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KIM RICHARDSON

GUARDIÕESDEALMA
*LivroDois*
ELEMENTAL
KIMRICHARDSON
TraduzidoporHenryAlfredBugalho
Elemental,GuardiõesdeAlmaLivro2:
Copyright©2011deKimRichardson
www.kimrichardsonbooks.com
SmashwordsEdition
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MaislivrosdeKimRichardson
SÉRIEGUARDIÕESDEALMA
ElementalLivro2
MarcadaLivro1
HorizonteLivro3
SubmundoLivro4
SeirsLivro5
MortalLivro6
CeifeirosLivro7
DemôniosLivro8(Embreve)
SÉRIESMÍSTICOS
OSétimoSentidoLivro1
ANaçãoAlfaLivro2
ONexusLivro3
ÍNDICE
Capítulo2­Desaparecida
Capítulo1­Raio em Ação
Capítulo3­DesastrenamissãodoNovato
Capítulo4­NovaRaça
Capítulo5­Umnovoposto
Capítulo6­DepartmentodeDefesa
Capítulo7­SalvandoCatherine
Capítulo8­Opoderinterior
Capítulo9­Julgamento
Capítulo10­Tártaro
Capítulo11­AFugitiva
Capítulo 12 ­Paris
Capítulo13­Fazendo um Acordo
Capítulo14­APolíciaFrancesa
Capítulo15­Parabomentendedor
Capítulo16­AFissura
Capítulo17­Sr.Barata
Capítulo18­Submundo
Capítulo19­Sonhosestilhaçados
Capítulo20­Indoparacasa
Capítulo1­ Esquecida
HORIZONTE
SobreaAutora
Capítulo1
Raio
mãoKaradela.Aágua fria faz cócegasem seusdedões.Umalevenévoa se
eummenininhoestãojuntos,sozinhosemumriacho.Eleapertaa
levantaeosenvolve,eKarasenteotênuefedordecarnepodre.Alguém
tocaoseusdedos.Elaolhaparabaixo.
Mãosbrancassaemdaáguaeagarramseustornozelos.Elapulapara
trás,puxando acriançasobeecobre
espessanévoabranca consigo.Maismãos
ocórrego.Longos
a alcançamaoredor.Uma
cipósseenrolam
emsuaspernas,comocobrasbrancas.Karagritaechutaanévoa.
Umodordeferroadomina.Anévoa se divide.Karalutaparamanter
Kara
oequilíbrio.Elaestá em
ascoxas. estánauseada.umriodesangue.Omenininhotemsangueaté
Elaouveumruídonaágua.
Uma figura, no r i o . . um homem, n ã o . . uma cabeça humana
distorcidaecomumtóraxenfermoseerguedor
deLongaspernasde
vísceras humanasinsetoatacam­na,negrase i o , crescenumaconfusão
e de insetos nas costas deafiadas.Pústulase
um monstro medonho.
cobrem a pele domonstro, como lepra.Seus olhos feridas
negrosbrilham na
névoanegra.Elemordecomsuamandíbula.
Acriançasoltaa mãodeKara.Elaé arrastadapeloriode sangue.
Karaseinclinaemoveasuamãopelosangue,procurandopelomenino.
criatura está com a criança.cima.Ela agarra o menino chorando pelo
AUmsoluço.Karaolhapara
pescoçoeaperta.Elaabreaboca.Sanguepingaporseuspontudosdentes
amarelos.
molhada... Lentamente, ela leva a criança gritando para sua boca
olhosremelentos com lágrimassecasesuor.Aindameioadormecida,
Seucoraçãobatiacomforça
Karadespertousobressaltada. no peito,enquantoelapiscavaporentreela
sesentou na camacom os braçosesticadosparafrente,prontaparasalvar
omenininhodomonstro.Elatirouasfranjaspegajosasdesuatestasuada
eesperou,acalmando­se,atéqueosefeitosdosonhosedissipassem.Ela
estavachorando.
Elalimpouorostoeseusolhoslentamenteseajustaramàluzmatinal
demônioseanjosquecobriamasparedescomopapeldeparedepareciam
em seuquarto. Sombras escuras se tornaram nítidas. As pinturasde
aindamaiss
ospesadelos i n i s t r a
eram
Aspinturasainda frescos,s naspenumbra.Elaestremeceucomumcalafrio.
ela pegavahistóriaqueKaraqueriacontar.Com
parte deuma o pincel e pintavaas histórias
recorrentes.Eladiziaas i mesmaque era umtipodeterapiaeque,talvez,
umdiaospesadelosfossemparar.
Depois de um tempo, sua mãe se recusou a i r a seu quarto. Kara
lembrava­sequeasuamãehavialançadoasmãosparaoaregritadoque
osmonstrosviriamparapegá­las.
Mas, para Kara, eramapenas pinturas. Ela imaginava que não
poderiamf
5:00damanhã...
erir ninguém.aindacedodemaispara selevantar paraa escola.
Elaforçouparafecharosolhosecaiudenovona
vindodosegundo quarto seguindopelo corredor cama.O
confirmava tênueronco
quea sua
mãeSua mãenão havia
trabalhava sido acordadapelos
por longas gritos
horas, deKara.Istoa
então merecia uma reconfortava.
boa noitede
sono.
menininho
branco...prestesaserdevorado.Eladespertava
Todasasnoites,Karasonhavacommonstroshorripilantes,ecomum
assustado com cabelo louro emaranhadoe pijama azul e
para
criançadesaparecianabocadomonstro.
Karaexaloudemoradamente. gritandonahoraemquea
Não conseguiavoltaadormir.
Elalançouaspernas foradacamaecaminhounaspontasdos
descascava
dedos até anopenteadeira. tábuas deda pinhorangeram.
tampoe nasAs pernas penteadeira, dandoTintaumabranca
falsa
impressão
gavetas de de antiguidade.
cima e Kara Alguns
tinha de puxadores
usar canetas estavam
como faltando
puxadores. nas
Ela
apanhouumporta­retratosdemetal.
Ovidroestavatrincadoelascado.Karaosegurouperto.Umhomem
comcabelocastanho
deKara seapertou. despenteado
Ela quase nãoe umconseguia mais semorreu
garotinhacomlongaschuquinhascastanhasemacacãoamarelo.Opeito
daqueledia.Aimagemdeseupaitinhaseesvaído.Elesorriso amigável seguravauma
lembrarmais
quando
ela tinha apenas cinco anos e Kara não se lembrava nadaer umdele.paideEla
verdade!Talvezsuamãefossemaissãsehouvesseumhomemporperto.
contornouorostodelecomodedo.Oqueelanãodariaparat
Karasentiuumadornocoraçãoe
voltanapenteadeira. , comumsuspiro,colocouamoldurade
OrostodeKaraaencaroudevoltapeloespelhotrincadoeforçouum
paraseguiremseussonhos.Seusorrisosedesfez.Otrabalho de verãode
seraidadequandoasgarotasseapaixonamepartemparaauniversidade
sorriso.Hojeeraoseuaniversáriodedezesseteanos.Dezessetedeveria
Karamaldeu
economizarosuficiente para auniversidade.
para elaajudarapagarascompras.Elanuncaconseguiria
Uma barata escalou seu espelhoe parou bem no meio. Estava na
alturadosolhosdeKara;seusdoisolhosnegroseredondosaencaravam
comumainteligênciasinistra. Suasantenassemoviamnervosamente.
BAM!
Ela deuse sentiu
lixo.Kararemoveuolivrodoespelhoejogouabarata
lábiose umaoutraculpadapor
olhada parao
ter matadooinseto. serfeliz, elaos
espelho. Ela podiaElamortanalatade
comprimiu
vagoupelaescola,
comoum sem quererfazernadaalémdepintarelerlivros. Até
sabia. Maselacarrosesentiavaziapordentro.Umapartedelaestavafaltando,
semaroda,quenãopodeserconduzido.Pormeses,ela
mesmooseumelhoramigoMataevitava.Duassemanasa
doalmoço,eledissequeandarcomelaestavafazendocomqueocérebro t r á s , nahora
delederretesse;elaoestavadeixandodeprimido.SemMatparaapoiá­la,
elasentimento,masnadafuncionava.Elasesentiasozinha.
se sentia ainda mais perdida e confusa. Ela tentava afastar o
Osomdocantarolardospássarosatingiuseusouvidos.Karasorriu.
Apesardeincomodá­la,àsvezes,elescantavamlindamente.Ocantarolar
muitoscorvos...
setornou mais alto eintenso. Então ela ouviu o grasnarde corvos,de
Estranho,Karapensouconsigomesma.
plantadospés.Elaapertouacabeçanovidroeolhouparafora.Unsvinte
Ela seesgueirou até a janela. O piso de madeira estava frio sob a
corvos estavam empoleirados
inclinadas,elesgritavampara nos altos bordos. Com
algoabaixoqueKaranãoconseguia suas cabeças
ver.
aespinha.
Elaseesforçouparaolharporentreosgalhos.Umcalafriolhepercorreu
Seu
coração foi parar na
menininho...omesmomenininhodeseussonhos.boca. No meio da estrada
Ela achatouo narizcontra o vidro, enquanto observava a pequena havia um
figura de pijama cambaleando pela rua. Ele estavadescalço. Em
Montreal,nomêsdeagostoaindaéquente,mesmonasprimeirashoras
da manhã. Ela o observou parando e se equilibrando. O menininho se
embrenhou por entre os carros
dele,apanhadospeloventoinvisível. estacionados. Jornais
Tenhodeir lápegá­lo,Karadisseparaajanela.Elaseconvenceue voavam ao redor
enfiouumcalça caminhoupara assombras. Tomando cuidado para
a portado quartodeemoletomcinzaeumsuéter.Comumclique,elaabriu
nãodespertarsuamãe,elacaminhou
para
correuparaforadaporta do furtivamentepelocorredorescuroe
Elapulou baixodasescadasdedoisemdoisdegrausequicou
apartamento.
nosaguão.Elarecuperouofôlegoeempurrouasportasdevidro.Oarl
foratinhacheirodefolhassecasedegrama,cálidonapele,dandosinais á
dooutono que se aproximava.
tinhavistoomenininhopelaúltimavez. Poças cinzentas espalhavam­se
calçadaseKarapulouparaevitá­las. Elacorreuparaopontonaruaonde pelas
Elatinhasumido.
AruaestavabastantequietaeKarapercebeuqueospássaroshaviam
parado
calafriosubiuporsuascostaseocoraçãopalpitavanosouvidos.
decantar subitamente. O vento cessou. Kara estremeceu.Um
— Ei, menininho! — ela disse com
despertaravizinhança.—Menininho...ondeestávocê? uma voz abafada, sem querer
Ela correupelo
carrosestacionados.Nada. ponto eparou. Ela se agachou e
Elenãodeve terido muito longe.Ele é apenasummenininho,ela procurou sob os
eriçaram. Ela sentiuque algo nãoestava certo, um formigamento lhe
pensou.Karadeualgunspassosadianteeparou.Ospelosdesuanucase
diziaparacorrer.
Ealiestava
e l e .
Karasegurouarespiração.Elapodiavê­loclaramenteagora—nãoa
criança, mas um belo desconhecido que ela havia visto antes. Ele se
recostavaemumcarroestacionado,comosbraçoscruzados.Oolhardo
usavacalçajeans
magro.Ajaquetadecouromarromabraçavaseuspoderososombros,ele
desconhecido se fixourasgadacomumanela. O coraçãodecamisetaKaraapertadaque
parou.Eleenfatizava
era altoeo
emPerfeitodemais.Otipoderostoqueembrulhavaoestômagodela.Kara
seupeitomusculoso.Eleaencaravacomestesorrisoquasetolopintado
seurosto.Comcovinhasrasas,orostodeleeraevidentementelindo.
havialhedadooapelidode"perseguidorgostoso"...asualindasombra.
Oqueeleestáfazendoaquiaestahora?
Elafranziuocenho.Algonãofaziasentidoparae
aempolgaçãodet e r t a l l a .
carabonitoaespiandoassim,masaoutraparte Partedelasentia
lhedeixavacomapelearrepiada...enãodotipolegal.Haviaalgobizarro
nojsevirou.
eOperseguidorgostosopenteousuacabelobagunçadocomosdedose
ito queeleolhavaparae l a .
Eleapanhouo olharde Kara,então desviouoolhar,fingindo
nada com emo tipoalgunsde assassino
estarinteressando
parecia em série daParaespéciede
carros estacionados. Kara,eleJeffreynão
Dahmer...otipoquedesmembrae ele comeas suasvítimas,comoemalgum ela não
tipoconseguia
deguisadoimaginá­lo
exótico.Não,
comendo tinha
alguém.umaboca
Kara tão
não linda
conseguia que entender
porqueeleaestavaperseguindo.Sempeitosecomsuascurvasinvisíveis,
elanãotinhamuitoaofereceraosexoopostoemtermosdevisual.Oque
eratãoatraentenelaparao"deliciosoperseguidor"?Nada.Eistoafazia
suspeitardele.
especialmentequandotinhaavercomela.
Eladesviouoolhardelepor
A coisa era boademais um instanteparaserverdade, ela concluiu,
tensa.Masnadamaissemoveu.Omeninonãoestavaemnenhumlugar.
criança.SombrasnegrasespreitavampelaruasilenciosaeKarasesentiuparaprocurarnovamentea
quando ela olhou de volta para o perseguidor gostoso, ele também
Ehaviasumido,comosefosseapenasumainvençãodesuacabeça.
Sério,estouficandodoida.Karapensou,retirandoafranjadorosto.
UmlevechuviscorefrescousuasbochechasquenteseKaraaagradeceu...
rapidamenteconstatouquenão era ele. Estehomemtinhacabelobrancoe
Primeiro,elapensouqueeraoperseguidorgostosovoltando.Masela
Algosemoveunocantodeseuolho.
pálida pele acinzentada. Ele vestia um ternonegro e que, paraemum
pareciasercaroedeslocadoaestahoradamanhã.Eleserecostou
postedeluzdooutroladodarua.Mesmoàdistância,elaconseguiaver Kara,
quetinhaalgoerradocomosolhosdele.
Eramnegros.Eaobservavam.
Ela sentiu
reconheciaaqueler
sentimento um
eriçassem. Ocoração f r i o no estômago; ela inspirou e
searrastouosto.delapela. pertenciaaomonstronojentodeseuspesadelos.
palpitava
nuca dela,nosfazendo um horrível
ouvidosecomelaqueestremeceu.Ela
seus pelos se
Elefezumacaretaelambeu
amarelos. os lábios,revelandoumpunhadodedentes
As tripas dela se reviraram. Um sensação de enjoo subiu até a
gargantadelaeKaracorreupelarua.
Comseuschinelossearrastandonoa s f
Elasetornoumaisconscientedaimobilidadeaoredordela.Eracomosea l t o , elaganhouvelocidade.
olufadadevendoaacertounascostas.Astrevasaumentaram,sugandoa
mundo houvesse parado e apenas elase movesse nele. Uma súbita
luz. Karaouviunoumtrovão
repentinamente chão dianteà distância. dela,comoUmase grandesombra
umbalde detintaapareceu
negra
nuvem perdeu o fôlego
aproximava­se no céu rosado
houvessesidoderramadoaosseuspés.Elaolhouparacima.Umaúnica
rapidamentecontraoventoeseencaminhavanadireçãodela.
Karacinza­escuro e seconcentrou em aumentar
e azul.Elao viajava
possíveladistânciaentreelaeomonstrodeolhosnegros.Eladeuuma máximo
olhadaparatrás. Ocoraçãodelaveiopararnagarganta.
reverberou
estavaagorasobreela.Asuapeleficoutodaarrepiada.Comopodeuma
Odemônioestavabematrásdela.
Um altoporrugido
todos osfezcom
lados. Karaolhou
que ela pulasse,
paracima.enquanto
A nuvemotrovão
cinza
nuvem semover daquele jeito? Ela sabia que
Karacorreuemdireção ponto ônibus outroladoda ruae
aum de
caiudentrodaproteçãodevidro.Umasombracobriaochãoeastrevasa
atravessoutodoseucorpo. não
do era natural. Pânico
cercaram. Ela olhou para
cinzaestavadiretamentesobree cima lee . observou o topo
Haviaseguido­a. do abrigo. A nuvem
Kara seguiu­a
pequenoschoquese com seus olhos. Uma fagulha
depoisoutra,atéqueanuvemhouvessesidoconsumidainteiramentepor emanouda
létricos. Elabalançouacabeçasemacreditar. nuvem,
Algo semoveu no canto de seu olho.osEladentesbrilhandonastrevas.
estavaparadonaporta.Elerosnava,com avistouo demônio...ele
Elafechou
súbitobarulhoaosolhos e desejouosqueolhos.o pesadelo terminasse. Ouviuum
lto; Karaabriu
Umraiocaiudanuvem.
Eleatingiuodemônio.
CinzasElagritou,enquantoovia
membrosflutuaram
dele se quebraram f r i
noarcomoemfolhassecast a r ecrepitardiante deseusolhos.Os
pedaços comode umaumaárvorenuma
torrada queimada.
brisa.
Uma pilhade pó foi
poucodenáuseadominando­a.
ZAP! tudoo que sobrou do demônio. Kara sentiu um
sumiu Um raioatingiuoabrigo.Emumbrilhobrancodeluz,todooabrigo
completamente, deixando apenas alguns vestígios de fumaça e
icheirodeplásticoqueimado.Apavorada,Karaolhou
sto erapossível?Elatremia,enquantooseuestômagoseapertouemuma aoseu redor.Como
bola.Suasmãosestavamtremendoeelaasfechouempunhos.
Kara
correu saltou para fora do abrigo enegrecido,
demais...elasentiualgoatrásdela.Algotocouoseu de voltaparaarua
em direção à casa mais próxima. Um som efervescente, e
perto
sibiloue cuspiu comfuriosamente.
suanuca.Elasevirouparaolhar...equasedesmaiou.
O demônio olhos negrosSua corriaatrásdela cabelo,roçandoa
sobrenatural,comoumaimagemsendoreproduzidaemfast­forward.Ele
careta pálida revelavacomvelocidade
fileiras de
pontiagudos dentes. Ele não havia sofrido nenhum arranhão,
constatou.Semsinaisdequeimadurasdoraioqueohaviaimolado,nem Kara
mesmoemseuterno.
devolta.
estender obraço etocá­la.Umaltosomdealgoraspandoveioelade podia
Uma sombraseesgueiroupelochão.Karaolhouparacima.A
nuvemcinzaestavaacentímetrosdesuacabeça,tãopertoque
instantaneamenteficouvermelhaeroxa.Elatentouselevantar,mascaiu
Karase
gritou.Elarolouetorceuopé.Apeleaoredordeseutornozeloinchoue
OsjoelhosdeKaraperderamaforça.Elasechocoucontraochãoe trás e

virou.
emumaquestãodesegundos.Umsorrisoestranhosurgiunorostodele
Odemônioestavaaapenaspoucospassosdela.Eleestariasobreela
enquantocorria,comoseestivesseprestesaganharnal
—Socorro!—Karagritou,desesperada.—Alguémme oteria.ajude!
Abocadodemônioseabriueseuqueixodesceuatéomeiodopeito,
comoumacobraexpandindoseumaxilar,prontaparaengolirasuapresa.
Naquele instante horrível, Kara percebeu que estava prestes a ser
Ao mesmotempo,uma
devorada... exatamente comoo menininho em seus sonhos.Ela só
conseguiatremereobservar.
nuvemcinzaparousobree
brancasdançavamparadentroefora da nuvem. l a . Faíscasazuise
Entãooutroraiocaiu.
Karapiscou,enquantoumaluzbrancaqueimouasuavista.
Ela sentiu uma corrente de
Queimava.Elanãotevetempoparag eletricidade
r i t a r . atravessar o seu corpo.
Entãoficouescuro.
Capítulo2
DesaparecidaemAção
UparaamaluzpiscoudiantedaspálpebrasfechadasdeKara.Elaseesforçou
bri­las. Umanévoa comoum fino véu brancosoprandonovento
obscureceuavisãodela.Aprincípio,elapensouqueestavadevoltaaseu
quarto,mas,quandoaimagemsetornouclara,elapercebeuqueestavade
tornassen
péemumelevador.Elapiscoueaguardouqueasimagensdiantedelase
ítidas.
lembrava de terentrado emum elevador.Comochegueiaqui?Umcheiro
belospainéisdemadeirapolidaepisosdemármoreacobreado.Elanãose
Oelevadorpareciaantigo,comodeumhoteldosanosde1920,com
efervescentes
detorradaqueimadaedenaftalinapairavanoa
ecrepitantes, e quando ela olhour.paraElaouviutênuessons
baixo,ela tomou
conhecimentoqueoruídovinhadela.Elaergueuobraçoeoexaminou.
Longos caracóis de fumaça emanavam de seus membros. Todo o seu
corpoestavafumegando,comoumalenhanal
—Ahãm—disseumavozrouca. a r e i r a .
Kara
pregando recuou.
uma Primeiro,
peçanela. ela
Mas tinha
elalogocerteza que
constatou seus
que olhos estavam
estava,de f a t o ,
encarandoumgrandechimpanzé.Eleestavasentadoemumacadeirade
madeira diantedelaEleecutucava
descompromissado. seajeitou e seuspés calosos emum
limpou migalhasde sua bermudajeito
verde.Elesuspiroupesadamenteeaconsideroudemaneiradesafiadora.
OmacacopareciaestranhamentefamiliarparaKara.Eleergueuoqueixo
efezumacareta.
— Faz
Estavadeférias? tempo que não a vejo por aqui — disse
Kara piscou, confusa.Ela não se surpreendeu queo chimpanzé o chimpanzé. —
— Vocênão pareceestar surpresa, Senhorita Nightingale. Já nos
pudessefalar.Elaseperguntouoporque.Elafezumacareta.
encontramos antes.
memóriavolte.Semprevolta.Apenas... demorará alguns minutos para que a sua
imagens— Minhas memórias?
invadiram a sua —
mente Assim
comoque ela
uma pronunciou
imensa as
cachoeira. palavras,Mas
nenhum
pessoas, delas
filme emvelocidade fazia qualquer
pessoas bonitas, sentido para
rápida asemltas botão e l a
e imperativas. . Era como
de pausa. Imagens a s i s t
Ela viu lampejosde i r
de esferas a um
balançou acabeçacéueumaclaraimagem
azul e flutuando entrede umacidadesobrevoandoem
brilhantesvoandopelocéunegro,comocentenasdeestrelascadentes.Ela
ummagnífico nuvens brancas. Diferentes
primatas apareceram em sua mente. O hálitomacaconojento. Aqueles dentes
amarelos.
atitude. KaraEla conhecia
logo compreendeu
apenas um únicoporque o chimpanzé com aqueletinhatipo tdeal
comportamentofamiliar.
Quandoochimpanzéviuqueelatinhafinalmentereconhecido­o,ele
sorriutriunfantemente.
—Enosencontramos novamente,senhoritaNightingale.
— Você
era éaquele Chimpanzé5M51.
Você—Parabéns.Vocêlevoubastantetempo— Sim... Eumelembro
terrível.Comopossomeesquecer...? resmungouochimpanzé, agora.
eeleuniuasmãos.—Euestavacomeçandoa
eu não achar queteríamosdeficar
Vou lhedizer, os
umanjostempão
não aqui,
tem e
consideração havia
pelo trazidoa
nosso marmita.
trabalho! Eles pensam que são
melhoresqueagente,é?
Kara
concentrada não oouviu.
tonta. Ochãonasaoredor Ela estava
memóriasdelabalançava perdida
quebrotavamligeiramente. em seus pensamentos,
emseucérebro.Ela seElaapoiounos
sesentiu
painéis.Enquantosuasmemóriasmortaissumiam,elaseramsubstituídas
porlembrançasdeanjodaguarda.
OcorpodeKara serachoueestalousubitamente.Elaestudouseus
membrosfumegantes.
—Aquela...aquelanuvemnegra!Oraio!E l e . . elemematou.Assim
como da primeira vez que fui
Horizonte!Morri,eagoraestoudevolta. morta pelo ônibus! Estou de volta em
OChimpanzé5M51contraiuoslábios,claramenteseincomodando
comarecuperaçãolentadeKara.
osanjosdaguarda eram osúnicos com cérebro.—Elevirouosolhos.—
Claramente,fuienganado.
—Sim,sim,muitosagaz,senhorita.Nãoseiporquemedisseramque
comentáriosdelee careta para o chimpanzé.suamente.Elatevec
Kara fez uma, aoinvésdisto,abriua Ela decidiu ignoraros alafrio,
enquantotudovoltavaparaela—assuasexperiênciasesentimentospor
David, seu treinamento como anjo da guarda e como ela derrotou
Asmodeus. Elase lembrava vagamente de uma
disparadadesuamãoequecausouaderrocadadosenhordosdemônios. luz dourada que foi
Elase lembrava
indomávelde de t e r salvadoa criançaelemental, uma
Kara era possuído apenas poraqueles nascidosde pais
podertremendo,equeasualuzdouradatambémeraelemental.Opoder entidade com
humanos e anjos, uma combinação extremamente
aquelepoder.Elaselembrava.Asuaalmaeraparteelemental. se
Ochimpanzésuspiroupesadamente,como estafossea coisamais r a r a . EKara possuía
tediosadomundo.
—Vocêj
desperte. á
deveriamtrabalhar
no limbo Voulhe sedeucontadetudo,senhorita?Outeremosdeficaraqui
até o fimdizer,noselevadores.
dosnósquetempos, deveríamos
esperando
Como istquesero aconteceu...é
guardiões,e
o seucérebroosalémda
vazio
anjos
minhacompreensão.Evidentemente,vocênãoéumaguardiãcompetente.
Talvez você pensasse que estávamos no zoológico? — Ele deu uma
risadinha.
Karacontinuouaignorá­loevasculhouseucérebro.Elaselembrava
degerenciavam.Empolgaçãopercorreuoseupeito.
sete níveis diferentes em Horizonte e dos lindos arcanjos que os
apertadoscontraosdela.
formigavaaoselembrardeDavid.Aimagemdobeijopairavadiantede
seusolhos,
—Então...vocêsabequalníveltenhodei
tãoreal que ela quase podia sentirr osagora?—Ocorpodela
lábios carnudosdele
—Níveldois,senhorita.Operações.
Ochimpanzéergueuolongobraçonegroeapertouobotãodecobre
númerodoisnopaineldecontrole.Oelevadorbalançouumpoucopara
frenteeparat r á s . Subiuparaumandarsuperior.
SeuânimoaumentouaoselembrardeOperações,osegundodossete
níveis de Horizonte, onde colossais dunas vermelhas serpenteavam e
haviaensinado­a
desapareciam numalutarvastocomoum
deserto vermelho,
anjoda guarda—
e ondeDavid,
parasalvar
seuoficial,
almas
mortaisdedemônios,elaselembrava.
O elevador balançou eparou abruptamente. Ela ouviu um ting,
depoisumswish,easportasseabriram.
— Nível dois, Operações! —gritou o chimpanzé. Ele gesticulou
impacientementecomsuasmãos.—Parafora,senhorita.
Karacomeçouasesentiransiosa.Elamordeuolábioinferior.
— Só um minuto. Preciso pensar. Acredito que eu tenha
Gabriel.—Nãoseienãomeimporto—declarouochimpanzé.Elefranziuo de ver
—O quê?Sóumsegundo—elarosnouetentava
nariz.—Agoraparafora!Vocêestádeixandoomeuelevadorfedido!
seusbraços.—Istonãofoiminhaculpa!Foiumr apagarofogoem
O chimpanzé agarrouKarapelobraço ea arremessouparaforado
aio. .
elevador.
Karacaiunaareiavermelha.Umpunhadodesalentrouemseunariz
eemsuaboca.
Elacuspiuelimpousuabocacomamão.
AltoConselho!
—elaresmungou,contrariada.Elaenfiou
pequenosgrãosdeareiaqueestavamentalados
—Vocêvaipagarpori em seusdentes.
os dedosnabocaelimpouos
EsperoqueelesojoguemnaschamasbrancasdoAtma
sto! Seumacacomaldito!Voureportá­loao
preguiçososolhosamarelos.
Elaouviu um ronco. O Chimpanzé 5M51 a considerava com seus
— Isto
imaginaria é
que uma
você ameaça?
t e r i a Quão
concebido terrivelmente
algo mais... desinteressante.
original — disseEu
o
chimpanzé,comcondescendência.Elecurvouosgrandeslábiosgordos,
balançouteatralmenteosbraçosnoaredeuumtchauzinhodeMisspara
ela, enquantooelevadorcomeçouadescer.
Karaseergueudaareiaese debateuparalevantar­se.Sem pensar,
elaagarrou um —riuo
—Errou punhadodeareiaejogou­odiretamentenoelevador.
chimpanzé,enquantoasportassefechavam.
Elaobservouoelevadordesaparecerdevolta na areia.
—Torçaparanuncamaismever!—elagritoueergueuopunho.—
Porqueseráaúltimavez,macaco!
corpo Frustrada,
não estavaKaraseergueu
fumegando e
mais.limpou
Não a a r e i a
haviamarcas . Milagrosamente,
de seu
queimadura
Como Elaretirouafranjadafrentedosolhoseolhou ao redor.Elasorria.
alguma,nenhumvestígiodoraioqueahaviaatacado.
Operações? pôde t e r se esquecido das lindas dunas de areia vermelha da
A areia vermelhacintilavacomojoias,aorefletir osol. Intermináveis
colinasdeareiavermelho­rubiseestendiamdiantedelaporquilômetros
antesdedesapareceremdev i s t a . Umabrisagélidaeriçouospelosdesuas
costas,
Operaçõestrazendo
como seuconsigolugarofavorito
cheiro emdo Horizonte.
oceano. ElaElasesuspirou.
lembravade
Ainda
era.Conselhoahaviainformadoqueconvocariamseusserviçosnovamente.
Elacalculava que tinha ficado em casa por uns dez meses.O Alto
Deviahaverumarazãoparaelesteremtrazido­adevoltatãocedo.
só nãoesperavaquefosseser tão cedo.em
Elaqueriavê­lo.Tocá­lo.MesmoapósDavidt
UmaimagemdeDavidapareceu suamente.Elaestremeceu.Ela
ê­la repelidoquandodescobriu
nelaaproximadonofinaleacreditadoqueelaerainocenteeboa,ei
a Marca e acreditou que ela fosse um demônio,
fezcomqueelaseimportassecomeleaindamais.Elaseindagavaseele ele tinha se
sto apenas
seconseguiaevitarosseussentimentos.
eleeram perigosos. Romance eraEraestavaproibido
poraindasesentiadomesmomodo.Maselasabiaqueossentimentosdela
apaixonar, então porqueela natural.Seosanjosnãodeviam
repletaem Horizonte.Elanão
por tais intensos
sentimentos —o seu corpo angelical tinha todos os outros quatro
sentidos.Comoestessentimentospoderiamestarerrados?
Kara caminhou por entre as colinas de areia. Ela atravessou um
gigantesco labirinto de pirâmides desal, altas como casas de dois
andares. Crianças com cabelos dourados e
grandesgeringonçascommangueirasdemetalquesugavamos rostos idênticos conduziam
a l . Seus
trituraçãopara
sertrajeinvisível
Karasaltou t r á s
paraparaoseescalouatéo
s azuisbalançavamatrásdeles.
foradocaminho deumadasosaltosmáquinas...elaparecia
querubins. Elacumedadunaseguinte.Milharesde
deixou sonsde batidase
tendas abertasazuis se espalhavam em fileiras diante dela, com suas
coberturastremulandocomoventosuavecomoondasnomar.Oarao
redordelaeraruidosocomossonsdabatalha.Anjosdaguardalutavam
unscontraosoutrosempráticasdecombate,acertando­seebloqueando
comsuasbrilhantesespadasprateadas.
combatecomDavid.Ansiosaparaverorostodele,elacaminhou.
Umcalafrio aatravessou ao pensar nas lições de treinamentode
Umaconhecidagrandetendabrancaseestendiadiantedela,eKara
foienvolvida por um odor ainda mais forteparadequeosanjosdaguarda
centenasdepiscinasredondas...posicionadas mar. Ela podiaver
mergulhassemparasuaspróximasatribuições.Elaobservouoslampejos
dedepois.ElaselembravadeviajaràTerraaopularnestaspiscinas.Elase
luz que apareciam sobre as piscinas, para desaparecerem segundos
lembravadecomoaáguanãotinhaasensaçãoalgumadeágua,masera
mais como uma névoacobrindotudo aoredor depoisde um demorado
banhoquente...eentãoaluzbrilhanteexplodindoaoredor,enquantoseu
corpoangelicalsedesintegrava.
Karamordeuolábioecerrouospunhos.Elacaminhouatéatenda.
ElaimediatamentereconheceuoarcanjoGabriel.Eleseelevavasobre os
oráculoseanjos
grande mesa de daguarda
carvalho, comao redordele.
suas pernasElapolidas na pontadena umaluz.
estava refletindo
Mesmo em seu folgado t r a j e de linho branco, seus braçose peito
musculososeramvisíveispelotecido,comosbotõesquasearrebentando.
ElenegraresplandeciacomoumapanteranegraeKaratinhacertezaqueela
tinhaombrospoderosos e grossos antebraços musculosos.Sua pele
deviasersedosaaotoque.Elepareciacomoumdaquelesdeusesgregos...
surreal.Ele sempre faziacom que Kara sesentisse um pouco nervosa.
Suas enormesmãosdigitavam
Karaatéqueelaparoudiantedele.
Elatentoupigarrear,mas, em
ao umteclado.Ele
Gabrielolhouparacima.Seusolhosmarrom­escurosbrilhavamsobnãohaviapercebido
invésdisto,umestranhocacarejosaiu.
espessas sobrancelhas. Quando ele se deu conta de
endireitou,eelaviuquealívioapareceunorostodele.Istoaconfundiu. quem era, ele se
poucopreocupados...
—Kara. Estou feliz em ver que você conseguiu. Estávamosum
areiaembaixocom uma explosãodealtosruídos.
Umabola decristalgigante rolou nadireção deKara. Esmagavaa
—Ah!Atéqueenfimelaestáaqui!Aú
comuma de n i c a . . ! — Um homenzinho
como
umcachecolbranco,manobravaabola
comcabelobranco longabarbafinaflutuandoatrásdele,
cristal semesforçocomseus
pés.Elecambaleouporuminstanteeparouapoucoscentímetrosdorosto
deKara.Ooráculo pulou no ar e uniu suas mãozinhas encardidas com
empolgação.
— Vejamos aqui. . então esta é a sua primeira vez em Horizonte.
Bem­vinda! Bem­vinda!
realmentedeveriaestar —
em Ele parou e franziuorosto.
Orientação.Entende,todososnovosanjos — Masvocê se
reúnemlápara...
—Hã... estanãoéaminhaprimeiravezaqui,oráculo—Karasorriu
comgentilezaetorcendoparanãoserrude.—Esta
em éa minhasegunda
vez Ooráculocoçouacabeçaagressivamente.
Horizonte.Estiveaqui. . maisoumenosdezmesesatrás, acho.
negóciodeverofuturonuncaficamaisfácil.Juroquememataráumdia.
—Oh,puxa.Achoquemistureiosperíodosdetempodenovo.Este
A expressão
barbabranca com dele se
— Entãoestanãoéasuaprimeira tornou perplexa,
seusdedos. vezaqui?Oh,puxa.Pareceque enquanto enrolava a longa
me esquecioqueestavaprestes
—Vocêtemde daraelaasegundae afazer?
umpoucoincomodado. s t r e l a , Oráculo—disseGabriel,
Asegundaestrela,repetiuKaraemsuamente.Elasentiuumjorrode
achava
empolgação.Assegundasestrelassignificammaisresponsabilidade.Ela
que não era mais uma novata. Talvez até mesmo uma oficial
comoDavid,elaesperava.
Osolhosdooráculosearregalaram.
—Éclaroquesim!
Malconsigomeconter,quemd Como pude
i r i a me esquecer?Istoétãoempolgante!
aminhamente!
Eleapertou asmãos diante de s i eseaproximoudeKara.Elemovia
boladec entusiasmo. Subitamente, um brilho branco emanou da
os dedõesriscomtal dooráculo.Eleiluminouamaiorparteinferiordocorpo
delee , depois,lentamentesedesvaneceu.Umturbilhãodefumaçabranca
apareceudentrodocristal,comonuvensaprisionadas.
—Aproxime­se,Clara.
Eleestava praticamente a tocando, pensou Kara. Ela se perguntou
quãomaispertoelequeriaqueelachegasse.Elapodiaverseureflexonos
cabeçaer
reluzentes
—É iuolhos
. azuis dele. Ela gostavados oráculos. Ela balançoua
— Kara,nãoClara.
Sim, você tem razão. Agora se aproxime — Ele balançou os
braçosimpacientemente.
Antes
pressionou queKara
energia pudesse
opolegarseespalhou reagir, o homenzinho estendeuo
seu corpo, comouma
adrenalina.Elaestremeceu,enquantoumcaloraatravessoudacabeçaaos
jatode
enquantootoquedelequeimavaumpontoentresuassobrancelhas.Um
emsua teporsta. Acabeçadelase braço e
inclinouparatrás,
injeçãode
pés.Então,acabou.
Ooráculoseinclinouparat
dourado para sua brilhante cor r á s .
azul. Osolhosdelemudaramdevoltade
A bola de c r i s t a l perdeu a sua
luminosidade,comoumalâmpadalentamentesequeimando.
ponta
novatanaLegiãodeAnjosdeGuarda,efoipromovidaparaopróximo
—Pronto,Clara—disseooráculojovialmenteesebalançandona
dospés. — Você agoragraduou­se oficialmentede seustatusde
nível—comoumao
osseusdeveres f
comoum i c i a l . Agoravocêpoderealizar,detodoocoração,
anjodaguarda, com honraej u s t i ç a .
Kara sentiu um senso em de orgulho inflar­se dentro dela.Ela nunca
haviaconquistadomuito seusdezesseteanosdeexistêncianaTerra;
elanãohaviatidotempoouinclinação.Davideraumo
agoraelatambémera.Elaseindagouseelestrabalhariamjuntosdenovo. ficial, elasabia.E
Elesformariamumaboaequipe.
—Obrigada.Istoémuitoimportanteparamim.Nãovoudesapontá­
labaixouavoz.—EomeunomeéKara,sóparaconstar.NãoClara.
os. —Oh,puxa...
—Kara certificou­se que Gabriel não estava
er ei denovo?Voulhecontar,estenegócioatualestáprestando atençãoe
confundindo a Emum
comosdedos. minha mente.—
movimentosuave,aboladec
O oráculo puxou osrilóbulosda
stal giganterolou
orelha
embora,— Eucomdissepravocêqueelessóacertamoseunomedepoisdeuma
ooráculocorrendosobre ela.
cemvezes—disseumavozvindodetrásdeKara.
Karasentiuarrepiosportodooseucorpoesevirourapidamente.Ela
desejouqueelanãoparecessetãoansiosa.Davidcaminhouatée
constatouqueelanãoconseguia desviaroolhar.Ele vestiaa suausual la. Kara
jaquetadecouro
estampado em ea camisetabrancaapertada.Oseusorrisousualestava
—Ei,garota.Sentiuaminhafalta?
seurosto.
KaraComum
se esforçoumilhõesdeperguntasesentimentosprestesaestourardela,
para manter a compostura. Ela tinha de dar uma boa
impressãodiantedeGabriel.
bochecha.
— Ei, David. — Ela exibiu um sorrisinho e mordeu o interior da
Nenhumdosdoissabiaoquefazer.Karaseindagavaseelesdeviam
seabraçar.MaseladescartouaideiaquandopensouqueGabrielpoderia
inesquecível.
nãoaprovar. Ela olhou nos olhos de David. Ele tinhaum rosto
compreendeu.Ficouc
Então, ela se lembrou laro. . de outra coisa, algo sobre David,ela
Eladeuumfortesoconobraço de David.
—Ai!Porquevocêfezisto?—Davidr
Tambémsintof
mim,mulher.Anãoserquevocêcurtai i u , esfregandoobraço.—
alta sua,sabe.Masvocênãotinhadeesmurraramorem
sto. . tenhocertezaquepodemos
conversarsobrei
— Era você!sto—. . Kara fez uma careta para David. — O cara que
me perseguindo!controlarsuaraivaaoconstatarqueoseuperseguidor
estavaElalutoupara
— E lá estava eu apavorada por meses porque algum esquisitão
gostosoera,naverdade,ogostosodoDavid.Elafranziuocenho.
estavameseguindo—vocêmedavacalafrios—metiravadosério. Eu
penseiqueestavaenlouquecendo.Etodoestetempoera
esmurroudenovo,commaisforça.
Davidpulouparatrás eriu. Eletentavaomáximoevitaroataquede você!—Elao
Kara.—Ai... deixe­meexplicar!Ai! Espere...sóumsegundo!Pare. . ai.
Pelaprimeira vez navida,KaraviuGabrielsorrir.Os lábiosdelese
Gabe,ajude­me!
curvaram,eelapensouqueeleficavaaindamaisbonito.
—Ajudá­lo?Porqueeuoajudaria?Vocêfezi s t o consigopróprio,
David.Alémd i s t o , eumedivirtovendoi
osdedos.—Istoémuitoengraçado. s t o . —Gabrielriueentrelaçou
David.Commaisdoissocos,Karacruzouosbraçosefazumacaretapara
pensava—Como você foiamigos.capaz?NãoVocêhaviaquasepercebidome matoude
queéramos que vocêeramedo!Eu algum
tipodepsicopata.Diga­meumacoisa,vocêpersegueosseusamigos?
—Ok,ok!Escute­me,Kara.Eraaminhaatribuiçãor a s t r e á ­ l a . Você
eraaminhamissão.Eutinhademanteroolhoemvocê,entende.Eutinha
deperseguindo.
garantir a sua segurança. É por isto que parecia que eu a estava
—Segurança?Segurançacontraoquê?
Umacentelha demedo apareceu nos olhos de David, e a própria
Karasesentiutensa.
—Contra os bizarros clones albinos. . os malditos demônios
superiores... cabelo branco, olhos
comedoresdealmasdeanjos...demôniossuperiores. negros, idênticos
Kara se lembrou. Um calafrio atravessou asua espinha. Ela havia unsaos outros,
quase perdido a
conseguiaselembrar. sua alma para estes demônios... mais vezes do que
David deu
gentilmentedestavez.um passo
Fizemos— Elesao nossomelhor mais na direção de Kara e
encontraram, Kara. Elesdescobriram ondevocê morava.falou mais
um
encontraramseuapartamento. para despistá­los de seus r
Elesoltou longosuspiroepassouosdedosporentreocabelo.a s t r o , mas eles
—E eles quasea pegaram. Nósa puxamos de volta no momento
exato.Quaseaperdemos.—Eleolhounosolhosdela.Karasentiuuma
sombradeterrorporuminstante,entãoosentimentosef o
comsuabocacheiadedentespontiagudos,hálitopodredevinagre,eum
Elaselembroudohomemcompeleacinzentadaeolhosnegros— i .
foi umpouco demais? Mesmo
nãomorrerdormindo?Pelomenost para você? Por quenãoaioeu. podia
olharfamintoquefaziaapeledelasearrepiar.Elapensounor
—...entãovocêmevaporizoucomumraio?—disseKara.—Isto
eria sidomaisconfortável.
jaqueta.—Bem,— Foielea asalvou...
minha ideia.nãoSim.foi? Você— Davidpodeergueuo
me agradecercolarinhoda
depois.
Penseiquefoiummodofodásticodemorrer.—Eleenfiouasmãosnos
bolsosdianteiros.
KarapensounamanchetedeamanhãdaMontrealGazette:
Mortaporraio!
Garota de dezessete anos f r i t a até a morte em bizarro ataque de
raio.Horríveisfotosnapágina13.

