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MILAGRES ACONTECEM PARA QUEM CRER!


Texto e direção: George D’Almeida

TODOS CONGELADOS EM SUAS DEVIDAS POSIÇÕES.


(FOTOGRAFIA)

BLACKOUT.

ACENDE-SE AS LUZES

(NO PALCO SOMENTE A MÉDICA E A ENFERMEIRA) –


(AMBOS FALAM SOBRE O PACIENTE QUE ESTÁ DEITADA
NUMA MACA)

MÉDICA - (EXAMINANDO A PACIENTE) - A situação não esta nada


boa.

ENFERMEIRA - Por que Dra... o que está acontecendo..?

MÉDICA - Não quero tirar conclusões precipitadas, vamos esperar os


exames ficarem prontos.

ENFERMEIRA - Dra. eu vou ver no laboratório se eles já estão prontos.


Eu entreguei hoje bem cedinho

(ENFERMEIRA SAI DE CENA E A MÉDICA COMEÇA A


DESABAFAR COM A PACIENTE)

DESABAFO DA MÉDICA

“Tão jovem. Eu queria poder ir além da medicina...mais não posso. Não


sei se acredito em milagre, não sei se ele realmente existe. Sou casado e
tenho um filho e não sei como me comportaria se ele estivesse em seu
lugar...”

(ENFERMEIRA VOLTA COM UM ENVELOPE NAS MÃOS )

ENFERMEIRA - Dra. aqui estão os exames ( ENTREGA O ENVELOPE


A MÉDICA) – Dra. os pais da paciente estão lá embaixo na portaria, eles
querem saber notícias da filha deles.
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MÉDICA - (LENDO LENTAMENTE O RESULTADO DOS


EXAMES E ANDANDO DE UM LADO PARA O OUTRO) - Como eu
suspeitava... morte cerebral, não ha mais nada se fazer. ( MUDANDO O
TOM DE VOZ) Precisamos comunicar a família. (PAUSA) - , Diga aos
familiares que irei descer em seguida e falo com eles. Não diga nada por
enquanto, você não está preparado para dar essa informação.

ENFERMEIRA - Dra. não há mais nada para se fazer mesmo ? Quem


sabe esses exames estejam errados? Tem muitos laboratórios que erram
seus exames. Vamos tentar mais alguma coisa Dra. por favor. Vamos
enviar as amostras para outro laboratório.

MÉDICA - Sinto muito, mais os exames estão corretos. Em todo esse meu
tempo como médica, nunca vi um caso como esse reverter. Esse caso é
irreversível, não há mais nada que a medicina possa fazer. Só um milagre
mesmo e eu não faço milagres e sim trabalho com a ciência.

ENFERMEIRA - Tudo bem Dra. vou avisar aos pais que a senhora já
desce pra falar com eles. ( VAI SAINDO DO PALCO) (PARA E
OLHA PRA TRAS) - Dra. Posso lhe falar uma coisa?

MÉDICA - Claro que pode. O que foi?

ENFERMEIRA - Dra. Eu venho de uma família cristã. Minha mãe é uma


mulher muito devota a Deus. As pessoas quando estão com algum
problema, elas procuram minha mãe e ela sempre tem uma palavra de
Deus para elas e as pessoas saem lá de casa reconfortadas, curadas de suas
dores. Eu acredito em milagre Dra.

MÉDICA - Minha amiga. Você é uma boa mulher, uma boa profissional
de enfermagem. Quando meu plantão coincide com o seu, eu fico muito
tranqüila, pois sei que estarei muito bem servida. Mais entenda uma coisa.
Nós não estamos em uma igreja e sim num hospital. Eu sou uma médica e
não uma pastora. Eu também acredito em Deus, mais não sei se acredito em
milagres e o caso desta jovem é além de nossos conhecimentos.

ENFERMEIRA - Mais Dra....

MÉDICA - ...nada de mais. Agora desça e diga a família que já desço e


falo com eles. Quero ficar mais uns instantes aqui e pensar como darei essa
notícia.
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ENFERMEIRA – Sim senhora (SAI DE CENA)

(APAGAM-SE AS LUZES)

(ACENDEM-SE AS LUZES)

(A MÃE ESTÁ DEBRUÇADA SOBRE A FILHA E O PAI SENTADO


NUMA CADEIRA)

MÃE - Filha...fale com a mamãe! Fale filha! Mamãe está aqui

PAI - Pare com isso Iolanda, você ouviu bem o que a médica falou...ela
morreu...ela morreuuuuuu A culpa é sua...toda sua. . Eu sabia que esse
negócio de skate não ia dar certo. Ao invés de você incentivar nossa filha a
ter brincadeiras de menina

MÃE - (CHORANDO) - Por favor, Paulo, não fale isso. Nossa menina
amava andar de skate. E desde quando menina não pode andar de skate?
Ela não teve culpa que aquele motorista a atropelasse em cima da calçada.
Pare de ficar me culpando e venha aqui...vamos clamar o nosso Deus...

PAULO - ... Me tire desse “nosso”... ele é seu Deus...ele não protegeu
nossa filha. Não vou ficar igual um maluco clamando por alguém que
nunca te ouve.

MAE - Não fale isso Paulo. Deus vai me ouvi sim. Eu tenho certeza disso.

