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LENIEÉ CAMPOS MAIA

CLAUDIA CAZAL LIRA


ARTUR DUVIVIER ORTENBLAD

MANIFESTAÇÕES DE ARTE
INTEGRADAS À SAÚDE

Curitiba / Brasil
2020
Editora Brazil Publishing

Conselho Editorial Internacional

Presidente:
Rodrigo Horochovski (UFPR - Brasil)

Membros do Conselho:
Anita Leocadia Prestes (Instituto Luiz Carlos Prestes - Brasil)
Claudia Maria Elisa Romero Vivas (Universidad Del Norte - Colômbia)
Fabiana Queiroz (UFLA - Brasil)
Hsin-Ying Li (National Taiwan University - China)
Ingo Wolfgang Sarlet (PUCRS - Brasil)
José Antonio González Lavaut (Universidad de La Habana - Cuba)
José Eduardo Souza de Miranda (Centro Universitário Montes Belos - Brasil)
Marilia Murata (UFPR - Brasil)
Milton Luiz Horn Vieira (UFSC - Brasil)
Ruben Sílvio Varela Santos Martins (Universidade de Évora - Portugal)

Comitê Científico da Área Ciências Humanas

Presidente: Prof. Dr. Fabrício R. L. Tomio (UFPR – Sociologia)


Prof. Dr. Nilo Ribeiro Júnior (FAJE – Filosofia)
Prof. Dr. Renee Volpato Viaro (PUC – Psicologia)
Prof. Dr. Daniel Delgado Queissada (UniAGES – Serviço Social)
Prof. Dr. Jorge Luiz Bezerra Nóvoa (UFBA – Sociologia)
Prof. Dra. Marlene Tamanini (UFPR – Sociologia)
Prof. Dra. Luciana Ferreira (UFPR – Geografia)
Prof. Dra. Marlucy Alves Paraíso (UFMG – Educação)
Prof. Dr. Cezar Honorato (UFF – História)
Prof. Dr. Clóvis Ecco (PUC-GO – Ciências da Religião)
Prof. Dr. Fauston Negreiros (UFPI – Psicologia)
Prof. Dr. Luiz Antônio Bogo Chies (UCPel – Sociologia)
Prof. Dr. Mario Jorge da Motta Bastos (UFF – História)
Prof. Dr. Israel Kujawa ESte não
(PPGP da IMED – Psicologia) foi o
Prof. Dra. Maria Paula Prates Machado (UFCSPA- Antropologia Social)
simbolo
Prof. Dr. Francisco José Figueiredo Coelho (GIEESAA/UFRJ – Biociências e Saúde)
aprovado
opelos autores,
favor verificar a
arte com a
capista
Sandra Heck Paula Zettel
Editor-Chefe Capa
Valdemir Paiva Rodrigo Martins e Julia Caetano
Editor Revisão Editorial
Everson Ciriaco Os autores
Coordenador Editorial Revisão de Texto
Brenner Silva
Diagramação e Projeto Gráfico

DOI: 10.31012/

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)


BIBLIOTECÁRIA: MARIA ISABEL SCHIAVON KINASZ, CRB9 / 626

© Editora Brazil Publishing


Presidente Executiva: Sandra Heck
Rua Padre Germano Mayer, 407
Cristo Rei - Curitiba PR - 80050-270
+55 (41) 3022-6005

www.aeditora.com.br
Agradecimentos

O Programa Manifestação de Artes Integrada à Saúde (Programa Mais)


não existiria por tanto tempo e com toda sua complexidade se não tivesse
contado com a participação profissional, dedicada e carinhosa de todos os
seus colaboradores. A todos os docentes internos e externos à UFPE, às admi-
nistrações do Hospital das Clínicas e todo corpo de profissionais de saúde, a
todos os alunos bolsistas e voluntários e principalmente a todos os pacientes e
acompanhantes que estiveram conosco, nosso muito obrigado!
Agradecemos profundamente à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, em
especial a Edilson Fernandes, Maria Christina de Medeiros Nunes e Demócrito
da Silva por todo apoio oferecido durante esses anos.
Aos Diretores do Centro de Ciências da Saúde Dr. José Thadeu Pinheiro
e Dr. Nicodemos Telles Filho.
Ao Departamento de Patologia e todos os docentes e técnicos pelo aco-
lhimento do programa e convívio profissional.
A Dra. Maria de Fátima Gaspar Pinheiro, companheira na Arteterapia e
nas Histórias.
Aos Departamentos de Artes, Música e Ciência da Informação do CAC
pela frutífera parceria.
Agradecimentos especiais ao Maestro Jadson Araújo de Oliveira, mem-
bro da Academia Pernambucana de Música e a Dra. Claudia Ângela Vilela
Buril, parceiros permanentes do programa e incentivadores incansáveis dos
projetos musicais, aos Profs. do Departamento de Artes José Francisco Filho,
Kalyna de Paula Aguiar e Mario Sette, assim como ao Prof. Lourival Pereira
Pinto, parceiro nos projetos literários.
Aos músicos Genildo Sousa, Nerilson Buscapé, André Zabumbeiro,
Samucka e Quarteto Percussivo, Hallison Castro e Leda Dias pela generosa e
sempre presente disponibilidade.

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Prefácio

Ignora-se quando tenha nascido a arte. Mais complexo ainda é tentar


defini-la. No livro “A História da Arte”, o autor, E.H. Gombrich, torna essas
indagações ainda mais embaraçosas: “Uma coisa que realmente não existe é
aquilo a que se dá o nome de Arte. Existem somente artistas”. Justifica seu
raciocínio afirmando que “no passado homens modelavam toscamente as for-
mas de um bisão com terra colorida na parede de uma caverna; hoje, com-
pram tintas e desenham cartazes para os tapumes”. E continua: “Eles faziam
e fazem muitas outras coisas. Não prejudica ninguém chamar a todas essas
atividades de arte, desde que conservemos em mente que tal palavra pode
significar coisas muito diferentes, em tempos e lugares diferentes, e que Arte
com A maiúsculo não existe”.
Depreende-se, portanto, a dificuldade de entender e de definir arte.
Arte é palavra latina que significa técnica, habilidade. Duas das principais ma-
neiras de se dividir a arte são os períodos ou idades da humanidade, desde a
pré-história à idade contemporânea e as diversas formas de arte, da música a
arte digital.
De forma simples, tomo a liberdade de dizer que a arte existe para tor-
nar a vida mais alegre, ou menos sofrida, mesmo reconhecendo que uma das
maiores fontes de inspiração da arte é a dor, o sofrimento humano. Boa parte
da arte alicerça-se em atributos como percepção, intuição, sensibilidade, co-
nhecimento, técnica, inteligência, idealização, mas um deles sempre me cha-
mou a atenção: a inspiração. De onde e como surge a inspiração? A ciência
demorará anos ou, possivelmente, nunca conseguirá decifrar totalmente esse
enigma.
Será a arte a concretização de sonhos, inspirações, devaneios, pesadelos,
inquietações, frustações, ou o apogeu da euforia? Será a fuga de um cotidiano
entediante? A arte se confunde com a vida, nem sempre se podendo saber se a
arte imita a vida, ou se a vida copia a arte. Será a vida uma obra de arte?
A arte é também uma ferramenta de mobilização social tão poderosa
que, ao longo da história, tem sido objeto de toda sorte de instrumentalização
com fins de arregimentação e de controle das massas. A manipulação da arte
ou, na outra ponta, sua interdição, tem há muitos séculos servido a desíg-
nios pessoais, políticos e religiosos, chegando ao cúmulo da iconoclastia. Mas,
mesmo quando dirigida a arte não deixou de ser bela.
Um dilema que existirá em breve é se novas tecnologias, dotadas de
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inteligência artificial, poderão ser consideradas capazes de conceber obras de
arte, um robô por exemplo. Mesmo que assim o façamos há de haver limites
nas façanhas, uma vez que a arte está indissociavelmente conectada à nossa
condição humana. Frequentemente ouvimos dizer que o cérebro ou o corpo
humano é a mais perfeita “máquina” ou “computador” já fabricado. Isso é uma
insensatez inominável! Acaso conseguiria o mais perfeito e complexo com-
putador ou máquina, seja qual for, sentir saudade, tristeza ou alegria? Teriam
eles a sensibilidade para elaborar uma frase de amor, um verso, uma melodia?
Na perspectiva dos estudiosos ou dos seus admiradores, a arte pode ser
simples ou complexa nas suas diversas manifestações ou formas de apresenta-
ção. A arte se confunde e se imiscui com a cultura e com a história, sejam elas
regionais ou universais. A arte está presente na literatura, teatro, pintura, mú-
sica, dança, escultura, fotografia, cinema, geografia, arquitetura, medicina...!
No livro “As duas faces de Apolo”, seu autor, Álvaro N. de Souza, médico e
músico, relaciona com brilhantismo o entrelaçamento entre medicina e arte.
Ela também é instrumento de alívio do sofrimento humano. E aí se inse-
re o Programa Mais – Manifestações de Arte Integradas à Saúde. O Programa,
do qual fazem parte diversas áreas da Universidade Federal de Pernambuco,
abrange muitas manifestações artísticas aplicadas nas enfermarias, ambula-
tórios, UTIs e corredores do Hospital, por exemplo, oficinas de arteterapia,
música, teatro, pintura, cinema, leitura, contação de histórias, literatura de
cordel, palhaçoterapia. Objetiva humanizar o atendimento e acolhimento a
pacientes, familiares e demais acompanhantes, que quando ouvem, veem,
apalpam ou sentem a arte à sua maneira, têm sua dor atenuada, não somente
a dor física, mas outra frequentemente relegada pela medicina: a dor da alma!
O Mais nasceu de um sonho de uma especial sonhadora. Teria que se
originar de um ser humano de sensibilidade à flor da pele, mas também da
profundeza do coração. Um ser dedicado à profissão e de profundo olhar para
o sofrimento humano. Um ser Leniée.
Conheci a aluna Leniée há muitos anos, na monitoria do Departamento
de Patologia da nossa querida Universidade. Além do brilhantismo como alu-
na, Leniée possuía profundo engajamento político e elevada sensibilidade para
temas artísticos. E eis que, muitos anos depois, numa manhã de abril de 2007,
quando fazia parte da Diretoria do Hospital das Clínicas desta Universidade,
surge a amiga Professora com o esboço do Programa Mais, solicitando não
somente apoio da diretoria, mas também me convidando para fazer parte da
iniciativa. Fui, com muita honra, seu primeiro Vice-Coordenador.
O sucesso do Programa pode ser avaliado tecnicamente mediante re-

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latórios e dos prêmios regionais e nacionais por ele auferidos. Contudo, seu
maior reconhecimento está estampado nos olhares e faces de agradecimento
de pacientes e acompanhantes. É um dos principais programas de extensão da
nossa Universidade.
Nossa Diretoria deu total apoio ao então “Projeto Mais”. Esperamos que
a atual Diretoria possua a sensibilidade para reconhecer e redescobrir a im-
portância deste Programa, prestando-lhe integral e irrestrito apoio, pois disso
ele carece, e muito!
Mesmo não me considerando suficientemente habilitado para tarefa tão
desafiadora, aceitei, com muita honra e orgulho, o convite para abrir este livro
por meio deste singelo prefácio, e o finalizo vaticinando que a arte talvez seja
o único caminho de salvação da humanidade!

Luiz Gonzaga de Castro e Souza Filho

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Abstract

The program MAIS: Manifestações de Arte Integradas à Saúde, initiated


in 2007 at ‘Hospital das Clínicas (HC) – Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE)’, is an art therapeutic oriented program that aims to support the tre-
atment and rehabilitation of patients and to strengthen the humanization of
healthcare, reducing stress and improving the quality of life in hospital envi-
ronments. This program results from an action cooperation agreement betwe-
en the Health Sciences Center (CCS) through the Dept. of Pathology and the
Services of Pathology, Dermatology and Dentistry; the Art and Communication
Center (CAC) through the Dept. of Music, Dept. of Arts, Dept. of Information
Science and Dept. of Social Communication; as well as the Biosciences Center
(CB) through the Dept. of Biophysics, Dept. of Mycology, Technology and
Geosciences Center (CTG) and Philosophy and Human Sciences Center
(CFCH). Through the development of musical and theatrical activities, story-
telling, arts and crafts workshops, clown therapy, reading mediation, art the-
rapy workshops, painting and photography exhibitions, dance, choral sin-
ging and vocal performances, production of ‘cordel literature’, poetic/literary
soirees and puppetry, the program has promoted no less than 10,000 artistic
interventions in various spaces of ‘Hospital das Clínicas’, including wards,
outpatient clinics, dialysis rooms, intensive care and chemotherapy units, pro-
moting relief, comfort, entertainment and thus improving the work rate of
healthcare professionals and accelerating the healing process of patients. The
target public is represented by the community of ‘Hospital das Clínicas’ – pa-
tients, caregivers, healthcare professionals and students.

Keywords: Humanization. Health. Art.

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Sumário

Vamos precisar
de uma lista de
abreviações:
UFPE -
Universidade
Federal de
pernambuco
HC - Hospital
das Clínicas
CAC - Centro
de Artes e
Comuicação
CCS - Centro
de Ciencias da
Saúde

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Capítulo 1

O Início

Por Leniée Campos Maia

O início se deu em 1996 quando eu e meu marido, ambos médicos,


fomos convidados a participar no primeiro dos muitos Encontros Médico-
Culturais de Pernambuco, por desenvolvermos a fotografia como hobby.
Conheci então Paulo Barreto Campelo. Médico, músico (percussionista),
organizador do evento, sendo então apresentada ao trabalho desenvolvido
e coordenado por ele no Hospital Osvaldo Cruz, ligado à Universidade de
Pernambuco, junto às crianças em tratamento oncológico, utilizando a músi-
ca, artes plásticas e dança como elemento terapêutico complementar. A ideia
me encantou!
Nos Encontros Médico/Culturais que se sucederam, acompanhei a
evolução do seu trabalho, os resultados obtidos, embalando e gestando a
ideia de desenvolver atividades similares no Hospital das Clínicas (HC) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Como médica, além de docente do Departamento de Patologia da UFPE,
atuava como necropsista no Serviço de Verificação de Óbitos de Pernambuco,
onde muito cedo percebi a importância do estresse como gatilho de várias
doenças, entre elas as cardiovasculares, principal causa de mortalidade em
grandes centros urbanos, como Recife.
Debruçando o meu olhar sobre os ambientes do HC percebi a mul-
tiplicidade de fatores desencadeantes de estresse ali presentes, tais como os
sentimentos de insegurança, angústia e medo de quem busca atendimento,
ampliados pelo afastamento familiar; a responsabilidade de lidar com vidas,
a sobrecarga e condições de trabalho nem sempre adequadas, impostas aos
profissionais de saúde; a presença silenciosa do elemento Morte, para o qual
nossa educação ocidental e nossa formação acadêmica não nos prepara.
Como proteção a essa carga tão pesada de estresse buscamos por defesas
que nos protejam dessa realidade tão dura, desenvolvendo armaduras pessoais
que resultam em um distanciamento cada vez maior na relação profissional de
saúde/paciente, facilitado pelos avanços tecnológicos. Décadas atrás, uma boa
avaliação clínica exigia a construção de um estado de relaxamento por parte do

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paciente, fundamental para que este fosse adequadamente avaliado pelo profis-
sional de saúde. Para tal, o acolhimento e, principalmente, a escuta eram funda-
mentais nesse processo.
O médico Wilson Oliveira expressa muito bem esse momento ao dizer
que “A Medicina sofre de uma obesidade tecnológica e uma desnutrição hu-
manística”. Mas como tratá-las?
Por meio da Arte, o fio condutor dessa história.
Em 2006 apresentei ao Prof. José Thadeu Pinheiro, à época Diretor do
Centro de Ciências da Saúde da UFPE, a proposta de um projeto envolvendo
atividades de arte que seriam levadas no HC, com o objetivo de contribuir
para humanizar o espaço hospitalar. Obtida a sua aprovação, o passo seguinte
foi apresentar à Direção do HC, o então Projeto Mais: Manifestações de Arte
Integradas à Saúde. Aprovado o projeto e passando a contar com a partici-
pação do Prof. Luiz Gonzaga de Castro e Souza Filho, médico e membro da
diretoria, como Vice-Coordenador, partimos em busca das parcerias que for-
mariam o eixo do projeto, com professores do Centro de Artes e Comunicação
(CAC) da UFPE.
A proposta seguiu ao CAC, onde foi acolhida pelo Departamento de
Teoria da Arte e Expressão Artística (hoje Departamento de Artes) e pelo
Departamento de Música, que indicaram o Prof. José Francisco Filho e o Prof.
Artur Duvivier Ortenblad como seus representantes.
A etapa seguinte foi apresentação e posterior aprovação do Projeto
Mais: Manifestações de Arte Integradas à Saúde pela Pró-Reitoria de Extensão
da UFPE.
Em 04 de junho de 2007 o projeto foi iniciado no HC com apresenta-
ção da peça “Seis personagens à procura de um autor” do dramaturgo Luigi
Pirandello, dirigida e adaptada pelo Prof. José Francisco Filho, contando
com a participação de alunos dos Departamentos de Música e Artes do CAC,
que constituíram o nosso primeiro grupo com integrantes do corpo discente
da UFPE.

