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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

BIOSSÓLIDO COMO ADUBAÇÃO EM GRAMA


ESMERALDA

KLECIO RAMON DA SILVA SANTOS

SINOP
MATO GROSSO – BRASIL
2022
KLECIO RAMON DA SILVA SANTOS

BIOSSÓLIDO COMO ADUBAÇÃO EM GRAMA ESMERALDA

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Roselene Maria Schneider


Coorientadora: Me. Mariana Pizzatto

Trabalho de Curso apresentado à


Universidade Federal de Mato Grosso -
UFMT – Câmpus Universitário de Sinop,
como parte das exigências para obtenção do
Título de Engenheiro Agrícola.

SINOP
2022
“Eu acredito que às vezes são as pessoas que ninguém espera nada que fazem
as coisas que ninguém consegue imaginar.”
Alan Turing
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Raimundo dos Santos e Cleonice Soares, por acreditarem em
mim, por sempre estarem do meu lado e me incentivarem ao moldar meu futuro.
Ao meu irmão, por sempre estar do meu lado, me apoiando em todas as minhas
decisões e pela sua companhia em todos os momentos.
Aos meus colegas e amigos, em especial Guilherme Modesto, Joyce Ribeiro e
Larissa Portiliotti, por toda paciência, conselhos, incentivo, apoio e risadas desde o
início da faculdade, nos piores e melhores momentos, e que continuem assim.
Aos meus mestres, doutores, cada qual compartilharam parte de seus
conhecimentos, me ajudando a moldar quem eu serei no futuro.
A minha orientadora, Drª. Roselene Maria Schneider, por ser sempre tão
paciente e prestativa, me incentivando mesmo nos meus piores momentos, por toda
conversa e ensinamentos desde o começo do projeto.
A minha coorientadora Me. Mariana Pizzatto, por sempre estar disponível a
nos ajudar em momentos tão difíceis, e por todo apoio no projeto, desde seu início à
conclusão.
Por fim, a todos que não foram citados, mas que fizeram diferença em minha
vida, os meus mais sinceros agradecimentos.
SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................... 8

ABSTRACT ........................................................................................................................................... 9

INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 12

2.1. Esgoto ................................................................................................................................. 12

2.2. Lodo de esgoto ................................................................................................................. 14

2.3. Reutilização do lodo ........................................................................................................ 16

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................. 18

3.1. Unidade Experimental ..................................................................................................... 18

3.1.1. Taxa de cobertura superficial (TCS) .................................................................... 20

3.1.2. Teor de clorofila ........................................................................................................ 20

3.1.3. Cor das folhas ........................................................................................................... 20

3.1.4. Análise destrutiva..................................................................................................... 21

3.2. Delineamento experimental e análise estatística .................................................... 23

3.3. Biossólido .......................................................................................................................... 24

3.4. Condições do ambiente. ................................................................................................. 26

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................... 27

4.1. Taxa de cobertura superficial (TCS) ............................................................................ 27

4.2. Teor de clorofila Índice SPAD ....................................................................................... 30

4.3. Cor das folhas ................................................................................................................... 33

4.4. Análise destrutiva............................................................................................................. 34

5. CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 36

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 37


RESUMO

Com o aumento da população mundial urbana, a produção de resíduos sanitários se eleva de


tal maneira que problemas com a destinação de destes materiais se torna cada vez mais
preocupante. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o crescimento da grama
esmeralda (Zoysia japônica), sob diferentes dosagens de biossólido. O experimento foi
conduzido em vasos, na Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop-MT, sob ambiente
protegido. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualisado, com as dosagens de
biossólido e adubo químico como parcela, e dias após adubação (DAA), como subparcela,
com 6 repetições para cada dosagem. Os tratamentos corresponderam a dosagens diferentes
do biossólido (11,8; 15,7 e 19,6 Mg biossólido ha-1) e testemunha com adubação NPK. A
dosagem de biossólido de 15,7 Mg ha-1 corresponde à mesma dosagem de nitrogênio que a
adubação NPK. Os tapetes foram monitorados até 84 DAA. Verifica-se que a maior dosagem
de biossólido, 19,6 Mg ha-1, resulta no maior valor de massa fresca aérea (25,9 g); as maiores
dosagens de biossólido (15,7 e 19,6 Mg ha-1) geram os maiores valores de índice SPAD (42,2
e 40,3) (p≤0,05). Entre as dosagens de biossólido (11,8, 15,7 e 19,6 Mg ha-1) verifica-se
igualdade de valores para a massa seca aérea (10,3; 8,3 e 7,0 g), volume de raízes (148,3;
131,7; 120,8 cm3) e taxa de cobertura superficial aos 84 DAA (72, 66 e 50%) (p≤0,05). Na
menor dosagem de biossólido, 11,8 Mg ha-1, e adubação NPK verifica-se valores
estatisticamente iguais para o índice SPAD, porém, inferiores às maiores dosagens de
biossólido (p≤0,05). Para os outros parâmetros, a adubação NPK apresentou valores médios
inferiores à adubação com biossólido. Em relação à percepção de cor, as dosagens de
biossólido diferenciaram-se em maior grau em relação à adubação mineral. Os resultados
mostram que a utilização do biossólido na produção de grama é equivalente ou superior à
adubação NPK, assim, a adubação à base de biossólido pode ser empregada na adubação
de grama esmeralda.

Palavras-chave: lodo de esgoto, espalhamento, gramínea, orgânico, resíduos.


ABSTRACT

With the increase of the urban world population, the production of sanitary waste is increasing
in such a way that problems with the destination of these materials becomes more and more
worrying. Thus, the objective of this study was to evaluate the growth of emerald grass (Zoysia
japonica) under different doses of biosolids. The experiment was conducted in pots at the
Federal University of Mato Grosso, Sinop-MT, under protected environment. An entirely
randomized design was used, with the dosages of biosolids and chemical fertilizer as plots,
and days after fertilization (DAA), as subplots, with 6 repetitions for each dosage. The
treatments corresponded to different dosages of biosolids (11.8; 15.7 and 19.6 Mg biosolid ha-
1
) and control with NPK fertilization. The biosolid dosage of 15.7 Mg ha-1 corresponds to the
same nitrogen dosage as the NPK fertilization. The mats were monitored until 84 DAA. It is
found that the highest biosolids dosage, 19.6 Mg ha-1, results in the highest value of aerial
fresh mass (25.9 g); the highest biosolids dosages (15.7 and 19.6 Mg ha-1) generate the
highest SPAD index values (42.2 and 40.3) (p≤0.05). Among the biosolids dosages (11.8, 15.7
and 19.6 Mg ha-1) there is equality of values for aerial dry mass (10.3; 8.3 and 7.0 g), root
volume (148.3; 131.7; 120.8 cm3) and surface cover rate at 84 DAA (72, 66 and 50%) (p≤0.05).
The lowest dosage of biosolids, 11.8 Mg ha-1, and NPK fertilization showed statistically equal
values for the SPAD index, but lower than the highest dosages of biosolids (p≤0.05). For the
other parameters, the NPK fertilization presented average values lower than the fertilization
with biosolids. Regarding color perception, the dosages of biosolids differed to a greater
degree compared to mineral fertilization. The results show that the use of biosolids in grass
production is equivalent or superior to NPK fertilization, thus, the biosolids-based fertilization
can be employed in the fertilization of emerald grass.

