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HISTÓRIAS CURIOSIDADES ATIVIDADES

Nesta revista:
um jogo de
tabuleiro!

PARTID
A
Organizadoras
Nástia Ceci Manetzeder Aires
Juliana Mazurana
Julia Rovena Witt

Quando esta
lupa aparecer,
tem mais
coisas para
saber!

Porto Alegre/RS
Fundação Luterana de Diaconia (FLD)
2019
SOMOS DA TERRA!
A gente nem sempre dá valor para o que nossos antepassados
têm para contar sobre a nossa cultura e sobre a importância
de cada povo ou comunidade que vive neste lugar chamado
Bioma Pampa.
Quando conhecemos os costumes e tradições de quem vive aqui,
o Pampa se transforma em uma terra sagrada! Sagrada porque é
ocupada por povos e comunidades que respeitam e cuidam da
natureza. Há comunidades kilombolas*, pecuaristas familiares,
pescadoras e pescadores artesanais, tem o povo cigano, o povo
pomerano, o povo de terreiro, os povos indígenas, benzedeiras e
benzedores e o pessoal dos assentamentos. Esses grupos trazem
um valor imenso, que é o respeito por todas as formas de vida.
Esses povos e comunidades sabem que as pessoas também
fazem parte da natureza. Que devemos
cuidar do meio ambiente, agradecer
pelo que a natureza nos oferece sem No Brasil
prejudicá-la, sem destruí-la, sem existem leis que
poluir os rios, sem envenenar garantem aos povos
a terra, sem desmatá-la. Esses viverem conforme
povos e comunidades têm um seus costumes e
modo de vida que vê a natureza tradições! A Constituição
como sagrada! Federal é uma
destas leis.

*Nas línguas africanas como yorubá e kibundu, é utilizada a letra “k” e não a letra “q”,
por isso nesta Revista escrevemos Kilombola com “k”.
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Para seguir com o nosso
papo, vamos pedir
QUEM SOU EU ?
ajuda para uma das “Prazer, eu sou a ave Quero-Quero”. Vou te contar algo incrível que me aconteceu aqui nessa
terrinha boa! Outro dia eu estava em um belo voo e, de repente, fui atraída por umas risadas
aves guardiãs do que chamaram minha atenção. Olhei para baixo e vi crianças tão distraídas que resolvi me apro-
Pampa, a Quero-Quero. ximar bem devagar. Percebi que brincavam e falavam sobre as suas origens, que bacana!
Ela é uma ave muito O menino Ganga jogava capoeira e contava que é uma das brincadeiras preferidas da
sua comunidade e assim revivem um pouco a história de seus antepassados. Ganga falou
observadora, que
sobre a luta e a coragem dos seus ancestrais que sofreram quando foram escravizados.
está sempre Com um sorriso no olhar disse ser da comunidade Kilombola. Estava orgulhoso! Contou
atenta e que seu povo precisou se esconder em lugares difíceis, como morros e serras para se
avisa dos proteger e sobreviver.
A menina Iracema disse que também tinha uma história para contar, sobre seu
perigos com o seu canto. Ela Povo Indígena. Lembrou que o território em que viviam foi ocupado e destruído.
será a nossa contadora de Contou que seu povo trata a natureza como sua mãe, pois sem
histórias e mostrará coisas as plantas, os animais, a terra e a água, eles não têm como
sobreviver.
lindas sobre os povos e
comunidades do Pampa
e também
sobre alguns
perigos que A
ameaçam este mãe
lugar. natureza
dá vida, dá
alimento, dá a
cura para muitos
O Pampa é um males e doenças. Meu
lugar com muitos povo, dizia a Iracema, é gran-
de observador da natureza, e se vê
campos, coxilhas como parte dela.
e cerros, onde se A outra menina, a Mara, também quis
falar. Disse que na sua comunidade também res-
consegue enxergar peitam a natureza e têm um amor especial pelos
longe. animais. As crianças se olharam e sorriram. Desco-
briram quase que em um passe de mágica que tinham
algo em comum — o cuidado e respeito pela natureza.
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TEMOS MUITOS SABERES!
Eu, como guardiã do Pampa, fiquei bastante feliz to em lã são importantes para as comunidades
em saber que existem povos e comunidades de Pecuaristas Familiares.
que sabem do valor e da importância da terra, Ganga falou que fazer o pelego e o xergão da lã No sul
mas fiquei bem quietinha para ouvir um pou- de ovelha é tradição entre Kilombolas.
quinho mais... A menina Iracema contou que os Povos Indíge- Um pouco triste, Iracema disse que os Povos Indígenas têm do Brasil vivem
A Mara seguiu com sua história. Ela contou que nas buscam na natureza materiais para fazer cada vez menos terra para viver. Uma terra com rio, com diversos Povos
sua comunidade é Pecuarista Familiar e que seu artesanato, disse que com diversos tipos animais no mato, com espaço para plantar é o que precisam Indígenas: Kaingang,
cuidam da terra e das águas, dos campos nati- de cipós fazem cestos, enfeites e um monte de e o que buscam!
Mbyá-Guarani,
vos, dos animais e do lugar em que vivem, não coisas bonitas! Contou que também é do arte-
Resolvi alegrar um pouco a criançada e comecei a cantar Charrua, Xokleng,
prejudicando o ambiente e as paisagens. sanato que seu povo vive e que, às vezes, não
Nesse momento Ganga lembrou que muitos ter- encontram o material que precisam na nature- bem alto “quero-quero, quero-quero, quero- dentre outros.
ritórios em que sua comunidade vive, são áreas za, pois nem sempre acham áreas conservadas, -quero”. As crianças me ouviram e começaram
conservadas, como as matas e os campos nativos com as plantas que costumam utilizar. a me imitar, riram e correram atrás de mim. Os Kilombos
e explicou que as comunidades Kilombolas “Quero-Quero vem aqui”, gritava a criança- foram espaços de
cuidam da terra e que plantar e criar pequenos da. E no meio dessa alegria, combinaram
resistência do povo
animais dá alimento à sua família. um novo encontro para brincarem e
aprenderem um pouco mais umas com negro à escravidão.
Depois de falarem um pouco mais sobre a natu-
reza, a Mara disse que o chimarrão e o artesana- as outras. Eu logo percebi que a amizade Buscavam a
estava nascendo ali, na roda de capoeira. liberdade para o
seu povo!