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Everson e me
re-enviar para
nova correção,
por favor.

Fig. 1- Convite para a apresentação do Projeto Mais: Manifestações de Arte Integradas à


Saúde. Trabalho gráfico de Canton Wu, à época, estagiário do Bureau de Design /UFPE.

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para correção
das imagens

Fig. 2- Apresentação da peça “Seis personagens à procura de um autor”.

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Fig. 3- Prof. Luiz Gonzaga de Castro e Souza Filho com o Prof. Duvivier à esquerda.

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Fig. 4- José Francisco Filho e Leniée Campos Maia ladeados pelos alunos do Departamento
de Artes/CAC/UFPE.

Dra. Claúdia Ângela Vilela de Almeida Buril, membro da Unidade de


Terapia Intensiva do HC, integrou-se à equipe a partir da apresentação inicial.
Atividades musicais e cênicas passaram a ocorrer semanalmente de
forma regular, divulgadas por meio da programação distribuída às segundas-

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-feiras nas enfermarias, ambulatórios, serviço social, corpo de enfermagem e
direção do hospital.

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Fig. 5- Apresentação musical na hemodiálise.

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Fig. 6- Apresentação musical em enfermarias.

15
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Fig. 7- Apresentação de dança no ambulatório de nefrologia.

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Fig.8- Apresentação de teatro em enfermarias.

A primeira experiência musical na UTI demonstrou benefícios tão ex-


pressivos, que a Dra. Cláudia Ângela Vilela Buril decidiu torná-las regulares,
passando a ser desenvolvida semanalmente no espaço com participação dos
alunos do Departamento de Música, orientados pelo Prof. Artur Duvivier.
16
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Fig. 9- Apresentação musical na UTI.

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Fig. 10- Apresentação musical na UTI. Prof. Artur Duvivier à direita.

17
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Fig.11- Apresentação musical na UTI. Dra. Cláudia Ângela Vilela Buril à esquerda.

Faltou
Ao acompanhar e documentartabulação
fotograficamente as atividades, logo percebi a
evidente transformação nos espaços. O relaxamento, bem-estar e descontra-
ção dos pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde presentes durante
as apresentações, apontavam a importância que a Arte exercia como ferramen-
ta terapêutica complementar.

18
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Fig.12- Momento de dança em ambulatório.

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para correção

Fig.13- Momento de atividades no ambulatório de oncologia.

Corrigir
tabulação
Um espaço no HC, o Alojamento das Mães, abrigando mulheres que acompa-
nham seus bebês internados na UTI neonatal, inspirou a construção de uma
oficina de arte/artesanato com alunas da disciplina de Terapia Ocupacional.
Essa oficina denominada “O uso do Artesanato no ócio hospitalar”, passou a
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ser levada semanalmente e comprovou sua eficácia, resultando em diminuição
expressiva da tensão e ansiedade ali presentes, ajudando a construir um espa-
ço de integração, aproximando as mães e facilitando o compartilhamento de
suas ansiedades e temores.

Fig. 14- Oficina de Arte/artesanato no Alojamento das Mães.

Fig. 15- Oficina de Arte/artesanato no Alojamento das Mães.

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Essa visão permitiu perceber algo além sobre as atividades que pode-
riam ser levadas ao hospital e junto ao Departamento de Artes do CAC foram
discutidas propostas que resultaram no reconhecimento do HC como espaço
de estágio supervisionado de observação, atividade obrigatória da disciplina
TE 658 Prática de Ensino em Artes Cênicas. Esse processo contou com impor-
tante participação da Profa. Kalyna de Paula Aguiar.
Rafael Barreiros, hoje colaborador do programa, foi nosso primeiro alu-
no de estágio de Graduação. Procurada por ele, fui apresentada a proposta ou-
sada de desenvolver contação de estórias na Enfermaria de Obstetrícia, espaço
muito delicado e sensível visto ser o HC de referência em casos de gravidez
de alto risco.

Fig.16 - Contação de estórias na Enfermaria de Obstetrícia.

Logo percebi a capacidade lúdica da atividade. Era evidente o interesse


e envolvimento dos presentes durante as apresentações. A contação de estórias
mostrou-se uma ponte que permitia a essas mulheres a transposição de seus
medos e a verbalização de suas estórias, compartilhando temores e ansieda-
des, reduzindo expressivamente a tensão até então presente no espaço. Uma
tarde, assisti, bastante sensibilizada, uma das mães aproximar-se e colocar o
filho nos braços de Rafael, em uma clara manifestação de aceite e confiança.

21
Corrigir em
TODO TEXTO
para Contação
Fig. 17- Atividade de Contação de estórias na Enfermariade Histórias
de Ginecologia/Obstetrícia.
(COM H)
Essa experiência despertou em mim o desejo de tornar-me personagem
direta nas atividades, surgindo assim o embrião da contação de estórias no HC
denominado “Fiando histórias e tecendo sonhos”, no qual, em parceria com a
Dra. Maria de Fátima Gaspar Pinheiro, passamos a levar histórias às enferma-
rias como parte da programação regular.

Corrigir em
TODO TEXTO
para Contação
de Histórias
(com H)

Histórias com
H maiusculo
pois se trata de
nome
Fig. 18- Atividade de Contação de estórias na Pediatria pela de de Fátima
Dra. Maria
Gaspar Pinheiro. Projeto
22
Com H
maiusculo
Fig. 19- Atividade de Contação de estórias na Pediatria pela Profa. Leniée Campos Maia.

Ainda em 2007, conheci o Maestro Jadson Araújo de Oliveira, regente


de vários corais do Recife. Convidado a realizar uma apresentação de canto
coral no HC, acatou o convite. Seus coralistas percorreram as enfermarias,
surpreendendo e encantando os presentes.

Figs. 20 e 21- Apresentação do Coral Águas do Prata no HC.

23
A experiência resultou em parceria e o Maestro Jadson de Oliveira tor-
nou-se colaborador no projeto, passando a levar mensalmente um de seus
corais para apresentação, surgindo assim na programação o “Dia do Canto”,
com apresentações mensais de Canto Coral no HC.

Fig. 22- Dia do Canto no HC. UTI.

Figs. 23 e 24- Dia do Canto na Oncologia.

24
Ao fim do primeiro ano de atividades, os resultados obtidos mediante
a redução da ansiedade nas salas de espera, redução da ansiedade nos pa-
cientes internados e seus acompanhantes, melhoria das condições de trabalho
e atendimento dos profissionais de saúde, nos momentos em que as ativi-
dades artístico-culturais eram levadas, reforçados pelas observações na UTI
onde nos dias das apresentações musicais o uso de ansiolíticos e analgési-
cos era reduzido, resultou na elaboração do primeiro dos inúmeros trabalhos
desenvolvidos posteriormente e apresentado no I Congresso Luso-Brasileiro
de Medicina Intensiva/V Congresso Pernambucano de Medicina Intensiva/III
Sepse Nordeste.

Fig. 25- Foto do I Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva/V Congresso Pernam-


bucano de Medicina Intensiva/III Sepse Nordeste.

A arte, em suas mais diversas expressões apresenta em si uma estética


que ativa os sensores da nossa alma, despertando sentimentos e raramente nos
deixando indiferentes. A arte exige um momento de abstração para que possa-
mos observá-la contribuindo para romper o ciclo do estresse. A arte estabelece
uma interação entre o artista e o público, permitindo que nossa sensibilidade
se expresse, colaborando para aproximar as pessoas de ideais humanísticos
essenciais para a construção de ambientes onde a empatia com o sofrimento
alheio é fundamental para o acolhimento dos pacientes e seus familiares.

25
É possível que o observar e o fazer artístico estimulam uma maior pro-
dução de neurotransmissores, responsáveis pela liberação dos chamados hor-
mônios da felicidade: endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina, respon-
sáveis pelas sensações de prazer, recompensa e bem-estar, o que torna a Arte
uma ferramenta bastante eficaz contra os altos índices de estresse presente no
ambiente hospitalar. Uma possibilidade terapêutica sem contraindicações.
Embalada com os resultados até então obtidos e, tendo conhecimento
do XI Congresso de Cantadores do Nordeste, a ser levado no Recife, busquei
seus coordenadores Antônio Lisboa e Edmilson Ferreira levando a proposta de
incluírem o HC nas atividades externas do congresso.
Uma vez apresentados às diretrizes do Projeto Mais, o aceite foi imedia-
to e, em 07 de dezembro de 2007, o HC foi ocupado por cantadores, poetas,
repentistas e emboladores, que levaram sua arte às enfermarias, portarias e
UTI, surpreendendo, encantando e comprovando que a arte, em suas múl-
tiplas expressões é aceita sem restrições no espaço hospitalar, promovendo
alívio, consolo e muita alegria.

Fig. 26- XI Congresso de Cantadores do Nordeste. Apresentação na Enfermaria de Obstetrícia.

26
Fig. 27- XI Congresso de Cantadores do Nordeste. Apresentação na UTI.

Fig.28- XI Congresso de Cantadores do Nordeste. Apresentação em enfermaria.

Essas atividades se repetiram no ano seguinte durante o XII Congresso


de Cantadores do Nordeste.
Durante os primeiros meses de implantação do programa, reuniões pe-
riódicas foram realizadas entre a coordenação do Projeto Mais e as chefias

27
de enfermagem e Assistência Social, buscando construir e ampliar os laços
participativos.
Assim surgiu a ideia de utilizar a literatura de cordel como veículo in-
formativo, por sua inestimável importância na manutenção da cultura e iden-
tidades locais e das tradições literárias regionais, atingindo por meio de uma
linguagem simples e acessível o objetivo de informar educando. O cordel
“Você é importante para o HC” foi produzido por Allan Sales, contendo infor-
mações sobre os direitos e deveres dos pacientes internados e acompanhantes,
tornando-as mais acessíveis.

Fig. 29 - Cordel “Você é especial para o HC”.

28
Fig. 30 - Cordel “Você é especial para o HC”.

Tendo conhecimento do Edital Prêmio Cultura e Saúde 2010, da


Secretaria de Cidadania Cultural, SCC-MinC, procurei a Direção do HC e
obtive permissão para concorrer por intermédio do Projeto Mais. O prêmio
selecionou 120 iniciativas culturais desenvolvidas por entidades públicas ou
privadas, sem fins lucrativos, que atuavam no campo sociocultural com pro-
moção da saúde, prevenção de doenças e educação popular para o cuidado/
autocuidado em saúde.
Em 9 de junho de 2010, as iniciativas premiadas foram publicadas no
Diário Oficial, e nosso projeto se fez presente entre projetos e programas de
todo o território nacional.
Informada sobre o edital Concurso Pontos de Leitura 2008 - Edição
Machado de Assis, do Ministério da Cultura, apresentamos proposta por meio
do Projeto Mais e fomos contemplados, recebendo toda a estrutura necessária
para montarmos uma pequena biblioteca: mesa, cadeira, estantes, computa-
dor, impressora e um acervo com cerca de 500 títulos. Precisamos esperar até
2010, aguardando a definição do espaço e seu preparo, para enfim inaugurar
em 18 de agosto o nosso Ponto de Leitura Mais.

29
Fig. 31- Convite para a inauguração do Ponto de Leitura Mais.

Fig. 32- Ponto de Leitura Mais com sua primeira funcionária Edileuza Nogueira
do Nascimento.

Uma biblioteca para funcionar adequadamente necessita de profissio-


nais que organizem, cataloguem e mantenham o seu acervo. Para tal, pro-
curei o Departamento de Ciência da Informação da UFPE em que foi cons-
truído mais uma parceria com nosso projeto, à frente o Professor Lourival
30
Pereira Pinto que, acompanhado por um pequeno grupo de alunos do Curso
de Biblioteconomia, não só passaram a estruturar, organizar e disponibili-
zar o acervo à comunidade, como também iniciaram atividades regulares de
Mediação de Leitura nas Enfermarias do HC.

Fig. 33- Prof. Lourival Pereira Pinto e alunos do Curso de Bibliteconomia.

Fig. 34- Mediação de Leitura na enfermaria de Traumato/Ortopedia.

31
O ano de 2010 foi bastante representativo. Por meio das conquistas
obtidas pelo Prêmio Cultura e Saúde e o Ponto de Leitura Mais, o Projeto
Mais firmou sua importância no HC, conquistando parcerias, atraindo novos
alunos das diversas áreas de saúde como Terapia Ocupacional, Enfermagem,
Biomedicina e Medicina e também desenvolvendo novas atividades, entre elas
a Palhaçoterapia por iniciativa do Prof. Bruno Severo Gomes.

Fig. 35- Prof. Bruno Severo Gomes em atividade de “clown” no HC.

O Ponto de Leitura Mais contribui para ampliar nosso leque de atividades


por oferecer espaço de acolhimento e preparo de intervenções para a chegada
cada vez maior de alunos participantes. Sua localização em área de grande visi-
bilidade e fácil acesso foi fundamental nesse novo processo de ampliação, per-
mitindo receber um número cada vez maior de artistas e colaboradores.
Passamos a realizar Saraus poético/literários bimensais com participa-
ção expressiva do público presente

32
Fig. 36- Prof. Lourival Pereira Pinto participando do Sarau Poético/literário.

Fig. 37- Momento do Sarau Poético/literário.

Em 2011 foi iniciado no Serviço de Dermatologia do HC, oficinas de


Arteterapia semanais dirigidas aos pacientes atendidos no ambulatório de pso-
ríase, em espaço preparado para essa finalidade. As oficinas passaram a fazer
parte da atividade Arteterapia: uma ação reveladora.

33
Fig. 38 e 39 - Oficinas de Arteterapia com a Dra. Maria de Fátima Gaspar Pinheiro.

Também em 2011 somou-se ao projeto Mais o Prof. Saulo Cabral dos


Santos e um grupo expressivo de alunos, do Curso de Odontologia/UFPE,
com a proposta de levar ao HC informações de higiene bucal de forma brin-
cante. Atividade que passou a ser desenvolvida regularmente nas Enfermarias
e ambulatórios.
Foi iniciado o projeto “Mais luz no olhar”, pelo Prof. Camilo Soares do
Curso de Cinema/Departamento de Comunicação/CAC visando a construção
de um documentário sobre as atividades do projeto Mais no HC, finalizado
com a produção do vídeo que resultou no Trabalho de Conclusão de Curso
dos alunos Paula Basco e Geraldo Monteiro do Curso de Ciências Sociais/
CAC/UFPE.
Ampliamos as atividades de teatro nas enfermarias, pautados nos resul-
tados obtidos pela participação dos alunos do Departamento de Artes do CAC,
coordenadas pelos Profs. Marcondes Gomes Lira e Izabel Concessa Pinheiro de
Alencar Arraes e oficinas de artes plásticas por intermédio do Prof. Mário Sette.

34
Fig. 40 e 41 - Atividade de teatro de animação na Enfermaria Pediátrica.

Fig.42- Teatro de animação na UTI.

35
Fig. 43- Atividade de dança no ambulatório de Quimioterapia.

As imagens já
foram
enviadas. por
favor contactar
Everson. A
fonte das
imagens são
da própria
autora Coleção
pessoal da
professora
Leniée
Campos Maia
Fig. 44- Arte interativa nos espaços de espera.
Necessário inserção de figura e fonte.

A adaptação do musical “Saltimbancos”, feita pelos professores Rose


Mary de Abreu Martins e Artur Duvivier Ortenblad foi levada à enfermaria
Pediátrica do HC, envolvendo e encantando todos presentes, reforçando a
ideia de que a arte pode atuar como vetor não só humanizante como tera-
36
pêutico, com enorme capacidade de suavizar, alegrar e aproximar as pessoas,
transformando os ambientes, elevando a autoestima e o bem-estar.

Faltou espaço

Fig. 45 e 46- Apresentação do musical Saltimbancos.

Construímos parcerias musicais que permitiram levar às diversas en-


fermarias do HC trios de forró com aceite tão expressivo, que nos permitiu
estender as apresentações aos espaços da hemodiálise, obstetrícia e UTI.

Fig. 47, 48, 49 e 50- Forró no HC.


