Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BOLETIM DO CDPHA
Número 30
Belo Horizonte - MG
Boletim do CDPHA, Belo Horizonte, 2021
nº 30, 2021 1
CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA HELENA ANTIPOFF
BOLETIM DO CDPHA
Número 30
Apoio
Belo Horizonte, MG
2021
Anual
ISSN 1806-1931
CDD 370
Diretoria 2020-2022
PRESIDENTE DE HONRA
Elza de Moura
PRESIDENTE
Regina Helena de Freitas Campos
VICE-PRESIDENTES
Vicente Tarley Ferreira Alves
(Fundação Helena Antipoff)
Maria do Carmo Coutinho de Moraes
(Associação Pestalozzi de Minas Gerais)
Sílvia Maria Medeiros Magalhães
(ACORDA – Associação Comunitária do Rosário)
Filomena de Fátima Silva
(ADAV – Associação Milton Campos para o Desenvolvimento e
Assistência a Vocações de Bem Dotados)
DIRETORIA TÉCNICA
Adriana Araújo Pereira Borges
Adriana Otoni Silva Antunes Duarte
Deolinda Armani Turci
Lilian Sipoli Carneiro Cañete
DIRETORIA ADMINISTRATIVA
Christiane Campos de Araújo
Cleuza Glória de Fátima Amorim de Oliveira
Miriam Aparecida de Brito Nonato
Renata Silva Cruz
CONSELHO FISCAL
Titulares
Camila Jardim de Meira
Carolina Silva Bandeira de Melo
Maria de Fátima Pio Cassemiro
Suplentes
Elizabeth Coutinho de Moraes
Sérgio Domingues
Sergio Faleiro Farnese
CONSELHO CONSULTIVO
André Elias Morelli Ribeiro, Arthur Arruda Leal Ferreira, Bernard Schneuwly,
Clarice Moukachar Batista Loureiro, Deborah Rosária Barbosa, Dener Silva,
Marilene Proença Rebello de Souza, Marina Massimi, Marina Sorokina,
Mitsuko Aparecida Makino Antunes, Mônica Maria Farid Rahme, Natalia
Masolikova, Nydia Negromonte Franco, Paula Dantas de Oliveira Pelizer,
Rachel de Sousa Vianna, Rita Hofstetter, Sérgio Dias Cirino, Riviane
Borghesi Bravo, Silvia Parrat-Dayan, Tatiana Campos Vasconcelos
COORDENADORES REGIONAIS
Marilene Oliveira Almeida (FHA)
Erika Lourenço (UFMG)
Contato:
Sala Helena Antipoff
Biblioteca Central – Universidade Federal de Minas Gerais
Av. Antônio Carlos, 6627 – Campus Pampulha
31270-901 Belo Horizonte (MG)
BOLETIM DO CDPHA
COMISSÃO EDITORIAL
Deolinda Armani Turci
Erika Lourenço
Regina Helena de Freitas Campos
COMISSÃO ORGANIZADORA
Adriana Araújo Pereira Borges (UFMG, CDPHA)
Camila Jardim de Meira (UEMG-Ibirité, CDPHA)
Carlyle dos Passos Laia (Fundação Helena Antipoff, CDPHA)
Cleuza Glória de Fátima Amorim Oliveira (Museu Helena Antipoff, CDPHA)
Christiane Campos de Araújo (UEMG-Ibirité, CDPHA)
Deolinda Armani Turci (UEMG)
Érika Lourenço (UFMG, CDPHA)
Lilian Sípoli Carneiro Cañete (UEMG-Ibirité, CDPHA)
Marc Ratcliff (Presidente, Fondation Archives Jean Piaget,
professor FAPSE/UNIGE)
Marilene Oliveira Almeida (Escola Guignard-UEMG, CDPHA)
Maria de Fátima Pio Cassemiro (CDPHA)
Miriam Aparecida de Brito Nonato (Museu Helena Antipoff, CDPHA)
Raquel Martins de Assis (UFMG, CDPHA)
Gracia Maria Clérico (Universidad del Litoral, Santa Fé, Argentina)
Regina Helena de Freitas Campos (UFMG, Presidente CDPHA)
Ricardo Ribeiro Martins (UEMG)
Carolina Lobo Silva (ESSA-FHA)
COMISSÃO CIENTÍFICA
Erika Lourenço (UFMG - Coordenadora)
Deolinda Armani Turci (FAE-UEMG - Coordenadora)
PROMOÇÃO
Centro de Documentação e Pesquisa Helena Antipoff (CDPHA)
Fundação Helena Antipoff
Programa de Pós-graduação em Educação – UFMG
Archives Jean Piaget – Université de Genève – Suíça
Sociedade Brasileira de História da Psicologia
Apresentação 9
Assuntos do CDPHA:
Atas da Assembleia Geral do CDPHA 186
Arquivos UFMG de História da Psicologia no Brasil 198
The UFMG Archives of the History of Psychology in Brazil 215
Boletim do CDPHA – Instruções para os autores 231
Muitas vezes, ficamos nos perguntando por que, tendo acesso a toda
essa experiência educacional acumulada por Antipoff e seus/suas colabora-
dores/as no espaço ocupado pela antiga e famosa Fazenda do Rosário e em
outras instituições, os educadores brasileiros têm procurado em outros paí-
ses, prioritariamente, informações e orientações que consideram mais rele-
vantes. É claro que é muito importante buscar o diálogo internacional para
alimentar nossa curiosidade, potencializar nossa criatividade e a troca de ex-
periências consistentes, nesses tempos de globalização.
1
Campos, Regina H.F. & Lourenço, Érika (2019) Helena Antipoff: Science as a Pass-
port for a Woman’s Career between Europe and Latin America. Transversal: Interna-
tional Journal for the Historiography of Science 6: 15-34. Disponível em: https://
www.historiographyofscience.org/index.php/transversal/article/view/123/200Acesso
13/08/2019>; Cassemiro, Maria de Fátima Pio, & Campos, Regina Helena de Freitas.