Tu podes ajudar a Quero-Quero respondendo

Atividade 1
às perguntas abaixo? Ela quer saber...

a) O que é natureza para você?


___________________________________________________
___________________________________________________

b) A natureza é respeitada pela maioria das pessoas hoje?


___________________________________________________
___________________________________________________

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TEM MAIS GENTE PARA BRINCAR!
Aqui estou eu de novo, a Quero-Quero, voando trabalhava, descalço com os pés no chão, moendo
bem alto para encontrar a criançada do Pampa. Mi- cana êêê, socando o pilão”. A criançada acompa-
nha vontade de aprender não cabe dentro de mim. nhava batendo palmas!
Oba! Oba! Estão todas ali no campo e tem gente
nova chegando! Vou voar bem baixinho, quero O menino Cosme que estava quieto pediu
ouvir tudo que a meninada tem para contar... para falar. Ele disse que é do Povo de Terreiro, que
reconheceu o pilão porque seu povo também tem
A menina Iracema está mostrando um cesto o costume de usá-lo. Disse que gostam de viver no
feito de cipó. Ela está explicando que só alguns ci- coletivo e o terreiro é como uma grande família.
pós são bons para o artesanato, que não quebram Que lá todo mundo se ajuda e que as crianças são
e duram bastante. Bem que eu poderia pegar um ensinadas a compartilhar. Lembrou que o cuida-
cesto e usar como ninho, ficaria bem confortável! do com o território e com toda a natureza é uma
característica do seu povo, e que o Povo de Terreiro
Lá vem o Ganga com um pilão feito de madei- tem raízes no continente Africano assim como os
ra de corticeira e caneleira, tradição do seu povo Kilombolas. Por isso, ele tem muita vontade de
Kilombola! Ele está batucando com a mão como se conhecer mais sobre a história dos Kilombolas,
o pilão fosse um tambor e vem cantando: “Negro sobre como cuidam da saúde, sobre as ervas e os
era escravizado, sobre o olho do capitão, de dia benzimentos, pois esses conhecimentos são muito
parecidos nas suas origens. Esse menino gosta de
conversar, ele é um contador de histórias...