37
O ano de 2011 foi concluído com o Prêmio Pastoral da Saúde em
Humanização 2011 concedido ao trabalho intitulado “Música para o coração e
alma na UTI”, resultante das atividades musicais desenvolvidas na UTI do HC,
sob a coordenação da Dra. Cláudia Ângela Vilela de Almeida Buril em colabo-
ração com o Prof. Artur Duvivier Ortenblad e seus alunos do Departamento
de Música/CAC.
Havíamos realizado de 2007 até então 1.705 apresentações com a par-
ticipação 142 alunos com nosso quadro de colaboradores ampliado e envol-
vendo professores, médicos e técnico-administrativos do corpo da UFPE, além
de integrantes externos como o Maestro Jadson de Oliveira, o fotógrafo Rafael
Campos Dália Maia e a Escola Municipal de Arte João Pernambuco.
A Arte, fio condutor que tecendo através de suas diversas expressões,
construiu uma ampla teia de acolhimento, compartilhamento e empatia, alicer-
çou nossas atividades no HC, contribuindo para o Projeto Mais: Manifestações
de Arte Integradas à Saúde tornar-se um programa de extensão. Em fevereiro
de 2012 torna-se o Programa Mais: Manifestações de Arte Integradas à
Saúde, em virtude dos resultados obtidos. As atividades passaram a ser abri-
gadas sob o seu guarda-chuva, como projetos:

1.“Fiando histórias e tecendo sonhos”


Coordenação: Profa. Leniée Campos Maia
2.“Música para o coração e alma na UTI”
Coordenação: Dra. Cláudia Ângela Vilela Buril.
3.“Musica para o corpo e alma no HC”
Coordenação: Prof. Artur Duvivier Ortenblad
4.“Plantão de alegria: Palhaçoterapia na UFPE”
Coordenação: Prof. Bruno Severo Gomes
5.“Arteterapia: uma ação reveladora”
Coordenação: Dra. Maria de Fátima Gaspar Pinheiro
6.“Avaliação dos benefícios da arte no espaço hospitalar”
Coordenação: Prof. Abel Vieira Neto
7.“Mediação de Leitura”
Coordenação: Prof. Lourival Pereira Pinto
8.“Mais luz no olhar”
Coordenação: Prof. Camilo Soares
9.“Sorrindo no HC”
Coordenação: Prof. Saulo Santos
10.“O uso do artesanato no ócio hospitalar”
Coordenação: Profa. Leniée Campos Maia

38
11.“Dia do Canto”
Maestro Jadson de Oliveira”
12.“Ponto de Leitura MAIS”
Coordenação: Profa. Leniée Campos Maia
13.“Mala Direta”
Coordenação: Profa. Leniée Campos Maia
14.“Bonecos de travesseiro: teatro de animação no HC”
Coordenação: Profa. Izabel Concessa de Alencar Arraes.

Problemas gerais do
capítulo:
1. falta das imagens as
quais precisrão ser
verificadas pelos autores
2. O nome do projeto é
Contação de Histórias,
sempre com H e ambas
com primeira letra
maiúsculas.
3. o Programa MAIS é uma
entidade acadêmica que
abranje vários Projetos.
deve sempre ser referido
como Programa e com
letras maiúsculas

39
Se vc padronizar que vai comolar
Capítulo 2
Projetos com "P" maiusculo,
precisará Colocar por todo texto o
O programa Mais: Guarda-Chuva
MAIS sempre "P" de Programa empara mausculo
deverá ser também, pois Programa é =
referido em diversos Projetos de Arte
Conjunto no HCnesse
de projetos
letras contexto
maiusculas. Depois de sua transformação em programa com um amplo leque de
atuação, o Mais serviu de estímulo para que docentes e discentes dos diversos
Centros da UFPE e instituições externas de ensino além de funcionários do
HC, trouxessem suas próprias experiências e habilidades em atividades artís-
Retirarticas para somar-se às já desenvolvidas.
"Projeto
Os projetos que se seguem, abrangendo as várias expressões artísticas
Mais" ecompõem
colocarum cenário inédito em serviços de saúde: nenhum outro hospital
Programa
do mundo desenvolve tantas atividades, com tanta diversidade e regularidade
MAIS por
comotodo
o Projeto Mais para seus usuários. Esse aspecto se torna ainda mais rele-
texto. vante por se tratar de um hospital universitário que fornece amplo campo de
subistituir
formação para os alunos por do programa, originários dos diversos
participantes
Centros
centros da UFPE: saúde, artes, humanas e exatas, permitindo amplo compar-
tilhamento de conhecimento e experiências, expressando o caráter multidis-
ciplinar, profundamente enriquecedorPrograma com
na formação acadêmica dos discentes.
'P" maiúsculo
A seguir estão breves descrições dos projetos de extensão abrigados no
grande “guarda-chuva” do programa, com referências dos seus diversos coor-
denadores e algumas imagens capturadas durante as intervenções.

PROJETO “MÚSICA PARA O CORPO E A ALMA”


Coordenador: Prof. Artur
Substituir porDuvivier Ortenblad
Vice-Coordenadora: Dra. Cláudia Ângela Vilela de Almeida Buril
MAIS
As atividades musicais no HC vinculadas ao Programa Mais foram ini-
ciadas em 2007. Em 2011 as atividades levadas aos diversos espaços, excluin-
do a UTI, tornaram-se o projeto de extensão “Música para o corpo e alma”.
O ambiente hospitalar vive sob pesado stress, que afeta igualmente pro-
fissionais da saúde e pacientes. São necessárias medidas que humanizem o
hospital. A música é um meio bastante eficaz, pois aproxima as pessoas, as
sensibiliza e pode trazer mensagens positivas.

40
Do ponto de vista de formação dos alunos de música, existem poucos
lugares na universidade onde possam atuar tocando diretamente para o pú-
blico. O Hospital é um espaço aberto e receptivo. Para os alunos essa opor-
tunidade é muito valiosa, pois permite treinarem suas habilidades, podendo
escolher diversas formações instrumentais, ambientes e públicos, incluindo
também atividades interdisciplinares com atores, contadores de história, pa-
lhaços e artistas plásticos, que também integram outras áreas do projeto.
A prática de todo o suporte teórico que os alunos aprendem no curso e
o feedback do público dão as premissas de novas ações. É extremamente im-
portante a orientação dos mais experientes e a prática, pois elas vão burilando
as abordagens musicais e estratégias de aproximação. Cada participante traz
um suporte teórico diferenciado, e a “química” que os grupos geram é única,
visto que cada setor do hospital tem um tipo diferente de público.
O desenvolvimento do projeto se fez por meio de apresentações musi-
cais de caráter variado e Oficinas de Música, realizadas por alunos e profissio-
nais do Departamento de Música da UFPE, da Escola Municipal de Arte João
Pernambuco, voluntários e artistas convidados.
Essas apresentações e desenvolvimento das Oficinas ocorreram em lo-
cais e horários previamente selecionados, definidos a partir do consenso entre
as diversas Chefias de Enfermagem do HC e de acordo com as necessidades e
especificações do espaço. As atividades foram divulgadas semanalmente me-
diante a programação encaminhada às chefias de Enfermarias, Ambulatórios,
Assistência Social e Direção do HC.
Essas apresentações não se limitam a um repertório pré-definido, mas
se dão a partir da interação com os pacientes e profissionais da saúde, bus-
cando adaptá-las aos gostos pessoais e por meio do diálogo e de brincadeiras,
alegrá-los e descontraí-los.
As atividades práticas, quando não estão vinculadas com alguma dis-
ciplina, por exemplo, a Prática de Música de Câmara, contam para os alunos
como Atividades Artísticas Culturais e lhes dão um leque de experiências,
vinculando assim Ensino e Extensão, pois também incidem sobre o grande
número de usuários do HC, caracterizando um forte cunho de extensão.

41
Fig. 1- Música na Pediatria.

Fig. 2 e 3 – Música na Hemodiálise.

42
Fig. 4 a 9 – Música nas Enfermarias.

Fig. 10 – Música nos corredores.

43
Figs. 11 a 13- Música no “Hall” da Portaria.

PROJETO MÚSICA PARA O CORAÇÃO E ALMA NA UTI


Coordenação: Prof. Cláudia Ângela Vilela de Almeida Buril
Vice-Coordenação: Prof. Artur Duvivier Ortenblad

As atividades musicais na UTI passaram a ser regulares desde o início


do Programa Mais. Essas atividades foram inseridas como Projeto Música para
o Coração e a Alma na UTI em 2011.
A unidade de terapia intensiva (UTI) é um dos ambientes mais estres-
santes do hospital. É um ambiente potencialmente hostil para o paciente crí-
tico e vulnerável. Os pacientes internados na UTI são portadores de doenças
graves, com risco iminente de morte e que necessitam de cuidados inten-
sivos e de monitorização de vários parâmetros fisiológicos. Esses pacientes
encontram-se em um ambiente estranho, longe de seus familiares, ansiosos,
deprimidos, com medo de morrer, desprovidos de suas roupas. Dor, privação
de sono, desconforto, sede, fome, dificuldade de comunicação, sedação, iso-
lamento, perda de interação com os familiares e amigos, ausência de controle
sobre si mesmo e limitação dos movimentos, são alguns dos fatores responsá-
veis pelo aumento da ansiedade e do delirium nesses pacientes.
O aumento do estresse ativa o Sistema Nervoso Simpático (SNS) levan-
do a aumento da frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e frequência

44
respiratória. Sedação e analgesias são comumente utilizadas para controlar
dor e ansiedade nos pacientes submetidos à ventilação mecânica, porém, essas
drogas causam muitas complicações, como aumento do tempo de ventilação
mecânica, aumento de infecções, do tempo de internamento na UTI, de deli-
rium e dos custos hospitalares.
A internação na UTI causa estresse, ansiedade e angústia na família dos
pacientes. A gravidade do quadro clínico, alteração do nível de consciência e a
impossibilidade de comunicação são fatores importantes de ansiedade. O fato
de não poder acompanhar o paciente internado, a curta duração das visitas e
o desconhecimento do estado real de saúde do paciente e seu prognóstico são
fatores estressantes. Para os familiares visualizar seu paciente entubado, no
respirador, cheio de fios e tubos e sem saber se ele está sentindo dor, fome ou
sede é uma verdadeira tortura. A UTI é um ambiente estranho, misterioso e
pouco acolhedor, frio e impessoal, estressante para os pacientes, seus familia-
res e os profissionais de saúde.
A equipe de saúde multiprofissional da UTI cuida de pacientes graves
e instáveis, com risco iminente de morte, em um ambiente em que decisões
acertadas devem ser tomadas rapidamente. O trabalho na UTI é cansativo e
Substituir por
nem sempre gratificante.
MAIS
A UTI sempre foi um dos setores privilegiados do Programa Mais, por
ser um dos locais mais estressantes do hospital. As apresentações musicais são
realizadas por grupos de alunos e professores do Departamento de Música do
Centro de Artes e Comunicação da UFPE, por alunos e professores de outros
departamentos da UFPE, por músicos voluntários e por grupos de outras ins-
tituições, como corais, grupos de chorinho, repentistas e orquestras.
O repertório é variado, abrangendo vários estilos musicais, desde mú-
sica popular brasileira, música sacra, gospel, música clássica, sambas, frevos,
chorinhos, marchinhas, baiões e xotes.
Na maioria das vezes procura-se atender às solicitações dos pacientes,
seus familiares e profissionais da saúde, buscando adaptar o repertório às pre-
ferências pessoais. Como a necessidade de conforto espiritual é muito grande
na UTI, as músicas espirituais são as mais solicitadas.
Os instrumentos mais utilizados são: a voz, o violão, a flauta doce, acor-
deom e pandeiro, mas também se ouvem a sanfona, a zabumba, o triângulo,
o oboé, o teclado, o saxofone, o clarinete, o violino, o violoncelo, o trompete
e a flauta transversal.
Sentimentos causados pela música e referidos pelos pacientes e fami-
liares: alegria, paz, prazer por escutar uma música de boa qualidade, emoção,

45
saudades, esperança, conforto espiritual, louvor e adoração. A mudança de
expressão dos pacientes é visível: aqueles pacientes que anteriormente mos-
tram-se apáticos, tristes, desanimados, ansiosos, com fáceis de dor e de medo,
passam a apresentar expressões de alegria, calma, tranquilidade, prazer, esbo-
çam sorrisos, lágrimas, aplausos. Muitos cantam, acompanham a música com
gestos ou tocam algum instrumento (pandeiro, violão, acordeom, triângulo).
Os acompanhantes acham que a música torna o horário da visita mais
agradável e ficam felizes por saberem que a UTI se preocupa com seus pa-
cientes. Os familiares ficam mais emotivos com seus pacientes e demonstram
expressões de afeto e de carinho por meio de toques, beijos e abraços.
Para os profissionais de saúde, a música propicia momentos de relaxa-
mento e descontração. Alguns cantam, dançam, acompanham de perto as apre-
sentações e ficam surpresos com os benefícios da música sobre os pacientes.
Resultados observados durante e após as apresentações: 1. Redução do
estresse e da ansiedade em pacientes, acompanhantes e profissionais da UTI;
2. Alterações de sinais vitais: frequência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e
frequência respiratória (FR), inclusive nos pacientes com nível de consciên-
cia reduzido; 3. Diminuição de dor e da necessidade de sedação e analgesia,
principalmente nos pacientes em Pós-Operatório Imediato (POI); 4. Melhora
na qualidade do sono. Muitos pacientes adormecem tranquilamente após as
apresentações musicais e referem melhora da qualidade do sono durante a
noite; 5. Facilitação de desmame de ventilação mecânica e de extubação dos
pacientes pela diminuição da ansiedade; 6. Redução da incidência de delirium
nos pacientes internados na UTI; 7. Aumento do nível de alerta, com superfi-
cialização dos escores da Escala de Coma de Glasgow; 8. Melhora das condi-
ções de trabalho da Equipe Multidisciplinar da UTI; 9. Aumento de integração
entre pacientes, familiares, profissionais de saúde e estudantes.
Os resultados obtidos com as apresentações musicais na UTI têm sido di-
vulgados em apresentações locais e em Congressos Brasileiros e Internacionais,
reconhecidos por meio de Prêmios:

Prêmio Pastoral da Saúde em Humanização 2011


1ºLugar
Prêmio ENEXT 2012
1ºLugar

46
Inserir a imagem enviada
Figs. 14 a 17
para Everson para que seja
feita a descrição adequada.
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

“PROJETO CONTOS NO PONTO” Substituir em


todo texto por
Coordenação: Leniée Campos Maia história com H
Iniciada em 2010, a contação de estórias no HC foi transformada em
projeto de extensão em 2011 com o título “Fiando estórias e tecendo sonhos”
e posteriormente renomeada como “Contos no Ponto”.
Substituir por
Representando uma das várias expressões de Arte do Programa Mais, pro-
história com para
cura contribuir H a humanização no ambiente hospitalar, promovendo o estí-
mulo à leitura e proporcionando momentos de ludicidade por meio do contato
com os livros e as estórias. Objetiva também minimizar os níveis de estresse no
Substitui por oferecendo momentos de relaxamento, abstração e entrete-
ambiente hospitalar,
história
nimento aoscom h acompanhantes e profissionais de saúde.
pacientes,
A contação de estórias é um dos fazeres expressivos, juntamente com
dança, música, teatro, e artes plásticas, como possibilidade de expressão,
comunicação, e de resgate do poder criativo. A partir de Freud e Jung, os
pensadores foram descobrindo na aparente ingenuidade dos enredos e dos
personagens dos contos de fada, as verdades profundas que fazem parte da
humanidade, pois, assim como um relato mítico, um conto de fadas reflete
uma estrutura psicológica de base e, portanto, universal. O costume de contar
47
Substituir por
histórias com H
estórias surgiu com a humanidade. Elas são a expressão mais pura e simples
dos movimentos do inconsciente coletivo.
Os contos de fadas nos dizem algo sobre o ser humano que por vezes
não sabemos formular, e o dizem de maneira bastante simples. Nos mitos,
lendas, ou qualquer outro material mitológico mais elaborado obtém-se as
estruturas básicas da psique humana.
Os contos de fada podem ser vistos como pequenas obras de arte que
são capazes de nos envolver em seu enredo, de nos instigar a mente e como-
ver-nos com a sorte de seus personagens.
A forma e a estrutura dos contos de fada sugerem imagens com as quais
o indivíduo pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção a
sua vida.
A atividade, levada por alunos aos diversos espaços das enfermarias e
ambulatórios têm demonstrado ser um elemento de grande importância na
formação acadêmica deles. Ao contar estórias os alunos despertam em seus
ouvintes o desejo de expressar suas próprias estórias, atuando assim como
uma ferramenta extremamente eficaz para o aprendizado da escuta e exercício
da empatia.
A partir de sua implantação tem possibilitado a elaboração de inúme-
ros trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais além do
Trabalho de Conclusão de Curso “Humanização do ambiente hospitalar atra-
vés da Contação de Estórias: reflexões de uma acadêmica de enfermagem” de
Marcella Rodrigues de Carvalho.
Substituir por
Histórias com
H

substituir por Histporia


com H
Fig. 18 – Contação de estórias na Quimioterapia

48
Substituir por
História com H
Figs. 19 a 22 – Contação de estórias na Pediatria

Histórias com
H
Figs. 23 e 24 – Contação de estórias nas Enfermarias
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.
Solicitar imagens a Everson. As
imagens são todas do banco
pessoal da profa. Leniée Campos
Maia
49
PROJETO MEDIAÇÃO DE LEITURA
Coordenador: Prof. Lourival Pereira Pinto.