(2019). Formação de Professores para a Educação Especial - Propostas de Helena
Antipoff e seus Colaboradores na Fazenda do Rosário nos Anos de 1960. Revista
Brasileira de Educação Especial, 25(2), 337-354. Epub 13 de junho de 2019.https://
doi.org/10.1590/s1413-653825190002000010; BORGES, Adriana Araújo Pereira, &
CAMPOS, Regina Helena de Freitas. (2018). A Escolarização de Alunos com Deficiên-
cia em Minas Gerais: das Classes Especiais à Educação Inclusiva1. Revista Brasileira
de Educação Especial, 24(spe), 69-84. https://doi.org/10.1590/s1413-
65382418000400006.
2
Branco & Cirino (2017) História da Psicologia em Contexto: teoria, conceitos e impli-
cações metodológicas Revista Sul Americana de Psicologia, 5(2): 172-194; Lourenço,
E.; Assis, R.M. & Campos, R.H.F. (Orgs.) (2012) História da Psicologia e Contexto
Sociocultural – Pesquisas contemporâneas, novas abordagens. Belo Horizonte: CDP-
HA Ed. PucMinas.
3
Duarte, Adriana Otoni Silva Antunes, & Campos, Regina Helena de Freitas. (2020).
Escola ativa no Brasil na obra da psicóloga e educadora Helena Antipoff. Psicologia
Escolar e Educacional, 24, e200499. Epub March 02, 2020. https://
doi.org/10.1590/2175-35392020200499;
Almeida, Marilene Oliveira; Assis, R. M. . Liberdade e Expressão Artística nos Projetos
Educacionais de Helena Antipoff e Augusto Rodrigues (1940-1960). Revista Portugue-
sa de Educação Artística, v. 8, p. 31-49, 2018.
4
O endereço do Museu é: 109240, Moscow, NizhniiaRadishevskaiastreet, 2.
5
Masolikova, N. (2014) Helena Antipoff’s Russian Years. In: Sorokina, M. &
Masolikova, N. (2014) The global educational space and academic migrants – The
legacy of Russian-Brazilian psychologist Helena Antipoff (1892-1974) in science,
education and human rights (Latin America, Europe and Russia). Proceedings of the
International Colloquium. Moscow: Alexander Solzhenitcyn’s House of Russia Abroad,
p. 25-45. Cf. também: http://www.russiangrave.ru/person?prs_id=75.
29/03/2021 Segunda-feira
08:00 às 09:30 Mesa de Abertura
Raquel Martins de Assis (Presidente da Comissão Organiza-
dora)
Regina Helena de Freitas Campos (Presidente do CDPHA)
Julia Figueiredo Goytacaz Sant'Anna (Secretária de Estado da
Educação, MG)
Vicente Tarley Ferreira Alves (Presidente da Fund. Helena
Antipoff)
Dayse Moreira Cunha (Diretora da Faculdade de Educação,
UFMG)
Christiane Campos de Araújo (Coordenadora de Extensão
UEMG-Ibirité)
Rodrigo Lopes Miranda (Presidente da Sociedade Brasileira
de História da Psicologia)
09:30 às 10:30 Intervalo
10:30 às 12:00 Conferência | A Formação e a Atuação de Helena Antipoff
em Intersecção com Noções e Conceitos da Internaciona-
lização Curricular
29/03/2021 Segunda-feira
14:30 às 15:30 Intervalo
30/03/2021 Terça-feira
08:00 às 09:30 Conferência | How does an author be turned into a
classic? A method to analyse the reception through the
case of Piaget in France
Conferêncista: Marc Ratcliff (Université de Genève / Archives
Jean Piaget, Suíça)
Coordenação: Sérgio Cirino (UFMG, Brasil)
Debatedor: André Morelli (UFF, Brasil)
09:00 às 10:00 Intervalo
10:00 às 12:30 Mesa-Redonda | O Museu da Criança – Perspectivas para
o futuro a partir de um sonho de Helena Antipoff
Coordenação: Regina Helena Campos (Centro de Documen-
tação e Pesquisa Helena Antipoff / UFMG, Brasil)
Pollyanna Lacerda Machado (SECULT | DIMUS | Sistema de
Museus de Minas Gerais, Brasil)
Angela Gutierrez (Instituto Cultural Flávio Gutierrez, Brasil)
Marina Sorokina (Museum Russia Abroad, Rússia)
Natalia Masolikova (Museum Russia Abroad, Rússia)
Miriam Nonato (Museu Helena Antipoff, Brasil)
Sérgio Faleiro Farnese (Centro de Documentação e Pesquisa
Helena Antipoff, Brasil)
Marilene Oliveira Almeida (UEMG / Fundação Helena Antipoff,
Brasil)
12:30 às 13:30 Intervalo
13:30 às 15:00 Conferência | Notas sobre a Atualidade de Piaget na
Educação
30/03/2021 Terça-feira
15:00 às 16:00 Intervalo
16:00 às 18:00 Mesa-Redonda | Recepção da obra de Jean Piaget no
Brasil e América Latina
31/03/2021 Quarta-feira
08:00 às 09:30 Conferência | Por que Piaget me encantou?
31/03/2021 Quarta-feira
13:30 às 15:30 Mesa-Redonda | Aspectos da recepção da obra de Jean
Piaget no Brasil e na América Latina
Coordenação: Maria de Fátima Pio Cassemiro (Centro de
Documentação e Pesquisa Helena Antipoff)
Debate Piaget-Wallon sobre a origem e desenvolvimento do
pensamento simbólico
Dener Silva (UFSJ, Brasil)
O método histórico-crítico de Jean Piaget aplicado a uma
pesquisa epistemológica sobre Carl Rogers
Paulo Coelho Castelo Branco (UFC, Brasil)
O self government e o trabalho em equipe – diálogos com
Piaget na pedagogia da Fazenda do Rosário
Adriana Otoni (UEMG, Brasil)
15:30 às 16:30 Intervalo
16:30 às 18:30 Reunião Encerramento Colóquio Piaget: Planejamento de
ações de intercâmbio e cooperação, publicações, etc.