A menina Iracema falou que os Povos In-


dígenas gostam de ouvir histórias ao redor do
fogo, momento em que os ensinamentos são A religiosidade
passados das pessoas mais velhas para as crian-
ças. Acreditam que o movimento do fogo faz a
do Povo de Terreiro
memória funcionar. tem origem nas
tradições Africanas. Os
Entusiasmado com a conversa, o menino
Cosme explicou que é com o batuque que seu Orixás estão na terra,
povo dança e canta para seus Orixás. Que ao na água, no vento, nas
som dos tambores ou atabaques agradecem e
fazem os seus ritos à noite, pois era o momento rochas, nas plantas e
em que o povo negro escravizado encontrava nos animais.
para poder expressar sua cultura, longe dos
senhores de engenho.

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COMO É A TUA ALIMENTAÇÃO?
Pecuaristas Os Povos Indígenas foram as primeiras pes- que comem com pão. Pão na língua pomerana é
Neste momento a Mara, que é Pecuarista Familiar, soas a habitar as terras que hoje chamamos de Brood. Trabalham na lavoura, onde cultivam alimen-
Familiares ficou bem empolgada e sugeriu uma visita coletiva Brasil. Sempre se alimentaram de frutas nativas to e criam pequenos animais. Nas festas pomeranas,
cuidam do aos povos e comunidades que vivem no Pampa. como pitanga, araçá, guabiroba, ingá, coquinho a dança, os pratos típicos e as conversas na língua
campo nativo e Disse que é importante que se conheçam porque de jerivá, pinhão e de algumas folhas como o pomerana mantêm viva a cultura desse povo.
precisam lutar pelos seus direitos, sua cultura e seus “fuá”. Também comem carne de caça, peixe e Nas comunidades Kilombolas, também há
ali criam seus territórios. Também sugeriu uma refeição comparti- mel. Foram os primeiros povos a cultivar o milho, o cultivo de muitos alimentos, como o feijão
animais. lhada, para saborearem juntas e juntos os alimentos o feijão de corda, a mandioca, a batata-doce, as miúdo, a mandioca, a batata-doce e a moranga.
de cada cultura! A Mara mostrou sua mala de garupa, morangas e abóboras e o amendoim, e seguem Os pratos têm influência das culturas africanas.
explicando como levaria os alimentos no dia do passeio, cultivando ainda hoje, mesmo vivendo em A feijoada, o mocotó, a moranga
já que iria montada no seu cavalo Pingo. pequenas áreas de terra. Possuem vários pratos caramelada, o doce de
tradicionais, como o pão assado na cinza e muitos marmelo feito no
Agora sim, a amizade está crescendo! Meu canto foi bem alto, como pratos à base de milho e pinhão. tacho, a canjica
quem diz “Eu Quero-Quero, quero ir com vocês!”. Esses povos têm muita sabedo- O Povo Pomerano vive nas colônias, onde as de milho e a A Pomerânia
ria! Dei uns saltinhos de alegria no capim-caninha e lembrei que também faço casas são construídas uma perto da outra e onde farinha de
parte deste Pampa sagrado. Temos muito que aprender por aqui. “Eita gente todas e todos se ajudam. A culinária pomerana é mandioca são foi um território
boa! Eita terra boa!”. bem diversificada. Comem feijão, arroz, verduras alimentos na Europa, onde
e linguiça defumada. Gostam muito de fazer que trazem a
cucas, bolachas, doces de frutas que chamam lembrança dos
vivia o Povo
de chimia, como a chimia de melancia de porco, antepassados. Pomerano.
Atividade 2
Descubra a frase que se encontra escondida no balão trocando o número pela
letra correspondente.
1=a, 2=b, 3=c, 4=d, 5=e, 6=f, 7=g, 8=h, 9=i, 10=j, 11=k, 12=l, 13=m,
14=n, 15=o, 16=p, 17=q, 18=r, 19=s, 20=t, 21=u, 22=v, 23=w, 24=x,
25=y, 26=z.

20-21 / 6-1-26 /
16-1-18-20-5/ 4-1-19 /
1-18-22-15-18-5-19/ 4-15-19 / 18-9-15-19 /
4-15-19 / 1-14-9-13-1-9-19/ 4-15 /1-18 /
20-21/ 14-21-14-3-1 / 5-19-20-1-19 /
19-5-16-1-18-1-4-1/ 4-1-19 /
3-15-9-19-1-19.
animais, do ar. Tu nunca estás separada das coisas.”
Resposta: “Tu faz parte das árvores, dos rios, dos

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Preencha a
Atividade 3 grade de palavras
respondendo

Palavras cruzadas as questões.