demônios Espere
seucorpotrêmulo. um instante
—A — um
superiores sabiamminhamãe... sentimentode
ea terror tomouconta de
Isto quer dizer que elesos
onde eu estava.minhamãe!Vocêdisseque
sabiamondeminhamãe
salvá­la!—A estavatambém!Temosdebuscá­la! Temosde
suamãe está segura. Nãosepreocupe. Eu cuidei disto
pessoalmente.Temos
Davidapertouamãogetilmentenascostasdela.
De
dia.Elavaificarbem.
Elahaviavistooque umaequipeobservando­avinteequatrohoraspor
os
algummodo,istodemôniossuperioreseramcapazesdefazercom
quenãofezcomqueKarasesentissemelhor.
umanjo.ImagensdamortedasuaamigaBrookeinundaramasuamente.
Elanãopodiadeixarquei s t o acontecessecomasuamãe.
KaraafastouamãedeDavidecorreuparaGabriel.
—Aminhamãeéumaguardiãtambém.Porquevocêsnãomandam
umraionelaeatrazemparaHorizontecomofizeramcomigo?
duasestiveremseparadas.Elesnãoirãoatrásdesua
imperturbável.
que —Porqueagoraelaprecisaf
eles queriam, Kara. — Aicarexpressão mãe agora;eravocê
ondeestá.deÉmaissegurosevocês
Gabriel era fria e

esuamãe. Nãosepreocupe,Kara.—Daviddeuumsorrisoempáticopara
la. —Elaestábem.Euprometo.Nãodeixariaquenadaacontecesseà
Mas
dela.Ela Kara não conseguia se l i v r a r deste horrível
decidiuqueteriadefazeralgumacoisaemrelaçãoàsuamãe sentimento dentro
—Entãovocês me trouxeram de voltapara mesalvardosdemônios
maistarde.Elacruzouosbraçosdiantedopeito.
superiores.Éisto?
— Não apenas para salvá­la — disse David. Ele e Gabriel se
entreolharam,eKaraviualgosepassarentree
Elacontorceuorosto. l e s .
—Oquê?Oquevocêquerdizercomisto?Oqueestáacontecendo,
David?Diga­me!
grandes
Foia vez deGabriel responder. Ele se inclinou e apertousuas
desolação.mãos na mesa.
desdequevocêpartiu. A expressão dele era um
tem misto de
— Precisamos de sua ajuda, Kara. Algo acontecido na Legiãoconfusão e
anossasobrevivência. Asuaforçaepoderúnicospodemserachavepara
Elacambaleouparat
— Hã?Para a nossar á s . Oseuqueixocaiu.
sobrevivência? Doquevocêestá falando? —
Osacontecendo?
olhos dela se voltaram para David. — David... o que está
—Anjos da guarda estão
Gabriel— enão sabemoscomopararisto. morrendo todos os dias— respondeu
Capítulo3
DesastrenamissãodoNovato
Kquearaabriucaminhoporentreaenormeaglomeraçãoderecém­finados
aguardavam sua instrução inicial na chegada em Horizonte. David
caminhavaaoladodela.Ogigantescosalãodaorientaçãotinhaamesma
aparência que ela se lembrava.Estava abarrotado com pessoas de cada
origemétnicaimaginável.Osmilhõesdemortostagarelavamcomouma
tempestade,enquantoaguardavamemf
projetavaatravésdasi nfinitas trevasacimaeilas quesumiamdevista.Luzse
les, comoestrelascintilantes
parasairdali.
nocéudameia­noite.Estavaquenteeabafado,eKaramalpodiaesperar
Kara
entulhados.seguiu
Ela David
tentava por
processar entre um
tudo labirinto
que havia de salase escritórios
acontecido.Ela havia
sidoconvocadadevolta para
eraoqueGabrielhaviadito. Seuspoderesespeciaisdeveriamajudar,mas
Horizonteporqueelesprecisavamdela,isto
Karanãotinhacertezad
comoconvocar
quandoelaestavanolimite i s t o . Nofundo,elasabiaquenãotinhaideiade
energiaqueeraindomáveleimprevisível,ehaviaapenassematerializado
seuspoderes.Elaaindanãoentendiaograndefluxode
desuaprópriamorte.Nãoera algoqueela
novamente.acessarEladeviadizer­lhesque
poderia facilmente.Elanão tinhacertezase
estavam enganados—ela
poderia convocá­lo
nãoera
istoaeles?
estapessoapoderosaqueelespensavamqueelaera.Comoelacontaria
Kara se concentrou na tarefa diante dela.
nervosismoaumentou.Elacruzouosbraçosnafrentedopeito. Ela estremeceu. O seu
—Hã...David?
Davidcontinuoucaminhando.
Oslábiosdelaestavamgrudados, aprincípio.Elanãotinhacerteza
—Oquefoi?
comoexpressar­seapropriadamente.
—Você...vocêachaqueéumaboaideiaNãome darpossosequerensinaro
tenhoexperiênciaalgumatreinandoalguém. um novato?Eunão
meudesastre.Sónão
hamstera pararde fazer cocô
mevejocomoatutora em minhamão.Sou
dealguém.Euaprendo um verdadeiro
rápido,
masnãoquerdizerqueeusejaumaboaprofessora.
Davidr i u .
ostrabalhos
—Nãosepreocupe.Vocêvaises
mais fáceis para o oficialaiemr bem.Osoráculossempredão
treinamento. Nãoé grande
coisa,eujuro.Querodizerq u e . . você foi treinadapormim,lembra­se?
Vocêtevesortedeteromelhorguardiãocomotutor.Eomaisbonito.
Karavirouosolhos.
Quasemorremos! da nossaprimeiraatribuição...enãofoi
fácil.—Sim,bem,eumelembro
Karacomprimiu os lábios. Ela não haviase dadocontaqueestava
gritando.David estacou no lugar. A linha de seu maxilar se enrijeceu. Um
olhardepreocupaçãoatravessouseurosto.
—Veja.Istoeradiferente,vocêestava marcada.Eestenãoémaiso
caso.
estivessem
estranhasestãoacontecendo.Osguardiõespartem
A Legiãodesesperados
não teriapedido você treinarconfieparanovatos
pornovosparaguardiões, aemmim. . paranão
tribuiseçõeseles.Coisas
nunca retornarem... as dealmas angelicais delesse perdem. Então... nós
realmente precisamos novos
entenderoquediabosestáacontecendo. guardiões... e realmente precisamos
—Enãohápistas?Alguémdevet e r vistoalgo?
—Nada.Écomose todoseleshouvessemdesaparecidosemdeixar
OsolhosdeDavidseestreitaram.
encarou,se estupefata.
vestígio.Milhares
almas—Milhares!Comoistoépossível?
Elanoo Salãodas foram. Elapensavaao nasluzes
Almasse apagando das milhões
mesmo tempo, como umde
gigantesco interruptor
umaescuridãohorrível. houvesse apagado uma cidade i n t e i r a , deixando
Daviddevolveuumdiscretosorriso.Oolhardeleseencontroucomo
dela.— Não sabemos. Ouça... não se preocupe com isto agora. Você
precisa seconcentrar em seu novato... paredeu asuapiscadafamosa.
estoulhedizendo,serámoleza.—David de olhar assimpara mim,
MasKara
Eles não sesentiamelhor.Naverdade,sentia­sepior.
finalmentechegaram diante de uma grande portade madeira.
Umaplaca de néonvermelhae azul zuniaepiscava.Podia­sel e r : Divisão
Oráculonº998­4567,Orientação.
Antes que eles pudessem bater, a porta se abriu e eles ficaram
paradosnomeiodeumentulhodepapéiselivrosespalhadospelochão.
Arquivosabarrotavamopequenoescritórioedeixavapoucoespaçopara
asequilibravam
gigantescasbolas
numpiscardeolhos. decristal quecorriam pela
prateadosesvoaçandoatrásdeles.Elesrolavamdeumarquivoaooutros a l a . Oráculos
Kara e Davidsobre as grandes esferas transparentes, com seustrajes se

arquivos. Um se espremeram em outra sala entulhada de


piscinaredondamontadanocantooposto.Umoráculotamborilavacompapéis
odor desalalcançou Kara e ela se viroupara ver umae
osdedossobreumagrandemesasemicirculardemadeira.
Um rapaz
paraolhosazul­escuros
a Kara e estava
David, parado nafrentedo
aoseaproximarem. oráculo.Ele
Eleera mais deu uma
baixo olhada
doque
David,com umcabeloeumacastanho­escuro Com suasmãosnosbolsos,
Sobrancelhasespessasancoravamseurostopontudo.Eletinhaumparde
camisetaverde.despenteado e olhos castanhos.ele
pareciateramesmaidadedeKara,porvoltadedezessete.Umaestrela
douradaestavamarcada na testa dele.
DavidpassouporKaraeparoupertodaescrivaninha.
—E i . . ea í , GrandeO?—Eleergueuamãod i r e i t a noaretentou
darum"tocaaqui"nooráculo.Ooráculosópiscou,confuso,entãoDavid
secontentouemdarumtapinhanoombrodele.
—Oficial Kara Nightingale apresentando­se parao
OoráculoencarouDavid com umaexpressãointrigadanorosto.
Sim,senhor!—elefezumasaudaçãomilitarebateuopé. dever, senhor.
feia.—Vocêparecesermuitomasculino
Você passou por algum tipo de operação?— para umagarota.Eumamuito
Ele enroloua longa
barba branca com seus
comoseelefossealgumtipodeinseto. dedos e examinou David mais cuidadosamente,
Karapigarreou.
— Ahã...Eu sou Kara Nightingale, oráculo. O David aqui só está
estejadandocerto.
tentandoserengraçado.—Eladeuumempurrãozinhonele.—Nãoque
Osolhosazuis
deleseiluminou. dooráculocintilarame pousaramemKara.Orosto
—Ahsim, éclaro.Aquiestávocê!—Elefolheoualgunspapéisem
ea entregou para Kara. Entãoumaeleolhadanela
mesa eapanhouumapasta.Eledeu
suamomento braços em
esticou seusporumbreve
direçãoaorapaz.
Kara — Timmy... conheça Kara
Hicks.Timmyseráoseunovonovatohoje. Nightingale. Kara...
Porumlongotempo,ninguémsemexeuoudissealgo.Finalmente,conheça
sedecidiu e caminhou em direçãoa Timmy. Massuas pernas Timmy
pareciamcoladasnolugareelaquasetropeçou.Istopareceut
ogelo.Timmysorriu.Elebalançoua cabeça.
—Oi.SeuTommyHicks.NãoéTimmy.Etodosme deTom. e
chama r quebrado
Pequenosformigamentosbrotaramnorostodela.Felizdenãopoder
corar,Karaapertoualegrementeamãodele.
—Oi,Tom.Prazeremconhecê­lo.
Ooráculouniuasmãos.
—Bem,
Pressa! agora que todos se conhecem,
Satisfeitoconsigo,ooráculogesticulouparae é hora
Sem tempo a perder! A correr! A lceosr. —Vão!Vão!de salvar
er. . oh, isto rima!— vidas!
Karamordeuolábioinferioreabriuapasta:
AnjosdaGuarda:KaraNightingale,TommyHicks
Ordemdeclassenº4567
Nível:Oficial,W­2Esquadrãodaguarda,NovatoPrimeiroano,W­1
Esquadrãodaguarda
Atribuição: Monica
CavendishBoulevard. Smith. Esquina da Monkland Avenue
10:13demanhã. Atropeladaatéamortepor30.000ciclistas durante com
oTour de L’ile.
A
conheciaCavendish
bem a Boulevard
área.Sem ficava
outro a duas quadras
pensamento, ela da casa
dobrou a d e l
pastaa . . ela
e a
em
enfiou suamochilanegra.
David apertou a mão sobreo ombro de
encarou.Osolhosazuisdelecintilaram.SeuslábiossecurvaramemumKara. Ela sevirou e o
Boasorte em seuprimeiro deuum sorrisomaroto.—Estoufora.
sorriso.Elasentiuumapontadaagudanopeito.
—Tudobem,Kara?—David
nãosemeter em diacomoo f i c
ElesevirouparaolharoTomeexibiuseusdentes.
problema. i a l . Enãopensedemais.Etente
—Ei,camarada,nãoacrediteemtudoqueelalhecontar.
—Ei!—disseKara,ultrajada.—Nãodigai s t o aele!—Elaolhou
paraDavidcomumolharsorridente.Elasabiaqueseoolhassepormuito
maistempo,estariaemmauslençóis.Eladesviouoolhar.
—Tom,vocêestápronto?
Tomsuspirou.
nervosismo.—Oqueeusei?
—Tãoprontoquantopossoestar, acho.—Elecoçouacabeçacom
—Siga­me.
Kara conduziu Tom pelo ombro em direção à piscina. Ela subiu
facilmente e estendeu
vasculhouorostodelee a mão para baixo
seindagouseela para
tinhaaajudá­lo a subir.
mesmaexpressãode Ela
terrorqueeleemsuaprimeiraveznaspiscinas.
— Vai dar tudocerto. Promeeto.— Ela deu um sorriso
aconchegante.—Aqui...medêsuamão.Vamospularjuntos.
ComumaúltimaolhadaparaDavid,KarasegurouamãodeTome
na água.caíam até o fundo, uma luz cegante explodiu ao redor
pularamEnquanto
deles.Karasentiu uma sensaçãodedesconfortoeobservouseuscorpos
se desintegrarem em milhõesdebrilhantespartículas.Tudoaoredordeles
desapareceu.
umaKaraeTomsaíramdedentrodeumfedorentobanheiroquímicoem
áreade construção nas ruas de Montreal. Ela ouviu o trânsitoe
seusprópriosmundos.Ninguémparecia reparar damoçaajudandooum
seaonosdoisladosdarua.Pessoasinundavamascalçadas,perdidasem
sentiuocheirodeasfaltoquente.Edifíciosdevidroemetalagigantavam­
O soldo meio datarde queimava o toporajedaM.cabeça de Kara. Para
rapazacaminharpelaprimeiravezemnovot
começar, Tom não conseguia animar suas pernas, mas logo eles
caminhavam juntos
odorolhassem,de especiarias pela
e de Monkland
canos de Avenue.
escapamento. A rua estava
Para viva
onde com
quer o
que
multidões de pessoas caminhavam
animadas.FamíliascarregavamcadeirasdobráveissobosbraçoseKara envolvidas em conversas
seperguntouparaondeiamenquantopasseavampelacalçada.Elaesticou
jovens vestindo roupasrua.As
opescoçoeolhoupela
mulheresdemeia­idade comde lycraóculos
iclídestidecaciclismo
Asfileirasdecadeirasdobráveisazuisevermelhaocupadasporhomense
tratava,esperandopelacorridac deixou claro do que se
pessoasestavamesperandoalgumacoisa.
. solechapéus,eumaporçãode

Kara deu uma olhada


mente.Elasesentiainquieta. no relógio. Algo a perturbava no fundo da
— Hã... Tom? Ouça. Ainda temos meia hora antes do
começar,certo?Então...sevocênãoseimportar,precisofazeralgoantes. acidente
Sóvailevaralgunsminutos.
— É...oquê? —Tom estava intrigado, e ele parecia inseguro.
Imediatamente, Karase sentiuculpada,maselanão deu bola. Precisover
—Háalgoqueprecisofazer—eladisse,gentilmente.—
como estáireminhavoltaremquinzeminutos.
Podemos mãe. Não se preocupe; é apenasduas quadras daqui.
problemas.Mas,agora,asegurançade
Assimqueaspalavrassaíramdesuaboca,elasabiaqueestavacom
suamãeeraasuaprioridade.Ela
mãonãopodiasimplesmentedarascostas.
Tomcoçou a cabeça comsua mãodireita,e Kara percebeu quea
esquerda
movimento. dele, que pendia frouxamente ao lado, imitou o
—Há,podemos fazer isto?Somosautorizadosair paraoutrolugar?
mentiu.— Sim,
Ela é claro.
desviou, Não é grande
envergonhada, ocoisa.
olharFaço
dos isso
olhossempre — Kara
arregalados de
Tom.Elapodiaperceberqueeleestavaincomodado.
Karafingiunãodar­seconta.
—Tudobem,entãoémelhorirmos.Certo?Venha!
AntesqueTompudessereclamar,Karaagarrouamãodeleeopuxou
consigo. Elatentou correr, mas ele continuava
defazeristo. Elatinhadeconfirmar se asua mãe estavaàsalvo.
novas.Elasesentiuaindapiorporforçá­loaacompanhá­la.Maselatinha tropeçandonas pernas
Kara tinha a horrível sensação de que os demônios superiores
provavelmenteiriamquerervingança.Comoelesnãohaviamconseguido
pegá­la, ela sabia que a segunda melhor opção seria a sua mãe. A
segurançadelaerac
Eles passaram r í t i c
pela a . Cavendish Boulevard e continuaram na
Monklandporoutrasduasquadras,entãoviraramparaosulnaWalkley
Avenue. Eles chegaram a umedifício de tijolos vermelhos com quatro
andares.Ocaminhoparaaentradaestavasujocomjornaisvelhosesacos
plásticos rolavam no vento.Os moradores estavam amontoados nas
elaseram
nãovarandasdemetalenferrujado,esticando­separaobservaracorrida.Kara
pensava que feitas para aguentarvintepessoas nelas por
vez.ElaempurrouTomsobe
naalameda.Elaseconvenceuaentrar. l a s , emdireçãoaoapartamentodesuamãe
— Éaqui — disse
quandoveralgunsbichos.ÉosuficienteKara e suspirou.
costumavamorar,comaminhamãe.NãoéoHilton,entãonãoseassuste — Éaqui onde eu moro...
Com
mostrarolugar.Sóvailevar
KaraagarrouobraçodeTom,masele
umúltimopuxãoineficiente, elaparanósduas.Venha.Voulhe
não semoveu.
um minuto. osoltou.Elanãoqueriadeixá­
lono meio da rua.Ele
formigasdentrodascalças. continuava se contorcendo como se tivesse
—Vamos,Tom.Nãovoudeixá­loaquinomeiodacalçada.
Tomcambaleavanolugar.
— Eu... eu não
Talvezdevamosvoltar. s e i , Kara. Não estou me sentindo bem sobre i s t o .
Karasuspirouimpacientemente.
jovem.
saber
acontecer.Entraremose Sóà vaisalvo!levar—sedêumElaminuto.
—Escute.Nósvamosolharaminhamãe.Nãovouemboraantesde
seTãoaminha
assustado.mãe ,—estáantesquevocê rosto dele.NadaTãovai
contateremos,saído.
estudouoPrometo.
Eleficoul á , cambaleandocomoatorredePisa.Esemesperaruma
resposta,KaraagarrouTompelamãoeoarrastoupelaportadeentrada.
Ocheirodecigarroosatingiu,enquantoelaabriuaportadevidro.Eles
Panfletosde
passaramporcaixasdecorreioenferrujadascomsuasportinhasabertas.
propaganda estavamentulhadosnochãocomoum carpete
depapel. Elessubiramostrês
do
nopedra,queKarapensava lancesdeescada.Umagrandel
Uma a r e i
canto oposto saguão.que deviasermagníficaumdia,jaziaesquecida
manchademofo espalhava­se pelosr a de
tapetescinzas.Karasorriue se indagouseo seu novotrajeMeramais
sensívelaodores.Tintabegedescascavadasparedeseadicionavamais
texturaàpichação.
—Poraqui—disseKara,enquantopuxavaTomparaasescadas.—
do gênero.— Tom tinhaum pitada dearrogância e Karaviu um
Nósmoramosnoquartoandar...apartamento4B.
coisa—Vocêviviaaqui?Masseparecemaiscomoumabocadefumo,ou
lampejo de
passadofome,presunção
ou nos olhos
houvesse dele.
faltado Provavelmente
l e i t e para seuele nunca
cereal, tinha
como
frequentementeocorria com
Comumresmungo,elaignorouocomentáriodele.
Kara.
—Venha!—KaradeuumpuxãonobraçodeTom,eeleaseguiu
pichaçãonosaguão.
pelas escadas,mas ela percebeu que os olhos dele estavam colados na
desapareciam
elajáestivessemorta?Opelo
somdefraturadoespíritodeBrooke ao morrer,enquantoaspernasdela
da suanuca se eriçou.Elaselembravado
escadasdoisdegrausporvez.Eseosdemôniosahouvessempego?Ese
Karacomeçouasesentiransiosaporcausadesuamãe.Elasubiaas
dentro das gargantas salivantes dos demônios.Ela ainda

conseguiaouvirseusg r i t o
Karaestremeceuesubiuasescadas. s , enquantoosdemôniosarasgavamnomeio.
Ela voou
reverberam nopor sobre
corredor o último
sujo,e degrau
ela e
disparou virou
em à d i
direçãor e i t a
à . Seus
porta passos
de seu
apartamento.
Kara paroueobservouaporta.Apinturadaportaestavarachadae
—É aqui?—Ele
descascando, bemcomoolhouela separalembrava.
contornavamamaçaneta.Elapiscou,enquantoTomapareceu
cimaefitou os números
Impressões dela.de
digitaisatrásnegrosdemão
Ela enrolou o aocapacho
—Bem­vindo Hilton,commeu amigo.
metalsobreobatentedaporta.—QuatroB o pé e .agarrou
. Éaqui,certo?
uma chave prateada.
Apertandoosdentes,elasegurouafria maçanetademetal,enfiouachave
mortalformigava.Ela
eagirou.Ouviu­seumclick,eKaraabriua porta.Apele
atravessouovestíbuloedesapareceuatrásdeuma de seut r a j e
portaemdireçãoàcozinha.
ninguém
Elaprocurouaoredorfreneticamente.Olugarpareciavazio,comose
estivesse vivendo aqui por
inundou.—M...mãe?—elaresmugnou.— Vocêestáaqui?MÃE! dias.
Mãe! Uma sensação de terror a
Karacorreuparaforadacozinhaeinvadiuasaladee
—Mãe! s t a r .
Estava
posicionadas vazia. As
perfeitamente.almofadas
Uma do
luz sofá
suave permaneciam
entrava por umaintocadas,
grande
vista.Karasentiuquealgoestavaterrivelmenteerrado.
janela atrás danamoradeira azul­celeste, refletindo­sena superfíciede
madeirapolidadamesinhadecentro.Nãohaviaumaúnicasujeirinhaà
travesseiro.Empurrando­ocontra
caminho
quartoFreneticamente,
parecia
eparou.intocado.
UmKaracalafrio seuparapararosto,elatentouencontrarocheiro
Elacorreucorreupercorreu asuacamaespinha.
o quarto dedasuamãeEstava
mãe.Ela
e agarrouum
vazio.O
abriu
desuamãe.Nada.Apenasocheirogenéricodedetergente.Oquehavia
acontecido?
Comasuamentegirandocomperguntas,elacaminhouparaforado
desabando.
quarto e parou.Ela se inclinou nobatente. O mundo dela estava
—Talvezelaestejatrabalhandoounomercado?—disseTom.Ele
sorriuetentouconfortá­ladomelhorj
elaestábem...querodizer,porquenãoestaria,certo?
KaracompreendeuqueTomnãotinhaideiadequem
eito possível.—Tenhocertezaque
havia acontecidodez meses a t r á s . Ele não sabia sobre elaeraedoque
Asmodeus e os
demôniossuperiores.Eleeranovinho,recém­saídodacaixa.
Elatremeu.Asua mãe trabalhavaem
terçasequintas.Hojeeraquarta.
Karacaminhoulentamenteemdireção
—Sim.Achoquevocêtemrazão. casae sói a ao mercadonas
sentiaamortecida.Ondeestáminhamãe? aosofáesejogounele.Elase
Elaolhouparaorelógio.Era10:05damanhã.Elestinhammenosde
dezminutosparavoltaraCavendishBoulevardesalvarMonicaSmith.
—Devemosir. Temosdeconcluiranossaatribuiçãoevoltareimais
tardeparaverminhamãe.—Karaselevantoudosofácomrelutância.—
Émelhornosapressarmos.Temosmenosdedezminutosparachegarmos
lá. Vocêestápronto?
—Tudobem.—Tomseencaminhouparaaporta.—Tenhocerteza
quevocêestáexagerando.Tenhocertezaqueelaestábem.
Karaoseguiadeperto.Elanãoconseguiaafastarat e r í v e l sensação
dequealgoestavaerrado.A mãe
mãoem delapodiat
observouTomestendendoa direçãoàmaçaneta...e r saídonumamissão?Ela
Capítulo4
NovaRaça
Ehouvessesidodetonada.Tome
stilhaços demadeira da portaKaraexplodiram
para como sear.uma bomba
voaram trás no Tomatingiu
primeiroaparedeedesabounochão.Karavooumaisparat
nochãodacozinha.Umgáspútridoacobriaemsuafumaça.Elaergueua r á s etombou
cabeçadochãoeseengasgou.
pingava
dacriatura. nochão
Apeleemhumana
direçãoaeles.Suacabeça,torsoebraçoshumanóidesbrotavamdomeio
Umacriaturaenormecomouminsetocomquatropatasrastejouna
espessaserapoças.
pustulentaEla tinhae grosseira.
dois olhosUmpusvermelhos
verde
esticadocomo
terceiroolhonat ceraestderretida.O
anormalmentegrandes, a dacriatura, arcomose carne podre.Karapodiaver
em umrostohumanoquepareciaquetinhasido
fediaa estivessemarcadoa li. um
Omonstroabriuobocaegemeu.Osomqueimava.Karapôsasmãos
sobreosouvidosegritoucomdorexcruciante.
Comum rugido, o demônio saltouno
horrorizadoTom.Acriaturarosnou,comlíquidonegrogotejandodeuma
comoumanévoanojenta,tentandoinfiltrar­senapele.
bocaaberta.Oodordecarnepodreosenvolvia.GrudavaemseutrajeM
Tomcambaleouecaiu.Odemôniolevantousua ar e caiu do lado do

cheirouoar,como
acabeçaparaoladoeatacou. um
Karaselevantounumanimalselvagemfarejandosuapresa.Eleinclinou cabeçaderretidae
pulo.Elajogousuamochilanochãoesacou
umasuaarma.Lâmina da Alma. Ela precipitou­se em auxílio de Tom brandindo
Mas odemôniotinha Tom
adiantava.Odemôniooergueunoarcomoumabonecade em suasgarras.Tom
assistiahorrorizadaenquantoodemôniorasgavaatestadeTomcomsuas
comoumcoelhoapanhadonasgarrasdeumagrandeáguia,masdenada chutava e gritava,
pano.Kara
patas
pútrido. Seusde suagarganta.OdemôniotrouxeTommaispertodeseurosto
colocouseuslábiospálidosnat
estouroudianteiras. olhosTomvermelhos
abriu abocapareciam
esta emumfamintos.
grito inaudível.
EleabriuLuzabocae
branca
começouasugaraessênciadeTom. deTom.Karagemeu,enquantoele
—NÃO!
alvoeperfurouopescoçododemônio.
Karaarremessou sua LâminadaAlma comprecisão.Elaacertouo
Acriatura jogou a cabeça
sialâminadaalma.Sanguenegroescorreudo para t r
chãocompesadasgotas.Karaobservavahorrorizadaenquantoalâminaá
distraídadesuarefeição.Comumadesuaspatasdeinseto,eleretiroudes e gemeu, momentaneamente
ferimentoe espirrouno
fosseácido.Alâminacaiunochão,comoumaespessamassadepudimse
daalmaborbulhavaefumegava.Osanguenegrocorroeuometalcomo
prateado.
—Kara...meajude!—Tomsedebatiadesesperadamente,acertando
acriaturacomsuaspernasebraços.
Torcendo para que ela pudesse distrair o demônio por tempo o
emumanuvemdefumaçavermelha.Então
suficiente,Karapuxouumapedradefogodesuamochilaearremessouo
luzvermelhaexplodiue,poruminstante,Tomeacriaturadesapareceram
reluzenteorbevermelhonodemônio.Comumaexplosãotrovejante,uma se dissipou.
OdemôniopermaneciacomTom em suasgarras,eestavaileso.
boca Ela a s
novamentei s t i a emterror,
contraa t e indefesa,
s t a de enquanto
Tom,sugando o ademônio
almadele apertou
como sua
um
milkshakedebaunilha.
Desesperada,Kara
empilhadas
Ela cambaleou
nochão. Kara correuparaa
deaçougueiro,einvestiuparaencararodemônio.
para piscou. cozinha,agarrouumagrande
trás. Asroupas faca
Enquanto seusmortaisolhossede Tomajustavamestavaà
claridade,elapodia
eumanjo veruma
streSempensarduasvezes,Karaempunhou figurailuminada,tãobrilhantequandouma
la, dependuradanasgarrasdodemônio.Elasabiaqueestavavendo
nu desesperadamenteatendo­seàsuadelicada afacae atacouodemônio.
alma.
ElaSanguenegroexplodiuemumfinojatodoferimento.Elejorrounopeito
ergueu o braço e cortou com a faca, decepando uma perna dele.
deroupas.Oalgodãodefinhouesedesfez.Osanguedodemônioqueimou
Kara. Ela deu um pulo para o lado. Fumaça cinza surgiude suas
atravésdesuasroupasmortais,eKaragemeudedorenquantoosangue
dacriaturaqueimavaaté seu âmagocomofogolíquido.Elesoltouafaca
eseajoelhou.Elaestremeceuerolounochão.Ofedorde
suasnarinas.Elai r i a morrer?Era pra valeragora? carne queimava
Elaouviuumtênuegritoeergueuacabeça.Comumaingestãof
eacriaturasugouorestodaforma de
xistir. Tom,onovato,haviasumido. vidadeTomatéqueeledeixoude i n a l ,
olhos
êxtase.Karaobservavaestupefata,incapazdesemover.Odemôniojogoua
cabeçaseparatrás
Elearregalaram
virou esualançouum
ecintilaram
cabeça deformadana
repugnante
comumagemido.
cálidaenergia
direçãoEledela.estremeceu
Seugrandes
branca. Seuem
regenerava.Orostode
corpotremia,contorcia­seerequebrava­se,enquantoapernadecepadase
bocacheiadedentespontudos.
Comavontadedeviver seuspesadelossorria famintoparaelacomuma
devoltanela,elaselevantouecambaleou
atéacozinha.Masalgoaacertounascostas.Elacaiupesadamenteesua
visãoficouturvacomadorqueimante.
Estou pegandofogo!
sangueácidododemônio. Ela rolou no chão. Ela
ElasentiaqueseutrajeMderretia,comoumsorvetenumquentedia estava coberta com o
deenquanto
verão.Ela
mortal enquanto não sobreviveria.
pedaçosdeo trajesuapele Vapores
como negros
se
cera.
M derretiahumana enrolavam subiam de seucorpo
Elaassistiae expunham
horrorizadaa
brilhante
sabia que luminosidade
ela não abaixo.
páreo para O
e l e .quer
Se que
ela fosseeste
pudesse demônio,
usar o seu Kara
poder
elementaldealgumjeito?Maselaaindanãosabiacomofuncionava.E
elanãopensavat e r forçaosuficienteparaconvocá­lo.
Eladesejouqueopoder
Elafechousuamenteparaorestodomundoeprocuroudentrodela.
viesse.Umapequena fagulhade calor pairava
sobre
masela suaalma, como uma
nãovinha.Nãorespondia pequenaaoseu bola de luz.
chamado. Ela tentou alcançá­la,
Desesperada para escapar da dor, ela quis que as trevasa
consumissem.Elanãoconseguiamaissuportar.
Elaestavamorrendo...denovo.
O demônio teve um espasmo e se moveu na direção dela, e um
nojentoodoremanavadele.OspálpebrasdeKaraficarampesadas.Seu
paraocantodoolhodela.Elaseentregou.
corpodesabounochão.Sepelomenosadorparasse.Trevasrastejaram
Kara...disseramasvozesdentrodesua
cabeça.Kara...nãodesista!
Eracomosehouvesseumrádiodistante,quandoossonsestãocom
estáticaed eis deseremeraapenas
todaaenergiaquelherestava
para derrotarifícAsmodeus para abrirosolhos.Elapoderiaencarara
ouvidos.Asvozesquehaviamlhedadoforça
uma lembrança agora. Ela utilizou
de frente,eladecidiu.
morteComoumamoscalimpandoaspatasdianteirasapósumarefeição,o
demônio esfregava suas patas com antecipação. Havia fome em seus
olhossemvida.
oseu
pegajosos noarnela.egirar.
corpodela.Acriaturaaestavaenvolvendo
A corpo
criaturaabriu
se seerguer
enrolaremaboca comsua
Elasentiuos podiaemum
anormal.Elacuspiu.LongostentáculosnegrosacertaramKara.Elasentiu
Elamandíbula
membros
sentiros
casulo.Elaparoude
esticada
delegrossos
apertarem
de maneira
caboso

girareacriaturaaagarroupelospés.Elaarrastouseusacocorpóreopara
osaguão.
Elasentiuoutradoragudanal a t e r a l , efoiarremessadacontrauma
parede.Odemôniogemeucomumsomqueeraprimitivo,dealgoquehavia
sidohumanomuitotempoa t r á s . Entãoluzceganteenvolveuodemônio.
Elesedissipoueporentreolhosapertados,KarareconheceuDavid.
EleeoutrosdoisAGs comcorreram
lançousobreeleumjatodepusácido.
demônio.Mascom
espirrou pelaportadanificada.Elesatacaram
arrancouaespadadesuamão.Nosegundoseguinte,eleabriuabocae
ecortaramnasodemônio
paredes.velocidadeincrível
O maiscintilantes
alto dos espadas
odemônio de prata.
anjos cortou das pataseleedo
investiucontra
umaLíquidonegro

O
sangue companheiro
ficouimóvel.
limpar.Odemônio
doMasnão de David gritou
demônio.tinhaEmjeseguida, e tentou
ito. Todoeleo caiuseu corpo desesperadamente
como estavacobertocomo
umpino deboliche e se
sevirouefixouoolharemKara.Elesedirigiuae
David se lançounafrentede Kara.Elecortoueatacouacriaturacom
—Aqui!Seuinsetogigante! l a .
sualâmina.Emumrápidomovimento,eleenfiousuaLâminadaAlmano
pescoçodacriatura. Jatosdesanguenegroescaparam do ferimento.Ela
cambaleou.Seusolhosviraramnacabeça.Davidviuaoportunidadeea
aproveitou. Ele sacououtra
Foram esenecessário
cortouopescoçododemônio. lâmina de sua jaqueta, pulou para
semcabeçacambaleoumomentaneamentenolugar.Entãocaiu.Eletinha
convulsões contorcia.Ummistodelíquidonegroeverdejorravadefrente
trêsataquespara cortar sua cabeça. O demônio e

seupescoçocortado.Emsegundos,nãorestounadadocorpo do demônio
anãoserumapoçaborbulhante.Lentamenteseevaporouaténãorestar
nada.Tudo parecia um sonho para Kara. A sua visão ficou turva. David
olhouparacimaecorreuatée l
seioqueéestacoisapegajosa.Nuncavii a .
—Elaestámal,David—Karaouviuooutroguardiãodizer.—Não
sto antes.Écomoumcasulo,
voltaaHorizonte...erápido.
Estáconsumindo­a.Elanãovaidurarmuitoassim.Temosdelevá­lade
oualgodogênero.Eparecequeosanguedodemôniofezestragonela.
Davidgentilmentetocouoqueixodelacomosdedos.
— Kara — ele sussurrou. — Kara, aguente. Você vai f i c a r bem.
Prometo.Kara?Nãofecheosolhos!Fiquecomigo!Kara!
Kara queria f i c a r acordada mais do que qualquer outra coisa. Ela
tentou responder, mas nadase movia.
forçaparasorrir—astrevastomaramcontadela. E enquanto ela tentava reunir a
Capítulo5
Umnovoposto
Kara despertounaCuraExpress.OarcanjoRafaelaforçouaficarnas
câmaras de cura por vários dias, para que ela pudesse monitorar seu
progresso.
Karanãoselembravademuitacoisa.Elanãoqueriaselembrardo
quedanohaviaem suacausadoessênciaa morteangelical;
de Tom.talvezO demônio
ela não havia causado
pudessese grande
lembrar
totalmente.Elanãotinhacerteza. que lhe dessemRafaelaououvidosobretaldemônio.
Kara suplicou—elesparanuncatinhamvisto
mantidaprisioneira.Elaexplicoupara
haviaatacado ltacomo— queeraoelademônioquea
estavasendo
Eraumanova raça?RafaelHaviaalguém ou algocriado­os?
Finalmente, deua l t a a Karadesua
queelaseencontrassecomoarcanjoGabrielemOperações.Elapartiu custódiaprotetora desde
rapidamenteparaosilênciodasdunas.
Enquantocaminhavapelaareiamacia,Karaouviupassosdealguém
correndoatrásdela.Oseucorpoformigou,enquantoDavidcorriaatée
procurandoporvocênonívelt
— Ei! Como você está rêsesentindo? s. . entãoRafaelfinalmentealibertouda
—Ele sorriu. — Estava l a .
gaiola.Estavacomeçandoapensarqueelahouvessesequestrado­a.
Elesorriu denovo, masKara podia verpreocupação, quasemedo,
surgirporumsegundonosolhosdele.
Elaajeitouumalonga mecha decabeloatrásdaorelha.Elamordeuo
lábio.Elanãosabiamaisoqueelesentiapore
pensassequeelaestavafeliz porvê­lo. l a . Elanãoqueriaqueele
sério—Sim,finalmente.Achoqueelalevouomeubem­estarumpoucoa
demais — Kara forçou uma risada e torceu para que David não
percebesseotremoremsuavoz.
— Bem, estou feliz quevocê esteja bem. Estava realmente
preocupado.Vocêquasenão
Davidsuspirou.
estavacertosevocêsuportaria. conseguiasemanteremseut r a j e M...não
Incômodosurgiunorostodelenovamente.
Karacomeçouasesentirdesconfortável.Eladesviouoolhar.
seguiu?
comovocêsabiaqueeuestarianoapartamentodaminhamãe?Vocême
—..Nãomassuportei.—Algoaperturbavanofundodamente.—Ei,
me entenda mal, se vocês não estivessemlá, eu estaria
morta,esougrata.Mascomosabiamqueeuestariaa
Davidchutouumpouco deareia vermelha com seupé.
—Porquesouumvidente,gata. l i ?
Karaouviu com nervosismoenquantoelecontinuava.
—Bem,queropensarqueaconheçoumpouco.Eutinhaasensação
quevocêaproveitariasuaprimeiraoportunidadeparavercomoestavasua
mãe.Eparecequeeuestavacerto.
UmaraivasúbitaatravessouorostodeDavid.
—Eparecequeosdemôniostambém.
Karacomeçouasesentirassustadadenovo.
—Parecequeosdemôniosaestavam
—Oquê?Oquevocêquerdizer? esperando.Foiumaarmadilha,
Kara.Karaselembroudeumhomemaltocomcabelonegrobemaparadoe
comum
podia ouvircomportamentoastuto.Ela podia ver fomepor emum seusolhos.
o som do raio negro e recordar­se, instante, a dorEla
excrucianteenquantoseucorpoardia.
—Asmodeus!Eleaindaestávivo!Deveserele.Elequeriasugaro
poderelementaldemim,e depoismatar­me! —Karasedeucontaque
—Nãoseiseosenhordosdemôniosaindaestáporaí. Mas algoestá
estavagritando.
humanóide...
nósnunca
criando novosvimos
horríveis
demônios.nadaparecido
criaturas
Aquelasnojentas...e
coisas
antes.malditasErammuitoparteemseuinsetoapartamento,
e parte
alguémoualgoe s t á , definitivamente,atrás de você. difíceis de matar. E
Daviddevet
sobreoombrodela. e r lidoomedonoolhardela,poiselepôssuagentilmão
—Nãosepreocupe,Kara.Estouaquiparaprotegê­la.
Dealgummodo,i s t o nãoareconfortava.
—Asmodeus
dele,eagoraelequeri queria
s t o o
de poder
mim. elemental do menininhoque
—Karabalançouacabeça.—Mas... salvei
istoaindanãoexplicacomominhamãe...—KaraolhouparaDavid.
Eladesviouoolhar.Seurostoseestreitou.Elaestudouaexpressão
dele.Elasabiaqueoquefossequeeletinhaparaf
—Nãoestamoscemporcentoc e r t o s . . a l a r eraruim.
porenquanto...comoataque
emseuapartamento...i
Elesusaramsuamãecomoi s t o provaqueosdemôniosestavamatrásdevocê.
s c a . Nãosabemosondesuamãee s t á , Kara.
Sintomuito.
—Oquê! Não...vocêestá mentindo!Nãoacreditoemvocê.Você
Sintomuitoquevocêsaibadestejeito. Mas éa
dissequeelaestavasendoprotegida.Quehaviaumaequipevigiando­a.
—Davidenfiouasmãosnosbolsos.Elefitavaochão.
foi. Sintomuito.
Karadeu umsoconopeitodeDavid. verdade.Ela se

comigo? Não é verdade! Não pode s e r . Por que você está fazendo i s t o
Davidsegurouospulsosdelaeacontrolou.
——Éverdade,Kara.Elasefoi...
Não!— Kara lutoupara se soltar de David e xingou. A sua
gargantaseapertoueelasoluçava.Elacaiudejoelhos.
Davidseajoelhouaoladodela.Elesegurouacabeçaelaentresuas
aindab
mãos.—riOuça. Ramiel meitaldissevive.Oquequerdizerqueocorpomortalse
lha. . afontev que a alma de sua mãe ainda vive. Ela
foi, masaalmadelanãoestámorta.
—Temcerteza?—Karaergueuacabeçaaliviadaeolhouparaalém
dascolinasvermelhas,meioqueesperandoversuamãe.
—Pensamos que elas a capturaram. — Os olhosde David
oenrolou bem apertado.Nãoplanejavamatá­la,Kara.
de sua mãe querialevá­la paravercomvocê.O
cintilaram.—Nãosabemosporque,mastemdetera
demônionoapartamento algumlugar.Ele
—Então,aalmadaminha mãe aindavive.Estáporaí, noreinodos
demônios?Temcerteza?
— Só pode. Senão t e r i a voltado
aprisionadaemalgumlugar,estoucertodisto. para cá. A alma dela está
— Então temos deir
Temosdesalvaraminhamãe. buscá­la! — Kara se levantou num s a l t o . —
Davidergueuasmãos,protestando.
— Uau... espera um pouco,garota! Não é tão simples. Você não
como de
podesimplesmenteentrarnoreinodosdemôniosepedi­ladevolta.Você
precisarádeumplanodeataquee
nãosabemos entrar. umexércitocomvocê.Alémdisto,
— Não há portas ou algo assim? Devem haver, senão como os
demôniosviajamparaaTerra?
Davidsorriugentilmente.

abertos Bem,sabemos
portempo deportais
osuficiente.Nuncaouvif que eles usam.a l a r Mas eles
deumanjo nunca ficam
quetenha
—Tem deserfeito! —Karadisse,contrariada. —Eseráfeito. Vou
cruzado­o.Nãotenhocertezaseépossívelfazeristo.
salvaraminhamãe,comasuaajuda
— Estácerto,segudaaondaaí —eler ou sozinha!i u . —Eununcadissequenão
aajudaria.
— Você disse que não podia ser f e i t o . — Kara cruzou os braços
sobreopeito.
Davidsuspirou.
podia.
Certamente
gostosãor
aconteceunoapartamento.
— Deve
Eudisse
ealograndalhão
,haver
elequerf tocom. Temos
queumnãoajleaitinha
rdeve certeza
tvocê.Provavelmente
er algumas
desefapodia comser oEfparaeiGabefalandosobre
larideias. to,discutiroque
nãosobreisto.
que nãoo

Karahesitouaopensar em Tom.Elasabiaqueosgritosdesesperados
deleaassombrariamparasempre.
—ElesvãomepunirpeloqueaconteceucomoTom?
Davidencolheuosombros.
—Nãos e i . Talvez.NãoachoqueoGabeestejamuitocontentecom
isto.OMascomoévocê...talvezeleabraumaexceção.
arcanjo Gabriel erao pitbull entreosoutros arcanjos. Ela olhou
paraaconteceriacomela?Elaeraresponsávelpelamortedeumnovato.
baixopalavrasdascolinas
de Davide reconheceu a grande tenda branca. O que
As—Kara,vocêestábem?
—Sim. Estou bem. arrancaramKaradeseutranse.
Achoque vou indo, eles estão esperando por
mim.Elacaminhoupelodeclive.
—Você não parece estar
Vamosencontrarasuamãe.Eulheprometo. bem. —David a seguia logo a t r á s . —
—Nãoeleésóestejamorto...
culpaque
Karabaixouosolhos. isto.Eufiz comqueoTommorressehoje! Éa minha
esmurrarpor t e r
—Vocêsóestádizendoi
—Nãosejatãoduraconsigomesmo.Eut eagoravoupagaropreço!—Elaqueriase
sidotãotola. sto paraqueeumesintamelhor...masnão
eria feitoomesmo.
estáfuncionado.
—Não—disseDavid,erguendoavoz.—Eut e r i a f e i t o omesmo.
Maseut
vocêsabedisto!
eria paradoemumbarparatomarumaouduascervejasdepois,e
relaxouumpouco,mesmoquefosseporapenasunsinstantes.Masacada
Karaolhouparaorostodele.Elasabiaqueelefalavaaverdade,eela
passo que ela dava em direção à tenda branca, Karase sentiamais
inquieta.
ignoradoA mortesua missão causa de—seuelapróprio
de Tompora oprimia havia egoísmo.
quebrado Easagoraregraselae
deveria pagar pelas
Banidaparamorarcomosdemônios? consequências. Seria ela
Elajá estavapisandoemovos comamaioriadosmembrosdoAlto exilada de Horizonte?
ConselhoecomgrandepartedaLegiãoaindaacreditandoqueelaeraum
demônio
poriamaislenhanassuspeitasdeles.
Ela fechou
espião.osA punhose
morte de apertou
Tomem sua primeiraatribuição apenas
vergonha
grupo deanjos se
dela damaterializava as
guarda. Karaemmantinha mãos.
os Eles
pequenos espasmos passavam
olhos fixosnochão. por
incontroláveis.A um
LogoDavideKarachegariamàgrandetendabranca.
O arcanjo Gabriel estava sentado pacientemente
mesa.Oráculosrolavamsobresuasbolasdecristaleatendiamosmuitos atrásda grande
anjos daguarda
observava Kara chegando.Orostodele
esperando por suaserapróximasatribuições.
indecifrável. De algummodo,
Gabriel
istofaziacomqueelasesentissepior.Seeleestivessecomcaradebravo,
pelomenoselapoderiasepreparar.
nãov —KaraNightingale.Quebomquevocêveio.Estavapensandoque
i r i a . —AvozdeGabrielsesobressaiusobreobarulhogeneralizado
natenda.OslábiosdeKaraestavamcolados.
—E i . . ea í , Gabe?—DavidseadiantoudeKaraesepôsnaf r e n t e .
— Você está ótimo! Tem malhado? Veja só estes músculos.— Ele
ergueuumabrincalhonasobrancelha.
At—Cuidado
esta deGabrielsefranziu.
com alíngua,DavidMcGowan.Nãoestoucomhumor
parabesteiras.
— Ah...pare com is o. Sóestavafingindo ser legal, sua santidade.
Vocêsabequevocêestácerto.Estousendobobo...ninguémestáolhando
paralouros.mim. — Ele passou os dedos por entre os despenteados cabelos
Karavirouosolhos.Elacompreendeuque,nomomentodesilêncio
queseseguiu,Gabrielestavalutandoparamanter­secalmo.
Seusemblanteseobscureceu.
—Você desobedeu asnossas
Como resultadodeseu mal l e
julgamento,i s e abandonou
Kara,doisanjosa sua atribuição.
perderamas
vidas.Karaabriuabocapararetrucar,mascalou­seimediatamenteporque
elabaixouosolhosparaochão.
sabia que anjos da guarda haviam morrido tentandosalvá­la. Ela
—Apuniçãoparat
asUmaprisãoéumaprisão,a l comportamento—continuouGabriel—éuma
ela concluiu.Istonãoerabom.Elanãopodia
de anjossendotorturadosemprofundasmasmorrasescuras.
viagemaoTártaroporumperíodoindeterminado.
imagens
Kararecuou.ElanuncahaviaouvidofalardoTártaro.Elasuprimiu
sequerabarcaroqueseriaumperíodoinderteminado
pés ser em Horizonte.
O chãopertodos dela começaram a
corpodelacambaleava.Davidsegurouobraçodelaeaequilibrou. mover umpouco. O
—Certamente,asuasantidadepodecompreenderascircunstâncias
elas— —NãoElesestesincidentessignificam
envolvendo
umatragédia,concordo.MasKaraencontrou­secomumanovaraçade
demônios.
adiante. disseDavid,erguendoavoz.—Asmortesdedoisguardiõesé
éculpadela!Elegritou
usaram a mãe dela comoque iKaranãoé
sca. — Eleresponsávelpor
deu um passo