Rodrigo Lopes Miranda (UCDB / Presidente SBHP, Brasil)
André Morelli (SBHP, UFF, Brasil)
Silvia Parrat-Dayan (Archives Piaget / Université de Genève,
Suíça)
Lino de Macedo (USP – USP, Brasil)
Arthur Arruda (UFRJ, Brasil)
Bernard Schneuwly (Université de Genève, Suíça)
Rita Hofstetter (Université de Genève, Suíça)
Regina Helena de Freitas Campos (Presidente CDPHA /
UFMG, Brasil)
Equipe do CDPHA (Belo Horizonte e Ibirité, Brasil)
31/03/2021 Quarta-feira
19:30 às 21:30 Mesa-Redonda | Internacionalização de saberes e
cooperação entre instituições – possiblidades atuais
Coordenação: Carlyle dos Passos Laia (Fundação Helena
Antipoff, Brasil)
As diretrizes da UEMG para internacionalização: atores e
objetivos
Maria Eduarda da Silva Rodrigues de Oliveira (UEMG, Brasil)
Internacionalização do currículo: desafios e perspectiva
Ligia Barros de Freitas (UEMG, Brasil)
Intercâmbios e internacionalização curricular
José Marcelo Luna (UNIVALI, Brasil)
Circulação e internacionalização de estudantes e instituições
de ensino
Juan Francisco Álvarez (Universidade Salamanca, Espanha)
Intercâmbio Virtual e compartilhamento de saberes na escola
Rosa Drumond (Virtual Exchange Maker, Brasil)
Intercâmbio escolar e internacionalização de saberes
Juan Medici, Diretor Executivo AFS do Brasil, Argentina e
Mesas-Redondas
MESA-REDONDA | Circulação e internacionalização das ciências da
educação no século 20 a partir de documentos de acervos históricos
europeus e latinoamericanos
Mesas-Redondas
MESA-REDONDA | Arquivos, histórias, mulheres e educação – desafios e
possibilidades
Coordenação: Marilene Oliveira Almeida (UEMG, Fundação Helena Antipoff,
Brasil)
Arquivos na história: mulheres, ciências e educação
Polyana Valente (FIOCRUZ, UEMG, Brasil)
Repositórios institucionais e acesso livre ao conhecimento: a experiência de
pesquisa no acervo Virgínia Schall
Christiane Campos de Araújo (UEMG, Brasil)
Conexões de arquivos Brasil-Suíça - a biografia de Artus-Perrelet
Marilene Oliveira Almeida (UEMG, Fundação Helena Antipoff, Brasil)
Mesas-Redondas
MESA-REDONDA | Pesquisas históricas no Museu Helena Antipoff -
experiências de ensino, pesquisa e extensão
Roda de Conversa
Projeto Cidadãos Globais - Intercâmbios, interculturalidade e internaciona-
lização do currículo
Exposições e Vídeos
Organização: Deolinda Armani Turci & Mário Gomes Ferreira (UEMG, Brasil)
Sessões Coordenadas
Sessões Coordenadas
Sessões Coordenadas
Sessões Coordenadas
Sessões Coordenadas
Sessões Coordenadas
Rita Hofstetter
Bernard Schneuwly
Universidade de Genebra
Marc J. Ratcliff
University of Geneva
How do you transform a scientific author into a classic? In this talk, I take
stock of the theories of reception from Jauss (Iser, Bourdieu, Picard, Oatley,
etc.) by applying it to the notion of author (Calvino, Zekian, Antoine-Mahut,
etc.), which oscillated between historicization and timelessness of the work.
My historicist approach offers new and specific methodological tools to disen-
tangle, within the reception of a work, its transformation into a classic. I stu-
died the case of Piaget in France during the interwar period. I first updated the
concept of reception by applying it to the history of science, and this required
relating reception to networks. By working on a reception corpus, exclusively
on scientific journals, we are dealing with readers who can be identified by
their productions. In the first part, the survey covered 59 French journals from
1921 to 1941 and showed the existence of more than 350 articles citing Piaget
for 150 authors and 22 anonymous. Three main fields of reception appeared,
psychology, pedagogy and philosophy, but their rhythms of reception of Piage-
t’s works were very different. A first tool presented is the analysis of textual
genres which highlighted three functions, description (book review), discussion
(author articles) and arbitration (review of third-party works, which mentionned
Piaget). A second analysis tool that I named the citation profiles analyzes the
way in which an author was cited in a journal and answers several questions,
in particular by what textual genres did Piaget enter journals, and what fun-
ctions allow you to transform an author into a classic? For psychology, the
most important function for transforming an author into a classic was arbitra-
tion. The second part dealt with Piaget’s networks in France, cutting across
Lino de Macedo
Instituto de Psicologia
Universidade de São Paulo
Sílvia Parrat-Dayan
Archives Piaget, Universidade de Genebra
Maurício Andrés
Agência Nacional de Águas
Unipaz, Brasília, DF
Seu inspirador foi o psicólogo e educador Pierre Weil, que nasceu, em Estras-
burgo, em 1924. Na sua juventude, viveu os dramas da guerra e foi aluno de
Léon Walther e Jean Piaget na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educa-
ção (Instituto Jean Jacques Rousseau) da Universidade de Genebra. Essa
influência foi marcante em sua forte formação científica de base.
Its inspiration came from the psychologist and educator Pierre Weil, who was
born in Strasbourg in 1924. In his youth he lived the dramas of war and was a
student of Léon Walther and Jean Piaget at the Faculty of Psychology and
Educational Sciences (Jean Jacques Rousseau Institute), at Geneva Universi-
ty. This influence was remarkable in his strong scientific formation.
Pierre Weil formulated the fundamental theory of UNIPAZ in which Peace Ed-
ucation contemplates social peace, peace with nature and peace with oneself.
The preamble to the constitutive act of UNESCO inspired the concept of
UNIPAZ: "Since wars begin in the minds of men, it is in the minds of men that
the defences of peace must be constructed”.
Key words: Pierre Weil – peace culture – UNIPAZ- UNESCO – integral ecolo-
gy
Se presentan los principales logros y desafíos que implica este tipo de expe-
riencias para potenciar la articulación entre las tres funciones universitarias y
fortalecer la integralidad de la formación en vistas a ofrecer oportunidades de
educación intercultural.