1. Os Povos Indígenas foram os primeiros povos a cultivar diversos alimentos, como a ...
2. Mistura de arte, música e jogo, criado no Brasil, pelo povo negro trazido do continente
Africano.
3. Feito de madeira e serve para socar o alimento.
4. Bebida de origem indígena usada em rodas de conversa, comum entre todos os povos e
comunidades tradicionais do Pampa.
5. Todos os povos e comunidades que vivem no Bioma Pampa respeitam a ...
6. Pele de ovelha com lã, utilizada sobre os arreios para montar a cavalo e também para forrar
cadeiras.
7. Transmitida aos jovens de geração a geração pelas pessoas mais velhas e mantêm a história
dos antepassados.
8. Alimento cultivado e muito usado pelos povos e comunidades do Pampa para fazer canjica.
9. Utilizado para confecção de cuia de chimarrão, chocalhos e ninhos para passarinhos.
10. Moradia típica do Povo Cigano, confeccionada por este povo e bastante resistente à chuva.

1 B - ONDE TU MORAS?
2 I EM CASA, EM RANCHO, PERTO DO RIO,
3 O
4 M NA ALDEIA, NO KILOMBO OU NA COLÔNIA?
5 A Eu andava um pouco ocupada voando pelas terras do Pampa em busca de novas descobertas e vi
que por aqui as pessoas moram em diferentes lugares. Outro dia conheci uma menina, a Esmeralda,
6 P do Povo Cigano. Ela me contava que o Povo Cigano gosta mesmo é de liberdade, de sentir o vento
7 A no rosto. De sair por aí, de achar um lugar para montar suas barracas. Para esse povo não tem coisa
melhor! Eu concordei com a Esmeralda, também gosto de sentir o vento quando estou voando.
8 M Quando o vento sopra frio e forte é o vento minuano, aí preciso bater as asas com força para o vento
não me derrubar... Também concordei com a Esmeralda, de que a liberdade é mesmo um valor
9 P
importante. Eu sinto minha liberdade, voando sobre as lindas paisagens do Pampa, onde moram
10 A povos e comunidades que sabem cuidar do lugar onde vivem!

16 17
Esmeralda me contou que a solidariedade
também se vê no dia a dia do Povo Cigano, quando
de outros lugares, por isso, gostam de trabalhar
com o comércio. Vendem tachos, panelas, colchas e SE TEM PEIXE É PARA LÁ QUE EU VOU!
as famílias se ajudam nos acampamentos. Elas tapetes. Também gostam de oferecer às pessoas o
organizam reuniões quando precisam mistério da leitura da sorte.
conversar sobre o trabalho, sobre as fes- Aprendi com Esmeralda que a honestidade é A vida por aqui já é um pouco diferente... Rio tesanato com a
tas ou até mesmo sobre motivo de orgulho deste povo que vive com suas acima, rio abaixo, descobrir onde os peixes estão, escama, com
A Pescadora e o
um novo lugar para famílias, de forma simples, nos acampamentos. montar o acampamento por dias e semanas, o couro e
apreciar a paisagem, assim é a vida das Pescado- com o osso Pescador Artesanal
montar o acam- Adoram usar vestidos longos, coloridos e com
ras e dos Pescadores Artesanais. de peixe. sabem fazer e
O Povo Cigano pamento. São babados, lenços, bombacha, se enfeitam com metal
pessoas que precioso de ouro e de prata. Estas são algumas das Essas pessoas conhecem o curso das águas, Saber consertar sua rede,
andava de carroça onde a água é mais limpa, onde é profundo ou pescar é seu barco, o remo e o
gostam de características da cultura cigana que traz um colorido
antigamente, por isso conversar e muita força para viver. Que alegria conhecer mais raso, como se pesca e em que época do ano se uma verda- espinhel.
a roda de carroça é um e conhecer este povo! Cantei bem alto: “Quero-quero, conhecer pode pescar. Tudo isso é ensinado às crianças, deira arte!
símbolo importante pessoas muito mais!”. desde pequenas. Todas as pessoas da família Tem que obser-
para este povo. participam e ajudam na pesca e é comum var a natureza! E
que a vizinhança ajude na pesca também. O são muitas as paisagens
companheirismo e a solidariedade fazem parte por onde o barco vai passando... Há banhado,
da comunidade de Pescadoras e Pescadores barranca de areia, perau de pedra, praia e juncal.
Encontre Artesanais. E é o olhar atento da Pescadora e do Pescador
as moradias As pescadoras trabalham muito! Pescam, Artesanal que vai descobrindo todas as paisagens
Atividade 4

POVO CIGANO de cada limpam e vendem o pescado. Também fazem ar- e ambientes naturais.

