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Curitiba • 1975
ASPECTOS FOLCLÓRICOS DO PARANÁ
Renato Almeida
Ao CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA, de Para-
naguá, e ao Dr. JOSÉ LOUREIRO FERNANDES, dinâmico
diretor do Museu de Arqueologia e Artes Populares de
Paranaguá, a quem devo a publicação deste trabalho, o
meu melhor «agradecimento.
O Autor.
DANÇA DAS BALAINHAS
É de minha obrigação
A Balainha apresentar.
É número da brincadeira
Para certo nós armar.
Resposta:
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Ordem para "armar a Balainha":
Em seguida:
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PRIMEIRO P A S S O
A "BALAINHA" ARMADA
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A Dançar das Balainhas, pelas aiunas do Instituto ds Educação, ds Curitiba.
BOi-DE-MAMÃO
a) o Vaqueiro
b) o Brincador
c) o Pai Mateus
d) o Cavaleiro
e) o Doutor
f) o Boi
g) o Barão
h) a Bernunça
i) o Velho
i) a Velha
k) o Cavalinho
D o Carneiro
m) a Mariola.
O Vaqueiro é o chefe da turma, o ensaiador do auto, o respon-
sável pela festa, o patrão do bloco. Suas vestes são especiais, de
modo a distinguí-lo do re-tante das figuras. Traz à cabeça um chapéu
de pano, alto, com fitas vermelhas e brancas. Usa uma bengala com
que vai batendo no chão, acompanhando o ritmo da música, enquan-
to puxa os solos do canto. Todos lhe obedecem. (Ele está sempre dan-
do voltas no meio do bloco, geralmente na frente, puxando o res-
tante da turma).
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dade. Deve o papel ser representado por um indivíduo que tenha
desenvolvida veia humorística, pois ele é aguardado com ansiedade
e interesse, por causa da jocosidade que provocam suas atitudes e
palavras. Usa máscara e voz de falsete.
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madeira, com enchimento de pano. Os olhos são de vidro. Tem ore-
lhas grandes e o pano do corpo não é branco, como nos demais bi-
chos, mas de fazenda floreada. O corpo não tem armação de madei-
ra, mas apenas o pano pregado na cabeça, encobrindo um homem de
cócoras. O aspecto é mais ou menos o de uma galinha de angola
grande. A cabeça está fixa num pau, que é segurado pelo homem
que representa a Mariola, de maneira que a cabeça se move em to-
dos os sentidos.
Acompanha essas figuras especiais o bloco, no nosso caso for-
mado de 18 homens, vestidos de setineta vermelha e branca, con-
forme o costume. Os homens travestidos das primeiras danças con-
tinuam com as mesmas roupas no Boi-de-mamão.
Os instrumentos são três: violão, cavaquinho e pandeiro.
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vaqueiro começa a cantar os solos, mais ou menos improvisados no
momento. Depois de cada verso (não de cada estrofe) o Bloco res-
ponde:
Eu quero apresentar,
Que é de minha obrigação,
Um bichinho interessante
Chamado boi-de-mamão.
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No dia de meu nascimento,
Eu já truxe meu destino.
Eu me chamo Braz dos Santos,
Meu pai se chama Raulino.
Com isso o boi ataca o Pai Mateus, dá-lhe uma valente chifra-
da e ele cai espetacularmente no chão. Então o Vaqueiro dá a ordem
para o Boi deitar:
Note-se que o Boi não está doente. Ele deita por ordem do
Vaqueiro. Nisto o Boi-de-mamão da Colônia Maria Luísa difere da
tradição da morte e ressurreição do Boi.
Deitado o Boi, o Vaqueiro e o Bloco deixam de cantar. Os mú-
sicos entoam então alguns versos, chamando o Cavalinho para trazer
o Doutor:
O senhor Doutor,
O senhor Girão (?),
Vem curar o Mateus, ó Maninha
Que está morto no chão.
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Seu cavalinho,
Que está na banda de fora.
Venha trazer o Doutor
E venha logo sem demora.
O senhor Doutor,
Que na sala chegou,
Veio curar o homem,
Que o Boi machucou.
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Perguntaram: o que que há? Ela disse: muita doença.
Zipra, Zipela, e Zipelão. Eles perguntaram:
Como é que se cura? Ela disse: Com a carona, a sela e
o xergão. Assim o doente fica bom".
Meu Cavalinho,
Venha lá de fora.
Venha laçar este Boi,
Pode entrar sem demora.
O seu Cavalinho,
Que na sala chegou.
