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Licenciatura em biotecnologia

UC: Ecologia aquática e terrestre

Caracterização da ribeira dos Covões e da sua bacia


hidrográfica e avaliação da sua integridade ecológica

Beatriz Santos nº2019136400

Coimbra 2021
Índice
Caraterização da bacia hidrográfica da ribeira dos covões...........................................................3
Avaliação da qualidade da zona ripícola.......................................................................................6
Bibliografia...................................................................................................................................7
Caraterização da bacia hidrográfica da ribeira dos covões

A bacia hidrográfica dos covões, orientada no sentido norte-sul exibe uma estrutura
alongada apresentando uma estrutura uniforme em todo o seu comprimento, sendo
que aumenta à medida que se aproxima do rio mondego, onde desagua. Apresenta
uma altitude máxima de cerca de 210m ( figura 1), localizando-se as áreas de menor
altitude na zona a jusante .

Figura 1– Modelo digital do terreno da Bacia hidrografica da ribeira dos covões

As observações onde se obtiveram os dados para este relatório foram realizadas na


ponte do lagar, ESAC (40.21197185858883, -8.452946186034366).

Esta bacia hidrográfica possui uma rede de drenagem do tipo dendrítica e o clima
envolvente é tipicamente mediterrâneo com invernos moderados e verões quentes e
secos. Através da análise de várias cartas cartográficas é possível afirmar que a sua
temperatura média ronda os 10ᴼC e 16ᴼC.
Figura 2-carta cartográfica da bacia hidrográfica 1: 25000

Sabendo que o comprimento total da ribeira lido na carta é 19,5 cm, o comprimento axial da
bacia hidrográfica é 16.8 cm e o perímetro da bacia hidrográfica é de 51.5 cm então de forma a
calcular os valores reais é necessário multiplicar por 25000, obtendo assim os valores de
4875m de comprimento total da bacia, 4200m de comprimento axial da bacia e 12875m de
perímetro da bacia hidrográfica. Depois de se terem obtido estes valores foi possível calcular a
área da bacia recorrendo à seguinte técnica:

1. Desenhou-se um quadrado de 25 cm2


2. Pesou-se e registou-se o peso de 0.23g
3. E utilizando o mesmo papel vegetal desenhou-se todo o contorno da bacia pesando
este 1.17g
4. Realizou-se a seguinte cálculo:

25 cm
2
0,23 g

Área da bacia 1,17 g

Área da bacia na carta é igual a 127 , 17 cm2, que passando para o valor real :

2
1 cm na carta 25 000 ✕ 25 000 cm2 na realidade

Logo o valor real da bacia hidrográfica =7,95 ×106 m2


Os tipos de rocha presentes na bacia hidrográfica em estudo são as seguintes unidades
líticas: unidade calco-dolomítica, unidade calco-margosa, unidade arenosa; unidade
areno-conglomerática e depósitos aluvionares constituídos por conglumerários de
seixo, calhaus, corpos arenosos grosseiros a finos, corpos pelíticos e pelíticos orgânicos
.

Relativamente ao solo predominam as classes D e C como é descrito na figura 1, as


áreas correspondentes à classe C, ocorrem a montante e a oeste da bacia hidrográfica,
apresentam limitações acentuadas de utilização, riscos de erosão máximo elevados e
são suscetíveis de utilização agrícola pouco intensiva (Ferreira, 2008).Na classe D, que
predomina a montante, apresentam severas limitações de utilização, riscos de erosão
elevados a muito elevados. Estes solos não são suscetíveis de uso agrícola.

