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A ABÓBODA CELESTE E ASTRONOMIA

O teto do templo representa a abóbada celeste. Do lado do oriente, à


frente do trono, o sol; por cima do altar do 1° Vigilante, a Lua; e do 2°
Vigilante, uma estrela de cinco pontas. No centro do teto, três estrelas da
constelação de Órion. Entre elas e no nordeste, ficam as Plêiades, Híadas
e Aldebaran; a meio caminho, entre Órion ao nordeste, Régulus, da
constelação de Leão. Ao norte, a Ursa Maior; a nordeste, Artarus; a leste,
Spica, da constelação de Virgem; a oeste, Antares; ao sul Formalhaut; no
oriente Júpiter; no ocidente, Vênus; Mercúrio, junto ao Sol e Saturno com
seus satélites, próximo a Óriun. Num total de 17 astros.

As estrelas são: três de Óriun, cinco das Híades e sete das


Plêiades e da Ursa Maior. As estrelas reais são: Aldebaran, Arturus,
Régulus, Antares e Formalhaut, num total de 27 estrelas.

Esta disposição tradicional do teto de nossos templos. A


seguir, iremos fazer um paralelo entre cada um desses astros e os
conhecimentos astronômicos sobre eles.
CONCEITOS
Temos alguns conceitos iniciais para a compreensão de
nossos estudos. Sucintamente podem ser assim definidos:

ASTRONOMIA: - é a ciência da observação dos astros. Tem por finalidade


situa-los no espaço, explicar suas origens, reconhecer seus movimentos,
descobrir a sua natureza e suas características. Surgida entre os
Sumérios há milhares de anos antes de Cristo, teve seu desenvolvimento
inicial intimamente ligado à astrologia.

As principais contribuições dos Sumérios foram:


introdução da matemática na astronomia; a orientação segundo os pontos
cardeais; descobrem e denominam muitas constelações, entre elas as
Zodiacais; estudos do movimento da Lua e do Sol; elaboração do primeiro
Calendário Lunar; previsão dos eclipses da Lua e do sol; reconhecimento
de muitos planetas de nosso Sistema Solar, etc. No decorrer dos séculos,
com o vertiginoso desenvolvimento das ciências de um modo geral, a
Astronomia se tornou uma ciência imprescindível para o ser humano.

ANO-LUZ: - distância percorrida pela luz, no vácuo, em um ano. Sabendo-


se que ela percorre aproximadamente 300.000 km/seg, num ano
percorrerá mais de 9 trilhões e 500 bilhões de km.

CLASSE OU TIPO ESPECTRAL: - classificação de uma estrela segundo as


características de seu espectro.

ESPECTRO: - conjunto de cores ou freqüências de ondas obtido com a


dispersão da luz de uma fonte, ao passar por um prisma. A luz branca do
sol forma um espectro de sete cores: vermelho, laranja, amarelo, verde,
azul, anil e violeta.

GÁS INTERESTRELAR: - gás esparso no espaço interestrelar.


LUMINOSIDADE: - medida do fluxo de luz recebido de uma estrela. Esta
pode ser:
Magnitude absoluta: magnitude que teria uma estrela a uma distância
de 10 parsecs.
Magnitude aparente: medida do fluxo de luz recebido de uma estrela na
Terra, de qualquer distância da mesma.

NEBULOSA: - nuvem de gás ou poeira interestrelar.

PARSEC: - unidade de distância de uma estrela cuja paralaxe anual seria


de um segundo. Um parsec é igual a 3,26 anos-luz.

PARALAXE: - seu nome de origem grega significa alteração de posição. É


o ângulo sob o qual um observador situado em determinada estrela veria
um comprimento convencionalmente escolhido, denominado base. Os
astrônomos empregam como base o semi-eixo médio da órbita terrestre,
que equivale a aproximadamente 300 milhões de quilômetros.

KELVIN: - unidade de temperatura no sistema internacional, igual ao grau


da escala de temperatura absoluta. O zero absoluto equivaleria a 273,16°
Celsius ou centígrados. Aqui as moléculas cessam seus movimentos.

RAIOS CÓSMICOS: - núcleos atômicos que se chocam contra a atmosfera


da Terra com energias extremamente altas.