O Projeto de Mediação de Leitura foi iniciado em 02 de setembro de


2010, como colaborador do Projeto Mais. Retirar Projeto
Tendo como base o Ponto de Leitura, queMais foi inaugurado
e em 18 de agos-
to de 2010, no Hospital das Clínicas da UFPE,Substituir
o Projeto Mediação
por de Leitura
mantém a ideia de uma biblioteca viva, ou seja,Programa
aquela que flui do seu espaço
de origem para os usuários. Sendo assim, a mediação da leitura é fundamental
MAIS
para que o acervo seja conhecido e usado pelos pacientes do HC, pelos seus
familiares, acompanhantes, pelos alunos e profissionais da saúde. Para alcan-
çar o objetivo de fluir o acervo pelo Hospital e, assim, ajudar na humanização
dos pacientes, o Ponto de Leitura promove, semanalmente, apresentações em
diversos espaços do Hospital. Os eventos, bem como os acolhimentos pelos
pacientes são descritos em um Livro de Bordo para que, posteriormente, a
equipe faça uma avaliação dos resultados dos trabalhos.
No início de 2010, o Departamento de Ciência da Informação foi convi-
dado para participar do projeto. Sua contribuição seria no sentido de organi-
zar um acervo para ser disponibilizado aos pacientes, visitantes e funcionários
do Hospital. O acervo, conseguido por meio de um edital do Ministério da
Cultura, passou a se chamar Ponto de Leitura Mais.
O acervo, que está localizado no andar térreo do hospital, não poderia
ficar estagnado aguardando a chegada dos usuários. Pretendeu-se então apli-
car o conceito de biblioteca viva, fluente, cujos acervos se aproximam dos seus
usuários por meio da mediação. Assim, o grupo passou a planejar estratégias
para fluir o acervo pelos andares do hospital, alcançando os pacientes nos
quartos, muitos deles impossibilitados de se locomover até o Ponto de Leitura.
Dessa maneira, foram realizadas reuniões e definidas ações para se al-
cançar os objetivos do grupo. Porque para além da mediação e da leitura, o
projeto de Leitura, afinado com as propostas do Programa Mais, visa, por meio
da leitura, humanizar o atendimento aos pacientes, procurando melhorar suas
condições enquanto permanecem internados no hospital.
Programa
MAIS com
letras
maiusculas.

50
Figs. 25 a 28 – Mediação de Leitura.

Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

“PROJETO BONECOS DE TRAVESSEIRO: TEATRO DE


ANIMAÇÃO NO HC/UFPE”
Coordenadora: Profa. Izabel Concessa Pinheiro de Alencar Arraes

Iniciado em 2011 como atividade, levada pelos alunos da Disciplina de


Teatro de formas animadas do Curso de Teatro/Departamento de Artes/Centro
de Artes e Comunicação/UFPE, logo se tornou projeto objetivando levar es-
petáculos de teatro de animação para pessoas hospitalizadas no Hospital das
Clínicas. Os espetáculos tornam o ambiente mais leve, aproximam pacientes,
médicos, enfermeiros, estagiários, residentes e acompanhantes dentro de uma
atmosfera lúdica, estimulando o processo de humanização da assistência à
saúde e favorecendo a recuperação mais rápida dos pacientes. Por outro lado,
a experiência de atuação no hospital é significativa para a formação profissio-
nal dos graduandos em Arte, dando-lhes oportunidade de descobrir e explorar
a dimensão terapêutica da arte e abrindo-lhes novas perspectivas de atuação
profissional. Adotando uma perspectiva interdisciplinar, envolve graduandos
51
dos Cursos de Teatro e Música. Sua metodologia busca promover a articulação
entre a Universidade e a Comunidade, em um processo que se alimenta da
observação compartilhada, das discussões e da reflexão teórica e da abertura
para os experimentos partilhados entre alunos e professores. Funda-se nos
postulados de uma educação que se orienta pelo trabalho coletivo e pelo sen-
tido da cooperação, e parte da concepção de um conhecimento flexível para
dialogar com os desafios que aparecem ao longo do trabalho, estimulando a
sensibilidade para a dimensão social e o compromisso com a sociedade na
qual o profissional está inserido.

Figs 29 a 35. Solicitar imangen em posse de Everson e


inserir para que possa ser feita a legenda
adequada. Fonte pessoal de Profa.
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.
Leniee

PALHAÇOTERAPIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UFPE:


PROJETO ENCONTROS E RISOS TERAPÊUTICOS/PERTO
Coordenador: Prof. Bruno Severo Gomes

A atividade de palhaçoterapia foi iniciada em 2011 como “Plantão da


Alegria: Palhaçoterapia do Hospital das Clínicas da UFPE”, sendo renomeado
em 2012 como “Palhaçoterapia do Hospital das Clínicas da UFPE Encontros

52
Substituir por
MAIS e Risos Terapêuticos/PERTO”. O Projeto construiu um grupo de palhaços li-
gados ao Programa Mais atuantes de forma exclusiva no HC, dedicado a le-
comletras
var alegria a pacientes de todos os setores e clínicas, acompanhantes, pais e
maiusculas
profissionais de saúde, por meio da arte do palhaço, nutrindo essa forma de
expressão como meio de enriquecimento da experiência humana.
O palhaço está presente no hospital para ajudar as crianças, jovens e
seus familiares a suportar melhor a hospitalização. Manifesta a sua atividade
por meio do humor e fantasia e pode também transportá-las para o meio hos-
pitalar. O palhaço deve estar sempre consciente de que as suas intervenções
devem ser no sentido de melhorar o bem-estar das crianças, jovens e seus
familiares, em estreita colaboração e respeito com toda a equipe de saúde
(Código Deontológico de Palhaços de Hospital, 2007).

Figs. 36 a 42 – PERTO.
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

“PROJETO ARTETERAPIA: UMA AÇÃO REVELADORA”


Coordenador: Prof. Luiz Gonzaga de Castro e Souza Filho
MAIS Vice-Coordenadora: Dra. Maria de Fátima Gaspar Pinheiro

O Projeto “Arteterapia - Uma ação reveladora”, integrando o Programa


Mais, foi iniciado em 2011 e vem oferecendo a Arteterapia, como ferramenta
53
complementar no tratamento de pacientes portadores de Psoríase, atendidos
no Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal
de Pernambuco. Psoríase é uma doença milenar, de difícil tratamento, ten-
dendo à cronicidade e à recidiva, de elevada incidência, atingindo cerca de 1
a 3% da população mundial. É universal, comprometendo igualmente ambos
os sexos de diversas faixas etárias, inclusive crianças. Sua etiopatogenia não
está totalmente esclarecida. Podemos dizer tratar-se de doença multifatorial
complexa, na qual o componente psicológico é um dos mais importantes, seja
no seu desencadeamento ou agravamento.
A Arteterapia pode ser considerada como a utilização de recursos ar-
tísticos com função terapêutica, baseando-se na percepção de que o processo
criativo envolvido na atividade artística é enriquecedor na qualidade de vida
das pessoas (ARCURI, 2006). O objetivo da Arteterapia, na visão junguiana,
é o de apoiar e gerar instrumentos apropriados, para que a energia psíquica
forme símbolos em variadas produções, o que ativa a comunicação entre o
inconsciente e o consciente (PHILIPINE, 2000).
Essas características conferem à atividade Arteterapêutica um meio de
proporcionar ao paciente psoriático um caminho para busca de uma terapia
por meio de atividades plásticas com a integração do profissional/paciente.
Ao realizar trabalhos arteterapêuticos com grupos de pacientes, portado-
res de uma doença em comum, isso faz com que a convivência grupal possibilite
a geração de conhecimento, uma vez que nela são expressos os saberes de cada
um. Essa formação de um espaço de trocas de experiências torna-se uma con-
dição indispensável para que cada participante enfrente situações de mudanças.
As Oficinas de Arteterapia são desenvolvidas semanalmente na Sala de
Humanização do Serviço de Dermatologia do Hospital das Clínicas. Todos os
pacientes fazem uso da mesma medicação tópica e são submetidos previamen-
te à avaliação clínica pelo Índice de Área e Gravidade da Psoríase (PASI) para
reavaliação futura. As oficinas desenvolvem etapas de acolhimento, conscien-
tização do corpo com técnicas respiratórias e relaxamento, oferta de um conto,
atividades expressivas por intermédio de vários materiais como: colagem, de-
senho, pintura, escrita, modelagem, entre outras e encerramento. Utilizando
os diferentes fazeres expressivos como a dança, música, teatro, contação de
histórias – aliados às artes plásticas, como possibilidades de expressão, comu-
nicação e de resgate do poder criativo.
A Dra. Maria de Fátima Gaspar Pinheiro, iniciadora do projeto junto com
a Profa. Leniée Campos Maia, tem estado desde então à frente das oficinas.

54
Figs. 43 a 50
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

DIA DO CANTO
Coordenador: Maestro Jadson Araújo de Oliveira

Iniciado em 2007, o Dia da Música leva apresentação mensal de corais


aos espaços do HC. Seu Coordenador o Maestro Jadson de Oliveira, é membro
da Academia Pernambucana de Música.

55
Figs. 51 a 63
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

PROJETO SORRINDO NO HOSPITAL


Coordenação Prof. Saulo Cabral Santos

O Projeto “Sorrindo no Hospital” apresentou como objetivos acolher,


ouvir, instruir, educar e monitorar a higiene bucal dos pacientes internados
nas enfermarias e em atendimento nos ambulatórios do HC.
Durante a atividade, foram repassadas informações de forma lúdica que
ajudavam a reforçar a importância e as formas de higienização da cavidade
bucal.
As atividades foram levadas por alunos do curso de Odontologia.
Iniciado em 2011 foi encerrado em 2014.

56
Fig. 64 – Prof. Saulo Santos e alunos.
Necessário inserção de figura e fonte.

PROJETO BRINCANDO COM ARTE


Coordenador: Prof. Marcílio Lins Aroucha
Vice-Coordenadora: Profa. Maria Márcia Nogueira Beltrão

Desenvolvido de 2015 a 2017, o projeto ofereceu oficinas baseadas nos


fundamentos da Arteterapia como ferramenta complementar no tratamento
de pacientes pediátricos atendidos no Serviço de Pediatria e Puericultura do
Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.
Ao realizar trabalhos arteterapêuticos com grupos de pacientes, porta-
dores de doenças crônicas, permite-se que a convivência grupal possibilite a
geração de conhecimento, uma vez que nela são expressos os saberes de cada
um. Essa formação de um espaço de trocas de experiências torna-se uma con-
dição indispensável para que cada participante enfrente situações de mudan-
ças, descobertas e crescimento pessoal. O Projeto teve por objetivo possibilitar
ao paciente pediátrico portador de enfermidades crônicas (diabetes, obesida-
de, hipertensão, doenças renais, dermatológicas e indivíduos com síndrome
de Down) a oportunidade de utilizar os recursos oferecidos pelos fundamen-
tos da Arteterapia como forma de elevar a autoestima, facilitando um melhor
convívio com a enfermidade, possibilitando assim uma melhor integração so-
cial e melhora da qualidade de vida.
57
O Projeto também manteve parceria com o Serviço de Nutrição do HC
permitindo a elaboração de cartilhas educativas e oferta de mesas repletas para
seus pequenos participantes em ocasiões comemorativas como páscoa, festas
juninas e Natal.

Figs. 65 a 67
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

Os alunos foram apresentados às atividades, realizando em grupos, vi-


vências a partir de Oficinas de Arteterapia, realizadas na Sala de Humanização
do Serviço de Dermatologia com duração de 2-3 horas, levadas pela Profa.
Leniée Campos Maia

58
Figs. 68 a 70
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

“PROJETO ARTE NO EQUILÍBRIO”


Coordenadora: Dra. Bárbara Gomes/HC/UFPE

Surgido a partir do Projeto “Brincando com Arte”, assim como o projeto


anterior, suas atividades foram desenvolvidas de 2015 a 2017.
A obesidade infantil causa sentimentos de estresse, frustração, de in-
capacidade e ansiedade. A arteterapia tem sido extensamente estudada como
ferramenta de apoio ao tratamento de diversas enfermidades melhorando as-
pectos psicológicos, trazendo alívio e diminuindo o estresse.
O projeto teve como objetivo realizar um atendimento multiprofissio-
nal e de atividades lúdicas voltadas para toda a família do paciente que vai
além da consulta médica convencional, focando na educação alimentar e de
atividade física, passando por conscientização do problema pelo paciente e
seus familiares e na autoestima, com meta no alcance do peso saudável em
crianças e adolescentes obesos e no alívio do estresse relacionado ao problema
da obesidade.
As atividades eram desenvolvidas ao longo de encontros mensais com
grupos de 15 pacientes e seus acompanhantes. Isso se dava na forma de quatro
grupos, um por semana, com um total de 60 pacientes e 60 acompanhantes.
59
Em cada dia de atividade eram realizadas medidas antropométricas e de pres-
são arterial, atividades baseadas nos fundamentos da arteterapia, e palestras
interativas em educação alimentar e de atividade física.

“PROJETO CINECLUBE+”
Coordenadora: Profa. Leniée Campos Maia

O Projeto “CineClube+”, iniciado em 2015 por alunos graduandos


do curso de Comunicação Social-Jornalismo do CAC/UFPE, integrando o
Programa “Mais: Manifestações de Arte Integradas à Saúde”, visa contribuir
para humanização dos espaços no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) utilizando o cinema como veículo lúdico,
educacional e humanizante, objetivando promover o cuidado com o bem-
-estar dos pacientes, acompanhantes, profissionais, alunos e funcionários, re-
duzir os níveis de estresse no ambiente hospitalar, utilizar o cinema como
ferramenta complementar no tratamento das doenças e promoção da saúde,
atuar de forma pactuada intercentros, interdepartamental e interdisciplinar
envolvendo conhecimentos das diversas áreas, com a finalidade de avaliar os
benefícios do cinema no espaço hospitalar além de sensibilizar e estimular a
comunidade do HC para novas experiências artísticas e culturais, mediante
seções de cinema (curtas e longas metragens) levadas às diversas enfermarias
do HC, com duração de 30 minutos a 2 horas, divulgadas semanalmente por
meio de programação enviada à diretoria e chefias de enfermarias, ambulató-
rias e assistência social.
Abrangendo, posteriormente, alunos dos diversos Centros da UFPE,
com participação expressiva dos alunos dos cursos de Medicina e Odontologia
além de outras instituições externas de ensino, tem produzido desde então tra-
balhos embasados nas experiências pessoais dos alunos integrantes a partir de
observações coletadas em seus Diários de Bordo, nos quais são desenvolvidas
anotações regulares após cada seção. Ainda em 2015 foi apresentado no XV
ENExC/IENEXC: Encontro de Extensão e Cultura da UFPE 2015, o traba-
lho intitulado “Projeto CineClube+: Em 2016 no II ENEXC UFPE 2016 nova
participação com o trabalho: ‘Cinema no Hospital das Clínicas: divertindo,
educando e humanizando’. Os trabalhos ressaltam a importância terapêutica
da exibição de filmes (curta e longas metragens) nas enfermarias do Hospital
das Clínicas”.
Parágrafos repetidos, ou muito similares na p. 57 (levando em conta o
originar do Word). Decidir se será mantido ou reformulado.
60
Figs. 71 a 75
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

“DIA DA MÚSICA”
Coordenadora: Profa. Leniée Campos Maia
Vice-Coordenadora: Dinara Pessoa
MAIS com
letras
maúsculas
O Dia da Música foi instituído no HC como parte das atividades do
Programa Mais em 2015.
Realizado no dia 22 de novembro, dia de Sta. Cecília, padroeira dos mú-
sicos, procura nesse dia contemplar com atividades musicais todos os espaços
do HC, levando apresentações pela manhã, tarde e início da noite, contando
com a participação dos alunos e professores do Departamento de Música da
UFPE, além colaboradores e músicos convidados.

61
Figs. 76 a 85
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

“PROJETO ARTE COMO TERAPIA: UM NOVO OLHAR


NA SAÚDE”
Coordendora: Profa. Cláudia Cazal Lira

Será descrito em capítulo adiante.

“PROJETO OFICINA DE CORDEL”


Coordenadora: Profa. Leniée Campos Maia

Será descrito em capítulo adiante.

62
Capítulo 3

O Ponto de Leitura e a Importância


Terapêutica da Leitura no
Ambiente Hospitalar

Desde a antiguidade, passando pela idade média, as bibliotecas tinham


inscrições de estímulo à leitura, tratando os livros como remédios da alma. As
primeiras experiências com o uso de livros foram feitas por médicos america-
nos no período de 1802 a 1853, receitando livros à pacientes hospitalizados.
Há informações que a biblioterapia floresceu durante o período da primeira
guerra mundial, quando bibliotecários ajudaram a construir bibliotecas nos
hospitais do exército. Surgiu assim a Biblioterapia passando a ser considerada
um ramo da biblioteconomia a partir de 1904.
Ler ou ouvir contos pode significar continuar pensando sobre nós mes-
mos, no momento em que entramos em contato com sentimentos e conflitos
difíceis de serem suportados e que, sem esses filtros da narrativa, poderiam
paralisar nossa capacidade associativa e causar sintomas negativos. Histórias
contadas nas enfermarias diminuem o estado de incapacidade e proporcionam
alívio temporário das dores e dos medos advindos da doença e do ambiente
hospitalar. O resgate do sonho, do imaginário e do lúdico fornece um suporte
emocional aos enfermos.
O Ponto de Leitura Mais, sediado no Hospital das Clínicas (HC) da
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi resultado de concorrência
pública nacional via edital Concurso Pontos de Leitura 2008 - Edição Machado
de Assis, do Ministério da Cultura, recebendo acervo com cerca de 500 títulos.
Inaugurado como projeto de extensão em 08 de agosto de 2010, vem desde
então oferecendo espaço de leitura e lazer para a comunidade hospitalar: pa-
cientes, profissionais de saúde, alunos e acompanhantes além de desenvolver
regularmente atividades relacionadas à leitura.
Seu espaço físico fica situado no andar térreo do Hospital das Clínicas
e mantém parceria com o Departamento de Ciência da Informação do Centro
de Artes e Comunicação (CAC) da UFPE.