Essa ordem já é sua
Pode laçar este Boi.
O seu Cavalinho,
Esta ordem já foi sua.
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Nosso boi já está laçado,
Pode puxá-lo pra rua.
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O Doutor atende ao Pai Mateus. (Colônia Maria Luísa)
O Boi laçado pelo cavaleiro tenta ainda investir- (Colônia Maria Luisa).
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O Boi laçado abandona o recinto. (Colônia Maria Luísa).
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Cena do Barão
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O Barão e n g o l e o menino
O Barão e a Bernunça
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Cena da Bernunça
O bloco da brincadeira,
Eles brincam muito bem,
Vamos brincar com jeito,
Para não ofender ninguém.
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Cena do Carneiro
E a resposta:
Cena da Mariola
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Coração pode ser duro, mas nesta hora ele chora.
Eu disse a ela: tu queres ir embora.
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homem. Não é lugar da "civilização do couro", de que fala Capistra-
no de Abreu. Sente-se bem a tradição açorita, chegada até aqui por
intermédio dos colonos catarinenses.
Se, por um lado, a falta da morte e da ressurreição do boi que-
bra o mais forte elo de tradição que une esse auto em toda a vas-
tidão do território nacional, por outro, a não participação de mulhe-
res e o uso de homens travestidos parecem estar conformes com a
mais antiga forma sob que se tem apresentado esse auto no Brasil.
Lá no rio acima,
Vem um brigue entrando.
Dentro dele vem, ó Maninho,
O meu boi dançando.
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Na Bahia tem,
Eu vou mandar buscar
Fronhas de travesseiro, ó Maninho,
E ferro de engomar.
Coco de vintém,
Na Bahia tem.
Tem, tem, tem, ó Maninho,
Eu vou mandar buscar.
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dios com Bumba-meu boi. Além das estrofes acima transcritas, e que
são tradicionais em Paranaguá, o senhor Emanuel do Carmo Silva
compôs para a sua Batucada os versos que seguem e que ele intitu-
lou de
Salve Paranaguá!
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Com sua licença,
Meu sinhô e minha sinhá,
O nosso grupo
Pede para aqui dança.
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FANDANGO
Locais de Coleta:
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conhecido, no Balneário de Caiobá, o sr. Machadinho, cujo pai to
mou o nome de Machado, porque, com a força com que batia o Fan-
dango, quebrava as tábuas do soalho. Os Fandangos são dançados
sempre em recinto fechado, isto é, dentro de casa, e onde o chão
seja de madeira, de modo que haja a devida ressonância do batido.
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têm a tradição do Fandango vivida e pura são os velhos e os homens
feitos. Os jovens da nova geração já não querem dançar o Fandan-
go, sentem-se envergonhados e preferem as danças modernas.
É usual o emprego da expressão folgadeira, para designar as
mulheres que participam do Fandango. Os homens são folgadores.
Aliás, é de se ver a atitude apática e indiferente das mulheres, an-
dando molemente, com as mãos metidas nos bolsos dos casacos, sem
trejeitos nem requebros. Fisionomias absolutamente inexpressivas. O
seu entusiasmo pela dança, que é sincero, não se manifesta absoluta-
mente no exterior.
INSTRUMENTOS MUSICAIS
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Viola do Fandango (Rio Guaraguaçu)
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Viola, Rabeca e Adufo (Rio Guaraguaçu). Acompanhamento do Fandango.
QUENTÃO
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com a tampa da panela. Os que preferem o quentão mais fraco, dei-
tam fogo dentro da panela e deixam queimar um pouco. O quentão,
como o nome indica, serve-se quente. Uma vez frio, como o tomam
os dançarinos, é mais fraco.
BARREADO
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à boca da noite. Com três ou quatro horas de fogo, ele já está cozi-
do. Tira-se então do fogo, mas não se abre a panela. De manhã, aí
pelas dez horas, esquenta-se novamente, não sendo preciso que fer-
va. O acompanhamento do Barreado é o pão, farinha, biju de cuscus,
biju de mandipuva, biju de tipioca, etc. A carne, fervida e refervida
em recinto hermeticamente fechado, quase que se desmancha com-
pletamente. O Barreado é forte, concentrado, indigesto, não devendo
quem o come beber água senão algumas horas depois. O álcool ao
contrário auxilia a sua digestão. Em certos lugares, porém, não há es-
sa prevenção contra a água junto com o Barreado.
