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Ciências da Natureza – Física Prof.

: Fábio Menezes

Eletrização
O átomo é formado por partículas chamadas prótons, elétrons e nêutrons. A massa
do próton e do nêutron é praticamente igual, mas cerca de 2000 vezes maior que a do elétron.
Prótons e elétrons possuem uma propriedade que os nêutrons não possuem: a chamada carga
elétrica. Em módulo, essa grandeza tem o mesmo valor para todas essas partículas. É a
chamada carga elétrica elementar (e) e vale:

e = 1, 6.10−19 C unidade de carga é o coulomb

➢ Obs.: para o próton => + e; para o elétron => – e

Robert Millikan foi quem determinou o valor da carga elétrica elementar e


Independente se o corpo é condutor ou isolante, normalmente o número de prótons
é igual ao de elétrons. Sendo assim dizemos que o corpo está eletricamente neutro. Caso
contrário, quando o número de prótons for diferente do número de elétrons, diremos que o
corpo está eletrizado.
Se nP > ne => eletrizado positivamente
Se nP < ne => eletrizado negativamente

Sua carga elétrica será dada por: Q =  n.e


número de elétrons em falta ou excesso

➢ Obs.: a carga de qualquer corpo eletrizado é quantizada


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(UEL) Os corpos ficam eletrizados quando perdem ou ganham elétrons. Imagine um corpo que
tivesse um mol de átomos e que cada átomo perdesse um elétron. Esse corpo ficaria eletrizado
com uma carga, em coulombs, igual a:
Dados: carga elementar = 1,6 · 10–19 C e 1 mol = 6,0 · 1023
a) 2,7 · 10-43 b) 6,0 · 10-14 c) 9,6 · 10-4
d) 9,6 · 104 e) 3,8 · 1042

RESOLUÇÃO

Se cada átomo perde um elétron, então teremos:

1 átomo − − − − − − − 1 elétron
6.1023 átomos − − − − n  n = 6.1023 elétrons

Logo, a quantidade de carga elétrica será dada por:

Q =  n.e  Q = +6.1023.1, 6.10−19  Q = 9, 6.104 C

D
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✓ Um breve histórico da Eletricidade


A história da Eletricidade iniciou-se com Tales de Mileto. Ele observou que o atrito
entre uma resina fóssil (âmbar, que em grego é chamado de eléktron) e um tecido ou pele
animal produziria na resina a propriedade de atrair pequenos pedaços de palha.
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Foi o médico da rainha Elizabeth I, William Gilbert, descobriu que o experimento poderia ser
realizado com outros materiais

Em 1729, Stephen Gray descobriu que a propriedade de atrair ou repelir outros corpos poderia
ser transferida de um corpo para outro não apenas por atrito, mas também por contato.
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Nesse período, Charles François Du Fay realizou um experimento em que atraía uma fina
folha de ouro com um bastão de vidro atritado. Porém, ao encostar o bastão na folha, esta era
repelida. Teríamos, então, 2 tipos de eletricidade: a vítrea e a resinosa.

Em 1747, o norte-americano Benjamin Franklin propôs


uma teoria em que considerava a carga elétrica um fluido
que podia ser transferido de um corpo para outro: o
corpo que perdia esse fluido ficava com falta (negativo);
e o que recebia, com excesso (positivo).
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✓ Princípios da Eletrostática
✓ Princípio da atração e repulsão
Experimentalmente, verifica-se que cargas elétricas de mesmo sinal repelem-se e cargas
elétricas de sinais contrários se atraem.

✓ Princípio da conservação das cargas elétricas


Em um sistema isolado, a soma algébrica das cargas positivas e negativas é sempre constante.

Q antes =  Qdepois

não troca cargas elétricas com o exterior

isolante
condutor elétrico (cargas escoam facilmente para o meio)
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✓ Métodos de eletrização
Eletrizar é transformar um corpo neutro em eletrizado devido a uma alteração no seu número
de elétrons.

✓ Eletrização por atrito


Atritando-se dois corpos de materiais diferentes,
um deles cede elétrons para o outro. Na eletrização por
atrito, ao final do experimento, os corpos atritados
possuem cargas de mesmo módulo, porém sinais
contrários.

neutros

série triboelétrica
Qlã = Q plástico
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✓ Eletrização por contato


Colocando-se um corpo neutro A em contato com um corpo eletrizado B, verifica-se
que A se eletriza com carga elétrica de mesmo sinal que B. Se B estiver eletrizado
negativamente, ele cederá parte de seus elétrons em excesso ao corpo A, que se torna
também negativo.

Entretanto, se B estiver eletrizado positivamente, ao entrar em contato com A, ele atrairá


elétrons deste, que passarão para B. No fim ambos ficarão positivos, mas a carga elétrica de B
será menor, devido ao princípio da conservação da carga elétrica.