Qual foi a porta de entrada das ideais de Jean Piaget no Brasil? Como essas
ideias se disseminaram? Quais são e onde se constituíram os núcleos piage-
tianos brasileiros? Para responder a essas questões, coletamos dados em
arquivos, anais, livros, periódicos, currículos, memoriais e realizamos entre-
vistas com 41 profissionais de expressão que trabalharam e/ou trabalham
com as ideias de Piaget no Brasil. Realizamos essa pesquisa dentro dos limi-
tes da história descritiva e fizemos um "mapeamento" da propagação dessas
ideias pelo país, indicando tendências político-sociais, educacionais e científi-
cas que permearam tal difusão. O universo de dados com os quais trabalha-
mos levou-nos, entre outras, às seguintes conclusões: a) o movimento da
Escola Nova abre espaço para a difusão das ideias de Piaget no Brasil; b) a
associação entre as pesquisas epistemológicas de Piaget e a educação deve-
se, também, aos encargos de Piaget em instituições dessa área, assim como
aos próprios conceitos sobre os quais elabora sua teoria; c) a propagação das
ideias de Piaget tem início no final da década de 1920 e consolida-se na dé-
cada de 1970 com a formação de "núcleos" piagetianos em sete estados bra-
sileiros; d) nas décadas de 1960 e 1970, a corrente behaviorista aparece co-
mo o principal obstáculo à divulgação da teoria piagetiana. Por outro lado
aparece, por contraponto, como fonte de motivação para que se propague o
ideário piagetiano; e) nos anos de 1980, começa a se fazer sentir a presença
de pesquisas piagetianas interculturais dirigidas à realidade brasileira e inicia-
se a divulgação das ideias de Piaget através da expansão do movimento
construtivista; f) a partir da década de 1990, as variações do ideário vigos-
tskiano se tornam as principais fontes de oposição às ideias de Piaget; g)
Patricia Scherman
Universidad de Córdoba, Argentina
Ramiro Tau
Universidad de Ginebra
Erika Lourenço
Universidade Federal de Minas Gerais
Milton N. Campos
Université de Montréal
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Não temos a pretensão de falar sobre o papel que teve a produção de Jean
Piaget, nem a de Jürgen Habermas para o conhecimento epistemológico, filo-
sófico e psicossocial no Brasil, até porque temos, em nosso país, grandes e
profundos conhecedores dos sábios suíço e alemão. Para nós, a melhor ma-
neira de honrá-los, no ano em que se completam 40 anos da morte do primei-
ro e dos passados 90 anos de vida do segundo, é dar um testemunho teórico
modesto da influência que tiveram em nosso trabalho. Tanto Piaget, como
Habermas, fundaram, não sem razão, o conhecimento psicossocial na proble-
mática moral das relações, na ética das interações. No que tange a Piaget,
tratou essa questão, desde o início de sua vida acadêmica, com as obras
“Linguagem e Pensamento na Criança” e “Juízo Moral na Criança”. A proble-
mática da construção da moralidade levou-o a conceber o Modelo da Troca
de Valores, onde revela a estrutura das interações e de como os conteúdos
nela transitam. Já em Habermas, sua teoria capital do Agir Comunicativo trata
das mesmas questões de um ponto de vista do ser humano adulto, mas, co-
mo se interessa pelo lugar da cultura na explicação dos fenômenos psicosso-
ciais, abre espaço para interpretações hermenêutico-críticas. O primeiro lida
com o mecanismo onde transitam as significações, o segundo como o meca-
nismo produz sentidos. A partir de ambos os autores, propomos pensar a co-
municação interpessoal, de grupos e/ou social a partir da perspectiva constru-
tivista-crítica da ecologia dos sentidos. A teoria da ecologia dos sentidos e os
métodos construtivistas-críticos dela derivados permitem, em um primeiro
momento, o estudo da dimensão ética das interações do ponto de vista estru-
Piaget se interessou pela Sociologia das Ciências pela sua incursão no cam-
po da Epistemologia, entendida por ele como o estudo da constituição das
condições de acesso aos conhecimentos válidos e suas (re)organizações em
um paradigma. Piaget possibilita uma posição analítica que investiga as con-
dições constitutivas de um conhecimento psicológico e suas ampliações teóri-
cas. Destarte, objetiva-se desenvolver uma reflexão sobre a contribuição do
método histórico-crítico piagetiano e suas implicações para estudar epistemo-
logicamente conceitos psicológicos. Utiliza-se como base as obras “Psicologia
e Epistemologia”, “Lógica e Conhecimento Científico” e “Psicogênese e Histó-
ria das Ciências”. Apresenta-se o método histórico-crítico como uma investi-
gação sobre os elementos que constituem um conhecimento psicológico para
retraçar sua evolução em um caráter internalista e externalista. Para isso,
discute-se a noção de fieri (devir científico), a qual estabelece o cerne de um
conhecimento e o fio condutor que lhe possibilita avançar, superando suas
crises e lacunas teórico-metodológicas. Contudo, nenhum conhecimento se
desenvolve internamente por si próprio, dado que está engendrado por acon-
tecimentos contextuais que lhe possibilitam um espírito científico da época
(Zeitgeist). Nesse sentido, Piaget exemplifica tal articulação pelas epistemolo-
gias: científicas, que resolvem os problemas no interior da própria ciência;
metacientíficas, que fazem importes teóricos e metodológicos de outras ciên-
cias; paracientíficas, que atrelam teorias e métodos de campos diversos na
busca de avanços complementares. Esses modos de pensar indicam uma
variedade de quadros epistêmicos e incutem a necessidade de um critério
metodológico para analisar como ocorreu tal problematização, proposição,
Abstract: This article aims to demonstrate the use of teamwork and self-
Financiamento: INOVA/Fiocruz
Financiamento: PCRH/UEMG
Fernando Gouvêa
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Laboratório de História da Educação Latino-Americana
Observa-se, nas últimas décadas, não apenas uma vigorosa proliferação dos
museus pelo mundo, mas também um profundo processo de remodelação de
suas configurações e pressupostos. Fato é que o museu mudou, buscando
um novo papel social frente aos atuais contornos da globalização. Em linhas
gerais, pode-se dizer que o museu nasceu, e se constituiu, como uma das
instituições que mais refletiam as características do mundo ocidental mo-
derno. Academicista, cientificista, enciclopedista e historicista, o museu confi-
gurava-se como o guardião da história oficial da nação e dos “vencedores”,
evitando discursos que pudessem evidenciar a pluralidade e a diversidade de
seu contexto social. Não obstante, o museu tentou, nos últimos anos, ampliar
seu escopo de abrangência, repensar seu lugar na sociedade e remodelar
sua estrutura. É possível observar que os museus buscaram alargar seus
processos de patrimonialização, o que implicou na tentativa de inclusão de
narrativas passíveis de constituir múltiplas composições identitárias. Determi-
nados grupos sociais, e suas memórias, até então excluídos dos processos
de legitimação patrimonial, passaram a reivindicar espaço nessas instituições.
