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Terça-feira, 6 de Outubro de 2015 I SÉRIE - Número 79

,
BOLETIM DA REPUBLICA
PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

SUPLEMENTO
IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P. 2. O sistema referido no n.o 1 do presente artigo é composto
pelo conjunto ·de centrais de informação de crédito de gestão
privada, seus processos operacionais, provedores de dados,
AVISO assinantes e clientes.
A matéria a publicar no "Boletim da República .. deve ser remetida
em c6pia devidamente autenticada, uma por cada assunto, donde AIITIGO 2
conste, além das indicações necessárias para esse efeito, o averbamento (Âmbito de apllcaçlo)
seguinte, assinado e autenticado: Para publicação no "Boletim da
República... A presente Lei aplica-se às centrais de informação de crédito,
provedores de dados, assinantes e clientes .
•••••••••••••••••••••••••••••••• .AIITIGO 3
SUMÁRIO (Definições)
Assembleia da República:
As definições dos tennos usados na presente Lei constam
Lei n." 612015: do Glossário em anexo, que dela faz parte integrante.
Cria o Sistema de lnfonnação de Crédito de Gestão Privada. CAPiTULO II
Lei n." 712015: Licenciamento
ARTIGO 4
Altera e republica a Lei n.o·2412013.de 1 de Novembro. que aprova
a Lei Orgânica da JurísdiçãoAdministrativa. (Obrigatoriedade de licenciamento)
I. A constituição de centrais de infonnação de crédito está
L.I n." 812015: sujeita.ao licenciamento prévio do Banco de Moçambique.
Altera e republica a Lei n.o 14/2014. de 14 de Agosto. que aprova 2. A licença concedida pelo Banco de Moçambique é intrans-
missível e inegociáv.el.
a Lei da Organização. Funcionamento e Prpcesso da Secção
de Contas Públicas do Tribunal Administrativo. ARTIGO 5

•••••••••••••••••••••••••••••••• (Pedido de licença)


I . O pedido de licença deve ser acompanhado de documentos
ASSEMBLEIA DA REPÚLICA que comprovem:
a) a idoneidade dos proponentes;
Lei n. o 6/2015 b) a capacidade financeira dos proponentes, para garantir
de iii de Outubro a estabilidade pa Central de Informação de Crédito;
c) a viabilidade do projecto.
Havendo necessidade de estabelecer o quadro legal
2. O Regulamento da Lei especifica a informação·, os docu-
que disciplina'a constituição e funcionamento de entidades
mentos e os procedimentos necessários para a instrução do pedido
que prestam serviços de gestão de informações de crédito
de licença.
e de pagamento ao abrigo do n.o I do artigo 179. da Constituição,
ii Assembleia da República, determina: AIITIGO 6
CAPíTULO I (Caducidade da licença)

Disposições gerais A licença caduca se:


AIITIGO I a) a instituição não for constituída no prazo de seis meses
a contar da data da autorização;
(ObJectO) b) a institu~ão não iniciar a actividade no prazo de doze
I. A presente Lei cria o Sistema de Informação de Crédito meses a contar da data da autorização;
de Gestão Privada em Moçambique e estabelece as normas c) os requerentes a ela expressamente renunciarem antes
do seu funcionamento. do infcio da actividade.
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2. A organização, a composição e o funcionamento com o n.o I, do artigo 179 da ConstitUIção, a Assembleia


do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa da República determina:
são regulados por lei.
ARTIGO I
ARTIGO 74
(Alteração ã Lei n. o 1412014, de 14 de Agosto)
(Competência do Governo)
São alterados os artigos I, 4, 5, 6, 7, 13, [4 a [38 da Lei
Compete ao Governo assegurár a implantação de secções n.o 1~.2014,de 14 de Agosto, e passam a ter a seguinte redacção:
sob proposta do Conselho Superior da Magistratura Judicia[
Administrativa, apresentada pelo Minisiro que superintende "ARTIGO I
a área da Justiça.
(Objecto)
ARTIGO 75 I.A presente Lei aplica-se à organização, funcionamento
(Responsabilidade do Governo) e p~ocesso da Secção de Contas Públicas do Tribunal
Administrativo.
Cabe ao Governo assegurar as condições organizativas,
2. A presente Lei aplica-se igualmente ao processo
materiais, financeiras e de recursos humanos, para a implementação
de fisca-lização prévia, através do Visto, nos tribunais
da presente Lei.
administrativos provinciais e no Tribuna[ Administrativo
ARTIGO 76 da Cidade de Maputo.
(Tribunais administrativos provinciais e Tribunal Administrativo AR'tlGo4
da Cidade de Maputo)
(Colaboração de outras entidades)
Enquanto não entrarem em funcionamento os ~ribunais
administrativos provinciais e o Tribuna[ Administrativo da Cidade l. ( ... ) .
de Maputo', as suas competências são exercidas pelo Tribunal 2. O Tribunal Administrativo poçie determinar a requi-
Administrativo. sição de serviços de inspecção e auditoria aos órgãos
ARTIGO 77 de controlo interno.
(Jurisdição provisória)
2. A. Excepcionalmente, sempre que necessário,
o Tribunal Administrativo pode recorrer à contratação
Transitoriamente, enquanto não funcionarem todos os tribunais de empresas especializadas para realização de inspecção
administrativos provinciais é o tribunal Administrativo da C:::idade
e auditoria, quando estas não possam ser desempenhadas
de Maputo, ou, a qualquer momento, verificando-se interesse
ou interesses relevantes por parte da Administração Pública, pel9s. serviços de apoio dó Tribunal.
3. As entidades' públicas devem comunicar ao Tribuna[
ajurisdição territorial de um tribunal administrativo pode abranger
mais do que uma província. Administrativo, aos tribunais Administrativos Provinciais
e Tribunal Administrativo .da Cidade de Maputo,
ARTIGO 78 as irregulariáades de que tomem conhecimento no exercício
(Tribunais fiscais e tribunais aduaneiros de primeira Instância)
das suas funções, sempre que a apreciação das mesmas caiba
no âmbito das respeCtivas atribuiçõe~ e competências.
Enquanto não. vigorar nova legislação sobre o contencioso
fiscal e aduaneiro, mantêm-se as disposições em vigor sobre ArmG05
as respectivas matérias, incluindo o funcionamento dos tribunais
em primeira instâneia. (Princípio do contraditório)
O Tribunal Administrativo confere o direito de audição
ARTIGO 79 prévia e de defesa aos responsáveis pelas contas e aos
(Legislação) eventuais suspeitos de infracções financeiras, garantindo o
A presente Lei é' complementada, no prazo de dois anos, contraditório e a ampla defesa.
a contar da data da sua publicação, pela actualização do regime ARTIGO 6
processual administrativo, fiscal e aduaneiro, pelo regime
relativo à declaração de ilegalidade quanto à aplicação de normas' (Publicidade das decisões)
regulamentares emitidas pela Administração Pública, pela l. ( ... )
actualização das normas sobre as custas judiciais, e do regime 2. ( ...)
jurídico concernente ao Estatuto dos Jurzes administrativos, fiscais 3. As decisões a que se refere o número anterior são
e aduaneiros e ao funcionamento das secretarias, cartórios e qutros publicadas no Boletim da República.
serviços dajurisdição administrativa. 4. As decisões a que se ref~re o n.o 2, são também
publicadas no sítio de Internet do Tribunal Administrativo.
ARTIGO 7
Lei ".°812015 (EatrutUl., compoalçio e quorum)
I. ( ...).
de ti de Outubro
2. ( ... )
Havendo necessidade de proceder a revisão da Lei 3. (_.)
n.o I4I2014,de 14 de Agosto, visando adequá-Ia a realidade actual 4. A Secção das Contas Públicas funciona em fonnaçóes
e ao proc.esso de elaboração do relatório e parecer sobre a Conta jurisdicionais, integrada por três juízes, para c!ecisão sobre
Geral do Estado, ao abrigo do disposto no artigo 231 ,conjugado o Visto, nos casos referidos no artigo 36.
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7

ARTIGO 13 2. As informações e processos pedidos para o exercício


da fiscalização prévia devem ser prestados pelos serviços,
(Aplicabilidade de normas aos tribunais administrativos
funcionários e quaisquer entidades públicas ou privadas com
provinciais e Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo)
prioridade sobre qualquer outra actividade. ,
É aplicável aos tribunais administrativos provinciais 3.As entidades referidas no número'anterior são obrigadas
e Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo, com as a dar execução aos ac6rdãos, resoluções, instruções
necessárias adaptações, o regime dos n.Os 2 e 4 do artigo 7 e despachos do Tribunal, sob pena de desobediência
e dos artigos 8,9 e 10. qualificada.
ARTIGO 14
ARTIGO 17
(Competência)
(Competência dos serviços de apoio à Secção de Contas
1. Compete ao Tribunal Administrativo:
Públicas)
a) dar parecenobre a Conta Geral do Estado;
I. Compete aos serviços de apoio à Secção de Contas
b) fiscalizar, previamente, de modo sistemático,
Públicas, prestar todo o apoio técnico-administrativo e,
a legalidade e a cobertura orçamental dos actos
designadamente, informar oficiosamente os actos, contratos
e contratos de que resulte receita ou despesa para
alguma das entidades expressamente reservadas e mais instrumentos sujeitos à fiscalização do Tribunal
Administrativo e organizar os respectivos processos.
por lei çomo sendo da competência do Tribunal
2. Para os efeitos do dispost,o no número anterior,
Administrativo;
os serviços pOdem solicitar os elementos indispensáveis.
c) fiscalizar, sucessiva'ou concomitantemente,
as entidades definidas por lei e julgar as respec- ARTIGO 18
tivas contas;
d) fiscalizar a aplicação dos recursos financeiros (Representação)
externos, nomeadamente através de empréstimos, 1. O Ministério Público é representado junto do Tribunal
subsídios, avales e donativos; Administrativo, nos termos da lei.
e) aprovar relatórios da verificação externa de contas 2. O Ministério Público intervém em todas as sessões,
e de auditorias; podendo usar da palavra e promover o que achar conveniente.
j) ordenar reposições de recursos irregularmente
utilizados; ARTIGO 19
g) aplicar multas aos' responsáveis das quantias (Legislação aplicável)
em falta;
h) efectivar, reduzir ou relevar a responsabilidade O processo relativo à Cotlta Geral do Estado, à fiscalização
financeira decorrente de infracções financeiras, prévia, à fiscalização concomitante, à fiscalização sucessiva,
contabilísticas e administrativas. bem como às respectivas responsabilidades financeiras,
rege-se pela presente Lei e, supletivamente, pelo Código
2. No parecer sobre a Conta Geral 'do Estado o Tribunal de Processo Civil, pelas normas relativas aos p~ocedimentos
Administrativo aprecia, designadamente: administrativos e pelo Código de Processo Penal ,em matéria
a) a actividade financeira do Estado no ano a que sancionat6ria, observando-se as necessárias adaptações.
a Conta se reporta, nos domínios patrimonial,
das receitas e despesas; ARTIGO 20
b) o cumprimento da Lei do Orçamento e legislaÇão (Distribuição e espécies)
complementar; Para efeitos de'distribuição, ,os processos classificam-se
c) o inventário do patrim6nio do Estado; , em:
d) as subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos
e outras formas de apoio concedidos, direc~a a) Conta Geral do Estado;
ou indirectamente. b) Visto;
c) Contas de gerência;
ARTIGO IS d) Auditoria;
e) Inspecção;
(Competência complementar) j) Multa;
Compete, ainda, ao Tribunal Administrativo: g) Recurso;
a) aprovar os regulamentos internos necessários h) outros processos.
ao seu funcionamento; ARTIGO 21
b) emitir e publicar, com carácter imperativo,
as instruções indispensáveis ao exercício da sua (Relatores)
competência, nomeadamente nó que se refere I. A distribuição é o meio utilizado para designar
ao modo como as contas e os processos devem o Relator do processo.
ser submetidos à sua apreciação; 2. Para efeitos de distribuição e substituição de Relatores,
c) propor as medidas normativas e administrativas a ordem dos juízes é sorteada na primeira sessão ariual.
que julgue necessárias na sua área de actuação. 3. A distribuição dos processos de Visto a serem
apreciados em sessão diária de Visto, faz-se nos termos
ARTIGO 16
previstos no artigo 33, da presente Lei.
(Prova, coadjuvação e execução)
ARTIGO 22
1. O tribunal competente pode requisitar quaisquer
documentos ou diligências e solicitar esclarecimentos que (Direcção processual)
entenda indispensáveis e que são prestados até cinco dias, I. Compete à Contadoria da área respectiva dirigir a fase
sob pena de multa ao responsável. instrutória do processo.
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2. Concl uída a fase instrutória e havendo Iugar a submissão A RfIGO29


a j\llgamento, compete ao Juiz Relator a preparação para (Contagem dos prazos)
a fase de julgamento.
Os prazos são contínuos e interrompem-se até à respectiva
3. Das decisões proferidas na fase jurisdicional cabe
satisfação, sempre que sejam solicitados elementos
reclamação, sem efeito suspensivo. adicionais ou em falta, considerados imprescindív~is,
ARflG023 ou tendo em vista o suprimento de deficiências.
(Audiência dos respons6vels) ARfIGO 30
O Tribunal Administrativo procede sempre à audição
(Prazo supletivo)
dos responsáveis, sal vo relativamente. ao processo
de elaboração do relatório e parecer sobre a Conta Geral Quando a lei não especifique, entende-se ser de cinco dias
do Estado. o prazo a observar em qualquer diligência.
ARfIGO 24
ARfIGO 31
(Cltaçlo. notltlcaçllo)
A citação e a notificação são feitas nos termos da Lei (Execuçlo de decisões condenatórias)
de Processo Civil, podendo o Juiz Relator determinar que As decisõcs condenatórias devem ser executadas, quando
sejam efectuadas por agente da autoridade administrativa for caso disso, no prazo de trinta dias após a notificação do
ou policial. responsável, correndo trâmitC)s nos tribunais competentes
-ARfIGO 25 para as execuçõcs fiscais.
(Falta de remesss de elementos)
ARfIGO 32
I. 'Verificando-se a falta injustificada de remessa de ele-
mentos com relevância para a decisão do processo, o tri bunal (Trlinslto em Julgado)
aprecia livremente essa conduta, para efeitos probatórios, As decisõcs condenatórias transitam emjulgado no prazo
sem prejuízo de eventual instauração do processo de multa de dez dias.
ou outros e da comunicação às entidades competentes para
ARfIGO 33
o apuramento de responsabilidades.
2. A multa a arbitrar pela falta referida anteriormente, (Distribuição dos processos de Visto)
conforme as circuristâncias a ponderar pelo tribunal, Os processos de Visto entrados são distribuídos ao juiz
não deve ser inferior a um sexto do vcmcimentQ anual de semana, devidamente informados pela Contadoria, até ao
do responsável pelo. seu pagamento, a identificar primeiro dia útil da semana seguinte ao registo de entrada
no respectivo processo, pela primeira vez, e três ~extos na Secretaria do tribunal competente.
do vencimento anual, pela segunda e ulteriores vezes.
ARfIGO 34
3. Seja qual for a situação, o limite máximo da multa
não pode ultrapassar o vencimento total anual do infractor. (Sequência da Instrução dos proces80s)
1. A instrução dos processos fgz-se pela or.dem de registo
ARflG026 de entrada, salvo nos casos de urgência.
(Provas) 2. Por iniciativa própria ou a requerimento de qualquer
Nos processos referidos no artigo 20, da presente Lei só entidade, os jufzes podem declarar a urgência de qualquer
são admitidas a prova por inspecção, a prova documental e, processo, mediante despacho fundamentado.
quando o tribunal o considere necessário, a prova pericial. ARfIGO 35
ARTIGO 27 .
(Prazos)
I. A concessão do visto deve tér lugar no prdzo de trinta
(AucU'ncla de t*:nlcoa)
dias, salvo se forem solicitados elementos ou informações
I . Quando num processo se devam resol ver questões que complementares.
pressuponham conhecimentos especializados, o tribunal 2. Os pedidos de elementos ou informaçõcs devem
pode determinar. a intervenção de técnicos que podem ser efectuar-se no mesmo prazo.
ouvidos na discussão.
2. Nas condições do número anterior, o representante do ARTIGO 36
Ministério Público pode, também, ser assistido por t6cnicos ~Procee80 de Vleto em formação JurisdicIonal)
que são ouvidos na discussão, quando o tribunal o considerar
conveniente.
o
Sempre que juiz a quem foi distribuído o processo
entenda que deve ser recusado o Visto ou se suscitem
ARTIGO 28 dúvidas acerca da decisão a tomar, o processo é lçvado
à sessão, para apreciação cm conferência, acompanhado
(Conitltulçlo ". ac!vogJIdo) do projecto de acórdão.
1. É permitida a constituição de advogado em qualquer
ARTIGO 37
grau de instância, nos processos de visto, de julgamento
de contas, de julgamento de responsabilidades financeiras (Notificação daa decls6.s em processo de Visto)
e de multa. I. As decisões de recusa de Visto cm actos e contratos
2. No Plenário do Tribunal Administrativo, a constituição relativos a pessoal são enviadas, com os respectivos
de advogado é Obrigatória. processos. aos serviço~que os tiverem remetido ao tribunal.
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2. Todas as decisões são notificadas aos .respectivos ARTIGO 42


interessados e podem ser publicadas no sítio de internet do (Declslo em responsabilidade financeira ou Jufzo
Tribunal. de censura)
ARTIGO 38
I. Sempre que da instrução resultem factos que envolvam
(Notificação ao Ministério Público) responsabilidade financeira ou qualquer ju(zo de censura,
Os acórdãos de recusa de visto são notificados ao repre- o relator ordena a citação dos responsáveis para, no prazo
sentante do Ministério Público,junto do tribunal competente, de trinta dias, contestarem e apresentarem os documentos
que entendam necessários.
designadamente, para eventual interposição de recurso,
2. Se se tratar de infracções puníveis apenas com multa,
no prazo de cinco dias.
é instaurado o r~spectivo processo autónomo.
ARTIGO 39
ARTIGO 43
(Fases processuais) (Conteúdo das decla6es)
I. Os processos de contas integram as fases instrut6ria As decisões dcsfavoráveis, ainda que consistam num mero
e de julgamento. juízo de censura, devem mencionar expressamente a posição
2.A fase instru(ória inicia-se com a entrada na Secretaria adoptada pelos visados, a propósito dos actos ou omissõcs
do expediente processual, distribuição e designação que lhes sejam imputados.
do juiz Relator, seguindo-se a tramitação nos serviços
de apoio, a elaboração do relatório técnico final e organização ARTIGO 44
do processo.
(Âmbito de apllcaçlo)
3. A fase de julgamento, com vista à apredação
jurisdicional, inicia-se com a entrega do processo ao Juiz As normas da presente secçãO são aplicáveis
Relator. ao julgamento de todas as infracçõcs·pun(veis com multa,
cujo conhecimento seja da competência do Tribunal
ARTIGO 40 Administrativo ou dos tribunais administrativos provinciais
e Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo, para
(Apensaçio de processos) as quais não haja processo pr6prio.
I. São susceptíveis de apensação as contas de gerência
ARTIGO 45
em que se detectem infracçõcs financeiras.continuadas,
imputáveis aos mesmos agentes, ou em que os elementos (Instauração do processo)
integrantes da gerência sejam.os mesmos. 1. O processo de multa é instaurado com base
2. Também podem ser apensadas as contas correspondentes, em despacho proferido em processo adequado, informação
se útil à apreciação destas, quando não apurada transgressão da Secretaria ou den'únoia.
à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, 2. A denúncia é obrigat6ria para os funcionários e agentes
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial. . das entidades sujeitas ao controlo do tribunal competente,
quanto aos factos de que tomarem conhecimento no exercício
Altl"IGO 41 das suas funções ou por causa delas.
(Identificação dos responsáveis pelas Infracções) ARTIGO 46
I. QuandÇ) detectadas irregularidade nas contas, o relator
(Intervençio do Ministério Público)
ou o tribunal deve definir a responsabilidade individual
ou solidária pelo acto de gestão inquinadQ. Distribu(do e autuado o processo, é dada vista
2. Se houver débito, ordena. a citação do responsável para, oficiosamente ao Ministério Público, que pode requerer
o que tiver por conveniente, no prazo de oito dias, a contar
no prazo estabelecido no Regimento Interno. apresentar
da data do respectivo termo de vista.
defesa ou cobrar a importância devida.
3. Caso não haja débito, determina a audiência ARTIGO 47
do responsável para, no prazo estabelecido no Regimento
(Cltaçlo)
Interno,'apresentar razões justificativas.
, 4. As contas de gerência que enfermem de irregularidades Logo que o processo contenha elementos para permitir
financeiras que, simultaneamente, constituam crimes apurar a existência da infracção, qual o seu autor e em que
qualidade: o relator manda citar para contestar os factos
previstos e punidos pela' Lei Penal, em cujo âmbito
que se lhe imputatn, juntar documentos e requerer'o que
os autores estejam perfeitamente identificados por sentença tiver por conveniente, no prazo de trinta dias, a contar
penal transitada emjulgado. devem ser objecto de quitação. da data da citação.
se os responsáveis pela gerência forem estranhos aos factos ARTIGO 48
e as contas não padecerem de outras irregularidades que
a isso obstem. (Vista aO Ministério Público)
5. De igual modo, são susceptíveis de arquivamento Apresentada a contestação ou decorrido o respectivo
as contas cujo âmbito da decisão penal conclua pelo prazo sem que esta tenha sido apresentada, vai o processo
arquivamento do processo-crime, por impossibilidade com vista ao Ministério Público para emitir parecer.
de imputação dos factos criminosos ou de identificação A KfIGO49
dos seus autores materiais, inexistindo, igualmente, culpa
dos responsáveis pela gerência. (Outros Infractores)
6. Nas circunstâncias previstas nos n."" 4 e 5 do presente Quando da sua instrução resulte que a infracção
artigo, deve abonar-se aos responsáveis pela conta os é susceptível de ser imputada a outras pessoas. são estas
dinhei ros e outros valores em falta e proceder ao ajustamento também citadas seguindo-se os demais termos dos artigos
dàquela, por forma a reflectir essa mesma realidade. anteriores.
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580 - (26) I SÉRIE - NÚMERO 79