Keywords: sewage sludge, spreading, grass, organic, waste.


10

INTRODUÇÃO
Em decorrência do aumento exponencial da população, da produção de alimentos e
do avanço das tecnologias de tratamento de esgoto, há aumento na geração de resíduos,
sejam eles sólidos, líquidos ou gasosos (RIGO et al., 2014). Entre os resíduos líquidos cita-
se o esgoto, que é o resíduo líquido gerado em residências ou outros locais onde há consumo
de água para as atividades humanas (SCHNEIDER; BONGIOVANI; JORGE, 2021).
Os esgotos que são coletados em áreas urbanas são enviados às estações de
tratamento de esgotos-ETE. Estas têm a função de remover os poluentes do esgoto, que
passa a possuir características aceitáveis de disposição em corpos d’água, para que este
possa ser despejado em rios ou tornar-se água de reuso.
O tratamento do esgoto sempre gera lodo, material sólido que, em geral, apresenta
concentração importante de matéria orgânica e nutrientes, e por isso apresenta potencial para
utilização no solo. Entretanto, a presença de metais pesados, como zinco e chumbo (MACIEL
et al., 2012), agentes patogênicos ao homem e a cultura (LOPES, 2005), e outros compostos
orgânicos tóxicos (SOUZA et al., 2010) inviabiliza ou dificulta seu uso na agricultura.
Em não havendo restrições pela presença de poluentes, o lodo apresenta
características para uso na agricultura. Nesta situação o lodo é chamado de biossólido
(BRASIL, 2020), e sua aplicação no solo deve seguir as necessidades nitrogenadas das
plantas (BOEIRA; MAXIMILIANO, 2006).
O biossólido é capaz de proporcionar melhorias na estrutura do solo, reduzindo a
densidade e aumentando a macro porosidade, o que resulta em melhor infiltração de água no
solo (BETTIOL; CAMARGO, 2006). Além disso, possui concentrações de macro e
micronutrientes essenciais para o desenvolvimento de plantas, como o nitrogênio, que
agregam valor ao material (GALDOS et al., 2004).
Outro dos principais problemas que motivam a utilização do biossólido no solo é o fato
de que este é disposto em aterros, sem nenhum aproveitamento do material orgânico e
nutrientes. O lodo disposto em aterro traz inconvenientes, pois contribui para a geração de
lixiviados e gases que demandam de captação e tratamento (FERNANDES et al., 2001).
A grama esmeralda (Zoysia japonica) é muito utilizada para cobertura do solo em
jardins, canteiros urbanos, ao longo de rodovias e taludes, uma vez que é resistente à seca e
ao pisoteio, apresenta rápido enraizamento e bem adaptada ao clima tropical (MOTA et al.,
2019).
Krogstad et al. (2005), ao estudar a influência do lodo de esgoto na disponibilidade de
fósforo (P) e outros nutrientes ao solo, observaram a influência significativa ao pH do solo a
partir da adição do composto, e concluíram o composto como fator influenciável ao acesso
aos micronutrientes do solo pelas plantas. Backes et al. (2010) concluiu que aplicar lodo de
11

esgoto em grama promove aumento da concentração de nitrogênio (N) nas folhas da grama
e da taxa de cobertura do solo.
Baseado na hipótese que o biossólido pode fornecer nutrientes que implicam no
crescimento e manutenção nutricional de plantas, o objetivo deste trabalho foi avaliar o
crescimento de grama esmeralda com diferentes dosagens de biossólido.
12

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Esgoto
Esgoto sanitário pode ser definido como o efluente gerado pela utilização da água em
atividades residenciais ou em outras atividades que se assemelhem aos usos domésticos,
como pias, banheiros, lavanderias e outros, presentes em atividades industriais e comerciais.
Segundo Nuvolari (2003), a composição do esgoto é de aproximadamente 99,87% de
água, 0,04% de sólidos sedimentáveis, 0,02% de sólidos não sedimentáveis e 0,07% de
substâncias dissolvidas.
Apesar dos esgotos apresentarem baixa proporção de poluentes comparado à
quantidade da água, é por causa desses que o esgoto precisa receber tratamento. O
tratamento de esgotos visa amortizar o potencial poluidor pela combinação de operações
unitárias, que podem englobar processos físicos, físico-químicos e biológicos.
Quando o esgoto chega na ETE, ele passa pela etapa de remoção de sólidos
grosseiros, com a passagem do esgoto por grades, desarenadores, caixa de óleos e graxas
ou peneiras. Esta etapa, dita tratamento preliminar, tem como objetivo melhorar as
características do esgoto, reduzindo danos aos equipamentos a jusante, como entupimentos
e abrasões (COPASA, 2022).
Na sequência ao tratamento preliminar, pode ser necessário o tratamento primário,
que objetiva a remoção dos sólidos dissolvidos e em suspensão sedimentáveis. As principais
unidades de tratamento primário são os decantadores e a coagulação e floculação (CF). No
caso da CF, lança-se mão de agentes coagulantes ou floculantes que sejam capazes de
agrupar e aglutinar as partículas que são removidas posteriormente por decantação ou ar
dissolvido (Von Sperling, 1996). Quando a quantidade de sólidos dissolvidos e em suspensão
não for alta, esta etapa pode ser suprimida, e os esgoto pode seguir do tratamento preliminar
ao secundário.
O tratamento secundário engloba os processos em que se tem a degradação da
matéria orgânica por microrganismos, como fungos, bactérias e protozoários. Estes utilizam
a matéria orgânica como alimento, convertendo tais materiais em gás carbônico, metano,
material celular e água (Von Sperling, 1996). Os processos biológicos são classificados em
aeróbios e anaeróbios, e a escolha de qual destes processos seguir é uma decisão pautada
em muitos aspectos, como clima, custo-benefício, reuso do esgoto após tratamento e do lodo
gerado, entre outros.
Eventualmente há a necessidade de complementação do tratamento do esgoto com
vistas a remover poluentes que não foram removidos nas etapas anteriores, como nutrientes
e organismos patogênicos. Esta complementação é chamada de etapa terciária. Os
13

tratamentos mais comuns para remoção de tais materiais são a desnitrificação por meio de
condições anóxicas e a remoção do fósforo por meio químico.
14