63
Fig.1– Visão externa do Ponto de Leitura.

Fig 2, 3 e 4 – Visão interna do ponto de Leitura.

64
Fig 5 – Prof. Lourival Pereira Pinto à direita e alunos de biblioteconomia.
SubstituirNecessário
po descrição das figuras, inserção de figura e fonte.
MAIS
O Ponto de Leitura é cadastrado anualmente como ação do Programa
Mais, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura podendo, assim, dispor
de recursos financeiros ou bolsas de extensão para discentes da Universidade.
Nesse contexto, a participação de alunos de Biblioteconomia por meio de es-
tágio e extensão foi fundamental para catalogação das obras e organização do
processo de empréstimo.
Desde então, o espaço acumula uma função central no Programa que
vai de instrumento de Humanização oferecendo aos pacientes, estudantes e
profissionais de saúde momentos de “fuga para o mundo imaginário” até pon-
to de apoio para outros projetos como o “Contos no Ponto” e “Mediação de
leitura” levados às enfermarias com livros do espaço.

65
Fig 6 – Mediação de Leitura em enfermarias com alunos de biblioteconomia.

Fig. 7 - Mediação de Leitura com o Prof. Hélio Pajeú.

66
Fig 8 e 9 – Contação de história.
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.
São também desenvolvidos Saraus poético/literário/musicais iniciados
em 2011, como parte da programação do Ponto de Leitura Mais, permitindo
maior visibilidade às atividades literárias desenvolvidas no HC oferecendo es-
paço de expressão para os usuários presentes durante as apresentações, sendo
acompanhados pela distribuição de livros.

Fig. 10 a 12 - Saraus poético/literários/musicais.


67
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

As parcerias construídas com projetos externos ao HC permitiram a am-


pliação das atividades e um maior intercâmbio envolvendo o literário, como a
presença do Projeto “LIVRE-SE”: recite um poema e ganhe um livro, tendo à
frente aluna de Biblioteconomia Daiane de Souza Rebelo e José Marcone dos
Santos (Jimmy).

Fig 13 e 14
Necessário descrição das figuras, inserção de figura e fonte.

Em 2012 surgiu o Projeto Mala Direta, com a finalidade de disponibi-


lizar o acervo do Ponto de Leitura Mais a pacientes impossibilitados de des-
locamento.
Foram preparadas “malas” coloridas e atraentes onde os alunos partici-
pantes do projeto organizam revistas e livros, visitando enfermarias e ambu-
latórios, oferecendo as possibilidades de leitura, ampliando assim a atividade
de empréstimo.

68
Fig 15 e 16
Necessário descrição das figuras, figura e fonte.
O Ponto de Leitura também oferece espaço físico para os alunos da
palhaçoterapia se caracterizarem, para os integrantes dos projetos musicais
apoiarem instrumentos e realizarem “aquecimento”, é ponto de encontro de
alunos e extensionistas e acolhimento para os artistas convidados e atuantes
no Projeto Mais.
Substituir
Projeto Mais or
Programa
MAIS

Fig 17 e 18 – Alunos integrantes da palhaçoterapia.


69
Fig. 19- Alunos de música com o Prof. Artur Duvivier à esquerda.

Proggrama
Fig. 20 – Alunos integrantes do programa.
com P
maiúsculo

70
Fig. 21 – Músicos convidados com Sevi Nascimento ao centro.

O espaço oferece um horário regular de funcionamento à comunidade


do Hospital das Clínicas que se distribui de segunda à sexta das 8h às 17h de
acordo com a disponibilidade dos integrantes do projeto. Anualmente estu-
dantes de vários cursos de graduação são vinculados ao projeto e se distribuem
nas atividades de manutenção do espaço e intervenções nas enfermarias.

Fig 22, 23 e 24 – Usuários do Ponto de Leitura.


71
Além dos resultados descritos, o projeto, em suas muitas parcerias, pos-
sibilitou a realização de Trabalhos de Conclusão de Curso nas Graduações
de Biblioteconomia e Enfermagem “Biblioterapia como agente de humaniza-
ção: um estudo de caso no Hospital das Clínicas, da Universidade Federal de
Pernambuco” de Patrícia Lafayette Góis. Também permitiu a produção e edi-
ção de cordéis educativos como “A importância de lavar as mãos” por Meca
Moreno, em parceria com a Editora Universitária e reedições do cordel “você
é importante para o HC” de Allan Sales.

substituir por
Você com V
mauusculo

Fig.25 a 27
Necessário descrição das figuras, figura e fonte.

O Ponto de Leitura Mais, mediante sua permanente e expressiva atu-


ação no Hospital das Clínicas construiu espaços para participação e pales-
tras realizadas em dois dos mais importantes eventos literários do estado que
são a Bienal Internacional do Livro (2011 , 2013 e 2015) e a Fliporto (2012
e 2014), além de ser contemplado com o Prêmio da Pastoral da Saúde em
Humanização 2012, no qual obteve o 2º lugar na premiação.

Substituir po r
MAIS em letras
maiúsculas
72
Fig. 28 – Prêmio Pastoral da Saúde.

A importância do Ponto de Leitura Mais para a comunidade hospitalar


do HC pode ser expressa pela ampla aceitação dessas atividades nos espaços
onde são levadas. A literatura, como todas as expressões da arte, nos faz sentir
que não estamos sozinhos em nossa dor, expõe nossos problemas à uma nova
luz, sugere novas possibilidades e nos abre novos campos de experiência além
de oferecer uma grande variedade de estratégias simbólicas, mediante às quais
nos tornamos aptos a superar medos, dificuldades e desafios.
Dessa forma, nossos resultados corroboram as reflexões de Andrade
(2000), que diz que “a expressividade e a arte podem ser empregadas em
educação, reabilitação, psicoterapia e prevenção, pois a força propulsora, a
criatividade se realiza em conjunto com o desenvolvimento da personalidade
como um todo”. Do mesmo modo, Ciornai (1995) vem reafirmar que o fazer
artístico auxilia a pessoa no aprendizado de lidar criativamente com sua pró-
pria vida, o que leva a pessoa a enxergar de uma maneira mais positiva suas
vivências, seu contexto como um todo.
A experiência vivenciada pelos alunos atua despertando a empatia,
compaixão e respeito pelo próximo, fatores fundamentais para o bom aco-
lhimento no espaço hospitalar. Nesse sentido, a arte funciona como ponte de
aproximação entre profissional de saúde e indivíduo “doente” permitindo que
o aluno, em seu processo de formação seja adjuvante na “clínica ampliada” tão
teorizada, mas pouco exercida nas práticas de saúde.

73
Tommasi (2005) destaca que a arte sempre esteve vinculada à existência
humana, como meio de diálogo, interação social, registro histórico, desenvol-
vimento do belo e do harmônico. Assim, entende-se que dentro de um contex-
to hospitalar é imprescindível a utilização de mecanismos que corroborem não
apenas para uma melhor estadia, mas que contribuam para uma estabilidade
emocional e mental, que proporcionem uma integração indivíduo-contexto, a
fim de reajustá-lo na realidade vivida sem causar danos negativos a sua saúde.
Utilizar a leitura como ferramenta complementar no tratamento das do-
enças e promoção da saúde por outro lado também sensibilizar e estimular
para novas experiências artísticas e culturais. Dessa forma, o sujeito que se vê
doente naquele ambiente hospitalar hostil, encontra na literatura ferramentas
que favoreçam o processamento de sentimentos dolorosos e difíceis permitin-
do senti-los plenamente e pensar sobre eles, em vez de não lhes dar atenção
necessária ou evitá-los.
Ao oferecer espaço de leitura, atividades literárias e pleno acesso à co-
munidade hospitalar do seu acervo, o Ponto de Leitura Mais vem contribuin-
do para a construção de novos leitores e melhora na qualidade de vida de
pacientes, acompanhantes e na formação de profissionais de saúde.

Referências Remover para capítulo final


deEditora
ANDRADE, L. Q. Terapias expressivas. São Paulo: Referencias
Vetor. 2000. a ser
crescentado no livro
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de
Humanização. Clínica ampliada. Equipe de referência e projeto terapêutico singular/Ministério da Saúde,
Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2. ed. Brasília: Minis-
tério da Saúde, 2007. 60 p.
CALDIN, C. F. Biblioterapia: um cuidado com o ser. 1. ed. São Paulo: Editora Porto de Ideias; 2010.
CIORNAI, S. Arte-terapia: o resgate da criatividade na vida. In: CARVALHO, Maria Margarida M. J. de
(Org.)., A arte cura? Recursos artísticos em psicoterapia. Campinas, SP: Editorial Psy II, p. 59-63, 1995.
OUAKNIN, M. A. Biblioterapia. São Paulo: Loyola, 1996.
PHILIPPINI, A. Cartografias da Coragem. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Wak. 2004.
REIS, A. C. Arteterapia: a arte como instrumento no trabalho do Psicólogo. Psicol. Cienc. Prof., v. 34, n.
1, p. 142-157, 2014.
SEITZ, E. M. Biblioterapia: uma experiência com pacientes internados em clínicas médicas. Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina. v. 11, n. 1, p. 155-170, 2006.
TOMMASI, S. M. B. Arteterapia e loucura. São Paulo: Editora Vetor; 2005.
10. MENDES, V. M.; CARVALHO, Y. M. Práticas Corporais e Clínica Ampliada. São Paulo: Hucitec
Editora Capes; 2015.

74
Agradecimento
Agradecemos a todos os alunos extensionistas que participaram ao
longo dos anos de funcionamento de projeto. À editora Universitária (UFPE)
pela impressão dos cordéis produzidos em conjunto com nosso projeto e ao
Professor Lourival Pereira Pinto pela organização e participação nos saraus
poéticos/literários.

substituir por
Editora (E
mausculo)

75
Capítulo 5

Literatura de Cordel: diálogo e reflexão


no ambiente hospitalar

A arte popular, como a literatura de cordel, é um instrumento pedagó-


gico que vem sendo utilizado com sucesso devido à sua maneira inteligente de
tocar as pessoas de todas as idades e classes sociais por meio da sensibilidade
artística. Respeitando os limites de cada um, mas sempre despertando interes-
ses mediante diversos canais de comunicação, fazendo revólver potencialida-
des que, na maioria das vezes, passam despercebidas; que embora presentes,
estão latentes, em repouso.
No Brasil, a tradição medieval ibérica dos trovadores deu origem aos
cantadores – ou seja, poetas populares que vão de região em região, com a
viola nas costas, para cantar seus versos. A literatura de cordel é um tipo de
poesia popular, amplamente encontrada nos mercados populares e feiras li-
vres. Originalmente oral é depois impressa em folhetos expostos para venda
pendurados em cordas e cordéis, o que deu origem ao nome. Os autores ou
cordelistas recitam seus versos de forma melodiosa e cadenciada, acompa-
nhados de viola. Pelo fato de funcionarem como divulgadores das notícias do
cotidiano, das tradições populares e dos autores locais, a literatura de cordel é
de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradi-
ções literárias regionais, contribuindo para manutenção do folclore nacional.
A importância dessas expressões culturais como veículos educativos é
bem expressa por meio da ‘3a viagem dos poetas populares (violeiros, embo-
ladores, cordelistas, aboiadores), articulados por um treinamento direcionado
à saúde, mobilizando cerca de 100 pessoas durante um ano e meio. Essa mo-
bilização também resultou na composição de uma caravana que percorreu de
ônibus, durante 25 dias nove estados nordestinos, perfazendo cerca de 6.500
km em 1994, resultando não apenas nas apresentações de cantoria ao vivo,
mas também na produção de um cordel, no qual os poetas Ivanildo Vila Nova
e Oliveira Panelas, versejaram em cima do mote ou tema: ‘saúde é direito uni-
versal; é um crime negar esse direito’ (Campello, 2006).
As primeiras experiências do Programa Mais a literatura de cordel par-
tiram do Ponto de Leitura Mais com a produção dos cordéis “Você é especial
para o HC” produzido por Allan Salles e reeditado em 2012 (contendo direitos
e deveres dos pacientes e seus acompanhantes) e “Porque lavar as mãos” de
Meca Moreno, pela Editora Universitária.
76
Acrecentar legenda: Imagens dos primeiros córdeis
construídos no Programa MAIS e produzidos pela
Editora Universitária (UFPE).

As oficinas levadas pelo projeto Oficina de Cordel tiveram início em


2017 e contribuíram para o conhecimento e divulgação da literatura de cordel,
tão presente na nossa cultura regional. Uma arte tão importante que recente-
mente, no dia 19/09/2018, foi reconhecida por unanimidade pelo Conselho
Consultivo do IPHAN, como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Dessa forma, com a finalidade de elevar a autoestima e melhorar a qua-
lidade de vida de pacientes, acompanhantes e profissionais do Hospital das
Clínicas o Cordel passou a integrar um dos projetos do Programa Mais e a
contribuir para a construção de canais expressivos, estimulando processo cria-
tivo, aguçando a observação, a leitura e a criação de imagens, por intermédio
do fazer artístico.
Foram desenvolvidas oficinas de cordel com 12 horas semanais de du-
ração, durante todo o ano letivo (média de 432 horas/ano) possibilitando um
contato direto entre oficineiro e pacientes, com distribuição de cordéis de vá-
rios autores, bem como leitura e escrita, com explanações sobre as técnicas e
versificação como rima, imagem, métrica, oração e ritmo, acompanhados de
exercícios; levadas a diversas enfermarias do HC.
Como resultado das intervenções de 2 anos de projeto e com a aju-
da inestimável do aluno de extensão e cordelista profissional pernambucano
Meca Moreno, 6 cordéis foram produzidos pelos pacientes do HC e impressos

77
por editais públicos vinculados aos Editais PIBEX da Pró-Reitoria de Extensão
e Cultura. MAIS com
Em agosto de 2018, a UFPE produziu vídeo letras
institucional sobre o pro-
jeto de Oficinas de Cordel quando uma das intervenções
maiuscuas foi gravada e hoje
disponibilizada na página do Programa Mais. O projeto foi bem aceito pelo
público-alvo e dentro de um crescimento previsto à medida que os nossos
encontros ocorriam. Em parte, a ampla aceitação pode buscar respaldo nos
testemunhos dos participantes os quais relatam relações culturais fortemente
enraizadas com a literatura de cordel utilizando folhetos de feira, especialmen-
te com familiares mais velhos que liam em casa ou de leituras públicas nas
feiras do interior e do Recife, principalmente nos Bairros de São José, Santo
Antônio, Afogados, e Casa Amarela.
O projeto atingiu todos os objetivos propostos por meio de suas ofici-
nas, possibilitando um ambiente de descontração; reduzindo o ócio e o es-
tresse; contribuindo na criação de laços de amizade; elevando a autoestima;
ajudando nos processos de resiliência; confirmando identidades por intermé-
dio da cultura popular e estreitando laços entre a instituição e a comunidade.

Necessário legenda e fonte da imagem.

78
Necessário legenda e fonte da imagem.

Necessário legenda e fonte da imagem.

79
Agradecimento especial a Américo Furtunato Gomes da Silva “Meca
Moreno” e sua carinhosa dedicação como extensionista.

Referências REmover
ALMEIDA, Manuel Pires de (1597-1655). Discurso sobrereferencias
o poema heróico. Manuscrito depositado no
para
Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Lisboa), cota: Casa capítulo
do Cadaval, a 2006.
v. 1, fls. 629-37,

ser localizado
BAUER, M.E. Estresse – Como ele abala as defesas do organismo? Ciência Hoje, v. 30, n. 179, 2002.
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. aoRio definal
Janeiro:do
Ed. Lucerna, 37. ed., 1999.

livro.
CAMPELLO, P.B. A receita da vida: A arte na medicina. Ed. EDUPE. 2006.
CAMPOS, Lindoaldo. ABC da Poesia. Natal – RN: Ed. Sebo Vermelho. 2010.
CHOCIAY, Rogério. Teoria do Verso. Ed. Mc Graw Hill do Brasil. 1974.
FREIRE, António de Abreu. Introdução à Literatura de Cordel. Ed. Debatevolution. Primeira Edição.
Estarreja. Portugal.
FREIRE, António de Abreu. O Roteiro do Verso Popular: das taifas de Al Andaluz à foz do Rio das Pérolas.
Ed. Debatevolution. Primeira Edição. Estarreja. Portugal.
MARTINS, Carlos. Noções de Versificação Portuguesa. In: http://www.sobresites.com/poesia/forum/view-
topic.php?t=2243 ,em 01/02/2006
MORENO, Meca. GIRAMUNDO, O Espectador do Fim & Gêneros da Poesia Popular. Ed. Bagaço: Recife,
2005.

