismo que se alimenta de tinados à captura e imobilização de
fungos. nematoides.

Fungo: organismo eucariota, aclorofilado, Fungo celulolítico: fungo capaz de utili-


unicelular ou multicelular, que absorve seu zar substâncias contendo celulose.
alimento, forma esporos que se desenvol- Fungo corticioide: designação tradicio-
vem diretamente das hifas ou células vege- nalmente dada a um grupo de fungos do
tativas únicas, e tem paredes celulares filo Basidiomycota caracterizados por pos-
compostas por quitina. Assemelha-se às al- suírem basidiocarpos lisos e com morfolo-
gas na organização e na reprodução, mas gia efusa.
difere delas por ser heterotrófico. Fungos
multicelulares são formados por filamen- Fungo ectomicorrízico: ver ectomicor-
tos microscópicos e ramificados, as hifas. riza.
A maioria das doenças de plantas é causada Fungo endoparasito de nematoide:
por fungos. fungo cujos esporos (conídios) podem
Fungo aflatoxigênico: fungo que produz tanto ser ingeridos pelo nematoide como
aflatoxina, principalmente em grãos arma- aderidos a seu corpo, penetrando-o em se-
zenados e em amêndoas. guida à germinação, pela cutícula, e origi-

258
nando hifas de assimilação capazes de Fungo micorrízico: fungo habitante do
causar a morte do nematoide. solo, que forma associação mutualístico-
Fungo embolorador: na área florestal, re- -simbiótica não antagônica com as radice-
fere-se aos fungos responsáveis por altera- las das plantas, as quais são denominadas
ções na superfície da madeira, conhecida micorrizas.
popularmente como bolor ou mancha Fungo mitospórico: fungo que produz
azul. esporos apenas por mitose, ou seja, espo-
Fungo endomicorrízico: ver endomicor- ros assexuais.
riza. Fungo nematófago: fungo carnívoro es-
Fungo endofítico: fungo que vive no in- pecializado na captura e digestão de ne-
terior dos tecidos de plantas sem causar da- matoides. Desenvolve estrutura em forma
nos aparentes. de armadilhas, responsáveis pela captura e
destruição dos estádios infectantes dos
Fungo estéril: fungo que não produz es-
poros, desconhece-se qualquer tipo de es- nematoides, como exemplo Phaelomyces
poro produzido por esse fungo. lilacinus, presente em vários tipos de solo e
se caracteriza por afetar diretamente a ca-
Fungo filamentoso: fungo constituído pacidade reprodutiva dos nematoides,
por hifas, segmentadas ou não, a cujo con- atuando com um papel importante no
junto se chama micélio. manejo integrado de nematoses.
Fungo fitopatogênico: fungo que causa Fungo oportunista: ver patógeno opor-
doença em plantas. tunista.
Fungo heterotálico: fungo que produz
Fungo perfeito: ver estádio teleomórfico.
gametas masculinos e femininos compatí-
veis em talos fisiologicamente distintos. Fungo psicrófilo: fungo que cresce a tem-
peraturas entre 0 °C e 20 °C, sendo que a
Fungo homotálico: fungo que produz ga-
temperatura ótima de crescimento é entre
metas masculinos e femininos compatíveis
sobre o mesmo talo. 10 ºC e 15 °C.

Fungo imperfeito: fungo cuja produção Fungo quitinolítico: fungo capaz de utili-
de esporos sexuais é desconhecida; fungo zar substâncias contendo quitina.
mitospórico. Fungo superior: refere-se aos fungos
Fungo lignolítico: fungo capaz de utilizar pertencentes aos grupos: Ascomycota,
a lignina, como os que degradam madeira e Basidiomycota e os mitospóricos.
outros materiais lenhosos quando úmidos, Fungo teleomórfico: fungo que produz
causando a sua decomposição. propágulos por reprodução sexuada, como
Fungo manchador: ver fungo embolora- ascósporos e basidiósporos.
dor. Fungo termofílico: fungo que cresce a
Fungo mesófilo: fungo que cresce à tem- uma temperatura mínima a 20 °C e a uma
peratura ótima entre 20 °C e 30 °C. temperatura máxima de 50 °C.

259
Fungo termotolerante: fungo que cresce gado, cuja base tem uma saída estreita do-
a uma temperatura mínima abaixo de 20 ºC tada de uma torneira e na parte superior
e a uma temperatura máxima de até 50 ºC. uma entrada com o formato de um gargalo.
Fungo toxicogênico: fungo que, ao colo- É utilizado na separação de mistura de lí-
nizar determinado substrato, libera subs- quidos imiscíveis. No procedimento, pri-
tâncias tóxicas ao seu redor, como meiro deixa-se decantar a mistura e, em
Arpergillus flavus, que pode liberar micotoxi- seguida, abre-se a torneira deixando escoar
nas (aflatoxina) no amendoim e amêndoas a fase mais densa.
de castanha-do-brasil e causar intoxicação Funil de vidro: funil empregado na trans-
naqueles que ingerirem esses produtos. ferência de líquidos e sólidos e, em filtração
A produção de micotoxinas ocorre em de- simples, em conjunto com papel de filtro.
terminadas condições de temperatura e
Furador de rolha: jogo de furadores utili-
umidade do substrato.
zados para produzir orifícios de diferentes
Fungo vascular: fungo que causa doença diâmetros. Na fitopatologia, é usado para
em plantas, através do sistema vascular, retirada de discos de folhas, de papel de fil-
normalmente induz murcha e morte do tro e até do cerne de tecidos herbáceos, e
hospedeiro, como o mal do panamá, cau- para inoculação de patógenos. Nas plantas,
sado pelo Fusarium oxysporum f. sp. cubense, os orifícios podem ser utilizados para in-
da bananeira. troduzir o inóculo.
Funil de Baermann: técnica básica de ex- Furcado: ramificado com as partes de
tração de nematoides de solo e/ou raízes, uma forquilha; diz-se das lamelas, hifas,
para a qual se utiliza um funil de vidro, co- etc., que se bifurcam.
nectado em sua base afilada com um tubo
de borracha flexível, em cuja extremidade Fusão celular: formação de células gigan-
prende-se uma presilha. Sobre o funil é co- tes multinucleadas mediante a fusão de
locada uma tela plástica (peneira) coberta membranas celulares.
com papel poroso para o recebimento da Fusão de hifas: ver anastomose.
amostra, e todo o aparato é preenchido
Fusão de protoplastos: processo que
com água limpa, até a amostra ficar sub-
possibilita a união dos conteúdos de proto-
mersa. Os nematoides são recolhidos 12 a
plastos da mesma espécie ou de espécies
24 horas depois.
diferentes, utilizando meios de cultura e
Funil de Büchner: funil de porcelana, técnicas especiais.
com o fundo perfurado como uma peneira,
Fusariose: denominação dada às doenças
no qual se pode colocar papel de filtro cir-
causadas por espécies do gênero Fusarium.
cular, usado em conjunto com um kitassato
em filtrações a vácuo. Foi-lhe dado o nome Fusiforme: refere-se a uma estrutura em
do químico alemão Eduard Büchner. forma de fuso, dilatado na porção mediana
e afilado nas extremidades.
Funil de decantação: dispositivo com o
formato de bola ou de cone invertido, alon- Fusisporo: esporo fusiforme.

260
G
g: (1) abreviatura de grama; (2) valor dado nios, os quais favorecem a hiperplasia e a
na centrifugação: expressa em unidade de hipertrofia das células, resultando no su-
gravidade, indica quantas vezes a acelera- percrescimento; (2) intumescência ou su-
ção centrífuga mais alta é produzida na- percrescimento arredondado dos tecidos
quela aceleração de gravidade. Em de folhas, ramos ou raízes, causados pela
laboratórios simples, a centrífuga produz multiplicação e/ou crescimento excessivo
de 3.000 g a 4.000 g. Na ultracentrifugação, das células, em virtude do ataque de pató-
podem ser produzidas mais de 10.000 g ou genos ou de agentes abióticos.
mesmo mais de 100.000 g.
Galha da coroa: doença que afeta, princi-
G1 (índice): em taxonomia de nematoides, palmente, dicotiledôneas, caracterizada
é o comprimento da gônada anterior, divi- pela formação de galhas (ou tumores) que
dido pelo comprimento do corpo e multi- correspondem a uma proliferação descon-
plicado por 100. trolada das células. Essa proliferação celu-
G2 (índice): em taxonomia de nematoi- lar ocorre como resultado da transformação
des, é o comprimento da gônada posterior, genética dessas células por Agrobacterium
dividido pelo comprimento do corpo e tumefaciens. As células vegetais recebem
multiplicado por 100. parte do plasmídeo Ti (região T-DNA),
que possui genes que interferem com a
Galactose: açúcar simples (monossacarí- biossíntese de hormônios (auxinas e/ou ci-
deo), com a mesma fórmula da glucose tocininas) e com a produção de opinas.
(C6H12O6), mas com um arranjo estrutural As galhas apresentam tamanho bastante
diferente desses átomos, sendo, portanto, variado, com formato irregular tendendo a
um isômero da glucose. circular, e coloração desde pardo-clara,
Galha: (1) forma resultante do sintoma quando jovens, a negra, quando maduras.
primário, supercrescimento, causado por Ver transformação genética, Agrobacterium
alguns nematoides. As galhas são equiva- tumefaciens e plasmídeo Ti.
lentes a tumores em órgãos vegetais, indu-
Galpão de embalagem: ver central de
zidos durante o parasitismo por espécies
embalagem.
de nematoides de hábito alimentar seden-
tário ou não. Tais nematoides induzem o Gama de hospedeiros: (1) série conhe-
distúrbio hormonal nos tecidos da hospe- cida de espécies de plantas, que serve de
deira, levando ao acúmulo de fito-hormô- hospedeiras para um dado patógeno; (2) a

261
série de ações de um fago em termos de es- que faz parte do sistema nervoso central de
pécies, estirpes de bactérias em que pode se nematoides.
multiplicar. Gangrena: necrose ou apodrecimento lo-
Gamaglobulina: fração de globulina do calizado.
soro rica em anticorpos; imunoglobulina G Ganho genético: alteração favorável na
(IgG), em desuso. média de um caráter em uma população,
Gameta: célula reprodutora madura, ha- decorrente de mudanças, nas frequências
ploide, de origem meiótica, feminina ou alélicas, que se devem à ação da seleção ar-
masculina, especializada para a fecundação, tificial.
ou núcleo no interior do gametângio. Garfagem: método de propagação de
Gametângio: estrutura que contém game- plantas que consiste na transferência de
tas ou núcleos que atuam como gametas. uma gema ou broto de uma planta para ou-
tra.
Gametangiogamia: ver copulação game-
tangial. Garra metálica: utensílio metálico em
forma de mão destinado a segurar peças de
Gametogênese: processo de formação de laboratório ou prender outros objetos em
gametas feminino (megagametogênese) e suportes. É usado em filtrações para sus-
masculino (microgametogênese). Em ani- tentação de peças (tais como condensador
mais, para a formação do gameta feminino, e funil de decantação) e para outros fins.
uma célula dicariótica (2n), a oogônia, em
Gases de efeito estufa: gases da baixa at-
uma das etapas da meiose, origina um ovó-
mosfera (troposfera) que causam o efeito
cito e um corpo polar. Este contém apenas
estufa. Os principais gases de efeito estufa
o material genético e é desprovido de cito- são: dióxido de carbono (CO2), metano
plasma; aquele, por sua vez, passa por mais (CH4), óxido nitroso (N2O), hidrofluor-
uma divisão, gerando mais um corpo polar carbono (HFC), perfluoruro (PFC) e he-
e o óvulo. Assim, a partir de uma oogônia xafluoruro sulfuro (SF6). Ver efeito estufa.
(2n), apenas um gameta (n) é produzido.
De maneira semelhante, o gameta mascu- Gasteroconídio: ver gasterósporo.
lino origina-se a partir de uma espermato- Gasteromycetes: extinta classe de Basi-
gônia (2n) e por duas meioses sucessivas, diomycota.
que resultam na formação de quatro esper-
Gasterósporo: (1) esporo assexual, glo-
matozoides (n).
boso, de parede espessa e dupla, do gênero
Gametósporo: célula que resulta da união Ganoderma; (2) conídio nascido no interior
dos gametas. de um pletênquima esporífero.
Gamósporo: esporo que se comporta Gástrula: embrião no estádio inicial de de-
como gameta. senvolvimento, em forma de um saco com
a boca aberta. A parede da gástrula é com-
Gancho: ver crosier.
posta de duas camadas celulares: a externa,
Gânglio: aglomerado de corpos de neurô- conhecida como “epiblasto”, e a interna, o
nios, de onde se irradiam fibras nervosas, “hipoblasto”. A abertura bucal do embrião,

262
neste estádio, chama-se blastósporo e a ca- outros compostos, baseando-se no tama-
vidade central, arquêntero. nho ou forma deles.
Gaze: tecido ralo de algodão. Gel de poliacrilamida: matriz preparada
pela mistura de um monômero (acrilamida)
Geada: formação de uma camada de cris-
com um agente de ligação (N, N’-
tais de gelo na superfície ou na folhagem
metilenobisacrilamida), na presença de um
exposta devido à queda de temperatura. agente de polimerização. É formada uma
Quando a temperatura do ar de uma região rede tridimensional insolúvel de cadeias de
cai abaixo do ponto de congelamento da monômeros; em água, a rede torna-se hi-
água (0 °C), pode ocorrer uma geada. dratada. Dependendo das proporções rela-
A geada causa danos que são devidos à for- tivas dos ingredientes, é possível preparar
mação de gelos nos espaços intercelulares. geis com diferentes tamanhos de poros.
Isso ocorre pela contração do protoplasma, Os geis podem ser usados para separar
devido a saída de parte da água para esses compostos biológicos, como DNA ou
espaços – momento em que há o congela- proteínas, por eletroforese.
mento. Com isso, ocorre dessecação da cé-
lula, a qual pode morrer por forças Gel separador: parte final, mais larga, do
mecânicas que atuam sobre o protoplasma gel utilizado para a corrida eletroforética,
e a membrana plasmática e pela precipita- preparado com solução tampão Tris-HCl,
pH 8,9 e que apresenta menos porosidade.
ção de proteínas.
Sob a ação da corrente elétrica, as molécu-
Gel: coloide em que as micelas se acham las concentradas no gel concentrador mo-
muito próximas uma das outras, havendo vimentam-se em direção ao polo positivo e
pouco dispersante. Uma mistura de sólido se separam de acordo com suas respectivas
e líquido que consiste de uma matriz de um cargas e peso molecular. Nesse gel serão
polímero inerte saturado com um líquido formadas as bandas, cuja posição será de
componente; é usada como matriz para a acordo com sua mobilidade, ou seja,
eletroforese de macromoléculas e para a quanto menos eletronegativa for a molé-
solidificação de meios de cultura. cula e quanto maior o seu peso molecular,
menor será a sua mobilidade no gel. A par-
Gel concentrador: parte inicial, mais es- tir da distribuição das bandas nesse gel,
treita, do gel utilizado para a corrida eletro- será preparado o zimograma do material
forética, preparado com solução tampão submetido à eletroforese.
Tris-HCl, pH 6,8 e que presenta mais poro-
sidade. Sob à ação da corrente elétrica, as Gelatina: substância complexa, extraída
moléculas das proteínas migram, em dire- das cartilagens de ossos e empregada no
ção ao polo positivo e, no final desse gel, preparo de meios de cultura. Alguns fun-
concentram-se numa banda estreita e com- gos e bactérias liquefazem a gelatina.
pacta (em forma de disco). Gelatinase: exoenzima que degrada gela-
Gel de agarose: matriz inerte, formada tina.
pela polimerização de um ágar purificado Gema: (1) estrutura constituída de poucas
(um tipo de ágar especial) e usada na sepa- células, presente em ramos, tubérculos e ri-
ração eletroforética de ácidos nucleicos ou zomas, que pode dar origem a nova planta

263
ou broto; (2) célula de parede espessa, irre- Gene avr: ver gene de avirulência.
gular, isolada ou em cadeia (estrutura seme- Gene candidato: gene cuja função é de-
lhante a um conídio ou a um broto jovem), duzida por meio de diferentes abordagens
similar a um clamidosporo. moleculares e que está, presumivelmente,
Gemação: processo de formação de uma envolvido no controle genético de uma ca-
nova célula mediante o desenvolvimento racterística simples ou complexa.
de brotos ou gemas. Gene candidato por mapeamento com-
Geminado: pareado, unido. parativo: gene cuja função é atribuída indi-
retamente por mapeamento comparativo,
Geminivírus: gênero de vírus da família
ou seja, pode-se identificar a natureza de
Geminiviridae. Doenças causadas por
um QTL, associado a um marcador,
geminivírus pertencentes ao gênero
quando este estiver ligado a um gene co-
Begomovirus têm se tornado uma grande
nhecido em um sistema modelo.
ameaça para agricultura brasileira, devido
ao grande aumento populacional da mos- Gene citoplasmático: gene que está loca-
ca-branca (inseto vetor), à introdução de lizado no genoma dos plastídios (cpDNA)
um novo biótipo do inseto com grande ou das mitocôndrias (mtDNA); gene extra-
capacidade de colonização de tomateiros nuclear. Em procariontes, gene localizado
e às propriedades de recombinação do fora do cromossomo bacteriano, como nos
vírus. plasmídeos.
GenBank: fonte de dados de sequências Gene de avirulência: gene que codifica
de nucleotídeos e proteínas, os quais são para avirulência.
obtidos por submissão de laboratórios ou Gene de patogenicidade: gene essencial
de grandes centros, responsáveis pelo se- para que um patógeno cause doença.
quenciamento de genomas. De acesso ao
público, o banco é mantido pelo National Gene de resistência: gene do hospedeiro
Center for Biotechnological Information que o torna resistente aos patógenos que
(NCBI). carregam o gene de avirulência correspon-
dente.
Gene: região do DNA cromossômico que
determina ou condiciona um ou mais carac- Gene de virulência (v-gene): gene de pa-
teres hereditários. A menor unidade funcio- togenicidade vertical. O gene V é domi-
nal do material genético. Unidade básica de nante e o gene v é recessivo. Observar que
herança. Sequência ordenada de nucleotí- a letra v se refere a “virulência”, e não a
deos que corresponde a um segmento do “vertical”.
DNA que codifica proteína funcional. Gene dominante: gene que se expressa,
Gene-a-gene: ver teoria de Flor. mesmo em heterozigose.

Gene âncora: gene que foi alocado no Gene extranuclear: ver gene citoplasmá-
tico.
mapa físico e no mapa de ligação da espé-
cie e, por isso, permite o alinhamento de Gene forte para resistência vertical: a
ambos. pressão de estabilização opera mais rapida-

264
mente com alguns patótipos verticais do Gene marcador de resistência: gene
que com outros. Quando opera rapida- marcador de seleção em transgenia; sua ex-
mente, o gene de resistência correspon- pressão permite a sobrevivência de células
dente do hospedeiro é chamado de forte. transformadas na presença de agentes sele-
A força do gene de resistência é medida em tivos, como antibióticos ou herbicidas.
termos de meia-vida do patótipo vertical Estes genes foram usados no desenvolvi-
correspondente. mento dos primeiros organismos transgê-
nicos.
Gene fraco para resistência vertical: a
pressão de estabilização opera mais lenta- Gene modificador: gene que, associado
mente com alguns patótipos verticais do e/ou próximo, imprime modificação na
que com outros. Quando opera lentamente expressão de genes maiores, podendo ser
ou não em todos, o gene de resistência cor- sinérgico ou reducional.
respondente do hospedeiro é chamado de Gene quimérico: gene construído pela li-
fraco. A fraqueza do gene de resistência é gação de sequências de origens diferentes,
medida em termos de meia-vida do pató- que podem ser expressas em um genoma
tipo vertical correspondente. hospedeiro.
Gene gun: equipamento (acelerador de Gene recessivo: gene que só se expressa
partículas) utilizado para a introdução de em condição de homozigose.
DNA em uma célula hospedeira, via bioba-
lística. Gene regulador: gene cuja função primá-
ria é controlar a biossíntese de outros ge-
Gene letal: (1) alelo introduzido por uma nes, podendo se dar em nível transcricional
mutação gênica ou cromossômica, que ou pós-transcricional.
produz mudança na proteína essencial, a
qual não pode desempenhar a própria fun- Gene repórter: gene cujo produto de ex-
ção; (2) qualquer gene cuja presença pro- pressão (peptídeo) pode ser detectado
voca a morte prematura de um organismo. prontamente. É usado como marcador
Os genes letais condicionais são os que para confirmar a transferência de um trans-
causam a morte apenas num ambiente es- gene em uma célula, órgão ou tecido, pela
pecífico, como um meio de cultura especí- sua expressão transiente.
fico para bactérias. Gene silenciado: mutante no qual um
Gene maior recessivo: gene recessivo que gene funcional foi substituído por uma
isoladamente determina o caráter. forma não funcional ou foi silenciado, ou
seja, houve interrupção ou supressão da
Gene marcador: gene que governa uma atividade de um gene marcado, o que o im-
característica que pode ser utilizada para a pede de coordenar a produção de proteínas
identificação da progênie oriunda dos cru- específicas.
zamentos artificiais e da autofecundação.
Os genes marcadores mais utilizados são Gene supressor de tumor: gene envol-
aqueles que governam características facil- vido na regulação do ciclo celular.
mente observáveis, como a cor da flor e da Gene vertical: um gene do par de genes
pubescência e a resistência às doenças. correspondentes na relação gene-a-gene

265
(um gene ocorre no hospedeiro e o outro Genes complementares: genes que são
no patógeno); porém, pelo fato de serem similares em efeitos fenotípicos quando se-
correspondentes, podem receber a mesma parados; porém, quando juntos, interrela-
denominação. cionam-se para produzir um novo caráter.
Gene vir: gene encontrado na chamada re- Genes de hipersensibilidade: genes adi-
gião de virulência dos plasmídeos Ti e Ri cionais, encontrados até o momento ape-
de Agrobacterium sp. Esses genes codificam nas em bactérias Gram-negativas, que
proteínas necessárias à transferência do parecem ser essenciais para algumas bacté-
T-DNA para as células vegetais. Apesar de rias capazes de causar doença visível sobre
serem essenciais para o processo de trans- uma planta hospedeira. Esses genes indu-
formação, não são transferidos para o ge- zem uma resposta hipersensível em algu-
noma vegetal. mas plantas que normalmente não são
infectadas pela bactéria e capacitam a bac-
Genérico: (1) não protegido por uma
téria para multiplicar e atingir alto número
marca comercial registrada, como em de-
de células bacterianas no hospedeiro susce-
fensivos agrícolas genéricos; (2) que carac-
tível.
teriza um gênero; usado algumas vezes em
relação a um grupo maior de indivíduos, Genes extranucleares: genes que residem
como uma classe. nas organelas citoplasmáticas, como mito-
côndrias e/ou cloroplastos. Possuem sis-
Gênero: categoria taxonômica que inclui
tema próprio de DNA, ou seja, são
um grupo de espécies estreitamente rela-
autorreprodutíveis e, consequentemente,
cionadas ou intimamente ligadas; agrupa-
responsáveis pela manifestação de caracte-
mento taxonômico de organismos que se
rísticas citoplasmaticamente herdáveis.
situam abaixo da família e acima da espécie.
Na nomenclatura científica, o gênero é o Genes ligados: genes situados em um
primeiro nome, que é seguido do epíteto mesmo cromossomo, porém separados
específico, e sempre começa com letra por uma distância menor que 50 cM, o que
maiúscula. significa que a expectativa de permuta é
menor do que 50%.
Gênero monotípico: no Código Interna-
cional de Nomenclatura para Algas, Fun- Genes maiores ou genes fortes: genes
gos e Plantas, refere-se a um gênero para o que isoladamente determinam o caráter,
qual existe apenas um binômio latino, ou que pode ser recessivo ou dominante.
seja, uma única espécie com o nome cientí- Genes marcadores de seleção: genes
fico válido publicado (Turland et al., 2018). que codificam para uma proteína com ati-
Gênero nominal: gênero nomeado, obje- vidade enzimática ou para um produto que
tivamente definido por sua espécie-tipo. irá conferir, às células transformadas da
planta, resistência a determinado substrato,
Gênero-tipo: gênero nominal que é o tipo
permitindo distinguir células transforma-
de um táxon do grupo família (família, sub-
das e não transformadas. A finalidade do
família).
uso de um gene marcador de seleção é per-
Gêneros irmãos: gêneros filogenetica- mitir que apenas as células transformadas
mente próximos um do outro. cresçam. O ideal é que o gene marcador de

266
seleção seja capaz de se expressar em todos manipulação do gene e pela observação de
os tecidos e em um grande número de es- alterações ocasionadas no fenótipo. A clo-
pécies vegetais hospedeiras. nagem de genes a partir da marcação com
transpósons é um exemplo de genética re-
Genes ortólogos: genes que possuem a
versa. Neste caso, quando um transpóson
mesma função, mas ocorrem em diferentes
se integra ao gene, sua expressão resulta em
espécies, as quais derivam de um único
um fenótipo alterado ou mutante, permi-
gene ancestral do último descendente co-
tindo o isolamento do gene.
mum das respectivas espécies.
Geniculado: dobrado, imitando um joe-
Genes parólogos: genes de um conjunto
lho.
de genes homólogos que divergiram uns
dos outros em consequência da duplicação Genistático: ver antiesporulante.
do gene. Genitor: aquele que gera; procriador; pai;
Genes sinalizadores: genes que respon- ascendente.
dem a mudanças do meio ambiente e en- Genitor doador: aquele que doa genes ao
viam sinais em cascata; esses sinais alteram genitor recorrente em um melhoramento
a expressão dos genes de um organismo. por retrocruzamento. Geralmente, o nú-
Genética: ramo da biologia que estuda a mero de genes transferidos do doador é
hereditariedade, a maneira como as varia- pequeno.
ções genéticas são transferidas para gera- Genitor recorrente: genitor utilizado vá-
ções sucessivas e como a informação rias vezes nos retrocruzamentos visando à
contida no material genético é expressa no restauração das suas características.
indivíduo.
Genoma: conjunto das características he-
Genética de populações: descrição e reditárias de um organismo, codificadas no
quantificação da variação genética em po- DNA e no RNA de alguns vírus. O ge-
pulações e seu uso para formular conclu- noma inclui os genes e as regiões intergêni-
sões acerca dos processos evolucionários cas que não codificam proteínas. Ele
que afetam as populações. constitui a sequência completa do DNA do
Genética molecular: estudo da função conjunto de cromossomos de um indiví-
gênica no controle de atividades celulares e duo; se o indivíduo for diploide, o genoma
da organização física dela dentro dos geno- corresponde à sequência do DNA de uma
mas. das cópias dos cromossomos. A palavra
genoma pode ser usada referindo-se ao ge-
Genética quantitativa: estudo da heredi-
noma do núcleo celular (genoma nuclear),
tariedade mediante o emprego da análise
ao de organelas que possuem seu próprio
estatística e da teoria da probabilidade ma-
DNA, como mitocôndrias (genoma mito-
temática.
condrial) e cloroplastos (genoma do cloro-
Genética reversa: na genética direta, o plasto), bem como ao genoma das
mapeamento gênico é realizado a partir do partículas virais. A palavra “genoma” en-
fenótipo. Na genética reversa, a associação globa a sequência do DNA dos elementos
entre genes e fenótipo é estabelecida pela extracromossomiais, como plasmídeos em

267
bactérias e fungos. No caso de eucariotos, a organismo. A pesquisa genômica envolve o
palavra “genoma” refere-se somente ao estudo da estrutura e função de genes; a in-
DNA nuclear ou cromossomial, não en- teração de genes e proteínas; o estudo de
globando o genoma das organelas. genomas completos de microrganismos
Genoma funcional: conjunto de genes (metagenômica) e o estudo de alterações
cuja expressão ou estado de ativação está epigenéticas no material genético (epigenô-
relacionado à função orgânica, por exem- mica).
plo, a patogenicidade em bactérias. Genômica comparativa: pesquisa dire-
Genoma mitocondrial: material genético cionada para a comparação dos genomas
encontrado nas mitocôndrias. de diferentes espécies, com o objetivo de
obter um melhor entendimento da evolu-
Genoma multicomponente: genoma ção das espécies e da localização e função
que possui mais de uma molécula de ácido biológica de genes nos genomas de diver-
nucleico como genoma. sos organismos.
Genoma multipartido: genoma viral que Genômica computacional: campo da ge-
se separa entre duas ou mais moléculas de nômica que estuda o genoma das células e
ácidos nucleicos, que podem ser encapsula- organismos.
das na mesma partícula ou em partículas
separadas; neste caso, são denominadas Genômica estrutural: estuda a forma de
multicomponentes. distribuição e arranjo dos genes em um or-
ganismo.
Genoma nuclear: material genético en-
contrado no núcleo de uma célula. Genômica funcional: estudo genético fo-
cado sobre as funções e interações de ge-
Genoma plastidial: material genético en- nes ou grupos de genes que podem
contrado em plastídeos vegetais. O mesmo pertencer a plantas e patógenos ou a am-
que plastoma. bos.
Genoma vertical: todos os genes verticais Genotipagem: determinação do genótipo
de um patótipo ou patódemo vertical. de um indivíduo para um ou mais locus gê-
Genoma vertical complexo: complexo nicos, que resulta da observação do nú-
significa que há muitos genes verticais em mero e dos tipos de alelos presentes no
um genoma; consequentemente, tem pató- locus.
tipo, patódemo, patogenicidade (ou habili- Genótipo: composição genética total de
dade parasítica) e resistências verticais uma célula ou de um organismo; composi-
complexas. ção particular de alelos encontrados em
Genoma vertical simples: genoma verti- dado indivíduo.
cal com poucos genes verticais, que pode Genotoxicidade: capacidade que algumas
estar no patótipo, no patódemo, na patoge- substâncias têm de induzir alterações (res-
nicidade e nas resistências verticais simples. ponsáveis pelo surgimento de cânceres e
Genômica: ramo da bioquímica que es- doenças hereditárias) no material genético
tuda o genoma completo ou parcial de um de organismos a elas expostos. Os diferen-

268
tes testes genotóxicos detectam mutações Gerenciamento de risco: uso da avalia-
gênicas e cromossômicas. ção de riscos e outras informações para de-
finir opções e tomar decisões sobre a
Genotóxico: diz-se da substância capaz de
redução ou eliminação de riscos.
causar dano ao material genético de célula/
organismo exposto. Germe: expressão popular para designar
um patógeno ou qualquer microrganismo
Gentamicina: antibiótico pertencente à
que cause doença; micróbio.
classe dos aminoglicosídeos. Interfere com
a síntese proteica em células bacterianas, li- Germicida: qualquer substância que pos-
gando-se à subunidade 30 S do ribossomo. sui capacidade de matar microrganismos.
Isso resulta em erro de leitura do código Os desinfetantes bactericidas e fungicidas
genético, por formar sequências de peptí- são germicidas.
deos incorretas na cadeia proteica, cau- Germinação: processo no qual um propá-
sando a morte das células bacterianas. gulo, por exemplo, esporo, escleródio ou
Geofitopatologia: técnica de apresenta- outra estrutura reprodutiva, sob condições
ção da distribuição espacial das doenças de ambientais específicas, aumenta sua ativi-
plantas numa determinada área através de dade metabólica, resultando na produção
mapas e estabelecimento de relações com de novas estruturas, como a emissão do
fatores de clima, vegetação e solo que favo- tubo germinativo que infecta e cresce no
reçam sua ocorrência. Isso permite a com- interior da planta hospedeira.
preensão das causas dos padrões de Germinação direta: germinação por meio
distribuição (Lopes et al., 2008). do tubo germinativo; esporângio que ger-
Geoprocessamento: conjunto de tecno- mina diretamente, originando outro espo-
logias que integram as fases de coleta, pro- rângio ou micélio.
cessamento e uso de informações Germinação indireta: germinação por
relacionadas ao espaço físico, seus cruza- meio da formação e liberação dos zoóspo-
mentos, análises e produtos. ros; germinação típica de um esporângio
Geração: (1) grupo de organismos que de Phytophthora.
têm os mesmos pais; (2) o tempo médio Germinação por repetição: produção de
entre a germinação de um esporo e a pro- esporos secundários no lugar do tubo ger-
dução de seus descendentes (novos espo- minativo, como em Heterobasidiomycetes.
ros). Germoplasma: conjunto de genes repre-
Geração F1: ver F1. sentados por todos os alelos existentes em
uma determinada espécie. A variabilidade
Geração F2: ver F2.
genética disponível em uma espécie.
Geração F3: ver F3.
Gestão de risco de praga: na defesa fitos-
Geração intrauterina: desenvolvimento sanitária, refere-se ao processo de tomada
de nematoides adultos no útero da mãe, au- de decisão para reduzir o risco de introdu-
mentando mais uma geração na progênie. ção de uma praga quarentenária.

269
Giberelina: grupo de hormônios de plan- Glândulas caudais: glândulas unicelulares
tas sintetizados, geralmente, nas folhas. e alongadas, localizadas na cauda de nema-
Promove o crescimento pelo prolonga- toides ou próximo a ela.
mento do caule e a germinação de semen-
Glândulas da matriz gelatinosa: glându-
tes, e estimula a brotação das gemas las retais em número de seis, existentes em
dormentes. alguns nematoides, como Meloidogyne spp.,
Gigantismo: anomalia caracterizada pelo sendo duas subdorsais, duas subventrais e
crescimento exagerado da planta ou de ór- duas laterais, que secretam uma matriz ge-
gãos dela, em razão de hipertrofia e hiper- latinosa, pelo ânus, na qual os ovos ficam
plasia de células e tecidos. depositados.
Gigastilósporo: estilósporo gigante. Glândulas do esôfago: três estruturas se-
cretoras do aparelho digestivo de nematoi-
Gimnosperma: grupo do reino Plantae,
des, que ficam confinadas em um bulbo
que inclui plantas cujas sementes são nuas,
dilatado ou em três lobos, na parte poste-
pois não ficam encerradas no interior de
rior do esôfago.
um ovário transformado em fruto, mas
presas às folhas carpelares. Glândulas ejaculadoras: glândulas asso-
ciadas ao canal ejaculador de nematoides,
Ginestático: substância que tem a capaci-
as quais secretam substância viscosa que
dade de diminuir ou impedir a reprodução
facilita a transferência dos espermatozoi-
dos patógenos; habilidade de impedir a es-
des durante a cópula.
porulação.
Glândulas esofagianas subventrais: em
Ginético: tipo fêmeo. Alótipo feminino.
geral, um par de estruturas secretoras loca-
Glabrescente: que tem estruturas lisas, lizado na porção posterior subventral do
sem ornamentos. esôfago de nematoides, cujas secreções são
Glabro: liso, sem ornamentos. liberadas no canal do esôfago.

Glândula anfidial: órgão posterior ao anel Glândulas hipodermais: glândulas que se


nervoso e ligado ao sistema nervoso cen- abrigam na hipoderme (glândulas caudais,
tral de nematoides pelos gânglios laterais. hipodermais laterais, anfidiais e fasmidiais)
do nematoide.
Glândula esofagiana dorsal: estrutura
secretora, localizada na parte posterior e Glândulas retais: glândulas volumosas
dorsal do esôfago de nematoides, cujas se- unicelulares, nas proximidades do reto de
creções são liberadas no canal do esôfago, nematoides, geralmente em número de três
próximo à base do estilete (membros da nas fêmeas e seis nos machos.
subordem Tylenchina) e do metacorpo Gleba: parte interna fértil do corpo frutí-
(membros da subordem Aphelenchina), ou fero dos Gasteromycetes (Basidiomycota)
na altura do bulbo posterior (membros das e dos tubulares (Ascomycota), que, quando
ordens Dorylaimida e Triplonchida). madura, se assemelha a terra.

270
Gleósporo: esporo gelatinoso que se dis- leva a um mundo cada vez mais integrado e
semina pela água ou por insetos; esporo de afeta significativamente a disseminação de
bainha gelatinosa. patógenos das plantas e dos animais, inclu-
Glicerina: sua denominação oficial é sive os que afetam o homem.
1,2,3-propanotriol ou glicerol. É um lí- Globoso: arredondado; esférico; em forma
quido incolor, viscoso, não tóxico e higros- de globo.
cópico, usado em mistura com lactofenol
Globulina: (1) proteína solúvel em solu-
para fixar nematoides.
ções diluídas de sais neutros, mas insolúvel
Glicerol: ver glicerina. em água; (2) anticorpos são globulinas.
Glicogênio: polissacarídeo armazenado Glomérula: bola de esporos do fungo cau-
no citoplasma das células de animais e fun- sador do carvão.
gos. Constitui substância de reserva, que
pode ser usada nas situações em que há ne- Glucose: açúcar simples de maior ocor-
cessidade de energia. Principal compo- rência nos tecidos das plantas e dos ani-
nente da parede celular dos oomicetos nas mais; dextrose. Tem a mesma fórmula da
combinações β1-3 e β1-6. frutose (C6H12O6), mas seus átomos pos-
suem um arranjo espacial diferente (é um
Glicoproteína: moléculas compostas de isômero de frutose). O amido e a celulose
proteína associada a açúcares (hidratos de são polímeros de glucose.
carbono simples ou complexos) que po-
dem funcionar como receptor, e que se lo- Gnotobiologia: parte da biologia que es-
calizam na superfície dos envelopes tuda um organismo na ausência de outras
lipídicos dos vírus, na membrana plasmá- espécies ou na presença de espécies conhe-
tica e no retículo endoplasmático rugoso cidas.
de células animais. Os vírus utilizam-se Gnotobiótico: ver cultura gnobiótica.
desses receptores para entrar nas células
hospedeiras, por meio de um sistema de re- Goma: substância polissacarídica com-
conhecimento entre as glicoproteínas do plexa produzida pelas células em resposta a
envelope e os receptores da membrana ce- um ferimento ou infecção.
lular da hospedeira. Gomose: sintoma necrótico caracterizado
Glicose: ver glucose. pela exsudação de uma substância viscosa
ou resinosa, a partir do tecido lesionado.
Glicosídeo cianogênico: ver ácido cianí- É comum a sua ocorrência em fruteiras
drico. afetadas por patógeno que coloniza o cór-
Gliotoxina: antibiótico antifúngico e an- tex ou o lenho, como em citros quando in-
tibacteriano produzido por Aspergillus fectados por patógenos do gênero
fumigatus, Gleocladium virens, Penicillium Phythophthora.
cinerascens e provavelmente por outros fun- Gônada: porção distal do sistema repro-
gos. dutivo de nematoides, que produz e con-
Globalização: processo global de mu- tém as células germinativas; o ovário na
dança social, econômica e ambiental, que fêmea e o testículo no macho.

271
Gonídios: estruturas assexuais reproduti- Gradiente de densidade: gradiente de
vas e diminutas, produzidas por algumas um soluto em um solvente usado para pro-
bactérias. teger macromoléculas durante seu fracio-
namento. Geralmente aplicado para a
Goniósporo: esporo anguloso; esporo
separação de espécies de macromoléculas
cujas paredes formam arestas.
por centrifugação ou eletroforese.
Gonoplasma: protoplasma no centro do Gradiente de dispersão horizontal: me-
anterídio que posteriormente se funde com dida da deposição de esporos em plantas
a oosfera. Presente em Peronosporales. situadas a distâncias crescentes da fonte de
Gonosfera: zoósporo de Chytriales. inóculo, após determinado período de ex-
posição a essa fonte. A medição é feita pelo
Gonósporo: esporo formado após a redu- grau de infecção (número de pústulas ou
ção do número de cromossomos. lesões em plantas suscetíveis).
Gota pendente: consiste de uma gota de Gradiente de dispersão vertical: gra-
uma suspensão de inóculo, suspensa em diente medido pela determinação da con-
uma lâmina escavada, para observar a ger- centração de esporos em diferentes alturas
minação de esporos. Deposita-se uma gota da fonte de inóculo, com o uso de armadi-
com esporos no centro de uma lamínula. lha caça-esporos acoplada a uma aeronave.
Untam-se as bordas da cavidade da lâmina A aeronave realiza uma série de voos nas
escavada com vaselina. Inverte-se a lâmina alturas para avaliar a dispersão vertical.
escavada sobre a lamínula e pressiona-a le-
Gradiente de doença: gradiente medido
vemente para aderir à vaselina. Volta-se ra-
pela mudança na incidência da doença em
pidamente a lâmina à sua posição normal e
função da distância de uma fonte de inó-
observa-se a gota ao microscópio.
culo, por exemplo, o número de lesões por
GPS: sigla de Global Positioning System (Sis- planta em função dessa distância.
tema de posicionamento global). Ver sis- Gradiente de infecção: ver gradiente de
tema de posicionamento global. doença.
Grade de agroquímicos: relação dos pro- Gradiente de sacarose: ver flutuação cen-
dutos químicos, como inseticidas, fungici- trífuga em solução de sacarose.
das, herbicidas, acaricidas, nematicidas e
antibióticos, registrados no Ministério da Grafia do nome de patógenos: o nome
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, genérico é escrito com inicial maiúscula e o
para uso em determinada cultura. epíteto específico com inicial minúscula,
ambos grifados. O epíteto infraespecífico
Gradiente: mudança gradual em qualquer também é escrito com inicial minúscula e
quantidade ou sistema no decurso do es- grifado. O grifo poderá ser substituído por
paço. Em fitopatologia, é a mudança pro- letra em itálico ou negrito. O nome gené-
gressiva (redução em geral) na concentração rico deverá ser abreviado a partir da se-
de esporos e no número de lesões ou de gunda citação em texto científico
plantas doentes em relação a uma fonte de (Michereff, 2017). Quando escrito pela pri-
inóculo. meira vez no texto deverá ser acompa-

272
nhado do(s) nome(s) do(s) identificador(es), Grânulo: partículas grossas de material
como exemplo Thanatephorus cucumeris inerte impregnado de um ingrediente ativo
(Frank) Donk. Ver epíteto infraespecífico. (fungicida, inseticida, herbicida e nemati-
Gráfico: representação, por meio de um cida) ou misturado a ele, para aplicação no
traçado, das variações de fenômenos bioló- solo.
gicos ou físicos, normais ou patológicos. Grânulos secretores: grânulos proteiná-
Graminícola: que cresce sobre as gramí- ceos produzidos nas glândulas salivares
neas, como patógenos dos gêneros Uromyces esofagianas de nematoides.
e Puccinia. Granulose: sintoma histológico caracteri-
Gram-negativo: ver coloração de Gram. zado pela produção de partículas granula-
res ou cristalinas em células degenerescentes
Gram-positivo: ver coloração de Gram. do citoplasma, como a melanose em folhas
Grampo de conexão: ligação típica de e frutas cítricas, causada por Diaporthe citri.
micélio dicariótico de grande número de Grão contaminado: refere-se aos grãos
Basidiomycota, constituída por um diver-
que apresentam níveis de defensivos agrí-
tículo ou pequeno canal semicircular,
colas ou de micotoxinas acima do limiar de
pleurógeno. O grampo de conexão dirige-
tolerância para o consumo humano e/ou
-se para baixo, encurvando-se até tocar a
animal.
célula inferior da mesma hifa unindo-se a
ela. Grau de exposição: intensidade, envol-
vendo duração e quantidade ou extensão
Grande escala: ver larga escala.
no qual a pessoa ficou em contato com o
Granulado: formulação sólida e uniforme, defensivo agrícola.
na forma de grânulos, com dimensões bem
definidas para aplicação direta. Grau de patogenicidade: grau em que
um patógeno afeta uma espécie vegetal ou
Granulado dispersível: formulação sólida seus produtos.
constituída de grânulos, para aplicação na
forma de suspensão, após desintegração e Grau de resistência a fungicidas: magni-
dispersão em água. tude da diferença de sensibilidade entre as
linhagens sensíveis e as resistentes. É ex-
Granulado encapsulado: formulação só- presso pelo fator de resistência. Ver fator
lida e uniforme, na forma de grânulos, que de resistência a fungicidas.
possui cobertura para proteção ou libera-
ção controlada do ingrediente ativo para Grau de tenacidade: razão entre a quanti-
aplicação direta. dade de defensivo agrícola remanescente
por unidade de área ao final de determi-
Granulado solúvel em água: formulação
nado grau de intemperismo pela quanti-
sólida constituída de grânulos, para aplica-
dade presente no início do intemperismo.
ção após dissolução do ingrediente ativo
em água, na forma de uma solução verda- Grau de toxidez: intensidade de contami-
deira (pode, porém, conter ingredientes nação do defensivo agrícola, mais forte ou
inertes insolúveis). não para a saúde humana.

273
Graus Baumé (°Be): unidade de medida e não do ponto de congelamento da água,
de densidade para líquidos mais densos do de modo que 0 °C = 273,15 °k.
que a água. O nome tem origem no nome
Graus Rankine (ºRankine): medida de
do químico francês Antoine Baumé, o qual
temperatura em que o ponto de congela-
introduziu o areômetro e a escala que serve
mento da água é ajustado numa escala ter-
para medir a densidade de líquidos mais
mométrica para 491,67 °Rankine e o ponto
densos do que a água.
de ebulição para 671,67 °Rankine, ao nível
Graus Brix (°Brix): escala graduada que do mar sob a pressão atmosférica de 1 atm.
indica o teor de sólidos solúveis por vo-
Graus Réaumur (ºR): medida de tempe-
lume de solução (100 cm3) na temperatura
ratura em que o ponto de congelamento da
de 20 °C. É a quantidade de sólidos solú-
água é ajustado numa escala termométrica
veis no sumo de frutas e em outros produ-
para 0 °R e o ponto de ebulição para 80 °R,
tos líquidos, como caldo de cana, mel,
ao nível do mar e sob a pressão atmosférica
melado, etc. Como esses sólidos são, em
de 1 atm.
grande parte, representados pelos açúcares
totais, o grau Brix às vezes também é usado Griseína: antibiótico produzido por
como estimativa de açúcares. Streptomyces griseus e ativo contra bactérias.
Graus Celsius (°C): unidade de tempera- Grumo: grânulo; pequeno conglomerado
tura do Sistema Internacional de Unidade de partículas; pequeno coágulo. Em uma
(SI) em que o ponto de congelamento da mistura líquida de defensivos agrícolas ou
água é ajustado numa escala termométrica destes com adubo, a formação de peque-
para 0 °C e o ponto de ebulição para nos coágulos ou grânulos indica a incom-
100 °C, ao nível do mar sob pressão at- patibilidade entre os componentes da
mosférica de 1 atm. mistura.
Graus de liberdade: número de compara- Grupo: conjunto de categorias coordena-
ções independentes que podem ser feitas das, que tem o mesmo valor em nomencla-
com um conjunto de dados. tura. Três grupos são reconhecidos: grupo
espécie, grupo família e grupo gênero.
Graus Fahrenheit (°F): unidade de tem-
peratura em que o ponto de congelamento Grupo coletivo: coleção de espécies iden-
da água é ajustado numa escala termomé- tificáveis, cujas posições genéricas são in-
trica para 32 °F e o ponto de ebulição para certas; tratado como um grupo gênero por
212 °F, ao nível do mar sob pressão atmos- conveniência.
férica de 1 atm. Grupo de anastomose: classificação
Graus Kelvin (°K): unidade de tempera- usada para agrupar isolados da mesma es-
tura do Sistema Internacional de Unidade pécie fúngica que possuem habilidade de
(SI) em que o ponto de congelamento da anatomosar suas hifas entre si, mesmo
água é ajustado numa escala termométrica sendo geneticamente diferentes. Os grupos
para 273,15 °K e o ponto de ebulição para de anastomose são determinados na mani-
373,15 °K, ao nível do mar sob pressão at- festação de compatibilidade somática entre
mosférica de 1 atm. Um grau Kelvin é igual os indivíduos. Através do pareamento dos
a um grau Celsius a partir do zero absoluto isolados sobre meio ágar-água, pode-se ob-

274
servar a fusão das hifas quando os isolados que apresentam risco individual elevado e
são do mesmo grupo de anastomose (anas- limitado para a comunidade, causam doen-
tomose group – AG), enquanto essa reação ças graves aos profissionais de laboratório,
é inexistente com isolados pertencente a mas existem medidas de tratamento e pre-
diferentes AGs. Atualmente, em Rhizoctonia venção; d) grupo IV: microrganismos que
solani, são reconhecidos 14 grupos, desig- apresentam elevado risco individual e para
nados com AG seguido de um número, a comunidade, não existem medidas de tra-
AG-1 a AG-14, e, em Ceratobasidium, são re- tamento e prevenção. Incluem agentes pa-
conhecidos 21 grupos, designados como togênicos altamente infecciosos, que se
AG seguido por uma letra, AG-A a AG-U. propagam facilmente, podendo causar
Esses grupos têm sido descritos mundial- doenças graves e ser letais para o homem.
mente (Oliveira et al., 2014; David et al.,
2018). Ver anastomose. Grupo espécie: compreende as categorias
espécie e subespécie.
Grupo de complementação: grupo de
vírus que têm mutações no mesmo códon Grupo família: compreende as categorias
e que não podem se complementares. tribo, subfamília, família e superfamílias, e
todas as categorias suplementares necessá-
Grupo de controle: ver testemunha. rias.
Grupo de espécies: aglomerado de espé- Grupo gênero: situado logo abaixo do
cies que parecem similares (apresentam al- grupo família e imediatamente acima do
gumas características morfológicas gerais grupo espécie na hierarquia da classifica-
idênticas), mas são biologicamente distin- ção; inclui as categorias gênero e subgê-
tas. nero.
Grupo de ligação: grupo de genes ou loci Grupo genômico: genótipos com alguns
que segregam juntos. O número de grupos genes em comum.
de ligação é limitado ao número de cro-
mossomos por genoma. Grupo monofilético: grupo composto
somente por espécies que derivam de um
Grupo de risco/microrganismos: a clas-
ancestral comum. Esta é a única maneira
sificação dos agentes biológicos de acordo
de agrupamento aceita pelos métodos cla-
com critérios de patogenicidade ao ho-
dísticos.
mem, virulência, modo de transmissão, en-
demicidade e existência ou não de profilaxia Grupo parafilético: grupo monofilético
e de terapêutica eficazes. São esses os gru- que não contém todas as espécies derivadas
pos: a) grupo I: microrganismos não pato- de ancestral comum.
gênicos que não constituem risco para o
Grupo polifilético: grupo composto por
homem e para o meio ambiente; b) grupo
espécies que não possuem um ancestral co-
II: microrganismos que causam risco indi-
mum próximo e, além disso, excluem
vidual moderado e limitado para a comuni-
membros que poderiam ligar essas espé-
dade, existem medidas eficazes para
cies.
tratamento e prevenção. Incluem os mi-
crorganismos que podem provocar doen- Grupo químico: nome dado a um grupo
ças ao homem; c) grupo III: microrganismos de substâncias químicas que compartilham

275
o mesmo modo de ação bioquímica e que de inóculo para os plantios da próxima es-
podem, ou não, ter estrutura química simi- tação. Ver planta voluntária.
lar. Gubernáculo: estrutura presente em ne-
Guanina: um dos componentes primá- matoides machos, constituída de material
rios do DNA e RNA; liga-se à citosina. adensado que serve como bainha ou guia
A guanina pertence a um grupo de com- para o deslizamento do espículo. Pode ser
postos chamado de bases purínicas; fór- único ou em par.
mula C5H5N5O,2-amino-6-oxipurina. Guerra biológica: a utilização de organis-
Guanxuma: denominação dada a várias mos patogênicos que causam doenças em
espécies do gênero Sida. Planta daninha, seres humanos e de patógenos que infec-
herbácea da família Malvacea. Hospedeira tam e destroem culturas que sejam as prin-
cipais fontes de alimento e renda de dada
do vírus do mosaico crespo da soja
população, afetando a disponibilidade de
(VMCrS), que causa forte clorose e mos-
alimentos e, portanto, a sobrevivência
queado em folhas da guanxuma. O VMCrS
dessa população.
é transmitido para a soja através da mosca-
-branca (Bemisia tabaci). Gutação: exsudação de água e solutos a
partir dos tecidos da planta, particular-
Guaxa: denominação dada à soja (Glycine mente ao longo das margens e ápice do
max) que germina involuntariamente atra- limbo foliar, via hidatódios, causada pela
vés de grãos que sobram na lavoura após pressão da raiz.
a colheita ou que caem durante o trans-
porte. Durante o vazio sanitário, essas Gutiforme: que tem a forma de gota.
plantas são afetadas pela ferrugem Gutulado: que provém de gotas; que exibe
(Phakopsora pachyrhizi) e atuam como fonte gotas oleosas no interior.

276
H
Habilidade de competição saprofítica: Organização Estadual de Defesa Sanitária
capacidade de viver indefinidamente no Vegetal.
solo, pois tem a característica de poder tro- Habilitar: na defesa fitossanitária, reco-
car de substrato saprofítico. Em vista disso, nhecer com validade regional os certifica-
esse parasita é considerado um habitante dos ou relatórios expedidos por
natural da maioria dos solos. Esse pató- laboratórios, referentes às análises e/ou en-
geno é dificilmente controlado pela rota- saios para os quais tenham sido credencia-
ção, pois, potencialmente, qualquer espécie dos.
vegetal alternativa, integrante do sistema de
rotação, pode servir de substrato. Todos os Habitante do solo: ver patógeno habi-
patógenos com habilidade de competição tante do solo.
saprofítica, como Rhizoctonia solani, são de Habitante transeunte do solo: ver pató-
difícil controle por essa prática cultural. geno transeunte do solo.
Habilidade parasítica: capacidade de um Habitat: lugar onde um organismo vive
patógeno de sobreviver às expensas do seu ou se desenvolve normalmente.
hospedeiro. Hairy root: doença de etiologia bacteriana
Habilitação: na defesa fitossanitária, atri- causada por Agrobacterium rhizogenes que
buição para emissão de Certificado Fitos- provoca uma proliferação anormal das raí-
sanitário de Origem/Certificado Fitos- zes. Ver Agrobacterium rhizogenes.
sanitário de Origem Consolidado, obtida Halo: (1) área circunscrita, de coloração
por engenheiros-agrônomos e florestais, diferenciada, que se forma ao redor de uma
em suas respectivas áreas de competência lesão; zona intermediária entre o tecido
profissional, após aprovação em curso es- afetado e o sadio; (2) círculo que envolve
pecífico, organizado pela Organização uma colônia ou o esporo em um meio de
Estadual de Defesa Sanitária Vegetal e cultura; (3) alteração na parede superior das
aprovado pelo Ministério da Agricultura, células epidérmicas, localizada no sítio de
Pecuária e Abastecimento. A habilitação penetração do patógeno, com a deposição
tem validade de 5 anos, a partir da data do de calose, lignina, lipídios cuticulares e sí-
curso, sendo renovado por igual período, lica, o que sugere contribuição para a resis-
por solicitação escrita do interessado à tência de plantas a fungos, sendo incluída

277
entre os fatores de resistência estrutural observados paráfises, parafisoides, perífi-
pós-formados. ses, perifisoides, pseudoparáfises ou pseu-
doparênquima interascal.
Halo clorótico: área verde-amarelada,
amarela ou branca que circunda as man- Hamato: que apresenta ganchos nas ex-
chas foliares. tremidades, como ocorre com setas, pelos,
etc.
Hamatécio: nome dado para diferentes ti-
pos de hifas estéreis que crescem entre os Haplobionte: diz-se do organismo que
ascos ou se projetam para dentro do lóculo não apresenta alternância de gerações, isto
ou ostíolo do ascomata; usualmente de ori- é, cujo ciclo de vida passa em uma só fase,
gem carpocentral. seja haploide (haplonte), seja diploide (di-
Hamatécio paráfises: hifas originadas a plonte).
partir da base da cavidade, usualmente não Haplodiploidização: produção de ha-
ramificadas nem anastomosadas. ploide seguida da duplicação de seus cro-
Hamatécio parafisoides: tecidos pré-as- mossomos, resultando em homozigose.
cais ou interascais que se esticam e lem- Haplodiplonte: que é haplobionte di-
bram pseudoparáfises; com frequência, são plonte, isto é, não apresenta alternância de
apenas remotamente septados, anastomo- gerações e a única fase de seu ciclo de vida
santes e muito finos. é diploide.
Hamatécio perífises: hifas confinadas ao Haplófase: parte do ciclo de vida de um
canal ostiolar, não ramificadas e não anas- organismo cujas células são haploides (1n).
tomosadas.
Haplo-haplonte: que é haplobionte ha-
Hamatécio perifisoides: hifas curtas, que plonte, isto é, não apresenta alternância de
se originam acima do nível dos ascos em gerações e a única fase de seu ciclo de vida
desenvolvimento, mas não atingem a base é haploide.
deles.
Haploide: célula ou organismo com nú-
Hamatécio pseudoparáfises: hifas que mero n de cromossomos.
se originam acima do nível dos ascos e
Haploidia: fenômeno relativo à redução
crescem para baixo por entre os ascos em
do número de cromossomos por meio de
desenvolvimento, e, por fim, tornam-se fi-
uma divisão reducional; condição própria
xas à base da cavidade; frequentemente, li-
do estado haploide.
bertam-se da parte superior, regularmente
septadas, ramificadas e anastomosadas, Haploidização: produção e desenvolvi-
mais largas. mento em direção à fase haploide, na qual
o núcleo celular contém o número ha-
Hamatécio pseudoparênquima inte-
ploide de cromossomos.
rascal: tecido carpocêntrico não modifi-
cado ou comprimido entre os ascos em Haplomicélio: micélio haploide.
desenvolvimento.
Haplótipo: conjunto de alelos de genes di-
Hamatécio tecido hematecial ausente: ferentes que se encontram próximos e são
denominação que indica que não foram forma conjunta. Um trecho do genoma

278
que, em um único cromossomo de cada Helicósporo: esporo espiralado ou heli-
par, não pode ter partes da genitora e do coidal, septado ou não, uni ou pluricelular.
genitor juntas, apenas de um deles. Heliófilo: organismo que necessita de luz
Harmonização: na defesa fitossanitária, intensamente para viver.
consiste em estabelecer, reconhecer e apli- Heliófobo: organismo que não tolera luz
car em diferentes países medidas fitossani- para viver.
tárias baseadas em normas comuns.
Os membros basearão suas medidas em Heliógrafo: instrumento usado para me-
normas e recomendações internacionais. dir e registrar o número de horas de brilho
Terão direito de aplicar medidas mais res- solar, em cada dia, na superfície que recebe
tritivas, que resultem em níveis mais eleva- radiação direta do sol.
dos de proteção fitossanitária, se houver Heliômetro: instrumento usado para me-
justificativa científica. dir o número de horas de brilho solar, em
Haste: (1) corpo ou trecho principal dos cada dia, na superfície que recebe radiação
espículos e do estilete de nematoides; direta do sol.
(2) parte de um vegetal na qual se prendem Heliose: fenômeno responsável pela pro-
folhas, flores e frutos. dução de manchas descoradas nas plantas,
por causa da exposição excessiva à luz so-
Haustorial: da natureza do haustório ou
lar.
parecendo haustório.
Heliotropismo: fenômeno relativo aos
Haustório: projeção simples ou ramifi-
fungos e vegetais heliotrópicos que se
cada de uma hifa especializada, do pató-
orientam positiva ou negativamente em
geno para dentro da célula viva do
resposta ao estímulo luminoso.
hospedeiro, a qual atua como um órgão de
absorção, retirando o material para sua nu- Helmintosporiose: denominação dada às
trição, e é encontrada em um grande nú- doenças causadas por espécies do gênero
mero de fitopatógenos biotróficos, como Helminthosporium.
os causadores de ferrugens, oídios e míl- Hemacitômetro: ver câmara de Neubauer.
dios.
Hemiangiocárpico: corpo frutífero dos
Heautótipo: ver autótipo. Agaricales, em que, durante o estádio juve-
Helicase: enzima que separa as duas ca- nil, o himenóforo está recoberto por um
deias de filamento duplo de DNA, consu- tipo de membrana (véu) que se rompe an-
mindo energia do ATP para romper as tes da maturação.
pontes de hidrogênio entre as bases. Es- Hemiasco: asco com um número indeter-
sencial para a replicação do DNA e a sín- minado de ascósporos.
tese de RNA na transcrição.
Hemiascósporo: ascósporo de um he-
Hélice: estrutura com forma de espiral, miasco.
encontrada em moléculas de DNA.
Hemibasídio: diz-se do basídio de Ustila-
Helicoidal: em forma de hélice, que se ginales que ora se apresenta septado, ora
dispõe em hélice; helicoide. contínuo (Tilletia).

279
Hemibiotrófico: patógeno que, na fase Herança: em biologia, transmissão de ca-
inicial de parasitismo, se comporta como racterísticas genéticas de geração a geração;
biotrófico, crescendo nos espaços extrace- por meio da herança, os genes transmitem
lulares e promovendo a nutrição via haus- à prole caracteres físicos (morfológicos),
tório, e posteriormente produz enzimas ou bioquímicos e comportamentais dos geni-
toxinas para completar a patogênese. tores.
Hemicelulase: enzima que catalisa a hi- Herança biológica: transmissão de carac-
drólise da hemicelulose. terísticas de pais para filhos, ao longo das
gerações.
Hemicelulose: polissacarídeos dos tipos
xilanas, mananas e galactanas, que ocorrem Herança citoplasmática: transmissão de
na parede celular das plantas. informação genética no citoplasma pelo
DNA de organelas, como mitocôndrias.
Hemicompatível: homocário compatível Distinta da transmissão por genes cromos-
com um ou dois componentes do dicário. somiais e detectada por diferentes contri-
Hemiparasita: parasita parcial; algumas buições dos pais em cruzamentos
vezes atua como parasita facultativo. recíprocos.
Hemisférico: com a forma de meia esfera. Herança dominante: tipo de herança em
Aplica-se, especialmente, com relação ao que um alelo se comporta como domi-
píleo. nante em relação a outro alelo.
Hemisporo: (1) célula no final de um fila- Herança extranuclear: ver herança cito-
mento, que posteriormente se divide para plasmática.
formar diversos deuteroconídios; (2) pro- Herança monogênica: ver herança quali-
toconídio; (3) uma das duas células produ- tativa.
zidas por um transepto primário em um
ascósporo. Herança poligênica: ver herança quanti-
tativa.
Hemizonídio: estrutura do sistema ner-
voso com forma de lente, que consiste de Herança qualitativa: herança determi-
comissura de extensão de neurônios, si- nada por genes que se manifestam de
forma bem definida, de modo que os indi-
tuada entre a cutícula e a camada hipoder-
víduos dentro de uma população podem
mal, no lado ventral do corpo do nematoide
ser divididos em classes distintas segundo o
e na altura do esôfago, ligeiramente ante-
fenótipo, o que resulta em poucas classes
rior ao poro excretor.
bem definidas não superpostas.
Hemizônio: estrutura sensorial seme-
Herança quantitativa: herança determi-
lhante ao hemizonídio, só que localizada
nada pela ação de muitos genes, que pos-
posteriormente ao poro excretor.
suem pequenos efeitos individuais.
Hemoglobina: principal proteína das cé- A condição final é geralmente afetada
lulas sanguíneas vermelhas do sangue, que pelo ambiente, e as características não se
lhes dá cor e transporta oxigênio. manifestam como na herança qualitativa,

280
mas dentro de uma grande amplitude de tídeos nos cromossomos. A hereditarie-
variação. dade segue as leis de Mendel.
Herança recessiva: tipo de herança em Hereditário: que se transmite por herança
que um alelo se comporta como recessivo de pais a filhos ou de ascendentes para des-
em relação a outro alelo. cendentes.
Herbário: (1) coleção de espécimes vege- Hermafrodita: indivíduo que produz ga-
tais secos e prensados, arranjados e descri- metas masculinos e femininos funcionais,
tos de forma sistemática, que serve de autocompatíveis ou não.
referência taxonômica na identificação e Hermafroditismo: tipo de reprodução de
classificação das plantas para fins de ensino nematoides, em que o indivíduo apresenta
e/ou pesquisa; (2) coleção de fungos secos, características corporais de fêmea, porém a
parasíticos e saprofíticos, disposta em or- gônada é capaz de produzir os gametas
dem, para estudo; micoteca. masculinos e femininos.
Herbário fitopatológico: herbário desti- Hérnia: sintoma que apresenta subdesen-
nado à preservação de espécimes de plan- volvimento e murcha das plantas, com a
tas catalogadas e identificadas, com formação de galhas nas raízes em virtude
sintomas de doença que podem servir de da hipertrofia das células e dos tecidos co-
fonte de consulta, comprovação de resulta- lonizados pelo fungo, como a hérnia das
dos de diagnose e provedor de informa- crucíferas, causada por Plasmodiophora
ções sobre a biologia da população de brassicae.
patógenos no passado.
Heterobasídio: designação dos basídios
Herbicida: substância ou mistura de subs- bifurcados e dos septados longitudinal ou
tâncias destinada a destruir plantas ou im- transversalmente.
pedir o desenvolvimento delas.
Heterocárion: estirpe fúngica ou hifa
Herborização: conjunto de operações cujas células contêm núcleos genetica-
que se destina à coleta e ao preparo de ma- mente diferentes, por exemplo, o dicário
terial para a confecção de um herbário. com dois tipos de núcleo por célula.
Herdabilidade: proporção da variabili- Heterocariose: condição em que cada cé-
dade observada em razão da herança, es- lula do micélio contém mais de um núcleo
tando o restante relacionado a causas geneticamente diferente, algumas vezes
ambientais. Mais estritamente, proporção como consequência da anastomose, resul-
de variabilidade observada em relação aos tando em células heterocarióticas.
efeitos aditivos dos genes.
Heterocariótico: indivíduo que apresenta
Herdável: característica do genótipo ca- heterocariose.
paz de ser transmitida de uma geração para
Heteroconto: diz-se de esporos que têm
outra.
cílios ou flagelos de tamanhos diversos ou
Hereditariedade: transmissão de caracte- tipos diferentes, como Phytophthora, que
rísticas genéticas paternas à prole por genes produzem zoósporos cujos flagelos apre-
específicos, dispostos na forma de nucleo- sentam o formato de chicote e de escova.

281
Heterocromatina: cromatina que perma- Heteromorfo: (1) que se apresenta em vá-
nece condensada e, portanto, genetica- rias formas; (2) que exibe diferentes formas
mente inativa. de esporos.
Heteroécio: designação dada a um pató- Heteroplanético: que apresenta gametas
geno, particularmente certos fungos de móveis que são distintos.
ferrugem, que necessita de duas espécies Heteroploide: célula, tecido ou orga-
hospedeiras para completar seu ciclo de nismo que contém maior ou menor nú-
vida. mero de cromossomos por núcleo do que
Heterófago: que se nutre de diversos tipos o normal (1n ou 2n).
de alimentos. Heterose: vigor híbrido, de maneira que o
Heterogametângios: gametângios mas- F1 híbrido se destaca favoravelmente dos
culino e feminino que são morfologica- pais homozigotos com relação a um ou
mente distintos. mais caracteres agronômicos desejados.
O híbrido é um heterozigoto superior em
Heterogametas: gametas masculino e fe- aptidão, causado por superdominância, e
minino que são morfologicamente distin- geralmente supera os pais em tamanho,
tos. rendimento e produtividade.
Heterogamia: união (copulação) de hete- Heterospórico: produção de esporos de
rogametas. dois ou mais tipos (diferem no mating type
Heteroico: patógeno que requer duas es- + ou -).
pécies de hospedeiros para completar seu Heterósporo: esporo diferenciado; es-
ciclo de vida, particularmente os causado- poro desigual.
res de ferrugem, como a Puccinia graminis Heterotálico: organismo que, para com-
sobre o trigo e Berberis sp. pletar o ciclo de vida, necessita de dois ta-
Heterólise: destruição de uma célula por los compatíveis.
agente externo, principalmente por lisina Heterotalismo: ocorrência de dois tipos
ou enzima de outra fonte. de indivíduos autoincompatíveis, cada um
Heterólogo: (1) designação a origens dife- incompatível com o outro; há necessidade
rentes, como organismos derivados de es- de conjugação entre o micélio de ambos
pécies distintas apresentando morfologias para garantir a reprodução sexual.
próprias; (2) formado por elementos dife- Heterotalismo bipolar: condição de
rentes quanto à origem ou estrutura. compatibilidade sexual em que há dois ti-
Heteromórfico: que tem forma diferente pos correspondentes; heterotalismo uni-
ou anormal; que difere do padrão; que tem factorial.
forma diversa em épocas ou estádios de Heterotalismo tetrapolar: condição de
vida distintos. Formas desiguais nos dife- compatibilidade sexual em que há quatro
rentes estádios de desenvolvimento de ne- tipos correspondentes; heterotalismo bi-
matoides. factorial.

282
Heterotrófico: ser incapaz de sintetizar Hibridação: cruzamento de dois indiví-
seu próprio alimento, obtendo-o a partir de duos diferentes em uma ou mais caracterís-
material orgânico produzido por organis- ticas hereditárias.
mos autotróficos ou de outros heterotrófi-
Hibridação introgressiva: diz-se dos cru-
cos.
zamentos interespecíficos repetidos ou
Heterótrofo: organismo heterotrófico. mesmo contínuos, que permitem a infiltra-
Ver heterotrófico. ção de genes de uma espécie para outra, em
Heterozigose: condição em que o indiví- decorrência de falhas do mecanismo de
duo possui diferentes alelos em um ou isolamento reprodutivo.
mais de um locus correspondente. Hibridação parassexual: hibridação via
Heterozigoto: indivíduo ou organismo métodos não sexuais, como fusão de pro-
com alelos diferentes em um ou mais locus toplastos.
de cromossomos homólogos. Um orga- Hibridação somática: fusão de proto-
nismo pode ser heterozigoto em um, em plastos para obter híbridos intra ou interes-
vários ou em todos os loci. pecíficos ou cíbridos, produtos nos quais
Heurística: algoritmos implementados ocorrem misturas de genomas citoplasmá-
em programas de filogenia molecular cujo ticos tendo em comum a presença de um
objetivo é encontrar as melhores árvores fi- único genoma nuclear.
logenéticas. Uma busca heurística pode Hibridização: na biologia molecular, a he-
não encontrar a melhor das árvores filoge- licoidização de filamentos de fitas diferen-
néticas, mas certamente encontrará uma tes de ácidos nucleicos; associação de
boa solução em um tempo razoável. moléculas.
Hexaploide: poliploide com seis conjun- Hibridização cruzada: hibridização entre
tos básicos de cromossomos. ácidos nucleicos complementares oriundos
Hexásporo: cada um dos esporos de um de diferentes fontes.
grupo de seis. Hibridização de ácidos nucleicos: siste-
Hialino: translúcido, destituído de cor. mas de pareamento por complementari-
dade de bases entre fragmentos de DNA e
Hialodicto: esporo hialino; muriforme, RNA que são utilizados para avaliar a ho-
isto é, com septos transversais e longitudi- mologia entre eles e contribuir com a iden-
nais. tificação.
Hialodídimo: didimósporo hialino. Hibridização de colônias: técnica em-
Hialofragmo: esporo multicelular e hia- pregada para identificar, entre diversas co-
lino, formado por células que se distribuem lônias de bactérias transformadas, aquelas
em uma só camada. que contêm vetores com um determinado
inserto. Para a identificação dessas colô-
Hialósporo: esporo hialino, transparente e nias, utiliza-se uma sonda, normalmente
incolor. radioativa, que corresponde ao inserto pro-
Hiato: abertura natural na casca dos ovos curado. É realizada pela transferência das
de nematoides. colônias de uma placa de Petri para mem-

283
branas de náilon ou nitrocelulose. As colô- eliminem o excesso de água quando as con-
nias aderidas à membrana são, então, dições atmosféricas não favorecem a trans-
lisadas e o DNA liberado é fixado à mem- piração num processo denominado
brana, seguido por hibridização com a gutação. Abertura natural que facilita as in-
sonda marcada. As colônias contendo a se- fecções bacterianas.
quência desejada são localizadas por autor-
radiografia. Hidnoide: estrutura que se apresenta den-
ticulada ou espinhosa.
Hibridização in situ: técnica empregada
extensivamente em biologia celular para Hidratação: (1) absorção de água por uma
determinar a distribuição de um particular substância, com aumento contínuo de vo-
transcrito em um organismo, em determi- lume; (2) incorporação de água em uma
nado tecido, dentro de uma célula ou de molécula complexa, como proteínas, áci-
um cromossomo. A técnica consiste na hi- dos nucleicos e partículas de vírus.
bridização do tecido com uma sonda espe-
Hidrocoria: dispersão de organismo ou
cífica de RNA ou DNA (marcada de forma
esporo através do fluxo da água dos rios,
radioativa ou não).
mares ou outros corpos de água.
Híbrido: produto do cruzamento de dois
ou mais progenitores geneticamente distin- Hidrócoro: esporo disseminado pela água.
tos. Hidrofílico: que tem afinidade com a
Híbrido duplo: híbrido resultante do cru- água. Característica de substâncias que in-
zamento entre dois híbridos simples. teragem com a água.
Híbrido interespecífico: híbrido produ- Hidrofobicidade: composto que apre-
zido entre espécies diferentes, por exem- senta baixa solubilidade aquosa e, conse-
plo, híbrido entre espécies cultivada e quentemente, alta solubilidade em lipídios
silvestre afim. Apresenta grau variável de e solventes não polares.
fertilidade, desde a esterilidade até a com- Hidrofóbico: que não tem afinidade com
pleta fertilidade.
a água. Característica de substâncias que re-
Híbrido simples: híbrido resultante do pelem a água e interagem entre si, gerando
cruzamento entre duas linhagens. um ambiente ou fase não aquosa.
Híbrido somático: híbrido interespecí- Hidrolisado de caseína: mistura de ami-
fico ou intergenérico oriundo da fusão de noácidos e peptídeos produzidos por hi-
protoplastos, usado no melhoramento de drólise enzimática ou ácida da caseína.
fruteiras, como porta-enxerto, a fim de
conferir à copa resistência a patógenos ha- Hidroplasia: ver anasarca.
bitantes do solo. A planta regenerada con- Hidroponia: técnica de cultivo de plantas
tém a soma do número cromossômico dos terrestres que se realiza na água, sem con-
genitores. tato com o solo, à qual são acrescentados
Hidatódio: estrutura especializada das sais e substâncias nutritivas, conveniente-
plantas, um poro junto à extremidade de al- mente escolhidos e dosados para otimizar
gumas folhas que permite que as plantas o crescimento das plantas.

284
Hidrose: encharcamento; condição trans- Hifa basidiógena: hifa que produz basí-
lúcida dos tecidos em função do extravasa- dios.
mento do suco celular para os espaços
Hifa cenocítica: hifa que não apresenta
intercelulares. Ver anasarca.
septos internos, de modo que não há com-
Hidrosfera: água líquida (oceanos, lagos, partimentos internamente delimitados; hifa
outros corpos d’água superficiais e água asseptada.
subterrânea), água congelada (as calotas Hifa comunicante: nas micorrizas, diz-se
polares e as flutuantes, e o gelo no solo) e de qualquer das hifas que coloca o fungo
vapor de água presentes na atmosfera. alojado nas raízes, em comunicação com os
Hidrósporo: ver hidrócoro. filamentos micélicos livres.
Hidrossolúvel: solúvel em água. Hifa conectiva: hifa dos tecidos conecti-
vos do tecido estéril mais interno da capa
Hidrotactismo: processo no qual o movi-
ou píleo, que sustenta o himenóforo dos
mento do patógeno é estimulado pela pre-
basiocarpos que possuem píleo.
sença de água.
Hifa conjuntiva: ver hifa conectiva.
Hidrotropismo: processo no qual a orien-
tação de crescimento do patógeno é dire- Hifa contínua: hifa desprovida de septos
cionada ou inibida para o local com transversais, como em fungos zoospóricos.
presença de água. Hifa de assimilação: hifa que penetra na
Hifa: estrutura fúngica, filamentosa, cilín- cutícula e se ramifica no interior do corpo
drica, unicelular ou multicelular, simples ou do nematoide aprisionado, absorvendo seu
ramificada, septada ou não, que constitui o conteúdo e causando-lhe a morte.
micélio do fungo. É a unidade estrutural Hifa de penetração: hifa de diâmetro
dos fungos e de cada filamento tubular que muito reduzido, capaz de perfurar a parede
forma o micélio, contém todas as organelas celular e que, ao transpô-la, se dilata para
características das células eucarióticas. formar o haustório.
Hifa absorvente: hifa papiliforme das mi- Hifa de sustentação: hifa altamente rami-
corrizas dicótomas. ficada, tipicamente asseptada e de parede
Hifa albuminífera: hifa endocelular albu- fina, presente no basidiocarpo de alguns
minoide das endomicorrizas. fungos.
Hifa apocítica: hifa que contém septos. Hifa de Woronin: hifa frouxamente enro-
lada e pouco espessada, encontrada em al-
Hifa ascófora: hifa portadora de ascos.
guns Ascomycetes e que, provavelmente,
Hifa ascógena: hifa especializada (n + n), constitui um tipo simplificado de arqui-
que origina ascos, os quais se formam no carpo ou de formação homóloga ao
ascogônio após a fecundação; hifa que ini- mesmo; formação que dá origem às hifas
cia a formação de frutificação. ascógenas.
Hifa asseptada: ver hifa cenocítica. Hifa doliporo: ver doliporo.

285
Hifa ectotrófica: hifa infectante que se Hifa setálica: hifa marrom, pontuda e de
desenvolve principalmente sobre a superfí- parede grossa, encontrada no tecido subi-
cie da raiz. cular e marginal de basidiocarpos, e no mi-
célio em madeira apodrecida ou em
Hifa emigrante: nas micorrizas, refere-se
culturas.
a qualquer hifa que, partindo do interior da
raiz, atravessa o estrado cortical e emerge Hifa vegetativa: hifa que desempenha as
no exterior. funções de nutrição.
Hifa esquelética: hifa de crescimento de- Hifal: relativo ou pertencente à hifa.
finido e orientado, indivisa ou pouco rami- Hifálico: relativo à hifa.
ficada na extremidade distal, usualmente
não septada ou com septos simples na ex- Hifídio: qualquer hifa modificada na por-
tremidade, reta ou ligeiramente flexuosa. ção terminal, por exemplo, com pequenas
ramificações.
Hifa estéril: hifa que não produz esporos.
Hifopódio: divertículo lateral, simples ou
Hifa fértil: ver conidióforo. complexo, globoso ou alongado, oposto e
Hifa geradora: hifa de crescimento indefi- alterno, inserido de ordinário nos flancos
nido, ramificada, de paredes delgadas, sem- dos septos das hifas de espécies de Meliola,
pre septadas, com septos simples ou com o qual aparentemente serve de órgão de fi-
ansas. xação da hifa à folha.
Hifa infectiva: ver hifa de penetração. Higienização: eliminação de agentes cau-
sadores de doenças, mediante o uso de prá-
Hifa primária: primeira hifa visível dentro
ticas adequadas de limpeza (remoção de
da camada das células epidérmicas.
sujidades), a lavagem (remoção de mate-
Hifa reprodutora: hifa que emerge dos riais estranhos ou microrganismos aderi-
corpos do nematoide atacado e morto por dos à superfície do produto hortícola) e a
fungo endoparasito e que, a partir de então, desinfestação ou sanificação pela imersão
se habilita à formação de estruturas repro- ou pulverização do produto com um
dutivas. agente saneante, como cloro, visando à re-
dução dos microrganismos a um nível de
Hifa receptiva ou receptora: tubos re-
segurança. Também efetuada no laborató-
ceptivos, originários do espermogônio
rio de fitopatologia e no material nele utili-
(picnio), que têm como função receber os
zado, para eliminar fontes de inóculo
núcleos sexuais masculinos das espermá-
contaminante, como a aplicação de solução
cias.
desinfestante de água sanitária com 0,1%
Hifa rizoidal: hifa que penetra no subs- de cloro ativo nas superfícies e piso do la-
trato e age como rizoide. boratório, a autoclavagem das vidrarias
Hifa septada: hifa provida de septos. Es- usadas, como placas de Petri e tubos de en-
trutura que se forma transversalmente à saio, contendo colônias de microrganismos
e, em seguida, lavadas com água e sabão,
hifa, dividindo-a em células. É provida de
enxaguadas e passadas em água destilada.
um poro que permite a troca do conteúdo
citoplasmático. Higrófilo: preferência por habitat úmido.

286
Higrógrafo: instrumento usado para me- Himenopódio: camada de tecido sob o
dir e registrar a umidade do ar. himênio, sub-himênio ou hipotécio.
Higrômetro: instrumento usado para me- Hipercromicidade: aumento da absorti-
dir a umidade do ar, geralmente em termos vidade do DNA que ocorre quando ele é
relativos. desnaturado; efeito hipercrômico.
Higromicina: antibiótico usado como Hiperimunização: condição resultante da
agente seletivo em culturas bacterianas, cul- imunização, geralmente quando grandes
tivo de células e de tecidos transformados. doses de reforços são ministradas para esti-
mular a produção de anticorpos de alta afi-
Higroscópico: material que tende a ab- nidade.
sorver água.
Hiperparasita: aquele que exerce o hiper-
Hilar: relativo ao hilo. parasitismo, ou seja, o parasita do parasita.
Hilo: (1) ponto, marca, cicatriz, especial- Hiperparasitismo: situação em que o pa-
mente na região de inserção no conidió- rasita está sendo parasitado por outro para-
foro, célula conidiogênica ou esterigma; sita.
(2) pequena depressão de uma célula mó-
vel na qual o flagelo é inserido; (3) cicatriz Hiperplasia: desenvolvimento excessivo
encontrada no tegumento das sementes de um tecido ou órgão, com consequente
de várias espécies vegetais, resultante da aumento de volume, em virtude da produ-
sua inserção no fruto. ção excessiva de células, como na galha da
coroa, causada por Agrobacterium tumefaciens
Himenial: relativo ao himênio ou próprio em roseira, caquizeiro, crisântemo e rosá-
dele. ceas.
Himeniforme: semelhante a um himênio. Hiperploide: que tem o número de cro-
Aplica-se ao revestimento do píleo quando mossomos um pouco maior do que um
esse apresenta elementos claviformes e dis- múltiplo exato do número haploide.
postos exatamente como os elementos de
Hipersaprófita: saprófita encontrado ape-
um himênio.
nas em substratos invadidos por outros sa-
Himênio: tecido fértil, principalmente, de prófitas.
basidiocarpos ou ascocarpos; às vezes com
Hipersensibilidade: reação rápida, ne-
estruturas estéreis intercalares, que se apre-
crótica e localizada, que ocorre após a ino-
sentam de várias formas dentro ou sobre
culação de uma planta por um patógeno, a
os corpos de frutificação dos fungos.
qual reage violentamente de modo que o
Himenocarpo: diz-se do órgão reprodu- tecido invadido morre, bloqueando o
tor que faz parte do himênio. avanço da colonização; mudanças morfo-
lógicas e histológicas que, ao serem produ-
Himenófito: fungo com um himênio.
zidas por um agente infeccioso, promovem
Himenóforo: porção do esporocarpo, es- a morte prematura do tecido infectado
pecialmente de um Basidiomycota, sobre a bem como a inativação e localização do
qual o himênio se desenvolve. agente infeccioso.

287
Hipersensitivo: característica do hospe- Hipógeno: fungo que produz corpos de
deiro cuja reação inicial a uma infecção é frutificação subterrâneos.
tão forte que limita o desenvolvimento adi-
Hipógeo: que cresce abaixo da superfície
cional do patógeno invasor. do solo.
Hipertrofia: dilatação exagerada das célu- Hipógino: anterídio e oogônio formados
las de um tecido ou órgão, resultando no na mesma hifa, na condição de que o ante-
aumento do volume destas, como nas ga- rídio seja formado sob oogônio.
lhas da hérnia das crucíferas, causada por
Plasmodiophora brassicae e por nematoides do Hipônimo: nome de um táxon que não
gênero Meloidogyne. pode ser reconhecido em razão das incerte-
zas ou inadequações na descrição publi-
Hipertrofita: fungo patogênico que causa cada.
hipertrofia.
Hipoplasia: subdesenvolvimento de um
Hipnocisto: cisto ou acineto que perma- tecido ou órgão por causa da reduzida divi-
nece em repouso durante um tempo, antes são celular, causado por um agente patogê-
de germinar. nico ou por substâncias reguladoras de
Hipnósporo: esporo de paredes grossas crescimento e inibidores.
que, no inverno, fica dormente e, na prima- Hipostroma: estroma que se forma ape-
vera, germina. nas na base do peritécio ou do picnídio;
Hipobasídio: estrutura da qual deriva o base que sustenta o estroma; estroma for-
basídio. mado por um fungo parasita abaixo da epi-
derme do hospedeiro.
Hipobiose: redução do metabolismo por
deficiência de calor, água, oxigênio, etc. Hipotalo: fino depósito, frequentemente
transparente, na base das frutificações de
Hipoblasto: ver gástrula.
muitos Myxomycetes.
Hipoclorito de sódio: sal com caráter bá-
Hipotécio: camada fina de hifas interliga-
sico, comercializado como solução aquosa.
das imediatamente abaixo do himênio de
Usado na fitopatologia como desinfetante.
um apotécio.
Hipocótilo: parte caulinar do embrião ou
Hipótese científica: suposição funda-
plântula localizada entre o ponto de inser-
mentada que tenta explicar uma lei cientí-
ção do(s) cotilédone(s) e o início da radí-
fica ou certas observações científicas.
cula.
Conceitualização para explicar um dado fe-
Hipoderme: (1) massa citoplasmática sin- nômeno, baseada em observações limita-
cicial, envolvida por uma membrana e si- das do fenômeno. As hipóteses são usadas
tuada entre a cutícula e a musculatura para submeter experimentos a provas ou
somática do nematoide; (2) camada de re- para compreender melhor o comporta-
vestimento do píleo, que fica situada abaixo mento de um sistema ou fenômeno. Se
da derme e se diferencia do resto da trama. uma hipótese resiste aos testes experimen-
tais, pode ser elevada a teoria.
Hipófilo: que germina na face abaxial de
folha. Hipótese de Flor: ver teoria de Flor.

288
Hipótese de nulidade: presunção, em es- Hirsuto: coberto de pelos longos, rígidos
tatística, de que, ao menos que se prove o e abundantes.
contrário, nenhuma relação existe entre Híspido: coberto de pelos duros e ásperos
dois (ou mais) grupos e de que nenhuma ao toque, espinhoso.
diferença observada é devida apenas ao
acaso. Histeriotécio: ascocarpo que se abre,
quando maduro, por uma fenda apical e
Hipótese gene-a-gene: ver teoria de Flor. longitudinal que se amplia consideravel-
Hipotigma: duas protuberâncias peque- mente até deixar o himênio quase que intei-
nas e sugestivas a papilas, localizadas ven- ramente externo.
trolateralmente nas proximidades da cloaca Histograma: representação gráfica da fre-
de nematoides. quência de distribuição, na qual intervalos
Hipótipo: ver apótipo. iguais ou valores arbitrários são marcados
sobre o eixo horizontal, e a frequência cor-
Hipotrofia: subdesenvolvimento de um respondente de cada seleção é indicada
tecido ou órgão em virtude do reduzido pela altura de um retângulo tendo como in-
aumento individual das células, causado tervalo a sua base.
por um agente patogênico ou por substân-
cias reguladoras de crescimento e inibido- Histólise: destruição dos tecidos.
res. Histologia: estudo da estrutura de tecidos
Hipovirulência: característica de linha- usando secções coloridas com auxílio do
gem do patógeno menos agressiva ou não microscópio de luz ou eletrônico.
patogênica que pode ser transmitida para Histopatologia: estudo da estrutura mi-
as linhagens patogênicas. Segundo Mizu- croscópica de tecidos e órgãos doentes.
buti e Maffia (2007), a redução da virulên-
cia de um patógeno pela ação de um História natural de uma doença: descri-
antagonista foi fenômeno descoberto em ção que inclui as características da infecção,
castanheiras infectadas pelo fungo a distribuição da doença segundo os atribu-
Cryphonectria parasitica. Isolados de tos do hospedeiro, o tempo e o espaço, a
C. parasitica foram infectados por um vírus distribuição e as características ecológicas
do(s) reservatório(s) do agente infeccioso,
do gênero Hypovirus, o qual modificou a
os mecanismos de transmissão e os efeitos
morfologia das colônias fúngicas e redu-
da doença sobre a planta.
ziu sua capacidade de penetrar no hospe-
deiro e esporular. Histórico da área de plantio: informa-
ção importante para a diagnose de uma
Hipoxia: interrupção do fornecimento de
doença e adoção de medidas de controle;
oxigênio por períodos intermitentes ou
refere-se aos dados sobre plantios anterio-
curtos durante alagação ou após período
res, como espécie cultivada, rotação de cul-
de chuvas abundantes, principalmente em
tura e ocorrência de doenças, e da cultura
solos de argilosos a francoargilosos.
atual, como preparo da área, origem das se-
Hipóxico: refere-se às baixas concentra- mentes ou mudas, época de plantio, dados
ções de oxigênio. climáticos e edáficos, sistema de irrigação,

289
tratos culturais adotados e agroquímicos Hologônico: refere-se às células germina-
utilizados. Importante principalmente para tivas formadas ao longo do comprimento
patógenos com capacidade de se manter total da gônada em nematoides.
no solo por longos períodos, como no caso Holomiário: arranjo da musculatura so-
de patógenos que produzem estruturas de mática nos nematoides, com células mus-
resistência (Sclerotinia sclerotiorum, Sclerotium culares longitudinais dispostas em dois ou
rolfsii e Rhizoctonia solani). em apenas um campo muscular. Por campo
Histotipo: em imunologia, reação entre muscular entende-se o espaço entre duas
diferentes tipos de células. cordas da hipoderme. Ver meromiário e
polimiário.
HLB (Huanglongbing): doença degene-
rativa conhecida como greening dos citros, Holomórfico: diz-se do ciclo de vida do
causada pela bactéria Candidatus Liberibacter fungo como um todo (estádios anamórfico
spp. e teleomórfico); diz-se do fungo que possui
todos os estádios.
Holoártrica: diz-se da conidiogênese tá-
lica ártrica em que toda hifa se transforma Holomorfo: diz-se do fungo que apre-
em conídios e as paredes das células estão senta todas as formas e estádios assexual e
sexual.
envolvidas na formação do conídio.
Holonecrose: sintoma caracterizado pela
Holobasídio: basídio unicelular, geral-
morte completa das células ou dos tecidos.
mente claviforme.
Holonecrótico: completamente morto ou
Holobasidiomycetes: extinta classe de
apodrecido.
Basidiomycota.
Holoparasita: parasita cujo ciclo de vida
Holobiótico: diz-se do patógeno que se ocorre em um único hospedeiro suscetível.
hospeda em tecido vivo durante todos os
estádios de seu ciclo de vida. Ver patógeno Holotálica: ver célula conidiogênica holo-
obrigatório. tálica.
Holoblástica: ver célula conidiogênica Holótipo: ver tipo.
holoblástica. Holozoico: organismo que ingere ali-
Holocárpico: diz-se de organismo cujo mento sob a forma de partículas sólidas,
talo é totalmente convertido em uma ou que se alimenta como animal; característico
mais estruturas reprodutivas. de Myxomycota.

Holoenzima: complexo de enzima com o Homeostase: habilidade de um sistema


cofator. dinâmico de manter-se estável e retornar à
estabilidade após a ocorrência de uma per-
Holofítico: que produz alimentos pela fo- turbação qualquer.
tossíntese; plantas que não são parasitas
Homeostase do desenvolvimento: capa-
nem saprófitas; são holofíticas.
cidade de uma planta de não alterar as suas
Hologamia: transformação de todo o talo características fenotípicas quando cultivada
em corpo de frutificação. em diferentes condições ecológicas.

290
Homeostase genética: capacidade de um do seu rótulo e a qualidade da embalagem
genoma de não aceitar alteração genética foram aprovadas, sua comercialização é li-
em sua constituição. berada, garantindo a utilização do produto
Homeótipo: espécime comparado com o em condições de maior eficácia no controle
holótipo ou tipo e determinado como de pragas e de segurança para o agricultor e
coespecífico por outro que não o autor da o consumidor dos produtos agrícolas.
descrição da espécie. Homologia: similaridade derivada de um
Homobasídio: termo proposto para de- ancestral comum.
signar um basídio asseptado, contínuo, não Homônimo: um de dois ou mais nomes
furcado de Homobasidiomycetes. idênticos que designam táxons diferentes
Homocário: indivíduo cujos núcleos são do grupo espécie, dentro de um mesmo gê-
geneticamente idênticos; células híbridas nero nominal; táxons diferentes dentro do
formadas pela fusão de duas células da grupo gênero ou dentro do grupo família.
mesma espécie. O nome mais antigo e o mais recente qua-
Homogamia: ver isogamia. lificam, respectivamente, o primeiro e o se-
gundo nome dos dois homônimos
Homogenado: preparação livre de células publicados. Um nome grafado como outro
com características uniformes e idênticas, nome publicado para um táxon do mesmo
adequada para exames biológicos e produ- nível hierárquico, baseado em um tipo dife-
zida por homegeneização. rente (Turland et al., 2018).
Homogeneização: (1) operação de labo-
Homoplasia: características semelhantes,
ratório na qual os tecidos e células da planta
mas não derivadas de um ancestral comum.
são triturados, com o objetivo de se obter
Neste caso, a similaridade é derivada da
uma preparação adequada para exame bio-
evolução convergente.
lógico, de forma que os componentes este-
jam uniformemente distribuídos em cada Homosporia: formação de apenas um
parte do volume; (2) operação que consiste tipo de esporo assexuado.
na agitação constante e prolongada, sufi-
ciente para manter uniformemente distri- Homósporos: com esporos iguais; com o
buídos os esporos, células bacterianas, mesmo tipo de esporo.
partículas de vírus, etc., em uma suspensão Homotálico: em sentido geral, organismo
preparada para análise ou inoculação. que completa o ciclo de vida a partir de um
Homogeneizador: equipamento de labo- único talo. Nos fungos homotálicos, isso
ratório utilizado para esmagar, misturar, ocorre quando um único indivíduo, prove-
dispersar, extrair, emulsificar e, como o niente de um esporo com um só tipo de
próprio nome diz, homogeneizar amostras núcleo, pode cruzar com ele próprio.
e/ou substâncias. Homotalismo: denota espécies nas quais
Homologação de um defensivo agrí- cada indivíduo é compatível consigo
cola: ato que certifica a qualidade aos de- mesmo e, portanto, sexualmente autossufi-
fensivos comercializados, pois o conteúdo ciente.

291
Homotalismo secundário: condição na Hospedeiro alterno: uma ou outra das
qual fungos heterotálicos (dois núcleos de duas espécies de plantas sobre a qual um
tipos opostos são incorporados regular- patógeno deve se desenvolver para com-
mente em cada esporo), durante a germi- pletar o seu ciclo de vida, ou seja, o hospe-
nação de seus esporos, originam um talo deiro em que o patógeno realiza as fases
que contém núcleos A1 e A2, e consequen- complementares de seu ciclo vital. Por
temente comportam-se como se fossem exemplo, a ferrugem do trigo causada por
homotálicos. Puccinia graminis f. sp. tritici, cujo hospedeiro
primário é o trigo e o hospedeiro alterno é
Homótipo: ver homeótipo. uma planta selvagem do gênero Berberis, na
Homozigose: condição na qual existem qual o patógeno se desenvolve para com-
alelos iguais em loci correspondentes de pletar o ciclo assexual (fases 0 e I).
cromossomos homólogos. Um indivíduo Hospedeiro assintomático: hospedeiro
pode ser homozigoto em um, vários ou to- infectado por um patógeno, geralmente
dos os loci correspondentes. um vírus, que não apresenta sintomas visí-
Homozigoto: organismo oriundo da ferti- veis.
lização de um gameta feminino e um mas- Hospedeiro definitivo: hospedeiro no
culino, que possui alelos idênticos em todos qual o patógeno vive durante a fase adulta
os loci em cromossomos homólogos. de seu ciclo de vida, quando pode se repro-
duzir sexualmente.
Hormônio: substância química que atua
como mensageira ou mesmo como sinal de Hospedeiro de manutenção: hospedeiro
estímulo às atividades fisiológicas. Entre os utilizado para manter um vírus.
hormônios vegetais, podem ser citadas as Hospedeiro diagnóstico: hospedeiro
auxinas, citocininas e giberelinas. usado como padrão para identificar dada
Hormósporo: esporo incolor, da mesma doença.
origem dos estilósporos e teliósporos, que, Hospedeiro específico: diz-se das espé-
com a deliquescência da célula-mãe, se di- cies de patógenos que infectam uma única
vide em células, microconídios, etc., e os espécie vegetal, na qual foram descritas.
microconídios desenvolvem-se em hetero- Como exemplo Phytophthora fragarie em mo-
cistos. ranguinho e P. sojae em soja.
Hospedeiro: (1) planta ou partes dela ata- Hospedeiro favorável: hospedeiro que
cadas pelo patógeno; (2) em engenharia ge- permite a reprodução de um patógeno,
nética, são hospedeiras as células que usado principalmente para nematoides.
encerram o DNA a ser clonado, conside-
rando a teoria do DNA recombinante; Hospedeiro indicador: ver planta indica-
(3) em virologia, um organismo ou cultura dora.
de células em que um dado vírus pode re- Hospedeiro intermediário: hospedeiro
plicar. no qual as formas imaturas de um pató-
Hospedeiro alternativo: um entre as di- geno vivem ou o patógeno sobrevive du-
versas espécies de plantas hospedeiras de rante as fases de repouso. O patógeno
um patógeno polífago. pode se reproduzir assexuadamente num

292
hospedeiro intermediário, mas a reprodu- ralizada em todas as partes da planta; não
ção sexual ocorre no hospedeiro definitivo. localizado.
Hospedeiro ponte: hospedeiro que serve Hospedeiro voluntário: planta de uma
de ligação, possibilitando a infecção de ou- cultura afetada por um patógeno que cresce
tras plantas, como a Cuscuta sp., utilizada espontaneamente entre as estações de ex-
para transferência de um vírus de uma ploração comercial da referida cultura; que
planta com virose para uma planta sadia. mantém o inóculo para a próxima estação
de cultivo.
Hospedeiro preferencial: hospedeiro
mais útil ou afeito à sobrevivência do pató- Hospedeiros diferenciais: (1) série de
geno. patódemos verticais usados para identifica-
ção de patótipos verticais. O ideal é que
Hospedeiro preferido: planta que oferece
cada hospedeiro diferencial possua apenas
substrato mais favorável ao patógeno em
um gene vertical; (2) plantas que apresen-
comparação com outra planta suscetível.
tam reações distintas para um vírus especí-
Hospedeiro primário: hospedeiro princi- fico, permitindo sua diferenciação de
pal de um fungo de ferrugem heteroécio, outros vírus comumente presentes.
no qual se desenvolve a fase sexual.
Hot spot: região da molécula de DNA
Hospedeiro principal: hospedeiro sobre mais susceptível à mutação ou à recombi-
o qual o patógeno desenvolve a fase princi- nação do que outras regiões de tamanho
pal do seu ciclo vital. semelhante.
Hospedeiro reservatório: planta sem va- HPLC: sigla de High Pressure Liquid
lor econômico, que nem sempre apresenta Chromatography. Ver cromatografia líquida
sintomas, na qual um patógeno pode pas- de alta pressão.
sar um período, e a qual serve como fonte
Húmus: material orgânico bem decom-
de inóculo para uma espécie de valor eco-
posto, transformado por via biológica, que
nômico.
se encontra em estado coloidal no solo.
Hospedeiro secundário: ver hospedeiro Normalmente tem coloração escura.
alterno.
Hymenomycetes: extinta classe de
Hospedeiro silvestre: qualquer espécie Basidiomycota.
de planta não cultivada, que serve de fonte
Hyphomycetes: classe que abrigava fun-
de inóculo de um patógeno que afeta uma
gos anamórficos que produzem conídios
espécie explorada economicamente.
externamente, sobre conidióforos isolados
Hospedeiro sistêmico: hospedeiro no ou organizados em sinemata ou em espo-
qual o patógeno se distribui de forma gene- rodóquio. Ver fungo mitospórico.

293
I
I1, I2, I3...In: símbolos usados para designar Ideolectótipo: denominação para o lectó-
a primeira, a segunda, a terceira, até a ené- tipo selecionado pelo próprio autor da des-
sima gerações de autofecundação. crição da espécie.
i.a.: sigla de ingrediente ativo. Ver ingre- Ideótipo: espécime indicado como o mais
diente ativo. típico pelo autor responsável pela descri-
ção da espécie, mas coletado fora da locali-
Iantinósporo: esporo de cor violeta.
dade-tipo, ou seja, o espécime que, na
ICAT: sigla de isotope coded affinity tagging. percepção do autor, seja possuidor de to-
Técnica de quantificação de proteínas asso- das as características ideais.
ciada à espectrometria de massas na qual os
Idiomorfo: que tem forma própria.
resíduos de cisteína são marcados com isó-
topos pesados. Idiotope: região distinta, antigenicamente
associada com um paratopo imunoglobu-
ICTV: abreviação de International Committee
lina ou região hipervariável.
for Taxonomy of Virus ou Comitê Interna-
cional de Taxonomia de Vírus. Ig: sigla de imunoglobulina. Ver imunoglo-
bulina.
Idade biológica: estádio de desenvolvi-
mento de organismos individuais, relativo a IgA: classe de imunoglobulinas secretoras,
um padrão de desenvolvimento médio, tí- diméricas nas secreções e monoméricas no
pico para uma espécie em particular. sangue.
Identidade genética: conjunto de carac- IgD: classe de imunoglobulinas que se for-
teres genotípicos e fenotípicos de uma cul- mam sobre a superfície de células B (célu-
tivar/variedade que a diferencia de outras. las produtoras de anticorpos encontradas
principalmente no sangue, nódulos linfáti-
Identificação: processo que determina a
cos e baço).
qual grupo taxonômico pertence o orga-
nismo ou o isolado em questão. IgE: classe de imunoglobulinas que fixam
a maioria das células e são responsáveis
Ideograma: diagrama ou fotografia dos
pela sensibilidade anafilática e alérgica.
cromossomos de uma célula. É caracterís-
tico de cada organismo em termos de nú- IgG: principal classe de imunoglobulinas
mero e aspecto dos cromossomos. no soro de humanos.

295
IgM: imunoglobulina pentâmera; primeira zado ou uma micrografia eletrônica
classe de anticorpos produzidos pela maio- (Turland et al., 2018).
ria dos antígenos durante uma resposta
imune. Imaculado: sem manchas.

Ilegítimo: diz-se do nome que contraria Imarginado: que não apresenta bordo de
os dispositivos estabelecidos pelo Código aspecto diferente; sem orla ou margem de-
Internacional de Nomenclatura Botânica finida.
(Huang, 1984); inapropriado. Imaturo: que ainda está na fase juvenil ou
Ilha verde: área formada em torno do sítio nos primeiros estádios de desenvolvi-
de infecção, onde há um aumento acen- mento, não amadurecido ou maduro.
tuado na concentração de proteínas (rea-
ção de defesa dos tecidos da planta para Imbricado: formado de partes que se re-
evitar o estabelecimento de relações parasi- cobrem, como as telhas de uma cobertura.
tárias), com manutenção da clorofila, fo- Imersão: (1) processo de desinfestação
tossíntese e fixação ativa de CO2. Em pelo qual um objeto, o vegetal ou parte dele
virologia, são regiões não cloróticas em é mergulhado na calda fungicida ou outro
uma folha com sintomas de mosaico ou es- desinfestante; (2) em microscopia, refere-
trias.
-se à objetiva de imersão, quando se em-
Iluminação de campo claro: ver micros- prega um líquido de igual índice de refração
cópio de campo claro. que o vidro, como o óleo de cedro.
Iluminação de campo escuro: método Imerso: que está mergulhado, escondido
de iluminação de microscópio, no qual o ou enterrado na matriz; formado no inte-
suporte de iluminação é um cone côncavo rior do meio de cultura ou dos tecidos do
de luz formado por um obturador opaco
hospedeiro.
no centro do condensador, grande o sufi-
ciente para impedir luz direta a partir da en- Imidazole: grupo de fungicidas inibidores
trada da objetiva. O espécime é visualizado da biossíntese de ergosterol, componente
com luz difusa ou difratada pelo obturador. das membranas celulares. Destacam-se,
Iluminação de Köhler: técnica que con- como fungicida pós-colheita, o imazalil e o
siste numa série de ajustes do sistema de prochloraz, que são eficientes no controle
iluminação do microscópio, visando dosar de espécies de Alternaria.
a quantidade certa de luz que passa pelo
Imigração: movimento de um organismo,
condensador para a obtenção da melhor
população ou espécie para uma nova área.
resolução nos microscópios ópticos.
Ilustração: no Código Internacional de Imiscível: quando duas ou mais substân-
Nomenclatura para Algas, Fungos e Plan- cias são incapazes de se misturar para for-
tas, refere-se a um trabalho de arte ou uma mar uma mistura homogênea ou uma fase
fotografia retratando uma característica ou isolada sob condições normais. O óleo e a
características de um organismo, como um água são o exemplo clássico de dois líqui-
esboço, desenho de um espécime herbori- dos imiscíveis.

296
Imobilização: em bactérias, diz-se da pre- Impressão digital: ver fingerprinting.
venção do crescimento e movimento indu-
Impureza: material estranho presente em
zida por produtos das células das plantas.
pequenas quantidades em outra substância.
Imortalização: (1) crescimento conti- As impurezas podem ser contaminantes
nuado de células em cultura, quando nor- indesejáveis, como resíduos de pesticidas
malmente deveria cessar; (2) crescimento em alimentos.
continuado de células para clonagem de
cDNA em um plasmídeo bacteriano ou Imune: aquele que não pode ser infectado
produção de anticorpos monoclonais em por um dado patógeno.
um hibridioma. Imunidade: ausência de infecção. Imuni-
Impacto ambiental: qualquer alteração dade é absoluta resistência ao patógeno,
das propriedades físicas, químicas e bioló- não pode ser qualificada. Um hospedeiro é
gicas do meio ambiente, causada por qual- imune ou não imune, e algo menos que
quer forma de matéria ou energia resultante imunidade é resistência. Termo como imu-
das atividades humanas, que, direta ou indi- nização deve ser evitado (Robinson, 1969).
retamente, afetem a saúde, a segurança e o Uma planta que foi infectada, mas não
bem-estar da população, as atividades so- apresenta sintomas da doença pode ser re-
ciais e econômicas, a biota, as condições es- sistente, mas não é imune. Imunidade im-
téticas e sanitárias do meio ambiente e a plica em total exclusão do patógeno
qualidade dos recursos ambientais – Reso- potencial. O termo “reação imune” é co-
lução Conama nº. 3061, de 5 de julho de
mumente e incorretamente usado como si-
2002 (IBGE, 2004).
nônimo de reação de hipersensibilidade,
Imperfeito: esporos de origem assexual, porque, na reação de hipersensibilidade, há
como conídios e artrósporos. pelo menos infecção temporária.
Importância quarentenária: condição Imunidade adquirida: imunidade não
atribuída a um patógeno ou praga quando hereditária, adquirida, acontece quando o
se quer evitar a entrada deste ainda não hospedeiro é submetido a algum trata-
presente em determinado local. mento que modifica sua composição quí-
Impregnação: processo realizado após o mica. A proteção proporcionada para
clareamento de fragmentos de órgãos algumas espécies pela pré-inoculação com
doentes para o estudo histológico, com au- um microrganismo ou vírus não virulento,
xílio do microscópio. Colocam-se os frag- antes da inoculação com um patógeno vi-
mentos em parafina fundida, geralmente rulento, não é imunidade se ocorrer qual-
realizada em estufa a 60 °C. A parafina pe- quer grau de infecção causada por um dos
netra nos vasos, nos espaços intercelulares agentes envolvidos.
e mesmo no interior das células, impreg-
nando o tecido e tornando mais fácil a ob- Imunidade ativa: proteção por causa do
tenção de cortes no micrótomo. Após esse desenvolvimento de uma resposta imune
processo, os fragmentos serão submetidos de um indivíduo após ser estimulado com
à inclusão. Ver clareamento e inclusão. um antígeno.