UNIDADE ASTRONÔMICA (UA): - distância média entre o sol e a Terra. Seu


valor é igual à aproximadamente 150 milhões de
quilômetros.
Veremos agora algumas noções importantes relacionadas
com os Templos Maçônicos:
ASTRO: - nome dado a qualquer objeto que se encontra no universo.
Prefixo significando “estrela”, usada na formação de palavras como
astronauta, astrobotânica, etc.

CONSTELAÇÃO: - Configuração idealizada de um conjunto ou grupo de


estrelas, no total de 88 regiões convencionais da esfera celeste
estabelecidas pela União Astronômica Internacional.

ESTRELA: - objeto celeste em geral de forma esferoidal, no interior do


qual reinam temperaturas e pressões elevadas, verificando-se reações
termonucleares que liberam imensas energias. Possuem, portanto, luz
própria. Existe uma grande variação física entre as estrelas.

GALAXIA: - sistema estrelar isolado no espaço cósmico contendo de 100


bilhões de estrelas, nebulosas, aglomerados, poeira e gás. O Sistema
Solar pertence a uma galáxia: a Via Láctea. Existem milhões de galáxias
espalhadas pelo Universo. Têm as mais diversas formas e tamanhos.
Estão a milhões de anos-luz de nós.
PLANETA: - corpo celeste compacto, sem luz própria, relativamente frio,
que gira em torno de uma estrela, em órbita quase sempre elíptica. São
nove os planetas que giram em torno do nosso Sol.

SATÉLITE: - corpo celeste que gira em torno de um planeta em


conseqüência da gravitação. Em nosso Sistema Solar existem 35 satélites.
Acompanhando agora o plano do teto de nossos templos,
que representam a Abóbada Celeste, vamos fazer um pequeno estudo de
cada um daqueles objetos em ordem alfabética. Teremos, portanto:

ADEBARAN: - nome tradicional de origem árabe da estrela gigante


vermelha com diâmetro 36 vezes superior ao Sol, magnitude aparente 1,06
e temperatura superficial de cerca de 3000°K. Está situada à distância de
64 anos-luz. Seu nome significa “aquela que segue as Plêiades”.

ANTARES: - estrela supergigante vermelha de diâmetro 300 vezes maior


que nosso Sol, com temperatura superficial da ordem de 3500°K. É uma
estrela dupla visual. Encontra-se a 365 anos-luz da Terra. Seu nome de
origem latina significa “rival de Marte”.

ARCTURUS: - estrela gigante vermelha de diâmetro 22 vezes superior ao


do Sol. Está a 35 anos-luz. Sua magnitude aparente é de 0,24, portanto
uma das mais brilhantes do céu. Em valor absoluto sua luminosidade é 83
vezes superior ao Sol. Seu nome de origem latina significa: “guarda da
Ursa Maior”.

FORMALHAUT: - estrela de magnitude visual aparente 1,29 e absoluta


+2,0. Possui luminosidade 13 vezes superior ao Sol e é de coloração
branca. A temperatura superficial é de 900°K. Situa-se a 23 anos-luz.
Tornou-se famosa por sua utilidade na orientação dos navegantes. Hoje é
utilizada como ponto de referencia dos cosmonautas. Seu nome é uma
simplificação do árabe Fan-al-Hout-al-Ganoubi, que significa “a boca do
peixe”.

HÍADES: - constelação de Touro que constitui um cúmulo aberto de


aproximadamente 140 estrelas.

JÚPITER: - o maior dos planetas do Sistema Solar, com um diâmetro de


143.000 km e massa 318 vezes maior que a terra. Leva 11 anos para
completar uma volta em torno do Sol, distando deste cerca de 780 milhões
de km. Seu nome provém do sânscrito Dyn (Deus) e Pater (pai). Possui 16
satélites.

LUA: - satélite da Terra e cuja evolução em torno dela dura cerca de 27


dias e oito horas, tempo que igualmente gasta para girar em torno do seu
eixo. Por essa razão a face lunar voltada para nas é sempre a mesma. A
Lua não tem luz própria, mais reflete a luz do Sol, de forma diferente, de
acordo com a posição em que se encontra. Tais variações são
denominadas de fases.
MERCÚRIO: - é o planeta mais próximo do Sol. Era conhecido desde os
babilônicos. Tendo em vista que Mercúrio era um planeta que se movia
mais rapidamente, os gregos o nomearam de Hermes, o mensageiro dos
deuses, que possuía asas nos pés. Correspondia em Roma a Mercúrio,
deus do Comércio. É o menor planeta do Sistema Solar, com um diâmetro
de 4880 km. Sua massa equivale a 6 centésimos da massa da Terra. Gira
em torno do Sol em 88 dias, a uma distância média de 58 milhões de km.
Seu período de rotação ao redor do eixo é de 58 dias.