ARTIGO 50 c) a opinião dos responsáveis em sede do contraditório;


d) o juízo sobre a legalidade e regularidade das
(Pagamento voluntairlo)
operações examinadas e sobre a consis~ncia,
I. O responsável pode pôr termo ao processo, pagando, integralidade e fiabilidade das contas e respectivas
voluntariamente, o montante mínimo da multa legalmente
demonstrações financeiras, assim como sobre
fixado, dentro do prazo da contestação.
a impossibilidade da sua verificação, se for o caso;
2. O juiz julga extinto o procedimento logo que sejajunta
e) a concretização das situações de facto e de direito
aos autos ii guia comprovativa do pagamento.
integradoras de eventuais infracçõcs financeiras
ARTIGO 51 e seus responsáveis;
(Suprimento da falta) /) a apreciação da economia, eficiência e eficácia
I. O pagamento da multa não isenta o infractor da gestão financeira e seus responsáveis;
da obrigação de suprir a falta que originou a infracção, se g) as recomendações com vista a serem supridas
tal for poss(vel. as deficiências da respectiva gestão e funcio-
2. Para o fim do disposto no número anterior, o juiz namento dos serviços;
concede um prazo razoável, não superior a trinta dias após II) os emol umentos qevidos e outros encargos
a decisão. da responSabilidade da entidade auditada.
ARTIGO 52 ARTIGO 56
(Responsabilidade ftnancelra cumulativa) (Auditorias !Ia fiscalização concomItante)
A condenação em processo de multa não isenta o infraétor I. O Tribunal Administrativo pode realizar auditorias,
da responsabilidade financeira eventualmente decorrente no âmbito da fiscalização concomitante, a qualquer
dos mesmos factos. momento, em especial nos seguintes casos: .
ARTIo053 a) aos procedimentos e' actos administrativos que
impliquem despesas de pessoal e aos contratos
(Regime apllc'vel) que não devam ser remetidos para fiscalização
As disposições relativas aos processos de contas prévia nos termos da lei e, ainda, quanto
ou de multa são aplicáveis, com as necessárias adaptações, à execução de contratos visados;
nomeadamente aos seguintes processos: b) à actividade financeira exercida antes do encer-
a) averiguações, inquéritos e auditorias; ramento da rçspectiva gerência.
b) declaração da impontualidade do julgamentO; 2. Se, nos casos previstos no número precedente, se
c) fixação de débito aos responsáveis ou de declaração apurar a ilegalidade de procedimento pendente ou de acto ou
de impossibilidade de julgamento; contrato ainda não executado, deve a entidade competente
. fi) reforma de processo;
para autorizar a despesa ser notificada para remeter o
e) embargos à execução de decisão;
mencionado acto ou contrato à fiscalização prévia e não lhe
/) extinção de fianças, cauções e mais garantias dar execução antes do visto, sob pena de responsabilidade
exigíveis aos responsáveis por dinheiros públicos. financeira.
ARTIoo54 3. Os relat6rios de auditoria realizados nos termos
dos números anteriores podem ser instrumentos de processo
(Inspecç~.. e auditorias) de verificação da respectiva conta ou servir'de base
I. O Tribunal Administrativo pode, para além das audi- a processo de efectivação de responsabilidade ou de múlta.
torias necessárias à verificação externa de contas, realizar,
sempre que o entender, por sua iniciativa ou a pedido ARTIGO 57
da Assembleia da República, do Governo, do Procurador~
(Notificação ao Ministério Público)
-Geral da República ou do Provedor de Justiça, inspecções
e auditorias de qualquer tipo ou natureza a determinados I. O Ministério Público é notificado do relat6rio aprovado,
actos, procedimentos ou aspectos da gestão financeira das podendo solicitar a entrega de todos os docu'mentos
entidades submetidas aos seus poderes de controlo externo. ou processos que entenda necessários.
2. A fase instrut6ria das il)specçOes e auditorias 2. O Ministério Público pode realizar as diligências'
é concluída com a elaboração e aprovação do relat6rio final. complementares que entender adequadas que se relacionem
com os factos constantes dos relat6rios que lhe sejam
ARTloo55
-remetidos, com a finalidade de serem desencadeados
(Conteúdo do relatório de InspecçAo ou de auditoria) eventuais procedimentos jurisdicionais.
1. O relatório de inspecção ou de auditoria deve seguir
o estabelecido nos manuais de auditoria do Tribunal ARTIGO 58.
"S
Administrativo e conter todos elementos que permitam (Conteúdo)
o seu julgamento. A fiscalização prévia da legalidade das receitas e despesas
2. Do relatório de inspecção ou de auditoria devem públicas abrange a concessão ou recusa do visto nos actos,
constar, no mínimo, os seguintes elementos: contratos e mais instrumentos emanados pelo Estado
a) a entidade que é objecto de inspecção ou auditoria e demais entidades públicas, traduzindo-se na análise
e o período a que as mesmas respeitam; da sua legalidade e cabimento financeiro e, relativamente
b) os métodos e técnicas de verificação utilizados aos contratos, na indagação da observância das condições
e o universo das operações seleccionadas; mais favoráveis para o Estado.
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6 DE OUTUBRO DE 2015 580 - (27)

ARTIGO 59 ARTIGO 62
(Âmbito subjectivo) (Forma de apreciação dos processos de Vls(o)
Estão sujeitos à fiscalização prévia da jurisdição Ós processos de Visto são susceptíveis de apreciação
administrativa: de natureza, m~todologia e complexidade crescentes
a) o Estado e outras entidades públicas, designadamente e 'incluem:
os serviços e organismos inseridos no âmbito a) Visto;
da Admi nistração Pública Central, Provi ncial b) Visto tácito;
e Local, inclijindo as dotadas de autonomia c) urgente conveniência de serviço;
administrativa ou financeira e personalidade d) anotação;
jurídica; e) julgamento.
.b) os institutos. públicos;
c) as autarquias locais; ARTIGO 63
d) outras entidades que a lei determinar. (Instrl!ção de processos de provimento)

ARTIGO 60 I. O provimento dos Iugares do quadro dos serviços é feito


através de diploma individual de provimento e de contrato.
(Âmbito material) 2. Os processos de Visto ou contratos, no âmbito do
I. Estão obrigator-'iamente sujeitos à fiscalização prévia primeiro ou da admissão de pessoal, devem ser instruídos
os seguintes actos, contratos e mais instrumentos jurídicos e enviados ao tribunal competente com os seguintes
geradores de despesa pública, praticados ou celebrados pelas documentos, em duplicado:
entidades referidas no artigo anterior: a) os diplomas de provimento completos e correc-
a) os actos administrativos de provimento de pessoal tamente preenchidos, designadamente com
civil ou militar, designadamente os relativos a indicação da legislação geral e da legislação
às admissões de pessoal não vinculado à função especial que fundamentam o provimento e do
p'ública ou para categoria de ingresso, aposen- despacho em que se funda o provimento, sendo
tações, reformas, bem como de atribuição caso disso;
b) declaração do responsável máximo do serviço,
de pensões;
no sentido de que foram cumpridas as formalidades
b) o acto de designação dos recebedores, tesoureiros,
legalmente exigidas para o provimento e o candi-
exactores e demais responsáveis por dinheiros dato reúne todos os requisitos legalmente exigidos
públicos; para o efeito;
c) os contratos de qualquer natureza ou montante c.) certidão de registo de nascimento;
relativos a pessoal, obras públicas, empréstimos, d) certificado de habilitações literárias e das quali-
concessão, fornecimento e prestação de serviços; ficações promsionais legalmente exigidas;
d) as f11inutas de contratos de valor igualou superior e) certificado de registo criminal;
ao valor fixado anualmente na lei orçamental, j) certificado médico comprovativo de possuir
sem prejuízo das de valor inferior ficarem sujeitas a robustez física e sanidade mental necessárias
à fiscalização sucessiva; para o exercício do cargo a prover;
e) as minutas de contratos de qualquer valor que g) documento militar comprovativo do cumprimento
venham a celebrar-se por escritura pública e cujos das obrigações militares; quando legalmente
encargos tenham de ser satisfeitos no acto da sua sujeito a elas;
celebração; h) declaração de não inibiçãq para o exercício
f> outros· actos que a lei determinar. de funções públ i"cas, mormente resultante
de eventuais acumulações ou incompatibilidade!Y
2. Os notários não podem lavrar qualquer escritura sem e demais restrições legais;
veri ficar e atestar a conformidade do contrato com a minuta i) nóta biográfica donde constem todos os cargos
previamente visada. ou funções anteriormente exercidos na Admi-
3. Nos casos referidos no número precedente, os translados nistração Pública;
ou certidões são remetidos ao Tribunal Administrativo, j) informação de cabimento de verba pelos
aos tribunais administrativos provinciais e .ao Tribunal departamentos ou serviços competentes;
Administrativo da Cidade de Maputo nos trinta dias k) aviso de abertura de concurso e· comprovativo
seguintes à celebração da escritura, acompanhados da competência para o efeito, sendo caso disso.
da respectiva minuta. 3. Os provimeritos relativos a indivíduos detentores de
4. Incluem-se no âmbito das alíneas c);d) e e) do n.o I qualidade de funcionários devem apenas ser instruídos com
do presente artigo, os contratos ou minutas que constituam os documentos especialmente exigidos para o efeito, face
meras adendas ou adicionais ou se traduzam em trabalhos à natureza do acto.
a mais, acessórios ou complementares.
S. Estão igualmente sujeitos à fiscalização prévia, para ARTIGO 64
além dos contratos formais, os documentos escritos avulsos (Instrução de processos não r~atlvos a pessoal)
que, conjugados entre si, consubstanciem um acordo
I. Os contratos não relativos a pessoal devem ser
de vontades e um contrato, embora informal. instruídos com os documentos seguintes, em duplicado,
ARTIGO 61 devidamente autenticados com o selo branco em uso
no respectivo serviço:
(Natureza e efeitos do Visto)
a) aviso de abertura do concurso público ou autorização
O Visto constitui um acto jurisdicional condicionante de dispensa do mesmo;
da eficácia global dos actos e. mais instrumentos legalmente b) caderno de encargos, sendo caso disso;
sujeitos à fiscalização prévia. c) acta da abertura das propostas;
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580 - (28) I SÉRIE - NÚMERO 79

d) prova do cumprimento das obrigações fiscais, 2. Estão, igualmente, sujeítos à anotação outros actos
designadamente ao pagamento do imposto modificativos da relação jurídica de trabalho de que
de selo; não resulte aumento de venciménto, designadamente
e) despachos de adjudicação e outros, devidamente a exoneração, demissão, expulsão e os contratos cujas
autenticados pelos serviços remetentes. minutas hajam sido previamente visadas.
2. Os contratos definitivos são, ainda, acompanhados 3. A anotação não implica qualquer juízo relativamente
de documento donde constem: à legalidade do acto, efectuando-se sempre que o Visto
a) a identificação do ministério ou outra instituição não seja exigido legalmente, tendo em vista a actualização
onde se ins~re o serviço ou organismo; do cadastro dos funcionários e agentes em exercício
b) a data da sua.celebração; de funções, a qualquer título.
c) identificação dos outorgantes;
d) o prazo de validade; ARTIGO 72
e) o objecto e valor do contrato; (Excepções)
j) a informação de cabimento de verba.
I . Não estão sujeitos à fiscalização prévia, sem prejuízo
ARTIGO 65 da sua eventual fiscalização sucessiva:
a) os diplomas de nomeação emanados do Presidente
(Dispensa de documentos) da República;
Os serviços podem ser dispensados, pontualmente, b) os diplomas relativos aos cargos electivos;
da apresentação dos documentos que devem instruir c) os contratos celebrados ao abrigo de Acordos
os processos a submeter à fiscalização prévia. de Cooperação entre Estados;
d) os actos administrativos sobre a concessão
ARTIGO 66 de vencimentos certos ou eventuais resultantes
(Informação de cabimento)
. do exercício de cargo por inerência legal expressa,
com excepção dos que concedem gratificação;
A informação de cabimento é exarada nos documentos e) nomeações definitivas dos'funcionários do Estado;
sujeitos a Vist,o e consiste na declaração de que os encargos j) contratos de trabalho celebrados por representações
decorrentes do actD ou contrato têm cobertura orçamental diplomáticas e consulares moçambicanas
em verba legalmente aplicável, cativa para o efeito. no exterior com trabalhadores estrangeiros;
8) os títulos definitivos de contratos cujas minutas
ARTIGO 67
hajam sido objecto de Visto;
(Aferição de requisitos) h) os contratos de arrendamento celebrados no estran-
Sob pena de extemporaneidade, os documentos geiro para instalação de postos diplomáticos ou
comprovativos dos requisitos de' habilitação a qualquer consulare~ ou outros serviços de representação
concurso devem ser entregues, até ao último dia do prazo internacional, quando a urgência da sua realização
para a apresentação de candidaturas. impeça a sujeição daqueles ao Visto prévio
da jurisdição administrativa;
ARTIGO 68 i) os diplomas e despachos relativos a promoções,
(Documentos em língua estrangeira) progressões, reclassificações, substituições;
j) transferências;
Os documentos emitidos em língua estrangeira, para
k) outros actos ou contratos especialmente previstos
serem válidos perante a jurisdição administrativa, devem
por lei.
ser traduzidos para a língua oficial do País e autenticados
por autoridade nacional competente. 2. A lei que aprova o Orçamento do Estado estabelece,
anualmente, um valor abaixo do qual ficam isentos
ARTIGO 69 da fiscalização prévia contratos não relativos a pessoal,
(Autenticação de documentos e arq,ulvo) quando celebrados com concorrentes inscritos no cadastro
único de empreiteiros de obras públicas, fornecedores
1. Os documentos sujeitos a Visto da jurisdição
de bens e de prestadores de serviços elegíveis a participar nos
administrativa devem ser autenticados electronicamente ou
concursos públicos, existente no ministério que superintende
com o selo branco ou carimbo do responsável.
a área das finanças.
2. Os processos são sempre instruídos em duplicado,
3. Os serv.iç,os devem, no prazo de trinta dias, ap6s
que deve' ser mantido em arquivo no tribunal competente.
a celebração dos contratos a que se referem as alíneas r)
ARTIGO 70 a h) do n.o 1 e do n.o 2 anteriores, remeter c6pia dos mesmos
à jurisdição administrativa.
(Falsidade de documentos ou declarações) 4. O Tribunal Administrativo pode ,anualmente , mediante
No caso de falsidade de documentos ou de declarações, deliberação do Plenário, determinar que certos actos
o tribunal competente anula o visto do diploma por meio de e contratos apenas sejam objecto de fiscalização sucessiva
acórdão, importando a noti ficação deste a imediata suspensão ou apenas fiquem sujeitos a esta a partir de determinado
do pagamento de quaisquer abonos e a vacatura do cargo, montante.
sem prejuízo da responsabilidade disciplinar ou criminal
que no cáso se verifique. ARTIGO 73
ARTIGO 71 (Urgente conveniência de serviço)
(Anotação) I: Excepcionalmente, a eficácia dos actos e contratos
I. São submetidos à mera anotação os actos não sujeitos sujeitos à fiscalização prévia da jurisdição administrativa
a Visto que a lei determinar. pode reportar-se à data anterior ao Visto, desde que declarada
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6 DE OUTUBRO DE 2015 580 - (29)

por escrito pelo membro do Governo ou entidade competente. dos serviços de apoio técnico e administrativo, Felatiyamente
aurgente conveniência de serviço e digam respeito a: aos actos, contratos e demais instrumentos sujeitos a Visto,
a) nomeação de magistrados judiciais e do Ministé.rio que não. suscitem dúvidas concernentes à sua legalidade
Público, secretários permanentes dos Ministérios, urídico-fi nanceira.
directores nacionais, secretários permanentes ARTIGO 76
provinciais, administradores distritais, secretários (Procedimentos na declaração de conformidade)
permanentes distritais. chefes de posto
administrativo das autoridades civis, do pessoal I. A Contadoria do Visto deve agrupar em lotes e elaborar
técnico-profissional de saúde de nível básico, uma relação diária dos processos semelhantes e de reduzida
médio e superior, professores de qualquer nível complexidade que considere passíveis de declaração'
ou catego.ria: pessoal técnico-profissional agrário de conformidade.
de nível básico, médio.e superior, recebedores, 2. A relação referida no número anterior é assinada
tesoureiros, escrivães de direito, ajudantes pelo Contador, que a apresenta ao Juiz Relator para
de escrivães, o.ficiais de justiça, pessoal das efeitos de homologação, sendo, posteriormente, notificada
forças militarizadas, pessoal afecto aos ,serviços ao Ministério púbiico.
prisionais, ao censo populacional e ao serviço 3. De' seguida, é aposta a chancela "Está Conforme"
de eleições; nos processos constantes da relação definitiva sendo,
b) nomeações para o. exercício de funções em posteriormente, feitas as devidas comunicações.
regime especial de actividade, nomeadamente
ARTIGO 77
comissão. de serviço, destacamento, substituição
e acumulação de funções; (Fundamentos da recusa do Visto)
c) contratos não relativos a pessoal dç que tenha sido Constituem fundamentos de recusa do Visto,
prestada caução não inferior a cinquenta porcento nomeadamente:
do seu valor global;
a) a desconformidade do acto ou contrato, traduzida
d) contratos que prorrogam outros anteriores permitidos
em absoluta falta de forma, impossibilidade
por lei, desde que as condições sejam as mesmas;
do objecto ou vício determinante de inexistência
e)'os contratos de obras públicas cujo valor seja
ou nulidade absoluta;
superior a cinco milhões de meticais;
b) a falta de cabimento financeiro;'
j) contratos de qualquer natureza decorrentes de caso
fortuito ou força maior. c) a intempestividade da submissão à fiscalização
prévia, decorrente da execução prévia ilegal;
2. Os funcionários e agentes referidos no número
d).a mera anulabilidade, legitimamente invocada pelo
anteriór podem tomar posse, entrar em exercício e receber
interessado;
vencimentos, antes do Visto e pubficação do diploma.
e) a ofensa de C<1$O julgado.
3. Os processos em que tenha sido dçclarada a urgente
conveniência de serviço devem ser enviados ao trjbunal ARTIGO 78
c0n:tpetente, nos trinta dias subsequentes à data do despacho
de autorização, sob pena de cessação dos respectivos efeitos, (Efeitos da falta ou recusa do Visto)
salvo motivos ponderosos que o mesmo tribunal avalia. I. Os actos, contrato~ e mais instrumentos subtraídos
4. A recusa do Visto produz os efeitos referidos à fiscalização prévia ou objecto de recusa de Visto não
no artigo 78 da presente Lei. são exequíveis, sendo insusceptíveis de quaisquer efeitos
financeiros.
ARTIGO 74
2. A recusa de Visto determina a cessação de quaisquer
(Visto tácito) abonos, a partir da data em que, da respectiva decisão, for
I. Os actos, contratos e demais instrumentos jurídicos dado conhecimento aos serviços.
enviados àjurisdição administrativa para fiscalização prévia 3. A execução de um acto ou contrato objecto de recusa
consideram-se visados se não ti ver havido decisão de recusa de Visto, ofende o caso julgado e determi!1a a nulidade
de Visto, no prazo de quarenta e cinco dias, a contar da data dos actos de execução.
do seu registo de entrada. 4. É aplicável à anulação do Visto o. regime prescrito nos
2. Para os casos referidos no número anterior, não é números anteriores.
necessária assinatura do Juiz no processo. .5. Apenas podem produzir efeitos, anteriormente
3. Os serviços.ou organismos podem iniciar a execução à fiscalização prévia, os actos ou contratos praticados com
dos actos ou contratos e demais instrumentos jurídicos, se fundamento em urgente conveniência de serviço e bem assim
decorridos oito dias sobre o termo daquele prazo; não tiverem os contratos de seguro.
recebido a comunicação prevista no núero seguinte. 6. Quando o Visto haja sido recusado por insuficiência
4. Devem ser comunicadas aos serviços o.U organismos de instrução, pode haver lugar a nova apresentação
as datas do registo mencionadas no ·n.o I e publicadas de processo devidamente instruído.
na página de Internet do tribunal copetente.
5:É aplicável à interrupção referida no número anterior ARTloo79
° regime da Lei de Processo. (Recurao por recusa de Visto)

ARTIGO 75 I. No caso de recusa de Visto, pode a Administração,


pelo membro do Governo, ou entidade ,competente,interpor
(Declaração de conformidade) recurso, no prazo fixado na lei.
O Tribunal Administrativo, por deliberação do Plenário, 2. Os eventuais prejudicados pela recusa de Visto podem
pode determinar que a fiscalização prévia assuma a forma intervir no processo nos termos previstos nos n."" 2 e 3
de declaração de conformidade, a efectuar no âmbito do artigo 122 da presente Lei.
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580 - (30) I SÉRIE. - NÚMERO 79

ARTIGO 80 6. O prazo referido no número anterior suspende-se


(Âmbito)
pelo tempo que for necessário para obter informações ou
documentos ou para efectuar investigações complementares.
Estão sujeitos à prestação de contas os recebedores,
te~oureiros, exactores e demá1s responsáveis pela cobrança, ARTIGO 84
guarda ou administração de dinheiros públicos, bem como os
(Instruções de execução obrigatória)
responsáveis, de direito ou de facto, pela gestão das entidades
sujeitas ao controlo financeiro dajurisdição administrativa, I. O Tribunal Administrativo· emite instruções de exe-
qualquer que seja o grau da sua autonomia, aiI1da que as suas cução obrigatória sobre a forma comO devem ser prestadas
despesas sejam, parc)al ou totalmente cobertas por receitas as contas e os documentos que devem instruí-Ias.
próprias ou que, umas e outras, não constem do Orçamento 2. Os serviços e outros organismos podem ser dispensados
do Estado. pelo Tribunal Admini.strativo da apresenta:ção dos docu-
ARTIGO 81 mentos de despesa, no todo ou· em parte.

