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Apresentação dos

autores

Esse e-book “21 regras de segurança na pesca


submarina” é uma cortesia de dois apaixonados pelo
mergulho em apneia. Ricardo Bahia, 34 anos de
idade, recordista mundial de apneia estática com O2
puro(Guinness), com a brilhante marca de 20 minutos
e 21 segundos sem respirar. E Nego D’água, um
especialista em pesca submarina que já percorreu
grande parte do nosso país praticando e conhecendo
os anseios dos mergulhadores brasileiros.

Esses dois instrutores de mergulho desenvolveram


esse livro digital para alertar mergulhadores de
todos os níveis sobre os riscos que estão embutidos
no mergulho em apneia e na pesca submarina. Ao
decorrer da leitura, você irá observar que esse
esporte maravilhoso é constituído por regras e
detalhes importantíssimos para uma prática segura.

Bons estudos!
Jamais mergulhe sozinho

Inúmeras vezes somos tentados a ir Amigos contam que ele não se


pra água sem a companhia de um importava se tivesse ou não alguém
dupla. Isso ocorre por vários o acompanhando no mergulho. Ele
motivos, tais como: seu horário dizia preferir mergulhar sozinho
não combina com o horário do por se sentir menos preocupado com
dupla, algum imprevisto impede seu outra pessoa que viesse estar
dupla de lhe acompanhar naquela próxima dele. Nesse dia 14 de
pescaria ou, até mesmo, de forma agosto de 2010, StasDesyatnikov
consciente, o mergulhador toma a foi acometido de um mal chamado
decisão de ir pra água realizar APAGAMENTO que veio a ceifar a sua
seus mergulhos sozinho. O fato é vida. O mesmo foi encontrado a
que, ao tomar essa decisão, o aproximadamente 20 metros de
mergulhador assume o risco de profundidade. A câmera que estava
colocar sua segurança em jogo. No em seu arbalete filmou todo o
dia 14 de agosto de 2010 o percurso até o ponto de pesca e
mergulhador veterano inclusive o seu APAGAMENTO. A
StasDesyatnikov tomou essa infeliz certeza é que se StasDesyatnikov
decisão. estivesse acompanhado de um dupla
a história poderia ser outra.
São histórias como essa que nos fazem rever o conceito
de ir mergulhar sozinho. Mas, eu gostaria de te fazer
uma pergunta agora; o que é estar sozinho? Defina pra
mim a palavra “sozinho”... São inúmeras as formas de
estar sozinho e esse é um outro ponto que gostaria de
ressaltar.

Mergulhar sozinho também refere-se ao fato de você estar


com uma pessoa que não tem o mesmo nível de mergulho que
você e, em um eventual acidente, aquele mergulhador
seria uma potencial nova vítima se quisesse lhe
resgatar. E é aí onde surge uma outra regra. Tenha um
dupla com um nível de mergulho equilibrado ao seu.

Não adianta nada você fazer mergulhos mais profundos


que seu dupla se essa profundidade não pode ser
atingida por quem está lhe acompanhando.