Referência não encontrada. Conferir. Remover se


não
NOGUEIRA, M.A. - A Música e o desenvolvimento da criança. forUFG, v. 5, n. 2, dez., 2003.
Revista
OBEID, César. Minhas Rimas de Cordel. Ed. Moderna: Sãoencontrado
Paulo. 2005. no
texto
SOLER, Luís. As Raízes Árabes na Tradição Poético-musical do sertão Nordestino. Universidade fede-
ral de Pernambuco. Ed. Universitária. Recife, 1978.
REVISTA DA LÍNGUA PORTUGUESA. Ed. Segmento, edição número 30, página 9. Ano III: 2008.
REVISTA MULTIDISCIPLINAR N° 04 - DEZEMBRO DE 2007 / ISSN 1980-5950 http://www.daviteixeira.
com.br, em 12/07/2011.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=ape-
deuta, em 15/05/2009.
http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx, em 15/05/2009.

80
Capítulo 6

Arte Como Terapia: Um Novo Olhar


Em Saúde MAIS

As oficinas de arte e artesanato foram umas das primeiras atividades


desenvolvidas como ação do Programa Mais em meados 2007 no espaço do
Alojamento das Mães. Entretanto, apenas em 2012 foram alçadas a projeto
independente, vinculado ao programa, o que permitiu concorrer por financia-
mento para compra de materiais e manutenção das suas atividades.
A ampla aceitação das atividades desenvolvidas nos setores, o en-
volvimento e a participação de alunos dos diversos centros do campus
(Centro de Ciências da Saúde, Centro de Ciências Biológicas, Centro de
Artes e Comunicação e Centro de Ciências Médicas) e Cursos (Biomedicina,
Enfermagem, Medicina, Artes e Expressão Artística, Terapia Ocupacional,
Psicologia) e os resultados obtidos, expressos em vários trabalhos aceitos e
apresentados em congressos e simpósios, nos levaram a ampliar o nosso olhar
sobre a importância de intervenções artístico/culturais como ferramenta tera-
pêutica complementar, oferecendo momentos de prazer e ludicidade.
A proposta de intervir por meio de oficinas de artes parecia concre-
tamente contribuir para minimizar os efeitos do ócio nos pacientes e acom-
panhantes e daí surgiram muitas inspirações acadêmicas para expor nossas
experiências e tentativas para avaliar a satisfação dos pacientes com as nossas
intervenções. Os pacientes internados em enfermarias tais como: Ginecologia
e Traumatologia, Obstetrícia, Psiquiatria, Oncologia, pacientes em hemodiá-
lise, mães internadas no Alojamento das Mães do HC/UFPE e muitos outros
têm sua rotina completamente alterada. Encontram-se subitamente transpor-
tados, para um quarto estranho, com pessoas estranhas, tendo que enfrentar
incertezas e medos a respeito da doença, tratamento e prognóstico. Todo esse
contexto compromete de forma significativa sua qualidade de vida, gerando
ansiedade e estresse.
Os efeitos nocivos da hospitalização discutidos atualmente com maior
frequência pela sociologia médica, parecem abrandados com a convivência
com a arte. Como bem abordado por Bauer (2006), podemos inferir que o es-
tresse é capaz de comprometer as defesas do organismo interferindo de forma
negativa também no paciente hospitalizado.

81
No Brasil, o campo da arteterapia tem se expandido na última década
sob influência de diversos cursos que englobam a temática, o que se reflete
na ampliação das publicações dentro dessa proposta. Uma área em que a ar-
teterapia ganha cada vez mais espaço e reconhecimento é a saúde, tal como
mostra Valadares (2008), que em diversos estudos mostra que a arteterapia
vem contribuindo significativamente no tratamento de crianças hospitaliza-
das, destacando a relevância da arteterapia no auxílio para uma humanização
dos espaços de saúde.
A arteterapia pode ser um caminho revelador e inspirador que nos aju-
da a entrar em contato com a possibilidade abundante e generosa de acreditar,
desafiar, reconstruir, criar e expressar emoções, sentimentos e imagens que
trazemos dentro de nós. Andrade (2000), coloca que “aExluir
expressividade
citação e a arte
podem ser empregadas em educação, reabilitação, psicoterapia e prevenção,
pois a força propulsora, a criatividade se realiza em conjunto com o desen-
volvimento da personalidade como um todo”. Indicar página da citação. Do
mesmo modo, Ciornai (1995) vem reafirmar que o fazer artístico auxilia a
pessoa no aprendizado de lidar criativamente com sua própria vida, o que leva
a pessoa a enxergar de uma maneira mais positiva suas vivências, seu contexto
como um todo.
De acordo com a Associação Americana de Arteterapia, Excluir
parágrafo
Arteterapia é um serviço humano profissional, que utiliza os meios artísti-
cos, as imagens, o processo criativo e as respostas dos pacientes e clientes
aos produtos criados como reflexões do desenvolvimento, personalidade,
habilidades, interesse, preocupações e conflitos do indivíduo. A prática
da arteterapia baseia-se em conhecimento do desenvolvimento humano e
teorias psicológicas, as quais são implementadas num amplo espectro de
modelos de abordagem e tratamento, incluindo modelos educacionais,
psicodinâmicos, cognitivos, transpessoais e outros meios terapêuticos re-
conciliadores dos conflitos emocionais, favorecendo o autoconhecimento,
o desenvolvimento de habilidades sociais, o controle de comportamento,
a resolução de problemas, a redução da ansiedade, a colocação em meio à
realidade e aumento da autoestima (PAIN, 1996; ALLESSANDRINI, 2010).
Incluir referência de página.

A arteterapia promove no ser humano aspectos psíquicos e sociais po-


sitivos, respeitando as suas individualidades e os ajudando a restabelecer re-
lações com o meio em que está inserido. Assim Cardoso e Munhoz (2013)
apontam que a arteterapia oferece o autoconhecimento do ser humano como

82
parte de uma relação individual e social, um respeito maior por si próprio,
uma melhora na autoestima, na saúde, nos processos de adaptação, resiliência
(CARDOSO; MUNHOZ, 2013).
Alguns autores pontuam que a arte, além de ser uma facilitadora da
criatividade, ainda se constitui como um importante meio de comunicação
quando as palavras falham, sendo útil nos trabalhos com a fantasia e os aspec-
tos inconscientes. Assim, considerando que o inconsciente se manifesta mais
por meio de imagens do que por palavras, esses conteúdos poderiam chegar
à consciência de forma mais fácil por intermédio das atividades artísticas no
contexto terapêutico (SILVEIRA, 1981; SOUZA, 2000; CAMPELLO, 2006).
Em Arteterapia com abordagem Junguiana, o caminho será fornecer
suportes materiais adequados para que a energia psíquica plasme símbolos em
criações diversas. Essas produções simbólicas retratam múltiplos estágios da
psique, ativando e realizando a comunicação entre inconsciente e conscien-
te. Esse processo colabora para compreensão e resolução de estados afetivos
conflitivos, favorecendo a estruturação e expansão da personalidade por meio
do processo criativo. Esses símbolos, presentes nas criações plásticas, poderão
estar também presentes nas imagens oníricas e até mesmo no próprio corpo
mediante alterações no funcionamento do organismo, gerando as chamadas
“doenças criativas”, que indicam a urgente necessidade de reflexão e transfor-
mação de padrões de funcionamento psíquico (PHILIPPINI, 2008). Excluir
Arteterapia é um serviço humano profissional, que utiliza os parágrafo
meios ar-
tísticos, as imagens, o processo criativo e as respostas dos pacientes e clien-
tes aos produtos criados como reflexões do desenvolvimento, personalidade,
habilidades, interesse, preocupações e conflitos do indivíduo. A prática da
arteterapia baseia-se em conhecimento do desenvolvimento humano e teorias
psicológicas, as quais são implementadas em um amplo espectro de modelos
de abordagem e tratamento, incluindo modelos educacionais, psicodinâmi-
cos, cognitivos, transpessoais e outros meios terapêuticos reconciliadores dos
conflitos emocionais, favorecendo o autoconhecimento, o desenvolvimento
de habilidades sociais, o controle de comportamento, a resolução de proble-
mas, a redução da ansiedade, a colocação em meio à realidade e aumento da
autoestima” (SOUZA, 2000). Verificar se é citação, especificar início e fim da
citação e página de referência.
Embora a proposta do projeto não envolvesse técnicas formais da
Arteterapia enquanto especialidade terapêutica, o fato de contar com uma ar-
teterapeuta formada em sua equipe coordenadora, permitiu-nos, propor ativi-
dades baseadas em seus princípios. Atividades essas que, uma vez levadas ao

83
contexto hospitalar, pudessem ser propulsora de momentos saudáveis e que
contribuam na criação de um espaço criativo, estabelecendo um ambiente de
calmaria, que possibilita o diálogo e que se caracteriza como fonte de combate
ao estresse e ao ócio tão comuns em indivíduos que estão em internamento.

Faltou a legenda Figura 1: Trabalho de pintura


em enfermaria de Doenças Infecto Parasitárias
(DIP) do Hospital das Clínicas UFPE.
84
Figuras 1 - Oficina de pintura e colagem realizada no Alojamento coletivo das Mães (HC/
UFPE). As atividades são orientadas por alunos extensionistas em atividades de colagem
com materiais recicláveis. A mesa para refeição coletiva serviu de apoio para as atividades
em ambas as imagens.
Incluir fonte da imagem. Fonte pessoal
Profa. Claudia
Cazal Lira

85
Imagem ficou deslocada esta no
documento localizada antes da imagem
1
Figura 2 - Trabalho de pintura em enfermaria de Doenças Infecto Parasitárias (DIP) do
Hospital das Clínicas UFPE.
Incluir fonte da imagem.

Figura 3 - Trabalho de desenho e pintura com lápis colorido realizado sob orientação de
alunos extensionistas na enfermaria de pediatria (HC/UFPE).
Fonte: Acervo pessoal de Leniée campos Maia.

86
A parceria com o Projeto CineClube+ enriqueceu bastante o leque de
opções de divertimento e ludicidade. Essa integração também enriqueceu a
formação acadêmica dos alunos, permitindo conviver e compartilhar experi-
ências com alunos das várias áreas do conhecimento.

Figura 5 - Nos corredores do hospital das clínicas (UFPE) o cinema ganha um espaço para
quebrar o ócio e levar arte para os pacientes e acompanhantes. O espaço improvisado em
um banco de espera e os equipamentos simples foram suficientes para fazer um momento
diferentes naquela semana desses internos.
Incluir fonte da imagem. Acervo pessoal Profa.
Leniée Campos Maia
Nesse processo se beneficiam os graduandos de diversos cursos, mas
principalmente os discentes da Saúde que podem desenvolver uma prática
humanizada em suas áreas de atuação. Tendo em vista que o ambiente de sala
de aula tradicional, ainda muito fixado ao modelo cartesiano de ensino-apren-
dizagem, oferece poucas oportunidades de reflexão sobre a importância do
trabalho humanizado em saúde, o “projeto Arte como Terapia: um novo olhar
na saúde” possibilita a vivência direta com o doente, na qual vários diálogos
são possíveis e compartilhar a experiência do doente como a subjetividade
inerente do indivíduo humano (portador de uma enfermidade) e com outra
perspectiva além daquela discutida em sala.
Em virtude da dinâmica de ocupação das enfermarias, a elaboração se-
manal do espaço para a organização e desenvolvimento das oficinas de arte,
apresenta aos alunos a necessidade de aproximar, conhecer, convencer, aco-
lher e escutar os pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde. Essa ati-
vidade estimula e desenvolve o sentimento de empatia e impõe a importância
da escuta na construção do espaço.
87
De outro lado, a comunidade ganha o benefício proporcionado dire-
tamente pelo projeto e recebendo momentos de cuidado e relaxamento que
favorecem seu processo de cura ao reduzir o estresse comumente presente no
internamento hospitalar.
À medida que esses projetos de humanização ganham espaço e res-
peito na comunidade acadêmica e científica, novas possibilidades de pes-
quisa também surgem para serem exploradas. Nesse último aspecto, há uma
movimentação atual importante dos docentes envolvidos com o Programa
Mais no sentido de se apropriarem e discutirem possibilidades de projetos
de pesquisa que poderão vir a ser desenvolvidos em seu tempo e trâmites
adequados. Há ainda muitas dificuldades e barreiras acadêmicas para serem
atravessadas.

Referências
ANDRADE, Liomar Quinto de. Terapias expressivas. São Paulo: Vetor. 2000.
BAUER, Moisés Evandro. Estresse. Ciência hoje, v. 30, n. 179, p. 20-25, 2002.
CAMPELLO, Ana Flávia; CAMPELLO, Paulo Barreto. A receita da vida: a arte na medicina. In: A receita da
vida: a arte na medicina, p. 279-279, 2006.
CARDOSO, Angela Maria; MUNHOZ, Maria Luiza Puglisi. Grupo de espera na clínica-escola: intervenção
em arteterapia. Revista da SPAGESP, v. 14, n. 1, p. 43-54, 2013.
CIORNAI, S. Arte-terapia: o resgate da criatividade na vida. arte, p. 59-63. Campinas, SP: Editorial, 1995,
Psy II. In: CARVALHO, Maria Margarida M. J. (Org.). A arte cura?: recursos artísticos em psicoterapia.
Editorial Psy II, 1995.
SOUZA, Álvaro N. As Duas Faces de Apolo: a íntima relação entre a medicina e as artes. Salvador: casa da
qualidade, 2000.
PAÍN, S. - Os fundamentos da arteterapia - Artes Médicas, 1996, RS
Conferir referência. A única encontrada no Google Scholar é: PAÍN, Sara. Os fundamentos da arteterapia.
Petrópolis, Rio de Janeiro, Vozes, 2009.
Pode
PHILIPPINI, Angela. Linguagens e materiais expressivos em arteterapia: uso, indicações e propriedades.
Rio de Janeiro: Wak, 2009. susbstituir pelo
encontrado.
SILVEIRA, Nise da. Imagens do Inconsciente, Ed. Alhambra, Rio de Janeiro, 1981.
- VALLADARES, A. C. A.; COELHO, L. F. A.; COSTA E SILVA, C.; SALES, D. E.; CRUZ, M. F. R.; LIMA, C. R.
O. Arteterapia em saúde mental. In: Jornada Goiana de Arteterapia, 2002, Goiânia. Anais 2. Goiânia: FEN/
UFG/ABC, v. 2, cap. 13, p. 114-122, 2008.

88
Capítulo 7

“PROJETO CINECLUBE+” O
Cineclube+ levando sorrisos mediante
a sétima arte

O Projeto CineClube+ surge como uma iniciativa da equipe ao vislum-


brar a possibilidade de se utilizar pequenos espaços do HC para projeção de
animações filmes. A ideia não era inédita, já que outros projetos levados em
outros hospitais públicos do Recife já existiam e eram bem-sucedidos. O ine-
ditismo e, ao mesmo tempo, o desafiador seria projetar os filmes em locais de
“passagem”, corredores ou quartos coletivos com finalidade de “provocar” o
ambiente e quebrar forçosamente a sua rotina. No segundo semestre de 2015,
um grupo de alunos de do Curso de Comunicação Social-Jornalismo do CAC/
UFPE aceita encarar o desafio junto conosco e o projeto é então cadastrado no
hall de integrantes do Programa Mais.
A proposta foi utilizar o cinema como ferramenta complementar no tra-
tamento das doenças e na promoção da saúde, atuando, ao mesmo tempo, de
forma pactuada intercentros, interdepartamental e interdisciplinar envolvendo
conhecimentos das diversas áreas, com finalidade de avaliar os benefícios do
cinema no espaço hospitalar além de sensibilizar e estimular a comunidade do
HC para novas experiências artísticas e culturais, através de sessões de cinema.
Curtas e longas metragens, previamente selecionadas pelo grupo de in-
terventores, começaram a ser levadas às diversas enfermarias do HC, com
duração de 30 minutos a 02:00 horas, tendo sua programação divulgada se-
manalmente através da diretoria e chefias de enfermarias, ambulatórias e as-
sistência social do hospital.
Posteriormente, abrangeu alunos dos diversos Centros da UFPE, mas
com participação expressiva dos alunos dos cursos de Medicina e Odontologia.
Nessa época, estudantes de outras instituições externas de ensino superior tam-
bém ingressaram na equipe e, desde então, trabalhos embasados nas experiên-
cias pessoais dos alunos integrantes a partir de observações coletadas em seus
cadernos de campo, onde são realizadas anotações regulares após cada seção.
Ainda em 2015 foi apresentado no XV ENExC/IENEXC: Encontro de
Extensão e Cultura da UFPE 2015, o trabalho intitulado “Projeto CineClube+:
Em 2016 no II ENEXC UFPE 2016 nova participação com o trabalho: ‘Cinema
89
no Hospital das Clínicas: divertindo, educando e humanizando’. Os trabalhos
ressaltaram a importância terapêutica da exibição de filmes (curta e longas
metragens) nas enfermarias do Hospital das Clínicas”.
Parágrafos repetidos na p. 32 (levando em conta o originar do Word).
Decidir se será mantido ou reformulado.