treinamento.Elafechouasmãostrêmulas
longe,elapodiaouvirotênueruído em punhos.
Umaleve brisa ergueu o cabelodearmas
de Karasechocandonastendasde
de sobre suas costas.Ao
Gabrielolhouparaelesedisse:
—Bementão,considereesteseudiadesorte.
—O...oquê?Não sereipunida?
Karaergueuacabeça.
—Não.Anãoserquevocêrealmentequeiraserpunida,oqueposso
providenciar—umimperceptívelsorrisoapareceunoslábiosdeGabriel.
—Hã...não,não.Éclaroquenão.—Karafechouabocaantesque
se metesse
arregalados. em mais problemas. Elarás eseajeitou.
Gabrielempurrousuacadeiraparat permaneceu com os olhos
— Agora mesmo, a Legião tem assuntos mais importantes para
resolver—disseGabriel.—Guardiõesestãosendomortosaosmilhares.
Estanova
umparalperíodo raça
muito de demônios
grave. émuito
Precisamos desencorajadora.
de todos os Ela
guardiões apareceuem
disponíveis
—Veja,Gabs,nãofoitãod
utar. ifícil serlegal, foi?—Davidexibiu seu
sorrisousual.—Você éocara, GrandeG!Commúsculosetodoomais!
OaraoredordelaficoumaisleveeKararelaxou.Elanãopensava
queelespoderiamvê­latremendomais.
— Esobreaminhamãe—Karadesembuchou.—Esobreaalma
dela?—Nãopodemosfazernadasobreisto agora—respondeuoarcanjo.
—Émuitoi
alma—delaestá n f e l i z , masasminhasmãosestãoatadas.Sintomuito.
Oquê?—Karaergueuasmãos.—Nóstemosdefazeristo!A
desaparecida, você sabe disto. Por que nãohá ninguém
procurandoporela?
Gabriel pareceu estarsurpresoeperplexo.Kara
elenãoaprovavaqueelaerguesseavozpara ele. não estavacertase
Gabrielprosseguiu:
— Sinto muito, mas, neste momento, não temos pessoal para
procurar
cumprindo umaseus única alma
deveres. perdida.
Porora, Precisamos
nãotemos de cada
anjos o anjo disponível
suficiente para
protegeromundano.Nãopossopermitirqueguardiõesvãoatrásdesua
mãe.Éarriscadodemais.
—Vocênãopode fazeristo —disseKara,olhandodiretamentepara
osolhosnegrosdele.
—Receio que posso. E farei. — Os olhos dele se estreitaram. —
Milharesde almas mortaisestãoagora semsãoseusanjosdaguarda.Oque
querdizerquemilharesdealmasmortais mortastodososdias.Você
temsortequeasuamãeaindaestápora
chancedeprocurarporela. Masnãohoje. í . Talvez,umdia,vocêtenhaa
Kara apertou osdentes... seeles
sobreoteclado.Depoisdedigitarporunst
fazeristoporcontaprópria.Elajurouparas não queriam ajudá­la,ela
UmsúbitobeepveiodocomputadordeGabriel.Elepassouasmãos t e r
ir.inta segundos,eleolhoupara i a de
cima.—Kara,vocêprecisase apresentarnonívelcinco—disseGabriel
—noDepartamento de Defesa.
— O quê... ela está indo
Davidpareciarealmentechocado. para o nível cinco? Está brincando? —
Gabrieloignorou.
reportaráaelediretamente.Elevailhepassarosdetalhes.
—OarcanjoCassielaaguarda,Kara.Deagoraemdiante,vocêse
eu?Devo irtambém. háVocêcincoanos.Ecincoanosébastantetempo!—
divisãononívelcinco
Davidgritou.
— Sóumsegundo!— sabe que estou esperando parame unir à
Davidcaminhavadeumladoaoutro.—E
—Sintomuito,David.—Gabrielolhava parao tecladoefalavapara
acinco.Éumainfelicidade,masvocênãofoiconvocado.TalvezaLegião
tela. — As minhas ordens são para que Kara se apresente no nível
oreputaçãofalaporsi...nemtodossãotãopacientesquantoeucomassuas
tenha negligenciado agora, David. Mas ouça­me, David. A sua
macaquices.Onívelcincoéumaunidademuitoséria.
KaranuncahaviavistoDavidsempalavrasantes. Oslábiosdelese
apertavamparadocabeça
saindoda
ficou umasemlinhadeleeporseusouvidos.
se rígida.
mover.Raiva
Kara apareceunos
pensou poderolhosverumaazuisfumacinha
dele. Ele
—Talvez em outraocasião,David.—AvozdeGabrieltinhauma
pitada de arrependimento. — Mas, por o r a . . tenho uma
somente para Kara... e você tem de ir, eles estão esperando. — Ele solicitação
apanhouumcartão­chavedouradodesuaescrivaninhaeoentregouae
—Aqui,pegueisto.Semestachave,vocênãopodesubiraonívelcinco. l a .
Entregue­oaooperadordoelevador.
Karaapanhouocartãoeovirounamão.Elecabiaperfeitamentena
palmadela. Era feito deouroeelaviuestrelasgravadasnosdoislados.
Elapodiaverseurostorefletidonele.Elaolhouparacimaeseusolhosse
encontraramcom os deDavid.Apesardeestarincômoda,elapôsamão
sobreoombrodeDavidparareconfortá­lo.Elear e t i r o u .
—Venha—eledisseapressadamente—voulevá­laatéoelevador.
—Elesevirouesef o i .
estavafranzido.Osbraçosdelebalançavaparafrenteeparatrásenquanto
daquelesolhosnegros.ElacorreuparaacompanharDavid.Orostodele
KaraolhouparaGabriel,eelapensouter vistoarrependimentoatrás
elemarchavacomdeterminação.Kara
dele. não podia mais aguentarosilêncio
—David.Oquehádetãoespecial no nívelcinco?—Elaolhoupara
orostodele.—Oqueéonívelcinco?Eununcaouvif alar disto?
Elenãorespondeu,aprincípio.E,quandofinalmenterespondeu,ele
deixouqueasuafrustraçãosedissipasse.
—OsegredomaisbemguardadodaLegião.Éondeelesmantémo
amargura.
crèmedelacrèmedosanjosdaguarda.—disseDavid,comumtraçode
Karaenfrentouavontadedetocá­lo.Elanãotinhacertezacomoele
nãoreagiriadesdequeobeijodeleshaviaficadoestranhoentree s, eKaraela
sabia como andava o relacionamento deles.Ao invésledisto,
perguntou:
— Então...oqueéestenívelcinco?Comoéqueeununcaestivelá
antes?—Elaseguravaocartão­chavedourado.—Eporqueprecisamos
destescartõesespeciais?
David deu
paraoutrolado. uma olhava para o cartão por um segundo,então olhou
—Porqueéultrassecreto.Apenasalgunspoucosanjospertencemà
ivis—A CIA?— Kara franziu o —Enariz e refletiu sobre estanova
dinformação.Elaolhounosolhosdele.
ão. . umgrupodeelite.PensenelescomoaCIAdaLegião.
certo?Épori s t o quevocêestáagindoassim? vocêqueriafazerpartedisto,
— Não.Eusóqueriaumdistintivobonitoparaa
eledisse,numtomdescontraído,apesardesuasexpressõesduras. t r a i r asgarotas—
isto.—Nãofiquebravocomigoporqueestouindoparalá. Nãopedipor
curvaram.
Subitamente, David parou de caminhar. Os cantosde sua boca se
É umsaco.
gostosodemais.
—Nãoestoubravo
—Ele suspirou. — Eles não meeusóqueremlá
com você,Kara.Eu... queriaistopravaler.
porquesou
Karadeuumempurrãodebrincadeiranele.
— David... eu preciso encontrar a alma da minha mãe de algum
jeito.—Dareiumaolhada.SeiquevocêpensaqueGabenãoquerajudá­
. vocêvaimeajudar?
lprocurando.Estoucertoqueaencontraremos.—Karaestavachocadaem
aouvirqueGabrielseimportavacomela.Elaficous
, maséelequemtemmedadotodasasinformações.Eletambémestá
—Obrigada.—Karasoltou um longosuspiro.—Queria atisfeita.
anjosesperamdemim.
estivessevindocomigo.Precisodeumamigoagora.Nãoseioqueestes
—Grandescoisas, quevocê
Vocêsesairábem. tenhocerteza.—Elepareceuestarestupefato.—
Sempreconsegue,garota.VocêderrotouAsmodeus
sozinha.Nãoháoutracomovocê.—Osolhosdelesefixaramnodela.
Karasentiuumaenergiapercorrê­la.Osjoelhosdelatremeram.Ela
nãoconseguiaresponder,entãosóconcordou.
Elesorriubrevemente.
me contartudosobreonívelcinco.— Eledeu
—Bem, tenhodeirparaaminhapróximaatribuição.Encontrovocê
maistarde...evocêpode
umapiscadela.—Talvezvocêpossa
KaraobservouDavid se virare me i n f
seafastari l t r a r lá?Atémais.
dela.Ela o observou até
quedesaparecesseatrásdeumadunavermelha.
Capítulo6
DepartmentodeDefesa
Karaempolgaçãoemedoareviravapordentro.Odesconhecidoeraapavorante
segurousuachavedouradaemsuasmãostrêmulas. Um mistode
paramontanha­russa
ela, mas excitante
gigante ao
que mesmo
balança tempo,
e range,como
pronta um passeio
para numa
desfazer­se.
Estanovadivisão,Davidtinhad
apreencheu, i t o , erasecreta.Umasensaçãodeorgulho
de sdoordeiperigo.
oportunidadedelaparaprovarparaaLegiãodeumavezportodasqueela
nãoestava maculada
causa,prontaedispostaasalvaralmasmortais
e ela não—conseguia
que era umaevitarguardiã r.corpoe
Talvez estaalma,fiel
fosse aà
Com um t i n g , as portas do elevador
sobreacadeiradooperadorestavacurvadotantoqueacabeçadelequase se abriram.O velho primata
joelhos estavam secos a peleerarachada
tocavaoassento.Opelodele completamentebranco.Oscotovelose
e flácida. O rosto dele era tão
enrugadoqueKaramalpodiaverosúmidosolhosrosadosescondidosob
camadas.Umúnicomonóculoredondopousavaconfortavelmentesobreo
rígida.
olho—dirQualeito. Seus
piso, grandes
senhorita?lábios— disseestavamo primata
comprimidosemuma
branco com umalinhavoz
Kara observou os lábiosdele se movendo
arranhada,comosenãohouvessefalado em anos.e constatou que ele não
tinhadentealgum.
—Hã... certo.Nívelcinco,porfavor.
OvelhomacacoexaminouorostodeKaraporuminstante.
—E você tem a
douradapodemiraonívelcinco. chave, senhorita? Apenas
—Quasemeesqueci...aqui.—Karaentregouaomacacoseuchave aqueles com a chave
dourada.
painel
fcomalsaElesegurouachave
.atenção,
Quandoele
de controle. pareceu
comosede
Umabemna
luzalgummodo
satdourada
isffrentedoKaraseuenfiou
eito, eleabrilhoumonóculo.Eleaexaminou
houvesse
na pequena
emumfeitoabertura
finoumavãono
chavee o

elevadortremeuumpoucoquandoasportassefecharam.Entãoovelho
oelevadorrespondeucomumsolavanco,enquantosubia.
primatapressionouobotãodecobrenúmerocinconopaineldecontrolee
nívelcincoe,segundooqueDavidhavialhecontado,pareciaseralgode
grandeEmpolgação
importância.cresceuEla torceu
no peitosilenciosamente
de Kara. Ela nunca para quehaviatodaaestadono coisa
sobre serMarcada
formigamento houvessefinalmentepassado.Por queelesa trariam
que deveriamjorrouconfiardentroneladela.em umElacertopensounível.queUma
melhoroportunidadeparaencontrarsuamãeestariaprovavelmentenesta
bochecha
paratalgruposecretosenãoconfiassemnela?Elamordeuointeriorda
edecidiude empolgação
novadivisão.Comof a r i a
sabiaqueestaeraaseumelhorchance. isto,nãotinhaideia.Mas,dealgummodo,ela
Depoisdeuminstante,asportasdoelevadorseabriramerevelaram
umaenormesalacirculardotamanhodeumcampodebeisebol.Escadas
demetal
sentados
escritórios
guarda conduziamao
em
Suacaminhavam
atençãose segundoeao
separadospor
paravoltoucimaparaparedes terceiro
eparaas grandes
eramescrivaninhas,ocupandoseusdedos devidro.andar,
com ondecentenas
baixo dasteCentenas
laescadasou de
de anjosda
sosteclados.
holográficas
estavamque
pareciamcomopapeldeparedemóvel.ElaobservavaenquantoosAGs
tocavamnas t e l a s efaziamcom
outrasimagensassubstituíssem. que as imagens
Umagrandemesaredondaestavasobreumaplataformanomeiodo desaparecessem e que
grande espaço. Um
discutindocastanho­claro grupo
ea de anjosestava
apertadarevelavaumpeitomusculosoporbaixo.
curto sobreo queasuapeleera
tela holográfica sentado
clara.
homemestavasentadocomestegrupo.EletinhaumdespenteadocabeloKaraaoredor da
bege lhes mostrava.Umgrande mesa,
Asuapodiaverqueele
camiseta preta
tinhaumacalçacargopreta,dotipom i l i t a r , elapensou.Elarapidamente
percebeuqueestedeveriaseroarcanjoCassiel.Eleeragrande,masnem
delongegrandequantoGabriel.
concreto.
Sempensar,Karasaiudoelevadoreplantouospésnopisocinzade
—Ahã. — O primataparabranco
apontouocartãodourado ela. esticou um longo braçofino. Ele
—Nãoseesqueçado Karaseu cartão,senhorita.
um passoas paratráse agarrouseucartão.
—Oh,certo.—
enfiounobolso. deu
Ela levou um tempo para examinar estrelas gravadas nele, então o
—Obrigada...
Asportasdoelevadorsefecharamemsuacara.
—Típico—sibilouKaracomraiva.—Vocêesperaqueelessejam
iumdiotapouco
—Comquemvocêestáfalando?
s. . mais amigáveis... mas não! Apenas um bando de macacos
Kara estremeceu ese virou. Uma pequena adolescentecomcom um
cabelocurtorepicadoroxoaencarava.Delineadorpretoesombradeolho
roxacontornavamseusgrandesolhosverdes.Elaerabonita traços
agudos. Ela sorriu para Kara. Ela estava vestida exatamente como o
arcanjo
roxos Cassiel,
engraxadosexcetuando
refletiam que
a o top
suave dela
luz queera roxo.
vinha Os
das seus
luzes coturnos
de néon
acima.Achoquearepicadagostaderoxo.
Karacomeçouase sentirdesconfortável
repicada.Elavirou acabeça
— Ah... com ninguém.paraoelevador. soboescrutíniodagarota
Eusó estava. . admirando a. . decoração
destasportas—elamentiu,evitandoosolhosdela.
— Sério — riu a garota. Ela ergueu as sobrancelhas. — Você é
esquisita.Bem,então.QuerdizerquevocêéafamosaKara.—Eladeu
umamplosorriso.SatisfeitadeverquesuaatençãoestavadeixandoKara
EusouJennyHarris.
desconfortável,elaesticouamão.Esmalteroxodecoravaseusdedos.—
Depoisdeuminstante
—Prazeremconhecê­la,Jenny. de hesitação,Kararespondeu.
DCD.— Oprazer émeu.—Jennyergueu asmãos noar. —Bem­vindaà
— DCD? — Nem Gabriel nem David haviam
DCD.— DCD... Divisão Contrademônios — informou Jenny, com usado a abreviação
orgulho.—Rastreamoseeliminamosdemônios.
Elasevirouaapontouparaastelasholográficas.
— Nós
demoníaca. monitoramos a Terra daqui. Eprocuramos
— Atividadedemoníaca? Que tipo de atividade demoníaca? Como por atividade
quando elesnos atacam,ouumquando eles tentamdevorar
raçade umaalma? —
perguntou
fonte vital Kara.de TomElasecomolembroushakeda novade café­da­manhã,
demôniosesesugando
indagoua
porqueaDCDnãoapareceucomDavidecomosoutros.
Jennyconcordou.
—Sim.Mas,namaioriadasvezes,procuramosporFissuras.
daTerra. Você provavelmente o chamariade portais ou passagens. Os
— Buracosnegroscausadospormudançasnoscamposmagnéticos
—Fissuras?
demônios vãoe voltamao seu reinodaTerraatravésdeFis uTerra.Nósas
maisFissurassãoabertas,maisosdemônioscirculampela ras. . quanto
rastreamoseasdestruímos.—Orostodelaestavasério.
AimagemdeumdemôniosuperiorapareceunamentedeKara.Ela
estremeceu.
trabalhoscomsegurançasem seremparaqueos
—Fazemos imaissto sesegurativermos
pontiagudosecontraiu.—MasaquinaDCDcuidamosdasFissuras.Nós
tornamosaTerra
—Então...esobreasalmas?Nósassalvamostambém,nãoé?
deatacados.
fazerguardiões
— disse possamfazer
Jenny. Seu rostoseus

Karapensouemsuamãe.
— Então onosso trabalhoé manter os mortaise os anjosseguros.
Gostod—Bom.Venha.—disseJenny.—Devomostrar­lheolugar.—Ela
isto.
fezumgestocomobraçoparaqueKaraaseguisse.
Jenny s a l t i t o u ese enfiou por entre labirintos de escrivaninhas,
paredesdevidroet
pareciam
dela.Ela estava e l a s holográficas,enquantoKaracaminhavaaolado
cuidadososcienteparaqueolhosanão encará­laportempo
observavam,mas estavagrata.
demais antesElesde
Ela se sentiu comosecaminhassepelapontedaUSSEnterprise.Ela
olharem­nadenovo.
constatou que os AGs— pretos,
tarefas específicas ali estavam
caqui outodosazul­marinho.
vestidos emOsuniformespara
guardiões em
caquiestavamsentadosemescrivaninhaseoperavamcomputadores.Os
deescadascompastasnasmãos.KarapodiaverquetodososAGsdepreto
azul tinhaseus próprios escritórios e alguns subiam e desciam as
estavam sentados ao redor da grande mesa. Todos eles
Jenny levouKara ao redor dasbordas dasala circular. Elaparou
Cassieltinhaparalhescontar. ouviam o que
pairandosobreele.Karadeuumpasso
perto deum escritório tipo um cubículocom uma t e l a holográfica
adianteepôdevercincoimagens
diferentes da cidadecomprédiosepontes.
—Vêaqui—disseJenny,eelasesentounaescrivaninha.Elatocou
atencheuat
ela comseudedoindicador.Imediatamente,aimagem queelatocou
e l a easoutrasquatroimagensdesapareceram.
conseguiareconhecer.
Kara piscou eencarou um beco escuro em uma rua que ela não
—Então...
— Isto para
aqui — oqueestouolhando?
disse Jenny, tocando novamentea tela,e Kara
exteriordaparedet
observou­a dando izoom. jolos deumprédio.
— é uma Fissura. — Jenny apontoupara o
Karaapertouosolhos.
—Nãoconsigoverumaportaemlugaralgum.Temcertezaquehá
umaaqui?—Eladeuumpassoadianteeinclinouacabeça.
Jennysorriu,claramentesurpresapelaincapacidadedeKaradevera
comoumaondadecalor.
passagem.—Olhedenovo...ereparenomovimentoondularnotijolo.É
Karaseinclinoupara
movimentonaimagem... olharmaisdeperto.Elaviuumacintilaçãode
um uma ondade
pontonaimagemestivesse,derepente,quente.
— Acho quevejo.É comopequenomovimentoondular,comoseum
Kara tocou a Fissura. A imagem se aproximou calor.
ainda— Com
mais.— seu dedo,
Então é
assimapassagemparaoreinodosdemônios.
—Sim.—Jennyolhouparacimaeestalouosdedos.Umguardião
vestindouniformecaquiveioapressadamenteemdireçãoaeles.
— Scot . . encontreJulesedigaelaqueháumapossívelpassagem
nestelocal.—Jennyapontouparaatela
coml e t r a s brancas em eKara viuoendereçoimpresso
negrito:54PiazzadelColosseo,Roma,I t á l i a .
holográfica.Sea
Karaseapoiounaoutraperna.
— Uau... isDCDconseguia to é fantástico.encontrarasFissuras,elapensouque
—Ela ficou olhando a imagem
elessalvarasuamãe.
poderiam facilmente encontrar uma alma angelical. . Kara poderia
—Entãoestast e l a s holográficas...elaspodemdetectaroutrascoisas,
comotalvez...almas?—perguntouKara,eelalutouparamanterasua
vozfirme.
Jennysaiudaescrivaninha.
—Almas?—ElaolhouparaKaraatentamente.—Não...porquê?
— Por nada. Só estava me perguntando. — Kara lutou para não
mostrar­sedesapontada.
JennyobservouKaraporuminstante.
— Estas t e l a s holográficas — Jenny ergueu os braços e indicou o
salão
Fissuras — representam
emtodas as todos
cidades diferentes locais
econtinentes aona Terra.
redor do Monitoramos
mundo.Nós
sempreconseguimos.
indicamos
—Oquevocê seus locais e enviamos equipes para destruí­las. Masnem
— Bem — querdizer?
respondeu Jenny — às vezes, o que parece ser uma
Fissura é somente uma oscilação nos planos t e r e s t r e s , eàs vezes a
passagem
localização.não fica aberta por tempo o suficiente para obtermos sua
Karaficouolhandoparaatela.
—HáquantotempovocêestánaDCD?
OrostodeJennyseiluminou.
—Porvoltadeumano—elarespondeu.—Eunãotinhaideiaque
— Sim,ébastantesecreto.Umamigo meu queriafazerparte, mas,
estelugarexistiaatéquechegueiaqui.
porestariafazendonaqueleexatomomento.
alguma razão, não permitiram.—
—Bem...Seiqueelessãobastanteseletivossobrequemaceitar. — Kara se indagou o que David
Jennycontraiuoslábios.Elacaiunagargalhada.—Aindanãoseiporque
euestouaqui.—Elaabriuosolhos.—Maselesdizemquecadaéum
selecionadoporumtalentoe
Karasuspirou. Parecia s p
que e c i a l
toda. . todossabemosqualéoseu.
a divisão pensava que ela possuía
umtalento i n c r í v e l . Todos haviam ouvido sobre
que ela não conseguia controlarque aconteceriacom
Asmodeus.Todosesperavamgrandescoisas.O
sepercebessem sua batalha contra
seu poder? Seriaela
demitida?
Karabalançou acabeça:
—Nãoseioquevocêsestãoesperandoqueeufaça.Qualquerseja
estetalveznemotenhamais.
talento que eles dizem que eu tenho... eu nem sei como usá­lo. .
Jennyenrolouumcachodeseucabeloroxoentreosdedos.
AlgoatraiuaatençãodeJennyeelaolhouparacima.
—Oh,paracomisto. Estoucertaquevocêtem.
—Ah...elesestãoprontosparanós.Venha.—JennyconduziuKara
emguardiõessentadosaoredordamesaobservando­acomoseelafosseuma
direção à grande mesa —em direçãoa Cassiel e aosquarenta
alienígena.
Cassielempurrouacadeiraparat r á s eselevantouenquantoJennye
Karaseaproximavam.Eletinhaolhosamendoadossobfinaspálpebras.
Seurostoerabonito,comodetodososarcanjos,masumalongacicatriz
sob o olho esquerdorelevava queele tinhaestado em batalha.Kara se
indagouquaisseriamasoutrascicatrizesescondidassobasroupas.
—Bem­vinda,Kara,ao DepartamentodeDefesa.—Cassielsegurou
osbraçoscomonumabraço.
— Ob... obrigada — Kara gaguejou. Não acredito que acabei de
dizeristo.Souumaidiota.
Cassieluniuasmãos.
anjovocê—Bom.Felizemouviri
com t a i s talentos s t
especiais o . Estouespecialmentecontentedet
em minha equipe. Tenho certeza e r um
que
acolhedorsorriso.
se dará muito bem aquina DCD. — E seu rostose abriu em um
arrogante
encontrado. Rafaeleramaisoúnicoarcanjoquetinhasidogentilcome
haviasido,talvez,umpoucomaternaldemais.
Kara sesentiu
ouautoritário relaxada.Dealgum
quanto outros arcanjosmodo,homensque
Cassielnãoelalaera,havia
eelatão
—Obrigada. — Kara deu um amplo sorriso, mas imediatamente
apertouoslábiosaoperceberquãotolaeladeveriaestarparecendo.Ela
deuumaolhadaparaJenny,quearregalouosolhoscomumsorriso.
Cassielprosseguiu:
—Bem,então,deixe­meapresentá­laàDivisãodeCampo.—Com
seubraço,elefezumgestoemdireçãoaogrupodepessoassentadoao
redorBoada grande mesa.— Pessoal, esta éa nova integrante, Kara
Nightingale.
partedogruposorriueasaudou,masKarareparouemunsdez
bem­vinda.Elessussurramalgoentreeles, periodicamenteolhandoparaera
indivíduoscomocenhofranzido,umaclaraindicaçãodequeelanão
elacomexpressãodedesgosto.AgargantadeKaraseapertou.Elatrajou
umaexpressãovalente,forçouumsorrisoeaquiesceuparaogrupo.
Cassielreparounodesconfortodelae
assobrancelhas.Mas, olhoumomentaneamentepor
sobreoombro.Eleestudouogrupoqueestavasussurrando.Elebaixou
quandoolhoudevoltaparaKara,orostodelenão
—Kara, vocêde raiva.faráparteda Divisão de Campo na DCD — disse
tinhavestígios
mais perigosade toda a Legião. Aqui, nósdacâmara.—
Cassiel,comsuavozreverberandodentro destruímos as
rastreamos eEstaéadivisão
Fissuras, limpando o caminho para os nossos
vidaseprotegemosofuturodaTerra.—Elepôsamãodentrodobolso colegas anjos. Salvamos
daisto.calça. éoseupassedeidentificação.Você
e puxou um pequeno estojo de couropodepôroseucartão­chave
negro. — Aqui...pegue
aqui.
escudodouradoestavaprotegidonoi nterior, como um distintivopolicial.
Karaestendeuamãoeapanhouoestojo.Elaoabriufacilmente.Um
Pequenas
esboçouumsorriso.
conseguia lentender. ela se sentia
etras estavaAgoragravadas nele, emcomoumaumalínguaagentedaque Karanão
CIA. Ela
CassielexaminouKaraporuminstante.
—Agora,vocêprecisarápôroseuuniforme...—Elesevirouefez
umgesto.—Jenny...apanheouniformedeKara,porfavor.
— Imediatamente, senhor —Jenny respondeu prontamente. Ela se
virou deecorreupara
pilha
metalcomportascomoarmários.Jennyveiosegundosdepoiscomuma
roupas negraso fundo.
dobradasKaraapertada
pôde distinguir
contraopeito.
compartimentosUm par de
emseubraço livre. ali —JennyentregouaKarasuasroupase
coturnos— Vocêpodesetrocar
botaseapontouparaoquepareciaserumvestiário.
Karaagarrouas roupase caminhouparao vestiário. Emmenos de
doisminutos,elavestiuascalçascargonegras—otipocomummonte
debolsosextras—eacamisetanegra,eenfiouospésnopardecoturnos
brilhantes.Elasesurpreendeucomalevezadeles.Elamexeuosdedos.
pareceu
Finalmente,elavestiuajaquetacurtaestilopilotodecaça.Aprincípio,
bolsosdajaqueta,Karapuxou
serpesada paraela. Eela descobriu oporquê. De dentro dos
três bolasdegudeprateadas. umrelógiodepulso,duasadagascurtase
Elaenrugouorosto.
—Oquediaboséisto?Nãoachoquepossamf e r i r umdemônio.—
Elaroupasnumbancodemadeiraevoltouparaogrupo.
as pôs de de volta nos bolsos da jaqueta. Ela deixou suas velhas
Aconversa animada da Divisão de Campo
interrompidaporumsúbitogritodeumguardião.Umguardiãohomem foi subitamente
Cassiel.
emuniforme azul­marinho passou correndo por Karae em direçãoa
—Umrelatórioestávindoda seção NA­212—declarouoanjo.—
ÉCatherine,senhor.Eladetectouumdemôniodestanovaraça!
Cassielsemoveu em direçãoàgrandemesa.
— Rápido... mostre­nos,
firmementeapertadascontraamesa. Steven! — Ele se inclinou, com as mãos
Steventinhaumlongocabeçoloiropuxadoparat
cavalo,umpescoçofinoequeixoquadrado.Seusdedoscorreramsobre r á s emumrabo­de­
umtecladonocantodamesa.Karapensouqueestavaolhandoparaum
parajovemgladiador.Comumzap,umhologramadeumamulher,reduzida
aproximadamente sessenta centímetros, surgiu de umorifício no
como um cilindro semitransparente. Kara deu um passo adiante.Ela
meiodamesa.Luzfoiprojetadadesdeoorifícioecercouoholograma,
percebeuqueamulherpareciaaterrorizada.
—S . . s . . senhor—disseumavozcome s t á t i c a , comoseestivesse
vindo de um velho rádio. — Estamos sob um... ataque. A nova raça
matou...—Avozestavacortando...e
Catherinesemovia,masnãosaíasomalgum. , derepente,seperdeu.Obocade
— Catherine! — gritou Cassiel. — Catherine, estamos perdendo
contato!Ohologramaperdeuseubrilhoporuminstante,comoseuma ondao
atravessasse,entãovoltou,trazendoconsigoavozdeCatherine.
—... todos mortos... não consegui l u t a r contra e l e s . . — disse
Catherine,comorostoaterrorizado.Luzbrilhantebrotavadeseusmuitos
ferimentos.—...muitopoderoso...—Ela viroua cabeçaparaoslados,
comoseestivesseouvindoalgumacoisa.Elasacouaespada.Maselanão
foirápidaobastante.
Ocorpo de Catherine foi propelido
assustadora.Karaouviuumgritohorrível.Então,nada.para t r á s com uma força
Oholograma tremeu edesapareceu.
Capítulo7
SalvandoCatherine
SCassielfinalmentefalou.
ilênciose espalhou pela grande mesa. Ninguém se moveu até que
— Quero três equipes para irem atrás de Catherine — a voz dele
tremeu. — Jenny. Peter.
resgatem.Nãoqueromaisbaixas. Amit. Peguem seus parceiros
Peguem suas armas no caminho... e sejam cuidadosos. Apenas a e vão! Agora!
Vocêestáarriscandomaisvidas.
guardiõesquehaviamdadoumaolhadaatravessadaparaKaraantes.—
—Mas,senhor...nãoachoqueelatenhasobrevivido—disseramos
eleseendireitou.
OsombrosdeCassielficaramtensos.Orostodeleseobscureceue
—Nãovamosdeixarnenhumanjo para trás! —Elesorriucomseu
lindorostoeKarainvoluntariamentedeuumpassoparat rás. —Vocêiria
quererfSamuelbaixouosolhos.
icar paratrás. . Samuel?
—Não,senhor.Eusóe
— Certo,então. — s t a
Cassielv a . . virou sua cabeça e olhou para cada
guardião.—Demônios...—elebateucomopunhonamesa—...nóso
matamos!
— Aqui,aqui! — gritaramos guardiões aoredor damesa.Cassiel
sorriu,eKarasesentiucomoseestivesseassistindootécnicodeumtime
defutebolpreparandosuaequipeantesdeumjogo.
—Tudobem!Vamoslá, pessoal!VamossalvarCatherineetrazê­la
paracasa!
comoTodaaDivisãodeCamposelevantounumpuloeelesseespalharam
ratos.Kara cambaleou no lugar, enquanto os observava.Ela se
quase
indagouseacabadoalgumcomdelesela. Elairia torceu
voltar. paraUmaquenovaseusraçatalentos
dedemônio havia
especiais os
salvassem.
—Kara.
KaraestremeceueolhouparacimaparaJenny,ques
—Vocêvemcomigo,garota.Vocêéaminhanovaparceira. o r i a .
— Tudo bem,parceira.— Kara deuum
contentedeseradupladaJenny.Gostavadela,eelaachavaqueaJenny tímido sorriso. Ela estava
tambémgostavadela.Asuamentevagouporuminstante.Elaselembrou
paravezonivel
tperguntouseDavidaindaestavachateadopor
daprimeira
promoção
risteza nosolhosdele.que fezcinco. erMassidopreteridopara
duplaElecomdeviaDavid,estaert.como
demôniosdassombrasmergulhandonaprivadasujadeumavelha.Elase lembravadauma
elesela seescaparamdos

Karaéumaguardiãexcepcional.ElanossalvoudeAsmodeus.EGabriel
—Vocêestáemboasmãos,Jenny.—Cassielcaminhouatéelas. —
contou que ela tem poderes
Catherinedevolta,serávocê,Kara. incríveis. Se alguém pode nos trazer
Culpa inundou Kara. Ela
— Bem, malpossoesperarparasentiu uma onda de pânico.
contariaparaelequeestavaerrado?Elanãoeraumagrandeguardiãeela
nãosabiacomoutilizarseuspoderes. Como ela
raça.Jennyvestiuumajaquetasemmangas. vê­lachutandoabundadestanova
— Rápido... vou explicar os procedimentos quando chegarmos lá,
masprimeirotemosdecarregá­lacomsuasarmas.—Elaabriuajaqueta
erevelouosbolsos.—Vocêj
desuajaqueta. á devet e r algumascoisasdentrodosbolsos
— Sim.— respondeuKara.Ela observavaCassielseafastandoda
mesa.—Repareiquandoav e s t i . Oqueéisto?—Elasegurouemsuas
mãosemostrouasbolinhadegudeparaJenny.
Jennyaponhouumabolinhaeaergueu.
oquartel­general
—Estasbelezinhassãohiloglobos.Elasaconectamdiretamentecom
daDCD.Você asativaassim...—Jennysegurouum
hilogloboentreopolegareoindicador.Entãoelaopressionou.Otopoda
bolinhaseabriueseergueucomoumchapéu,mostrandoumdispositivo
demetalnointerior.—Entãovocêpõenochãoaoseuspéserecuaum
DCD.
pouco.Eleprojetaumhologramadesi ecomcomunicaçãodiretacoma
Karaobservouapequenabola.
—ComooquevimoscomCatherine.
dabolinhasefechou.—Aqui...rápido,temosde
hiloglobodevoltaparaKara.—Siga­me.
—Exatamente.—Jennypressionou­anovamenteeaparte do topo
ir. —Ela entregouo
Jennycorreuparaal a t e r a l esquerdadosalão,comsuaspernasfinas
projetando­separafrentecomoumagazela.Karacorreuparaacompanhá­
la.Jennypressionousuaspalmasnatelaeumaportanaparededemetal
diante delase ergueu. Centenas de armas diferentes estavam nas
prate—leirVocêsabeusaristo?—Jennyenfiouamãodentroepuxouum
as.
arcoazuis­clarasnaextremidade.
dourado e com uma aljava cheia deflechas prateadas com penas
Kara ignorou Jennye
prateada,umaLâminadaAlma. envolveu sua mão em uma cintilanteespada
Asensaçãoeraboaelegalemsuamão.Elapodiafazermuitodanocom
—Soumuitomelhorcomumaespada.—Elaagiroucomopunho.
isto.Karaapanhououtras
—Bom,então.Levequatro! três Lâminas
duaseenfiouaaljavasobreosombros. daAlma,enquantoJennyapanhou
deuumpassoparaad
— Tubo bem...hámaisumacoisa ireita eapanhouumajqueprecisamosfazer.—Jenny
ar a devidro.Elaseguroua
jsemoveramnoi
ar a eabalançouparaqueKaravisse.Pequenascriaturastransparentes
n t e r i o r .
Karaficouinquieta.
—Hã... oque é isto? — Ela assistiu a muitos filmesde ficção
científica
criaturinhas emseus
eram dias de mortal,
maisperigosasdoquepareciams e se indagava e r .se aquelas bizarras
Jennygirouotopo
— Eles são ácaros da j a r a facilmente.
rastreadores. Você pode facilmente rastrear
qualquerguardiãodaDCDcome
os.Veja... l e s . . epodemosnoscomunicarusando­
Kara observou Jenny agarrar um
patasepô­lopertodesuaorelha.Oinsetorastejouaoredoreseinstalou ácaro rastreador por uma de suas
noexteriordoouvido.Pareciaexatamentecomoumbesouro,tirandoque
eraPareciacomoumconfortávelaparelhoauditivo.
transparente
—Aqui,pegueoseu.—Jennyentregoupara
e queasua carapaçatinha um suave brilho prateado.
Com o rostocontorcido denojo,Karaagarrouo Karaoutroácaro.
ácaropor umade
suaspequenaspicadasenquantoelerastejava para
pernas e o trouxepara pertoda orelha.dentrodaorelha.Elasentiu Ela estremeceu, sentindo
oinsetosef i x a r , entãoelapercebeuquemalosentia.Umpequenobipde
vezemquandoeraaúnicaindicaçãoqueeleaindaestavaali.
— Você está pronta? — Jenny perguntou
— Vamos.—Jennycorreuparaoextremoopostoda câmara, para
encorajador.
—Estoupronta. com um sorriso
umaáreanosfundosqueKaraainda
pormaiscubículoset não tinhareparado.Elaspassaram
elas holográficasnocaminho.Todasasvezes,Kara
se deparava com os olhares dos anjos emsuas mesas. Ela ouvia
murmúriosaopassar.Algunsdelesatéapontavamparae
nãonova,quandooprofessorpõevocênafrentedaturmaeoobrigaaf l a
pudessevê­los.Ela sesentiucomonoprimeirodia emumaescolaalar , comoseela
sobre
fizessemfossemolhar,elapodiaaguentar.
si e a sua língua fica seca e gruda na boca. Se tudo que eles
Jenny parousubitamente,ecomKaraolhandoparatodosos
eladeuumatrombada. lados,
—Desculpa.Nãovivocê...oquê...?— Kara recuouumpoucode
Jennycomabocaaberta.
De
esverdeada volta àcâmara,
que pareciam quatro
água blocos
tóxica retangulares
estavam sobre gigantesde
uma grande água
mesa.
Pareciamtanquesdeaquáriosemasparedesdevidro.
Karaparou
—Tanquesvega—disseJenny,enfim.
do lado e observou dois outros guardiões, Peter e seu
vegaeseviraramparaencararosdemais.Elesderamoutropassoparao
enorme parceiro musculoso pararem dos doislados deumdos tanques
e, comumaluzbrilhante—desapareceram. pensouKara.
ladoElessãocomoaspiscinas—masdiferentes,
Os guardiões
uma Amit,um alto homemdo Oriente Médio, e sua
parceira, baixa mulher asiática de meia­idade
determinada eram os próximos. Sem qualquer hesitação, os doise com aparência
caminharamparaostanquesdeáguaeseuscorpossedesintegraramna
deadrenalina.DespertardevoltanaTerra
foiapavorante,masentãoelaaprendeuaamari
água.EraavezdeKaraagora.AprimeiravezqueKaraviajouporVega sto. Erasempreumjato
estranhoeempolgante aomesmo
— Ocor tóxicaverdevaidevorarminha emumnovot
tempo. —elaperguntoua alma? r a j e corporalera
Jenny.—Parecenojenta.Eumpoucomaisespessadoqueaságuasdas
piscinasdaOperações.
—ÉporcausadasérieM­5.
KaravirouorostoparaJenny.
—AsérieM­5?Soacomoumcarrodeluxocaro.
belezinhas são ostrajesmaisfortes
—Trajesnãome
proteção...
mantê­lapormaistempo
demônios. mortaispergunteoque
sérienaTerrae OparatodaaLegião.Sãoprojetadospara
cinco.é,deporque verdetenãor umaresistência
ései.Oqueseiéqueestas
uma camadaextra maioraosde

Karaseindagouseeraverdade.Elesnãopareciamestarprotegendo
Catherine, ou sua equipe. Pelo que ela tinha visto no holograma, não
parecia fazer diferença o t r a j e que você
demônioseramferozes,eKaranãosabiacomoelesasderrotariam.
—Vamos—disseJenny.ElaagarrouKarapelamãoeapuxou. — tinha. As novas raças de
Não eram
Nãosepreocupe,éexatamentecomoaspiscinasquevocêj
confieemmim. á usouantes. .
Kara
deviam os
constatou,erapensaralguma
mas oistquea tanques
oespécie deque
. Elaesperava
se indagava estavam
super­heroína, deixando
dooutrooquelado.Se
então Kara
aconteceria
Jenny nervosa,
com
os outrospensavaque
tambémela
quando
descobrissemqueelaeraumafraude.
Jennydeuumpassoadiantedotanque.
—Euavejodooutrolado,garota!—Elapisounaparededeáguae
emmenosdeumsegundotinhadesaparecido.
Karafechouospunhoseaseguiu.
Emumlampejodeluzbranca,eladesapareceutambém.
KaraseguiuJennypelarua42 em Manhattan,NovaYork.Tudoao
redordelatinhaumtomverde.Semdúvidaporcausadaáguaverde,ela
concluiu. Ela podia sentir o poder adicional nestes
umainjeçãoextradeadrenalina,empurrandooseucorpocommaisforça.novos t r a j e s , como
Elasentiacomosepudessepegarumcarroearremessá­lo,comoalguma
super­heroínasdesuashistóriasemquadrinhos.Elanãotinhacertezade
quãomaisforteseramestestrajes, maselaestavaansiosaparadescobrir.
amendoins
tamanhodeumônibusiluminavamo
vidro dapelícula
nosedoisasverde
falados. suacéu visão,
lto. emMilhares
misturadelaranjaescuroemarrom­escuro.Edifíciosenormesdepedrae
Porcausa
oscercavam
torrados Outdoors noturno.Elasentiuoodorde
deimensose
olocaiscéu pareciaser
telasde
e turistTVasumadose

aglomeravam pelas ruas, rindo e desfrutando da


garanhõesmagníficoscomaspernascompridascomoumhomemadulto vida da cidade. Dois
trotavam
selva entreos
deslocadosparaKara.
Elespassaram carros. Seus cavaleiros,dois p o
depedra decima. Os cavaloseseus cavaleiros pareciamtãol i c i a i s , examinam a
OitavaAvenida. pelod
Kara seri s t r i t o dosteatroseseguiramparaonortepela
maisbaixa do queKara, ela eraeelamuitosorriuao
reconhecerosfamosostáxisamarelosquebuzinavamnasruas.
Apesar deJenny nuncahaviaestadoemNovaYork,
rápida.Karatinhadecorrerparaacompanhá­la.Depois de mais
cincominutos
deWest.Passaramporaltosedifíciosepequenasl
caminhada pela Oitava Avenida, eles finalmente viraram
ojas, antesdefinalmente na rua 48
entrarem emumbeco
reconheceuem imediatamente
parados
cheirodo escuro.
frenteauma desgastada Os outros guardiões
Petereseuparedeimensodetijolos jáestavam l á
parceiro.vermelhos..
ElesestavaOKara
AmiteAiko. lixodasemana passada
para atingiu
Peterseviroueolhou cima,enquantoelesseaproximavam. seunariz. Nãohavia sinal de
—Apassagemestáfechada.
ela, Elecomoumaboladegudeflutuante.Ele
abriu sua palma e uma pequena esferavermelhaplanava
moveusuamãoaoredorsobrede
umaáreanaparededet
— Não estou i j o l o s
captandonada... . não há sinal de Catherineem lugar
algum.AmiteAikoentraramnesteprédio.—Peterinclinouacabeçaem
direçãoaumaportademetal.Elaestavacobertacomferrugem,comoum
câncer.
—Amitdissequecaptouumsinalf
Masalgumacoisaestáerrada.Possosentiri r a c o
s .
t o.. então elesforam conferir.
— Vocênão foram apresentados apropriadamente.—
entrePetereKaraeergueuosbraços.—Kara,esteéPeter.Peteréum Jenny pulou
geekcompleto...
—Ei!—protestouPeter.Eleergueuosóculosecoçouanuca.
— . . maseleé omelhor
adivisãoenãooperandoelevadores. geekda
estásegurando...eosácarosrastreadores.Éporquei Legião.É
constróitodasestasgeringonçasdeespião...comabolavermelhaqueele
KaragentilmentesorriuparaPeter. ele quem projeta
sto queeleestácom e

—Muitoimpressionante.Prazeremconhecê­lo,Peter.
Com umpequenosorriso,Peterarregalouosolhos.Eleolhavaparao
chão.Karacaminhouemdireçãoàparededetijolos.
—Vocêdissequetinhaalgumacoisaerrada.
incomumnaparede,como
Elaforçouosolhosparatentarverumaondulaçãooualgumacoisa
conseguiapercebernada. elatinhavistonat
—Oqueestáerrado, Peter?Nãovejonada. e l a holográfica,maselanão
Perdemos duaslto. equipes em uma única operação de campo... a
—Petersuspiroua
equipedeCatherineedeMateo.—Eleenfiouaesferavermelhanobolso
dajaqueta.OolhardeleseencontroucomodeKara—. . semumr a s t r o .
Istonãoacontece.Nãofazsentido!
indagouseestaeraaprimeiramissãodecampodele.
Peter olhou de volta sobre seu ombro com nervosismo,e Kara se
ácarorastreadorváriasvezese Kara constatouque ela haviaseesquecido
—VocêdissequeAmitcaptouumsinalfraco?—Jennytocouseu
deusarodela.—Nãoestourecebendonada.
popbaixo,entãoumc
Kara pressionou gentilmente o seu ácaro rastreador. Ela ouviuum
lick. Entãoaltossonsdeestáticaencheramoseu
tímpano.
ums a l t o . DepoiselaouviuavozdeJennyestourartãoaltoqueeladeu
Envergonhada,elapressionouoácarorastreadormaisumavez
eselembroudenãofazeri
— Eu disse para vocês...sto denovo.
está cheirando mal! — Peter ergueu as
ir e. .Karatrazerreforços.
mãosparacima.—Algumacoisanãoestácertaaqui.Talvezdevêssemos
olhoupara
queteriamalguém
queeleestava
divisãotrabalhando na em
comoo rosto petrificado de Peter.
OparceirotruculentodePeterdeuumpassoadiante.Karapensout Ela se
divisão.Claramente,eleestavamorrendodemedo.Por
algumainvenção? perguntou
eleemcampo?Elenãodeveriaestardevoltanaer por