2.2. Lodo de esgoto


Andreoli et al. (2006) definiu o lodo de esgoto como o subproduto sólido obtido ao se
tratar os esgotos. Assim, os lodos de esgotos são os resíduos sólidos gerados nas ETEs,
exceto os resíduos sólidos das unidades preliminares. Apesar de serem classificados como
resíduos sólidos, os lodos, em geral, apresentam-se ainda com muita umidade, valores acima
de 95 % de água.
O lodo de esgoto apesar de ser visto ainda como um resíduo, pode ser empregado na
agricultura. Quando o lodo possui características para uso agrícola, passa a ser denominado
biossólido (BRASIL, 2020).
Para que o lodo de esgoto possa ser usado na agricultura, há alguns tratamentos
indicados para controle de suas características principais, como instabilidade biológica, a
possível transmissão de patógenos e seu grande volume (alta concentração de água),
característica que torna financeiramente inviável o transporte e uso do lodo (PEDROZA et al.,
2010).
Após gerados, os lodos em ETEs são manejados de acordo com a necessidade, desde
a remoção do excesso de água, a estabilização e a disposição final. De acordo com Cassini
et al. (2003), as técnicas de manejo do lodo são:
• Adensamento, processo no qual há redução da umidade do lodo aumentando a
concentração de sólidos, e consequentemente, redução de seu volume;
• Estabilização, processo que visa degradar a matéria orgânica, melhorando as
características do lodo;
• Condicionamento, responsável pela separação das fases sólida e líquida do lodo;
• Desidratação, que consiste na redução adicional de umidade presente na matéria;
• Disposição final, onde os subprodutos são destinados de maneira correta visando a
minimização de problemas ambientais.

A disposição do lodo acontece principalmente em aterros sanitários ou industriais


(GODOY, 2013). Em estudos sobre a rentabilidade econômica do lodo de esgoto, Quintana
et al. (2011) propõem o descarte do material em aterro como, de certa forma, inviável, uma
vez que é necessário alto custo de manutenção, além da perda de energia que poderia ser
utilizada convenientemente de outras formas, havendo também, risco de contaminação do
solo e das águas subterrâneas, gerando mais custos e prejuízos.
O problema da disposição do lodo de esgoto em aterros é que sua característica
orgânica contribui com a geração de lixiviados e gases, que demandam de captação e
tratamento, bem como a exigência de licenciamento ambiental para a implantação em aterro,
afim de diminuir os impactos causados pela disposição à saúde humana e ambiental,
15

decorrentes da contaminação do solo e das águas, superficiais e subterrâneas, elevando os


custos da disposição do lodo de esgoto nesses locais (BOCCHIGLIERI, 2010).
A incineração do lodo de esgoto é utilizada em países mais desenvolvidos a fim de
reduzir grande parte de seu volume, o que facilita seu transporte e disposição final. Tal
processo é responsável por destruir toda a matéria orgânica, incluindo os organismos
patogênicos, tendo como resultado da combustão completa vapor de água, dióxido de
carbono, dióxido de enxofre e cinza inerte, além de ser necessário o monitoramento regular
dos gases eliminados a fim de manter controle de qualidade (LUDUVICE; FERNANDES,
2007). Porém, Godoy (2013) cita que este é um processo dispendioso para a simples
destruição do material.
Dessa forma, o ideal em termos de manejo do lodo é que ele seja reutilizado. A
reutilização é uma forma de economia circular, que reduz o descarte ou destruição e prioriza
a inserção de materiais novamente na cadeia produtiva.
16

2.3. Reutilização do lodo


A reutilização de qualquer resíduo é uma prática que deve ser seguida. A possibilidade
de reuso gera redução do uso de recursos naturais e também, o decaimento de sua disposição
em aterros sanitários. O reaproveitamento do lodo de esgoto na construção civil é relatado
em diversos estudos, como o de Morales e Agopyan (1992), que estudaram o uso do lodo em
substituição a alguns agregados como pedras britas e areia; e também por Pires (2012), que
estudou o reaproveitamento do lodo de esgoto na fabricação de tijolos, cerâmicas e cimentos.
Corroborando com isso, Abreu (2016) encontrou bons resultados ao utilizar lodo de
esgoto como matéria prima na geração de energia, resultando em dados semelhantes ao
poder calorífico da cana-de-açúcar, mas que como esperado, ao final da combustão, há
produção de resíduos, como as cinzas, que por sua vez, podem ser direcionadas a construção
civil. Pela adição das cinzas de lodo na produção de cimento, Pereira (2012) constatou a
diminuição tanto dos custos com o concreto quanto de um novo encaminhamento para tal
material, que não fosse sua disposição em aterros sanitários.
Outro processo que visa o reuso do lodo de esgoto é a pirólise, processo no qual o
material é submetido a combustão, gerando como um dos produtos o biochar de lodo de
esgoto (BCLE). Chagas (2021) avaliou o efeito temporal do BCLE com indicadores de
fertilidade e ambientais do solo, durante o período de 5 anos juntamente ao cultivo de milho
e encontrou dados contundentes quando a liberação de micronutrientes no solo,
principalmente Zn, que permaneceu dentro dos limites permitidos em diversas legislações
ambientais. Tal elemento pode ser utilizado afim de aliviar a contaminação de Cd no solo,
como destaca o autor, que indica a pirólise como método capaz de reforçar a viabilidade do
lodo de esgoto no solo agrícola.
Yue et al. (2017) recomendaram o biochar de lodo de esgoto em solos urbanos pobres
como condicionador de solos. Figueiredo et al. (2021) avaliaram a disponibilidade e
biodisponibilidade do fósforo em biochar de lodo de esgoto e verificaram que os valores
variaram conforme a temperatura de pirólise, com resultados promissores do biochar como
fertilizante.
Como o lodo de esgoto possui valor nutricional para seu reuso na agricultura,
principalmente decorrente da alta concentração de matéria orgânica, seu uso em solos vem
sendo bastante empregado. Segundo Skorupa et al. (2006), em decorrência de sua
composição química, ao ser empregado em solos degradados, há elevação na capacidade
de infiltração, na retenção de água e também, na aeração do solo.
Em estudos com adubação a base de lodo de esgoto e vinhaça em cultura de cana-
de-açúcar, como forma de fornecimento de N e K, respectivamente, Junior et al. (2007)
encontraram maiores produtividades de colmo e açúcar quando tais formas foram utilizadas,
uma vez notado o não aparecimento de folhas amarelas, sintoma característico da deficiência
17

