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Uso Educacional da

Internet

Outras possibilidades para uso educacional da


Internet
Universidade Federal de Lavras – UFLA
Departamento de Ciência da Computação – DCC
Centro de Educação a Distância – CEAD

O UTRAS POSSIBILIDADES PARA USO


EDUCACIONAL DA I NTERNET

Sanderson L. Gonzaga de Oliveira

Lavras/MG – 2015
Ficha Catalográfica preparada pela Divisão de Processos Técnicos
da Biblioteca Central da UFLA

Gonzaga de Oliveira, Sanderson L.


Outras possibilidades para uso educacional da Internet. - - Lavras:
UFLA, 2015.
41 p. : il.
Uma publicação do Centro de Apoio à Educação a Distância da Univer-
sidade Federal de Lavras 1. Ensino à Distância. 2. Informática. 3.
Aprendizagem Online 4. Internet. I. Gonzaga de Oliveira, S. L. II. Univer-
sidade Federal de Lavras. III. Centro de Educação a Distância. IV. Título.
CDD-371.334
-001.64404
UEI – Curso de Pós-graduação Lato Sensu
em Uso Educacional da Internet
Governo Federal
PRESIDENTA
Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
Renato Janine Ribeiro
Coord. de Aperf. de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Universidade Aberta do Brasil (UAB)
Universidade Federal de Lavras – UFLA
REITOR
José Roberto Soares Scolforo
VICE-REITORA
Édila Vilela de Resende Von Pinho
PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO
Alcides Moino Júnior
PRÓ-REITOR ADJUNTO LATO SENSU
Daniel Carvalho de Rezende
COORDENADOR DA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL NA UFLA
Cleber Carvalho de Castro
COORDENADOR GERAL DO CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Ronei Ximenes Martins
Departamento de Ciência da Computação – DCC
CHEFE DO DEPARTAMENTO
Joaquim Quinteiro Uchôa
COORDENADOR DO CURSO
Joaquim Quinteiro Uchôa
COORDENADORA DE TUTORIA
Marluce Rodrigues Pereira

REVISÃO TEXTUAL
Rosemary Chalfoun Bertolucci

REVISÃO TÉCNICA
André Luiz Zambalde
DESIGNER INSTRUCIONAL
Kátia Cilene Amaral Uchôa

Este documento foi produzido em LATEX, a partir de classe desenvolvida pela equipe do curso,
utilizando-se fontes Bookman no texto e Avant Garde nos títulos. Os títulos dos capítulos foram
produzidos com a fonte CBGreek. As caixas foram produzidas com o auxílio do pacote tcolorbox,
sendo que as imagens utilizadas nessas caixas (Atividade, Saiba Mais, Para Discussão, etc.) foram
adaptadas de imagens disponibilizadas gratuitamente na Openclipart. Para referências conforme
normas da ABNT, foi utilizado o pacote ABNTEX2. O arquivo pdf gerado foi produzido para possibi-
litar impressão frente-e-verso, portanto, é natural existirem páginas pares em branco.
Dedico este guia de estudos a minha esposa, Tatiana.
Agradecimentos

Agradeço a Marcos Alexandre dos Santos, da Diretoria de Gestão de Tecnologia da


Informação (DGTI), da Universidade Federal de Lavras, por ter gentilmente forne-
cido figuras e informações da webpage <http:// manualvideoconferencia.ufla.br/
computador.html>.
Sumário

1 Mensagens instantâneas 3

2 Vídeoconferências 9
2.1 Videoconferências pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa . . . . . 12
2.2 Videoconferências na Universidade Federal de Lavras . . . . . . . . . 13

3 Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e Massive Open Online Cour-


ses (MOOCs) 19
3.1 Ambiente Virtual de Aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Massive Open Online Courses (MOOCs) . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

4 Aprendizagem ubíqua 31
4.1 Educação ubíqua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4.2 Aprendizagem móvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Lista de ícones Indicadores

Os ícones a seguir foram utilizados para melhor direcioná-lo no estudo deste guia.

Atividade
Aponta uma atividade que você deve realizar. Quando esse ícone
aparecer, fique atento: ele indica que é a sua vez de fazer, de cumprir
alguma atividade, inclusive no ambiente virtual do curso.