Os primeiros dos vários trabalhos que se sucederam (fig. 1, 2 e 3).

Figura 1
Inserir legenda e fonte da imagem.

90
Figura 2
Inserir legenda e fonte da imagem.

91
Figura 3
Inserir legenda e fonte da imagem.

A atividade envolve várias etapas representadas pela seleção de filmes


(curta e longa metragens), preparo e divulgação da programação, busca do
material necessário para exibição (mesa, tela, laptop, microfones e data show)
no Ponto de Leitura Mais, o qual serve de apoio para estoque dos equipamen-
tos. Em seguida ocorre a organização do espaço na enfermaria escolhida e o
convite aos pacientes e acompanhantes presentes nos diversos quartos para
assistirem o filme projetado. O terceiro momento envolve uma conversa pós-
-exibição, em que são trocadas as impressões sobre a história, entre os pacien-
tes, os alunos, e os profissionais que estiverem no local. Tal prática permite aos
alunos desenvolverem a interlocução, escuta e acolhimento, tão necessários
nas relações interpessoais posteriores, principalmente nos alunos envolvidos
nas áreas de saúde.
Alguns relatos colhidos com permissão dos nossos alunos integrantes
estão reproduzidos a seguir.

92
“Para nós, alunos de comunicação social e participantes do projeto, a ex-
periência foi maravilhosa, pois percebemos que uma atitude que para nós é
tão pequena, pode representar algo grande na rotina daqueles que estão no
hospital” (MGA, Estudante do Curso de Comunicação Social UFPE)

“ [...] o projeto também me ensinou na prática a importância do cuidado


humanizado, observar o paciente além da doença, levar amor e alegria para
as pessoas que estão passando por momentos difíceis, muda a vida deles e
também a nossa. Houve uma contribuição muito significativa em minha gra-
duação de enfermagem, o primeiro contato direto com o paciente foi através
desse projeto e foi uma experiência única, minha futura profissão também
necessita desse olhar humanizado, que é tão difícil de ser encontrado no am-
biente hospitalar” (ESO, Aluna do Curso de Enfermagem UFPE)

“Nessas visitas semanais, aprendemos a ouvir um “não”, a olhar para cada


pessoa, a aceitar, a ouvir e apenas ouvir, a saber enxergar o outro, antes de
enxergar uma doença ou um diagnóstico, antes de enxergar um leito, ver
que ali há uma vida, muitas vezes, cansada, triste, com dores, e poder silen-
ciar ou/e amenizar por minutos, é um dos maiores aprendizados que pode-
mos levar para as nossas vidas, não só acadêmicas, mas para a vida” (ISO,
Acadêmica de Curso de Meddicina da UFPE).

“Através dos diários de bordo após cada intervenção era possível refletir so-
bre como tinha sido o contato com os pacientes e o modo como os curtas
beneficiaram os mesmos naquele momento. Através de conversas, risadas e
brincadeiras, compartilhamos experiências e descobrimos um pouco de cada
pessoa, desde os funcionários até os pacientes e seus familiares” (RLCM,
Acadêmica de Curso de Saúde da UFPE).

As imagens que se seguem foram realizadas durante a projeção dos fil-


mes em quartos coletivos das enfermarias e nos corredores do hospital regis-
trando, como um projeto tão simples, de baixo custo e fácil execução pode
modificar de maneira transformadora um espaço cuja natureza força a intros-
pecção, às incertezas e o isolamento.

93
Inserir legenda e fonte da imagem.

94
Inserir legenda e fonte da imagem.

Inserir legenda e fonte da imagem.

95
Inserir legenda e fonte da imagem.

Inserir legenda e fonte da imagem.

96
Referências:
BEHYMER, Alice F. et al. Mental health films in group psychotherapy. Psychiatry, v. 20, n. 1, p. 27-38,
1957.
CAMPELLO, Ana Flávia; CAMPELLO, Paulo Barreto. A receita da vida: a arte na medicina. In: A receita da
vida: a arte na medicina. p. 279-279. Recife: Ed. EDUPE. 2006.
OMELCZUK, Fernanda; FRESQUET, Adriana; SANTI, Angela Medeiros. Educação, cinema e infância:
um olhar sobre práticas de cinema em hospital universitário. Interface-Comunicação, Saúde, Educa-
ção, v. 19, p. 387-394, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/2015nahead/1807-5762-ic-
se-1807-576220140155.pdf. Acesso em: 30 set. 2016.
READ, H. A redenção do robô: meu encontro com a educação através da arte. 25. ed. Trad. Fernando
Nuno. São Paulo: Summus, 1986.
SOUZA, Álvaro N. As Duas Faces de Apolo: a íntima relação entre a medicina e as artes. Salvador: casa da
qualidade, 2000.

97
Capítulo 7

Música no Hospital

São inúmeras as experiências na área de saúde e trabalhos em hospi-


tais que utilizam a música como elemento fundamental para o controle da
ansiedade dos pacientes. A origem desta ferramenta terapêutica remonta à 2ª
Guerra Mundial, quando músicos foram contratados para auxiliar na recupe-
ração de veteranos de guerra por hospitais norte-americanos. No entanto, a
união da arte e da saúde prefigura um antigo sonho já proposto por Platão, ao
sugerir exercícios físicos e cultivo da música, e deveria ser um processo natural
no crescimento de todo indivíduo.
Várias pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e em diferentes
épocas, particularmente nas décadas finais do século XX, confirmam que a
influência da música no equilíbrio emocional é incontestável. Algumas delas
demonstraram, por exemplo, que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve
reações a estímulos sonoros. Parâmetros fisiológicos como frequência cardía-
ca, pressão arterial, salivação, umidade da pele e níveis sanguíneos de hormô-
nios do estresse – como hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), a prolactina,
o hormônio do crescimento humano, cortisol e as beta-endorfinas – apresen-
tam uma significativa redução com o uso de música ansiolítica, comparável
à que ocorre quando o paciente recebe a pré-medicação farmacológica usual.
Estudos com eletroencefalogramas demonstram a indução de sono por meio
da música na fase pré-operatória. As respostas subjetivas dos pacientes são
positivas em cerca de 97% (59 mil) dos casos. Esses pacientes afirmam que
a música os ajudou realmente a relaxar no período pré-operatório e durante
cirurgias com anestesia local.
Tanto nos Estados Unidos como em outros países a exemplo do Canadá,
França, Alemanha, Inglaterra, China e Japão, os médicos estão reconhecendo
cada vez mais a eficácia do uso da música como uma forma de terapia para
pacientes hospitalizados em virtude de uma ampla variedade de doenças.
De fato, o dr. Raymond Bahr, diretor da Unidade Coronariana do St. Agnes
Hospital, em Baltimore, Maryland, afirmou categoricamente: “Suas proprie-
dades relaxantes permitem que os pacientes se recuperem mais depressa ao
permitir-lhes aceitar sua condição e tratamento sem muita ansiedade”. Ainda
de acordo com Bahr “meia hora de música produz o mesmo efeito que dez
miligramas de Valium”. Várias pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e
em diferentes épocas, particularmente nas décadas finais do século XX, con-
98
firmam que a influência da música no equilíbrio emocional é incontestável.
Algumas delas demonstraram, por exemplo, que o bebê, ainda no útero ma-
terno, desenvolve reações a estímulos sonoros. Substituir por
MAISalunos
Nos 13 anos de existência do Programa Mais, muitos em do todo
Curso de
Música participaram como bolsistas BIA, bolsistas detexto
extensão ou voluntários,
apresentando-se regularmente em todos os ambientes do hospital, contando
com a colaboração de profissionais dentro do espaço que se tornaram chave
para o grande sucesso das atividades. Uma dessas profissionais, a médica chefe
da UTI do HC (Dra. Cláudia Ângela), ao observar os benefícios que a música
trazia aos pacientes em seu espaço de trabalho fundou e manteve o projeto
“Arte para o Coração e Alma”. Uma ampla rede de conhecimento pessoal com
diversos artistas possibilitou que fossem trazidos poetas, cantadores, chorões,
corais e instrumentistas dos mais variados gêneros musicais para se apresentar
em ocasiões especiais, como o carnaval, o dia das crianças, as festas juninas e o
natal. Assim, no hospital se ouviu nesses 13 anos muito forró, música evangé-
lica, jazz, música clássica, música pop, MPB e música pernambucana de raiz,
em todo tipo de formação instrumental. Os diversos grupos de professores
e de alunos dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Música também se
apresentaram, dentre coros, quintetos de sopro, grupos de metais, orquestras
de frevo, quartetos de cordas e muitos outros. Em algumas ocasiões, o hospital
passou a ser um dos espaços ocupados pelos recitais da Semana da Música,
organizada anualmente pelo Departamento de Música.

Figura 1 - Alunos de Bacharelado em Oboé se apresentando na Hemodiálise


Fonte: Acervo Pessoal de Leniée Maia.

99
Figura 2 - Alunos de Licenciatura em Música tocando choro numa das apresentações
rotineiras no HC.
Incluir fonte da imagem.

Figura 3 Apresentação do Coro Ars Canticus coordenado pelo Prof. Sérgio Deslandes, do
Departamento de Música da UFPE.
Incluir fonte da imagem.

100
Figura 4 - Grupo Catatreko, coordenado pela Profa. Viviane Louro, se apresentando na
Pediatria.
Incluir fonte da imagem.

Dentre os instrumentos envolvidos, tivemos o violino, a flauta doce,


a flauta transversal, o oboé (meu instrumento), o teclado, a gaita, a sanfona,
a percussão, o violão, o saxofone, o clarinete, o trompete e o trombone, isso
sem falar nos cantores. Também contamos com apresentações ocasionais de
diversos grupos de alunos, como parte das disciplinas de música de câmara,
inclusão, metodologia do ensino musical, canto coral e percepção rítmica.
Outros grupos vieram se apresentar também de modo espontâneo, por ser por
eles reconhecida a importância desse contato com a realidade hospitalar, que
ressalta a importância que a música pode ter na ajuda de recuperação dos pa-
cientes. Além disso, tocar no hospital é para os alunos um laboratório de per-
formance, em que podem praticar o repertório que estão estudando e treinar o
contato com seu público, de modo geral receptivo; e nos casos em que existiu
uma resistência à música (em geral por motivos religiosos), os alunos tiveram
o desafio de conquistar esses pacientes, por um lado, tocando a música que
queriam ouvir, e por outro, aos poucos ampliando os horizontes dos pacientes
com a liberdade que a arte tem o poder de trazer.
Além dos alunos do curso de música, muitos alunos dos cursos de saú-
de veem no projeto uma chance de fazer arte, de criar e com isso suavizar o
peso das demandas causados pelos estudos para carreiras tão exigentes. Dessa
forma, é fácil afirmar que o efeito terapêutico da arte não é só benéfico para

101
os pacientes hospitalizados, mas também para todos os que estão presentes,
inclusive os agentes de promoção de saúde. Afinal, a brincadeira trazida pela
música tem o poder de subverter, por um momento, as ordens estabelecidas e
esse efeito catártico é muito terapêutico.

“Me lembro de uma ocasião em que se comemorava a festa de aniversário


de um paciente na UTI. Tocamos um forró e aí o corpo de enfermagem e os
médicos dançaram, os pacientes e acompanhantes cantavam e batiam pal-
mas. Naquele momento, não eram médicos, nem pacientes que estavam ali.
Eram pessoas que estavam se divertindo, aliviando as tensões do dia a dia
e compartilhando um bom momento trazido pela música. Podemos medir
os níveis de cortisol ou de serotonina do sangue dos pacientes, ou constatar
a diminuição de analgésicos nesses dias para comprovar cientificamente o
efeito positivo que a música tem sobre a saúde. Mas para mim esses recursos
ainda me dizem menos do que uma imagem de uma festa ocorrendo em plena
UTI” (Artur Ortenblad, Prof. Dr. Departamento de Música, CAC, UFPE).

Ao proporcionar, por meio da música, momentos de paz, descontração,


cultura e lazer aos médicos, pacientes e funcionários reduzimos os efeitos do
estresse, tão presente no ambiente hospitalar, criando uma atmosfera favorá-
vel, que resulta em uma melhoria nas condições de trabalho dos profissionais
de saúde, contribuindo para uma melhor recuperação dos pacientes e sensibi-
lizando os alunos mediante atitudes humanizadoras. Em 2011, montamos um
coral que foi orientado por um aluno da música e contava com funcionários
do HC e alunos do curso de Medicina. Esse coro durou por um ano, estimu-
lando a médica chefe da UTI na época a formar um outro coro, que continua
a atuar até o momento em que escrevo este capítulo. Há vários estudos que
comprovam os benefícios da prática coral em idosos. Segundo Maria Behlau
(2009), as características vocais encontradas em idosos, como rouquidão, as-
pereza, tremor, redução na intensidade etc. podem ser amenizadas com a prá-
tica de exercícios vocais. Sendo assim, a prática do canto coral, mais que um
simples exercício de voz, exige uma integração entre as atividades psíquica e
motora e cria um ambiente de socialização que contribui para dar estímulos
que contribuirão para a autoestima e consequentemente retardarão os sinto-
mas da velhice nos indivíduos que dele participam.

102
Figura 5 - Atividades de aquecimento do Coro do HC, na época dirigido pelo aluno
Waldemiro Ribeiro.
Incluir fonte e figura. Acervo pessoal
dos autores
Houve momentos especiais em que foi possível congregar as diversas ar-
tes em um projeto comum, como foi o caso da apresentação dos Saltimbancos,
que contou com a ajuda da Profa. Rosemary Martins do Curso de Teatro. Em
2018, a Profa. Viviane Louro e eu incluímos o hospital na disciplina Projeto
Interdisciplinar, na qual colhemos relatos dos funcionários e frequentadores
do hospital e a partir desses relatos, criamos dois espetáculos Cênico Musicais,
que foram lá apresentados. Em 2019 foram realizadas intervenções semanais
na ala de psiquiatria que consistiram da exibição de filmes curtos escolhi-
dos pelo aluno Paulo Henrique Pontes, do curso de Cinema, intercalados por
execuções musicais. Tivemos a contribuição de uma professora (Ana Cristina
Marques) e um aluno de dança na proposição de atividades físicas para esses
pacientes, e devemos continuar essas atividades com um enfoque na pesquisa
dos efeitos que a arte pode ter na saúde mental de pacientes psiquiátricos.

103
Figura 6 - Apresentação do Musical Os Saltimbancos.
Fonte: Acervo Pessoal de Rafael Maia.

Figura 7 Apresentação de alunos da Disciplina Projeto Artístico Interdisciplinar.


Incluir fonte da imagem.

104
Figura 8 Atividade com cinema, música e dança no setor de psiquiatria.
Incluir fonte da imagem.
Substituir po
Como o Programa Mais tem caráterMAISinterdisciplinar,
em todo atuando em vá-
rias linguagens artísticas, a utilizaçãotexto
da música nesse contexto se torna uma
experiência com mais potencial de efeitos benéficos. A presença das artes no
ambiente hospitalar é uma oportunidade de integrar conhecimentos de diver-
sas áreas na vida de pessoas que, em geral, não têm oportunidade de viven-
ciá-los, por sua condição social ou física. Para Boal (1998), a descoberta da
capacidade artística de cada indivíduo permite o empoderamento, servindo
assim como instrumento de resistência política pelas classes menos favoreci-
das. O adoecimento mental em nível brando, disseminado em grande parte
da população e, em geral, ignorado, ou agudo, evidenciado pelos pacientes do
setor de Psiquiatria, muitas vezes decorrem dos mesmos fatores: a alienação da
natureza, do contato com o outro ou do pouco autoconhecimento na medida
em que a maior parte da população é sedentária, possuindo pouca consciência
do corpo e de suas necessidades mais básicas, como o de respirar e tomar água
adequadamente.
Segundo Huizinga (2008), a dimensão do jogo, resgatada por meio da
arte, é de fundamental importância para a manutenção da saúde psíquica do
indivíduo. O jogo envolve corpo e mente, já que pressupõe o fazer. Da mesma
forma é a arte, que por mais elaborada que possa ser, surge a partir de um jogo
de ideias, de palavras, de sons, de movimentos, de imagens, e, se também
considerarmos a culinária, de aromas e sabores. Por ser um jogo criativo e por
105
ser realizada com o corpo, a arte é uma importante ferramenta de conscien-
tização das diversas facetas da psique humana. Axis (2000) demonstra como
a arte moderna se nutriu deliberadamente da relação do indivíduo com seu
próprio inconsciente. As artes, como já demonstrado pelo trabalho fascinante
da Dra. Nise da Silveira (1981), têm servido tanto para diagnosticar distúrbios
psíquicos quanto para reorganizar a psique com seu efeito terapêutico. São
inúmeros os artigos que mostram os benefícios e ressaltam a necessidade da
humanização do ambiente hospitalar decorrente da sua conjugação com a prá-
tica artística (BETTINELLI, 2004; BACKES, 2006; MOTA, 2006; AMESTOY
et al., 2006).