BIJU DE MANDIPUVA
BIJU DE CUSCUS
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tura-se no cocho com sal, erva-doce e fubá. Em seguida a massa vai
para o "cuscuseiro" e é cozida como foi indicado acima.
BIJU DE TIPIOCA
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ANU
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O Quadro A mostra o passo do oito, como é feito no Anu e
nas outras marcas. O homem segue a linha D-A-E até voltar ao seu
lugar primitivo.
XARAZINHO
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Querê bem vai da fortuna,
Fortuna vai de quem tem,
Como eu fortuna não tenho,
Não padeço por ninguém.
Cajueiro, cajueiro,
Quem te deitará no chco?
Em baixo das tuas ramas
Foi a minha perdição.
XARÁ-GRANDE
No Xará-Grande, forma-se a roda, como já foi descrito, com
homens e mulheres alternados. A roda gira da esquerda para a di-
reita. A dança é batida e valsada. Em certos momentos, as mulhe-
res viram-se de frente para os homens, como indica o QUADRO B, e
com seu braço direito erguido E seguram a mão do braço esquerdo
F do homem, formando um arco E-F, sob o qual passam, como indi-
ca a linha G, indo ocupar o lugar da dama imediatamente anterior
D. Em seguida, o cavalheiro C e a dama D dançam o valsado, man-
tendo-se mais ou menos dentro da sua posição na roda grande, cujo
movimento não cessa. Esses movimentos são feitos simultaneamente
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por todos os pares, É assim o Xará-Grande uma marca de descanso,
em que o batido é alternado com o bailado. De vez em quando os
pares se cumprimentam, trocando um ligeiro aperto de mãos.
QUADRO B
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QUEROMANA
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os movimentos. Os batidos na Queromana são diferentes das outras
marcas e mais difíceis. Segue-se uma seqüência de oitos igual à que
vai descrita na Tonta (ver o Quadro desta dança), quando os oitos
são feitos simultaneamente pelos três homens da roda e não por
um de cada vez. A única diferença nesse passo, entre a Queromana
e a Tonta, é que na Queromana as rodas não param enquanto vai
sendo feito o oito, enquanto que na Tonta, esse passo é feito com a
roda parada e os dançarinos virados para o centro. A Queromana e
a Tonta são as duas marcas mais difíceis do Fandango e são pou-
cos os que sabem dançá-las.
Lairilailai, queromana,
Eu vou andando.
O cavalo que eu vim nele
Está no campo me esperando.
Lairilailai, queromana,
Queromana, estou querendo.
De saudade ninguém morre,
Triste de mim, vou morrendo.
Lairilailai, queromana,
Queromana, eu vou e vorto.
Trato bem do que é meu,
Que eu dos outro não me importo.
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Qu.erow»avia (_ CoslViWii"ha.)
4'
TONTA
A Tonta é dançada em rodas de seis, três homens e três mu-
lheres, e às vezes de oito. É batida também e não faltam as palmas
marcando o ritmo. Só os homens no entanto batem palmas e sapa-
teiam. As mulheres se caracterizam por uma completa displicência.
Noutros lugares a Tonta é sinal de fim de festa. Significa despedida.
Ê dançada já de manhã, quando o sol vem nascendo, e contém, nos
versos, diversas referências ao sol. No Paraná, no entanto, são desco-
nhecidos esses característicos.
A Tonta se distingue por duas seqüências complicadas de oitos.
Na primeira, cada folgador da roda, em separado, faz os seus oitos.
Na segunda, os três cavalheiros fazem os oitos simultaneamente. Con-
vém observar que o caminho seguido nos oitos individuais é diferen-
te do seguido nos oitos coletivos, conforme explica o QUADRO D.
A roda fica parada.
O movimento do oito individual está explicado no QUADRO D,
figura A. O homem A parte por onde indica a seta E, contorna a mu-
lher C, segue a flexa F, dá uma volta em torno da mulher B, contorna
novamente a C, continua pela seta G, volteia a mulher D e volta ao
seu lugar pela flexa H.
QUADRO D
Figura A (oito individual)
O movimento do oito coletivo está explicado no QUADRO D,
Figura B. Os três homens simultaneamente fazem o movimento indi-
cado pelo homem A. Ele parte pela flexa E, contorna a mulher B, segue
a seta F, volteia a mulher D, encaminha-se pela flexa G, dá uma volta
em torno da mulher C, contorna em seguida a mulher B, segue a seta H,
volteia a mulher D e atinge o seu lugar pela flexa I. O homem A faz
assim dois "oitos" um inicial e um final, em torno das mulheres B-D
que o ladeiam, dando uma volta ,entre os dois oitos, em torno da
mulher C, que lhe é fronteira. Esse mesmo passo é feito na Quero-
mana, como ficou dito atrás. Os oitos são feitos sempre sob sapa-
teado.
