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Um abismo após outro

Jonas se dispôs, mas para fugir da presença do Senhor, para Társis; e, tendo
descido a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua
passagem e embarcou nele, para ir com eles para Társis, para longe da
presença do Senhor. Jonas 1:3

O pecado é danoso, ofende a santidade de Deus, e causa separação entre


nós e o nosso Deus (Is 59.2). O pecado oferece aquilo que não pode dar: paz,
alegria, aconchego, tranquilidade, mas na verdade traz tristeza, dor, vergonha,
separação.
E apesar da linguagem bíblica falar de “separação”, e aparentar haver
possibilidade de estarmos “distantes” de Deus, quando nos deparamos com a
doutrina da onipresença divina, percebemos que é impossível estar longe de Deus,
seja geográfica ou espiritualmente; pois ele está realmente em todos os lugares, ele
é Espírito Infinito. Na verdade, estas expressões falam da comunhão graciosa com
o Senhor.
Jonas por um momento parece ter se esquecido dessas características
divinas, relembradas do ventre do peixe, o lugar mais inimaginável até para ele, e
isso por meio da oração.
O pecado da desobediência seduziu Jonas, de modo que o plano de fugir da
presença de Deus o levou para o lugar mais longe possível desta doce comunhão,
a presença de um Deus que sente indignação todos os dias (Sl 7.11).
Geograficamente, com intenção didática, o texto fala de Deus nas alturas,
com o pecado de Nínive subindo até ele (Jn 1.2), e de Jonas descendo um abismo
após outro: Jonas estava disposto a fugir da presença do Senhor (Jn 1.3),
querendo o juízo de Deus ao oriente, em Nínive, tentou ir para ocidente, em
Társis; disposto a desobedecer, ele faz este trajeto descendo em rebeldia, e
conforme o texto hebraico: “desceu para Jope”, “desceu no barco” (Jn 1.3),
“desceu para o porão”, “deitou” (Jn 1.5), e depois “desceu até os fundamentos dos
montes”, “desceu à sepultura” (Jn 2.6). Jonas não conseguiu fugir da presença de
Deus, mas, com a desobediência, trocou comunhão preciosa pela ira de Deus, que
ele desejava para Nínive.
Não há possibilidade de se ausentar da presença de Deus (Sl 139.7-12), mas a
desobediência pode nos levar para perto da sua justa ira. Enquanto a nossa velha
natureza nos seduz à desobediência como solução para os dilemas, a vida de Jonas
aponta para o resultado dela, um abismo após o outro, tendo a ira como destino. Se
você tem trilhado este doloroso caminho, lembre-se de que há um caminho de volta à
comunhão com Deus, um novo e vivo caminho, que pertence ao Senhor (Jn 2.9); não
da resoluta desobediência até a morte, mas da obediência até a cruz (Fp 2.8), este
novo e vivo caminho foi trilhado por Cristo em nosso lugar, a fim de que nele
pudéssemos subir junto ao seu trono.

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