Aborde o assunto com os colegas


Apresenta uma ideia formulada para ser posteriormente discutida
com os demais participantes do curso.

Exemplo
Disponibiliza um ou mais exemplos para melhor esclarecer o con-
teúdo.

Importante
Aponta uma observação importante, orientando o leitor a prestar
mais atenção à informação destacada.

Consulte
Indica a necessidade de fazer pesquisas, buscando informações adi-
cionais sobre o tema abordado.

Reflita
Orienta a necessidade de fazer uma pausa e pensar sobre o assunto
abordado para responder a algum questionamento.
Saiba mais
Indicação de material ou leituras adicionais para aprofundamento
teórico ou prático.

Síntese
Apresenta um resumo dos principais assuntos abordados no tópico
ou unidade.
Sobre o autor

Sanderson L. Gonzaga de Oliveira


tem doutorado em Computação pelo Instituto de
Computação da Universidade Federal Fluminense
(UFF), mestrado em Modelagem Computacional pelo
Instituto Politécnico (IPRJ) da Universidade do Es-
tado do Rio de Janeiro (UERJ), especialização
em Gerenciamento e Planejamento Estratégico pelo
ISAD-PUC-PR e bacharelado em (informática) Aná-
lise de Sistemas pela Pontifícia Universidade Ca-
tólica do Paraná (PUC-PR) (atual bacharelado em
Sistemas de Informação). Também, realizou pós-
doutorado na Faculdade de Engenharia da Universi-
dade do Porto, em Portugal. Trabalhou, por cerca
de 10 anos, como analista de suporte e de siste-
mas em empresas do setor bancário. Foi professor
em outras universidades antes de ingressar na Uni-
versidade Federal de Lavras, onde é professor desde
2009.
Introdução

O processo de aprendizagem ocorre por diferentes fatores que envolvem o profes-


sor, o estudante, o ambiente da escola, as metodologias e as ferramentas utilizadas
nesse processo. O avanço da tecnologia propicia o surgimento de novas ferramen-
tas e serviços disponíveis na Internet. Essas ferramentas e serviços podem ser
utilizados de forma educacional e torna-se útil uma constante atualização sobre
essas novas possibilidades.
As crianças e jovens têm contato fácil com essas novas ferramentas e é opor-
tuno que tais recursos estejam presentes também durante suas atividades educa-
cionais. Muitas vezes, é necessária a combinação de mais de uma ferramenta
disponível na Internet para que se consiga atrair a atenção dos estudantes e com-
plementar seu conhecimento.
O objetivo deste guia é apresentar noções básicas de metodologias e fer-
ramentas de Internet não abordadas ainda nas disciplinas da pós-graduação lato
sensu Uso Educacional da Internet (UEI) e que podem ser utilizadas de forma edu-
cacional, além das já apresentadas nas demais disciplinas do curso. Na unidade
1 deste guia de estudos, é apresentado como mensagens e comunicações instan-
tâneas compõem uma forma de comunicação com conexão síncrona, isto é, em
tempo real por texto pela Internet por duas ou mais pessoas.
Na unidade 2, aborda-se como videoconferências permitem que pessoas em
dois ou mais locais façam comunicação por vídeo e áudio. Na unidade 3, é descrito
o ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Também nessa unidade, o tema curso
online aberto e em larga escala (ou Massive Online Open Course – MOOC) é tratado.
Na Unidade 4, é apresentado como a aprendizagem ubíqua ocorre com a
característica de os alunos terem a possibilidade de se conectar aos meios de edu-
cação a qualquer tempo e em qualquer lugar, de forma contínua. A educação
ubíqua é possibilitada pela computação ubíqua (ou computação pervasiva) que,
em termos simples, refere-se ao fato de que a computação está presente em qual-
quer lugar a todo momento, embutida nos dispositivos utilizados pelas pessoas.
Por meio dessas unidades, essas outras possibilidades de uso educacional da In-
ternet tratadas neste guia de estudos subsidiarão as aulas e atividades para se ter
bases de como utilizá-las e quais as vantagens e desvantagens de empregá-las no
processo de ensino-aprendizagem.
2 Outras possibilidades para uso educacional da Internet
U NIDADE 1
Mensagens instantâneas

Objetivos da Unidade:
apresentar bases conceituais sobre salas de estu-
dos por mensagens instantâneas, suas principais
características e alguns aplicativos mais comuns
e também dificuldades que podem ocorrer para o
sucesso desse tipo de interface para uso educacio-
nal.

