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Aula com Mestre Ricardo – 23/01/2021

De acordo com o filósofo congolês Fukiao, a prática performatica de origem afro-indígena da


diáspora tem 3 elementos:

Cantar

Dançar

Batucar

Mas tem mais coisas com a importância da presença do mestre, a estrutura com a gente se
coloca em círculo, como circulam as coisas dentro da roda...

O mestre vai falar sobre a Música popular do ND e como inserir na roda de capoeira

Domínios de origem

Coco

Forro

Candomblé

Musicalidade indígena do Ceará

Capoeira e confluência de elementos (Jurema, umbanda, candombe, Catimbó...)

“Eu subi lá no alto do tempo (tempo é a duna, porque a duna é móvel)

So pra ver a beleza do mar

Eu subi lá no alto do tempo

So pra ver a beleza do mar

Dança home dança mulher a sereia dança no mar

Dança home dança mulher, a sereia dança no mar

Dança home dança mulher a sereia dança no mar

Dança home dança mulher, a sereia dança no mar”

Na capoeira angola não tem palma, a força é o coro, por isso a palma é mais suave tem que
criar a harmonia.

Também tem a lagoa Mundaú lá em Alagoas

"Exú Eleg bara ago

abre os caminos da gente


Exú Eleg bara ago

paz para todxs xs presentes"

Dentro candomblé temos 3 orixás:

1. Exu bara, ele para, ele fica no umbigo


2. Ori, A nossa própria cabeça, fica na parte alta da cabeça
3. Xangó

Existem varias qualidades, exú está presente em quase todo, tudo ser que tem vida tem exú,
ele é o representante do número um, ele é o primeiro, ele é a boca que tudo come. Existe
estória que narra porque ele é o primeiro cachaceiro a ser alimentado.

As duas formas básicas de agradar a sua entidade são:

 Alimentar (PADÉ, farinha com cachaça o mel o Dedé, cada alimento tem um sentido)
 Dançar, cantar e batucar

Exú é um Orixá com uma dança muito linda, ele dança gingando. Tem vários tipos de Exú no
candombe, e também na Umbanda tem vários Exú. Está presente no contexto na roda, na
inversão. COSMOGRAMA – a força da gira na vida, também na roda, circulando para o dentro
da encruzilhada, o que tem dentro da encruzilhada? Exú. É um trabalho espiritual, depende do
espírito de cada um. Peso para entrar, peso para sair, muda tudo o sentido, está pedindo
licença, a BENÇA a tudo o mundo, MOTUMBÁ, partindo da ideia que tudo mundo tem AXE,
estamos partilhando a energia com todos, a roda é uma grande partilha de energia, a força é
maior. A benção se troca. SARAVA

Não tem sagrado e profano, tudo é sagrado e tudo e profano.

Mestre Antonio Visplo, novo Zumbi. Ele diz que as populações lá são poli, por contra os
ocidentais somos mono, uma coisa é uma coisa, estamos costumados que não podem ser
várias coisas. Mais não, uma coisa pode ser varias coisas, varias credencias, é um sentido de
espiritualidade muito mais amplio, é a circularidade das energias.

Cantar é um ato divino que, você conecta com a divindade, é uma força mobilizadora

“Ta cheia a maré está cheia,

Ninguém pode atravessar

Só os índios da aldeia vão poder chegar até lá

Encima daquele morro, lá do alto eu vejo o mar

Com a força dos pajés que nós vamos trabalhar”

Dois musicas mais procedentes do Forro, de Jacson do pandeiro

Sebastiana

Convidei a comadre Sebastiana


Pra cantar e xaxar na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: a, e, i, o, u, y
E gritava: a, e, i, o, u, y
Já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei: não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
Sebastiana não deu mais fracasso
Mas gritava: a, e, i, o, u, y
Ah, mas gritava: a, e, i, o, u, y
Convidei a comadre Sebastiana
Pra cantar e xaxar na Paraíba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
Ela veio com uma dança diferente
E pulava que só uma guariba
E gritava: a, e, i, o, u, y
E gritava: a, e, i, o, u, y
Ah, já cansada no meio da brincadeira
E dançando fora do compasso
Segurei Sebastiana pelo braço
E gritei: não faça sujeira
O xaxado esquentou na gafieira
Sebastiana não deu mais fracasso
Mas gritava: a, e, i, o, u, y
Ah, mas gritava: a, e, i, o, u, y
Sim, mas gritava: a, e, i, o, u, y

É importante ensaiar, praticar, se apropriar das músicas, para criar a musicalidades das rodas.
É trabalho, trabalho para refinar. E trabalho para nós mesmos, melhoramos para nós, para a
nossa roda. A musica é central, divina, sagrada, a música é tudo. É um estudo continuo. A
capoeira é como a água, é fluida, é um caminho. A capoeira é aprender e reaprender o tempo
tudo, capacidade de aprender, desaprender a aprender de novo.

O pajé e um chamam das tribos indígenas, guia da espiritualidade. Pajé Barbosa

A capoeira se torna diferente quando você tomar consciência dos elementos presentes nela,
muda tudo, você entende, e muda a energia.

Cabeça feita
Jackson do Pandeiro

Sou cabeça feita,


Não jogo conversa fora
Se o papo é legal, eu fico
Se não serve, vou-me embora.
(coro repete)

Eu sou um sambista nato


Não aprendi na escola
Conheço o bom violeiro
Pela puxada da viola
Ê ê ê, viola, ê, ê, ê, viola...
Coro:
Ê ê ê, viola, ê, ê, ê, viola...

Eu já disse pra você


Malandro, você não me enrola
Eu canto forró e samba
Cheio de remandiola
Olha aqui, fica na sua
Que eu vou de pandeiro e viola.
Ê ê ê, viola, ê, ê, ê, viola...
Coro:
Ê ê ê, viola, ê, ê, ê, viola...

Provocações lançadas pelo Mestre:

 Trabalho em rede
 Compartilhamento de musicas
 Calendário de aulas, temáticas e datas
 Construir um evento presencial

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