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Curso de Estética I - Hegel

“Estas lições são dedicadas à estética, cujo objeto é o amplo reino do belo; de modo
mais preciso, seu âmbito é a arte, na verdade, a bela arte”. P. 27

O curso de Estética oferecido por Hegel na Universidade de Berlim no fim de sua vida
transformou-se em referência para quem quer estudar esse tema. Aqui nessa edição da
Martins Fontes, o curso está dividido em duas partes: a primeira é o Belo na Arte; a
segunda, para a qual estou fazendo essa resenha, tem o título de O Sistema das Artes.
Esses dois livros não foram escritos pessoalmente por Hegel, mas foram seus alunos que
tomaram nota de suas aulas e depois transformaram em livro. Isso explica o porquê da
linguagem ser bem mais acessível do que a dos outros livros desse filósofo.

Hegel possuía um imenso conhecimento de todas as áreas da Filosofia, e seu curso de


Estética demonstra o quanto ele estava preparado ao escrever sobre esse tema. Ele faz
um estudo sobre a arquitetura, escultura, música, poesia e tragédia nesse segundo
volume. Diferentes épocas e culturas são comparadas em algumas dessas artes, mas é
inegável que Hegel valoriza os Gregos acima de qualquer outra civilização. Para ele,
mesmo os romanos não conseguiram repetir o gênio da Grécia, mesmo após séculos de
tentativas de imitá-los.

É devida a Hegel a afirmação de que a arte, em confluência


com o belo, suaviza os enredamentos da realidade imediata, o
que está sendo dado e vivido agora (ao que ele definiu
efetividade),transformando ócio em entretenimento, numa
atitude de pertença mais próxima à remissão e à distensão do
espírito. O filósofo ponderou em boa hora que a arte só o é
porque existe uma realidade opaca e prosaica da qual ela retira
seus temas e a que ela se contrapõe para que seja realçado o
seu colorido.

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