nitrogenada, o que enfatiza o suprimento adequado de N da planta através da adubação à


base de lodo de esgoto.
Vieira et al. (2005) também obtiveram bons resultados com a adubação a base de lodo
de esgoto, como fonte de fósforo em cultivares de soja, onde as necessidades fosfáticas foram
supridas pela adição do composto. Entretanto, sua adição favoreceu perdas de nitrato para o
ambiente. Os autores também concluíram que tal adubação não acarretou em aumento dos
teores de Fe, Zn, Cu, Cd, Pb e Ni nos grãos de soja produzidos.
Em pesquisa com adubação à base de lodo de esgoto tratado de diferentes formas,
sobre a fertilidade do solo e cultivo consorciado de milho e feijão, Nogueira et al. (2006)
obtiveram bons resultados quanto às características do solo, onde a adição de cal ao lodo
contribuiu para a elevação do pH do solo. Entretanto, os autores concluíram, no mesmo
trabalho, que a adição de lodo de esgoto não influenciou nos resultados das cultivares de
milho e feijão.
Lopes et al. (2005), em trabalho avaliando a produção de alface a partir da adubação
com diferentes doses de lodo de esgoto tratado como fornecedor de matéria orgânica ao solo,
obtiveram bons resultados a fim de empregar o composto como fertilizante, uma vez que este
esteja com suas características, como pH e porcentagem de matéria orgânica, dentro das
faixas recomendadas. Os autores também pontuaram os cuidados pré-adubação que o lodo
de esgoto deve ser submetido, uma vez que este seja destinado a cultivares que serão
consumidas cruas ou in natura, por conta da possível presença de microrganismos
patogênicos e de metais pesados.
Conforme é citado no “parágrafo” XIV do Art. 2° da Resolução CONAMA n° 498 de 19
de agosto de 2020, o produto resultante do sistema de tratamento do lodo de esgoto sanitário,
atendendo aos critérios microbiológicos e químicos uma vez estabelecidos em tal Resolução,
ao ser destinado a reaproveitamento agrícola, recebe o nome de biossólido. Seu uso no meio
agrícola, bem como em outras formas de reaproveitamento, diminui cada vez mais a
disposição em aterros e assim é capaz de, por meio de novas tecnologias, ser reutilizado em
outras áreas. Para que sejam garantidos os padrões de qualidade são realizados
procedimentos tecnológicos visando a redução do número de microrganismos patogênicos,
afim de ser seguro e apto ao uso agrícola como biossólido. No país, a legislação específica
responsável é feita pelo CONAMA através da Resolução n° 498/2020, onde são adotados
como padrão de controle e garantia de saúde da população duas categorias, sendo elas
Classe A e Classe B, que segregam os lodos de esgoto já higienizado de acordo com a
qualidade microbiológica; e Classes 1 e 2, que os separam de acordo com a concentração
máxima de determinadas substâncias químicas.
18

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Unidade Experimental


O experimento foi conduzido na Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus
Universitário de Sinop, no setor do Viveiro, em ambiente protegido com ventilação natural, de
16/12/2021 a 09/03/2022.
Foram utilizados discos de grama esmeralda (Zoysia japonica), de cinco cm de
diâmetro, retirados de um tapete adquirido em viveiro comercial localizado no município de
Sinop-MT. Os discos foram recortados do tapete com o auxílio de uma serra copo, acoplada
em furadeira. Os discos de grama foram transplantados em vasos, estes com capacidade de
8 L e diâmetro da boca de aproximadamente 19 cm (Figura 1).

Figura 1 – Obtenção dos discos de grama

O substrato utilizado nos vasos foi obtido pela mistura de solo (retirado na área da
universidade, em profundidade entre 20 e 40 cm) com areia branca fina, na proporção de 2:1
(Figura 2). Os atributos do substrato (solo+areia) foram: pH em água = 5,2; P (Mehlich) = 0,7
Mg dm-3; K+(Mehlich) = 4,4 Mg dm-3; S (Mehlich) = 33 Mg dm-3; Ca2+ = 0,24 cmolc dm-3; Mg2+
= 0,05 cmolc dm-3; Al3+ = 0,09 cmolc dm-3; H+Al = 2,30 cmolc dm-3; MO = 0,8 g dag kg-1; C.O.
= 0,46 dag kg-1; B = 0,09 Mg dm-3; Cu = 0,2 Mg dm-3; Fe = 58 Mg dm-3; Mn = 1,3 Mg dm-3; Zn
= 0,7 Mg dm-3.
19

Figura 2 – Obtenção e preparação do substrato

Foram utilizados quatro tratamentos, um com adubação mineral convencional (T0) e


três com biossólido (T1, T2 e T3). O valor de T1 foi estabelecido com base no trabalho de
Rota (2020), 15,7 Mg ha-1, sendo T1 a taxa base de aplicação de lodo, determinada em função
da concentração de nitrogênio no lodo, e taxa de aplicação de N igual a 300 kg ha-1. Os valores
de T2 e T3 corresponderam a 75 e 125% de T1 (T2 = 0,75*T1, 11,8 Mg de biossólido ha-1; T3
= 1,25*T1, 19,6 Mg de biossólido ha-1).
As quantidades de biossólido em cada tratamento foram: T1 = 140g, T2 =105 g e T3
= 175 g. Para a adubação mineral, T0, utilizou-se ureia (45% de N), 1,806 g, superfosfato
simples (19% de P), 0,46 g e KCl (47% de K), 1,004 g. Os valores de NPK foram obtidos por
Godoy e Villas Bôas (2010), com recomendações de taxas de 300, 31 e 167 kg ha-1, de
nitrogênio, fósforo e potássio, respectivamente. Todas as adubações foram incorporadas
superficialmente.
20

Figura 3 – Implantação do experimento em vasos

A irrigação dos vasos era realizada diariamente, durante 10 minutos, por aspersão
automática. O tempo de irrigação foi definido em pré-teste, garantindo que o substrato
estivesse sempre em capacidade de campo. O controle de plantas daninhas e pragas era
realizado manualmente quando necessário.
O crescimento e desenvolvimento da grama foram avaliados pelo espalhamento da
grama, teor de clorofila, cor, massas verde e seca da parte aérea e volume das raízes.