(Periodicidade) ARTIGO 85
1. Salvo disposição legal em contrário, as contas são (Diligências probatórlas e coadjuvação)
prestadas por anos económicos ou no termo de cada gerência,
I. A prestação de contas pela forma que estiver
no caso de substituição total dos responsáveis.
determinada não prejudica a faculdade de o Tribunal
2.> O Tribunal Administrativo pode promover, a todo Administrati vo exigi r de quaisquer entidades os oocumentos
tempo, inspecção ou auditoria com o objectivo de detectar e informações tidos ainda por necessários, bem como
irregulaQdades e saná-Ias, evitando danos irreparáveis. de requisitar aos competentes serviços de controlo interno
as diligências e meios que julgar convenientes.
ARTIGO 82
2. A solicitação de documentos e e,sclarecimentos deve
(Conta Geral do Estado} ser atendidas no prazo de cinco dras, após a recepção
I.,A Conta Geral do Estado deve ser apresentada da notificação, sob pena de multa, a arbitrar aquando
pelo Governo à Assembleia da República e ao Tribunal da apreciação das contas.
Administrativo, até 31 de Maio do ano seguinte àquele 3. Sob pena de desobediênci~ qualificada, punível
a que respeite. nos termos da Lei Penal, os serviços, os funcionários em geral
2. O rel,atório e o parecer do Tribunal Administrativo sobre e quaisquer entidades públicas ou privadas são obrigados a
a Conta Geral do Estado devem ser enviados à Assembleia dar execução aos acórdãos, resoluções e despachos que,
da República até 30 de Novembro do ano seguinte àquele sobre matéria das suas atribuições e competência específica,
~ que a mesma se refira.
a .jurisdição admillistràtiva profira em processos sujeitos
3. O relatório e o parecer referidos no n,úmero anterior à sua apreciação e decisão.
devem certificar a exactidão, regularidade, legalidade
ARTIGO 86
e correcção económico-financeira das contas e da respectiva
gestão financeira anual, sendo objecto de publicação (Forma de apreciação das contas)
em Boletim da República. As contas são susceptíveis de apreciação de natureza,
4. O relatório e o parecer do Tribunal Administrativo são metodologia e complexidade crescentes, quais sejam:
acompanhados das respostas dos servi,os e organismos às a) a verificação de 1.° grau ou preliminar;
questões que esse órgão lhes formular, b) a verificação de 2.° grau;
5. A Assembleia da República aprecia e aprova a Conta
c) a inspecção;
Geral do Estadb, 'na sessão seguinte à entrega do relatório
d) a auditoria;
e parecer pelo Tribunal Administrativo.
e) a certificação;
ARTIGO 83 f> o julgamento.
(Prestação, certificação e Julgamento de contas) ARTIGO 87
I, As contas das entidades sujeitas ao controlo da juris- (Verificação do 1.° grau)
dição administrativa devem dar entrada nesta, no prazo
I. A verificação do 1.° grau consiste em certificar:
de três meses, contados a partir da data do termo da gerência,
2. A requerimento dos interessados que invoquem a) se as contas se fazem acompanhar dos documentos
motivo justificado, o Tribunal Administrativo pode fixar exigidos pelas respectivas insttuções;
prazo diferente. b) se as contas estão escrituradas correctamente;
3. O Tribunal Administrativo pode, excepcionalmente, c) se, em exame sumário, as operações e registos
relevar a falta de cumprimento dos prazos referidos n<!s que integram essas contas respeitam a legalidade
números anteriores, por despacho devidamente motivado e a regularidade financeira e contabilística.
do respectivo relator. 2. As contas que não enfermem de suspeitas de alcances
4. O Tribunal Administrativo deve apreciar as contas ou desvios de dinheiros públicos, pagamentos indevidos'
recebidas, para fins de certificação prevista no artigo 95, e outras irregularidades graves podem, após verificação
até 31 de Dezembro do ano em que forem entregues. preliminar da Contadoria de Contas c Auditoria, ser
5. Í'lo caso dascontas que forem sl,lbmetidas àjulgamento, devolvidas aos serviços responsáveis c consideradas
o prazo é de um ano, a contar da data da entrada do processo certificadas e regulares sob condição resolutória de ulterior
na Secretaria do Tribunal Administrativo, dos tribunais apreciação.
administrativos provinciais e do Tribunal Administrativo 3. Passados cinco anos e não sendo objecto de nova
da Cidade de Maputo, salvaguardado o adiante estipulado auditoria, as contas são consideradas definitivamente como
no n.o 3 do artigó 87. certificadas e regulares:
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6 DE OUTUBRO DE 2015 580:- (31)

4. Caso, dentro do quinquénio, seja detectada fraude ou 5. Na condução das auditorias, os A uditores de Controlo
qualquer outra irregularidade, os responsáveis estão sujeitos ExternÇ>'observam métodos e técnicas de pacllão reconhecido.
às sanções devidas. 6. Deve ser elaborada matriz de risco 'em cada auditoria
5. O eventual julgamento pode ter lugar por iniciativa contemplando, entre outros:
do Tribunal AdministrativÇl na pessoa do Contador Geral
a) o valor monetário dos recursos geridos por cada
da Contadoria de Contas e Auditorias, por promoção
do Ministério Público ou a, pediqo de particulares unidade sujeita ao controlo externo;
interessados que demonstrarem legitimidade para tanto. b) a relevância;
c) o risco inerente, considerando corno talo risco
ARTIGO 88 decorrente da própria operação, independente
(Verificação de 2.· grau)
da avaliação dos controles existentes;
d) o risco de côn\rolo que deve considerar a inexistência
I. A verificação de 2.° grau incide na:
ou insuficiência de controlos internos que
a) análise dos documentos de despesa; previnam ou identifiquem tempestivamente erros
b) forma de instrução da c9nta, do ponto de vista formal oú irregularidades;
e material, incl uindo a verificação da consistência e) a interdependência com outros órgãos ou entidades;
dos documentos;
j) o desempenho, conforme resultados alcançados
c) correcção contabilística;
em relação ao previsto e estipulado em planos,
d) legalidade e regularidade das operações e registos.,
programas ou orçamento.
2. As contas que não enfermem de suspeitàs de alcan(>es
ou desvios de dinheiros públicos, pagamentos indevidos ARTIGO 91
e outras irregularidades graves podem ser devolvidas aos
serviços responsáveis, após verificação pela Contadoria (Tipos de auditoria)
de Contas e Auditoria e consideradas certificadas e reg41ares I. As auditorias podem ser de regularidade e de desem-
sob condição resolutória de ulterior apreciação. penho. .
3. Passados cinco anos e não sendo esta conta objecto 2.A auditoria ~e regularidade tem corno foco a verificaçãQ
de nova auditoria, é considerada definitivamente corno da conformidade com determinadas regras, normas
certificada e regular.
e objectivos.
4. Caso, dentro do quinquénio, seja detectada fraude ou
3. Na auditoria de regularidade, o Tribunal Administrati vo
qualquer outra i rregula"ridade , os responsáveis estão sujeitos
às sanções devidas. analisa as contas, a situação financeira e orçamental,
5. O eventual julgamento pode ter lugar por iniciativa a legalidade e 'a regularidade das operações de determinado
do Tribunal Administrativo na pessoa do Contador órgão, programa ou entidade pública,.
Geral da Contadoria de Contas e Auditorias, promoção 4.A auditoria de desempenho tem corno foco à avaliação
do' Ministério Público ou a pedido de p~rticulares da economia, eficiênci~ e eficácia.
interessados que demonstrarem legitimidade para tanto. 5. Na auditoria de desempenho, o Tribunal Administrati vo
avalia programas, projectos, actividades e respectiva
ARTIGO 89 efectivldade, sistemas governamentais, órgãos ou entidades
(Inspecção) públicas.
1. A inspecção é o procedimento de fiscalização ,que 6. Dentro da tipologia, definida. nos números anteriores,
visa suprir as omissões e lacunas de informações, esclarecer as auditorias incidem sobre áreas de interesse a serem
dúvidas, ou apurar denúncias quanto à legalidade e legi- definidas pelo tribunal.
timidade de factos da Administração Pública e de actos 7. Na definição referida no número anterior, o tribunal
administrativos praticados por qualquer responsável sujeito considera, nomeadamente as auditorias financeiras,
à jurisdição do Tribunal Administrativo. as obras públicas, ambientais e a sistemas informáticos com
2. A inspecção é realizada independentemente de inclusão as respectivas especificidades.
em plano de auditoria, podendo ser determinada com base em
proposta fundamentada que demonstre os recursos humanos ARTIGO 92
existentes na contadoria e daqueles a serem mobilizados na
(Processo de auditoria de regularidade)
sua execução.
1. O Relatório Final de Auditoria pode dar lugar
ARTIGO 90 a certificação ou julgamento.
(Auditoria) 2. Os processos de auditoria são instruídos com toda
1. A Auditoria é um procedimento de fiscalização documentação necessária para apreciação dos juízes,
utilizado pelo Tribunal Administrativo para fundamentar devendo ser devidamente referenciados e numerados,
a instrução, a certificação e o julgamento das contas públicas de forma a possibilitar consulta rápida e ágil aos documentos
ou a apreciação da economia; eficácia e eficiência do uso por parte dos juízes.
de'dinheiros públicos. 3. No Relatório Final de Auditoria deve constar
2. Por forma a determinar as entidades a incluir de forma clara, se for o caso, o montante dos valores a serem
no Plano Anual de Auditórias, o Tribunal Administrativo devolvidos e os res,pectlvos responsáveis.
deve, proceder a 'uma avaliação de riscos, obedecendo
'a critérios especificados em regulamento interno. ARTIGO 93
3. Durante a fase instrutória, as auditorias do Tribunal
(Processo de auditoria de dnelnpe'
Administrativo são conduzidas por Auditores de Controlo
Externo. 1. O Relatório Final de Auditoria de Desempenho dá lugar
4. O recrutamento e a selecção dos Auditores de Controlo a um processo de auditoria de desempenho, distribuído a um
Externo tem em conta a idoneidade, imparcialidade Juiz - Relator da Secção de Contas Públicas, que o analisa
e conhecimentos técnicos específicos. e prepara para ser apreciado em sessão com os demais juízes.
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580 - (32) I SÉRIE - NÚMERO 7.9

2. Na apreciação do Processo de Auditoria de Desem- ARTIGO 98


penho, os ;uízes conselheiros.decidem sobre a aprovação
(Infracções financeiras típicas)
do Relatório Final de Auditoria de Desempenho e remessa
ao respectivo auditado para adopção das recomendações I. Constitui infracção financeira punível com multa
nele constantes. . e determinante de anulação, a todo o tempo: do visto
concedido ao acto. ou contrató, assim como de suspensão
ARTIGO 94 de tDdo e qualquer pagamento futuro:
(Publicidade das decisões em processo de auditoria) a) a apresentação de documentos ou declamções falsas;
I. As decisões retativas à apreciação e julgamento ·b) execução do acto ou contrato, sem prévia sujeição
das auditorias, de qualquer tipo, devem ser publicadas a Visto ou após conhecimento da recusa de Visto;
no Boletim da República e na pági na da Internet do Tri bunal c) a desconformidade substancial entre a minuta e o
Administrativo. contrato celebrâdo mediante escritura notarial.
2. Uma vez aprovado, pelo Tribunal Administrativo, 2. Constituein infracções financeiras típicas o alcance,
o Relatório Final da Auditoria de Desempenho deve o desvio de dinheiros ou valores públicos é os pagamentos
ser enviado ao auditado, ao Governo e à Assembleia indevidos.
da Rep~blica ou provincial. 3. Constituem, também, infracções financeiras,
ARTIGO 95 nomeadamente:
a) a não liquidação, cobrança ou entrega nos cofres
(Certificação) do Estado das receitas devidas;
I. A Certificação consiste na a'preciação positiva b) a violação das normas sobre a elaboração e execução
da legalidade e regularidade das contas apresentadas, que dos orçamentos, bem como da assunção,
tenham sido objecto de verificação interna de, 1.° Grau, autorização ou pagamento de despesas públicas
Verificação Interna de 2.° Grau, Inspecção ou Auditoria. ou compromissos;
2. Podem ser-certificadas as contas que não enfermem c) a não efectivação ou retenção iAdevida dos descontós
de suspeitas de alcances ou desvios de dinheiros públicos, legalmente obrigatôrios a efectuar ao pessoal;'
'pagamentos indevidos ou outras irregularidades graves. d) a falta injustificada de remessa 'de contas
3. A certificação é feita pelo Juiz Relator sob proposta ao tribunal competente, a falta injustificada
da Contadoria de Contas e Auditoria. da sua remessa tempestiva ou a sua apresentação
4. As contas certificadas e respectivo relatório devem ser com deficiências tais que impossibilitem
devolvidos às entidades responsáveis, para conhecimento ou gravemente dificultem a sua verificação;
e cumprimento das eventuais recomendações. e) o extravio de processos ou documentos, e sqne-
5. Oas contas certificadas é enviada cópia ao representante gação ou deficiente prestação de informações
do Ministério Público, acompanhada do respectivo relatório. ou documentos pedidos pelo tribunal competente
6. A relação das contas certificadas deve. ser publicada ou exig,idos por lei;
no Boletim da República e no sítio de Internet do Tribunal /) a falta injustificada de comparência para a prestação
Administrativo, dos tribunais administrativos provinciais de declarações ôu de colaboração devida
ou do Tribunal Administrativo da Cidade de Mapu~o. ao tribunal;
7. O Juiz Relator prepara e submete a julgamento g) a introdução nos processos de elementos que possam
os processos das contas não certificadas. induzir o tribunal em erro nas suas decisões ou
relatórios, ou que dificultem. substancialmente ou
ARTIGO 96 de todo obstem o julgámento das contas;
(Julgamento) h) a publicação, no Boletim da República, de actos
ou contratos sujeitos ao Visto, sem a pré"la
O julgamento das contas .traduz-se na apreciação
concessão do mesmo;
da legalidade da actividade das entidades sujeitas
i) a execução de actos ou contratos a que tenha sido
à prestação de contas, bem como da respectiva gestão recusado o Visto ou de actos ou contratos que
económico-financeira e patrimonial, e no apuramento
não tenham sido submetidos à fiscalização prévia
e eventual efectivação da inerente responsabilidade
quando a isso estavam legalmente sujeitos;
financeira e consubstancia-se em:
j) a violação de normas legais ou regulamentares
a) julgamento de quitação, quando os responsáveis respeitantes à gestão e controlo orÇ.amental,
pela sua prestação são julgados livres de qualquer de tesouraria e de património;
responsabilidade financeira e as contas havidas k) o adiantamento por conta de pagamentos nos casLS
como regulares; não expressamente previstos na lei;
b) efectivação de responsabilidade, quando l) a utilização de empréstimos públicos em finalidades
aos mesmos é imputada responsabilidade diversas das legalmente previslaS, bem como pela
financeira traduzida no dever de repor ou de pagar ultrapassagem dos fundos legais da capacidade
uma multa, podendo merecer ainda, simples juízo de endividamento;
de censura ou recomendações. m) a utilização indevida de fundos movimentados por
operações dê tesouraria para financiar despesas
ARTIGO 97
públicas; .
(Conceito de ~rregularldade grave) n) a utilização de dinheiros ou outros valores
Integram oconceilO de irregularidade grave as infracções públicos em finalidades diferentes das legalmente
finaru:errãs consubstanciadas em alcance ou desvio previstas.
de dinheiros públicos e outros valores e em pagamentos 4. A desobediência, a falsificação e quaisquer outros
indevidos, perpetrados com dolo, propósito de fraude factos que configurem ilícito criminal são, ainda, punidos
e prejuízo efectivo para o Estado. nos termos da Lei Penal.
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6 DE OUTUBRO DE 20/5 580 - (33)