QUADRO D
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Recolhemos, da Tonta, os versos que seguem:
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DONDOM
CHAMARRITA
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Chamarrita, mecê não me adora.
Quando eu canto, mecê chora.
ANDORINHA
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vagarosamente, sem largar da mão do seu par, no sentido indicado
pela seta J. Esse rodopio das damas chama-se "fazer o verão" ou "ro-
dopiar a andorinha".
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CANA-VERDE
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QUADRO G
FISOU D
Cana-Verde, Cana-Verde,
Cana do Canavial,
Que me chama Cana-Verde
Me qué bem, não me qué mal.
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QUADRO G
FIOOKA B
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De maneira que continuam as mesmas quatro pessoas, porém trocan-
do de par a cada giro e girando cada uma em dois lugares diferentes
(um giro em cada um). A mesma coisa que foi explicado com relação
à mulher A e ao homem C da Figura D, fazem o homem B e a mu-
lher D da Figura A.
Cana-Verde, Cana-Verde,
Cana do Canavial,
Que me chama Cana-Verde
Me qué bem, não me qué mal.
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58
MARINHEIRO
QUAIRO H
MAEIKHEIBO
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locar-se no lugar da mulher C, pondo os braços na posição indicada.
O homem D estende os braços para a frente, até pegar a mão da
sua dama no ponto G.
Letra:
Marinheiro me leva,
Para a barca de vela.
A bonita açucena
É de cravo e canela.
• 63Ílax9 H OSGAUO
Peguei nesta violinha
Com toda as minhas pena.
Tristeza, tu, menina!
Pra te leva, não posso;
Pra te deixa, tenho pena.
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CARANGUEJO
Laudaça (estribilho):
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BAILADO
VILÀO-DE-FITA
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MEIA-CANJA
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bular o par ante os presentes. Por vezes as moças têm vergonha de
cantar o seu verso. Então um dos dançarinos fá-lo em seu lugar.
A expressão "meia-canja" é influência da fronteira castelhana e
corruptela de meia "cana".
CHICO
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TIRANINHA
Laudaça:
Laudaça:
PASSEADO
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Fui passeá no jardim,
De manhã, com meu amor,
Pegando pelas mão dela,
Para não corta as frol (flor).
FELIZ
Laudaça:
Dona Mariquinha
Vem descendo a serra.
Matando e ferindo,
Vem fazendo guerra.
Sua esquadra pelo mar,
Mariazinha por terra.
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SERRANA
A Serrana também é usada com a mesma coreografia do Xará-
Grande, tendo apenas letra e música próprias, que a distinguem da-
quela dança.
Cantam os violeiros:
Quando eu era pequeninho
Cantava que retinia,
Cantava aqui na cidade,
Lá em Curitiba se ouvia.
Quando eu era pequeninho,
Minha mãe me embalava.
Tantas mocinha bonita
Neste meu rosto beijava.
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Quem seria que prantou
Erva cidreira na fonte.
Foi Maria com Aninha,
Que vieram de lá onte.
Serrana : (Costeifiwha.')
SABIÁ
Saracura do pântano,
Sabiá do Mato Grosso.
Quem cia de seus amor
Sespindura no pescoço.
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Laudaça:
A malvada sabiá,
Que comeu meu arrozá,
Não me ajuda a prantá,
Nem tão pouco a capina.
O gavião que te pegue,
Que te leve para o ar,
Que não te deixe escapa.
Gavião, comei a carne,
E os ossos deixa ficá.
Êylií ( Costeir-in!•)<?.")
VALSADO
RECORTADO
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nados. Os homens rodam num sentido e as mulheres no sentido opos-
to. Cada um passa uma vez por dentro e outra por fora do dançarino
que vem em sentido contrário. Quando se aproximam um do outro,
estendem-se mutuamente as mãos como num cumprimento. As mãos
ficam seguras até que os dançarinos se afastem. Quando já se vão
afastando, outro se aproxima, e então a mão livre é dada ao bai-
larino que vem. Dessa forma, o cumprimento é feito ora com a mão
direita, ora com a mão esquerda de ambos. Quando o cumprimento
é feito com a mão direita, os dançarinos se cruzam à esquerda, e
vice-versa. O QUADRO K ilustra a explicação. O homem C e a mu-
lher B vão cruzar-se, rodando em sentido oposto. Ambos deram-se a
mão esquerda e vão portanto passar pela direita. Cada um segue a
linha indicada pela seta. O homem C passou por fora e a mulher B por
dentro. Quando a mulher B se aproximar do homem E, larga a mão
do homem C e dá agora a sua direita à direita do homem E. Passará
agora a mulher D por fora e o homem E por dentro. E assim alter-
nadamente. Os homens giram na direção da flexa H e as mulheres na
da seta M.