297
Imunidade de campo: que não é infec- agarose, etc.). O antígeno e o anticorpo dis-
tado por um patógeno no campo, embora solvidos difundem-se em todas as direções,
seja suscetível em condições experimentais. inclusive um em direção ao outro. Quando
o antígeno e as moléculas de anticorpos
Imunidade natural: imunidade inerente
homólogos se encontram, ocorre a reação
aos caracteres genéticos naturais do orga-
nismo. de precipitação, que é visível a olho desar-
mado.
Imunização: (1) ver princípios de Whetzel;
(2) em bacteriologia e virologia vegetal, Imunodifusão radial: procedimento so-
consiste em introduzir, na corrente san- rológico no qual o antígeno ou anticorpo
guínea do animal usado como cobaia, o líquido é colocado em orifícios em ágar-gel
antígeno contra o qual se deseja obter an- contendo outro reativo; e difundem-se no
ticorpos, que serão usados em inúmeras interior do gel. O complexo antígeno-anti-
técnicas sorológicas, tais como: diagnose corpo resultante forma um halo ou um
de fitobacterioses e fitoviroses, estudos fi- anel de precipitado em torno do orifício.
togenéticos, variabilidade de isolamentos Imunoeletroforese: combinação da sepa-
de um mesmo patógeno, histopatologia, e ração eletroforética de proteínas com mé-
detecção de fitobactérias no solo e de fito- todo de imunodifusão.
vírus e fitobactérias em órgãos infectados;
Imunoeletroforese cruzada: técnica em
(3) ver planti­corpos.
que a mistura de antígenos é separada por
Imunização genética: transferência de eletroforese em gel de agarose e, posterior-
um gene que codifica para a produção de mente, submetida à eletroforese em ângulo
um antígeno a fim de induzir uma resposta reto dentro de um gel contendo anticor-
imune que protege o organismo da infec- pos.
ção pelo patógeno pertinente.
Imunofluorescência: teste sorológico no
Imunoadsorvente: modificação do mé- qual o anticorpo específico é conjugado
todo de imunofluorescência. Neste caso, as com um corante fluorescente. O antígeno é
placas especiais são “codificadas” com o colocado em placas especiais com alvéolos
anticorpo (gama-globulina). Após a adição pequenos. Posteriormente, é adicionado o
do antígeno, apenas este permanece ade- anticorpo conjugado com o corante. Após
rido. Posteriormente, adiciona-se nova- a secagem, observa-se ao microscópio.
mente o anticorpo, desta vez conjugado
Imunogenicidade: capacidade de um an-
com o corante fluorescente, o qual adere às
tígeno para causar reação imune.
partículas do antígeno, produzindo fluores-
cência. Imunogênico: produtor de imunidade,
geralmente descreve uma proteína (antí-
Immunoblot: reação de anticorpos mar-
geno) capaz de induzir a produção de anti-
cados com proteínas adsorvidas em papel
corpo quando injetada no animal.
de nitrocelulose.
Imunógeno: ver antígeno.
Imunodifusão: procedimento sorológico
no qual a reação antígeno-anticorpo ocorre Imunoglobulina: proteína denominada
em uma substância gelatinosa (ágar-gel, globulina, que participa da reação de imu-

298
nidade, como o anticorpo contra um antí- Incineração: processo de combustão con-
geno específico. São conhecidas cinco trolada dos resíduos, em que estes são quei-
classes de imunoglobulinas: anticorpos mados e transformados em pequenas
IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Ver IgA, IgD, quantidades de resíduos inertes, não inertes
IgE, IgG e IgM. e gases, com produção ou não de energia.
In natura: significa “estado natural”, “na A incineração é uma forma de total elimi-
forma que ocorre na natureza”. nação dos resíduos tóxicos ao meio am-
biente, sem a emissão de gases tóxicos para
In situ: expressão latina que significa “em a atmosfera.
sua posição original, natural ou presente”.
Incinerador: fornalha ou queimador espe-
In vitro: atividade em condição artificial, cial de alta temperatura que reduz os pro-
fora do hospedeiro, como o cultivo do pa- dutos em cinza ou vapor não tóxico. Usado
tógeno em meio de cultura. para dispor alguns defensivos altamente e
In vivo: atividade em condição natural, no moderadamente tóxicos para um produto
hospedeiro. ligeiramente tóxico ou atóxico.
Inalação: introdução de gases ou vapores Incisão: secção ou corte de tecidos com
pelas vias respiratórias, conduta comum auxílio de instrumento cortante.
entre os aplicadores de defensivos agrícolas Incisuras: marcações longitudinais dentro
quando desprovidos de equipamentos de dos campos laterais do corpo dos nematoi-
proteção. des, muitas vezes chamadas involuções.
Inativação: ato de tornar os microrganis- Incitante: que descreve, incorretamente, o
mos incapazes de se desenvolver. agente causal de uma doença. Na realidade,
Inativador de vírus: químico que inativa o termo deveria ser usado para descrever
um vírus, causando a perda da infectivi- qualquer fator que promove a ação patogê-
dade deste. nica do agente causal.
Inativar: destruir o efeito de uma substân- Inclusão: processo realizado após a im-
cia ou a capacidade infectiva de um pató- pregnação de fragmentos de órgãos doen-
geno, como o vírus. tes para o estudo histológico, com auxílio
do microscópio óptico. Coloca-se o frag-
Inativo: não envolvido na ação do defen-
mento num molde retangular contendo pa-
sivo agrícola; não reage quimicamente com
rafina fundida. Depois de solidificada, a
o outro.
parafina fornecerá suporte para realizar os
Inativo quimicamente: não reagirá facil- cortes com o micrótomo.
mente com qualquer outro produto quí-
Inclusão amorfa: ver corpo de inclusão.
mico ou objeto.
Inclusão citoplasmática: ver corpo de
Incidência: que ocorre, que ataca, ato de
inclusão.
incidir.
Inclusão cristalina: ver corpo de inclusão.
Incidência de doença: proporção ou
porcentagem de plantas ou de órgãos Incompatibilidade: (1) incapacidade de
doentes. estabelecer um heterocário estável em ra-

299
zão das diferenças genéticas em um ou no caso do defensivo agrícola, a efetividade
mais loci de compatibilidade vegetativa; de um ou mais é reduzida; ou eles causam
(2) quando não ocorre doença na interação injúrias às plantas.
patógeno-hospedeiro; (3) perda de eficiên-
Inconspícuo: que não é conspícuo, por
cia ou geração de fitotoxicidade quando
exemplo, quando é impossível ver o plug
um ou mais componentes da mistura de
basal de interseção com o pedicelo no es-
defensivos agrícolas sofrem alterações em
porângio.
suas características físico-químicas; (4) res-
trição seletiva da competência de cruza- Incorporar: misturar um defensivo agrí-
mentos intra ou interespecíficos, devido a cola, fertilizante ou outro produto químico
genes de incompatibilidade que impedem a com o substrato.
formação do zigoto (fertilização); (5) rejei- Incubação: (1) manutenção de culturas de
ção do tecido enxertado; (6) inabilidade da bactérias, fungos, tecidos ou órgãos de
coexistência de determinados plasmídeos plantas em uma temperatura favorável ao
na mesma célula bacteriana. crescimento, por determinado período;
Incompatibilidade física: ocorre quando, (2) em biologia molecular, conservação de
mesmo após a agitação, a mistura exibe fa- reações químicas a temperatura controlada,
ses distintas, formação de flocos e grumos, por determinado período de tempo; (3) pe-
espuma excessiva ou aglomerações ou pas- ríodo de tempo entre a penetração de um
tas. Pode ser causada por agitação inade- patógeno em um hospedeiro e o apareci-
quada, ordem de adição dos produtos mento dos primeiros sintomas.
incorreta ou ausência de emulsificantes em Incubação artificial: designação adotada
formulações e concentração dos produtos para o conjunto de técnicas e práticas arti-
(Gazziero et al., 2021). ficiais que visam imitar a natureza, no in-
Incompatibilidade heterocariótica: ver tuito de oferecer condições para que um
incompatibilidade somática. processo infeccioso ocorra.
Incompatibilidade química: ocorre Incubação de raízes: técnica recomen-
quando a associação altera negativamente a dada para o diagnóstico de nematoides en-
eficácia dos produtos, reduzindo seus efei- doparasitas migratórios. Consiste na
tos, quando comparada aos produtos apli- lavagem das amostras e fracionamento de-
cados isoladamente, ou seja, trata-se de um las em segmentos de 1 cm a 2 cm de com-
antagonismo (Gazziero et al., 2021). primento. Estes são colocados em
pequenos recipientes de vidro (béquer ou
Incompatibilidade somática: quando
placa de Petri) e deixados em repouso por
não ocorre fusão entre as hifas da mesma
12 a 24 horas, para, em seguida, passarem
colônia ou de duas colônias da mesma es-
por peneiras, e serem recolhidos em pe-
pécie ao entrarem em contato.
neira de 400 mesh ou 500 mesh.
Incompatibilidade vegetativa: ver in-
Incubadora: aparelho destinado a manter
compatibilidade somática.
as condições ambientais (luz, fotoperíodo,
Incompatível: que não pode de ser mistu- temperatura, umidade, etc.) constantes e
rado ou usado junto com outro produto; apropriadas, usado para facilitar o desen-

300
volvimento de um patógeno ou a penetra- Indeterminado: (1) caracterizado por um
ção deste nos tecidos da planta logo após a padrão de crescimento vegetativo, que é
inoculação. determinado por causas morfológicas ou
Incubar: pôr em cultivo; manter uma cul- fisiológicas; (2) sem bordos ou margens de-
tura de microrganismos ou de tecidos em finidas; (3) exemplares de patógenos ou de
condições de crescimento. qualquer ser vivo cujos nomes não foram
identificados.
Incursão: na defesa fitossanitária, popula-
ção isolada de uma praga recentemente de- Indexação: procedimento pelo qual se de-
tectada em uma área, sabidamente não tecta a presença de vírus em plantas que,
estabelecida, mas com perspectiva de so- apesar de abrigarem o vírus, não exibem
brevivência no futuro imediato. sintomas. Nesse caso, extrai-se o suco celu-
lar ou retira-se uma gema da planta investi-
Incurvado: curvo para dentro; introrso. gada, que será colocado em contato com a
Diz-se da margem do píleo que apresenta chamada planta-teste ou indicadora, por
essa característica. inoculação mecânica ou enxertia; para algu-
Indeiscente: que não se abre na maturi- mas viroses, um vetor é usado para transfe-
dade, por exemplo, o corpo frutífero, asco rir o vírus. A planta indicadora, quando
ou esporângio, que permanece fechado, li- infectada, mostrará um quadro sintomato-
berando os esporos só após sua decompo- lógico característico, que permitirá a detec-
sição. ção do vírus em questão. Também, pode-se
colocar o suco celular da planta suspeita
Indene: área livre ou isenta de dano. em contato com o anticorpo específico e,
Indenização: conceito jurídico complexo. por meio de testes sorológicos, detectar o
Na fitopatologia, compensação justa a um vírus suspeito. A indexação é usada para
dano, por exemplo, quando um defensivo certificação de matrizes.
agrícola, aplicado na forma recomendada Indexagem biológica: teste para detec-
por um técnico ou instituição pública ou ção de vírus ou assemelhados, utilizando
privada, não atinge o controle desejado ou plantas indicadoras específicas.
não contém o teor do princípio ativo indi-
cado no rótulo, ou foi comercializado com Indexar: demonstrar ou não a presença de
data de validade vencida. um vírus conhecido nas plantas em análise.
Independência: (1) relação inexistente Indicação: (1) em nomenclatura zooló-
entre variáveis, ou seja, quando a variação gica, informação publicada que, na ausên-
de uma não influencia a outra; correlação cia de uma definição ou de uma descrição,
não significativa entre ambas; (2) na defesa permite considerar utilizável um nome
fitossanitária, posição que todo o país- proposto antes de 1931 – art. 16 do Código
-membro da Organização Mundial do Co- Internacional de Nomenclatura Zoológica
mércio pode adotar para restringir o (Huang, 1984) –, ou que, na ausência de
comércio quando necessário para proteger uma designação original, determina a espé-
a vida e a saúde das plantas e animais e para cie-tipo de um gênero nominal; (2) noção
preservar o meio ambiente em seu territó- adquirida pelo exame do hospedeiro
rio. doente, sintoma, sinal ou situação que

301
serve como guia no estudo ou tratamento lores iguais ou superiores a 10% indicam
de uma enfermidade. reação de suscetibilidade.
Indicador: composto orgânico largamente Índice de galhas: índice para avaliação da
empregado para identificar o caráter ácido reação de planta parasitada por nematoi-
ou básico de uma solução. Essa identifica- des-das-galhas (Meloidogyne spp.); cada raiz é
ção baseia-se na coloração característica e avaliada com notas de acordo com o nú-
diferenciada que o composto adquire na mero de galhas (nenhuma galha = 0; de 1 a
presença de soluções ácidas ou básicas. En- 2 galhas = 1; de 3 a 10 galhas = 2; de 11 a
tre os inúmeros indicadores utilizados, são 30 galhas = 3; de 31 a 100 galhas = 4; acima
mais comuns vermelho de metila, fenolfta- de 100 galhas = 5); para cada planta, calcu-
leína e tornassol. la-se o índice médio de galhas.

Indicador ácido-base: substância quí- Índice de massa de ovos: índice para ava-
mica que muda de cor dependendo do pH liação da reação de planta parasitada por
(acidez ou alcalinidade) de uma solução. nematoides-das-galhas (Meloidogyne spp.);
O azul de tornassol é um indicador que se cada raiz é avaliada com notas de acordo
torna azul em solução básica e vermelho com o número de massas de ovos (ne-
em ácida. nhuma massa de ovos = 0; de 1 a 2 massas
de ovos = 1; de 3 a 10 massas de ovos = 2;
Indicador biológico: ver bioindicador. de 11 a 30 massas de ovos = 3; de 31 a 100
Índice de área foliar: razão entre a área massas de ovos = 4; acima de 100 massas
foliar do dossel da planta e a área da copa de ovos = 5); para cada planta, calcula-se o
projetada na superfície do solo (sem di- índice médio de massas de ovos.
mensão). Índice de Man: sistema de mensuração
morfométrica criado pelo nematologista
Índice de Berg: compilação de milhares
holandês Johannes G. de Man, usado na
de nomes que tem sido usada na bacterio-
identificação de nematoides, utilizando sé-
logia.
ries de proporcionalidades.
Índice de fêmea (IF): avaliação da reação
Índice de mutação: frequência com que
de planta de soja parasitada por nematoide- um alelo é mudado para uma forma dife-
-de-cisto (Heterodera glycines) e medição da rente durante um período de tempo parti-
capacidade de parasitismo do nematoide cular, por exemplo, uma geração.
em um genótipo indicador suscetível (culti-
var Lee 68). O IF é obtido pela relação en- Índice de nematoides: número de nema-
tre o número de cistos recuperados no toides por unidade de substrato.
sistema radicular do genótipo indicador e o Índice de qualidade: são requisitos ou
número de cistos recuperados nas raízes do atributos necessários para a comercializa-
genótipo tomado como padrão de susceti- ção dos produtos hortícolas, relacionados
bilidade, multiplicada por 100 [IF = (Nº com o mercado de destino: consumo natu-
cistos no indicador/Nº cistos na cv. Lee ral, processamento em armazenamento.
68) x 100]. Índices inferiores a 10% repre- São agrupados nas seguintes categorias:
sentam reação de resistência, enquanto va- sensorial (aparência, textura e “flavor”),

302
rendimento (relação entre as partes com- ternamente, partes ou toda a superfície do
ponentes, teores de suco e de sólidos solú- fungo.
veis), valor nutritivo (teores de nutrientes, Indutor: (1) em fitopatologia, qualquer
principalmente de vitaminas e sais mine- agente capaz de induzir resistência a doença
rais) e segurança no uso do produto (au- na planta hospedeira; (2) em biologia mole-
sência de substâncias tóxicas naturais, de cular, pequena molécula que se associa a
resíduos químicos e de toxinas). uma proteína repressora, produzindo um
Índice de refração: velocidade relativa complexo que não pode se ligar ao opera-
com a qual a luz atravessa uma substância. dor e, assim, desencadeia a transcrição do
gene; (3) em cultura de tecidos, diz-se do
Índice de similaridade: valor numérico papel de fitorreguladores, como as citocini-
utilizado para quantificar a similaridade ge- nas, que induzem divisão celular, e de cer-
nética entre indivíduos. tas auxinas, que induzem embriogênese.
Índice de tenacidade: ver grau de tenaci- Indutor abiótico: agente de natureza não
dade. viva, como intempéries climáticas, salini-
Índice pluviométrico: volume de água, dade e pH do solo, fosfito, Acibenzolar-S-
principalmente de chuva, que cai por metro -Metil (ASM), dentre outros, capaz de
quadrado num local, durante determinado induzir resistência à doença na planta hos-
tempo. É medido em milímetros (mm). pedeira.
Indígena: nativo; que se origina ou se de- Indutor biótico: agente de natureza viva,
senvolve naturalmente numa região especí- como raças, estirpes ou patovares avirulen-
fica. tos ou incompatíveis de fungos, bactérias,
vírus ou nematoides, extratos microbianos,
Indivíduo: exemplar de uma amostra, po- bactérias promotoras de crescimento, ca-
pulação e espécime. paz de induzir resistência à doença na
Indução: (1) ato ou processo de induzir planta hospedeira.
efeito específico; (2) a transcrição de um Induzido: promotor, gene ou produto gê-
gene; (3) produção de uma proteína por nico cuja transcrição ou síntese é aumen-
um organismo depois de sua exposição a tada por exposição a um indutor ou
estímulo específico. condição externa, por exemplo, presença
Indução de resistência no hospedeiro: de luz. Difere de promotor constitutivo e
tipo de antagonismo no qual as plantas são de gene constitutivo, os quais têm expres-
previamente inoculadas com organismos são continuada.
de controle biológico, ou nelas são aplica- Indúzio: revestimento de certas estrutu-
dos agentes físicos ou químicos que provo- ras, por exemplo, o retículo branco seme-
cam o surgimento ou a indução de lhante a um véu, encontrado no estipe dos
mecanismos de defesa contra os patógenos fungos do gênero Dictyophora.
posteriormente inoculados.
Inerte: não reativo; que não sofre mu-
Indumento: cobertura pilosa, escamosa dança química prontamente e, portanto,
ou de qualquer outro tipo, que recobre, in- não é passível de formar composto, como

303
outros elementos. A água é um inerte em diferentes situações de manuseio, como
quando usada para pulverização de um de- nas práticas culturais, colheita, embalagem
fensivo agrícola, assim como o talco usado e transporte, ou distúrbios fisiológicos por
para o preparo de formulações. outros meios. Essas situações predispõem
a planta ou seus produtos para a infecção e
Infecção: fase do ciclo das relações pató-
constituem-se em uma porta de entrada
geno-hospedeiro para a qual não há con-
para a penetração dos patógenos. É a causa
senso quanto a sua abrangência. Para
mais severa das deteriorações pós-colheita.
alguns, inicia-se com a deposição e germi-
nação do propágulo na superfície do hos- Infecção fúngica: penetração e subse-
pedeiro (fase de pré-penetração) e termina quente colonização dos tecidos por fungo.
com o início das relações parasitárias está- Infecção generalizada: ver infecção sistê-
veis no interior do hospedeiro, imediata- mica.
mente anteriores à colonização
propriamente dita. Para outros, é um pro- Infecção incipiente: infecção causada an-
cesso mais amplo, que inclui também a co- tes ou depois da colheita por fungos que
lonização. Já, para um terceiro grupo, é permanecem ativos e se desenvolvem em
sinônimo de colonização, que representa a pouco tempo; também designada ativa ou
invasão dos tecidos do hospedeiro, quando imediata. Os esporos germinam em con-
se expressa a fase parasítica do patógeno, tato com os tecidos do hospedeiro, sem
representada pela retirada de nutrientes do que haja um período claro de repouso.
hospedeiro. As condições fisiológicas do hospedeiro
podem retardar, mas não inibem o desen-
Infecção abortiva: infecção virótica em volvimento da infecção, e os fatores am-
uma célula na qual o vírus não se replica bientais têm forte influência no
completamente ou produz uma progênie desenvolvimento dela.
defeituosa. Seu efeito na célula pode ser ci-
topatogênico. Infecção latente: estado no qual o hospe-
deiro está infectado pelo patógeno, mas
Infecção aparente: infecção que se desen- não apresenta sintomas.
volve acompanhada de sinais e sintomas.
Infecção local: infecção envolvendo ape-
Infecção assintomática: ver infecção não nas partes limitadas ou localizadas de uma
aparente. planta ou órgão, como manchas em folhas
Infecção bacteriana: penetração e subse- e flecks.
quente colonização dos tecidos por bacté- Infecção mista: infecção por mais de um
ria. vírus ou variantes de um vírus.
Infecção complexa: ver infecção mista. Infecção múltipla: infecção por mais de
Infecção cruzada: infecção por parte de um patógeno.
dois ou mais indivíduos de espécies distin- Infecção não aparente: qualquer infec-
tas. ção que não dá sinais de sua presença.
Infecção de ferimento: infecção que Infecção pós-colheita: toda infecção,
ocorre em tecidos que sofreram ferimentos aparente ou quiescente, causada aos produ-

304
tos hortícolas por qualquer tipo de orga- Infecção sistêmica: infecção na qual, a
nismo e ocorrida desde a colheita do partir do ponto de entrada no hospedeiro,
produto até a utilização pelo consumidor o patógeno se espalha para outras células e,
ou indústria. assim, afeta os tecidos próximos, e poste-
riormente toda a planta e novos órgãos que
Infecção pré-colheita: toda infecção, apa-
são formados.
rente ou quiescente, ocorrida ainda no
campo, por qualquer tipo de organismo, Infecção terminal: infecção com um mi-
antes de o produto ser retirado da planta. crorganismo patogênico ou vírus que
ocorre durante o curso de uma doença e
Infecção primária: primeira infecção na termina na morte do hospedeiro; por
planta que ocorre em tecido vegetal intacto exemplo, uma doença vascular cuja infec-
e saudável. ção se inicia no sistema radicular e, quando
Infecção produtiva: diz-se da infecção de atinge o sistema vascular, causa murcha-
célula na qual são encontradas partículas mento e morte da planta.
completas do vírus. Infecção viral: penetração e subsequente
Infecção quiescente: infecção em que es- multiplicação de um vírus na célula hospe-
truturas do patógeno se encontram presen- deira.
tes sobre ou dentro do hospedeiro, mas Infeccioso: que causa infecção e espalha a
ainda não se mostram ativas, desenvolvidas doença de uma planta para outra.
ou visíveis; é também designada como ina-
Infectado: organismo que contém um pa-
tiva ou latente. A germinação dos esporos
tógeno, com o qual estabeleceu uma rela-
e a infecção estão relacionadas com as con-
ção parasítica. Uma planta que está
dições ambientais favoráveis e com a pre-
infectada geralmente é tida como enferma
disposição do hospedeiro. Frutos imaturos
apenas quando os sintomas se tornam evi-
possuem mecanismos de resistência que
dentes.
inativam infecções, as quais serão observa-
das apenas quando eles amadurecerem. Infectar: estabelecer a relação íntima pató-
As condições fisiológicas do hospedeiro geno-hospedeiro, gerando o processo de
inibem o desenvolvimento do patógeno, e doença.
a colonização inicia-se apenas quando há Infectário: canteiros isolados, com alta
evolução no estádio de maturação do pro- concentração de inóculo de um patógeno
duto. habitante do solo, onde são colocadas plan-
Infecção secundária: infecção que ocorre tas ou cultivares de uma dada espécie, para
em tecido vegetal enfraquecido, danificado avaliar a resistência delas ao patógeno que
ou morto por qualquer causa, como tecido se encontra instalado no infectário ou o
doente, ferimento mecânico, estresse abió- efeito de produtos ou microrganismos no
tico e planta infestada por praga. controle desse patógeno.

Infecção silenciosa: infecção que não Infection court: ver sítio de infecção.
apresenta sintomas detectáveis; infecção la- Infection cushion: estrutura (localizada
tente. sobre ou próxima ao hospedeiro) resul-

305
tante da agregação de hifas, que forma uma cia de um hospedeiro afetado por aquele
massa organizada de hifas a partir da qual patógeno. No caso da irrigação com uma
emergem numerosas hifas infectivas. suspensão bacteriana, esta poderá ser efe-
tuada em solo com o hospedeiro já estabe-
Infection peg: pequena protrusão de hifas
lecido, ferindo ou não o sistema radicular.
que penetra na parede celular do hospe-
Procedimento indicado para patógenos ha-
deiro.
bitantes ou transeuntes do solo.
Infection thread: hifa especializada de um
fungo fitopatogênico que invade os tecidos Infestado: área ou campo que contém um
da planta suscetível. grande número de insetos, ácaros, nema-
toides, etc. Também aplica-se à superfície
Infectividade: capacidade de causar infec- de uma planta, órgão ou solo contamina-
ção. dos com fungos, bactérias, etc.
Infectivo: (1) capacidade de um organismo Infestar: introduzir propágulos de um pa-
ou vírus de atacar um hospedeiro e causar tógeno no substrato (geralmente solo) em
infecção nele; (2) habilidade de um vetor de que o hospedeiro se situa ou será colocado.
transportar e conter um patógeno e trans- Difere de inocular, pois “inocular” consiste
feri-lo para um hospedeiro causando em colocar o patógeno em contato direto
doença. com o hospedeiro.
Inferência estatística: conclusão baseada Infiltração: processo pelo qual um fluido
em uma sumarização matemática dos da- ou inóculo é injetado em um material po-
dos. roso.
Infértil: incapaz de produzir descendente Inflado: inchado; intumescido; vesiculoso.
viável.
Inflorescência: conjunto de flores com
Infestação: (1) ato de infestar, de levar es- organização determinada.
truturas do patógeno a um substrato; (2) na
defesa fitossanitária, presença de uma Informação genética: informação here-
praga viável em artigo regulamentado. Ver ditária contida na sequência de bases nu-
artigo regulamentado. cleotídicas do DNA cromossômico ou do
RNA.
Infestação de uma commodity: na de-
fesa fitossanitária, presença na commodity Infraespecífico: abaixo do nível de espé-
de um patógeno ou praga de planta ou dos cie (Turland et al., 2018).
produtos vegetais em questão. Infundibuliforme: diz-se do que tem
Infestação do solo: ato de misturar ao forma de funil.
solo uma suspensão de inóculo ou tecidos Ingestão diária aceitável: ver dose diária
doentes do hospedeiro ou estruturas de re- aceitável.
sistência, como escleródios, ou simples-
Ingestão diária aceitável condicional:
mente proceder à irrigação do solo com
ver dose diária aceitável condicional.
uma suspensão bacteriana. O substrato in-
festado com um determinado patógeno Ingestão diária aceitável provisória: ver
poderá ser utilizado para avaliar a resistên- dose diária aceitável provisória.

306
Ingrediente: qualquer das substâncias que Inibidor: substância que retarda ou im-
entra na formulação de um defensivo agrí- pede as reações químicas e fisiológicas ou a
cola. resposta de um organismo.
Ingrediente ativo: substância, produto, Inibidor de crescimento: substância que
agente químico ou biológico que confere inibe o crescimento de um organismo.
eficácia ao defensivo agrícola, atuando di-
Inibidor de germinação: substância na-
reta ou indiretamente na atividade bioló-
tural ou sintética capaz de limitar a germi-
gica da célula do organismo que se deseja
controlar. nação de esporos, sementes ou outros
propágulos da planta.
Ingrediente inerte: substância não ativa
em relação à eficácia dos defensivos agríco- Inibidor de vírus: químico que inibe a
las, seus componentes e afins, usada apenas transmissão de vírus sem inativá-lo. A ini-
como veículo diluente ou para conferir ca- bição pode ser temporária e algumas vezes
racterísticas próprias às formulações. evitada por diluição. Os inibidores comu-
mente agem sobre o hospedeiro e não so-
Ingresso: penetração de um patógeno nos bre o próprio vírus.
tecidos de uma planta suscetível.
Inibidor endógeno: substância produzida
Ingresso de uma praga: na defesa fitos- por um organismo que, em baixas concen-
sanitária, entrada de uma praga em uma trações, inibirá o próprio crescimento ou o
área onde não está presente, ou estando, de outro organismo, ou de algum processo
não se encontra amplamente distribuída e fisiológico associado com o crescimento.
está sendo oficialmente controlada.
Iniciador: ver primer.
Inibição: (1) prevenção do crescimento ou
da multiplicação de microrganismos; (2) o Inimigo-chave: inimigo (de caráter per-
bloqueio de um processo enzimático, fisio- manente) da cultura, cuja densidade da po-
lógico ou metabólico por um inibidor; pulação ultrapassa normalmente o nível
(3) tendência da primeira espécie sucesso- econômico de ataque.
rial de resistir à invasão de espécie poste- Inimigo da cultura: organismo nocivo
rior. para uma cultura.
Inibição competitiva: em sorologia, pro- Inimigo natural: organismo que vive a ex-
cesso no qual uma população de moléculas pensas de outro organismo, o qual pode
inibe a reação de uma segunda população de auxiliar na limitação da população do hos-
moléculas, na competição por sítios de liga- pedeiro; estão incluídos os parasitoides, pa-
ção comum, sobre moléculas de uma ter-
rasitas, predadores e patógenos.
ceira população; por exemplo, o antígeno A
competindo com o antígeno B pelo sítio de Injeção: introdução de líquido ou inóculo
ligação-antígeno de um anticorpo. nos tecidos da planta com auxílio de uma
agulha hipodérmica.
Inibição correlativa: fenômeno do efeito
inibidor exercido por uma parte da planta Injeção intravenosa: injeção de um antí-
sobre o crescimento e o desenvolvimento geno na corrente sanguínea do coelho pela
de outra parte dessa mesma planta. veia marginal da orelha.

307
Injeção subcutânea: injeção do antígeno promover inoculações principalmente em
entre a pele e os tecidos, usada na prepara- tecidos coriáceos ou lignificados (pois as
ção de antissoro. picadas constituem-se em portas de en-
trada por ferimento). Pode-se adotar a pi-
Injúria: qualquer sintoma visível causado
cada com agulhas ou alfinetes (previamente
por um organismo nocivo ou por agente fí-
esterilizados) imersos na suspensão de inó-
sico ou químico.
culo.
Injúria mecânica: injúria em uma parte
Inoculação com cortes de tesoura: pro-
da planta por abrasão, mutilação ou feri- cedimento indicado para inoculação em fo-
mento. lhas com o objetivo de realizar os
Injúria oculta: dano na planta, como re- ferimentos necessários à penetração da fi-
dução na produtividade, que ocorre após tobactéria e, ao mesmo tempo, realizar o
ser submetida a um estresse tóxico que não depósito de inóculo nesses sítios de infec-
é suficiente para causar injúria aparente. ção. A tesoura (previamente esterilizada) é
imersa na suspensão de inóculo e, em se-
Injúria por frio: dano causado a plantas guida, são realizados pequenos cortes na
ou órgãos das plantas quando são submeti- periferia do limbo foliar.
dos a baixas temperaturas.
Inoculação com palitos de madeira:
Inoculação: (1) ato de colocar o inóculo procedimento para promover a inoculação
no sítio de infecção da planta hospedeira, mediante o uso de palitos comuns de ma-
para induzir doença, ou no meio de cultura, deira previamente esterilizados e umedeci-
para multiplicação do inóculo; (2) trata- dos em suspensão de inóculo. Os palitos
mento de sementes de leguminosas com são introduzidos no caule da planta ou no
bactérias fixadoras de nitrogênio. ponto de inserção da bainha no caule ou
Inoculação artificial: inoculação efetuada em frutos. Esse procedimento é utilizado
com inóculo produzido em condições de principalmente para inocular bactérias nos
laboratório, cuja concentração de propágu- tecidos mais profundos.
los na suspensão é definida. Logo após a Inoculação conjunta: ver coinoculação.
inoculação, as plantas são mantidas em
condições favoráveis à germinação dos Inoculação cruzada: consiste na obten-
propágulos, penetração e estabelecimento ção de estirpes ou isolados ou raças de um
do patógeno. patógeno de dois ou mais hospedeiros (es-
pécies ou cultivares diferentes), para poste-
Inoculação com abrasivos: procedi- rior inoculação das estirpes ou dos isolados
mento indicado para promover a inocula- ou das raças isoladas de cada hospedeiro
ção de bactérias e vírus, que tipicamente nos demais hospedeiros e vice-versa.
penetram através de ferimentos. O abra-
Inoculação de bactérias por atomiza-
sivo, geralmente carborundum, pode ser mis-
ção: procedimento para promover a ino-
turado ao inóculo ou pincelado na folha
culação de bactérias (que penetram
antes da inoculação.
diretamente por meio de aberturas natu-
Inoculação com agulha ou alfinete en- rais) causadoras de lesões na parte aérea
tomológico: procedimento indicado para das plantas. A suspensão bacteriana é ato-

308
mizada em ambas as faces da folha, de por alguns minutos. Replantar a plântula
modo a obter distribuição uniforme do em recipiente com solo estéril.
inóculo sem atingir o ponto de escorri- Inoculação mecânica: inoculação nor-
mento. As plantas inoculadas são mantidas malmente usada para vírus, em que a su-
em câmara úmida para que a bactéria pene- perfície do órgão a ser inoculado é ferida e
tre, se multiplique e cause os sintomas da sobre ela são colocadas ou aspergidas gotas
doença. de uma suspensão do vírus e, em seguida, a
Inoculação de bactérias por imersão de planta é mantida em condições favoráveis
raízes: procedimento para promover a ao estabelecimento do patógeno.
inoculação de bactérias causadoras de mur- Inoculação mista: ver coinoculação.
cha. Podem ser inoculadas nas raízes in situ
ou em raízes lavadas. No primeiro caso, o Inoculação natural: inoculação que
inóculo é adicionado ao substrato no qual a ocorre na natureza, ou seja, o propágulo é
planta está se desenvolvendo; no segundo, liberado da fonte de inóculo e disseminado
a inoculação é realizada antes do replantio até atingir a superfície do órgão da planta
das mudas. Em ambos os métodos, parte suscetível; caso encontre condições favorá-
do sistema radicular é seccionada para pos- veis, germina, penetra e estabelece-se no
sibilitar a penetração das células bacteria- interior dos tecidos.
nas. Inoculação por picada: ver inoculação
Inoculação de bactérias por injeção: com agulha ou alfinete entomológico.
procedimento indicado para promover a Inoculação por seccionamento da parte
inoculação de bactérias causadoras de man- aérea ou do pecíolo: procedimento que
chas foliares e de murcha. Com auxílio de pode ser usado para promover a inocula-
uma seringa, a suspensão bacteriana é inje- ção de bactérias em monocotiledôneas,
tada nos espaços intercelulares da folha ou mediante o qual uma gota de inóculo é de-
(com seringa mais resistente) no caule em positada sobre a área seccionada e as plan-
haste. tas são mantidas em câmara úmida para
Inoculação de raízes in situ: inoculação que a bactéria penetre, se multiplique e
da planta não arrancada do substrato. Inse- cause os sintomas da doença.
re-se um escalpelo ou qualquer instru- Inoculante: produto que contém esporos,
mento cortante no substrato e fazem-se fragmentos de micélio, ovos ou juvenis de
vários cortes no sistema radicular. Irriga-se nematoides, células bacterianas, partículas
o substrato com a suspensão de inóculo. de vírus etc., utilizados para inoculação.
Inoculação de raízes lavadas: quando a Inocular: ver inoculação.
plântula mantida em leito de vermiculita ou
areia apresentar o primeiro par de folhas Inoculativo: diz-se do vetor que carrega
definitivas, removê-la cuidadosamente e la- ou contém um patógeno capaz de introdu-
var o seu sistema radicular sob água cor- zi-lo no interior da planta hospedeira.
rente. Com tesoura estéril, seccionar as Inóculo: (1) material que contém propágu-
extremidades de algumas raízes. Imergir o los de microrganismos ou partículas de ví-
sistema radicular em suspensão de inóculo rus, que pode ser introduzido no hospedeiro

309
ou ser transferido para o meio de cultura; Inseticida: agente de origem química ou
(2) material potencialmente infectivo, dis- física que mata insetos.
ponível no solo, no ar, na água, etc., que, Inseto inoculativo: inseto infectivo que
por acaso, pode resultar na inoculação na- transmite um patógeno durante um dado
tural do hospedeiro; (3) fragmentos de teci- período teste de acesso.
dos e células ou pequena porção de uma
cultura em suspensão, usados para subcul- Inseto vetor: inseto que transmite patóge-
tivos. nos causadores de doenças.
Insolação: (1) quantidade de radiação so-
Inóculo de sementes: propágulo oriundo
lar recebida por objetos na superfície da
da própria semente, capaz da causar doença
Terra; (2) escaldadura ou queima pelo sol
na própria semente ou em uma plântula ou
correspondente à absorção excessiva de ca-
em planta adulta. lor em consequência da exposição do pro-
Inóculo inicial: total de propágulos de um duto aos raios solares por espaço de tempo
patógeno no início de uma epidemia. superior ao que pode ser suportado.
O aquecimento excessivo predispõe o pro-
Inóculo inicial efetivo: inóculo inicial de duto a estresses e desordens fisiológicas e
um patótipo vertical, que supera uma resis- ao ataque de patógenos.
tência vertical específica.
Inspeção: (1) na defesa fitossanitária, rela-
Inóculo primário: patógeno ou seus pro- ciona-se ao exame visual oficial de vegetais,
págulos que sobreviveram durante o in- produtos vegetais, outros objetos e planta-
verno ou verão e causam infecção primária. ções para determinar a existência de pragas
Inóculo secundário: inóculo produzido e/ou o cumprimento das regulamentações
pelas infecções que ocorreram durante a fitossanitárias; (2) acompanhamento, por
técnicos especializados, das fases de produ-
mesma estação de crescimento.
ção, manipulação, armazenamento, trans-
Inócuo: que não causa dano, não nocivo. porte, comercialização, utilização e destino
final dos agrotóxicos, seus componentes e
Inoperculado: desprovido de opérculo;
afins, bem como de seus resíduos e emba-
fungo cujos ascos se abrem por um orifí-
lagens.
cio, não por uma tampa.
Inspeção de campo: na defesa fitossani-
Inquilinismo: relação ecológica em que tária, consiste na inspeção de vegetais em
uma espécie “inquilina” vive sobre outra um campo (local de produção ou de pro-
ou no interior de uma espécie hospedeira cessamento) durante os estádios de cresci-
sem prejudicá-la, como as plantas epífitas. mento e reprodução.
Inserção: maneira ou forma pela qual os Inspetor: na defesa fitossanitária, a pessoa
órgãos ou esporos se fixam ou aderem a autorizada por uma Organização Nacional
outros. de Proteção Fitossanitária para atuar nas
Inserto: fragmento de DNA exógeno in- funções determinadas pela organização.
troduzido em cromossomos ou plasmí- Inspetor agrícola de pragas: profissional
deos de um vetor. auxiliar e de confiança do produtor, cuja

310
função é fazer a inspeção dos talhões de Integrase: enzima codificada por vírus
acordo com as técnicas do manejo inte- que medeia a integração do DNA viral
grado de pragas. O inspetor é o responsá- dentro do genoma do hospedeiro.
vel pela vistoria nas plantas, detectando as
Inteligência agropecuária: na defesa fi-
pragas e os inimigos naturais existentes, re-
tossanitária, integração de ferramentas tec-
gistrando na ficha de campo e levando os
nológicas que auxiliem na tomada de
resultados a pessoas que possam tomar a
decisão objetivando o máximo de eficiên-
decisão de controle, que podem ser o pro-
cia no setor agropecuário.
prietário, o responsável técnico, o gerente
ou outro profissional. Ver praga. Inteligência quarentenária: na defesa fi-
Instabilidade genética: inconsistência no tossanitária, refere-se ao conjunto de técni-
fenótipo (ou genótipo) por alteração nos cas utilizadas para evitar que uma praga se
padrões de metilação, transposição ou re- dissemine em uma determinada área, po-
paro. De ocorrência na cultura de tecidos dendo ser aplicada tanto para pragas qua-
por causa do estresse in vitro, que decorre rentenárias ausentes, quanto para pragas
de mudanças epigenéticas. quarentenárias presentes que estão sob
controle oficial.
Instar: fase de crescimento de um nema-
toide ou inseto entre sucessivas ecdises. Inteligência territorial: na defesa fitossa-
nitária, gestão estratégica no agronegócio.
Instruções de uso: informações necessá- Analisa o contexto agropecuário no dire-
rias para o uso adequado de um defensivo cionamento de ações de transferência de
agrícola. Entre as instruções de uso, estão tecnologia, inserção de barreiras fitossani-
informações como dose, patógeno a ser tárias, adoção de estratégias de controle de
controlado, volume de calda, número de patógenos e pragas que afetam o agrone-
aplicações, época, intervalo e modo de apli- gócio.
cação, precauções para evitar acidentes, pe-
ríodo de carência e de reentrada, primeiros Intensidade de doença: quantidade de
socorros em caso de acidente, etc. doença em uma planta ou em suas partes
que pode ser determinada por meio de in-
Insumo agrícola: qualquer material rece- cidência ou severidade.
bido, como sementes, mudas, fertilizantes,
água, defensivos agrícolas, estacas, equipa- Interação: ação mútua entre dois ou mais
mentos e outros, usados na produção agrí- organismos. Os efeitos de um patógeno
cola. sobre o hospedeiro e vice-versa. O resul-
tado da interação é chamado doença ou
Integração: em virologia, processo de in-
dano.
serção do DNA viral dentro do genoma do
hospedeiro, geralmente envolvendo uma Interação compatível: interação do pató-
enzima codificada por vírus, a integrase. geno com planta suscetível em que o pató-
Nos processos de transformação genética, geno é capaz de crescer continuamente nos
descreve a inserção de um plasmídeo ou de tecidos do hospedeiro. Relacionamento en-
uma sequência de DNA no genoma de tre hospedeiro e patógeno que resulta no
uma célula hospedeira. desenvolvimento de doença.

311
Interação diferencial: interação que Intercelular: que se encontra nos espaços
ocorre quando as raças do patógeno intera- entre as células de um tecido.
gem significativamente com as cultivares
Interceptação de uma praga: na defesa
do hospedeiro. Constatada na resistência
fitossanitária, detecção de uma praga du-
vertical, ou seja, acontece interação signifi-
cativa entre raças do patógeno e cultivares, rante inspeção ou testes em um lote impor-
sendo a resistência efetiva contra algumas tado.
raças e não contra outras. Interceptação de um lote: na defesa fi-
Interação gênica: modificação da ação de tossanitária, recusa ou entrada controlada
um gene por outro, ação conjunta de um de um lote importado, em virtude da falta
ou mais genes no controle de uma caracte- de cumprimento das normas fitossanitá-
rística. rias.
Interação gênica não alélica: modifica- Intercinese: estádio entre a primeira e a
ção da ação de um gene por gene(s) não segunda divisão meiótica. Na intercinese, o
alélico(s). número de cromossomos é haploide, pois
Interação incompatível: interação de um cada cromossomo é duplo (tem duas cro-
patógeno com planta resistente, em que o mátides).
patógeno não se desenvolve ou se desen- Interdição: na defesa fitossanitária, proibi-
volve lentamente. ção ou impedimento da saída de determi-
Interação não diferencial: interação que nado hospedeiro e dos produtos afetados
ocorre quando as raças do patógeno não por uma praga quarentenária de uma área,
interagem diferencialmente com as cultiva- município ou estado para outra área, muni-
res do hospedeiro. Constatada na resistên- cípio ou estado livres da praga.
cia horizontal, ou seja, não ocorre interação Interespecífico: que envolve duas espé-
significativa entre raças do patógeno e cul-
cies separadas, como no cruzamento inte-
tivares, sendo a resistência efetiva contra
respecífico ou na competição
todas as raças do patógeno.
interespecífica.
Interação sinergística: interação entre
Interfase: período durante o qual o DNA
dois ou mais fatores ou processos, para que
o efeito combinado seja maior que a soma é replicado e o ambiente celular é prepa-
de seus efeitos separados. rado para as outras fases da mitose ou da
meiose.
Intercalar: que ocorre não na extremidade
da hifa, mas no meio dela. Interferência: ação de um microrganismo
ou de um vírus que modifica o efeito usual
Intercâmbio: conjunto de procedimentos de outro microrganismo ou vírus; fre-
legais adotados por pesquisadores ou insti- quente em viroses.
tuições que culmina no recebimento e en-
vio de germoplasma, de isolados de Interferon: proteína celular produzida em
microrganismos, etc. para ser conservado resposta à infecção por um vírus, que atua
ou testado em outro local. para interromper a replicação dele.

312
Intermitente: diz-se de uma doença, fenô- corpo. É formado por uma camada única
meno ou sintoma que se reproduzem com de células epiteliais.
intervalos regulares.
Intolerância: excessiva reação ao pató-
Internervuras: tecidos ou áreas entre as geno.
nervuras da folha.
Intolerante: (1) genótipos que apresentam
Intersexo: indivíduo mais ou menos inter- alta redução de crescimento com baixos ín-
mediário no fenótipo, entre o macho e a fê- dices de infecção; (2) que não é capaz de
mea de nematoides; apresenta caracteres suportar uma condição específica.
secundários entre o macho e a fêmea.
Intoxicação: ato de intoxicar, envenena-
Intersexo feminino: indivíduo que se de- mento.
senvolve inicialmente como fêmea, mas,
posteriormente, completa-se como macho. Intoxicação aguda: intoxicação decor-
rente de um único contato (dose única) ou
Intersexo masculino: indivíduo que se múltiplos contatos (doses repetidas) com
desenvolve inicialmente como macho, mas, um defensivo agrícola ou mistura de defen-
posteriormente, completa-se como fêmea. sivos agrícolas em um período de 24 horas.
Intertecial: entre ascos. Os efeitos podem surgir de imediato ou no
decorrer de alguns dias, no máximo duas
Intervalo de aplicação: período, em dias,
semanas, dependendo do princípio ativo.
entre uma aplicação e a subsequente de de-
terminado defensivo agrícola numa dada Intoxicação crônica: intoxicação que
cultura. surge tardiamente, após meses ou anos de
Intervalo de carência: ver período de ca- exposição, acarretando danos muitas vezes
rência. irreversíveis. Os sintomas são subjetivos, e
o diagnóstico e o nexo causal são difíceis
Intervalo de confiança: valores que se es- de serem estabelecidos.
peram encontrar de uma amostra, com
base na média, na variabilidade e no tama- Intoxicação subaguda: os sintomas são
nho da amostragem. vagos e subjetivos e podem surgir após ho-
ras ou dias depois da exposição.
Intervalo de reentrada: período de tempo
entre a aplicação do defensivo agrícola e a Intracelular: que se localiza no interior de
reentrada de pessoas na área tratada, sem uma célula.
risco de contaminação. Intracortical: diz-se das rizomorfas fúngi-
Intervalo de segurança: ver período de cas, que se alojam no córtex; situado den-
carência. tro da casca.
Intestino: parte do aparelho digestivo, res- Intraespecífico: (1) dentro de uma única
ponsável pela absorção de nutrientes, que espécie; (2) que envolve membros da
se caracteriza como um tubo alongado e mesma comunidade de espécies, como na
ocupa uma boa parte do volume corporal competição intraespecífica; (3) refere-se
do nematoide, estendendo-se desde a base aos estudos de linhagens ou populações
do esôfago até o reto, na parte posterior do dentro de uma espécie.

313
Intragenérico: dentro de um único gê- para a formação do RNA mensageiro ma-
nero. duro, que será utilizado na tradução. Os ín-
Intralamelar: que fica dentro da lamela, trons são comuns em eucariotos, mas, em
isto é, na estrutura das lamelas. procariotos, ocorrem apenas em tRNA e
rRNA. O número e o tamanho dos íntrons
Intramicelial: localizado dentro do micé- variam de acordo com a complexidade dos
lio. organismos: quanto mais complexos, maio-
Intrincado: enovelado; emaranhado. res e mais numerosos serão os íntrons.
Intríseco: relativo à parte interna; que é Intumescência: tumor; dilatação de um
próprio de alguma coisa; estrutura ou tecido ou órgão.
forma característica de uma espécie; que é Intumescido: que aumentou em volume,
da própria constituição. dilatado, inchado.
Introdução: (1) atividade de introduzir Intumescimento: ato de intumescer; dila-
germoplasma num centro de recursos ge-
tação de tecidos ou órgãos provocada por
néticos ou região. Geralmente, introdução
vários fatores.
relaciona-se com material genético exótico
ou, se nacional, não existente na região Inundação: solo sem aeração por causa
considerada; (2) ingresso de uma praga ou do excesso de água e escassa drenagem do
patógeno resultando no seu estabeleci- solo. Nessa situação, a maioria das plantas
mento; (3) liberação de um agente de con- sofre anoxia.
trole biológico em um ecossistema ou
Invaginado: encerrado; retraído; envol-
plantação onde ele não ocorreria anterior-
vido por uma bainha.
mente.
Introduzido: que se desenvolve bem em Invasão: (1) penetração e colonização dos
um determinado local, embora originado tecidos de um hospedeiro por um pató-
de outra região. geno; (2) introdução e aumento rápido de
população de um patógeno numa região
Introgressão: passagem de genes de uma previamente não habitada, muitas vezes
espécie para outra por hibridação e retro- com efeitos altamente devastadores; (3) ver
cruzamento continuado para uma ou am- colonização.
bas as populações paternais.
Invasão biológica: processo pelo qual
Introgressão assistida por marcador: uma espécie é transportada ativa ou passi-
uso de marcadores genéticos, mormente vamente para outras áreas, ocupando um
de DNA, para monitorar a introdução de espaço fora de sua área geográfica, com
um gene em uma população, em certos ca- adaptação da espécie.
sos, reduzindo o número de cruzamentos
para recuperar o genitor recorrente. Invasão em massa: quando grande nú-
mero de nematoides ataca ou penetra si-
Íntrons: fragmentos do pré-RNA mensa-
multaneamente o mesmo hospedeiro.
geiro que não codificam partes da proteína
total no processo de tradução. Os íntrons Invasor: organismo que invade o ambiente
são removidos pelo processo de splicing de outro, parasitando-o ou não.

314
Invasor do solo: patógeno capaz de so- antisséptico fraco e no preparo de compos-
breviver, como saprófita, por longos perío- tos que contêm iodo.
dos no solo.
Irap: sigla de Inter-Retrotransposon Amplified
Inversão: rearranjo cromossômico que Polymorphism. É um tipo de marcador mole-
envolve a reorientação de um segmento, de cular baseado na detecção de variação em
forma que a ordem linear dos genes é in- sítios de inserção de retrotranspósons.
vertida. Fragmentos de DNA são amplificados via
Inversão de temperatura: ver inversão PCR, usando primers desenhados a partir de
térmica. regiões de terminação conservadas.

Inversão heterozigótica: inversão que Irradiação: processo que consiste na ex-


ocorre em apenas um dos cromossomos posição de um organismo ou produto à ra-
homólogos; na meiose, observa-se uma diação eletromagnética, tipicamente de alta
alça que se forma para permitir o parea- energia (luz ultravioleta, infravermelha,
mento entre o cromossomo normal e o raios gama, raios X e partículas beta ou
que contém o segmento invertido, dita alça partículas alfa), para quebrar macromolé-
de inversão; rearranjo cromossômico que culas biológicas e consequentemente indu-
mantém alelos letais na população, au- zir mutações.
mento. Irregular: (1) diz-se das hifas que variam
Inversão térmica: camada de ar frio, constantemente de diâmetro de maneira
denso, presa sob uma camada de ar quente, abrupta; (2) diz-se das margens com arestas
menos denso. A inversão térmica evita que lisas, descontínuas; (3) diz-se da trama das
as correntes de ar ascendentes se desenvol- lamelas de Agaricales, cujas hifas se dis-
vam. Em uma inversão prolongada, a po- põem de forma bastante entrelaçada.
luição do ar na camada presa pode atingir
Irritabilidade dérmica: parâmetro utili-
níveis prejudiciais.
zado para definir a classe toxicológica de
Inverso: que não segue a ordem; que é res- um defensivo agrícola, em que se utilizam
supinado. como fatores diferenciadores o efeito cor-
Investigação: procura detalhada, relativa- rosivo na pele e a capacidade de irritá-la se-
mente prolongada e cuidadosa para desco- vera, moderada ou levemente.
brir as causas relacionadas com determinada Irritabilidade ocular: parâmetro utilizado
doença. para definir a classe toxicológica de um de-
Involução: regressão; degeneração. fensivo agrícola, em que se utilizam como
fatores diferenciadores a opacidade ou não
Invólucro: camada protetora, camada en- de córnea e a constância da irritação, se
voltora (perídio; véu parcial; volva). persistente ou reversível em 7 dias, 72 ho-
Involuto: que tem as margens enroladas ras ou 24 horas.
para dentro ou para baixo. Irrompente: que rompe através da epi-
Iodo: elemento não metálico, de cor viole- derme ou do meio de cultura ou do subs-
ta-escuro. É usado na fitopatologia como trato.

315
Isca: (1) método utilizado para o isola- condições diferentes (pH e temperatura)
mento de patógenos habitantes do solo, para uma atividade ótima.
que consiste na inserção de porções de ve-
Isófago: fungo que ataca diversas espécies
getais isentas de contaminações em solo in-
aparentadas.
festado, seguido da remoção, lavagem e
desinfestação superficial das porções. Pos- Isogametângios: gametângios, presumi-
teriormente, elas são semeadas em meio de velmente de sexos opostos, que são morfo-
cultura, com acompanhamento do cresci- logicamente indistinguíveis.
mento do patógeno e repicagem para tu- Isogametas: gametas, presumivelmente
bos ou para placas de Petri, ambos com de sexos opostos, que são morfologica-
meio apropriado ao patógeno isolado. Esse mente indistinguíveis.
procedimento dá-se, por exemplo, com
discos de folha de mamoneira para o isola- Isogamia: processo de reprodução sexual
mento de Botrytis cinerea e discos de raiz de em que há união de planogametas morfo-
cenoura para Ceratocystis fimbriata; (2) for- logicamente iguais.
mulação em pó, granulada ou líquida, ge- Isogâmico: que se propaga por isogamia.
ralmente associada a um atraente, destinada
a atrair o alvo desejado ou a ser ingerida Isogênicos: organismos de uma popula-
por ele. ção que possuem a mesma constituição ge-
nética; linhagem de indivíduos
Isoanticorpo: anticorpo formado em res- geneticamente idênticos, embora não ne-
posta à imunização com constituintes de cessariamente homozigotos.
tecidos derivados de um indivíduo da
mesma espécie. Iso-haplonte: haplonte cujos núcleos são
genotipicamente semelhantes.
Isoantígeno: antígeno que estimula a pro-
dução de anticorpos em espécies genetica- Iso-hologamia: reprodução por copula-
mente distintas ou em diferentes membros ção de indivíduos maturos e inteiramente
da mesma espécie. iguais.
Isocítico: com células iguais; não diferen- Isolado: (1) simples esporo ou cultura e as
ciado. subculturas derivadas destes; (2) população
ou grupo de populações separadas de ou-
Isoconte: pertencente aos microrganis-
tras populações de mesma espécie; (3) soli-
mos zoospóricos que possuem dois flage-
tário; separado.
los iguais.
Isolado monoascospórico: ver cultura
Isodiamétrico: células ou estruturas de
monoascospórica.
igual diâmetro ou com diâmetro uniforme
em todas as direções. Isolado monobasidiospórico: ver cul-
tura monobasidiospórica.
Isoepítipo: espécime duplicata do epítipo
(Turland et al., 2018). Isolado monoconidial: ver cultura mo-
noconidial.
Isoenzima: enzima que tem múltiplas for-
mas moleculares no mesmo organismo, ca- Isolado monospórico: ver cultura mo-
talisando a mesma reação, mas exige nospórica.

316
Isolado monozoospórico: ver cultura tecido do hospedeiro ou amostras de solo
monozoospórica. ou sementes infectadas.
Isolamento: (1) processo que consiste na Isolamento temporal: na defesa fitossani-
obtenção de patógenos em cultura pura, a tária, medida de isolamento obtida por
partir dos tecidos doentes do hospedeiro uma separação no tempo entre o cultivo e
ou de um concentrado de vírus separados, qualquer outro cultivo que poderá ser fonte
com auxílio de uma centrífuga, dos tecidos de inóculo.
do hospedeiro; (2) manutenção de uma
Isolar: (1) separar um microrganismo do
planta sadia em local livre das fontes de
hospedeiro ou substrato e estabelecê-lo em
inóculo ou de uma planta infectada ou
uma cultura pura; (2) colocar uma planta
doente em local isolado de hospedeiros po-
sadia em local livre das fontes de inóculo
tenciais; (3) na defesa fitossanitária, con-
ou pôr uma planta infectada ou doente em
junto de medidas que tendem a evitar a
local isolado de hospedeiros potenciais.
exposição de cultivos a fontes de inóculo
de determinadas pragas. Isolectótipo: espécime duplicata do lectó-
tipo (Turland et al., 2018).
Isolamento artificial: na defesa fitossani-
tária, medida de isolamento obtida por Isomerogamia: ver isogamia.
meio de uma estrutura que separa fisica- Isométrica: uma das simetrias que o capsí-
mente o material da fonte de inóculo.
deo viral pode assumir. As partículas são
Isolamento de genes: remoção da infor- circulares à primeira vista, mas apresentam
mação genética, na forma de uma sequên- ângulos cujo formato final lembra um ico-
cia de DNA, a partir de um organismo saedro.
selecionado a fim de estudar sua estrutura
Isomórfico: similar em forma ou tama-
ou inseri-lo dentro de um vetor durante a
nho; um organismo com aparência similar
manipulação do gene.
a outro.
Isolamento direto: transferência, com au-
Isomorfo: de forma constante; com a
xílio de um estilete, de estruturas do pató-
mesma forma.
geno, como esporos, hifas, rizomorfas e
escleródios, diretamente do órgão infec- Isoneótipo: espécime duplicata do neó-
tado ou de outro substrato para o meio de tipo (Turland et al., 2018).
cultura. Isônimo: o mesmo nome, baseado no
Isolamento espacial: na defesa fitossani- mesmo tipo, publicado independente-
tária, medida de isolamento obtida pela se- mente em épocas diferentes por diferentes
paração, dada por uma distância mínima, autores. Apenas o primeiro isônimo possui
entre o cultivo e a fonte de inóculo. status nomenclatural (Turland et al., 2018).
Isolamento geográfico: separação de Isoparátipo: espécime duplicata do pará-
uma população do corpo principal da espé- tipo (Turland et al., 2018).
cie por uma barreira geográfica. Isoplanogametas: gametas móveis, pre-
Isolamento indireto: transferência, para o sumivelmente de sexos opostos e morfolo-
meio de cultura, de porções infectadas de gicamente indistinguíveis.

317
Isospórico: que produz esporos todos Istmósporo: esporo assexual, formado
iguais; de um só tipo de esporos. por quatro ou mais células espessas, sepa-
Isosporio: esporo assexual semelhante aos radas por células de paredes finas.
demais produzidos pelo mesmo fungo, que Item regulamentado: na defesa fitossani-
apresenta igual mating type. tária, planta, produto vegetal, lugar de ar-
Isossíntipo: espécime duplicata do sintipo mazenamento, lugar de embalagem, meio
(Turland et al., 2018). de transporte, embalagem, solo e qualquer
outro organismo, objeto ou material capaz
Isotiocianato de fluoresceína: com-
posto fluorescente usado para marcar de guardar ou disseminar pragas, que se
proteínas ou ácidos nucleicos. É excitado considere que deve estar sujeito a medidas
pelo comprimento de onda de luz na faixa fitossanitárias, especialmente quando se
de 450 nm a 490 nm e emite luz fluores- envolve o transporte internacional.
cente na faixa de 520 nm a 560 nm. iTRAQ: sigla de amine-specific labeling for re-
Isótipo: ver tipo. lative and absolute quantitation. Técnica de
quantificação de proteínas associada à es-
ISSR: sigla de Inter Simple Sequence Repeats.
São fragmentos de DNA de 100 pb a pectrometria de massas, na qual são mar-
3.000 pb, amplificados via PCR, usando cadas as extremidades N-terminais dos
um único primer (16 pb a 20 pb), construído peptídeos.
a partir de sequência de microssatélites. ITS: sigla de Internal Transcribed Spacers (re-
Istmo: porção estreita do esôfago dos ne- giões espaçadoras transcritas). São espaça-
matoides, entre o metacorpo e as glândulas dores contidos na região do DNA, entre os
esofagianas, que serve de passagem ao ca- diferentes tipos de RNA ribossomal de
nal do esôfago. cada repetição da unidade de transcrição.

318
J
Jacknife: método estatístico baseado em Jejum pré-aquisição: privação de ali-
reamostragens, que pode ser utilizado para mento ao vetor-teste antes da alimentação
testar a confiabilidade dos clados de uma na planta doente para a aquisição do vírus.
árvore filogenética. Justaposto: colocado ou aplicado contra
Jantinósporo: ver iantinósporo. uma superfície, sem ser aderente.

Jato: corrente de líquido que se move a al- Juvenescimento: diz-se da maturação


tas velocidades e parte de uma abertura pe- ocorrida em época de desenvolvimento
normalmente imatura.
quena.
Juvenil: cada um dos estádios pós-embrio-
Jejum: privação de alimento ao vetor-teste
nários dos nematoides, antes da fase adulta.
por curtos períodos. O termo “larva” tem sido usado como si-
Jejum pós-aquisição: período de priva- nônimo, mas “juvenil” é preferível, já que
ção de alimentos ao vetor-teste compreen- os nematoides não apresentam metamor-
dido após o período de aquisição do vírus fose.
até o momento de colocar o vetor em con- Juvenis infecciosos: estádios pós-embrio-
tato com o hospedeiro sadio para transmis- nários dos nematoides capazes de causar
são do vírus. infecções.

319
K
Kb: unidade de medida utilizada para se re- cuo. Sua saída lateral conecta-se a uma
ferir a mil bases ou pares de base em um trompa de vácuo. É utilizado para uma fil-
ácido nucleico de fita simples ou dupla, res- tragem mais rápida, e também para secar
pectivamente. sólidos precipitados.
Kit: pacote contendo todos os produtos KOH: sigla de hidróxido de potássio;
(reagentes, enzimas, tampões, primers, veto- (1) usado como solução aquosa de 4% para
res de clonagem, etc.) requeridos para exe- reidratar espécimes fúngicas secas; (2) em
cutar os procedimentos de um diagnóstico solução de 3%, é empregado como meio
específico ou as técnicas em biologia mole- padrão de montagem de tecidos fúngicos
cular. de basidiocarpos; (3) em solução aquosa de
0,03%, é usado em montagens microscópi-
Kitassato: recipiente de paredes espessas e cas para visualizar corpos fibrosos ou fi-
munido de saída lateral, usado em conjunto brosinas em esporos de alguns míldios
com o funil de Büchner nas filtrações a vá- pulverulentos (Erysiphaceae).

321
L
L: índice utilizado em taxonomia de nema- Bahia, Sergipe e Alagoas; tendência a chu-
toides, equivale à média do comprimento vas abundantes no norte e leste da Amazô-
dos espécimes em milímetros. nia; possibilidade de chuvas acima da média
Lã de nematoides: massa do nematoide sobre a região semiárida do Nordeste do
Dylenchus dipsaci em estado de anidrobiose, Brasil; chuvas muito acima da média no
frequentemente encontrada na superfície leste dos estados da região Sul, estiagem no
de bulbos ou em outros tecidos vegetais oeste desses estados.
parasitados pelo nematoide. Labiado: com aspecto de lábio; com mar-
La Niña: oposto ao El Niño, corresponde gens engrossadas; abertura que apresenta
ao resfriamento anômalo das águas super- os bordos com aspecto de lábio.
ficiais do Oceano Pacífico Equatorial Cen- Labial: refere-se aos lábios dos nematoi-
tral e Oriental formando uma “piscina de des.
águas frias” nesse oceano. Apresenta maior
variabilidade do que o El Niño, trata-se de Lábil: facilmente destruído.
um fenômeno natural que produz fortes Lábios: estruturas cuticulares, geralmente
mudanças na dinâmica geral da atmosfera, em número de seis, que envolvem a boca
alterando o comportamento climático. dos nematoides.
Nele, os ventos alísios mostram-se mais in-
Lábios amalgamados: lábios fundidos de
tensos do que o habitual, e as águas mais
nematoides, apresentando um contorno
frias, que caracterizam o fenômeno, esten-
liso.
dem-se numa faixa de largura de cerca de
10º de latitude ao longo da Linha do Equa- Laboratório de fitopatologia: local desti-
dor desde a costa peruana até aproximada- nado a pesquisas relacionadas com os pató-
mente 180º de longitude no Pacífico genos e a análises para o diagnóstico de
Central. Os principais efeitos de episódios doenças de plantas e de seus produtos.
do La Niña observados sobre o Brasil são:
Laboratório fitossanitário: local desti-
passagens rápidas de frentes frias sobre a
nado a pesquisas e análises para o diagnós-
região Sul; temperaturas próximas da mé-
tico de doenças, pragas e ervas daninhas
dia climatológica ou ligeiramente abaixo da
que afetam as plantas e seus produtos.
média sobre a região Sudeste, durante o in-
verno; chegada das frentes frias até a região Lacada: estrutura fúngica que possui ca-
Nordeste, principalmente no litoral da mada pouco ou muito brilhosa.

323
Lacerado: de bordos recortados em lobos Lamela média: lâmina delgada de pectato
irregulares; rompido; rasgado. de cálcio e magnésio, sedimentada entre cé-
lulas adjacentes dos vegetais; geralmente
Laciforme: com o formato de saco.
consiste em um material pectinoso, exceto
Lactofenol: líquido de montagem, consti- nos tecidos lenhosos em que a pectina é
tuído de fenol cristalizado, ácido lático, gli- substituída por lignina.
cerina e água destilada, usado em
Lamela remota ou afastada: lamela cuja
preparações microscópicas temporárias de extremidade interna não adere ao estipe, fi-
fungos. cando entre eles um espaço livre.
Lageniforme: em forma de garrafa. Lamela sublivre: lamela cuja parte poste-
Lamela: em micologia, nome dado a cada rior tem ligeiro contato com o estipe.
uma das estruturas “foliares” do himenó- Lamela variegada: lamela manchada de-
foro situadas na parte inferior do chapéu vido à maturação irregular dos esporos que
de um cogumelo. têm cor escura.
Lamela adnata: lamela que adere ao es- Lameliforme: em forma de folhas finas
tipe por uma porção mais ou menos ex- sobrepostas.
tensa.
Lâmina: (1) pedaço de vidro, chato, plano,
Lamela adnata decorrente: lamela ad- transparente e delgado, que comumente
nata em toda a extensão e que se estende ao mede 75 mm x 25 mm, sobre o qual se co-
longo do estipe antes de se aproximar dele. locam preparações para serem visualizadas
Lamela adnata emarginada: lamela ad- com auxílio do microscópio; (2) parte ex-
nata que se torna ascendente antes de ade- pandida da folha; o limbo foliar.
rir ao estipe. Lâmina escavada: semelhante a uma lâ-
Lamela adnata sinuada: lamela adnata mina comum usada em microscopia óp-
que descreve uma curvatura antes de aderir tica, mede 26 mm x 76 mm, com espessura
ao estipe. de 1,2 mm a 1,5 mm; totalmente produzida
de vidro alcalino, com 1, 2 ou 3 cavidades
Lamela adnata uncinada: lamela igual à centrais com aproximadamente 15 mm a
adnata emarginada, mas que, depois de se 18 mm de diâmetro, e, ainda, de 0,6 mm até
tornar ascendente, tomba em direção ao 0,8 mm de profundidade. Comumente
estipe com o aspecto de uma unha. usada na técnica da gota pendente, para
Lamela adnexa: lamela que adere ao es- contar esporos germinados de fungos, fê-
tipe por uma estreita base. meas de nematoides do gênero Meloidogyne
e avaliação da ação de substâncias químicas
Lamela basal: última camada em uma se- (fungicidas, extratos vegetais, óleos vege-
ção transversal da cutícula de nematoides, tais, etc.) na germinação de esporos.
que se apresenta estriada ao microscópio
Lâmina micrométrica: lâmina retangular
eletrônico.
de vidro que contém, no centro, uma régua
Lamela livre: lamela cuja extremidade in- graduada que, colocada na ocular do mi-
terna vai desaparecendo até o estipe. croscópio, é usada para calibrar a ocular

324
micrométrica para auxiliar na mensuração Largo-elíptico: diz-se do esporo que é le-
das estruturas que estão sendo observadas. vemente mais longo do que largo.
Lâmina permanente: tipo de preparo de Larva: ver juvenil.
lâmina para estudos de anatomia vegetal,
Larvas infecciosas: ver juvenis infeccio-
histopatologia (processos de infecção) e ta-
sos.
xonomia de fungos e nematoides.
De acordo com a finalidade, o material ob- Larvicida: agente de natureza física ou
jeto de estudo pode passar por tratamen- química que mata os estádios juvenis dos
tos, como clarificação, fixação e nematoides.
desidratação, para inclusão em parafina ou Latência: referente aos vetores; diz-se do
resina, e coloração (anatomia e histopato- tempo, após a aquisição, durante o qual o
logia); e também desidratação e/ou fixação vetor não é capaz de transmitir o patógeno.
(taxonomia). Após os tratamentos, o espé-
cime é montado em lâmina com imersão Latente: oculto ou não manifesto; sem si-
em bálsamo do canadá. O suporte também nais característicos.
pode ser à base de glicerina ou lactofenol; Lavagem: procedimento realizado após a
nesses casos, a lâmina é vedada com o bál- limpeza do produto hortícola, mediante
samo do canadá, e assim preparada tem du- imersão por 10 a 15 minutos em água con-
ração de muitos anos. tendo detergente, para retirada das sujida-
Lâmina semipermanente: lâmina cujo des e dos microrganismos aderidos à
material é preparado apenas com corante, e superfície. A lavagem também pode ser
a borda da lamínula é selada com esmalte realizada por aspersão de água sobre o pro-
de unha. A durabilidade é de alguns anos. duto e escovação, com posterior enxágue
usando água corrente para retirar os resí-
Lamínula: pequena lâmina que é colada à duos de detergente. Em seguida, faz-se a
superfície de material fixado à lâmina, vi- sanificação com água clorada.
sando preservá-lo.
Lavagem sob pressão: alternativa de se
Lanceolada: que tem forma de lança; mais fazer a tríplice lavagem das embalagens de
longa que larga, estreita-se em direção ao defensivos agrícolas, em que se utilizam
ápice. pulverizadores dotados com acessórios
Lanoso: semelhante a lã. adaptados para essa finalidade. É feita do
seguinte modo: a) encaixa-se a embalagem
Larga escala: processo que usa uma quan-
vazia no local apropriado do funil instalado
tidade de material similar àquele necessário
no pulverizador; b) direciona-se o jato de
para produção comercial de um produto,
água para todas as paredes internas da em-
como no caso do preparo de grande quan-
balagem por 30 segundos, a água de lava-
tidade de inóculo para a inoculação de um
gem deve ser dirigida para o tanque do
patógeno, com o objetivo de avaliar a resis-
pulverizador; c) inutiliza-se a embalagem
tência de vários genótipos, ou para a multi-
de plástico ou de metal, perfurando o
plicação de um microrganismo a ser
fundo.
utilizado num programa de controle bioló-
gico. Lavagem tríplice: ver tríplice lavagem.

325
Leaf dip: técnica utilizada em microscopia mem, dos animais e das plantas, bem como
eletrônica para detecção rápida de vírus em o meio ambiente.
amostras foliares. Lei de segregação: princípio biológico
Lectótipo: ver tipo. responsável pelas proporções previsíveis
nos cruzamentos envolvendo um único
Legislação ambiental: conjunto de regu-
gene.
lamentos jurídicos especificamente dirigi-
dos às atividades que afetam a qualidade do Lei do mínimo de Liebig: conceito, pri-
meio ambiente. meiramente estabelecido pelo Barão J. Von
Liebig em 1840, pelo qual o material ou re-
Legislação fitossanitária: na defesa fitos- curso essencial que mais se aproxima da
sanitária, leis básicas que permitem à auto- necessidade mínima tende a ser o limitante.
ridade legal de uma Organização Nacional
de Proteção Fitossanitária regulamentar as Leiósporo: esporo sem ornamentação,
atividades fitossanitárias. liso.

Legitimado: nome ou epíteto que está de Leis de Mendel: princípios que governam
acordo com as regras do Código Interna- a hereditariedade de caracteres, desenvolvi-
cional de Nomenclatura Botânica (Huang, dos pelo botânico e monge austríaco
Gregor Johann Mendel (1822–1884) com
1984).
base em experimentos com ervilha. A lei
Lei: princípio científico básico que explica de segregação afirma que os caracteres são
como um fenômeno acontece. Esse princí- herdados independentemente uns dos ou-
pio é testado repetidas vezes e julgado con- tros. Já a lei de combinação independente
sistentemente confiável para a elaboração diz que os traços se combinam aleatoria-
de previsões referentes ao fenômeno, mente no rebento, fazendo com que suces-
quando consideradas as mesmas condi- sivas gerações de hibridações apresentem
ções. diferentes combinações de caracteres her-
dados, cada combinação numa proporção
Lei ambiental: corpo de leis relacionadas
específica de indivíduos. E a lei de domi-
ao meio ambiente.
nância estabelece que, em caracteres que
Lei científica: descrição pelos cientistas mostram formas dominantes e recessivas,
dos fenômenos que estão ocorrendo repe- os traços recessivos apenas aparecerão se o
tidamente na natureza, da mesma maneira, gene par contiver dois genes recessivos.
sem exceção. Leitura de prova: ver proofreading.
Lei da biossegurança: lei que estabelece Lenho: conjunto de tecidos de sustenta-
normas de segurança e mecanismos de fis- ção, condução e reserva que constituem o
calização no uso das técnicas de engenharia xilema dos caules e raízes.
genética na construção, no cultivo, na ma-
nipulação, no transporte, na comercializa- Lenhoso: que tem a consistência ou as-
ção, no consumo, na liberação e no descarte pecto de madeira; lignificado, xiloide.
de organismo geneticamente modificado, Lente: dispositivo óptico utilizado para re-
visando proteger a vida e a saúde do ho- fratar a luz, confeccionado de substâncias

326
transparentes isótropas. Dependendo do Lente ocular: denominação aplicada à
modo como a luz é refratada, a lente pode lente da ocular do microscópio, situada
ser convergente (positiva), quando o foco mais próxima do olho do observador.
do sistema ocular se encontra antes da Lente ou associação de lentes que permite
lente coletora, ou divergente (negativa), observar a imagem real do objeto forne-
quando o foco do sistema ocular se encon- cida pela objetiva. As oculares podem ser
tra após a lente coletora. positivas ou negativas; naquelas, o foco do
sistema ocular se encontra antes da lente
Lente aplanética: lente que transmite a
coletora e nestas, após a lente coletora.
luz, sem aberração esférica.
Lenticela: poro sobrelevado, localizado
Lente coletora: ver lente ocular.
no caule e na casca de algumas plantas. Per-
Lente composta: lente que consiste em mite trocas gasosas entre a planta e a at-
duas ou mais lentes individuais, configura- mosfera, de forma semelhante aos
das de maneira que as aberrações de uma estômatos nas folhas. Pode servir de via de
parte do sistema sejam compensadas pelas penetração para alguns patógenos, princi-
da outra parte. Na prática, entretanto, é palmente bactérias.
quase impossível a construção de uma
Lenticulados: que tem duas faces semicir-
lente composta que supere todos os vários
culares convexas unidas; biconvexo; em
tipos de aberrações.
forma de lentilha; lenticular, como a forma
Lente côncavo-convexa: lente que apre- de muitos apotécios.
senta a superfície côncava com maior cur-
Leprose: sintoma causado por vírus em
vatura, sendo a outra convexa.
folhas, frutos e ramos de citros, que mani-
Lente objetiva: denominação aplicada à festam lesões necróticas, corticosas, eleva-
lente que está na objetiva acoplada ao re- das, acinzentadas e circundadas por halo
vólver do microscópio óptico, situada mais amarelo.
próximo do objeto a ser examinado e que
Leptoderanas: alas caudais (bursas) que
capta a luz que incide sobre o preparado na
não se estendem até o término da cauda de
lâmina.
nematoides.
Lente objetiva de imersão: objetiva de
Leptóteno: fase inicial da prófase I da
maior aumento, em que se utiliza óleo de
meiose, em que os cromossomos se apre-
imersão para aproveitar toda a abertura nu-
sentam como fios muito longos, finos e ní-
mérica da lente. O óleo de imersão deve ter
tidos, distribuídos em todo o núcleo.
índice de refração igual ou muito próximo
ao do vidro, para impedir que os raios lu- Lesão: área delimitada do tecido doente e
minosos sofram reflexão ao passar do ma- descolorido de uma planta ou órgão, na
terial para o ar contido entre a lamínula e a qual as células morrem.
objetiva. A objetiva é imersa no óleo.
Lesão amilácea: acúmulo local de amido
Lente objetiva seca: denominação utili- em uma folha infectada por vírus, o qual
zada quando, entre a face inferior da obje- pode ser usado para avaliar a concentração
tiva do microscópio e o topo da lamínula, de vírus. É demostrada pelo descoramento
existe apenas o ar. da folha e coloração com iodo.

327
Lesão local: pequena lesão clorótica ou as características da população de uma
necrótica que surge apenas nos locais de in- praga.
fecção em plantas inoculadas artificial-
Levedura: organismo unicelular, espe-
mente com alguns vírus.
cialmente os pertencentes ao gênero
Lesão necrótica: ver mancha necrótica. Saccharomyces (Ascomycota), do reino
Lesão primária: lesão oriunda de inóculo Fungi. As espécies mais conhecidas são as
primário. que produzem a enzima zimase, que lhes
permite converter açúcares em dióxido de
Lesão secundária: lesão oriunda de inó- carbono; são usadas em panificação e na
culo secundário. fabricação de cervejas. Algumas espécies
Lesão virtual: proporção de área foliar têm sido utilizadas no controle biológico
imaginária, igual ou superior à lesão visual, de fitopatógenos.
que depende do efeito do patógeno na efi- Liana: ver cipó.
ciência fotossintética dos tecidos verdes re-
manescentes. Liberação: processo pelo qual os propá-
gulos se destacam de sua célula formadora.
Lesão visual: área foliar visualmente
doente. Liberação ativa: processo em que o pró-
prio patógeno fornece a energia necessária
Letal: que causa a morte.
para o esporo desprender-se da superfície
Leucósporo: esporo hialino. em que foi produzido, não dependendo de
Levantamento: na defesa fitossanitária, meios externos físicos ou mecânicos para a
procedimento oficial realizado por um pe- sua liberação.
ríodo definido de tempo para determinar Liberação controlada: no contexto da
as características de uma população de biotecnologia, liberação intencional de or-
praga ou para determinar quais espécies ganismos geneticamente modificados no
ocorrem em uma área. meio ambiente.
Levantamento de delimitação: levanta- Liberação de um lote: na defesa fitossa-
mento conduzido para estabelecer os limi- nitária, autorização para a entrada de um
tes de uma área que se considera estar lote após o seu apuramento.
infestada por um patógeno ou livre dele.
Liberação esquizolítica: processo em
Levantamento de detecção: levanta- que as metades dos septos se separam para
mento conduzido em uma área para deter- liberação do esporo mediante a ruptura da
minar quais patógenos estão presentes. lamela média existente entre ambas.
Levantamento de monitoramento: le- Liberação inundativa: na defesa fitossa-
vantamento contínuo para avaliar a flutua- nitária, a liberação de uma grande quanti-
ção populacional e os danos causados por dade de agente de controle biológico ou
um patógeno. organismo benéfico produzido massiva-
Levantamento de verificação: na defesa mente, com a expectativa de obter um
fitossanitária, levantamento para verificar efeito rápido.

328
Liberação no ambiente: na defesa fitos- Licenciamento: na defesa fitossanitária,
sanitária, liberação intencional de um orga- consiste na concessão de direitos ao fabri-
nismo no ambiente. cante para produzir e comercializar um de-
Liberação passiva: processo em que a li- fensivo. No licenciamento, geralmente,
beração dos esporos envolve um grande envolvem-se três partes: o licenciado, que é
número de mecanismos diferentes, abran- a marca original ou a criadora da imagem; a
gendo sempre uma ação mecânica externa, licenciadora que administra as licenças e
frequentemente exercida pelo vento ou gerencia os processos de aprovação, con-
pela chuva. trato, etc; e a empresa que deseja adquirir a
licença.
Liberação pelo vento: processo em que
os esporos são removidos da lesão pela Ligação gênica: associação na herança de
ação do vento; comum em fungos pulveru- certos genes, em virtude da localização de-
lentos. les no mesmo cromossomo. Com a ligação
gênica, os genes apresentam segregação
Liberação planejada: em biotecnologia, dependente.
liberação, no ambiente, de organismo ge-
neticamente modificado de origem vegetal Ligase: enzima que liga fragmentos de
ou seus derivados para avaliações experi- DNA da cadeia lagging na junção de replica-
mentais sob monitoramento, de acordo ção (replication fork). É a mesma enzima que
com as disposições da Resolução Norma- encobre as falhas durante a reparação do
tiva nº 6, de 6 de novembro de 2008. DNA danificado por agentes físicos e quí-
micos.
Liberação por impacto: processo em que
os esporos são removidos de uma superfí- Lignícola: que cresce e vive sobre ma-
cie caso esta se movimente com vibrações deira.
bruscas causadas pelo impacto do vento ou Lignificação: processo de biossíntese e
da chuva. deposição de lignina, na matriz das paredes
Liberação por respingos: processo em celulares dos tecidos vegetais lenhosos, na
que, ao atingir um estroma ou um exsudato fase de maturação delas e na reação de de-
bacteriano, uma gota de chuva se subdivide fesa ao ferimento, que atua ainda como
em numerosas gotículas, cada uma delas mecanismo de resistência ao ataque de pa-
carregada de propágulos que são projeta- tógenos. Confere rigidez e resistência às
dos, pela força do impacto, a uma distância forças de compressão.
de alguns centímetros a partir da fonte de Lignificada: qualquer parte da planta que
inóculo. se impregna de lignina e, em consequência,
Liberação rexolítica: quando a parede ce- adquire consistência de madeira.
lular externa abaixo ou entre os conídios se Lignina: polímero orgânico complexo que
desintegra. infiltra a parede celular dos tecidos vege-
Licença de importação: na defesa fitos- tais, tornando-os lenhosos e, por conse-
sanitária, documento oficial que autoriza a guinte, rígidos, além de extremamente
importação de uma mercadoria, de acordo resistentes a agentes químicos e a micror-
com as normas fitossanitárias. ganismos.

329
Lignocelulolítico: microrganismo que qual o benefício do controle é igual ao
apresenta capacidade de degradar celulose, custo de controle.
hemicelulose e lignina, pela presença de en-
Limiar de injúria econômica: mais baixo
zimas extracelulares.
número de indivíduos de uma população
Lignocelulose: mistura de lignina, celu- de pragas ou patógenos que causará danos
lose e hemicelulose, que ocorre em vegetais econômicos.
superiores.
Limiar de percepção: capacidade de de-
Lignolítico: microrganismo que degrada tecção da menor densidade populacional
lignina, pela presença de enzimas extracelu- de uma praga ou patógeno; ou o nível de
lares. injúria necessário para detectar o patógeno
Lignituber: reação de defesa do hospe- ou a praga na cultura. O tipo de amostra-
deiro, através de uma estrutura espessa, gem (aleatória, regular, estratificada aleató-
formada pela deposição de substâncias ex- ria, sequencial, etc.), o tamanho da amostra,
sudadas pela planta, que envolve a extremi- o padrão de amostragem, bem como a dis-
dade da hifa, impedindo sua penetração na tribuição do patógeno ou da praga na cul-
célula hospedeira; funciona como um me- tura influenciam o limiar de percepção.
canismo de resistência (Tarr, 1972). Limiar de transmissão: nível populacio-
Lignotuber: sintoma hiperplástico, carac- nal de um patógeno, requerido para que ele
terizado por protuberância calosa que se se propague.
forma na região do coleto de mudas arbó-
Limiar de tolerância: concentração má-
reas e de árvores, comum em várias espé-
xima de uma substância tóxica suportável
cies de eucalipto, com maior frequência em
por qualquer organismo.
Eucaliptus citriodora, E. grandis e E. tereticornis
(Ferreira; Milani, 2002). Limiar tóxico: concentração mínima em
que uma substância provoca efeitos de en-
Limbo foliar: parte expandida da folha.
venenamento ou morte.
Limiar: grandeza de um estímulo que ne-
cessita ser excedida para produzir uma res- Limitação nutricional: condição na qual
posta. o crescimento de uma cultura ou orga-
nismo é limitado pela disponibilidade de
Limiar de ação: momento em que a seve- uma exigência nutricional. A falta de uma
ridade da doença atinge um nível em que fonte de carbono ou de qualquer elemento
medidas de controle necessitam ser toma- essencial, vitaminas ou outro composto
das para impedir que o limiar de dano eco- causa a paralisação do crescimento.
nômico seja excedido.
Limite crítico: valores ou atributos máxi-
Limiar de dano: definido como nível de mos e/ou mínimos estabelecidos para cada
intensidade da doença que provoca um critério, que, quando não atendidos, signifi-
prejuízo maior do que o custo de controle. cam impossibilidade de garantia da segu-
Limiar de dano econômico: intensidade rança do alimento ou do operador ou da
da doença ou do ataque de uma praga na proteção do meio ambiente.

330
Limite de detecção: a mais baixa concen- não inibe o crescimento e/ou a produção
tração de uma substância que pode ser me- da planta.
dida por uma análise técnica específica.
Limite máximo de resíduo: quantidade
Cada método de análise de uma dada subs-
máxima de defensivo agrícola legalmente
tância tem um limite de detecção associado
aceita no alimento, em decorrência da apli-
a ele.
cação adequada numa fase específica,
Limite de exposição: máxima concentra- desde a sua produção até o consumo. É ex-
ção permitida de um contaminante no ar à presso em partes (em peso) do defensivo
qual um indivíduo pode ficar exposto. agrícola ou seus derivados por milhão de
Limite de resíduo não intencional: partes de alimento, expresso em mg kg-1.
quantidade máxima de resíduo não inten- Limite máximo de resíduo provisório:
cional de defensivo tolerada em alimentos, quantidade máxima de defensivo agrícola
também expressa em ppm. no alimento, fixada para aceitação em um
Limite de resolução: com relação aos mi- período limitado. É estabelecido quando o
croscópios, menor distância entre dois defensivo possui ainda uma ingestão diária
pontos em que eles são percebidos como aceitável provisória ou condicional ou
pontos separados. O limite de resolução do quando ainda não estão concluídos os estu-
olho humano é da ordem de 100 μm, en- dos de dados de resíduo para uma cultura,
quanto, com o uso de microscópios ópti- embora já possa haver uma ingestão diária
cos de boa qualidade, é da ordem de aceitável.
0,25 μm. Limoniforme: esporo em forma de limão.
Limite de segurança: valores ou atribu- Limpeza: operação de separação de mate-
tos próximos aos limites críticos, que são riais contaminantes ou estranhos que se en-
adotados como medida de segurança para contram em conjunto com a matéria, ou
reduzir a possibilidade de esses limites não seja, remoção de sujidades, na forma de
serem atendidos. substâncias minerais e/ou orgânicas, que
Limite de tolerância: (1) variação de fato- podem estar misturadas ou aderidas à su-
res ambientais, como calor, salinidade ou perfície dos produtos vegetais, aos equipa-
umidade, que um organismo pode tolerar mentos e aos contêineres.
ou o nível em que se iniciam os efeitos pre- Limpeza clonal: processo pelo qual se
judiciais; (2) níveis máximos de aditivos ali-
consegue obter plantas livres de patógenos,
mentares ou de resíduos de defensivos
comumente vírus, a partir de plantas infec-
agrícolas permitidos pelo departamento de
tadas.
fiscalização de alimentos; (3) nível máximo
de poluente (defensivos agrícolas), no am- Linear: (1) longo e estreito; semelhante a
biente, que determinado organismo pode uma linha; (2) em estatística, indica o grau
tolerar ou o nível em que se iniciam os efei- de correlação entre duas variáveis. Uma
tos prejudiciais; (4) número máximo de correlação linear perfeita é aquela que tem
propágulos (propágulos por grama de solo o valor máximo para o coeficiente de cor-
ou por mL de água) de um patógeno que relação (+1).

331
Linha interfasmidial: linha imaginária Linhagem massal de ovos únicos: po-
que liga os fasmídios à configuração peri- pulação de nematoides derivada dos ovos
neal de fêmeas de nematoides do gênero produzidos por uma única fêmea.
Meloidogyne. Linhagem pura: (1) população homozi-
Linha pura: ver linhagem pura. gota de um hospedeiro, cujos indivíduos
foram gerados por autopolinização e são
Linha zonada: linha estreita, negra ou geneticamente idênticos com relação à re-
marrom-escura, visível em madeira apo- sistência vertical; (2) população de nema-
drecida, especialmente em madeiras duras, toides derivada de um único reprodutor ou
geralmente causada por fungos. de um conjunto deles; (3) população de mi-
Linhagem: (1) população de indivíduos crorganismos oriunda de um único esporo
ou única célula.
ou células geneticamente idênticos; (2) po-
pulação de células microbianas ou de ori- Linhagem virulenta: linhagem de um pa-
gem animal geneticamente caracterizadas; tógeno apta a causar doença em um hospe-
(3) em melhoramento genético, população deiro.
de indivíduos derivados de cruzamentos Linhagens isogênicas: série de linhagens
endogâmicos, ou seja, entre indivíduos de planta geneticamente similares com re-
aparentados. O número de autofecunda- lação aos aspectos fitotécnicos, porém cada
ções sucessivas (S1, S2, S3...Sn) define a pro- linhagem possui genes diferentes e especí-
porção média esperada de locus em ficos para a resistência a dado patótipo ou
homozigose de uma linhagem. raça fisiológica.
Linhagem avirulenta: linhagem de um Linkage: ver ligação gênica.
patógeno incapaz de causar doença em um Liofilização: processo de desidratação
hospedeiro. usado para a preservação de alimentos pe-
Linhagem celular: linhagem de células recíveis, princípios ativos e microrganis-
mantidas in vitro. mos, em que esses são congelados, e a água
e as substâncias voláteis são removidas sob
Linhagem endogâmica: linhagem pro- vácuo, por sublimação, sem que passem
duzida por endogamia continuada; é uma pelo estado líquido, enquanto os tecidos
linhagem quase homozigótica, desenvol- permanecem congelados.
vida por sucessivas autofecundações,
Liofilizador: equipamento usado para de-
acompanhadas de seleção. sidratar produtos por liofilização.
Linhagem infectiva: linhagem de um pa- Liósporo: ver leiósporo.
tógeno capaz de causar infecção em um
hospedeiro, independentemente do fato de Lipídio: nome genérico de um grupo di-
provocar uma doença. versificado de compostos orgânicos graxos
que contêm longas cadeias de hidrocarbo-
Linhagem larval única: população de ne- netos como parte de suas estruturas, são
matoides derivada de um único nematoide eles: óleos, gorduras, ceras, esteroides e
jovem. compostos semelhantes.

332
Lipofílico: composto que apresenta afini- por diferirem na resposta quando submeti-
dade por lipídios, sendo fracamente solúvel das à lise por bacteriófagos.
em meio aquoso.
Lisozima: enzima lítica e outras substân-
Liquem: organismo formado pela associa- cias que podem dissolver a parede celular
ção mutualística entre um fungo (geral- de bactérias Gram-positivas. É usada na
mente um Ascomycota) e uma alga verde preparação de material de plasmídeos
ou uma cianobactéria. oriundos de bactéria.
Líquidos miscíveis: dois ou mais líquidos Lista de hospedeiro: relação de hospedei-
capazes de se misturar, em quaisquer pro- ros que podem ser infectados por um pató-
porções, para formar uma mistura homo- geno específico.
gênea ou uma fase isolada sob condições
normais. Álcool com água é um exemplo Lista de pragas de commodities: na de-
clássico de mistura homogênea. fesa fitossanitária, relação de pragas e pató-
genos que ocorrem em uma área, os quais
Lise: (1) dissolução enzimática de toda ou
de parte de uma estrutura uni ou multicelu- podem estar associados a uma commodity
lar; (2) dissolução de uma bactéria infec- específica.
tada por um bacteriófago. Lista de pragas de produto básico: na
Lisigenoma: células multinucleadas for- defesa fitossanitária, lista de pragas cuja
madas pela dissolução de parede. ocorrência em uma área pode estar asso-
ciada a um produto básico específico.
Lisogenia: condição na qual o material ge-
nético de um fago está integrado no ge- Lista de pragas de uma planta hospe-
noma da bactéria hospedeira, sem causar deira: na defesa fitossanitária, relação de
lise. A essa etapa, segue-se o ciclo lítico: o pragas e patógenos que infectam uma es-
DNA viral desintegra-se, duplica-se e cons- pécie de planta, globalmente ou em uma
trói seu envoltório, então ocorre a lise bac- área.
teriana e a liberação de inúmeras partículas
Listra: sintoma caracterizado por lesões
de fago.
estreitas e alongadas, paralelas às nervuras
Lisógeno: bactéria ou outra célula proca- de folhas, especialmente de gramíneas.
riota que não é suscetível a um bacterió-
fago (frequentemente como profago). Listrado: em doenças foliares, padrão que
alterna listras necrosadas ou cloróticas com
Lisossomo: organela subcelular (0,25 µm áreas verdes do limbo foliar.
a 50 µm) ou estrutura membranosa que
acumula hidrolases específicas (fosfatase Litosfera: parte da biosfera que se consti-
ácida, ribo e desoxirribonuclease, e ß-glu- tui da camada superior de rochas que inte-
cosidase), responsáveis pela digestão intra- ragem com a hidrosfera e a atmosfera.
celular, autofagia e autólise. Livraria gênica: coleção de clones feitos
Lisótipo: refere-se a uma população de de um grupo de fragmentos de DNA justa-
bactérias relacionadas que se distinguem postos representando o genoma inteiro.

333
Livre: independente; isolado; diz-se de um que abrigam glândulas do aparelho diges-
feixe de conidióforos que não estão solda- tivo de nematoides, anteriores ao intestino.
dos. Local: limitado ou circunscrito a um ponto
Livre de: na defesa fitossanitária, aplica-se ou parte; não geral.
a um embarque, campo ou local de produ- Local de clonagem: ver sítio de inserção.
ção sem pragas (pragas específicas) em nú-
mero ou quantidade que podem ser Local de restrição: sítio de reconheci-
detectados pela aplicação de procedimen- mento de uma enzima de restrição.
tos fitossanitários. Local definitivo: lugar permanente de
Livre de patógenos: planta certificada alojamento de nematoides parasitas após
por testes específicos como isenta de pató- um período de afastamento larval ou mi-
genos específicos. gração.

Lixiviação: em fitopatologia, transporte Local de produção livre de praga: na de-


de defensivos agrícolas dissolvidos do hori- fesa fitossanitária, parte definida da área de
produção na qual praga não ocorre, con-
zonte da superfície da terra por infiltração
forme demonstrado por meio de evidên-
de água subterrânea, principalmente das
cias científicas. Essa condição é mantida
áreas cultivadas, contaminando as águas su-
oficialmente por um período definido, e a
perficiais e subterrâneas.
área é gerenciada como uma unidade sepa-
Lixo perigoso: qualquer subproduto ou rada da mesma forma que a área de produ-
refugo prejudicial ao homem, animais, ção livre de praga.
plantas ou meio ambiente, quando mani- Localidade-tipo: local geográfico de ori-
pulado de maneira imprópria. Em fitopato- gem do espécime-tipo de um táxon do
logia, são os defensivos agrícolas e os grupo espécie.
próprios fertilizantes que, dependendo da
concentração e do organismo não alvo, po- Localizado: que não se expande por todo
dem ser tóxicos. o tecido; que permanece afetando apenas
certa área de um tecido.
Lixo radiativo: material de refugo sufi-
cientemente radiativo para causar preocu- Loci: plural de loco ou locus.
pação. Locótipo: tipo que foi depositado no lugar
Lixo tóxico: ver lixo perigoso. onde foi colhido ou coletado.

Lobado: cortado em divisões arredonda- Loculado: que tem lóculo; que exibe cavi-
das; com lobos; dividido em lobos. dades portadoras de ascos.

Lobo: porção arredondada do píleo. Lóculo: (1) cavidade de natureza lisígena,


aberta no interior de um estroma pelas hi-
Lobulado: dividido em pequenos lóbulos; fas ascógenas, em que se alojarão os ascos;
com lóbulos. (2) estroma ascígero; (3) todo o estroma,
Lóbulo: parte protuberante, estendida, sa- com ascos e paráfises.
ciforme e distintamente separada de ou- Loculoascomycetes: classe de Acomycota
tras; lobo. Designa, por exemplo, estruturas caracterizada pela produção de ascos bitu-

334
nicados em lóculos desprovidos de parede previamente certificados com Certificado
(pseudotécios), em ascomata ascostromá- Fitossanitário de Origem, Certificado Fi-
tico com uma ontogenia ascolocular; em tossanitário de Origem Consolidado, Per-
desuso. missão de Trânsito de Vegetais, Certificado
Fitossanitário ou Certificado Fitossanitário
Locus: posição física de um gene num cro-
de Reexportação.
mossomo. Todos os alelos de um gene, em
particular, de vários indivíduos ocupam o LRR: sigla de Leucine Rich Repeats. Domí-
mesmo locus. nio proteico comum em proteínas codifi-
cadas por genes de resistência a doenças.
Locus conidiogênico: área específica so-
Proteínas com domínio LRR apresentam
bre uma célula conidiogênica na qual
uma ou mais séries de 24 ou mais aminoá-
ocorre a formação conidial.
cidos leucina repetidos a intervalos regula-
Locus gênico: posição de um segmento res, os quais formam uma estrutura terciária
em um cromossomo em que é encontrado em forma de hélice. Proteínas com domí-
um alelo (gene) particular. nio LRR normalmente reconhecem produ-
tos extracelulares de genes de fitopatógenos
Lodo de esgoto: mistura viscosa de subs-
e iniciam as respostas de defesa, enviando
tâncias químicas tóxicas, agentes infeccio-
sinais para outras células da planta.
sos e sólidos assentados, removida da água
residual em uma estação de tratamento de LSD: sigla de Lysergic Acid Diethylamide.
esgoto. Um alucinógeno derivado de escleródio de
Claviceps sp.
Lofotríquia: provida de pelos grupados
num pequeno feixe; bactéria com um tufo Lugar de produção livre de praga: na
de flagelos. defesa fitossanitária, qualquer propriedade
rural ou conjunto de áreas de campo usa-
Longevidade: (1) período de vida; (2) ex-
das como uma única unidade de produção
tensão de vida de um indivíduo ou a exten-
ou cultivo, na qual uma praga específica
são média de vida de uma espécie ou
não ocorre (como demonstrado por evi-
população; (3) duração de um fungo em
dência científica) e na qual, quando apro-
meio de cultura; (4) tempo que uma bacté-
priada, essa condição é mantida oficialmente
ria permanece em determinado meio sem
por um período definido.
perder a viabilidade.
Lugol: solução com 0,75 g de iodo e
Longevidade fisiológica: período má- 3,75 g de iodeto de potássio, dissolvidos
ximo de vida de um indivíduo em uma po- em 250 mL de água destilada. Indicador
pulação, em condições ambientais ótimas. para amido, o qual produz uma coloração
Longevidade in vitro: tempo de armaze- preto-azulada ou marrom-escura. Utili-
namento após o qual um vírus em um ex- zado no preparo de lâminas com estrutu-
trato vegetal cru perde sua infectividade; ras fúngicas para facilitar a observação ao
determinada geralmente a 0 ºC ou 20 ºC. microscópio, como a reação do ápice do
asco, importante para a sistemática de
Lote: na defesa fitossanitária, conjunto de
Ascomycota.
produtos da mesma espécie, de tamanho
definido e com conformidades fitossanitá- Lúmen: designação do canal ou luz do es-
rias semelhantes, formado por produtos tilete ou do esôfago do nematoide.

335
Lupa: ver microscópio estereoscópico. olho humano. Tais comprimentos de onda
variam aproximadamente de 400 nm a
Lutar: recobrir as bordas da lamínula so-
710 nm (4.000 angstrons a 7.000 angs-
bre a lâmina, com camada de esmalte de trons), da luz violeta à luz vermelha, inclu-
unha, a fim de preservar uma preparação sive. No espectro eletromagnético, a luz
microscópica. visível fica entre a radiação ultravioleta e in-
Luz visível: radiação eletromagnética de fravermelha.
comprimentos de onda que são visíveis ao Luz ultravioleta: ver radiação ultravioleta.

336
M
M1, M2, M3... Mn: símbolos utilizados para dos de um conjunto de postos meteoroló-
designar a primeira, a segunda, a terceira, gicos ou de satélites; em zonas com relevo
até a enésima gerações após o tratamento acentuado, os dados macroclimáticos pos-
com um agente mutagênico. suem um valor apenas relativo, especial-
mente sob o aspecto agrícola. Inversamente,
MAAP: sigla de Multiple Arbitrary Amplicon
um mesmo macroclima poderá englobar
Profiling. Termo coletivo para as técnicas de
áreas de planície muito extensas.
PCR que utilizam primers de sequência arbi-
trária, como os marcadores RAPD, AFLP, Macroconídio: conídio maior, geral-
DAF, entre outros. mente usado no diagnóstico de um fungo
que também tem microconídio; o conídio
Maceração de tecidos: tipo de injúria di-
mais longo ou maior. Termo usado para
reta que caracteriza o sintoma causado por
diferenciá-lo do microconídio formado
espécies de nematoides fitoparasitas, como
pela mesma espécie. Conídios com mais
Ditylenchus dipsaci e D. destructor. Esses ne-
de 15 μm de comprimento.
matoides secretam enzimas pectolíticas,
que provocam a hidrólise dos componen- Macroevolução: evolução com mudanças
tes da lamela média entre as células, bem fenotípicas importantes e rápidas, resul-
como dos constituintes da parede celular tando em linhagens de descendentes modi-
de folhas e órgãos de reserva, como os bul- ficadas em táxons novos e distintos.
bos de alho e cebola, raízes tuberosas e tu- Macrofungo: fungo macroscópico cujas
bérculos, resultando no apodrecimento estruturas reprodutoras (cogumelos) são
dos tecidos do órgão afetado. claramente visíveis a olho nu. A maioria
Macerado: amolecido. dos macrofungos pertence aos
Basidiomycota e a algumas ordens de
Macerar: amolecer por embebição; causar
Ascomycota e incluem patógenos, sapró-
desintegração dos tecidos pela separação
fitas e fungos ectomicorrízicos.
das células por ação microbiológica, por
solução de enzimas pectolíticas, etc. Macrométrico: dispositivo situado pró-
ximo da base do microscópio óptico que,
Macrocíclico: ver ferrugem macrocíclica.
ao girá-lo, permite movimentos de grande
Macroclima: corresponde ao clima médio amplitude, rápidos, para deslocamento da
que ocorre num território relativamente platina, comumente com a objetiva de me-
vasto, exigindo, para sua caracterização, da- nor ampliação, para focar a imagem do ob-

337
jeto a ser examinado, preferencialmente no Mal de sete voltas: doença da cebola,
centro da visão. causada por Colletotrichum gloeosporioides f.
sp. cepae, que provoca o enrolamento das
Macromiceto: ver macrofungo.
folhas, acompanhado de rigidez dos teci-
Macronutriente: nutriente requerido em dos e depressões pronunciadas, além da
grande quantidade para o crescimento sau- redução no tamanho.
dável, por exemplo, cálcio, nitrogênio, fós- Mal de sigatoka: doença da bananeira,
foro e potássio. Usado mais frequentemente causada por Mycosphaerella musicola, que pro-
em relação aos nutrientes das plantas. voca estrias cloróticas nas folhas, as quais
Macropicnídio: picnídio com esporos progridem para manchas necróticas com
grandes, iguais ou maiores que 15 μm de pontuações negras no centro, constituindo
comprimento. as frutificações do patógeno.
Mal do panamá: doença vascular da bana-
Macroscópico: visível a olho desarmado,
neira, causada por Fusarium oxysporum f. sp.
sem a ajuda de uma lente de aumento ou
cubense, caracterizada pelo amarelecimento
microscópio.
das folhas, as quais em seguida murcham,
Macrosporângio: (1) um grande esporân- secam e se quebram na região do pseudo-
gio; (2) esporângio com grande número de pecíolo, tomando a planta o aspecto de
esporos. guarda-chuva fechado.
Macrósporo: esporo grande, quando, MALDI: sigla de matrix-assisted laser
numa espécie, existem esporos de dois ta- desorption/ionization. Modo de ionização
manhos. branda de moléculas para análise por es-
pectrometria de massas em que a amostra
Mácula: ver mancha. permanece envolta em uma matriz sólida.
Maculado: manchado; que tem manchas. Malformação: desenvolvimento defei-
Maculiforme: que tem forma de man- tuoso de uma planta, no todo ou em parte.
chas. Maligno: tecido da planta que divide e
cresce independentemente; o seu cresci-
Madeira preservada: madeira que con-
mento não pode ser controlado pelo orga-
tém produto preservativo em quantidade
nismo sobre o qual está crescendo, por
suficiente, de maneira a aumentar, signifi-
exemplo, a galha da coroa, causada por
cativamente, sua resistência à deterioração, Agrobacterium tumefaciens em roseira.
prolongando sua vida útil.
Malte: semente de cevada germinada e
Major gene: gene vertical ou genoma que logo aquecida e dessecada. Contém fécula,
confere resistência vertical a patótipos e dextrina, maltose, proteínas, gorduras, sais
são raros de serem encontrados (Robinson, minerais e diversos fermentos, entre os
1969). quais a diástase é o mais importante.
Mal de Pierce: denominação dada a uma Maltose: carboidrato; dissacarídeo produ-
doença causada por Xylella fastidiosa em vi- zido pela hidrólise enzimática do amido
deira. por diástase.

338
Mamila: pequena saliência arredondada. tecido lesionado é intercalado por tecido
Mamilado: digitado; protuberâncias em sadio, por exemplo, mancha areolada das
formato de mamilo, em nematoides. seringueiras, causada por Thanatephorus
cucumeris.
Mamiliforme: que tem aspecto de ma-
mila. Mancha azul da madeira: ver azulado da
madeira.
Mancha: sintoma necrótico cuja lesão
ocorre numa área delimitada das folhas, Mancha clorótica: mancha mais ou me-
flores, frutos, vagens e ramos; expressa nos definida de cor verde-pálido.
pela morte dos tecidos, que se tornam se- Mancha-concêntrica: doença com sin-
cos e de coloração diferente das partes sa- toma de mancha foliar, composta por
dias do órgão afetado; raramente alongada.
uma série de anéis concêntricos ao redor
Mancha-alvo: doença com sintomas ca- de um centro comum, geralmente necróti-
racterizados por lesões que se iniciam por cos, que indicam o crescimento do pató-
pontuações pardas, com halo amarelo, geno; por exemplo, as manchas causadas
progredindo para grandes manchas circu- por Sclerotium coffeicola em diversas frutei-
lares, de coloração castanho-clara a casta- ras da Amazônia.
nho-escura. Em geral, as manchas
apresentam uma pontuação no centro e Mancha-d’água: doença com sintoma de
anéis concêntricos de coloração mais es- mancha foliar, caracterizado pelo acúmulo
cura, advindo disso o nome da doença, de água nos espaços intercelulares, de
causada por Corynespora cassiicola em soja, modo a torná-los com aparência translú-
tomateiro, mamoeiro e seringueira. cida ou encharcada.
Mancha anelar: mancha, geralmente nas Mancha foliar: lesão com contornos limi-
folhas e frutos, circundada por um anel ou tados sobre uma folha.
anéis que podem ser cloróticos e necróti-
Mancha necrótica: região dentro ou so-
cos ou por um tecido de coloração verde-
bre um órgão da planta onde as células
-escura anormal; sintoma de muitas
morrem, enquanto as regiões adjacentes
doenças viróticas.
permanecem vivas.
Mancha-angular: doença com sintomas
caracterizados por manchas delimitadas Mancha-ocular: doença com sintoma de
pelas nervuras da folha, geralmente mancha foliar, caracterizada por apresentar
pelas nervuras secundárias, causada por o centro escuro, circundada por uma região
Phaeoisariopsis griseola em feijoeiro. mais clara.
Mancha anular: mancha caracterizada Mancha-parda: doença com sintoma de
por estrias alongadas no sentido das nervu- mancha foliar, caracterizada por apresentar
ras, com faixas alternadas de tecido verde forma circular, circundada por um halo
normal e tonalidades de verde clorótico. pardo ou chocolate.
Mancha-areolada: doença com sintoma Mancha prateada: mancha de coloração
de mancha foliar arredondada, em que o prateada ou grisalha.

339
Mancha-reticular: doença da cevada cau- defensivo alternativo, no seu estado natu-
sada por Pyrenophora teres, caracterizada por ral.
manchas ou estrias marrons que, pela pro-
Manipulação gênica: formação de novas
dução de linhas longitudinais e transversais,
formam redes de tecido necrosado, circun- combinações de material herdável por
dadas por um halo amarelo. meio da inserção de moléculas de ácido nu-
cleico, produzidas no exterior da célula, em
Mancha-zonada: doença que afeta as qualquer vírus, plasmídeo bacteriano ou
cucurbitáceas, causada por Leandria outro sistema de vetor. Desse modo, é per-
momordicae, cujos sintomas são pequenas mitida a incorporação dessas moléculas
áreas encharcadas que, logo em seguida, dentro de um organismo hospedeiro no
passam a pequenos pontos necróticos es-
qual elas não ocorrem naturalmente, mas
branquiçados.
são capazes de continuar propagando.
Manchado: que tem mancha de diferentes
Manipulador: na defesa fitossanitária,
colorações e/ou tonalidades.
pessoa física ou jurídica habilitada e autori-
Manejo de risco de praga: na defesa fi- zada a fracionar e reembalar agrotóxicos e
tossanitária, avaliação e seleção de ações afins com o objetivo específico de comer-
para reduzir o risco de introdução e disper- cializar.
são de uma praga quarentenária.
Manômetro: aparelho usado para medir
Manejo integrado de pragas: conjunto pressão, comumente acoplado a pulveriza-
de práticas agronômicas que envolvem, dores que utilizam alta pressão, como os
principalmente, as estratégias de controle pulverizadores tratorizados.
baseadas na integração de princípios e me-
didas. É exemplo o uso de métodos quími- Manta: ver envelope.
cos, biológicos e culturais na forma mais Manta aquecedora: ver tela de amianto.
compatível possível para o controle de uma
doença ou de todas as doenças e pragas de Manto micelial: aglomerado compacto de
uma cultura, a fim de otimizar o controle hifas de aspecto aveludado, produzido por
com o menor custo e o menor dano ao fungos ectomicorrízicos, que envolve as ra-
meio ambiente; é a utilização de todas as dicelas das plantas hospedeiras e pode ser
técnicas e métodos disponíveis dentro de detectado, na maioria das vezes, por inspe-
um programa de controle unificado, com o ção visual do sistema radicular.
objetivo de manter a população de organis-
mos nocivos abaixo do limiar econômico e Manúbrio: parte mais dilatada da base dos
de minimizar os efeitos colaterais deleté- espículos de nematoides.
rios dos defensivos agrícolas no meio am- Manuseio: em pós-colheita, todas as ope-
biente. rações realizadas com o auxílio das mãos
Manipueira: caldo leitoso obtido a partir na cadeia de comercialização dos produtos
da compressão da mandioca ralada, sub- hortícolas ou os mecanismos operados
produto da produção da farinha de man- com as mãos para movimentar os produ-
dioca, que contém ácido cianídrico, com tos, como colheita, higienização, seleção,
ação nematóxica e inseticida. Usado como embalagem, paletização, transporte, arma-

340
zenamento, carregamento, descarrega- Mapeamento: atribuição de sequências,
mento, etc. marcas, genes ou loci a um mapa ou cro-
mossomo.
Mapa: carta, diagrama.
Mapeamento comparativo: comparação
Mapa cromossômico: ver mapa genético.
da ordem e posição relativa de genes e mar-
Mapa de ligação: ver mapa genético. cas em mapas de diferentes espécies. Com-
Mapa de restrição: mapa que faz a locali- parações entre espécies mais próximas
revelam alto grau de sintenia e colineari-
zação relativa dos sítios de restrição em um
dade dos mapas. Nesses casos, o local de
segmento de DNA.
muitos genes pode ser estimado por simu-
Mapa de risco climático: agrupamento lação. Comparações entre espécies mais
de áreas homogêneas, em mapas, sob distantes revelam perda crescente de sinte-
mesmo risco climático. nia.
Mapa físico: conjunto de clones de DNA Mapeamento de associação: metodolo-
do genoma-alvo [tipicamente, clones de gia genômica que busca associar marcado-
cromossomos artificiais de bactéria res moleculares individuais ou haplótipos
(Bacteria Artificial Chromosome – BAC)], par- de marcadores (em geral polimorfismos de
cialmente sobrepostos, que cobre uma ex- base individual) diretamente com diferen-
tensão quase contígua a todo o genoma, ças quantitativas ou qualitativas na caracte-
ao longo do qual as distâncias são expres- rística fenotípica-alvo.
sas em pares de base. Mapeamento físico: processo de localiza-
Mapa genético: (1) representação gráfica ção de um gene em um mapa físico (mapa
do arranjo linear de genes sobre um cro- em que a distância entre genes é dada pelo
mossomo ou genoma; (2) mapa de ligação número de pares de bases que os separam).
entre marcadores construídos com base Mapeamento gênico: determinação de
nas frequências de recombinação entre localização relativa dos genes no cromos-
eles. somo ou dentro do genoma.
Mapa meteorológico: representação grá- Marca comercial: ver nome comercial.
fica das condições do tempo de uma região
em tempos específicos. O mapa meteoro- Marca de conformidade: selo de identifi-
lógico, que representa a temperatura, a cação utilizado no Sistema Agropecuário
pressão atmosférica, a velocidade dos ven- de Produção Integrada (Sapi), anterior-
mente sistema de Produção Integrada de
tos, a cobertura das nuvens e características
Frutas (PIF), cuja logomarca deve ser defi-
similares, é essencial para as previsões do
nida oficialmente. O selo deve ser escrito
tempo.
em português e/ou inglês e colocado na
Mapa plasmidial: mapa da sequência li- fruta ou em sua embalagem. Deve conter
near de genes e sítios de restrição de um informações sobre a marca de Conformi-
plasmídeo. Normalmente, em um mapa dade do Processo de Avaliação da Confor-
plasmidial, só são demonstrados os sítios midade [símbolo do Instituto Nacional de
de restrição de maior interesse. Metrologia, Normalização e Qualidade In-

341
dustrial (Inmetro)] e o Organismo de Ava- para identificar indivíduos ou espécies.
liação da Qualidade (OAQ); símbolo do Também pode ser descrito como variação
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas- (mutação ou outras alterações) que pode
tecimento (Mapa); logo-tipo Sapi Brasil; sa- ser observada nos diferentes indivíduos.
fra correspondente; numeração e série,
conforme definido legalmente no Regula- Marcador dominante: marcador genético
mento de Avaliação da Conformidade para o qual apenas um alelo é expresso
(RAC). quando múltiplos alelos estão ocorrendo
simultaneamente em um indivíduo.
Marcação por transpóson: método de
isolamento gênico que explora a interrup- Marcador genético: (1) mutação em um
ção da expressão de um gene pela inserção gene que permite a sua identificação feno-
de um transpóson. Como consequência do típica; (2) alelo usado para identificar um
transporte, pode ser usada como sonda gene, segmento cromossômico ou cromos-
para detectar o fragmento que contém o somo.
gene-alvo.
Marcador isoenzimático: tipo de marca-
Marcador: locus cromossômico, gene ou dor genético-molecular baseado na detec-
sequência de DNA, que mostra segregação ção de isoenzimas. Também é considerado
mendeliana e se presta para análise genética um marcador bioquímico.
de outras características ou processos em
populações (ou progênies) polimórficas Marcador mapeado: marcador molecular
para o marcador. com localização cromossômica conhecida.
Marcador AFLP: marcador de DNA ba- Marcador molecular: produto da “lei-
seado no polimorfismo de comprimento tura” do código genético (marcadores
de segmento de DNA amplificado por eta- isoenzimáticos) ou fragmento de DNA
pas sucessivas de seleção e ampliação. que pode “marcar”, indicar ou ajudar a re-
O marcador tem iniciadores específicos e é conhecer diferenças entre indivíduos e va-
detectado por separação via eletroforese de riedades de uma espécie e/ou de diferentes
alta resolução. Ver AFLP. espécies.
Marcador biológico: ver biomarcador. Marcador RAPD: marcador de DNA ba-
Marcador cat: gene responsável pela pro- seado no polimorfismo de comprimento
dução da enzima cloranfenicol-acetiltrans- de segmento de DNA amplificado. O mar-
ferase, que é utilizada para monitorar a cador tem iniciador único de sequência ar-
presença de plantas transgênicas. bitrária (em geral, de 10 bases) e é detectado
Marcador codominante: marcador gené- por separação via eletroforese. Ver RAPD.
tico para o qual todos os alelos são expres- Marcador RLFP: marcador de DNA ba-
sos quando ocorrem simultaneamente em seado no polimorfismo de comprimento
um indivíduo. de fragmentos, gerados por enzimas de res-
Marcador de DNA: pode ser um gene ou trição. O marcador é detectado via separa-
uma sequência de DNA com local conhe- ção por eletroforese e por hibridização
cido no cromossomo que pode ser usado com sondas de DNA.