Conteúdos Abordados:

• características de salas de estudos por men-


sagens instantâneas,

• possíveis dificuldades e soluções em salas de


estudos por mensagens instantâneas,

• principais aplicativos para mensagens ins-


tantâneas.
4 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Mensagens instantâneas (chat ou bate-papo) é uma forma de comunicação com


conexão síncrona, isto é, em tempo real por texto pela Internet por duas ou mais
pessoas. As conversas por mensagens instantâneas podem ser armazenadas para
serem consultadas, posteriormente, pelos participantes ou por um aluno que te-
nha a mesma dúvida e não tenha participado da conversa.
Uma sala de estudos com mensagens instantâneas pode proporcionar uma
interação que, normalmente, não ocorre em ensino presencial. Em uma sala de
estudos com mensagens instantâneas, o participante pode ler uma mensagem e
interpretá-la para poder aprofundar-se no assunto para fundamentar e expor a
sua resposta. Ainda, como múltiplas mensagens podem ocorrer de forma simultâ-
nea e rápida, o participante tem oportunidade de aprimorar sua forma de interação
em reuniões com um número grande de pessoas.

Importante
Conversas por mensagens instantâneas permitem uma grande li-
berdade de expressão, pois os participantes sentem-se à vontade e
estimulados a expor e trocar ideias e informações. Além disso, há a
vantagem de que os participantes têm respostas imediatas as suas
dúvidas e opiniões.

Com isso, os participantes têm a possibilidade de poder reformular suas


opiniões e argumentos, expondo-os novamente (MARTINS; OLIVEIRA; CASSOL,
2005), de forma a enriquecer a abrangência e a profundidade do assunto abor-
dado. Ainda, conversas por mensagens instantâneas permitem que pessoas tími-
das ou com problemas de fala possam inteirar-se de forma ativa com os demais
participantes.
Apesar de ser possível a utilização de emoticons (emotion icons), em con-
versas por mensagens instantâneas, características principalmente relacionadas
à comunicação verbal, como a eloquência, expressividade e gestos, não podem
ser livremente utilizadas. O que conta é o conteúdo da mensagem, ou seja, a
ideia, sua precisão, argumentos e objetivos. Uma característica importante na
utilização de mensagens e comunicações instantâneas é que, geralmente, muitos
participantes estão acostumados aos aplicativos de mensagens instantânes e os
utilizam constantemente com uma linguagem informal, expressando-se com mais
espontaneidade que em outros meios de comunicação escrita. Isso é geralmente
considerado um ponto negativo em mensagens instantâneas, pois algum partici-
pante pode não utilizar a linguagem culta e transgredir as regras gramaticais e
5

ortográficas da língua ou utilizar excesso de gírias e de abreviações. Com isso, um


item importante a ser levado em consideração pelos participantes, em qualquer
interação na Internet e, principalmente, em ambientes virtuais de aprendizagem,
como em salas de estudo por mensagens instantâneas, é o que vem sendo cha-
mado de netiqueta, que é um conjunto de recomendações e regras de condutas
para evitar mal-entendidos em comunicações via Internet.
Uma sala de aula virtual por mensagens instantâneas com excesso de alu-
nos pode prejudicar o aprendizado. Por exemplo, se o número de participantes
for muito grande, muitas conversas “paralelas” podem surgir. Dessa forma, o me-
diador deve intervir e sugerir que assuntos que dispersam os alunos do tópico
principal de estudo podem ser tratados reservadamente. A quantidade de mensa-
gens enviadas e recebidas pode dificultar, para o professor, responder os questio-
namentos de forma satisfatória. Em mais detalhes, se há um número grande de
participantes em uma sala de aula por um aplicativo de mensagens instantâneas,
a quantidade e velocidade das mensagens podem ser grandes e o professor não
terá tempo de ler e responder a todos os questionamentos e dúvidas.
Uma sala de aula por mensagens instantâneas deve ser bem organizada e
gerida para não se transformar em uma conversa desordenada, em que os parti-
cipantes podem não saber que mensagens são respostas para quais comentários.
Uma estratégia que pode ser utilizada quando o número de participantes for muito
grande é a técnica GV-GO, ou seja, a divisão dos participantes em dois ou mais
grupos de verbalização e grupos de observação (MARTINS; OLIVEIRA; CASSOL,
2005).