POVOS INDÍGENAS povo ou


comunidade
POVO DE TERREIRO
ligando os
PESCADORAS desenhos
ARTESANAIS
com os
PECUARISTAS nomes.
FAMILIARES
KILOMBOLAS
ASSENTAMENTO
POVO POMERANO

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Encontre as palavras:
QUEM BENZE FAZ O BEM
Atividade 5 Barco, Pescado, Anzol,
Cascudo, Cardume, PARA AS PESSOAS
Caça-palavras Rede, Juncal, Pintado.
Em todos os povos e comunidades tradicionais Quem benze
do Pampa o benzimento é considerado um dom. A conversa com a
pessoa que benze está ligada com o divino e com pessoa atendida,
R A P I N T A D O A V E A C A V A L O S a espiritualidade para fazer o bem. Assim, as Ben-
pergunta o que
zedeiras e os Benzedores cuidam do corpo e do
E B E M I L H O A A I T O A R V O R E S espírito das pessoas. Algumas pessoas benzem incomoda e o que
S E S F N R E O R D I B A R C O R E P também animais domésticos, como cavalo, cachorro sente, e utiliza de sua
E
e gato. Além do benzimento e das simpatias, usam sensibilidade para
P T C E M E D C A S C U D O O T D A O I ervas para a cura das doenças e dos males. descobrir a causa.
E I A I T D S J D U F A R D E U Z P V Y
I O D J N E L O O F E U P O O A N Z O L
T S O A P C A R D U M E B O N E T U S I
O U T O U U R U D O T O J U N C A L U A

Atividade 6 Descubra o que é

Ligue os pontos
para descobrir a
20 21
imagem.
NO PAMPA CABEMOS TODAS E TODOS NÓS!
Ontem, enquanto voava pelos campos e coxilhas do Pampa,
vi um movimento grande de pessoas montando acampamento.
Mais uma vez fiquei curiosa! Percebi que eram famílias que
chegavam para ocupar e produzir alimentos em terras que não
são cultivadas. Encontrei mulheres, homens e crianças, famí-
lias inteiras com uma vontade imensa de trabalhar na terra e
colher os frutos que ela dá. Pessoas que gostam de preparar
a terra, semear e colher o alimento que vem desse plantio.
Escutei duas senhoras conversando sobre a qualidade das
sementes crioulas. Semente crioula? Quero saber o que
é isso! Minha refeição preferida são sementes, logo
pensei: — Preciso ouvir mais!
Aprendi que com o plantio das sementes crioulas
pelo pessoal dos assentamentos, comidas saudáveis
chegam à mesa de muitas pessoas que não culti-
vam o seu alimento. Aprendi que essas sementes
podem ser plantadas ano a ano e não perdem sua
qualidade e a força para germinarem.
Descobri que a produção do arroz do nosso
estado, o Rio Grande do Sul, tem muita partici-
pação do pessoal do assentamento, que cultiva
sem o uso de venenos.
Como uma das guardiãs do Pampa, fico
Os muito feliz por conhecer e encontrar mais pes-
soas que vivem por aqui e que cuidam da na-
assentamentos tureza, cultivando sem poluir a terra e a água e
são locais de vida sem prejudicar as paisagens e os animais. Agora
comunitária. Mostram que aprendi um pouco mais, minha refeição será
a importância da de semente crioula! Não quero saber de alimento
distribuição da terra, da que venha de semente transgênica, que são inven-
semente e do alimento tadas em laboratório e que acabam desequilibrando
para todas as o meio ambiente.
pessoas!
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CUIDAR DO PAMPA É CUIDAR DA TERRA Se o Pampa é uma terra sagrada? Certamente é! Nele vivem povos
e comunidades que respeitam a natureza. Sabem dos perigos
que a natureza vem sofrendo e não desistem de cuidar da terra.
Esses povos e comunidades são guardiãs e guardiões da
natureza e vêm percebendo as mudanças que
estão acontecendo no clima. E nos ensinam
que não devemos poluir a água,
contaminar a terra, desmatar,
nem destruir os campos
nativos. Também nos
ensinam a cuidar dos
animais e das plantas
para manter a vida
do Pampa e do
Planeta Terra.