342
Marcadores multialélicos: marcadores Mastigonema: protuberância lateral e
genéticos que permitem a observação de curta, semelhante a um pelo, presente no
diferentes alelos de determinado locus. flagelo do tipo escova.
Margem: bordo; orla; extremidade. Termo Matéria orgânica: resíduos vegetais e ani-
aplicado ao píleo, lamelas, bulbo, etc. mais em variados estádios de decomposi-
Margem de segurança: ver zona de segu- ção.
rança. Matéria-prima: na defesa fitossanitária,
Marginado: que apresenta margens ou substância, produto ou organismo utili-
bordos de aspecto e cor diferentes; com zado na obtenção de um ingrediente ativo,
orla bem destacada pelo colorido ou estru- ou de um produto que o contenha, por
tura. processo químico, físico ou biológico.
Marginado-depresso: diz-se da parte bul- Material básico indexado: fonte de ma-
bosa que apresentam certos estipes; na terial propagativo (estolões, estacas, mudas,
porção superior, uma orla circular seme- raízes ou gemas) submetido a testes bioló-
lhante a uma plataforma. gicos ou bioquímicos que indicam a ausên-
Marginal: que está situado na orla ou no cia de vírus, comprovando que a planta
bordo dos corpos frutíferos ou das lamelas. proveniente desse material básico é sadia.
Máscara: peça transparente de um equipa- Material biológico: todo material que
mento protetor usado pelo aplicador de contenha informação genética e seja capaz
defensivo agrícola para proteger sua face de autorreprodução ou de ser reproduzido
da exposição ao defensivo agrícola. em um sistema biológico. Dessa forma,
Massa de ar: grande corpo de ar horizon- material biológico inclui: os organismos
tal e homogêneo que se desloca como uma cultiváveis e microrganismos (bactérias,
entidade reconhecível, podendo ser tanto fungos, algas, vírus e protozoários); as célu-
de origem tropical quanto polar. As carac- las humanas, animais e vegetais; as partes
terísticas térmicas e hídricas dependem da replicáveis desses organismos e células (bi-
região de origem e da superfície sobre a bliotecas genômicas, plasmídeos e frag-
qual se encontra a massa de ar em seu des- mentos de DNA clonados); os organismos
locamento, podendo ser continental ou não cultivados; bem como os elementos
marítima, quente ou fria e seca ou úmida. associados a esses organismos, incluindo
Massa de ovos: aglomerado de ovos uni- informações moleculares, fisiológicas e es-
dos por matriz gelatinosa, depositados pela truturais referentes ao material biológico
fêmea dos nematoides sedentários. Ver oo- (Brasil, 2007).
teca. Material descartável: objeto e produto
Mastigomycotina: fungos com zoóspo- cujo uso é único, não podem ser reutiliza-
ros móveis, agora agrupados nos filos dos, pois podem comprometer a qualidade
Chytridiomycota, Hyphochytriomycota, dos serviços para os quais são usados, por
Oomycota e Plasmodiophoromycota; em exemplo, placas de Petri de plástico, gazes e
desuso. algodão.

343
Material genético: todo material de ori- Matriz gelatinosa: material de consistên-
gem vegetal, animal, microbiana ou outra, cia gelatinosa secretado por glândulas em
que contenha unidades funcionais de here- nematoides sedentários, que envolve os
ditariedade. ovos, como em espécies de Meloidogyne,
Rotylenchulus e Tylenchulus.
Material original: no Código Internacio-
nal de Nomenclatura para Algas, Fungos e Maturação: (1) desenvolvimento das cé-
Plantas, refere-se ao conjunto de espécimes lulas germinativas em preparação para a
e ilustrações a partir dos quais um lectótipo fertilização, da meiose até as fases finais;
pode ser escolhido (Turland et al., 2018). (2) finalização do desenvolvimento e con-
quista da forma adulta.
Material propagativo: material utilizado
para a propagação ou multiplicação vegeta- MCI: sigla de mínima concentração inibi-
tiva de um organismo. tória. Ver mínima concentração inibitória.
Material reutilizável: objeto ou produto Mecanismo bioquímico: qualquer rea-
que podem ser utilizados diversas vezes, ção química ou série de reações, geralmente
como vidraria. catalisada por enzimas, responsáveis por
um dado efeito biológico num organismo
Mating types: estirpes compatíveis, geral- vivo.
mente designadas + e – ou A e B, necessá-
rias para reprodução sexuada de fungos Mecanismo bioquímico de resistência
heterotálicos. (pós-formado): substância que se encon-
tra ausente ou presente em baixo nível an-
Matizado: ver variegado. tes da infecção, sendo ativada em resposta
Matriz: (1) camada mediana da cutícula de à presença do patógeno ou produzida a
nematoide; (2) substrato no qual ou sobre partir de um precursor remoto, como fitoa-
o qual um organismo está vivendo; (3) em lexinas, proteínas relacionadas à patogê-
fungos, material mucilaginoso no qual o nese e a espécies ativas de oxigênio
conídio e alguns ascósporos são produzi- (Stangarlin et al., 2011).
dos; (4) massa gelatinosa que envolve as cé- Mecanismo bioquímico de resistência
lulas de uma colônia; (5) em melhoramento (pré-formado): substância presente na
genético, planta elite; (6) em cultura de teci- planta em alta concentração nos tecidos sa-
dos, planta da qual foi excisado um ex- dios antes do contato com o patógeno ou
plante. que pode se converter em substância alta-
Matriz certificada: planta completamente mente tóxica com o início da infecção
livre de vírus, cuja sanidade foi compro- (ainda assim é considerado pré-formado
vada por indexação. É mantida em plantio devido à ausência de um precursor re-
isolado a fim de ser protegida de novas in- moto), como fenois, alcaloides glicosídicos
fecções, também é utilizada para propaga- e glicosídeos fenólicos e cianogênicos
ção em grande escala, de modo que garanta (Stangarlin et al., 2011).
a sanidade das mudas ou sementes e im- Mecanismo de ação de um fungicida:
peça a disseminação de patógenos. processo bioquímico interferido pelo prin-

344
cípio ativo do fungicida, na célula fúngica, e Média: em estatística, valor médio de uma
que determina sua morte. distribuição, determinado segundo uma re-
gra estabelecida a priori, e que se utiliza
Mecanismo de resistência ativa: meca-
para representar todos os valores da distri-
nismo de resistência que opera em resposta buição.
à infecção e/ou colonização, por exemplo,
reação de hipersensibilidade. É provável Mediana: em teoria da probabilidade e em
que toda resistência vertical seja conferida estatística, medida de tendência central, um
por mecanismos ativos, mas nem todos os número (a mediana) que caracteriza as ob-
mecanismos ativos conferem resistência servações de determinada variável de
vertical. forma que, de um grupo de dados ordena-
dos, separa a metade inferior da amostra,
Mecanismo de resistência passiva: me- população ou distribuição de probabili-
canismo de resistência que se deve a uma dade, da metade superior. Mais concreta-
qualidade inata do hospedeiro antes de ser mente, metade da população terá valores
atacado, como a espessura da cutícula. inferiores ou iguais à mediana e a outra me-
É provável que todos os mecanismos pas- tade, valores superiores ou iguais à me-
sivos confiram resistência horizontal, mas diana.
nem todas as resistências horizontais sejam Medição de perda: processo preciso e
em razão dos mecanismos passivos. objetivo por meio do qual são calculados
Mecanismo estrutural de resistência os dados quantitativos sobre uma determi-
(pós-formado): constitui-se em barreira nada situação de perda.
física à penetração e/ou à colonização do Medida curativa: ver quimioterapia.
patógeno, que se encontra ausente na
planta antes do contato com o patógeno, Medida de controle: procedimento ado-
tado com o objetivo de prevenir, reduzir a
como papilas, halos, lignificação, glicopro-
um nível aceitável ou eliminar agente físico,
teínas ricas nos aminoácidos hidroxipro-
químico ou biológico que comprometa a
lina (HRGP) e glicina (GRP), camadas de
produção ou a qualidade higiênica e/ou sa-
cortiça, camadas de abscisão e tiloses
nitária do produto vegetal.
(Stangarlin et al., 2011).
Medida emergencial: na defesa fitossani-
Mecanismo estrutural de resistência tária, regulamento fitossanitário ou proce-
(pré-formado): constitui-se em barreira dimento estabelecido como medida
física à penetração e/ou à colonização do urgente em uma nova e inesperada situação
patógeno, presente na planta antes do con- fitossanitária.
tato com o patógeno, como cutícula, trico-
mas, estômatos e fibras (Stangarlin et al., Medida fitossanitária: (1) na defesa fitos-
2011). sanitária, qualquer procedimento legisla-
tivo, regulatório ou oficial, com o objetivo
Meda: agrupamento de estruturas à ma- de prevenir a introdução e/ou dispersão de
neira de um cone, como as hifas de certas pragas quarentenárias; (2) na área de pro-
espécies de Basidiomycota, que, atraves- dução agrícola, qualquer método de con-
sando o himênio, se projeta no exterior. trole que visa eliminar fonte de inóculo,

345
pela remoção de caules e raízes após a co- quantidade de doenças que poderá se de-
lheita da cultura, enterrio ou queima de senvolver mais tarde.
partes de vegetais semidecompostos, de-
Mediostrato: camada pletenquímica me-
sinfestação de ferramentas e lavagem siste-
diana das lamelas, situada entre as camadas
mática das mãos, por exemplo, quando se
subimenais.
realiza a desbrota e desfolha de solanáceas
para diminuir a contaminação com o vírus Medula: (1) parênquima incolor que ocupa
do mosaico. a parte central do caule de plantas de giras-
sol e de sabugueiro. É usada para efetuar
Medida fitossanitária harmonizada: na
cortes histológicos de tecidos vegetais que
defesa fitossanitária, medida fitossanitária
apresentam lesões com sinais do patógeno.
estabelecida pelas partes contratantes da
O cilindro central da medula, com cerca de
Convenção Internacional para Proteção
2 cm de altura, é cortado no meio, longitu-
dos Vegetais (CIPV).
dinalmente, com auxílio de uma lâmina de
Medida obrigatória: medida legal que barbear ou navalha, de modo que os dois
obriga o produtor ao controle de determi- semicilindros apresentem as superfícies in-
nadas pragas consideradas importantes ternas lisas. Posteriormente, fragmentos
para a região. dos tecidos lesionados com 1 cm x 1 cm
Medida preventiva: ver controle preven- são inseridos entre as partes cortadas e,
tivo. com o auxílio de uma lâmina cortante, são
feitos cortes histológicos transversais
Medida provisória: na defesa fitossanitá- muito delgados (cerca de 10 µm), que de-
ria, regulamentação fitossanitária ou proce- vem conter sinais do patógeno. Os cortes
dimento estabelecido sem justificativa serão corados, colocados sobre uma lâmina
técnica completa (em função da falta mo- e, posteriormente, visualizados com auxílio
mentânea de informações adequadas). de um microscópio; (2) parte subjacente ao
Uma medida provisória deve estar sujeita à córtex em um rizomorfo; (3) diz-se da
revisão periódica e ser acrescida de justifi- parte interna do talo ou estipe de certos
cativa técnica completa com a maior brevi-
fungos que é formada de hifas dispostas
dade possível.
mais frouxamente do que os constituintes
Medida sanitária: consiste de qualquer da parte interna desses fungos; (4) parte
atividade destinada a eliminar ou a reduzir central do basidioma, quando de natureza
a quantidade de inóculo presente na planta, esponjosa. A medula é, em geral, consti-
no campo, no armazenamento e na pre- tuída de pletênquima frouxo e bissoide,
venção de disseminação do patógeno para que geralmente desaparece com a idade,
outras plantas sadias e produtos das plan- deixando o estipe oco.
tas, como enterrio de camadas superficiais
Megabase: unidade de comprimento de
do solo, remoção de folhas e partes de
um ácido nucleico, que equivale a 106 ba-
plantas infectadas, poda de partes doentes,
ses de RNA ou pares de bases de DNA.
remoção e destruição de qualquer resto
cultural contaminado que pode servir para Megaconídio: conídio de dimensões
sobrevivência de patógenos, reduzindo a avantajadas.

346
Megadiversidade: biodiversidade em Meio ambiente: conjunto de forças e
grau excepcionalmente elevado de deter- condições que cercam e influenciam os se-
minada área geográfica, coincidente, em res vivos e as coisas em geral. Os consti-
geral, com a de um país. tuintes do meio ambiente compreendem
fatores abióticos, como o clima, a ilumina-
Megaesporângio: esporângio que produz ção, a pressão e o teor de oxigênio, e fatores
megaesporos. bióticos, como as condições de alimenta-
Megaesporo: esporo produzido dentro de ção, o modo de vida em sociedade e, para o
um megaesporângio. homem, a educação, a companhia, a saúde
e outros. Em biologia, sobretudo na ecolo-
Megalósporo: esporo grande; esporo de gia, o meio ambiente inclui todos os fatores
dimensões avantajadas. que afetam diretamente o metabolismo ou
Megásporo: ver megalósporo. o comportamento de um ser vivo ou de
uma espécie, incluindo a luz, o ar, a água, o
Meia-vida: (1) tempo de duração das solo (fatores abióticos) e os próprios seres
substâncias radiativas. A meia-vida é o pe- vivos que coabitam no mesmo ambiente.
ríodo de tempo requerido para que a me-
tade de uma quantidade de núcleo radiativo Meio batata-dextrose-ágar: meio de cul-
se desintegre. Representada pela sigla tura constituído de caldo (decoto) de ba-
T1/2; (2) indicador da persistência de um tata, dextrose e ágar. Considerado como
defensivo agrícola no campo. Tempo ne- universal, pois suporta o crescimento da
cessário para que a metade da concentra- maioria dos fungos. Usado como meio de
ção do defensivo agrícola aplicado seja rotina nos laboratórios de fitopatologia
para o isolamento e a manutenção de cultu-
degradada, independentemente da sua
ras.
concentração inicial no solo, por transfor-
mação em outro ou por eliminação. Meio batata-sacarose-ágar: meio de cul-
tura cuja composição e finalidade é seme-
Meio: genericamente, veículo; substrato;
lhante ao meio batata-dextrose-ágar com
ambiente. pequenas variações, onde a dextrose é
Meio ácido: meio de cultura com pH en- substituída pela sacarose. Espécies de Fusa-
tre 1 e 7. rium crescem bem nesse meio.
Meio ágar-água: meio de cultura despro- Meio completo: meio que contém todos
vido de nutrientes que funciona como câ- nutrientes requeridos para o crescimento
mara úmida, constituído de água e ágar de um organismo.
1,7% a 2%, utilizado como meio suporte Meio complexo: meio de cultura que
para germinação de esporos e para cresci- apresenta substâncias cuja composição
mento e esporulação de patógenos que se química não é conhecida. Entre tais com-
encontram em iscas e fragmentos de teci- ponentes, têm-se os extratos celulares de
dos lesionados. Se necessário, esse meio plantas, animais e microrganismos (extrato
pode ser suplementado com antibiótico. de carne, extrato de levedura, etc.).
Meio alcalino: meio de cultura com pH Meio de cultura: substrato de composi-
entre 8 e 10. ção química equilibrada que se emprega em

347
laboratório para isolar e cultivar microrga- como proteínas, carboidratos, aminoáci-
nismos. dos, sais e vitaminas.
Meio de estocagem e manutenção: tipo Meio hipertônico: meio de cultura cuja
de meios mais conhecidos e utilizados em concentração de solutos é maior do que a
laboratórios. Permitem que microrganis- do corpo do organismo que está sendo cul-
mos e células sejam mantidos e estocados, tivado; nessa condição, o meio absorve
garantindo nutrientes e um ambiente favo- água do organismo que pode morrer por
rável ao seu crescimento. desidratação.
Meio de identificação: meio utilizado Meio hipotônico: meio de cultura cuja
para realizar provas bioquímicas para iden- concentração de solutos é menor do que a
tificar determinadas características fisioló-
do corpo do organismo que está sendo cul-
gicas e peculiares de alguns microrganismos.
tivado; nessa condição, o organismo ab-
Meio de manutenção: meio de cultura sorve água do meio e pode sofrer lise por
utilizado para manutenção de isolados de causa do aumento do volume do seu corpo.
fungos e bactérias. É pobre em nutrientes,
no qual o fungo ou bactéria não pode cres- Meio holídico: meio em que todos os
cer muito, para evitar a concentração de constituintes, exceto os materiais inertes
metabólitos tóxicos. não purificados, têm estrutura química co-
nhecida antes de ser misturados.
Meio definido: meio de composição pré-
-escrito, usado para determinar as capaci- Meio inclinado: ver cultura inclinada.
dades bioquímicas de organismos, como Meio isotônico: meio de cultura cuja con-
em auxotrófos. centração de solutos é semelhante à do
Meio diferencial: meio de cultura que, corpo do organismo que está sendo culti-
pela incorporação de certos reagentes ou vado; nessa condição, o organismo cresce e
substâncias químicas específicas, permite se desenvolve normalmente.
distinguir um determinado microrganismo
Meio líquido: meio de cultura desprovido
dentro de muitas colônias. Essa diferencia-
ção pode ser visualizada pela ocorrência de de agente solidificador.
uma reação específica, através dos halos Meio merídico: composto de uma base
formados ou alterações de cores ao redor holídica com pelo menos uma substância
da colônia. Muito usado para identificação de estrutura química desconhecida.
de microrganismos produtores de enzimas
específicas como amilases, celulases e pec- Meio mínimo: meio de composição quí-
tinases. mica definida e mais simples, sobre o qual
o tipo selvagem (fototrófico) de uma espé-
Meio enriquecido: meio de cultura utili- cie crescerá, entretanto, deverá ser suple-
zado para microrganismos que não cres- mentado com uma ou mais substâncias
cem facilmente em meio simples, por
específicas para o crescimento do mutante
serem nutricionalmente exigentes; é suple-
auxotrófico do tipo selvagem.
mentado com substâncias específicas, de-
nominadas de fatores de enriquecimento, Meio misto: ver meio semissintético.

348
Meio natural: meio de cultura de compo- Meio sintético: meio de cultura preparado
sição desconhecida, constituído de extrato com produtos químicos de composição
ou da decocção de órgãos vegetais e/ou te- conhecida. É indispensável para a maioria
cidos de animais, como extrato de leve- das pesquisas que investigam o efeito de
dura, extrato de malte, extrato de carne, nutrientes no crescimento de fungos e de
batata, cenoura, aveia, arroz, milho, tubér- outros microrganismos.
culos, raízes e folhas. São usados em traba- Meio sólido: meio de cultura solidificado
lhos de rotina, como no isolamento e pela adição de ágar ou agarose ou gelatina.
repicagem de patógenos.
Meiose: processo pelo qual o número cro-
Meio não seletivo: meio onde vários tipos mossômico de uma célula reprodutiva se
de organismos podem crescer. torna reduzido à metade do número di-
Meio nutritivo: ver meio de cultura. ploide (2n) ou somático. Resulta na forma-
ção de gametas em animais e de esporos
Meio oligídico: meio em que os materiais
em vegetais. É importante fonte de variabi-
usados são de composição desconhecida.
lidade por recombinação; processo cujas
Meio salino: formulação de sais como células diploides de uma linha germinal se
fonte de macro e micronutrientes, sem su- dividem para formar células sexuais haploi-
plementação de orgânicos, por exemplo, des.
vitaminas, fonte de aminoácidos e fitorre-
Meiose espórica: processo de divisão ce-
guladores. Para alguns autores, o mesmo
lular (que ocorre em ciclos de vida do tipo
que meio basal.
diplobionte) mediante o qual indivíduos di-
Meio seletivo: meio de cultura, geral- ploides originam esporos, que se desenvol-
mente sintético, próprio para o cresci- vem em indivíduos haploides. Esses, por
mento de um organismo específico, no sua vez, formam gametas, o que fecha o ci-
qual um ou mais produtos que o consti- clo.
tuem inibem o crescimento dos demais,
Meiose gamética: processo de divisão ce-
principalmente dos saprófitas.
lular (que ocorre em ciclos de vida do tipo
Meio semisseletivo: meio em que poucos haplobionte diplonte) mediante o qual in-
tipos de organismos são capazes de se de- divíduos diploides originam gametas.
senvolver.
Meiose zigótica: processo de divisão ce-
Meio semissintético: meio de cultura lular (que ocorre em ciclos de vida do tipo
preparado com substâncias de origem ani- haplobionte haplonte) mediante o qual in-
mal ou vegetal mais produtos químicos de divíduos haploides formam gametas tam-
composição conhecida. bém haploides. Na fecundação, um par de
gametas forma o zigoto, que sofre imedia-
Meio simples: meio de cultura, no qual os
tamente meiose zigótica (originando célu-
componentes possuem todas as fontes de
las haploides), o que origina indivíduos
nutrientes requeridas pelos microrganis-
haploides, o que fecha o ciclo.
mos mais comuns e menos exigentes nutri-
cionalmente, como ágar nutriente ou caldo Meiosporângio: esporângio diploide, de
nutritivo. parede grossa, marrom e próprio de Blas-

349
tocladiales, que produz zoósporos ou racterísticas morfológicas e fisiológicas que
meiósporos haploides e uninucleados. atendam aos objetivos do pesquisador e
Meiósporo: esporo haploide, produzido aos interesses da sociedade.
num meiosporângio. Meloidoginose: doença de planta causada
Mela: (1) doença que, sob condições de por nematoides do gênero Meloidogyne.
alta umidade, acelera o crescimento e coa- Membrana: qualquer lâmina ou estrato
lescência das lesões, e o desenvolvimento fino que delimita externa ou internamente
de um manto micelial na superfície adaxial um órgão.
do limbo foliar, que interliga folhas e outras
partes da planta com produção de microes- Membrana celular: membrana plasmá-
cleródios sobre as partes mortas, por exem- tica ou plasmalema que envolve as células e
plo, o ataque de Thanatephorus cucumeris em seus compartimentos internos, a qual é for-
feijoeiro e soja; (2) nome também atribuído mada por uma bicamada lipídica simétrica
à requeima do tomateiro e da batateira, que contém proteínas integrais e externas,
causada por Phytophthora infestans. com aspecto de mosaico fluido e semiper-
meável.
Melanina: pigmento castanho-escuro ou
escuro presente na parede celular de alguns Membrana coriácea: membrana dura e
fungos. semelhante a couro.
Melanismo: coloração escura anormal Membrana de nitrocelulose: membrana
produzida por aumento inusitado de mela- de derivados de celulose com porosidade
nina na parede celular de alguns fungos. definida (0,45 mm ou 0,22 mm). Ampla-
mente utilizada em biologia molecular, em
Melanose: doença dos citros causada por
particular nas técnicas de hibridização de
Diaporthe citri, caracterizada pela presença
de substância gomosa na região afetada, ácidos nucleicos (Southern blotting e Northern
que posteriormente adquire uma consis- blotting) e na imunodetecção de proteínas
tência firme e de coloração marrom-cho- pela técnica de Western blotting.
colate, fazendo com que as lesões se Membrana filtrante: material semelhante
tornem salientes e ásperas ao tato. a uma malha e que possui poros pequenos
Melanospórico: com melanósporos. o bastante para reter microrganismos; um
filtro de 0,45 μm retém a maioria das bac-
Melanósporo: esporo negro; esporo de térias.
parede escura e massa preta.
Membrana impermeável: membrana
Meleira: doença do mamoeiro caracteri- que impede a passagem do solvente e do
zada por intensa exsudação de látex nos soluto.
frutos, restrita aos plantios do Estado do
Espírito Santo e do sul da Bahia, causada Membrana permeável: membrana que
por Papaya meleira vírus. permite a passagem do solvente e do so-
luto.
Melhoramento genético: ramo da ciência
que utiliza a diversidade genética para de- Membrana plasmática: ver membrana
senvolver seres vivos que apresentem ca- celular.

350
Membrana seletiva: membrana que per- Merísporo: esporo multicelular, ou me-
mite a passagem de apenas algumas subs- lhor, cada uma das células que, reunidas,
tâncias, característica comum nas forma um esporo multicelular.
membranas biológicas.
Meristema: tecido vegetal cujas células
Membrana semipermeável: membrana possuem alta capacidade de se dividir por
que tem a capacidade de deixar passar para mitose. Quando localizado em regiões de
a solução somente líquido (água) ou sol- crescimento, como a extremidade da raiz,
vente, mas não sais dissolvidos. Realmente, axila de folhas e promórdios caulinares,
o que se verifica é uma propriedade sele- chama-se meristema primário. Outras célu-
tiva, isto é, a água passa de um lado para o las que têm potencial pluripotente preser-
outro da membrana com muito mais facili- vado, como células do câmbio, podem
dade do que os solutos (sais). As paredes produzir tecidos, como o felogênio pre-
das células dos seres vivos são membranas sente na periderme de algumas espécies.
semipermeáveis naturais, pois regulam a Meristemas cultivados in vitro, em condi-
passagem de sais e nutrientes para dentro ções ideais, apresentam a capacidade de se
da célula ou para fora dela. No mercado, diferenciar e regenerar indivíduo seme-
existem membranas sintéticas que exibem lhante àquele que lhe deu origem.
a mesmas propriedades, como o acetato de
celulose. Meristema apical: meristema da extremi-
dade da haste (caule) ou raiz de uma planta;
Membrana vulvar: membrana cuticular que dá origem a órgãos vegetativos ou re-
presente na vulva da fêmea de certos ne- produtivos.
matoides. Ver epitigma.
Meristema lateral: meristema que dá ori-
Membranáceo: com aspecto de fina gem a tecidos secundários, como o vascu-
membrana; relativo a membrana; com a lar e o cambial.
consistência de membrana.
Meristema primário: ver meristema.
Menósporo: esporo colorido em seu local
de origem. Meristema secundário: ver meristema.
Mercúrio: elemento químico metálico em Merogonia: modo de reprodução de ne-
estado líquido à temperatura ambiente. Na matoides, em que o espermatozoide, pene-
tabela periódica de elementos químicos, trando no óvulo, estimula o
seu símbolo é Hg, seu peso atômico é 200,7 desenvolvimento do embrião, mas não se
e seu peso específico é 13,59. Os fungicidas une com o núcleo feminino para formar o
mercuriais foram utilizados até 1980 para o zigoto.
controle de patógenos transmitidos por se- Meromiário: arranjo da musculatura so-
mentes. mática de nematoides, em que somente
Mergulhia: técnica de propagação vegeta- poucas (duas a quatro) fileiras longitudinais
tiva que consiste em enterrar ramos ainda de células musculares estão presentes entre
presos à planta no solo, para enraizamento cada duas cordas. Ver holomiário e poli-
e posterior aproveitamento como muda. miário.

351
Mesa agitadora: equipamento dotado de Mesoestoma: subdivisão do protoestoma
uma plataforma apoiada em sistema metá- de nematoide, que é anteriormente ligada
lico flutuante que promove a agitação pa- ao proestoma e, posteriormente, ao me-
drão de fluidos com seus movimentos taestoma.
orbitais e homogêneos. É utilizada para
Mesofílico: organismo cuja temperatura
agitar erlenmeyers, frascos e outros reci-
mínima de crescimento é superior a 0 °C, a
pientes que contêm amostras a serem agita-
ótima entre 15 °C e 40 °C e a máxima
das por longo período de trabalho.
abaixo de 50 °C.
Mesentério: membrana delicada que en-
Mesófilo: conjunto de células típicas que
volve o intestino e gônadas, ligadas, de um
se localiza entre as duas epidermes do
lado, à membrana esofagiana e, do outro,
limbo foliar, excetuando os vasos. Em ge-
ao pseudoceloma de nematoides.
ral, compõe-se de dois tipos de parên-
Mesêntero: intestino. quima: o paliçadico e o lacunoso.
Mesh: unidade de medida do sistema bri- Mesorabdio: constitui as paredes do me-
tânico que corresponde ao número de fu- soestoma do nematoide.
ros por polegada linear; por exemplo, uma
peneira de 50 mesh é uma peneira com 50 Mesosfera: região da atmosfera da Terra,
espaços abertos por polegada linear. O mesh entre a estratosfera e a ionosfera, que se es-
é uma escala inversa, isto é, seu aumento tende de 64 km a 80 km acima da superfície
em valores indica decréscimo em diâmetro. da Terra.
A granulometria de um abrasivo usado Mesosporângio: protuberância cilíndrica
para inoculação é dada em mesh. oriunda de uma extremidade intumescida
Mesoclima: corresponde a uma situação de um esporangióforo, na qual geralmente
particular do macroclima; clima local. Nor- é produzida uma série de esporangiósporos
malmente, é possível caracterizar um me- em cadeia.
soclima pelos dados de uma estação Mesósporo: teliósporo unicelular que,
meteorológica, permitindo avaliar as possi- muitas vezes, se encontra em soros de te-
bilidades de cultivo de uma cultura. A su- liósporos bicelulares.
perfície abrangida por um mesoclima pode
ser muito variável, mas, nas regiões agríco- Mesostêmico: substância que tem afini-
las, trata-se normalmente de áreas relativa- dade pela camada de cera da cutícula do
mente pequenas, podendo fazer referência mesófilo foliar.
a situações bastante particulares do ponto Mesotérmico: clima que se caracteriza
de vista de exposição, declividade ou alti- por apresentar temperaturas amenas.
tude, por exemplo. Muitas vezes o termo
Metabasídio: basídio modificado ou de-
topoclima é utilizado para designar um me-
generado; parte do basídio em que ocorre a
soclima, em que a topografia constitui um
divisão reducional do núcleo diploide.
dos critérios principais de identificação,
como o clima de um vale ou de uma en- Metabiose: progressão natural de micror-
costa de montanha. ganismos nos tecidos feridos e em apodre-

352
cimento; sua ocorrência é importante para Metagenômica: ver genômica.
a decomposição.
Metal pesado: elemento químico com
Metabolismo: processo pelo qual células massa atômica, número atômico e massa
ou organismos utilizam o material nutritivo específica (densidade) elevados. Alguns
para construir a matéria viva e os compo- metais pesados podem ser essenciais para
nentes estruturais (anabolismo) ou para de- os seres vivos (cobalto, cobre, manganês,
compor o material celular em substâncias molibdênio, vanádio, estrôncio e zinco) e
simples a fim de que realizem funções es- podem tornar-se tóxicos em função da sua
peciais (catabolismo), por meio de reações concentração. Alguns são contaminantes
químicas. (mercúrio, arsênio, chumbo, cádmio e
Metabólito: substância que age como um cromo) e estão associados à toxicidade e
substrato em um processo metabólico ou ecotoxicidade. São quimicamente muitos
em uma reação enzimática ou é produzida reativos e bioacumulativos (os organismos
por um processo metabólico ou por uma não são capazes de eliminá-los), persistem
reação enzimática. no ambiente e podem se acumular em ní-
Metaboloma: conjunto metabólico de to- veis que interrompem o crescimento das
das as classes de ativos em um organismo, plantas e que interferem na vida animal. Os
tecido ou órgão, e da interação entre eles detritos das atividades mineradoras e in-
em determinado estádio de maturação e dustriais e o lodo de esgoto são fontes de
em situação de interação com o ambiente. concentração de metais pesados potencial-
mente prejudiciais.
Metabolômica: ciência que estuda altera-
ções na expressão de pequenas moléculas Metalizador: equipamento utilizado em
orgânicas denominadas metabólitos; ao microscopia eletrônica para o preparo de
conjunto de metabólitos de uma célula, de amostras por meio do recobrimento delas
um tecido ou de um organismo, dá-se o com um tipo de metal que contribuirá com
nome de metaboloma. a geração da imagem.
Metabulbo: ver metacorpo. Metaplasia: mudança na estrutura ou no
Metacorpo: bulbo mediano do esôfago de órgão do hospedeiro; classe hiperplástica
nematoides, dilatado de forma variável e de sintomas caracterizada pelo superdesen-
fortemente muscular, que juntamente com volvimento ou crescimento excessivo de
o aparelho valvular funcionam como um células, tecidos ou órgãos de plantas; hiper-
bombeador na sucção de alimentos. plasia que significa aumento no número de
células e hipertrofia no aumento do tama-
Metaestoma: última subdivisão do pro- nho das células.
toestoma, limitada anteriormente pelo me-
soestoma e posteriormente pelo teloestoma Metaproteômica: avalia a diversidade e a
do nematoide. abundância de diferentes proteínas na co-
munidade.
Metáfase: estádio da divisão celular em
que os cromossomos estão arranjados no Metarabdio: estrutura constituída das pa-
plano ou na placa equatorial. redes do metaestoma do nematoide.

353
Metátipo: em sentido amplo, espécime de Método cladístico: método utilizado para
qualquer procedência, comparado com o classificar espécies com base em ancestrais
tipo pelo autor de uma espécie, e por ele comuns. Assim, é feito o agrupamento de
determinado como coespecífico; em sen- organismos que possuem ancestrais co-
tido restrito, espécime da mesma localidade muns e, portanto, apresentam característi-
do tipo de uma espécie, com o qual é com- cas semelhantes. Os grupos formados por
parado e determinado coespecífico pelo esses organismos são chamados de clados.
autor da espécie. A cladística considera apenas as caracterís-
ticas derivadas de ancestrais comuns nos
Metatranscriptômica: análoga à metage- membros de um clado (sinapomorfismos)
nômica, mas analisa as sequências de RNA e ignora as derivadas de ancestrais comuns
da comunidade, em vez de DNA. nos membros de vários clados (plesiomor-
Meteorologia: ciência que trata dos fenô- fismos). Os resultados de análises cladísti-
menos atmosféricos e das leis básicas que cas são apresentados em diagramas
denominados cladogramas. Os métodos
produzem e controlam tais fenômenos.
cladísticos são os mais utilizados em análi-
Metil-orange: substância usada como in- ses filogenéticas.
dicador nas medidas de alcalinidade. Pro-
Método de Castellani: método de preser-
duz coloração amarela na presença de
vação de culturas fúngicas em solução sa-
hidróxidos, carbonato ou bicarbonatos. Ao lina. Ver solução salina.
ser titulada com ácido sulfúrico, é possível
calcular quantitativamente a alcalinidade Método de controle: ver controle.
presente. Método de disco-difusão: teste de difu-
Método: palavra derivada do grego são em ágar para determinar a susce-
methodos e que significa caminho. Método, tibilidade microbiana a um agente quimio-
no estudo científico, é a ordenação de um terápico.
conjunto de etapas a serem cumpridas no Método de espalhamento em placa:
estudo de uma ciência, na busca de uma método de contagem em placa no qual o
verdade ou para se chegar a determinado inóculo é espalhado na superfície de um
conhecimento. meio de cultura sólido. Consiste em adicio-
nar 0,1 mL de cada diluição que se deseja
Método científico: conjunto de regras bá- plaquear no centro de uma placa de Petri
sicas para desenvolver uma experiência a contendo o meio de cultura esterilizado e
fim de produzir novo conhecimento, bem solidificado. Para impedir que os microrga-
como corrigir e integrar conhecimentos nismos cresçam amontoados, dificultando
pré-existentes. Na maioria das disciplinas a contagem ou o isolamento, as amostras
científicas, consiste em juntar evidências devem ser espalhadas de forma homogê-
observáveis, empíricas (baseadas apenas na nea por toda a superfície do meio, com o
experiência) e mensuráveis e analisá-las auxílio de uma alça de Drigalsky, previa-
com o uso da lógica. Para muitos autores, o mente esterilizada. Não esquecer de flam-
método científico nada mais é do que a ló- bar a alça entre as diferentes diluições e/ou
gica aplicada à ciência. amostras. Inverter as placas para baixo e le-

354
vá-las a incubadoras na temperatura e tem- modo, cada organismo é comparado com
pos desejados e contar o número de as características dadas e o número de simi-
colônias por placa, após crescimento. laridades ou diferenças é determinado. De-
pois, os organismos são agrupados de
Método de estriamento em placa: em-
maneira que os mais semelhantes sejam
pregado quando se tem uma suspensão con-
agrupados juntos. Por fim, os resultados
centrada de microrganismos, cujo objetivo é
são apresentados em fenogramas, que não
obter colônias isoladas e não quantificá-las,
refletem necessariamente similaridade ge-
através do espalhamento do microrganismo
nética ou história evolutiva. O uso do mé-
sobre a superfície de um meio de cultura só-
todo fenético tem declinado nos últimos
lido. Com uma alça de platina, retirar alíquo-
anos por causa da falta de significância evo-
tas de uma suspensão concentrada de células lutiva.
ou conídios e, com muita leveza, estriar o
meio sem ferir sua superfície. Na porção ini- Método gelatina-glicerina: método de
cial das estrias, a concentração do inóculo montagem de lâmina permanente para
será maior, porém, na medida em que as es- observação da região labial de nematoides
trias vão sendo traçadas, o inóculo irá sendo (face-view), que, após ser destacada do espé-
diluído até que, na porção final, as células cime previamente fixado em mistura de
isoladas viáveis darão origem às colônias lactofenol e glicerina, é imersa vertical-
isoladas. Uma vez semeadas, as placas de- mente em gelatina líquida sobre uma lâ-
vem ser incubadas em estufas com a tampa mina. Após o endurecimento da gelatina,
voltada para baixo. faz-se a cobertura com lamínula.
Método destrutivo: método que utiliza Método imunocitológico: procedimento
corte ou desintegração dos tecidos vegetais usado para estudo citopatológico de desor-
para a execução de análises físicas, químicas dens em seções ultrafinas de tecidos doen-
e microbiológicas. A amostra do produto tes com vírus, em que se utilizam anticorpos
não pode ser reutilizada. marcados para diagnose do vírus.

Método direto de transformação: mé- Método indireto de transformação:


todo que não utiliza vetores biológicos para método que utiliza organismos vivos para
a introdução de DNAs exógenos no ge- a introdução de DNAs exógenos no ge-
noma vegetal. Eletroporação de protoplas- noma vegetal. Por exemplo, Agrobacterium
tos e biobalística são exemplos de métodos tumefaciens. Ver método direto de tranfor-
diretos. Ver método indireto de transfor- mação.
mação. Método não destrutivo: método físico
Método fenético: método que envolve utilizado para avaliação da amostra sem
medida de similaridade entre as espécies ou destruição dos tecidos, possibilitando me-
organismos em estudo; taxonomia numé- dições repetidas na mesma amostra, sem
rica. Não existe restrição quanto ao nú- alteração em suas propriedades físicas, quí-
mero e tipos de características a serem micas, estruturais ou funcionais.
utilizados. Entretanto, todos os dados de- Método objetivo: método executado com
vem ser convertidos para valores numéri- o auxílio de equipamentos ou instrumen-
cos, sem nenhum tipo de peso. Desse tos, visando quantificar ou qualificar os

355
atributos de qualidade de um produto. Micélio binucleado: micélio cujas células
Pode ser destrutivo ou não quanto à inte- são binucleadas.
gridade da amostra do produto avaliado. Micélio bissexuado: micélio cujas hifas
Método subjetivo: método executado de se separam em (+) e (-).
modo visual ou sensorial, visando avaliar Micélio cenocítico: micélio cujas hifas
ou medir a qualidade de um produto ou a não apresentam septos.
intensidade de uma doença por meio de es-
Micélio coraloide: micélio em forma de
calas. Pode ser destrutivo ou não quanto à
coral, ou lembrando coral.
integridade da amostra do produto ava-
liado. Micélio dicariótico: ver micélio binu-
cleado.
Metodologia: methodo significa caminho;
logia significa estudo; conjunto de regras Micélio estéril: micélio cujas hifas não
que se deve seguir no estudo de uma arte produzem esporos; micélio desprovido de
ou ciência. esporos.

Metônimo: nome para o qual há um mais Micélio haploide: micélio constituído de


velho, nome válido. hifas cujos núcleos contêm 1n cromos-
somo.
Métula: ramo do conidióforo que suporta
Micélio plurinucleado: ver micélio ceno-
células conidiogênicas do tipo fiálide, como
cítico.
em espécies do gênero Aspergillus. Termo
em desuso. Micélio primário: micélio constituído por
hifas originadas da germinação de um es-
Micela: conjunto de partículas sólidas e poro e por células dotadas de um único nú-
dispersas em um sistema coloidal. Os sur- cleo (monocariótico).
factantes formam micela quando se juntam
à água: pequenos conjuntos de moléculas Micélio secundário: (1) conjunto de hifas
nas quais os grupos de hidrocarbonetos providas de células com dois núcleos (dica-
rióticos), resultantes da plasmogamia no
não polares estão no centro e os grupos hi-
micélio primário; (2) micélio formado na
drofílicos polares no exterior, unidos pelas
base de um basidiocarpo.
moléculas de água.
Micélio septado: micélio cujas hifas se
Micelial: relativo ao micélio. apresentam divididas por septos.
Micélio: conjunto entrelaçado de hifas que Micélio terciário: conjunto de hifas resul-
constitui a estrutura vegetativa dos fungos. tantes do desenvolvimento de micélios se-
Micélio aéreo: conjunto de hifas que se cundários que dá origem ao basidioma.
projetam acima da superfície do meio de Micélio unissexuado: micélio cujas hifas
cultura, onde formam normalmente as es- são de um só tipo quando se refere ao sexo.
truturas reprodutivas.
Micélio vegetativo: micélio que penetra
Micélio asseptado: ver micélio cenocí- no meio de cultura e forma hifas vegetati-
tico. vas ou somáticas.

356
Micelioide: com aspecto de micélio; com Micologia: do grego mykos, que significa
as características de um micélio. fungo, e logos, que significa estudo, ciência;
Miceloconídio: ver estilósporo. assim, a ciência que estuda os fungos.

Micetizar: provocar a infecção das raízes Micologia vegetal: ramo da fitopatologia


de plantas superiores por fungos para for- que se dedica ao estudo das doenças de
mação de micorrizas. plantas causadas por fungos.

Micetófago: ver micófago. Micologista: especialista que se dedica ao


estudo dos fungos.
Micetoide: que se assemelha a um fungo.
Micólise: lise de um fungo, especialmente
Micetologia: termo latino referente ao es- pela ação de um micófago.
tudo dos fungos.
Micólogo: ver micologista.
Micobionte: fungo simbionte em uma mi-
corriza ou líquen. Micoparasita: microrganismo que para-
sita fungo.
Micobiota: inventário do total da popula-
ção fúngica em uma área sob consideração, Micopatologia: estudo das doenças cau-
comumente usado para a massa fúngica sadas por fungos.
presente, como em amostras de solo. Micopesticidas: produtos à base de fun-
Micocecídio: galha causada por fungo ou gos, comercialmente disponíveis para pro-
por insetos. teger plantas contra doenças, pragas,
nematoides e ervas daninhas.
Micodiversidade: somatório das espécies
de fungos e sua relativa abundância presen- Micoplasma: microrganismo procariota,
tes numa área definida, que pode ser ex- pleomórfico e desprovido de parede celu-
tensa, como o planeta, continente ou país, lar, que apresenta uma única membrana ao
ou restrita, como uma região, ecossistema redor do citoplasma. Internamente, sua ul-
ou até uma única árvore. traestrutura compreende grânulos densos,
Micoecologia: ecologia dos fungos. semelhantes aos ribossomos, e áreas con-
tendo filamentos, provavelmente DNA,
Micófago: organismo que se alimenta de comumente observados no floema das
fungos; pessoa que gosta de comer fungos. plantas apenas com auxílio de microscopia
Micogeografia: estudo da distribuição eletrônica.
geográfica de fungos. Micoplasmose: doença causada por mi-
Mico-herbicida: preparado de fungos fi- coplasma.
topatogênicos usado para matar plantas da- Micorriza: palavra de origem grega, em
ninhas. que mycos indica fungo e rhizos indica raiz.
Micolarimina: polissacarídeo (β1-3 glu- Compreende as associações mutualísticas
cano) de reserva encontrado em algumas simbióticas não antagônicas entre os fun-
espécies de Phytophthora como única fonte gos habitantes do solo e as radicelas das
de nutrientes. É elicitor da fitoalexina gli- plantas, em que ambos se beneficiam da in-
ceolina, encontrada em tecidos de soja. teração.

357
Micorriza ectendotrófica: micorriza que Microaerófilo: organismo que apresenta
forma a rede de Hartig, mas o fungo tam- seu melhor crescimento sob condições de
bém penetra nas raízes. baixas concentrações de oxigênio.
Micorriza ectotrófica: ver ectomicorriza. Microambiente: ver microclima.
Micorriza endotrófica: ver endomicor- Microarranjos de DNA: coleção de mo-
riza. léculas de DNA depositadas ou sintetiza-
Micorriza vesicular-arbuscular: ver en- das in loco sobre uma superfície sólida, que
domicorriza. pode ser uma lâmina de vidro, plástico ou
outro material que permita a ligação cova-
Micosimbiose: simbiose entre dois ou
lente do DNA. Essa coleção de moléculas
mais fungos.
é utilizada para analisar amostras de cDNA
Micostático: substância que inibe o de- ou DNA, com o objetivo de monitorar ní-
senvolvimento fúngico sem, contudo, cau- veis de expressão gênica ou genotipar poli-
sar-lhe a morte. morfismos genômicos para milhares de
Micota: fungos de uma determinada área genes ou sequências paralelas.
ou local. Microarray: equipamento que tem ampla
Micoteca: local onde é armazenada a cole- utilização, como em análises de expressão
ção de espécimes de fungos, de forma or- gênica ou diagnose. Utiliza-se um mi-
denada, para estudos. croship, sobre o qual são depositadas as
Micótico: causado por fungo. fitas simples de DNA ou RNA. Subse-
quentemente, as amostras a serem verifi-
Micotoxicose: doença de animais e seres cadas são aplicadas sobre o chip. Se o alvo
humanos causada pelo consumo de forra- estiver presente na amostra, ele hibridi-
gens e alimentos colonizados por fungos zará com a fita complementar presente no
que produzem micotoxinas. chip, gerando fluorescência detectável pelo
Micotoxina: substância tóxica produzida equipamento.
por diversos fungos em sementes ou ou-
Microbiano: produzido por microrganis-
tros produtos usados na alimentação, capaz
mos ou relativo a eles.
de causar doenças graves e a morte de ani-
mais e humanos que consomem esses pro- Micróbio: microrganismo que é invisível a
dutos, por exemplo, as aflatoxinas. olho nu.
Micotrófico: que retira nutrição pelas mi- Microbiolização: tratamento de semen-
corrizas; a relação simbiótica entre um tes, mudas ou outros órgãos de propagação
fungo micorrízico e sua planta micotrófica com antagonistas, para promover a prote-
associada. ção durante a germinação, emergência,
Micotrofo: fungo que obtém os nutrientes emissão de raízes e brotos.
a partir de outro fungo. Microbiologia: ramo da biologia que es-
Micovírus: vírus que replica em células tuda os microrganismos, como fungos,
fúngicas. bactérias e partículas de vírus.

358
Microbiologia agrícola: ciência que es- Microcultura: técnica de cultivo utilizada
tuda os microrganismos relacionados com para análise microscópica das estruturas de
a produção vegetal e/ou animal, presentes um fungo. Esse método de cultivo permite
em todos os tipos de ecossistemas. estudar o fungo virtualmente in situ com o
mínimo de desarranjo das suas estruturas,
Microbiota: todos os microrganismos ou seja, como encontradas na natureza.
existentes em um local ou área. Consiste em colocar pequeno bloco
Microcentrífuga: equipamento que per- (7 mm x 7 mm x 2 mm) de meio de cultura
mite a centrifugação de pequenos volu- sobre uma lâmina esterilizada e inocular o
mes (os tubos tem capacidade de 0,5 mL a fungo no centro de cada lado do bloco.
2,0 mL) a velocidades entre 10.000 rpm a A seguir, no topo do bloco inoculado, colo-
12.000 rpm. Essas centrífugas são práticas ca-se uma lamínula esterilizada e o conjunto
e permitem a manipulação de um grande é submetido a uma câmara úmida. Cerca de
número de amostras. sete dias após, hifas, conidióforos e esporos
crescem aderidos à lâmina e lamínula. A la-
Microcíclica: ver ferrugem microcíclica. mínula é removida cuidadosamente e o
Microclima: corresponde às condições bloco do meio de cultura é descartado. A se-
climáticas de uma superfície realmente pe- guir, a lâmina e a lamínula com estruturas do
fungo aderidas são preparadas para análise
quena. Há dois tipos de microclima: a) mi-
microscópica do fungo.
croclima natural – que corresponde a
superfícies da ordem de 10 m a 100 m; Microdissecação: dissecação de organis-
b) microclima da planta – caracterizado mos muito pequenos ou partes de organis-
por variáveis climáticas (temperatura e ra- mos, como nematoides, usando um
diação) medidas por aparelhos instalados microscópio para visualizar o material.
no dossel da própria planta. O termo ge- Microemulsão de água em óleo: formu-
nérico de bioclima é utilizado para essa es- lação fluida e heterogênea, constituída por
cala, que visa ao estudo do meio natural e uma dispersão translúcida, termodinamica-
das técnicas de cultivo; variação em escala mente estável, de finos glóbulos de uma so-
muito pequena do padrão climático local, lução aquosa em uma fase orgânica
geralmente causada por condições físicas contínua. É usada para aplicação em água,
locais como a topografia. Um bolsão de ar na forma de microemulsão.
frio é um exemplo de microclima, assim Microemulsão de óleo em água: formu-
como a sombra sob uma árvore. Os mi- lação fluida e heterogênea, constituída por
croclimas têm grande influência sobre as uma dispersão translúcida, termodinamica-
doenças das plantas. mente estável, de finos glóbulos de uma so-
Microconídio: (1) grupo de conídios me- lução orgânica em uma fase aquosa
nor de um fungo que também produz ma- contínua. É usada para aplicação em água,
croconídios; (2) pequeno conídio que na forma de microemulsão.
frequentemente atua como uma espermá- Microendosporo: partícula citoplasmá-
cia ou célula masculina. Conídios com me- tica pequena semelhante a esporo em
nos de 15 μm de comprimento. Ceratocystis ulmi.

359
Microescleródio: células hifais de parede Micrometria: técnica que usa o micrôme-
fina, que formam um agregado denso de tro para medir o comprimento de objetos
pigmentos escuros, frequentemente mi- microscópicos ou de microrganismos.
croscópico, especializadas para sobrevivên- Micrométrico: dispositivo situado pró-
cia, como em Verticillium dahliae; que é ximo da base do microscópio óptico que,
capaz de germinar para produzir um micé- ao girá-lo, permite movimentos de pe-
lio; pseudoescleródio. quena amplitude, lentos, para desloca-
mento da platina, comumente com as
Microevolução: evolução a partir de pe-
objetivas de maior ampliação, para um
quenas mudanças dentro de uma popula-
ajuste fino e focagens mais precisas da ima-
ção, que ocorre por seleção natural ao gem do objeto a ser examinado.
longo do tempo.
Micrômetro: (1) instrumento usado para
Microfauna: composição de animais mi- medir comprimento de objetos muito pe-
croscópicos em um sítio específico ou ha- quenos, normalmente microscópicos, ba-
bitat. seado em sistemas ópticos; (2) unidade de
Microflora: composição de plantas mi- comprimento (µm) comumente usada em
microscopia; é igual a 10-6 m ou 10-3 mm.
croscópicas em um sítio específico ou ha-
Anteriormente denominado mícron (µ).
bitat.
Micrômetro ocular: disco de vidro trace-
Microfungo: fungo microscópico cujas jado que se adere à lente ocular de um mi-
estruturas são impossíveis de visualizar a croscópio e que, assim, permite medir o
olho nu, como as leveduras e bolores. tamanho das estruturas micrométricas.
A identificação das suas estruturas morfo-
lógicas e reprodutivas é realizada com auxí- Micromorfologia: estudo dos atributos
microscópicos de corpos frutíferos ou de
lio do microscópico óptico.
outras estruturas.
Micrografia eletrônica: ver eletromicro-
Mícron (µ): substituído no Sistema Inter-
grafia. nacional de Unidades por micrôme-
Micrograma: micrograma (μg) é unidade tro (µm). Ver micrômetro.
de massa que corresponde a 10-6 g ou Micronutriente: elemento químico essen-
10-3 mg. cial para o crescimento e desenvolvimento
Microgranulado: formulação sólida, na das plantas, requerido em pequenas quanti-
forma de grânulos com dimensões que va- dade, como o boro, zinco, manganês, cobre
e ferro.
riam de 100 μm a 600 μm, para aplicação
direta. Microparasita: microrganismo que vive
como parasita em outro organismo maior.
Microinjeção: técnica utilizada para a in-
trodução de ácidos nucleicos em núcleos Micropicnídio: picnídio cujos esporos
de células vegetais ou animais, por meio de têm menos de 15 μm de comprimento.
uma microagulha de vidro acoplada a um Micrópila: abertura diminuta formada
manipulador. pela invaginação da membrana do óvulo

360
do nematoide, pela qual o espermatozoide elevado, ou seja, é necessário meio enrique-
penetra. cido com compostos específicos para que
Micropipeta: tipo de pipeta usado espe- seja capaz de se desenvolver in vitro.
cialmente para transferir volume redu- Microrganismo indicador: microrga-
zido, pois permite a medição de volumes nismo cuja presença no produto vegetal re-
da ordem de microlitros. A micropipeta vela perigo para o consumo animal e/ou
possui um êmbolo ajustável, marcado humano.
com um intervalo de volume mínimo e
Microrganismo intoxicador: microrga-
máximo (de 1 μL a 10.000 μL), que é ajus-
nismo que, sob determinadas condições,
tado para a quantidade necessária.
produz substâncias tóxicas no produto ve-
Microprecipitação: teste sorológico em getal, as quais causam danos à saúde dos
que o antissoro é introduzido num tubo e, consumidores animais e/ou humanos, por
posteriormente, o antígeno, na mesma promoverem intoxicações.
quantidade. A mistura dos dois, por agita-
ção circular do tubo, forma coágulos (mi- Microrganismo patogênico: ver pató-
croprecipitação), que são observados sob o geno.
microscópio estereoscópico, empregando Microrganismo toxicogênico: micror-
uma fonte de luz incidente nos tubos. ganismo que produz metabólico tóxico
Micropropagação: produção in vitro, em (toxina). Pode se desenvolver no campo,
larga escala, de grande número de plantas durante a colheita e o armazenamento.
geneticamente e fenotipicamente estáveis A produção de toxinas depende de fatores
(clones). como espécie e estirpe, substrato (tipo,
grau de maturação e integridade), umi-
Microrganismo: organismos de dimen- dade relativa do ar, temperatura, tempo,
são microscópica, como protozoários, fun- presença de oxigênio e interação micro-
gos, bactérias, vírus ou outras entidades biana. Atuam na pré-colheita ou pós-co-
bióticas microscópicas, capazes de replicar- lheita e contribuem para o aparecimento
-se ou reproduzir-se. de defeitos no produto pós-colheita.
Microrganismo antagônico: microrga- Microrganismos eficazes: mistura de mi-
nismo, como os fungos dos gêneros crorganismos que têm atividades anta-
Trichoderma e Penicillium, ou as bactérias gonísticas e competidoras com as dos
dos gêneros Pseudomonas e Bacillus, capaz fitopatógenos, e também podem apresen-
de controlar parcial ou totalmente, popu- tar capacidade para a produção de substân-
lações de patógenos. cias promotoras de crescimento de plantas,
Microrganismo deteriorante: microrga- a decomposição de matéria orgânica e a in-
nismo que se desenvolve no produto vege- dução de resistência no hospedeiro.
tal, obtendo energia dos componentes MicroRNA: pequena molécula de RNA
básicos ou nutrientes presentes nele e cau- que tem origem no próprio genoma do or-
sando a sua deterioração. ganismo em que ocorre e que está envol-
Microrganismo fastidioso: microrga- vida na regulação negativa da expressão
nismo que tem requerimento nutricional gênica em eucariotos.

361
Microscopia crioeletrônica: técnica de o contraste é obtido corando-se os espéci-
microscopia eletrônica, em que as estrutu- mes.
ras a serem visualizadas, como macromolé- Microscópio de campo escuro: micros-
culas e vírus, são rapidamente congeladas. cópio em que se usa um condensador espe-
Microscopia eletrônica de criofratura: cial para bloquear a maior parte da luz
técnica de microscopia eletrônica para es- brilhante e para iluminar o espécime ou
tudar a estrutura de membranas, em que a amostra com luz oblíqua, de forma seme-
membrana de uma célula congelada é par- lhante ao que a lua faz quando bloqueia a
tida ao longo do interior da bicamada, se- luz do sol durante um eclipse solar. Esse
parando-a em duas monocamadas, com as ajuste óptico fornece um plano de fundo
faces interiores expostas. totalmente escuro e aumenta o contraste
da imagem para salientar pequenos deta-
Microscopia eletrônica de imunolocali-
lhes – áreas brilhantes nos limites da amos-
zação com ouro: técnica de microscopia
tra.
eletrônica na qual as estruturas celulares ou
as moléculas de interesse são marcadas Microscópio de contraste de fase: mi-
com anticorpos conjugados a partículas de croscópio dotado de um sistema óptico es-
ouro eletrodensas. Essas partículas apare- pecial, cuja luz é separada por anéis
cem como pontos pretos na imagem. presentes na objetiva e pelo condensador.
A luz que passa através da parte central do
Microscópico: muito pequeno; corpo ou
trajeto de luz é recombinada com a luz que
estrutura que pode ser visto apenas com
se propaga em torno da periferia do espé-
auxílio do microscópio.
cime. A interferência produzida por esses
Microscópio: aparelho capaz de ampliar a dois trajetos produz imagens nas quais as
imagem de objetos pequenos, pode ser óp- estruturas densas aparecem mais escuras
tico ou fotônico, quando utiliza luz para do que o fundo. É um microscópio empre-
produzir as imagens e sistemas de lentes gado em especial para observar células vi-
para aumentá-las, ou eletrônico, quando vas, cujo crescimento e divisão mitótica
utiliza feixes de elétrons para produzir as podem ser acompanhados sem o emprego
imagens e bobinas magnéticas, como len- de corantes.
tes, para aumentá-las.
Microscópio de dissecação: ver micros-
Microscópio confocal: tipo de microscó- cópio estereoscópico.
pio óptico que produz uma imagem nítida
Microscópio de fluorescência: micros-
de determinado plano de um objeto sólido.
cópio que usa luz de comprimento de onda
Utiliza um laser como fonte de iluminação
curta e de alta energia (normalmente ultra-
localizada e atravessa o plano para produzir
violeta) para excitação de elétrons dentro
uma seção óptica bidimensional.
de algumas moléculas no interior do espé-
Microscópio de campo claro: configura- cime, fazendo com que os elétrons passem
ção básica do microscópio comum (as ima- para órbitas de maior energia. Quando vol-
gens vistas são todas de microscópios de tam para níveis de energia iniciais, os elé-
campo claro). É uma técnica que tem muito trons emitem luz com menos energia e
pouco contraste. Nas imagens mostradas, comprimento de onda maior (geralmente

362
no espectro visível), formando, dessa ma- ultrafinos. Os feixes de elétrons ampliam
neira, a imagem. Algumas substâncias ab- objetos ou espécimes em estudo além da
sorvem a energia de ondas ultravioleta, ampliação e resolução limites dos micros-
emitindo-a em ondas visíveis de compri- cópios de luz. Este microscópio permite
mento maior. Assim, um material pode ampliação de até 100.000 X e resoluções na
apresentar uma cor inteiramente diferente faixa nanométrica, e tem sido usado na área
à luz ultravioleta; tais substâncias são cha- de ciências biológicas, especialmente no es-
madas fluorescentes, e o fenômeno fluo- tudo das células no nível molecular, possi-
rescência. bilitando aos cientistas estudar a estrutura
Microscópio de luz polarizada: micros- delas e interações, e identificar falhas. É uti-
cópio no qual se usa um polarizador de lizado na histopatologia e em estudos de
cada lado do espécime posicionado orto- ultraestruturas de patógenos, que também
gonalmente, de forma que somente a luz constituem ferramentas de diagnóstico em
que passa através do espécime alcance a laboratórios de fitopatologia.
ocular. A luz é polarizada em um plano à Microscópio eletrônico de varredura:
medida que passa pelo primeiro filtro e al- microscópio eletrônico adequado para es-
cança o espécime. Partes padronizadas ou
tudar superfícies rígidas de material bioló-
cristalinas do espécime, com espaçamento
gico seccionado ou não seccionado; tem
regular, giram a luz que passa através delas.
uma resolução de cerca de 50 nm. Gera
Uma porção dessa luz passa pelo segundo
imagens tridimensionais da superfície do
filtro de polarização, de modo que essas
áreas regularmente espaçadas mostram bri- espécime por deflexão dos elétrons.
lho contra um plano de fundo escuro. Microscópio estereoscópico: aparelho
Microscópio eletrônico: instrumento de óptico dotado de lentes que aumenta a
ampliação cujo poder de resolução é mui- imagem, que é projetada em seu plano de
tas vezes maior do que o de um microscó- foco. A capacidade de aumento pode atin-
pio de luz comum (alcançando resoluções gir até 60 X.
de 0,2 nanômetros a 0,5 nanômetros). Microscópio óptico: equipamento à base
Os microscópios eletrônicos fazem passar de lentes, empregado na visualização de te-
feixes de elétrons através de um objeto, em cidos, microrganismos ou células em escala
vez de usar um feixe de luz, para criar uma micrométrica. Nele, uma fonte de luz
imagem muito maior de objetos minúscu- branca atravessa um condensador óptico e
los; são usados para obter fotografias de o espécime é observado através de lentes
objetos microscópicos com tamanhos alta- oculares. O poder de resolução de um mi-
mente ampliados. O comprimento de on- croscópio óptico é da ordem de 0,2 µm.
das dos elétrons utilizados como fonte de
radiação é muito mais curto do que o do Microscópio ultravioleta: microscópio
microscópio de luz. óptico que usa radiação ultravioleta como
fonte de luz.
Microscópio eletrônico de transmissão:
microscópio que utiliza feixes de elétrons e Microsporângio: esporângio de pequenas
lentes eletromagnéticas, em vez de luz e dimensões; esporângio que produz micrós-
lentes de vidro, para observação de cortes poros.

363
Micrósporo: qualquer esporo de tamanho Migratório: que migra de uma planta para
reduzido que se apresenta pouco maior do outra ou de um local para outro.
que o núcleo; diz-se também dos esporos Míldio: doença causada por fungos per-
menores, quando, numa espécie, existem tencentes à família Peronosporaceae. São
esporos de dois tamanhos. manchas de coloração verde-clara que
Microssatélites: simple sequence repeats ocorrem predominantemente na face su-
(SSR); sequências curtas de DNA (1 a 4 ou perior das folhas, que se tornam, primeira-
6 nucleotídeos) que ocorrem repetida- mente, amareladas e, finalmente, escuras,
mente e consecutivamente (em “tandem”) por causa da necrose. Na face inferior das
no genoma. Podem ser amplificados por folhas, nas áreas correspondentes a essas
PCR utilizando iniciadores específicos, manchas, surge uma eflorescência esbran-
quiçada, constituída por estruturas do pa-
complementares às sequências únicas que
tógeno, tais como hifas cenocíticas,
os flanqueiam, e os padrões de polimor-
esporangióforos e esporângios.
fismo gerados pelas diferenças no número
de repetições podem ser utilizados como Míldio pulverulento: ver oídio.
marcadores moleculares. Milimícron: unidade de medida (um mi-
Microstilósporo: estilosporo de dimen- lionésimo de um mícron) que foi substi-
sões muito reduzidas. tuída pelo nanômetro (10-9 m).

Micrótomo: instrumento usado para pre- Mínima concentração inibitória: menor


parar secções finas de material biológico, concentração do defensivo agrícola neces-
para exames com auxílio de um microscó- sária para inibir o crescimento do pató-
pio de luz ou eletrônico. geno.
Mínimo impacto: na defesa fitossanitária,
Micrótomo de deslizamento: micró-
a determinação de que as medidas fitossa-
tomo especial para fazer cortes histológi-
nitárias devem ser consistentes com o risco
cos em material rijo ou combinação de
de pragas envolvidas, sendo menos restriti-
material rijo e extremamente mole; a nava- vas e resultarem no mínimo impedimento
lha trabalha em ângulo de 45º. ao movimento internacional de pessoas,
Micrótomo rotativo: micrótomo usado produtos básicos e recursos.
para fazer corte histológico seriado, de ma- Minissatélites: sequências de DNA de
terial incluído em parafina ou resina, para o 10 pb a 100 pb repetidas em tandem (lado
preparo de lâminas permanentes. a lado). O número de repetições dessas se-
Microuredínea: uredínea que não apre- quências em cada região hipervariável pode
senta espermogônio, ecidiossoro e uredos- chegar a 50. As regiões hipervariáveis estão
soro. distribuídas por todo o genoma, consti-
tuindo-se de vários locus nos diferentes
Migração: movimento de indivíduos de cromossomos; variable number of tandem
uma população para outra, podendo alterar repeats (VNTRs).
as frequências alélicas da nova população.
Minor crop: espécie de planta cultivada
Migração gênica: ver fluxo gênico. para a qual a disponibilidade de tecnologia

364
para o manejo de pragas é limitada. Tam- Mitigação: na defesa fitossanitária, todas
bém chamada de cultura de suporte fitos- as medidas de controle que devem ser ado-
sanitário insuficiente. Ver cultura de tadas para impedir a disseminação de um
suporte fitossanitário insuficiente. patógeno de uma área infestada para uma
área livre do referido patógeno.
Miofilamentos: densos e estreitos ele-
mentos musculares da região contráctil das Mitigação de risco: ver sistema de mitiga-
células musculares dos nematoides. ção de risco de pragas.
MIP: sigla de Manejo Integrado de Pragas. Mitocôndria: organela semiautônoma das
Ver manejo integrado de pragas. células eucarióticas. Contém membranas
(cristas mitocondriais) altamente especiali-
Miriócitos: grande número de células, pre-
zadas, nas quais se dá a produção de trifos-
sentes no epitélio intestinal (as células são fato de adenosina (ATP), por fosforilação
cuboides) dos nematoides. oxidativa, que serve como fonte de energia
Miriósporo: com muitos esporos. para a célula. Possui seu próprio DNA e
contém muitas enzimas da cadeia respira-
Miscíveis: duas ou mais substâncias capa-
tória, a maioria codificada por genes nu-
zes de se misturar, em quaisquer propor-
cleares.
ções, para formar uma mistura homogênea
ou uma fase isolada sob condições nor- Mitose: processo pelo qual o núcleo é divi-
mais. Álcool com água é um exemplo clás- dido em dois núcleos filhos com igual nú-
sico de mistura homogênea. mero de cromossomos, usualmente
acompanhado pela divisão celular. Nesta
Mistura: associação de duas ou mais subs- fase, os cromossomos tornam-se bem visí-
tâncias que conservam suas identidades e veis no microscópico óptico.
podem ser separadas por meio de proces-
sos físicos. Mitosporângio: zoosporângio muito deli-
cado e diploide que, por mitose, produz es-
Mistura de agroquímicos: consiste em poros diploides, móveis e uninucleados.
misturar um ou mais defensivo agrícola
com um ou mais adubo foliar, que agem Mitósporo: esporo produzido por mitose,
em processos metabólicos diferentes no que, portanto, tem o mesmo número de
desenvolvimento da planta. cromossomos da célula-mãe.

Mistura de fungicidas: consiste em mis- Mixosporângio: frutificação dos


turar dois fungicidas sítios-específicos, que Myxomycetes.
agem em processos metabólicos diferentes, Mixósporo: esporo de Myxomycetes.
como um que bloqueia a respiração do
MLO: sigla de mycoplasmalike organism (or-
fungo e outro que interfere na síntese das
ganismo semelhante a micoplasma). Bacté-
membranas celulares.
ria que tem características aparentes de
Mistura de tanque: mistura de dois ou micoplasma sem parede celular, mas não é
mais defensivos agrícolas no tanque do comprovadamente um micoplasma. É en-
equipamento, na época de aplicação. contrada no floema e parênquima do

365
floema de plantas doentes, e é assumida Modelo de Pearson: modelo matemático
como a causa da doença. proposto para demonstrar a permanência
da resistência horizontal em um patossis-
Mobilidade eletroforética: capacidade de
tema, no qual o hospedeiro e as populações
as moléculas de DNA migrarem através da do patógeno são geneticamente flexíveis.
matriz de agarose em direção ao polo posi-
tivo. A mobilidade é inversamente propor- Modelo de previsão de doença: qualquer
cional ao tamanho de cada molécula; as modelo que preveja o início ou o desenvol-
moléculas menores migram mais rapida- vimento futuro de uma doença, baseado
mente, o que possibilita a separação dos em informações sobre clima (monitora-
fragmentos (qualquer que seja o seu tama- mento de parâmetros climáticos, como
temperatura, umidade relativa do ar, preci-
nho).
pitação pluvial e horas de molhamento fo-
Moda: numa distribuição de frequência, o liar), hospedeiro (estádio fenológico) e
intervalo de classe de um histograma com quantidade de inóculo, e/ou intensidade de
maior frequência de observações. doença presente. Esse conceito é amplo o
suficiente para nele serem incluídos desde
Modelo: representação da realidade de
sofisticados programas de computador até
forma simplificada. Modelos matemáticos
simples regras que relacionam, por exem-
são empregados para representar o efeito plo, infecção com horas de molhamento
do clima em doenças de plantas. foliar. Os modelos de previsão são úteis
Modelo aditivo: modelo proposto por para os produtores, pois podem indicar se
Parlevliet e Zadoks (1977) para explicar a haverá necessidade de adotar medidas de
resistência poligênica, em que genes meno- controle e, se positivo, como e quando
res do patógeno e do hospedeiro apresen- adotar. Eles têm sido utilizados em situa-
tam interação não específica. ções em que a doença apresenta importân-
cia econômica e o clima não é muito
Modelo de Gompertz: equação matemá- propício para ocorrência de epidemias cí-
tica usada para representar o progresso da clicas.
doença no tempo. A plotagem da veloci-
Modelo de regressão: modelo matemá-
dade de aumento da doença contra o
tico que relaciona o comportamento de
tempo mostra incrementos crescentes até
uma variável Y com outra X. Quando a
que o ponto de inflexão seja atingido, se- função f que relaciona duas variáveis é do
guindo incrementos decrescentes que ten- tipo f (X) = a + bX, temos o modelo de re-
dem a zero. O ponto de inflexão, gressão simples. A variável X é a variável
diferentemente do modelo logístico, ocorre independente da equação, enquanto Y = f
no ponto x = 0,37, fazendo com que a (X) é a variável dependente das variações
curva seja assimétrica, inclinada para a es- de X. O modelo de regressão é chamado
querda. A plotagem da doença contra o de simples quando a relação causal envolve
tempo origina uma curva em forma de S apenas duas variáveis; já, é multivariado
que difere, porém, do S logístico, por apre- quando o comportamento de Y é expli-
sentar um crescimento mais acentuado em cado por mais de uma variável independe,
seu início (Bergamin Filho, 1995). X1, X2,...Xn. Os modelos simples ou multi-

366
variado simulam relacionamentos entre as Mofo: caracteriza o crescimento micelial e
variáveis do tipo linear (equação da reta ou a densa massa de esporos produzidos por
do plano) ou não linear (equação exponen- fungos sobre o tecido afetado, resultante
cial, geométrica, etc.). de podridões em flores e frutos, que se ini-
ciam por pequenas anasarcas na superfície
Modelo logístico: equação matemática
da casca e que, rapidamente, aumentam de
usada para representar o progresso da
tamanho até tomarem todo o fruto ou ca-
doença no tempo. A plotagem da veloci-
cho. Recebem diferentes denominações,
dade de aumento da doença contra o
tempo mostra incrementos crescentes no sempre associadas à coloração dos esporos,
início da epidemia, com uma taxa absoluta como mofo-verde e mofo-azul em citros
máxima ou ponto de inflexão quando a se- causados por Penicillium spp., mofo-cin-
veridade (x) é igual 50 %, seguidos por in- zento em videiras e plantas ornamentais
crementos decrescentes que tendem a zero. causado por Botrytis cinerea, em mamoneira
A plotagem da doença contra o tempo ori- por B. ricini e em seringueira por Ceratocystis
gina uma curva em forma de S, simétrica fimbriata.
em torno de x = 0,5 (Bergamin Filho, Mofo-cinzento: denominação de doenças
1995). causadas por alguns patógenos em diversas
Modelo monomolecular: equação mate- culturas, como Botrytis ricini em mamoneira,
mática usada para representar o progresso B. cinerea em uva e Ceratocystis fimbriata em
da doença no tempo. A plotagem da velo- seringueira.
cidade de aumento da doença contra o Molde: fita de DNA que fornece a infor-
tempo mostra que os incrementos são mação de sequência de bases nitrogenadas
sempre decrescentes, e aproximando de a qual permite a síntese de fita com sequên-
zero à medida que se esgota o tecido sadio. cia complementar a ela.
A plotagem da doença contra o tempo pro-
Moldura cefálica: ver esqueleto cefálico.
duz uma curva côncava em relação à abs-
cissa, aproximando-se assintoticamente da Mole: tenro; macio.
quantidade máxima de doença (Bergamin Molécula sinalizadora: molécula pre-
Filho, 1995). sente no hospedeiro que reage à penetra-
Modificação genética: ver engenharia ção de um patógeno e transmite o sinal
genética. para ativar proteínas e genes em outras par-
tes da célula e da planta, de forma que essas
Modo de ação de um fungicida: relação
proteínas e genes produzirão a reação de
do fungicida com o hospedeiro. Posição do
defesa.
fungicida sobre os órgãos da planta. Per-
manência do fungicida na superfície ou sua Moléstia: ver doença.
absorção e translocação ou não pelo sis- Molhamento foliar: disponibilidade de
tema condutor. E, finalmente, necessidade
água na fase líquida sobre a superfície da
de germinação do esporo (protetor ou resi-
planta hospedeira, notadamente sobre o
dual) ou não (contato).
limbo foliar. A duração do período de mo-
Mofado: com mofo; recoberto por mofo lhamento afeta a disseminação e germina-
ou bolor. ção dos esporos, a penetração dos

367
patógenos e os riscos de incidência das Monilioide: que tem os aspectos das espé-
doenças. cies do gênero Monilia.
Molhante: substância que proporciona Monitoramento: (1) avaliação periódica
uma rápida umectação do produto quando das condições fisiológicas e sanitárias de
este entra em contato com a água. É usado um acesso ou produto armazenado;
em pós molháveis, com o objetivo de evitar (2) avaliação sanitária de um cultivo agrí-
que o produto permaneça seco sobre a su-
cola, por meio de amostragens confiáveis,
perfície da água, ficando sujeito a ser arras-
que fornece ao agricultor, ao técnico, ao
tado por ela.
fiscal agropecuário, etc. informações im-
Molicutes: classe de bactérias que se dis- portantes relativas ao cultivo ou ao pro-
tingue pela ausência de parede celular, de- duto monitorados, auxiliando-os nas
senvolve-se em habitat com alta pressão tomadas de decisões; (3) na defesa fitossa-
osmótica e se protege da lise e integridade
nitária, processo oficial contínuo para veri-
das suas membranas plasmáticas. Molicu-
ficação da situação fitossanitária.
tes inclui fitoplasmas, espiroplasmas e mi-
coplasmas. Esses organismos são Monitoramento ambiental: acompanha-
nutricionalmente fastidiosos, crescem ape- mento periódico mediante observações
nas no suco do floema em seus hospedei- sistemáticas de um atributo, de um pro-
ros e na hemolinfa de seus vetores. blema ou uma situação ambiental, pela
Momento de aplicação: ocasião mais quantificação das variáveis que o caracteri-
oportuna e apropriada para a aplicação de zam. O monitoramento determina os des-
um defensivo agrícola. É determinado pe- vios entre normas preestabelecidas
las condições do campo e do clima, pelo (referenciais) e as variáveis medidas.
estádio fenológico da planta e pela intensi-
dade da doença. Monoasco: que tem apenas um asco.

Monera: ver reino. Monoascospórico: que tem um ascós-


poro; relativo a um ascósporo.
Moniliáceo: coloração hialina ou fraca-
mente colorida de esporos e micélio. Monoaxial: que tem um caule ou um eixo.
Moniliales: ordem antiga dos Coleomyce- Monobasidiospórico: que tem um basi-
tes, tradicionalmente divididos em quatro diósporo; relativo a um basidiósporo.
famílias. Os conídios são produzidos sobre
conidióforos hialinos desorganizados Monoblástica: ver célula conidiogênica
(Moniliaceae) e os conídios escuros sobre monoblástica.
hifas escuras (Dematiaceae), sobre sine- Monocario: indivíduo que possui um nú-
mata (Stilbellaceae) e sobre esporodóquio cleo haploide por célula.
(Tuberculariaceae). Atualmente são incluí-
dos em Blastomycetes e Hyphomycetes. Monocariótico: indivíduo que tem, gene-
ticamente, núcleos haploides idênticos.
Moniliforme: filamento em forma de ro-
sário; constrito a intervalos regulares seme- Monocêntrico: que tem apenas um centro
lhante à fileira de contas. de crescimento e desenvolvimento.

368
Monocíclico: que apresenta um único ci- Monomicelial: isolado oriundo de um
clo por estação de cultivo; sem ocorrência único esporo ou da extremidade de uma
de infecções secundárias. hifa.
Monocístico: que apresenta um estádio de Monomórfico: (1) organismo com ape-
encistamento. nas uma forma durante toda a vida ou
apenas um genótipo; (2) que produz um
Monoclino: diz-se dos órgãos “masculi-
único tipo de zoósporo; (3) diz-se de tá-
nos” e “femininos” no mesmo micélio.
xons que apresentam identidade e seme-
Monoconidial: que tem um conídio; rela- lhança entre todos os componentes,
tivo a um conídio. aplicando-se, especialmente, às espécies
Monocrômico: que tem colorido uni- formadas apenas por fêmeas.
forme. Monoplanético: refere-se a uma espécie
Monocultivo: ver monocultura. que produz apenas um tipo de zoósporo e
apresenta apenas um período de mobili-
Monocultura: (1) cultura de microrga- dade, sem um período de repouso.
nismo e células de plantas ou animais que
contêm células de apenas uma espécie, raça Monoploide: organismo que possui o nú-
ou clone; (2) plantio de uma única cultura, mero básico (n) de cromossomos.
cultivar ou espécie vegetal em grande área; Monopodial: crescimento contínuo das
(3) sinônimo de cultura monospórica. células conidiogênicas, em que o eixo prin-
cipal continua a linha de crescimento origi-
Monodélfica: fêmea de nematoide que
nal sem ramificações laterais.
possui apenas um tubo genital ou ovário.
Monórquico: macho de nematoide que
Monoespecífico: que tem apenas uma es-
possui apenas um testículo.
pécie, como num gênero que contém uma
única espécie. Monospórico: que tem um esporo; rela-
tivo a um esporo.
Monoesterigmado: com um só este-
rigma. Monósporo: esporo único de um espo-
rângio; esporo indiviso.
Monofilético: organismo que descendeu
presumivelmente de uma única forma an- Monossacarídeos: açúcares simples, as
cestral comum, parecendo-se em geral com unidades básicas que formam os carboidra-
o grupo existente. tos. Diferentemente dos açúcares mais
complexos (polissacarídeos), os monossa-
Monofiliádico: célula conidiogênica cuja
carídeos não podem ser hidrolizados (dis-
fiálide apresenta uma única abertura, pela
solvidos) em açúcares simples, como a
qual são produzidos os filiásporos.
glucose, a frutose e a galactose.
Monogênico: que contém ou é contro-
Monossômico: forma aneuploide na qual
lado por um único gene.
falta um dos cromossomos que formam o
Monoico: homotálico; que possui órgãos par de homólogos de um organismo di-
sexuais “masculino” e “feminino” no ploide (2n - 1 ou monossômico primário).
mesmo micélio. Diz-se monossômico secundário quando

369
há perda de dois cromossomos distintos células e tecidos, e que resulta na produção
(2n - 1 - 1). e evolução de caracteres morfológicos.
Montagem: processo que envolve todas Morfologia: ciência que estuda as formas
as atividades efetuadas no preparo de uma e a dimensão dos organismos, determi-
lâmina com um espécime para análise mi- nando semelhanças e diferenças.
croscópica. Morfometria: medição do corpo.
Monotipia: que possui apenas um repre- Morfotipo: grupo de indivíduos de uma
sentante no grupo taxonômico; especial- espécie morfologicamente diferenciado.
mente um gênero contendo uma única Segundo Luz et al. (2008), as espécies de
espécie. Phytophthora que atacam o cacaueiro foram
Monotipia subsequente: situação resul- inicialmente classificadas como morfotipos
tante de uma só espécie nominal que foi de Phytophthora palmivora: MF1, MF2, MF3
subsequentemente incluída em um gênero e MF4. Esses morfotipos, no entanto, de-
estabelecido originalmente sem espécies pois de estudados, foram classificados da
nominais. seguinte forma: MF1 = P. palmivora;
MF2 = desaparecido; MF3 = P. megakaria e
Monotípico: ver monotipia. MF4 = P. capsici.
Monótipo: espécime único com que se Moribundo: que está muito próximo da
descreveu uma espécie ou subespécie. Ho- morte.
lótipo de espécie sem parátipos.
Morphovar: subdivisão de uma espécie
Monotríquia: que tem apenas um flagelo que é morfológica e fisiologicamente dife-
ou pelo. rente de outras da mesma espécie. Quando
Monoxenia: parasitismo em um só hospe- usado como parte do nome científico, deve
deiro; ciclo parasitário em um único hospe- ser escrito em inglês, como exemplo Acine-
deiro. tobacter junii morphovar I. No entanto,
quando usado em corpo do texto, pode ser
Monoxeno: patógeno que tem apenas aportuguesado (morfovar).
uma espécie como hospedeiro.
Mortalidade: proporção de mortes em
Monozoospórico: que tem um zoósporo; determinado período por número de indi-
relativo a um zoósporo. víduos.
Mordente: substância usada no processo Morte celular programada: ver apop-
de coloração para intensificar a cor e au- tose.
mentar a afinidade do corante com seu es-
pécime biológico, é o caso do iodo na Morte descendente: ver dieback.
coloração de Gram. Outra função do mor- Morte dos ponteiros: ver dieback.
dente é tornar uma estrutura mais espessa
Morte progressiva: (1) ver dieback; (2) re-
e mais fácil de visualizar após a coloração.
dução drástica da população de uma espé-
Morfogênese: transformação que ocorre cie quando seus números ultrapassam a
durante o crescimento e diferenciação das capacidade de suporte.

370
Morte súbita: morte rápida por asfixia do de goma quanto à composição e às pro-
sistema radicular, que pode ser causada por priedades.
encharcamento do solo ou ação de patóge-
Mucilaginoso: que tem o aspecto e a con-
nos habitantes do solo e por vírus. Nas
sistência de mucilagem.
plantas afetadas, as folhas tornam-se ama-
reladas e as que estão verdes caem; a doença Muco: substância gelatinosa que agrega ou
progride rapidamente para a morte da envolve esporos.
planta.
Mucoide: semelhante a muco ou lodo; as-
Mosaico: sintoma hipoplástico, típico de pecto das colônias produzidas por bacté-
doenças causadas por vírus e micoplasmas, rias altamente encapsuladas.
caracterizado pela mistura de áreas diversa-
mente coloridas, especialmente em folhas Mucro: (1) prolongamento; apêndice hia-
atacadas; tem aparência de mosaico em lino e conoide, que termina com alguns es-
função do desenvolvimento parcial da clo- poros; (2) parte afilada na extremidade da
rofila. cauda de alguns nematoides.

Mosca-branca: pequeno inseto da ordem Mucronado: que tem ou termina em mu-


Homoptera (família Aleyrodidae), sugador cro; abruptamente terminado em ponta;
recoberto por uma fina camada de pó pontudo.
branco. Transmissor de vírus causadores Muda: material de propagação vegetal de
de doenças em plantas. qualquer gênero, espécie ou cultivar, prove-
Mosqueado: sintoma foliar que apresenta niente de reprodução sexuada ou asse-
um padrão irregular com numerosas e pe- xuada, que tenha finalidade específica de
quenas áreas escuras e claras indistintas, co- plantio.
mumente cloróticas, de formato irregular e Muda certificada: muda oriunda de
com os bordos sem limites definidos. planta básica ou de matriz que foi subme-
Motilidade: capacidade de se deslocar em tida ao processo de certificação.
um meio.
Mudança climática: processo decorrente
Móvel: que se desloca por meio de flagelo. do efeito cumulativo das emissões excessi-
Movimento apoplástico: ver transloca- vas de gases de efeito estufa e de aerossóis,
ção apoplástica. provenientes da intensificação de algumas
atividades humanas. Ele implicou mudan-
Movimento simplástico: ver transloca- ças não somente na variabilidade dos valo-
ção simplástica. res de temperatura, mas também no ritmo
mRNA: sigla de RNA mensageiro. Ver esperado de outras variáveis climáticas,
RNA mensageiro. como a precipitação, os ventos e a umi-
dade.
mtDNA: sigla de DNA mitocondrial. Ver
DNA mitocondrial. Mulching: ver cobertura morta.
Mucilagem: substância semifluida, mais Multialélico: que tem uma série de alelos
ou menos viscosa, que apresenta o aspecto em um locus ou loci, por incompatibilidade

371
em uma população de espécies heterotáli- resistente a todas as raças do patógeno. As-
cas. sim, a doença estará presente no campo,
embora em níveis reduzidos.
Multicelular: ser vivo cujo corpo é consti-
tuído por muitas células. Multilocular: que tem muitas células, ló-
culos ou cavidades separadas.
Multiesporos: que tem muitos esporos.
Multinucleado: que tem mais de um nú-
Multiforme: que apresenta várias formas.
cleo por célula; polinucleado.
Multigênico: que contém muitos genes
Multiplicação: reprodução de um acesso
ou é controlado por eles.
ou isolado para atender a uma demanda.
Multilinha: consiste na mistura mecânica
Multiporos: que tem muitos poros.
de linhagens fenotipicamente idênticas, em
que cada uma difere na resistência para ra- Multisseptado: que tem vários septos.
ças específicas da população do patógeno. Multizonado: que tem muitas zonas.
As linhagens são iguais nas características
agronômicas, mas variam em qualidade ou Múmia: fruto degenerado pelo secamento
quantidade de resistência; é uma técnica rápido, que forma uma massa dura e escu-
para aumentar a diversidade intraespecífica recida.
de uma cultura (Zadoks; Schein, 1979). Se- Mumificação: sintoma decorrente de po-
gundo Robinson (1969), é uma cultivar dridões secas, no qual o órgão afetado seca
composta de diversos patódemos verticais, e perde água, e sua superfície fica enrugada
adequada particularmente contra patóge- e escura; ocorre especialmente em frutos,
nos obrigatórios causadores de doenças do que conservam mais ou menos a forma
tipo juros compostos. Cada patódemo ver- original. Frutos nesse estádio são normal-
tical deverá possuir um gene forte (strong) mente denominados de múmias.
para resistência vertical, no intuito de asse-
gurar que a pressão de estabilização possa Mumificado: transformado em múmia.
operar por um período máximo. A tão cha- Murcha: sintoma necrótico caracterizado
mada super-raça (patótipo vertical com- pela perda de turgidez e pelo colapso das
plexo), capaz de atacar todos os patódemos folhas ou brotos, em virtude da falta de
da multilinha, pode ocorrer, mas sua pato- água, tipicamente induzida por infecção
genicidade vertical desnecessária provavel- vascular ou radicular, causada por forma
mente será menos adaptada para sua specialis de Fusarium oxysporum e Verticilium
sobrevivência e relativamente rara. spp. e por bactérias, como Ralstonia
Multilinha limpa: multilinha constituída solanacearum, em bananeira e solanáceas, e
por linhagens que possuem genes diferen- Xanthomonas campestris pv. musacearum em
tes que conferem resistência à maioria das bananeira.
raças do patógeno prevalecentes no local, Murcha bacteriana: murcha causada por
com o intuito de obter um campo limpo, li- bactérias.
vre de doença.
Murcha de Phytomonas: doença vascu-
Multilinha suja: multilinha em que ne- lar altamente destrutiva e de importância
nhuma das linhagens usadas na mistura é econômica, causada pelo protozoário fla-

372
gelado trypanosomatideo Phytomonas staheli, Músculos adutores: músculos que se di-
em espécies de palmeiras, entre as quais o recionam ao eixo principal do corpo de ne-
coqueiro e dendezeiro; também conhecida matoides.
como Hartrot, Fatal wilt, Murcha de cedros ou Músculos copulatórios: músculos que
Marchitez sorpresiva. propiciam a cópula em machos de nema-
Murcha de Verticillium: murcha vascular toides. Existem músculos transversais que
sistêmica, amplamente espalhada, que ataca se estendem das cordas laterais ao lado
centenas de tipos de plantas, causada pelos subventral, geralmente anteriores à aber-
fungos Verticillium albro-atrum e V. dahliae. tura cloacal.
Músculos espiculares: músculos protac-
Murcha fisiológica: sintoma plesionecró-
tores e retratores, de forma circular ou li-
tico expresso quando a planta é submetida
near, que são ligados aos espículos de
ao deficit hídrico. Durante a fase vegeta-
machos de nematoides.
tiva, a planta apresenta crescimento redu-
zido, folhas pequenas, entrenós curtos, Músculos propulsores: músculos res-
tecidos vegetais com aspecto de murchos e ponsáveis pelo avanço de órgãos, como es-
os folíolos enrolados para diminuir a área tiletes e espículos de nematoides; também
foliar exposta. Durante a fase reprodutiva, conhecidos como músculos protactores.
ocasiona a queda prematura das flores e o Músculos protactores do estilete: ele-
abortamento de frutos. mentos musculares contráteis largos, fixa-
dos aos bulbos ou à base do estilete e,
Murcha-vascular: doença cujo patógeno
anteriormente, à parede do corpo ou ao es-
é quase que exclusivamente confinado no queleto cefálico do nematoide.
sistema vascular da planta hospedeira du-
rante a patogênese, e que a murcha é o sin- Músculos radiais: músculos dispostos ra-
toma característico. dialmente, conectados à parede do canal do
esôfago e à parede esofagiana, responsá-
Muriforme: esporo que tem septos trans- veis pela dilatação e pelo estreitamento do
versais e longitudenais, como a fase plas- canal do esôfago durante a sucção de ali-
modial (vegetativa) dos Myxomycetes. mentos.
Murta: arbusto que pode atingir até 7 m de Músculos retratores: músculos de nema-
altura, denominada Myrtus communis L., per- toides responsáveis pelo retorno de um ór-
tencente à família Myrtaceae, utilizado em gão à posição original.
cercas vivas e em jardins. Hospedeira do Músculos somáticos: feixes de células
psilídeo Diaphorina citri, transmissor da bac- musculares longas e fusiformes arranjadas
téria Candidatus Liberibacter americanus, longitudinalmente ao longo da parede do
agente causal do Huanglongbing (HBL – corpo, que controlam o movimento dos
Greening) dos citros. nematoides.
Músculos abductores: músculos que se Mutabilidade vertical: facilidade com
afastam do eixo principal do corpo de ne- que um patógeno produz um novo pató-
matoides. tipo vertical, independentemente de sua

373
produção ser por mutação, sexualidade, pa- Mutação gênica: alteração na sequência
rassexualismo ou aumento de população de bases nitrogenadas do material genético.
de um patótipo raro. Na mutabilidade ver- Mutação induzida: mutação provocada
tical, são envolvidos genes maiores ou ge- por incorporação de análogos de bases
nes fortes. (5-bromouracil ou 2-aminopurina) e agen-
Mutação: mudança no material genético, tes físicos (luz ultravioleta e outros tipos de
frequentemente em um único gene (muta- radiações) ou químicos (EMS, NG, HA)
ção gênica), que consiste na substituição, em laboratório ou no ambiente, elevando
duplicação ou deleção de um ou vários pa- as taxas de mutação em relação àquela es-
res de bases de DNA. Pode ou não resultar perada espontaneamente.
em um fenótipo mutante. Mutação letal: mutação que inativa uma
Mutação cromossômica: mutação que função biológica essencial para a manuten-
afeta o número ou a estrutura dos cromos- ção da vida de uma célula ou organismo.
somos de uma célula. Mutação letal-condicional: mutação que
Mutação de inserção: mutação produ- é letal em determinadas condições ambien-
zida pela inserção de uma ou mais bases ex- tais, mas viável em outras.
tras, ou um mutagênico, entre duas bases Mutação neutra: mutação em um ou mais
sucessivas no DNA. nucleotídeos de um gene sem alterar a pro-
Mutação de ponto: (1) mudança em um teína correspondente.
só nucleotídeo na sequência de bases do Mutação por deleção: mutação que re-
DNA: pode ocorrer tanto por deleção sulta da deleção de um ou mais nucleotí-
(perda), inserção (entrada) ou transição, deos de um gene ou cromossomo.
quando uma purina é substituída por outra
Mutação por substituição: mutação cau-
purina (A/G ou G/A), ou uma pirimidina sada pela substituição de uma base por ou-
é substituída por outra pirimidina (C/T ou tra.
T/C), como por transversão, quando uma
purina é substituída por uma pirimidina e Mutação reversa: mutação que reverte o
vice-versa; (2) mutação que pode ser atri- efeito da mutação que tinha inativado um
buída a um loco específico. gene, assim, retorna-se ao estado selvagem.
Mutação direta: mutação que se dá do Mutação silenciosa: mutação num gene
alelo (ou tipo) selvagem para o alelo (ou que não provoca alteração detectável nas
tipo) mutante. características biológicas do produto gê-
nico.
Mutação espontânea: mutação não indu-
zida que ocorre na ausência de qualquer Mutação somática: mutação não heredi-
agente mutagênico conhecido. É provo- tária que ocorre em células somáticas e,
cada, basicamente, por erros durante a du- consequentemente, afeta somente os seus
plicação do DNA. Aparece com uma descendentes.
frequência aproximada de 10-6 por célula Mutação supressora: mutação que, total
gerada em uma população. ou parcialmente, restaura uma função per-

374
dida por uma mutação primária, localizada Mutagênese sítio-dirigida: qualquer
num sítio do gene diferente daquele da mu- uma das várias técnicas de biologia mole-
tação primária. cular que permite que mutações específicas
sejam realizadas em um DNA clonado. Es-
Mutação ultravioleta: mutação produ- sas mutações, normalmente, são realizadas
zida em um organismo usando luz ultravio- em genes que, depois, são introduzidos em
leta com comprimento de 200 nm a um organismo, de forma que a função do
300 nm. gene ou o papel da sequência mutada seja
Mutagênese: processo no qual é mudada elucidado. Ver mutagênese oligonucleotí-
a constituição genética de uma célula por deo-dirigida.
alterações induzidas no seu DNA. Mutagênico: diz-se do potencial que um
Mutagênese aleatória: mutagênese não agente químico ou físico possui para causar
mutação genética.
dirigida de um ou mais nucleotídeos em
uma molécula de DNA. Mutágeno: agente químico, físico ou bio-
lógico capaz de produzir mudanças genéti-
Mutagênese in vitro: indução de altera-
cas (mutações) ou aumentar o índice de
ções genéticas em tecidos e órgãos cultiva- mutação acima do nível em que ocorre na-
dos in vitro, utilizando agentes físicos, turalmente. Exemplos de mutágenos são a
químicos ou biológicos com o objetivo de radiação ionizante e a luz ultravioleta.
provocar variabilidade ou avaliar as conse-
quências das mutações. Mutante: (1) gene mutável; (2) organismo
em que se processa a mutação. Aquele que
Mutagênese oligonucleotídeo-dirigida: apresenta uma ou mais diferenças hereditá-
técnica de mutagênese sítio-dirigida que rias discretas em relação ao tipo padrão, re-
permite que um ou poucos nucleotídeos sultante de uma mutação.
sejam trocados por outros desejados.
Mutante auxotrófico: mutante que apre-
O gene que se deseja mutar é clonado em senta uma deficiência nutricional, como a
um vetor, normalmente um plasmídeo; incapacidade de síntese de um aminoácido
esse desnaturado é colocado em condições ou vitamina.
de anelar com um oligonucleotídeo que
possui sequência idêntica à da região a ser Mutante espontâneo: mutante que
mutada, com exceção de um único nucleo- ocorre naturalmente.
tídeo (o que se deseja alterar). A partir Mutualismo: relação ecológica em que a
desse plasmídeo de fita simples, anelado interação entre as espécies resulta em bene-
com o oligonucleotídeo, é sintetizada uma fício para ambas. A associação dos fungos
segunda cadeia de DNA complementar ao micorrízicos com as raízes das plantas, for-
plasmídeo. Essa segunda cadeia possui a mando as micorrizas, e a associação das
mutação desejada. O plasmídeo é, então, bactérias fixadoras de nitrogênio com as
introduzido em Escherichia coli e, durante a raízes das leguminosas, formando nódulos,
replicação, são originados plasmídeos con- são exemplos de mutualismo.
tendo o gene mutante. Ver mutagênese sí- Mutuamente exclusivo: descreve uma
tio-dirigida. condição em que dois ou mais patógenos

375
não podem coexistir na mesma célula ou estrutura somática constituída de massa ci-
tecido do hospedeiro. toplasmática multinucleada sem parede ce-
Mycelia Sterilia: grupo heterogêneo de lular, cujo talo sob determinadas condições
fungos imperfeitos, atualmente denomina- se transforma em esporos que serão dis-
dos fungos mitospóricos, formado por persos pelo vento. Diante de condições ad-
fungos patogênicos e saprófitas, conheci- versas, podem se transformar em estrutura
dos somente por seu estádio micelial, não de sobrevivência, escleródios. Apresentam
apresentando conídios ou qualquer tipo de movimento citoplasmático e fagocitam os
esporos. alimentos. Crescem na superfície de resí-
duos vegetais, em ambientes úmidos e na
Myxomycetes: classe do filo Myxomycota superfície de plantas de pequeno porte, po-
que abriga organismos multinucleados e rém, sem parasitá-las. São conhecidas 833
cenocíticos, de maioria saprófita. espécies, distribuídas em 76 gêneros, 15 fa-
Myxomycota: filo pertencente ao reino mílias e 8 ordens. As espécies que podem
Protozoa, no qual estão incluídas as classes causar doenças em plantas pertencem à or-
Dictyosteliomycetes, Myxomycetes e Pro- dem Physarales e aos gêneros Foligo e
tosteliomycetes. São organismos plasmo- Physarum (Alexopoulos et al., 1996; Kirk
diais ou unicelulares que apresentam uma et al., 2001).

376
N
n: (1) número gamético de cromossomos Não amiloide: que permanece hialino ou
de determinado indivíduo; (2) número de se torna amarelo quando tratado com rea-
exemplares utilizados para a descrição ou gente de Meltzer.
estudo taxonômico de uma espécie de ne-
Não biodegradável: substância que não é
matoide.
dissolvida nem decomposta por processos
n. sp.: ver sp. nov. biológicos, permanecendo em sua forma
Nanismo: (1) ver enfezamento; (2) doença natural por longos períodos de tempo.
do arrozeiro, causada por Aphelenchoides Muitos plásticos e alguns defensivos agrí-
spp., em que caule, folhas, flores e gemas colas são não biodegradáveis.
sofrem deformações, permanecendo rudi-
Não acumulado: não armazenado no or-
mentares.
ganismo ou no meio ambiente.
Nanograma: unidade de peso, correspon-
Não conformidade: na defesa fitossanitá-
dente a 10-9 g ou 10-6 mg ou 10-3 µg.
ria, não atendimento a um requisito.
Nanômetro: unidade de medida de com-
primento, correspondente a 10-9 m ou Não contaminado: não contém resíduos
10-6 mm ou 10-3 µm ou 10 angstrons. de pesticida, toxinas, impurezas ou outros
materiais indesejáveis.
Nanotecnologia: ciência ou conjunto de
métodos que permite construir artigos pela Não corrosivo: oposto a corrosivo.
manipulação da matéria em nanoescala e Não descrito: refere-se a um táxon ainda
do conhecimento produzido a partir dessa não identificado; portanto não recebeu um
manipulação, quando estão voltados para a nome científico dado por um taxonomista.
geração de novos produtos (biofilmes, teci-
dos inteligentes, películas especiais, etc.). Não disjunção: falha na disjunção dos
É considerada a terceira revolução indus- cromossomos. Esta é uma das formas de
trial e possibilita o desenvolvimento de obter poliploides do tipo aneuploide.
produtos aplicados à agricultura e alimen- Não fissitunicado: ascos cuja descarga
tação. dos ascosporos não envolve a separação
Não alvo: ver organismo não alvo. das camadas da parede.

377
Não iônico: produto inerte. Produto quí- tempo numa população, também chamada
mico que não ioniza em contraste a com- de fertilidade ou fecundidade.
postos aniônicos e catiônicos. Nativo: autóctone; natural de determinado
Não orientado: não arranjado em uma di- lugar.
reção específica. NBS: sigla de Nucleotide Binding Site (NBS).
Não papilado: diz-se dos esporângios É um tipo de domínio proteico comum em
cujo ápice não apresenta nenhuma protu- proteínas codificadas por genes de resis-
berância além do contorno geral dos espo- tência a doenças. Proteínas com domínio
rângios. NBS normalmente reconhecem produtos
extracelulares de genes de fitopatógenos e
Não patogênico: incapaz de causar
iniciam as respostas de defesa enviando si-
doença.
nais para outras células da planta.
Não patógeno: microrganismo que não
Nealótipo: espécime de sexo oposto (na
causa doença em planta. O termo não de-
fitopatologia aplicável aos nematoides) ao
ver ser considerado sinônimo de saprófita, do espécime-tipo, descrito posteriormente
porque os termos relatam diferentes atri- à publicação da descrição original. Não
butos de um organismo. consta no Código Internacional de No-
Não persistente: produto químico poten- menclatura Zoológica. Dispensável.
cialmente poluente, que é dissolvido ou re- Neblina: suspensão no ar de gotículas mi-
duzido a nível aceitável por processos croscópicas de água que reduzem a visibili-
naturais. dade horizontal a valores não inferiores a
Não preferência: ver resistência ao vetor. 1.000 m.
Não reutilizável: embalagem que, após Nebulização: modo de aplicação de um
ter sido utilizada, não é de novo usada para produto na forma líquida, que sai como pe-
o mesmo fim, transformando-se num resí- quenas gotas do tipo aerossol, com diâme-
duo, como as embalagens dos defensivos tro médio de 13 µm, formando um
agrícolas. nevoeiro.
Não seletivo: produto tóxico a plantas ou Nebulizador: equipamento utilizado para
animais de forma generalizada. produzir neblina, geralmente se refere a um
sistema térmico de atomização.
Não septado: ver asseptado.
Nebulosidade: medida de fração do céu,
Não tóxico: ver atóxico. coberta por nuvens, expressa em décimos
Não virulífero: vetor que não transporta de céu coberto.
ou não contém vírus. Necessidade fitossanitária: na defesa fi-
Não virulento: ver avirulento. tossanitária, instituição de medidas restriti-
vas pelos países somente quando elas se
Não volátil: produto que não evapora.
fizerem necessárias por considerações fi-
Natalidade: taxa de nascimento; produ- tossanitárias, para prevenir a introdução de
ção de novos indivíduos por unidade de pragas quarentenárias.

378
Necrobiose: processo lento pelo qual so- Nema: forma simplificada de nematoide
brevém à morte um organismo em virtude sugerida por N. A. Cobb.
da profunda alteração nos elementos celu- Nemacida: ver nematicida.
lares.
Nemaestático: ver nemoestático.
Necrófago: ver saprófita.
Nematicida: qualquer agente capaz de
Necrófita: organismo que coloniza teci- causar a morte de nematoides.
dos mortos.
Nematicida biológico: ver bionemati-
Necroparasita: organismo que mata seu cida.
hospedeiro e continua a viver fora dele.
Nematicida de amplo espectro: nemati-
Necrosado: tecido morto. cida que controla várias espécies de nema-
Necrose: morte caracterizada pela dege- toides.
neração do protoplasma, seguida da morte Nematicida de contato: nematicida cujo
das células, tecidos e órgãos; geralmente princípio tóxico age por contato com a
ocorre em uma área claramente delimitada cutícula que reveste o corpo do nematoide.
de uma planta ou parte de um tecido.
Nematicida erradicante: ver nematicida
A falta de oxigênio na célula é uma das
de contato.
principais causas e pode ser ocasionada por
fitopatógenos ou por substâncias tóxicas. Nematicida fumigante: nematicida da
classe de produtos químicos mais ou me-
Necrotrófico: patógeno que produz enzi-
nos voláteis, cujos gases se dispersam no
mas e/ou toxinas que promovem a morte solo em todas as direções, causando a
prematura dos tecidos ou das células, para morte de nematoides e de outros organis-
alimentar-se do substrato morto. mos.
Necrótrofo: organismo que mata os teci- Nematicida genérico: nematicida que
dos e obtém energia das células mortas do contém o mesmo princípio ativo, dose e
hospedeiro. fórmula química que o nematicida de refe-
Nectário: glândula que segrega néctar e rência fabricado no país. A aplicação, a in-
pode servir de porta de entrada de patóge- dicação terapêutica e a segurança também
nos, principalmente bactérias. são as mesmas, por isso pode ser intercam-
biável com o nematicida de referência.
Negligência: em direito, falha no exercí-
cio do cuidado, o qual uma pessoa pru- Nematicida granulado: nematicida for-
dente comum deveria assumir sob dadas mulado em grânulos, mediante impregna-
circunstâncias. Conduta que fica abaixo do ção de inertes com o respectivo ingrediente
padrão estabelecido por lei para a proteção ativo.
de outros contra um risco não razoável, Nematicida líquido: substância nemati-
por exemplo, a recomendação de um de- cida comercializada sob formulação lí-
fensivo agrícola para o controle de uma quida, podendo ser concentrado
praga para a qual ele não está registrado. emulsificante ou suspensão concentrada.

379
Nematicida microbiológico: formula- Nematoide cavernícola: nematoide da
ção constituída por microrganismos que espécie Radopholus similis, que recebe essa
têm ação contra nematoides. denominação por causa do sintoma cau-
Nematicida não fumigante: nematicida sado no córtex das raízes e rizomas de ba-
da classe de produtos não voláteis, que é naneiras, fruto do endoparasitismo
dissolvido em água e distribuído pelo solo migratório exercido por ele.
por percolação, podendo ser sistêmico ou Nematoide de adaga: nematoide das es-
não. pécies de Xiphinema.
Nematicida sistêmico: nematicida com Nematoide de alfinete: nematoide das
ação sistêmica, que pode ser absorvido pe- espécies de Paratylenchus.
las raízes e translocado às partes aéreas
(apoplástica), ou absorvido pela superfície Nematoide de anéis: membro da subfa-
foliar e levado até as raízes (simplástico), ou mília Criconematinae que apresenta anéis
em ambos os sentidos. grossos e conspícuos.

Nematização: estado de ser povoado, in- Nematoide de cisto globoso: nematoide


festado ou infectado por nematoides. das espécies de Globodera.

Nematizar: povoar, infestar ou infectar Nematoide de ferrão: nematoide das es-


com nematoides. pécies de Belonolaimus que apresentam esto-
matoestilete forte e alongado.
Nematocida: ver nematicida.
Nematoide de vida livre: nematoide que
Nematófago: diz-se do organismo que se não é parasita.
alimenta de nematoides.
Nematoide do cisto: nematoide
Nematoide: palavra de origem grega, em formador de cisto, da subfamília
que nema quer dizer fio e oid quer dizer se- Heteroderinae, pertencente aos gêneros
melhante, que no conjunto quer dizer “se- Afenestrata, Heterodera, Cactodera, Globodera,
melhante a fio”; animais invertebrados, Punctodera e Dolichodera. Entre elas, as
geralmente tubulares, alongados, multice- espécies mais comuns são: Heterodera
lulares, triploblásticos, pseudocelomados, glycines (soja), Heterodera avenae (aveia),
não segmentados, ovíparos, dioicos (ma-
Globodera pallida (batata), Heterodera carotae
chos e fêmeas), e parasitas de plantas, de
(cenoura) e Punctodera punctata (milho).
animais ou de vida livre (saprófitos). Me-
dem em média de 0,1 mm a 4,0 mm de Nematoide do envassouramento
comprimento. Todos os indivíduos perten- radicular: nematoide das espécies de
centes ao filo Nemata ou Nematoda, entre Trichodorus e Paratrichodorus, também
eles, os nematoides fitoparasitas encon- denominado “nematoides da raiz de ponta
tram-se nas classes Secernentea e cega”.
Adenophorea. Nematoide do nanismo: nematoide das
Nematoide bacteriófago: nematoide que espécies de Tylenchorhynchus que causam na-
se alimenta de células bacterianas. nismo nas plantas afetadas.

380
Nematoide ectoparasita migrador: ne- Nematoide fitopatogênico: nematoide
matoide que se mantém fora das raízes e que causa de doença em planta.
utiliza seu estilete para se alimentar de célu- Nematoide micófago: nematoide que se
las epidérmicas e que migram frequente- alimenta de hifas de fungos.
mente, como exemplo os nematoides dos
gêneros Longidorus e Mesocriconemas. Nematoide migratório: nematoide que
migra de uma planta para outra ou que se
Nematoide ectoparasita sedentário: ne- alimenta em vários sítios do hospedeiro.
matoide que se alimenta em um sítio espe-
cífico ou célula da raiz por um período Nematoide onívoro: nematoide que se
prolongado, mantendo-se no exterior da aproveita de diferentes fontes de alimento
raiz. É o caso de nematoides do gênero para a sua nutrição, incluindo planta viva,
fungos, bactérias, outros nematoides, etc.
Rotylenchulus e Tylenchulus semipenetrans.
Nematoide predador: nematoide que se
Nematoide endoparasita migrador:
alimenta de outros nematoides e de micro-
nematoide que penetra na raiz e se ali-
invertebrados; também denominado carní-
menta por certo período de tempo, migra
voro.
intracelularmente, podendo, inclusive, re-
tornar ao solo e parasitar outro hospe- Nematoide reniforme: nematoide da es-
deiro. Pratylenchus sp. e Radopholus similis pécie Rotylenchulus reniformis.
são exemplos de nematoides que utilizam Nematoide sedentário: nematoide que se
essa relação alimentar. estabelece dentro ou sobre a planta hospe-
Nematoide endoparasita sedentário: deira e cujas fêmeas permanecem fixas na
nematoide que envolve as relações alimen- mesma posição durante o ciclo vital.
tares mais complexas e especializadas com Nematoides de galhas radiculares: ne-
a planta hospedeira. Invade as raízes como matoides das espécies de Meloidogyne, tam-
juvenil de segundo estádio; seu desenvolvi- bém denominados nematoides de galhas.
mento modifica a morfologia e a função de
Nematoides de lança: nematoides das
células radiculares específicas, que se tor-
espécies de Hoplolaimus.
nam uma fonte permanente de alimenta-
ção para o parasita. Enquanto estabelece a Nematoides de lesões radiculares: ne-
relação alimentar, o corpo do juvenil au- matoides das espécies de Pratylenchus, que
menta de tamanho e se torna imóvel, per- causam lesões nas raízes.
manecendo no interior da raiz. É o caso do Nematoides de sovela: nematoides das
nematoide de galhas (Meloidogyne sp.) e dos espécies de Dolichodorus, que apresentam a
nematoides de cistos (Heterodera sp. e cauda apontada em formato de sovela.
Globodera sp.).
Nematologia: ciência que estuda os ne-
Nematoide espiralado: nematoide mem- matoides.
bro da subfamília Hoplolaiminae.
Nematologia vegetal: ramo da fitopato-
Nematoide fitoparasita: ver fitonema- logia que se dedica ao estudo das doenças
toide. das plantas causadas por nematoides.

