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E OBRAS
HIDRÁULICAS
PROF. GUILHERME ARAUJO VUITIK
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
www.uca.edu.br
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salvo quando
emissão indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
de conceitos.
HIDROLOGIA E
OBRAS HIDRÁULICAS
PROF. GUILHERME ARAUJO VUITIK
SUMÁRIO
AULA 01 CICLO HIDROLÓGICO 05
AULA 02 BACIA HIDROGRÁFICA 10
AULA 03 BALANÇO HÍDRICO 17
AULA 04 PRECIPITAÇÃO (PARTE 1) 24
AULA 05 PRECIPITAÇÃO (PARTE 2) 36
AULA 06 INFILTRAÇÃO 45
AULA 07 EVAPOTRANSPIRAÇÃO 52
AULA 08 ESCOAMENTO SUPERFICIAL 61
AULA 09 HIDROGRAMA UNIT
UNITÁRIO
ÁRIO 71
AULA 10 PREVISÃO DE VAZÕES 78
AULA 11 TRANSPORTE DE SEDIMENTOS 89
AULA 12 CONTROLE DE ENCHENTES 95
AULA 13 REGULARIZAÇÃO DE VAZ
VAZÕES
ÕES 101
AULA 14 BARRAGENS 109
AULA 15 CANAIS 116
INTRODUÇÃO
Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação,
distribuição espacial, suas propriedades físicas e químicas e sua relação com o
ambiente, inclusive com os seres vivos. A Hidrologia é, portanto, o estudo da água
na superfície terrestre, no solo e no subsolo.
Podemos tratar e Hidrologia como uma das ciências da engenharia, a qual tem
muitos aspectos em comum com a meteorologia, geologia, geograa, agronomia,
engenharia e a ecologia, e que utiliza como base os conhecimentos de hidráulica,
física, química, biologia e estatística.
Os problemas relacionados à água geralmente requerem um enfoque
multidisciplinar,r, segundo o qual diversos especialistas
multidisciplina especialis tas contribuem em suas áreas
para entender a situação e alcançar a melhor alternativa,
altern ativa, sob determinados
critérios. Os estudos hidrológicos geralmente envolvem técnicas originárias ou
desenvolvidas a partir de conceitos de outras áreas, os quais serão apresentados
neste livro, e que o prossional que lida com a Hidrologia deve estar familiarizado, ser
capaz de aplicá-las e entender seus resultados.
Neste livro serão abordados, também, alguns conceitos de obras hidráulicas.
Com o domínio da disciplina de Hidrologia, é possível estudar intervenções na bacia
hidrográca e no ciclo hidrológico, pois os impactos destas ações refletem num dos
AULA 1
CICLO HIDROLÓGICO
O ciclo hidrológico é o conceito central da Hidrologia, conforme mostrado na Figura
1.1. A energia solar aquece ar, solo e águas superciais, resultando na evaporação
da água e no movimento das massas de ar. O vapor de água aglutina-se, formando
nuvens. Em determinadas condições, o vapor d’água condensado, e aglutinado na
forma de nuvens, pode retornar à superfície terrestre como precipitação.
A evaporação da água dos oceanos é a principal fonte de vapor no ciclo hidrológico,
no entanto, a evaporação de água dos solos, dos rios e lagos e a transpiração da
vegetação são também contribuintes. A precipitação que atinge a superfície terrestre
pode inltrar no solo ou escoar supercialmente até atingir um curso d’água. A parcela
da água que inltra umedece o solo, alimenta os aquíferos e cria o fluxo de água
subterrâneo. Em escala global, considera-se que o ciclo hidrológico é fechado.
A água sofre alterações de qualidade ao longo das diferentes etapas do ciclo
hidrológico. A água salgada do mar é transformada em água doce pelo processo de
evaporação. A água doce que inltra no solo, por sua vez, dissolve os sais presentes
no solo, e os carrega através dos rios até os oceanos. O mesmo acontece com um
grande número de outras substâncias dissolvidas e em suspensão.
AULA 2
BACIA HIDROGRÁFICA
2.1. DEFINIÇÃO
Bacia hidrográca é uma superfície compreendida por um conjunto de terras, por onde
corre um rio principal e seus afluentes, incluindo cabeceiras, ou nascentes, divisores
d’ água, cursos d’água principais, afluentes, subafluentes, entre outros (Figura 2.1).
A água escoa dos pontos altos em direção aos mais baixos e o terreno da bacia é
gerado pelo desgaste que a água exerce sobre o relevo de determinada área, podendo
resultar em diversas formas: vales – depressões nas montanhas, planícies mais ou
menos largas, maior ou menor quantidade de nascentes (VIEIRA, 2006).
Para Tucci (2012), a denição de bacia se estende para uma área de captação
natural da água de precipitação que converge o escoamento para um único ponto de
saída. Entendendo que, a bacia hidrográca é composta de um conjunto de superfícies
vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até
resultar em um leito único no seu exutório. Da mesma forma, Silva (1995) refere-se
à bacia hidrográca como uma compartimentação geográca natural delimitada por
divisores
afluentes.de água, drenada supercialmente por um curso d’água principal e seus
Quando a bacia hidrográca é adotada como unidade de gestão dos recursos
hídricos, é denido um espaço geográco a m de auxiliar o planejamento regional,
controlar o aproveitamento dos usos da água na região, proteger e conservar as
fontes de captação nas partes altas da bacia e discutir com diferentes pessoas e
setores as soluções para os conflitos (VIEIRA, 2006). É necessário destacar que a
bacia hidrográca está relacionada ao espaço físico e não político, isso faz com que
fronteiras entre município
municípios,
s, estados, ou até mesmo países, não interra na delimitação
delimitação
da área de uma bacia.
As diferentes utilizações dos recursos hídricos e sua necessidade vital para o homem
faz com que ocorra uma exploração prejudicial destes recursos que podem gerar graves
problemas ambientais ao longo do tempo, visto que a necessidade de utilização destes
recursos pode resultar em uma ação não planejada, favorecendo a degradação do
meio ambiente. Com base nesta premissa, os estudos relacionados à caracterização
siográca em bacias hidrográcas, apresentam-se com um papel fundamental, a m
de tornar a utilização destes recursos em uma ação consciente dos recursos naturais.
Para caracterização siográca de uma bacia hidrográca entende-se que são todos
aqueles dados que podem ser extraídos de mapas, fotograas aéreas e imagens de
satélite. Basicamente são áreas, comprimentos, declividades e coberturas do solo
medidas diretamente ou expressas por índices mais utilizados (TUCCI, 2012).
Os principais impactos produzidos por alterações no uso e na cobertura do solo
em bacias são: a diminuição da capacidade de inltração, o aumento do escoamento
supercial e, consequentemente, dos processos erosivos, a diminuição da cota do leito
dos rios e, portanto, o aumento de cheias e inundações (GROVE et al., 1998).
bacia podem ser obtidas através de imagens de satélite, fotograas aéreas e mapas
de hidrograa. Para Moura (2008) a caracterização siográca e o conhecimento dos
dados de vazões,
que resulta permite outilização
na adequada maior planejamento
dos recursose controle
hídricos. sobre obras de engenharia,
A determinação das características siográcas se apresenta de forma quantitativa,
sendo que Alves e Castro (2003) concluem que os resultados obtidos desta determinação
possibilitam a qualicação das alterações ambientais presentes nas bacias.
formato da bacia. Tende para unidade em bacias circulares e diminui em bacias com
formatos
da bacia ealongados.
a sua área.Segundo Andrade desse
A determinação et al. (2008), esse índice
fator utiliza relaciona
a seguinte o perímetro
equação:
(12,57∙A)
Ic= __________
P2
Ordem dos cursos d’água: este parâmetro diz respeito à classicação do grau de
ramicações e/ou bifurcações observados na bacia hidrográca. A classicação de
ordenamento dos cursos mais utilizada é a proposta por Horton (1945) e modicada
por Strahler (1957).
de
o comprimento bacia
drenagem datotal hidrográca.
dos Suaedeterminação
cursos d’água consisteO numa
a área de drenagem. relação
parâmetro entre
é obtido
através da equação:
Rd
Dd= ___
A
Em que: Dd = é a densidade de drenagem (km/km²); Rd = rede de drenagem (km);
A= é a área da bacia (km²).
