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Sara Carolyne Gomes Ramos

Fichamento dos textos preparatórios para a realização do


TCC, Texto “DO TEMPO AO CLIMA: notas introdutórias do
estudo do clima”, Prof. Dr. Jeater W. M. C. Santos

RONDONÓPOLIS MT
2024
O Texto “DO TEMPO AO CLIMA: notas introdutórias do estudo do clima”, do Prof.
Dr. Jeater W. M. C. Santos, começa abordando a longa história do fascínio do ser humano pelo
"tempo" (condições atmosféricas), que retrocede ao princípio da vida humana. A 6.000 a.C as
pessoas já possuíam teorias para explicar e ter uma noção do funcionamento do tempo. O texto
fala sobre pessoas que mesmo com o avanço da ciência ao passar dos séculos, sem a
compreensão do clima e das condições atmosféricas, há pessoas que acreditam em ditos
populares e não na ciência do tempo, por exemplo, há culturas de pessoas que acreditam que as
chuvas intensas estão relacionadas com a lua cheia, porém ainda não há estudos científicos que
venham comprovar esse acontecimento.
O texto fala que logo após o início do século XX, duas disciplinas tiveram destaque nos
estudos do tempo e do clima: a Meteorologia e a Climatologia. Essas disciplinas apresentam
abordagens diferentes para melhor compreensão e análise das características atmosféricas; A
frase “É a duração dos fenômenos analisados que marca a distinção entre o campo de atuação
destas duas disciplinas." salienta a diferença precisa entre as disciplinas de Climatologia e
Meteorologia com fundamento na escala de tempos dos próprios estudados. Se a análise tem
base nos eventos atmosféricos de curta duração, trata-se da disciplina de Meteorologia; porém
se a mesma análise for de forma externa para padrões climáticos de longa duração,
Climatologia. É basicamente essa a mensagem que o autor nos passa quando coloca na primeira
página essa frase em destaque. Ele salienta que apesar dessas ciências possuírem diferenças elas
se complementam, essa complementação se faz necessária para entender o sistema atmosférico.
Um exemplo disso é quando a Meteorologia pode tratar do microclima ao curto prazo
analisando variações climáticas de escalas locais, e já a Climatologia contribui para
compreender o clima ao longo das décadas, ajudando a identificar padrões de longo prazo, o
efeito antrópico e suas causas.
O texto fala sobre um breve resgate histórico sobre as duas ciências das quais o texto
iniciou abordando: Meteorologia e Climatologia. Para o autor do texto, a Meteorologia é a
ciência dos meteoros, ou a ciência das coisas do ar; ou seja Chuva, neblina, arco-íris e
relâmpagos. Desde os séculos V e IV a.C os filósofos tentavam entender o tempo de maneira
mais lógica, abandonando assim suas concepções mitológicas. No período do Renascimento,
em meados do século XV, foram inventados instrumentos e formuladas leis da física que
pudessem obter uma melhor compreensão da atmosfera e do ar. No século XIX o foco passou
a ser a previsão do tempo, porém só no século XX com o avanço da tecnologia que ela pode se
tornar efetivamente possível para curtos períodos, como horas ou dias. Assim como a
Meteorologia, o texto nos mostra que a Climatologia é uma outra ciência antiga, que busca
entender também de forma racional, o clima. Os filósofos gregos de nome Hipócrates e
Aristóteles, por volta de 400 a.C, fizeram uma tentativa de explicar o clima. Aristóteles dividiu
o planeta em 5 zonas climáticas para explicar as diferenças da duração do dia e especificação
dos raios solares. Desde o século XII, navegantes árabes, europeus e também indianos
começaram a descrever a circulação atmosférica, facilitando a navegação e contribuindo para
as primeiras reflexões teóricas sobre a atmosfera, ambas ciências possuem um desenvolvimento
mais significativo no século XX, logo no início, graças aos avanços em diversas áreas da
ciência.
Desde o Renascimento até meados do século XIX, os cientistas inventaram instrumentos
como o pluviômetro, medição, barômetro e higrômetro. Pascal e Boyle desenvolveram leis
sobre pressão e compressibilidade de gases. Ferdinando criou a primeira rede de coleta de dados
meteorológicos em 1653. Redes permanentes de observação encontraram nos países ricos em
meados do século XIX (EUA em 1847, Inglaterra em 1850, etc.). Halley propôs a primeira
teoria da Circulação Geral Atmosférica em 1686. Balões e balões-sonda foram usados para
medir a atmosfera, identificando a estratosfera em 1899. Apesar dos avanços, algumas
interações no sistema climático ainda não são totalmente compreendidas.
O texto em discursão fala que embora o tempo seja algo que a gente perceba no dia a
dia, o clima ele vai exigir uma abstração e vai envolver os estudos dos caracteres da camada
inferior da atmosfera em contato com a superfície terrestre. A Climatologia ela parte da
geografia física e vai se relacionar com outras disciplinas, como a Geografia Humana e a
Biológica, pois as características do ambiente é que vão influenciar o clima. Ele seria resultado
da interação de forma complexa de quatro meios: atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera,
com a inclusão da nossa influência, a influência humana. O texto segue nos mostrando que a
Climatologia tem base na Meteorologia que vai estudar atmosfera e suas tendências, porém ela
busca uma análise de forma mais ampla dos elementos que constituem o clima. A Climatologia
e a Meteorologia compartilham o mesmo objeto de estudo, que seria a atmosfera, porém os seus
objetivos é que vão diferenciar essas duas ciências, pois o foco da Climatologia é a compreensão
do clima ao longo prazo.
De acordo com Pédelaborde (BALDIT Apud PÉDELABORDE 1970, P.9), conforme
citado por Santos (P.5) o tempo “é o conjunto de valores que, em um dado momento e em um
determinado lugar, caracterizam o estado atmosférico”. Baseada na contribuição de Albert
Baldit, o "tempo", no contexto específico dos meteorologistas, refere-se ao conjunto de valores
que caracterizam o estado atmosférico em um momento e local específico. Em outras palavras,
a definição destaca que o tempo, na perspectiva dos meteorologistas, envolve a análise e
descrição das condições específicas, como temperatura, umidade, pressão, vento, entre outros,
em um ponto específico da Terra em um instante preciso. Essa definição ressalta a natureza
imediata e momentânea das condições atmosféricas que os meteorologistas estudam e preveem.
Sorre (1934) Sorre designa "tempo" como as condições diárias observadas na coluna
atmosférica de um local específico.Ele destaca propriedades dinâmicas e estáticas, como
composição química, pressão, tensão dos gases, temperatura, grau de saturação, comportamento
quanto aos raios solares, poeiras ou materiais orgânicos em suspensão, estado do campo
elétrico, velocidade e movimentação das moléculas.Essa abordagem do tempo pelos geógrafos
inclui uma visão mais abrangente das características atmosféricas diárias.
Beltrando (2004) Para Beltrando, o tempo é visto como um indicador do estado local de
um sistema meteorológico.Ele destaca que é a atmosfera em contato com a superfície da Terra,
caracterizada por várias variáveis intensivas que mudam em diferentes pontos do sistema.Essa
definição ressalta a relação entre o tempo e o sistema meteorológico local.
Vigneau (2000) Vigneau descreve o "tempo" como aquilo que percebemos e
comentamos diariamente. Ele inclui aspectos visíveis e imediatos, como a cor do céu,
nebulosidade, ocorrência de incidentes (principalmente quando fortes e acompanhados de
trovões e relâmpagos) e outras características momentâneas do ambiente, como temperatura,
umidade, vento, etc. cotidiano e subjetivo das condições atmosféricas.
Definição de clima: tem origem da língua grego e tem relação com a inclinação dos
raios solares e à topografia.
Definições de Meteorologistas citados no texto:
Hann (1834): Conjunto de fenômenos atmosféricos que caracterizam a média do tempo
em algum lugar.
Koppen (1931): Conjunto de condições atmosféricas que tornam um lugar mais ou
menos habitável para seres vivos.
Poncelet (1956): Mistura de elementos físicos, químicos e biológicos que caracterizam
principalmente a atmosfera e influenciam a vida

