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Aprendiz Maçom: Telmo Carvalho Barcelos .’.

TRABALHO SOBRE A PEDRA BRUTA

Nós Maçons, se acreditarmos que somos uma pedra polida, estaremos


redondamente enganados. Poderemos pensar que somos tudo isto, e muitas
vezes, poderemos apenas “estar” tudo isto; sermos Maçons é diferente de
“estarmos Maçons”.

Através dos simbolismos, a Maçonaria é rica e sublime nos seus


ensinamentos cristalinos.
O G.•. A.•. D .•. U.•., nos fala por meio do Ritual de Aprendiz, que é o
nosso semeador nas terras que representamos.

Que terra cada um de nós Maçons somos?


Terra à beira do caminho?
Terra cheia de pedregulhos?
Terra cheia de espinhos que sufoca a semente?
Ou terra fértil?

O L.•. D.•. L.•., em Mateus 13, 1-23, mostra-nos muito bem isso.
Jesus , usando o nosso Ritual de Aprendiz, fala:
“O semeador saiu para semear.
Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os
pássaros vieram e as comeram.
Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita
terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. Mas
quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não
tinham raiz.
Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram
e sufocaram as plantas.
Outras sementes, porém, caíram em terra boa e produziram a base de
cem, de sessenta e de trinta frutos por semente.”

Jesus, interrogado pelos apóstolos do por que falava através de parábolas,


responde que é porque lhes foi dado o conhecimento dos mistérios do reino do
G.•. A.•. D.•. U.•., mas ao povo não convertido, não. Isso porque “a pessoa que
tem será dado ainda mais, e terá com abundância; mas a pessoa que não tem
será tirado até o pouco que tem. É por isso que eu lhes falo em parábolas:
porque, olhando, eles não vêem e, ouvindo, eles não escutam, nem
compreendem.”

Desse modo, se cumpre neles a profecia de Isaías: “Havereis de ouvir sem


nada entender. Havereis de olhar sem nada ver. Porque o coração deste povo
se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos
para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com
o coração. De modo que se convertam e eu os cure.

Felizes aqueles que os olhos vêem e os ouvidos ouvem. Muitos profetas e


justos desejaram ver o que vedes e não viram, desejaram ouvir o que ouvis e
não ouviram”.

Todo aquele que ouve a palavra do semeador através do Ritual de


Aprendiz e não a compreende, vem o maligno e rouba o que foi semeado em
seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. A semente que
caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra do Ritual e logo a
recebe com alegria, mas ele não tem raiz em si mesmo: quando chega o
sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo.

A semente que caiu no meio dos espinheiros é aquele que ouve a


Palavra do L.•. D.•. L.•., mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza
sufocam essa Palavra e ele não dá fruto. Já a semente que caiu em boa terra é
aquele que compreende o L.•. D.•. L.•. através do Ritual de Aprendiz e produz
bons frutos: um dá cem, outro sessenta e outro trinta frutos por semente.

Lapidar a pedra bruta está nas simples coisas da vida: num bom dia com
alegria, num abraço e em um beijo sem falsidade, num aperto de mão com
firmeza, sem escorregar a mão como se estivesse pegando na mão de um
leproso. Lapidar a pedra bruta é amar o próximo sem interesses. É valorizar o
próximo pela sua dignidade, pelo seu caráter e não só àqueles que
representam grandeza na sociedade ou, pior ainda, pelo que têm em metais,
pois essas separações são extremamente rudimentares dentro da Maçonaria.

Um irmão para chegar à pedra polida tem que superar seu estágio de
“auto-valorização”, pois conhecimentos e boas atitudes simplesmente são
vistas sem precisarem ser anunciadas: “eu sei”, “eu fiz” ou “eu faço”. Essas
pregações contínuas e cansativas são desgastantes e só as profere quem não
tem certeza do que fez ou do que sabe.

Para nos tornarmos pedras polidas, precisamos tirar as pedras do nosso


“EU”, podar os espinheiros que nos sufocam, adubar o nosso coração com
simplicidade. Muitas vezes, o egoísmo nos transforma em terra seca e
arenosa, nos tornando cegos e surdos, porque existem valores presentes em
nossa cultura completamente contrários ao L.•. D.•. L.

O egoísmo faz com que o indivíduo se baste a si mesmo, impede a


abertura para o outro e o pior, impede a abertura para o próprio G.•. A.•. D.•.
U.•.. Procurando a rápida satisfação de seus interesses e desejos de prazer e
de consumo, a pessoa egoísta não se importa com o próximo, não olha para
suas necessidades, não faz gestos de fraternidade e solidariedade e ainda
desprezam os ensinamentos do Mestre dos Mestres, por se considerarem
cobertos da cultura e intelectualismo, se enchendo de orgulho por sabedoria
não espiritualizada.

Precisamos ser “terras adubadas” e profundas se quisermos de verdade


ser um dia uma pedra polida. Precisamos semear o amor, a verdadeira união,
se pretendemos um dia ter uma passagem ao O.•. E.•. com a felicidade eterna
e não opróbrio eterno. Como podemos perceber, sermos uma pedra polida não
é impossível, mas precisamos de esforço, dedicação, atenção e muito
desapego ao orgulho, à posição social e à matéria.

Somos OObr.•. de fé e de coração, fraternalmente ligados pelo amor à Arte


Real

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