O tempo de concentração pode ser denido como o tempo necessário para que
toda a bacia contribua para o escoamento supercial em uma seção considerada. De
forma simplicada, é o tempo que leva uma gota de água mais distante, até o trecho
considerado na bacia, ou seu exutório (FENDRICH, 2008).2008). Sendo assim, devido à
urbanização, quanto maior a impermeabilização das áreas, menor será o tempo de
concentração da bacia (REZENDE; ARAUJO, 2015). Segundo Tomaz (2002) existem
somente três maneiras para a água ser transportada em uma bacia, que são: escoamento
supercial, escoamento em tubos e escoamento em canais incluso sarjetas.
As fórmulas para determinar
determina r o tempo de concentração têm como fatores de cálculo,
de modo geral, as características morfométricas da bacia hidrográca como área,
comprimento do talvegue, rugosidade do córrego ou canal e a declividade. Para o
cálculo do tempo de concentração existem diferentes equações, que para a avaliação
do seu critério de uso devem ser considerados fatores como a amostragem de bacias
para a elaboração da equação, localidade do estudo, que influencia a taxa de inltração
easpermeabilidade do solo,que
equações adaptadas e ofornecem
ano do estudo,
maior que é vericado
abrangência para
para os poder selecionar
cálculos do que
suas equações originais.
As recomendações para a utilização de determinada equação variam conforme a
extensão da Bacia, região em que ela está localizada e deve ser escolhida a partir de
uma avaliação criteriosa, como armam Souza e Sobreira (2017), a determinação do
tc ocorre através de fórmulas empíricas, podendo ocorrer imprecisões e incertezas por
não considerar a variabilidade espacial e temporal da bacia.
Entre as diferentes fórmulas para a determinação, este estudo avaliará a utilização
dos métodos de Kirpich (1940), Ven Te Chow (adaptado por Wilken, 1978), Témez
do Otalvegue
métodoprincipal
de Doodge(m/m).
(TUCCI, 1998) foi determinado a partir de dados de dez bacias
em áreas rurais, na Irlanda, com áreas entre 140 e 930 km², supondo parâmetros para
O método
Barragens de de Giandotti
Terra editado(1953) foi em
em 1973, recomendado no Regulamento
Portugal, sendo normalmentede Pequenas
utilizado em
bacias com áreas superiores a 300 km² (SOUZA; SOBREIRA, 2017), em outras literaturas
variando para bacias maiores que 170 km². As bacias que foram utilizadas para a
elaboração desta equação, eram localizadas em região montanhosa na Itália.
4 +1,5L
tc= ____________
0,8
AULA 3
BALANÇO HÍDRICO
3.1 BALANÇO HÍDRICO/EQUAÇÃO FUNDAMENTAL
sendo:
ΔS = variação de armazenamento hídrico (volume);
Δt = variação de tempo;
Qe = afluência hídrica (descarga); e
Qs = efluência hídrica (descarga).
sendo:
ΔS = variação do armazenamento na superfície do terreno;
P = precipitação;
INT = interceptação (geralmente considerada irrelevante);
E = evaporação;
I = inltração; e
ES = escoamento supercial.
sendo:
ΔV = variação do armazenamento no solo;
I = inltração;
ET = evapotranspiração; e
G = inltração profunda.
O balanço hídrico para grandes rios toma por base a área de drenagem que abriga
o curso d’água principal e seus afluentes, ou seja, a sua bacia hidrográca. Em geral é
utilizado para avaliar a disponibilidade hídrica para determinado uso e é calculado na escala
anual, na qual se pode considerar a variação do armazenamento de umidade desprezível.
0=P-(INT+E+T+ES+EB)
Exemplo 3.2: Considere uma bacia com 10 hectares onde o total anual precipitado
médio é de 1.300 mm e a vazão média na seção exutória é de 16 L/s.km². Nesta bacia,
pretende-se implantar um lago, inundando 1/3 da área total da bacia. Supondo que a
evaporação direta no reservatório é estimada em 1.150 mm/ano, calcule o decréscimo
percentual na vazão média.
OBS: 1 km2 = 100 ha.
Resolução:
Antes da construção do reservatório:
Antes da construção do reservatório os componentes do balanço hídrico podem
ser postos em conformidade com o esquema da Figura 3.3:
A aplicação da equação do balanço hídrico conduz
a:
−4
Qs = q.A ⇒ Qs = 16.10 m 3 /s
VP .A − Q s .∆t Q s .∆t
⇒ E
T = = P− = E
T = 795,4 mm/ano
Figura 3.3 Componentes do balanço hídrico após
a criação do reservatório A A
=
como A
L 1/3A,
Q s ′ .∆t = P.A − ET.(2/3.A) − E.(1/3.A)
Ät
Qs′ − Q s
∴Ä
Q s (%) = .100 = −23,4 %
Qs
O balanço hídrico de curto prazo para corpos d’água é usado para prever as
consequências de afluências e retiradas hídricas do corpo d’água. Geralmente, considera
curtos períodos de tempo, para os quais a variação do armazenamento na superfície
do terreno (ΔS) deve ser levado em conta. São exemplos a passagem de uma onda de
cheia e a reconstituição de vazões afluentes naturais a sistemas de aproveitamentos
hídricos dotados de reservatórios.
O registro de sequências temporais de vazões em diversos pontos de um curso d’água
é muitas vezes necessário para a modelagem do processo de sucessão de vazões e
realização de previsões futuras. Entretanto, a partir do instante
inst ante em que aproveitamentos
hídricos (reservatórios, retiradas hídricas, irrigação, etc.) são construídos ao longo dos
cursos d’água, a avaliação das afluências naturais, denominada reconstituição, só é
possível através do balanço hídrico. Observe a Figura 3.5, correspondente ao balanço
hídrico realizado na base diária para os reservatórios do Sudeste/Centro Oeste
Oest e do Brasil
(bacias do Tietê, Paranapanema, Paraná e Paraíba do Sul), onde se pode constatar
que a reconstituição das afluências naturais depende do conhecimento dos dados
operacionais das usinas hidrelétricas em operação ao longo dos cursos d’água.
Figura 3.5 Auências e deuências - valores vericados em 31/05/2004 nas usinas do Sudeste/Centro Oeste do Brasil
Fonte: adaptado da ONS (2004).
AULA 4
PRECIPITAÇÃO (PARTE 1)
4.1 INTRODUÇÃO
Figura 4.1 – Tipos de chuva segundo a origem do processo de formação das nuvens
Fonte: Blog Observatório Histórico Geográco (2021)
Os processos
relativamente convectivos
curta. produzem
Problemas chuvas
de inundação emde grande
áreas intensidade
urbanas e de duração
estão, muitas vezes,
relacionados às chuvas convectivas.
extensão e movimentam-se
frontais são caracterizadas de forma
pela relativamente
longa lenta,
duração e por por essegrandes
atingirem motivo, extensões
as chuvas
(TUCCI, 2012).
que
pelo corresponde ao tempo
menos uma vez de retorno
em janelas de 25de
temporais anos é igualada ou superada em média
25 anos.