Definições de Geógrafos citados pelo texto:


Max Sorre (1934): Série de estados atmosféricos em sequência habitual sobre um lugar.
Pédelaborde (1970): Clima resulta da combinação de características duradouras da
atmosfera com a superfície terrestre.
Ayoade (1988): Clima é a síntese do tempo em um lugar por cerca de 30-35 anos,
considerando interações com outros ambientes.
Vigneau (2000): Clima é o ambiente predominante em um lugar devido às
características atmosféricas.
Hufty (2001): Clima representa trocas de energia e água entre a Terra e a atmosfera,
influenciando diretamente a vida.

Climatologia:
Física: Estudo dos elementos físicos do clima.
Dinâmica: Estudo das dinâmicas atmosféricas relacionadas ao clima.
Aplicada (Bioclimatologia): Aplicação dos conhecimentos climáticos, especialmente
relacionados à vida.
O clima resumidamente é como o tempo se comporta ao longo de muitos anos em um
lugar, afetando a vida na terra.

Meteorologia:
Propósito: Estuda a atmosfera, usando as leis da física, para entender o seu
funcionamento. Antes focava na análise estática, mas mudou para uma abordagem mais
dinâmica-sinóptica, priorizando a previsão do tempo.
Métodos: Usa métodos matemáticos para entender fenômenos físicos na atmosfera
(relâmpagos, raios) e suas condições para prever o tempo.
Então, Meteorologia é a ciência que analisa a atmosfera para prever o tempo, focando
em eventos como relâmpagos e raios.

Climatologia:
Propósito: Busca definir climas em um contexto geográfico, coonsiderando tipos de
tempo, interações com o espaço e impactos em seres vivos.
Evolução: Inicialmente, era analítica-separativa, descrevendo climas globais. Depois,
adotou uma visão mais sintética, enfocando em interações e dinâmicas, influenciada por
geógrafos como Pédelaborde e Monteiro.
A Climatologia contemporânea entende o clima como um elemento dinâmico na
organização do espaço, influenciando recursos naturais e afetando a vida socieconômica e os
seres vivos. A Climatologia tem um amplo campo de atuação, dividido com base em tópicos e
escalas dos fenômenos atmosféricos analisados
Tópicos enfatizados:
Climatologia Regional: Entende e explica os climas de diferentes regiões do planeta
Climatologia Aplicada: Aplica conhecimentos climatológicos para resolver problemas
práticos, como na agricultura ou em áreas urbanas
Climatologia Histórica: Estuda o desenvolvimento dos climas ao longos do tempo.
Escala dos fenômenos:
Macroclimatologia: Estuda grandes áreas (~5.000 Km) e os movimentos atmosféricos
em larga escala.
Mesoclimatologia: Analisa o clima em áreas relativamente pequenas (10 a 100 km
aproximadamente)
Microclimatologia: Foca no estudo do clima próximo á superfície, em áreas muito
pequenas (menos de 100m).

A Climatologia ela vai explorar diferentes aspectos dos climas em várias regiões,
aplicando esse conhecimento em situações práticas e investigando como os climas evoluíram
ao longo do tempo, tudo isso em escalas que variam de grandes áreas do planeta até espaços
muito pequenos.

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