3.1.1. Taxa de cobertura superficial (TCS)


O espalhamento (área da grama) foi obtido aos 0, 21, 42, 63 e 84 dias após a adubação
(DAA) dos tapetes. Foi avaliado por meio de imagens coletadas por câmera digital em cada
dia de análise, e analisadas por meio do software MatLab® onde foi desenvolvida uma rotina
de cálculo da área do tapete (cm²) usando como referência o diâmetro do vaso.

3.1.2. Teor de clorofila


A clorofila foi mensurada de forma indireta aos 21, 42, 63 e 84 DAA. As medições de
clorofila foram realizadas por meio de aferição do índice SPAD.

3.1.3. Cor das folhas


A cor foi obtida 84 DAA, sendo determinada pela leitura direta das coordenadas de
reflectância L*, a* e b*, sendo empregado a escala CIELAB. O equipamento utilizado para a
leitura foi o colorímetro portátil Konica Minolta® CR-400. Com as coordenadas e utilizando-se
as equações 1, 2 e 3 propostas na metodologia de Hill et al. (1997) e Gonnet (1998),
encontraram-se os valores do ângulo de coloração ou tom (H*) que identifica cores como
vermelho, verde, azul ou amarelo; e o índice croma (C*), responsável por indicar a intensidade
do tom.
𝑏∗
𝐻 ∗ = 𝑡𝑎𝑛−1 (𝑎∗) (1)
21

𝐶 ∗ = √[(𝑎∗ )2 + (𝑏 ∗ )2 ] (2)

Com a equação 3 foi possível calcular a diferença de cor pela distância de dois pontos
no espaço tridimensional (𝛥𝐸).

𝛥𝐸 = √(𝛥𝐿∗ )2 + (𝛥𝑎∗ )2 + (𝛥𝑏 ∗ )2 (3)

A análise visual dos tapetes foi feita pelo uso da Norma DIN 6174 (1979), que classifica
as diferenças das distâncias de dois pontos no espaço tridimensional de acordo com a
percepção humana.
Tabela 1 – Norma DIN 6174 (1979) classificação da diferença entre as distâncias de dois pontos no
espaço tridimensional.
Diferenças ΔEab Classificação
0,0 – 0,2 Imperceptível
0,2 – 0,5 Muito pequena
0,5 – 1,5 Pequena
1,5 – 3,0 Distinguível
3,0 – 6,0 Facilmente Distinguível
Maior que 6,0 Muito grande
Fonte: Norma DIN 6174 (1979)

3.1.4. Análise destrutiva


Aos 84 DAA, o experimento foi finalizado, e realizou-se análise destrutiva das plantas.
As folhas da grama foram retiradas com auxílio de uma tesoura, pesadas em balança analítica
para obtenção da massa fresca aérea (MFA) (g) e posteriormente levada a estufa a 65°C até
peso constante a fim de obter a massa seca aérea (MAS) (g) (Figura 4 A e B)
As raízes foram retiradas dos vasos juntamente com o substrato, e lavadas em água
corrente (Figura 4 C).

A B C

Figura 4 – Corte das folhas A e B, retirada das raízes C, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus
de Sinop, MT, 09/03/2022.
22

A massa fresca aérea (MFA) da grama de cada vaso foi aferida em balança. Após, o
material foi colocado em saco de papel, levado à estufa de circulação forçada (65 °C), até
secagem (aproximadamente 72 h) e aferição da massa seca aérea (MSA). A massa seca
radicular (MSR) foi obtida nas mesmas condições de secagem da massa seca aérea.
Para a determinação do volume de raiz (VR), em uma proveta de 1000 mL foi inserido
um volume conhecido de água (V1). Após mergulhou-se completamente a raiz na água, e o
volume final de água foi anotado (V2). O volume de raiz (mL) é dado pela diferença entre os
volumes final e inicial de água.
23

3.2. Delineamento experimental e análise estatística

O Delineamento foi o inteiramente casualisado, com os tratamentos dosagens de


biossólido e adubo NPK como parcela, e dias após adubação (DAA) como subparcela, com 6
repetições (vaso) para cada dosagem.
A análise estatística foi realizada por meio da análise de variância com o uso do
programa R®, e quando diferenças foram observadas, testes de média foram realizados entre
os tratamentos (Scott Knott, a 5% de significância).
24

3.3. Biossólido
O lodo utilizado no experimento foi coletado em leito de secagem da Estação de
Tratamento de Esgoto Curupy, do município de Sinop-MT. O efluente tratado na estação é de
origem domiciliar. Após coletado o lodo permaneceu armazenado em bombonas plásticas
para a redução da umidade, caracterização química e biológica (ROTA, 2021). O autor
também observou, que devidos às características do lodo, seu reuso foi aprovado, pois
cumpriu com as exigências definidas pela Resolução CONAMA n° 498/2020 (BRASIL, 2020).
Após a secagem, o lodo ficou armazenado em sacos plásticos fechados por aproximadamente
um ano. O material utilizado no experimento foi caracterizado por Rota (2021) em relação ao
teor de umidade, sólidos totais, fixos e voláteis, condutividade elétrica e valores de pH em
CaCl2 e KCl (Tabela 2), seguindo as metodologias de Matos (2012).

Tabela 2. Resultados das análises físicas e microbiológicas para o lodo da Estação de Tratamento de
Esgoto (LETE), Sinop, MT.
Parâmetros Unidades Resultado LETE
pH - 7,26
81,3 (Ubu1)
Umidade* %
434,9 (Ubs2)
Sólidos Totais % (m/m) 18,7
Sólidos Fixos dag kg-1 [% ST (m/m)] 9,51[50,7]
Sólidos Voláteis dag kg-1 [% ST (m/m)] 9,23 [49,3]
SV/ST - 0,49
Coliformes Fecais NMP (g de ST)-1 8,59 E3
Fonte: Rota, 2021. *Valor obtido da amostra assim que coletada. A umidade foi ajustada por meio de
secagem ao ar para os experimentos.
Rota (2021) obteve a contagem de 8,59E3 NMP (g de ST)-1 para os coliformes fecais,
valor descrito pelo autor como dentro do limite descrito pela Resolução CONAMA n° 498 de
2020. Segundo o valor médio dos sólidos totais, 51,8%, o biossólido foi classificado como
Classe B, e para os valores de substâncias químicas, foi enquadrado como Classe 1.
Antecedendo a implantação do experimento amostras do LETE armazenado foram
submetidas a novas análises a fim de obter os dados para cálculo das dosagens de biossólido
a ser a plicado (Tabela 3).
Tabela 3. Resultados das análises físicas e microbiológicas, Pré adubação, para o LETE, Sinop, MT.
Parâmetros Unidades Resultado LETE
pH - 7,26
36,28 (Ubu1)
Umidade %
56,94 (Ubs2)
Sólidos Totais % 63,71
25