Também é muito comum pessoas que treinam apneia em


piscina acharem que não estão sozinhas quando há um
salva-vidas fora da água ou outras pessoas nadando
por perto. Se essas pessoas não tiverem com a
atenção delas totalmente voltada a você, significa
que você está sozinho. Todos que praticam apneia
estão sujeitos a um APAGAMENTO e a ÚNICA maneira de
sobreviver a ele é ter alguém por perto que saiba
como proceder para lhe socorrer.
Encontre um
parceiro
qualificado que
domine técnicas
de resgate e
primeiros
socorros e que
possa ser seu
ANJO DA GUARDA
durante toda a
sua pescaria.
E assim você também se
torna um anjo da guarda ao
monitorar o mergulho do
seu dupla constantemente.
Ir mergulhar sozinho pode
ser a pior das escolhas
que você faria em sua
vida. Repense muito sobre
essa decisão, ela pode
custar a sua vida.
Atualmente, estamos presenciando a
maior inclusão digital dos últimos
tempos. Todos têm acesso a grupos de
WhatsApp, Facebook e várias outras
mídias sociais. Algo que acontece
muito nessas redes sociais são
mergulhadores que buscam obter
reconhecimento antes de adquirir
conhecimento. E isso faz com que
outros mergulhadores comecem a
aspirar por quebras de recordes e
forçar seus limites cada vez mais. O
resultado disso tem sido o mais
desastroso possível, com dezenas de
acidentes ao decorrer do ano, sendo
a maioria deles fatais. Eu adjetivei
esse tipo de atitude de MERGULHADOR
VIRTUAL, que acaba esquecendo de que
na água tudo irá mudar e que as
frustrações por não ser exatamente o
que diz vão fazer esse mergulhador
criar coragem em tentar, tentar e
tentar superar seus limites.
Assim como o local Em 2009, ouvi uma
Além disso, está
apropriado para quem história que um
estimulando uma enorme
pratica artes marciais mergulhador e seus
competitividade entre
brigar é no ringue ou colegas estavam
mergulhadores.
tatame e nunca na rua, fazendo um mergulho
o local para quem quer Evite estimular a noturno em uma
bater recordes ou competição no seu represa. Esse
testar os limites na grupo de pesca sub, mergulhador costumava
apneia é na competição postando fotos dos ser muito competitivo
de apneia, com toda registros do seu e naquela noite um de
sua respectiva computador de seus colegas havia
infraestrutura de mergulho. Lembre-se pego mais peixe do que
segurança, e jamais que você poderá se ele.
numa jornada de pesca sentir culpado se algo Quando todos os outros
submarina. As mídias de ruim acontecer com mergulhadores já
sociais estão cada vez alguém que estava estavam se preparando
mais sendo utilizadas tentando reproduzir ou pra ir embora, esse
tanto para levar superar os seus mergulhador também se
informações feitos. aproximou do barco e
consistentes, assim notou a fieira do
como informações colega com vários
desencontradas. tucunarés. Ele então
disse que iria fazer
mais alguns mergulhos
antes de ir embora.
Certamente, ao ver aquele
tanto de peixe na fieira do
colega, sentiu-se humilhado
por não ter feito nenhuma
captura.
Para não ficar pra trás,
queria apresentar pelo
menos um peixe.
Triste decisão... Os colegas perceberam a demora pare ele retornar ao
barco e resolveram ir procurá-lo. Após várias horas de busca,
inclusive do corpo de bombeiros, o mergulhador foi encontrado dentro
do “ladrão” da barragem com a sua arma disparada e um peixe arpoado.
Acredita-se que, após efetuar o disparo, o mergulhador perdeu a
referência da entrada do “ladrão” e veio a perder a sua vida.
Portanto, nunca se arrisque com o intuito de se exibir para os seus
amigos demonstrando que consegue descer fundo e capturar peixes
grandes ou tentar competir em algo cuja proposta nada mais é do que
uma diversão.
O esporte em si tem a cultura
de se quebrar limites, recordes
e a busca por superação é
constante. Sou da época que vi
o grande atleta chamado USAIN
BOLT ganhar todas as
competições que participava em
olimpíadas desde 2008.
Em muitos esportes, o objetivo Tudo depende exclusivamente de
sempre é quebrar recordes e tempo para essa evolução e se
buscar a alta performance de existe algo que precisa ficar
forma constante. A pesca fora dos planos de um pescador
submarina em apneia é sem sub é querer quebrar recordes
sombra de dúvidas o esporte de da noite para o dia.
maior lentidão na evolução que
existe.
Quando o pescador submarino
busca quebrar seus recordes ele
automaticamente começa a
arriscar cada vez mais em cada
mergulho. Todo pescador sub
precisa saber que existe uma
regra que nunca deve ser
quebrada que é utilizar apenas
60% do seu tempo de apneia.
Posso afirmar que dezenas
de acidentes teriam sido
evitados se essa regra
fosse obedecida. Em muitas
situações, aquele grande
peixe chega no final da
sua espera, ou você avista
um cardume se aproximando
e, nesse momento, sua
atenção fica voltada pra
esse acontecimento. E é
exatamente por esse motivo
que o mergulhador sente
que sua apneia se torna
melhor do nada. São
preciosos segundos que
poderão fazer enorme falta
nos últimos metros para
chegar à superfície. O
conselho que podemos te
dar é que durante a pesca
submarina, utilize no
máximo 60% da sua
capacidade de apneia.
Reserve os outros 40% para
uma eventual situação de
emergência.
Ao fazer isso você conseguirá manter
um alto nível de segurança em seus
mergulhos e até mesmo o seu tempo de
recuperação vai ser diferenciado.

Nunca queira ultrapassar


esse limite, pois a
chance de acontecer um
acidente começa
exatamente após você
ultrapassar os 60% de
tempo de fundo. Tenha
consciência do que seu
corpo está tentando te
dizer com as contrações
do diafragma e a sensação
de que já é hora de
retornar à superfície.
Obedeça o seu corpo,
evite que ele tenha
que fazer uma
economia emergencial
de oxigênio e
consequentemente
venha sofrer uma
síncope
(apagamento).
Nós pescadores submarinos
estamos acostumados a ficar
horas mergulhando. Conheço
alguns que facilmente chegam a
ultrapassar 12 h de mergulho
em uma jornada de pesca sub.
Quando resolvemos experimentar
o mergulho autônomo (com
cilindro) geralmente a
primeira coisa que sentimos
falta é de passar mais tempo
na água, pois cada mergulho
autônomo geralmente dura no
máximo 1h, dependendo da
profundidade.
É justamente por isso
que os pescadores
submarinos costumam
ficar impacientes e
Jamais caia nessa tentação e
querer mergulhar em
nunca mergulhe em apneia após
apneia durante o
mergulhar autônomo.
intervalo de
superfície entre um
mergulho SCUBA e
outro.
Nunca mergulhe em
apneia logo após
mergulhar autônomo.