Surgem, então, ao invés de apenas um discurso oficial, narrativas paralelas
que tentam contemplar, de maneira mais democrática, segmentos sociais que
inicialmente não ocupavam lugar em um espaço museal. É no contexto dessa
reflexão que surge o problema do presente trabalho: seria possível afirmar
que as transformações pelas quais os museus passam no mundo contempo-
ráneo têm modificado a relação com o seu público? Mais ainda: a maior
abrangência temática, a participação e os novos recursos expográficos têm
A França foi um dos países que mais inspirou o Brasil no seu desenvolvimen-
to cultural e científico, especialmente no século XIX e na primeira metade do
século XX. No campo da psicologia brasileira, os autores franceses tiveram
um lugar de destaque. Dessa forma, a Psicologia Patológica, tipicamente
francesa, contribuiu para a legitimação da psicologia e da psiquiatria na Amé-
rica lusófona. A circulação da Psicologia entre os dois países foi permeada
pela tensão entre o discurso religioso e o discurso científico. As missões de
Georges Dumas e de Pierre Janet, dois grandes nomes da psicologia na Fra-
nça, nos ajudam a identificar essa rivalidade entre a religião e suas curas, de
um lado, e a medicina e seus alienistas, do outro. Além de nos permitir com-
preender melhor conceitos da historiografia como apropriação e circulação de
ideias. O material estudado foram as publicações da imprensa brasileira so-
bre essas missões, além de arquivos do Collège de France e do Ministério
das Relações Exteriores francês. Os reputados cientistas franceses, munidos
da Psicologia Patológica, trouxeram em suas conferências no Brasil, expli-
cações a fenômenos místicos, demonstrando como pesquisas experimentais
poderiam elucidar fatos considerados anteriormente como inteligíveis. Desde
1908, em sua primeira missão no Brasil, Georges Dumas defendeu que a psi-
cologia moderna estaria em melhor posição do que a teologia e a psicologia
Sérgio Domingues
Centro Universitário de Viçosa
Regina Helena de Freitas Campos
Faculdade de Educação / Universidade Federal de Minas Gerais
Este artigo não é nem pretende ser um estudo conclusivo e sim um estudo de
pesquisa, de investigação documental e bibliográfico, objetivando trazer al-
guns esclarecimentos acerca de categorias conceituais presentes na
pedagogia socialista e nas obras da Pedagoga e Psicóloga Russa Helena
Antipoff, durante as décadas de 1930-1970, em Minas Gerais. Nesse
processo de apreensão da realidade, buscar-se-á analisar as fontes primárias
no acervo de Helena Antipoff, localizado no Memorial da Fundação Helena
Antipoff em Minas Gerais – Ibirité, e ainda no Centro de Documentação e
Pesquisa Helena Antipoff (CDPHA), localizado na Universidade do Estado de
Minas Gerais (UFMG), em BH - Minas Gerais, entre outras. A escolha do
tema se dá em razão da necessidade de superar o dualismo e reintegrar os
eixos formativos, além de implicar em considerar uma abordagem mitológica
e epistemológica que esteja ancorada na realidade. Preliminarmente, ainda
tem o desafio de captar a continuidade na descontinuidade, ou mesmo a
descontinuidade na continuidade. Portanto, ao levantar que Antipoff tinha a
clareza de que todo acúmulo histórico dos avanços do trabalho, nas formas
imediatas, e nas mais complexas e abstratas, constitui o cerne de todo o
processo formativo e educacional da humanidade, levando-se a crer que a
educadora fazia crítica rigorosa à educação que despreza a formação integral
Erika Lourenço
Luciana Aparecida de Andrade
Gabriela Kunzendorff Bueker Drumond
Lourdes Eduardo Lopes
Elizabeth Junqueira Santos
Universidade Federal de Minas Gerais
Este trabalho teve como objetivo geral identificar e caracterizar o perfil dos
alunos com deficiência matriculados na rede municipal de ensino de Belo Ho-
rizonte. Os dados foram coletados nos Microdados do Censo Escolar da Edu-
cação Básica (2018), disponibilizados pelo INEP a partir das variáveis: sexo,
raça, tipo de deficiência, Atendimento Educacional Especializado, modalidade
de ensino e etapa de ensino. Este estudo constatou que, no ano de 2018,
tinha 5.836 alunos com deficiência matriculados na rede municipal de ensino,
o que corresponde a 3,79% do total geral da rede municipal. Com relação à
incidência dos tipos de deficiências, as que tiveram o maior número de alunos
foram: a Deficiência Intelectual, com 45,65%, seguida pela Deficiência Física,
com 22,14% e Autismo, com 17,24%. Destaca-se que o maior número de alu-
nos com deficiência matriculados era do sexo masculino (63,71%) e da cor/
raça parda (53,96%). No que se refere à etapa de ensino com o maior núme-
ro de matrículas, os anos iniciais do ensino fundamental tiveram a maior in-
cidência (44,02%). Um ponto a ser ressaltado é que 71,06% do público-alvo
da Educação Especial não recebia Atendimento Educacional Especializado
(AEE) e 310 alunos estavam em escolas especiais ou classes especiais. A
partir dos dados apresentados, verifica-se que na rede municipal de ensino de
Belo Horizonte há um número expressivo de alunos com deficiência matricu-
lados quando comparado a outros locais do Brasil. Isso nos permite dizer que
as políticas educacionais estão contribuindo para ampliação do acesso, mas
precisam ser melhoradas, pois, segundo os dados apresentados, ainda havia
310 alunos que eram atendidos em espaços segregados. Porém, somente o
A participação das mulheres na história das Ciências nos conta uma história
de luta por ocupação de espaços tradicionalmente masculinos. Sua partici-
pação permaneceu, por muito tempo, encoberta por um véu de indiferença.