sentidoochãotremerumpouco.
—TenhodeconcordarcomoPeter.Aliás,eumechamoFred...—
eleestendeusuamãozorraparaKara.
— Kara.—Ela sorriu calorosamente.Elasentiucomoseestivesse
Karaocumprimentou.
Fred.
apertando
— Estácom cara de armadilha, se vocês querem saber.— disse
amão deumgorila.
Ele
cinzento. caminhava de um lado a outro pelo beco, como um urso
Karanãotinhacerteza.
lembrou— Talvez
dorostodevêssemos
apavoradoirdeatrásCatherine,
deles. . sabiasó paraquegarantir.
não poderia— Elaviverse
comaprópriaconsciênciaseosdeixassel
ElaolhouparaJennyedepoisparaPeter. á dentro.
—Seestácheirandomal...devemost
Umgritoalarmoutodoomundo. i r á ­ l o s del á . .
Karaolhou para cima.
—Oquê...?
— É Aiko! Rápido! — Jenny disparou em direçãoà velha porta
enferrujadaeaabriu.Elacorreuparadentrosemdizerumaúnicapalavra
aosoutros.Fredseprecipitouportaadentroatrásdela.
— Venha, Peter!— rugiu Kara,
hesitoupormeiosegundo,entãocorreuatrásdela. enquanto
KarasacouumaLâminadaAlma.Elasegurou firmementeopunho se dirigiu à porta. Peter
Elaecorreupor
namãoJennynãoestavaàv
ouviu altosumestreitocorredor.Elachegouaumaescada.
sonsdeista.
pancadas
gritoaterrorizanteeosomdearmassechocando. nos andares acima — então um
Karasegurouocorrimãonegrodemetalesubiut
Ela sesentia ágil como um gato, correndo sem esforço escada acima, r ê s degrausporvez.
como se elaestivesse caminhando.Elasentia quea
traje sérieM­5ainundava.Erapelomenosdezvezesmaisfortedoque
ostrajes forçaem
Mnormais, ela pensou. Mais poderoso com maior torque, o seunovo
CadillacdostrajesM.Davidt
Karaavançoudentrodoprédioatéafontedobarulho.
eria adoradoisto. Elaabriuuma
Suaformagrotescasó era visívelmomentaneamente,antes
saídadeemergência,correuparaumcorredoreparou.
Diantedela,Jennyestavafrenteafrenteaumdemôniodasombra.
começarasetransformaremumanuvemdefumaçanegra. deoscilar e
Com velocidade i n c r í v e l , Jenny estendeu o
umaflechaprateadanoarco,puxouacordaedisparouumaflecha.Karabraço para t r á s , ajeitou
estavaespantadacomJenny.
direçãoaodemôniodasombra.Acertou.Fagulhasprateadasexplodiram
Umrastro prateado seguiu a flecha, enquanto ela se propeliaem
aoredordodemônio.Elegritou.Gotículasprateadasenvolveramacarne
podre.Jennyoacertou com outraflecha,exatamentequandoelesevirou
paraatacar.
Kara se virou para uma criatura ainda mais horrível no final do
corredor.Umenormedemôniomovia­sedeumladoparaoutro.Eletinha
quatrocabeçashumanascombocasabertaseocorpoeradeumgrande
inseto.Suasmelequentasasaspontigudasseabriramebalançavamnoar
atráscomoumamoscamonstruosa.Seucorpodeinsetoestavamisturado
comsuas partes humanas,uma massa torcida e rasgada de tecidoe
carapaça. Sangre negro brilhava emsuaemcarapaça. Oodor de coisas
mortasecarneputrefatapairavadensonoar.
Karaestremeceu.Fredestavapreso
umabonecadepanogigante.
Karaouviupassose Peterchegou. suasgarras,semvidacomo
— AH —elegemeuerecuouparaa parede.Eleseachatoucomo
umapanqueca,tentandoespremerseucorpoatravésdaparededepedra.
Osolhosdeleestavamfixosnaf e r a .
Maseleapenasbalançavaacabeça. Eletremia.Nãoeraumlutador.
—Peter!Venha!—chamouKara.
Karaseviroueolhouparaanovaraça.
Elabrandiusuaespadaeavançou.PassouporJennyepelodemônio
dasombra,concentradaapenasemsalvarFred.Osanguenegrodanova
espécie era ácidoehaviamatadoTomequaseamatado.Elanãopodia
deixarqueeletocasseasuapele.
Elaparoueestudouacriatura. Enquantohesitava,asquatrocabeças
dodemônioseviraramaoa
anormalmente v i s t á ­ l a . Acabeçadotopoesticousuaboca
inconscienteFred.ComumadesuaspernasdeinsetoeletrouxeFredpara
pertodesuamandíbulaaberta.
longa e seus olhos incandescentes se focaramno
Em umpiscar de olhos, Kara arremessou a lâmina.Ela fincouno
olhododemônio.
batiaAcriaturarecuouacabeçaegemeu.Osommacabrodevozesmortas
ao redoremtudoquepodiaalcançar.Fumaçabrancasubiudeonde
dehumanos gritando em suas costas fez com que Kara titubeasse.Ele
alâminahaviatocadoapeledodemônio.
Odemôniocambaleouparatrásporuminstante.
Entãoele agarroue arrancou a
lâminalongeeKaraaobservouquicarnochão. lâmina deseu olho.
Sangue negro espirrouda órbita do demônio. As quatro cabeçasEle jogou a
soltaramumpenetranteeagudogemidoqueatacaramKara
Elacambaleou,cobrindoosouvidos e , como
quandoestavaprestesparacair,o facas.
gritoparou.
Ela olhouparacima.
A criatura estava parada olhando
inteligênciaapareceremseusolhos. pela e l a . Kara viu uma macabra
comumvômitodesanguenegroácido.Fredsótevetempoparasoltarum
Elese virou para outro lado, abriu todas suas bocase cobriu Fred
pequeno murmúrio — então seu
flutuaramnochão,comofolhassecas. corpo se dissolveu e suas
Então odemôniosevirouese concentrouem Kara.Eleinclinou a roupas
cabeça,comoseaestivessedesafiandoopróximomovimentodela.
Kara sacouduasLâminasdaAlmaeasseguroucomforçaemcada
mãotrêmula.
—Kara!Poraqui!
JennyePetercorreramparaasaída.
JennyePetercorreramescadaacima.
sombraqueJennyhaviamatadoeseguiuseuscompanheirosportaafora.
Sem hesitação, Kara correu de volta para os restos do demônioda
deveríamosirparabaixo!
—Espere!Porqueestamosindoparacima!—gritouKara.—Não
— Vimais demôniosdasombraparabaixo.Émelhorarriscarmoso
telhado!—gritouJenny.
— Vocêacha
respondeu. queé umasábiadecisão?— gritouKara.Jennynão
Eles subiram
portaparaotelhado. os dois últimos andares remanescentes e abriram a
Karagritou,surpresa,caiunochão,rolouparaoladoeselevantou,
aindasegurandosuasduasLâminasdaAlmaemsuasmãos.Elaodiavao
tcabelobranco,pelecinzenta,vaziosolhosnegroseosternoscinzasdos
rês demôniossuperioresqueestavamdiantedela.
—Fiqueperto!—Jennypuxououtraflechaprateadaedeuumpasso
ao ladodela.KaraouviuumgemidoeviuPeterrecuareseencaminhar
paraabeiradadotelhado.
— Oque temos aqui, irmãos? Mais t r ê s porquinhos?
demôniosuperiormaispróximo.Asuapelecinzentasedestacavacontra —riu o
o branco—Odo pôr­do­sol
fundos. mestre ficaráentreosprédios.
realmente Os
muito s aolhosdele
t i s f e i t o . eram
Mais t r ê buracos
s outras
—É
deliciosas almaspara
Jenny sorriumelhorvocêfecharaboca,monstro...setiver
egirou aceia.
sua flecha prateada brilhante como se àvida.— amor fosse um
bastão.Elaseposicionounafrentedele.
Karadeuumpassoparasuad i r e i t a .
Ela —Voulhemostraroquefazemoscomosporcosemnossat
empunhou suas duas lâminas. — Estou pensando emerbacon a. —
canadense.
Umsorrisomalignosurgiunorostododemônio.
—Sim,
comvocês. omestre gosta dos combativos. Ele ficará muito s a t i s f e i t o
Jenny deu umpassoadiante.
—Sobreomeucadáver,monstro.
— Tudo bem, então,o seu desejo é umaordem. — Ele estalouos
dedos.—Ahhhhh!
enroladoJennyfoi erguida
comforça no
nas ar e
garrasfoi puxada
danova para
raça t r
de á s , com o
demônio seu
quepescoço
havia
seguido­ospelasescadas.
Karacorreupara frente,maseratardedemais.Jennygritouechutou
comcriaturarepetidamentecomsuaflecha.Sanguenegroespirravadaslesões
todassuas
múltiplas. Maso forças.Os braços
Kara falou umdemônionãosoltava. dela estavam livrese
palavrão em pensamento. Como ela pôde ter se elaatacou a
esquecidododemônio?ElaolhouhorrorizadaparaPeter.Osolhosdelea
lembravamosdopequenoelementalqueelatinhasalvado—orostodele
marcadopormedoelágrimas.Elasabiaqueelequeriaf
Karaolhoudevoltaparaosdemônios superioresatrásdela. ugir.
você encontrou onosso novo mascote. Um
— Oh...vejomaisquepertodelasorriu.
Odemônio
pequeno experimento queo nossomestre tem feito. Finalmentesão
encontramos
muitomaisúteisparanóscomocriaturasdoSubmundo.Quemd
outra função para ospequenos mortais patéticos. Elesiria que
nósosusaríamoscomonossosmascotes?
carnedeinseto.Elaseindagouseestavaolhandopararostosdequatro
novaMortais?Karacontorceuorostoesevirouparaolharnovamentea
raça. Era como uma enorme massa de humanos desmembradose
mortaisqueforamcruzadoscomumdemônioinseto.Elateve
depenaemedo. calafrios
queestespobresmortais.Porquevocês
—Vocês anjos entenderam tudo errado. os servem?Érealmentepatético.
Vocês são mais fortesdo
Os anjosrisadasão escravos
doentia úmida quedosnovamente
mortais. É enviou
risível. calafrios pelas costasumade
— O demônioriu,
Kara.OsolhosdelaseencontraramcomosdeJenny.Elahesitoudianteda
corpodelaempedaços.
olhos
dornosolhosdeJenny.Poruminstante,Karaselembroudomedonos
AbocadeJenny
de Brooke antes que os demônios superiores estraçalhassem o
— Não ouçaoqueelesdizem, semoveu.Eladissesocorro.
Kara —gritouPeter.— Elesestão
tentandonosd
— Kara…— i s t r a i r !
Uma estranha fome apareceu nos olhos do demônio
superiorl í d e r . —omesmoanjoKaraqueatacouonossomestre? Bem,
bem,bem.Istoémuitoagradável.
Kara ignorou odemônio ese concentrou. O
sozinhacontratrêsdemôniossuperioreseumanovaraça? que ela poderia fazer
Erasuicídio.
Elavasculhouseucérebroporumplano.
—Ah,paremcomisto, anjinhos...porqueosrostosassustados?Só
í. . na parede.Você tem todoodireito de estarapavorado.Vocêsabeque
aestamosnosdivertidno.—SeusolhosnegrosestudavamPeter.—Você
amorteestápertodevocê,nãosabe?Vocêpodesentiri
almadeanjinho. s t o emsuapobre
OdemôniosuperiorarremessoualgumacoisacontraPeter.Elegritou
ecaiunochão.
—Peter!
dor,enquantoagarrouopunhoepuxoualâminadamortedoabdômen
umalâminanegraquehaviaperfuradooestômagodele.Karagritoude
Aocorrer para ele, Kara pôde ver a fumaça negrase erguendode
queimadoatravésdas
dele. Elajogou alâmina mãosemseu
fora. Elatrajpôde
e M­5.ver os furos que ela tinha
queixonoa
O demônio riu. Ele uniu as mãos atrás dasKaracostasNightingale.—
—Ah,temosumaheroínaentrenós.Afamosa
r.superior
—Comoeuadoroumbomespetáculo. e ergueu o
Ele ergueu a mão e , antes que Kara pudessese
estavaacontecendo,elehaviaarremessadooutralâminadiretonopescoço dar conta do que
dePeter.—Pare!—Karalançousuaslâminanodemôniosuperior,maselea
desviou facilmente. —Éa
demônio.—Deixe­o em paz! mim quevocê quer— elagritou para o
Karaa s i s t i u horrorizadaenquantoovenenodaLâminadaMortese
espalhoupelocorpodePetercomoveias deuma aranhanegra.Elasabia
queelemorreriaempoucossegundos.Desesperadamente,eignorandoa
doremsuasmãos,elaarrancouaLâminadaMortedopescoçodePeter.
—Venha,meuanimalzinho—disseodemôniosuperiorparaanova
raçademonstro.—Vocêtemmaisumporquinhoaqui.
veroburacoabertonoombrodireitode
braçodela.Anovaraçahavia
Odemôniodanovaraçapousoudoladodela.Karaempalideceuao Jenny,ondecostumavaficaro
ocorpodelatinhaespasmos.verum arrancado­o.OslábiosdeJennytremiame
OdemôniosuperiordeuumpassomaisparapertodeKara.
—Vocêquer espetáculo,Kara?Euadoroespetáculos.Temos
aspalcosnossase próprias
grande apresentações
p l a t e i a . Os t e a t
demônios r a i s em nosso
adoram mundo, sabe,
espetáculos. com
Mas
geralmentedesempenhamosmelhorquandodevoramosmortaisnat
Isto,minhacara,épurodivertimento.—Eleuniuasmãos.—Euchamo e r a .
isto de...vendo sua amiga sofrer uma morte excruciante...o que acha
destetítulo?
matarei!Eu
—Nãoouse!—gritouKara.Suasmãostremiam.—Toque­aeeuo
juro!
—Nãoachoquevocêpossanosdeter,porquinha.
—Eumatovocê!Eujuroquematotodosvocês!—Ocorpo de Kara
tremia.Araivacresceudentrodelaeelasentiualgoamaisserdisparado.
Aprincípio,elapensouquefosseot r a j e M­5energizando­se,masentão
elasentuiumpequenofluxodepoderqueelareconhecia.Comol
interruptor
Karasentiui
O demônio—oque
sto bememseupeito.
superiorestavaergueudormente dentro delaestava despertando. i g a r um
dançounolugar.Elelançou um a cabeça
—Preparem­se,irmãos,paraoutrograndeespetáculo!— e uivou como
sorrisomaliciosoparaKara. Eleolhou um lobo. Ele
paraanovaraça.—Mate.
Anovaraçaabriusuagigantescabocacontorcidaetrouxeocorpode
Jennyparaperto.
Kara, sinta
mentedeKara. o seu
brilho dourado poder... libere­o, disseram
ao redor tremer.Umcalorse
dedõesàspontasdosdedos.Avisãodelasetornoumaisn
verumOcorpode Karacomeçoua as vozes dentro
do canto dos olhosespalhoudeseus da
dela.ítida.SeuElapodia
ácaro
rastreador caiu de seu ouvido. Ele pousou com
imóvel.Vocêéelemental,Kara... liberte, liberte. . um ruído alto e ficou
OdemônioergueuJenny.
suamente,
Araivadelaalimentavaseupoder.Elaosentiusobrepujando­a.Em
ela viu a silenciosa súplica de Brooke diantedo demônio
superior
acontecessecomJenny.Umaânsiapormatarainundoucomoumveneno
que ahavia desmembrado — ela não podia deixarque isto
—deixassemdeexistir.Araivaficourepresadadentrodelaatéconsumi­la.
elaqueria matá­los todos — estraçalhar seus espíritosaté que eles
Elasóenxergavamorte.Amorte da nova raça.
E sem pensar duas vezes, a mão direita de Kara se ergueu no ar,
comosepensasseporcontaprópria.Ocorpodelatremia,eumraiodeluz
douradafoidisparadodesuapalmacomoojatodeumfoguete.
A nova raça teve um espasmo e gemeu quando aluz dourada a
amontoadosemvidademembrosdeinsetoserostoshumanos.
envolveu.
Emuminstante,odemôniohaviasumido.
Karaobservousuasmãossemacreditar—
Ela soltou Jenny e desabou no chão, queimando emum
vestígiosdaluzdourada
percorriamsuaspalmascomoumacorrenteelétricaamarela.Elasentiao
—Tola! —Os demôniossuperiorescorreram em direçãoà ela.
poderelementalsendodrenado,enquantoasuaraivadiminuía.
Karateveapenasumsegundoparareagir.Elaestendeuamão—e
todos os demônios saltaram esaíram do caminho, meio que esperando
queofeixedouradoosacertasse.Masnadaaconteceu.
Kara balançou a mão e tentou outra vez, desesperadamente, mas
Ela deuumumpulo
nadaaconteceu.
cambaleou pouco,mase correu abriuosolhos
paraJenny.e pareciaElaamaislevantou. fortedoJenny
se
Karatinhapensado.EsperançapreencheuKara
Osdemônios inspecionaram.Elessederamcontaquenãoestavam com novaenergia. que
feridoseatacaramnovamente.
—Corra!
Kara arrastou Jenny para onde
fcomoseelenãopesassemaisdoqueumacriança.Elatorceuparaquea
eforçadotraje5­Mossalvasseagora.Eratudoquelherestava. jazia o
tal. Karasentiupena dele.Ela seabaixou e opôs sobreseus ombrosindefeso Peter em posição
ComJennyecomPetersobreseusombros,
em
suficienteparaqueKaraenxergasseofundo.Eleficavasozinhoentreos
altos
baixo
suave
emdireção
edifícios
brilhava
umbecoescurocobertoporsombrasantesdepular.Umaluz
àbeirada
deabaixopedra.dodeOprédio.
umduroúnicoElachãoesticou
poste
de concretoKara
deo pescoçocorreupelotelhado
paraa unsolharpara
luz,estavafornecendo quinze
luz o

metrosparabaixo,elapensou.Elarezouparaqueot
oalmas.
pulo — e continuasse intacto. Ela sabia que, se r a j e
acabasseM­5aguentasse
comoum
tomateKaraouviuoarrastardebotasatrásdela.Elasabiaquetinhaapenas
achatadonofundo,os demônios fariam um banquete com suas
cinco
deles. segundos antesque
Usandotoda a forçaos demônios
queoseu t r superiores
a j e estivessem em
mortalconseguiareunir,ela cima
segurouobraçodeJennyepuxou.Elanãoolhouparatrás.Elasuplicou
pelaforçadotraje M­5enquantocaía.
Kara, Peter
ensurdecedor. e Jenny
Kararolou se
— precipataram
todososseus no beco com
membros um
ainda barulho
estavam
conectados.PetereJennyestavamatordoados,masbem.
Ouvindoogritomacabroderaivadosdemôniossuperiorescuspindo
esilvandodesdeacima,KaracarregouPetereJennyparaforadobecoe
paraassombras.
Capítulo8
Opoderinterior
OsdoquenorestodaLegião.AntesqueKarativessetempoparaentendero
boatosseespalhavam maisrapidamente na DivisãoContrademônio
queparabenizá­laport
havia acontecido,
e r a maior parte da divisão tinha
salvadoJennyePeterdosdemôniossuperiores.Ela vindo para
sentiamaisconfiançadentrodaunidade.LogoJennyePeterdeixarama
Cura Express eestavam de volta no dever participando das conversas
comoKarahaviaderrotadoanovaraçadedemôniosefugido.
sobreoresgatedeles.Cassiel,poroutrolado,estavamaisinteressadoem
mão—Então,
ematou esteo demônio?
poder seu.—. estaperguntou Cassiel, comdisparadade
luz dourada...foi um estranhosua
entusiasmoemseusolhoscastanhos.Eleseinclinousobreagrandemesa,
estudando Kara como se ela fosse uma bomba­relógio. Ele coçava o
queixo.EleolhoudiretamenteparaKaranovamente.—Vocêachaque
podereproduziri s t o paramim?Vocêconseguecontrolaristo?
—Achoquenão.Quandotenteifazer isto denovo...nãoconsegui.
Karahesitou,entãobalançouacabeça.
Nãoprimeiravez.Só...aconteceu.
sei—Hum.como—explicar. Não seinem dizer como consegui
Cassiel cruzou os braços. — Você acha que, com fazerda
Karaencolheu os ombros. fazer denovo?
algumaprática,vocêseriacapazde
—Hã...achoquesim.
Mas,interiormente,elanãoestavatãocertaqueseriacapaz.Elasó
tinhafeito isto duasvezesantes—umacomacriançaelementalcontrao
senhordosdemônios,Asmodeus,eagoracontraanovaraçadedemônio.
fazeristo novamente,comosefosseumatarefasimplescomoandarde
Elacomeçouasesentiransiosa.Cassielesperavaqueelafossecapazde
bcontinuaria Elacomose partedaDCD?
indagava se eladeveriaagora.Jennyhaviaditoqueamaioria
icicMasleta. tudofezsentidopara dizer não para ele. Ela ainda
dosguardiõesda DCD tinha algo de especial. Kara sabiaagora porque
estava
David a l
não i —foiela deveria
escolhido usar
porque seu poder
ele não elementar
possuía contra
uma os demônios.
habilidade única
comoadela.
Cassieluniuasmãos.
—Muitobem,então!Vamoscomeçar!
Eleempurrou a cadeira para t r á s e se levantou, comum sorriso
abertonorosto.Seugrandecorposeelevavasobretodososdemais.
Operaçõesparapraticarmos.Precisaremosdeespaço,acho.
—Gabriel concordou em nos deixar usar uma de suas tendasem
Eleolhoupara Kara esevirouparaencararosoutros.

Vejamos Jenny.
se Peter.
podemos Al.
ajudar Devon...
a Kara quero
a que
convocar vocês
seus venham
poderes.conosco.
De pé,
guardiões.—Cassielsemoveufacilmenteporentreascadeirasemesase
seencaminhouparaoelevador.
Karaoobservouseafastando. Omedoadeixavapesada.Jáeraruim
agoraelat
obastantequeCassielesperassequeelafossecapazausarseuspoderes;
Tambémnãoseria
eria plateia.
pouco
almadesua mãe.
tempo. Obviamente, f á c i l sel i v r a r detodaaatençãoparaprocurarpela
Asmodeus não havia sido derrotado, pelo
Elaaindanãosabiaondeprocurar,massabiaquetinha
contrário,estavaporaí,eeleestavausandoaalmadesuamãecomoi
Elasabiaqueteria demordê­laemalgummomento. s c a .
Elaviuumacabeçacomcabeloroxosaltitandonadireçãodela.
—Ei...eaí,garota?Estátudobem? Vocêpareceumpoucoavoada.
—A sua caraestá pálida— comentouPeter. — Vocêquer quea
—JennyePeterpararamnafrentedela.
levemosparaaRafael?Inclusive,amulhernãopara
se
como—Não.Estoubem.Obrigada.—Karaforçouumsorriso.
elaestivesseobcecadapeloseubem­estar. def a l a r emvocê.É
—Sim,ébizarro—Jennyarregalouosolhos.
ElasuspiroueolhouparaJenny.
—Naverdade,nãoestoubem—elasussurrou.—Nãoseiseposso
Cassielachaqueeuposso.
fazeristo denovo.Aquele...aquelepoder.Nãoseicomoconvocá­lo.E
—Nãosepreocupemuito.—Jennydeuumarisadinha.—Venha...
estoucertaquedarácerto.Cassélegalcaras
estivercomdificuldade.Eleéumdos não vai ficar bravosevocê
. Ele bons.Eleémuitopaciente,
confie emmim. — Kara se indagou o que Jenny deviater feito para
testemunharapaciênciadeCassiel.
Kara pensou em contar para Jenny e Peter toda a verdade.
perguntousepoderiaconfiarverdadeiramentenelescomoconhecimento Ela se
sobreaalmadesuamãe.ApenasDavidsabia,alémdosarcanjos,eagora
mesmoelaprecisavadeamigosmaisdo quenunca.ElapuxouJennye
Peterpelasmãoseospuxouparapertodelanumcírculo.
—Tenhoalgoparacontarparavocês—elasussurrou, eolhoupor
sobreoombro.
—Oquê? —disseramPetereJennyaomesmotempo.
—Vocêstêmdemeprometerquenãovãocontarparaninguém.
—Prometemos—disseJenny,comosolhosarregaladosebrilhando
comojKaraestreitouav
oias. ista.
—Certamentevocêsouviramoqueaconteceumesesa
comacriançaelemental,amissãodevida...
—Shhh!—
—Sim.VocêdeuumpauemAsmodeus!—disseJenny. t r á s . Comigo,
eleestádevolta... Karaolhouporsobreoombro.—Escutem.Achoque
— Amosdeus? Temcerteza? Como você sabe? — Peter ergueuos
óculosnonarizcomumamãotrêmula.
elepoderiadarcomalínguanosdentes. Karapensouporumminutoque
—Quasecerta.Eachoqueelepegouaalmadaminhamãe.
TantoJennyquantoPeterficaramemsilêncioporuminstante.Kara
arrependimentocomeçouasurgir,entãoJennyePeterseentreolharame
sorriram,eelacompreendeuquetinhasidocorretoconfiarneles.
seindagousehaviafeito acoisacertaaocontarparaeles. Umapontade
—Então oqueumvamosamplosorriso.
sobrancelhaseabriu fazer quanto a isto? — Jenny ergueuas
ombros.Kara estava aliviada. E ela sentiu um peso sendo erguidode seus

evitardes Estava
o r i r . torcendo para você dizer i s t o . — Kara não conseguia
— Osarcanjossabemqueaalmadaminhamãeestá
Maselesnãovãoprocurarporelaporqueaprioridadeprincipaldelesé desaparecida.
Entãotereideprocurarporcontaprópria.Precisoencontrarummeiopara
encontrarquemestámatandoosguardiões,enãoumaalmadesaparecida.
OolhardePetersemoveu—edeirprocurarporela.
escapardasessãodeprática Jennypara Kara e paraasmuitasoutra
pessoasaoredordeles.
— Ela poderia estar em qualquer lugar — ele disse. — Você tem
algumaideiadeondepoderiaestar?Setivéssemosumalocalização,seria
muitomaisfácil.
Karadeudeombros.
—Oúnicolugarqueconsigopensar...énoreinodosdemônios.
Peterpareceunãot
— Asmodeus está ê ­ l a escutado.
usandoaalma da minhamãe como isca.Tenho
me
certezadisto.
possodeixar Éamim nãoa Karase deuconta nãoque
paraestavaquasegritando,elutouparacontrolarsuasemoções.Elaabaixoua
matar.Eleestáameaçandodestruiraalmadaminhamãe...
queisto aconteça.—
queelequer,Subitamente,
minhamãe...provavelmente
cabeça
passavam. e ignorou os olharesindagadores que ela recebeu dos AGs que
OsolharesdelaedeJennyseencontraram.
—Vouajudá­la.Vamosencontraraalmadasuamãe.
Peterseinclinouparafrente.
—Vou começar a procurar nos monitores holográficos quando
retornarmos.Podemoscomeçaraprocurarporqualquertipo de anomalias
estranhasqueestejamacontecendo.
—Vamosencontrá­la, nãose preocupe.—Jennypôsamãosobreo
ombrodeKara.—Vocêsalvouasnossasvidas,garota.Istoéomínimo
quepodemosfazerparar
—Elaestác e r t a . e t r i b u i r .
Nãoestaríamosaquisenãofosseporvocê,Kara.
—lábios.Orosto dePetersecontorceu,eumsorriso
Karaconcordou.Elanãotinhacomoexplicarcomotinhafeito isto.nervososurgiuemseus
elemental
NãoTudoqueelasabiaeraqueresgatá­lostinhasidoacoisacerta
haviadentro
comodelaera
explicarindomáveloquehaviae intenso—e de fatmatar.
acontecido queria o.aserO poder
fKaraeita.
nãosesentiaconfortávelemdizeristoparaqualquerum.
—Temosdeir—Jennyosexortou.—Estamossendoobservados.
percebeuquão
Um grupo sozinhaela
de guardiõesestava.
olhavaApesardeo para eles comNívelsuspeitas,
Cinco sere Karauma
eladivisãoespecial,osguardiõesnãoeramdiferentesdorestantedaLegião.
encontrasse
Elescaminharamparaoelevadoremsilêncio.Karatorceuparaque
um modopara
suficienteparadarumaescapada.
paraOgrupocaminhouporentre d i s
as t r a i r Cassiel e
as tendas azuis onde os anjosdunasvermelhaseseencaminharamos outros por tempo
praticavam suas habilidades de o
combate.Karaseindagousei
ruim,poisnadai r i a r i a praticaraoarl
acontecerdequalquermodo. i v r e . Nãoseriaumacoisa
Cassielcaminhougraciosamenteparadentrodeumatendaepuxou
umbancodemadeira.
banco demadeira auns seis metrosasmãosdela.nosquadris.
bordasdocírculodecombate,epôs
—Kara,fiqueparadanomeio...—disseCassiel.Eleposicionouo
Ela recuou, paraalém das
— Até mais tarde. —um Jenny
caminharamemdireçãoa banco noe Peter
extremoopostodatenda.Jenny
se afastaramde Kara e
sentou­secomumruídoaltoeergueu as pernas.Seuscoturnosbrilhavam
sobosKarafezoquelhefoid
ol. ElaacenouparaKara.ito.
— E agora? Só fico parada aqui
penderemaoseulado.Elasesentiaumacompletai assim? — Ela
d i o tdeixou
a . os braços
Jáerabastante
ruimqueCassielealgunsmembrosdaDCDaobservassem,masagora
— Tudobem — Cassiel segurou asmãos diantedesi.— Vamos
outrosAGstinhamparadodepraticareestavamobservando­atambém.
entar. Queroquevocê se concentre,Kara.Tenteselembrarcomovocê
tconvocouestepoder...eumavezqueconsiga...tentemiraremdireçãoao
banco.Vai,agora.Tente.
tempoteriadepraticar.Elaconsiderousuasopções.Eladeveriat
Kara olhoupara o bancode madeira. Elase indagou porenquanto tar, ou
pelomenos fingir queestava
encarandoobanco,elaergueuosbraçose tentando,
conseguiria liberar a energia elemental. Depois mesmo sabendo
mirousuaspalmaspara que não
deum longo tempoele.
Elatentavadesesperadamente se lembraroquehaviadeflagradoopoder.
Nadaaconteceu.Elasesentiutãoestúpidaeinútil.
—Kara.Esvazieasuamenteeseconcentrenopoderelementalque
vocêtemdentrodes i . . procureporelea
isto.Karafechouosolhoseseconcentrou.Elabuscouems
Jáfezantes.Agora,concentre­se! í dentro.Você conseguefazer
depoder
lutarcontraelemental,masodevastadorfluxodepoderque
anova raça parecia ter desaparecido. Ela sabiaque i porvestígios
elareuniuao
estava
dentro dela em algum lugar, ela sentia i s
indomávelalimentadapelaemoção—quantomaisselvagemeintensaat o .
emoção, mas provável que o poder elemental viesseà tona. Mesmo Era como uma energia
assim,elanãotinhaacessoaeleagora.
Elatentouacessaraquelasemoções.
Onde vocês estão, rapazes? Ela sussurrou
Precisodevocêsagora.Nãomefaçampagarumpapeldepalhaça.Por dentro de sua mente.
parafavor!Ajudem­me!
acessarum pequeno
O corpo fragmento
de Kara tremeu,enquanto
dopoder queelaela sesentiaesforçavaestar
aconteceu.
escondido
Kara dentro dela.Ela empurrou com toda sua força. Masnada
abriuosolhoserelaxouosbraços.
—Eulhedissequenãoconsigo!—Elaolhouparaaspalmasdesuas
mãos.—Nãopossoacessá­loÉcomose eu nãoocontrolasse.Nãoposso
convocá­lo...
Gargalhadas
Devonsussurraramum súbitas vieram
paraooutroedos guardiões que a observavam.
riramdeKaranovamente.Raiva Al e
—Vocêprecisa relaxar.Vá com calma. Pare dese preocuparque
nãobrotoudentrodela.
CassielcaminhouemdireçãoaKara.
consegue,etenteseconcentrarondeelee
pode?Karacomeçoua se arrepender destasessão deprática.Ale Devons t á . Vocêpodes e n t i ­ l o , não
tirandosarrodelasófaziacomquepiorasse.Elaodiavaserocentrodas
sabiaquenãopodia—pelobem­estardesuamãe.
atenções.E comCassiela obrigando,ela só queria ir embora.Mas ela
ElaencarouCassieledeudeombros.
—Mais oumenos. Consigo sentir um formigamentoaqui dentro,
mas —Vocêselembradecomosesentiudaprimeiravezqueaconteceu?
nãoconsigoalcançá­lo.
—perguntouCassiel.— Você estava com medo...oucomraiva?Você
podetentaracessarestasemoções?Achoqueajudaria.
Karaobservousuasmãos.
—Claro.Possot
— e n t a r .
Bom.Vamostentarnovamente.—Cassiel seviroue caminhou
devoltaparaogrupo.
Kara coçoua t e s t a e ergueu os braços novamente. Ela fechou os
medoquesentiu—e
olhosPorfavor,rapazes,não
Oecalorvoltoucomeçou me
paraodaseuaraiva.Umasensaçãodecalorcomeçouaf
crescer
encontrodesapontem,elasussurrou.
econtinuou
comAsmodeus. se espalhando.
Elase lembroudo luir.
rapidamentequantosurgiu,elesumiu. Mas tão
Outrasrisadinhasatingiramseusouvidos.
froncoalto—
icarKarase
ali comosentiahumilhada
elesqueriamque
umaidiota come oselafracassasse.Ela
cansada.Por
guardiõesrindo quantotempo
dela?Ela
fechouoselateriade
ouviu um
Masnada aconteceu.Aequipeda DCDse dispersoudepoisde um
apertou.Elanãolhesdariaesteprazer.Aoinfernocomeles. punhose
tempo
pareciadispostoaajudarKara.Eleuniuasmãos,enquantocaminhavaao
eestavam todos conversando e rindo entre si.Apenas Cassiel
redordeKara.
—Tudobem...vamostentarnovamente.
voltou—Cassiel,estamosaquiháhoras—disseDevon.Eleselevantoue
sua atenção para Kara. — É óbvio que ela não consegue fazer
nada.Elanãoénadadeespecial.Elaéi
tempo...—Laveasuaboca, seu imbecil! n ú t i l eestádesperdiçandoonosso
Karaolhou paracima. Eseusolhos se se encontraramcomos
Ocorpodelaestremeceu.Elaviuele encaminharatéDevoneAl.Elaalta
nãohaviasedadocontaatéaquelemomentooquantotinhasentidof de David.
dele.Devonseendireitou,enrijeceuosombrosecaminhouemdireçãoa
David,emuitomaiscorpulento.
David.Karareparouqueeleerapelomenosumacabeçamaisaltodoque
ergueu — Você me chamoude imbecil?
eleapenasuminsignificanteoficialzinho?
disseassobrancelhas
oficialzinho, comosetivesse Quem
para David, e olhou diabos é você?
algoparaamargoelecomnaboca.
—Karanãogostoudojeitoque Você é
um mistoDevonde
desdémesurpresa.—Eupoderiaesmagá­lo
causadasualíngua.Suapequenalarva!
— Grandes palavras para um grande imbecil. comoumVocêinseto,rapaz,por
pensou nisto
sozinho,ouoseucomparsaaquioajudoucomafala. —Davidchegou
baixoeergueuassobrancelhas.
mais perto de Devonemostrou—Cara,oquevocêsandamcomendono
os dentes.Ele olhou Devon decimaa
nívelcinco?Vocêéimenso!
— Émelhor você sair da minha frente,setiver amor à vida. —
Devon
maliciosamente.
estiverporperto.Eagoravout
—Nãoposso bem,erninguém fala mal deKara quandoeu
—fazerVejaisto—zombouDavid,comseusolhoscintilando
se elevousobreDavid,comorostofranzido.
dechutarasuabunda,grandalhão.—
Eleestufouopeito.
elepiscouparadela.
Apesardetudo,Karasorriu.ElaencarouDavidmomentaneamentee
AlempurrouDevonparaoladoeparounafrentedeDavid.
apoucoscentímetros do rosto de David.—...istoaqui é assunto
mão—Porquevocênãodánopé,baixote...—elefezumgestocomsua
iosftioc.iaCail daDCD.Oseucérebro simplório de oficial nãopodelidar com
David fora.
deu um tapa na mão de Al, afastando­a,e deu um passo
adianteatéqueseusrostosestivessemapoucoscentímetrosdedistância.
— Por que você não cai fora, sobrancelhudo. Vou f i c a r onde eu
quiser.—Davidsibiloueseusorrisosetornoupredatório.Eleendireitou
osombros.Karacomeçouasesentiransiosa.Elanãotinhacomonãosesentir
emproblemas ou arruinassesuas chances de ser aceito na DCD. Ela
agradecidaporDavidadefender.Maselanãoqueriaqueelesemetessem
olhouparaecomCassielporauxílio,
cruzados mas elesóde ficou
umaestranhaexpressão paradocomno rosto.Ele
contentamento os braços
olhou para ela momentaneamenteatieentão
tinhacertezaseCassielestavas sfeito emverDaviddefendendo­aou
de voltaparaaluta. Elanão
deverassuastropasintimidandoDavid.Karapensouemjogarumpedra
paraarrancaracaradeledesatisfação.
— David,esqueça—Karasuplicou.—Sério,estátudobem.Sem
problemas.
—David,é?OmesmoDavidquetemtentadoentrar
DevonseenfiouentreAleDavid. naDCD há. .
desdesempre?—Elezombou.—Veja,Al.Esteéoperdedordequem
todosriemnaunidade.
—Caleaboca,Devon.—Karaestavacomraiva.Elasabiaoquanto
adivisãosignificavaparaDavid.Istonãoeraj u s t o .
OfranzirdecenhodeDavidseaprofundou.
baixotepodefazercomasuacarahorrível.
— Mechame de perdedor mais uma vez e você veráo que um
Alergueuasua mão
—Nósesmagamosperdedores d i r e i t a momentaneamenteeafechouempunho.
como diversão... háde
—Pare!—gritouKara.Ocorpodelatremia.—Oque
comvocês! errado
DevonsevirouparaKara.
—Fiqueforad i s t o , suaesquisitona.
Por um instante,
pedraparajogarnele. Kara apenas
—Cassiel!— gritouKara.—Façaalgumacoisa! encarou Devon. Ela queria t e r um
CassielolhouparaKara.Umsorrisosematerializouemseurosto.O
— Useseus sentimentos, Nãofazia
quetemdeerradocomele,elapensou.
comoqueestavaacontecendo. Eradirecione
Kara, eossentidoalgum.
comoseele para estivessefeliz
olhar deCassieleraintenso. Ele levantou osbraços o
noar.—banco.
Use — O
esta
raiva!Vai!Vaifuncionar.Vaiagora!
eranenhumcircodoshorrores—Cassielnãoseimportavacomela,ele
—Oquê?Agora?Vocênãopodeestarfalandoasério.—Elanão
tentando
se importavaapenas
provocá­la,mas
com oeleseunãopoder.Kara
tinha viu
ideia como
de Cassiel
quão estava
poderosa e
mãoincontrolável ela era.
KaraviualgonegroepontudodeslizarnamangadeAlerepousarna
dele.Brilhavanaluzcomoumdiamantenegro—umaLâmina
realmente da
Morte, Kara constatou horrorizada. Como
demoníacaemHorizonte?Opeitodelaseapertou.Ali ele podia a t e r uma lâmina
esfaquearDavid
come—Pare!—elagritoudenovo.
la.
Raivabrotoudentrodela.Ocorpodelatremia.Elasentiuumlíquido
ferventeinvadindooseuâmago.
lpoderferozqueimouatravésdela,
calor comoda cabeçaaté
por ela do topoAvisão
dedosdelaardiam.Elevazavapelosporosdela,
ivrar seespalhou
deseucativeiro.Elequeriaserlibertado. como
umanimalselvagemtentandose
dela setornou
os dedõesdos pés. Os
gotasdesuor.O
maisnítida.O

OrostodeDavidestavalívido.EleempurrouDevon.
—Eulhedisseparalavaraboca!
Alapertouosdedosaoredordopunhodalâmina.Eleaaprontouna
mão.O corpo de Kara se retesou. Ela piscou e o mundo diante dela
assumiu nuances douradas. Ela ergueu asmãos, dois feixestráscomdourados
foramdisparadosdesuaspalmaseKarafoipropelidapara força
intensa.Os feixes acertaram Al. Luz envolveu o corpo dele como fitas
douradas até queelefoicobertocompletamente.Elegritou eo corpodele
teveconvulsões.Eleficouestáticoecaiuimóvelnochão.Elenãoemitiu
nenhumsom.
mãotrêmula.—Eleestámorto!Vocêomatou,suaaberração!
—Vocêomatou!—gritouDevon.EleapontouparaKaracomuma —elese
ajoelhouaoladodoamigo,comosolhosarregaladosdet
para em cabeça.
osciloudentrodelaporuminstante,entãosedissipou.Ochoquedoque
ela tinhaKaraolhou
—Eu...eusintomuito...foiumacidente!Nãoqueriafazeristo.
Ela fechou
feito a suasoprimiu.
suasmãosebalançoua
mãosIstotrêmulas
não deveria punhos.O e r o r .
acontecer. Elapodersabiaelemental
queera

ruim, muito ruim. Como ela pôde t e


conseguiucontrolar?Desesperoeraivaardiamdentrodela. r f e i t o isto? Por que ela não
Elaolhou para o chão ao redor
desaparecido.Elasedeucontaquealguémahaviapego. do corpo de Al. A lâmina havia
peitodele.Luzbrancailuminavasuasmãos,comosepequenaslâmpadas
CassielcorreuemdireçãoaocorpodeAl.Eleapertouaspalmasno
comuma expressãopreocupada.
estivessemgrudadas em suaspalmas.Mas,depoisdeumtempo,aluzse
apagoueelavirouorostoparaDevon
— Ele não está morto, mas está severamente ferido. Precisamos
levá­loparaRafaelimediatamente.
Kara observou enquanto Cassiel ergueu o corpo de Al como se
pesassemenosqueumapena.ElepassouporKaraeocarregouparafora
datenda.Elenãoolhouparae
DevoncaminhouatéKara.la.
— Vocêpagarápori s t o , Osolhosdelereluziamperigosamente.
aberração.Nãomeimportocomoqueos
não
diasestãocontados.
arcanjosfalamsobrevocê...vocêéperigosaenãoconfioemvocê.Seus
Kara
respondeu.Devon chutouareiacomsua
rostodelacomela.EntãoeleseviroueseguiuatrásdeCassiel. botae acertou o
Kara limpou de s
tremer.Davidcorreuatéela. i a areia vermelha. Ela não conseguia parar de
estasKaraeramolhava
as fixamente
mãos de uma suaspalmas
assassina. abertas
Ela as eesticou
fechou em os dedos—
punhos. Ela
Avoz
tremia.—E...eletinhaumalâmina,umaLâminadaMorte,David.Euv
delaera trêmula e ela não tentou esconder isto dele. — Elei. —ia
esfaqueá­lo com ela.
Davidsegurouamãodelaeaapertoudelicadamente.
— Estátudo bem.Acreditoemvocê.— Eleestreitouosolhos.—
Ondeestáalâminaagora?
Karabalançouacabeça.
—Eu...eunãos
penteouocabelocom e i . Sumiu.Juroqueeleportavauma!
David ficou quietoseusdedos.
por um instante.
—Istoquer
Ele soltoua
dizer quenão
mãodepodemos
Kara e
maisconfiar
demônios em
espiões ninguém.
há na A DCD
Legião? foi
Agora violada.
mesmo Como sabe
temos quantos
problemas
maiores...sem afaca, ninguémvaiacreditarnagente.
—Istoéruim...nãoé
fariaElacomejálahavia , David?—ElaseperguntouoqueaLegião
. pisado na bola antes, mas isto era o pior. Ela não
pensavaqueelesseriamcompassivosdestavez.
—Sim.Istoérealmenteruim—Davidrespondeu.
Capítulo9
Julgamento
Kquandoelapassavaacaminho
ara se sentia como uma abominação.
paraacâmaraRostosdoaltoconselho.Anjosda
franzidos sussurravam
guardaespreitavamnasportas,observando­a.Eracomoseelaestivesse
marcada novamente. Mas, desta vez, era muito pior,ela constatou. Ela
haviaquasematadoumanjo.Elaeraumaaberração.Ummonstro.Elase
indagavaseverdadeiramentepertencia a Horizonte. Aberraçõese anjos
elementalfaziajuntoscomaqui.queelaQualquer
nãovivem dofossequequalqueroutracoisa.Elatorceu
se sentisseespecial,única,masagora
quantoeradiferentedetodososoutrosanjos.Aprincípio,terumaparte
sentiamaiscomoumaassassina ela se
a decisão deles,ela sabiaagora
paraqueoconselhoacreditassequetinhasido um acidente.
Kara se arrastou do oráculo, com a cabeça baixa. Elaesta dese
atrás
lembroudorostosorridentedesuamãequandoelavinhabeijarat
Kara antes
constrangida, de ela
mas i
no r para
fundo a escola.
ela adoravaKara
i s t o sempre
. Elase se esquivava,
lembrou da
sentia
encantadora
pelesempre
dolorosamente
vozse arrepiava.
de suasaudades
mãeSeucantando
peitose
desua mãe.Como
canções
apertou, dee elaEllaelasepoderia
Fitzgerald.
deucontaque
salvarSuaa
almadesuamãe?Asmodeusamataria—etudo
— Venha, senhorita Clara. Não preste atenção era culpadela.
neles. — disse o
não pode ser desfeito...jáviisto muitasvezesaristnatle.s.—.
oráculo. Os pésdescalçosdelecaminhavamsobresuaboladec
masvaipassar.Nãosepreocupe.
Oqueaconteceu
Osrostodooráculosecontraiuemincontáveisrugas,enquantoele
sorriacalorosamenteparaela,comosefosse
olhava
continuourevivendooseventosdentrodesuacabeça,desejandoqueela
paraochão enquanto caminhava, comumauvapassa.MasKara
oslábios selados. Ela
houvesse
esfaquear se controlado,
David, ela haviaoupelo
visto. menos
Raiva avisado­os
inundou seu da
peito.faca.
Sua Al i
partea
matar Al. A força elemental que fluía dentro dela tanto parte dela
elementalhaviaagidoporcontaprópriaparaprotegerDavid.Elaqueria era
quanto
consciência ela era dela — eles eram uma entidade
matar. deque tanto elaquanto a forçaelemental tinha vontadede única — e ela tinha
Elaeraumaassassina?Quemeraela?
eencontrar osolhares de repulsa que se espalhavam pelos rostosda
Legiãoenquantoelapassava.
Elamanteveacabeçabaixa.Nãotinhaconfiançadeolharparacima
Risinhos alcançaram seus ouvidos. Devon
portademetal.EleestavacercadoporumgrupodecampodaDCD.Kara estava paradona grande
reconheceuseusuniformesnegros.Ela se indagavaporquantotempoela
continuariavestindooseu.

sussurrou Eu lhe disse que
havia um paracheiroKara.repulsivo você
— Eu devocê. pagaria por i
nunca gosteiEeudeestavas t o , aberração.
você ecerto!sempresoube — ele
Você fedequea
resmungavam
—Edestruída! em—consenso.Karamanteveosolhosbaixo.Ahumilhação
erademaisparaaguentar.
serádemônio.Vocêserábanidaparasempre!Oumelhora
le. . eletinha
Osseus comparsas balançaramas icabeças nda. . asuaalma
enquanto