381
Nematológico: pertencente a ou que tem Neótipo: ver tipo.
caráter de nematologia; o mesmo que ne-
Nepovírus: termo utilizado para designar
matólogo.
vírus que apresentam partículas poliédricas
Nematologista: especialista que estuda os e são transmitidos por nematoides.
nematoides. Nervo anfidial: nervo que se estende do
Nematólogo: ver nematologista. anel nervoso a cada anfídio do nematoide.
Nematose: doença de plantas causada por Nervura: ramificações finas, consistindo
nematoide. da rede de feixes vasculares presente no
limbo foliar.
Nematostático: nematicida que protege o
sistema radicular das plantas, não somente Netuvírus: termo utilizado para designar
pela toxicidade para o nematoide, mas pela vírus que apresentam partículas tubulares e
interferência no seu comportamento, redu- são transmitidos por nematoides.
zindo movimentação, invasão das raízes, Neurotagênico: diz-se do potencial de
alimentação, taxas de reprodução e desen- um agente químico ou físico para causar
volvimento, sem, contudo, causar-lhe a efeitos deletérios no sistema nervoso.
morte.
Neurotágeno: agente químico ou físico
Nematóxico: substância química, sintética capaz de induzir efeitos deletérios no sis-
ou natural, tóxica para os nematoides. tema nervoso.
Nematoxina: qualquer substância tóxica Neurotoxicidade: propriedade que um
e/ou letal para nematoides. agente químico ou físico tem para causar
Nemoestático: substância nematicida que efeitos deletérios no sistema nervoso dos
inibe a multiplicação e/ou atividade do pa- humanos e animais.
rasita, quando em contato permanente, Neurotoxina: substância de origem bioló-
sem, entretanto, causar-lhe a morte. gica que pode danificar ou destruir o sis-
Neobasídio: basídios supostamente mais tema nervoso dos humanos e animais.
evoluídos, em oposição aos chamados ar- Neutralismo: interação entre duas espé-
quibasídios. cies na qual nenhuma das populações é afe-
Neomicina: antibiótico produzido por tada pela associação com a outra.
Streptomyces sp., que tem ação contra bacté- Neutralização: (1) reação que ocorre
rias. quando ácidos fortes são misturados com
Neoplasia: invasão dos tecidos normais bases fortes, e são combinados para formar
por outros de causa patológica; o tecido in- um sal mais água. Os íons de hidrogênio
vadido transforma-se em tumor. (H+), responsáveis pela acidez, unem-se
aos íons de hidroxila (OH+), responsáveis
Neoplasma: aberração, como o cresci-
pela alcalinidade, e têm como produto a
mento anormal de células ou tecidos.
água neutra; (2) inativação de um vírus in-
Neoplástico: referente ao neoplasma ou feccioso pela reação com anticorpo especí-
aquilo que o causa. fico, de modo que bloqueia os sítios sobre

382
o vírus que normalmente adsorvem as cé- Nistatina: antifúngico utilizado em meio
lulas suscetíveis. seletivo que inibe a síntese do ergosterol,
um componente da membrana plasmática
Neutralizante: substância que possui a ca-
fúngica.
pacidade de reduzir a fitotoxicidade de um
defensivo agrícola, como a cal na calda Nitrocelulose: derivado da celulose que
bordalesa, que neutraliza o efeito do sul- serve de suporte para a aderência de ma-
fato de cobre que, em água, acidifica o cromoléculas biológicas, em particular,
meio, ocasionando a queima da folhagem. DNA, RNA e peptídeos, as quais são trans-
feridas a membranas ou filtros de nitroce-
Neutro: nem ácido, nem alcalino; que tem lulose por um procedimento conhecido
pH de valor 7. como blot.
ng: sigla de unidade métrica nanograma, a Nitrogênio líquido: gás de nitrogênio
bilionésima parte do grama. Ver nano- com ponto de ebulição de -196 °C. Comu-
grama. mente usado para desidratação de tecidos
Niacina: ácido nicotínico, vitamina solú- logo antes da extração de macromoléculas
vel, algumas vezes chamada vitamina B3. e também para o armazenamento a longo
prazo de culturas de microrganismos, célu-
Nicho: habitat ou meio ambiente mais las, tecidos e órgãos vegetais.
adequado para a sobrevivência de um pató-
geno. Níveis de biossegurança: níveis de con-
tenção, estabelecidos de acordo com os re-
Nim: árvore pertencente à família Melia- quisitos de segurança para o manuseio de
ceae, como o cedro, mogno e andiroba. agentes infecciosos. São determinados em
Seu uso como inseticida tornou-se bastante função do microrganismo de maior grupo
conhecido nos últimos 30 anos, quando de risco envolvido no experimento de
seu principal composto, a azadiractina, foi transformação genética: a) NB 1: o traba-
isolado. Os inseticidas naturais de nim são lho pode ser conduzido em bancada, não
biodegradáveis, portanto não deixam resí- sendo exigidos equipamentos de conten-
duos tóxicos nem contaminam o ambiente. ção. O acesso ao laboratório é limitado e os
Possuem ação repelente, antialimentar, re- resíduos devem ser descontaminados antes
guladora de crescimento e inseticida, além de descartados. Nesse laboratório são ma-
de acaricida, fungicida e nematicida. Por nipulados microrganismos pertencentes ao
sua natureza, os extratos de nim são mun- grupo de risco I. Deve haver uma auto-
dialmente aprovados para uso em cultivos clave dentro do edifício que abriga o labo-
orgânicos. A planta possui mais de 50 com- ratório; b) NB 2: devem ser utilizadas
postos terpenoides, a maioria com ação so- cabines de segurança biológica quando
bre os insetos. houver risco de formação de aerossóis,
também deve ser colocado aviso sobre o
NIMF: sigla de Norma Internacional para
OGM manipulado e há necessidade de
Medidas Fitossanitárias. Ver Norma Inter-
uma autoclave próximo do laboratório,
nacional para Medidas Fitossanitárias.
para descontaminação do material antes do
Ninfa: termo preferido para denominar os descarte. Nesse laboratório são manipula-
juvenis de nematoides monomórficos. dos organismos pertencentes ao grupo de

383
risco II. O laboratório deve estar afastado com depósito contendo desinfetante quí-
das áreas de público; c) NB 3: o laboratório mico que estará conectado a um sistema de
deverá estar afastado das áreas de trânsito descontaminação de líquidos e ter sistema
do prédio. O acesso é limitado ao pessoal de esgoto e ventilação acoplados a filtro
técnico com treinamento específico, no Hepa. As cabines biológicas deverão ser
que diz respeito aos procedimentos de se- certificadas a cada 6 meses. Nesse laborató-
gurança na manipulação dos agentes infec- rio são manipulados organismos perten-
ciosos. As roupas utilizadas devem ser centes ao grupo de risco IV ou grandes
descontaminadas antes de serem encami- volumes e altas concentrações dos micror-
nhadas à lavanderia ou descarte. Deve-se
ganismos do grupo III.
utilizar máscara para manipulação de ani-
mais experimentais. Todo o pessoal deverá Nível de ação: densidade populacional de
tomar banho ao deixar a área de trabalho. um patógeno ou praga a partir da qual de-
Linhas de vácuo deverão ser protegidas vem ser tomadas as medidas de controle
com filtro high efficiency particulate air (Hepa). para que o patógeno ou praga não cause
O laboratório deverá ter sistema de dupla danos econômicos.
porta, com sala de troca de roupa, chuvei-
ros e bloqueio de ar, pia próxima da saída Nível de controle: ver nível de ação.
do laboratório com acionamento automá- Nível de dano econômico: intensidade
tico, portas de acesso ao laboratório com de doença que justifica o custo do emprego
fechamento automático, janelas fechadas, de estratégia para o controle do patógeno
autoclave com sistema de dupla porta, ven- específico. Nível abaixo do qual a redução
tilação unidirecional e o ar de exaustão de- da intensidade da doença custa mais do que
verá ser filtrado por meio de filtros Hepa. o valor do prejuízo causado pelo patógeno.
Nesse laboratório são manipulados orga-
nismos pertencentes ao grupo de risco III Nível de equilíbrio: refere-se ao equilí-
ou grandes volumes e altas concentrações brio da densidade populacional da praga
dos microrganismos do grupo II; d) NB 4: por um longo período de tempo na ausên-
laboratório de mais alto nível de contenção, cia de mudanças permanentes no am-
o qual representa uma unidade física inde- biente.
pendente de outras áreas. Requer barreiras
de contenção e equipamentos de segurança Nível hierárquico: termo usado para a
biológica especiais, área de suporte labora- posição relativa de um táxon em uma hie-
torial e um sistema de ventilação próprio, rarquia taxonômica (Turland et al., 2018).
além dos requisitos físicos e operacionais Nível de não ação: densidade populacio-
dos níveis 1, 2 e 3. Deve-se utilizar duplo nal do inimigo natural capaz de controlar a
recipiente, inquebrável e selado, para a reti- população da praga.
rada de material biológico viável. A entrada
é restrita a pessoas que trabalham no labo- Nível de tolerância: na defesa fitossanitá-
ratório. Existe registro de entrada e saída de ria, estabelecimento de valores máximos
pessoal, que deverá ocorrer apenas após admitidos de infecção/infestação que um
uso do chuveiro e troca de roupa. Deve material vegetal pode apresentar em suas
possuir um sistema de drenagem do solo diferentes categorias.

384
Nó do estilete: estrutura localizada na Nome anamórfico: nome baseado nas
base do estilete do nematoide. características do estádio imperfeito de um
fungo pleomórfico.
Nodosidade: formação de pequenos ca-
los fibrosos, especialmente no caule, em Nome binomial: nome com duas pala-
resposta aos ferimentos causados por fer- vras composto de um nome genérico se-
ramentas, por exemplo, os formados no guido por um epíteto específico.
caule da seringueira em consequência do Nome científico: combinação binária que
processo de sangria quando a faca fere o consiste do nome do gênero seguido do
câmbio. epíteto específico, ambos em itálico. O gê-
Nodoso: com nódulos desenvolvidos; nero deve estar com inicial maiúscula, e o
com saliências ou intumescência espaçadas. epíteto específico com inicial minúscula.
Como exemplo, Mycosphaerella fijiensis, em
Nodulação: formação de estruturas multi- que Mycosphaerella é o nome genérico e
celulares e nódulos em raízes, especial- fijiensis é o epíteto específico. O epíteto es-
mente nas leguminosas, em que ocorre pecífico, de acordo com o Código Interna-
associação simbiótica entre a planta e bac- cional da Nomenclatura para Algas, Fungos
térias do gênero Rhizobium. Esse tipo de as- e Plantas (Turland et al., 2018), deve con-
sociação pode ocorrer também com sistir em apenas um adjetivo, quando mais
gramíneas e envolver outros microrganis- de um, eles devem ser reunidos por hífen,
mos fixadores de nitrogênio. como Phoma caricae-papayae. O epíteto espe-
cífico não tem significado em nomencla-
Nódulo: pequena dilatação não coriácea
tura quando é citado isoladamente.
dos tecidos de hastes, raízes, etc., facil-
O gênero e o epíteto específico devem
mente destacável ou não, produzida princi- sempre ser grafados por extenso na pri-
palmente por bactérias e insetos. Comum meira citação no texto. Daí por diante, o
no sistema radicular de leguminosas que gênero pode ser abreviado, utilizando-se a
contêm bactérias fixadoras de nitrogênio. inicial maiúscula e o ponto de abreviação,
Nome: palavra que designa um ser vivo, desde que o epíteto específico esteja por
quer pelo povo (nome comum ou trivial), extenso. Se o gênero estiver acompanhado
quer pelo taxonomista (nome científico). com sp. ou spp., não se pode usar a abre-
viatura de gênero, como exemplo Coffea sp.
Nome abortado: aplicado a um nome
que, na época da sua publicação, não obe- Nome comercial: nome dado a um de-
deceu ao Código Internacional da Nomen- fensivo agrícola pelo fabricante, formula-
clatura Botânica daquele período dor ou comerciante para distinguir ou
(Hawksworth, 1974). caracterizar o produto como produzido,
formulado ou comercializado por aquela
Nome aceito: nome adotado por um au- empresa, por exemplo, o Manzate e o
tor como sendo o nome correto de um tá- Dithane, nomes comerciais do mancozeb.
xon.
Nome comum: (1) nome popular pelo
Nome ambíguo: nome com diferentes qual os habitantes de uma região ou país
sentidos. conhecem uma determinada espécie ou

385
uma doença, por exemplo, o mal de Arara- às vezes chamado “nome substitutivo”, é
quara do cafeeiro, doença causada por Ro- comumente aplicado a nomes propostos
sellinia spp.; (2) nome do ingrediente ativo para repor homônimos recentes.
de um defensivo agrícola.
Nome de uma espécie: palavra ou pala-
Nome confuso: nome de um grupo taxo- vras que constituem a designação científica
nômico baseado em duas ou mais entida- de uma espécie.
des diferentes, como em uma cultura
impura. Nome do patógeno: os fitopatógenos,
exceto os vírus, têm nome específico de
Nome conservado: (1) nome de uma fa- acordo com normas internacionais, que
mília, gênero ou espécie, ou, em certos ca- utilizam o sistema proposto por Lineu: bi-
sos, um de uma subdivisão de um gênero nômio latino, que apresenta um nome ge-
ou de um táxon infraespecífico, estabele- nérico e um epiteto específico. Ambos
cido como legítimo e com prioridade sobre devem ser sublinhados quando manuscri-
outros nomes específicos, mesmo que ele tos e grafados em itálico quando impres-
possa ter sido ilegítimo quando publicado sos.
ou sem prioridade; (2) um nome cujo tipo,
ortografia ou gênero gramatical tenha sido Nome do identificador da espécie: o
fixado pelo processo de conservação (Tur- nome do autor ou autores que classifica-
land et al., 2018). ram a espécie deve ser citado toda vez que
a espécie for escrita pela primeira vez, em
Nome correto: nome que deve ser ado-
qualquer texto científico, podendo ser
tado para um táxon específico de acordo
com o Código Internacional de Nomencla- abreviados. Exemplos: Microcyclus ulei (P.
tura para Algas, Fungos e Plantas (Turland Henn.) v. Arx e Fusarium oxysporum f. sp.
et al., 2018). cubense (E. F. Smith) Sn. & Hansen.

Nome de novo táxon: no Código Inter- Nome dúbio: nome que não é aplicável,
nacional de Nomenclatura para Algas, com certeza, a nenhum táxon conhecido;
Fungos e Plantas, nome validamente publi- do latim nome dubium; quando a classifica-
cado de acordo com as normas, ou seja, ção do gênero ou espécie não é correta,
não deve ser baseado em um nome válido pois não preenche os critérios estabeleci-
previamente publicado; não é uma nova dos pelo Código internacional de Nomen-
combinação; um nome de uma classifica- clatura Botânica (Huang, 1984).
ção ou refere-se a um trabalho de arte ou Nome genérico: nome de um gênero; o
uma fotografia retratando uma caracterís- primeiro termo de um binome ou trinome.
tica ou características de um organismo,
como um esboço, desenho de um espé- Nome híbrido: nome formado pela com-
cime herborizada ou uma micrografia ele- binação de palavras de diferentes línguas.
trônica (Turland et al., 2018). Nome ilegítimo: nome validamente pu-
Nome de reposição: nome novo publi- blicado que não está de acordo com as re-
cado ou sinônimo utilizável, adotado em gras do Código Internacional de
substituição a um nome mais antigo (válido Nomenclatura para Algas, Fungos e Plan-
somente se o último está pré-empregado); tas, principalmente aquelas sobre os nomes

386
supérfluos e homonímias (Turland et al., (ausência da descrição latina, por exemplo),
2018). ou sem a indicação da espécie-tipo; do la-
Nome infraespecífico: nome de táxon tim nomen nudum.
abaixo da categoria de espécie. Usado Nome popular: ver nome comum.
para diferenciar patógenos que não po-
dem ser distinguidos morfologicamente Nome pré-ocupado: nome homônimo;
ou por testes bioquímicos, mas que pos- nome idêntico a outro, dado anteriormente
suem uma gama de hospedeiros distinta, a um diferente táxon.
isto é, variam quanto à patogenicidade. O
Nome provisório: designação proposta
nome de um táxon infraespecífico é uma
combinação do nome da espécie com um em antecipação à futura aceitação do res-
epíteto infraespecífico. Um termo conec- pectivo táxon ou de uma circunscrição em
tante é usado para designar o nível ou ca- particular, posição ou nível hierárquico
tegoria, como patovar (pv.), subespécie (Turland et al., 2018).
(subsp.), variedade (var.) e forma specialis Nome químico: nome derivado da estru-
(f. sp.). Exemplos: Xanthomonas campestris
tura química do ingrediente ativo.
pv. campestris, Pectobacterium carotovorum
subsp. carotovorum, Uromyces phaseoli var. Nome rejeitado: nome que, de acordo
typica e Fusarium oxysporum f. sp. cubense. com as regras, não é aceito, mesmo pela
Nome inválido: qualquer nome atribuído ação formal, superando outras provisões
a um dado táxon que não seja o nome vá- do Código Internacional da Nomenclatura
lido. de Algas, Fungos e Plantas, ou porque ele
Nome legítimo: nome validamente publi- foi nomenclaturalmente supérfluo quando
cado que está de acordo com as normas do publicado ou foi um homônimo posterior
Código Internacional da Nomenclatura (Turland et al., 2018).
para Algas, Fungos e Plantas (Turland et Nome sancionado: nome tratado como
al., 2018). se fosse conservado contra um homônimo
Nome monstruoso: nome baseado numa anterior e os sinônimos competidores, atra-
anormalidade. vés de um trabalho sancionador (Turland
Nome morto: nome esquecido; nome não et al., 2018).
usado como um sinônimo sênior nos últi- Nome substituto: ver nome de reposição.
mos 50 anos.
Nome supérfluo: um nome que, quando
Nome novo: nome expressamente pro-
publicado, foi aplicado a um táxon que,
posto para substituir um outro mais velho,
como circunscrito pelo seu autor, definiti-
e que é válido somente se o nome substi-
tuído está sendo empregado, do latim vamente incluiu o tipo de um nome que
nomen novum. deveria ter sido adotado ou do qual o epí-
teto deveria ter sido adotado (Turland et al.,
Nome nulo: nome atribuído a um táxon
2018).
faltando uma diagnose ou descrição ade-
quada e ainda não validamente publicada Nome técnico: ver nome comum.

387
Nome trivial: expressão usada por Linneu geralmente estão inclusas as características
(como nomen triviale) e outros autores para do sintoma e o nome comum do hospe-
designar o nome específico. deiro no qual a infecção foi descrita pela pri-
meira vez, como em mosaico do tabaco.
Nome válido: nome correto de um dado
táxon; um táxon pode ter vários nomes uti- Nomenclatura de organismos: nome
lizáveis, mas somente um deles (mais fre- científico, em latim, dado aos organismos
quentemente o mais velho) é o nome válido. vivos (e extintos), é rotulado internacional-
mente, e as convenções regulando sua
Nome vernacular: nome de um táxon em
forma, publicação, seleção e aplicações são
qualquer língua que não seja a língua da no-
governadas por códigos internacionais de
menclatura zoológica ou botânica.
nomenclatura. Os nomes científicos de
Nome vulgar: expressão regional pela plantas e fungos são regulamentados pelo
qual é conhecida uma espécie. Código Internacional de Nomenclatura
Nomenclatura: parte da taxonomia que Botânica (Huang, 1984), e os de bactérias
rege a aplicação dos nomes aos diversos tá- pelo Código Internacional de Nomencla-
xons e que obedece ao Código Internacional tura de Bactérias.
de Nomenclatura Botânica (Huang, 1984). Nomenclatura de vírus: nomenclatura
Nomenclatura binária: ver nomenclatura definida desde 1999 pelo International
Committee of Taxonomy of Viruses
binomial.
(ICTV). Visitar o site do ICTV (Internatio-
Nomenclatura binomial: sistema criado nal Committee on Taxonomy of Viruses,
pelo naturalista sueco Carl von Linnaeus, 2002) ou consultar o último relatório do
mais conhecido como Lineu, utilizado para ICTV (Fauquet et al., 2005).
designação científica de qualquer espécie
Nomes alternativos: no Código Interna-
de ser vivo. Nesse sistema, cada espécie re-
cional de Nomenclatura para Algas, Fun-
cebe um nome formado de duas palavras,
gos e Plantas, refere-se a dois ou mais
das quais a primeira é o nome genérico e a
nomes diferentes baseados sobre o mesmo
segunda é o epíteto específico.
tipo, aceitos simultaneamente para o
Nomenclatura científica: ver nomencla- mesmo táxon pelo mesmo autor e aceitos
tura binomial. como alternativos por aquele autor na
Nomenclatura de doenças: (1) nome mesma publicação. Decisões vinculantes
dado a doenças causadas por fungos e bac- podem ser feitas sobre se os nomes são tra-
térias, o qual comumente descreve o sin- tados ou não como sinônimos (Turland et
toma de diagnóstico predominante, como al., 2018).
sarna, cancro, murcha, mancha foliar e po- Nomes semelhantes confundíveis: no-
dridão, combinado com o nome comum do mes com ortografias semelhantes no nível
hospedeiro e algumas vezes com o nome hierárquico de gênero ou abaixo, que são
genérico do patógeno, por exemplo, sarna provavelmente confundidos; são tratados
da macieira, ferrugem do cafeeiro, murcha como homônimos, se heterotípicos ou se
de Fusarium em feijoeiro, etc.; homotípicos, como variantes ortográficas
(2) em doenças causadas por vírus, no nome (Turland et al., 2018).

388
Norma Internacional para Medidas Fi- por capilaridade. O RNA fixado à mem-
tossanitárias: norma internacional ado- brana é hibridizado com uma sonda, que
tada pela Conferência da Organização das pode ser DNA ou RNA marcado por ra-
Nações Unidas para a Alimentação e a dioatividade ou outra reação química. A se-
Agricultura (FAO), pela Comissão Interina quência específica é, então, identificada por
para Medidas Fitossanitárias e pela Comis- autorradiografia.
são para Medidas Fitossanitárias, estabele-
Notação científica: forma compacta de
cida pela Convenção Internacional para
escrever números muito grandes ou muito
Proteção dos Vegetais.
pequenos, muito usada nos artigos científi-
Normal climatológica padrão: valor mé- cos. A notação científica separa um nú-
dio de dados referentes a qualquer ele- mero em duas partes: uma fração decimal,
mento meteorológico calculado para usualmente entre 1 e 10, e uma potência de
períodos padronizados de 30 anos, corres- 10. Assim 1,74 x 104 significa 1,74 vezes 10
pondente aos seguintes períodos consecu- elevado à quarta potência, ou seja, 17.400.
tivos: 1901–1930; 1931–1960; 1961–1990; Para números muito pequenos, são usados
1991–2020. A normal serve como um pa- expoentes negativos. Desse modo, em vez
drão para que valores de um dado ano pos- de escrevermos 0,0000000478, podemos
sam ser comparados, a fim de ser conhecido escrever 4,78 x 10-8, que significa 4,78 divi-
o seu grau de afastamento da normal. dido por 10 elevado à oitava potência.
Normalidade: ocorre quando os dados Notificação de não cumprimento: na
que se ajustam à curva, em forma de sino, defesa fitossanitária, notificação que os paí-
da distribuição normal de probabilidades. ses importadores deverão fazer aos países
exportadores por qualquer falta de cumpri-
Normalização: processo de estabeleci-
mento em relação às proibições, restrições
mento e aplicação de regras que abordam
e requisitos fitossanitários.
uma atividade específica de forma orde-
nada para o benefício da população e com Notificação obrigatória: na defesa fitossa-
a participação de todos os segmentos inte- nitária, notificação ao Ministério da Agricul-
ressados no sistema agropecuário de pro- tura, Pecuária e Abastecimento ao se detectar
dução integrada (Sapi), anteriormente qualquer praga quarentenária ausente ou
produção integrada de frutas (PIF). Em presente sob controle oficial, antes que seja
particular, visa promover a otimização da feita a divulgação em qualquer meio de co-
economia, considerando as condições fun- municação, pois esta só poderá ocorrer após
damentais e as exigências de segurança. autorização emitida por aquele órgão.
Northern blotting: técnica que permite Nova combinação: no Código Interna-
identificar a presença de um RNA especí- cional de Nomenclatura para Algas, Fun-
fico dentro de uma população de RNAs. gos e Plantas, refere-se a um nome novo
É frequentemente utilizada para verificar se para um táxon, abaixo da classificação de
um gene está sendo expresso em um orga- gênero, baseado em um nome legítimo pre-
nismo. Nessa técnica, uma amostra de viamente publicado, o qual é seu basiô-
RNA é separada em um gel de agarose des- nimo, que fornece o epíteto final da nova
naturante e transferida para a membrana combinação (Turland et al., 2018).

389
Novo produto: na defesa agropecuária, bertas com o óleo mineral esterilizado e ar-
produto técnico, pré-mistura ou produto mazenadas a baixa temperatura (4 °C).
formulado contendo ingrediente ativo Nulissômico: célula ou indivíduo no
ainda não registrado no Brasil. qual falta um par de cromossomos homó-
Nu: descoberto; exposto; glabro. logos, por isso, notado por 2 n - 2.
Nuclease: enzima que pode hidrolisar as Número de acesso: número dado para
ligações dos internucleotídeos em um uma cultura ou espécime em uma coleção
ácido nucleico. de cultura de microrganismos, banco de
germoplasma, micoteca, herbário, etc.
Núcleo: (1) porção do protoplasma celular
delimitada por membrana, portanto, bem Número de aplicações: refere-se à
definida e especializada, tida como de im- quantidade de aplicações que deverão ser
portância capital para a fisiologia celular e a realizadas durante o ciclo da cultura; fun-
hereditariedade; (2) conjunto de ascos e pa- ção das condições climáticas, período de
ráfises de um peritécio. incubação do patógeno, ciclo da cultura,
tipo de defensivo agrícola a ser empre-
Nucleocapsídeo: denominação dada ao gado, estádio fenológico de maior susceti-
conjunto formado pelo ácido nucleico as- bilidade da cultura e monitoramento de
sociado ao capsídeo dos vírus. severidade de ataque do patógeno.
Nucléolo: corpo protoplasmático pe- Número de cópias: cópias de um plas-
queno, denso e geralmente esférico, encon- mídeo por célula bacteriana ou por célula
trado no interior do núcleo da maioria das integrada em um genoma, como resultado
células. dos procedimentos de transformação ge-
Nucleoplasma: protoplasma do núcleo, nética.
distinto do citoplasma. Nutrição: processo pelo qual os organis-
Nucleoproteína: referente aos vírus, mos retiram do meio a energia e as maté-
compõe-se de ácido nucleico e proteína. rias necessárias ao seu crescimento,
multiplicação, manutenção e exercício de
Núcleos conjugados: núcleos que se en- suas atividades.
contram em periplasma compartilhados
durante a conjugação. Nutriente: qualquer substância utilizada
na nutrição, especialmente um elemento
Nucleosídeo: combinação de um açúcar e mineral ou composto alimentício reque-
uma molécula base no ácido nucleico. rido para o funcionamento normal dos se-
Nucleotídeo: unidade monométrica dos res vivos.
ácidos nucleicos, formada por base nitro- Nutriente ágar: caldo de nutrientes soli-
genada, pentose e fosfato. dificado pela adição de ágar.
Nujol: óleo mineral puríssimo, utilizado na Nutriente essencial: qualquer substância
preservação de colônias de fungos e bacté- requerida para assegurar o crescimento e
rias. Após crescerem em frascos contento desenvolvimento normal de um orga-
meio de cultura sólido, as colônias são co- nismo.

390
O
o (índice): em taxonomia de nematoides, a Oblongo: mais comprido do que largo e
distância da abertura do conduto da glân- com as duas extremidades arredondadas.
dula esofagiana dorsal ao bulbo do estilete, Aspecto usado principalmente com relação
dividida pelo comprimento do estilete e à forma de alguns esporos.
multiplicada por 100.
Oblongo-elíptico: diz-se dos esporos que
OAC: sigla de Organismo de Avaliação da apresentam as terminações ligeiramente
Conformidade Orgânica. Instituição que curvas e que são mais compridos do que
avalia, verifica e atesta que produtos ou es- largos.
tabelecimentos produtores ou comerciais
Oboval: ver obovoide.
atendem ao disposto no regulamento da
produção orgânica, podendo ser uma certi- Obovoide: com a parte menos dilatada do
ficadora ou Organismo Participativo de objeto, em forma de ovo, voltada para o
Avaliação da Conformidade Orgânica ápice.
(Opac). Obpiriforme: com formato de pera inver-
Obclavado: objeto que tem a parte menos tida.
dilatada, em forma de clava, em uma das Obrigatório: necessário, essencial.
extremidades.
Obscuro: duvidoso; mal definido; pouco
Obcônico: que tem forma de cone inver- nítido; pouco claro.
tido.
Observação: exame do material doente
Objetiva: ver lente objetiva. sem alterá-lo pelo manuseio.
Objetiva de imersão: ver lente objetiva de Observação meteorológica: medição ou
imersão. avaliação de um ou vários elementos deter-
Objetiva seca: ver lente objetiva seca. minados.
Objetivo: alvo ou desígnio a ser alcançado. Observação microscópica: observação
efetuada com o auxílio de um microscópio
Oblanceolada: em forma de uma lança
para diagnosticar doenças ou para realizar
invertida.
estudos de taxonomia, medições micromé-
Obliterado: fechado; obstruído. tricas, fotomicrografias, etc.

391
Observação visual: técnica de amostra- Octosseptado: que tem oito septos trans-
gem em que se procede a avaliação perió- versais.
dica do ataque de pragas e/ou doenças ou Ocular micrométrica: disco de vidro que
dos seus prejuízos numa área cultivada. é inserido na ocular do microscópio para
Obtentor: pessoa que criou/descobriu e auxiliar na mensuração de objetos micros-
desenvolveu uma cultivar/variedade. cópicos. Este disco é dotado de uma régua
dividida igualmente em 50 ou 100 unida-
Obturbinado: que tem forma de pião in- des, que representam mensurações diferen-
vertido, cônico. tes, dependendo da objetiva utilizada.
Obtuso: que termina em ponta ligeira- Portanto, é necessário calibrá-la, com auxí-
mente arredondada. lio de uma lâmina micrométrica, para de-
terminar quantos micrômetros são
Obvalado: circundado; envolvido.
equivalentes a cada uma dessas unidades.
Ocelo: (1) mancha com o formato de olho, Odôntio: dente localizado na parede da fa-
presente em número variado no corpo de ringe, mas originado a partir de uma célula
alguns nematoides; (2) olho simples dos ar- especial presente no esôfago de nematoi-
trópodos. des da ordem Dorylaimida, e que, poste-
Ocorrência: na defesa fitossanitária, pre- riormente, se desloca para o lugar definitivo.
sença em uma área de um patógeno ou Odontoestilete: tipo de estilete que pode
praga oficialmente comunicada por ser na- ser encontrado em nematoides fitoparasi-
tiva ou exótica e/ou não oficialmente co- tas. Geralmente mais comprido que o esto-
municada ao ter sido erradicada. matoestilete, é formado por dois
Ocráceo: cor de ocre, amarelo pálido, componentes: uma base denominada
amarelo com tons avermelhados. odontóforo, implantada na base do es-
toma, e uma ponta alongada (odontostílio),
Ocratoxina: grupo de micotoxinas mais que é produzida por uma célula prove-
perigosas, produzidas principalmente pelos niente do ectoderma, situada na parede do
fungos Penicilium viridicatum e Aspergillus esôfago. Esse tipo de estilete assemelha-se
ochraceous. A ocratoxina A, a de maior signi- a um cartucho cilíndrico, com um largo ca-
ficado toxicológico, é encontrada principal- nal que se abre para o exterior na ponta do
mente no milho, cevada e rações. Ela é odontostílio, em um corte sob a forma de
nefrotóxica e teratogênica para algumas es- bisel.
pécies e ainda pode ser carcinogênica.
Odontóforo: tubo axial na cavidade farín-
Ocrósporo: esporo amarelo ou ligeira- gea que serve como base do odontostílio
mente pardacento. em nematoides da ordem Dorylaimida.
Octonado: em oito. Odontoide: com a forma de dentes; den-
Octosporado: asco com oito esporos. teado.

Octósporo: cada um dos oito esporos que Odontostílio: ver odontoestilete.


se formam concomitantemente em um Odor: característica sensorial indesejável,
asco. desenvolvida nos produtos vegetais como

392
consequência de danos mecânicos, estres- nalidade), com índice de refração muito
ses e distúrbios fisiológicos, advindos do próximo ao do vidro, utilizado em micros-
manuseio ou do armazenamento inadequa- copia com a finalidade de impedir desvios
dos. Vários compostos voláteis podem ser muito grandes de luz que, atravessando a
formados como resultado de numerosas lâmina e a lamínula, deve incidir sobre a
reações metabólicas e/ou do ataque de mi- lente da objetiva. Para objetivas de imersão,
crorganismos patogênicos, na fase de pós- é indispensável colocar uma gota de óleo
-colheita de frutas e hortaliças, como de cedro sobre a lamínula, imergindo nela a
acetaldeído, etanol, ácido acético, metanol, lente da objetiva, de maneira que não per-
sulfeto de hidrogênio e amônia. Cheiro ca- maneça entre esta e a lamínula um espaço
racterístico associado a algumas interações de ar, com poder de refração diferente da
hospedeiro-patógeno, como o odor fétido do vidro.
exalado das podridões causadas por fungos
Óleo de imersão: líquido oleoso, transpa-
do gênero Erwinia.
rente, incolor, cujo índice de refração é
Oficial: na defesa fitossanitária, qualquer igual ao da lâmina usada na microscopia
ação estabelecida, autorizada ou realizada óptica. Quando se utilizar a lente objetiva
por uma Organização Nacional de Prote- 100 X, chamada de objetiva de imersão, de-
ção Fitossanitária. ve-se efetuar a imersão desta e do espécime
OGM: sigla de organismo geneticamente no óleo de imersão. Isso faz com que os
modificado. Ver organismo geneticamente raios luminosos não se dispersem ao atra-
modificado. vessarem o conjunto lâmina-óleo, permi-
tindo a entrada de um grande cone de luz
Oídio: doença causada por fungos da fa- na objetiva, aumentando a resolução do
mília Erysiphaceae. Observada mais fre- microscópio. Ver objetiva de imersão e
quentemente na face superior das folhas, óleo de cedro.
mas pode afetar diversos órgãos vegetais,
como meristemas, ramos jovens, flores e Óleo essencial: extrato natural supercon-
frutos em formação. Os sintomas manifes- centrado, extraído principalmente por mé-
tam-se na forma de bolor pulverulento ou todo de destilação a vapor ou por
eflorescência, formada de micélio com co- prensagem a frio de flor, folha e fruta. Pos-
nidióforos e conídios, de coloração branca sui propriedades terapêuticas e, na fitopa-
ou levemente cinza. tologia, tem sido testado no controle de
patógenos, como o óleo essencial de Piper
Oidióforo: estrutura, geralmente uma hifa aduncum e seu componente, dilapiol, reco-
ou porção de uma hifa, que produz oidiós- mendado para o controle do fungo Monilio-
poros. phthora perniciosa, agente causal da vassoura
Oidiósporo: esporo assexual formado de bruxa do cacaueiro (Theobroma cacao).
pela fragmentação de hifa vegetativa em Óleo mineral: óleo natural originado do
pequenos segmentos cilíndricos; artróspo- petróleo. Suas moléculas são constituídas
ros. fundamentalmente de carbono e hidrogê-
Óleo de cedro: óleo de origem vegetal nio, sob a forma de hidrocarbonetos.
(existem óleos sintéticos, para a mesma fi- É usado no controle de algumas doenças

393
foliares, como a sigatoka-amarela da bana- ONPF: sigla de organização nacional de
neira, causada por Mycosphaerella musicola. proteção fitossanitária. Ver organização na-
Óleo para pulverização: formulação lí- cional de proteção fitossanitária.
quida e homogênea para aplicação direta, Ônquio: dente faríngeo que se forma no
capaz de formar uma película que envolve local, em contraste ao “odôntio”, que surge
o alvo desejado. de uma célula especial no esôfago e poste-
Oligócitos: células retangulares pouco nu- riormente migra e se encaixa no odontó-
merosas, que ocorrem no epitélio intestinal foro.
de nematoides. Onquioestilete: tipo de estilete rudimen-
Oligogênico: aplicado a um caráter gover- tar sem lume, que tem a forma de dente ou
nado por poucos genes. foice e se localiza na porção dorsal do es-
toma de espécies de nematoides, como as
Oligonucleotídeo: pequena sequência de pertencentes a Trichodorus e Paratrichodorus.
RNA a partir da qual se inicia a síntese de Possivelmente evoluiu a partir do ônquio
um polímero de ácidos nucleicos por ação de nematoides predadores da classe Ade-
de uma polimerase; na síntese in vitro de
nophorea.
ácidos nucleicos, são usados oligonucleotí-
deos de DNA sintéticos. Ontogênese: descrição da origem e do de-
senvolvimento de um organismo.
Oligopeptídeo: cadeia curta de aminoáci-
dos. Ontogenia: ciclo de vida total ou história
do desenvolvimento de um membro indi-
Oligósporo: que tem poucos esporos.
vidual de uma espécie.
Oligossacarídeo: carboidrato que é for-
Ontogenia foliar: compreende todas as
mado de várias unidades de monossacarí-
deos ligados. fases de desenvolvimento da folha, desde o
início da divisão celular da gema apical até
Oliváceo: que tem cor verde-oliva ou par- seu completo desenvolvimento.
do-azeitonado.
Oócito: célula haploide oriunda da oogô-
Ômica: sufixo associado às disciplinas de nia, que, com a maturação, se transforma
biologia genômica, transcriptômica, pro- no óvulo.
teômica e metabolômica.
Oogameta: gameta feminino. Ver oogô-
Oncogene: gene cujo produto está envol- nio.
vido na indução de um crescimento tumo-
ral em células eucarióticas. Oogamia: processo de reprodução sexual
em que há copulação de um gameta grande,
Oncogênico: que gera tumor (galhas). pesado e imóvel (oosfera-gameta femi-
Ondulado: que apresenta os bordos ou a nino) com outro, pequeno e móvel, geral-
superfície formada de ondulações ou si- mente flagelado ou ciliado, dos quais
nuosidade; flexuoso. resulta um oósporo.
Onívoro: ver polífago. Oógamo: ser que apresenta oogamia.

394
Oogênese: desenvolvimento do oogônio doenças em plantas, algumas de grande im-
depois de fertilizado. portância econômica.
Oogônia: tipo de célula originada da célula Ooplasma: em Peronosporales, o proto-
terminal localizada no início do ovário da plasma no centro do oogônio que se trans-
fêmea de nematoide. A oogônia multiplica- forma em oosfera.
-se por mitoses frequentes, e as células fi-
Oosfera: grande gameta feminino, imóvel
cam armazenadas na zona germinativa do
e sem proteção, formado em um oogônio,
ovário, sendo precursora dos oócitos.
que após a fertilização se transforma no
Oogônio: (1) órgão sexual feminino, por- oósporo.
tador de oosferas, nos Oomycota
Oósporo: esporo dormente, oriundo da
(Oomycetes); (2) carpogônio nos
copulação oogâmica, isto é, da união de
Ascomycota.
duas células morfo e fisiologicamente dife-
Oomiceto: organismo do reino rentes, sendo uma globosa e imóvel, en-
Chromista, filogeneticamente relacionado contrada no interior do oogônio, e a outra
às algas. Seus esporos sexuais possuem móvel e flagelada, formada pelo anterídio,
flagelos (portanto, são móveis). O princi- o anterozoide; esporo formado partenoge-
pal composto da parede celular de suas hi- neticamente.
fas é a celulose.
Ooteca: designa inadequadamente os ovos
Oomycetes: classe do filo Oomycota, envoltos em matriz gelatinosa, produzidos
que abriga as ordens: Leptomitales, por espécies de nematoides sedentários de
Myzocytiopsidales, Olpidiopsidales, Meloidogyne, Rotylenchulus e Tylenchulus spp.
Peronosporales, Pythiales, Rhipidiales, Ver massa de ovos.
Saprolegniales e Sclerosporales.
Ooze: substância viscosa constituída do
Oomycota: filo de microrganismos cuja suco da planta e, frequentemente, mistu-
classificação é muito complexa por causa rada com estruturas do patógeno, comu-
de suas diversas características estruturais, mente células bacterianas.
bioquímicas, fisiológicas e moleculares.
Kirk et al. (2001) classificaram este filo Operador: pequena sequência de DNA
como pertencente ao reino Chromista. Já presente no genoma bacteriano ou viral
Alexopolus et al. (1996) classificam-no onde se ligam moléculas ativadoras ou re-
como sendo do reino Straminipila. Esses pressoras, que controlam a transcrição de
microrganismos possuem, na sua parede genes adjacentes. Ver óperon.
celular, celulose, glucanas e, com raras ex- Operculado: provido de opérculo.
ceções, quitina. A reprodução assexual é
Opérculo: nome dado à estrutura em
caracterizada pela formação de zoósporos
forma de tampa que se destaca na deiscên-
biflagelados e a sexual pela formação de
cia de um corpo de frutificação e que ob-
oósporos. Com relação a este filo, são co-
tura a parte superior dos ascos ou
nhecidos 1 classe, 13 ordens, 25 famílias,
esporângios.
106 gêneros e 956 espécies. As ordens
Peronosporales e Saprolegniales possuem Óperon: cluster de genes contíguos trans-
espécies que causam diferentes tipos de critos a partir de um promotor, que inclui

395
sítios para ligação de proteínas operadoras ORF: abreviação para Open Reading Frame
e repressoras, que ativam ou reprimem a ou sítio aberto de leitura. Seria o gene ou
transcrição; unidade genética responsável região codante propriamente dita de um
pela expressão de genes corregulados em genoma.
bactérias. Organela: estrutura envolta por mem-
Opina: grupo de compostos codificados brana lipoproteica nas células eucariontes,
por genes do T-DNA de bactérias do gê- que realiza funções especializadas; as orga-
nero Agrobacterium, formados pela conden- nelas derivam de um processo evolutivo
sação de um aminoácido com um açúcar, conhecido por compartimentalização celu-
que são sintetizados nas células transfor- lar. Cloroplastos, núcleos e mitocôndrias
madas da galha de coroa. Vários tipos de são organelas.
opinas já foram identificados, como nopa- Organismo: qualquer corpo vivo, unicelu-
lina, octopina e agropina, entre outros. lar ou multicelular, cujos diferentes compo-
Opistodélfica: fêmea de nematoide porta- nentes funcionam como um todo para
dora de um único ovário, localizado em po- realizar os processos vitais. Entidade básica
sição posterior à vulva. capaz de autoperpetuar, incluem-se bacté-
rias, fungos, animais e plantas.
Opistomastigota: estádio de desenvolvi-
mento de protozoário flagelado, em que o Organismo-alvo: tanto o organismo que
cinetoplasto e o ponto de origem do fla- deve ser eliminado com o uso de um de-
gelo são posteriores ao núcleo, e o flagelo fensivo agrícola ou por qualquer processo
emerge na extremidade oposta (anterior). físico ou químico, como o organismo-teste
para avaliação de determinado defensivo
Orange G: corante sintético, cuja fórmula agrícola.
molecular é C16H10N2Na2O7S2, usado em
histologia e biologia molecular em muitas Organismo benéfico: na defesa fitossani-
formulações de corantes. É usualmente tária, qualquer organismo direta ou indire-
disponível na forma de um sal dissódico. tamente favorável para plantas ou produtos
vegetais, inclusive os agentes de controle
Orbiculado: que tem o formato de cír- biológico.
culo.
Organismo causal: ver agente causal.
Ordem: na classificação taxonômica dos
fungos, é o nome dado a um grupo de famí- Organismo fastidioso: organismo difícil
lias estreitamente relacionadas. Os nomes de isolar ou de cultivar em meio de cultura
das ordens podem ser reconhecidos pelo su- sintético.
fixo ales, como Physarales e Chytridiales. Organismo geneticamente modificado:
Orelha-de-pau: basidiocarpo (também organismo que foi transformado pela in-
denominado basidioma) grande, duro e ge- trodução e integração de um ou mais genes
ralmente de cor marrom, encontrado em exógenos ou transgenes por meio da enge-
troncos de árvore em decomposição. nharia genética.
Corpo de frutificação de Polyporaceae, em Organismo não alvo: planta ou animal o
que são produzidos os basidiósporos. qual o defensivo não deveria atingir.

396
Organismo não praga: organismo cuja Organogênese: processo de neoforma-
densidade populacional nunca atinge o ní- ção de parte aérea e/ou de raízes em cultu-
vel de controle. ras de calo ou outros explantes.
Organismo nocivo: qualquer agente bio- Órgão: agregado ordenado de tecidos e
lógico que danifique uma plantação, como células que realiza determinada função.
insetos, plantas daninhas, vírus, bactérias,
ácaros, fungos ou nematoides. Órgão estadual de defesa sanitária ve-
getal: ver agência estadual de defesa agro-
Organismo quarentenário: ver praga pecuária.
quarentenária.
Órgão vegetativo: corresponde à folha,
Organismo-teste: espécie mantida em la- ao caule e à raiz da planta.
boratório cuja biologia é suficientemente
conhecida para que possa ser utilizada Órgãos adesivos: aglomerados de hifas,
como indicador da toxicidade de uma subs- anastomosadas ou não, com formato de
tância ou composto químico. corpos globosos, produzidos pelo micélio
de certos fungos predadores, que aderem,
Organismo transgênico: organismo que
firmemente, a nematoides que se movi-
contém em seu genoma DNA (genes) pro-
mentam no meio. Após a captura, dão ori-
veniente de outra espécie.
gem a hifas de assimilação que causam a
Organismos semelhantes a mico- morte dos nematoides.
plasma: microrganismos encontrados no
Orifício: abertura no bico do pulverizador
floema e parênquima do floema de plantas
doentes e apontados como a causa da através do qual o líquido é forçado a sair e
doença; estes assemelham-se a micoplas- ser quebrado em gotas durante a pulveriza-
mas em todos os aspectos, e não são culti- ção.
vados em meio artificial. Atualmente são Origem da replicação: sequência de nu-
chamados fitoplasmas ou espiroplasmas. cleotídeos na qual a duplicação de DNA é
Organização nacional de proteção fi- iniciada.
tossanitária: serviço oficial estabelecido Ornamentação: apêndice em forma de
por um governo para execução das fun- espículas, retículos ou verrugas, que se
ções especificadas pela Convenção Inter- forma nas paredes de esporos ou de outro
nacional para Proteção dos Vegetais; tipo de estrutura, como cutícula de nema-
anteriormente chamada de organização de toides Criconematina.
proteção de plantas.
Ornamentado: que tem adornos. Em re-
Organização regional de proteção fi- lação, especialmente, ao píleo, estipe e es-
tossanitária: organização intergoverna-
poros.
mental com funções estabelecidas pelo
Artigo IX da Convenção Internacional Ornamento basal: parte da célula coni-
para Proteção dos Vegetais; anteriormente diogênica ou da parte basal de uma célula
chamada de organização de proteção de que é destacada e carregada junto com o
plantas (regional). conídio.

397
Ornitocoria: disseminação de organismo bos, tornando-os isotônicos; passagem es-
ou esporo através de pássaros. pontânea, seja do solvente puro para a
Ornitócoro: esporo disseminado pelos solução, seja de uma solução diluída para
pássaros. uma solução concentrada, quando as duas
fases líquidas estão separadas por uma
ORPF: sigla de organização regional de membrana semipermeável. A osmose ca-
proteção fitossanitária. Ver organização re-
racteriza-se pela diferença de potencial quí-
gional de proteção fitossanitária.
mico entre os dois lados da membrana,
Orvalho: água proveniente da condensa- cujo tipo não importa, requer-se apenas
ção do vapor de água sobre uma superfície que seja permeável somente ao solvente.
fria quando a temperatura está muito baixa. Também não tem importância a natureza
O orvalho forma-se quando as superfícies do soluto, basta que contenha uma subs-
expostas esfriam a uma temperatura abaixo tância que não atravesse a membrana.
do ponto de orvalho do ar. A presença de
orvalho sobre as superfícies vegetais favo- Osmósporo: espermagônios de Uredina-
rece a germinação de esporos dos patóge- les que se caracterizam pelo cheiro.
nos e a sua penetração nos tecidos. Osmotolerante: que é capaz de crescer
Oscilação genética: mudança nas fre- sob condições de alta pressão, como algu-
quências gênicas e genotípicas de popula- mas leveduras e mofos que crescem sobre
ções pequenas em razão de um processo soluções com altas concentrações de açú-
de amostragem. car.
Osmobiose: tipo de quiescência de nema- Ostiolado: provido de ostíolo.
toide induzida pela salinidade do meio ou
substrato. Ostíolo: (1) pequena abertura (poro) dos
peritécios e picnídios que permite a libera-
Osmófilo: organismo capaz de se desen-
ção dos esporos; (2) abertura estomatal.
volver sobre substratos de pressão osmó-
tica muito elevada. Ostíolo papilado: ostíolo recoberto por
papilas.
Osmose: movimento de passagem de um
solvente através de uma membrana semi- Otimização da produção: obtenção da
permeável, cujos poros permitem a passa- produção ótima (em detrimento da produ-
gem de moléculas de água, mas impedem a ção máxima), respeitando as exigências de
passagem de outras moléculas. Com a caráter ecológico, toxicológico e econô-
membrana colocada entre duas soluções mico.
com concentração de solutos diferentes,
esse movimento dá-se no sentido da solu- Ótimo ecológico: refere-se ao conjunto
ção menos concentrada para a mais con- de todas as condições favoráveis ao cresci-
centrada. É um processo físico importante mento e reprodução de um organismo ou
para a sobrevivência das células. A água população.
move-se sempre de um meio hipotônico
Oval: ver ovoide.
para um meio hipertônico, com o objetivo
de atingir a mesma concentração em am- Ovalado: quase oval.

398
Ovário: órgão do sistema reprodutivo fe- Oxgall: conhecido também com o Ox-
minino dos nematoides que produz óvulos bile, fabricado a partir da desidratação da
ou contém ovos. bílis bovina, composto principalmente
dos ácidos taurólico e glicólico, é utilizado
Ovicida: agente químico ou físico que des- no preparo de meio seletivo para o isola-
trói ovos de nematoides, insetos ou ácaros. mento de bactérias Gram-negativas, ini-
Oviduto: canal do aparelho reprodutor da bindo as Gram-positivas.
fêmea de nematoide, que serve de passa- Oxibionte: microrganismo capaz de utili-
gem ao gameta feminino até a esperma- zar o oxigênio atmosférico durante o cres-
teca, e também do ovo até o útero. cimento.
Oviparidade: ver ovíparo. Oxidação: escurecimento de tecidos cor-
tados que resulta da reação de compostos
Ovíparo: animal que produz ovos cujos ju- fenólicos (liberados ao meio) com o oxigê-
venis eclodem no exterior do corpo da nio.
mãe.
Ozônio: composto formado quando o gás
Ovo: unidade ou estrutura reprodutiva, de oxigênio é exposto à radiação ultravio-
produzida por fêmeas de nematoide, com leta. Na atmosfera externa (estratosfera), o
ou sem participação do macho (neste caso, ozônio (O3) protege a Terra contra a radia-
por partenogênese). ção excessiva. É uma forma altamente rea-
tiva do oxigênio, que, em concentrações
Ovócito: tipo de célula oriunda das oogô- relativamente altas, pode causar injúrias em
nias. Os ovócitos são armazenados na plantas.
zona de crescimento do ovário da fêmea
de nematoide, onde sofrem divisões meió- Ozoniose: desordem fisiológica causada
pela exposição das folhas ao ozônio (O3),
ticas para produzir o óvulo, que é o ga-
presente em altas concentrações na atmos-
meta feminino.
fera, como resultado da poluição do ar.
Ovoide: que tem forma de ovo. Usado Ozonização: borbulhamento de ozônio
principalmente com relação à forma de al- na solução para inibir o crescimento de vá-
guns esporos. rios patógenos.
Ovovivíparo: animal que produz ovos, Ozonizador: aparelho utilizado para ozo-
cujos juvenis eclodem no interior do útero. nização.
Óvulo: gameta feminino. Ozonosfera: ver camada de ozônio.

399
P
P1, P2, P3, ... Pn: símbolos usados para de- rência ou sistema de medição destinado a
signar a primeira, segunda, terceira e n gera- definir, realizar, conservar ou reproduzir
ções de um progenitor. Empregados uma unidade, ou um ou mais valores de
também para designar os diferentes proge- uma grandeza para servirem de referência.
nitores utilizados para a confecção de um
híbrido ou de uma série de híbridos. Padrão de banda espécie específico: pa-
drão de bandas gerado por qualquer mé-
p (índice): em taxonomia de nematoides, todo de fingerprinting genético (RAPD,
distância do fasmídio ao ânus, dividida pelo RFLP, AFLP, etc.) que forneça um padrão
comprimento da cauda e multiplicada por específico para determinada espécie.
100.
Padrão de qualidade: concentração de
pa (índice): em taxonomia de nematoides, um agente físico, químico ou biológico, es-
distância do fasmídeo anterior ao ânus, di- tabelecida em legislação vigente, acima da
vidida pelo comprimento do corpo e mul-
qual pode ocorrer efeito adverso à biota, e
tiplicada por 100.
abaixo da qual nenhum efeito é esperado.
p.a.: sigla de princípio ativo. Ver ingre-
Padrão eletroforético: modelo de distri-
diente ativo.
buição das bandas ao longo do gel, após
Packing house: ver central de embala- submeter uma suspensão contendo proteí-
gem. nas ou fragmentos de ácido nucleico ou en-
Pacote genético: grupo de genes. zimas à corrida eletroforética. Ver corrida
eletroforética e zimograma.
Padrão: (1) modelo; (2) na defesa fitossa-
nitária, documento estabelecido por con- Padrão perineal: ver configuração peri-
senso e aprovado por uma entidade neal.
reconhecida, que prevê, para uso comum e PAGE: Sigla de polyacrylamide gel electrophore-
repetido, regras, diretrizes ou característi- sis. Ver eletroforese em gel de poliacrila-
cas para atividades de fiscalização ou seus
mida.
resultados, considerando a realização de
um grau ótimo de ordem num determi- País de origem de recursos genéticos:
nado contexto; (3) medida materializada, país que possui recursos genéticos em con-
instrumento de medição, material de refe- dições in situ.

401
País provedor de recursos genéticos: Papel celofane: polímero natural derivado
país que provê recursos genéticos coleta- da celulose e cujo aspecto é o de uma pelí-
dos em condições in situ, incluindo popu- cula fina, transparente, flexível e resistente
lações de espécies domesticadas e silvestres, a esforços de tensão. É utilizado principal-
ou obtidos em condições ex situ, que pos- mente como envoltório.
sam ou não ter sido originados no próprio Papel de filtro: papel poroso que retém as
país. partículas sólidas, deixando passar apenas a
Palavra de alerta: palavra que deve apare- fase líquida. Colocado umedecido no
cer nas embalagens de defensivos agrícolas fundo de placas de Petri, serve de suporte
para alertar o usuário dos perigos na utiliza- para colocar tecidos doentes para o pató-
geno esporular, pois favorece a formação
ção do defensivo, por exemplo, “Perigo-ve-
de uma câmara úmida.
neno!”, “Atenção!”, “Cuidado!”. É impressa
em destaque e, comumente, em vermelho. Papel de pH: papel que foi revestido com
indicadores ácido-base para fornecer um
Paleáceo: de aspecto semelhante à palha; meio prático de determinar o pH (acidez
da natureza da palha; com escamas peque- ou alcalinidade) de uma solução ou de ou-
nas e frágeis; escamoso. tras substâncias. O nível de pH acima do
Palhada: ver restos culturais. qual um dado tipo de papel de pH é acu-
rado depende de quais indicadores são usa-
Paliçada: conjunto de células mais longas dos no revestimento.
do que largas e justapostas, formando uma
camada, por exemplo, himênio composto Papel de tornassol: papel absorvente em-
por ascos ou basídios. bebido em solução de tornassol.

Pálido: que tem cor branca ligeiramente Papel indicador: tipo de papel com
grande capacidade de absorção de água e
amarelada; descorado.
impregnado de uma substância que muda
Palmado: com lobos distribuídos como os de cor, chamada de indicador, dependendo
dedos da mão; com o aspecto de mão es- do caráter ácido ou básico da solução.
palmada. Papel-manteiga: papel branco e fino, bri-
PAN: sigla de peroxiacetilnitrato. Poluente lhante, sem impurezas, semi-impermeável,
atmosférico que causa pontuações esbran- fabricado diretamente a partir da fibra da
quiçadas nas superfícies dos limbos folia- celulose e fornecido em bobinas ou res-
res. As injúrias são mais frequentes em mas. É usado em laboratórios quando há
áreas enfumaçadas e sujeitas a inversões necessidade de uma superfície antiaderente
térmicas, como adjacências de metrópoles. e/ou impermeável (que não permite a pas-
sagem de água ou similar de um lado a ou-
Pandemia: epidemia progressiva que tro).
abrange grande extensão geográfica, como
Papila: (1) protuberância da parede celular,
um continente.
semelhante a um mamilo, que se forma no
Pan-mixia: cruzamentos ao acaso, sem interior da célula que está sendo atacada
qualquer restrição. por um fungo; aparentemente atua como

402
mecanismo de defesa contra a infecção, re- Papulósporo: grupo de pequenas células,
ferida como estrutura de defesa pós-for- unidas à maneira de um pequeno escleró-
mada; (2) pequena elevação dos tecidos dio.
que se forma no interior dos corpos de fru-
Paquíteno: fase da prófase I meiótica em
tificação dos fungos; (3) pequena elevação
que ocorre a divisão dos cromossomos,
cuticular no corpo dos nematoides, porta-
que se encontram distintos, curtos e parea-
dora de terminações nervosas, subcuticula-
dos, em duas cromátides.
res, dotada de mecanorreceptores e
possivelmente associada às funções tácteis. Paracórtex: córtex de células pseudopa-
renquimáticas com paredes hialinas.
Papila de deiscência: pequena projeção
arredondada da superfície de um zoospo- Parafilme: filme flexível constituído de
rângio ou gametângio, que, posterior- poliolefinas e cera de parafina, utilizado
mente, vem a ser um poro de deiscência. para lacrar placas de Petri e outros recipien-
Papila receptiva: proeminência do oogô- tes de laboratório, especialmente os frascos
nio de Albuginaceae que entra em contato usados em culturas de patógenos e de teci-
com o anterídio. dos.

Papilado: recoberto por papilas. Parafina: alcano de baixa reatividade por


causa de suas ligações, que são muito for-
Papilas caudais: papilas sensoriais locali- tes, deixando os compostos muito estáveis.
zadas ventralmente nas proximidades do Vendida na forma de tabletes ou a granel, o
ânus ou cloaca de nematoides. principal mercado consumidor é o de velas,
Papilas cefálicas: papilas mais externas da mas, entre outros, é utilizada para proteção
região cefálica de nematoides, em número de frutas e sementes. Na fitopatologia, é
de seis; círculo externo, ao redor da aber- usada para embutir ou incluir os tecidos
tura bucal. que serão submetidos ao micrótomo, para
o corte de seções de tecido bem finas, que
Papilas cervicais: par de papilas tatorre- serão empregadas em estudos microscópi-
ceptoras laterais de nematoides, localizada cos.
nas proximidades do anel nervoso. Ver dei-
rídios. Parafisado: que é composto de paráfises.
Papilas genitais: terminações do nervo Parafisal: relativo à paráfise.
sensorial, de vários tamanhos e formas, e Paráfise: hifa estéril e alongada, que cresce
arranjadas sobre a cauda do macho de ne- da base do ascoma, entre os ascos, em dire-
matoides ou próximo a ela. ção ao ostíolo, com o ápice mais ou menos
Papilas labiais externas: papilas senso- modificado; geralmente presente nos himê-
riais localizadas na região labial do nema- nios dos Ascomycota.
toide, em número de seis. Parafisoide: hifa remanescente, presente
Papilas labiais internas: papilas senso- durante o desenvolvimento dos ascos e fi-
riais localizadas mais próximas ao eixo la- xada na parte superior e inferior do asco-
bial do nematoide; geralmente são troma. Semelhante à pseudoparáfise, mas
rudimentares e em número de seis. pouco septada. Encontrada em fungos do

403
gênero Pattelaria e Mellanomma, presentes modo de existência, e patógeno a sua capa-
no centrum tipo Pleospora sensu Luttre cidade de causar doença.
(1951). Parasita facultativo: organismo que nor-
Parágino: anterídio que se liga lateral- malmente se desenvolve como saprófita,
mente ao oogônio. mas que é capaz de passar parte, ou todo o
seu ciclo de desenvolvimento, como para-
Paralectótipo: qualquer um dos síntipos sita.
restantes após seleção do lectótipo.
Parasita obrigatório: organismo que, du-
Parâmetro: em estatística, medida, dado rante todo o seu ciclo de desenvolvimento,
ou estimativa populacional, por exemplo, sobrevive apenas sobre tecido vivo.
em frutas, consideram-se o peso, o tama-
nho, a forma e a coloração parâmetros da Parasitar: instalar-se um patógeno em seu
aparência delas; valor ou quantidade que hospedeiro, com a finalidade de retirar ali-
caracteriza ou descreve uma população es- mentos, acarretando para o hospedeiro um
tatística; valor qualquer de uma variável in- prejuízo mais ou menos intenso.
dependente, relativo a um elemento ou Parasitismo: tipo de relação ecológica em
atributo que confira situação qualitativa que há a remoção completa ou parcial de
e/ou quantitativa a determinada população alimentos por um patógeno ou antagonista
que se deseja caracterizar; termo constante de um hospedeiro vivo.
em uma equação algébrica, como na rela- Parasitologia: ciência que estuda vegetais
ção y = 3x + 2, em que os números 2 e 3 e animais parasitas e suas relações com as
são parâmetros; os valores corresponden- espécies hospedeiras.
tes obtidos de uma amostra são estatísticos.
Parassexualismo: mecanismo em que a
Paraplectênquima: falso tecido em que recombinação gênica ocorre dentro de he-
as hifas dos fungos estão intimamente en- terocárions; atributo de alguns fungos para
trelaçadas, pseudoparênquima. gerar recombinação cromossômica sem
Paraprosênquima: pletênquima formado envolver processo sexual e meiose.
por células alongadas e esféricas. Paratécio: camada de hifas escuras que
formam a parte lateral do invólucro do
Parasita: organismo que se alimenta dos
apotécio de Discomycetes.
tecidos de um outro organismo vivo (hos-
pedeiro), os quais servem como substrato e Parátipo: ver tipo.
fonte de nutrição. A relação é benéfica para Paratopos: denominação dada aos sítios
o parasita e prejudicial para o hospedeiro. de ligação existentes nos anticorpos que se
A característica essencial do parasita é que unem ao antígeno.
sua nutrição depende inteira ou parcial-
mente do tecido funcional de um orga- Par de bases: unidade usada para medir o
nismo vivo. Parasita e patógeno não são tamanho de uma fita dupla de DNA, repre-
necessariamente termos recíprocos; ambos sentada por pb.
podem ser aplicados a determinado orga- Parcela experimental: unidade na qual o
nismo; porém, parasita relaciona-se a seu tratamento é aplicado. É na parcela que são

404
coletados os dados que deverão refletir o como no córtex e medula de caule, córtex
efeito de cada tratamento aplicado. de raiz e mesófilo da folha.
Pardo: (1) coloração parda de tecidos e cé- Parênquima lacunoso: tecido do mesó-
lulas; (2) sintoma holonecrótico, caracteri- filo foliar, constituído por células de for-
zado pela coloração parda exibida pelos mato irregular, localizadas abaixo do
tecidos; (3) escurecimento de hifas e outras parênquima paliçádico e circundadas por
estruturas de fungo, em virtude de certos grandes espaços de ar.
fenômenos de oxidação. Parênquima paliçadico: parênquima clo-
Pareamento: combinação de dois talos di- rofiliano, encontrado no mesófilo foliar,
ferentes da mesma espécie ou de espécies formado por células alongadas e ricas em
diferentes para observar a formação de es- cloroplastos.
poros sexuais; determinação dos tipos de Parenquimático: relativo a parênquima;
compatibilidade dos isolados cruzados. que se dispõe como as células que consti-
Parede: septo; divisão; envoltório morto. tuem um parênquima.

Parede celular: parede protetora que dá Parentossoma: membrana dupla curvada


forma a certas células (bactérias, fungos, sobre cada um dos lados de um doliporo
células vegetais e algas), situada por fora da nas hifas de Basidiomycota.
membrana plasmática; não existe nas célu- Parietal: lateral; diz-se dos ascos que estão
las dos animais. fixados às paredes do peritécio.
Parede do corpo: envoltório externo do Partenocariogamia: fusão de dois nú-
nematoide que compreende a cutícula cleos pertencentes ao órgão feminino.
(exoesqueleto), a hipoderme e a muscula- Partenogamia: propagação pela germina-
tura somática. ção de um dos gametas, sem a interferência
Parede reticulada: ornamentação em ou união prévia do gameta de sexo oposto.
forma de retículos da parede dos oogônios Partenogênese: tipo de reprodução asse-
de algumas espécies. xual. Desenvolvimento de um ovo (gameta
Parênquima: tecido constituído por pare- feminino) em um novo indivíduo sem a
des primárias e delgadas, composto por ce- fertilização pelo espermatozoide (gameta
lulose, hemicelulose e substâncias pécticas, masculino), como se dá com os nematoi-
nas quais se encontram pontuações primá- des.
rias com plasmodesmos, mostrando que os Partenogênese meiótica: tipo de repro-
protoplasmas de células contíguas se co- dução de nematoides, na qual ocorre a for-
municam. Suas células frequentemente são mação do gameta feminino, como nas
arredondadas e isodiamétricas e há espaços fêmeas anfimíticas; porém, na ausência do
intercelulares. As células são capazes de re- gameta masculino, o material genético do
tomar a atividade meristemática, diferen- óvulo (n) é complementado com o material
ciando-se novamente em outros tipos de genético de um dos corpos polares (n),
células. É encontrado em todos os órgãos constituindo-se num zigoto (2n) com todas
da planta, formando um tecido contínuo, as características genéticas da mãe.

405
Partenogênese mitótica: tipo de repro- Pasta: formulação pastosa, uniforme e
dução de nematoides em que não ocorre muito viscosa, para aplicação direta, na
formação de gameta feminino. A embrio- forma de película, no alvo desejado.
gênese já se inicia a partir da oogônia (2n),
Pasta bordalesa: ver calda bordalesa.
que, por meio de sucessivas mitoses, resulta
em um juvenil portando apenas as caracte- Pasta fluida: pasta semiaquosa de textura
rísticas da mãe. fina, semelhante à lama, destinada a veicu-
lar defensivo agrícola para o tratamento de
Parternogenético: que foi produzido por
sementes, evitando, desse modo, o des-
partenogênese.
prendimento de pó tóxico no tratamento a
Partenósporo: oósporo ou zigósporo pro- seco.
duzido por partenogênese.
Pasteurização: tipo de tratamento pelo
Partícula de vírus: forma morfológica de calor, em que se aquece um produto até
um vírus. Em alguns vírus, consiste em um que ele atinja determinada temperatura por
genoma envolvido por um capsídeo pro- curto período, em seguida, faz-se um res-
teico; outras partículas de vírus têm estru- friamento rápido, de forma que sejam eli-
turas adicionais, como envelopes, caudas, minados os microrganismos indesejáveis;
etc. entretanto, a composição bromatológica
do produto submetido a tal operação não é
Partícula flutuante: partícula em suspen-
modificada.
são no ar que não se deposita por insufi-
ciência de energia. Pasteurização do solo: tratamento do
solo com calor, geralmente 60 ºC a 70 ºC,
Partícula infecciosa: vírion contendo o
para destruir a maioria dos patógenos, ne-
genoma viral completo, é, assim, capaz de
matoides, insetos e ervas daninhas, sem ge-
infectar uma célula suscetível.
ralmente afetar sua microflora saprofítica.
Partículas defectivas interferentes: se- É um tratamento menos severo do que a
quências de RNA relacionadas com vírus esterilização.
que só possuem capacidade replicativa
Pata de elefante: denominação dada a um
quando associadas ao vírus parental. Apa-
tipo de lignotúber que se forma na região
rentemente as partículas defectivas interfe-
basal do caule da seringueira quando há in-
rentes competem com o genoma do vírus
compatibilidade (enxerto x porta-enxerto).
parental pelo RNA polimerase viral. Esse
sequestro do RNA polimerase parece res- Patente: forma de proteção da proprie-
ponsável pela redução da multiplicação vi- dade intelectual. É o privilégio concedido
ral, normalmente observada na presença ao dono de uma invenção, que adquire ex-
dessas partículas. clusividade comercial sobre o produto ou
processo patenteado durante um período
Partículas vazias de vírus: vírions que
de tempo.
não contêm ácido nucleico e podem ser
identificados por coloração negativa e mi- Pátio de descontaminação: na defesa fi-
croscopia eletrônica. A densidade de flu- tossanitária, local construído conforme re-
tuação dessas partículas é mais baixa do comendação técnica específica, destinado à
que a das partículas de vírus completas. lavagem e limpeza de máquinas, equipa-

406
mentos, pulverizadores terrestres autopro- Patogenicidade adaptativa: denomina-
pelidos e/ou tratorizados e aeronaves ção dada ao fenômeno em que ocorre au-
agrícolas, utilizados na aplicação de defen- mento da patogenicidade do fungo após
sivos agrícolas e afins. colonizações seriais do hospedeiro.
Patódemo: população de um hospedeiro, Patogenicidade diferencial: ver patoge-
na qual todos os indivíduos têm, em co- nicidade vertical.
mum, uma característica particular de resis- Patogenicidade horizontal: patogenici-
tência em termos de qualidade de dade efetiva contra todas as variedades do
patossistema (resistência); assim, pató- hospedeiro; patogenicidade expressa sem
demo vertical, patódemo horizontal e pa- interações diferenciais entre raças e varie-
tódemo polifilético (Robinson, 1976). dades.
Patódemo horizontal: população de um Patogenicidade vertical: patogenicidade
hospedeiro cujos indivíduos têm uma resis- efetiva contra alguns genótipos do hospe-
tência horizontal fixa e idêntica. Um pató- deiro, mas não contra todos; patogenici-
demo horizontal pode consistir em várias dade expressa pelas interações diferenciais
cultivares, as quais diferem em muitos as- entre raças e genótipos.
pectos, que não o da resistência horizontal.
Patogênico: causador ou capaz de produ-
Patódemo vertical: população de um zir doença.
hospedeiro cujos indivíduos têm uma resis-
Patógeno: organismo ou vírus capaz de
tência vertical fixa e idêntica. Um pató- causar doença em um hospedeiro especí-
demo vertical pode consistir de várias fico ou em uma gama de hospedeiros;
cultivares, as quais diferem em muitos as- agente causal de doença em planta
pectos, que não o da resistência vertical. (Roberts; Boothroyd, 1984); entidade que
Patódemo vertical complexo: ver resis- pode incitar doença (Zadoks; Schein,
tência vertical complexa. 1979). Ver praga.
Patódemo vertical simples: ver resistên- Patógeno absoluto: ver patógeno obriga-
cia vertical simples. tório.
Patogênese: sequência de processos no Patógeno acidental: patógeno que afeta
desenvolvimento de uma doença, desde o um hospedeiro, com o qual geralmente não
contato inicial do patógeno e seu hospe- está associado.
deiro até a expressão completa dos sinto- Patógeno alienígena: patógeno que está
mas ou dos sinais. ausente de um patossistema.
Patogenia: pesquisa da origem e evolução Patógeno-alvo: ver espécie-alvo.
das doenças.
Patógeno avirulento: patógeno que pos-
Patogenicidade: capacidade de um pató- sui o gene avr, cujo produto é reconhecido
geno de causar doença. A habilidade de um por uma proteína de resistência da planta,
patógeno de sobreviver às expensas de seu ou seja, o patógeno é incapaz de causar
hospedeiro. doença na espécie hospedeira.

407
Patógeno autécio: patógeno que com- tou sua gama de hospedeiros ou sua distri-
pleta os estádios de seu ciclo de vida em buição geográfica.
um único hospedeiro. Patógeno endófito: patógeno que se de-
Patógeno biotrófico: patógeno que pro- senvolve no interior da planta hospedeira.
duz estrutura ou aparato nutricional, deno- Patógeno endógeno: ver patógeno endó-
minado haustório, o qual é acoplado à fito.
membrana citoplasmática, invaginando-a
Patógeno eneubiôntico: patógeno que
(sem romper) para absorver os nutrientes
permite que a planta hospedeira expresse
da célula viva.
certa tolerância a ele.
Patógeno-chave: principal patógeno da
Patógeno epífito: patógeno que se fixa na
cultura. superfície do hospedeiro, sobre os órgãos
Patógeno cosmopolita: patógeno que verdes, e emite haustórios que penetram na
apresenta ampla distribuição geográfica, planta hospedeira para retirada de seu ali-
atingindo os mais diversos continentes. mento.
Patógeno da parte aérea: patógeno que Patógeno especializado: ver patógeno
afeta toda parte aérea da planta. específico.

Patógeno de ferimentos: patógeno que Patógeno específico: patógeno que afeta


só consegue invadir uma planta hospedeira uma única espécie de hospedeiro.
por meio de uma lesão. Patógeno eussimbiôntico: patógeno que
intensifica seu parasitismo quando a planta
Patógeno de pós-colheita: patógeno que
hospedeira está debilitada.
ataca os produtos vegetais após a colheita e
a sua retirada da área de produção. Patógeno exógeno: ver patógeno epífito.
Patógeno de pré-colheita: patógeno que Patógeno exótico: ver praga quarentená-
ataca os produtos vegetais antes de sua re- ria.
tirada da área de produção. Patógeno externo: ver patógeno epífito.
Patógeno de seedling: patógeno que Patógeno facultativo: organismo que
afeta plântulas logo após a emergência, normalmente se desenvolve como sapró-
causando o anelamento na região do co- fita, mas que é capaz de passar parte, ou
leto, murcha e tombamento das plântulas. todo o seu ciclo de desenvolvimento, como
patógeno.
Patógeno de sementes: agente infeccioso
associado com sementes que tem potencial Patógeno fitness: patógeno capaz de so-
para causar uma doença em uma plântula breviver ou competir no meio ambiente
ou planta. onde o hospedeiro está sendo cultivado.

Patógeno emergente: microrganismo Patógeno foliar: patógeno causador de


que não tinha sido identificado como cau- doença nas folhas.
sador de doença, mas que passa a ser novo Patógeno fraco: patógeno que causa in-
agente etiológico; ou patógeno que aumen- fecção somente em plantas que apresen-

408
tam ferimentos, ou estão debilitadas Patógeno maculícola: patógeno que pro-
nutricionalmente ou estressadas, ou sofre- duz manchas características no hospedeiro.
ram sucessivos desfolhamentos causados Patógeno monocíclico: patógeno que
por outros patógenos. apresenta apenas um ciclo de produção de
Patógeno generalista: patógeno que afeta propágulos durante um ciclo fenológico do
todas as partes do hospedeiro ou diferentes hospedeiro.
hospedeiros. Patógeno monóxeno: patógeno que ne-
Patógeno habitante do solo: patógeno cessita de um único hospedeiro para com-
que sobrevive como saprófita em restos pletar o seu ciclo de vida.
culturais ou que produz propágulo de resis- Patógeno não específico: ver patógeno
tência (clamidósporo, oósporos, escleró- polífago.
dio, etc.), permitindo sobreviver por longos
períodos no solo na ausência do hospe- Patógeno não obrigatório: patógeno que
deiro. pode viver sobre um hospedeiro vivo ou
morto e sobre vários meios de cultura.
Patógeno hemibiotrófico: patógeno que
se nutre de células hospedeiras vivas ape- Patógeno necrotrófico: patógeno que
nas nas fases iniciais do ciclo infeccioso produz enzimas e/ou toxinas que degra-
(fase biotrófica), mudando posteriormente dam a parede celular do hospedeiro; pató-
para a fase necrotrófica. geno que pode ser cultivado em meio
artificial.
Patógeno heterécio: patógeno que ataca
não apenas um hospedeiro, mas hospedei- Patógeno obrigatório: patógeno que, na
ros de duas espécies não aparentadas, du- natureza, pode crescer e multiplicar apenas
sobre um organismo vivo, como os fungos
rante seu ciclo de vida.
causadores de ferrugens.
Patógeno heteróxeno: patógeno que ne-
Patógeno ocasional: patógeno cuja po-
cessita de dois tipos diferentes de hospe-
pulação não apresenta desenvolvimento
deiros para completar seu ciclo de vida: o
que ultrapassa o nível econômico de ata-
hospedeiro intermediário e o hospedeiro
que. Normalmente, o ponto de equilíbrio
definitivo.
da população do patógeno está bastante
Patógeno intercelular: patógeno endó- distanciado do nível econômico de ataque;
geno que se localiza entre as células do hos- mas, em certos anos, por razões de natu-
pedeiro. reza climática ou excesso de tratamentos
químicos, ocorrem condições favoráveis ao
Patógeno interno: ver patógeno endófito.
desenvolvimento do patógeno, que ultra-
Patógeno intracelular: patógeno endó- passa o nível econômico de ataque e exige
geno que se localiza no interior das células tratamentos pontuais.
da planta hospedeira.
Patógeno oportunista: patógeno que,
Patógeno localizado: patógeno que se para se desenvolver, aproveita os ferimen-
restringe ao parasitismo de determinada tos existentes na planta por causas diversas
parte ou órgão do hospedeiro. e/ou a debilidade dela.

409
Patógeno policíclico: patógeno que apre- Patógeno transeunte do solo: patógeno
senta mais de um ciclo de produção de que, na ausência do hospedeiro, sobrevive
propágulos durante um ciclo fenológico do no solo por curtos períodos.
hospedeiro.
Patógeno transmitido por semente: pa-
Patógeno polífago: patógeno que ataca tógeno ativamente associado à semente; o
várias espécies de plantas, de famílias dis- inóculo encontra-se dentro das sementes,
tintas. ou seja, no embrião ou no interior das ca-
Patógeno polixeno: patógeno que, por madas que envolvem as sementes.
não possuir especificidade acentuada, está Patógeno transportado por semente:
apto a parasitar várias espécies de hospe- patógeno passivamente associado à se-
deiros. mente; o inóculo encontra-se aderido su-
Patógeno potencial: patógeno cujas flu- perficialmente às sementes, fora das partes
tuações da população nunca atingem o ní- funcionais essenciais à formação de uma
vel econômico de ataque, de modo que não nova planta.
é necessário proceder a tratamento. Patógeno vascular: patógeno causador de
Patógeno primário: patógeno que pene- doença no sistema vascular das plantas.
tra, coloniza e se multiplica em hospedeiros Patógeno virulento: patógeno que não
saudáveis, ou seja, em tecidos intactos não possui o gene avr, cujo produto é reconhe-
afetados anteriormente por outros patóge- cido por uma proteína de resistência da
nos. Como exemplo de patógenos primá- planta, ou seja, o patógeno causa doença na
rios, Ralstonia solanacearum e Microcyclus ulei, espécie hospedeira.
agentes causais do moko da bananeira e do
mal das folhas da seringueira, respectiva- Patologia de sementes: ramo da fitopa-
mente. tologia que se dedica ao estudo das doen-
ças em sementes e dos fitopatógenos e não
Patógeno quarentenário: ver praga qua- patógenos carreados pelas sementes.
rentenária.
Patologia florestal: ramo da fitopatologia
Patógeno radicular: patógeno causador que se dedica ao estudo das doenças da
de doença no sistema radicular das plantas. área florestal.
Patógeno reemergente: patógeno que es- Patologia pós-colheita: ramo da fitopa-
tava controlado, mas que reapareceu cau- tologia que se dedica ao estudo das doen-
sando doença de maneira diferente com
ças em produtos vegetais após a colheita.
novos tipos de sintomas.
Patologia vegetal: ver fitopatologia.
Patógeno secundário: patógeno que pe-
netra, coloniza e se multiplica em tecidos já Patometria: ver fitopatometria.
doentes, ou seja, em tecidos afetados ante- Patossistema: qualquer subsistema de um
riormente por um patógeno primário. ecossistema que envolve parasitismo. Um
Patógeno temporário: patógeno que du- patossistema pode ser natural (patossis-
rante parte de seu ciclo de vida vive como tema selvagem – triângulo de doença) ou
parasita. artificial (patossistema de uma área de cul-

410
tivo – quadrado de doença). O termo pode Patótipo vertical simples: patótipo verti-
ser usado para quaisquer níveis de sistemas, cal relativamente com poucos genes de vi-
porém, deve ser definido. O patossistema rulência (V-genes). É provável que a
deve ser conceituado, e seus limites geográ- pressão de estabilização opere mais lenta-
ficos definidos de acordo com a conve- mente sobre um patótipo vertical simples
niência. do que sobre um patótipo vertical com-
plexo.
Patossistema horizontal: patossistema
que envolve apenas a interação da resistên- Patótipos diferenciais: série de patótipos
cia horizontal com a patogenicidade ou ha- verticais usados para identificação de pató-
bilidade parasítica horizontal. demos verticais. O ideal é que, em cada pa-
tótipo diferencial, esteja ausente apenas um
Patossistema vertical: patossistema que gene vertical.
envolve apenas a interação da resistência
vertical com patogenicidade ou habilidade Patotoxina: toxina produzida por um pa-
tógeno, capaz de simular a doença. Há três
parasítica vertical.
critérios para atestar que uma toxina pode
Patótipo: população de uma espécie de induzir doença na planta (Federation of
patógeno cujos indivíduos têm uma condi- British Plant Pathologists, 1973): a) uma
ção comum em termos de patossistema concentração moderada da toxina induz no
(patogenicidade ou habilidade parasítica), hospedeiro suscetível todos os sintomas
assim, existem patótipo vertical, patótipo característicos da doença; b) o patógeno e a
horizontal e patótipo polifilético (Robin- toxina exibem similar especificidade para o
son, 1976). hospedeiro; c) existe uma correlação posi-
tiva entre a produção de toxina e a patoge-
Patótipo horizontal: população de um nicidade. Quando preenche esses requisitos,
patógeno cujos indivíduos têm uma pato- a toxina pode ser considerada indutora da
genicidade ou habilidade parasítica hori- doença. Contudo, em muitas doenças indu-
zontal fixa e idêntica. zidas por toxinas, a toxina pode ser alta-
Patótipo polifilético: população de um mente volátil e produzida em quantidade
patógeno cujos indivíduos apresentam pa- muito pequena e, quando ela é produzida
togenicidade ou habilidade parasítica hori- apenas in vivo, a demonstração da causa e
zontal variável. efeito pode ser muito difícil.

Patótipo vertical: população de um pató- Patovar: subdivisão de espécies de bacté-


geno cujos indivíduos têm uma patogenici- rias fitopatogênicas, correspondendo a
dade ou habilidade parasítica vertical fixa e forma specialis em fungos. A espécie é sub-
idêntica. dividida em função do hospedeiro e da
aparente especificidade, por exemplo:
Patótipo vertical complexo: patótipo Erwinia chrysanthemi pv. chrysanthemi, E.
vertical relativamente com muitos genes de chrysanthemi pv. dianthicola, E. chrysanthemi
virulência (V-genes). Com ele, a pressão de pv. dieffenbachiae, E. chrysanthemi pv.
estabilização opera muito rapidamente e parthenii, E. chrysanthemi pv. zeae e E.
tem maior valor agrícola. chrysanthemi pv. paradisiaca.

411
Patrimônio genético: informação de PCNB: sigla de pentacloronitrobenzeno.
origem genética, contida em amostras do Fungicida de contato utilizado para con-
todo ou de parte de espécime vegetal, fún- trolar várias doenças de plantas. Usado
gico, microbiano ou animal, na forma de em meio seletivo para o isolamento de
moléculas e substâncias provenientes do Fusarium spp. a partir de amostras de solo.
metabolismo desses seres vivos ou mor-
tos, encontrados em condições in situ, in- PCR: sigla de Polymerase Chain Reaction.
clusive domesticados, ou mantidos em Reação de polimerização in vitro de DNA
coleções ex situ, desde que coletados em que compreende ciclos de desnaturação,
condições in situ no território nacional, na anelamento de iniciadores e extensão do
plataforma continental ou na zona econô- polímero, sendo este último ciclo catali-
mica exclusiva - inciso I, artigo 7º, da Me- sado por enzimas DNA-polimerases ter-
dida Provisória nº. 2.186-16, de 2001, do moestáveis.
CGEN – (Brasil, 2007). PCR múltiplo: reação de PCR em que são
Patrimônio genético exótico domesti- utilizados pares de primers específicos para
cado: espécies frutíferas, ornamentais, ma- mais de um locus de um mesmo organismo
deireiras e condimentares oriundas de ou para mais de um organismo.
vários continentes, que historicamente fo- PCR quantitativo: reação de PCR em que
ram introduzidas pelo homem em ambien- é possível acompanhar o acúmulo dos frag-
tes distintos – muitas delas adaptaram-se e mentos amplificados a cada ciclo utilizando
propagaram com facilidade – e que tenham equipamento e corantes adequados. Os co-
desenvolvido propriedades características rantes utilizados são emissores de fluores-
em condição in situ no território nacional, cência, e o número de cópias do fragmento
no mar territorial, na zona econômica ex- amplificado é quantificado por correlação
clusiva ou na plataforma continental, por com o aumento da fluorescência emitida.
seleção natural ou decorrente do manejo
por comunidades locais ou indígenas. Para PCR-RFLP: tipo de marcador genético-
os efeitos dessa definição, entende-se por -molecular do DNA que combina as pro-
propriedade característica de uma espécie priedades da PCR e dos marcadores RFLP.
aquela, ainda não relatada, que a diferencia Esse tipo de marcador também é conhe-
das demais populações da espécie, derivada cido como CAPS.
de resposta adaptativa às condições de de- PCR sequenciador: PCR que determina
senvolvimento no país ou do manejo reali- a sequência de nucleotídeos de um frag-
zado pelas comunidades locais ou mento amplificado de DNA utilizando
indígenas. primers específicos (15 pb a 30 pb) para de-
Patulina: micotoxina produzida pelo terminada região do genoma em estudo.
Penicillium expansum, também conhecida
Pé: estipe. Parte do fungo que sustenta a
como clavicina, claviformina ou expan-
porção superior fértil. Ver célula-pé.
sina, que pode ocorrer em frutas, como
maçã, pera, cidra e seus sucos. Peagâmetro: ver pHgâmetro.
pb: abreviatura de par de bases. Ver par de Peças laterais guias: estrutura que con-
bases. siste de dois pedaços cuticularizados muito

412
pequenos, delineados, correndo na lateral recupera a sua dimensão original. Ocorre
para a porção distal dos espículos e unin- em penetração direta.
do-se com a bainha muscular que envolve a Peletização: ver pelleting.
cloaca dos nematoides.
Película: (1) delicada camada na superfície
Pecíolo: parte da folha que se prende ao de meios de cultura líquidos, formada pela
limbo foliar e ao caule diretamente ou por aglomeração de bactérias; (2) nos fungos, é
meio de uma bainha. o tecido compacto de hifas recobrindo o
Pectato de cálcio: composto de cálcio or- píleo de agaricáceas.
gânico presente na lamela média entre as Pellet: denominação dada aos agregados
células das plantas, que serve como um ci- formados no fundo do tubo, resultantes da
mento intercelular. sedimentação das partículas durante a cen-
Pectina: polímero metilado de ácido galac- trifugação.
turônico presente na lamela média e na pa- Pelleting: ato de recobrir a semente com
rede das células primárias. material inerte, frequentemente incorpo-
Pedicelado: provido de pedicelo. rando defensivo agrícola, para padronizar a
forma e o tamanho.
Pedicelo: pequeno pedúnculo filiforme;
Pelo: (1) hifa livre que reveste o corpo fru-
ramo de hifa que suporta esporos presos a
tífero de certos fungos; (2) nas plantas, re-
ele. Designa também a extremidade infe-
fere-se a um prolongamento filiforme de
rior de uma estrutura, como a dos ascos.
origem exodérmica.
Pedilúvio: tanque raso que contém uma
Peloderanas: asas caudais (bursas) que se
solução desinfestante, geralmente, insta-
estendem até o término da cauda do nema-
lado na entrada de viveiros e casas de vege- toide.
tação com o objetivo de efetuar a
desinfestação dos calçados dos operários e Peltado: em forma de escudo.
visitantes que podem estar infestados com Pelúcido: translúcido ou refringente.
estruturas de patógenos.
Pelúcido-estriado: diz-se do corpo frutí-
Pedogênese: reprodução de nematoide fero que apresenta as lamelas visíveis atra-
no estádio larval. vés do píleo, o que lhe confere um aspecto
Pedunculado: provido de pedúnculo. estriado, em virtude da sua grande finura.

Pedúnculo: haste, pé, estipe. Peneiramento: técnica de extração de ne-


matoides de solo, baseada em passagens
PEG: sigla de polietilenoglicol. Ver polieti- sucessivas das suspensões das amostras em
lenoglicol. duas ou três peneiras de malhas crescentes.
Peg de penetração: hifa de diâmetro me- Nas primeiras, fica retido apenas o material
nor do que o tubo germinativo, originária grosseiro, enquanto, na última (de 400 mesh
do apressório ou tubo germinativo e lan- ou 500 mesh), são recolhidos os nematoides.
çada no interior de célula do hospedeiro, Peneiramento mais funil de Baermann:
por meio da perfuração da cutícula, onde técnica de extração de nematoide em que a

413
suspensão rica em impurezas, resultante do Peptona: mistura de aminoácidos e poli-
peneiramento, é acoplada ao funil de peptídeos resultante da ação de uma en-
Baermann, para recolhimento dos nema- zima proteolítica, como pepsina e papaína,
toides após 12 a 24 horas. sobre proteínas da carne, do leite, etc. Na
bacteriologia, usada no preparo de meios
Penetração: (1) invasão dos tecidos do
de cultura.
hospedeiro suscetível pelo patógeno;
(2) capacidade das gotas pulverizadas em Pera: dispositivo de borracha que, aco-
vencer a barreira física constituída pela fo- plado à pipeta, é usado para succionar o lí-
lhagem das plantas, atingindo pontos no quido, evitando o uso da boca para essa
interior delas. operação.
Penetração direta: invasão dos tecidos do Percentagem de perda: diferença entre a
hospedeiro pelo patógeno através de bar- produção obtenível e a produção atual, di-
reiras, como a cutícula da folha, por meio vidida pela produção obtenível e multipli-
de processos químicos (ação de enzimas cada por 100.
extracelulares) ou físicos. Percepção de sinais no hospedeiro: re-
Penetração indireta: invasão dos tecidos conhecimento pelos receptores celulares
do hospedeiro pelo patógeno através de do hospedeiro de determinado sinal de ori-
aberturas naturais (estômatos, lenticelas) gem de um eliciador. As plantas desenvol-
ou ferimentos. veram um sistema que reconhece padrões
moleculares associados aos patógenos e
Penetrante: ver agente penetrante. usa uma complexa rede sinergística de de-
Penetration peg: ver peg de penetração. fesa para se proteger de diversos patóge-
nos, chamada de resistência basal ou não
Peniciliforme: em forma de pincel, por hospedeira.
exemplo, os conidióforos de Penicillium.
Percevejo: inseto da ordem Homoptera,
Penicilina: primeiro antibiótico, desco- que produz pequenos ferimentos e injeta
berto por Alexandre Fleming e, posterior- toxinas nas plantas, induzindo a deforma-
mente, isolado por Howard W. Florey, ção nos órgãos atacados por ele. Diversos
produzido por fungos do gênero gêneros da família Pentatomidae são consi-
Penicillium. Este antibiótico impede a sín- derados vetores de protozoários flagelados
tese da parede celular de células bacteria- causadores de doenças de planta.
nas.
Percorrente: que forma anelações na ex-
Pentose: grupo de açúcares simples (mo- tremidade da célula conidiogênica; toda vez
nossacarídeos) contendo cinco átomos de que a célula conidiogênica forma um coní-
carbono. As pentoses (desoxirribose e ri- dio, este se destaca e, por dentro da célula
bose) são constituintes do DNA e do conidiogênica, desenvolve outra célula que
RNA. vai dar origem a outro conídio.
Peptídeo: pequeno polímero de até 30 Perda: (1) redução em retorno financeiro
aminoácidos unidos por ligações peptídi- por unidade de área, por causa da ação de
cas. organismos nocivos ou dos agentes abióti-

414
cos; (2) parte do defensivo agrícola apli- Perda de comercialização: também de-
cado que não é retida pelo alvo, geralmente signada como perda na distribuição ataca-
expressa em porcentagem. dista, pode ocorrer no transporte, seleção,
embalagem, armazenamento e distribuição
Perda d’água: perda de massa decorrente
aos varejistas, devido a danos físicos causa-
da transpiração do produto vegetal. É um
dos por fatores bióticos e/ou abióticos.
processo fisiológico que continua ocor-
rendo na fase pós-colheita, em maior ou Perda de exportação: produto que se
menor intensidade, dependendo das condi- torna não comercializável, usualmente uma
ções ambientais. Resulta na perda de turgor carga ou grande volume, em virtude das
dentro das células, com desenvolvimento desordens fisiológicas, da contaminação
de sintomas no produto como: enruga- com patógenos e pragas, e dos resíduos de
mento, flacidez e murchamento, e conse- defensivos agrícolas que reduzem a segu-
quente com perda do peso, da firmeza, do rança no uso do produto.
frescor, da crocância e da suculência. Perda de produção: redução, em unidade
Perda de alimento: qualquer redução na de rendimento (kg, t, etc.), para uma deter-
disponibilidade do alimento para o con- minada área geográfica (distrito, região,
sumo. Pode ser dividida em perda de pro- município, estado), baseada no conheci-
dução e perda pós-colheita e ser mensurável mento da porcentagem média de perda de
em termos quantitativos, qualitativos e nu- rendimento para um determinado pató-
tricionais, relativas a um dos seguintes fato- geno ou praga. Pode ser evitada ou redu-
res: perda de massa por transpiração, com zida, tais como fruta não colhida na época
perda mínima do alimento real; redução da oportuna ou em virtude dos preços baixos,
perda por colheita inadequada, etc.
aceitação do produto pelo consumidor,
como na senescência ou brotamento, os Perda de produtividade: diferença entre
quais podem reduzir a qualidade, sem, no a produtividade real e a produtividade má-
entanto, tornar o produto imprestável para xima atingível com relação um único pató-
o consumo; perda de qualidade pela ação geno ou praga.
de agentes externos, como pragas, patóge- Perda direta: perda na qualidade e na
nos, danos mecânicos pela embalagem ou quantidade de um produto vegetal, in-
manuseio incorreto, etc.; perda econômica, cluindo gastos para as práticas de controle
de difícil relação com a qualidade real do de pragas e/ou patógenos.
alimento, porque adquire valor adicional
em cada etapa da cadeia de comercialização Perda do consumidor: perda sofrida pelo
(desde o produtor até o consumidor), consumidor, como aumento do preço ou
numa proporção maior que a deterioração redução da qualidade do produto, resul-
ou perda real do produto. As perdas variam tante de perdas diretas ou indiretas que
significativamente nas diferentes etapas e ocorrem na produção e/ou durante o pro-
são função da safra, variedade, pragas, cessamento, o armazenamento, o trans-
doenças, clima, sistema de colheita, proces- porte e a comercialização.
samento, armazenamento, manuseio e co- Perda econômica: diferença entre a pro-
mercialização. dução econômica e a produção real.

415
Perda escondida: diminuição de retorno quado, armazenamento prolongado ou
do investimento em virtude da queda de processamento.
produção de uma cultura causada por pro-
Perda pós-colheita: perda resultante de
blemas, como patógenos e/ou pragas na
danos aos produtos vegetais após a co-
fase inicial da cultura, o que pode determi-
lheita e a sua retirada da área de produção,
nar plantas com crescimento e desenvolvi-
ou seja, danos causados durante o trans-
mento afetados, reduzindo as colheitas.
porte, armazenamento, processamento
Perda estrutural: perda inevitável em um e/ou comercialização do produto e em vir-
determinado agroecossistema, como o tude da falta de comercialização ou con-
custo para se usar germoplasma resistente, sumo do produto em tempo hábil.
rotação de cultura, etc.
Perda pré-colheita: perda resultante de
Perda fisiológica anormal: perda ocasio- danos à cultura antes da retirada da produ-
nada por condições de estresse. É decor- ção da área de cultivo.
rente de qualquer influência externa, por
exemplo, dano físico, ataques de pragas Perda primária: perda de produtos vege-
e/ou patógenos, condições climáticas des- tais no campo e na pós-colheita em razão
favoráveis, etc. de pragas e patógenos, excluindo os custos
associados com a aplicação de práticas de
Perda fisiológica normal: perda decor- controle das pragas e patógenos.
rente de fatores endógenos metabólicos
que ocorrem em todos os sistemas vivos. Perda qualitativa: refere-se às perdas no
As transformações metabólicas que se su- sabor e no aroma, deterioração da textura e
cedem durante o amadurecimento e a se- da aparência, mediante contaminação e
nescência podem aumentar a suscetibilidade mudanças na composição nutricional do
do produto vegetal aos danos mecânicos e produto vegetal. As perdas qualitativas são
ao ataque de patógenos durante sua vida de difícil avaliação por ser essa realizada de
pós-colheita. modo subjetivo.

Perda fitopatológica: perda por deterio- Perda quantitativa: corresponde à redu-


ração do produto vegetal em virtude de ção no peso do produto por perda de água
ataque de patógenos. ou perda da matéria seca. Também podem
ser incluídas nessa categoria as perdas por
Perda indireta: perda proveniente do au- manuseio inadequado e por acidente.
mento dos custos de manuseio, armazena-
mento, processamento e/ou transporte, Perda secundária: perda causada pela re-
como consequência direta de ataque de pa- dução na capacidade de produção de uma
tógenos e pragas ao produto vegetal. cultura ocorrida na área de cultivo, em vir-
tude de efeito cumulativo de doenças do
Perda inevitável: diferença entre a produ- sistema radicular provocadas por patóge-
ção obtenível e a produção possível. nos habitantes do solo, sementes ou tubér-
Perda nutricional: redução do teor de nu- culos contaminados, desfolhamento
trientes do produto vegetal decorrente da prematuro ou redução do vigor das plan-
decomposição natural, manuseio inade- tas.

416
Perecibilidade: perda de qualidade ou do Periciclo: região mais externa do tecido
valor comercial causada por fatores fisioló- vascular; está entre a endoderme e o floema
gicos (senescência), problemas físicos (da- primário da raiz.
nos mecânicos e desidratação) ou ataque Periderme: designação dada à casca dos
de patógenos e/ou pragas. vegetais, subdivide-se em epiderme, meso-
Perecível: que pode se extinguir, morrer. derme e endoderme.
Diz-se do produto que apresenta curto pe- Periderme necrofilática: periderme de
ríodo de vida útil e que perde a qualidade e defesa que se forma ao nível da casca e do
o valor comercial. Produtos básicos, como lenho de espécies arbóreas, quando a peri-
frutas e hortaliças, são assim designados derme é rompida por um ferimento ou por
por não se conservarem por longos perío- ação de algum patógeno, para impedir que
dos de tempo, sendo, em alguns casos, microrganismos ou o patógeno causador
mantidos por apenas alguns dias ou, no da lesão atinjam os tecidos mais internos
máximo, semanas. A principal causa de da casca e o lenho.
perda é endógena ou fisiológica, embora
fatores externos, como patógenos e/ou Peridial: relativo ao perídio.
pragas, também tenham importância. Perídio: camada mais externa do corpo de
Perfeito: aquele cujo desenvolvimento é frutificação de um fungo, encontrada, por
completo; esporo do fungo que se forma exemplo, nas frutificações ascocárpicas dos
logo após uma cariogamia; diz-se do fungo Gasteromycetes (Basidiomycota); parede
que, além da fase assexual, apresenta a fase ou membrana de um esporângio ou de ou-
sexual. tro corpo de frutificação.

Perfil de restrição: padrão eletroforético Peridíolo: estrutura pequena e resistente


de bandas obtido após digestão de um que contém os basidiósporos e atua
DNA genômico com uma determinada totalmente como unidade de propagação,
enzima de restrição. Ver fingerprint de DNA. encontrada, por exemplo, nas frutifica-
ções ascocárpicas dos Gasteromycetes
Perfil eletroforético: ver padrão eletrofo- (Basidiomycota).
rético.
Perífise: filamento semelhante a cabelo,
Perfilagem de expressão: metodologia que se encontra ao redor do ostíolo e no
que gera perfis quantitativos de expressão canal interno de peritécios e picnídios.
de múltiplos genes em paralelo.
Perífise apical: ver perifisoide.
Perfuração: (1) sintoma necrótico em fo-
lhas, cujas lesões apresentam tamanho limi- Perifisoide: hifa curta não ramificada que
tado e os tecidos necrosados desprendem-se cresce de cima para baixo, sem atingir a
do limbo foliar deixando orifícios arredon- base do ascostroma.
dados; (2) furos naturais da parede, distri- Perigo: algo que pode causar lesões, doen-
buídos nas superfícies dos vasos lenhosos e ças, perdas econômicas ou danos ambien-
esclereídeos. tais.
Perfurado: que tem poros ou furos. Perigo biológico: ver perigo microbiano.

417
Perigo físico: presença de insetos ou seus Período de acesso para aquisição: na vi-
fragmentos ou de outros materiais diversos rologia, refere-se ao período de tempo em
estranhos à composição do produto vege- que um vetor tem acesso para se alimentar
tal. sobre uma fonte de inóculo.
Perigo microbiano: presença no produto Período de alimentação: na virologia, re-
vegetal de microrganismos com potencial fere-se ao período de tempo em que um
de patogenicidade ao homem ou a animais, vetor teste realmente se alimenta sobre
ou de suas toxinas, que podem causar dano uma planta fonte de vírus ou sobre uma
à saúde do consumidor. planta receptora.
Perigo químico: presença no produto ve- Período de alimentação para aquisição:
getal de resíduos de defensivos agrícolas, na virologia, refere-se ao período de tempo
metais pesados, aditivos intencionais e de- durante o qual o vetor se alimenta sobre
sinfetantes, entre outros proibidos por lei, planta infectada para adquirir um vírus
ou existência desses elementos em quanti- para subsequente transmissão.
dades superiores aos níveis de tolerância
máxima admissíveis por lei. Período de carência: na defesa fitossani-
tária, período em dias, na aplicação de de-
Perineal: relativo ao períneo de fêmeas de fensivos agrícolas e afins quando: (1) antes
algumas espécies de nematoides. da colheita, intervalo de tempo entre a úl-
Períneo: superfície da região entre o ânus tima aplicação do defensivo agrícola e a co-
e a vulva ou próxima a eles, geralmente lheita; (2) pós-colheita, intervalo de tempo
com padrões variados de estriações da cutí- entre a última aplicação do defensivo agrí-
cula, os quais conferem valor taxonômico cola pós-colheita e a comercialização do
para a identificação de nematoides forma- produto tratado; (3) em pastagem, inter-
dores de galhas e cistos. valo de tempo entre a última aplicação do
defensivo agrícola e o consumo do pasto;
Período Beaumont: período de 2 dias du- (4) em ambiente hídrico, intervalo de
rante o qual a temperatura não cai abaixo tempo entre a última aplicação do defen-
de 10 °C e a umidade relativa é superior a sivo agrícola e o reinício das atividades de
75%; tais condições são favoráveis para a irrigação, dessedentação de animais, bal-
infecção de folhas de batateira pelo fungo neabilidade, consumo de alimentos prove-
Phytophthora infestans. Dez dias após o pe- nientes do local e captação para
ríodo Beaumont, espera-se o surgimento abastecimento público; (5) em relação a
da requeima. cultura subsequente, intervalo de tempo
Período de acesso de aquisição: período transcorrido entre a última aplicação do de-
no qual o vetor deve se alimentar na planta fensivo agrícola e o plantio consecutivo de
hospedeira infectada com o vírus para que outra cultura.
possa adquiri-lo e, assim, transmiti-lo. Período de dormência: período de redu-
Período de acesso de transmissão: pe- ção ou suspensão da atividade metabólica,
ríodo no qual o vetor virulífero deve se ali- encontrado nos estádios de repouso dos ci-
mentar na planta hospedeira sadia para que clos de vida de muitos organismos; adapta-
o vírus possa ser transmitido. ção à condição adversa; qualquer período

418
de repouso ou interrupção reversível do (2) período de tempo (horas ou dias) no
desenvolvimento fenotípico de um orga- qual o fungicida permanece ativo na planta
nismo. agindo como protetor. Os fungicidas pro-
Período de exposição: (1) intervalo de tetores ou residuais permanecem na super-
tempo em que o hospedeiro fica exposto fície e os sistêmicos no interior da planta.
ao patógeno ou praga; (2) período de Período de reentrada: ver intervalo de
tempo em que o patógeno ou praga fica reentrada.
em contato com o defensivo agrícola;
(3) período em que o hospedeiro fica ex- Período de resistência: ver dormência.
posto ao vetor virulífero para que o vírus Período de retenção: período de tempo,
possa ser transmitido. após a alimentação para aquisição do vírus
Período de geração: ver período latente. em uma planta infectada, durante o qual o
vetor é capaz de transmitir o vírus.
Período de incubação: (1) período de
tempo decorrido entre a inoculação do pa- Período de risco: período de tempo em
tógeno no hospedeiro e o aparecimento que é aconselhável ou mesmo indispensá-
dos primeiros sintomas da doença; (2) pe- vel avaliar a intensidade de uma doença
ríodo de tempo transcorrido entre a infec- para decidir sobre a necessidade de proce-
ção do fago ou indução e a lise das células der à estimativa do risco.
bacterianas; (3) período de tempo com- Período de suscetibilidade: período em
preendido entre o início da aquisição do ví- que a planta ou seus órgãos são suscetíveis
rus e o momento em que o vetor passa a ao patógeno.
transmitir o vírus adquirido para uma
planta sadia. Período de transmissibilidade: intervalo
de tempo durante o qual a planta doente li-
Período de infecção: ver período de incu- bera propágulos do patógeno para o meio
bação. ambiente ou para o vetor, tornando possí-
Período de persistência: período neces- vel a transmissão do patógeno a outro hos-
sário para um defensivo perder a sua efeti- pedeiro.
vidade, sob condições ambientais e Período dormente: período durante o
quantidade normais aplicadas. Os defensi- qual não ocorre crescimento.
vos não persistentes são caracterizados por
perdurarem de 1 a 2 semanas, os modera- Período efetivo de proteção: período,
damente persistentes, de 1 a 18 meses e os após a aplicação do produto fitossanitário,
persistentes, de 2 a 5 anos. durante o qual o aumento da doença é mí-
nimo.
Período de pré-penetração: na virologia,
refere-se ao período de tempo compreen- Período infeccioso: período de tempo em
dido entre o momento que o vetor é colo- que uma lesão permanece esporulando, ou
cado sobre o hospedeiro e o momento que seja, produzindo propágulos infectivos.
os tecidos do hospedeiro são penetrados. Período latente: período de tempo decor-
Período de proteção: (1) ação residual ou rido entre a inoculação e a produção de
ação protetora de um defensivo agrícola; novo inóculo pelo patógeno (por exemplo,

419
esporulação de fungos). Engloba o pe- e 9 horas de molhamento e temperatura de
ríodo de incubação. Pode ser também defi- 16,7 °C (Federation of British Plant
nido, em alguns casos, como o período de Pathologist, 1973).
tempo em que um vetor adquire o pató-
Período residual: período em que o ingre-
geno e o transmite para outra planta.
diente ativo é mantido no interior dos teci-
Período latente médio: período de tempo dos da planta ou sobre eles, em concentração
decorrido entre a inoculação e a produção suficiente para inibir ou retardar a infecção
de novo inóculo pelo patógeno em 50% causada pelo patógeno.
das lesões.
Período Smith: período de dois dias du-
Período limite de acessibilidade: na vi- rante o qual a temperatura cai abaixo de
rologia, refere-se ao período mínimo, após 10 °C e a umidade relativa do ar é igual ou
a inoculação de um hospedeiro, no qual o superior a 90 % durante pelo menos 11 ho-
vírus poderá ser novamente adquirido por ras em cada dia; tais condições são favorá-
um vetor. veis à infecção das folhas da batata pelo
Período limite de aquisição: na virolo- fungo Phytophthora infestans (Federation of
gia, refere-se ao período mínimo necessá- British Plant Pathologist, 1973).
rio que um vetor precisa se alimentar sobre Período vegetativo: período em que o pa-
um hospedeiro com vírus a fim de que tógeno não se reproduz, mas se ocupa das
possa obter uma carga infectiva de vírus. demais funções vitais.
Período limite de inoculação: na virolo- Perioral: aquilo que fica em torno da aber-
gia, refere-se ao período necessário que o tura oral do nematoide ou anexo ou adja-
vetor se alimenta sobre a planta sadia a fim cente a ela.
de que possa ocorrer a transmissão do ví-
rus. Periplasma: espaço entre a membrana
plasmática de uma bactéria ou fungo e a
Período limite de transmissão: na viro- membrana exterior ou parede celular; es-
logia, refere-se ao período mínimo neces-
paço periplásmico.
sário para um vetor transmitir um vírus,
período compreendido entre o período de Perispório: invólucro externo do esporo.
alimentação para a aquisição e o período de Peritécio: tipo de frutificação sexual dos
alimentação para inoculação. Ascomycota, delimitada por uma parede
Período Mills: período de molhamento da geralmente em forma de pequena garrafa
folha da macieira, associado com a tempe- ou globular, com um poro apical (ostíolo)
ratura, requerido para infecção pelos ascós- por onde são ejetados os ascósporos.
poros do fungo Venturia inaequalis, ou seja,
Peritríquia: que apresenta pelos ou flage-
30 horas de molhamento e temperatura de
los envolvendo todo o esporo ou célula
5,6 °C; 20 horas de molhamento e tempe-
bacteriana.
ratura de 7,2 °C; 14 horas de molhamento
e temperatura de 10 °C; 11 horas de molha- Permanganato de potássio: sal de potás-
mento e temperatura de 12,8 °C; 10 horas sio de cor púrpura, fortemente oxidante,
de molhamento e temperatura de 14,4 °C; usado como desinfetante.

420
Permeabilidade: grau em que uma subs- molécula reporter em testes de diagnóstico,
tância porosa permite a passagem de um lí- como o Elisa.
quido ou gás; capacidade de uma membrana
Peróxido de hidrogênio: forte agente
em permitir a passagem de compostos em
oxidante, com ação contra bactérias, fun-
solução.
gos e vírus; fórmula (H2O2). Afeta compo-
Permeável: diz-se de membrana através nentes celulares essenciais, como lipídios e
da qual substâncias no estado líquido se di- proteínas das membranas celulares, polis-
fundem. sacarídeos e DNA microbianos. É utili-
Permissão de importação: na defesa fi- zado na esterilização de embalagens para
tossanitária, documento oficial que auto- alimentos e na sanificação de frutas e hor-
riza a importação de um produto, em taliças.
conformidade com os requisitos fitossani- Peroxissomo: organela que utiliza O2 para
tários especificados. oxidar moléculas diversas e produz e de-
Permissão de trânsito de vegetal: docu- grada H2O2 (peróxido de hidrogênio).
mento emitido pelo órgão estadual de de- Perpetuação: passagem do agente causal
fesa sanitária vegetal para acompanhar a do material infectado de uma geração clo-
partida de produtos com exigências fitossa- nal para outra através da multiplicação ve-
nitárias específicas, válido em todo o terri- getativa, implicando na continuidade de
tório nacional, ao qual podem ser anexados, transmissão do patógeno.
quando necessário, laudos ou qualquer ou-
tro documento comercial. O documento Persistência: (1) período no qual um de-
garante a certificação, na origem, da ausên- fensivo agrícola permanece efetivo em ní-
cia de pragas e patógenos nos vegetais e vel satisfatório, é contado a partir do
partes dos vegetais. momento da sua aplicação; (2) período de
tempo em que o vírus permanece retido no
Permutação: fenômeno em que ocorrem
quebras e trocas de pedaços de DNA entre vetor após sua aquisição em uma planta
cromátides de cromossomos homólogos. doente; (3) habilidade de uma espécie em
permanecer em um local particular por um
Permutação genética: troca de DNA, período de tempo após sua introdução.
durante a prófase I da meiose, entre um
cromossomo materno e um cromossomo Persistência no solo: período de tempo
paterno. em que um defensivo agrícola permanece
efetivo quando aplicado sobre ou no solo.
Peronado: diz-se das Agaricales que têm o
estipe envolvido por volva. Persistente: (1) que permanece no su-
porte até completa maturação; (2) defen-
Peronado escamoso: que apresenta a sivo agrícola que se mantém no ambiente
volva persistindo apenas por escamas. por muito tempo; (3) vírus que fica por
Perorial: em torno, anexo ou adjacente à muito tempo no vetor; (4) patógeno que
abertura oral do nematoide. permanece em um local por muito tempo.
Peroxidase: enzima que catalisa a decom- Petaliforme: usualmente aplicado ao píleo
posição dos peróxidos, usada como uma de fixação lateral que apresenta formato

421
curvo-fechado, com as extremidades alar- PGPR: sigla de Plant Growth-Promoting
gadas e arredondadas. Rhizobacteria. Ver rizobactérias promoto-
ras do crescimento de plantas.
Pertófita: organismo “saprófita” que mata
as células com o avanço da invasão micelial, pH: sigla de potencial hidrogeniônico, que
por meio de materiais tóxicos secretados; é usado para indicar o maior ou menor
um necrófita sobre os tecidos mortos de grau de acidez de uma solução. O valor sete
um hospedeiro vivo. indica solução neutra; menor que sete in-
dica solução ácida e maior que sete indica
Pescoço: (1) parte mais alongada e afilada,
solução básica ou alcalina. O cálculo é feito
percorrida por um canal interno forrado
empregando logaritmo negativo da con-
internamente pelas perífises, seguindo-se centração do íon hidrônio (H3O+) em mo-
ao bojo de um peritécio; (2) porção do les por litro.
corpo do nematoide, da base labial até o
fim do esôfago. pH isoelétrico: ver ponto isoelétrico.
Peso fresco: medida da massa de material pH ótimo: pH característico no qual um
orgânico que inclui o conteúdo de água. microrganismo apresenta máximo desen-
volvimento ou uma enzima mostra sua ati-
Peso seco: medida da massa de material vidade catalítica máxima.
orgânico depois da remoção da água.
O peso de uma amostra após desidratação; PHgâmetro: aparelho usado para medir o
no caso de matéria vegetal, a secagem pode pH de um meio líquido, constituído basica-
ser feita sob alta temperatura para remover mente por um eletrodo e um potenciôme-
toda umidade. tro.

