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Candidatos ao Diaconado Permanente - "Propedêutico”

Reflexão Grupo A :

Candidato Abílio Barros


Candidato José Manuel Pires
Candidato Hélder Pinto
Candidato Cláudio Especial

Oração na vida do Cristãos.


Candidatos ao Diaconado Permanente - "Propedêutico”

A oração, em nós Cristãos, transcende meramente uma comunicação verbal com


Deus; é uma jornada que adentra as profundezas das nossas almas em comunhão
íntima com o Deus Trinitário e Uno.
Encaramo-la como uma resposta, nas limitações da nossa compreensão e visão
humana, mas humilde e reverente ao Amor incondicional de Deus, revelado
plenamente em Jesus Cristo, e pelo Espírito Santo, através do qual somos
conectados de maneira contínua e profunda com o nosso Senhor.

Ao contemplarmos as palavras do Evangelho de São Mateus 6:6 "Tu, porém,


quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo
a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.", proferidas por nosso
Senhor Jesus Cristo, somos exortados a entrar no Santuário do nosso ser, para orar
no silêncio que o nosso Pai Celestial que convida ao seu encontro. Neste ato
íntimo, encontramos um espaço Sagrado onde a presença divina se manifesta de
forma mais tangível, ainda que não a possamos entender em plenitude, ela brota
no Cristão expressões desse encontro.

Também no excerto da Homilia de São João Crisóstomo ressalta a profundidade e


a eficácia da oração como um meio de comunhão com Deus. Ele descreve a
Oração como uma arma poderosa, um tesouro indestrutível, que nos oferece um
porto seguro em meio às tempestades e tribulações da própria vida. Nas suas
palavras, 'A oração é uma arma poderosa, um tesouro indestrutível, uma riqueza
inesgotável, um porto ao abrigo das tempestades, um reservatório de calma.'

Essa compreensão da oração como um diálogo íntimo e transformador entre os


filhos e o Pai Celestial ecoa a mensagem de confiança e filiação adotiva absoluta
apresentada também por São Paulo em Romanos 8:15 "Vós não recebestes um
Espírito que vos escravize e volte a encher-vos de medo; mas recebestes um
Espírito que faz de vós filhos adoptivos. É por Ele que clamamos: Abbá, ó Pai!. E
nestes encontros de oração que encontramos o Pai.

A quem se entrega a esta vivência, Deus cumula de graças e revela-se ao longo da


vida. Diante das nossas interrogações mais profundas, das inquietações que nos

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assolam, dos sofrimentos que enfrentamos e das cruzes que carregamos,


buscamos no exemplo de Jesus o caminho para as nossas aflições e até as
respostas de tantas vezes não saber qual e a resta no momento, a oração tras-nos
a essa paz, a essa, plenitude.
Atentos à graça que surge e à ação contínua do Espírito Santo, Espírito de
sabedoria e conselho, vamos acolhendo as orientações divinas, pois Ele está
sempre presente, ávido por encontrar morada em nossos corações, e permite-nos
discernir os sinais dos tempos, tanto os antigos quanto os novos.
Nesta relação profunda com a Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - que
buscamos através da oração, tornamo-nos seres ativos, conscientes e alegres,
capazes de dar frutos que permanecem. Pela oração, expressamos nossa gratidão
a Deus, também reconhecendo a magnitude do seu Amor que nos sustenta e nos
transforma, no momento e nos frutos que nos deixa e nos leva também a deixar
no dia-a-dia.
Procuramos agir com honestidade, cada ação sendo realizada como um serviço a
Jesus e ao próximo. Este conjunto de atitudes, enraizadas na oração e na
contemplação, nutre o nascimento e o crescimento da fé nos nossos corações,
capacitando-nos para amar a Deus e ao próximo de maneira cada vez mais
profunda.
Esta postura de humildade e serviço também nos impulsiona a uma maior
apreciação e respeito pela natureza, pela criação e por todas as criaturas. A oração
conduz também à contemplação, seja diante de uma paisagem magnífica ou de
imagens sacras que nos conectam com a Santíssima Trindade após um convívio
terreno com a Trindade: Jesus, Maria e José.
Tantas vezes quando viajamos e avistamos a torre de uma Igreja, tantas vezes o
nosso pensamento é direcionado imediatamente para Jesus no Sacrário,
aguardando a nossa visit, a nossa chegada, e o desejo de que abramos as portas
do nosso coração para que Ele também possa fazer morada em nós.

Rezar é também mais do que um ato solitário; é uma maneira de conviver, de


tornar cada momento uma expressão de Amor tanto para o Eterno quanto para o
humano. Rezar é servir, é santificar, é louvar e é desejar uma relação contínua com
Jesus, que está presente em cada celebração eucarística e em cada Tabernáculo.

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Assim, a oração não é apenas uma prática religiosa, é um meio pelo qual somos
elevados à presença Santificadora de Deus, onde nos tornamos participantes da
Sua Natureza Divina, como lemos na 2ª Epistola de São Pedro 1:4 "Com elas, teve
a bondade de nos dar também os mais preciosos e sublimes bens prometidos, a
fim de que - por meio deles - vos torneis participantes da natureza divina, depois
de vos livrardes da corrupção que a concupiscência gerou no mundo.".

Neste Sagrado diálogo, somos transformados, renovados e fortalecidos pela graça


e pelo Amor de Deus, revelado plenamente em Jesus Cristo e tantas vezes tocado
em nós pelo Espírito Santo.

Bibliografia:
1. Cf. Evangelho de São Mateus 6:6;
2. Cf. Epístola de São Paulo aos Romanos 8:15;
3. Cf. 2ª Epístola de São Pedro 1:4;
4. CF S. João Crisóstomo [+407]. Homilias sobre a incompreensibilidade de Deus, n° 5. in EAQ, 1 de Março de
2012

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