Sólidos Fixos % 48,8


Sólidos Voláteis % 51,2
Fonte: o autor
26

3.4. Condições do ambiente.


Na Figura 5 estão apresentados os valores máximos, mínimos e médios diários de
temperatura (°C) e umidade relativa (%) obtidos a cada 30 minutos, com auxílio de Termo
Higrômetro Icel ® HT-4000, durante todo o período do experimento. Em relação a temperatura
observou-se máximas nos meses de janeiro e março (46,4°C e 45,6°C, respectivamente), e
menor em fevereiro (22,5°C).
Devido a irrigação diária a umidade relativa máxima apresentou-se constante,
diferentemente aos seus valores de mínima e média, onde ambos relataram altas próximo ao
final do experimento.

A B

Figura 5 – Variação da Temperatura do ar (A) e Umidade relativa (B) diárias na casa de vegetação
entre 16/12/2021 a 09/03/2022.
27

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Taxa de cobertura superficial (TCS)


No quadro 1, estão apresentadas as imagens feitas de cada vaso para a réplica 6,
durante as 5 análises de taxa de espalhamento realizadas ao decorrer do projeto. Em análise,
podemos observar que a grama apresentou crescimento em todas as dosagens.

Quadro 1 – Acompanhamento visual do desenvolvimento da grama (as imagens apresentam


imagens do mesmo vaso ao longo do tempo, em uma das seis réplicas avaliadas, T0.6, T1.6,
T2.6 e T3.6).
Dosagen DAA, d
s 0 21 42 63 84

T0
NPK

T1
15,7 Mg
ha-1

T2
11,8 Mg
ha-1

T3
19,6 Mg
ha-1

Os resultados da análise de variância mostraram que houve diferença significativa nos


valores de área de tapetes na interação parcela (dosagens de NPK e biossólido) e subparcela
(DAA) (p≤0,05). Os valores médios da área dos tapetes estão apresentados na Tabela 9.
28

Tabela 9 – Valores médios das áreas dos tapetes (cm2) e taxa de cobertura superficial (TCS, %) nas
dosagens de NPK e biossólido e nos dias após a aplicação (DAA)*.
DAA/TCS**
Dosagens
0 21 42 63 84
T0 - NPK 19,9aC /7 21,5aC /8 41,5aC /15 62,2cB /22 97,8cA /34
T1 - 15,7 Mg ha-1 20,1aD /7 31,3aD /11 74,9aC /26 131,0bB /46 186,9aA /66
T2 -11,8 Mg ha-1 20,0aD /7 30,8aD /11 67,1aC /24 110,2bB /39 142,0bA /50
T3 - 19,6 Mg ha-1 19,7aD /7 38,0aD /13 78,9aC /28 154,8aB /55 202,8aA /72
*Letras iguais e minúsculas nas colunas, iguais e maiúsculas nas linhas indicam que não há diferenças
pelo teste Scott-Knott a 0,05 de probabilidade de erro. ** com base na área total do vaso, 283,5 cm 2.

Avaliando as dosagens dentro de cada DAA, os valores de área dos tapetes foram
estatisticamente iguais entre os DAA 0 a 42 dias para a adubação NPK. Nesta mesma
dosagem, o maior valor de área foi para o dia 84 e o valor de área para o dia 63 foi inferior ao
dia 84. Para as dosagens de biossólido, 15,7 Mg ha-1, 11,8 Mg ha-1 e 19,6 Mg ha-1, os maiores
valores de área foram aos 84 dias, seguido pelos valores aos 63 e 42 dias. Para os DAA de
0 e 21 dias, os valores médios foram estatisticamente iguais entre as dosagens de biossólido,
e menores ao comparadas com a adubação NPK.
Mota (2016), ao testar diferentes doses de lodo em grama esmeralda, observou que
para as maiores doses de lodo de esgoto aplicadas (30 e 40 Mg ha-1), a cobertura com grama
demonstrou melhor desempenho. Corroborando com os dados encontrados por Backes et al.
(2009), a autora encontrou TCS de aproximadamente 90% aos 156 DAA utilizando doses de
40 Mg ha-1. A autora concluiu que para as maiores dosagens de lodo de esgoto (30 e 40 Mg
ha-1), os tapetes se apresentaram inteiros e sem abrasões, em sua totalidade, estando aptos
à comercialização.
Em relação ao desdobramento do DAA dentro de cada dosagem verificou-se que não
houve diferença de áreas entre as adubações, nas avaliações nos dias 0, 21 e 42. No dia 63,
o maior valor de área foi para a dosagem 19,6 Mg ha-1, seguida pelas dosagens 11,8 Mg ha-1
e 15,7 Mg ha-1, estatisticamente iguais entre si, e o menor valor de área foi para a adubação
NPK. Para dia 84, os maiores valores de área foram para as dosagens 19,6 Mg ha-1 e 15,7
Mg ha-1, estatisticamente iguais, seguido pela dosagem 11,8 Mg ha-1 e adubação NPK.
A taxa de cobertura da grama esmeralda apresentou valores maiores do que 50% na
maior dosagem de biossólido (19,6 Mg ha-1) após 63 dias, atingindo mais de 70% de cobertura
aos 84 dias. Na dosagem T1 (15,7 Mg ha-1), a TCS atingiu 66% aos 84 DAA. Para a dosagem
de biossólido de 11,8 Mg ha-1, a máxima cobertura foi de 50% aos 84 DAA e 34% de cobertura
na adubação NPK. Backes et al. (2009), constataram 10 a 12 meses como média nacional
29

para a formação de tapetes de grama esmeralda, o que os 84 DAA do presente estudo não
foi suficiente para determinar o tempo adequado para a CS atingir 100%.
Em estudos com composto de lodo de esgoto aplicado por meio de diferentes
dosagens em grama Esmeralda, Mota et al. (2019) observaram como 30 Mg ha-1 como sendo
a dose mais adequada para a produção de tapetes, devido a formação completa do tapete
aos 212 DAA após a adubação com tal dosagem, resultado que corrobora com valores de
dose ótima de 31 Mg ha-1 encontrada por Backes et al. (2009) ao analisar tal dose como a
responsável pelo fechamento completo do tapete aos 165 DAA.
Godoy e Villas Bôas (2006) em estudos com diferentes doses de N como adubação
em grama Esmeralda e Santo Agostinho, observaram os menores períodos para a formação
dos tapetes foram de cerca de 6 e 10 meses, respectivamente, uma vez que apresentaram
altas taxas de cobertura (99,2% e 99,33% para as doses de 350 e 400 Kg ha-1 de lodo de
esgoto), tapetes formados apresentaram boa qualidade visual e resistência ao manuseio.
30

4.2. Teor de clorofila Índice SPAD


A avaliação do índice SPAD mostrou que houve diferenças significativas (p≤0,05) entre
as parcelas (adubação convencional NPK e biossólido aplicados (T1, T2 e T3)), mas não entre
as subparcelas (tempos - DAA) (Tabelas 5 e 6).