Essa invisibilidade, observada na História das Ciências, também está presen-
te na História da Psicologia. Questões de gênero, semelhantes àquelas en-
contradas em outras partes do mundo, também marcaram a invisibilidade fe-
minina no campo psi brasileiro. O objetivo deste estudo é descrever e analisar
a participação feminina em textos veiculados nos Arquivos Brasileiros de Psi-
cotécnica (ABP), período de 1949 a 1968. Foram analisadas fontes primárias
serializáveis, i.e., artigos publicados por mulheres e vinculados nos ABP que
estivessem disponíveis integralmente de maneira digital. Os dados captura-
dos totalizaram 1.238 textos publicados pelos ABP e desses, apenas 572
possuíam autoria. Deste conjunto, considerando apenas primeira autoria,
houve 279 manuscritos assinados por homens, 249 por mulheres e 44 indefi-
nidas (desconhecido, institucional e não identificado). O total de artigos escri-
tos por mulheres (n = 249) foram assinados por 86 autoras diferentes e mais
da metade delas (n = 51) publicou apenas um artigo no periódico em todo o
período analisado. Com média de publicação variando entre dois e seis arti-
gos, foram observadas 28 autoras. Todavia, um terceiro grupo de mulheres (n
Este recorte faz parte de uma pesquisa de doutorado que está em andamen-
to. A tese surge no intuito de dar continuidade a uma investigação iniciada
durante a pesquisa de mestrado “Dos porões ao hospício: a participação das
Santas Casas de Misericórdia na assistência aos alienados em Minas Gerais,
no século XIX”. Contudo, faz-se ainda necessário analisar e aprofundar a in-
vestigação referente a algumas temáticas suscitadas durante o processo de
investigação inicial. Concluiu-se, por exemplo, que foram construídas vinte e
quatro (24) Santas Casas em Minas Gerais até o fim do século XIX. A pesqui-
sa mostrou que apenas as Santas Casas das cidades de São João del Rei e
de Diamantina chegaram a prestar um atendimento sistemático aos aliena-
dos, durante o século XIX, em Minas Gerais. A Santa Casa de Caridade de
Diamantina, inclusive, criou o Hospício da Diamantina, que teve uma curta
existência durante os anos de 1889 a 1906. Percebe-se, ainda, que foi por
meio do legado religioso, muitas vezes privado, que as Políticas Públicas em
torno da assistência à saúde mental puderam se desenvolver no Brasil. Sem
que, contudo, fosse feita uma correlação de forma oficial entre a participação
das Santas Casas nesse processo. O estudo do acervo da Santa Casa de
Misericórdia de São João del Rei propõe a existência de uma assistência sis-
tematizada a alienados, no decorrer do século XIX, o que a autora chamou de
“projeto de assistência aos alienados” - tanto a cidade de São João del Rei
quanto a cidade de Diamantina tiveram o fim de seus projetos de assistência
aos alienados com a inauguração do Hospital Psiquiátrico de Barbacena no
ano de 1903. As Santas Casas de Misericórdia fizeram parte do legado carita-
Helena Antipoff veio para o Brasil em 1929, deixando na França o filho Daniel,
à época com 10 anos. Em 1938, poucos meses antes do início da segunda
Guerra Mundial, temendo as consequências da mesma, Helena convence o
filho a vir para o Brasil. Daniel residiu na França durante nove anos, período
no qual ele e a mãe trocaram correspondências em francês. Escolhemos,
para este estudo, a carta de 24 de janeiro de 1937, porque o conteúdo da
mesma nos possibilita atingir os seguintes objetivos: produzir conhecimento a
respeito do ethos de Helena e também a respeito do processo educacional
utilizado para a educação do filho. Utilizamos, como base teórica, a “Análise
do Discurso Francesa”. Uma primeira pergunta: por meio de quais práticas
discursivas podemos compreender o ethos, as imagens de si no discurso de
Helena Antipoff? Uma segunda pergunta: quais estratégias discursivas nor-
tearam o processo pedagógico nessa relação mãe/filho? Considerando que
falar ou escrever exige estratégia, observamos que é necessário conhecer o
interlocutor, imaginar o que o mesmo possa querer e perceber quais os pa-
peis que desempenham, enfim, construir a cena de enunciação, a encenação.
Pensando dessa forma, falar e escrever são processos contínuos de in-
teração com muitos “outros”.Tratando-se de uma carta de mãe para filho, es-
pera-se como encenação um discurso mais íntimo, a escolha mais amorosa
do léxico e o caminho livre para a expressão dos sentimentos. Espera-se...
Na perspectiva da análise do discurso, o conceito de ethos é importante por-
que parte constitutiva da cena de enunciação. Ethos é a imagem de si, no
discurso. Expressos pelo discurso, verificamos um ethos complexo: ordena,
1. HISTÓRICO E OBJETIVOS
2. ACERVOS
Constituição/origem
Temas
- Jogos pedagógicos
- Educação Especial
- Fazenda do Rosário
- Educação Rural
- Teatro na educação
- Sociedade Pestalozzi
Quantidade
Instrumentos de pesquisa
Catálogo informatizado
Constituição/origem
História da Psicologia
Instrumentos de Pesquisa
Constituição/origem
- Arte e educação
- Bem-dotados
- Educação Especial
- Mensageiro Rural
- Sociedade Pestalozzi
Organização
Foi mantida a ordem original definida pelo titular. Arranjo em séries, por tipo
de documento: série correspondência, em ordem cronológica, e série recortes
de jornais, por assunto.