Em que: PXm, PAm, PBm e PCm são as precipitações médias nos postos X, A, B e C,
respectivamente; PX é a precipitação no posto X a determinar; PA, PB e PC são as
precipitações nos postos A, B e C, respectivamente, no intervalo de tempo referente
àquele da precipitação no posto X a determinar.
Devido à grande variabilidade temporal e espacial da precipitação, o método da
ponderação regional não é recomendado para correções em séries de dados diários,
sendo normalmente empregado para correções em séries mensais ou anuais.
Se os pontos deentre
proporcionalidade tal gráco se alinharem
os dados dos dois em umaem
postos reta aproximada,
questão, comoisso indica
ilustra uma
a Figura
4.4-A.
A frequência dos totais precipitados pode ser analisada segundo diferentes aspectos,
Neste método bastante simples, chamado método empírico, os dados são dispostos
em ordem decrescente, e é atribuído a eles um número de ordem (m) – m = 1 para o
maior valor, m = 2 para o segundo maior valor, e assim sucessivamente até o menor
valor disponível, representado por n, que é o tamanho da série de dados. A frequência
percentual ou probabilidade de ocorrência pode ser determinada pelo método Califórnia
Califór nia
ou pelo método Kimball.
m
f= __ Método Califórnia
n
m
f= ____ Método Kimball
n+1
Em que PA, PB, PC, PD, são as precipitações nos postos A, B, C e D, respectivamente,
e P m é a precipitação média na bacia.
Figura 4.5 - Postos com dados disponíveis para estimativa da precipitação média da bacia do exemplo
Fonte: o autor
suas áreas de influência. A partir da disposição espacial dos postos, são traçados os
polígonos de Thiessen, os quais denem a área de influência de cada posto.
Figura 4.6 - Exemplo do traçado dos polígonos de Thiessen, para estimativa da precipitação média na bacia, com base nos dados dos postos A, B, C e D.
Fonte: o autor
Figura 4.7 - Denição dos polígonos de Thiessen e das áreas de inuência dos postos A, B, C e D para estimativa da precipitação média na bacia do
exemplo
Fonte: o autor
AULA 5
PRECIPITAÇÃO (PARTE 2)
A estimativa da precipitação é fundamental para o dimensionamento de obras
hidráulicas, seja para a previsão de disponibilidade hídrica para usos múltiplos, ou
para a determinação da capacidade de reservação e condução de água que as obras
de drenagem devem apresentar. Neste capítulo, discutiremos metodologias para
previsão dos totais anuais de precipitação, que refletem a disponibilidade de água
numa determinada região, e a previsão de chuvas intensas, que repercute nas vazões
de drenagem supercial.
EXEMPLO 1
O quadro abaixo apresenta os totais anuais precipitados na cidade B, no período
de 1949-1963:
ANO P (mm)
1949 1185
1950 1205
1951 1630
1952 1386
1953 2165
1954 1234
1955 1267
1956 1432
1957 1683
1958 1408
1959 1167
1960 1197
1961 1730
1962 1462
1963 1470
A área total abaixo da curva Z, vale 1. Sendo 0,5 para cada lado da origem.
Analisando a tabela que apresenta a área da curva Z, verica-se que a área entre a
origem (Z = 0) e (Z = -1,62) é 0,4474, conforme pode ser vericado a seguir.
b. Determinar a precipitação que ocorrerá, pelo menos, uma vez a cada 100 anos.
Em que:
i = intensidade da precipitação (mm/h)
t = duração da precipitação (min)
Tr = período de retorno (anos)
K, a, b e C – constantes de ajuste locais, obtidas pelo ajuste dos dados.
As curvas IDF são diferentes em diferentes locais. Dessa forma, a curva IDF da
estação E, vale para a região próxima a ela. Não dispomos de longas séries de dados
pluviométricos em todas as cidades brasileiras, dessa forma, muitas vezes, é necessário
considerar que a curva IDF de um local é válida para uma grande região do entorno.
No Brasil existem estudos de chuvas intensas com curvas IDF para a maioria das
capitais dos Estados e para algumas cidades do interior, apenas. Na Tabela 5.1 são
apresentados os coecientes para algumas cidades do estado de São Paulo.
Tabela 5.1 – Coecientes para a equação de chuvas intensas para diversos municípios do estado de São Paulo
Fonte: PLUVIO 2.1
EXEMPLO 2
Estimar a intensidade de precipitação para uma chuva
c huva com 5 minutos e período de
retorno de 10 anos, para os municípios de Araraquara, Botucatu e Garça.
Solução:
Araraquara:
Botucatu:
Garça:
Nota-se que, mesmo aplicando o mesmo tempo de retorno (Tr) e mesmo tempo de
duração da precipitação (t), as intensidades das precipitações calculadas são muito
diferentes entre as cidades avaliadas no exercício. Portanto, a escolha da IDF deve
ser feita com cautela quando se objetiva dimensionar uma estrutura hidráulica.
EXEMPLO 3
Determine o tempo de retorno (Tr) para que a chuva de projeto, cuja duração é 10
minutos, não ultrapasse 100 mm/h na cidade de Ubatuba/SP.
Ubatuba:
AULA 6
INFILTRAÇÃO
Na Engenharia Civil, a inltração ganha destaque ao representar a parcela da
precipitação que irá penetrar no solo e, portanto, não gerará escoamento supercial
direto. Ademais, contribui para o abastecimento dos aquíferos. Neste capítulo,
estudaremos o processo de transporte da água através da superfície do solo.
Por ser a camada de contato com a superfície, a água presente nesta zona sofre
ação da evaporação e é também absorvida pelas raízes das plantas, sendo eliminada
depois pela transpiração, em função da fotossíntese. Ocorre também a ascensão da
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Em que Q é o fluxo de água (m³/s); A é a área (m²) que é o fluxo de água por unidade
de área (m/s); K é a condutividade hidráulica (m/s); h é a carga hidráulica (m) e x a
distância percorrida pelo escoamento (m).
A condutividade hidráulica K é fortemente dependente do tipo de material poroso.
Assim, o valor de K para solos arenosos é próximo de 20 cm/h. Para solos siltosos
este valor cai para 1,3 cm/h, e em solos argilosos este valor cai ainda mais para 0,06
cm/h. Portanto, os solos arenosos conduzem mais facilmente a água que os solos
argilosos, e a inltração e a percolação da água no solo são mais intensas e rápidas
nos solos arenosos que nos solos argilosos.
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instante, sob tais condições. A taxa de inltração, por sua vez, representa a taxa efetiva
com que está ocorrendo, naquele instante, a inltração no solo. Percebe-se, então, que:
Figura 5.2 - Pers de umidade do solo: (a) transcorrido algum tempo do início da precipitação; (b) e algum tempo depois de cessar a precipitação.
Fonte: o autor
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Em que:
f = taxa de inltração num instante qualquer (ou no instante t) (mm/h).
fc = taxa de inltração nal (capacidade de inltração na condição de saturação)
(mm/h).
fo = taxa de inltração inicial (valor de f para t=0); taxa de inltração quando o solo
está seco (mm/h).
t = tempo (horas ou minutos).
k = constante de decaimento da infiltração (deve ser determinado a partir de
medições no campo).
Tal equação representa o decaimento da taxa de inltração ao longo do tempo, sendo
válida para uma precipitação sempre superior à capacidade de inltração (TUCCI, 2012).