Exemplo
A técnica GV-GO consiste na divisão da turma em dois subgrupos,
um grupo de verbalização e outro grupo de observação. Em uma
primeira fase, o grupo de verbalização aborda o tópico de estudo e
o segundo grupo observa e prepara-se para substituir o grupo de
verbalização. Na segunda fase, os papéis dos grupos são invertidos.
O mediador pode determinar quantas trocas de papéis podem ser
realizadas e se participantes podem trocar de grupos.

Em geral, aplicativos de mensagens instantâneas não permitem o compar-


tilhamento de arquivos. Entretanto, isso é resolvido facilmente pelo envio de um
correio eletrônico.
6 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Saiba mais
A respeito de utilização de mensagens instantâneas no ensino de lín-
guas, em curso superior, veja Souza (2007), Lauricella e Kay (2013)
e Kuyath et al. (2013).

Os aplicativos de mensagens instantâneas são bastantes intuitivos. Esses


aplicativos informam quais usuários estão cadastrados com seus contatos e se
estão conectados. A seguir são mencionados alguns desses aplicativos:

1. Atualmente, um dos aplicativos de mensagens instantâneas mais comuns é


o Google Talk, conhecido, coloquialmente, pelos usuários como “gtalk”. Em
particular, o Google Hangouts (<https://plus.google.com/hangouts>) é uma
plataforma de comunicação que substituiu o Google Talk ao incluir mensa-
gens instantâneas, vídeo e voz sobre IP.

2. Outra forma de interação por mensagens instantâneas é pelo software


TM
Skype (<http://www.skype.com/>). Por esse aplicativo, também é possível
comunicação por vídeo e voz sobre IP. Veja (MATOS, 2011) para um exemplo
TM
de utilização do aplicativo Skype como ferramenta de interação e colabora-
ção no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras.

3. Também é possível conversar por mensagens instantâneas pelo Moodle


(<http://moodle.org/>). No Moodle, um grupo de alunos pode combinar ses-
sões de bate–papo além das aulas estabelecidas pelo professor por esse meio.

4. Ainda, um dos aplicativos de mensagens instantâneas para smartphones de


maior sucesso atualmente é o WhatsApp (<http://www.whatsapp.com/>).
Com esse aplicativo, é possível transmitir mensagens de texto, imagens, ví-
deo, localização do usuário e também transmitir mensagens por áudio.

Importante
Sessões de bate–papo entre alunos podem ser oportunidades
para interações sociais e também para processos de ensino-
aprendizagem. Professores podem utilizar esse recurso para promo-
ver uma tempestade de ideias entre alunos, entrevistas com espe-
cialistas, retirar dúvidas sobre exercícios e avaliações, entre outras
atividades.
7

Aborde o assunto com os colegas

À parte dos aspectos positivos, a utilização de ferramentas de bate-


papo podem trazer complicações e problemas que geralmente não te-
riam o mesmo impacto em um bate-papo presencial. Uma conversa
em um grupos de usuários pelo aplicativo WhatsApp, por exem-
plo, pode gerar atritos e mal-entendidos entre membros do próprio
grupo. Por exemplo, em matéria do jornal Estado de São Paulo, troca
de mensagens sobre escola de filhos levou à divulgação de boatos e
gerou conflitos entre pais de estudantes de colégios particulares da
cidade de São Paulo: <http://educacao.estadao.com.br/noticias/
geral,grupos-em-aplicativo-criam-atritos-entre-pais,1706239>. Em
um caso como esse, a escola e educadores devem atuar para resolver
as situações de conflitos ou problemas em grupos de comunicação
entre pais devem ser resolvidos pelos próprios pais?

Para estudantes com dificuldades de acesso a equipamentos de qualidade e


de acesso à Internet, a interação por mensagens instantâneas pode ser substituída
por uma forma de comunicação assíncrona, como o correio eletrônico ou fóruns.
Outro fator que pode limitar a participação do estudante em uma sala de estudos
por mensagens instantâneas está relacionado à falta de habilidades técnicas para
a utilização desses recursos. Isso porque, embora a utilização dessas interfaces
de comunicação esteja tornando-se cada vez mais comum, em razão da crescente
facilidade de acesso à Internet e à utilização das redes sociais, não se pode des-
considerar a existência de um número significativo de indivíduos que ainda não
detêm conhecimentos elementares para utilizar essas tecnologias.