Quantidade
- 240 correspondências
Temas:
Constituição/origem do acervo
Temas
4. DOAÇÕES
6. EQUIPE RESPONSÁVEL
Coordenação:
Consultores:
Annick Ohayon
Centre Alexandre Koyré d’Histoire des Sciences et des Techniques
École des Hautes Études em Sciences Sociales, Paris, France
Camila Jardim
Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) – Unidade Ibirité
Cristina Lhullier
Universidade de Caxias do Sul, RGS
Erika Lourenço
Departamento de Psicologia
Universidade Federal de Minas Gerais
Jacqueline Carroy
Centre Alexandre Koyré d’Histoire des Sciences et des Techniques
École des Hautes Études em Sciences Sociales, Paris, France
Marina Massimi
Instituto de Estudos Avançados
Universidade de São Paulo
Marina Sorokina
Alexander Solzenitcyn Centre for the Study of the Russian Diaspora, Moscow,
Russian Federation
Martine Ruchat
Faculté de Psychologie et Sciences de l’Éducation
Université de Genève, Suiça
Miguel Mahfoud
Departamento de Psicologia
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG
Natasha Masolikova
Alexander Solzenitcyn Centre for the Study of the Russian Diaspora, Moscow,
Russian Federation
Oswaldo Yamamoto
Departamento de Psicologia
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Sylvia Parrat-Dayan
Archives Jean Piaget
Université de Genève, Suíça
Terezinha Rey
Archives de L’Institut Jean Jacques Rousseau – Université de Genève, Suíça
6
Article originally published in History of Psychology13:201-205, 2010.
7
Professor of Educational Psychology at the Federal University of Minas Gerais
(UFMG), with post-doctoral studies in the University of Geneva and École des Hautes
Études en Sciences Sociales, in Paris, she is presently the President of the Center for
Research and Documentation Helena Antipoff and director of the UFMG Archives on
the History of Psychology in Brazil. Her main research interests are focused on the
history of educational psychology in Brazil. E-mail rcampos@ufmg.br
Helena Antipoff and Édouard Claparède in Geneva, at the Rousseau Institute, c. 1927.
Part of the documentation gathered along her long and productive life is
kept in the Helena Antipoff Center of Documentation and Research - CDPHA,
on the Rosário Farm School, in Ibirité, Brazil, where she lived from the 1950s
onwards. The diversity and the richness of these documents was such that a
project was prepared in 1993, authored by the researcher, today Professor of
the School of Education/ Federal University of Minas Gerais - UFMG, to pre-
pare an inventory, organize and make this material available for research into
the history of Brazilian psychology and education, with the support of the Bra-
zilian National Research Council (CNPq) and the State of Minas Gerais Re-
search Agency (Fapemig).
Panels at the Helena Antipoff Room, Central Library of the Federal University of Minas
Gerais, Brazil, with a presentation of her life and works (1892-1974)
Initially, the organization of the material was to have been carried out in
Ibirité, at the Helena Antipoff State Foundation. With the development of the
activities, the increased involvement of the Federal University of Minas Gerais
- UFMG and the demand by the organization for sources in the History of Psy-
COLLECTIONS
Josef Brozek was the well known educator, scientist, historian of psy-
chology born in Melnik, Bohemia (currently the Czech Republic), on 24 August
1913, son of Josef Francis and Filomena (Sourek) Brozek. He obtained his
PhD at Charles University, in the city of Prague, in 1937. In1939, he moved to
the United States and became a naturalized American citizen in 1945. During
his professional life he worked in various fields of human psychology and biol-
Helena Dias Carneiro had a first contact with Helena Antipoff in Rio de
Janeiro in 1945, seeking treatment for her handicapped son. She became
from this moment on, one of the first mothers of mentally or physically handi-
capped people to collaborate in the work of Helena Antipoff, becoming en-
gaged in the creation of the Pestalozzi Society of Brazil - SPB in that same
year and working in several other projects in benefit of handicapped children.
Thus, she participated in the foundation of the first Association of Parents and
Friends of the Mentally or Physically Handicapped APAE, in 1954, coordinated
the Council of Students of the SPB, she was a member of the Consultative
Council of the SPB in 1975, was second Treasurer of the National Federation
of Pestalozzi Societies in the period between 1978-1982 and worked on the
publication of the SPB Bulletin.
Daniel Antipoff is the son of the educator and psychologist Helena An-
tipoff and the Russian journalist and writer VitorIretzky, born in St. Petersburg
in 1919. Daniel graduated in Agronomy from the University of Viçosa, Brazil, in
1948. He worked as an agronomist in Contagem, Brazil, and started to attend
the course of Philosophy of the University of Minas Gerais - UMG, in Belo
Horizonte, Brazil, in 1943. At the start of the 1950s, he was one of the found-
ing members of the Service of Professional Counseling and Selection –
SOSP, a period in which he qualified in the application of intelligence tests
and in conducting psychological interviews. In 1956, he was a student on the
Course of Experimental Psychology delivered by the Genevan psychologist
André Rey in the Higher Rural Education Institute - ISER, in Ibirité, invited by
his mother. In 1957, when the Minas Gerais Society of Psychology was estab-
lished, he was elected its first General Secretary. In São José dos Campos,
São Paulo, he worked as a resident psychologist, in 1963. At the University of
Denver, in the United States, he did, in 1970, a postgraduation course in the
Education of Mentally or Physically Handicapped Children. In 1980, he creat-
ed the Helena Antipoff Center of Documentation and Research - CDPHA, fol-
lowing a suggestion of Helena Dias Carneiro for the preservation of his moth-
er’s philosophy and ideas. In 1989, having as superintendent the psychiatrist
HélioAlkmim, he took over the Direction of the Helena Antipoff Foundation,
managing the Psychology and Pedagogy Sectors, the Sandoval Soares de
Azevedo School and the further education courses for rural teachers. Having
The Daniel Antipoff Collection includes 131 books and 27 titles of peri-
odicals produced and accumulated throughout his career, covering the period
from 1892 to 1998. The collection was donated by the owner in 1998. The
themes covered are: psychology, Helena Antipoff, special education, history of
psychology, psychoanalysis, education, Pestalozzi Society, psychological
tests.