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A Revista “Pampa, é aqui que a gente vive!” vem acompanhada de um
Jogo de Tabuleiro e de uma Proposta Metodológica direcionada para
educadoras e educadores do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental.
Este conjunto de materiais foi elaborado pelo Comitê dos Povos e
Comunidades Tradicionais do Pampa e pela Fundação Luterana de
Você sabe como é “BOM DIA” Diaconia (FLD), por meio do Projeto Pampa. Para mais informações e
para baixar o material em PDF acesse:
na linguagem destes Povos?
www.fld.com.br
JAVY JU – Povo Indígena Mbyá-Guarani www.comitepampa.com.br
à MAHà – Povo Indígena Kaingang
KÀÁRÒ – Povo de Terreiro/ Língua Yorubá, de origem Africana PAMPA, É AQUI QUE A GENTE VIVE! Ilustrações
GUN MORGEN – Povo Pomerano Leandro Roberto Bierhals Bezerra
Os POVOS Organizadoras:
LATCHO DIVES – Povo Cigano/ Língua Romani Nástia Ceci Manetzeder Aires Projeto gráfico
TRADICIONAIS Juliana Mazurana Cristina Pozzobon
TEM SUAS Julia Rovena Witt
Revisão
PRÓPRIAS Proposta metodológica e textos: Francine Facchin Esteves
Nástia Ceci Manetzeder Aires
LINGUAS ! Agora, volte às páginas Realização
Colaboraram com informações e revisão de conteúdo, por meio do Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa
centrais da Revista e: Fundação Luterana de Diaconia (FLD)/ Projeto Pampa
Comitê dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa e da FLD:
• recorte as personagens Adriana da Silva Ferreira – Kilombola
Apoio
e monte uma maquete para Alba Maria Monteiro da Silva – Pescadora Artesanal
Pão para o Mundo (PPM)
brincar! Aline Krolow Wachholz – Povo Pomerano
Ana Isabel Melo dos Santos – Povo Indígena Guarani
• recorte e cole o dado, Angela Ribeiro – Povo Indígena Kaingang
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
pegue sementes ou botões Audisseia Nascimento Padilha (Kapri) – Povo Indígena Kaingang
Carlos Adriano Leite de Almeida – Pescador Artesanal P185 Pampa, é aqui que a gente vive! / organizadoras
e divirta-se com o jogo de Nástia Ceci Manetzeder Aires, Juliana Mazurana,
Carmo Thum – Povo Pomerano Julia Rovena Witt. – Porto Alegre : Fundação
PARTID
A tabuleiro! Daniel Roberto Soares – Povo Tradicional de Matriz Africana/Povo de Terreiro Luterana de Diaconia, 2019.
Fernando Pires Moraes Aristimunho – Pecuarista Familiar 28 p. : il. ; 28 cm. + 1 jogo de tabuleiro.
Iracema Nascimento (Gãh Téj) – Povo Indígena Kaingang
Acompanha um jogo de tabuleiro.
Julia Rovena Witt – FLD ISBN 978-85-93033-06-3
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Juliana Mazurana – FLD
1. Ensino fundamental. 2. Pampa (Rio Grande do Sul).
Mariglei Dias de Lima – Kilombola 3. Educação - Natureza. 4. Ensino fundamental - Estudo e
Myrna Susan Gowert Madia Berwaldt – Povo Pomerano exercícios. 5. Educação - Cultura. I. Aires, Nástia Ceci
Manetzeder. II. Mazurana, Juliana. III. Witt, Julia Rovena.
Patricia Griep Kern – Povo Pomerano
Rosecler Winter – Povo Cigano CDU 373.3(816.5)
CDD 372.98165
Tainara Marques de Marques Camargo – Pecuarista Familiar
Yá Zuleika Soares – Povo Tradicional de Matriz Africana/Povo de Terreiro (Bibliotecária responsável: Sabrina Leal Araujo – CRB 8/10213)

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