PAULO – Nãooooooooooooooooo! Ele não vai te ouvir, como nunca


ouve. Ela morreu, será que você não consegue entender isso? A médica
falou bem claro, ela teve morte cerebral. Isso significa que ela nunca mais
vai voltar. O que temos que fazer agora é assinar a papelada para doar os
órgãos para pessoas que precisam.

MÃE – Eu não vou assinar nada. Eu sei que ela vai ficar boa
(CHORANDO), ela vai sair deste hospital andando.

PAULO – Então fique ai com sua lamentação que eu vou lá embaixo


assinar a papelada. Você sabe muito bem que milagres não existem. Isso é
coisa de novela e filmes. Nós estamos na vida real e a vida real é cruel.
(SAI DE CENA)

LUZ BAIXA – SOM - LAMENTAÇÃO DA MÃE


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MÃE – (DEBRUÇADA SOBRE SUA FILHA) “ Meus Deus amado.


Perdoe as palavras de Paulo, ele não te conhece profundamente. Sei que o
coração dele esta quebrado como está o meu, mais eu confio e acredito em
ti. Deus, sei que fiz muitas coisas erradas em minha vida, mais também sei
que o senhor não é um ser vingativo e o que aconteceu foi uma fatalidade.
Senhor, perdoe também o motorista daquele carro, sei que ele não fez por
querer, talvez tenha passado mal. Muitos passam mal no volante. (
PAUSA) – (CAMINHA ATÉ A BOCA DE CENA) – (AJOELHA) –
Deus, o Senhor abriu o Mar Vermelho para que Moisés pudessse atravessar
como seu e assim fugir das garras do Faraó. Abriu o Rio Jordão para que
Josué e seu povo começassem a conquista da terra Prometida. Senhor, ela
só tem quinze aninhos e é uma menina adorável...ela me ajuda nos afazeres
de casa, me ajuda a cuidar da avó que esta doentinha. Eu te imploro, de a
ela mais uma oportunidade, de a ela a chance de conhecer a sua palavra e
assim ser testemunha de seus feitos. Envie seus anjos para trazer a sua
cura. É o que te peço meu Deus, em nome de Jesus”. (BAIXA A CABEÇA
E FICA EM SILENCIO)

MUSICA HALLELUIA

(ENTRAM OS ANJOS – SE APROXIMAM DA JOVEM E


COMEÇAM A OPERAR – SE AFASTAM FICAM UMA AOS PÉS E
OUTRO NA CABECEIRA DA CAMA)

(LUZ AZUL )

ALICE - Mãe...mãe!

MÃE - (LEVANTANDO LENTAMENTE)

ALICE – Mãe...você está ai?

MÃE – Filha...filha é você me chamando?

ALICE – Sim, mãe. Onde estou? Que lugar é esse?

MÃE – Minha filha, você está num hospital. Você sofreu um acidente.
Meu Deussss, você esta viva...você está viva.

ALICE – Mãe, onde estão as pessoas que estavam aqui. Eu estava


dormindo, mais eu as via. Agora só estou sentindo a presença delas, mais
não as vejo.
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MÃE – ( AJOELHA) – Obrigado Senhor por enviar seus anjos para


operar a minha filha. Eu sabia que o Senhor não me deixaria na mão.
(LEVANTA) Filha, fica deitada que vou lá embaixo chamar seu pai e a
médica...( VAI SAINDO E VOLTA)... Não sai dai...não sai dai)

ALICE – Ei, eu estou vendo vocês agora. Vocês são os meus médicos?

ANJO 1 – Não. Viemos atender um pedido de sua mãe

ANJO 2 - Alice, sua mãe é uma mulher de muita fé. Foi a fé dela que
salvou você.

ANJO 1– Sua mãe te ama muito.

ANJO 2 –– Mais que isso, ela tem o dom de perdoar, mesmo aqueles que a
fazem mal.

ALICE – Mais o que aconteceu comigo? Como vim parar aqui?

ANJO 2 - Não se preocupe com isso agora. Você precisa descansar.

ANJO 2 – Isso mesmo. Descanse. As coisas vão voltar a normalidade.


Alice, seja como sua mãe. Nunca perca a sua fé.

(MÃE ENTRA EM CENA COM A MEDICA, ENFERMEIRA E O


PAI) – ALICE ESTÁ SENTADA

MÉDICA – (ASSUSTADA) – O que está acontecendo aqui? Isso não é


possível!

ENFERMEIRA – Dra. Eu te disse que milagres acontecem, lembra?

MÉDICA – Sim...sim, eu me lembro (PEGA OS EXAMES) – mais os


exames dizem o contrário.

ENFERMEIRA – Dra. Nada é impossível para o Criador (TODOS SE


ABRAÇAM COM ALICE) OS ANJOS FICAM COM SUAS MÃOS
ESTENDIDAS) (MÚSICA). “ Deus, hoje mais uma vez tu destes a prova
de tua misericórdia. Agradecemos pela vida da Alice e de seus pais. Perdoe
todas as palavras ditas e que não são de seu agrado, mais somos humanos
e como tal, erramos. Obrigado por saber que tu existe dentro de cada um de
nós e aqueles que ainda não conheciam o seu poder, agora se rendem diante
o seu infinito amor.
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TODOS JUNTOS - Eu Acredito em Milagres!

FIM

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