Q = QA + QB
➢ Obs.: para duas pequenas esferas metálicas de mesmo raio, após o contato, teremos cada
uma delas com metade da carga inicial.
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(FUVEST) Três esferas metálicas, M1, M2 e M3, de mesmo diâmetro e montadas em suportes
isolantes, estão bem afastadas entre si e longe de outros objetos.

Inicialmente M1 e M3 têm cargas iguais, com valor Q, e M2 está descarregada. São realizadas
duas operações, na sequência indicada:
I. A esfera M1 é aproximada de M2 até que ambas fiquem em contato elétrico. A seguir, M1 é
afastada até retornar à sua posição inicial.
II. A esfera M3 é aproximada de M2 até que ambas fiquem em contato elétrico. A seguir, M3 é
afastada até retornar à sua posição inicial.
Após essas duas operações, as cargas nas esferas serão cerca de
M1 M2 M3
a) Q/2 Q/4 Q/4
b) Q/2 3Q/4 3Q/4
c) 2Q/3 2Q/3 2Q/3
d) 3Q/4 Q/2 3Q/4
e) Q zero Q
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RESOLUÇÃO

Contato entre M1 e M2: Q


antes = Qdepois  Q1 + Q2 = Q final + Q final

Q
2Q f = Q + 0  Q f =
2

Contato entre M2 e M3:

3Q
 antes  depois 2 3 final final
Q = Q  Q '
+ Q = Q + Q  Q
2
+ Q = 2Q f  Q f =
4

B
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✓ Eletrização por indução


Chamamos de indução eletrostática a um processo de “separação” de cargas
elétricas em um condutor, sem que ele tenha contato com outro corpo eletrizado.

-Q Q

F− F+

O induzido não está eletrizado, apenas polarizado. Continua sendo um corpo neutro. Suas
cargas negativas estão mais próximas do indutor, fazendo com que a atração seja maior que a
repulsão. Devido à indução, um condutor neutro é atraído por outro eletrizado.

➢ Obs.: polarização de um isolante


Algumas substâncias, como a água, apresentam moléculas denominadas moléculas
polares. Nestas substâncias, o centro das cargas positivas não coincide com o centro das
cargas negativas havendo, portanto, uma assimetria na distribuição de cargas na molécula.
As substâncias cujas moléculas possuem as cargas elétricas distribuídas
simetricamente são denominadas apolares.
Considere um dielétrico (isolante) não eletrizado, cujas moléculas são polares,
afastado de influências elétricas externas. Nessas condições, suas moléculas estão distribuídas
ao acaso.
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polo negativo da molécula


(oxigênio é mais eletronegativo)

Aproximando-se deste dielétrico um corpo eletrizado, a carga deste corpo atuará sobre as
moléculas do isolante, fazendo com que elas se orientem. Quando isso ocorre, dizemos que o
dielétrico está polarizado.

na polarização do isolante, as moléculas sofrem uma deformação


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Um pente eletrizado atrai um pequeno pedaço de papel porque a força atrativa entre as cargas
mais próximas supera a força repulsiva entre as cargas de mesmo sinal mais afastadas

Um balão de borracha negativamente eletrizado polariza os átomos da parede, criando uma


superfície positivamente eletrizada, de modo que o balão se gruda à parede
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Como eletrizar o induzido?


o fio terra deve ser cortado na presença do indutor

fio terra

alguns elétrons de B descem, repelidos pelos elétrons em excesso de A

➢ Obs.: o fio terra pode ser conectado em qualquer ponto!!!!

No fim, os corpos ficam eletrizados com cargas de sinais contrários!!!

com o indutor afastado do induzido, as cargas distribuem-se na sua superfície externa


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✓ Eletroscópios
Eletroscópios são aparelhos usados para determinar se um corpo está eletrizado ou não.

✓ Eletroscópio de folhas
Ele é formado por um corpo metálico preso a uma rolha de cortiça. Este conjunto é colocado
dentro de um recipiente de vidro.
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✓ Pêndulo eletrostático
Ele é formado por uma esfera extremamente leve em sua extremidade feita de material
condutor, ligada por um fio isolante também extremamente leve. Seu funcionamento baseia-
se na indução eletrostática.

F−

F+
+

Se o corpo estiver eletrizado, então a bolinha polarizada (porém ainda neutra) será atraída,
pois a força de atração será maior que a força de repulsão

➢ Obs.: tanto o pêndulo eletrostático quanto o eletroscópio de folhas não permitem identificar
o sinal da carga do corpo eletrizado próximo deles!!!
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Força eletrostática
✓ Lei de Coulomb
Considere duas cargas elétricas puntiformes (corpos eletrizados de dimensões
desprezíveis) q e Q separadas por uma distância d. Caso elas tenham sinais contrários irão se
atrair, ou se repelir, no caso de possuírem o mesmo sinal, de acordo com o Princípio da atração
e repulsão.