Tucci, Porto e Barros (1995) apresentam alguns valores de referência para
determinados tipos de solo (Tabelas 6.1). Sendo os solos do tipo A = arenosos profundos
com pouca argila; B = Arenoso menos profundo que A e com permeabilidade acima da
média; C = Solo com teor acima da média de argila e; D = Solo com argila expansiva
e pouco profundo.
Parâmetro Solo A Solo B Solo C Solo D
fo 250 200 130 80
fc 25 13 7 3
k 2 2 2 2
Tabela 6.1 - Valores dos parâmetros fo e fc (em mm/h) e k de acordo com o tipo de solo
Fonte: Tucci, Porto e Barros (1995)
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EXEMPLO 1
Usando a equação de Horton, encontre a taxa de inltração de água em um solo
do tipo argila expansiva e pouco profundo (D), no tempo de 30 minutos.
Solo tipo D:
fo = 80
fc = 3
k= 2
t = 30 min = 0,5 h
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AULA 7
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
Compreende-se como evapotranspiração a soma da evaporação e transpiração
vegetal. Ambos são processos de transporte da superfície terrestre para a atmosfera
na forma de vapor. São fundamentais para a compressão da disponibilidade hídrica
nas diferentes regiões do planeta, bem como na manutenção da temperatura da Terra.
Neste capítulo, estudaremos esses dois processos que são vetores que podem receber
maior ou menor destaque, a depender do porte da obra hidráulica a ser projetada. Por
exemplo, as perdas de água que ocorrem nos reservatórios das usinas hidrelétricas
ou reservatórios que regularizam a vazão para as usinas podem ser muito relevantes.
7.1 INTRODUÇÃO
No ciclo hidrológico, o retorno da água para a atmosfera ocorre por meio do processo
da evapotranspiração. Esse processo restou mal compreendido até o início do século
XVIII, quando Sir Edmond
Edmond Halley comprovou que a água evaporada da superfície
terrestre era suciente para abastecer os rios, na forma de precipitação.
A evapotranspiração é o conjunto de dois processos: evaporação (processo físico)
e transpiração (processo siológico).
Evaporação é o processo físico de transporte da água na fase líquida (lagos, rios,
reservatórios, poças, e gotas de orvalho) para a atmosfera na forma de vapor.
A umidade do solo (água presente nos espaços intergranulares) é também transferida
para a atmosfera por evaporação. No entanto, é mais comum neste caso o transporte
por meio de transpiração.
A transpiração, por sua vez, está ligada à fotossíntese. Um processo que começa
pela retirada da água do solo pelas raízes das plantas, transporte através do caule e
folhas até a passagem da água para a atmosfera através dos estômatos, na forma
de vapor.
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7.1 EVAPORAÇÃO
A evaporação
moléculas ocorre
de todas quando a água
as substâncias que passa da fase
não estão líquida parade
na temperatura a fase gasosa.
0 K (zero As
Kelvin
ou zero absoluto) estão em constante movimento, seja no estado líquido ou gasoso.
No caso das moléculas de água, algumas delas dispõe de energia suciente para
romper a barreira da superfície, deixando a massa líquida
líqu ida e passando para a atmosfera,
enquanto outras moléculas de água, inicialmente na forma de vapor, retornam ao
líquido, fazendo o caminho inverso, devido à alguma perda de energia. A evaporação
ocorre quando a taxa de moléculas que deixam a massa líquida é maior do que a que
taxa que retorna.
As moléculas de água no estado líquido estão relativamente unidas por forças de
atração intermolecular.
intermolecular. No vapor, as moléculas estão muito mais afastadas do que na
água
grandelíquida, e a força
quantidade de intermolecular é inferior.
energia para realizar No processo
o trabalho de evaporação
de afastar é exigida
as moléculas entre
si, as quais estão ligadas por forças intermoleculares. A quantidade de energia que
uma molécula de água no estado líquido precisa para romper a superfície e evaporar
é chamada calor latente de evaporação. O calor latente de evaporação pode ser dado
por unidade de massa de água, conforme equação abaixo:
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condição
100% estádesaturado
saturação (funçãoe da
de vapor, temperatura).
ar com Assim, ar
umidade relativa de com umidade
0% está relativa de
completamente
isento de vapor.
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b) Temperatura
Temperatura do ar
A temperatura do ar é diretamente proporcional à sua capacidade de retenção de
vapor d’água.
Quanto maior a temperatura, menor a pressão de saturação.
c) Umidade do ar
A umidade do ar representa a quantidade de vapor de água presente no ar, interferindo
na pressão exercida por essa quantidade de vapor. Quanto maior a umidade, tem-se
que a quantidade de vapor presente é mais próxima da quantidade máxima possível
(saturação) e, portanto, mais próxima é a pressão exercida por essa quantidade de
vapor em relação
relação à pressão de saturação (ou seja, menor é o gradiente), é menor é
a evaporação;
d) Velocidade do vento
O ventor renova o ar úmido que está em contato com a superfície líquida. Como
o transporte de vapor na atmosfera ocorre por difusão, o gradiente (diferença entre
a quantidade de água no ar e na superfície) é mandatório nesse processo. Tanto a
convecção natural como a forçada podem promover o deslocamento das massas de ar.
Existem diversos métodos para estimar a evaporação que ocorre em uma determinada
bacia hidrográca, sendo os principais:
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7.2 EVAPOTRANSPIRAÇÃO
EVAPOTRANSPIRAÇÃO
O termo evapotranspiração compreende a soma da evaporação com a transpiração
vegetal, em uma bacia hidrográca. Além dos estudos hidrológicos de modo geral,
a evapotranspiração constitui um interesse especial para o balanço hídrico agrícola,
onde são avaliadas as disponibilidades e as demandas hídricas, servindo para vericar
a necessidade de irrigação (época, quantidade).
A evapotranspiração é um dos processos envolvidos na interação solo-vegetação-
atmosfera, através da qual ocorrem trocas de calor, energia e água, e que constitui
objeto de estudo de muitas pesquisas atualmente.
Como o propósito de equalizar a diferença entre a pressão de vapor no ar ao redor
das folhas das plantas e a pressão de vapor no interior das mesmas, as plantas
liberam vapor d’água pelos seus estômatos. Percebe-se, assim, que o processo de
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ET=P-Q
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AULA 8
ESCOAMENTO SUPERFICIAL
Durante boa parte do século XX, os estudos hidrológicos sobre rios tiveram como
objetivo avaliar
avaliar a viabilidade
viabilidade de construções de barragens e reservatórios para geração
de energia elétrica, ou canalização e reticação de rios para acelerar o escoamento
supercial.
Mais recentemente, o rio passou a ser estudado como um local onde ocorrem
múltiplos eventos físicos, químicos e biológicos, através de uma abordagem sistêmica
(SCHWARZBOLD, 2000).
Parte das substâncias que aporta no rio é transformada por ele: sicamente, ocorre
a transformação dos materiais em solução por dissolução ou por abrasão (atrito
com o leito do rio e com outras partículas em suspensão); quimicamente, ocorre a
transformação dos nutrientes, a formação de soluções eletrolíticas, a oxidação de
moléculas etc.; biologicamente, no rio também ocorre oxirredução de compostos pela
atividade bacteriana.
É possível caracterizar um rio em três regiões distintas, a saber:
i. curso superior ou terras altas: corresponde à região da cabeceira da bacia, onde
nasce o rio e o terreno apresenta maiores declividades;
ii. curso médio: região de transição entre o curso ssuperior
uperior e o curso inferior;
inferior;
iii. curso inferior ou terras baixas: parte mais baixa da bacia com menor declividade.
O rio tende a apresentar maior largura nessa região, formando grandes planícies
de inundação (várzeas).