Pesquisa: (1) ação metódica para se buscar Phagovar: subdivisão de uma espécie de
uma resposta; busca; investigação; (2) na bactéria baseada em um padrão particular
defesa fitossanitária, diz-se do procedi- de suscetibilidade e resistência a bacteriófa-
mento metodológico para determinar as gos. Quando usado como parte do nome
características de uma população de pragas científico, deve ser escrito em inglês. No
ou patógeno, ou apontar as espécies que entanto, quando usado em corpo do texto,
ocorrem em uma área; (3) na defesa fitos- pode ser aportuguesado (fagovar), como
exemplo: Listeria monocytogenes phagovar
sanitária, procedimentos técnico-científi-
2389/2425/3274/2671/47/108/340.
cos efetuados visando gerar informações e
conhecimentos a respeito da aplicabilidade Phragmobasidiomycetes: extinta classe
de defensivos agrícolas, seus componentes de Basidiomycota.
e afins, da sua eficiência e dos seus efeitos Phycomycetes: na classificação antiga de
sobre a saúde humana e o meio ambiente. fungos, era considerada uma das classes,
Pesticida: ver defensivo agrícola. agora eles são tratados como Chromista e
alguns como Fungi (Chytridiomycota e
Petaloide: diz-se do píleo que, quanto à
Zygomycota), que inclui as classes
forma, se assemelha a uma pétala.
Chytridiomycetes, Hyphochytridiomyce-
Pétreo: que tem a consistência de pedra. tes, Plasmodiophoromycetes, Oomycetes,

422
Zygomycetes, e Trichomycetes; em de- Picniósporo: esporo produzido no pícnio
suso. de Uredinales ou diminuto espermogônio
de certos fungos, como Diaporthe.
Picada de prova: perfuração breve que os
insetos fazem na planta para identificá-la Picnoescleródio: estrutura de parede mais
como um potencial hospedeiro. Em geral, ou menos dura, semelhante a um picnídio,
essa expressão é utilizada em associação mas com ausência de esporos.
com a relação de transmissão entre o vírus Picnósporo: mesmo que picniósporo e er-
e seu vetor. roneamente empregado como sinônimo
Pickling: método de preservação de fo- de picnidiósporo.
lhas, ramos e frutos doentes e de estruturas Picnotécio: ver tireotécio.
de alguns fungos em líquido semelhante a
pickles. O líquido é constituído de ácido Picograma: unidade de peso, correspon-
fraco, álcool e formaldeído. Os espécimes dente a 10-12 g ou 10-9 mg ou 10-6 µg ou
são facilmente visualizados quando coloca- 10-3 ng.
dos em recipientes de vidro transparente. PIF: sigla de Produção Integrada de Fru-
A desvantagem desse método é a perda da tas, substituída por Sistema Agropecuário
cor natural do espécime preservado. de Produção Integrada (Sapi). Ver sistema
Picnídio: estrutura assexual, em forma de agropecuário de produção integrada.
pequena garrafa ou esférica, delimitada por Pigmentação: coloração de um orga-
uma parede e recoberta interiormente por nismo ou presença de depósitos de pig-
conidióforos, os quais produzem picni- mento dentro de um organismo.
diósporos. Os picnidiósporos geralmente Pigmentado: que é colorido; que tem pig-
são liberados por um poro apical (ostíolo). mento.
Picnidióforo: hifa especializada portadora Pigmento: nome dado a substâncias co-
de picnidiósporos. rantes de natureza diversa, na maioria das
Picnidiósporo: esporo produzido em um vezes proteicas, que dão coloração aos teci-
pícnio de Uredinales ou diminutos esper- dos vegetais e animais.
magônios de certos fungos. Nome atual- Pileado: provido de píleo; usado para
mente em desuso ou não recomendado qualquer frutificação de Basidiomycota
para o espermácio das ferrugens não ressupinada, isto é, destacada do subs-
(Uredinales – Basidiomycota). trato.
Pícnio: corpo de frutificação dos fungos Píleo: porção da frutificação, diferenciada
causadores de ferrugem, onde os gametas do estípite, que carrega o himenóforo,
ou gametângios são produzidos. Estrutura por exemplo, o chapéu dos cogumelos
que forma espermácios (masculino) e hifas (Agaricales) e as orelhas-de-pau
receptivas (feminino) e corresponde ao es- (Aphyllophorales) nos Basidiomycota.
tádio inicial zero do ciclo de vida das ferru-
gens (Basidiomycota). Termo às vezes Pilífero: ver piloso.
usado para o espermogogênio de Uredina- Piloso: provido de pelos. Caracteriza a su-
les (Basidiomycota). perfície das frutificações dos fungos e ór-

423
gãos vegetais, como folhas, em contra- para pegar em objetos maiores ou objetos
posição a glabro, desprovido de pelos. quentes.
Pilus de conjugação: estrutura oca e tu- Pincelamento: ato de aplicar defensivos
bular, muito semelhante a um flagelo, que agrícolas, na forma de pasta ou de uma so-
se forma entre duas células bacterianas, lução ou suspensão altamente concentrada,
uma doadora e outra receptora. É utilizada sobre ferimentos ou lesões com auxílio de
para transferência de material genético de um pincel.
uma célula para outra, que pode ser tanto Pincelar: aplicar uma pasta contendo de-
um plasmídeo quanto parte do cromos- fensivo agrícola, com auxílio de um pincel,
somo principal, no processo de conjugação geralmente sobre tecidos lenhosos.
da recombinação bacteriana.
Pinta: pequena lesão; muitas vezes peque-
Pimaricina: antibiótico produzido por nos estromas negros de fungos, presentes
Streptomyces natalensis, cuja fórmula é na superfície do limbo foliar.
C33H47NO13, antifúngico natural, que não
atua contra bactérias. Pipeline: sistema automatizado em linha
de alto desempenho para análise genômica.
Pinça: utensílio constituído de duas hastes
Pipeta: instrumento de medição e transfe-
presas numa das extremidades e que, sob
rência rigorosa de volumes líquidos.
pressão, trabalham como alavancas articu-
ladas, utilizada para pegar objetos sem que Pipeta automática: aparato composto de
a mão lhes toque diretamente. No labora- uma parte fixa (que contém todos os dis-
tório, é utilizada para evitar contato direto positivos para seu funcionamento), à qual
com a vidraria ou outros materiais. Há vá- se adapta uma ponteira removível, normal-
rios tipos e formatos de pinças usadas em mente de plástico. A parte fixa apresenta
laboratório. um pistão de aço inoxidável capaz de mo-
ver-se dentro de um cilindro. O movi-
Pinça de Hoffman: designada por mento apropriado cria vácuo, o que faz
“pinça”, embora não se destine a pegar em com que o líquido em contato com a pon-
objetos, mas para obstruir a passagem de teira seja aspirado para dentro do cilindro e
líquidos ou gases através tubos de material ocupe o volume antes ocupado pelo ar.
flexível que possam ser vedados quando Dotada de grande precisão, a pipeta auto-
apertados. Possui braço móvel e pode ser mática libera volumes bastante aproxima-
ajustado (com parafuso rosqueável) para dos do volume indicado no equipamento.
adequação a diferentes diâmetros de tubo. Assim, permite a reprodutibilidade de
Pinça metálica ou tenaz: utensílio com mensurações individuais de um mesmo vo-
pega muito semelhante a uma tesoura. No lume, que pode ser expressa como um des-
entanto, possui pequenas pegas de metal vio-padrão. Libera volume mínimo de até
com clivagens para aumentar o atrito. Em 0,002 µL.
certos casos, as extremidades das pinças Pipeta de Pasteur: utensílio semelhante a
metálicas podem ser revestidas com um um conta-gotas, geralmente formado por
plástico para aumentar a aderência ao ma- um tubo de vidro de ponta afilada. Serve
terial a suportar. Essas pinças são usadas para efetuar a transferência de pequenas

424
porções de líquidos. Ao contrário das ou- virulência necessários para atacar essa
tras pipetas, esta não apresenta uma escala combinação de genes de resistência, é
com indicação de volume determinado; muito baixa. Assim, quanto maior o nú-
tem apenas a abertura inferior para entrada mero de genes incorporados, mais longeva
de líquido. Em sua ponta superior, há um será a resistência da cultivar.
“balão” que, quando pressionado, expele o
ar. A ponta inferior é mergulhada no lí- Pirâmide de doença: representação es-
quido a transferir e, quando o “balão” é quemática com o formato de uma pirâ-
solto, o líquido é sugado para a pipeta. mide de um patossistema de cultivo
artificial, onde, em uma face, é colocado o
Pipeta graduada: pequeno tubo em vi- patógeno (total de virulência e abundância
dro, graduado usado em laboratório para de inóculo), na outra o clima (condições fa-
medir e transferir volumes variáveis de lí-
voráveis à doença), em outra o hospedeiro
quidos ou soluções, sem muita precisão.
(suscetibilidade), e na última o homem
São comuns pipetas de 1 mL, 2 mL, 5 mL
(aplicação das formas de controle disponí-
e 10 mL.
veis e/ou aplicação de tecnologias que fa-
Pipeta volumétrica: pequeno tubo usado vorecem a ação dos patógenos).
para medir e transferir líquidos, porém A quantidade de doença no interior da pi-
mais preciso do que a pipeta graduada, o râmide vai depender da ação de cada com-
qual possui um bulbo na parte central para ponente. Por exemplo, se o clima é
abrigar maior volume de líquido. Diferen- altamente favorável, o patógeno bastante
temente da pipeta graduada que mede vo- virulento, o hospedeiro muito suscetível e
lumes variados, o volume medido pela o homem não adota medidas de controle
pipeta volumétrica é fixo.
eficientes, a severidade da doença será
Pipetador: dispositivo de plástico resis- “máxima”.
tente a ácidos e soluções alcalinas para aco-
Pirenocarpo: tipo de ascocarpo; peritécio.
plamento em diversos tipos de pipetas de
vidro ou plástico para sucção de líquidos. Piriforme: que tem forma de pera; forma
Dispõe de uma roldana para um preciso de alguns esporos de fungos.
controle do enchimento ou esvaziamento
Pirimidina: grupo de bases nitrogenadas
da pipeta.
dos ácidos nucleicos: citosina (C) e timina
Piptósporo: basidiósporo que se disse- (T) presentes no DNA, e uracil (U) que
mina por simples queda sobre o solo. substitui a timina no RNA.
Piramidação de genes: termo cunhado Pirodoxina: nome comum da vitamina B6,
por melhoristas para definir a estratégia do hidrossolúvel, favorece a respiração das cé-
uso de genes de resistência vertical, incor- lulas e ajuda no metabolismo das proteínas.
porando em uma única cultivar vários ge-
nes maiores para resistência específica a Pirofilita: variedade de silicato hidratado
um patógeno. O sucesso da piramidação de alumínio (Al2SiO4O10(0H)2) que, redu-
depende da premissa de que a probabili- zido a pó, serve como veículo para defensi-
dade de aparecimento de uma “super- vos. Assemelha-se ao talco em aspecto, cor,
-raça”, contendo todos os genes de brilho e estrutura.

425
Pisseta: frasco de plástico usado para lava- uma colônia bacteriana cultivada em um
gens de materiais e recipientes por meio de meio sólido.
jatos de água, álcool ou outros solventes.
Placa de perfuração: parte perfurada da
Pistilo: (1) dispositivo, semelhante a uma parede de um elemento de vaso, localizada
mão de um pilão, usado com o almofariz nas extremidades, que pode ser simples,
para triturar amostras até transformá-las com apenas uma perfuração, ou multiper-
em uma pasta ou pó homogêneo; (2) nome furada, do tipo escalariforme, se as pontua-
dado ao conjunto de peças femininas do ções forem alongadas e paralelas entre si,
sistema reprodutivo das flores. Ver almofa- ou reticulada, se as perfurações exibirem
riz. um padrão semelhante a uma rede. É o
ponto de conexão entre os vasos do xilema
Pistola: barra de metal leve que tem uma
que permitem o fluxo de seiva bruta.
das extremidades acoplada à mangueira
por meio de uma válvula e a outra a um dis- Placa de Petri: recipiente de vidro ou
positivo para a colocação de bicos para a plástico, achatado e circular, constituído de
produção da pulverização desejada. duas partes (uma base e uma tampa), muito
utilizado para isolar e cultivar microrganis-
Pivô central: sistema de irrigação por as-
mos, principalmente fungos e bactérias.
persão que consiste em uma linha de asper-
sores montada sobre uma armação metálica Placa mutante: placa produzida por mu-
com rodas, tendo uma extremidade fixada tante bacteriófago, que difere em tamanho
em uma estrutura, o pivô, e a outra em mo- ou aparência daquela produzida pelo vírus
vimento contínuo em torno dele durante a tipo-selvagem.
aplicação da água.
Planacromático: diz-se da objetiva do
PL50: ver período latente médio. tipo acromática que se usa com oculares
compensadas. O conjunto dá um campo
Placa: (1) denominação dada a uma área
visual plano, especial para trabalhos de fo-
clara e circular, oriunda da lise produzida
tomicrografia.
por um bacteriófago virulento em uma co-
lônia de bactérias sobre um meio de cul- Planejamento experimental: planeja-
tura; (2) grupo de cromossomos dispostos mento estatístico para a condução de um
no plano equatorial da célula durante as experimento, com a finalidade de garantir
etapas da metáfase e anáfase da meiose. que as causas associadas aos efeitos pos-
sam ser avaliadas por meio de cuidadoso
Placa basal: estrutura radial localizada na
controle de todas as variáveis apropriadas.
parte posterior do esqueleto cefálico de ne-
matoides. Planetismo: condição de possuir esporos
móveis, comum nos Oomycotas.
Placa crivada: área da parede entre duas
células crivadas do floema, dotada de poros Planetósporo: esporo móvel, com flage-
e filamentos por meio dos quais elas estão los; zoósporo.
conectadas.
Plano de ação corretiva: na defesa fitos-
Placa de lise: halo circular que se forma sanitária, plano documentado de ações fi-
em consequência do ataque de um vírus a tossanitárias a serem implementadas em

426
uma área oficialmente delimitada para fins ou ambiente, podendo perpetuar-se na co-
fitossanitários caso uma praga seja detec- munidade sem necessitar de tratamento.
tada, um determinado nível de pragas seja Trata-se de uma planta exótica que se torna
excedido ou a implementação dos procedi- subespontânea no local onde foi inserida.
mentos estabelecidos oficialmente seja mal Planta antagonista: planta que libera ex-
sucedida. sudatos no solo que são tóxicos a diversos
Plano de clivagem: diz-se, em Mucorales, nematoides fitoparasitas, como aspargo e
do plano de separação do protoplasma, en- mal-me-quer, que, plantadas intercaladas
tre a columela e a região esporogênica, por com culturas suscetíveis, diminuem a po-
um processo de vacuolação e, posterior- pulação de nematoides no solo e nas raízes
mente, havendo separação do protoplasma dessas culturas.
esporogênico em porções uninucleadas Planta daninha: planta que invade e se de-
para a formação dos esporangióforos. senvolve nas lavouras, em local não dese-
Plano de contingência: na defesa fitossa- jado.
nitária, plano previamente elaborado para Planta de eclosão: planta que secreta fa-
orientar as ações de preparação e resposta tor de eclosão de ovos de nematoides.
imediata a um cenário de risco que con-
temple os princípios, as estratégias, as ações Planta doente: planta que se apresenta em
emergenciais, os procedimentos e as res- estado de anormalidade bioquímica, fisio-
ponsabilidades em caso de uma emergên- lógica ou morfológica, se comparada às
cia fitossanitária para controlar, erradicar plantas sadias. Essas anormalidades podem
ou evitar a disseminação da praga para ser em virtude da ação deletéria, dinâmica e
áreas não afetadas. contínua de um ou mais agentes causais
bióticos. Porém, em algumas situações, sur-
Plano de emergência: ver plano de con- gem por causa de agentes abióticos ou não
tingência. infecciosos.
Plano de trabalho: na defesa fitossanitá- Planta epífita: planta que vive sobre ou-
ria, plano documentado com medidas fi- tras plantas ou árvores. Desenvolve-se sem
tossanitárias e ações de educação sanitária contato com o solo e germina entre as fres-
com a definição de funções e responsabili- tas das árvores. Suas raízes absorvem a
dades dos segmentos envolvidos, a ser im- umidade, água da chuva e nutrientes pre-
plementado em uma área oficialmente sentes no ar ou nas partes mortas da casca,
delimitada. sem prejudicar o hospedeiro. Exemplos:
Planogameta: gameta móvel. orquídeas e bromélias.

Planogametas anizógamos: gametas Planta espontânea: ver planta daninha.


móveis que são morfologicamente simila- Planta filtro: planta usada para separar
res, mas diferentes em tamanho. mistura de vírus.
Planósporo: ver planetósporo. Planta hospedeira: planta em que o pató-
geno estabelece sua relação de parasitismo.
Planta aclimatada: planta que, introdu-
zida em uma área, se adapta ao novo clima Planta indesejável: ver planta daninha.

427
Planta indicadora: (1) planta que reage a ser plantada intercalada com as plantas de
um patógeno ou a um fator do meio am- interesse agrícola para repelir insetos veto-
biente com sintomas típicos e que deve ser res de patógenos.
usada para auxiliar na detecção do pató-
Planta resistente a nematoide: planta
geno ou do fator do meio ambiente;
que restringe a multiplicação do nematoide
(2) planta suscetível, usada como parâme-
e não tem o seu desenvolvimento e produ-
tro em provas de sobrevivência ou repro-
ção afetados.
dução de nematoides fitoparasitas; (3)
planta que expressa reações distintas para Planta sentinela: planta altamente susce-
um vírus específico, permitindo sua dife- tível a uma determinada praga que, rapida-
renciação de outros vírus comumente mente, apresenta sintomas ou sinais
presentes. visíveis, como necrose, clorose e distúrbios
Planta infestante: ver planta daninha. fisiológicos, como redução do crescimento.
No plantio, é introduzida em posições es-
Planta intolerante a nematoide: planta tratégicas para, quando atacada, servir de
que não permite a multiplicação do nema- alerta ao agricultor, que, na lavoura, há iní-
toide, porém sofre danos severos e não se cio do ataque da praga, o qual deve adotar
desenvolve na presença dele. medidas de precaução para minimizar futu-
Planta invasora: ver planta daninha. ros problemas. No caso da praga quarente-
nária ausente, pode ser estabelecida
Planta matriz: (1) planta elite selecionada próxima à divisa de um país onde ocorre o
que pode dar origem a um clone, como em problema, ou de uma praga quarentenária
cultivos de espécies florestais; (2) planta presente sob controle oficial, pode ser esta-
doadora de explantes nos procedimentos belecida à divisa de um estado ou região
de cultura in vitro. para indicar se a praga disseminou para o
Planta naturalizada: ver espécie naturali- local sob vigilância.
zada. Planta suscetível a nematoide: planta
Planta parasita: planta que se instala so- que permite a multiplicação do nematoide
bre outra planta ou árvore e se alimenta de e cujo desenvolvimento e produção são ne-
sua seiva. Encrava suas raízes (conhecidas gativamente afetados com populações
como haustórios) no caule ou no tronco de crescentes desse microrganismo.
seu hospedeiro, de modo a atingir o sis-
Planta-teste: espécie de planta ou cultivar
tema vascular e retirar a seiva de que pre-
usada para diagnóstico ou avaliação da in-
cisa para nutrir-se. Exemplos: erva-de-
fectividade de um patógeno.
-passarinho (Struthantus flexicaulis) e cipó-
-chumbo (Cuscuta spp.). Planta tolerante a nematoide: planta que
permite a multiplicação do nematoide,
Planta repelente: planta que libera alguns
sem, contudo, ter o seu desenvolvimento e
metabólitos, através das raízes ou folhas,
produção afetados.
como exemplo, a citronela (Cymbopogon
nardus) e o cravo-de-defunto (Tagetes erecta), Planta transgênica: planta que recebeu,
que repelem insetos. Na fitopatologia, no- no interior de suas células, genes de outro
tadamente na agricultura orgânica, pode organismo por meio de técnicas da enge-

428
nharia genética. Sua presença é expressa a capacidade de infectar o vírus quando
pela produção de um composto ou de uma atingem as outras culturas. Nesse caso, a
função esperada ou pela perda de uma fun- planta-isca reduz a quantidade de inóculo
ção pré-existente. que atinge a cultura; (2) plantas indicadoras
Planta vermelha: designação dada a mo- ou testes nas quais os vetores que têm ad-
rangueiros infestados por Aphelenchoides fra- quirido vírus são testados. Os vírus trans-
gariae. mitidos por vetores habitantes do solo
movem-se lentamente das raízes para os
Planta voluntária: planta da espécie culti- brotos. Depois de determinado período,
vada que cresce sem que tenha sido plan- posterior à inoculação, o suco das raízes da
tada, a partir de semente ou material planta inoculada é inoculado na planta-isca.
propagativo que ficou no solo após a co-
lheita. Planta que serve de reservatório de Planticorpos: denominação de anticorpos
patógenos. Fonte de inóculo para o pró- produzidos em plantas transgênicas. Dife-
ximo plantio. Ver vazio sanitário. rentemente de animais e seres humanos,
plantas não produzem anticorpos; con-
Plantae: ver reino. tudo, no início da década de 1990, foram
Plantar: colocar esporos, hifas ou micélio produzidas plantas transgênicas, em cujo
de fungo em um meio de cultura, equiva- genoma, com o auxílio da engenharia gené-
lente a repicar estrutura fúngica. tica, foram incorporados genes exóticos,
Plantas-armadilha: ver plantas-isca. como genes de rato que produzem anticor-
pos contra alguns patógenos de plantas.
Plantas companheiras: plantas perten-
centes a espécies ou famílias que se ajudam Plantio direto: sistema de manejo do solo
e se complementam, não apenas na ocupa- em que os restos culturais são deixados na
ção do espaço e utilização de água, luz e superfície do solo. O solo é removido ape-
nutrientes, mas também nas interações bio- nas no sulco, onde são depositadas as se-
químicas chamadas de efeitos alelopáticos. mentes e os fertilizantes, e as plantas
Esses efeitos podem ser de natureza esti- daninhas são controladas por herbicidas.
muladora e inibidora, tanto em relação a Essa prática tem efeito direto sobre a so-
plantas, quanto a insetos, nematoides, etc. brevivência de patógenos necrotróficos.
De modo geral, as doenças são mais seve-
Plantas-isca: (1) plantas de menor valor ras sob plantio direto do que quando os
econômico, que são colocadas ao redor ou restos culturais são parcial ou totalmente
no interior de uma cultura em exploração, incorporados ao solo, pois a presença dos
as quais são preferidas principalmente por restos culturais na lavoura significa, quase
vetores de vírus, por exemplo, as fileiras de sempre, a existência de fitopatógenos ne-
milho plantadas no entorno de plantios de
crotróficos.
pimentão, feijão e abóbora. Os pulgões in-
vasores atingirão a área e alimentar-se-ão Plântula: estádio inicial de desenvolvi-
primeiro nas plantas de milho. Como a mento de espécies vegetais utilizadas para o
maioria dos vírus transmitidos por pulgões plantio comercial ou para a sucessão vege-
apresenta relação de transmissão do tipo tal, por meio de estímulos como insolação
não persistente, a maioria dos afídios perde e hidratação.

429
Plaqueamento: ação de distribuir frag- cula circular de DNA, mas podem também
mentos de micélio ou propágulos de um ser lineares e estar presentes em organis-
fungo ou gotas de uma suspensão bacte- mos eucariontes. O número de cópias de
riana sobre um meio de cultura. um plasmídeo na célula varia de uma até
centenas e seu tamanho de 1 a 400 quiloba-
Plaqueamento de solo: técnica usada
ses. Os plasmídeos podem conferir vanta-
para quantificar a população de fungos e
bactérias no solo. Prepara-se uma diluição gens adaptativas aos seus hospedeiros,
em série de base 10, iniciando com a sus- como resistência a antibióticos e estresses.
pensão de 10 g de terra úmida em 90 mL Os plasmídeos são muito utilizados como
de água destilada estéril ou de solução sa- vetores (transportadores) de genes de um
lina em erlenmeyer (10-1). Agita-se em mesa organismo para outro.
agitadora por 15 minutos. Retira-se uma Plasmídeo conjuntivo: plasmídeo que
alíquota de 1 mL do erlenmeyer e adiciona- contém um gene chamado tra-gene, que
-se em 9 mL de água destilada estéril ou so- pode iniciar a conjugação, isto é, a troca se-
lução salina (10-2) e assim sucessivamente xual de plasmídeos com outra bactéria.
até a diluição 10-5. Coloca-se 0,1 mL de
Plasmídeo de fertilidade: plasmídeo que
cada tubo sobre placas de Petri, em que es-
contém apenas tra-genes, sua única função
tão meios de cultura específicos. Distribui-
é a iniciação da conjugação bacteriana.
-se o inóculo com alça de
Drigalsky, anotam-se a diluição e a amostra Plasmídeo de resistência: plasmídeo que
e incuba-se o inóculo em estufa a contém genes que o tornam resistente a an-
28 °C por 7 dias. Faz-se a contagem das co- tibióticos ou defensivos.
lônias utilizando contador automático, se Plasmídeo de virulência: plasmídeo que
necessário. Os resultados são expressos em transforma a bactéria num agente patogê-
unidades formadoras de colônias (UFC) nico. Por exemplo, o plasmídeo Ti, da bac-
por grama de solo seco. Usam-se as dilui- téria Agrobacterium tumefaciens, que é usado
ções 10-1, 10-2 e 10-3 para fungos e 10-3, 10-4 atualmente em genética para a produção de
e 10-5 para bactérias. plantas transgênicas.
Plaqueamento em superfície: ver mé- Plasmídeo não conjuntivo: plasmídeo in-
todo de espalhamento em placa. capaz de iniciar a conjugação e, por esse
Plaquear: depositar estruturas fúngicas ou motivo, impossibilitado de mover-se inde-
gotas de uma suspensão de células bacte- pendentemente para outra bactéria, mas
rianas na superfície de um meio de cultura. pode ser transferido com plasmídeo con-
juntivo durante a conjugação.
Plasmalema: membrana citoplasmática
encontrada no exterior do protoplasto ad- Plasmídeo promíscuo: classe de plasmí-
jacente à parede celular. deos que se duplica em hospedeiros distin-
tos.
Plasmídeo: DNA hereditário, extracro-
mossômico e autorreplicante, geralmente Plasmídeo Ri: classe de plasmídeos que
não necessário para a sobrevivência do or- facilmente se conjugam, encontrada em
ganismo. Em procariontes, os plasmídeos Agrobacterium rhizogenes. A incorporação
ocorrem naturalmente, como uma molé- deste plasmídeo ao cromossomo da célula

430
hospedeira induz a proliferação anormal de dio. Vive dentro das células dos hospedei-
raízes. ros ou sobrevive no solo na forma de
esporos de repouso. Algumas espécies pa-
Plasmídeo sexual: plasmídeo que dá iní-
rasitam algas e oomicetos, outras atacam
cio ao processo conjugativo bacteriano;
raízes de plantas aquáticas ou terrestres e
epissomo.
poucas possuem importância econômica,
Plasmídeo Ti: classe de plasmídeos que como Plasmodiophora brassicae, responsável
facilmente se conjugam, encontrada em pela hérnia das crucíferas, e Spongospora
Agrobacterium tumefaciens. A incorporação subterrânea, que causa a sarna pulverulenta
deste plasmídeo ao cromossomo da célula da batateira. Algumas espécies são consi-
hospedeira induz a formação de tumor nos deradas importantes por serem agentes
tecidos do hospedeiro. transmissores de vírus fitopatogênicos.
Plasmídeo vetor: plasmídeo usado para Plasmogamia: união de dois protoplastos,
clonar DNA exótico, frequentemente ma- colocando os núcleos bem próximos no in-
nipulado por conter características deseja- terior da mesma célula (Alexopoulos et al.,
das. 1996). Início da fase diploide no ciclo de
Plasmodesmata: filamento protoplasmá- vida de certos fungos: núcleos ou diferen-
tes tipos compatíveis juntam-se e dividem-
tico fino que conecta dois protoplastos e
-se conjugadamente como dicários, mas
passa através da parede que os separa.
não se fundem até a cariogamia (Roberts;
Plasmódio: massa pastosa de protoplasma Boothroyd, 1984).
e visível a olho desarmado, que contém nu-
Plasmólise: retração do citoplasma con-
merosos núcleos, e se desloca e se alimenta
tido na parede celular e separação entre
de modo ameboide.
eles por exosmose da água a partir do pro-
Plasmodiocarpo: massa de plasmódio toplasto, equivalente à perda de turgidez.
funcionando como esporângio.
Plasticidade: mudanças morfológicas
Plasmodioforídeo: fungo da classe e/ou fisiológicas em um organismo, resul-
Plasmodiophoromycetes. Algumas espé- tantes da influência de fatores ambientais
cies são vetores de vírus. sobre a expressão do genótipo desse indiví-
Plasmodiophoromycetes: única classe de duo.
Plasmodiophoromycota. Platimiário: tipo básico de célula muscu-
Plasmodiophoromycota: filo perten- lar, em nematoides, em que a porção con-
cente ao reino Protozoa e possuidor de trátil está restrita a uma pequena zona ao
apenas 1 classe e 1 ordem, 2 famílias, longo da célula, paralela à hipoderme.
16 gêneros e cerca de 45 espécies. É um Platina: no microscópio óptico, também
grupo monofilético, pela presença de al- chamada de mesa, suporte onde será colo-
guns caracteres marcantes, como a divisão cada a lâmina para visualização. Possui uma
nuclear cruciforme, a existência de dois abertura para a passagem de luz que, junto
flagelos lisos de tamanhos diferentes, de com as lentes, reproduzirá a imagem das
uma fase multinucleada e de protoplasma amostras a serem estudadas. A platina pode
desprovido de paredes como um plasmó- ser acionada para cima ou para baixo para

431
regular o foco, utilizando-se o macromé- Plesionecrose: sintoma caracterizado por
trico e o micrométrico. fenômenos que antecedem a morte do
Pleiomorfismo: ver polimorfismo. protoplasma e, portanto, das células, teci-
dos e órgãos, como o amarelecimento.
Pleiósporo: que tem muitos esporos; es-
poro que, no seio do esporângio, se faz Plesiótipo: ver apótipo.
acompanhar de numerosas células-irmã. Pletênquima: falso tecido formado por
Pleiotropia: situação na qual a expressão entrelaçamento de hifas.
de um gene afeta mais de uma caracterís- Pleurobasídio: basídios com esporos late-
tica fenotípica. rais.
Pleioxenia: condição em que o patógeno Pleurógeno: que é oriundo das laterais ou
pode infectar diversas espécies de plantas formado nelas.
hospedeiras.
Pleurósporo: esporo lateral; esporo pleu-
Pleocárpico: diz-se do fungo que produz
rógeno, como se observa em Uredinales.
aparatos esporíferos durante vários anos.
Plissado: diz-se de estruturas, geralmente
Pleomórfico: que tem mais de uma forma
de fungos, que apresentam aspecto de do-
ou produz mais de um tipo de esporo no
ciclo de vida. brado, enrugado, franzido.

Pleomorfismo: condição de ser pleo- Ploidia: número de complementos ou sé-


morfo, isto é, de um mesmo fungo exibir ries de cromossomos de uma célula.
várias formas de esporos. Pluma: pena.
Pleomorfo: fungo que apresenta duas ou Plumoso: semelhante a pluma.
mais formas distintas, ocorrendo no
mesmo ciclo vital, como fungo que se co- Pluricelular: indivíduo formado por mui-
nhece a forma imperfeita, anamórfica ou tas células.
conidial, e a perfeita, teleomórfica ou Pluriciliado: indivíduo com muitos cílios.
oriunda de processo sexual.
Plurifurcado: indivíduo com muitas bifur-
Pleonte: qualquer um dos dois ou mais es- cações.
tados de um fungo pleomórfico.
Pluriloculado: que tem várias cavidades
Plerótico: enchimento do oogônio, como (lóculos), por exemplo, as frutificações de
em Pythiaceae; também, um oósporo que Loculoascomicetidae (Ascomycota).
ocupa mais que 65% do volume do oogô-
nio. Plurisporo: que tem muitos esporos.
Plesiomorfismos: características primiti- Plurisseptado: dividido por muitos septos
vas herdadas de ancestrais e compartilha- ou tabiques transversais.
das por dois ou mais clados. Pluristratificado: que contém mais de
Plesiomorfo: quase com a mesma forma. duas camadas.

432
Plurívoro: que ataca um número variado No mínimo, 95% do pó deve passar pela
de hospedeiros ou substratos; não especia- peneira de 200 mesh (via úmida). A suspen-
lizado. sibilidade mínima admissível é de 60% para
os fungicidas.
Pluviógrafo: instrumento que contém um
dispositivo para registrar continuamente os Pó para preparação de pasta em água:
volumes de chuvas durante um período. formulação sólida, uniforme e na forma de
Pluviômetro: instrumento que mede os pó, para aplicação direta sobre as sementes,
volumes de chuvas durante um período. após dispersão em água, em forma de
Trata-se de um reservatório no qual a chuva pasta.
é recolhida, sob condições bem determina- Pó para preparação de pasta em óleo:
das, e depois medida por meio de um cilin- formulação sólida, uniforme e na forma de
dro graduado, que indica a sua quantidade pó, para aplicação direta sobre as sementes,
em milímetros de chuva. Assim, uma chuva após dispersão em óleo, em forma de pasta.
de 50 mm significa que, se a água provinda
Pó para tratamento a seco de sementes:
dessa chuva permanecesse sobre o terreno
formulação sólida, uniforme e na forma de
(sem evaporar, escorrer ou infiltrar-se), ela
grânulos com dimensões bem definidas,
formaria uma camada de água com a espes-
para aplicação direta sobre as sementes.
sura de 50 mm.
Pó seco: formulação sólida, uniforme e na
PNQR: sigla de praga não quarentenária
forma de pó, para aplicação direta por
regulamentada. Ver praga não quarentená-
meio de polvilhamento.
ria regulamentada.
Pó solúvel: formulação sólida constituída
Pó: material sólido constituído de partícu-
de pó, para aplicação após diluição de in-
las finamente divididas que pode ser utili-
gredientes ativos em água, na forma de
zado como inerte, no qual é adicionado o
uma solução verdadeira, podendo, porém,
princípio ativo do defensivo agrícola para
conter ingredientes inertes insolúveis.
facilitar a aplicação. Após a adição do prin-
cípio ativo, conforme a forma que poderá Pó solúvel para tratamento de semen-
ser aplicado, o pó é classificado como pó tes: formulação sólida e na forma de pó,
seco, pó molhável e pó solúvel. para aplicação direta sobre as sementes,
após dissolução do ingrediente ativo em
Pó coloidal: tipo de pó molhável, consti-
água, na forma de uma solução verdadeira,
tuído de substância tão finamente dividida
podendo, porém, conter ingredientes iner-
que as partículas individuais dificilmente se
tes insolúveis.
sedimentam.
Poda: ação de podar. Pode exercer efeitos
Pó dispersível em óleo: formulação só-
no progresso de doenças por tornar o mi-
lida na forma de pó, para aplicação após
croclima desfavorável aos patógenos e/ou
dispersão em um líquido orgânico, na
por reduzir o inóculo no campo.
forma de suspensão.
Poda de limpeza: ver poda fitossanitária.
Pó molhável: formulação em forma de pó
que permanece em suspensão em água, por Poda de renovação: poda aplicada em
causa da presença de um agente molhante. plantas velhas, fracas, em solos de baixa

433
fertilidade e atacadas por patógenos e pra- razão da deficiência de cálcio na planta
gas. e/ou no solo.
Poda fitossanitária: remoção sistemática, Podridão-bacteriana: doença causada
em épocas adequadas, de partes da planta por bactérias, causando necrose e apodre-
infectadas ou infestadas, por serem fontes cimento pós-colheita de bulbos, batata,
de inóculo de patógenos ou pragas. frutas e hortaliças.
Podar: cortar no intuito de eliminar os ra- Podridão-branca: (1) podridão da ma-
mos ou galhos indesejáveis das plantas. deira em árvores invadidas por fungos de-
compositores de celulose e de lignina, que
Poder de resolução: qualidade de um mi-
deixam os resíduos de celulose brancos ou
croscópio para obter imagens nítidas e claros; (2) doença do alho causada por
bem detalhadas, ou seja, a capacidade de Sclerotium cepivorum, do abacateiro por
distinguir pontos muitos próximos em um Rosellinia necatrix, do girassol por Sclerotinia
objeto, no processo de formação da ima- sclerotiorum e das rosáceas por Armillaria
gem. mellea.
Poder residual: tempo, em dias, durante o Podridão de raiz: podridão de qualquer
qual os resíduos do defensivo agrícola são parte do sistema radicular, causada por di-
tóxicos ao patógeno. versos patógenos, como Rhizoctonia solani,
Podre: apodrecido, invadido por podridão; Rigidoporus lignosus, Phellinus noxius,
condição do estado final da necrose de te- Ganoderma philippii, Rosellinia spp., Phytium
cidos de plantas doentes, os quais estão spp. e Phytophthora spp.
completamente invadidos por microrganis- Podridão do cerne: apodrecimento do
mos. cerne de árvores vivas, causado por fungos.
Podridão: sintoma necrótico caracteri- Podridão do coleto: podridão que ocorre
zado pelo estado de decomposição e putre- na região de transição entre o caule e o sis-
fação; o amolecimento, a descoloração e tema radicular de plântulas, causada por
frequentemente a desintegração dos teci- patógenos habitantes do solo.
dos suculentos de uma planta, resultantes
da ação de enzimas produzidas pela infec- Podridão do tronco: apodrecimento do
ção fúngica ou bacteriana, ocasionando a tronco de árvores vivas, acima do nível do
solo.
necrose e o extravasamento do conteúdo
celular. Podridão-marrom: apodrecimento de
madeira caracterizado pela degradação se-
Podridão-aquosa: ver podridão-mole.
letiva da celulose e hemicelulose, deixando
Podridão-abacaxi: doença causada por uma crosta residual marrom rica em lignina
fungo, ocorrendo necrose dos toletes da não decomposta.
cana-de-açúcar.
Podridão-mole: podridão comum em fru-
Podridão apical: distúrbio fisiológico, ca- tos, tubérculos, verduras, legumes e orna-
racterizado por uma necrose escura e de- mentais nos quais ocorre liberação rápida
primida na região apical dos frutos, em da água do interior das células, pela desinte-

434
gração de tecidos por ação enzimática do falcatum em cana-de-açúcar, que afeta prin-
patógeno sobre a lamela média e a parede cipalmente o colmo, e por Ganoderma phili-
celular. Isso resulta no extravasamento de pii em diversas culturas, como craveiro-
líquido das células e consequente encharca- -da-índia, seringueira e guaranazeiro, que
mento dos tecidos. É comumente causada ataca o sistema radicular.
por bactérias. Poliacrilamida: polímero da acrilamida
Podridão-negra: denominação de várias derivada do ácido acrílico ao se substituir o
doenças causadas por diversos patógenos, -OH da carboxila pelo -NH2. Sua fórmula
como em abacaxizeiro e pupunheira por química é C3H5NO. O polímero obtido ab-
Ceratocystis paradoxa, e em crucíferas por sorve alta quantidade de água, por isso é
Xanthomonas campestris pv. campestris. um hidrogel. É um dos produtos utilizados
para formar os géis de poliacrilamida, usa-
Podridão-oca: apodrecimento localizado
dos para eletroforese.
em troncos ou ramos de árvores, causado
por fungos destruidores de madeira. Poliasco: com muitos ascos.
Podridão-parda: (1) podridão seca da ma- Poliblástica: ver célula conidiogênica poli-
deira em árvores invadidas por fungos des- blástica.
truidores de celulose, que deixam os Policêntrico: talo brilhante a partir de
resíduos de lignina marrons; (2) denomina- muitos centros sobre o qual são formados
ção dada às doenças causada por Monilinia órgãos reprodutivos (esporângio ou esporo
fructicola, M. laxa e M. fructigena em frutos de de repouso).
rosáceas (ameixeira, nectarineira, nespeira,
pessegueiro, etc.). Policíclico: que completa muitos ciclos de
vida ou de doença por estação de cultivo
Podridão pós-colheita: podridão que ou por ano, resultando em muitas infec-
ocorre em frutas e hortaliças após a co- ções secundárias.
lheita, provocada por várias espécies de
fungos e bactérias. Policlonal: derivado de muitos clones.

Podridão pré-colheita: podridão que Policromático: que tem várias cores.


ocorre em frutas e hortaliças antes da co- Poliédrico: que tem a forma de um polie-
lheita, causada por várias espécies de fun- dro
gos e bactérias.
Poliestromático: fungo com vários estro-
Podridão-seca: (1) podridão que se pro- mas.
cessa numa taxa de velocidade que permite
Poliético: que requer pelo menos 2 anos
o secamento da lesão com a lise das células;
para completar um ciclo de vida ou de
(2) podridão de madeira aparentemente
doença.
seca, cujos tecidos permanecem mais ou
menos firmes e secos. Polietilenoglicol: polímero cuja fórmula
geral é HOCH2(CH2OCH2)nCH2OH, dis-
Podridão-úmida: ver podridão-mole.
ponível em uma gama de pesos molecula-
Podridão-vermelha: denominação dada a res; agente que promove aglutinação de
uma doença causada por Colletotrichum células. Os polietilenoglicóis (PEGs) 4.000

435
e 6.000 são usados na fusão de protoplas- Polímero: macromolécula sintetizada pela
tos e para facilitar a absorção de DNA em ligação química de monômeros, como ami-
procedimentos de transformação. noácidos, monossacarídeos e nucleotídeos,
que dão origem, respectivamente, a proteí-
Polifagia: capacidade dos nematoides fito- nas, polissacarídeos e ácidos nucleicos.
patogênicos de subsistirem em duas ou
mais espécies de plantas hospedeiras. Polimiário: arranjo da estrutura somática
de nematoides em que muitas fileiras de
Polífago: (1) patógeno que causa doença muitas células musculares estão presentes
em diversas espécies vegetais; (2) orga- entre cada duas cordas.
nismo que se alimenta de diferentes subs-
tâncias. Polimórfico: que tem diferentes formas;
pleomórfico.
Polifilético: organismo que teria descen-
Polimorfismo: estado do que tem mais de
dido de mais de um grupo ancestral inde-
uma forma, por exemplo: (1) locus que tem
pendente.
dois ou mais alelos diferentes; (2) marcador
Poligalacturonase: grupo de enzimas que molecular que se apresenta em dois estados
catalisa a clivagem de cadeias péticas em diferentes; (3) isoenzimas que são formas
unidades menores, resultando em resíduos diferentes de uma enzima e exercem a
de ácido galacturônico. mesma atividade catalítica, representando
um polimorfismo enzimático; (4) produ-
Poligenes: genes cujos efeitos são dema- ção de tipos diferentes de esporos.
siadamente pequenos para serem notados,
mas que atuam juntos influenciando os ca- Polimorfismo de DNA satélite: poli-
racteres hereditários quantitativos comple- morfismo molecular em locos de DNA re-
xos, como a altura. petitivo.

Poligênico: caráter controlado por muitos Polimorfismo genético: ocorrência em


uma população de dois ou mais alelos onde
genes.
o alelo mais raro é encontrado em uma fre-
Polilinker: segmento de DNA sintético quência que não pode ser mantida por mu-
que contém diferentes sítios de restrição. tação recorrente. Na prática, um locus
Está presente na maior parte dos vetores genético é considerado polimórfico quando
de clonagem, facilitando a clonagem de o alelo mais raro apresenta frequência
fragmentos de DNA (insertos) com dife- maior que 1%.
rentes enzimas de restrição. Polimorfo: que apresenta polimorfismo;
Polilisogênica: estirpe de bactéria lisogê- com várias formas.
nica para diferentes fagos. Polinucleado: que tem mais de um núcleo
Polimerase: enzima que une moléculas por célula.
pequenas e isoladas nas cadeias de alguns Polinucleotídeo: polímero linear com-
polímeros. posto de nucleotídeos.
Polimerização: união química entre mo- Polipeptídeo: polímero linear composto
nômeros para formar um polímero. de aminoácidos.

436
Poliplanético: espécie de fungo na qual subespécies, cada uma baseada em um tipo
há vários períodos de mobilidade, mas ape- diferente.
nas um tipo de zoósporo.
Poluente: genericamente, toda substância
Poliploide: condição na qual uma célula que se torna tóxica ou perniciosa à vida hu-
ou organismo possui três ou mais vezes o mana, vegetal e animal ou ao próprio meio
número haploide de cromossomos. Poli- ambiente.
ploidia é mais comum em plantas do que
Poluente atmosférico: refere-se aos gases
em animais, e pode ser encontrado um
e partículas sólidas, como óxido de N, ozô-
número muito alto de cromossomos,
nio, peroxiacetil de nitrato (PAN) e SO2, re-
como octoploides e decaploides. Os poli-
ploides são geralmente maiores e mais vi- sultantes das atividades humanas e de
gorosos que os diploides. O fenômeno é fenômenos naturais, dispersos no ar at-
explorado no melhoramento genético de mosférico que podem causar injúrias às
plantas, que utiliza a substância química plantas.
colchicina para induzir poliploidia Poluente biodegradável: material que
(Daintith; Tootill, 1983). pode ser transformado em substâncias
Poliporoide: fungo que apresenta hime- mais simples pela ação de bactérias ou ou-
nóforo formado por vários poros tros decompositores.
(Basidiomycota). Poluente de degradação lenta: material
Poliproteína: proteína que é clivada por que é decomposto aos poucos em substân-
uma enzima específica, dando origem a vá- cias químicas mais simples ou reduzido a
rias outras. Ocorrem nos genomas dos níveis aceitáveis por processos químicos, fí-
Potyvirus, por exemplo. sicos e biológicos naturais.
Polispórico: com muitos esporos. Poluente degradável: substância química
poluente que é decomposta ou reduzida a
Polissacarídeos: polímeros biológicos níveis aceitáveis por processos químicos, fí-
formados por muitas moléculas de açúcar. sicos e biológicos naturais.
Os polissacarídeos são carboidratos com-
plexos, em que se incluem o amido e a ce- Poluente não degradável: material que
lulose. não é decomposto por processos naturais,
por exemplo, os elementos tóxicos chumbo
Polistromático: que possui vários estro- e mercúrio.
mas.
Poluente não persistente: ver poluente
Política fitossanitária: conjunto de ações
degradável.
coordenadas pelo Estado que visam à sani-
dade dos vegetais e à sustentabilidade do Poluente persistente: ver poluente de de-
agronegócio, sempre alinhado com o prin- gradação lenta.
cípio científico, a transparência das deci- Poluente primário: substância química
sões e a legislação vigente. que foi diretamente adicionada ao ar por
Politípico: espécie baseada em mais de um eventos naturais ou atividades humanas,
tipo; uma espécie contendo duas ou mais como a aplicação de defensivos agrícolas.

437
Poluente secundário: substância química partir de organismos geneticamente modi-
nociva formada na atmosfera quando um ficados.
poluente do ar primário reage com os com-
Poluir: acrescentar um organismo ou subs-
ponentes normais do ar ou outros poluen-
tância indesejada, frequentemente um de-
tes.
fensivo agrícola, perigosa ou danosa ao
Poluição: mudança indesejada nas caracte- meio ambiente, planta ou animais, ocasio-
rísticas físicas, químicas ou biológicas do ar, nado pelo mau uso ou falta de atenção.
da água, do solo ou dos alimentos, que
pode afetar adversamente a saúde, sobrevi- Polvilhadeira: aparelho empregado para
vência ou atividades de seres humanos ou aplicar defensivos agrícolas, sob a forma de
de outros seres vivos. pó, na folhagem das plantas.

Poluição agrícola: conjunto de resíduos Polvilhamento: aplicação de defensivo


dos defensivos agrícolas e outros produtos agrícola sob a forma de pó fino sobre as
tóxicos usados na atividade agrícola, intro- plantas.
duzidos no ambiente, que alteram as condi- Polvilhar: tratar com protetor sólido, re-
ções ecológicas existentes, de modo que duzido à poeira fina.
prejudicam os recursos biológicos, ou seja,
a flora, a fauna e o próprio homem. Ponta-branca: denominação dada a uma
doença do arroz causada pelo nematoide
Poluição da água: qualquer alteração fí- Aphelenchoides besseyi.
sica ou química na água superficial ou sub-
terrânea que possa prejudicar os Ponta: componente do bico de pulveriza-
organismos ou tornar a água inadequada ção, responsável pela vazão, pelo formato
para certos usos. do jato gerado e pela transformação da
calda em pequenas gotas, espalhando-as
Poluição do ar: contaminação do ar por
sobre o alvo. Ver bico de pulverização.
qualquer um dos inúmeros poluentes deri-
vados da agricultura, da mineração, das ati- Ponta de jato cônico: ponta tipicamente
vidades urbanas e industriais em composta por duas partes denominadas
concentrações altas o suficiente para preju- disco e núcleo (difusor, caracol, espiral ou
dicar seres humanos, outros animais e ve- core). Esta ponta pode também ser encon-
getais. trada como peça única. O núcleo possui
Poluição do solo: contaminação do solo um ou mais orifícios em ângulo, que fazem
por qualquer um dos inúmeros poluentes com que o líquido, ao passar por eles, ad-
derivados da agricultura, da mineração, das quira um movimento circular ou espiral.
atividades urbanas e industriais, dos dejetos Após tomar esse movimento, o líquido
animais, do uso de herbicidas ou dos pro- passa através do orifício circular e então se
cessos de erosão. abre em um cone.
Poluição genética: dispersão descontro- Ponta de jato cônico cheio: na deposição
lada de genes para espécies ou indivíduos do cone cheio, as gotas se concentram tam-
nos quais esses genes não estavam presen- bém na parte central do cone. Ver ponta de
tes. Conceito associado a escape gênico, a jato cônico.

438
Ponta de jato cônico vazio: na deposição Ponte biológica: participação de pelo me-
do cone vazio, as gotas da pulverização se nos mais de uma espécie no processo de
concentram somente na periferia do cone. transmissão do agente infeccioso.
Ver ponta de jato cônico.
Ponte de conjugação: túnel que estabe-
Ponta de jato leque: ver ponta de jato lece comunicação entre os citoplasmas de
plano. duas bactérias no processo de conjugação e
por onde passam genes de uma bactéria
Ponta de jato plano: ponta que oferece
para outra. A transferência de genes é uni-
um jato de pulverização plano, no formato
direcional.
de um leque (por esta razão é usualmente
denominada “ponta de jato leque”), po- Ponte vulvar: estrutura presente em cistos
dendo ser constituída de um orifício sim- de alguns nematoides membros da subfa-
ples ou uma estrutura de impacto (esta mília Heteroderinae, que divide a fenestra
última é denominada popularmente como em duas, sendo a estrutura remanescente
ponta de “impacto”). da vulva da fêmea.
Ponta de jato plano de baixa deriva: Potencial biológico: capacidade máxima
ponta que possui um pré-orifício especial- de reprodução de uma espécie, determi-
mente desenhado para proporcionar gotas nada pela duração do seu ciclo de vida e ta-
maiores (médias a grossas), com redução manho da prole, sob condições ambientais
no percentual de gotas menores do que ótimas; uma espécie que atinja o seu poten-
100 μm no espectro gerado. cial biológico tende a ter um crescimento
exponencial, mas naturalmente controlado
Ponta de jato plano com indução de ar:
pela competição com outras espécies e
ponta que possui uma entrada de ar e uma
adequação a vários fatores do meio am-
câmara onde a calda é misturada ao ar por
biente.
um sistema Venturi, proporcionando gotas
maiores com reduzido percentual de gotas Ponto clorótico: área circular ou irregular
abaixo do que 100 μm no espectro gerado. com acentuada redução no teor de cloro-
É um dos modelos que gera o menor per- fila.
centual de deriva entre as pontas de jato
Ponto de amostragem: local determi-
plano.
nado onde serão tomadas as amostras.
Ponta de jato plano padrão: ponta cujos
Ponto de compensação luminosa: in-
jatos da pulverização durante a aplicação se
tensidade de luz em que as taxas de fotos-
sobrepõem entre os jatos das diferentes
síntese e de respiração se equivalem. No
pontas, ideal para utilização de pulveriza-
ponto de compensação, a quantidade de
dores com os bicos dispostos em barras.
dióxido de carbono consumida pelas plan-
Ponta de jato plano uniforme: ponta tas durante a fotossíntese é a mesma que a
cujos jatos da pulverização durante a apli- liberada na respiração; consequentemente,
cação não se sobrepõem entre os jatos das a quantidade de oxigênio consumida na
diferentes pontas, ideal para aplicação em respiração é a mesma que a liberada na fo-
faixa. tossíntese.

439
Ponto de diluição: (1) ponto final em que Ponto de inflexão: ponto em que a taxa
a infectividade ou as outras atividades de de crescimento é máxima em uma curva de
um patógeno permanecem numa série de crescimento sigmoide (em forma de S).
diluição progressiva; (2) a extensão máxima
em que o suco oriundo de uma planta in- Ponto de ingresso: ver ponto de entrada.
fectada com vírus pode ser diluído na água Ponto de morte térmica: temperatura
ou tampão fosfato, sem perder sua infecti- mais baixa, sob a qual o aquecimento por
vidade quando inoculado mecanicamente um período limitado (geralmente 10 minu-
em uma planta; (3) a maior diluição de um tos) é suficiente para matar um organismo.
anticorpo capaz de provocar uma reação
detectável com um antígeno em um teste Ponto de murcha permanente: condição
sorológico. em que o teor de água num solo se torna
tão baixo que a planta murcha e é incapaz
Ponto de egresso: na defesa fitossanitária,
aeroporto, porto, posto de fronteira e de recuperar a turgescência das folhas,
aduana oficialmente designados para ex- quando novamente colocada em ambiente
portação de envios, ou saída de pessoas do de atmosfera saturada de vapor de água.
País. Ponto de orvalho: temperatura sob a qual
Ponto de equilíbrio econômico: intensi- ocorre saturação do vapor de água em uma
dade de doença em que as despesas do parcela de ar. A temperatura do ponto de
controle e o lucro com o aumento da pro- orvalho é sempre inferior à temperatura do
dução se igualam. É, portanto, o ponto a ar.
partir do qual o controle da doença passa a
Ponto de saturação: refere-se ao ponto
dar lucro.
de máxima retenção de líquido pela super-
Ponto de entrada: na defesa fitossanitária, fície vegetal, durante a aplicação de um de-
aeroporto, porto ou fronteira terrestre de- fensivo agrícola.
signados oficialmente para a importação de
remessas e/ou entrada de passageiros. Ponto final de diluição: a mais baixa di-
luição de um extrato vegetal, obtido de te-
Ponto de escorrimento: momento da
cido doente, na qual o vírus ainda é capaz
pulverização em que o limbo foliar ou qual-
de induzir sintomas na planta inoculada.
quer superfície de outro órgão da planta
fica completamente molhado e nos bordos Ponto final de diluição do antissoro: ver
se observa a junção das gotas, formando título do antissoro.
gotas maiores, que tendem a se desprender
do limbo foliar ou do órgão pulverizado. Ponto focal: em microscopia, ponto onde
a luz provém da lente convergente.
Ponto de inativação térmica: tempera-
tura mais baixa, sob a qual o aquecimento Ponto isoelétrico: (1) pH no qual a partí-
por um período limitado (geralmente 10 cula de vírus ou molécula de DNA tem
minutos) é suficiente para causar a perda da carga zero; (2) ponto de maior probabili-
infectividade de um vírus ou da atividade dade de cristalização ou precipitação de um
de uma enzima. soluto.

440
Ponto necrótico: área pequena, geral- População pan-mítica: população na
mente circular, com necrose aparente, tí- qual os acasalamentos ocorrem ao acaso.
pica de reação de hipersensibilidade.
População residual: população que so-
Pontuação clorótica: sintoma que se re- brevive a qualquer tratamento com defen-
vela pela coloração amarela de parte nor- sivo agrícola.
malmente verde da planta.
População segregante: conjunto de des-
Pontuações: (1) diminutos pontos ou for- cendentes, em geral derivados de um cru-
mas ovais imersos em camadas profundas zamento específico entre dois genitores,
da cutícula de nematoides; (2) estreita- que apresenta ampla variabilidade genética
mento da parede primária de célula paren- e fenotípica e é utilizado para experimentos
quimática (simples), o qual pode ser de mapeamento genético e seleção direcio-
acompanhado de interrupção da parede se- nal.
cundária, formando aréola em traqueídeos
e elementos de vaso do xilema (areoladas). População viável: propágulos de fungos,
células bacterianas ou nematoides fitopato-
Pool gênico: total de genes disponíveis
gênicos, por unidade de substrato, capazes
dentro de uma população.
de infectar.
População: qualquer grupo de indivíduos
Porcentagem de transmissão: expressão
de uma espécie que tenha pelo menos um
da quantidade de luz que passa através de
atributo em comum e ocupe um espaço ao
uma amostra, medida em um espectrofotô-
mesmo tempo numa região (Zadoks;
Schein, 1979); grupo de indivíduos que metro ou colorímetro.
compartilha de um mesmo grupo de ge- Poricida: deiscência de corpos de frutifi-
nes; grupo de indivíduos da mesma espé- cação quando se faz por poros.
cie, sem distinção de isolados, genótipos ou
Porífero: que tem poros.
fenótipos, que ocorre em uma área defi-
nida e em determinado tempo. Poro: (1) abertura dos ascos, nos
População heterogênea: população for- Ascomycota; (2) abertura no topo do pes-
mada por indivíduos com diferentes cons- coço dos picnídios e peritécios; (3) abertura
tituições genéticas. irregular no topo do lóculo dos As-
comycota; (4) abertura na parede de espo-
População homogênea: população cons- ros, de onde sai o tubo germinativo.
tituída por indivíduos com o mesmo genó-
tipo, podendo estar em homozigose ou Poro apical: componente da papila do es-
heterozigose. porângio, cujas medidas são importantes
na taxonomia do gênero Phytophthora. Es-
População mendeliana: grupo de indiví-
paço por meio do qual passam os zoóspo-
duos da mesma espécie que se interacasa-
ros no momento da liberação.
lam e, por isso, apresentam propriedades
comuns numa dimensão espacial (por Poro caudal: pequena abertura no termi-
causa do interacasalamento) e temporal nal da cauda, saída das glândulas caudais de
(por causa dos elos reprodutivos). nematoides.

441
Poro cervical: abertura ventromediana do a separação das porções utilizáveis das não
sistema excretor de nematoides, usual- utilizáveis.
mente localizada na metade posterior do
Pós-emergência: período após a emer-
esôfago, na qual os produtos do sistema ex-
gência de uma cultura ou planta daninha.
cretor são eliminados; mesmo que poro ex-
cretor. Pós-penetração: final do processo infec-
cioso, caracterizado pelo estabelecimento
Poro de eclosão: fenestra de nematoides
de relações parasitárias estáveis entre o pa-
da subfamília Heteroderinae.
tógeno e seu hospedeiro, a partir do qual se
Poro excretor: ver poro cervical. inicia a colonização.
Poro germinativo: abertura na parede do Pós-plantio: período após o plantio de
esporo fúngico por onde sai o tubo germi- uma cultura.
nativo ou também o promicélio.
Posto climatológico: estação climatoló-
Poroconídio: conídio originado a partir de gica para observação de um ou alguns ele-
um poro ou canal. Ver trético. mentos climáticos.
Porósporo: ver poroconídio. Posto de recebimento: na defesa fitossa-
Porta de entrada: local – ferimento ou nitária, estabelecimento mantido ou cre-
abertura natural, como estômatos e hidató- denciado por um ou mais estabelecimentos
dios (nas folhas) ou lenticelas (no caule) – comerciais ou conjuntamente com os fa-
pelo qual os patógenos podem penetrar bricantes, destinado a receber e armazenar
nos tecidos dos hospedeiros. provisoriamente embalagens vazias de de-
fensivos agrícolas e afins devolvidos pelos
Portador: (1) hospedeiro infectado por usuários.
um patógeno, o qual não apresenta ne-
nhum sintoma, contudo, é capaz de trans- Postulados de Koch: três critérios foram
ferir o patógeno para outro hospedeiro; propostos por Robert Koch, em 1881, para
(2) veículo que transporta agente patogê- provar a patogenicidade de um microrga-
nico; (3) agente que transmite patógenos; nismo: o microrganismo causal suspeito
(4) indivíduo que contém um gene reces- deve estar constantemente associado com
sivo de um defeito genético em sua série de a doença; o microrganismo deve ser iso-
cromossomos, o qual é transferido para seu lado da planta doente e multiplicado em
descendente. meio de cultura; quando inoculado em uma
planta sadia da mesma espécie, o microrga-
Pós-colheita: período que se inicia no mo-
nismo deve reproduzir os mesmos sinto-
mento de separação do produto vegetal do
mas da doença original. E. F. Smith
seu meio, por ato deliberado, com a inten-
acrescentou o quarto critério, o mesmo mi-
ção de utilizá-lo para algum fim, e termina
crorganismo deve ser reisolado da planta
quando é submetido ao processo de pre-
inoculada experimentalmente.
paro para a utilização final. Inclui todas as
fases entre a colheita e o consumo do pro- Potencial de dispersão: probabilidade de
duto, inclusive as tecnologias de preserva- dispersão de uma praga ou patógeno em
ção, ou se limitada a etapas isoladas, como um futuro previsível.

442
Potencial de disseminação: ver poten- Pp (índice): em taxonomia de nematoi-
cial de dispersão. des, distância do fasmídio posterior ao
Potencial de estabelecimento: na defesa ânus, dividida pelo comprimento do corpo
fitossanitária, refere-se à probabilidade de e multiplicada por 100.
estabelecimento de uma praga. ppb: sigla de partes por bilhão. São muito
Potencial hidrogeniônico: ver pH. úteis para medir concentrações extrema-
mente pequenas de produtos químicos que
Potencial de ingresso: probabilidade de podem ser significativas. Uma parte por bi-
ingresso de uma praga ou patógeno. lhão (1 ppb) significa, por exemplo, 1 mg
Potencial de inóculo: termo usado pelos de um defensivo agrícola misturado em
fitopatologistas com diferentes interpreta- 1 bilhão de miligramas de outra substância,
ções. Definido originalmente para fungos como água, ar ou solo. Pode ser expressa
habitantes do solo por Garret (1960, p. 26), em µg L-1 ou µg kg-1.
como a “energia disponível para infecção ppm: sigla de partes por milhão. São muito
na superfície do órgão a ser infectado”. Em
úteis para medir concentrações extrema-
outras palavras, energia disponível para in-
mente pequenas de produtos químicos que
fecção quando todas as condições de am-
podem ser significativas. Uma parte por
biente são atendidas e satisfatórias; não
milhão (1 ppm) significa, por exemplo,
correlacionada com a concentração. Em al-
1 mg de um defensivo agrícola misturado
guns trabalhos é definido inadequada-
em 1 milhão de miligramas de outra subs-
mente como a quantidade de inóculo de
um patógeno, no solo, disponível para in- tância, como água, ar ou solo. Pode ser ex-
fecção. pressa em µg mL-1, mg L-1, mL L-1 ou µg g-1.

Potencial de introdução: ver potencial de Praga: na defesa fitossanitária, por defini-


ingresso. ção da Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação (em inglês,
Potencial epidêmico: capacidade bioló- FAO) e do International Plant Protection
gica de um patógeno de causar doença em Convention (IPPC), é qualquer espécie, raça
um dado ambiente. ou biótipo de vegetais, animais ou agentes
Potyvirus: gênero de vírus da família Poty- patogênicos, nocivos aos vegetais ou a seus
viridae, composto por grande número de derivados.
espécies transmitidas por pulgão através da Praga agrícola: qualquer espécie, raça ou
transmissão de maneira não persistente. biótipo de planta, animal ou agente patogê-
Pousio: técnica que consiste em manter o nico, nocivo a plantas ou produtos vegetais.
solo com cobertura natural, por tempo de-
Praga caroneira: na defesa fitossanitária,
terminado, visando à recomposição da mi-
praga que é transportada por uma commo-
crofauna e microflora, contribuindo para o
dity e, no caso de plantas e produtos vege-
restabelecimento da fertilidade do solo e
tais, não infesta outras plantas ou produtos
redução de populações de patógenos habi-
vegetais.
tantes do solo e/ou invasores, principal-
mente nematoides. Ver alqueive. Praga-chave: principal praga da cultura.

443
Praga contaminante: na defesa fitossani- Praga ocasional: quando a densidade po-
tária, praga que é transportada por um pro- pulacional da praga atinge ou ultrapassa o
duto básico (por exemplo, plantas e nível de ação ou nível de dano econômico,
produtos vegetais), mas que não o infesta. retornando ao equilíbrio com a aplicação
de uma medida de controle.
Praga de notificação obrigatória: na de-
fesa fitossanitária, aquela enquadrada entre Praga perene: quando a densidade popu-
as pragas quarentenárias ausentes e as pra- lacional da praga atinge o nível de ação ou
gas quarentenárias presentes sob controle o nível de dano econômico com frequên-
oficial, conforme disposto na legislação es- cia, exigindo adoção constante de medidas
pecífica. de controle.

Praga de qualidade: na defesa fitossani- Praga presente: na defesa fitossanitária,


qualquer espécie, raça ou biótipo de vege-
tária, praga não quarentenária que afeta di-
tais, animais ou agentes patogênicos, noci-
retamente o uso proposto dos vegetais ou
vos aos vegetais ou produtos vegetais
produtos vegetais.
presentes em um país, região ou área e que
Praga “desgovernada” (runaway): causa danos econômicos, ambientais e so-
praga que entra em um território, não en- ciais.
contra inimigos naturais, reproduz com Praga presente sob controle oficial: na
pouca ou nenhuma interferência, resul- defesa fitossanitária, praga presente, não
tando em aumento vertiginoso da popula- categorizada como “quarentenária pre-
ção e invasão súbita de uma área, estado e sente” ou “não quarentenária regulamen-
até um país. tada”, de comprovada importância
Praga frequente: praga que frequente- econômica, que, a critério do Mapa, como
mente atinge o nível de controle. Organização Nacional de Proteção Fitos-
sanitária, deva ser submetida a controle ofi-
Praga não econômica: quando a densi- cial.
dade populacional da praga dificilmente
Praga quarentenária: na defesa fitossani-
atinge ou ultrapassa o nível de dano econô-
tária, praga que tem capacidade de expres-
mico.
são econômica potencial para a área posta
Praga não quarentenária: na defesa fi- em perigo, na qual ainda não está presente
tossanitária, praga que já ocorre no país de ou, se está, não se encontra amplamente
forma generalizada. distribuída e está oficialmente controlada.
Praga não quarentenária regulamen- Praga quarentenária A1: em desuso. Ver
tada: na defesa fitossanitária, praga não praga quarentenária ausente.
quarentenária cuja presença nas plantas Praga quarentenária A2: em desuso. Ver
para cultivo afeta o uso proposto com re- praga quarentenária presente sob controle
percussões econômicas inaceitáveis, a qual oficial.
está regulamentada dentro do território do
Praga quarentenária ausente: na defesa
país importador.
fitossanitária, praga de importância econô-
Praga nociva: ver praga de qualidade. mica para a área posta em perigo por ela, na

444
qual ainda não está presente. Não existe no defensivos, que podem ser utilizados no
país. manejo das doenças.
Praga quarentenária presente sob con- Pré-adulto: último estádio do nematoide
trole oficial: na defesa fitossanitária, praga antes de tornar-se adulto.
de importância econômica para a área
Precipitação: (1) resultado da conjugação
posta em perigo por ela, na qual ainda não
de antígenos dissolvidos e seus anticorpos
se encontra amplamente distribuída e está
oficialmente regulamentada. específicos. O complexo antígeno-anti-
corpo precipita a partir da solução e forma
Praga regulamentada: na defesa fitossa- um precipitado; (2) denominação dada ao
nitária, praga quarentenária ou não quaren- processo de decantação que ocorre em
tenária regulamentada, ou seja, organismo uma suspensão ou em uma solução cuja
específico considerado pelo estado ou concentração do soluto é superior à capaci-
agência federal como sendo uma praga que dade do solvente em dissolvê-la; (3) depo-
requer restrições, leis ou medidas de con- sição no solo de qualquer forma de vapor
trole afim de proteger o hospedeiro, ho- de água condensada da atmosfera, in-
mem e o meio ambiente. cluindo chuva, granizo e névoa.
Praga severa: praga cujo ponto de equilí- Precipitação ácida: ver chuva ácida.
brio é sempre maior do que o nível de dano
econômico que causa. Precipitação pluvial: fenômeno meteo-
rológico que resulta da precipitação de go-
Pragueiro: ver inspetor agrícola de pragas.
tas líquidas ou sólidas de água sobre a
Praguicida: ver defensivo agrícola. superfície da Terra.
Prateamento: sintoma em folhas caracte- Precipitado: (1) sólido formado a partir
rizado por lesões acinzentadas ou brilhan- de uma suspensão, como resultado de pre-
tes, frequentemente induzidas pela cipitação; (2) agregado formado quando os
exposição a certos poluentes do ar. vírus (antígenos) e seus anticorpos homó-
Praticamente livre: na defesa fitossanitá- logos são misturados na presença de ele-
ria, embarque, campo (prédio, estabeleci- trólitos. É obtida maior quantidade de
mento e armazém) ou local de produção, precipitado quando o antígeno e o antis-
cujo resultado da inspeção indica que se soro são misturados na razão proporcional
encontram sem pragas (ou uma praga es- ótima. O tipo de precipitado alcançado de-
pecífica), ou seja, o número de pragas não pende da forma do antígeno: partículas
deve exceder a expectativa resultante da alongadas de vírus produzem precipitados
aplicação de boas práticas agrícolas e de floculentos volumosos, enquanto partícu-
manipulação, empregadas na produção e las isométricas de vírus ou partículas alon-
comercialização do produto. gadas dilaceradas produzem precipitados
granulares densos.
Práticas culturais: tratos culturais adota-
dos nas diferentes fases de crescimento e Precipitante: composto adicionado a uma
desenvolvimento das plantas, como capina, suspensão para promover a precipitação
adubação, irrigação, cultivos e aplicação de das partículas dispersas nela.

445
Precipitar: fazer com que uma substância bilidade a dada doença. É provocada por
dispersa em uma suspensão se deposite no uma causa qualquer, provavelmente de
fundo, para que possa ser coletada ou re- origem celular, que o torna sem capaci-
movida. dade de resistir à infecção.
Precipitina: anticorpo que causa precipi- Pré-emergência: período que antecede a
tação de antígenos solúveis. emergência de uma cultura ou planta dani-
nha.
Precisão: (1) em referência a um instru-
mento, sua fidelidade às próprias medições. Pré-imunidade: imunidade adquirida não
Por exemplo, se, numa primeira medição, específica, manifestada em plantas pré-tra-
uma balança mostra que determinado ob- tadas com uma estirpe avirulenta ou hipo-
jeto pesa 100 g, ela deverá apresentar valo- virulenta de um vírus ou mesmo de fungos
res muito próximos a esse em todas as e bactérias avirulentos que “imunizam” ou
demais medições do mesmo objeto. Se, protegem a planta de infecções causadas
numa segunda medição, a balança registra por outras estirpes ou raças virulentas do
115 g e, numa terceira, 95 g, significa que mesmo patógeno.
ela não é precisa; (2) é a medida dos desvios Prejuízo: qualquer redução na quantidade
de avaliação em relação às estimativas do e/ou qualidade da produção agrícola resul-
próprio avaliador, ou seja, o quanto um tante de injúrias.
avaliador erra ao avaliar amostras do
mesmo valor. Pré-mistura: produto obtido a partir de
produto técnico, por intermédio de proces-
Pré-colheita: período que antecede a co- sos químicos, físicos ou biológicos, desti-
lheita, corte ou arranquio de uma cultura. nado exclusivamente à preparação de
Precursor: substância que precede e é a produtos formulados.
fonte de outra substância. Premunização: ver proteção cruzada.
Predação: tipo de antagonismo no qual Preparação a fresco: preparação para ob-
um organismo adquire seus nutrientes ali- servações rápidas ou que não dependem de
mentando-se de parte do corpo de outro conservação para observação posterior.
organismo ou de todo ele. Tipo de intera- A confecção de uma lâmina temporária
ção bastante comum entre nematoides que consiste em se colocar uma gota de água ou
capturam e ingerem outros nematoides. reagente sobre a lâmina de vidro, transferir
Predador: organismo que se alimenta de para a gota sobre a lâmina, com auxílio de
outro organismo vivo, como nematoides um pincel ou estilete, o corte do tecido
que capturam e ingerem outros nematoi- doente ou estruturas do patógenos a ser
des. examinadas e, posteriormente, cobrir com
lamínula. Ao cobrir com a lamínula, para
Predispor: tornar propenso a infecção e
evitar a formação de bolhas, encoste um
doença.
dos lados da lamínula no bordo da gota de
Predisposição: condição em que atribu- inclusão e espere que este se espalhe ao
tos ou peculiaridades inerentes ao hospe- longo da lamínula e então solte lentamente
deiro são responsáveis por sua susceti- a lamínula. Se houver excesso de água ou

446
reagente nos bordos da lamínula, retire-o à proteção em longo prazo das espécies,
com papel filtro. habitats e ecossistemas, prevenindo a sim-
Preparação microscópica: lâmina mon- plificação dos sistemas naturais.
tada e pronta para exame microscópico. Preservação de madeira: ver tratamento
Pré-penetração: atividade do patógeno de madeira.
antes da penetração, como o movimento Preservação por congelamento: técnica
direcionado do patógeno em relação ao usada para preservação em longo prazo de
hospedeiro e o crescimento do patógeno culturas de microrganismos em coleções
na superfície do hospedeiro, com a produ- de cultura. As células são congeladas lenta-
ção de estruturas de infecção. mente numa velocidade de 1 °C por mi-
Pré-plantio: período que antecede o plan- nuto até -20 °C e, depois, rapidamente são
tio de uma cultura. levadas para a temperatura de estocagem.
O glicerol pode ser acrescido como um
Pré-tratamento: na área florestal, refere-
agente de proteção. A cultura congelada é
-se à aplicação de produto preservativo na
superfície da madeira para protegê-la, tem- armazenada em temperaturas do nitrogê-
porariamente, durante o processo de seca- nio líquido.
gem, contra o ataque de fungos e/ou Preservativo: substância adicionada a ou-
insetos. tra para prolongar a vida útil desta ou man-
Presa: organismo capturado que serve ter sua aparência; substância usada para
como fonte de alimento para um orga- matar os microrganismos ou paralisar o seu
nismo de outra espécie. Entre os nematoi- crescimento em ou sobre qualquer tipo de
des, é aquele capturado por outro substrato; na área florestal, termo usado
nematoide ou por qualquer outro tipo de quando se trata da preservação de madeira.
organismo. Preservativo de madeira: qualquer pro-
Presença: na defesa fitossanitária, existên- duto químico ou mistura de produtos quí-
cia em uma área de uma praga oficialmente micos capaz de provocar o envenenamento
reconhecida como indígena ou introduzida dos nutrientes celulares da madeira, tor-
e não reportada oficialmente como que te- nando-a resistente ao ataque e desenvolvi-
nha sido erradicada. mento de organismos xilófagos.
Presente naturalmente: na defesa fitossa- Preservativo natural: substância preser-
nitária, componente de um ecossistema, ou vativa, como tanino e resina, que ocorre
uma seleção de uma população silvestre, naturalmente na madeira e casca e tende a
que não é alterada por meios artificiais. reduzir os ataques de fungos e insetos.
Preservação: na fitopatologia, técnica uti- Pressão de estabilização: fenômeno ou
lizada para manutenção de organismos co- força que restabelece o equilíbrio gênico
locados em coleção e destinados a estudos em uma população em detrimento de ge-
taxonômicos. nótipos variantes, recompondo a homeos-
Preservação ambiental: conjunto de mé- tase, portanto, sucede à ocorrência da
todos, procedimentos e políticas que visam pressão de seleção.

447
Pressão de mutação: taxa de mutação geográficas (glebas, campos, propriedades,
que acrescenta novos alelos a uma popula- municípios, etc.) com ocorrência de deter-
ção. minada doença.
Pressão de pulverização: expressa a ener- Prevenção: conjunto de medidas tomadas
gia hidráulica utilizada para quebrar a ten- para evitar o aparecimento de doenças em
são superficial da calda de defensivo, plantas, em áreas de plantio e estufas, e em
produzindo gotas. produtos armazenados.
Pressão de seleção: qualquer fenômeno Prevenção da poluição: dispositivo ou
que favoreça o surgimento de uma raça processo que evita a formação ou entrada
e/ou de isolado que quebra a resistência de de um potencial elemento poluidor (como
um dado genótipo e/ou a eficiência de um defensivo agrícola) no meio ambiente ou
fungicida, determinando a explosão ou que reduz, de forma significativa, a quanti-
surto de uma doença; qualquer fator que dade do poluidor que entra no ambiente.
leva à mudança de uma ou mais variáveis
Preventivo: ver profilático.
de valores de sobrevivência, causando au-
mento em uma população particular; pres- Pré-verificação: na defesa fitossanitária,
são seletiva que aumenta ou diminui a certificação fitossanitária e/ou verificação
sobrevivência de indivíduos portadores de no país de origem realizada pela ou sob a
determinados genótipos. Pode ser positiva, supervisão regular da organização nacional
e, quando negativa, leva a um decréscimo de proteção fitossanitária do país de des-
dos valores de sobrevivência. Na seleção tino.
artificial, a pressão de seleção é exercida pe- Previsão: descrição esperada de ocorrên-
los processos de seleção. cias futuras.
Pressão osmótica: pressão exercida por Previsão de doença: estimar a probabili-
uma solução, que é função da concentração dade do surgimento ou aumento da inten-
total de íons e moléculas em solução. A ex- sidade de doença embasada em informações
pressão mais utilizada para se referir a esse de clima, hospedeiro e patógeno.
parâmetro em células vegetais é “potencial
osmótico”, numericamente equivalente à Previsão do tempo: estudo baseado nas
pressão osmótica, mas com sinal negativo. condições meteorológicas momentâneas,
A unidade de medição é o kPa ou o MPa que busca antecipar com alguma certeza as
(kilopascal ou megapascal, sendo 1 MPa = condições meteorológicas futuras. Esse es-
10 bar). tudo é baseado em vários dados, tais como
fotos de satélite, imagens de radar Doppler,
Prestadora de serviço: na defesa fitossa- balões atmosféricos, boias marítimas, esta-
nitária, pessoa física ou jurídica habilitada a ções meteorológicas, etc. Após coletados
executar trabalho de aplicação e armazena- os dados com possível relevância na previ-
mento de defensivos agrícolas, seus com-
são, eles são inseridos em computadores
ponentes e afins e ainda recebimento
com grande capacidade de processamento,
provisório de suas embalagens.
os quais analisam várias possibilidades da
Prevalência de doença: proporção ou, evolução do tempo, gerando previsões ba-
mais comumente, porcentagem de áreas seadas em probabilidades. Essas previsões

448
são, então, analisadas pelos meteorologistas vés de sorteio, para se evitar que um deter-
que as concluem após as devidas correções. minado tratamento venha a ser beneficiado
Previsão negativa: previsão de uma inten- ou prejudicado por sucessivas repetições
sidade de ataque de um inimigo da cultura em parcelas melhores ou piores. A casuali-
suficientemente baixa que dispensa a ne- zação assegura a validade da estimativa do
cessidade de controle. erro experimental, pois permite uma distri-
buição independente do erro experimental.
Primases: enzimas que sintetizam os pe-
quenos fragmentos de RNA, que são Princípio da precaução: estratégia pela
primers dos pedaços de DNA da cadeia qual qualquer possível risco associado com
leading na forquilha de replicação: essa en- a introdução de uma tecnologia nova é evi-
zima é também chamada de DNA-primase tado, até a completa compreensão do seu
(o primer da cadeia leading é sintetizado pelo efeito à saúde e ao ambiente. Em biossegu-
RNA polimerase). rança, pode-se adotar o princípio da pre-
Primeiro socorro: na fitopatologia, trata- caução.
mento de emergência administrado a uma Princípio do controle local: frequente-
pessoa intoxicada antes de ser consultada mente utilizado, mas não é de uso obriga-
pelo médico. tório. Consiste em escolher um local que
Primer: pequena sequência de nucleotí- venha a ter pouca influência ambiental (he-
deos de fita simples de DNA ou RNA, que terogeneidade ambiental) e que, nos trata-
pareia com uma fita molde de DNA ou mentos, haja homogeneidade, ou seja,
RNA da molécula original, fornecendo locais com as mesmas características, como
uma hidroxila livre na extremidade 3’, na em fertilidade, em declividade, etc. No caso
qual, o DNA ou RNA polimerase sintetiza de dois tratamentos, consiste em tomar pa-
uma fita complementar de DNA ou RNA; res de unidades experimentais mais homo-
sequência iniciadora. gêneas possíveis em relação às condições
Priming: modo de ação dos primers. Ação experimentais, podendo haver variação de
realizada por um primer, iniciando alguma um par para outro. Cada par de parcelas
reação específica. homogêneas é denominado bloco. Os dois
tratamentos devem ser sorteados nas duas
Primórdio: estádio inicial do desenvolvi-
parcelas de cada bloco. Quando há mais
mento de um órgão ou estrutura, por
que dois tratamentos, o número de parce-
exemplo, o botão de um cogumelo.
las por bloco deve ser igual ao número de
Primósporo: esporo que se assemelha a tratamentos em estudo.
uma célula vegetativa, dando origem a um
micélio. Caso isso não ocorra, perde rapi- Princípio do fator limitante: excesso ou
damente o poder germinativo. escassez de qualquer fator abiótico que
pode limitar ou evitar o crescimento da po-
Princípio ativo: ver ingrediente ativo. pulação de uma espécie em um meio,
Princípio da casualização: consiste em mesmo se todos os demais fatores estive-
se distribuir aleatoriamente os tratamentos rem dentro da faixa ideal de tolerância para
nas parcelas de forma casual, ou seja, atra- a espécie.

449
Princípios de Whetzel: na década de derado o agente etiológico de algumas
1920, Whetzel agrupou os métodos de doenças como a doença da vaca louca.
controle de doenças de plantas em quatro
Prioridade: no Código Internacional de
princípios: a) exclusão: prevenção da en-
Nomenclatura para Algas, Fungos e Plan-
trada de um patógeno numa área ainda não
infestada; b) erradicação: eliminação de um tas, é um direito de precedência estabele-
patógeno de uma área em que foi introdu- cido pela data de publicação válida de um
zido; c) proteção: interposição de uma bar- nome legítimo, de um homônimo anterior
reira protetora entre as partes suscetíveis ou pela data de designação de um tipo
do hospedeiro e o inóculo do patógeno, (Turland et al., 2018).
antes de ocorrer a deposição; d) imuniza- Probasídio: (1) teliósporo quiescente, de
ção: desenvolvimento de plantas resisten- paredes espessas de Uredinales e
tes ou imunes ou, ainda, desenvolvimento, Uslilaginales; (2) heterobasídio imaturo
por meios naturais ou artificiais, de uma desde a etapa dicariótica até a cariogamia, e
população de plantas imunes ou altamente todos os basídios desde o início de sua for-
resistentes em uma área infestada com o mação até o momento em que começam a
patógeno. Ao longo do tempo, outros estu- formar protuberâncias (epibasídios ou es-
diosos acrescentaram os princípios seguin-
terigmas); (3) teliósporos de Uredinales,
tes: e) terapia: cura de doença, através da
clamidósporos de Ustilaginales e corpos
cirurgia, ou seja, remoção mecânica de par-
mais ou menos resistentes de Auricularia-
tes doentes da planta atacada, através de
les.
aplicação de produtos com efeito sistêmico
curativo (que matam o patógeno no inte- Probolae: estrutura proeminente da ca-
rior dos tecidos da planta) ou através de beça dos nematoides, muitas vezes orna-
termoterapia (que visa matar estruturas do das; algumas vezes são modificações das
patógeno no interior dos tecidos do hospe- regiões labial e cefálica dos nematoides.
deiro e, assim, interromper o processo de
degenerescência da planta); f) regulação: Procariota: organismo que apresenta es-
controle baseado em alterações do am- trutura simplificada, sem núcleo definido.
biente, como modificações na umidade, O núcleo dessas células não é envolvido
temperatura e luminosidade e/ou modifi- por nenhuma membrana e o material gené-
cações nas reações e propriedades do solo; tico (DNA ou RNA) fica disperso no cito-
g) evasão: princípio de controle que obje- plasma, como nas bactérias.
tiva prevenir a doença pelo plantio em épo- Procariota fastidioso: ver bactéria fasti-
cas cujas condições ambientais são diosa.
desfavoráveis a ela ou em área onde o inó-
culo é ineficiente, raro ou ausente. Além Procedência: local específico de onde
dessas, outras estratégias são recomenda- provém ou se origina um indivíduo ou po-
das, como a escolha do local de plantio, a pulação.
profundidade de semeadura e a precoci- Procedimento de inspeção: na defesa fi-
dade das cultivares. tossanitária, conjunto de ações específicas,
Príon: partícula proteica infecciosa que processos ou técnicas que são utilizadas
não possui ácido nucleico. Tem sido consi- coerentemente durante a inspeção para de-

450
tectar pragas e/ou para determinar o cum- tural em substituição aos fatores de produ-
primento dos requisitos fitossanitários. ção prejudiciais ao ambiente e de modo a
Procedimento fitossanitário: na defesa assegurar, a longo prazo, uma agricultura
fitossanitária, prescrição oficial de um mé- viável.
todo para implementar regulamentos fitos- Produção Integrada de Frutas: ver Sis-
sanitários, incluindo atuação de inspetores, tema Agropecuário de Produção Integrada
testes, vigilância ou tratamentos em cone- (Sapi).
xão com pragas regulamentadas.
Produção massal: produção de propágu-
Procedimento quarentenário: ver proce- los em grande escala.
dimento fitossanitário.
Produção obtenível: produção obtida em
Processamento de imagem: tratamento um local específico, quando todas as táticas
computacional de imagens obtidas por mi- de proteção disponíveis são utilizadas para
croscopia, que revela informações não cap- aliviar o estresse causado por fatores bióti-
tadas imediatamente pelo olho. cos.
Procorpo: porção anterior do esôfago de Produção orgânica: ver agricultura orgâ-
nematoide, geralmente alongada e cilín- nica.
drica, que se estende da base do estilete até
o metacorpo, por onde passa o canal do Produção possível: produção alcançada
esôfago. nas pequenas parcelas experimentais utili-
zando modernas tecnologias.
Prodélfica: fêmea do nematoide com um
único ovário, anterior à vulva. Produção real: nível de produção obtido
quando os produtores utilizam as práticas
Produção: na defesa fitossanitária, as fases
de obtenção de defensivos agrícolas, seus de manejo de pragas e patógenos rotineira-
componentes e afins, por processo de na- mente recomendadas para a cultura ou sis-
tureza química, física ou biológica. tema de cultivo.

Produção de inóculo: processo de multi- Produtividade: taxa de produção, bio-


plicação do inóculo in vitro ou in vivo para massa criada numa dada área ou ecossis-
posterior inoculação do patógeno ou para tema, por determinado período de tempo.
estudos, como avaliação da resistência do Produto biorracional: qualquer tipo de
patógeno a um defensivo agrícola ou ava- produto ativo utilizado contra uma popula-
liação da resistência genética de um hospe- ção de praga, que seja relativamente inócuo
deiro a um patógeno específico. para organismos não alvos. Como possui
Produção econômica: produção obtida alvo específico, reduz o risco de uso, pre-
que gera mais retorno econômico ao pro- serva a saúde ambiental e humana e pro-
dutor. move a estabilidade ecológica.
Produção integrada: sistema agrícola de Produto comercial: na defesa fitossanitá-
produção de alimentos de alta qualidade e ria, mistura de uma ou mais substâncias ati-
de outros produtos utilizando os recursos vas, suas impurezas e coformulantes,
naturais e os mecanismos de regulação na- pronta a ser utilizada.

451
Produto de degradação: na defesa fitos- Produto formulado equivalente: pro-
sanitária, substância ou produto resultante duto que, se comparado com outro pro-
de processos de degradação, de um defen- duto formulado já registrado, possui a
sivo agrícola, componente ou afim. mesma indicação de uso, a mesma compo-
Produto desclassificado: na defesa fi- sição qualitativa e componentes cuja varia-
tossanitária, produto que não apresenta os ção quantitativa não expresse diferença no
requisitos mínimos estabelecidos quanto perfil toxicológico e ecotoxicológico frente
ao grau de maturação, teores de sólidos ao produto em referência.
solúveis ou outros atributos essências de Produto genérico: produto com a patente
qualidade para a sua classificação. Consi- vencida ou não requerida, que é oferecido
deram-se o mau estado de conservação, por um ou mais fabricantes em regime de
defeitos mecânicos e/ou físicos, presença concorrência legítima (Lima, 2006).
de odores e de sabores estranhos, ou de
resíduos de substâncias químicas acima Produto preservativo: substância ou for-
dos limites legais. mulação química de composição e caracte-
rísticas definidas que deve apresentar as
Produto fitossanitário: qualquer substân-
seguintes propriedades: alta toxicidade aos
cia ou mistura de substâncias destinada a
organismos xilófagos; alta penetrabilidade
prevenir, destruir ou controlar qualquer or-
através dos tecidos lenhosos permeáveis;
ganismo nocivo. Neste se incluem as espé-
alto grau de fixação nos tecidos lenhosos;
cies não desejadas de plantas ou animais
alta estabilidade química; não corrosivi-
que causam prejuízo ou que interferem de
qualquer forma na produção, elaboração dade aos metais; e não prejudicial às carac-
ou armazenamento de produtos agrícolas. terísticas físicas e mecânicas da madeira.
O termo abarca coadjuvantes, como fitor- Produto técnico: produto obtido direta-
reguladores, dessecantes e substâncias apli- mente de matérias-primas por processo
cadas nos cultivos, antes ou depois da químico, físico ou biológico, destinado à
colheita, para proteger os vegetais contra a obtenção de produtos formulados ou de
deterioração durante o transporte ou arma- pré-misturas, cuja composição contenha
zenamento. teor definido de ingrediente ativo e impu-
Produto fora da categoria: na defesa fi- rezas. Pode conter estabilizantes e produ-
tossanitária, produto que excedeu os limi- tos relacionados, tais como isômeros.
tes máximos de percentuais de defeitos Produto técnico equivalente: produto
estabelecidos legalmente, pelos padrões que tem o mesmo ingrediente ativo já re-
oficiais, para a última categoria conside- gistrado, cujo teor e conteúdo de impure-
rada. zas presentes não variem a ponto de alterar
Produto formulado: defensivo agrícola seu perfil toxicológico e ecotoxicológico.
ou afim obtido a partir de produto técnico
Produtor primário: mesmo que autó-
ou de pré-mistura (por intermédio de pro-
trofo.
cesso físico) ou diretamente de matérias-
-primas (por meio de processos físicos, Proestoma: primeira subdivisão do pro-
químicos ou biológicos). toestoma de nematoides.

452
Profago: DNA de certos bacteriófagos gresso e possibilidade de tratamento
que, em vez de se multiplicar imediata- curativo.
mente após a penetração na célula bacte- Programa de saneamento: na defesa fi-
riana, se incorpora ao cromossomo sem tossanitária, conjunto de atividades que
afetar o metabolismo da bactéria, a qual conduzem à eliminação de pragas trans-
continua a crescer e a se reproduzir nor- missíveis nos materiais de propagação, e à
malmente. Nesse processo, o profago du- confirmação dos resultados, em função
plica-se simultaneamente a cada duplicação dos padrões correspondentes.
do cromossomo bacteriano, de modo que
as células-filha herdam uma cópia do DNA Programa fitossanitário: conjunto de
viral do cromossomo da célula-mãe. medidas para prevenir e controlar as pragas
e doenças de uma cultura.
Prófase: primeira fase da divisão celular da
Progresso de doença: dinâmica da inten-
meiose ou mitose, que se caracteriza, entre
sidade de uma doença em relação ao tempo.
outros fatores, pelo início da condensação
ou espiralização dos cromossomos. Proibição: na defesa fitossanitária, regula-
mentação fitossanitária proibindo a impor-
Profilático: substância usada como pre-
tação ou movimentação de praga, patógeno
ventivo, por exemplo, um fungicida apli- ou commodities especificadas.
cado para evitar uma doença.
Projeto genoma: designa geralmente o
Profilaxia: prevenção de doenças; prática conjunto de atividades e tecnologias que
agrícola que promove a sanidade de uma visam estudar o genoma. Tais atividades e
cultura e previne a disseminação de patóge- tecnologias são utilizadas para identificar,
nos. mapear e determinar as sequências de nu-
Profundidade de campo: em microsco- cleotídeos, armazená-las em bancos de da-
pia, distância vertical, de cima para baixo dos e analisar essa informação, tornando-a
do plano focal, capaz de produzir uma ima- acessível para pesquisas biológicas. O obje-
gem aceitável. tivo final é descobrir a estrutura física e
funcional de todos os genes de determi-
Progametângio: estrutura hifal que, ao nado genoma.
sofrer mudanças morfológicas, desenvolve
um gametângio. Proliferação: (1) produção rápida e abun-
dante de novas células, tecidos ou órgãos;
Progênie: descendência, geração, prole. especialmente, um sintoma hiperplástico
Conjunto de indivíduos que forma a des- de uma planta doente no qual o órgão con-
cendência de um organismo reprodutor. tinua a se desenvolver após ter atingido o
Progênie viral: população de vírus resul- ponto além do qual não se desenvolveria;
tante da replicação viral. (2) crescimento de um órgão dentro de ou-
tro, como exemplo de esporângios dentro
Progenitor: aquele que gera; pai; ascen- de esporângio, hifa dentro de hifa.
dente.
Promastigota: estádio de desenvolvi-
Prognóstico: previsão ou diagnóstico pre- mento de protozoário flagelado, em que o
coce a respeito de uma doença, seu pro- cinetoplasto e o ponto de origem do fla-

453
gelo são anteriores ao núcleo e próximos gredientes inertes, com ou sem adjuvantes,
da extremidade da célula, de onde o flagelo com aplicação direta na lavoura.
emerge.
Proofreading: capacidade de a DNA poli-
Promicélio: tubo germinativo que nasce merase substituir as bases erradas pelas
do teliósporo e forma os basidiósporos corretas durante a replicação da molécula
nos carvões e ferrugens. de DNA.
Promotor: (1) substância que aumenta a Propagação: somatório dos processos de
atividade ou efetividade de um catalisador produção, liberação e disseminação do inó-
biológico; (2) sequência de DNA que pro- culo e de infecção; propagação implica in-
move a transcrição de um gene para produ- fecção bem-sucedida.
zir mRNA e que pode ser o sítio de atração
para o RNA polimerase (transcriptase); Propagação clonal: propagação assexual
(3) substância que, adicionada à calda de a partir de um único indivíduo, sendo o ge-
defensivo agrícola, melhora a sua eficiên- nótipo da progênie o mesmo do indivíduo
cia, aderência, etc. que lhe deu origem.

Promotor 35S: promotor que controla a Propagação in vitro: propagação de plan-


transcrição do RNA 35S do CaMV tas em ambiente artificial, usando frascos
(Cauliflower mosaic virus). Em plantas trans- de cultura, técnicas assépticas e um meio de
gênicas, esse promotor funciona como um cultura adequado para o desenvolvimento
promotor constitutivo, sendo muito utili- e crescimento.
zado para a expressão de genes exógenos Propagação vegetativa: propagação a
em plantas transformadas. partir de partes vegetativas da planta, como
Promotor bacteriano: genes promotores bulbos e tubérculos, ou de esporos.
bacterianos inseridos em vetores junto Propágulo: qualquer estrutura de um pa-
com genes clonados, com a função de con- tógeno que serve para sua propagação ou
trolar a transição destes últimos. multiplicação.
Promotor constitutivo: promotor que in- Propágulos de infecção: unidades de in-
duz a transcrição em todos os tecidos e fecção dentro de uma população de propá-
continuadamente. gulos.
Promotor induzido: promotor que é ati- Proporção sexual: ver razão sexual.
vado pela presença de um indutor ou de
uma condição externa, por exemplo, a tem- Propriedade intelectual: direitos de cará-
peratura elevada. ter exclusivo referentes à obtenção intelec-
tual, seja no âmbito da tecnologia (patentes,
Pró-mutágeno: substância que causa mu- modelos de utilidade, direitos de obtento-
tagenicidade somente após ter sido meta- res vegetais, etc.), seja no dos sinais distinti-
bolizada. vos (marcas, denominações de origem,
Pronto uso: diz-se de produto resultante etc.), seja no das expressões artísticas e cul-
da transformação física de produto técnico turais (obras literárias, musicais, etc.) (Jesus;
ou de pré-mistura mediante adição de in- Plonski, 2006).

454
Prorabdios: paredes do protoestoma de Proteção: ver princípios de Whetzel.
nematoides.
Proteção ambiental: medida adotada
Prosênquima: tipo de pletênquima cujas para manter ou restabelecer, tanto quanto
hifas formadoras se dispõem paralela- possível, o estado natural do meio am-
mente e não perdem sua individualidade. biente dos seres humanos, animais, plantas,
Prosenquimático: que é constituído pela paisagem, monumentos, etc. Na fitopato-
agregação de filamentos ou células alonga- logia, refere-se aos cuidados que devem ser
das e de envoltórios mais ou menos en- tomados quando se aplicam defensivos
grossados. agrícolas numa determinada área, no in-
tuito de evitar contaminação ambiental e
Prosenquimatoso: formado de elemen- intoxicação dos operários, dos consumido-
tos alongados como fibras. res e dos animais, e toxidez às plantas.
Prosorus: estrutura que eventualmente se Proteção cruzada: fenômeno no qual a
divide para originar um sorus. infecção dos tecidos da planta com uma es-
Prospecção: procedimento metódico para tirpe avirulenta ou hipovirulenta de um ví-
determinar as características da população rus ou mesmo de fungos e bactérias
de uma praga ou patógeno ou para indicar avirulentos impede ou diminui a infecção
as espécies que ocorrem na área. da planta por outras estirpes ou raças viru-
Prospecção de delimitação: na defesa lentas do mesmo patógeno.
fitossanitária, prospecção conduzida para Proteção de cultivares: proteção dos di-
estabelecer os limites de uma área consi- reitos federativos à propriedade intelectual
derada infestada ou livre de um patógeno da cultivar, que se efetua mediante conces-
ou praga. são de título de proteção, considerada bem
Prospecção de detenção: na defesa fitos- móvel para todos os efeitos legais e única
sanitária, prospecção periódica que se rea- forma de proteção de novas cultivares.
liza para verificar as características Considera-se nova cultivar a variedade de
populacionais de um patógeno ou de uma espécie vegetal descrita em publicação es-
praga em uma área. pecializada, disponível e acessível ao pú-
blico, distinguível de outras cultivares
Prosporângio: corpo inicial semelhante a conhecidas, possuidora de denominação
um esporângio, que expele uma vesícula na própria, homogênea e estável por gerações
qual zoósporos se desenvolvem e a partir sucessivas e passível de utilização, e, ainda,
do qual são liberados. original, isto é, não explorada comercial-
Prostado: deitado sobre o solo; decum- mente antes do pedido de proteção.
bente.
Proteção de ferimentos: consiste na apli-
Protandria: produção de espermatozoides cação, preventivamente, de uma pasta de
antes do óvulo na mesma gônada do nema- fungicida sobre os tecidos de plantas vivas
toide. expostas por ferimentos para protegê-los
Protease: enzima que catalisa a hidrólise contra a penetração de patógenos.
de proteínas, quebrando as ligações peptí- Proteção de folhagem: consiste na apli-
dicas que unem os aminoácidos. cação preventiva de um defensivo agrícola

455
às plantas em crescimento, através de pul- cias codantes são ligadas no mesmo frame
verizações ou polvilhamento, a fim de pro- de leitura; a construção gênica é transcrita e
teger as folhas, brotações novas, etc., traduzida como um único gene, produ-
evitando-se que ocorra a penetração de pa- zindo uma única proteína quimérica.
tógenos.
Proteína desnaturada: proteína cujas
Proteção de plantas: entende-se por qual- propriedades foram alteradas pelo trata-
quer medida que visa evitar a infecção de mento com agentes físicos ou químicos.
um hospedeiro interpondo barreiras que li-
mitam o contato entre o inóculo e o tecido Proteína matriz: (1) a principal proteína
suscetível. que constitui a estrutura dos corpos de in-
clusão; (2) em alguns vírus, a proteína entre
Proteção fitossanitária: conjunto de me- a membrana viral e o nucleocapsídeo.
didas adotadas pela agricultura para evitar a
propagação de pragas. Proteína movente: uma ou mais proteínas
de um vírus que facilita o movimento do
Proteção florestal: ramo da área florestal
vírus na planta e/ou no vetor.
que trata das medidas de combate a fogo,
doenças e pragas. Proteína não estrutural: embora codifi-
Proteção integrada: ver controle inte- cada pelo genoma do vírus, é encontrada
grado. apenas na célula infectada e ausente na par-
tícula.
Proteção mediada: proteção fornecida
pela inoculação profilática de plantas com Proteína quimérica: ver proteína de fu-
satélites dos vírus que provocam doenças são.
severas ou pela expressão de RNAs defec- Proteína recombinante: proteína produ-
tivos interferentes na replicação dos vírus zida por engenharia genética, que é codifi-
dos quais foram originados. cada por um transgene inserido em
Proteína: polímero de aminoácidos; ma- bactérias ou células eucarióticas, nas quais
cromolécula composta de uma ou mais ca- se expressa.
deias polipeptídicas.
Proteína termossensível: proteína que,
Proteína avr: ver proteína de avirulência. apesar de funcional a uma temperatura,
Proteína complementar: proteína que se perde função em temperaturas extremas,
liga a complexos de antígenos-anticorpos e normalmente mais altas.
os degrada por proteólise. Proteínas kinases: proteínas que atuam
Proteína de avirulência: proteína codifi- como tradutoras e amplificadoras de sinais
cada por um gene de avirulência, que atua em resposta ao tamanho do sinal imposto
como eliciadora das reações de defesa da por um aumento proporcional em ativi-
planta. dade e correspondente resposta celular.
Proteína de fusão: polipeptídeo traduzido Proteínas PR: proteínas produzidas em
de um gene quimérico: dois ou poucos ge- reação à infecção por patógenos e que au-
nes são unidos de forma que suas sequên- xiliam na defesa do hospedeiro.

456
Proteínas relacionadas com a patogê- Protetor: tipo de substância que protege o
nese: proteínas com propriedades catalíti- hospedeiro da infecção causada por um pa-
cas particulares produzidas pelas células tógeno.
minutos ou horas depois da inoculação. Protetor de sementes: defensivo agrícola
Todas as proteínas relacionadas com a pa- aplicado às sementes antes do plantio para
togênese são mais ou menos tóxicas aos impedir o apodrecimento e damping-off.
patógenos. Em alguns tecidos, são produ-
Protista: ver reino.
zidas independentemente de indução.
Protoaécio: estrutura haploide que, após
Proteólise: digestão enzimática de uma
diploidização ou dicariotização, se torna
proteína. um aécio.
Proteolítica: atividade de degradação de Protobasídio: basídio septado longitudi-
proteína. nal ou transversalmente e considerado
Proteoma: conjunto de todas as proteí- mais primitivo que os basídios contínuos.
nas (traduzidas dos RNA mensageiros) de Protocolo: no Código Internacional de
um organismo, tecido ou órgão, em deter- Nomenclatura para Algas, Fungos e Plan-
minado estádio de maturação e situação tas, todas as atividades desenvolvidas com
de interação com o ambiente. Um pro- uma espécie até sua publicação válida,
teoma é analisado pela determinação da como descrição, diagnose, ilustrações, refe-
massa, ponto isoelétrico e sequência de rências, sinonímia, distribuição geográfica,
aminoácidos, que são utilizados para iden- citação de espécimes.
tificação das proteínas por homologia Protocolo de biossegurança: (1) con-
com os dados de outras proteínas existen- junto de procedimentos aceito internacio-
tes em bancos de dados. nalmente para proteger a saúde humana e
Proteômica: estudo da definição da se- animal e o ambiente de potenciais riscos do
quência, função e inter-relacionamento de uso da biotecnologia e de seus produtos;
Protocolo de Cartagena; (2) na defesa fitos-
todas as proteínas estruturais e funcionais
sanitária, conjunto de procedimentos e
de um organismo.
ações capazes de eliminar ou minimizar ris-
Proteossoma: proteína complexa, en- cos de entrada de uma praga, num país, es-
contrada no núcleo e no citoplasma, res- tado ou região.
ponsável pela degradação de proteínas Protocolo de Kioto: acordo internacional
desnecessárias ou danificadas. As proteí- assinado por vários países, entre eles o Bra-
nas a serem degradadas são marcadas por sil, com o objetivo principal de estabilizar
uma pequena proteína chamada ubiqui- as concentrações de gases de efeito estufa
tina. na atmosfera num nível que não desenca-
Proteósporo: esporo formado no início deie mudanças drásticas no sistema climá-
tico mundial, de forma que a produção de
do período de esporulação dos fungos do
alimentos não seja ameaçada, o cresci-
gênero Ganoderma.
mento econômico prossiga de modo sus-
Proterótipo: ver série-tipo. tentável e não haja a elevação do nível dos

457
mares. Pelo Protocolo de Kioto, os países Protoplasma: substância complexa e viva
mais industrializados deveriam reduzir a de uma célula, que inclui o citoplasma, or-
emissão de gases de efeito estufa, principal- ganelas e núcleo.
mente de CO2, em 5%, tendo como refe- Protoplasto: célula bacteriana Gram-posi-
rência o nível registrado de emissões em tiva ou célula vegetal desprovida de parede
1990. Para isso, seriam incentivados os me- celular. A parede pode ter sido removida
canismos de desenvolvimento limpo e o por enzimas ou, no caso das bactérias, im-
comércio de emissões. O acordo ainda não pedida de se formar pela ação de substân-
foi implementado, embora alguns países cias quimioterápicas ou antibióticos; a
industrializados já o estejam executando unidade viva e organizada de uma célula, a
(Japão e Comunidade Europeia). membrana citoplasmática e o citoplasma, o
Protocolo de tratamento: na defesa fitos- núcleo e as organelas no seu interior.
sanitária, parâmetros críticos de um trata- Protósporo: esporo que germina logo
mento que necessitam ser respeitados para após sua formação dando origem a um mi-
atingir seu objetivo final (por exemplo, pro- célio ou, então, que perde rapidamente o
vocar a morte, inativação ou remoção de poder germinativo.
pragas, torná-las inférteis ou desvitalizá-
Prototécio: ascoma não diferenciado
-las) segundo padrões de eficácia estabele-
completamente, sem ascos e sem ascóspo-
cidos.
ros.
Protocooperação: forma de mutualismo,
Prototrófico: microrganismo capaz de sin-
relação que é benéfica para ambas as espé- tetizar todos os compostos orgânicos com-
cies, mas não obrigatória. plexos requeridos para a construção de
Protoctista: ver reino. suas estruturas celulares, manutenção do
metabolismo e crescimento a partir de
Protoestoma: região central do estoma de
compostos básicos; fonte de carbono sim-
nematoides, anteriormente limitada pelo
ples, como a glicose e sais minerais.
queiloestoma e posteriormente pelo teloes-
toma. O protoestoma está subdividido em Prototunicado: asco que é basicamente
proestoma, mesoestoma e metaestoma. unitunicado, cuja parede se rompe na ma-
turação ou antes desta. Ele pode se desen-
Protólogo: palavra de origem grega, em volver no himênio ou pode ser distribuído
que protos indica primeiro e logos indica dis- aleatoriamente no interior do ascoma.
curso. Tudo associado com o nome na pu-
blicação válida, como descrição, diagnose, Protourédia: estrutura haploide que, após
ilustrações, referências, sinonímia, dados diploidização ou dicariotização, resulta
geográficos, citação de espécimes, discus- numa urédia.
são e comentários (Yepes; Carvalho Júnior, Protozoa: ver reino.
2010).
Protozoário: palavra de origem grega, em
Protoperitécio: primórdio peritecial que, que protos indica primitivo ou primeiro e
após a fecundação, se desenvolve num pe- zoon indica animal. Organismo unicelular,
ritécio. heterotrófico e com tamanho entre 2 μm e

458
1.000 μm, que realiza todas as funções vi- local dessa dilatação. Este tipo de pseudo-
tais, como nutrição, respiração, reprodu- bulbo pode ser encontrado no esôfago
ção, excreção e locomoção, e vive em neotilencoide.
ambientes úmidos ou mesmo no interior
Pseudocaule: semelhante a um caule, po-
do corpo de animais e em plantas, causan-
rém consiste na agregação de bainhas folia-
do-lhes doenças, é exemplo a murcha de
res, muito grandes e superpostas
Phytomonas em coqueiro e dendezeiro,
apertadamente, em cuja extremidade estão
causada por Phytomonas staheli.
as folhas, típico da bananeira.
Protuberância: proeminência, saliência.
Pseudoceloma: cavidade cheia de fluido
Protuberância posterior: ver cone vulvar. no corpo do nematoide, localizada entre a
Proveniência: região original na qual uma parede do corpo e o canal alimentar, e des-
espécie de planta ou animal foi encontrada; provida de revestimento mesodérmico.
posição nativa de uma espécie exótica. Pseudocolumela: pletênquima embrioná-
Proveta: pequeno tubo de vidro ou plás- rio no perídio maduro.
tico utilizado para medir líquido, que pos- Pseudocomposto: no Código Internacio-
sui uma escala de volume pouco precisa, a nal de Nomenclatura de Algas, Fungos e
qual pode variar de 5 mL a 2.000 mL. Plantas, um nome ou epíteto que combina
Provírus: ver profago. elementos derivados de duas ou mais pala-
vras gregas ou latinas e no qual um subs-
Proximal: geralmente a parte principal do tantivo ou adjetivo, em uma posição não
corpo ou o ponto de inserção situado pró- final, aparece como uma palavra com ter-
ximo ao ponto de referência; em oposição minação, não como um radical modificado
a distal. (Turland et al., 2018).
Prozona: precipitação ou aglutinação su- Pseudoepitécio: camada granular ou
bótima que ocorre quando há excesso de amorfa que cobre as paráfises no apotécio,
anticorpos ou de antígenos, dependendo na qual as extremidades das paráfises ficam
de qual componente apresenta concentra- imersas, mas não forma um tecido sepa-
ção variável no ensaio. rado.
Pruína: pó que recobre a superfície de um Pseudoescleródio: estrutura resistente, de
órgão. vários centímetros, formada pela madeira
Pruinoso: ver pulverulento. do substrato e compactada pelo micélio,
que sustenta a frutificação.
Pseudoamiloide: esporos que reagem
ativa e intensamente ao iodo do reagente Pseudoesporo: teliósporo ou esporo de
de Meltzer e se colorem fortemente de inverno das Uredinales.
marrom-púrpura. Pseudoestroma: massa de células fúngi-
Pseudobulbo: dilatação da musculatura cas ou de hifas fracamente unidas combi-
esofagiana, sem modificação do canal do nadas com células do hospedeiro para
esôfago, isto é, não há aparelho valvular ou produzir uma estrutura semelhante ao es-
aumento do calibre do canal esofagiano no troma; um falso estroma.

459
Pseudofungo: nome formalmente usado Pseudoparênquima: tipo de pletênquima
para Myxomycetes, Plasmodiophoromyce- formado por hifas que perderam a sua indi-
tes e Oomycetes, que até 1990 eram consi- vidualidade, adquirindo uma forma oval ou
derados fungos, mas atualmente são isodiamétrica.
classificados como protozoa (protista), os
Pseudoparênquima interascal: tecido
dois primeiros, e do reino Chromista, o
constituído de células entre os ascos, as
Oomycetes.
quais são comprimidas ou permanecem
Pseudogamia: ativação de um gameta fe- inalteradas.
minino de nematoide, pelo estímulo do es-
Pseudoparênquima interascicular: hifa
permatozoide, sem haver conjugação
nuclear. semelhante à paráfise; fíbula intertesticial
parafisoide.
Pseudogene: gene não funcional, cuja ex-
pressão é impossibilitada por ser incom- Pseudoperídio: perídio falso; membrana
pleto ou apresentar outros tipos de de cobertura do aécio dos fungos da ferru-
alterações. gem.

Pseudomicélio: grupo de células aderidas Pseudoperitécio: estrutura semelhante ao


entre si pelas extremidades para formar peritécio; porém, com ascos e ascosporos
uma falsa cadeia, é produzido por algumas livres.
leveduras. Pseudoplasmódio: agrupamento de célu-
Pseudomicorriza: situação na qual o las ameboides que forma o estádio inicial
fungo parasita fracamente as raízes laterais do esporocarpo dos Acrasiomycota.
de coníferas. Pseudorriza: alongamento, semelhante a
Pseudomorfo: estroma indefinido, com- raiz, localizado na parte basal do estipe,
posto de partes da planta unidas pelo ple- presente em cogumelos de alguns Basi-
tênquima que completa as interfaces. diomycota.
Pseudo-ostíolo: falso ostíolo. Pseudosseptado: que aparentemente tem
septo, o qual não cruza o esporo de um
Pseudoparáfise: hifa que cresce ascen- lado ao outro da parede.
dentemente, até atingir a base dos ascos,
tornando-se fixa somente na parte inferior Pseudossepto: membrana protoplásmica
do lóculo, e pode ser septada, ramificada e ou vacuolar que parece ser um septo, como
anastomosada, é exemplo Pleospora, pre- em Corynespora; septo com poros.
sente no centrum tipo Pleospora sensu Luttrell Pseudotécio: ascocarpo cujos ascos são
1951; faz parte do himênio de certos Basi- formados diretamente em ascostroma uni-
diomycota. loculado.
Pseudoparáfise celular: ver pseudopará- Psicrófilo: organismo cuja temperatura
fise. mínima de crescimento é inferior a 0 °C, a
Pseudoparáfise trabeculare: ver parafi- ótima na faixa de 0 °C a 17 °C, e a máxima
soide. abaixo de 20 °C.