➢ Obs.: as forças F e −F constituem um par ação e reação.

De acordo com a Lei de Coulomb, temos:

Kq Q
F=
d2

constante eletrostática do meio


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Graficamente temos:

Kq Q
Antes F=
d2

Kq Q Kq Q Kq Q


Depois F'=  F ' =  F ' =
( 2d )
2
d '2 4d 2

F
Logo: F'=
4

a força é inversamente proporcional ao quadrado da distância


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(UNIFESP-adaptada) Uma carga elétrica puntiforme Q > 0 está fixa em uma região do
espaço e cria um campo elétrico ao seu redor. Outra carga elétrica puntiforme q, também
positiva, é colocada em determinada posição desse campo elétrico, podendo mover-se dentro
dele. A malha quadriculada representada na figura está contida em um plano xy, que também
contém as cargas.
F F'

d '2 = ( 4a ) + ( 4a )
2 2

d' d '2 = 2  ( 4a )
2

4a 4a
Logo d ' = 4a 2

−F ' 4a
−F

Quando posicionada em A, q fica sujeita a uma força eletrostática de módulo F exercida por Q.
Calcule o módulo da força eletrostática entre Q e q, em função apenas de F, quando q estiver
na posição B.
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RESOLUÇÃO

K. Q . q KQq KQq
Calculando a força antes, temos: F=  F =  F =
( 4a )
2
d2 16a 2

KQq
2
= 16 F
a

K. Q . q KQq KQq
Calculando a força depois, temos: F'=  F ' =  F'=
( )
2
d '2 4a 2 32a 2

KQq
2
= 32 F '
a

Comparando as expressões, temos:

F
32 F ' = 16 F  F ' =
2
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(FUVEST) Duas cargas pontuais positivas q1 e q2 = 4q1 são fixadas a uma distância d uma da
outra. Uma terceira carga negativa, q3, é colocada no ponto P, entre q1 e q2, a uma distância
x da carga q1, conforme mostra a figura.

a) Calcule o valor de x para que a força eletrostática resultante sobre a carga q3 seja nula.
b) Verifique se existe um valor de q3 para o qual tanto a carga q1 como a q2 permaneçam em
equilíbrio, nas posições do item a, sem necessidade de nenhuma outra força além das
eletrostáticas entre as cargas. Caso exista, calcule esse valor de q3; caso não exista, escreva
“não existe” e justifique.

RESOLUÇÃO
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a) Para que a carga q3 fique em equilíbrio, temos:

F21 F31 F13 F23 F32 F12

k q1 . q3 k q2 . q3 q1 4q1 1 4
F13 = F23  =  =  =
(d − x) (d − x)
2 2 2 2 2 2
d13 d 23 x x

1 2 d
Logo: =  2x = d − x  x =
x d−x 3
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b) Para que a carga q1 fique em equilíbrio, temos:

k q2 . q1 k q3 . q1 4q1 q3
F21 = F31  2
= 2
 2
= 2
d 21 d31 d x

4q1 x 2 4q1d 2 1 4q1


Daí, temos: q3 =  q3 = .  q3 = −
d2 9 d2 9
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(CESESP) Quatro cargas estão colocadas nos vértices de um quadrado de lado a, como
mostra a figura. A força resultante que atua sobre cada uma das cargas é
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RESOLUÇÃO

a Calculando os módulos das forças, temos:

k Q2 . Q3 kQ 2
F23 = 2
 F23 = 2 = F43
a 2 d 23 a
a F
F23
k Q1 . Q3 kQ 2 kQ 2
F13 =  F13 =  F13 = 2
( )
2 2
d13 a 2 2a

F43 F
2
F13
F'
F
( F ')
2 2 2 2 2 kQ 2
= F + F  ( F ') = 2 F  F ' = F 2  F ' = 2 2
F
a
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Assim, para a força resultante na carga 3, temos:

F '  F13
F'
kQ 2 1 kQ 2  1  kQ 2
FR = F '− F13 = 2 2 − . 2  FR =  2 −  2
a 2 a  2 a

F13
A
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Estando a carga 3q em equilíbrio, temos:

3kq 2 z 6kq 2 z
2 Fy = P  2 F .cos  = mg  2 2 . = mg  m =
L L gL3

Mas a hipotenusa L é dada por:

L = d + z  L = d + z  L = (d + z )
1
2 2 2 2 2 2 2 2

6kq 2 z 6kq 2 z 6kq 2 z


Logo: m= m=  m=
  g (d + z ) B
3 3
gL3
g (d + z )
1 2 2 2
2 2 2

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