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Figura 8.2 - Ilustração da topograa do terreno ao longo do rio, caracterizando as partes alta (1), média (2) e baixa (3).
Fonte: adaptado de EPA (1998)
Na Figura 8.3 é apresentada uma seção transversal do rio, formada pela calha
principal e pela planície de inundação. Durante a maior parte do tempo, o fluxo de água
ca contido na calha principal do rio. Na época de cheias, no entanto, o fluxo aumenta,
juntamente com o nível da água. Havendo extravasamento da água além da calha
principal, serão inundadas as planícies vizinhas ao rio. Nas planícies de inundação
as velocidades de escoamento são inferiores às velocidades na calha principal, em
função da resistência que a vegetação e as rochas impõem ao escoamento.
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Figura 8.3 - Seção transversal de um rio, com indicação da calha principal e da planície de inundação, onde: (a) nível da água no rio quando o escoamento
está apenas na calha principal; (b) nível da água no rio na época de cheia, ocupando a planície de inundação.
Fonte: o autor
Figura 8.4 - Indicação das variáveis profundidade, largura, área e velocidade do escoamento em uma seção transversal de um rio
Fonte: adaptado de EPA (1998)
8.1 CURVA-CHAVE
CURVA-CHAVE
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Tais fatores podem ser vistos como critérios para garantir que a geometria da
seção transversal escolhida permaneça praticamente constante ao longo do tempo,
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o que permite comparações entre as medições em diversas épocas. Uma vez que o
escoamento na seção não é influenciado por características especícas daquele local,
ele pode ser considerado representativo do escoamento no trecho do rio.
A velocidade do escoamento varia ao longo da altura da coluna de água (profundidade)
e ao longo da largura do rio (Figura 8.6). Por esse motivo, determinados métodos
baseiam-se na medição da velocidade da água em vários pontos, ao longo da seção
transversal.
Figura 8.6 - Exemplo do comportamento da velocidade do escoamento dentro de três seções transversais
Fonte: adaptado de EPA (1998)
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Esse método é geralmente adotado para rios de pouca profundidade e com leito
rochoso, onde o uso de molinete é dicultado, e consiste em injetar uma substância
concentrada e medir a concentração em um certo ponto a jusante. A partir das
concentrações injetadas e medida a jusante é determinada a vazão do rio. A escolha
da substância deve levar em conta os custos de aquisição, não ser corrosivo nem
tóxico, ser de
de fácil medição da concentração, ser bem solúvel e não estar presente
naturalmente na água do rio (SANTOS et al., 2001). Segundo tais autores, o bicromato
de sódio é bastante usado, além de isótopos radiativos (Na, Br, P) ou mesmo sal
comum (NaCl).
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8.3 HIDROGRAMA
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É muito difícil delimitar com precisão as linhas divisórias dos diversos componentes
de um hidrograma. Entretanto, há alguns métodos empíricos simples, que permitem
separar esses componentes com o propósito de análise do hidrograma.
a) Denição dos pontos de início e término do escoamento supercial direto
O início do escoamento supercial direto é facilmente identicável no hidrograma,
pois nota-se uma elevação repentina
repentin a na vazão. O ponto de término, por outro lado, pode
ser mais complexo de identicar, pois a curva de depleção apresenta um decaimento
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suave, tornando difícil denir com exatidão o ponto em que o escoamento deixa de
ser direto e passa a ser básico.
O trecho do hidrograma em que há apenas escoamento básico segue uma lei de
decaimento exponencial com o tempo. Portanto, o término do escoamento supercial
pode ser determinado pelo seguinte processo:
- Inicialmente determina-se a faixa onde provavelmente
provavelmente está o término do escoamento
supercial direto;
- Quando o decaimento exponencial é expresso na escala logarítmica, o gráco
gerado é uma reta, portanto plotam-se os pares de valores, tempo vs vazão em escala
mono-log, denindo uma reta que representa o escoamento básico;
- O ponto onde a reta do escoamento básico separa-se do hidrograma dene o
ponto C na Figura 8.6.
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AULA 9
HIDROGRAMA UNITÁRIO
O Hidrograma Unitário (HU) trata-se de um hidrograma de escoamento supercial
direto, no qual a área sob esta curva corresponde a um volume unitário, resulta do de
uma chuva efetiva com intensidade e duração unitárias.
A denição de chuva unitária normalmente é compreendida como uma chuva
com 1 mm e duração de 1h de duração. Além disso, admite-se que essa chuva seja
uniformemente distribuída sobre a bacia.
As informações obtidas com o emprego do Hidrograma Unitário podem ser
empregadas na determinação de um hidrograma de projeto para diferentes situações.
9.1 PRINCÍPIOS DO HU
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O hidrograma unitário para regiões onde não há dados históricos é estimado pelo
hidrograma unitário sintético, o qual possui algumas variáveis características que
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Em que:
L = comprimento do rio principal (km).
Lcg = distância do centro de gravidade da bacia em km, medido ao longo do curso
principal, desde a seção considerada até a projeção do centro de gravidade sobre o rio.
Ct = coeciente numérico, variável entre 1,8 e 2,2, sendo os menores valores para
bacias com grandes inclinações.
A partir da observação do gráco declividade vs tempo de pico para a região dos
Montesalgumas
Brasil, Apalaches, Snyderforam
pesquisas estabeleceu que aCtBacia
feitas para está compreendido
do Ribeirão dasentre 1,8 para
Motas, e 2,2.este
No
caso obteve-se Ct = 0,82.
Quando a duração da chuva é corrigida para t’r, corrige-se também o tp:
Em que:
A = área de drenagem em km2.
Cp = coeciente numérico variável entre 0,56 e 0,69. Para a Califórnia, Linsley
constatou valores entre 0,35 e 0,50.
O tempo de base do hidrograma unitário é estimado por:
onde:
tb = é expresso em horas;
tp = em horas;
A = área da bacia em km 2;
qp= m 3/s;
W50 e W75 em horas.
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As larguras (W75 e W50) são muito úteis, já que sem elas, o hidrograma plotado se
baseia em apenas três pontos o que causaria grande imprecisão.
Para simplicar,
simplicar, o hidrograma unitário pode ser aproximad
aproximadoo por um triângulo, denido
pela vazão de pico e pelo tempo de pico e pelo tempo de base – Hidrograma triangular
triangular..
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EXEMPLO 1
Determine a vazão de pico, através do hidrograma unitário SCS para a chuva de
duração de 10 minutos em uma bacia de 3,0 km² de área de drenagem, comprimento
do talvegue de 3100 m, ao longo do qual existe uma diferença de altitude de 93 m.
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AULA 10
PREVISÃO DE VAZÕES
As séries de dados fluviométricos (vazões) disponíveis na maior parte dos locais
são relativamente curtas, não superando algumas dezenas de anos. Por meio da
previsão empírica de probabilidades não é possível extrapolar a estimativa
est imativa para tempos
de retorno maiores. Se existem apenas 18 anos de dados observados numa série de
dados, as probabilidades empíricas permitem estimar vazões máximas de Tr próximo
de 18 anos.
É possível estimar vazões máximas anuais, para períodos de retorno maiores, a partir
part ir
de modelos probabilísticos, como no caso das chuvas anuais. Nota-se, no entanto, que
as vazões máximas não seguem a distribuição normal (Figura 10.1). Uma estratégia
para superar essa questão é utilizar a distribuição log-normal. Nesta distribuição
estatística, supõe-se que os logaritmos das vazões seguem uma distribuição normal.