ÓRION: - constelação equatorial, a mais brilhante do céu de verão.


Facilmente de ser localizada pelas suas famosas Três Marias.

PLÊIADES: - grupo de sete estrelas visíveis a olho nu na constelação de


Touro. Fazem parte do aglomerado aberto, situado à distância de 350
anos-luz. As principais estrelas recebem nomes particulares. A mais
brilhante á Alcione; a seguir, vêm Maia, Mérope, Electra e Taigeta.

RÈGULUS: - estrela branco-azulada, de primeira magnitude, situada a 68


anos-luz. Seu diâmetro é 3,5 vezes maior que o Sol e sua luminosidade é
130 vezes superior à solar. Há 4000 anos atrás o verão iniciava com a
chegada do Sol em Régulus. Convém lembrar que os persas dividiam o
céu em quatro partes, por intermédio das estrelas reais: Aldebaran,
Régulus, Antares e Formalhaut, utilizadas na agricultura para indicar o
início das estações.
SATURNO: - segundo maior planeta do Sistema Solar, com um diâmetro
de 115.200 Km, sendo dez vezes maior que a Terra. Situado a mais de um
bilhão de km do Sol, é sem dúvida um dos mais bonitos corpos celestes.
Saturno gira ao redor do Sol em quase 30 anos. Seus
famosos anéis medem 70.000 km de largura e 1 km de espessura. Há
milhares de anéis, constituídos por milhões de pequenas partículas
sólidas. Ao redor de Saturno giram 16 satélites naturais.

SOL: - é uma estrela relativamente pequena e de brilho fraco. Sua luz leva
oito minutos e meio para chegar a Terra, ao passo que a outra estrela mais
próxima de nós, Alfa Centauro, sua luz leva três anos e quatro meses para
atingir a Terra. È formado por uma massa de gases quentes sendo um
milhão de vezes maior e cerca de trezentas vezes mais pesado que a
Terra.

SPICA: - nome tradicional da estrela Alfa de Virgem. Tem magnitude visual


de 1,2, está situada a 220 anos-luz da Terra.

URSA MAIOR: - constelação circumpolar norte. Sua designação provém


do fato de representar a Ursa em que transformou a princesa Calisto, por
ação de Hera, esposa ciumenta de Zeus (Júpiter).

VÊNUS: - segundo planeta em ordem de afastamento do Sol, com órbita


situada entre Mercúrio e a Terra. Está situado a uma distância de cerca de
39 milhões de km de nós, na posição mais próxima, e 260 milhões de km
na posição mais afastada. É o mais brilhante objeto do céu depois do Sol
e da Lua. Seu diâmetro é quase igual ao da Terra e seu período de rotação
em torno do Sol é de 243 dias. Não possui satélite natural. Tem inúmeros
nomes populares: Estrela Matutina, Estrela Vespertina, Estrela Dalva,
Estrela do Pastor e muitos outros.

CONCLUSÂO: - No teto do Templo, as estrelas principais são: três de


Órium, cinco de Híadas e as sete de Plêiades. As ESTRELAS REAIS são:
Aldebaran, Arcturus, Antares, Formalhaut e Régulus; destas, Arcturos é a
mais brilhante e participa do grande triângulo da verdade cósmica, assim
formado: em seu ápice, por Régulus, a principal estrela da constelação de
Leão, o signo de Deus (Sabedoria); no ângulo direito de sua base, por
Spica; da constelação de virgem (Beleza); e no ângulo esquerdo de sua
base Arcturus (Força). Esse triângulo simboliza pureza e a virtude
(atributos de Virgem) engendradas por Deus (representado por Leão),
como a verdade que o pastor deve transmitir ao seu rebanho.

BIBLIOGRAFIA:

Ritual do 1° Grau do REAA – Grande Oriente do Brasil


Revista A VERDADE n° 409/99 – Grande Loja Maçônica do Estado de São
Paulo
Revista A TROLHA n° 168/00 – Editora ”A TROLHA” Ltda.

Colaboração: Ir∴ Paulo Edgar Melo


ARLS Cedros do Líbano N° 1688.

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