— Uma Lâmina umaLâminadaMorte!Euv


da Morte? — Devon r i u i
. . —Karagritou.
— Você ouviu i s t o ,
rapazes? Ela disse que viu um Lâmina da Morte. — Kara recuou
enquantoseuscomparsasriramhistericamente.Elafechouospunhos.
aberração.
— O quê?—Eleolhou
Devondeurisinhos. furiosamentesoco?paraQuerme
Vocêvai medarum Kara,commatarseustambém,
brilhandoameaçadoramente.—Entãoondeestáalâmina,hã? olhos
Karanãorespondeu.
—Estácerto—continuouDevoneeleavançouperigosamentepara
Kara — não há lâmina. Você inventou i s t o , garotinha
pensequeoconselhovaiacreditarnasmentirasquevemdabocadeuma estúpida. Não
traidora.Vocêestáferrada.
reconheceu.
—Sim...você já era — disse umdos anjos homens que Karanão
—Aberração!
lourocomprido.Ela —
riu disse uma
deKara. anja incrivelmente bonitacom cabelo
—Demônio!
Kara lutou para controlar o seu tremor. Ela não queria que eles
vissemquantoaspalavrasdelesaafetavam.
Emummovimentosuave,ooráculomanobrousuagigantescabola
decr—Movaagora!Mova.Oconselhonãovaiesperar.—E,comi
istal, atravessandoogrupo.Elegesticuloucomasmãosnoar. sto, o
oráculoabriuagrandeportademetal.
Elederrapoualtoenquantorolava nacurva.Ocheirodeconcretoear
paradoatingiuonarizdeKara.Elaabaixouacabeçaeseguiuooráculo
pela porta. Mas assim queela saiu daentrada alguém tropeçou nela,e
de barriga comoumafaca.
silênciosombriodacâmara
Karacaiuduro com um tumsealto.O somrasgou através do
Karaergueuacabeçalentamentee
virou.Devonestavaparadona
porta.Seuscomparsassereuniramatrásdeleeriamcomoumgrupode
chacais.Ele
mármore,
pelopescoço.ergueu o dedo indicador e fez um movimento
Oh,puxa! —Agrãosdebola adecristal
——Porfavor,fecheaporta,oráculo—disseumavozestrondosa.
Oh,puxa!
esmagandopequenos reia. O oráculo passando­o
chãode
roloupeloenvolveusua
elase
pequenamãoaoredordagrandemaçaneta
Pequenosespamosirromperamportodoocorpode
levantava.Ela tentava controlar osnervos. A câmaraKara,parecia
de cobreefechouaporta. enquantoser
exatamente comoelase lembrava.Ela estavaem
comumdomodevidro,atravésdoqualentravaluznotopo.Océuazul umagrandesala oval
claroelevouumpoucoseuânimo.
Elavoltouaatençãoparaoconselho.Osarcanjosestavamsentados
aoredordeumamesanegraemsemicírucloquebrilhavasobaluz.
choque de concordava
paraosrostos
desmaiasse.Elatorceuporcompreensãodele.PareciaparaKaraquetodo
o conselho
Elasabiaqueeladeviaparecerumatolaparaoconselho.Elaolhou
verdeles.Seteexpressõessombriasa
o rostocomfranzido
Devon.deEsteUrielpoderiaquaseencararamde
serfezo meucomúltimovolta.O
que diaela

aqui,elasussurrouparas
Uma tosse suave i mesma.
chamou sua atenção e ela foi atingida por uma
tremenda gratidão
se súbita.
oar
segundadeumavintenadef
ânguloaoredor Jenny, Petere David
não estavam
Jennybalançavamsobreaprimeirafileira.EPeterfezjoiaparaelacom
osolhos.Karatambémsentiaistotambém.
polegares.Mas
David levantoueapertouasmãos
dacâmara,como
desafiador sentados
ileiras debancosdemadeiraqueestavamem
assentosdeumaarena.As de
deles ocultava o medopernasdeseus na

com vai aoredordoencostodobancode


madeiradafrente.Elefez aboca ficarbemparaKara.
fileirKarareconheceuosarcanjosCassieleGabrielsentadosnaprimeira
a, dolado opostodeseusamigos,Elesestavamconversandoenão
conselho.
olharamparacima.
Ela caminhou
Osom desuas
para obanco
botas ecoaram
solitárpelaio diantedos
câmara. Elamembrosdo
pensou que
enloqueceriacomosilêncio.Omistério fazia comquesuapeleeospelos
desuanucasearrepiassem.Finalmente,elachegouatéobanco edeu
passodiantedele.ElaergueuosolhoseencontrouoolhardeUriel. um
— Encontramo­nos novamente, Kara Nightingale
comsuaincomumvozmusical.Seucabelomarrom­escurobrilhavasoba — disse Uriel,
luzdizerquenãoéemboascondições.
suave que vazava do domode vidro acima.— E me entristeçoem
elasentiuoseucorpopesar um pouco. As palavrasdeUrielreverberaram
Karaabaixouosolhos.Elasesentiatonta.Asalacomeçouagirare
emumacadeirasendoarrastada nochão chegouatéela. Elaergueuoolhar
seusouvidos.Oqueiria acontecerconsigo,elaseindagou.Osomde
novamente.
— O conselho foi informado de uma certa situação. — O traje
douradodeUrielbalançavaenquantoeleselevantou,ondulandoatéseus
tornozelos,comopequenasondasdouradas.—Todossabíamosotipode
volta
riscoqueestávamoscorrendoaoaceitaralguémcompoderelementalde
tinha
utilizáaonosso
este­lo anossofavor...quetínhamosalgoquepoderíamosc
poderindomável
mundo.Na verdade,assim
dentro de si, acreditamosquepoderíamos
que confirmamos oquevocê
ntrolar. .
algomaispoderosodoqueosdemônios.
Urielparouporuminstanteefitou amesa.Eleolhouparacimade
novo.— Tínhamos grandes expectativas sobre você, Kara. Pedimos ao
arcanjoCassielparaajudaradesenvolverecontrolarseustalentos.Nunca
pensamosquevocêpoderiamachucaroutroa
—Maseunão tinhaintenção!Foiumacidente!—Karadisseantes njo. .
—Atéqueinvestiguemosesteassunto,sinto em informá­laquevocê
quepudessesedeter.
Urielergueuamãoparaqueelasecalasse.
nãopertence maisà DivisãoContrademônio.Vocênãoterámaisacesso
ao nívelcinco.Portanto,vocêserádespojadadeseut
prisãodosanjos,oTártaro.VocênãoserámaisumaguardiãdaLegião. í t u l o ebanidaparaa
Você
alguns não
o f i cterá
i a i s contato direto
designados e oscom anjos
carcereiros.em Horizonte
Deste momento a não
em ser com
diante,
KaraNightingalevocêestáexiladaebanidaaosconfinsdoTártaro.
acidente!Juroquenãoqueriaf
—Oquê!—protestouKara.Acabeçadelagirava.—Masfoium
erir ninguém.
— Istonão éjusto — gritouJenny atrás Aliadela,eesfaquearDavid.Ela
sóoestavaprotegendo!
Somostestemunhas!Vimosoqueaconteceu... Karase virou.—
—BASTA! — rugiu
partículasdepedracaíramsobreKara. Uriel. A câmara tremeu. Poeirae pequenas
ElesevirouparaJenny.
—Vocêsóépermitidaaf a l a r quandoforconvocadaparai s t o . Outra
manifestação comoestae você serálançada
claro?— Sim,arcanjoUriel.—Jennybaixouacabeçaesesentou.Karae paraforada câmara. Está
Jennytrocaramsorrisos.
—Oque vocêtem paradizer em sua defesa,Kara Nightingale? –
perguntouUriel.—Oconselhoestáansiosoporumaexplicação.
Kararevirousuamente,relembrando os eventos.
— Foi um acidente. Juro. Eu... eu estava tentando
poder... se você preferir chamar assim... e nada estava acontecendo. convocar meu
Cassielmedisseparatentaretentaracessarasemoçõesquesentidurante
asHouveumadiscussãoentreDevoneAl.EntãoviumaLâminadaMorte
vezes quefuncionou. Entãoeu estava tentando... e David apareceu.
namão de Al.EleestavaindomachucarDavid.
— Então apenas... aconteceu. Apenas aconteceu. Não queria
machucarninguém,
Elaolhouparabaixoantesdecontinuar.
omeu juroquenãoqueria.Maseunãopodiadeixarqueele
ferisseKaraolhounosolhosdoconselho.Dúvidaseramrefletidasdevolta
amigo.
paraeElala,deuumpassoadiantee
semcompaixão.Elesnãoacreditavamnela.
tentoupareceromaissincerapossível.
Seulábioinferiortremia.
demim. PrecisoNão éjencontrá­la.
precisoserautorizadanaLegiãoparaencontrara
elaprecisa
comigoagora.Porfavor.
—Juroparavocês.Nãoqueriafazeri usto. stVocês nãoalmadapodemminhamãe...
o. Foiumacidente.Porfavor,
fazeristo
—Ondeestáalâminaagora?—Urielolhouparaelacomsuspeitas.
Karaseencolheuebalançouacabeça.
—Eu...eunãos
juroquev i . e i . Sumiu.Nãoconsigoexplicari s t o . Maseuav i ,
— Já
abominação! ouvi o
interrompeu. UmA vozdele suficiente as mentiras
demônio queestavamentee dela! — O arcanjo
cheia tentade desgosto. Zadkiel
nosenganar—Elaao mascarar
éuma a
umagarotinha.Nãoacreditonela!
Karasentiuumadoraguda comaspalavrasdele.Oestômagodelase
contraiu. fracassado com suamãe. Como ela aalcançaria
agora?—Eu...eEla u.havia. eusintomuito—Karagaguejouerecuou.—Foium...
Elebateuopunhonamesa.SeudedogiganteapontavaparaKara.
—Eu
infiltrando­se sempre
nos soube que
sentimentos você
dos era
nossos uma
irmãos traidora!
e Sorrateiramente
irmãs... como uma
ladrananoite.
—Basta, Zadkiel. Precisamos investigar este assunto mais
detalhadamenteantesdefazerqualqueracusação—disseoutroarcanjo
comcabelosruivoscacheadoslongos.
—Vocêsemprefoimuitomolecomela, Camael.Vejoagoraquea
Zadkieltremiaderaiva.
criançaoenfeitiçou.Imundíciedemoníaca!
Karaseencolheu.
discussão.—Nãosouumdemônio!—elagritounovamente.
—Nãosouumdemônio—elaresmungou.Elaergueuavozsobrea
olhoscintiliavamcomraiva.
Zadkiel seinclinou sobre a escrivaninha e olhou para Kara.Seus
—Vocêéumacriadedemônio!—Elesilvou.—Vocêdevemorrer!
Do
David.Elepareciatãoconfusoquantoe e encontrouos olhos de
que ele estava falando? Kara sela.virouEledeudeombrosebalançou
acabeça.
Relutantemente,KaraolhouparaUriel.Nãohaviaternuranosolhos
dele.— Oqueisto querdizer?Nãocompreendo?—Agargantadelase
apertou.Urieluniuasmãos.Rugasprofundascruzaramsuatesta comocouro
lugar.
grosso.Eleficou em silêncioporuminstante,comsuaatençãoemoutro
Finalmente,elerespondeu.
—Não poderíamossaberdistoantes.Nãovimososs
Mas Não i n a i s . . atéque
elesserevelaram. agoraestamoscertosdisto.
elemental...temo...nãoéangelical. háerro.Suaparte
—Karaouviususpirosatrásdela.Elaosignorou.
Oque você quer dizer,não é angelical? Eu pensava que os
elementaiserampartemortaleparteanjo?
—Sim —respondeuUriel—normalmenteéesteocaso.Mas,com
você...não é.
—Nãoentendo?Oquevocêestátentandodizer?—Elasentiuum
mistodefrustraçãoemedocrescendodentrodela.
— Traçamosa sualinhagemmortalpormilharesdeanos,masnão
encontramosnadaligandoqualquerumdosseusancestraismortaisaum
anjo. Temos todos os registros de cruza entre mortaise anjos, mas
nenhum...nenhumúnicoeventofugiudenossosregistros.
dele.QuandoeleolhouparaKara,elaviuumapontadetristezanosolhos
—Vocêselembra
rosto.Osolhares
instante,elarespondeu. de
Ochoque destasdedesdém seupai,Kara? surpresa.Ela franziuoum
conselhoKaranãodeajudavam.Depoisde
palavrasdopegaram
oqueaminhamãemecontou.Oquei
—Não...naverdadenão.Elemorreuquandoeutinhacincoanos...é
sto temaver?
—Oseupainãoeraumhomemnormal.Naverdade...elenemera
homem.OqueixodeKaracaiu.
—O quê? O quevocê
era está dizendo?
OrostodeUriel inexpressivo. meu paiestámorto.
comoseeleestivessevivo?Eulhedisse,o E por que você está falando

rastrear Não, receio que elenãoesteja.
podíamossaberdesteplanoparaseduzirsua O seu
mão
o que ocorre m Horizonte. Não temos porque pai é um demônio.
só Não
conhecimentoconseguimos
sobreo
Submundo.Oreinodosdemôniosestáforadonossoalcance.
squeomeupaimortaléumdemônio?Nãoacreditonisto.Aminhamãe
aberiKaraapertouasmãoscontraacabeçaedeuumarisadanervosa.
—Espereumpouco.Deixe­meverseentendi.Vocêestámedizendo
a. . elanunca.Além
emortal.Nâodemônios. disto,vocêdissequeelementaissãoparteanjos
—Urieldesviouoolharporuminstanteantesderesponder.
Alguns demônios costumavam ser anjos...anjos caídos,
corrompidos e famintos por poder,
capazesdecruzaremcomumamulhermortal. maus e impiedosos... e bastante
queriapodervomitar.
AcabeçadeKaragirava.Elalutoucontraavontadededesmaiare
mortal...eumelembrodele.
—Istoéimpossível!Nãopodeserverdade!Eu...euvifotos,eleé
Urielseinclinouparafrente,comorostoinexpressivoeduro.
seupaidemônioem
muitopior. um corpomundano.Temoquesejaaverdade.Masé
—Asfotosquevocêviunão eramde umhomemmortal...mas do
Urielcontraiuoslábioseapertouassobrancelhas.
— Acreditamos que ele cruzou com a sua mãe mortal, porque ela
seriaacriaçãodealgoúniconosmundos.Algoquenuncavimos.Asua
morte foi planejada com este único propósito. Ele esperou que você
morressenaesperançadepodercontrolaroseupodermortal.Vocêéa
— Maso planodeletinhaumafalha —Urielprosseguiu—elenão
criaçãodomaispoderosodosdemônios.
previuquevocêjátinhasidoescolhidapara se tornarumanjodaguarda.
EntãoeleaperdeuquandovocêveioparaHorizonte.Elenãosabiaquem
vocêeraatéqueoencontroucaraacara.Foiquandoeleareconheceu...e
oseupoderelemental.Aindanãotemoscertezacomoelepretendeusá­la,
époristoqueprecisamosdetempoparainvestigaroassuntocommais
profundidade.
—Vocêé,acimadequalquerdúvida,umacriança elementalnascida
Karaabriuaboca efez aperguntacujarespostatemia.
depaismortaledemônio.—Zadkielinterrompeu.
Os omeu pai?—Avozdelaecoounacâmara.
—Quemé
olhosdeUrielseencontraramcomosdela.Eleficouemsilêncio
porumtempo.
—Asmodeus.
Capítulo10
Tártaro
KaraedifíciodoAltoConselho.
estava depésobre umaUmabrisa cinza de concretoao redordo
seurosto.Asuamenteestavaanestesiadaeseusmembrossemoviampor
plataforma
leve erguiaocabelo sobreo
contaprópria,comoum zumbivagandopelo mundocom
esmagadanolugardocérebro.Elapiscou.Elanãoconseguiaselembrarumaabóbora
decomotinhacaminhadodoconselhoatéazonadepouso.
Elaconcluiuquei s t o nãoimportava.Oconselhoahaviacondenado
portraição
Tártaro—onde ou menos. Eles tinhamcomovotadoumsombriocalabouço,
fariamcomeles.ElaimaginavaoTártaro
—maiselesmantinhamtraidoresantesdedeterminaremoque
em confiná­lano
ondecarecasgordossuadosaguardavam para torturá­lanopotro.Ela os
visualizouenquantoamarravamosmembrosdesuasvítimascomcorda
aopotrodemadeira,ecomoelesvirariamamanivelafazendocomquea
cordapuxasseosbraçosdavítima.Eventualmente,comumaltosomde
ruptura,osmembrosseriamarrancados.
Nãoimportava,dequalquermodo—oqueelesfariamcomela—
elanão eraespecial, comum domde poder elemental. Ela era uma
abominação—Asmodeus,afilhadosenhordosdemônios,oinimigoda
Um tênue somsto.
Legião.Aalmadesuamãemorreriaporcausadela.
nadaparaevitari Eelanão podiafazer
de bater de asas interrompeu a cadeia
pensamentos.Doispontosnegrossurgiramnocéucomopipasapanhadasde seus
numacorrentedear. Elesseaproximaramincrivelmenterápido.
Karatinhadecobrirosolhosdetodaapoeiraeareiaqueseergueu
asasparareduziremavelocidadeepousaramnaplataformaaoladodela.
aoredordelaquandoduaságuasdouradasgigantesbateramsuasenormes
Assimque
gigantescos deguerra,Karaelasdeuuma
metal.Correntesprateadascombrilhantespingentesazuiscomformasde
intrincadosdesenhoscircularesinscritosdelesecomgrandespeitoraisde
opóse
pássarosassentou, usavam boaolhada Como
capacetes denelas.metalcom
estrelasbalançavamebatiamemseuspeitospoderosos.Seusolhos eram
deummarromdouradocomocaramelos,eseuspontudosbicosreluziam
Kara
comotinhalâminascertezadouradas.
que elasSuaspoderiam
garras arranhavam
arrancar facilmentea
o chão deplataforma.
concreto e
Elaseramidênticas.AáguiaqueestavamaispróximadeKaravoltou­lhe
osolhoseelarecuou.
Umoráculorolousuaboladec
—Bem,
conselho. r i s
deu t a l emdireçãoaKara.
um
aqui estamos.— EleOslheguardas datímido
agradecidaporseromesmooráculoqueatinhaescoltadoatéacâmarado
levá­la para oTártaro. prisão sorrisoe Kara ficouvão
chegaram.Eles
Osolhos de Karase fixaram em suas garras gigantes.
delaKaraseindagouseelasubirianascostasdelaseascavalgariacomose
se apertou. Penas douradas farfalhavam nos peitos Oestômago
enormes dos
pássaros, como uma sedacintilando sobaluz. Elas eram magníficas.
fossemcavalos.
Aságuas abriram as asas e subiram no ar com grande força. Kara
cobriuseuombrod
dochão.Ela olhouiparareitosentiu
saiu do caminho.Ela ela foierguida
.baixoeviuooráaculoolhandoparacimapara
Eantesqueelapudessereagir,
umapressão quando umaenorme garra
eentãodesapareceucompletamente.
la. No instante seguinte, ele era estava pequeno como uma formiga,
seuspunhos,masquandoelaviuoquãoaltoelesvoavam,elapensouque
eramelhorpararantesqueeleficassebravoedeixassequeelacaísse.Ela
Karabalançavaaspernaseacertouasgrandespatasdopássarocom
nãoacreditavaqueanjospoderiamsobreviveraumaquedacomoaquela,
céu Elasazul semoviam
mesmosendoimortais. apenasporrápido.nuvensAs cidades
nívelseispassaramborradasporelas.ElogoKaraestavaimersaemum
perfeito preenchido
surpreendemente fofinhas. Asdo
brancas flutuantes
águiasfizeramumamanobraemergulharamemumaparededenuvens.
Anévoafaziacomquesuapeleformigasseeaumidadeapegava­senela
palmoàsuafrente.Comcadabaterdeasasdopássarogigante,Karaera
aguardouqueistoterminasse.
tornou
açoitada
como roupas
comoporumaummolhadas
nevoeiro
poderosaretiradas
espesso
lufadacedoedeKarademais
vento.maldaElaconseguiu
secadora.A
fechouosenxergarum
névoa
olhosese

Oarperdeusua
cercada umidade
céu e , quandoKaraabriuosolhos,elaestava
novamente por azul.Elanãoconseguiadistinguirporquanto
tempoestavamviajando.Pareciamserhoraseelaseindagavaquandoi
acabar.Ouisto faziapartedapunição?Serarrastadaparatodoosempreria
porentreumturbilhãodenuvensporumgigantescopássaroraivoso.
Um objeto voador surgiu na v i s t a . Eraa única estrutura em
queaságuiasaestavamlevandoparal
quilômetrosdecéuaberto,comoumnavioperdidonomaraberto.Parecia
á. Aoseaproximarem,elapodia
queera umcubo gigante. Esta devia ser a prisão.Elasentiu sua
verúltimagotadeesperançaesvaindo­se.
Eraum enormeblocodeconcreto
noafofinhas,comouma
r, surrealmentedestoandodocéu semjanelasouaberturas.Flutuava
azul perfeitocomnuvensbrancas
nave espacialalienígena.
Parecia uma entidade morta e desabitada esperando
fonte vital de seus prisioneiros. Dele não brotava vida alguma. Nempara sugar a
mesmoaluzdosolerar e f l e t i d a . Fediaaóleoemofo.Ospelosdeseu
corposearrepiaramemedoapreencheu.Eraumlugarondeosespíritos
Aságuas manobraram paraa direita e mergulharam em direçãosto. ao
EeraondepertenciaKaraagora.Oconselhohaviagarantidoi
vinhamparamorrer,umcubonegrodedesolação.
asas, asumatábuasolitária
como águiasmergulharamdeumna pequenaplataformaquadradaquesaíada
meiodoenormecubo.Umapequenaparte da paredeseabriueseergueu,
navio pirata.Comumúltimo bater de
imensaprisão.Asgarrasdaáguiasesoltaramdeseusombroseelacaiu
comumaltoruídonasuperfíciedura.Aplataformatremeu,enquantoas
águiaspousaramgraciosamenteaoladodela.Elaqueriaqueelastivessem
proporcionado­lheumpousomelhor.Umadaságuiasinclinouacabeça.
—Poraqui.—Avozdaáguiaeraprofundaesoavaestranhamente
humana.Kara não podiaevitartão claramente.
équeelapodiaarticular­se de olharparaseubico,indagando­secomo
pensouconsigo.
—Poraqui—aáguiarepetiu.Umpássarodepoucaspalavras,Kara
se levantou.Umaportacom
alturElaa, grande o bastante para que asno águias mínimoquatrometrosemeiode
passassem, estava aberta
diantedela.Elanãoconseguiaveratravésdela—apenastrevasdooutro
lado.Elaseesforçouparanãotremer.Nãoqueriaqueosguardasvissem
ocabeçaerguida.
tamanho domedo dela. Kara caminhou
Assim que ela atravessou a entrada, pequenos orbes verdesem direção à portacom a
apareceram,
sombria iluminando
paraqueKara asparedes
conseguisse negras com
veratravés suficiente
das luz
trevas.Kara verde
sorriu
diante do odordeóleoedofedornojentodoscocôsdepássaro.Elase de sua
lembravadet
mãe, mas i s e
t r
o sentidoumcheirotãohorrívelnaoficinamecânica
cem vezes pior. Após terem passado pela porta, a
plataforma tremeu, virou­se e girou. Com um derradeiro rangido, a
plataforma de concreto sefechou atrás
Aságuiasempurraram KaraparaAsesferas
novamente,comoumgigantescoblocodeLego.
forçando­apeloscorredoresescuros.
Karavisseumpoçonegrosemfimdiantedela.Não dela.O Tártaro estava íntegro
frentecombrilhantespermitiamque
seusbicos poderosos,
masaquinãohá
cairianoabismo.Elacomeçouaentrar
—Mas... em
nadasobreoqual eu haviacaminho.Ela
pânico. possacaminhar?
As águias empurraram Kara novamente nas costas
passosadiante.Blocosderochavoaramdecimaedebaixoeseuniram e ela deu dois
sobseupéparaformarumapassagemdepedra.Atémesmonastrevas,
Karapodiaveraspedrassaindodasparedeseplanandoumasobreaoutra
diantedela,predendo­secomoumquebra­cabeça.
Kara deu uma olhada no poço debaixonãodela.sobreviveraumaqueda
morta,massentiaqueoespíritodelapoderia
nastrevasimpenetráveis.Quetipodelugaréeste? Ela poderiajá estar
Aságuiaspararamdeempurrá­la.Elaestavadiantedeumagrande
pensou.Elapodiaverumaúnicaaberturaretangularnotopodaporta.Era
porta esculpida apartir da impenetrável rocha negra — sua cela, ela
grandeosuficienteparapassarumamão,ouparaalguémespiarl
Nãohaviamaçanetanaporta. á dentro.
Um dos pingentes das águias começou a brilhar intensamente, até
Comumaltorangido,aportaseabriunasdobradiças.
quealuzbrilhoucomoumaestrelinhabrilhanteeKaracobriuosolhos.
Karasentiuapressãocontrasuascostasnovamente
paradentroda câmara. Elaselevantoueolhourapidamente eelafoijogada
ao redor.O
quartotinhaotamanhode um
Aáguiaolhouparaelaefalou:
banheiro.
— Nemdesperdiceseutempopensandoem escapar.Nenhumanjo
oudemôniojamaisescapoudoTártaro.Sevocêpular.. aatmosferada
transição.Você
Terravaidestruí­la.SemVega,oseucorpoangelicalnãosobreviveráà
morrerá enão retornará.Émelhor que você se sente e
torçaparaqueoconselhosejacomplacente.Rezeparaqueasuaestadia
— Mas eunãofiz nadade errado —Kara suplicou.
aquisejabreve.
A—Éclaro um passo para trás e seu pingente começou a brilhar
novamente.Comumsolavancosúbitoaportadefechou.Umalufadade
águia deuquenão.Comotodososoutros.
armofadosoprounorostodeKara.
Umaáguiaapareceunaaberturanotopodaporta.
— Já vianjos apodrecerem
Vocênuncasairádaqui.—Oolhodesapareceu. neste lugar, esquecidos pelo conselho.
Karacorreuparaajanelinha.
—Espere!Quandooconselhotomará uma decisão?Ei!
Semresposta.
sombras.Kara Elaas isouviu
tia consternada e as istasiu águias
um estrondoenquanto aos blocosdesapareciamnas
girareme se
soltaremdocaminho.Asrochasvoaramedesapareceramnastrevas.Kara
ouviuruídoseestalosvindodocaminho.Elaesperouencostadanaporta
atéElasearrastouparaumcantoecaiucontraaparededepedra.
queElaencarou
não ouvisseas paredes
mais nada.depedra
Elaficoucinzasozinha no silêncio macabro.
escura que a cercavam. A
únicafontede
corpo.
quarto.O na empedradura,eum
arranhandoDevezsilêncio
luzvinhade
quando,
mórbido elaouviugemidoum distante.Elasesentoucom
aoumpequeno
redordela por todooas
somorbelhe davadearranhão,comounhas
queflutuava
calafriosnomeiodo
costasencostadasnasuperfícief r i a dapedra,encarandoogloboflutuante.
AsuamentevagavaparaaquiloqueUrieltinhad i t o . Simplesmente
nãopodiaserverdade.Elasentiuumamisturadeódioemedo—medo
meia­idade
estarusandosuamãe.Elaselembravavagamentedeumlindohomemde
dequeelarealmentefossepartedemôniomau—eódioporAsmodeus
com cabelo negro e queixoquadrado sorrindo paraa
bebezinha. Suamãetinha fotos deste homem por todo o apartamento.em
Karacresceuacreditandoqueeleeraseupaimortalquetinhamorrido
havia dito eradecarroquando
umacidente verdade, entãoelaelenão era um homem comum, mas
tinhacincoanos.Seoqueoconselho o
senhordosdemônios,omesmodemônioquehaviatentadomatá­la.
Kara ficou com raiva. A sua mãe chorava sobre esta foto — ela
amavaestehomem—estehomemquetinhamentidoparaelaeatraído.
Eacreditarqueeleaamava,masausouparaseupropósitodoentio.
agora Kara sabia a verdade. Ele tinha enganado sua mãe, fazendo­a
sido uma piada cruel, uma piada emKaraacertouaparedecomseu
punho.Elaselembravamuitobemdadorda
mesmatinhaderramadopelopaiqueselembrava.
tinhaUmlampejodefúriaaconsumiue sMasolitáragorapareciaque
umamãe,eas ilágrimasqueela
a mulher mortal
quemereciamais.
Karaamaldiçoouemsilêncio.Vocêvaipagarpori s t o .
—Ahã—umavozdisseatrásdaportadepedra—alguémchamou
peloserviçodequarto?
OqueixodeKaracaiu.Avozquevinhadaportanãosoavacomoa
dosguardas. aí?—
direçãodapequenajanela.
— Quemestá
Elaselevantounaspontas dosdedose viroua cabeçana
um perguntou Kara.
Houve quemmomentodesilêncio,então
pertencessea Parte dela
estavagemendoantes. avozfalou. temia que a voz
— Bem, cara Madame. Este éo seu cavaleiro em armadura
reluzente,minhadama.
AraivadeKaraadeixou.

louco!Você David —
não ela
podechamou estar— o
aqui!que você
Seeles está
o fazendoaqui?
apanharem... Está
você
provavelmenteficarápresonestelugarhorrívelcomoeu!Saiadaqui!
—Ei,estanãoéaboa­vindaque euestavaesperando.Estáferindoo
meuego—disseDavidatrásdaporta.
—Não,ésério.Vocêdevepartir antesquealguémoouça.Elesnão
Karadeuumarisada.
sãovocêchegouaqui?Nãotemchão?—Elasentiuuminstantedepânico.
dos pássaros mais amigáveis, sabe. Ei. . espere um minuto... como
—Nãosepreocupe,minhadama.Oseunavioaespera.
BOOM!
Kara caiu para t r á s enquanto
partículassesoltaramdotetoecaíramsobree a porta tremeu.
l a . Poeirae pequenas
fazendo?—David! Você está louco! Eles vão ouvir você!O que está
Outrograndeboom foi aresposta.
—Parat r á s ! —elaouviuDavidg r i t a r atrásdaporta.
portaPequenasfagulhasvermelhasdisparamdaporta.Elaspercorrerama
para cima e ao redor como veias vermelhas, até que a porta
estivesse completamente
olhavamparaela para
Elessaltaramcom expectativa. coberta por e l a s
atrásdaporta,umcarrocelesteflutuavanastrevas.David,JennyePeter
Kara.Elaesfregouapoeiradosseusolhoseobservousemacreditar.Ali,
explodiu.Fragmentosdepedraafiadapassaramvoandopertodorostode
aceladela . Aporta silvou, rachou e

umporvez.
—Oh,meuDeus,estelugarfede.—Jennyapertouonariz.—Tem
cheiro de cocôantigodepássaro... comose estivesseaquidesdesempree
elesesqueceramdepagaraempregada.
—Éumaprisão,lembra­se?—dissePeter,enquantotiravaapoeira
desi—. —NãoéoHilton.Nãoseesperaquesejalimpa.
Pessoal...oquevocê estãofazendoa. . —Avoz deKaraficou
presana
corpodoque gargantadela.
ela David apareceuatrás
umacuecasamba­cançãoazulcombolinhasbrancas.
Karasentiuumaestranhasensaçãodeformigamento dePeter
imaginavaserasensaçãoqueosanjosdeviamsentirse vestindo
emseu apenas
rostoe
corassem.Ela
botas dele davamnão conseguia
um visualdesviaros , e ela foimeiascapazeasde
engraçadoolhospara deeleDavid.As
esconderseusverdadeirossentimentosdeseusamigos.
— Com licença, minha dama — riu David, enquantoa flagrava
apontouparatrásdesi—requisitoucomopagamentoosmeuspertences.
olhandoparaele. Elesecobriucomsuasmãos.—Estecavalheiro—ele
—David deuum
Anuvem compasso para olado.
formaovalada docarro celeste comquatro assentos
azuis acolchoados flutuava atrás da porta. Kara imediatamente
reconheceuopássaropretoebrancoempoleiradonafrentedocarro.
— Sam! Comovocêseenvolveunisto?—disseKara.Eladeuum
passoparaoladoparat e r umavisãomelhor.
Opássaropulouedeuumapirueta.
—OnomeéSameonegócioévoar!—Eleergueuasasas.—Eu
Equandoeleconcordoucomostermosdomeupagamento...nósvoamos
estavaentediadoeoDavidaquitinhaalgointeressanteparameoferecer.
comoovento!
Kara apertouasmãosnacabeça.Elasorriu.
—MasNão
iOuçam.Vocêstêmconsigo acreditar que vocês foram
sto. estoufeliz.—Eladeixouosbraçospenderemaoseulado.— loucos o bastante para
de voltar.Seosguardasosapanharem,vocêspodem
ficar presos aquiparasempre. Nãopodem ficar. Realmente agradeçoo
esfdeiorço...masnãoqueroi s t o tambémnaminhaconsciência.Vocêstêm
r—Nãovamosemborasemvocê,Kara.—Davidabriucaminhoaté
.
ejuntos.
la. —Não,eles
—Vocêvemconoscoe
os não elesvão
—Mas guardas... nosver. vamostodosdaropédestacaixadet i t i c a
percebessem...nãofoi? vão—disseJenny.—Entramosaquisemqueeles
—Falandodosguardas,temosdei
porta.—Nãotemosmuitotempo.Temosdei r . —Peterdeuumaespiadapela
r .
tremer.Poeiraepedrinhascaíramdot
constatou
Comosefosseums
que o caminhoinal,deasgrandesparedesdepedracomeçarama
pedra eestava
to. Karacorreuparaaporta.Ela
se formando novamente.
Alguma coisa azul estava
estavamvindorapidamente. brilhando nas trevas —as águias— e elas
rápido!— Sevocês
— Ela apontou
estão planejando me liberElatar. torceu
para os guardas. . é melhorpara fazeremisto
que o carro
celestefossemaisrápidodoqueospássarosgigantes.
—Vamos,rapazesegarotas!Onavioespera!—Davidsaltoupara
dentro. O carro balançou
braçoparaKara.—Aqui...rápido!um pouco com o peso dele.
Elaolhouparaamãoaberta dele.Elasabiaqueisto eraloucura.ElaEle estendeu o
posto na prisão.ElatomouumadecisãoeagarrouamãodoDavid.Ela
sabia,nofim,queelesseriampegos.Maselaerainocente.Ehaviam­na
parao ladodele.
pulouJennyePeterpularamnapartedet rás.

abismo! Cuidadoagora—gritouSam.—Vocêsnãovãoquerercairno
—Paredefalar,pássaro,evamosdarnopé!—Davidapontoupara
trás dele.Osguardasestavamquasechegando.
—Segurem­se!—SamempurroucomoseupesoomancheemT.O
Elaolhou
estremeceue paraela ficouali,sobre
carro celestefoiacionadoeoimpulsolançouKarapara
baixo parao rosto sorridente dele.OcimacorpodeDavid.dela
paraforaepularparaumassento. e l e , pormaisuminstante,antesderolar
Ela percebeu com certa preocupação
disparandoparaastrevasabsolutas.Mesmocomoventoaçoitandoseuque o carro celeste estava
rosto,elaaindaconseguiasentirocheirohorríveldet
—Comoeleconsegueverparaondeestamosindo?—Karagritou, i t i c a depássaros.
apontandoparaopássaro.
OsolhosdeDavidestavamapertados.
—Nãotenhoideia!—elegritoudevolta.
cairiamnastrevas.
Karasesentiainquieta.Elesprovavelmentebateriamnasparedese
—Nãosepreocupe—gritouDavid.—Elesabeparaondeestamos
indo.Karaconcordou.
—Certo,i s t o fazcomqueeumesintamuitomelhor!
Elavirouacabeçaaredoreseucorpoimediatamenteficoutenso.Os
— Nãoestavamtão
guardas ir maisrápido?
que ela podia—Karasentiraslufadas
causadaspelaspedrasqueformavamocaminho.Elesseriampegos.
podemos perto gritou mais altoque de vento
Porum instante, osmedosurgiu
vento,eapontoupara guardas atrásnosdeles.olhos de David. Ele se inclinou o
paraSam.
— Ei, amigão. Você acha que consegue fazer esta coisa i r mais
rápido?
—Samdeuumaolhadaparaaságuiasgigantesnasuacola.
Apertem o cinto, senhoras e senhores! Esta belezinha voa pra
valer! uma guinadaparacimanumângulodenoventagraus,então
desseKaramaltevetempo para agarrarocintoantesque ocarro celesteuma
curva
enxergava fechada paraa
nestas trevas. esquerda.
Agora Kara
mesmo, não tudoentendia
que elacomo o
queria pássaro
era s a i r
daquelecarromaluco.
Comseusolhose s t r e i t o s , elaviuumaluzacima.Aoseaproximarem,
elaconstatouqueeraumapequenaabertura,grandeosuficienteapenas
parapassarumcarroceleste.
Davidseviroueapontou.
—Estaéaaberturaquefizemos.Écomoentramos.Nósaabrimos
comumaadaga.Abaixe­se!—Elegritou.
AcabeçadeKaraestavaentreseusjoelhos.Elasentiuumapressão
súbita. Então a luz brilhou sobre suas pálpebras fechadas. Ela abriu os
olhos.
céuazulElesestavamparafora.Elatemiaquenuncamaisfosseverolindo
novamente.Kara olhava parat r á s delesa cada dois segundos.
Masaságuiasnãoestavamemlugaralgum.Elesvoaramporpelomenos
umaElesavistaramoprédiodoAltoConselhoeelasentiuraivadentrodesi.
hora antes que finalmente passaram por sobre a cidade flutuante.
mantersuasurpresa.
——Estamos
Masnão fora! Conseguimos!— gritou Peter, mal conseguindo
escapamos do perigo ainda. Veja...
paratDuasrá dela.águias monstruosamente grandes voavam na direção deles. — Jenny apontou
Seuscapacetesdemetalreluziamsobaluzdos
abriam e batiam contraovento. Suasgrandes garras estavam abertase o l . Suasasaspoderosasse
prontas.Aterrorizada,Karaobservavaumadaságuiasdobrarsuasasase
mergulharnadireçãodeles.
—Façaalgo!Elasvãonospegare melevardevolta!
Davidapanhouumabolsanochão.
—Elesnãovãolevá­ladevolta.
—O
Karanãoestavaconvencida.
quevocêquerdizer?Se elasnospegarem,elasvão.
—Elasnãoqueremnospegar.
—Oquê?Vocênãoestáfalandocoisacomcoisa.—Karaencarou
David.
quebramosa
—Oqueeleestátentandodizer—interrompeuJenny—équenós
lei. . elesnãovãonoslevardevolta. . elesvãonosdestruir.
Kara ouviu Peter resmungar.
comoummíssel.Elescairiamparaamortese Ela observou
elaosa águia mergulhando
atingissem.
—Temosumplano?
—Eutenhoisto aqui.—DavidsacouduasadagaseduasPedrasdado
quenada.
Lua.—Nãoseisevãofuncionarcomaquelaságuias,masémelhor
Karasesentiahorrível.
—Esteéoseuplano!Vocênemmesmosabesevãofuncionar!—
seprecipitandonadireçãodeles.
Karajogouasmãosparacima.—Istoémuitoruim.—Oguardaestava
—Ei...espereumminuto?
sumiudev
—Ahhhh! Ondeestáaoutra?—Osegundoguarda
ista. —gritouPeter,apontandoparacima.
Masera
Asegundaáguia
tardedemais.gigantesechocoucontraocarrocelestecomuma
forçainacreditável.Asgrandesgarrasrasgaramocarronomeiocomose
fossedepapel.Karaeorestodogrupoforamarremessadosparaforado
carro,comoosbonecosdetesteemvídeosdeacidentedecarro.Ovento
uivavanoouvidodela,enquantoelasentiuc a i r .
Esteéofim,elapensou.Vamostodosmorrer.
Elasentiuumapertonobraço.Aforçadaquedaeratãointensaque
precisou
Uma de todaaforça
quemhaviaseseguradoaela. dela para virar
emanavamdeseubraço,comobolhasdeumapastilha a cabeça e
sensaçãodequeimaralfinetavaseucorpo.Pequenaspartículasver que era David
antiácidajogada
emdesintegrar,comoofluxodeareianumaampulheta.Fragmentosdocorpo
um copo. Os bochechas e a testa de David começaram a se
angelicalflutuavamsobreelesedesapareceramnaatmosferacomogrãos
desalderretendonaágua.
Kara olhou para Jenny e Peter. Ela
flutuandoatrásdelesnoarcomofagulhasdeumafogueira. viu um rastrode partículas
Elesnãoiriamsobreviverdestavez.
Pedaços do próprio corpo de Karaparacomeçarama
olhos.Elesestavamcaindorapidamente Terra, caindoseus
aatmosferadapassarpor
novemilmetrosparasuasmortes.
—Nãovamosconseguir,David!
A esperança deKara de
rápidoquantoocorpodelasumindonoa salvar a sua
r . mãe estava se esvaindo tão
—DavidapertoucommaisforçaobraçodeKara.
Vamos conseguir! —ele gritou mais alto que o vento. Parecia
como seDavid fosse evaporar
inclinouacabeçaparabaixo.—Veja! completamente a qualquer
Kara seguiu o exemplo delee olhou para baixo, com os olhos segundo. Ele
apertados.Uma enormemassa
eles.— Éooceano!Água!Estamossalvos! de oceanoazul turquesa estendia­se sob
—Senãoacertamosalgumailha. . vamosficar bem.
—Oquê?—Karagritou.
oterror de Kara, elesestavam sedirigindo para iumavre. grandepara
com montanhaserochasbastanteespessas.Elaolhouparacimapara
iJennyePeter.Elestambémestavamolhandoparaailha.Peterolhou
lha,Para—Ilhas.—Davidapontouparabaixocomoseubraçol
cima.Seusolhosestavamcheiosdemedo.OcorpodeKaraficoutenso.
Era culpa dela que eles estavam aqui. Se morressem agora, seria por
causadela.
—Kara...endireiteoseucorpoassim...—Davidapertouaspernase
osbraçoscontraocorpo.
imitavam.
Karafezomesmo.E,quandoelaolhouparacima,JennyePeteros
—Inclineoseucorpomaisparaaesquerda!Rápido!
KaraseguiuDavideseinclinouparaaesquerda,comoparaquedistas
ilhaseaproximandorapidamente.
água Ela nãoafiados.
fazendoumaapresentação.Porentreseusolhosapertados,elapodiavera
ou se chocariam contra rochedos tinha certezase
Eles tinhamacertariama
apenas
segundosantes
impacto. deacertar algumacoisa.Karafechou seusolhos para o
Masoimpactonuncaocorreu.
Elasedissolveuemmilharesdeluzescintilantesaoatingiraágua.
Capítulo11
AFugitiva
Karae
desconfiado esforçar paralnai comJennyePetercasose
de sedoelevador
Eleshaviamcombinadodeseencontrarema
Davidtiveram
adeixá­los descer Orientaçãononível
persuadirem o babuínoum.
separassem.
milhares de Levaria
anjos um tempo até
recém­nascidos encontrarem
que aguardavam seusnaamigos
f i l a , entre
mas os
Kara
sabiaqueasmultidõestambémsignificavamqueeraolugarperfeitopara
fugitivoscomoelesseesconderem.
tinhacertezamaisondeelaseencaixava.Tinhaficadofelizdesetornar
DesdequeelaretornouaHorizonte,Karasesentiarejeitada.Elanão
umanjodaguarda,eaindamaisquandodescobriuquetinhahabilidades
únicasqueoutrosguardiõesnãotinham.Ela era diferente.Amentedelasto
vagavadevoltaparasuavidamundana.Escola,amigos,família,tudoi
eramuitomonótono.Elanuncasentiuqueseencaixavaeesteconstante
sentimentodequefaltavaalgosempreaoprimiu.Finalmente,quandoela
acreditava importânciaistoareal.
possibilidadedesetornarumanjodaguarda.Salvandoalmasmortaisera
acertounacara.Literalmente.Elaselembravadeficarempolgadacoma
mundoAgoraasua
otrabalhomaisimportantequealguémpoderiater,elapensou.Salvaro
Importavaparae
humano
ter realmente
la.contra demônios
encontradomalignos
o queestavatinha procurando,

situaçãotinhamudado.Karasabiaqueoseupapelcomo
umaguardiãnuncamaispoderia sero mesmo,nãodepoisdoque ela fez.
Elatinhadeseconcentraremsalvaraalmadesuamãe,semimportaras
consequências.Salvaraalma,elarepetiaemsuamenteconstantemente.
Orestonãoimportava.
Ela observava
dele,quebalançavam David
para — a mandíbula dele estava contraída
le. Istonãoerahorade r
expressãodeleeraintensa.Osolhosdelavagavamparaosombroslargos
seesforçouparaignorarseussentimentospore
frenteeparatrás.Ocorpodelaformigou.Ela et ea
pensamentos românticos,
compartilhado de uma conexãoela dissereal noparamundosi mesma.
angelical,Elese Karahaviamse
indagava
encontrado por que
David tinha sido
naTerra,onde tãoo intensa.
amor Por
não era que ela não
proibido,e pôde
onde t e
eles r
poderiamterficadojuntos?Karaestremeceu.Oquequerqueocorresse
comelaagora,elanãoqueriaqueDavidpagasseporseuserros.Jennye
bagunçadela;elaqueprecisavalimpartudoi
Petter nãodeveriam se meter em problemassto. também. Isto era uma
Elaabriucaminhoporentreamultidão,ficou nas pontasdosdedose
procurousobretodasascabeças.
—Eunãoosvejo.
extremidade
— Vamosoestepordoaqui.magistral
— Davidsalão.conduziu
As filaKaras dosatérecém­falecidos
a parede na
ficaram mais rarefeitas alie agora era mais
multidão.Davidencostou­secontraaparedeecruzouosbraços.f
—Vamosesperaraqui—eledisse.—Teremosumavisão melhor, á c i l enxergar porentrea
dequalquermodo.Ponhaocapuzsobreasuacabeçaumpoucomais...
possoveroseurosto.
Karasegurouas bordasdocapuzeaspuxouatésobreonariz.
—Melhoragora?
—Perfeito.
Karamexianamangadesuablusa.
—Nãoqueroquevocêseenvolvanestabagunça.
—Davidinclinouacabeça.Eleficouquietoporuminstante.
Étarde demais para isto.Além disto, eu gosto de quebrar as
— Estoufalandoa sério,David.—Karabalançouacabeça. —A
regras.Fazcomqueeumesintamortaldenovo.
— Somos seus amigos. Eamigos apoiamter oseudestinoemminhas
situaçãoéruim.Esóvaipiorar.Nãoquero
mãostambém...deJennyedePeter.Nãoachoqueconsigoaguentari
uns aos outros. Eu snãoto.
podiadeixá­laapodrecendonaprisão.Nãoeracerto.—OrostodeDavid
secontraiuemumsorriso.
rosto.Senãofosseporseusamgios,elaaindaestariatrancadanoTártaro.
Karadesviouoolharenãorespondeu.Elaabaixouocapuzsobreo
Elaseindagouporquantotempooconselhoadeixarialá.Elanãosabia
restantedosguardiões.Elafranziuocenho.
seindagou quais outros calabouços secretos estariam escondidosdo
comoumlugartãohorrendocomoaquelepodiaexistiremHorizonte.Ela
caminharamlentamenteparae
Depois deumas duas horas,les. Jenny e Peter surgiramna multidãoe
ombro.—Nósavistamosalgunso
—Ei,pessoal—surrurrouJenny.Elaolhoucasualmenteporsobreo
ficiais procurandoporvocê,Kara.Não
podemosf i c a r muitotempoaqui.JáseespalhouportodaaLegião.
— Ótimo. Vocês pensaram que eles tentariam manter isto em
Karacontorceuorosto.
—Infelizmente não —interrompeuPeter.Eleajeitou osóculos.—
silêncio?—Elasesentiuinquietaeolhouparaamultidão.
Eles estãocomnãodeveria
supostamente ter escapado... eOúnico
bastante raivadevocê. lugardeIstoondefaz vocêcom
você escapou.
queelespareçamserfracos.
—Eagoraestãoenfurecidos.—Jennydeuumsorrisomaroto.
—Ótimo—disseKara.Elasejogoudenovodecostasnaparede.
ser—...outracoisaparaadicionarnalistaderazõespelasquaiseudeveria
morta.Eles nunca vão acreditar em mim agora. Os inocentes não
da prisão.bem... você fugiu. Você nãoteve escolha. — O tomde
fogem—Sim...
Davidestavaficando
são mais alto.—Todossabemosque você éinocente...
eelesKaraacertouacabeçacontraaparedeatrásdela.
estúpidoeobstusosdemaispararepararemnisto.
—Bem,vocênãoreparou?Nãoimportaoquevocêspensam.Oque
importaéoqueoconselhopensa.E,agoramesmo,eunãopassodeum
demônionosolhosdeles. . umdemôniomau.
algummodo.
—Paracomi cabeça. Temos de provara sua inocênciade
nãoémá.Aquelesidiotasqueestãosentadosodiainteironascadeirasdo
conselho têmmerdasto.na—Davidfranziuocenho.—Vocêsabequevocê
Karasesentiureconfortada com aternuranavozdele.
—Alémdisto,comomaisprocuraríamosporsuamãesevocêestava
trancadadentrodeumgigantescocubodeRubik?
Karafitouochãoenãorespondeu.Elatentavaselembrardaúltima
conversa com sua mãe.Ela esperava que fosseuma
nãoconseguiaselembrar.Elasabiaqueoconselhonãoi boaconversa,mas
eraaúltimaesperançadesuamãe...tinhadefazeralgumacoisa.
— Ouça—disse Jenny—meuamigobatedorachaqueele ria ajudar.Ela
localização da almadasua mãe.
—Oquê?Onde? tema
—EmParis.
KaradeuumpassomaispertodeJenny.—EmParis!
—Shhh!—Jennyolhouporsobreoombro.—Tenhacuidado.Há
espiõesportodososlados.Depoisqueeletentaramesfaquearvocê,você
nãopodeconfiaremmaisninguém.
Raivabrotounoi n t e r i o r deKara.
—ElesencontraramaLâminadaMorte?
Peterbalançoua
—Não. cabeça.
Nãoachoqueelestenhamprocurado.Elesnãoacreditaram
você,Elesnãoacreditaramemmim,pensou Kara. Não era umasurpesa.
emElaeraumdemônioparaelesagora;asalegaçõesdelaeramumaperdade
Kara.
tempo.
mãostrêmulas.Ela fechou os punhos para que os outros não a vissem com as
—Então
emParis? a alma da minha mãe
preencheuovaziodentrodela.—Mas...Pariséimensa.Sabemosonde está em Paris. — Esperança
Vocês — terãoEunãode i conseguiria
r l á eseencontrarcom obter esta e informação
l e . sem a t r a i r suspeitas.
lhespassaremosasinformaçõesdesdedentro.
Horizonte
— De—qualquer disse Peter.mdo,—éFicaremos melhor quecomJenny os ouvidos
e eu bemfiquemosematentos e
— O
estremeceuao seusebatedor
lembrar disse
da quem
essência estava
angelical prendendo­a?
deTom — Kara
desaparecendo
dentro da boca aberta da
sobrevividoaosanguenegroácido? nova raça.
Jennyolhouparaosladosantes defalar. Como poderia suamãeter
—Não.
j á
algumacoisa. Comoeu disse,nãoconseguiobtermaisinformações.Eue
PeterKaraestamossendoobservadosporCassiel.Achoqueelesuspeitade
concordou.
—Tudobem.Esteéofuropeloqualeuprocurava.
profundamente.—Elesestãousandoaalmadelacomoi
—Você sabe que éuma armadilha, não sabe? — David sca. Vocêsabe suspirou
Não me importo.Tenho de tentar.Não posso mesentar aquie
disto—K.aradeudeombros.
esperar
fazer algo.queascoisasaconteçam.Elaspodemnuncaacontecer.Tenhode
DavidtocouoombrodeKara.
—Voucomvocê.Vocênãopodet e r todaadiversão...
—ALIESTÁELA!PEGUEM­NA!
duzentos
recém­mortos
cabeça
erguendo­seemtoda
peito
Umgrupo
paraquilos
poderoso
tráesdeerugiu.
estava comseusKaradiretamente
comsuaestatura.
seupontiagudosdentesamarelos,empurrando­se
apontavam
primeiros­oficiais egrandes
lpodia verbraços
es.KaraEleabriram
podiacomcaminho
rosnava,
oparabrilho
musculosos.
ouvirasa
Kara.suaspernastraseirase
revelando
em pelaUmseusltasElemultidãode
gorilacom
inteligentes
batidasem
fileirasde
jogou a