Figura 10.1 - Vazões máximas em um posto uviométrico genérico. Comparação entre o ajuste normal e log-normal
Fonte: o autor
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De acordo com Almeida e Serra (2017), o Método Racional foi proposto por Mulvany
por volta de 1850, com o objetivo de prever a vazão máxima decorrente de um evento
de chuva. Esse método tem registros na literatura no m do século XIX, devido a suas
aplicações nos projetos de redes de esgoto. Como descreve Batista (2010), o método
racional é o mais utilizado pelos prossionais de engenharia, é o que apresenta valores
mais desfavoráveis, ou seja, aqueles que devem ser utilizados no dimensionamento
dos órgãos de drenagem, e que garantem maior segurança em casos extremos.
O método racional estima a vazão máxima de escoamento supercial di reto de
uma determinada área, submetida a uma precipitação cuja intensidade é calculada
para o tempo de duração igual ao tempo de concentração da bacia. A equação abaixo
resume o método racional.
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EXEMPLO 1
Determine a vazão de projeto para a obra de uma pequena barragem, instalada no
exutório de uma bacia em Piracicaba/SP. Adotar Tr = 100 anos.
Dados da bacia:
Área = 3,5 km²
Comprimento do curso d’água principal = 600 m
Cota da nascente = 880 m
Cota do exutório = 850 m
Composição da bacia: 25% superfícies impermeáveis; 25% terreno estéril e ondulado;
50% solos cultivados em zonas altas.
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O método Ven Te Chow, segundo Bianchi et al., (2012) permite analisar áreas que
não possuem dados fluviométricos, calculando vazões de enchentes decorrentes da
precipitação incidente, atribuindo um tempo de retorno, estabelecendo assim, relação
com o risco hidrológico para a determinada chuva crítica ou vazão de projetos na
previsão de enchentes e elaboração de obras hidráulicas. Neste método a chuva
efetiva, ou seja, a chuva excedente ou escoamento supercial é a maior responsável
pelas vazões de cheias em pequenas bacias urbanizadas.
O método proposto por Ven Te Chow empregou o Método do Soil Conservation
Service (SCS) para a avaliação da chuva efetiva ( Pe). O coeciente de escoamento
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O tempo de retorno (Tr) é decidido pelo risco hidrológico aceitável para a comunidade;
para obras hidráulicas o Tr já é estipulado e seu valor varia de acordo com o tipo de
ocupação da área (FENDRICH, 2008).
O grupo do solo é um parâmetro determinante para estabelecer o coeciente de
Deflúvio ou escoamento supercial (N). A Tabela 10.2 determina o valor do número
de Deflúvio (N).
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arbustos C Más 55 62 70 78 86
C Médias 42 59 67 75 82
C Boas 50 56 64 72 79
SR Más 35 550
0 62 74 83
SR Boas 30 42 55 68 78
Reflorestamento
C Más 30 45 57 69 80
C Boas 25 36 52 64 75
Máás
M 32 40 55 67 76
Mata, capoeira velha
Boas 18 25 42 58 70
Máás
M 65 72 78 84 88
Gramados tratados
Boas 59 67 74 81 86
SR Más 80 85 90 93 95
Estradas de terra C Boas 74 80 86 90 92
Áreas urbanizadas 9988 98 98 98 98
Tabela 10.2 - Número de Deúvio conforme o tipo de uso do solo
Fonte: Fendrish (2008)
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O objetivo deste estudo é determinar a forma geral dos hidrográcos para pequenas
bacias hidrográficas1 por meio de uma expressão matemática contendo certos
parâmetros que podem ser correlacionados com características físicas identicáveis
e de fácil obtenção da bacia hidrográca (WU, 1963). Pode-se então desenvolver um
hidrográco de projeto para áreas não amontoadas a partir da precipitação de projeto
desejada e certas características da bacia hidrográca que podem ser determinadas
a partir de um mapa topográco da bacia.
Os fatores avaliados para o método de I-PAI
I-PAI WU são, como já revisados anteriormente:
Área de drenagem (A); Comprimento da corrente principal ( L); Inclinação média do
talvegue (S); fator de forma da bacia hidrográca (f). A fórmula neste método é expressa
da seguinte maneira:
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Exemplo 2
Calcule a vazão no exutório da bacia, pelos métodos racional e I-PAI-WU, para a
bacia hidrográca com as seguintes características:
• Área - A = 20000 ha (200 km²)
• Coeciente de runoff - c = 0,30 (grau de impermeabilidade baixo)
• Comprimento do talvegue - L = 35 km
• Diferença de cotas entre nascente e exutório - Δh = 60 m
• Período de retorno - T = 50 anos
Equação idf:
1902,39.Tr 0,152
______________
i=
(t+21)0,893
L3 0,385
___
tc = 57 ∙( )
H
35 3
___ 0,385
∙
tc = 57 ( 60 )
tc= 715 min ∽12 h
1902,39.500,152
i = ______________
(715+21)0,893
i = 9,5 mm/h
Método Racional
(c∙i∙A)
Q= ______
360
0,30 ⋅9,5⋅200
Q= _____________
3,6
Q=158 m³/s
Método I- PAI-WU
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Segundo Batista et al., (2002) a fórmula de McMath pode ser utilizada em bacias
maiores que 50 ha, porque seu fator de correção impede que a vazão aumente na
mesma proporção que a área da bacia. Entretanto a fórmula não abrange bacias de
grandes dimensões, como acima de 800 ha, por apresentar valores pequenos a partir
part ir
desta área. A equação é descrita como:
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AULA 11
TRANSPORTE DE SEDIMENTOS
Após uma precipitação, descontados o volume interceptado pela vegetação,
evapotranspirado, inltrado e retido nas depressões do solo, é formado o escoamento
es coamento
supercial pelas superfícies vertentes da bacia hidrográca. A trajetória e a velocidade
desse escoamento são denidas pelos obstáculos encontrados, como irregularidades
na superfície do solo, depressões, inclinação, rochas, árvores etc. Decorrente disto, o
escoamento perde energia ao longo de seu percurso pelas vertentes, em função do
atrito, sendo parte dessa energia gasta para desagregar solos e rochas, deslocando
partículas do seu local de origem até pontos a jusante, seja na própria superfície ou
até arroios e rios.
Enquanto se processa o escoamento
escoamento no leito dos rios,ocorre
rios,ocorre também o arraste de
partículas do fundo e paredes do canal, as quais são carreadas pelo fluxo de montante
para jusante, bem como aquelas partículas que aportaram pelo ao rio juntamente com
o escoamento das vertentes.
Dessa forma, concomitante ao ciclo hidrológico, ocorre o que se denomina de
ciclo hidrossedimentológico, o qual se refere ao transporte de sedimentos na bacia
hidrográfica. SedimentosOsão
transporte e deposição. entendidos
ciclo os materiais erodidos
hidrossedimentológico e suscetíveis
é intimamente ao
vinculado
e dependente ao ciclo hidrológico, visto que o primeiro necessita de escoamento
supercial nas vertentes e na rede de drenagem, o qual é proporcionado pelo segundo,
para haver o deslocamento, transporte e deposição de partículas sólidas.
O ciclo hidrossedimentológico é compreendido como um ciclo aberto, já que o
deslocamento e transporte de sedimentos sempre ocorre para trechos a jusante da
bacia hidrográca. Uma partícula sólida localizada na superfície vertente da bacia, ao
ser carreada pelo escoamento supercial até um rio, não mais retorna àquele ponto de
origem na vertente, podendo ser levada para trechos a jusante do rio ou ser depositada
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o ciclo hidrossedimentológico passou a ser estudado com mais rigor, haja vista sua
relação com o ciclo hidrológico. Ademais, o transporte de sedimentos está associado
a riscos de degradação dos solos, leitos dos rios e dos ecossistemas fluviais, bem
como riscos de contaminação dos sedimentos por produtos químicos, com sérios
impactos ambientais.