Figura 9 - Intervenção do grupo de frevo de bloco do Maestro Lúcio Sócrates trazendo


alegria pros corredores do hospital.
Fonte: Acervo pessoal de Leniée Maia.

106
Fig 10 - Prof. Artur Ortenblad com grupo de alunos na pediatria.
Fonte: Acervo pessoal de Leniée Maia.

Portanto, não estamos realizando nada de novo, e, por isso mesmo, sa-
bemos que estamos no caminho correto – os resultados falam por si. Em 2014,
o Hospital Eskenazi Sydney & Lois, em Indiana, empregou 1,5 milhão de dó-
lares na contratação de 19 artistas para criarem obras de arte que transformas-
sem o ambiente do hospital em um local mais agradável. Segundo a mesma
reportagem, que está baseada em dados da Arts and Health Alliance, na época,
já quase metade dos hospitais americanos possuíam programas que incluíam
música. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa o setor hospitalar já tem
a consciência da eficácia do contato com a arte no tratamento dos pacientes,
aqui no Brasil ainda estamos lutando pelo reconhecimento da importância de
iniciativas como o Programa Mais. Esperamos que aos poucos, tanto o poder
público quanto a iniciativa privada sigam o exemplo dos países desenvolvidos.

Referências
AMESTOY, Simone Coelho et al. Dialogic leadership: strategies for application in the hospital environment.
Investigacion y educacion en enfermeria, v. 32, n. 1, p. 119-127, 2014.
AXIS, J. Duchamp´s legacy: the Rauschenberg. In: HOPKINS, D. Oxford History of Art. After Modern Art
1945-2000. Oxford University Press. p. 37-66, 2000.
BACKES, V. M. S.; PRADO, M. L. do; CARTANA, Maria do Horto Fontoura; REIBNITZ, Kenya Schmidt;
FERRAZ, Fabiane; MARTINS, Sabrina Telma; SCHMIDT, Sandra Marcia Soares; LINO, Mônica Motta. Edu-
cação Continuada ou Permanente: para além das diferenças. In: 57º Congresso Brasileiro de Enfermagem,
2005, Goiânia - GO. Anais do 57º Congresso Brasileiro de Enfermagem, 2005. v. s/p.

107
Referência não encontrada, conferir.
EXcluir
Padronizar PRADO, M. L. do; CARTANA, Maria do Horto Fontoura; (ou apenas as iniciais ou todos com
o nome completo.
BETTINELLI, Luiz Antonio; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Hospitalización en unidad de terapia intensi-
va y la familia: perspectivas de cuidado. Avances en Enfermería, v. 27, n. 1, p. 15-21, 2009.
BOAL, Augusto. Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1991.
BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter Educador: o Humano como objetivo da Educação Musical. São
Paulo: Peirópolis, 2011.
CAMPELLO, Ana Flávia; CAMPELLO, Paulo Barreto. A receita da vida: a arte na medicina. In: A receita da
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CASSOL, Mauriceia et al. Benefícios do canto coral para indivíduos idosos. Porto Alegre: Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2004. Se não
CAVALCANTI, R. – Música na cabeça. Sensilis, dez 2006 encontada,
Conferir referência, não formatada. excluir
GASPARINI,G, BEHLAU M. Quality of life: Valiudation of the Brazilian Versoin of the voice related quality
of life.J.Voice. 2009 2009;23:76-81- Música para o coração - Ministério da Saúde
http://www.incl.rj.saude.gov.br/incl/noticias/istoe
Formatar para
Conferir referência, não formatada.
pagina de
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. Trad. João Paulo Monteiro. São Paulo:
Perspectiva, 2008. internet de
acordo
MOTA, Roberta. O papel dos profissionais da saúde na política de humanização comPsicologia
hospitalar. a em
Estudo, Maringá, v. 11, n. 2, p. 323-330, maio/ago, 2006.
norma adotada
NOGUEIRA, Monique Andries. A música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, v. 5, n. 2, p.
2006-1991, 2003.
(ABNT?)
PIEROTTI, Juliana Assef. Caderno de Jogos Cooperativo. Disponível no endereço Acesso em 2 jul. 2012.
PLANETA NA WEB. Site de internet. –Música e Medicina. Disponível em http://www.istoe.terra.com.br/
planetadinamica/ site/reportagem
Conferir referências, não formatadas.
formatar de
acordo com
PONTES, Paulo; BRASOLOTTO, Alcione; BEHLAU, Mara. Glottic characteristics and voice complaint in
the elderly. Journal of Voice, v. 19, n. 1, p. 84-94, 2005. normas ABNT
TAME, D. – O poder oculto da música. Ed. Cultrix, SP para fontes em
internet
Conferir referência, não formatada e com informações incompletas.
SETORSAUDE. Site da internet. Disponível em: https://setorsaude.com.br/arte-ganha-espaco-em-hospi-
tais-americanos/ 20 de agosto de 2014. Acesso em: 8 mar. 2020.
Conferir referência, não formatada e com informações incompletas.
SILVEIRA, Nise da. Imagens do Inconsciente, Ed. Alhambra, Rio de Janeiro, 1981.
SOUZA, Álvaro N. As Duas Faces de Apolo: a íntima relação entre a medicina e as artes. Salvador: casa
da qualidade, 2000.

108
Capítulo 8

O desafio da Avaliaçãosubstituir po r
MAIS em todo
texto
Desde o início da experiência com o Programa Mais houve uma preo-
cupação constante em avaliar os benefícios do Programa sobre o público-alvo.
Em se tratando de uma ação de extensão que aborda aspectos subjetivos do
ser, o desafio
substituir po de quantificar o “bem-estar” promovido nos padrões conserva-
MAISdores da pesquisa dentro do ambiente universitário são quase intransponíveis
nos moldes de nossa proposta.
O Mais, em seu modelo único de atuação, oferece intervenções de arte
tão diversificadas dentro do Hospital das Clínicas, que até nesse sentido seria
necessária uma ferramenta de avaliação individualizada para tipo de inter-
venção levada e para cada condição de paciente atendido. As propostas de
avaliação foram sendo construídas nos últimos 12 anos de atuação, mas a fer-
ramenta avaliativa mais adequada ainda não foi alcançada e está em constante
processo de elaboração.
Um aspecto de valor notoriamente avaliativo são os produtos acadêmi-
cos que se originam do Programa. Os alunos puderam aproveitar os horários
de atuação como horas complementares para seus currículo, espaço para atu-
ação de bolsistas de diversos programas (Bolsa de Incentivo Acadêmico, Bolsas
de Manutenção Acadêmica, Bolsa de Extensão), desde cedo foi propiciado
um espaço para estágios curriculares de diversos Cursos do Centro de Artes e
Comunicação, Biblioteconomia e, mais recentemente, alguns TCCs (Trabalho
de Conclusão de Curso) também foram realizados a partir de experiências
vividas pelo alunos nos estágio.
Sob convênio estabelecido em 2009 com a Coordenação de Estágio do
Curso de Habilitação em Artes Cênicas e Teoria da Arte e um pouco mais cedo em
2006 com o Curso de Biblioteconomia da UFPE, 68 alunos realizaram o Estágio
Obrigatório no HC atuando em seus respectivos campos de conhecimento.
Algumas dessas experiências se tornaram trabalhos de conclusão de curso.
Em 2012, com o intuito de registrar os produtos acadêmicos que foram
criados com o Programa, foi realizado o I Encontro do Programa Mais. O even-
to contou com 16 palestrantes, 30 relatos de experiências, 5 intervenções de
mediação de leitura, 9 intervenções de Clowns, 9 intervenções de música, 134
ouvintes, entre docentes, discentes, e técnicos da UFPE. O II e o III encontro
do Mais em 2014 e 2017 seguiram padrão semelhante de participação.
109
Padronizar em todo livro se a legenda ficará
acima ou abaixo da imagem.
Figura 1 - Convite para I Encontro do Programa Mais realizado no Auditório Jorge Lobo do
Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco em maio de 2012.

Incluir fonte da figura. Acervo pessoal


dos autores

110
A Imagem sofreu corte indevido em margem
direita

Figura 2 - Convite para o II Encontro do programa Mais realizado no Hall do Centro de


Artes e Comunicação em novembro de 2014.
Incluir fonte da figura. Acervo pessoal
dos autores

Figura 3 - Folder do III Encontro do Programa Mais para comemoração dos seu 10 anos
de existência realizado no Auditório Jorge Lobo do Centro de Ciências da Saúde da UFPE
em junho de 2017.

111
Incluir fonte da figura. Acervo pessoal
dos autores
A aceitação do Programa entre o corpo discente foi plena. Ao longo dos
anos a procura de alunos pelos diversos projetos cresceu do período de 2007
a 2018 e foram totalizadas 7814 intervenções com a participação de 1.553
alunos distribuído de acordo com os anos mostrados no gráfico abaixo.

Padronizar se as legendas ficarão abaixo


ou acima das imagens

Gráfico 1 - Número de intervenções do Programa Mais no HC e de alunos participantes do


Programa ao longo de 12 anos de atuação. Dados em números absolutos.

112
Fonte: Dados próprios dos autores. Legenda: MAIS (Manisfestação de Artes Integrada à Saúde),
HC (Hospital das Clínicas).

Passamos a recolher os relatos dos alunos como forma de registrar o


impacto em suas formações acadêmicas. Por meio dos referidos registros po-
de-se perceber o quanto a participação do aluno no Programa, o fez reavaliar
seu papel dentro do contexto hospitalar e o quanto ele se perceber ator capaz
de modificar o cenário de estresse tão comum a esse ambiente. Alguns trechos
compartilhados a seguir são bem expressivos e caracterizam tal aspecto.

“Um dos melhores momentos que o projeto me proporcionou foi quando, em


uma das visitas, eu e meu amigo entramos no quarto para recitar um poema
de Drummond e a paciente fechou os olhos para nos ouvir. Foi muito gra-
tificante ver o quanto nós conseguimos tocar ela de verdade com a poesia.
Quando ela fechou os olhos, pareceu que, de alguma forma, ela materializa-
va o propósito de nossa intervenção. E a forma como a conversa, a reflexão
sobre a poesia se sucedeu também materializou o modo como eu acredito que
a medicina deve ser feita: com a participação do paciente, numa espécie de
responsabilidade (e também conhecimento) compartilhada. Sem hierarquias,
sem escolhas unilaterais. Essa memória, com certeza, é uma dentre tantas
que me marcaram durante esse projeto” (Discente do Curso de Medicina,
UFPE).

113
“Ao longo desse ano participando do projeto, amadureci e aprendi coisas
que não imaginava. Antes pensava que iria ao Hospital para ajudar aquelas
mulheres internadas e seus acompanhantes a aprender uma nova ativida-
de, distrair, relaxar, conversar e afastar a ociosidade presente naquele setor.
Hoje vejo que em todas as intervenções que realizei, eu que aprendi, construí,
vivenciei novas experiências e cresci com o projeto. Levo para minha vida
profissional e acadêmica muito mais do que imaginei...” (Discente do Curso
de Enfermagem, UFPE).

“O projeto de extensão proporciona ao estudante uma experiência singular


e de extrema importância. O Projeto Contos no Ponto me mostrou de forma,
ao mesmo tempo, leve e alarmante a necessidade de um olhar humano e em-
pático aos pacientes. O que começou com uma contação de histórias de for-
ma tímida e até um pouco desajeitada visando a distração dos pacientes, se
transformou, aos poucos, em um momento de aprendizado, que me via espe-
rando ansiosamente durante a semana. Histórias compartilhadas, discussões
e interpretações diversas se agregaram ao meu conhecimento, não só como
futura médica, mas como ser humano. O projeto fornece uma nova visão de
mundo de extrema importância para todos os tipos de pessoa” (Discente do
Curso de Medicina, UFPE).

Para avaliação do Programa por parte do paciente também foi aspecto


considerado importante para sua continuidade e vários questionários foram
testados ao longo de 12 anos de história. Atualmente é utilizado um modelo
que se inspira na escala analógica da dor, mas com objetivo de medir o es-
tresse, a ansiedade e a própria dor do paciente antes e após este sofrer uma
intervenção mediada pelo programa. Dessa forma, trata-se de um questionário
que é aplicado em dois tempos ao mesmo indivíduo, tendo entre elas uma in-
tervenção artística que foi “padronizada” com poucas variações predominando
intervenções de pintura, artesanato costura e muita “conversa em grupo”.
Para maior significância, foi realizado um cálculo amostral baseado
em uma média do número total de pacientes atendidos no período de 1 ano
(aproximadamente 300) em apenas uma das ações do Programa. Os resulta-
dos mais significantes estão ilustrados por meio dos gráficos a seguir. Para um
nível de confiança de 95% e valor de p de 5% o cálculo amostral observou um
valor de 169 questionários, mas 195 questionários foram aplicados.
Salientamos que os questionários foram aplicados com objetivo de ava-
liação do projeto pelo público-alvo, como controle de qualidade, não conside-
rando os dados pessoais dos usuários e acompanhantes.

114
Gráfico 2 - Representação gráfica das respostas à pergunta “como você se sente agora?”
realizada antes (em azul) e após (em vermelho) a intervenção do projeto de extensão.
Percebe-se o aumento significativo no número de pacientes que se referiram como “bem”
ou “muito bem” depois da intervenção, assim como um decréscimo significativo no
número daqueles que referiram como “péssimos” ou “ruim”.
Inserir fonte do gráfico. Fonte de todos
os graficos:
acervo pessoal
dos autores.

Gráfico 3 - Representação gráfica das respostas à pergunta “Quanta dor você está
sentindo agora?” realizada antes (em azul) e após (em vermelho) a intervenção do
projeto de extensão. Percebe-se a queda dos valores relacionados a linha vermelha, ou
seja, diminuição do número de pacientes que se referiram com dor “leve”, “moderada”,
“intensa” e “muito intensa”, assim como um leve aumento no número daqueles que
referiram estar com “nenhuma” dor.
Inserir fonte do gráfico.

115
Gráfico 4 - Representação gráfica das respostas à pergunta “Quanto estresse você está
sentindo agora?” realizada antes (em azul) e após (em vermelho) a intervenção do
projeto de extensão. Percebe-se a queda dos valores relacionados a linha vermelha, ou
seja, diminuição do número de pacientes que se auto referiram com estresse “moderada”,
“intensa” e “muito intensa”, assim como aumento significativo no número daqueles
que auto-referiram com “nenhum” estresse indicando provável alívio do sintoma após
execução da atividade.
Inserir fonte do gráfico.

Gráfico 5 - Representação gráfica das respostas à pergunta “Quais sensações as atividades


despertam em você?”. Com o objetivo de retificar o estado referido pelo paciente ao
participar das intervenções.
Inserir fonte do gráfico.

116
Gráfico 6 - Representação gráfica das respostas à pergunta “Como você classifica a
iniciativa de apresentar estas atividades para os pacientes do hospital?” construída com o
objetivo de verificar a satisfação do paciente com o projeto e sua abordagem.
Inserir fonte do gráfico.

Embora não se trate de um projeto de pesquisa e as perguntas não te-


nham sido feitas com esse objetivo, é curioso como o resultado conduz a uma
conclusão de que as atuações de arte dentro do ambiente hospitalar foram
bem aceitas pelos pacientes e acompanhantes e parecem induzir ao alívio do
estresse e promover conforto.
Nesse momento, nossos resultados apenas nos ajudam a respaldar nos-
sos pleitos de renovação anual do programa e de seus projetos vinculados, as-
sim como a concessão de financiamento para compra de material de consumo
para diversas oficinas e bolsas para os extensionistas.
Aguardamos que, com este trabalho, inspiremos novas pesquisas na
área, como a divulgação do benefício que, por si só, parece ser impactante
modificador do ócio e estresse no ambiente hospitalar e possa ser, em futuro
próximo, incorporado como rotina nos diversos hospitais públicos e privados
do país.

APÓS A INSERÇÃO DAS FIGURAS INDICADAS, SERÁ REFEITA A


NÚMERAÇÃO DE ILUSTRAÇÕES PARA EVITAR CONFUSÕES.

117
Apenas Reforçando alguns aspectos aqui sobre o
texto de maneira geral:
1. Verificar imagens enviadas para Everson
2. O Programa MAIS deve semre ser referido com
letras minúsculas pois refere-se a sigla
3. verificar as legendas das imagens de acodo
com os arquivos enviados para Everson, se
ausentes por favor, nos repassar nova Broxura
com imagens já inseridas para que possamos
fazer novas correções
4. O Projeto contação de Histórias deve ser
tratado usando História com H ao invéz de
estórias.
5. aredito que criar capítulo final único com todas
as referências fica melhor, pois foram as mesmas
referencias usadas em todos os capítulos.
6. Verificar a arte da capa que já foi aprovada e
não corresponde a esta enviada
7. verifica arte do selo da coleção que também já
foi aprovada e não corresponde ao que está posto
nessa broxura.

118

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