Tabela 5 – Índice SPAD nas dosagens de biossólido e adubo convencional.


Dosagens Índice SPAD*
T0 - NPK 32,6 b
T1 - 15,7 Mg ha-1 40,3 a
T2 -11,8 Mg ha-1 36,7 b
T3 - 19,6 Mg ha-1 42,2 a
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 0,05 de
probabilidade de erro.

Os maiores valores médios do índice SPAD foram observados nos vasos com
aplicação do biossólido, nas dosagens 15,7 Mg ha-1 e 19,6 Mg ha-1, com valores médios e
estatisticamente iguais de 40,3 e 42,2, respectivamente. Para a dosagem 11,8 g vaso-1 e a
adubação com NPK, os valores médios do índice SPAD foram 36,73 e 32,59,
respectivamente. Estes valores médios são estatisticamente iguais entre si (p≤0,05),
diferentes e menores dos valores de clorofila obtidos nas dosagens 15,7 Mg ha-1 e 19,6 Mg
ha-1.
O índice SPAD, obtido por clorofilômetro portátil, mede a cor verde na folha, permitindo
observar de maneira rápida, econômica e não destrutiva a concentração indireta de nitrogênio
da planta (LEONARDO, 2013), uma vez que há correlação entre a concentração de nitrogênio
foliar, a intensidade da cor verde e o teor de clorofila nas folhas (GIL et al., 2012).
De acordo com Backes et al. (2010), maiores valores de clorofila estão relacionados
aos maiores valores de cor verde, e estes ocorrem em maiores quantidades de nitrogênio. No
caso do presente estudo, em que as dosagens de nitrogênio da adubação com NPK e
biossólido na dosagem 15,7 Mg ha-1 são iguais, (300 kg ha-1), a resposta em termos de
clorofila indicou maiores valores médios do índice SPAD para a adubação com o biossólido.
Assim, tem-se que o biossólido permitiu melhor aproveitamento do nitrogênio pela grama.
Santos e Castilho (2015) obtiveram resultados contundentes quanto a concentração
de nitrogênio foliar e o teor de clorofila em estudos com diferentes substratos, onde o substrato
composto com matéria orgânica e areia 3:1 apresentou melhores resultados, tanto que o autor
sugeriu como o indicado ao cultivo do gramado.
Segundo Backes et al. (2010), a diferença nos valores de clorofila entre as dosagens
de lodo aplicado é justificada pela influência da intensidade da cor verde da folha em relação
31

a concentração de nitrogênio, uma vez que quanto maior é a concentração de clorofila, maior
será a produção de carboidratos e consequentemente, maior será a intensidade da cor verde
e mais elevada a taxa de enraizamento e espalhamento dos tapetes de grama. Corroborando
com isso, no presente trabalho, as maiores dosagens de biossólido (15,7 Mg ha-1 e 19,6 Mg
ha-1) apresentaram maiores teores de clorofila (40,3 e 42,2, respectivamente) e também
maiores taxas de espalhamento (66% e 72% aos 84 DAA, respectivamente).
Godoy; Villas Bôas (2006) obtiveram resultados referentes ao controle da dosagem de
nitrogênio em estudos sobre a produção de tapetes de grama, uma vez que este nutriente é
o mais influente nas respostas das gramas, como coloração, crescimento, entre outros. Altas
dosagens de nitrogênio são capazes de acelerar o tempo de produção dos tapetes, pois
favorecem o rápido crescimento da parte aérea. Por outro lado, os autores destacam que o
favorecimento da parte aérea deteriora a evolução do sistema radicular, produzindo tapetes
mais frágeis no momento de corte. Tais dados se contrapõem com os valores encontrados no
presente trabalho, onde para as maiores doses (15,7 Mg ha-1 e 19,6 Mg ha-1), foram
encontrados os maiores valores de massa fresca aérea e volume de raízes, simultaneamente.
Mota (2016) também observou alteração no índice de cor verde de maneira crescente
e proporcional ao aumento da dose de lodo aplicada, ao trabalhar com tapetes de grama
esmeralda. Tal proposta, reforça a ideia de que a coloração verde das folhas está relacionada
à quantidade de nitrogênio liberada pelo composto utilizado na adubação. Godoy e Villas Bôas
(2004) observaram valores acima de 37 unidades SPAD como responsáveis pelo rápido
crescimento e espalhamento da grama esmeralda. Foram encontrados nas doses 15,7 Mg ha-
1
e 19,6 Mg ha-1 médias superiores a 37 unidades SPAD, doses estas responsáveis também
pelas maiores taxas de espalhamento (Tabela 5 e Tabela 9).

Tabela 6 – Índice SPAD nos dias após a aplicação (DAA).


DAA Índice SPADns
21 36,31
42 37,39
62 41,07
84 37,04
ns
– não significativo

Ao serem comparados os valores médios do índice SPAD no decorrer dos dias após
a aplicação das adubações não foram observadas diferenças significativas entre os tempos
(Tabela 6). Essa observação indica que a cor verde, e indiretamente a concentração de
nitrogênio na grama se manteve constantes ao longo dos 84 dias.
32

Boeira (2004), ao trabalhar com diferentes dosagens de lodo de esgoto, observou que
nos primeiros dias após a aplicação a taxa de mineralização do nitrogênio era maior,
favorecendo a maior disponibilidade de nitrogênio. No decorrer do tempo, as taxas foram
diminuindo, com tendência à estabilidade, com a mineralização se tornando lenta, mas
contínua. Assim, neste estudo, a estabilidade dos valores do índice SPAD indicam que a o
tempo de 84 DAA não foi suficiente para observar a variação da disponibilidade do nitrogênio
para a grama.
33

4.3. Cor das folhas

Para a análise da cor foram avaliados os parâmetros ângulo de coloração e índice de


croma. A análise de variância destes parâmetros não mostrou diferenças significativas entre
as dosagens (p≤0,05).