As microbolhas de
nitrogênio residual
podem se expandir
durante as rápidas
subidas do mergulho em
apneia, causando
doença descompressiva.
vAguarde pelo menos 12h após um mergulho autônomo, antes de mergulhar em apneia. A
mesma regra também vale para mergulhos com compressor.
Em toda jornada de pesca o
mergulhador permanece muito mais
tempo na superfície do que
mergulhando. E durante esse
momento que ficamos na
superfície o respirador está
constantemente na boca para que
seja feita a troca gasosa
através desse equipamento
indispensável. Isso irá
favorecer muito o seu tempo de
fundo, pois estará totalmente
descansado, relaxado e
concentrado para o mergulho.
Me lembro de certa vez ir
O respirador é um aliado Provavelmente você deve
realizar um mergulho em
do meu bom mergulho para estar se questionando o
um lago que temos aqui
recuperar na superfície e porque disso. Vou te
perto de Brasília e, na
me fazer deslocar melhor explicar; pelo motivo de
minha pressa pra sair de
na “flor da água”. Porém, ter ficado muito mais
casa, acabei esquecendo
o mais interessante é que tempo na superfície do
de colocar meu respirador
a utilidade desse que no fundo, seu cérebro
na minha bolsa de
equipamento acaba a partir entende que aquela é a
equipamentos. Foi um dia
do momento em que o forma que você tem para
péssimo de mergulho
mergulhador faz seu último fazer a sagrada troca
porque nada é tão
trabalho de respiração. gasosa. Até aí tudo bem.
desconfortável do que
Após a última inspiração,
ficar o tempo todo
o respirador/snorkel deve
tentando respirar de
ser retirado da boca
forma correta com a
imediatamente.
cabeça totalmente pra
fora d’água.
O problema maior está quando em uma eventual situação de
risco o seu cérebro emite um comando para que aquele
equipamento que está na sua boca e que é utilizado
constantemente durante o mergulho seja utilizado
novamente, mas agora na situação de risco. Por exemplo,
após um apagamento, há um maior risco de inalação de água
e consequentemente afogamento se o mergulhador permanecer
com o snorkel na boca.
Além disso, a expiração forçada para
desalagar o snorkel na superfície
após o retorno de uma imersão reduz
drasticamente a pressão de oxigênio
nos pulmões, aumentando o risco de um
apagamento.

Portanto, sempre remova o snorkel da


boca antes de imergir
Durante vários anos esse tema ficou
debaixo de 7 chaves. Pouquíssimo se
ouvia falar em hiperventilação como
algo maléfico ao mergulhador.
Inclusive, já ouvi instrutores de
mergulho dizerem pra fazer a
hiperventilação pra obter maior
tempo embaixo d’água. Das centenas
de casos de acidentes envolvendo
pescadores subaquáticos, a
hiperventilação está no topo como o
maior problema. Isso se dá em muitas
vezes quando o mergulhador está
ansioso pra partir pra um próximo
mergulho e começa a fazer
respirações aceleradas que mais
parece um cão quando está cansado.
Isso vai eliminar drasticamente a
quantidade de CO2 do organismo e
pouco vai aumentar o nível de
oxigênio na corrente sanguínea.

]
Como a vontade de respirar está intimamente associada
aos níveis de CO2 no sangue, o mergulhador que
hiperventilou corre o risco de não receber o alerta da
vontade de respirar e acabar apagando por falta de
oxigênio. Além disso, a hiperventilação aumenta a
frequência cardíaca, aumentando o consumo de O2. Os
baixos níveis de CO2 no sangue também provocam um efeito
de retenção do oxigênio nas hemoglobinas (efeito de
Bohr)reduzindo a disponibilidade de O2 para as células.
É o mesmo que você abastecer o seu carro antes de uma viagem. Em um dado
momento, você terá que reabastecer, senão será impossível chegar ao
destino. Mas antes do carro parar ele dá um sinal, acendendo a luz da
reserva. A hiperventilação faz com que o seu corpo não “ligue a luz da
reserva”. Todo o cuidado ainda é pouco quando o assunto é hiperventilação
durante o mergulho.
Se você tem esse péssimo
hábito, eu aconselho que
PARE IMEDIATAMENTE para Ele aumenta a pulsação e
evitar que algo muito reduz os níveis de CO2 a
grave aconteça com você ponto do apneísta sofrer um
dentro d’água. Nunca apagamento (síncope) antes
hiperventile. O estado que o CO2 atinja o nível
mínimo necessário para
de hiperventilação
provocar a vontade de
geralmente ocorre após respirar.
mais do que 15
inspirações profundas
por minuto.
“Cada um por si e Deus
por todos”. Um típico
bordão brasileiro que
faz referência
especialmente à
individualidade. Em
muitas vezes esse
bordão é até aceitável,
mas não quando o
assunto é mergulho em
apneia. Seria gracioso
se todos mergulhadores
tivessem a consciência
de que em frações de
segundos uma situação
simples pode se tornar
um acidente fatal. São
dezenas os casos
apresentados mundo a
fora de mergulhadores
que tiveram a vida
poupada especialmente
pelo socorro imediato
do seu dupla.
Posso aqui fazer menção de um vídeo que assisti
há alguns anos onde o pescador sub só conseguiu
sobreviver por conta do apoio do seu dupla que na
hora certa estava na superfície e conseguiu
resgatá-lo. Existe algo que é inegociável durante
a prática do mergulho que é QUEBRAR REGRAS DE
SEGURANÇA e manter o contato visual com o dupla é
uma delas.