Outro aspecto a se levar em consideração que pode limitar a participação


de discentes em salas de estudos por mensagens instantâneas diz respeito ao
receio que estudantes podem ter de se expor publicamente. Por isso, pode haver
discentes que optem por estabelecer comunicação assíncrona com os professores
e tutores. Pode ser que isso ocorra por causa de alguma apreensão do discente
diante da possibilidade de ser avaliado em uma atividade pública em tempo real,
em que o ritmo da comunicação não permite a elaboração de respostas formais e
aprofundadas (BEZERRA; SILVA; DANTAS, 2012).
8 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Síntese
Nesta unidade, foram apresentadas noções básicas sobre salas de
estudos por mensagens instantâneas. Foram apresentadas as prin-
cipais características sobre salas de estudos por mensagens instan-
tâneas, os aplicativos mais comuns e também dificuldades que po-
dem ocorrer para o sucesso desse tipo de interface para uso educa-
cional.
U NIDADE 2
Vídeoconferências

Objetivos da Unidade:
abordar noções básicas sobre vídeoconferências e
as soluções para videoconferências da Rede Nacio-
nal de Ensino e Pesquisa e na Universidade Fede-
ral de Lavras.

Conteúdos Abordados:

• principais características de videoconferên-


cias,

• videoconferência pela Rede Nacional de En-


sino e Pesquisa,

• solução para videoconferências na Universi-


dade Federal de Lavras.
10 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Videoconferências permitem que pessoas em dois ou mais locais façam comuni-


cação por vídeo e áudio. As videoconferências apresentam as vantagens de uma
comunicação síncrona, adicionando-se às vantagens de se ter áudio e vídeo em
tempo real.
Claramente, uma videoconferência é diferente de uma videoaula. Em uma
videoaula, o professor grava o vídeo, que é distribuído (por exemplo, pelo Youtube,
<https://www.youtube.com>) e, posteriormente, assistido pelos alunos. A video-
aula tem a vantagem de que pode ser assistida repetidas vezes pelos alunos. Por
outro lado, para tirar dúvidas pontuais, o aluno pode ter que procurar o local exato
da explicação e isso pode ser demorado e desanimador. Ainda, caso o professor
queira atualizar a aula, terá que gravar toda a videoaula novamente. Isso é uma
desvantagem em relação a notas de aula, por exemplo, que são fáceis de serem
atualizadas.
Ainda, uma videoconferência também é diferente de teleconferência. Na te-
leconferência, há uma via de áudio e uma via de vídeo simultâneas e utiliza-se
uma via de áudio para perguntas ou comentários. A teleconferência permite que
uma palestra seja disseminada em tempo real para um grande número de pontos
geograficamente dispersos (CRUZ; BARCIA, 2000).
Por sua vez, das tecnologias utilizadas no ensino, a videoconferência é a
mais similar a uma sala de aula presencial, pois possibilita a comunicação por
áudio e vídeo em duas vias. Isso permite que o processo de ensino-aprendizagem
ocorra em tempo real e permite interação entre todos os participantes.

Exemplo
Em uma aula por videoconferência, além de explicar um assunto,
o professor pode acrescentar diversos outros recursos pedagógicos,
tais como gráficos, projeção de vídeos, consulta na Internet, imagens
em papel ou transparências, arquivos de computador etc., por meio
das ferramentas didáticas disponíveis no sistema.

Claramente, a sala para a videoconferência deve ser adequada, como livre


de ruídos externos e com boa acústica, e também deve ser confortável. Ainda,
equipamentos de qualidade devem estar disponíveis para uma videoconferência de
qualidade. Equipamentos e aplicativos básicos para uma videoconferência são:

1. monitor de vídeo,

2. câmera, que pode ser uma webcam instalada no computador do participante,


11

3. microfone,

4. auto-falantes,

5. codec, que é um processador de sinais,

6. sistema computacional,

7. conexão de rede,

8. software para interface com o usuário.