460
Psicrômetro: instrumento usado para me- Pulverização centrífuga: fragmentação
dir a quantidade de vapor de água na at- de um líquido em pequenas gotas após ser
mosfera ou a sua umidade. Consiste em colocado no centro de um disco giratório.
dois termômetros, um de bulbo úmido e Pulverização eletrostática: sistema de
outro de bulbo seco. O valor da diferença produção de gotas muito finas, uniformes
entre as temperaturas registradas nesses e carregadas com a mesma carga elétrica
dois termômetros é utilizado para estimar a que passam a funcionar como imãs, ou
umidade do ar. seja, ao invés de se dispersarem no ar, são
atraídas pelas cargas opostas das superfí-
Psicrotolerante: que é capaz de crescer
cies das folhas ou de outros órgãos da
em temperaturas abaixo de 10 °C, com o planta, aumentando a eficiência da aplica-
ótimo abaixo de 20 °C. ção, pois reduz a deriva e permite número
PTV: sigla de Permissão de Trânsito de superior de gotas depositas no alvo. As go-
Vegetal. Ver permissão de trânsito de ve- tas não se unem até atingirem o alvo e, com
getal. isso, sua distribuição é melhor. Essas gotas
possuem cargas tão elevadas que o efeito
Pubérulo: ligeiramente pubescente. de atração altera suas trajetórias de voo,
Pubescente: coberto de pelos finos e cur- forçando-as a se depositar em ambas as fa-
ces das folhas.
tos.
Pulverização hidráulica: passagem de
Puffing: fenômeno em que milhares de as-
um líquido sob pressão por um elemento
cos em um apotécio descarregam simulta- denominado ponta, dotado de uma secção
neamente seus ascósporos, produzindo de saída cuja forma e tamanho sejam ade-
uma nuvem visível de esporos, como as quados para transformar uma veia líquida
frutificações produzidas por fungos ecto- de calda em um conjunto de gotas.
micorrízicos no interior de plantios de eu-
Pulverização pneumática: choque de um
calipto.
líquido com uma corrente de ar sob grande
Pulgão: pequeno inseto da ordem velocidade, que pulveriza gotas finas e é
Homoptera (família Aphididae), também responsável pelo transporte das gotas até o
denominado afídeo, com aparelho bucal alvo.
do tipo sugador, que causa danos diretos às Pulverização saturante: pulverização rea-
plantas, ao sugar-lhes a seiva, ou indiretos, lizada além do ponto de saturação (ocorre
atuando como vetores de diversos vírus. escorrimento).
Os pulgões são responsáveis pela transmis- Pulverizador: aparelho empregado para
são de mais ou menos 90 vírus, dentre es- aplicar uma calda de defensivos, sob a
tes, sabe-se que o Myzus persicae é forma de gotas, na folhagem das plantas
transmissor de mais de 50 vírus diferentes. para controlar doenças e/ou pragas.
Pulverização: processo mecânico de pro- Pulverizador automotriz: pulverizador
dução de gotas através de um equipamento utilizado em operações de aplicação de de-
chamado pulverizador. fensivos agrícolas cujas características prin-

461
cipais são o alto rendimento operacional e Pulverizador hidráulico: aparelho que
a alta tecnologia em eletrônica de bordo utiliza energia hidráulica para forçar a calda
para o preciso e total controle da pulveriza- do defensivo a passar sob pressão através
ção. do orifício do bico, transformando-a em
Pulverizador autopropulsado: ver pulve- gotículas. A distância que o jato atingirá e o
rizador automotriz. diâmetro das gotas são determinados pela
pressão, diâmetro do orifício e tipo de bico.
Pulverizador centrífugo: equipamento
que utiliza o processo chamado atomiza- Pulverizador hidropneumático: também
ção centrífuga para a subdivisão do líquido chamado de atomizador tipo cortina de ar.
em gotas menores, obtida através da intro- Possui um reservatório de calda de defen-
dução do líquido sob baixa pressão no inte- sivo agrícola com capacidade entre 200 a
rior de um mecanismo giratório, que pode 400 litros e, no arco de pulverização, são
ser um cilindro de tela (micronair utilizado instalados os bicos, geralmente do tipo
na pulverização aérea), escova circular ou cone vazio ou cheio. O sistema de assistên-
mesmo um rotor ranhurado. cia de ar é formado por um ventilador de
grande vazão, que, com o auxílio de defle-
Pulverizador de alta pressão: ver pulve- tores, expele o ar na forma de um leque
rizador hidráulico. perpendicular à direção de caminhamento
Pulverizador de jato assistido: quando da máquina. Os ângulos de abertura desses
uma corrente de ar é criada para levar as defletores são regulados e ajustados de
gotas em direção ao alvo, como exemplo acordo com a altura das plantas a serem
os turbos pulverizadores utilizados na ca- pulverizadas.
feicultura e citricultura e os equipamentos Pulverizador pneumático: aparelho que
com barra tipo Vortex. utiliza um fluxo de ar a alta velocidade, o
Pulverizador de jato lançado: quando a qual, passando pelo bico, intercepta a calda
própria inércia e a gravidade levam as gotas do defensivo, transformando-a em gotícu-
em direção ao alvo, como exemplos os pul- las e projetando-a para o alvo desejado.
verizadores costais manuais e os pulveriza- A variação do fluxo de ar altera o espectro
dores de barras comuns e adaptações das gotas e a taxa de descarga.
destes. Pulverizadore rotativo: aparelho que uti-
Pulverizador eletrostático: aparelho do- liza energia centrífuga derivada da rotação
tado de uma fonte geradora de eletricidade, de uma peça, como um disco plano, côn-
cuja tensão segue por um fio até um sis- cavo ou convexo; pequeno cilindro perfu-
tema eletrônico, acoplado a um bico jato rado, coberto por uma tela ou, ainda,
cônico vazio, que produz uma câmara de escovas rotativas que transformam a calda
ionização, situada próxima à saída do bico, do defensivo em gotas diminutas. Entre
que vai eletrificar o líquido, que, ao se rom- outros fatores, o diâmetro das gotas é dire-
per, as gotas saem eletrificadas, para então tamente proporcional à velocidade de rota-
serem atraídas pelas cargas opostas das su- ção e inversamente proporcional ao raio do
perfícies das folhas. disco. Ver pulverizador centrífugo.

462
Pulverizador térmico: aparelho que uti- Purificação de vírus: isolamento e con-
liza a energia térmica produzida pela centração de partículas de vírus na forma
queima de petróleo e ar em um motor de pura, ou seja, livre das células componen-
combustão. Um fluxo de ar quente trans- tes, comumente feita por ultracentrifuga-
forma a calda em gotas que são arrastadas ção do suco da planta infectada.
e lançadas na atmosfera, onde se conden-
Purina: grupo de bases nitrogenadas dos
sam e decantam na forma de nevoeiro. Es-
ácidos nucleicos, adenina (A) e guanina
ses pulverizadores produzem gotas de
(G). São as bases púricas do DNA e do
10 µm a 45 µm.
RNA.
Pulverulento: que tem a superfície reco-
berta por estruturas que se assemelham a Pus bacteriano: substância viscosa pro-
pó, como a superfície foliar afetada por duzida por algumas bactérias, que exsuda
míldio e oídio. de tecidos vegetais infectados.

Pulvinado: que tem a forma de almofada. Pústula: sinal típico das ferrugens, que
ocorre comumente sobre folhas, frutos
Punctato: marcado com pontos; manchas, verdes ou ramos jovens, caracterizado por
escamas ou orifícios muito pequenos. uma lesão de aspecto saliente, resultante da
Punctiforme: que tem aparência ou forma elevação da epiderme, que se rompe por
de ponto. causa da erupção e exposição do corpo
frutífero de um fungo.
Punctura: furo feito com instrumento afi-
lado, como a introdução de agulha de um Putrefação: decomposição aeróbica ou, às
micromanipulador em uma célula. vezes, anaeróbica de matéria orgânica cau-
sada por microrganismos, que pode ser
Pureza: na defesa fitossanitária, designa a
acompanhada pela liberação de gases com
porcentagem sobre o peso de sementes
odor desagradável.
limpas e completas de uma amostra em re-
lação com o peso total da amostra, in- Putrescência: ver putrefação.
cluindo impurezas. Reflete a composição Putrescente: que não se conserva, como o
física ou mecânica de uma amostra de se- corpo de frutificação de fungos que apo-
mentes, separadas em “puras”, além das se- drece facilmente. Característica dos Agari-
mentes de plantas cultivadas, sementes de cales carnosos (Basidiomycota), que se
plantas silvestres e matéria inerte.
decompõem em pouco tempo, às vezes,
Pureza genética: atributo referente à ho- em poucas horas.
mogeneidade, ao potencial de produtivi-
Pútrido: que emite odor fétido.
dade, à resistência a doenças e insetos, à
precocidade e à qualidade do produto. pv.: abreviatura de patovar. Ver patovar.
Purificação: separação de moléculas, P/V: relação peso-volume utilizada para
componentes celulares, partículas de vírus indicar a concentração de um composto
ou microrganismos, de modo que os torne sólido em água, por exemplo, 2% p/v é
uma forma pura, livre de outros constituin- igual a 2 g de soluto em 100 mL de água ou
tes. 20 g L-1.

463
Q
qPCR: abreviação para PCR quantitativo Quadrilocular: com quatro lojas; com
ou PCR em tempo real. Ver PCR quantita- quatro divisões.
tivo. Quadrísporo: tetrásporo; formado por
QPE: na defesa fitossanitária, sigla de quatro esporos; cada um dos esporos é um
Quarentena Vegetal de Pós-Entrada. Ver conjunto de quatro.
quarentena vegetal de pós-entrada. Quadro: conjunto dos fatos ou dos aspec-
QTL: sigla de quantitative trait loci. Nucleotí- tos de uma doença.
deo controlador de características quantita- Quadro sintomatológico: conjunto de
tivas; nucleotídeo responsável ou associado sintomas e sinais de uma doença.
à variação em uma característica determi-
nada por muitos genes (multifatorial) e que Qualidade de sementes: na defesa fitos-
sanitária, conjunto de atributos inerentes à
apresenta uma distribuição fenotípica con-
semente que permitam definir a identidade
tínua.
genética e o estado físico, fisiológico e fi-
Quadrado de doença: ver pirâmide de tossanitário das mesmas.
doença.
Qualidade genética: característica trans-
Quadrado latino: plano experimental em mitida hereditariamente, ou seja, determi-
que o número de fileiras e o número de co- nada pelas propriedades da planta que
lunas são iguais ao de tratamentos, com resulta do potencial genético da semente.
restrição de que cada tratamento deve São os benefícios advindos do melhora-
ocorrer só uma vez em cada fileira e em mento genético das plantas, tais como pro-
cada coluna. Essa restrição possibilita de- dutividade, precocidade, porte, arquitetura
terminar a heterogeneidade que possa exis- da planta, resistência às pragas e doenças,
tir no quadrado local. características organolépticas, entre outros.

Quadricolumela: arranjo em quatro filei- Qualidade sanitária: na defesa fitossani-


ras das células que circundam o oviduto na tária, condição sanitária de um material ve-
proximidade do útero do nematoide. A es- getal em relação aos níveis de tolerância
sas células se atribui a função de secretar a estabelecidos.
casca do ovo dos nematoides. Ver tricolu- Qualitativo: descritivo e não passível de
mela e crustaforméria. ser expresso em números. A avaliação qua-

465
litativa de uma doença dá preferência à des- Quarentena intermediária: na defesa fi-
crição dos sintomas e da forma de tossanitária, quarentena em um país dife-
destruição, entre outros aspectos, sobre a rente do país de origem ou destino.
quantidade de prejuízos que ela pode cau- Quarentena vegetal: na defesa fitossani-
sar. tária, confinamento oficial de vegetais ou
Quantificação de doença: processo utili- produtos vegetais sujeitos a regulamenta-
zado para avaliar a intensidade, isto é, a ção fitossanitária, para impedir a introdu-
quantidade de doença em uma população ção e/ou propagação de pragas quaren-
de plantas e órgãos (frutos, ramos e folhas), tenárias visando assegurar o seu controle
pela avaliação de incidência e/ou severi- oficial.
dade da doença. Quarentena vegetal aberta: na defesa fi-
Quantificação de prejuízo: na defesa fi- tossanitária, quarentena realizada em uma
tossanitária, a necessidade de determinar estação quarentenária oficial e/ou creden-
ciada, em ambiente aberto.
os patógenos e pragas quarentenários e a
intensidade das medidas a serem tomadas Quarentena vegetal fechada: na defesa
contra eles. Os países deverão utilizar mé- fitossanitária, quarentena realizada em uma
todos de análise de risco baseados em evi- estação quarentenária oficial e/ou creden-
dência biológica e econômica, e seguir ciada, em ambiente fechado.
procedimentos desenvolvidos dentro do Quarentena vegetal de pós-entrada: na
padrão da Convenção Internacional de defesa fitossanitária, quarentena prescrita a
Proteção Fitossanitária. uma partida de vegetal e/ou produto vege-
Quantitativo: numérico ou capaz de ser tal, no momento de seu ingresso, pelo ins-
expresso em números; derivado de medi- petor da Organização Nacional de Proteção
das ou de outros valores numéricos. A ava- Fitossanitária do país importador, ficando
liação quantitativa de uma doença deve o vegetal confinado, sem poder ser comer-
incluir a severidade, a quantidade de prejuí- cializado até o resultado final da quaren-
tena.
zos e os custos de controle.
Quarentena vegetal de pré-entrada: na
Quarentena: todas as operações associa-
defesa fitossanitária, quarentena prescrita a
das com a prevenção da disseminação de
um vegetal e/ou produto vegetal, a ser rea-
um organismo não desejável dentro de
lizada antes de seu embarque, em uma esta-
continentes, países, território ou regiões, e ção quarentenária oficial, reconhecida pelo
entre eles; período de confinamento de um país importador, para verificar se o material
genótipo num determinado local, para as- está livre de pragas quarentenárias.
segurar que o material está isento de uma
praga quarentenária ausente ou praga qua- Quarentenário: ver estação quarentenária.
rentenária presente sob controle oficial; Quebra-vento: linha de árvores ou cercas
confinamento oficial de produtos regula- vivas dispostas perpendicularmente à dire-
mentados para observação e pesquisa ou ção dos ventos predominantes, com o ob-
para mais inspeções, testes e/ou tratamen- jetivo de bloquear parcialmente o fluxo de
tos. vento, no intuito de diminuir os efeitos da-

466
nosos do vento sobre as plantas cultivadas trações de produtos químicos, como fertili-
numa determinada área e/ou reduzir a en- zantes e defensivos agrícolas.
trada de pragas, principalmente de vetores Queimadura: sintoma caracterizado por
de patógenos naquela área. manchas necróticas, sem halo e de aspecto
Quasi-espécie: população complexa de pardacento, e secamento de folhas, ramos e
entidades diversas, mas correlatas, capaz de até frutos, causados por infecção, ação do
se perpetuar ao longo do tempo. calor, fitotoxidez pela ação de defensivos
agrícolas, falta ou excesso de nutrientes, ou
Queda de folhas: ver desfolha. condições climáticas desfavoráveis. Com
Queda prematura de folhas: ver desfo- frequência, a queimadura surge subita-
lha. mente sobre frutos e caules ou como áreas
mortas ao longo de nervuras, margens e
Queiloestoma: cavidade do estoma de ne-
extremidades de folhas ou entre elas.
matoides, delimitada anteriormente pela
abertura oral e, posteriormente, pelo pro- Queimadura solar: ver escaldadura.
toestoma. Ver protoestoma e teloestoma. Quelatizante: composto que adicionado à
Queima: termo geral usado para designar calda do defensivo agrícola isola a carga
os sintomas causados pela seca severa ou elétrica e suprime a reatividade de íons.
morte súbita de folhas, flores, ramos, fru- O ácido etilenodiaminotetracético (EDTA)
tos ou de toda a planta. Os tecidos jovens quelatiza cátions, formando complexos so-
em crescimento, geralmente, são os mais lúveis em água, e estáveis numa faixa de pH
afetados. Pode ser associada ao nome da e em ampla faixa de temperatura.
parte da planta afetada, como queima das Quiasma: conexão em forma de X, visível
gemas, queima das folhas ou acículas, entre os cromossomos homólogos parea-
queima dos bordos, queima dos ramos ou dos durante a divisão I da meiose. É uma
queima das flores. região onde ocorre recombinação.
Queima da saia: doença que afeta as par- Quiastobasídio: basídio cujo fuso mitó-
tes basais da planta, com necrose, murcha e tico é perpendicular ao eixo basidial.
seca, comumente causada por Rhizoctonia
Quiescência: tipo de dormência de nema-
solani, patógeno habitante do solo.
toide que ocorre em resposta às condições
Queima da teia micélica: ver mela. ambientais desfavoráveis. Pode ser faculta-
Queima das acículas: doença do pi- tiva, quando é facilmente revertida com o
nheiro provocada por Cylindrocladium retorno das condições ambientais favorá-
veis, ou obrigatória, que é específica de al-
pteridis e Dothistroma septospora.
guns estádios do nematoide e só pode ser
Queima do fio: doença de vários hospe- revertida mediante sinalização do am-
deiros causada por Corticium koleroga biente.
(Koleroga noxia, Pellicularia koleroga).
Quiescente: (1) aplica-se à fase ou estado
Queima foliar: injúria em ramos jovens de repouso de uma estrutura capaz de mo-
ou em folhas ocasionada pela desidratação, ver-se às vezes, como certos esporos, que,
em virtude do contato com altas concen- antes de germinarem, podem passar por

467
um período em que não se movimentam, são dotados de ação específica sobre a
ficando como que dormentes, por exem- causa da doença, como antibióticos e fun-
plo, os zoósporos de Oomycetes; (2) ver gicidas sistêmicos.
infecção quiescente.
Quimiotropismo: processo pelo qual um
Quilobase: unidade de comprimento dos patógeno, durante seu crescimento, sofre
ácidos nucleicos que equivale a mil nucleo- atração e/ou repulsão por substâncias quí-
tídeos em moléculas de fita simples ou a micas que exsudam por meio de ferimen-
mil pares de nucleotídeos em moléculas de tos ou aberturas naturais do hospedeiro.
fita dupla. O termo é usado para definir o
tamanho do genoma de determinado orga- Quisto: zoósporo que, sob condições des-
nismo ou das várias frações de ácidos nu- favoráveis, se envolve numa parede es-
cleicos, após a extração ou clivagem pessa, permanecendo em estado latente,
utilizando enzimas de restrição. até que condições mais favoráveis ocor-
Quimera: combinação, na mesma parte da ram, para então germinar ou produzir ou-
planta, de tecidos de constituição genética tro zoósporo nos oomicetos que
diferente, que não possuem o mesmo ge- apresentam diplanetismo.
nótipo. Quitina: carboidrato complexo que con-
Quimigação: aplicação do defensivo agrí- tém nitrogênio, derivado de N-acetil-D-
cola junto com a água de irrigação. -glucosamina, e forma a carapaça externa e
dura de insetos, crustáceos, artrópodos,
Quimiocinese: estímulo ao movimento,
fungos e algumas algas.
ao acaso, induzido por um agente químico.
Quimioesterelizante: substância capaz Quitinolítico: microrganismo capaz de
de causar esterilização reprodutiva. utilizar material composto de quitina.

Quimioreceptores: órgãos de nematoides Quitosana: polissacarídeo de alto peso


receptores de estímulos químicos, tais molecular, produzido por desacetilação da
como anfídios e fasmídios. quitina extraída de crustáceos, moluscos, e
outras fontes naturais, e utilizado como
Quimiostático: processo para manter fungicida e elicitor de respostas de resistên-
uma cultura bacteriana na fase log de cres-
cia a patógenos. Pode ser incorporado às
cimento.
ceras usadas como material de cobertura
Quimiotaxia: ver quimiotropismo. em produtos hortícolas.
Quimioterapêutico: produto químico Quorum sensing: processo dependente
que exerce ação curativa. da densidade celular, mediado por comuni-
Quimioterapia: tratamento curativo com cação intercelular que influencia forte-
substância química. Controle de doenças mente algumas características observadas
com defensivos agrícolas que são absorvi- em culturas bacterianas no final da fase de
dos e translocados no interior da planta, e crescimento.

468
R
R: fator de resistência. tam diferenças no número de cromossomos
ou na estrutura cromossômica, resultando
R1,R2: (1) símbolos que denotam respecti-
em raças com diferenças no que diz res-
vamente, a primeira e a segunda geração de
peito ao sistema de reprodução ou ao cír-
um organismo geneticamente modificado,
culo de hospedeiras.
esse designado por R0; (2) respectivamente,
a primeira e a segunda geração de um rege- Raça ecofisiológica: população que apre-
nerante primário da cultura de tecidos. senta as mesmas características morfológi-
cas de outras populações, mas difere em
Rabdios: segmentos da parede do estoma características fisiológicas e patogênicas
de nematoides. quando inoculada sobre a mesma cultivar e
Raça: população de indivíduos com carac- submetida a diferentes temperaturas.
terísticas morfológicas semelhantes a ou- Raça ecológica: população ou conjunto
tras populações, mas com características de populações com distribuição limitada e
fisiológicas distintas. Raças não são enqua- estritamente adaptada às condições de um
dradas em categorias taxonômicas. habitat local.
Raça agressiva: genótipo de um pató- Raça fisiológica: (1) grupo de biótipos
geno que tem sua capacidade patogênica que apresentam as mesmas características
aumentada a um determinado genótipo do morfológicas, mas diferem em característi-
hospedeiro. cas fisiológicas e patogênicas sobre dife-
Raça biológica: nematoides da mesma es- rentes variedades de uma mesma espécie
pécie, que apresentam as mesmas caracte- de hospedeiro, sendo reconhecidos por va-
rísticas morfológicas; porém, no caso dos riedades diferenciadoras; (2) em nematoi-
fitoparasitas, mostram diferenças em pato- des, grupo de indivíduos da mesma espécie
genicidade. As raças dos fitoparasitas po- que apresentam características morfológi-
dem ser diferenciadas por meio de plantas cas ou capacidade de reprodução comum;
porém, patogenicidade diferente. Tais raças
hospedeiras de diferentes espécies, como
podem ser separadas por genótipos de uma
de Ditylenchus dipsaci (raças da cebola, da al-
mesma espécie de hospedeira, como é o
fafa, da tulipa e do feijão).
caso do nematoide de cisto da soja
Raça citológica: entre os nematoides, in- Heterodera glycines. As raças podem ser deno-
divíduos da mesma espécie que apresen- minadas por: a) letras gregas – α (alfa),

469
β (beta), γ (gama), δ (delta); b) por números agente mutante, no qual se usam radiações
arábicos – 1, 2, 3, 4; c) por algarismos ro- ionizantes que induzem modificações na
manos – I, II, III, IV; d) com base na resis- estrutura genética da célula, no DNA.
tência do hospedeiro – genótipo R1
Radiação de onda curta: radiação comu-
suscetível à raça (1), genótipo R1,2 suscetível
mente associada ao espectro de emissão
às raças (1,2) (Michereff, 2017).
solar, com comprimento de onda inferior a
Raça não agressiva: raça com patogenici- 5 µm.
dade limitada.
Radiação de onda longa: radiação comu-
Racemado: que tem a disposição em ca- mente associada ao espectro de emissão
cho. terrestre, com comprimento de onda supe-
rior a 5 µm.
Racemífero: que tem ou produz cachos.
Radiação difusa: parte da radiação solar
Racemiforme: que tem forma de cacho.
que interage com a atmosfera e nela se di-
Racemoso: que tem cachos. funde.
Rachadura: ruptura que ocorre com Radiação direta: parte da radiação solar
maior frequência em frutos, quando sub- que não interage com a atmosfera e atinge,
metidos à alteração drástica de umidade do sem alteração, a superfície terrestre.
solo. Quando ocorre um deficit hídrico
Radiação fotossinteticamente ativa:
prolongado, há paralisação no crescimento
apesar de a fotossíntese ocorrer segundo
dos frutos e a casca torna-se corticosa e rí-
picos de radiação solar, a banda entre
gida. Após o suprimento de água, as partes
0,4 μm e 0,7 μm do espectro é denominada
internas do fruto crescem aumentando de
radiação fotossinteticamente ativa.
tamanho, e a casca não consegue atingir o
mesmo ritmo de crescimento, assim, perde Radiação infravermelha: radiação eletro-
a elasticidade e rompe-se. A rachadura tam- magnética com comprimento de onda de
bém pode ocorrer no caule de algumas es- 7.000 angstroms a 1 mm.
pécies arbóreas, na época de geadas.
Radiação solar total: corresponde à soma
Comumente ocorre em cenoura, em vir-
da radiação solar direta (que vem direta-
tude do estresse hídrico ou do ataque de
mente do disco solar) com a radiação solar
nematoides no início do crescimento das
difusa (espalhada pelos gases e aerossóis da
raízes.
atmosfera).
Rad: unidade de radiação definida como
Radiação ultravioleta: energia eletromag-
uma dose de 100 ergs de energia absorvida
nética com comprimento de onda entre
por grama de tecido.
100 nanômetros a 400 nanômetros. Os
Radiação: (1) energia emitida ou que se comprimentos da radiação ultravioleta
desloca na forma de ondas eletromagnéti- (UV) situam-se entre os da luz visível e os
cas (radiação infravermelha, visível, ultra- dos raios X. A radiação ultravioleta pode
violeta, gama e raios X), ou partículas em dar início a muitas reações químicas e ser
movimento (radiação beta, elétrons, pró- muito prejudicial a um grande número de
tons, nêutrons, alfa e outros); (2) tipo de espécies na Terra. Em laboratório, é usada

470
na indução de mutações em microrganis- Radioisótopo: isótopo instável de um ele-
mos e na esterilização. mento que decai ou se desintegra esponta-
neamente para uma forma mais estável,
Radiação visível: ver luz visível.
liberando energia em forma de radiação.
Radicais reativos de oxigênio: tipos de
Radioterapia: emprego de radiação para o
oxigênio (O-, OH- e H2O2) muito mais rea- controle de patógenos, principalmente em
tivos do que o oxigênio molecular (O2), os tratamentos pós-colheita.
quais, no contato de uma célula resistente
com um patógeno, reagem e rapidamente Raduliforme: estruturas clavadas ou infla-
oxidam vários componentes celulares, das, ou cilíndricas, com projeções que se
transformando-os em compostos tóxicos formam ao longo da célula conidiogênica.
para o patógeno. Ráfide: feixe de cristais aciculares (geral-
Radícula: primeira raiz produzida por mente de oxalato de cálcio) que ocorre em
algumas células vegetais e pode ser confun-
uma semente germinativa, a primeira estru-
dido com partículas de alguns vírus.
tura a emergir da maioria das sementes.
Raio: descarga elétrica produzida entre nu-
Radioatividade: alteração nos núcleos
vens ou entre estas e a Terra, que pode afe-
instáveis de átomos, que emitem esponta-
tar plantas lhes causando danos mecânicos
neamente “porções” de massa, energia ou e até a morte.
ambas, a uma taxa fixa. Os três principais
tipos de radioatividade são os raios gama e Raio esofagiano: uma das três dobras do
as partículas de movimentação rápida alfa e vaso esofagiano de nematoides.
beta. Raiz: parte da planta que se desenvolve
Radioativo: elementos ou compostos que abaixo do solo e serve como condutora
emitem radiação ionizante. para a absorção de água e minerais dissolvi-
dos do solo.
Radioecologia: ramo da ecologia que se
ocupa dos efeitos dos materiais radioativos Raiz atrofiada: raiz que apresenta atrofia,
que não se desenvolve, que degenera, que
em sistemas vivos e dos caminhos pelos
está enfraquecida.
quais esses materiais são dispersos dentro
dos ecossistemas. Raiz em cabeleira: ramificação excessiva
de raízes provocada pelo ataque de algu-
Radioimunoensaio: teste sorológico em
mas espécies de nematoides ou pela bacté-
que se sensibilizam minúsculas esferas com ria Agrobacterium rhizogenes em roseira.
o anticorpo específico que irá reter as par-
tículas do vírus presentes no extrato vege- Raiz enfezada: raiz raquítica e atrofiada.
tal. Em seguida, adiciona-se novamente o Raiz pivotante: raiz principal de uma ár-
anticorpo, desta feita conjugado com um vore, que penetra diretamente no solo, com
material radioativo, o qual se fixará às partí- ou sem ramificações, até alcançar uma ca-
culas de vírus. A medição de intensidade de mada impermeável ou uma profundidade
radioatividade permite a quantificação do em que falta o oxigênio ou umidade, im-
vírus. possibilitando seu crescimento.

471
Raiz primária: raiz procedente do cresci- Raquitismo: estado em que o vegetal
mento da radícula embrionária. apresenta dimensões menores em relação
ao normal, por exemplo, a doença bacte-
Ramulose: doença do algodoeiro, causada
riana da cana-de-açúcar, que não apresenta
por Glomerella gossypii var. cephalosporioides,
sintoma característico, mas as plantas afeta-
que afeta folhas, na forma de manchas ne-
das manifestam crescimento irregular com
cróticas, e o meristema apical, provocando
encurtamento dos colmos.
necrose; o que estimula o desenvolvimento
dos brotos laterais que se transformam em Raspagem: (1) procedimento de diagnose
“galhos extranumerários”, conferindo à que consiste em raspar levemente, com au-
planta um aspecto de superbrotamento ou xílio de um estilete histológico, a superfície
envassouramento. de tecidos lesionados para remoção de es-
truturas do patógeno. Esses tecidos serão
Random primer: método de marcação ra-
depositados no centro de uma gota de co-
dioativa de um DNA fita dupla (sonda).
rante disposta sobre uma lâmina, e depois
Utiliza um pool de primers (um ou mais nu-
serão cobertos com uma lamínula para ser
cleotídeos) randômicos radioativos que se
examinado com auxílio de um microscó-
ligam a um fragmento de DNA a ser mar-
pio; (2) em doenças que afetam ramos e
cado. Como resultado da reação, forma-se
tronco, procedimento que consiste na re-
uma fita de DNA complementar radioativa
moção dos tecidos lesionados da região cir-
(sonda). Ver sonda.
cunscrita ao sítio de infecção, sobre a qual,
Ranhura: pequena escavação, ou sulco, na posteriormente, será pincelada uma pasta
parede celular ou na superfície de qualquer fungicida, comumente cúprica.
órgão.
Rastreabilidade: processo que atesta a
RAPD: sigla de Random Amplified Polymorphic qualidade de produtos agropecuários, pela
DNA (polimorfismo de DNA amplifi- certificação e colocação de selo que per-
cado ao acaso). Procedimento em que se mite identificar o lote da matéria-prima, a
utiliza PCR para amplificação de regiões origem do produto, e a localização dele, no
cromossômicas, empregando iniciadores, estoque e nos pontos de venda, de forma
geralmente decâmeros, com sequência rápida e clara. Todo o processo está ampa-
nucleotídica arbitrária. Os fragmentos rado na responsabilidade técnica de todos
amplificados por um mesmo iniciador, vi- os indivíduos envolvidos na cadeia produ-
sualizados após serem submetidos à ele- tiva e no procedimento específico dispen-
troforese, podem diferir entre indivíduos sado a cada atividade. Rastrear é manter os
e esses padrões polimórficos podem ser registros necessários para identificar e in-
utilizados como marcadores moleculares. formar os dados relativos à origem e ao
destino de um produto.
Ráque: (1) coluna axial em ovário ou testí-
culo de nematoides, circundada pelas oo- Razão de esporulação: corresponde à ra-
gônias ou espermatogônias; (2) talo central zão entre o número de lesões esporuladas e
onde se inserem os folíolos de folhas com- o número de lesões produzidas pelo pató-
postas, típico de palmeiras; (3) ráquis. geno.

472
Razão de infecção: ver eficiência de in- tógenos, a qual causa a morte de células ve-
fecção. getais no sítio de infecção e impede a
colonização de células adjacentes pelo pa-
Razão genotípica: proporção dos dife-
tógeno.
rentes genótipos numa dada progênie.
Reação de polimerase em cadeia: téc-
Razão sexual: proporção entre os machos
nica que permite a amplificação (multipli-
e as fêmeas em uma população de nematoi-
cação) quase infinita de um segmento de
des.
DNA para o qual um primer (pequeno pe-
RBIP: sigla de Retrotransposon Based daço daquele DNA) está disponível.
Insertional Polymorphism. É um tipo de mar-
Reação de precipitação: em imunologia,
cador molecular codominante amplifi-
corresponde à formação de um precipi-
cado via PCR, que utiliza primers
tado complexo, fino e visível, quando
desenhados a partir de retrotranspóson e
ocorre reação entre quantidades adequadas
suas regiões flanqueadoras. A presença ou
de anticorpos solúveis e antígenos solúveis.
a ausência da inserção de retrotranspó-
sons é investigada com base em duas Reação heteróloga: reação diferente em-
PCRs: a primeira PCR, usando um primer bora aparentemente similar; por exemplo,
desenhado a partir do retrotranspóson e uma reação sorológica entre um antissoro e
outro de uma região flanqueadora, e a se- um antígeno estreitamente relacionados,
gunda PCR, utilizando primers desenhados mas não idênticos para o antígeno respon-
com base em duas regiões flanqueadoras. sável pela produção do anticorpo.
Reação antígeno-anticorpo: interação Reação hipersensível: teste diferencial
específica entre um antígeno e um anti- usado por bacteriologistas e virologistas,
corpo, em que este reconhece uma caracte- em que são injetadas suspensões bacteria-
rística estrutural específica do antígeno e se nas ou de vírus nos tecidos verdes, geral-
liga a ela. mente fumo ou feijoeiro, e, no local, pode
ser produzida prematuramente uma reação
Reação compatível: ver compatibilidade.
necrótica e seca.
Reação cruzada: reação entre um dado
Reação homóloga: reação sorológica na
antígeno e um anticorpo produzido em
qual o antissoro reage com o antígeno
resposta a outro antígeno. É, geralmente,
usado para o seu preparo.
uma reação parcial de alguns epitopos co-
muns. Reação imune: ver imunidade.
Reação de aglutinação: teste no qual o Reação incompatível: ver incompatibili-
antígeno é adsorvido na superfície de uma dade.
partícula grande, como células, plastídio ou
Reagente: substância ou composto que é
esfera de látex, e esses são precipitados pela
consumido numa reação química ou bio-
adição dos anticorpos.
química.
Reação de Gram: ver coloração de Gram.
Reagente de Meltzer: solução que con-
Reação de hipersensibilidade: resposta tém 2,5 g de iodo e 7,5 g de iodeto de po-
de defesa de plantas contra o ataque de pa- tássio, estabilizados com 100 g de cloral

473
hidratado por 100 mL de água destilada; sua localização; c) diagnóstico e recomen-
usado para detectar reações amiloides ou dação técnica, com as seguintes informa-
dextrinoides em micélios ou esporos de ções: nome do produto comercial a ser
fungos. utilizado, cultura e área a ser aplicada, dosa-
gens das aplicações e quantidades totais a
Reaproveitamento: uso repetido da em-
serem adquiridas, modalidade de aplicação,
balagem de um produto, como o uso repe-
época de aplicação, intervalo de segurança,
titivo de galões de defensivos agrícolas para
precauções de uso, primeiros socorros nos
o preparo de caldas.
casos de acidentes, advertências relaciona-
Reativação: ativação de um vírus no es- das à proteção do meio ambiente, instru-
tado dormente ou de um vírus defectivo ções sobre a disposição final de resíduos e
pela recombinação ou complementação embalagens, orientações quanto ao manejo
das suas funções defectivas. integrado de pragas e à utilização de EPI, e
Reboleira: área de contornos nítidos em data, assinatura e carimbo do técnico, com
plantios definitivos e em sementeiras, na indicação do nome e número de registro
maioria das vezes circulares, onde as plan- no Conselho Regional Profissional e do
tas foram ou estão sendo afetadas por uma CPF.
doença. Em áreas de plantio definitivo, co- Receptáculo: estrutura de suporte no
mumente ocorre quando há ataque de pa- corpo frutífero, onde se agrupam os ór-
tógenos habitantes do solo, como os gãos receptores; geralmente, mencionados
causadores de murcha e os nematoides. para alguns corpos frutíferos como apoté-
Recalcitrante: 1) genótipo de difícil rege- cio e peritécio.
neração ou transformação in vitro; 2) se- Receptor: grupo químico localizado na
mente intolerante à dessecação e ao superfície ou no interior de uma grande
armazenamento a baixas temperaturas, ge- molécula ou célula, que pode se combinar
ralmente, com baixa longevidade; 3) refere- seletivamente com outras tantas moléculas
-se a material não biodegradável no solo. ou células para ativar ou desativar uma en-
Receita: prescrição e orientação técnica zima, um hormônio, um antígeno ou outra
para que profissional legalmente habilitado substância química.
utilize defensivos agrícolas e afins. Receptor de sinal no hospedeiro: sis-
Receituário agronômico: documento tema de reconhecimento de moléculas, no
emitido por um técnico de nível superior hospedeiro, para numerosas moléculas de-
na área de ciências agrárias, treinado e cre- rivadas de microrganismos, a qual medeia a
denciado pelos órgãos competentes, que ativação de respostas de defesa de plantas.
deve ser específico para cada problema Recessivo: alelo que não se expressa na
(cultura e doença ou praga a ser contro- presença do alelo dominante.
lada). O documento deve conter, no mí-
Recessivo duplo: genótipo homozigótico
nimo: a) nome e endereço completo do
recessivo em dois loci.
técnico responsável e número de seu regis-
tro no Conselho Regional Profissional; Rechaço: na defesa fitossanitária, proibi-
b) nome do consulente, da propriedade e ção do ingresso de um embarque e de ou-

474
tros objetos de normalização, quando há fragmentos religados em novas combina-
decisão de cumprir com as regulamenta- ções. Pode ocorrer entre células vivas, por
ções/regulamentos fitossanitários. exemplo, por entrecruzamento (crossing-
-over) durante a meiose ou in vitro, usando
Reciclagem: reprocessamento de mate-
DNA purificado e enzimas que cortam e
riais descartados como alternativa à sua
ligam fitas de DNA.
disposição em forma de resíduo. Na fitopa-
tologia, refere-se ao reprocessamento das Recombinação aditiva: recombinação
embalagens vazias de defensivos agrícolas gênica que ocorre mediante a inserção de
para a produção de outros materiais. A re- uma nova sequência de DNA dentro de
ciclagem difere da reutilização por envolver um genoma, sem nenhuma perda do DNA
reprocessamento. Na reutilização, um re- oriundo do genoma do hospedeiro.
curso é usado novamente em sua forma
Recombinação cromossômica: a troca
original, por exemplo, a lavagem e reutiliza-
de DNA entre cromossomos homólogos,
ção de uma placa de Petri.
pareados na divisão I da meiose. É um sinal
Reciclar: coletar e reprocessar um recurso de recombinação genética, e os locais onde
de modo que ele possa ser transformado está ocorrendo a recombinação (quiasmas)
em novos produtos. são visíveis sob microscópio óptico.
Reciclável: refere-se ao material que pode Recombinação genética: processo pelo
ser reaproveitado, para dar origem a uma qual o material genético é quebrado e li-
substância igual, atender a necessidades gado a outra molécula de DNA. Em euca-
iguais ou semelhantes ou ainda ser trans- riotos, a recombinação acontece normal-
formado em outra substância ou material mente durante a meiose (crossing-over) entre
com finalidade diferente da original. pares de cromossomos. Esse processo
leva à produção de descendentes com di-
Recipiente: utensílio, geralmente de vidro,
ferentes combinações de genes de seus
usado para guardar alguma coisa.
parentes. A palavra recombinação é usada
Recombinação: reprodução sexual de em biologia molecular para definir proce-
plantas, fungos e nematoides, em que dois dimentos nos quais fragmentos de DNA,
núcleos haploides (1n), contendo material muitas vezes de diferentes espécies, são
genético que pode diferir em muitos loci, unidos in vitro, criando um DNA recom-
se unem para formar um núcleo diploide binante.
(2n), chamado zigoto. O descendente pode
Recombinação genômica aberrante em
apresentar novas combinações de caracte-
vírus: duas partículas virais semelhantes
res não encontradas em nenhum dos pais,
que permutam segmentos não homólogos
resultantes de combinações genéticas iné-
do genoma, resultando em duplicações e
ditas, causadas tanto por hibridação como
deleções em ambos os genomas virais.
por arranjo independente. A recombina-
Ocorre em vírus compostos de RNA, além
ção pode ser produzida artificialmente no
da recombinação legítima.
laboratório, pela ruptura e recombinação
do DNA de organismos semelhantes ou Recombinação genômica ilegítima em
diferentes, produzindo DNA recombi- vírus: partículas virais diferentes que tro-
nante. Moléculas de DNA são clivadas e os cam segmentos genômicos entre si.

475
Recombinação genômica legítima em Recorrente: (1) retorno dos sintomas
vírus: duas partículas virais semelhantes após um período ausente; (2) reapareci-
(não necessariamente idênticas) que tro- mento de uma doença em uma região após
cam segmentos homólogos de DNA, ou um período de ausência, por exemplo, o
seja, segmentos que ocupam a mesma po- moko da bananeira, causado por Ralstonia
sição no genoma. Podem ser por simples solanacearum, no estado de Sergipe, que foi
ou dupla permuta. constatado em 1987 e frequentemente de-
Recombinação intramolecular: recom- saparece e ressurge em anos subsequentes.
binação que leva a mudanças de sequências Recortado: que apresenta as margens ou
entre moléculas de ácido nucleico. bordos com recortes ou entalhes.
Recombinação mitótica: processo de re- Recultivo: diz-se do ato de transferir toda
combinação de material genético durante a uma cultura para novo meio de cultura.
mitose e o processo de reprodução asse-
Recuperação: na defesa fitossanitária, re-
xuada; mecanismo de produção de varia-
fere-se à quantidade de defensivo agrícola
ção nos heterocárions.
retido pelo alvo, geralmente expressa em
Recombinação sítio específica: recom- porcentagem.
binação que não requer similaridade ex-
Recurso fitogenético: recurso genético
tensa entre as sequências de DNA que
vegetal.
estão sendo recombinadas. Pode ocorrer
entre duas moléculas de DNA diferentes Recurso genético: variabilidade de espé-
ou dentro de uma única molécula de DNA. cies de microrganismos, plantas e animais
integrantes da biodiversidade, de interesse
Recombinante: (1) progênie que possui
socioeconômico atual e potencial para uti-
genótipo diferente daquele dos dois pais
lização em programas de melhoramento
envolvidos; (2) indivíduo com genes em
genético, biotecnologia e outras ciências
um cromossomo que sofreu um ou mais
afins.
eventos de crossing-over; (3) tecnologia apli-
cada à manipulação de DNA; (4) indivíduo Recusa: na defesa fitossanitária, diz-se da
transgênico. proibição de entrada de uma remessa ou
outros artigos regulamentados, quando
Recomendação: na defesa fitossanitária,
não cumprem a regulamentação fitossani-
sugestão ou conselho dado por um agente
tária.
governamental, extensionista, especialista
ou qualquer outra autoridade agrícola. Rede de amianto: ver tela de amianto.
Reconhecimento: (1) discriminação entre Rede de Hartig: aglomerado de hifas fún-
moléculas ou patógenos; (2) processo em gicas, com formato de rede, feito entre as
que dois simbiontes potencialmente com- células corticais nas raízes das plantas que
patíveis iniciam uma relação simbiótica. formam uma associação com fungos ecto-
micorrízicos.
Reconhecimento de sinal: mecanismo
de defesa ativa no qual a planta reconhece Rede parafisoide: parafisoides ramifica-
o patógeno e inicia a produção de metabó- dos e anastomosados, que envolvem os as-
litos de defesa induzida. cos de alguns Ascomycota ascoloculares.

476
Redistribuição: fenômeno pelo qual um estáveis, isto é, células que detêm a capaci-
fungicida é levado às partes da planta não dade de se regenerar por toda a vida; a mul-
atingidas pela pulverização ou para áreas tiplicação e organização das células dão
novas oriundas do crescimento da planta, origem a um tecido idêntico ao original.
geralmente pela ação da chuva e do orva- Em culturas de tecidos, consiste na forma-
lho. ção de partes aéreas ou embriões num calo
ou em suspensão de células não organiza-
Redução da camada de ozônio: dimi-
das, permitindo a recuperação de uma
nuição na concentração do ozônio (O3) na
planta completa.
estratosfera.
Região codificante: região de um gene
Redução somática: redução no número que codifica as proteínas. Distingue-se das
de cromossomos em células somáticas. regiões regulatórias, que controlam a trans-
Reexportação: na defesa fitossanitária, crição e a tradução, e de outras regiões do
exportação de um envio importado de ou- gene, que não são traduzidas.
tro país, sem ter sido exposto à infestação Região de determinação complemen-
ou contaminação por pragas. tar: sítio antigênico composto de aminoá-
Refractivas: estruturas não transparentes cidos arranjados em uma conformação
dos nematoides, como o estilete, a válvula específica.
metacorporal e os glóbulos de armazena- Região de ocorrência: ver área de ocor-
mento do intestino. rência.
Refringente: elementos que, quando vis- Região de terminação: sequência de
tos ao microscópio, se destacam do res- DNA que sinaliza o final da transcrição.
tante do conjunto pelo brilho resultante da
difração da luz. Nos esporângios, a papila é Região de virulência: região do plasmí-
um elemento refringente. deo Ri e Ti de Agrobacterium sp. onde se en-
contram os genes vir, que codificam
Refugo: produto rejeitado ou de qualidade proteínas necessárias à transferência do
inferior, por causa da presença de deformi- T-DNA para as células vegetais. Os produ-
dades, danos mecânicos ou por patógenos tos codificados pelos genes vir atuam em
e/ou pragas, escaldadura, maturidade desu- trans no T-DNA, catalisando a região de
niforme, supermaturação, amaciamento ou transferência desses genes para o genoma
pequeno tamanho. Cada defeito isolado ou vegetal. No entanto, é importante ressaltar
o somatório deles resulta na perda da qua- que os genes vir não são mobilizados para o
lidade do produto. genoma vegetal.
R-gene: único gene para resistência verti- Região franqueadora: sequência que está
cal no hospedeiro; pode ser dominante presente em cada um dos lados de uma se-
(R-gene) ou recessivo (r-gene). quência-alvo ou gene.
Regeneração: restituição da integridade Região intergênica: sequência de DNA
anatômica e funcional do tecido. Todo o não codante, localizada entre genes; corres-
procedimento regenerativo realiza-se em ponde a uma proporção variável, mas con-
tecidos nos quais existem células lábeis ou siderável, do genoma dos eucarióticos,

477
com função desconhecida. É frequente en- (geralmente um país) sob circunstâncias
tre genes que se repetem de forma contí- descritas.
gua, como os de RNAr e RNAt.
Registro de prestador de serviços: na
Região internerval: área no limbo da fo- defesa fitossanitária, ato dos órgãos com-
lha, situada entre as nervuras. petentes estaduais, municipais e do Distrito
Região perinuclear: região citoplasmática Federal que autoriza a prestação de servi-
que ocorre imediatamente ao redor do nú- ços na aplicação de defensivos agrícolas,
cleo. componentes ou afins.

Região sinalizadora: lugar em que ocorre Registro de produto: na defesa fitossani-


sinal de endereçamento de proteínas, que tária, ato privativo de órgão federal compe-
se constitui de um arranjo tridimensional tente, que atribui o direito de produzir,
específico dos átomos da superfície da pro- comercializar, exportar, importar, manipu-
teína envolvida. lar ou utilizar um defensivo agrícola, com-
ponente ou afim.
Registrante de produto: na defesa fitos-
sanitária, pessoa física ou jurídica legal- Registro especial temporário: na defesa
mente habilitada que solicita o registro de fitossanitária, ato privativo de órgão federal
um defensivo agrícola, componente ou competente, destinado a atribuir o direito
afim. de utilizar um defensivo agrícola, compo-
nente ou afim para finalidades específicas
Registro: requisito prévio para o uso co- em pesquisa e experimentação, por tempo
mercial de um defensivo agrícola, obtido determinado, podendo conferir o direito
por meio de ensaios adequados e indicados de importar ou produzir a quantidade ne-
pelos ministérios da Saúde, do Meio Am- cessária à pesquisa e experimentação.
biente e da Agricultura, Pecuária e Abaste-
cimento, que estabelece os riscos Registro inicial: na defesa fitossanitária,
toxicológicos e ambientais, bem como os licenciamento ambiental que a empresa
resíduos máximos permitidos por ocasião produtora, manipuladora e embaladora de
da colheita. defensivos agrícolas, seus componentes e
afins deve obter do órgão estadual do meio
Registro de empresa: na defesa fitossani-
ambiente.
tária, ato dos órgãos competentes esta-
duais, municipais e do Distrito Federal que Regulação: ver princípios de Whetzel.
autoriza o funcionamento de um estabele-
Regulação gênica: todo e qualquer sis-
cimento produtor, formulador, importa-
tema que regula ou modifica, ordenada-
dor, exportador, manipulador ou
mente, a atividade de vários genes.
comercializador de defensivos agrícolas,
componentes ou afins. Regulador de crescimento: substância
natural ou sintética que, em baixas concen-
Registro de praga: na defesa fitossanitá-
trações, regula o aumento, a divisão ou ati-
ria, documento que fornece informações
vação das células das plantas.
referentes à presença ou ausência de uma
praga específica em um local particular em Regulamentação fitossanitária: na de-
determinado tempo, dentro de uma área fesa fitossanitária, norma oficial para pre-

478
venir a introdução ou dispersão de pragas das no filo Protozoa, e as formas com pig-
quarentenárias, incluindo a instituição de mentos fotossintéticos na divisão Algae;
procedimentos para a certificação fitossa- já as bactérias foram classificadas em vá-
nitária. rias divisões das plantas. Em virtude da
falta de comunicação no século 18, certas
Regulamento de avaliação de confor-
espécies – por exemplo, a Euglena, que é
midade: documento, cuja sigla é RAC,
verde e móvel – foram classificadas algu-
com regras específicas, elaboradas e apro-
mas vezes como plantas, outras como ani-
vadas pelo Inmetro/Mapa, visando unifor-
mais. Assim, por sugestão de Ernst
mizar o esquema de avaliação de
Haeckel, foi criado um terceiro reino de
conformidade do Sistema Agropecuário de
organismos vivos para acomodar essas
Produção Integrada (Sapi), anteriormente
formas, o reino Protista. Herbert Cope-
Sistema de Produção Integrada de Frutas
land introduziu um quarto reino, para as
(PIF).
bactérias, que têm organização celular
Regular o pulverizador: consiste em ajus- procariótica. Ele chamou esse reino de
tar os componentes da máquina às caracte- Mychota, nome que foi mais tarde substi-
rísticas da cultura e produtos a serem tuído por Monera (que significa formas
utilizados, com o ajuste da velocidade, es- primitivas). Os reinos animalia, plantae e
paçamento entre bicos, altura da barra en- protista são formados por organismos eu-
tre outros. carióticos. Whittaker (1969) criou o reino
Fungi, para classificar os fungos, de modo
Reincidência: na defesa fitossanitária,
que os organismos multicelulares passa-
quando o infrator infringe os mesmos dis-
ram a ter três reinos: a) plantae: reino que
positivos legais.
reúne plantas, seres eucarióticos, autotró-
Reinfectar: tornar a infectar; infectar no- ficos e multicelulares, capazes de produ-
vamente. zir, por meio da fotossíntese, as substâncias
orgânicas que lhes servem de alimento;
Reinfestar: tornar a infestar; infestar nova-
b) fungi: reino que inclui fungos e seres
mente.
eucarióticos, saprófitas, unicelulares ou
Reino: categoria superior da classificação multicelulares, que se assemelham às algas
científica dos organismos, introduzida por na organização e na reprodução, mas dife-
Linnaeus no século 18. Originalmente, rem delas por serem heterotróficos;
Linnaeus considerou que as coisas natu- c) animalia: reino dos seres eucarióticos e
rais no mundo eram divididas em três rei- multicelulares, com nutrição heterotró-
nos: a) Mineral: os “minerais”; b) Animalia: fica, em que se inclui uma grande varie-
os “animais” (com movimento próprio); dade de organismos, desde os mais
c) Plantae: as “plantas” (sem movimen- simples, como as esponjas, até os mais
tos). Os reinos animalia e plantae foram complexos, como os cordados (filo ao
subdivididos em filos (para o reino ani- qual pertencem os humanos). Os repre-
mal) e divisões (para as plantas). Quando sentantes do reino animalia apresentam
descobertos, os organismos unicelulares como característica mais típica a blástula.
foram divididos entre esses dois reinos. A blástula origina a gástrula, fase embrio-
As formas com movimento foram coloca- nária em que começam a ser esboçados os

479
tecidos que estarão presentes no animal Reisolado: cultura resultante do reisola-
adulto. Whittaker (1969) criou, ainda, mais mento de um patógeno a partir de um hos-
dois reinos para os organismos unicelula- pedeiro infectado experimentalmente ou
res ou coloniais: a) protista: reino que in- de um substrato inoculado.
clui os protozoários, seres eucarióticos, Reisolamento: ato de reisolar um orga-
unicelulares e heterotróficos, e as algas, nismo a partir de um hospedeiro infectado
seres eucarióticos, unicelulares ou multi- experimentalmente ou de um substrato
celulares e autotróficos fotossintetizantes inoculado.
(alguns taxonomistas denominam esse
reino Protozoa e outros Protocista); Reisolar: tornar a isolar; isolar novamente.
b) Monera: reino que reúne dois grupos Relação biótica: relação entre dois orga-
de seres procarióticos e unicelulares, auto- nismos que pode ser danosa (antagonismo)
tróficos ou heterotróficos – as bactérias e ou benéfica a ambos, como na simbiose.
as cianobactérias ou algas azuis. Posterior- Relação C/N: razão entre o teor de car-
mente, outros pesquisadores propuseram bono e nitrogênio em um substrato ou
novos sistemas de classificação, por exem- meio de cultura.
plo, Thomas Carvalier-Smith dividiu os
reinos em Prokaryota, com o reino Relação de transmissão do tipo circula-
Monera, e Eukaryota, com os reinos tiva-propagativa: relação de transmissão
Protozoa, Fungi, Plantae, Chromista e similar à circulativa. Porém, o vírus multi-
Animalia. Recentemente, Luz (2000) pu- plica-se no inseto vetor, que pode, even-
blicou uma compreensiva revisão sobre o tualmente, transmiti-lo a sua progênie.
tema e propôs nova classificação dos seres Relação de transmissão do tipo estile-
vivos num sistema com 25 reinos, distri- tar: ver relação de transmissão do tipo não
buídos nos domínios Archaea, Bacteria e persistente.
Eukarya. Não existe um consenso entre Relação de transmissão do tipo não
os pesquisadores sobre a classificação dos persistente: relação de transmissão na
seres vivos, notadamente com relação aos qual os períodos de acesso de aquisição e
seres inferiores. Os vírus não estão incluí- de transmissão são curtos, usualmente
dos em nenhum dos reinos mencionados. equivalentes à picada de prova. Os vetores
Há propostas de introdução do reino adquirem imediatamente a capacidade de
Vírus para os vírus e agentes subvirais. transmitir o vírus e a perdem após uma ou
Reinoculação: ato de inocular o hospe- duas picadas, e podem se manter virulífe-
deiro sadio com um patógeno isolado de ros por algumas horas caso não realizem
semelhante hospedeiro doente, para com- nenhuma picada de prova após a aquisição.
pletar os postulados de Koch; a infecção de Relação de transmissão do tipo persis-
um hospedeiro com um patógeno que será tente ou circulativa: relação vírus-vetor
reisolado, posteriormente, no intuito de au- na qual os períodos de acesso de aquisição
mentar a virulência do patógeno ou separar e de transmissão são longos, na ordem de
um vírus específico de uma mistura de ví- horas. Além disso, o vetor mantém-se viru-
rus. lífero por toda a vida.

480
Relação de transmissão do tipo semi- e, possivelmente, outros vetores de vírus
persistente: relação em que os períodos que chegam são repelidos da área.
de acesso de aquisição e de transmissão são
Repelir: não deixar encostar, não ter con-
da ordem de alguns minutos. O vírus pode
tato, fazer voltar.
ser retido no vetor durante alguns dias.
Relação filogenética: relação ou compar- Repetibilidade: concordância entre resul-
tilhamento de características genéticas ao tados de medidas independentes sob con-
longo do tempo evolutivo. dições de repetitividade, que são: o mesmo
método, os mesmos operadores, o mesmo
Relação hospedeiro-patógeno: associa- instrumento, o mesmo laboratório e as
ção entre organismos na qual o patógeno mesmas condições ambientais.
vive sobre o hospedeiro ou dentro dele; o
patógeno retira sua nutrição do hospe- Repetição: corresponde ao número de ve-
deiro, causando-lhe danos. zes que o tratamento aparece no experi-
mento. Quanto maior o número de
Relação sorológica: ver vírus relaciona- repetições de um experimento, menor pro-
dos sorologicamente.
babilidade de erro ele terá. A repetição é
Remediação: remoção de um ou mais utilizada para se observar os valores de
contaminantes de um local, que pode ser amostras de um mesmo tratamento em di-
realizada por microrganismos ou plantas. ferentes locais onde se espera que haja dife-
Remoção: estratégia de controle de rença nos resultados devida a uma maior
doença integrante do princípio geral de er- influência das variações do acaso. Os trata-
radicação, que consiste na retirada de plan- mentos devem ser repetidos, possibili-
tas, de suas partes ou de seus produtos tando, assim, estimar o erro experimental
doentes de uma área de plantio ou qualquer sem o qual não seria possível realizar testes
local, seguida de sua destruição. de hipóteses.
Rendilhado: que parece renda. Repicagem: (1) transferência de propágu-
los de microrganismo de um meio de cul-
Renete: glândula excretora ventral de ne-
tura para outro meio apropriado, com o
matoides, sendo uma na maioria dos nema-
objetivo de iniciar nova cultura, para con-
toides e duas em alguns grupos.
servá-lo, ou de produzir inóculo. É reali-
Reniforme: que tem o formato de rim. zada periodicamente a fim de evitar o
Repelente: substância que apresenta a envelhecimento e perecimento da cultura,
propriedade de repelir insetos. Na agricul- causados pela superpopulação ou exaustão
tura, são os materiais ou produtos coloca- dos nutrientes da cultura; (2) ato de transfe-
dos no interior de plantios, os quais têm a rir o patógeno recém-isolado de um meio
capacidade de repelir os vetores de vírus, de cultura para outro meio, no intuito de li-
reduzindo o seu ataque ao hospedeiro. Por vrá-lo de contaminantes e, assim, obter a
exemplo, quando folhas de alumínio ou de sua cultura pura; (3) ato de subdividir o ma-
polietileno de cor preta ou cinza-esbran- terial vegetal em cultivo em vários explan-
quiçado são distribuídas entre as plantas ou tes e transferi-lo para um novo meio
entre as fileiras no campo, os afídeos, tripes nutritivo.

481
Repicagem periódica: método de rotina Reprodução assexuada: reprodução que
(utilizado para manutenção de culturas de não envolve células germinativas ou fusão
fungos e bactérias em curto prazo) que de núcleos, ou seja, qualquer tipo de repro-
consiste na transferência periódica do mi- dução que não implique a união de gametas
crorganismo em estudo para novos tubos ou meiose.
de ensaio ou placas de Petri que contêm
Reprodução sexuada: reprodução que
meio de cultura.
envolve a formação e fusão de dois tipos
Repicar: fazer a repicagem. diferentes de gametas, levando à produção
Replicação: (1) processo de multiplicação do zigoto.
de vírus que ocorre numa célula hospe- Reprodução vegetativa: propagação sem
deira; (2) duplicação do ácido nucleico, pela envolvimento de processos sexuais, a qual
polimerização de nucleotídeos, para produ- leva à formação de clones, em que todos os
zir uma nova molécula de ácido nucleico. indivíduos são geneticamente idênticos, ex-
Replicase: enzima viral necessária para a ceto quando ocorre mutação somática.
replicação do vírus na célula hospedeira. Reprodutibilidade: concordância entre
Replicon: (1) unidade do DNA que pode os resultados de medidas da mesma análise
ser duplicada a partir de uma única origem em diferentes amostras, em que as medidas
de replicação (ORI). Plasmídeos, cromos- individuais são realizadas sob o mesmo
somos bacterianos e vírus têm uma única método de análise, porém, em laboratórios
ORI, de forma que seu genoma inteiro diferentes, como também diferentes opera-
constitui um único replicon. Cromosso- dores, instrumentos, tempo, etc.
mos de eucariotos têm origens múltiplas de Requeima: queima severa, caracterizada
replicação, portanto têm vários replicons; pela morte geral e rápida de folhas, flores e
(2) molécula de DNA capaz de replicar in- caules.
dependentemente.
Requerente: qualquer pessoa jurídica com
Repressão: (1) na defesa fitossanitária, Certificado de Qualidade de Biossegurança
aplicação de medidas fitossanitárias em (CQB) que se proponha a efetuar a libera-
uma área infestada para reduzir a popula- ção planejada de acordo com as disposi-
ção de pragas e, assim, limitar sua dissemi- ções da Resolução Normativa nº 6, de 6 de
nação; (2) capacidade de impedir a síntese novembro de 2008.
de certas enzimas quando seus produtos
Requerimento nutricional: ver exigência
estão presentes; genericamente, refere-se à
nutricional.
inibição da transcrição (ou tradução) pela
ligação de uma proteína repressora a um sí- Requisito fitossanitário: na defesa fitos-
tio específico do DNA ou do mRNA. sanitária, condição fitossanitária elementar
para o ingresso de vegetais e produtos ve-
Reprodução: produção de descendentes,
getais em um país.
nova geração de indivíduos, por organis-
mos vivos, mediante mecanismos sexuais Requisito fitossanitário de importação:
ou assexuais. A reprodução perpetua a es- na defesa fitossanitária, medida fitossanitá-
pécie. ria específica estabelecida por um país im-

482
portador referente a envios feitos para gasto de energia no armazenamento refri-
aquele país. gerado.
Reserva genética: unidade dinâmica de Residual: (1) substância ou mistura de
conservação da variabilidade genética de substâncias remanescentes, existentes em
populações de determinadas espécies para alimentos e no meio ambiente, sendo de-
o uso presente e potencial. Tem a finali- corrente do uso ou não de defensivos agrí-
dade de proteger em caráter permanente as colas, inclusive qualquer derivado
espécies ou comunidades ameaçadas de ex- específico, como produtos de conversão e
tinção, de dispor de material genético para de degradação, produtos de reação e impu-
pesquisa e de determinar a necessidade de rezas considerados toxicológicos e ambien-
manejo das espécies-alvo, entre outras. talmente importantes; (2) efetividade
persistente do resíduo de um defensivo.
Reservatório: (1) planta silvestre (nem
sempre apresenta sintomas) ou planta vo- Resíduo: (1) quantidade remanescente de
luntária que propicia a sobrevivência do um defensivo agrícola na área tratada ou
patógeno durante o período de entressafra nas partes vegetais, durante o período de
e serve de fonte de inóculo para o próximo carência, devendo ser ausente ou não supe-
plantio; (2) recipiente ou compartimento rior ao permitido nas dosagens diárias acei-
onde se armazenam determinados elemen- táveis, na ocasião da colheita; (2) materiais
tos ou substâncias químicas. ou restos de materiais cujo proprietário ou
produtor não mais considera com valor su-
Reservatório gênico: totalidade de genes ficiente para conservar. Resíduos de defen-
em determinada população de um orga- sivos agrícolas e de produtos de laboratório,
nismo de reprodução sexual, em algum de um modo geral, são altamente perigosos
momento. e requerem cuidados especiais quanto a co-
Resfriamento: remoção rápida do calor leta, transporte e destinação final, pois
(vital e de campo) de produtos perecíveis apresentam substancial periculosidade à
recém-colhidos e que são sensíveis a tem- saúde humana e de demais espécies.
peraturas elevadas, visando aumentar seu Resíduo de defensivo agrícola: quanti-
período de vida útil; pode ser realizado em dade de defensivo agrícola e/ou de seus
menos de 30 minutos a mais de 24 horas, derivados remanescente no alimento, solo
de acordo com o método comercial sele- ou água, em decorrência do emprego des-
cionado (água, ar forçado, gelo, câmara de ses; é expresso em ppm, que significa par-
resfriamento, vácuo, etc.). Em todos, tes (em peso) de defensivo agrícola e/ou de
ocorre transferência do calor do produto seus derivados por um milhão de partes
para o meio refrigerante. O resfriamento é (em peso) do alimento.
realizado antes do armazenamento, pro-
cessamento ou transporte por longas dis- Resíduo de pulverização: quantidade de
tâncias, com o objetivo de reduzir a um defensivo agrícola depositada por uni-
atividade metabólica dos tecidos e conse- dade de área de planta, parte da planta ou
quente deterioração. Pode ser aplicado no outra superfície em um dado momento.
campo ou no galpão de embalagem, em lo- Resíduo desprezível: quantidade rema-
cal separado da estocagem para reduzir o nescente de defensivo agrícola nos alimen-

483
tos, considerada toxicologicamente Resíduo vegetal: restos de cultura que
insignificante. permanecem na área de cultivo após a co-
lheita da safra e podem abrigar estruturas
Resíduo estranho: resíduo de defensivo
de patógenos, os quais servirão de inóculo
agrícola e de seus produtos de transforma-
primário para o próximo plantio da mesma
ção nos alimentos não proveniente de sua
espécie ou de outras espécies hospedeiras
aplicação direta. O resíduo estranho é de-
de patógenos da cultura anterior.
vido frequentemente à contaminação am-
biental ou da cadeia alimentar. Resiliência: capacidade genética de os or-
ganismos resistirem a tensões ou a fatores
Resíduo legal: resíduo que está dentro limitadores do ambiente.
dos níveis de segurança de acordo com as
normas legislativas. Resina: (1) seiva viscosa oriunda dos teci-
dos de planta, exsudada ou excretada natu-
Resíduo ligado: resíduo que permanece ralmente, ou estimulada por ferimentos
em solos complexos e não é degradado ou causados por ferramentas, patógenos ou
disperso por pressão natural, tanto química pragas; (2) adsorvente usado em cromato-
quanto física e biológica. grafia iônica ou em processo de troca de
Resíduo máximo: concentração máxima íons.
(em mg kg-1 ou ppm) de um resíduo legal- Resina de troca aniônica: resina polimé-
mente permitida, na colheita ou numa rica com grupos catiônicos fixados. Na
etapa específica do processamento pós-co- deionização, trocam-se íons hidroxila
lheita ou até no momento de consumo. (OH-) por contaminantes aniônicos como
Resíduo não intencional: resíduo que clorato, clorito, cloreto, sulfato, sulfito, ni-
aparece no alimento como resultado da trato, nitrito, fosfato, fluoreto e outros
contaminação, sem que o defensivo agrí- ânions, além da sílica.
cola tenha sido aplicado intencionalmente. Resina de troca catiônica: resina polimé-
Resíduo não sulfonável: representa a rica insolúvel com cargas fixas negativas.
porcentagem de determinado óleo, cadeia Na deionização, trocam-se íons hidrogênio
de carbonos saturados, que não é sulfo- (H+) por contaminantes catiônicos como
nado em presença de ácido sulfúrico. A fra- cálcio, magnésio, ferro, alumínio, manga-
ção sulfonada, expressa em porcentagem, é nês, cobre, zinco, níquel e outros cátions
denominada índice de sulfonação. metálicos.

Resíduo perigoso: ver resíduo tóxico. Resina de troca iônica: resina polimérica
insolúvel que contém grupos carregados fi-
Resíduo sólido: qualquer material indese- xos e que é constituída por polímeros orgâ-
jado ou descartado que não seja líquido ou nicos (geralmente sulfonados e derivados
gás. de estireno e divinilbenzeno) sob forma de
Resíduo tóxico: resíduo que provoca pequenas partículas esféricas com diâme-
morte ou graves lesões, como queimadu- tro inferior a 0,5 mm.
ras, doenças respiratórias, cânceres ou mu- Resina trocadora de íons: resina que tem
tações genéticas. alta afinidade para alguns grupos marcados

484
e pouca afinidade para outros. Por isso, re- ração de vários genes menores e se
tarda o movimento de algumas moléculas caracterizar por redução gradativa da eficá-
por um período maior do que o de outras, cia, eventualmente recuperada pelo uso de
podendo ser usada em coluna de separa- doses mais elevadas do fungicida.
ção. Resistência à seca: capacidade de uma
Resinose: sintoma necrótico, caracteri- planta tolerar déficit hídrico elevado.
zado pela exsudação excessiva e anormal Resistência adquirida: ver SAR x IRS.
de resina de feridas ou lesões em coníferas,
cajueiros e coqueiro. Resistência ao envelhecimento: habili-
dade de um produto, como frutas, resistir à
Resistência: (1) em epidemiologia, capaci- deterioração por exposição ao oxigênio, ao
dade de uma população do hospedeiro calor, à luz ou à ação química interna.
para reduzir uma infestação ou epidemia
(Robinson, 1976). Habilidade de uma Resistência ao fago: resistência de uma
planta de permanecer sem infecção a uma bactéria ao bacteriófago. A bactéria é do-
doença, por causa de sua herança genética tada de propriedades que impedem a ade-
e de suas características fisiológicas ou es- rência do fago à célula bacteriana.
truturais (Roberts; Boothroyd, 1984). Ca- Resistência ao frio: capacidade de uma
pacidade de um organismo de excluir ou planta tolerar as severas condições de in-
superar, completamente ou em algum grau, verno.
o efeito de um patógeno ou outro fator da-
noso (Neergaard, 1977; Zadoks; Schein, Resistência ao vetor: resistência de uma
1979). Possuir qualidades que dificultam ou planta hospedeira ao vetor de um vírus.
impedem o desenvolvimento de um dado Há três tipos básicos de resistência ao ve-
patógeno; (2) em relação aos defensivos tor: a) antibiose: resistência na qual o cres-
agrícolas, habilidade da população de um cimento e multiplicação do vetor sobre o
patógeno para tolerar doses de defensivo hospedeiro são inibidos; b) não preferên-
agrícola que seriam letais para a maioria da cia: resistência porque o vetor se recusa a
alimentar-se sobre aquele hospedeiro em
população normal da mesma espécie.
particular. Isso pode determinar que o ve-
Resistência a antibióticos: resistência tor pique rapidamente e diversas vezes um
apresentada por bactérias que podem so- hospedeiro e depois se mova para outro,
breviver em meios que contenham subs- repetidamente. Também pode reduzir a
tâncias com ação bactericida. transmissão de um vírus persistente, mas,
Resistência a fungicida: ajuste estável e frequentemente, aumenta a disseminação
hereditário de um fungo a um fungicida, de um não persistente; c) tolerância: capaci-
resultando em considerável redução na dade de um hospedeiro de resistir ao ata-
sensibilidade do patógeno. É chamada qua- que do vetor sem dano severo. Esse tipo de
litativa – se ocorrer abruptamente, pela resistência não controla a transmissão de
modificação de um único gene do pató- vírus.
geno, e resultar em ineficácia do fungicida, Resistência aparente: resistência em que
mesmo em doses mais altas do que a nor- cultivares muito suscetíveis a certa doença,
mal – ou quantitativa – se decorrer da inte- sob determinadas condições, podem per-

485
manecer livres de infecção ou de sintomas quando inoculada e incubada em condi-
da enfermidade, comportando-se como se ções controladas; equivale à resistência ho-
fossem resistentes, geralmente resulta em rizontal.
escape.
Resistência de gene maior: qualquer me-
Resistência ativa: resistência resultante canismo de resistência cuja herança é con-
das reações do hospedeiro, que ocorrem trolada por genes que têm um grande efeito
em resposta à presença de um patógeno ou observável.
de seus metabólitos, como a formação de
fitoalexinas, suberização, lignificação e es- Resistência de gene menor: qualquer
pessamento da parede celular. Aquela que mecanismo de resistência cuja herança é
se exprime após a infecção do patógeno. controlada por genes que têm pequenos
efeitos observáveis.
Resistência basal: resistência de natureza
não específica desencadeada por diferentes Resistência de planta adulta: ver resis-
tipos de moléculas elicitadoras. tência de planta madura.

Resistência citoplasmática: resistência Resistência de planta madura: resistên-


controlada por material genético presente cia que é detectada em plantas maduras, ou
no citoplasma da célula. seja, nos estádios de desenvolvimento pós-
-plântula, mas não em plântula.
Resistência completa: resistência de
plantas a doenças que não proporcionam Resistência de seedling: ver resistência
nenhum nível de esporulação do patógeno. juvenil.
Não é permanente, pois pode ser que- Resistência de tecido maduro: resistên-
brada. cia que se desenvolve quando os tecidos es-
Resistência cruzada: fenômeno em que tão maduros; pode ser expressa em
os tecidos infectados por uma estirpe de qualquer estádio de crescimento da planta,
um vírus tornam-se protegidos contra a in- como na seringueira, cujas folhas maduras
fecção causada por outras estirpes desse são resistentes ao Microcyclus ulei, ao passo
mesmo vírus. que as jovens são altamente suscetíveis.
Resistência cruzada a fungicidas: diz-se Resistência diferencial: ver resistência
das linhagens resistentes a um fungicida vertical.
que também são resistentes aos demais Resistência dilatória: resistência redutora
produtos que possuem o mesmo meca- da taxa de progresso da doença, que pode
nismo de ação, essa resistência é conferida ser horizontal ou vertical incompleta.
pelo mesmo fator genético. Ver resistência
múltipla a fungicidas. Resistência discriminatória: resistência
na qual os patótipos são discriminados; na
Resistência de campo: resistência obser-
epidemiologia, equivale à resistência verti-
vada sob condições de campo, mesmo com
cal completa.
a presença do patógeno, mas que não é de-
tectada nos testes de avaliação de resistên- Resistência durável: resistência que se
cia sob condições experimentais, pois a mantém efetiva por longos períodos em
planta pode demonstrar suscetibilidade determinado local ou ambiente, tanto por

486
ser estável como por ser pela virulência res- Resistência juvenil: resistência que é de-
trita ou baixa mutabilidade do patógeno. tectada em plantas jovens. Pode ser usada
Resistência específica: resistência para para distinguir resistência vertical, que
algumas raças do patógeno, mas não para opera em plântulas, de resistência horizon-
todas. tal, que é geralmente, mas não necessaria-
mente, mais marcante em plantas adultas
Resistência estável: resistência que se (Robinson, 1976). Resistência que pode ser
mantém praticamente inalterada por lon- detectada em plantas muito jovens, embora
gos períodos e que, por causa da seleção possa persistir e ser transferida para outras
estabilizadora, sofre poucas variações plantas (Russel, 1978).
quando o genótipo é submetido a diferen-
tes ambientes. Pode ser horizontal, vertical Resistência mecânica: resistência ba-
ou vertical incompleta. seada em barreiras físicas à entrada ou co-
lonização da planta pelo patógeno, como a
Resistência estrutural: ver resistência espessura da cutícula, presença de súber,
mecânica.
papilas e camadas de abscisão.
Resistência fisiológica: resistência em ra-
Resistência monogênica: resistência
zão da presença de compostos tóxicos na
conferida por um único gene. Esse tipo de
planta, que impedem o desenvolvimento
resistência é geralmente qualitativo, ou seja,
do patógeno, como fenóis, glicosídeos e fi-
o fenótipo para resistência pode ser clara-
toalexinas.
mente diferenciado do fenótipo para sus-
Resistência geral: resistência expressa em cetibilidade.
todos os estádios de crescimento da planta.
Resistência morfológica: ver resistência
Resistência horizontal: resistência que é mecânica.
igualmente efetiva contra todas as raças do
patógeno e reduz a taxa de progresso da Resistência multigênica: ver resistência
doença (r). Resistência poligênica, inespecí- poligênica.
fica ou de campo, aparente eficiência ao ser Resistência múltipla a fungicidas: diz-
afetada por fatores do ambiente, especial- -se da linhagem de patógeno resistente a
mente a temperatura. É quantitativa, quer um fungicida, e também a outros fungici-
dizer, quanto maior o número de genes das que possuem diferentes mecanismos
para resistência presentes na planta, mais de ação, cuja resistência é governada por
efetiva será a resistência (Plank, 1963, diferentes fatores genéticos. Ver resistência
1968). cruzada a fungicidas.
Resistência horizontal aparente: resis- Resistência múltipla a patógenos: resis-
tência vertical que tem uma aparência de tência a diferentes patógenos apresentada
resistência horizontal e os efeitos da resis- por uma cultivar. Estratégia de acumular
tência vertical quantitativa; multilinhas e gradualmente genes de resistência a dife-
patogenicidade horizontal reduzida de um rentes patógenos em uma mesma cultivar,
patótipo vertical complexo. geralmente pelo método do retrocruza-
Resistência induzida: ver SAR x IRS. mento.

487
Resistência não específica: resistência nem toda resistência horizontal é resistên-
para todas as raças do patógeno. cia poligênica.
Resistência não hospedeira: resistência Resistência pós-infeccional: ver resis-
observada pela incapacidade de um pató- tência ativa.
geno de infectar uma planta, porque ela Resistência pré-formada: ver resistência
não é um hospedeiro do patógeno, em vir- passiva.
tude da falta de alguma substância de que o
patógeno necessita ou da presença de subs- Resistência previsível: resistência que,
tâncias incompatíveis com ele. Ver imuni- por causa da baixa interação genótipo-am-
dade. biente, apresenta alta correlação do caráter
com um dado genótipo.
Resistência oligogênica: resistência de-
terminada por poucos genes, sendo fácil Resistência qualitativa: resistência deno-
identificar o efeito individual de cada um minada por alguns autores como do tipo
monogênica, uma vez que a diferença entre
deles. Resistência cuja herança é controlada
plantas suscetíveis e resistentes é de fácil vi-
por poucos genes.
sualização, inexistindo reações intermediá-
Resistência ontogênica: resistência de rias na ausência de outras fontes de variação
uma planta a um patógeno, cujo grau varia que não a genética, o que gera uma distri-
com a idade e o estádio de desenvolvi- buição fenotípica descontínua. A resistên-
mento da planta. cia horizontal é qualitativa em sua herança,
seus mecanismos e seus efeitos quando
Resistência parcial: resistência expressa
herdada oligogenicamente; já, a vertical é
pelo desenvolvimento mais lento e pelo
qualitativa quando confere proteção com-
menor número de lesões ou pústulas,
pleta contra patótipos verticais não corres-
quando comparadas as variedades normal- pondentes.
mente suscetíveis.
Resistência quantitativa: resistência que,
Resistência passiva: resistência advinda para distinguir genótipos resistentes de sus-
de qualidades inatas do hospedeiro antes cetíveis, quantifica a doença, uma vez que a
do ataque do patógeno, relacionada com os distinção entre os genótipos não é tão evi-
mecanismos de resistência presentes no dente como no caso da resistência mono-
hospedeiro. É a que se opõe à penetração gênica. A resistência horizontal é
do patógeno, por causa de caracteres liga- quantitativa em sua herança, seus mecanis-
dos à epiderme da planta, ou seja, tipo de mos e seus efeitos quando herdada polige-
resistência conferida por barreiras estrutu- nicamente; já, a vertical é quantitativa
rais ou bioquímicas que já existem no hos- quando confere proteção incompleta con-
pedeiro, mesmo antes da interação dele tra patótipos verticais não corresponden-
com o patógeno. tes. Esses dois tipos de resistência podem
Resistência poligênica: qualquer meca- ser distinguidos geneticamente e histologi-
nismo de resistência cuja herança é contro- camente.
lada por vários genes. Toda resistência Resistência raça específica: ver resistên-
poligênica é resistência horizontal, mas cia vertical.

488
Resistência raça não específica: ver re- cola, porque a pressão de estabilização
sistência horizontal. tende a operar mais rapidamente sobre seu
Resistência racial: ver resistência vertical. patótipo vertical complexo correspon-
dente.
Resistência redutora da taxa de pro-
gresso: resistência que atua reduzindo o Resistência vertical incompleta: resis-
progresso da doença, que pode ser hori- tência que atua como a resistência horizon-
zontal, vertical ou vertical incompleta. tal, reduzindo ou ampliando alguma
variável monocíclica, porém ocorre intera-
Resistência sistêmica adquirida (SAR): ção entre o genótipo do patógeno e o do
ver SAR x ISR. hospedeiro. Resistência que confere prote-
Resistência sistêmica induzida (ISR): ção incompleta contra os patótipos verti-
ver SAR x ISR. cais não correspondentes.
Resistência térmica: resistência a tempe- Resistência vertical simples: resistência
raturas elevadas. vertical relativa a poucos genes de resistên-
cia (R-genes).
Resistência transgênica: resistência arti-
ficial, em que a planta recebe, dentro de Resistente: que possui qualidades que im-
suas células, genes de resistência de outras pedem ou inibem o desenvolvimento de
espécies de plantas ou de outros organis- um dado patógeno ou os efeitos de outros
mos por meio de técnicas da engenharia fatores que causam danos. A planta pode
genética, e o efeito na planta inoculada é a ser ligeiramente, moderadamente ou alta-
expressão da resistência esperada. mente resistente.
Resistência vertical: resistência condicio- Resolução: (1) menor variação de gran-
nada por um único gene ou por poucos ge- deza que pode ser observada na escala ou
nes, ou seja, aquela de natureza oligogênica; no mostrador; (2) em cromatografia, me-
é o tipo que atua com grande eficiência dida da efetividade com que um soluto é
para algumas raças específicas do pató- separado de outro; (3) em microscopia, ca-
geno, mas não para todas, por causa da in- pacidade de distinguir dois pontos ou obje-
teração diferencial, sendo estável sob várias tos adjacentes e separados. O limite teórico
condições de ambiente; geralmente equi- de resolução de um microscópio é cerca de
vale ao conceito gene-a-gene definido por 50% do comprimento de onda da radiação
Flor (Chaves, 1976). Do ponto de vista epi- usada, portanto, a resolução é maior
demiológico, atua no inóculo inicial. quando o comprimento de onda é mais
Resistência vertical completa: resistên- curto. O melhor microscópio de luz dá am-
cia que atua na produção inicial de inóculo; pliação de 1,5 mil vezes com uma resolu-
resistência contra uma ou algumas raças do ção de 200 nm, enquanto um microscópio
patógeno. eletrônico pode dar uma ampliação de 250
mil vezes e uma resolução de 0,5 nm.
Resistência vertical complexa: resistên-
cia vertical relacionada a muitos genes de Respiração: processo no qual um orga-
resistência (R-genes). A resistência vertical nismo ou célula viva utiliza oxigênio para
complexa é, em geral, de maior valor agrí- converter os compostos alimentícios em

489
dióxido de carbono e água, liberando ener- Ressupinado: como num himênio diri-
gia. gido para cima, isto é, com as partes que
Respiração aeróbica: processo celular normalmente que se voltam para baixo,
que consome oxigênio livre para converter orientadas para cima.
glicose em energia. Ressurgência: fenômeno em que patóge-
Respiração anaeróbica: processo celular nos, pragas ou ervas infestantes atacam no-
que converte glicose em energia na ausên- vamente, por não terem desaparecido com
cia de oxigênio atmosférico. a aplicação de defensivos agrícolas.

Responsável legal: indivíduo sobre o qual Ressurgimento de patógenos: aumento


recai a responsabilidade pela condução da rápido nas populações de patógenos de-
liberação planejada, conforme as normas pois de passado o impacto imediato de
da Comissão Técnica Nacional de Biosse- uma medida de controle, geralmente de-
gurança (CTNBio). fensivo agrícola. É causado pela destruição
de inimigos naturais.
Responsável técnico: engenheiro-agrô-
nomo ou engenheiro florestal, registrado Resting-spore: expressão inglesa que in-
no Conselho Regional de Engenharia, Ar- dica o esporo em estado latente.
quitetura e Agronomia (Crea), a quem Resto cultural: resíduo de cultura que fica
compete a responsabilidade técnica pela no terreno após a colheita; também cha-
produção, beneficiamento, reembalagem mado de resteva ou palhada. Em algumas
ou análise de sementes ou de outras com- culturas, os patógenos necrotróficos po-
modities em todas as suas fases, na respec- dem sobreviver nos restos culturais e atuar
tiva área de habilitação profissional. como inóculo primário na próxima estação
Resposta: reação a um estímulo. Quanti- de cultivo.
dade de danos a plantas ou animais causa- Restolho: ver restos culturais.
dos por exposição a uma substância nociva
ou a algum tipo de radiação. Restrição: na defesa fitossanitária, regula-
mentação fitossanitária que permite a im-
Resposta hipersensível: ver reação de hi- portação ou a movimentação de produtos
persensibilidade. básicos, sujeitos a requisitos específicos.
Resposta imune: capacidade de um ani- RET: sigla de Registro Especial Temporá-
mal para produzir anticorpos como resul-
rio. Ver registro especial temporário.
tado da invasão do seu corpo por antígenos
estranhos, tais como proteínas e carboidra- Retenção: (1) tempo durante o qual o ve-
tos, os quais penetram em seu corpo, ou tor retém a capacidade de transmitir o pa-
pela infecção com um agente patogênico tógeno; (2) capacidade de uma superfície
ou por injeção artificial. A habilidade do conservar um defensivo agrícola. Ver ade-
antígeno de induzir essa resposta é referida rência; (3) na defesa fitossanitária, manu-
como imunogenicidade. As substâncias ca- tenção de um envio sob custódia ou
pazes de induzir a resposta são chamadas confinamento oficial, como uma medida
imunógenos. fitossanitária.

490
Reticulado: que tem a forma de rede. Re- retrovírus, porque promovem a síntese de
vestimento de certas estruturas, encon- DNA sobre molde de RNA, ao contrário
trado na estirpe de certos fungos do que acontece nos organismos em geral,
Basidiomycota, semelhante ao véu. em que a síntese de RNA é dirigida por
molde de DNA.
Retículo endoplasmático: sistema exten-
sivo de membranas citoplasmáticas, que Reutilização: utilizar uma embalagem
delimita canais interligados e toma a forma concebida e projetada para cumprir (du-
de sacos achatados (cisternas) e túbulos. rante seu ciclo de vida) um número mí-
Pode ser rugoso, quando possui ribosso- nimo de uso, ou seja, é novamente
mos aderidos à superfície, ou liso, quando reutilizada para o mesmo fim que foi con-
não possui ribossomos. cebida, como exemplo placas de Petri e tu-
bos de ensaio confeccionados com vidro.
Reto: porção terminal do intestino dos ne-
matoides; um canal estreito que se abre no Revenda: na defesa fitossanitária, estabele-
ânus ou na cloaca. cimento registrado no OEDSV com finali-
dade de venda de defensivo agrícola ao
Retrocruzamento: cruzamento de um hí-
usuário.
brido F1 com um de seus progenitores.
Reversão: retorno, por meio de mutação,
Retroelemento: retrovírus ou elemento
do genótipo mutante ao normal ou quase
de transposição semelhante.
normal. A restituição de um mutante para a
Retrogressivo: tipo de conidiogênese condição selvagem.
blástica, em que os segmentos cilíndricos
Reverso: superfície inferior da colônia
curtos da célula conidiogênica se diferen-
fúngica ou bacteriana em uma cultura man-
ciam em conídios; as células conidiogênicas
tida em placa de Petri ou tubo de ensaio ou
tornam-se mais curtas durante a produção
qualquer recipiente.
dos conídios.
Revestimento himenoforal: revesti-
Retrosado: voltado para a base, como
mento da parte superior do corpo frutífero
ocorre com anéis cuticulares de nematoi-
devido à transformação do próprio hime-
des da família Criconematidae.
nóforo em pelo, verruga, etc.
Retrotranspóson: tipo de elemento trans-
Revolução Verde: modelo de agricultura
ponível, que se move por ser inicialmente
introduzido durante as décadas de 1960 e
transcrito em uma cópia de RNA, que é,
1970 que se baseou na expansão do mo-
depois, reconvertido a DNA por uma
delo agrícola dos países desenvolvidos, que
transcriptase reversa e inserido em outro
exportaram um pacote tecnológico que
lugar dos cromossomos.
não considerava as condições dos países
Retrovírus: vírus com genoma de RNA, em desenvolvimento. As variedades de alta
que se multiplica nas células fazendo pri- produtividade desenvolvidas pelos centros
meiro uma cópia do seu genoma em DNA de pesquisa exigiam altas doses de insumos
por transcriptases reversas, enzimas que químicos (fertilizantes e defensivos) e, mui-
não existem nas células, sendo codificadas tas vezes, a irrigação, como fatores-chave
pelos próprios retrovírus. São chamados para o bom resultado das colheitas. A mo-

491
dernização das técnicas de produção per- dominantes, que se segregam de maneira
mitiu o aumento da produção mundial de mendeliana.
alimentos. Entretanto, trouxe também con-
RH: abreviação para reação de hipersensi-
sequências não desejáveis para a agricultura
bilidade.
de muitos países, como o aumento das des-
pesas no ciclo de produção agrícola (que Riboflavina: nome comum da vitamina
acarretou o endividamento dos agriculto- B2, hidrossolúvel. Nutriente essencial para
res), a redução considerável da agricultura o metabolismo de energia, síntese de pro-
tradicional de pequena escala, o aumento teína e crescimento de organismos.
de necessidade de subsídios governamen-
tais para a agricultura (na maior parte dos Ribonucleosídeo: base purina ou pirimi-
casos, dominada por empresas transnacio- dina covalentemente ligada à molécula do
nais), o estímulo aos métodos intensivos de açúcar ribose.
cultura agrícola (que poluíram rios e causa- Ribonucleotídeo: ribonucleosídeo com
ram danos à vida selvagem), o risco à bio- um ou mais grupos fosfatos esterificados
diversidade (em função da propagação da na posição 5’ da ribose.
monocultura), a perda da fertilidade do
solo e o empobrecimento da dieta da po- Ribose: monossacarídeo encontrado em
pulação (em função do abandono das fon- todo ribonucleosídeo, ribonucleotídeo e
tes tradicionais de vitaminas e minerais). RNA. Seu análogo, 2-desoxirribose, é en-
contrado em todo desoxirribonucleosídeo,
Revoluto: revirado; enrolado para trás ou desoxirribonucleotídeo e DNA.
para cima; diz-se, principalmente, da mar-
gem do píleo. Ribossomo: partícula subcelular com
aproximadamente 150 Ǻ de diâmetro, que
Revólver: no microscópio óptico, disposi-
contém RNA, envolvida na síntese de pro-
tivo giratório, cuja parte superior está aco-
teínas.
plada ao canhão e, na parte inferior, estão
acopladas as lentes objetivas. Para trocar a Ribozima: pequena molécula de RNA
objetiva, gira-se o revólver, nunca forçam- que controla alguma reações importantes
-se as objetivas. que ocorrem nas células, como a união dos
Rexolítica: tipo de sucessão de conídios aminoácidos na produção de proteínas e a
que envolve a ruptura transversal ou co- atividade catalítica de autoclivagem ou de
lapso longitudinal da parede da célula clivagem de outras moléculas de RNA.
abaixo do conídio. Rickittesia: bactéria Gram-negativa, que
RFLP: sigla de restriction fragment length contém DNA e RNA, é pleomórfica e tem
polymorphism. Técnica que utiliza a hibridi- formato de bastonete. É semelhante a bac-
zação de sondas (marcadas radioativa- téria na maioria de seus aspectos, porém é
mente ou não) no DNA que foi digerido fastidiosa, ou seja, não se multiplica em
com enzimas de restrição, submetido à ele- meio de cultura, e é encontrada no floema
troforese e transferido para membranas das plantas. Mede 0,4 µm a 0,8 µm de diâ-
(Southern blotting). Esse processo tem o ob- metro e 1 µm a 3 µm de comprimento, per-
jetivo de gerar marcadores moleculares co- tence ao gênero Rickettsia.

492
Rifamicina: antibiótico que reprime a ini- intensidade de ataque de um estado prece-
ciação da síntese de RNA em células bacte- dente daquela fase nociva.
rianas suscetíveis, pela inibição do RNA
Risco reduzido: classificação especial
polimerase DNA dependente. Em geral, é
efetivo contra bactérias Gram-positivas e aprovada pela EPA (US Environmental
Gram-negativas. Protection Agency) para usos específicos
de defensivos agrícolas que apresentam
Risca: sintoma de doença causada por ví- baixo risco para a saúde humana, baixa to-
rus, que se caracteriza por linhas pontilha- xicidade a organismos não alvos, baixo po-
das no sentido longitudinal das folhas, tencial de contaminar água ou outra fonte
constituídas de pequenas lesões cloróticas, de recursos naturais e/ou que ampliem a
estreitas e alongadas. adoção e a eficiência de estratégias de ma-
Risco: probabilidade de ocorrência de um nejo integrado. Os registros são expedidos
evento não intencional, multiplicada pelas para usos designados com risco reduzido.
consequências que podem surgir caso ele
Rizina: cordões ou pelos rizodiais.
ocorra. Pode ser classificado em alto, mé-
dio e baixo. Rizobactéria: bactéria da rizosfera que co-
Risco de intoxicação: probabilidade esta- loniza a raiz na presença da microflora na-
tística de uma substância química causar tural do solo, e pode promover o
efeito tóxico; função da toxicidade do pro- crescimento da planta e atuar na bioprote-
duto e da exposição. ção dela.
Risco de praga: na defesa fitossanitária, Rizobactéria deletéria: bactéria especí-
(1) probabilidade de que uma praga não fica que coloniza a raiz das plantas e tem se
quarentenária regulamentada afete o uso mostrado patogênica às plântulas.
proposto de plantas para plantio e, assim, Rizobactéria promotora do cresci-
cause um impacto economicamente inacei- mento de plantas: bactéria que exerce
tável; (2) probabilidade de introdução e dis-
efeito benéfico no desenvolvimento das
seminação de uma praga quarentenária e
plantas mediante a promoção do cresci-
magnitude das potenciais consequências
mento e/ou a proteção contra organismos
econômicas associadas.
patogênicos.
Risco fitossanitário: na defesa fitossanitá-
ria, relação entre o perigo que uma praga Rizoctoniose: refere-se às doenças de
representa para o agronegócio de um país e plantas causadas por espécies do gênero
a probabilidade de sua entrada (ou disper- Rhizoctonia.
são) em seu território. Rizoide: estrutura fúngica, fina, delicada e
Risco imediato: nível de ataque de um pa- simples, semelhante a raízes, que cresce em
tógeno em uma cultura além do qual é ne- direção a um substrato para fixação e nutri-
cessário intervir imediatamente. ção.
Risco potencial: prejuízo que poderá vir a Rizomicélio: conjunto extensivo de rizoi-
ser causado pela intensidade de ataque de des fúngicos que se assemelha superficial-
um patógeno e que é previsível a partir da mente a um micélio.

493
Rizomorfa: agregado de hifas fúngicas pósons e microssatélites são amplificados
que forma uma estrutura semelhante a via PCR, usando um primer baseado nas re-
uma raiz de planta, com paredes espessas e giões de terminação conservadas e outro
meristema apical bem definido. É consti- situado em regiões de microssatélites.
tuído por uma camada de células pequenas,
RNA: sigla de ácido ribonucleico. Ver
escuras, arredondadas, e uma parte interna
ácido ribonucleico.
de células incolores e alongadas. É também
destinado a garantir a sobrevivência da es- RNA complementar: molécula de RNA
pécie. de filamento simples, que é complementar
na sequência de bases para o filamento
Rizomórfico: que apresenta rizomorfas.
simples a partir do qual foi transcrito.
Rizoplano: área sobre a superfície das raí- A maioria dos vírus com RNA de fila-
zes; micro-habitat sobre a superfície das mento simples usa o RNA complementar
raízes. como intermediário na replicação.
Rizorremediação: processo para reduzir RNA de fita dupla: nas partículas de al-
ou eliminar a presença de xenobióticos em guns vírus de plantas, o RNA não apre-
solos cultivados, por meio da degradação senta fita simples, mas fitas duplas; as bases
microbiana da rizosfera. são pareadas; as duas fitas se enrolam uma
Rizosfera: região do solo influenciada pe- na outra formando uma helicoide.
las raízes, em que a presença de exsudatos RNA de transferência: RNA que trans-
radiculares estimula a atividade microbiana. fere aminoácidos para o ribossomo a fim
A extensão da rizosfera depende do tipo de que sejam colocados na ordem prescrita
do sistema radicular da planta, da sua ex- pelo mRNA.
tensão e da quantidade e composição dos
RNA defectivo: pequena molécula de
exsudatos radiculares produzidos.
RNA originária do vírus. Sem função de-
Rizosfera conduciva: rizosfera onde de- vido a sucessivas deleções.
terminado patógeno se desenvolve bem e
RNA mensageiro: cadeia de ribonucleotí-
causa doença mais severa, provavelmente
deos que codifica para uma proteína espe-
por causa da ausência de antagonistas ou
cífica. O RNA mensageiro move do núcleo
do favorecimento das condições edáficas
para o ribossomo quando a proteína é sin-
ao patógeno.
tetizada no citoplasma.
Rizosfera supressiva: característica dada
RNA ribossomal: molécula de RNA que
pela microbiota residente na rizosfera para
se associa às proteínas específicas para
proteger a planta do ataque de patógenos,
formar os ribossomos, onde se dá a sín-
através da liberação de metabólitos tóxicos
tese proteica. Classes diferentes de rRNA
ou por competição saprofítica.
são identificadas por valores de sedimen-
RMAP: sigla de Retrotransposon-Microsatellite tação (S).
Amplified Polymorphism. É um tipo de mar-
RNA sat: ver RNA satélite.
cador molecular baseado na detecção de
variação em sítios de inserção de retro- RNA satélite: ácido nucleico linear que re-
transpósons. Fragmentos entre retrotrans- quer um vírus auxiliar para se multiplicar

494
numa célula hospedeira, de sequências sem inibe o crescimento de bactérias e restringe
homologia significativa com o vírus auxi- o tamanho das colônias de fungos de cres-
liar. O RNA satélite é encapsulado na capa cimento rápido.
proteica do vírus auxiliar e pode ser consi-
Rosácea: cultura em forma de uma rosa,
derado parasita (genético) de outro para-
em que o micélio adquire a forma das péta-
sita, como no caso do próprio vírus auxiliar.
las de uma rosa.
RNA subgenômico: RNA complemen-
Roseliniose: denominação dada às
tar, e menor que o RNA genômico, que co-
doenças causadas por espécies do gênero
difica apena um gene.
Rosellinia, em diversos hospedeiros.
RNA transportador: pequena molécula
Roseta: sintoma hipoplástico, caracteri-
transcrita a partir do DNA, que tem a pro-
zado pela severa redução do crescimento
priedade de se ligar a um aminoácido espe-
cífico e transportá-lo ao ribossomo durante dos entrenós, brotos ou ramos sem a redu-
a biossíntese de proteínas. ção proporcional no tamanho das folhas,
resultando no agrupamento delas.
RNAi: sigla de RNA interference. Meca-
nismo no qual a presença de fragmentos de Rostrado: em forma de bico; que se pro-
RNA dupla-fita (dsRNA) interfere na ex- longa superiormente em um bico; que tem
pressão de um gene que apresenta similari- um longo colo livre.
dade com o dsRNA. Rostro: (1) pescoço alongado presente em
Rodolúvio: tanque raso que contém uma alguns peritécios; (2) estrutura sugadora de
solução desinfestante, geralmente instalado insetos (pentatomídeos).
na entrada de viveiros e plantações de fru- Rotação de cultura: prática cultural que
teiras, com o objetivo de efetuar a desinfes- objetiva reduzir a população de patógenos
tação dos pneus de máquinas e veículos invasores do solo (patógenos que sobrevi-
que podem conter estruturas de patógenos. vem em restos culturais ou apenas durante
Rodósporo: esporo róseo. a presença do hospedeiro) por meio do
plantio durante 3 a 4 anos com espécies
Roguing: (1) remoção das plantas doentes não hospedeiras dos patógenos da cultura
ou de outras plantas não desejadas, após o inicial. Essa prática não funciona para pa-
exame crítico de uma cultura; (2) remoção tógenos habitantes do solo.
das plantas que não são típicas da cultivar
explorada em áreas de produção de semen- Rotação de genes: princípio semelhante à
tes. rotação de cultura, usado no controle de
certas doenças. Uma cultivar contendo um
Romboidal: que tem a forma de um lo- gene de resistência vertical R1 é utilizada até
sango. que surja uma raça 1 capaz de quebrar a sua
Rosa bengala: pó cristalino de coloração resistência. Então, essa cultivar é substi-
rosa brilhante utilizado em meio de cultura tuída por uma outra contendo um gene di-
seletivo para o isolamento de fungos habi- ferente de resistência (R2), que, por sua vez,
tantes ou transeuntes do solo que apresen- será substituída na ocasião do apareci-
tam crescimento lento. A rosa bengala mento da raça 2. Após alguns anos, retor-

495
na-se à cultivar R1, fechando o ciclo de mentação, sob forma de etiqueta, carimbo
rotação. indelével, bula ou folheto.
Rotação de princípios ativos: ver alter- Rótulo: inscrição, legenda, imagem ou
nância de princípios ativos. toda matéria descritiva ou gráfica que esteja
Rotação por minuto: medida da veloci- escrita, impressa, estampada, gravada em
dade de rotação de uma centrífuga. relevo ou litografada ou colada sobre a em-
balagem de um produto.
Rotas de exposição a defensivos: locais
em que os defensivos agrícolas podem RPM: sigla de rotação por minuto. Ver ro-
atingir e/ou penetrar no organismo hu- tação por minuto.
mano ou animal, como as vias oral, dér- rRNA: ver RNA ribossomal.
mica e respiratória ou os olhos.
RT-PCR: sigla de Reverse Transcriptase-Poly-
Rotas de risco: todas as vias livres por merase Chain Reaction. Técnica de PCR reali-
onde um patógeno poderá entrar. zada a partir de um RNA que se baseia em
Rotas sinalizadoras: séries de compostos duas etapas. Na primeira, ocorre a síntese
envolvidos na transmissão de sinais celula- de uma cadeia de cDNA pela ação da en-
res, que frequentemente abrange várias zima transcriptase reversa. Em seguida,
proteínas kinases funcionando em série. procede-se à reação de PCR padrão. Ver
PCR.
Rotor: dispositivo existente no interior da
centrífuga ou ultracentrífuga, em que são Rubelose: doença causada por
colocados os tubos ou cubetas com a sus- Phanerochaete salmonicolor, caracterizada pela
pensão a ser centrifugada. Quando o rotor morte dos ramos a partir da inserção ou
gira livremente na posição horizontal, uma axila desses, com posterior cobertura da re-
força gravitacional atua ao longo do eixo gião afetada por micélio de coloração rosa
dos tubos ou cubetas, promovendo a sepa- a salmão. Afeta seringueira, citros e ca-
ração dos componentes da suspensão. caueiro.
Rotulagem: ato de identificação, impressa Rugoso: (1) diz-se de colônias de micror-
ou litografada, em que se aplica, sobre ganismos com uma superfície irregular e
qualquer tipo de embalagem de agrotóxi- áspera; (2) tipo de encarquilhamento das
cos, seus componentes e afins, dizeres ou folhas, resultante do crescimento excessivo
figuras pintadas ou grafadas a fogo, por de células entre as nervuras.
pressão ou decalque. Colocam-se inclusive
Run-off: ver ponto de escorrimento.
o nome e o registro, no conselho de fiscali-
zação profissional, do responsável técnico Rusticidade: tolerância do indivíduo às
pelo produto em qualquer outro tipo de condições adversas de estresse, causada
protetor de embalagem que vise à comple- por fatores do meio ambiente.

496
S
S: (1) medida do tamanho de macromolé- ção, colorindo em vermelho todo o núcleo
culas, partículas subcelulares e vírus, com celular.
base na sua taxa de sedimentação durante a
Sage: sigla de serial analysis of gene expression.
ultracentrifugação. É função do peso e da
Análise serial de expressão gênica. Técnica
forma da molécula ou partícula. O valor de
genômica baseada no isolamento e sequen-
S é definido em termos da Svedberg unit;
ciamento em grande escala de etiquetas
(2) em taxonomia de nematoide, é o com-
únicas, de posições definidas no terminal 3’
primento do estilete dividido pelo diâmetro
de um RNA mensageiro, o que permite a
do corpo medido na base do estilete.
determinação quantitativa absoluta dos ní-
S1, S2, S3...Sn: siglas utilizadas para denomi- veis de expressão de múltiplos genes em di-
nar a primeira, a segunda, a terceira, até a ferentes tecidos e/ou estados biológicos.
enésima gerações de autofecundação a par-
tir de uma planta original (S0). Sagitado: sagital, que tem a forma de seta;
com a forma da ponta de uma flecha.
Sacado: em forma de saco ou esferoide, tal
como a fêmea adulta do nematoide das ga- Sal de tetrazólio: 2,3,5-trifenil cloreto de
lhas. tetrazólio. Utilizado para avaliar a qualidade
das sementes, porque, além da viabilidade,
Sacarose: açúcar dissacarídeo (C12H22011) ele pode informar sobre o vigor e ainda
que pode ser extraído da cana-de-açúcar e identificar diversos problemas que afetam
da beterraba. Consiste em uma molécula o desempenho das sementes. Ver teste do
de frutose ligada a uma molécula de glu- tetrazólio.
cose.
Sal solúvel: sal dissolvido no solo que
Saco pós-uterino: estrutura degenerada, pode se tornar tóxico para as raízes quando
remanescente do ovário posterior de ne- excede certos níveis.
matoides.
Sala de triagem: compartimento anexo
Sadio: hospedeiro não afetado por doença. ao laboratório de fitopatologia onde são re-
Safranina: corante biológico, cuja formula cebidas as amostras a serem analisadas.
molecular é C20H19N4+Cl-, usado em histo- Após a triagem e identificação, partes sele-
logia e citologia. Também denominada Sa- cionadas ou toda a amostra é transferida
franina O, é usada como um corante de para local apropriado, como sala de isola-
contraste em alguns protocolos de colora- mento ou de microscopia, para diagnóstico

497
ou desenvolvimento de atividades de pes- dade de vida aos seres vivos e especial-
quisa. mente ao homem.
Salinidade: teor de sal. A salinidade natu- Saneante: substância ou preparação desti-
ral dos solos é com frequência maior nas nada a higienização, desinfecção de patóge-
regiões áridas. Além disso, torna-se um nos ou desinfestação de pragas. O cloro é
problema nas áreas irrigadas para a agricul- usualmente utilizado como saneante para
tura, porque os sais transportados com a frutas e hortaliças frescas ou minimamente
água irrigada permanecem quando a água processadas. Os saneantes mais utilizados
se evapora. Em combinação com sais apli- são: cloro ativo, ozônio (O3), peróxido de
cados como fertilizantes, os sais levados à hidrogênio (H2O2), radiação ultravioleta,
superfície pela irrigação podem resultar em tratamentos com água quente e água ele-
níveis de salinidade tão elevados no solo trolisada acídica.
que inviabilizam a atividade agrícola. Sanidade: qualidade ou estado de saúde;
Salinização: processo de acumulação de salubridade; higiene; normalidade física.
sal no solo, causado geralmente pela eva- Sanidade aparente: na área florestal, as-
poração de água subterrânea salina que se pecto externo da árvore em que se avalia a
move para cima por ação capilar ou por qualidade do fuste, o qual poderá apresen-
evaporação contínua da água das áreas tar características indesejáveis como ata-
agrícolas irrigadas. ques de insetos, apodrecimentos, ocos ou
Salino: que se parece com ou contém sal deformações.
comum (NaCl) ou sais similares. Sanidade vegetal: ver fitossanidade.
Saliva: substância líquida secretada pelas Sanificação: parte do processo de higieni-
glândulas esofagianas de nematoides, su- zação do produto hortícola, realizado após
postamente contém enzimas digestivas. a limpeza e a lavagem. É uma etapa impor-
Salpico: (1) manchas pequenas e em tante para reduzir a carga microbiana na
grande número distribuídas na superfície superfície do produto fresco ou do pro-
de folhas, hastes e frutos; (2) diz-se tam- duto minimamente processado. No proce-
bém do processo em que as gotas de água dimento, utilizam-se agentes químicos
provenientes das chuvas ou de irrigações, saneantes por imersão ou aspersão sobre a
ao impactar com a superfície do solo ou superfície do produto hortícola. Em bana-
com restos culturais, se dividem em peque- nas para exportação, é prática comum o
nas gotículas que ressaltam e podem atingir uso da aspersão do fungicida Imazalil após
folhas e frutos baixeiros da cultura insta- despencamento e lavagem dos frutos.
lada. Se o material impactado estiver conta- Sanitação: ver sanitização.
minado com estruturas de patógenos, os
Sanitização: processo que reduz ou eli-
salpicos podem contribuir para a dispersão
mina completamente o inóculo inicial, a
dos propágulos.
partir do qual uma epidemia começa
Saneamento ambiental: série de medidas (Vanderplank, 1963); estratégia que en-
destinadas a controlar, reduzir ou eliminar volve inúmeras atividades que levam à re-
a contaminação para garantir melhor quali- moção de fontes de inóculo, agindo

498
diretamente na redução do inóculo inicial Saprogênese: parte do ciclo de vida de um
numa planta, num campo ou num arma- patógeno durante o qual ele não está dire-
zém e impedindo a disseminação do pató- tamente associado ao tecido vivo de planta
geno para outras plantas ou seus produtos. suscetível, e sim a tecidos mortos ou subs-
São exemplos de sanitização a utilização de tratos.
material propagativo sadio, o tratamento Saprógeno: organismo capaz de produzir
químico de sementes e mudas, a remoção podridão em materiais orgânicos, como a
das plantas doentes e das não desejadas, a madeira morta.
solarização do solo, a rotação de culturas, a
retirada e queima de partes de planta infec- SAR: sigla de Systemic Acquired Resistance.
tadas e a desinfestação das ferramentas, Ver resistência sistêmica adquirida.
dos equipamentos e das mãos. SAR x ISR: a resistência sistêmica adqui-
Sanitizado: que sofreu ação sanitizante. rida (SAR) e a resistência sistêmica indu-
zida (ISR) são fenômenos distintos, mas
Sanitizante: agente químico que elimina fenotipicamente semelhantes em plantas.
contaminantes e promove a higienização Nas duas formas de indução de resistência,
do ambiente ou produto que está sendo a natureza do agente eliciador e o sítio de
manipulado. atuação deste na planta são pontos-chaves,
Sapeco: tipo de queima cuja extensão é assim como as respostas bioquímicas inci-
mais restrita e superficial nas folhas e extre- tadas (Pascholati et al., 2010). Após a expo-
midades mais tenras de ramos, por efeito sição a um indutor, as plantas têm seus
de várias causas, como doenças, ação da mecanismos de defesa ativados não apenas
geada ou excesso de calor. no sítio de indução como também em ou-
tros locais distintos, de forma mais ou me-
Sapróbio: organismo heterotrófico que nos generalizada. Segundo Pascholati et al.
utiliza como alimento a substância orgâ- (2010), a SAR é induzida pela exposição de
nica produzida por outros, decompondo-a. tecidos foliares e de raiz a eliciadores abió-
Saprófita: organismo que utiliza material ticos ou bióticos, sendo dependente do fi-
orgânico morto como fonte de alimento e tormônio salicilato (ácido salicílico), e é
comumente acelera seu apodrecimento. associada com o acúmulo de proteínas rela-
cionadas à patogênese (proteínas-RP).
Saprófita facultativo: organismo que vive A ISR é induzida pela exposição das raízes
a maioria do tempo, ou a maior parte do a raças específicas de rizobactérias promo-
seu ciclo de vida, como patógeno, mas, em toras de crescimento (PGPRs), sendo de-
certas circunstâncias, pode sobreviver sa- pendente dos fitormônios etileno e
profiticamente sobre matéria orgânica jasmonato, e não está associada com o acú-
morta. mulo de proteínas-RP. Na SAR, a planta
que sofreu indução pode exibir alterações
Saprófita obrigatório: organismo que se
observáveis (necroses, por exemplo); na
desenvolve apenas sobre tecido morto.
ISR, a planta que sofreu indução não exibe
Saprofítico: que tem comportamento pró- alterações. A SAR é efetiva em uma ampla
prio de saprófita, ou seja, utiliza matéria or- gama de plantas, ao passo que há certa es-
gânica morta como fonte de nutrientes. pecificidade demonstrada pelas PGPRs em

499
ativar a ISR em determinadas espécies de SDS-PAGE: sigla formada a partir da ex-
plantas. pressão inglesa sodium dodecyl sulfate-
Sarcina: denominação dada aos agrupa- -polyacrylamide gel electrophoresis. Técnica uti-
mentos cúbicos regulares de oito células lizada para separação de proteínas através
bacterianas tipo cocos. da eletroforese em gel de poliacrilamida
em que é adicionado o detergente SDS às
Sarcoma: galha ou tumor de consistência amostras a separar.
mole ou carnosa.
Seca: (1) sintoma necrótico caracterizado
Sarna: sintoma hiperplástico de uma área por murcha, perda total ou parcial de fo-
doente da planta, semelhante à crosta, de lhas, morte de ramos e até da planta; (2) fe-
aspecto áspero, corticoso e escuro; o tama- nômeno climático identificado pela
nho é variável, caracterizado por numero-
ausência prolongada ou deficiência acen-
sas pústulas muito juntas, que ocorrem
tuada de chuvas.
especialmente sobre a superfície de frutos,
ramos e folhas. Seca dos ponteiros: ver dieback.
Sarna pulverulenta: doença da batateira Seca fisiológica: fenômeno pelo qual as
causada por Spongospora subterranea. plantas murcham, pelo excesso de cloreto
Satélite: DNA que contém sequências al- de sódio no solo; impossibilidade para ven-
tamente repetitivas. cer a pressão osmótica em razão da con-
centração das soluções.
Satélite do cromossomo: pequena por-
ção de cromatina terminal, situada depois Secagem: retirada do excesso de umidade
de uma constrição secundária, quando esta da superfície de vidrarias, equipamentos,
se localiza próximo à extremidade de um produtos vegetais, etc.
cromossomo (não confundir com DNA Seção fina: corte transversal, extrema-
satélite). mente delgado, de uma amostra de tecido
SCAR: sigla de Sequence Characterized para montagem em lâmina de vidro e pos-
Amplified Regions. Constitui-se de marca- terior exame em microscópio.
dores que representam loci únicos e gene- Seção longitudinal: ver corte radial.
ticamente definidos, identificados por
amplificação do DNA genômico (PCR) Seção longitudinal radial: ver corte lon-
com o uso de pares de iniciadores especí- gitudinal radial.
ficos. Seção longitudinal tangencial: ver corte
Screening: busca para seleção de material longitudinal tangencial.
com qualidade superior. O screening pode Seção paradérmica: ver corte paradér-
ser positivo (retenção dos indivíduos dese- mico.
jáveis) ou negativo (rejeição dos indivíduos
indesejáveis). Seção transversal: ver corte transversal.
SDS: sigla formada a partir da expressão Secreção: composto que sai da célula ou
inglesa sodium dodecyl sulfate. Ver dodecil sul- de um órgão de natureza glandular, produ-
fato de sódio. zido no interior desses.