5. A desobediência referida no número anterior tem-se, ARTIGO 105


sempre, como desobediência qualificada. (Modalidades de responsabilidade financeira)
ARTIGO 99 A responsabilidade financeira pode ser de tipo
reintegrat6rio ou merame.nte sancionat6rio.
(Alcance)
Verifica-se o alcance quando, independentemente ARTIGO 106
da acção do agente nesse sentido, haja desaparecimento (Caracterrstlcas da responsabilidade financeira)
de dinheiros ou outros valores do Estado ou de outras
entidades púhlicas. ..1. A responsabilidade financeira pressupõe a existência
de culpa e é independente do dano efectivamente causado.
ARTIGO 100 2. O tribunal avalia o grau de culpa de acordo com
(Delvlo de dinheiro. ou valorel pÚbliCOS)
as circunstâncias do caso, tendo em consideração
, as competências do cargo ou a índole das principais funções
Tem lugar o desvio de dinheiros ou valores públicos de cada responsável, o volume e fundos movimentados,
quando se verifique () seu desaparecimento por acção 9 montante material da lesão dos dinheiros ou valores
vol untária de qualquer agente público que a eles tenha acesso públicos, o grau de acatamento de eventuais recomendações
por causa do exercício das funções públicas que lhes estão do tribunal competente e os meios humanos e materiais
acometidas. existentes no serviço, organismo ou entidade em causa.
3. A responsabilidade financeira é pessrnll e incide sobre
ARTIGO 101
o agente ou agentes da acção.
(Pagamentos Indevldol) 4. A responsabilidade financeira recai, também,
Consideram-se pagamentos indevidos os pagamentos nos gerentes, dirigentes ou membros dos 6rgãos de gestão
ilegais que causarem dano para o Estado ou entidade pública, administrativa e financeira ou equiparados e exactores dos
incl uindo aqueles a que corresponda contraprestação efecti va serviços, organismos e outras entidades sujeitos àjurisdição
que não seja adequada ou proporcional à prossecução do Tribunal Administrativo e dos tribunais administrativos
das atribuições da entidade em causa ou aos usos normais provinciais e Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo,
de determinada actividade. quando:
a) pOr ordem sua, a guarda e arrecadação dos dinheiros
ARTIGO 102 ou valores tiverem sido entregues à pessoa que os
(Evidências de responsabilidade financeira) alcançou ou prl\ticou o de.svio, sem ter ocorrido
I. Sempre que os relat6rios das acções de controlo a ausência ou impedimento daqueles a que, por
do Tribunal Administrativo evidenciem factos constitutivos lei, estejam acometidas tais funções;
de responsabilidade financeira, os processos respectivos são b) por indicação ou nomeação sua, pessoa já desprovida
enviados ao Ministério Público para os fins legais. de idoneidade moral e, como tal reconhecida,
2. Se o Ministério Público declarar não requerer tenha sido designada para o cargo cujo exercício
procedimento jurisdicional, devolve o respectivo processo haja praticado o facto; .
à entidade remetente. c) no desempenho das funções de fiscalização que lhe
3. O disposto no n.D I é aplicável às auditorias realizadas estiverem acometidas, tivere.m procedi~o com
no âmbito da preparação do relat6rio e parecer sobre a Conta culpa grave, nomeadamente quando não tenham
Geral do Estado. acatado as instruções do Tribunal Administrativo,
4. Nos casos previstos no presente artigo, o Tribunal as regras de boa gestão dos dinheiros públicos ou
Administrativo envia àAssembleia da República, em capítulo os pareceres técnicos.
pr6prio no Relat6rio sobre Conta Geral do Estado do ano 5. A mesma responsabilidad~ pode recair, ainda, nos
seguinte, uma informação sobre as medidas e procedimentos funcionários ou agentes que, nas suas informações para os
adaptados para o apuramento da responsabilidade financeira membros do Governo ou para os gerentes, dirigentes .ou
e respectivo ponto de situação, relativa à Conta Geral outros administradores, não esclareçam os assuntos da sua
do Estado do ano anterior. .
competência, de acordo com a lei'-
ARTIGO 103 6, O ac6rdão define, expressamente, quando for caso
disso, o grau de responsabilidade imputável, podendo,
(Apllcaçio) ainda, conter juizo de censura ou recomendação à
I. Sem prejuízo de eventual responsabilidade disciplinar, instituição e outras providências a adaptar relativamente
criminal ou civil, o desrespeito das normas previstas aos responsáveis, incluindo a sua demissão. Estas medidas
na presente Lei, acarreta responsabilidade financeira podem, ainda, ser tomadas visando a melhoria da gestão
das entidades ou funcionários, cuja actuação seja lesiva e garantia da legalidade no futuro.
ao patrim6nio e dos interesses financeiros do Estado. 7. A responsabilidade incl ui os juros de mora legais sobre
2. A instrução deficiente e repetida dos actos sujeitos os respectivos montantes, contados desde a data da infracção
à fiscalização preventiva, por parte dos serviços, pode ser ou, não sendo possível determiná-Ia, desde o último dia
objecto de multa, a arbitrar pelo tribunal competente. da respectiva gerência.
ARTIGO 104 ARTIGO 107
(Efectlvaçlo de r..ponlabllldade) (Reduçlo ou relevaçlo da responsabilidade financeira)
A responsabilidade financeira é efectivada pelo Tribunal I.A responsabilidade financeira é susceptível de relevação
Administrativo, pelos tribunais administrativos provinciais ou redução, apenas no que respeita às multas, consoante
e pelo Trihunal Administrativo da Cidade de Maputo. o grau de culpa e o prejuízo efectivo para o Estado.
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580 - (34) I SÉRIE - NÚMERO 79

2.A responsabilidade ti"nanceira decorrente de infracções ARTIGO 113


financeiras perpetradas com mera culpa 4il passível de redução
(Desobediência qualificada)
em função do grau de culpa apurado, ou de relevação
nos termos do artigo seguinte. I. Nas sitl!ações de falta de apresentação de processos
3. O Tri bunal Administrativo, os tri bunais administrativos de contas ou de documentos, o acórdão fixa um prazo
razoável para que o responsável proceda à sua entrega
provinciais e o Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo
ao tribunal.
devem fazer constar da decisão as razões justificativas
2. O incumprimento da ordem mencionada no número
da redução ou da relevação.
anterior constitui crime de desobediência qualificada,
4. Fica isento de re:;ponsabilidade aquele que houver
competindo ao Ministério Público a instauração
manifestado, por formainequ(voca, oposição aos actos que do respectivo procedimento no tribunal competente.
a originaram.
ARTIGO 114
ARTIGO 108
(Reposição e multa)
(Requisitos da relevação)
1. A responsabilidade financeira traduz-se na sujeição
O Tribu~al Administrativo, os tribunais administrativos às penas de reposição e de multa as quais podem ser aplicadas
provinciais e oTribunal Administrativo da Cidade de Maputo isolada ou cumulativamente.
podem relevar a responsabilidade por infracção fiímnceira, 2. São pun{veis com a pena de reposição as infracções
quando seja apenas passível de multa, quando esta tiver sido financeiras constantes do n.o :2 do artigo 98 e do artigo 110
paga vaI untariamente e: da presente Lei.
3. As demais infracções financeiras e as meras
a) se evidenciar, suficientemente, que a falta apenas
irregularidades contabilísticas ou administrativas com
pode ser imputada ao seu autor por mera culpa;
reflexos financeiros, tipificadas no n.O 3 do artigo 98
b) não tiver havido, anteriormente, recomendação
ou decorrentes da demais legislação financci~a aplicável,
de tribunal ou de qualquer órgão de controlo
são puníveis com multa a definir no próprio processo ou em
interno ao serviço 'auditado para correcção processo específico, sendo caso disso.
de irregularidades do procedimento adoptado; 4. O tribunal competente gradua as multas tendo em consi-
c) se tiver sido a primeira vez que um tribunal ou um deração a gravidade dos factos e as suas consequências,
órgão de controlo interno tenham censurado o seu o grau de culpa, o montante material dos valores públicos
autor pela sua prática. lesados ou em risco, o nível 'hierárquico dos responsáveis,
a sua situação económiça, a existência de antecedentes
ARTIGO 109
e o -grau de acatamento de eventuais recomendações
(Responsabilidade sOlidári"a) do tribunal.
Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 106 5. A multa a arbitrar, de acordo com as circunstâncias
indicadas no número anterior, não deve ser inferior a um
e no artigo 107, se forem vários os responsáveis financeiros
sexto do veneimento ou remuneração anual do infractor, pcla
pelas acções, a sua responsabilidade, tanto directa como
primeira vez, e a três sextos do vencimento oú remuneração
subsidiária,nos termos dos n. Os 3, 4 e 5 do artigo 106,
anual, pcla segunda e sucessivas vezes.
é solidária e o pagamento da totalidade da quantia a repor 6. De qualqúcr modo, o limite máximo da multa situa-se
ptlr qualquer deles extingue o procedimento instaurado no valor máximo.do véncimento ou remuneração anual.
ou impede a sua propositura, sem prejuízo do direito 7. O pagamento da multa arbitrada é da responsabilidade
de regresso. pessoal dos infractores referidos nos n.Os 3. 4 e 5 do arti-
go 106, conforme os casos.
ARTIGO 110
(Reposição por não arrecadação de receitas) ARTIGO 115
Nos casos de prática, autorização ou sancionamento, (Processos autónomos de multa)
com dolo ou culpa-grave, que impliquem a não liquidação, As infracções constantes do n.C) 3 do artigo 98 são ~bjecto
cobrança ou entrega de receitas com violação das normas de processo autónomo de multa. se não forem conhecidas
legais aplicáveis, pode o Tribunal Administrativo condenar nos processos de julgamento de contas, de julgamento
o responsável na reposição das importâncias não arrecadadas de responsabilidades financeiras e de fixação do débito
em prejuízo do Estado QU de entidades públicas. aos responsávets ou de declaração de ir.npossibilídaôl:
de julgamento.
ARTIGO III
ARTIGO 116
(Intransmissibilidade do dever de reposição)
(Causas de extinção de responsabilidades)
A responsabilidade financeira reintegratória,
1. O procedimento por responsabilidade financeira
nomeadamente, o dever de reposição, não é transmissível
reintegratória extingue-sepclo pagamento da quantia a repor
aos herdeiros do infractor.
cm qualquer momento e pela prescrição.
ARTIGO 112 2. O procedimento por responsabilidade sancionalÓria nos
termos do n.O 3 do artigo 98, extingue-se pelo pagamento
(~nriquecimento sem causa) dó montante em dívida, pela morte do responsável. pela
O eve'ntual enriquecimento sem çausa da herança amnistia, pela prescrição, pela relevação da responsabilidade
do infractor, determinado por alcance ou desvio de dinheiros nos termos do n.o 2 do artigo 107 e' artigo 108 e pela
públicos, apenas é susceptível de ressarcimento pelo Estado isenção de responsabilidade, segundo o n.o 4 do artigo 107
através dos tribunais comuns. da presente Lei.
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6 DE OUTUBRO DE 2015 580 - (35)

ARTIGO 117 4. Se o relator sustentar o despacho liminar de rejeição


do recurso, ordena a apresentação da recla~ação à instância
(Prazos de prescrição de procedimento)
competente.
I. A prescrição do procedimento por responsabilidades 5. Se o despacho de indeferimento for proferido pela
financeiras reintegrat6rias é de quinze anos e a prescrição Secção de Contas Públicas do Tribunal Administrativo,
por responsabilidades sancionatórias é de dez anos. o recurso é interposto para Q Plenário.
2. Os prazos referidos no número anterior contam-se 6. Se o despacho de indeferimento for praticado por
a partir da data da infracção ou, não sendo possível tribunal administrativo provincial ou da Cidade de Maputo,
detetminá-Ia, desde o último dia da respectiva gerência. o recurso é interposto para a Secção de Contas Públicas
3. O prazo da prescrição do procedimento suspende-se do Tribunal Administrativo.
com a entrada do processo de contas no tribunal competente
ou com o início da auditoria e até à audição do responsável, AKfIGO 121
desde que não seja ultrapassado o período de dois anos.
(Outros recursos)
ARTIGO 118 Os recursos de decisões não finais são interpostos no prazo
de cinco dias, contados da notificação da decisão recorrida,
(Decisões recorríveis)
observando-se o regime das dilaçóes constantes do Código
I.As decisões condenatórias dos tribunais administrativos de Processo Ci vii, só podendo ser apreciados na decisão fi nal.
provinciais e Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo
que apurem responsabilidades, determinem o dever de repor AKfIGO 122
dinheiro e outros valores públicos ou o pagamento de multa,
(Legitimidade)
recusem o Visto ou fixem os emolumentos, são S\lsceptfveis
de recurso para a Secção de Contas Públicas do Tribunal I. Têm legitimidade para recorrer:
Administrativo. a) o Ministério Público;
2. Das decisões condenatórias da Secção de Contas b) o membro do Governo ou a entidade de que depende
Públicas cabe recurso para o Plenário do Tribunal o funcionário ou o serviço;
Administrativo. c) a instituição interessada, através do seu titular;
d) os responsáveis dirigentes condenados ou objecto
ARTIGO 119 .de ju(zo de censura;
(Forma e prazo de interposição) e) os que fo(em condenados em processo de multa;
j) as entidades cOJ'Qpetentes para praticar o acto
I. Os recursos referidos nos n.'" I e 2 do artigo antedor são
ou outorgar no contrato objecto de visto.
interpostos mediante requerimento devidamente articulado,
dirigido aos presidentes dos tribunais recorridos, no qual 2. O fu'ncionário,41gente interessado ou pretenSo
devem ser expostas as razões de facto e de direito em que se beneficiário do acto a que tenha sido recu~ado o Visto
fundamentam e formuladas conclusões, no prazo de dez dias, pode requerer a interposição de recurso à entidade com
contado da notificação da decisão recorrida, observando-se o competência para a prática do acto, no prazo de quinze dias,
regime de dilação constante do Código de Processo Civil. a contar da data da sua notificarrão.
2;Os recursos são .distribuídos por sqrteio pelos juízes 3. O funcionário, agente in\erellSado ou pretenso
do Tribunal Administrativo, não podendo ser relatado pelo beneficiário do acto a que tenha sido recusado o Visto
Juiz Relator da decisão recorrida. não fica impedido de interposiçã.o directa do recurso, se
3. Distribuído c autuado o recurso, é aberta conclusão a entidade referida no número anterior não o fizer, no prazo
di.; quinz.e dias, a contar da data da entrega do seu pedl~o.
ao relator para, em 48 horas, se pronunciar sobre a sua
admissão ou rejeição liminar. ARTIGO 123
4. O recurso das decisões finais de recusa de Visto
ou de condenação por responsabilidade sancionatória tem (Preparos e custas)
efeito suspensivo. I. Nos recursos há 1ugar a preparos e custas a fixar
5. O recurso das decisões finais de condenação por nos termos regulados para o Contencioso Administrativo.
responsabilidade financeira reintegratória apenas tem efeito 2. Nos recursos em que o tribunal competente considere
suspensivo, se for prestada caução. ter havido má-fé, as custas podem ser agravadas até ao dobro.

ARTIGO 120 ARTIGO 124


(Reclamação de não admissão de recursos) (Termos subsequentes)

I: Do despacho que não admite o recurso, pode I. Admitido o recurso, o processo vai com vista, por
o recorrente reclamar para a Secção de Contas Públicas quinze dias, ao Ministério Público para emitir parecer, se
do Tribunal Administrativo, ou para o Tribunal não for o recorrente.
Administrativo, conforme os casos, no prazo de dez dias, 2. Se o recorrente for o Ministério Público, admitido
o recurso, deve ser notificada a entidade directamente
os quais reúnem com todos os ju(zcs, devendo s.er expostas
afectada pela decisão recorrida para responder, no prazo
as razõcs que justificam a admissão do recurso. de quinze dias.
2. Os tribunais referidos no número anterior apreciam 3 .. Se, no parecer, o Ministério Público suscitar novas
o recurso na.primeira sessão seguinte à distribuição, devendo questões, é notificado o recorrente. _para se pronunciar
decidir pela admissão do recurso ou pela manutenção no prazo de quinze dias.
do despacho recorrido. 4. É permitido ao recorrente e ao recorhdQ juntar
3. O relator podé reparar o despacho de indeferimento com os articulados produzidos a documentação tiilll-por
c fazer prosseguir o recurso. pertinente.
580 ~ (36) Edição electrónica © Pandora Box, Lda. Todos os direitos reservados I SÉRIE - NÚMERO 79

5. Emitido o parecer ou decorrido o prazo mencionado de concessão ou de recusa de Visto e de responsabilidade


no n.O 3, os autos são conclusos por três dias aos re$tantes financeira que, relativamente à mesma questão fundamental
juízes, se não tiver sido dispeRsada tal conclusão. de direito, assentem sobre soluções opostas, pode ser
6. Em qualquer altura do processo, o relator pode ordenar interposto recurso extraordinário da decisão proferida
as diligências indispensáveis à decisão do recurso. em último lugar para fixação de jurisprudência.
, ARTIGO 125 2. No requerimento de recurso deve ser individualizada
(Preparação para julgamento)
a decisão anterior transitada em julgado que esteja em
oposição e a decisão recorrida, sob pena de o recurso não
Elaborado o projecto de acórdão, o relator ordena ser admitido.
que sejam remetida~ cópias aos demais juízes e ao 3. A este recurso extraordinário aplica-se, com as devidas
Ministério Público, até .três dias antes da sessão em que tenha adaptaçõcs, o regime de recurso ordinário, excepto o disposto
de ser apreciado, com expressa menção de que os autos se
nos preceitos seguintes.
encontram preparados para julgamento.
ARTIGO 133
ARTIGO 126
(Órgão competente)
(Julgamento)
I . O relator apresenta o processo à sessão com o projecto É competente' para apreciar e decidir o recurso
de acórdão, procedendo-se à discussão e julg~mento. extraordinário de oposição de acórdãos o Plenário
2. Nos processos de fiscalização prévia o tribunal do Tribunal Administrativo.
competente pode conhecer de questões relevantes para
ARTIGO 134
a concessão ou recusa do Visto, ainda que não apreciadas
na decisão recorrida ou na alegação do recorrente, desde (Questio preliminar)
que sejam suscitadas pelo Ministério Público no seu I. Distribu(do e autuado o requerimento de recurso
parecer, observando-se o preceituado no n.O 3 do artigo 124 e apensado o processo onde foi proferida a decisão transitada
da presente Lei. alegadamente em oposição, o JYl'ocesso é conclu(do
ARTIGO 127 ao relator para, em ci~co dias, proferir despacho de admissão
ou de indeferimento liminar.
(Notificação de decisão finai) 2. Admitido liminarmente o recurso, é dada vista
A decisão final é notificada ao recorrente e a todos os que ao Ministério Público para dar parecer sobre a oposição
tenham sido notificados para os termos do processo. de julgados e o sentido da jurisprudência a fixar.
3. Se o relator entend~r não existir oposição de decisões,
ARTIGO 128 ordena que o processo seja concluso aos juízes do Plenário,
(Recurso de revisão) após o que apresenta'<> projecto de acórdão.
É admissível o recurso extraordinário de revisão, 4. O recurso tem-se como findo se o Plenário deliberar
nos termos do Código de Processo Civil, para o recurso pela não existência de oposição de julgados.
de revisão, com as devidas adaptações.
ARTIGO 135
ARTIGO 129 (Julgamento do recurso'
(Fundamentos da revisão) I. Verificada a existência de oposição de acórdãos,
As decisões transitadas em julgado podem ser objecto o processo é concluso aos restantes juízes do Plenário por
de revisão pelos fundamentos admitidos no Código cinco dias, após o que o relator o apresenta para julgamento
do Processo Civil.c ainda quando, supervenientemente, se na: primeira sessão.
revelem factos susceptíveis de originar responsabilidade 2. O ac6rdão da Secção de Contas Públicas que
financeira que não tenham sido apreciados para o efeito. reconheceu a existência de oposição das decisões não
impede que o Plenário do Tribunal Administrativl) deliberé
ARTIGO 130
em sentido contrário.
(Prazos de Interposição do recurso de revisão) 3. A doutrina do acórdão que fixa jurisprudência
A interposição do recurso de revisão da decisão é obrigat6ria para a jurisdição administrativa enquanto a lei'
que concedeu o Visto apenas é poss(vel durante o prazo não for modificada.
'em que o acto ou contrato pode ser impugnado no conten-
cioso administrativo. ARTIGO 136
(Apolo técnico e administrativo)
ARTIGO 131
I: No âmbito das suas atribuiçõcs c competências,
(Competência) a Secção de Contas Públicas do Tribunal Administrativo
É competente para conhecer do recurso extraordinário é apoiada, técnica e administrativamente, por serviços,
de revisão o Plenário do Tribunal Administrativo. cuja estrutura orgânica, competência, quadro de pessoal
e funcionamento são objecto de diploma legal ,",-spcc(ftco.
ARTIGO '132
2.A fase instrut6riados proccssosdc verificação de contas
(Opoalçllo de declsaes) de 1.° e 2.° grau, inspecção, auditoria e certificação de contas
I. Se, no domínio da mesma legislação, forem proferidas é conduzida por Auditores de Controlo Externo.
cm processos diferentes na Secção de Contas Públicas 3. O Regulamento e Carreira dos Auditores de Controlo
do Tribunal Administrativo duas decisões, em matéria Externo são estabelecidos em diplomas espec(ftcos.
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ARTIGO 137 submeter à efectivação da responsabilidade financeira por