Tabela 7 – Valores dos ângulos de coloração, índice croma e distância entre dois pontos no espaço
tridimensional.
Dosagens C*ns H*ns ΔEns
T0 - NPK 13,25 -55 44,7
T1 - 15,7 Mg ha-1 14 -59,7 45,6
T2 -11,8 Mg ha-1 14 -35,1 45,7
-1
T3 - 19,6 Mg ha 14,7 -54,8 45,9

Apesar de não serem identificadas diferenças em relação aos dados apresentados na


Tabela 7, buscou-se avaliar a percepção humana em relação à cor (Tabela 8), de acordo com
a norma DIN 6174 (1979) (Tabela 1).

TABELA 8. Comparações entre os tratamentos sobre a percepção humana para diferentes valores de
ΔEab de acordo com a norma DIN 6174 (1979)
Diferenças Classificação
Comparações
ΔE
T0 – T1 0,915 Pequena
T0 – T2 1,0557 Pequena
T0 – T3 1,2383 Pequena
T1 – T2 0,1407 Imperceptível
T1 – T3 0,3233 Muito pequena
T2 – T3 0,1826 Imperceptível

Os resultados mostram que as maiores diferenças foram encontradas ao comparar a


adubação com NPK com as adubações a base de lodo de esgoto (T1, T2 e T3), ou seja, de
acordo com a percepção humana há pequena diferença entre a coloração das folhas dos
tapetes de grama que foram adubados com o biossólido com a dos que foram adubados com
NPK.
34

4.4. Análise destrutiva


Os valores médios de massas aéreas verde e seca e volume de raízes indicaram que
houve diferenças significativas (p≤0,05) entre os tratamentos (Tabela 4).

Tabela 4 – Massas fresca aérea (MFA) e Massa seca aérea (MSA), volume de raízes (VR) e massa
seca de raízes (MSR) nas dosagens de biossólido e adubo convencional.
Tratamentos MFA*(g) MSA*(g) VR*(cm3) MSR*(g)
T0 - NPK 8,5 c 3,8 b 73,5 b 19,6 a
T1 - 15,7 Mg ha-1 19,9 b 8,3 a 131,7 a 26,6 a
T2 -11,8 Mg ha-1 16,4 b 7,0 a 120,8 a 27,7 a
T3 - 19,6 Mg ha-1 25,9 a 10,3 a 148,3 a 31,9 a
* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 0,05
de probabilidade de erro.

Em relação a massa fresca aérea (MFA), a maior dosagem de biossólido (19,6 Mg


biossólido ha-1) diferiu significativamente dos demais tratamentos (25,9 g). Por outro lado, a
adubação por NPK, apresentou menor MFA (8,5 g). Os valores de MFA nas dosagens de
biossólido de 11,8 e 15,7 Mg biossólido ha-1 apresentaram valores de 19,9 e 16,4 g,
estatisticamente iguais entre si, maiores do que os valores de MFA da adubação NPK, e
menores do que a dosagem 19,6 Mg biossólido ha-1 (p≤0,05).
De acordo com esses resultados verifica-se que a parte aérea da grama respondeu
melhor à adubação com biossólido, e com o maior valor de MFA para a maior dosagem deste.
Por outro lado, Backes et al. (2009) evidenciaram que o aumento das dosagens de
biossólido promoveu redução da massa dos tapetes de grama esmeralda. Para os autores,
isso é um ponto positivo na produção comercial de grama, uma vez que, com a diminuição do
peso dos tapetes é possível o carregamento de maior número de tapetes com a mesma carga.
Mota (2016) constatou maior resistência à integridade dos tapetes na dosagem 30 Mg
ha-1 de lodo/biossólido. O autor indicou também que doses maiores que essa, promoveram
menor resistência dos tapetes. Isso pode ser explicado uma vez que doses maiores de lodo
implicariam em aumento da área foliar e redução na produção de raízes e rizomas, o que foi
observado também no estudo de Backes (2008).
O valor médio de massa seca aérea (MAS) para a adubação NPK apresentou o menor
valor (3,8 g), estatisticamente diferente das dosagens de lodo de esgoto, sendo que nestas
os valores de MAS se mostraram estatisticamente iguais (8,3, 7,0 e 10,3 g).
Resultados semelhantes foram encontrados por Silva et al. (2015) e Mota (2016)
utilizando lodo de esgoto como forma de adubação orgânica para a grama esmeralda, onde
35

doses de 30 e 40 Mg ha-1 foram responsáveis pelos melhores resultados quanto à produção


da MAS dos tapetes.
Em estudos com adubação nitrogenada em grama Zeon Zoysia, Trindade (2001)
encontrou acréscimos nas massas secas das folhas e raízes nas doses de 40, 80 e 160 Kg
ha-1, quando comparadas ao controle, respectivamente 12,27%, 5,59% e 12,87% para as
folhas; 10,57%, 11,08% e 29,82% para raízes.
Para volume de raiz observou-se o mesmo comportamento obtido na MAS, com menor
valor médio na adubação NPK (73,5 mL) estatisticamente diferente da adubação com
biossólido (131,7, 120,8 e 148,3 mL), estatisticamente iguais entre si.
O resultado do volume de raízes indica que o biossólido aplicado contribuiu para o
desenvolvimento das raízes. Esta variável é muito importante comercialmente, uma vez que
está ligada diretamente a formação e resistência dos tapetes, favorecendo o manuseio destes
(BACKES et al., 2009) e também a resistência às intempéries e ao pisoteio (SANTOS;
CASTILHO, 2015).
Apesar das diferenças entre adubações nos resultados do volume de raízes, para a
massa seca de raízes não foram verificadas diferenças significativas entre os tratamentos
(adubações), sendo tal resultado um indicativo que os tratamentos realizados com o
biossólido favoreceram a retenção de água pelas raízes, tornando-as mais turgidas e com
maior volume, o que favorece a resistência da grama.
36

5. CONCLUSÃO

Os resultados encontrados evidenciam que o biossólido pode ser empregado em


grama esmeralda.
O crescimento e manutenção da grama se mostra igual ou superior quando o
biossólido é empregado em comparação à adubação NPK.
Nas dosagens de biossólido 15,7 e 19,6 Mg ha-1 foram obtidos os maiores valores de
massa seca de grama, de índice SPAD e espalhamento da grama (aos 84 DAA).
37

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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