Pode-se enumerar algumas questões problemáticas correlatas ao transporte de
sedimentos:
Carreamen to de solos. A depender do tipo de solo, do uso e da ocupação
a) Carreamento
(florestas, plantações ou áreas urbanas), pode haver carreamento de solos em
maior ou menor grau, arrastando consigo fertilizantes, pesticidas, e demais
produtos que eventualmente tenham sido lançados sobre o solo;
b) Recobrimento de áreas cultiváveis por sedimentos estéreis. Sedimentos carreados
pelo próprio rio de áreas a montante das lavouras podem prejudicar o crescimento
vegetal no curso médio e, sobretudo, nas planícies de inundação;
c) Assoreamento de reservatórios.
reservatórios. A cons
construção
trução de rese
reservatórios
rvatórios potencialmente
potencialmente
obstrui o transporte natural de sedimentos pelos rios. Em função da redução
da velocidade do escoamento, as partículas que estão sendo transportadas se
depositam no fundo, causando o assoreamento. O reservató
reservatório
rio pode perder
perder boa
parte de sua capacidade de armazenagem de água, dependendo da intensidade
com que esse processo ocorre. Os sedimentos retidos no fundo do reservatório
podem ser necessários em alguma seção de jusante .
d) O acúmulo de ssedimentos
edimentos depos
depositados
itados no fundo
fundo dos canais e dos reservatórios
reservatórios
prejudica o seu funcionamento. Torna-se então necessária constante manutenção
e/ou dragagem;
e) Quanto maior a concentração
concentração de sólidos (dissolvidos ou em suspensão) na
água de rios e lagos, maiores os prejuízos à qualidade da água, decorrendo em
aumentos nos custos de tratamento para a água de abastecimento público e
industrial;
f) Erosão de rodovias, ferrovias e oleodutos;
g) Com a passagem da onda de cheia, os sedimentos depositados em áreas
inundadas precisam ser removidos.
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Uma partícula recém sedimentada apenas irá cessar seu movimento se ocorrer
deposição e posterior consolidação. Ela pode, portanto, tocar o fundo do rio, parar por
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Figura 11.1 - Principais regiões do sistema natural de produção de sedimentos em uma bacia hidrográca.
Fonte: o autor
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Ao longo do comprimento
comprimento do do curso d’água,
água, varia a sua morfologia,
morfologia, desde a
cabeceira até sua foz. Como consequência, os sedimentos transportados também
variam conforme o trecho de rio considerado (alto, médio ou baixo curso). De modo
simplicado, pode se considerar:
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AULA 12
CONTROLE DE ENCHENTES
As enchentes estão associadas, sobretudo,
sobretudo, à ocorrência de precipitações
precipitações intensas,
as quais decorrem grandes aportes de água ao rio, praticamente ao mesmo tempo.
Esse aporte de água concentrado corresponde a um volume de água maior do que
aquele que o rio tem capacidade de transportar
transport ar,, normalmente, na sua calha principal.
Como consequência, ocorre o extravasamento do rio, o que caracteriza a inundação.
Um mesmo volume precipitado caindo na mesma região pode não acarretar
inundações, dependendo do tempo que essa precipitação levou para acontecer
acontecer.. Caso
a intensidade da precipitação seja relativamente pequena, isto é, o volume precipitado
tenha ocorrido ao longo de uma grande duração, o rio pode ser capaz de escoar toda
a água resultante da transformação chuva-vazão. É fácil perceber que quanto maior a
intensidade da chuva, maior é a tendência de causar inundações, mantidas as demais
características constantes.
Os prejuízos associados às inundações decorrem, sobretudo, da ocupação das
planícies de inundação pela população. Essa ocupação é associada, muitas vezes,
ao próprio desenvolvimento histórico da região, na medida que a proximidade com
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O principal tipo de ocupação nas áreas sujeitas a inundações é feito de forma irregular
pela população mais carente. Essa população prefere então ocupar as áreas ribeirinhas,
mesmo às vezes sabendo do risco de inundações. Enquanto isso, a população com
melhores condições nanceiras ocupa áreas da bacia geralmente com pequeno risco
de inundação. Como consequência, as enchentes trazem prejuízos mais acentuados
à população de maior vulnerabilidade social.
É importante ressaltar que a ocupação das áreas ribeirinhas também está associada
à frequência de ocorrência das cheias. Cada região tem um regime pluviométrico
especíco que condiciona a ocorrência periódica de precipitações mais intensas e,
consequentemente,
consequentem ente, de inundações. A despeito da aleatoriedade do regime de chuvas e
de vazões no rio, estatisticamente, há uma tendência
t endência de que as enchentes ocorram com
uma certa frequência, caracterizando o tempo de retorno, ou seja, o tempo estimado
para que um determinado evento seja igualado ou superado pelo menos uma vez. No
caso de enchentes associadas a tempos de retorno relativamente altos, como 10 ou
20 anos, por exemplo, o que ocorre muitas vezes é que a população “ganha conança”
de que a área é segura e ignora avisos e esforços das autoridades competentes
para removê-los. As pessoas têm a percepção errada das enchentes, supondo que,
por habitarem o local há vários anos e nunca terem presenciado alguma enchente,
duvidam que ocorram inundações ali.
São propiciados pela bacia no seu estado natural (relevo, forma da bacia, tipo de
precipitação, cobertura vegetal, capacidade de drenagem, tipo de solo, etc). Além
das características físicas da bacia, como as já enumeradas, há características
climatológicas que influenciam o processo, com destaque para a distribuição
temporal e espacial da precipitação (ou seja, onde ocorre a precipitação e como ela
se desenvolve ao longo da sua duração). Geralmente, as precipitações mais intensas
atingem justamente pequenas áreas localizadas.
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As áreas mais planas nas margens dos rios estão mais sujeitas à ocorrência de
inundações, também sendo geralmente as preferidas para ocupação pela população.
Conforme as características da rede de drenagem (dimensões das seções transversais
dos arroios e rios, grau de ramicação, sinuosidade dos rios, etc.), pode ocorrer a
subida do nível da água de vários metros em um curto intervalo de tempo, até mesmo
em poucas horas.
A presença da cobertura vegetal natural aumenta a inltração de parte da precipitação
e protege o solo contra erosão, já que o impacto das gotas de chuva é o principal fator
natural de desagregação das partículas do solo, tornando-as expostas ao escoamento
supercial (ver capítulo sobre Transporte de Sedimentos). O aporte de sedimentos em
excesso aos cursos d’água provoca assoreamento, diminuindo sua capacidade de
escoamento, na medida que os sedimentos depositados no fundo diminuem a seção s eção
transversal disponível para o escoamento.
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de Auma
previsão de longoinundação,
determinada prazo é caracterizada estimativa
estatisticamente, semda probabilidade
probabilid
precisar, irá ade de ocorrência
ocorrer.
das inundações, embora não propiciem uma proteção completa, havendo um risco
de que ocorra uma cheia para a qual as medidas tomadas não suportem. Já as
medidas ditas não-estruturais visam reduzir os prejuízos com as enchentes pela “melhor
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oalargamento
aumento dadaárea transversal é realizado com dragagens do fundo do rio ou
seção;
• Construção de reservatórios: a implantação de barragens nos rios permite reter
boa parte do volume de água da cheia, o qual é liberado para o trecho de jusante
do rio de forma mais distribuída no tempo.