eventuais· infracções financeiras.
(Processos pendentes)
3. A apreciação da legalidade financeira nos processos
As contas de gerência, anteriores a 31 de Dezembro de julgamento de contas ou fora deles, integra a análise
de 2007, qualquer que seja a fase em que se encontrem, da conformidade à lei, bem como da regularidade e correcção
desde que não haja suspeitas de graves irregularidades, da gestão segundo critérios de economia, eficácia e eficiência.
são devolvidas aos respectivos serviços, sem prejuízo
de eventual julgamento ulterior, por iniciativa do Tribunal ARTIGO 3
Administrativo ou promoção do Ministério Público
ou a pedido de qualquer interessado que mostre legitimidade (Jurisdição e éontrolo financeiros)
para o efeito, no prazo de cinco anos. Sem prejuízo do disposto em outra legislação, estão sujeitos
à jurisdição e controlo financeiro do Tribunal Administrativo,
ARTIGO 2 dos tribunais administrativos provinciais e do Tribunal
(Entrada em vigor) Administrativo da Cidade de Maputo, todas as entidades
fi que forem adjudicadas, por qualquer forma, fundos públicos,
A presente Lei entra em vigor na data da sua publicação.
nomeadamente:
ARTIGO 3 a) o Estado e todos os seus serviços;
b) os serviços e organismos aut6nomos;
(Republicação)
c) os órgãos locais representativos do Estado;
É republicada, em anexo à presente Lei, a qual faz parte li) as autarquias locais;
integrante, a Lei n.o 14/2014, de 14 de Agosto, Lei daorgani~ção, e) as empresas públicas,as sociedades de capitais exclusiva
·Funcionamento e. processo da Secção de Contas Públicas ou maioritariamente públicos;
do Tribunal Administrativo, com a redacção actual. f) os exactores, tesoureiros, recebedores, pagadores
Aprovada pela Assembleia da República, aos 29 de Julho e mais responsáveis pela guarda ou administração
2015. de dinheiros públicos;
A Presidente da Assembleia da República, Verónica Nataflie/ g) os responsáveis por contas relativas a material
Macamo D/hovo. ou equipamento e quaisquer entidades que geram
Promulgada em I de Setembro de 2015. ou beneficiem de receitas ou ·financiamentos
provenientes de organismos internacionais
Publiqile-se. ou das entidades referidas nas alíneas anteriores,
O Presidente da República, FIUPE JACINTO Nyusl. ou obtidos com ~ intervenção destas, consubstanciados,
nomeadamente em sLtbsídios, empréstimos ou avales;
h) os -conselhos administrativos ou comissões adminis-
trativas;
Republicação da Lei n.o 14/2014, de 14
i) os administradores, gestores ou responsáveis por dinheiros
de Agosto públicos ou outros activos do Estado, seja qual for
Havendo necessidade de proceder a alteração da lei a sua designação, bem como pelos fundos provenientes
n.o 14/2014, de 14 de Agosto, visando adequá-Ia a realidade do exterior, sob a forma de empréstimos, subsídios,
actual e ao processo de claboração do relatório e parecer sobre donati vos ou outra;
a Cõnta Geral do Estado, ao abrigo do disposto no artigo 231, J) outras entidades ou organismos determinados por lei.
conjugado com a alínea r) do n.O 2 doartigo 179 da Constituição,
ARTIGO 4
a Assembleia da República determina:
(Colaboração de outras entidades)
CAPÍTULO I 1. Todas as entidades públicas ou privadas são obrigadas
Disposições gerais a fornecer, com toda a urgência e de preferência a qualquer outro
serviço, as informações e processos que lhes forem. pedidos.
ARTIGO I
2. O Tribunal Administrativo pode determinar a requisição
(Objecto) de serviços de inspecção e auditoria aos 6rgãos de controlo
I. A presente Lei aplica-se à organização, funcion~mento interno.
e processo da Secção de. Contas Públicas do Tribunal 3. Excepcionalmente, o Tribunal Administrativo pode
Administrativo. recorrer à contratação de empresas especializadas para
2. A presente Lei aplica-se igualmente ao processo de fisca- realização de inspecÇão c auditoria, quando estas não possam ser
lização prévia, através do Visto, nos tribunais administrativos desempenhadas pelos serviços de apoio do Tribunal.
4. As entidades públicas devem comunicar ao Tribunal
provinciais e no Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo.
Administrativo, aos tribunais administrativos provinciais
ARTIGO 2 e Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo as irregularidades
de que tomem conhecimento no exercício das suas funções,
(Natureza e atribuições) sempre que a apreciação das mesmas caiba no âmbito
I. O Tribunal Administrativo de Moçambique tem jurisdição das respectivas atribuições e competências.
e controlo financeiros no âmbito de toda a ordem jurídica da
República de Moçambique, como no estrangeiro, neste caso AIrrIGO 5
incluindo os serviços, organismos e representações nacionais em (Prlncrplo do contraditório)
funcionamento no estrangeiro. O Tribunal Administrativo confere o direito de audição prévia
2. O Tribunal Administrativo éo6rgão supremo e independente e de defesa àos responsáveis pelas contas e aos eventuais suspeitos
de controlo externo da legalidade e eficiência das receitas e de infracções financeiras, garanundo o contraditório e a ampJa
despesas públicas, julgamento das contas que a lei mandar defesa.
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I SÉRIE = HÓMERO 79

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~U""HÁdIH dH cNcllÕti' (MUI • IIMlt8rildo d.1 N§§H§ d. ~io d. Oo""§
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g.flüf, oome~tg Is In§t~s 00 ftíbuoo. Admlní§tlltlv(} díI S~i(} de C'-OOlI§ Públlca§ do 'rtíbuool Admlnl§tfmlv(}, §tIm
prejü(w ~§ demíll§ (ü~§ '100 Ih4t e§tM le~menw romet.fdl§,
ft lis ~f~ di S~OO de COOll§ PúbH~I§ sOO púbHOO§, , 1, Oe tüOO ~ '100 oomlel H#§ se§~§ t I~it'ltidli ~W pel(}
2, 500 IU~(vell M pubH(:~oo !i§ dul§OO§ '100 I S~oo S~cretátl(} 1üdf~fll di Se~i(i(} de C(}ntl§ PÓbH~~§f ~ qüll
de Coow PÓbH~liS ooftíbumd Admlnl§tfath'u dfttelmloo, é §ubmetldíl i .(}t'~oo 00 t-güní&1 Ngüitlwf§e (} ~ dVe! sido
3, AI ","f9&§ li '100 §g l;rere u númet'U Mklflul sOO pubH~Idli§ nl pr6pri~ f(~ünloo I '100 N ''-1'Ot"W,
na 1J{jltlltn tia Rtptibll(;'{l ft nu §(tI(j.dg IIUtfl111 00 1',lbuna' .t NI§ ge§§OO§ di ~oo de Cooll§ Póbli~~§ pOOMJ Inwlvllf
Admlnl§tflÜv(j, pll~ pre§(itl qwi§qool In((}lm~§ '100 1h4t ~jlm wHGf~§
4, A§ ~f9&§ li '100 §g tefert: (j n,8 2f sOO lImMm pubHcldli§ pelos jÜ(I.it§ (}U pel(} Mlní§t6ffÍo PÓbHoo. {j §~I~tíO ou outtl:l9
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jOC~ÃO' p,cwlncl§l§ , friDiln.f Admlnjwmi~~ d. CíaMM d, Mlputo,


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Inwgllli Subsetçi() di f1~IHí:~i(} P,6ftll e·1 SUb9UÇi(} Cmn~.
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2, É~tt~dIMrilimenfg; letíoom=se sempre '100 ~tooldli§
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() DE OUTf/BRO DE 10/1

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contli§ c O§ pr'~§O§ dgrem ~f §u~ldm â §U3 Pifil d~jtm de di§ttibui~oo. m pr~ c'aüjljelm:§e ~m;
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ou diU,'nci3§ f: wHcH3f tJ§ e§c'af"lmenro§ que enwnd3
indi§pmJ§ávcl§ e que §jtJ pfe§~ 3ft elnoo diM, wb ~n3
~ multli 00 f"poo§ít'eL
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I, :4 di§tribuiçoo é o meio UUlizMo p3r3 ~i,Mf o JU'~
oopr~§§tJ .
Z, A§ infofm~§ c pfocc§§m pedldm f'3fi o eUfc!t:io
d3 fi~aHI'~oo pf4t'i3 det'em §u pre§t!idtJ§ pclm §eft'iÇtJ§, Z, PM3 d~iw§ de di§ttibulçoo ~ §ub§utuiçoo de ReIMM~§,
funclooátim e qWI§qOOf enu~§ plibUC3§ 00 pt1t'Id#§ com 3 mdem dm Ju{w 4 §tJfW1d# M ptimeim N§§OO MuM ..
ptiOO~ ~"'e qWlqOOf oo,,"a it1lvi~,
3,A dl§ttitmiçoo dm pr~§w de Vi§W'3 §efen'l lpfeeitiOO§
3, A§ mti~§ fdetid3§ 00 nlimem 3nWtim §oo tJbri~ em §e§§oo diífl3 de Vi§w f,Zz§e M§ t~fmo§ prevf§w§
3 ".e~oo 3m ~dIM, fewl~, in§tr~§ e ~p3Chm no M'ti~ 33 d3 pr~w leI,
00 TribuMl, wb J'M3 ~ ~~I~nci3 qU3flflcld#,
AffflOOZZ
AffffOO f7
""f~ ,"OHHUlI)
,Com~ dH HfYIfH do .pôlo I ~ d. Coma I, CooJpete i Coot3dml3 d3 íf~3 f"p"üva ditiJif i- f3§e
'úD'~H, in§truúSri3 00 pr~§tJ,
I, C,oo,p«e 3m §m'içm de ~o i ~oo de Coow PlibUCM, Z, Cooclu(dla f3§e in§trut6ri3 e hlvmOO 'u~ I §ubmi§dtJ
pr"W woo o ~o fknioo.--j(jmini§trMlt'o e, ~i,~fflOOk, I jul~w. CtJffl~ 00 Juiz ae'3tm a pr~itJ p3ra a f3§e
htfmfflfW oocitJ§3fflOOW m ~, COOtr3W§ e mal§ in§trufflOOtm de julpmenw,
§u~ltm â Ij§cMI~oo 00 TtibuMJ Adminl§trMlt'o e mpniuf 3, DI§ d"i§G~§ pfoferida§ n3 fl§e JUfi§di(:ionll cabe
m f"pmivm pr~§§tJ§, f"'~oo, Hm deito §u§peH§ivo,
Z, PMa deiw§ 00 dl§ptJ§to no nlimefO suttMm, m §MviÇm
~ wHciw m e'ementm indl§~Bvei§,
AmooZ3
(Aud1lMll §fi fIJlpOMÍV""
§É(;ç'ÃOIV
O Tribuna.' Admini§trltivo pfocede §empre i 3udiçitJ
Mjj'jj~J1ú~ dm f"J'OOBvei§, §Mt'O feloovimOOw 00 prtJU§§tJ de et3&m~itJ
IS 00 feliúStio ~ plfecer §tJ",~ a Coot3 O~fM 00 E§t300,
,....AlfffOO
~jo,
AffffOO 24
I, () Mlni§WlO PlibUoo é fepr~t300 Junw do Ttiburud ,e_ío,~jo,
Admini§tnWt'o, oo§ Wfmm d3 'eL
'Z,O Mini§ftt1o PlibHoo illtM'tm em Wd3§ 3§~, ~ A ~i~itJ e I ,""ifi~~itJ §itJ feit3§ OO§ WlmM d3 ui
U§M d3 pilat'fa f: prmootlff o 'too ootw coot'miMw,
de Pf~§tJ OvU, pOOmOO o Juiz ae'Mm dmumhwqoo Hj3m
d~ por I~ d3 iJUWti~ Mmini§trlOvl 00 pofkW,
CAP{TtJLO '" AfffJljOZ~
DO proca'" ,""vo ii Iocfjo de Conto PúDljea
• d.1Nq6N dO Vl§to (1"". f.".. ".~
I. VMillclfJOO..-§e IllItIi inJu§&:jIj(:M3 de feme§§3 de ~I~
§~ÃO'
oom felevMci3 ",MI 3 ~i§itJ 00 pr~§tJ, o tribuMl Ipf~
Oj~ &:OOIYM UVfemenw e§§3 oondUf3, pifl deiw§ ~~, §em preJu{zo
A~JOO 19 de ~ven'U31 in§t3Uf~itJ do pfoce§§o tU mu't3 ou ~utm§
e d3 coou",~oo ⧠mU~ oom~ p3f1 o.,~
"'........pHeMI, de f"poogbIH~,
(J pr~§tJ feliCit'o i C~f3 OMM (k, E§t300, i Ij~MI~oo Z,Amuft3llibitrMpellfMf3fdMdI~,coofMme
prtvi3,i lj§CiJi. ~iflme,i flKMil'. §uu§§it'a, bem M cifcumtMciM 3 pooderM pelo tribuMl, nOO dete §M inferior
00ffltJ ⧠f"p"üt'a§ f"poo§ibjH~ BMnceifM.fe~§e pe'a
pre§eflw l.d e, §Up,eaVmnmlW, pelo C6di~ de Pfooe§§tJ Ovil,
3 um ""wdo- t'~ncimenw I"W' 00 fe§J'OO§ível pelo §4t4
p3~,lidmtibMf"pmiV(jpr~,"'primdmvez,
pelall 00fffl3§ fdiÚvu ~ pr~i~ idmh,iw3Üt'm e pelo etm~w§oot'endmmwSJMd,peIl~~ulferi~#§t'ern.
CódiJOde PfOU§§tJ PM3f,em m3fétia §IOO~a.OOHrvIflOO=.
§e 3§ ~ütiu~,
" kJI quM fm ui~itJ,o Hm~ mí~ffltJ di muif3
u'tr3püüf o vencimooto WlII MuIf 00 lJIh'tclor.
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580 - (40) I SÉRIE - NÚMERO 79

ARTIGO 26 2. Por iniciativa própria ou a requerimento de qualquer


entidade, os juízes podem declarar a urgência de qualquer
(Provas)
processo, mediante despacho fundamentado.
Nos processos referidos no artigo ,20 da presente Ui só são
admitidas a prova por inspecção, a prova documental 'e, quando ARTIGO 35
o tribunal o considere necessário, a prova pericial.
(Prazos)
ARTIGO 27 I. A concessão do visto deve ter lugar no prazo de trintll
dias, salvo se forem solicitados elementos ou informações
(Audiência de técnicos)
complementares.
I. Quando num proéesso se devam resolver questões 2. Os pedidos de elementos ou informações devem efectuar-se
que pressuponham conhêcimentos especializádos, o tribunal no mesmo prazo.
pode determinar a intervenç~o de técnicos que podem ser ouvidos
na discussão. ARTIGO 36
2. Nas condições do número anterior, o representante
(Processo de Visto em formação jurisdicional)
do Ministério Público pode, também, ser assistido por técnicos
que são ouvidos na discussão, quando o tribunal o considerar Se.mpre que o juiz a quem foi distribuído o processo entenda
conveniente. que deve ser recusado o Visto ou se suscitem dúvidas acerca da
decisão a tomar, o proces!!o é levado à sessão, para apreciação
ARTIGO 28 em conferência, aêompanhado do projecto de acórdão.
(Constituição de advogado) ARTIGO 37
I. É permitida a .constituição de advogado em qualquer grau
(Notificação das decisões em processo de Visto)
de instância, nos processos de visto, de julgamento de contas,
de julgamento de responsabilidades financeiras e de multa. I. As decisões de recusa de Visto em actos e contratos relativos
2. No Plenário do Tribunal Administrativo, a constituição a pessoal são enviadas, com os respecti vos processos, aos serviços
de advogado é obrigatória. que os tiverem remetido ao tribunal.
2. Todas as decisões são notificadas aos respectivos interessados
ARTIGO 29 e publicadas no sítio de intemet do Tribunal.
(Contagem dos prazos) ARTIGO 38
Os prazos são contínuos e interrompem-se até à respectiva
'(Notiflcação ao Ministério Público)
satisfação, sempre que sejam solicitados elementos adicionais
ou em falta, considerados imprescindíveis, ou tendo em vista Os acórdãos de recusa de ",isto são notificados ao representante
o supri menta de deficiências. do Ministério Público, junto do tribunal competente,
designadamente, para eve.ntual interposição de recurso, no prazo
ARTIGO 30 de cinco dias.
(Prazo supletivo) SECÇÃO III
Quando a lei não especifique, entende-se ser de cinco dias Processos de contas
o prazo a observar em qualquer diligência.
ARTIGO 39
ARTIGO 31 (Fases processuais)
(Execução de decisões condenatórias) I. Os prQcessos de contas integram as fases instrutória
As decisões condçnatórias devem ser executadas, quando e de julgamento.
for caso disso, no prazo de trinta dias após a notificação do 2. A fase instrutória inicia-se com a entrada na Secretaria
responsável, correndo trâmites nos tribunais competentes para do expediente processual, distribuição e designação do. Juiz
as execuções fiscais. Relator, seguindo-se a tramitação nos serviços de apoio,
a elaboração do relatório técnico final e organização do processo.
ARTIGO 32 3. A fase de julgamento, com vista à apreciação jurisdicional.,
(Trânsito em julgado)
inicia-se C'om a entrega do processo ao Juiz Relator.
As decisões condenatórias transitam em julgado no prazo ARTIGO 40
de dez dias.
(Apensação de processos)
SECÇÃO II
I. São susceptíveis de apensação as contas de gerência cm que
Processo de Visto se detectem infracções financeiras continuadas, imputáveis aos
ARTIGO 33 mesmos agentes, ou em que os elementos integrantes da gerência
sejam os mesmos.
(Distribuição dos processos de Visto)
2. Também podem ser apensadas as contas correspondentes,
Os processos de. Visto entrados são distribuídos ao juiz se útil à apreciação destas, quando não apurada transgressão
de semana, devidamente informados pela Contadoria, até à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira,.
ao primeiro dia útil da semana seguinte ao registo de entrada orçamentária, operacional ou patrimonial.
na Secretaria do tribunal competente.
ARTIGO 41
ARTIGO 34
(Identificação dos responsáveis pelas Infracções)
(Sequência da Instrução dos processos) I. Quando detectadas qualquer irregularidade nas contas,
I. A instrução dos processos faz-se pela ordem de registo o relator ou o tribunal deve definir a responsabilidade individual
de entrada, salvo nos casos de urgência. ou solidária pelo acto de gestão inquinado.
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6 DE OUTUBRO DE 2015 580 - (41)

2. Se houver débito, ordena a citação do responsá\'el para, no ARTlc,() 47


prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar defesa ou
(Citação)
cobrar a importância devida.
3. Caso não haja débito, determina a audiência do responsável Logo que o processo contenha elementos que permitam apurar
para, no prazo estabelecido no Regimento Interno, apresentar a existência da infracção, o seu autor e em que qualidade, o relator
razões justificativas. manda citar para contestar os. factos que se lhe imputam,juntar
4. As contas de gerência que enfermem de irreguléiridadcs documentos e requerer o que tiver por conveniente, no prazo
financeiras que, simultaneameme, constituam crimes previstos de trinta dias, a contar da data da citação.
e punidos pela Lei Penal, em cujo âmbito os autores estejam
ARTIGO 48
perfeitamente identificados por sentença penal transitada em
julgado, devem ser objecto de'quitação, se os responsáveis pela (Vista ao Ministério' Público)
gerência forem estranhos aos factos e as contas não padecerem Apresentada a contestação ou decorrido o respectivo prazo
de outras irregularidades que a isso obstem. sem que esta tenha sido apresentada, vai o processo com vista
5. De igual modo, são susccp~ívcis de arqui vamento as contas ao Ministério Público para emitir parecer.
cujo âmbito da decisão-penal conclua pelo arquivamento do
processo-crime, por impossibilidade de imputação dos factos ARTIGO 49
criminosos ou de identificação dos seus autores materiais,
(Outros Infractores)
inexistindo, igualmente, culpa dos responsáveis pela gerência.
6. Nas circunstâncias previstas nos n.'" -+ e 5 do presente artigo, Quando da sua instrução resulte que a infracção é susceptível
deve abonar-se aos responsáveis pela conta os dinheiros e outros de' ser imputada a outras pessoas, são estas também citadas
valores em falta e proceder ao ajustamento daquela, por forma seguindo-se os demais termos dos artigos anteriores.
a reflectir essa mesma realidade.
ARTIGO 50
ARTIGO 42 (Pagamento voluntário)
(Decisão em responsabilidade financeira ou juizo de censura) I. O responsável pode pôr termo ao processo, pagando,
I. Sempre que da instrução resultem factos que em'olvam \'oluntariamente, o montante mínimo da multa legalmente fixado,
responsabilidade financeira ou qualquer juízo de censura, dentro do prazo da contestaçãó.
o relator ordena a citação dos responsáveis para, no prazo de trinta 2. O juiz julga extinto o procedimento logo.que sejajunta aos
dias, contestarem e apresentarem os documentos que entendam autos a guia comprovativá do pagamento. .
necessários. ARTIGO 51
2. Se se traiar de infracções puníveis apenas com multa,
é instaurado o respectivo processo autónomo. (Suprimento da falta)
I. O pagamento da multa não isenta o infractor da obrigação
ARTIGO 43 de suprir a falta que originpu -a infracção, se tal for possível.
(Conteúdo das decisões) 2. Para o fim do disposto ~o número anterior, o juiz concede
um prazo razoável , não superior a trinta dias após a decisão.
As decisões desfavoráveis, ainda que consistam num mero
juízo de censura, devem mencionar expressamente a posição ARTIGO 52
adoptada pelos visados, a propósito dos actos ou omissões que
lhes sejam imputatlos. (Responsabilidade flnanc'elra eumulativa)
A condenação em processo de multa não isenta o infractor
SECÇÃO IV
da responsabilidade financeira eventualmente decorrente dos
Processo de multa me~mos factos.
ARTlGoM SECÇÃO V
(Âmbito de aplicação) Outros processos
As normas da presente secção são aplicáveis ao julgamento SUBSECÇÃO
de tOdas as infracções puqíveis com multa, cujo conhecimento
Disposições comuns
seja da competência do Tri bunal Administrativo ou dos tri bunais
administrativos provinciais e Tribunal Administrati\'o da Cidade ARTIGO 53
de Maputo, para as quais não haja processo próprio. (Regime aplicável)