No entanto a zona estudada ao longo das aulas de ecologia é classificada como classe
A a qual apresenta excesso de água (Ah), pelo facto de estarem sujeitos a inundações,
geralmente pouco prolongadas, com especial incidência no Inverno. São solos que não
apresentam riscos de erosão ou, no caso de apresentarem, são muito baixos, têm
associado às suas características um baixo potencial de escoamento direto e elevadas
intensidade de infiltração. São solos suscetíveis de utilização agrícola intensiva,
estando incluídos na Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional,
correspondendo a áreas de infiltração máxima e que contribuem para a alimentação
de lençóis freáticos (Pato, 2007). (Ferreira, 2008)
Figura 3-capacidade de uso do solo

É importante salientar todos os aspetos que contribuem ou influenciam a qualidade de


de toda a ribeira dos covões a montante, isto inclui aspetos como resíduos produzidos
por toda a área urbana que pode diminuir a qualidade da água e da respetiva zona
ripícola da ribeira

Avaliação da qualidade da zona ripícola


A zona ripícola observada em aula que englobou cerca de 20 m da ribeira dos covões
apresenta algumas alterações feitas pelo homem nomeadamente barreiras laterais em
cimento. Através do índice QBR é possível avaliar o estado e a qualidade da cobertura
vegetal numa escala de 0 a 100, esta pontuação é obtida seguindo os parâmetros
listados na tabela abaixo.
Tabela 1-indice QBR

Índice QBR Descrição Pontos Resultado

1 - Grau de cobertura 50-80% de cobertura vegetal. 10


vegetal da Zona Ripícola
Ligação com bosque <25%. 0

-10

Cobertura de árvores <50% e 5


arbustos 10-25%
Árvores distribuídas em manchas
2 - Estrutura da descontínuas. 0
cobertura
-5

Nº de espécies de árvores/arbustos 25
autóctones.

Existem estruturas construídas pelo


homem

-5

3 - Qualidade da 15
cobertura vegetal

Existe alguma espécie de


árvore/arbusto exótica isolada
-5

4 - Grau de Modificações nas margens com


naturalidade do canal redução do canal
fluvial 10 10

Após a avaliação dos 4 blocos considerou-se que a cobertura vegetal herbácea tem
pouca ligação com a zona ripícola e que apesar desta estar numa percentagem que
ronda os 50 a 80% a pontuação para esse parâmetro foi de 0. Referente à
uniformidade das arvores a pontuação obtida também foi nula isto porque um dos
lados da margem apresentava algumas arvores e a outra apenas uma .
Passando à qualidade da cobertura vegetal esta pontuou com 15 pontos, pois temos
uma qualidade de cobertura vegetal considerável apesar de existir estruturas
construídas pelo homem.

As espécies de arvores observadas no decorrer da aula estão descritas na tabela 2.

Tabela 2-- Espécies de árvores existentes na Ribeira dos Covões e a sua origem

Espécies de árvores Origem

Ácer (Acer plantanoides) Exótica

Cedro/Cipreste (Cupressus sp.) Exótica

Choupo Híbrido (Populus × canadensis)


Autóctone

Freixo Comum (Fraxinus excelsior) Autóctone

Tília Comum (T. Platyphyllos) Exótica

Loureiro (Laurus nobilis)


Autóctone

Após a observação de toda a zona ripícola conseguiu-se avaliar qual o tipo


geomorfológico associado a esta, portantos de forma a realizar esta identificação
preencheu-se a tabela 3

Tabela 3-Pontuação e avaliação do geomorfismo

Tipo de desnível da Tipo de desnível Ilhas no canal % de substrato Pontos Resultado


margem esquerda da margem direita fluvial duro

5 5 0 (Sem ilhas) 20-30% (+2) 5+5+0+2 12


Foi então obtida a pontuação de 12, que seguindo o protocolo fornecido pela docente ,
indica que pertence ao tipo I, ou seja uma zona ripícola fechada, normalmente em
zonas de nascente, com baixa potencialidade para possuir um bosque extenso.

Por fim a naturalidade do canal obteve uma classificação de 10 pontos, o que indica
que existem modificações nas margens com redução do canal.

Somando todos os pontos foi obtida uma pontuação de 37 pontos o que indica uma
baixa qualidade de zona ripícola

Bibliografia
Ferreira, C. S. (2008). Processos hidrológicos na bacia da Ribeira dos. Obtido de Universidade
de Aveiro: https://ria.ua.pt/bitstream/10773/602/1/2009000604.pdf

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