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AULA 13
REGULARIZAÇÃO DE VAZÕES
A vazão de escoamento supercial direto varia ao longo do tempo em função das
precipitações. Em épocas de estiagem, a disponibilidade hídrica pode não ser suciente
para atender aos usos múltiplos de um determinado manancial.
manancia l. Por outro lado, durante
longos períodos chuvosos, ou mesmo na ocorrência de uma chuva intensa, a vazão
pode ser superior à capacidade de drenagem do corpo d’água.
Com o objetivo de equalizar essa variabilidade é possível construir reservatórios,
os quais irão reservar as vazões de cheia excedentes, e liberá-las durante os períodos
de estiagem, regularizando as vazões.
Reservatórios podem ser construídos não apenas para regularizar vazões. O lago
gerado devido ao barramento do curso d’água pode ter uma profundidade tal que
permita o aproveitamento hidrelétrico. No entanto, nesse capítulo trataremos dos
lagos de regularização de vazões, relacionado às obras hidráulicas de macrodrenagem.
A escolha sobre o tipo de barragem que irá compor o reservatório depende, dentre
outros fatores, da topograa do local, tipo de solo, material e mão de obra
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13.1.1 Vertedores
da lâmina de água
É importante sobreque
destacar a soleira
a vazão(m);
teme Cuma
é umrelação
coeciente com valores
não linear com o entre 1,4água.
nível da e 1,8.
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nível máximo em curtos espaços de tempo, pois as estruturas de saída em geral são
dimensionadas para tempos de retorno que superam 10 mil anos. No entanto, nem
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toda a barragem é dimensionada para esse evento, portanto essa situação deve ser
evitada.
O nível da água nessa situação se chama máximo maximorum
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O período de estiagem mais crítico será aquele que resultar no maior volume de
reservação. Por esse motivo, é necessário calcular a capacidade do reservatório para
diferentes períodos de estiagem e adotar o maior valor encontrado.
Seja, por exemplo, um ano com hidrograma dado conforme a Figura 13.2. Suponha-
se que se queira atender à lei de regularização total: y = 1. Isso
Iss o signica que se deseja
obter uma vazão regularizada constante e igual à vazão média Q. Nota-se que, para
essa lei de regularização, o período crítico é denido pelos meses de maio a outubro,
inclusive. O volume necessário para manter a vazão Q durante os meses de maio a
outubro (período crítico) é:
Com os valores de Volnec e Volaf, a capacidade mínima do reservatório, Cr, pode ser
calculada. Esta capacidade crítica corresponderá, naturalmente, à área representada
em cinza na Figura 13.2.
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AULA 14
BARRAGENS
Barragens são mecanismos de aproveitamento hidráulico, correspondendo
essencialmente a um corpo ou barramento colocado transversalmente a um curso
d’água, cumprindo a função de retenção e armazenamento de água, de maneira
compatível com o objetivo do empreendimento.
Nas barragens implantadas com o propósito de geração de energia elétrica ou
abastecimento de água, a água armazenada poderá ser captada por meio de uma
tomada d’água, e conduzida até o sistema de geração de energia ou até sistema
de tratamento e distribuição de água. Por outro lado, se o objetivo for o controle
de cheias, esta captação não será efetuada, sendo a função da barragem apenas o
armazenamento temporário da água.
A vazão afluente à barragem pode, por vezes, superar a capacidade de armazenamento
do reservatório. Neste caso, a água excedente deverá ser extravasada de maneira a
não causar danos à estrutura. São instalados, então, vertedores, destinados a efetuar
o deságue adequado destas vazões excedentes, bem como estruturas de dissipação
de energia, posicionada a jusante.
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Na Figura 14.1 é apresentada uma seção esquemática de uma barragem com alguns
dos diversos esforços atuantes, bem como os diagramas de pressão correspondentes.
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As barragens em arco podem ser classicadas como barragem com centro constante
com centro variável.
As barragens com centro constante adaptam-se principalmente aos vales em
forma de “U”. A face montante, nesse caso, geralmente está na vertical. As barragens
com centro variável, também conhecidas como de raio variável ou ângulo constante,
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Em geral, as obras relativas às barragens são executadas nos leitos dos cursos
d’água, tornando necessário assim o seu desvio no período de construção, de modo
a permitir a execução dos trabalhos a seco, no interior das ensecadeiras. Este desvio
temporário dos cursos d’água pode ser obtido por meio da obstrução completa do
leito do rio, resultado do desvio total por meio de canais, galerias ou túneis. Em alguns
casos o desvio parcial do curso d’água pode ser suciente para permitir a execução
das obras por etapas
A denição do tipo de desvio a ser adotado está intrinsecamente ligada ao arranjo
geral da barragem, influenciando a sua própria concepção. De modo geral, para um dado
local, o esquema de desvio depende, principalmente, das características topográcas
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AULA 15
CANAIS
Os canais são estruturas hidráulicas que possuem os seguintes objetivos básicos:
• condução das águas de forma a compatibilizar as necessidades com os volumes
disponíveis, no tempo e no espaço;
• possibilitar ou favorecer a navegação.
15.1 DIMENSIONAMENTO
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Adotando:
m = razão de aspecto e Z = inclinação dos taludes, onde:
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Deve ser levado em conta nos projetos dos canais a faixa de velocidades de
funcionamento do canal, tanto
tanto no que diz re
respeito
speito às velocidades mínimas quanto
às velocidades máximas.
Com relação às velocidades máximas, mesmo considerando que o revestimento
do canal seja estável, deve-se atentar para que a velocidade de escoamento não seja
tão elevada de forma a acarretar abrasão na parede ou deslocamento do material
do revestimento. Para o concreto, por exemplo, recomenda-se um valor máximo de
velocidade da ordem de 4,50 m/s.
Borda livre é a distância vertical entre o topo do canal e a superfície da água nas
condições de projeto. Esta distância é prevista como uma faixa de segurança adicional
na altura da obra face às incertezas no dimensionamento hidráulico.
hidráulico. As bordas livres
livres
justicam-se também em função da possibilidade de formação de de ondas superciais
devido a irregularidade das paredes, presença de obstáculos, sedimentação etc.
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Os canais gramados são interessantes, tanto pelo seu baixo custo de implantação
como pelo aspecto estético. Da mesma forma que canais em solo, os principais
inconvenientes para
para seu emprego prendem-se às diculdades
diculdades de manutenção e as
baixas velocidades de escoamento admissíveis, implicando seções transversais de
porte
com asmais signicativo.
espécies vegetaisAsutilizadas
velocidades máximas
e com permissíveis, variáveis de acordo
o solo adjacente.
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de canais podem ser utilizados dois tipos distintos de gabiões: tipo manta ou colchão
e tipo caixa.
Conforme Escarameia (1998), os gabiões manta permitem velocidades máximas de
escoamento de 2 a 3,5 m/s para mantas com espessura de até 150 mm e de 4 a 5,5
m/s para espessuras de até 300 mm. Para gabiões caixa as velocidades admissíveis
vão de 5 a 6 m/s, podendo eventualmente admitir velocidades superiores, de acordo
com a qualidade da construção e montagem.
Os taludes admissíveis para canais revestidos com gabiões manta são compatíveis
com os taludes associados ao solo adjacente, tendo em vista que os gabiões não
exercem função estrutural. Os gabiões caixa admitem taludes com maiores inclinações,
incluindo a vertical ( = 90º ou Z = 0).
Conforme
inserção a concepção
ambiental adotada, os
e social, adquirindo umcanais emdegabiões
aspecto podemTodavia,
canal natural. apresentar boa
cuidados
devem ser tomados quanto à manutenção, tendo em vista a possibilidade
possibilidad e de retenção
de resíduos sólidos e o crescimento desordenado de vegetação.
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CONCLUSÃO
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REFERÊNCIAS
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