ARTIGO 45 As disposições relativas aos processos de contas ou de multa


são aplicáveis, com as necessárias adaptações, nomeadamente
(Instauração do processo) aos seguintes processos:
I, O processo de multa é instaurado com base em despacho a),averiguações, inquéritos e auditorias;
proferido em processo adequado, informação da Secretaria ou b) declaração da impontualidade do julgamento;
denúncia. c) fixação de débito aoS' responsáveis ou de dec1ara~ão
2. A denúncia é obrigatória para os funcionários c agentes das de impossi bilidade de julgamento;
entidades sujeitas ao controlo do tribunal competente; quanto d) reforma de processo;
aos factos de que tomarem conhecimento no exerdcio das suas e) embargos à execução de decisão;
funções ou por causa delas. j) extinção de fianças, cauções e mais garantia" e~gíveis
aos responsáveis por dinheiros públicos.
ARTIGU 46
ARTIGO 54
(Intervenção do Ministério Público)'
Distribuído e autuado o processo, é dada vista oficiosamente (Inspecções e auditorias)
ao Ministério Público, que pode requerer o que ti\'er por I. O Tribunal Administrativo pode. pan;t além das auditorias
conveniente, no prazo de oito dias. a contar da data do respectivo necessárias à verificação externa de contas, realizar, -sempre
termo de vista. que o entender, por sua iniciativa ou a ~dido da Assembleia da
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I SÉRIE - NÚMERO 79

República, do Governo, do Procurador-Geral da Repúplica ou 2. O Ministério Púhlico pode realizar as diligências


do Provedor de Justiça, inspecçõcs e auditorias de qualquer tipo complementares que entender adequadas que se relacionem com
ou natureza a determinados actos, procedimentos ou aspectos os faclos constantes dos relatórios que lhe sejam remetidos, com
da gestão financeira das entidades submetidac; aos seus poderes a finalidade de serem desencadeados eventuais procedimentos
de controlo externo. jurisdicionais.
2. A fase instrut6ria das inspecções e auditorias é concluída
com a elaboração e aprovação do relatório final. CAPÍTULO IV
Fiscalização prévia
ARTIGO 55
SECÇÃO I
(Conteúdo do relatório de Inspecção ou de auditoria)
Objecto. natureza e efeitos
I. O relatório de inspecção ou de auditoria deve seguir
ARTIGO 58
o estabelecido nos manuais de auditoria do Tribunal Administrath.:o
e conter todos os elementos que permitam o seu julgamento. (Conteúdo)
2. Do relatório de inspecção ou dc auditoria dc\'em constar, A fiscalização prévia da legalidade das receitas e despesas
no mínimo, os seguintes elementos: públicas abrange a concessão ou recusa do visto nos actos,
li) a entidade que ,é objecto de inspecção ou auditoria contratos e mais instrumentos emanados pelo Estado e demais
e o período a que as mesmas respeitam; entidades públicas. traduzindo-se na análise da sua legalidade e
b) os métodos e técnicas de verificação utilizados cabimento financeiro e, relativamente aos contratos, na indagação
e o universo das operações sefeccionadas; da observância das condiçõcs mais favoráveis para o Estado.
c) a opinião dos responsáveis em sede do contraditório; ARTIGO 59
ti) o juízo sobre a legalidade e regularidade das operaçõcs
examinadas e sobre a consistência. integralidade (Âmbito subjectivo)
e fiabilidade das contas e respectivas demonstraçõcs Estão sujeitos à fiscalização prévia dajurisdição administrativa:
financeiras, assim como sobre a impossibilidade da li) o Estado e outras entidades públicas, designadamente
sua verificação, se for o caso; os serviços e organismos inseridos no âmbito da
e) a concretização das situações de facto e de direito Administração Pública Central, Provincial e Local,
integradoras de eventuais infracções financeiras e seus incluindo as dotadas de autonomia administrativa ou
responsáveis~ financeira e personalidade jurídica;
/) a apreciação da economia, eficiência e eficácia da gestão b) os institutos públicos;
financeira e seus responsáveis; c) as autarquias locais;
8) as 'recomendações com vista a serem supridas as -ti) outras entidades que a lei determinar.
deficiências da respectiva gestão e funcionamento
ARTIGO 60
dos serviços;
h) os emolumentos devidos e outros encargos da respon- (Âmbito material)
sabilidade da entidade auditada. L Estão obrigatoriamente sujeitos à fiscalização prévia os
seguintes actos, contratos e mai s instrumentos jurídicos geradores
ARTIGO 56 de despesa pública, praticados ou celebrados pelas entidades
(Auditorias na fiscalização concomitante) referidas no artigo anterior:
I. O Tribunal Administrativo pode realizar auditorias, a) os actos administrativos de provimento de pessoal civil
no âmbito da fiscalização concomitante, a qualquer momento, ou militar, designadamente os relativos às admissõcs
em especial nos seguintes casos: de pessoal não vinculado à função pública ou para
categoria de ingresso, aposentaçõcs, reformas, bem
a) aos procedimentos e actos administrativos que impliquem como de atribuição de pensõcs;
despesas de pessoal e aos contratos que não devam ser b) o acto de designação dos recebedores, tesoureiros,
remetidos para fiscalização prévia nos termos da lei e, exactores e demais responsáveis por dinheiros
ainda, quanto à execução de contratos visados; públicos; ,
b) à actividade financeira exercida antes do encerramcnto c) os contratos de qualquer natureza ou montante relativos
da respectiva gerênCia. a pessoal, obras públicas, empréstimos, concessão,
2. Se. nos casos previstos no número precedente, se apurar fornecimento e prestação de serviços;
a ilegalidade de procedimento pendente ou de acto ou contrato d) as minu~ de contratos de valor igualou superior ao valor
ainda não ex.ecutado, deve a entidade competente para autorizar a fixado anualmente na lei -orçamental, sem prejuízo
despesa ser noti ficada para remeter o mencionado acto ou contrato das de valor inferior ficarem sujeitas à fiscalização
sucessiva;
à fiscalização prévia e não lhe. dar execução antes do visto, sob
e) as minutas de contraJos de qualquer valor que venham
pena de responsabilidade financeira.
a celebrar-se por escritura pública e cujos encargos
3. Os relat6rios de auditoria realizados nos termos dos números
tenham de ser satisfeitos no acto da sua celebrcição;
anteriores podem ser instrumentos de processo de verificação
da ,respectiva conta ou servir de base a processo de efectivação /) outros actos que a tei determinar.
de responsabilidade ou de multa. 2. Os notários não podem lavrar quatquer:escritura sem
verificar e atestar a conformidade do contrato com a minuta
ARTIGO 57 previamente visada.
3. Nos casos referidos no número precedente, os transladO!
(NoUflcaçio ao Mlnlatérlo Público) ou certidões são remetidos ao Tribunal Administrativo, ao!
I. O Ministério Público é notificado do relatório aprovado, tribunais administrativos_provinciais e ao Tribunal Administrativ(
podendo solicitar a entrega de todos os documentos ou processos da Cidade de Maputo nos trinta dias seguintes à celebmçã(
que entenda necessários. da escritura, acompanhados da I)!spectiva minuU':t.
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6 DE OUTUBRO DE 2015 580 - (43)

4. Incluem-se no âmbito das alíneas.c), d) e e) do n." 3. Os provimentos relativos a indivíduos detentores


do presente artigo, os contratos ou minutas que constituam de qualidade de funcionários devem apenas ser instruídos
ml~ras adendas ou adicionais ou se traduzam em trabalhos a mais, com os documentos especialmente exigidos para o efeito, face
~ccssórios ou complementares. à natureza do acto.
5. Estão igualmente sujeitos à fiscalização prévia, para além AR11GO 64
dos contratos formais, os documentos escritos avulsos que,
(Instrução de processos não relativos a pessoa.l)
conj~gados entre si, consubstanciem um acordo de vontades
e um contrato, embora informal. I. Os contratos não relativos a pessoal devem ser instruídos
com os docu'mentos seguintes, ein duplicado, devidamentl~
ARTIGO 61 autenticados com o selo branco em uso no respectivo serviço:
(Natureza e efeitos do Visto) a) aviso de abertura do concurso público ou autorização de
O Visto constitui um acto jurisdicional condicionante dispensa do mesmo;
da eficácia global dos actos e mais instrumentos legalmente b) caderno de encargos, sendo caso disso;
sujeitos à fiscalização prévia. c) acta da abertura das propostas;
d) prova do cumprimento das obrigações fiscais,
ARTIGO 62 designadamente do pagamento do imposto de selo;
(Forma de apreciação dos processos de Visto) e) despachos de adjudicação e outros, devidamente
autenticados pelos serviços remetentes.
Os processos de Visto são susceptíveis de 'apreciação
de natureza, 'metodologia e complexidade crescentes e incluem: 2. Os contratos definitivos são, ainda, acompanhados
a) Visto; de documento donde constem:
b) Visto tácito; a) a identificação do ministério ou outra instituição onde se
c) Urgente conveniência de serviço; insere o serviço ou organismo;
d) Anotação; b) a data da sua celebração;
e) Julgamento. c) identificação dos outorgantes;
d) o prazo de validade;
SECÇÃO II e) o objecto e valor do contrato;
Instrução dos processos j) a informação de cabimento de verba.
ARTIGO 63 ARrtGO 65
(Instrução de processos de provimento) (Dispensa de documentos)
I. O provimento dos lugares do quadro dos s~rviços é feito Os serviços podem ser dispensados, pontualmente, da apresen-
através de diploma individual de provimento e de contrato. tação dos documentos que devem instruir os processos a submeter
2. Os processos de Visto ou contratos,- no âmbito do primeiro à fiscalização prévia.
ou da admissão de pessoal, de\'em ser instruídos e enviados ao
tribunal competente com os seguintes documentos, em duplicado: ARTIGO 66
a) os diplomas de provimentQ completos e correctamente (Informação de cabimento)
preenchidos, designadamente com a indicação.
A informação de cabimento é exarada nos documentos sujeitos
da legislação geral e da legislação especial que
a Visto e consiste na declaração de que os ençargos decorrentes
fundamentam o provimento e do despacho cm que se
do a<.'to ou contrato têm cobertura orçamental em verba legalmente
funda o provimento, sendo caso disso:
aplicável, cati\'a para o efeito.
b) declaração do responsável máximo d~ serviço, no sentido
de que foram cumpridas as formalidades legalmente ARTIGO 67
exigidas para o provimento e o candidato reúne todos
os requisitos legalmente exigidos para o efeito; (Aferição de requisitos)
c) certidão de registo de nascimento; Sob pena de extemporaneidade, os documentos comprovativos
d) ceitificado de habilitações literárias e das qualificações dos requisitos de habilitação a qualquer concurso devem ser
profissionais legalmente exigidas; entregues, até ao último dia do prazo para a apresentação
e) certificado.de registo criminal; de candidaturas.
j) certificado médico comprovativo de possuir a robustez
ARTIGO 68
física e sanidade mental necessárias para o exercício
do cargo a prover; (Documentos em língua estrangeira)
g) documento militar comprovativo do cumprimcnto das Os documentos emitidos em língua estrangeira, para serem
obrigações militares, quando legalmente sujeito a elas; válidos perante ajurisdição administrativa, devem ser traduzidos
11) declaração de não inibição para o exercício para a língua oficial do País e autenticados por autoridade nacional
de funções públicas, mormente resultante de eventuais competente.
acumulações ou incompatibilidades e demais restrições ARTIGO 69
legais;
i) nota biográfica donde constem todos os cargos ou funções (Autenticação de documentos e arquivo)
anteriormente exercidos na Administração Pública: I. Os documentos sujeitos a Visto dajurisdição administrativa
j) informação de cabimento dé vcrba pelos departamentos devem ser autenticados electronicamente ou "COm o selo branco
ou serviços competentes; ou carimbo do responsáyel.
k) aviso de abertura de concurso e comprovativo da compe- 2. Os processos são sempre instruídos em duplicado,lJue deve
tência para o efeito, sendo caso disso. ser mantido em 'arquivo no tribunal competente. .
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580 - (44) I SÉRIE - NÚMERO 79

ARTIGO 70 4. O Tribunal Administrativo pode, anualmente, mediante


deliberação do Plenário, determinar que certos actos e contratos
(Falsidade de documentos ou declarações)
apenas sejam objecto de fiscalização sucessiva ou apenas fiquem
No caso de falsidade de documentos ou de declarações, sujeitos a esta a partir de determinado montante.
o tribunal competente anula o Visto do diploma por meio de
acórdão, importando a notificação deste a imediata suspensão ARrlGu73
do pagamento de quaisquer abonos e a V3catura do cargo, sem
(Urgente conveniência de serviço)
prejuízo da responsabilidade disciplinar ou criminal que no caso·
se verifique. I. Excepcionalmente, a eficácia dos actos e contratos sujeitos
SECÇÃO III à fiscalização prévia da jurisdição administmtiva pode reportar-
se à data anterior· ao Visto, desde que declarada por escrito
Actos não sujeitos a Visto. dispensas de fiscalização prévia. pelo membro do Governo ou entidade competente a urgente'
mecanismos de urgência e de simplificação do Visto conveniência de serviço e digam respeito a:
ARTIGo 71 a) nomeação de magistrados judiciais e do Ministério
Público, secretários permanentes dos Ministérios,
(Anotação)
dfrectores nacionais, secretários permanentes
I. São submetidos à mera anotação os actos não sujeitos provinciais, administradores distritais, secretários
a Visto que a lei determinar. permanentes distritais, chefes de posto administrativo
2. Estão, igualme6te, sujeitos à anotação ou.tras actos das autoridades civis, do pessoal técnico-profissional
modificativos da relação jurídica de trabalho de que não resulte de saúde de nível básico, médio e superior, professores
aumento de vencimento, designadamente a exoneração, demissão, de qualquer nível ou categoria, pessoal técnico-
expulsão e os contratos cujas minutas hajam sido previamente profissional agrário de nível básico, médio e superior,
visadas. recebedores, tesoureiros,escrivães de direito, ajudantes
3. A anotação não implica qualquer juízo relativamente à de escrivães, oficiais de justiça, pessoal das forças
legalidade do acto, efectuando-se sempre que o Visto não seja militarizadas, pessoal afecto aos serviços prisionais,
exigido legal mente, tendo em vista a actualização do cadastro dos ao censo populacional e ao serviço de el~ições;
funcionários e agentes em exercício de funções, a qualquer título. b) nomeações para o exercício de funções em regime
especial de actividade, nomeadamente comissão
ARTIGO 72
de serviço, destacamento; substituição e acumulação
(ExcePfÕes) de funções;
I. Não estão sujeitos à fiscalização prévia, sem prejuízo da sua c) contratos não relativos a pessoal de que tenha sido
eventual. fiscalização sucessiva: . prestada caução não inferior a cinquenta por cento do
a) os diplomas de nomeação emanados do Presidente seu valor global;
~ da República; ti) contratos que prorrogam outros anteriores permitidos por
b) os diplomas relativos aos cargos cle.ctivos; lei, desde que as condições sejam as mesmas;
c) os contratos celebrados ao abrigo de Acordos e) os contratos de obras públicas cujo valor seja superior
de Cooperação entre Estados; a cinco milhões de meticais;
ti) os actos administrativos sobre a concessão de vencimentos j) contratos de qualquer natureza decorrentes de caso
certos ou eventuais resultantes do exercício de cargo fortuito ou força maior.
por inerência legal expressa, com excepção dos que 2. Os funcionários e agentes referidos no número anterior
concedem gratificação; podem tomar posse, entrar em exercício e receber vencimentos,
e) nomeações definitivas dos funcionários do Estado; antes do Visto e publicação do diploma.
j) contratos de trabalho celebrados por representações 3. Os processos em que tenha sido declarada a urgente
diplomáticas e consulares moçambicanas no exterior coitv'eniência de serviço devem ser enviados ao tribunal
com trabalhadores estrangeiros; competente, nos trinta dias subsequentes à data do despacho de
g) os títulos definitivos de contratos cujas minutas hajam autorização, sob pena de cessação dos respect.Ívos efeitos, salvo
sido objecto de Visto; motivos ponderosos que o mesmo tribunal avalia.
h) os contratos de arrendamento celebrados no estrangeiro 4. A recusa do Visto produi os efeitos referidos no artigo 78
para instalação de postos diplomáticos ou consulares da presente Lei.
ou outras serviços de representação internacional,
quando a urgência da sua realização impeça a sujeição ARrIGO 74
daqueles ao Visto prévio dajurisdição administrativa;
i) os diplomas e despachos relativo~ a promoções, (VIsto táCito)
progressões, reclassificações, substituições; I. Os actos, contratos e demais instrumentos jurídicos enviados
J) transferências; àjurisdição administrativa para fiscalização prévia consideram-se
k) outros actos ou contratos especialmente previstos por lei. visados se não tiver havido-decisão de recusa de Visto no pmzo de
2. A lei que aprova o Orçamento do Estado estabelece, quarenta e cinco dias, a contar da data do seu registo de entrada.
anualmente, um valor abaixo do qual ficam isentos da fiscalização 2. Para os casos referidos no número anterior, não é necessária
prévia contratos não relativos a pessoal, quando c«lebrados assinatura do Juiz no processo.
com concorrentes inscritos no cada<;tro único de empreiteiros 3. ÓS serviços ou organismos podem iniciar a execução
de obras públicas, fornecedores de bens e de prestadores de dos aclOs ou contratos e demais instrumentos jurídicos, se
serviços elegíveis a participar nos concursos públicos, existente decorridos oito dias sobre o termo daquele prazo, não tiverem
no ministério que superintende a área das finanças. recebido a comunicação prevista no número seguinte.
3. Os serviços devem, no prazo de trinta dias, após a celebração 4. Devem ser comunicadas aos serviços ou organismos
-dos contratos a que se referem as ai (neas c) ah) do n.O I e do n.02 as datas do registo mencionadas no n.O I e publicadas na página
anteriores, remeter cópia dos mesmos àjurisdição administrativa. de InterneI do tribunal competente.
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6 DEOurUBRO ~ 20/5 580 - (45)

5. É aplicável à interrupção referida no número anterior ARTIGO 79


o regime da Lei de Processo.
(Recurso por recusa de Visto)
ARTIGO 75 I. No cas~ de recusa de Visto, pode a Administração, pelo
membro do Governo, ou entidade competente, interpor recurso,
(Declaração de conformidade)
no prazo fixado na lei.
O Tribunal. Administrativo, por deliberação do Plenário, 20 Os eventuais prejudicados pela recusa de Visto podem
pode determinar que a fiscalização prévia assuma a forma intervir no processo nos· termos previstos nos no'" 2 e 3 do artigo
de declaração dI.' conformidade, a efectuar no' âm bi to dos serviços 122 da presente Lei.
dI.' apoto técnico e administrativo, rl~lativamente aos actos,
contratos e demais instrumentos sujeitos a Visto, que não suscitem CAPÍTULO V
dúvidas concernentes à sua legalidade jurídico-financeira.
Fiscalização sucessiva
ARTIGO 76 SECÇÃCYl