Meu camarada!
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CARADURA
SAPO E TATU
PORCA
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O um matou o dois,
Deixa o jogo pra depois.
O dois matou o três,
Acinte ninguém me fez.
COQUEIRO
(")
Deve-se observar que a distribuição dos versos pelas várias
marcas não é coisa absoluta. Há freqüentemente mistura, versos cria-
dos na hora, conforme a memória e a inspiração vão ajudando os
cantadores'. Mas no fim, há sempre um fundo comum de tradição,
com versos conhecidos também nos Açores e em Portugal. E esse é
um dos elementos que fazem do Fandango um patrimônio folclórico
brasileiro que, como todo legítimo foclore, tem suas raizes no pa-
trimônio universal da humanidade.
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APÊNDICE
SANTOS REIS
80
Vi a luz reluzir.
Pelo buraco da chave
Mandai abrir vossa porta
Por vosso nobre criado.
Oferta
Despedida
A oferta do senhor,
Deus do Céu há de pagar.
Essa oferta do senhor,
Deus do Céu há de pagar.
BENZEDURAS
Ezipra
82
"Se fôr sol, se fôr lua, se fôr claridade, se fôr nervagia, se fôr
sangue, se fôr ramo de ar, seja curado, com o nome de Deus, que é
o Pai e o Filho, o Espírito Santo, Amém".
"Deus nos traz no mundo, e Deus é que nos faz criar. Fulano,
eu te benzo, para se tiveres olhado ou azar, eu tirarei. Com dois te
deram e com três eu te tiro. Três são as três virtudes da Santíssima
Trindade. Se tiveres olhado de raiva, azar de maus olhos, eu te tiro
com o nome de Deus e da Virgem Maria. Senhora, ajudai-nos; dos
maus inimigos defendei-nos sempre. Glória ao Padre e ao Filho e o
Amor também, que é um só Deus e pessoas três, como no princípio,
agora, sempre foi e depois por todos os séculos dos séculos. Amém".
Para cobreiro
Para impingem
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ÍNDICE GERAL
Proêmio Vol. I - 57
Romaria de S. Gonçalo Vol. I - 57
FOLGUEDOS POPULARES DO LITORAL PARANAENSE
Introdução Vol. I - 64
Dança do Pau-de-Fita Vol. 1 1 - 1 3
Dança das Balainhas Vol. 1 1 - 7
Boi-de-Mamão 13
Cena do Boi e do Cavalinho 15
Cena do Barão 23
Cena da Bernunça 25
Cena do Carneiro 26
Cena da Mariola 26
Fandango 32
Instrumentos musicais 34
Quentão 36
Barreado 37
Biju de mandipuva 38
Biju de cuscus 38
Biju de tipioca 39
Anu 40
Xarazinho 42
Xará-Grande 43
Queromana 45
Tonta •• 48
Dondom 51
Chamarrita 51
Andorinha 52
Cana-Verde 54
Marinheiro 59
Caranguejo 61
6 4
Bailado
6 4
Vilão-de-Fita
Meia-Canja 66
Chico 67
Tiraninha 68
85
Lageana 69
Passeado 69
Feliz 70
Serrana 71
Sabiá 72
Valsado 74
Recortado 74
Caradura 77
Sapo 77
Tatu 77
Porca 77
Estrala 79
Coqueiro 79
APÊNDICE 80
Santos Reis 80
Benzeduras 82
86
ÍNDICE DOS QUADROS COREOGRÁFICOS
Anu
Xará-Grande
Queromana .
Tonta (oito individual)
Tonta (oito coletivo)
Andorinha
Cana-Verde — 1.° passo
2.° passo
Marinheiro
Caranguejo
Vilão-de-Fita
ÍNDICE DAS FOTOGRAFIAS
Viola do Fandango
Viola, Rabeca e Adufo — Aocmpanhamento do Fandango
Barreado em Paranaguá
88
ÍNDICE DOS TEXTOS MUSICAIS
90