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Argumentação e norma-padrão

Situação I.

Era domingo, lá pelas nove horas da noite, quando o Fantástico foi interrompido por
um de seus plantões. Haveria um pronunciamento do presidente da república. Escutamos
imóveis o chocante discurso:

Prezados cidadãos da nação brasileira,

Eu, Prudente de Souza, na condição de presidente do país, decreto que, a partir de janeiro
de 2074, não existirão mais escolas públicas no país. A decisão é baseada no fato, bem
conhecido por todos, de que as instituições de educação se tornaram demasiado onerosas
para o estado, obliterando seu desenvolvimento.

Seguiremos juntos para tornar o nosso país gigante. Obrigado e boa noite!

Na manhã seguinte, a câmara dos deputados decidiu abrir espaço para a opinião
pública. Todos os cidadãos maiores de 18 anos teriam o direito de argumentar a favor ou
contra a decisão.
Vejamos duas dessas duas argumentações:

I.

Prezados senhores deputados,

Foi com imensa alegria que recebemos a notícia em todo país. Trata-se de um
grande alívio financeiro, pois fará com que o Brasil volte a respirar. Há anos que se perdem
colaboradores em diversos lugares, dado que há muita preocupação com os estudos. Isso
tem atrapalhado muitos negócios.
Além disso, se todos tiverem uma formação elevada, como as empresas poderão
pagar salários tão altos? As escolas são mantidas ainda por impostos, de modo que, além
dos salários, há esse custo extra. Assim, fica difícil desenvolver empresas no país.
Por fim, ressalto que, desde os três anos de idade, meus filhos estudam em escolas
particulares e nunca foi um problema, são ótimas escolas. Quem desejar estudar poderá
fazer o mesmo.

Cordialmente,
Manoel Türöffnen

II.

eu acho que o senhor presidente não pode fazer isso que é direito das nossas crianças isso

Assinado Antônio Machado


Situação II.

Antônio Machado trabalha na loja de jóias A Mais Brilhante. Na manhã de terça, foi
chamado no escritório de recursos humanos. Uma pulseira desapareceu e era ele o
principal suspeito. Isso porque, além de ser a responsável pelo material no dia, também
esqueceu de escrever seu relatório. Antônio chegou a mencionar que comunicou oralmente
a uma de suas colegas que estava tudo certo para o fechamento, mas a colega, com medo
de se envolver em problemas, preferiu ficar em silêncio, por mais que goste de Antônio.

Antes de iniciar qualquer investigação pela polícia, a empresa solicita que seus funcionários
façam uma defesa formal por escrito.

Leia a defesa escrita por Antônio:

Não fui eu não. Eu estava responsável pelas pulseiras mas não fui eu não. No dia, fui até na
sala em que ficam guardadas as coisas, mas não mexi nessa. Eu nem uso pulseira, nem
gosto. E tenho alergia a prata. Fica feio em mim também enfim. Seu Juliano sabe que eu
não mexo nas coisas de ninguém. Eu não fiz o relatório também mas falei com Mariana que
tava tudo certo. Me viram lá na sala mas não fui eu.

Por sorte, no dia seguinte, o gerente informou que foi apenas um engano. Levara,
por acidente, a pulseira junto de outras joias. No entanto, imagine se não fosse assim.
Antônio se defendeu bem? Ele explicou que, como responsável pelas pulseiras nos dia,
seguiu exatamente o protocolo da empresa e detalhou suas ações? Explicou também que
na sala a que se refere estavam as chaves de uma das bancadas da loja e que foi apenas
por isso que ele esteve lá, como já era esperado? Informar sobre seu gosto pessoal e
alergias foi uma boa escolha? E dizer que uma pessoa específica a conhece, prova sua
inocência? Falar com Mariana teve o mesmo efeito de escrever seu relatório?

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