Basta levarmos em consideração que após 4 minutos


sem oxigenação no cérebro, a situação parte pra
algo irreversível. Consideremos que 4 minutos é
tempo suficiente para que o mergulhador seja
resgatado e realizado os procedimentos de
primeiros socorros.
Mas... 4 minutos é quase nada quando esse mergulhador está apagado
e não é encontrado por seu dupla. 4 minutos é menos que o banho que
você tomou pela manhã e passa como um abrir e fechar de olhos.
Lembre-se sempre dessa regra; esteja constantemente monitorando o
seu dupla entre uma imersão e outra. Tenha certeza que logo você
irá se acostumar e isso vai se tornar automático.
Melhor que você acostume
a monitorar e manter o
contato visual do que se
esquecer e ter que
voltar pra casa levando
a pior das noticias à
família. Mas não basta
apenas observar e sim
ter a certeza que tudo
está correndo bem.
Recomendo que mantenha o
contato visual com o seu
parceiro por pelo menos
20 segundos após ele ter
retornado de um mergulho
em apneia. Há muitos
registros de “samba” ou
apagamento após alguns
segundos do retorno à
superfície. Desconfie se
ele apresentar qualquer
movimento fora do comum.
Tenha cautela em
observar tudo ao seu
redor e, em alguns
momentos, não custa nada
se aproximar do dupla e
conversar com ele pra
ter absoluta certeza que
está tudo normal.
O corpo humano é uma das maiores
maravilhas dos seres viventes
nessa terra. A harmonia em que
tudo se encaixa é perfeita.
Todos os sistemas do nosso corpo
trabalham em prol de manter o
equilíbrio da vida e isso
simplesmente me fascina cada vez
mais que estudo esse assunto. Em
nosso sistema auditivo existe
uma membrana de aproximadamente
1mm de diâmetro com 0,5mm de
espessura.
Ela faz a divisão entre a parte externa do
ouvido com a parte interna e é chamada de
tímpano. Além do mais, ela é responsável em
filtrar as ondas sonoras e é a partir daí que
podemos discernir os sons.

Tudo está muito bem até que o ser humano


resolve desbravar as águas onde habita algo
chamado pressão. Ao mergulharmos nosso corpo
em um meio aquoso essa pressão tende a
aumentar gradativamente e em questões de
centímetros o nosso tímpano começa a ser
literalmente forçado pra dentro da parte
interna do ouvido.
Essa força é sentida primeiramente como
um desconforto e migra bem rápido para
uma dor que se torna insuportável.
Quando isso acontece, ou o mergulhador
retorna pra superfície ou ele
simplesmente vai romper essa membrana
timpânica.

O fato é que muitos mergulhadores


começam a forçar cada vez mais o seu
tímpano no intuito de faze-lo se
acostumar a esse aumento de pressão e
não despertam para uma equalização
perfeita que iria interromper esse
desconforto no exato momento que fosse
executada.
Se você agir assim, há uma grande chance de romper seu tímpano e, pior
ainda, receber a infeliz notícia de nunca mais poder mergulhar por não
ter tido o cuidado especial com ele.

Nunca teste a flexibilidade dos seus tímpanos. Equalize sempre ao menor


sinal de variação de pressão. Não espere sentir dor para equalizar e não
hesite em abortar o mergulho ao perceber que não está conseguindo
equalizar.

Seja prudente quanto a isso. Recomendo que o treino massivo sobre esse
assunto nunca deve ser deixado de lado. Equalização perfeita, mergulho
confortável e seguro. Equalização mal feita, grande chance de rompimento
do tímpano.
Todo pescador submarino é tentado em
diversas vezes executar o mergulho
logo após ter chegado à superfície.
Não seria nada mal se nosso
organismo aceitasse isso sem ter
nenhum tipo de restrições. Mas
não... Não é certo realizar
mergulhos recorrentes sem um tempo
ideal de recuperação.
Nos primeiros momentos, eu O mais interessante disso
achava aquilo totalmente é que essa técnica não se
Certa vez eu
desnecessário pois na minha Sempre que eu
limita somente para
concepção
estava bastava eu me retornava à
melhorar o desempenho do
sentir bem para superfície após a
mergulhando comrealizar mergulho mas também é uma
outro mergulho e pronto. filmagem, pouquíssimo
um campeão de regra de segurança para
Após ter visto isso várias tempo depois eu já
evitar um apagamento.
pesca
vezes submarina
eu perguntei prae ele o estava pronto pra uma
observando
porque daquilo. cada outra imersão e ele
detalhe ficava pelo menos 6
Foi ai que do
ele me respondeu Foi por esse motivo que no
minutos na superfície
bemmergulho que ele
tranquilamente que era ano de 1981 viemos a
com o rosto na água
um realizava
dos maiores esegredos
uma para perder o técnico do
fazendo o trabalho de
um coisa
mergulho de alta flamengo Cláudio Coutinho
me deixou recuperação.
performance. que praticava a pesca
intrigado. submarina em uma ilha no
Rio de Janeiro.
Segundo os relatos, Cláudio Coutinho
efetuou o disparo em uma garoupa que
entocada, dificultou ser sacada. Ele
realizou diversos mergulhos para
desentocar a garoupa e em um desses
mergulhos sofreu um apagamento e veio
a perder a vida. Isso se deu por conta
principalmente da falta de recuperação
na superfície que fez com que o
cérebro dele perdesse a noção da
quantidade de oxigênio e de dióxido de
carbono que estavam em sua corrente
sanguínea.
A regra é: recupere-se bem entre uma imersão e
outra. Esta regra merece especial atenção dos
pescadores submarinos que realizam imersões
consecutivas para desentocar peixes e, devido
à ansiedade, negligenciam uma recuperação
adequada na superfície.

Para mergulhos abaixo de 20m de profundidade,


recupere-se por pelo menos o dobro do tempo de
duração do último mergulho, a fim de evitar
doença descompressiva e eventuais apagamentos.
Nós seres humanos só chegamos a
determinado local se conseguimos
enxergar ou ver, mesmo que de longe,
o objetivo almejado. Pra tudo que
vamos fazer, a primeira coisa antes
de agirmos é olhar em direção. Seja
pra correr, se aproximar ou até
mesmo pegar algo.