olhosnegros.Entãoeledeuumsaltogigantesconadireçãodela.
Kara ficou petrificada, como um veado pego pelos faróis de um
carro.Ogorilaatravessouamultidão,derrubando­acomopinosemuma
pistadeboliche.
—Saia daqui!—JennydeuumempurrãodascostasdeKara.—O
meudistração.Vá!
David
batedor vai encontrá­la. Vá para Paris, apresse­se! Vou criaruma
agarrouKarapelobraçoeapuxoucomelaenquantocorria.
Elaouviuumagrandecomoçãoatrásdela.Elavirou acabeça. Jenny
pulavanoa
—Vejam!r , balançandoosbraçosegritando.
Éo Elvis!Eleestáaasli! —A multidãoseprecipitoucomo
umaondaenormeeKarapôdever cabeçasdosoficiaisdesaparecerem
nabagunça.
Masogorilacontinuavavindo.Elepulavaporsobreasmultidõesde
anjos e vinha
estavamfixosemKara. com
Davidpuxou Karapelamão.um ruído ensurdecedor. Seus olhos predatórios
escritórios
Eles correramno
—Poraqui!
da Orientaçãosentidoaté umnortepela
corredor. Elesmultidão esquinaaose
virarame umachegaram
pararam
numa diante
placa de de uma
néon porta com
iluminada: aparência
Divisão dede antiga.
Oráculo Estava
nº escrito
745­5678,
Orientação.Davidabriuaportasemh e s i t a r .
UmhomenzinhocomcabeçobrancoestavasentadosobresuagrandeKaraoseguiadeperto.
boladecristal.Ele
bufante roçava aspontas folheavaospapéisemumapasta.
dosdedõesdele. Ele olhou paracima Suabarbabranca
quando
elesentraram.
—Oh...olá!Estavaesperandoporvocês.—Elelhesdeuumsorriso
gelasabiaqueogorilaestavaperto.Eladeuumpassoparat
entiKarasoltousuamãodadeDavid.Ochãovibravasobospésdelese
l. —Porfavor,fechemaporta. rás efechoua
porta. Ela
correndopore não l atinha
. fechadura. Ela rezou para que
Elaseaproximoucuidadosamentedooráculo,olhando o gorila passasse
porsobreoombroparaDavidemcadaoportunidadequetinha
— Oque você quer dizer que estavanos esperando? — ela
Ooráculouniu asparamãoscomentusiasmo.
perguntou.Elaolhou David,quedeudeombros.
—Eu previisto! Devoajudarvocêsaescapar!Queeletrizante!Não
me divirtotantoassim emmaisde milanos!
Ele começou a girar
gigantedandovoltascomoumpião. sobre os calcanhares, com a bola de c r i s t a l
—Achoqueooráculoandoucheirando...—Davidesfregouonariz
—..—entende,né?
Sim!Sim! Sim!— exclamou o oráculo.Ele rolouaté a
espirrou no chão.oposta—doEstouajudando
extremidade escritório.Eleumabateufugitiva. napiscinaQuenoencantador!canto.Água—
Eleagarrouabarbaeajogouporsobreoombrod
umaserpentedepelúcia.
Davidfungoueergueuassobrancelhas. i r e i t o , comosefosse
—Definitivamente,elecheiroualgumacoisa.
porta—Ouéumaarmadilha.—Karasesentiuinquieta.Elaolhouparaa
atrás deles. Ela ainda estava fechada. Nenhum oficial. Nenhum
gorila.Ninguém.
—Armadilha! — expressou o oráculo. — Um despropósito.
Rapidamenteagora! Eu previi s
logoparaprocurarporvocês.Eaquelegorilat t o . . os primeiros­oficiaisestãochegando
e r í v e l . Vai deixaromeu
escritóriofedendo...ohpuxa! me
escrivaninhaeagarrouumamochilaverde.EleaentregouparaDavid.
Quase esqueci!— Ele rolouparasua
— Armas —disse
lâmina.Karacaminhouatéooráculo.David,enquantoabria amochila e puxavauma
—Porquevocêestáfazendoisto?Porqueestánosajudando?
—Porqueéacoisacertaaserfeita.Éoquetem deacontecer.Eu
Ooráculoficouquietoporuminstante.Elesorriu.
previ i
seguirão. s t o . . você
Você tem
deve deira
i r a P a
Paris.— r i s . . éo
O começo
oráculo dos
gesticulou eventosquese
as mãos
impacientemente.
chegando! — E é melhor você i
DavideKaracorreramdebraçosdadosparaapiscina.Elespisaram r rapidamente! Eles estão
na borda. David jogou a mochila sobre os ombros e agarrou a mão de
Kara.Karadeuumaolhadamomentânea paraooráculo.Eleestavasobrea
boladecristalsorrindocomsatisfação.
— Obrigada — Kara sentiu uma grande afeição pelo oráculo. Ele
acreditavanela.
Karae
—Aurevoir!—Ooráculoacenou.
Davidmergulharamnaágua.Umsegundodepois,elestinham
desaparecido.
Capítulo12
Paris
KtrajesM. de humanidade
ara e DavidA ondacaminhavam aoredorde ladelesera
pela Avenue Motte­Picquet emseusao
indiferente
sobrenatural.Eles passaram pelosmagistraisedifíciosde pedra
compessoastomandocaféefalandonocelular.Karasorriu.Carroscompactos marrom
pequenas cafeterias e lojas de souvernis que estavam cheios de
corriampelaruaedesapareciamnotráfego.Osparisiensesxingavamos
jovensemscootersqueziguezagueavampelacalçadadeparalelepípedo,
haviaestado emlugar algum da Europa. Isto era totalmente fantástico.
derrubandocadeirasemesasaopassarem.EKaraadoravaisto.Elanunca
no coraçãodacidade.EKara
Atémesmoofedordecocô de cachorroedolixodasemanapassadanão
estragavamoseuhumor.Elesestavambem
se alegravacomseuesplendor.
Elaqueriaqueestivessecomoseut
queesperar r a j e dasérieM­5.Elanãosabiao
sabia,obterumM­5.Elestiveramsortedeteremconseguidoescaparda
Orientação.
As etalvezprecisassedesuaforçaextra.Seriaimpossível,ela
angelical.irregularesparedesescurasdoTártarovoltaramporuminstanteà
sua mente.ElaUma estremeceu.
celadegeneradaNuncaquemaisqueria
sugava suavoltaralegria,paraquea prisão
ria e
Como oconselho pôdepô­lanaquele lugar?Porque Gabrielnãoa
observava­odefinhar.
defendeu? Eledeve ter acreditadonela.Kara suspirou. Peter tinha dito
queestavaprocurandopore
o Alto Conselho estava muito bravo. Ela se indagou
la. Provavelmente,concluiu.Elaeraumacriade se a Legião
demônio. Tinha certeza
Os postes M,como
procuraremporelanaTerra.
apeledeseutraje que haviam enviado alguns guardiões
pouco.ALualançavaumasuaveluzsobreacidade.Umabrisasuaveroçava
de bronzeumapeletocandoumbraço.Elarelaxouum para
tinham ostopos de ferrocurvados que
segurando
pendiamemesferasovaisdevidro.Pareciamvelhoshomensdeformados
laternas. A rua estava cheia de vida e lotada com turistas e
locais.Eleschegaramaumespaçoabertocomcarrosestacionados.Mesmo
sobaluzdalua,Karaconseguiadistinguirasáreasverdese
bemaparadosdeumgrandejardimalémdoestacionamento.Parisafazia osarbutos
serecordar
sentiafalta desuacidade.
dos prédios envelhecidos do velho porto de Montreal.Ela
causadonovoapelidoquetinhadadoaKara.
— Porque você está rindo, presidiária gostosa?— Davidriu por
Karaoempurrou.de me chamar — UmaEstousúbitaondadet
Paris.Semprequisviratéaqui.—Eladeuumaolhadaparaacidade.—
Éinc—ríveParel. Temtantah istória.assim. sorrindo porqueristezaestamosem
ainundou.
—Minhamãei r i a adorari s t o a q u i . . comovamosencontrarobatedor?
— Seilá.Jenny disseque ele nos encontraria.Acho quetemos de
Davidcoçouanuca.
andandoatéqueiosstmortaisvagando
ficarKaraolhoupara o aconteça. pelasruas.Elaestudouosrostos
deles.— Podeserqualquerpessoa.Hátantagenteaqui,comodiabosele
vainosencontrar.
—Acabeideencontrar.
Kara deuum pulode susto. Avoz veio de baixo. Ela
umaenormecabeçaquadradaeorelhascaídasolhavaparacimaparae
baixo.Umcachorropequeno,comespessopelobrancoecastanhoecom
—Oquê? olhou para
la.
grosso Vocênuncaviuumcachorroantes?—disseocãocom
pescoço havia uma coleira vermelha com bolinhasAobrancas.
papadadependurava­seatéembaixo,combabapingando.
umtomsarcástico.
Grossasdobrasdepeleseenrolavamsobreasobrancelhadele.Sua
redordeseuEle
tinha uma cara amassada com um focinho
mandíbularevelavadentinhospontudos.Karapercebeuqueelenãotinhapreto amassado, e a sua
rabo.
dcãofalaraquinaTerra.
izer.—. osprimatasem
Eu... eu não estavaHorizontefalam,masnãoesperavaparaverum
preparada para ver cão um falando.Quer

suspeitem,Por favor,
sobrancelhaesquerda. tente
Cães f a l a r baixo... não
não é? falantes não existem. — O cão ergueua queremos que os mortais
Davidseajoelhoudoladodocachorro.Elesegurouacoleiradele.
—Eestacoleira?Vocêéumcãomenininha?—Davidolhousoba
barrigadocachorro.
Ocãosesentou.
— Sou um
parasermaispreciso. cachorro
Karaolhoupara David. macho, muito obrigado. Um buldogue inglês,
—Eupensavaqueosanjosbatedoresfossem...comonós.
—Nóssomosanjos...só quenãoemformahumana.Precisamosnos
Ocãosoltouumrosnado.
misturar sem a t r a i r suspeitas.Minhapequena
levaemuitoslocaissemserpercebido. psique e graciosidade me
O cachorro coçou atrás da orelha com
balançouacabeça.GotasdebabavoaramsobreacalçadeKara. sua perna
— Nojento.—Elachacoalhouaperna enão ousoutocá­la.Ela de t r a s e i r a . Ele
umchutedebrincadeiraemDavidquandoeleriu.
Ocão olhouaoredorantesdefalarnovamente.
—Achoque
prosseguirmos coméhora
estadeencontrarmosumlugar
esclarecedora discussão. maistranquilopara
Os mortais estão
começando
comigo.— a
Elereparar
inclinouque
suaalguma
cabeçaemcoisa não está
direçãoa um totalmente
grupo normal
demortais
olhandoparaelescomoscenhosfranzidos.
arepartiu,rebolando,comoumpavãoorgulhoso.
—Agora...sevocêsmeseguirem.—Obuldogueergueuacabeçano
—Esteéummundocão.—Davidriueseguiuocachorro.
Kara correu para o lado de David. O buldogue saltitavano meio
deles.Elemalatingiaosjoelhosdeles.
—Então...qualé o seuumnome,batedor?
vozbaixa.Elasemprequis —perguntou Kara,com a
cachorro.Umbuldogueinglêsnuncaseria
aquãoengraçadinhoseleseram.
sua primeira escolha, mas ela também nunca havia se dado conta de
Davidsoltouumagargalhada.Elebateunaprópriacoxaedesatoua
—ÉThor.
rir. — É sério? Você não pode se chamar Thor! Se você fosse um
aífuncionaria. Mas nãoassim...
dinamarquêsouumsãobernardo,ouatémesmoumdobermangrande...
—Assimcomo?—Otom
deThoreraperigoso.Elerosnou—Não
seenganecomomeutamanhinho,David.Sim, eusei quemvocêé...eela
também. Ouvi tudo sobre
conversaemaiscaminhada.Poraqui.vocês dois, e muito mais. Agora... menos
haviaEnquantocaminhavam,Karacomeçouaf
ElesseguiramThoremsilêncio,mascomsorrisosnacara.
apenas dois desfechos possíveis paraaicasuabusca. r nervosa.Elasabiaque
Ou era uma
armadilha,
provavelmente ou a alma
nãoera desua mãe
umaopção estava
— realmente
nunca seria a l i
tão. A última
simples,
aconteceriaseelapusesseasmãosdela na Mas
especialmente seenvolvia Asmodeus. almadesuamãe.ALegiãoa ela se indagou o que
deixariavoltar?Não,elanãoacreditavan i s t o . Eladecidiuquedepoisque
lprovasdaLâminadaMorteparalimparoseunome.Elanãoqueriavoltar
idar com a questão da alma da sua mãe, ela ainda teria de encontrar
paraoTártaro.
Thor atrásasconduziu
finalmenteparaumagrandeclareiralevandoaumexuberanteparque.Ele
sesentou deumagrandeárvore.
para o norte pela Avenue Emile Deschanele,
—Devemosestarbemaqui.—Elecomeçouacavarfreneticamente
umburaco, equandoumacama
interior, comosefosse estava fundodecachorro.
o bastante, ele se acomodouno
Karasesentoucomaspernascruzadas.
— Jenny nos contou que você sabia onde estava a alma da minha
mãe?Estáemalgumlugarpróximo?
Thordeixoualínguapenduradadeumladodamandíbula.
Kara seencurvouparafrente.
—Sim.
—Oquê?Onde?Diga­meondeelaestá!
— Vá comcalma,garota.—Thorolhouaoredor.—Elesestãocom
árear
elanaTorreE
estrita. Elaestásendoguardadaportrêsdemôniossuperiores—e
if el. Elaestá notopo,passandoosrestaurantes,emuma
farejei algoamais—algomaishorrívelenojentoquejamaisfarejei.
ajoelhando­se.—
— Podemospassarcomot
Isto não deve u r i
sers t a s enosi
muito n f i l t
complicado. r a r a l i —disseDavid,
Você sabe se a
—Comovocêpodedasfazeruma
almaaindaestáviva?
Kararecuoudiante palavrasdeDavid. perguntadestas!
——Precisamossaber.Podeserumaarmadilha.
Aalma está viva — disse Thor, concordando com sua cabeça
quadradaenquantosuasorelhasbalançavam.—.
umaarmadilha.Noentanto,éaalmamortaldesuamãeeelaéumadas . etenhocertezaqueé
fosseaalmadaminhamãe...eui
alma
seuspoderes.
guardiãsde suamãe
escolhidas.
MasparanãoNãotconcordo
ráseis. Nãoqualripodemos
acoméláabuscar.
grande
a decisão
deixarcomoção
daqueLegiãode
elesa
por sualevem.Se
deixar
causa ae
KaraficouComttinhasentada
armadilha.
aguardando,
escolha.Elanãodeixariaasua umamãemorrer.
serfitando o chão. ElaMasAgargantadelacomeçouase
rêdes demôniossuperioreseprovavelmenteumanovaraça
armadilha. sabia que nãoera tinhauma
tinhaela certezaque
apertar.Dependiadelaagora.Elaselevantouelimpouat
—Tudobeme n t ã o . . vamos. e r a dacalça.
— Adoro uma mulher que assume
Davidexibiuseusdentesperfeitos.Desejobrilhouemseusolhos.o controle.
Poruminstante,Karaseperdeunosolhosdele.Omundoao redor É muito sexy. —
delaestavatãoperto.Elasabiaquebastavaesticaramãoquepoderiatocá­lo.
sumiu
se eelase sentiu às sóscom
Elamortalformigoueelasentiuumcalorseespalhando Davidao
lembroudotoquedoslábiosmaciosdelenosdela.Elafechouos lado emdela. Oseu t
seuinterior. Eler a j e
olhos
acontecere forçou
agora,elaas emoções
se deu conta. de sua asmente.mãosIstoem punhos
para foraEla fechou não poderiae se
virouparaoutrolado,masnãoantesdeverumolharmagoadosurgirno
rostodele.
Elescaminharam pelo duChampsde Mars, no sentidonorte pela
Thorpareciaestarenojadoelambouonariz.
às perfeição. Mesmo à noite, Karapoderiaporafirmar
AvenueAnatoleFrance.Elescaminharam vastosgramadospodados
queestavam bem
cuidados.As folhasdas
deumamelodiamusical. árvoresfarfalhavam com sussurroscomonotas
frente As perninhas
do grupo. de
Ele Thor
fazia caminhavam
com que rapidamente,
Kara pensasse mantendo­se
em um na
tenente
liderandoseussoldadosparaabatalha.Elasorriu.Elanãosabiaporque
eleaestavaajudando,masestavaf e l i z mesmoassim.
Então aTorre Eiffel surgiu diante deles em
comoumapirâmidepreciosadeprataeouro.Eramagníficaegigantesca.
Iluminadapormilharesdeluzes,elabrilhavacontraapaisagemdeParis toda sua glória.
Opassodelesseacelerou.
Quandoelesatingiramabase da tor e, Karaergueuacabeçaeolhou
paracima.Eralinda.
EntãoKaraseinquietou—aalmadesuamãeestavaemalgumlugar
ali. Vendedores enfiaram camisetas, cartões­postais e réplicas em
miniaturadaTorreEiffelnacaradeles.Davidosespantou.
—Hátrês plataformasnaTorreEiffel...—Thorsussurrou. Espuma
brancaseformavanoscantosdesuaboca.Karatevedeseinclinarpara
...vocêquer chegarao terceiro.Ede
detopo.Vamospegarasescadasatéoprimeiroelevador.Precisamostrocar
frenteelevadores
paraouví­loclaramente.—
no segundo nível parachegarmos na plataformadolá,
pegamos as escadas para o topo. O horáriode visitação está quase
acabando,temosdenosapressar.
Karaolhouparaamultidãodet
eseempurrou
dasescadas. para
Após alguns minutos
—Venha—gritouKara. u r i s t a s ansiososesperandonocomeço
de espera, Karaas mãosnof
passosparacimadatorre.Elaapertou
cima.Karafitavaapirâmidedeescadasdeferro.Ao
finalmenterio corrimão de metal
deuosprimeiros

seuredor,elaestavacercadaporvigasdeferrogigantes,graciosat
queuniaosquatropilarescomo uma t e i a dearanhadeferro. r e l i ç a
Ela
virou. ouviu
Thor um
estava som
com de
as arranhar
patas atrás
arreganhadas dela, então
na um
escada de plop. Ela
metal. Elase
conseguia
pegou o cão.ver queEle aserapatinhas
surpreendentemente
dele não alcançariam.
pesado eElaelase oinclinoue
segurou
sorriuporentreasdobrasdofocinho.
confortavelmente em seu colo como um grande sacode batatas.Ele
— Elepodia perder umpouco de peso— Davidriu.Ele deu uma
encaradanumalindamorenaqueroçouneleeKaraestreitouosolhos.
—Porquevocêestáparadoaí?Vamos.—Elatentoumanteravoz
delaconstante.NãoqueriaqueDavidpercebessecomooolhovagabundo
deleaafetava.Masoapanhousorrindoparaelaantesqueelavirassea
cabeça.Assim que terminaram de subir os trezentos degraus — Kara os
camiseta de Kara.juntoscom algunsturistas mortais. Elesnão pareciam se
contou—elesfinalmentechegaramaoprimeiroelevador.Todoselesse
espremeram
incomodarcomoamigodequatropatasdelesquebabavatodosobrea
Kara e David saltaram
solavanco,entãoparou.David do primeiro
segundo. Eles evitaram falar deixouque elevador
os
umcom outro.O e se dirigiram
mortaiselevador ao
saíssem primeiro,
deuum
entãoeleeKarasaíram.ElaouviuDavidsoltarunspalavrões,equando
elaolhouav
UmmardeluzesbrilhavaláembaixoetodoaoredoratéKaraperder
ista, entendeuporquê.
aquosos
franja deKara
de vermelho,
deseurosto. e prateado.ao Uma brisamorna afastou
devista.AsluzescintilavamebailavamnoSena,comofogosdea
douradoElaolhou rtifíciao
enquantocasaissebeijavametiravamfotos. redor.
Thorolhouparaelaerosnou.Eleinclinouacabeça.Karaseguiuo Romance enchia o ar
olhar dele para uma porta no f i n
paraDavid,queconcordouquetinhaentendido. a l da plataforma. Ela deu uma olhada
últimost
Eles uficaram
ristas partissem.Finalmente,restaramapenase
perto da porta por um instante, e esperaram les. Começaram
que os
muitomaisescura.Apenasalgumasdasluzesdatorreestavammontadas
asubiraescadariacircularquelevavaparaaúltimaplataforma.Estava
elalhespermitia ver obastante para ondeestavamindo.
nasescadasdeferro.Umaluzsuavevinha da luaeKaraestavagrataque
Elacorreuparacima na escada deferro doisdegrausporvez.Thor
balançava em seus braços. No topo,
podiaouvirvozes.Umavozdemulher.Eladeuumpasso— uma porta estava entreaberta. Ela
—Espere—disseDavid,segurandoobraçodela.—Precisamosde
umplano.Nãopodemosi r entrandoassim—elesussurrou.
—Eleestácerto.—Thoresticouopescoçoefarejouaplataforma
acimadele.—Afinaldecontas,éumaarmadilha.Vocêprecisapensar
emalgoesperto.
Elefarejou oarnovamente.
—Hátrês demôniossuperiores...eeusintoocheirodeoutrac Kara. o i s a . .
algomaispodre.—Eleapertouofocinhoeolhoupara
Kara pôs Thor na pequena base de metal, agradecida por ter os
braços de volta. — Que armas temos? — ela perguntou com uma voz
baixa.Davidretirousuamochilaereviroudentrodela.
—DuasLâminasdaAlma.UmaPedradaLuaetrêsPedrasdeFogo.
—Nãoseráosuficiente.—Thorbalançouacabeça.
——Terádeser.Nãotemosescolha.
Evocê, cachorro? Virá conosco? — David olhou para o Thor,
enquanto entregava umalâminapara
quevocêconseguefazer?Latiratél á Karae
emcima? uma Pedrade Fogo.— O
—Temoquenãopossoajudá­losemcombate.Souumbatedor...não
umguardião.Vouaguardaroresultadoaqui.Esperoquevocêsvençam.
l—ateThor
ral damandíbula.
sesentou sobre as patas traseiras, com a língua para fora, na
—Caramba,obrigada.—Karafechouospunhos.Talvezeladevesse
terdeixado ocão nabasedator come. Elasentiuopunhodalâminafriana
palmadasuamão.Elaaapertou força.Fosseounãoumaarmadilha,
sabia quesenãotinhaescolha.Oquerqueestivessea
amorte, fossenecessário. li, elaenfrentaria.Até
—Vamosl á —disseKara.
—Logoatrásdevocê,gata.
Paris Karaabriuaportaepisousobreumaplataformaredondademetal.
estava toda iluminada ao redor deles, comoum campode pedras
preciosasbrilhantes.UmalufadadevendoempurrouKaradeladoeela
seequilibrou.Aplataformaerapequena,comumescritórionomeio.As
dentro.
luzesdoescritórioestavamapagadas,masKarapodiaverumasombralá
ElasevirouparaDavid.
— Ocara namesa,queestásentadoparado,édecera. . ÉGustave
Eif el. . estaéumaréplicadoescritóriodele.

enegras Isto é bastante perturbador. — David
prontidão.Aslongrassombrasdastravesdemetaldatorrecriavamt
scriElatórinooolhou
. chão.cuidadosamenteatrás
Karanão conseguiadoeenxergar deu uma espiada
scritório,paracomooutro no
asua adagaem
ladodoeias
escriGemidos—Karacontraiuorostoeseguiuosom.
tElacontornouoescritóriocuidadosamente.
ório. Thorhaviafarejadodemônios,maselanãoconseguiavê­los.
Um pacotejazianochão.
Primeiro,Kara
entãosemoveu. pensouqueumt u r i s t a haviaesquecido seucasaco.Mas
testa,Karaviuumrosto—umamulherjovem,comumcorteprofundona
esangueescorrendopelasbochechas.Seusolhosestavaminchados
eescoriados.
fazendoaqui? Alguém a havia espancado seriamente.O que ela estava
Algo
distância. brilhou no canto de seu olho, e Kara
brancapairavaemumfrascodevidronaplataformaaalgunspassosde se virou. Uma esfera
—MÃE!—Karagritou.Ela correuem suadireção;
—Kara...Não!—Davidtentoualcançá­la.
UmaondulaçãodefumaçanegraapareceudiantedeKara,comouma
parededeáguanegratremulando.
Elapulouparaolado,brandindo asualâmina.
Aparedecintiloueserachou,explodindoemredemoinhosdenévoa
negra,comoumturbilhãodesombras.Umhomemcaminhouparaforada
parede. Kara jáhavia visto seucabelo branco platinadoe terno cinza
antes.
Capítulo13
FazendoumAcordo
Odestacavasobol
demôniosuperiorsorriu ao avistarKara.Suapelebrancapastosase
uar, comoumcadáverdeumasemana.Ele se precipitou
adiante
corpo e
dela ergueu a
balançassegarota espancada
como um pela garganta.
brinquedo. Em Ele
sua fez
outracom que
mao, o
ele
seguravaofrascodevidro.
Odemôniorosnou,expondopresasafiadas.Eler i u .
—Procurandoporisto?
Elebalançouajarra,comaalmaquicandonasparedesdesuaprisão
devidro.—Vocêétãoprevisível,KaraNightingale.Emuitotola. Sabíamos
quevocêv i r i a atrásdapatéticaalmazinhadesua mãe.
Karaobservouodemônio.
— Eu pensava que teríamos mais diversão com esta aqui. — Ele
apertousuamãocommaisforçanagargantadagarotaespancada.Kara
podiaouvirumtênuelamento.
RaivaferveuemKara.
—Deixe­ai r . —elarosnou.
Emsuavisãoperiférica,elaviuDaviddandoumpassoparaolado
dela.— Deixe­air. . éamimquevocêquer.Vamosfazerumatroca.Eu
pelavidadag arota. . epelaalmademinha mãe.
OsolhosdeDavidfuzilaramKara.
—Kara,não!—elesussurrou.
A fissura oscilou ese rachou novamente,e
superioressaíramdassombras.Osdoissorriramquandoaviram.Elesse dois outros demônios
separaram e
deixavamlongast caminharam
Karadeuumpasso pela plataforma. Suas Lâminas
paratrás quandoumdosdemôniosseposicionou
rilhas defumaçanegraatrásdeles. da Morte
àsuadireita.Ooutro,naesquerdadeDavid,mantevesuaposição.
Odemôniosuperiorlançousuacabeçapara trás euivou.
—Vocêtrocariaasuavidaangelicalporestaalmap
miserávelmulhermortal?Quetocante. a t é t i c a . . edesta
tommaisvermelhoenquantoeleaestrangulava.
Kara observou em horrorenquantoo rosto da garotase tornou um
nadireçãodele.
—Vocêquertrocarounão!Últimachance.—Karadeuoutropasso
—Últimachance?—odemônior
Elebalançouagarota comum i
trapo.u .
—Vocêquer umacordo?E seeu nãoaceitar?Oquevocê vai
fazer
fazer?Porfavor,esclareça­nos.
O
jogandodemônio
com e l a .superior
A boca zombou
da garota dela.
se Kara sabia
contorceu e que
tremia. elesKara estavam
sentiu
umat—er Seívelvocêtristenãoza porea deixar
la. ir, vou matá­los todos. — As palavras
soaravam estranhas
sentiumaisforte.Podia
ganhandoforça
Uma incomensurável saindode sua
aose alimentardesuasemoções.
Elaoprocurou.Eelerespondeu. boca. Mas,de algum modo,
sentirenergiaoseu poderelemental fluir através dela, elase

âmagoaguardava,pronta para de poder indomável


explodir.Eladeuoutropassoparafrente.dentro de seu
—Vocêéumagarotaestúpida.Meumestre me dissequevocêviria.
Eagoraterei asatisfaçãodeas istir asuareaçãoenquantoeuarrancoo
coraçãodestamortaledevoroaalmadela.
Elesevirouparaosoutrosdemôniossuperioreseinclinouacabeça.
demais...omestre
— Matem o aquerintocada!Oh,eaproveitemparaesmagaraquele
anjo etragam­na para omestre. Mas nãoacortem
malditocachorro.
Kara sentiuThorroçaroscalcanharesdela.Eleolhouparaelacom
determinação.
—Thor!Saiadaqui!—Karaempurrouobuldoguecomaperna.Ele
cambaleounadireçãododemôniosuperiorlatindoa
—Ataquem!—gritouodemônio. l t o .
Osdemônioslançaramseuataque.
David soltou um grito de batalha e correu para acertaro demônio
frente emKara.Masela
morte afrente. Ooutro estavapronta.Eladesvioualâminaparaolado
demônio superior arremessou uma lâminada
facilmente e seaprontou
outralâminadamortee para
cortou o próximo
noar massacre.O demônio
sobreacabeçadeKara.Ocabelo puxou
plataforma comuma
delaselevantoude metal. Comcorrente de
a sua lâminaar. Elaseagachouerolousobrea
da alma pronta, ela pulou,
esquivou­se e atacou no peito do demônio. Mas
movimentodela.Elevoounoar,evitandoalâminadela,girouecaiuna
frentedela.Umsorrisomaliciososeabriuemseurostobrancopastoso. ele antecipou o
Elelançouumbeijoparae
Umgritorasgounoarlanoturno.AatençãodeKarasevoltouparaa
.
garota mortal —a boca dodemônio estava escancarada demaneira
anormal.Dentesafiadoscomonavalhasbrotavamdela,comvenenojáse
Umador súbitasurgiu
espalhandopelocorpodela.
caiu. Uma lâmina da morte nopeitodeKara.Elacambaleouparat
estava fincada em seu abdômen. r
Rolos á s e
de
fumaçasubiamdela,ovenenojá estavaseespalhandoporseucorpo.
Elaagarroualâminaemsuamão.Queimava.Elagritavadedorea
arrancou.Maselapodiasentiroseucorposeenfraquecendo.Karatremeu
enquantoo venenoadevoravaatéoâmago,comoumcâncerdestruindoo
Mas haviaalgoamaisdentrodela.Karasentiuumcalorcrescer em
tecidosaudável.
seu interiparaor eo envolvê­la,
demônioaestavaprovocando,suspendendoocorpodelaacentímetrosde
primeiro frascocom como a almadesua
um cobertor
mãe,então
quentinho.
para agarota.O
Ela olhou
suagrandeboca,alimentando­sedomedodelacomosefosseumadroga.
Karapodiaouvirochocar­sedearmasatrásdela.Davidaindar e s i s t i a .
podersealimentavadeseuódioabsolutoaosdemônioscomoumanimal
mão,Karaselevantou.Segurandocomforçaasualâminadaalmaemsua
eladeixou ofluxo de energia elemental crescer atravésdela.Seu
esfomeado. Ela tentou tocá­lo, como uma luz no fimdo túnel.Uma
irradiaçãodouradaborrousuavisão.Seucorpotremia.
Odemônior i a . Agarotagritava.
Entãoumlampejodeluzdouradajorrou das mãosesticadasdeKara
eacertouodemôniosuperiorbemnopeito.
Gemendo,odemôniosoltouagarotaetombounochão.Elesoltouo
plataformapertodopédela.Ocorpodeletinhaconvulsões,contorcendo­
frascodevidrocontendoamãedeKara.Elecaiunochãoerolousobrea
seenquanto a luz dourada oenvolvia.
foi Ela brilhavacomo
damãode
eletricidadeaoredordele.Então,comumaltoruído,eledesapareceu.
Outrofeixedeluzdourada disparado Karaeacertou o raiosde
contorcidos,
outro demônioenquantosuperior.Ele brilhantesno foram
tentáculosfoi erguido ar, comdeflagrados
os membrose
envolveramocorpodelecomoumamúmiadourada.Odemôniosuperior
gritoueestourouemmilhõesdepedaçosbrilhantes,comodeslumbrantes
fogos­de­artifício.
braçoaoredordaferidaaberta.ElaolhouparacimaeviuDavidsobreum
O veneno da lâmina queimava no peito de Kara. Ela envolveu o
demônio
Sangue morto.
escorria Kara
da correu
bocae para
donarizdela.a garota. Elaestava
Hematomas caídano
pintavam o chão.
rosto
dela. Os olhos dela estavam fechados e Kara se indagou
morta.— Ei— disseKara,gentilmente.Elaacariciouorostodagarota.— se ela estava
Vocêmeouve?—Eladisse,commaiorurgência.
As pálpebras da garota se abriram e se fecharam. Uma mistura de
medoeconfusãoseespalhoupelorostodela.
—O...oquê?—elaresmungou.
Karafoitomadapora l í v i o .
—Vocêvaificarbem.Acabou.Estáàsalvoagora.
Davidseajoelhou
—Tudovaificar ao
bem.lado de Kara.
Osolhosdagarotasearregalaram.Elaosolhou,distante,então fez
umacaretadedor.ElaestudouorostodeKaraporuminstante.Então,
lembrando­sedoqueaconteceu,elarecuou.
—Eleserammonstros!Nãoeramhumanos!

ombros Está
e tudo
estudoubem.
o Eles
rosto se
dela.foram.
— — Kara
Ninguém segurou
vai a garota
machucá­la pelos
mais.
Acabou.OcorpodagarotatremiaaotoquedeKara.
—Queroirparacasa.Sóqueroir
Davidesticouo braço para casa.—Elachorou.
elevantouoqueixodagarotadelicadamente.
—SouDavid.EstaéKara.Qualéoseunome?
Agarotapiscou.Lágrimasescorriamporsuasbochechas.
—Christina.—Elalimpouonarizcomascostasdamão.
Karaforçouumsorriso.

levantar?Bem, Christina. Vamos levá­la
Cristinaconferiuseuestado. Elaconcordou. para casa. Você consegue se
Coma
—Achaqueconsegueandar?
ajudadeKara,Christinaselevantouese equilibrou.Eladeu
algunspassosincômodos,piscandoacadamovimento.
KarasegurouChristinapeloladoeaajudou.
—Nãosepreocupe.Vamosajudá­la.
Thor apareceu entre e l a s . Ele caminhava para frente e para t r á s ,
farejandooa r .
—Desculpe­me interromper... mas acho que estou farejando uma
coisa.
falar—! —OsolhosdeChristinaestavacheiosdemedo.
Ocachorro acabou de falar? Aquele cachorro feio acaboude
— Thor—Quemdeu umvocêestá
dobras.Cuspevooudesuaboca.
grandechamando
sorriso paradefeio?ChristinaTenhopedigree.Soulindo.
debaixode todas suas
KaraolhouparaDavid.
— Não se preocupe — ele sussurrou — a memória dela será
apagada.Elanãovaiselembrardenada.
—GraçasaDeus—disseKara.— Ok,vamostirar aalmadaminha
mãedaqui.
Kara soltouChristina.Aalmadamãedelaaindaplanavadentrodo
desua mãe. Elasemoveu em direçãoàesferadevidro.correu aalma
frascodevidro,incólume.Karahaviaconseguido.Elatinhasalvo
—Apressem­se,pessoal—exortouThor.Ele
plataformaemdireçãoàf
diante dele.Ele ergueu aiscabeça. paraabeirada
ura. Aparedenegraondulanteaindaseerguia
— Espere um minuto. Por que ainda
estáaberta?Algonãoestácerto. .
UmaltoruídoexplodiueThorfoiarremessadoparatrásnoar.Uma
criaturahorrendasaiudaFissura,sobol
sob aluz suave. Centenasdepatas comodeinsetos uar. Suacarapaçaúmidabrilhava
empurravam seu
longo corpo pegajoso retorcendo­se
arranhandoochãodeferrocomsuasgarrasafiadas, e enrolando­se em direção
comouma aela,
centopeia
gigante. Duas
extremidadedac cabeças
r i a t u r a . humanas
Elaenrolouo desfiguradas
corpo,paraquebrotavam de
asduascabeças cada
Kara. se
fitassem Suasbocasdistorcidas abrirameácidonegrofumegante
espirrounochão.SeusolhosvermelhoscintilavameKarapercebeuque
haviainteligêncianeles.
Christinasoltouumgritoedesmaiounochão.
Anovaraçaavistouofrascodevidro.Elaseinclinoueoapanhou
antesqueKarativesseumaoportunidade.
Entãoatacou.
LâminadaAlmaeavançou
elabalançouosbraçoseatraiuaatenção
—David! Pegue Christina e tire­doa daqui!
para anovaraça.—Aqui,suaimundície!—
demônio.— Kara brandiasua
Davidcorreuparaoladodela.
—Kara,oquevocêestáfazendo?Estálouca!
Karamantinhasosolhosnac
umaPedradaLua. r i a t u r a . Comasuamãol
—Talvezesteja. . mas,agoramesmo,precisoquevocêlevaamortal i v r e , elapuxou
paraumlugarseguro.
Acriaturauivou umhorrendogritomortal.
—Não.
diantedes Não voudeixá­la!—Davidsacouumalâminaeasegurou
Karabalançouacabeçaeoempurrou.
i.
—Vocêtemde fazer isto. Estaéaminhabatalha.Vocênemdeveria
estaraqui.Salveagarota!Nãoqueromaissanguenaminhaconsciência.
Vá! DavidencarouKara.
Karadeuumpassoadiante.
Comdelaumasobreseu
corpo—Vá,David.Agora! última ombro.Ele disparou paraparabaixonaescadaria
olhada, Davidcorreu Christina elançouoem
eThorspiraljazia. Karacomoobservou
uma
em silêncioenquantoeledesapareceunastrevas.
pilha inconsciente perto da beira da plataforma.
Karafranziuocenho.
Elaencarouanovaraçadenovo.
—Agorasomossóeuevocê,feioso.
Kara procurou dentro dela por seu poder elemental. Ela o sentia
escondidodentrodela.Elaoconvocou.Nadaaconteceu.
Ohnão,denovonão!Ela se esforçoumais uma vez.Porfavor!Não
façaistocomigoagora!
Talvez oveneno da Lâmina da Morte o houvesse inibido.Ela se
concentroumais.
Acriaturasentiualutade Kara eatacou.
Kararolouparaolado.ElapulouejogousuaPedradaLuanela.Ela
explodiucomumabrilhantenuvemdeluzbarnca,cegandoKaraporum
instante.Mas,quandoaluzsedispersou,odemôniopermaneciaintacto.
Elegemeuaodesferiroutroataque.
Karadeuumimpulsoesaltou aoredordodemônio,cortando­ocom
Karaviu outra oportunidade ea aproveitou, decepando oombro do
sualâmina.Acriaturauivou.Sanguenegrojorroudosferimentosabertos.
demônio.Obraçodelecaiusemvidanochão.
Odemôniucuspiuumagosmaverdeque Karanãotinhavistoantes.
Passouraspando em Karaepegoufogoaotocarochão.Karabrandiua
espadaeaarremessounacriatura.Elaaacertoubemnoolhoesquerdode
umadesuascabeças.Espantada,acriaturahesitouporuminstante.Kara
reconheceusuaoportunidade.ElacorreuemdireçãoaThor.Elaapanhou
ocão desfalecido e o segurounocolo.Virou­see saltoupara baixo na
aescadariaeme
dorem seu speito,
piral. ela acelerou.Avistoua segunda plataformaeKara
correuparaela.Elasaltouoúltimodegraue
Elapodiaouviracriaturacorrendoatrásdelanasescadas.Ignorando
umbarulhoa l t o . O ferro vibrousobseuspés. pousounaplataformacom
pora Todaaáreadomiranteestavavaziaeescura.Nenhumt
l i observandoav i s t a . u
Elapodiaveraspatasdanovaraçaenrolando­r i s t a vagava
segrotescoadiante.Aalmadesuamãeaindaestavaemsuasgarras.
no corrimão da escada no andar acima. Ela empurrava seu corpo
Kara saltou para dentro do segundo elevador.
freneticamente. Com um solavanco, o elevador começoua descer.Ela
sentiuumpoucodealívio. Ela apertouo botão
BOOM!
elevadorbalançoueKarafoiarremessada com forçaparaumdoslados.
Atorretremeuquandoodemôniopousounasegundaplataforma.O
Oscabospoderiamnãosuportaroutroimpactocomoaquele.Karaolhou
pararasgadoecontorcido,comosehouvessesidopostoemumliquidificador.
cima. Uma horrenda cabeça humana a fitava. Seu rosto estava
Suasgarrasafiadasseguraramaoredordaplataforma.Seusúmidosolhos
vermelhosestavafixosnela.Elegemeu.Aspatasgigantescasdeinsetose
boca. um grandelíquidoproblema.
elevador.Karapulouparatrás.Elasabiaqueseosanguetocassesuapele
moveramadiante.Aoutraextremidadedacriaturaapareceu.Elaabriua
elateriaVomitou negrodesuas fumegou asecomeçou
O líquidobocasnegroeatingiram bordas doa
derreterometal.
O elevador estava derretendo. Kara sabia que teria de saltar para
evitarserderretidatambém.Oprimeironíveldatorrepodiaseravistado.
Elaviusuaoportunidade.Antesdeatingirofundo,Karasaltouecorreu
daborda.Carrospequenosdotamanhodeformigasvagavampelas
pelaprimeiraplataformaeprocurouporumasaída.Elaolhouparabaixo
Um altogemidoatravessouaimobilidade eochãotremeusobe
Ospostespareciammirtilosreluzentes.Eraaltodemaisparas ruas.
altar. la,
enquantoodemôniopousou no terraço. mais poderosoqueum
Karateria escalarparabaixo.SeutrajeMera
corpohumanonormal.Elatorcia
Elapulouparaumadasescadasdef para conseguirfazeristo.
er o. AgarrandoThorcomuma
mão, ela usou a outra para escalar. Antes de dar­se conta, ela estava a
meiocaminhodochão.
elasesegurou.
sustentação
metrosabaixo.Aferidaemsuabarrigaseabriueelagritoudedor.Mas
Subitamente,
ecaiu.Anova
elaElafoiraçaestava
caiuatingidade costas
pora poucosmetros
algosobreduroumano gradede
rosto.
dela.Atacavao
Elametaltrês
perdeuaar
dentro
com suaspatas. Aalma de sua mãeem posse
dofrascodevidro,ainda para cimae para baixo
balançavadodemônio.Comseu braço
direiElachegouàbaseepulouparaochãodeconcreto.Elarapidamente
to, elaselevantouecontinuouescalandoparabaixo.
olhouparacima—masodemôniohaviadesaparecdio.
Elasevirou.Fitou
—Hã?Masque. . orostodeumnervosohomemdemeia­idadecom
umquepenegro,coturnonegroecamisaazul­marinho.
Capítulo14
APolíciaFrancesa
—Uh…bonsoir— disseKara,lembrando­sedasliçõesdefrancêsde
suapiscadas.
mãe.— Çava? — ela sorriu, completamente blasé. Ela deu umas
Opolicialnãoseimpressionou.Elaatocounobraçocomocacetete.
umapergunta.
—Vocêéumaestrangeira—eledissenuminglêsperfeito.Nãoera
—Rapaz,vocênãotemideia—Karasussurrou.
— Oque você disse? Está fazendoLa TourEiffel?Ahoradevisitação
fazendonomeiodanoite...escalando uma piada?O que você está
acabou.Oquevocêestavafazendol
Karaseesforçou para á em cima?
escondersuabarrigaferidacomThor.
—Nada,senhor...euj u r o . . eusó estava. . vendoapaisagem.Étudo.
Opolicialolhouparacimaedisse,enquantooutropolicialcorriana
direçãodeles.
—Jel ’ a i trouvé,Francois.Unegamine.
Comoseucacetete,opolicialcutucouThor.
— Hã — Karaolhou para Thor. —Ele só está doente. Estava a
—Oquehádeerradocomoseucachorro?
—Os seusdocumentos,porfavor—Eledisse,numtomagressivo.
caminhodecasaparadaroremédiod
—Karadeuumpassoadiante,masopolicialparou ele. . entãodevoina frentedela.
r agora...atémais.
Karanãosemoveu.—Oseupassaporte,porfavor—elerepetiu,ficando
ir ita—Nãotenho.
do.
Opolicialdeuumaolhadaparaoparceiro.
— Vocêé uma e s t r a n g e i r a . . e está me dizendoque não tem
documento?Comovocêentrounopaíssemumpassaporte?Nãobrinque
conosco,mocinha.
—Asituaçãoestavaficandopioracadaminuto.
Eu... eu perdi. Eu... tentei encontrá­lo, venha... é poristo que
estava
excursãoaqui tão
visitou tarde.
a Torre DevoEiffel t e r
estadeixado
tarde. cairantes,
Quando quando
voltei para a
o nossa
hotel,
percebiquetinha
vocêestáfazendo? perdidomeupassaporte...entãovima q u i . . e i ! Oque
depolícia.
perdeuoequilíbrioecaiuprimeirodecabeçanoassento.Fediaacigarros
OpolicialagarrouKarapelobraçoeapuxouemdireçãoaumcarro
Ele abriu a porta e a empurrou para o bancode trás. Kara
torcendoparaque não fosseoqueelapensavaser. Karafez umacareta
esuor.Haviamanchasmarronsnojentasnoassentoe
Istoémuitoruim,eladisseparas
—Porfavor!Nãof i z i .
nada!Vocênãopode fazer isto!
O policial fechou a porta e se sentou no banco
observouenquantooparceirodeleseacomodounobancodopassageiro. dianteiro. Kara
— Para onde
apenasaignoraram. vocês estão me levando?— Kara gritou. Maseles
Elesdirigiram, acelerando descuidadamente
aessênciadelacomeçandoaficrarjefraca.
começouasesentirtonta.Seut pelas ruelas.
Nãoduraria atéde manhãe ela
Mcomeçavaapifar.Elapodiasentir Kara
nãosabiaquantotempoconseguiriasegurá­la.
Cincominutosdepois,ocarroparoueKara deuumaolhadaparafora
da janela. Um alto edifício marrom de pedra estava diante deles. Uma
bandeiraazul,brancaevermelhadaFrançatremulavanabrisasuave.A
portadocarroseabriu.
—Saia.
Karaobedeceuecambaleou desajeitamentecomThoraindaemseu
Sem saídaanão sertraindoasua identidade,eladecidiuseguirosuma
colo.Eleaindaestavainconsciente.
homensatéadelegacia.Elescaminharamporumcorredoreabriram
porta. Karaemseuolhouombro.para Umpolicial
mesaeduascadeirasdemetal
apertão dentro.deErauma pequena salaa comfrenteumae entãoúnicaa
frenteumaparaaoutra.Elasentiuum
a empurroupara
forçouasentar­seemumadascadeiras.ElaolhouparabaixoparaThor.
Elenãoabriuosolhos.
Aportadeabriueumapolicialfemininaentrou.ElaolhouparaKara.
—Venha.—ElaacenouparaKaraparasegui­laemdireçãoauma
grandefotocopiadorabegeemumcanto.
em umapequenaplataformaquadrada.
Apolicialagarrou amãodeKara epressionouo Uma luzapareceu.Ela se moveu
dedo indicadordela
as impressõesdigitaisde Kara.
lentamentedotopo até embaixo.ElapegououtrosdedosdeKaraefezo
mesmoatéterescaneadotodas
Apolicialparecia
devoltaparaoescâner. subitamenteconfusa.Elaolhoupara Kara,então
—Mai...jenecomprendpas?—disseap
—O que é? —O policial veio e estudou o l i cai a l .
pequena t e l a sobre a
máquina.Eleergueuassobrancelhas,surpreso.
—Dê­measuamão—eleordenou.Ele pegouamãodeKaracom
Karatemeuoqueaconteceriam
Eleolhouparaatelaeestreitouosolhos.em seguida.
agressividadeepressionoucadaumdeseusdedosnoescânernovamente.
— Você... você não
vocênãotenhaimpressõesdigitais? temimpressõesd i g i t a i s ! Como é possívelque
Karadeudeombroetentoupareceromaisinocentepossível.Finja
as suasénormal.
garotinha?—Elebateu
seragarotaidiota,eladisseparas
removeu — Istonão impressõesQuemé
digitais?i mesma.
você?—
Você é elerugiu.
uma espiã,—disfarçadade
Comovocê
queKaradesse um um comforçacomamãonamáquina,fazendocom
Então houve pulo.súbito click, enquantoa porta do escritório se
fechou atrás
demôniosuperior. dela. Kara se virou e deparou­se com o olhar f r i o de um
dela. Numpiscardeolhos,elepegouapolicialport
Sangue espirrou da ferida e a mulher caiu r
no á s ecortouagarganta
chão. Kara recuou,
horrorizada.
—Arrêtez!—gritouop o l i c i a l .
Elesacou
aarma aarma.
horrível.Odemônioapertouagarganta Mas antes
arrancou da mão dele e quebrou homemcomsuamão.Ouviu­ quedopudesse disparar,o
o braço dele comum ruído demônio
se umcrackalto. Opolicialescorregouatéochão.
superior— Pensava
r i u . Ele que podia
lambeu se
sua esconder
lâmina e de nós,
sorriu. anjinha?
Sangue — o
escorria demônio
de seus
dentespontudos.
Kararecuou lentamente. Ela não tinha mais armas. Ela não podia
contarcomseuprópriopoder.QuandoelagentilmentepôsThornochão
sobpoliciaismortos.Elasentiuoseucorposeinclinandoemdireçãoae
a mesa, Kara percebeu duaspequenas esferas planando sobre os
Elatinhadesalvá­las.
Masodemônio las.
foimaisrápido.Eleasapanhoueasengoliu.
—Hummm...delicioso.Nempenseemescapar.Nãohácomof u g i r .
Vocêvemcomigo.
Subitamente, batidas brotaram atrás
abafadasdemaispoliciaistentandoderrubaraporta. das
—Meumestreestáesperandoporvocê,Kara.Eletemsidobastante portas. Ela ouviu vozes
paciente. Ele gostaria de conversar comvocê, entende. mãe.E, comoVou
recompensaportrazê­laatéele...podereidevoraraalmadesua
desfrutá­lamuito. —O demôniorugiunumarisadaelambeuoslábios.
Algopesadosechocoucontraapartedeforada
logoseriaderrubada.Odemônioosmatariatambém. porta.Elasabiaque
—Voumatá­losevocêtocaraalmadaminhamãe—Kararosnou,
sentindoumasúbitaagressividadeanimal.

