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Biografia de Dominguinhos

Dominguinhos (1941-2013) foi um músico brasileiro. Cantor, sanfoneiro e compositor, fez parceria
musical com Gilberto Gil, Nando Cordel e Chico Buarque, Anastácia, entre outros.
Dominguinhos, nome artístico de José Domingos de Morais, nasceu em Garanhuns, Pernambuco,
no dia 12 de fevereiro de 1941. Filho de mestre Chicão, tocador e afinador de acordeons de oito
baixos, e de Dona Mariinha.

Infância e juventude
Dominguinhos cresceu em uma família com muitos irmãos, que viviam com grandes dificuldades.
Começou a tocar ainda na infância quando formou um trio “Os Três Pinguins” com dois de seus
irmãos.
No início, Dominguinhos tocava pandeiro e triângulo, mas ganhou do pai uma sanfona de oito
baixos e o trio se apresentava nas feiras livres, em botequins e porta de hotéis de Garanhuns.
Dominguinhos queria ser um exímio tocador de acordeom e tocava exaustivamente. Àquela altura,
passou a ser conhecido como Neném do Acordeom.
Em 1950, Dominguinhos tinha nove anos quando teve um encontro com Luiz Gonzaga que estava
hospedado no hotel Tavares Correia em Garanhuns, onde o trio estava sempre tocando na porta de
entrada.
Luiz Gonzaga ficou tão impressionado com a desenvoltura do menino que o convidou para ir ao Rio
de Janeiro e passou seu endereço pedindo que fossem procura-lo.
A viagem só se realizou em 1954, quando Dominguinhos e seu pai foram procurar Luiz Gonzaga.
Passam 11 dias viajando em um caminhão “pau-de-arara”

Ao chegar ao Rio de Janeiro, foram para Nilópolis, onde morava um dos irmãos de Dominguinhos.
No primeiro encontro com Gonzaga, o menino foi presenteado com uma sanfona de oitenta baixos.

Carreira artística
Ao procurar Luiz Gonzaga e receber de presente uma sanfona, Dominguinhos foi convidado para
frequentar a casa do Rei do Baião e acompanhá-lo em seus ensaios, shows e gravações.
Nos anos seguintes, Dominguinhos, que era conhecido como “Neném do Acordeão”, começou
também a tocar nos bares, churrascarias e boates.
Em 1957, Neném do Acordeom foi rebatizado pelo próprio Luiz Gonzaga com o nome artístico de
Dominguinhos. Nesse mesmo ano, fez sua primeira apresentação profissional, tocando sanfona na
música “Moça de Feira”, acompanhando seu padrinho artístico.
Entre 1957 e 1958, Dominguinhos integrou o grupo de forró, “Trio Nordestino”, junto com
Miudinho e Zito Borborema.
Em 1958, ao deixar o trio, voltou a se apresentar, sozinho, em casas noturnas, bares e também em
emissoras de rádios, divulgando suas músicas.
Primeiro disco
Em 1964, Dominguinhos gravou seu primeiro LP, intitulado “Fim de Festa”. Em seguida, ele
gravou outros dois discos.

Em 1967 voltou a fazer parte do grupo de músicos de Luiz Gonzaga, com quem passou a viajar pelo
Nordeste.
Foi em uma dessas viagens que conheceu uma cantora também pernambucana, Anastácia,
conhecida como Rainha do Forró, com quem compôs mais de 200 canções, entre elas, “Eu Só
Quero um Xodó”, um de seus maiores sucessos.
A parceria durou 11 anos, e quando desfeita, Anastácia inutilizou diversas fitas contendo canções
inéditas de Dominguinhos.

Estilo musical
Embora o forró e o Baião predominassem em seu trabalho, Dominguinhos também fez parcerias
com diversos cantores, como no show Índia de Gal Costa, em 1972.
A década de 80 lhe proporcionou sucessos como De Volta Para o Aconchego, em parceria com
Nando Cordel, interpretada por Elba Ramalho, e Isso Aqui Tá Bom Demais, que cantou em dueto
com Chico Buarque.
Ainda com Chico, fez parceria na música Tantas Palavras, lançada em 1984 e cantada pelo próprio
Chico Buarque.
Teve como parceiro o cantor Gilberto Gil, nas músicas, Lamento Sertanejo e Abri a Porta. Em
2007, lançou um álbum em dueto com o virtuose do violão de Yamandu Costa.
Com diversos discos gravados e com um característico chapéu de couro, Dominguinhos se
apresentava por todo país, tocando com sua sanfona, as músicas que o consagrou.

Prêmios
• Em 2002, Dominguinhos foi o vencedor do Grammy Latino com o CD “Chegando de
Mansinho”.
• Cinco anos depois, tempo em que não lançou nenhum disco solo, voltou a gravar e recebeu o
Prêmio TIM (2007) como melhor Cantor Regional com o disco, “Conterrâneos 2006”.
• Ainda em 2007, concorreu ao 8.º Grammy Latino com o mesmo álbum na categoria de
melhor disco regional.
• Em 2008, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira.
• Em 2010 foi o vencedor do Prêmio Shell de Música.
• Em 2012 conquistou o Grammy Latino de Melhor álbum Brasileiro de Raiz, com o CD e
DVD “Iluminado”.
Doença e morte
Dominguinhos lutou durante seis anos contra o câncer de pulão, mas no dia 17 de dezembro de
2012, foi internado no Hospital Santa Joana, no Recife, com infecção respiratória e arritmia
cardíaca.
No dia 15 de janeiro, a pedido da família, foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São
Paulo, onde ficou em coma, depois de duas paradas cardíacas.
Dominguinhos faleceu no dia 23 de julho de 2013, em São Paulo. Seu sepultamento foi realizado no
cemitério Morada da Paz, no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
Para atender a um pedido de Dominguinhos, feito em uma entrevista dada ao radialista Geraldo
Freire, da Rádio Jornal do Comércio, da cidade do Recife, que queria ser sepultado em sua cidade
natal, seu corpo foi transladado para Garanhuns, no dia 26 de julho de 2013, e sepultado no
cemitério São Miguel.]

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