(Procedimehtos na declaração de conformidade) Âmbito e periodicidade


I . A Contadoria do Visto deve agrupar cm lotes e elaborar ARTIGO 80
uma relação diária dos processos semelhantes e de reduzida
(Âmbito)
complexidade que considere passíveis de declaração de confor-
midade. o Estão sujeitos à prestação de contas os recebedores, tesoureiros,
2. A relação referida no número anterior é assinada pelo exactores e demais responsáveis pela cobrança, guarda
Contador, que a apresenta ao Juiz Relator para efeitos de ou administração de dinheiros públicos, bem como os
homologação, sendo, posteriormente, notificada ao Ministério responsáveis, de direito ou de facto, pela gestão das entidades
Público. sujeitas ·ao controlo financeiro da jurisdição administrativa,
3. Oe seguida, é aposta a chancela "Está Conforme" qualquer que seja o grau da sua autonomia, ainda que as suas
nos processos constantes da relação definitiva sendo, despesas sejam, parcial ou totalmente cobertas por receitas
posteriormente, feitas as devidas comunicações. • próprias ou que, umas e outras, não constem do Orçamento
do Estado.
SECÇÃO IV
ARTIGO 81
Recusa do Visto e efeitos
(Periodicidade)
ARTIGO 77
I . Sal \'0 disposição legal em contrário, as contas são prestadas
(Fundamentos da recusa do Visto) por anos económicos ou no termo de cada gerência, no caso
Constituem fundamentos de recusa dó Visto, nomeadamente: de substituição total dos responsáveis.
a) a ~esconformidade do acto ou contrato, traduzida em 2. O :rribunal Administrativo pode promover, a todo tempo,
absoluta falta de forma, impossibilidade do objecto inspecção-ou auditoria com o objectivo de detectar irregularidades
ou vício determinante de inexistência ou nulidade· e saná-Ias, evitando danos irreparáveis.
absoluta;
ARTIGO 82
b) a falta de cabimento financeiro;
c) a intempestividade da submissão à fiscalização prévia, (Conta Geral do Estado)
dec,9ITcnte da execução prévia ilegal; I. A Conta Geral do Estado deve ser apresentada pclo Governo
d) a mera anulabilidade, legitimamente invocad~ pelo à Assembleia da República e ao Tribunal Administrativo, até 31
interessado; de Maio do ano seguinte àquele a quc respeite.
e) a ofensa dc caso julgado. 2. O relatório e o parecer do Tribunal Administrativo sobre
a Conta Geral do Estado devem ser enviados à Assembleia
ARTIGO 78 da República até 30 de Novembro do ano seguinte àquele a que
(efeitos da f.'ta ou recu.. do Visto) ,a mesma se refira.
I. Os actos, contratos e mais instrumentos subtraídos 3. O relatório e o parecer referidos no número anterior devem
à fiscalização. prévia ou objecto de .recusa de . Visto não são certificar a exactidão, regularidade, legalidade e correcção
excquíveis, ~endo insusceptíveisde quaisquer cfeitos financciros. cconómico-financeira das contas e da respectiva gestão financeira
2. A recusa dc Visto determina a cessação dc quaisquer anual, sendo objecto de publicação em Boletim da ReplíbJica.
abonos, a partir da data cm que, da respectiva decisão. for dado 4. O relatório e o parecer do Tribunal Administrativo
<:onhecimento aos serviços. . são acompanhados das respostas dos serviços e organismos
às questõcs que esse órgão lhes formular.
3. A execução de um acto ou contrato objecto de recusa
5. A Assembleia da República apreCia e aprova a Conta Geral
de Visto, ofende o caso julgado e determina a nulidade dos actos
do Estado; na sessão seguinte à entrega do relatório e pareccr
dc execução. pclo Triburtal Administrativo.
4. É aplicável à anulação do Visto o regime prescrito
nos números anteriores. ARTIGO 83
5. Apenas podem produzir efeitos, anteriormente à fiscalização
(Prestaçio, certlflcaçio .. julg.lmento de contas)
prévia, os actos ou contratos praticados com fundamento
em urgentc comoeniência de serviço e bem assim os contratos I. As contas das entidades sujcitas ao controlo da jurisdição
dc seguro. administrativa devem dar en~rada nesta, no prazo de três meses,
6. Quando o Visto haja sido recusado por insuficiência contados a partir da data do tcrmo da gerência.
de instrução, pode haver lugar a nova apresentação de processo 2. A requerimento dos interessados que invoquem motivo
devidamente instruído. justi ficado. o Tri bunal Administrativo.pode lixar prazo diferente.
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580 - (46) I SÉRIE - NÚMERO 79

3. OTribunal Administrativo pode,excepcionalmente, relevar a 2. As contas que não enfermem de suspeitas de alcances
falta de cumprimento dos prazos referidos nos números anteriores, ou desvios de dinheiros públicos, pagamentos indevidos
por despacho devidamente motivado do respectivo relator. e outras irregularidades grdves podem, após verificação preliminar
4. OTribunal Administrativo deve apreciar as contas recebidas, da Contadoria de Contas e Auditoria, ser devolvidas aos serviços
para fins de certificação prevista no artigo 95,até 31 de Dezembro responsáveis e consideradas certi ficadas e regulares sob condição
do ano em que forem entregues. resolutória de ulterior apreciação.
S~ No caso das contas que forem submetidas a julgamento, 3. Passados cinco anos c não sendo objecto de" nova auditoria,
o prazo é de um ano, a contar da data da entrada do processo as contas são consideradas definitivamente, como certificadas
na Secretaria do Tribunal Administrativo, dos tribunais adminis- e regulares.
trativo's provinciais e do Trib~nal Administrativo da Cidade 4. Caso, dcntro do quinquénio, seja detectada fraudc
de Maputo, salvaguardado o adiante estipulado no n.o 3 , ou qualqucr outrà irregularidade, os responsáveis estão sujeitos
do artigo 87. às sanções devidas.
6. O prazo referido no número anterior suspende-se pelo tempo 5. O eventual julgamento pode tc'r lugar por 'iniciativa
que for necessário para obter infôrmaçõcs ou documentos ou para do Tribunal Administrativo na pessoa do Contador Gcral
efectuar investígações complementares. da Contadoria de Contas e Auditorias, por promoção do
Ministério Público ou a pedido de particulares interessados que
ARTlo084 demonstrarem legitimidade para tanto.
(ln.truç6e. de execuçlo obrlgat6rla) ARTIOO 88
I. O Tribunal Administrativo emite instruçõcs de execução (Verlflcaçlo de 2.· grau)
obrigatória sobre a forma como devem ser prestadas as contas
e os documentos que devem instru(-Ias. I. A verificação de 2.° grau incide na:
. 2. Os serviços e outros organismos podem ser dispensados a) análise dos documentos de despesa;
pelo Tribunal Administrativo da apresentação dos documentos b) forma de instrução da conta, do ponto de vista formal
de despesa, no todo ou em parte.' e material, incluindo a verificação da consistência
4GS documentos;
ARTlo085 c) corrccção contabiJ(stica;
(DlIIg'ncla. probat6rla. e coadJuvaçlo) á) legalidade c regularidade das operaçõcs e registos.
1. A prestação de contas pela forma que estiver determinada 2. As contas que não enfermem de suspeitas de alcances
não prejudica a faculdade de o Tribunal Administrativo exigir ou dcsvios de dinheiros públicos, pagamcntos indcvidos
de quaisquer entidades os documentos e informaçõcs tidos ainda e outras i.rregularidades graveS' podem ser devolvidas aos serviços
por necessários, bem como de requisitar aos competentes serviços responsáveis, após vcrificação pcla Contadoria de Contas
e Auditoria e consideradaS'certificadas e regulares sob condição
de controlo interno as diligêneias e meios que julgar convenientes. resolutória de ulterior apreciação.
2. A solicitação de documentos e esclarecimentos deve ser 3. Passados cinco anos e não sendo esta conta objecto
atendidas no prazo de cinco dias, após a recepção da notificação, de nova auditoria, é considerada defini ti varnentc como certi ficada
sob pena de multa, a arbitrar aquando da apreciação das contas. e regular.
3. Sob pena de desobediência qualificada, pun(vel nos termos 4. Caso, dentro do qU,inquénio, seja detectada fraude
da Lei Penal, os serviços, os funcionários em geral e quaisquer ou qualquer outra irregularidade, os responsáveis estão sujeitos
entidades públicas ou privadas são obrigados a dar execução aos às sanções devidas.
acórdãos, resoluções e despachos que, sobre matéria das suas 5. O eventual julgamento pode ter lugar por iniciativa
atribuições e competência especlfica, a jurisdição administrativa do Tribunal Administrativo na pessoa do Contador Gcral
profira em processos sujeitos à sua apreciação e decisão. da Contadoria de Contas e Auditorias, promoção do Ministério
Público ou a pedido de particularcs interessados que demonstrarem
ARTIGO 86 legitimidade para tanto.
(Forma de Ipreclaçlo da. conta.)
A JUlGO 89
As contas são susceptíveis de apreciação de natureza,
metodologia e complexidad~ crescentes, quais sejam: (ln.pecçlo)

a) a verificação de 1.° grau ou preliminar; 1. A inspecção é o procedimento dc fi~cafi7.ação que visa


b) a verificação de 2.° grau; sllprir as omissõe~ e lacunas de informaçõcs, eschlrecer dúvidas,
c) a inspecção; ou apurar denúncias quanto à legalidade c legitimidade de fact('!~
á) a auditoria; da Administração Pública c de actos administrativos praticados
e) a certificaçãO;
por qualquer responsável sujeito à júrisdição do Tribunal
j) o julgamento.
Administrativo.
2. A inspecção é rcali~da independentemente de inclusão
AJUIGo87 em plano de auditoria, podendo ser determinada com base em
proposta fundamentada que demonstre os recursos humanos
(Verlflcaçlo do 1.· grau) existentes na contadoria e daqueles a serem mobilizados na sua
I. A vefificação dei 1.° grdu consiste em certificar: execução.
ARTIOO 90
a) se as contas se fazem acompanhar dos documentos
exigigos pelas respectivas instruçOcs; (Auditoria)
b) se as contas estão ~scritlolradas correctamente; 1.. A Auditoria é um procedimento de fiscalização utili7.ado
c) se, em exame sumário, as operações e registos pelo Tribunal Administrativo para fundamentar a instrução,
que integram essas contas respeitam a legalidade a certificação e o julgamento das contas públicas ou a apreciação
e a regularidade financeira e contabilística. da economia, eficácia e eficiência dcr uso de dinheiros públicos.
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() DE OUTUBR() DE XJJ 5 58l) - (47)

2. Por forma a determinar as entidades a incluir no Plano ARTIo093


Anual de Auditorias, o Tribunal Administrativo deve proceder (proce.ao de auditoria de de.empenho)
a uma avaliação de riscos, obedecendo a critérios especificados
I. O Relatório Final de Auditoria de Desempenho dá lugar
cm regulamento interno. a um processo de auditoria de desempenho, distri bu(do a um J uiz-
3. Durante a fase instrutória, as auditorias do Tribunal Relator da Secção de Contas Públicas, que o analisa e prepara
Administrativo são condúzidas por Auditores de Controlo para ser apreciado em sessão com os demais ju(zes.
Externo. 2. Na apreciação do Processo de Auditoria de Desempenho, os
4. O recrutamento e a selecção dos Auditores de Controlo ju(zcs ccmsclheiros decidem sobre a aprovação do Relatório final
Externo tem em conta a idoneidade, imparcialidade e conhe- de Auditoria de Desempenho e remessa ao respectivo auditado
cimentos técnicos espec{ficos. para adopção das recomendações nele constantes.
5. Na condução das auditorias, os Auditores de Controlo ARTIo094
Externo observam métodos e técnicas de p.o:ldrão reconhecido.
6. Deve ser elaborada matriz de risco em cada auditoria (Publicidade da. decl• • em procesao de auditoria)
contemplando, entre outros: I. As decisões relativas à apreciação e julgamento das
auditorias, de qualquer tipo, devem ser publicadas no Boletim
a) o valor monetário dos recursos geridos por cada unidade da República e na pági·na da IlIIemet do Tribunal Administrativo.
sujeita ao controlo ·externo; 2. Uma· vez aprovado, pelo Tribunal Administrativo,
b) a relevância; o Relatório Final da Auditoria de Desempenho deve ser
c) o risco inerente, considerando como talo risco decorrente enviado ao auditado, ao Governo e à Assembleia da República
da própria operação, independente da ávaliação ou provincial.
dos controles existentes; ARTIOO 95
d) o risco de controlo que deve considerar a inexist~ncia (CertlflcaçAo)
ou insuficiência de controlos internos que previnam I. A Certificação consiste na apreciação positiva da legalidade
ou identifiquem tempestivamente erros ou irregu- e regularidade das contas apresentadas, que tenham sido objecto
laridades; de verificação interna de 1.° Grau, Verificação Interna de 2.° Grau,
e) a interdependência com outros órgãos ou entidades; Inspecção ou Auditoria.
j) o desempenho, conforme resultados alcançados cm 2. Podem ser certificadas as contas que não enfermem
relação ao previsto e estipulado em planos, programas de suspeitas de alcances ou desvios de dinheiros públicos,
ou orçamento. pagamentos indevidos ou outras irregularidades graves.
3. A certificação é feita pelo Juiz Relator sob proposta
ARTIOO 91 da Contadoria de Contas e Auditoria.
4. As contas certificadas e respectivo relatório devem ser
(Tlpoa de auditoria) devolvidos às entidades l'esponsáveis, para conhecimento
I. As auditorias podem ser de regularidade e de desempenho. e cumprimento das eventuais recomendações.
2. A auditoria de regularidade tem como foco a verificação 5. Das contas certificadas <! enviada cópia ao representante
da conformidade com determinadas regras, normas e objectivos. do Ministério Público, acompanhada do respectivo relatório.
6. A relação das contas certificadas deve ser publicada
3. Na auditoria de regularidade, o Tribunal Administrativo no Boletim da Repllblica e no s(tio de Internet do Tribunal
an~lisa as contas, a si tuação financeira e orçamental, a legalidade
Administrati vo, dos tribunais administratjvos provinciais
e a regularidade das operações de determinado órgão, programa ou do Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo.
ou entidade pública. ..7. O Juiz Relator prepara e submete ajulgamento os processos
4. A auditoria de desempenho tem como foco a avaliação das contas não certificadas ..
da economia, eficiência e eficácia. .
5. Na auditoria de desempenho, o Tribunal AdministratÍ\'o ARTIOO 96
a valia programas, projectos, acti vidadcs e respecti va efccti vidade , (Julgamento)
sistemas governamentais, órgãos ou entidades públicas. O julgamento das contas traduz-se na aprcciaçfto da legalidade
6. Dentro da tipologia definida nos números anteriores, da actividade das entidades sujeitas à prestação de contas, bem
as auditorias incidem sobre áreas de interesse a serem definidas como da respectiva gestão económico-financeira e patrimonial,
pelo tribunal. enoapuramentoeeventualefcctivaçAodainerentercsponsabilidadc
7. Na definição referida no número anterior, o tribunal financeira e consubstancia-se cm:
considera. nómeadamente, as auditorias financeiras, as obras a) julgamento de quitação, quando os responsáveis
pública~, ambientais e os si stemas infonnáticos com as respectivas pela sua prestaçfto do julgados livres de qualquer
especificidades. responsabilidade financeira e as contas havidas como
Amoo9z regulares;
b) efectivação de responsabilidade, quando aos mesmos
(proceeeo de aUditoria de regularidade) é imputada responsabilidade financeira traduzida no
I. O Relatório Final de Auditoria pode dar lugar a certi ficaçfto dever de repor ou de pagar uma multa, podendo merecer
ou julgamento ainda. simples jU(7.o de censura ou recomendaç6cs.
2. Os processps de auditoria são instru{dos com toda
Amoo97
documentação nccessária para apreciação dos j U{7.eS, devendo ser
devidamente referenciados e numerados,dc f".,rma a possibilitar (Conceito ~ Irregularidade gr.ve)
consulta rápida c ágil aos documentos por parte dos ju(zcs. Integram o conceito de irregularidade grave as infracçlSes
3. No Relatório Final de Auditoria deve constar de forma financeiras consubstanciadas em alcance ou desvio de dinheiros
clara, se for o caso, o montante dos valores a serem devolvidos públicos e outros valores e em pagamentos indcvidns, perpetrados
e os respectivos responsáveis. com dolo. propósito de fraude e preju(m efectivo para o Estado.
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580 - (48) I SéRIE - NÚMERO 79

CAPÍTULO VI 5.A desobediência referida no número anterior tem-se, sempre,


como desobediência qualificada.
Infracções,e responsabilidades financeiras
SECÇÃO I ARTIGO 99
Infracções financeiras (Alcance)
ARTIGO 98 Verifica-se o alcance quando, independentemente da acção
(Infracções financeiras típicas)
do agente nesse sentido. haja desap·arecimento de dinheiros
ou outros valores do Estado ou de outras entidades públicas.
\. Constitui infracção. financeira punível com multa
e determinante de anulação,.a todo () tempo, do \'isto concedido ARTIGO 100
ao acto ou contrato, assim como de suspensão de todo e qualquer
pagamento futuro: (Desvio de dinheiros ou valores públicos)

a) a apresentação de documentos ou declarações falsas; Tem Iugar o desvio de dinheiros ou valores públicos quando se
b) execução do acto ou contrato, sem prévia sujeição a Visto veri fique o seu desaparecimento por acção \'01 untária de qualquer
ou após conhecimento da recusa de Visto; agente público que a eles tenha acesso por causa do exercício das'
c) a desconformidade substancial entre a minuta e o contrato funções públicas que lhes estão acometidas.
celebrado mediante escritura notarial.
ARTIGO 10\
2. Constituem infracçõcs financeiras típicas-o-alcance, o desvio
de dinheiros ou valores públicos e os pagamentos indevidos. (Pagamentos indevidos)
3. Constituem, também, infracções financeiras, nomeadamente: Consideram-se pagamentos indevidos os pagamentos ilegais
a) a não liquidação, cobrança ou en,trega nos cofres que causarem dano para o Estado ou entidade pública, incluindo
do Estado das receitas devidas; aqueles a que corresponda contraprestação efectiva que não
b) a. violação das normas sobre a elaboração e execução seja adequada ou proporcional·à prossecução das atribuiçõcs da
dos orçamentos, bem como da assunção, autorização entidade em causa ou aos usos normais de determinada actividade.
ou pagamento de despesas públicas ou compromissos;
c) a não· efectivação ou retenção indevida.dos descontos SECÇÃO II
legalmente obrigatórios a efectuar ao pessoal;
Responsabilidade financeira
ti) a falta injustificada de remessa de contas ao tribunal
competente, a falta injustificada da sua remessa ARTIGO \02
tempestiva ou a sua apresentação c.om deficiências (Evidências de responsabilidade financeira)
tais que impossibilitem ou gravemente dificultem a
.sua verificação; I. Sempre que os re'-fltórios das acções de controlo
e) o ·extravio de processos ou documentos, e a sonegação do Tribunal Administrativo evidenciem factos constitutivos
ou deficiente prestação de informaçõcs ou documentos de responsabilidade financeira, os processos respectivo~ são
pedidos pelo tribunal competente ou exigidos por lei; enviados ao Ministério Público para os fins regais.
/) a falta injustificada de comparência para a prestação de 2. Se o Ministério Público declarar não requerer procedimento
declarações ou de colaboração devida ao tribunal; jurisdicional, devolve o respectivo processo à entidade. remetente.
g) a introdução nos processos de elementos qu~ possam 3. O disposto no n.o I é aplicável às auditorias realizadas
induzir o tribunal em erro nas suas decisões ou no âmbito da preparação do relatório e parecer sobre a Conta
relatórios, ou que dificultem substancialmente ou de
GC'ral do Estadõ.
todo obstem o julgamento das contas;
4. Nos casos previstos no presente artigo, o Tribunal
h) a publicação, no Bol~tim da República, de actos ou
contratos sujeitos ao Visto, sem a prévia concessão Administrativo envia à Assembleia da República, cm capítulo
do mesmo; próprio no Relatório, sobre Conta Geral do Estado do ano seguinte,
i) a execução de actos ou contratos a que tenha sido recusado uma informação sobre as medidas e procedimentos a,daptados para
o Visto ou de actos ou contratos que não tenham sido o apuramento da responsabilidade financeira e respectivo ponto
submetidos à fiscalização prévia quando a isso estavam de situação, relativa à Conta Geral do Estado do ano anterior.
legalmente sujeitos;
J) a violação de normas legais ou regulamentares respeitantes ARTIGO 103
à gestão e controlo orçamental, de tesouraria e de patri- (Aplicação)·
mónio;
I. Sem prejuízo de eventual responsabilidade disciplinar,
k) o adiantamento por conta de pagamentos nos casos
criminal ou civil," o desrespeito das normas previstas
não expressamente previstos na lei;
na presente Lei, acarreta responsabilidade financeira das enti-
I) a utilização de empréstimos públicos em finalidades
diversas das legalmente previstas, bem como pela dades ou funcionários, cuja actuação seja lesiva ao património
ultrapassagem dos fundos legais da capacidade e aos interesses financeiros do Estado.
de endividamento; 2. A instrução deficiente e repetida dos actos sujeitos
m) a utilização indeviqa de fundos movimentados por à fiscalização preventivá, por parte dos serviços, pode ser objecto
operações de t(~sourar~a para financiar despesas de multa, a arbitrar pelo tribunal competente.
públicas;
ARTIGO 104
11) a utilização de dinheiros ou outros valor.es públicos
cm finalidades diferentes das legalmente previstas. (Efectivação de responsabilidade)
4. A desobediência,.a falsificação e quaisquer outros factos A responsabilidade financeira é efectivada pelo Tribunal
que configurem ilícito criminal são, ainda, punidos nos termos Administrativo. pelos tribunais administrativos provinciais t.' pelo
da Lei Penal. Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo.
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6 DE OUTUBRO DE 20/5 580 - (49)


j.