mundo. Ha!
Seu Olhe paras
patético i .
corpo. você está
mortal f e
está r i d a . . nãovai
morrendo. durarmuitoneste
Está fraco. Assim
como éfraco
vagarporestemundo?Nóssomos
mundo,nãoosmortais.Elessó
odinheirosevocê não seresde
setempoder?Porqueelestêmodireitode
oresto dos mortais...e patético!
importamNósverdade.comdeveríamos
dinheiro.Paraqueserve
governareste
isto,—Oshumanoshabitama
demônio. Terra. Écomoascoisassão.Habitue­sea
Odemôniosuperiorcurvouoslábios.
—Não pormuito tempo. Logo eles enfrentarão sua emancipação
fesmagados...enósobteremosoqueénosso.
inal.KaraLogoospatéticospequenosmortaisdeixarãodee x i s t i r
balançouacabeça dela. Ela se lembrou do odor de sabão de . Elesserão
como ela arrumava ocabelo emasumcoque,
lavandaquesuamãeusavatodas com mechasde cabelo
manhãsantesdotrabalho,eojeito
constantementesesoltando.
—Oquê?Doquevocê estáfalando?
Odemônioergueu as sobrancelhas,satisfeito porter umainformação
queKaranãopossuía.Eleergueuacabeçaarrogantemente.
mortal...ecadacasaaoredordaTerrareceberáumvisitantesurpresa.—
— Amanhã à meia­noite... portais serão abertos para omundo
Odemônioergueuaamão,fechando­acomoseestivesseestrangulando
alguém.—Eleolhoupara
Você nãopode Kara esorriu.
evitaristo, pequenina.Ninguém pode. Nem
mesmoasuainsignificanteLegião.Vocêtestemunharáamortedetodos
osmortais...entãoreconquistaremosaTerra.
—ALegiãovaiimpedí­los.Vocêsnuncaserãocapazesdefazeri
Odemôniosorriu. s t o .
— Eles
meumestrequerf não podem evitar o que
Tolosprevisíveis,estesanjos.Masvocê,minhacara,vocêéespecial.E
alar comvocê. eles não sabem, como poderiam?
—Nãovoualugaralgumcomvocê.—Kararecuou.
Aportaseabriu.Cincopoliciaishesitaram na portapor um instante.
Elesavistaram os corpos. Eles olharam para Karae para o demônio
superior—entãocomeçaramaa
As balas passaram raspando t i r a r
pela . cabeça de Kara, enquanto ela se
agachousobamesa.Elaa
demônio.
fossem
maligno.EntãofolhasEleele atacou s
deouviupapel.Elei
doisdoss t i u
de dor.parouno horrorizadaavelocidadesobrenaturaldo
Thorhomenseos mordeu
meio dosarasgouno
perna
corposdocomum
meiodemônio.comose
sorrisoEle
—Esta éa nossaoportunidade...enquantoodemônioestá
atacaram.KararolounochãoealcançouThor.Elaoapanhou.
agarrouocachorroearremessoucontraaparede.Osoutrostrêspoliciais
comoutrascoisas—eleexortou—agora! ocupado
Semolharparat r á s , Karacorreuportaafora.Thorbalançavanocolo
delaenquantoelaatravessoupormesasecadeiras.Elaseagachouatrás
denegrosumaearmas
grande automáticas
mesa, enquantocorriamem
uma hordadireçãoàsalaonde
de policiais comodemônio
coturnos
superiorestavamatandoosoutros.Elesmorreriamtambém.
Com umaúltimaolhadaparaospoliciais, Kara disparouportaaforae
correuparaamovimentadaruanoturna,comosseusolhosseajustandoà
—Kara!Temosdeir!
escuridãoe às luzesdarua.
— Pare de correr. Você está
contorceudesconfortavelmentenosbraçosdela.parecendo suspeita. — Thor se
Karareduziuopasso.OvenenodaLâminadaMortedevoravaoseu
tangelical.Elacalculouquetinhaumameiahoraremanescenteantesque
todoseucorposedesfizesse,expondo­aatodotipodedemôniopossível.
raje Mestavaf
M.Ela sesentia
ina; elapodiafacilmenteveraluminosidadedoseucorpo
tonta.Ela olhou paraseus braços.Apeledoseu
Entãoseriaumalvof
— Eutenho de á c i l .
encontrar água... meu t r a j e mortal não vai durar
muito.— Há um chafariz no parque Saint­Lambert. Nesta hora da noite,
vocêpodeentrarnelesemserv i
farejou.—Époraqui.—Eleinclinouacabeçaparaad s t a . —Thorergueuseufocinhochatoe
i r e i t a .
Karacaminhoufurtivamentepelarua,apertandoThorcontraopeito.
cafeterias
Asruas estavamque contornavam
cheias.Música as calçadasde
brotava dasmuitas
paralelepípedo.lojas Oepequenas
cheirode
álcoolePartecafédelanão
preenchiamseussentidos.
queria voltar. Ela se indagou se não deveria
simplesmente
fúriada deixar­se morrer aqui. Seria
lembrar—elesprovavelmenteajogariamnovamentenoTártaro.Elanão
eramámesmoapesardeseupait melhordo
Legião. Ela havia quebradoer sidoumdemônio.Erainocente. nem que
tantas leis,que conseguia se sucumbir à
—Thor? — elapigarreou.
comigoquandoeuvoltar?
—Eles
Thordesviouoolharporuminstante.—O quevocê acha queelesvão fazer
certezadis
— Ótimo. vão jogá­la na prisão e aguardar o seu julgamento,
to. —Kara encolheu os ombros. — Como é que poderei tenho
provaraminhainocênciaagora?
Elaparouefalounovamente.
— Vocêacha que o que o demônio
noiteumvisitanteviráematarátodososmortais? disse é verdade? Que à meia­
—Elepareceuserarrogantedemaisparaestarmentindo.
—Temos de avisar a Legião! Você tem de avisá­los...elesnunca
vãoacreditar
insistiu. em mim. Thor... você tem de contar paraeles — Kara
—Sim, farei opossível. Mas primeirotemosdeencontrarumlugar
seguroparavocê.
Elespassarampor um pub comum terraço.Umapequenatelevisão
estavasuspensa
Cenas em pretoesobreobalcãodemadeira.Orostodela
branco dela correndo para fora da estavanaTV.
estação depolícia
comThornosbraçospassavanatela.Noladodireitodat
Assassinadepoliciais.
mesnagem,
—Minhanossa e l
Polícia Francesa, Procurada. Extremamente perigosa. a estavauma
—Oh, diabos. —disseThor.
— Kara via enquanto os fregueses a encaravam e
depois As
reconhecimento.Antesquepiorasse,
Elacorreuomaisrápidoqueoseut Kara
a TV. expressões delesrajmudaram Mem
disparou.
e de confusãopara
—Paraonde?—Elagritou,correndo. colapsoapermitia.
—Vireàesquerdadepoisdaplacadepare,entãoàdireita. . cuidado!
rosto
daporta.Elacaiu,masrapidamenteselevantou.Elatinhabatidoemum
carrodapolícia.Elapodiaveromonitornopainelpelajanela—oseu
Umcarroapareceudonada.Omotoristafreou.Karabateunolado
estavanatela deles.Kara viu nos olhos dopolicial queeles a
tinhamreconhecido.Masmesmoantesqueelespudessemsemover,Kara
já tinhasemovido.
Ela correu maisrápido. Ela esforçou suas pernas mortais e torceu
paraqueelasnãoperdessemaforça.
— Aqui! — Thor gritou. — Estamos aqui.Rápido...ponha­me no
chão;vocêvaicorrermaisrápido.
—Vocêvaif i c a r bem?
—Eu?Éclaro,écomvocêqueestoupreocupado.
maisaltasacadasegundo.
KarasoltouThorecorreuemdireçãoaochafariz.Assirenessoavam
—Logoelesestarãoaqui.Vai!Vai!Vai!—Thoraexortou.
Avozdelefoiafogadapelasa l t a s derrapagensdepneusnoa s f a l t o .
Umcarrodepolíciaderrapou ao redordaesquina,vindodiretoparae l e s .
Thorcorreuaoredordochafarizeseescondeuatrásdaestátuadeuma
mulhersegurandoumj a r o .
Karapisounaágua.
—Obrigada,Thor!Nuncavoumeesquecerdasuagentileza.
E,assim,Kara
—Manteremoscontato—respondeuocão.
mergulhou naágua e deixou que a claridade a
envolvesse.
Capítulo15
Parabomentendedor
Kara ignoroude envolvê­laemumdiálogo.Elanuncaohaviavistoantes.
chimpanzé osmuitos insultos e repetidas tentativas de um grande
Elefinoeumabufantesaiaquadriculada.Eraumafêmeaouummacho?Kara
tinha grandes tufos de pelo no topo da cabeça, como um Mohawk
outrosascensoristasprimatas.
passaramjuntoseraqueeleeratãorepulsivoegrosseiroquantotodosos
não tinha certeza. Mas o que ela podia afirmar no breve período que
acima —Vocêtemumproblemão,sabe?—Ochimpanzéergueuosbraços
nãoé?
O espesso parapelobaixoecomeçouacoçarotraseiro.—
chapéuamarelodeascensoristaestavapresodebaixodoqueixocomum
elásticodacabeça.
VocêéainfameKaraNightingale,
. Eleestendeuobraço negro o cobria completamente.Seu
Karaencostouacabeçanopaineldofundodoelevador.
— Não dáparavocê calara bocae medeixarem paz?Nãoquero
conversar.Especialmentecomvocê.
—Quepena.—Ochimpanzéseinclinousobreobancodemadeira.
EleobservavaKaracomgrandeinteresse.—Elesvãojogá­ladenovona
quepreocupação naa vida,hã?
—eudepositartanta boca,féporque
meCalepergunte emmacaco.umavocêgarota
—foiKaraescolhida
prisão,elesvão.Vocêquebroualei.VocêescapoudoTártaro.Fazcom poraí semuma
olhouemvagafuriosamente
tolaque primeirolugar.Por
para o

chimpanzé.Osorrisodeleaenfureceu.
Oelevadorparoucomumsolavanco.
— Nível dois,Operações! — gritou
Chimpanzé2P72,desejando­lheumbomdia,senhorita.—Elefezumao chimpanzé. — Eu sou o
se Karagirouosolhosecaminhouemdireçãoàsportas.Ocorpodela
reverência,segurandoabarradadesuasaiacomsuasmãos.
enrijeceu.Asmãosdelastremiam.Oqueaestariaesperandoatrásdas
portas?As portasseabrirameelapisouna macia areiavermelha.
Aformagigantesca de Gabriel se elevousobreela. Elarelaxouum
pouco ao ver
enviadoaLegiãoi David.
n t e iSó
r a havia eles
atrásdela. dois— o Alto Conselhonão havia
tomdeGrabieleradesprovidodeemoção.Envioucalafriosportodoseu
corpo.Eleolhouparae
— Quebom vê­lalanovamente,Kara.
. Teve umaboa viagem?— O
própria.
maisestava envolvido?emmeDuvidodizer como
—Seimportaria que vocêvocêescapoudoTártaro?Quem
tenha escapadopor conta
Kara mordeu o lábio
elenãohaviaditonadaaelessobret e não disse nada.
desdém.KaraolhouparaDavidprocurandoajuda.Eledeudeombros— Gabriela observava
er ajudado­a.Elaseperguntouonde com
Jenny
escondidos.e Peter estariam agora. Ela esperava que eles estivessem
GabrielcruzouosbraçoseolhouparaDavidcomdesconfiança.
—Eu seique David tem alguma coisaaver com isto...mas não
podemosprovar.Pelomenos,nãoporenquanto.
—Elenãoestavaenvolvido.Eu...eu...corri oriscoepulei.—Kara
gaguejou.
Os olhosdeGabrielcintilaramperigosamente.
—Vocêsabequantoproblemavocêcausou?Fugirdaprisãoéuma
coisa. . mas agora... você está nas notícias de toda a Ter a. . uma
assassinaperigosaquematouumadúziadepoliciaisfranceses.
Elejogouumjornalnacaradela.Elecaiunochão.Nacapatinhaa
fotodeKaraeumafotografiasangrentadospoliciaismortosempilhados
unsdeles.Karaestremeceudiantedafotosanguinolenta.
sobre osoutros. Seus corações evíscerashaviam sido arrancados
Eunãofiz tremer.
—Karacomeçoua
superior!Elefezi i s t o !
— Vocênãodeveriaestara Vocêsabequenãoconseguiria.Foiumdemônio
sto. li! —Gabrielrugiu.—Vocênãotinha
queterescapadoeseenvolvidocomi
sempreteveumpoucodemedodele. s t o ! Oqueestavatentandofazer?
A pele dele começou a escurecer e Kara se lembrou porqueela
deuElaestava
nuncateveintençãode erirNãoAl.Foiédaquele
me fproteger justo.um acidente...Eus
umbrevesorrisoparaKara.Elesevirouparaencararoarcanjo.—Ela
—Elaestavatentandoprovarainocênciadela,Gabe.—Daviddeu
chancetentando
de explicar­se. tempoei, euelasequerlhe
Poridiota!quantoO conselho estavalá.
deveria

apodrecernaquelaprisão?Elesnuncairiams
—Nãoerasói s t o o l t á ­ l a .
—disseKara,dandoumpassoadiante.Elaolhou
paraochão.—Eutinhadevoltarparaprocuraraalmadaminhamãe.Eu
tinhadesalvá­la.
EladeuumaolhadaparaDavid.
—Masnãoconseguisalvá­la.Anovaraçalevouaalmadela.
—Você fezoseu melhor.—OolhardeDavidsefixouemKara.
Sintopela almadesua mãe.Masvocê
—Gabrieldeixouseusbraçospoderosso caíremaotemproblemas
seulado. maiores.
Problemas quepoderãolhe custartudo.— Ele uniu
seusdedosentrelaçados.—Oconselhoestáfuriosocomvocê,Kara.A os polegaressobre
suapuniçãoserásevera,escrevaoquelhedigo.Enãohánadaquee
ouoDavidpossamosfazersobrei
Ele desviou oolhar,perdido semto. algum pensamento distante, então u . .
—O quê!Agora!Não,espere. . de voltaàprisão.
retornouaatençãoparaKara.
—Deram­meaordemparaescoltá­la
Karasuplicou.Ocorpodelatremia. eutenhodelhecontarumacoisa!—
—Gabe,vocênãopodefazeristo! Elaéinocente!Vocêsabequeela
é! Oarcanjoergueuasmãos.
Masdepoisdetudoqueaconteceu,elaterásortesenãoamatarem.
houvesse
—Nãoéaminhadecisão.Alémdisto,elatrouxei
ficado no Tártaro, ela teria recebido uma sentença
sto paraemaisla. Seela
leve.
OqueixodeKaracaiu.
—Oquê?Mas...mas...
—Elaépartedemônio... uma armadealgumt
—Nãoestácerto!—Davidgritou.— Comoelesipopodemfazeristo?
. Oconselhoteme
oqueelapodefazer.
Karafechouospunhos.
— Entãoéisto?Sóporquesoupartedemônio...nãosoumaisuma
partedaLegião?—Elaergueuosbraços—Sereijogadaforacomol
—Sevocê se comportasse como um obediente anjo normalix—o.
Karachutou um poucodeareiacomseu pé.
Gabrielrugiu—nadadistoteriaacontecido!
— Bem, seeu houvesse obedecido,
ataquequeosdemôniosestãoplanejando. eu
—Oquê?—disseramDavideGabriel juntos. nunca t e r i a ouvido sobre o
Karafitouascolinasvermelhas,seguindo­ascomosolhosatéelas
desaparecerem.
—Osdemôniosestãoplanejandoumataqueamanhãàmeia­noite...
odemônio superior me contou que todos os mortais na t e r a serão
destruídos. de ataque?Eledissemaisalgumacoisa?
—...umportal.Eledisse
—Qualtipo
AtestadeGabrielsefranziuprofundamente.
—Quetipodeportais? queelesviriamatravésdeportais.
Karabalançouacabeça.
—Nãos e i . Elenãodisse.Tudoqueseiéqueeledissequetodasas
casasaoredordaTerrareceberiamummortíferovisitanteàmeia­noite.
— Isto é ruim. — David passou os dedos por seu cabelo
desgrenhado.—Gabriel,vocêtemdeavisaroconselho.
preocupação.Elepareciaestarresmungandoconsigopróprio.Karaforçou
Gabriel caminhou de um lado a outro com o rosto contraídode
seusouvidos para
escutar.Elecaminhou ouvir
de o que
volta ele
até e l eestava
s . dizendo, mas não conseguia
meusouvidosn
—David—disseGabriel—precisoquevocêsejaosmeusolhose
isto, entendeu?Nãopossomedaroluxodevocêestragar
tudo.Davidtrajouumaexpressãodeinocenteeapontouparas
. escutou? i .
—Eu?Estragartudo?Nunca!Souoseucara...hã,a
quevocêquerqueeufaça.
Gabrielseconcentrou emKara. n j o . . diga­meo
—QueroquevocêpegueKaraeat
Eo
procuremporestesportais. i r
— quevocêvai fazer?—Karasabiaoqueestavaemjogoaqui. e daqui.Precisoquevocêsdois
Gabrielacreditavanela.Eagora
Vou ele estavadesobedecendooconselho.
— trocar umas ideias
Precisotentareconvencê­losdaverdade. com o conselho, seeles me ouvirem.
—Urielvaiacreditaremvocê—disseDavid.—Seiqueeleainda
acreditaemKara.
Gabrielergueuacabeça.Seusolhosvasculharamodeserto.
—Vocês precisam sair daqui agoramesmo.
Ost r ê
armas...rápido...es vãopara
correramparaatenda de
aspiscinas.Rápido. Peguem algumas
armas.DavideKararapidamente
encheram suas mochilas com cada armaque conseguiam pôr as mãos.
Assimqueassuasmochilasestavamcheias,elesseguiramGabrielatéas
piscinas.Subitamente, o ar ao redor deles ficou mais sombrio. O deserto
vermelhoperdeuseubrilho.
—Pare­os!
Karasevirou.
Oarcanjo Zadkielapareceu em umanévoanegroa.Umaequipede
anjosdaguardaestavapertodele.Karatremeu.
anjos. — O traje cinza de Zadkiel flutuava atrás dele.— Você está
osindocontraasvontadesdoconselho,ajudandoeencobrindoumainimiga.
—Oquevocêestáfazendo,Gabriel?Traiçãorepresentamorteentre
—Oconselhoestáerrado—rosnouGabriel.—Precisoqueelesme
escutem...paraouviraverdade.
— A verdade? —Zadkiel riu. — A verdade é que você está
ajudando aquela cria de demônio! Você ficou
— Não vamosnos precipitar,GrandeZ.—Davidparounafrentede
inimigo!Eladevemorrer! louco, Gabriel? Elaé o
Kara eeal. Karanãoéoinimigo.
escondeu devista.— Écomo Gabriel dis e. . foi um erro
ter ívZadkielergueusuagrande
— Tolo! Você é um mão.
tolo i n ú t i l , David McGowan. Seus olhos o
traem.Possoverasualuxúriamortalporaqueledemônio.Vocêpagará
comasuavida!
Kara abaixou os olhos. Partedela estava feliz que David ainda se
importavacomela.Maselaconheciaasl
comoelessesentiamsópiorava
Gabriel ergueua voz. O arreverberou e i s . Ofatodeumarcanjosaber
as coisas. ao redor dele. Pequenas
faíscasbrancasemanavamdeseucorpo.
— Karamereceumjulgamentojusto,eagoraoconselhoestácego
pelofatodeelaserpartedemônio.
—Elaéaf i l h a dosenhordosdemônios!—rugiuZadkiel.Grandes
nuvensbloqueavamos
paraaprisão...euofarei. o l . —Uminimigojurado!Sevocênãoforlevá­la
GabrielsevirouparaKaraeDavid.
—Corram!
—Nãoprecisar e p e t i r
consigo.—Parem­nos!Matem­nos se necessário! . —Davidagarroua mãodeKarae apuxou
tristDiante
eza rapidamente
da palavrase matem tornou asumesperanças
ímpeto dederaivaKarapelaruíram.injustiçaMasdistosua
tudo.KaraeDavidcorrerampelodecliveemdireçãoàpiscina.Karaolhou
paramatilhadelobosselvagens.Elacomeçouaentrarempânico,porqueas
trás. Os guardiões estavam logo atrás deles, correndo como uma
Davidera mais rápidoqueseusperseguiroeseKarasesentiaquase
piscinasestavamlongedemais.Elanãoacreditavaqueconseguiriam.
voandoElaatrásouviudele.um som, e um segundo depois uma estrela cinza­escuro
pousou na areiadoladodeles.ParaKara,pareciacomoumasofisticada em umanuvemde
estrelaninjacomafiadaspontasmortais.Elaexplodiu
fumaça.
—Maisrápido!—DavidpuxouKarapelobraçoeaarrastoucom
umavelocidadeextraordinária.
Swish.
As piscinassurgiramnavista.Centenasdeanjosestavamreunidos,
esperando
embrenhou­seentreelesecorreuparaafrentedaf
Outraestrelavoouporeleseexplodiualgunsmetrosàfrente.
para pular nas águas para suas próximasila.atribuições.
ElepuxavaKara
David
atrásdeleeaempurrouescadaacima.
—Abaixe­se!
beiradadapiscina.
Uma estrela passou raspando pela cabeça de Kara e fincou­se na
—Apresse­se!
Karasubiuatéabordadapiscina.Aáguaondulavadentrodapiscina
deu umaúltimamãoolhadasegurouadela.Davidpisou
redonda.Uma para Gabriel e Zadkiel. naO bordaatrásdela.Ela
chão tremiae o céu
retumbava.Odesertovermelho,anteslindo,estavacobertodesombras.
Raiosexplodiamaoredor dos doisarcanjos.Elaseperguntouquemseria
ovencedor.
—Vocêsabeaondeestamosindo?—perguntouKara.
—Londres—disseDavid,enquantoeleeKarapulavamnaságuas
ccabeçadelamergulhavanaágua.
intilantes. Ela viu estrelas cadentes passando sobre eles, enquanto a
Capítulo16
AFissura
KelaquearacaminhoupelaVictoriaStreetcomDavid
iriam se encontrar comJenny e Peter naaofrente da Catedral de
seulado.Eledissea
Westminster. A majestosa arquitetura de pedra da grande
bizantinaresplandeciasobosoldatarde,erguendo­sesobreosedifícios estrutura
aovermelhosepedradeixaramKaraestupefata.Gruposdet
redor. Suas impressionante beleza e design intrincado
u r i s t a sde t i j
entravam o l o s
esaíampelasgrandesportas,comoformigasocupadas.
Karasesentounasescadasdepedra,observandoaspombasrulhando
imagens deGabriel e Zadkiel Emlutando.
ebicandoasmigalhasnochão. suamenteaindaestavamfrescasas
Ela não queria que Gabriel
sofresseporcausadela.Eladecidiuquetentariaajudá­loquandovoltasse.
—Quehorassão?—perguntouKara.
Davidpuxouamangadesuajaquetadecouro.
—Duasdatarde.Temosdezhorasatéameia­noite.
Karadeixouacabeçapender.
— Sequer sabemos onde procurar? Os portais poderiam estar em
qualquerlugar.
David jogouumapedrinhaescadaabaixo.
—Bem...temosdedescobrirlogo.Dezhorasnãoémuitotempo.
—Oquevocê acha quevaiacontecercomGabriel.
Davidencolheuosombros.
—Honestamente,nãosei.Eleéumarcanjo.Duvidoquevãojogá­lo
naprisão.Sóvamostorcerparaqueeletenhaconsigoreceberaatenção
deles.
mãosentrelaçadas.Karaobservousuasexpressõesdecontentamento.Ela
Umjovemcasalasiáticoescalouasescadasaoladodeles,comsuas
osacompanhoucomosolhosatéqueelesdesaparecerampelasgrandes
Elase viroueencontrou oolhar de David. Seu corpo mortalse
portas.Teveinvejadeles.
estava perto o bastante paraum beijo. Elamãosentiudelaeo secorpoaproximou.
Elearrepioucomproximidadedele.Eleseguroua dela se
inclinarparaelesemqueelapensasse.
—Ei,pessoal!
Kararecuou,enquantoPetereJennycorriamparae
Jenny sorriu ao olhar para Kara e David. l e
Ela s . ergueu uma
sobrancelha.
sor at—eirosDesculpe­nos
. . bem,vocêssabemoquequerodizer.
por termos nos atrasado. Tivemosde ser
Jennyuniuasmãos edeu
—Rapaz,temosalgoparavocê! umpulinhonolugar.
— O que quer dizer? — Kara tirou a franja da frente dos olhos,
desejandoquepudessedesaparecersobumaparededecabelo.
—Desembucha,Jenny.Nãotemosodiai n t e i r o . —Davidsepôsde
pé. Jennyrodounolugar.
—Peter,expliqueparae l e s . —Ocabeloroxodelabrilhavanaluzdo
soleKarapensouqueelasepareciaaumafadadecombate.
—Bem...vocêmepediuparaprocurarporalgoforado normalantes
desaircom Gabriel—disse Peter,parecendonervoso.—
encontradoalgo.Deacordo comas leiturasquerecebi...égrande.Quer
dizer,realmentegrande.Umportalimenso,aquimesmoemLondres.E Acredito t e r
aindaestáaberto.
OsolhosdeKarasearregalaram.
——Umportal?Umportalparaonde?
Uma abertura para o malditoreino dos demônios, gata. —
respondeuJenny,eelabateuoscalcanhares,comoDorothyemOMágico
deOz.K—Talvezfossesobre
araolhouparaDavid.
Jennyinclinouacabeça. i s t o queodemônioestavafalando.
— Qual demônio?
esconderestetipodecoisadag Do quee n t você
e . . está falando? Ei, você não
somosseusamigos...lembra­se? pode
Karaajeitouumamechadecabeloatrásdaorelha.
—Encontreiumdemônionadelegacia...umalongahistória...eele
mortaisirammorrer.
medisseque,àmeia­noite,portaisseabririamportodaaTerra,equeos
—Mas
deenergia. como?—perguntouPeter.—Bilhõesdeportaisseabrindo
Como nteiro. Não hánadapor aí comestetipo
não épossível.ATerranãosuportariaestetipode
aomesmotempo?Istoisto seriapossível?
energia.Istodestruiriaomundoi
— Não
atravessariaestesp tenhoo rcerteza.
t a i s . . Tudo que ele disse foi
ematariatodososmortais.—Elaolhoupara que um visitante
umacatedral.—Nãopodemosdeixarqueistoocorra.Éporqueistoquetemos
família que passava, com crianças, correndo
de encontrar estesportais e,de algum modo, fechá­los.A nossa única alegremente para a
pistaéqueesteportalficaemLondres.
Davidjogouamochilasobreos ombros.
—Entãovamos,senhorasesenhores.Temosoitohorasemeiaantes
Karaolhou para Peter.
queestemundoentreemcolapso.
—Esperoquevocêestejaerrado.
Peterdeuumsorrisodeladoparaela.
—Nuncaestouerrado...ei!—Jennydeuummurronobraçodele.
—Nãosejaumespertalhão.Vamos.
Osquatro deixaramas escadas daCatedral econtinuaram pela
e desapareciamno céu azul. Táxis pretosreluzentes aceleravam pelo
VictoriaStreet.Altosprédiosdemetalevidrooscercavamdosdoislados
tráfegoebuzinavamparaospedestres.Ônibusvermelho­tomatecorriam
pelarua.Karapensouque eles pareciamtourosloucos.
Elespassaramporumabanca de jornal.
— Oh meu Deus, Kara! Veja, é você!
apontouparaorackdejornais.AfotodeKaraestavanaprimeirapágina. — Jenny sussurrou. Ela
reconhecesse
fama,masnãoassim,eparticularmentenãocomoumasociopata.
Kara seescondeu
aqui. Ela atrássemprede sonhou
seu cabelo.em tElaer seustorceuquinzepara minutosde
ninguéma
umvelho—Vamosseguiradiante—DavidpuxouJennydosjornais.Odono,
senhor comfino cabelo brancoque semoviana brisae com
umapançadotamanhode uma boladevôlei,observou­osdesconfiado.
— Qualé adistância que temosde ir? — Kara olhouparatrás. O
donodabancaaindaosencarava,comseusolhosperdidossobumaonda
deespessassobrancelhas.
—Émaisoumenosumahoradecaminhada—Peterrespondeu.—
Oportalestádebaixodoladol e s t e daPontedeWestminster.
Umgrupodehomenscom chapéuseuniformesapareceramenquanto
—Vamos—disseKara.
elesseencaminhavam
quedurantequasetodoocaminho. parao portal.Karaabaixouacabeçaetorceupara
apolíciade Londres nãoa reconhecesse. Ela a manteve abaixada
pelor OTâmisaf
i o , l u
comofolhasí a debaixodeleseKaraobservouosbarcosnavegando
em umcórrego. As águasescurasbrilhavamsobo
sol. OcorreuaKaraque,seelaeseusamigosestivessemcomproblema
comosdemônios,quepoderiamfacilmenteescaparnorio.Onervosismo
delaentradaorientaldaponte.Elapensou
seacalmou. Obrigada Deus pelo r i o , ela pensou. Ela se indagou
leãoUmahoradepois,eleschegaramaoladol em
esculpido em pedra branca estava sobreum
porqueaFissuraestápróximadaágua. leãodas
Aslan,oeste bloco
daponte.Umgrande
de Crônicasde
concretona
Nárnia.Elaadorariatocaraestátua,massabiaquenãohaviatempopara
turismo.Trêslancesdeescadadeconcretolevavamparaonívelinferior. Os
tpequenaplataforamdeconcreto.Elaolhouaoredor.Aestruturadaponte
rês marcharam para baixo na escada. Os pés de Kara tocaram uma
achavamdefrenteparaumtúnelsombrio.Pequenaslumináriasdeparede
eraenorme. Parecia maior vista de baixo, ela se deu conta. Eles se
—umafugaf
iluminavamocaminho.Elesestavambemmaispertodabordadaágua
ácil.
Peter apanhou uma geringonça quadrada que pareciaum controle
remotodetelevisão,excetuandoquetinhamaisbotõesecomeletricidade
verdefluindoatravésum arame. Depoisdeler isto poruminstante,Peter
olhouparacima.
—Estáaqui—eleapontouparaotúnel.
Davidfoioprimeiroasemover.Elepassoupelaentradadotúnel.
Peter seguiu David, mas parou diante de uma grossa parede de
—Quãolongeestá?
concreto.Eleparoualiporuminstante.
—Éistoaqui...quemquerirprimeiro?
Kara viuos
deixarsairanovaraça. t i j o l o s oscilarem comose as pedras
água.AFissuracobriaboapartedaparedeeeragrandeosuficientepara fossem f e i t a s de
—Euvou.—DavidparouaoladodoPeter.
— Então...Sócaminhoporesta
mãos.—Sim. área?—Ele fezumgestocomas
—Espere!—KaraagarrouDavideovirouparaencará­lo. —Você
nemsabeondei
—Oplanoé s.t o
. vaiparar?Temosdefazerumplano.
euesperovocêsdooutrolado,gata.
— Isto não é engraçado. Leve a sério pelo menos uma vez. Não
Karaergueuosbraços.
queroquenadaaconteçacomvocê.
agarrouumaLâminadaAlmadedentrodeseubolsodajaqueta.—Estou
pronto,baby.Vamosl
parede.—Éumaporta,nãoé?Temdelevarparaooutrolado.—Ele
— Nãosepreocupe,vouf
á. icar bem.—Davidseviroueencaroua
umpasso adiante. Abraçona
fossefEleeitdeua delíquido.Eleenfiouo parede deparede.concreto oscilou,como se
— Ahh! — David pulou para trás e caiu no chão. Fumaça negra
subia de sua mão e braços, como serpentes negras.
tinhaderretido,revelandoobrilhodesuaverdadeiraessênciaangelical.A A sua pele mortal
adagadelecaiudesuasmãoscheiadepústulas.
Karaenvolveu­ocomseusbraços.
— Ohmeu Deus,
envolveuosbraçosdelecome David! l a Seus
. braços! — Ela tirou sua jaqueta e
—Oqueéisto?Por queumportalderreteriaaminhapele?
Davidfranziuocenho.
—PorqueouviuéumalgumaportalparaoSubmundo.
Kara coisa e seviroupara ver um buldogue inglês
brancoobservando­oscomacabeçainclinada.
—Thor!Oquevocêestáfazendoaqui?Comonosencontrou?
achataram
Ocãosesentousobreseutraseiro.Suaspatastraseirasgorduchasse
sobuma grande barriga. — Eu segui o seu cheiro. . há um
certoodoremvocê,sabe.
Karafranziuocenhoesecheirou.
—Denada.—Thormostrouseus dentesafiados.—Masvocê,meu
—Obrigada.
amigo,nãopodepassarparaoSubmundo.
Davidselevantoudochão.
—Oquevocêquerdizer,cachorro?
—Querodizerqueapenasdemôniospodematravessarseusportais.
Nenhum anjo normal pode viajar para o reino dos
taparelhodevoltanamochila.—Esperamosqueoconselhonosouça.
enta—Talvez demônios.Se
r, vaimorrer.devamos voltar e contar a Gabriel. — Peterpôs seu você
— Quesaco. — Jenny se jogou no chão e começoua enrolarseu
cabeloroxoentreosdedos.
KaraencarouThor.Eleestavaolhandoparae
cintilavam. l a , seusolhosmarrons
— O
pressentimento que você
que quer
sabia o dizer
que o por
cão anjo normal?
queria dizer. —
Mas Ela
não tinha um
conseguia
verbalizari
— Questobom. Seeladissesse,entãosetornariar
quevocê perguntou. —Thorealse. coçou com a pata
setrastentassem passarpelo portal. Mas umanjo com essência demoníaca
eira. —Anjosnormaiscomoseusamigosaquicertamentemorreriam
poderiaatravessar.Até mesmo sobreviver. atéKara.—Vocêpodesera
—Eleestácerto.—Davidcaminhou
únicaquepodepassar.
KaraolhouparaaFissura.UmúnicopontooscilouondeDavidtinha
sidoqueimado.Elacaminhouemdireçãodopontoeenfiousuamãono
portal.Nadaaconteceu.
queimaduras
Kara puxououlesões.Ot
de volta suarajemãoMdelaestavaintacto.Elasabiaoquei
e a examinou. Não havia marcas sdeto
— Eu lhe disse. — Thor trotou até Kara. —Agora ouça, nenhum
queriadizer.
anjosabeoquehádooutrolado.Mastodossabemosqueestácheiode
demônios.Tenhacuidadoeconfieems
Karacomeçouaf i c a r i .
nervosa.Elanuncatinhaimaginadoquet e r i a
defazeri
importo
nãoimporta.
—Seiquei s t o sozinha.ElasemprepensouqueDavidestariaaoladodela.
com oqueNãostovouéoqueelesquerem.Seiqueéumaarmadilha.Mas
tenhadeixarde fazealmar. . vouda minha
pará­los.mãeVoumorrer...não
fazeras coisasme
certas.Oconselhoterádeacreditaremmim.
—Não!—Davidaagarrou.— Não voudeixarquevocêvásozinha.
Istoésuicídio!Isto não éumplano.Vocênãovaientraraísozinha!
se perguntouseelaestariafazendo
KaraolhounosolhosdeDavide
isto pelaúltimavez.

ouviuo Tenhodei
Thor... eur . Souaúnicaqueconseguepassarpeloportal.Você
tenho de fazer i s t o . Euo verei quando voltar. Eu
prometo.—Não.Istoéloucura!
Tenho—Estouindo,David.Evocênãopodemedeter.—Elalhedeuum
sorriso dedodoce.tquesou
sabem—Deixe capaz. Meufortepoderdo queelementalpode
enta—r. Soumais qualquer umsalvar
de vocês.osmortais.
Vocês
queelavá—disseThor.
Davidrecuou,maseleestavabastanteincomodadoem deixarKara
ir.
—Estareiesperandoporvocê—eledissecomdoçura.
—VocêstêmdeavisaraLegião—disseKara.—Digaaelesoque
aconteceueoqueestouprestesafazer.Esperoqueascabeçasteimosas
delesescutem, paravariar.—Elajogousuamochilasobreoombro.—
Vejovocêsdepois.
— Boasorte, Kara.—Jennyselevantounumpuloeaabraçou.—
Secuide.
—Tenhacuidado...efiquedeolho.—dissePeter.Eleestavamais
nervosodoquee
—Ficarei. l a .
curvaramemumsorrisomaroto.
— Diga oi para o seu pai por mim. — Os lábiosde David se
—Idiota.
Kara sepreparou. O portal ondulava com expectativa, comose
esperassequeelaentrasse.
Ela deu umpassoadiante.
Capítulo17
Sr.Barata
Kfossearaumsentiuum puxão
aspirador. repentino. Ela foi sugada pelo portal como se
Paraondequerqueelaolhasseestavatotalmenteescuro.Elasentiuo
corpodelaserpuxado,ouestavacaindo?Elanãoconseguiadeterminar.
Acoisaestranhaera—elanãoestavamaisassustada.Elasedeixouser
tragada
arredoresexplodiramemluz.Estrelasbrilhantesdevermelhovivoeluz
para oabismo. Uma réstia de luz e, então, subitamente,seus
azulgiravam ao redor dela,ela. como
pernasdelasaíramdesob Luzexplodiudetodososladoseocorpo
um gigantesco funil brilhante.As
delacomeçouagirarhorizontalmente.Elaolhou para seusbraçosemãos.
Pequenaspartículasdouradassesoltaramdocorpodela,planarampor um
momento,entãoseuniramnovamente.Eracomoolharparaumaversão
desfocadadelamesma.
Entãoparou.
Kara sentiu uma pressão em seu corpo. Com com
elevação,elacaiusobreumasuperfíciedura.Avisãodelaestavaborrada. uma súbita
Luzespipocavamdentrodesuaspálpebrasquandoelafechavaosolhos.
Elapiscouváriasvezes.Asimagensdiantedelaentraramemfoco.Uma
vermelho. Ela se levantou, cambaleando, eolhou aoredor. Cortinas
penugemcoçavaoseunariz.Orostodelaestavaamassadaemumtapete
vermelho­sanguedeveludocobriamasparedes,comoaquelesqueKara
tinhavistono
lentamente, enviando local. Umade pequenos
cinemacentenas luz sobregiravaas
grandebolafeixesde dediscoteca
cortinas vermelhas de veludo, como pequenos diamantes brilhantes.
Música—elareconheceucomoumasedutoramúsicadelounge,ouR&B
antigo.Oareraumamisturadecharutocomodoresdemofo,comoum
velhopubempoeirado.Elaconstatouqueestavaemumgrandeelevador.
metrodealtura.Asuacarapaçanegrabrilhavasob
Ealgoestavacomelaa
Karadeuumpuloparatráseescancarouaboca.
AmaiorbarataqueKarajáviuestava
li. as luzescintilantesda
acomodada emuma cadeira
acolchoadavermelha,diantedopaineldecontrole.Elatinhacercadeum