Tudo está relacionado com o instinto


de sobrevivência dos seres humanos.
Em nossos mergulhos esse instinto
tende a se manifestar durante uma
descida de forma vertical em direção
à profundidade desejada e isso causa
uma enorme vontade de olhar pra
baixo, em direção ao alvo. Como
disse anteriormente, essa é uma
forma de sobrevivência dos seres
humanos.
O que estou dizendo
é que no mergulho
em apneia será a
primeira vez que o
ser humano vai ser
obrigado a ir pra
certa profundidade
sem ter que olhar
pra baixo.
Ao olharmos para baixo
durante a descida,
aumentamos a ansiedade de
chegar logo ao fundo. Essa
ansiedade vai aumentar sua
frequência cardíaca que por
sua vez irá prejudicar seu
tempo de apneia. Posso
dizer que ser ansioso fazia
parte do meu cotidiano e
quando o assunto era
mergulho... era meu maior
vilão. Quando reunia a
vontade de ver peixe, com a
necessidade de chegar no
fundo o resultado era uma
apneia muito pequena que
não me trazia muita
empolgação. Foi então que
eu aprendi essa fantástica
técnica de não olhar em
direção ao fundo durante a
minha descida.
O que eu aprendi foi que você sente que está se aproximando do
fundo e aí sim é hora de começar a observar o que temos no piso
da profundidade desejada. Toda a musculatura de nosso pescoço
se contrai e é por isso que a regra é: evite olhar para baixo
durante a descida (salvo para evitar colisões com o fundo) e
para cima durante a subida (salvo para evitar colisões barcos e
outros objetos na superfície).

A inclinação da cabeça, além de prejudicar o hidrodinamismo,


dificulta a equalização durante a descida e reduz o fluxo
sanguíneo para o cérebro, além da pressão do O2 nos pulmões
durante a subida.
Não é comum que mergulhadores façam uso do mergulho com os pulmões vazios.
Geralmente essa técnica é mais utilizada para treinos de simulação de maiores
profundidades. Pra que você entenda ainda melhor o risco dessa prática é
necessário entender sobre a nossa fisiologia.

Em nossos pulmões existe algo chamado volume residual que mesmo se você expirar
todo o ar que possa conseguir, ainda vai existir esse ar residual para manter os
alvéolos pulmonares cheios e nossos órgãos vitais em funcionamento.
Quando o mergulhador solta o ar antes
de fazer a sua imersão, o pulmão irá
se comprimir através do movimento
diafragmático e sofrerá o aumento
gradativo da pressão no meio aquático.
Se o pulmão do mergulhador não estiver
adaptado a esse treino hipopressivo,
ao atingir certa profundidade poderá
sofrer um perigoso barotrauma.
Estou tentando
explicar a grosso
modo, porém é
extremamente
importante que você
dê uma atenção
especial a isso.

A consequência dessa
prática pode causar
um barotrauma
pulmonar. Mergulhar
sem ar nos pulmões
também significa
pouca disponibilidade
de O2, aumentando o
risco de um
apagamento.
Nunca faça imersões com os
pulmões vazios.

Esta é uma técnica perigosa


utilizada somente em
preparações específicas de
atletas de elite.
Tão importante quanto treinar,
desenvolver técnicas de captura ou
aperfeiçoar suas técnicas de
melhoramento do tempo de fundo é o
mergulhador dar uma atenção especial
ao lastreamento.

Mais ou menos no ano de 2007 eu


estava mergulhando com um amigo
chamado Manasses. Um mergulho
profundo e que era necessário
bastante atenção em todos os
detalhes.
Porém, a minha Durante uma e outra Além da minha roupa ser
preocupação maior era imersão, o meu dupla totalmente inadequada
sempre com o peixe. me chamou a atenção para aquele tipo de
Poucas vezes eu parei para a quantidade mergulho, o lastro
pra observar meu enorme de lastro que estava ultrapassando os
equipamento e ajustá- eu utilizava que era 8kg. Nada era balanceado
lo para aquele tipo de ridícula de se ver. com o meu peso corporal,
mergulho que estava profundidade do
fazendo. mergulho, milimetragem
da minha roupa e
densidade da água.
Essa forma errada de
lastreamento me impedia
de fazer um bom trabalho
de recuperação e, além do
mais, me colava no piso
dificultando todo o
processo do mergulho.
O meu dupla, também sem muita experiência, conseguiu observar que eu não
descansava na superfície e me chamou a atenção para aquilo. Eu resolvi tirar
metade daquela quantidade de lastro e foi aí que percebi uma mudança automática
no meu nível de mergulho pra melhor. Tudo estava indo contra a boa qualidade do
meu mergulho porque o meu lastramento estava totalmente errado. Ajuste a
quantidade de lastro de acordo com a profundidade que irá mergulhar. Na dúvida,
coloque menos lastro, e nunca a mais. Lembre-se da dificuldade para descansar
entre uma imersão e outra. Também é bom ressaltar que esse é um dos fatores de
risco que podem causar um acidente, pois a quantidade excessiva de lastro pode
retardar a subida. Corrija isso urgentemente!
Quando compramos nossa
roupa de mergulho uma das
primeiras coisas que vem em
nossa mente é qual a
quantidade de lastro que
devo usar para essa nova
roupa.

Essa borracha sintética A dificuldade em executar


chamada neoprene tem uma uma boa virada no início do
altíssima flutuabilidade e mergulho muitas vezes leva
quando está nova tem o o mergulhador a colocar
poder de fazer o corpo mais lastro para facilitar
flutuar no meio líquido tal a sua descida e é bem aí
como um colete salva-vidas. que começam os problemas.