Um codec, ou codificador-decodificador, é responsável por formatar os sinais


de áudio e vídeo para a transmissão no emissor e recepção dos sinais no formato
correto no(s) receptor(es) da comunicação. Isso pode ser realizado por um equipa-
mento (hardware) ou por um programa computacional (software). No emissor, os
dados são convertidos em pacotes pequenos para que possam ser transportados
de forma fácil e eficiente pela Internet, até serem entregues no receptor.
Conforme mencionado na unidade 1 deste guia de estudos, é possível por
meio de aplicativos de comunicação por mensagens instantâneas realizar vide-
oconferências. Com aplicativos do tipo Google Hangouts (<https://plus.google.
TM
com/hangouts>) e Skype (<http://www.skype.com/en>) a transmição de vídeo
e voz sobre IP torna possível a videoconfeência de forma intuitiva e gratuita.
TM
Existe também o Skype in the classroom (<https://education.skype.com>),
TM
que é outro aplicativo gratuito da empresa de telecomunicações Skype . O pro-
fessor precisa se cadastrar e, com isso, os estudantes poderão participar da plata-
forma. Em <http://www.educatorstechnology.com/2012/06/complete-guide-to-
TM
use-of-skype-in.html>, há um guia completo para utilizar o aplicativo Skype em
educação.
Além dessas opções, há soluções específicas para videoconferências. Em
muitas universidades, há equipamentos próprios para videoconferências, como
na Faculdade de Educação da Unicamp (<https://www.fe.unicamp.br/ead/sobre.
html>). Nesses casos, os usuários que operam os equipamentos devem ter lido um
tutorial de uso, pois os programas são específicos para os equipamentos.
12 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Exemplo
Veja exemplos de videoconferências na webpage <http:
//rssaovicente.blogspot.com.br> da Rede do Saber da diretoria
de ensino da região de São Vicente da Escola de Formação de
Professores Paulo Renato Costa Souza, o relatório de Weckelmann
(2008) e a dissertação de Sena (2003).

A seguir, são mostradas duas soluções específicas para videoconferências.


Nas seções 2.1 e 2.2, são mostradas as possibilidades de se realizar videoconferên-
cias pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e na Universidade Federal de Lavras,
respectivamente.

2.1 Videoconferências pela Rede Nacional de Ensino e


Pesquisa
A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) disponibiliza salas virtuais para vi-
deoconferências às organizações usuárias da rede. As salas virtuais têm como
objetivo viabilizar, pela rede da RNP, videoconferências com mais de três pontos
conectados simultaneamente. O serviço de salas virtuais da RNP destina-se às
instituições que queiram realizar videoconferências multipontos ou no caso em
que o número de pontos a serem conectados ultrapasse a capacidade do terminal.
O serviço de videoconferência da RNP é disponibilizado por meio de uma
MCU (Multipoint Control Unit) que suporta os protocolos H.323 SIP e TIP. Uma MCU
é um componente que centraliza os pedidos de chamada e possibilita a conexão
de três ou mais participantes simultaneamente. Por outro lado, não é necessário
fazer uso da MCU para realizar uma videoconferência entre dois pontos. A MCU é
utilizada apenas em videoconferências multipontos.
Além da MCU, a solução de videoconferência da RNP compreende também
um gatekeeper. Um gatekeeper é um componente que centraliza os pedidos de
chamada e gerencia a banda empregada pelos participantes da reunião para evitar
que sobrecarreguem a rede com taxas de transmissão elevadas. O gatekeeper é
utilizado, porque, para fazer uso de uma sala virtual na MCU, é necessário que
os endpoints sejam registrados em um gatekeeper. Além do gatekeeper, o serviço
também oferece um gravador/servidor de stream para gravação e transmissão de
reuniões. Endpoints constituem uma entidade que provê comunicação em tempo
real para serviços de multimídia. Em particular, um endpoint de videoconferência
2.2. Videoconferências na Universidade Federal de Lavras 13

é um hardware, normalmente instalado em uma sala montada especificamente


para isso. No entanto, existem no mercado soluções que implantam essa funcio-
nalidade a partir de um software que é utilizado em conjunto com uma webcam e
um headset. Para utilizar o serviço prestado pela RNP, os endpoints devem, neces-
sariamente, ter suporte a alguns protocolos específicos. Essas informações foram
extraídas das webpages <https://portal.rnp.br/web/servicos/videoconferencia> e
<https://portal.rnp.br/web/servicos/guia-do-usuario5>, onde mais detalhes po-
dem ser obtidos.