500
Sedentário: organismo que não se loco- determinadas características físico-quími-
move, vivendo fixado a um substrato, cas, microbiológicas e sensoriais padroni-
como os nematoides sedentários. zadas, segundo as quais os alimentos seriam
adequados ao consumo (ou seja, os alimen-
Sedimentação: deposição de partículas
tos saudáveis seriam os livres dos perigos,
sedimentares quando inclui o assenta-
que podem ser de origem biológica, quí-
mento por gravidade, como ocorre com a
mica ou física).
sedimentação das partículas mais densas ao
se centrifugar uma suspensão. Segurança biológica: ver biossegurança.
Sedoso: que exibe pelos separados, longos, Segurança em laboratório: cuidados e
brandos e brilhantes. técnicas que têm a finalidade de evitar aci-
dentes com a manipulação de produtos
Segregação: (1) em citogenética, separa-
químicos, equipamentos e microrganis-
ção de cromossomos homólogos ou de
mos. O profissional tem de: a) saber identi-
cromátides na anáfase; (2) em genética, ge-
ficar os meios de proteção pessoal;
ração de alelos, gametas, genótipos ou fe-
b) conhecer os equipamentos de emergên-
nótipos diferentes na descendência de um
cia em laboratórios; c) saber distinguir os
cruzamento.
símbolos de emergência; d) adquirir conhe-
Segregação alélica: primeira lei de Men- cimentos sobre embalagem, rotulagem,
del, segundo a qual os alelos do mesmo manuseio e armazenagem de produtos quí-
gene se separam na meiose, cada um indo micos ou biológicos; e) conhecer a toxici-
para um gameta diferente. dade associada aos agentes químicos e
Segregação independente: distribuição biológicos; f) saber fazer a correta separa-
aleatória de cromossomos e alelos para os ção de resíduos.
gametas. Segurança fitossanitária: na defesa fitos-
Segregação mendeliana: geração de ale- sanitária, manutenção da integridade de um
los, gametas, genótipos ou fenótipos em envio e prevenção de sua infestação e con-
proporções mendelianas, isto é, segundo as taminação por pragas regulamentadas atra-
regras da genética definidas para caracteres vés da aplicação de medidas fitossanitárias
de herança simples. apropriadas.

Segregação transgressiva: mecanismo Seiva: conteúdo fluido do xilema, de ele-


genético que transfere caracteres à progê- mentos crivados do floema e do vacúolo.
nie (ou gerações segregantes), não expres- Seleção: escolha feita com critério. Pro-
sos pelos progenitores. Na fitopatologia, cesso de isolar e preservar certos indiví-
consiste na obtenção de indivíduos mais duos ou caracteres a partir de um grupo de
resistentes do que as linhagens parentais. indivíduos.
Segregante: táxon novo, separado de uma Seleção artificial: seleção realizada pelo
parte de outro táxon. homem, permitindo a reprodução apenas
dos indivíduos de seu interesse.
Segurança alimentar: conjunto de nor-
mas de produção, transporte e armazena- Seleção assistida por marcadores: con-
mento de alimentos que visa manter junto de procedimentos baseados em mar-

501
cadores de DNA para assistir a seleção. Os Seleção natural: processo pelo qual a po-
marcadores devem estar ligados ao(s) ge- pulação de uma variante bem adaptada a
ne(s) de interesse. um ambiente específico aumenta em fre-
quência, enquanto aquela com menor
Seleção clonal: (1) seleção praticada em adaptação decresce. Sucesso reprodutivo
uma população de células que produz o diferencial, isto é, indivíduos com maior
mesmo anticorpo; (2) em melhoramento, sucesso reprodutivo deixam maior número
prática que leva à obtenção de clones e a de descendentes nas populações.
sua subsequente seleção.
Seleção negativa: seleção na qual se elimi-
Seleção de células: seleção e subcultivo nam indivíduos que possuem determinado
continuado de células que exibem caracte- caráter. Oposto de seleção positiva.
rísticas específicas.
Seleção positiva: seleção em que células
Seleção de defensivos agrícolas: con- ou indivíduos que têm um determinado
junto de testes que avalia substâncias quí- gene podem ser detectados, em razão de a
micas quanto à potencialidade de atuar atividade do gene ser essencial para o cres-
como fungicida, nematicida, bactericida, cimento celular, sob determinadas condi-
etc. ções.
Seleção de placas: seleção de placas indi- Seleção recorrente: método de melhora-
viduais de bacteriófagos formadas por mento genético baseado em ciclos recor-
única infecção; assim, clones de um vírus rentes de geração de descendências,
podem ser selecionados e estudados poste- avaliação, seleção e intercruzamento dos
riormente. indivíduos selecionados. Os objetivos são
aumentar a frequência de alelos favoráveis,
Seleção estabilizadora: fenômeno carac- melhorar a expressão fenotípica das carac-
terizado pela reduzida alteração na fre- terísticas-alvo e, ao mesmo tempo, conti-
quência gênica, que faz com que a nuar mantendo variabilidade genética na
resistência seja duradoura. população para obter ganhos continuados.
Seleção in vitro: seleção praticada em cul- Seleção visual: identificação visual de ge-
turas mantidas in vitro na presença de nótipos desejáveis.
agentes como antibióticos, toxinas micro- Seletividade de defensivo agrícola: pro-
bianas, concentrações elevadas de sais, etc. priedade que tem um defensivo agrícola de,
Seleção individual: em genética, a escolha na dosagem recomendada, ser menos tó-
de uma planta que possui características xico aos inimigos naturais do que às pragas
desejáveis para ser usada no melhoramento ou patógenos contra os quais é empregado,
genético. apesar de atingi-los igualmente.
Seleção massal: seleção com base no fe- Selvagem: alelo de um determinado locus
nótipo. Método simples, praticado para que é encontrado mais frequentemente em
fins de melhoramento sem que seja ava- populações naturais.
liada a descendência da população selecio- Semear: depositar estruturas de fungo ou
nada. bactéria em meio de cultura.

502
Semente: na defesa fitossanitária, toda es- Semente genética: semente que preserva
trutura ou órgão vegetal utilizado na pro- as características de pureza genética, pro-
pagação ou multiplicação de uma espécie duzida sob a responsabilidade e o controle
destinada a semeadura ou plantio, como se- direto do melhorista.
mente botânica, frutos, bulbos, tubérculos,
Semente infectada: semente cujos teci-
gemas, estacas, flores cortadas e outras.
dos são colonizados por patógeno, com ou
Semente básica: semente resultante da sem sintoma aparente.
multiplicação da semente genética, proce-
dimento realizado de forma a garantir sua Semente infestada: semente que trans-
identidade e pureza genética, sob a respon- porta patógenos aderidos à sua superfície
sabilidade da entidade que a criou ou a in- ou associados a lotes de sementes.
troduziu. Semente recalcitrante: semente que não
Semente botânica: unidade de reprodu- sofre desidratação durante a maturação,
ção sexuada desenvolvida a partir de um quando é liberada da planta-mãe apresenta
óvulo fertilizado. altos teores de umidade. É sensível ao des-
secamento e morre se o conteúdo de umi-
Semente certificada: semente isenta de dade for reduzido abaixo do ponto crítico,
patógenos, apta a ser comercializada e
usualmente um valor relativamente alto; é
plantada.
também sensível a baixas temperaturas.
Semente contaminada: refere-se às se-
Semente registrada: semente produzida e
mentes infestadas e/ou infectadas por pa-
manipulada para manter a identidade gené-
tógenos.
tica e a pureza, aprovada e certificada por
Semente crioula: semente utilizada por uma agência de certificação oficial. A se-
comunidades tradicionais (índios, quilom- mente registrada normalmente é cultivada
bolas, ribeirinhos, caboclos, etc.) nas suas para produção de semente certificada.
lavouras e que tem como características pe-
culiares a sua uniformidade e sua pureza, Semente sadia: semente livre de patóge-
por não ter sofrido modificações genéticas nos.
(como a transgenia e o melhoramento ge- Semente tratada: semente na qual foi apli-
nético). Essas sementes geralmente são na- cado defensivo agrícola, corante ou outros
tivas. aditivos, não resultando em mudança signi-
Semente elite: semente selecionada a par- ficativa do tamanho, formato ou peso da
tir de um estoque básico de origem conhe- semente original.
cida; cultivar pura e livre de patógenos e Semiendoparasitismo: tipo de parasi-
pragas, protegida de contaminação por sa- tismo dos nematoides em que as formas
nitização e isolamento. vermiformes introduzem, além do estilete,
Semente fiscalizada: semente produzida a parte anterior do corpo no interior dos
a partir de semente básica, por um produ- tecidos da raiz. Esse tipo de parasitismo
tor credenciado, sob a fiscalização da secre- pode ser migratório (formas vermiformes)
taria de agricultura do estado. ou sedentário (fêmeas de corpo dilatado).

503
Semifenestrado: condição em que a pa- Septado: provido de septos, de tabiques.
rede da vagina permanece dividindo a fe- Septiforme: que tem a aparência de um
nestra em duas semifenestras, como nos septo.
cistos de nematoides do gênero Heterodera.
Septo: invaginação da parede celular em
Semiparasita: ver patógeno facultativo. forma de tabique transversal e/ou longitu-
Semipermeável: que permite a passagem dinal, que ocorre nas hifas ou nos esporos
de alguns fluidos ou solutos, mas não de septados.
outros. As membranas celulares são semi- Septo dolíporo: septo característico de
permeáveis. hifa dicariótica de Basidiomycetes, o qual
Semissaprófita: ver patógeno facultativo. se alarga no centro, formando uma estru-
tura com forma de barril com extremida-
Senescência: processo de degradação ce-
des abertas.
lular acompanhado de atividades metabóli-
cas específicas, antecedente da morte das Septo primário: septo encontrado em di-
células, dos tecidos ou dos órgãos vegetais. reta associação com a divisão celular, por
O período próximo ao fim do ciclo de vida constrição ou mitose, é separado da célula-
de um organismo. -mãe e tem um poro que pode ser modifi-
cado como um doliporo (em
Senescente: organismo já sem capacidade Basidiomycota) ou estar associado com
para se reproduzir; que caminha para a corpos de Woronin (Ascomycota).
morte.
Septo secundário: parede transversal que
Sensibilidade: (1) em testes de detecção se desenvolve em uma célula madura, não
de resíduos de defensivos agrícolas, a me- associada com a divisão nuclear.
nor quantidade de moléculas-alvo que
pode ser detectada; (2) termo utilizado Septoriose: denominação dada às doenças
quando se avalia a resistência de popula- causadas por espécies do gênero Septoria.
ções fúngicas a fungicidas e/ou de popu- Sequência: ordem dos nucleotídeos no
lações bacterianas a antibióticos. A sensi- RNA ou DNA ou dos aminoácidos em um
bilidade das populações é tanto maior polipeptídio.
quanto menor for a concentração do pro-
Sequência codificadora: porção do gene
duto que afeta o desenvolvimento dos in-
que diretamente especifica a sequência de
divíduos da população avaliada.
aminoácidos do seu produto.
Sensibilizar: tornar especialmente sensí-
Sequência de bases: ordem relativa dos
vel a um antígeno, como uma droga.
pares de bases em um fragmento de DNA,
Sensível: (1) hospedeiro que reage com em um gene, no cromossoma ou no ge-
sintomas severos ao ataque de um dado pa- noma inteiro.
tógeno; (2) patógeno inibido ou contro-
Sequência de nucleotídeos: (1) sequên-
lado por um defensivo agrícola.
cia de bases em um ácido nucleico; (2) se-
Septação: formação de um septo me- quência de aminoácidos de uma cadeia
diano, dividindo uma célula em duas. polipeptídica.

504
Sequência de reconhecimento: ver sítio dos genes egl (precursora de endogluca-
de reconhecimento. nase), hrpB (ativadores de transcrição dos
genes Hrp envolvidos em vias de secreção
Sequência reguladora: sequência de
em patógenos de animais e plantas e na
DNA envolvida na regulação da expressão
biogênese dos flagelos) e mutS (envolvido
de um gene.
no reparo de pareamentos incorretos no
Sequência silenciadora: sequência que DNA). Variante de sequência genética. É a
promove, no DNA eucarionte, a conden- estirpe de uma bactéria que se distingue das
sação da cromatina em sítios específicos, outras estirpes por sua sequência genética.
bloqueando o acesso de proteínas necessá-
Seriado: arranjado em uma série ou conec-
rias à transcrição.
tado em ordem.
Sequenciamento: determinação da or-
Série de hospedeiros: ver gama de hospe-
dem dos nucleotídeos na molécula de
deiros.
DNA ou RNA ou da ordem de aminoáci-
dos em proteínas. Série sintípica: conjunto de espécimes
que, no estudo taxonômico, serviu para a
Sequenciamento de DNA, cDNA ou
descrição de espécie e no qual não se pro-
proteína: processo de determinação da se-
cedeu à seleção do holótipo.
quência de nucleotídeos ou aminoácidos
que compõem fragmentos das moléculas Série-tipo: conjunto de espécimes que, no
de DNA, cDNA ou proteína. estudo taxonômico, serviu para a descrição
de espécie.
Sequenciamento genético: leitura orde-
nada de todos os milhões de nucleotídeos Serogrupo: grupo de serovares que possui
constituintes do DNA total de um orga- um antígeno comum. Ver serovar.
nismo vivo.
Serologia: ver sorologia.
Sequenciamento genômico: ver sequen-
Serotipo: ver serovar.
ciamento genético.
Serovar: variante antígena. É a população
Sequenciamento proteico: processo bio-
de uma bactéria ou vírus que se distingue
químico de determinação da sequência de
das outras populações por sua antigenici-
aminoácidos de uma proteína.
dade.
Sequências homólogas: duas ou mais se-
Serviço quarentenário: ação que previne
quências de ácidos nucleicos do DNA ou
a entrada de pragas exóticas e impede sua
de aminoácidos das proteínas que possuem
disseminação numa determinada região ou
regiões iguais ou semelhantes.
país. No Brasil, esse serviço é executado
Sequevar: táxon infraespecífico, inferior a pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal,
filotipo, proposto por Fegan e Prior (2005), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuá-
para organizar a diversidade observada em ria e Abastecimento, cujos técnicos inspe-
isolados de Ralstonia solanacearum. Os dados cionam portos, aeroportos e fronteiras
utilizados para definir diferentes sequeva- procurando, através da quarentena, tratar,
res desta espécie são variações sutis da se- destruir ou impedir a entrada de vegetais e
quência do DNA nas regiões conservadas animais atacados. Esse serviço atua tam-

505
bém em casos de exportação de produtos Set off: refere-se particularmente à cabeça
agrícolas e florestais contendo pragas, si- de nematoide, quando está delimitada do
tuação em que é exigida a lavratura de corpo por uma constrição.
Laudo Fitossanitário.
Setor: segmento bem definido de uma co-
Serviços ambientais: conceito associado lônia de um fungo em meio de cultura que
à tentativa de valoração dos benefícios am- difere do resto da colônia.
bientais que a manutenção de áreas natu-
Setoso: que tem cerdas; com pelos espini-
rais pouco alteradas pela ação humana traz
formes; cercado por pequenas cerdas.
para o conjunto da sociedade. Entre os ser-
viços ambientais mais importantes, estão a Sétula: apêndice delicado, semelhante a
produção de água de boa qualidade, a de- um pelo, que se origina nas extremidades
puração e a descontaminação natural de dos conídios, como em Dinemasporium.
águas servidas (esgotos) no ambiente, a
Severidade da doença: proporção (ou
produção de oxigênio e a absorção de gases
porcentagem) de área foliar ou de volume
tóxicos pela vegetação, a manutenção de
de tecido doente. A severidade é uma res-
estoques de predadores de pragas agrícolas,
posta quantitativa, que pode variar em va-
de polinizadores e de exemplares silvestres
de organismos utilizados pelo homem lores contínuos de 0 a 1 ou de 0% a 100%.
(fonte de genes usados em programas de Sexo: característica de ser masculino ou fe-
melhoramento genético), a proteção do minino. Usado para descrever espécies
solo contra a erosão, a manutenção dos ci- com dimorfismo sexual, nas quais os dois
clos biogeoquímicos, etc. Os serviços am- sexos são morfologicamente distinguíveis.
bientais são imprescindíveis à conservação
Sexual: participado ou produzido como
da vida na Terra.
resultado de uma união de núcleos, como o
Séssil: que não tem haste ou pé. Diz-se do envolvimento da fertilização e meiose; o
píleo aderido diretamente ao substrato. estado perfeito ou teleomórfico de fungos.
Seta: (1) filamento rígido e escuro em ór- Sexualidade: refere-se ao comportamento
gãos de frutificação de fungos, geralmente sexual do organismo. Pela sexualidade, os
no acérvulo de algumas espécies de fungos podem ser hermafroditas, dioicos
Colletotrichum, e de alguns picnídios e himê- ou sexualmente indiferenciados.
nios de Basidiomycota; (2) em nematoi-
des, projeção cuticular alongada com Sexualmente indiferenciado: refere-se
função sensorial para o tato. ao organismo que produz estruturas se-
xualmente funcionais, mas morfologica-
Seta peritecial: seta semelhante a apêndi- mente indistinguíveis entre si, como os
ces que adornam o peritécio. fungos dos Zigomycota.
Setas cefálicas: setas do círculo externo, SFLA: sigla de Selective Fragment Length
que ficam ao redor da abertura oral do ne- Amplification; tipo de marcador genético-
matoide. -molecular, sinônimo de marcadores
Setiforme: que tem a forma de uma seta. AFLP.

506
Shotgun: técnica de sequenciamento auto- importância do silício na indução de resis-
mático de fragmentos de DNA. tência contra diferentes patógenos em vá-
rias espécies de plantas cultivadas.
Sideróforo: composto de baixo peso mo-
lecular e quelador de ferro, produzido por Silvestre: que vive na floresta; que não é
bactérias e fungos sob condições limitantes cultivado; que cresce espontaneamente.
desse elemento químico. Simbionte: diz-se de cada organismo que
Sievert: unidade do Sistema internacional vive em simbiose.
de dosagem de radiação. A dosagem de ra- Simbiose: associação mutualística e bené-
diação em sieverts equivale à energia absor- fica entre dois ou mais diferentes tipos de
vida em joules por quilograma de tecido organismos.
absorvente (J/kg), multiplicada por um fa-
tor que depende do tipo de radiação pre- Simetria: regularidade na forma; seme-
sente na dose. lhança estrutural de cada lado de um plano
ou em torno de um eixo central.
Sigmoide: que tem forma de S.
Simetria bilateral: condição de animais da
Signatário formal: na defesa fitossanitá- divisão Bilaterata, inclusive nematoides, em
ria, pessoa designada pelo laboratório para que uma parte do corpo é a contraparte da
assinar os certificados de resultados de aná- outra.
lise e/ou de ensaios.
Similaridade: em genômica, grau de rela-
Silenciamento gênico: interrupção ou cionamento entre duas ou mais sequências
supressão da atividade de um gene. de nucleotídeos ou de proteínas. Baseia-se
Sílica-gel: gel constituído de dióxido de si- na porcentagem de identidade ou conser-
lício, proveniente da reação de silicato de vação entre as sequências.
sódio e ácido sulfúrico. A seguir, os sais de Simplástico: descreve o movimento de
sódio são eliminados por lavagem em água substâncias para o interior das células; pe-
corrente por 24 horas. Apresenta estrutura netração na célula viva.
porosa, o que lhe dá a propriedade de ab-
sorver moléculas de líquidos e gases do Simplasto: protoplasma de células indivi-
meio em que se encontra e armazená-las duais, conectadas por meio de plasmodes-
em seus poros. A adição de nutrientes é matas que atravessam a parede celular.
feita na forma de soluções concentradas Simples: que se apresenta indiviso; esporo
que impregnam o gel. Por ser isento de nu- unicelular; não ramificado; esporo sem du-
trientes, a sílica-gel tem sido utilizada em plo envoltório.
estudos de organismos autotróficos.
Simpodial: ver célula conidiogênica sim-
Silício: elemento não essencial, mas bené- podial.
fico. Absorvido como ácido monossilícico,
é indispensável às plantas que o acumulam, Simpódico: alternado.
como arroz e cana-de-açúcar. O silício é Simulação: uso de equações matemáticas
imóvel na planta e seu teor pode variar en- para representar processos, nesse caso
tre 0,3% e 0,6% na matéria seca das gramí- doenças, que acontecem na natureza. Nor-
neas. Vários trabalhos têm mostrado a malmente, essas equações são implementa-

507
das em um programa de computador e Sinalização: comunicação celular com o
visam simular o desenvolvimento da meio externo por moléculas-sinais; essas
doença no campo. Na fitopatologia, um são sintetizadas e liberadas por células sina-
modelo de simulação simples pode ser de- lizadoras e induzem a uma resposta especí-
finido como aquele que, ao receber os da- fica em células-alvo que contêm receptores.
dos de clima, emite uma série de números Sinângio: esporângio composto, isto é, vá-
que simulam o aumento ou a redução de rios esporângios agregados.
uma epidemia, com a finalidade de com-
preender o comportamento da epidemia Sinanomorfo: anamorfos que possuem
ou de avaliar as possíveis estratégias para uma mesma forma teliomórfica, ou seja,
operação de controle. fungo que possui dois ou mais diferentes
anamorfos.
Sinal: patógeno ou seus propágulos, ou
substância produzida por esses, visível no Sinapomorfismos: características evoluti-
interior ou sobre os tecidos doentes de vamente derivadas de ancestrais comuns
uma planta hospedeira. presentes em vários clados.
Sinal de alarme: composto químico pre- Sinapse: conjugação de cromossomos ho-
sumivelmente produzido pela planta hos- mólogos no zigóteno e no paquíteno.
pedeira em resposta a infecção, e enviado Sinasco: asco tido como múltiplo.
para as proteínas e genes da célula hospe-
deira que ativa a planta para produzir subs- Sincário: núcleo zigótico diploide.
tâncias inibitórias ao patógeno. Sincariótico: que tem 2n cromossomos.
Sinal de endereçamento: sequência de Sincício: sítio de alimentação induzido por
aminoácidos que direciona uma proteína a nematoides, que consiste em uma massa ci-
um local específico fora do citosol. toplasmática multinucleada, e os núcleos
Sinal de envenenamento: alerta ou sin- são provenientes de células vizinhas que ti-
toma apresentado por uma pessoa que te- veram a parede celular degradada, com
nha entrado em contato com defensivo posterior fusão dos respectivos protoplas-
agrícola, como falta de ar, dor de cabeça, tos. Por extensão, tecido animal ou vegetal
tontura, enjoo, dores, etc. Indicação de que constituído de células multinucleadas pro-
o produto pode ter sido aspirado ou inge- venientes da degradação de paredes e fusão
rido, ou seja, intoxicação que poderá causar dos protoplastos.
injúria ou morte da pessoa. Sincronósporo: esporo produzido simul-
Sinal de terminação: códon que especi- taneamente com os esporos vizinhos.
fica a terminação da síntese proteica no Síndrome: conjunto de sinais e sintomas
mRNA. típicos que caracteriza a doença ou a condi-
ção genética.
Sinal de transdução: forma como as cé-
lulas constroem e liberam respostas a um Síndrome de resistência: quando a vul-
sinal, geralmente envolvendo cálcio intra- nerabilidade genética às doenças é comba-
celular e proteínas kinases. tida com genes de resistência que aumentam

508
essa vulnerabilidade, segundo Zadoks e do nome alternativo. Esse conjunto deve
Schein (1979). estar entre parênteses, como exemplo
Microcyclus ulei (syn. Dothidella ulei).
Síndrome do pesticida: situação conse-
quente da falha do controle químico, que Sinônimo heterotípico: um nome ba-
leva ao aumento excessivo do número de seado em um tipo diferente daquele do ou-
aplicações ou da dosagem do pesticida para tro nome que se refere ao mesmo táxon,
recuperar ou manter a eficiência de con- designado como “sinônimo subjetivo” no
trole. Código Internacional de Nomenclatura de
Bactérias (Turland et al., 2018).
Sinêmio: ver corêmio.
Sinônimo homotípico: um nome ba-
Sinergismo: fenômeno no qual o resul-
seado no mesmo tipo como aquele do ou-
tado da ação combinada de dois ou mais
tro nome que se refere ao mesmo táxon,
organismos ou substâncias diferentes é designado como “sinônimo objetivo” no
maior do que a soma dos efeitos indivi- Código Internacional de Nomenclatura de
duais desses mesmos organismos ou subs- Bactérias (Turland et al., 2018).
tâncias. Por exemplo, o parasitismo
simultâneo de um hospedeiro por dois pa- Sinônimo nomenclatural: ver sinônimo
tógenos, no qual, os sintomas ou os outros homotípico.
efeitos produzidos são de magnitude muito Sinônimo objetivo: cada um de dois ou
maior do que a soma dos efeitos de cada mais sinônimos baseados no mesmo tipo.
patógeno agindo isoladamente.
Sinônimo subjetivo: cada um de dois ou
Sinergista: referente aos defensivos, é mais sinônimos baseados em tipos diferen-
qualquer substância que aumenta a eficiên- tes, mas que são considerados sinônimos
cia ou os efeitos tóxicos de um defensivo. por alguns pesquisadores.
Singamia: fertilização, fusão das células Sinônimo substituído: o nome legítimo
(gametas) masculina e feminina para for- ou ilegítimo previamente publicado sobre
mar um zigoto. o qual um nome que o substitui é baseado
Sinisônimo: um ou mais nomes com o (Turland et al., 2018).
mesmo basiônimo. Sinônimo taxonômico: ver sinônimo he-
Sinonímia: (1) conjunto de nomes dife- terotípico.
rentes aplicados a um mesmo organismo Sintenia: (1) propriedade de dois ou mais
vivo; (2) na defesa fitossanitária, os diferen- genes de estarem localizados no mesmo
tes nomes comerciais de produtos com o cromossomo; (2) descreve a conservação
mesmo ingrediente ativo. na ordem de genes entre espécies relacio-
Sinônimo: um de dois ou mais nomes que nadas; (3) em genômica, atributo dos geno-
se aplicam ao mesmo táxon (Turland et al., mas que apresentam homologia.
2018). Caso haja necessidade de acrescen- Síntese: formação de um composto quí-
tar um sinônimo ao nome científico, esse mico ou substância complexa a partir de
deve ser seguido da abreviatura syn. (do seus elementos componentes ou de com-
grego, synonymon), sem itálico ou negrito, e postos mais simples, por uma ou mais rea-

509
ções químicas, como a síntese de produtos precedidos por sintomas agudos; (2) em
orgânicos pelas plantas mediante fotossín- outras doenças, são os sintomas que po-
tese. dem persistir por um longo período sem
necessariamente causar morte do hospe-
Síntese constitutiva: síntese continuada
deiro ou de suas partes.
de um produto gênico em um organismo.
Sintoma diagnóstico: sintoma padrão
Síntese proteica: produção de proteínas
usado para a identificação de uma dada
segundo a informação contida no DNA.
doença, como a morte súbita dos citros,
A síntese é mediada por uma molécula de
identificada com a constatação do amarele-
mRNA, que é lida a cada três nucleotídeos
cimento da região cambial, visível quando
(códon e trinca); cada códon corresponde a
se retira a casca do lenho do porta-enxerto
um aminoácido específico que é transpor-
suscetível.
tado ao ribossomo por um RNAt; a união
dos aminoácidos faz-se por ligações peptí- Sintoma externo: sintoma que é visível
dicas. externamente aos órgãos da planta.
Síntipo: ver tipo. Sintoma fisiológico: sintoma caracteri-
zado por redução da translocação, acúmulo
Sintoma: conjunto das alterações bioquí-
de carboidratos e consequente inibição da
micas, fisiológicas, citológicas, histológicas
fotossíntese, diminuição do conteúdo de
ou morfológicas deletérias que a planta so-
clorofila e aumento da respiração, que são
fre, resultante de uma doença ocasionada
anomalias causadas pelas alterações que
por um agente causal de origem biótica ou
ocorrem na estrutura e na função das célu-
abiótica.
las.
Sintoma agudo: (1) em doenças causadas
Sintoma habitual: sintoma caracterizado
por fungos ou bactérias, são os sintomas
por alterações no hábito de crescimento da
severos que geralmente leva à morte das
planta, como superbrotamento, nanismo,
plantas ou de partes da planta; (2) em viro-
esverdeamento das flores e escurecimento
ses, são sintomas que se desenvolvem rapi-
dos vasos.
damente após a infecção, seguidos, nas
folhas mais baixas, por sintomas persisten- Sintoma hiperplástico: anomalia que de-
tes e menos intensos ou por sintomas mas- termina o superdesenvolvimento da planta
carados. em razão do aumento ou estímulo na mul-
tiplicação ou crescimento das células, os
Sintoma bioquímico: sintoma expresso
sintomas mais comuns são: superbrota-
pelas alterações nos conteúdos hormonais
mento, galhas, encarquilhamento e fascia-
(hipoauxina e hiperauxina) e enzimáticos.
ção.
Sintoma citológico: sintoma que ocorre
Sintoma hipoplástico: anomalia que de-
nas células, causando morte ou colapso de-
termina o subdesenvolvimento da planta
las.
em virtude da redução ou supressão na
Sintoma crônico: (1) em doenças causa- multiplicação ou crescimento das células,
das por vírus, são os sintomas persistentes os sintomas mais comuns são: albinismo,
ou recorrentes, os quais podem ser ou não enfezamento e roseta.

510
Sintoma histológico: sintoma que ocorre racterizado pela degeneração protoplas-
no interior dos tecidos; aquele que somente mática, como amarelecimento, murcha e
é visto em preparação microscópica. encharcamento.
Sintoma holonecrótico: sintoma necró- Sintoma primário: primeiro sintoma que
tico característico após a morte das células, aparece de uma doença que produz mais
como manchas, podridões, requeima, pús- de um tipo de sintoma.
tulas e gomose, que provoca mudança de Sintoma reflexo: sintoma exibido pela
coloração do órgão ou do tecido afetado planta em órgão distante do local de ação
para marrom ou preto. do patógeno, como uma murcha provo-
Sintoma interno: ver sintoma histológico. cada por um patógeno radicular ou vascu-
lar.
Sintoma lesional: sintoma caracterizado
por lesões na planta ou em um de seus ór- Sintoma secundário: sintoma que apa-
gãos, como manchas necróticas, podridões rece após o sintoma primário, em doenças
e secas de ponteiro. que produzem mais de um tipo de sintoma.
Sintoma local: sintoma que aparece no sí- Sintoma sistêmico: sintoma caracterís-
tio de inoculação (viroses). tico de viroses que aparece em locais fora
do sítio de inoculação, geralmente em fo-
Sintoma macroscópico: sintoma visível à
lhas emitidas após a inoculação.
vista desarmada.
Sintomatologia: estudo dos sintomas das
Sintoma mascarado: sintoma tempora-
doenças e dos sinais do patógeno com o
riamente não detectado, por causa de cer-
objetivo de diagnosticar a doença; classe de
tas condições ambientais, como tempera-
sintomas típicos de uma doença específica.
turas altas ou baixas, mais comum em
doenças induzidas por vírus. Sinuado: com uma incisão suave e pouco
profunda na base.
Sintoma microscópico: sintoma obser-
vável com auxílio de um microscópio. Sirenina: hormônio reprodutor secretado
por gametas femininos capaz de atrair os
Sintoma morfológico: qualquer alteração
gametas masculinos; substância encon-
visível na forma ou anatomia dos órgãos da
trada em Chytridiomycota.
planta, decorrente da ação de um agente
biótico ou abiótico. Sirósporo: esporo formado por uma fila
ramificada, resultante da divisão de células
Sintoma necrótico: sintoma característico
terminais; estilósporo.
da morte de células ou tecidos.
Sistema agropecuário de produção in-
Sintoma plástico: caracterizado por ano-
tegrada: corresponde à produção econô-
malias no crescimento, multiplicação ou di-
mica de produtos agropecuários de alta
ferenciação de células vegetais; geralmente
qualidade, obtida prioritariamente com
leva a distorções nos órgãos da planta. Ver
métodos ecologicamente mais seguros, mi-
sintomas hiperplástico e hipoplástico.
nimizando os efeitos indesejáveis do uso
Sintoma plesionecrótico: sintoma pre- de agroquímicos, com a finalidade de au-
sente antes da morte do protoplasma, ca- mentar a proteção do meio ambiente e me-

511
lhorar a saúde humana. Esse sistema visa à midade de um produto, processo ou ser-
garantia de segurança da qualidade dos viço, objetivando a sua certificação.
produtos, ao aumento da produtividade e à Sistema de classificação: ver taxonomia.
competitividade, em equilíbrio com o meio
ambiente, atendendo as exigências dos Sistema de expressão: combinação de li-
mercados internacionais e a legislação dos nhagem celular e vetor que favorecem a ex-
países que adotem esse sistema de produ- pressão de um gene clonado.
ção. Nele, são utilizados recursos naturais e Sistema de Man: sistema de vasos que
redução de insumos para assegurar uma liga o útero e o intestino do nematoide,
proteção sustentável. abrindo-se para o exterior na parte traseira.
Sistema binário: sistema de nomeação, Sistema de mitigação de risco de pra-
cuja nomenclatura binomial é usada para gas: na defesa fitossanitária, procedimento
espécie. fitossanitário adotado para o controle e
manejo de determinada praga para evitar a
Sistema binomial: ver nomenclatura bi-
sua disseminação e contaminação em áreas
nomial. livres de sua presença. Esse sistema en-
Sistema de apoio à tomada de decisão: volve o controle da praga na produção, co-
ferramenta preparada para auxiliar os não lheita e pós-colheita do produto, através de
especialistas na tomada de decisões. Utiliza programas fitossanitários regulamentados
o conhecimento humano armazenado em e supervisionados pelos órgãos oficiais de
computador para resolver problemas que defesa sanitária vegetal.
requerem especialistas. Qualquer sistema Sistema de posicionamento global:
capaz de dar algum tipo de contribuição ou constelação de satélites desenvolvidos pelo
de fornecer informações no processo deci- Departamento de defesa dos Estados Uni-
sório é considerado um sistema de apoio à dos da América, utilizada em levantamen-
tomada de decisão (SAD). Na fitopatologia tos geodésicos e outras atividades que
existem vários SADs, como o Blitecast, para necessitam de posicionamento preciso. Em
previsão da sarna da macieira, o Plant/ds, fitopatologia, é útil para marcar pontos de
para identificar doenças da soja, e o IPPM, coleta de amostras, notadamente de amos-
que utiliza o diagnóstico interativo para tras para identificação e descrição de espé-
identificação de pragas e doenças via inter- cies de novos patógenos.
net. No Brasil, podemos citar o sistema Sistema de previsão: ver modelo de pre-
TomEX, para o diagnóstico de 37 doenças visão de doença.
em tomateiro (Pozza, 1998), e o Dr. Citrus
para diagnosticar 34 doenças, 40 pragas e Sistema de vigilância agropecuária in-
34 distúrbios abióticos em citros (Uchôa, ternacional: órgão da Secretaria de Defesa
2007). Agropecuária, do Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento, responsá-
Sistema de certificação: na defesa fitos- vel pelas atividades de vigilância
sanitária, conjunto de regras e procedimen- agropecuária internacional no controle e
tos adotado por uma entidade certificadora, fiscalização agropecuária de animais, vege-
que, por meio de auditoria, avalia a confor- tais, insumos, inclusive alimentos para ani-

512
mais, produtos de origem animal e vegetal, durante sua produção, pré-colheita, co-
e embalagens e suportes de madeira impor- lheita e pós-colheita, que garante a segu-
tados, exportados e em trânsito internacio- rança quarentenária requerida e possibilita
nal pelo Brasil. Sistema que deve estar o movimento de plantas ou produtos vege-
permanentemente em alerta para impedir a tais livres de determinadas pragas.
introdução e a disseminação de pragas que
podem ou possam constituir riscos à agri- Sistema regulatório: conjunto de leis e
cultura, de forma a garantir a sanidade dos normas que regulamentam as atividades
produtos importados e exportados. que envolvem a construção, a experimenta-
ção, o cultivo, a manipulação, o transporte,
Sistema excretor: conjunto de estruturas, a comercialização, o consumo, o armazena-
incluindo glândulas, tubo e canais, imerso mento, a liberação e o descarte de organis-
na hipoderme, ligado às funções de coleta mos geneticamente modificados.
e eliminação de resíduos metabólicos do
corpo dos nematoides. Sistemata: em biologia, cientista que se
dedica ao estudo da classificação das espé-
Sistema hifal: tipo de trama que forma
cies dos organismos vivos em táxons que
um basidiocarpo. Esse sistema pode ser
reflitam afinidades evolutivas.
monomítico, dimítico ou trimítico, con-
forme as hifas se diferenciem em 1, 2 Sistemática: ramo da biologia que trata
ou 3 tipos, respectivamente; usado na das relações entre os organismos, incluindo
caracterização dos Aphyllophorales a classificação e denominação dos organis-
(Basidiomycota). mos e os agrupamentos taxonômicos; con-
Sistema integrado de medidas fitossa- siderado com frequência sinônimo de
nitárias para mitigação de risco: na de- taxonomia.
fesa fitossanitária, conjunto de práticas Sistemática filogenética: estudo das rela-
complementares, aplicadas em um cultivo ções evolucionárias entre as diferentes for-
durante sua produção, pré-colheita, co- mas de vida na Terra. A sistemática
lheita e pós-colheita, que garanta a segu- filogenética foi desenvolvida por Willi
rança quarentenária requerida e possibilite Henning em 1950 e atualmente é muito
o movimento de plantas ou produtos vege-
empregada para a classificação taxonômica
tais livres de determinadas pragas.
dos organismos vivos. As teorias evolucio-
Sistema integrado de medidas fitossa- nárias sustentam que as semelhanças entre
nitárias para o manejo de risco de pra- indivíduos ou espécies se devem à descen-
gas: na defesa fitossanitária, integração de dência comum ou às características herda-
no mínimo duas diferentes medidas de ma- das de um ancestral comum. As relações
nejo de risco de praga, as quais atuam inde- estabelecidas pela sistemática filogenética
pendentemente, alcançando, como efeito são descritas como a história evolutiva da
cumulativo, o nível apropriado de proteção espécie, ou seja, sua filogenia. Métodos cla-
contra pragas regulamentadas. dísticos e fenéticos são utilizados em análi-
Sistema integrado de medidas para mi- ses filogenéticas. Os usuários de métodos
tigação do risco: conjunto de práticas cladísticos são chamados sistematas filoge-
complementares, aplicadas a um cultivo néticos.

513
Sistematicidade: capacidade de penetra- os estômatos, ferimentos e hidatódios, que
ção de um defensivo agrícola nos tecidos são sítios de infecção bacteriana em folhas.
do hospedeiro e de translocação no sistema
Sítio de inserção: (1) sítio de restrição em
vascular.
um vetor, no qual o DNA exógeno pode
Sistêmico: (1) patógeno que se distribui ser prontamente inserido; (2) sítio de inte-
em toda a planta, comum nas viroses; gração de uma sequência de inserção (IS)
(2) defensivo agrícola que, absorvido pela ou de um transpóson na molécula hospe-
raiz ou folhagem, se transloca para outras deira.
partes da planta.
Sítio de integração cromossômica: re-
Sítio: (1) localização e posição em que al-
gião cromossômica onde o DNA exógeno
guma coisa ocorre ou é construída, como o
é integrado.
sítio de infecção de um patógeno em seu
hospedeiro; (2) em genética molecular, cor- Sítio de invasão: ver sítio de infecção.
responde ao local de um nucleotídeo.
Sítio de ligação: (1) região de uma pro-
Sítio ativo: região de uma enzima com a teína onde ocorre ligação com um com-
qual o substrato se acopla durante a con- posto, como uma enzima e seu substrato,
versão catalítica de um produto. cuja estrutura é mudada com a atividade da
Sítio catalítico: sítio ativo na superfície de proteína; (2) sítio sobre uma célula onde as
uma enzima, necessário para o processo partículas de vírus adsorvem antes de pe-
catalítico de um substrato. netrar.
Sítio com sequência marcada: em inglês, Sítio de ligação do antígeno: área de
sequence tagged site (STS). Pequena sequência uma molécula do anticorpo que liga ao an-
de DNA (200 bp a 500 bp) que tem uma tígeno.
única ocorrência no genoma e cuja locali-
zação e sequência são conhecidas. O STS é Sítio de reconhecimento: genericamente,
localizado por reações PCR, é útil para lo- local que é reconhecido por um metabó-
calização e orientação de mapeamento rea- lito, uma enzima ou uma proteína.
lizado por diferentes laboratórios e serve Sítio receptivo: sítio ativo de uma enzima
como âncora no desenvolvimento de ma- ou sítio de um organismo, tecido ou célula,
pas físicos. reconhecido por uma molécula biológica,
Sítio cos: região do genoma do fago com a qual reage numa forma altamente
lambda reconhecida no processo de encap- específica.
sulamento.
Sítios heterozigotos de DNA: quando
Sítio de clonagem: região de um vetor são analisadas sequências obtidas do se-
(plasmídeo ou fago) na qual se insere um quenciamento de DNA não clonado de or-
fragmento de DNA durante o processo de ganismos diploides, pode-se encontrar
clonagem molecular. sítios heterozigotos. Esses sítios são repre-
Sítio de infecção: local de penetração sentados por bases diferentes no DNA de
num hospedeiro por um patógeno, como um mesmo indivíduo.

514
SMRP: sigla de Sistema de Mitigação de antes ou após a colheita. Encontra-se em
Risco de Pragas. Ver sistema de mitigação tubérculos total ou parcialmente verdes,
de risco de pragas. por causa da síntese de clorofila nas cama-
SNP: sigla de Single Nucleotide Polymorphism. das superficiais. Esse efeito é adverso não
Tipo de marcador molecular do DNA, uti- só pela mudança de coloração do tubér-
lizado para identificar mutações e polimor- culo, como também pela associação da sín-
fismos baseados na posição de um único tese de clorofila à de solanina. Os
nucleotídeo, necessitando de informações glicoalcaloides totais conferem ao tubér-
de sequenciamento do DNA para o dese- culo sabor amargo e cheiro indesejável.
nho de primers e sondas específicas.
Solarímetro: instrumento para medir a in-
Soberania fitossanitária: na defesa fitos- tensidade de radiação solar (insolação) re-
sanitária, prevenção à entrada de patóge- cebida por unidade de área de terreno.
nos e pragas fitossanitárias nos territórios.
Reconhecimento de que os países podem Solarização do solo: método utilizado
exercer o direito de soberania para utilizar para reduzir ou eliminar populações de pa-
medidas fitossanitárias que regulem a en- tógenos e pragas no solo por meio da co-
trada de plantas e produtos vegetais e, bertura deste com filme transparente de
ainda, de outros materiais capazes de abri- polietileno, de modo que a energia solar au-
gar patógenos e pragas vegetais. mente a temperatura do solo a níveis que
matam os patógenos.
Sobremaduro: fruto em estádio avançado
de maturação ou senescência, que apre- Solo ácido: solo que apresenta valor de
senta textura mole e odor peculiar. pH inferior a 5,6.
Sobrenadante: fase líquida que se forma Solo alcalino: solo que apresenta valor de
no tubo após centrifugação ou sedimenta- pH igual ou superior a 7,4.
ção, ou seja, a fase líquida de uma suspen-
são após a fração particulada (pellet) ter sido Solo conducivo: solo onde determinado
removida. patógeno se desenvolve bem e causa
doença mais severa, provavelmente por
Sobrevivência: proporção de indivíduos causa da ausência de antagonistas ou do fa-
que não morreram durante determinado
vorecimento das condições edáficas ao pa-
período de tempo.
tógeno. Por exemplo, Fusarium oxysporum f.
Soca: brotação após o primeiro corte ou sp. cubense, agente causal do mal do panamá
colheita de uma cultura, como a cana-de- da bananeira, e fitonematoides são muito
-açúcar e o abacaxi. Com a permanência do mais agressivos em solos arenosos.
hospedeiro no campo, os patógenos conti-
nuam os ciclos de vida, logo há aumento Solo contaminado: solo infestado com
do inóculo e tendência do aumento da se- patógenos e/ou poluído com metais pesa-
veridade das doenças. dos.
Solanina: glicoalcaloide vegetal complexo, Solo esterilizado: solo que foi alvo de es-
potencialmente tóxico, produzido em tu- terilização; solo de onde os microrganis-
bérculos de batata quando expostos à luz, mos foram eliminados; tornado asséptico.

515
Solo fumigado: solo após ser tratado com solvido no solvente, formando uma fase
uma substância química ou mistura de contínua, homogênea e indivisível por pro-
substâncias que apresenta propriedade de cessos mecânicos.
volatilização e cuja ação tóxica eliminou os
organismos nocivos às plantas, como pató- Solução ácida: solução em água na qual a
genos e pragas. concentração de íons hidrogênio (H+) é
maior do que a de íons hidroxila (OH-).
Solo infestado: solo contendo algum pa- O resultado é que essa solução tem um pH
tógeno. abaixo de 7,0.
Solo salinizado: solo cujo teor de sódio é Solução alcalina: ver solução básica.
superior a 15% e afeta o crescimento da
maioria das culturas. Solução básica: solução em água na qual a
concentração de íons hidroxila (OH-) é
Solo supressivo: solo no qual alguns pató-
maior do que a de íons hidrogênio (H+).
genos têm sua ação reduzida ou suprimida
O resultado é que essa solução tem um pH
em razão da presença de microrganismos
acima de 7,0.
antagônicos a eles, que podem atuar direta-
mente como hiperparasitas ou liberar subs- Solução de fenolftaleína: ver fenolfta-
tâncias tóxicas, ou das condições edáficas leína.
que lhes são desfavoráveis.
Solução de Meltzer: ver reagente de
Solo pasteurizado: solo que foi alvo de Meltzer.
pasteurização para eliminar a maioria dos
patógenos, pragas e sementes de plantas Solução de metilorange: ver metilorange.
daninhas. Solução de Seinhorst I: solução usada na
Solubilidade: coeficiente que indica a pro- primeira etapa da infiltração de espécimes
priedade que uma substância possui de se de nematoides destinados à preservação
dissolver em outra a uma dada tempera- permanente, sendo preparada com a mis-
tura. A solubilidade aumenta com a tempe- tura de etanol (20 partes), glicerina (2 par-
ratura na maior parte dos sólidos e líquidos tes) e água (78 partes).
e diminui no caso dos gases. Com relação Solução de Seinhorst II: solução usada
aos defensivos, expressa a quantidade de
nas etapas finais da infiltração de espéci-
defensivo agrícola que se dissolve em 100 g
mes de nematoides destinados à preserva-
de solvente, quando a solução atinge o
ção permanente, sendo preparada com a
ponto de saturação.
mistura de etanol (95 partes) e glicerina
Solubilização: processo de tornar uma (5 partes).
substância solúvel.
Solução estoque: solução do agente tó-
Solubilizante: substância cuja presença xico, cuja concentração é conhecida, a par-
aumenta a capacidade de um defensivo tir da qual são preparadas soluções diluídas,
agrícola de dissolver-se em um solvente. denominadas soluções-teste, em diferentes
Solução: sistema no qual o defensivo agrí- concentrações, nas quais será submetido o
cola ou qualquer produto se encontra dis- organismo-teste.

516
Solução fisiológica: solução isotônica mótico ou plasmólise e, consequentemente,
que contém 0,9%, em massa, de NaCl em manter a viabilidade das células. Ver mé-
água destilada, ou seja, cada 100 mL da so- todo de Castellani.
lução aquosa contém 0,9 g de sal, represen-
Solução sulfocrômica: solução consti-
tando 0,354 g de Na+ e 0,546 g de Cl-, com
tuída de bicromato de potássio e ácido sul-
pH = 6,0.
fúrico, usada para limpar vidraria que esteja
Solução hipertônica: solução que apre- contaminada com resíduos químicos.
senta maior concentração de solutos do
Solução tampão: solução que contém um
que outra solução que se encontra separada
ácido fraco e um sal altamente ionizável do
da primeira por uma membrana semiper-
meável. mesmo ácido ou base.

Solução hipotônica: solução que apre- Solução teste: denominação de cada uma
senta menor concentração de solutos do das soluções diluídas em diferentes con-
que outra solução que se encontra separada centrações, preparadas a partir da solução
da primeira por uma membrana semiper- estoque, nas quais será submetido o orga-
meável. nismo-teste. Ver solução estoque.

Solução isotônica: solução que apresenta Soluto: substância que se dissolve em ou-
concentração de solutos semelhante à de tra substância (solvente) para formar uma
outra solução que se encontra separada da solução.
primeira por uma membrana semipermeá- Solúvel: capaz de ser dissolvido. Os com-
vel. postos iônicos são solúveis em água. Os
Solução miscível em óleo: formulação lí- compostos lipossolúveis, como as vitami-
quida e homogênea para aplicação e dilui- nas A e D e os defensivos agrícolas, dissol-
ção em um líquido orgânico na forma de vem-se em gorduras, em razão disso, os
solução verdadeira do ingrediente ativo. defensivos agrícolas podem se acumular
em níveis prejudiciais nos tecidos gorduro-
Solução neutra: solução em água na qual sos.
a concentração de íons hidroxila (OH-) é
igual a de íons hidrogênio (H+). O resul- Solvente: substância usada para dissolver
tado é que essa solução tem um pH igual a outra substância (ingrediente ativo) para
7,0. formar uma solução.
Solução padrão: ver solução estoque. Soma: corpo de um organismo. Nos fun-
gos, geralmente é formado pelas hifas, ex-
Solução para tratamento de sementes:
cluindo a parte reprodutiva; o conjunto das
formulação líquida e homogênea para apli-
células somáticas (2n) de um organismo.
cação direta sobre as sementes, concen-
trada ou após diluição em água. Somaclonal: variação induzida pela clona-
gem de células somáticas.
Solução salina: solução isotônica de clo-
reto de sódio a 0,85% utilizada, geralmente, Somaclone: planta produzida pela técnica
para preparar suspensão de células bacte- da engenharia genética, cujas células isola-
rianas. Tem a função de evitar o choque os- das ou protoplastos são cultivadas para

517
produzir uma variação genética individual a gios ou estrutura de frutificação, encon-
partir do progenitor geneticamente estável. trada especialmente em ferrugens e
carvões.
Somática: célula ou estrutura que compõe
o corpo do organismo, célula não germina- Soro hiperimune: soro oriundo de um
tiva. animal que recebeu duas ou mais injeções
de um soro estranho com a finalidade de
Somatogamia: fusão de células somáticas
por anastomose, ocorrendo a plasmogamia produzir um reagente para uso em sorolo-
e, posteriormente, a cariogamia. As células gia.
desempenham a função de órgãos sexuais Soro imune: porção líquida de sangue
durante a plasmogamia, como na reprodu- contendo um ou mais anticorpos de pro-
ção sexual da maioria dos Basidiomycota. teínas específicas.
Sombreamento: efeito de reduzir a insola- Soro normal: soro oriundo de um animal
ção, parcial ou totalmente, causado natural- que não foi injetado com qualquer antí-
mente, pela copa de árvores ou arbustos, geno.
ou artificialmente, pelo uso de anteparos,
Soro pré-imune: ver soro normal.
como o sombrite.
Sorogrupo: ver soregrupo.
Sonda: molécula, por exemplo, um ácido
nucleico, marcada com um isótopo radioa- Sorologia: método que usa a especifici-
tivo, corantes fluorescentes ou enzima. dade da reação antígeno-anticorpo para a
Usada para localizar uma sequência de nu- identificação e quantificação de substâncias
cleotídeos ou um gene específico de molé- antígenas e do organismo que as contém.
cula de DNA. Soronegativo: resultado negativo de um
Sonda de DNA: molécula de DNA mar- teste sorológico.
cada (com 32P, 35S, biotina e fluoresceína), Soropositivo: resultado positivo de um
utilizada para detectar moléculas de ácido teste sorológico.
nucleico com sequência complementar por
hibridização. Sorose: doença de citros causada por vírus,
cujos sintomas aparecem no formato de
Sonda heteróloga: sonda que não possui pequenas áreas cloróticas e alongadas, pa-
a mesma origem da sequência de DNA ralelas às nervuras secundárias.
procurada.
Sorotipo: ver serotipo.
Sorédio: frutificação de Uredinales e Usti-
laginales; corpo achatado ou globuloso, Southern blotting: técnica que permite
formado pelo micélio do fungo, como al- identificar uma sequência específica de
gumas células de alga no talo de liquens. DNA em uma mistura de fragmentos de
restrição. Possui inúmeras aplicações, entre
Sório: grupo de sorédios cercados por um
elas, a determinação da presença, da posi-
bordo bem definido.
ção e do número de cópias de um gene ou
Soro: (1) porção aquosa e clara remanes- de um transgene no genoma de uma planta.
cente após a coagulação do sangue; Nesta técnica, uma amostra de DNA dige-
(2) massa compacta de esporos, esporân- rida com enzimas de restrição é separada

518
em gel de agarose, em seguida, é desnatu- Split: ver rachadura.
rada e transferida para a membrana por ca-
Spots: áreas escuras dos géis bidimensio-
pilaridade. Depois, o DNA fixado à
nais resultantes da interação de proteínas
membrana é hibridizado com uma sonda,
com corantes específicos.
que pode ser DNA ou RNA marcado ra-
dioativamente, ou com outra reação quí- spp.: abreviatura do plural de espécie.
mica. A sequência específica é, então, Nome genérico acompanhado de spp.,
identificada por autorradiografia. como exemplo Fusarium spp., denota a
SOX: símbolo do grupo de poluentes at- existência de duas ou mais espécies de
mosféricos de óxido de enxofre, como o Fusarium.
dióxido de enxofre e o trióxido de enxofre. SRFA: sigla de Selective Restriction Fragment
A lista completa é SO2, SO3, (S2O7)-4 e Amplification. Tipo de marcador genético-
(SO4)-2. Esses poluentes produzem chuva -molecular sinônimo dos marcadores
ácida quando interagem com o vapor de AFLP.
água na atmosfera.
S-SAP: sigla de Sequence-Specific Amplified
sp.: abreviatura de espécie. Nome genérico Polymorphism. Tipo de marcador molecular
acompanhado de sp., como Fusarium sp., baseado na detecção de variação em frag-
denota que é uma espécie desconhecida. mentos de DNA que flanqueiam sítios de
Nome genérico acompanhado de spp., inserção de retrotranspóson. Os fragmen-
como Fusarium spp., denota que é mais de tos são amplificados via PCR, usando um
uma espécie envolvida e desconhecidas. primer desenhado a partir de regiões de ter-
sp. n.: ver sp. nov. minação conservadas e outro baseado na
presença de um sítio de endonucleases de
sp. nov.: abreviatura de nova espécie. Ver
restrição próximo às LTRs (do inglês, long
espécie nova.
terminal repeat).
SPAR: sigla de Single Primer Amplification
SSCP: sigla de Single-Strand Conformation
Reaction. Técnica usada para obtenção de
Polymorphism. São fragmentos de DNA de
marcadores genético-moleculares do
DNA, por meio da amplificação via PCR, 200 pb a 800 pb, amplificados via PCR,
empregando um único primer (16 pb a usando primers específicos, os quais são
20 pb) construído a partir de sequência de desnaturados para fita simples e separados
microssatélites. por eletroforese. O princípio desse tipo de
marcador é permitir, pela eletroforese da
SPEVRD: sigla de Seca de Ponteiros de fita simples de DNA, a detecção da varia-
Eucalipto do Vale do Rio Doce, doença ção da sequência de nucleotídeos de cada
cuja causa é indefinida. fragmento responsável por sua estrutura
Splicing: processo que ocorre na molécula secundária. As técnicas de denaturing gradient
precursora do RNA mensageiro, pelo qual gel electrophoresis (DGGE) e thermal gradient
os íntrons são removidos e os éxons solda- gel electrophoresis (TGGE) são utilizadas na
dos para formar uma molécula definida do obtenção desses marcadores genético-mo-
RNA mensageiro. leculares.

519
SSH: sigla de suppression subtractive hybridization. STS: sigla de Sequence Tagged Site. Técnica
Técnica que permite comparar populações usada para detecção de uma sequência ou
de RNA mensageiro e obter clones de ge- loco por PCR específico, algumas vezes
nes que são diferencialmente expressos nas por conversão de um RFLP.
situações em análise. Subapical: que está logo abaixo do ápice.
SSLP: sigla de Simple Sequence Length Subcortical: que está logo abaixo do cór-
Polymorphisms. Tipo de marcador molecular tex.
do DNA baseado na detecção de microssa-
télites, sinônimo de SSR. Subcultivo: transferência de células de um
meio de cultura para outro, equivalente à
SSR: sigla de Simple Sequence Repeats. Tipo repicagem.
de marcador molecular DNA baseado na
detecção de microssatélites utilizando pri- Subcultura: (1) cultura de subdivisões de
mers específicos e PCR. Também conhe- tecido, já estabelecidas in vitro, em novo
cido como marcador microssatélite. meio; (2) cultura derivada de outra cultura.

Standard: na defesa fitossanitária, docu- Subcuticular: que está abaixo da cutícula;


mento estabelecido por consenso e apro- entre a cutícula e a parte superior da parede
vado por uma organização reconhecida epidérmica.
que estabelece, para uso comum e repetido, Subdecurrente: com lamelas que descem
regras, procedimentos ou características ligeiramente pelo estipe.
para as atividades ou seus resultados, com
Subepidérmico: que ocorre abaixo da
o propósito de alcançar um grau ótimo de
epiderme.
ordem no contexto.
Súber: denominado felema pelos anato-
Status da praga em uma área: na defesa
mistas; tecido secundário derivado do felo-
fitossanitária, presença ou ausência de uma
gênio, cujas células se encontram
praga em uma área em um determinado
impregnadas de suberina que, juntamente
momento, incluindo, conforme o caso, sua
com o felogênio e o feloderma, compõe a
distribuição (determinada oficialmente
periderme, o tecido protetor de origem se-
usando parecer de especialista com base
cundária que substitui a epiderme nos cau-
em registros de pragas atuais e históricos e les e raízes de dicotiledôneas lenhosas e
outras informações). gimnospermas.
STMS: sigla de Sequence Tagged Microsatellites. Suberina: polímero lipídico do tipo cera,
Tipo de marcador molecular DNA ba- derivado de ésteres de ácidos (suberínico e
seado na detecção de microssatélites, felônico) e glicerina, que impregna as pare-
sinônimo de SSR. des das células derivadas da camada feló-
Strain: população de células genetica- gena. A biossíntese de suberina pode repor
mente idênticas; um clone (Brock, 1970). ou substituir as barreiras originais de per-
meabilidade que foram danificadas – por
Straminipila: ver Chromista.
ferimento ou ataque de patógenos (cutícula
Strong gene: ver major gene. e periderme) – por uma nova e tornar a pa-

520
rede celular menos suscetível à degradação Sub-himênio: camada de hifas que dá ori-
enzimática. gem ao himênio.
Suberização: deposição de suberina sobre Subículo: estrato de hifas entrelaçadas, no
as paredes das células, como nas células substrato, próprio dos Basidiomycota res-
corticosas e endoderme. supinados.
Suberose: desenvolvimento excessivo da Submicroscópico: que é tão reduzido que
cortiça. incapaz de ser visto com um microscópio
Subespatulado: tendendo para a forma de luz.
de uma espátula.
Subnutrido: condição das plantas e dos
Subespécie: categoria taxonômica que animais que não receberam os nutrientes
subdivide as espécies em grupos de indiví- necessários ou cuidados adequados, o que
duos morfologicamente distintos. Subes- reduz o crescimento, reprodução e resis-
pécies são populações de uma mesma tência a doenças.
espécie que apresentam uma ou mais dife-
renças morfológicas entre si e que, regular- Suboperculado: diz-se dos ascos que são
mente, mostram distribuição geográfica intermediários entre a maneira de deiscên-
específica; subdivisão da espécie, na qual o cia operculada e inoperculada.
nome é um trinômio consistindo do nome
Subpruinoso: ligeiramente pulverulento.
genérico, seguido por um cognome especí-
fico e este por um cognome subespecífico. Subsolagem: processo mecânico utilizado
Os cognomes preferencialmente são sepa- para soltar e quebrar o material do subsolo,
rados pela abreviação “subsp.”; categoria com profundidades superiores a 30 cm,
de grupo espécie subordinada à espécie. sem que ocorra a inversão das camadas do
Táxon particular da categoria subespécie. solo, permitindo o aumento na infiltração
Subestomal: que fica logo abaixo da aber- da água de chuva, proporcionando mais
tura estomática. penetração das raízes e melhorando a aera-
Subestroma: pseudoestroma em que as ção.
hifas vegetativas do fungo predominam subsp.: abreviatura de subespécie. Ver su-
dentro do tecido do hospedeiro. bespécie.
Subfamília: categoria de grupo família su- subspp.: denota mais de uma subespécie.
bordinada à família.
Substância antibacteriana: ver bacteri-
Subgênero: categoria do grupo gênero su-
cida.
bordinado ao gênero.
Substância antifúngica: substância de es-
Subglabro: quase glabro.
trutura química conhecida ou desconhe-
Subgloboso: ligeiramente globoso; quase cida que reduz a germinação dos esporos
esférico. do fungo em água ou a velocidade de cres-
Sub-hialino: medianamente hialino; quase cimento da hifa fúngica, com EC50 igual ou
hialino. inferior a 100 µg mL-1.

521
Substância ativa: parte biologicamente ção homóloga, substituindo-se a cópia do
ativa de uma formulação de defensivo agrí- gene original presente no locus; substitui-
cola. ção de um alelo por um mutante, visando
Substância de crescimento: ver hormô- estudar a função de um gene.
nio. Substrato: (1) superfície ou meio que
Substância de referência: qualquer espé- serve de base para alguma coisa; (2) o meio
cie química, biológica ou biotecnológica de cultura utilizado para o crescimento e
bem definida, ou mistura, que não seja a desenvolvimento de um microrganismo;
substância teste, usada para estabelecer (3) numa reação bioquímica ou num pro-
comparações como base para medidas físi- cesso fisiológico, a substância que sofre
cas, químicas ou biológicas conhecidas. Em ação de uma enzima é o substrato para
testes de toxicidade, é a substância utilizada atuação daquela enzima.
para avaliação da sensibilidade dos organis-
mos. Subulado: com forma que apresenta es-
treitamento em direção ao ápice até termi-
Substância fenólica: ver fenol. nar em ponta afilada.
Substância induzida: geralmente uma Subunidade morfológica: subunidade
enzima cuja produção tem sido ou pode
estrutural de uma partícula de vírus vista
ser estimulada por um outro composto,
com auxílio de um microscópio eletrônico.
frequentemente um substrato ou um com-
Essas subunidades, frequentemente, são
posto estruturalmente relacionado cha-
mado de indutor. aglomerações de subunidades proteicas, es-
pecialmente em partículas isométricas.
Substância péctica: substância que cons-
titui o principal componente da lamela mé- Subunidade proteica: monômero da pro-
dia, ou seja, o cimento intercelular que teína que forma o capsômero das partícu-
mantém unidas as células dos tecidos das las dos vírus.
plantas. Subviral: microrganismo menor do que
Substância inibidora: substância que re- qualquer vírus conhecido.
tarda ou inibe o crescimento de outros or-
Subzonado: marcado por zonas escuras e
ganismos.
indefinidas.
Substância radiativa: material que apre-
Sucessão: substituição progressiva de uma
senta radiatividade, natural ou induzida ar-
tificialmente. comunidade por outra, em uma determi-
nada área ou em um biótopo; compreende
Substância teste: qualquer espécie quí- todas as etapas desde a colonização ou es-
mica, biológica ou biotecnológica, formu- tabelecimento das espécies pioneiras até o
lação ou metabólito que está sendo clímax.
investigada em um estudo.
Sucessão microbiana: ver metabiose.
Substituição gênica: em transgenia, inte-
gração de um gene exógeno (mutante) em Suco celular: líquido presente nos vacúo-
um cromossomo por meio de recombina- los das células das plantas.

522
Suco V8: o oito representa os componen- do crescimento desuniforme e exagerado
tes do suco: concentrado de tomate, ce- dos tecidos.
noura, aipo, batata, alface, espinafre, salsa e
Supercrescimento: ver galha.
agrião, além de conter sal e vitamina C
(ácido ascórbico). Usado no preparo de Superespécie: na biologia, grupo de espé-
meios de cultura para o crescimento e es- cies que satisfazem a definição biológica de
porulação de diversos fitopatógenos, nota- espécie, isto é, são isoladas reprodutiva-
damente fungos do gênero Phytophthora. mente entre si, mas são morfologicamente
Sucrose: açúcar dissacarídeo (C12H22011), idênticas. Os indivíduos das espécies den-
que pode ser extraído da cana-de-açúcar e tro do complexo somente podem ser sepa-
da beterraba. Consiste em uma molécula rados quando se utilizam dados que não
de frutose ligada a uma molécula de glu- provenham da morfologia, como da análise
cose. da sequência de DNA, da bioacústica ou
dos estudos sobre o seu ciclo de vida.
Sugador: organismo dotado de estilete na
cavidade bucal, o qual, introduzido nos te- Superfamília: categoria do grupo família
cidos do hospedeiro, extrai por sucção os situada acima da família.
nutrientes necessários para atender as ne- Superficial: localizado na superfície ou
cessidades fisiológicas dele e, muitas vezes, epiderme; colocado sobre a terra.
atua como vetor de patógenos, principal-
mente de vírus. Superfície exposta: superfície do hospe-
deiro que pode ser afetada por um pató-
Sulcado: com sulcos; com estrias bastante geno ou praga. Superfície que precisa ser
profundas. protegida com defensivo agrícola ou outro
Sulcos longitudinais: áreas cuticulares produto.
em relevo, que se estendem lateralmente ao
Superinfecção: efeito da tentativa de in-
longo do corpo do nematoide.
fectar um hospedeiro com um segundo
Sulfato de atropina: antídoto usado por vírus, geralmente uma estirpe do primeiro
médicos para o tratamento de pessoas ou vírus infectante, que pode resultar em:
animais intoxicados com defensivos agrí- a) interferência entre os dois vírus, o pri-
colas na tentativa de salvar suas vidas. meiro vírus impede a replicação do se-
Superalongamento: doença da mandioca gundo; b) replicação dos dois vírus de
causada por Sphaceloma manihoticola, que forma independente; c) recombinação re-
consiste no alongamento exagerado dos corrente entre os dois vírus; e d) mistura
entrenós das hastes jovens, induzido pelo fenotípica entre os dois vírus.
ácido giberélico produzido pelo patógeno. Super-raça: patótipo vertical complexo
Superbrotamento: sintoma caracterizado que possui todos os genes de virulência
pela emissão excessiva de brotações a partir correspondentes aos genes de resistência
de gemas vegetativas ou de gemas florais de todos os patódemos verticais simples de
ao longo do caule, ramos ou brotações flo- uma multilinha, ou seja, uma raça que con-
rais, formando fascículos densos, por causa segue quebrar a resistência da multilinha.

523
Suplementos adanais: estruturas secreto- Supressão do silenciamento: meca-
ras nas proximidades da abertura da cloaca nismo regido por genes virais específicos
de machos de alguns nematoides. que bloqueiam a ação do mecanismo de si-
Suplementos caudais: estruturas secreto- lenciamento gênico pós-transcricional pre-
ras em fileira ventral anteriores à abertura sente nas plantas, que é capaz de reconhecer
da cloaca de machos de alguns nematoides. e clivar sequências específicas de RNA do
patógeno.
Suporte de bureta: ver suporte universal.
Supressor: (1) substância produzida por
Suporte universal: tipo de suporte que patógeno que atua como fator de patogeni-
sustenta todos os tipos de materiais de la- cidade, suprimindo a expressão das respos-
boratório, composto por uma placa de tas de defesa na planta hospedeira; (2) gene
ferro e uma barra de ferro, onde se colo- que supera ou suprime os efeitos de muta-
cam garras, prendedores e argolas para ção em outro gene, genes não ligados.
prender os equipamentos.
Surfactante: agente ativo de superfície
Suprabasal: que está inserido logo acima que é uma substância, tal como um deter-
da cicatriz basal. gente, que se adiciona a um líquido para
Supragênero: designa as classificações ta- aumentar as suas propriedades de se espa-
xonômicas acima do nível gênero. lhar e de molhar por redução da sua ten-
são superficial.
Suprastipitado: com a estrutura que su-
porta o píleo colunar apenas na parte supe- Surfactante aniônico: sal de ácido orgâ-
rior, tendo na base aspecto de um disco ou nico, cuja estrutura determina a sua ativi-
bulbo. dade na superfície da solução.
Supressão: (1) na defesa fitossanitária, Surfactante catiônico: material cuja ativi-
consiste na aplicação de medidas fitossa- dade de superfície é determinada pelo
nitárias em uma área infestada, para redu- componente básico do composto.
zir a população de pragas ou patógenos e,
Surfactante iônico: material que ioniza ou
consequentemente, limitar sua dispersão;
dissocia na água.
(2) falta parcial ou total na formação de
partes de plantas; (3) no controle bioló- Surfactante não iônico: material que
gico, refere-se à redução parcial ou total não produz íons na solução, portanto é
da atividade de populações de patógenos, compatível com substâncias aniônicas e
por meio de predadores, parasitos e mi- catiônicas.
crorganismos, por exemplo, a distribuição
Surto: súbito aparecimento de inúmeros
de antagonistas no substrato colonizado
casos de uma doença específica ou uma sú-
pelo patógeno e o cultivo em solos su-
bita explosão populacional de uma espécie.
pressivos; (4) impedir o aumento da po-
pulação de um patógeno e, ao mesmo Surto esporádico: aumento ou erupção
tempo, impedi-la de continuar destruindo eventual de uma doença, por um período
ou injuriando o hospedeiro. de tempo relativamente curto.

524
Surto severo: aumento abrupto na intensi- tamanho e da carga elétrica das partículas,
dade de uma doença, causando perdas sig- bem como da viscosidade do fluido. Os
nificativas. fungicidas pós-molháveis em água formam
suspensão; e os esporos e células bacteria-
Suscetibilidade: (1) incapacidade de uma
nas dispersas na água para inoculação for-
planta em resistir, inibir ou evitar a ação de
mam suspensões.
um patógeno ou de outros fatores danosos.
O efeito é oposto à resistência e inversa- Suspensão celular: cultura de células ou
mente proporcional a ela. Suscetibilidade agregados celulares em meio líquido, fre-
pode ser vertical ou horizontal; (2) grau quentemente sob agitação.
com que um patógeno é afetado por um
Suspensão concentrada: formulação
defensivo agrícola a um nível particular de
constituída por uma suspensão estável de
exposição.
ingrediente ativo num veículo líquido, que
Suscetibilidade absoluta: ponto teórico pode conter outro ingrediente ativo dissol-
sobre uma escala de medir resistência hori- vido, para aplicação após diluição em água.
zontal; é a ausência completa de resistência
Suspensão concentrada dispersível em
horizontal, de modo que o patógeno pode
óleo: formulação constituída por uma sus-
crescer entre os tecidos vivos do hospe-
pensão estável de ingrediente ativo, para
deiro sem qualquer impedimento físico ou
aplicação após dispersão num líquido orgâ-
químico.
nico.
Suscetibilidade universal: patódemo
Suspensão de células bacterianas: sis-
vertical que não possui genes verticais.
tema constituído por células bacterianas
Suscetibilidade vertical: inverso de resis- dispersas em um líquido preparado, princi-
tência vertical. A resistência vertical deve- palmente, para inoculação.
-se à presença de um ou mais genes
Suspensão de esporos: sistema consti-
verticais; já, a suscetibilidade vertical deve-
tuído por esporos dispersos em um líquido
-se à ausência dele(s).
preparado, principalmente, para inocula-
Suscetível: incapacidade de uma planta ção.
em resistir a uma doença ou ao ataque de
Suspensão de ovos de nematoides: sis-
um patógeno. Não imune, sujeito a infec-
tema constituído por ovos de nematoides
ção. Capaz de ser injuriado, envenenado ou
dispersos em um líquido preparado, princi-
morto por um defensivo agrícola.
palmente, para inoculação.
Suscetível diferencial: ver planta indica-
Suspensão de partículas de vírus: sis-
dora.
tema constituído por partículas de vírus
Suscetível universal: patódemo vertical dispersas em um líquido preparado, princi-
que não possui genes verticais. palmente, para inoculação.
Suspensão: sistema constituído por partí- Suspensão encapsulada: suspensão
culas sólidas, finamente divididas, flu- aquosa em que o ingrediente ativo encon-
tuando no interior do fluido, sem nele se tra-se revestido por microcápsulas (políme-
dissolverem. Sua estabilidade depende do ros plásticos de vários tipos e tamanhos),

525
de modo a formar minúsculas partículas Suspo/suspensão de encapsulado: for-
que ficam dispersas homogeneamente na mulação constituída por uma suspensão
formulação. estável de ingrediente ativo, na forma de
Suspensão para tratamento de semen- partículas sólidas e de cápsulas num lí-
tes: formulação constituída por uma sus- quido, para aplicação após diluição em
pensão estável de ingredientes ativos num água.
líquido para aplicação direta sobre as se- Sustentabilidade: qualidade de um sis-
mentes, concentrada ou após diluição em tema de manter seu estado atual durante
água.
um período de tempo indefinido, em vir-
Suspensão ultrabaixo volume: formula- tude da utilização racional dos recursos na-
ção constituída por uma suspensão estável turais e da forma como eles são repostos
de ingrediente ativo num líquido, para apli- nesse sistema.
cação direta e específica em equipamentos
de pulverização a ultrabaixo volume. sv.: abreviatura de serovar. Ver serovar.

Suspenso: na defesa fitossanitária, refere- Svedberg unit: unidade usada para medir
-se à proibição do uso de um defensivo a velocidade de sedimentação de macro-
agrícola, cujo estoque remanescente tam- moléculas, componentes subcelulares ou
bém não pode ser usado. vírus. O Svedberg unit (S) é um coeficiente de
sedimentação de 10-13 s. Os valores de S, ge-
Suspensor: célula suporte. Hifa que sus-
ralmente, são expressos para água, como
tenta o gametângio e o zigosporângio com
o zigoto formado, como nos Mucorales solvente, na temperatura de 20 °C.
(Zygomycota). System approach: na defesa fitossanitária,
Suspo/emulsão: formulação fluida e he- consiste na integração de diferentes siste-
terogênea, constituída por uma dispersão mas de manejo de riscos de pragas, com
estável de ingrediente ativo, na forma de pelo menos dois deles agindo independen-
partículas sólidas e de finos grânulos, na temente, porém com efeito cumulativo
fase contínua aquosa, para aplicação após apropriado para se obter nível de proteção
diluição em água. fitossanitária adequado.

526
T
T1,T2: respectivamente, símbolos que de- ções de defensivo agrícola para polvilha-
notam a primeira e a segunda geração de mento.
um transformante primário, que é desig- Tálica: diz-se de tipo de conidiogênese
nado por T0. que se caracteriza pela formação do septo
T1, T2, T3...Tn: siglas utilizadas para desig- no conídio inicial, em uma hifa pré-exis-
nar a primeira, a segunda, a terceira, até a tente, antes do seu crescimento ou desen-
enésima gerações de uma planta ancestral, volvimento; o conídio jovem não é
transformada geneticamente (T0) no pro- reconhecido antes da septação.
cesso de obtenção de planta transgênica. Talo: parte vegetativa dos fungos; micélio.
T (índice): em taxonomia de nematoides, Talo eucárpico: ver eucárpico.
é o comprimento do testículo, dividido
pelo comprimento do corpo, multiplicado Talo holocárpico: ver holocárpico.
por 100. Talo-oco: doença do tomateiro causada
Tabicado: provido de septos ou tabiques. por Erwinia caratovora var. caratovora.

Tabique: septo; parede transversal. Taloconídio: ver talósporo

Tablete: formulação sólida que se apre- Talófito: organismo com estrutura muito
senta na forma de tabletes, para aplicação simples, chamada talo. Termo em desuso,
após dissolução/dispersão em água. empregado para bactérias, algas e fungos.

Tabular: que tem o formato de tábua. Talósporo: esporo assexual, produzido


diretamente pelo talo, que não apresenta
Tactismo: movimento orientado, estimu- conidióforo, como os artrósporos, clami-
lado por vários agentes, como luz (foto- dósporos, blastósporos e aleuriósporos.
tactismo) e substâncias químicas (quimio-
Tamanho de gotas: ver classificação das
tactismo).
aplicações de acordo com o diâmetro das
Tagete: ver cravo-de-defunto. gotas.
Talco: silicato de magnésio hidratado Tampão: (1) solução salina resultante da
(Mg3H2Si4O12). Substância sólida na forma mistura de ácidos e bases conjugadas fra-
de pó, untuosa ao tato e insolúvel em água. cas, que estabiliza o pH de uma solução,
É usado como veículo inerte nas formula- em que o hidrogênio livre interage com

527
íons hidroxila, minimizando as alterações aquaticus utilizada na técnica da reação de
do pH. Os vírus de plantas geralmente são polimerização em cadeia (PCR), pois re-
inativados em pH 4-5; portanto o uso de siste aos ciclos de aquecimento.
tampão auxilia na transmissão mecânica de
vírus sensíveis a mudanças de pH; (2) chu- Tautônimo: designação usada quando o
maço compacto de algodão hidrófobo, epíteto específico (segunda palavra) do
usado para vedar a boca de tubos de ensaio nome científico é exatamente igual ao
e de erlenmeyer com meio de cultura para nome genérico (primeira palavra). No Có-
fungos e bactérias. digo Internacional da Nomenclatura para
Algas, fungos e Plantas (Turland et al.,
Tampão de extração: tampão usado na
trituração de folhas infectadas durante os 2018), o epíteto do nome de uma espécie
estádios iniciais de purificação de um vírus. não pode repetir exatamente o nome gené-
rico. Exemplo: Gorilla gorilla (gorila) e Bison
Tamponado: solução ou meio tratado bison (bisão); tautônimo é permitido na no-
com um composto químico para resistir a
menclatura zoológica.
mudanças no pH. Ver tampão.
Taxa: (1) quantia, quantidade ou grau de
Tamponante: substância capaz de manter
o pH do produto dentro de uma estreita alguma coisa medida em relação ou pro-
faixa desejada. É usado apenas quando o porção a outra quantidade ou quantia;
ingrediente ativo só é estável ou solúvel em (2) plural grego de táxon.
determinada faixa de pH. Taxa de aplicação: quantidade de defen-
Tanino: substância de um grupo heterogê- sivo agrícola aplicado por unidade de com-
neo de derivados polifenólicos, adstrin- primento, superfície ou volume.
gente e solúvel, amplamente distribuído
Taxa de crescimento: incremento de
em certos tecidos das plantas, como casca e
peso, comprimento ou outra medida de
cerne. Os polifenóis condensam com pro-
uma colônia de microrganismos, um vege-
teínas e formam uma substância insolúvel
em água. O tanino atua como substância tal ou um animal, por unidade de tempo.
tóxica contra patógenos, insetos e até ma- Taxa de diluição: quantidade de diluente
míferos. que deverá ser acrescentado para cada uni-
Tanque Classe A: equipamento utilizado dade de defensivo agrícola para obter a do-
para medir a evaporação da água. sagem desejada.
Tanque evaporimétrico: utilizado para Taxa de infecção aparente: representada
medir a evaporação em milímetros (mm) pela letra r, refere-se à velocidade de au-
pela diminuição do nível da água. mento da quantidade de doenças em fun-
Taq DNA-polimerase: polimerase ter- ção do tempo.
moestável que permite e amplificação de Taxa de multiplicação: número de pro-
DNA in vitro. págulos obtidos a partir de um explante ou
Taq polimerase: DNA polimerase ter- de qualquer outro tipo de propágulo inicial,
moestável obtida da bactéria Thermus em determinado período de tempo.

528
Taxa de mutação: velocidade na qual terial genético (cromossomos, genes e áci-
ocorrem variações observáveis na sequên- dos nucleicos), reações bioquímicas (como
cia de DNA. a estrutura proteica e os precursores meta-
bólicos) e análise estatística para interpretar
Taxa de respiração: indicação da intensi-
combinações das características acima.
dade com que um produto vegetal ou um
ser vivo consome O2 ou libera CO2 para Taxonomista: especialista em taxonomia.
produção de energia química. t-DNA: sigla de transfer DNA. Segmento
Taxa epidêmica: ver taxa de infecção apa- de DNA do plasmídeo Ti, presente em
rente. Agrobacterium tumefasciens, que é transferido
e integrado no genoma da célula vegetal
Taxa metabólica: medida da velocidade hospedeira.
das reações químicas em um organismo,
como bactéria; a velocidade de consumo Teca: mesmo que asco. Termo em desuso.
de oxigênio. Tecásporo: esporo produzido em teca; as-
Taxia: movimento involuntário ou reflexo, cósporo. Termo em desuso.
numa direção específica, de um organismo Tecido: grupo de células semelhantes, que
ou célula livre em reação a um estímulo ex- realiza uma ou mais funções específicas de
terno como a luz. um organismo, como o tecido vascular.
Taxionomia: ver taxonomia. Tecido arcadial: conjunto de células ao
Táxon: unidade taxonômica, essencial- redor do estoma de nematoides.
mente associada a um sistema de classifica- Tecido corticoso: tecido da casca.
ção; o táxon pode estar em qualquer nível
Tecido infeccioso: tecido infectado que
de um sistema de classificação: uma espé-
está esporulando.
cie, um gênero, uma família, uma ordem,
uma classe, uma divisão, um filo ou um Tecido latente: tecido infectado que ainda
reino; é um objeto de estudo da taxonomia, não esporulou.
que visa individualizar e descrever cada tá- Tecido removido: tecido infectado que
xon, independentemente do nível taxonô- não mais esporula.
mico e da sistemática, no intuito de
organizá-lo nos diferentes sistemas de clas- Tecido sadio: tecido não infectado.
sificação. Tecido somático: tecido vegetativo de-
Táxon nominal: táxon, como é objetiva- senvolvido por mitose que não realiza
mente definido pelo seu tipo, ao qual se meiose; o talo somático dos fungos.
aplica um dado nome, quer válido ou invá- Tecido vascular: tecido condutor das sei-
lido. vas xilema (seiva bruta) e floema (seiva ela-
Taxonomia: ciência da classificação apli- borada).
cada a organismos (vivos ou extintos). Técio: parte de um apotécio que contém
A classificação de organismos individuais os ascos entre o epitécio e hipotécio; algu-
ou de grupos mais elevados baseia-se na mas vezes considerado equivalente ao
anatomia, morfologia, característica de ma- himênio.

529
Técnica: método, maneira, jeito ou habili- Tela de amianto: traçado de fios de ferro,
dade especial de realizar algum tipo de ati- que tem no centro um disco de amianto
vidade, utilizando-se de um instrumental que recebe calor do bico de Bunsen e dis-
apropriado. tribui o calor uniformemente para todos os
recipientes sobre a tela.
Técnica do anticorpo fluorescente: mé-
todo para detectar antígenos de vírus e Télamo: parte mais grossa da cutícula da
para estudar sua localização in situ (em cloaca de nematoides, localizada entre os
plantas e insetos vetores). dois espículos.
Tecnicamente justificado: na defesa fi- Teleutósporo: ver teliósporo.
tossanitária, diz-se de ato justificado com Teleutossoro: designação antiga para télia.
base nas conclusões alcançadas pelo uso de
Télia: estrutura de frutificação onde os te-
uma análise de risco de pragas apropriada
liósporos são produzidos. Corresponde ao
ou, quando aplicável, pelo uso de outro
estádio III do ciclo de vida das Uredinales
exame comparável e avaliação de informa-
(Basidiomycota).
ções científicas disponíveis.
Telial: que pertence à télia ou que a possui.
Tecnologia: conjunto de conhecimentos,
especialmente princípios científicos, que se Teleomórfico: estádio perfeito ou sexual
aplica a um determinado ramo de ativi- de um fungo.
dade. Aplicação prática da ciência na cria- Teleomorfo: estádio sexual meiótico em
ção de produtos e processos destinados a fungos pleomórficos.
melhorar as condições de vida.
Teliomycetes: classe de Basidiomycota.
Tecnologia de aplicação: conjunto de
Teliossoro: ver télia.
conhecimentos que integram informações
sobre os defensivos agrícolas, suas formu- Teliósporo: esporo sexual dos fungos cau-
lações e adjuvantes, o processo de aplica- sadores de ferrugens e carvões, que ao ger-
ção, os alvos e o ambiente, visando a uma minar produz basídios e basidiósporos.
aplicação correta, segura e responsável, Corresponde ao estádio final (IV) do ciclo
sempre respeitando as boas práticas agríco- de vida das ferrugens (Uredinales – Basi-
las. diomycota).

Tecnologia do DNA recombinante: Teloestoma: válvula que liga o estoma ao


conjunto de técnicas que visa à obtenção esôfago de nematoides.
de moléculas de DNA resultantes de mani- Telófase: estádio final da divisão celular,
pulação in vitro. Essas técnicas são muito por meiose ou mitose. Na mitose, os cro-
utilizadas em engenharia genética. mossomos, então separados, retornam
para seu estado usual menos visível e a
Tegumento: qualquer membrana, invólu-
membrana nuclear reaparece. A meiose
cro ou estrutura que reveste o órgão vege-
tem a primeira e segunda telófases, durante
tal ou parte dele, protegendo-o.
as quais o núcleo de divisão se reorganiza
Tela aquecedora: ver tela de amianto. em dois núcleos filhos distintos.

530
Telômero: estrutura encontrada na extre- mento ou diminuição da quantidade de va-
midade dos cromossomos eucarióticos que por d’água.
contêm sequências repetitivas de DNA, re-
Temperatura máxima de crescimento:
plicadas por um processo especial.
temperatura mais alta na qual o patógeno
Telorabdio: parede do teloestoma de ne- pode crescer.
matoide.
Temperatura mínima de crescimento:
Temed: catalizador (N,N,N’,N’-diamino- temperatura mais baixa na qual o patógeno
tetrametiletileno) que fornece radicais li- pode crescer.
vres para a polimerização de monômeros
Temperatura ótima: faixa estreita de tem-
de acrilamida e bisacrilamida do gel usado
peratura que varia de 2 °C a 3 °C, na qual o
na eletroforese de poliacrilamida.
patógeno atinge a taxa máxima de cresci-
Temperatura: radiação de um corpo ou mento e/ou esporulação.
de uma substância que determina a transfe-
Temperaturas cardinais: temperaturas
rência de calor de outros corpos ou subs-
usadas na definição do crescimento e espo-
tâncias. A temperatura é determinada pela
rulação padrões de uma espécie; tempera-
energia cinética média nas moléculas da
turas ideal, mínima e máxima para
substância que está sendo mensurada; é
crescimento e esporulação em meio de cul-
medida por um termômetro calibrado por
tura.
uma escala de graus, como as escalas Cel-
sius, Fahrenheit ou Kelvin. Tempestade: designação dada ao fenô-
meno climático quando produzido por nu-
Temperatura ambiente: temperatura que
vem do tipo cumulonimbus. É evento de
prevalece em um dado tempo e local.
microescala e de curta duração, caracteri-
Temperatura anelante: temperatura na zado por trovoadas, raios, rajadas de vento,
qual os filamentos simples do DNA se rea- turbulência, granizo, gelo, chuva, ventos
grupam formando a hélice dupla ou a tem- fortes descendentes e, em situações extre-
peratura na qual os primers pareiam com o mas, tornados.
DNA.
Template: ver molde.
Temperatura desnaturante: temperatura
Tempo: estado da atmosfera num deter-
em que há perda da estrutura tridimensio-
minado período. É a variação atmosférica
nal de proteínas e DNA; em reações de
de curto prazo, ao contrário das mudanças
PCR, efetivamente há separação dos fila-
climáticas, que são variações de longo
mentos do DNA.
prazo. O tempo é frequentemente descrito
Temperatura do ar: temperatura medida em termos de luminosidade, nebulosidade,
pelos termômetros instalados dentro de umidade, precipitação, temperatura, visibi-
abrigos meteorológicos. lidade e vento.
Temperatura do ponto de orvalho: tem- Tempo de exposição: período em que o
peratura na qual ocorrerá saturação se o ar aplicador ou o patógeno fica em contato
se esfriar a uma pressão constante, sem au- com o defensivo agrícola.

531
Tempo de incubação: ver período de in- Tentoxina: toxina produzida por Alternaria
cubação. alternata, que induz clorose.
Tempo de geração: ver período latente. Teor de umidade: (1) relação da massa de
umidade sobre a massa de ar seco; (2) pro-
Tempo de retenção: período em que um porção de umidade em um material com
agente químico é mantido na superfície do água no seu interior.
meio de adsorção durante o processo de
cromatografia. Os diferentes agentes quí- Teoria científica: hipótese científica que
micos são mantidos por variados períodos foi submetida a vários testes experimentais,
tendo, portanto, grande probabilidade de
de tempo, de modo que o tempo de reten-
ser uma explicação verdadeira de um dado
ção pode ser usado para identificar esses
fenômeno.
agentes.
Teoria de Flor: teoria desenvolvida por
Tenacidade: capacidade relativa de um Flor, em 1942, usando o patossistema li-
defensivo agrícola de permanecer aderido à nho e o fungo Melampsora lini, na qual pro-
superfície onde foi aplicado, resistindo à re- põe a existência de uma relação um-a-um
moção por intempéries. A chuva e o orva- entre os genes de ataque e de defesa, res-
lho são os principais fatores que removem pectivamente, no patógeno e no hospe-
os fungicidas das folhas. A calda bordalesa deiro, cujos resultados deram origem à
é o fungicida com maior tenacidade. chamada hipótese gene-a-gene ou hipótese
de Flor: para cada gene de resistência no
Tendência: desvio consistente ou falso de
hospedeiro, há um gene de virulência no
uma estatística em relação ao seu próprio patógeno (Flor, 1942). Segundo Plank
valor. (1968), cada gene para suscetibilidade ou
Tensão superficial: força tensiva da su- resistência no hospedeiro corresponde a
perfície líquida, que faz o líquido se com- cada gene para virulência ou avirulência no
portar como se estivesse coberto por uma patógeno. O modelo utilizado mais recen-
membrana líquida invisível, que tende a se temente para explicar a relação gene-a-
contrair e impedi-lo de voltar a si mesmo, -gene, segundo Camargo (1995), assume a
diminuindo ao máximo a sua área superfi- existência de uma interação do tipo recep-
tor-elicitor, em que o gene de resistência do
cial. Ela é causada pela mútua atração das
hospedeiro é responsável pela síntese de
moléculas superficiais.
uma proteína receptora, que reage especifi-
Tensiômetro: equipamento utilizado para camente com uma molécula elicitora pro-
medir a umidade do solo. duzida pelo patógeno. A molécula elicitora
seria produzida por um gene específico de
Tensoatividade: propriedade apresentada avirulência no patógeno. A reação entre eli-
por uma substância, quando adicionada a citor e receptor desencadearia uma reação
um meio líquido, de modificar as caracte- complexa no sítio de infecção, resultando
rísticas desse meio na sua superfície ou in- em uma reação incompatível (ausência de
terface; capacidade de uma substância de doença), em que a infecção e a colonização
alterar a tensão superficial de um líquido ao do tecido do hospedeiro, pelo patógeno,
qual seja adicionada. seriam grandemente limitadas. Por sua vez,

532
se o patógeno possuir um gene de virulên- Terminador: sítio da sequência do DNA
cia, este produzirá uma molécula que não no qual a transcrição e replicação do DNA
será reconhecida pela molécula receptora é paralisada.
da planta hospedeira, em consequência, Terminador de transcrição: sequência
esta não reagirá à infecção, dando origem a ou estrutura (como um hairpin) presente no
uma reação compatível (presença de DNA genômico que determina o término
doença). da geração do RNA mensageiro pela RNA
Teoria gene-a-gene: ver teoria de Flor. polimerase.

Terapêutico: que tem a capacidade de Terminósporo: fialósporo terminal.


abrandar sintomas e curar doenças estabe- Termobiose: tipo de quiescência de ne-
lecidas; curativo. matoide, que ocorre quando o meio ou
substrato é submetido a altas temperaturas.
Terapia: ver princípios de Whetzel.
Termociclador: equipamento usado em
Terapia gênica: inserção de um DNA de- biologia molecular que permite realizar os
sejável numa célula para corrigir um defeito ciclos de temperaturas necessários para
gênico. uma reação em cadeia da polimerização ou
Teratogenicidade: propriedade que um amplificação de DNA, entre outras. Um
agente químico ou físico tem para induzir bloco de resistência elétrica distribui uma
malformações no feto. temperatura homogênea através de uma
placa durante tempos programáveis com
Teratogênico: diz-se do potencial que um faixas de temperatura de 0 °C a 99 °C.
agente químico ou físico tem para provocar Inclui tampa aquecida constantemente a
efeitos congênitos, como a formação ou o 105 °C para evitar a condensação de água
desenvolvimento anormal em organismos. nas tampas dos tubos onde ocorre a rea-
Teratógeno: qualquer agente químico ou ção, e assim, evitar que os solutos se con-
centrem. Função de gradiente que permite
físico capaz de provocar efeitos congêni-
diferentes temperaturas nas distintas partes
tos, como a formação ou o desenvolvi-
do bloco.
mento anormal em organismos.
Termodúrico: capacidade de sobrevivên-
Teratologia: estudo das malformações,
cia de estruturas, quando expostas a altas
monstruosidades ou série de desvios do temperaturas, especialmente quando no es-
tipo normal em organismos. tado de dormência, como escleródios e es-
Terinósporo: esporo que se forma no ve- poros.
rão e, como os uredósporos, perde imedia- Termoestável: que tem resistência relativa
tamente seu poder germinativo. ao calor, ou seja, mantém a mesma ativi-
Terminal: (1) diz-se daquilo que se encon- dade biológica com a elevação de tempera-
tra no ápice de uma estrutura; (2) diz-se, tura.
em um fenômeno que abrange várias fases, Termófilo: organismo cuja temperatura
daquela que ocorre por último. mínima de crescimento é superior a 20 ºC,

533
a ótima entre 35 °C e 50 ºC, e a máxima su- Termossensível: que é sensível ao calor.
perior a 50 ºC. Termotaxia: resposta por movimento ou
Termógrafo: termômetro utilizado para alteração de um organismo em função da
medir temperaturas e registrar, de forma mudança na temperatura.
contínua, seus valores em um gráfico. Termoterapia: técnica para eliminação de
Termohigrógafo: instrumento usado patógenos, com o uso de água quente, ar
para medir e registrar, simultaneamente, a quente ou vapor em determinadas combi-
temperatura (°C) e a umidade relativa do nações tempo-temperatura que produzem
ar (%). poucos efeitos deletérios no material vege-
tal. O principal objetivo da termoterapia é
Termolábil: que é destruído pelo calor a a obtenção de material propagativo livre de
temperaturas abaixo de 100 °C. patógenos, como no tratamento de toletes
Termômetro: instrumento usado para ou gemas de cana-de-açúcar por duas ho-
medir a temperatura. O valor medido pode ras, a 50,5 °C, para o plantio de viveiros, vi-
ser representado por meio de diferentes es- sando controlar o raquitismo. Também é
calas, sendo Celsius, Fahrenheit e Kelvin as utilizada no aquecimento de frutas para o
mais utilizadas. controle de insetos do produto fresco e eli-
minação dos patógenos.
Termômetro de máxima: termômetro
que indica a temperatura máxima do Termotolerância: tipo de resposta de de-
fesa dos vegetais ao estresse pela elevação
ar (°C) ocorrida no dia.
da temperatura, mediante modificações na
Termômetro de mínima: termômetro composição química ou no teor de umi-
que indica a temperatura mínima do ar (°C) dade, para tolerar o calor ou resistir a ele
ocorrida no dia. em quantidade superior à do seu cresci-
mento.
Termonebulização: nebulização térmica
de gotículas, geralmente de diâmetro infe- Termotolerância induzida: tolerância a
rior a 50 μm, por máquina denominada ter- temperaturas altas letais, desenvolvida por
monebulizador; técnica de aplicação de meio da exposição periódica breve do ve-
defensivo, em que o produto misturado a getal ao estresse térmico subletal.
um veículo líquido, normalmente óleo, é Termotolerante: capaz de crescer em
gotejado no interior de um duto supera- temperaturas acima de 60 °C, com o ótimo
quecido e, ao mesmo tempo, submetido a na faixa de 40 °C a 50 °C.
uma corrente de ar, na qual a mistura de
óleo e defensivo é propelida na forma de Terósporo: esporo pouco resistente e de
fumaça. curta duração, que germina imediatamente,
sem prévio período de repouso.
Termonebulizador: ver pulverizador tér-
Terra diatomatácea: pó esbranquiçado
mico.
preparado a partir de depósitos formados
Termossensitividade: perda ou redução por esqueletos silicosos de diatomáceas.
da atividade biológica por causa da eleva- É empregado como diluente nas formula-
ção de temperatura. ções de defensivos agrícolas do tipo pó.

534
Terramicina: antibiótico produzido por Teste de Bauch: teste macroscópico,
Streptomyces rimosus. usado para determinar se as linhagens mo-
Tese: proposição a ser defendida, demons- nosporodiais de carvões são compatíveis
trada. (presença de micélio aéreo branco nas cul-
turas mistas) ou incompatíveis (ausência de
Teste: (1) prova; experiência; (2) na defesa micélio aéreo).
fitossanitária, diz-se do exame oficial, com
exceção do visual, para determinar a pre- Teste de complementação: teste usado
sença ou não de pragas e identificá-las. para determinar se os vírus mutantes apre-
sentam defeitos nos mesmos cístrons.
Teste da jarra: efetuado quando não se
tem informações disponíveis, ou para vali- Teste de difusão em gel: ver teste de di-
dar informações disponíveis sobre o com- fusão radial.
portamento de misturas. É realizada a
mistura em menor escala, ou seja, utili- Teste de difusão radial: teste simples de
zando um volume pequeno dos produtos, difusão, em que o antígeno é colocado em
permitindo que as incompatibilidades se- orifícios feitos em um meio ágar impreg-
jam identificadas previamente à mistura no nado de anticorpos. As moléculas do antí-
tanque. geno difundem-se radialmente no meio e
combinam com os anticorpos. Como con-
Teste de aglutinação: teste sorológico no
sequência do complexo antígeno-anti-
qual os vírus ou as bactérias coletados de
corpo, forma-se um precipitado com o
uma planta doente e suspendidos em um
líquido, quando colocados em contato com formato de uma linha ou de uma zona es-
um soro que contém anticorpos específi- branquiçada.
cos para esses patógenos, formam grumos Teste de DNA: uso da PCR para diagnos-
que se precipitam e se tornam visíveis. ticar a presença de um contaminante, um
Teste de aglutinação de cloroplastos: patógeno ou um alelo particular.
teste sorológico mais simples, usado para Teste de dupla difusão: reação de preci-
detectar vírus em plantas: gotas de antis- pitação antígeno-anticorpo em ágar ou em
soro ou de soro normal são misturadas um gel similar, na qual os antígenos e anti-
com gotas de suco extraído de uma planta
corpos se difundem um em direção ao ou-
doente ou sadia, se as partículas de vírus e
tro e reagem em equivalência no ágar.
antissoro reagirem, os cloroplastos copre-
cipitam ou aglutinam. Teste de fixação complementar: teste
Teste de aglutinação em lâmina: mé- sensitivo no qual a reação antígeno-anti-
todo de identificação de um antígeno com- corpo pode ser detectada e quantificada;
binando-o com um anticorpo específico frequentemente usado para comparar vírus
em uma lâmina. diferentes ou correlacionados.
Teste de aglutinação em látex: teste so- Teste de floculação em bentonita: teste
rológico quantitativo no qual partículas de sorológico em que antígenos viróticos pu-
vírus ou moléculas de anticorpos são ad- rificados ou anticorpos são adsorvidos em
sorvidas às partículas de látex. bentonita.

535
Teste de genotoxicidade: teste usado cumprimento dos postulados de Koch. Os
para demonstrar reação genotóxica, como testes de patogenicidade são realizados, ge-
dano e reparação do DNA. ralmente, em casa de vegetação para plan-
tas, e em laboratório para partes de plantas,
Teste de Gram: ver coloração de Gram.
como estacas, frutos e tubérculos. Ver Pos-
Teste de hemaglutinação: teste sensitivo tulados de Koch.
de precipitina, no qual partículas de vírus e
Teste de precipitina: teste sorológico, em
moléculas de anticorpos são adsorvidas às
que a reação entre o antígeno solúvel e o
células de sangue de carneiro.
anticorpo é aparente, em virtude da forma-
Teste de hipóteses: conjunto de procedi- ção de um precipitado visível. O teste pode
mentos para se calcular a probabilidade de ser feito em ágar e em tubos (teste de inter-
a diferença entre duas médias (ou dois per- face em anel e teste de precipitina em tubo),
centuais) ser devida ao acaso. Existem tipos ou usando gotas sobre lâminas (teste de
diferentes de teste em função da distribui- precipitina em lâmina) ou placas de Petri
ção de probabilidade dos dados e das suas (teste de interface em anel e teste de micro-
escalas numéricas, sendo testes paramétri- precipitina). Em testes de floculação ou ad-
cos, para variáveis intervalares ou de razão sorção de precipitina, a detecção do
com distribuição gaussiana, e testes não pa- precipitado é facilitada pela incorporação
ramétricos para outros tipos de variáveis. de partículas de poliestireno de látex (teste
Também existem testes diferentes para a de aglutinação de látex) ou de corpúsculo
comparação de duas variáveis distintas (tes- de sangue vermelho (teste de hemoglutina-
tes pareados) e de dois subgrupos dentro ção) ou de bentonita (teste de floculação de
de uma mesma variável (testes não parea- bentonita), utilizando extratos crus de
dos). Uma diferença estatisticamente signi- plantas (teste de aglutinação de cloroplas-
ficativa é aquela em que a chance de ela ter tos).
ocorrido por acaso é considerada suficien- Teste de precipitina em lâmina: teste
temente baixa (em geral, 5% ou menos). sorológico no qual as mesmas quantidades
Teste de Kelman: ver teste do copo. de vírus e anticorpo são misturadas sobre
uma lâmina de microscópio, e a precipita-
Teste de microprecipitina: versão em ção é examinada com auxílio de um mi-
pequena escala do teste de precipitina em croscópio de campo escuro.
tubo. Gotas contendo diversas proporções
antígeno/antissoro são preparadas, incuba- Teste de precipitina em tubo: teste soro-
das e examinadas com auxílio de um mi- lógico que dá uma estimativa da mistura
croscópio para avaliar a formação de antígeno/anticorpo ao produzir um preci-
precipitados; teste sorológico para vírus no pitado o mais rápido possível (proporção
qual a reação positiva é um precipitado ótima).
branco. Teste de progênie: teste do valor de um
Teste de patogenicidade: teste utilizado genótipo com base no comportamento de
para comprovar o estabelecimento da rela- sua descendência.
ção causal entre um patógeno e a doença Teste de sanidade: teste de avaliação fi-
na planta hospedeira, confirmado após o tossanitária efetuado em plantas, parte de

536
plantas ou seus produtos em condições terior de um copo transparente com água
controladas, para detectar a presença de fi- cristalina. A presença da bactéria é confir-
topatógenos e, caso estejam presentes, se mada quando um fluxo leitoso sai do te-
estão dentro dos níveis de tolerância per- cido da planta e decanta em direção ao
mitidos pelo órgão de inspeção. fundo do copo.
Teste de seleção: (1) teste para observar a Teste do X2: método estatístico usado para
resposta de uma série de cultivares; (2) teste comparar a distribuição de frequência dos
para avaliar diferentes tipos de infecção vi- dados observados com as frequências es-
rótica; (3) teste de rotina de avaliação de or- peradas. O teste do X2 ajuda a determinar
ganismos ou substâncias químicas para até que ponto essa teoria se sustenta
determinada finalidade, como para a pro- quando comparada com observações reais
dução de antibiótico e o efeito de defensi- a partir de experimentos destinados a testá-
vos; (4) teste usado para detectar ou -la.
eliminar um organismo específico ou
grupo de organismos. Os testes de seleção Teste do tetrazólio: utilizado para avaliar
podem ser morfológico, tinctorial, bioquí- a viabilidade de sementes. Baseia-se na ati-
mico ou sorológico. Podem ser baseados vidade das enzimas desidrogenases as quais
na sensibilidade ou resistência a fagos ou a catalizam as reações respiratórias nas mito-
antibióticos. côndrias, durante a glicólise e o ciclo de
Teste de toxicidade: método utilizado Krebs. Essas enzimas, particularmente a
para detectar e avaliar a capacidade inerente desidrogenase do ácido málico, reduzem o
ao agente tóxico de causar efeito deletério sal de tetrazólio (TCT) nos tecidos vivos.
em organismos vivos. Quando a semente é imersa na solução in-
color de TCT, esta é difundida através dos
Teste do amido: teste utilizado para cons- tecidos, ocorrendo nas células vivas a rea-
tatar a presença ou não de amido em teci- ção de redução que resulta na formação de
dos, uma vez que o amido desenvolve um composto vermelho, estável e não difu-
coloração azul na presença do iodo. sível, conhecido por trifenilformazan, indi-
Teste do anel: teste sorológico no qual a cando que há atividade respiratória nas
suspensão do antígeno é misturada com mitocôndrias, significando que há viabili-
glicerol e colocada em um tubo, e o anti- dade celular e do tecido. Tecidos não viá-
corpo é cuidadosamente colocado na veis não reagem e consequentemente não
forma de camada no topo. O precipitado são coloridos. O teste, além de avaliar a via-
antígeno-anticorpo forma um anel na in- bilidade e vigor dos lotes de sementes, for-
terface. nece o diagnóstico das possíveis causas
Teste do copo: teste usado para compro- responsáveis pela redução de sua quali-
var se a doença em espécie vegetal é cau- dade: danos mecânicos, deterioração por
sada por bactérias quando estas produzem umidade e danos por pragas, que são os
exsudatos, é aplicado, por exemplo, em problemas que mais comumente afetam a
murcha bacteriana ou moko da bananeira, qualidade fisiológica da semente (França
causada por Ralstonia solanacearum. Um frag- Neto et al., 2017). Ver cloreto de trifenil te-
mento de tecido doente é suspenso no in- trazólico.

537
Teste fitossanitário: na defesa fitossanitá- Tetrapolaridade: termo usado para os Ba-
ria, comprovação do estado fitossanitário, sidiomycota heterotálicos, nos quais são
mediante técnicas de diagnóstico interna- formados em uma frutificação esporos de
cionalmente conhecidas e dos outros atri- quatro tipos de polaridades. Neste caso,
butos de qualidade, mediante metodologias dos confrontos ao acaso entre monospóri-
reconhecidas em nível internacional e/ou cos só resultarão cruzamentos positivos
regional. em 25% do total.
Teste imuno-omosforese: técnica soro- Tetrásporo: cada um dos esporos de um
lógica que combina eletroforese e imu- conjunto de quatro.
noprecipitação, usada para identificação Tetrassômico: indivíduo aneuploide que
rápida de um antígeno presente em baixa possui dois cromossomos distintos em adi-
concentração em preparação purificada, ção ao seu número normal, anotado por
semipurificada ou crua. 2n + 2.
Teste screening: teste preliminar ou teste Tetroconídio: ver poroconídio.
exploratório.
Textura: arranjo dos componentes dos di-
Teste sorológico: teste baseado na reação ferentes pletênquimas. Entre os fungos, o
antígeno e anticorpo para diagnose de termo é aplicado como sinônimo de estru-
doenças. tura cefálica, sendo descritos os tipos:
Testemunha: (1) planta não inoculada, a) epidermoidal: diz-se daquela cujas pare-
mas submetida ao mesmo tratamento que des das hifas são mais ou menos confluen-
as inoculadas; (2) parcela não tratada ou tes; b) globosa: quando as células são
submetida a um tratamento cuja eficiência aproximadamente isodiamétricas e a sepa-
é padrão e servirá de referência para com- ração das hifas não é distinguível; c) intrin-
parar a eficiência dos tratamentos experi- cada: cujas hifas se desenvolvem em várias
mentais que estão sendo avaliados. direções, com paredes não coalescentes;
d) oblita: com hifas aproximadamente pa-
Testículo: estrutura do aparelho reprodu-
ralelas e tendo lume pequeno e paredes es-
tor de nematoides, responsável pela produ-
pessadas; e) porrecta: com células paralelas,
ção do gameta masculino, contendo célula
separadas, de lume amplo e paredes não es-
terminal, zona germinativa e zona de cres-
pessadas; f) prismática: com células não
cimento.
isodiamétricas retangulares e hifas não dis-
Tetraciclina: antibiótico que interfere na tinguíveis.
síntese proteica de organismos procariotas.
TGB: sigla de Triple Gene Block. Bloco tri-
O gene que codifica resistência à tetraci-
plo de genes, conjunto de genes necessá-
clina pode ser usado como marcador de se-
rios para alguns vírus realizarem
leção.
movimento célula a célula.
Tétrade: agrupamento de bactérias for-
TGGE: sigla de Thermal Gradient Gel
mado pela divisão celular em dois planos.
Electrophoresis. É uma técnica de separação
Tetraploide: indivíduo cujo núcleo das cé- de marcadores genético-moleculares do
lulas contém 4n cromossomos. DNA, amplificados via PCR por meio de

538
eletroforese em géis sob temperaturas des- destruição de contaminantes de meios ou
naturantes. soluções nutrientes instáveis às temperatu-
Tiamina: vitamina hidrossolúvel do com- ras compreendidas entre 110 ºC e 120 ºC.
plexo B, antigamente chamada vitamina B1. Típico: que possui os mesmos caracteres
Tigmotropismo: processo pelo qual o apresentados pelo espécime-tipo.
crescimento de um patógeno é estimulado Tipo: espécime ou amostra usada para fa-
ou inibido em função da topografia da su- zer a descrição de uma espécie; definida
perfície do órgão a ser infectado. pelo autor como o padrão da espécie des-
Tiguera: ver planta voluntária. crita. O Código Internacional de Nomen-
clatura para Algas, Fungos e Plantas
Tilling: sigla de Targeting Induced Local considera: a) holótipo: espécime usado
Lesions in Genomes. Método que permite a pelo autor ou por ele designado como tipo
identificação de mutações em um gene es-
nomenclatural, que, enquanto existir, re-
pecífico.
gerá, automaticamente, a aplicação do
Tilose: crescimento de células parenqui- nome correspondente; b) lectótipo: espé-
máticas no interior dos vasos do xilema, na cime selecionado do material original para
maioria das plantas, sob várias condições servir como tipo nomenclatural quando o
de estresse e durante a invasão da maioria holótipo não foi designado no momento
dos patógenos vasculares. É um supercres- da publicação do nome pelo autor, ou, en-
cimento do protoplasto de células paren- tão, desapareceu; c) neótipo: espécime sele-
quimatosas vivas adjacentes, as quais cionado para servir como tipo quando
projetam invaginações da membrana celu- todo o material original, sobre o qual tinha
lar para o interior do vaso, resultando no sido baseado o nome do táxon, tiver desa-
bloqueio do transporte de seiva. parecido; d) parátipo: outro espécime, além
Timidina: nucleosídeo que tem a timina do holótipo citado com o material original;
como base nitrogenada. e) isótipo: duplicata do holótipo, isto é, es-
pécime que, junto a um ou mais exempla-
Timina: 5-metil-2,6-dioxitetraidropirimi-
res, serviu para a primeira descrição da
dina, base pirimidínica, um dos principais
espécie. Corresponde ao que antigamente
componentes do DNA. A timina empare-
lha-se com a adenina. se chamava de cotipo; e) síntipo: é um dos
dois ou mais espécimes usados pelo autor,
Timing de aplicação: ver momento de quando nenhum holótipo foi designado ou
aplicação. quando um dos dois ou mais espécimes fo-
Tindalização: método de esterilização ram designados, simultaneamente, como
que consiste em duas ou três autoclavagens tipo; g) epítipo: um espécime ou ilustração
sob vapor fluente a uma temperatura relati- selecionado para servir como um tipo in-
vamente baixa, em torno de 60 ºC, interca- terpretativo quando o holótipo, lectótipo
ladas com períodos de repouso com ou neótipo previamente designado ou to-
duração compreendida entre 12 e 24 horas, dos os materiais originais associados com o
em temperatura ambiente ou estufa a nome validamente publicado não podem
37 ºC. É empregada principalmente para a ser identificados para o propósito de apli-

539
cação precisa do nome de um táxon Tireotécio: espécie de peritécio, invertido,
(Turland et al., 2018). de Microthyriaceae; estrutura de forma cô-
Tipo de fungicida: classificação de acordo nica, aparentemente formada de cima para
com o modo de ação: protetor, sistêmico, baixo, recobrindo os ascos, e com as hifas
erradicante, etc. na posição radial.