bolavermelhode discoteca.
e uma Ela
gravatavestia uma
borboleta cartola
vermelha. negra,
Ela um
parecia longo
comofraque
um
braços
apresentador dela havia
de umumacirco,bengala
excetuandonegraquede eramadeira.
um inseto.Ela seguia
Em umcadados
movimentodelacomseusgrandesolhosnegros.
Karaaencarou,semacreditar.
corrigiu,comum
—Quediabos?—Elasesegurouantesquecomeçassea
—Diabo? —sotaquefrancês.Ela
disse a barata. — puloudacadeiraepousousobre
A non, mademoiselle— rir. ela a
duas patas traseiras. Então ela deu um giro, com o seu casaco
suasvoandoaredordela.Elabalançouabengalanadireçãodela.Estendeua
patadianteiraetirouochapéudacabeça.
——IVocês o. . issoéoSubmonde.
não querdizer Submundo? — Kara olhou para a bola
espelhadadediscoteca.Elacomeçouasesentirtontaedesviouoolhar.
—Não...vocêdisse
—Foiistoqueeudisse.
—Oui! Excatement!Submonde.
Le Submonde. — Ela levantou suas quatro
patasdianteiras paraoar.
Karainspirouesuprimiuoutrarisada.
—Tantofaz,Sr.Barata.
Asantenasdeleseenrijecerameseesticaramparacima.
— A non,non, non!Meunome éJean­Pierre! — Ele fez uma
reverência.—Prazeremconhecê­la,mademoiselle...qualéoseunome?
—Eleseendireitoueajeitousuacartolaemsuachatacabeçabrilhante.
—Kara—repetiuJean­Pierre.—Umnomebonitopara uma garrota
—Kara.
bonita! — As antenas dele se entortaram e fizeram a forma de um
coração.Karafezumacareta.Quediabos?
Derepente,abaratagigantedeuumsaltonoarepousounaparedea
centímetros de Kara. Grudou na parede como se fosse f
Comacabeçaapoiadanasduaspatasdianteiras,seucorpotodoesticado, e i t o de velcro.
gravata
comoseestivessedeitadoemumdivã.Elepiscouosolhoseajustousua
borboleta. Kara podia ver o seu reflexo estupefatonosgrandes
grandeinseto.Quemsabiadoque eleera capaz?Ela não queria insultaro
olhosnegros dele. Ela se afastoulentamente.
—Você ésolitárria, ma chéri? — Jean­Pierre enrolousua antena
esquerdacomsuapatadomeio.—Eusouumgrandeamante,sabe.Seio
queumamulhergosta.—Eleacertouaparedecomsuabengalaealuz
ficoumaisbaixaeamúsicamudouparaalgocomsaxofones.
Karavirouosolhos.
— Mas... mas você é um inseto? Eu não sou um inseto! Sou uma
gsobasmandíbulasdele.Istoaapavorou.
acertamentenãocomovocê.—Karapensoutervistoumsorrisosurgindo
rotJean­Pierrecontinuouaenrolarsuas
a. . um anjo com demônio... esquece. Sou diferente, é isto. E
—Eugosto do diferrente, ma antenaseapiscar.
chéri!Gostomuito.—Asantenasdele
seesticarametocaramabochechadeKara.Elarecuou.
— Você tem um cheirro diférrent. Não cheirra como os demônios
aqui.Seucheirroémaiscomodeumamulher!Vocêtemumpouco...je
nesaisquoi,sobrevocê?
— Hã... obrigada, tenho certeza.— Kara se libertou da barata e
Opainel era feitodecobreescurocomdoisbotõesnegros. Umcoma
caminhounadireçãodopaineldecontrole.
aopalavraSOBEeooutrocomapalavra
istoladodosbotões. DESCE.Nãohaviainformações
querdizerqueoSubmundotemapenasumnível?ComoaTerra?—
—Entãoparaondevaiesteelevador?Háapenasdoisbotõesaqui. .
Karaapertouseudedoindicadorsobreaplacadecobre.Eraf
Emumpiscardeolhos,Jean­Pierrepulouparaoladodela.Eletocou r i o aotoque.
ochapéusedutoramente.
—Porquequersaber,monamour?—elesussurrou.
Karabalançouacabeça.
comaminha mãe...paraa Legião.Preciso detê­lo. —Karanão estavafez
—PorqueeuprecisodeterAsmodeus.Eleprecisapagarpeloque
totalmente certa sepodiafazerumconfiar todaesta informação paraeste inseto.
Claramente,elepodia estrago.
Jean­PierreroçousuabengalapelapernadeKara.
— Fique comigo,
for a—Escute,JP.Sinto­me
Kara.Elapulouparaolado. Kara. Eu amo você! Não há
. Fiquecomigoesejamonamour.—Eleseinclinounadireçãode nada parra você l á
fazer. bastantelisonjeada,mastenhoumtrabalhoa
Tenho de ir.Nãome obrigue amachucá­lo.Eu —queroquevocême
mochilanochão.Elanãotinhamuitacertezadoquefaria
—Machuque­me!Porfavor,machuque­me! Elaem seguida.
abaixou sua
machuque!—A
novamente. barata deuum pulonoare pousou aolado de Kara
Karavirouosolhos.
—DeusdoCéus.—Frustrada,elacruzouosbraços.—JP.Preciso
sairdesteelevador...possofazeri s t o sozinhaouvocêpodemea j u d a r . .
nãopossoficaraqui.
Jean­Pierre pôssobreoladoesquerdodopeitoseusquatrobraçosde
umasóvez.
—Vocênãome ama! Voumorrerdecorraçãoquebrado.
Kara olhou para seu relógio.Seisda tarde.Que m...? Ela j á havia
perdidot r ê
—Precisoss horas.Elatinhades
a i r a i r daqueleelevador.
agora!—Elaergueuavoz.—Deixemei r .
cadeiravermelha.—Voudeixá­lai
—Bon,bon,bon.—Jean­Pierreseafastoueseacomodousobresua
r, mascomumacondição.
Karaagarrousuamochilaeajogousobreombro.
—Qualcondição?
—Umbeijo.
—Vocênãopodeestarfalandoasério!
idianteira.—Vocêmedá
r! —Muito sério. — Jean­Pierre um beijo,epenteoueu deixovocêi
sua antenar. Sembcomeijsuao. . patasem
Istonãopodeestaracontecendo.Karacontorceuorosto.Nãopodia
sertãoruim,certo?SeuprimeirobeijotinhasidocomDavide , agora—
comumabaratagigante.
—Estoupronto,monamour.—Jean­Pierreseencostounaparede,
comasquatropatasdianteirasdetrásdacabeça.
—Vocêvaipagarporisto—resmungou Kara.Elacaminhouatéa
— Ahhh... que
barata.Inclinou­se,fezumacareta,fechouosolhosebeijouoinsetoonde
elapensavaseraboca.
beijo! — Jean­Pierre girou
cadeiraepousoucomumaltosomnotapetefelpudo.Eleestavaimóvel. no lugar, caiu de sua
Asportasdoelevadorseabriramrangendo.Umalufadadeventoa
acertounorostoeKarasentiuoodordedecadênciaecarnepodre.
Kara hesitouporum instante,entãosacouasua lâmina daalma e,
—Aurevoir,monamour!
comficassemeumaúltima olhadapara abarata, elafechou
streitos, preparou­seeentrounoSubmundo. os olhos até que
Capítulo18
Submundo
Uma rajada de ventofortedoempurrou
assimqueelapisouatravés Kara imediatamente para o chão
portal.Suasmãostocaramareia—nãode
corsugada—cinza,opocaemorta.
vermelha como da Operações, mas uma areia cuja cor havia sido
Umat Elaselevantou,protegendoosolhos.Oventosopravaemseucapuz.
e r a planadevastadacobertacomumacapadecinzadesapareceu
comosefosseoquehaviarestadoapósumaguerranuclear.Elatremeu.
nassombrasdistantes. Ela não conseguia ver sinal algumde vida.Era
Formas
macabra
nada.Eracomoseelafosseaúnicaa
negraspareciam
chamando de alémrastejaralémda morte.li. dasKaratrevas.O
não conseguia
ventoeraouvirmais
uma voz
Kara...
Elaouviuumsussurrodoseunomeroçarseuouvido.
Euav e j o . .
Elasentiuumamãoapertaroseuombro.Karasevirou.
Nãohavianinguéma l i
Entãoelaouviuumarisadadistante..
Elesestavamzombandodela,elaconstatoucomraiva.
— Revele­se! —Ela gritou, segurandosua Lâmina da Alma. —
Covardes!
Algo semoveuaolonge.Karaseesforçoupelaareianoventopara
enxergar. Vinha
pelochão.Eraumtapete. na direção dela, lentamente. Era vermelho e ondulava
Ele se desdobrou diante dela, como aqueles em eventos
vermelho.Paroubemdiantedosseusdedões.Umcalafriosubiuemsua de tapete
espinha.Otapeteestavamolhadodesangue.
Kara girou ao redor de si novamente, desesperadamente tentando
Kara...
enxergar.
Elaestavasozinhacomotapeteensanguentado.
Alguémhaviaenviadootapete.Eraumconvite—elasabiaoque
tinhadefazeremseguida.
—Bem...vamosvernoquedá.—Karasaltousobreotapete.Seus
estendiaparaassombrasdasareiascinzas.
lados.Quebomqueelaestavausandoseusgrandescoturnos.Otapetese
sataposafundaramnomaterialmacio,enquantosangueespirrouparaos
Aqui
vermelho. vamos nós.
Elapodia Kara
ouvir o caminhou
som das cuidadosamente
suas botas mesmo sobreo
como tapete
vento
conseguia
queelaestavacaminhandoporhoras,
rugindo. Nadaaconteceu.Elacaminhou ou
determinar. O tapete parecia ecaminhou.
fhaviamsidominutos?Elanão para Karaela
icar mais longoPareciaenquanto
caminhava. Uma lufada de vento roçou
acariciandosuabochecha—elesestavamenganando­a? o seu rosto, como uma mão
Kara...
Karacortouoaratrásdelacomalâmina.Elacortouonada.
Elasevirou.Elacambaleou—umaenormeestruturaestavadiante
Um grandesalão, repleto de luzesbrilhantesquecintilavam e com
dela.Haviaaparecidodonada.
músicaa l t a queecoavaàsuavoltachamavampor Kara. Elapodiaouviu
risadas vindo de dentro. Numa
estavae—Vocêsópodeestarbrincando.
scrito, CassinoSubmundo. placa gigante de néon vermelho e azul
Duasportasdevidrosurgiram,rangerameseabriramnafrentedela.
Elaapertousualâminaemsuamão.Elaentrou—demôniosestavam
portodoolado.Demônioscom peleazulcomot i n t
nobar.Demônioscomgrandesasascomodemorcegoestavambebendoa matavamotempo
espessa queverdede
umlíquidovermelhoqueKaratinhacertezaquenãoeravinho.Pequenos
demônios
parecidopelecomblackjack.Demônios
pareciamcomognomos,excetuandoqueelestinhamuma
couroe dentes extra grandes, jogavam umjogo
moedasdouradasebolasbrilhantes. superioresgritavam e jogavamcom
EnquantoKaraseembrenhavanocassino,elaviudemôniosfêmeas
dançandodetoplessnasmesase fazendopole­dance.Chifresbrotavam
deeramatormentadospordemôniossuperioresquepareciamestarjogando
suas cabeças. Demônios inferiores engaiolados uivavam, enquanto
pedaços decomida
paraelaesilvavamquando ensanguentadaparae
ela passava, l
mas e s . Outrosdemôniosolhavam
ninguémtentouatacá­la.
Estranho,elacontinuoucaminhando.
Elapassou por uma piscina no chão cheia com um líquido verde­
amarronzado.Elapercebeuunscalombosnapiscina.Primeiroelapensou
queas istfossem pedras, mas então eles se moveram. Horrorizada, Kara
i u um destes calombos tremer e o s c i
deformado.Pernasnegraspegajosascomgarrasafiadasrasgaramacasca,l a
comlíquidoverde vazando dointerior. Elepulou para forada piscina. r . Era um grotesco ovo
Seucorpo negro everde brilhavana
—ela luz.
morcegosedesdobraramatrásdele.Seurostohumanosecontorceuese
inchou,comgrandesolhosvermelhossaltados.Erapartemoscaeparte
humano. Karateve ânsia haviaacabado de testemunhar o Grandes asas molhadas de
Um súbitoarrombodealegriaatraiuaatençãodeKara.Umdemônio
nascimentodeumdemôniodanova raça.
rosnando com f i l e i r a s de dentes podres amarelos
algumas fichas de pôquer no bar. Ele esticou sua longa mão ossuda e se levantou e jogou
braçodeformadoemdireçãoaobartender,quealcançouatrásdeleeabriu
umbrilhante.
armárioA cabeçade
de vidro. Kara Ele enfiou a mão dentro e puxou uma esfera
estava cheiode f i l e i r a s emaisgirou—
f i l e i r a sera
de umaalma
almas. O — todoo
demônio armário
rosnando
lançou cabeça para tráse engoliu a alma. O corpo dele cintilou
enquantosualuzexplodiuaoredordele.Elefechouosolhosedeuumalto
gemido.OsjoelhosdeKarafraquejaram—paraondequerqueelaolhasse,as
almaseramoprêmio—almashumanaseangelicais.
Aqui,Kara...
corpo Um movimento atraiu o olhar dela.
de umhomem.Elaflagrouoolharde Karae acenou.
rdelaestavajogandoemumadasmesas.Comumabebidaemsuamão,ela
ia eacariciavaumgrandedemônionegrocomacabeçadeumjavalie Kara ficou paralizada.A mãe
—Mãe? —Karacambaleouadiante.— Mãe! —Petrificada,Kara
mesa,massuamãetinhadesaparecido.
abriucaminhoporentredemôniosparaalcançarsua mãe. Ela chegouà
—Mãe?Ondeestávocê?
Minhaf i l h a . . pora q u i . .
Kara avistou
saltitavacomoumamenininha. sua mãe acenando para ela novamente. Ela r i a e
—Mãe!Pare.Mãe!
Karacorreuadiante.Demôniospulavamnocaminhodela,sibilando
cuspindonorosto dela enquanto ela passava. Kara olhou por sobreas
paraelaenquantotentavapassar.Elaergueualâmina,eelesseafastaram,
entre a multidão de demôniosdeugargalhantes,embriagados
porecabeçasdosdemônioseavistousuamãe.Elaabriu
la. Karacorreuparasegui­la.Ela uma portaesumiu
de almas.por
socosechutesparaabrircaminho
Elanãoseimportava.
Chegouatéa porta.Estava entreaberta.Elaespiou
queeraumasala,massópodiaverastrevasfitando­adevolta.
— Mãe?Mamãe?Mãe...ondeestávocê...nãoconsigovernada. l á dentro.Sabia
Sempensarduas vezes,Karaentrounasala. Aportasefechouatrás
Kara...
com umabatida. eto. Milharesdeespelhosrefletiammilhõesde
dela AsluzespiscarameKaraestavanomeiodeumagrandesalaredonda
comespelhosdochãoaot
imagensdela.Asuamãeestavasentadaemumacadeirademetalsobre
umaplataformanomeiodas a l a . Elabebiadeseucopoer i a .
Karacorreuatée l a .
mão.—Mãe! Precisamos sair daqui, venha comigo. — Ela estendeua
acreditava de sua mãe emse transformar.O
sua mãeoserostometamorfoseou
água,Suamãerecuoueriu.Ocorpodelaoscilava,
eKaraserobservou comose
sua verdadeira queformaela
fossefeitode
demoníaca.Elatinhagrosseirapeleverdecomootroncodeumaárvoree
longo cabelo verde fino. Uma cauda se enrolava atrás dela. Os olhos
amareloszombavamdeKara.Odemôniofêmeariuepuloudacadeira.
Karacompreendeuoseuerro. Maseratardedemais.Antesqueela
pudessesevirar,elasentiuduasmãospoderosasagarrando­apordetrás.
Umdemônioarrancouasualâmina.Elesaseguraram.Elanãoconseguia
semover.
— Bem,olánovamente,Kara.
Asmãos apuxaramdaplafaformacomforçaeaarremessarampara
baixo.Elaolhouparacimaemdireçãoàvoz.
—Estoufeliz quevocêtenhavindopara verasuanovacasa.
Asmodeus estava parado diante dela. Ele s
Tinhaseesquecidodoquantoosenhordosdemôniossepareciacomos o r i a . Ela estremeceu.
arcanjos.Orostodeleeraabsolutamentelindo,esculpidocomperfeição.
Seusclarosolhosazuispousavamsobrealtasmaçãsdorosto.Apeledele
era brancaeKara pensouqueelepareciabastantecomumvampiro.O
cabelopretocurtoreluzianaluzsuave
Eleapertouumgrande
negras.Elevestiaumternovermelho da s
comuma a l a , comoumacoroadejoias
gravataecamisapretas.
fileir—a deanéisdefumaça. charutomarromcomoslábios,entãosoltouuma
Procurando por i s
comsuaoutramão.Umaalmabrilhanteplanavanoit o . — Asmodeus levantou num
t e r ijarro
o r . de
Karasabia vidro
instantaneamentequeeradasuamãe.
senti—Temo
rei falta daaparênciaestonteantedesuamãe,bastantesurpreendente
que não seja hora de uma reunião familiar, emboraeu
paraumamortal.Semprepenseiqueelapareciamaiscomoumarncajo
era amulherparamim.irar osolhosdelanaquelediade
doqueuma mera mortal.Nãoconseguiat
verão...sabiaqueela
Eleergueuajarraeaexaminoupor
de um instante.Elevirouacabeça
nadireção
— Kara.
Vocêparecet e r herdadopartedabelezadela—disseAsmodeu
comumtomf
— Teremosa t u a l . Eledepositouojarronaplataformaeseafastou.
umgrande espetáculo hoje ànoite, minhaf i l h a . Estou
felizquevocêconseguiuv
—Eunãosousuaf i lihra.! Nãoseriaomesmosemvocê.
—Karabateuopé.Elaqueriapoderchutá­
— Mas é claroeferiquer àsuamãecomosefosseumpedaçodecarne.
lonacaraporser é, garota tola. Vocêé minha rebenta. Evocê
chegou
pensou bem na hora para agrande apresentação.
Elegirounolugar,comseucasacovermelhoflutuandoatrásdele,eKara
favor,tragamaminhaf
que parecia maisilhacomoadoradaparaacadeiradela.—Asmodeusr Grutus.
um terno de sangue grudado no corpoiu. Xenor. Por
dele.
Os dois demônios superiores
muitomaisfortesdoqueela.Elesajogaram ergueram
lutavao melhor que conseguia, mas sem sucesso. Karano Osa r . Elachutava
demônioseram e
braçosepernascomcorrenteseseafastaram. nacadeira,prenderamseus
—Vocêmechamadef
Karasecontorceunacadeira.
ilha eéassimquemetrata?Porfavor,solte­
me. Elasesentiaumacondenadanocorredordamorte,esperandopara
sertinhacomoelasesoltardascorrentes.Elacomeçouaentrarempânico.
executada na cadeira elétrica. Ela puxou com toda sua força. Não
Osenhordosdemôniossorriueriusuavemente.Eleflanouatée
deve—Eumelembrodonossoúltimoencontro,f
serlembrar também. Eu não ia querer queivocê lha. . assimcomovocê l a
tocasse qualquer .
hora.—Eleergueuosbraçoseestalouosdedos.
coisacomestassuasmãos.—Eleolhouparaorelógio.—Estáquasena
Karaavistoumovimentonosespelhos.Elaergueuacabeçaefranziu
osubitamente
cenho. Asedesapareceram,
milhões de imagens de seu rosto bravo oscilaram
sendo
quemundoelanãoreconhecia.Eramosrostos substituídas
detodas por rostos
asnações de pessoas
aoredor do
homens olhando
se de volta
barbeando, para
mulheresela
se — crianças
maquiando, escovando
penteando os
o dentes,
cabelo,
pondosuaslentesdecontato,adolescentesapertandoespinhas—milhões
depessoasindoparasuasrotinasregulares,semsaberqueKarapodiavê­
lasemseusmomentosmaisprivados.Eladesviouoolhar,envergonhada.
—Istonãoécerto.Oque...oquevocêvaifazercomeles?—Kara
puxousuascorrentes.
Asmodeusdeuumsorrisomalicioso.
—Ah...tenhapaciência,minha cara. Adiversãosócomeçou.
Eleuniuasmãosatrásdascostasecaminhoupelas
osmilhõesdemortais.
atrásdeum
—Agora,rapazes...tragam­meomeuespelhoespecial.
GrutuseXenor
porta.Algum a l a ,
pularamparabaixodaplataformaedesapareceramobservando
tempo depois, eles reapareceram carregando
ummagnífico espelho antigo.
no Karaqueria tocá­lo. Era esculpido
elegantemente em
gravadosnasbordas.Ovidro vermelha, comsímbolos estranhosnão
uma madeiracentroeracompletamentenegroe
roespelhonocentrodas
efletia nada.Eragrandecomoumhomemadulto.Osdemôniospuseram
a l a , entreKaraeaparededeespelhos.
mãodetalhes.Elapodiaverumaânsianosolhosdeleenquantotocava­ocom
delicadeza.
—Lindo,não?—Asmodeuscaminhouatéoespelho.Eledeslizoua
para cima e para baixo nas bordas de madeira, acariciandoos
Karadesviouoolhar.
—Dizem que os olhos são janelas para a alma, não é? Estão
equivocados. Os espelhos são as janelas para as almas,e você, minha
cara.Karaolhouparacima,incomodada.
. éachave.
—Oquê?Qualchave?Doquevocêestáfalando?
—Nãoéóbvio?Eupreciso
Asmodeusriusuavemente. doseupoderespecial,Kara.Semvocê,
oespelhonãofuncionaria.Masatravésdevocê—oEspelhodasAlmas
viverácompoderelementaleabriráportaisparaomundomortalatravés
deservoscadasurgirão
espelhoquetiver
do outro umreflexo.Epor
lado. Omundo todosestesespelhos
inteiroserá preenchido meus
com
demôniosestanoite,minhacara.Vamosesmagarosmortais,devoraras
almasdelesenosapossardaTerra.
Karatremeu.Istoeraculpadela.Ofimdomundomortalpodiaser
culpadela.Ela sabiaqueeraumaarmadilha,masainda assinfoitentar
poderiasuaseremseussentimentos
salvar
pensando mãe. edesuaelamãe.percebiaEla nunca
a responsávelpelaaniquilaçãototaldaraçahumana.Elase
Foiumato egoísta, agora.pensou
Sóestavaque
deparavacomopiorresultadopossível.SehouvesseficadonoTártaro,
nadadistoteriaacontecido,elasedeuconta.
Elaapertouamandíbula.
—Nãovoudeixar.Vocênãopodeusaromeupoder...entãooseu
planonãovaifuncionar—elasilvou.
— HÁ! — Asmodeus precipitou­se para Kara com velocidade
extraordináriaepousousuavementediantedela.
Elefezumacarranca.
mãe...eraapenas uma questãodetempo...entãoeuesperei.Eagoraque
tolaobastanteparaentrar vocênomeume daráreino.Eusabiaquevocêviriaporsua
vocêestáaqui,porqueesperar?
— Vaifuncionar,e seu poder,minha cara.Você foi
UmlampejodeeletricidadenegraacertouKaranopeito.Elagritou
dedor.Queimavaatravésdesuapeleangelicalcomoácidolíquido.Um
calor fluiupor ela, então se esvaiu. Elaabriu os olhos. Luz dourada
cobriaseucorpo.Longosrastrosdeluzprojetaram­sedela,enrolando­se
egirando.EntãoumfeixedouradofoidisparadodelaeacertouoEspelho
dasAlmas.Karasentiusuaenergiasendosugadaparadentrodoespelho.
O espelho se iluminou
os com
emuma umvermelho
ao
Karapendeuparafrente.Elasesentiafraca.
pareciamtramasdefios
Almas da brilhante.
câmara.Os
momento,milhõesdefeixesdouradosforamdisparadosdoEspelho
eacertaram espelhos gigantescat Depois deum
feixes deluzdasde
redor eia dearanha.Acabeça
—Pare...pare!—Karaforçouaspalavrasdesuaboca.Ocorpodela
morrendolentamente.Logoeladesapareceriacompletamente.Orostode
tremia,enquantoosespelhosdrenavamsuaenergia.Elasabiaqueestava
Davidsurgiuemsuamente.Elasabiaquenuncamaisoverianovamente.
Oslábiosdelatremiam.
Asmodeuslançouosbraços parao ar. Havia umbrilho insanonos
olhosdele.
— Está funcionando! Está funcionando! Logo o mundo será meu!
Vão,meusservos.Vãoetenhamoseubanquetecomoeuprometi!
Tendões negros lentamente rastejaram para fora do Espelho das
Almas.Oarseencheucomofedordecarnepodreesangue.Demônios
Elesseentrelaçaram
dassombraseoutros aosdemônios
Almascomotrançasnegrasedouradas.
espelhoporuminstanteantesdecintilaremesetornaremnévoasnegras.
feixesdouradosqueemanavamdoEspelhodas
inferiores se materializaramapartirdo
Kara estremeceu quando eles chegaram aos espelhos que
contornavamas a l a .
Elapodiaouvirosgritosvindo do outrolado,alémdosespelhos.Ela
ouviu uma criança choramingando. Um rugido de demônio.
silêncio.—Pare! Por favor,pare! Farei qualquer coisa que você pedir. . só Então o
nãofaçai s t o .
—Tardedemaisparai s t o , minhacara.Alémdisto,vocêestáfazendo
oqueeupedi.Vocêestá
fazer me dandopoder!Opoderqueeuprecisavapara
criança!oespelhofuncionar!Omundomortalmorreráporsuacasa,minha
Gritoselamentospreencheramas a l a
osolhos,eimediatamentesearrependeu.Nosespelhosaoredordas . Acâmaratremeu.Karaergueu
a l a ,
elapodiaagoraveroterrorrefletidonosrostosdosmortaisdooutrolado,
terroreoreconhecimentodamorte.EraquasedemaisparaKarasuportar.
ElatorceudesesperadamenteparaqueaLegiãohouvesseouvidoGabriel
eacreditado
sobreviveriam. nele. Ela tinha de acreditar que alguns
Elasecontorceunacadeira.Suamente estavanolimitedastrevas. dos mortais
Partedelaqueriad
—P. . pare—Karagaguejou,sussurrando.—Porf
esistir edeixar­seseesvair. avor. . pare. . por
favor.MasAsmodeusnãoaouviu.Eledançavapelasala, rindo.
Em um dos espelhos, Kara pôde
corposemvidadelatombounochãodobanheirodela. ver uma garota de
gritando enquanto um demônio das sombras rasgava suas entranhas.O sua idade
substituídoporraiva.—Pare!
—NÃO! — Kara tremeu. O desespero dela subitamentefoi
A salavibrou sob os pés dela.se Elaconcentrounela,tentandoconvocá­
energiadentrodesuabarriga.Ela sentiu um pequeno influxode
la. Elatinha defazer isto.
Asmodeuergueuopunho.
— Alimentem­se, minhas crianças! Alimentem­se! Peguem­nos
todos!Devorem­nos!Destruam­nos!
OcorpodeKaracomeçouatremer.Ocalorsereuniuemsuabarriga
eseespalhouparaseusdedões.Moveu­separaseusdedose
parasua cabeça. Ela sentiuo poder incontrolável do , finalmente,
elemental tomar
contadela.Elaseentregouae
Suascadeiasdecouroderreteram.Oseupodersealimentavaap
le. artir
desua raivaporAsmodeusecontinuava
todos—matá­lostodos. crescendo.Ela queriamatar
Uma explosão de energia voou de Kara e atingiu o Espelho das a
Almas. O espelho estourou em milhões de pequenos cacos de vidro
negro.
Capítulo19
Sonhosestilhaçados
—demais.Não!—Asmodeuscorreuparaoespelhoestilhaçado.Maseratarde
A
negros conexão
se foi
evaporaram, interrompida.
e os Todos
milhões de os feixes
espelhos dourados
explodiram e tendões
com um
rugido. Pedaços
brilhante. de vidro se espalharam pelo chão, como uma chuva
contorcido.
distorcido
Asmodeusemalgose virou
malignoparae sencarar
inistro. OKara.rostoOlindorostoagoraera
dele haviase
feio e
—Vocêtentouarruinarosmeusplanosmais uma vez,filha—disse
Asmodeus.
Umsorrisocontorceuoslábios,enquantoeletirouocigarrodaboca
esoprouanéisdefumaça.
—.
mundo . masvocêagiutardedemais.Osmeusmascotesj
terãosidoerradicados.
mortal. Logo, todosEdevoagradecê­la,minhaf á entraramno
seus patéticos mortais iaolha.redorFoivocêdo mundo
quem
MATEM­NA!—elerugiu.
realizouisto.Eagora,infelizmente,nãotenhomaisutilidadeparavocê...
GrutuseXenorsacaram
Kara sentiuo seupoder suasarmaseatacaram.
se dissipando deseu corpo. Ela sabia que
estavadormenteagora.Elasesentiacansada.Oúltimoinfluxodeenergia
tinhadrenadocompletamente.Sabiaquenãotinhachancealgumacontra
osdemôniossemseupoder,entãoelafezaúnicacoisaquepoderiafazer
—correu.
—Segurem­na!—Asmodeusrugiueapontou.—Segurem­na,seus
Karasegurouojarrocomaalmadesuamãeedisparouportaafora.
tolos!Karanão olhoupara trás.Ela escondeu o jarrosob sua camiseta e
embrenhou­se porentre demônios bêbados
queelesnãoreparassemnela.Entãoelaouviuumacomoçãoesevirou no cassino. Elatorceu para
parasuperioresparoudejogar
ver Grutus apontandoese concentrounela.Elesatacaram.
paraela. A legião inteirade demônios
vermelhaKara empurrou
de néon de e chutou
Saída. seu
Ela caminho
passou por em direção
debaixo do à placa
sovaco azul
de ume
demôniolançandodados.Asaídaestavaperto.
—Peguem­na!
Karaalcançouaportaesaiu.
devastado, odeserto atacou Kara com tornados de areiae tentou
Elaseencontravanovamentenodesertoventoso.Sombrio,mortoe
anocauteá­la.
elevadorestivessenof inal dele. ver dois metros à sua frente. Para seu
lívio, otapetedesangueaindaestavadesenrolado.Elatorceuparaqueo
Ela não conseguia
Comosolhose s t r e i t o s , Karacorreupelotapete.Elaouviuasportas
seabrirematrásdela,maselanãoparou.ImagensdesuamãeedeDavid
lheimpulsionaramaseguiradiante.
Parasua surpresa, Karachegou ao f i n a l do tapete. Mas, quando
olhouaoredor,nãoconseguiaveroelevador.Tinhasumido.
—Ohnão!—gritouKara,desesperadamente.Elaouviu ossonsde
eraredordodesertocinzento.Paraondeelairia?Ondeseesconderia?Qual
muitos onomedaquelabarata?
—Jean­Pierre,onde
pés. Rugidos raivosos alcançaramseusouvidos. Ela olhou ao
paraoventoeparaaareia. estávocê!JP,precisodevocê!—Karagritou
Ouviu­se um pop súbito e o barulho de portas
virou.— Ah! Mademoiselle, Kara! Sabia que você nãoresistiria, mondeslizando. Kara se
amour!—
rapidamente. A barata estava parada na porta do elevador e piscava
cuidado— Oh,paragraças a Deus!o jarro— Karade vidro.
não quebrar se lançouEla olhoupara dentro,
paraa porta.
tomando—
Rápido!Temosdes a i r daqui.Elesestãovindo!Fecheaporta!
—Quemestávindo,machéri?—Jean­Pierrepôsacabeçaparafora.
—Nãovejoninguém?
elevador,matariaKaraedevorariaaalmadesuamãe.
Em alguns poucos segundos, a horda de demônios chegariaao
Kararastejouatéabarataeagarrousuapata.
lhe darFeche
Porfavor... eu suplico!
aqui.—. Euvou...Euvou... cem beijossevocêf
as portas agora!echaElesestãoquase
r. .
Asportasdoelevador semarcasfecharam.Instantaneamente,ouviu­sealtas
batidaseKarapodiaveras
metal,enquantoosdemôniostentavamarrombá­las.
demarretasseformandonasportasde
Jean­Pierrejogouparaoladosuacartola.Depoisasuabengala.Ele
caminhouaté
crista—Estoupronto,meuamor.
Oelevadorbalançou.Os
l queguardavaaalmadesuamãe.
Kara, com seus olhos cintilando no reflexo da bolade
pulavaetremia. demôniosbatiamnaporta.Aboladec
Elase arrependeudeter seoferecidoparabeijá­lo, masdecidiuque r i s t a l
nãoseriaumaboaideiaf erir osseinclinou
— Tudo bem... — Kara sentimentosnadadireção
baratafrancesaagora.
de Jean­Pierre. As
—.. que opçãotenho? forma deumcoraçãosobresuacabeça.
antenasdeleestavamdobradasna
Outrabatidatrovejante.Aportanãoaguentaria.Elatinhadefazero
elevadorsemover.
—Estoucontando,sabe.
Karaestremeceu.
Depoisde
—Comcerteza.Vocêpodecontar.Vamos
daruma centena deselinhos nelee fazer istorápido!
limpar sua boca na
manga dacamisa,
pequenoelevador. Kara recuou. Jean­Pierre pulou no ar e saltitoupelo
Karaapertavaojarrodevidroemseusbraços.
enfioupor
Comumgrandeimpacto,abriu­seumrasgonaporta.Umamãose
e l e .
Karapulouparat r á s .
—Rápido!Precisamosi
podevoltarparaHorrizonte. r ! Agora!
—Oui,monamour.Possolevá­ladevoltaparaaTerra...entãovocê
Vai!—Ótimo.Jáestá bom.—Ela olhouparaasmãosse enfiando.—
JeanesticouobraçoeapertouobotãoSobe.
Kara foi arremessada no chão com a súbita força do elevador. Os
demôniosseforam.Elasuspiroualiviada.Uminstantedepois,oelevador
paroueasportasseabriram.
—Merci,Jean­Pierre
—disseKara.
—Aurevoir,meuamor.—Abaratagigantefezumareverênciae
denovologo.
apertouasquatropatassobreoladoesquerdodopeito.—Esperrovê­la
Deus,
parafora. esperoquenão,pensouKara.Elamostrouosdentesesaltou
Capítulo20
Indoparacasa
Kara correuagora?pelasElesdunasvermelhas
ouvira acreditariam nelada agora,
Operações.mesmoO AltosendoConselho filha dea
Asmodeus?Ela
rápido. Depois apertoua
do que almadesua
Jean­Pierre mãe
tinha f e i em
t o seupeitoe
por e l a , Kara correumais
t e r i a de se
lembrar
baratas.Mesmotendosidonojentob
de sempre ser gentil comeijosá­linsetos,o, elesalvousuavida.
especialmente com as
olhosbaixos.
David.Elaesperavaqueelenãoestivessecomproblemas.Elamanteveos
Elaavistouotopo
Não queriadas atendas
trair atenção
azuis dedesnecessária.
treinamento. ElaEspecialmente queriaver
agora.Primeiro,elaqueria ir atéGabriel.Então,setudosetranscorresse
das Almas.
bem,poderialevaraalmadesuamãeparaoSalão
AlgunsAGspararamsuasliçõesdecombateeaencararam.Alguns
apontaram.Karaapertouoqueixoemseupescoçoecorreumaisrápido.
MasKaraestremeceu.
antes que pudesse encontrar Gabriel, Zadkiel surgiu diante dela.
—Eu
emitindoveneno.estava esperando por
Kararecuou, protegendoojarrodevidro. você — disse Zadkiel, com sua voz
— Oque...
pelatendabranca oquevocê
de Gabriel, quer?
mas Onde
Zadkiel está
deu Gabriel?
umpassoparaolado— Ela procurou
para
—Gabriel não estáaquiagora.—Osolhosnegroseassobrancelhas
bloquearavistadela.
negras de Zadkiel
indispostonomomento. faziam com que Kara quisesse f u g i r . — Ele está
Zadkiel
ergueram. olhou para o jarro de vidro. As sobrancelhas dele se
— Eu cuidodistoagora.—Eleergueusuagrandemãoa
seutraje.Kararecuou.
—Não.Estaéaalmada p a r t i r de
Almas,onde ela estarásegura. minhamãe.Eeuvoulevá­laaoSalãodas
Zadkielrosnou.Orostodeleseenrugou,consternado.
—Eucuidodistoagora...dêparamimouvocêvaisearrepender.—
Oscantosdoslábiosdeleselevantaram.
Karabalançouacabeçacomoumacriançateimosa.Elasentiupânico
brotandodentrodela.Oqueestavaacontecendo?OndeestavaGabriel?
—Dê­meaalma,guardiã.
Karaergueuojarrono
ojarropara
esferabrancaplanandodentro
entregou ar por ummomento,observandoapequena
oarcanjo. umvaga­lume.Eladeu de ombrose
como
— Então vamos para o Alto Conselho? — Kara
expectativa. — Tenho de explicar o que aconteceu. Fui para o
Submundo...EuviAsmodeus.Eleestáplanejandodestruirtodoomundo perguntou com
mortal!Elessoltoumilharesdedemôniosporespelhos.Temosdedetê­
lo. . ZadkiellevantouamãodiantedeKara.
Karafranziuocenho.
—Não,vocênãovaiaoconselho.
—Oquequerdizer?
émuitoimportante...pelomenos Tenhodecontarparaelesoqueaconteceu.Isto
—Vocênãoprecisarárelatarparanadareparalatarondeestáindo.
.
Karaolhounosolhosdele.Elatemiaoqueeled
Zadkielsorriusuavamente. i r i a emseguida.
—Voulevá­laparaoseulugar,demônioimundo.Voulevá­laparao
Tártaro.Eacrediteemmim,destavezvocênãovaiescapar.
Agoradêumaespiadaem
HORIZONTE
Capítulo1
Esquecida
KaraanestesiadaNightingalee vazia,estavadrenadasentadade todono chãofriode
sentimento.Elapedra.podiaElaseouvirsentiaum
desgastado
quando coro
também de
começaria gemidos a de
t e r outros
alucinações.prisioneirosEla e
não ela
queria se indagava
perder a
sanidadeparaassombrasnaperenetrevadesuaceladeprisão.Asvozes
dosmortosedosesquecidoseramsuasúnicascompanheiras.
Com
costas
última otempo,
haviatrazido
paraeladeuma
pessoa
. como as rugosas
paraqueumadas elaprisão paredes
poderosamontaria.Elaestavadependuradaabaixonasafiadas
pássaro, cinzas
serelanadevorada.
ElanãorecebiavisitantesdesdequeopróprioarcanjoZadkiela
grandes
presatinhaeprestes
águias,
jogado­a
visto,aecomo se tornaramum
secela.umperguntava
cavaleiro
Ele Zadkiel conforto
garrasdo
haviasecavalgandosua
cavalgadonas
umhaviadiasidoveriaa

outraalmanovamente.
Karasuspirou.Elasegurouumapedraafiadaesevirouparaencarar
aparedeatrásdela.Esticouobraçoeapertouapedranaparedecomforça
osuficienteparafazerumapequenainscriçãoeformarumalinha.Elase
umdia.Elacontouvinteeoitopequenasmarcas.Nãotinhacertezaseosseus
sentousobreoscalcanhareseadmirouseutrabalho.Cadamarcacontava
cálculosestavamcorretos;eradifícildeterminarotempo emviaHorizonte,
porcausadastrevasqueacercavamtodootmepoeelanunca
dia.Masimaginavaqueestavacerto,pondooutirandoalgunsdias.Suaaluzdo
primeiraatribuiçãocomoumanjodaguardaahaviaensinadoisto.
eleveioAgargantadelaseapertou.Elaselembroudaprimeiravezquefoi
trancafiadanoTártaro.ElapodiaverorostosorridentedeDavidquando
pararesgatá­la eficou na portada sua celade prisão. Seu
vindo
cavaleirode desta vez.reluzente,
salvá­laamardura Elahaviaelesidohaviatrancada
dito. Maspor quase
ninguémum tinha
mês,
esquecida comoumpar desapatosvelhos.
Nãofaziabemparaelavivernopassado.
Ela se espantavacom o fato de aindaestar sã. Os gritos insanos e
uivosdosvizinhosalevavaaacreditarquehaviapelomenosumadúzia
deindagou
outros aqui, trancados em níveis separados. Quantos níveis e celas
haviaemtodooTártaro?Elasópodiasupor—milharestalvez.Elase
porquanto tempo os outros prisioneiros haviam sido deixados
definhando
realidade eilusão.
até queQuantosuas mentes
tempo nãoaté quepudessem
ela começassea
mais distinguirentre
gemere a
sdefinhar?Talvezcontar
ã. osdiasmantivesse amente dela funcionandoe
inocênciamaisumavez.Erao
Ela ardia com o desejo dequeafalarmotivava.Ela
com o conselhoe
torciaporalegareste dia,sua
logopoderia
espião
existe. demônio,seerguere provardeumavezportodasque
Elanão eramaso uminimigoanjo queelesa
adolescente acusavam nãoerauma
normal, seseré. queElestapodiam
l coisa
confiarnela.Elaeraumdosmocinhos,nãoera?
Kara sesentoude volta.Bateua cabeçacontraa parede.Ela sabia
guardião.
quehaviarealmentefeitoumabagunça.Haviaquasematadoumcolega
Então, elahavia escapadodo Tártaro, sem aguardar o seu
mortaisesepreocupoucomasuabuscaegoístaparasalvaraalmadesua
mãe.
julgamento.
Ela haviaTinhase tornado
havia seumesquecido
anjo vingador,
da suaumaobrigação no mundoos
renegadadesalvar
sobrenatural.Malpodiaimaginaroqueoconselhof
Comum suspiro,Kara deixounosuarostodoarcanjoZadkiel.Poeirae
Elaselembroudosorrisomaligno
desaberqueseriamuitodesagradável... a r i a
cabeça penderem seus joelhos. come l a . Apesar
pequenas
gratificação.
quando elepartículas
bateu
Grandesa tinham
porta,
rugas,fechando­a.
caídodo
como batatatelhado
Oschips,olhose haviam
dentrodele brilhavam
dosse formado
seusolhoscomno
toposobrancelhaszombavamdela.Elaselembravadeseindagarporqueele
de sua careca. Os profundos olhos negros dele e as espessas
parecia estar tão s a t i s f e i t o . Parecia
pessoalcontraelaemalpodiaesperarparatrancafiá­ que o arcanjo tinha
l uma
a.Zadkielignorouvingança
todassuassúplicasparalevá­ladiretamenteaGabriel.Eletinhaignorado
ele atinha ouvido.Era como se houvesse ficadosurdo.Ele não queria
suasinformaçõessobreosplanosdeAsmodeus...elanemtinhacertezase
nada mais doque c a l á ­ l a , jogá­la
dela.Karaengoliuseuressentimento.Elabalançouacabeça.na prisão e se l i v r a r definitivamente
—Estoutãof
—Aindanão. e r a d a . .
Karaficou paralizada.Ela
vinhadaparedeatrásdela.
—Quemestáaí?Quem disseisso? forçouosouvidos epercebeu quea voz
Karasevirousobreosjoelhosefitouaparede.Umainspeçãomais
Avozvinhaatravésdela.Elaseaproximou.
detalhadarevelouumagranderachadura
—Vocêprecisasair daqui,Kara—disse como umraionarochairregular.
Kara imaginou que avoz pertencesse a avozgrossapelaf
um ancião. A i
imagems u r a . de
Merlim, o mago com o
desalinhadaqueroçavaochão,surgiuemsuamente. cabelo branco fino e uma barba branca
—VocêprecisadeterZadkielantesquesejatardedemais.
perguntouKara.Oslábiosdelaroçavamaásperaparededepedra.Elase
— Oquê...? Quem évocê? Ecomo você sabeo meu nome? —
esforçouparaverpelarachadura,maselaavistouapenasumasombra.
Houve um momentodesilêncio,entãoohomemfalounovamente.
—Ouviosguardas falarem sobrevocê.Seiquevocêéumanjoda
guarda,KaraNightingale.Também
dos anjos e que você possui poderessei únicos quevocêe incré diferente
íveis, poderes
damaioriaque
assustam e
Legião,minhacara.enfurecem o Alto Conselho. Você tem muitos inimigos na
Karaouviuodesconhecidopigarrear,entãoelefalounovamente:
filha—EntendoqueestaéasuasegundaveznoTártaroequevocêéa
deAsmodeus.
como
homem eraestremeceu
doidoKaraqueohomem
nunca cala coma ditobocaasisetúltimas
conhecimentocomumentretodososprisioneiros.Elaseindagouseeste
outrodoidoeserestavaalgumasanidadenele.Seriaotipode
havia ofitãocarianaturalmente,
palavras.
balbuceandoEraeraparaestranhopara
comose
sempre? fosse
Seusela

resmungos
também a acompanhariam
ficasse loucajunto? até
Ele o f
sabia i n a l
quem dos tempos
ela era. ou até
Talvez que
os ela
outros
prisioneirosnãofossemtãoloucos.
—O meunome é Legan— disse o desconhecido.A voz dele era
suaveegEleprosseguiu:
—...eoque
entil, nemdelongeotomdeumloucobalbuceante.
eutenhoparalhecontaragoraémuitoimportante.Você
de me prometer que vai contar
temestouprestesalhecontar.Você para o conselho exatamenteo que
não podeseesquecerdenenhumdetalhe.
Prometa­me,Kara.
Karaseendireitou.Elanãoconseguiaevitardef
quehaviaouvido.
falando?
— Hum...Oqueéprazerem i c a r espantadacomo
que vocêLegan.querMasqueeudo quecontevocêparaestáo
exatamenteconhecê­lo,
conselho?Éprovável que eu nuncamais
estardesperdiçandooseutempo.Sintoquef saiadaqui...
i c a r e i então você
presaaquipormuito, pode
muitotempo.
Kara ouviu pés se arrastando, então um suave plop. Ela sabia que
Legan tinha acabado de se sentar com as costas
Karaseperguntouseeleestariapreparandosuaspróximaspalavrascom encostadas na parede.
cuidado,paratentarepersuadi­la,dealgummodo.
queZadkieléumtraidor—elesilvou.
—Vocêprecisacontarparaoconselho—disseLegan,porfim—
haviachamadodedemônioimundo
arcanjoZadkiel;elesemprea
próprioKarapercebeuonojo fezsuasesentirindesejávelegrotesca.Elea
maisboca.deumavez.Karasorriuesentiu
nome apodrecesseaoempronunciaronomedeZadkiel,como
Ela nunca tinha gostadodose o
umaempatiaimediataporLegan,porodiarZadkieltambém.Talvezeles
pudessemseramigos?
— Nunca
calafrios.Umt rgostei
a i d o r , dele — anunciou Kara. — Ele sempre
vocêdiz?Temcerteza?—Elacruzouosdedos.— me deu
Temprovas?
—Ainda não—respondeuLegan,eKaraouviudesapontamentono
queeu estavaelenacoladele.Ele
qualmestre
tomdele.—Eleenganoutodooconselho. tinha deseMaslivreunãofoienganado.Sei
ar de mim, entende. Eu
verdadeiraserve.Époristoquevimpararaqui.Elesabia
estavaprestesarevelaramarcadele.
Karaestremeceudiantedamençãodamarca.Amarcadodemônio
erasímbolodalealdadeaosenhordosdemôniosqueafez.Umahorrível
chaviaseenvolvidoaoredordeseutornozeloantes.TodaaLegiãoahavia
iacusado
catriz raivaosa,umamarcadodemônio,comoumat e i a dearanha,que
de serum demônio espião por causa disto. Davidhavia se
reveladoi o comosequando
nervoso estconfuso ela mostrou aele seu tornozelo.Ela havia
afastadodelaquandoaviu.Opeitodelaseapertouaoselembrardorosto
poderiaremoveradesconfiançaquecausou.Odanohavia
causariadepois.ApesardeoarcanjoRafaelterremovidoamarca,elanão
nãofossenada.Nuncapoderiaimaginarocaosque

sabiaquealgunsanjosnuncaconfiaramnelanovamente. sidof e i t o ; ela


mais —Ondeeleémarcado?—Karaperguntouabruptamente,comavoz
a l t a doquegostaria.Elanãopodiaimaginar ondea marcaestaria
nele.Claramente,estavaastutamenteescondida.
—Eunãosei—disseLegan,eKaraouviu­osuspirar.—Amarca
estámascará­la.
bemescondida
determinar, embora nele.
Um dispositivo Como
de ele conseguiu
ele deve estarocultamento de ocultá­la,não consigo
utilizando algumalgumtipodetipo,ilusãopara
não tenho
certeza.Masseiqueeleémarcado!
Kara mordeu o lábio. Ela questionou a história de Legan. Talvez
Zadkielhouvessetrancadoovelho,eelequeriasevingardealgummodo.
Envolver­secom um louco não ajudaria asua situação a t u a l , elasabia.
Comumsuspiroderesignação,elaselevantoulentamentedaparedeese
Leganouvisse.
sentou—Você devolta comascostas recostadasna pedra.Elanão queriaque
não acredita em mim —
algunsminutosdesiêncio.—Vocêachaquesouumtololouco,Kara ouviu Legan dizer nãoé?após
—Não seiquemaisem
Vocêacredita inventeitudoi
quem acrediatr.
s o. Se você tem algum problema
com Zadkiel... isto é problema seu. Eu já tenhos meus próprios
problemas.Não preciso
pessoaparaajudá­lo. distoagora. Talvez você devesse pedir
Karajogouumapedra contraaparedeoposta.Eladeixouacabeça a outra
pender.—Não posso pedira mais ninguém.Você éaLara,única.Estaéa
tarefa,esomentesua.Vocêdeveacreditaremmim, quando eu digosua
quesomentevocêpodefazeristo—disseLegan.Karaouviuumtomde
urgêncianavozdelequefaziamcomqueelasesentissedesconfortável.
—ZadkielnãodevolveuaalmadesuamãeaoSalãodasAlmas...
cela.—Comovocêsabesobreaalmademinhamãe?
—Oquê!—Karaselevantounumpuloebateuatesta naparededa
sorridoporquepoderiadevolvera
suamãe.Elacompreendeu almaao Salão dedashorror,ele
Almas— elenãoalmade
Zadkielquandoelalhehaviadadoojarrodevidrocontendoa
Elaselembravadosorrisodesagradavelmentesatisfeitonorostode
que,nummomento estava
tinha
sorrindo
agora fez porque não i a . O
comqueelasentisse que lhe
umf rhavia
i o dado calafrios naquela
percorrertodoseucorpo.Oque hora,
haviaacontecidocomaalmadesua mãe?
—SeideumaporçãodecoisasqueacontecememHorizonte,minha
cara—Leganprosseguiu—euestivepora í , digamos...pormuito,muito
tempo. Nada
mãe. passadespercebido por mim... bem,nada
mejogaramaqui.Masistonãoimportamais.Oqueimportaéoquevocê
desuaOchão
vaifazer.Confieemmimquandoeulhedigoqueelenãoretornouaalma passava atéque

entre balançouumpoucoeKarasesegurounasparedesparanão
ctemponaprisãoeraaconvicçãodequeaalmadesuamãeestavasegura
air. Oúnicopensamentof
todos aqueles outroselibrilhantes
z queamantinhaseguindoadiantetodoeste
globos planando no Salão das
Almas.Masagoraelaestavaperdida.Estavafuriosa.Quetolatinhasido.
Elaestavatrancadanaprisãoporabsolutamentenada.Karaaguardouque
osensaçãodetonturapassasseantesdef
algumamentiracriadaap
—Comoeupossosaberquevocêestámecontandoaverdadeenão
artir dasuamentedanificada?
alar novamente.
vocênãoestátrabalhandocomZadkielparamematar?
—Vocênãosabe.Terádeconfiaremmim—eledissecomumavoz Comoeuseique
gentiQuandoKaranãorespondeu,Leganprosseguiu:
l.
—Vocêdeveacreditaremmim,Kara.Estoulhedizendoaverdade.
Partedevocêsabequefaloaverdade...podesentiri s t o .
mãenovamente.
estavaemgrandeperigo.Elatinhadefazeralgumacoisa.
Silêncio pousouSe osobreque o velho
ambiente.disseKaraera verdade,entãoa
ansiava por estar mãecomdelasua
eito depossofugirfazer?
podiadisfarçarsuavoztrêmula.—Estoupresaaqui!Comopossofazer
nãoconseguiriaescapar.Elahaviapensadoemtentarabrirafechadura.
parededura,maseramaiscomotentarmoverumelefante.Elasabiaque
algo?—VocêOquê...um joque daqui?——disseKaraKara,e peso contraanão
jogou seuela sabiaque

Mashaviaumafechaduranacela?Elanãoselembravadet
Elasedesesperou.Comofugiria? e r vistouma.
Legan, —VocênãoficarápresanoTártaropormuitotempo—
como se estivesse lendo amente dela.— Logo informou
você será
vocêdiante do AltoConselho. Enão seráfácil,poisoconselhofoi
convocadaparaasuaaudiênciaparaenfrentarasacusaçõesf eitas contramal­
nãofor bem­sucedida,estamostodoscondenados.
seráorientadopelovenenodaboca
Compreende?Sevocê
a sua única oportunidade —a Masnossavocêdevedetê­lo.Esta
de Zadkiel. única oportunidade.
Kara sentiu
involuntariamente. outro calafrio subir sua espinha. Ela estremeceu
—O
parcialmentequevocêquer
responsável dizer
pelos exatamente?
demônios —Já erabastante
teremcruzado para ruim
omundoser
mortal.Elanãoqueriaqueofimdomundoangelicalemsuaconsciência
também.Era demais para umaúnica alma suportar. — Hã... estou
completamenteperdida.Oquetenhodefazer?
—Vocêdevetocá­lo.
Karabalançouacabeça.
—Como?Vocêestálouco?Tocá­lo?
—Sim—disseLegan—umúnicotoqueseueamarcaserevelará.
Pânico brotou no peito dela. Ela não conseguia imaginar como
chegariapertoosuficienteparatocá­lo.Esteplanoi
Elesnunca me deixariam chegar perto dele. Eu soua demalapior.—
criado demônio;
estaríamosentão?
lembra?Elesvãomematarseeuchegarpertodemaisdoconselho.Onde
—Masvocêdeve, Kara. Vocêdevetocá­loemostraraoconselhoa
marcaserevelar.Euprometo.
quemeleserveverdadeiramente.Elesvãoacreditaremvocêassimquea
— Não s e i . Istonão meparece umplanoperfeito.—
suacabeçabater­secontraaparede.Umaimagemdolindorostodesua Karadeixou
Bom —disseLegan,eKarasto.
mãedançoudiantedeseusolhos.Músicadeumaorquestradeslizoupor
seusouvidos.ElaselembroudeouvirBillieHoliday,enquantolavavaa
tlouçacomsuamãe,cantandojuntaseespirrandoáguaportodoopisode
linóleo.Osnervosestavamàflordapele.Eladeviai
enta—r. —Tudobem.Voufazeri sto àsuamãe,devia

não
vaidemorarmuitoagora. tinhacertezaqueeles o
Kara tinhacertezadoqueelequeriadizercomisto. Seriatudor i a . —Não
iconvocaria?
sto um planoQuãodesteprofundas
louco? Como ele sabia quando o conselho
eram as conexões dele com o mundo a
exterior?
começandoElaa setinhasido
esquecer dotrancafiada
como por
era foratanto tempo
destas que
paredes. estava
Algo a
incomodavanofundodamente.
—Legan.Porquevocê
— não faloucomigoantes?Porquê?
diferente. Bem,eunãoestavaaquiantes.Querdizer,euestavanumlugar
— Como abaixo alguns níveis ou algo do gênero? — Karase
indagouquantascelaspertenciamaoblocodeconcretoquechamavamde
prisão.Eraumaestruturaenorme.Elaimaginouquedeviahavermilhares
decelas.Ondemilharesdeanjosinocentesestavampresos?
vêmeles.Prepare­se,Kara.Vamosnosencontrarnovamente.
—Hummm...sim. . acho.Algodogênero—disseLegan.—Aqui
—Oquê...?
paredesdacelatremeram
impossível
Karaouviu
umterremoto, masestavam de seusolhosepiscou.
e,elaporrapidamente
porqueumelesaltorangido,seguido
sidovirou.Elalimpouapoeiraeasujeira uminstante,
flutuando emKaracompreendeu
deum que isto erase
umboomensurdecedor.As
pensouquepoderiater
cubo gigante.Ela

Karafitouospenetrantesolhosdouradosdeumaáguiagigante.
SobreaAutora
KimRichardsonéaautoradasérieGUARDIÕESDEALMAS.Ela
ramo EfeitosVisuais,3D. Como
noempresa dedeAnimação
nasceuemumapequenacidadenoNortedeQuebec,Canadá,eestudou
Kim trabalhoupara
Supervisora degrandes paraumade
Animaçãoproduções
Hollywoodepermaneceunaáreadeanimaçãopor14anos.Desdeentão,
elaseaposentoudomundodeEfeitosVisuaisesefixounoi n t e r i o r , onde
elaescreveemtempointegral.
Parasabermaissobreaautora,porfavorv
www.kimrichardsonbooks.com i s i t e :
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