5) CAMPOS COLLECTION
Themes:
Topics:
CONSERVATION
DONATIONS
The Helena Antipoff Room is open daily, except for Saturdays, Sundays
and public holidays, at 400, 4th floor of the Central Library of the Federal Uni-
versity of Minas Gerais. Access is free and is through the Library’s main en-
trance. Consultation of the documents is effected under orientation of the offi-
cial responsible, observing some procedures: gloves must be used in handling
the material (furnished by Archives); no eating or drinking is allowed in the
enclosed sector; the materials consulted should be left on the tables. The re-
moval of documents and the taking of photocopies are prohibited, except with
authorization, in writing, of the responsible official. The collections are being
TEAM RESPONSIBLE
REFERENCES
Instruções
CURY, Carlos R. J. Alceu Amoroso Lima. In: FÁVERO, Maria de Lourdes A.;
BRITTO, J. (Org.). Dicionário de educadores no Brasil. Rio de Janeiro: Editora
b) Artigos em periódicos:
c) Teses e dissertações:
B
Bernard Schneuwly, 5, 21, 26, 42
C
Camila Jardim de Meira, 5, 6, 28, 30, 33, 92, 113
Carlyle dos Passos Laia, 5, 6, 27, 31
Carmem Miriam Maciel Junqueira, 38, 183
Carolina Lobo Silva, 6, 31
Carolina Silva Bandeira de Melo, 5, 24, 34,122
Carolina Souza Guilhermino, 34, 126
César Rota Júnior, 37, 175
Christiane Campos de Araújo, 4, 6, 21, 29, 83
Clarice Moukachar Batista Loureiro, 5, 28
Cleide Aparecida Alves, 30, 99
Cleuza Glória de Fátima Amorim de Oliveira, 4, 6
Cristina Duarte Viana Soares, 28, 75, 78
Cristina Mariano Ruas, 78
E
Édison Manoel da Silva, 34, 124
Eduardo Lopes, 36
Elena dos Santos Arsamenia, 165
Élida Cristina Nazelli Riquetti, 33, 105
Elizabeth Coutinho de Moraes, 5
Elizabeth Junqueira Santos, 36, 154
Elza de Moura, 4
Érika Lourenço, 5, 6, 25, 35, 36, 61, 151, 154
Eva Maria dos Santos Mesquita, 37, 173
F
Fátima Pio Cassemiro, 32
Fernando Gouvea, 29, 89
Filomena de Fátima Silva, 4
G
Gabirelle de Aguilar Magnani, 33, 105
Gabriela Kunzendorff Bueker Drumond, 36, 154
Gabriella Lara Silva, 35, 143
Getsemane de Freitas Batista, 35, 145
Giovana Melo Guimarães, 33, 105
Giovana Moura de Souza, 36, 151
J
Janete Amorim Ribeiro, 35, 140
José Marcelo Freitas de Luna, 21, ,27 40
Juan Francisco Álvarez, 22, 27
Juan Medici, 22, 27
Julia Figueiredo Goytacaz Sant'Anna, 21
K
Kleber Tüxen Carneiro, 34, 116
L
Laurent Franck Junior Charles, 28, 75, 80
Leila Lopes de Avila, 35, 145, 147
Leonardo Gonçalves Ferreira, 33, 107
Ligia Barros de Freitas, 27
Lilian Sipoli Carneiro Cañete Cañete, 4, 6
Lino de Macedo, 23, 26, 46
Lourdes Eduardo Lopes, 154
Lucas Ferraz Córdova, 34, 128
Luciana Aparecida de Andrade, 36, 154
Luiz Eduardo Prado da Fonseca, 55
M
Marc J. Ratcliff, 6, 23, 44
Márcia Denise Pletsch, 29, 87
Marcos Vieira Silva, 37, 179
Maria Alice Lopes Braga, 32
Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira, 36, 159
N
Natalia Masolikova, 5, 23
Nydia Negromonte Franco, 5
O
Orly Zucatto Mantovani de Assis, 33, 34, 109, 116, 124
P
Patrícia Scherman, 24, 58
Paula Dantas de Oliveira Pelizer, 5, 30, 33, 93, 113
R
Rachel de Sousa Vianna, 5
Rafael Henrique de Resende Marciano, 36, 157
Raissa Cristina Almeida Coelho Brandão, 35, 143
Ramiro Tau, 24, 59
Raquel Martins de Assis, 5, 6, 7, 21, 22, 25, 34, 37, 38, 67, 169
Rayane Kênia Marques de Paula, 30, 100
Regina Helena de Freitas Campos, 4, 6, 7, 21, 23, 25, 26, 28, 33, 34, 35, 36,
37, 73, 113, 119, 130, 132, 135, 138, 149, 161, 177, 215
Renata Silva Cruz, 4, 22, 37, 177
Renato Batista da Silva, 37, 169
Ricardo Ribeiro Martins, 6, 22
Rita Hofstetter, 5, 21, 26, 42
Riviane Borghesi Bravo, 5
Roberta Garcia Alves, 34, 128
Rodolfo Luís Leite Batista, 7, 37, 163
Rodrigo Lopes Miranda, 21, 26, 34, 37, 128, 165
Rosa Drumond, 27
Rosângela Escalda, 33, 103
Rosilene Maria da Silva Gaio, 38, 181
S
Sandra Freitas de Souza, 36, 159
T
Tatiana Campos Vasconcelos, 5, 36, 161
Tatiana Pereira Queiroz, 28, 75, 76
Teodoro Adriano Costa Zanardi, 35, 140
V
Vicente Tarley Ferreira Alves, 4, 21
W
Walter Mariano de Faria Silva Neto, 37, 167
Wanderson de Sousa Cleres, 5, 35, 140