Tipo HG: sistema de classificação da va- Titília: pequena projeção nos dois lados
riabilidade intraespecífica do nematoide do gubernáculo, no nematoide macho.
de cisto da soja (Heterodera glycines) alterna- Titulação: método de análise volumétrica
tivo ao sistema de classificação de raças do no qual se adiciona lentamente, com auxí-
nematoide. As populações do nematoide lio de uma bureta, uma solução de concen-
são classificadas em sete tipos HG tração conhecida a outra solução de
(de HG 1 a HG 7), conforme sua capaci- concentração desconhecida até atingir o
dade de parasitismo sobre um dos sete ge- ponto de equivalência. Neste ponto, anota-
nótipos diferenciadores, levando em conta -se o volume adicionado. Sabendo o vo-
o índice de fêmeas calculado e tendo a lume e concentração da solução titulante e
cultivar Lee 74 como padrão de suscetibi- o volume da solução titulada, calcula-se a
lidade. concentração da substância na solução titu-
Tipo nomenclatural: elemento ao qual o lada.
nome de um táxon está permanentemente Titular de registro: na defesa fitossanitá-
ligado, seja como o nome correto ou como ria, pessoa física ou jurídica que detém os
um sinônimo. O tipo nomenclatural não é, direitos e obrigações conferidas pelo regis-
necessariamente, o elemento mais típico ou tro de um agrotóxico, componente ou
mais representativo de um táxon (Turland afim.
et al., 2018).
Título do antissoro: maior diluição de um
Tipo selvagem: organismo ou gene pre- antissoro que reagirá com antígeno homó-
dominante na população selvagem. logo.
Tipônimo: nome descrito para o mesmo Título heterólogo: ponto final de diluição
tipo com outro nome, o qual não é nem o de um antissoro quando testado contra um
seu basiônimo, nem o seu sinisônimo; antígeno diferente do usado para sua pre-
nome posterior dado a um espécime-tipo;
paração.
sinônimo absoluto.
Título homólogo: ponto final de diluição
Tipos de compatibilidade: denominação
de um antissoro quando testado contra o
dada aos talos distintos A1 e A2, presentes
antígeno usado para sua obtenção.
em espécies fúngicas heterotálicas que, no
pareamento, precisam ser compatíveis para Título viral: maior diluição de uma sus-
que haja a formação de esporos sexuais. pensão de vírus capaz de causar doença no
hospedeiro inoculado.
Tipótipo: espécime obtido na mesma lo-
calidade da espécie-tipo e usado para pre- TLC: sigla de Thin Layer Chromatography.
parar uma ilustração do tipo. Ver cromatografia de camada fina.

540
Tn3: transpóson bacteriano que carrega o significativos em sua produção, quantita-
gene que codifica resistência à ampicilina, tiva ou qualitativamente. A cultivar tole-
bem como os genes envolvidos em sua rante não possui a habilidade de prevenir o
própria transposição. Foi o primeiro trans- estabelecimento e restringir o crescimento
póson a ter sua sequência de DNA com- do patógeno; (2) quantidade de resíduos
pletamente determinada. O gene de tóxicos disponíveis nas partes comestíveis
resistência à ampicilina do Tn3 é utilizado dos alimentos, que está dentro dos limites
na construção de vários vetores de clona- permitidos e estabelecidos pelas leis ou de-
gem. Ver transpóson. cretos; (3) em certificação de sementes, sig-
Tn5: transpóson bacteriano que carrega o nifica o grau máximo de infecção, em
gene que codifica resistência à canamicina termos quantitativos, que elas podem apre-
e à neomicina, bem como os genes envol- sentar em relação a um patógeno, con-
vidos na sua transposição. O gene de resis- forme a legislação ou as normas vigentes;
tência à canamicina e à neomicina do Tn5 é (4) hospedeiro no qual o patógeno, geral-
utilizado na construção de vários vetores mente um vírus, se multiplica livremente,
de clonagem. Ver transpóson. sem que a planta apresente sintomas da
Tn10: transpóson bacteriano que carrega o doença; (5) faculdade de resistir à ação de
gene que codifica resistência à tetraciclina, um defensivo agrícola; (6) na defesa fitos-
bem como os genes envolvidos em sua sanitária, os países deverão estabelecer uma
própria transposição. O gene de resistência política de tolerância, relativa à formulação
à tetraciclina do Tn10 é utilizado na cons- das medidas fitossanitárias referentes às
trução de vários vetores de clonagem. Ver pragas e patógenos de qualidade. Níveis de
transpóson. tolerância zero somente serão aplicáveis
nos casos em que a praga ou patógeno de
Toalete: operação de limpeza realizada
qualidade provoca epidemias explosivas,
nos produtos hortícolas antes da embala-
com perdas econômicas significativas, ou
gem, com a finalidade de eliminar folhas,
em função da sua persistência, perpetua os
caules, raízes, e restos de flores ou de ou-
efeitos prejudiciais, além do presente ciclo
tros materiais indesejáveis, proporcio-
nando uma melhor aparência geral do de cultivo, e causa perdas econômicas sig-
produto após a colheita. Propicia benefício nificativas, ou nos casos em que existem
à turgescência pela redução da transpiração efeitos prejudiciais para a saúde humana ou
e de infecções por patógenos. animal.

Tobamovírus: vírus de RNA com partí- Tolerância à sombra: qualidade da planta


cula alongada rígida, cuja transmissão se dá que pode crescer em luminosidade redu-
por contato mecânico e por sementes con- zida.
taminadas. Tolerância ao frio: capacidade de uma
Tolerância: (1) em fitopatologia, capaci- planta em resistir a temperaturas mais bai-
dade inerente ou adquirida de uma cultivar, xas do que a de seu local de origem, condi-
em relação a outra com o mesmo potencial cionada por exposições repetidas a
produtivo, em suportar a mesma intensi- temperaturas imediatamente acima do
dade de doença sem que ocorram danos ponto de congelamento.

541
Tolerância da planta ao defensivo: grau Tolerante à seca: relativo à capacidade de
ou capacidade de a cultura não ser injuriada resistir aos períodos prolongados de pouca
ao ser tratada com um defensivo agrícola. precipitação pluvial.
Tolerância de resíduo: quantidade má- Tombamento: ver damping-off.
xima de defensivo agrícola ou de compos- Tomento: pubescência; densa pilosidade.
tos derivados dele, decorrente da sua
aplicação adequada, admitida nas plantas Tomentoso: coberto de pelos densos, cur-
ou seus derivados quando utilizados como tos e flexíveis, como penugem; densamente
pubescente.
alimento, segundo a legislação vigente em
cada país. É expressa em partes por milhão Tonoplasto: membrana citoplasmática
(ppm). que envolve o vacúolo das células vegetais.
Tolerância permitida: ver tolerância de Topótipo: espécime, não pertencente à sé-
resíduo. rie-tipo, coletado no local-tipo.
Tolerância provisória: na defesa fitossa- Tornado: turbilhão circular de grande in-
nitária, aquela fixada para um período de tensidade e pequena extensão horizontal,
tempo limitado, sendo estabelecida quando com vento de força de furacão, acompa-
o defensivo agrícola possui dose diária nhado de fortes chuvas ou granizo, trovoa-
aceitável, provisória ou condicional, ou das e relâmpagos. É de curta duração, não
dura normalmente mais do que uma ou
quando a quantidade ingerida do resíduo
duas horas, porém causa grandes danos.
de um defensivo agrícola parece exceder a
dose diária aceitável, por ser calculada pela Tornassol: corante solúvel extraído de al-
tolerância estabelecida em fase anterior ao guns liquens. Torna-se vermelho em condi-
momento do consumo do alimento. ções ácida e azul em condições básicas.
É usado como um indicador pouco preciso
Tolerância temporária: na defesa fitossa- de acidez ou de alcalinidade, tanto em solu-
nitária, tempo de tolerância de resíduo um ção como em papel de tornassol.
defensivo agrícola sobre uma commodity
agrícola estabelecida pelo órgão fiscaliza- Tortuosidade: termo indicativo da sinuo-
dor, geralmente de um ano, para permitir sidade nos fustes tortos, deixando de ser
retos.
que o fabricante do produto ou seu agente
colete dados adicionais de resíduos que su- Toruloide: ver toruloso.
portem a petição para a tolerância perma- Toruloso: hifa contorcida, mas que apre-
nente. senta intumescimento a intervalos regula-
Tolerante: capacidade de manter o poten- res semelhantes a uma cadeia de contas.
cial produtivo na presença de severidade Tospovirus: gênero de vírus da família
alta de determinada doença ou de condi- Bunyaviridae, composto exclusivamente de
ções ambientais adversas. Em fitopatolo- vírus de plantas e transmitidos por tripes. A
gia, tolerante significa suscetível, ou seja, espécie-tipo desse gênero é o Tomato spotted
material altamente suscetível que mantém wilt vírus (TSWV), frequentemente referida
seu potencial produtivo. como vírus de vira cabeça do tomateiro.

542
Totipotência: atributo ou propriedade da Toxicidade inalatória aguda: envenena-
célula de se dividir e desenvolver uma es- mento com uma única dose de um pesti-
trutura nova e diferenciada ou um orga- cida ministrado via respiratória.
nismo completo. Toxicidade local: toxicidade que ocorre
Toxemia: ver fitotoxemia. no ponto ou área de contato.
Toxicante: agente capaz de ser tóxico; um Toxicidade oral: toxicidade relativa de um
veneno. defensivo agrícola, quando administrado
via oral, na ração dos animais.
Toxicidade: (1) potência de uma substân-
cia de interferir deleteriamente nos proces- Toxicidade oral aguda: envenenamento
sos vitais de um organismo. A capacidade com uma única dose de um defensivo agrí-
de atuar como toxina ou toxicante; cola ministrado via oral.
(2) quantidade de princípio ativo danoso Toxicidade seletiva: propriedade que um
encontrado numa substância ou produzido defensivo agrícola de ser tóxico para um
por um organismo. patógeno e atóxico para o hospedeiro.
Toxicidade aguda: exposição única ou li- Toxicidade sistêmica: toxicidade que
mitada a um defensivo agrícola ou a qual- ocorre em local diferente do ponto ou área
quer tipo de veneno que pode resultar em de contato. Pressupõe absorção.
injúria ou morte.
Tóxico: venenoso; injurioso a plantas e
Toxicidade crônica: exposição prolon- animais através do contato ou ação sistê-
gada a um defensivo agrícola a começar de mica.
dosagens pequenas e repetidas durante um Toxicologia: estudo científico dos vene-
longo período, que pode resultar em injúria nos, especialmente a ação deles no orga-
ou morte. nismo e o tratamento dos seus efeitos.
Toxicidade cutânea: ver toxicidade dér- Toxidez: ver toxicidade.
mica.
Toxigenicidade: capacidade de um mi-
Toxicidade dérmica: toxicidade de um crorganismo de produzir toxinas.
material quando testado sobre a pele, geral-
mente sobre a pele de coelho livre de pelos; Toxigênico: capacidade de produzir to-
a propriedade de um defensivo agrícola de xina.
envenenar um animal ou ser humano Toxina: substância orgânica que geral-
quando absorvido através da pele. mente age em baixas concentrações, com
Toxicidade dérmica aguda: envenena- efeitos deletérios e irreversíveis nos proces-
mento com uma única dose de um defen- sos normais de um organismo vivo. Usual-
mente é aplicada para substâncias
sivo agrícola absorvido através da pele.
produzidas por organismos, que em baixas
Toxicidade genética: ver genotoxicidade. concentrações são tóxicas para outros or-
Toxicidade inalatória: toxicidade relativa ganismos.
a um defensivo agrícola quando inalado Toxina hospedeiro-específica: substân-
através da via respiratória. cia produzida por um patógeno, que é tó-

543
xica apenas para a planta hospedeira Tradução: síntese de um polipeptídio cuja
daquele patógeno. Relativamente poucas sequência de aminoácidos é estabelecida
toxinas hospedeiro-específicas são conhe- pelo códon do mRNA correspondente.
cidas, por exemplo a victorina, uma toxina
Tradução de sinal: meio pelo qual as cé-
polipeptídica produzida por Cochliobolus
lulas constroem e liberam respostas a um
victorie, agente causal da queima Vitória em
sinal, geralmente envolvendo cálcio intra-
aveia.
celular e proteínas kinases.
Toxina microbiana: substância produzida
Trama: conjunto de hifas entrelaçadas que
por fungos e bactérias, que apresenta toxi-
compõem a frutificação de Basidiomycota.
cidade para seus hospedeiros e para outros
organismos subsequentemente expostos a Trama bilateral: quando o mediostrato
ela pela ingestão do alimento contaminado. está reduzido a uma fina camada de hifas
paralelas medianas, da qual partem duas ca-
Toxina não específica ao hospedeiro:
madas de hifas divergentes que se esten-
toxina produzida por um patógeno, tóxica
dem obliquamente às faces das lamelas, em
para várias espécies de plantas.
direção à aresta da mesma.
Toxina não seletiva: ver toxina não espe-
Trama bilateral inversa: tipo muito simi-
cífica ao hospedeiro.
lar ao anterior, com a diferença de que as
Toxina recombinante: proteína tóxica duas camadas de hifas divergentes apresen-
codificada por um gene recombinante. tam, justamente, um sentido oposto ao an-
terior, isto é, em que o ângulo de
Toxina seletiva: toxina conhecida como
divergência das hifas está aberto em dire-
patotoxina, pois é considerada fator deter-
ção ao píleo, e não em direção à aresta,
minante de patogenicidade, ou seja, é es-
como no caso anterior.
sencial para que o patógeno possa causar
doença. Trama convergente: diz-se das hifas da
trama das lamelas que se dirigem para den-
Toxinas vegetais: substâncias pertencen-
tro de linha mediana, quando vistas em
tes a diferentes classes de compostos quí-
corte transversal das lamelas.
micos, que ocorrem naturalmente em
alguns produtos vegetais e que, quando in- Trama irregular: composta de hifas que
geridas com o alimento, são tóxicas aos se entrecruzam em todos os sentidos.
animais ou aos homens, tais como o ácido
Trama regular: quando os artículos hifáli-
cianídrico em mandioca e a solanina pre-
cos do mediostrato dispõem-se paralela-
sente em batatas esverdeadas.
mente uns aos outros.
Toxitolerante: capacidade de tolerar toxi-
Transcapsidação: envolvimento com-
nas ou poluentes do ar.
pleto ou parcial do genoma de um vírus
Trabalho: publicação contendo um nome por uma proteína de outro vírus.
ou outra informação concernente à no-
Transcrição: processo pelo qual a infor-
menclatura, ou qualquer outra informação
mação genética é transmitida do DNA
científica; artigo científico.
para o mRNA, e também do RNA viral
Traço: vestígio. para um cRNA (RNA complementar).

544
Transcrição reversa: processo pelo qual a Transdução: processo de recombinação
informação genética é transmitida do RNA genética no qual a transferência de material
para o DNA. genético de uma célula bacteriana para ou-
Transcriptase: enzima que participa da tra é mediada por um bacteriófago (Ro-
síntese de moléculas de RNA copiando um meiro, 1995); fenômeno em que um
modelo (template) de DNA no processo de- pequeno pedaço de cromossomo bacte-
nominado transcrição. riano é incorporado em uma partícula de
um fago em formação. Quando essa partí-
Transcriptase reversa: enzima com ativi- cula infecta uma nova célula hospedeira, é
dade de DNA-polimerase dependente de injetado o material genético do primeiro
RNA, produzida por retrovírus, que pode hospedeiro. O receptor torna-se assim um
ser usada in vitro para sintetizar a primeira zigoto parcial (Stanier et al., 1976).
fita do DNA complementar do mRNA.
Transdução abortiva: transdução na qual
Transcriptoma: conjunto de transcritos o DNA doador não é integrado ao cro-
(RNAs mensageiros) derivados de genes mossomo receptor (como na transdução
ativos. O estado de ativação dos genes é completa), mas persiste como um frag-
inerente ao estádio de desenvolvimento, ao mento não replicativo.
tecido ou ao órgão analisado, e influen-
ciado por condições externas ao orga- Transdução de sinal: transdução na qual
nismo, portanto, o transcriptoma também um receptor interage com um ligante na
é variável. Um transcriptoma é analisado superfície da célula, transmitindo um sinal
pela determinação da sequência de nucleo- biológico para direcionar determinada rota
tídeos dos transcritos e pela identificação metabólica.
desses transcritos, por homologia, com Transdução especializada: processo de
aqueles presentes em bancos de dados. transferência de um fragmento de DNA
Transcriptômica: refere-se ao estudo das adjacente a um profago para outra célula.
moléculas de RNA formadas a partir do Transdução generalizada: transferência
processo de transcrição (DNA → RNA) e de fragmentos de cromossomos bacteria-
que determinam as proteínas (proteoma) a nos de uma célula para outra através de um
serem formadas pela célula. Esses RNAs
bacteriófago.
são denominados RNA mensageiros
(mRNA) e o conjunto de mRNA é deno- Transeptado: que tem todas as paredes
minado transcriptoma. com septos transversos.
Transcrissômica: área da ciência que es- Transeunte do solo: ver patógeno tran-
tuda a coleção de RNAs mensageiros como seunte do solo.
função qualitativa e quantitativa da expres- Transfecção: aquisição de um novo mate-
são dos genes de um tipo celular em deter- rial genético, em uma célula eucariótica,
minado momento do desenvolvimento. mediante a incorporação de um DNA exó-
Transcrito: RNA produzido a partir de geno. É equivalente ao processo de trans-
transcrição de DNA. formação de células bacterianas.

545
Transfecção aguda: transfecção em curto nho, utilizando a técnica do DNA recom-
prazo. binante.
Transferência: processo de transplantar Transformação genética: introdução
explantes vegetais ou estruturas fúngicas controlada de ácidos nucleicos em genoma
ou células bacterianas de um meio de cul- receptor (excetuando-se as realizadas por
tura para outro meio. polinização), alterando a estrutura genética
Transferência gênica: ver transformação. de um organismo.

Transferência horizontal de genes: pro- Transformação mediada por


cesso natural de transferência de genes en- Agrobacterium tumefaciens: processo
tre indivíduos de espécies diferentes. Por de transferência de DNA para a célula ve-
exemplo, transferência de genes de bacté- getal via Agrobacterium tumefaciens.
rias para plantas. Transformante: célula ou organismo alte-
Transferência vertical de genes: pro- rados geneticamente pela integração de um
cesso natural de transferência de genes de transgene.
um organismo ou célula para sua progênie. Transformante primário: indivíduo re-
Transformação: alteração genética cau- sultante de um processo de transformação.
sada pela incorporação, na célula de DNA Por exemplo, uma planta transgênica ob-
purificado, de outras células ou vírus. Na tida por qualquer processo é chamada
transformação, pequenos fragmentos de transformante primário (Ro) em contrapar-
DNA, liberados no meio por células doa- tida com a sua progênie (R1, R2, etc.).
doras, são adsorvidos à superfície de célu- Transformantes independentes: dois
las receptoras e penetram na célula, organismos transgênicos (por exemplo,
incorporando-se ao seu cromossomo. plantas transgênicas) regenerados a partir
A transformação pode ocorrer tanto em de dois eventos de transformação diferen-
células eucarióticas como em bactérias. tes. Ver evento de transformação.
Transformação abortiva: transformação Transgene: gene exógeno introduzido em
temporária de uma célula por um vírus que um organismo mediante técnicas de enge-
não se integra dentro do DNA do hospe- nharia genética (tecnologia do DNA re-
deiro. combinante). Normalmente, o gene
Transformação bacteriana: captação, exótico pertence a uma espécie diferente
por uma bactéria, de DNA do meio ex- da receptora.
terno e expressão dos genes nele contidos. Transgênese: introdução de um gene exó-
Transformação de DNA: técnica da en- geno em células animais ou vegetais.
genharia genética na qual as propriedades Transgenia: utilização de atividades de
das células podem ser modificadas pela in- produção e manipulação de moléculas de
serção e expressão de um DNA exótico. DNA/RNA recombinantes, para alterar
Transformação de planta: processo de características do organismo receptor das
modificação do genoma do organismo pela moléculas alteradas. A manipulação é reali-
incorporação e assimilação do DNA estra- zada fora da célula, preservando a capaci-

546
dade das moléculas recombinantes de Translocação: (1) movimento de solutos
multiplicarem-se na célula viva. de uma parte a outra do vegetal, como nu-
trientes, fungicidas e inseticidas sistêmicos,
Transgênico: organismo cujo genoma foi
ou de organismos, como vírus; (2) na gené-
alterado pela introdução de DNA exógeno.
tica, mutação cromossômica na qual uma
O DNA exógeno pode ser derivado de ou-
secção do cromossomo quebrada é recolo-
tros indivíduos da mesma espécie ou de cada em uma posição anormal, a qual pode
uma outra espécie completamente dife- ser em um cromossomo diferente ou no
rente. O material genético pode ser inclu- mesmo.
sive artificial, isto é, sintetizado em
laboratório. Translocação acrópeta: translocação de
solutos ou de defensivos agrícolas dentro
Transição: tipo de mutação em que uma da planta, a começar dos órgãos inferiores
purina do DNA é trocada por outra purina para os superiores.
ou uma pirimidina, que é substituída por
outra pirimidina. Translocação ambimóvel: translocação
que ocorre tanto no xilema como no
Transiência: na defesa fitossanitária, pre- floema (ambissistêmica).
sença de uma praga da qual não se espera
Translocação amóvel: translocação que
que resulte estabelecimento.
ocorre somente nas proximidades do sítio
Transiluminação: inspeção de um espé- de aplicação (não sistêmica; sem mobili-
cime pela passagem de luz através dele. Ti- dade a longa distância dentro da planta).
picamente usado em microscópio
Translocação apoplástica: translocação
composto e que pode ser usado com este-
que ocorre na rede corrente do espaço li-
reomicroscópio que tem bases para transi- vre, como paredes celulares e células mor-
luminação. tas (apoplasto).
Trânsito internacional: na defesa fitossa- Translocação basípeta: translocação de
nitária, movimento de vegetais, seus produ- solutos ou de defensivos agrícolas dentro
tos ou outros artigos regulamentados, entre da planta, a começar dos órgãos superiores
países. para os inferiores.
Trânsito interno: na defesa fitossanitária, Translocação euapoplástica: transloca-
movimento de vegetais, seus produtos ou ção apoplástica sem a passagem pelos pro-
outros artigos regulamentados no trânsito toplasmas.
estadual ou interestadual.
Translocação locossistêmica: ver trans-
Transitório: ver transiência. locação sistêmica local.
Transitório do solo: ver patógeno tran- Translocação pseudoapoplástica: trans-
seunte do solo. locação apoplástica com ocasional passa-
Translação: processo pelo qual a informa- gem pelos protoplasmas.
ção genética do mRNA é transformada em Translocação simplástica: translocação
proteína. que ocorre na rede corrente de protoplas-

547
mas conectados por plasmodematas (sim- Transmissão circulativa: em desuso. Ver
plasto). relação de transmissão do tipo persistente
ou circulativa.
Translocação sistêmica: translocação
que ocorre pelo sistema vascular para o in- Transmissão circulativa propagativa:
terior dos tecidos do hospedeiro. em desuso. Ver relação de transmissão do
tipo circulativa-propagativa.
Translocação sistêmica local: transloca-
ção que ocorre dentro do órgão que rece- Transmissão dependente: transmissão
beu a aplicação (locossistêmica). de um vírus que ocorre apenas quando o
vetor se alimenta sobre uma planta-fonte
Translocação via floema: translocação que esteja infectada por um vírus secundá-
simplástica, nos tubos crivados do floema, rio. O vírus secundário é referido como um
por meio da corrente de massa da fonte vírus auxiliar (helper), e o vírus que depende
para o dreno. do vírus auxiliar para que ocorra a sua
Translocação via xilema: translocação transmissão é denominado vírus depen-
que se processa no apoplasto, nos vasos e dente.
nos traqueídeos do xilema por meio da Transmissão direta: transferência do
corrente transpiratória. agente etiológico sem a interferência de ve-
Translúcido: claro; que deixa passar a luz, tores.
mas não permite divisar os contornos; que Transmissão em série: transmissão de
transmite a luz sem ser transparente. um vírus por um vetor, após um único pe-
ríodo de acesso para aquisição, para duas
Transmissão: transferência ou dissemina-
ou mais plantas testes em sucessão.
ção de um patógeno de uma planta para
outra. Transmissão estiletar: ocorre quando o
inseto, ao alimentar-se de uma planta infec-
Transmissão antrópica: transmissão,
tada, adquire o vírus em poucos segundos,
principalmente de vírus, pelo operário atra- contaminando o aparelho bucal. Dessa
vés das mãos, roupas e ferramentas infesta- forma, esse vírus é transmitido para uma
das durante o manuseio das plantas nas planta sadia. Esse tipo de transmissão é
práticas de transplantio, desbrota, amarra- realizado durante as picadas de prova, o
ção, poda e colheita. que ocorre nos tecidos superficiais da
Transmissão ativa: processo de transfe- planta. O transmissor do vírus perde rapi-
rência do patógeno da fonte de inóculo damente a capacidade infectiva, geralmente
para o hospedeiro, no qual o patógeno res- em menos de duas horas; logo, ao sofrer o
ponde às condições do ambiente e aos estí- processo de ecdise, deixa de ser infectivo.
mulos do próprio hospedeiro. Transmissão horizontal: processo de
Transmissão biológica: transmissão de transferência do patógeno realizado pelo
um patógeno de um hospedeiro para outro vetor, de hospedeiro a hospedeiro.
quando o patógeno se reproduz em um ve- Transmissão indireta: transferência do
tor. agente etiológico por vetores.

548
Transmissão manual: espalhamento ou bulhas (enxertia), bulbos, tubérculos, rizo-
introdução do inóculo no sítio de infecção mas, estacas, etc.
mediante manipulação.
Transmissão por planta parasita supe-
Transmissão mecânica: transmissão de rior: transmissão de vírus entre plantas dis-
vírus de um hospedeiro infectado para um tintas ou pertencentes a famílias
sadio sem a intervenção de um vetor, pelo completamente distintas através de parasi-
contato físico e fricção de uma planta con- tas como Cuscuta spp., onde a enxertia não
tra outra, ou experimentalmente pelo esfre- se aplica.
gamento do suco oriundo de uma planta
Transmissão por semente: passagem do
infectada sobre as folhas de uma planta sa-
inóculo a partir de uma semente infectada
dia.
ou infestada para uma plântula e/ou planta
Transmissão não circulativa: em desuso. adulta.
Ver relação de transmissão do tipo não per-
Transmissão por vetor: ocorre quando o
sistente.
inóculo é transferido da planta infectada
Transmissão não persistente: em de- para planta sadia, através de insetos, nema-
suso. Ver relação de transmissão do tipo toides, ácaros e fungos habitantes do solo.
não persistente.
Transmissão primária: ocorre quando a
Transmissão não propagativa: em de- planta é infectada por inóculo oriundo de
suso. Ver relação de transmissão do tipo vetores infectivos, a partir de fontes de inó-
não persistente. culo externas àquela plantação.
Transmissão passiva: processo de trans- Transmissão secundária: ocorre quando
ferência do patógeno para o hospedeiro a planta é infectada por inóculo oriundo de
que se faz antes pela ação do acaso e que vetores infectivos, a partir de inóculo pre-
pode responder a estímulos que são intrín- sente em plantas localizadas no interior da
secos e originados dele próprio. mesma plantação.
Transmissão persistente: em desuso. Ver Transmissão semipersistente: em de-
relação de transmissão do tipo persistente suso. Ver relação de transmissão do tipo se-
ou circulativa. mipersistente.
Transmissão por grão de pólen: ocorre Transmissão transovariana: transmissão
quando grãos de pólen produzidos em em que o vírus passa, por meio dos ovos
plantas sistemicamente infectadas por ví- do vetor infectivo, para a sua prole.
rus são utilizados em polinização cruzada,
Transmissão vertical: passagem do ge-
para produção de sementes em plantas sa-
noma viral de uma geração do hospedeiro
dias.
para a próxima, na forma de provírus ou
Transmissão por órgão de propagação em estreita associação com o genoma de
vegetativa: ocorre quando a planta matriz um gameta; por exemplo, na transmissão
está infectada, comumente por vírus, e é transovariana no inseto vetor ou na trans-
propagada vegetativamente através de bor- missão de vírus por sementes.

549
Transmissibilidade: faculdade de passar da aplicação (não sistêmico; sem mobili-
a outro, por contato ou herança. dade à longa distância dentro da planta).
Transmissor: vetor que passa um pató- Transporte apoplástico: movimento sis-
geno de uma planta para outra. têmico de substâncias, como fungicidas sis-
têmicos, que ocorre nos espaços livres entre
Transmitância: medida da quantidade de as paredes celulares e nas células mortas;
luz que passa por uma amostra. portanto, não penetra nas células vivas.
Transovariana: passagem por meio dos Transporte ativo: movimento de uma
ovários e ovos. molécula pela membrana plasmática, com
Transparência: na defesa fitossanitária, o dispêndio de energia celular, porque a dire-
princípio de tornar disponíveis, em âmbito ção do movimento é contrária ao gradiente
internacional, medidas fitossanitárias e suas de concentração.
razões; é baseado no Acordo sobre a Apli- Transporte euapoplástico: movimento
cação de Medidas Sanitárias e Fitossanitá- apoplástico sem a passagem através de pro-
rias da Organização Mundial do Comércio. toplasmas.
Transpiração: perda de água na forma de Transporte locossistêmico: ver trans-
vapor através dos estômatos, nas plantas, e, porte amóvel.
em menor extensão, por evaporação do te-
Transporte passivo: transporte de um so-
cido celular. luto por uma membrana, diminuindo seu
Transpiração cuticular: transpiração feita gradiente de concentração ou seu gradiente
através da cutícula. eletroquímico, utilizando apenas a energia
armazenada pelo gradiente.
Transpiração estomática: transpiração
feita através dos estômatos. Transporte pseudoapoplástico: movi-
mento apoplástico com ocasional passa-
Transplantar: ver repicar. gem através ou retenção nos protoplasmas.
Transplante: ver repicagem. Transporte simplástico: movimento sis-
Transporte: na defesa fitossanitária, ato de têmico de substâncias, como fungicidas,
deslocamento de um local para outro de para o interior das células; penetração na
defensivos agrícolas, seus componentes e célula viva.
afins. Transposase: enzima envolvida na inser-
Transporte ambimóvel: movimento sis- ção de transpósons em um novo sítio do
têmico de substâncias, como fungicidas, genoma.
que ocorre tanto no xilema como no Transposição: movimento dos transpó-
floema. sons para uma localização diferente dentro
Transporte ambissistêmico: ver trans- do genoma, sem utilizar qualquer meca-
nismo para reconhecimento do lugar de in-
porte ambimóvel.
serção. Pode ser replicativa ou não
Transporte amóvel: movimento sistê- replicativa, quando é deixada ou não uma
mico de substâncias, como fungicidas, que cópia do elemento transponível no lugar
ocorre somente nas proximidades do sítio que originalmente ocupava.

550
Transposon tagging: método de clona- Tratamento biológico: ver controle bio-
gem de genes fundamentado na inativação lógico.
gênica resultante da integração de um trans- Tratamento com calor: ver termoterapia.
póson em um gene. Em plantas transgêni-
cas, é realizado pela introdução de um Tratamento curativo: tratamento que re-
transpóson no genoma vegetal de qualquer duz ou paralisa o progresso da doença
planta via Agrobacterium ou por outro mé- quando já se iniciou o processo infeccioso.
todo de transformação. Após a integração Tratamento de inverno: conjunto de prá-
do transpóson no genoma, ele se move para ticas utilizadas, no período de repouso ve-
outras regiões do genoma, podendo se inse- getativo de fruteiras, para reduzir, ao
rir em um gene e inativá-Io funcionalmente. máximo, a fonte de inóculo no campo, di-
Para isolar o gene de interesse, prepara-se minuindo, assim, o índice de infecção do
uma biblioteca genômica com o DNA da patógeno na próxima estação, quando
planta mutante, e o clone é identificado uti- ocorrem novas brotações, florescimento e
lizando o transpóson como sonda. frutificação. Aplicado principalmente em
frutíferas de clima frio e/ou temperado,
Transpósons: ver elementos transponí- como macieiras, videiras, pessegueiros e ca-
veis. quizeiros, mediante podas de limpeza e
Transversão: mutação causada pela subs- aplicação de calda erradicante, como a sul-
tituição de uma purina por uma pirimidina focálcica.
e vice-versa, no DNA ou RNA. Tratamento de madeira: operação que
Traqueídeo: células alongadas do tecido consiste em impregnar, sob vácuo, os teci-
do xilema, de parede grossa, capazes de dos da madeira, com o objetivo de aumen-
transportar água. As paredes apresentam tar a extensão da vida útil da madeira em
pontos lignificados e são adaptadas para serviço, ou de produtos confeccionados de
condução e suporte, também têm a extre- madeira, através da aplicação de produtos
midade afilada ou oblíqua. que previnam a biodeterioração, causada
por organismos xilófagos.
Tratamento: (1) qualquer operação vi-
Tratamento de material de plantio: tra-
sando proteger a planta; (2) na defesa fitos-
tamento de mudas, rizomas, tubérculos e
sanitária, consiste no procedimento oficial
sementes com defensivo agrícola contido
autorizado para matar ou remover pragas
em água ou misturado com um pó inerte.
ou tornar pragas inférteis; (3) num ensaio
experimental, os fatores (dosagem, cultivar, Tratamento de sementes: processo de
forma de aplicação, etc.) que estão sendo revestir ou impregnar as sementes com um
avaliados, ou seja, a ação experimental pla- produto químico ou não químico, para
nejada para produzir um efeito. Denomi- controlar propágulos de fitopatógenos as-
nação genérica, para designar qualquer sociados com as sementes ou partes delas.
método, elemento ou material, cujo efeito Tratamento de solo: aplicação de defensi-
deseja-se medir e comparar, como avaliar a vos agrícolas no solo, visando à erradicação
eficiência de um fungicida no controle de total ou parcial da população xênica infes-
uma doença. tante.

551
Tratamento em faixa: aplicação de de- em cultivos perenes, sendo que o produto
fensivos agrícolas em faixas limitadas do deve ser necessariamente não fitotóxico
terreno (sulco). nas dosagens recomendadas.
Tratamento em reboleira: aplicação do Tratamento pré-colheita: refere-se às ati-
defensivo agrícola em pontos da área onde vidades realizadas antes da colheita, como
se julgue necessário. aplicação de defensivos agrícolas para o
Tratamento final: última aplicação de de- controle de patógenos e pragas, poda fitos-
fensivo agrícola antes da colheita. sanitária, aplicação de hormônios vegetais,
etc.
Tratamento físico: tratamento que utiliza
a manipulação da temperatura e da atmos- Tratamento pré-emergência: aplicação
fera, bem como a combinação de ambas, de defensivo agrícola feita depois da se-
para controlar patógenos e/ou pragas nos meadura, porém antes das plantas emergi-
produtos vegetais, o qual também pode rem do solo.
melhorar a qualidade dos produtos trata- Tratamento pré-plantio: aplicação de de-
dos. fensivo agrícola, no geral 15 a 20 dias antes
Tratamento fitossanitário: operação en- do plantio; ocorre geralmente no caso dos
volvendo uma ou mais aplicações de pro- fumigantes, por serem substâncias fitotóxi-
dutos ou processos químicos, físicos, cas.
mecânicos ou biológicos para defesa fitos- Tratamento preventivo: ver controle pre-
sanitária. ventivo.
Tratamento geral: operação que consiste Tratamento profilático: ver controle pre-
na aplicação do defensivo agrícola em toda ventivo.
a área.
Tratamento quarentenário: método de
Tratamento hidrotérmico: ver termote- controle estabelecido para proteger regiões
rapia. geográficas não infestadas, assegurando o
Tratamento pós-colheita: tratamento controle sobre a dispersão de patógenos e
com defensivo agrícola destinado a prote- pragas ou outras pestes de importância
ger os frutos e hortaliças após a colheita, econômica. Usualmente, são empregados
através de soluções diluídas, em que os fru- métodos físicos, que não contaminam o
tos ou hortaliças são imersos na calda antes produto com resíduos tóxicos ou que não
do armazenamento, ou o tratamento é rea- promovem efeitos fitotóxicos.
lizado nas caixas ou invólucros que os con- Tratamento quarentenário a frio: na de-
têm. fesa fitossanitária, procedimento autori-
Tratamento pós-emergência: aplicação zado oficialmente para exterminar, remover
de defensivo agrícola feita após a plantinha ou tornar inférteis os patógenos e pragas
aflorar a superfície do solo. quarentenárias pela exposição a baixas
temperaturas.
Tratamento pós-plantio: tratamento
com defensivo agrícola em culturas já esta- Tratamento quarentenário combinado:
belecidas, adotado, mais frequentemente, na defesa fitossanitária, aplicação de dois

552
ou mais tratamentos diferentes em forma Tratamentos quantitativos: num experi-
conjunta ou sequencial. mento, são os tratamentos que podem ser
ordenados segundo algum critério numé-
Tratamento quarentenário físico: na de-
rico, com exemplo a avaliação de diferentes
fesa fitossanitária, tratamento no qual o
doses de um fungicida para controlar a an-
agente empregado para o controle da praga tracnose do guaranazeiro.
ou patógeno é de caráter físico.
Trato cultural: prática executada numa
Tratamento quarentenário hidrotér- plantação, como poda, capina, irrigação,
mico: na defesa fitossanitária, tratamento adubação de cobertura e tratamento fitos-
do tipo físico utilizado para o controle de sanitário, com o objetivo de propiciar con-
pragas quarentenárias por meio da imersão dições mais favoráveis ao crescimento e à
em água, a uma determinada temperatura produção da cultura.
por um período de tempo adequado.
Traumatismo: qualquer dano ao indiví-
Tratamento quarentenário por irradia- duo causado por ação mecânica.
ção: na defesa fitossanitária, tratamento do
tipo físico para obter a esterilização de pra- Trético: ver célula conidiogênica trética.
gas quarentenárias por meio de irradiações Triagem: exame preliminar da amostra
ionizantes. com sintomas da doença para selecionar as
partes mais apropriadas para o isolamento
Tratamento quarentenário químico: na
do patógeno, diagnose e emissão do diag-
defesa fitossanitária, tratamento no qual se
nóstico.
aplica um produto fitossanitário para des-
truir as pragas quarentenárias. Triângulo de doença: representação es-
quemática de formato triangular de um pa-
Tratamento quarentenário térmico: na tossistema selvagem natural, em que de um
defesa fitossanitária, tratamento do tipo fí- lado é colocado o patógeno (total de viru-
sico, utilizado para o controle de pragas lência e abundância de inóculo), do outro o
quarentenárias pela alternância de tempera- clima (condições favoráveis à doença) e do
turas baixas e altas. terceiro o hospedeiro (suscetibilidade).
Tratamento químico: ver quimioterapia. A quantidade de doença no interior do
triângulo vai depender da ação de cada
Tratamento sintomático: tratamento componente, por exemplo, se o clima é al-
efetuado em função dos sintomas da tamente favorável, o patógeno altamente
doença. virulento e o hospedeiro altamente suscetí-
Tratamento térmico: ver termoterapia. vel, a intensidade da doença será “má-
xima”.
Tratamentos qualitativos: num experi-
mento, são os tratamentos que não podem Triângulo de porcelana: aparato que
ser ordenados segundo algum critério nu- serve de suporte para cadinhos ou outro
mérico e se diferenciam por suas qualida- tipo de vasilhame, quando aquecidos dire-
des, como exemplo a avaliação de diferentes tamente na chama de gás.
fungicidas para controlar a sigatoka-negra Triazol: grupo de fungicidas sistêmicos
da bananeira. que atuam como inibidores da demetilação

553
do C14 na biossíntese do ergosterol. A defi- Trimítico: diz-se de corpos frutíferos de
ciência do ergosterol e o acúmulo de com- Basidiomycota que apresentam hifas de
postos intermediários induzem a formação três tipos: hifas geradoras ou generativas,
de membranas alternativas e desorganiza- esqueléticas e hifas conjuntivas ou conecti-
ção celular. vas.
Tribo: categoria do grupo família subordi- Trimmed sequence: sequências cujas ex-
nada à subfamília. tremidades, muitas vezes contendo restos
Tricoderme: revestimento pilear consti- de vetores, são removidas para análise filo-
tuído por hifas anticlinais, filamentosas, genética.
agrupadas em feixes ou não e que confe-
Trinca: grupo de três nucleotídeos do
rem ao píleo aspecto velutinoso, tomen-
DNA ou RNA.
toso, fibriloso, etc.
Trinome: nome constituído de três pala-
Tricógino: parte filiforme de um ascogô-
nio que atua como receptor do núcleo vras: nome genérico, epíteto específico e
masculino. epíteto subespecífico, que, juntos, com-
põem o nome científico, por exemplo
Tricolumela: arranjo em três fileiras das Pyrenophora tritici-repentis.
células que circundam o oviduto na proxi-
midade do útero do nematoide. A essas cé- Tripé de ferro: sustentáculo utilizado
lulas atribui-se a função de secretar a casca como apoio para a tela de amianto e para
do ovo dos nematoides. Ver quadricolu- equipamentos que são colocados sobre ela.
mela e crustaforméria.
Tripes: pequeno inseto da ordem
Tricoma: prolongamento da epiderme de Thysanoptera, que perfura os tecidos das
folhas e órgãos verdes que ocorre em dife- plantas, suga a seiva e pode transmitir pató-
rentes espécies vegetais, usualmente na genos, principalmente vírus, como o tomato
forma de pelo, que, de acordo com a forma spotted wilt virus (TSWV) do tomateiro, ou
e número por área de tecido, auxilia na re- causar danos mecânicos em folhas e flores,
gulação das trocas hídricas com o meio ex- com desfolha e redução significativa da
terno. Por interferir na continuidade da produção, como no guaranazeiro.
lâmina ou filme de água superficial, difi-
culta a germinação dos esporos fúngicos e Tríplice lavagem: triplo enxágue de em-
a multiplicação de bactérias sobre a super- balagem vazia metálica ou de plástico rí-
fície do hospedeiro. gido ou de vidro, que continha defensivos
agrícolas, transferindo o conteúdo da em-
Tricósporo: esporo que nasce na extremi-
dade de filamento miceliano. balagem para o tanque de pulverizador, e
completo esgotamento dela, mantendo-a
Tricótomo: que é dividido em três partes. na posição vertical por pelo menos 90 se-
Trífido: ver trifurcado. gundos.
Trifurcado: que apresenta três ramifica- Triploide: indivíduo cujo núcleo das célu-
ções. las contém 3n cromossomos.

554
Tripsina: enzima proteolítica que catalisa a tRNA: classe de uma pequena molécula de
hidrólise das ligações peptídicas nos sítios RNA que se liga a aminoácidos específicos
carboxílicos da arginina e lisina. transferidos no processo de tradução do
Tris: abreviação do composto orgânico mRNA. Ver RNA transportador.
conhecido como trisaminometano, com a Troca gênica: alteração na frequência gê-
fórmula C4H11NO3. É um tampão bioló- nica por causa da introdução de novos ge-
gico, com pH na faixa de 7,0 a 9,2, extre- nes, o que determina menor variação
mamente usada em bioquímica e biologia genética entre diferentes regiões geográfi-
molecular. cas.
Trispórico: com três esporos. Trófico: relacionado à nutrição ou alimen-
Trissômico: indivíduo aneuploide que tação.
possui um cromossomo em adição ao seu Trofobiose: teoria desenvolvida pelo fran-
número normal, representado por 2n + 1. cês Francis Chaboussou na década de
Tristeza: doença dos citros, causada por 1980, que afirmava “plantas doentes pelo
Citrus tristeza virus (CTV), caracterizada uso de agroquímicos” (Chaboussou, 2006).
por profundas mudanças anatômicas na re- Segundo o autor, tanto os defensivos agrí-
gião de enxertia da copa com o porta-en- colas como os fertilizantes podem alterar a
xerto, bloqueio do transporte de assimilados composição da seiva vegetal, impedindo a
para as raízes e, por fim, declínio da planta síntese de proteínas (proteossíntese), tor-
com seca gradativa dos ramos, culminando nando a planta mais vulnerável à multipli-
com morte abrupta da planta ou com enfe- cação de pragas e microrganismos, pelo
zamento. acúmulo de açúcares e aminoácidos solú-
Trituração: processo de desintegração no veis no tecido vegetal, que, consequente-
qual o substrato é fragmentado entre duas mente, não são transformados em
superfícies que não possuem entre si qual- carboidratos e proteínas (proteólise). As
quer dependência. plantas que crescem em condições nutri-
cionais ótimas podem desenvolver imuni-
Trituração a seco: trituração sem adição dade adquirida a insetos e microrganismos.
de água, sendo a expressão “a seco” geral-
mente relacionada ao substrato que con- Trofocisto: porção dilatada do esporan-
tém umidade insuficiente para agregar as gióforo do gênero Pilobolus (Zigomycota),
suas partículas e não sofre adição de água. onde se produzirá um esporângio.
Trituração a úmido: trituração em que é Trompa de vácuo: equipamento que se
adicionada ao substrato uma quantidade de aproveita de uma corrente de água para as-
água necessária para que a polpa adquira a pirar o ar por uma abertura lateral; é usado
adequada fluidez no intuito de ser manipu- para “filtrações a vácuo”.
lada com mais facilidade. Tropismo: crescimento orientado, estimu-
Triturar: reduzir um material a pequenos lado por vários agentes: luz (fototropismo),
fragmentos, geralmente por meio mecâ- substâncias químicas (quimiotropismo) e
nico. força gravitacional (geotropismo).

555
Truncado: terminado abruptamente. Ca- Tubo crivado: série de células do floema
racterística observada em alguns esporos que forma um longo tubo celular, pelo qual
que, em uma das extremidades, se afina os compostos sintetizados pela planta
progressivamente, enquanto na outra ter- (seiva elaborada e alimentos) são transpor-
mina abruptamente. tados.
Trypan blue: ver corante de trypan blue. Tubo de conjugação: (1) elemento hifal
curto que substitui os basidiósporos no ci-
Trypomastigota: estádio de desenvolvi-
clo de vida de alguns fungos do carvão
mento de protozoários flagelados em que,
para permitir a transferência nuclear entre
ao contrário de epimastigota, o cineto-
células promiceliais; (2) tubo entre duas cé-
plasto e o ponto de origem do flagelo são
lulas copulantes, como em Oomycetes.
posteriores ao núcleo, e o flagelo também
emerge lateralmente e fica aderido a uma Tubo de cultura: ver tubo de ensaio.
membrana externa ondulante até a extre- Tubo de ensaio: recipiente de vidro, cilín-
midade da célula, logo depois se separa drico, oco, com a base cônica e o ápice
dela. aberto, usado para colocar meio de cultura
Tubérculos perineais: aglomerações de inclinado para o cultivo, principalmente de
protuberâncias com forma de verruga, de fungos e bactérias, e para efetuar misturas
origem cuticular, no períneo, que caracte- ou reações em pequenas quantidades de
rizam o cisto do nematoide do gênero reagente. Suporta ser aquecido diretamente
Punctodera. na chama.
Tubete: recipiente construído com poli- Tubo de fertilização: hifa originada a par-
propileno e utilizado para mudas. Apre- tir do gametângio masculino (anterídio)
senta forma cônica e vazada em sua que penetra no gametângio feminino (oo-
extremidade inferior, permitindo desse gônio), por meio da qual passa o núcleo do
modo a drenagem do excesso de água e a gameta masculino.
poda natural das raízes. Possui estrias inter- Tubo decurrente: tubo que se adere ao
nas voltadas a orientar o crescimento das estipe em todo o comprimento, estenden-
raízes para baixo, diminuindo dessa ma- do-se sobre ele para baixo.
neira as chances de enovelamento.
Tubo germinativo: hifa originária do es-
Tubo: (1) cano ou canudo, elemento cilín- poro fúngico durante o processo de germi-
drico oco; (2) em microscopia, dispositivo nação. Essa hifa tende a alongar-se,
que mantém a ocular a uma distância ade- ramificar-se e constituir um novo micélio.
quada da lente objetiva e bloqueia a luz dis-
persa; (3) tubo do himênio das poliporáceas, Tubo guia do estilete: bainha ao redor do
forrado internamente pelos basídios pro- estilete, que se estende do anel guia à base
dutores de esporos. do estilete de alguns nematoides.

Tubo central: eixo cilíndrico esclerotizado Tubo inclinado: ver cultura inclinada.
do esqueleto da cabeça de nematoides, pelo Tubos de adesão: setas tubulares com as
qual o estilete é projetado durante a alimen- quais alguns nematoides se movimentam
tação. na superfície de um campo.

556
Tubuloso: em forma de tubo oco e cilín- tório. A calda, empurrada contra um rotor
drico; formado por tubos. que possui uma série de ventoinhas curvas
Tufo: feixe de hifas dispostas em penacho. dispostas em volta de uma haste rotativa, é
subdividida em gotículas que são distribuí-
Tumefação: desenvolvimento de um tu- das sobre a folhagem das plantas.
mor.
Turbinado: como um cone invertido;
Tumor: sintoma de doença, hiperplástico,
quase cônico; em forma de pião.
caracterizado pelo intumescimento desor-
denado dos tecidos da planta, quer pela Turbo-atomizador: equipamento de pul-
multiplicação ativa das células (hiperplasia), verização que produz gotas diminutas que
quer pelo aumento do volume das já exis- são lançadas por um turbilhão, para atingir
tentes (hipertrofia). as partes superiores e inferiores da planta.
Túnica interna: túnica mais ou menos in- Turbulência: na atmosfera, refere-se à
color que envolve o himênio. qualidade ou ao estado no qual o fluxo de
Turbidez: opacidade de uma suspensão. ar num dado lugar muda constantemente
de velocidade e direção.
Turbidimetria: técnica usada para medir a
turbidez de uma amostra; comumente utili- Turgescência: processo de distensão das
zada para estimar o crescimento de micror- células, devido à pressão interna.
ganismos ou a concentração desses em Turgidez: ver turgescência.
uma suspensão, principalmente de bacté-
rias. Tutoramento: prática que consiste na uti-
lização de um suporte de madeira, taquara,
Turbidímetro: dispositivo óptico desti- bambu ou metal que serve para conduzir
nado a medir a turbidez num líquido. Em verticalmente o crescimento de planta que
geral, um feixe de luz é passado através da apresenta caules do tipo trepador, como
amostra e a turbidez é medida em relação maracujazeiro e videira, ou frágeis, como o
ao decréscimo da absorbância. tomateiro, para evitar o tombamento da
Turbina: equipamento acoplado a um pul- planta. Esse suporte é preso na estrutura
verizador que, acionado pela pressão de do sistema de sustentação da planta e, à
uma corrente de ar com a calda com defen- medida que a muda cresce, esta é condu-
sivo agrícola, produz um movimento rota- zida junto do tutor.

557
U
Ubiquitina: pequena proteína encontrada meio no qual ela move, assim como da
em plantas envolvida na degradação de forma, densidade e peso molecular das
proteínas. partículas. O peso molecular dos ácidos
nucleicos e proteínas pode ser determi-
Ubiquitinação: acoplamento de uma ou
nado a partir das velocidades de sedimenta-
mais moléculas de ubiquitina nas proteínas
ção deles.
destinadas à degradação e liberadas para a
proteosoma. Ultracentrifugação: processo em uma
centrífuga de alta velocidade, capaz de pro-
UBV: sigla de Ultrabaixo volume. Ver ul-
vocar a sedimentação de pequenas partícu-
trabaixo volume.
las.
ufc: iniciais de unidade formadora de colô-
Ultraestrutura: estrutura submicroscó-
nia. Ver unidade formadora de colônia.
pica de uma macromolécula, célula ou te-
ufp: iniciais de unidade formadora de cido.
placa. Ver unidade formadora de placa.
Ultrafiltração: método usado para remo-
Ultrabaixo volume: fórmula concentrada ção de todas as partículas, especialmente de
líquida de um defensivo agrícola não di- partículas muito pequenas, como vírus, de
luído em água, aplicada na base de 5 L ha-1 um meio fluido.
ou menos, com gotas que variam de 80 μm
Ultrafiltro: filtro usado para a separação
a 120 μm de diâmetro.
de pequenas partículas coloidais.
Ultracentrífuga: centrífuga de alta veloci-
Ultramicroscópico: que é tão pequeno
dade de rotação, usada para centrifugar or-
que não pode ser visto com um microscó-
ganelas, células, membranas, partículas
pio de luz.
subcelulares, proteínas, ácidos nucleicos e
outras macromoléculas. A força centrífuga Ultramicrotomia: usada na microscopia
é proporcional à taxa de rotação do rotor, eletrônica, consiste na obtenção de cortes
medida em rotações por minuto (rpm), e ultrafinos do espécime, com espessura me-
pode atingir 600 mil vezes a força da gravi- nor ou igual a 90 nm, necessários por causa
dade (g). O efeito das altas forças geradas da baixa penetrabilidade dos feixes de elé-
em uma ultracentrífuga é a sedimentação trons. Os cortes são realizados em ultrami-
de partículas a uma velocidade que de- crótomos com auxílio de navalhas ou
pende da viscosidade e/ou densidade do lâmina de vidro ou de diamante.

559
Ultramicrótomo: instrumento usado para Umidade específica do ar: razão da
cortar material em secções muito finas, massa de vapor de água sobre a massa total
com a finalidade de visualizá-lo em um mi- de uma dada amostra de ar úmido. A umi-
croscópio eletrônico de transmissão. dade específica é geralmente expressa em
A amostra é incluída em uma resina dura e gramas de vapor de água por quilograma
cortada com auxílio de uma lâmina de vi- de ar.
dro ou de diamante.
Umidade relativa do ar: razão entre a
Ultrassom: onda de som acima do limite quantidade de vapor de água contida no ar
da audição, superior a 20 mil Hertz. Utili- e a quantidade máxima que o ar pode reter
zado para o rompimento de células e de sob as mesmas condições de temperatura e
ácidos nucleicos. pressão. É expressa em porcentagem.
Ultravioleta: ver radiação ultravioleta. Umidificador: equipamento utilizado
Umbelado: que tem aspecto de um guar- para aumentar a umidade do ar. Na fitopa-
da-chuva. tologia, utilizado para aumentar a umidade
até a saturação em ambiente usado para co-
Umbilicado: que tem umbigo; que apre- locar plantas recém-inoculadas.
senta pequena depressão central arredon-
dada. Diz-se do píleo com uma depressão Unciforme: em forma de gancho.
na parte oposta ao estipe. Uncinado: que tem ganchos, curvado para
Umectante: tipo de adjuvante que permite trás.
que os pós molháveis se misturem com a Ungulado: que tem forma de unha.
água e tenham maior aderência na superfí-
Unicelular: organismo formado por ape-
cie das plantas.
nas uma célula, sem septo.
Umidade: quantidade de vapor de água
Uniciliado: que tem um único cílio, seme-
contido na atmosfera. Não abrange as ou-
lhante a um chicote.
tras formas nas quais a água pode estar pre-
sente na atmosfera, como a líquida e a Unidade amostral: diz-se do espaço fí-
sólida. sico sobre o qual são observadas e medidas
as características quantitativas e qualitativas
Umidade absoluta do ar: umidade total
da população. A unidade amostral pode ser
contida numa determinada quantidade de
constituída por parcela de área fixa, ponto
ar, medida em unidades de massa por vo-
amostral ou planta.
lume de unidade (como gramas de vapor
de água por metro cúbico de ar). Unidade de recebimento: ver posto de
recebimento.
Umidade disponível do solo: quantidade
de água presente no solo, disponível para Unidade de dispersão: qualquer propá-
ser utilizada pelas plantas. gulo viável que pode ser disseminado.
Umidade do solo: umidade na porção do Unidade de infecção: propágulo deposi-
solo situada acima da superfície do lençol tado na superfície do hospedeiro, que, após
freático, incluindo o vapor de água pre- passar por uma série de atividades bioquí-
sente nos interstícios. micas que se traduzem em alterações mor-

560
fológicas, emite estruturas de infecção e mando uma placa, com a área clara resul-
interage com o hospedeiro. O início do tante da lise das bactérias, isolada e visível.
processo de infecção coincide, justamente, Unidade infecciosa: na virologia, repre-
com a transformação da unidade de disper- senta o menor número de partículas de ví-
são em unidade de infecção. rus que, em teoria, é capaz de causar
Unidade de produção padrão: na defesa infecção.
fitossanitária, área contínua, de tamanho Uniestratificado: que tem uma camada.
variável e identificada por ponto georrefe-
renciado, plantada com uma espécie no Uniflagelado: que tem um único fila-
mesmo estádio fisiológico, sob os mesmos mento para se locomover.
tratos culturais e controle fitossanitário. Unilateral: situado ou inclinado para um
Unidade de toxicidade (UT): refere-se à único lado.
CL50, CE50, DE50 e DL50. A unidade é in- Unilocular: que tem uma cavidade ou cé-
versa, ou seja, quanto menor seu valor, lula.
mais tóxica é a substância. A unidade tó- Uninucleado: que tem apenas um núcleo
xica é a transformação da CL50, CE50, DE50 por célula.
ou DL50 em unidade direta, ou seja, é o va-
lor da CL50, CE50, DE50 ou DL50 dividido Uniperitecial: que tem apenas um perité-
por 100. Assim, quanto menor o valor da cio por estroma.
UT, mais tóxica é a substância. Ver CL50, Unisseptado: que tem apenas um septo;
CE50, DE50 e DL50. bicelular.
Unidade de transcrição: sequência de Unisseriado: arranjado em uma série sim-
DNA que contém sinais para a iniciação e ples ou em fileira, como os ascósporos no
terminação da transcrição. interior de um asco, todos em linha reta,
um acima do outro.
Unidade experimental: ver parcela expe-
rimental. Unissexuado: que tem um só sexo.
Unidade formadora de colônia: célula Unitunicado: que tem uma só parede.
bacteriana que cresce e forma uma colônia Nos fungos, asco no qual tanto a mem-
isolada de bactérias na superfície de um brana interna como a externa permanecem
meio de cultura sólido. Ver contagem de unidas, não se separando durante a libera-
células viáveis em placa. ção dos esporos.
Unidade formadora de placa: medida da UR: sigla de Umidade Relativa do Ar. Ver
infectividade de partículas virais. Uma uni- umidade relativa do ar.
dade formadora de placa é equivalente a Uracil: dioxipirimidina-2,6, uma das qua-
um fago infeccioso. Uma partícula de uma tro bases pirimidínicas que formam a es-
suspensão de vírus inoculada sobre a su- trutura do RNA; emparelha-se com a
perfície de um meio de cultura sólido, reco- adenina. O uracil é a única base não encon-
berto por células bacterianas, se multiplica trada no DNA; é substituído ali pela ti-
e causa lise das células bacterianas for- mina.

561
Urédia: corpo de frutificação dos fungos mente delicada, revestida de equínulas e
causadores de ferrugens no qual são pro- provida de poros germinativos, trazendo
duzidos uredósporos. na base ou na lateral a marca de inserção.
Uredinal: referente ao uredo. Fase infectante de alguns fungos causado-
res de ferrugens.
Uredinales: constitui o mais importante e
numeroso grupo de fungos fitopatogêni- Uredossoro: ver urédia.
cos; caracterizado por um amplo espectro Uridina: ribonucleosídeo que tem o uracil
de hospedeiros que inclui membros de como base nitrogenada.
Briophyta, Pteridophyta, Pinophyta e Mag-
noliophyta; possui extensa distribuição Urticante: que queima ou irrita; que pro-
mundial, onde quer que existam hospedei- duz a sensação de queimadura.
ros, apresentando uma estreita relação de USAGAP: protocolo norte americano que
parasitismo obrigatório; a ordem Uredina- descreve a rastreabilidade dos produtos, as
les possui cerca de 120 gêneros holomórfi- boas práticas agrícolas, o uso correto de
cos e 13 anamórficos, entre 5 mil a 7 mil defensivos agrícolas, a preocupação com o
espécies conhecidas (Yepes; Carvalho Jú- meio ambiente, além da saúde, segurança e
nior, 2010). bem-estar dos trabalhadores da produção
Uredinia: ver urédia. agrícola.
Urediniósporo: ver uredósporo. Uso adequado: emprego correto e eficaz
de um defensivo agrícola, considerando os
Urediniossoro: ver urédia.
riscos toxicológicos envolvidos em sua
Uredinoide: fungo de ferrugem que tem a aplicação, de modo que reste o menos pos-
aparência do gênero anamórfico Uraecim; sível ou o mais toxicologicamente aceitável
aplica-se especialmente aos estádios aeciais, de resíduos.
que têm a aparência semelhante a urédia,
Uso pretendido: na defesa fitossanitária,
mas acompanhado pela espermagônia.
declaração do motivo pelo qual plantas ou
A esporulação ocorre após a espermatiza-
ção e o estabelecimento da dicariófase; partes de plantas ou outros artigos regula-
apresenta esporos isolados sobre pedicelos mentados são importados, produzidos ou
sem perídio ou paráfises. usados.

Uredinósporo: ver uredósporo. Uso restrito: na defesa fitossanitária, de-


fensivo agrícola cujo uso é autorizado às
Urediósporo: ver uredósporo. pessoas experientes e às que possuem cer-
Uredo: estádio II de fungos de ferrugens tificado de aplicador de defensivo para evi-
(Uredinales). Estrutura, com ou sem perí- tar possíveis danos em sua aplicação ao
dio, formada por células binucleadas que meio ambiente.
produzem os uredósporos. Uso seguro: na defesa fitossanitária,
Uredósporo: esporo assexuado e dicarió- aquele que faz o defensivo agrícola atingir
tico dos fungos causadores de ferrugens. apenas o alvo visado, até o limite das doses
Esporo binucleado, com parede relativa- registradas, em que é observado o intervalo

562
de segurança entre a última aplicação e a quantidade, que forma o carvão dos ce-
colheita. reais.
Uso sustentável dos defensivos agríco- Ustilósporo: nome antigo dos esporos do
las: uso dos defensivos sem causar efeitos fungo causador do carvão.
irreversíveis nos sistemas naturais e sem
provocar efeitos agudos ou crônicos no Usuário de defensivo agrícola: na defesa
homem, nos animais e no ambiente; cor- agropecuária, pessoa física ou jurídica que
responde à máxima redução do uso dos de- utiliza defensivos agrícolas, seus compo-
fensivos, à restrição do uso ou à substituição nentes e afins.
dos mais tóxicos e à adoção do princípio da Útero: estrutura musculosa do aparelho
precaução nas decisões de homologação reprodutor feminino do nematoide.
dos defensivos. Os movimentos gerados pela complexa
Ustilagósporo: clamidósporo de cor ne- musculatura do útero são responsáveis pela
gra, produzido por Ustilaginales em grande expulsão dos ovos do corpo da fêmea.

563
V
V (índice): em taxonomia de nematoides, no protoplasma das células, levando à de-
define a posição da vulva no corpo da fê- generação.
mea do nematoide em valor percentual, Vagina: canal coberto com cutícula, no
considerando o comprimento total do aparelho reprodutor da fêmea do nema-
corpo. toide, que se comunica com o útero e com
V/V: volume por volume, utilizado para a abertura da vulva.
indicar concentrações de um líquido em Vaginado: com formato de bainha; diz-se
solução com água, por exemplo, 70% v/v do estipe que apresenta volva.
etanol (= 70 mL de etanol completado
Validação: processo pelo qual é estabele-
com água para 100 mL de solução). cido, por estudo de laboratório, que as ca-
V8: ver suco V8. racterísticas de desempenho ou parâmetros
analíticos do método alcançam os requisi-
Vácuo biológico: ambiente estéril criado tos para as aplicações analíticas pretendi-
quando o substrato é submetido a um tra- das.
tamento físico, como autoclavagem, ou
químico, como a aplicação de um defen- Validar: provar a adequação do uso, deter-
sivo erradicante, cujos microrganismos do minar o rigor ou a acurácia de um procedi-
mento analítico e prover confiança de que
solo foram eliminados, inclusive os benéfi-
os dados gerados são significativos.
cos. Após uma reinfestação, esse espaço
permite a multiplicação rápida do pató- Valor do pH: indica o grau de acidez ou al-
geno, uma vez que se encontra livre de ini- calinidade. A escala do pH de 0 a 14 ex-
migos naturais que possam combatê-lo. pressa a intensidade de acidez ou
alcalinidade, do mesmo modo que os graus
Vacuolado: que é provido de muitos va- do termômetro expressam intensidade de
cúolos. calor. O pH 7, metade entre 0 e 14, indica
Vacúolo: cavidade existente na massa cito- que o meio nem é ácido e nem alcalino.
plasmática, cheia de suco celular; optica- O pH abaixo de 7,0 indica acidez, e sua in-
mente parece vazia, razão do seu nome. tensidade aumenta quando o número de-
cresce. Ao contrário, valores de pH acima
Vacuolose: sintoma histológico caracteri- de 7,0 indicam alcalinidade, e sua intensi-
zado pela formação anormal dos vacúolos dade aumenta com o amento do número.

565
Válseo: que tem peritécios dispostos circu- néticos e ambientais. A variação ambiental
larmente no estroma, comum no gênero (plasticidade fenotípica) resulta em diferen-
Valsa. ças na aparência de indivíduos de uma es-
Valsoide: estroma erupente ou deitado, pécie, por causa das diferenças em nutrição,
dentro do qual se encontram os peritécios doença e densidade populacional. E a va-
dispostos circularmente, com os colos con- riação genética é causada por recombina-
vergentes e erupentes como um feixe, co- ção e ocasionalmente por mutação
mum no gênero Valsa. (Daintith; Tootill, 1983).
Válvula esôfago-intestinal: ver cárdia. Variabilidade genética: amplitude de va-
riação genética para uma determinada es-
Válvula intestino-retal: músculo esfíncter
que separa o intestino do reto ou da cloaca pécie. Uma vez que a espécie é composta
do nematoide. por populações locais (demes) ou táxons, a
variabilidade genética funde-se natural-
VAM: sigla de Vesicular Arbuscular Mycorrhizal. mente com o conceito de reservatório gê-
Ver endomicorriza. nico.
Vancomicina: antibiótico glicopeptídico Variabilidade interespecífica: variabili-
usado em meio de cultura seletivo para ini- dade entre espécies diferentes.
bir o crescimento de bactérias.
Variabilidade intraespecífica: variabili-
Vaquinha: inseto da ordem Coleóptera e
dade dentro de uma mesma espécie.
família Chrysomelidae. Os adultos geral-
mente possuem corpo colorido, antenas vi- Variabilidade vertical do hospedeiro:
síveis, aparelho bucal raspador-sugador e variação das resistências verticais do hos-
causam desfolha. Os adultos da espécie pedeiro no tempo e espaço. Uma cultura
Cerotoma arcuata apresentam coloração perene pode permanecer como uma popu-
preta e amarela e medem 5 mm a 6 mm de lação inalterada por um século ou mais, en-
comprimento, e os da Diabrotica speciosa, co- quanto uma população de uma cultura
loração verde e amarela e medem 6 mm de anual pode existir por apenas poucas sema-
comprimento. Entre as espécies da ordem nas. Similarmente, em determinado espaço,
Coleóptera, são as mais eficientes na trans- a população de um hospedeiro pode ser
missão de vírus causadores de doenças em um clone com todos os indivíduos geneti-
plantas.
camente idênticos ou pode ser genetica-
var.: abreviatura de variedade. Ver varie- mente variável, de forma que, numa
dade. situação extrema, cada indivíduo tem uma
Vareta de vidro: cilindro oco feito de vi- resistência vertical diferente. A variabili-
dro de baixo ponto de fusão, usado para in- dade vertical alta no hospedeiro claramente
terligar peças como balões, condensadores, aumenta o valor agrícola da resistência ver-
etc. tical e, na verdade, é base de todos os mo-
delos de resistência vertical.
Variabilidade: extensão em que as carac-
terísticas de uma espécie podem variar. Variabilidade vertical do patógeno: ver
A variação pode ser causada por fatores ge- mutabilidade vertical.

566
Variação: (1) diferença entre indivíduos variação não é transmitida por reprodução
em virtude do polimorfismo em sua com- sexuada.
posição genética ou do meio em que se de-
Variação externa: aquela devido a varia-
senvolvem; (2) em estatística, distribuição
ções não intencionais de causas conheci-
de um valor em torno do valor médio ou
das, que agem de modo sistemático,
central.
podendo ser controlada pelo pesquisador
Variação acidental: aquela devido a varia- ao instalar o experimento, através do uso
ções não intencionais de causas desconhe- de blocos. Por exemplo, a heterogeneidade
cidas, que agem de modo aleatório, não do solo é uma variação desse tipo, pois as
estando sob o controle do pesquisador. parcelas localizadas em solos mais férteis
Essa variação é que constitui o chamado produzem mais que as localizadas em solos
erro experimental e promove diferença en- pobres.
tre as parcelas que recebem o mesmo trata-
Variação fisiológica: variação entre indi-
mento. Entre as variações acidentais,
víduos em virtude dos estímulos do am-
podem-se citar: variações ligeiras no espa-
çamento, na profundidade de semeadura, biente, desaparece com a remoção da
na quantidade de água de irrigação apli- causa; variação não persistente (não herdá-
cada, etc. vel).

Variação ao acaso: variação que está além Variação genética: variação de natureza
do controle do pesquisador e, portanto, herdável, que se perpetua com a reprodu-
está relacionada com o meio ambiente. ção sexuada nas gerações subsequentes.

Variação aleatória: ver variação ao acaso. Variação premeditada: aquela que se ori-
gina dos diferentes tratamentos, delibera-
Variação contínua: variabilidade caracte- damente introduzidos pelo pesquisador em
rizada pela presença de indivíduos que um experimento, com o propósito de fazer
apresentam determinadas características na comparações, como exemplo a aplicação
forma contínua, isto é, com tipos interme- de fungicidas no controle da ferrugem do
diários conectando os extremos. Expressão cafeeiro. Já existe, também, uma variação
típica da variabilidade intraespecífica, não é entre eles devido à constituição química
possível a categorização em classes. dos tratamentos, o que irá provocar varia-
Variação descontínua: variabilidade em ção nos dados experimentais.
fenótipos, de dimensão e padrões que en- Variação somaclonal: variabilidade que
sejam o delineamento de grupos taxonô- surge em planta propagada, assexuada-
micos. Expressão típica da variabilidade mente, em cultura de tecido (calo, célula
interespecífica, é possível a separação dos simples e protoplasto), sem utilidade ou
indivíduos em classes distintas. deletéria, porém, podem surgir característi-
Variação epigenética: variação transitória cas úteis, como aumento da resistência ou
em um fenótipo, sem alteração do genó- da produtividade de uma cultura, que po-
tipo, que é encontrada em plantas origina- dem ser aproveitadas no melhoramento
das de cultura de tecidos in vitro. Essa genético.

567
Variação transgressiva: em genética, va- Variável: (1) simples observação ou me-
riação que inclui, nas gerações segregantes, dida, valor ou quantidade passíveis de ser
indivíduos que apresentam medidas (carac- mensurados; (2) dado que pode assumir
terísticas) fora dos extremos definidos pe- qualquer valor de um conjunto específico
los pais. de valores, e, portanto, não é constante;
(3) mutável, inconstante, que sofre varia-
Variância: medida de variação em estatís-
ções em seus caracteres específicos; (4) ca-
tica, o quadrado do desvio padrão, que é
racterística de natureza física (temperatura
igual à média da soma dos quadrados dos
e umidade do ar), química (concentração
valores dos desvios de uma série de obser-
de sal), biológica (presença de patógenos)
vações, a partir do valor central ou médio
ou sensorial (odor e sabor).
correspondente.
Variável dependente: quantidade mutável
Variância ambiental: parte da variância
cuja variação depende de outra variável, a
fenotípica, causada por efeitos do meio
variável independente.
ambiente, à qual indivíduos de uma popu-
lação estão expostos. Variável independente: quantidade que
muda sem ser diretamente influenciada por
Variância do erro: variância por causa de
outras variáveis ou mudanças naquelas
fatores não reconhecíveis ou incontroláveis
quantidades.
em um experimento, com a qual se com-
para a variância de fatores reconhecíveis Variedade: (1) grupo de indivíduos da
em testes de significância. mesma espécie que ocorre numa locali-
dade, segundo suas formas típicas dife-
Variância fenotípica: variância total que
renciadas por um ou mais caracteres de
encerra a variância genética e a variância
menor importância; como exemplo Phoma
ambiental, exteriorizada por indivíduos de
medicaginis var. medicaginis; (2) na área agro-
uma população para um determinado cará-
nômica, o mesmo que cultivar, ou seja,
ter.
conjunto de plantas da mesma espécie,
Variância genética: parte de variância fe- que se distingue por alguma(s) caracterís-
notípica que se deve a diferenças na consti- tica(s) significante(s) para a agricultura, e,
tuição genética dos indivíduos de uma quando reproduzida, mantém essas carac-
população. terísticas.
Variância genética aditiva: em genética Variedade crioula: variedade não melho-
quantitativa, variância genética associada rada, cultivada por produtores locais e ori-
ao efeito médio de substituição do alelo ginária de populações silvestres.
dominante A pelo recessivo a.
Variedade diferenciadora: variedade em
Variância genética dominante: em gené- que a reação das plantas a uma determi-
tica quantitativa, variância genética resul- nada doença é usada para diferenciar raças
tante da dominância do alelo dominante A fisiológicas do fitopatógeno responsável
sobre o alelo recessivo a nos heterozigotos. pela doença.
Variante: diz-se de qualquer variação em Variedade imune: variedade não infec-
relação à amostra típica ou padrão. tada por dado patógeno.

568
Variedade resistente: variedade que tem a Vaso esofagiano: canal esofagiano que
capacidade de impedir ou retardar o desen- conduz o alimento do estoma para o intes-
volvimento de dado patógeno; variedade tino do nematoide.
pouco afetada por determinada doença. Vassoura de bruxa: designação dada ao
Variedade suscetível: variedade muito superbrotamento que ocorre nos órgãos
afetada por determinada doença. doentes e adquire o aspecto semelhante a
uma vassoura, sintoma típico causado por
Variedade tolerante: que tem a capaci- Moniliophthora (Crinipellis) perniciosa em espé-
dade de suportar o ataque de um patógeno cies do gênero Theobroma.
sem que ocorram danos qualitativos ou
Vazador de rolha: dispositivo que con-
quantitativos significativos na produção. siste em um tubo de metal, oco, com diâ-
Variegação: sintoma hipoplástico caracte- metro variável, com a parte inferior
rizado pela presença de cores diferentes em cortante e a superior na forma de T para
um mesmo órgão. facilitar a manipulação. Na fitopatologia, é
utilizado para retirada de discos de tecidos
Variegado: indivíduo que apresenta cores doentes, comumente área foliar, para aná-
diferentes em um mesmo órgão, por exem- lise ou coleta de estruturas do patógeno, ou
plo, verde e albino. de tecidos sadios, principalmente a casca de
Varíola: sintoma de doença caracterizado caules verdoengos, para inoculação.
pelo aparecimento simultâneo de pequenas Vazão: volume fluido que passa, por uni-
pústulas na superfície de órgãos da planta. dade de tempo, por uma superfície, como a
No mamoeiro, a doença é causada por quantidade em volume da calda de defen-
Asperisporium caricae. sivo agrícola, aplicada por unidade de
tempo.
Vascular: (1) diz-se de um tecido da planta
ou região que consiste de tecido condutivo; Vazão da bomba: refere-se à capacidade
(2) designa um patógeno que cresce inicial- de uma bomba deslocar certo volume de
mente no tecido condutivo da planta. calda fungicida por unidade de tempo
(L min-1). Nesse caso, a capacidade da
Vasiforme: semelhante a um vaso ou duto. bomba é definida quando a rotação no eixo
Vaso: elemento do xilema ou série desses é de 540 rpm.
elementos cuja função é conduzir água e Vazão da ponta: refere-se à capacidade de
nutrientes minerais. uma ponta do bico do pulverizador em per-
mitir a aplicação de um dado volume de lí-
Vaso deferente: fino gonoduto do macho quido em uma unidade de tempo (L min-1).
do nematoide, em forma de tubo, que se A vazão de uma ponta é definida pelo seu
conecta com o canal ejaculador. tamanho (tamanho do orifício) e pela pres-
Vaso eferente: parte tubular e distal da ve- são que está operando.
sícula seminal do nematoide, que conecta a Vazio sanitário: na defesa fitossanitária,
zona de crescimento do testículo e a vesí- período do ano em que é proibido o plan-
cula seminal. tio de determinada cultura, no intuito de

569
reduzir ao máximo o inóculo de um pató- Velocidade de crescimento: ver taxa de
geno para a próxima estação de plantio da- crescimento.
quela cultura. Por exemplo, o plantio de
Velocidade de operação: velocidade
soja é proibido, mesmo sob pivô central,
constante na qual um operador de defen-
no período seco do ano, com o objetivo de
diminuir o inóculo do fungo Phakopsora sivo agrícola se move durante a aplicação;
pachyrhizi, agente causal da ferrugem- geralmente medida em km h-1 ou m min-1.
-asiática. Velocidade de sedimentação: velocidade
Vegetação: conjunto de todas as plantas com que uma macromolécula, como vírus,
que se desenvolvem em determinada área se move em um campo centrífugo padrão.
ou região e que a caracterizam; combina- A velocidade é influenciada pela massa,
ção de diferentes comunidades vegetais en- forma, hidratação e volume específico par-
contradas em determinada área ou região. cial da macromolécula, assim como pela
temperatura e a viscosidade do solvente.
Vegetativo: organismo ou parte dele que
Em um campo gravitacional padrão, o coe-
realiza funções vegetativas; qualquer ativi-
ficiente de sedimentação é 1 cm s-2.
dade vital que não se refira à reprodutora.
Veículo: material inerte, gás, líquido ou só- Velutino: aveludado; recoberto de pelos fi-
lido, no qual é adicionado o princípio ativo nos, curtos, eretos e macios.
do defensivo agrícola, para facilitar a sua Venda aplicada: na defesa fitossanitária,
aplicação, ou que compõe uma suspensão consiste na operação de comercialização de
de propágulos de patógenos para inocula- agrotóxicos e afins com restrições indica-
ção, como água, talco e óleo. das em rótulo e bula, que somente poderão
Veículo animado: na epidemiologia, qual- ser aplicadas por empresas prestadoras de
quer ser vivo que posa transportar passiva- serviço.
mente o agente infeccioso. Venda direta: na defesa fitossanitária,
Veículo de aplicação: gás, líquido ou só- operação de comercialização realizada dire-
lido usado para propelir ou transportar o tamente entre o consumidor final e os fa-
defensivo agrícola na aplicação. bricantes, formuladores, registrantes,
Veículo de clonagem: ver vetor de clona- distribuidores e revendedores de defensi-
gem. vos agrícolas, seus componentes e afins,
instalada em outros estados.
Veículo de disseminação: agente biótico
ou abiótico, como vetores, vento, respingos Veneno: qualquer substância que, tomada
responsáveis pela disseminação do inóculo. por um ser vivo ou aplicada (em certas do-
ses) nele, destrói ou altera suas funções vi-
Veículo inanimado: na epidemiologia,
tais.
qualquer ser inanimado capaz de transpor-
tar passivamente o agente infeccioso. Venenoso: que produz substâncias noci-
vas.
Velado: com véu; coberto ou circundado
por véu. Ventilação: circulação de ar.

570
Ventricoso: dilatado ou intumescido na fitopatologia como substrato para o cultivo
porção mediana. Aplicado ao estipe, píleo, de plantas.
lamela, cistídio e esporo.
Vermiforme: que tem a forma de um
Ventricoso rostrado: que é ventricoso e verme, alongado e afilado nas extremida-
apresenta um bico ou um prolongamento des.
estreito.
Vernalização: técnica de indução natural
Veranico: período de estiagem durante a ou artificial para o desenvolvimento e re-
estação chuvosa com ocorrência de grande produção de plantas pela exposição a bai-
calor. xas temperaturas por um dado período de
Verde de malaquita: substância de colo- tempo.
ração verde, indicador de pH, corante bac- Verruciforme: que tem a forma de uma
teriológico, encontrada normalmente na verruga.
forma de sulfato, de fórmula química
C27H33N2.HO4S. Substância tóxica que, adi- Verrucoso: relativo a verrugas; provido de
cionada ao meio de cultura, é usada para verrugas; diz-se da superfície de qualquer
identificar as espécies de Phytophthora que órgão quando provida de saliências seme-
crescem nesse meio. lhantes a verrugas.

Verificação de conformidade: na defesa Verruga: protuberância que se forma so-


fitossanitária, procedimento oficial para ve- bre tubérculos e ramos pela ação de pató-
rificar se um envio cumpre os requisitos fi- genos ou pragas.
tossanitários de importação estabelecidos Verrugose: sintoma hiperplástico caracte-
ou as medidas fitossanitárias referentes ao rizado por lesões salientes, corticosas, irre-
trânsito. gulares e de coloração amarela a
Vermelhão: sintoma hiperplástico que marrom-clara, formadas pela hiperplasia
consiste de áreas avermelhadas ou arroxea- do tecido e espalhadas em ambas as faces
das nas folhas inferiores e medianas, geral- do limbo foliar e/ou na superfície de ra-
mente limitadas pelas nervuras. mos e frutos, causado por Elsinoe fawcetti e
E. australis em espécies do gênero Citrus.
Vermicompostagem: processo de trans-
A verrugose provocada por outros patóge-
formação de resíduos orgânicos de origem
nos é constatada em outros hospedeiros,
animal e vegetal em húmus por ação de
como abacaxizeiro e amendoim.
vermes (especialmente minhocas).
Verrugosidade: anormalidade genética
Vermicomposto: húmus obtido pela mi-
que se manifesta por protuberâncias rugo-
neralização de resíduos orgânicos pela ação
sas, principalmente no caule de espécies ar-
de populações de minhocas.
bóreas.
Vermiculita: argila natural capaz de reter
Verrugoso: ver verrucoso.
água e nutrientes, semelhante à mica, for-
mada essencialmente por silicatos hidrata- Versicolor: furta-cor; de várias cores, ou
dos de alumínio e magnésio. Usada na de cores cambiantes; que muda de cor.

571
Versiforme: de diferentes formas; mu- Vesiculiforme: com formato de vesícula.
dança da forma com a idade. Vesiculoso: ver vesiculado.
Verticilado: que tem ramificações dispos- Vestíbulo: o mesmo que queiloestoma ou
tas em anel em torno de um eixo. cavidade da boca. É limitado pelo tubo
Verticilo: estrutura com ramificações que central do esqueleto cefálico que guia o es-
partem de um mesmo plano em um eixo tilete nos nematoides dotados de vestíbulo.
comum. Vetor: (1) organismo que transporta e
Vesícula: (1) estrutura semelhante a bola transmite um patógeno, especialmente in-
ou bexiga, produzida por um zoosporân- setos e nematoides capazes de transmitir
gio, cujos zoósporos são liberados ou são vírus; (2) em biotecnologia, o veículo, a
diferenciados; (2) estrutura formada por exemplo de plasmídeos, fago e cromos-
fungos endomicorrízicos que se desenvol- somo artificial, usado para a introdução do
vem inter ou intracelularmente, apresen- DNA recombinante em uma célula ou em
tando formato oval ou piriforme ao longo um organismo vivo, por exemplo, um vetor
ou nas extremidades das hifas, provavel- de DNA é uma molécula autoduplicável de
mente funcionam como órgãos de reserva, DNA que transmite informação genética
temporariamente, e como propágulos; de uma célula ou organismo para outro. Os
(3) cabeça bulbosa do conidióforo de fun- plasmídeos (e alguns vírus) são emprega-
gos do gênero Aspergillus. dos como vetores de DNA na clonagem
bacteriana.
Vesícula extraesporangial: projeção do
conteúdo do esporângio, revestida pela Vetor ativo: vetor que, na transmissão ho-
membrana citoplasmática, onde os zoós- rizontal da infecção, procura ativamente
poros diferenciam-se e amadurecem, como tanto a fonte de inóculo como o suscetível.
ocorre no gênero Pythium. Vetor binário: sistema biológico com dois
Vesícula infecciosa: dilatação da hifa da vetores, sendo um da célula hospedeira e o
outro introduzido. Na transformação me-
qual parte o tubo de penetração.
diada por Agrobacterium tumefaciens, o vetor
Vesícula seminal: tipo de bolsa alongada, binário, construído por engenharia gené-
entre os vasos eferente e deferente, onde os tica, é introduzido em uma linhagem desar-
espermatozoides de nematoides ficam ar- mada.
mazenados.
Vetor biológico: vetor que desenvolve
Vesícula subesporangial: porção dila- parte do seu ciclo evolutivo sobre o hospe-
tada do esporangióforo, que carrega o es- deiro, o que lhe possibilita acessar formas
porângio, por exemplo, o gênero Pilobolus infectantes do patógeno e transmiti-las ao
(Zigomycota). novo hospedeiro.
Vesiculado: provido de vesículas. Vetor cointegrado: sistema biológico em
que o plasmídeo portador do gene exó-
Vesicular: relativo a vesículas.
geno é integrado àquele da célula hospe-
Vesicular-arbuscular: tipo de micorriza deira por recombinação. Na transformação
que possui vesículas e arbúsculos. mediada por Agrobacterium tumefaciens, a li-

572
nhagem bacteriana é dita desarmada, pois área afetada. A doença oriunda desse tipo
os oncogenes do plasmídeo Ti residente de vetor apresenta um padrão de distribui-
foram excisados. ção espacial levemente agregada.
Vetor de clonagem: veículo de clonagem; Vetor retroviral: sistema de transferência
pequena molécula de DNA autorreplica- de genes baseado em sequências do RNA
tiva, na qual o DNA exógeno é inserido. de vírus.
Há vários tipos: plasmídeos, cosmídeos, fa-
Vetor viral: DNA viral alterado de forma
gos e cromossomos artificiais de bactéria
que age como vetor para o DNA recombi-
(BAC) e levedura (YAC). Os vetores de clo-
nante.
nagem podem ser usados como vetores de
transformação para inserir DNA exógeno Véu: membrana que envolve o corpo de
em uma célula hospedeira. frutificação jovem e que se rompe com
Vetor de expressão: vetor de clonagem o crescimento da haste em certos
cuja sequência codificante inserida em de- Basidiomycota.
terminado sítio será transcrita e traduzida Véu himenial: estrato micélico membra-
em proteína. noso que liga os bordos do píleo ao ápice
Vetor de transferência: plasmídeo que do estipe, encobrindo, desse modo, a su-
pode existir em várias espécies diferentes; perfície lamelar. Pelo desenvolvimento do
usado em engenharia genética. basidioma, sobrevém a ruptura do véu par-
cial, possibilitando o descobrimento das la-
Vetor imigrante: vetor de patógenos de melas.
planta cuja fonte é externa à área afetada.
A doença oriunda deste tipo de vetor apre- Véu interno: envoltório hifálico que reco-
senta um padrão de distribuição espacial ao bre as lamelas do cogumelo jovem.
acaso. Véu marginal: envoltório, membranoso,
Vetor mecânico: vetor que pode se conta- de formação secundária, originário da pro-
minar com formas infectantes do parasito, liferação de hifas periféricas que, partindo
transportando-as mecanicamente para dos bordos do píleo, podem tocar o estipe,
novo o hospedeiro. formando mais tarde, um falso anel.
Vetor passivo: vetor que, na transmissão Véu parcial: membrana que cobre as la-
horizontal da infecção, aguarda a oportuni- melas de um cogumelo jovem.
dade de entrar em contato com a fonte de Véu primordial: camada envoltora mais
inóculo e o hospedeiro suscetível. externa do basidioma, bastante delicada e
Vetor plasmídeo: plasmídeo envolvido na sempre fugaz, dela não restando qualquer
transferência de um gene ou genes, sobre vestígio no corpo frutífero adulto.
um segmento de DNA alienígena, para um Véu universal: membrana fina (envoltó-
hospedeiro no qual eles normalmente não rio) que cobre a frutificação de certos fun-
ocorrem. gos jovens. Quando amadurece, o véu
Vetor residente: vetor de patógenos de universal rompe-se e seus restos podem ser
planta cuja fonte é o interior da própria observados, em forma de escamas, sobre o

573
píleo e na base do estipe, constituindo a Victorina: toxina produzida por Cochliobolus
volva. victorie, que induz os sintomas de queima
V-gene: gene para virulência no patógeno; em folhas de aveia.
pode ser dominante (V-gene) ou recessivo Vida de prateleira: ver vida útil.
(v-gene).
Vida livre: refere-se à vida de um orga-
Via de exposição aos defensivos agríco- nismo que independe de outros organis-
las: forma de ingresso do defensivo agrí- mos vivos, geralmente usada para
cola no corpo do ser humano e dos animais: nematoides.
a) dérmica/cutânea: quando o defensivo
agrícola é absorvido pela pele íntegra, não Vida média: tempo requerido para que a
havendo necessidade de solução de conti- concentração de um produto diminua à
nuidade; os efeitos podem ser locais ou metade do seu valor inicial.
pode haver absorção significativa e com- Vida útil: tempo máximo que um produto
prometimento sistêmico; b) inalatória: via agrícola pode suportar sem que apresente
bastante comum e muito eficiente para a deterioração que o torne impróprio para o
absorção de gases, vapores, aerossóis, com consumo humano.
lesões das vias aéreas e comprometimento
respiratório; c) ocular: o contato ocular Vidraria: denominação genérica para to-
com defensivos agrícolas pode ocasionar dos os utensílios constituídos de vidro usa-
graves lesões nos olhos, com sequelas per- dos nos laboratórios, como placas de Petri,
manentes; d) aspiração: entrada na traqueia tubos de ensaio, pipetas, béqueres, provetas
de substância líquida ou sólida diretamente e erlenmyers.
pela via oral ou nasal, ou ainda por regurgi- Vidro de relógio: peça de vidro e côncava,
tação de conteúdo gástrico; e) digestiva: ge- usada como recipiente para pesar pequena
ralmente relacionada às intoxicações quantidade de um material, para evaporar
intencionais e de maior gravidade (Paraná, pequenas quantidades de soluções e para
2018). cobrir béqueres e outros recipientes.
Via de ingresso: qualquer meio que per- Vigiagro: sigla de Sistema de Vigilância
mite a entrada ou dispersão de uma praga Agropecuária Internacional. Ver sistema de
ou patógeno. vigilância agropecuária internacional.
Via de penetração: ver porta de entrada. Vigilância fitossanitária: na defesa fitos-
Viabilidade: habilidade para viver; comu- sanitária, processo oficial que integra ações
mente uma medida da sobrevivência de de inteligência, mapeando informações em
uma população, como de conídios, ou da diversos níveis a fim de simular cenários,
germinação em sementes. definir riscos e ainda agir na proteção às
plantações. O processo deve ser conduzido
Viável: que se mantém vivo; que é capaz de maneira integrada entre entes públicos e
de germinar e de se desenvolver. privados, no qual são coletadas e registra-
Vibrião: organismo ligeiramente curvo das informações sobre a ocorrência ou au-
que lembra uma vírgula; pequena bactéria sência de uma praga, mediante prospecção
semelhante a uma linha. de detecção, monitoramento ou outros

574
procedimentos e construção de bases de Vírion: partícula viral com sua estrutura
dados sólidas e confiáveis que atendam aos completa, como ele existe fora das células,
interesses de todo o setor. e com o genoma de RNA ou DNA prote-
Vigor: (1) vitalidade, força ou robustez; gido pelo capsômero. Usualmente o capsô-
(2) grau de sanidade e de desenvolvimento mero é uma estrutura proteica, mas alguns
apresentado por um organismo; (3) em se- podem conter glicoproteínas associadas ou
mentes, característica genética e fisiológica um envelope lipídico envolvendo o capsô-
que se manifesta por respostas como velo- mero.
cidade e total de germinação e crescimento Viristático: substância capaz de inibir a
das plântulas.
multiplicação de um vírus.
Vigor híbrido: ganho genético graças à
Viroide: entidade subcelular, transmissível
heterose.
por contato e parasita obrigatório. Consti-
VIGS: sigla de virus induced gene silencing. Si- tui-se de uma fita simples de ácido ribonu-
lenciamento de genes de plantas por vírus. cleico de baixo peso molecular (75.000 kd a
Vínculo: na defesa fitossanitária, registro 120.000 kd), circular e pareada, o que lhe
da revenda de defensivos agrícolas, seus confere extrema estabilidade no ambiente
componentes e afins junto ao posto de re- composto de pequenas moléculas circula-
cebimento de embalagens vazias. res de RNA. Infecta células vegetais, cau-
Vinescente: que adquire a cor vermelho- sando doença.
-vinho. Virólise: produção de lises ou de perfura-
Violáceo: com aspecto da cor violeta. ções na membrana de vírus envelopado
pela reação com anticorpos ou comple-
Violeta de genciana: ver cristal violeta. mentos.
Vira-cabeça: denominação dada às viro- Virologia: ciência que estuda os vírus.
ses causadas por vírus do gênero Tospovirus,
principalmente no tomateiro, em que o Virologia vegetal: ramo da fitopatologia
topo da planta se curva para baixo. que se dedica ao estudo das doenças das
plantas causadas por vírus.
Virente: que verdeja.
Virescência: aparecimento de cor verde Virologista: especialista que estuda os ví-
em órgãos normalmente aclorofilados. rus.

Virescente: que adquiriu cor verde ou tor- Viroplasma: vesícula ou organela induzida
nou clorofilado. pelos vírus onde são encontrados comple-
xos de replicação do genoma viral.
Viricida: agente químico ou físico capaz
de inativar um vírus completamente e per- Virose: qualquer doença causada por vírus.
manentemente. Virose assintomática: doença virótica em
Viridina: antibiótico antifúngico produ- que o vírus está presente na planta, mas
zido por Gliocladium virens. não produz sintomas visíveis.

575
Virostático: que é capaz de inibir a replica- tem forma isométrica, mas apenas um eixo
ção viral, o qual pode ser provado quando de simetria, o maior eixo.
o agente virostático é removido. Virus aphid-borne: vírus transmitido por
Virucidal: agente inibidor de vírus, como pulgão (afídeo).
a formalina. Vírus assistido: ver vírus dependente.
Virulência: habilidade relativa de um pa- Vírus auxiliar: vírus que precisa estar pre-
tótipo na indução de uma dada quantidade sente para que um vírus secundário seja
de doença sobre um genótipo definido do transmitido pelo seu vetor; virus helper.
hospedeiro, sob determinada condição do
ambiente; medida de patogenicidade. Vírus bipartido: vírus que apresenta dois
Termo não deve ser usado como sinônimo segmentos de ácidos nucleicos em sua
de patogenicidade, mas como adjetivo composição.
quantitativo para descrever graus de pato- Vírus circulativo: em desuso. Ver relação
genicidade. Conforme Plank (1975), viru- de transmissão do tipo persistente ou cir-
lência envolve diversidade genética, culativa.
provavelmente com mutação.
Vírus defectivo: vírus em que falta parte
Virulento: organismo altamente patogê- do genoma ou alguma função, assim, é in-
nico capaz de causar infecção severa no capaz de se replicar completamente. Al-
hospedeiro, com a manifestação de todo guns isolados de vírus, que normalmente
quadro sintomatológico típico da doença produzem partículas de nucleoproteínas
em um hospedeiro suscetível. características, fracassam em produzi-las;
também conhecidos como estirpes defecti-
Virulífero: vetor que carrega ou contém
vas.
vírus, e pode transmiti-lo para um hospe-
deiro. Vírus defeituoso: vírus que, por si só, não
pode se reproduzir quando infecta uma cé-
Vírus: palavra originada do latim que signi- lula hospedeira, mas pode crescer na pre-
fica veneno. Parasito obrigatório, submi- sença de outro (auxiliar) que lhe provê o
croscópico e de formato arredondado a sistema molecular necessário para a repli-
filamentoso, que possui nucleoproteína e cação.
apenas um tipo de ácido nucleico (DNA
ou RNA) em fita simples ou dupla. O ácido Vírus dependente: vírus que é transmi-
nucleico é envolvido em uma cápsula cons- tido pelo vetor apenas na presença de um
tituída por um ou mais tipos de proteínas; vírus auxiliar.
entidades de nucleoproteínas, subcelulares Vírus envelopado: vírus com um capsí-
e transmissíveis, capazes de passar através deo circundado por uma membrana lipí-
de filtros que retêm bactérias e de replicar- dica (o envelope), que é derivada da
se exclusivamente em células vivas do hos- membrana plasmática de célula hospedeira
pedeiro. quando o vírus emerge da célula.
Vírus anisométrico: partícula de vírus Vírus filamentoso: ver vírus anisomé-
elíptica (tubular ou filamentosa) que não trico.

576
Vírus fitopatogênico: vírus que causa uma partícula é o vírus verdadeiro (a nu-
doença em planta. cleoproteína), a outra é meramente uma
Vírus filtrável: vírus capaz de passar atra- cápsula proteica vazia.
vés dos poros de um filtro bacteriano; Vírus multiparticulado: vírus que pro-
termo aplicado à maioria dos vírus. duz mais de um tipo de componente nú-
Virus helper: ver vírus auxiliar. cleo-proteico nas plantas infectadas.

Vírus incompleto: ver vírus defectivo. Vírus multipartido: ver vírus multicom-
ponente.
Vírus infectivo: partícula de vírus comple-
tamente formada. Vírus não circulativo: em desuso. Ver re-
lação de transmissão do tipo não persis-
Vírus isométrico: vírus cuja partícula tente.
apresenta forma cristalina com três eixos
iguais e ângulos retos entre si, parece esfé- Vírus não envelopado: vírus constituído
rico, mas é poliédrico. O vírus isométrico é apenas por um cerne de ácido nucleico e
icosaédrico, ou seja, uma figura com 20 la- capsídeo proteico.
dos. Vírus não persistente: em desuso. Ver re-
Vírus latente: vírus que infecta e coloniza lação de transmissão do tipo não persis-
o hospedeiro sem causar o desenvolvi- tente.
mento de sintomas visíveis. Virus nematode-borne: vírus transmi-
Vírus lítico: vírus cuja multiplicação intra- tido por nematoides.
celular leva à lise da célula hospedeira. Vírus persistente: em desuso. Ver relação
Vírus marcado: vírus em cujo genoma foi de transmissão do tipo persistente ou cir-
inserido um gene repórter, possibilitando culativa.
seguir o seu movimento pela detecção da Vírus poliploide: vírus cujas partículas
atividade do produto do gene repórter. contêm um número variável de genomas
Vírus mascarado: vírus contido em uma dependentes de alguns fatores, como a cé-
planta, que não mostra sintomas de sua lula do hospedeiro e as condições culturais.
presença. A poliploidia é encontrada em vírus de vá-
rios grupos.
Vírus monopartido: vírus com um único
segmento de DNA ou RNA em sua com- Vírus propagativo: em desuso. Ver rela-
posição. ção de transmissão do tipo circulativa-pro-
pagativa.
Vírus multicomponente: ácido nucleico
cuja informação genética para replicação Vírus quimérico: vírus no qual foi inse-
está distribuída entre duas ou mais partícu- rida uma sequência exógena de ácido nu-
las. Os diversos tipos de partículas têm di- cleico (DNA ou RNA, dependendo do
ferentes densidades e coeficientes de genoma do vírus) que codifica para uma
sedimentação. Essas partículas são desig- proteína específica, passando a expressá-la
nadas componentes do topo (T), médio juntamente com seu genoma original. Essa
(M) e base (B). Em muitos casos, apenas tecnologia pode ser utilizada para produ-

577
ção de vacinas ou expressão de proteínas Virus soil-borne: vírus transmitido por
específicas. É empregado para estudos de componentes do solo, como nematoides e
genes de patogenicidade e produção de fungos habitantes do solo.
proteínas de capa proteica, com a finali- Virus stylet-borne: vírus transmitido pelo
dade de produzir antissoros, entre outras estilete do vetor. O vírus não consegue
aplicações. passar através da boca ou para a hemolinfa,
Vírus recombinante: vírus que contém e não persiste por longo período no vetor.
genes originados de material genético de Vírus tripartido: vírus composto por três
fontes diferentes. Quando dois ou mais ví- segmentos de DNA ou RNA em sua com-
rus infectam o mesmo hospedeiro, o pro- posição.
cesso de replicação viral produz vírus Virusoide: entidade composta por um
recombinantes, muitos deles genetica- único filamento de RNA e de baixo peso
mente diferentes daqueles que lhe deram molecular, que se assemelha a um viroide
origem. por ser de forma circular. É dependente de
um vírus auxiliar para sua replicação, sendo
Vírus relacionados sorologicamente:
encapsidado por ele. Assim, vírus e viru-
vírus que têm alguns epitopos antigênicos soide apresentam íntima relação, pois ne-
similares. nhum dos parceiros é capaz de se
Vírus satélite: designa um RNA com capa multiplicar ou infectar uma planta na au-
proteica, que se associa a um vírus típico, e sência do outro.
depende deste para sua multiplicação. O ví- Visão binocular: visão que envolve o uso
rus satélite não é necessário para a replica- simultâneo de ambos os olhos.
ção do vírus típico, atua, porém, reduzindo
Visão estereoscópica: efeito tridimensio-
a capacidade do vírus típico de se multipli- nal que é obtido quando o observador olha
car e de causar doença, e afetando, inclu- simultaneamente duas imagens do mesmo
sive, os sintomas da doença causada. objeto, tiradas de pontos diferentes, ocor-
Virus seed-borne: vírus transmitido atra- rendo a fusão do objeto em um só ponto.
vés das sementes. Víscido: ver viscoso.
Vírus semilatente: vírus que, sob condi- Visco: (1) qualquer exsudação vegetal vis-
ções naturais, infecta de forma latente (sem cosa, grudenta, que sai geralmente de feri-
sintomas) a planta hospedeira, contudo, mento; (2) outra denominação para
após inoculação mecânica, ela apresenta os erva-de-passarinho.
sintomas. Viscosidade: resistência relativa ao escoa-
Vírus semipersistente: em desuso. Ver mento de um líquido através de um con-
relação de transmissão do tipo semipersis- duto, em razão da força de coesão entre
tente. suas moléculas, que nos líquidos diminui
quando a temperatura aumenta, mas nos
Vírus sistêmico: vírus que está presente gases aumenta com o aumento da tempera-
em todos os órgãos da planta. tura.

578
Viscoso: propriedade física que caracteriza siva de água em função de diversos fatores
a resistência de um fluido (gás ou líquido) (composição do meio nutritivo, tipo de
ao escoamento; semelhante ao visco; pega- tampa do frasco, qualidade física do meio,
joso; víscido; que produz substância ade- etc.). Anteriormente, esses explantes eram
rente. denominados hiperídricos.
Visguento: ver viscoso. Vitrificado: tecido vegetal cultivado in vi-
Vista facial: configuração da região labial tro, com aspecto transparente, vítreo e fre-
do nematoide que, pelo corte da cabeça e quentemente entumescido, pois há
montagem em gelatina líquida em lâmina acúmulo de água, resultante de uma série
de microscópio, é utilizada para estudos ta- de desordens fisiológicas.
xonômicos. Ver método gelatina-glicerina. Vipiparidade: ver vivíparo.
Vistoria de delimitação: na defesa fitos- Vivíparo: animal com fecundação e desen-
sanitária, visita efetuada para estabelecer os volvimento embrionário interno que pare
limites de uma área considerada infestada os filhotes já com a forma dos adultos.
ou livre de uma praga e/ou patógeno.
Vivotoxina: substância tóxica produzida
Vistoria de detecção: na defesa fitossani- pelo patógeno no interior dos tecidos do
tária, visita efetuada em uma área para de- hospedeiro infectado, responsável por al-
terminar se pragas e/ou patógenos estão guma ou todas as mudanças prejudiciais
presentes. que ocorrem no curso da doença, porém
Vistoria de vigilância: na defesa fitossa- sem ser ela necessariamente a causa inicial
nitária, visita para avaliar as características da doença.
de uma população de uma praga e/ou pa- VNTR: sigla de Variable Number of Tandem
tógeno. Repeats. É um tipo de marcador genético-
Vitamina: designação de um grupo de -molecular do DNA baseado na detecção
compostos orgânicos, requeridos em pe- de minissatélites.
quenas quantidades para desenvolvimento Volátil: que evapora rapidamente quando
normal e funcionamento do organismo. As exposto ao ar em temperatura ambiente.
principais vitaminas são: A (retinol), B1 (tia-
mina), B2 (riboflavina), B3 (niacina), B6 (pi- Volatilidade: capacidade ou tendência de
rodoxina), C (ácido ascórbico) e E um defensivo agrícola de evaporar. A pres-
(tocoferol). são de vapor determina a capacidade de
volatilização de uma substância.
Vítreo: que é semelhante a vidro. As subs-
tâncias vítreas são sólidas, com estrutura Volume aplicado: quantidade de calda
não cristalina, semelhante à estrutura de aplicada por unidade de área. Ver classifica-
um líquido, apesar de serem duras, elas ção dos volumes de aplicação terrestre e
fluem. classificação dos volumes aplicados na
aviação agrícola.
Vitrificação: processo de tornar vitrifi-
cado. Refere-se a um propágulo quebra- Volume de calda: quantidade de água ou
diço, provavelmente pela absorção exces- outro veículo aquoso mais produto comer-

579
cial a ser aplicado por unidade de área (ha- da cultura aumenta, mas não causa a vulne-
bitualmente referenciado ao hectare). rabilidade da cultura (Robinson, 1976).

Volva: membrana que envolve o corpo de Vulnerabilidade genética: suscetibili-


dade de culturas geneticamente uniformes
frutificação de certos Agaricales e que se
a dano ou a destruição causados por surtos
rompe com o desenvolvimento do píleo, fi- de uma doença ou praga, por condições cli-
cando na base do estípite, restos do véu máticas mais drásticas do que o normal ou
universal. por alterações climáticas.
Vulnerabilidade: suscetibilidade na au- Vulnerável: capaz de ser atingido.
sência do patógeno ou patótipo epidemio- Vulva: abertura externa do sistema repro-
logicamente competente. A uniformidade dutivo feminino do nematoide.

580
W
Western blotting: técnica para detectar volve a aplicação de um segundo anticorpo,
proteínas específicas em uma mistura com- que reconhece o primeiro e é conjugado
plexa, como um extrato celular proteico. com uma enzima. Na presença de um subs-
O procedimento envolve a separação de trato, essa enzima forma um produto inso-
proteínas em um gel de poliacrilamida des- lúvel colorido, indicando a posição da
naturante (SDS-PAGE) e a transferência proteína-alvo na membrana.
delas para uma membrana de nitrocelulose,
onde são imobilizadas. A membrana con- Whole genome scan (inspeção de ge-
tendo as proteínas é incubada com um an- noma completo): análise rápida de geno-
ticorpo que se ligará a uma proteína mas completos pela tipagem de
específica. O complexo antígeno-anticorpo polimorfismos de centenas de marcadores
é detectado por um procedimento que en- de DNA, tipicamente microssatélites.

581
X
X1, X2, X3...Xn: siglas que denotam a pri- mente e disseminam esporos em condi-
meira, a segunda, a terceira, até a enésima ções úmidas.
gerações de plantas produzidas a partir de
Xerófito: organismo que está adaptado
uma planta ancestral irradiada (X0).
morfológica ou fisiologicamente à vida
Xantocroico: designa estruturas fúngicas em ambientes secos.
que passam de castanho-amarelado a cas-
Xerósporo: esporo não gelatinoso de
tanho-escuro quando tratadas com KOH.
Reação observada em determinados Moniliales, que é disseminado pelo vento.
Basidiomycota. Xerotolerante: capaz de crescer sob con-
Xantósporo: esporo amarelado ou ala- dições secas.
ranjado. Xilema: tecido lignificado condutor de
Xenobiótico: composto químico sinteti- água e de sais minerais em plantas vascula-
zado pelo homem, em que se incluem de- res, caracterizado pela presença de elemen-
fensivo agrícola, plástico, solvente, tos traqueais, vasos, células parenquimatosas
detergente, bem como uma ampla varie- e fibras.
dade de subprodutos da indústria quí- Xilobionte: ser que vive no lenho.
mica, abrangendo, portanto, um grande
número de moléculas com diferentes mo- Xilófago: organismo que se alimenta de
dos de ação e toxicidade. madeira provocando decomposição do le-
nho.
Xenoparasita: organismo que infesta ou-
tro que não é, comumente, uma espécie Xilófilo: refere-se ao habitat do orga-
hospedeira ou que só pode infectar um nismo que se desenvolve sobre a madeira,
organismo que apresenta ferimentos. sem especificar se degrada ou não compo-
nentes do lenho.
Xenósporo: esporo disperso a partir de
seu lugar de origem. Xilopódio: ver lignotuber.
Xérico: diz-se do comportamento de or- Xiloporose: doença causada por viroide
ganismos que se tornam dormentes du- em citros, caracterizada pelo apareci-
rante os períodos secos, reativam nova- mento de cavidades (sulcos) no lenho.

583
Xilostroma: micélio entrelaçado que raízes da planta atacada por Armillariella
forma uma espécie de feltro que destrói a mellea ou A. tabescens.
madeira, usualmente encontrado entre as
Y
YAC: sigla de Yeast Artificial Chromossomes.
Ver cromossomo artificial de levedura.

585
586
Z
Zigóforo: hifa especial capaz de se desen- Zona: faixa de aspecto ou de cor diferente.
volver no progametângio dos Zygomycetes;
Zona de abscisão: camada fina de células
ramo que, na maturidade, sustenta o zigós-
especializadas que respondem especifica-
poro.
mente a sinalizadores que induzem a sepa-
Zigogamia: ato sexual específico de ração dos tecidos, causando a abscisão ou
Zygomycota isógamos. queda de órgãos vegetais. As células-alvo
Zigosporângio: estrutura que contém zi- na zona da abscisão, que se encontram en-
gósporo. volvidas no processo de separação, são lo-
calizadas numa camada específica, a
Zigospórico: com zigósporo; com espo- camada de separação, a qual é organizada
ros formados por conjugação isogâmica. em poucas camadas de células. Essas célu-
Zigósporo: esporo sexual (zigoto) for- las não são ativas até que o órgão maduro
mado pela fusão de gametângios similares ou senescente inicie a abscisão.
ou de tamanhos diferentes. Zona de crescimento: região do ovário
Zigoto: ovo fecundado resultante da união ou testículo de nematoides onde ocorrem
entre o óvulo e o espermatozoide. divisões meióticas e maturação dos game-
tas.
Zigotropismo: fenômeno que promove,
como resultado de uma estimulação mú- Zona de inibição: área onde há ausência
tua, o crescimento de duas hifas em curva- de crescimento bacteriano ao redor de um
tura, uma em direção à outra, até agente antimicrobiano, cujo efeito bacteri-
encontrarem-se e fundirem-se. cida foi avaliado pelo método de disco-di-
fusão.
Zigozoósporo: zigoto móvel formado
pela união de duas células similares. Zona de segurança: faixa de deposição
que não pode receber a aplicação do defen-
Zimograma: conjunto de bandas detecta- sivo fitossanitário. É uma medida adotada
das por análise eletroforética de soluções para proteger uma determinada área sensí-
de enzimas. Ver padrão eletroforético. vel, como um curso de água (Cunha, 2012).
Zimologia: estudo das leveduras.
Zona de segurança fitossanitária: na de-
Zimologista: estudioso de leveduras. fesa fitossanitária, área localizada na distân-

587
cia de até 150 km das fronteiras nacionais Zoosporângio: esporângio que contém
ou dos pontos de ingresso ou a área delimi- ou produz zoósporos.
tada para ações de emergência fitossanitá-
Zoosporangióforo: pedicelo ou esporan-
ria.
gióforo do zoosporângio.
Zona germinativa: região do ovário ou
Zoosporífero: produtor de zoósporo.
testículo de nematoides onde as oogônias
ou espermatogônias se dividem. Zoósporo: esporo flagelado que se movi-
menta na água. Pode ser uni ou biflagelado
Zona primária: na defesa fitossanitária, e de propagação assexuada, é formado
área demarcada pela autoridade aduaneira dentro de um esporângio.
constituída pela área terrestre ou aquática,
contínua ou descontínua, nos pontos de in- Zwittergent: detergente eletricamente
gresso alfandegados. neutro, adequado para manter a solubili-
dade das proteínas durante a focalização
Zona-tampão: na defesa fitossanitária, isoelétrica.
área circundante ou adjacente a uma área
oficialmente delimitada para propósitos fi- Zygomycetes: classe do filo Zygomycota,
tossanitários onde se visa minimizar a pro- reino Fungi. São organismos que se carac-
babilidade de disseminação da praga-alvo e terizam, geralmente, pela presença de mi-
se adotam medidas fitossanitárias ou outras célio cenocítico, reprodução assexual por
medidas de controle, se apropriado. zoosporângio e ausência de células flagela-
das e centríolos. São considerados saprófi-
Zonação: (1) variação concêntrica de tex- tas, parasitas fracos de plantas, predadores
tura, pigmentação ou esporulação de cultu- de animais e parasitas obrigatórios de fun-
ras; frequentemente associada com gos verdadeiros.
flutuações de luz, temperatura ou outros
fatores; (2) separação do ooplasma do peri- Zygomycota: filo pertencente ao reino
plasma em Phytophthora. Fungi, que se distingue dos demais pelos
zigósporos de parede grossa, os quais se
Zonada: área marcada com zonas concên- desenvolvem dentro do zigosporângio e se
tricas (bandas ou linhas) de diferentes cores formam pela copulação dos gametângios.
e/ou texturas que caracterizam sintoma de Em hifas cenocíticas, o micélio consiste, na
certas doenças fúngicas. maioria das vezes, em paredes com quitina,
Zoneamento de risco climático: defini- quitosana e ácido poliglucurônico. A re-
ção de épocas de semeadura com menor produção assexual pode ocorrer por meio
risco de perdas de produção, em razão da de esporângios. O modo de vida (saprófita,
variabilidade temporal das chuvas da re- parasita ou mutualista) e as características
gião. morfológicas das estruturas de reprodução
assexuada são essenciais para a taxonomia.
Zoocoria: dispersão de organismo ou es-
São conhecidas aproximadamente 1.090
poro por meio de animais.
espécies, distribuídas em 15 ordens, 38 fa-
Zoócoro: organismo ou esporo que é dis- mílias e 181 gêneros.
perso por animais.
Zygomycotina: extinta subdivisão do
Zoogameta: gameta móvel; planogameta. reino Fungi. Ver Zygomycota.

588
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da extensão rural e da iniciativa privada, consultores e produ-
tores rurais que atuam na área do controle de doenças de plan-
tas, visando uniformizar e facilitar a comunicação, aumentar o
interesse e a fonte de consulta, servir de divulgação de termos
dessa área do conhecimento e assim contribuir para o fortale-
cimento da fitopatologia no Brasil.

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