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TAMBOR DE CRIOULA – JAZZ EXPERIMENTAl - PROFª ADRIANA PINHEIRO

 Saia godê duplo de palha de buriti trançada com fitas de cetim coloridas
transpassadas; (Cós de cetim vison palha - forrado para ficar bem firme – com
passamanaria dourada)
 Anágua de cetim charmousse godê duplo mesmo tamanho saia de buriti; (cores
diversas)
 Blusa de ombro caído de buriti com forro em cetim charmousse mesmo da anágua;
 Pulseira coloridas de contas (bolinhas);
 Colares coloridos de contas (bolinhas);
 Faixa na cabeça de cetim charmousse da cor da anágua e base blusa;
http://www.naueditora.com.br/livro/tambor_de_crioula-gabriel_jauregui_e_micaela_vermelho-27.html

Tambor de crioula ou punga1 é uma dança de origem africana praticada por descendentes de escravos
africanos noestado brasileiro do Maranhão, em louvor a São Benedito, um dos santos mais populares entre
os negros. É uma dança alegre, marcada por muito movimento dos brincantes e muita descontração.2
Os motivos que levam os grupos a dançarem o tambor de crioula são variados podendo ser: pagamento de
promessa paraSão Benedito, festa de aniversário, chegada ou despedida de parente ou amigo, comemoração
pela vitória de um time defutebol, nascimento de criança, matança de bumba-meu-boi, festa de preto velho ou
simples reunião de amigos.

Não existe um dia determinado no calendário para a dança, que pode ser apresentada, preferencialmente, ao ar
livre, em qualquer época do ano. Atualmente, o tambor de crioula é dançado com maior freqüência
no carnaval e durante as festas juninas.

A dança não requer ensaios. Originalmente não exigia um tipo de indumentária fixa, mas nos dias atuais
a dança pode ser vista com as brincantes vestidas em saias rodadas com estampas em cores vivas, anáguas
largas com renda na borda e blusas rendadas e decotadas brancas ou de cor. Os adornos de flores, colares,
pulseiras e torços coloridos na cabeça terminam de compor a caracterização da dançante. Os homens trajam
calça escura e camisa estampada.

A animação é feita com o canto puxado pelos homens com o acompanhamento das mulheres. Um brincante
puxa a toada de levantamento que pode ser uma toada já existente ou improvisada. Em seguida, o coro,
integrado pelos instrumentistas e pelas mulheres, acompanha, passando esse canto a compor o refrão para os
improvisos que se sucederão. Os temas, puxados livremente em toadas, podem ser classificados como de auto-
apresentação, louvação aos santos protetores, sátiras, homenagem às mulheres, desafio de cantadores, fatos
do cotidiano e despedida.

A coreografia da dança apresenta vibrantes formas de expressão corporal, principalmente pelas mulheres que
ressaltam, em movimentos coordenados e harmoniosos, cada parte do corpo (cabeça, ombros, braços, cintura,
quadris, pernas e pés). As dançantes se apresentam individualmente no interior de uma roda formada por um
grupo de vários brincantes, incluindo dirigentes, dançantes, cantadores e tocadores. Da roda, participam
também os acompanhantes do tambor. Todos acompanham o ritmo com palmas.

O tambor de crioula apresenta coreografia livre e variada. A brincante que está no centro é responsável pela
demonstração coreográfica principal, mostrando sua forma individual de dançar. No centro da roda, os
movimentos são mais livres, mais intensos e bem acentuados, seguindo o compasso dos tocadores.

A dança apresenta uma particularidade: a punga. Entre as mulheres, se caracteriza como um convite para
entrar na roda. Quando a brincante está no centro e quer sair, avança em direção a outra companheira,
aplicando-lhe a punga, que consiste no toque com a barriga. A que estiver na roda vai para o centro para
continuar a brincadeira.

Toda a marcação dos passos da dança é feita por um conjunto de tambores que os brincantes chamam de
parelha. São três tambores nos tamanhos pequeno, médio e grande, feitos de troncos de mangue, pau d'arco,
soró ou angelim. Um par de matracas batidas no corpo do tambor grande auxilia na marcação. O tambor
pequeno é conhecido como crivador ou pererengue; o médio é chamado de meião, meio ou chamador e o
grande recebe, entre os tocadores, os nomes de roncador ou rufador.

Os tambores são bastante rústicos, feitos manualmente de troncos cortados nos três tamanhos e trabalhados
exteriormente com plainas para que a parte superior fique mais larga que a inferior. Internamente, o tronco é
trabalhado a fogo com o auxílio de instrumentos de ferro para que fique oco. A cobertura do tambor é feita com
o couro de boi, veado, cavalo ou tamanduá. Depois da cobertura, é derramado azeite doce no couro que fica
exposto ao sol para enxugar e atingir o "ponto de honra", quando é considerado totalmente pronto. Durante a
dança, os tambores são esquentados na fogueira para que tenham afinação perfeita.

Em 2007, o Tambor de Crioula ganhou o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

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