2.2 Videoconferências na Universidade Federal de La-


vras
Na Universidade Federal de Lavras, há equipamentos específicos para videoconfe-
rência. Ao utilizar um computador com sistema operacional Windows que possua
webcam, microfone, fones de ouvido e uma boa conexão com a Internet, o parti-
cipante acessa o endereço <www.videoconferencia.ufla.br>. Com isso, aparecerá
uma página, como exemplificado na Figura 2.1.

Figura 2.1: Página de login do sistema Scópia Desktop. A imagem foi extraída da webpage <http:
//www.videoconferencia.ufla.br/scopia/entry/index.jsp>.

Na página disponibilizada, o participante insere seu nome e a identificação


fornecida pelo departamento da UFLA onde o evento acontecerá presencialmente
14 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

e, em seguida, clica no botão “Participar agora” dessa página. Isso é exemplificado


na Figura 2.2. Na primeira vez em que utiliza o sistema, é solicitada a instalação de
um complemento do sistema, como exemplificado na Figura 2.3. Após a instalação
do complemento, o participante estará integrado à sala virtual de reunião, poderá
interagir com os demais participantes e aparecerá uma página com imagens da
reunião, como exemplificadas nas Figuras 2.4, 2.5 e 2.6.

Figura 2.2: Identificação na página de login do sistema Scópia Desktop. A imagem foi extraída do
vídeo disponibilizado em <http://manualvideoconferencia.ufla.br/explorer.mp4>.

Figura 2.3: Exemplo janela para instalação de componente do sistema Scópia Desktop. A imagem
foi extraída do vídeo disponibilizado em <http://manualvideoconferencia.ufla.br/explorer.mp4>.
2.2. Videoconferências na Universidade Federal de Lavras 15

Figura 2.4: Exemplo de reunião pelo sistema Scópia Desktop. A imagem foi extraída do vídeo
disponibilizado em <http://manualvideoconferencia.ufla.br/explorer.mp4>.

Figura 2.5: Exemplo de reunião pelo sistema Scópia Desktop. Imagem gentilmente cedida pelo
criador da webpage <http://manualvideoconferencia.ufla.br/computador.html>, em comunicação
pessoal.
16 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Figura 2.6: Exemplo de configurações de microfone e auto-falantes em reunião pelo sistema Scópia
Desktop. A imagem foi extraída do vídeo disponibilizado em <http://manualvideoconferencia.ufla.
br/explorer.mp4>.

Na Figura 2.7, mostra-se como o participante pode configurar a forma com


que as janelas aparecerão durante a videoconferência. Na Figura 2.8, mostra-
se como o participante pode enviar mensagens de texto para os demais par-
ticipantes da videoconferência. Na Figura 2.9, mostra-se como o participante
faz para sair da videoconferência. Detalhes de como utilizar a solução de web-
conferência na Universidade Federal de Lavras podem ser obtidos na webpage
<http://manualvideoconferencia.ufla.br/computador.html>.
2.2. Videoconferências na Universidade Federal de Lavras 17

Figura 2.7: Exemplo de configuração de como as janelas aparecem para o participante durante
a reunião pelo sistema Scópia Desktop. A imagem foi extraída do vídeo disponibilizado em <http:
//manualvideoconferencia.ufla.br/explorer.mp4>.

Figura 2.8: Exemplo de como o participante pode enviar mensagens de texto durante a reu-
nião pelo sistema Scópia Desktop. A imagem foi extraída do vídeo disponibilizado em <http:
//manualvideoconferencia.ufla.br/explorer.mp4>.
18 Outras possibilidades para uso educacional da Internet

Figura 2.9: Exemplo de configuração de como as janelas aparecem para o participante durante
a reunião pelo sistema Scópia Desktop. A imagem foi extraída do vídeo disponibilizado em <http:
//manualvideoconferencia.ufla.br/explorer.mp4>.

Síntese
Nesta unidade, foram apresentadas noções básicas sobre vídeo con-
ferências e as soluções para videoconferências pela Rede Nacional
de Ensino e Pesquisa e na Universidade Federal de Lavras.

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