O mergulhador se ilude com


a facilidade de se
aproximar do fundo por
estar com muito lastro e
esquece que na subida esse
mau lastreamento será um
enorme empecilho para
retornar à superfície de
forma segura.
Todo mergulhador precisa acertar
e equilibrar a quantidade de
lastro em sua cintura pra evitar
que isso aconteça. Mas, se mesmo
com o lastreamento correto
acontecer alguma situação
anormal no retorno à superfície,
o mergulhador precisa ter como
regra não acelerar demais o
ritmo da subida. Se achar que
não terá fôlego suficiente para
retornar, abandone o lastro. O
cinto de lastro deve ser o
equipamento que temos menos
apego.

Aliás, esteja disposto a perder


qualquer equipamento em uma
situação de emergência. Durante
a pesca sub, um arpão, um
bicheiro, uma lanterna ou até
mesmo a nadadeira podem ficar
enganchados no meio de rochas.
Não pense duas vezes em
abandoná-los se for necessário.
Se um dia o mar levar um
equipamento seu, não se
preocupe. Ele ainda irá lhe
devolver em troca muitos peixes
e momentos especiais.
Nesse momento tão
delicado a última
coisa que se deve
pensar é em algo
material. Quando o
mergulhador se livra
desse peso chamado
cinto de lastro, ele
ganha muito mais
flutuabilidade
positiva e isso vai
facilitar muito a
sua chegada à
superfície.
Todo mergulhador precisa saber
que cinto de lastro foi feito
pra perder. Isso pode ser
reparado comprando outro ou até
mesmo pode haver a oportunidade
de resgatá-lo se a profundidade
for acessível.
O mergulhador se prepara por
semanas pra realizar aquela
pescaria tão sonhada.
Geralmente em um lugar distante
da costa ou em um determinado
lugar de difícil acesso. Tudo
está em perfeita ordem e ai
chega o dia da pescaria.
Viagem, histórias,
companheirismo e água. Em fim o
mergulhador chega no lugar tão
desejado e aquilo se torna
ainda mais emocionante.
Durante a viagem, os
O certo é que em dado
mergulhadores falaram
momento acontece o que
muito sobre grandes
se esperava, aparece o
peixes e histórias
grande peixe e o
sobre aquele
mergulhador de forma
determinado ponto de
instintiva efetua o
pesca e quando entram
disparo e acerta
na água, a todo
aquele monstro que era
instante vem as
tanto desejado. E é ai
lembranças das
que começam alguns
histórias. Nada seria
problemas.
tão emocionante quanto
encontrar aquele
grande troféu.
No anseio de embarcar aquele
grande peixe, o mergulhador
simplesmente esquece de qualquer
regra de segurança e começa um
verdadeiro cabo de guerra com
aquele peixe enorme e o que era
um grande momento, começa a se
tornar em uma possível tragédia
já que o mergulhador quis
compensar a sua falta de pontaria
e começa a fazer força dentro
d’água.
Certa vez eu assisti a um
vídeo onde o mergulhador
estava fazendo algumas
filmagens em um naufrágio.
Ele realizou 3 imersões e
conseguiu em todas as 3
sofrer um samba onde os
amigos tiveram que ajudá-lo.
Quando assisti pela primeira
vez, achei que era
brincadeira, mas depois de
alguns replays vi que aquilo
era real. O mergulhador
continuou a realizar
imersões mesmo tendo sambado
3 vezes.
A maior pergunta é o Nosso corpo está em não ser começar o
porque esse mergulhador constante processo de
continuou a mergulhar monitoramento sobre desligamento desse
mesmo sabendo que qualquer tipo de corpo pra economizar
estava arriscando a problema que venha a oxigênio para os
vida? Independente da acontecer. Quando o órgãos vitais. Posso
resposta que ele desse mergulhador chega a aqui relembrar a
seria impossível esse nível é porque os triste historia de um
justificar tal atitude sinais já foram bom amigo que se foi
perigosa. ignorados e não resta praticando o mergulho
mais nada a fazer a no qual ele sofreu 3
apagamentos antes de
perder a vida.
Todos os outros apagamentos foram assistidos e ele contava com a ajuda de
seus duplas. Mas infelizmente ele não quis dar ouvidos aos sinais que o
corpo estava emitindo e colheu o amargo fruto de ter perdido a própria
vida.

No dia que sofremos um apagamento, nosso cérebro aprende um mecanismo de


defesa contra a falta de O2, desligando este órgão que tanto o consome.
Se ao invés de ir pra casa o sujeito continua mergulhando, no menor sinal
de falta de O2, o cérebro irá instintivamente desligar novamente e isso
pode ser fatal.
A regra é a seguinte: suspenda as atividades de
mergulho no dia que tiver sofrido um “samba” ou
apagamento. Se o caso for apagamento, espere pelo
menos 30 dias para realizar novas imersões.

Ou até mais do que isso. O cérebro precisa


esquecer esse trauma e por sua vez extinguir esse
coeficiente de segurança que foi criado por conta
do trauma.
Com tantas tecnologias a
nosso favor em uma era
digital é possível saber com
bastante antecedência os dias
de mar bom e ruim. A previsão
é muito segura e dificilmente
ela falha. Essa seria uma
dica muito simples se não
houvessem tantos casos de
mergulhadores que foram para
o mar mesmo sabendo que a
previsão não seria das
melhores.
Casos como o de mergulhadores que ficaram à deriva em alto
mar por uma ancora que se partiu. Ou um caso onde o tempo
virou e a corrente levou o mergulhador pra muito longe do
barco e ele teve que nadar por mais de 20 km são apenas
alguns dos casos que podemos contar aqui. Mas porque isso
veio a acontecer? O motivo é um só, a falta de planejamento
pré-mergulho.