ARTIGO 105 2. A responsabilidade financeira decorrente de infracções


(Modalidades de responsabilidade financeira)
financeiras perpetradas com mera culplJ. é passfvel de redução
em função do grau de culpa apurado, ou de relevação nos termos
A responsabilidade financeira pode ser de tipo reintegratório
do artigo seguinte.
ou meramente, sancionatório.
3. O Tribunal Administrativo, os tribunais administrativos
ARTIGO 106 provinciais e o Tribunal.Administrativo da Cidade de Maputo
devem fazer constar da decisão as razões justificativas da redução
(Cá~acterr8tlcas da responsabilidade financeira)
'ou da relevação.
I. A responsabilidade financeira pressupõe a existência 4. Fic<\ isento de responsabilidade aquele .que houver
de culpa e é independente do dano efectivamente causado. manifestado, por forma inequívoca, oposição aos actos que
2, O tribunal avalia () grau de culpa de acordo com as circuns- a originaram.
tâncias do caso, tendo em consideração as competências do
cargo ou a índole das principais funções de cada responsável. ARTIGO 108
o volume e fundos movimentados, o montante .material da (Requisitos da relevação)
lesão dos dinheiros ou valores públicos, o grau de acatamento
O Tribunal Administrativo, os tribunais administrativos
de eventuais recomendaçõcs do tribunal competente e os meios
provinciais e o Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo
humanos e materiais existentes no serviço, organismo ou entidade
podem relevar a responsabilidade por infracção financeira,
cm causa.
quando seja apenas passível de multa, quando esta tiver sido
3. A responsabilidade financeira é pessoal e incide sobre
puga \'01 untariamente e:
o agente ou agentes da acção.
4. A responsabilidade financeira recai, também, nos gerentes, a) se evidenciar, suficientemente, que a falta apenas pode
dirigentes ou membros dos órgãos de-gestão administrativa ser imputada ao seu autor por mera culpa;
e financeira ou equiparados e exactores dos serviços, organismos b) não tiver havido, anteriormente, recomendação
e outras entidades sujeitos àjurisdiçãó do Tribun~ Administrativo de tribunal ou de qualquer órgão de controlo interno
e dos tribunáis administrativos provinciais e Tribunal ao serviço auditado para correcção de irregularidades
Admin~strativo da Cidade de Maputo, quando: do procedimento adoptado;
c) se tiver sido a primeira vez que um tribunal ou um órgão
a) por ordem sua, a guarda e arrecadação dos dinheiros
de controlo interno tenham" censurado o seu autor pela
ou valores ti.verem sido entregues à pessoa que
sua prática.
os alcançou ou praticou o desvio, 'sem ter ocorrido
a ausência ou impedimento daqueles a que. por lei, ~K1'lGO 109
estejam acometidas tais fURÇões;
b) por indicação ou nomeação sua, péssoa já desprovida. (Responsabilidade 8olldárla) .
de idoneidade moral e, como tal reconhecida, tenha Sem prejuízo do disposto no n.O 2 do artigo IÚ6 e no artigo 107,
sido designada para o c!lr80 cujo exercício haja se forem ;vários' os responsdveis financeiros peJas acções, a sua
praticado o facto; responsabilidade. tanto directa como subsidiária, nos termos dos
c) no desempenho das funções de fiscalização. que lhe n.~ J.4 e 5 do artigo 106, é solidária e o pagamento da totalidade
estiverem acometidas, tiverem procedido com culpa da quantià a repor por qualquer deles extingue o procedimento
grave, nomeadamente quando não tenham ·acatado il1(taurado ou i Plpede a sua propositura, sem prejuízo do l.Iireito
. as instruções do Tribunal Administrativo, as regras de regresso .
de boa gestão dos dinheiros públicos ou os pareceres
técnicos. AIUW() 110

5. A mesma responsabilidade' pode recair, ainda, (Reposição por não arrecadação de receitas)
nos funcionários ou agentes que. nas suas informaçõcs para Nos casos de prática, autorização ou sancionamento, com
os membros do Governo ou para os gerentes, dirigentes ou outros dolo ou culpa grave, que impliquem a não liquidação, cobrança
administradores, não esclareçam os assuntos da sua competência, ou entrega de receitas com violação das normas legais aplicáwls,
de acordo com a lei. pode o Tribunal AdministratÍ\'o condenar o responsável
6. O acórdão define, expressamente, quando for caso disso. na reposição das imgortâncias não arrecadadas em prejuízo
o grau de responsabilidadc imputávcl, podendo, ainda, conter juízo do Estado ou de entidades públicas.
de censura ou recomendação à instituição e outras providências
a adaptar relativamente aos responsávéis. incluinao a sua ARTIGO III
demissão. Estas medidas podem, ainda, ser tomadas visando
a melhoria da gestão e garantia da legalidade 110 futuro. (Intránsmls8lbllldade do dever de reposição)
7. A responsabilidade inclui os juros de mora legais sobre A respon~abiJjdàdc financeira' rcintegrat6ria, nomeadamente.
os ~espe~tivos montantes. contados desde adata da infracção ou, o derer de repQsição. não é transmissível aos herdeiros
não sendo possível determiná-Ia, desde o último dia da respectiva do infractor.
gerência.
ARTIGO 112
ARTIGO 107
(Enriquecimento sem causa)
(Redução ou relevação da responsabilidade financeira)
O e\'.cntual enriquecimento sem causa da herança do infractor.
I. A responsabilidade financeira é susceptível de releração determinado por alcance ou desvio de dinheiros púbBeoll. apenas
ou redução, apenas no que respeita às multas. consoante o grau é susceptí\'cl de ressarcimcílto pelo EstJldo através dos trihunais
de culpa e o prejuízo efectivá para o Estado. comuns.
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580 - (50) I SÉRIE - NÚMERO 79

ARTIGO 113 ARTIGO 117


(Desobediência qualificada) (Prazos de prescrição de procedimento)
I . Nas si tuações de faI ta de apresentação de processos de contas .1. A prescrição do procedimento por responsabilidades
ou de.documentos, o acórdão fixa üm prazo razoável para que financeiras reintegratórias é de quinze anos e a prescrição por
o responsável proceda à sua entrega ao triblUlal. responsabilidades sa~cionatórias é de dez anos.
2. O incumprimento da ordem mencionada rio .número anterior 2. Os prazos referidos no número anterior contam-se a partir
constitui crime de dcs()~ediência qualificada, competindo da data da infracção ou, não sendo possível determiná-Ia, desde
ao Ministério Público a ins!auração do respectivo procedimento o último dia da respectiva gerência.
no tribunal competente. 3. O prazo da prescrição do procedimento suspende-se com
a entrada do processo de contas no tribunal competente ou com
ARTIGO 114 o início da auditoria e até à audição do responsável, desde que
(Reposição e multa) não seja ultrapassado o período de dois anos.
I. A responsabilidade financeira traduz-se na sujeição às penas CAPÍTULO VII
de reposição e de multa as quais podem ser aplicadas isolada ou
cumulativamente. Recurso
2. São puníveis com a pena de reposição as infracções SECÇÃO I
financeiras constantes do n.o 2 do artigo 98 e do artigo 110
Recursos ordinários
da presente Lei.
3.As demais infracções financeiras e as meras irregularidades ARTIGO 118
contabiHsticas ou administrativas com reflexos financeiros, (Decisões recorr[vels)
tipificadas no n.o 3 do artigo 98 ou decorrentes da demais
I. As decisões condenatórias dos tribunais administrativos
legislação financeira aplicável, são puníveis com multa a definir
provinciais e Tr.bunal Administrativo da Cidade de Maputo que
no próprio processo 'ou em processo específico, sendo caso disso.
4. O tribunal competente gradua as multas tendo em consi- apurem responsabilidades, determinem o dever d~ repor dinheiro
e
deração a gravidade dos factos as suas consequências, o grau e outros valores públicos ou o pagamento de multa, recusem
o Visto ou fixem os emolumentos, são 'susceptíveis' de recurso
de culpa, o montante material dos valores públicos lesados ou
em risco, o nível hierárquico dos responsáveis, a sua situação para a Secção de Contas Públicas do Tribunal Admini~trativo.
económica, a existência de antecedentes e o grau de acatamento 2. Das decisões condenatórias da Secção de Contas Públicas
de eventuais recomendações do tribunal. cabe recurso para o Plenário do Tribunal Administrativo.
5. A multa a arbitrar, de acordo com as circunstâncias
ARTIGO 119
indicadas no número anterior, não deve ser inferior a um sexto
do vencimento ou remuneração anual do infractor, pela primeira (Forma e prazo de Interposição)
vez, e a três sextos do vencimento ou remuneração anúal, pela I. Os recursos referidos nos n."" I e 2 do artigo anterior são
segunda e sucessivas vezes. . interpostos mediante requerimento devidamente articulado,
6. De qualquer modo, o limite máximo da multa situa-se dirigido aos presidentes dos tribunais recorridos, no qual devem
no valor máximo do vencimento ou remuneração anual. !\er expostas as razões de facto e de direito em que se fundamentam
7. O pagamento da multa arbitrada é da responsabilidade e forlTluladas conclusões, no prazo de dez dias, contado'
pessoal dos infractores referidos nos n."" 3,4 e 5 do artigo 106,
da notificação da decisão recorrida, observando-se o regime
conforme os casos.
de dilação constante do Código de Processo Civil.
ARTIGO 115 2. Os recursos são distribuídos por sorteio pelos juízes
do Tribunal Administrativo, não podendo ser retatado pelo Juiz
(proceuos autónomos de multa)
Relator da decisão recorrida.
As infrdcçõcs constantes do n.o'3 do artigo 98 são objecto 3. Distribuído e autuado o. recurso, é aberta conclusão
de processo autónomo de multa, se não forem conhecidas ao relator para, em 48 horas, se pronunciar sobre a sua admissão
nos processos de julgamento de contas, de julgamento ou rejeição liminar.
de responsabilidades financeiras e de fixação do débito
4. O recurso das decisões finais de recusa de Visto ou de coo-
aos responsáveis ou de declaração de impossibilidade
denação por responsabilidade sancionatória tem efeito suspensivo.
de julgamento.
;;. O recurso das decisões finais de condenação por
ARTIGO 116 responsabilidade financeira reintegrat6ria apenas tem efeito
suspensivo, se for prestada caução.
(Csu..s de extlnçlo de responsabllldsdes)
I. O procedimento por responsabilidade financeira reintegratória ARTIGO 120
extingue-se pelo pagamento da quantia a repor em qualquer
(Reclamaçio· de não admlsüo de recursos)
momento e pela prescrição.
2. O procedimento por responsabilidade sancionat6ria I. Do despacho que não admite o recurso, pode o recorrente
nos termos do n.o 3 do artigo 98, extingue-se pelo pagamento reclamar para a Secção de Contas Públicas do Tribunal
do montante em dívida, pela morte do responsável, pela amnistia, Administrativo, ou para o Tribunal Administrativo. conforme
pela prescrição, pela relevação da responsabilidade nos termos os casos, no prazo de dez dias, os quais ·reúnem com todos
do n.o 2 do artigo 107 e artigo 108 e pela isenção de responsabi-· os juízes. devendo sçr expostas as razões que justificam
lidade, scgundoo n.o 4 do artigo 107 da presente Lei. a admissão do recurso.
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2. Os tribunais referidos no número anterior apreciam o recurso 3. Se, no parecer:o Ministério Público suscitar novas questões,
na primeira sessão seguinte à distribuição, devendo decidir pela é notificado o recorrente para se pronunciar no prazo de quinze
admissão do recurso ou pela manutenção do despacho recorrido. dias.
3. O relator pode reparar o despacho de indeferimento e fazer 4. É permitido ao ~ecorrente e ao recorrido juntar com
prosseguir o recurso.
os articulados produzidos a documentação tida por pertinente.
4: Se o relator sustentar o despacho liminar de rejeição
5. Emitido o parecer ou decorrido o prazo mencionado
do recurso, ordena a apresentação da reclamação à instância
cdmpetente. no n.o 3, os autos são conclusos por três dias aos restantes ju(zes,
5. Se o despacho de indeferimento for proferido pela Secção se não tiver sido dispensada tal conclusão.
de Contas Públicas do Tribunal Administrativo; o recurso 6. Em qualquer altura do processo, o relator pode ordenar
é interposto' para o Plenário. as diligências indispensáveis à decisão do recurso.
6. Se o despacho de indeferimento for praticado por tribunal
'administrativo provincial ou da -Cidade de Maputo, o recurso ARTIGO 125
é interposto para a Secção de Contas Públicas do Tribunal (Preparação para Julgamento)
Administrativo.
Elaborado o projecto de acórdão, o relator ordena que sejam
ARTIGO 121 remetida~ cópias aos demais juízes e ao Ministério Público, até
três dias antes da sessão em que tenha de ser apreciado, com
(Outros recursos)
expressa menção de que os autos se encontram preparados para
, Os recursos de decisões não finais são interpostos no prazo
julgamento.
de cinco dias, contados da notificação da .decisão recorrida,
observando-se o regime das dilações constantes do Código ARTIGO 126
de Processo Civil, só podendo ser apreciados na decisão final.
(Julgamento)
ARTIGO 122 I . O relator apresenta o processo à sessão com o projecto
(Legitimidade) de acórdão, procedendo-se à discussão e julgamento.
I. Têm legitimidade para recorrer: 2. Nos processos de fiscalização prévia o tribunal competente
pode conhecer de questões relevantes para a concessão
a) o Ministério Público;
ou recusa do Vist(), ainda que não apreciadas na decisão recorrida
b) o membro do Governo ou a entidade de que depende
ou na alegação do recorrente, desde que sejam suscitadas pelo
, o funcionário ou o serviço;
c) a instituição interessada, através do' seu titular; Ministériç> Público no seu p~rcçêr, observando-se o preceituado
d) os responsáveis dirigentes condenados ou objecto no n.o 3 do artigo 124 da presente Lei.
de juízo de censura;
ARTIGO 127
e) os que forem condenados em processo de multa;
j) as e~tidades competentes para praticar o acto ou outorgar (Notificação de decisão finai)
no contrato objecto de visto. A decisão final é notificada ao recorrente e a todos os que
,2. O funcionário, agente interessado ou pretenso beneficiário tenham sido notificados para os termos do processo.
do acto a que tenha sido recusado (,) Visto pode requerer
a interposição de recurso à entidade com competênCia para SECÇÃO II
a prática do acto, no prazo de quinze dias, a contar da data
Recursos extraordinàrios
da sua notificação.
3. O funcionário, agente interessado ou pretenso beneficiário ARTIGO 128
do acto a que tenha sido recusado o Visto não fica impedido (Recurso de,revlsão)
de interposição directa do recurso, se a entidade referida
no número anterior não o fizer, no prazo de q~inze dias, a contar É admissível o recurso extraordinário de revisão, nos termos
da data da entrega do seu pedido. do Código ,de Processo Civil, para o re~urso de revisão, com
as devidas adaptações.
ARTIGO 123
ARTIGO 129
(Preparos e custas)
I. Nos recursos há lugar a preparos e custas a fixar nos termos (Fundamentos da revisão)
regulados para o Contencioso Administrativo. As decisões transitadas em julgado podem ser objecto
2. Nos recursos em que o tribunal competente considere 'ter de revisão pelos fundamentos admitidos no Código do Processo
havido má:fé, as custas podem ser agravadas até ao dobro. Ch'iI e ainda quando, supervenientemente, se revelem factos
ARTIGO 124 susceptíveis de originar responsabilidade financeira que 'não
tenham sido apreciados para o efeito.
(Termos SUbsequentes)
I. Admitido o recurso. o processo vai com vista, por quin7.c ARTIGO 130
dias, ao Ministério Público para emitir.parecer, se não for
(Prazos de Interposição do recurso de revfsão)
o recorrente.
2. Se o recorrente for o Ministério Público, admitido o recurso, A interposição do recurso de revisão da decisão que concedeu
deve ser-notificada a entidade directamente afectada pela decisão o Visto apenas é poss(vel durante o prazo cm que o acto
recorrida para responder, no prazo de quinze dias. ou contrato pode ser impugnado no contencioso administrativo.
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ARTIGO 131 ARTIGO 135


(Comp'etêncla) (Julgamento do recurso)
É competente para conhecer do recurso extraordinário I. Verificada a existência de oposição de ac6rdãos, () processo
de revisão o Plenário do Tribunal Administrativo. é concluso aos restantes juízes do Plenário por cinco dias, ap6s
O que o relator o apresenta para julgamento na primeira sessão.
ARTIGO 132 2. O ac6rdão da Secção dI? Contas Públicas que reconheceu
(Oposição de decisões) a existência de oposição das decisõcs não impede que o Plenário
do Tribunal Administrativo delibere em sentido contrário.
I. Se, no domínio da mesma legislação, forem proferidas
em processos diferentes na. Secção de Contas Públicas do 3. A doutrina do ac6rd~0 que fixajurisprudência é obrigat6ria
Tribu.nal Administrativo duas decisõcs; em matéria de concessão para ajurisdição administrativa enquanto a lei não for modificada.
ou de recusa de Visto e de responsabilidade financeira que,
CAI'ÍTULO VIII
relativamente à mesma questão fundamental de direito,
assentem sobre soluções opostas, pode ser interposto recurso Serviços de apoio
extraordinário da decisão proferida em último lugar para fixação SECÇÃO I
de jurisprudência.
Organizaçã~ e funcionamento
2. No requerimento de recurso deve ser individualizada
a decisão anterior transitada em julgado que esteja em oposição ARTIGO 136
e a decisão recorrida, sob pena de o recurso não ser admitido. (Apolo técnico e administrativo)
3. A este recurso extraordinário aplica-se, com as devidas
I. No âmbito das suas atribuiçõcs e compet~ncias, a Secção
adaptaçõcs, o regime de recurso ordinário, excepto o disposto
nos preceitos seguintes. de Contas Públicas do Tribunal Administrati vo é apoiada, técnica
e administrativamente, por serviços, cuja estrutura orgânica,
ARTIGO 133 competência, quadro de pessoal e funcionamento são objecto
de diploma legarespcdfico.
(Órgio competente)
2. A fase instrut6ria dos processos de verificação de contas
É competente para apreciar e decidir o recurso extraordinário de 1.° e 2.° grau, inspeCÇão, auditoria e certificação de contas
de oposição de ac6rdãos o Plenário do Tribunal Administrativo. é conduzida por Auditores de Controlo Externo.
ARTIGO 134
3. O Regulamento e Carreira dos Auditores de Controlo
Externo são estabelecidos em diplomas espcc{ficos.
(Questão preliminar)
I. Distribu{do e autuado o requerimento de recurso e apensado CAPíTULO IX
o processo onde foi proferida a decisão transitada alegadamente Disposições finais e transitórias
em oposição, o processo é concluído ao relator para, em 'cinco ARTIGO 137
dias, proferir despacho de admissão ou de indeferimento liminar.
2. A~mitido liminarmente o recurso, é dada vista ao Ministério (Processos pendentes)
Público para dar parecer sobre a oposição de julgados e o sentido As contas de gerência, anteriores a 31 de Dezembro de 2007,
daju.risprudência a fixar. q~lquer que seja a fase em que se encontrem, desde que não
3. Se o relator entender não existir oposição de decisõcs, ordena 'haja suspeitas de graves irregularidades, são devolvidas aos
que o processo seja concluso aos juízes do Plenário, ap6s o que respectivos serviços, sem prejuízo de eventual julgamento
apresenta o projecto de ac6rdão. ulterior, por iniciativa do Tribunal Administrativo ou promoção
4. O recurso tem-se como findo se o Plenário deliberar pela do Ministério Público ou a pedido de qualquer interessado que
não existência de oposição de julgados. mostre legitimidade para o efeito, no prazo de cinco anos.

Preço - 91,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE. E.P.

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