Você está na página 1de 3

Nome: Vitória de Almeida Fonseca n°USP: 8601450

Docente: Giulia Crippa


Matéria: História dos Meios de Transmissão Cultural e dos Equipamentos Culturais
Curso: Ciência da Informação e da Documentação
Data: 21/06/13

“A sociedade e os meios de
transmissão cultural”
Através do texto de Gugliemo Cavallo, “Entre Volumen e Codex – A Leitura no
Mundo Romano”, e da aula e texto do professor Marco Antônio de Almeida, “Imagens
& Letras na Construção do Conhecimento: considerações sobre leitura, audiovisual e
tecnologias da informação e comunicação”, é possível fazer considerações acerca da
construção do conhecimento e da assimilação de informações a partir de produtos
culturais, em livros e filmes, e ainda, analisarmos sobre a transmissão cultural.

No início, a escrita só fazia parte de grupos nobres, os livros eram feitos em


rolos de papiro envoltos em folhas de cedro, e mais tarde, esta leitura torna-se uma
prática de intimidade, um ato de privacidade, que com o aumento de leitores deu origem
às primeiras bibliotecas privadas, destacando a importância da relação entre textos,
livros e homens. O novo leitor, portanto, não é mais aquele “obrigado” a ler, é um leitor
“livre”, que lê por prazer e que cultiva os gestos de leitura.

As condições de aprendizagem da leitura são diversas, era realizada em família,


em escolas públicas ou com professores particulares, e com essa aprendizagem, a leitura
passava a se tornar mais segura e rápida, exaltando a leituras silenciosas (apenas
visuais), embora a maneira mais habitual de ler fosse à voz alta.

Com o crescimento de leitores, surge a literatura de entretenimento, colocando o


livro como um intermediário entre todas suas palavras e emoções e o leitor, que passa a
viver o livro. Mas mesmo passando a ser um hábito de entretenimento, não podemos
esquecer-nos que a leitura ainda representava autoridade e intelectualidade humana.

Agora, de onde provém esse prazer que nos é dado pelo ato de ler?

A leitura é uma alma sedutora que nos enlaçam e levam a transe, e os livros
fazem parte deste transe, levando-nos a outros mundos que não vivemos ou que não
podemos viver, capturando intensamente o interesse do leitor. E é essa relação do leitor
seduzido pela leitura que será o ponto de partida posterior para estabelecermos uma
primeira ponte com o cinema. As pessoas leem para passar o tempo, para aprender, para
se comunicar, por obrigação, para espantar o tédio ou a solidão, por prazer. O calor da
voz da leitora e de sua presença resgata a magia que se encontra submerso na frieza do
texto impresso.
A leitura exige de todo leitor que ele se torne ator; o leitor precisa ‘interpretar’ as
linhas que lê, assim como um ator precisa ‘interpretar’ o texto para o público,
enunciando as suas falas com a expressão correta.

Os livros estabelecem uma relação orgânica com a história contada,


enriquecendo-a com mais nuances, estabelecendo um nexo entre a história particular ali
narrada e a história da humanidade como um todo.

O cinema como forma de arte e de mecanismo de cultura, por sua vez, pode ser
concebido como um dispositivo de representação, com seus mecanismos e sua
organização dos espaços e dos papéis. O mecanismo fílmico une narração e
representação numa linguagem que se estrutura através de imagens, condicionando o
olhar do espectador, por meio da manipulação do tempo, jogando com seus desejos e
seu imaginário.

A arte cinematográfica é composta por uma cadeia de planos, articulados de


forma a construir um espaço e um tempo homogêneos. A reflexão sobre a linguagem do
cinema demonstra que ela é uma sucessão de seleções e de escolhas, daí podemos
chamar o cinema de ‘fábrica de sonhos’, pois, se no sono, produzimos nossos sonhos,
no cinema eles já nos chegam prontos.

O que se percebe, observando a produção cultural contemporânea, é que essas


múltiplas interpretações são encorajadas pelas obras; boa parte da chamada estética
“pós-moderna” repousa na ideia de um leitor/receptor ativo, com níveis cada vez
maiores de sofisticação, capaz de construir as pontes intertextuais entre romances,
filmes, quadrinhos, música, livros, etc.

Configura também uma nova relação entre cinema e literatura: longe de ser uma
mera adaptação “fiel” ao original, o filme retoma a obra como um verdadeiro mosaico
hipertextual de imagens, vozes, livros e citações.

As novas tecnologias de informação e comunicação e o substrato cultural a elas


relacionado como a cibercultura apresentam desafios inéditos tanto para textos
narrativos como para textos-compêndio. Talvez sejamos, em breve, testemunhas de
novas formas e estruturas do conhecimento desabrochando nas redes.

“A rede faz mais do que reunir e conservar a informação. O seu objetivo é


também a indexação e a organização de todo o conhecimento mundial.”

Depois de analisarmos alguns meios de transmissão cultural, podemos notificar


que a transmissão cultural é um processo evolucionário, uma consequência produzida
pelos comportamentos dos indivíduos que fazem parte de uma dada cultura, deixando
claro que ela só existe a partir da ação comportamental dos indivíduos no ambiente de
uma dada cultura. Podemos então concluir que não há transmissão cultural sem
ambiente social, ou seja, não há cultura sem que exista o relacionamento entre
indivíduos que são mutuamente afetados por suas ações.
Essa forma de transmissão cultural humana possibilita que os indivíduos:
(1) se beneficiassem dos conhecimentos adquiridos por gerações anteriores, sem
a necessidade de consumir o mesmo tempo ou esforço que aqueles;
(2) promovessem modificações nesses conhecimentos;
(3) transmitissem esses conhecimentos modificados para gerações posteriores.
Por fim, temos como conclusão que todos os meios de transmissão cultural têm
como principal função informar, educar e entreter de diferentes formas, com conteúdos
selecionados e desenvolvidos para seus determinados públicos. Hoje em dia, com o
avanço da tecnologia, as pessoas passam a maior parte do tempo ocupando-se com
avançados e inovadores meios de comunicação e de transmissão cultural, pois estes de
certa forma proporcionam o prazer humano referente ao seu lazer, entretenimento,
aprendizado, ensino, entre outros e a partir desses disseminam as informações que
consideram relevantes e que de certa forma despertam interesses no público, ouvinte,
leitor, telespectador ou internauta.

Você também pode gostar