Algo muito simples de resolver e evitaria muita dor de


cabeça era acessar um site de previsão e saber se iria
entrar algum vento ou temporal. Um mal tempo nunca é boa
coisa pra o mergulhador. Me recordo de uma viagem que fiz
ao México onde a alguns dias atrás havia passado um furacão
enorme que se tivesse entrado na costa teria feito um
estrago enorme.

Dias após esse furacão, nós fomos atrás dos grandes atuns
que poderiam ser encontrados em um lugar chamado “La
Piedra”.
A previsão marcava que no final do terceiro dia de pescaria iria entrar um
vento que faria o mar ficar muito grande. Só que a previsão marcava pra o
final do dia e não esperávamos que já nas primeiras horas de mergulho o tempo
fosse virar. Me recordo do capitão chegar desesperado onde estávamos e
ordenar que subíssemos no barco urgente pra sairmos dali o mais rápido que
pudéssemos.
Foi bem tenso e correr de uma
tempestade não é nada agradável. Avalie
as condições do mar, confira as
previsões e planeje o mergulho antes de
sair para o mar.

Aquele ditado antigo não existe à


toa... “prevenir é melhor do que
remediar”.
É muito comum observar
mergulhadores de água doce
realizarem seus mergulhos sem
utilizar a boia de sinalização.
Por incrível que pareça, muitos
desses mergulhadores não fazem
uso da boia exatamente pra não
serem vistos por outros
pescadores que possam passar e
ver onde é aquele ponto de pesca.

Essa tentativa de esconder pontos


de pesca traz à tona o grande
risco de um eventual
atropelamento por embarcações que
estejam trafegando naquela
determinada região.
Já ouvi diversos casos de mergulhadores que foram
atropelados ou quase atropelados por barcos. Alguns
dos quais infelizmente não sobreviveram para contar
a história.
Vamos supor que você está mergulhando em uma ilha e
que suas imersões durante a pesca sub durem em
média 1’30’’. Você olha a sua volta, não vê nenhum
barco por perto e então mergulha. Parece seguro,
mas 1’30’’ é tempo mais do que suficiente para uma
lancha navegando a 20 nós surgir de trás da ponta
de uma ilha que está a 300 m de distância, fora do
seu alcance de visão, e passar por cima de você
enquanto ainda está no fundo. Se com a boia muitas
vezes os barcos quase nos atropelam, imagine sem
boia.
Durante os meus 15 anos praticando esse esporte eu
pude vivenciar várias experiências ruins e uma
delas foi ver um barco passando exatamente em cima
de mim.
Eu estava mergulhando na serra da mesa e me recordo
que durante a minha espera aproximou um cardume de
piranhas pretas.
Admito que foi algo bem bonito de se ver. Porém, não era o peixe que eu
estava procurando e fiquei apenas contemplando aquele lindo cardume. Comecei
ouvir um barulho de barco se aproximando e cada vez mais esse barulho ficava
mais próximo.

Foi ai que decidi subir pra superfície e evitar que aquele barco viesse a me
atropelar durante a minha subida. Comecei a subir e fui ouvindo o som cada
vez mais perto e mais perto.

Foi então que decidi levantar minha arbalete pra que alguém pudesse ver que
eu estava subindo pra superfície e tive uma grande surpresa.
O barco já estava
exatamente em cima de mim.
Quando apontei a arma pra
cima, o arpão bateu no
casco do barco e consegui
ver o motor passar
exatamente em cima da
minha cabeça.

Essa cena ficou gravada


pra sempre em minha
memória. Hoje sempre que
ouço o motor de um barco
embaixo d’água eu me sinto
desconfortável. Utilize
sempre boias de
sinalização, de
preferência aquelas com
bandeira de mergulho, para
ser mais facilmente
localizado e evitar
acidentes com embarcações.
Ao desrespeitar essa regra
você poderá expor sua vida
a situações muito
delicadas.
Na nossa incessante busca por
informações que possam melhorar nosso
rendimento na apneia, é comum
assistirmos a vídeos de recordes de
apneia.
Uma técnica que a maioria dos atletas
utiliza em seus recordes é a manobra
da carpa. Trata-se de uma técnica
utilizada por atletas de elite para
hiperinsuflação pulmonar.
Porém, cada vez mais a literatura médica e
estudos científicos apontam para os perigos
dessa prática. Tanto é que muitas
certificadoras de mergulho proibiram o
ensinamento desta técnica em seu currículo.
O excesso de carpas pode causar
barotraumas e sérios danos aos
tecidos pulmonares. Portanto, não
tente realizar a manobra da carpa
sem antes adquirir um profundo
conhecimento sobre esta técnica.
Imagino que você já tenha
presenciado algum bêbado cheio de
razão e com uma coragem acima da
média.

Geralmente ficam alterados e falam


coisas que comumente não falariam.
Esses são apenas alguns efeitos do
álcool no organismo.

Dentre os sistemas que o álcool


afeta, podemos citar o nosso
sistema límbico e o córtex pré-
frontal.
Essas duas regiões Quando o mergulhador
estão localizadas em tem essa péssima
nosso cérebro e é ideia de ingerir
daí que partem as álcool antes de ir
tomadas de decisões. mergulhar ou durante
Algo que deve ser a prática do
observado é que mergulho ele está
muitas pessoas não procurando meios de
se recordam do que se acidentar ou
falaram ou fizeram causar um acidente
no dia que estavam com seu dupla de
sob efeito do álcool mergulho.
e só o que resta
agora é esperar a
famosa ressaca
passar.
Me lembro de ter um bom amigo
que era meu companheiro de
mergulho quando eu morava no
interior de Goiás. Em
absolutamente todas as pesarias
tinha o hábito de ingerir
cachaça pura durante os seus
mergulhos. Era comum pra ele
subir no barco e tomar uma doze
de cachaça.

Eu sempre achei aquilo ridículo


e todas as vezes que via aquilo
eu reclamava com ele. Foi até
que um dia eu mostrei um estudo
sobre como o álcool afeta o
sistema límbico e o córtex pré-
frontal e também o sistema
auditivo que é onde fica a
cóclea, a responsável em manter
o nosso equilíbrio.
Graças a Deus ele de uma vez por todas
abandonou o álcool antes, durante e depois do
mergulho. Talvez você por não se sentir
confortável com o ambiente de mergulho ou no
intuito de criar coragem para realizar seus
mergulhos tenha o péssimo hábito de ingerir
bebida alcoólica.

A recomendação é que não faça isso no mínimo


antes do mergulho. Além do álcool tirar seu
reflexo de ação e reação ele vai desidratar
seu corpo e isso pode ser novamente um grande
problema para seus mergulhos. Jamais mergulhe
sob o efeito de álcool ou outros
entorpecentes.
Não poderia faltar esse tópico tão
importante a ser ressaltado.
Intervalos entre imersões. Seria
ótimo se conseguíssemos realizar a
maior quantidade de mergulho durante
o dia com pouco tempo de recuperação
e ainda fazer uma boa apnéia. Imagine
não ter que ficar por um grande
período descansando e apenas se
preocupar em mergulhar e mergulhar.

O fato é que o mergulho não funciona


dessa forma. Se não houver um tempo
correto de descanso o resultado vai
ser uma diminuição drástica do seu
tempo de fundo e além do mais há um
grande risco de apagamento por conta
desse detalhe.
Respeitar um
intervalo de tempo de
descanso de no mínimo
3 minutos é o ideal.
Utilize o dobro do
seu tempo de apnéia
para descansar na
superfície. Tenha
isso como regra em
seus mergulhos.
Após eu ter
colocado essa
técnica e regra em
prática, meu nível
de mergulho
melhorou muito. O
resultado foi
brilhante. Nos
primeiros momentos
eu já pude sentir
a diferença no meu
nível de mergulho.
Mas por que isso
aconteceu? Durante
a apneia o nosso
corpo armazena CO2
e esse gás é
responsável por
causar a vontade
de respirar.
Entre uma imersão e outra o mergulhador precisa reestabelecer um
bom nível de O2 para que a sua apneia seja prolongada com
segurança. Se o mergulhador fizer imersões consecutivas sem
respeitar esse intervalo de descanso, o cérebro vai perder a
percepção de qual gás está se sobressaindo em quantidade em nosso
corpo.
É aí que vem um dos maiores problemas relacionados ao “alarme” que
não acusa o alto nível de CO2 na corrente sanguínea e
eventualmente irá causar um apagamento. Como regra, aconselho que
fique no mínimo 3 minutos na superfície entre um mergulho e outro.
Além do mais, faça intervalos a cada pelo menos 2h durante sua
jornada de mergulho para se hidratar e alimentar.
O que faz um bom mergulhador ao perceber que descer um pouco mais
fundo poderá ocorrer um acidente? Ele simplesmente aborta essa
ideia e continua sempre dentro da margem de segurança. Tudo iria
ser bem mais fácil se mergulhadores soubessem quando parar. Isso
mesmo, quando deve parar. Não estou falando sobre parar de
mergulhar naquele dia, estou falando sobre não descer mais fundo
que o comum, não querer alcançar aquele grande peixe que
visivelmente é possível alcançar, mas existe um longo caminho a
percorrer. Durante o mergulho, 5 metros já é um longo caminho.
Também leve em conta que esses
Pra mergulhadores que fazem seus
limites variam entre os
mergulhos comumente até os 12
mergulhos. Muitos acidentes
metros e tentam extrapolar essa
ocorrem no início da temporada
marca e descer 17 metros, a
de água boa, quando o pescador
chance de ocorrer um acidente é
volta a mergulhar depois de
enorme. Por isso, a importância
meses parado. O problema
de saber o momento exato de
reside no fato dele querer
parar e pensar que aquilo ainda
mergulhar na mesma
não é possível para o seu nível
profundidade que estava
de mergulho. Lembre-se que as
mergulhando no final da última
chances de retroceder um
temporada, quando estava
acidente envolvendo o mergulho
mergulhando várias vezes por
em apneia são mínimas e que você
semana. Mais do que no tempo
precisa se prevenir disso.
ou profundidade, fique atento
às suas sensações. Escute o
seu corpo.
Faça do seu mergulho um
meio de tirar todo o
estresse da semana de
trabalho ou algo que esteja
te incomodando.
O mergulho serve
exatamente pra isso,
te ajudar a ter um
equilíbrio mental
perfeito. Tenha esse
esporte como um Respeite os limites
verdadeiro do seu corpo levando
antiestresse que em conta que eles
sempre te trará podem variar de dia
grandes benefícios pra dia.
para o corpo, para a
mente e principalmente
para a alma.

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